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Av. Casa Verde n.º 2408 – Casa Verde – SP – Brasil GIA/029 21 a 26 de Outubro de 2001 Campinas - São Paulo - Brasil GRUPO XI GRUPO DE ESTUDOS DE IMPACTOS AMBIENTAIS - GIA COMPARTILHAMENTO DE FAIXAS DE PASSAGEM: MW – MBPS – M 3 /S PROPOSTAS PARA HUMANIZAÇÃO DAS CIDADES Roberto F. Moreno Anderson da Costa Sergio S. Murakami Francisco A Rueda Engenheiros da Empresa Paulista de Transmissão de Energia Elétrica RESUMO O trabalho aspectos técnicos e ambientais de um caso de compartilhamento de faixa de transmissão urbana pertencente à Empresa Paulista de Transmissão de Energia Elétrica - EPTE. Nesta faixa, estão instalados 2 circuitos de 345 kV, 2 circuitos de 138 kV, 2 linhas de dutos com diâmetro de 14” da Petrobrás e uma linha de fibra ótica interligando áreas estratégicas da cidade de São Paulo. Face às reduzidas dimensões da faixa, 29 metros de largura, a viabilidade deste compartilhamento intenso somente se mostrou possível através da aplicação de soluções não convencionais, muitas delas consideradas arrojadas, permitindo desta forma a superação dos obstáculos técnicos encontrados, bem como a conciliação com os requisitos de operação e manutenção das linhas de transmissão inseridas na faixa. PALAVRAS-CHAVE: Faixa de passagem, Linhas urbanas, Compartilhamento 1.0 - CONSIDERAÇÕES GERAIS O elevado custo de áreas disponíveis nos grandes centros urbanos, a indisponibilidade de terrenos passíveis de serem utilizados, aliados à necessidade premente de rotas adequadas para implantação novas linhas de transmissão e distribuição, redes de transmissão de dados e linhas de dutos para transferência de combustível entre terminais de armazenamento, entre outros, têm caracterizado as faixas de servidão existentes como excelentes alternativas. Particularmente no caso de São Paulo, centro econômico da União, com centenas de quilometros de linhas de transmissão em operação, apenas na área metropolitana, a utilização múltipla destas faixas de transmissão, atenua sobremaneira os custos de implantação destes empreendimentos, bem como mitiga os impactos sociais decorrentes de eventuais desapropriações, e aqueles associados a serviços executados nas calçadas e vias públicas, os quais afetam diretamente o comércio e o fluxo de veículos, com elevados custos sociais, diretos e indiretos. Por outro lado, de forma cada vez mais intensa, a sociedade organizada vem cobrando dos órgãos públicos, posturas efetivas contra a degradação da imagem da cidade. A oposição à instalação de antenas de telefonia celular é um dos exemplos mais claros e recentes desta postura social na preservação da imagem da cidade, inclusive no que se refere aos impactos visuais. A aplicação da tecnologia disponível neste início de milênio deve ter, como uma de suas premissas, o comprometimento com a preocupação ambiental, sob pena de ampliar o passivo já existente. Evidentemente, a legislação das cidades deverá sofrer alterações visando estabelecer claramente prioridades, interesses sociais e participação dos órgãos públicos na definição de políticas que tenham a preservação do meio ambiente urbano como diretriz a ser perseguida. Com base neste panorama e, com o objetivo de aprofundar as discussões no que se refere à deterioração da paisagem urbana, o trabalho apresenta algumas alternativas passíveis de serem aplicadas pelas empresas envolvidas com a utilização da planta da cidade, quando da implantação de empreendimentos específicos. As entidades ambientalistas, governamentais ou não, estabelecem o espaço urbano como elemento fundamental na preservação dos valores intrínsecos da sociedade organizada. É no espaço urbano que se processam as interações e relações entre os vários

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Av. Casa Verde n.º 2408 – Casa Verde – SP – Brasil

GIA/02921 a 26 de Outubro de 2001

Campinas - São Paulo - Brasil

GRUPO XIGRUPO DE ESTUDOS DE IMPACTOS AMBIENTAIS - GIA

COMPARTILHAMENTO DE FAIXAS DE PASSAGEM: MW – MBPS – M3/SPROPOSTAS PARA HUMANIZAÇÃO DAS CIDADES

Roberto F. Moreno Anderson da Costa Sergio S. Murakami Francisco A Rueda

Engenheiros da Empresa Paulista de Transmissão de Energia Elétrica

RESUMO

O trabalho aspectos técnicos e ambientais de um casode compartilhamento de faixa de transmissão urbanapertencente à Empresa Paulista de Transmissão deEnergia Elétrica - EPTE. Nesta faixa, estão instalados2 circuitos de 345 kV, 2 circuitos de 138 kV, 2 linhas dedutos com diâmetro de 14” da Petrobrás e uma linhade fibra ótica interligando áreas estratégicas da cidadede São Paulo.

Face às reduzidas dimensões da faixa, 29 metros delargura, a viabilidade deste compartilhamento intensosomente se mostrou possível através da aplicação desoluções não convencionais, muitas delasconsideradas arrojadas, permitindo desta forma asuperação dos obstáculos técnicos encontrados, bemcomo a conciliação com os requisitos de operação emanutenção das linhas de transmissão inseridas nafaixa.

PALAVRAS-CHAVE: Faixa de passagem, Linhasurbanas, Compartilhamento

1.0 - CONSIDERAÇÕES GERAIS

O elevado custo de áreas disponíveis nos grandescentros urbanos, a indisponibilidade de terrenospassíveis de serem utilizados, aliados à necessidadepremente de rotas adequadas para implantação novaslinhas de transmissão e distribuição, redes detransmissão de dados e linhas de dutos paratransferência de combustível entre terminais dearmazenamento, entre outros, têm caracterizado asfaixas de servidão existentes como excelentesalternativas.

Particularmente no caso de São Paulo, centroeconômico da União, com centenas de quilometros delinhas de transmissão em operação, apenas na áreametropolitana, a utilização múltipla destas faixas de

transmissão, atenua sobremaneira os custos deimplantação destes empreendimentos, bem comomitiga os impactos sociais decorrentes de eventuaisdesapropriações, e aqueles associados a serviçosexecutados nas calçadas e vias públicas, os quaisafetam diretamente o comércio e o fluxo de veículos,com elevados custos sociais, diretos e indiretos.

Por outro lado, de forma cada vez mais intensa, asociedade organizada vem cobrando dos órgãospúblicos, posturas efetivas contra a degradação daimagem da cidade. A oposição à instalação de antenasde telefonia celular é um dos exemplos mais claros erecentes desta postura social na preservação daimagem da cidade, inclusive no que se refere aosimpactos visuais.

A aplicação da tecnologia disponível neste início demilênio deve ter, como uma de suas premissas, ocomprometimento com a preocupação ambiental, sobpena de ampliar o passivo já existente.

Evidentemente, a legislação das cidades deverá sofreralterações visando estabelecer claramente prioridades,interesses sociais e participação dos órgãos públicosna definição de políticas que tenham a preservação domeio ambiente urbano como diretriz a ser perseguida.

Com base neste panorama e, com o objetivo deaprofundar as discussões no que se refere àdeterioração da paisagem urbana, o trabalho apresentaalgumas alternativas passíveis de serem aplicadaspelas empresas envolvidas com a utilização da plantada cidade, quando da implantação deempreendimentos específicos.

As entidades ambientalistas, governamentais ou não,estabelecem o espaço urbano como elementofundamental na preservação dos valores intrínsecos dasociedade organizada. É no espaço urbano que seprocessam as interações e relações entre os vários

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participantes do cenário social e, o atendimento àsnecessidades dos cidadãos, tais como trabalho,cultura, lazer, educação e bem estar devem,necessariamente, estar em sintonia integral com omeio ambiente do entorno.

Os interesses individuais e coletivos e a função socialdos empreendimentos, devem estar apoiados sobre apreservação ambiental, respeitando o cenário urbano,sob pena de agravarmos irreversivelmente o passivoatualmente existente, como pode ser observado naocupação de encostas e das áreas de proteção demananciais, na degradação das condições de moradia,na prevalência do transporte individual sobre o coletivo,entre outros.

2.0 - CARACTERIZAÇÃO DA FAIXA

A linha de transmissão Xavantes – Anhanguera estáinserida na região urbana da cidade de São Paulo,interligando as regiões Sul e Oeste, numa extensão de21 quilômetros. A Figura N.º 1 apresenta a macrolocalização da faixa

As condições de vizinhança são bastante variadas,indo desde locais com baixa densidade urbana e comcarência de infra-estrutura urbana, até regiões deelevada ocupação, situadas em zonas de elevadopoder aquisitivo.

As Figuras N.º 2 e 3 apresentam dois locais distintosatravessados pela linha de transmissão.

A faixa tem 29 metros de largura, com topografiarelativamente suave cruzando, ao longo de seupercurso, com 3 rodovias, sendo duas estaduais e umafederal.

3.0 - PREMISSAS DE PROJETO

Na faixa operava inicialmente uma linha de 230 kV, aqual foi reconstruída no final da década de 80, natensão de 345 kV. Uma série de estudos foramdesenvolvidos com o objetivo de viabilizar a conversãoda linha de transmissão.

3.1 Largura da faixa de transmissão

A adequação da largura da faixa para as novascondições elétricas, visando preservar as condiçõesregulamentadoras, passou pela implementação de umasérie de estudos técnicos e medições, com o objetivode delinear alternativas para mitigar os impactosdecorrentes da reconstrução da linha de transmissãonuma classe de tensão mais elevada.

O principal obstáculo referia-se às severas implicaçõessociais decorrentes de eventual alargamento da faixa.Estudos preliminares requeriam alargamento de cercade 13,0 metros, no sentido de restringir os valores decampo elétrico na lateral da faixa de domínio.

A solução implementada, na busca alternativas queviessem a preservar as habitações lindeiras, consistiuno estabelecimento de zonas de restrição aérea,lateralmente à faixa, numa largura de 6,50 de cadalado da mesma.

Nestas zonas de restrição, não seria permitido quequalquer edificação viesse a ter mais de 7,00 metrosde altura.

O procedimento de desapropriação aérea permitiu quefosse mantida a maioria das edificações entãoexistentes, tendo havido necessidade de remoção deapenas algumas poucas construções que superavam aaltura estabelecida. A autorização legal, Decreto LeiFederal, para o estabelecimento da restrição aérea foiobtida junto ao Departamento Nacional de Águas eEnergia Elétrica – DNAEE..

3.2 Interferências elétricas no meio ambiente

Havia uma grande preocupação com relação aosfenômenos eletromagnéticos associados à transmissãode energia na tensão de 345 kV. Os principaisfenômenos elétricos avaliados durante os estudosbásicos de projeto foram o campo elétrico e a rádiointerferência.

A adoção de estruturas de elevada altura, permitiu quefossem significativamente atenuados os valores decampo elétrico ao nível do solo. A figura 4 apresenta asilhueta da torre tipo 3SB, mais comum ao longo falinha. Medições realizadas posteriormente àimplantação da linha de transmissão, confirmaram osvalores previstos na fase de projeto, ou seja, 3 kV/m.

Quanto à rádio-interferência, medições préviasexecutadas em outras linhas do sistema de 345 kV,com variadas geometrias de condutores, indicaram aadoção de 4 condutores Rail por fase como adequadospara manter a interferência abaixo dos níveisrecomendados pela legislação.

Os valores de campo magnético não foram levados emconsideração nos estudos realizados, tendo em vistaque, na época, as referências existentes eram muitolimitadas, tanto entre as concessionárias quanto nasentidades que pesquisavam relações entre estefenômeno e efeitos biológicos nos seres vivos.

3.3 Aterramento

Quando da reconstrução da linha de transmissão jáexistiam, instalados na faixa, 2 oleodutos da Petrobrás,os quais contam com um sistema de proteção catódica.

Para a linha de transmissão foi adotada solução comaterramento descontínuo, havendo ainda a adoção dehastes em locais definidos previamente durante a fasede projeto da linha de transmissão, situados no ladooposto das tubulações, visando preservá-las deeventuais perfurações.

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FIGURA 1- Macro localização da linha de transmissão

FIGURA 2- Detalhe da faixa FIGURA 3- Detalhe da faixa

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FIGURA 4- Silhueta torre tipo 3SB

4.0- OCUPAÇÃO ATUAL DA FAIXA

Posteriormente à cisão da antiga Eletropaulo, a qualdeu origem a 4 empresas distintas, EPTE, EMAE, EBEe Eletropaulo Metropolitana, uma série de adequaçõesse fizeram necessárias visando regularizar as faixas detransmissão anteriormente pertencentes a uma únicaempresa.

Algumas das faixas que ficaram sob domínio da EPTEjá tinham instaladas duas ou mais linhas detransmissão, com pelo menos uma de propriedade dasdistribuidoras, sendo de responsabilidade da EPTE amanutenção das faixas compartilhadas.

4.1 Compartilhamento com a Eletropaulo

Anteriormente à cisão da Eletropaulo, constava noprograma de obras a implantação da LT MiltonFornasaro – Taboão, em 138 kV, na faixa detransmissão da LT. Xavantes – Anhanguera.

A construção da LT 138 kV se deu posteriormente àdivisão da empresa havendo, em conseqüência,necessidade de aprovação dos projetos junto às áreastécnicas da EPTE, bem como elaboraçào de umcontrato de compartilhamento, no qual foramestabelecidos os direitos e responsabilidades de cadauma das empresas envolvidas.

Os principais aspectos acordados entre as empresas,no que se refere aos aspectos técnicos docompartilhamento, foram:

- Ateramento: interligação das torres ao aterramentoexistente

- distâncias de segurança: foram adotadas asseguintes distâncias mínimas indicadas na tabela I

TABELA 1

Restrição Distância (m)

Eixos das LT’s 9,50

Cabo externo da LT 138 kV àtorre da LT 345 kV 3,50

Vertical entre cabo inferior da LT345 kV à torre LT 138 kV 4,40

- critérios de manutenção: visaram principalmentegarantir adequadas condição de trabalho na linhade 138 kV

A linha de transmissão foi implantada pela Eletropaulo,com instalação de 2 cabos condutores Rail por fase.

Considerando que as linhas de dutos da Petrobrás têmseus eixos ora do lado esquerdo, ora do lado direito dafaixa, houve necessidade de adequação na geometriados circuitos da linha, visando manter as distânciaspreviamente estabelecidas com a EPTE.

Neste sentido, foram adotados engates internos àsmísulas em alguns pontos particulares onde asdistâncias de segurança se mostrassem inadequadas.

O compartilhamento da faixa permite, em condição deplena capacidade de transmissão, o fluxo de um blocode energia da ordem 180 MW por metro de largura defaixa, valor provavelmente sem similar no sistema detransmissão brasileiro.

O campo elétrico oriundo da linha da EPTE, terá seuvalor atenuado em função da blindagem representadapela linha da Eletropaulo. Quanto ao campo magnético,os valores máximos serão medidos após a entrada emoperação da linha de 138 kV.

As Figura 5 e 6 retratam dois trechos da faixa apósinstalação da linha de transmissão da Eletropaulo.

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FIGURA 5- Compartilhamento da faixa

FIGURA 6- Compartilhamento da faixa

4.2 Compartilhamento adicional com a Petrobrás

Recentemente, houve manifestação da Petrobrás nosentido de implantar sistema de transmissão em fibraótica na faixa da LT Xavantes – Anhanguera,interligando os terminais de Barueri e Utinga.

De maneira idêntica, as tratativas evoluíram para aassinatura de um contrato de compartilhamento, comcláusulas de remuneração, direitos e responsabilidadesda EPTE e da Petrobrás. Foi reservado para a EPTE odireito de uso de um par, permitindo desta forma ainterligação das estações Interlagos, Xavantes, MiltonFornasaro e Anhanguera.

4.3 Compartilhamento com a CPTM

Em realidade, não se trata de um caso decompatilhamento, mas sim de uma travessia com alinha metroviária Largo 13 – Campo Limpo, emimplantação pela CPTM na região sul de São Paulo.

Em função da magnitude dos campos elétricosprevistos ao nível da via permanente, optou-se pelainstalação de blindagem, a qual permitirá segurascondições de manutenção no sistema de alimentaçãodos trens.

A existência de eventuais correntes de fuga oriundasda alimentação das composições, passíveis de seremescoadas para a faixa de transmissão, podendointerferir no sistema de proteção catódica instaladonos oleodutos, veio a requerer estudos especiaissolicitados pela Petrobras.

A figura 7 apresenta o ponto de travessia da ligaçãometroviária com a faixa da LT Xavantes – Anhanguera.

FIGURA 7- Execução blindagem na travessia CPTM

4.4 Compartilhamento Indesejado

A carência de áreas livres nos centros urbanos, apauperização de parcelas significativas da população,contribuem para o aumento do número de casos deocupações de áreas públicas e privadas, impedindo opleno uso das mesmas, principalmente no caso dasfaixas de linhas de transmissão.

Os processos de reintegração de posse, esbarram emobstáculos e interesses variados demandando, emalguns casos, alguns meses até uma definição formalpor parte da justiça. Neste período, maiores são asdificuldades para a realização dos serivços demanutenção nas instalações existentes nas faixas.

4.5 Espaços compartilhados

A Figura 8 apresenta uma seção típica da faixa dalinha de transmissão, sendo indicados cada um dosserviços inseridos, podendo-se notar a intensidade douso da mesma.

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FIGURA 8- Seção típica da faixa

5.0- CONCLUSÕES

Conforme ressaltado ao longo do trabalho, ocompartilhamento da faixa de transmissão somente setornou possível através do esforço conjunto dasempresas envolvidas. Obstáculos foram superados,soluções técnicas inovadoras foram engendradasvisando permitir o uso comum.

As grandes cidades padecem atualmente de um graveproblema: falta de harmonia. Não bastassem o trânsitocaótico, a poluição de toda ordem, o corre-correalucinado, assistimos hoje à exacerbada degradaçãoda paisagem e o uso irracional do subsolo.

Iniciativas como as apresentadas podem e devem serperseguidas, de forma a serem minimizados osimpactos sobre o sítio urbano.

A substituição dos cabos pára-raios por fibras óticasnas torres de transmissão é outro exemplo de usoracional da infra-estrutura existente, atenuando osimpactos da solução enterrada.

A telefonia celular talvez possa vir a usufruir destainfra-estrutura disponível, mediante a instalação dasantenas nas torres de transmissão, atenuando oimpacto visual decorrente das estruturas instaladas nasestações rádio base. São alternativas a serem

analisadas, viabilizadas tecnicamente e discutidascom a comunidade.

Segundo dados recentes, somente nas ruas de SãoPaulo, centenas de buracos são abertos diariamente,sem planejamento, sem conhecimento dosadministradores, sem iniciativas que venham a permitiro uso múltiplo do subsolo.

Talvez daqui há alguns anos os sistemas urbanos detransmissão e distribuição venham a ser apenassubterrâneos; talvez as cidades tenham recuperado abeleza e o encantamento de outrora, talvez possamosvoltar a exercer plenamente o direito da cidadania.

Certamente, os representantes dos poderes públicosbuscam com empenho a consecução destes objetivos,apesar de todas as dificuldades existentes.

Atualmente, os limitados recursos financeirosdisponíveis não permitem tal possibilidade. Existemainda múltiplas e urgentes prioridades sociais a seremresgatadas.

A evolução da raça humana é uma longa história devitórias sobre as adversidades e, com certeza, apreservação das condições ambientais do planeta serámais uma batalha vencida, na história dos tempos.