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Resumo
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Globalização
A globalização é um dos processos de aprofundamento internacional da
integração econômica, social, cultural, política,[1] [2] que teria sido impulsionado pelo
barateamento dos meios de transporte e comunicação dos países no final doséculo XX e
início do século XXI.[3]
Embora vários estudiosos situem a origem da globalização em tempos modernos, outros
traçam a sua história muito antes da era das descobertas e viagens aoNovo
Mundo pelos europeus. Alguns até mesmo traçam as origens ao terceiro milênio A.C.[4] [5] No final do século XIX e início do século XX, a conexão das economias e culturas do
mundo cresceu muito rapidamente.
O termo globalização tem estado em uso crescente desde meados da década de 1980 e,
especialmente, a partir de meados da década de 1990.[6] Em 2000, oFundo Monetário
Internacional (FMI) identificou quatro aspectos básicos da
globalização: comércio e transações financeiras, movimentos de capital e
de investimento, migração e movimento de pessoas e a disseminação de conhecimento.[7] Além disso, os desafios ambientais, como a mudança climática, poluiçãodo ar e excesso
de pesca do oceano estão ligadas à globalização.[8]
Índice
[esconder]
1História 2Impacto
o 2.1Comunicaçãoo 2.2Qualidade de vidao 2.3Efeitos na indústria e serviços
3Teorias da Globalizaçãoo 3.1Antonio Negrio 3.2Mário Murteirao 3.3Stuart Hallo 3.4Benjamin Barbero 3.5Daniele Conversio 3.6Samuel P. Huntington
4Antiglobalização 5Referências 6Bibliografia 7Ver também
História
Rota da Seda do Império Otomanoligava a Europa, a África e a Ásia.
Os seres humanos têm interagido por longas distâncias por milhares de anos. ARota da
Seda que ligava a Ásia, África e Europa é um bom exemplo do poder transformador de
troca que existia no "Velho Mundo". Filosofia, religião, língua, as artes e outros aspectos
da cultura se espalharam e misturaram-se nas nações. Nos séculos XV e XVI, os
europeus fizeram descobertas importantes em sua exploração dos oceanos, incluindo o
início das viagens transatlânticas para o "Novo Mundo" das Américas. O movimento global
de pessoas, bens e ideias expandiu significativamente nos séculos seguintes. No início do
século XIX, o desenvolvimento de novas formas de transporte, como o navio a vapor e
ferrovias, e as telecomunicações permitiram um intercâmbio global mais rápido.[9]
Já em meio à Segunda Guerra Mundial surgiu, em 1941, um dos primeiros sintomas da
globalização das comunicações: o pacote cultural-ideológico dos Estados Unidos incluía
várias edições diárias de O Repórter Esso, uma síntese noticiosa de cinco minutos
rigidamente cronometrados, a primeira de caráter global, transmitido em 14 países do
continente americano por 59 estações de rádio, constituindo-se na mais ampla rede
radiofônica mundial.[10]
É tido como início da globalização moderna o fim da Segunda Guerra mundial, e a vontade
de impedir que uma monstruosidade como ela ocorresse novamente no futuro, sendo que
as nações vitoriosas da guerra e as devastadas potências do eixo chegaram a conclusão
que era de suma importância para o futuro da humanidade a criação de mecanismos
diplomáticos e comerciais para aproximar cada vez mais as nações uma das outras. Deste
consenso nasceu as Nações Unidas, e começou a surgir o conceito de bloco econômico
pouco após isso com a fundação da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço - CECA.
A necessidade de expandir seus mercados levou as nações a aos poucos começarem a
se abrir para produtos de outros países, marcando o crescimento da ideologia econômica
do liberalismo.
Atualmente os grandes beneficiários da globalização são os grandes países emergentes,
incluindo o BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), com grandes economias
de exportação, grande mercado interno e cada vez maior presença mundial. [11] Antes do
BRICS, outros países fizeram uso da globalização e economias voltadas a exportação
para obter rápido crescimento e chegar ao primeiro mundo, como os tigres asiáticos na
década de 1980 e Japão na década de 1970.[12]
Enquanto Paul Singer vê a expansão comercial e marítima europeia como um caminho
pelo qual o capitalismo se desenvolveu assim como a globalização, Maria da Conceição
Tavares aposta o seu surgimento na acentuação domercado financeiro, com o surgimento
de novos produtos financeiros.
ImpactoA globalização afeta todos os setores da sociedade, principalmente comunicação,
comércio internacional e liberdade de movimentação, com diferente intensidade
dependendo do nível de desenvolvimento e integração das nações ao redor do planeta.
Comunicação
A internet está entre os meios de comunicação mais utilizados no mundo.
A globalização das comunicações tem sua face mais visível na internet, a rede mundial de
computadores, possível graças a acordos e protocolos entre diferentes entidades privadas
da área de telecomunicações e governos no mundo. Isto permitiu um grande fluxo de troca
de ideias e informações sem critérios na história da humanidade. Se antes uma pessoa
estava limitada a imprensa local, agora ela mesma pode se tornar parte da imprensa e
observar as tendências do mundo inteiro, tendo apenas como fator de limitação a barreira
linguística.
Outra característica da globalização das comunicações é o aumento da universalização do
acesso a meios de comunicação, graças ao barateamento dos aparelhos, principalmente
celulares e os de infraestrutura para as operadoras, com aumento da cobertura e
incremento geral da qualidade graças a inovação tecnológica. Hoje uma inovação criada
no Japão pode aparecer no mercado português ou brasileiro em poucos dias e virar
sucesso de mercado. Um exemplo da universalização do acesso a informação pode ser o
próprio Brasil, hoje com 42 milhões de telefones instalados, [13] e um aumento ainda maior
de número de telefone celular em relação a década de 1980, ultrapassando a barreira de
100 milhões de aparelhos em 2002.
Redes de televisão e imprensa multimédia em geral também sofreram um grande impacto
da globalização. Um país com imprensa livre hoje em dia pode ter acesso, algumas vezes
por televisão por assinatura ou satélite, a emissoras do mundo inteiro, desde NHK do
Japão até Cartoon Network americana.
Pode-se dizer que este incremento no acesso à comunicação em massa acionado pela
globalização tem impactado até mesmo nas estruturas de poder estabelecidas, com forte
conotação a democracia, ajudando pessoas antes alienadas a um pequeno grupo de
radiodifusão de informação a terem acesso a informação de todo o mundo, mostrando a
elas como o mundo é e se comporta[14]
Mas infelizmente este mesmo livre fluxo de informações é tido como uma ameaça para
determinados governos ou entidades religiosas com poderes na sociedade, que tem gasto
enorme quantidade de recursos para limitar o tipo de informação que seus cidadãos tem
acesso.
Na China, onde a internet tem registrado um expressivo crescimento, já contando com 136
milhões de usuários[15] graças à evolução, iniciada em 1978, de uma economia
centralmente planejada para uma nova economia socialista de mercado,[16] é outro
exemplo de nação notória por tentar limitar a visualização de certos conteúdos
considerados "sensíveis" pelo governo, como do Protesto na Praça Tiananmem em 1989,
além disso em torno de 923 sites de noticias ao redor do mundo estão bloqueados,
incluindo CNN e BBC, sites de governos como Taiwan também são proibidos o acesso e
sites de defesa da independência do Tibete. O número de pessoas presas na China por
"ação subversiva" por ter publicado conteúdos críticos ao governo é estimado em mais de
40 ao ano. A própria Wikipédia já sofreu diversos bloqueios por parte do governo chinês.[17]
No Irã, Arábia Saudita e outros países islâmicos com grande influência da religião nas
esferas governamentais, a internet sofre uma enorme pressão do estado, que tenta
implementar diversas vezes barreiras e dificuldades para o acesso a rede mundial, como
bloqueio de sites de redes de relacionamentos sociais como Orkut e MySpace, bloqueio de
sites de noticias como CNN e BBC. Acesso a conteúdo erótico também é proibido.
Qualidade de vida
Londres, a cidade mais globalizada do planeta.
O acesso instantâneo de tecnologias, principalmente novos medicamentos, novos
equipamentos cirúrgicos e técnicas, aumento na produção de alimentos e barateamento
no custo dos mesmos, tem causado nas últimas décadas um aumento generalizado
da longevidade dos países emergentes e desenvolvidos. De 1981 a 2001, o número de
pessoas vivendo com menos de US$1 por dia caiu de 1,5 bilhão de pessoas para 1,1
bilhão, sendo a maior queda da pobreza registrada exatamente nos países mais liberais e
abertos a globalização.[18]
Na China, após a flexibilização de sua economia comunista centralmente planejada para
uma nova economia socialista de mercado,[16] e uma relativa abertura de alguns de seus
mercados, a porcentagem de pessoas vivendo com menos de US$2 caiu 50,1%, contra
um aumento de 2,2% na África sub-saariana. Na América Latina, houve redução de 22%
das pessoas vivendo em pobreza extrema de 1981 até 2002.[19]
Embora alguns estudos sugiram que atualmente a distribuição de renda ou está estável ou
está melhorando, sendo que as nações com maior melhora são as que possuem alta
liberdade econômica pelo Índice de Liberdade Econômica,[20]outros estudos mais recentes
da ONU indicam que "a 'globalização' e 'liberalização', como motores do crescimento
econômico e o desenvolvimento dos países, não reduziram as desigualdades e a pobreza
nas últimas décadas".[21]
Para o prêmio nobel em economia Stiglitz, a globalização, que poderia ser uma força
propulsora de desenvolvimento e da redução das desigualdades internacionais, está
sendo corrompida por um comportamento hipócrita que não contribui para a construção de
uma ordem econômica mais justa e para um mundo com menos conflitos. Esta é, em
síntese, a tese defendida em seu livro A globalização e seus malefícios: a promessa não-
cumprida de benefícios globais.[22] Críticos argumentam que a globalização fracassou em
alguns países, exatamente por motivos opostos aos defendidos por Stiglitz: Porque foi
refreada por uma influência indesejada dos governos nas taxas de juros e na reforma
tributária [1].
Efeitos na indústria e serviços
Os efeitos no mercado de trabalho da globalização são evidentes, com a criação da
modalidade de outsourcing de empregos para países com mão-de-obra mais baratas para
execução de serviços que não é necessário alta qualificação, com a produção distribuída
entre vários países, seja para criação de um único produto, onde cada empresa cria uma
parte, seja para criação do mesmo produto em vários países para redução de custos e
ganhar vantagens competitivas no acesso de mercados regionais.
Grandes aviões são usados para rápido transporte internacional de cargas e passageiros pelo
mundo.
O ponto mais evidente é o que o colunista David Brooks definiu como "Era Cognitiva",
onde a capacidade de uma pessoa em processar informações ficou mais importante que
sua capacidade de trabalhar como operário em uma empresa graças a automação,
também conhecida como Era da Informação, uma transição da exausta era industrial para
a era pós-industrial.[23]
Nicholas A. Ashford, acadêmico do MIT, conclui que a globalização aumenta o ritmo das
mudanças disruptivas nos meios de produção, tendendo a um aumento de tecnologias
limpas e sustentáveis, apesar que isto irá requerer uma mudança de atitude por parte dos
governos se este quiser continuar relevante mundialmente, com aumento da qualidade da
educação, agir como evangelista do uso de novas tecnologias e investir em pesquisa e
desenvolvimento de ciências revolucionárias ou novas como nanotecnologia ou fusão
nuclear. O acadêmico, nota porém, que a globalização por si só não traz estes benefícios
sem um governo pró-ativo nestas questões, exemplificando-o cada vez mais globalizado
mercados EUA, com aumento das disparidades de salários cada vez maior, e os Países
Baixos, integrante da UE, que se foca no comércio dentro da própria UE em vez de
mundialmente, e as disparidades estão em redução.[24]
Teorias da GlobalizaçãoA globalização, por ser um fenômeno espontâneo decorrente da evolução do mercado
capitalista não direcionado por uma única entidade ou pessoa, possui várias linhas
teóricas que tentam explicar sua origem e seu impacto no mundo atual.
A rigor, as sociedades do mundo estão em processo de globalização desde o início
da História, acelerado pela época dosDescobrimentos. Mas o processo histórico a que se
denomina Globalização é bem mais recente, datando (dependendo da conceituação e da
interpretação) do colapso do bloco socialista e o consequente fim da Guerra
Fria (entre 1989 e1991), do refluxo capitalista com a estagnação econômica da URSS (a
partir de 1975) ou ainda do próprio fim da Segunda Guerra Mundial.
No geral a globalização é vista por alguns cientistas políticos como o movimento sob o
qual se constrói o processo de ampliação da hegemonia econômica, política e
cultural ocidental sobre as demais nações. Ou ainda que a globalização é a reinvenção do
processo expansionista americano no período pós guerra-fria (esta reinvenção tardaria
quase 10 anos para ganhar forma) com a imposição (forçosa ou não) dos modelos
políticos (democracia), ideológico (liberalismo, hedonismo e individualismo) e econômico
(abertura de mercados e livre competição).
Vale ressaltar que este projeto não é uma criação exclusiva do estado norte-americano e
que tampouco atende exclusivamente aos interesses deste, mas também é um projeto das
empresas, em especial das grandes empresas transnacionais, e governos do mundo
inteiro. Nesta ponta surge a inter-relação entre a Globalização e o Consenso de
Washington.
Antonio Negri
O pensador italiano Antonio Negri defende, em seu livro "Império", que a nova realidade
sócio-política do mundo é definida por uma forma de organização diferente da hierarquia
vertical ou das estruturas de poder "arborizadas" (ou seja, partindo de um tronco único
para diversas ramificações ou galhos cada vez menores). Para Negri, esta nova
dominação (que ele batiza de "Império") é constituída por redes assimétricas, e as
relações de poder se dão mais por via cultural e econômica do que uso coercitivo de força.
Negri entende que entidades organizadas como redes (tais como corporações,ONGs e até
grupos terroristas) têm mais poder e mobilidade (portanto, mais chances de sobrevivência
no novo ambiente) do que instituições paradigmáticas da modernidade (como
o Estado, partidos e empresas tradicionais).
Mário Murteira
O economista português Mário Murteira, autor de uma das abordagens científicas mais
antigas e consistentes sobre o fenômeno da Globalização [25] , defende que, no século XXI,
se verifica uma 'desocidentalização' da Globalização, visto que se constata que os países
do Oriente, como a China, são os principais atores atuais do processo de Globalização e a
hegemonia do Ocidente, no sistema econômico mundial, está a aproximar-se do seu
ocaso, pelo que outras dinâmicas regionais, sobretudo na Ásia do Pacífico, ganharam
mais força a nível global[26] . Para Mário Murteira, a Globalização está relacionada com um
novo tipo de capitalismo em que o «mercado de conhecimento» [27] é o elemento mais
influente no processo de acumulação de capital e de crescimento econômico no
capitalismo atual, ou seja, é o núcleo duro que determina a evolução de todo o sistema
econômico mundial do presente século XXI[28] .
Stuart Hall
Em A Identidade cultural na Pós-Modernidade, Stuart Hall (2003)[2] busca avaliar o
processo de deslocamento das estruturas tradicionais ocorrido nas sociedades modernas,
assim como o descentramento dos quadros de referências que ligavam o indivíduo ao seu
mundo social e cultural. Tais mudanças teriam sido ocasionadas, na contemporaneidade,
principalmente, pelo processo de globalização. A globalização alteraria as noções de
tempo e de espaço, desalojaria o sistema social e as estruturas por muito tempo
consideradas como fixas e possibilitaria o surgimento de uma pluralização dos centros de
exercício do poder. Quanto ao descentramento dos sistemas de referências, Hall
considera seus efeitos nas identidades modernas, enfatizando as identidades nacionais,
observando o que gerou, quais as formas e quais as consequências da crise dos
paradigmas do final do século XX.
Benjamin Barber
Em seu artigo "Jihad vs. McWorld", Benjamin Barber expõe sua visão dualista para a
organização geopolítica global num futuro próximo. Os dois caminhos que ele enxerga —
não apenas como possíveis, mas também prováveis — são o do McMundo e o da Jihad.
Mesmo que se utilizando de um termo específico da religião islâmica (cujo significado,
segundo ele, é genericamente "luta", geralmente a "luta da alma contra o mal", e por
extensão "guerra santa"), Barber não vê como exclusivamente muçulmana a tendência
antiglobalização e pró-tribalista, ou pró-comunitária. Ele classifica nesta corrente inúmeros
movimentos de luta contra a ação globalizante, inclusive ocidentais, como os zapatistas e
outras guerrilhas latino-americanas.
Está claro que a democracia, como regime de governo particular do modo de produção da
sociedade industrial, não se aplica mais à realidade contemporânea. Nem se aplicará
tampouco a quaisquer dos futuros econômicos pretendidos pelas duas tendências
apontadas por Barber: ou o pré-industrialismo tribalista ou o pós-
industrialismo globalizado. Os modos de produção de ambos exigem outros tipos de
organização política cujas demandas o sistema democrático não é capaz de atender.
Daniele Conversi
Para Conversi, os acadêmicos ainda não chegaram a um acordo sobre o real significado
do termo globalização, para o qual ainda não há uma definição coerente e universal:
alguns autores se concentram nos aspectos econômicos, outros nos efeitos políticos e
legislativos, e assim por diante. Para Conversi, a 'globalização cultural' é, possivelmente,
sua forma mais visível e efetiva enquanto "ela caminha na sua trajetória letal de destruição
global, removendo todas as seguranças e barreiras tradicionais em seu caminho. É
também a forma de globalização que pode ser mais facilmente identificada com uma
dominação pelos Estados Unidos. Conversi vê uma correlação entre a globalização
cultural e seu conceito gêmeo de 'segurança cultural', tal como desenvolvido por Jean
Tardiff, e outros[29]
Conversi propõe a análise da 'globalização cultural' em três linhas principais: a primeira se
concentra nos efeitos políticos das alterações sócio-culturais, que se identificam com a
'insegurança social'. A segunda, paradoxalmente chamada de 'falha de comunicação',[29] tem como seu argumento principal o fato de que a 'ordem mundial' atual tem uma
estrutura vertical, na realidade piramidal, onde os diversos grupos sociais têm cada vez
menos oportunidades de se intercomunicar, ou interagir de maneira relevante e consoante
suas tradições; de acordo com essa teoria não estaria havendo uma 'globalização'
propriamente dita, mas, ao contrário, estariam sendo construídas ligações-ponte, e estaria
ocorrendo uma erosão do entendimento, sob a fachada de uma homogenização global
causando o colapso da comunicação interétnica e internacional, em consequência direta
de uma 'americanização' superficial.[29] A terceira linha de análise se concentra numa forma
mais real e concreta de globalização: a importância crescente da diáspora na política
internacional e no nascimento do que se chamou de 'nacionalismo de e-mail" - uma
expressão criada por Benedict Anderson (1992).[30] "A expansão da Internet propiciou a
criação de redes etnopolíticas que só podem ser limitadas pelas fronteiras nacionais às
custas de violações de direitos humanos".[29]
Samuel P. Huntington
O cientista político Samuel P. Huntington, ideólogo do neoconservadorismo norte-
americano, enxerga a globalização como processo de expansão da cultura ocidental e do
sistema capitalista sobre os demais modos de vida e de produção do mundo, que
conduziria inevitavelmente a um "choque de civilizações".
AntiglobalizaçãoVer artigo principal: Antiglobalização
Protestos contra a reunião do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional em Washington
DC em2007.
Apesar das contradições há um certo consenso a respeito das características da
globalização que envolve o aumento dos riscos globais de transações financeiras, perda
de parte da soberania dos Estados com a ênfase das organizações supra-governamentais,
aumento do volume e velocidade como os recursos vêm sendo transacionados pelo
mundo, através do desenvolvimento tecnológico etc.
Além das discussões que envolvem a definição do conceito, há controvérsias em relação
aos resultados da globalização.[31] Tanto podemos encontrar pessoas que se posicionam a
favor como contra (movimentos antiglobalização). Um dos maiores eventos do movimento
anti-globalização é o Fórum Social Mundial, que se reuniu pela primeira vez em Porto
Alegre, Brasil, em 2001. O Fórum Social Mundial serve como ponto de encontro para
movimentos sociais de todo o mundo propondo a globalização alternativa, não baseada
nas dinâmicas reguladas pelo capitalismo[32] .
A globalização é um fenômeno moderno que surgiu com a evolução dos novos meios de
comunicação cada vez mais rápidos e mais eficazes. Há, no entanto, aspectos tanto
positivos quanto negativos na globalização. No que concerne aos aspectos negativos há a
referir a facilidade com que tudo circula não havendo grande controle como se pode
facilmente depreender pelos atentados de 11 de Setembro nos Estados Unidos. Esta
globalização serve para os mais fracos se equipararem aos mais fortes pois tudo se
consegue adquirir através desta grande autoestrada informacional do mundo que é
a Internet.
Outro dos aspectos negativos é a grande instabilidade econômica que se cria no mundo,
pois qualquer fenômeno que acontece num determinado país atinge rapidamente outros
países criando-se contágios que tal como as epidemias se alastram a todos os pontos do
globo como se de um único ponto se tratasse. Os países cada vez estão mais
dependentes uns dos outros e já não há possibilidade de se isolarem ou remeterem-se no
seu ninho pois ninguém é imune a estes contágios positivos ou negativos. Como aspectos
positivos, temos sem sombra de dúvida, a facilidade com que as inovações se propagam
entre países e continentes, o acesso fácil e rápido à informação e aos bens. Com a
ressalva de que para as classes menos favorecidas economicamente, especialmente nos
países em desenvolvimento,[33] esse acesso não é "fácil" (porque seu custo é elevado) e
não será rápido.
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