GHG Protocol Agricultura

Embed Size (px)

Citation preview

  • 7/24/2019 GHG Protocol Agricultura

    1/54

  • 7/24/2019 GHG Protocol Agricultura

    2/54

    2

    Realizao:

    SUMRIO

    LISTA DE ILUSTRAES ........................................................................................... 3

    LISTA DE TABELAS .................................................................................................. 3

    1.

    INTRODUO ................................................................................................. 6

    1.1.

    Ferramenta de Clculo .............................................................................. 7

    2.

    GASES DE EFEITO ESTUFA ............................................................................... 8

    2.1. O dixido de carbono equivalente (CO2e) ................................................... 9

    3.

    REPORTE DAS EMISSES ............................................................................... 10

    3.1.

    Definio dos escopos ............................................................................. 12

    3.2. Carbono biognico .................................................................................. 13

    3.3.

    Sequestro de carbono ............................................................................. 14

    3.4.

    Emisses lquidas .................................................................................... 14

    3.5.

    Outros gases .......................................................................................... 14

    4.

    ESCOLHA DA METODOLOGIA E NVEIS ADOTADOS (TIER 1, TIER 2 E TIER 3) .. 14

    5. TEMPO DE RESPOSTA DO CARBONO NO SOLO ............................................... 15

    6.

    METODOLOGIAS DE CLCULO........................................................................ 16

    6.1.

    Aplicao de fertilizantes orgnicos .......................................................... 17

    6.2. Aplicao de fertilizantes nitrogenados sintticos....................................... 18

    6.3.

    Aplicao de calcrio ............................................................................... 19

    6.4. Aplicao de ureia .................................................................................. 20

    6.5.

    Aplicao de defensivos agrcolas ............................................................. 21

    6.6.

    Cultivo de arroz ...................................................................................... 22

    6.7. Dejetos de animais em pastagens ............................................................ 26

    6.8.

    Fermentao entrica ............................................................................. 27

    6.9. Manejo de dejetos de animais (exceto animais em pastagem).................... 29

  • 7/24/2019 GHG Protocol Agricultura

    3/54

    3

    Realizao:

    6.10.

    Manejo de dejetos .................................................................................. 31

    6.11.

    Fontes secundrias de N2O (deposio atmosfrica e lixiviao ou escoamento

    superficial) 35

    A. Emisso de N2O proveniente de deposio atmosfrica .............................. 35

    B.

    Emisso de N2O proveniente de lixiviao ou escoamento superficial .......... 36

    6.12.

    Mudana de uso do solo e sistemas de manejo ......................................... 37

    6.13.

    Mudana de Carbono no Solo .................................................................. 39

    6.14.

    Queima de Resduos Agrcolas ................................................................. 42

    6.15.

    Resduos de colheitas .............................................................................. 44

    6.16.

    Operaes Mecanizadas .......................................................................... 46

    A.

    Consumo de combustvel ......................................................................... 46

    B.

    Estimativas sobre as operaes ............................................................... 48

    6.17. Energia Eltrica ...................................................................................... 52

    LISTA DE ILUSTRAES

    Figura 1. Modelo de reporte de emisses de GEE ..................................................... 11

    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1. Converso de Emisses em GWP-100 e GTP-100 ....................................... 10

    Tabela 2. Parmetros para aplicao de fertilizantes orgnicos .................................. 17

    Tabela 3. Percentual de N e coeficientes de composto para adubos orgnicos ............ 18

    Tabela 4. Tabela fatores de emisso fertilizantes nitrogenados sintticos ................... 19

    Tabela 5. Fatores de emisso do calcrio ................................................................. 20

    Tabela 6. Fatores de emisso da ureia ..................................................................... 21

    Tabela 7. Tabela com os fatores de emisso para uso de defensivos agrcolas ............ 22

    Tabela 8. Fatores de escala dos diferentes ecossistemas de arroz .............................. 24

  • 7/24/2019 GHG Protocol Agricultura

    4/54

    4

    Realizao:

    Tabela 9. Fatores de escala para incrementos orgnicos15......................................... 25

    Tabela 10. Fator de emisso para dejetos de animais em pastagens .......................... 26

    Tabela 11. Fatores de emisso de metano para fermentao entrica de gado de corte,

    machos e jovens, fmeas e vacas leiteiras ........................................................................ 27

    Tabela 12. Fatores de emisso de metano por fermentao entrica por outras

    categorias animais .......................................................................................................... 29

    Tabela 13. Valores default para fator de emisso de N2O de manejo de dejeto animal

    por tipo de manejo ......................................................................................................... 30

    Tabela 14. Valores default para fator de emisso de N2O de manejo de dejeto animal

    por tipo de animal ........................................................................................................... 31

    Tabela 15. Fatores de emisso de metano para manejo de esterco de bovinos e sunos 25

    ..................................................................................................................................... 32

    Tabela 16. Fatores de emisso de metano para manejo de esterco de asininos, muares,

    bubalinos, caprinos, equinos, ovinos e aves ...................................................................... 34

    Tabela 17. Parmetros para o clculo de emisses de N2O provenientes de deposio

    atmosfrica .................................................................................................................... 36

    Tabela 18. Parmetros para o clculo de emisses de N2O provenientes de lixiviao ou

    escoamento superficial .................................................................................................... 37

    Tabela 19. Taxas de alterao (Mg C/ha/ano) para os principais sistemas de manejo do

    solo ............................................................................................................................... 38

    Tabela 20. Fator de alterao de C no solo .............................................................. 40

    Tabela 21. Estoque de carbono no solo ................................................................... 40

    Tabela 22. Taxa de emisso de gases liberados durante a queima de resduos agrcolas

    para o clculo de emisses .............................................................................................. 43

    Tabela 23. Parmetros para queima de resduos vegetais 27...................................... 44

    Tabela 24. Fatores utilizados para a determinao do N2O provenientes de resduos das

    culturas .......................................................................................................................... 45

    Tabela 25. Fatores de emisso para queima de leo diesel........................................ 47

  • 7/24/2019 GHG Protocol Agricultura

    5/54

    5

    Realizao:

    Tabela 26. Tabela da alocao de emisses nos escopos. ......................................... 47

    Tabela 27. Operaes mecanizadas para a cultura de algodo35................................ 48

    Tabela 28. Operaes mecanizadas para a cultura de arroz35.................................... 48

    Tabela 29. Operaes mecanizadas para a cultura de feijo35.................................... 49

    Tabela 30. Operaes mecanizadas para a cultura de milho35.................................... 49

    Tabela 31. Operaes mecanizadas para a cultura de soja35...................................... 50

    Tabela 32. Operaes mecanizadas para a cultura de trigo35..................................... 50

    Tabela 33. Operaes mecanizadas para a cultura de cana-de-acar ........................ 51

    Tabela 34. Fatores de emisso mdios mensais e anuais entre 2006 2013............... 52

  • 7/24/2019 GHG Protocol Agricultura

    6/54

    6

    Realizao:

    1. INTRODUO

    O World Resources Institute (WRI) tem criado, em parceria com o World Business

    Council for Sustainable Development (WBCSD), protocolos internacionalmente aceitos para o

    desenvolvimento de inventrios corporativos de gases de efeito estufa (GEE) h mais de 13

    anos. Esses padres, denominados genericamente de GHG Protocol, definem as melhores

    prticas internacionalmente aceitas para o desenvolvimento de inventrios de GEE

    corporativos, de projetos ou de produtos.

    Ao longo dos ltimos anos, a demanda por diretrizes tcnicas especficas para o setor

    agrcola mundial cresceu consideravelmente, gerados por caractersticas intrnsecas deste

    macro-setor. No contexto brasileiro, as emisses estimadas dos setores agrcolas e de

    mudanas no uso do solo contribuem, respectivamente, com 35% e 22% das emissesnacionais1. Por estes motivos, o WRI iniciou em 2012 um projeto de 2 anos para criar novos

    recursos tcnicos que fornecer s empresas e legisladores do Brasil ferramentas para

    mensurar e gerir de forma mais efetiva emisses agrcolas, o Projeto GHG Protocol Agrcola.

    No perodo compreendido entre 2012 e 2013, o projeto gerou dois recursos tcnicos, as

    Diretrizes Agrcolas Brasileiras e a Ferramenta de Clculo.

    As Diretrizes Agrcolas Brasileiras (DAB) foram elaboradas atravs de um processo de

    construo conjunta com diversas organizaes e especialistas do setor e consiste em um

    protocolo de contabilizao de emisses agrcolas. Este prope uma estrutura consistente euniforme para o mapeamento e delimitao das fontes de emisses que devem ser inclusas

    no inventrio de GEE de uma empresa do setor agrcola ou de uma unidade rural, assim como

    uma forma de reporte dos dados de emisso destes inventrios.

    A Ferramenta de Clculo um produto proveniente de uma parceria entre WRI,

    Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria) e Unicamp (Universidade Estadual de

    Campinas), que permite o clculo das emisses de GEE utilizando metodologias especficas

    para a realidade nacional e focadas em fontes de emisso no mecnicas. imprescindvel

    que as DAB e a Ferramenta de Clculo sejam utilizadas em conjunto para a elaborao de um

    inventrio de GEE agrcola, garantindo a consistncia dos resultados de emisses de GEE com

    as diretrizes propostas pelo Projeto GHG Protocol Agrcola.

    1 Segundo as Estimativas Anuais de emisses de gases e efeito estufa no Brasil, MCTI 2013.Disponvel em http://www.mct.gov.br/upd_blob/0228/228468.pdf

  • 7/24/2019 GHG Protocol Agricultura

    7/54

    7

    Realizao:

    Combinados, estes recursos permitem aos produtores, assim como s outras empresas

    das cadeias de valor da agricultura, pecuria, silvicultura, entre outras, incluir o reporte e a

    mitigao de emisses de GEE em suas estratgias de produo e planejamento anual.Especificamente, eles permitiro que as empresas identifiquem oportunidades de reduo de

    emisses de GEE, rastreiem progresso em direo de metas de reduo, comuniquem os

    resultados aos investidores e aos consumidores finais, e respondam s demandas nacionais e

    internacionais por produtos menos intensivos em carbono.

    1.1.

    Ferramenta de Clculo

    A Ferramenta de Clculo foca nas fontes de emisso de GEE na fazenda, abrangendo as

    seguintes reas:

    Adubao orgnica

    Aplicao de calcrio

    Aplicao de defensivos agrcolas

    Aplicao de fertilizante nitrogenado sinttico

    Aplicao de ureia

    Consumo de energia eltrica

    Cultivo de arroz

    Dejetos de animais em pastagens

    Fermentao entrica

    Fontes secundrias (deposio atmosfrica e lixiviao ou escoamento

    superficial)

    Manejo de dejetos

    Manejo de dejetos de animais (exceto animais em pastagens)

    Mudana de uso do solo

    Operaes mecanizadas

    Queima de resduos vegetais Resduos das culturas

    Esses itens esto de acordo com os mtodos de clculo do inventrio brasileiro de gases

    de efeito estufa, coordenado pelo MCT&I. O item 6 do presente documento apresenta os

    detalhes destas metodologias de clculo.

  • 7/24/2019 GHG Protocol Agricultura

    8/54

    8

    Realizao:

    A alocao de emisses realizada pela ferramenta de clculo considera o produtor como

    seu pblico-alvo. Nos casos em que compradores, processadores e consumidores utilizem os

    resultados fornecidos pela Ferramenta, necessrio um processo de realocao das emissesno escopo pertinente (ver item 3 para mais detalhes).

    2. GASES DE EFEITO ESTUFA

    O clima na Terra regulado pelo fluxo constante de energia solar que atravessa a

    atmosfera na forma de luz visvel. Parte dessa energia devolvida pela Terra na forma de ra-

    diao infravermelha. Os GEE so gases presentes na atmosfera terrestre que tm a

    propriedade de bloquear parte dessa radiao infravermelha. Muitos deles, como vapor

    dgua, dixido de carbono (CO2), metano (CH4), xido nitroso (N2O) e oznio (O3), existem

    naturalmente na atmosfera e so essenciais para a manuteno da vida no planeta, pois sem

    eles a Terra seria, em mdia, cerca de 30C mais fria2.

    Como consequncia das atividades antrpicas na biosfera, o nvel de concentrao de

    alguns desses gases, como CO2, CH4 e N2O, vem aumentando na atmosfera. Alm disso,

    passou a ocorrer emisso de outros GEE, compostos qumicos produzidos somente pelo

    homem, tais como clorofluorcarbonos (CFCs), hidrofluorcarbonos (HFCs),

    hidrofluorclorocarbonos (HCFCs), perfluorcarbonos (PFCs) e hexafluoreto de enxofre (SF6).

    Como estipulado pelo GHG Protocol, os GEE a serem quantificados e reportados so:

    Dixido de carbono (CO2)

    Metano (CH4)

    xido nitroso (N2O)

    Hexafluoreto de enxofre (SF6)

    Hidrofluorcarbonos (HFCs)

    Perfluorcarbonos (PFCs)

    Trifluoreto de Nitrognio (NF3)

    2Fonte:

    Acot, P. Breve histria do Clima. Cincia e Ambiente. Campinas SP.v34,p13-24 2007

    Marin, F.R ;Assad,E,D.;Pilau,F,G.; Clima e agricultura: Introduo climatologia paracincias ambientais-Campinas SP Embrapa Informtica Agropecuria,2008, 127 p. 1.edio

  • 7/24/2019 GHG Protocol Agricultura

    9/54

    9

    Realizao:

    Os clculos devem incluir apenas as emisses antrpicas por fontes e remoes por

    sumidouros de GEE no controlados pelo Protocolo de Montreal. Por isso, no se deve incluir

    os gases CFCs e os HCFCs, que destroem a camada de oznio, os quais j so controladospelo Protocolo de Montreal.

    Os GEE cujas emisses antrpicas e remoes so tipicamente relacionados s

    atividades de uma cadeia agrcola so o CO2, CH4, N2O. Alguns outros gases, como monxido

    de carbono (CO), xidos de nitrognio (NOx) e outros compostos carbono (CO), xidos de

    nitrognio (NOx) e outros compostos orgnicos volteis no metnicos (NMVOC) so

    considerados gases precursores do efeito estufa, pois possuem influncia nas reaes

    qumicas que ocorrem na atmosfera. Desta maneira, a ferramenta tambm realiza clculos

    associados s emisses antrpicas dos precursores quando disponveis, e eles devem ser

    reportados separadamente dos escopos, conforme indicado no descrito no item 3.

    2.1.

    O dixido de carbono equivalente (CO2e)

    Dixido de carbono equivalente (CO2e) uma mtrica utilizada para equalizar as

    emisses de vrios GEE com base na relativa importncia de cada gs, em relao ao CO 2, na

    produo de uma quantidade de energia (por rea unitria) vrios anos aps um impulso de

    emisso.

    Para o clculo do CO2e so utilizadas algumas converses, sendo que a mais utilizada

    o GWP (Global Warming Potential) proposto pelo IPCC. O Quarto Relatrio de Avaliao do

    IPCC (AR4)3 j examina mtricas alternativas ao GWP e o Quinto Relatrio de Avaliao do

    IPCC (AR5)4aprofunda essa anlise. Entre as mtricas propostas apresentadas no AR4 est o

    Global Temperature Potential GTP5.

    O relato, segundo as Diretrizes Agrcolas Brasileiras, deve ser realizado em unidades de massa

    de cada gs de efeito estufa utilizando a mtrica do GWP-100 do AR4, seguindo as diretrizes

    3Disponvel em http://www.ipcc.ch/publications_and_data/ar4/wg1/en/ch2s2-10-2.html4Disponvel em www.ipcc.ch/report/ar5/wg1/#.UtRjZfRDvX05SHINE, H et al. 2010, A study of radiative forcing and global warming potential ofHydrofluocarbon. JQSRT, Norway). Zhang, H. WU,J.; SHEN, Z.P. A studey of radiative forcing andglobal warming potencial of PFCs ans SF6 (no prelo)

  • 7/24/2019 GHG Protocol Agricultura

    10/54

    10

    Realizao:

    da Conveno-Quadro das Naes Unidas sobre Mudana do Clima (UNFCCC), conforme

    Tabela 1.

    Tabela 1. Converso de Emisses em GWP-100 e GTP-100

    Gs GTP-100 GWP-100

    CO2 1 1

    CH4 5 25

    N2O 270 298

    HFC-125 1.113 3.500

    HFC-134a 55 1.300

    HFC-143a 4.288 1.430

    HFC-152a 0,1 124

    CF4 10.052 7.390

    C2F6 22.468 12.200

    SF6 40.935 22.800

    3. REPORTE DAS EMISSES

    O reporte das emisses deve ser feito de acordo com as DAB e, portanto, tem a

    estrutura apresentada abaixo (para mais detalhes veja item xxx das DAB):

  • 7/24/2019 GHG Protocol Agricultura

    11/54

    11

    Realizao:

    1. Resumo das emisses das empresas

    CO2 CH4 N2O CO2 CH4 N2O Total

    Escopo 2

    Escopo 3

    2. Sequestro de carbono (t CO2e)

    3. Emisses lquidas (t CO2e)

    4. Outros gases

    Gs Emisso (tonelada)

    Upstream e downstream

    Mudana no uso do solo

    Uso do solo

    Total

    Emisses em toneladas de CO2

    equivalente (t CO2e)

    Escopo 1

    Emisses em toneladasEscopo

    Carbono

    biognico

    Categoria

    Fontes mecnicas

    Fontes no mecnicas

    Mudanas do uso do solo

    Compra de energia

    Total

    Total

    Uso do solo

    Uso de biocombustveis

    CategoriaSequestro em toneladas de

    CO2equivalente (t CO2e)

    Emisses lquidas (t CO2e)Total de emisses de

    carbono biognico (t CO2e)

    Total de emisses dos escopos

    (t CO2e)

    Total de sequestro de

    carbono (t CO2e)

    + - =

    Figura 1. Modelo de reporte de emisses de GEE

  • 7/24/2019 GHG Protocol Agricultura

    12/54

    12

    Realizao:

    3.1.

    Definio dos escopos

    As emisses so divididas trs escopos, que so classificados de acordo com o grau de

    responsabilidade ou controle da organizao inventariante perante a fonte das emisses

    fontes diretas (fontes que pertencem ou so controladas pela organizao inventariante) e

    fontes indiretas (fontes que pertencem ou so controladas por outra organizao, mas so

    resultantes das atividades da organizao inventariante). Essa diviso deve ser realizada de

    forma criteriosa e transparente, pois permite uma gesto efetiva das emisses de GEE e pode

    auxiliar em uma gesto dos riscos e oportunidades de GEE envolvendo toda a cadeia de valor.

    As categorias so:

    Escopo 1: So emisses diretas advindas de fontes da organizao inventariante ou

    controladas por ela. De acordo com as DAB existem trs subdivises dentro do Escopo 1:

    Fontes mecnicas fontes de emisso que consomem combustvel ou

    eletricidade e, portanto, emitem emisses de GEE pelo processo da combusto

    (na gerao de energia ou no consumo de combustvel). Exemplos de fontes

    mecnicas incluem equipamentos de colheita e caminhes para transporte.

    Fontes no mecnicas so fontes que emitem GEE por processos bioqumicos

    e tm uma grande variao de acordo com as condies bioclimticas sob as

    quais a fonte de emisso est submetida. Essas emisses, muitas vezes, esto

    ligadas aos ciclos de nitrognio e carbono. Exemplos de fontes no mecnicas

    incluem fermentao entrica do gado e calagem do solo.

    Mudanas no uso do solo - este tipo de emisso ocorre quando h supresso de

    vegetao nativa para uso posterior da rea para outros fins. As emisses

    advindas desta prtica so consideradas no renovveis, pois considerado que

    h uma substituio permanente de um reservatrio de carbono antigo,

    relativamente constante e auto regenerativo por um reservatrio geralmente de

    dimenso inferior e no auto regenerativo.O relato de Escopo 1 obrigatrio segundo as DAB.

  • 7/24/2019 GHG Protocol Agricultura

    13/54

    13

    Realizao:

    Escopo 2:Emisses indiretas provenientes da aquisio de energia eltrica e trmica

    que consumida pela empresa. Nesta categoria so includas as emisses de GEE relativas

    gerao de energia eltrica comprada pela organizao.

    O relato de Escopo 2 obrigatrio segundo as DAB.

    Escopo 3:Todas as outras emisses indiretas, no relatadas no Escopo 2. As emisses

    do Escopo 3 so uma consequncia das atividades da empresa, mas ocorrem em fontes que

    no pertencem ou no so controladas pela empresa. Exemplos de fontes de escopo 3

    incluem a produo de defensivos agrcolas. As fontes de emisso escopo 3 so ainda

    classificadas em 15 subcategorias, 8 a montante (upstream) e 7 a jusante (dowstream),

    conforme a diretrizes do GHG Protocol Corporate Value Chain (Scope 3) Standard6.

    O relato de Escopo 3 opcional segundo as DAB.

    3.2.

    Carbono biognico

    Uma proporo significativa das emisses de CO2 provm da queima de biomassa

    (material biolgico feito de carbono, hidrognio e oxignio), especialmente nas atividades

    produtivas relacionadas ao setor agrcola. Queimar biomassa resulta em emisses

    consideradas neutras em termos de impacto climtico, pois este CO2 gerado atravs de um

    ciclo biolgico (e no um ciclo geolgico, como no caso do CO2de origem fssil). Nos termos

    do atual Protocolo de Quioto, o uso de biomassa e de seus subprodutos como combustveis

    alternativos considerado uma importante contribuio para a reduo nas emisses de GEE.

    As emisses de carbono biognico so dividas em duas categorias:

    Uso do solo emisses dos solos, decomposio de matria orgnica morta e

    queimadas de resduos agrcolas.

    Uso de biocombustvel emisses do uso de biocombustveis.

    De acordo com as DAB, o carbono biognico de relato obrigatrio.

    6Disponvel em http://www.ghgprotocol.org/standards/scope-3-standard

  • 7/24/2019 GHG Protocol Agricultura

    14/54

    14

    Realizao:

    3.3.

    Sequestro de carbono

    Essa categoria abrange todo o carbono removido da atmosfera por atividades realizadas

    diretamente pela empresa inventariante. O sequestro de carbono do solo contempla o

    acmulo de carbono devido a Mudanas do uso do solo (ex. converso de vegetao nativa

    para sistemas agrcolas ou pastagem) e tambm mudanas de sistemas de manejo (ex.

    converso de sistema convencional para plantio direto).

    De acordo com as DAB, o relato do sequestro de carbono obrigatrio.

    3.4.

    Emisses lquidas

    As emisses lquidas so calculadas de acordo com a frmula abaixo:

    1, 2 3

    De acordo com as DAB, o relato de emisses lquidas obrigatrio.

    3.5.

    Outros gasesAtividades agrcolas muitas vezes so responsveis pela emisso de GEE ou gases

    precursores do efeito estufa que no so de reporte obrigatrio. Alguns desses gases so o

    monxido de carbono (CO), xidos de nitrognio (NOx) e outros compostos orgnicos volteis

    no metnicos (NMVOC).

    De acordo com as DAB, o relato de outros gases opcional.

    4. ESCOLHA DA METODOLOGIA E NVEIS ADOTADOS (TIER 1, TIER

    2 E TIER 3)

    Com o intuito de desenvolver inventrios nacionais de gases do efeito estufa com alta

    qualidade e que pudessem ser comparados entre si, o Painel Intergovernamental sobre

    Mudanas Climtica (IPCC), desenvolveu e continua desenvolvendo uma srie de princpios e

    procedimentos metodolgicos. Dentro destes princpios e procedimentos, se estabeleceu o

  • 7/24/2019 GHG Protocol Agricultura

    15/54

    15

    Realizao:

    conceito dos Tiers (nvel ou camada). Um tier representa o nvel de complexidade

    metodolgica que adotada em um inventrio de um pas. Usualmente, trs tiers so

    fornecidos. O Tier 1 o mtodo bsico, Tier 2 intermedirio e o Tier 3 mais demandante emtermos de complexidade e necessidade de dados.

    O Tier 1 recomendado para situaes onde no h disponibilidade de fatores de

    emisso especficos para o pas, ou limitaes quanto aos dados de atividade como por

    exemplo, informaes sobre o uso da terra ou sobre as populaes dos rebanhos. Nestes

    casos, os guias do IPCC disponibilizam os dados defaults, os quais permitem a realizao das

    estimativas. O Tier 2 recomendado para situaes onde existe a disponibilidade de fatores

    de emisso especficos para as principais condies do pas ou regio e/ou maior

    detalhamento para os dados das atividades. O Tier 3, no caso da conveno quadro das

    Naes Unidas, se refere ao uso de procedimentos metodolgicos desenvolvidos

    especificamente pelo pas, o qual pode incluir modelagem e maior detalhamento das medidas

    dos inventrios.

    Apesar de desenvolvido para uso em inventrios nacionais, o conceito dos tiers tambm

    pode ser aplicado a estimativas regionais ou no nvel do produtor rural. Neste sentido, esta

    ferramenta buscou adotar sempre que possvel o Tier 2, ou seja, dados especficos a nvel dos

    estados brasileiros. Somente na ausncia de informaes especficas, adotaram-se os valores

    default do IPCC (Tier 1).

    Detalhamento maior das incertezas existente em cada nvel definido podem ser

    verificados no IPCC Good Practice Guidance and Uncertainty Management in National

    Greenhouse Gas Inventories, chapter 6, Quantifying Uncertainties In Practice.7

    5. TEMPO DE RESPOSTA DO CARBONO NO SOLO

    Diversos experimentos no Brasil8tm identificado como o comportamento do estoque

    de carbono no solo em tempos diferentes. No trabalho de Moraes et al 1996, comparando o

    estoque como istopo 13Cda floresta e de pastagem a estabilizao fica entre 13 a 20 anos.

    7 possvel acessar o detalhamento das metodologias adotadas pelo IPCC em

    http://www.ipcc-nggip.iges.or.jp/public/2006gl/pdf/0_Overview/V0_1_Overview.pdf

    http://www.ipcc-nggip.iges.or.jp/public/gp/english/8Fontes:

  • 7/24/2019 GHG Protocol Agricultura

    16/54

    16

    Realizao:

    Os diversos exemplos analisados nos trabalhos cientficos deixam evidente que a

    estabilizao do carbono comea a ocorrer entre 15 e 20 anos aps a alterao de uso do

    solo. Levando em considerao esses resultados experimentais estabelecidos no Brasil, otempo de 20 anos foi considerado na ferramenta de clculo para a estabilizao do carbono

    no solo em funo do seu uso.

    6. METODOLOGIAS DE CLCULO

    Neste item so apresentadas as metodologias utilizadas na Ferramenta de Clculo do

    GHG Protocol Agrcola. Tais metodologias so baseadas nas mesmas diretrizes utilizadas pelo

    Segundo Inventrio Brasileiro de Emisses Antrpicas de Gases de Efeito Estufa Relatrio de

    Referncia da Coordenao Geral de Mudanas Globais, Ministrio da Cincia e Tecnologia,

    publicado no ano de 2010 e que segue o relatrio do IPCC Guidelines 20069.

    Conforme descrito a seguir, foi dada prioridade para a utilizao de fatores de emisso

    adequados para a realidade brasileira, portanto fatores de emisso Tier 2 e, nos casos em que

    as mtricas Tier 2 no esto disponveis, foram utilizados fatores de emisso Tier 1, baseadas

    principalmente no IPCC Guidelines 2006. Todas as variveis utilizadas nos clculos so

    descritas e explicadas nos itens 6.1 ao 6.17.

    MORAES,J.F.L.D., VOLKOFF,B.,CERRI,C. BERNOUX,M. Soil properties under Amazon forestand changes due to pasture installation in Rondonia, Brazil. Geoderma, v.70,p63-81, 1996

    Alves, B.J.R.; Urguiaga, S,; Aita, C.; Boddey, R.M.; Jantalia, C.P., Camargo, F.A.O.in:Manejo de sistemas agrcolas, Impacto no sequestro de C e nas emisses de Gases deefeito estufa. Porto Alegre, Genesis, 2006, 216 p. Embrapa Agrobiologia.

    Campos, D.V.B.; Uso da tcnica de 13C e fracionamento fsico da matria orgnica nossolos sob cobertura de pastagens e cana de acar na regio da Mata atlntica. Tese dedoutorado UFRRJ, Seropdia . 2003

    Salton, Julio Cesar . Matria orgnica e agregao do solo na rotao da lavoura-pastagemem ambiente tropical. Porto Alegra Tese de doutorado, UFRGS, 158p. 2005.

    Urquiaga,S.; Cadish,G.; Alves, B.J.R.; Boddey, R.M.; Giller, K.E.; Influence ofdecomposition of roots of tropical forage species on the availability of nitrogen. Soil Biologyand Biocchemistry, v.30. n.14,p2099-2106, 1998. Embrapa Agrobiologia.

    9Disponvel em: http://www.ipcc-nggip.iges.or.jp/public/2006gl/

    http://www.mct.gov.br/index.php/content/view/310922/Segundo_Inventario_Brasileiro_de_Emissoes_e_Remocoes_Antropicas_de_Gases_de_Efeito_Estufa.html

  • 7/24/2019 GHG Protocol Agricultura

    17/54

    17

    Realizao:

    No foram utilizados fatores de emisso Tier 3, pois esses so muito especficos para

    cada tipo de clima, sistema de manejo, entre outros fatores. Portanto, a utilizao desses

    fatores de emisso no est de acordo com o objetivo da Ferramenta de Clculo, que visa serutilizada em todo o territrio brasileiro.

    6.1.

    Aplicao de fertilizantes orgnicos

    A equao utilizada para calcular as emisses de xido nitroso proveniente do uso de

    fertilizantes orgnicos se encontra abaixo:

    .

    Onde,

    N2OAD.ORG a emisso de xido nitroso associada aplicao de fertilizantes orgnicos

    (Kg N2O-N / Kg de adubo aplicado);

    QORG a quantidade de adubo orgnico aplicado (Kg);

    Nad o percentual de nitrognio do adubo orgnico (%);

    FRACGASM a frao do N aplicado que volatiliza na forma de NH3e NOx(%);

    EF1 o fator de emisso (%).

    As Tabela 2 e Tabela 3 apresentam alguns dos parmetros utilizados para o clculo de

    emisses associadas ao uso de fertilizantes orgnicos.

    Tabela 2. Parmetros para aplicao de fertilizantes orgnicos10

    Parmetro Valor

    10 Fonte: MCT (Ministrio da Cincia e Tecnologia). Emisses de xido nitroso de solosagrcolas e de manejo de dejetos (Segundo inventrio brasileiro de emisses antrpicas de gasesde efeito estufa Relatrio de Referncia). Coordenao Geral de Mudanas Globais, Ministrio daCincia e Tecnologia, Braslia, DF, Brasil, 106 pp. 2010.

  • 7/24/2019 GHG Protocol Agricultura

    18/54

    18

    Realizao:

    FRACGASM (%) 0,2 (Tier 1)

    EF1 (%) 0,1 (Tier 2)

    Tabela 3. Percentual de N e coeficientes de composto para adubos orgnicos11

    Adubos orgnicos % de N Coeficiente composto (t / CO2e)*12

    Esterco (bovino, equino, suno, ovinos) 1,60 0,00003968

    Esterco de Aves 3 0,0000744

    Composto orgnico 1,4 0,00003472

    Geral 1,8 0,00004464

    Adubos orgnicos - Cana g de N2O/ha/ano Coeficiente composto (t / CO2e)

    Vinhaa 269 0,079613

    Torta de filtro 2357 0,697714

    6.2.

    Aplicao de fertilizantes nitrogenados sintticos

    A equao utilizada para calcular as emisses de xido nitroso proveniente do uso de

    fertilizantes sintticos se encontra abaixo:

    11Fonte: IPCC, 200612Coeficientes compostos representam o valor unificado de todos os parmetros envolvidos

    nas estimativas das emisses de GEE, incluindo as converses de quilograma para tonelada e opotencial de aquecimento global de cada gs.

    13Fonte:

    Rocha, F.R. Desenvolvimento e produtividade da cana-de-acar submetida adiferentes doses de vinhaa. Tese de Doutorado, ESALQ, 2013.

    Prada, S.M.; Guekezian, M.; Suarez-Iha, M.E.V. Metodologia analitica para adeterminao de sulfato em vinhoto. Qumica Nova, v. 21, n.3, p. 249-252, 1998.

    Camargo, J.A.; Pereira, N.; Cabello, P.R.; Teran, F.J.C. Viabilidade da aplicao dometodo respirometrico de bartha para a analise da atividade microbiana de solossob a aplicao de vinhaa. Engenharia Ambiental, v.6, n.2, p.264-271, 2009.

    14 Fonte: FIRME, L.P. Cintica de degradao microbiolgica de torta de filtro no solo napresena de cdmio e nquel. (Dissertao de Mestrado). Piracicaba, 2005, 74 p.

  • 7/24/2019 GHG Protocol Agricultura

    19/54

    19

    Realizao:

    Onde,

    N2OFERT a emisso de xido nitroso associada aplicao de fertilizantes nitrogenados

    sintticos (Kg N2O-N / Kg de adubo aplicado);

    NFERT a quantidade de N aplicado como fertilizante nitrogenado (Kg);

    FRACGASF a frao do N aplicado que volatiliza na forma de NH3e NOx(%);

    EF1 o fator de emisso (%).

    Tabela 4. Tabela fatores de emisso fertilizantes nitrogenados sintticos15

    PAG do N2O 298

    EF1 0,30% 0,003

    FRACGASF 10% 0,9 (1 0,1)

    Coeficiente composto (t / CO2eq) 0,000837

    6.3.

    Aplicao de calcrio

    A emisso de CO2 na calagem calculada utilizando-se a equao abaixo:

    Onde,

    CO2CALCRIO a emisso de CO2associada aplicao de calcrio no solo (kg CO2);

    15 Fonte: IPCC, 2007

  • 7/24/2019 GHG Protocol Agricultura

    20/54

    20

    Realizao:

    QCALCTICO a quantidade anual de calcrio calctico (CaCO3) aplicado ao solo por ano16

    (kg);

    QDOLOMTICO a quantidade anual de calcrio dolomtico (CaMg(CO3)2) (Mg) aplicado ao

    solo por ano17(kg);

    FE o fator de emisso contedo de carbono no calcrio (%);

    44/12 o fator de converso de C para CO2 (adimensional).

    A Tabela 5 mostra quais so os fatores de emisso para uso do calcrio. Esses fatores

    de emisso so Tier 1.

    Tabela 5. Fatores de emisso do calcrio18

    Tipo de Calcrio Fator de Emisso (%)

    Calctico 0,12

    Dolomtico 0,13

    6.4.

    Aplicao de ureia

    A emisso de CO2 na aplicao de ureia calculada utilizando-se a equao abaixo:

    Onde,

    CO2UREIA a emisso de CO2associada aplicao de ureia no solo (kg CO2);

    QUREIA a quantidade de ureia aplicada ao solo

    19

    (kg);

    16 Q deve incluir todo o calcrio calctico aplicado no solo, inclusive a proporo aplicada pormeio de mistura de fertilizantes.17Q deve incluir todo o calcrio dolomtico aplicado no solo, inclusive a proporo aplicada pormeio de mistura de fertilizantes.18Fonte: IPCC, 2006. Guidelines for National Greenhouse Gas Inventories. IGES, Hayama, Japan

  • 7/24/2019 GHG Protocol Agricultura

    21/54

    21

    Realizao:

    FEUREIA o fator de emisso contedo de carbono no calcrio (%);

    44/12 p fator de converso de C para CO2 (adimensional).

    A Tabela 6 mostra quais so os fatores de emisso para uso de ureia no solo. Esses

    fatores de emisso so Tier 1.

    Tabela 6. Fatores de emisso da ureia20

    Fertilizante Fator de Emisso (%)

    Ureia 0,20

    6.5.

    Aplicao de defensivos agrcolas

    Os fatores de emisso dos defensivos agrcolas so associados fase de produo e

    transporte desses qumicos, tambm conhecido como a pegada de carbono do produto at a

    entrada na unidade rural. O uso destes produtos no acarretam emisses de GEE diretas na

    fazenda, e, portanto devem ser reportados como emisses indiretas de escopo 3, considerada

    como Tier 1.

    O clculo de emisses de aplicao de defensivos agrcolas realizado a partir de:

    Onde,

    EDA a emisso de GEE associada aplicao de defensivos agrcolas no solo (kg

    CO2e);QHERBICIDA a quantidade de herbicida aplicado no solo (kg);

    19Q deve incluir toda a ureia aplicada no solo, inclusive a proporo aplicada por meio de misturade fertilizantes.

    20 Fonte: IPCC, 2006. Guidelines for National Greenhouse Gas Inventories. IGES, Hayama, Japan.

  • 7/24/2019 GHG Protocol Agricultura

    22/54

    22

    Realizao:

    FEHERBICIDA o fator de emisso de herbicida (kg CO2e /kg produto);

    QINSETICIDA a quantidade de inseticida aplicado no solo (kg);

    FEINSETICIDA o fator de emisso de inseticida (kg CO2e /kg produto);

    QFUNGICIDA a quantidade de fungicida aplicado no solo (kg);

    FEFUNGICIDA o fator de emisso de fungicida (kg CO2e /kg produto).

    A Tabela 7 mostra os fatores de emisso para o uso de defensivos agrcolas. Esses

    fatores de emisso so Tier 1.

    Tabela 7. Tabela com os fatores de emisso para uso de defensivos agrcolas21

    Defensivo agrcolaFator de emisso

    (kg CO2e /kg produto)

    Herbicidas 10,2610

    Inseticidas 16,6750

    Fungicidas 10,1140

    6.6.

    Cultivo de arroz

    As emisses devido ao cultivo no arroz so calculadas multiplicando-se um fator de

    emisso pela rea colhida anual levando-se em considerao o tipo de ecossistema do arroz, a

    presena de alagamento antes e durante o cultivo e incrementos orgnicos. De acordo com a

    relao abaixo:

    Onde,

    CH4ARROZ a emisso de metano associada produo de arroz (g CH4);

    21Fonte: Ecoinvent DataBase. Disponvel em http://www.ecoinvent.org/database/

  • 7/24/2019 GHG Protocol Agricultura

    23/54

    23

    Realizao:

    FEi o fator de emisso integrado para a estao e para uma dada rea colhida (g CH4

    /m2/ano);

    A a rea colhida (m2).

    O fator de emisso calculado a partir da equao:

    Onde,

    FEc o fator de emisso integrado para a estao para campos continuamente

    inundados sem acrscimos orgnicos -padro (g CH4/m2/ano);

    SFw o fator de escala para levar em conta as diferenas em ecossistemas e regimes

    de manejo de gua (adimensional);

    SFo o fator de escala que varia para ambos os tipos e quantidades de acrscimos

    orgnicos aplicados (adimensional);;

    SFs o fator de escala para o tipo de solo, se disponvel (adimensional) ;.

    O fator de emisso integrado para a estao para campos continuamente inundados e

    sem acrscimos orgnicos (FEc) foi baseado em IPCC, 2006 (Guidelines for National

    Greenhouse Gas Inventories), na qual utilizado o valor de 20 g CH4/m2/ano.

    Os fatores de escala so adimensionais e so eles que adaptam o fator de emisso

    padro (FEc) para as prticas especficas adotadas na fazenda. Por exemplo, em um sistema

    que permanece continuamente inundado o fator de escala 1. Se o sistema

    intermitentemente inundado com uma nica aerao o fator de 0,5, ou seja, 50% da

    emisso do sistema referncia (continuamente inundado).

    Os ecossistemas de arroz so:

    1. Sequeiro (ou Terra Firme): os campos nunca so inundados por um perodo

    significante de tempo;

  • 7/24/2019 GHG Protocol Agricultura

    24/54

    24

    Realizao:

    2. Terras Baixas:os campos so inundados por um perodo significante de tempo;

    2.1. Irrigado:o regime de gua totalmente controlado;2.1.1. Continuamente inundado: os campos apresentam uma lmina de gua ao

    longo da estao de crescimento de arroz e podem estar secos somente para

    a colheita;

    2.1.2. Intermitentemente inundado: os campos apresentam pelo menos um perodo

    de aerao de mais de 3 dias durante a estao de cultivo;

    2.1.2.1. Aerao nica: os campos de arroz so submetidos a apenas uma

    aerao durante a estao de cultivo em qualquer estgio de

    crescimento;

    2.1.2.2. Mltiplas aeraes: os campos so submetidos a mais de um perodo de

    aerao durante a estao de cultivo;

    2.2. Alimentado por Chuva: o regime de gua depende exclusivamente da

    precipitao pluviomtrica;

    2.2.1. Vrzea mida: o nvel de gua pode subir at 50 cm durante a estao de

    crescimento;

    2.2.2. Vrzea seca: perodos de ausncia de chuva (seca) ocorre durante cada

    estao de cultivo;

    2.3. Arroz de gua profunda:a gua de inundao sobe a mais de 50 cm por um

    perodo significante de tempo durante a estao de crescimento;

    2.3.1. Campos inundados com profundidade de gua de 50-100 cm;

    2.3.2. Campos inundados com profundidades de gua maiores que 100 cm.

    Os fatores de escala esto descritos nas Tabela 8 e Tabela 9. Esses fatores de escala

    so Tier 1.

    Tabela 8. Fatores de escala dos diferentes ecossistemas de arroz22

    22Fonte: IPCC, 2006. Guidelines for National Greenhouse Gas Inventories. IGES, Hayama, Japan.

  • 7/24/2019 GHG Protocol Agricultura

    25/54

    25

    Realizao:

    Regime de guaFator de escala(adimensional)

    Intervalo

    1. Sequeiro (ou Terra Firme) 0 -

    2. Terras Baixas

    2.1. Irrigado

    2.1.1. Continuamente inundado 1 -

    2.1.2. Intermitentemente inundado

    2.1.2.1. Aerao nica 0,5 0,2 - 0,7

    2.1.2.2. Mltiplas aeraes 0,2 0,1 - 0,3

    2.2. Alimentado por Chuva

    2.2.1. Vrzea mida 0,8 0,5 - 1,0

    2.2.2. Vrzea seca 0,4 0 - 0,5

    2.3. gua profunda

    2.3.1. Profundidade entre 50 e 100 cm 0,8 0,6 - 1,0

    2.3.2. Profundidades maiores que 100 cm 0,6 0,5 - 0,8

    Tabela 9. Fatores de escala para incrementos orgnicos15

    Quantidade de matria secaaplicada (t/ha)

    Fator de escala SFo

    (adimensional)Intervalo

    1-2 1,5 1-2

    2-4 1,8 1,5-2,5

    4-8 2,5 1,5-3,5

    8-15 3,5 2-4,5

    15+ 4 3-5

    Para usar a Tabela 9 para acrscimos orgnicos fermentados, dividir a quantidade

    aplicada por seis.

  • 7/24/2019 GHG Protocol Agricultura

    26/54

    26

    Realizao:

    6.7.

    Dejetos de animais em pastagens

    A equao utilizada para calcular as emisses de xido nitroso proveniente de animais

    em pastagens se encontra abaixo:

    Onde,

    N2OPAST a emisso de xido nitroso associada aos dejetos de animais em pastagens

    (Kg N2O-N / Kg de dejeto depositado);

    NA o nmero de animais (por rebanho);

    NEX o total de N excretado anualmente por animal de cada categoria (Kg N/ animal /

    ano); Os valores do N excretado so Tier 1 Guidelines IPCC, 2006

    FRACPRP a frao do N total excretado pelos animais diretamente em pastagens (%);

    EF3 o fator de emisso (%);

    Tabela 10. Fator de emisso para dejetos de animais em pastagens23

    Dejetos Fator de Emisso

    Dejetos de animais 0,007

    *

    23Fonte:MCT (Ministrio da Cincia e Tecnologia). Emisses de xido nitroso de solos agrcolas ede manejo de dejetos (Segundo inventrio brasileiro de emisses antrpicas de gases de efeitoestufa Relatrio de Referncia). Coordenao Geral de Mudanas Globais, Ministrio da Cincia eTecnologia, Braslia, DF, Brasil, 106 pp. 2010.

    Lessa, A.C.R.; Madari,B.E.; Paredes, D.S.; Boddey, R.M.;Urquiaga ,S.; Jantalia, C.P.; Alves, B.J.R.;Bovine urine and dung deposited on Brazilian savannah pastures contribute differently to directand indirect soil nitrous oxide emissions. Agriculture, Ecosystems and Environment. 2014

  • 7/24/2019 GHG Protocol Agricultura

    27/54

    27

    Realizao:

    6.8.

    Fermentao entrica

    O clculo de emisses devido fermentao entrica realizado a partir de:

    Onde,

    CH4 FERMENTAO = emisso de metano associada fermentao entrica (kg de CH4/ano)

    NA o nmero de animais;

    FECH4.FERMENTACAO = fator de emisso de CH4 para fermentao entrica (kg de

    CH4/cabea/ano).

    Os fatores de emisso de metano para fermentao entrica da pecuria

    (FECH4.FERMENTACAO) so apresentados na

    Tabela 11 e Tabela 12 abaixo. Esses fatores de emisso so Tier 2 e Tier 1

    respectivamente.

    Tabela 11. Fatores de emisso de metano para fermentao entrica de gado de corte, machos ejovens, fmeas e vacas leiteiras24

    Estado

    Fator de emisso (kg CH4/cabea/ano)

    Gado de corteVaca leiteira25

    Macho26 Jovem27 Fmea28

    Rondnia 55 42 61 63

    24Fonte: MCT (Ministrio da Cincia e Tecnologia). Emisses de metano por fermentao entricae manejo de dejetos de animais. (Segundo inventrio brasileiro de emisses antrpicas de gasesde efeito estufa Relatrio de Referncia). Coordenao Geral de Mudanas Globais, Ministrio daCincia e Tecnologia, Braslia, DF, Brasil, 120 pp. 2010.25Perodo de 200626Perodo de 2002 at 200627Perodo de 2002 at 200628Perodo de 2006

  • 7/24/2019 GHG Protocol Agricultura

    28/54

    28

    Realizao:

    Acre 55 42 60 62

    Amazonas 55 42 60 61

    Roraima 55 42 56 58

    Par 55 42 60 62

    Amap 55 42 60 61

    Tocantins 55 42 59 60

    Maranho 57 44 63 62

    Piau 57 44 60 59

    Cear 57 44 65 64

    Rio Grande do Norte 57 44 67 66

    Paraba 57 44 65 64

    Pernambuco 57 44 73 71

    Alagoas 57 44 74 73

    Sergipe 57 44 71 70

    Bahia 57 44 62 61

    Minas Gerais 56 43 74 70

    Espirito Santo 56 43 69 65

    Rio de Janeiro 56 43 70 66

    So Paulo 56 43 69 65

    Paran 58 45 82 69

    Santa Catarina 58 45 85 72

    Rio Grande do Sul 58 45 84 71Mato Grosso do Sul 55 42 66 65

    Mato Grosso 55 42 68 67

    Gois 55 42 68 67

    Distrito Federal 55 42 74 73

  • 7/24/2019 GHG Protocol Agricultura

    29/54

    29

    Realizao:

    Tabela 12. Fatores de emisso de metano por fermentao entrica por outras categorias

    animais29

    CategoriaFator de emisso

    (kg CH4/cabea/ano)

    Sunos 1

    Asininos 10

    Muares 10

    Bubalinos 55

    Caprinos 5

    Equinos 18

    Ovinos 5

    6.9.

    Manejo de dejetos de animais (exceto animais em pastagem)

    A equao utilizada para calcular as emisses de xido nitroso do manejo de dejetos

    proveniente de animais exceto pastagens se encontra abaixo:

    Onde,

    N2ODEJETOS a emisso de xido nitroso associada ao manejo de dejetos (Kg N2O-N / Kg

    de dejeto depositado);

    NA o nmero de animais (por rebanho);

    29Fonte:MCT (Ministrio da Cincia e Tecnologia). Emisses de metano por fermentaoentrica e manejo de dejetos de animais. (Segundo inventrio brasileiro de emisses antrpicas degases de efeito estufa Relatrio de Referncia). Coordenao Geral de Mudanas Globais,Ministrio da Cincia e Tecnologia, Braslia, DF, Brasil, 120 pp. 2010.

  • 7/24/2019 GHG Protocol Agricultura

    30/54

    30

    Realizao:

    NEX o total de N excretado anualmente por animal de cada categoria (Kg N/ animal /

    ano );

    FRACPRP a frao do N total excretado pelos animais diretamente em pastagens (%);

    EF3 o fator de emisso (%).

    Tabela 13. Valores default para fator de emisso de N2O de manejo de dejeto animal por tipo demanejo

    Sistema Descrio EF3(%) Variao

    Lagoa anaerbica

    O sistema de lagoa anaerbica caracterizado

    como o transporte de dejetos atravs da guapara lagoas. O esterco permanece na lagoa porum perodo de 30 dias at 200 dias. A gua dalagoa pode ser utilizada para irrigar e fertilizar

    os campos.

    0,001 -

    Armazenamentoslido

    O esterco e a urina so coletados earmazenados empilhados por um longo tempos

    (meses) antes de serem eliminados, com ousem escoamento de gua de chuva para um

    sistema de fossa.

    0,02 -

    Dry lot

    Em clima seco os animais podem ser mantidosem confinamento no pavimentado, onde o

    esterco seca at ser periodicamente removido.Aps a remoo, o esterco pode ser distribudo

    nos campos.

    0,02 -

    PastagemEste dejeto depositado diretamente no solo

    pela pecuria. Portanto, no possui tratamento. 0,02 -

    Esterqueira

    Este sistema caracterizado por combinar oarmazenamento de esterco e urina em tanques.

    Para facilitar a manipulao, gua pode seradicionada ao material armazenado.

    0,001 -

    BiodigestorEsterco e urina so anaerobicamente digeridos

    produzindo CH4.0,001 -

    Outros sistemas Sistemas no definidos 0,005 -

  • 7/24/2019 GHG Protocol Agricultura

    31/54

    31

    Realizao:

    A emisso tambm pode ser calculada a partir do tipo de animal. Neste caso, o fator de

    emisso Tier 1 e esto apresentados na Tabela 14.

    Tabela 14. Valores default para fator de emisso de N2O de manejo de dejeto animal por tipo deanimal30

    Sistema Descrio EF3(%) Variao

    Gado (leiteiro, no

    leiteiro e bfalos),aves e porcos Fator de emisso (DEFAULT) IPCC, 2006 0,02

    0,007-

    0,06

    Ovinos e outrosanimais

    Fator de emisso (DEFAULT) IPCC, 2007 0,010,003-0,03

    6.10.

    Manejo de dejetos

    A equao utilizada para calcular as emisses de metano do manejo de dejetos

    proveniente de animais :

    Onde,

    CH4DEJETOS a emisso do metano associada ao manejo de dejetos (kg CH4/ano);

    NA o nmero de animais;

    FECH4.DEJETOS= fator de emisso de CH4para manejo de dejetos (kg CH4/cabea/ ano).Os fatores de emisso de metano para manejo de esterco da pecuria so apresentados nas

    30 Fonte: MCT (Ministrio da Cincia e Tecnologia). Emisses de xido nitroso de solosagrcolas e de manejo de dejetos (Segundo inventrio brasileiro de emisses antrpicas de gasesde efeito estufa Relatrio de Referncia). Coordenao Geral de Mudanas Globais, Ministrio daCincia e Tecnologia, Braslia, DF, Brasil, 106 pp. 2010.

  • 7/24/2019 GHG Protocol Agricultura

    32/54

    32

    Realizao:

    Tabela 15 e Tabela 16.

    Tabela 15. Fatores de emisso de metano para manejo de esterco de bovinos e sunos25

    Estado

    Fator de emisso31(kg CH4/cabea/ano)

    Bovino de corteSuno

    Vacaleiteira

    Macho Fmea Jovem

    Rondnia 1,8 1,6 2,2 1,1 0,6

    Acre 1,8 1,6 2,1 1,1 0,4

    Amazonas 1,8 1,6 2,1 1,1 0,5

    Roraima 1,9 1,7 1,8 1,2 0,4

    Par 1,8 1,6 2,1 1,1 0,5

    Amap 1,8 1,6 2,4 1,1 0,5

    Tocantins 1,8 1,6 2,1 1,1 0,6

    Maranho 1,7 1,5 2,1 1 0,9

    Piau 1,7 1,5 2,1 1,1 0,6

    Cear 1,7 1,5 2,1 1 1,1

    Rio Grande do Norte 1,7 1,5 2,1 1,1 0,8

    Paraba 1,7 1,5 2,2 1,1 0,8

    Pernambuco 1,7 1,5 2,1 1 0,7

    Alagoas 1,9 1,7 2,7 1,2 1,9

    Sergipe 1,7 1,5 2,1 1,1 1,2

    Bahia 1,3 1,2 1,6 0,8 0,7

    Minas Gerais 1,5 1,4 1,8 0,9 2,5

    31Ano base 2006

  • 7/24/2019 GHG Protocol Agricultura

    33/54

    33

    Realizao:

    Minas Gerais

    (grandes propriedades)- - - - 8,6

    Esprito Santo 1,4 1,3 1,8 0,9 2,1

    Esprito Santo

    (grandes propriedades)- - - - 5,9

    Rio de Janeiro 1,5 1,3 1,6 0,9 5,9

    So Paulo 1,5 1,4 2 0,9 2,2

    So Paulo

    (grandes propriedades)- - - - 6,4

    Paran 1,6 1,5 2,4 1 3,6

    Paran

    (grandes propriedades)- - - - 6

    Santa Catarina 1,8 1,6 2,3 1,1 5,8

    Santa Catarina

    (grandes propriedades)- - - - 6,5

    Rio Grande do Sul 1,5 1,3 2 0,9 3,9

    Rio Grande do Sul(grandes propriedades)

    - - - - 10

    Mato Grosso do Sul 1,3 1,2 1,9 0,8 2,7

    Mato Grosso do Sul

    (grandes propriedades)- - - - 9,7

    Mato Grosso 1,3 1,2 1,6 0,8 3,3

    Mato Grosso

    (grandes propriedades)- - - - 8,5

    Gois 1,4 1,2 1,6 0,8 1,9

    Gois

    (grandes propriedades)- - - - 7,7

    Distrito Federal 3,2 2,8 1,4 1,9 8,8

  • 7/24/2019 GHG Protocol Agricultura

    34/54

    34

    Realizao:

    Tabela 16. Fatores de emisso de metano para manejo de esterco de asininos, muares, bubalinos,caprinos, equinos, ovinos e aves32

    Estado Fator de emisso (kg CH4/cabea/ano)Asininos Muares Bubalinos Caprinos Equinos Ovinos Aves

    Rondnia 1,2 1,2 2 0,22 2,2 0,21 0,023

    Acre 1,2 1,2 2 0,22 2,2 0,21 0,023

    Amazonas 1,2 1,2 2 0,22 2,2 0,21 0,023

    Roraima 1,2 1,2 2 0,22 2,2 0,21 0,023

    Par 1,2 1,2 2 0,22 2,2 0,21 0,023

    Amap 1,2 1,2 2 0,22 2,2 0,21 0,023

    Tocantins 1,2 1,2 2 0,22 2,2 0,21 0,023

    Maranho 1,2 1,2 2 0,22 2,2 0,21 0,023

    Piau 1,2 1,2 2 0,22 2,2 0,21 0,023

    Cear 1,2 1,2 2 0,22 2,2 0,21 0,023

    Rio Grande do Norte 1,2 1,2 2 0,22 2,2 0,21 0,023

    Paraba 1,2 1,2 2 0,22 2,2 0,21 0,023

    Pernambuco 1,2 1,2 2 0,22 2,2 0,21 0,023

    Alagoas 1,2 1,2 2 0,22 2,2 0,21 0,023

    Sergipe 1,2 1,2 2 0,22 2,2 0,21 0,023

    Bahia 0,9 0,9 1 0,17 1,6 0,16 0,018

    Minas Gerais 0,9 0,9 1 0,17 1,6 0,16 0,117

    32Fonte:

    JENSEN, B.B. Methanogenesis in monogastric animals. Enviromental Monitoring andAssessment, v. 42, n. 1-2, p.99-112, 1996.

    MCT (Ministrio da Cincia e Tecnologia). Emisses de metano por fermentao entrica emanejo de dejetos de animais. (Segundo inventrio brasileiro de emisses antrpicas degases de efeito estufa Relatrio de Referncia). Coordenao Geral de MucdanasGlobais, Ministrio da Cincia e Tecnologia, Braslia, DF, Brasil, 120 pp. 2010.

  • 7/24/2019 GHG Protocol Agricultura

    35/54

    35

    Realizao:

    Esprito Santo 0,9 0,9 1 0,17 1,6 0,16 0,018

    Rio de Janeiro 0,9 0,9 1 0,17 1,6 0,16 0,117

    So Paulo 0,9 0,9 1 0,17 1,6 0,16 0,117

    Paran 0,9 0,9 1 0,17 1,6 0,16 0,117

    Santa Catarina 0,9 0,9 1 0,17 1,6 0,16 0,117

    Rio Grande do Sul 0,9 0,9 1 0,17 1,6 0,16 0,117

    Mato Grosso do Sul 0,9 0,9 1 0,17 1,6 0,16 0,018

    Mato Grosso 0,9 0,9 1 0,17 1,6 0,16 0,018

    Gois 0,9 0,9 1 0,17 1,6 0,16 0,018

    Distrito Federal 0,9 0,9 1 0,17 1,6 0,16 0,018

    Para os rebanhos de bfalos, ovinos, caprinos, equinos, muares, asininos e aves foi

    adotado o Tier 1. As diferenas entre os fatores de emisso de cada estado acontece pois os

    fatores de emisso do Tier 1 so definidos para faixas climticas.

    6.11.

    Fontes secundrias de N2O (deposio atmosfrica e lixiviao ou

    escoamento superficial)

    As emisses secundrias de N2O foram calculadas considerando duas fontes principais:

    a deposio atmosfrica de NH3 e NOx, a lixiviao e o escoamento superficial. Para tanto,

    foram utilizados os dados referentes ao uso de fertilizantes nitrogenados sintticos (N FERT),e

    quantidade de N contida tanto nos resduos adicionados ao solo (N resduos). Parte-se do

    princpio que parte do N aplicado ao solo volatilizada na forma de NH3e NOxe retorna ao

    solo pela deposio atmosfrica, ficando novamente passvel de ser emitida na forma de N2O.

    A. Emisso de N2O proveniente de deposio atmosfrica

  • 7/24/2019 GHG Protocol Agricultura

    36/54

    36

    Realizao:

    Onde,

    N2O(G) a emisso de xido nitroso associada deposio atmosfrica (kg N 2O-N);

    NFERT a quantidade de N aplicada na forma de fertilizante sinttico (kg de N/ano);

    FRACGASF a frao do N aplicada na forma de fertilizante sinttico que volatiliza como

    NH3e NOx(kg [NH3-N e NOx-N]/kg N aplicado);

    NRESDUOS a quantidade de N contido nos resduos aplicados aos solos como fertilizante

    (kg de N/ano);

    FRACGASM a frao do N aplicada como resduos que volatiliza como NH 3 e NOx (kg

    [NH3-N e NOx-N]/kg N excretado);

    EF3 o fator de emisso para a deposio atmosfrica (kg N2O-N/kg [NH3-N e NOx-N]

    emitido). (IPCC, 2006)

    Os valores de FRACGASF FRACGASM e EF3 so apresentados na tabela 17.

    Tabela 17. Parmetros para o clculo de emisses de N2O provenientes de deposio atmosfrica

    Parmetro Valor

    FRACGASF 0,1

    FRACGASM 0,2

    EF3 0,01

    Fonte: Fonte:MCT (Ministrio da Cincia e Tecnologia). Emisses de xido nitroso de solosagrcolas e de manejo de dejetos (Segundo inventrio brasileiro de emisses antrpicas de gases deefeito estufa Relatrio de Referncia). Coordenao Geral de Mudanas Globais, Ministrio daCincia e Tecnologia, Braslia, DF, Brasil, 106 pp. 2010.

    B. Emisso de N2O proveniente de lixiviao ou escoamento superficial

    Para calcular a quantidade de N passvel de lixiviao ou escoamento superficial,

    tambm foram utilizados os dados referentes ao uso de fertilizantes nitrogenados sintticos

    (NFERT), da quantidade de N contida em resduos aplicados aos solos como fertilizante

    (Nresduos).

  • 7/24/2019 GHG Protocol Agricultura

    37/54

    37

    Realizao:

    Onde,

    N2O(L) a emisso de xido nitroso associada lixiviao ou escoamento superficial (kg

    N2O-N);

    NFERT a quantidade de N aplicada na forma de fertilizante sinttico (kg de N/ano);

    Nresduos a quantidade de N contido nos resduos aplicados aos solos como

    fertilizante (kg de N/ano);

    FRACLEACH= frao do N adicionado ao solo que perdida por lixiviao ou escoamento

    superficial (kg N lixiviado ou escoado/kg de fertilizante ou esterco);

    EF4= fator de emisso de N2O para lixiviao/escoamento (kg N2O-N/kg N

    lixiviado/escoado).

    A Tabela 18 indica os parmetros para o clculo de emisses de N2O provenientes da

    lixiviao ou escoamento superficial.

    Tabela 18. Parmetros para o clculo de emisses de N2O provenientes de lixiviao ouescoamento superficial

    Parmetro Valor

    FRACLEACH 0,3

    EF4 0,025

    Fonte: Fonte:MCT (Ministrio da Cincia e Tecnologia). Emisses de xido nitroso de solosagrcolas e de manejo de dejetos (Segundo inventrio brasileiro de emisses antrpicas de gases deefeito estufa Relatrio de Referncia). Coordenao Geral de Mudanas Globais, Ministrio daCincia e Tecnologia, Braslia, DF, Brasil, 106 pp. 2010.

    6.12.

    Mudana de uso do solo e sistemas de manejo

    O clculo de emisses referente mudana de uso do solo e diferentes sistemas de

    manejo feito utilizando as taxas de alterao de carbono em cada tipo de modificao. A

    Tabela 19 mostra as taxas de alteraes das mudanas de uso do solo.

  • 7/24/2019 GHG Protocol Agricultura

    38/54

    38

    Realizao:

    Tabela 19. Taxas de alterao (Mg C/ha/ano) para os principais sistemas de manejo do solo33

    Mudana de uso do soloTaxa de alterao

    (Mg C/ha/ano)

    PD para ILP 0,280

    CC para PD demais regies do pas 0,480

    CC para PD na regio sul 0,350

    Pastagem para PD 0,190

    VN para PD no Cerrado 0,120

    VN para PD na Floresta Amaznica -0,240

    VN para CC em solos com baixo teor deargila

    -0,250

    VN para CC em solo com alto teor deargila

    -0,044

    Cerrado para Cana com queima - 0,851

    Agricultura convencional (culturas anuais)para Cana com queima

    0,570

    Pastagem para cana com queima - 0,257

    33Fonte:

    Bayer, C., Martin-Neto, L., Mielniczuk, J., Pavinato, A., Dieckow, J., 2006. Carbonsequestration in two Brazilian Cerrado soils under no-till. Soil & Tillage Research 86, 237-245.

    Cerri, CC., Galdos, MV., Maia, SMF., Bernoux, M., Feigl, BJ., Powlson, D., Cerri, CEP., 2011.Effect of sugarcane harvesting systems on soil carbon stocks in Brazil: an examination ofexisting data. European Journal of Soil Science, 62, 2328.

    Maia, SMF., Carvalho, JLN., Cerri, CEP., Lal, R., Bernoux, M., Galdos, MV., Cerri, CC., 2013.Contrasting approaches for estimating soil carbon changes in Amazon and Cerrado biomes.Soil & Tillage Research 133, 75-84.

    Mello, FFC. Estoques de carbono do solo na mudana de uso da terra para o cultivo decana-de-acucar na regio centro Sul do Brasil., 2012. Tese de Doutorado, Centro deEnergia Nuclear na Agricultura, Universidade de So Paulo, 102p.

    MCT (Ministrio da Cincia e Tecnologia). Emisses de dixido de carbono no setor uso daterra, mudana do uso da terra e florestas. (Segundo inventrio brasileiro de emissesantrpicas de gases de efeito estufa Relatrio de Referncia). Coordenao Geral deMudanas Globais, Ministrio da Cincia e Tecnologia, Braslia, DF, Brasil, 100 pp. 2010.

  • 7/24/2019 GHG Protocol Agricultura

    39/54

    39

    Realizao:

    Cana com queima para cana sem queima 0,613

    VN para pastagem degradada - 0,177

    VN para pastagem nominal 0,306

    VN para pastagem melhorada 0,378

    Pasto para ILP/ILPF 0,708

    Vegetao nativa para ILP 0,708

    Cultivo convencional para ILP 0,708

    PD para CC -0,917

    Pasto para CC -0,917

    Legenda para a Tabela 19:

    VN = Vegetao natural

    PD = Plantio direto

    CC = Cultivo convencional

    ILP = Integrao lavoura pecuria

    ILPF = Integrao lavoura pecuria floresta

    6.13.

    Mudana de Carbono no Solo

    Neste item, para efeito de clculo de emisso considerando a mudana de vegetao

    nativa para pastagem e de vegetao nativa para rea agrcola ser considerada a seguinte

    equao:

    Onde,

    ESi= Emisso lquida associada ao polgono i no perodo T devido a variao do C no solo em

    t de carbono;

    Ai= rea do polgono i em hectares;

    fc (t0) = fator de alterao de C no solo para floresta;

  • 7/24/2019 GHG Protocol Agricultura

    40/54

    40

    Realizao:

    fc (tf) = fator de alterao de C no solo para pastagem ou rea agrcola;

    T = Perodo em anos

    C solo = C mdio do solo sob vegetao primria (Tabela 20).

    Fator de alterao de C no solo indicado na Tabela 20:

    Tabela 20. Fator de alterao de C no solo

    Fator de alterao

    Floresta no manejada 1

    Pastagem 0,97

    rea agrcola 0,612

    A metodologia para estimativa da variao no carbono no solo toma como referncia o

    valor de carbono mdio no solo sob vegetao primaria (Tabela 21). De acordo com o Good

    Practice Guidance LULUCF 2003 adotou-se que o ganho ou perda de carbono no solo

    resultado da mudana do uso da terra que ocorre durante o perodo de 20 anos.

    Os valores considerados por tipo de vegetao e por tipo de solo esto na Tabela 21.

    Tabela 21. Estoque de carbono no solo34

    Categorias

    Vegetao35 Solo36

    34MCT Ministrio da Cincia e Tecnologia. 2010. Segunda comunicao nacional do Brasil Conveno-Quadro das Naes Unidas sobre Mudana do Clima.

    35Classes de Vegetao: Floresta Amaznica Aberta (V1), Floresta Amaznica Densa (V2),Mata Atlntica (V3), Floresta Estacional Decidual (V4), Floresta Estacional Semi-decidual (V5),Floresta Ombrfila Mista (V6), Savana Sul (V7), Savana Amaznica (V8), Cerrado (V9), Estepe doSul (V10), Estepe Nordeste (Caatinga) (V11), Estepe Oeste (Pantanal) (V12), Refgios Ecolgicosde Montanhas e Terras Altas (V13), reas de Formao Pioneira (V14) e reas Arenosas e

    Vegetao Lenhosa Oligotrfica de reas Pantanosas (V15).

  • 7/24/2019 GHG Protocol Agricultura

    41/54

    41

    Realizao:

    S1 S2 S3 S4 S5 S6

    kg C/m

    V1 5,09 4,75 4,89 4,11 4,36 -

    V2 3,22 5,19 4,69 5,06 5,27 4,81

    V3 5,83 5,23 4,29 6,33 3,58 41,78

    V4 4,67 3,08 4 2,59 3,27 3,18

    V5 4,09 4,43 3,74 2,7 5,36 3,16

    V6 9,88 10,25 5,68 - 8,54 -

    V7 6,42 9,09 5,16 - 7,42 3,28

    V8 4,8 1,98 3,81 4,37 3,46 2,9

    V9 2,44 4,31 3,6 1,92 6,65 3,29

    V10 6,6 4,66 6,12 - 3,38 4,99

    V11 2,42 2,58 2,62 1,51 2,51 2,09

    V12 3,38 - 3,52 3,54 10,52 2,17

    V13 3,41 5,0437 3,99 - - -

    V14 7,3 4,1338 3,31 5,02 5,92 3,72

    36Tipos de solos: Solos com argila de atividade alta (S1), Latossolos com argila de atividadebaixa (S2), No-Latossolos com argila de atividade baixa (S3), Solos arenosos (S4); Soloshidromrficos (S5) e Outros Solos (S6).

    37Valor nico relatado.38Valor nico relatado.

  • 7/24/2019 GHG Protocol Agricultura

    42/54

    42

    Realizao:

    V15 5,09 4,68 4,81 6,17 9,05 12,09

    O usurio pode inserir como entrada o valor real de C no solo da floresta (analisado em

    laboratrio) ou informar o tipo de solo e a classe de vegetao conforme as especificaes

    abaixo:

    6.14.

    Queima de Resduos Agrcolas

    Para a estimativa das emisses de GEE devido queima de resduos a metodologia

    adotada baseia-se no carbono total liberado, taxas de emisso de CH4e CO para o total decarbono liberado e de N2O e NOxpara o total de nitrognio liberado.

    Para emisso de CH4e CO foi utilizada a equao abaixo:

    Onde,

    CROP a produo anual de cada cultura (tonelada);

    FRACDMcrop a frao da matria seca do produto colhido (comercializado) de cada

    cultura (%);

    ResDM/ CROPDM a razo entre resduo seco e produto seco, para cada cultura;

    FRACCRes o contedo de C da parte area de cada cultura (%);

    EF1 o fator de emisso para cada gs;

    EqRES a eficincia de queima do resduo (%).

    J para a emisso de N2O e NOx para o total de nitrognio liberado foi utilizada a

    seguinte equao:

  • 7/24/2019 GHG Protocol Agricultura

    43/54

    43

    Realizao:

    Onde:

    CROP a produo anual de cada cultura (tonelada);

    FRACDMcrop a frao da matria seca do produto colhido (comercializado) de cadacultura (%);

    ResDM/ CROPDM a razo entre resduo seco e produto seco, para cada cultura;

    FRACCRes o contedo de C da parte area de cada cultura (%);

    RELN/C a relao nitrognio / carbono da parte area de cada cultura;

    EF1 o fator de emisso para cada gs.

    EqRES a eficincia de queima do resduo (%);

    As taxas de emisso so apresentadas na tabela 18, enquanto que os demais

    parmetros necessrios aos clculos se encontram na tabela 19. Nos clculos considera-se

    ainda a converso de C e N para CH4, CO, N2O e NOx, usando para tal, os respectivos fatores

    de converso: 16/12; 28/12; 44/28 e 46/14.

    Tabela 22. Taxa de emisso de gases liberados durante a queima de resduos agrcolas para oclculo de emisses39

    CH4 CO N2O NOxCoeficiente composto

    (t CO2e)Cana-de-acar 0,005 0,06 0,007 0,121 0,119

    Algodo 0,005 0,06 0,007 0,121 2,198

    Milho 0,005 0,06 0,007 0,121 0,833

    Soja 0,005 0,06 0,007 0,121 2,339

    Feijo 0,005 0,06 0,007 0,121 1,760

    Arroz 0,005 0,06 0,007 0,121 0,386836764

    Trigo 0,005 0,06 0,007 0,121 0,410221944

    39Fonte: MCT (Ministrio da Cincia e Tecnologia). Emisses de gases de efeito estufa naqueima de resduos agrcolas. (Segundo inventrio brasileiro de emisses antrpicas de gases deefeito estufa Relatrio de Referncia). Coordenao Geral de Mudanas Globais, Ministrio daCincia e Tecnologia, Braslia, DF, Brasil, 65 pp. 2010.

  • 7/24/2019 GHG Protocol Agricultura

    44/54

    44

    Realizao:

    Tabela 23. Parmetros para queima de resduos vegetais40

    Cultura Parmetros

    Teor mdio de

    carbono

    (FRACCRes) (%)

    Relao N/C

    (RELN/C)

    Razo entre

    resduo seco e

    produto seco

    (ResDM/CROPDM)

    Eficincia de

    queima (EqRES)

    (%)

    Cana-de-acar 42,4 0,0299 0,169 79,0

    Algodo 45,0 0,042 1,9 90,0

    Milho 47,0 0,02 1,49 80,0

    Soja 44,0 0,05 1,98 80,0

    Feijo 44,0 0,05 1,49 80,0

    Arroz 41,4 0,014 1,05 80,0

    Trigo 44,0 0,012 1,05 90,0

    Com exceo da cana-de-acar, a queima dos resduos no mais uma prtica

    comum no Brasil, de toda forma, foi colocada na ferramenta para ficar alinhada com o

    inventrio, e oferecer ao usurio esta possibilidade .

    6.15.

    Resduos de colheitas

    Os resduos das culturas normalmente se referem s palhadas que ficam aps a colheita

    e a decomposio dessa palha gera emisso de GEE. Esses resduos podem se decompor ou

    serem queimados, emitindo N2O. Atualmente a prtica de queima de resduos acontece muito

    raramente com o aumento do plantio direto.

    As equaes utilizadas para calcular as emisses de xido nitroso provenientes dosresduos da soja, milho, feijo, arroz, trigo e cana se encontram abaixo:

    40 Fonte: MCT (Ministrio da Cincia e Tecnologia). Emisses de xido nitroso de solosagrcolas e de manejo de dejetos. (Segundo inventrio brasileiro de emisses antrpicas de gasesde efeito estufa Relatrio de Referncia). Coordenao Geral de Mudanas Globais, Ministrio daCincia e Tecnologia, Braslia, DF, Brasil, 106pp, 2010.

  • 7/24/2019 GHG Protocol Agricultura

    45/54

    45

    Realizao:

    Onde,

    CROP a produo anual de cada cultura;

    FRACDMcrop a frao da matria seca do produto colhido (comercializado) de cada

    cultura;

    ResDM/ CROPDM a razo entre resduo seco e produto seco, para cada cultura;

    FRACNCRes o contedo de N da parte area de cada cultura;

    FE1 o fator de emisso.

    Onde,

    FRACBURN a frao da biomassa que queimada antes ou aps a colheita.

    Os parmetros para o clculo de emisses de resduos de colheitas esto descritos na

    Tabela 24.

    Tabela 24. Fatores utilizados para a determinao do N2O provenientes de resduos das culturas4129

  • 7/24/2019 GHG Protocol Agricultura

    46/54

    46

    Realizao:

    A cultura do trigo deve ter sua produo multiplicada pela FRACDM (simplificada).

    6.16.

    Operaes Mecanizadas

    O clculo de emisses de GEE das operaes mecanizadas pode ser feito de duas

    maneiras. importante que seja feita uma nica escolha, para que no ocorra dupla

    contagem de emisses.

    A. Consumo de combustvel

    Uma das abordagens fornecidas pela ferramenta de clculo o clculo das emisses de

    GEE a partir do consumo de leo diesel total na produo, o que elimina a necessidade de

    regionalizar as operaes mecanizadas. Neste caso, o clculo realizado utilizando os fatores

    de emisso apresentados na Tabela 25 e a partir da relao abaixo:

    Onde,

    CO2DIESEL a emisso de CO2associada ao consumo de leo diesel (Kg CO2e);

    QDIESEL a quantidade de leo diesel consumida (L);

    FEDIESEL o fator de emisso do leo diesel (kg CO2/L).

    Cultura ResDM/CROPDM FRACNCRes FRACDMcrop

    Soja 1,98 0,009 0,87 Tier 2

    Milho 1,49 0,008 0,87 Tier 2

    Feijo 1,49 0,017 0,87 Tier 2

    Arroz 1,05 0,008 0,87 Tier 2

    Trigo * - 0,013 0,87 Tier 2

    Cana 0,169 0,006 - Tier 2

  • 7/24/2019 GHG Protocol Agricultura

    47/54

    47

    Realizao:

    Analogamente a esta relao so calculadas as emisses dos outros GEE, alm das

    emisses do biodiesel.

    Tabela 25. Fatores de emisso para queima de leo diesel42

    Fatores de Emisso (kg CO2/L)

    Combustvel CO2 CH4 N2O

    Diesel 2,681 0,0003 0,00002

    Biodiesel 2,499 - -

    Todo o leo diesel comercializado no pas desde 1 de janeiro de 2010 contm 5% de

    biodiesel. O clculo das emisses feito separadamente, para o diesel e sua frao renovvel.

    importante salientar que as emisses de CO2provenientes da combusto, tanto de diesel e

    biodiesel so consideradas neutras.

    A alocao das emisses nos escopos feita da seguinte maneira:

    Tabela 26. Tabela da alocao de emisses nos escopos.

    Alocao de emissesDiesel Biodiesel

    CO2 CH4 N2O CO2 CH4 N2O

    Escopo 1 x x x x x

    Carbono Biognico x

    42Fontes:

    Programa Brasileiro Greenhouse Gas Protocol 2010.

    IPCC, 2006.

    2009/2010 Guidelines to Defras GHG Conversion Factors: Methodology Paper for

    Transport Emission Factors.

  • 7/24/2019 GHG Protocol Agricultura

    48/54

    48

    Realizao:

    B. Estimativas sobre as operaes

    Como abordagem alternativa, as operaes mecanizadas so calculadas segundo as

    planilhas de necessidade de operao por atividade, por hectare. Com essa planilha possvel

    estimar o consumo mdio de diesel nas operaes e calcular as emisses de GEE. Esta

    abordagem tem como vantagem a baixa necessidade de dados complexos. Por conta da alta

    taxa de estimativas, esta abordagem apresenta um erro implcito que a diferena de

    consumo e de necessidade de horas de cada mquina em tipo de solo, umidade de solo,

    cultura a ser cultivada, quantidade de adubo a ser aplicado etc.

    As tabelas abaixo apresentam as mdias de hora mquina por hectare mdio em cada

    tipo de lavoura.

    Tabela 27. Operaes mecanizadas para a cultura de algodo35

    OperaoHora mquina por

    hectare

    Distribuio calcrio 0,25

    Preparo do solo 1,61

    Incorporao milheto 0,39

    Semeadura/adubao 0,4

    Adubao cobertura 1,4

    Aplicao de defensivos 2,05

    Colheita 7

    Destruio soqueira 0,3

    Tabela 28. Operaes mecanizadas para a cultura de arroz35

    OperaoHora mquina por

    hectare

    Distribuio do calcrio 0,4

  • 7/24/2019 GHG Protocol Agricultura

    49/54

    49

    Realizao:

    Gradagem aradora 1

    Gradagem niveladora 0,5

    Reforma de taipas 0,8

    Plantio 1

    Transporte interno 0,28

    Aplicao adubo cobertura 0,12

    Controle de plantas daninhas 0,20

    Aplicao de herbicida pr-emergente 0,22

    Colheita mecanizada 2

    Tabela 29. Operaes mecanizadas para a cultura de feijo35

    OperaoHora mquina por

    hectare

    Distribuio mecanizada de calcrio 2

    Arao convencional 4

    Gradagem niveladora 4

    Plantio mecanizado 2

    Transporte interno de insumos para plantio 1

    Adubao de cobertura 1,5

    Aplicao de herbicida ps-emergente 2

    Aplicao de fungicida 2

    Trilha com batedeira de cereais 5

    Transporte interno da produo 1

    Tabela 30. Operaes mecanizadas para a cultura de milho35

    Operao Hora mquina porhectare

  • 7/24/2019 GHG Protocol Agricultura

    50/54

    50

    Realizao:

    Distribuio calcrio 0,125

    Gradagem aradora 1,6

    Gradagem niveladora 0,4

    Plantio com adubao 0,8

    Transporte interno plantio 0,3

    Adubao de cobertura 0,6

    Aplicao herbicida 0,3

    Aplicao inseticida 0,6

    Colheita mecnica 0,85

    Transporte interno colheita 0,3

    Tabela 31. Operaes mecanizadas para a cultura de soja35

    OperaoHora mquina por

    hectare

    Roada (limpeza) 0,9

    Dessecao pr-emergente 0,28

    Calagem (Aplicao e Incorporao) 0,18

    Adubao e Semeadura 0,36

    Aplicao Herbicida ps-emergente 0,56

    Aplicao inseticida 0,84

    Aplicao Fungicida 0,56

    Tabela 32. Operaes mecanizadas para a cultura de trigo35

    Operao Hora mquina porhectare

    Semeadura 0,7

    Aplicao herbicida 0,15

  • 7/24/2019 GHG Protocol Agricultura

    51/54

    51

    Realizao:

    Aplicao inseticida 0,3

    Aplicao fungicida 0,15

    Colheita mecnica 0,8

    Tabela 33. Operaes mecanizadas para a cultura de cana-de-acar43

    OperaoHora mquina por

    hectare

    Dessecao 0,6

    Gradagem 1,6

    Calagem 0,9

    Terraceamento 1,2

    Arao 1,7

    Gradagem niveladora 1

    Sulcao 1,8

    Cobrio 0,77

    Pulverizao 0,6

    30Fontes:

    Embrapa. Sistemas de Produo.

    FURLANETO, F. P. B.; RECO, P. C.; KANTHACK, R. A. D.; CIMONETTI, D.; MASSUD, J. R.G., OLIMA, A. L. R. O., ESPERANCINI, M. S. T. Anlise comparativa de estimativas de custode produo e de rentabilidade entre as culturas de soja convencional e transgnica naregio de Assis, Estado de So Paulo, safra 2006/07. Informaes Econmicas, So Paulo,v. 37, n. 12, 2007b. p. 7-16.

    KANEKO, F.H.; TARSITANO, M.A.A.; RAPASSI, R.M.A.; CHIODEROLI, C.A.; NAKAYAMA,F.T. 2009 Anlise econmica da produo de cana-de-acar considerando-se aterceirizao das operaes agrcolas: o caso de um produtor. Pesq. Agropec. Trop.,Goinia, 39(3): 266-270.

    RICHETTI, A.; LAZZAROTTO, C. Estimativa de custo de produo de trigo, safra 2009, emDourados, MS. Dourados: Embrapa Agropecuria Oeste, 2009. 7 p. (Embrapa AgropecuriaOeste. Comunicado tcnico, 154). Embrapa Dourados.

  • 7/24/2019 GHG Protocol Agricultura

    52/54

    52

    Realizao:

    A equao para o clculo do consumo de leo diesel, no uso de mquinas :

    Onde,

    HMha hora mquina da operao por hectare (hr/ha);

    AP a rea plantada(ha);

    20 o consumo mdio de diesel por hora mquina (litros/hr).

    6.17.

    Energia Eltrica

    Os fatores de emisso mdios de CO2 para energia eltrica a serem utilizados em

    inventrios tm como objetivo estimar a quantidade de CO2 associada a uma gerao

    de energia eltrica determinada. calculada a mdia das emisses da gerao, levando em

    considerao todas as usinas que esto gerando energia e no somente aquelas que estejam

    funcionando na margem. Se todos os consumidores de energia eltrica do Sistema InterligadoNacional (SIN) calculassem as suas emisses multiplicando a energia consumida por esse

    fator de emisso, o somatrio corresponderia s emisses do SIN. Nesse sentido, ele deve ser

    usado quando o objetivo for quantificar as emisses da energia eltrica que est sendo

    gerada em determinado momento. Ele serve, portanto, para inventrios em geral,

    corporativos ou de outra natureza.

    Os fatores de emisso para o clculo associado ao consumo de energia eltrica Tier 2.

    Tabela 34. Fatores de emisso mdios mensais e anuais entre 2006 201344

    Fator Mdio Mensal (t CO2/MWh)

    44Fonte: http://www.mct.gov.br/index.php/content/view/321144.html#ancora

  • 7/24/2019 GHG Protocol Agricultura

    53/54

    53

    Realizao:

    Ano Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Mdio

    2006 0,0322 0,0346 0,0337 0,0275 0,0317 0,0306 0,0351 0,0336 0,0383 0,036 0,0265 0,028 0,0323

    2007 0,0229 0,0195 0,0195 0,0197 0,0161 0,0256 0,031 0,0324 0,0355 0,0377 0,0406 0,0496 0,0293

    2008 0,0584 0,0668 0,0599 0,0453 0,0459 0,0521 0,0437 0,0425 0,0411 0,0438 0,0334 0,0477 0,0484

    2009 0,0281 0,0237 0,0247 0,0245 0,0405 0,0369 0,0241 0,0199 0,0162 0,0179 0,0181 0,0194 0,0246

    2010 0,0211 0,028 0,0243 0,0238 0,0341 0,0506 0,0435 0,0774 0,0907 0,0817 0,0869 0,0532 0,0512

    2011 0,0262 0,0288 0,0208 0,0198 0,027 0,0341 0,0308 0,0301 0,0273 0,035 0,0356 0,0349 0,0292

    2012 0,0294 0,0322 0,0405 0,0642 0,062 0,0522 0,0394 0,046 0,0783 0,0984 0,1247 0,1168 0,0653

    2013 0,1151 0,109 0,0981 0,0959 0,1151 0,1079 0,0838 0,0833 0,084 0,0831 0,093

    A frmula utilizada para o clculo das emisses provenientes do uso de energia eltrica

    :

    Onde,

    CO2 EE a emisso de CO2(t CO2);

    EE o consumo de energia eltrica (MWh);

    FE o fator de emisso nacional (t CO2/MWh).

  • 7/24/2019 GHG Protocol Agricultura

    54/54