33
MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS DA GOIABEIRA Miguel Francisco de Souza Filho e Valmir Antonio Costa Instituto Biológico/APTA, Caixa Postal 70, CEP 13001-970, Campinas,SP E-mail: [email protected] e [email protected] .br 1. Introdução Apesar de a fruticultura brasileira ter alcançado recentes avanços tecnológicos, o fruticultor ainda enfrenta diversos problemas que interferem na produtividade e qualidade das frutas nacionais, principalmente os relacionados com a área fitossanitária, que direta ou indiretamente tem comprometido as exportações brasileiras. A cultura da goiabeira no Brasil apresenta inúmeras espécies de pragas. Entretanto, deve-se levar em conta que por ser um país de extensão continental, com clima tropical e biodiversidade exuberante, faz com que os problemas fitossanitários sejam distintos de uma região para a outra, onde quer que seja cultivada a goiabeira. Diante desse fato, verifica-se que há uma grande dificuldade em estabelecer estratégias semelhantes de controle de pragas, pois os programas de Manejo Integrado de Pragas, uma vez estabelecidos, serão distintos e adequados para atender a realidade de cada região produtora. O Manejo Integrado de Pragas (MIP) representa um avanço significativo como sistema racional de controle de pragas em frutíferas, pois tem como principal objetivo, a utilização mínima de agroquímicos, no sentido de amenizar problemas de contaminação do ambiente e, conseqüentemente, diminuir as taxas de resíduos no produto final, garantindo assim, uma melhor qualidade de vida, tanto para o produtor como para o consumidor. 2. O Manejo Integrado de Pragas  O termo praga no contexto do MIP é definido como qualquer organismo vivo, microorganismo, planta ou animal, prejudicial ao homem. Portanto, no MIP, todas as categorias de organismos vivos (nematóides, moluscos, artrópodos, vertebrados, organismos patogênicos e plantas daninhas) que acarretam danos econômicos aos cultivos, são consideradas pragas. É importante levar em consideração que o status de um organismo como praga não é fixo dentro de um agroecossistema e isso se deve à interação de quatro fatores: o próprio organismo envolvido, a cultura (hospedeiro), o ambiente e o tempo, representados pela figura de um tetraedro (Figura 1). Portanto, verifica-se que o potencial de um organismo somente se tornará uma praga de fato, quando todos os vértices desse tetraedro se apresentarem em uma condição propícia. Um hospedeiro adequado tem de estar disponível, o ambiente tem que ser apropriado para ambos (praga e hospedeiro), o tempo terá que ser adequado para a praga interagir com o hospedeiro e um objetivo de atividade humana com respeito ao hospedeiro ser obrigatoriamente um compromisso. É importante levar em consideração que nem todos os organismos dentro de cada categoria de praga são igualmente importantes em relação às atividades humanas, pois essa relativa importância dependerá de cada situação específica.

goiabeira - 9_MIPpragas

Embed Size (px)

DESCRIPTION

MIP - GOIABA

Citation preview

Page 1: goiabeira - 9_MIPpragas

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 133

MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS DA GOIABEIRA

Miguel Francisco de Souza Filho e Valmir Antonio CostaInstituto BioloacutegicoAPTA Caixa Postal 70 CEP 13001-970 CampinasSP

E-mail miguelfbiologicospgovbr e valmirbiologicospgovbr

1 Introduccedilatildeo

Apesar de a fruticultura brasileira ter alcanccedilado recentes avanccedilostecnoloacutegicos o fruticultor ainda enfrenta diversos problemas que interferem naprodutividade e qualidade das frutas nacionais principalmente os relacionados com aaacuterea fitossanitaacuteria que direta ou indiretamente tem comprometido as exportaccedilotildeesbrasileiras

A cultura da goiabeira no Brasil apresenta inuacutemeras espeacutecies de pragasEntretanto deve-se levar em conta que por ser um paiacutes de extensatildeo continental comclima tropical e biodiversidade exuberante faz com que os problemas fitossanitaacuteriossejam distintos de uma regiatildeo para a outra onde quer que seja cultivada a goiabeira

Diante desse fato verifica-se que haacute uma grande dificuldade em estabelecer estrateacutegiassemelhantes de controle de pragas pois os programas de Manejo Integrado de Pragasuma vez estabelecidos seratildeo distintos e adequados para atender a realidade de cadaregiatildeo produtora

O Manejo Integrado de Pragas (MIP) representa um avanccedilo significativocomo sistema racional de controle de pragas em frutiacuteferas pois tem como principalobjetivo a utilizaccedilatildeo miacutenima de agroquiacutemicos no sentido de amenizar problemas decontaminaccedilatildeo do ambiente e consequumlentemente diminuir as taxas de resiacuteduos noproduto final garantindo assim uma melhor qualidade de vida tanto para o produtorcomo para o consumidor

2 O Manejo Integrado de Pragas

O termo praga no contexto do MIP eacute definido como qualquer organismovivo microorganismo planta ou animal prejudicial ao homem Portanto no MIP todasas categorias de organismos vivos (nematoacuteides moluscos artroacutepodos vertebradosorganismos patogecircnicos e plantas daninhas) que acarretam danos econocircmicos aoscultivos satildeo consideradas pragas Eacute importante levar em consideraccedilatildeo que o status deum organismo como praga natildeo eacute fixo dentro de um agroecossistema e isso se deve agraveinteraccedilatildeo de quatro fatores o proacuteprio organismo envolvido a cultura (hospedeiro) oambiente e o tempo representados pela figura de um tetraedro (Figura 1) Portantoverifica-se que o potencial de um organismo somente se tornaraacute uma praga de fatoquando todos os veacutertices desse tetraedro se apresentarem em uma condiccedilatildeo propiacuteciaUm hospedeiro adequado tem de estar disponiacutevel o ambiente tem que ser apropriadopara ambos (praga e hospedeiro) o tempo teraacute que ser adequado para a praga interagircom o hospedeiro e um objetivo de atividade humana com respeito ao hospedeiro serobrigatoriamente um compromisso

Eacute importante levar em consideraccedilatildeo que nem todos os organismos dentrode cada categoria de praga satildeo igualmente importantes em relaccedilatildeo agraves atividadeshumanas pois essa relativa importacircncia dependeraacute de cada situaccedilatildeo especiacutefica

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 233

Tempo

Cultura

Praga Ambiente

Figura 1 Conceito do tetraedro integrando os efeitos da praga ambiente cultura e otempo como determinantes do status do organismo como uma praga (Norriset al 2003)

O Manejo Integrado de Pragas eacute definido como um sistema de apoio a

decisotildees para seleccedilatildeo e uso de taacuteticas de controle de pragas usadas individualmente ouharmoniosamente coordenadas em estrateacutegias de manejo baseado em anaacutelises de custoe benefiacutecio que levam em conta os interesses dos produtores e os impactos nasociedade e no meio ambiente (Kogan amp Shenk 2002) Observa-se que a expressatildeo eacutecomposta de trecircs palavras nas quais seus significados se adequam agrave definiccedilatildeo do MIP- ManejorArr gerenciamento- Integrado rArr ldquocoordenar ou harmonizar os componentes de um sistema em um todo

funcional ou unificadordquo- PragarArr jaacute foi anteriormente conceituado

Pela definiccedilatildeo observa-se que o MIP eacute apoiado basicamente por trecircsatividades avaliaccedilatildeo do agroecossistema tomada de decisatildeo e escolha da taacutetica decontrole para reduccedilatildeo populacional da praga

21 Avaliaccedilatildeo do Agroecossistema

O Manejo Integrado de Pragas nada mais eacute do que a aplicaccedilatildeo dosconhecimentos de ecologia pois ocorre dentro de ecossistemas agriacutecolas ouagroecossistemas que compreendem uma cultura e seu ambiente Apesar de oagroecossistema apresentar uma biodiversidade menor que o ecossistema naturalmesmo assim eacute um sistema totalmente complexo onde os organismos que o compotildeemsejam pragas ou natildeo estatildeo interagindo na comunidade

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 333

Considerando todas as categorias de pragas verifica-se que as mesmasnatildeo existem isoladas uma da outra e na maioria das culturas elas tecircm ocorridosimultaneamente Para o MIP eacute importante levar em consideraccedilatildeo esse fato pois muitasvezes o uso de uma determinada taacutetica de controle visando uma categoria de pragapode potencialmente influenciar todas as outras categorias presentes noagroecossistema A Figura 2 na forma de diagrama representa o potencial de interaccedilotildees

entre as diferentes categorias de pragas notando-se que artroacutepodos (insetos eouaacutecaros) nematoacuteides e patoacutegenos podem entre si mostrar uma faixa de interaccedilotildees desdetecircnue ateacute a mais iacutentima Como exemplo dos vaacuterios tipos de complexos de interaccedilotildees quepodem ocorrer em um agroecossitema satildeo citados alguns modelos logo a seguira) As plantas daninhas podem servir como hospedeiro alternativo de artroacutepodos pragas

(insetos eou aacutecaros) ou mesmo para a manutenccedilatildeo da populaccedilatildeo de artroacutepodosbeneacuteficos (parasitoacuteides e predadores)

b) Insetos e aacutecaros podem transportar esporos criar feridas e transmitir (vetor)nematoacuteides e viroses facilitando dessa forma a disseminaccedilatildeo de agentes causadoresde doenccedilas

c) Interaccedilatildeo entre trecircs categorias de pragas como o caso de as plantas daninhas seremhospedeiras de viroses transmitidas agraves plantas cultivadas por insetos vetores

Plantas daninhasPlantas daninhas

Patoacutegenos(fungos bacteacuterias e viacuterus)

Patoacutegenos(fungos bacteacuterias e viacuterus)

Vertebrados(homem animais domeacutesticos

e outros)

Vertebrados(homem animais domeacutesticos

e outros)

NematoacuteidesNematoacuteidesArtroacutepodos

(insetos e aacutecaros)

Artroacutepodos(insetos e aacutecaros)

Figura 2 Diagrama representando as interaccedilotildees potenciais entre as diferentescategorias de pragas As espessuras das flechas representamaproximadamente a importacircncia da interaccedilatildeo (modificado de Norris et al2003)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 433

Portanto na implementaccedilatildeo do MIP eacute de fundamental importacircnciaplanejar o agroecossitema cujos problemas fitossanitaacuterios devem ser previamenteconhecidos com o objetivo de tornar a cultura menos suscetiacutevel ao ataque de pragasPara tanto o agroecossistema deve ser avaliado atraveacutes de um programa de estudosvisando buscar informaccedilotildees fundamentais para a aplicaccedilatildeo correta do MIP lembrando-se de que para cada regiatildeo eou cultura as estrateacutegias a serem aplicadas seratildeo distintas

As informaccedilotildees baacutesicas necessaacuterias para a elaboraccedilatildeo de um programa deMIP devem compor as seguintes etapas

a) Identificaccedilatildeo das pragas mais importantes da cultura (pragas-chave)

A correta identificaccedilatildeo das espeacutecies pragas presentes no agroecossistema eacute umdos aspectos mais importantes de um programa de MIP As pragas-chave satildeo aquelasque causam maiores prejuiacutezos em uma cultura portanto devem ser as mais visadasquanto ao seu monitoramento e controle A identificaccedilatildeo incorreta da espeacutecie pragapode acarretar na escolha errada de uma taacutetica de controle Para essa etapa se fazem-senecessaacuterio uma consulta a um especialista em taxonomia e tambeacutem estudos sobre abionomia da praga (biologia comportamento ecologia hospedeiros inimigos naturais

etc)

b) Identificaccedilatildeo dos inimigos naturais das pragas

Eacute um outro aspecto que merece muita consideraccedilatildeo pois os inimigos naturaissatildeo responsaacuteveis pela manutenccedilatildeo do equiliacutebrio das pragas-chave principalmente Oconhecimento do controle bioloacutegico natural eacute primordial pois seu conhecimentoinfluenciaraacute na tomada de decisatildeo com relaccedilatildeo agrave aplicaccedilatildeo de outras taacuteticas de controleA correta identificaccedilatildeo dos inimigos naturais e seus estudos de bionomia teacutecnicas decriaccedilatildeo e produccedilatildeo tambeacutem satildeo fundamentais

c) Avaliaccedilatildeo populacional das pragas e de seus inimigos naturais

Outra etapa fundamental eacute acompanhar a flutuaccedilatildeo populacional das espeacuteciespragas relacionadas com a cultura bem como dos seus inimigos naturais A avaliaccedilatildeopopulacional da praga eacute importante para determinar o seu periacuteodo de maior incidecircnciana cultura e geralmente estaacute associado principalmente aos estaacutedios fenoloacutegicos dacultura e aos fatores climaacuteticos Tambeacutem eacute uma importante ferramenta paradeterminaccedilatildeo da amostragem de pragas por ocasiatildeo da tomada de decisatildeo

d) Estudos dos fatores climaacuteticos

Eacute a verificaccedilatildeo dos efeitos do clima sobre a cultura e sobre a ocorrecircncia depragas e seus inimigos naturais Eacute importante salientar que o ambiente pode alterar ostatus de um organismo de praga para natildeo-praga A umidade e a temperatura regulam acapacidade de muitos organismos para atacar a cultura

e) Conhecimento dos estaacutedios fenoloacutegicos da planta

A fenologia da cultura eacute uma ferramenta muito uacutetil para determinar os periacuteodosde suscetibilidade nos seus diferentes estaacutedios de desenvolvimento ao ataque daspragas

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 533

f) Avaliaccedilatildeo das taacuteticas mais adequadas de controle

Devem ser acompanhados e verificados os efeitos do meacutetodo de controleempregado que visa reduzir a populaccedilatildeo da praga e sobre as espeacutecies natildeo alvo aexemplo dos inimigos naturais Eacute importante levar em consideraccedilatildeo que o controle

efetivo de uma praga de importacircncia econocircmica eacute o objetivo principal dentro dasestrateacutegias de MIP aleacutem de preservar a integridade ambiental e o bem estar dasociedade

22 Tomada de decisatildeo

A tomada de decisatildeo eacute uma etapa que leva em conta basicamente aanaacutelise dos aspectos econocircmicos da cultura e a relaccedilatildeo custobenefiacutecio do controle depragas No entanto eacute importante ressaltar que a taacutetica de controle de pragas natildeo eacute umaatividade que aumenta a produccedilatildeo pois apenas evita as perdas provocadas pelacompeticcedilatildeo dos organismos

Uma vez que a identidade da praga tenha sido estabelecida a sua

densidade determinada a informaccedilatildeo dos estaacutedios fenoloacutegicos tanto da praga como dacultura tenham sido definidos essas informaccedilotildees poderatildeo ser usadas para tomada dedecisatildeo nas estrateacutegias de manejo A necessidade de implementaccedilatildeo de taacuteticas decontrole dependeraacute da relativa densidade da praga para os limiares apropriados aoestaacutedio fenoloacutegico da cultura

Quando a injuacuteria na cultura provocada por uma praga natildeo acarreta danosquantitativos ou qualitativos elas satildeo denominadas de pragas indiretas Entretantoquando causam injuacuterias nos produtos que satildeo objeto de comercializaccedilatildeo afetandodiretamente a comercializaccedilatildeo satildeo denominadas como pragas diretas a exemplo dasmoscas-das-frutas que causam injuacuterias aos frutos

Com base na flutuaccedilatildeo populacional das pragas podem-se definir algunsparacircmetros importantes para a tomada de decisatildeo no MIPrArr Niacutevel de equiliacutebrio refere-se ao equiliacutebrio da densidade populacional da praga porum longo periacuteodo de tempo na ausecircncia de mudanccedilas permanentes no ambienterArr Niacutevel de dano econocircmico eacute a menor densidade populacional da praga capaz decausar perdas econocircmicas significativas (Figura 3)rArr Niacutevel de accedilatildeo eacute a densidade da praga em que as accedilotildees de controle devem sertomadas para impedir que a populaccedilatildeo alcance o niacutevel de dano econocircmico (Figura 3)

Baseando-se nesses paracircmetros eacute possiacutevel classificar as pragas ema) Natildeo econocircmicas quando a densidade populacional da praga dificilmente atinge ouultrapassa o niacutevel de dano econocircmicob) Ocasionais quando a densidade populacional da praga atinge ou ultrapassa o niacutevel deaccedilatildeo ou niacutevel de dano econocircmico retornando ao equiliacutebrio com a aplicaccedilatildeo de uma

taacutetica de controle (Figura 3)c) Perenes quando a densidade populacional da praga atinge o niacutevel de accedilatildeo ou o niacutevelde dano econocircmico com frequumlecircncia exigindo adoccedilatildeo constante de medidas de controled) Severas quando o niacutevel de equiliacutebrio estaacute situado acima do niacutevel de accedilatildeo e do niacutevelde dano econocircmico exigindo medidas preventivas de controle para garantir aprodutividade da cultura (Figura 4)

Como se verifica as adoccedilotildees de medidas de controle no MIP satildeorealizadas avaliando-se o potencial de dano suportado pela cultura em relaccedilatildeo agravedensidade populacional da praga levando-se em consideraccedilatildeo os niacuteveis de accedilatildeo e de

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 633

dano econocircmico Eacute importante lembrar que o termo dano largamente aplicado refere-seagraves perdas econocircmicas decorrentes da injuacuteria provocada pela praga

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 733

D e n s i d a d e p o p u l a c i o n a l d a p r a g a

Tempo

N

Medidas de controle

Medidas de controle

Figura 3 Flutuaccedilatildeo populacional de uma determinada praga no decorrer do tempo para pragas ocasionais (mod

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 833

D e n s i d a d e p o

p u l a c i o n a l d a p r a g a

Tempo

N Medidas de controle

Medidas de controle

Figura 4 Flutuaccedilatildeo populacional de uma determinada praga no decorrer do tempo para pragas severas (modific

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 933

23 Escolha da taacutetica de controle para reduccedilatildeo populacional da praga

Antes de tudo eacute importante enfatizar que dois termos foram largamenteutilizados no sistema de MIP taacutetica e estrateacutegia Em MIP taacutetica refere-se aos meacutetodosdisponiacuteveis para o controle das pragas enquanto estrateacutegia eacute um plano para uma accedilatildeobem sucedida baseada nos objetivos do sistema de produccedilatildeo da cultura e na biologia e

ecologia das pragas Conforme jaacute citado no item 21 deve-se levar em conta que ocontrole efetivo de uma praga de importacircncia econocircmica eacute o objetivo principal dentrodas estrateacutegias de MIP aleacutem de preservar a integridade ambiental e o bem estar dasociedade Portanto para a aplicaccedilatildeo racional das taacuteticas de controle eacute necessaacuterio que seconheccedilam bem a cultura as caracteriacutesticas bioecoloacutegicas das pragas e tambeacutem de outrasaacutereas do conhecimento tais como fiacutesica quiacutemica engenharia meio ambiente economiasociologia e legislaccedilatildeo

Dentre as estrateacutegias de controle aplicada no MIP cinco podem serconsideradas as mais importantesa) Prevenccedilatildeo estrateacutegia que visa a prevenccedilatildeo da chegada ou estabelecimento de pragasem aacutereas geralmente natildeo infestadas O tamanho da aacuterea vai desde uma vasta regiatildeogeograacutefica (estado paiacutes ou continente) a pequenas aacutereas (campos de cultivos) A

prevenccedilatildeo eacute uma estrateacutegia que pode envolver vaacuterias taacuteticas ou apenas uma e tambeacutempode ser aplicada para uma praga especiacuteficab) Mitigaccedilatildeo temporaacuteria essa estrateacutegia usa taacuteticas de controle especiacuteficas em uma baseemergencial para prevenir o ataque violento de uma pragac) Manejo de populaccedilotildees no interior dos campos de cultivo o manejo se faz dentro daaacuterea de cultivo pelo fato de a praga jaacute estar bem estabelecida na aacuterea Esse padratildeo deestrateacutegia eacute o mais comum no programas de MIPd) Manejo de pragas em grandes aacutereas os maiores problemas com pragas satildeomanejados ao niacutevel de grandes aacutereas Para algumas pragas o manejo pode serentendido ao niacutevel regional para alcanccedilar uma regulaccedilatildeo populacional a exemplo dealgumas viroses e para alguns insetos moacuteveise) Erradicaccedilatildeo eacute a eliminaccedilatildeo populacional completa de uma praga em umadeterminada aacuterea

Quanto agraves taacuteticas de controle haacute vaacuterios tipos possiacuteveis de seremaplicadas nos programas de MIP entretanto eacute importante levar em consideraccedilatildeo que astaacuteticas satildeo inesgotaacuteveis e que envolvem muita pesquisa e tecnologia disponiacutevel Ostipos de taacuteticas podem ser abordados da seguinte forma

1) Meacutetodos legislativos ou regulatoacuteriosa) Serviccedilo quarentenaacuteriob) Tratamentos quarentenaacuteriosc) Medidas obrigatoacuterias de controled) Programas de supressatildeo e erradicaccedilatildeo

2) Meacutetodos mecacircnicosa) Destruiccedilatildeo manualb) Uso de barreirasc) Esmagamentod) Armadilhase) Cataccedilatildeof) Ensacamento de frutos

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1033

3) Meacutetodos culturaisa) Destruiccedilatildeo de restos de culturab) Poda ou desbastec) Adubaccedilatildeo e irrigaccedilatildeod) Uso de culturas armadilhase) Manipulaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo dos hospedeiros alternativos

4) Meacutetodo de resistecircncia de plantas

5) Meacutetodos de controle por comportamentoa) Feromocircniosb) Repelentesc) Controle por meio de esterilizaccedilatildeo de insetos

6) Meacutetodos de controle fiacutesicoa) Fogob) Drenagemc) Inundaccedilatildeo

d) Temperaturae) Armadilhas luminosasf) Som

7 ) Meacutetodos de controle bioloacutegicoEacute considerado o alicerce de programas modernos de MIP pois os

inimigos naturais mantecircm as pragas em equiliacutebrio sendo um dos responsaacuteveis pelamortalidade natural no agroecossistema

8) Meacutetodos de controle autocida ou geneacuteticosa) Teacutecnica do inseto esteacuteril (TIE)

9) Meacutetodo quiacutemicoa) Pesticidas (inseticidas fungicidas nematicidas e herbicidas)

24 Algumas consideraccedilotildees a respeito do MIP

Pela definiccedilatildeo verifica-se que o sistema daacute ecircnfase ao processo de tomadade decisatildeo que eacute o componente baacutesico que o distingue do sistema convencional decontrole de pragas (Figura 5) Isto implica em dizer que eacute importante aprender a tolerara presenccedila de pragas e a injuacuteria provocada enquanto isso natildeo significar prejuiacutezoeconocircmico pois eacute possiacutevel esperar que a populaccedilatildeo desses organismos atinja o niacutevel dedano econocircmico para consideraacute-los como pragas Essa toleracircncia pode-se dizer que eacuteum fator chave dentro dos programas de MIP favorecendo a accedilatildeo do ambienteprincipalmente com relaccedilatildeo agrave atuaccedilatildeo dos inimigos naturais que poderatildeo ter a suaeficiecircncia incrementada em face do seu crescimento populacional

Com exceccedilatildeo da cultura dos citros as frutiacuteferas tropicais incluindo-se agoiabeira carecem de estudos sobre taxonomia biologia comportamento e ecologia dasprincipais pragas sobre os diversos agroecossistemas formados pelas exploraccedilotildeesfrutiacutecolas sobre os sistemas de tomada de decisatildeo (monitoramento e amostragem) e

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1133

sobre as taacuteticas de controle que constituem informaccedilotildees essenciais para aplicaccedilatildeocorreta do MIP (Figura 5)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1233

bull Identificaccedilatildeo das principais pragasIdentificaccedilatildeo das principais pragas

bullbull Quantificaccedilatildeo da infestaccedilatildeoinfecccedilatildeo (amostragem)Quantificaccedilatildeo da infestaccedilatildeoinfecccedilatildeo (amostragem)

TOMADA DE DECISAtildeOTOMADA DE DECISAtildeOTOMADA DE DECISAtildeO

[n[niacute iacute vel de dano econvel de dano econocircocircmico]mico]

bull Seleccedilatildeo das taacuteticas de controleSeleccedilatildeo das taacuteticas de controle

Taacuteticas preventivas

bull Culturas armadilhas

bull Variedades resistentes

bull Controle bioloacutegico

Taacuteticas preventivasTaacuteticas preventivasbullbull CCulturas armadilhasulturas armadilhas

bullbull Variedades resistentesVariedades resistentes

bullbull Controle bioloacutegicoControle bioloacutegico

Taacuteticas curativas

bull Praacuteticas culturais

bull Inseticida bioloacutegico

bull Inseticida sinteacutetico

Taacuteticas curativasTaacuteticas curativasbullbull Praacuteticas culturais Praacuteticas culturais

bullbull Inseticida bioloacutegico Inseticida bioloacutegico

bullbull Inseticida sinteacutetico Inseticida sinteacutetico

bull Aplicaccedilatildeo de taacuteticas de controleAplicaccedilatildeo de taacuteticas de controlebullbull Avaliaccedilatildeo dos resultadosAvaliaccedilatildeo dos resultados

[[retroalimentaretroalimentaccedilatildeccedilatildeoo]]

Figura 5 Componentes baacutesicos de um programa de MIP (Kogan amp Shenk 2002)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1333

3 A cultura da goiabeira como modelo de implementaccedilatildeo do MIP

A proposta de Manejo Integrado de Pragas na Cultura da Goiabeira queseraacute apresentada a seguir eacute o resultado das vaacuterias reuniotildees realizadas pelo ComitecircGestor da Produccedilatildeo Integrada de Frutas - Goiaba (PIF-Goiaba) do Estado de Satildeo Paulo -composta de teacutecnicos da extensatildeo e pesquisa especialistas na cultura aleacutem de

produtores de amplo conhecimento teacutecnico Na verdade a presente proposta nasceu noForum de Debates sobre o Manejo Integrado de Pragas nas Culturas de Caqui FigoGoiaba Manga e Maracujaacute realizado nas dependecircncias da Coordenadoria deAssistecircncia Teacutecnica Integral (CATI) em Campinas SP em agosto de 2002 A partirdaiacute a mesma foi sendo melhorada ampliada e revisada

Eacute importante salientar que essa proposta natildeo eacute fixa e nem poderia serdevido agraves proacuteprias caracteriacutesticas de um programa de MIP que eacute um processo dinacircmicoPortanto estaraacute sujeita a alteraccedilotildees tatildeo logo novas informaccedilotildees teacutecnicas sejam geradaspela pesquisa Vaacuterias informaccedilotildees contidas na proposta atual resultaram dasexperiecircncias dos teacutecnicos e produtores do Comitecirc Gestor pois a cultura da goiabeiradispotildee de pouca informaccedilatildeo teacutecnica na aacuterea fitossanitaacuteria e muitas vezes de informaccedilotildeesincompletas o que dificultou grandemente a sua elaboraccedilatildeo Vale ressaltar que os

meacutetodos de monitoramento e niacuteveis de controle adotados satildeo empiacutericosO modelo de implementaccedilatildeo de MIP que seraacute apresentado a seguir foi

elaborado primeiramente para atender os cultivos de goiaba para mesa das regiotildees deCampinas e Valinhos no Estado de Satildeo Paulo que eacute composta de pequenaspropriedades e onde eacute basicamente praticada a agricultura familiar com um bom grautecnoloacutegico A variedade de goiaba predominante nesses cultivos eacute a ldquoKumagairdquo depolpa branca

31 Fenologia da goiabeira

O manejo da safra na cultura da goiaba eacute feito basicamente atraveacutes depodas que estimulam novas brotaccedilotildees resultando em um novo ciclo reprodutivoPortanto o ciclo fenoloacutegico da cultura se inicia com a operaccedilatildeo de poda que pode serrealizada em qualquer eacutepoca do ano desde que a temperatura do ar e a umidade do solonatildeo limitem o desenvolvimento vegetativo e reprodutivo da planta

Dois satildeo os tipos baacutesicos de podas empregados na cultura

a) Poda contiacutenua eacute uma operaccedilatildeo que eacute realizada em vaacuterias partes da planta resultandoem vaacuterios ciclos fenoloacutegicos ao mesmo tempo Diante desse fato verifica-se que essesistema natildeo eacute adequado para atender aos preceitos do MIP uma vez que do ponto devista fitossanitaacuterio seria praticamente impossiacutevel aplicar as taacuteticas de controle de formacorreta e organizada Aleacutem disso caso seja necessaacuterio fazer uso de algum controlequiacutemico natildeo haveria como respeitar o periacuteodo de carecircncia do pesticida pois como aplanta apresenta vaacuterios estaacutedios fenoacutelogicos simultaneamente os frutos que estivessemproacuteximos para serem colhidos ficariam com uma carga residual acima dos limitestolerados para consumo

b) Poda total eacute um tipo de operaccedilatildeo que pode ser realizada na aacuterea toda ou por talhatildeo eque consiste em efetuar a poda em toda a planta uniformizando-a fenologicamente Naverdade eacute um tipo de poda de frutificaccedilatildeo que regula a eacutepoca de produccedilatildeo e cada safrada cultura iniciada pela mesma estimula novas brotaccedilotildees resultando em um novo ciclo

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1433

reprodutivo Devido agrave caracteriacutestica dessa operaccedilatildeo a poda total permite aimplementaccedilatildeo do MIP

Portanto para a aplicaccedilatildeo adequada do MIP recomenda-se que agoiabeira seja conduzida pelo sistema de poda total devido agrave uniformizaccedilatildeo fenoloacutegicaque proporciona a todas as plantas da aacuterea de cultivo ou do talhatildeo Aleacutem disso permite

que se faccedila uma discriminaccedilatildeo de cada estaacutedio fenoloacutegico da goiabeira que eacutefundamental para definir os periacuteodos criacuteticos da cultura em relaccedilatildeo agraves suas principaispragas (Figuras 6 e 8)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1533

0 30 60 120 180

P o d a

B r o t a

ccedil atilde o

F l o r e s c i m e n t o

F r u t

o s

ldquo C h u

m b i

n h o rdquo

F r u t o

s c o

m 2 a 3 c m

d e

d i acirc m

e t r o

Fenologia da goiabeira conduzida pelo sistema de poda totaFenologia da goiabeira conduzida pelo sistema de poda tota

230 dias 230 dias

Considerar que cada ciclo da goiabeira inicia em qualquer eacutepoca do ano

cada ciclo da cultura iniciaraacute a partir da realizaccedilatildeo da poda de frutifica

Considerar que cada ciclo da goiabeira inicia em qualquer eacutepoca do ano P

cada ciclo da cultura iniciaraacute a partir da realizaccedilatildeo da poda de frutifica

150

F r u t

o s c o m

1 5 c m

d e

d i acirc m

e t r o

E s t aacute d i o 1

E s t aacute d i o 2

E s t aacute d i o 3

E s t aacute d i o 4

E s t aacute d i o 5

E s t aacute d i o 6

Figura 6 Fenologia da goiabeira onde o periacuteodo em dias de cada fase fenoloacutegica varia com a eacutepoca do anorealizada

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1633

32 Principais pragas da cultura

Conforme jaacute citado anteriormente a correta identificaccedilatildeo das pragas-chave da cultura compotildee o esteio de um programa de MIP pois satildeo elas que causam osmaiores prejuiacutezos devendo atrair toda a atenccedilatildeo por parte do agricultor

Atualmente para o Estado de Satildeo Paulo satildeo consideradas pragas-chave

da cultura da goiaba as seguintes espeacutecies para as quais se devem orientar omonitoramento e o controle

rArr besouro-amarelo Costalimaita ferruginea (Fabr 1801) (Coleoptera Chrysomelidae)

rArr ferrugem Puccinia psidii Wint

rArr gorgulho Conotrachelus psidii Marshall 1922 (Coleoptera Curculionidae)

rArr percevejos (complexo de espeacutecies)bull Monalonion annulipes Sign 1858 (Hemiptera Miridae) bull Leptoglossus gonagra (Fabr 1775) (Hemiptera Coreidae)bull Leptoglossus stigma (Herbst 1784) (Hemiptera Coreidae)bull Leptoglossus zonatus (Dallas 1852) (Hemiptera Coreidae)bull Leptoglossus fasciatus (West 1842) (Hemiptera Coreidae)bull Holhymenia clavigera (Herbst 1784) (Hemiptera Coreidae)

rArr psiliacutedeo Triozoida sp (Hemiptera Psyllidae)

Com relaccedilatildeo agraves moscas-das-frutas (Diptera Teprhitidae e Lonchaeidae)representadas principalmente pelas espeacutecies Anastrepha fraterculus (Wied) A

sororcula Zucchi A bistrigata Bezzi Ceratitis capitata (Wied) e Neosilba sp satildeoconsideradas as pragas mais importantes do ponto de vista quarentenaacuterio quando a

produccedilatildeo se destina agrave exportaccedilatildeo Poreacutem devido ao sistema adotado para a conduccedilatildeo dagoiabeira deixam de ser praga principal uma vez que os frutos satildeo ensacados aoalcanccedilarem cerca de 2-3cm de diacircmetro (Figura 8)

A seguir seraacute apresentada de forma objetiva a proposta de MIP para cadapraga-chave levando-se em consideraccedilatildeo no miacutenimo oito paracircmetros informativosnecessaacuterios para que o manejo possa ser implementado tais comoa) Nome cientiacutefico da pragab) Hospedeiros alternativosc) Inimigos naturaisd) Aspectos bioloacutegicos da pragae) Condiccedilotildees favoraacuteveisf) Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos

g) Monitoramento e niacutevel de accedilatildeoh) Manejo cultural

321 Besouro-amarelo

Nome cientiacutefico Costalimaita ferruginea (Coleoptera Chrysomelidae)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1733

Hospedeiros alternativos Trata-se de uma praga poliacutefaga atacando natildeo soacute fruteirasmas tambeacutem outras espeacutecies como eucaliptos algodoeiro araccedilaacute capim-marmeladafeijoeiro etc Entre as fruteiras ataca as folhas de abacateiro bananeira cajueiromacieira jaboticabeira jambeiro jambolatildeo pitangueira videira e mangueira

Inimigos naturais Haacute relato da sua predaccedilatildeo por Supputius cincticeps (Hemiptera

Pentatomidae) Tynacantha marginata (Hemiptera Pentatomidae) Arilus carinatus(Hemiptera Reduviidae) Misumenops pallens (Araneae Thomisidae) Peucetia sp(Araneae Oxyopidae) e os fungos entomopatogecircnicos Beauveria bassiana e

Metarhizium anisopliae var anisopliae

Aspectos bioloacutegicos A fecircmea faz apenas uma postura contendo em meacutedia cerca de 90ovos de coloraccedilatildeo amarela e brilhante com periacuteodo de incubaccedilatildeo durando cerca de 8-9dias As larvas vivem no solo onde se alimentam de raiacutezes de gramiacuteneas No periacuteodolarval apenas satildeo conhecidos ateacute o momento dois estaacutedios de desenvolvimento (1o e 2o iacutenstares) sendo que o primeiro instar dura 19 dias e o segundo cerca de 35 dias Osadultos emergem do solo apoacutes a ocorrecircncia de chuvas que propiciem um bommolhamento do mesmo

Condiccedilotildees favoraacuteveis A eacutepoca normal de ocorrecircncia da praga eacute nos meses finais daprimavera logo apoacutes a ocorrecircncia de chuvas suficientemente pesadas para propiciaremum bom molhamento do solo

Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos O inseto emerge do solo com as primeiras chuvas pesadas(mais de 20 mm) de primavera (outubronovembro) que possibilitem seu bommolhamento O periacuteodo criacutetico se inicia cerca de 5 dias apoacutes estas chuvas prolongando-se por aproximadamente 2 semanas No Estado de Satildeo Paulo o ataque da praga ocorreprincipalmente no periacuteodo de setembro a marccedilo

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo No periacuteodo criacutetico monitorar a cada 2-3 dias 2 dasplantas do talhatildeo ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo de preferecircncia nas bordadurasVerificar a presenccedila do inseto ou de seus danos (folhas rendadas) nos ramos terminaisde cada quadrante da planta Constatada a presenccedila do inseto ou de seus danos a plantaseraacute considerada infestadaO niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 20 das plantas monitoradas estiverem infestadasPor se tratar de uma praga que normalmente vem de fora do pomar a inspeccedilatildeo deveraacuteser realizada de preferecircncia na sua periferia considerando as trecircs primeiras plantas oulinhas do talhatildeo

Manejo cultural Na instalaccedilatildeo de novos pomares deve ser considerada a presenccedila nasproximidades de culturas altamente visadas pela praga como eacute o caso do eucalipto Osolo deveraacute ser mantido vegetado para dificultar que o inseto complete o seu ciclobioloacutegico aleacutem de favorecer a atividade de possiacuteveis inimigos naturais

322 Ferrugem

Agente Puccinia psidii

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1833

Hospedeiros alternativos O fungo ataca vaacuterias mirtaacuteceas incluindo o eucalipto e a jaboticabeira

Antagonistas Natildeo satildeo conhecidos antagonistas deste fungo

Etiologia No pomar o fungo eacute disseminado pelos ventos ocorrendo vaacuterios ciclos da

praga no mesmo ano agriacutecola acompanhando os surtos vegetativos

Condiccedilotildees favoraacuteveis Presenccedila de tecidos jovens de ramos folhas bototildees florais efrutos novos sob condiccedilotildees climaacuteticas favoraacuteveis que satildeo umidade relativa igual ousuperior a 90 por mais de 8 horas e temperatura entre 18ordm e 25ordmC o que normalmenteocorre nas estaccedilotildees de outono e inverno Condiccedilotildees de baixa luminosidade favorecembastante a infecccedilatildeo

Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos Esse periacuteodo comeccedila logo apoacutes a poda quando se inicia abrotaccedilatildeo ateacute duas semanas apoacutes as folhas atingirem o seu completo desenvolvimento eos frutos apresentarem diacircmetro de pelo menos trecircs cm quando estas condiccedilotildees foremcoincidentes com umidade e temperatura favoraacuteveis ao desenvolvimento do fungo o

que normalmente ocorre nos meses de outono e inverno

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo Deve ser realizado no periacuteodo criacutetico compreendendoos estaacutedios de brotaccedilatildeo ateacute quando os frutos atingirem cerca de trecircs cm de diacircmetro(estaacutedio 6) sob as condiccedilotildees de clima favoraacuteveis ao fungo Monitorar semanalmente 2das plantas ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo inspecionando-se o terccedilo inferior daregiatildeo central da copa e observando-se a ocorrecircncia do fungo nas folhas novas bototildeesflorais flores e frutos Constatando-se sintomas da presenccedila do fungo em qualquer dosoacutergatildeos examinados a planta seraacute considerada infectadaDurante o periacuteodo criacutetico o niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 10 das plantasmonitoradas estiverem infectadas Apoacutes o teacutermino do periacuteodo criacutetico ou depois que osfrutos tenham sido ensacados o niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 20 das plantasmonitoradas estiverem infectadas

Manejo cultural No manejo cultural devem considerar os seguintes aspectosa) Em novos pomares evitar a proximidade com outras mirtaacuteceas principalmenteeucaliptosb) Preferir variedades com maior toleracircncia agrave doenccedila e utilizar espaccedilamentos maioresc) Efetuar podas que propiciem maior arejamento da copad) Realizar desbrotas sistemaacuteticase) Fazer o manejo das plantas invasoras por meio de roccediladasf) Evitar o excesso de adubaccedilatildeo nitrogenadag) Utilizar irrigaccedilatildeo sub-copah) Natildeo realizar mais de trecircs aplicaccedilotildees seguidas com fungicidas sistecircmicos devendosempre alternar com um de contato para evitar a formaccedilatildeo de raccedilas resistentesi) Na utilizaccedilatildeo de fungicidas agrave base de cobre acrescentar agrave calda 05 de oacuteleo mineralou vegetal emulsionaacutevel como medida auxiliar no controle de cochonilhas

323 Gorgulho

Nome cientiacutefico Conotrachelus psidii (Coleoptera Curculionidae)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1933

Hospedeiros alternativos Goiabeiras e araccedilazeiros satildeo citados como hospedeiros dapraga

Inimigos naturais Formigas predadoras Pheidole oxyops Ectatoma planidens

Solenopsis invicta Neoponera villosa e Odontomachus bauri

Aspectos bioloacutegicos Para ovipositarem as fecircmeas fazem com o aparelho bucalperfuraccedilotildees em frutos onde colocam um uacutenico ovo Apoacutes 6 dias da postura ocorre aeclosatildeo da larva que penetra no interior do fruto onde se alimenta da polpa e dassementes Passados de 30 a 35 dias a larva abandona a fruta e se aprofunda no soloonde se transforma em pupa permanecendo nesse estaacutedio por 3 a 4 meses Apoacutes esseperiacuteodo havendo condiccedilotildees de umidade no solo o adulto emerge originando uma novageraccedilatildeo da praga Os adultos de ambos os sexos se alimentam dos bototildees floraisdeixando pequenas perfuraccedilotildees

Condiccedilatildeo favoraacutevel Deve haver umidade no solo para que ocorra a emergecircncia doadulto

Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos Quando os estaacutedios de chumbinho (estaacutedio 4) ateacute que osfrutos atinjam 2 a 3 cm de diacircmetro (estaacutedio 6) coincidirem com a eacutepoca quente echuvosa

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo No periacuteodo criacutetico monitorar semanalmente 2 dasplantas do talhatildeo ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo observando-se um fruto em cadaquadrante no terccedilo meacutedio da copa Ao ser encontrado um fruto atacado examinar pelomenos mais 20 frutos da mesma planta Caso haja outros frutos atacados proceder aomonitoramento nas 4 plantas vizinhas Havendo frutos atacados em pelo menos uma dasplantas vizinhas o conjunto seraacute considerado infestadoO niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 20 dos conjuntos monitorados estivereminfestados

Manejo cultural Eliminar os frutos pequenos que apresentarem sintomas de ataque porocasiatildeo do raleio Recomenda-se coletar e destruir todos os frutos desenvolvidos eoumaduros com sintomas de ataque da praga uma vez que os frutos nesta idade ao caiacuteremno solo e apodrecerem propiciaratildeo continuidade ao ciclo de vida das larvas dogorgulho favorecendo o iniacutecio de uma nova geraccedilatildeo da praga

324 Percevejos

Nomes cientiacuteficos Monalonion annulipes (Hemiptera Miridae) (percevejo-da-verrugose) Leptoglossus gonagra (Hemiptera Coreidae) Leptoglossus stigma (Hemiptera Coreidae) Leptoglossus zonatus (Hemiptera Coreidae) Leptoglossus fasciatus (Hemiptera Coreidae) Holhymenia clavigera (Hemiptera Coreidae)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2033

Hospedeiros alternativos Estas espeacutecies satildeo altamente poliacutefagas Assim satildeo referidascomo pragas da maioria das espeacutecies frutiacuteferas cultivadas comercialmente aleacutem deatacarem tambeacutem espeacutecies bastante distintas como eacute o caso do milho cucurbitaacuteceasmamoneira algodoeiro e girassol Algumas espeacutecies tecircm bastante afinidade com plantasdaninhas como eacute o caso do melatildeo-de-satildeo-caetano ( Mormodica charantia) hospedeiroclaacutessico de L gonagra guanxuma (Sida sp) de L zonatus mussambecirc (Cleome sp) de

L gonagra etc

Inimigos naturais Adultos de H clavigera satildeo parasitados por Hexacladia smithii (Hymenoptera Encyrtidae) e Gryon gallardoi e Gryon sp (Hymenoptera Scelionidae)Parasitam ovos de L zonatus Trichopoda pennipes (Diptera Tachinidae) parasitaadultos de L zonatus Eucelatoriopsis sp e Hydallohoughia sp (Diptera Tachinidae)atacam percevejos Gryon barbiellinii (Hymenoptera Scelionidae) eacute parasitoacuteide de ovosde percevejos Na regiatildeo de Campinas SP foi observado que cerca de 80 dos ovos de

Leptoglossus spp estavam parasitados por Neorileya sp (Hymenoptera Eurytomidae)

Aspectos bioloacutegicos O ciclo evolutivo de L zonatus eacute de 60 dias em temperaturasamenas O ciclo de L gonagra varia de 80 a 90 dias com um periacuteodo de incubaccedilatildeo de 8

dias e fase ninfal de 55 dias

Condiccedilotildees favoraacuteveis Periacuteodos com altas temperaturas satildeo bastante favoraacuteveis aosinsetos Apesar de se alimentarem tambeacutem das partes vegetativas a presenccedila de frutos eacutemuito favoraacutevel ao aumento da populaccedilatildeo L zonatus e L gonagra que ocorrem o anotodo com picos populacionais de novembro a abril H clavigera ocorrepreferencialmente de setembro a abril com pico em janeiro

Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos Os percevejos atacam bototildees florais e frutos em todos osseus estaacutedios de desenvolvimento Os bototildees florais quando picados geralmente caeme os frutos mais desenvolvidos ficam deformados com cicatrizes bem visiacuteveis noslocais onde o inseto faz a punctura para a sua alimentaccedilatildeo Considerar como periacuteodocriacutetico a fase de formaccedilatildeo do botatildeo floral (entre os estaacutedios 2 e 3) ateacute a colheita (estaacutedio7)

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo No periacuteodo criacutetico monitorar semanalmente 2 dasplantas do talhatildeo ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo observando-se a presenccedila deinsetos (adultos ou ninfas) ou sinais do ataque da praga em frutos ou bototildees florais emdois ramos localizados no terccedilo meacutedio da copa em cada quadrante da planta Quandofor encontrado um inseto ou oacutergatildeo injuriado (fruto eou botatildeo floral) a planta seraacuteconsiderada infestadaO niacutevel de accedilatildeo seraacute alcanccedilado quando 20 das plantas monitoradas estivereminfestadas

Manejo cultural Eliminar os frutos pequenos que apresentarem sintomas de ataque porocasiatildeo do raleio As plantas infestantes no interior e em torno do pomar devem sermantidas com o porte baixo durante os periacuteodos favoraacuteveis agrave presenccedila da praga

325 Psiliacutedeo

Nome cientiacutefico Triozoida sp (Hemiptera Psyllidae)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2133

Hospedeiros alternativos Natildeo se conhecem relatos de ocorrecircncia desta praga emoutras culturas apesar de ser constatada sua ocorrecircncia em diversas plantas infestantes

Inimigos naturais Satildeo relatadas como espeacutecies predadoras as joaninhas Cycloneda

sanguinea Olla abdominalis e Scymnus spp aracniacutedeos crisopiacutedeos hemerobiiacutedeos

sirfiacutedeos e estafiliniacutedeos Moscas cecidomiiacutedeas e micro-himenoacutepteros calcidiacutedeos eencirtiacutedeos (Psyllaephagus sp) satildeo relatados como parasitoacuteides de psiliacutedeosCladosporium cladosporioides eacute relatado como agente patogecircnico

Aspectos bioloacutegicos As fecircmeas efetuam a postura ao longo dos ramos ponteiros efolhas novas O periacuteodo de incubaccedilatildeo eacute de 7 a 9 dias e o ninfal variaacutevel de 29 a 35 diasAs ninfas sugam os bordos das folhas que devido agraves toxinas injetadas enrolam-se edeformam-se adquirindo coloraccedilatildeo amarelada ou avermelhada tornando-seposteriormente necrosadas

Condiccedilotildees favoraacuteveis O periacuteodo mais favoraacutevel ao ataque eacute o compreendido pelosmeses de primaveraveratildeo quando as temperaturas satildeo elevadas geralmente associadas

com alto iacutendice pluviomeacutetrico

Periacuteodo e estaacutedio criacutetico Apoacutes a poda quando da emissatildeo das novas brotaccedilotildees ateacute oiniacutecio de desenvolvimento do fruto (estaacutedio 2 a estaacutedio 4)

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo No periacuteodo criacutetico monitorar semanalmente 2 dasplantas do talhatildeo ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo Em cada planta a ser monitoradaverificar a presenccedila de sintomas de ataque ou de ovos ninfas ou adultos do inseto nosdois uacuteltimos pares de folhas em um ramo por quadrante localizado no terccedilo superior dacopa (Figura 7) A planta seraacute considerada infestada quando for constatada a presenccedilado inseto ou de seus danos em pelo menos um quadrante da plantaO niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 30 das plantas monitoradas estiverem infestadasNo periacuteodo natildeo criacutetico o niacutevel de accedilatildeo eacute maior ou seja quando 50 das plantasestiverem infestadas

Manejo cultural O solo deve ser mantido constantemente vegetado sendo o manejodas plantas infestantes feito por meio de roccediladas a fim de permitir a manutenccedilatildeo dafauna de inimigos naturais A adubaccedilatildeo nitrogenada deveraacute ser feita com cuidado paraevitar a brotaccedilatildeo excessiva da planta o que favoreceria a sua colonizaccedilatildeo pela pragaInseticidas piretroacuteides natildeo deveratildeo ser utilizados na cultura por causarem desequiliacutebriosbioloacutegicos favorecendo a incidecircncia desta praga

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2233

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2333

MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM GOIABAMANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM GOIABA

Fenologia da Goiabeira - Pragas e DoenccedilasFenologia da Goiabeira - Pragas e Doenccedilas

0 30 60 120 180

P o d a

B r o t a

ccedil atilde o

F l o r e s c i m e n t o

F r u t

o s

ldquo C h u

m b i

n h o rdquo

F r u t o

s c o

m 2 a 3 c m

d e

d i acirc m

e t r o

C o l

150

F r u t

o s c o m

1 5 c m

d e

d i acirc m

e t r o

E s t aacute d

i o 1

E s t aacute d

i o 2

E s t aacute d

i o 3

E s t aacute d

i o 4

E s t aacute d

i o 5

E s t aacute d

i o 6

Gorgulho e Percevejos

Besouro-amarelo e Psiliacutedeo

Ferrugem

ensacamentoensacamento

Figura 8 Fenologia da goiabeira conduzida pelo sistema de poda total e os periacuteodos criacuteticos de cada praga

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2433

34 Procedimentos aplicados para inspeccedilatildeo populacional das pragas

O sistema de MIP adotado na cultura da goiaba na regiatildeo de Campinas eValinhos no Estado de Satildeo Paulo consiste em levantamentos semanais para estimativadas pragas-chave e dos inimigos naturais

Os procedimentos para realizaccedilatildeo desse levantamento estatildeo resumidos na

Tabela 1 onde satildeo tambeacutem apresentados os niacuteveis de accedilatildeo para controle das pragas-chaveOs dados desse levantamento satildeo registrados em ficha proacutepria cujo

modelo eacute apresentado na Figura 9Nessa ficha constam tambeacutem informaccedilotildees sobre a presenccedila dos inimigos

naturais Para facilitar a identificaccedilatildeo desses artroacutepodos a Tabela 2 apresentainformaccedilotildees sobre a sua localizaccedilatildeo na planta e caracteriacutesticas de seu comportamento

35 Consideraccedilotildees sobre os inimigos naturais presentes no pomar de goiaba

Os inimigos naturais satildeo componentes importantiacutessimos do Manejo

Integrado de Pragas dentro dos princiacutepios estabelecidos pela Produccedilatildeo Integrada deFrutas (PIF) O primeiro passo para tirar o melhor proveito do controle bioloacutegico eacuteconhecer as espeacutecies de pragas seus inimigos naturais e o potencial de controleexercido por eles no campo

Uma revisatildeo da literatura mostra que algumas pragas da goiaba satildeobastante atacadas por agentes de controle bioloacutegico enquanto outras natildeo o satildeo Eacute o casodo gorgulho que eacute atacado por algumas espeacutecies de formigas predadoras(Hymenoptera Formicidae) Adultos do percevejo H clavigera satildeo parasitados por

Hexacladia smithii (Hymenoptera Encyrtidae) Jaacute os percevejos do gecircnero Leptoglossus (Hemiptera Coreidae) satildeo atacados na fase de ovo pelos parasitoacuteidesGryon spp (Hymenoptera Scelionidae) quando adultos podem ser parasitados porTrichopoda pennipes Eucelatoriopsis sp e Hydallohoughia sp (Diptera Tachinidae)Mas eacute o psiliacutedeo juntamente com o besouro-amarelo que apresentam o maior nuacutemerode inimigos naturais conhecidos O psiacuteliacutedeo eacute predado pelas joaninhas Cycloneda

sanguinea e Scymnus spp (Coleoptera Coccinellidae) por crisopiacutedeos e hemerobiiacutedeos(Neuroptera) estafiliniacutedeos (Coleoptera) e aranhas Moscas cecidomiiacutedeas emicroimenoacutepteros calcidiacutedeos satildeo relatados como parasitoacuteides e o fungo Cladosporium

cladosporioides eacute citado como agente patogecircnico O besouro amarelo eacute predado pelospercevejos Supputius cincticeps (Hemiptera Pentatomidae) Tynacantha marginata

(Hemiptera Pentatomidae) Arilus carinatus (Hemiptera Reduviidae) pelas aranhas Misumenops pallens (Araneae Thomisidae) e Peucetia sp (Araneae Oxyopidae) eparasitados pelos fungos entomopatogecircnicos Beauveria bassiana e Metarhizium

anisopliae var anisopliaeEmbora a lista de inimigos naturais natildeo seja pequena pouco se sabe

sobre a sua real capacidade de controle Aleacutem disto a accedilatildeo dos inimigos naturais eacutemuito afetado pelo modo de o homem manejar o ambiente O solo completamentedesprovido de mato por exemplo pode natildeo ser favoraacutevel para a atraccedilatildeo e permanecircnciade inimigos naturais num local Contudo mais estudos satildeo necessaacuterios para entendermelhor essa relaccedilatildeo principalmente no caso da cultura da goiaba

Visando aumentar esse conhecimento bem como a relaccedilatildeo de inimigosexistentes a equipe do PIF-Goiaba tem feito levantamentos perioacutedicos na regiatildeo deCampinas - SP e alguns resultados jaacute foram obtidos Para os percevejos do gecircnero

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2533

Leptoglossus por exemplo verificou-se que cerca de 80 dos ovos depositados nasgoiabeiras estavam parasitados pelo micro-himenoacuteptero Neorileya sp (Eurytomidae)Atacando psiliacutedeo foram encontradas uma espeacutecie de joaninha Olla abdominalis (Coleoptera Coccinellidae) larvas de uma mosca da famiacutelia Syrphidae e uma espeacuteciede parasitoacuteide do gecircnero Psyllaephagus (Hymenoptera Encyrtidae) Paralelamenteestuda-se a possibilidade de se realizarem ensaios para avaliar a patogenicidade de

microrganismos agraves pragas-chave com o objetivo de ampliar a utilizaccedilatildeo do controlebioloacutegico na culturaPor outro lado como a capacitaccedilatildeo de recursos humanos faz parte da

filosofia da Produccedilatildeo Integrada de Frutas o material entomoloacutegico coletado nesseslevantamentos estaacute sendo fotografado para elaboraccedilatildeo de um manual ilustradocontendo natildeo soacute os insetos pragas em suas diversas fases de desenvolvimento mastambeacutem seus inimigos naturais Posteriormente esse manual serviraacute para orientar osprodutores aos quais tambeacutem estatildeo sendo ministrados cursos de treinamento

36 Consideraccedilotildees sobre os estudos de monitoramento de pragas

Aleacutem das pragas citadas anteriormente a goiabeira apresenta outrosorganismos de importacircncia que podem causar seacuterios prejuiacutezos agrave cultura poreacutem devidoaos aspectos do seu ciclo bioloacutegico natildeo eacute possiacutevel condicionar o controle dos mesmosao emprego de taacuteticas de MIP Como exemplo a goiabeira apresenta duas doenccedilas umacausada por bacteacuteria conhecida como seca-bacteriana ( Erwinia psidii) e outra causadapor fungo denominada antracnose (Colletotrichum gloeosporioides) entretanto devidoao caraacuteter explosivo de suas infecccedilotildees natildeo eacute possiacutevel monitoraacute-las diretamente nocampo Em ambos os casos a possibilidade de monitoramento se daria por intermeacutedioda utilizaccedilatildeo de estaccedilotildees de aviso onde os dados meteoroloacutegicos obtidoscorrelacionados com as informaccedilotildees da condiccedilatildeo favoraacutevel para infecccedilatildeo resultariamem uma informaccedilatildeo de previsibilidade de ataque dessas doenccedilas

Os estudos de monitoramento no campo que ainda se encontram emandamento tecircm detectado o surgimento de outras pragas causando seacuterios prejuiacutezos agravegoiabeira tais comoa) Aacutecaro-branco Polyphagotarsonemus latus (Banks 1904) (Acari Tarsonemidae) esseaacutecaro tem sido constatado causando injuacuterias nas brotaccedilotildees e frutos novosprincipalmente entre os estaacutedios de desenvolvimento 1 e 3 (Figura 8)b) Lagarta-do-ponteiro (Lepidoptera Tortricidae) conforme o seu proacuteprio nome essaslagartas instalam-se nas brotaccedilotildees da goiabeira danificando as folhas e os caules tenroscomprometendo o seu desenvolvimento As lagartas satildeo pequenas atingindo nomaacuteximo cerca de 1 cm de comprimento de coloraccedilatildeo verde pardacenta satildeo aacutegeis equando molestadas saltam para fora da brotaccedilatildeo podendo ficar penduradas por um fiode seda O adulto eacute uma pequena mariposa de cor acinzentada que tambeacutem natildeo chega aatingir 1 cm de comprimento Ateacute o momento nos monitoramentos natildeo foi constatada apresenccedila de adultos o que leva a crer que provavelmente esse inseto tenhacomportamento crepuscular ou noturno Tambeacutem natildeo haacute nenhuma informaccedilatildeo relatadaa respeito da ocorrecircncia desse inseto na cultura da goiabac) Lagarta-dos-frutos (Lepidoptera Tortricidae) as lagartas se instalam geralmente nosfruto ensacados ambiente propiacutecio para se desenvolverem danificando a casca e aporccedilatildeo da polpa logo abaixo Tambeacutem satildeo encontradas entre os frutos que ficamaglomerados no ramo As injuacuterias decorrentes de sua alimentaccedilatildeo prejudicam aaparecircncia dos frutos que satildeo descartados Foi constatado um talhatildeo em que a maioria

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2633

dos frutos se encontravam infestados acarretando um prejuiacutezo acima de 50 daproduccedilatildeo As lagartas satildeo aacutegeis apresentam coloraccedilatildeo verde na grande maioria dosindiviacuteduos medem cerca de 15 cm no maacuteximo Os adultos satildeo mariposas de coloraccedilatildeoparda ou ateacute mesmo acizentadas e chegam a medir cerca de 12 mm de comprimentoAteacute o momento natildeo foi constatada a presenccedila de adultos nos monitoramentosrealizados A exemplo da lagarta-dos-ponteiros tambeacutem natildeo haacute nenhuma informaccedilatildeo

relatada de sua ocorrecircncia

4 Consideraccedilotildees finais

A implementaccedilatildeo do MIP na cultura da goiaba reserva um grandedesafio pois diversos fatores de ordem regulatoacuteria econocircmica ambiental de proteccedilatildeohumana ecoloacutegica de praacuteticas culturais e as variaccedilotildees de clima determinaratildeo o usodesse sistema no futuro Portanto a aplicaccedilatildeo do MIP natildeo ficaraacute apenas sob aresponsabilidade do produtor mas a accedilatildeo deveraacute ser conjunta envolvendo asinstituiccedilotildees de pesquisa de extensatildeo e toda a cadeia produtiva da fruta

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2733

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2833

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2933

Tabela 2 Informaccedilotildees sobre os inimigos naturais mais frequumlentes na goiabeira com relaccedilatildeo agraves suas fases de vid

Inimigos Naturais Inspeccedilatildeo

1 Aacutecaro predador 991522 Nos ramos escolhidos para exame de psiliacutedeos inspecionarvelhas com auxiacutelio de uma lupa de 10x de aumento procurand

2 Aranhas 991522 Ao examinar as plantas amostradas procurar os adultos pri jovens eou ovos nos ninhos formados por teias entre as folhas

3 Crisopiacutedeos (bicho-lixeiro)991522 Ao examinar as plantas amostradas observar a presenccedila deadultos Geralmente satildeo encontrados em qualquer parte da pltronco)

4 Formigas 991522 Ao examinar as plantas amostradas procurar os insetos adu

5 Joaninhas 991522 Ao examinar as plantas amostradas observar a presenccedila dpreferencialmente nas folhas novas

6 Percevejos predadores 991522 Examinar as plantas amostradas procurando adultos ninf

localizam nas folhas do interior da copa7 Sirfiacutedeos (moscas que pairam no ar) 991522 Observar moscas que pairam no ar as larvas localizam-se

por ocasiatildeo da infestaccedilatildeo de psiacutelideos ou pulgotildees principalme8 Mosquinha-verde metaacutelica (Dolicopodiacutedeos) 991522 Os adultos satildeo aacutegeis e devem ser observados nas folhas loc

9 Vespas (marimbondos) 991522 Geralmente os adultos satildeo pequenas vespas caccediladoras qubrotaccedilotildees

10 Vespinhas (parasitoacuteides) 991522 Examinar as plantas amostradas procurando os insetos aduno interior da copa

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3033

FICHA DE INSPECcedilAtildeO DE PRAGAS E INIMIGOS NATURAIS PRODUCcedilAtildeO INTEGRADA DE GOIABA-SPPlantas inspecionadas

PragasQ 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

No

abc

Besouro-amarelo

dabc

Gorgulho

dabc

Percevejos

dabc

Psiliacutedeo

d

Ferrugem SInimigos Naturais E

LJoaninhasAOL

Crisopiacutedeos(bicho-lixeiro)

ANPercevejos

predadores AAacutecaro predador A

Aranhas AVespinhas A

Data _______________ Talhatildeo ___________ Estaacutegio fenoloacutegico 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6( ) 7( ) Inspetor

Legenda Q = quadrantes E = estaacutegio de vida dos inimigos naturais onde O = ovo L = larva N = ninfa A =

Figura 9 Modelo de ficha de amostragem utilizada no monitoramento das pragas e inimigos naturais na goiabei

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3133

Agradecimentos

Os autores agradecem aos teacutecnicos e produtores do Comitecirc Gestor daProduccedilatildeo Integrada de Frutas - Goiaba pelo total apoio que nos foi dispensado e queainda continuam incentivando com pleno entusiasmo no intuito de fortalecer cada vezmais a fruticultura brasileira Tambeacutem agradecemos os estagiaacuterios Guilherme de Melo e

Flaacutevia Calderari Marin pelo grande auxiacutelio nos trabalhos de monitoramento no campo ede laboratoacuterio Agradecemos tambeacutem ao engenheiro agrocircnomo Joseacute Emiacutelio Bettiol Netopela sua grande atuaccedilatildeo frente aos produtores de goiaba e que nunca mediu esforccedilos emnos ajudar nos estudos de monitoramento aleacutem das muitas informaccedilotildees que nosforneceu

Bibliografia consultada

Altieri MA EN Silva amp CI Nicholls 2003 O papel da biodiversidade no manejode pragas Holos Editora Ribeiratildeo Preto 226p

Bailez OE A M Viana ndashBailez JOG Lima amp DDO Moreira 2003 Life-historyof the guava weevil Conotrachelus psidii Marshal (Coleoptera Curculionidae) underlaboratory conditions Neotropical Entomology 32(2)203-207

Baldin ELL AL Boiccedila Juacutenior amp S Freitas 1998 Percevejo do maracujaacuteHolhymenia clavigera (Herb 1784) x Holhymenia histrio (Fabr 1803) (HemipteraCoreidae) p35 In 17o Congresso Brasileiro de Entomologia Resumos vol 1 SEBRio de Janeiro RJ

Barbosa FR A P Santos AT Haji WA Moreira FNP Haji amp J A Alencar1999 Eficiecircncia e seletividade do imidacloprid e lambdacyalothrin no controledopsiliacutedeo (Triozoida sp) em goiabeira Revista Brasileira de Fruticultura 21(3) 385-387

Barbosa FR AS Nascimento JV Oliveira JA Alencar amp FNP Haji 2001Pragas p29-54 In Barbosa FR (ed) Goiaba Fitossanidade Embrapa Semi-AacuteridoPetrolina Embrapa Brasiacutelia 63p (Frutas do Brasil 18)

Barbosa FR RG Ferreira LHP Kiill E A Souza WA Moreira JA Alencar ampFNP Haji 2002 Estudos do niacutevel de dano plantas invasoras hospedeiras e controledo psiliacutedeo da goiabeira (Triozoida sp) In XIX Congresso Brasileiro de EntomologiaManaus AM (Anais do Seminaacuterio do SEAG)

Boscaacuten de Martinez N amp R Casares 1980 El gorgojop de la guayaba Conotracheluspsidii Marshall (Coleoptera Curculionidae) I Evaluacioacuten de dantildeos AgronomiaTropical 30(1-6) 77-83

Boscaacuten de Martinez N amp R Casares 1981 Distribucioacutenen el tiempo de las fases delgorgojo de la guayaba Conotrachelus psidii Marshall (Coleoptera Curculionidae) en elcampo Agronomia Tropical 31(1-6) 123-130

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3233

Cave RD 1995 Manual para la ensentildeanza del control bioloacutegico en Ameacuterica LatinaZamorano Academic Press Zamorano Honduras 188p (primera edicioacuten)

Crocomo WB 1990 O que eacute o manejo integrado de pragas p 9-34 In CrocomoWB (coord) Manejo integrado de pragas Editora Unesp Satildeo Paulo CETESB 358p

Dolinski C 2003 Vermes que controlam insetos Guava News 1(1)8 (Goiabraacutes)

Follet PA amp KW Vick 2002 Desarrollo de estrategias de manejo integrado deplagas para eliminar las barreras sanitarias que restringen la exportacioacuten de productosagriacutecolas Manejo Integrado de Plagas y Agroecologia 65 43-49

Gallo D O Nakano S Silveira Neto RPL Carvalho GC Baptista E Berti FilhoJRP Parra RA Zucchi SB Alves JD Vendramim LC Marchini JRS Lopes ampC Omoto 2002 Entomologia Agriacutecola FEALQ Piracicaba 920p

Gonzaga Neto L amp JM Soares 1994 Goiaba para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos daproduccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa-SPI 49p - (Seacuterie Publicaccedilotildees Teacutecnicas FRUPEX 5)

Gould WP amp A Raga 2002 Pests of guava p295-313 In JE Pentildea JL Sharp ampM Wysoki (eds) Tropical fruit pests and pollinators biology economic importancenatural enemies and control CABI Publishing New York NY

Kogan M amp M Shenk 2002 Conceptualizacioacuten del manejo integrado de plagas enescalas espaciales y niveles de integracioacuten maacutes amplios Manejo Integrado de Plagas yAgroecologia 65 34-42

Malavasi A amp RA Zucchi 2000 Moscas-das-frutas de importacircncia econocircmica noBrasil conhecimento baacutesico e aplicado Holos Editora Ribeiratildeo Preto 327p

Nicholls C amp M Altieri 2002 Biodivesidad y disentildeo agroecoloacutegico un estudio dede manejo de plagas en vintildeedos Manejo Integrado de Plagas y Agroecologia 65 50-64

Norris RF EP Caswell-Chen amp M Kogan 2003 Concepts in integrated pestmanagement Prentice Hall Upper Saddle River New Jersey 586p

Pereira FM amp SA Bortoli 1998 Pragas da goiabeira p 119-130 In BragaSobrinho R JE Cardoso amp FCO Freire (eds) Pragas das fruteiras tropicais deimportacircncia agroindustrial Embrapa-SPI Brasiacutelia Embrapa-CNPAT Fortaleza 209p

Silva AGDA CR Gonccedilalves DM Galvatildeo AJL Gonccedilalves J Gomes MNSilva amp L Simoni 1968 Quarto cataacutelogo dos insetos que vivem nas plantas do Brasilseus parasitos e predadores Parte II - 1o Tomo - Insetos hospedeiros e inimigosnaturais Min de Agric Dep de Def e Inspeccedilatildeo Agropecuaacuteria Rio de Janeiro 622p

Silva NA 1992 Taxonomia ciclo de vida e dinacircmica populacional de Costalimaitaferruginea (Fabr 1801) (Coleoptera Chrysomelidae) praga de Eucalyptus spp(Myrtaceae) Tese de Doutorado ESALQUSP Piracicaba SP 165p

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3333

Silveira Neto S 1990 Monitoramento e decisatildeo no controle de pragas p 71-86 InCrocomo WB (coord) Manejo integrado de pragas Editora Unesp Satildeo PauloCETESB 358p

Souza JC A Raga amp MA Souza 2003 Pragas da goiabeira EPAMIG BeloHorizonte 60p (EPAMIG Boletim Teacutecnico 71)

Page 2: goiabeira - 9_MIPpragas

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 233

Tempo

Cultura

Praga Ambiente

Figura 1 Conceito do tetraedro integrando os efeitos da praga ambiente cultura e otempo como determinantes do status do organismo como uma praga (Norriset al 2003)

O Manejo Integrado de Pragas eacute definido como um sistema de apoio a

decisotildees para seleccedilatildeo e uso de taacuteticas de controle de pragas usadas individualmente ouharmoniosamente coordenadas em estrateacutegias de manejo baseado em anaacutelises de custoe benefiacutecio que levam em conta os interesses dos produtores e os impactos nasociedade e no meio ambiente (Kogan amp Shenk 2002) Observa-se que a expressatildeo eacutecomposta de trecircs palavras nas quais seus significados se adequam agrave definiccedilatildeo do MIP- ManejorArr gerenciamento- Integrado rArr ldquocoordenar ou harmonizar os componentes de um sistema em um todo

funcional ou unificadordquo- PragarArr jaacute foi anteriormente conceituado

Pela definiccedilatildeo observa-se que o MIP eacute apoiado basicamente por trecircsatividades avaliaccedilatildeo do agroecossistema tomada de decisatildeo e escolha da taacutetica decontrole para reduccedilatildeo populacional da praga

21 Avaliaccedilatildeo do Agroecossistema

O Manejo Integrado de Pragas nada mais eacute do que a aplicaccedilatildeo dosconhecimentos de ecologia pois ocorre dentro de ecossistemas agriacutecolas ouagroecossistemas que compreendem uma cultura e seu ambiente Apesar de oagroecossistema apresentar uma biodiversidade menor que o ecossistema naturalmesmo assim eacute um sistema totalmente complexo onde os organismos que o compotildeemsejam pragas ou natildeo estatildeo interagindo na comunidade

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 333

Considerando todas as categorias de pragas verifica-se que as mesmasnatildeo existem isoladas uma da outra e na maioria das culturas elas tecircm ocorridosimultaneamente Para o MIP eacute importante levar em consideraccedilatildeo esse fato pois muitasvezes o uso de uma determinada taacutetica de controle visando uma categoria de pragapode potencialmente influenciar todas as outras categorias presentes noagroecossistema A Figura 2 na forma de diagrama representa o potencial de interaccedilotildees

entre as diferentes categorias de pragas notando-se que artroacutepodos (insetos eouaacutecaros) nematoacuteides e patoacutegenos podem entre si mostrar uma faixa de interaccedilotildees desdetecircnue ateacute a mais iacutentima Como exemplo dos vaacuterios tipos de complexos de interaccedilotildees quepodem ocorrer em um agroecossitema satildeo citados alguns modelos logo a seguira) As plantas daninhas podem servir como hospedeiro alternativo de artroacutepodos pragas

(insetos eou aacutecaros) ou mesmo para a manutenccedilatildeo da populaccedilatildeo de artroacutepodosbeneacuteficos (parasitoacuteides e predadores)

b) Insetos e aacutecaros podem transportar esporos criar feridas e transmitir (vetor)nematoacuteides e viroses facilitando dessa forma a disseminaccedilatildeo de agentes causadoresde doenccedilas

c) Interaccedilatildeo entre trecircs categorias de pragas como o caso de as plantas daninhas seremhospedeiras de viroses transmitidas agraves plantas cultivadas por insetos vetores

Plantas daninhasPlantas daninhas

Patoacutegenos(fungos bacteacuterias e viacuterus)

Patoacutegenos(fungos bacteacuterias e viacuterus)

Vertebrados(homem animais domeacutesticos

e outros)

Vertebrados(homem animais domeacutesticos

e outros)

NematoacuteidesNematoacuteidesArtroacutepodos

(insetos e aacutecaros)

Artroacutepodos(insetos e aacutecaros)

Figura 2 Diagrama representando as interaccedilotildees potenciais entre as diferentescategorias de pragas As espessuras das flechas representamaproximadamente a importacircncia da interaccedilatildeo (modificado de Norris et al2003)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 433

Portanto na implementaccedilatildeo do MIP eacute de fundamental importacircnciaplanejar o agroecossitema cujos problemas fitossanitaacuterios devem ser previamenteconhecidos com o objetivo de tornar a cultura menos suscetiacutevel ao ataque de pragasPara tanto o agroecossistema deve ser avaliado atraveacutes de um programa de estudosvisando buscar informaccedilotildees fundamentais para a aplicaccedilatildeo correta do MIP lembrando-se de que para cada regiatildeo eou cultura as estrateacutegias a serem aplicadas seratildeo distintas

As informaccedilotildees baacutesicas necessaacuterias para a elaboraccedilatildeo de um programa deMIP devem compor as seguintes etapas

a) Identificaccedilatildeo das pragas mais importantes da cultura (pragas-chave)

A correta identificaccedilatildeo das espeacutecies pragas presentes no agroecossistema eacute umdos aspectos mais importantes de um programa de MIP As pragas-chave satildeo aquelasque causam maiores prejuiacutezos em uma cultura portanto devem ser as mais visadasquanto ao seu monitoramento e controle A identificaccedilatildeo incorreta da espeacutecie pragapode acarretar na escolha errada de uma taacutetica de controle Para essa etapa se fazem-senecessaacuterio uma consulta a um especialista em taxonomia e tambeacutem estudos sobre abionomia da praga (biologia comportamento ecologia hospedeiros inimigos naturais

etc)

b) Identificaccedilatildeo dos inimigos naturais das pragas

Eacute um outro aspecto que merece muita consideraccedilatildeo pois os inimigos naturaissatildeo responsaacuteveis pela manutenccedilatildeo do equiliacutebrio das pragas-chave principalmente Oconhecimento do controle bioloacutegico natural eacute primordial pois seu conhecimentoinfluenciaraacute na tomada de decisatildeo com relaccedilatildeo agrave aplicaccedilatildeo de outras taacuteticas de controleA correta identificaccedilatildeo dos inimigos naturais e seus estudos de bionomia teacutecnicas decriaccedilatildeo e produccedilatildeo tambeacutem satildeo fundamentais

c) Avaliaccedilatildeo populacional das pragas e de seus inimigos naturais

Outra etapa fundamental eacute acompanhar a flutuaccedilatildeo populacional das espeacuteciespragas relacionadas com a cultura bem como dos seus inimigos naturais A avaliaccedilatildeopopulacional da praga eacute importante para determinar o seu periacuteodo de maior incidecircnciana cultura e geralmente estaacute associado principalmente aos estaacutedios fenoloacutegicos dacultura e aos fatores climaacuteticos Tambeacutem eacute uma importante ferramenta paradeterminaccedilatildeo da amostragem de pragas por ocasiatildeo da tomada de decisatildeo

d) Estudos dos fatores climaacuteticos

Eacute a verificaccedilatildeo dos efeitos do clima sobre a cultura e sobre a ocorrecircncia depragas e seus inimigos naturais Eacute importante salientar que o ambiente pode alterar ostatus de um organismo de praga para natildeo-praga A umidade e a temperatura regulam acapacidade de muitos organismos para atacar a cultura

e) Conhecimento dos estaacutedios fenoloacutegicos da planta

A fenologia da cultura eacute uma ferramenta muito uacutetil para determinar os periacuteodosde suscetibilidade nos seus diferentes estaacutedios de desenvolvimento ao ataque daspragas

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 533

f) Avaliaccedilatildeo das taacuteticas mais adequadas de controle

Devem ser acompanhados e verificados os efeitos do meacutetodo de controleempregado que visa reduzir a populaccedilatildeo da praga e sobre as espeacutecies natildeo alvo aexemplo dos inimigos naturais Eacute importante levar em consideraccedilatildeo que o controle

efetivo de uma praga de importacircncia econocircmica eacute o objetivo principal dentro dasestrateacutegias de MIP aleacutem de preservar a integridade ambiental e o bem estar dasociedade

22 Tomada de decisatildeo

A tomada de decisatildeo eacute uma etapa que leva em conta basicamente aanaacutelise dos aspectos econocircmicos da cultura e a relaccedilatildeo custobenefiacutecio do controle depragas No entanto eacute importante ressaltar que a taacutetica de controle de pragas natildeo eacute umaatividade que aumenta a produccedilatildeo pois apenas evita as perdas provocadas pelacompeticcedilatildeo dos organismos

Uma vez que a identidade da praga tenha sido estabelecida a sua

densidade determinada a informaccedilatildeo dos estaacutedios fenoloacutegicos tanto da praga como dacultura tenham sido definidos essas informaccedilotildees poderatildeo ser usadas para tomada dedecisatildeo nas estrateacutegias de manejo A necessidade de implementaccedilatildeo de taacuteticas decontrole dependeraacute da relativa densidade da praga para os limiares apropriados aoestaacutedio fenoloacutegico da cultura

Quando a injuacuteria na cultura provocada por uma praga natildeo acarreta danosquantitativos ou qualitativos elas satildeo denominadas de pragas indiretas Entretantoquando causam injuacuterias nos produtos que satildeo objeto de comercializaccedilatildeo afetandodiretamente a comercializaccedilatildeo satildeo denominadas como pragas diretas a exemplo dasmoscas-das-frutas que causam injuacuterias aos frutos

Com base na flutuaccedilatildeo populacional das pragas podem-se definir algunsparacircmetros importantes para a tomada de decisatildeo no MIPrArr Niacutevel de equiliacutebrio refere-se ao equiliacutebrio da densidade populacional da praga porum longo periacuteodo de tempo na ausecircncia de mudanccedilas permanentes no ambienterArr Niacutevel de dano econocircmico eacute a menor densidade populacional da praga capaz decausar perdas econocircmicas significativas (Figura 3)rArr Niacutevel de accedilatildeo eacute a densidade da praga em que as accedilotildees de controle devem sertomadas para impedir que a populaccedilatildeo alcance o niacutevel de dano econocircmico (Figura 3)

Baseando-se nesses paracircmetros eacute possiacutevel classificar as pragas ema) Natildeo econocircmicas quando a densidade populacional da praga dificilmente atinge ouultrapassa o niacutevel de dano econocircmicob) Ocasionais quando a densidade populacional da praga atinge ou ultrapassa o niacutevel deaccedilatildeo ou niacutevel de dano econocircmico retornando ao equiliacutebrio com a aplicaccedilatildeo de uma

taacutetica de controle (Figura 3)c) Perenes quando a densidade populacional da praga atinge o niacutevel de accedilatildeo ou o niacutevelde dano econocircmico com frequumlecircncia exigindo adoccedilatildeo constante de medidas de controled) Severas quando o niacutevel de equiliacutebrio estaacute situado acima do niacutevel de accedilatildeo e do niacutevelde dano econocircmico exigindo medidas preventivas de controle para garantir aprodutividade da cultura (Figura 4)

Como se verifica as adoccedilotildees de medidas de controle no MIP satildeorealizadas avaliando-se o potencial de dano suportado pela cultura em relaccedilatildeo agravedensidade populacional da praga levando-se em consideraccedilatildeo os niacuteveis de accedilatildeo e de

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 633

dano econocircmico Eacute importante lembrar que o termo dano largamente aplicado refere-seagraves perdas econocircmicas decorrentes da injuacuteria provocada pela praga

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 733

D e n s i d a d e p o p u l a c i o n a l d a p r a g a

Tempo

N

Medidas de controle

Medidas de controle

Figura 3 Flutuaccedilatildeo populacional de uma determinada praga no decorrer do tempo para pragas ocasionais (mod

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 833

D e n s i d a d e p o

p u l a c i o n a l d a p r a g a

Tempo

N Medidas de controle

Medidas de controle

Figura 4 Flutuaccedilatildeo populacional de uma determinada praga no decorrer do tempo para pragas severas (modific

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 933

23 Escolha da taacutetica de controle para reduccedilatildeo populacional da praga

Antes de tudo eacute importante enfatizar que dois termos foram largamenteutilizados no sistema de MIP taacutetica e estrateacutegia Em MIP taacutetica refere-se aos meacutetodosdisponiacuteveis para o controle das pragas enquanto estrateacutegia eacute um plano para uma accedilatildeobem sucedida baseada nos objetivos do sistema de produccedilatildeo da cultura e na biologia e

ecologia das pragas Conforme jaacute citado no item 21 deve-se levar em conta que ocontrole efetivo de uma praga de importacircncia econocircmica eacute o objetivo principal dentrodas estrateacutegias de MIP aleacutem de preservar a integridade ambiental e o bem estar dasociedade Portanto para a aplicaccedilatildeo racional das taacuteticas de controle eacute necessaacuterio que seconheccedilam bem a cultura as caracteriacutesticas bioecoloacutegicas das pragas e tambeacutem de outrasaacutereas do conhecimento tais como fiacutesica quiacutemica engenharia meio ambiente economiasociologia e legislaccedilatildeo

Dentre as estrateacutegias de controle aplicada no MIP cinco podem serconsideradas as mais importantesa) Prevenccedilatildeo estrateacutegia que visa a prevenccedilatildeo da chegada ou estabelecimento de pragasem aacutereas geralmente natildeo infestadas O tamanho da aacuterea vai desde uma vasta regiatildeogeograacutefica (estado paiacutes ou continente) a pequenas aacutereas (campos de cultivos) A

prevenccedilatildeo eacute uma estrateacutegia que pode envolver vaacuterias taacuteticas ou apenas uma e tambeacutempode ser aplicada para uma praga especiacuteficab) Mitigaccedilatildeo temporaacuteria essa estrateacutegia usa taacuteticas de controle especiacuteficas em uma baseemergencial para prevenir o ataque violento de uma pragac) Manejo de populaccedilotildees no interior dos campos de cultivo o manejo se faz dentro daaacuterea de cultivo pelo fato de a praga jaacute estar bem estabelecida na aacuterea Esse padratildeo deestrateacutegia eacute o mais comum no programas de MIPd) Manejo de pragas em grandes aacutereas os maiores problemas com pragas satildeomanejados ao niacutevel de grandes aacutereas Para algumas pragas o manejo pode serentendido ao niacutevel regional para alcanccedilar uma regulaccedilatildeo populacional a exemplo dealgumas viroses e para alguns insetos moacuteveise) Erradicaccedilatildeo eacute a eliminaccedilatildeo populacional completa de uma praga em umadeterminada aacuterea

Quanto agraves taacuteticas de controle haacute vaacuterios tipos possiacuteveis de seremaplicadas nos programas de MIP entretanto eacute importante levar em consideraccedilatildeo que astaacuteticas satildeo inesgotaacuteveis e que envolvem muita pesquisa e tecnologia disponiacutevel Ostipos de taacuteticas podem ser abordados da seguinte forma

1) Meacutetodos legislativos ou regulatoacuteriosa) Serviccedilo quarentenaacuteriob) Tratamentos quarentenaacuteriosc) Medidas obrigatoacuterias de controled) Programas de supressatildeo e erradicaccedilatildeo

2) Meacutetodos mecacircnicosa) Destruiccedilatildeo manualb) Uso de barreirasc) Esmagamentod) Armadilhase) Cataccedilatildeof) Ensacamento de frutos

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1033

3) Meacutetodos culturaisa) Destruiccedilatildeo de restos de culturab) Poda ou desbastec) Adubaccedilatildeo e irrigaccedilatildeod) Uso de culturas armadilhase) Manipulaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo dos hospedeiros alternativos

4) Meacutetodo de resistecircncia de plantas

5) Meacutetodos de controle por comportamentoa) Feromocircniosb) Repelentesc) Controle por meio de esterilizaccedilatildeo de insetos

6) Meacutetodos de controle fiacutesicoa) Fogob) Drenagemc) Inundaccedilatildeo

d) Temperaturae) Armadilhas luminosasf) Som

7 ) Meacutetodos de controle bioloacutegicoEacute considerado o alicerce de programas modernos de MIP pois os

inimigos naturais mantecircm as pragas em equiliacutebrio sendo um dos responsaacuteveis pelamortalidade natural no agroecossistema

8) Meacutetodos de controle autocida ou geneacuteticosa) Teacutecnica do inseto esteacuteril (TIE)

9) Meacutetodo quiacutemicoa) Pesticidas (inseticidas fungicidas nematicidas e herbicidas)

24 Algumas consideraccedilotildees a respeito do MIP

Pela definiccedilatildeo verifica-se que o sistema daacute ecircnfase ao processo de tomadade decisatildeo que eacute o componente baacutesico que o distingue do sistema convencional decontrole de pragas (Figura 5) Isto implica em dizer que eacute importante aprender a tolerara presenccedila de pragas e a injuacuteria provocada enquanto isso natildeo significar prejuiacutezoeconocircmico pois eacute possiacutevel esperar que a populaccedilatildeo desses organismos atinja o niacutevel dedano econocircmico para consideraacute-los como pragas Essa toleracircncia pode-se dizer que eacuteum fator chave dentro dos programas de MIP favorecendo a accedilatildeo do ambienteprincipalmente com relaccedilatildeo agrave atuaccedilatildeo dos inimigos naturais que poderatildeo ter a suaeficiecircncia incrementada em face do seu crescimento populacional

Com exceccedilatildeo da cultura dos citros as frutiacuteferas tropicais incluindo-se agoiabeira carecem de estudos sobre taxonomia biologia comportamento e ecologia dasprincipais pragas sobre os diversos agroecossistemas formados pelas exploraccedilotildeesfrutiacutecolas sobre os sistemas de tomada de decisatildeo (monitoramento e amostragem) e

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1133

sobre as taacuteticas de controle que constituem informaccedilotildees essenciais para aplicaccedilatildeocorreta do MIP (Figura 5)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1233

bull Identificaccedilatildeo das principais pragasIdentificaccedilatildeo das principais pragas

bullbull Quantificaccedilatildeo da infestaccedilatildeoinfecccedilatildeo (amostragem)Quantificaccedilatildeo da infestaccedilatildeoinfecccedilatildeo (amostragem)

TOMADA DE DECISAtildeOTOMADA DE DECISAtildeOTOMADA DE DECISAtildeO

[n[niacute iacute vel de dano econvel de dano econocircocircmico]mico]

bull Seleccedilatildeo das taacuteticas de controleSeleccedilatildeo das taacuteticas de controle

Taacuteticas preventivas

bull Culturas armadilhas

bull Variedades resistentes

bull Controle bioloacutegico

Taacuteticas preventivasTaacuteticas preventivasbullbull CCulturas armadilhasulturas armadilhas

bullbull Variedades resistentesVariedades resistentes

bullbull Controle bioloacutegicoControle bioloacutegico

Taacuteticas curativas

bull Praacuteticas culturais

bull Inseticida bioloacutegico

bull Inseticida sinteacutetico

Taacuteticas curativasTaacuteticas curativasbullbull Praacuteticas culturais Praacuteticas culturais

bullbull Inseticida bioloacutegico Inseticida bioloacutegico

bullbull Inseticida sinteacutetico Inseticida sinteacutetico

bull Aplicaccedilatildeo de taacuteticas de controleAplicaccedilatildeo de taacuteticas de controlebullbull Avaliaccedilatildeo dos resultadosAvaliaccedilatildeo dos resultados

[[retroalimentaretroalimentaccedilatildeccedilatildeoo]]

Figura 5 Componentes baacutesicos de um programa de MIP (Kogan amp Shenk 2002)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1333

3 A cultura da goiabeira como modelo de implementaccedilatildeo do MIP

A proposta de Manejo Integrado de Pragas na Cultura da Goiabeira queseraacute apresentada a seguir eacute o resultado das vaacuterias reuniotildees realizadas pelo ComitecircGestor da Produccedilatildeo Integrada de Frutas - Goiaba (PIF-Goiaba) do Estado de Satildeo Paulo -composta de teacutecnicos da extensatildeo e pesquisa especialistas na cultura aleacutem de

produtores de amplo conhecimento teacutecnico Na verdade a presente proposta nasceu noForum de Debates sobre o Manejo Integrado de Pragas nas Culturas de Caqui FigoGoiaba Manga e Maracujaacute realizado nas dependecircncias da Coordenadoria deAssistecircncia Teacutecnica Integral (CATI) em Campinas SP em agosto de 2002 A partirdaiacute a mesma foi sendo melhorada ampliada e revisada

Eacute importante salientar que essa proposta natildeo eacute fixa e nem poderia serdevido agraves proacuteprias caracteriacutesticas de um programa de MIP que eacute um processo dinacircmicoPortanto estaraacute sujeita a alteraccedilotildees tatildeo logo novas informaccedilotildees teacutecnicas sejam geradaspela pesquisa Vaacuterias informaccedilotildees contidas na proposta atual resultaram dasexperiecircncias dos teacutecnicos e produtores do Comitecirc Gestor pois a cultura da goiabeiradispotildee de pouca informaccedilatildeo teacutecnica na aacuterea fitossanitaacuteria e muitas vezes de informaccedilotildeesincompletas o que dificultou grandemente a sua elaboraccedilatildeo Vale ressaltar que os

meacutetodos de monitoramento e niacuteveis de controle adotados satildeo empiacutericosO modelo de implementaccedilatildeo de MIP que seraacute apresentado a seguir foi

elaborado primeiramente para atender os cultivos de goiaba para mesa das regiotildees deCampinas e Valinhos no Estado de Satildeo Paulo que eacute composta de pequenaspropriedades e onde eacute basicamente praticada a agricultura familiar com um bom grautecnoloacutegico A variedade de goiaba predominante nesses cultivos eacute a ldquoKumagairdquo depolpa branca

31 Fenologia da goiabeira

O manejo da safra na cultura da goiaba eacute feito basicamente atraveacutes depodas que estimulam novas brotaccedilotildees resultando em um novo ciclo reprodutivoPortanto o ciclo fenoloacutegico da cultura se inicia com a operaccedilatildeo de poda que pode serrealizada em qualquer eacutepoca do ano desde que a temperatura do ar e a umidade do solonatildeo limitem o desenvolvimento vegetativo e reprodutivo da planta

Dois satildeo os tipos baacutesicos de podas empregados na cultura

a) Poda contiacutenua eacute uma operaccedilatildeo que eacute realizada em vaacuterias partes da planta resultandoem vaacuterios ciclos fenoloacutegicos ao mesmo tempo Diante desse fato verifica-se que essesistema natildeo eacute adequado para atender aos preceitos do MIP uma vez que do ponto devista fitossanitaacuterio seria praticamente impossiacutevel aplicar as taacuteticas de controle de formacorreta e organizada Aleacutem disso caso seja necessaacuterio fazer uso de algum controlequiacutemico natildeo haveria como respeitar o periacuteodo de carecircncia do pesticida pois como aplanta apresenta vaacuterios estaacutedios fenoacutelogicos simultaneamente os frutos que estivessemproacuteximos para serem colhidos ficariam com uma carga residual acima dos limitestolerados para consumo

b) Poda total eacute um tipo de operaccedilatildeo que pode ser realizada na aacuterea toda ou por talhatildeo eque consiste em efetuar a poda em toda a planta uniformizando-a fenologicamente Naverdade eacute um tipo de poda de frutificaccedilatildeo que regula a eacutepoca de produccedilatildeo e cada safrada cultura iniciada pela mesma estimula novas brotaccedilotildees resultando em um novo ciclo

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1433

reprodutivo Devido agrave caracteriacutestica dessa operaccedilatildeo a poda total permite aimplementaccedilatildeo do MIP

Portanto para a aplicaccedilatildeo adequada do MIP recomenda-se que agoiabeira seja conduzida pelo sistema de poda total devido agrave uniformizaccedilatildeo fenoloacutegicaque proporciona a todas as plantas da aacuterea de cultivo ou do talhatildeo Aleacutem disso permite

que se faccedila uma discriminaccedilatildeo de cada estaacutedio fenoloacutegico da goiabeira que eacutefundamental para definir os periacuteodos criacuteticos da cultura em relaccedilatildeo agraves suas principaispragas (Figuras 6 e 8)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1533

0 30 60 120 180

P o d a

B r o t a

ccedil atilde o

F l o r e s c i m e n t o

F r u t

o s

ldquo C h u

m b i

n h o rdquo

F r u t o

s c o

m 2 a 3 c m

d e

d i acirc m

e t r o

Fenologia da goiabeira conduzida pelo sistema de poda totaFenologia da goiabeira conduzida pelo sistema de poda tota

230 dias 230 dias

Considerar que cada ciclo da goiabeira inicia em qualquer eacutepoca do ano

cada ciclo da cultura iniciaraacute a partir da realizaccedilatildeo da poda de frutifica

Considerar que cada ciclo da goiabeira inicia em qualquer eacutepoca do ano P

cada ciclo da cultura iniciaraacute a partir da realizaccedilatildeo da poda de frutifica

150

F r u t

o s c o m

1 5 c m

d e

d i acirc m

e t r o

E s t aacute d i o 1

E s t aacute d i o 2

E s t aacute d i o 3

E s t aacute d i o 4

E s t aacute d i o 5

E s t aacute d i o 6

Figura 6 Fenologia da goiabeira onde o periacuteodo em dias de cada fase fenoloacutegica varia com a eacutepoca do anorealizada

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1633

32 Principais pragas da cultura

Conforme jaacute citado anteriormente a correta identificaccedilatildeo das pragas-chave da cultura compotildee o esteio de um programa de MIP pois satildeo elas que causam osmaiores prejuiacutezos devendo atrair toda a atenccedilatildeo por parte do agricultor

Atualmente para o Estado de Satildeo Paulo satildeo consideradas pragas-chave

da cultura da goiaba as seguintes espeacutecies para as quais se devem orientar omonitoramento e o controle

rArr besouro-amarelo Costalimaita ferruginea (Fabr 1801) (Coleoptera Chrysomelidae)

rArr ferrugem Puccinia psidii Wint

rArr gorgulho Conotrachelus psidii Marshall 1922 (Coleoptera Curculionidae)

rArr percevejos (complexo de espeacutecies)bull Monalonion annulipes Sign 1858 (Hemiptera Miridae) bull Leptoglossus gonagra (Fabr 1775) (Hemiptera Coreidae)bull Leptoglossus stigma (Herbst 1784) (Hemiptera Coreidae)bull Leptoglossus zonatus (Dallas 1852) (Hemiptera Coreidae)bull Leptoglossus fasciatus (West 1842) (Hemiptera Coreidae)bull Holhymenia clavigera (Herbst 1784) (Hemiptera Coreidae)

rArr psiliacutedeo Triozoida sp (Hemiptera Psyllidae)

Com relaccedilatildeo agraves moscas-das-frutas (Diptera Teprhitidae e Lonchaeidae)representadas principalmente pelas espeacutecies Anastrepha fraterculus (Wied) A

sororcula Zucchi A bistrigata Bezzi Ceratitis capitata (Wied) e Neosilba sp satildeoconsideradas as pragas mais importantes do ponto de vista quarentenaacuterio quando a

produccedilatildeo se destina agrave exportaccedilatildeo Poreacutem devido ao sistema adotado para a conduccedilatildeo dagoiabeira deixam de ser praga principal uma vez que os frutos satildeo ensacados aoalcanccedilarem cerca de 2-3cm de diacircmetro (Figura 8)

A seguir seraacute apresentada de forma objetiva a proposta de MIP para cadapraga-chave levando-se em consideraccedilatildeo no miacutenimo oito paracircmetros informativosnecessaacuterios para que o manejo possa ser implementado tais comoa) Nome cientiacutefico da pragab) Hospedeiros alternativosc) Inimigos naturaisd) Aspectos bioloacutegicos da pragae) Condiccedilotildees favoraacuteveisf) Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos

g) Monitoramento e niacutevel de accedilatildeoh) Manejo cultural

321 Besouro-amarelo

Nome cientiacutefico Costalimaita ferruginea (Coleoptera Chrysomelidae)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1733

Hospedeiros alternativos Trata-se de uma praga poliacutefaga atacando natildeo soacute fruteirasmas tambeacutem outras espeacutecies como eucaliptos algodoeiro araccedilaacute capim-marmeladafeijoeiro etc Entre as fruteiras ataca as folhas de abacateiro bananeira cajueiromacieira jaboticabeira jambeiro jambolatildeo pitangueira videira e mangueira

Inimigos naturais Haacute relato da sua predaccedilatildeo por Supputius cincticeps (Hemiptera

Pentatomidae) Tynacantha marginata (Hemiptera Pentatomidae) Arilus carinatus(Hemiptera Reduviidae) Misumenops pallens (Araneae Thomisidae) Peucetia sp(Araneae Oxyopidae) e os fungos entomopatogecircnicos Beauveria bassiana e

Metarhizium anisopliae var anisopliae

Aspectos bioloacutegicos A fecircmea faz apenas uma postura contendo em meacutedia cerca de 90ovos de coloraccedilatildeo amarela e brilhante com periacuteodo de incubaccedilatildeo durando cerca de 8-9dias As larvas vivem no solo onde se alimentam de raiacutezes de gramiacuteneas No periacuteodolarval apenas satildeo conhecidos ateacute o momento dois estaacutedios de desenvolvimento (1o e 2o iacutenstares) sendo que o primeiro instar dura 19 dias e o segundo cerca de 35 dias Osadultos emergem do solo apoacutes a ocorrecircncia de chuvas que propiciem um bommolhamento do mesmo

Condiccedilotildees favoraacuteveis A eacutepoca normal de ocorrecircncia da praga eacute nos meses finais daprimavera logo apoacutes a ocorrecircncia de chuvas suficientemente pesadas para propiciaremum bom molhamento do solo

Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos O inseto emerge do solo com as primeiras chuvas pesadas(mais de 20 mm) de primavera (outubronovembro) que possibilitem seu bommolhamento O periacuteodo criacutetico se inicia cerca de 5 dias apoacutes estas chuvas prolongando-se por aproximadamente 2 semanas No Estado de Satildeo Paulo o ataque da praga ocorreprincipalmente no periacuteodo de setembro a marccedilo

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo No periacuteodo criacutetico monitorar a cada 2-3 dias 2 dasplantas do talhatildeo ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo de preferecircncia nas bordadurasVerificar a presenccedila do inseto ou de seus danos (folhas rendadas) nos ramos terminaisde cada quadrante da planta Constatada a presenccedila do inseto ou de seus danos a plantaseraacute considerada infestadaO niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 20 das plantas monitoradas estiverem infestadasPor se tratar de uma praga que normalmente vem de fora do pomar a inspeccedilatildeo deveraacuteser realizada de preferecircncia na sua periferia considerando as trecircs primeiras plantas oulinhas do talhatildeo

Manejo cultural Na instalaccedilatildeo de novos pomares deve ser considerada a presenccedila nasproximidades de culturas altamente visadas pela praga como eacute o caso do eucalipto Osolo deveraacute ser mantido vegetado para dificultar que o inseto complete o seu ciclobioloacutegico aleacutem de favorecer a atividade de possiacuteveis inimigos naturais

322 Ferrugem

Agente Puccinia psidii

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1833

Hospedeiros alternativos O fungo ataca vaacuterias mirtaacuteceas incluindo o eucalipto e a jaboticabeira

Antagonistas Natildeo satildeo conhecidos antagonistas deste fungo

Etiologia No pomar o fungo eacute disseminado pelos ventos ocorrendo vaacuterios ciclos da

praga no mesmo ano agriacutecola acompanhando os surtos vegetativos

Condiccedilotildees favoraacuteveis Presenccedila de tecidos jovens de ramos folhas bototildees florais efrutos novos sob condiccedilotildees climaacuteticas favoraacuteveis que satildeo umidade relativa igual ousuperior a 90 por mais de 8 horas e temperatura entre 18ordm e 25ordmC o que normalmenteocorre nas estaccedilotildees de outono e inverno Condiccedilotildees de baixa luminosidade favorecembastante a infecccedilatildeo

Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos Esse periacuteodo comeccedila logo apoacutes a poda quando se inicia abrotaccedilatildeo ateacute duas semanas apoacutes as folhas atingirem o seu completo desenvolvimento eos frutos apresentarem diacircmetro de pelo menos trecircs cm quando estas condiccedilotildees foremcoincidentes com umidade e temperatura favoraacuteveis ao desenvolvimento do fungo o

que normalmente ocorre nos meses de outono e inverno

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo Deve ser realizado no periacuteodo criacutetico compreendendoos estaacutedios de brotaccedilatildeo ateacute quando os frutos atingirem cerca de trecircs cm de diacircmetro(estaacutedio 6) sob as condiccedilotildees de clima favoraacuteveis ao fungo Monitorar semanalmente 2das plantas ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo inspecionando-se o terccedilo inferior daregiatildeo central da copa e observando-se a ocorrecircncia do fungo nas folhas novas bototildeesflorais flores e frutos Constatando-se sintomas da presenccedila do fungo em qualquer dosoacutergatildeos examinados a planta seraacute considerada infectadaDurante o periacuteodo criacutetico o niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 10 das plantasmonitoradas estiverem infectadas Apoacutes o teacutermino do periacuteodo criacutetico ou depois que osfrutos tenham sido ensacados o niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 20 das plantasmonitoradas estiverem infectadas

Manejo cultural No manejo cultural devem considerar os seguintes aspectosa) Em novos pomares evitar a proximidade com outras mirtaacuteceas principalmenteeucaliptosb) Preferir variedades com maior toleracircncia agrave doenccedila e utilizar espaccedilamentos maioresc) Efetuar podas que propiciem maior arejamento da copad) Realizar desbrotas sistemaacuteticase) Fazer o manejo das plantas invasoras por meio de roccediladasf) Evitar o excesso de adubaccedilatildeo nitrogenadag) Utilizar irrigaccedilatildeo sub-copah) Natildeo realizar mais de trecircs aplicaccedilotildees seguidas com fungicidas sistecircmicos devendosempre alternar com um de contato para evitar a formaccedilatildeo de raccedilas resistentesi) Na utilizaccedilatildeo de fungicidas agrave base de cobre acrescentar agrave calda 05 de oacuteleo mineralou vegetal emulsionaacutevel como medida auxiliar no controle de cochonilhas

323 Gorgulho

Nome cientiacutefico Conotrachelus psidii (Coleoptera Curculionidae)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1933

Hospedeiros alternativos Goiabeiras e araccedilazeiros satildeo citados como hospedeiros dapraga

Inimigos naturais Formigas predadoras Pheidole oxyops Ectatoma planidens

Solenopsis invicta Neoponera villosa e Odontomachus bauri

Aspectos bioloacutegicos Para ovipositarem as fecircmeas fazem com o aparelho bucalperfuraccedilotildees em frutos onde colocam um uacutenico ovo Apoacutes 6 dias da postura ocorre aeclosatildeo da larva que penetra no interior do fruto onde se alimenta da polpa e dassementes Passados de 30 a 35 dias a larva abandona a fruta e se aprofunda no soloonde se transforma em pupa permanecendo nesse estaacutedio por 3 a 4 meses Apoacutes esseperiacuteodo havendo condiccedilotildees de umidade no solo o adulto emerge originando uma novageraccedilatildeo da praga Os adultos de ambos os sexos se alimentam dos bototildees floraisdeixando pequenas perfuraccedilotildees

Condiccedilatildeo favoraacutevel Deve haver umidade no solo para que ocorra a emergecircncia doadulto

Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos Quando os estaacutedios de chumbinho (estaacutedio 4) ateacute que osfrutos atinjam 2 a 3 cm de diacircmetro (estaacutedio 6) coincidirem com a eacutepoca quente echuvosa

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo No periacuteodo criacutetico monitorar semanalmente 2 dasplantas do talhatildeo ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo observando-se um fruto em cadaquadrante no terccedilo meacutedio da copa Ao ser encontrado um fruto atacado examinar pelomenos mais 20 frutos da mesma planta Caso haja outros frutos atacados proceder aomonitoramento nas 4 plantas vizinhas Havendo frutos atacados em pelo menos uma dasplantas vizinhas o conjunto seraacute considerado infestadoO niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 20 dos conjuntos monitorados estivereminfestados

Manejo cultural Eliminar os frutos pequenos que apresentarem sintomas de ataque porocasiatildeo do raleio Recomenda-se coletar e destruir todos os frutos desenvolvidos eoumaduros com sintomas de ataque da praga uma vez que os frutos nesta idade ao caiacuteremno solo e apodrecerem propiciaratildeo continuidade ao ciclo de vida das larvas dogorgulho favorecendo o iniacutecio de uma nova geraccedilatildeo da praga

324 Percevejos

Nomes cientiacuteficos Monalonion annulipes (Hemiptera Miridae) (percevejo-da-verrugose) Leptoglossus gonagra (Hemiptera Coreidae) Leptoglossus stigma (Hemiptera Coreidae) Leptoglossus zonatus (Hemiptera Coreidae) Leptoglossus fasciatus (Hemiptera Coreidae) Holhymenia clavigera (Hemiptera Coreidae)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2033

Hospedeiros alternativos Estas espeacutecies satildeo altamente poliacutefagas Assim satildeo referidascomo pragas da maioria das espeacutecies frutiacuteferas cultivadas comercialmente aleacutem deatacarem tambeacutem espeacutecies bastante distintas como eacute o caso do milho cucurbitaacuteceasmamoneira algodoeiro e girassol Algumas espeacutecies tecircm bastante afinidade com plantasdaninhas como eacute o caso do melatildeo-de-satildeo-caetano ( Mormodica charantia) hospedeiroclaacutessico de L gonagra guanxuma (Sida sp) de L zonatus mussambecirc (Cleome sp) de

L gonagra etc

Inimigos naturais Adultos de H clavigera satildeo parasitados por Hexacladia smithii (Hymenoptera Encyrtidae) e Gryon gallardoi e Gryon sp (Hymenoptera Scelionidae)Parasitam ovos de L zonatus Trichopoda pennipes (Diptera Tachinidae) parasitaadultos de L zonatus Eucelatoriopsis sp e Hydallohoughia sp (Diptera Tachinidae)atacam percevejos Gryon barbiellinii (Hymenoptera Scelionidae) eacute parasitoacuteide de ovosde percevejos Na regiatildeo de Campinas SP foi observado que cerca de 80 dos ovos de

Leptoglossus spp estavam parasitados por Neorileya sp (Hymenoptera Eurytomidae)

Aspectos bioloacutegicos O ciclo evolutivo de L zonatus eacute de 60 dias em temperaturasamenas O ciclo de L gonagra varia de 80 a 90 dias com um periacuteodo de incubaccedilatildeo de 8

dias e fase ninfal de 55 dias

Condiccedilotildees favoraacuteveis Periacuteodos com altas temperaturas satildeo bastante favoraacuteveis aosinsetos Apesar de se alimentarem tambeacutem das partes vegetativas a presenccedila de frutos eacutemuito favoraacutevel ao aumento da populaccedilatildeo L zonatus e L gonagra que ocorrem o anotodo com picos populacionais de novembro a abril H clavigera ocorrepreferencialmente de setembro a abril com pico em janeiro

Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos Os percevejos atacam bototildees florais e frutos em todos osseus estaacutedios de desenvolvimento Os bototildees florais quando picados geralmente caeme os frutos mais desenvolvidos ficam deformados com cicatrizes bem visiacuteveis noslocais onde o inseto faz a punctura para a sua alimentaccedilatildeo Considerar como periacuteodocriacutetico a fase de formaccedilatildeo do botatildeo floral (entre os estaacutedios 2 e 3) ateacute a colheita (estaacutedio7)

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo No periacuteodo criacutetico monitorar semanalmente 2 dasplantas do talhatildeo ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo observando-se a presenccedila deinsetos (adultos ou ninfas) ou sinais do ataque da praga em frutos ou bototildees florais emdois ramos localizados no terccedilo meacutedio da copa em cada quadrante da planta Quandofor encontrado um inseto ou oacutergatildeo injuriado (fruto eou botatildeo floral) a planta seraacuteconsiderada infestadaO niacutevel de accedilatildeo seraacute alcanccedilado quando 20 das plantas monitoradas estivereminfestadas

Manejo cultural Eliminar os frutos pequenos que apresentarem sintomas de ataque porocasiatildeo do raleio As plantas infestantes no interior e em torno do pomar devem sermantidas com o porte baixo durante os periacuteodos favoraacuteveis agrave presenccedila da praga

325 Psiliacutedeo

Nome cientiacutefico Triozoida sp (Hemiptera Psyllidae)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2133

Hospedeiros alternativos Natildeo se conhecem relatos de ocorrecircncia desta praga emoutras culturas apesar de ser constatada sua ocorrecircncia em diversas plantas infestantes

Inimigos naturais Satildeo relatadas como espeacutecies predadoras as joaninhas Cycloneda

sanguinea Olla abdominalis e Scymnus spp aracniacutedeos crisopiacutedeos hemerobiiacutedeos

sirfiacutedeos e estafiliniacutedeos Moscas cecidomiiacutedeas e micro-himenoacutepteros calcidiacutedeos eencirtiacutedeos (Psyllaephagus sp) satildeo relatados como parasitoacuteides de psiliacutedeosCladosporium cladosporioides eacute relatado como agente patogecircnico

Aspectos bioloacutegicos As fecircmeas efetuam a postura ao longo dos ramos ponteiros efolhas novas O periacuteodo de incubaccedilatildeo eacute de 7 a 9 dias e o ninfal variaacutevel de 29 a 35 diasAs ninfas sugam os bordos das folhas que devido agraves toxinas injetadas enrolam-se edeformam-se adquirindo coloraccedilatildeo amarelada ou avermelhada tornando-seposteriormente necrosadas

Condiccedilotildees favoraacuteveis O periacuteodo mais favoraacutevel ao ataque eacute o compreendido pelosmeses de primaveraveratildeo quando as temperaturas satildeo elevadas geralmente associadas

com alto iacutendice pluviomeacutetrico

Periacuteodo e estaacutedio criacutetico Apoacutes a poda quando da emissatildeo das novas brotaccedilotildees ateacute oiniacutecio de desenvolvimento do fruto (estaacutedio 2 a estaacutedio 4)

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo No periacuteodo criacutetico monitorar semanalmente 2 dasplantas do talhatildeo ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo Em cada planta a ser monitoradaverificar a presenccedila de sintomas de ataque ou de ovos ninfas ou adultos do inseto nosdois uacuteltimos pares de folhas em um ramo por quadrante localizado no terccedilo superior dacopa (Figura 7) A planta seraacute considerada infestada quando for constatada a presenccedilado inseto ou de seus danos em pelo menos um quadrante da plantaO niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 30 das plantas monitoradas estiverem infestadasNo periacuteodo natildeo criacutetico o niacutevel de accedilatildeo eacute maior ou seja quando 50 das plantasestiverem infestadas

Manejo cultural O solo deve ser mantido constantemente vegetado sendo o manejodas plantas infestantes feito por meio de roccediladas a fim de permitir a manutenccedilatildeo dafauna de inimigos naturais A adubaccedilatildeo nitrogenada deveraacute ser feita com cuidado paraevitar a brotaccedilatildeo excessiva da planta o que favoreceria a sua colonizaccedilatildeo pela pragaInseticidas piretroacuteides natildeo deveratildeo ser utilizados na cultura por causarem desequiliacutebriosbioloacutegicos favorecendo a incidecircncia desta praga

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2233

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2333

MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM GOIABAMANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM GOIABA

Fenologia da Goiabeira - Pragas e DoenccedilasFenologia da Goiabeira - Pragas e Doenccedilas

0 30 60 120 180

P o d a

B r o t a

ccedil atilde o

F l o r e s c i m e n t o

F r u t

o s

ldquo C h u

m b i

n h o rdquo

F r u t o

s c o

m 2 a 3 c m

d e

d i acirc m

e t r o

C o l

150

F r u t

o s c o m

1 5 c m

d e

d i acirc m

e t r o

E s t aacute d

i o 1

E s t aacute d

i o 2

E s t aacute d

i o 3

E s t aacute d

i o 4

E s t aacute d

i o 5

E s t aacute d

i o 6

Gorgulho e Percevejos

Besouro-amarelo e Psiliacutedeo

Ferrugem

ensacamentoensacamento

Figura 8 Fenologia da goiabeira conduzida pelo sistema de poda total e os periacuteodos criacuteticos de cada praga

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2433

34 Procedimentos aplicados para inspeccedilatildeo populacional das pragas

O sistema de MIP adotado na cultura da goiaba na regiatildeo de Campinas eValinhos no Estado de Satildeo Paulo consiste em levantamentos semanais para estimativadas pragas-chave e dos inimigos naturais

Os procedimentos para realizaccedilatildeo desse levantamento estatildeo resumidos na

Tabela 1 onde satildeo tambeacutem apresentados os niacuteveis de accedilatildeo para controle das pragas-chaveOs dados desse levantamento satildeo registrados em ficha proacutepria cujo

modelo eacute apresentado na Figura 9Nessa ficha constam tambeacutem informaccedilotildees sobre a presenccedila dos inimigos

naturais Para facilitar a identificaccedilatildeo desses artroacutepodos a Tabela 2 apresentainformaccedilotildees sobre a sua localizaccedilatildeo na planta e caracteriacutesticas de seu comportamento

35 Consideraccedilotildees sobre os inimigos naturais presentes no pomar de goiaba

Os inimigos naturais satildeo componentes importantiacutessimos do Manejo

Integrado de Pragas dentro dos princiacutepios estabelecidos pela Produccedilatildeo Integrada deFrutas (PIF) O primeiro passo para tirar o melhor proveito do controle bioloacutegico eacuteconhecer as espeacutecies de pragas seus inimigos naturais e o potencial de controleexercido por eles no campo

Uma revisatildeo da literatura mostra que algumas pragas da goiaba satildeobastante atacadas por agentes de controle bioloacutegico enquanto outras natildeo o satildeo Eacute o casodo gorgulho que eacute atacado por algumas espeacutecies de formigas predadoras(Hymenoptera Formicidae) Adultos do percevejo H clavigera satildeo parasitados por

Hexacladia smithii (Hymenoptera Encyrtidae) Jaacute os percevejos do gecircnero Leptoglossus (Hemiptera Coreidae) satildeo atacados na fase de ovo pelos parasitoacuteidesGryon spp (Hymenoptera Scelionidae) quando adultos podem ser parasitados porTrichopoda pennipes Eucelatoriopsis sp e Hydallohoughia sp (Diptera Tachinidae)Mas eacute o psiliacutedeo juntamente com o besouro-amarelo que apresentam o maior nuacutemerode inimigos naturais conhecidos O psiacuteliacutedeo eacute predado pelas joaninhas Cycloneda

sanguinea e Scymnus spp (Coleoptera Coccinellidae) por crisopiacutedeos e hemerobiiacutedeos(Neuroptera) estafiliniacutedeos (Coleoptera) e aranhas Moscas cecidomiiacutedeas emicroimenoacutepteros calcidiacutedeos satildeo relatados como parasitoacuteides e o fungo Cladosporium

cladosporioides eacute citado como agente patogecircnico O besouro amarelo eacute predado pelospercevejos Supputius cincticeps (Hemiptera Pentatomidae) Tynacantha marginata

(Hemiptera Pentatomidae) Arilus carinatus (Hemiptera Reduviidae) pelas aranhas Misumenops pallens (Araneae Thomisidae) e Peucetia sp (Araneae Oxyopidae) eparasitados pelos fungos entomopatogecircnicos Beauveria bassiana e Metarhizium

anisopliae var anisopliaeEmbora a lista de inimigos naturais natildeo seja pequena pouco se sabe

sobre a sua real capacidade de controle Aleacutem disto a accedilatildeo dos inimigos naturais eacutemuito afetado pelo modo de o homem manejar o ambiente O solo completamentedesprovido de mato por exemplo pode natildeo ser favoraacutevel para a atraccedilatildeo e permanecircnciade inimigos naturais num local Contudo mais estudos satildeo necessaacuterios para entendermelhor essa relaccedilatildeo principalmente no caso da cultura da goiaba

Visando aumentar esse conhecimento bem como a relaccedilatildeo de inimigosexistentes a equipe do PIF-Goiaba tem feito levantamentos perioacutedicos na regiatildeo deCampinas - SP e alguns resultados jaacute foram obtidos Para os percevejos do gecircnero

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2533

Leptoglossus por exemplo verificou-se que cerca de 80 dos ovos depositados nasgoiabeiras estavam parasitados pelo micro-himenoacuteptero Neorileya sp (Eurytomidae)Atacando psiliacutedeo foram encontradas uma espeacutecie de joaninha Olla abdominalis (Coleoptera Coccinellidae) larvas de uma mosca da famiacutelia Syrphidae e uma espeacuteciede parasitoacuteide do gecircnero Psyllaephagus (Hymenoptera Encyrtidae) Paralelamenteestuda-se a possibilidade de se realizarem ensaios para avaliar a patogenicidade de

microrganismos agraves pragas-chave com o objetivo de ampliar a utilizaccedilatildeo do controlebioloacutegico na culturaPor outro lado como a capacitaccedilatildeo de recursos humanos faz parte da

filosofia da Produccedilatildeo Integrada de Frutas o material entomoloacutegico coletado nesseslevantamentos estaacute sendo fotografado para elaboraccedilatildeo de um manual ilustradocontendo natildeo soacute os insetos pragas em suas diversas fases de desenvolvimento mastambeacutem seus inimigos naturais Posteriormente esse manual serviraacute para orientar osprodutores aos quais tambeacutem estatildeo sendo ministrados cursos de treinamento

36 Consideraccedilotildees sobre os estudos de monitoramento de pragas

Aleacutem das pragas citadas anteriormente a goiabeira apresenta outrosorganismos de importacircncia que podem causar seacuterios prejuiacutezos agrave cultura poreacutem devidoaos aspectos do seu ciclo bioloacutegico natildeo eacute possiacutevel condicionar o controle dos mesmosao emprego de taacuteticas de MIP Como exemplo a goiabeira apresenta duas doenccedilas umacausada por bacteacuteria conhecida como seca-bacteriana ( Erwinia psidii) e outra causadapor fungo denominada antracnose (Colletotrichum gloeosporioides) entretanto devidoao caraacuteter explosivo de suas infecccedilotildees natildeo eacute possiacutevel monitoraacute-las diretamente nocampo Em ambos os casos a possibilidade de monitoramento se daria por intermeacutedioda utilizaccedilatildeo de estaccedilotildees de aviso onde os dados meteoroloacutegicos obtidoscorrelacionados com as informaccedilotildees da condiccedilatildeo favoraacutevel para infecccedilatildeo resultariamem uma informaccedilatildeo de previsibilidade de ataque dessas doenccedilas

Os estudos de monitoramento no campo que ainda se encontram emandamento tecircm detectado o surgimento de outras pragas causando seacuterios prejuiacutezos agravegoiabeira tais comoa) Aacutecaro-branco Polyphagotarsonemus latus (Banks 1904) (Acari Tarsonemidae) esseaacutecaro tem sido constatado causando injuacuterias nas brotaccedilotildees e frutos novosprincipalmente entre os estaacutedios de desenvolvimento 1 e 3 (Figura 8)b) Lagarta-do-ponteiro (Lepidoptera Tortricidae) conforme o seu proacuteprio nome essaslagartas instalam-se nas brotaccedilotildees da goiabeira danificando as folhas e os caules tenroscomprometendo o seu desenvolvimento As lagartas satildeo pequenas atingindo nomaacuteximo cerca de 1 cm de comprimento de coloraccedilatildeo verde pardacenta satildeo aacutegeis equando molestadas saltam para fora da brotaccedilatildeo podendo ficar penduradas por um fiode seda O adulto eacute uma pequena mariposa de cor acinzentada que tambeacutem natildeo chega aatingir 1 cm de comprimento Ateacute o momento nos monitoramentos natildeo foi constatada apresenccedila de adultos o que leva a crer que provavelmente esse inseto tenhacomportamento crepuscular ou noturno Tambeacutem natildeo haacute nenhuma informaccedilatildeo relatadaa respeito da ocorrecircncia desse inseto na cultura da goiabac) Lagarta-dos-frutos (Lepidoptera Tortricidae) as lagartas se instalam geralmente nosfruto ensacados ambiente propiacutecio para se desenvolverem danificando a casca e aporccedilatildeo da polpa logo abaixo Tambeacutem satildeo encontradas entre os frutos que ficamaglomerados no ramo As injuacuterias decorrentes de sua alimentaccedilatildeo prejudicam aaparecircncia dos frutos que satildeo descartados Foi constatado um talhatildeo em que a maioria

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2633

dos frutos se encontravam infestados acarretando um prejuiacutezo acima de 50 daproduccedilatildeo As lagartas satildeo aacutegeis apresentam coloraccedilatildeo verde na grande maioria dosindiviacuteduos medem cerca de 15 cm no maacuteximo Os adultos satildeo mariposas de coloraccedilatildeoparda ou ateacute mesmo acizentadas e chegam a medir cerca de 12 mm de comprimentoAteacute o momento natildeo foi constatada a presenccedila de adultos nos monitoramentosrealizados A exemplo da lagarta-dos-ponteiros tambeacutem natildeo haacute nenhuma informaccedilatildeo

relatada de sua ocorrecircncia

4 Consideraccedilotildees finais

A implementaccedilatildeo do MIP na cultura da goiaba reserva um grandedesafio pois diversos fatores de ordem regulatoacuteria econocircmica ambiental de proteccedilatildeohumana ecoloacutegica de praacuteticas culturais e as variaccedilotildees de clima determinaratildeo o usodesse sistema no futuro Portanto a aplicaccedilatildeo do MIP natildeo ficaraacute apenas sob aresponsabilidade do produtor mas a accedilatildeo deveraacute ser conjunta envolvendo asinstituiccedilotildees de pesquisa de extensatildeo e toda a cadeia produtiva da fruta

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2733

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2833

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2933

Tabela 2 Informaccedilotildees sobre os inimigos naturais mais frequumlentes na goiabeira com relaccedilatildeo agraves suas fases de vid

Inimigos Naturais Inspeccedilatildeo

1 Aacutecaro predador 991522 Nos ramos escolhidos para exame de psiliacutedeos inspecionarvelhas com auxiacutelio de uma lupa de 10x de aumento procurand

2 Aranhas 991522 Ao examinar as plantas amostradas procurar os adultos pri jovens eou ovos nos ninhos formados por teias entre as folhas

3 Crisopiacutedeos (bicho-lixeiro)991522 Ao examinar as plantas amostradas observar a presenccedila deadultos Geralmente satildeo encontrados em qualquer parte da pltronco)

4 Formigas 991522 Ao examinar as plantas amostradas procurar os insetos adu

5 Joaninhas 991522 Ao examinar as plantas amostradas observar a presenccedila dpreferencialmente nas folhas novas

6 Percevejos predadores 991522 Examinar as plantas amostradas procurando adultos ninf

localizam nas folhas do interior da copa7 Sirfiacutedeos (moscas que pairam no ar) 991522 Observar moscas que pairam no ar as larvas localizam-se

por ocasiatildeo da infestaccedilatildeo de psiacutelideos ou pulgotildees principalme8 Mosquinha-verde metaacutelica (Dolicopodiacutedeos) 991522 Os adultos satildeo aacutegeis e devem ser observados nas folhas loc

9 Vespas (marimbondos) 991522 Geralmente os adultos satildeo pequenas vespas caccediladoras qubrotaccedilotildees

10 Vespinhas (parasitoacuteides) 991522 Examinar as plantas amostradas procurando os insetos aduno interior da copa

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3033

FICHA DE INSPECcedilAtildeO DE PRAGAS E INIMIGOS NATURAIS PRODUCcedilAtildeO INTEGRADA DE GOIABA-SPPlantas inspecionadas

PragasQ 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

No

abc

Besouro-amarelo

dabc

Gorgulho

dabc

Percevejos

dabc

Psiliacutedeo

d

Ferrugem SInimigos Naturais E

LJoaninhasAOL

Crisopiacutedeos(bicho-lixeiro)

ANPercevejos

predadores AAacutecaro predador A

Aranhas AVespinhas A

Data _______________ Talhatildeo ___________ Estaacutegio fenoloacutegico 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6( ) 7( ) Inspetor

Legenda Q = quadrantes E = estaacutegio de vida dos inimigos naturais onde O = ovo L = larva N = ninfa A =

Figura 9 Modelo de ficha de amostragem utilizada no monitoramento das pragas e inimigos naturais na goiabei

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3133

Agradecimentos

Os autores agradecem aos teacutecnicos e produtores do Comitecirc Gestor daProduccedilatildeo Integrada de Frutas - Goiaba pelo total apoio que nos foi dispensado e queainda continuam incentivando com pleno entusiasmo no intuito de fortalecer cada vezmais a fruticultura brasileira Tambeacutem agradecemos os estagiaacuterios Guilherme de Melo e

Flaacutevia Calderari Marin pelo grande auxiacutelio nos trabalhos de monitoramento no campo ede laboratoacuterio Agradecemos tambeacutem ao engenheiro agrocircnomo Joseacute Emiacutelio Bettiol Netopela sua grande atuaccedilatildeo frente aos produtores de goiaba e que nunca mediu esforccedilos emnos ajudar nos estudos de monitoramento aleacutem das muitas informaccedilotildees que nosforneceu

Bibliografia consultada

Altieri MA EN Silva amp CI Nicholls 2003 O papel da biodiversidade no manejode pragas Holos Editora Ribeiratildeo Preto 226p

Bailez OE A M Viana ndashBailez JOG Lima amp DDO Moreira 2003 Life-historyof the guava weevil Conotrachelus psidii Marshal (Coleoptera Curculionidae) underlaboratory conditions Neotropical Entomology 32(2)203-207

Baldin ELL AL Boiccedila Juacutenior amp S Freitas 1998 Percevejo do maracujaacuteHolhymenia clavigera (Herb 1784) x Holhymenia histrio (Fabr 1803) (HemipteraCoreidae) p35 In 17o Congresso Brasileiro de Entomologia Resumos vol 1 SEBRio de Janeiro RJ

Barbosa FR A P Santos AT Haji WA Moreira FNP Haji amp J A Alencar1999 Eficiecircncia e seletividade do imidacloprid e lambdacyalothrin no controledopsiliacutedeo (Triozoida sp) em goiabeira Revista Brasileira de Fruticultura 21(3) 385-387

Barbosa FR AS Nascimento JV Oliveira JA Alencar amp FNP Haji 2001Pragas p29-54 In Barbosa FR (ed) Goiaba Fitossanidade Embrapa Semi-AacuteridoPetrolina Embrapa Brasiacutelia 63p (Frutas do Brasil 18)

Barbosa FR RG Ferreira LHP Kiill E A Souza WA Moreira JA Alencar ampFNP Haji 2002 Estudos do niacutevel de dano plantas invasoras hospedeiras e controledo psiliacutedeo da goiabeira (Triozoida sp) In XIX Congresso Brasileiro de EntomologiaManaus AM (Anais do Seminaacuterio do SEAG)

Boscaacuten de Martinez N amp R Casares 1980 El gorgojop de la guayaba Conotracheluspsidii Marshall (Coleoptera Curculionidae) I Evaluacioacuten de dantildeos AgronomiaTropical 30(1-6) 77-83

Boscaacuten de Martinez N amp R Casares 1981 Distribucioacutenen el tiempo de las fases delgorgojo de la guayaba Conotrachelus psidii Marshall (Coleoptera Curculionidae) en elcampo Agronomia Tropical 31(1-6) 123-130

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3233

Cave RD 1995 Manual para la ensentildeanza del control bioloacutegico en Ameacuterica LatinaZamorano Academic Press Zamorano Honduras 188p (primera edicioacuten)

Crocomo WB 1990 O que eacute o manejo integrado de pragas p 9-34 In CrocomoWB (coord) Manejo integrado de pragas Editora Unesp Satildeo Paulo CETESB 358p

Dolinski C 2003 Vermes que controlam insetos Guava News 1(1)8 (Goiabraacutes)

Follet PA amp KW Vick 2002 Desarrollo de estrategias de manejo integrado deplagas para eliminar las barreras sanitarias que restringen la exportacioacuten de productosagriacutecolas Manejo Integrado de Plagas y Agroecologia 65 43-49

Gallo D O Nakano S Silveira Neto RPL Carvalho GC Baptista E Berti FilhoJRP Parra RA Zucchi SB Alves JD Vendramim LC Marchini JRS Lopes ampC Omoto 2002 Entomologia Agriacutecola FEALQ Piracicaba 920p

Gonzaga Neto L amp JM Soares 1994 Goiaba para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos daproduccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa-SPI 49p - (Seacuterie Publicaccedilotildees Teacutecnicas FRUPEX 5)

Gould WP amp A Raga 2002 Pests of guava p295-313 In JE Pentildea JL Sharp ampM Wysoki (eds) Tropical fruit pests and pollinators biology economic importancenatural enemies and control CABI Publishing New York NY

Kogan M amp M Shenk 2002 Conceptualizacioacuten del manejo integrado de plagas enescalas espaciales y niveles de integracioacuten maacutes amplios Manejo Integrado de Plagas yAgroecologia 65 34-42

Malavasi A amp RA Zucchi 2000 Moscas-das-frutas de importacircncia econocircmica noBrasil conhecimento baacutesico e aplicado Holos Editora Ribeiratildeo Preto 327p

Nicholls C amp M Altieri 2002 Biodivesidad y disentildeo agroecoloacutegico un estudio dede manejo de plagas en vintildeedos Manejo Integrado de Plagas y Agroecologia 65 50-64

Norris RF EP Caswell-Chen amp M Kogan 2003 Concepts in integrated pestmanagement Prentice Hall Upper Saddle River New Jersey 586p

Pereira FM amp SA Bortoli 1998 Pragas da goiabeira p 119-130 In BragaSobrinho R JE Cardoso amp FCO Freire (eds) Pragas das fruteiras tropicais deimportacircncia agroindustrial Embrapa-SPI Brasiacutelia Embrapa-CNPAT Fortaleza 209p

Silva AGDA CR Gonccedilalves DM Galvatildeo AJL Gonccedilalves J Gomes MNSilva amp L Simoni 1968 Quarto cataacutelogo dos insetos que vivem nas plantas do Brasilseus parasitos e predadores Parte II - 1o Tomo - Insetos hospedeiros e inimigosnaturais Min de Agric Dep de Def e Inspeccedilatildeo Agropecuaacuteria Rio de Janeiro 622p

Silva NA 1992 Taxonomia ciclo de vida e dinacircmica populacional de Costalimaitaferruginea (Fabr 1801) (Coleoptera Chrysomelidae) praga de Eucalyptus spp(Myrtaceae) Tese de Doutorado ESALQUSP Piracicaba SP 165p

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3333

Silveira Neto S 1990 Monitoramento e decisatildeo no controle de pragas p 71-86 InCrocomo WB (coord) Manejo integrado de pragas Editora Unesp Satildeo PauloCETESB 358p

Souza JC A Raga amp MA Souza 2003 Pragas da goiabeira EPAMIG BeloHorizonte 60p (EPAMIG Boletim Teacutecnico 71)

Page 3: goiabeira - 9_MIPpragas

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 333

Considerando todas as categorias de pragas verifica-se que as mesmasnatildeo existem isoladas uma da outra e na maioria das culturas elas tecircm ocorridosimultaneamente Para o MIP eacute importante levar em consideraccedilatildeo esse fato pois muitasvezes o uso de uma determinada taacutetica de controle visando uma categoria de pragapode potencialmente influenciar todas as outras categorias presentes noagroecossistema A Figura 2 na forma de diagrama representa o potencial de interaccedilotildees

entre as diferentes categorias de pragas notando-se que artroacutepodos (insetos eouaacutecaros) nematoacuteides e patoacutegenos podem entre si mostrar uma faixa de interaccedilotildees desdetecircnue ateacute a mais iacutentima Como exemplo dos vaacuterios tipos de complexos de interaccedilotildees quepodem ocorrer em um agroecossitema satildeo citados alguns modelos logo a seguira) As plantas daninhas podem servir como hospedeiro alternativo de artroacutepodos pragas

(insetos eou aacutecaros) ou mesmo para a manutenccedilatildeo da populaccedilatildeo de artroacutepodosbeneacuteficos (parasitoacuteides e predadores)

b) Insetos e aacutecaros podem transportar esporos criar feridas e transmitir (vetor)nematoacuteides e viroses facilitando dessa forma a disseminaccedilatildeo de agentes causadoresde doenccedilas

c) Interaccedilatildeo entre trecircs categorias de pragas como o caso de as plantas daninhas seremhospedeiras de viroses transmitidas agraves plantas cultivadas por insetos vetores

Plantas daninhasPlantas daninhas

Patoacutegenos(fungos bacteacuterias e viacuterus)

Patoacutegenos(fungos bacteacuterias e viacuterus)

Vertebrados(homem animais domeacutesticos

e outros)

Vertebrados(homem animais domeacutesticos

e outros)

NematoacuteidesNematoacuteidesArtroacutepodos

(insetos e aacutecaros)

Artroacutepodos(insetos e aacutecaros)

Figura 2 Diagrama representando as interaccedilotildees potenciais entre as diferentescategorias de pragas As espessuras das flechas representamaproximadamente a importacircncia da interaccedilatildeo (modificado de Norris et al2003)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 433

Portanto na implementaccedilatildeo do MIP eacute de fundamental importacircnciaplanejar o agroecossitema cujos problemas fitossanitaacuterios devem ser previamenteconhecidos com o objetivo de tornar a cultura menos suscetiacutevel ao ataque de pragasPara tanto o agroecossistema deve ser avaliado atraveacutes de um programa de estudosvisando buscar informaccedilotildees fundamentais para a aplicaccedilatildeo correta do MIP lembrando-se de que para cada regiatildeo eou cultura as estrateacutegias a serem aplicadas seratildeo distintas

As informaccedilotildees baacutesicas necessaacuterias para a elaboraccedilatildeo de um programa deMIP devem compor as seguintes etapas

a) Identificaccedilatildeo das pragas mais importantes da cultura (pragas-chave)

A correta identificaccedilatildeo das espeacutecies pragas presentes no agroecossistema eacute umdos aspectos mais importantes de um programa de MIP As pragas-chave satildeo aquelasque causam maiores prejuiacutezos em uma cultura portanto devem ser as mais visadasquanto ao seu monitoramento e controle A identificaccedilatildeo incorreta da espeacutecie pragapode acarretar na escolha errada de uma taacutetica de controle Para essa etapa se fazem-senecessaacuterio uma consulta a um especialista em taxonomia e tambeacutem estudos sobre abionomia da praga (biologia comportamento ecologia hospedeiros inimigos naturais

etc)

b) Identificaccedilatildeo dos inimigos naturais das pragas

Eacute um outro aspecto que merece muita consideraccedilatildeo pois os inimigos naturaissatildeo responsaacuteveis pela manutenccedilatildeo do equiliacutebrio das pragas-chave principalmente Oconhecimento do controle bioloacutegico natural eacute primordial pois seu conhecimentoinfluenciaraacute na tomada de decisatildeo com relaccedilatildeo agrave aplicaccedilatildeo de outras taacuteticas de controleA correta identificaccedilatildeo dos inimigos naturais e seus estudos de bionomia teacutecnicas decriaccedilatildeo e produccedilatildeo tambeacutem satildeo fundamentais

c) Avaliaccedilatildeo populacional das pragas e de seus inimigos naturais

Outra etapa fundamental eacute acompanhar a flutuaccedilatildeo populacional das espeacuteciespragas relacionadas com a cultura bem como dos seus inimigos naturais A avaliaccedilatildeopopulacional da praga eacute importante para determinar o seu periacuteodo de maior incidecircnciana cultura e geralmente estaacute associado principalmente aos estaacutedios fenoloacutegicos dacultura e aos fatores climaacuteticos Tambeacutem eacute uma importante ferramenta paradeterminaccedilatildeo da amostragem de pragas por ocasiatildeo da tomada de decisatildeo

d) Estudos dos fatores climaacuteticos

Eacute a verificaccedilatildeo dos efeitos do clima sobre a cultura e sobre a ocorrecircncia depragas e seus inimigos naturais Eacute importante salientar que o ambiente pode alterar ostatus de um organismo de praga para natildeo-praga A umidade e a temperatura regulam acapacidade de muitos organismos para atacar a cultura

e) Conhecimento dos estaacutedios fenoloacutegicos da planta

A fenologia da cultura eacute uma ferramenta muito uacutetil para determinar os periacuteodosde suscetibilidade nos seus diferentes estaacutedios de desenvolvimento ao ataque daspragas

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 533

f) Avaliaccedilatildeo das taacuteticas mais adequadas de controle

Devem ser acompanhados e verificados os efeitos do meacutetodo de controleempregado que visa reduzir a populaccedilatildeo da praga e sobre as espeacutecies natildeo alvo aexemplo dos inimigos naturais Eacute importante levar em consideraccedilatildeo que o controle

efetivo de uma praga de importacircncia econocircmica eacute o objetivo principal dentro dasestrateacutegias de MIP aleacutem de preservar a integridade ambiental e o bem estar dasociedade

22 Tomada de decisatildeo

A tomada de decisatildeo eacute uma etapa que leva em conta basicamente aanaacutelise dos aspectos econocircmicos da cultura e a relaccedilatildeo custobenefiacutecio do controle depragas No entanto eacute importante ressaltar que a taacutetica de controle de pragas natildeo eacute umaatividade que aumenta a produccedilatildeo pois apenas evita as perdas provocadas pelacompeticcedilatildeo dos organismos

Uma vez que a identidade da praga tenha sido estabelecida a sua

densidade determinada a informaccedilatildeo dos estaacutedios fenoloacutegicos tanto da praga como dacultura tenham sido definidos essas informaccedilotildees poderatildeo ser usadas para tomada dedecisatildeo nas estrateacutegias de manejo A necessidade de implementaccedilatildeo de taacuteticas decontrole dependeraacute da relativa densidade da praga para os limiares apropriados aoestaacutedio fenoloacutegico da cultura

Quando a injuacuteria na cultura provocada por uma praga natildeo acarreta danosquantitativos ou qualitativos elas satildeo denominadas de pragas indiretas Entretantoquando causam injuacuterias nos produtos que satildeo objeto de comercializaccedilatildeo afetandodiretamente a comercializaccedilatildeo satildeo denominadas como pragas diretas a exemplo dasmoscas-das-frutas que causam injuacuterias aos frutos

Com base na flutuaccedilatildeo populacional das pragas podem-se definir algunsparacircmetros importantes para a tomada de decisatildeo no MIPrArr Niacutevel de equiliacutebrio refere-se ao equiliacutebrio da densidade populacional da praga porum longo periacuteodo de tempo na ausecircncia de mudanccedilas permanentes no ambienterArr Niacutevel de dano econocircmico eacute a menor densidade populacional da praga capaz decausar perdas econocircmicas significativas (Figura 3)rArr Niacutevel de accedilatildeo eacute a densidade da praga em que as accedilotildees de controle devem sertomadas para impedir que a populaccedilatildeo alcance o niacutevel de dano econocircmico (Figura 3)

Baseando-se nesses paracircmetros eacute possiacutevel classificar as pragas ema) Natildeo econocircmicas quando a densidade populacional da praga dificilmente atinge ouultrapassa o niacutevel de dano econocircmicob) Ocasionais quando a densidade populacional da praga atinge ou ultrapassa o niacutevel deaccedilatildeo ou niacutevel de dano econocircmico retornando ao equiliacutebrio com a aplicaccedilatildeo de uma

taacutetica de controle (Figura 3)c) Perenes quando a densidade populacional da praga atinge o niacutevel de accedilatildeo ou o niacutevelde dano econocircmico com frequumlecircncia exigindo adoccedilatildeo constante de medidas de controled) Severas quando o niacutevel de equiliacutebrio estaacute situado acima do niacutevel de accedilatildeo e do niacutevelde dano econocircmico exigindo medidas preventivas de controle para garantir aprodutividade da cultura (Figura 4)

Como se verifica as adoccedilotildees de medidas de controle no MIP satildeorealizadas avaliando-se o potencial de dano suportado pela cultura em relaccedilatildeo agravedensidade populacional da praga levando-se em consideraccedilatildeo os niacuteveis de accedilatildeo e de

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 633

dano econocircmico Eacute importante lembrar que o termo dano largamente aplicado refere-seagraves perdas econocircmicas decorrentes da injuacuteria provocada pela praga

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 733

D e n s i d a d e p o p u l a c i o n a l d a p r a g a

Tempo

N

Medidas de controle

Medidas de controle

Figura 3 Flutuaccedilatildeo populacional de uma determinada praga no decorrer do tempo para pragas ocasionais (mod

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 833

D e n s i d a d e p o

p u l a c i o n a l d a p r a g a

Tempo

N Medidas de controle

Medidas de controle

Figura 4 Flutuaccedilatildeo populacional de uma determinada praga no decorrer do tempo para pragas severas (modific

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 933

23 Escolha da taacutetica de controle para reduccedilatildeo populacional da praga

Antes de tudo eacute importante enfatizar que dois termos foram largamenteutilizados no sistema de MIP taacutetica e estrateacutegia Em MIP taacutetica refere-se aos meacutetodosdisponiacuteveis para o controle das pragas enquanto estrateacutegia eacute um plano para uma accedilatildeobem sucedida baseada nos objetivos do sistema de produccedilatildeo da cultura e na biologia e

ecologia das pragas Conforme jaacute citado no item 21 deve-se levar em conta que ocontrole efetivo de uma praga de importacircncia econocircmica eacute o objetivo principal dentrodas estrateacutegias de MIP aleacutem de preservar a integridade ambiental e o bem estar dasociedade Portanto para a aplicaccedilatildeo racional das taacuteticas de controle eacute necessaacuterio que seconheccedilam bem a cultura as caracteriacutesticas bioecoloacutegicas das pragas e tambeacutem de outrasaacutereas do conhecimento tais como fiacutesica quiacutemica engenharia meio ambiente economiasociologia e legislaccedilatildeo

Dentre as estrateacutegias de controle aplicada no MIP cinco podem serconsideradas as mais importantesa) Prevenccedilatildeo estrateacutegia que visa a prevenccedilatildeo da chegada ou estabelecimento de pragasem aacutereas geralmente natildeo infestadas O tamanho da aacuterea vai desde uma vasta regiatildeogeograacutefica (estado paiacutes ou continente) a pequenas aacutereas (campos de cultivos) A

prevenccedilatildeo eacute uma estrateacutegia que pode envolver vaacuterias taacuteticas ou apenas uma e tambeacutempode ser aplicada para uma praga especiacuteficab) Mitigaccedilatildeo temporaacuteria essa estrateacutegia usa taacuteticas de controle especiacuteficas em uma baseemergencial para prevenir o ataque violento de uma pragac) Manejo de populaccedilotildees no interior dos campos de cultivo o manejo se faz dentro daaacuterea de cultivo pelo fato de a praga jaacute estar bem estabelecida na aacuterea Esse padratildeo deestrateacutegia eacute o mais comum no programas de MIPd) Manejo de pragas em grandes aacutereas os maiores problemas com pragas satildeomanejados ao niacutevel de grandes aacutereas Para algumas pragas o manejo pode serentendido ao niacutevel regional para alcanccedilar uma regulaccedilatildeo populacional a exemplo dealgumas viroses e para alguns insetos moacuteveise) Erradicaccedilatildeo eacute a eliminaccedilatildeo populacional completa de uma praga em umadeterminada aacuterea

Quanto agraves taacuteticas de controle haacute vaacuterios tipos possiacuteveis de seremaplicadas nos programas de MIP entretanto eacute importante levar em consideraccedilatildeo que astaacuteticas satildeo inesgotaacuteveis e que envolvem muita pesquisa e tecnologia disponiacutevel Ostipos de taacuteticas podem ser abordados da seguinte forma

1) Meacutetodos legislativos ou regulatoacuteriosa) Serviccedilo quarentenaacuteriob) Tratamentos quarentenaacuteriosc) Medidas obrigatoacuterias de controled) Programas de supressatildeo e erradicaccedilatildeo

2) Meacutetodos mecacircnicosa) Destruiccedilatildeo manualb) Uso de barreirasc) Esmagamentod) Armadilhase) Cataccedilatildeof) Ensacamento de frutos

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1033

3) Meacutetodos culturaisa) Destruiccedilatildeo de restos de culturab) Poda ou desbastec) Adubaccedilatildeo e irrigaccedilatildeod) Uso de culturas armadilhase) Manipulaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo dos hospedeiros alternativos

4) Meacutetodo de resistecircncia de plantas

5) Meacutetodos de controle por comportamentoa) Feromocircniosb) Repelentesc) Controle por meio de esterilizaccedilatildeo de insetos

6) Meacutetodos de controle fiacutesicoa) Fogob) Drenagemc) Inundaccedilatildeo

d) Temperaturae) Armadilhas luminosasf) Som

7 ) Meacutetodos de controle bioloacutegicoEacute considerado o alicerce de programas modernos de MIP pois os

inimigos naturais mantecircm as pragas em equiliacutebrio sendo um dos responsaacuteveis pelamortalidade natural no agroecossistema

8) Meacutetodos de controle autocida ou geneacuteticosa) Teacutecnica do inseto esteacuteril (TIE)

9) Meacutetodo quiacutemicoa) Pesticidas (inseticidas fungicidas nematicidas e herbicidas)

24 Algumas consideraccedilotildees a respeito do MIP

Pela definiccedilatildeo verifica-se que o sistema daacute ecircnfase ao processo de tomadade decisatildeo que eacute o componente baacutesico que o distingue do sistema convencional decontrole de pragas (Figura 5) Isto implica em dizer que eacute importante aprender a tolerara presenccedila de pragas e a injuacuteria provocada enquanto isso natildeo significar prejuiacutezoeconocircmico pois eacute possiacutevel esperar que a populaccedilatildeo desses organismos atinja o niacutevel dedano econocircmico para consideraacute-los como pragas Essa toleracircncia pode-se dizer que eacuteum fator chave dentro dos programas de MIP favorecendo a accedilatildeo do ambienteprincipalmente com relaccedilatildeo agrave atuaccedilatildeo dos inimigos naturais que poderatildeo ter a suaeficiecircncia incrementada em face do seu crescimento populacional

Com exceccedilatildeo da cultura dos citros as frutiacuteferas tropicais incluindo-se agoiabeira carecem de estudos sobre taxonomia biologia comportamento e ecologia dasprincipais pragas sobre os diversos agroecossistemas formados pelas exploraccedilotildeesfrutiacutecolas sobre os sistemas de tomada de decisatildeo (monitoramento e amostragem) e

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1133

sobre as taacuteticas de controle que constituem informaccedilotildees essenciais para aplicaccedilatildeocorreta do MIP (Figura 5)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1233

bull Identificaccedilatildeo das principais pragasIdentificaccedilatildeo das principais pragas

bullbull Quantificaccedilatildeo da infestaccedilatildeoinfecccedilatildeo (amostragem)Quantificaccedilatildeo da infestaccedilatildeoinfecccedilatildeo (amostragem)

TOMADA DE DECISAtildeOTOMADA DE DECISAtildeOTOMADA DE DECISAtildeO

[n[niacute iacute vel de dano econvel de dano econocircocircmico]mico]

bull Seleccedilatildeo das taacuteticas de controleSeleccedilatildeo das taacuteticas de controle

Taacuteticas preventivas

bull Culturas armadilhas

bull Variedades resistentes

bull Controle bioloacutegico

Taacuteticas preventivasTaacuteticas preventivasbullbull CCulturas armadilhasulturas armadilhas

bullbull Variedades resistentesVariedades resistentes

bullbull Controle bioloacutegicoControle bioloacutegico

Taacuteticas curativas

bull Praacuteticas culturais

bull Inseticida bioloacutegico

bull Inseticida sinteacutetico

Taacuteticas curativasTaacuteticas curativasbullbull Praacuteticas culturais Praacuteticas culturais

bullbull Inseticida bioloacutegico Inseticida bioloacutegico

bullbull Inseticida sinteacutetico Inseticida sinteacutetico

bull Aplicaccedilatildeo de taacuteticas de controleAplicaccedilatildeo de taacuteticas de controlebullbull Avaliaccedilatildeo dos resultadosAvaliaccedilatildeo dos resultados

[[retroalimentaretroalimentaccedilatildeccedilatildeoo]]

Figura 5 Componentes baacutesicos de um programa de MIP (Kogan amp Shenk 2002)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1333

3 A cultura da goiabeira como modelo de implementaccedilatildeo do MIP

A proposta de Manejo Integrado de Pragas na Cultura da Goiabeira queseraacute apresentada a seguir eacute o resultado das vaacuterias reuniotildees realizadas pelo ComitecircGestor da Produccedilatildeo Integrada de Frutas - Goiaba (PIF-Goiaba) do Estado de Satildeo Paulo -composta de teacutecnicos da extensatildeo e pesquisa especialistas na cultura aleacutem de

produtores de amplo conhecimento teacutecnico Na verdade a presente proposta nasceu noForum de Debates sobre o Manejo Integrado de Pragas nas Culturas de Caqui FigoGoiaba Manga e Maracujaacute realizado nas dependecircncias da Coordenadoria deAssistecircncia Teacutecnica Integral (CATI) em Campinas SP em agosto de 2002 A partirdaiacute a mesma foi sendo melhorada ampliada e revisada

Eacute importante salientar que essa proposta natildeo eacute fixa e nem poderia serdevido agraves proacuteprias caracteriacutesticas de um programa de MIP que eacute um processo dinacircmicoPortanto estaraacute sujeita a alteraccedilotildees tatildeo logo novas informaccedilotildees teacutecnicas sejam geradaspela pesquisa Vaacuterias informaccedilotildees contidas na proposta atual resultaram dasexperiecircncias dos teacutecnicos e produtores do Comitecirc Gestor pois a cultura da goiabeiradispotildee de pouca informaccedilatildeo teacutecnica na aacuterea fitossanitaacuteria e muitas vezes de informaccedilotildeesincompletas o que dificultou grandemente a sua elaboraccedilatildeo Vale ressaltar que os

meacutetodos de monitoramento e niacuteveis de controle adotados satildeo empiacutericosO modelo de implementaccedilatildeo de MIP que seraacute apresentado a seguir foi

elaborado primeiramente para atender os cultivos de goiaba para mesa das regiotildees deCampinas e Valinhos no Estado de Satildeo Paulo que eacute composta de pequenaspropriedades e onde eacute basicamente praticada a agricultura familiar com um bom grautecnoloacutegico A variedade de goiaba predominante nesses cultivos eacute a ldquoKumagairdquo depolpa branca

31 Fenologia da goiabeira

O manejo da safra na cultura da goiaba eacute feito basicamente atraveacutes depodas que estimulam novas brotaccedilotildees resultando em um novo ciclo reprodutivoPortanto o ciclo fenoloacutegico da cultura se inicia com a operaccedilatildeo de poda que pode serrealizada em qualquer eacutepoca do ano desde que a temperatura do ar e a umidade do solonatildeo limitem o desenvolvimento vegetativo e reprodutivo da planta

Dois satildeo os tipos baacutesicos de podas empregados na cultura

a) Poda contiacutenua eacute uma operaccedilatildeo que eacute realizada em vaacuterias partes da planta resultandoem vaacuterios ciclos fenoloacutegicos ao mesmo tempo Diante desse fato verifica-se que essesistema natildeo eacute adequado para atender aos preceitos do MIP uma vez que do ponto devista fitossanitaacuterio seria praticamente impossiacutevel aplicar as taacuteticas de controle de formacorreta e organizada Aleacutem disso caso seja necessaacuterio fazer uso de algum controlequiacutemico natildeo haveria como respeitar o periacuteodo de carecircncia do pesticida pois como aplanta apresenta vaacuterios estaacutedios fenoacutelogicos simultaneamente os frutos que estivessemproacuteximos para serem colhidos ficariam com uma carga residual acima dos limitestolerados para consumo

b) Poda total eacute um tipo de operaccedilatildeo que pode ser realizada na aacuterea toda ou por talhatildeo eque consiste em efetuar a poda em toda a planta uniformizando-a fenologicamente Naverdade eacute um tipo de poda de frutificaccedilatildeo que regula a eacutepoca de produccedilatildeo e cada safrada cultura iniciada pela mesma estimula novas brotaccedilotildees resultando em um novo ciclo

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1433

reprodutivo Devido agrave caracteriacutestica dessa operaccedilatildeo a poda total permite aimplementaccedilatildeo do MIP

Portanto para a aplicaccedilatildeo adequada do MIP recomenda-se que agoiabeira seja conduzida pelo sistema de poda total devido agrave uniformizaccedilatildeo fenoloacutegicaque proporciona a todas as plantas da aacuterea de cultivo ou do talhatildeo Aleacutem disso permite

que se faccedila uma discriminaccedilatildeo de cada estaacutedio fenoloacutegico da goiabeira que eacutefundamental para definir os periacuteodos criacuteticos da cultura em relaccedilatildeo agraves suas principaispragas (Figuras 6 e 8)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1533

0 30 60 120 180

P o d a

B r o t a

ccedil atilde o

F l o r e s c i m e n t o

F r u t

o s

ldquo C h u

m b i

n h o rdquo

F r u t o

s c o

m 2 a 3 c m

d e

d i acirc m

e t r o

Fenologia da goiabeira conduzida pelo sistema de poda totaFenologia da goiabeira conduzida pelo sistema de poda tota

230 dias 230 dias

Considerar que cada ciclo da goiabeira inicia em qualquer eacutepoca do ano

cada ciclo da cultura iniciaraacute a partir da realizaccedilatildeo da poda de frutifica

Considerar que cada ciclo da goiabeira inicia em qualquer eacutepoca do ano P

cada ciclo da cultura iniciaraacute a partir da realizaccedilatildeo da poda de frutifica

150

F r u t

o s c o m

1 5 c m

d e

d i acirc m

e t r o

E s t aacute d i o 1

E s t aacute d i o 2

E s t aacute d i o 3

E s t aacute d i o 4

E s t aacute d i o 5

E s t aacute d i o 6

Figura 6 Fenologia da goiabeira onde o periacuteodo em dias de cada fase fenoloacutegica varia com a eacutepoca do anorealizada

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1633

32 Principais pragas da cultura

Conforme jaacute citado anteriormente a correta identificaccedilatildeo das pragas-chave da cultura compotildee o esteio de um programa de MIP pois satildeo elas que causam osmaiores prejuiacutezos devendo atrair toda a atenccedilatildeo por parte do agricultor

Atualmente para o Estado de Satildeo Paulo satildeo consideradas pragas-chave

da cultura da goiaba as seguintes espeacutecies para as quais se devem orientar omonitoramento e o controle

rArr besouro-amarelo Costalimaita ferruginea (Fabr 1801) (Coleoptera Chrysomelidae)

rArr ferrugem Puccinia psidii Wint

rArr gorgulho Conotrachelus psidii Marshall 1922 (Coleoptera Curculionidae)

rArr percevejos (complexo de espeacutecies)bull Monalonion annulipes Sign 1858 (Hemiptera Miridae) bull Leptoglossus gonagra (Fabr 1775) (Hemiptera Coreidae)bull Leptoglossus stigma (Herbst 1784) (Hemiptera Coreidae)bull Leptoglossus zonatus (Dallas 1852) (Hemiptera Coreidae)bull Leptoglossus fasciatus (West 1842) (Hemiptera Coreidae)bull Holhymenia clavigera (Herbst 1784) (Hemiptera Coreidae)

rArr psiliacutedeo Triozoida sp (Hemiptera Psyllidae)

Com relaccedilatildeo agraves moscas-das-frutas (Diptera Teprhitidae e Lonchaeidae)representadas principalmente pelas espeacutecies Anastrepha fraterculus (Wied) A

sororcula Zucchi A bistrigata Bezzi Ceratitis capitata (Wied) e Neosilba sp satildeoconsideradas as pragas mais importantes do ponto de vista quarentenaacuterio quando a

produccedilatildeo se destina agrave exportaccedilatildeo Poreacutem devido ao sistema adotado para a conduccedilatildeo dagoiabeira deixam de ser praga principal uma vez que os frutos satildeo ensacados aoalcanccedilarem cerca de 2-3cm de diacircmetro (Figura 8)

A seguir seraacute apresentada de forma objetiva a proposta de MIP para cadapraga-chave levando-se em consideraccedilatildeo no miacutenimo oito paracircmetros informativosnecessaacuterios para que o manejo possa ser implementado tais comoa) Nome cientiacutefico da pragab) Hospedeiros alternativosc) Inimigos naturaisd) Aspectos bioloacutegicos da pragae) Condiccedilotildees favoraacuteveisf) Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos

g) Monitoramento e niacutevel de accedilatildeoh) Manejo cultural

321 Besouro-amarelo

Nome cientiacutefico Costalimaita ferruginea (Coleoptera Chrysomelidae)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1733

Hospedeiros alternativos Trata-se de uma praga poliacutefaga atacando natildeo soacute fruteirasmas tambeacutem outras espeacutecies como eucaliptos algodoeiro araccedilaacute capim-marmeladafeijoeiro etc Entre as fruteiras ataca as folhas de abacateiro bananeira cajueiromacieira jaboticabeira jambeiro jambolatildeo pitangueira videira e mangueira

Inimigos naturais Haacute relato da sua predaccedilatildeo por Supputius cincticeps (Hemiptera

Pentatomidae) Tynacantha marginata (Hemiptera Pentatomidae) Arilus carinatus(Hemiptera Reduviidae) Misumenops pallens (Araneae Thomisidae) Peucetia sp(Araneae Oxyopidae) e os fungos entomopatogecircnicos Beauveria bassiana e

Metarhizium anisopliae var anisopliae

Aspectos bioloacutegicos A fecircmea faz apenas uma postura contendo em meacutedia cerca de 90ovos de coloraccedilatildeo amarela e brilhante com periacuteodo de incubaccedilatildeo durando cerca de 8-9dias As larvas vivem no solo onde se alimentam de raiacutezes de gramiacuteneas No periacuteodolarval apenas satildeo conhecidos ateacute o momento dois estaacutedios de desenvolvimento (1o e 2o iacutenstares) sendo que o primeiro instar dura 19 dias e o segundo cerca de 35 dias Osadultos emergem do solo apoacutes a ocorrecircncia de chuvas que propiciem um bommolhamento do mesmo

Condiccedilotildees favoraacuteveis A eacutepoca normal de ocorrecircncia da praga eacute nos meses finais daprimavera logo apoacutes a ocorrecircncia de chuvas suficientemente pesadas para propiciaremum bom molhamento do solo

Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos O inseto emerge do solo com as primeiras chuvas pesadas(mais de 20 mm) de primavera (outubronovembro) que possibilitem seu bommolhamento O periacuteodo criacutetico se inicia cerca de 5 dias apoacutes estas chuvas prolongando-se por aproximadamente 2 semanas No Estado de Satildeo Paulo o ataque da praga ocorreprincipalmente no periacuteodo de setembro a marccedilo

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo No periacuteodo criacutetico monitorar a cada 2-3 dias 2 dasplantas do talhatildeo ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo de preferecircncia nas bordadurasVerificar a presenccedila do inseto ou de seus danos (folhas rendadas) nos ramos terminaisde cada quadrante da planta Constatada a presenccedila do inseto ou de seus danos a plantaseraacute considerada infestadaO niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 20 das plantas monitoradas estiverem infestadasPor se tratar de uma praga que normalmente vem de fora do pomar a inspeccedilatildeo deveraacuteser realizada de preferecircncia na sua periferia considerando as trecircs primeiras plantas oulinhas do talhatildeo

Manejo cultural Na instalaccedilatildeo de novos pomares deve ser considerada a presenccedila nasproximidades de culturas altamente visadas pela praga como eacute o caso do eucalipto Osolo deveraacute ser mantido vegetado para dificultar que o inseto complete o seu ciclobioloacutegico aleacutem de favorecer a atividade de possiacuteveis inimigos naturais

322 Ferrugem

Agente Puccinia psidii

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1833

Hospedeiros alternativos O fungo ataca vaacuterias mirtaacuteceas incluindo o eucalipto e a jaboticabeira

Antagonistas Natildeo satildeo conhecidos antagonistas deste fungo

Etiologia No pomar o fungo eacute disseminado pelos ventos ocorrendo vaacuterios ciclos da

praga no mesmo ano agriacutecola acompanhando os surtos vegetativos

Condiccedilotildees favoraacuteveis Presenccedila de tecidos jovens de ramos folhas bototildees florais efrutos novos sob condiccedilotildees climaacuteticas favoraacuteveis que satildeo umidade relativa igual ousuperior a 90 por mais de 8 horas e temperatura entre 18ordm e 25ordmC o que normalmenteocorre nas estaccedilotildees de outono e inverno Condiccedilotildees de baixa luminosidade favorecembastante a infecccedilatildeo

Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos Esse periacuteodo comeccedila logo apoacutes a poda quando se inicia abrotaccedilatildeo ateacute duas semanas apoacutes as folhas atingirem o seu completo desenvolvimento eos frutos apresentarem diacircmetro de pelo menos trecircs cm quando estas condiccedilotildees foremcoincidentes com umidade e temperatura favoraacuteveis ao desenvolvimento do fungo o

que normalmente ocorre nos meses de outono e inverno

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo Deve ser realizado no periacuteodo criacutetico compreendendoos estaacutedios de brotaccedilatildeo ateacute quando os frutos atingirem cerca de trecircs cm de diacircmetro(estaacutedio 6) sob as condiccedilotildees de clima favoraacuteveis ao fungo Monitorar semanalmente 2das plantas ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo inspecionando-se o terccedilo inferior daregiatildeo central da copa e observando-se a ocorrecircncia do fungo nas folhas novas bototildeesflorais flores e frutos Constatando-se sintomas da presenccedila do fungo em qualquer dosoacutergatildeos examinados a planta seraacute considerada infectadaDurante o periacuteodo criacutetico o niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 10 das plantasmonitoradas estiverem infectadas Apoacutes o teacutermino do periacuteodo criacutetico ou depois que osfrutos tenham sido ensacados o niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 20 das plantasmonitoradas estiverem infectadas

Manejo cultural No manejo cultural devem considerar os seguintes aspectosa) Em novos pomares evitar a proximidade com outras mirtaacuteceas principalmenteeucaliptosb) Preferir variedades com maior toleracircncia agrave doenccedila e utilizar espaccedilamentos maioresc) Efetuar podas que propiciem maior arejamento da copad) Realizar desbrotas sistemaacuteticase) Fazer o manejo das plantas invasoras por meio de roccediladasf) Evitar o excesso de adubaccedilatildeo nitrogenadag) Utilizar irrigaccedilatildeo sub-copah) Natildeo realizar mais de trecircs aplicaccedilotildees seguidas com fungicidas sistecircmicos devendosempre alternar com um de contato para evitar a formaccedilatildeo de raccedilas resistentesi) Na utilizaccedilatildeo de fungicidas agrave base de cobre acrescentar agrave calda 05 de oacuteleo mineralou vegetal emulsionaacutevel como medida auxiliar no controle de cochonilhas

323 Gorgulho

Nome cientiacutefico Conotrachelus psidii (Coleoptera Curculionidae)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1933

Hospedeiros alternativos Goiabeiras e araccedilazeiros satildeo citados como hospedeiros dapraga

Inimigos naturais Formigas predadoras Pheidole oxyops Ectatoma planidens

Solenopsis invicta Neoponera villosa e Odontomachus bauri

Aspectos bioloacutegicos Para ovipositarem as fecircmeas fazem com o aparelho bucalperfuraccedilotildees em frutos onde colocam um uacutenico ovo Apoacutes 6 dias da postura ocorre aeclosatildeo da larva que penetra no interior do fruto onde se alimenta da polpa e dassementes Passados de 30 a 35 dias a larva abandona a fruta e se aprofunda no soloonde se transforma em pupa permanecendo nesse estaacutedio por 3 a 4 meses Apoacutes esseperiacuteodo havendo condiccedilotildees de umidade no solo o adulto emerge originando uma novageraccedilatildeo da praga Os adultos de ambos os sexos se alimentam dos bototildees floraisdeixando pequenas perfuraccedilotildees

Condiccedilatildeo favoraacutevel Deve haver umidade no solo para que ocorra a emergecircncia doadulto

Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos Quando os estaacutedios de chumbinho (estaacutedio 4) ateacute que osfrutos atinjam 2 a 3 cm de diacircmetro (estaacutedio 6) coincidirem com a eacutepoca quente echuvosa

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo No periacuteodo criacutetico monitorar semanalmente 2 dasplantas do talhatildeo ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo observando-se um fruto em cadaquadrante no terccedilo meacutedio da copa Ao ser encontrado um fruto atacado examinar pelomenos mais 20 frutos da mesma planta Caso haja outros frutos atacados proceder aomonitoramento nas 4 plantas vizinhas Havendo frutos atacados em pelo menos uma dasplantas vizinhas o conjunto seraacute considerado infestadoO niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 20 dos conjuntos monitorados estivereminfestados

Manejo cultural Eliminar os frutos pequenos que apresentarem sintomas de ataque porocasiatildeo do raleio Recomenda-se coletar e destruir todos os frutos desenvolvidos eoumaduros com sintomas de ataque da praga uma vez que os frutos nesta idade ao caiacuteremno solo e apodrecerem propiciaratildeo continuidade ao ciclo de vida das larvas dogorgulho favorecendo o iniacutecio de uma nova geraccedilatildeo da praga

324 Percevejos

Nomes cientiacuteficos Monalonion annulipes (Hemiptera Miridae) (percevejo-da-verrugose) Leptoglossus gonagra (Hemiptera Coreidae) Leptoglossus stigma (Hemiptera Coreidae) Leptoglossus zonatus (Hemiptera Coreidae) Leptoglossus fasciatus (Hemiptera Coreidae) Holhymenia clavigera (Hemiptera Coreidae)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2033

Hospedeiros alternativos Estas espeacutecies satildeo altamente poliacutefagas Assim satildeo referidascomo pragas da maioria das espeacutecies frutiacuteferas cultivadas comercialmente aleacutem deatacarem tambeacutem espeacutecies bastante distintas como eacute o caso do milho cucurbitaacuteceasmamoneira algodoeiro e girassol Algumas espeacutecies tecircm bastante afinidade com plantasdaninhas como eacute o caso do melatildeo-de-satildeo-caetano ( Mormodica charantia) hospedeiroclaacutessico de L gonagra guanxuma (Sida sp) de L zonatus mussambecirc (Cleome sp) de

L gonagra etc

Inimigos naturais Adultos de H clavigera satildeo parasitados por Hexacladia smithii (Hymenoptera Encyrtidae) e Gryon gallardoi e Gryon sp (Hymenoptera Scelionidae)Parasitam ovos de L zonatus Trichopoda pennipes (Diptera Tachinidae) parasitaadultos de L zonatus Eucelatoriopsis sp e Hydallohoughia sp (Diptera Tachinidae)atacam percevejos Gryon barbiellinii (Hymenoptera Scelionidae) eacute parasitoacuteide de ovosde percevejos Na regiatildeo de Campinas SP foi observado que cerca de 80 dos ovos de

Leptoglossus spp estavam parasitados por Neorileya sp (Hymenoptera Eurytomidae)

Aspectos bioloacutegicos O ciclo evolutivo de L zonatus eacute de 60 dias em temperaturasamenas O ciclo de L gonagra varia de 80 a 90 dias com um periacuteodo de incubaccedilatildeo de 8

dias e fase ninfal de 55 dias

Condiccedilotildees favoraacuteveis Periacuteodos com altas temperaturas satildeo bastante favoraacuteveis aosinsetos Apesar de se alimentarem tambeacutem das partes vegetativas a presenccedila de frutos eacutemuito favoraacutevel ao aumento da populaccedilatildeo L zonatus e L gonagra que ocorrem o anotodo com picos populacionais de novembro a abril H clavigera ocorrepreferencialmente de setembro a abril com pico em janeiro

Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos Os percevejos atacam bototildees florais e frutos em todos osseus estaacutedios de desenvolvimento Os bototildees florais quando picados geralmente caeme os frutos mais desenvolvidos ficam deformados com cicatrizes bem visiacuteveis noslocais onde o inseto faz a punctura para a sua alimentaccedilatildeo Considerar como periacuteodocriacutetico a fase de formaccedilatildeo do botatildeo floral (entre os estaacutedios 2 e 3) ateacute a colheita (estaacutedio7)

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo No periacuteodo criacutetico monitorar semanalmente 2 dasplantas do talhatildeo ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo observando-se a presenccedila deinsetos (adultos ou ninfas) ou sinais do ataque da praga em frutos ou bototildees florais emdois ramos localizados no terccedilo meacutedio da copa em cada quadrante da planta Quandofor encontrado um inseto ou oacutergatildeo injuriado (fruto eou botatildeo floral) a planta seraacuteconsiderada infestadaO niacutevel de accedilatildeo seraacute alcanccedilado quando 20 das plantas monitoradas estivereminfestadas

Manejo cultural Eliminar os frutos pequenos que apresentarem sintomas de ataque porocasiatildeo do raleio As plantas infestantes no interior e em torno do pomar devem sermantidas com o porte baixo durante os periacuteodos favoraacuteveis agrave presenccedila da praga

325 Psiliacutedeo

Nome cientiacutefico Triozoida sp (Hemiptera Psyllidae)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2133

Hospedeiros alternativos Natildeo se conhecem relatos de ocorrecircncia desta praga emoutras culturas apesar de ser constatada sua ocorrecircncia em diversas plantas infestantes

Inimigos naturais Satildeo relatadas como espeacutecies predadoras as joaninhas Cycloneda

sanguinea Olla abdominalis e Scymnus spp aracniacutedeos crisopiacutedeos hemerobiiacutedeos

sirfiacutedeos e estafiliniacutedeos Moscas cecidomiiacutedeas e micro-himenoacutepteros calcidiacutedeos eencirtiacutedeos (Psyllaephagus sp) satildeo relatados como parasitoacuteides de psiliacutedeosCladosporium cladosporioides eacute relatado como agente patogecircnico

Aspectos bioloacutegicos As fecircmeas efetuam a postura ao longo dos ramos ponteiros efolhas novas O periacuteodo de incubaccedilatildeo eacute de 7 a 9 dias e o ninfal variaacutevel de 29 a 35 diasAs ninfas sugam os bordos das folhas que devido agraves toxinas injetadas enrolam-se edeformam-se adquirindo coloraccedilatildeo amarelada ou avermelhada tornando-seposteriormente necrosadas

Condiccedilotildees favoraacuteveis O periacuteodo mais favoraacutevel ao ataque eacute o compreendido pelosmeses de primaveraveratildeo quando as temperaturas satildeo elevadas geralmente associadas

com alto iacutendice pluviomeacutetrico

Periacuteodo e estaacutedio criacutetico Apoacutes a poda quando da emissatildeo das novas brotaccedilotildees ateacute oiniacutecio de desenvolvimento do fruto (estaacutedio 2 a estaacutedio 4)

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo No periacuteodo criacutetico monitorar semanalmente 2 dasplantas do talhatildeo ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo Em cada planta a ser monitoradaverificar a presenccedila de sintomas de ataque ou de ovos ninfas ou adultos do inseto nosdois uacuteltimos pares de folhas em um ramo por quadrante localizado no terccedilo superior dacopa (Figura 7) A planta seraacute considerada infestada quando for constatada a presenccedilado inseto ou de seus danos em pelo menos um quadrante da plantaO niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 30 das plantas monitoradas estiverem infestadasNo periacuteodo natildeo criacutetico o niacutevel de accedilatildeo eacute maior ou seja quando 50 das plantasestiverem infestadas

Manejo cultural O solo deve ser mantido constantemente vegetado sendo o manejodas plantas infestantes feito por meio de roccediladas a fim de permitir a manutenccedilatildeo dafauna de inimigos naturais A adubaccedilatildeo nitrogenada deveraacute ser feita com cuidado paraevitar a brotaccedilatildeo excessiva da planta o que favoreceria a sua colonizaccedilatildeo pela pragaInseticidas piretroacuteides natildeo deveratildeo ser utilizados na cultura por causarem desequiliacutebriosbioloacutegicos favorecendo a incidecircncia desta praga

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2233

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2333

MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM GOIABAMANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM GOIABA

Fenologia da Goiabeira - Pragas e DoenccedilasFenologia da Goiabeira - Pragas e Doenccedilas

0 30 60 120 180

P o d a

B r o t a

ccedil atilde o

F l o r e s c i m e n t o

F r u t

o s

ldquo C h u

m b i

n h o rdquo

F r u t o

s c o

m 2 a 3 c m

d e

d i acirc m

e t r o

C o l

150

F r u t

o s c o m

1 5 c m

d e

d i acirc m

e t r o

E s t aacute d

i o 1

E s t aacute d

i o 2

E s t aacute d

i o 3

E s t aacute d

i o 4

E s t aacute d

i o 5

E s t aacute d

i o 6

Gorgulho e Percevejos

Besouro-amarelo e Psiliacutedeo

Ferrugem

ensacamentoensacamento

Figura 8 Fenologia da goiabeira conduzida pelo sistema de poda total e os periacuteodos criacuteticos de cada praga

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2433

34 Procedimentos aplicados para inspeccedilatildeo populacional das pragas

O sistema de MIP adotado na cultura da goiaba na regiatildeo de Campinas eValinhos no Estado de Satildeo Paulo consiste em levantamentos semanais para estimativadas pragas-chave e dos inimigos naturais

Os procedimentos para realizaccedilatildeo desse levantamento estatildeo resumidos na

Tabela 1 onde satildeo tambeacutem apresentados os niacuteveis de accedilatildeo para controle das pragas-chaveOs dados desse levantamento satildeo registrados em ficha proacutepria cujo

modelo eacute apresentado na Figura 9Nessa ficha constam tambeacutem informaccedilotildees sobre a presenccedila dos inimigos

naturais Para facilitar a identificaccedilatildeo desses artroacutepodos a Tabela 2 apresentainformaccedilotildees sobre a sua localizaccedilatildeo na planta e caracteriacutesticas de seu comportamento

35 Consideraccedilotildees sobre os inimigos naturais presentes no pomar de goiaba

Os inimigos naturais satildeo componentes importantiacutessimos do Manejo

Integrado de Pragas dentro dos princiacutepios estabelecidos pela Produccedilatildeo Integrada deFrutas (PIF) O primeiro passo para tirar o melhor proveito do controle bioloacutegico eacuteconhecer as espeacutecies de pragas seus inimigos naturais e o potencial de controleexercido por eles no campo

Uma revisatildeo da literatura mostra que algumas pragas da goiaba satildeobastante atacadas por agentes de controle bioloacutegico enquanto outras natildeo o satildeo Eacute o casodo gorgulho que eacute atacado por algumas espeacutecies de formigas predadoras(Hymenoptera Formicidae) Adultos do percevejo H clavigera satildeo parasitados por

Hexacladia smithii (Hymenoptera Encyrtidae) Jaacute os percevejos do gecircnero Leptoglossus (Hemiptera Coreidae) satildeo atacados na fase de ovo pelos parasitoacuteidesGryon spp (Hymenoptera Scelionidae) quando adultos podem ser parasitados porTrichopoda pennipes Eucelatoriopsis sp e Hydallohoughia sp (Diptera Tachinidae)Mas eacute o psiliacutedeo juntamente com o besouro-amarelo que apresentam o maior nuacutemerode inimigos naturais conhecidos O psiacuteliacutedeo eacute predado pelas joaninhas Cycloneda

sanguinea e Scymnus spp (Coleoptera Coccinellidae) por crisopiacutedeos e hemerobiiacutedeos(Neuroptera) estafiliniacutedeos (Coleoptera) e aranhas Moscas cecidomiiacutedeas emicroimenoacutepteros calcidiacutedeos satildeo relatados como parasitoacuteides e o fungo Cladosporium

cladosporioides eacute citado como agente patogecircnico O besouro amarelo eacute predado pelospercevejos Supputius cincticeps (Hemiptera Pentatomidae) Tynacantha marginata

(Hemiptera Pentatomidae) Arilus carinatus (Hemiptera Reduviidae) pelas aranhas Misumenops pallens (Araneae Thomisidae) e Peucetia sp (Araneae Oxyopidae) eparasitados pelos fungos entomopatogecircnicos Beauveria bassiana e Metarhizium

anisopliae var anisopliaeEmbora a lista de inimigos naturais natildeo seja pequena pouco se sabe

sobre a sua real capacidade de controle Aleacutem disto a accedilatildeo dos inimigos naturais eacutemuito afetado pelo modo de o homem manejar o ambiente O solo completamentedesprovido de mato por exemplo pode natildeo ser favoraacutevel para a atraccedilatildeo e permanecircnciade inimigos naturais num local Contudo mais estudos satildeo necessaacuterios para entendermelhor essa relaccedilatildeo principalmente no caso da cultura da goiaba

Visando aumentar esse conhecimento bem como a relaccedilatildeo de inimigosexistentes a equipe do PIF-Goiaba tem feito levantamentos perioacutedicos na regiatildeo deCampinas - SP e alguns resultados jaacute foram obtidos Para os percevejos do gecircnero

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2533

Leptoglossus por exemplo verificou-se que cerca de 80 dos ovos depositados nasgoiabeiras estavam parasitados pelo micro-himenoacuteptero Neorileya sp (Eurytomidae)Atacando psiliacutedeo foram encontradas uma espeacutecie de joaninha Olla abdominalis (Coleoptera Coccinellidae) larvas de uma mosca da famiacutelia Syrphidae e uma espeacuteciede parasitoacuteide do gecircnero Psyllaephagus (Hymenoptera Encyrtidae) Paralelamenteestuda-se a possibilidade de se realizarem ensaios para avaliar a patogenicidade de

microrganismos agraves pragas-chave com o objetivo de ampliar a utilizaccedilatildeo do controlebioloacutegico na culturaPor outro lado como a capacitaccedilatildeo de recursos humanos faz parte da

filosofia da Produccedilatildeo Integrada de Frutas o material entomoloacutegico coletado nesseslevantamentos estaacute sendo fotografado para elaboraccedilatildeo de um manual ilustradocontendo natildeo soacute os insetos pragas em suas diversas fases de desenvolvimento mastambeacutem seus inimigos naturais Posteriormente esse manual serviraacute para orientar osprodutores aos quais tambeacutem estatildeo sendo ministrados cursos de treinamento

36 Consideraccedilotildees sobre os estudos de monitoramento de pragas

Aleacutem das pragas citadas anteriormente a goiabeira apresenta outrosorganismos de importacircncia que podem causar seacuterios prejuiacutezos agrave cultura poreacutem devidoaos aspectos do seu ciclo bioloacutegico natildeo eacute possiacutevel condicionar o controle dos mesmosao emprego de taacuteticas de MIP Como exemplo a goiabeira apresenta duas doenccedilas umacausada por bacteacuteria conhecida como seca-bacteriana ( Erwinia psidii) e outra causadapor fungo denominada antracnose (Colletotrichum gloeosporioides) entretanto devidoao caraacuteter explosivo de suas infecccedilotildees natildeo eacute possiacutevel monitoraacute-las diretamente nocampo Em ambos os casos a possibilidade de monitoramento se daria por intermeacutedioda utilizaccedilatildeo de estaccedilotildees de aviso onde os dados meteoroloacutegicos obtidoscorrelacionados com as informaccedilotildees da condiccedilatildeo favoraacutevel para infecccedilatildeo resultariamem uma informaccedilatildeo de previsibilidade de ataque dessas doenccedilas

Os estudos de monitoramento no campo que ainda se encontram emandamento tecircm detectado o surgimento de outras pragas causando seacuterios prejuiacutezos agravegoiabeira tais comoa) Aacutecaro-branco Polyphagotarsonemus latus (Banks 1904) (Acari Tarsonemidae) esseaacutecaro tem sido constatado causando injuacuterias nas brotaccedilotildees e frutos novosprincipalmente entre os estaacutedios de desenvolvimento 1 e 3 (Figura 8)b) Lagarta-do-ponteiro (Lepidoptera Tortricidae) conforme o seu proacuteprio nome essaslagartas instalam-se nas brotaccedilotildees da goiabeira danificando as folhas e os caules tenroscomprometendo o seu desenvolvimento As lagartas satildeo pequenas atingindo nomaacuteximo cerca de 1 cm de comprimento de coloraccedilatildeo verde pardacenta satildeo aacutegeis equando molestadas saltam para fora da brotaccedilatildeo podendo ficar penduradas por um fiode seda O adulto eacute uma pequena mariposa de cor acinzentada que tambeacutem natildeo chega aatingir 1 cm de comprimento Ateacute o momento nos monitoramentos natildeo foi constatada apresenccedila de adultos o que leva a crer que provavelmente esse inseto tenhacomportamento crepuscular ou noturno Tambeacutem natildeo haacute nenhuma informaccedilatildeo relatadaa respeito da ocorrecircncia desse inseto na cultura da goiabac) Lagarta-dos-frutos (Lepidoptera Tortricidae) as lagartas se instalam geralmente nosfruto ensacados ambiente propiacutecio para se desenvolverem danificando a casca e aporccedilatildeo da polpa logo abaixo Tambeacutem satildeo encontradas entre os frutos que ficamaglomerados no ramo As injuacuterias decorrentes de sua alimentaccedilatildeo prejudicam aaparecircncia dos frutos que satildeo descartados Foi constatado um talhatildeo em que a maioria

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2633

dos frutos se encontravam infestados acarretando um prejuiacutezo acima de 50 daproduccedilatildeo As lagartas satildeo aacutegeis apresentam coloraccedilatildeo verde na grande maioria dosindiviacuteduos medem cerca de 15 cm no maacuteximo Os adultos satildeo mariposas de coloraccedilatildeoparda ou ateacute mesmo acizentadas e chegam a medir cerca de 12 mm de comprimentoAteacute o momento natildeo foi constatada a presenccedila de adultos nos monitoramentosrealizados A exemplo da lagarta-dos-ponteiros tambeacutem natildeo haacute nenhuma informaccedilatildeo

relatada de sua ocorrecircncia

4 Consideraccedilotildees finais

A implementaccedilatildeo do MIP na cultura da goiaba reserva um grandedesafio pois diversos fatores de ordem regulatoacuteria econocircmica ambiental de proteccedilatildeohumana ecoloacutegica de praacuteticas culturais e as variaccedilotildees de clima determinaratildeo o usodesse sistema no futuro Portanto a aplicaccedilatildeo do MIP natildeo ficaraacute apenas sob aresponsabilidade do produtor mas a accedilatildeo deveraacute ser conjunta envolvendo asinstituiccedilotildees de pesquisa de extensatildeo e toda a cadeia produtiva da fruta

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2733

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2833

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2933

Tabela 2 Informaccedilotildees sobre os inimigos naturais mais frequumlentes na goiabeira com relaccedilatildeo agraves suas fases de vid

Inimigos Naturais Inspeccedilatildeo

1 Aacutecaro predador 991522 Nos ramos escolhidos para exame de psiliacutedeos inspecionarvelhas com auxiacutelio de uma lupa de 10x de aumento procurand

2 Aranhas 991522 Ao examinar as plantas amostradas procurar os adultos pri jovens eou ovos nos ninhos formados por teias entre as folhas

3 Crisopiacutedeos (bicho-lixeiro)991522 Ao examinar as plantas amostradas observar a presenccedila deadultos Geralmente satildeo encontrados em qualquer parte da pltronco)

4 Formigas 991522 Ao examinar as plantas amostradas procurar os insetos adu

5 Joaninhas 991522 Ao examinar as plantas amostradas observar a presenccedila dpreferencialmente nas folhas novas

6 Percevejos predadores 991522 Examinar as plantas amostradas procurando adultos ninf

localizam nas folhas do interior da copa7 Sirfiacutedeos (moscas que pairam no ar) 991522 Observar moscas que pairam no ar as larvas localizam-se

por ocasiatildeo da infestaccedilatildeo de psiacutelideos ou pulgotildees principalme8 Mosquinha-verde metaacutelica (Dolicopodiacutedeos) 991522 Os adultos satildeo aacutegeis e devem ser observados nas folhas loc

9 Vespas (marimbondos) 991522 Geralmente os adultos satildeo pequenas vespas caccediladoras qubrotaccedilotildees

10 Vespinhas (parasitoacuteides) 991522 Examinar as plantas amostradas procurando os insetos aduno interior da copa

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3033

FICHA DE INSPECcedilAtildeO DE PRAGAS E INIMIGOS NATURAIS PRODUCcedilAtildeO INTEGRADA DE GOIABA-SPPlantas inspecionadas

PragasQ 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

No

abc

Besouro-amarelo

dabc

Gorgulho

dabc

Percevejos

dabc

Psiliacutedeo

d

Ferrugem SInimigos Naturais E

LJoaninhasAOL

Crisopiacutedeos(bicho-lixeiro)

ANPercevejos

predadores AAacutecaro predador A

Aranhas AVespinhas A

Data _______________ Talhatildeo ___________ Estaacutegio fenoloacutegico 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6( ) 7( ) Inspetor

Legenda Q = quadrantes E = estaacutegio de vida dos inimigos naturais onde O = ovo L = larva N = ninfa A =

Figura 9 Modelo de ficha de amostragem utilizada no monitoramento das pragas e inimigos naturais na goiabei

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3133

Agradecimentos

Os autores agradecem aos teacutecnicos e produtores do Comitecirc Gestor daProduccedilatildeo Integrada de Frutas - Goiaba pelo total apoio que nos foi dispensado e queainda continuam incentivando com pleno entusiasmo no intuito de fortalecer cada vezmais a fruticultura brasileira Tambeacutem agradecemos os estagiaacuterios Guilherme de Melo e

Flaacutevia Calderari Marin pelo grande auxiacutelio nos trabalhos de monitoramento no campo ede laboratoacuterio Agradecemos tambeacutem ao engenheiro agrocircnomo Joseacute Emiacutelio Bettiol Netopela sua grande atuaccedilatildeo frente aos produtores de goiaba e que nunca mediu esforccedilos emnos ajudar nos estudos de monitoramento aleacutem das muitas informaccedilotildees que nosforneceu

Bibliografia consultada

Altieri MA EN Silva amp CI Nicholls 2003 O papel da biodiversidade no manejode pragas Holos Editora Ribeiratildeo Preto 226p

Bailez OE A M Viana ndashBailez JOG Lima amp DDO Moreira 2003 Life-historyof the guava weevil Conotrachelus psidii Marshal (Coleoptera Curculionidae) underlaboratory conditions Neotropical Entomology 32(2)203-207

Baldin ELL AL Boiccedila Juacutenior amp S Freitas 1998 Percevejo do maracujaacuteHolhymenia clavigera (Herb 1784) x Holhymenia histrio (Fabr 1803) (HemipteraCoreidae) p35 In 17o Congresso Brasileiro de Entomologia Resumos vol 1 SEBRio de Janeiro RJ

Barbosa FR A P Santos AT Haji WA Moreira FNP Haji amp J A Alencar1999 Eficiecircncia e seletividade do imidacloprid e lambdacyalothrin no controledopsiliacutedeo (Triozoida sp) em goiabeira Revista Brasileira de Fruticultura 21(3) 385-387

Barbosa FR AS Nascimento JV Oliveira JA Alencar amp FNP Haji 2001Pragas p29-54 In Barbosa FR (ed) Goiaba Fitossanidade Embrapa Semi-AacuteridoPetrolina Embrapa Brasiacutelia 63p (Frutas do Brasil 18)

Barbosa FR RG Ferreira LHP Kiill E A Souza WA Moreira JA Alencar ampFNP Haji 2002 Estudos do niacutevel de dano plantas invasoras hospedeiras e controledo psiliacutedeo da goiabeira (Triozoida sp) In XIX Congresso Brasileiro de EntomologiaManaus AM (Anais do Seminaacuterio do SEAG)

Boscaacuten de Martinez N amp R Casares 1980 El gorgojop de la guayaba Conotracheluspsidii Marshall (Coleoptera Curculionidae) I Evaluacioacuten de dantildeos AgronomiaTropical 30(1-6) 77-83

Boscaacuten de Martinez N amp R Casares 1981 Distribucioacutenen el tiempo de las fases delgorgojo de la guayaba Conotrachelus psidii Marshall (Coleoptera Curculionidae) en elcampo Agronomia Tropical 31(1-6) 123-130

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3233

Cave RD 1995 Manual para la ensentildeanza del control bioloacutegico en Ameacuterica LatinaZamorano Academic Press Zamorano Honduras 188p (primera edicioacuten)

Crocomo WB 1990 O que eacute o manejo integrado de pragas p 9-34 In CrocomoWB (coord) Manejo integrado de pragas Editora Unesp Satildeo Paulo CETESB 358p

Dolinski C 2003 Vermes que controlam insetos Guava News 1(1)8 (Goiabraacutes)

Follet PA amp KW Vick 2002 Desarrollo de estrategias de manejo integrado deplagas para eliminar las barreras sanitarias que restringen la exportacioacuten de productosagriacutecolas Manejo Integrado de Plagas y Agroecologia 65 43-49

Gallo D O Nakano S Silveira Neto RPL Carvalho GC Baptista E Berti FilhoJRP Parra RA Zucchi SB Alves JD Vendramim LC Marchini JRS Lopes ampC Omoto 2002 Entomologia Agriacutecola FEALQ Piracicaba 920p

Gonzaga Neto L amp JM Soares 1994 Goiaba para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos daproduccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa-SPI 49p - (Seacuterie Publicaccedilotildees Teacutecnicas FRUPEX 5)

Gould WP amp A Raga 2002 Pests of guava p295-313 In JE Pentildea JL Sharp ampM Wysoki (eds) Tropical fruit pests and pollinators biology economic importancenatural enemies and control CABI Publishing New York NY

Kogan M amp M Shenk 2002 Conceptualizacioacuten del manejo integrado de plagas enescalas espaciales y niveles de integracioacuten maacutes amplios Manejo Integrado de Plagas yAgroecologia 65 34-42

Malavasi A amp RA Zucchi 2000 Moscas-das-frutas de importacircncia econocircmica noBrasil conhecimento baacutesico e aplicado Holos Editora Ribeiratildeo Preto 327p

Nicholls C amp M Altieri 2002 Biodivesidad y disentildeo agroecoloacutegico un estudio dede manejo de plagas en vintildeedos Manejo Integrado de Plagas y Agroecologia 65 50-64

Norris RF EP Caswell-Chen amp M Kogan 2003 Concepts in integrated pestmanagement Prentice Hall Upper Saddle River New Jersey 586p

Pereira FM amp SA Bortoli 1998 Pragas da goiabeira p 119-130 In BragaSobrinho R JE Cardoso amp FCO Freire (eds) Pragas das fruteiras tropicais deimportacircncia agroindustrial Embrapa-SPI Brasiacutelia Embrapa-CNPAT Fortaleza 209p

Silva AGDA CR Gonccedilalves DM Galvatildeo AJL Gonccedilalves J Gomes MNSilva amp L Simoni 1968 Quarto cataacutelogo dos insetos que vivem nas plantas do Brasilseus parasitos e predadores Parte II - 1o Tomo - Insetos hospedeiros e inimigosnaturais Min de Agric Dep de Def e Inspeccedilatildeo Agropecuaacuteria Rio de Janeiro 622p

Silva NA 1992 Taxonomia ciclo de vida e dinacircmica populacional de Costalimaitaferruginea (Fabr 1801) (Coleoptera Chrysomelidae) praga de Eucalyptus spp(Myrtaceae) Tese de Doutorado ESALQUSP Piracicaba SP 165p

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3333

Silveira Neto S 1990 Monitoramento e decisatildeo no controle de pragas p 71-86 InCrocomo WB (coord) Manejo integrado de pragas Editora Unesp Satildeo PauloCETESB 358p

Souza JC A Raga amp MA Souza 2003 Pragas da goiabeira EPAMIG BeloHorizonte 60p (EPAMIG Boletim Teacutecnico 71)

Page 4: goiabeira - 9_MIPpragas

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 433

Portanto na implementaccedilatildeo do MIP eacute de fundamental importacircnciaplanejar o agroecossitema cujos problemas fitossanitaacuterios devem ser previamenteconhecidos com o objetivo de tornar a cultura menos suscetiacutevel ao ataque de pragasPara tanto o agroecossistema deve ser avaliado atraveacutes de um programa de estudosvisando buscar informaccedilotildees fundamentais para a aplicaccedilatildeo correta do MIP lembrando-se de que para cada regiatildeo eou cultura as estrateacutegias a serem aplicadas seratildeo distintas

As informaccedilotildees baacutesicas necessaacuterias para a elaboraccedilatildeo de um programa deMIP devem compor as seguintes etapas

a) Identificaccedilatildeo das pragas mais importantes da cultura (pragas-chave)

A correta identificaccedilatildeo das espeacutecies pragas presentes no agroecossistema eacute umdos aspectos mais importantes de um programa de MIP As pragas-chave satildeo aquelasque causam maiores prejuiacutezos em uma cultura portanto devem ser as mais visadasquanto ao seu monitoramento e controle A identificaccedilatildeo incorreta da espeacutecie pragapode acarretar na escolha errada de uma taacutetica de controle Para essa etapa se fazem-senecessaacuterio uma consulta a um especialista em taxonomia e tambeacutem estudos sobre abionomia da praga (biologia comportamento ecologia hospedeiros inimigos naturais

etc)

b) Identificaccedilatildeo dos inimigos naturais das pragas

Eacute um outro aspecto que merece muita consideraccedilatildeo pois os inimigos naturaissatildeo responsaacuteveis pela manutenccedilatildeo do equiliacutebrio das pragas-chave principalmente Oconhecimento do controle bioloacutegico natural eacute primordial pois seu conhecimentoinfluenciaraacute na tomada de decisatildeo com relaccedilatildeo agrave aplicaccedilatildeo de outras taacuteticas de controleA correta identificaccedilatildeo dos inimigos naturais e seus estudos de bionomia teacutecnicas decriaccedilatildeo e produccedilatildeo tambeacutem satildeo fundamentais

c) Avaliaccedilatildeo populacional das pragas e de seus inimigos naturais

Outra etapa fundamental eacute acompanhar a flutuaccedilatildeo populacional das espeacuteciespragas relacionadas com a cultura bem como dos seus inimigos naturais A avaliaccedilatildeopopulacional da praga eacute importante para determinar o seu periacuteodo de maior incidecircnciana cultura e geralmente estaacute associado principalmente aos estaacutedios fenoloacutegicos dacultura e aos fatores climaacuteticos Tambeacutem eacute uma importante ferramenta paradeterminaccedilatildeo da amostragem de pragas por ocasiatildeo da tomada de decisatildeo

d) Estudos dos fatores climaacuteticos

Eacute a verificaccedilatildeo dos efeitos do clima sobre a cultura e sobre a ocorrecircncia depragas e seus inimigos naturais Eacute importante salientar que o ambiente pode alterar ostatus de um organismo de praga para natildeo-praga A umidade e a temperatura regulam acapacidade de muitos organismos para atacar a cultura

e) Conhecimento dos estaacutedios fenoloacutegicos da planta

A fenologia da cultura eacute uma ferramenta muito uacutetil para determinar os periacuteodosde suscetibilidade nos seus diferentes estaacutedios de desenvolvimento ao ataque daspragas

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 533

f) Avaliaccedilatildeo das taacuteticas mais adequadas de controle

Devem ser acompanhados e verificados os efeitos do meacutetodo de controleempregado que visa reduzir a populaccedilatildeo da praga e sobre as espeacutecies natildeo alvo aexemplo dos inimigos naturais Eacute importante levar em consideraccedilatildeo que o controle

efetivo de uma praga de importacircncia econocircmica eacute o objetivo principal dentro dasestrateacutegias de MIP aleacutem de preservar a integridade ambiental e o bem estar dasociedade

22 Tomada de decisatildeo

A tomada de decisatildeo eacute uma etapa que leva em conta basicamente aanaacutelise dos aspectos econocircmicos da cultura e a relaccedilatildeo custobenefiacutecio do controle depragas No entanto eacute importante ressaltar que a taacutetica de controle de pragas natildeo eacute umaatividade que aumenta a produccedilatildeo pois apenas evita as perdas provocadas pelacompeticcedilatildeo dos organismos

Uma vez que a identidade da praga tenha sido estabelecida a sua

densidade determinada a informaccedilatildeo dos estaacutedios fenoloacutegicos tanto da praga como dacultura tenham sido definidos essas informaccedilotildees poderatildeo ser usadas para tomada dedecisatildeo nas estrateacutegias de manejo A necessidade de implementaccedilatildeo de taacuteticas decontrole dependeraacute da relativa densidade da praga para os limiares apropriados aoestaacutedio fenoloacutegico da cultura

Quando a injuacuteria na cultura provocada por uma praga natildeo acarreta danosquantitativos ou qualitativos elas satildeo denominadas de pragas indiretas Entretantoquando causam injuacuterias nos produtos que satildeo objeto de comercializaccedilatildeo afetandodiretamente a comercializaccedilatildeo satildeo denominadas como pragas diretas a exemplo dasmoscas-das-frutas que causam injuacuterias aos frutos

Com base na flutuaccedilatildeo populacional das pragas podem-se definir algunsparacircmetros importantes para a tomada de decisatildeo no MIPrArr Niacutevel de equiliacutebrio refere-se ao equiliacutebrio da densidade populacional da praga porum longo periacuteodo de tempo na ausecircncia de mudanccedilas permanentes no ambienterArr Niacutevel de dano econocircmico eacute a menor densidade populacional da praga capaz decausar perdas econocircmicas significativas (Figura 3)rArr Niacutevel de accedilatildeo eacute a densidade da praga em que as accedilotildees de controle devem sertomadas para impedir que a populaccedilatildeo alcance o niacutevel de dano econocircmico (Figura 3)

Baseando-se nesses paracircmetros eacute possiacutevel classificar as pragas ema) Natildeo econocircmicas quando a densidade populacional da praga dificilmente atinge ouultrapassa o niacutevel de dano econocircmicob) Ocasionais quando a densidade populacional da praga atinge ou ultrapassa o niacutevel deaccedilatildeo ou niacutevel de dano econocircmico retornando ao equiliacutebrio com a aplicaccedilatildeo de uma

taacutetica de controle (Figura 3)c) Perenes quando a densidade populacional da praga atinge o niacutevel de accedilatildeo ou o niacutevelde dano econocircmico com frequumlecircncia exigindo adoccedilatildeo constante de medidas de controled) Severas quando o niacutevel de equiliacutebrio estaacute situado acima do niacutevel de accedilatildeo e do niacutevelde dano econocircmico exigindo medidas preventivas de controle para garantir aprodutividade da cultura (Figura 4)

Como se verifica as adoccedilotildees de medidas de controle no MIP satildeorealizadas avaliando-se o potencial de dano suportado pela cultura em relaccedilatildeo agravedensidade populacional da praga levando-se em consideraccedilatildeo os niacuteveis de accedilatildeo e de

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 633

dano econocircmico Eacute importante lembrar que o termo dano largamente aplicado refere-seagraves perdas econocircmicas decorrentes da injuacuteria provocada pela praga

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 733

D e n s i d a d e p o p u l a c i o n a l d a p r a g a

Tempo

N

Medidas de controle

Medidas de controle

Figura 3 Flutuaccedilatildeo populacional de uma determinada praga no decorrer do tempo para pragas ocasionais (mod

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 833

D e n s i d a d e p o

p u l a c i o n a l d a p r a g a

Tempo

N Medidas de controle

Medidas de controle

Figura 4 Flutuaccedilatildeo populacional de uma determinada praga no decorrer do tempo para pragas severas (modific

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 933

23 Escolha da taacutetica de controle para reduccedilatildeo populacional da praga

Antes de tudo eacute importante enfatizar que dois termos foram largamenteutilizados no sistema de MIP taacutetica e estrateacutegia Em MIP taacutetica refere-se aos meacutetodosdisponiacuteveis para o controle das pragas enquanto estrateacutegia eacute um plano para uma accedilatildeobem sucedida baseada nos objetivos do sistema de produccedilatildeo da cultura e na biologia e

ecologia das pragas Conforme jaacute citado no item 21 deve-se levar em conta que ocontrole efetivo de uma praga de importacircncia econocircmica eacute o objetivo principal dentrodas estrateacutegias de MIP aleacutem de preservar a integridade ambiental e o bem estar dasociedade Portanto para a aplicaccedilatildeo racional das taacuteticas de controle eacute necessaacuterio que seconheccedilam bem a cultura as caracteriacutesticas bioecoloacutegicas das pragas e tambeacutem de outrasaacutereas do conhecimento tais como fiacutesica quiacutemica engenharia meio ambiente economiasociologia e legislaccedilatildeo

Dentre as estrateacutegias de controle aplicada no MIP cinco podem serconsideradas as mais importantesa) Prevenccedilatildeo estrateacutegia que visa a prevenccedilatildeo da chegada ou estabelecimento de pragasem aacutereas geralmente natildeo infestadas O tamanho da aacuterea vai desde uma vasta regiatildeogeograacutefica (estado paiacutes ou continente) a pequenas aacutereas (campos de cultivos) A

prevenccedilatildeo eacute uma estrateacutegia que pode envolver vaacuterias taacuteticas ou apenas uma e tambeacutempode ser aplicada para uma praga especiacuteficab) Mitigaccedilatildeo temporaacuteria essa estrateacutegia usa taacuteticas de controle especiacuteficas em uma baseemergencial para prevenir o ataque violento de uma pragac) Manejo de populaccedilotildees no interior dos campos de cultivo o manejo se faz dentro daaacuterea de cultivo pelo fato de a praga jaacute estar bem estabelecida na aacuterea Esse padratildeo deestrateacutegia eacute o mais comum no programas de MIPd) Manejo de pragas em grandes aacutereas os maiores problemas com pragas satildeomanejados ao niacutevel de grandes aacutereas Para algumas pragas o manejo pode serentendido ao niacutevel regional para alcanccedilar uma regulaccedilatildeo populacional a exemplo dealgumas viroses e para alguns insetos moacuteveise) Erradicaccedilatildeo eacute a eliminaccedilatildeo populacional completa de uma praga em umadeterminada aacuterea

Quanto agraves taacuteticas de controle haacute vaacuterios tipos possiacuteveis de seremaplicadas nos programas de MIP entretanto eacute importante levar em consideraccedilatildeo que astaacuteticas satildeo inesgotaacuteveis e que envolvem muita pesquisa e tecnologia disponiacutevel Ostipos de taacuteticas podem ser abordados da seguinte forma

1) Meacutetodos legislativos ou regulatoacuteriosa) Serviccedilo quarentenaacuteriob) Tratamentos quarentenaacuteriosc) Medidas obrigatoacuterias de controled) Programas de supressatildeo e erradicaccedilatildeo

2) Meacutetodos mecacircnicosa) Destruiccedilatildeo manualb) Uso de barreirasc) Esmagamentod) Armadilhase) Cataccedilatildeof) Ensacamento de frutos

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1033

3) Meacutetodos culturaisa) Destruiccedilatildeo de restos de culturab) Poda ou desbastec) Adubaccedilatildeo e irrigaccedilatildeod) Uso de culturas armadilhase) Manipulaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo dos hospedeiros alternativos

4) Meacutetodo de resistecircncia de plantas

5) Meacutetodos de controle por comportamentoa) Feromocircniosb) Repelentesc) Controle por meio de esterilizaccedilatildeo de insetos

6) Meacutetodos de controle fiacutesicoa) Fogob) Drenagemc) Inundaccedilatildeo

d) Temperaturae) Armadilhas luminosasf) Som

7 ) Meacutetodos de controle bioloacutegicoEacute considerado o alicerce de programas modernos de MIP pois os

inimigos naturais mantecircm as pragas em equiliacutebrio sendo um dos responsaacuteveis pelamortalidade natural no agroecossistema

8) Meacutetodos de controle autocida ou geneacuteticosa) Teacutecnica do inseto esteacuteril (TIE)

9) Meacutetodo quiacutemicoa) Pesticidas (inseticidas fungicidas nematicidas e herbicidas)

24 Algumas consideraccedilotildees a respeito do MIP

Pela definiccedilatildeo verifica-se que o sistema daacute ecircnfase ao processo de tomadade decisatildeo que eacute o componente baacutesico que o distingue do sistema convencional decontrole de pragas (Figura 5) Isto implica em dizer que eacute importante aprender a tolerara presenccedila de pragas e a injuacuteria provocada enquanto isso natildeo significar prejuiacutezoeconocircmico pois eacute possiacutevel esperar que a populaccedilatildeo desses organismos atinja o niacutevel dedano econocircmico para consideraacute-los como pragas Essa toleracircncia pode-se dizer que eacuteum fator chave dentro dos programas de MIP favorecendo a accedilatildeo do ambienteprincipalmente com relaccedilatildeo agrave atuaccedilatildeo dos inimigos naturais que poderatildeo ter a suaeficiecircncia incrementada em face do seu crescimento populacional

Com exceccedilatildeo da cultura dos citros as frutiacuteferas tropicais incluindo-se agoiabeira carecem de estudos sobre taxonomia biologia comportamento e ecologia dasprincipais pragas sobre os diversos agroecossistemas formados pelas exploraccedilotildeesfrutiacutecolas sobre os sistemas de tomada de decisatildeo (monitoramento e amostragem) e

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1133

sobre as taacuteticas de controle que constituem informaccedilotildees essenciais para aplicaccedilatildeocorreta do MIP (Figura 5)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1233

bull Identificaccedilatildeo das principais pragasIdentificaccedilatildeo das principais pragas

bullbull Quantificaccedilatildeo da infestaccedilatildeoinfecccedilatildeo (amostragem)Quantificaccedilatildeo da infestaccedilatildeoinfecccedilatildeo (amostragem)

TOMADA DE DECISAtildeOTOMADA DE DECISAtildeOTOMADA DE DECISAtildeO

[n[niacute iacute vel de dano econvel de dano econocircocircmico]mico]

bull Seleccedilatildeo das taacuteticas de controleSeleccedilatildeo das taacuteticas de controle

Taacuteticas preventivas

bull Culturas armadilhas

bull Variedades resistentes

bull Controle bioloacutegico

Taacuteticas preventivasTaacuteticas preventivasbullbull CCulturas armadilhasulturas armadilhas

bullbull Variedades resistentesVariedades resistentes

bullbull Controle bioloacutegicoControle bioloacutegico

Taacuteticas curativas

bull Praacuteticas culturais

bull Inseticida bioloacutegico

bull Inseticida sinteacutetico

Taacuteticas curativasTaacuteticas curativasbullbull Praacuteticas culturais Praacuteticas culturais

bullbull Inseticida bioloacutegico Inseticida bioloacutegico

bullbull Inseticida sinteacutetico Inseticida sinteacutetico

bull Aplicaccedilatildeo de taacuteticas de controleAplicaccedilatildeo de taacuteticas de controlebullbull Avaliaccedilatildeo dos resultadosAvaliaccedilatildeo dos resultados

[[retroalimentaretroalimentaccedilatildeccedilatildeoo]]

Figura 5 Componentes baacutesicos de um programa de MIP (Kogan amp Shenk 2002)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1333

3 A cultura da goiabeira como modelo de implementaccedilatildeo do MIP

A proposta de Manejo Integrado de Pragas na Cultura da Goiabeira queseraacute apresentada a seguir eacute o resultado das vaacuterias reuniotildees realizadas pelo ComitecircGestor da Produccedilatildeo Integrada de Frutas - Goiaba (PIF-Goiaba) do Estado de Satildeo Paulo -composta de teacutecnicos da extensatildeo e pesquisa especialistas na cultura aleacutem de

produtores de amplo conhecimento teacutecnico Na verdade a presente proposta nasceu noForum de Debates sobre o Manejo Integrado de Pragas nas Culturas de Caqui FigoGoiaba Manga e Maracujaacute realizado nas dependecircncias da Coordenadoria deAssistecircncia Teacutecnica Integral (CATI) em Campinas SP em agosto de 2002 A partirdaiacute a mesma foi sendo melhorada ampliada e revisada

Eacute importante salientar que essa proposta natildeo eacute fixa e nem poderia serdevido agraves proacuteprias caracteriacutesticas de um programa de MIP que eacute um processo dinacircmicoPortanto estaraacute sujeita a alteraccedilotildees tatildeo logo novas informaccedilotildees teacutecnicas sejam geradaspela pesquisa Vaacuterias informaccedilotildees contidas na proposta atual resultaram dasexperiecircncias dos teacutecnicos e produtores do Comitecirc Gestor pois a cultura da goiabeiradispotildee de pouca informaccedilatildeo teacutecnica na aacuterea fitossanitaacuteria e muitas vezes de informaccedilotildeesincompletas o que dificultou grandemente a sua elaboraccedilatildeo Vale ressaltar que os

meacutetodos de monitoramento e niacuteveis de controle adotados satildeo empiacutericosO modelo de implementaccedilatildeo de MIP que seraacute apresentado a seguir foi

elaborado primeiramente para atender os cultivos de goiaba para mesa das regiotildees deCampinas e Valinhos no Estado de Satildeo Paulo que eacute composta de pequenaspropriedades e onde eacute basicamente praticada a agricultura familiar com um bom grautecnoloacutegico A variedade de goiaba predominante nesses cultivos eacute a ldquoKumagairdquo depolpa branca

31 Fenologia da goiabeira

O manejo da safra na cultura da goiaba eacute feito basicamente atraveacutes depodas que estimulam novas brotaccedilotildees resultando em um novo ciclo reprodutivoPortanto o ciclo fenoloacutegico da cultura se inicia com a operaccedilatildeo de poda que pode serrealizada em qualquer eacutepoca do ano desde que a temperatura do ar e a umidade do solonatildeo limitem o desenvolvimento vegetativo e reprodutivo da planta

Dois satildeo os tipos baacutesicos de podas empregados na cultura

a) Poda contiacutenua eacute uma operaccedilatildeo que eacute realizada em vaacuterias partes da planta resultandoem vaacuterios ciclos fenoloacutegicos ao mesmo tempo Diante desse fato verifica-se que essesistema natildeo eacute adequado para atender aos preceitos do MIP uma vez que do ponto devista fitossanitaacuterio seria praticamente impossiacutevel aplicar as taacuteticas de controle de formacorreta e organizada Aleacutem disso caso seja necessaacuterio fazer uso de algum controlequiacutemico natildeo haveria como respeitar o periacuteodo de carecircncia do pesticida pois como aplanta apresenta vaacuterios estaacutedios fenoacutelogicos simultaneamente os frutos que estivessemproacuteximos para serem colhidos ficariam com uma carga residual acima dos limitestolerados para consumo

b) Poda total eacute um tipo de operaccedilatildeo que pode ser realizada na aacuterea toda ou por talhatildeo eque consiste em efetuar a poda em toda a planta uniformizando-a fenologicamente Naverdade eacute um tipo de poda de frutificaccedilatildeo que regula a eacutepoca de produccedilatildeo e cada safrada cultura iniciada pela mesma estimula novas brotaccedilotildees resultando em um novo ciclo

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1433

reprodutivo Devido agrave caracteriacutestica dessa operaccedilatildeo a poda total permite aimplementaccedilatildeo do MIP

Portanto para a aplicaccedilatildeo adequada do MIP recomenda-se que agoiabeira seja conduzida pelo sistema de poda total devido agrave uniformizaccedilatildeo fenoloacutegicaque proporciona a todas as plantas da aacuterea de cultivo ou do talhatildeo Aleacutem disso permite

que se faccedila uma discriminaccedilatildeo de cada estaacutedio fenoloacutegico da goiabeira que eacutefundamental para definir os periacuteodos criacuteticos da cultura em relaccedilatildeo agraves suas principaispragas (Figuras 6 e 8)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1533

0 30 60 120 180

P o d a

B r o t a

ccedil atilde o

F l o r e s c i m e n t o

F r u t

o s

ldquo C h u

m b i

n h o rdquo

F r u t o

s c o

m 2 a 3 c m

d e

d i acirc m

e t r o

Fenologia da goiabeira conduzida pelo sistema de poda totaFenologia da goiabeira conduzida pelo sistema de poda tota

230 dias 230 dias

Considerar que cada ciclo da goiabeira inicia em qualquer eacutepoca do ano

cada ciclo da cultura iniciaraacute a partir da realizaccedilatildeo da poda de frutifica

Considerar que cada ciclo da goiabeira inicia em qualquer eacutepoca do ano P

cada ciclo da cultura iniciaraacute a partir da realizaccedilatildeo da poda de frutifica

150

F r u t

o s c o m

1 5 c m

d e

d i acirc m

e t r o

E s t aacute d i o 1

E s t aacute d i o 2

E s t aacute d i o 3

E s t aacute d i o 4

E s t aacute d i o 5

E s t aacute d i o 6

Figura 6 Fenologia da goiabeira onde o periacuteodo em dias de cada fase fenoloacutegica varia com a eacutepoca do anorealizada

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1633

32 Principais pragas da cultura

Conforme jaacute citado anteriormente a correta identificaccedilatildeo das pragas-chave da cultura compotildee o esteio de um programa de MIP pois satildeo elas que causam osmaiores prejuiacutezos devendo atrair toda a atenccedilatildeo por parte do agricultor

Atualmente para o Estado de Satildeo Paulo satildeo consideradas pragas-chave

da cultura da goiaba as seguintes espeacutecies para as quais se devem orientar omonitoramento e o controle

rArr besouro-amarelo Costalimaita ferruginea (Fabr 1801) (Coleoptera Chrysomelidae)

rArr ferrugem Puccinia psidii Wint

rArr gorgulho Conotrachelus psidii Marshall 1922 (Coleoptera Curculionidae)

rArr percevejos (complexo de espeacutecies)bull Monalonion annulipes Sign 1858 (Hemiptera Miridae) bull Leptoglossus gonagra (Fabr 1775) (Hemiptera Coreidae)bull Leptoglossus stigma (Herbst 1784) (Hemiptera Coreidae)bull Leptoglossus zonatus (Dallas 1852) (Hemiptera Coreidae)bull Leptoglossus fasciatus (West 1842) (Hemiptera Coreidae)bull Holhymenia clavigera (Herbst 1784) (Hemiptera Coreidae)

rArr psiliacutedeo Triozoida sp (Hemiptera Psyllidae)

Com relaccedilatildeo agraves moscas-das-frutas (Diptera Teprhitidae e Lonchaeidae)representadas principalmente pelas espeacutecies Anastrepha fraterculus (Wied) A

sororcula Zucchi A bistrigata Bezzi Ceratitis capitata (Wied) e Neosilba sp satildeoconsideradas as pragas mais importantes do ponto de vista quarentenaacuterio quando a

produccedilatildeo se destina agrave exportaccedilatildeo Poreacutem devido ao sistema adotado para a conduccedilatildeo dagoiabeira deixam de ser praga principal uma vez que os frutos satildeo ensacados aoalcanccedilarem cerca de 2-3cm de diacircmetro (Figura 8)

A seguir seraacute apresentada de forma objetiva a proposta de MIP para cadapraga-chave levando-se em consideraccedilatildeo no miacutenimo oito paracircmetros informativosnecessaacuterios para que o manejo possa ser implementado tais comoa) Nome cientiacutefico da pragab) Hospedeiros alternativosc) Inimigos naturaisd) Aspectos bioloacutegicos da pragae) Condiccedilotildees favoraacuteveisf) Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos

g) Monitoramento e niacutevel de accedilatildeoh) Manejo cultural

321 Besouro-amarelo

Nome cientiacutefico Costalimaita ferruginea (Coleoptera Chrysomelidae)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1733

Hospedeiros alternativos Trata-se de uma praga poliacutefaga atacando natildeo soacute fruteirasmas tambeacutem outras espeacutecies como eucaliptos algodoeiro araccedilaacute capim-marmeladafeijoeiro etc Entre as fruteiras ataca as folhas de abacateiro bananeira cajueiromacieira jaboticabeira jambeiro jambolatildeo pitangueira videira e mangueira

Inimigos naturais Haacute relato da sua predaccedilatildeo por Supputius cincticeps (Hemiptera

Pentatomidae) Tynacantha marginata (Hemiptera Pentatomidae) Arilus carinatus(Hemiptera Reduviidae) Misumenops pallens (Araneae Thomisidae) Peucetia sp(Araneae Oxyopidae) e os fungos entomopatogecircnicos Beauveria bassiana e

Metarhizium anisopliae var anisopliae

Aspectos bioloacutegicos A fecircmea faz apenas uma postura contendo em meacutedia cerca de 90ovos de coloraccedilatildeo amarela e brilhante com periacuteodo de incubaccedilatildeo durando cerca de 8-9dias As larvas vivem no solo onde se alimentam de raiacutezes de gramiacuteneas No periacuteodolarval apenas satildeo conhecidos ateacute o momento dois estaacutedios de desenvolvimento (1o e 2o iacutenstares) sendo que o primeiro instar dura 19 dias e o segundo cerca de 35 dias Osadultos emergem do solo apoacutes a ocorrecircncia de chuvas que propiciem um bommolhamento do mesmo

Condiccedilotildees favoraacuteveis A eacutepoca normal de ocorrecircncia da praga eacute nos meses finais daprimavera logo apoacutes a ocorrecircncia de chuvas suficientemente pesadas para propiciaremum bom molhamento do solo

Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos O inseto emerge do solo com as primeiras chuvas pesadas(mais de 20 mm) de primavera (outubronovembro) que possibilitem seu bommolhamento O periacuteodo criacutetico se inicia cerca de 5 dias apoacutes estas chuvas prolongando-se por aproximadamente 2 semanas No Estado de Satildeo Paulo o ataque da praga ocorreprincipalmente no periacuteodo de setembro a marccedilo

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo No periacuteodo criacutetico monitorar a cada 2-3 dias 2 dasplantas do talhatildeo ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo de preferecircncia nas bordadurasVerificar a presenccedila do inseto ou de seus danos (folhas rendadas) nos ramos terminaisde cada quadrante da planta Constatada a presenccedila do inseto ou de seus danos a plantaseraacute considerada infestadaO niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 20 das plantas monitoradas estiverem infestadasPor se tratar de uma praga que normalmente vem de fora do pomar a inspeccedilatildeo deveraacuteser realizada de preferecircncia na sua periferia considerando as trecircs primeiras plantas oulinhas do talhatildeo

Manejo cultural Na instalaccedilatildeo de novos pomares deve ser considerada a presenccedila nasproximidades de culturas altamente visadas pela praga como eacute o caso do eucalipto Osolo deveraacute ser mantido vegetado para dificultar que o inseto complete o seu ciclobioloacutegico aleacutem de favorecer a atividade de possiacuteveis inimigos naturais

322 Ferrugem

Agente Puccinia psidii

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1833

Hospedeiros alternativos O fungo ataca vaacuterias mirtaacuteceas incluindo o eucalipto e a jaboticabeira

Antagonistas Natildeo satildeo conhecidos antagonistas deste fungo

Etiologia No pomar o fungo eacute disseminado pelos ventos ocorrendo vaacuterios ciclos da

praga no mesmo ano agriacutecola acompanhando os surtos vegetativos

Condiccedilotildees favoraacuteveis Presenccedila de tecidos jovens de ramos folhas bototildees florais efrutos novos sob condiccedilotildees climaacuteticas favoraacuteveis que satildeo umidade relativa igual ousuperior a 90 por mais de 8 horas e temperatura entre 18ordm e 25ordmC o que normalmenteocorre nas estaccedilotildees de outono e inverno Condiccedilotildees de baixa luminosidade favorecembastante a infecccedilatildeo

Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos Esse periacuteodo comeccedila logo apoacutes a poda quando se inicia abrotaccedilatildeo ateacute duas semanas apoacutes as folhas atingirem o seu completo desenvolvimento eos frutos apresentarem diacircmetro de pelo menos trecircs cm quando estas condiccedilotildees foremcoincidentes com umidade e temperatura favoraacuteveis ao desenvolvimento do fungo o

que normalmente ocorre nos meses de outono e inverno

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo Deve ser realizado no periacuteodo criacutetico compreendendoos estaacutedios de brotaccedilatildeo ateacute quando os frutos atingirem cerca de trecircs cm de diacircmetro(estaacutedio 6) sob as condiccedilotildees de clima favoraacuteveis ao fungo Monitorar semanalmente 2das plantas ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo inspecionando-se o terccedilo inferior daregiatildeo central da copa e observando-se a ocorrecircncia do fungo nas folhas novas bototildeesflorais flores e frutos Constatando-se sintomas da presenccedila do fungo em qualquer dosoacutergatildeos examinados a planta seraacute considerada infectadaDurante o periacuteodo criacutetico o niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 10 das plantasmonitoradas estiverem infectadas Apoacutes o teacutermino do periacuteodo criacutetico ou depois que osfrutos tenham sido ensacados o niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 20 das plantasmonitoradas estiverem infectadas

Manejo cultural No manejo cultural devem considerar os seguintes aspectosa) Em novos pomares evitar a proximidade com outras mirtaacuteceas principalmenteeucaliptosb) Preferir variedades com maior toleracircncia agrave doenccedila e utilizar espaccedilamentos maioresc) Efetuar podas que propiciem maior arejamento da copad) Realizar desbrotas sistemaacuteticase) Fazer o manejo das plantas invasoras por meio de roccediladasf) Evitar o excesso de adubaccedilatildeo nitrogenadag) Utilizar irrigaccedilatildeo sub-copah) Natildeo realizar mais de trecircs aplicaccedilotildees seguidas com fungicidas sistecircmicos devendosempre alternar com um de contato para evitar a formaccedilatildeo de raccedilas resistentesi) Na utilizaccedilatildeo de fungicidas agrave base de cobre acrescentar agrave calda 05 de oacuteleo mineralou vegetal emulsionaacutevel como medida auxiliar no controle de cochonilhas

323 Gorgulho

Nome cientiacutefico Conotrachelus psidii (Coleoptera Curculionidae)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1933

Hospedeiros alternativos Goiabeiras e araccedilazeiros satildeo citados como hospedeiros dapraga

Inimigos naturais Formigas predadoras Pheidole oxyops Ectatoma planidens

Solenopsis invicta Neoponera villosa e Odontomachus bauri

Aspectos bioloacutegicos Para ovipositarem as fecircmeas fazem com o aparelho bucalperfuraccedilotildees em frutos onde colocam um uacutenico ovo Apoacutes 6 dias da postura ocorre aeclosatildeo da larva que penetra no interior do fruto onde se alimenta da polpa e dassementes Passados de 30 a 35 dias a larva abandona a fruta e se aprofunda no soloonde se transforma em pupa permanecendo nesse estaacutedio por 3 a 4 meses Apoacutes esseperiacuteodo havendo condiccedilotildees de umidade no solo o adulto emerge originando uma novageraccedilatildeo da praga Os adultos de ambos os sexos se alimentam dos bototildees floraisdeixando pequenas perfuraccedilotildees

Condiccedilatildeo favoraacutevel Deve haver umidade no solo para que ocorra a emergecircncia doadulto

Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos Quando os estaacutedios de chumbinho (estaacutedio 4) ateacute que osfrutos atinjam 2 a 3 cm de diacircmetro (estaacutedio 6) coincidirem com a eacutepoca quente echuvosa

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo No periacuteodo criacutetico monitorar semanalmente 2 dasplantas do talhatildeo ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo observando-se um fruto em cadaquadrante no terccedilo meacutedio da copa Ao ser encontrado um fruto atacado examinar pelomenos mais 20 frutos da mesma planta Caso haja outros frutos atacados proceder aomonitoramento nas 4 plantas vizinhas Havendo frutos atacados em pelo menos uma dasplantas vizinhas o conjunto seraacute considerado infestadoO niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 20 dos conjuntos monitorados estivereminfestados

Manejo cultural Eliminar os frutos pequenos que apresentarem sintomas de ataque porocasiatildeo do raleio Recomenda-se coletar e destruir todos os frutos desenvolvidos eoumaduros com sintomas de ataque da praga uma vez que os frutos nesta idade ao caiacuteremno solo e apodrecerem propiciaratildeo continuidade ao ciclo de vida das larvas dogorgulho favorecendo o iniacutecio de uma nova geraccedilatildeo da praga

324 Percevejos

Nomes cientiacuteficos Monalonion annulipes (Hemiptera Miridae) (percevejo-da-verrugose) Leptoglossus gonagra (Hemiptera Coreidae) Leptoglossus stigma (Hemiptera Coreidae) Leptoglossus zonatus (Hemiptera Coreidae) Leptoglossus fasciatus (Hemiptera Coreidae) Holhymenia clavigera (Hemiptera Coreidae)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2033

Hospedeiros alternativos Estas espeacutecies satildeo altamente poliacutefagas Assim satildeo referidascomo pragas da maioria das espeacutecies frutiacuteferas cultivadas comercialmente aleacutem deatacarem tambeacutem espeacutecies bastante distintas como eacute o caso do milho cucurbitaacuteceasmamoneira algodoeiro e girassol Algumas espeacutecies tecircm bastante afinidade com plantasdaninhas como eacute o caso do melatildeo-de-satildeo-caetano ( Mormodica charantia) hospedeiroclaacutessico de L gonagra guanxuma (Sida sp) de L zonatus mussambecirc (Cleome sp) de

L gonagra etc

Inimigos naturais Adultos de H clavigera satildeo parasitados por Hexacladia smithii (Hymenoptera Encyrtidae) e Gryon gallardoi e Gryon sp (Hymenoptera Scelionidae)Parasitam ovos de L zonatus Trichopoda pennipes (Diptera Tachinidae) parasitaadultos de L zonatus Eucelatoriopsis sp e Hydallohoughia sp (Diptera Tachinidae)atacam percevejos Gryon barbiellinii (Hymenoptera Scelionidae) eacute parasitoacuteide de ovosde percevejos Na regiatildeo de Campinas SP foi observado que cerca de 80 dos ovos de

Leptoglossus spp estavam parasitados por Neorileya sp (Hymenoptera Eurytomidae)

Aspectos bioloacutegicos O ciclo evolutivo de L zonatus eacute de 60 dias em temperaturasamenas O ciclo de L gonagra varia de 80 a 90 dias com um periacuteodo de incubaccedilatildeo de 8

dias e fase ninfal de 55 dias

Condiccedilotildees favoraacuteveis Periacuteodos com altas temperaturas satildeo bastante favoraacuteveis aosinsetos Apesar de se alimentarem tambeacutem das partes vegetativas a presenccedila de frutos eacutemuito favoraacutevel ao aumento da populaccedilatildeo L zonatus e L gonagra que ocorrem o anotodo com picos populacionais de novembro a abril H clavigera ocorrepreferencialmente de setembro a abril com pico em janeiro

Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos Os percevejos atacam bototildees florais e frutos em todos osseus estaacutedios de desenvolvimento Os bototildees florais quando picados geralmente caeme os frutos mais desenvolvidos ficam deformados com cicatrizes bem visiacuteveis noslocais onde o inseto faz a punctura para a sua alimentaccedilatildeo Considerar como periacuteodocriacutetico a fase de formaccedilatildeo do botatildeo floral (entre os estaacutedios 2 e 3) ateacute a colheita (estaacutedio7)

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo No periacuteodo criacutetico monitorar semanalmente 2 dasplantas do talhatildeo ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo observando-se a presenccedila deinsetos (adultos ou ninfas) ou sinais do ataque da praga em frutos ou bototildees florais emdois ramos localizados no terccedilo meacutedio da copa em cada quadrante da planta Quandofor encontrado um inseto ou oacutergatildeo injuriado (fruto eou botatildeo floral) a planta seraacuteconsiderada infestadaO niacutevel de accedilatildeo seraacute alcanccedilado quando 20 das plantas monitoradas estivereminfestadas

Manejo cultural Eliminar os frutos pequenos que apresentarem sintomas de ataque porocasiatildeo do raleio As plantas infestantes no interior e em torno do pomar devem sermantidas com o porte baixo durante os periacuteodos favoraacuteveis agrave presenccedila da praga

325 Psiliacutedeo

Nome cientiacutefico Triozoida sp (Hemiptera Psyllidae)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2133

Hospedeiros alternativos Natildeo se conhecem relatos de ocorrecircncia desta praga emoutras culturas apesar de ser constatada sua ocorrecircncia em diversas plantas infestantes

Inimigos naturais Satildeo relatadas como espeacutecies predadoras as joaninhas Cycloneda

sanguinea Olla abdominalis e Scymnus spp aracniacutedeos crisopiacutedeos hemerobiiacutedeos

sirfiacutedeos e estafiliniacutedeos Moscas cecidomiiacutedeas e micro-himenoacutepteros calcidiacutedeos eencirtiacutedeos (Psyllaephagus sp) satildeo relatados como parasitoacuteides de psiliacutedeosCladosporium cladosporioides eacute relatado como agente patogecircnico

Aspectos bioloacutegicos As fecircmeas efetuam a postura ao longo dos ramos ponteiros efolhas novas O periacuteodo de incubaccedilatildeo eacute de 7 a 9 dias e o ninfal variaacutevel de 29 a 35 diasAs ninfas sugam os bordos das folhas que devido agraves toxinas injetadas enrolam-se edeformam-se adquirindo coloraccedilatildeo amarelada ou avermelhada tornando-seposteriormente necrosadas

Condiccedilotildees favoraacuteveis O periacuteodo mais favoraacutevel ao ataque eacute o compreendido pelosmeses de primaveraveratildeo quando as temperaturas satildeo elevadas geralmente associadas

com alto iacutendice pluviomeacutetrico

Periacuteodo e estaacutedio criacutetico Apoacutes a poda quando da emissatildeo das novas brotaccedilotildees ateacute oiniacutecio de desenvolvimento do fruto (estaacutedio 2 a estaacutedio 4)

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo No periacuteodo criacutetico monitorar semanalmente 2 dasplantas do talhatildeo ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo Em cada planta a ser monitoradaverificar a presenccedila de sintomas de ataque ou de ovos ninfas ou adultos do inseto nosdois uacuteltimos pares de folhas em um ramo por quadrante localizado no terccedilo superior dacopa (Figura 7) A planta seraacute considerada infestada quando for constatada a presenccedilado inseto ou de seus danos em pelo menos um quadrante da plantaO niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 30 das plantas monitoradas estiverem infestadasNo periacuteodo natildeo criacutetico o niacutevel de accedilatildeo eacute maior ou seja quando 50 das plantasestiverem infestadas

Manejo cultural O solo deve ser mantido constantemente vegetado sendo o manejodas plantas infestantes feito por meio de roccediladas a fim de permitir a manutenccedilatildeo dafauna de inimigos naturais A adubaccedilatildeo nitrogenada deveraacute ser feita com cuidado paraevitar a brotaccedilatildeo excessiva da planta o que favoreceria a sua colonizaccedilatildeo pela pragaInseticidas piretroacuteides natildeo deveratildeo ser utilizados na cultura por causarem desequiliacutebriosbioloacutegicos favorecendo a incidecircncia desta praga

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2233

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2333

MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM GOIABAMANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM GOIABA

Fenologia da Goiabeira - Pragas e DoenccedilasFenologia da Goiabeira - Pragas e Doenccedilas

0 30 60 120 180

P o d a

B r o t a

ccedil atilde o

F l o r e s c i m e n t o

F r u t

o s

ldquo C h u

m b i

n h o rdquo

F r u t o

s c o

m 2 a 3 c m

d e

d i acirc m

e t r o

C o l

150

F r u t

o s c o m

1 5 c m

d e

d i acirc m

e t r o

E s t aacute d

i o 1

E s t aacute d

i o 2

E s t aacute d

i o 3

E s t aacute d

i o 4

E s t aacute d

i o 5

E s t aacute d

i o 6

Gorgulho e Percevejos

Besouro-amarelo e Psiliacutedeo

Ferrugem

ensacamentoensacamento

Figura 8 Fenologia da goiabeira conduzida pelo sistema de poda total e os periacuteodos criacuteticos de cada praga

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2433

34 Procedimentos aplicados para inspeccedilatildeo populacional das pragas

O sistema de MIP adotado na cultura da goiaba na regiatildeo de Campinas eValinhos no Estado de Satildeo Paulo consiste em levantamentos semanais para estimativadas pragas-chave e dos inimigos naturais

Os procedimentos para realizaccedilatildeo desse levantamento estatildeo resumidos na

Tabela 1 onde satildeo tambeacutem apresentados os niacuteveis de accedilatildeo para controle das pragas-chaveOs dados desse levantamento satildeo registrados em ficha proacutepria cujo

modelo eacute apresentado na Figura 9Nessa ficha constam tambeacutem informaccedilotildees sobre a presenccedila dos inimigos

naturais Para facilitar a identificaccedilatildeo desses artroacutepodos a Tabela 2 apresentainformaccedilotildees sobre a sua localizaccedilatildeo na planta e caracteriacutesticas de seu comportamento

35 Consideraccedilotildees sobre os inimigos naturais presentes no pomar de goiaba

Os inimigos naturais satildeo componentes importantiacutessimos do Manejo

Integrado de Pragas dentro dos princiacutepios estabelecidos pela Produccedilatildeo Integrada deFrutas (PIF) O primeiro passo para tirar o melhor proveito do controle bioloacutegico eacuteconhecer as espeacutecies de pragas seus inimigos naturais e o potencial de controleexercido por eles no campo

Uma revisatildeo da literatura mostra que algumas pragas da goiaba satildeobastante atacadas por agentes de controle bioloacutegico enquanto outras natildeo o satildeo Eacute o casodo gorgulho que eacute atacado por algumas espeacutecies de formigas predadoras(Hymenoptera Formicidae) Adultos do percevejo H clavigera satildeo parasitados por

Hexacladia smithii (Hymenoptera Encyrtidae) Jaacute os percevejos do gecircnero Leptoglossus (Hemiptera Coreidae) satildeo atacados na fase de ovo pelos parasitoacuteidesGryon spp (Hymenoptera Scelionidae) quando adultos podem ser parasitados porTrichopoda pennipes Eucelatoriopsis sp e Hydallohoughia sp (Diptera Tachinidae)Mas eacute o psiliacutedeo juntamente com o besouro-amarelo que apresentam o maior nuacutemerode inimigos naturais conhecidos O psiacuteliacutedeo eacute predado pelas joaninhas Cycloneda

sanguinea e Scymnus spp (Coleoptera Coccinellidae) por crisopiacutedeos e hemerobiiacutedeos(Neuroptera) estafiliniacutedeos (Coleoptera) e aranhas Moscas cecidomiiacutedeas emicroimenoacutepteros calcidiacutedeos satildeo relatados como parasitoacuteides e o fungo Cladosporium

cladosporioides eacute citado como agente patogecircnico O besouro amarelo eacute predado pelospercevejos Supputius cincticeps (Hemiptera Pentatomidae) Tynacantha marginata

(Hemiptera Pentatomidae) Arilus carinatus (Hemiptera Reduviidae) pelas aranhas Misumenops pallens (Araneae Thomisidae) e Peucetia sp (Araneae Oxyopidae) eparasitados pelos fungos entomopatogecircnicos Beauveria bassiana e Metarhizium

anisopliae var anisopliaeEmbora a lista de inimigos naturais natildeo seja pequena pouco se sabe

sobre a sua real capacidade de controle Aleacutem disto a accedilatildeo dos inimigos naturais eacutemuito afetado pelo modo de o homem manejar o ambiente O solo completamentedesprovido de mato por exemplo pode natildeo ser favoraacutevel para a atraccedilatildeo e permanecircnciade inimigos naturais num local Contudo mais estudos satildeo necessaacuterios para entendermelhor essa relaccedilatildeo principalmente no caso da cultura da goiaba

Visando aumentar esse conhecimento bem como a relaccedilatildeo de inimigosexistentes a equipe do PIF-Goiaba tem feito levantamentos perioacutedicos na regiatildeo deCampinas - SP e alguns resultados jaacute foram obtidos Para os percevejos do gecircnero

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2533

Leptoglossus por exemplo verificou-se que cerca de 80 dos ovos depositados nasgoiabeiras estavam parasitados pelo micro-himenoacuteptero Neorileya sp (Eurytomidae)Atacando psiliacutedeo foram encontradas uma espeacutecie de joaninha Olla abdominalis (Coleoptera Coccinellidae) larvas de uma mosca da famiacutelia Syrphidae e uma espeacuteciede parasitoacuteide do gecircnero Psyllaephagus (Hymenoptera Encyrtidae) Paralelamenteestuda-se a possibilidade de se realizarem ensaios para avaliar a patogenicidade de

microrganismos agraves pragas-chave com o objetivo de ampliar a utilizaccedilatildeo do controlebioloacutegico na culturaPor outro lado como a capacitaccedilatildeo de recursos humanos faz parte da

filosofia da Produccedilatildeo Integrada de Frutas o material entomoloacutegico coletado nesseslevantamentos estaacute sendo fotografado para elaboraccedilatildeo de um manual ilustradocontendo natildeo soacute os insetos pragas em suas diversas fases de desenvolvimento mastambeacutem seus inimigos naturais Posteriormente esse manual serviraacute para orientar osprodutores aos quais tambeacutem estatildeo sendo ministrados cursos de treinamento

36 Consideraccedilotildees sobre os estudos de monitoramento de pragas

Aleacutem das pragas citadas anteriormente a goiabeira apresenta outrosorganismos de importacircncia que podem causar seacuterios prejuiacutezos agrave cultura poreacutem devidoaos aspectos do seu ciclo bioloacutegico natildeo eacute possiacutevel condicionar o controle dos mesmosao emprego de taacuteticas de MIP Como exemplo a goiabeira apresenta duas doenccedilas umacausada por bacteacuteria conhecida como seca-bacteriana ( Erwinia psidii) e outra causadapor fungo denominada antracnose (Colletotrichum gloeosporioides) entretanto devidoao caraacuteter explosivo de suas infecccedilotildees natildeo eacute possiacutevel monitoraacute-las diretamente nocampo Em ambos os casos a possibilidade de monitoramento se daria por intermeacutedioda utilizaccedilatildeo de estaccedilotildees de aviso onde os dados meteoroloacutegicos obtidoscorrelacionados com as informaccedilotildees da condiccedilatildeo favoraacutevel para infecccedilatildeo resultariamem uma informaccedilatildeo de previsibilidade de ataque dessas doenccedilas

Os estudos de monitoramento no campo que ainda se encontram emandamento tecircm detectado o surgimento de outras pragas causando seacuterios prejuiacutezos agravegoiabeira tais comoa) Aacutecaro-branco Polyphagotarsonemus latus (Banks 1904) (Acari Tarsonemidae) esseaacutecaro tem sido constatado causando injuacuterias nas brotaccedilotildees e frutos novosprincipalmente entre os estaacutedios de desenvolvimento 1 e 3 (Figura 8)b) Lagarta-do-ponteiro (Lepidoptera Tortricidae) conforme o seu proacuteprio nome essaslagartas instalam-se nas brotaccedilotildees da goiabeira danificando as folhas e os caules tenroscomprometendo o seu desenvolvimento As lagartas satildeo pequenas atingindo nomaacuteximo cerca de 1 cm de comprimento de coloraccedilatildeo verde pardacenta satildeo aacutegeis equando molestadas saltam para fora da brotaccedilatildeo podendo ficar penduradas por um fiode seda O adulto eacute uma pequena mariposa de cor acinzentada que tambeacutem natildeo chega aatingir 1 cm de comprimento Ateacute o momento nos monitoramentos natildeo foi constatada apresenccedila de adultos o que leva a crer que provavelmente esse inseto tenhacomportamento crepuscular ou noturno Tambeacutem natildeo haacute nenhuma informaccedilatildeo relatadaa respeito da ocorrecircncia desse inseto na cultura da goiabac) Lagarta-dos-frutos (Lepidoptera Tortricidae) as lagartas se instalam geralmente nosfruto ensacados ambiente propiacutecio para se desenvolverem danificando a casca e aporccedilatildeo da polpa logo abaixo Tambeacutem satildeo encontradas entre os frutos que ficamaglomerados no ramo As injuacuterias decorrentes de sua alimentaccedilatildeo prejudicam aaparecircncia dos frutos que satildeo descartados Foi constatado um talhatildeo em que a maioria

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2633

dos frutos se encontravam infestados acarretando um prejuiacutezo acima de 50 daproduccedilatildeo As lagartas satildeo aacutegeis apresentam coloraccedilatildeo verde na grande maioria dosindiviacuteduos medem cerca de 15 cm no maacuteximo Os adultos satildeo mariposas de coloraccedilatildeoparda ou ateacute mesmo acizentadas e chegam a medir cerca de 12 mm de comprimentoAteacute o momento natildeo foi constatada a presenccedila de adultos nos monitoramentosrealizados A exemplo da lagarta-dos-ponteiros tambeacutem natildeo haacute nenhuma informaccedilatildeo

relatada de sua ocorrecircncia

4 Consideraccedilotildees finais

A implementaccedilatildeo do MIP na cultura da goiaba reserva um grandedesafio pois diversos fatores de ordem regulatoacuteria econocircmica ambiental de proteccedilatildeohumana ecoloacutegica de praacuteticas culturais e as variaccedilotildees de clima determinaratildeo o usodesse sistema no futuro Portanto a aplicaccedilatildeo do MIP natildeo ficaraacute apenas sob aresponsabilidade do produtor mas a accedilatildeo deveraacute ser conjunta envolvendo asinstituiccedilotildees de pesquisa de extensatildeo e toda a cadeia produtiva da fruta

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2733

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2833

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2933

Tabela 2 Informaccedilotildees sobre os inimigos naturais mais frequumlentes na goiabeira com relaccedilatildeo agraves suas fases de vid

Inimigos Naturais Inspeccedilatildeo

1 Aacutecaro predador 991522 Nos ramos escolhidos para exame de psiliacutedeos inspecionarvelhas com auxiacutelio de uma lupa de 10x de aumento procurand

2 Aranhas 991522 Ao examinar as plantas amostradas procurar os adultos pri jovens eou ovos nos ninhos formados por teias entre as folhas

3 Crisopiacutedeos (bicho-lixeiro)991522 Ao examinar as plantas amostradas observar a presenccedila deadultos Geralmente satildeo encontrados em qualquer parte da pltronco)

4 Formigas 991522 Ao examinar as plantas amostradas procurar os insetos adu

5 Joaninhas 991522 Ao examinar as plantas amostradas observar a presenccedila dpreferencialmente nas folhas novas

6 Percevejos predadores 991522 Examinar as plantas amostradas procurando adultos ninf

localizam nas folhas do interior da copa7 Sirfiacutedeos (moscas que pairam no ar) 991522 Observar moscas que pairam no ar as larvas localizam-se

por ocasiatildeo da infestaccedilatildeo de psiacutelideos ou pulgotildees principalme8 Mosquinha-verde metaacutelica (Dolicopodiacutedeos) 991522 Os adultos satildeo aacutegeis e devem ser observados nas folhas loc

9 Vespas (marimbondos) 991522 Geralmente os adultos satildeo pequenas vespas caccediladoras qubrotaccedilotildees

10 Vespinhas (parasitoacuteides) 991522 Examinar as plantas amostradas procurando os insetos aduno interior da copa

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3033

FICHA DE INSPECcedilAtildeO DE PRAGAS E INIMIGOS NATURAIS PRODUCcedilAtildeO INTEGRADA DE GOIABA-SPPlantas inspecionadas

PragasQ 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

No

abc

Besouro-amarelo

dabc

Gorgulho

dabc

Percevejos

dabc

Psiliacutedeo

d

Ferrugem SInimigos Naturais E

LJoaninhasAOL

Crisopiacutedeos(bicho-lixeiro)

ANPercevejos

predadores AAacutecaro predador A

Aranhas AVespinhas A

Data _______________ Talhatildeo ___________ Estaacutegio fenoloacutegico 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6( ) 7( ) Inspetor

Legenda Q = quadrantes E = estaacutegio de vida dos inimigos naturais onde O = ovo L = larva N = ninfa A =

Figura 9 Modelo de ficha de amostragem utilizada no monitoramento das pragas e inimigos naturais na goiabei

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3133

Agradecimentos

Os autores agradecem aos teacutecnicos e produtores do Comitecirc Gestor daProduccedilatildeo Integrada de Frutas - Goiaba pelo total apoio que nos foi dispensado e queainda continuam incentivando com pleno entusiasmo no intuito de fortalecer cada vezmais a fruticultura brasileira Tambeacutem agradecemos os estagiaacuterios Guilherme de Melo e

Flaacutevia Calderari Marin pelo grande auxiacutelio nos trabalhos de monitoramento no campo ede laboratoacuterio Agradecemos tambeacutem ao engenheiro agrocircnomo Joseacute Emiacutelio Bettiol Netopela sua grande atuaccedilatildeo frente aos produtores de goiaba e que nunca mediu esforccedilos emnos ajudar nos estudos de monitoramento aleacutem das muitas informaccedilotildees que nosforneceu

Bibliografia consultada

Altieri MA EN Silva amp CI Nicholls 2003 O papel da biodiversidade no manejode pragas Holos Editora Ribeiratildeo Preto 226p

Bailez OE A M Viana ndashBailez JOG Lima amp DDO Moreira 2003 Life-historyof the guava weevil Conotrachelus psidii Marshal (Coleoptera Curculionidae) underlaboratory conditions Neotropical Entomology 32(2)203-207

Baldin ELL AL Boiccedila Juacutenior amp S Freitas 1998 Percevejo do maracujaacuteHolhymenia clavigera (Herb 1784) x Holhymenia histrio (Fabr 1803) (HemipteraCoreidae) p35 In 17o Congresso Brasileiro de Entomologia Resumos vol 1 SEBRio de Janeiro RJ

Barbosa FR A P Santos AT Haji WA Moreira FNP Haji amp J A Alencar1999 Eficiecircncia e seletividade do imidacloprid e lambdacyalothrin no controledopsiliacutedeo (Triozoida sp) em goiabeira Revista Brasileira de Fruticultura 21(3) 385-387

Barbosa FR AS Nascimento JV Oliveira JA Alencar amp FNP Haji 2001Pragas p29-54 In Barbosa FR (ed) Goiaba Fitossanidade Embrapa Semi-AacuteridoPetrolina Embrapa Brasiacutelia 63p (Frutas do Brasil 18)

Barbosa FR RG Ferreira LHP Kiill E A Souza WA Moreira JA Alencar ampFNP Haji 2002 Estudos do niacutevel de dano plantas invasoras hospedeiras e controledo psiliacutedeo da goiabeira (Triozoida sp) In XIX Congresso Brasileiro de EntomologiaManaus AM (Anais do Seminaacuterio do SEAG)

Boscaacuten de Martinez N amp R Casares 1980 El gorgojop de la guayaba Conotracheluspsidii Marshall (Coleoptera Curculionidae) I Evaluacioacuten de dantildeos AgronomiaTropical 30(1-6) 77-83

Boscaacuten de Martinez N amp R Casares 1981 Distribucioacutenen el tiempo de las fases delgorgojo de la guayaba Conotrachelus psidii Marshall (Coleoptera Curculionidae) en elcampo Agronomia Tropical 31(1-6) 123-130

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3233

Cave RD 1995 Manual para la ensentildeanza del control bioloacutegico en Ameacuterica LatinaZamorano Academic Press Zamorano Honduras 188p (primera edicioacuten)

Crocomo WB 1990 O que eacute o manejo integrado de pragas p 9-34 In CrocomoWB (coord) Manejo integrado de pragas Editora Unesp Satildeo Paulo CETESB 358p

Dolinski C 2003 Vermes que controlam insetos Guava News 1(1)8 (Goiabraacutes)

Follet PA amp KW Vick 2002 Desarrollo de estrategias de manejo integrado deplagas para eliminar las barreras sanitarias que restringen la exportacioacuten de productosagriacutecolas Manejo Integrado de Plagas y Agroecologia 65 43-49

Gallo D O Nakano S Silveira Neto RPL Carvalho GC Baptista E Berti FilhoJRP Parra RA Zucchi SB Alves JD Vendramim LC Marchini JRS Lopes ampC Omoto 2002 Entomologia Agriacutecola FEALQ Piracicaba 920p

Gonzaga Neto L amp JM Soares 1994 Goiaba para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos daproduccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa-SPI 49p - (Seacuterie Publicaccedilotildees Teacutecnicas FRUPEX 5)

Gould WP amp A Raga 2002 Pests of guava p295-313 In JE Pentildea JL Sharp ampM Wysoki (eds) Tropical fruit pests and pollinators biology economic importancenatural enemies and control CABI Publishing New York NY

Kogan M amp M Shenk 2002 Conceptualizacioacuten del manejo integrado de plagas enescalas espaciales y niveles de integracioacuten maacutes amplios Manejo Integrado de Plagas yAgroecologia 65 34-42

Malavasi A amp RA Zucchi 2000 Moscas-das-frutas de importacircncia econocircmica noBrasil conhecimento baacutesico e aplicado Holos Editora Ribeiratildeo Preto 327p

Nicholls C amp M Altieri 2002 Biodivesidad y disentildeo agroecoloacutegico un estudio dede manejo de plagas en vintildeedos Manejo Integrado de Plagas y Agroecologia 65 50-64

Norris RF EP Caswell-Chen amp M Kogan 2003 Concepts in integrated pestmanagement Prentice Hall Upper Saddle River New Jersey 586p

Pereira FM amp SA Bortoli 1998 Pragas da goiabeira p 119-130 In BragaSobrinho R JE Cardoso amp FCO Freire (eds) Pragas das fruteiras tropicais deimportacircncia agroindustrial Embrapa-SPI Brasiacutelia Embrapa-CNPAT Fortaleza 209p

Silva AGDA CR Gonccedilalves DM Galvatildeo AJL Gonccedilalves J Gomes MNSilva amp L Simoni 1968 Quarto cataacutelogo dos insetos que vivem nas plantas do Brasilseus parasitos e predadores Parte II - 1o Tomo - Insetos hospedeiros e inimigosnaturais Min de Agric Dep de Def e Inspeccedilatildeo Agropecuaacuteria Rio de Janeiro 622p

Silva NA 1992 Taxonomia ciclo de vida e dinacircmica populacional de Costalimaitaferruginea (Fabr 1801) (Coleoptera Chrysomelidae) praga de Eucalyptus spp(Myrtaceae) Tese de Doutorado ESALQUSP Piracicaba SP 165p

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3333

Silveira Neto S 1990 Monitoramento e decisatildeo no controle de pragas p 71-86 InCrocomo WB (coord) Manejo integrado de pragas Editora Unesp Satildeo PauloCETESB 358p

Souza JC A Raga amp MA Souza 2003 Pragas da goiabeira EPAMIG BeloHorizonte 60p (EPAMIG Boletim Teacutecnico 71)

Page 5: goiabeira - 9_MIPpragas

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 533

f) Avaliaccedilatildeo das taacuteticas mais adequadas de controle

Devem ser acompanhados e verificados os efeitos do meacutetodo de controleempregado que visa reduzir a populaccedilatildeo da praga e sobre as espeacutecies natildeo alvo aexemplo dos inimigos naturais Eacute importante levar em consideraccedilatildeo que o controle

efetivo de uma praga de importacircncia econocircmica eacute o objetivo principal dentro dasestrateacutegias de MIP aleacutem de preservar a integridade ambiental e o bem estar dasociedade

22 Tomada de decisatildeo

A tomada de decisatildeo eacute uma etapa que leva em conta basicamente aanaacutelise dos aspectos econocircmicos da cultura e a relaccedilatildeo custobenefiacutecio do controle depragas No entanto eacute importante ressaltar que a taacutetica de controle de pragas natildeo eacute umaatividade que aumenta a produccedilatildeo pois apenas evita as perdas provocadas pelacompeticcedilatildeo dos organismos

Uma vez que a identidade da praga tenha sido estabelecida a sua

densidade determinada a informaccedilatildeo dos estaacutedios fenoloacutegicos tanto da praga como dacultura tenham sido definidos essas informaccedilotildees poderatildeo ser usadas para tomada dedecisatildeo nas estrateacutegias de manejo A necessidade de implementaccedilatildeo de taacuteticas decontrole dependeraacute da relativa densidade da praga para os limiares apropriados aoestaacutedio fenoloacutegico da cultura

Quando a injuacuteria na cultura provocada por uma praga natildeo acarreta danosquantitativos ou qualitativos elas satildeo denominadas de pragas indiretas Entretantoquando causam injuacuterias nos produtos que satildeo objeto de comercializaccedilatildeo afetandodiretamente a comercializaccedilatildeo satildeo denominadas como pragas diretas a exemplo dasmoscas-das-frutas que causam injuacuterias aos frutos

Com base na flutuaccedilatildeo populacional das pragas podem-se definir algunsparacircmetros importantes para a tomada de decisatildeo no MIPrArr Niacutevel de equiliacutebrio refere-se ao equiliacutebrio da densidade populacional da praga porum longo periacuteodo de tempo na ausecircncia de mudanccedilas permanentes no ambienterArr Niacutevel de dano econocircmico eacute a menor densidade populacional da praga capaz decausar perdas econocircmicas significativas (Figura 3)rArr Niacutevel de accedilatildeo eacute a densidade da praga em que as accedilotildees de controle devem sertomadas para impedir que a populaccedilatildeo alcance o niacutevel de dano econocircmico (Figura 3)

Baseando-se nesses paracircmetros eacute possiacutevel classificar as pragas ema) Natildeo econocircmicas quando a densidade populacional da praga dificilmente atinge ouultrapassa o niacutevel de dano econocircmicob) Ocasionais quando a densidade populacional da praga atinge ou ultrapassa o niacutevel deaccedilatildeo ou niacutevel de dano econocircmico retornando ao equiliacutebrio com a aplicaccedilatildeo de uma

taacutetica de controle (Figura 3)c) Perenes quando a densidade populacional da praga atinge o niacutevel de accedilatildeo ou o niacutevelde dano econocircmico com frequumlecircncia exigindo adoccedilatildeo constante de medidas de controled) Severas quando o niacutevel de equiliacutebrio estaacute situado acima do niacutevel de accedilatildeo e do niacutevelde dano econocircmico exigindo medidas preventivas de controle para garantir aprodutividade da cultura (Figura 4)

Como se verifica as adoccedilotildees de medidas de controle no MIP satildeorealizadas avaliando-se o potencial de dano suportado pela cultura em relaccedilatildeo agravedensidade populacional da praga levando-se em consideraccedilatildeo os niacuteveis de accedilatildeo e de

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 633

dano econocircmico Eacute importante lembrar que o termo dano largamente aplicado refere-seagraves perdas econocircmicas decorrentes da injuacuteria provocada pela praga

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 733

D e n s i d a d e p o p u l a c i o n a l d a p r a g a

Tempo

N

Medidas de controle

Medidas de controle

Figura 3 Flutuaccedilatildeo populacional de uma determinada praga no decorrer do tempo para pragas ocasionais (mod

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 833

D e n s i d a d e p o

p u l a c i o n a l d a p r a g a

Tempo

N Medidas de controle

Medidas de controle

Figura 4 Flutuaccedilatildeo populacional de uma determinada praga no decorrer do tempo para pragas severas (modific

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 933

23 Escolha da taacutetica de controle para reduccedilatildeo populacional da praga

Antes de tudo eacute importante enfatizar que dois termos foram largamenteutilizados no sistema de MIP taacutetica e estrateacutegia Em MIP taacutetica refere-se aos meacutetodosdisponiacuteveis para o controle das pragas enquanto estrateacutegia eacute um plano para uma accedilatildeobem sucedida baseada nos objetivos do sistema de produccedilatildeo da cultura e na biologia e

ecologia das pragas Conforme jaacute citado no item 21 deve-se levar em conta que ocontrole efetivo de uma praga de importacircncia econocircmica eacute o objetivo principal dentrodas estrateacutegias de MIP aleacutem de preservar a integridade ambiental e o bem estar dasociedade Portanto para a aplicaccedilatildeo racional das taacuteticas de controle eacute necessaacuterio que seconheccedilam bem a cultura as caracteriacutesticas bioecoloacutegicas das pragas e tambeacutem de outrasaacutereas do conhecimento tais como fiacutesica quiacutemica engenharia meio ambiente economiasociologia e legislaccedilatildeo

Dentre as estrateacutegias de controle aplicada no MIP cinco podem serconsideradas as mais importantesa) Prevenccedilatildeo estrateacutegia que visa a prevenccedilatildeo da chegada ou estabelecimento de pragasem aacutereas geralmente natildeo infestadas O tamanho da aacuterea vai desde uma vasta regiatildeogeograacutefica (estado paiacutes ou continente) a pequenas aacutereas (campos de cultivos) A

prevenccedilatildeo eacute uma estrateacutegia que pode envolver vaacuterias taacuteticas ou apenas uma e tambeacutempode ser aplicada para uma praga especiacuteficab) Mitigaccedilatildeo temporaacuteria essa estrateacutegia usa taacuteticas de controle especiacuteficas em uma baseemergencial para prevenir o ataque violento de uma pragac) Manejo de populaccedilotildees no interior dos campos de cultivo o manejo se faz dentro daaacuterea de cultivo pelo fato de a praga jaacute estar bem estabelecida na aacuterea Esse padratildeo deestrateacutegia eacute o mais comum no programas de MIPd) Manejo de pragas em grandes aacutereas os maiores problemas com pragas satildeomanejados ao niacutevel de grandes aacutereas Para algumas pragas o manejo pode serentendido ao niacutevel regional para alcanccedilar uma regulaccedilatildeo populacional a exemplo dealgumas viroses e para alguns insetos moacuteveise) Erradicaccedilatildeo eacute a eliminaccedilatildeo populacional completa de uma praga em umadeterminada aacuterea

Quanto agraves taacuteticas de controle haacute vaacuterios tipos possiacuteveis de seremaplicadas nos programas de MIP entretanto eacute importante levar em consideraccedilatildeo que astaacuteticas satildeo inesgotaacuteveis e que envolvem muita pesquisa e tecnologia disponiacutevel Ostipos de taacuteticas podem ser abordados da seguinte forma

1) Meacutetodos legislativos ou regulatoacuteriosa) Serviccedilo quarentenaacuteriob) Tratamentos quarentenaacuteriosc) Medidas obrigatoacuterias de controled) Programas de supressatildeo e erradicaccedilatildeo

2) Meacutetodos mecacircnicosa) Destruiccedilatildeo manualb) Uso de barreirasc) Esmagamentod) Armadilhase) Cataccedilatildeof) Ensacamento de frutos

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1033

3) Meacutetodos culturaisa) Destruiccedilatildeo de restos de culturab) Poda ou desbastec) Adubaccedilatildeo e irrigaccedilatildeod) Uso de culturas armadilhase) Manipulaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo dos hospedeiros alternativos

4) Meacutetodo de resistecircncia de plantas

5) Meacutetodos de controle por comportamentoa) Feromocircniosb) Repelentesc) Controle por meio de esterilizaccedilatildeo de insetos

6) Meacutetodos de controle fiacutesicoa) Fogob) Drenagemc) Inundaccedilatildeo

d) Temperaturae) Armadilhas luminosasf) Som

7 ) Meacutetodos de controle bioloacutegicoEacute considerado o alicerce de programas modernos de MIP pois os

inimigos naturais mantecircm as pragas em equiliacutebrio sendo um dos responsaacuteveis pelamortalidade natural no agroecossistema

8) Meacutetodos de controle autocida ou geneacuteticosa) Teacutecnica do inseto esteacuteril (TIE)

9) Meacutetodo quiacutemicoa) Pesticidas (inseticidas fungicidas nematicidas e herbicidas)

24 Algumas consideraccedilotildees a respeito do MIP

Pela definiccedilatildeo verifica-se que o sistema daacute ecircnfase ao processo de tomadade decisatildeo que eacute o componente baacutesico que o distingue do sistema convencional decontrole de pragas (Figura 5) Isto implica em dizer que eacute importante aprender a tolerara presenccedila de pragas e a injuacuteria provocada enquanto isso natildeo significar prejuiacutezoeconocircmico pois eacute possiacutevel esperar que a populaccedilatildeo desses organismos atinja o niacutevel dedano econocircmico para consideraacute-los como pragas Essa toleracircncia pode-se dizer que eacuteum fator chave dentro dos programas de MIP favorecendo a accedilatildeo do ambienteprincipalmente com relaccedilatildeo agrave atuaccedilatildeo dos inimigos naturais que poderatildeo ter a suaeficiecircncia incrementada em face do seu crescimento populacional

Com exceccedilatildeo da cultura dos citros as frutiacuteferas tropicais incluindo-se agoiabeira carecem de estudos sobre taxonomia biologia comportamento e ecologia dasprincipais pragas sobre os diversos agroecossistemas formados pelas exploraccedilotildeesfrutiacutecolas sobre os sistemas de tomada de decisatildeo (monitoramento e amostragem) e

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1133

sobre as taacuteticas de controle que constituem informaccedilotildees essenciais para aplicaccedilatildeocorreta do MIP (Figura 5)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1233

bull Identificaccedilatildeo das principais pragasIdentificaccedilatildeo das principais pragas

bullbull Quantificaccedilatildeo da infestaccedilatildeoinfecccedilatildeo (amostragem)Quantificaccedilatildeo da infestaccedilatildeoinfecccedilatildeo (amostragem)

TOMADA DE DECISAtildeOTOMADA DE DECISAtildeOTOMADA DE DECISAtildeO

[n[niacute iacute vel de dano econvel de dano econocircocircmico]mico]

bull Seleccedilatildeo das taacuteticas de controleSeleccedilatildeo das taacuteticas de controle

Taacuteticas preventivas

bull Culturas armadilhas

bull Variedades resistentes

bull Controle bioloacutegico

Taacuteticas preventivasTaacuteticas preventivasbullbull CCulturas armadilhasulturas armadilhas

bullbull Variedades resistentesVariedades resistentes

bullbull Controle bioloacutegicoControle bioloacutegico

Taacuteticas curativas

bull Praacuteticas culturais

bull Inseticida bioloacutegico

bull Inseticida sinteacutetico

Taacuteticas curativasTaacuteticas curativasbullbull Praacuteticas culturais Praacuteticas culturais

bullbull Inseticida bioloacutegico Inseticida bioloacutegico

bullbull Inseticida sinteacutetico Inseticida sinteacutetico

bull Aplicaccedilatildeo de taacuteticas de controleAplicaccedilatildeo de taacuteticas de controlebullbull Avaliaccedilatildeo dos resultadosAvaliaccedilatildeo dos resultados

[[retroalimentaretroalimentaccedilatildeccedilatildeoo]]

Figura 5 Componentes baacutesicos de um programa de MIP (Kogan amp Shenk 2002)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1333

3 A cultura da goiabeira como modelo de implementaccedilatildeo do MIP

A proposta de Manejo Integrado de Pragas na Cultura da Goiabeira queseraacute apresentada a seguir eacute o resultado das vaacuterias reuniotildees realizadas pelo ComitecircGestor da Produccedilatildeo Integrada de Frutas - Goiaba (PIF-Goiaba) do Estado de Satildeo Paulo -composta de teacutecnicos da extensatildeo e pesquisa especialistas na cultura aleacutem de

produtores de amplo conhecimento teacutecnico Na verdade a presente proposta nasceu noForum de Debates sobre o Manejo Integrado de Pragas nas Culturas de Caqui FigoGoiaba Manga e Maracujaacute realizado nas dependecircncias da Coordenadoria deAssistecircncia Teacutecnica Integral (CATI) em Campinas SP em agosto de 2002 A partirdaiacute a mesma foi sendo melhorada ampliada e revisada

Eacute importante salientar que essa proposta natildeo eacute fixa e nem poderia serdevido agraves proacuteprias caracteriacutesticas de um programa de MIP que eacute um processo dinacircmicoPortanto estaraacute sujeita a alteraccedilotildees tatildeo logo novas informaccedilotildees teacutecnicas sejam geradaspela pesquisa Vaacuterias informaccedilotildees contidas na proposta atual resultaram dasexperiecircncias dos teacutecnicos e produtores do Comitecirc Gestor pois a cultura da goiabeiradispotildee de pouca informaccedilatildeo teacutecnica na aacuterea fitossanitaacuteria e muitas vezes de informaccedilotildeesincompletas o que dificultou grandemente a sua elaboraccedilatildeo Vale ressaltar que os

meacutetodos de monitoramento e niacuteveis de controle adotados satildeo empiacutericosO modelo de implementaccedilatildeo de MIP que seraacute apresentado a seguir foi

elaborado primeiramente para atender os cultivos de goiaba para mesa das regiotildees deCampinas e Valinhos no Estado de Satildeo Paulo que eacute composta de pequenaspropriedades e onde eacute basicamente praticada a agricultura familiar com um bom grautecnoloacutegico A variedade de goiaba predominante nesses cultivos eacute a ldquoKumagairdquo depolpa branca

31 Fenologia da goiabeira

O manejo da safra na cultura da goiaba eacute feito basicamente atraveacutes depodas que estimulam novas brotaccedilotildees resultando em um novo ciclo reprodutivoPortanto o ciclo fenoloacutegico da cultura se inicia com a operaccedilatildeo de poda que pode serrealizada em qualquer eacutepoca do ano desde que a temperatura do ar e a umidade do solonatildeo limitem o desenvolvimento vegetativo e reprodutivo da planta

Dois satildeo os tipos baacutesicos de podas empregados na cultura

a) Poda contiacutenua eacute uma operaccedilatildeo que eacute realizada em vaacuterias partes da planta resultandoem vaacuterios ciclos fenoloacutegicos ao mesmo tempo Diante desse fato verifica-se que essesistema natildeo eacute adequado para atender aos preceitos do MIP uma vez que do ponto devista fitossanitaacuterio seria praticamente impossiacutevel aplicar as taacuteticas de controle de formacorreta e organizada Aleacutem disso caso seja necessaacuterio fazer uso de algum controlequiacutemico natildeo haveria como respeitar o periacuteodo de carecircncia do pesticida pois como aplanta apresenta vaacuterios estaacutedios fenoacutelogicos simultaneamente os frutos que estivessemproacuteximos para serem colhidos ficariam com uma carga residual acima dos limitestolerados para consumo

b) Poda total eacute um tipo de operaccedilatildeo que pode ser realizada na aacuterea toda ou por talhatildeo eque consiste em efetuar a poda em toda a planta uniformizando-a fenologicamente Naverdade eacute um tipo de poda de frutificaccedilatildeo que regula a eacutepoca de produccedilatildeo e cada safrada cultura iniciada pela mesma estimula novas brotaccedilotildees resultando em um novo ciclo

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1433

reprodutivo Devido agrave caracteriacutestica dessa operaccedilatildeo a poda total permite aimplementaccedilatildeo do MIP

Portanto para a aplicaccedilatildeo adequada do MIP recomenda-se que agoiabeira seja conduzida pelo sistema de poda total devido agrave uniformizaccedilatildeo fenoloacutegicaque proporciona a todas as plantas da aacuterea de cultivo ou do talhatildeo Aleacutem disso permite

que se faccedila uma discriminaccedilatildeo de cada estaacutedio fenoloacutegico da goiabeira que eacutefundamental para definir os periacuteodos criacuteticos da cultura em relaccedilatildeo agraves suas principaispragas (Figuras 6 e 8)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1533

0 30 60 120 180

P o d a

B r o t a

ccedil atilde o

F l o r e s c i m e n t o

F r u t

o s

ldquo C h u

m b i

n h o rdquo

F r u t o

s c o

m 2 a 3 c m

d e

d i acirc m

e t r o

Fenologia da goiabeira conduzida pelo sistema de poda totaFenologia da goiabeira conduzida pelo sistema de poda tota

230 dias 230 dias

Considerar que cada ciclo da goiabeira inicia em qualquer eacutepoca do ano

cada ciclo da cultura iniciaraacute a partir da realizaccedilatildeo da poda de frutifica

Considerar que cada ciclo da goiabeira inicia em qualquer eacutepoca do ano P

cada ciclo da cultura iniciaraacute a partir da realizaccedilatildeo da poda de frutifica

150

F r u t

o s c o m

1 5 c m

d e

d i acirc m

e t r o

E s t aacute d i o 1

E s t aacute d i o 2

E s t aacute d i o 3

E s t aacute d i o 4

E s t aacute d i o 5

E s t aacute d i o 6

Figura 6 Fenologia da goiabeira onde o periacuteodo em dias de cada fase fenoloacutegica varia com a eacutepoca do anorealizada

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1633

32 Principais pragas da cultura

Conforme jaacute citado anteriormente a correta identificaccedilatildeo das pragas-chave da cultura compotildee o esteio de um programa de MIP pois satildeo elas que causam osmaiores prejuiacutezos devendo atrair toda a atenccedilatildeo por parte do agricultor

Atualmente para o Estado de Satildeo Paulo satildeo consideradas pragas-chave

da cultura da goiaba as seguintes espeacutecies para as quais se devem orientar omonitoramento e o controle

rArr besouro-amarelo Costalimaita ferruginea (Fabr 1801) (Coleoptera Chrysomelidae)

rArr ferrugem Puccinia psidii Wint

rArr gorgulho Conotrachelus psidii Marshall 1922 (Coleoptera Curculionidae)

rArr percevejos (complexo de espeacutecies)bull Monalonion annulipes Sign 1858 (Hemiptera Miridae) bull Leptoglossus gonagra (Fabr 1775) (Hemiptera Coreidae)bull Leptoglossus stigma (Herbst 1784) (Hemiptera Coreidae)bull Leptoglossus zonatus (Dallas 1852) (Hemiptera Coreidae)bull Leptoglossus fasciatus (West 1842) (Hemiptera Coreidae)bull Holhymenia clavigera (Herbst 1784) (Hemiptera Coreidae)

rArr psiliacutedeo Triozoida sp (Hemiptera Psyllidae)

Com relaccedilatildeo agraves moscas-das-frutas (Diptera Teprhitidae e Lonchaeidae)representadas principalmente pelas espeacutecies Anastrepha fraterculus (Wied) A

sororcula Zucchi A bistrigata Bezzi Ceratitis capitata (Wied) e Neosilba sp satildeoconsideradas as pragas mais importantes do ponto de vista quarentenaacuterio quando a

produccedilatildeo se destina agrave exportaccedilatildeo Poreacutem devido ao sistema adotado para a conduccedilatildeo dagoiabeira deixam de ser praga principal uma vez que os frutos satildeo ensacados aoalcanccedilarem cerca de 2-3cm de diacircmetro (Figura 8)

A seguir seraacute apresentada de forma objetiva a proposta de MIP para cadapraga-chave levando-se em consideraccedilatildeo no miacutenimo oito paracircmetros informativosnecessaacuterios para que o manejo possa ser implementado tais comoa) Nome cientiacutefico da pragab) Hospedeiros alternativosc) Inimigos naturaisd) Aspectos bioloacutegicos da pragae) Condiccedilotildees favoraacuteveisf) Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos

g) Monitoramento e niacutevel de accedilatildeoh) Manejo cultural

321 Besouro-amarelo

Nome cientiacutefico Costalimaita ferruginea (Coleoptera Chrysomelidae)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1733

Hospedeiros alternativos Trata-se de uma praga poliacutefaga atacando natildeo soacute fruteirasmas tambeacutem outras espeacutecies como eucaliptos algodoeiro araccedilaacute capim-marmeladafeijoeiro etc Entre as fruteiras ataca as folhas de abacateiro bananeira cajueiromacieira jaboticabeira jambeiro jambolatildeo pitangueira videira e mangueira

Inimigos naturais Haacute relato da sua predaccedilatildeo por Supputius cincticeps (Hemiptera

Pentatomidae) Tynacantha marginata (Hemiptera Pentatomidae) Arilus carinatus(Hemiptera Reduviidae) Misumenops pallens (Araneae Thomisidae) Peucetia sp(Araneae Oxyopidae) e os fungos entomopatogecircnicos Beauveria bassiana e

Metarhizium anisopliae var anisopliae

Aspectos bioloacutegicos A fecircmea faz apenas uma postura contendo em meacutedia cerca de 90ovos de coloraccedilatildeo amarela e brilhante com periacuteodo de incubaccedilatildeo durando cerca de 8-9dias As larvas vivem no solo onde se alimentam de raiacutezes de gramiacuteneas No periacuteodolarval apenas satildeo conhecidos ateacute o momento dois estaacutedios de desenvolvimento (1o e 2o iacutenstares) sendo que o primeiro instar dura 19 dias e o segundo cerca de 35 dias Osadultos emergem do solo apoacutes a ocorrecircncia de chuvas que propiciem um bommolhamento do mesmo

Condiccedilotildees favoraacuteveis A eacutepoca normal de ocorrecircncia da praga eacute nos meses finais daprimavera logo apoacutes a ocorrecircncia de chuvas suficientemente pesadas para propiciaremum bom molhamento do solo

Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos O inseto emerge do solo com as primeiras chuvas pesadas(mais de 20 mm) de primavera (outubronovembro) que possibilitem seu bommolhamento O periacuteodo criacutetico se inicia cerca de 5 dias apoacutes estas chuvas prolongando-se por aproximadamente 2 semanas No Estado de Satildeo Paulo o ataque da praga ocorreprincipalmente no periacuteodo de setembro a marccedilo

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo No periacuteodo criacutetico monitorar a cada 2-3 dias 2 dasplantas do talhatildeo ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo de preferecircncia nas bordadurasVerificar a presenccedila do inseto ou de seus danos (folhas rendadas) nos ramos terminaisde cada quadrante da planta Constatada a presenccedila do inseto ou de seus danos a plantaseraacute considerada infestadaO niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 20 das plantas monitoradas estiverem infestadasPor se tratar de uma praga que normalmente vem de fora do pomar a inspeccedilatildeo deveraacuteser realizada de preferecircncia na sua periferia considerando as trecircs primeiras plantas oulinhas do talhatildeo

Manejo cultural Na instalaccedilatildeo de novos pomares deve ser considerada a presenccedila nasproximidades de culturas altamente visadas pela praga como eacute o caso do eucalipto Osolo deveraacute ser mantido vegetado para dificultar que o inseto complete o seu ciclobioloacutegico aleacutem de favorecer a atividade de possiacuteveis inimigos naturais

322 Ferrugem

Agente Puccinia psidii

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1833

Hospedeiros alternativos O fungo ataca vaacuterias mirtaacuteceas incluindo o eucalipto e a jaboticabeira

Antagonistas Natildeo satildeo conhecidos antagonistas deste fungo

Etiologia No pomar o fungo eacute disseminado pelos ventos ocorrendo vaacuterios ciclos da

praga no mesmo ano agriacutecola acompanhando os surtos vegetativos

Condiccedilotildees favoraacuteveis Presenccedila de tecidos jovens de ramos folhas bototildees florais efrutos novos sob condiccedilotildees climaacuteticas favoraacuteveis que satildeo umidade relativa igual ousuperior a 90 por mais de 8 horas e temperatura entre 18ordm e 25ordmC o que normalmenteocorre nas estaccedilotildees de outono e inverno Condiccedilotildees de baixa luminosidade favorecembastante a infecccedilatildeo

Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos Esse periacuteodo comeccedila logo apoacutes a poda quando se inicia abrotaccedilatildeo ateacute duas semanas apoacutes as folhas atingirem o seu completo desenvolvimento eos frutos apresentarem diacircmetro de pelo menos trecircs cm quando estas condiccedilotildees foremcoincidentes com umidade e temperatura favoraacuteveis ao desenvolvimento do fungo o

que normalmente ocorre nos meses de outono e inverno

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo Deve ser realizado no periacuteodo criacutetico compreendendoos estaacutedios de brotaccedilatildeo ateacute quando os frutos atingirem cerca de trecircs cm de diacircmetro(estaacutedio 6) sob as condiccedilotildees de clima favoraacuteveis ao fungo Monitorar semanalmente 2das plantas ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo inspecionando-se o terccedilo inferior daregiatildeo central da copa e observando-se a ocorrecircncia do fungo nas folhas novas bototildeesflorais flores e frutos Constatando-se sintomas da presenccedila do fungo em qualquer dosoacutergatildeos examinados a planta seraacute considerada infectadaDurante o periacuteodo criacutetico o niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 10 das plantasmonitoradas estiverem infectadas Apoacutes o teacutermino do periacuteodo criacutetico ou depois que osfrutos tenham sido ensacados o niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 20 das plantasmonitoradas estiverem infectadas

Manejo cultural No manejo cultural devem considerar os seguintes aspectosa) Em novos pomares evitar a proximidade com outras mirtaacuteceas principalmenteeucaliptosb) Preferir variedades com maior toleracircncia agrave doenccedila e utilizar espaccedilamentos maioresc) Efetuar podas que propiciem maior arejamento da copad) Realizar desbrotas sistemaacuteticase) Fazer o manejo das plantas invasoras por meio de roccediladasf) Evitar o excesso de adubaccedilatildeo nitrogenadag) Utilizar irrigaccedilatildeo sub-copah) Natildeo realizar mais de trecircs aplicaccedilotildees seguidas com fungicidas sistecircmicos devendosempre alternar com um de contato para evitar a formaccedilatildeo de raccedilas resistentesi) Na utilizaccedilatildeo de fungicidas agrave base de cobre acrescentar agrave calda 05 de oacuteleo mineralou vegetal emulsionaacutevel como medida auxiliar no controle de cochonilhas

323 Gorgulho

Nome cientiacutefico Conotrachelus psidii (Coleoptera Curculionidae)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1933

Hospedeiros alternativos Goiabeiras e araccedilazeiros satildeo citados como hospedeiros dapraga

Inimigos naturais Formigas predadoras Pheidole oxyops Ectatoma planidens

Solenopsis invicta Neoponera villosa e Odontomachus bauri

Aspectos bioloacutegicos Para ovipositarem as fecircmeas fazem com o aparelho bucalperfuraccedilotildees em frutos onde colocam um uacutenico ovo Apoacutes 6 dias da postura ocorre aeclosatildeo da larva que penetra no interior do fruto onde se alimenta da polpa e dassementes Passados de 30 a 35 dias a larva abandona a fruta e se aprofunda no soloonde se transforma em pupa permanecendo nesse estaacutedio por 3 a 4 meses Apoacutes esseperiacuteodo havendo condiccedilotildees de umidade no solo o adulto emerge originando uma novageraccedilatildeo da praga Os adultos de ambos os sexos se alimentam dos bototildees floraisdeixando pequenas perfuraccedilotildees

Condiccedilatildeo favoraacutevel Deve haver umidade no solo para que ocorra a emergecircncia doadulto

Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos Quando os estaacutedios de chumbinho (estaacutedio 4) ateacute que osfrutos atinjam 2 a 3 cm de diacircmetro (estaacutedio 6) coincidirem com a eacutepoca quente echuvosa

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo No periacuteodo criacutetico monitorar semanalmente 2 dasplantas do talhatildeo ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo observando-se um fruto em cadaquadrante no terccedilo meacutedio da copa Ao ser encontrado um fruto atacado examinar pelomenos mais 20 frutos da mesma planta Caso haja outros frutos atacados proceder aomonitoramento nas 4 plantas vizinhas Havendo frutos atacados em pelo menos uma dasplantas vizinhas o conjunto seraacute considerado infestadoO niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 20 dos conjuntos monitorados estivereminfestados

Manejo cultural Eliminar os frutos pequenos que apresentarem sintomas de ataque porocasiatildeo do raleio Recomenda-se coletar e destruir todos os frutos desenvolvidos eoumaduros com sintomas de ataque da praga uma vez que os frutos nesta idade ao caiacuteremno solo e apodrecerem propiciaratildeo continuidade ao ciclo de vida das larvas dogorgulho favorecendo o iniacutecio de uma nova geraccedilatildeo da praga

324 Percevejos

Nomes cientiacuteficos Monalonion annulipes (Hemiptera Miridae) (percevejo-da-verrugose) Leptoglossus gonagra (Hemiptera Coreidae) Leptoglossus stigma (Hemiptera Coreidae) Leptoglossus zonatus (Hemiptera Coreidae) Leptoglossus fasciatus (Hemiptera Coreidae) Holhymenia clavigera (Hemiptera Coreidae)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2033

Hospedeiros alternativos Estas espeacutecies satildeo altamente poliacutefagas Assim satildeo referidascomo pragas da maioria das espeacutecies frutiacuteferas cultivadas comercialmente aleacutem deatacarem tambeacutem espeacutecies bastante distintas como eacute o caso do milho cucurbitaacuteceasmamoneira algodoeiro e girassol Algumas espeacutecies tecircm bastante afinidade com plantasdaninhas como eacute o caso do melatildeo-de-satildeo-caetano ( Mormodica charantia) hospedeiroclaacutessico de L gonagra guanxuma (Sida sp) de L zonatus mussambecirc (Cleome sp) de

L gonagra etc

Inimigos naturais Adultos de H clavigera satildeo parasitados por Hexacladia smithii (Hymenoptera Encyrtidae) e Gryon gallardoi e Gryon sp (Hymenoptera Scelionidae)Parasitam ovos de L zonatus Trichopoda pennipes (Diptera Tachinidae) parasitaadultos de L zonatus Eucelatoriopsis sp e Hydallohoughia sp (Diptera Tachinidae)atacam percevejos Gryon barbiellinii (Hymenoptera Scelionidae) eacute parasitoacuteide de ovosde percevejos Na regiatildeo de Campinas SP foi observado que cerca de 80 dos ovos de

Leptoglossus spp estavam parasitados por Neorileya sp (Hymenoptera Eurytomidae)

Aspectos bioloacutegicos O ciclo evolutivo de L zonatus eacute de 60 dias em temperaturasamenas O ciclo de L gonagra varia de 80 a 90 dias com um periacuteodo de incubaccedilatildeo de 8

dias e fase ninfal de 55 dias

Condiccedilotildees favoraacuteveis Periacuteodos com altas temperaturas satildeo bastante favoraacuteveis aosinsetos Apesar de se alimentarem tambeacutem das partes vegetativas a presenccedila de frutos eacutemuito favoraacutevel ao aumento da populaccedilatildeo L zonatus e L gonagra que ocorrem o anotodo com picos populacionais de novembro a abril H clavigera ocorrepreferencialmente de setembro a abril com pico em janeiro

Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos Os percevejos atacam bototildees florais e frutos em todos osseus estaacutedios de desenvolvimento Os bototildees florais quando picados geralmente caeme os frutos mais desenvolvidos ficam deformados com cicatrizes bem visiacuteveis noslocais onde o inseto faz a punctura para a sua alimentaccedilatildeo Considerar como periacuteodocriacutetico a fase de formaccedilatildeo do botatildeo floral (entre os estaacutedios 2 e 3) ateacute a colheita (estaacutedio7)

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo No periacuteodo criacutetico monitorar semanalmente 2 dasplantas do talhatildeo ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo observando-se a presenccedila deinsetos (adultos ou ninfas) ou sinais do ataque da praga em frutos ou bototildees florais emdois ramos localizados no terccedilo meacutedio da copa em cada quadrante da planta Quandofor encontrado um inseto ou oacutergatildeo injuriado (fruto eou botatildeo floral) a planta seraacuteconsiderada infestadaO niacutevel de accedilatildeo seraacute alcanccedilado quando 20 das plantas monitoradas estivereminfestadas

Manejo cultural Eliminar os frutos pequenos que apresentarem sintomas de ataque porocasiatildeo do raleio As plantas infestantes no interior e em torno do pomar devem sermantidas com o porte baixo durante os periacuteodos favoraacuteveis agrave presenccedila da praga

325 Psiliacutedeo

Nome cientiacutefico Triozoida sp (Hemiptera Psyllidae)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2133

Hospedeiros alternativos Natildeo se conhecem relatos de ocorrecircncia desta praga emoutras culturas apesar de ser constatada sua ocorrecircncia em diversas plantas infestantes

Inimigos naturais Satildeo relatadas como espeacutecies predadoras as joaninhas Cycloneda

sanguinea Olla abdominalis e Scymnus spp aracniacutedeos crisopiacutedeos hemerobiiacutedeos

sirfiacutedeos e estafiliniacutedeos Moscas cecidomiiacutedeas e micro-himenoacutepteros calcidiacutedeos eencirtiacutedeos (Psyllaephagus sp) satildeo relatados como parasitoacuteides de psiliacutedeosCladosporium cladosporioides eacute relatado como agente patogecircnico

Aspectos bioloacutegicos As fecircmeas efetuam a postura ao longo dos ramos ponteiros efolhas novas O periacuteodo de incubaccedilatildeo eacute de 7 a 9 dias e o ninfal variaacutevel de 29 a 35 diasAs ninfas sugam os bordos das folhas que devido agraves toxinas injetadas enrolam-se edeformam-se adquirindo coloraccedilatildeo amarelada ou avermelhada tornando-seposteriormente necrosadas

Condiccedilotildees favoraacuteveis O periacuteodo mais favoraacutevel ao ataque eacute o compreendido pelosmeses de primaveraveratildeo quando as temperaturas satildeo elevadas geralmente associadas

com alto iacutendice pluviomeacutetrico

Periacuteodo e estaacutedio criacutetico Apoacutes a poda quando da emissatildeo das novas brotaccedilotildees ateacute oiniacutecio de desenvolvimento do fruto (estaacutedio 2 a estaacutedio 4)

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo No periacuteodo criacutetico monitorar semanalmente 2 dasplantas do talhatildeo ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo Em cada planta a ser monitoradaverificar a presenccedila de sintomas de ataque ou de ovos ninfas ou adultos do inseto nosdois uacuteltimos pares de folhas em um ramo por quadrante localizado no terccedilo superior dacopa (Figura 7) A planta seraacute considerada infestada quando for constatada a presenccedilado inseto ou de seus danos em pelo menos um quadrante da plantaO niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 30 das plantas monitoradas estiverem infestadasNo periacuteodo natildeo criacutetico o niacutevel de accedilatildeo eacute maior ou seja quando 50 das plantasestiverem infestadas

Manejo cultural O solo deve ser mantido constantemente vegetado sendo o manejodas plantas infestantes feito por meio de roccediladas a fim de permitir a manutenccedilatildeo dafauna de inimigos naturais A adubaccedilatildeo nitrogenada deveraacute ser feita com cuidado paraevitar a brotaccedilatildeo excessiva da planta o que favoreceria a sua colonizaccedilatildeo pela pragaInseticidas piretroacuteides natildeo deveratildeo ser utilizados na cultura por causarem desequiliacutebriosbioloacutegicos favorecendo a incidecircncia desta praga

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2233

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2333

MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM GOIABAMANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM GOIABA

Fenologia da Goiabeira - Pragas e DoenccedilasFenologia da Goiabeira - Pragas e Doenccedilas

0 30 60 120 180

P o d a

B r o t a

ccedil atilde o

F l o r e s c i m e n t o

F r u t

o s

ldquo C h u

m b i

n h o rdquo

F r u t o

s c o

m 2 a 3 c m

d e

d i acirc m

e t r o

C o l

150

F r u t

o s c o m

1 5 c m

d e

d i acirc m

e t r o

E s t aacute d

i o 1

E s t aacute d

i o 2

E s t aacute d

i o 3

E s t aacute d

i o 4

E s t aacute d

i o 5

E s t aacute d

i o 6

Gorgulho e Percevejos

Besouro-amarelo e Psiliacutedeo

Ferrugem

ensacamentoensacamento

Figura 8 Fenologia da goiabeira conduzida pelo sistema de poda total e os periacuteodos criacuteticos de cada praga

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2433

34 Procedimentos aplicados para inspeccedilatildeo populacional das pragas

O sistema de MIP adotado na cultura da goiaba na regiatildeo de Campinas eValinhos no Estado de Satildeo Paulo consiste em levantamentos semanais para estimativadas pragas-chave e dos inimigos naturais

Os procedimentos para realizaccedilatildeo desse levantamento estatildeo resumidos na

Tabela 1 onde satildeo tambeacutem apresentados os niacuteveis de accedilatildeo para controle das pragas-chaveOs dados desse levantamento satildeo registrados em ficha proacutepria cujo

modelo eacute apresentado na Figura 9Nessa ficha constam tambeacutem informaccedilotildees sobre a presenccedila dos inimigos

naturais Para facilitar a identificaccedilatildeo desses artroacutepodos a Tabela 2 apresentainformaccedilotildees sobre a sua localizaccedilatildeo na planta e caracteriacutesticas de seu comportamento

35 Consideraccedilotildees sobre os inimigos naturais presentes no pomar de goiaba

Os inimigos naturais satildeo componentes importantiacutessimos do Manejo

Integrado de Pragas dentro dos princiacutepios estabelecidos pela Produccedilatildeo Integrada deFrutas (PIF) O primeiro passo para tirar o melhor proveito do controle bioloacutegico eacuteconhecer as espeacutecies de pragas seus inimigos naturais e o potencial de controleexercido por eles no campo

Uma revisatildeo da literatura mostra que algumas pragas da goiaba satildeobastante atacadas por agentes de controle bioloacutegico enquanto outras natildeo o satildeo Eacute o casodo gorgulho que eacute atacado por algumas espeacutecies de formigas predadoras(Hymenoptera Formicidae) Adultos do percevejo H clavigera satildeo parasitados por

Hexacladia smithii (Hymenoptera Encyrtidae) Jaacute os percevejos do gecircnero Leptoglossus (Hemiptera Coreidae) satildeo atacados na fase de ovo pelos parasitoacuteidesGryon spp (Hymenoptera Scelionidae) quando adultos podem ser parasitados porTrichopoda pennipes Eucelatoriopsis sp e Hydallohoughia sp (Diptera Tachinidae)Mas eacute o psiliacutedeo juntamente com o besouro-amarelo que apresentam o maior nuacutemerode inimigos naturais conhecidos O psiacuteliacutedeo eacute predado pelas joaninhas Cycloneda

sanguinea e Scymnus spp (Coleoptera Coccinellidae) por crisopiacutedeos e hemerobiiacutedeos(Neuroptera) estafiliniacutedeos (Coleoptera) e aranhas Moscas cecidomiiacutedeas emicroimenoacutepteros calcidiacutedeos satildeo relatados como parasitoacuteides e o fungo Cladosporium

cladosporioides eacute citado como agente patogecircnico O besouro amarelo eacute predado pelospercevejos Supputius cincticeps (Hemiptera Pentatomidae) Tynacantha marginata

(Hemiptera Pentatomidae) Arilus carinatus (Hemiptera Reduviidae) pelas aranhas Misumenops pallens (Araneae Thomisidae) e Peucetia sp (Araneae Oxyopidae) eparasitados pelos fungos entomopatogecircnicos Beauveria bassiana e Metarhizium

anisopliae var anisopliaeEmbora a lista de inimigos naturais natildeo seja pequena pouco se sabe

sobre a sua real capacidade de controle Aleacutem disto a accedilatildeo dos inimigos naturais eacutemuito afetado pelo modo de o homem manejar o ambiente O solo completamentedesprovido de mato por exemplo pode natildeo ser favoraacutevel para a atraccedilatildeo e permanecircnciade inimigos naturais num local Contudo mais estudos satildeo necessaacuterios para entendermelhor essa relaccedilatildeo principalmente no caso da cultura da goiaba

Visando aumentar esse conhecimento bem como a relaccedilatildeo de inimigosexistentes a equipe do PIF-Goiaba tem feito levantamentos perioacutedicos na regiatildeo deCampinas - SP e alguns resultados jaacute foram obtidos Para os percevejos do gecircnero

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2533

Leptoglossus por exemplo verificou-se que cerca de 80 dos ovos depositados nasgoiabeiras estavam parasitados pelo micro-himenoacuteptero Neorileya sp (Eurytomidae)Atacando psiliacutedeo foram encontradas uma espeacutecie de joaninha Olla abdominalis (Coleoptera Coccinellidae) larvas de uma mosca da famiacutelia Syrphidae e uma espeacuteciede parasitoacuteide do gecircnero Psyllaephagus (Hymenoptera Encyrtidae) Paralelamenteestuda-se a possibilidade de se realizarem ensaios para avaliar a patogenicidade de

microrganismos agraves pragas-chave com o objetivo de ampliar a utilizaccedilatildeo do controlebioloacutegico na culturaPor outro lado como a capacitaccedilatildeo de recursos humanos faz parte da

filosofia da Produccedilatildeo Integrada de Frutas o material entomoloacutegico coletado nesseslevantamentos estaacute sendo fotografado para elaboraccedilatildeo de um manual ilustradocontendo natildeo soacute os insetos pragas em suas diversas fases de desenvolvimento mastambeacutem seus inimigos naturais Posteriormente esse manual serviraacute para orientar osprodutores aos quais tambeacutem estatildeo sendo ministrados cursos de treinamento

36 Consideraccedilotildees sobre os estudos de monitoramento de pragas

Aleacutem das pragas citadas anteriormente a goiabeira apresenta outrosorganismos de importacircncia que podem causar seacuterios prejuiacutezos agrave cultura poreacutem devidoaos aspectos do seu ciclo bioloacutegico natildeo eacute possiacutevel condicionar o controle dos mesmosao emprego de taacuteticas de MIP Como exemplo a goiabeira apresenta duas doenccedilas umacausada por bacteacuteria conhecida como seca-bacteriana ( Erwinia psidii) e outra causadapor fungo denominada antracnose (Colletotrichum gloeosporioides) entretanto devidoao caraacuteter explosivo de suas infecccedilotildees natildeo eacute possiacutevel monitoraacute-las diretamente nocampo Em ambos os casos a possibilidade de monitoramento se daria por intermeacutedioda utilizaccedilatildeo de estaccedilotildees de aviso onde os dados meteoroloacutegicos obtidoscorrelacionados com as informaccedilotildees da condiccedilatildeo favoraacutevel para infecccedilatildeo resultariamem uma informaccedilatildeo de previsibilidade de ataque dessas doenccedilas

Os estudos de monitoramento no campo que ainda se encontram emandamento tecircm detectado o surgimento de outras pragas causando seacuterios prejuiacutezos agravegoiabeira tais comoa) Aacutecaro-branco Polyphagotarsonemus latus (Banks 1904) (Acari Tarsonemidae) esseaacutecaro tem sido constatado causando injuacuterias nas brotaccedilotildees e frutos novosprincipalmente entre os estaacutedios de desenvolvimento 1 e 3 (Figura 8)b) Lagarta-do-ponteiro (Lepidoptera Tortricidae) conforme o seu proacuteprio nome essaslagartas instalam-se nas brotaccedilotildees da goiabeira danificando as folhas e os caules tenroscomprometendo o seu desenvolvimento As lagartas satildeo pequenas atingindo nomaacuteximo cerca de 1 cm de comprimento de coloraccedilatildeo verde pardacenta satildeo aacutegeis equando molestadas saltam para fora da brotaccedilatildeo podendo ficar penduradas por um fiode seda O adulto eacute uma pequena mariposa de cor acinzentada que tambeacutem natildeo chega aatingir 1 cm de comprimento Ateacute o momento nos monitoramentos natildeo foi constatada apresenccedila de adultos o que leva a crer que provavelmente esse inseto tenhacomportamento crepuscular ou noturno Tambeacutem natildeo haacute nenhuma informaccedilatildeo relatadaa respeito da ocorrecircncia desse inseto na cultura da goiabac) Lagarta-dos-frutos (Lepidoptera Tortricidae) as lagartas se instalam geralmente nosfruto ensacados ambiente propiacutecio para se desenvolverem danificando a casca e aporccedilatildeo da polpa logo abaixo Tambeacutem satildeo encontradas entre os frutos que ficamaglomerados no ramo As injuacuterias decorrentes de sua alimentaccedilatildeo prejudicam aaparecircncia dos frutos que satildeo descartados Foi constatado um talhatildeo em que a maioria

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2633

dos frutos se encontravam infestados acarretando um prejuiacutezo acima de 50 daproduccedilatildeo As lagartas satildeo aacutegeis apresentam coloraccedilatildeo verde na grande maioria dosindiviacuteduos medem cerca de 15 cm no maacuteximo Os adultos satildeo mariposas de coloraccedilatildeoparda ou ateacute mesmo acizentadas e chegam a medir cerca de 12 mm de comprimentoAteacute o momento natildeo foi constatada a presenccedila de adultos nos monitoramentosrealizados A exemplo da lagarta-dos-ponteiros tambeacutem natildeo haacute nenhuma informaccedilatildeo

relatada de sua ocorrecircncia

4 Consideraccedilotildees finais

A implementaccedilatildeo do MIP na cultura da goiaba reserva um grandedesafio pois diversos fatores de ordem regulatoacuteria econocircmica ambiental de proteccedilatildeohumana ecoloacutegica de praacuteticas culturais e as variaccedilotildees de clima determinaratildeo o usodesse sistema no futuro Portanto a aplicaccedilatildeo do MIP natildeo ficaraacute apenas sob aresponsabilidade do produtor mas a accedilatildeo deveraacute ser conjunta envolvendo asinstituiccedilotildees de pesquisa de extensatildeo e toda a cadeia produtiva da fruta

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2733

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2833

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2933

Tabela 2 Informaccedilotildees sobre os inimigos naturais mais frequumlentes na goiabeira com relaccedilatildeo agraves suas fases de vid

Inimigos Naturais Inspeccedilatildeo

1 Aacutecaro predador 991522 Nos ramos escolhidos para exame de psiliacutedeos inspecionarvelhas com auxiacutelio de uma lupa de 10x de aumento procurand

2 Aranhas 991522 Ao examinar as plantas amostradas procurar os adultos pri jovens eou ovos nos ninhos formados por teias entre as folhas

3 Crisopiacutedeos (bicho-lixeiro)991522 Ao examinar as plantas amostradas observar a presenccedila deadultos Geralmente satildeo encontrados em qualquer parte da pltronco)

4 Formigas 991522 Ao examinar as plantas amostradas procurar os insetos adu

5 Joaninhas 991522 Ao examinar as plantas amostradas observar a presenccedila dpreferencialmente nas folhas novas

6 Percevejos predadores 991522 Examinar as plantas amostradas procurando adultos ninf

localizam nas folhas do interior da copa7 Sirfiacutedeos (moscas que pairam no ar) 991522 Observar moscas que pairam no ar as larvas localizam-se

por ocasiatildeo da infestaccedilatildeo de psiacutelideos ou pulgotildees principalme8 Mosquinha-verde metaacutelica (Dolicopodiacutedeos) 991522 Os adultos satildeo aacutegeis e devem ser observados nas folhas loc

9 Vespas (marimbondos) 991522 Geralmente os adultos satildeo pequenas vespas caccediladoras qubrotaccedilotildees

10 Vespinhas (parasitoacuteides) 991522 Examinar as plantas amostradas procurando os insetos aduno interior da copa

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3033

FICHA DE INSPECcedilAtildeO DE PRAGAS E INIMIGOS NATURAIS PRODUCcedilAtildeO INTEGRADA DE GOIABA-SPPlantas inspecionadas

PragasQ 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

No

abc

Besouro-amarelo

dabc

Gorgulho

dabc

Percevejos

dabc

Psiliacutedeo

d

Ferrugem SInimigos Naturais E

LJoaninhasAOL

Crisopiacutedeos(bicho-lixeiro)

ANPercevejos

predadores AAacutecaro predador A

Aranhas AVespinhas A

Data _______________ Talhatildeo ___________ Estaacutegio fenoloacutegico 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6( ) 7( ) Inspetor

Legenda Q = quadrantes E = estaacutegio de vida dos inimigos naturais onde O = ovo L = larva N = ninfa A =

Figura 9 Modelo de ficha de amostragem utilizada no monitoramento das pragas e inimigos naturais na goiabei

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3133

Agradecimentos

Os autores agradecem aos teacutecnicos e produtores do Comitecirc Gestor daProduccedilatildeo Integrada de Frutas - Goiaba pelo total apoio que nos foi dispensado e queainda continuam incentivando com pleno entusiasmo no intuito de fortalecer cada vezmais a fruticultura brasileira Tambeacutem agradecemos os estagiaacuterios Guilherme de Melo e

Flaacutevia Calderari Marin pelo grande auxiacutelio nos trabalhos de monitoramento no campo ede laboratoacuterio Agradecemos tambeacutem ao engenheiro agrocircnomo Joseacute Emiacutelio Bettiol Netopela sua grande atuaccedilatildeo frente aos produtores de goiaba e que nunca mediu esforccedilos emnos ajudar nos estudos de monitoramento aleacutem das muitas informaccedilotildees que nosforneceu

Bibliografia consultada

Altieri MA EN Silva amp CI Nicholls 2003 O papel da biodiversidade no manejode pragas Holos Editora Ribeiratildeo Preto 226p

Bailez OE A M Viana ndashBailez JOG Lima amp DDO Moreira 2003 Life-historyof the guava weevil Conotrachelus psidii Marshal (Coleoptera Curculionidae) underlaboratory conditions Neotropical Entomology 32(2)203-207

Baldin ELL AL Boiccedila Juacutenior amp S Freitas 1998 Percevejo do maracujaacuteHolhymenia clavigera (Herb 1784) x Holhymenia histrio (Fabr 1803) (HemipteraCoreidae) p35 In 17o Congresso Brasileiro de Entomologia Resumos vol 1 SEBRio de Janeiro RJ

Barbosa FR A P Santos AT Haji WA Moreira FNP Haji amp J A Alencar1999 Eficiecircncia e seletividade do imidacloprid e lambdacyalothrin no controledopsiliacutedeo (Triozoida sp) em goiabeira Revista Brasileira de Fruticultura 21(3) 385-387

Barbosa FR AS Nascimento JV Oliveira JA Alencar amp FNP Haji 2001Pragas p29-54 In Barbosa FR (ed) Goiaba Fitossanidade Embrapa Semi-AacuteridoPetrolina Embrapa Brasiacutelia 63p (Frutas do Brasil 18)

Barbosa FR RG Ferreira LHP Kiill E A Souza WA Moreira JA Alencar ampFNP Haji 2002 Estudos do niacutevel de dano plantas invasoras hospedeiras e controledo psiliacutedeo da goiabeira (Triozoida sp) In XIX Congresso Brasileiro de EntomologiaManaus AM (Anais do Seminaacuterio do SEAG)

Boscaacuten de Martinez N amp R Casares 1980 El gorgojop de la guayaba Conotracheluspsidii Marshall (Coleoptera Curculionidae) I Evaluacioacuten de dantildeos AgronomiaTropical 30(1-6) 77-83

Boscaacuten de Martinez N amp R Casares 1981 Distribucioacutenen el tiempo de las fases delgorgojo de la guayaba Conotrachelus psidii Marshall (Coleoptera Curculionidae) en elcampo Agronomia Tropical 31(1-6) 123-130

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3233

Cave RD 1995 Manual para la ensentildeanza del control bioloacutegico en Ameacuterica LatinaZamorano Academic Press Zamorano Honduras 188p (primera edicioacuten)

Crocomo WB 1990 O que eacute o manejo integrado de pragas p 9-34 In CrocomoWB (coord) Manejo integrado de pragas Editora Unesp Satildeo Paulo CETESB 358p

Dolinski C 2003 Vermes que controlam insetos Guava News 1(1)8 (Goiabraacutes)

Follet PA amp KW Vick 2002 Desarrollo de estrategias de manejo integrado deplagas para eliminar las barreras sanitarias que restringen la exportacioacuten de productosagriacutecolas Manejo Integrado de Plagas y Agroecologia 65 43-49

Gallo D O Nakano S Silveira Neto RPL Carvalho GC Baptista E Berti FilhoJRP Parra RA Zucchi SB Alves JD Vendramim LC Marchini JRS Lopes ampC Omoto 2002 Entomologia Agriacutecola FEALQ Piracicaba 920p

Gonzaga Neto L amp JM Soares 1994 Goiaba para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos daproduccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa-SPI 49p - (Seacuterie Publicaccedilotildees Teacutecnicas FRUPEX 5)

Gould WP amp A Raga 2002 Pests of guava p295-313 In JE Pentildea JL Sharp ampM Wysoki (eds) Tropical fruit pests and pollinators biology economic importancenatural enemies and control CABI Publishing New York NY

Kogan M amp M Shenk 2002 Conceptualizacioacuten del manejo integrado de plagas enescalas espaciales y niveles de integracioacuten maacutes amplios Manejo Integrado de Plagas yAgroecologia 65 34-42

Malavasi A amp RA Zucchi 2000 Moscas-das-frutas de importacircncia econocircmica noBrasil conhecimento baacutesico e aplicado Holos Editora Ribeiratildeo Preto 327p

Nicholls C amp M Altieri 2002 Biodivesidad y disentildeo agroecoloacutegico un estudio dede manejo de plagas en vintildeedos Manejo Integrado de Plagas y Agroecologia 65 50-64

Norris RF EP Caswell-Chen amp M Kogan 2003 Concepts in integrated pestmanagement Prentice Hall Upper Saddle River New Jersey 586p

Pereira FM amp SA Bortoli 1998 Pragas da goiabeira p 119-130 In BragaSobrinho R JE Cardoso amp FCO Freire (eds) Pragas das fruteiras tropicais deimportacircncia agroindustrial Embrapa-SPI Brasiacutelia Embrapa-CNPAT Fortaleza 209p

Silva AGDA CR Gonccedilalves DM Galvatildeo AJL Gonccedilalves J Gomes MNSilva amp L Simoni 1968 Quarto cataacutelogo dos insetos que vivem nas plantas do Brasilseus parasitos e predadores Parte II - 1o Tomo - Insetos hospedeiros e inimigosnaturais Min de Agric Dep de Def e Inspeccedilatildeo Agropecuaacuteria Rio de Janeiro 622p

Silva NA 1992 Taxonomia ciclo de vida e dinacircmica populacional de Costalimaitaferruginea (Fabr 1801) (Coleoptera Chrysomelidae) praga de Eucalyptus spp(Myrtaceae) Tese de Doutorado ESALQUSP Piracicaba SP 165p

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3333

Silveira Neto S 1990 Monitoramento e decisatildeo no controle de pragas p 71-86 InCrocomo WB (coord) Manejo integrado de pragas Editora Unesp Satildeo PauloCETESB 358p

Souza JC A Raga amp MA Souza 2003 Pragas da goiabeira EPAMIG BeloHorizonte 60p (EPAMIG Boletim Teacutecnico 71)

Page 6: goiabeira - 9_MIPpragas

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 633

dano econocircmico Eacute importante lembrar que o termo dano largamente aplicado refere-seagraves perdas econocircmicas decorrentes da injuacuteria provocada pela praga

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 733

D e n s i d a d e p o p u l a c i o n a l d a p r a g a

Tempo

N

Medidas de controle

Medidas de controle

Figura 3 Flutuaccedilatildeo populacional de uma determinada praga no decorrer do tempo para pragas ocasionais (mod

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 833

D e n s i d a d e p o

p u l a c i o n a l d a p r a g a

Tempo

N Medidas de controle

Medidas de controle

Figura 4 Flutuaccedilatildeo populacional de uma determinada praga no decorrer do tempo para pragas severas (modific

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 933

23 Escolha da taacutetica de controle para reduccedilatildeo populacional da praga

Antes de tudo eacute importante enfatizar que dois termos foram largamenteutilizados no sistema de MIP taacutetica e estrateacutegia Em MIP taacutetica refere-se aos meacutetodosdisponiacuteveis para o controle das pragas enquanto estrateacutegia eacute um plano para uma accedilatildeobem sucedida baseada nos objetivos do sistema de produccedilatildeo da cultura e na biologia e

ecologia das pragas Conforme jaacute citado no item 21 deve-se levar em conta que ocontrole efetivo de uma praga de importacircncia econocircmica eacute o objetivo principal dentrodas estrateacutegias de MIP aleacutem de preservar a integridade ambiental e o bem estar dasociedade Portanto para a aplicaccedilatildeo racional das taacuteticas de controle eacute necessaacuterio que seconheccedilam bem a cultura as caracteriacutesticas bioecoloacutegicas das pragas e tambeacutem de outrasaacutereas do conhecimento tais como fiacutesica quiacutemica engenharia meio ambiente economiasociologia e legislaccedilatildeo

Dentre as estrateacutegias de controle aplicada no MIP cinco podem serconsideradas as mais importantesa) Prevenccedilatildeo estrateacutegia que visa a prevenccedilatildeo da chegada ou estabelecimento de pragasem aacutereas geralmente natildeo infestadas O tamanho da aacuterea vai desde uma vasta regiatildeogeograacutefica (estado paiacutes ou continente) a pequenas aacutereas (campos de cultivos) A

prevenccedilatildeo eacute uma estrateacutegia que pode envolver vaacuterias taacuteticas ou apenas uma e tambeacutempode ser aplicada para uma praga especiacuteficab) Mitigaccedilatildeo temporaacuteria essa estrateacutegia usa taacuteticas de controle especiacuteficas em uma baseemergencial para prevenir o ataque violento de uma pragac) Manejo de populaccedilotildees no interior dos campos de cultivo o manejo se faz dentro daaacuterea de cultivo pelo fato de a praga jaacute estar bem estabelecida na aacuterea Esse padratildeo deestrateacutegia eacute o mais comum no programas de MIPd) Manejo de pragas em grandes aacutereas os maiores problemas com pragas satildeomanejados ao niacutevel de grandes aacutereas Para algumas pragas o manejo pode serentendido ao niacutevel regional para alcanccedilar uma regulaccedilatildeo populacional a exemplo dealgumas viroses e para alguns insetos moacuteveise) Erradicaccedilatildeo eacute a eliminaccedilatildeo populacional completa de uma praga em umadeterminada aacuterea

Quanto agraves taacuteticas de controle haacute vaacuterios tipos possiacuteveis de seremaplicadas nos programas de MIP entretanto eacute importante levar em consideraccedilatildeo que astaacuteticas satildeo inesgotaacuteveis e que envolvem muita pesquisa e tecnologia disponiacutevel Ostipos de taacuteticas podem ser abordados da seguinte forma

1) Meacutetodos legislativos ou regulatoacuteriosa) Serviccedilo quarentenaacuteriob) Tratamentos quarentenaacuteriosc) Medidas obrigatoacuterias de controled) Programas de supressatildeo e erradicaccedilatildeo

2) Meacutetodos mecacircnicosa) Destruiccedilatildeo manualb) Uso de barreirasc) Esmagamentod) Armadilhase) Cataccedilatildeof) Ensacamento de frutos

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1033

3) Meacutetodos culturaisa) Destruiccedilatildeo de restos de culturab) Poda ou desbastec) Adubaccedilatildeo e irrigaccedilatildeod) Uso de culturas armadilhase) Manipulaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo dos hospedeiros alternativos

4) Meacutetodo de resistecircncia de plantas

5) Meacutetodos de controle por comportamentoa) Feromocircniosb) Repelentesc) Controle por meio de esterilizaccedilatildeo de insetos

6) Meacutetodos de controle fiacutesicoa) Fogob) Drenagemc) Inundaccedilatildeo

d) Temperaturae) Armadilhas luminosasf) Som

7 ) Meacutetodos de controle bioloacutegicoEacute considerado o alicerce de programas modernos de MIP pois os

inimigos naturais mantecircm as pragas em equiliacutebrio sendo um dos responsaacuteveis pelamortalidade natural no agroecossistema

8) Meacutetodos de controle autocida ou geneacuteticosa) Teacutecnica do inseto esteacuteril (TIE)

9) Meacutetodo quiacutemicoa) Pesticidas (inseticidas fungicidas nematicidas e herbicidas)

24 Algumas consideraccedilotildees a respeito do MIP

Pela definiccedilatildeo verifica-se que o sistema daacute ecircnfase ao processo de tomadade decisatildeo que eacute o componente baacutesico que o distingue do sistema convencional decontrole de pragas (Figura 5) Isto implica em dizer que eacute importante aprender a tolerara presenccedila de pragas e a injuacuteria provocada enquanto isso natildeo significar prejuiacutezoeconocircmico pois eacute possiacutevel esperar que a populaccedilatildeo desses organismos atinja o niacutevel dedano econocircmico para consideraacute-los como pragas Essa toleracircncia pode-se dizer que eacuteum fator chave dentro dos programas de MIP favorecendo a accedilatildeo do ambienteprincipalmente com relaccedilatildeo agrave atuaccedilatildeo dos inimigos naturais que poderatildeo ter a suaeficiecircncia incrementada em face do seu crescimento populacional

Com exceccedilatildeo da cultura dos citros as frutiacuteferas tropicais incluindo-se agoiabeira carecem de estudos sobre taxonomia biologia comportamento e ecologia dasprincipais pragas sobre os diversos agroecossistemas formados pelas exploraccedilotildeesfrutiacutecolas sobre os sistemas de tomada de decisatildeo (monitoramento e amostragem) e

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1133

sobre as taacuteticas de controle que constituem informaccedilotildees essenciais para aplicaccedilatildeocorreta do MIP (Figura 5)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1233

bull Identificaccedilatildeo das principais pragasIdentificaccedilatildeo das principais pragas

bullbull Quantificaccedilatildeo da infestaccedilatildeoinfecccedilatildeo (amostragem)Quantificaccedilatildeo da infestaccedilatildeoinfecccedilatildeo (amostragem)

TOMADA DE DECISAtildeOTOMADA DE DECISAtildeOTOMADA DE DECISAtildeO

[n[niacute iacute vel de dano econvel de dano econocircocircmico]mico]

bull Seleccedilatildeo das taacuteticas de controleSeleccedilatildeo das taacuteticas de controle

Taacuteticas preventivas

bull Culturas armadilhas

bull Variedades resistentes

bull Controle bioloacutegico

Taacuteticas preventivasTaacuteticas preventivasbullbull CCulturas armadilhasulturas armadilhas

bullbull Variedades resistentesVariedades resistentes

bullbull Controle bioloacutegicoControle bioloacutegico

Taacuteticas curativas

bull Praacuteticas culturais

bull Inseticida bioloacutegico

bull Inseticida sinteacutetico

Taacuteticas curativasTaacuteticas curativasbullbull Praacuteticas culturais Praacuteticas culturais

bullbull Inseticida bioloacutegico Inseticida bioloacutegico

bullbull Inseticida sinteacutetico Inseticida sinteacutetico

bull Aplicaccedilatildeo de taacuteticas de controleAplicaccedilatildeo de taacuteticas de controlebullbull Avaliaccedilatildeo dos resultadosAvaliaccedilatildeo dos resultados

[[retroalimentaretroalimentaccedilatildeccedilatildeoo]]

Figura 5 Componentes baacutesicos de um programa de MIP (Kogan amp Shenk 2002)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1333

3 A cultura da goiabeira como modelo de implementaccedilatildeo do MIP

A proposta de Manejo Integrado de Pragas na Cultura da Goiabeira queseraacute apresentada a seguir eacute o resultado das vaacuterias reuniotildees realizadas pelo ComitecircGestor da Produccedilatildeo Integrada de Frutas - Goiaba (PIF-Goiaba) do Estado de Satildeo Paulo -composta de teacutecnicos da extensatildeo e pesquisa especialistas na cultura aleacutem de

produtores de amplo conhecimento teacutecnico Na verdade a presente proposta nasceu noForum de Debates sobre o Manejo Integrado de Pragas nas Culturas de Caqui FigoGoiaba Manga e Maracujaacute realizado nas dependecircncias da Coordenadoria deAssistecircncia Teacutecnica Integral (CATI) em Campinas SP em agosto de 2002 A partirdaiacute a mesma foi sendo melhorada ampliada e revisada

Eacute importante salientar que essa proposta natildeo eacute fixa e nem poderia serdevido agraves proacuteprias caracteriacutesticas de um programa de MIP que eacute um processo dinacircmicoPortanto estaraacute sujeita a alteraccedilotildees tatildeo logo novas informaccedilotildees teacutecnicas sejam geradaspela pesquisa Vaacuterias informaccedilotildees contidas na proposta atual resultaram dasexperiecircncias dos teacutecnicos e produtores do Comitecirc Gestor pois a cultura da goiabeiradispotildee de pouca informaccedilatildeo teacutecnica na aacuterea fitossanitaacuteria e muitas vezes de informaccedilotildeesincompletas o que dificultou grandemente a sua elaboraccedilatildeo Vale ressaltar que os

meacutetodos de monitoramento e niacuteveis de controle adotados satildeo empiacutericosO modelo de implementaccedilatildeo de MIP que seraacute apresentado a seguir foi

elaborado primeiramente para atender os cultivos de goiaba para mesa das regiotildees deCampinas e Valinhos no Estado de Satildeo Paulo que eacute composta de pequenaspropriedades e onde eacute basicamente praticada a agricultura familiar com um bom grautecnoloacutegico A variedade de goiaba predominante nesses cultivos eacute a ldquoKumagairdquo depolpa branca

31 Fenologia da goiabeira

O manejo da safra na cultura da goiaba eacute feito basicamente atraveacutes depodas que estimulam novas brotaccedilotildees resultando em um novo ciclo reprodutivoPortanto o ciclo fenoloacutegico da cultura se inicia com a operaccedilatildeo de poda que pode serrealizada em qualquer eacutepoca do ano desde que a temperatura do ar e a umidade do solonatildeo limitem o desenvolvimento vegetativo e reprodutivo da planta

Dois satildeo os tipos baacutesicos de podas empregados na cultura

a) Poda contiacutenua eacute uma operaccedilatildeo que eacute realizada em vaacuterias partes da planta resultandoem vaacuterios ciclos fenoloacutegicos ao mesmo tempo Diante desse fato verifica-se que essesistema natildeo eacute adequado para atender aos preceitos do MIP uma vez que do ponto devista fitossanitaacuterio seria praticamente impossiacutevel aplicar as taacuteticas de controle de formacorreta e organizada Aleacutem disso caso seja necessaacuterio fazer uso de algum controlequiacutemico natildeo haveria como respeitar o periacuteodo de carecircncia do pesticida pois como aplanta apresenta vaacuterios estaacutedios fenoacutelogicos simultaneamente os frutos que estivessemproacuteximos para serem colhidos ficariam com uma carga residual acima dos limitestolerados para consumo

b) Poda total eacute um tipo de operaccedilatildeo que pode ser realizada na aacuterea toda ou por talhatildeo eque consiste em efetuar a poda em toda a planta uniformizando-a fenologicamente Naverdade eacute um tipo de poda de frutificaccedilatildeo que regula a eacutepoca de produccedilatildeo e cada safrada cultura iniciada pela mesma estimula novas brotaccedilotildees resultando em um novo ciclo

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1433

reprodutivo Devido agrave caracteriacutestica dessa operaccedilatildeo a poda total permite aimplementaccedilatildeo do MIP

Portanto para a aplicaccedilatildeo adequada do MIP recomenda-se que agoiabeira seja conduzida pelo sistema de poda total devido agrave uniformizaccedilatildeo fenoloacutegicaque proporciona a todas as plantas da aacuterea de cultivo ou do talhatildeo Aleacutem disso permite

que se faccedila uma discriminaccedilatildeo de cada estaacutedio fenoloacutegico da goiabeira que eacutefundamental para definir os periacuteodos criacuteticos da cultura em relaccedilatildeo agraves suas principaispragas (Figuras 6 e 8)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1533

0 30 60 120 180

P o d a

B r o t a

ccedil atilde o

F l o r e s c i m e n t o

F r u t

o s

ldquo C h u

m b i

n h o rdquo

F r u t o

s c o

m 2 a 3 c m

d e

d i acirc m

e t r o

Fenologia da goiabeira conduzida pelo sistema de poda totaFenologia da goiabeira conduzida pelo sistema de poda tota

230 dias 230 dias

Considerar que cada ciclo da goiabeira inicia em qualquer eacutepoca do ano

cada ciclo da cultura iniciaraacute a partir da realizaccedilatildeo da poda de frutifica

Considerar que cada ciclo da goiabeira inicia em qualquer eacutepoca do ano P

cada ciclo da cultura iniciaraacute a partir da realizaccedilatildeo da poda de frutifica

150

F r u t

o s c o m

1 5 c m

d e

d i acirc m

e t r o

E s t aacute d i o 1

E s t aacute d i o 2

E s t aacute d i o 3

E s t aacute d i o 4

E s t aacute d i o 5

E s t aacute d i o 6

Figura 6 Fenologia da goiabeira onde o periacuteodo em dias de cada fase fenoloacutegica varia com a eacutepoca do anorealizada

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1633

32 Principais pragas da cultura

Conforme jaacute citado anteriormente a correta identificaccedilatildeo das pragas-chave da cultura compotildee o esteio de um programa de MIP pois satildeo elas que causam osmaiores prejuiacutezos devendo atrair toda a atenccedilatildeo por parte do agricultor

Atualmente para o Estado de Satildeo Paulo satildeo consideradas pragas-chave

da cultura da goiaba as seguintes espeacutecies para as quais se devem orientar omonitoramento e o controle

rArr besouro-amarelo Costalimaita ferruginea (Fabr 1801) (Coleoptera Chrysomelidae)

rArr ferrugem Puccinia psidii Wint

rArr gorgulho Conotrachelus psidii Marshall 1922 (Coleoptera Curculionidae)

rArr percevejos (complexo de espeacutecies)bull Monalonion annulipes Sign 1858 (Hemiptera Miridae) bull Leptoglossus gonagra (Fabr 1775) (Hemiptera Coreidae)bull Leptoglossus stigma (Herbst 1784) (Hemiptera Coreidae)bull Leptoglossus zonatus (Dallas 1852) (Hemiptera Coreidae)bull Leptoglossus fasciatus (West 1842) (Hemiptera Coreidae)bull Holhymenia clavigera (Herbst 1784) (Hemiptera Coreidae)

rArr psiliacutedeo Triozoida sp (Hemiptera Psyllidae)

Com relaccedilatildeo agraves moscas-das-frutas (Diptera Teprhitidae e Lonchaeidae)representadas principalmente pelas espeacutecies Anastrepha fraterculus (Wied) A

sororcula Zucchi A bistrigata Bezzi Ceratitis capitata (Wied) e Neosilba sp satildeoconsideradas as pragas mais importantes do ponto de vista quarentenaacuterio quando a

produccedilatildeo se destina agrave exportaccedilatildeo Poreacutem devido ao sistema adotado para a conduccedilatildeo dagoiabeira deixam de ser praga principal uma vez que os frutos satildeo ensacados aoalcanccedilarem cerca de 2-3cm de diacircmetro (Figura 8)

A seguir seraacute apresentada de forma objetiva a proposta de MIP para cadapraga-chave levando-se em consideraccedilatildeo no miacutenimo oito paracircmetros informativosnecessaacuterios para que o manejo possa ser implementado tais comoa) Nome cientiacutefico da pragab) Hospedeiros alternativosc) Inimigos naturaisd) Aspectos bioloacutegicos da pragae) Condiccedilotildees favoraacuteveisf) Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos

g) Monitoramento e niacutevel de accedilatildeoh) Manejo cultural

321 Besouro-amarelo

Nome cientiacutefico Costalimaita ferruginea (Coleoptera Chrysomelidae)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1733

Hospedeiros alternativos Trata-se de uma praga poliacutefaga atacando natildeo soacute fruteirasmas tambeacutem outras espeacutecies como eucaliptos algodoeiro araccedilaacute capim-marmeladafeijoeiro etc Entre as fruteiras ataca as folhas de abacateiro bananeira cajueiromacieira jaboticabeira jambeiro jambolatildeo pitangueira videira e mangueira

Inimigos naturais Haacute relato da sua predaccedilatildeo por Supputius cincticeps (Hemiptera

Pentatomidae) Tynacantha marginata (Hemiptera Pentatomidae) Arilus carinatus(Hemiptera Reduviidae) Misumenops pallens (Araneae Thomisidae) Peucetia sp(Araneae Oxyopidae) e os fungos entomopatogecircnicos Beauveria bassiana e

Metarhizium anisopliae var anisopliae

Aspectos bioloacutegicos A fecircmea faz apenas uma postura contendo em meacutedia cerca de 90ovos de coloraccedilatildeo amarela e brilhante com periacuteodo de incubaccedilatildeo durando cerca de 8-9dias As larvas vivem no solo onde se alimentam de raiacutezes de gramiacuteneas No periacuteodolarval apenas satildeo conhecidos ateacute o momento dois estaacutedios de desenvolvimento (1o e 2o iacutenstares) sendo que o primeiro instar dura 19 dias e o segundo cerca de 35 dias Osadultos emergem do solo apoacutes a ocorrecircncia de chuvas que propiciem um bommolhamento do mesmo

Condiccedilotildees favoraacuteveis A eacutepoca normal de ocorrecircncia da praga eacute nos meses finais daprimavera logo apoacutes a ocorrecircncia de chuvas suficientemente pesadas para propiciaremum bom molhamento do solo

Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos O inseto emerge do solo com as primeiras chuvas pesadas(mais de 20 mm) de primavera (outubronovembro) que possibilitem seu bommolhamento O periacuteodo criacutetico se inicia cerca de 5 dias apoacutes estas chuvas prolongando-se por aproximadamente 2 semanas No Estado de Satildeo Paulo o ataque da praga ocorreprincipalmente no periacuteodo de setembro a marccedilo

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo No periacuteodo criacutetico monitorar a cada 2-3 dias 2 dasplantas do talhatildeo ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo de preferecircncia nas bordadurasVerificar a presenccedila do inseto ou de seus danos (folhas rendadas) nos ramos terminaisde cada quadrante da planta Constatada a presenccedila do inseto ou de seus danos a plantaseraacute considerada infestadaO niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 20 das plantas monitoradas estiverem infestadasPor se tratar de uma praga que normalmente vem de fora do pomar a inspeccedilatildeo deveraacuteser realizada de preferecircncia na sua periferia considerando as trecircs primeiras plantas oulinhas do talhatildeo

Manejo cultural Na instalaccedilatildeo de novos pomares deve ser considerada a presenccedila nasproximidades de culturas altamente visadas pela praga como eacute o caso do eucalipto Osolo deveraacute ser mantido vegetado para dificultar que o inseto complete o seu ciclobioloacutegico aleacutem de favorecer a atividade de possiacuteveis inimigos naturais

322 Ferrugem

Agente Puccinia psidii

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1833

Hospedeiros alternativos O fungo ataca vaacuterias mirtaacuteceas incluindo o eucalipto e a jaboticabeira

Antagonistas Natildeo satildeo conhecidos antagonistas deste fungo

Etiologia No pomar o fungo eacute disseminado pelos ventos ocorrendo vaacuterios ciclos da

praga no mesmo ano agriacutecola acompanhando os surtos vegetativos

Condiccedilotildees favoraacuteveis Presenccedila de tecidos jovens de ramos folhas bototildees florais efrutos novos sob condiccedilotildees climaacuteticas favoraacuteveis que satildeo umidade relativa igual ousuperior a 90 por mais de 8 horas e temperatura entre 18ordm e 25ordmC o que normalmenteocorre nas estaccedilotildees de outono e inverno Condiccedilotildees de baixa luminosidade favorecembastante a infecccedilatildeo

Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos Esse periacuteodo comeccedila logo apoacutes a poda quando se inicia abrotaccedilatildeo ateacute duas semanas apoacutes as folhas atingirem o seu completo desenvolvimento eos frutos apresentarem diacircmetro de pelo menos trecircs cm quando estas condiccedilotildees foremcoincidentes com umidade e temperatura favoraacuteveis ao desenvolvimento do fungo o

que normalmente ocorre nos meses de outono e inverno

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo Deve ser realizado no periacuteodo criacutetico compreendendoos estaacutedios de brotaccedilatildeo ateacute quando os frutos atingirem cerca de trecircs cm de diacircmetro(estaacutedio 6) sob as condiccedilotildees de clima favoraacuteveis ao fungo Monitorar semanalmente 2das plantas ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo inspecionando-se o terccedilo inferior daregiatildeo central da copa e observando-se a ocorrecircncia do fungo nas folhas novas bototildeesflorais flores e frutos Constatando-se sintomas da presenccedila do fungo em qualquer dosoacutergatildeos examinados a planta seraacute considerada infectadaDurante o periacuteodo criacutetico o niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 10 das plantasmonitoradas estiverem infectadas Apoacutes o teacutermino do periacuteodo criacutetico ou depois que osfrutos tenham sido ensacados o niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 20 das plantasmonitoradas estiverem infectadas

Manejo cultural No manejo cultural devem considerar os seguintes aspectosa) Em novos pomares evitar a proximidade com outras mirtaacuteceas principalmenteeucaliptosb) Preferir variedades com maior toleracircncia agrave doenccedila e utilizar espaccedilamentos maioresc) Efetuar podas que propiciem maior arejamento da copad) Realizar desbrotas sistemaacuteticase) Fazer o manejo das plantas invasoras por meio de roccediladasf) Evitar o excesso de adubaccedilatildeo nitrogenadag) Utilizar irrigaccedilatildeo sub-copah) Natildeo realizar mais de trecircs aplicaccedilotildees seguidas com fungicidas sistecircmicos devendosempre alternar com um de contato para evitar a formaccedilatildeo de raccedilas resistentesi) Na utilizaccedilatildeo de fungicidas agrave base de cobre acrescentar agrave calda 05 de oacuteleo mineralou vegetal emulsionaacutevel como medida auxiliar no controle de cochonilhas

323 Gorgulho

Nome cientiacutefico Conotrachelus psidii (Coleoptera Curculionidae)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1933

Hospedeiros alternativos Goiabeiras e araccedilazeiros satildeo citados como hospedeiros dapraga

Inimigos naturais Formigas predadoras Pheidole oxyops Ectatoma planidens

Solenopsis invicta Neoponera villosa e Odontomachus bauri

Aspectos bioloacutegicos Para ovipositarem as fecircmeas fazem com o aparelho bucalperfuraccedilotildees em frutos onde colocam um uacutenico ovo Apoacutes 6 dias da postura ocorre aeclosatildeo da larva que penetra no interior do fruto onde se alimenta da polpa e dassementes Passados de 30 a 35 dias a larva abandona a fruta e se aprofunda no soloonde se transforma em pupa permanecendo nesse estaacutedio por 3 a 4 meses Apoacutes esseperiacuteodo havendo condiccedilotildees de umidade no solo o adulto emerge originando uma novageraccedilatildeo da praga Os adultos de ambos os sexos se alimentam dos bototildees floraisdeixando pequenas perfuraccedilotildees

Condiccedilatildeo favoraacutevel Deve haver umidade no solo para que ocorra a emergecircncia doadulto

Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos Quando os estaacutedios de chumbinho (estaacutedio 4) ateacute que osfrutos atinjam 2 a 3 cm de diacircmetro (estaacutedio 6) coincidirem com a eacutepoca quente echuvosa

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo No periacuteodo criacutetico monitorar semanalmente 2 dasplantas do talhatildeo ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo observando-se um fruto em cadaquadrante no terccedilo meacutedio da copa Ao ser encontrado um fruto atacado examinar pelomenos mais 20 frutos da mesma planta Caso haja outros frutos atacados proceder aomonitoramento nas 4 plantas vizinhas Havendo frutos atacados em pelo menos uma dasplantas vizinhas o conjunto seraacute considerado infestadoO niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 20 dos conjuntos monitorados estivereminfestados

Manejo cultural Eliminar os frutos pequenos que apresentarem sintomas de ataque porocasiatildeo do raleio Recomenda-se coletar e destruir todos os frutos desenvolvidos eoumaduros com sintomas de ataque da praga uma vez que os frutos nesta idade ao caiacuteremno solo e apodrecerem propiciaratildeo continuidade ao ciclo de vida das larvas dogorgulho favorecendo o iniacutecio de uma nova geraccedilatildeo da praga

324 Percevejos

Nomes cientiacuteficos Monalonion annulipes (Hemiptera Miridae) (percevejo-da-verrugose) Leptoglossus gonagra (Hemiptera Coreidae) Leptoglossus stigma (Hemiptera Coreidae) Leptoglossus zonatus (Hemiptera Coreidae) Leptoglossus fasciatus (Hemiptera Coreidae) Holhymenia clavigera (Hemiptera Coreidae)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2033

Hospedeiros alternativos Estas espeacutecies satildeo altamente poliacutefagas Assim satildeo referidascomo pragas da maioria das espeacutecies frutiacuteferas cultivadas comercialmente aleacutem deatacarem tambeacutem espeacutecies bastante distintas como eacute o caso do milho cucurbitaacuteceasmamoneira algodoeiro e girassol Algumas espeacutecies tecircm bastante afinidade com plantasdaninhas como eacute o caso do melatildeo-de-satildeo-caetano ( Mormodica charantia) hospedeiroclaacutessico de L gonagra guanxuma (Sida sp) de L zonatus mussambecirc (Cleome sp) de

L gonagra etc

Inimigos naturais Adultos de H clavigera satildeo parasitados por Hexacladia smithii (Hymenoptera Encyrtidae) e Gryon gallardoi e Gryon sp (Hymenoptera Scelionidae)Parasitam ovos de L zonatus Trichopoda pennipes (Diptera Tachinidae) parasitaadultos de L zonatus Eucelatoriopsis sp e Hydallohoughia sp (Diptera Tachinidae)atacam percevejos Gryon barbiellinii (Hymenoptera Scelionidae) eacute parasitoacuteide de ovosde percevejos Na regiatildeo de Campinas SP foi observado que cerca de 80 dos ovos de

Leptoglossus spp estavam parasitados por Neorileya sp (Hymenoptera Eurytomidae)

Aspectos bioloacutegicos O ciclo evolutivo de L zonatus eacute de 60 dias em temperaturasamenas O ciclo de L gonagra varia de 80 a 90 dias com um periacuteodo de incubaccedilatildeo de 8

dias e fase ninfal de 55 dias

Condiccedilotildees favoraacuteveis Periacuteodos com altas temperaturas satildeo bastante favoraacuteveis aosinsetos Apesar de se alimentarem tambeacutem das partes vegetativas a presenccedila de frutos eacutemuito favoraacutevel ao aumento da populaccedilatildeo L zonatus e L gonagra que ocorrem o anotodo com picos populacionais de novembro a abril H clavigera ocorrepreferencialmente de setembro a abril com pico em janeiro

Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos Os percevejos atacam bototildees florais e frutos em todos osseus estaacutedios de desenvolvimento Os bototildees florais quando picados geralmente caeme os frutos mais desenvolvidos ficam deformados com cicatrizes bem visiacuteveis noslocais onde o inseto faz a punctura para a sua alimentaccedilatildeo Considerar como periacuteodocriacutetico a fase de formaccedilatildeo do botatildeo floral (entre os estaacutedios 2 e 3) ateacute a colheita (estaacutedio7)

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo No periacuteodo criacutetico monitorar semanalmente 2 dasplantas do talhatildeo ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo observando-se a presenccedila deinsetos (adultos ou ninfas) ou sinais do ataque da praga em frutos ou bototildees florais emdois ramos localizados no terccedilo meacutedio da copa em cada quadrante da planta Quandofor encontrado um inseto ou oacutergatildeo injuriado (fruto eou botatildeo floral) a planta seraacuteconsiderada infestadaO niacutevel de accedilatildeo seraacute alcanccedilado quando 20 das plantas monitoradas estivereminfestadas

Manejo cultural Eliminar os frutos pequenos que apresentarem sintomas de ataque porocasiatildeo do raleio As plantas infestantes no interior e em torno do pomar devem sermantidas com o porte baixo durante os periacuteodos favoraacuteveis agrave presenccedila da praga

325 Psiliacutedeo

Nome cientiacutefico Triozoida sp (Hemiptera Psyllidae)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2133

Hospedeiros alternativos Natildeo se conhecem relatos de ocorrecircncia desta praga emoutras culturas apesar de ser constatada sua ocorrecircncia em diversas plantas infestantes

Inimigos naturais Satildeo relatadas como espeacutecies predadoras as joaninhas Cycloneda

sanguinea Olla abdominalis e Scymnus spp aracniacutedeos crisopiacutedeos hemerobiiacutedeos

sirfiacutedeos e estafiliniacutedeos Moscas cecidomiiacutedeas e micro-himenoacutepteros calcidiacutedeos eencirtiacutedeos (Psyllaephagus sp) satildeo relatados como parasitoacuteides de psiliacutedeosCladosporium cladosporioides eacute relatado como agente patogecircnico

Aspectos bioloacutegicos As fecircmeas efetuam a postura ao longo dos ramos ponteiros efolhas novas O periacuteodo de incubaccedilatildeo eacute de 7 a 9 dias e o ninfal variaacutevel de 29 a 35 diasAs ninfas sugam os bordos das folhas que devido agraves toxinas injetadas enrolam-se edeformam-se adquirindo coloraccedilatildeo amarelada ou avermelhada tornando-seposteriormente necrosadas

Condiccedilotildees favoraacuteveis O periacuteodo mais favoraacutevel ao ataque eacute o compreendido pelosmeses de primaveraveratildeo quando as temperaturas satildeo elevadas geralmente associadas

com alto iacutendice pluviomeacutetrico

Periacuteodo e estaacutedio criacutetico Apoacutes a poda quando da emissatildeo das novas brotaccedilotildees ateacute oiniacutecio de desenvolvimento do fruto (estaacutedio 2 a estaacutedio 4)

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo No periacuteodo criacutetico monitorar semanalmente 2 dasplantas do talhatildeo ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo Em cada planta a ser monitoradaverificar a presenccedila de sintomas de ataque ou de ovos ninfas ou adultos do inseto nosdois uacuteltimos pares de folhas em um ramo por quadrante localizado no terccedilo superior dacopa (Figura 7) A planta seraacute considerada infestada quando for constatada a presenccedilado inseto ou de seus danos em pelo menos um quadrante da plantaO niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 30 das plantas monitoradas estiverem infestadasNo periacuteodo natildeo criacutetico o niacutevel de accedilatildeo eacute maior ou seja quando 50 das plantasestiverem infestadas

Manejo cultural O solo deve ser mantido constantemente vegetado sendo o manejodas plantas infestantes feito por meio de roccediladas a fim de permitir a manutenccedilatildeo dafauna de inimigos naturais A adubaccedilatildeo nitrogenada deveraacute ser feita com cuidado paraevitar a brotaccedilatildeo excessiva da planta o que favoreceria a sua colonizaccedilatildeo pela pragaInseticidas piretroacuteides natildeo deveratildeo ser utilizados na cultura por causarem desequiliacutebriosbioloacutegicos favorecendo a incidecircncia desta praga

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2233

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2333

MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM GOIABAMANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM GOIABA

Fenologia da Goiabeira - Pragas e DoenccedilasFenologia da Goiabeira - Pragas e Doenccedilas

0 30 60 120 180

P o d a

B r o t a

ccedil atilde o

F l o r e s c i m e n t o

F r u t

o s

ldquo C h u

m b i

n h o rdquo

F r u t o

s c o

m 2 a 3 c m

d e

d i acirc m

e t r o

C o l

150

F r u t

o s c o m

1 5 c m

d e

d i acirc m

e t r o

E s t aacute d

i o 1

E s t aacute d

i o 2

E s t aacute d

i o 3

E s t aacute d

i o 4

E s t aacute d

i o 5

E s t aacute d

i o 6

Gorgulho e Percevejos

Besouro-amarelo e Psiliacutedeo

Ferrugem

ensacamentoensacamento

Figura 8 Fenologia da goiabeira conduzida pelo sistema de poda total e os periacuteodos criacuteticos de cada praga

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2433

34 Procedimentos aplicados para inspeccedilatildeo populacional das pragas

O sistema de MIP adotado na cultura da goiaba na regiatildeo de Campinas eValinhos no Estado de Satildeo Paulo consiste em levantamentos semanais para estimativadas pragas-chave e dos inimigos naturais

Os procedimentos para realizaccedilatildeo desse levantamento estatildeo resumidos na

Tabela 1 onde satildeo tambeacutem apresentados os niacuteveis de accedilatildeo para controle das pragas-chaveOs dados desse levantamento satildeo registrados em ficha proacutepria cujo

modelo eacute apresentado na Figura 9Nessa ficha constam tambeacutem informaccedilotildees sobre a presenccedila dos inimigos

naturais Para facilitar a identificaccedilatildeo desses artroacutepodos a Tabela 2 apresentainformaccedilotildees sobre a sua localizaccedilatildeo na planta e caracteriacutesticas de seu comportamento

35 Consideraccedilotildees sobre os inimigos naturais presentes no pomar de goiaba

Os inimigos naturais satildeo componentes importantiacutessimos do Manejo

Integrado de Pragas dentro dos princiacutepios estabelecidos pela Produccedilatildeo Integrada deFrutas (PIF) O primeiro passo para tirar o melhor proveito do controle bioloacutegico eacuteconhecer as espeacutecies de pragas seus inimigos naturais e o potencial de controleexercido por eles no campo

Uma revisatildeo da literatura mostra que algumas pragas da goiaba satildeobastante atacadas por agentes de controle bioloacutegico enquanto outras natildeo o satildeo Eacute o casodo gorgulho que eacute atacado por algumas espeacutecies de formigas predadoras(Hymenoptera Formicidae) Adultos do percevejo H clavigera satildeo parasitados por

Hexacladia smithii (Hymenoptera Encyrtidae) Jaacute os percevejos do gecircnero Leptoglossus (Hemiptera Coreidae) satildeo atacados na fase de ovo pelos parasitoacuteidesGryon spp (Hymenoptera Scelionidae) quando adultos podem ser parasitados porTrichopoda pennipes Eucelatoriopsis sp e Hydallohoughia sp (Diptera Tachinidae)Mas eacute o psiliacutedeo juntamente com o besouro-amarelo que apresentam o maior nuacutemerode inimigos naturais conhecidos O psiacuteliacutedeo eacute predado pelas joaninhas Cycloneda

sanguinea e Scymnus spp (Coleoptera Coccinellidae) por crisopiacutedeos e hemerobiiacutedeos(Neuroptera) estafiliniacutedeos (Coleoptera) e aranhas Moscas cecidomiiacutedeas emicroimenoacutepteros calcidiacutedeos satildeo relatados como parasitoacuteides e o fungo Cladosporium

cladosporioides eacute citado como agente patogecircnico O besouro amarelo eacute predado pelospercevejos Supputius cincticeps (Hemiptera Pentatomidae) Tynacantha marginata

(Hemiptera Pentatomidae) Arilus carinatus (Hemiptera Reduviidae) pelas aranhas Misumenops pallens (Araneae Thomisidae) e Peucetia sp (Araneae Oxyopidae) eparasitados pelos fungos entomopatogecircnicos Beauveria bassiana e Metarhizium

anisopliae var anisopliaeEmbora a lista de inimigos naturais natildeo seja pequena pouco se sabe

sobre a sua real capacidade de controle Aleacutem disto a accedilatildeo dos inimigos naturais eacutemuito afetado pelo modo de o homem manejar o ambiente O solo completamentedesprovido de mato por exemplo pode natildeo ser favoraacutevel para a atraccedilatildeo e permanecircnciade inimigos naturais num local Contudo mais estudos satildeo necessaacuterios para entendermelhor essa relaccedilatildeo principalmente no caso da cultura da goiaba

Visando aumentar esse conhecimento bem como a relaccedilatildeo de inimigosexistentes a equipe do PIF-Goiaba tem feito levantamentos perioacutedicos na regiatildeo deCampinas - SP e alguns resultados jaacute foram obtidos Para os percevejos do gecircnero

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2533

Leptoglossus por exemplo verificou-se que cerca de 80 dos ovos depositados nasgoiabeiras estavam parasitados pelo micro-himenoacuteptero Neorileya sp (Eurytomidae)Atacando psiliacutedeo foram encontradas uma espeacutecie de joaninha Olla abdominalis (Coleoptera Coccinellidae) larvas de uma mosca da famiacutelia Syrphidae e uma espeacuteciede parasitoacuteide do gecircnero Psyllaephagus (Hymenoptera Encyrtidae) Paralelamenteestuda-se a possibilidade de se realizarem ensaios para avaliar a patogenicidade de

microrganismos agraves pragas-chave com o objetivo de ampliar a utilizaccedilatildeo do controlebioloacutegico na culturaPor outro lado como a capacitaccedilatildeo de recursos humanos faz parte da

filosofia da Produccedilatildeo Integrada de Frutas o material entomoloacutegico coletado nesseslevantamentos estaacute sendo fotografado para elaboraccedilatildeo de um manual ilustradocontendo natildeo soacute os insetos pragas em suas diversas fases de desenvolvimento mastambeacutem seus inimigos naturais Posteriormente esse manual serviraacute para orientar osprodutores aos quais tambeacutem estatildeo sendo ministrados cursos de treinamento

36 Consideraccedilotildees sobre os estudos de monitoramento de pragas

Aleacutem das pragas citadas anteriormente a goiabeira apresenta outrosorganismos de importacircncia que podem causar seacuterios prejuiacutezos agrave cultura poreacutem devidoaos aspectos do seu ciclo bioloacutegico natildeo eacute possiacutevel condicionar o controle dos mesmosao emprego de taacuteticas de MIP Como exemplo a goiabeira apresenta duas doenccedilas umacausada por bacteacuteria conhecida como seca-bacteriana ( Erwinia psidii) e outra causadapor fungo denominada antracnose (Colletotrichum gloeosporioides) entretanto devidoao caraacuteter explosivo de suas infecccedilotildees natildeo eacute possiacutevel monitoraacute-las diretamente nocampo Em ambos os casos a possibilidade de monitoramento se daria por intermeacutedioda utilizaccedilatildeo de estaccedilotildees de aviso onde os dados meteoroloacutegicos obtidoscorrelacionados com as informaccedilotildees da condiccedilatildeo favoraacutevel para infecccedilatildeo resultariamem uma informaccedilatildeo de previsibilidade de ataque dessas doenccedilas

Os estudos de monitoramento no campo que ainda se encontram emandamento tecircm detectado o surgimento de outras pragas causando seacuterios prejuiacutezos agravegoiabeira tais comoa) Aacutecaro-branco Polyphagotarsonemus latus (Banks 1904) (Acari Tarsonemidae) esseaacutecaro tem sido constatado causando injuacuterias nas brotaccedilotildees e frutos novosprincipalmente entre os estaacutedios de desenvolvimento 1 e 3 (Figura 8)b) Lagarta-do-ponteiro (Lepidoptera Tortricidae) conforme o seu proacuteprio nome essaslagartas instalam-se nas brotaccedilotildees da goiabeira danificando as folhas e os caules tenroscomprometendo o seu desenvolvimento As lagartas satildeo pequenas atingindo nomaacuteximo cerca de 1 cm de comprimento de coloraccedilatildeo verde pardacenta satildeo aacutegeis equando molestadas saltam para fora da brotaccedilatildeo podendo ficar penduradas por um fiode seda O adulto eacute uma pequena mariposa de cor acinzentada que tambeacutem natildeo chega aatingir 1 cm de comprimento Ateacute o momento nos monitoramentos natildeo foi constatada apresenccedila de adultos o que leva a crer que provavelmente esse inseto tenhacomportamento crepuscular ou noturno Tambeacutem natildeo haacute nenhuma informaccedilatildeo relatadaa respeito da ocorrecircncia desse inseto na cultura da goiabac) Lagarta-dos-frutos (Lepidoptera Tortricidae) as lagartas se instalam geralmente nosfruto ensacados ambiente propiacutecio para se desenvolverem danificando a casca e aporccedilatildeo da polpa logo abaixo Tambeacutem satildeo encontradas entre os frutos que ficamaglomerados no ramo As injuacuterias decorrentes de sua alimentaccedilatildeo prejudicam aaparecircncia dos frutos que satildeo descartados Foi constatado um talhatildeo em que a maioria

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2633

dos frutos se encontravam infestados acarretando um prejuiacutezo acima de 50 daproduccedilatildeo As lagartas satildeo aacutegeis apresentam coloraccedilatildeo verde na grande maioria dosindiviacuteduos medem cerca de 15 cm no maacuteximo Os adultos satildeo mariposas de coloraccedilatildeoparda ou ateacute mesmo acizentadas e chegam a medir cerca de 12 mm de comprimentoAteacute o momento natildeo foi constatada a presenccedila de adultos nos monitoramentosrealizados A exemplo da lagarta-dos-ponteiros tambeacutem natildeo haacute nenhuma informaccedilatildeo

relatada de sua ocorrecircncia

4 Consideraccedilotildees finais

A implementaccedilatildeo do MIP na cultura da goiaba reserva um grandedesafio pois diversos fatores de ordem regulatoacuteria econocircmica ambiental de proteccedilatildeohumana ecoloacutegica de praacuteticas culturais e as variaccedilotildees de clima determinaratildeo o usodesse sistema no futuro Portanto a aplicaccedilatildeo do MIP natildeo ficaraacute apenas sob aresponsabilidade do produtor mas a accedilatildeo deveraacute ser conjunta envolvendo asinstituiccedilotildees de pesquisa de extensatildeo e toda a cadeia produtiva da fruta

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2733

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2833

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2933

Tabela 2 Informaccedilotildees sobre os inimigos naturais mais frequumlentes na goiabeira com relaccedilatildeo agraves suas fases de vid

Inimigos Naturais Inspeccedilatildeo

1 Aacutecaro predador 991522 Nos ramos escolhidos para exame de psiliacutedeos inspecionarvelhas com auxiacutelio de uma lupa de 10x de aumento procurand

2 Aranhas 991522 Ao examinar as plantas amostradas procurar os adultos pri jovens eou ovos nos ninhos formados por teias entre as folhas

3 Crisopiacutedeos (bicho-lixeiro)991522 Ao examinar as plantas amostradas observar a presenccedila deadultos Geralmente satildeo encontrados em qualquer parte da pltronco)

4 Formigas 991522 Ao examinar as plantas amostradas procurar os insetos adu

5 Joaninhas 991522 Ao examinar as plantas amostradas observar a presenccedila dpreferencialmente nas folhas novas

6 Percevejos predadores 991522 Examinar as plantas amostradas procurando adultos ninf

localizam nas folhas do interior da copa7 Sirfiacutedeos (moscas que pairam no ar) 991522 Observar moscas que pairam no ar as larvas localizam-se

por ocasiatildeo da infestaccedilatildeo de psiacutelideos ou pulgotildees principalme8 Mosquinha-verde metaacutelica (Dolicopodiacutedeos) 991522 Os adultos satildeo aacutegeis e devem ser observados nas folhas loc

9 Vespas (marimbondos) 991522 Geralmente os adultos satildeo pequenas vespas caccediladoras qubrotaccedilotildees

10 Vespinhas (parasitoacuteides) 991522 Examinar as plantas amostradas procurando os insetos aduno interior da copa

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3033

FICHA DE INSPECcedilAtildeO DE PRAGAS E INIMIGOS NATURAIS PRODUCcedilAtildeO INTEGRADA DE GOIABA-SPPlantas inspecionadas

PragasQ 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

No

abc

Besouro-amarelo

dabc

Gorgulho

dabc

Percevejos

dabc

Psiliacutedeo

d

Ferrugem SInimigos Naturais E

LJoaninhasAOL

Crisopiacutedeos(bicho-lixeiro)

ANPercevejos

predadores AAacutecaro predador A

Aranhas AVespinhas A

Data _______________ Talhatildeo ___________ Estaacutegio fenoloacutegico 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6( ) 7( ) Inspetor

Legenda Q = quadrantes E = estaacutegio de vida dos inimigos naturais onde O = ovo L = larva N = ninfa A =

Figura 9 Modelo de ficha de amostragem utilizada no monitoramento das pragas e inimigos naturais na goiabei

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3133

Agradecimentos

Os autores agradecem aos teacutecnicos e produtores do Comitecirc Gestor daProduccedilatildeo Integrada de Frutas - Goiaba pelo total apoio que nos foi dispensado e queainda continuam incentivando com pleno entusiasmo no intuito de fortalecer cada vezmais a fruticultura brasileira Tambeacutem agradecemos os estagiaacuterios Guilherme de Melo e

Flaacutevia Calderari Marin pelo grande auxiacutelio nos trabalhos de monitoramento no campo ede laboratoacuterio Agradecemos tambeacutem ao engenheiro agrocircnomo Joseacute Emiacutelio Bettiol Netopela sua grande atuaccedilatildeo frente aos produtores de goiaba e que nunca mediu esforccedilos emnos ajudar nos estudos de monitoramento aleacutem das muitas informaccedilotildees que nosforneceu

Bibliografia consultada

Altieri MA EN Silva amp CI Nicholls 2003 O papel da biodiversidade no manejode pragas Holos Editora Ribeiratildeo Preto 226p

Bailez OE A M Viana ndashBailez JOG Lima amp DDO Moreira 2003 Life-historyof the guava weevil Conotrachelus psidii Marshal (Coleoptera Curculionidae) underlaboratory conditions Neotropical Entomology 32(2)203-207

Baldin ELL AL Boiccedila Juacutenior amp S Freitas 1998 Percevejo do maracujaacuteHolhymenia clavigera (Herb 1784) x Holhymenia histrio (Fabr 1803) (HemipteraCoreidae) p35 In 17o Congresso Brasileiro de Entomologia Resumos vol 1 SEBRio de Janeiro RJ

Barbosa FR A P Santos AT Haji WA Moreira FNP Haji amp J A Alencar1999 Eficiecircncia e seletividade do imidacloprid e lambdacyalothrin no controledopsiliacutedeo (Triozoida sp) em goiabeira Revista Brasileira de Fruticultura 21(3) 385-387

Barbosa FR AS Nascimento JV Oliveira JA Alencar amp FNP Haji 2001Pragas p29-54 In Barbosa FR (ed) Goiaba Fitossanidade Embrapa Semi-AacuteridoPetrolina Embrapa Brasiacutelia 63p (Frutas do Brasil 18)

Barbosa FR RG Ferreira LHP Kiill E A Souza WA Moreira JA Alencar ampFNP Haji 2002 Estudos do niacutevel de dano plantas invasoras hospedeiras e controledo psiliacutedeo da goiabeira (Triozoida sp) In XIX Congresso Brasileiro de EntomologiaManaus AM (Anais do Seminaacuterio do SEAG)

Boscaacuten de Martinez N amp R Casares 1980 El gorgojop de la guayaba Conotracheluspsidii Marshall (Coleoptera Curculionidae) I Evaluacioacuten de dantildeos AgronomiaTropical 30(1-6) 77-83

Boscaacuten de Martinez N amp R Casares 1981 Distribucioacutenen el tiempo de las fases delgorgojo de la guayaba Conotrachelus psidii Marshall (Coleoptera Curculionidae) en elcampo Agronomia Tropical 31(1-6) 123-130

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3233

Cave RD 1995 Manual para la ensentildeanza del control bioloacutegico en Ameacuterica LatinaZamorano Academic Press Zamorano Honduras 188p (primera edicioacuten)

Crocomo WB 1990 O que eacute o manejo integrado de pragas p 9-34 In CrocomoWB (coord) Manejo integrado de pragas Editora Unesp Satildeo Paulo CETESB 358p

Dolinski C 2003 Vermes que controlam insetos Guava News 1(1)8 (Goiabraacutes)

Follet PA amp KW Vick 2002 Desarrollo de estrategias de manejo integrado deplagas para eliminar las barreras sanitarias que restringen la exportacioacuten de productosagriacutecolas Manejo Integrado de Plagas y Agroecologia 65 43-49

Gallo D O Nakano S Silveira Neto RPL Carvalho GC Baptista E Berti FilhoJRP Parra RA Zucchi SB Alves JD Vendramim LC Marchini JRS Lopes ampC Omoto 2002 Entomologia Agriacutecola FEALQ Piracicaba 920p

Gonzaga Neto L amp JM Soares 1994 Goiaba para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos daproduccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa-SPI 49p - (Seacuterie Publicaccedilotildees Teacutecnicas FRUPEX 5)

Gould WP amp A Raga 2002 Pests of guava p295-313 In JE Pentildea JL Sharp ampM Wysoki (eds) Tropical fruit pests and pollinators biology economic importancenatural enemies and control CABI Publishing New York NY

Kogan M amp M Shenk 2002 Conceptualizacioacuten del manejo integrado de plagas enescalas espaciales y niveles de integracioacuten maacutes amplios Manejo Integrado de Plagas yAgroecologia 65 34-42

Malavasi A amp RA Zucchi 2000 Moscas-das-frutas de importacircncia econocircmica noBrasil conhecimento baacutesico e aplicado Holos Editora Ribeiratildeo Preto 327p

Nicholls C amp M Altieri 2002 Biodivesidad y disentildeo agroecoloacutegico un estudio dede manejo de plagas en vintildeedos Manejo Integrado de Plagas y Agroecologia 65 50-64

Norris RF EP Caswell-Chen amp M Kogan 2003 Concepts in integrated pestmanagement Prentice Hall Upper Saddle River New Jersey 586p

Pereira FM amp SA Bortoli 1998 Pragas da goiabeira p 119-130 In BragaSobrinho R JE Cardoso amp FCO Freire (eds) Pragas das fruteiras tropicais deimportacircncia agroindustrial Embrapa-SPI Brasiacutelia Embrapa-CNPAT Fortaleza 209p

Silva AGDA CR Gonccedilalves DM Galvatildeo AJL Gonccedilalves J Gomes MNSilva amp L Simoni 1968 Quarto cataacutelogo dos insetos que vivem nas plantas do Brasilseus parasitos e predadores Parte II - 1o Tomo - Insetos hospedeiros e inimigosnaturais Min de Agric Dep de Def e Inspeccedilatildeo Agropecuaacuteria Rio de Janeiro 622p

Silva NA 1992 Taxonomia ciclo de vida e dinacircmica populacional de Costalimaitaferruginea (Fabr 1801) (Coleoptera Chrysomelidae) praga de Eucalyptus spp(Myrtaceae) Tese de Doutorado ESALQUSP Piracicaba SP 165p

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3333

Silveira Neto S 1990 Monitoramento e decisatildeo no controle de pragas p 71-86 InCrocomo WB (coord) Manejo integrado de pragas Editora Unesp Satildeo PauloCETESB 358p

Souza JC A Raga amp MA Souza 2003 Pragas da goiabeira EPAMIG BeloHorizonte 60p (EPAMIG Boletim Teacutecnico 71)

Page 7: goiabeira - 9_MIPpragas

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 733

D e n s i d a d e p o p u l a c i o n a l d a p r a g a

Tempo

N

Medidas de controle

Medidas de controle

Figura 3 Flutuaccedilatildeo populacional de uma determinada praga no decorrer do tempo para pragas ocasionais (mod

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 833

D e n s i d a d e p o

p u l a c i o n a l d a p r a g a

Tempo

N Medidas de controle

Medidas de controle

Figura 4 Flutuaccedilatildeo populacional de uma determinada praga no decorrer do tempo para pragas severas (modific

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 933

23 Escolha da taacutetica de controle para reduccedilatildeo populacional da praga

Antes de tudo eacute importante enfatizar que dois termos foram largamenteutilizados no sistema de MIP taacutetica e estrateacutegia Em MIP taacutetica refere-se aos meacutetodosdisponiacuteveis para o controle das pragas enquanto estrateacutegia eacute um plano para uma accedilatildeobem sucedida baseada nos objetivos do sistema de produccedilatildeo da cultura e na biologia e

ecologia das pragas Conforme jaacute citado no item 21 deve-se levar em conta que ocontrole efetivo de uma praga de importacircncia econocircmica eacute o objetivo principal dentrodas estrateacutegias de MIP aleacutem de preservar a integridade ambiental e o bem estar dasociedade Portanto para a aplicaccedilatildeo racional das taacuteticas de controle eacute necessaacuterio que seconheccedilam bem a cultura as caracteriacutesticas bioecoloacutegicas das pragas e tambeacutem de outrasaacutereas do conhecimento tais como fiacutesica quiacutemica engenharia meio ambiente economiasociologia e legislaccedilatildeo

Dentre as estrateacutegias de controle aplicada no MIP cinco podem serconsideradas as mais importantesa) Prevenccedilatildeo estrateacutegia que visa a prevenccedilatildeo da chegada ou estabelecimento de pragasem aacutereas geralmente natildeo infestadas O tamanho da aacuterea vai desde uma vasta regiatildeogeograacutefica (estado paiacutes ou continente) a pequenas aacutereas (campos de cultivos) A

prevenccedilatildeo eacute uma estrateacutegia que pode envolver vaacuterias taacuteticas ou apenas uma e tambeacutempode ser aplicada para uma praga especiacuteficab) Mitigaccedilatildeo temporaacuteria essa estrateacutegia usa taacuteticas de controle especiacuteficas em uma baseemergencial para prevenir o ataque violento de uma pragac) Manejo de populaccedilotildees no interior dos campos de cultivo o manejo se faz dentro daaacuterea de cultivo pelo fato de a praga jaacute estar bem estabelecida na aacuterea Esse padratildeo deestrateacutegia eacute o mais comum no programas de MIPd) Manejo de pragas em grandes aacutereas os maiores problemas com pragas satildeomanejados ao niacutevel de grandes aacutereas Para algumas pragas o manejo pode serentendido ao niacutevel regional para alcanccedilar uma regulaccedilatildeo populacional a exemplo dealgumas viroses e para alguns insetos moacuteveise) Erradicaccedilatildeo eacute a eliminaccedilatildeo populacional completa de uma praga em umadeterminada aacuterea

Quanto agraves taacuteticas de controle haacute vaacuterios tipos possiacuteveis de seremaplicadas nos programas de MIP entretanto eacute importante levar em consideraccedilatildeo que astaacuteticas satildeo inesgotaacuteveis e que envolvem muita pesquisa e tecnologia disponiacutevel Ostipos de taacuteticas podem ser abordados da seguinte forma

1) Meacutetodos legislativos ou regulatoacuteriosa) Serviccedilo quarentenaacuteriob) Tratamentos quarentenaacuteriosc) Medidas obrigatoacuterias de controled) Programas de supressatildeo e erradicaccedilatildeo

2) Meacutetodos mecacircnicosa) Destruiccedilatildeo manualb) Uso de barreirasc) Esmagamentod) Armadilhase) Cataccedilatildeof) Ensacamento de frutos

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1033

3) Meacutetodos culturaisa) Destruiccedilatildeo de restos de culturab) Poda ou desbastec) Adubaccedilatildeo e irrigaccedilatildeod) Uso de culturas armadilhase) Manipulaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo dos hospedeiros alternativos

4) Meacutetodo de resistecircncia de plantas

5) Meacutetodos de controle por comportamentoa) Feromocircniosb) Repelentesc) Controle por meio de esterilizaccedilatildeo de insetos

6) Meacutetodos de controle fiacutesicoa) Fogob) Drenagemc) Inundaccedilatildeo

d) Temperaturae) Armadilhas luminosasf) Som

7 ) Meacutetodos de controle bioloacutegicoEacute considerado o alicerce de programas modernos de MIP pois os

inimigos naturais mantecircm as pragas em equiliacutebrio sendo um dos responsaacuteveis pelamortalidade natural no agroecossistema

8) Meacutetodos de controle autocida ou geneacuteticosa) Teacutecnica do inseto esteacuteril (TIE)

9) Meacutetodo quiacutemicoa) Pesticidas (inseticidas fungicidas nematicidas e herbicidas)

24 Algumas consideraccedilotildees a respeito do MIP

Pela definiccedilatildeo verifica-se que o sistema daacute ecircnfase ao processo de tomadade decisatildeo que eacute o componente baacutesico que o distingue do sistema convencional decontrole de pragas (Figura 5) Isto implica em dizer que eacute importante aprender a tolerara presenccedila de pragas e a injuacuteria provocada enquanto isso natildeo significar prejuiacutezoeconocircmico pois eacute possiacutevel esperar que a populaccedilatildeo desses organismos atinja o niacutevel dedano econocircmico para consideraacute-los como pragas Essa toleracircncia pode-se dizer que eacuteum fator chave dentro dos programas de MIP favorecendo a accedilatildeo do ambienteprincipalmente com relaccedilatildeo agrave atuaccedilatildeo dos inimigos naturais que poderatildeo ter a suaeficiecircncia incrementada em face do seu crescimento populacional

Com exceccedilatildeo da cultura dos citros as frutiacuteferas tropicais incluindo-se agoiabeira carecem de estudos sobre taxonomia biologia comportamento e ecologia dasprincipais pragas sobre os diversos agroecossistemas formados pelas exploraccedilotildeesfrutiacutecolas sobre os sistemas de tomada de decisatildeo (monitoramento e amostragem) e

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1133

sobre as taacuteticas de controle que constituem informaccedilotildees essenciais para aplicaccedilatildeocorreta do MIP (Figura 5)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1233

bull Identificaccedilatildeo das principais pragasIdentificaccedilatildeo das principais pragas

bullbull Quantificaccedilatildeo da infestaccedilatildeoinfecccedilatildeo (amostragem)Quantificaccedilatildeo da infestaccedilatildeoinfecccedilatildeo (amostragem)

TOMADA DE DECISAtildeOTOMADA DE DECISAtildeOTOMADA DE DECISAtildeO

[n[niacute iacute vel de dano econvel de dano econocircocircmico]mico]

bull Seleccedilatildeo das taacuteticas de controleSeleccedilatildeo das taacuteticas de controle

Taacuteticas preventivas

bull Culturas armadilhas

bull Variedades resistentes

bull Controle bioloacutegico

Taacuteticas preventivasTaacuteticas preventivasbullbull CCulturas armadilhasulturas armadilhas

bullbull Variedades resistentesVariedades resistentes

bullbull Controle bioloacutegicoControle bioloacutegico

Taacuteticas curativas

bull Praacuteticas culturais

bull Inseticida bioloacutegico

bull Inseticida sinteacutetico

Taacuteticas curativasTaacuteticas curativasbullbull Praacuteticas culturais Praacuteticas culturais

bullbull Inseticida bioloacutegico Inseticida bioloacutegico

bullbull Inseticida sinteacutetico Inseticida sinteacutetico

bull Aplicaccedilatildeo de taacuteticas de controleAplicaccedilatildeo de taacuteticas de controlebullbull Avaliaccedilatildeo dos resultadosAvaliaccedilatildeo dos resultados

[[retroalimentaretroalimentaccedilatildeccedilatildeoo]]

Figura 5 Componentes baacutesicos de um programa de MIP (Kogan amp Shenk 2002)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1333

3 A cultura da goiabeira como modelo de implementaccedilatildeo do MIP

A proposta de Manejo Integrado de Pragas na Cultura da Goiabeira queseraacute apresentada a seguir eacute o resultado das vaacuterias reuniotildees realizadas pelo ComitecircGestor da Produccedilatildeo Integrada de Frutas - Goiaba (PIF-Goiaba) do Estado de Satildeo Paulo -composta de teacutecnicos da extensatildeo e pesquisa especialistas na cultura aleacutem de

produtores de amplo conhecimento teacutecnico Na verdade a presente proposta nasceu noForum de Debates sobre o Manejo Integrado de Pragas nas Culturas de Caqui FigoGoiaba Manga e Maracujaacute realizado nas dependecircncias da Coordenadoria deAssistecircncia Teacutecnica Integral (CATI) em Campinas SP em agosto de 2002 A partirdaiacute a mesma foi sendo melhorada ampliada e revisada

Eacute importante salientar que essa proposta natildeo eacute fixa e nem poderia serdevido agraves proacuteprias caracteriacutesticas de um programa de MIP que eacute um processo dinacircmicoPortanto estaraacute sujeita a alteraccedilotildees tatildeo logo novas informaccedilotildees teacutecnicas sejam geradaspela pesquisa Vaacuterias informaccedilotildees contidas na proposta atual resultaram dasexperiecircncias dos teacutecnicos e produtores do Comitecirc Gestor pois a cultura da goiabeiradispotildee de pouca informaccedilatildeo teacutecnica na aacuterea fitossanitaacuteria e muitas vezes de informaccedilotildeesincompletas o que dificultou grandemente a sua elaboraccedilatildeo Vale ressaltar que os

meacutetodos de monitoramento e niacuteveis de controle adotados satildeo empiacutericosO modelo de implementaccedilatildeo de MIP que seraacute apresentado a seguir foi

elaborado primeiramente para atender os cultivos de goiaba para mesa das regiotildees deCampinas e Valinhos no Estado de Satildeo Paulo que eacute composta de pequenaspropriedades e onde eacute basicamente praticada a agricultura familiar com um bom grautecnoloacutegico A variedade de goiaba predominante nesses cultivos eacute a ldquoKumagairdquo depolpa branca

31 Fenologia da goiabeira

O manejo da safra na cultura da goiaba eacute feito basicamente atraveacutes depodas que estimulam novas brotaccedilotildees resultando em um novo ciclo reprodutivoPortanto o ciclo fenoloacutegico da cultura se inicia com a operaccedilatildeo de poda que pode serrealizada em qualquer eacutepoca do ano desde que a temperatura do ar e a umidade do solonatildeo limitem o desenvolvimento vegetativo e reprodutivo da planta

Dois satildeo os tipos baacutesicos de podas empregados na cultura

a) Poda contiacutenua eacute uma operaccedilatildeo que eacute realizada em vaacuterias partes da planta resultandoem vaacuterios ciclos fenoloacutegicos ao mesmo tempo Diante desse fato verifica-se que essesistema natildeo eacute adequado para atender aos preceitos do MIP uma vez que do ponto devista fitossanitaacuterio seria praticamente impossiacutevel aplicar as taacuteticas de controle de formacorreta e organizada Aleacutem disso caso seja necessaacuterio fazer uso de algum controlequiacutemico natildeo haveria como respeitar o periacuteodo de carecircncia do pesticida pois como aplanta apresenta vaacuterios estaacutedios fenoacutelogicos simultaneamente os frutos que estivessemproacuteximos para serem colhidos ficariam com uma carga residual acima dos limitestolerados para consumo

b) Poda total eacute um tipo de operaccedilatildeo que pode ser realizada na aacuterea toda ou por talhatildeo eque consiste em efetuar a poda em toda a planta uniformizando-a fenologicamente Naverdade eacute um tipo de poda de frutificaccedilatildeo que regula a eacutepoca de produccedilatildeo e cada safrada cultura iniciada pela mesma estimula novas brotaccedilotildees resultando em um novo ciclo

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1433

reprodutivo Devido agrave caracteriacutestica dessa operaccedilatildeo a poda total permite aimplementaccedilatildeo do MIP

Portanto para a aplicaccedilatildeo adequada do MIP recomenda-se que agoiabeira seja conduzida pelo sistema de poda total devido agrave uniformizaccedilatildeo fenoloacutegicaque proporciona a todas as plantas da aacuterea de cultivo ou do talhatildeo Aleacutem disso permite

que se faccedila uma discriminaccedilatildeo de cada estaacutedio fenoloacutegico da goiabeira que eacutefundamental para definir os periacuteodos criacuteticos da cultura em relaccedilatildeo agraves suas principaispragas (Figuras 6 e 8)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1533

0 30 60 120 180

P o d a

B r o t a

ccedil atilde o

F l o r e s c i m e n t o

F r u t

o s

ldquo C h u

m b i

n h o rdquo

F r u t o

s c o

m 2 a 3 c m

d e

d i acirc m

e t r o

Fenologia da goiabeira conduzida pelo sistema de poda totaFenologia da goiabeira conduzida pelo sistema de poda tota

230 dias 230 dias

Considerar que cada ciclo da goiabeira inicia em qualquer eacutepoca do ano

cada ciclo da cultura iniciaraacute a partir da realizaccedilatildeo da poda de frutifica

Considerar que cada ciclo da goiabeira inicia em qualquer eacutepoca do ano P

cada ciclo da cultura iniciaraacute a partir da realizaccedilatildeo da poda de frutifica

150

F r u t

o s c o m

1 5 c m

d e

d i acirc m

e t r o

E s t aacute d i o 1

E s t aacute d i o 2

E s t aacute d i o 3

E s t aacute d i o 4

E s t aacute d i o 5

E s t aacute d i o 6

Figura 6 Fenologia da goiabeira onde o periacuteodo em dias de cada fase fenoloacutegica varia com a eacutepoca do anorealizada

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1633

32 Principais pragas da cultura

Conforme jaacute citado anteriormente a correta identificaccedilatildeo das pragas-chave da cultura compotildee o esteio de um programa de MIP pois satildeo elas que causam osmaiores prejuiacutezos devendo atrair toda a atenccedilatildeo por parte do agricultor

Atualmente para o Estado de Satildeo Paulo satildeo consideradas pragas-chave

da cultura da goiaba as seguintes espeacutecies para as quais se devem orientar omonitoramento e o controle

rArr besouro-amarelo Costalimaita ferruginea (Fabr 1801) (Coleoptera Chrysomelidae)

rArr ferrugem Puccinia psidii Wint

rArr gorgulho Conotrachelus psidii Marshall 1922 (Coleoptera Curculionidae)

rArr percevejos (complexo de espeacutecies)bull Monalonion annulipes Sign 1858 (Hemiptera Miridae) bull Leptoglossus gonagra (Fabr 1775) (Hemiptera Coreidae)bull Leptoglossus stigma (Herbst 1784) (Hemiptera Coreidae)bull Leptoglossus zonatus (Dallas 1852) (Hemiptera Coreidae)bull Leptoglossus fasciatus (West 1842) (Hemiptera Coreidae)bull Holhymenia clavigera (Herbst 1784) (Hemiptera Coreidae)

rArr psiliacutedeo Triozoida sp (Hemiptera Psyllidae)

Com relaccedilatildeo agraves moscas-das-frutas (Diptera Teprhitidae e Lonchaeidae)representadas principalmente pelas espeacutecies Anastrepha fraterculus (Wied) A

sororcula Zucchi A bistrigata Bezzi Ceratitis capitata (Wied) e Neosilba sp satildeoconsideradas as pragas mais importantes do ponto de vista quarentenaacuterio quando a

produccedilatildeo se destina agrave exportaccedilatildeo Poreacutem devido ao sistema adotado para a conduccedilatildeo dagoiabeira deixam de ser praga principal uma vez que os frutos satildeo ensacados aoalcanccedilarem cerca de 2-3cm de diacircmetro (Figura 8)

A seguir seraacute apresentada de forma objetiva a proposta de MIP para cadapraga-chave levando-se em consideraccedilatildeo no miacutenimo oito paracircmetros informativosnecessaacuterios para que o manejo possa ser implementado tais comoa) Nome cientiacutefico da pragab) Hospedeiros alternativosc) Inimigos naturaisd) Aspectos bioloacutegicos da pragae) Condiccedilotildees favoraacuteveisf) Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos

g) Monitoramento e niacutevel de accedilatildeoh) Manejo cultural

321 Besouro-amarelo

Nome cientiacutefico Costalimaita ferruginea (Coleoptera Chrysomelidae)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1733

Hospedeiros alternativos Trata-se de uma praga poliacutefaga atacando natildeo soacute fruteirasmas tambeacutem outras espeacutecies como eucaliptos algodoeiro araccedilaacute capim-marmeladafeijoeiro etc Entre as fruteiras ataca as folhas de abacateiro bananeira cajueiromacieira jaboticabeira jambeiro jambolatildeo pitangueira videira e mangueira

Inimigos naturais Haacute relato da sua predaccedilatildeo por Supputius cincticeps (Hemiptera

Pentatomidae) Tynacantha marginata (Hemiptera Pentatomidae) Arilus carinatus(Hemiptera Reduviidae) Misumenops pallens (Araneae Thomisidae) Peucetia sp(Araneae Oxyopidae) e os fungos entomopatogecircnicos Beauveria bassiana e

Metarhizium anisopliae var anisopliae

Aspectos bioloacutegicos A fecircmea faz apenas uma postura contendo em meacutedia cerca de 90ovos de coloraccedilatildeo amarela e brilhante com periacuteodo de incubaccedilatildeo durando cerca de 8-9dias As larvas vivem no solo onde se alimentam de raiacutezes de gramiacuteneas No periacuteodolarval apenas satildeo conhecidos ateacute o momento dois estaacutedios de desenvolvimento (1o e 2o iacutenstares) sendo que o primeiro instar dura 19 dias e o segundo cerca de 35 dias Osadultos emergem do solo apoacutes a ocorrecircncia de chuvas que propiciem um bommolhamento do mesmo

Condiccedilotildees favoraacuteveis A eacutepoca normal de ocorrecircncia da praga eacute nos meses finais daprimavera logo apoacutes a ocorrecircncia de chuvas suficientemente pesadas para propiciaremum bom molhamento do solo

Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos O inseto emerge do solo com as primeiras chuvas pesadas(mais de 20 mm) de primavera (outubronovembro) que possibilitem seu bommolhamento O periacuteodo criacutetico se inicia cerca de 5 dias apoacutes estas chuvas prolongando-se por aproximadamente 2 semanas No Estado de Satildeo Paulo o ataque da praga ocorreprincipalmente no periacuteodo de setembro a marccedilo

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo No periacuteodo criacutetico monitorar a cada 2-3 dias 2 dasplantas do talhatildeo ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo de preferecircncia nas bordadurasVerificar a presenccedila do inseto ou de seus danos (folhas rendadas) nos ramos terminaisde cada quadrante da planta Constatada a presenccedila do inseto ou de seus danos a plantaseraacute considerada infestadaO niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 20 das plantas monitoradas estiverem infestadasPor se tratar de uma praga que normalmente vem de fora do pomar a inspeccedilatildeo deveraacuteser realizada de preferecircncia na sua periferia considerando as trecircs primeiras plantas oulinhas do talhatildeo

Manejo cultural Na instalaccedilatildeo de novos pomares deve ser considerada a presenccedila nasproximidades de culturas altamente visadas pela praga como eacute o caso do eucalipto Osolo deveraacute ser mantido vegetado para dificultar que o inseto complete o seu ciclobioloacutegico aleacutem de favorecer a atividade de possiacuteveis inimigos naturais

322 Ferrugem

Agente Puccinia psidii

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1833

Hospedeiros alternativos O fungo ataca vaacuterias mirtaacuteceas incluindo o eucalipto e a jaboticabeira

Antagonistas Natildeo satildeo conhecidos antagonistas deste fungo

Etiologia No pomar o fungo eacute disseminado pelos ventos ocorrendo vaacuterios ciclos da

praga no mesmo ano agriacutecola acompanhando os surtos vegetativos

Condiccedilotildees favoraacuteveis Presenccedila de tecidos jovens de ramos folhas bototildees florais efrutos novos sob condiccedilotildees climaacuteticas favoraacuteveis que satildeo umidade relativa igual ousuperior a 90 por mais de 8 horas e temperatura entre 18ordm e 25ordmC o que normalmenteocorre nas estaccedilotildees de outono e inverno Condiccedilotildees de baixa luminosidade favorecembastante a infecccedilatildeo

Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos Esse periacuteodo comeccedila logo apoacutes a poda quando se inicia abrotaccedilatildeo ateacute duas semanas apoacutes as folhas atingirem o seu completo desenvolvimento eos frutos apresentarem diacircmetro de pelo menos trecircs cm quando estas condiccedilotildees foremcoincidentes com umidade e temperatura favoraacuteveis ao desenvolvimento do fungo o

que normalmente ocorre nos meses de outono e inverno

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo Deve ser realizado no periacuteodo criacutetico compreendendoos estaacutedios de brotaccedilatildeo ateacute quando os frutos atingirem cerca de trecircs cm de diacircmetro(estaacutedio 6) sob as condiccedilotildees de clima favoraacuteveis ao fungo Monitorar semanalmente 2das plantas ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo inspecionando-se o terccedilo inferior daregiatildeo central da copa e observando-se a ocorrecircncia do fungo nas folhas novas bototildeesflorais flores e frutos Constatando-se sintomas da presenccedila do fungo em qualquer dosoacutergatildeos examinados a planta seraacute considerada infectadaDurante o periacuteodo criacutetico o niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 10 das plantasmonitoradas estiverem infectadas Apoacutes o teacutermino do periacuteodo criacutetico ou depois que osfrutos tenham sido ensacados o niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 20 das plantasmonitoradas estiverem infectadas

Manejo cultural No manejo cultural devem considerar os seguintes aspectosa) Em novos pomares evitar a proximidade com outras mirtaacuteceas principalmenteeucaliptosb) Preferir variedades com maior toleracircncia agrave doenccedila e utilizar espaccedilamentos maioresc) Efetuar podas que propiciem maior arejamento da copad) Realizar desbrotas sistemaacuteticase) Fazer o manejo das plantas invasoras por meio de roccediladasf) Evitar o excesso de adubaccedilatildeo nitrogenadag) Utilizar irrigaccedilatildeo sub-copah) Natildeo realizar mais de trecircs aplicaccedilotildees seguidas com fungicidas sistecircmicos devendosempre alternar com um de contato para evitar a formaccedilatildeo de raccedilas resistentesi) Na utilizaccedilatildeo de fungicidas agrave base de cobre acrescentar agrave calda 05 de oacuteleo mineralou vegetal emulsionaacutevel como medida auxiliar no controle de cochonilhas

323 Gorgulho

Nome cientiacutefico Conotrachelus psidii (Coleoptera Curculionidae)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1933

Hospedeiros alternativos Goiabeiras e araccedilazeiros satildeo citados como hospedeiros dapraga

Inimigos naturais Formigas predadoras Pheidole oxyops Ectatoma planidens

Solenopsis invicta Neoponera villosa e Odontomachus bauri

Aspectos bioloacutegicos Para ovipositarem as fecircmeas fazem com o aparelho bucalperfuraccedilotildees em frutos onde colocam um uacutenico ovo Apoacutes 6 dias da postura ocorre aeclosatildeo da larva que penetra no interior do fruto onde se alimenta da polpa e dassementes Passados de 30 a 35 dias a larva abandona a fruta e se aprofunda no soloonde se transforma em pupa permanecendo nesse estaacutedio por 3 a 4 meses Apoacutes esseperiacuteodo havendo condiccedilotildees de umidade no solo o adulto emerge originando uma novageraccedilatildeo da praga Os adultos de ambos os sexos se alimentam dos bototildees floraisdeixando pequenas perfuraccedilotildees

Condiccedilatildeo favoraacutevel Deve haver umidade no solo para que ocorra a emergecircncia doadulto

Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos Quando os estaacutedios de chumbinho (estaacutedio 4) ateacute que osfrutos atinjam 2 a 3 cm de diacircmetro (estaacutedio 6) coincidirem com a eacutepoca quente echuvosa

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo No periacuteodo criacutetico monitorar semanalmente 2 dasplantas do talhatildeo ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo observando-se um fruto em cadaquadrante no terccedilo meacutedio da copa Ao ser encontrado um fruto atacado examinar pelomenos mais 20 frutos da mesma planta Caso haja outros frutos atacados proceder aomonitoramento nas 4 plantas vizinhas Havendo frutos atacados em pelo menos uma dasplantas vizinhas o conjunto seraacute considerado infestadoO niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 20 dos conjuntos monitorados estivereminfestados

Manejo cultural Eliminar os frutos pequenos que apresentarem sintomas de ataque porocasiatildeo do raleio Recomenda-se coletar e destruir todos os frutos desenvolvidos eoumaduros com sintomas de ataque da praga uma vez que os frutos nesta idade ao caiacuteremno solo e apodrecerem propiciaratildeo continuidade ao ciclo de vida das larvas dogorgulho favorecendo o iniacutecio de uma nova geraccedilatildeo da praga

324 Percevejos

Nomes cientiacuteficos Monalonion annulipes (Hemiptera Miridae) (percevejo-da-verrugose) Leptoglossus gonagra (Hemiptera Coreidae) Leptoglossus stigma (Hemiptera Coreidae) Leptoglossus zonatus (Hemiptera Coreidae) Leptoglossus fasciatus (Hemiptera Coreidae) Holhymenia clavigera (Hemiptera Coreidae)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2033

Hospedeiros alternativos Estas espeacutecies satildeo altamente poliacutefagas Assim satildeo referidascomo pragas da maioria das espeacutecies frutiacuteferas cultivadas comercialmente aleacutem deatacarem tambeacutem espeacutecies bastante distintas como eacute o caso do milho cucurbitaacuteceasmamoneira algodoeiro e girassol Algumas espeacutecies tecircm bastante afinidade com plantasdaninhas como eacute o caso do melatildeo-de-satildeo-caetano ( Mormodica charantia) hospedeiroclaacutessico de L gonagra guanxuma (Sida sp) de L zonatus mussambecirc (Cleome sp) de

L gonagra etc

Inimigos naturais Adultos de H clavigera satildeo parasitados por Hexacladia smithii (Hymenoptera Encyrtidae) e Gryon gallardoi e Gryon sp (Hymenoptera Scelionidae)Parasitam ovos de L zonatus Trichopoda pennipes (Diptera Tachinidae) parasitaadultos de L zonatus Eucelatoriopsis sp e Hydallohoughia sp (Diptera Tachinidae)atacam percevejos Gryon barbiellinii (Hymenoptera Scelionidae) eacute parasitoacuteide de ovosde percevejos Na regiatildeo de Campinas SP foi observado que cerca de 80 dos ovos de

Leptoglossus spp estavam parasitados por Neorileya sp (Hymenoptera Eurytomidae)

Aspectos bioloacutegicos O ciclo evolutivo de L zonatus eacute de 60 dias em temperaturasamenas O ciclo de L gonagra varia de 80 a 90 dias com um periacuteodo de incubaccedilatildeo de 8

dias e fase ninfal de 55 dias

Condiccedilotildees favoraacuteveis Periacuteodos com altas temperaturas satildeo bastante favoraacuteveis aosinsetos Apesar de se alimentarem tambeacutem das partes vegetativas a presenccedila de frutos eacutemuito favoraacutevel ao aumento da populaccedilatildeo L zonatus e L gonagra que ocorrem o anotodo com picos populacionais de novembro a abril H clavigera ocorrepreferencialmente de setembro a abril com pico em janeiro

Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos Os percevejos atacam bototildees florais e frutos em todos osseus estaacutedios de desenvolvimento Os bototildees florais quando picados geralmente caeme os frutos mais desenvolvidos ficam deformados com cicatrizes bem visiacuteveis noslocais onde o inseto faz a punctura para a sua alimentaccedilatildeo Considerar como periacuteodocriacutetico a fase de formaccedilatildeo do botatildeo floral (entre os estaacutedios 2 e 3) ateacute a colheita (estaacutedio7)

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo No periacuteodo criacutetico monitorar semanalmente 2 dasplantas do talhatildeo ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo observando-se a presenccedila deinsetos (adultos ou ninfas) ou sinais do ataque da praga em frutos ou bototildees florais emdois ramos localizados no terccedilo meacutedio da copa em cada quadrante da planta Quandofor encontrado um inseto ou oacutergatildeo injuriado (fruto eou botatildeo floral) a planta seraacuteconsiderada infestadaO niacutevel de accedilatildeo seraacute alcanccedilado quando 20 das plantas monitoradas estivereminfestadas

Manejo cultural Eliminar os frutos pequenos que apresentarem sintomas de ataque porocasiatildeo do raleio As plantas infestantes no interior e em torno do pomar devem sermantidas com o porte baixo durante os periacuteodos favoraacuteveis agrave presenccedila da praga

325 Psiliacutedeo

Nome cientiacutefico Triozoida sp (Hemiptera Psyllidae)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2133

Hospedeiros alternativos Natildeo se conhecem relatos de ocorrecircncia desta praga emoutras culturas apesar de ser constatada sua ocorrecircncia em diversas plantas infestantes

Inimigos naturais Satildeo relatadas como espeacutecies predadoras as joaninhas Cycloneda

sanguinea Olla abdominalis e Scymnus spp aracniacutedeos crisopiacutedeos hemerobiiacutedeos

sirfiacutedeos e estafiliniacutedeos Moscas cecidomiiacutedeas e micro-himenoacutepteros calcidiacutedeos eencirtiacutedeos (Psyllaephagus sp) satildeo relatados como parasitoacuteides de psiliacutedeosCladosporium cladosporioides eacute relatado como agente patogecircnico

Aspectos bioloacutegicos As fecircmeas efetuam a postura ao longo dos ramos ponteiros efolhas novas O periacuteodo de incubaccedilatildeo eacute de 7 a 9 dias e o ninfal variaacutevel de 29 a 35 diasAs ninfas sugam os bordos das folhas que devido agraves toxinas injetadas enrolam-se edeformam-se adquirindo coloraccedilatildeo amarelada ou avermelhada tornando-seposteriormente necrosadas

Condiccedilotildees favoraacuteveis O periacuteodo mais favoraacutevel ao ataque eacute o compreendido pelosmeses de primaveraveratildeo quando as temperaturas satildeo elevadas geralmente associadas

com alto iacutendice pluviomeacutetrico

Periacuteodo e estaacutedio criacutetico Apoacutes a poda quando da emissatildeo das novas brotaccedilotildees ateacute oiniacutecio de desenvolvimento do fruto (estaacutedio 2 a estaacutedio 4)

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo No periacuteodo criacutetico monitorar semanalmente 2 dasplantas do talhatildeo ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo Em cada planta a ser monitoradaverificar a presenccedila de sintomas de ataque ou de ovos ninfas ou adultos do inseto nosdois uacuteltimos pares de folhas em um ramo por quadrante localizado no terccedilo superior dacopa (Figura 7) A planta seraacute considerada infestada quando for constatada a presenccedilado inseto ou de seus danos em pelo menos um quadrante da plantaO niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 30 das plantas monitoradas estiverem infestadasNo periacuteodo natildeo criacutetico o niacutevel de accedilatildeo eacute maior ou seja quando 50 das plantasestiverem infestadas

Manejo cultural O solo deve ser mantido constantemente vegetado sendo o manejodas plantas infestantes feito por meio de roccediladas a fim de permitir a manutenccedilatildeo dafauna de inimigos naturais A adubaccedilatildeo nitrogenada deveraacute ser feita com cuidado paraevitar a brotaccedilatildeo excessiva da planta o que favoreceria a sua colonizaccedilatildeo pela pragaInseticidas piretroacuteides natildeo deveratildeo ser utilizados na cultura por causarem desequiliacutebriosbioloacutegicos favorecendo a incidecircncia desta praga

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2233

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2333

MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM GOIABAMANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM GOIABA

Fenologia da Goiabeira - Pragas e DoenccedilasFenologia da Goiabeira - Pragas e Doenccedilas

0 30 60 120 180

P o d a

B r o t a

ccedil atilde o

F l o r e s c i m e n t o

F r u t

o s

ldquo C h u

m b i

n h o rdquo

F r u t o

s c o

m 2 a 3 c m

d e

d i acirc m

e t r o

C o l

150

F r u t

o s c o m

1 5 c m

d e

d i acirc m

e t r o

E s t aacute d

i o 1

E s t aacute d

i o 2

E s t aacute d

i o 3

E s t aacute d

i o 4

E s t aacute d

i o 5

E s t aacute d

i o 6

Gorgulho e Percevejos

Besouro-amarelo e Psiliacutedeo

Ferrugem

ensacamentoensacamento

Figura 8 Fenologia da goiabeira conduzida pelo sistema de poda total e os periacuteodos criacuteticos de cada praga

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2433

34 Procedimentos aplicados para inspeccedilatildeo populacional das pragas

O sistema de MIP adotado na cultura da goiaba na regiatildeo de Campinas eValinhos no Estado de Satildeo Paulo consiste em levantamentos semanais para estimativadas pragas-chave e dos inimigos naturais

Os procedimentos para realizaccedilatildeo desse levantamento estatildeo resumidos na

Tabela 1 onde satildeo tambeacutem apresentados os niacuteveis de accedilatildeo para controle das pragas-chaveOs dados desse levantamento satildeo registrados em ficha proacutepria cujo

modelo eacute apresentado na Figura 9Nessa ficha constam tambeacutem informaccedilotildees sobre a presenccedila dos inimigos

naturais Para facilitar a identificaccedilatildeo desses artroacutepodos a Tabela 2 apresentainformaccedilotildees sobre a sua localizaccedilatildeo na planta e caracteriacutesticas de seu comportamento

35 Consideraccedilotildees sobre os inimigos naturais presentes no pomar de goiaba

Os inimigos naturais satildeo componentes importantiacutessimos do Manejo

Integrado de Pragas dentro dos princiacutepios estabelecidos pela Produccedilatildeo Integrada deFrutas (PIF) O primeiro passo para tirar o melhor proveito do controle bioloacutegico eacuteconhecer as espeacutecies de pragas seus inimigos naturais e o potencial de controleexercido por eles no campo

Uma revisatildeo da literatura mostra que algumas pragas da goiaba satildeobastante atacadas por agentes de controle bioloacutegico enquanto outras natildeo o satildeo Eacute o casodo gorgulho que eacute atacado por algumas espeacutecies de formigas predadoras(Hymenoptera Formicidae) Adultos do percevejo H clavigera satildeo parasitados por

Hexacladia smithii (Hymenoptera Encyrtidae) Jaacute os percevejos do gecircnero Leptoglossus (Hemiptera Coreidae) satildeo atacados na fase de ovo pelos parasitoacuteidesGryon spp (Hymenoptera Scelionidae) quando adultos podem ser parasitados porTrichopoda pennipes Eucelatoriopsis sp e Hydallohoughia sp (Diptera Tachinidae)Mas eacute o psiliacutedeo juntamente com o besouro-amarelo que apresentam o maior nuacutemerode inimigos naturais conhecidos O psiacuteliacutedeo eacute predado pelas joaninhas Cycloneda

sanguinea e Scymnus spp (Coleoptera Coccinellidae) por crisopiacutedeos e hemerobiiacutedeos(Neuroptera) estafiliniacutedeos (Coleoptera) e aranhas Moscas cecidomiiacutedeas emicroimenoacutepteros calcidiacutedeos satildeo relatados como parasitoacuteides e o fungo Cladosporium

cladosporioides eacute citado como agente patogecircnico O besouro amarelo eacute predado pelospercevejos Supputius cincticeps (Hemiptera Pentatomidae) Tynacantha marginata

(Hemiptera Pentatomidae) Arilus carinatus (Hemiptera Reduviidae) pelas aranhas Misumenops pallens (Araneae Thomisidae) e Peucetia sp (Araneae Oxyopidae) eparasitados pelos fungos entomopatogecircnicos Beauveria bassiana e Metarhizium

anisopliae var anisopliaeEmbora a lista de inimigos naturais natildeo seja pequena pouco se sabe

sobre a sua real capacidade de controle Aleacutem disto a accedilatildeo dos inimigos naturais eacutemuito afetado pelo modo de o homem manejar o ambiente O solo completamentedesprovido de mato por exemplo pode natildeo ser favoraacutevel para a atraccedilatildeo e permanecircnciade inimigos naturais num local Contudo mais estudos satildeo necessaacuterios para entendermelhor essa relaccedilatildeo principalmente no caso da cultura da goiaba

Visando aumentar esse conhecimento bem como a relaccedilatildeo de inimigosexistentes a equipe do PIF-Goiaba tem feito levantamentos perioacutedicos na regiatildeo deCampinas - SP e alguns resultados jaacute foram obtidos Para os percevejos do gecircnero

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2533

Leptoglossus por exemplo verificou-se que cerca de 80 dos ovos depositados nasgoiabeiras estavam parasitados pelo micro-himenoacuteptero Neorileya sp (Eurytomidae)Atacando psiliacutedeo foram encontradas uma espeacutecie de joaninha Olla abdominalis (Coleoptera Coccinellidae) larvas de uma mosca da famiacutelia Syrphidae e uma espeacuteciede parasitoacuteide do gecircnero Psyllaephagus (Hymenoptera Encyrtidae) Paralelamenteestuda-se a possibilidade de se realizarem ensaios para avaliar a patogenicidade de

microrganismos agraves pragas-chave com o objetivo de ampliar a utilizaccedilatildeo do controlebioloacutegico na culturaPor outro lado como a capacitaccedilatildeo de recursos humanos faz parte da

filosofia da Produccedilatildeo Integrada de Frutas o material entomoloacutegico coletado nesseslevantamentos estaacute sendo fotografado para elaboraccedilatildeo de um manual ilustradocontendo natildeo soacute os insetos pragas em suas diversas fases de desenvolvimento mastambeacutem seus inimigos naturais Posteriormente esse manual serviraacute para orientar osprodutores aos quais tambeacutem estatildeo sendo ministrados cursos de treinamento

36 Consideraccedilotildees sobre os estudos de monitoramento de pragas

Aleacutem das pragas citadas anteriormente a goiabeira apresenta outrosorganismos de importacircncia que podem causar seacuterios prejuiacutezos agrave cultura poreacutem devidoaos aspectos do seu ciclo bioloacutegico natildeo eacute possiacutevel condicionar o controle dos mesmosao emprego de taacuteticas de MIP Como exemplo a goiabeira apresenta duas doenccedilas umacausada por bacteacuteria conhecida como seca-bacteriana ( Erwinia psidii) e outra causadapor fungo denominada antracnose (Colletotrichum gloeosporioides) entretanto devidoao caraacuteter explosivo de suas infecccedilotildees natildeo eacute possiacutevel monitoraacute-las diretamente nocampo Em ambos os casos a possibilidade de monitoramento se daria por intermeacutedioda utilizaccedilatildeo de estaccedilotildees de aviso onde os dados meteoroloacutegicos obtidoscorrelacionados com as informaccedilotildees da condiccedilatildeo favoraacutevel para infecccedilatildeo resultariamem uma informaccedilatildeo de previsibilidade de ataque dessas doenccedilas

Os estudos de monitoramento no campo que ainda se encontram emandamento tecircm detectado o surgimento de outras pragas causando seacuterios prejuiacutezos agravegoiabeira tais comoa) Aacutecaro-branco Polyphagotarsonemus latus (Banks 1904) (Acari Tarsonemidae) esseaacutecaro tem sido constatado causando injuacuterias nas brotaccedilotildees e frutos novosprincipalmente entre os estaacutedios de desenvolvimento 1 e 3 (Figura 8)b) Lagarta-do-ponteiro (Lepidoptera Tortricidae) conforme o seu proacuteprio nome essaslagartas instalam-se nas brotaccedilotildees da goiabeira danificando as folhas e os caules tenroscomprometendo o seu desenvolvimento As lagartas satildeo pequenas atingindo nomaacuteximo cerca de 1 cm de comprimento de coloraccedilatildeo verde pardacenta satildeo aacutegeis equando molestadas saltam para fora da brotaccedilatildeo podendo ficar penduradas por um fiode seda O adulto eacute uma pequena mariposa de cor acinzentada que tambeacutem natildeo chega aatingir 1 cm de comprimento Ateacute o momento nos monitoramentos natildeo foi constatada apresenccedila de adultos o que leva a crer que provavelmente esse inseto tenhacomportamento crepuscular ou noturno Tambeacutem natildeo haacute nenhuma informaccedilatildeo relatadaa respeito da ocorrecircncia desse inseto na cultura da goiabac) Lagarta-dos-frutos (Lepidoptera Tortricidae) as lagartas se instalam geralmente nosfruto ensacados ambiente propiacutecio para se desenvolverem danificando a casca e aporccedilatildeo da polpa logo abaixo Tambeacutem satildeo encontradas entre os frutos que ficamaglomerados no ramo As injuacuterias decorrentes de sua alimentaccedilatildeo prejudicam aaparecircncia dos frutos que satildeo descartados Foi constatado um talhatildeo em que a maioria

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2633

dos frutos se encontravam infestados acarretando um prejuiacutezo acima de 50 daproduccedilatildeo As lagartas satildeo aacutegeis apresentam coloraccedilatildeo verde na grande maioria dosindiviacuteduos medem cerca de 15 cm no maacuteximo Os adultos satildeo mariposas de coloraccedilatildeoparda ou ateacute mesmo acizentadas e chegam a medir cerca de 12 mm de comprimentoAteacute o momento natildeo foi constatada a presenccedila de adultos nos monitoramentosrealizados A exemplo da lagarta-dos-ponteiros tambeacutem natildeo haacute nenhuma informaccedilatildeo

relatada de sua ocorrecircncia

4 Consideraccedilotildees finais

A implementaccedilatildeo do MIP na cultura da goiaba reserva um grandedesafio pois diversos fatores de ordem regulatoacuteria econocircmica ambiental de proteccedilatildeohumana ecoloacutegica de praacuteticas culturais e as variaccedilotildees de clima determinaratildeo o usodesse sistema no futuro Portanto a aplicaccedilatildeo do MIP natildeo ficaraacute apenas sob aresponsabilidade do produtor mas a accedilatildeo deveraacute ser conjunta envolvendo asinstituiccedilotildees de pesquisa de extensatildeo e toda a cadeia produtiva da fruta

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2733

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2833

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2933

Tabela 2 Informaccedilotildees sobre os inimigos naturais mais frequumlentes na goiabeira com relaccedilatildeo agraves suas fases de vid

Inimigos Naturais Inspeccedilatildeo

1 Aacutecaro predador 991522 Nos ramos escolhidos para exame de psiliacutedeos inspecionarvelhas com auxiacutelio de uma lupa de 10x de aumento procurand

2 Aranhas 991522 Ao examinar as plantas amostradas procurar os adultos pri jovens eou ovos nos ninhos formados por teias entre as folhas

3 Crisopiacutedeos (bicho-lixeiro)991522 Ao examinar as plantas amostradas observar a presenccedila deadultos Geralmente satildeo encontrados em qualquer parte da pltronco)

4 Formigas 991522 Ao examinar as plantas amostradas procurar os insetos adu

5 Joaninhas 991522 Ao examinar as plantas amostradas observar a presenccedila dpreferencialmente nas folhas novas

6 Percevejos predadores 991522 Examinar as plantas amostradas procurando adultos ninf

localizam nas folhas do interior da copa7 Sirfiacutedeos (moscas que pairam no ar) 991522 Observar moscas que pairam no ar as larvas localizam-se

por ocasiatildeo da infestaccedilatildeo de psiacutelideos ou pulgotildees principalme8 Mosquinha-verde metaacutelica (Dolicopodiacutedeos) 991522 Os adultos satildeo aacutegeis e devem ser observados nas folhas loc

9 Vespas (marimbondos) 991522 Geralmente os adultos satildeo pequenas vespas caccediladoras qubrotaccedilotildees

10 Vespinhas (parasitoacuteides) 991522 Examinar as plantas amostradas procurando os insetos aduno interior da copa

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3033

FICHA DE INSPECcedilAtildeO DE PRAGAS E INIMIGOS NATURAIS PRODUCcedilAtildeO INTEGRADA DE GOIABA-SPPlantas inspecionadas

PragasQ 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

No

abc

Besouro-amarelo

dabc

Gorgulho

dabc

Percevejos

dabc

Psiliacutedeo

d

Ferrugem SInimigos Naturais E

LJoaninhasAOL

Crisopiacutedeos(bicho-lixeiro)

ANPercevejos

predadores AAacutecaro predador A

Aranhas AVespinhas A

Data _______________ Talhatildeo ___________ Estaacutegio fenoloacutegico 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6( ) 7( ) Inspetor

Legenda Q = quadrantes E = estaacutegio de vida dos inimigos naturais onde O = ovo L = larva N = ninfa A =

Figura 9 Modelo de ficha de amostragem utilizada no monitoramento das pragas e inimigos naturais na goiabei

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3133

Agradecimentos

Os autores agradecem aos teacutecnicos e produtores do Comitecirc Gestor daProduccedilatildeo Integrada de Frutas - Goiaba pelo total apoio que nos foi dispensado e queainda continuam incentivando com pleno entusiasmo no intuito de fortalecer cada vezmais a fruticultura brasileira Tambeacutem agradecemos os estagiaacuterios Guilherme de Melo e

Flaacutevia Calderari Marin pelo grande auxiacutelio nos trabalhos de monitoramento no campo ede laboratoacuterio Agradecemos tambeacutem ao engenheiro agrocircnomo Joseacute Emiacutelio Bettiol Netopela sua grande atuaccedilatildeo frente aos produtores de goiaba e que nunca mediu esforccedilos emnos ajudar nos estudos de monitoramento aleacutem das muitas informaccedilotildees que nosforneceu

Bibliografia consultada

Altieri MA EN Silva amp CI Nicholls 2003 O papel da biodiversidade no manejode pragas Holos Editora Ribeiratildeo Preto 226p

Bailez OE A M Viana ndashBailez JOG Lima amp DDO Moreira 2003 Life-historyof the guava weevil Conotrachelus psidii Marshal (Coleoptera Curculionidae) underlaboratory conditions Neotropical Entomology 32(2)203-207

Baldin ELL AL Boiccedila Juacutenior amp S Freitas 1998 Percevejo do maracujaacuteHolhymenia clavigera (Herb 1784) x Holhymenia histrio (Fabr 1803) (HemipteraCoreidae) p35 In 17o Congresso Brasileiro de Entomologia Resumos vol 1 SEBRio de Janeiro RJ

Barbosa FR A P Santos AT Haji WA Moreira FNP Haji amp J A Alencar1999 Eficiecircncia e seletividade do imidacloprid e lambdacyalothrin no controledopsiliacutedeo (Triozoida sp) em goiabeira Revista Brasileira de Fruticultura 21(3) 385-387

Barbosa FR AS Nascimento JV Oliveira JA Alencar amp FNP Haji 2001Pragas p29-54 In Barbosa FR (ed) Goiaba Fitossanidade Embrapa Semi-AacuteridoPetrolina Embrapa Brasiacutelia 63p (Frutas do Brasil 18)

Barbosa FR RG Ferreira LHP Kiill E A Souza WA Moreira JA Alencar ampFNP Haji 2002 Estudos do niacutevel de dano plantas invasoras hospedeiras e controledo psiliacutedeo da goiabeira (Triozoida sp) In XIX Congresso Brasileiro de EntomologiaManaus AM (Anais do Seminaacuterio do SEAG)

Boscaacuten de Martinez N amp R Casares 1980 El gorgojop de la guayaba Conotracheluspsidii Marshall (Coleoptera Curculionidae) I Evaluacioacuten de dantildeos AgronomiaTropical 30(1-6) 77-83

Boscaacuten de Martinez N amp R Casares 1981 Distribucioacutenen el tiempo de las fases delgorgojo de la guayaba Conotrachelus psidii Marshall (Coleoptera Curculionidae) en elcampo Agronomia Tropical 31(1-6) 123-130

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3233

Cave RD 1995 Manual para la ensentildeanza del control bioloacutegico en Ameacuterica LatinaZamorano Academic Press Zamorano Honduras 188p (primera edicioacuten)

Crocomo WB 1990 O que eacute o manejo integrado de pragas p 9-34 In CrocomoWB (coord) Manejo integrado de pragas Editora Unesp Satildeo Paulo CETESB 358p

Dolinski C 2003 Vermes que controlam insetos Guava News 1(1)8 (Goiabraacutes)

Follet PA amp KW Vick 2002 Desarrollo de estrategias de manejo integrado deplagas para eliminar las barreras sanitarias que restringen la exportacioacuten de productosagriacutecolas Manejo Integrado de Plagas y Agroecologia 65 43-49

Gallo D O Nakano S Silveira Neto RPL Carvalho GC Baptista E Berti FilhoJRP Parra RA Zucchi SB Alves JD Vendramim LC Marchini JRS Lopes ampC Omoto 2002 Entomologia Agriacutecola FEALQ Piracicaba 920p

Gonzaga Neto L amp JM Soares 1994 Goiaba para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos daproduccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa-SPI 49p - (Seacuterie Publicaccedilotildees Teacutecnicas FRUPEX 5)

Gould WP amp A Raga 2002 Pests of guava p295-313 In JE Pentildea JL Sharp ampM Wysoki (eds) Tropical fruit pests and pollinators biology economic importancenatural enemies and control CABI Publishing New York NY

Kogan M amp M Shenk 2002 Conceptualizacioacuten del manejo integrado de plagas enescalas espaciales y niveles de integracioacuten maacutes amplios Manejo Integrado de Plagas yAgroecologia 65 34-42

Malavasi A amp RA Zucchi 2000 Moscas-das-frutas de importacircncia econocircmica noBrasil conhecimento baacutesico e aplicado Holos Editora Ribeiratildeo Preto 327p

Nicholls C amp M Altieri 2002 Biodivesidad y disentildeo agroecoloacutegico un estudio dede manejo de plagas en vintildeedos Manejo Integrado de Plagas y Agroecologia 65 50-64

Norris RF EP Caswell-Chen amp M Kogan 2003 Concepts in integrated pestmanagement Prentice Hall Upper Saddle River New Jersey 586p

Pereira FM amp SA Bortoli 1998 Pragas da goiabeira p 119-130 In BragaSobrinho R JE Cardoso amp FCO Freire (eds) Pragas das fruteiras tropicais deimportacircncia agroindustrial Embrapa-SPI Brasiacutelia Embrapa-CNPAT Fortaleza 209p

Silva AGDA CR Gonccedilalves DM Galvatildeo AJL Gonccedilalves J Gomes MNSilva amp L Simoni 1968 Quarto cataacutelogo dos insetos que vivem nas plantas do Brasilseus parasitos e predadores Parte II - 1o Tomo - Insetos hospedeiros e inimigosnaturais Min de Agric Dep de Def e Inspeccedilatildeo Agropecuaacuteria Rio de Janeiro 622p

Silva NA 1992 Taxonomia ciclo de vida e dinacircmica populacional de Costalimaitaferruginea (Fabr 1801) (Coleoptera Chrysomelidae) praga de Eucalyptus spp(Myrtaceae) Tese de Doutorado ESALQUSP Piracicaba SP 165p

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3333

Silveira Neto S 1990 Monitoramento e decisatildeo no controle de pragas p 71-86 InCrocomo WB (coord) Manejo integrado de pragas Editora Unesp Satildeo PauloCETESB 358p

Souza JC A Raga amp MA Souza 2003 Pragas da goiabeira EPAMIG BeloHorizonte 60p (EPAMIG Boletim Teacutecnico 71)

Page 8: goiabeira - 9_MIPpragas

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 833

D e n s i d a d e p o

p u l a c i o n a l d a p r a g a

Tempo

N Medidas de controle

Medidas de controle

Figura 4 Flutuaccedilatildeo populacional de uma determinada praga no decorrer do tempo para pragas severas (modific

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 933

23 Escolha da taacutetica de controle para reduccedilatildeo populacional da praga

Antes de tudo eacute importante enfatizar que dois termos foram largamenteutilizados no sistema de MIP taacutetica e estrateacutegia Em MIP taacutetica refere-se aos meacutetodosdisponiacuteveis para o controle das pragas enquanto estrateacutegia eacute um plano para uma accedilatildeobem sucedida baseada nos objetivos do sistema de produccedilatildeo da cultura e na biologia e

ecologia das pragas Conforme jaacute citado no item 21 deve-se levar em conta que ocontrole efetivo de uma praga de importacircncia econocircmica eacute o objetivo principal dentrodas estrateacutegias de MIP aleacutem de preservar a integridade ambiental e o bem estar dasociedade Portanto para a aplicaccedilatildeo racional das taacuteticas de controle eacute necessaacuterio que seconheccedilam bem a cultura as caracteriacutesticas bioecoloacutegicas das pragas e tambeacutem de outrasaacutereas do conhecimento tais como fiacutesica quiacutemica engenharia meio ambiente economiasociologia e legislaccedilatildeo

Dentre as estrateacutegias de controle aplicada no MIP cinco podem serconsideradas as mais importantesa) Prevenccedilatildeo estrateacutegia que visa a prevenccedilatildeo da chegada ou estabelecimento de pragasem aacutereas geralmente natildeo infestadas O tamanho da aacuterea vai desde uma vasta regiatildeogeograacutefica (estado paiacutes ou continente) a pequenas aacutereas (campos de cultivos) A

prevenccedilatildeo eacute uma estrateacutegia que pode envolver vaacuterias taacuteticas ou apenas uma e tambeacutempode ser aplicada para uma praga especiacuteficab) Mitigaccedilatildeo temporaacuteria essa estrateacutegia usa taacuteticas de controle especiacuteficas em uma baseemergencial para prevenir o ataque violento de uma pragac) Manejo de populaccedilotildees no interior dos campos de cultivo o manejo se faz dentro daaacuterea de cultivo pelo fato de a praga jaacute estar bem estabelecida na aacuterea Esse padratildeo deestrateacutegia eacute o mais comum no programas de MIPd) Manejo de pragas em grandes aacutereas os maiores problemas com pragas satildeomanejados ao niacutevel de grandes aacutereas Para algumas pragas o manejo pode serentendido ao niacutevel regional para alcanccedilar uma regulaccedilatildeo populacional a exemplo dealgumas viroses e para alguns insetos moacuteveise) Erradicaccedilatildeo eacute a eliminaccedilatildeo populacional completa de uma praga em umadeterminada aacuterea

Quanto agraves taacuteticas de controle haacute vaacuterios tipos possiacuteveis de seremaplicadas nos programas de MIP entretanto eacute importante levar em consideraccedilatildeo que astaacuteticas satildeo inesgotaacuteveis e que envolvem muita pesquisa e tecnologia disponiacutevel Ostipos de taacuteticas podem ser abordados da seguinte forma

1) Meacutetodos legislativos ou regulatoacuteriosa) Serviccedilo quarentenaacuteriob) Tratamentos quarentenaacuteriosc) Medidas obrigatoacuterias de controled) Programas de supressatildeo e erradicaccedilatildeo

2) Meacutetodos mecacircnicosa) Destruiccedilatildeo manualb) Uso de barreirasc) Esmagamentod) Armadilhase) Cataccedilatildeof) Ensacamento de frutos

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1033

3) Meacutetodos culturaisa) Destruiccedilatildeo de restos de culturab) Poda ou desbastec) Adubaccedilatildeo e irrigaccedilatildeod) Uso de culturas armadilhase) Manipulaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo dos hospedeiros alternativos

4) Meacutetodo de resistecircncia de plantas

5) Meacutetodos de controle por comportamentoa) Feromocircniosb) Repelentesc) Controle por meio de esterilizaccedilatildeo de insetos

6) Meacutetodos de controle fiacutesicoa) Fogob) Drenagemc) Inundaccedilatildeo

d) Temperaturae) Armadilhas luminosasf) Som

7 ) Meacutetodos de controle bioloacutegicoEacute considerado o alicerce de programas modernos de MIP pois os

inimigos naturais mantecircm as pragas em equiliacutebrio sendo um dos responsaacuteveis pelamortalidade natural no agroecossistema

8) Meacutetodos de controle autocida ou geneacuteticosa) Teacutecnica do inseto esteacuteril (TIE)

9) Meacutetodo quiacutemicoa) Pesticidas (inseticidas fungicidas nematicidas e herbicidas)

24 Algumas consideraccedilotildees a respeito do MIP

Pela definiccedilatildeo verifica-se que o sistema daacute ecircnfase ao processo de tomadade decisatildeo que eacute o componente baacutesico que o distingue do sistema convencional decontrole de pragas (Figura 5) Isto implica em dizer que eacute importante aprender a tolerara presenccedila de pragas e a injuacuteria provocada enquanto isso natildeo significar prejuiacutezoeconocircmico pois eacute possiacutevel esperar que a populaccedilatildeo desses organismos atinja o niacutevel dedano econocircmico para consideraacute-los como pragas Essa toleracircncia pode-se dizer que eacuteum fator chave dentro dos programas de MIP favorecendo a accedilatildeo do ambienteprincipalmente com relaccedilatildeo agrave atuaccedilatildeo dos inimigos naturais que poderatildeo ter a suaeficiecircncia incrementada em face do seu crescimento populacional

Com exceccedilatildeo da cultura dos citros as frutiacuteferas tropicais incluindo-se agoiabeira carecem de estudos sobre taxonomia biologia comportamento e ecologia dasprincipais pragas sobre os diversos agroecossistemas formados pelas exploraccedilotildeesfrutiacutecolas sobre os sistemas de tomada de decisatildeo (monitoramento e amostragem) e

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1133

sobre as taacuteticas de controle que constituem informaccedilotildees essenciais para aplicaccedilatildeocorreta do MIP (Figura 5)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1233

bull Identificaccedilatildeo das principais pragasIdentificaccedilatildeo das principais pragas

bullbull Quantificaccedilatildeo da infestaccedilatildeoinfecccedilatildeo (amostragem)Quantificaccedilatildeo da infestaccedilatildeoinfecccedilatildeo (amostragem)

TOMADA DE DECISAtildeOTOMADA DE DECISAtildeOTOMADA DE DECISAtildeO

[n[niacute iacute vel de dano econvel de dano econocircocircmico]mico]

bull Seleccedilatildeo das taacuteticas de controleSeleccedilatildeo das taacuteticas de controle

Taacuteticas preventivas

bull Culturas armadilhas

bull Variedades resistentes

bull Controle bioloacutegico

Taacuteticas preventivasTaacuteticas preventivasbullbull CCulturas armadilhasulturas armadilhas

bullbull Variedades resistentesVariedades resistentes

bullbull Controle bioloacutegicoControle bioloacutegico

Taacuteticas curativas

bull Praacuteticas culturais

bull Inseticida bioloacutegico

bull Inseticida sinteacutetico

Taacuteticas curativasTaacuteticas curativasbullbull Praacuteticas culturais Praacuteticas culturais

bullbull Inseticida bioloacutegico Inseticida bioloacutegico

bullbull Inseticida sinteacutetico Inseticida sinteacutetico

bull Aplicaccedilatildeo de taacuteticas de controleAplicaccedilatildeo de taacuteticas de controlebullbull Avaliaccedilatildeo dos resultadosAvaliaccedilatildeo dos resultados

[[retroalimentaretroalimentaccedilatildeccedilatildeoo]]

Figura 5 Componentes baacutesicos de um programa de MIP (Kogan amp Shenk 2002)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1333

3 A cultura da goiabeira como modelo de implementaccedilatildeo do MIP

A proposta de Manejo Integrado de Pragas na Cultura da Goiabeira queseraacute apresentada a seguir eacute o resultado das vaacuterias reuniotildees realizadas pelo ComitecircGestor da Produccedilatildeo Integrada de Frutas - Goiaba (PIF-Goiaba) do Estado de Satildeo Paulo -composta de teacutecnicos da extensatildeo e pesquisa especialistas na cultura aleacutem de

produtores de amplo conhecimento teacutecnico Na verdade a presente proposta nasceu noForum de Debates sobre o Manejo Integrado de Pragas nas Culturas de Caqui FigoGoiaba Manga e Maracujaacute realizado nas dependecircncias da Coordenadoria deAssistecircncia Teacutecnica Integral (CATI) em Campinas SP em agosto de 2002 A partirdaiacute a mesma foi sendo melhorada ampliada e revisada

Eacute importante salientar que essa proposta natildeo eacute fixa e nem poderia serdevido agraves proacuteprias caracteriacutesticas de um programa de MIP que eacute um processo dinacircmicoPortanto estaraacute sujeita a alteraccedilotildees tatildeo logo novas informaccedilotildees teacutecnicas sejam geradaspela pesquisa Vaacuterias informaccedilotildees contidas na proposta atual resultaram dasexperiecircncias dos teacutecnicos e produtores do Comitecirc Gestor pois a cultura da goiabeiradispotildee de pouca informaccedilatildeo teacutecnica na aacuterea fitossanitaacuteria e muitas vezes de informaccedilotildeesincompletas o que dificultou grandemente a sua elaboraccedilatildeo Vale ressaltar que os

meacutetodos de monitoramento e niacuteveis de controle adotados satildeo empiacutericosO modelo de implementaccedilatildeo de MIP que seraacute apresentado a seguir foi

elaborado primeiramente para atender os cultivos de goiaba para mesa das regiotildees deCampinas e Valinhos no Estado de Satildeo Paulo que eacute composta de pequenaspropriedades e onde eacute basicamente praticada a agricultura familiar com um bom grautecnoloacutegico A variedade de goiaba predominante nesses cultivos eacute a ldquoKumagairdquo depolpa branca

31 Fenologia da goiabeira

O manejo da safra na cultura da goiaba eacute feito basicamente atraveacutes depodas que estimulam novas brotaccedilotildees resultando em um novo ciclo reprodutivoPortanto o ciclo fenoloacutegico da cultura se inicia com a operaccedilatildeo de poda que pode serrealizada em qualquer eacutepoca do ano desde que a temperatura do ar e a umidade do solonatildeo limitem o desenvolvimento vegetativo e reprodutivo da planta

Dois satildeo os tipos baacutesicos de podas empregados na cultura

a) Poda contiacutenua eacute uma operaccedilatildeo que eacute realizada em vaacuterias partes da planta resultandoem vaacuterios ciclos fenoloacutegicos ao mesmo tempo Diante desse fato verifica-se que essesistema natildeo eacute adequado para atender aos preceitos do MIP uma vez que do ponto devista fitossanitaacuterio seria praticamente impossiacutevel aplicar as taacuteticas de controle de formacorreta e organizada Aleacutem disso caso seja necessaacuterio fazer uso de algum controlequiacutemico natildeo haveria como respeitar o periacuteodo de carecircncia do pesticida pois como aplanta apresenta vaacuterios estaacutedios fenoacutelogicos simultaneamente os frutos que estivessemproacuteximos para serem colhidos ficariam com uma carga residual acima dos limitestolerados para consumo

b) Poda total eacute um tipo de operaccedilatildeo que pode ser realizada na aacuterea toda ou por talhatildeo eque consiste em efetuar a poda em toda a planta uniformizando-a fenologicamente Naverdade eacute um tipo de poda de frutificaccedilatildeo que regula a eacutepoca de produccedilatildeo e cada safrada cultura iniciada pela mesma estimula novas brotaccedilotildees resultando em um novo ciclo

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1433

reprodutivo Devido agrave caracteriacutestica dessa operaccedilatildeo a poda total permite aimplementaccedilatildeo do MIP

Portanto para a aplicaccedilatildeo adequada do MIP recomenda-se que agoiabeira seja conduzida pelo sistema de poda total devido agrave uniformizaccedilatildeo fenoloacutegicaque proporciona a todas as plantas da aacuterea de cultivo ou do talhatildeo Aleacutem disso permite

que se faccedila uma discriminaccedilatildeo de cada estaacutedio fenoloacutegico da goiabeira que eacutefundamental para definir os periacuteodos criacuteticos da cultura em relaccedilatildeo agraves suas principaispragas (Figuras 6 e 8)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1533

0 30 60 120 180

P o d a

B r o t a

ccedil atilde o

F l o r e s c i m e n t o

F r u t

o s

ldquo C h u

m b i

n h o rdquo

F r u t o

s c o

m 2 a 3 c m

d e

d i acirc m

e t r o

Fenologia da goiabeira conduzida pelo sistema de poda totaFenologia da goiabeira conduzida pelo sistema de poda tota

230 dias 230 dias

Considerar que cada ciclo da goiabeira inicia em qualquer eacutepoca do ano

cada ciclo da cultura iniciaraacute a partir da realizaccedilatildeo da poda de frutifica

Considerar que cada ciclo da goiabeira inicia em qualquer eacutepoca do ano P

cada ciclo da cultura iniciaraacute a partir da realizaccedilatildeo da poda de frutifica

150

F r u t

o s c o m

1 5 c m

d e

d i acirc m

e t r o

E s t aacute d i o 1

E s t aacute d i o 2

E s t aacute d i o 3

E s t aacute d i o 4

E s t aacute d i o 5

E s t aacute d i o 6

Figura 6 Fenologia da goiabeira onde o periacuteodo em dias de cada fase fenoloacutegica varia com a eacutepoca do anorealizada

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1633

32 Principais pragas da cultura

Conforme jaacute citado anteriormente a correta identificaccedilatildeo das pragas-chave da cultura compotildee o esteio de um programa de MIP pois satildeo elas que causam osmaiores prejuiacutezos devendo atrair toda a atenccedilatildeo por parte do agricultor

Atualmente para o Estado de Satildeo Paulo satildeo consideradas pragas-chave

da cultura da goiaba as seguintes espeacutecies para as quais se devem orientar omonitoramento e o controle

rArr besouro-amarelo Costalimaita ferruginea (Fabr 1801) (Coleoptera Chrysomelidae)

rArr ferrugem Puccinia psidii Wint

rArr gorgulho Conotrachelus psidii Marshall 1922 (Coleoptera Curculionidae)

rArr percevejos (complexo de espeacutecies)bull Monalonion annulipes Sign 1858 (Hemiptera Miridae) bull Leptoglossus gonagra (Fabr 1775) (Hemiptera Coreidae)bull Leptoglossus stigma (Herbst 1784) (Hemiptera Coreidae)bull Leptoglossus zonatus (Dallas 1852) (Hemiptera Coreidae)bull Leptoglossus fasciatus (West 1842) (Hemiptera Coreidae)bull Holhymenia clavigera (Herbst 1784) (Hemiptera Coreidae)

rArr psiliacutedeo Triozoida sp (Hemiptera Psyllidae)

Com relaccedilatildeo agraves moscas-das-frutas (Diptera Teprhitidae e Lonchaeidae)representadas principalmente pelas espeacutecies Anastrepha fraterculus (Wied) A

sororcula Zucchi A bistrigata Bezzi Ceratitis capitata (Wied) e Neosilba sp satildeoconsideradas as pragas mais importantes do ponto de vista quarentenaacuterio quando a

produccedilatildeo se destina agrave exportaccedilatildeo Poreacutem devido ao sistema adotado para a conduccedilatildeo dagoiabeira deixam de ser praga principal uma vez que os frutos satildeo ensacados aoalcanccedilarem cerca de 2-3cm de diacircmetro (Figura 8)

A seguir seraacute apresentada de forma objetiva a proposta de MIP para cadapraga-chave levando-se em consideraccedilatildeo no miacutenimo oito paracircmetros informativosnecessaacuterios para que o manejo possa ser implementado tais comoa) Nome cientiacutefico da pragab) Hospedeiros alternativosc) Inimigos naturaisd) Aspectos bioloacutegicos da pragae) Condiccedilotildees favoraacuteveisf) Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos

g) Monitoramento e niacutevel de accedilatildeoh) Manejo cultural

321 Besouro-amarelo

Nome cientiacutefico Costalimaita ferruginea (Coleoptera Chrysomelidae)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1733

Hospedeiros alternativos Trata-se de uma praga poliacutefaga atacando natildeo soacute fruteirasmas tambeacutem outras espeacutecies como eucaliptos algodoeiro araccedilaacute capim-marmeladafeijoeiro etc Entre as fruteiras ataca as folhas de abacateiro bananeira cajueiromacieira jaboticabeira jambeiro jambolatildeo pitangueira videira e mangueira

Inimigos naturais Haacute relato da sua predaccedilatildeo por Supputius cincticeps (Hemiptera

Pentatomidae) Tynacantha marginata (Hemiptera Pentatomidae) Arilus carinatus(Hemiptera Reduviidae) Misumenops pallens (Araneae Thomisidae) Peucetia sp(Araneae Oxyopidae) e os fungos entomopatogecircnicos Beauveria bassiana e

Metarhizium anisopliae var anisopliae

Aspectos bioloacutegicos A fecircmea faz apenas uma postura contendo em meacutedia cerca de 90ovos de coloraccedilatildeo amarela e brilhante com periacuteodo de incubaccedilatildeo durando cerca de 8-9dias As larvas vivem no solo onde se alimentam de raiacutezes de gramiacuteneas No periacuteodolarval apenas satildeo conhecidos ateacute o momento dois estaacutedios de desenvolvimento (1o e 2o iacutenstares) sendo que o primeiro instar dura 19 dias e o segundo cerca de 35 dias Osadultos emergem do solo apoacutes a ocorrecircncia de chuvas que propiciem um bommolhamento do mesmo

Condiccedilotildees favoraacuteveis A eacutepoca normal de ocorrecircncia da praga eacute nos meses finais daprimavera logo apoacutes a ocorrecircncia de chuvas suficientemente pesadas para propiciaremum bom molhamento do solo

Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos O inseto emerge do solo com as primeiras chuvas pesadas(mais de 20 mm) de primavera (outubronovembro) que possibilitem seu bommolhamento O periacuteodo criacutetico se inicia cerca de 5 dias apoacutes estas chuvas prolongando-se por aproximadamente 2 semanas No Estado de Satildeo Paulo o ataque da praga ocorreprincipalmente no periacuteodo de setembro a marccedilo

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo No periacuteodo criacutetico monitorar a cada 2-3 dias 2 dasplantas do talhatildeo ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo de preferecircncia nas bordadurasVerificar a presenccedila do inseto ou de seus danos (folhas rendadas) nos ramos terminaisde cada quadrante da planta Constatada a presenccedila do inseto ou de seus danos a plantaseraacute considerada infestadaO niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 20 das plantas monitoradas estiverem infestadasPor se tratar de uma praga que normalmente vem de fora do pomar a inspeccedilatildeo deveraacuteser realizada de preferecircncia na sua periferia considerando as trecircs primeiras plantas oulinhas do talhatildeo

Manejo cultural Na instalaccedilatildeo de novos pomares deve ser considerada a presenccedila nasproximidades de culturas altamente visadas pela praga como eacute o caso do eucalipto Osolo deveraacute ser mantido vegetado para dificultar que o inseto complete o seu ciclobioloacutegico aleacutem de favorecer a atividade de possiacuteveis inimigos naturais

322 Ferrugem

Agente Puccinia psidii

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1833

Hospedeiros alternativos O fungo ataca vaacuterias mirtaacuteceas incluindo o eucalipto e a jaboticabeira

Antagonistas Natildeo satildeo conhecidos antagonistas deste fungo

Etiologia No pomar o fungo eacute disseminado pelos ventos ocorrendo vaacuterios ciclos da

praga no mesmo ano agriacutecola acompanhando os surtos vegetativos

Condiccedilotildees favoraacuteveis Presenccedila de tecidos jovens de ramos folhas bototildees florais efrutos novos sob condiccedilotildees climaacuteticas favoraacuteveis que satildeo umidade relativa igual ousuperior a 90 por mais de 8 horas e temperatura entre 18ordm e 25ordmC o que normalmenteocorre nas estaccedilotildees de outono e inverno Condiccedilotildees de baixa luminosidade favorecembastante a infecccedilatildeo

Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos Esse periacuteodo comeccedila logo apoacutes a poda quando se inicia abrotaccedilatildeo ateacute duas semanas apoacutes as folhas atingirem o seu completo desenvolvimento eos frutos apresentarem diacircmetro de pelo menos trecircs cm quando estas condiccedilotildees foremcoincidentes com umidade e temperatura favoraacuteveis ao desenvolvimento do fungo o

que normalmente ocorre nos meses de outono e inverno

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo Deve ser realizado no periacuteodo criacutetico compreendendoos estaacutedios de brotaccedilatildeo ateacute quando os frutos atingirem cerca de trecircs cm de diacircmetro(estaacutedio 6) sob as condiccedilotildees de clima favoraacuteveis ao fungo Monitorar semanalmente 2das plantas ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo inspecionando-se o terccedilo inferior daregiatildeo central da copa e observando-se a ocorrecircncia do fungo nas folhas novas bototildeesflorais flores e frutos Constatando-se sintomas da presenccedila do fungo em qualquer dosoacutergatildeos examinados a planta seraacute considerada infectadaDurante o periacuteodo criacutetico o niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 10 das plantasmonitoradas estiverem infectadas Apoacutes o teacutermino do periacuteodo criacutetico ou depois que osfrutos tenham sido ensacados o niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 20 das plantasmonitoradas estiverem infectadas

Manejo cultural No manejo cultural devem considerar os seguintes aspectosa) Em novos pomares evitar a proximidade com outras mirtaacuteceas principalmenteeucaliptosb) Preferir variedades com maior toleracircncia agrave doenccedila e utilizar espaccedilamentos maioresc) Efetuar podas que propiciem maior arejamento da copad) Realizar desbrotas sistemaacuteticase) Fazer o manejo das plantas invasoras por meio de roccediladasf) Evitar o excesso de adubaccedilatildeo nitrogenadag) Utilizar irrigaccedilatildeo sub-copah) Natildeo realizar mais de trecircs aplicaccedilotildees seguidas com fungicidas sistecircmicos devendosempre alternar com um de contato para evitar a formaccedilatildeo de raccedilas resistentesi) Na utilizaccedilatildeo de fungicidas agrave base de cobre acrescentar agrave calda 05 de oacuteleo mineralou vegetal emulsionaacutevel como medida auxiliar no controle de cochonilhas

323 Gorgulho

Nome cientiacutefico Conotrachelus psidii (Coleoptera Curculionidae)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1933

Hospedeiros alternativos Goiabeiras e araccedilazeiros satildeo citados como hospedeiros dapraga

Inimigos naturais Formigas predadoras Pheidole oxyops Ectatoma planidens

Solenopsis invicta Neoponera villosa e Odontomachus bauri

Aspectos bioloacutegicos Para ovipositarem as fecircmeas fazem com o aparelho bucalperfuraccedilotildees em frutos onde colocam um uacutenico ovo Apoacutes 6 dias da postura ocorre aeclosatildeo da larva que penetra no interior do fruto onde se alimenta da polpa e dassementes Passados de 30 a 35 dias a larva abandona a fruta e se aprofunda no soloonde se transforma em pupa permanecendo nesse estaacutedio por 3 a 4 meses Apoacutes esseperiacuteodo havendo condiccedilotildees de umidade no solo o adulto emerge originando uma novageraccedilatildeo da praga Os adultos de ambos os sexos se alimentam dos bototildees floraisdeixando pequenas perfuraccedilotildees

Condiccedilatildeo favoraacutevel Deve haver umidade no solo para que ocorra a emergecircncia doadulto

Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos Quando os estaacutedios de chumbinho (estaacutedio 4) ateacute que osfrutos atinjam 2 a 3 cm de diacircmetro (estaacutedio 6) coincidirem com a eacutepoca quente echuvosa

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo No periacuteodo criacutetico monitorar semanalmente 2 dasplantas do talhatildeo ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo observando-se um fruto em cadaquadrante no terccedilo meacutedio da copa Ao ser encontrado um fruto atacado examinar pelomenos mais 20 frutos da mesma planta Caso haja outros frutos atacados proceder aomonitoramento nas 4 plantas vizinhas Havendo frutos atacados em pelo menos uma dasplantas vizinhas o conjunto seraacute considerado infestadoO niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 20 dos conjuntos monitorados estivereminfestados

Manejo cultural Eliminar os frutos pequenos que apresentarem sintomas de ataque porocasiatildeo do raleio Recomenda-se coletar e destruir todos os frutos desenvolvidos eoumaduros com sintomas de ataque da praga uma vez que os frutos nesta idade ao caiacuteremno solo e apodrecerem propiciaratildeo continuidade ao ciclo de vida das larvas dogorgulho favorecendo o iniacutecio de uma nova geraccedilatildeo da praga

324 Percevejos

Nomes cientiacuteficos Monalonion annulipes (Hemiptera Miridae) (percevejo-da-verrugose) Leptoglossus gonagra (Hemiptera Coreidae) Leptoglossus stigma (Hemiptera Coreidae) Leptoglossus zonatus (Hemiptera Coreidae) Leptoglossus fasciatus (Hemiptera Coreidae) Holhymenia clavigera (Hemiptera Coreidae)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2033

Hospedeiros alternativos Estas espeacutecies satildeo altamente poliacutefagas Assim satildeo referidascomo pragas da maioria das espeacutecies frutiacuteferas cultivadas comercialmente aleacutem deatacarem tambeacutem espeacutecies bastante distintas como eacute o caso do milho cucurbitaacuteceasmamoneira algodoeiro e girassol Algumas espeacutecies tecircm bastante afinidade com plantasdaninhas como eacute o caso do melatildeo-de-satildeo-caetano ( Mormodica charantia) hospedeiroclaacutessico de L gonagra guanxuma (Sida sp) de L zonatus mussambecirc (Cleome sp) de

L gonagra etc

Inimigos naturais Adultos de H clavigera satildeo parasitados por Hexacladia smithii (Hymenoptera Encyrtidae) e Gryon gallardoi e Gryon sp (Hymenoptera Scelionidae)Parasitam ovos de L zonatus Trichopoda pennipes (Diptera Tachinidae) parasitaadultos de L zonatus Eucelatoriopsis sp e Hydallohoughia sp (Diptera Tachinidae)atacam percevejos Gryon barbiellinii (Hymenoptera Scelionidae) eacute parasitoacuteide de ovosde percevejos Na regiatildeo de Campinas SP foi observado que cerca de 80 dos ovos de

Leptoglossus spp estavam parasitados por Neorileya sp (Hymenoptera Eurytomidae)

Aspectos bioloacutegicos O ciclo evolutivo de L zonatus eacute de 60 dias em temperaturasamenas O ciclo de L gonagra varia de 80 a 90 dias com um periacuteodo de incubaccedilatildeo de 8

dias e fase ninfal de 55 dias

Condiccedilotildees favoraacuteveis Periacuteodos com altas temperaturas satildeo bastante favoraacuteveis aosinsetos Apesar de se alimentarem tambeacutem das partes vegetativas a presenccedila de frutos eacutemuito favoraacutevel ao aumento da populaccedilatildeo L zonatus e L gonagra que ocorrem o anotodo com picos populacionais de novembro a abril H clavigera ocorrepreferencialmente de setembro a abril com pico em janeiro

Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos Os percevejos atacam bototildees florais e frutos em todos osseus estaacutedios de desenvolvimento Os bototildees florais quando picados geralmente caeme os frutos mais desenvolvidos ficam deformados com cicatrizes bem visiacuteveis noslocais onde o inseto faz a punctura para a sua alimentaccedilatildeo Considerar como periacuteodocriacutetico a fase de formaccedilatildeo do botatildeo floral (entre os estaacutedios 2 e 3) ateacute a colheita (estaacutedio7)

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo No periacuteodo criacutetico monitorar semanalmente 2 dasplantas do talhatildeo ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo observando-se a presenccedila deinsetos (adultos ou ninfas) ou sinais do ataque da praga em frutos ou bototildees florais emdois ramos localizados no terccedilo meacutedio da copa em cada quadrante da planta Quandofor encontrado um inseto ou oacutergatildeo injuriado (fruto eou botatildeo floral) a planta seraacuteconsiderada infestadaO niacutevel de accedilatildeo seraacute alcanccedilado quando 20 das plantas monitoradas estivereminfestadas

Manejo cultural Eliminar os frutos pequenos que apresentarem sintomas de ataque porocasiatildeo do raleio As plantas infestantes no interior e em torno do pomar devem sermantidas com o porte baixo durante os periacuteodos favoraacuteveis agrave presenccedila da praga

325 Psiliacutedeo

Nome cientiacutefico Triozoida sp (Hemiptera Psyllidae)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2133

Hospedeiros alternativos Natildeo se conhecem relatos de ocorrecircncia desta praga emoutras culturas apesar de ser constatada sua ocorrecircncia em diversas plantas infestantes

Inimigos naturais Satildeo relatadas como espeacutecies predadoras as joaninhas Cycloneda

sanguinea Olla abdominalis e Scymnus spp aracniacutedeos crisopiacutedeos hemerobiiacutedeos

sirfiacutedeos e estafiliniacutedeos Moscas cecidomiiacutedeas e micro-himenoacutepteros calcidiacutedeos eencirtiacutedeos (Psyllaephagus sp) satildeo relatados como parasitoacuteides de psiliacutedeosCladosporium cladosporioides eacute relatado como agente patogecircnico

Aspectos bioloacutegicos As fecircmeas efetuam a postura ao longo dos ramos ponteiros efolhas novas O periacuteodo de incubaccedilatildeo eacute de 7 a 9 dias e o ninfal variaacutevel de 29 a 35 diasAs ninfas sugam os bordos das folhas que devido agraves toxinas injetadas enrolam-se edeformam-se adquirindo coloraccedilatildeo amarelada ou avermelhada tornando-seposteriormente necrosadas

Condiccedilotildees favoraacuteveis O periacuteodo mais favoraacutevel ao ataque eacute o compreendido pelosmeses de primaveraveratildeo quando as temperaturas satildeo elevadas geralmente associadas

com alto iacutendice pluviomeacutetrico

Periacuteodo e estaacutedio criacutetico Apoacutes a poda quando da emissatildeo das novas brotaccedilotildees ateacute oiniacutecio de desenvolvimento do fruto (estaacutedio 2 a estaacutedio 4)

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo No periacuteodo criacutetico monitorar semanalmente 2 dasplantas do talhatildeo ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo Em cada planta a ser monitoradaverificar a presenccedila de sintomas de ataque ou de ovos ninfas ou adultos do inseto nosdois uacuteltimos pares de folhas em um ramo por quadrante localizado no terccedilo superior dacopa (Figura 7) A planta seraacute considerada infestada quando for constatada a presenccedilado inseto ou de seus danos em pelo menos um quadrante da plantaO niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 30 das plantas monitoradas estiverem infestadasNo periacuteodo natildeo criacutetico o niacutevel de accedilatildeo eacute maior ou seja quando 50 das plantasestiverem infestadas

Manejo cultural O solo deve ser mantido constantemente vegetado sendo o manejodas plantas infestantes feito por meio de roccediladas a fim de permitir a manutenccedilatildeo dafauna de inimigos naturais A adubaccedilatildeo nitrogenada deveraacute ser feita com cuidado paraevitar a brotaccedilatildeo excessiva da planta o que favoreceria a sua colonizaccedilatildeo pela pragaInseticidas piretroacuteides natildeo deveratildeo ser utilizados na cultura por causarem desequiliacutebriosbioloacutegicos favorecendo a incidecircncia desta praga

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2233

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2333

MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM GOIABAMANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM GOIABA

Fenologia da Goiabeira - Pragas e DoenccedilasFenologia da Goiabeira - Pragas e Doenccedilas

0 30 60 120 180

P o d a

B r o t a

ccedil atilde o

F l o r e s c i m e n t o

F r u t

o s

ldquo C h u

m b i

n h o rdquo

F r u t o

s c o

m 2 a 3 c m

d e

d i acirc m

e t r o

C o l

150

F r u t

o s c o m

1 5 c m

d e

d i acirc m

e t r o

E s t aacute d

i o 1

E s t aacute d

i o 2

E s t aacute d

i o 3

E s t aacute d

i o 4

E s t aacute d

i o 5

E s t aacute d

i o 6

Gorgulho e Percevejos

Besouro-amarelo e Psiliacutedeo

Ferrugem

ensacamentoensacamento

Figura 8 Fenologia da goiabeira conduzida pelo sistema de poda total e os periacuteodos criacuteticos de cada praga

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2433

34 Procedimentos aplicados para inspeccedilatildeo populacional das pragas

O sistema de MIP adotado na cultura da goiaba na regiatildeo de Campinas eValinhos no Estado de Satildeo Paulo consiste em levantamentos semanais para estimativadas pragas-chave e dos inimigos naturais

Os procedimentos para realizaccedilatildeo desse levantamento estatildeo resumidos na

Tabela 1 onde satildeo tambeacutem apresentados os niacuteveis de accedilatildeo para controle das pragas-chaveOs dados desse levantamento satildeo registrados em ficha proacutepria cujo

modelo eacute apresentado na Figura 9Nessa ficha constam tambeacutem informaccedilotildees sobre a presenccedila dos inimigos

naturais Para facilitar a identificaccedilatildeo desses artroacutepodos a Tabela 2 apresentainformaccedilotildees sobre a sua localizaccedilatildeo na planta e caracteriacutesticas de seu comportamento

35 Consideraccedilotildees sobre os inimigos naturais presentes no pomar de goiaba

Os inimigos naturais satildeo componentes importantiacutessimos do Manejo

Integrado de Pragas dentro dos princiacutepios estabelecidos pela Produccedilatildeo Integrada deFrutas (PIF) O primeiro passo para tirar o melhor proveito do controle bioloacutegico eacuteconhecer as espeacutecies de pragas seus inimigos naturais e o potencial de controleexercido por eles no campo

Uma revisatildeo da literatura mostra que algumas pragas da goiaba satildeobastante atacadas por agentes de controle bioloacutegico enquanto outras natildeo o satildeo Eacute o casodo gorgulho que eacute atacado por algumas espeacutecies de formigas predadoras(Hymenoptera Formicidae) Adultos do percevejo H clavigera satildeo parasitados por

Hexacladia smithii (Hymenoptera Encyrtidae) Jaacute os percevejos do gecircnero Leptoglossus (Hemiptera Coreidae) satildeo atacados na fase de ovo pelos parasitoacuteidesGryon spp (Hymenoptera Scelionidae) quando adultos podem ser parasitados porTrichopoda pennipes Eucelatoriopsis sp e Hydallohoughia sp (Diptera Tachinidae)Mas eacute o psiliacutedeo juntamente com o besouro-amarelo que apresentam o maior nuacutemerode inimigos naturais conhecidos O psiacuteliacutedeo eacute predado pelas joaninhas Cycloneda

sanguinea e Scymnus spp (Coleoptera Coccinellidae) por crisopiacutedeos e hemerobiiacutedeos(Neuroptera) estafiliniacutedeos (Coleoptera) e aranhas Moscas cecidomiiacutedeas emicroimenoacutepteros calcidiacutedeos satildeo relatados como parasitoacuteides e o fungo Cladosporium

cladosporioides eacute citado como agente patogecircnico O besouro amarelo eacute predado pelospercevejos Supputius cincticeps (Hemiptera Pentatomidae) Tynacantha marginata

(Hemiptera Pentatomidae) Arilus carinatus (Hemiptera Reduviidae) pelas aranhas Misumenops pallens (Araneae Thomisidae) e Peucetia sp (Araneae Oxyopidae) eparasitados pelos fungos entomopatogecircnicos Beauveria bassiana e Metarhizium

anisopliae var anisopliaeEmbora a lista de inimigos naturais natildeo seja pequena pouco se sabe

sobre a sua real capacidade de controle Aleacutem disto a accedilatildeo dos inimigos naturais eacutemuito afetado pelo modo de o homem manejar o ambiente O solo completamentedesprovido de mato por exemplo pode natildeo ser favoraacutevel para a atraccedilatildeo e permanecircnciade inimigos naturais num local Contudo mais estudos satildeo necessaacuterios para entendermelhor essa relaccedilatildeo principalmente no caso da cultura da goiaba

Visando aumentar esse conhecimento bem como a relaccedilatildeo de inimigosexistentes a equipe do PIF-Goiaba tem feito levantamentos perioacutedicos na regiatildeo deCampinas - SP e alguns resultados jaacute foram obtidos Para os percevejos do gecircnero

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2533

Leptoglossus por exemplo verificou-se que cerca de 80 dos ovos depositados nasgoiabeiras estavam parasitados pelo micro-himenoacuteptero Neorileya sp (Eurytomidae)Atacando psiliacutedeo foram encontradas uma espeacutecie de joaninha Olla abdominalis (Coleoptera Coccinellidae) larvas de uma mosca da famiacutelia Syrphidae e uma espeacuteciede parasitoacuteide do gecircnero Psyllaephagus (Hymenoptera Encyrtidae) Paralelamenteestuda-se a possibilidade de se realizarem ensaios para avaliar a patogenicidade de

microrganismos agraves pragas-chave com o objetivo de ampliar a utilizaccedilatildeo do controlebioloacutegico na culturaPor outro lado como a capacitaccedilatildeo de recursos humanos faz parte da

filosofia da Produccedilatildeo Integrada de Frutas o material entomoloacutegico coletado nesseslevantamentos estaacute sendo fotografado para elaboraccedilatildeo de um manual ilustradocontendo natildeo soacute os insetos pragas em suas diversas fases de desenvolvimento mastambeacutem seus inimigos naturais Posteriormente esse manual serviraacute para orientar osprodutores aos quais tambeacutem estatildeo sendo ministrados cursos de treinamento

36 Consideraccedilotildees sobre os estudos de monitoramento de pragas

Aleacutem das pragas citadas anteriormente a goiabeira apresenta outrosorganismos de importacircncia que podem causar seacuterios prejuiacutezos agrave cultura poreacutem devidoaos aspectos do seu ciclo bioloacutegico natildeo eacute possiacutevel condicionar o controle dos mesmosao emprego de taacuteticas de MIP Como exemplo a goiabeira apresenta duas doenccedilas umacausada por bacteacuteria conhecida como seca-bacteriana ( Erwinia psidii) e outra causadapor fungo denominada antracnose (Colletotrichum gloeosporioides) entretanto devidoao caraacuteter explosivo de suas infecccedilotildees natildeo eacute possiacutevel monitoraacute-las diretamente nocampo Em ambos os casos a possibilidade de monitoramento se daria por intermeacutedioda utilizaccedilatildeo de estaccedilotildees de aviso onde os dados meteoroloacutegicos obtidoscorrelacionados com as informaccedilotildees da condiccedilatildeo favoraacutevel para infecccedilatildeo resultariamem uma informaccedilatildeo de previsibilidade de ataque dessas doenccedilas

Os estudos de monitoramento no campo que ainda se encontram emandamento tecircm detectado o surgimento de outras pragas causando seacuterios prejuiacutezos agravegoiabeira tais comoa) Aacutecaro-branco Polyphagotarsonemus latus (Banks 1904) (Acari Tarsonemidae) esseaacutecaro tem sido constatado causando injuacuterias nas brotaccedilotildees e frutos novosprincipalmente entre os estaacutedios de desenvolvimento 1 e 3 (Figura 8)b) Lagarta-do-ponteiro (Lepidoptera Tortricidae) conforme o seu proacuteprio nome essaslagartas instalam-se nas brotaccedilotildees da goiabeira danificando as folhas e os caules tenroscomprometendo o seu desenvolvimento As lagartas satildeo pequenas atingindo nomaacuteximo cerca de 1 cm de comprimento de coloraccedilatildeo verde pardacenta satildeo aacutegeis equando molestadas saltam para fora da brotaccedilatildeo podendo ficar penduradas por um fiode seda O adulto eacute uma pequena mariposa de cor acinzentada que tambeacutem natildeo chega aatingir 1 cm de comprimento Ateacute o momento nos monitoramentos natildeo foi constatada apresenccedila de adultos o que leva a crer que provavelmente esse inseto tenhacomportamento crepuscular ou noturno Tambeacutem natildeo haacute nenhuma informaccedilatildeo relatadaa respeito da ocorrecircncia desse inseto na cultura da goiabac) Lagarta-dos-frutos (Lepidoptera Tortricidae) as lagartas se instalam geralmente nosfruto ensacados ambiente propiacutecio para se desenvolverem danificando a casca e aporccedilatildeo da polpa logo abaixo Tambeacutem satildeo encontradas entre os frutos que ficamaglomerados no ramo As injuacuterias decorrentes de sua alimentaccedilatildeo prejudicam aaparecircncia dos frutos que satildeo descartados Foi constatado um talhatildeo em que a maioria

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2633

dos frutos se encontravam infestados acarretando um prejuiacutezo acima de 50 daproduccedilatildeo As lagartas satildeo aacutegeis apresentam coloraccedilatildeo verde na grande maioria dosindiviacuteduos medem cerca de 15 cm no maacuteximo Os adultos satildeo mariposas de coloraccedilatildeoparda ou ateacute mesmo acizentadas e chegam a medir cerca de 12 mm de comprimentoAteacute o momento natildeo foi constatada a presenccedila de adultos nos monitoramentosrealizados A exemplo da lagarta-dos-ponteiros tambeacutem natildeo haacute nenhuma informaccedilatildeo

relatada de sua ocorrecircncia

4 Consideraccedilotildees finais

A implementaccedilatildeo do MIP na cultura da goiaba reserva um grandedesafio pois diversos fatores de ordem regulatoacuteria econocircmica ambiental de proteccedilatildeohumana ecoloacutegica de praacuteticas culturais e as variaccedilotildees de clima determinaratildeo o usodesse sistema no futuro Portanto a aplicaccedilatildeo do MIP natildeo ficaraacute apenas sob aresponsabilidade do produtor mas a accedilatildeo deveraacute ser conjunta envolvendo asinstituiccedilotildees de pesquisa de extensatildeo e toda a cadeia produtiva da fruta

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2733

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2833

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2933

Tabela 2 Informaccedilotildees sobre os inimigos naturais mais frequumlentes na goiabeira com relaccedilatildeo agraves suas fases de vid

Inimigos Naturais Inspeccedilatildeo

1 Aacutecaro predador 991522 Nos ramos escolhidos para exame de psiliacutedeos inspecionarvelhas com auxiacutelio de uma lupa de 10x de aumento procurand

2 Aranhas 991522 Ao examinar as plantas amostradas procurar os adultos pri jovens eou ovos nos ninhos formados por teias entre as folhas

3 Crisopiacutedeos (bicho-lixeiro)991522 Ao examinar as plantas amostradas observar a presenccedila deadultos Geralmente satildeo encontrados em qualquer parte da pltronco)

4 Formigas 991522 Ao examinar as plantas amostradas procurar os insetos adu

5 Joaninhas 991522 Ao examinar as plantas amostradas observar a presenccedila dpreferencialmente nas folhas novas

6 Percevejos predadores 991522 Examinar as plantas amostradas procurando adultos ninf

localizam nas folhas do interior da copa7 Sirfiacutedeos (moscas que pairam no ar) 991522 Observar moscas que pairam no ar as larvas localizam-se

por ocasiatildeo da infestaccedilatildeo de psiacutelideos ou pulgotildees principalme8 Mosquinha-verde metaacutelica (Dolicopodiacutedeos) 991522 Os adultos satildeo aacutegeis e devem ser observados nas folhas loc

9 Vespas (marimbondos) 991522 Geralmente os adultos satildeo pequenas vespas caccediladoras qubrotaccedilotildees

10 Vespinhas (parasitoacuteides) 991522 Examinar as plantas amostradas procurando os insetos aduno interior da copa

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3033

FICHA DE INSPECcedilAtildeO DE PRAGAS E INIMIGOS NATURAIS PRODUCcedilAtildeO INTEGRADA DE GOIABA-SPPlantas inspecionadas

PragasQ 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

No

abc

Besouro-amarelo

dabc

Gorgulho

dabc

Percevejos

dabc

Psiliacutedeo

d

Ferrugem SInimigos Naturais E

LJoaninhasAOL

Crisopiacutedeos(bicho-lixeiro)

ANPercevejos

predadores AAacutecaro predador A

Aranhas AVespinhas A

Data _______________ Talhatildeo ___________ Estaacutegio fenoloacutegico 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6( ) 7( ) Inspetor

Legenda Q = quadrantes E = estaacutegio de vida dos inimigos naturais onde O = ovo L = larva N = ninfa A =

Figura 9 Modelo de ficha de amostragem utilizada no monitoramento das pragas e inimigos naturais na goiabei

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3133

Agradecimentos

Os autores agradecem aos teacutecnicos e produtores do Comitecirc Gestor daProduccedilatildeo Integrada de Frutas - Goiaba pelo total apoio que nos foi dispensado e queainda continuam incentivando com pleno entusiasmo no intuito de fortalecer cada vezmais a fruticultura brasileira Tambeacutem agradecemos os estagiaacuterios Guilherme de Melo e

Flaacutevia Calderari Marin pelo grande auxiacutelio nos trabalhos de monitoramento no campo ede laboratoacuterio Agradecemos tambeacutem ao engenheiro agrocircnomo Joseacute Emiacutelio Bettiol Netopela sua grande atuaccedilatildeo frente aos produtores de goiaba e que nunca mediu esforccedilos emnos ajudar nos estudos de monitoramento aleacutem das muitas informaccedilotildees que nosforneceu

Bibliografia consultada

Altieri MA EN Silva amp CI Nicholls 2003 O papel da biodiversidade no manejode pragas Holos Editora Ribeiratildeo Preto 226p

Bailez OE A M Viana ndashBailez JOG Lima amp DDO Moreira 2003 Life-historyof the guava weevil Conotrachelus psidii Marshal (Coleoptera Curculionidae) underlaboratory conditions Neotropical Entomology 32(2)203-207

Baldin ELL AL Boiccedila Juacutenior amp S Freitas 1998 Percevejo do maracujaacuteHolhymenia clavigera (Herb 1784) x Holhymenia histrio (Fabr 1803) (HemipteraCoreidae) p35 In 17o Congresso Brasileiro de Entomologia Resumos vol 1 SEBRio de Janeiro RJ

Barbosa FR A P Santos AT Haji WA Moreira FNP Haji amp J A Alencar1999 Eficiecircncia e seletividade do imidacloprid e lambdacyalothrin no controledopsiliacutedeo (Triozoida sp) em goiabeira Revista Brasileira de Fruticultura 21(3) 385-387

Barbosa FR AS Nascimento JV Oliveira JA Alencar amp FNP Haji 2001Pragas p29-54 In Barbosa FR (ed) Goiaba Fitossanidade Embrapa Semi-AacuteridoPetrolina Embrapa Brasiacutelia 63p (Frutas do Brasil 18)

Barbosa FR RG Ferreira LHP Kiill E A Souza WA Moreira JA Alencar ampFNP Haji 2002 Estudos do niacutevel de dano plantas invasoras hospedeiras e controledo psiliacutedeo da goiabeira (Triozoida sp) In XIX Congresso Brasileiro de EntomologiaManaus AM (Anais do Seminaacuterio do SEAG)

Boscaacuten de Martinez N amp R Casares 1980 El gorgojop de la guayaba Conotracheluspsidii Marshall (Coleoptera Curculionidae) I Evaluacioacuten de dantildeos AgronomiaTropical 30(1-6) 77-83

Boscaacuten de Martinez N amp R Casares 1981 Distribucioacutenen el tiempo de las fases delgorgojo de la guayaba Conotrachelus psidii Marshall (Coleoptera Curculionidae) en elcampo Agronomia Tropical 31(1-6) 123-130

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3233

Cave RD 1995 Manual para la ensentildeanza del control bioloacutegico en Ameacuterica LatinaZamorano Academic Press Zamorano Honduras 188p (primera edicioacuten)

Crocomo WB 1990 O que eacute o manejo integrado de pragas p 9-34 In CrocomoWB (coord) Manejo integrado de pragas Editora Unesp Satildeo Paulo CETESB 358p

Dolinski C 2003 Vermes que controlam insetos Guava News 1(1)8 (Goiabraacutes)

Follet PA amp KW Vick 2002 Desarrollo de estrategias de manejo integrado deplagas para eliminar las barreras sanitarias que restringen la exportacioacuten de productosagriacutecolas Manejo Integrado de Plagas y Agroecologia 65 43-49

Gallo D O Nakano S Silveira Neto RPL Carvalho GC Baptista E Berti FilhoJRP Parra RA Zucchi SB Alves JD Vendramim LC Marchini JRS Lopes ampC Omoto 2002 Entomologia Agriacutecola FEALQ Piracicaba 920p

Gonzaga Neto L amp JM Soares 1994 Goiaba para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos daproduccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa-SPI 49p - (Seacuterie Publicaccedilotildees Teacutecnicas FRUPEX 5)

Gould WP amp A Raga 2002 Pests of guava p295-313 In JE Pentildea JL Sharp ampM Wysoki (eds) Tropical fruit pests and pollinators biology economic importancenatural enemies and control CABI Publishing New York NY

Kogan M amp M Shenk 2002 Conceptualizacioacuten del manejo integrado de plagas enescalas espaciales y niveles de integracioacuten maacutes amplios Manejo Integrado de Plagas yAgroecologia 65 34-42

Malavasi A amp RA Zucchi 2000 Moscas-das-frutas de importacircncia econocircmica noBrasil conhecimento baacutesico e aplicado Holos Editora Ribeiratildeo Preto 327p

Nicholls C amp M Altieri 2002 Biodivesidad y disentildeo agroecoloacutegico un estudio dede manejo de plagas en vintildeedos Manejo Integrado de Plagas y Agroecologia 65 50-64

Norris RF EP Caswell-Chen amp M Kogan 2003 Concepts in integrated pestmanagement Prentice Hall Upper Saddle River New Jersey 586p

Pereira FM amp SA Bortoli 1998 Pragas da goiabeira p 119-130 In BragaSobrinho R JE Cardoso amp FCO Freire (eds) Pragas das fruteiras tropicais deimportacircncia agroindustrial Embrapa-SPI Brasiacutelia Embrapa-CNPAT Fortaleza 209p

Silva AGDA CR Gonccedilalves DM Galvatildeo AJL Gonccedilalves J Gomes MNSilva amp L Simoni 1968 Quarto cataacutelogo dos insetos que vivem nas plantas do Brasilseus parasitos e predadores Parte II - 1o Tomo - Insetos hospedeiros e inimigosnaturais Min de Agric Dep de Def e Inspeccedilatildeo Agropecuaacuteria Rio de Janeiro 622p

Silva NA 1992 Taxonomia ciclo de vida e dinacircmica populacional de Costalimaitaferruginea (Fabr 1801) (Coleoptera Chrysomelidae) praga de Eucalyptus spp(Myrtaceae) Tese de Doutorado ESALQUSP Piracicaba SP 165p

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3333

Silveira Neto S 1990 Monitoramento e decisatildeo no controle de pragas p 71-86 InCrocomo WB (coord) Manejo integrado de pragas Editora Unesp Satildeo PauloCETESB 358p

Souza JC A Raga amp MA Souza 2003 Pragas da goiabeira EPAMIG BeloHorizonte 60p (EPAMIG Boletim Teacutecnico 71)

Page 9: goiabeira - 9_MIPpragas

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 933

23 Escolha da taacutetica de controle para reduccedilatildeo populacional da praga

Antes de tudo eacute importante enfatizar que dois termos foram largamenteutilizados no sistema de MIP taacutetica e estrateacutegia Em MIP taacutetica refere-se aos meacutetodosdisponiacuteveis para o controle das pragas enquanto estrateacutegia eacute um plano para uma accedilatildeobem sucedida baseada nos objetivos do sistema de produccedilatildeo da cultura e na biologia e

ecologia das pragas Conforme jaacute citado no item 21 deve-se levar em conta que ocontrole efetivo de uma praga de importacircncia econocircmica eacute o objetivo principal dentrodas estrateacutegias de MIP aleacutem de preservar a integridade ambiental e o bem estar dasociedade Portanto para a aplicaccedilatildeo racional das taacuteticas de controle eacute necessaacuterio que seconheccedilam bem a cultura as caracteriacutesticas bioecoloacutegicas das pragas e tambeacutem de outrasaacutereas do conhecimento tais como fiacutesica quiacutemica engenharia meio ambiente economiasociologia e legislaccedilatildeo

Dentre as estrateacutegias de controle aplicada no MIP cinco podem serconsideradas as mais importantesa) Prevenccedilatildeo estrateacutegia que visa a prevenccedilatildeo da chegada ou estabelecimento de pragasem aacutereas geralmente natildeo infestadas O tamanho da aacuterea vai desde uma vasta regiatildeogeograacutefica (estado paiacutes ou continente) a pequenas aacutereas (campos de cultivos) A

prevenccedilatildeo eacute uma estrateacutegia que pode envolver vaacuterias taacuteticas ou apenas uma e tambeacutempode ser aplicada para uma praga especiacuteficab) Mitigaccedilatildeo temporaacuteria essa estrateacutegia usa taacuteticas de controle especiacuteficas em uma baseemergencial para prevenir o ataque violento de uma pragac) Manejo de populaccedilotildees no interior dos campos de cultivo o manejo se faz dentro daaacuterea de cultivo pelo fato de a praga jaacute estar bem estabelecida na aacuterea Esse padratildeo deestrateacutegia eacute o mais comum no programas de MIPd) Manejo de pragas em grandes aacutereas os maiores problemas com pragas satildeomanejados ao niacutevel de grandes aacutereas Para algumas pragas o manejo pode serentendido ao niacutevel regional para alcanccedilar uma regulaccedilatildeo populacional a exemplo dealgumas viroses e para alguns insetos moacuteveise) Erradicaccedilatildeo eacute a eliminaccedilatildeo populacional completa de uma praga em umadeterminada aacuterea

Quanto agraves taacuteticas de controle haacute vaacuterios tipos possiacuteveis de seremaplicadas nos programas de MIP entretanto eacute importante levar em consideraccedilatildeo que astaacuteticas satildeo inesgotaacuteveis e que envolvem muita pesquisa e tecnologia disponiacutevel Ostipos de taacuteticas podem ser abordados da seguinte forma

1) Meacutetodos legislativos ou regulatoacuteriosa) Serviccedilo quarentenaacuteriob) Tratamentos quarentenaacuteriosc) Medidas obrigatoacuterias de controled) Programas de supressatildeo e erradicaccedilatildeo

2) Meacutetodos mecacircnicosa) Destruiccedilatildeo manualb) Uso de barreirasc) Esmagamentod) Armadilhase) Cataccedilatildeof) Ensacamento de frutos

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1033

3) Meacutetodos culturaisa) Destruiccedilatildeo de restos de culturab) Poda ou desbastec) Adubaccedilatildeo e irrigaccedilatildeod) Uso de culturas armadilhase) Manipulaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo dos hospedeiros alternativos

4) Meacutetodo de resistecircncia de plantas

5) Meacutetodos de controle por comportamentoa) Feromocircniosb) Repelentesc) Controle por meio de esterilizaccedilatildeo de insetos

6) Meacutetodos de controle fiacutesicoa) Fogob) Drenagemc) Inundaccedilatildeo

d) Temperaturae) Armadilhas luminosasf) Som

7 ) Meacutetodos de controle bioloacutegicoEacute considerado o alicerce de programas modernos de MIP pois os

inimigos naturais mantecircm as pragas em equiliacutebrio sendo um dos responsaacuteveis pelamortalidade natural no agroecossistema

8) Meacutetodos de controle autocida ou geneacuteticosa) Teacutecnica do inseto esteacuteril (TIE)

9) Meacutetodo quiacutemicoa) Pesticidas (inseticidas fungicidas nematicidas e herbicidas)

24 Algumas consideraccedilotildees a respeito do MIP

Pela definiccedilatildeo verifica-se que o sistema daacute ecircnfase ao processo de tomadade decisatildeo que eacute o componente baacutesico que o distingue do sistema convencional decontrole de pragas (Figura 5) Isto implica em dizer que eacute importante aprender a tolerara presenccedila de pragas e a injuacuteria provocada enquanto isso natildeo significar prejuiacutezoeconocircmico pois eacute possiacutevel esperar que a populaccedilatildeo desses organismos atinja o niacutevel dedano econocircmico para consideraacute-los como pragas Essa toleracircncia pode-se dizer que eacuteum fator chave dentro dos programas de MIP favorecendo a accedilatildeo do ambienteprincipalmente com relaccedilatildeo agrave atuaccedilatildeo dos inimigos naturais que poderatildeo ter a suaeficiecircncia incrementada em face do seu crescimento populacional

Com exceccedilatildeo da cultura dos citros as frutiacuteferas tropicais incluindo-se agoiabeira carecem de estudos sobre taxonomia biologia comportamento e ecologia dasprincipais pragas sobre os diversos agroecossistemas formados pelas exploraccedilotildeesfrutiacutecolas sobre os sistemas de tomada de decisatildeo (monitoramento e amostragem) e

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1133

sobre as taacuteticas de controle que constituem informaccedilotildees essenciais para aplicaccedilatildeocorreta do MIP (Figura 5)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1233

bull Identificaccedilatildeo das principais pragasIdentificaccedilatildeo das principais pragas

bullbull Quantificaccedilatildeo da infestaccedilatildeoinfecccedilatildeo (amostragem)Quantificaccedilatildeo da infestaccedilatildeoinfecccedilatildeo (amostragem)

TOMADA DE DECISAtildeOTOMADA DE DECISAtildeOTOMADA DE DECISAtildeO

[n[niacute iacute vel de dano econvel de dano econocircocircmico]mico]

bull Seleccedilatildeo das taacuteticas de controleSeleccedilatildeo das taacuteticas de controle

Taacuteticas preventivas

bull Culturas armadilhas

bull Variedades resistentes

bull Controle bioloacutegico

Taacuteticas preventivasTaacuteticas preventivasbullbull CCulturas armadilhasulturas armadilhas

bullbull Variedades resistentesVariedades resistentes

bullbull Controle bioloacutegicoControle bioloacutegico

Taacuteticas curativas

bull Praacuteticas culturais

bull Inseticida bioloacutegico

bull Inseticida sinteacutetico

Taacuteticas curativasTaacuteticas curativasbullbull Praacuteticas culturais Praacuteticas culturais

bullbull Inseticida bioloacutegico Inseticida bioloacutegico

bullbull Inseticida sinteacutetico Inseticida sinteacutetico

bull Aplicaccedilatildeo de taacuteticas de controleAplicaccedilatildeo de taacuteticas de controlebullbull Avaliaccedilatildeo dos resultadosAvaliaccedilatildeo dos resultados

[[retroalimentaretroalimentaccedilatildeccedilatildeoo]]

Figura 5 Componentes baacutesicos de um programa de MIP (Kogan amp Shenk 2002)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1333

3 A cultura da goiabeira como modelo de implementaccedilatildeo do MIP

A proposta de Manejo Integrado de Pragas na Cultura da Goiabeira queseraacute apresentada a seguir eacute o resultado das vaacuterias reuniotildees realizadas pelo ComitecircGestor da Produccedilatildeo Integrada de Frutas - Goiaba (PIF-Goiaba) do Estado de Satildeo Paulo -composta de teacutecnicos da extensatildeo e pesquisa especialistas na cultura aleacutem de

produtores de amplo conhecimento teacutecnico Na verdade a presente proposta nasceu noForum de Debates sobre o Manejo Integrado de Pragas nas Culturas de Caqui FigoGoiaba Manga e Maracujaacute realizado nas dependecircncias da Coordenadoria deAssistecircncia Teacutecnica Integral (CATI) em Campinas SP em agosto de 2002 A partirdaiacute a mesma foi sendo melhorada ampliada e revisada

Eacute importante salientar que essa proposta natildeo eacute fixa e nem poderia serdevido agraves proacuteprias caracteriacutesticas de um programa de MIP que eacute um processo dinacircmicoPortanto estaraacute sujeita a alteraccedilotildees tatildeo logo novas informaccedilotildees teacutecnicas sejam geradaspela pesquisa Vaacuterias informaccedilotildees contidas na proposta atual resultaram dasexperiecircncias dos teacutecnicos e produtores do Comitecirc Gestor pois a cultura da goiabeiradispotildee de pouca informaccedilatildeo teacutecnica na aacuterea fitossanitaacuteria e muitas vezes de informaccedilotildeesincompletas o que dificultou grandemente a sua elaboraccedilatildeo Vale ressaltar que os

meacutetodos de monitoramento e niacuteveis de controle adotados satildeo empiacutericosO modelo de implementaccedilatildeo de MIP que seraacute apresentado a seguir foi

elaborado primeiramente para atender os cultivos de goiaba para mesa das regiotildees deCampinas e Valinhos no Estado de Satildeo Paulo que eacute composta de pequenaspropriedades e onde eacute basicamente praticada a agricultura familiar com um bom grautecnoloacutegico A variedade de goiaba predominante nesses cultivos eacute a ldquoKumagairdquo depolpa branca

31 Fenologia da goiabeira

O manejo da safra na cultura da goiaba eacute feito basicamente atraveacutes depodas que estimulam novas brotaccedilotildees resultando em um novo ciclo reprodutivoPortanto o ciclo fenoloacutegico da cultura se inicia com a operaccedilatildeo de poda que pode serrealizada em qualquer eacutepoca do ano desde que a temperatura do ar e a umidade do solonatildeo limitem o desenvolvimento vegetativo e reprodutivo da planta

Dois satildeo os tipos baacutesicos de podas empregados na cultura

a) Poda contiacutenua eacute uma operaccedilatildeo que eacute realizada em vaacuterias partes da planta resultandoem vaacuterios ciclos fenoloacutegicos ao mesmo tempo Diante desse fato verifica-se que essesistema natildeo eacute adequado para atender aos preceitos do MIP uma vez que do ponto devista fitossanitaacuterio seria praticamente impossiacutevel aplicar as taacuteticas de controle de formacorreta e organizada Aleacutem disso caso seja necessaacuterio fazer uso de algum controlequiacutemico natildeo haveria como respeitar o periacuteodo de carecircncia do pesticida pois como aplanta apresenta vaacuterios estaacutedios fenoacutelogicos simultaneamente os frutos que estivessemproacuteximos para serem colhidos ficariam com uma carga residual acima dos limitestolerados para consumo

b) Poda total eacute um tipo de operaccedilatildeo que pode ser realizada na aacuterea toda ou por talhatildeo eque consiste em efetuar a poda em toda a planta uniformizando-a fenologicamente Naverdade eacute um tipo de poda de frutificaccedilatildeo que regula a eacutepoca de produccedilatildeo e cada safrada cultura iniciada pela mesma estimula novas brotaccedilotildees resultando em um novo ciclo

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1433

reprodutivo Devido agrave caracteriacutestica dessa operaccedilatildeo a poda total permite aimplementaccedilatildeo do MIP

Portanto para a aplicaccedilatildeo adequada do MIP recomenda-se que agoiabeira seja conduzida pelo sistema de poda total devido agrave uniformizaccedilatildeo fenoloacutegicaque proporciona a todas as plantas da aacuterea de cultivo ou do talhatildeo Aleacutem disso permite

que se faccedila uma discriminaccedilatildeo de cada estaacutedio fenoloacutegico da goiabeira que eacutefundamental para definir os periacuteodos criacuteticos da cultura em relaccedilatildeo agraves suas principaispragas (Figuras 6 e 8)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1533

0 30 60 120 180

P o d a

B r o t a

ccedil atilde o

F l o r e s c i m e n t o

F r u t

o s

ldquo C h u

m b i

n h o rdquo

F r u t o

s c o

m 2 a 3 c m

d e

d i acirc m

e t r o

Fenologia da goiabeira conduzida pelo sistema de poda totaFenologia da goiabeira conduzida pelo sistema de poda tota

230 dias 230 dias

Considerar que cada ciclo da goiabeira inicia em qualquer eacutepoca do ano

cada ciclo da cultura iniciaraacute a partir da realizaccedilatildeo da poda de frutifica

Considerar que cada ciclo da goiabeira inicia em qualquer eacutepoca do ano P

cada ciclo da cultura iniciaraacute a partir da realizaccedilatildeo da poda de frutifica

150

F r u t

o s c o m

1 5 c m

d e

d i acirc m

e t r o

E s t aacute d i o 1

E s t aacute d i o 2

E s t aacute d i o 3

E s t aacute d i o 4

E s t aacute d i o 5

E s t aacute d i o 6

Figura 6 Fenologia da goiabeira onde o periacuteodo em dias de cada fase fenoloacutegica varia com a eacutepoca do anorealizada

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1633

32 Principais pragas da cultura

Conforme jaacute citado anteriormente a correta identificaccedilatildeo das pragas-chave da cultura compotildee o esteio de um programa de MIP pois satildeo elas que causam osmaiores prejuiacutezos devendo atrair toda a atenccedilatildeo por parte do agricultor

Atualmente para o Estado de Satildeo Paulo satildeo consideradas pragas-chave

da cultura da goiaba as seguintes espeacutecies para as quais se devem orientar omonitoramento e o controle

rArr besouro-amarelo Costalimaita ferruginea (Fabr 1801) (Coleoptera Chrysomelidae)

rArr ferrugem Puccinia psidii Wint

rArr gorgulho Conotrachelus psidii Marshall 1922 (Coleoptera Curculionidae)

rArr percevejos (complexo de espeacutecies)bull Monalonion annulipes Sign 1858 (Hemiptera Miridae) bull Leptoglossus gonagra (Fabr 1775) (Hemiptera Coreidae)bull Leptoglossus stigma (Herbst 1784) (Hemiptera Coreidae)bull Leptoglossus zonatus (Dallas 1852) (Hemiptera Coreidae)bull Leptoglossus fasciatus (West 1842) (Hemiptera Coreidae)bull Holhymenia clavigera (Herbst 1784) (Hemiptera Coreidae)

rArr psiliacutedeo Triozoida sp (Hemiptera Psyllidae)

Com relaccedilatildeo agraves moscas-das-frutas (Diptera Teprhitidae e Lonchaeidae)representadas principalmente pelas espeacutecies Anastrepha fraterculus (Wied) A

sororcula Zucchi A bistrigata Bezzi Ceratitis capitata (Wied) e Neosilba sp satildeoconsideradas as pragas mais importantes do ponto de vista quarentenaacuterio quando a

produccedilatildeo se destina agrave exportaccedilatildeo Poreacutem devido ao sistema adotado para a conduccedilatildeo dagoiabeira deixam de ser praga principal uma vez que os frutos satildeo ensacados aoalcanccedilarem cerca de 2-3cm de diacircmetro (Figura 8)

A seguir seraacute apresentada de forma objetiva a proposta de MIP para cadapraga-chave levando-se em consideraccedilatildeo no miacutenimo oito paracircmetros informativosnecessaacuterios para que o manejo possa ser implementado tais comoa) Nome cientiacutefico da pragab) Hospedeiros alternativosc) Inimigos naturaisd) Aspectos bioloacutegicos da pragae) Condiccedilotildees favoraacuteveisf) Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos

g) Monitoramento e niacutevel de accedilatildeoh) Manejo cultural

321 Besouro-amarelo

Nome cientiacutefico Costalimaita ferruginea (Coleoptera Chrysomelidae)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1733

Hospedeiros alternativos Trata-se de uma praga poliacutefaga atacando natildeo soacute fruteirasmas tambeacutem outras espeacutecies como eucaliptos algodoeiro araccedilaacute capim-marmeladafeijoeiro etc Entre as fruteiras ataca as folhas de abacateiro bananeira cajueiromacieira jaboticabeira jambeiro jambolatildeo pitangueira videira e mangueira

Inimigos naturais Haacute relato da sua predaccedilatildeo por Supputius cincticeps (Hemiptera

Pentatomidae) Tynacantha marginata (Hemiptera Pentatomidae) Arilus carinatus(Hemiptera Reduviidae) Misumenops pallens (Araneae Thomisidae) Peucetia sp(Araneae Oxyopidae) e os fungos entomopatogecircnicos Beauveria bassiana e

Metarhizium anisopliae var anisopliae

Aspectos bioloacutegicos A fecircmea faz apenas uma postura contendo em meacutedia cerca de 90ovos de coloraccedilatildeo amarela e brilhante com periacuteodo de incubaccedilatildeo durando cerca de 8-9dias As larvas vivem no solo onde se alimentam de raiacutezes de gramiacuteneas No periacuteodolarval apenas satildeo conhecidos ateacute o momento dois estaacutedios de desenvolvimento (1o e 2o iacutenstares) sendo que o primeiro instar dura 19 dias e o segundo cerca de 35 dias Osadultos emergem do solo apoacutes a ocorrecircncia de chuvas que propiciem um bommolhamento do mesmo

Condiccedilotildees favoraacuteveis A eacutepoca normal de ocorrecircncia da praga eacute nos meses finais daprimavera logo apoacutes a ocorrecircncia de chuvas suficientemente pesadas para propiciaremum bom molhamento do solo

Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos O inseto emerge do solo com as primeiras chuvas pesadas(mais de 20 mm) de primavera (outubronovembro) que possibilitem seu bommolhamento O periacuteodo criacutetico se inicia cerca de 5 dias apoacutes estas chuvas prolongando-se por aproximadamente 2 semanas No Estado de Satildeo Paulo o ataque da praga ocorreprincipalmente no periacuteodo de setembro a marccedilo

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo No periacuteodo criacutetico monitorar a cada 2-3 dias 2 dasplantas do talhatildeo ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo de preferecircncia nas bordadurasVerificar a presenccedila do inseto ou de seus danos (folhas rendadas) nos ramos terminaisde cada quadrante da planta Constatada a presenccedila do inseto ou de seus danos a plantaseraacute considerada infestadaO niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 20 das plantas monitoradas estiverem infestadasPor se tratar de uma praga que normalmente vem de fora do pomar a inspeccedilatildeo deveraacuteser realizada de preferecircncia na sua periferia considerando as trecircs primeiras plantas oulinhas do talhatildeo

Manejo cultural Na instalaccedilatildeo de novos pomares deve ser considerada a presenccedila nasproximidades de culturas altamente visadas pela praga como eacute o caso do eucalipto Osolo deveraacute ser mantido vegetado para dificultar que o inseto complete o seu ciclobioloacutegico aleacutem de favorecer a atividade de possiacuteveis inimigos naturais

322 Ferrugem

Agente Puccinia psidii

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1833

Hospedeiros alternativos O fungo ataca vaacuterias mirtaacuteceas incluindo o eucalipto e a jaboticabeira

Antagonistas Natildeo satildeo conhecidos antagonistas deste fungo

Etiologia No pomar o fungo eacute disseminado pelos ventos ocorrendo vaacuterios ciclos da

praga no mesmo ano agriacutecola acompanhando os surtos vegetativos

Condiccedilotildees favoraacuteveis Presenccedila de tecidos jovens de ramos folhas bototildees florais efrutos novos sob condiccedilotildees climaacuteticas favoraacuteveis que satildeo umidade relativa igual ousuperior a 90 por mais de 8 horas e temperatura entre 18ordm e 25ordmC o que normalmenteocorre nas estaccedilotildees de outono e inverno Condiccedilotildees de baixa luminosidade favorecembastante a infecccedilatildeo

Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos Esse periacuteodo comeccedila logo apoacutes a poda quando se inicia abrotaccedilatildeo ateacute duas semanas apoacutes as folhas atingirem o seu completo desenvolvimento eos frutos apresentarem diacircmetro de pelo menos trecircs cm quando estas condiccedilotildees foremcoincidentes com umidade e temperatura favoraacuteveis ao desenvolvimento do fungo o

que normalmente ocorre nos meses de outono e inverno

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo Deve ser realizado no periacuteodo criacutetico compreendendoos estaacutedios de brotaccedilatildeo ateacute quando os frutos atingirem cerca de trecircs cm de diacircmetro(estaacutedio 6) sob as condiccedilotildees de clima favoraacuteveis ao fungo Monitorar semanalmente 2das plantas ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo inspecionando-se o terccedilo inferior daregiatildeo central da copa e observando-se a ocorrecircncia do fungo nas folhas novas bototildeesflorais flores e frutos Constatando-se sintomas da presenccedila do fungo em qualquer dosoacutergatildeos examinados a planta seraacute considerada infectadaDurante o periacuteodo criacutetico o niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 10 das plantasmonitoradas estiverem infectadas Apoacutes o teacutermino do periacuteodo criacutetico ou depois que osfrutos tenham sido ensacados o niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 20 das plantasmonitoradas estiverem infectadas

Manejo cultural No manejo cultural devem considerar os seguintes aspectosa) Em novos pomares evitar a proximidade com outras mirtaacuteceas principalmenteeucaliptosb) Preferir variedades com maior toleracircncia agrave doenccedila e utilizar espaccedilamentos maioresc) Efetuar podas que propiciem maior arejamento da copad) Realizar desbrotas sistemaacuteticase) Fazer o manejo das plantas invasoras por meio de roccediladasf) Evitar o excesso de adubaccedilatildeo nitrogenadag) Utilizar irrigaccedilatildeo sub-copah) Natildeo realizar mais de trecircs aplicaccedilotildees seguidas com fungicidas sistecircmicos devendosempre alternar com um de contato para evitar a formaccedilatildeo de raccedilas resistentesi) Na utilizaccedilatildeo de fungicidas agrave base de cobre acrescentar agrave calda 05 de oacuteleo mineralou vegetal emulsionaacutevel como medida auxiliar no controle de cochonilhas

323 Gorgulho

Nome cientiacutefico Conotrachelus psidii (Coleoptera Curculionidae)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1933

Hospedeiros alternativos Goiabeiras e araccedilazeiros satildeo citados como hospedeiros dapraga

Inimigos naturais Formigas predadoras Pheidole oxyops Ectatoma planidens

Solenopsis invicta Neoponera villosa e Odontomachus bauri

Aspectos bioloacutegicos Para ovipositarem as fecircmeas fazem com o aparelho bucalperfuraccedilotildees em frutos onde colocam um uacutenico ovo Apoacutes 6 dias da postura ocorre aeclosatildeo da larva que penetra no interior do fruto onde se alimenta da polpa e dassementes Passados de 30 a 35 dias a larva abandona a fruta e se aprofunda no soloonde se transforma em pupa permanecendo nesse estaacutedio por 3 a 4 meses Apoacutes esseperiacuteodo havendo condiccedilotildees de umidade no solo o adulto emerge originando uma novageraccedilatildeo da praga Os adultos de ambos os sexos se alimentam dos bototildees floraisdeixando pequenas perfuraccedilotildees

Condiccedilatildeo favoraacutevel Deve haver umidade no solo para que ocorra a emergecircncia doadulto

Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos Quando os estaacutedios de chumbinho (estaacutedio 4) ateacute que osfrutos atinjam 2 a 3 cm de diacircmetro (estaacutedio 6) coincidirem com a eacutepoca quente echuvosa

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo No periacuteodo criacutetico monitorar semanalmente 2 dasplantas do talhatildeo ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo observando-se um fruto em cadaquadrante no terccedilo meacutedio da copa Ao ser encontrado um fruto atacado examinar pelomenos mais 20 frutos da mesma planta Caso haja outros frutos atacados proceder aomonitoramento nas 4 plantas vizinhas Havendo frutos atacados em pelo menos uma dasplantas vizinhas o conjunto seraacute considerado infestadoO niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 20 dos conjuntos monitorados estivereminfestados

Manejo cultural Eliminar os frutos pequenos que apresentarem sintomas de ataque porocasiatildeo do raleio Recomenda-se coletar e destruir todos os frutos desenvolvidos eoumaduros com sintomas de ataque da praga uma vez que os frutos nesta idade ao caiacuteremno solo e apodrecerem propiciaratildeo continuidade ao ciclo de vida das larvas dogorgulho favorecendo o iniacutecio de uma nova geraccedilatildeo da praga

324 Percevejos

Nomes cientiacuteficos Monalonion annulipes (Hemiptera Miridae) (percevejo-da-verrugose) Leptoglossus gonagra (Hemiptera Coreidae) Leptoglossus stigma (Hemiptera Coreidae) Leptoglossus zonatus (Hemiptera Coreidae) Leptoglossus fasciatus (Hemiptera Coreidae) Holhymenia clavigera (Hemiptera Coreidae)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2033

Hospedeiros alternativos Estas espeacutecies satildeo altamente poliacutefagas Assim satildeo referidascomo pragas da maioria das espeacutecies frutiacuteferas cultivadas comercialmente aleacutem deatacarem tambeacutem espeacutecies bastante distintas como eacute o caso do milho cucurbitaacuteceasmamoneira algodoeiro e girassol Algumas espeacutecies tecircm bastante afinidade com plantasdaninhas como eacute o caso do melatildeo-de-satildeo-caetano ( Mormodica charantia) hospedeiroclaacutessico de L gonagra guanxuma (Sida sp) de L zonatus mussambecirc (Cleome sp) de

L gonagra etc

Inimigos naturais Adultos de H clavigera satildeo parasitados por Hexacladia smithii (Hymenoptera Encyrtidae) e Gryon gallardoi e Gryon sp (Hymenoptera Scelionidae)Parasitam ovos de L zonatus Trichopoda pennipes (Diptera Tachinidae) parasitaadultos de L zonatus Eucelatoriopsis sp e Hydallohoughia sp (Diptera Tachinidae)atacam percevejos Gryon barbiellinii (Hymenoptera Scelionidae) eacute parasitoacuteide de ovosde percevejos Na regiatildeo de Campinas SP foi observado que cerca de 80 dos ovos de

Leptoglossus spp estavam parasitados por Neorileya sp (Hymenoptera Eurytomidae)

Aspectos bioloacutegicos O ciclo evolutivo de L zonatus eacute de 60 dias em temperaturasamenas O ciclo de L gonagra varia de 80 a 90 dias com um periacuteodo de incubaccedilatildeo de 8

dias e fase ninfal de 55 dias

Condiccedilotildees favoraacuteveis Periacuteodos com altas temperaturas satildeo bastante favoraacuteveis aosinsetos Apesar de se alimentarem tambeacutem das partes vegetativas a presenccedila de frutos eacutemuito favoraacutevel ao aumento da populaccedilatildeo L zonatus e L gonagra que ocorrem o anotodo com picos populacionais de novembro a abril H clavigera ocorrepreferencialmente de setembro a abril com pico em janeiro

Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos Os percevejos atacam bototildees florais e frutos em todos osseus estaacutedios de desenvolvimento Os bototildees florais quando picados geralmente caeme os frutos mais desenvolvidos ficam deformados com cicatrizes bem visiacuteveis noslocais onde o inseto faz a punctura para a sua alimentaccedilatildeo Considerar como periacuteodocriacutetico a fase de formaccedilatildeo do botatildeo floral (entre os estaacutedios 2 e 3) ateacute a colheita (estaacutedio7)

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo No periacuteodo criacutetico monitorar semanalmente 2 dasplantas do talhatildeo ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo observando-se a presenccedila deinsetos (adultos ou ninfas) ou sinais do ataque da praga em frutos ou bototildees florais emdois ramos localizados no terccedilo meacutedio da copa em cada quadrante da planta Quandofor encontrado um inseto ou oacutergatildeo injuriado (fruto eou botatildeo floral) a planta seraacuteconsiderada infestadaO niacutevel de accedilatildeo seraacute alcanccedilado quando 20 das plantas monitoradas estivereminfestadas

Manejo cultural Eliminar os frutos pequenos que apresentarem sintomas de ataque porocasiatildeo do raleio As plantas infestantes no interior e em torno do pomar devem sermantidas com o porte baixo durante os periacuteodos favoraacuteveis agrave presenccedila da praga

325 Psiliacutedeo

Nome cientiacutefico Triozoida sp (Hemiptera Psyllidae)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2133

Hospedeiros alternativos Natildeo se conhecem relatos de ocorrecircncia desta praga emoutras culturas apesar de ser constatada sua ocorrecircncia em diversas plantas infestantes

Inimigos naturais Satildeo relatadas como espeacutecies predadoras as joaninhas Cycloneda

sanguinea Olla abdominalis e Scymnus spp aracniacutedeos crisopiacutedeos hemerobiiacutedeos

sirfiacutedeos e estafiliniacutedeos Moscas cecidomiiacutedeas e micro-himenoacutepteros calcidiacutedeos eencirtiacutedeos (Psyllaephagus sp) satildeo relatados como parasitoacuteides de psiliacutedeosCladosporium cladosporioides eacute relatado como agente patogecircnico

Aspectos bioloacutegicos As fecircmeas efetuam a postura ao longo dos ramos ponteiros efolhas novas O periacuteodo de incubaccedilatildeo eacute de 7 a 9 dias e o ninfal variaacutevel de 29 a 35 diasAs ninfas sugam os bordos das folhas que devido agraves toxinas injetadas enrolam-se edeformam-se adquirindo coloraccedilatildeo amarelada ou avermelhada tornando-seposteriormente necrosadas

Condiccedilotildees favoraacuteveis O periacuteodo mais favoraacutevel ao ataque eacute o compreendido pelosmeses de primaveraveratildeo quando as temperaturas satildeo elevadas geralmente associadas

com alto iacutendice pluviomeacutetrico

Periacuteodo e estaacutedio criacutetico Apoacutes a poda quando da emissatildeo das novas brotaccedilotildees ateacute oiniacutecio de desenvolvimento do fruto (estaacutedio 2 a estaacutedio 4)

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo No periacuteodo criacutetico monitorar semanalmente 2 dasplantas do talhatildeo ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo Em cada planta a ser monitoradaverificar a presenccedila de sintomas de ataque ou de ovos ninfas ou adultos do inseto nosdois uacuteltimos pares de folhas em um ramo por quadrante localizado no terccedilo superior dacopa (Figura 7) A planta seraacute considerada infestada quando for constatada a presenccedilado inseto ou de seus danos em pelo menos um quadrante da plantaO niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 30 das plantas monitoradas estiverem infestadasNo periacuteodo natildeo criacutetico o niacutevel de accedilatildeo eacute maior ou seja quando 50 das plantasestiverem infestadas

Manejo cultural O solo deve ser mantido constantemente vegetado sendo o manejodas plantas infestantes feito por meio de roccediladas a fim de permitir a manutenccedilatildeo dafauna de inimigos naturais A adubaccedilatildeo nitrogenada deveraacute ser feita com cuidado paraevitar a brotaccedilatildeo excessiva da planta o que favoreceria a sua colonizaccedilatildeo pela pragaInseticidas piretroacuteides natildeo deveratildeo ser utilizados na cultura por causarem desequiliacutebriosbioloacutegicos favorecendo a incidecircncia desta praga

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2233

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2333

MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM GOIABAMANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM GOIABA

Fenologia da Goiabeira - Pragas e DoenccedilasFenologia da Goiabeira - Pragas e Doenccedilas

0 30 60 120 180

P o d a

B r o t a

ccedil atilde o

F l o r e s c i m e n t o

F r u t

o s

ldquo C h u

m b i

n h o rdquo

F r u t o

s c o

m 2 a 3 c m

d e

d i acirc m

e t r o

C o l

150

F r u t

o s c o m

1 5 c m

d e

d i acirc m

e t r o

E s t aacute d

i o 1

E s t aacute d

i o 2

E s t aacute d

i o 3

E s t aacute d

i o 4

E s t aacute d

i o 5

E s t aacute d

i o 6

Gorgulho e Percevejos

Besouro-amarelo e Psiliacutedeo

Ferrugem

ensacamentoensacamento

Figura 8 Fenologia da goiabeira conduzida pelo sistema de poda total e os periacuteodos criacuteticos de cada praga

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2433

34 Procedimentos aplicados para inspeccedilatildeo populacional das pragas

O sistema de MIP adotado na cultura da goiaba na regiatildeo de Campinas eValinhos no Estado de Satildeo Paulo consiste em levantamentos semanais para estimativadas pragas-chave e dos inimigos naturais

Os procedimentos para realizaccedilatildeo desse levantamento estatildeo resumidos na

Tabela 1 onde satildeo tambeacutem apresentados os niacuteveis de accedilatildeo para controle das pragas-chaveOs dados desse levantamento satildeo registrados em ficha proacutepria cujo

modelo eacute apresentado na Figura 9Nessa ficha constam tambeacutem informaccedilotildees sobre a presenccedila dos inimigos

naturais Para facilitar a identificaccedilatildeo desses artroacutepodos a Tabela 2 apresentainformaccedilotildees sobre a sua localizaccedilatildeo na planta e caracteriacutesticas de seu comportamento

35 Consideraccedilotildees sobre os inimigos naturais presentes no pomar de goiaba

Os inimigos naturais satildeo componentes importantiacutessimos do Manejo

Integrado de Pragas dentro dos princiacutepios estabelecidos pela Produccedilatildeo Integrada deFrutas (PIF) O primeiro passo para tirar o melhor proveito do controle bioloacutegico eacuteconhecer as espeacutecies de pragas seus inimigos naturais e o potencial de controleexercido por eles no campo

Uma revisatildeo da literatura mostra que algumas pragas da goiaba satildeobastante atacadas por agentes de controle bioloacutegico enquanto outras natildeo o satildeo Eacute o casodo gorgulho que eacute atacado por algumas espeacutecies de formigas predadoras(Hymenoptera Formicidae) Adultos do percevejo H clavigera satildeo parasitados por

Hexacladia smithii (Hymenoptera Encyrtidae) Jaacute os percevejos do gecircnero Leptoglossus (Hemiptera Coreidae) satildeo atacados na fase de ovo pelos parasitoacuteidesGryon spp (Hymenoptera Scelionidae) quando adultos podem ser parasitados porTrichopoda pennipes Eucelatoriopsis sp e Hydallohoughia sp (Diptera Tachinidae)Mas eacute o psiliacutedeo juntamente com o besouro-amarelo que apresentam o maior nuacutemerode inimigos naturais conhecidos O psiacuteliacutedeo eacute predado pelas joaninhas Cycloneda

sanguinea e Scymnus spp (Coleoptera Coccinellidae) por crisopiacutedeos e hemerobiiacutedeos(Neuroptera) estafiliniacutedeos (Coleoptera) e aranhas Moscas cecidomiiacutedeas emicroimenoacutepteros calcidiacutedeos satildeo relatados como parasitoacuteides e o fungo Cladosporium

cladosporioides eacute citado como agente patogecircnico O besouro amarelo eacute predado pelospercevejos Supputius cincticeps (Hemiptera Pentatomidae) Tynacantha marginata

(Hemiptera Pentatomidae) Arilus carinatus (Hemiptera Reduviidae) pelas aranhas Misumenops pallens (Araneae Thomisidae) e Peucetia sp (Araneae Oxyopidae) eparasitados pelos fungos entomopatogecircnicos Beauveria bassiana e Metarhizium

anisopliae var anisopliaeEmbora a lista de inimigos naturais natildeo seja pequena pouco se sabe

sobre a sua real capacidade de controle Aleacutem disto a accedilatildeo dos inimigos naturais eacutemuito afetado pelo modo de o homem manejar o ambiente O solo completamentedesprovido de mato por exemplo pode natildeo ser favoraacutevel para a atraccedilatildeo e permanecircnciade inimigos naturais num local Contudo mais estudos satildeo necessaacuterios para entendermelhor essa relaccedilatildeo principalmente no caso da cultura da goiaba

Visando aumentar esse conhecimento bem como a relaccedilatildeo de inimigosexistentes a equipe do PIF-Goiaba tem feito levantamentos perioacutedicos na regiatildeo deCampinas - SP e alguns resultados jaacute foram obtidos Para os percevejos do gecircnero

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2533

Leptoglossus por exemplo verificou-se que cerca de 80 dos ovos depositados nasgoiabeiras estavam parasitados pelo micro-himenoacuteptero Neorileya sp (Eurytomidae)Atacando psiliacutedeo foram encontradas uma espeacutecie de joaninha Olla abdominalis (Coleoptera Coccinellidae) larvas de uma mosca da famiacutelia Syrphidae e uma espeacuteciede parasitoacuteide do gecircnero Psyllaephagus (Hymenoptera Encyrtidae) Paralelamenteestuda-se a possibilidade de se realizarem ensaios para avaliar a patogenicidade de

microrganismos agraves pragas-chave com o objetivo de ampliar a utilizaccedilatildeo do controlebioloacutegico na culturaPor outro lado como a capacitaccedilatildeo de recursos humanos faz parte da

filosofia da Produccedilatildeo Integrada de Frutas o material entomoloacutegico coletado nesseslevantamentos estaacute sendo fotografado para elaboraccedilatildeo de um manual ilustradocontendo natildeo soacute os insetos pragas em suas diversas fases de desenvolvimento mastambeacutem seus inimigos naturais Posteriormente esse manual serviraacute para orientar osprodutores aos quais tambeacutem estatildeo sendo ministrados cursos de treinamento

36 Consideraccedilotildees sobre os estudos de monitoramento de pragas

Aleacutem das pragas citadas anteriormente a goiabeira apresenta outrosorganismos de importacircncia que podem causar seacuterios prejuiacutezos agrave cultura poreacutem devidoaos aspectos do seu ciclo bioloacutegico natildeo eacute possiacutevel condicionar o controle dos mesmosao emprego de taacuteticas de MIP Como exemplo a goiabeira apresenta duas doenccedilas umacausada por bacteacuteria conhecida como seca-bacteriana ( Erwinia psidii) e outra causadapor fungo denominada antracnose (Colletotrichum gloeosporioides) entretanto devidoao caraacuteter explosivo de suas infecccedilotildees natildeo eacute possiacutevel monitoraacute-las diretamente nocampo Em ambos os casos a possibilidade de monitoramento se daria por intermeacutedioda utilizaccedilatildeo de estaccedilotildees de aviso onde os dados meteoroloacutegicos obtidoscorrelacionados com as informaccedilotildees da condiccedilatildeo favoraacutevel para infecccedilatildeo resultariamem uma informaccedilatildeo de previsibilidade de ataque dessas doenccedilas

Os estudos de monitoramento no campo que ainda se encontram emandamento tecircm detectado o surgimento de outras pragas causando seacuterios prejuiacutezos agravegoiabeira tais comoa) Aacutecaro-branco Polyphagotarsonemus latus (Banks 1904) (Acari Tarsonemidae) esseaacutecaro tem sido constatado causando injuacuterias nas brotaccedilotildees e frutos novosprincipalmente entre os estaacutedios de desenvolvimento 1 e 3 (Figura 8)b) Lagarta-do-ponteiro (Lepidoptera Tortricidae) conforme o seu proacuteprio nome essaslagartas instalam-se nas brotaccedilotildees da goiabeira danificando as folhas e os caules tenroscomprometendo o seu desenvolvimento As lagartas satildeo pequenas atingindo nomaacuteximo cerca de 1 cm de comprimento de coloraccedilatildeo verde pardacenta satildeo aacutegeis equando molestadas saltam para fora da brotaccedilatildeo podendo ficar penduradas por um fiode seda O adulto eacute uma pequena mariposa de cor acinzentada que tambeacutem natildeo chega aatingir 1 cm de comprimento Ateacute o momento nos monitoramentos natildeo foi constatada apresenccedila de adultos o que leva a crer que provavelmente esse inseto tenhacomportamento crepuscular ou noturno Tambeacutem natildeo haacute nenhuma informaccedilatildeo relatadaa respeito da ocorrecircncia desse inseto na cultura da goiabac) Lagarta-dos-frutos (Lepidoptera Tortricidae) as lagartas se instalam geralmente nosfruto ensacados ambiente propiacutecio para se desenvolverem danificando a casca e aporccedilatildeo da polpa logo abaixo Tambeacutem satildeo encontradas entre os frutos que ficamaglomerados no ramo As injuacuterias decorrentes de sua alimentaccedilatildeo prejudicam aaparecircncia dos frutos que satildeo descartados Foi constatado um talhatildeo em que a maioria

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2633

dos frutos se encontravam infestados acarretando um prejuiacutezo acima de 50 daproduccedilatildeo As lagartas satildeo aacutegeis apresentam coloraccedilatildeo verde na grande maioria dosindiviacuteduos medem cerca de 15 cm no maacuteximo Os adultos satildeo mariposas de coloraccedilatildeoparda ou ateacute mesmo acizentadas e chegam a medir cerca de 12 mm de comprimentoAteacute o momento natildeo foi constatada a presenccedila de adultos nos monitoramentosrealizados A exemplo da lagarta-dos-ponteiros tambeacutem natildeo haacute nenhuma informaccedilatildeo

relatada de sua ocorrecircncia

4 Consideraccedilotildees finais

A implementaccedilatildeo do MIP na cultura da goiaba reserva um grandedesafio pois diversos fatores de ordem regulatoacuteria econocircmica ambiental de proteccedilatildeohumana ecoloacutegica de praacuteticas culturais e as variaccedilotildees de clima determinaratildeo o usodesse sistema no futuro Portanto a aplicaccedilatildeo do MIP natildeo ficaraacute apenas sob aresponsabilidade do produtor mas a accedilatildeo deveraacute ser conjunta envolvendo asinstituiccedilotildees de pesquisa de extensatildeo e toda a cadeia produtiva da fruta

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2733

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2833

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2933

Tabela 2 Informaccedilotildees sobre os inimigos naturais mais frequumlentes na goiabeira com relaccedilatildeo agraves suas fases de vid

Inimigos Naturais Inspeccedilatildeo

1 Aacutecaro predador 991522 Nos ramos escolhidos para exame de psiliacutedeos inspecionarvelhas com auxiacutelio de uma lupa de 10x de aumento procurand

2 Aranhas 991522 Ao examinar as plantas amostradas procurar os adultos pri jovens eou ovos nos ninhos formados por teias entre as folhas

3 Crisopiacutedeos (bicho-lixeiro)991522 Ao examinar as plantas amostradas observar a presenccedila deadultos Geralmente satildeo encontrados em qualquer parte da pltronco)

4 Formigas 991522 Ao examinar as plantas amostradas procurar os insetos adu

5 Joaninhas 991522 Ao examinar as plantas amostradas observar a presenccedila dpreferencialmente nas folhas novas

6 Percevejos predadores 991522 Examinar as plantas amostradas procurando adultos ninf

localizam nas folhas do interior da copa7 Sirfiacutedeos (moscas que pairam no ar) 991522 Observar moscas que pairam no ar as larvas localizam-se

por ocasiatildeo da infestaccedilatildeo de psiacutelideos ou pulgotildees principalme8 Mosquinha-verde metaacutelica (Dolicopodiacutedeos) 991522 Os adultos satildeo aacutegeis e devem ser observados nas folhas loc

9 Vespas (marimbondos) 991522 Geralmente os adultos satildeo pequenas vespas caccediladoras qubrotaccedilotildees

10 Vespinhas (parasitoacuteides) 991522 Examinar as plantas amostradas procurando os insetos aduno interior da copa

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3033

FICHA DE INSPECcedilAtildeO DE PRAGAS E INIMIGOS NATURAIS PRODUCcedilAtildeO INTEGRADA DE GOIABA-SPPlantas inspecionadas

PragasQ 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

No

abc

Besouro-amarelo

dabc

Gorgulho

dabc

Percevejos

dabc

Psiliacutedeo

d

Ferrugem SInimigos Naturais E

LJoaninhasAOL

Crisopiacutedeos(bicho-lixeiro)

ANPercevejos

predadores AAacutecaro predador A

Aranhas AVespinhas A

Data _______________ Talhatildeo ___________ Estaacutegio fenoloacutegico 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6( ) 7( ) Inspetor

Legenda Q = quadrantes E = estaacutegio de vida dos inimigos naturais onde O = ovo L = larva N = ninfa A =

Figura 9 Modelo de ficha de amostragem utilizada no monitoramento das pragas e inimigos naturais na goiabei

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3133

Agradecimentos

Os autores agradecem aos teacutecnicos e produtores do Comitecirc Gestor daProduccedilatildeo Integrada de Frutas - Goiaba pelo total apoio que nos foi dispensado e queainda continuam incentivando com pleno entusiasmo no intuito de fortalecer cada vezmais a fruticultura brasileira Tambeacutem agradecemos os estagiaacuterios Guilherme de Melo e

Flaacutevia Calderari Marin pelo grande auxiacutelio nos trabalhos de monitoramento no campo ede laboratoacuterio Agradecemos tambeacutem ao engenheiro agrocircnomo Joseacute Emiacutelio Bettiol Netopela sua grande atuaccedilatildeo frente aos produtores de goiaba e que nunca mediu esforccedilos emnos ajudar nos estudos de monitoramento aleacutem das muitas informaccedilotildees que nosforneceu

Bibliografia consultada

Altieri MA EN Silva amp CI Nicholls 2003 O papel da biodiversidade no manejode pragas Holos Editora Ribeiratildeo Preto 226p

Bailez OE A M Viana ndashBailez JOG Lima amp DDO Moreira 2003 Life-historyof the guava weevil Conotrachelus psidii Marshal (Coleoptera Curculionidae) underlaboratory conditions Neotropical Entomology 32(2)203-207

Baldin ELL AL Boiccedila Juacutenior amp S Freitas 1998 Percevejo do maracujaacuteHolhymenia clavigera (Herb 1784) x Holhymenia histrio (Fabr 1803) (HemipteraCoreidae) p35 In 17o Congresso Brasileiro de Entomologia Resumos vol 1 SEBRio de Janeiro RJ

Barbosa FR A P Santos AT Haji WA Moreira FNP Haji amp J A Alencar1999 Eficiecircncia e seletividade do imidacloprid e lambdacyalothrin no controledopsiliacutedeo (Triozoida sp) em goiabeira Revista Brasileira de Fruticultura 21(3) 385-387

Barbosa FR AS Nascimento JV Oliveira JA Alencar amp FNP Haji 2001Pragas p29-54 In Barbosa FR (ed) Goiaba Fitossanidade Embrapa Semi-AacuteridoPetrolina Embrapa Brasiacutelia 63p (Frutas do Brasil 18)

Barbosa FR RG Ferreira LHP Kiill E A Souza WA Moreira JA Alencar ampFNP Haji 2002 Estudos do niacutevel de dano plantas invasoras hospedeiras e controledo psiliacutedeo da goiabeira (Triozoida sp) In XIX Congresso Brasileiro de EntomologiaManaus AM (Anais do Seminaacuterio do SEAG)

Boscaacuten de Martinez N amp R Casares 1980 El gorgojop de la guayaba Conotracheluspsidii Marshall (Coleoptera Curculionidae) I Evaluacioacuten de dantildeos AgronomiaTropical 30(1-6) 77-83

Boscaacuten de Martinez N amp R Casares 1981 Distribucioacutenen el tiempo de las fases delgorgojo de la guayaba Conotrachelus psidii Marshall (Coleoptera Curculionidae) en elcampo Agronomia Tropical 31(1-6) 123-130

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3233

Cave RD 1995 Manual para la ensentildeanza del control bioloacutegico en Ameacuterica LatinaZamorano Academic Press Zamorano Honduras 188p (primera edicioacuten)

Crocomo WB 1990 O que eacute o manejo integrado de pragas p 9-34 In CrocomoWB (coord) Manejo integrado de pragas Editora Unesp Satildeo Paulo CETESB 358p

Dolinski C 2003 Vermes que controlam insetos Guava News 1(1)8 (Goiabraacutes)

Follet PA amp KW Vick 2002 Desarrollo de estrategias de manejo integrado deplagas para eliminar las barreras sanitarias que restringen la exportacioacuten de productosagriacutecolas Manejo Integrado de Plagas y Agroecologia 65 43-49

Gallo D O Nakano S Silveira Neto RPL Carvalho GC Baptista E Berti FilhoJRP Parra RA Zucchi SB Alves JD Vendramim LC Marchini JRS Lopes ampC Omoto 2002 Entomologia Agriacutecola FEALQ Piracicaba 920p

Gonzaga Neto L amp JM Soares 1994 Goiaba para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos daproduccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa-SPI 49p - (Seacuterie Publicaccedilotildees Teacutecnicas FRUPEX 5)

Gould WP amp A Raga 2002 Pests of guava p295-313 In JE Pentildea JL Sharp ampM Wysoki (eds) Tropical fruit pests and pollinators biology economic importancenatural enemies and control CABI Publishing New York NY

Kogan M amp M Shenk 2002 Conceptualizacioacuten del manejo integrado de plagas enescalas espaciales y niveles de integracioacuten maacutes amplios Manejo Integrado de Plagas yAgroecologia 65 34-42

Malavasi A amp RA Zucchi 2000 Moscas-das-frutas de importacircncia econocircmica noBrasil conhecimento baacutesico e aplicado Holos Editora Ribeiratildeo Preto 327p

Nicholls C amp M Altieri 2002 Biodivesidad y disentildeo agroecoloacutegico un estudio dede manejo de plagas en vintildeedos Manejo Integrado de Plagas y Agroecologia 65 50-64

Norris RF EP Caswell-Chen amp M Kogan 2003 Concepts in integrated pestmanagement Prentice Hall Upper Saddle River New Jersey 586p

Pereira FM amp SA Bortoli 1998 Pragas da goiabeira p 119-130 In BragaSobrinho R JE Cardoso amp FCO Freire (eds) Pragas das fruteiras tropicais deimportacircncia agroindustrial Embrapa-SPI Brasiacutelia Embrapa-CNPAT Fortaleza 209p

Silva AGDA CR Gonccedilalves DM Galvatildeo AJL Gonccedilalves J Gomes MNSilva amp L Simoni 1968 Quarto cataacutelogo dos insetos que vivem nas plantas do Brasilseus parasitos e predadores Parte II - 1o Tomo - Insetos hospedeiros e inimigosnaturais Min de Agric Dep de Def e Inspeccedilatildeo Agropecuaacuteria Rio de Janeiro 622p

Silva NA 1992 Taxonomia ciclo de vida e dinacircmica populacional de Costalimaitaferruginea (Fabr 1801) (Coleoptera Chrysomelidae) praga de Eucalyptus spp(Myrtaceae) Tese de Doutorado ESALQUSP Piracicaba SP 165p

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3333

Silveira Neto S 1990 Monitoramento e decisatildeo no controle de pragas p 71-86 InCrocomo WB (coord) Manejo integrado de pragas Editora Unesp Satildeo PauloCETESB 358p

Souza JC A Raga amp MA Souza 2003 Pragas da goiabeira EPAMIG BeloHorizonte 60p (EPAMIG Boletim Teacutecnico 71)

Page 10: goiabeira - 9_MIPpragas

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1033

3) Meacutetodos culturaisa) Destruiccedilatildeo de restos de culturab) Poda ou desbastec) Adubaccedilatildeo e irrigaccedilatildeod) Uso de culturas armadilhase) Manipulaccedilatildeo ou destruiccedilatildeo dos hospedeiros alternativos

4) Meacutetodo de resistecircncia de plantas

5) Meacutetodos de controle por comportamentoa) Feromocircniosb) Repelentesc) Controle por meio de esterilizaccedilatildeo de insetos

6) Meacutetodos de controle fiacutesicoa) Fogob) Drenagemc) Inundaccedilatildeo

d) Temperaturae) Armadilhas luminosasf) Som

7 ) Meacutetodos de controle bioloacutegicoEacute considerado o alicerce de programas modernos de MIP pois os

inimigos naturais mantecircm as pragas em equiliacutebrio sendo um dos responsaacuteveis pelamortalidade natural no agroecossistema

8) Meacutetodos de controle autocida ou geneacuteticosa) Teacutecnica do inseto esteacuteril (TIE)

9) Meacutetodo quiacutemicoa) Pesticidas (inseticidas fungicidas nematicidas e herbicidas)

24 Algumas consideraccedilotildees a respeito do MIP

Pela definiccedilatildeo verifica-se que o sistema daacute ecircnfase ao processo de tomadade decisatildeo que eacute o componente baacutesico que o distingue do sistema convencional decontrole de pragas (Figura 5) Isto implica em dizer que eacute importante aprender a tolerara presenccedila de pragas e a injuacuteria provocada enquanto isso natildeo significar prejuiacutezoeconocircmico pois eacute possiacutevel esperar que a populaccedilatildeo desses organismos atinja o niacutevel dedano econocircmico para consideraacute-los como pragas Essa toleracircncia pode-se dizer que eacuteum fator chave dentro dos programas de MIP favorecendo a accedilatildeo do ambienteprincipalmente com relaccedilatildeo agrave atuaccedilatildeo dos inimigos naturais que poderatildeo ter a suaeficiecircncia incrementada em face do seu crescimento populacional

Com exceccedilatildeo da cultura dos citros as frutiacuteferas tropicais incluindo-se agoiabeira carecem de estudos sobre taxonomia biologia comportamento e ecologia dasprincipais pragas sobre os diversos agroecossistemas formados pelas exploraccedilotildeesfrutiacutecolas sobre os sistemas de tomada de decisatildeo (monitoramento e amostragem) e

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1133

sobre as taacuteticas de controle que constituem informaccedilotildees essenciais para aplicaccedilatildeocorreta do MIP (Figura 5)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1233

bull Identificaccedilatildeo das principais pragasIdentificaccedilatildeo das principais pragas

bullbull Quantificaccedilatildeo da infestaccedilatildeoinfecccedilatildeo (amostragem)Quantificaccedilatildeo da infestaccedilatildeoinfecccedilatildeo (amostragem)

TOMADA DE DECISAtildeOTOMADA DE DECISAtildeOTOMADA DE DECISAtildeO

[n[niacute iacute vel de dano econvel de dano econocircocircmico]mico]

bull Seleccedilatildeo das taacuteticas de controleSeleccedilatildeo das taacuteticas de controle

Taacuteticas preventivas

bull Culturas armadilhas

bull Variedades resistentes

bull Controle bioloacutegico

Taacuteticas preventivasTaacuteticas preventivasbullbull CCulturas armadilhasulturas armadilhas

bullbull Variedades resistentesVariedades resistentes

bullbull Controle bioloacutegicoControle bioloacutegico

Taacuteticas curativas

bull Praacuteticas culturais

bull Inseticida bioloacutegico

bull Inseticida sinteacutetico

Taacuteticas curativasTaacuteticas curativasbullbull Praacuteticas culturais Praacuteticas culturais

bullbull Inseticida bioloacutegico Inseticida bioloacutegico

bullbull Inseticida sinteacutetico Inseticida sinteacutetico

bull Aplicaccedilatildeo de taacuteticas de controleAplicaccedilatildeo de taacuteticas de controlebullbull Avaliaccedilatildeo dos resultadosAvaliaccedilatildeo dos resultados

[[retroalimentaretroalimentaccedilatildeccedilatildeoo]]

Figura 5 Componentes baacutesicos de um programa de MIP (Kogan amp Shenk 2002)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1333

3 A cultura da goiabeira como modelo de implementaccedilatildeo do MIP

A proposta de Manejo Integrado de Pragas na Cultura da Goiabeira queseraacute apresentada a seguir eacute o resultado das vaacuterias reuniotildees realizadas pelo ComitecircGestor da Produccedilatildeo Integrada de Frutas - Goiaba (PIF-Goiaba) do Estado de Satildeo Paulo -composta de teacutecnicos da extensatildeo e pesquisa especialistas na cultura aleacutem de

produtores de amplo conhecimento teacutecnico Na verdade a presente proposta nasceu noForum de Debates sobre o Manejo Integrado de Pragas nas Culturas de Caqui FigoGoiaba Manga e Maracujaacute realizado nas dependecircncias da Coordenadoria deAssistecircncia Teacutecnica Integral (CATI) em Campinas SP em agosto de 2002 A partirdaiacute a mesma foi sendo melhorada ampliada e revisada

Eacute importante salientar que essa proposta natildeo eacute fixa e nem poderia serdevido agraves proacuteprias caracteriacutesticas de um programa de MIP que eacute um processo dinacircmicoPortanto estaraacute sujeita a alteraccedilotildees tatildeo logo novas informaccedilotildees teacutecnicas sejam geradaspela pesquisa Vaacuterias informaccedilotildees contidas na proposta atual resultaram dasexperiecircncias dos teacutecnicos e produtores do Comitecirc Gestor pois a cultura da goiabeiradispotildee de pouca informaccedilatildeo teacutecnica na aacuterea fitossanitaacuteria e muitas vezes de informaccedilotildeesincompletas o que dificultou grandemente a sua elaboraccedilatildeo Vale ressaltar que os

meacutetodos de monitoramento e niacuteveis de controle adotados satildeo empiacutericosO modelo de implementaccedilatildeo de MIP que seraacute apresentado a seguir foi

elaborado primeiramente para atender os cultivos de goiaba para mesa das regiotildees deCampinas e Valinhos no Estado de Satildeo Paulo que eacute composta de pequenaspropriedades e onde eacute basicamente praticada a agricultura familiar com um bom grautecnoloacutegico A variedade de goiaba predominante nesses cultivos eacute a ldquoKumagairdquo depolpa branca

31 Fenologia da goiabeira

O manejo da safra na cultura da goiaba eacute feito basicamente atraveacutes depodas que estimulam novas brotaccedilotildees resultando em um novo ciclo reprodutivoPortanto o ciclo fenoloacutegico da cultura se inicia com a operaccedilatildeo de poda que pode serrealizada em qualquer eacutepoca do ano desde que a temperatura do ar e a umidade do solonatildeo limitem o desenvolvimento vegetativo e reprodutivo da planta

Dois satildeo os tipos baacutesicos de podas empregados na cultura

a) Poda contiacutenua eacute uma operaccedilatildeo que eacute realizada em vaacuterias partes da planta resultandoem vaacuterios ciclos fenoloacutegicos ao mesmo tempo Diante desse fato verifica-se que essesistema natildeo eacute adequado para atender aos preceitos do MIP uma vez que do ponto devista fitossanitaacuterio seria praticamente impossiacutevel aplicar as taacuteticas de controle de formacorreta e organizada Aleacutem disso caso seja necessaacuterio fazer uso de algum controlequiacutemico natildeo haveria como respeitar o periacuteodo de carecircncia do pesticida pois como aplanta apresenta vaacuterios estaacutedios fenoacutelogicos simultaneamente os frutos que estivessemproacuteximos para serem colhidos ficariam com uma carga residual acima dos limitestolerados para consumo

b) Poda total eacute um tipo de operaccedilatildeo que pode ser realizada na aacuterea toda ou por talhatildeo eque consiste em efetuar a poda em toda a planta uniformizando-a fenologicamente Naverdade eacute um tipo de poda de frutificaccedilatildeo que regula a eacutepoca de produccedilatildeo e cada safrada cultura iniciada pela mesma estimula novas brotaccedilotildees resultando em um novo ciclo

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1433

reprodutivo Devido agrave caracteriacutestica dessa operaccedilatildeo a poda total permite aimplementaccedilatildeo do MIP

Portanto para a aplicaccedilatildeo adequada do MIP recomenda-se que agoiabeira seja conduzida pelo sistema de poda total devido agrave uniformizaccedilatildeo fenoloacutegicaque proporciona a todas as plantas da aacuterea de cultivo ou do talhatildeo Aleacutem disso permite

que se faccedila uma discriminaccedilatildeo de cada estaacutedio fenoloacutegico da goiabeira que eacutefundamental para definir os periacuteodos criacuteticos da cultura em relaccedilatildeo agraves suas principaispragas (Figuras 6 e 8)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1533

0 30 60 120 180

P o d a

B r o t a

ccedil atilde o

F l o r e s c i m e n t o

F r u t

o s

ldquo C h u

m b i

n h o rdquo

F r u t o

s c o

m 2 a 3 c m

d e

d i acirc m

e t r o

Fenologia da goiabeira conduzida pelo sistema de poda totaFenologia da goiabeira conduzida pelo sistema de poda tota

230 dias 230 dias

Considerar que cada ciclo da goiabeira inicia em qualquer eacutepoca do ano

cada ciclo da cultura iniciaraacute a partir da realizaccedilatildeo da poda de frutifica

Considerar que cada ciclo da goiabeira inicia em qualquer eacutepoca do ano P

cada ciclo da cultura iniciaraacute a partir da realizaccedilatildeo da poda de frutifica

150

F r u t

o s c o m

1 5 c m

d e

d i acirc m

e t r o

E s t aacute d i o 1

E s t aacute d i o 2

E s t aacute d i o 3

E s t aacute d i o 4

E s t aacute d i o 5

E s t aacute d i o 6

Figura 6 Fenologia da goiabeira onde o periacuteodo em dias de cada fase fenoloacutegica varia com a eacutepoca do anorealizada

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1633

32 Principais pragas da cultura

Conforme jaacute citado anteriormente a correta identificaccedilatildeo das pragas-chave da cultura compotildee o esteio de um programa de MIP pois satildeo elas que causam osmaiores prejuiacutezos devendo atrair toda a atenccedilatildeo por parte do agricultor

Atualmente para o Estado de Satildeo Paulo satildeo consideradas pragas-chave

da cultura da goiaba as seguintes espeacutecies para as quais se devem orientar omonitoramento e o controle

rArr besouro-amarelo Costalimaita ferruginea (Fabr 1801) (Coleoptera Chrysomelidae)

rArr ferrugem Puccinia psidii Wint

rArr gorgulho Conotrachelus psidii Marshall 1922 (Coleoptera Curculionidae)

rArr percevejos (complexo de espeacutecies)bull Monalonion annulipes Sign 1858 (Hemiptera Miridae) bull Leptoglossus gonagra (Fabr 1775) (Hemiptera Coreidae)bull Leptoglossus stigma (Herbst 1784) (Hemiptera Coreidae)bull Leptoglossus zonatus (Dallas 1852) (Hemiptera Coreidae)bull Leptoglossus fasciatus (West 1842) (Hemiptera Coreidae)bull Holhymenia clavigera (Herbst 1784) (Hemiptera Coreidae)

rArr psiliacutedeo Triozoida sp (Hemiptera Psyllidae)

Com relaccedilatildeo agraves moscas-das-frutas (Diptera Teprhitidae e Lonchaeidae)representadas principalmente pelas espeacutecies Anastrepha fraterculus (Wied) A

sororcula Zucchi A bistrigata Bezzi Ceratitis capitata (Wied) e Neosilba sp satildeoconsideradas as pragas mais importantes do ponto de vista quarentenaacuterio quando a

produccedilatildeo se destina agrave exportaccedilatildeo Poreacutem devido ao sistema adotado para a conduccedilatildeo dagoiabeira deixam de ser praga principal uma vez que os frutos satildeo ensacados aoalcanccedilarem cerca de 2-3cm de diacircmetro (Figura 8)

A seguir seraacute apresentada de forma objetiva a proposta de MIP para cadapraga-chave levando-se em consideraccedilatildeo no miacutenimo oito paracircmetros informativosnecessaacuterios para que o manejo possa ser implementado tais comoa) Nome cientiacutefico da pragab) Hospedeiros alternativosc) Inimigos naturaisd) Aspectos bioloacutegicos da pragae) Condiccedilotildees favoraacuteveisf) Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos

g) Monitoramento e niacutevel de accedilatildeoh) Manejo cultural

321 Besouro-amarelo

Nome cientiacutefico Costalimaita ferruginea (Coleoptera Chrysomelidae)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1733

Hospedeiros alternativos Trata-se de uma praga poliacutefaga atacando natildeo soacute fruteirasmas tambeacutem outras espeacutecies como eucaliptos algodoeiro araccedilaacute capim-marmeladafeijoeiro etc Entre as fruteiras ataca as folhas de abacateiro bananeira cajueiromacieira jaboticabeira jambeiro jambolatildeo pitangueira videira e mangueira

Inimigos naturais Haacute relato da sua predaccedilatildeo por Supputius cincticeps (Hemiptera

Pentatomidae) Tynacantha marginata (Hemiptera Pentatomidae) Arilus carinatus(Hemiptera Reduviidae) Misumenops pallens (Araneae Thomisidae) Peucetia sp(Araneae Oxyopidae) e os fungos entomopatogecircnicos Beauveria bassiana e

Metarhizium anisopliae var anisopliae

Aspectos bioloacutegicos A fecircmea faz apenas uma postura contendo em meacutedia cerca de 90ovos de coloraccedilatildeo amarela e brilhante com periacuteodo de incubaccedilatildeo durando cerca de 8-9dias As larvas vivem no solo onde se alimentam de raiacutezes de gramiacuteneas No periacuteodolarval apenas satildeo conhecidos ateacute o momento dois estaacutedios de desenvolvimento (1o e 2o iacutenstares) sendo que o primeiro instar dura 19 dias e o segundo cerca de 35 dias Osadultos emergem do solo apoacutes a ocorrecircncia de chuvas que propiciem um bommolhamento do mesmo

Condiccedilotildees favoraacuteveis A eacutepoca normal de ocorrecircncia da praga eacute nos meses finais daprimavera logo apoacutes a ocorrecircncia de chuvas suficientemente pesadas para propiciaremum bom molhamento do solo

Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos O inseto emerge do solo com as primeiras chuvas pesadas(mais de 20 mm) de primavera (outubronovembro) que possibilitem seu bommolhamento O periacuteodo criacutetico se inicia cerca de 5 dias apoacutes estas chuvas prolongando-se por aproximadamente 2 semanas No Estado de Satildeo Paulo o ataque da praga ocorreprincipalmente no periacuteodo de setembro a marccedilo

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo No periacuteodo criacutetico monitorar a cada 2-3 dias 2 dasplantas do talhatildeo ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo de preferecircncia nas bordadurasVerificar a presenccedila do inseto ou de seus danos (folhas rendadas) nos ramos terminaisde cada quadrante da planta Constatada a presenccedila do inseto ou de seus danos a plantaseraacute considerada infestadaO niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 20 das plantas monitoradas estiverem infestadasPor se tratar de uma praga que normalmente vem de fora do pomar a inspeccedilatildeo deveraacuteser realizada de preferecircncia na sua periferia considerando as trecircs primeiras plantas oulinhas do talhatildeo

Manejo cultural Na instalaccedilatildeo de novos pomares deve ser considerada a presenccedila nasproximidades de culturas altamente visadas pela praga como eacute o caso do eucalipto Osolo deveraacute ser mantido vegetado para dificultar que o inseto complete o seu ciclobioloacutegico aleacutem de favorecer a atividade de possiacuteveis inimigos naturais

322 Ferrugem

Agente Puccinia psidii

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1833

Hospedeiros alternativos O fungo ataca vaacuterias mirtaacuteceas incluindo o eucalipto e a jaboticabeira

Antagonistas Natildeo satildeo conhecidos antagonistas deste fungo

Etiologia No pomar o fungo eacute disseminado pelos ventos ocorrendo vaacuterios ciclos da

praga no mesmo ano agriacutecola acompanhando os surtos vegetativos

Condiccedilotildees favoraacuteveis Presenccedila de tecidos jovens de ramos folhas bototildees florais efrutos novos sob condiccedilotildees climaacuteticas favoraacuteveis que satildeo umidade relativa igual ousuperior a 90 por mais de 8 horas e temperatura entre 18ordm e 25ordmC o que normalmenteocorre nas estaccedilotildees de outono e inverno Condiccedilotildees de baixa luminosidade favorecembastante a infecccedilatildeo

Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos Esse periacuteodo comeccedila logo apoacutes a poda quando se inicia abrotaccedilatildeo ateacute duas semanas apoacutes as folhas atingirem o seu completo desenvolvimento eos frutos apresentarem diacircmetro de pelo menos trecircs cm quando estas condiccedilotildees foremcoincidentes com umidade e temperatura favoraacuteveis ao desenvolvimento do fungo o

que normalmente ocorre nos meses de outono e inverno

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo Deve ser realizado no periacuteodo criacutetico compreendendoos estaacutedios de brotaccedilatildeo ateacute quando os frutos atingirem cerca de trecircs cm de diacircmetro(estaacutedio 6) sob as condiccedilotildees de clima favoraacuteveis ao fungo Monitorar semanalmente 2das plantas ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo inspecionando-se o terccedilo inferior daregiatildeo central da copa e observando-se a ocorrecircncia do fungo nas folhas novas bototildeesflorais flores e frutos Constatando-se sintomas da presenccedila do fungo em qualquer dosoacutergatildeos examinados a planta seraacute considerada infectadaDurante o periacuteodo criacutetico o niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 10 das plantasmonitoradas estiverem infectadas Apoacutes o teacutermino do periacuteodo criacutetico ou depois que osfrutos tenham sido ensacados o niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 20 das plantasmonitoradas estiverem infectadas

Manejo cultural No manejo cultural devem considerar os seguintes aspectosa) Em novos pomares evitar a proximidade com outras mirtaacuteceas principalmenteeucaliptosb) Preferir variedades com maior toleracircncia agrave doenccedila e utilizar espaccedilamentos maioresc) Efetuar podas que propiciem maior arejamento da copad) Realizar desbrotas sistemaacuteticase) Fazer o manejo das plantas invasoras por meio de roccediladasf) Evitar o excesso de adubaccedilatildeo nitrogenadag) Utilizar irrigaccedilatildeo sub-copah) Natildeo realizar mais de trecircs aplicaccedilotildees seguidas com fungicidas sistecircmicos devendosempre alternar com um de contato para evitar a formaccedilatildeo de raccedilas resistentesi) Na utilizaccedilatildeo de fungicidas agrave base de cobre acrescentar agrave calda 05 de oacuteleo mineralou vegetal emulsionaacutevel como medida auxiliar no controle de cochonilhas

323 Gorgulho

Nome cientiacutefico Conotrachelus psidii (Coleoptera Curculionidae)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1933

Hospedeiros alternativos Goiabeiras e araccedilazeiros satildeo citados como hospedeiros dapraga

Inimigos naturais Formigas predadoras Pheidole oxyops Ectatoma planidens

Solenopsis invicta Neoponera villosa e Odontomachus bauri

Aspectos bioloacutegicos Para ovipositarem as fecircmeas fazem com o aparelho bucalperfuraccedilotildees em frutos onde colocam um uacutenico ovo Apoacutes 6 dias da postura ocorre aeclosatildeo da larva que penetra no interior do fruto onde se alimenta da polpa e dassementes Passados de 30 a 35 dias a larva abandona a fruta e se aprofunda no soloonde se transforma em pupa permanecendo nesse estaacutedio por 3 a 4 meses Apoacutes esseperiacuteodo havendo condiccedilotildees de umidade no solo o adulto emerge originando uma novageraccedilatildeo da praga Os adultos de ambos os sexos se alimentam dos bototildees floraisdeixando pequenas perfuraccedilotildees

Condiccedilatildeo favoraacutevel Deve haver umidade no solo para que ocorra a emergecircncia doadulto

Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos Quando os estaacutedios de chumbinho (estaacutedio 4) ateacute que osfrutos atinjam 2 a 3 cm de diacircmetro (estaacutedio 6) coincidirem com a eacutepoca quente echuvosa

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo No periacuteodo criacutetico monitorar semanalmente 2 dasplantas do talhatildeo ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo observando-se um fruto em cadaquadrante no terccedilo meacutedio da copa Ao ser encontrado um fruto atacado examinar pelomenos mais 20 frutos da mesma planta Caso haja outros frutos atacados proceder aomonitoramento nas 4 plantas vizinhas Havendo frutos atacados em pelo menos uma dasplantas vizinhas o conjunto seraacute considerado infestadoO niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 20 dos conjuntos monitorados estivereminfestados

Manejo cultural Eliminar os frutos pequenos que apresentarem sintomas de ataque porocasiatildeo do raleio Recomenda-se coletar e destruir todos os frutos desenvolvidos eoumaduros com sintomas de ataque da praga uma vez que os frutos nesta idade ao caiacuteremno solo e apodrecerem propiciaratildeo continuidade ao ciclo de vida das larvas dogorgulho favorecendo o iniacutecio de uma nova geraccedilatildeo da praga

324 Percevejos

Nomes cientiacuteficos Monalonion annulipes (Hemiptera Miridae) (percevejo-da-verrugose) Leptoglossus gonagra (Hemiptera Coreidae) Leptoglossus stigma (Hemiptera Coreidae) Leptoglossus zonatus (Hemiptera Coreidae) Leptoglossus fasciatus (Hemiptera Coreidae) Holhymenia clavigera (Hemiptera Coreidae)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2033

Hospedeiros alternativos Estas espeacutecies satildeo altamente poliacutefagas Assim satildeo referidascomo pragas da maioria das espeacutecies frutiacuteferas cultivadas comercialmente aleacutem deatacarem tambeacutem espeacutecies bastante distintas como eacute o caso do milho cucurbitaacuteceasmamoneira algodoeiro e girassol Algumas espeacutecies tecircm bastante afinidade com plantasdaninhas como eacute o caso do melatildeo-de-satildeo-caetano ( Mormodica charantia) hospedeiroclaacutessico de L gonagra guanxuma (Sida sp) de L zonatus mussambecirc (Cleome sp) de

L gonagra etc

Inimigos naturais Adultos de H clavigera satildeo parasitados por Hexacladia smithii (Hymenoptera Encyrtidae) e Gryon gallardoi e Gryon sp (Hymenoptera Scelionidae)Parasitam ovos de L zonatus Trichopoda pennipes (Diptera Tachinidae) parasitaadultos de L zonatus Eucelatoriopsis sp e Hydallohoughia sp (Diptera Tachinidae)atacam percevejos Gryon barbiellinii (Hymenoptera Scelionidae) eacute parasitoacuteide de ovosde percevejos Na regiatildeo de Campinas SP foi observado que cerca de 80 dos ovos de

Leptoglossus spp estavam parasitados por Neorileya sp (Hymenoptera Eurytomidae)

Aspectos bioloacutegicos O ciclo evolutivo de L zonatus eacute de 60 dias em temperaturasamenas O ciclo de L gonagra varia de 80 a 90 dias com um periacuteodo de incubaccedilatildeo de 8

dias e fase ninfal de 55 dias

Condiccedilotildees favoraacuteveis Periacuteodos com altas temperaturas satildeo bastante favoraacuteveis aosinsetos Apesar de se alimentarem tambeacutem das partes vegetativas a presenccedila de frutos eacutemuito favoraacutevel ao aumento da populaccedilatildeo L zonatus e L gonagra que ocorrem o anotodo com picos populacionais de novembro a abril H clavigera ocorrepreferencialmente de setembro a abril com pico em janeiro

Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos Os percevejos atacam bototildees florais e frutos em todos osseus estaacutedios de desenvolvimento Os bototildees florais quando picados geralmente caeme os frutos mais desenvolvidos ficam deformados com cicatrizes bem visiacuteveis noslocais onde o inseto faz a punctura para a sua alimentaccedilatildeo Considerar como periacuteodocriacutetico a fase de formaccedilatildeo do botatildeo floral (entre os estaacutedios 2 e 3) ateacute a colheita (estaacutedio7)

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo No periacuteodo criacutetico monitorar semanalmente 2 dasplantas do talhatildeo ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo observando-se a presenccedila deinsetos (adultos ou ninfas) ou sinais do ataque da praga em frutos ou bototildees florais emdois ramos localizados no terccedilo meacutedio da copa em cada quadrante da planta Quandofor encontrado um inseto ou oacutergatildeo injuriado (fruto eou botatildeo floral) a planta seraacuteconsiderada infestadaO niacutevel de accedilatildeo seraacute alcanccedilado quando 20 das plantas monitoradas estivereminfestadas

Manejo cultural Eliminar os frutos pequenos que apresentarem sintomas de ataque porocasiatildeo do raleio As plantas infestantes no interior e em torno do pomar devem sermantidas com o porte baixo durante os periacuteodos favoraacuteveis agrave presenccedila da praga

325 Psiliacutedeo

Nome cientiacutefico Triozoida sp (Hemiptera Psyllidae)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2133

Hospedeiros alternativos Natildeo se conhecem relatos de ocorrecircncia desta praga emoutras culturas apesar de ser constatada sua ocorrecircncia em diversas plantas infestantes

Inimigos naturais Satildeo relatadas como espeacutecies predadoras as joaninhas Cycloneda

sanguinea Olla abdominalis e Scymnus spp aracniacutedeos crisopiacutedeos hemerobiiacutedeos

sirfiacutedeos e estafiliniacutedeos Moscas cecidomiiacutedeas e micro-himenoacutepteros calcidiacutedeos eencirtiacutedeos (Psyllaephagus sp) satildeo relatados como parasitoacuteides de psiliacutedeosCladosporium cladosporioides eacute relatado como agente patogecircnico

Aspectos bioloacutegicos As fecircmeas efetuam a postura ao longo dos ramos ponteiros efolhas novas O periacuteodo de incubaccedilatildeo eacute de 7 a 9 dias e o ninfal variaacutevel de 29 a 35 diasAs ninfas sugam os bordos das folhas que devido agraves toxinas injetadas enrolam-se edeformam-se adquirindo coloraccedilatildeo amarelada ou avermelhada tornando-seposteriormente necrosadas

Condiccedilotildees favoraacuteveis O periacuteodo mais favoraacutevel ao ataque eacute o compreendido pelosmeses de primaveraveratildeo quando as temperaturas satildeo elevadas geralmente associadas

com alto iacutendice pluviomeacutetrico

Periacuteodo e estaacutedio criacutetico Apoacutes a poda quando da emissatildeo das novas brotaccedilotildees ateacute oiniacutecio de desenvolvimento do fruto (estaacutedio 2 a estaacutedio 4)

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo No periacuteodo criacutetico monitorar semanalmente 2 dasplantas do talhatildeo ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo Em cada planta a ser monitoradaverificar a presenccedila de sintomas de ataque ou de ovos ninfas ou adultos do inseto nosdois uacuteltimos pares de folhas em um ramo por quadrante localizado no terccedilo superior dacopa (Figura 7) A planta seraacute considerada infestada quando for constatada a presenccedilado inseto ou de seus danos em pelo menos um quadrante da plantaO niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 30 das plantas monitoradas estiverem infestadasNo periacuteodo natildeo criacutetico o niacutevel de accedilatildeo eacute maior ou seja quando 50 das plantasestiverem infestadas

Manejo cultural O solo deve ser mantido constantemente vegetado sendo o manejodas plantas infestantes feito por meio de roccediladas a fim de permitir a manutenccedilatildeo dafauna de inimigos naturais A adubaccedilatildeo nitrogenada deveraacute ser feita com cuidado paraevitar a brotaccedilatildeo excessiva da planta o que favoreceria a sua colonizaccedilatildeo pela pragaInseticidas piretroacuteides natildeo deveratildeo ser utilizados na cultura por causarem desequiliacutebriosbioloacutegicos favorecendo a incidecircncia desta praga

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2233

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2333

MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM GOIABAMANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM GOIABA

Fenologia da Goiabeira - Pragas e DoenccedilasFenologia da Goiabeira - Pragas e Doenccedilas

0 30 60 120 180

P o d a

B r o t a

ccedil atilde o

F l o r e s c i m e n t o

F r u t

o s

ldquo C h u

m b i

n h o rdquo

F r u t o

s c o

m 2 a 3 c m

d e

d i acirc m

e t r o

C o l

150

F r u t

o s c o m

1 5 c m

d e

d i acirc m

e t r o

E s t aacute d

i o 1

E s t aacute d

i o 2

E s t aacute d

i o 3

E s t aacute d

i o 4

E s t aacute d

i o 5

E s t aacute d

i o 6

Gorgulho e Percevejos

Besouro-amarelo e Psiliacutedeo

Ferrugem

ensacamentoensacamento

Figura 8 Fenologia da goiabeira conduzida pelo sistema de poda total e os periacuteodos criacuteticos de cada praga

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2433

34 Procedimentos aplicados para inspeccedilatildeo populacional das pragas

O sistema de MIP adotado na cultura da goiaba na regiatildeo de Campinas eValinhos no Estado de Satildeo Paulo consiste em levantamentos semanais para estimativadas pragas-chave e dos inimigos naturais

Os procedimentos para realizaccedilatildeo desse levantamento estatildeo resumidos na

Tabela 1 onde satildeo tambeacutem apresentados os niacuteveis de accedilatildeo para controle das pragas-chaveOs dados desse levantamento satildeo registrados em ficha proacutepria cujo

modelo eacute apresentado na Figura 9Nessa ficha constam tambeacutem informaccedilotildees sobre a presenccedila dos inimigos

naturais Para facilitar a identificaccedilatildeo desses artroacutepodos a Tabela 2 apresentainformaccedilotildees sobre a sua localizaccedilatildeo na planta e caracteriacutesticas de seu comportamento

35 Consideraccedilotildees sobre os inimigos naturais presentes no pomar de goiaba

Os inimigos naturais satildeo componentes importantiacutessimos do Manejo

Integrado de Pragas dentro dos princiacutepios estabelecidos pela Produccedilatildeo Integrada deFrutas (PIF) O primeiro passo para tirar o melhor proveito do controle bioloacutegico eacuteconhecer as espeacutecies de pragas seus inimigos naturais e o potencial de controleexercido por eles no campo

Uma revisatildeo da literatura mostra que algumas pragas da goiaba satildeobastante atacadas por agentes de controle bioloacutegico enquanto outras natildeo o satildeo Eacute o casodo gorgulho que eacute atacado por algumas espeacutecies de formigas predadoras(Hymenoptera Formicidae) Adultos do percevejo H clavigera satildeo parasitados por

Hexacladia smithii (Hymenoptera Encyrtidae) Jaacute os percevejos do gecircnero Leptoglossus (Hemiptera Coreidae) satildeo atacados na fase de ovo pelos parasitoacuteidesGryon spp (Hymenoptera Scelionidae) quando adultos podem ser parasitados porTrichopoda pennipes Eucelatoriopsis sp e Hydallohoughia sp (Diptera Tachinidae)Mas eacute o psiliacutedeo juntamente com o besouro-amarelo que apresentam o maior nuacutemerode inimigos naturais conhecidos O psiacuteliacutedeo eacute predado pelas joaninhas Cycloneda

sanguinea e Scymnus spp (Coleoptera Coccinellidae) por crisopiacutedeos e hemerobiiacutedeos(Neuroptera) estafiliniacutedeos (Coleoptera) e aranhas Moscas cecidomiiacutedeas emicroimenoacutepteros calcidiacutedeos satildeo relatados como parasitoacuteides e o fungo Cladosporium

cladosporioides eacute citado como agente patogecircnico O besouro amarelo eacute predado pelospercevejos Supputius cincticeps (Hemiptera Pentatomidae) Tynacantha marginata

(Hemiptera Pentatomidae) Arilus carinatus (Hemiptera Reduviidae) pelas aranhas Misumenops pallens (Araneae Thomisidae) e Peucetia sp (Araneae Oxyopidae) eparasitados pelos fungos entomopatogecircnicos Beauveria bassiana e Metarhizium

anisopliae var anisopliaeEmbora a lista de inimigos naturais natildeo seja pequena pouco se sabe

sobre a sua real capacidade de controle Aleacutem disto a accedilatildeo dos inimigos naturais eacutemuito afetado pelo modo de o homem manejar o ambiente O solo completamentedesprovido de mato por exemplo pode natildeo ser favoraacutevel para a atraccedilatildeo e permanecircnciade inimigos naturais num local Contudo mais estudos satildeo necessaacuterios para entendermelhor essa relaccedilatildeo principalmente no caso da cultura da goiaba

Visando aumentar esse conhecimento bem como a relaccedilatildeo de inimigosexistentes a equipe do PIF-Goiaba tem feito levantamentos perioacutedicos na regiatildeo deCampinas - SP e alguns resultados jaacute foram obtidos Para os percevejos do gecircnero

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2533

Leptoglossus por exemplo verificou-se que cerca de 80 dos ovos depositados nasgoiabeiras estavam parasitados pelo micro-himenoacuteptero Neorileya sp (Eurytomidae)Atacando psiliacutedeo foram encontradas uma espeacutecie de joaninha Olla abdominalis (Coleoptera Coccinellidae) larvas de uma mosca da famiacutelia Syrphidae e uma espeacuteciede parasitoacuteide do gecircnero Psyllaephagus (Hymenoptera Encyrtidae) Paralelamenteestuda-se a possibilidade de se realizarem ensaios para avaliar a patogenicidade de

microrganismos agraves pragas-chave com o objetivo de ampliar a utilizaccedilatildeo do controlebioloacutegico na culturaPor outro lado como a capacitaccedilatildeo de recursos humanos faz parte da

filosofia da Produccedilatildeo Integrada de Frutas o material entomoloacutegico coletado nesseslevantamentos estaacute sendo fotografado para elaboraccedilatildeo de um manual ilustradocontendo natildeo soacute os insetos pragas em suas diversas fases de desenvolvimento mastambeacutem seus inimigos naturais Posteriormente esse manual serviraacute para orientar osprodutores aos quais tambeacutem estatildeo sendo ministrados cursos de treinamento

36 Consideraccedilotildees sobre os estudos de monitoramento de pragas

Aleacutem das pragas citadas anteriormente a goiabeira apresenta outrosorganismos de importacircncia que podem causar seacuterios prejuiacutezos agrave cultura poreacutem devidoaos aspectos do seu ciclo bioloacutegico natildeo eacute possiacutevel condicionar o controle dos mesmosao emprego de taacuteticas de MIP Como exemplo a goiabeira apresenta duas doenccedilas umacausada por bacteacuteria conhecida como seca-bacteriana ( Erwinia psidii) e outra causadapor fungo denominada antracnose (Colletotrichum gloeosporioides) entretanto devidoao caraacuteter explosivo de suas infecccedilotildees natildeo eacute possiacutevel monitoraacute-las diretamente nocampo Em ambos os casos a possibilidade de monitoramento se daria por intermeacutedioda utilizaccedilatildeo de estaccedilotildees de aviso onde os dados meteoroloacutegicos obtidoscorrelacionados com as informaccedilotildees da condiccedilatildeo favoraacutevel para infecccedilatildeo resultariamem uma informaccedilatildeo de previsibilidade de ataque dessas doenccedilas

Os estudos de monitoramento no campo que ainda se encontram emandamento tecircm detectado o surgimento de outras pragas causando seacuterios prejuiacutezos agravegoiabeira tais comoa) Aacutecaro-branco Polyphagotarsonemus latus (Banks 1904) (Acari Tarsonemidae) esseaacutecaro tem sido constatado causando injuacuterias nas brotaccedilotildees e frutos novosprincipalmente entre os estaacutedios de desenvolvimento 1 e 3 (Figura 8)b) Lagarta-do-ponteiro (Lepidoptera Tortricidae) conforme o seu proacuteprio nome essaslagartas instalam-se nas brotaccedilotildees da goiabeira danificando as folhas e os caules tenroscomprometendo o seu desenvolvimento As lagartas satildeo pequenas atingindo nomaacuteximo cerca de 1 cm de comprimento de coloraccedilatildeo verde pardacenta satildeo aacutegeis equando molestadas saltam para fora da brotaccedilatildeo podendo ficar penduradas por um fiode seda O adulto eacute uma pequena mariposa de cor acinzentada que tambeacutem natildeo chega aatingir 1 cm de comprimento Ateacute o momento nos monitoramentos natildeo foi constatada apresenccedila de adultos o que leva a crer que provavelmente esse inseto tenhacomportamento crepuscular ou noturno Tambeacutem natildeo haacute nenhuma informaccedilatildeo relatadaa respeito da ocorrecircncia desse inseto na cultura da goiabac) Lagarta-dos-frutos (Lepidoptera Tortricidae) as lagartas se instalam geralmente nosfruto ensacados ambiente propiacutecio para se desenvolverem danificando a casca e aporccedilatildeo da polpa logo abaixo Tambeacutem satildeo encontradas entre os frutos que ficamaglomerados no ramo As injuacuterias decorrentes de sua alimentaccedilatildeo prejudicam aaparecircncia dos frutos que satildeo descartados Foi constatado um talhatildeo em que a maioria

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2633

dos frutos se encontravam infestados acarretando um prejuiacutezo acima de 50 daproduccedilatildeo As lagartas satildeo aacutegeis apresentam coloraccedilatildeo verde na grande maioria dosindiviacuteduos medem cerca de 15 cm no maacuteximo Os adultos satildeo mariposas de coloraccedilatildeoparda ou ateacute mesmo acizentadas e chegam a medir cerca de 12 mm de comprimentoAteacute o momento natildeo foi constatada a presenccedila de adultos nos monitoramentosrealizados A exemplo da lagarta-dos-ponteiros tambeacutem natildeo haacute nenhuma informaccedilatildeo

relatada de sua ocorrecircncia

4 Consideraccedilotildees finais

A implementaccedilatildeo do MIP na cultura da goiaba reserva um grandedesafio pois diversos fatores de ordem regulatoacuteria econocircmica ambiental de proteccedilatildeohumana ecoloacutegica de praacuteticas culturais e as variaccedilotildees de clima determinaratildeo o usodesse sistema no futuro Portanto a aplicaccedilatildeo do MIP natildeo ficaraacute apenas sob aresponsabilidade do produtor mas a accedilatildeo deveraacute ser conjunta envolvendo asinstituiccedilotildees de pesquisa de extensatildeo e toda a cadeia produtiva da fruta

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2733

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2833

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2933

Tabela 2 Informaccedilotildees sobre os inimigos naturais mais frequumlentes na goiabeira com relaccedilatildeo agraves suas fases de vid

Inimigos Naturais Inspeccedilatildeo

1 Aacutecaro predador 991522 Nos ramos escolhidos para exame de psiliacutedeos inspecionarvelhas com auxiacutelio de uma lupa de 10x de aumento procurand

2 Aranhas 991522 Ao examinar as plantas amostradas procurar os adultos pri jovens eou ovos nos ninhos formados por teias entre as folhas

3 Crisopiacutedeos (bicho-lixeiro)991522 Ao examinar as plantas amostradas observar a presenccedila deadultos Geralmente satildeo encontrados em qualquer parte da pltronco)

4 Formigas 991522 Ao examinar as plantas amostradas procurar os insetos adu

5 Joaninhas 991522 Ao examinar as plantas amostradas observar a presenccedila dpreferencialmente nas folhas novas

6 Percevejos predadores 991522 Examinar as plantas amostradas procurando adultos ninf

localizam nas folhas do interior da copa7 Sirfiacutedeos (moscas que pairam no ar) 991522 Observar moscas que pairam no ar as larvas localizam-se

por ocasiatildeo da infestaccedilatildeo de psiacutelideos ou pulgotildees principalme8 Mosquinha-verde metaacutelica (Dolicopodiacutedeos) 991522 Os adultos satildeo aacutegeis e devem ser observados nas folhas loc

9 Vespas (marimbondos) 991522 Geralmente os adultos satildeo pequenas vespas caccediladoras qubrotaccedilotildees

10 Vespinhas (parasitoacuteides) 991522 Examinar as plantas amostradas procurando os insetos aduno interior da copa

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3033

FICHA DE INSPECcedilAtildeO DE PRAGAS E INIMIGOS NATURAIS PRODUCcedilAtildeO INTEGRADA DE GOIABA-SPPlantas inspecionadas

PragasQ 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

No

abc

Besouro-amarelo

dabc

Gorgulho

dabc

Percevejos

dabc

Psiliacutedeo

d

Ferrugem SInimigos Naturais E

LJoaninhasAOL

Crisopiacutedeos(bicho-lixeiro)

ANPercevejos

predadores AAacutecaro predador A

Aranhas AVespinhas A

Data _______________ Talhatildeo ___________ Estaacutegio fenoloacutegico 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6( ) 7( ) Inspetor

Legenda Q = quadrantes E = estaacutegio de vida dos inimigos naturais onde O = ovo L = larva N = ninfa A =

Figura 9 Modelo de ficha de amostragem utilizada no monitoramento das pragas e inimigos naturais na goiabei

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3133

Agradecimentos

Os autores agradecem aos teacutecnicos e produtores do Comitecirc Gestor daProduccedilatildeo Integrada de Frutas - Goiaba pelo total apoio que nos foi dispensado e queainda continuam incentivando com pleno entusiasmo no intuito de fortalecer cada vezmais a fruticultura brasileira Tambeacutem agradecemos os estagiaacuterios Guilherme de Melo e

Flaacutevia Calderari Marin pelo grande auxiacutelio nos trabalhos de monitoramento no campo ede laboratoacuterio Agradecemos tambeacutem ao engenheiro agrocircnomo Joseacute Emiacutelio Bettiol Netopela sua grande atuaccedilatildeo frente aos produtores de goiaba e que nunca mediu esforccedilos emnos ajudar nos estudos de monitoramento aleacutem das muitas informaccedilotildees que nosforneceu

Bibliografia consultada

Altieri MA EN Silva amp CI Nicholls 2003 O papel da biodiversidade no manejode pragas Holos Editora Ribeiratildeo Preto 226p

Bailez OE A M Viana ndashBailez JOG Lima amp DDO Moreira 2003 Life-historyof the guava weevil Conotrachelus psidii Marshal (Coleoptera Curculionidae) underlaboratory conditions Neotropical Entomology 32(2)203-207

Baldin ELL AL Boiccedila Juacutenior amp S Freitas 1998 Percevejo do maracujaacuteHolhymenia clavigera (Herb 1784) x Holhymenia histrio (Fabr 1803) (HemipteraCoreidae) p35 In 17o Congresso Brasileiro de Entomologia Resumos vol 1 SEBRio de Janeiro RJ

Barbosa FR A P Santos AT Haji WA Moreira FNP Haji amp J A Alencar1999 Eficiecircncia e seletividade do imidacloprid e lambdacyalothrin no controledopsiliacutedeo (Triozoida sp) em goiabeira Revista Brasileira de Fruticultura 21(3) 385-387

Barbosa FR AS Nascimento JV Oliveira JA Alencar amp FNP Haji 2001Pragas p29-54 In Barbosa FR (ed) Goiaba Fitossanidade Embrapa Semi-AacuteridoPetrolina Embrapa Brasiacutelia 63p (Frutas do Brasil 18)

Barbosa FR RG Ferreira LHP Kiill E A Souza WA Moreira JA Alencar ampFNP Haji 2002 Estudos do niacutevel de dano plantas invasoras hospedeiras e controledo psiliacutedeo da goiabeira (Triozoida sp) In XIX Congresso Brasileiro de EntomologiaManaus AM (Anais do Seminaacuterio do SEAG)

Boscaacuten de Martinez N amp R Casares 1980 El gorgojop de la guayaba Conotracheluspsidii Marshall (Coleoptera Curculionidae) I Evaluacioacuten de dantildeos AgronomiaTropical 30(1-6) 77-83

Boscaacuten de Martinez N amp R Casares 1981 Distribucioacutenen el tiempo de las fases delgorgojo de la guayaba Conotrachelus psidii Marshall (Coleoptera Curculionidae) en elcampo Agronomia Tropical 31(1-6) 123-130

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3233

Cave RD 1995 Manual para la ensentildeanza del control bioloacutegico en Ameacuterica LatinaZamorano Academic Press Zamorano Honduras 188p (primera edicioacuten)

Crocomo WB 1990 O que eacute o manejo integrado de pragas p 9-34 In CrocomoWB (coord) Manejo integrado de pragas Editora Unesp Satildeo Paulo CETESB 358p

Dolinski C 2003 Vermes que controlam insetos Guava News 1(1)8 (Goiabraacutes)

Follet PA amp KW Vick 2002 Desarrollo de estrategias de manejo integrado deplagas para eliminar las barreras sanitarias que restringen la exportacioacuten de productosagriacutecolas Manejo Integrado de Plagas y Agroecologia 65 43-49

Gallo D O Nakano S Silveira Neto RPL Carvalho GC Baptista E Berti FilhoJRP Parra RA Zucchi SB Alves JD Vendramim LC Marchini JRS Lopes ampC Omoto 2002 Entomologia Agriacutecola FEALQ Piracicaba 920p

Gonzaga Neto L amp JM Soares 1994 Goiaba para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos daproduccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa-SPI 49p - (Seacuterie Publicaccedilotildees Teacutecnicas FRUPEX 5)

Gould WP amp A Raga 2002 Pests of guava p295-313 In JE Pentildea JL Sharp ampM Wysoki (eds) Tropical fruit pests and pollinators biology economic importancenatural enemies and control CABI Publishing New York NY

Kogan M amp M Shenk 2002 Conceptualizacioacuten del manejo integrado de plagas enescalas espaciales y niveles de integracioacuten maacutes amplios Manejo Integrado de Plagas yAgroecologia 65 34-42

Malavasi A amp RA Zucchi 2000 Moscas-das-frutas de importacircncia econocircmica noBrasil conhecimento baacutesico e aplicado Holos Editora Ribeiratildeo Preto 327p

Nicholls C amp M Altieri 2002 Biodivesidad y disentildeo agroecoloacutegico un estudio dede manejo de plagas en vintildeedos Manejo Integrado de Plagas y Agroecologia 65 50-64

Norris RF EP Caswell-Chen amp M Kogan 2003 Concepts in integrated pestmanagement Prentice Hall Upper Saddle River New Jersey 586p

Pereira FM amp SA Bortoli 1998 Pragas da goiabeira p 119-130 In BragaSobrinho R JE Cardoso amp FCO Freire (eds) Pragas das fruteiras tropicais deimportacircncia agroindustrial Embrapa-SPI Brasiacutelia Embrapa-CNPAT Fortaleza 209p

Silva AGDA CR Gonccedilalves DM Galvatildeo AJL Gonccedilalves J Gomes MNSilva amp L Simoni 1968 Quarto cataacutelogo dos insetos que vivem nas plantas do Brasilseus parasitos e predadores Parte II - 1o Tomo - Insetos hospedeiros e inimigosnaturais Min de Agric Dep de Def e Inspeccedilatildeo Agropecuaacuteria Rio de Janeiro 622p

Silva NA 1992 Taxonomia ciclo de vida e dinacircmica populacional de Costalimaitaferruginea (Fabr 1801) (Coleoptera Chrysomelidae) praga de Eucalyptus spp(Myrtaceae) Tese de Doutorado ESALQUSP Piracicaba SP 165p

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3333

Silveira Neto S 1990 Monitoramento e decisatildeo no controle de pragas p 71-86 InCrocomo WB (coord) Manejo integrado de pragas Editora Unesp Satildeo PauloCETESB 358p

Souza JC A Raga amp MA Souza 2003 Pragas da goiabeira EPAMIG BeloHorizonte 60p (EPAMIG Boletim Teacutecnico 71)

Page 11: goiabeira - 9_MIPpragas

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1133

sobre as taacuteticas de controle que constituem informaccedilotildees essenciais para aplicaccedilatildeocorreta do MIP (Figura 5)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1233

bull Identificaccedilatildeo das principais pragasIdentificaccedilatildeo das principais pragas

bullbull Quantificaccedilatildeo da infestaccedilatildeoinfecccedilatildeo (amostragem)Quantificaccedilatildeo da infestaccedilatildeoinfecccedilatildeo (amostragem)

TOMADA DE DECISAtildeOTOMADA DE DECISAtildeOTOMADA DE DECISAtildeO

[n[niacute iacute vel de dano econvel de dano econocircocircmico]mico]

bull Seleccedilatildeo das taacuteticas de controleSeleccedilatildeo das taacuteticas de controle

Taacuteticas preventivas

bull Culturas armadilhas

bull Variedades resistentes

bull Controle bioloacutegico

Taacuteticas preventivasTaacuteticas preventivasbullbull CCulturas armadilhasulturas armadilhas

bullbull Variedades resistentesVariedades resistentes

bullbull Controle bioloacutegicoControle bioloacutegico

Taacuteticas curativas

bull Praacuteticas culturais

bull Inseticida bioloacutegico

bull Inseticida sinteacutetico

Taacuteticas curativasTaacuteticas curativasbullbull Praacuteticas culturais Praacuteticas culturais

bullbull Inseticida bioloacutegico Inseticida bioloacutegico

bullbull Inseticida sinteacutetico Inseticida sinteacutetico

bull Aplicaccedilatildeo de taacuteticas de controleAplicaccedilatildeo de taacuteticas de controlebullbull Avaliaccedilatildeo dos resultadosAvaliaccedilatildeo dos resultados

[[retroalimentaretroalimentaccedilatildeccedilatildeoo]]

Figura 5 Componentes baacutesicos de um programa de MIP (Kogan amp Shenk 2002)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1333

3 A cultura da goiabeira como modelo de implementaccedilatildeo do MIP

A proposta de Manejo Integrado de Pragas na Cultura da Goiabeira queseraacute apresentada a seguir eacute o resultado das vaacuterias reuniotildees realizadas pelo ComitecircGestor da Produccedilatildeo Integrada de Frutas - Goiaba (PIF-Goiaba) do Estado de Satildeo Paulo -composta de teacutecnicos da extensatildeo e pesquisa especialistas na cultura aleacutem de

produtores de amplo conhecimento teacutecnico Na verdade a presente proposta nasceu noForum de Debates sobre o Manejo Integrado de Pragas nas Culturas de Caqui FigoGoiaba Manga e Maracujaacute realizado nas dependecircncias da Coordenadoria deAssistecircncia Teacutecnica Integral (CATI) em Campinas SP em agosto de 2002 A partirdaiacute a mesma foi sendo melhorada ampliada e revisada

Eacute importante salientar que essa proposta natildeo eacute fixa e nem poderia serdevido agraves proacuteprias caracteriacutesticas de um programa de MIP que eacute um processo dinacircmicoPortanto estaraacute sujeita a alteraccedilotildees tatildeo logo novas informaccedilotildees teacutecnicas sejam geradaspela pesquisa Vaacuterias informaccedilotildees contidas na proposta atual resultaram dasexperiecircncias dos teacutecnicos e produtores do Comitecirc Gestor pois a cultura da goiabeiradispotildee de pouca informaccedilatildeo teacutecnica na aacuterea fitossanitaacuteria e muitas vezes de informaccedilotildeesincompletas o que dificultou grandemente a sua elaboraccedilatildeo Vale ressaltar que os

meacutetodos de monitoramento e niacuteveis de controle adotados satildeo empiacutericosO modelo de implementaccedilatildeo de MIP que seraacute apresentado a seguir foi

elaborado primeiramente para atender os cultivos de goiaba para mesa das regiotildees deCampinas e Valinhos no Estado de Satildeo Paulo que eacute composta de pequenaspropriedades e onde eacute basicamente praticada a agricultura familiar com um bom grautecnoloacutegico A variedade de goiaba predominante nesses cultivos eacute a ldquoKumagairdquo depolpa branca

31 Fenologia da goiabeira

O manejo da safra na cultura da goiaba eacute feito basicamente atraveacutes depodas que estimulam novas brotaccedilotildees resultando em um novo ciclo reprodutivoPortanto o ciclo fenoloacutegico da cultura se inicia com a operaccedilatildeo de poda que pode serrealizada em qualquer eacutepoca do ano desde que a temperatura do ar e a umidade do solonatildeo limitem o desenvolvimento vegetativo e reprodutivo da planta

Dois satildeo os tipos baacutesicos de podas empregados na cultura

a) Poda contiacutenua eacute uma operaccedilatildeo que eacute realizada em vaacuterias partes da planta resultandoem vaacuterios ciclos fenoloacutegicos ao mesmo tempo Diante desse fato verifica-se que essesistema natildeo eacute adequado para atender aos preceitos do MIP uma vez que do ponto devista fitossanitaacuterio seria praticamente impossiacutevel aplicar as taacuteticas de controle de formacorreta e organizada Aleacutem disso caso seja necessaacuterio fazer uso de algum controlequiacutemico natildeo haveria como respeitar o periacuteodo de carecircncia do pesticida pois como aplanta apresenta vaacuterios estaacutedios fenoacutelogicos simultaneamente os frutos que estivessemproacuteximos para serem colhidos ficariam com uma carga residual acima dos limitestolerados para consumo

b) Poda total eacute um tipo de operaccedilatildeo que pode ser realizada na aacuterea toda ou por talhatildeo eque consiste em efetuar a poda em toda a planta uniformizando-a fenologicamente Naverdade eacute um tipo de poda de frutificaccedilatildeo que regula a eacutepoca de produccedilatildeo e cada safrada cultura iniciada pela mesma estimula novas brotaccedilotildees resultando em um novo ciclo

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1433

reprodutivo Devido agrave caracteriacutestica dessa operaccedilatildeo a poda total permite aimplementaccedilatildeo do MIP

Portanto para a aplicaccedilatildeo adequada do MIP recomenda-se que agoiabeira seja conduzida pelo sistema de poda total devido agrave uniformizaccedilatildeo fenoloacutegicaque proporciona a todas as plantas da aacuterea de cultivo ou do talhatildeo Aleacutem disso permite

que se faccedila uma discriminaccedilatildeo de cada estaacutedio fenoloacutegico da goiabeira que eacutefundamental para definir os periacuteodos criacuteticos da cultura em relaccedilatildeo agraves suas principaispragas (Figuras 6 e 8)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1533

0 30 60 120 180

P o d a

B r o t a

ccedil atilde o

F l o r e s c i m e n t o

F r u t

o s

ldquo C h u

m b i

n h o rdquo

F r u t o

s c o

m 2 a 3 c m

d e

d i acirc m

e t r o

Fenologia da goiabeira conduzida pelo sistema de poda totaFenologia da goiabeira conduzida pelo sistema de poda tota

230 dias 230 dias

Considerar que cada ciclo da goiabeira inicia em qualquer eacutepoca do ano

cada ciclo da cultura iniciaraacute a partir da realizaccedilatildeo da poda de frutifica

Considerar que cada ciclo da goiabeira inicia em qualquer eacutepoca do ano P

cada ciclo da cultura iniciaraacute a partir da realizaccedilatildeo da poda de frutifica

150

F r u t

o s c o m

1 5 c m

d e

d i acirc m

e t r o

E s t aacute d i o 1

E s t aacute d i o 2

E s t aacute d i o 3

E s t aacute d i o 4

E s t aacute d i o 5

E s t aacute d i o 6

Figura 6 Fenologia da goiabeira onde o periacuteodo em dias de cada fase fenoloacutegica varia com a eacutepoca do anorealizada

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1633

32 Principais pragas da cultura

Conforme jaacute citado anteriormente a correta identificaccedilatildeo das pragas-chave da cultura compotildee o esteio de um programa de MIP pois satildeo elas que causam osmaiores prejuiacutezos devendo atrair toda a atenccedilatildeo por parte do agricultor

Atualmente para o Estado de Satildeo Paulo satildeo consideradas pragas-chave

da cultura da goiaba as seguintes espeacutecies para as quais se devem orientar omonitoramento e o controle

rArr besouro-amarelo Costalimaita ferruginea (Fabr 1801) (Coleoptera Chrysomelidae)

rArr ferrugem Puccinia psidii Wint

rArr gorgulho Conotrachelus psidii Marshall 1922 (Coleoptera Curculionidae)

rArr percevejos (complexo de espeacutecies)bull Monalonion annulipes Sign 1858 (Hemiptera Miridae) bull Leptoglossus gonagra (Fabr 1775) (Hemiptera Coreidae)bull Leptoglossus stigma (Herbst 1784) (Hemiptera Coreidae)bull Leptoglossus zonatus (Dallas 1852) (Hemiptera Coreidae)bull Leptoglossus fasciatus (West 1842) (Hemiptera Coreidae)bull Holhymenia clavigera (Herbst 1784) (Hemiptera Coreidae)

rArr psiliacutedeo Triozoida sp (Hemiptera Psyllidae)

Com relaccedilatildeo agraves moscas-das-frutas (Diptera Teprhitidae e Lonchaeidae)representadas principalmente pelas espeacutecies Anastrepha fraterculus (Wied) A

sororcula Zucchi A bistrigata Bezzi Ceratitis capitata (Wied) e Neosilba sp satildeoconsideradas as pragas mais importantes do ponto de vista quarentenaacuterio quando a

produccedilatildeo se destina agrave exportaccedilatildeo Poreacutem devido ao sistema adotado para a conduccedilatildeo dagoiabeira deixam de ser praga principal uma vez que os frutos satildeo ensacados aoalcanccedilarem cerca de 2-3cm de diacircmetro (Figura 8)

A seguir seraacute apresentada de forma objetiva a proposta de MIP para cadapraga-chave levando-se em consideraccedilatildeo no miacutenimo oito paracircmetros informativosnecessaacuterios para que o manejo possa ser implementado tais comoa) Nome cientiacutefico da pragab) Hospedeiros alternativosc) Inimigos naturaisd) Aspectos bioloacutegicos da pragae) Condiccedilotildees favoraacuteveisf) Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos

g) Monitoramento e niacutevel de accedilatildeoh) Manejo cultural

321 Besouro-amarelo

Nome cientiacutefico Costalimaita ferruginea (Coleoptera Chrysomelidae)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1733

Hospedeiros alternativos Trata-se de uma praga poliacutefaga atacando natildeo soacute fruteirasmas tambeacutem outras espeacutecies como eucaliptos algodoeiro araccedilaacute capim-marmeladafeijoeiro etc Entre as fruteiras ataca as folhas de abacateiro bananeira cajueiromacieira jaboticabeira jambeiro jambolatildeo pitangueira videira e mangueira

Inimigos naturais Haacute relato da sua predaccedilatildeo por Supputius cincticeps (Hemiptera

Pentatomidae) Tynacantha marginata (Hemiptera Pentatomidae) Arilus carinatus(Hemiptera Reduviidae) Misumenops pallens (Araneae Thomisidae) Peucetia sp(Araneae Oxyopidae) e os fungos entomopatogecircnicos Beauveria bassiana e

Metarhizium anisopliae var anisopliae

Aspectos bioloacutegicos A fecircmea faz apenas uma postura contendo em meacutedia cerca de 90ovos de coloraccedilatildeo amarela e brilhante com periacuteodo de incubaccedilatildeo durando cerca de 8-9dias As larvas vivem no solo onde se alimentam de raiacutezes de gramiacuteneas No periacuteodolarval apenas satildeo conhecidos ateacute o momento dois estaacutedios de desenvolvimento (1o e 2o iacutenstares) sendo que o primeiro instar dura 19 dias e o segundo cerca de 35 dias Osadultos emergem do solo apoacutes a ocorrecircncia de chuvas que propiciem um bommolhamento do mesmo

Condiccedilotildees favoraacuteveis A eacutepoca normal de ocorrecircncia da praga eacute nos meses finais daprimavera logo apoacutes a ocorrecircncia de chuvas suficientemente pesadas para propiciaremum bom molhamento do solo

Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos O inseto emerge do solo com as primeiras chuvas pesadas(mais de 20 mm) de primavera (outubronovembro) que possibilitem seu bommolhamento O periacuteodo criacutetico se inicia cerca de 5 dias apoacutes estas chuvas prolongando-se por aproximadamente 2 semanas No Estado de Satildeo Paulo o ataque da praga ocorreprincipalmente no periacuteodo de setembro a marccedilo

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo No periacuteodo criacutetico monitorar a cada 2-3 dias 2 dasplantas do talhatildeo ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo de preferecircncia nas bordadurasVerificar a presenccedila do inseto ou de seus danos (folhas rendadas) nos ramos terminaisde cada quadrante da planta Constatada a presenccedila do inseto ou de seus danos a plantaseraacute considerada infestadaO niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 20 das plantas monitoradas estiverem infestadasPor se tratar de uma praga que normalmente vem de fora do pomar a inspeccedilatildeo deveraacuteser realizada de preferecircncia na sua periferia considerando as trecircs primeiras plantas oulinhas do talhatildeo

Manejo cultural Na instalaccedilatildeo de novos pomares deve ser considerada a presenccedila nasproximidades de culturas altamente visadas pela praga como eacute o caso do eucalipto Osolo deveraacute ser mantido vegetado para dificultar que o inseto complete o seu ciclobioloacutegico aleacutem de favorecer a atividade de possiacuteveis inimigos naturais

322 Ferrugem

Agente Puccinia psidii

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1833

Hospedeiros alternativos O fungo ataca vaacuterias mirtaacuteceas incluindo o eucalipto e a jaboticabeira

Antagonistas Natildeo satildeo conhecidos antagonistas deste fungo

Etiologia No pomar o fungo eacute disseminado pelos ventos ocorrendo vaacuterios ciclos da

praga no mesmo ano agriacutecola acompanhando os surtos vegetativos

Condiccedilotildees favoraacuteveis Presenccedila de tecidos jovens de ramos folhas bototildees florais efrutos novos sob condiccedilotildees climaacuteticas favoraacuteveis que satildeo umidade relativa igual ousuperior a 90 por mais de 8 horas e temperatura entre 18ordm e 25ordmC o que normalmenteocorre nas estaccedilotildees de outono e inverno Condiccedilotildees de baixa luminosidade favorecembastante a infecccedilatildeo

Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos Esse periacuteodo comeccedila logo apoacutes a poda quando se inicia abrotaccedilatildeo ateacute duas semanas apoacutes as folhas atingirem o seu completo desenvolvimento eos frutos apresentarem diacircmetro de pelo menos trecircs cm quando estas condiccedilotildees foremcoincidentes com umidade e temperatura favoraacuteveis ao desenvolvimento do fungo o

que normalmente ocorre nos meses de outono e inverno

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo Deve ser realizado no periacuteodo criacutetico compreendendoos estaacutedios de brotaccedilatildeo ateacute quando os frutos atingirem cerca de trecircs cm de diacircmetro(estaacutedio 6) sob as condiccedilotildees de clima favoraacuteveis ao fungo Monitorar semanalmente 2das plantas ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo inspecionando-se o terccedilo inferior daregiatildeo central da copa e observando-se a ocorrecircncia do fungo nas folhas novas bototildeesflorais flores e frutos Constatando-se sintomas da presenccedila do fungo em qualquer dosoacutergatildeos examinados a planta seraacute considerada infectadaDurante o periacuteodo criacutetico o niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 10 das plantasmonitoradas estiverem infectadas Apoacutes o teacutermino do periacuteodo criacutetico ou depois que osfrutos tenham sido ensacados o niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 20 das plantasmonitoradas estiverem infectadas

Manejo cultural No manejo cultural devem considerar os seguintes aspectosa) Em novos pomares evitar a proximidade com outras mirtaacuteceas principalmenteeucaliptosb) Preferir variedades com maior toleracircncia agrave doenccedila e utilizar espaccedilamentos maioresc) Efetuar podas que propiciem maior arejamento da copad) Realizar desbrotas sistemaacuteticase) Fazer o manejo das plantas invasoras por meio de roccediladasf) Evitar o excesso de adubaccedilatildeo nitrogenadag) Utilizar irrigaccedilatildeo sub-copah) Natildeo realizar mais de trecircs aplicaccedilotildees seguidas com fungicidas sistecircmicos devendosempre alternar com um de contato para evitar a formaccedilatildeo de raccedilas resistentesi) Na utilizaccedilatildeo de fungicidas agrave base de cobre acrescentar agrave calda 05 de oacuteleo mineralou vegetal emulsionaacutevel como medida auxiliar no controle de cochonilhas

323 Gorgulho

Nome cientiacutefico Conotrachelus psidii (Coleoptera Curculionidae)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1933

Hospedeiros alternativos Goiabeiras e araccedilazeiros satildeo citados como hospedeiros dapraga

Inimigos naturais Formigas predadoras Pheidole oxyops Ectatoma planidens

Solenopsis invicta Neoponera villosa e Odontomachus bauri

Aspectos bioloacutegicos Para ovipositarem as fecircmeas fazem com o aparelho bucalperfuraccedilotildees em frutos onde colocam um uacutenico ovo Apoacutes 6 dias da postura ocorre aeclosatildeo da larva que penetra no interior do fruto onde se alimenta da polpa e dassementes Passados de 30 a 35 dias a larva abandona a fruta e se aprofunda no soloonde se transforma em pupa permanecendo nesse estaacutedio por 3 a 4 meses Apoacutes esseperiacuteodo havendo condiccedilotildees de umidade no solo o adulto emerge originando uma novageraccedilatildeo da praga Os adultos de ambos os sexos se alimentam dos bototildees floraisdeixando pequenas perfuraccedilotildees

Condiccedilatildeo favoraacutevel Deve haver umidade no solo para que ocorra a emergecircncia doadulto

Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos Quando os estaacutedios de chumbinho (estaacutedio 4) ateacute que osfrutos atinjam 2 a 3 cm de diacircmetro (estaacutedio 6) coincidirem com a eacutepoca quente echuvosa

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo No periacuteodo criacutetico monitorar semanalmente 2 dasplantas do talhatildeo ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo observando-se um fruto em cadaquadrante no terccedilo meacutedio da copa Ao ser encontrado um fruto atacado examinar pelomenos mais 20 frutos da mesma planta Caso haja outros frutos atacados proceder aomonitoramento nas 4 plantas vizinhas Havendo frutos atacados em pelo menos uma dasplantas vizinhas o conjunto seraacute considerado infestadoO niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 20 dos conjuntos monitorados estivereminfestados

Manejo cultural Eliminar os frutos pequenos que apresentarem sintomas de ataque porocasiatildeo do raleio Recomenda-se coletar e destruir todos os frutos desenvolvidos eoumaduros com sintomas de ataque da praga uma vez que os frutos nesta idade ao caiacuteremno solo e apodrecerem propiciaratildeo continuidade ao ciclo de vida das larvas dogorgulho favorecendo o iniacutecio de uma nova geraccedilatildeo da praga

324 Percevejos

Nomes cientiacuteficos Monalonion annulipes (Hemiptera Miridae) (percevejo-da-verrugose) Leptoglossus gonagra (Hemiptera Coreidae) Leptoglossus stigma (Hemiptera Coreidae) Leptoglossus zonatus (Hemiptera Coreidae) Leptoglossus fasciatus (Hemiptera Coreidae) Holhymenia clavigera (Hemiptera Coreidae)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2033

Hospedeiros alternativos Estas espeacutecies satildeo altamente poliacutefagas Assim satildeo referidascomo pragas da maioria das espeacutecies frutiacuteferas cultivadas comercialmente aleacutem deatacarem tambeacutem espeacutecies bastante distintas como eacute o caso do milho cucurbitaacuteceasmamoneira algodoeiro e girassol Algumas espeacutecies tecircm bastante afinidade com plantasdaninhas como eacute o caso do melatildeo-de-satildeo-caetano ( Mormodica charantia) hospedeiroclaacutessico de L gonagra guanxuma (Sida sp) de L zonatus mussambecirc (Cleome sp) de

L gonagra etc

Inimigos naturais Adultos de H clavigera satildeo parasitados por Hexacladia smithii (Hymenoptera Encyrtidae) e Gryon gallardoi e Gryon sp (Hymenoptera Scelionidae)Parasitam ovos de L zonatus Trichopoda pennipes (Diptera Tachinidae) parasitaadultos de L zonatus Eucelatoriopsis sp e Hydallohoughia sp (Diptera Tachinidae)atacam percevejos Gryon barbiellinii (Hymenoptera Scelionidae) eacute parasitoacuteide de ovosde percevejos Na regiatildeo de Campinas SP foi observado que cerca de 80 dos ovos de

Leptoglossus spp estavam parasitados por Neorileya sp (Hymenoptera Eurytomidae)

Aspectos bioloacutegicos O ciclo evolutivo de L zonatus eacute de 60 dias em temperaturasamenas O ciclo de L gonagra varia de 80 a 90 dias com um periacuteodo de incubaccedilatildeo de 8

dias e fase ninfal de 55 dias

Condiccedilotildees favoraacuteveis Periacuteodos com altas temperaturas satildeo bastante favoraacuteveis aosinsetos Apesar de se alimentarem tambeacutem das partes vegetativas a presenccedila de frutos eacutemuito favoraacutevel ao aumento da populaccedilatildeo L zonatus e L gonagra que ocorrem o anotodo com picos populacionais de novembro a abril H clavigera ocorrepreferencialmente de setembro a abril com pico em janeiro

Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos Os percevejos atacam bototildees florais e frutos em todos osseus estaacutedios de desenvolvimento Os bototildees florais quando picados geralmente caeme os frutos mais desenvolvidos ficam deformados com cicatrizes bem visiacuteveis noslocais onde o inseto faz a punctura para a sua alimentaccedilatildeo Considerar como periacuteodocriacutetico a fase de formaccedilatildeo do botatildeo floral (entre os estaacutedios 2 e 3) ateacute a colheita (estaacutedio7)

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo No periacuteodo criacutetico monitorar semanalmente 2 dasplantas do talhatildeo ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo observando-se a presenccedila deinsetos (adultos ou ninfas) ou sinais do ataque da praga em frutos ou bototildees florais emdois ramos localizados no terccedilo meacutedio da copa em cada quadrante da planta Quandofor encontrado um inseto ou oacutergatildeo injuriado (fruto eou botatildeo floral) a planta seraacuteconsiderada infestadaO niacutevel de accedilatildeo seraacute alcanccedilado quando 20 das plantas monitoradas estivereminfestadas

Manejo cultural Eliminar os frutos pequenos que apresentarem sintomas de ataque porocasiatildeo do raleio As plantas infestantes no interior e em torno do pomar devem sermantidas com o porte baixo durante os periacuteodos favoraacuteveis agrave presenccedila da praga

325 Psiliacutedeo

Nome cientiacutefico Triozoida sp (Hemiptera Psyllidae)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2133

Hospedeiros alternativos Natildeo se conhecem relatos de ocorrecircncia desta praga emoutras culturas apesar de ser constatada sua ocorrecircncia em diversas plantas infestantes

Inimigos naturais Satildeo relatadas como espeacutecies predadoras as joaninhas Cycloneda

sanguinea Olla abdominalis e Scymnus spp aracniacutedeos crisopiacutedeos hemerobiiacutedeos

sirfiacutedeos e estafiliniacutedeos Moscas cecidomiiacutedeas e micro-himenoacutepteros calcidiacutedeos eencirtiacutedeos (Psyllaephagus sp) satildeo relatados como parasitoacuteides de psiliacutedeosCladosporium cladosporioides eacute relatado como agente patogecircnico

Aspectos bioloacutegicos As fecircmeas efetuam a postura ao longo dos ramos ponteiros efolhas novas O periacuteodo de incubaccedilatildeo eacute de 7 a 9 dias e o ninfal variaacutevel de 29 a 35 diasAs ninfas sugam os bordos das folhas que devido agraves toxinas injetadas enrolam-se edeformam-se adquirindo coloraccedilatildeo amarelada ou avermelhada tornando-seposteriormente necrosadas

Condiccedilotildees favoraacuteveis O periacuteodo mais favoraacutevel ao ataque eacute o compreendido pelosmeses de primaveraveratildeo quando as temperaturas satildeo elevadas geralmente associadas

com alto iacutendice pluviomeacutetrico

Periacuteodo e estaacutedio criacutetico Apoacutes a poda quando da emissatildeo das novas brotaccedilotildees ateacute oiniacutecio de desenvolvimento do fruto (estaacutedio 2 a estaacutedio 4)

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo No periacuteodo criacutetico monitorar semanalmente 2 dasplantas do talhatildeo ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo Em cada planta a ser monitoradaverificar a presenccedila de sintomas de ataque ou de ovos ninfas ou adultos do inseto nosdois uacuteltimos pares de folhas em um ramo por quadrante localizado no terccedilo superior dacopa (Figura 7) A planta seraacute considerada infestada quando for constatada a presenccedilado inseto ou de seus danos em pelo menos um quadrante da plantaO niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 30 das plantas monitoradas estiverem infestadasNo periacuteodo natildeo criacutetico o niacutevel de accedilatildeo eacute maior ou seja quando 50 das plantasestiverem infestadas

Manejo cultural O solo deve ser mantido constantemente vegetado sendo o manejodas plantas infestantes feito por meio de roccediladas a fim de permitir a manutenccedilatildeo dafauna de inimigos naturais A adubaccedilatildeo nitrogenada deveraacute ser feita com cuidado paraevitar a brotaccedilatildeo excessiva da planta o que favoreceria a sua colonizaccedilatildeo pela pragaInseticidas piretroacuteides natildeo deveratildeo ser utilizados na cultura por causarem desequiliacutebriosbioloacutegicos favorecendo a incidecircncia desta praga

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2233

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2333

MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM GOIABAMANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM GOIABA

Fenologia da Goiabeira - Pragas e DoenccedilasFenologia da Goiabeira - Pragas e Doenccedilas

0 30 60 120 180

P o d a

B r o t a

ccedil atilde o

F l o r e s c i m e n t o

F r u t

o s

ldquo C h u

m b i

n h o rdquo

F r u t o

s c o

m 2 a 3 c m

d e

d i acirc m

e t r o

C o l

150

F r u t

o s c o m

1 5 c m

d e

d i acirc m

e t r o

E s t aacute d

i o 1

E s t aacute d

i o 2

E s t aacute d

i o 3

E s t aacute d

i o 4

E s t aacute d

i o 5

E s t aacute d

i o 6

Gorgulho e Percevejos

Besouro-amarelo e Psiliacutedeo

Ferrugem

ensacamentoensacamento

Figura 8 Fenologia da goiabeira conduzida pelo sistema de poda total e os periacuteodos criacuteticos de cada praga

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2433

34 Procedimentos aplicados para inspeccedilatildeo populacional das pragas

O sistema de MIP adotado na cultura da goiaba na regiatildeo de Campinas eValinhos no Estado de Satildeo Paulo consiste em levantamentos semanais para estimativadas pragas-chave e dos inimigos naturais

Os procedimentos para realizaccedilatildeo desse levantamento estatildeo resumidos na

Tabela 1 onde satildeo tambeacutem apresentados os niacuteveis de accedilatildeo para controle das pragas-chaveOs dados desse levantamento satildeo registrados em ficha proacutepria cujo

modelo eacute apresentado na Figura 9Nessa ficha constam tambeacutem informaccedilotildees sobre a presenccedila dos inimigos

naturais Para facilitar a identificaccedilatildeo desses artroacutepodos a Tabela 2 apresentainformaccedilotildees sobre a sua localizaccedilatildeo na planta e caracteriacutesticas de seu comportamento

35 Consideraccedilotildees sobre os inimigos naturais presentes no pomar de goiaba

Os inimigos naturais satildeo componentes importantiacutessimos do Manejo

Integrado de Pragas dentro dos princiacutepios estabelecidos pela Produccedilatildeo Integrada deFrutas (PIF) O primeiro passo para tirar o melhor proveito do controle bioloacutegico eacuteconhecer as espeacutecies de pragas seus inimigos naturais e o potencial de controleexercido por eles no campo

Uma revisatildeo da literatura mostra que algumas pragas da goiaba satildeobastante atacadas por agentes de controle bioloacutegico enquanto outras natildeo o satildeo Eacute o casodo gorgulho que eacute atacado por algumas espeacutecies de formigas predadoras(Hymenoptera Formicidae) Adultos do percevejo H clavigera satildeo parasitados por

Hexacladia smithii (Hymenoptera Encyrtidae) Jaacute os percevejos do gecircnero Leptoglossus (Hemiptera Coreidae) satildeo atacados na fase de ovo pelos parasitoacuteidesGryon spp (Hymenoptera Scelionidae) quando adultos podem ser parasitados porTrichopoda pennipes Eucelatoriopsis sp e Hydallohoughia sp (Diptera Tachinidae)Mas eacute o psiliacutedeo juntamente com o besouro-amarelo que apresentam o maior nuacutemerode inimigos naturais conhecidos O psiacuteliacutedeo eacute predado pelas joaninhas Cycloneda

sanguinea e Scymnus spp (Coleoptera Coccinellidae) por crisopiacutedeos e hemerobiiacutedeos(Neuroptera) estafiliniacutedeos (Coleoptera) e aranhas Moscas cecidomiiacutedeas emicroimenoacutepteros calcidiacutedeos satildeo relatados como parasitoacuteides e o fungo Cladosporium

cladosporioides eacute citado como agente patogecircnico O besouro amarelo eacute predado pelospercevejos Supputius cincticeps (Hemiptera Pentatomidae) Tynacantha marginata

(Hemiptera Pentatomidae) Arilus carinatus (Hemiptera Reduviidae) pelas aranhas Misumenops pallens (Araneae Thomisidae) e Peucetia sp (Araneae Oxyopidae) eparasitados pelos fungos entomopatogecircnicos Beauveria bassiana e Metarhizium

anisopliae var anisopliaeEmbora a lista de inimigos naturais natildeo seja pequena pouco se sabe

sobre a sua real capacidade de controle Aleacutem disto a accedilatildeo dos inimigos naturais eacutemuito afetado pelo modo de o homem manejar o ambiente O solo completamentedesprovido de mato por exemplo pode natildeo ser favoraacutevel para a atraccedilatildeo e permanecircnciade inimigos naturais num local Contudo mais estudos satildeo necessaacuterios para entendermelhor essa relaccedilatildeo principalmente no caso da cultura da goiaba

Visando aumentar esse conhecimento bem como a relaccedilatildeo de inimigosexistentes a equipe do PIF-Goiaba tem feito levantamentos perioacutedicos na regiatildeo deCampinas - SP e alguns resultados jaacute foram obtidos Para os percevejos do gecircnero

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2533

Leptoglossus por exemplo verificou-se que cerca de 80 dos ovos depositados nasgoiabeiras estavam parasitados pelo micro-himenoacuteptero Neorileya sp (Eurytomidae)Atacando psiliacutedeo foram encontradas uma espeacutecie de joaninha Olla abdominalis (Coleoptera Coccinellidae) larvas de uma mosca da famiacutelia Syrphidae e uma espeacuteciede parasitoacuteide do gecircnero Psyllaephagus (Hymenoptera Encyrtidae) Paralelamenteestuda-se a possibilidade de se realizarem ensaios para avaliar a patogenicidade de

microrganismos agraves pragas-chave com o objetivo de ampliar a utilizaccedilatildeo do controlebioloacutegico na culturaPor outro lado como a capacitaccedilatildeo de recursos humanos faz parte da

filosofia da Produccedilatildeo Integrada de Frutas o material entomoloacutegico coletado nesseslevantamentos estaacute sendo fotografado para elaboraccedilatildeo de um manual ilustradocontendo natildeo soacute os insetos pragas em suas diversas fases de desenvolvimento mastambeacutem seus inimigos naturais Posteriormente esse manual serviraacute para orientar osprodutores aos quais tambeacutem estatildeo sendo ministrados cursos de treinamento

36 Consideraccedilotildees sobre os estudos de monitoramento de pragas

Aleacutem das pragas citadas anteriormente a goiabeira apresenta outrosorganismos de importacircncia que podem causar seacuterios prejuiacutezos agrave cultura poreacutem devidoaos aspectos do seu ciclo bioloacutegico natildeo eacute possiacutevel condicionar o controle dos mesmosao emprego de taacuteticas de MIP Como exemplo a goiabeira apresenta duas doenccedilas umacausada por bacteacuteria conhecida como seca-bacteriana ( Erwinia psidii) e outra causadapor fungo denominada antracnose (Colletotrichum gloeosporioides) entretanto devidoao caraacuteter explosivo de suas infecccedilotildees natildeo eacute possiacutevel monitoraacute-las diretamente nocampo Em ambos os casos a possibilidade de monitoramento se daria por intermeacutedioda utilizaccedilatildeo de estaccedilotildees de aviso onde os dados meteoroloacutegicos obtidoscorrelacionados com as informaccedilotildees da condiccedilatildeo favoraacutevel para infecccedilatildeo resultariamem uma informaccedilatildeo de previsibilidade de ataque dessas doenccedilas

Os estudos de monitoramento no campo que ainda se encontram emandamento tecircm detectado o surgimento de outras pragas causando seacuterios prejuiacutezos agravegoiabeira tais comoa) Aacutecaro-branco Polyphagotarsonemus latus (Banks 1904) (Acari Tarsonemidae) esseaacutecaro tem sido constatado causando injuacuterias nas brotaccedilotildees e frutos novosprincipalmente entre os estaacutedios de desenvolvimento 1 e 3 (Figura 8)b) Lagarta-do-ponteiro (Lepidoptera Tortricidae) conforme o seu proacuteprio nome essaslagartas instalam-se nas brotaccedilotildees da goiabeira danificando as folhas e os caules tenroscomprometendo o seu desenvolvimento As lagartas satildeo pequenas atingindo nomaacuteximo cerca de 1 cm de comprimento de coloraccedilatildeo verde pardacenta satildeo aacutegeis equando molestadas saltam para fora da brotaccedilatildeo podendo ficar penduradas por um fiode seda O adulto eacute uma pequena mariposa de cor acinzentada que tambeacutem natildeo chega aatingir 1 cm de comprimento Ateacute o momento nos monitoramentos natildeo foi constatada apresenccedila de adultos o que leva a crer que provavelmente esse inseto tenhacomportamento crepuscular ou noturno Tambeacutem natildeo haacute nenhuma informaccedilatildeo relatadaa respeito da ocorrecircncia desse inseto na cultura da goiabac) Lagarta-dos-frutos (Lepidoptera Tortricidae) as lagartas se instalam geralmente nosfruto ensacados ambiente propiacutecio para se desenvolverem danificando a casca e aporccedilatildeo da polpa logo abaixo Tambeacutem satildeo encontradas entre os frutos que ficamaglomerados no ramo As injuacuterias decorrentes de sua alimentaccedilatildeo prejudicam aaparecircncia dos frutos que satildeo descartados Foi constatado um talhatildeo em que a maioria

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2633

dos frutos se encontravam infestados acarretando um prejuiacutezo acima de 50 daproduccedilatildeo As lagartas satildeo aacutegeis apresentam coloraccedilatildeo verde na grande maioria dosindiviacuteduos medem cerca de 15 cm no maacuteximo Os adultos satildeo mariposas de coloraccedilatildeoparda ou ateacute mesmo acizentadas e chegam a medir cerca de 12 mm de comprimentoAteacute o momento natildeo foi constatada a presenccedila de adultos nos monitoramentosrealizados A exemplo da lagarta-dos-ponteiros tambeacutem natildeo haacute nenhuma informaccedilatildeo

relatada de sua ocorrecircncia

4 Consideraccedilotildees finais

A implementaccedilatildeo do MIP na cultura da goiaba reserva um grandedesafio pois diversos fatores de ordem regulatoacuteria econocircmica ambiental de proteccedilatildeohumana ecoloacutegica de praacuteticas culturais e as variaccedilotildees de clima determinaratildeo o usodesse sistema no futuro Portanto a aplicaccedilatildeo do MIP natildeo ficaraacute apenas sob aresponsabilidade do produtor mas a accedilatildeo deveraacute ser conjunta envolvendo asinstituiccedilotildees de pesquisa de extensatildeo e toda a cadeia produtiva da fruta

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2733

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2833

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2933

Tabela 2 Informaccedilotildees sobre os inimigos naturais mais frequumlentes na goiabeira com relaccedilatildeo agraves suas fases de vid

Inimigos Naturais Inspeccedilatildeo

1 Aacutecaro predador 991522 Nos ramos escolhidos para exame de psiliacutedeos inspecionarvelhas com auxiacutelio de uma lupa de 10x de aumento procurand

2 Aranhas 991522 Ao examinar as plantas amostradas procurar os adultos pri jovens eou ovos nos ninhos formados por teias entre as folhas

3 Crisopiacutedeos (bicho-lixeiro)991522 Ao examinar as plantas amostradas observar a presenccedila deadultos Geralmente satildeo encontrados em qualquer parte da pltronco)

4 Formigas 991522 Ao examinar as plantas amostradas procurar os insetos adu

5 Joaninhas 991522 Ao examinar as plantas amostradas observar a presenccedila dpreferencialmente nas folhas novas

6 Percevejos predadores 991522 Examinar as plantas amostradas procurando adultos ninf

localizam nas folhas do interior da copa7 Sirfiacutedeos (moscas que pairam no ar) 991522 Observar moscas que pairam no ar as larvas localizam-se

por ocasiatildeo da infestaccedilatildeo de psiacutelideos ou pulgotildees principalme8 Mosquinha-verde metaacutelica (Dolicopodiacutedeos) 991522 Os adultos satildeo aacutegeis e devem ser observados nas folhas loc

9 Vespas (marimbondos) 991522 Geralmente os adultos satildeo pequenas vespas caccediladoras qubrotaccedilotildees

10 Vespinhas (parasitoacuteides) 991522 Examinar as plantas amostradas procurando os insetos aduno interior da copa

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3033

FICHA DE INSPECcedilAtildeO DE PRAGAS E INIMIGOS NATURAIS PRODUCcedilAtildeO INTEGRADA DE GOIABA-SPPlantas inspecionadas

PragasQ 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

No

abc

Besouro-amarelo

dabc

Gorgulho

dabc

Percevejos

dabc

Psiliacutedeo

d

Ferrugem SInimigos Naturais E

LJoaninhasAOL

Crisopiacutedeos(bicho-lixeiro)

ANPercevejos

predadores AAacutecaro predador A

Aranhas AVespinhas A

Data _______________ Talhatildeo ___________ Estaacutegio fenoloacutegico 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6( ) 7( ) Inspetor

Legenda Q = quadrantes E = estaacutegio de vida dos inimigos naturais onde O = ovo L = larva N = ninfa A =

Figura 9 Modelo de ficha de amostragem utilizada no monitoramento das pragas e inimigos naturais na goiabei

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3133

Agradecimentos

Os autores agradecem aos teacutecnicos e produtores do Comitecirc Gestor daProduccedilatildeo Integrada de Frutas - Goiaba pelo total apoio que nos foi dispensado e queainda continuam incentivando com pleno entusiasmo no intuito de fortalecer cada vezmais a fruticultura brasileira Tambeacutem agradecemos os estagiaacuterios Guilherme de Melo e

Flaacutevia Calderari Marin pelo grande auxiacutelio nos trabalhos de monitoramento no campo ede laboratoacuterio Agradecemos tambeacutem ao engenheiro agrocircnomo Joseacute Emiacutelio Bettiol Netopela sua grande atuaccedilatildeo frente aos produtores de goiaba e que nunca mediu esforccedilos emnos ajudar nos estudos de monitoramento aleacutem das muitas informaccedilotildees que nosforneceu

Bibliografia consultada

Altieri MA EN Silva amp CI Nicholls 2003 O papel da biodiversidade no manejode pragas Holos Editora Ribeiratildeo Preto 226p

Bailez OE A M Viana ndashBailez JOG Lima amp DDO Moreira 2003 Life-historyof the guava weevil Conotrachelus psidii Marshal (Coleoptera Curculionidae) underlaboratory conditions Neotropical Entomology 32(2)203-207

Baldin ELL AL Boiccedila Juacutenior amp S Freitas 1998 Percevejo do maracujaacuteHolhymenia clavigera (Herb 1784) x Holhymenia histrio (Fabr 1803) (HemipteraCoreidae) p35 In 17o Congresso Brasileiro de Entomologia Resumos vol 1 SEBRio de Janeiro RJ

Barbosa FR A P Santos AT Haji WA Moreira FNP Haji amp J A Alencar1999 Eficiecircncia e seletividade do imidacloprid e lambdacyalothrin no controledopsiliacutedeo (Triozoida sp) em goiabeira Revista Brasileira de Fruticultura 21(3) 385-387

Barbosa FR AS Nascimento JV Oliveira JA Alencar amp FNP Haji 2001Pragas p29-54 In Barbosa FR (ed) Goiaba Fitossanidade Embrapa Semi-AacuteridoPetrolina Embrapa Brasiacutelia 63p (Frutas do Brasil 18)

Barbosa FR RG Ferreira LHP Kiill E A Souza WA Moreira JA Alencar ampFNP Haji 2002 Estudos do niacutevel de dano plantas invasoras hospedeiras e controledo psiliacutedeo da goiabeira (Triozoida sp) In XIX Congresso Brasileiro de EntomologiaManaus AM (Anais do Seminaacuterio do SEAG)

Boscaacuten de Martinez N amp R Casares 1980 El gorgojop de la guayaba Conotracheluspsidii Marshall (Coleoptera Curculionidae) I Evaluacioacuten de dantildeos AgronomiaTropical 30(1-6) 77-83

Boscaacuten de Martinez N amp R Casares 1981 Distribucioacutenen el tiempo de las fases delgorgojo de la guayaba Conotrachelus psidii Marshall (Coleoptera Curculionidae) en elcampo Agronomia Tropical 31(1-6) 123-130

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3233

Cave RD 1995 Manual para la ensentildeanza del control bioloacutegico en Ameacuterica LatinaZamorano Academic Press Zamorano Honduras 188p (primera edicioacuten)

Crocomo WB 1990 O que eacute o manejo integrado de pragas p 9-34 In CrocomoWB (coord) Manejo integrado de pragas Editora Unesp Satildeo Paulo CETESB 358p

Dolinski C 2003 Vermes que controlam insetos Guava News 1(1)8 (Goiabraacutes)

Follet PA amp KW Vick 2002 Desarrollo de estrategias de manejo integrado deplagas para eliminar las barreras sanitarias que restringen la exportacioacuten de productosagriacutecolas Manejo Integrado de Plagas y Agroecologia 65 43-49

Gallo D O Nakano S Silveira Neto RPL Carvalho GC Baptista E Berti FilhoJRP Parra RA Zucchi SB Alves JD Vendramim LC Marchini JRS Lopes ampC Omoto 2002 Entomologia Agriacutecola FEALQ Piracicaba 920p

Gonzaga Neto L amp JM Soares 1994 Goiaba para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos daproduccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa-SPI 49p - (Seacuterie Publicaccedilotildees Teacutecnicas FRUPEX 5)

Gould WP amp A Raga 2002 Pests of guava p295-313 In JE Pentildea JL Sharp ampM Wysoki (eds) Tropical fruit pests and pollinators biology economic importancenatural enemies and control CABI Publishing New York NY

Kogan M amp M Shenk 2002 Conceptualizacioacuten del manejo integrado de plagas enescalas espaciales y niveles de integracioacuten maacutes amplios Manejo Integrado de Plagas yAgroecologia 65 34-42

Malavasi A amp RA Zucchi 2000 Moscas-das-frutas de importacircncia econocircmica noBrasil conhecimento baacutesico e aplicado Holos Editora Ribeiratildeo Preto 327p

Nicholls C amp M Altieri 2002 Biodivesidad y disentildeo agroecoloacutegico un estudio dede manejo de plagas en vintildeedos Manejo Integrado de Plagas y Agroecologia 65 50-64

Norris RF EP Caswell-Chen amp M Kogan 2003 Concepts in integrated pestmanagement Prentice Hall Upper Saddle River New Jersey 586p

Pereira FM amp SA Bortoli 1998 Pragas da goiabeira p 119-130 In BragaSobrinho R JE Cardoso amp FCO Freire (eds) Pragas das fruteiras tropicais deimportacircncia agroindustrial Embrapa-SPI Brasiacutelia Embrapa-CNPAT Fortaleza 209p

Silva AGDA CR Gonccedilalves DM Galvatildeo AJL Gonccedilalves J Gomes MNSilva amp L Simoni 1968 Quarto cataacutelogo dos insetos que vivem nas plantas do Brasilseus parasitos e predadores Parte II - 1o Tomo - Insetos hospedeiros e inimigosnaturais Min de Agric Dep de Def e Inspeccedilatildeo Agropecuaacuteria Rio de Janeiro 622p

Silva NA 1992 Taxonomia ciclo de vida e dinacircmica populacional de Costalimaitaferruginea (Fabr 1801) (Coleoptera Chrysomelidae) praga de Eucalyptus spp(Myrtaceae) Tese de Doutorado ESALQUSP Piracicaba SP 165p

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3333

Silveira Neto S 1990 Monitoramento e decisatildeo no controle de pragas p 71-86 InCrocomo WB (coord) Manejo integrado de pragas Editora Unesp Satildeo PauloCETESB 358p

Souza JC A Raga amp MA Souza 2003 Pragas da goiabeira EPAMIG BeloHorizonte 60p (EPAMIG Boletim Teacutecnico 71)

Page 12: goiabeira - 9_MIPpragas

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1233

bull Identificaccedilatildeo das principais pragasIdentificaccedilatildeo das principais pragas

bullbull Quantificaccedilatildeo da infestaccedilatildeoinfecccedilatildeo (amostragem)Quantificaccedilatildeo da infestaccedilatildeoinfecccedilatildeo (amostragem)

TOMADA DE DECISAtildeOTOMADA DE DECISAtildeOTOMADA DE DECISAtildeO

[n[niacute iacute vel de dano econvel de dano econocircocircmico]mico]

bull Seleccedilatildeo das taacuteticas de controleSeleccedilatildeo das taacuteticas de controle

Taacuteticas preventivas

bull Culturas armadilhas

bull Variedades resistentes

bull Controle bioloacutegico

Taacuteticas preventivasTaacuteticas preventivasbullbull CCulturas armadilhasulturas armadilhas

bullbull Variedades resistentesVariedades resistentes

bullbull Controle bioloacutegicoControle bioloacutegico

Taacuteticas curativas

bull Praacuteticas culturais

bull Inseticida bioloacutegico

bull Inseticida sinteacutetico

Taacuteticas curativasTaacuteticas curativasbullbull Praacuteticas culturais Praacuteticas culturais

bullbull Inseticida bioloacutegico Inseticida bioloacutegico

bullbull Inseticida sinteacutetico Inseticida sinteacutetico

bull Aplicaccedilatildeo de taacuteticas de controleAplicaccedilatildeo de taacuteticas de controlebullbull Avaliaccedilatildeo dos resultadosAvaliaccedilatildeo dos resultados

[[retroalimentaretroalimentaccedilatildeccedilatildeoo]]

Figura 5 Componentes baacutesicos de um programa de MIP (Kogan amp Shenk 2002)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1333

3 A cultura da goiabeira como modelo de implementaccedilatildeo do MIP

A proposta de Manejo Integrado de Pragas na Cultura da Goiabeira queseraacute apresentada a seguir eacute o resultado das vaacuterias reuniotildees realizadas pelo ComitecircGestor da Produccedilatildeo Integrada de Frutas - Goiaba (PIF-Goiaba) do Estado de Satildeo Paulo -composta de teacutecnicos da extensatildeo e pesquisa especialistas na cultura aleacutem de

produtores de amplo conhecimento teacutecnico Na verdade a presente proposta nasceu noForum de Debates sobre o Manejo Integrado de Pragas nas Culturas de Caqui FigoGoiaba Manga e Maracujaacute realizado nas dependecircncias da Coordenadoria deAssistecircncia Teacutecnica Integral (CATI) em Campinas SP em agosto de 2002 A partirdaiacute a mesma foi sendo melhorada ampliada e revisada

Eacute importante salientar que essa proposta natildeo eacute fixa e nem poderia serdevido agraves proacuteprias caracteriacutesticas de um programa de MIP que eacute um processo dinacircmicoPortanto estaraacute sujeita a alteraccedilotildees tatildeo logo novas informaccedilotildees teacutecnicas sejam geradaspela pesquisa Vaacuterias informaccedilotildees contidas na proposta atual resultaram dasexperiecircncias dos teacutecnicos e produtores do Comitecirc Gestor pois a cultura da goiabeiradispotildee de pouca informaccedilatildeo teacutecnica na aacuterea fitossanitaacuteria e muitas vezes de informaccedilotildeesincompletas o que dificultou grandemente a sua elaboraccedilatildeo Vale ressaltar que os

meacutetodos de monitoramento e niacuteveis de controle adotados satildeo empiacutericosO modelo de implementaccedilatildeo de MIP que seraacute apresentado a seguir foi

elaborado primeiramente para atender os cultivos de goiaba para mesa das regiotildees deCampinas e Valinhos no Estado de Satildeo Paulo que eacute composta de pequenaspropriedades e onde eacute basicamente praticada a agricultura familiar com um bom grautecnoloacutegico A variedade de goiaba predominante nesses cultivos eacute a ldquoKumagairdquo depolpa branca

31 Fenologia da goiabeira

O manejo da safra na cultura da goiaba eacute feito basicamente atraveacutes depodas que estimulam novas brotaccedilotildees resultando em um novo ciclo reprodutivoPortanto o ciclo fenoloacutegico da cultura se inicia com a operaccedilatildeo de poda que pode serrealizada em qualquer eacutepoca do ano desde que a temperatura do ar e a umidade do solonatildeo limitem o desenvolvimento vegetativo e reprodutivo da planta

Dois satildeo os tipos baacutesicos de podas empregados na cultura

a) Poda contiacutenua eacute uma operaccedilatildeo que eacute realizada em vaacuterias partes da planta resultandoem vaacuterios ciclos fenoloacutegicos ao mesmo tempo Diante desse fato verifica-se que essesistema natildeo eacute adequado para atender aos preceitos do MIP uma vez que do ponto devista fitossanitaacuterio seria praticamente impossiacutevel aplicar as taacuteticas de controle de formacorreta e organizada Aleacutem disso caso seja necessaacuterio fazer uso de algum controlequiacutemico natildeo haveria como respeitar o periacuteodo de carecircncia do pesticida pois como aplanta apresenta vaacuterios estaacutedios fenoacutelogicos simultaneamente os frutos que estivessemproacuteximos para serem colhidos ficariam com uma carga residual acima dos limitestolerados para consumo

b) Poda total eacute um tipo de operaccedilatildeo que pode ser realizada na aacuterea toda ou por talhatildeo eque consiste em efetuar a poda em toda a planta uniformizando-a fenologicamente Naverdade eacute um tipo de poda de frutificaccedilatildeo que regula a eacutepoca de produccedilatildeo e cada safrada cultura iniciada pela mesma estimula novas brotaccedilotildees resultando em um novo ciclo

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1433

reprodutivo Devido agrave caracteriacutestica dessa operaccedilatildeo a poda total permite aimplementaccedilatildeo do MIP

Portanto para a aplicaccedilatildeo adequada do MIP recomenda-se que agoiabeira seja conduzida pelo sistema de poda total devido agrave uniformizaccedilatildeo fenoloacutegicaque proporciona a todas as plantas da aacuterea de cultivo ou do talhatildeo Aleacutem disso permite

que se faccedila uma discriminaccedilatildeo de cada estaacutedio fenoloacutegico da goiabeira que eacutefundamental para definir os periacuteodos criacuteticos da cultura em relaccedilatildeo agraves suas principaispragas (Figuras 6 e 8)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1533

0 30 60 120 180

P o d a

B r o t a

ccedil atilde o

F l o r e s c i m e n t o

F r u t

o s

ldquo C h u

m b i

n h o rdquo

F r u t o

s c o

m 2 a 3 c m

d e

d i acirc m

e t r o

Fenologia da goiabeira conduzida pelo sistema de poda totaFenologia da goiabeira conduzida pelo sistema de poda tota

230 dias 230 dias

Considerar que cada ciclo da goiabeira inicia em qualquer eacutepoca do ano

cada ciclo da cultura iniciaraacute a partir da realizaccedilatildeo da poda de frutifica

Considerar que cada ciclo da goiabeira inicia em qualquer eacutepoca do ano P

cada ciclo da cultura iniciaraacute a partir da realizaccedilatildeo da poda de frutifica

150

F r u t

o s c o m

1 5 c m

d e

d i acirc m

e t r o

E s t aacute d i o 1

E s t aacute d i o 2

E s t aacute d i o 3

E s t aacute d i o 4

E s t aacute d i o 5

E s t aacute d i o 6

Figura 6 Fenologia da goiabeira onde o periacuteodo em dias de cada fase fenoloacutegica varia com a eacutepoca do anorealizada

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1633

32 Principais pragas da cultura

Conforme jaacute citado anteriormente a correta identificaccedilatildeo das pragas-chave da cultura compotildee o esteio de um programa de MIP pois satildeo elas que causam osmaiores prejuiacutezos devendo atrair toda a atenccedilatildeo por parte do agricultor

Atualmente para o Estado de Satildeo Paulo satildeo consideradas pragas-chave

da cultura da goiaba as seguintes espeacutecies para as quais se devem orientar omonitoramento e o controle

rArr besouro-amarelo Costalimaita ferruginea (Fabr 1801) (Coleoptera Chrysomelidae)

rArr ferrugem Puccinia psidii Wint

rArr gorgulho Conotrachelus psidii Marshall 1922 (Coleoptera Curculionidae)

rArr percevejos (complexo de espeacutecies)bull Monalonion annulipes Sign 1858 (Hemiptera Miridae) bull Leptoglossus gonagra (Fabr 1775) (Hemiptera Coreidae)bull Leptoglossus stigma (Herbst 1784) (Hemiptera Coreidae)bull Leptoglossus zonatus (Dallas 1852) (Hemiptera Coreidae)bull Leptoglossus fasciatus (West 1842) (Hemiptera Coreidae)bull Holhymenia clavigera (Herbst 1784) (Hemiptera Coreidae)

rArr psiliacutedeo Triozoida sp (Hemiptera Psyllidae)

Com relaccedilatildeo agraves moscas-das-frutas (Diptera Teprhitidae e Lonchaeidae)representadas principalmente pelas espeacutecies Anastrepha fraterculus (Wied) A

sororcula Zucchi A bistrigata Bezzi Ceratitis capitata (Wied) e Neosilba sp satildeoconsideradas as pragas mais importantes do ponto de vista quarentenaacuterio quando a

produccedilatildeo se destina agrave exportaccedilatildeo Poreacutem devido ao sistema adotado para a conduccedilatildeo dagoiabeira deixam de ser praga principal uma vez que os frutos satildeo ensacados aoalcanccedilarem cerca de 2-3cm de diacircmetro (Figura 8)

A seguir seraacute apresentada de forma objetiva a proposta de MIP para cadapraga-chave levando-se em consideraccedilatildeo no miacutenimo oito paracircmetros informativosnecessaacuterios para que o manejo possa ser implementado tais comoa) Nome cientiacutefico da pragab) Hospedeiros alternativosc) Inimigos naturaisd) Aspectos bioloacutegicos da pragae) Condiccedilotildees favoraacuteveisf) Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos

g) Monitoramento e niacutevel de accedilatildeoh) Manejo cultural

321 Besouro-amarelo

Nome cientiacutefico Costalimaita ferruginea (Coleoptera Chrysomelidae)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1733

Hospedeiros alternativos Trata-se de uma praga poliacutefaga atacando natildeo soacute fruteirasmas tambeacutem outras espeacutecies como eucaliptos algodoeiro araccedilaacute capim-marmeladafeijoeiro etc Entre as fruteiras ataca as folhas de abacateiro bananeira cajueiromacieira jaboticabeira jambeiro jambolatildeo pitangueira videira e mangueira

Inimigos naturais Haacute relato da sua predaccedilatildeo por Supputius cincticeps (Hemiptera

Pentatomidae) Tynacantha marginata (Hemiptera Pentatomidae) Arilus carinatus(Hemiptera Reduviidae) Misumenops pallens (Araneae Thomisidae) Peucetia sp(Araneae Oxyopidae) e os fungos entomopatogecircnicos Beauveria bassiana e

Metarhizium anisopliae var anisopliae

Aspectos bioloacutegicos A fecircmea faz apenas uma postura contendo em meacutedia cerca de 90ovos de coloraccedilatildeo amarela e brilhante com periacuteodo de incubaccedilatildeo durando cerca de 8-9dias As larvas vivem no solo onde se alimentam de raiacutezes de gramiacuteneas No periacuteodolarval apenas satildeo conhecidos ateacute o momento dois estaacutedios de desenvolvimento (1o e 2o iacutenstares) sendo que o primeiro instar dura 19 dias e o segundo cerca de 35 dias Osadultos emergem do solo apoacutes a ocorrecircncia de chuvas que propiciem um bommolhamento do mesmo

Condiccedilotildees favoraacuteveis A eacutepoca normal de ocorrecircncia da praga eacute nos meses finais daprimavera logo apoacutes a ocorrecircncia de chuvas suficientemente pesadas para propiciaremum bom molhamento do solo

Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos O inseto emerge do solo com as primeiras chuvas pesadas(mais de 20 mm) de primavera (outubronovembro) que possibilitem seu bommolhamento O periacuteodo criacutetico se inicia cerca de 5 dias apoacutes estas chuvas prolongando-se por aproximadamente 2 semanas No Estado de Satildeo Paulo o ataque da praga ocorreprincipalmente no periacuteodo de setembro a marccedilo

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo No periacuteodo criacutetico monitorar a cada 2-3 dias 2 dasplantas do talhatildeo ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo de preferecircncia nas bordadurasVerificar a presenccedila do inseto ou de seus danos (folhas rendadas) nos ramos terminaisde cada quadrante da planta Constatada a presenccedila do inseto ou de seus danos a plantaseraacute considerada infestadaO niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 20 das plantas monitoradas estiverem infestadasPor se tratar de uma praga que normalmente vem de fora do pomar a inspeccedilatildeo deveraacuteser realizada de preferecircncia na sua periferia considerando as trecircs primeiras plantas oulinhas do talhatildeo

Manejo cultural Na instalaccedilatildeo de novos pomares deve ser considerada a presenccedila nasproximidades de culturas altamente visadas pela praga como eacute o caso do eucalipto Osolo deveraacute ser mantido vegetado para dificultar que o inseto complete o seu ciclobioloacutegico aleacutem de favorecer a atividade de possiacuteveis inimigos naturais

322 Ferrugem

Agente Puccinia psidii

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1833

Hospedeiros alternativos O fungo ataca vaacuterias mirtaacuteceas incluindo o eucalipto e a jaboticabeira

Antagonistas Natildeo satildeo conhecidos antagonistas deste fungo

Etiologia No pomar o fungo eacute disseminado pelos ventos ocorrendo vaacuterios ciclos da

praga no mesmo ano agriacutecola acompanhando os surtos vegetativos

Condiccedilotildees favoraacuteveis Presenccedila de tecidos jovens de ramos folhas bototildees florais efrutos novos sob condiccedilotildees climaacuteticas favoraacuteveis que satildeo umidade relativa igual ousuperior a 90 por mais de 8 horas e temperatura entre 18ordm e 25ordmC o que normalmenteocorre nas estaccedilotildees de outono e inverno Condiccedilotildees de baixa luminosidade favorecembastante a infecccedilatildeo

Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos Esse periacuteodo comeccedila logo apoacutes a poda quando se inicia abrotaccedilatildeo ateacute duas semanas apoacutes as folhas atingirem o seu completo desenvolvimento eos frutos apresentarem diacircmetro de pelo menos trecircs cm quando estas condiccedilotildees foremcoincidentes com umidade e temperatura favoraacuteveis ao desenvolvimento do fungo o

que normalmente ocorre nos meses de outono e inverno

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo Deve ser realizado no periacuteodo criacutetico compreendendoos estaacutedios de brotaccedilatildeo ateacute quando os frutos atingirem cerca de trecircs cm de diacircmetro(estaacutedio 6) sob as condiccedilotildees de clima favoraacuteveis ao fungo Monitorar semanalmente 2das plantas ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo inspecionando-se o terccedilo inferior daregiatildeo central da copa e observando-se a ocorrecircncia do fungo nas folhas novas bototildeesflorais flores e frutos Constatando-se sintomas da presenccedila do fungo em qualquer dosoacutergatildeos examinados a planta seraacute considerada infectadaDurante o periacuteodo criacutetico o niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 10 das plantasmonitoradas estiverem infectadas Apoacutes o teacutermino do periacuteodo criacutetico ou depois que osfrutos tenham sido ensacados o niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 20 das plantasmonitoradas estiverem infectadas

Manejo cultural No manejo cultural devem considerar os seguintes aspectosa) Em novos pomares evitar a proximidade com outras mirtaacuteceas principalmenteeucaliptosb) Preferir variedades com maior toleracircncia agrave doenccedila e utilizar espaccedilamentos maioresc) Efetuar podas que propiciem maior arejamento da copad) Realizar desbrotas sistemaacuteticase) Fazer o manejo das plantas invasoras por meio de roccediladasf) Evitar o excesso de adubaccedilatildeo nitrogenadag) Utilizar irrigaccedilatildeo sub-copah) Natildeo realizar mais de trecircs aplicaccedilotildees seguidas com fungicidas sistecircmicos devendosempre alternar com um de contato para evitar a formaccedilatildeo de raccedilas resistentesi) Na utilizaccedilatildeo de fungicidas agrave base de cobre acrescentar agrave calda 05 de oacuteleo mineralou vegetal emulsionaacutevel como medida auxiliar no controle de cochonilhas

323 Gorgulho

Nome cientiacutefico Conotrachelus psidii (Coleoptera Curculionidae)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1933

Hospedeiros alternativos Goiabeiras e araccedilazeiros satildeo citados como hospedeiros dapraga

Inimigos naturais Formigas predadoras Pheidole oxyops Ectatoma planidens

Solenopsis invicta Neoponera villosa e Odontomachus bauri

Aspectos bioloacutegicos Para ovipositarem as fecircmeas fazem com o aparelho bucalperfuraccedilotildees em frutos onde colocam um uacutenico ovo Apoacutes 6 dias da postura ocorre aeclosatildeo da larva que penetra no interior do fruto onde se alimenta da polpa e dassementes Passados de 30 a 35 dias a larva abandona a fruta e se aprofunda no soloonde se transforma em pupa permanecendo nesse estaacutedio por 3 a 4 meses Apoacutes esseperiacuteodo havendo condiccedilotildees de umidade no solo o adulto emerge originando uma novageraccedilatildeo da praga Os adultos de ambos os sexos se alimentam dos bototildees floraisdeixando pequenas perfuraccedilotildees

Condiccedilatildeo favoraacutevel Deve haver umidade no solo para que ocorra a emergecircncia doadulto

Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos Quando os estaacutedios de chumbinho (estaacutedio 4) ateacute que osfrutos atinjam 2 a 3 cm de diacircmetro (estaacutedio 6) coincidirem com a eacutepoca quente echuvosa

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo No periacuteodo criacutetico monitorar semanalmente 2 dasplantas do talhatildeo ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo observando-se um fruto em cadaquadrante no terccedilo meacutedio da copa Ao ser encontrado um fruto atacado examinar pelomenos mais 20 frutos da mesma planta Caso haja outros frutos atacados proceder aomonitoramento nas 4 plantas vizinhas Havendo frutos atacados em pelo menos uma dasplantas vizinhas o conjunto seraacute considerado infestadoO niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 20 dos conjuntos monitorados estivereminfestados

Manejo cultural Eliminar os frutos pequenos que apresentarem sintomas de ataque porocasiatildeo do raleio Recomenda-se coletar e destruir todos os frutos desenvolvidos eoumaduros com sintomas de ataque da praga uma vez que os frutos nesta idade ao caiacuteremno solo e apodrecerem propiciaratildeo continuidade ao ciclo de vida das larvas dogorgulho favorecendo o iniacutecio de uma nova geraccedilatildeo da praga

324 Percevejos

Nomes cientiacuteficos Monalonion annulipes (Hemiptera Miridae) (percevejo-da-verrugose) Leptoglossus gonagra (Hemiptera Coreidae) Leptoglossus stigma (Hemiptera Coreidae) Leptoglossus zonatus (Hemiptera Coreidae) Leptoglossus fasciatus (Hemiptera Coreidae) Holhymenia clavigera (Hemiptera Coreidae)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2033

Hospedeiros alternativos Estas espeacutecies satildeo altamente poliacutefagas Assim satildeo referidascomo pragas da maioria das espeacutecies frutiacuteferas cultivadas comercialmente aleacutem deatacarem tambeacutem espeacutecies bastante distintas como eacute o caso do milho cucurbitaacuteceasmamoneira algodoeiro e girassol Algumas espeacutecies tecircm bastante afinidade com plantasdaninhas como eacute o caso do melatildeo-de-satildeo-caetano ( Mormodica charantia) hospedeiroclaacutessico de L gonagra guanxuma (Sida sp) de L zonatus mussambecirc (Cleome sp) de

L gonagra etc

Inimigos naturais Adultos de H clavigera satildeo parasitados por Hexacladia smithii (Hymenoptera Encyrtidae) e Gryon gallardoi e Gryon sp (Hymenoptera Scelionidae)Parasitam ovos de L zonatus Trichopoda pennipes (Diptera Tachinidae) parasitaadultos de L zonatus Eucelatoriopsis sp e Hydallohoughia sp (Diptera Tachinidae)atacam percevejos Gryon barbiellinii (Hymenoptera Scelionidae) eacute parasitoacuteide de ovosde percevejos Na regiatildeo de Campinas SP foi observado que cerca de 80 dos ovos de

Leptoglossus spp estavam parasitados por Neorileya sp (Hymenoptera Eurytomidae)

Aspectos bioloacutegicos O ciclo evolutivo de L zonatus eacute de 60 dias em temperaturasamenas O ciclo de L gonagra varia de 80 a 90 dias com um periacuteodo de incubaccedilatildeo de 8

dias e fase ninfal de 55 dias

Condiccedilotildees favoraacuteveis Periacuteodos com altas temperaturas satildeo bastante favoraacuteveis aosinsetos Apesar de se alimentarem tambeacutem das partes vegetativas a presenccedila de frutos eacutemuito favoraacutevel ao aumento da populaccedilatildeo L zonatus e L gonagra que ocorrem o anotodo com picos populacionais de novembro a abril H clavigera ocorrepreferencialmente de setembro a abril com pico em janeiro

Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos Os percevejos atacam bototildees florais e frutos em todos osseus estaacutedios de desenvolvimento Os bototildees florais quando picados geralmente caeme os frutos mais desenvolvidos ficam deformados com cicatrizes bem visiacuteveis noslocais onde o inseto faz a punctura para a sua alimentaccedilatildeo Considerar como periacuteodocriacutetico a fase de formaccedilatildeo do botatildeo floral (entre os estaacutedios 2 e 3) ateacute a colheita (estaacutedio7)

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo No periacuteodo criacutetico monitorar semanalmente 2 dasplantas do talhatildeo ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo observando-se a presenccedila deinsetos (adultos ou ninfas) ou sinais do ataque da praga em frutos ou bototildees florais emdois ramos localizados no terccedilo meacutedio da copa em cada quadrante da planta Quandofor encontrado um inseto ou oacutergatildeo injuriado (fruto eou botatildeo floral) a planta seraacuteconsiderada infestadaO niacutevel de accedilatildeo seraacute alcanccedilado quando 20 das plantas monitoradas estivereminfestadas

Manejo cultural Eliminar os frutos pequenos que apresentarem sintomas de ataque porocasiatildeo do raleio As plantas infestantes no interior e em torno do pomar devem sermantidas com o porte baixo durante os periacuteodos favoraacuteveis agrave presenccedila da praga

325 Psiliacutedeo

Nome cientiacutefico Triozoida sp (Hemiptera Psyllidae)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2133

Hospedeiros alternativos Natildeo se conhecem relatos de ocorrecircncia desta praga emoutras culturas apesar de ser constatada sua ocorrecircncia em diversas plantas infestantes

Inimigos naturais Satildeo relatadas como espeacutecies predadoras as joaninhas Cycloneda

sanguinea Olla abdominalis e Scymnus spp aracniacutedeos crisopiacutedeos hemerobiiacutedeos

sirfiacutedeos e estafiliniacutedeos Moscas cecidomiiacutedeas e micro-himenoacutepteros calcidiacutedeos eencirtiacutedeos (Psyllaephagus sp) satildeo relatados como parasitoacuteides de psiliacutedeosCladosporium cladosporioides eacute relatado como agente patogecircnico

Aspectos bioloacutegicos As fecircmeas efetuam a postura ao longo dos ramos ponteiros efolhas novas O periacuteodo de incubaccedilatildeo eacute de 7 a 9 dias e o ninfal variaacutevel de 29 a 35 diasAs ninfas sugam os bordos das folhas que devido agraves toxinas injetadas enrolam-se edeformam-se adquirindo coloraccedilatildeo amarelada ou avermelhada tornando-seposteriormente necrosadas

Condiccedilotildees favoraacuteveis O periacuteodo mais favoraacutevel ao ataque eacute o compreendido pelosmeses de primaveraveratildeo quando as temperaturas satildeo elevadas geralmente associadas

com alto iacutendice pluviomeacutetrico

Periacuteodo e estaacutedio criacutetico Apoacutes a poda quando da emissatildeo das novas brotaccedilotildees ateacute oiniacutecio de desenvolvimento do fruto (estaacutedio 2 a estaacutedio 4)

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo No periacuteodo criacutetico monitorar semanalmente 2 dasplantas do talhatildeo ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo Em cada planta a ser monitoradaverificar a presenccedila de sintomas de ataque ou de ovos ninfas ou adultos do inseto nosdois uacuteltimos pares de folhas em um ramo por quadrante localizado no terccedilo superior dacopa (Figura 7) A planta seraacute considerada infestada quando for constatada a presenccedilado inseto ou de seus danos em pelo menos um quadrante da plantaO niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 30 das plantas monitoradas estiverem infestadasNo periacuteodo natildeo criacutetico o niacutevel de accedilatildeo eacute maior ou seja quando 50 das plantasestiverem infestadas

Manejo cultural O solo deve ser mantido constantemente vegetado sendo o manejodas plantas infestantes feito por meio de roccediladas a fim de permitir a manutenccedilatildeo dafauna de inimigos naturais A adubaccedilatildeo nitrogenada deveraacute ser feita com cuidado paraevitar a brotaccedilatildeo excessiva da planta o que favoreceria a sua colonizaccedilatildeo pela pragaInseticidas piretroacuteides natildeo deveratildeo ser utilizados na cultura por causarem desequiliacutebriosbioloacutegicos favorecendo a incidecircncia desta praga

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2233

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2333

MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM GOIABAMANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM GOIABA

Fenologia da Goiabeira - Pragas e DoenccedilasFenologia da Goiabeira - Pragas e Doenccedilas

0 30 60 120 180

P o d a

B r o t a

ccedil atilde o

F l o r e s c i m e n t o

F r u t

o s

ldquo C h u

m b i

n h o rdquo

F r u t o

s c o

m 2 a 3 c m

d e

d i acirc m

e t r o

C o l

150

F r u t

o s c o m

1 5 c m

d e

d i acirc m

e t r o

E s t aacute d

i o 1

E s t aacute d

i o 2

E s t aacute d

i o 3

E s t aacute d

i o 4

E s t aacute d

i o 5

E s t aacute d

i o 6

Gorgulho e Percevejos

Besouro-amarelo e Psiliacutedeo

Ferrugem

ensacamentoensacamento

Figura 8 Fenologia da goiabeira conduzida pelo sistema de poda total e os periacuteodos criacuteticos de cada praga

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2433

34 Procedimentos aplicados para inspeccedilatildeo populacional das pragas

O sistema de MIP adotado na cultura da goiaba na regiatildeo de Campinas eValinhos no Estado de Satildeo Paulo consiste em levantamentos semanais para estimativadas pragas-chave e dos inimigos naturais

Os procedimentos para realizaccedilatildeo desse levantamento estatildeo resumidos na

Tabela 1 onde satildeo tambeacutem apresentados os niacuteveis de accedilatildeo para controle das pragas-chaveOs dados desse levantamento satildeo registrados em ficha proacutepria cujo

modelo eacute apresentado na Figura 9Nessa ficha constam tambeacutem informaccedilotildees sobre a presenccedila dos inimigos

naturais Para facilitar a identificaccedilatildeo desses artroacutepodos a Tabela 2 apresentainformaccedilotildees sobre a sua localizaccedilatildeo na planta e caracteriacutesticas de seu comportamento

35 Consideraccedilotildees sobre os inimigos naturais presentes no pomar de goiaba

Os inimigos naturais satildeo componentes importantiacutessimos do Manejo

Integrado de Pragas dentro dos princiacutepios estabelecidos pela Produccedilatildeo Integrada deFrutas (PIF) O primeiro passo para tirar o melhor proveito do controle bioloacutegico eacuteconhecer as espeacutecies de pragas seus inimigos naturais e o potencial de controleexercido por eles no campo

Uma revisatildeo da literatura mostra que algumas pragas da goiaba satildeobastante atacadas por agentes de controle bioloacutegico enquanto outras natildeo o satildeo Eacute o casodo gorgulho que eacute atacado por algumas espeacutecies de formigas predadoras(Hymenoptera Formicidae) Adultos do percevejo H clavigera satildeo parasitados por

Hexacladia smithii (Hymenoptera Encyrtidae) Jaacute os percevejos do gecircnero Leptoglossus (Hemiptera Coreidae) satildeo atacados na fase de ovo pelos parasitoacuteidesGryon spp (Hymenoptera Scelionidae) quando adultos podem ser parasitados porTrichopoda pennipes Eucelatoriopsis sp e Hydallohoughia sp (Diptera Tachinidae)Mas eacute o psiliacutedeo juntamente com o besouro-amarelo que apresentam o maior nuacutemerode inimigos naturais conhecidos O psiacuteliacutedeo eacute predado pelas joaninhas Cycloneda

sanguinea e Scymnus spp (Coleoptera Coccinellidae) por crisopiacutedeos e hemerobiiacutedeos(Neuroptera) estafiliniacutedeos (Coleoptera) e aranhas Moscas cecidomiiacutedeas emicroimenoacutepteros calcidiacutedeos satildeo relatados como parasitoacuteides e o fungo Cladosporium

cladosporioides eacute citado como agente patogecircnico O besouro amarelo eacute predado pelospercevejos Supputius cincticeps (Hemiptera Pentatomidae) Tynacantha marginata

(Hemiptera Pentatomidae) Arilus carinatus (Hemiptera Reduviidae) pelas aranhas Misumenops pallens (Araneae Thomisidae) e Peucetia sp (Araneae Oxyopidae) eparasitados pelos fungos entomopatogecircnicos Beauveria bassiana e Metarhizium

anisopliae var anisopliaeEmbora a lista de inimigos naturais natildeo seja pequena pouco se sabe

sobre a sua real capacidade de controle Aleacutem disto a accedilatildeo dos inimigos naturais eacutemuito afetado pelo modo de o homem manejar o ambiente O solo completamentedesprovido de mato por exemplo pode natildeo ser favoraacutevel para a atraccedilatildeo e permanecircnciade inimigos naturais num local Contudo mais estudos satildeo necessaacuterios para entendermelhor essa relaccedilatildeo principalmente no caso da cultura da goiaba

Visando aumentar esse conhecimento bem como a relaccedilatildeo de inimigosexistentes a equipe do PIF-Goiaba tem feito levantamentos perioacutedicos na regiatildeo deCampinas - SP e alguns resultados jaacute foram obtidos Para os percevejos do gecircnero

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2533

Leptoglossus por exemplo verificou-se que cerca de 80 dos ovos depositados nasgoiabeiras estavam parasitados pelo micro-himenoacuteptero Neorileya sp (Eurytomidae)Atacando psiliacutedeo foram encontradas uma espeacutecie de joaninha Olla abdominalis (Coleoptera Coccinellidae) larvas de uma mosca da famiacutelia Syrphidae e uma espeacuteciede parasitoacuteide do gecircnero Psyllaephagus (Hymenoptera Encyrtidae) Paralelamenteestuda-se a possibilidade de se realizarem ensaios para avaliar a patogenicidade de

microrganismos agraves pragas-chave com o objetivo de ampliar a utilizaccedilatildeo do controlebioloacutegico na culturaPor outro lado como a capacitaccedilatildeo de recursos humanos faz parte da

filosofia da Produccedilatildeo Integrada de Frutas o material entomoloacutegico coletado nesseslevantamentos estaacute sendo fotografado para elaboraccedilatildeo de um manual ilustradocontendo natildeo soacute os insetos pragas em suas diversas fases de desenvolvimento mastambeacutem seus inimigos naturais Posteriormente esse manual serviraacute para orientar osprodutores aos quais tambeacutem estatildeo sendo ministrados cursos de treinamento

36 Consideraccedilotildees sobre os estudos de monitoramento de pragas

Aleacutem das pragas citadas anteriormente a goiabeira apresenta outrosorganismos de importacircncia que podem causar seacuterios prejuiacutezos agrave cultura poreacutem devidoaos aspectos do seu ciclo bioloacutegico natildeo eacute possiacutevel condicionar o controle dos mesmosao emprego de taacuteticas de MIP Como exemplo a goiabeira apresenta duas doenccedilas umacausada por bacteacuteria conhecida como seca-bacteriana ( Erwinia psidii) e outra causadapor fungo denominada antracnose (Colletotrichum gloeosporioides) entretanto devidoao caraacuteter explosivo de suas infecccedilotildees natildeo eacute possiacutevel monitoraacute-las diretamente nocampo Em ambos os casos a possibilidade de monitoramento se daria por intermeacutedioda utilizaccedilatildeo de estaccedilotildees de aviso onde os dados meteoroloacutegicos obtidoscorrelacionados com as informaccedilotildees da condiccedilatildeo favoraacutevel para infecccedilatildeo resultariamem uma informaccedilatildeo de previsibilidade de ataque dessas doenccedilas

Os estudos de monitoramento no campo que ainda se encontram emandamento tecircm detectado o surgimento de outras pragas causando seacuterios prejuiacutezos agravegoiabeira tais comoa) Aacutecaro-branco Polyphagotarsonemus latus (Banks 1904) (Acari Tarsonemidae) esseaacutecaro tem sido constatado causando injuacuterias nas brotaccedilotildees e frutos novosprincipalmente entre os estaacutedios de desenvolvimento 1 e 3 (Figura 8)b) Lagarta-do-ponteiro (Lepidoptera Tortricidae) conforme o seu proacuteprio nome essaslagartas instalam-se nas brotaccedilotildees da goiabeira danificando as folhas e os caules tenroscomprometendo o seu desenvolvimento As lagartas satildeo pequenas atingindo nomaacuteximo cerca de 1 cm de comprimento de coloraccedilatildeo verde pardacenta satildeo aacutegeis equando molestadas saltam para fora da brotaccedilatildeo podendo ficar penduradas por um fiode seda O adulto eacute uma pequena mariposa de cor acinzentada que tambeacutem natildeo chega aatingir 1 cm de comprimento Ateacute o momento nos monitoramentos natildeo foi constatada apresenccedila de adultos o que leva a crer que provavelmente esse inseto tenhacomportamento crepuscular ou noturno Tambeacutem natildeo haacute nenhuma informaccedilatildeo relatadaa respeito da ocorrecircncia desse inseto na cultura da goiabac) Lagarta-dos-frutos (Lepidoptera Tortricidae) as lagartas se instalam geralmente nosfruto ensacados ambiente propiacutecio para se desenvolverem danificando a casca e aporccedilatildeo da polpa logo abaixo Tambeacutem satildeo encontradas entre os frutos que ficamaglomerados no ramo As injuacuterias decorrentes de sua alimentaccedilatildeo prejudicam aaparecircncia dos frutos que satildeo descartados Foi constatado um talhatildeo em que a maioria

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2633

dos frutos se encontravam infestados acarretando um prejuiacutezo acima de 50 daproduccedilatildeo As lagartas satildeo aacutegeis apresentam coloraccedilatildeo verde na grande maioria dosindiviacuteduos medem cerca de 15 cm no maacuteximo Os adultos satildeo mariposas de coloraccedilatildeoparda ou ateacute mesmo acizentadas e chegam a medir cerca de 12 mm de comprimentoAteacute o momento natildeo foi constatada a presenccedila de adultos nos monitoramentosrealizados A exemplo da lagarta-dos-ponteiros tambeacutem natildeo haacute nenhuma informaccedilatildeo

relatada de sua ocorrecircncia

4 Consideraccedilotildees finais

A implementaccedilatildeo do MIP na cultura da goiaba reserva um grandedesafio pois diversos fatores de ordem regulatoacuteria econocircmica ambiental de proteccedilatildeohumana ecoloacutegica de praacuteticas culturais e as variaccedilotildees de clima determinaratildeo o usodesse sistema no futuro Portanto a aplicaccedilatildeo do MIP natildeo ficaraacute apenas sob aresponsabilidade do produtor mas a accedilatildeo deveraacute ser conjunta envolvendo asinstituiccedilotildees de pesquisa de extensatildeo e toda a cadeia produtiva da fruta

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2733

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2833

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2933

Tabela 2 Informaccedilotildees sobre os inimigos naturais mais frequumlentes na goiabeira com relaccedilatildeo agraves suas fases de vid

Inimigos Naturais Inspeccedilatildeo

1 Aacutecaro predador 991522 Nos ramos escolhidos para exame de psiliacutedeos inspecionarvelhas com auxiacutelio de uma lupa de 10x de aumento procurand

2 Aranhas 991522 Ao examinar as plantas amostradas procurar os adultos pri jovens eou ovos nos ninhos formados por teias entre as folhas

3 Crisopiacutedeos (bicho-lixeiro)991522 Ao examinar as plantas amostradas observar a presenccedila deadultos Geralmente satildeo encontrados em qualquer parte da pltronco)

4 Formigas 991522 Ao examinar as plantas amostradas procurar os insetos adu

5 Joaninhas 991522 Ao examinar as plantas amostradas observar a presenccedila dpreferencialmente nas folhas novas

6 Percevejos predadores 991522 Examinar as plantas amostradas procurando adultos ninf

localizam nas folhas do interior da copa7 Sirfiacutedeos (moscas que pairam no ar) 991522 Observar moscas que pairam no ar as larvas localizam-se

por ocasiatildeo da infestaccedilatildeo de psiacutelideos ou pulgotildees principalme8 Mosquinha-verde metaacutelica (Dolicopodiacutedeos) 991522 Os adultos satildeo aacutegeis e devem ser observados nas folhas loc

9 Vespas (marimbondos) 991522 Geralmente os adultos satildeo pequenas vespas caccediladoras qubrotaccedilotildees

10 Vespinhas (parasitoacuteides) 991522 Examinar as plantas amostradas procurando os insetos aduno interior da copa

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3033

FICHA DE INSPECcedilAtildeO DE PRAGAS E INIMIGOS NATURAIS PRODUCcedilAtildeO INTEGRADA DE GOIABA-SPPlantas inspecionadas

PragasQ 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

No

abc

Besouro-amarelo

dabc

Gorgulho

dabc

Percevejos

dabc

Psiliacutedeo

d

Ferrugem SInimigos Naturais E

LJoaninhasAOL

Crisopiacutedeos(bicho-lixeiro)

ANPercevejos

predadores AAacutecaro predador A

Aranhas AVespinhas A

Data _______________ Talhatildeo ___________ Estaacutegio fenoloacutegico 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6( ) 7( ) Inspetor

Legenda Q = quadrantes E = estaacutegio de vida dos inimigos naturais onde O = ovo L = larva N = ninfa A =

Figura 9 Modelo de ficha de amostragem utilizada no monitoramento das pragas e inimigos naturais na goiabei

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3133

Agradecimentos

Os autores agradecem aos teacutecnicos e produtores do Comitecirc Gestor daProduccedilatildeo Integrada de Frutas - Goiaba pelo total apoio que nos foi dispensado e queainda continuam incentivando com pleno entusiasmo no intuito de fortalecer cada vezmais a fruticultura brasileira Tambeacutem agradecemos os estagiaacuterios Guilherme de Melo e

Flaacutevia Calderari Marin pelo grande auxiacutelio nos trabalhos de monitoramento no campo ede laboratoacuterio Agradecemos tambeacutem ao engenheiro agrocircnomo Joseacute Emiacutelio Bettiol Netopela sua grande atuaccedilatildeo frente aos produtores de goiaba e que nunca mediu esforccedilos emnos ajudar nos estudos de monitoramento aleacutem das muitas informaccedilotildees que nosforneceu

Bibliografia consultada

Altieri MA EN Silva amp CI Nicholls 2003 O papel da biodiversidade no manejode pragas Holos Editora Ribeiratildeo Preto 226p

Bailez OE A M Viana ndashBailez JOG Lima amp DDO Moreira 2003 Life-historyof the guava weevil Conotrachelus psidii Marshal (Coleoptera Curculionidae) underlaboratory conditions Neotropical Entomology 32(2)203-207

Baldin ELL AL Boiccedila Juacutenior amp S Freitas 1998 Percevejo do maracujaacuteHolhymenia clavigera (Herb 1784) x Holhymenia histrio (Fabr 1803) (HemipteraCoreidae) p35 In 17o Congresso Brasileiro de Entomologia Resumos vol 1 SEBRio de Janeiro RJ

Barbosa FR A P Santos AT Haji WA Moreira FNP Haji amp J A Alencar1999 Eficiecircncia e seletividade do imidacloprid e lambdacyalothrin no controledopsiliacutedeo (Triozoida sp) em goiabeira Revista Brasileira de Fruticultura 21(3) 385-387

Barbosa FR AS Nascimento JV Oliveira JA Alencar amp FNP Haji 2001Pragas p29-54 In Barbosa FR (ed) Goiaba Fitossanidade Embrapa Semi-AacuteridoPetrolina Embrapa Brasiacutelia 63p (Frutas do Brasil 18)

Barbosa FR RG Ferreira LHP Kiill E A Souza WA Moreira JA Alencar ampFNP Haji 2002 Estudos do niacutevel de dano plantas invasoras hospedeiras e controledo psiliacutedeo da goiabeira (Triozoida sp) In XIX Congresso Brasileiro de EntomologiaManaus AM (Anais do Seminaacuterio do SEAG)

Boscaacuten de Martinez N amp R Casares 1980 El gorgojop de la guayaba Conotracheluspsidii Marshall (Coleoptera Curculionidae) I Evaluacioacuten de dantildeos AgronomiaTropical 30(1-6) 77-83

Boscaacuten de Martinez N amp R Casares 1981 Distribucioacutenen el tiempo de las fases delgorgojo de la guayaba Conotrachelus psidii Marshall (Coleoptera Curculionidae) en elcampo Agronomia Tropical 31(1-6) 123-130

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3233

Cave RD 1995 Manual para la ensentildeanza del control bioloacutegico en Ameacuterica LatinaZamorano Academic Press Zamorano Honduras 188p (primera edicioacuten)

Crocomo WB 1990 O que eacute o manejo integrado de pragas p 9-34 In CrocomoWB (coord) Manejo integrado de pragas Editora Unesp Satildeo Paulo CETESB 358p

Dolinski C 2003 Vermes que controlam insetos Guava News 1(1)8 (Goiabraacutes)

Follet PA amp KW Vick 2002 Desarrollo de estrategias de manejo integrado deplagas para eliminar las barreras sanitarias que restringen la exportacioacuten de productosagriacutecolas Manejo Integrado de Plagas y Agroecologia 65 43-49

Gallo D O Nakano S Silveira Neto RPL Carvalho GC Baptista E Berti FilhoJRP Parra RA Zucchi SB Alves JD Vendramim LC Marchini JRS Lopes ampC Omoto 2002 Entomologia Agriacutecola FEALQ Piracicaba 920p

Gonzaga Neto L amp JM Soares 1994 Goiaba para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos daproduccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa-SPI 49p - (Seacuterie Publicaccedilotildees Teacutecnicas FRUPEX 5)

Gould WP amp A Raga 2002 Pests of guava p295-313 In JE Pentildea JL Sharp ampM Wysoki (eds) Tropical fruit pests and pollinators biology economic importancenatural enemies and control CABI Publishing New York NY

Kogan M amp M Shenk 2002 Conceptualizacioacuten del manejo integrado de plagas enescalas espaciales y niveles de integracioacuten maacutes amplios Manejo Integrado de Plagas yAgroecologia 65 34-42

Malavasi A amp RA Zucchi 2000 Moscas-das-frutas de importacircncia econocircmica noBrasil conhecimento baacutesico e aplicado Holos Editora Ribeiratildeo Preto 327p

Nicholls C amp M Altieri 2002 Biodivesidad y disentildeo agroecoloacutegico un estudio dede manejo de plagas en vintildeedos Manejo Integrado de Plagas y Agroecologia 65 50-64

Norris RF EP Caswell-Chen amp M Kogan 2003 Concepts in integrated pestmanagement Prentice Hall Upper Saddle River New Jersey 586p

Pereira FM amp SA Bortoli 1998 Pragas da goiabeira p 119-130 In BragaSobrinho R JE Cardoso amp FCO Freire (eds) Pragas das fruteiras tropicais deimportacircncia agroindustrial Embrapa-SPI Brasiacutelia Embrapa-CNPAT Fortaleza 209p

Silva AGDA CR Gonccedilalves DM Galvatildeo AJL Gonccedilalves J Gomes MNSilva amp L Simoni 1968 Quarto cataacutelogo dos insetos que vivem nas plantas do Brasilseus parasitos e predadores Parte II - 1o Tomo - Insetos hospedeiros e inimigosnaturais Min de Agric Dep de Def e Inspeccedilatildeo Agropecuaacuteria Rio de Janeiro 622p

Silva NA 1992 Taxonomia ciclo de vida e dinacircmica populacional de Costalimaitaferruginea (Fabr 1801) (Coleoptera Chrysomelidae) praga de Eucalyptus spp(Myrtaceae) Tese de Doutorado ESALQUSP Piracicaba SP 165p

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3333

Silveira Neto S 1990 Monitoramento e decisatildeo no controle de pragas p 71-86 InCrocomo WB (coord) Manejo integrado de pragas Editora Unesp Satildeo PauloCETESB 358p

Souza JC A Raga amp MA Souza 2003 Pragas da goiabeira EPAMIG BeloHorizonte 60p (EPAMIG Boletim Teacutecnico 71)

Page 13: goiabeira - 9_MIPpragas

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1333

3 A cultura da goiabeira como modelo de implementaccedilatildeo do MIP

A proposta de Manejo Integrado de Pragas na Cultura da Goiabeira queseraacute apresentada a seguir eacute o resultado das vaacuterias reuniotildees realizadas pelo ComitecircGestor da Produccedilatildeo Integrada de Frutas - Goiaba (PIF-Goiaba) do Estado de Satildeo Paulo -composta de teacutecnicos da extensatildeo e pesquisa especialistas na cultura aleacutem de

produtores de amplo conhecimento teacutecnico Na verdade a presente proposta nasceu noForum de Debates sobre o Manejo Integrado de Pragas nas Culturas de Caqui FigoGoiaba Manga e Maracujaacute realizado nas dependecircncias da Coordenadoria deAssistecircncia Teacutecnica Integral (CATI) em Campinas SP em agosto de 2002 A partirdaiacute a mesma foi sendo melhorada ampliada e revisada

Eacute importante salientar que essa proposta natildeo eacute fixa e nem poderia serdevido agraves proacuteprias caracteriacutesticas de um programa de MIP que eacute um processo dinacircmicoPortanto estaraacute sujeita a alteraccedilotildees tatildeo logo novas informaccedilotildees teacutecnicas sejam geradaspela pesquisa Vaacuterias informaccedilotildees contidas na proposta atual resultaram dasexperiecircncias dos teacutecnicos e produtores do Comitecirc Gestor pois a cultura da goiabeiradispotildee de pouca informaccedilatildeo teacutecnica na aacuterea fitossanitaacuteria e muitas vezes de informaccedilotildeesincompletas o que dificultou grandemente a sua elaboraccedilatildeo Vale ressaltar que os

meacutetodos de monitoramento e niacuteveis de controle adotados satildeo empiacutericosO modelo de implementaccedilatildeo de MIP que seraacute apresentado a seguir foi

elaborado primeiramente para atender os cultivos de goiaba para mesa das regiotildees deCampinas e Valinhos no Estado de Satildeo Paulo que eacute composta de pequenaspropriedades e onde eacute basicamente praticada a agricultura familiar com um bom grautecnoloacutegico A variedade de goiaba predominante nesses cultivos eacute a ldquoKumagairdquo depolpa branca

31 Fenologia da goiabeira

O manejo da safra na cultura da goiaba eacute feito basicamente atraveacutes depodas que estimulam novas brotaccedilotildees resultando em um novo ciclo reprodutivoPortanto o ciclo fenoloacutegico da cultura se inicia com a operaccedilatildeo de poda que pode serrealizada em qualquer eacutepoca do ano desde que a temperatura do ar e a umidade do solonatildeo limitem o desenvolvimento vegetativo e reprodutivo da planta

Dois satildeo os tipos baacutesicos de podas empregados na cultura

a) Poda contiacutenua eacute uma operaccedilatildeo que eacute realizada em vaacuterias partes da planta resultandoem vaacuterios ciclos fenoloacutegicos ao mesmo tempo Diante desse fato verifica-se que essesistema natildeo eacute adequado para atender aos preceitos do MIP uma vez que do ponto devista fitossanitaacuterio seria praticamente impossiacutevel aplicar as taacuteticas de controle de formacorreta e organizada Aleacutem disso caso seja necessaacuterio fazer uso de algum controlequiacutemico natildeo haveria como respeitar o periacuteodo de carecircncia do pesticida pois como aplanta apresenta vaacuterios estaacutedios fenoacutelogicos simultaneamente os frutos que estivessemproacuteximos para serem colhidos ficariam com uma carga residual acima dos limitestolerados para consumo

b) Poda total eacute um tipo de operaccedilatildeo que pode ser realizada na aacuterea toda ou por talhatildeo eque consiste em efetuar a poda em toda a planta uniformizando-a fenologicamente Naverdade eacute um tipo de poda de frutificaccedilatildeo que regula a eacutepoca de produccedilatildeo e cada safrada cultura iniciada pela mesma estimula novas brotaccedilotildees resultando em um novo ciclo

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1433

reprodutivo Devido agrave caracteriacutestica dessa operaccedilatildeo a poda total permite aimplementaccedilatildeo do MIP

Portanto para a aplicaccedilatildeo adequada do MIP recomenda-se que agoiabeira seja conduzida pelo sistema de poda total devido agrave uniformizaccedilatildeo fenoloacutegicaque proporciona a todas as plantas da aacuterea de cultivo ou do talhatildeo Aleacutem disso permite

que se faccedila uma discriminaccedilatildeo de cada estaacutedio fenoloacutegico da goiabeira que eacutefundamental para definir os periacuteodos criacuteticos da cultura em relaccedilatildeo agraves suas principaispragas (Figuras 6 e 8)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1533

0 30 60 120 180

P o d a

B r o t a

ccedil atilde o

F l o r e s c i m e n t o

F r u t

o s

ldquo C h u

m b i

n h o rdquo

F r u t o

s c o

m 2 a 3 c m

d e

d i acirc m

e t r o

Fenologia da goiabeira conduzida pelo sistema de poda totaFenologia da goiabeira conduzida pelo sistema de poda tota

230 dias 230 dias

Considerar que cada ciclo da goiabeira inicia em qualquer eacutepoca do ano

cada ciclo da cultura iniciaraacute a partir da realizaccedilatildeo da poda de frutifica

Considerar que cada ciclo da goiabeira inicia em qualquer eacutepoca do ano P

cada ciclo da cultura iniciaraacute a partir da realizaccedilatildeo da poda de frutifica

150

F r u t

o s c o m

1 5 c m

d e

d i acirc m

e t r o

E s t aacute d i o 1

E s t aacute d i o 2

E s t aacute d i o 3

E s t aacute d i o 4

E s t aacute d i o 5

E s t aacute d i o 6

Figura 6 Fenologia da goiabeira onde o periacuteodo em dias de cada fase fenoloacutegica varia com a eacutepoca do anorealizada

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1633

32 Principais pragas da cultura

Conforme jaacute citado anteriormente a correta identificaccedilatildeo das pragas-chave da cultura compotildee o esteio de um programa de MIP pois satildeo elas que causam osmaiores prejuiacutezos devendo atrair toda a atenccedilatildeo por parte do agricultor

Atualmente para o Estado de Satildeo Paulo satildeo consideradas pragas-chave

da cultura da goiaba as seguintes espeacutecies para as quais se devem orientar omonitoramento e o controle

rArr besouro-amarelo Costalimaita ferruginea (Fabr 1801) (Coleoptera Chrysomelidae)

rArr ferrugem Puccinia psidii Wint

rArr gorgulho Conotrachelus psidii Marshall 1922 (Coleoptera Curculionidae)

rArr percevejos (complexo de espeacutecies)bull Monalonion annulipes Sign 1858 (Hemiptera Miridae) bull Leptoglossus gonagra (Fabr 1775) (Hemiptera Coreidae)bull Leptoglossus stigma (Herbst 1784) (Hemiptera Coreidae)bull Leptoglossus zonatus (Dallas 1852) (Hemiptera Coreidae)bull Leptoglossus fasciatus (West 1842) (Hemiptera Coreidae)bull Holhymenia clavigera (Herbst 1784) (Hemiptera Coreidae)

rArr psiliacutedeo Triozoida sp (Hemiptera Psyllidae)

Com relaccedilatildeo agraves moscas-das-frutas (Diptera Teprhitidae e Lonchaeidae)representadas principalmente pelas espeacutecies Anastrepha fraterculus (Wied) A

sororcula Zucchi A bistrigata Bezzi Ceratitis capitata (Wied) e Neosilba sp satildeoconsideradas as pragas mais importantes do ponto de vista quarentenaacuterio quando a

produccedilatildeo se destina agrave exportaccedilatildeo Poreacutem devido ao sistema adotado para a conduccedilatildeo dagoiabeira deixam de ser praga principal uma vez que os frutos satildeo ensacados aoalcanccedilarem cerca de 2-3cm de diacircmetro (Figura 8)

A seguir seraacute apresentada de forma objetiva a proposta de MIP para cadapraga-chave levando-se em consideraccedilatildeo no miacutenimo oito paracircmetros informativosnecessaacuterios para que o manejo possa ser implementado tais comoa) Nome cientiacutefico da pragab) Hospedeiros alternativosc) Inimigos naturaisd) Aspectos bioloacutegicos da pragae) Condiccedilotildees favoraacuteveisf) Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos

g) Monitoramento e niacutevel de accedilatildeoh) Manejo cultural

321 Besouro-amarelo

Nome cientiacutefico Costalimaita ferruginea (Coleoptera Chrysomelidae)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1733

Hospedeiros alternativos Trata-se de uma praga poliacutefaga atacando natildeo soacute fruteirasmas tambeacutem outras espeacutecies como eucaliptos algodoeiro araccedilaacute capim-marmeladafeijoeiro etc Entre as fruteiras ataca as folhas de abacateiro bananeira cajueiromacieira jaboticabeira jambeiro jambolatildeo pitangueira videira e mangueira

Inimigos naturais Haacute relato da sua predaccedilatildeo por Supputius cincticeps (Hemiptera

Pentatomidae) Tynacantha marginata (Hemiptera Pentatomidae) Arilus carinatus(Hemiptera Reduviidae) Misumenops pallens (Araneae Thomisidae) Peucetia sp(Araneae Oxyopidae) e os fungos entomopatogecircnicos Beauveria bassiana e

Metarhizium anisopliae var anisopliae

Aspectos bioloacutegicos A fecircmea faz apenas uma postura contendo em meacutedia cerca de 90ovos de coloraccedilatildeo amarela e brilhante com periacuteodo de incubaccedilatildeo durando cerca de 8-9dias As larvas vivem no solo onde se alimentam de raiacutezes de gramiacuteneas No periacuteodolarval apenas satildeo conhecidos ateacute o momento dois estaacutedios de desenvolvimento (1o e 2o iacutenstares) sendo que o primeiro instar dura 19 dias e o segundo cerca de 35 dias Osadultos emergem do solo apoacutes a ocorrecircncia de chuvas que propiciem um bommolhamento do mesmo

Condiccedilotildees favoraacuteveis A eacutepoca normal de ocorrecircncia da praga eacute nos meses finais daprimavera logo apoacutes a ocorrecircncia de chuvas suficientemente pesadas para propiciaremum bom molhamento do solo

Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos O inseto emerge do solo com as primeiras chuvas pesadas(mais de 20 mm) de primavera (outubronovembro) que possibilitem seu bommolhamento O periacuteodo criacutetico se inicia cerca de 5 dias apoacutes estas chuvas prolongando-se por aproximadamente 2 semanas No Estado de Satildeo Paulo o ataque da praga ocorreprincipalmente no periacuteodo de setembro a marccedilo

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo No periacuteodo criacutetico monitorar a cada 2-3 dias 2 dasplantas do talhatildeo ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo de preferecircncia nas bordadurasVerificar a presenccedila do inseto ou de seus danos (folhas rendadas) nos ramos terminaisde cada quadrante da planta Constatada a presenccedila do inseto ou de seus danos a plantaseraacute considerada infestadaO niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 20 das plantas monitoradas estiverem infestadasPor se tratar de uma praga que normalmente vem de fora do pomar a inspeccedilatildeo deveraacuteser realizada de preferecircncia na sua periferia considerando as trecircs primeiras plantas oulinhas do talhatildeo

Manejo cultural Na instalaccedilatildeo de novos pomares deve ser considerada a presenccedila nasproximidades de culturas altamente visadas pela praga como eacute o caso do eucalipto Osolo deveraacute ser mantido vegetado para dificultar que o inseto complete o seu ciclobioloacutegico aleacutem de favorecer a atividade de possiacuteveis inimigos naturais

322 Ferrugem

Agente Puccinia psidii

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1833

Hospedeiros alternativos O fungo ataca vaacuterias mirtaacuteceas incluindo o eucalipto e a jaboticabeira

Antagonistas Natildeo satildeo conhecidos antagonistas deste fungo

Etiologia No pomar o fungo eacute disseminado pelos ventos ocorrendo vaacuterios ciclos da

praga no mesmo ano agriacutecola acompanhando os surtos vegetativos

Condiccedilotildees favoraacuteveis Presenccedila de tecidos jovens de ramos folhas bototildees florais efrutos novos sob condiccedilotildees climaacuteticas favoraacuteveis que satildeo umidade relativa igual ousuperior a 90 por mais de 8 horas e temperatura entre 18ordm e 25ordmC o que normalmenteocorre nas estaccedilotildees de outono e inverno Condiccedilotildees de baixa luminosidade favorecembastante a infecccedilatildeo

Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos Esse periacuteodo comeccedila logo apoacutes a poda quando se inicia abrotaccedilatildeo ateacute duas semanas apoacutes as folhas atingirem o seu completo desenvolvimento eos frutos apresentarem diacircmetro de pelo menos trecircs cm quando estas condiccedilotildees foremcoincidentes com umidade e temperatura favoraacuteveis ao desenvolvimento do fungo o

que normalmente ocorre nos meses de outono e inverno

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo Deve ser realizado no periacuteodo criacutetico compreendendoos estaacutedios de brotaccedilatildeo ateacute quando os frutos atingirem cerca de trecircs cm de diacircmetro(estaacutedio 6) sob as condiccedilotildees de clima favoraacuteveis ao fungo Monitorar semanalmente 2das plantas ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo inspecionando-se o terccedilo inferior daregiatildeo central da copa e observando-se a ocorrecircncia do fungo nas folhas novas bototildeesflorais flores e frutos Constatando-se sintomas da presenccedila do fungo em qualquer dosoacutergatildeos examinados a planta seraacute considerada infectadaDurante o periacuteodo criacutetico o niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 10 das plantasmonitoradas estiverem infectadas Apoacutes o teacutermino do periacuteodo criacutetico ou depois que osfrutos tenham sido ensacados o niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 20 das plantasmonitoradas estiverem infectadas

Manejo cultural No manejo cultural devem considerar os seguintes aspectosa) Em novos pomares evitar a proximidade com outras mirtaacuteceas principalmenteeucaliptosb) Preferir variedades com maior toleracircncia agrave doenccedila e utilizar espaccedilamentos maioresc) Efetuar podas que propiciem maior arejamento da copad) Realizar desbrotas sistemaacuteticase) Fazer o manejo das plantas invasoras por meio de roccediladasf) Evitar o excesso de adubaccedilatildeo nitrogenadag) Utilizar irrigaccedilatildeo sub-copah) Natildeo realizar mais de trecircs aplicaccedilotildees seguidas com fungicidas sistecircmicos devendosempre alternar com um de contato para evitar a formaccedilatildeo de raccedilas resistentesi) Na utilizaccedilatildeo de fungicidas agrave base de cobre acrescentar agrave calda 05 de oacuteleo mineralou vegetal emulsionaacutevel como medida auxiliar no controle de cochonilhas

323 Gorgulho

Nome cientiacutefico Conotrachelus psidii (Coleoptera Curculionidae)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1933

Hospedeiros alternativos Goiabeiras e araccedilazeiros satildeo citados como hospedeiros dapraga

Inimigos naturais Formigas predadoras Pheidole oxyops Ectatoma planidens

Solenopsis invicta Neoponera villosa e Odontomachus bauri

Aspectos bioloacutegicos Para ovipositarem as fecircmeas fazem com o aparelho bucalperfuraccedilotildees em frutos onde colocam um uacutenico ovo Apoacutes 6 dias da postura ocorre aeclosatildeo da larva que penetra no interior do fruto onde se alimenta da polpa e dassementes Passados de 30 a 35 dias a larva abandona a fruta e se aprofunda no soloonde se transforma em pupa permanecendo nesse estaacutedio por 3 a 4 meses Apoacutes esseperiacuteodo havendo condiccedilotildees de umidade no solo o adulto emerge originando uma novageraccedilatildeo da praga Os adultos de ambos os sexos se alimentam dos bototildees floraisdeixando pequenas perfuraccedilotildees

Condiccedilatildeo favoraacutevel Deve haver umidade no solo para que ocorra a emergecircncia doadulto

Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos Quando os estaacutedios de chumbinho (estaacutedio 4) ateacute que osfrutos atinjam 2 a 3 cm de diacircmetro (estaacutedio 6) coincidirem com a eacutepoca quente echuvosa

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo No periacuteodo criacutetico monitorar semanalmente 2 dasplantas do talhatildeo ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo observando-se um fruto em cadaquadrante no terccedilo meacutedio da copa Ao ser encontrado um fruto atacado examinar pelomenos mais 20 frutos da mesma planta Caso haja outros frutos atacados proceder aomonitoramento nas 4 plantas vizinhas Havendo frutos atacados em pelo menos uma dasplantas vizinhas o conjunto seraacute considerado infestadoO niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 20 dos conjuntos monitorados estivereminfestados

Manejo cultural Eliminar os frutos pequenos que apresentarem sintomas de ataque porocasiatildeo do raleio Recomenda-se coletar e destruir todos os frutos desenvolvidos eoumaduros com sintomas de ataque da praga uma vez que os frutos nesta idade ao caiacuteremno solo e apodrecerem propiciaratildeo continuidade ao ciclo de vida das larvas dogorgulho favorecendo o iniacutecio de uma nova geraccedilatildeo da praga

324 Percevejos

Nomes cientiacuteficos Monalonion annulipes (Hemiptera Miridae) (percevejo-da-verrugose) Leptoglossus gonagra (Hemiptera Coreidae) Leptoglossus stigma (Hemiptera Coreidae) Leptoglossus zonatus (Hemiptera Coreidae) Leptoglossus fasciatus (Hemiptera Coreidae) Holhymenia clavigera (Hemiptera Coreidae)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2033

Hospedeiros alternativos Estas espeacutecies satildeo altamente poliacutefagas Assim satildeo referidascomo pragas da maioria das espeacutecies frutiacuteferas cultivadas comercialmente aleacutem deatacarem tambeacutem espeacutecies bastante distintas como eacute o caso do milho cucurbitaacuteceasmamoneira algodoeiro e girassol Algumas espeacutecies tecircm bastante afinidade com plantasdaninhas como eacute o caso do melatildeo-de-satildeo-caetano ( Mormodica charantia) hospedeiroclaacutessico de L gonagra guanxuma (Sida sp) de L zonatus mussambecirc (Cleome sp) de

L gonagra etc

Inimigos naturais Adultos de H clavigera satildeo parasitados por Hexacladia smithii (Hymenoptera Encyrtidae) e Gryon gallardoi e Gryon sp (Hymenoptera Scelionidae)Parasitam ovos de L zonatus Trichopoda pennipes (Diptera Tachinidae) parasitaadultos de L zonatus Eucelatoriopsis sp e Hydallohoughia sp (Diptera Tachinidae)atacam percevejos Gryon barbiellinii (Hymenoptera Scelionidae) eacute parasitoacuteide de ovosde percevejos Na regiatildeo de Campinas SP foi observado que cerca de 80 dos ovos de

Leptoglossus spp estavam parasitados por Neorileya sp (Hymenoptera Eurytomidae)

Aspectos bioloacutegicos O ciclo evolutivo de L zonatus eacute de 60 dias em temperaturasamenas O ciclo de L gonagra varia de 80 a 90 dias com um periacuteodo de incubaccedilatildeo de 8

dias e fase ninfal de 55 dias

Condiccedilotildees favoraacuteveis Periacuteodos com altas temperaturas satildeo bastante favoraacuteveis aosinsetos Apesar de se alimentarem tambeacutem das partes vegetativas a presenccedila de frutos eacutemuito favoraacutevel ao aumento da populaccedilatildeo L zonatus e L gonagra que ocorrem o anotodo com picos populacionais de novembro a abril H clavigera ocorrepreferencialmente de setembro a abril com pico em janeiro

Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos Os percevejos atacam bototildees florais e frutos em todos osseus estaacutedios de desenvolvimento Os bototildees florais quando picados geralmente caeme os frutos mais desenvolvidos ficam deformados com cicatrizes bem visiacuteveis noslocais onde o inseto faz a punctura para a sua alimentaccedilatildeo Considerar como periacuteodocriacutetico a fase de formaccedilatildeo do botatildeo floral (entre os estaacutedios 2 e 3) ateacute a colheita (estaacutedio7)

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo No periacuteodo criacutetico monitorar semanalmente 2 dasplantas do talhatildeo ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo observando-se a presenccedila deinsetos (adultos ou ninfas) ou sinais do ataque da praga em frutos ou bototildees florais emdois ramos localizados no terccedilo meacutedio da copa em cada quadrante da planta Quandofor encontrado um inseto ou oacutergatildeo injuriado (fruto eou botatildeo floral) a planta seraacuteconsiderada infestadaO niacutevel de accedilatildeo seraacute alcanccedilado quando 20 das plantas monitoradas estivereminfestadas

Manejo cultural Eliminar os frutos pequenos que apresentarem sintomas de ataque porocasiatildeo do raleio As plantas infestantes no interior e em torno do pomar devem sermantidas com o porte baixo durante os periacuteodos favoraacuteveis agrave presenccedila da praga

325 Psiliacutedeo

Nome cientiacutefico Triozoida sp (Hemiptera Psyllidae)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2133

Hospedeiros alternativos Natildeo se conhecem relatos de ocorrecircncia desta praga emoutras culturas apesar de ser constatada sua ocorrecircncia em diversas plantas infestantes

Inimigos naturais Satildeo relatadas como espeacutecies predadoras as joaninhas Cycloneda

sanguinea Olla abdominalis e Scymnus spp aracniacutedeos crisopiacutedeos hemerobiiacutedeos

sirfiacutedeos e estafiliniacutedeos Moscas cecidomiiacutedeas e micro-himenoacutepteros calcidiacutedeos eencirtiacutedeos (Psyllaephagus sp) satildeo relatados como parasitoacuteides de psiliacutedeosCladosporium cladosporioides eacute relatado como agente patogecircnico

Aspectos bioloacutegicos As fecircmeas efetuam a postura ao longo dos ramos ponteiros efolhas novas O periacuteodo de incubaccedilatildeo eacute de 7 a 9 dias e o ninfal variaacutevel de 29 a 35 diasAs ninfas sugam os bordos das folhas que devido agraves toxinas injetadas enrolam-se edeformam-se adquirindo coloraccedilatildeo amarelada ou avermelhada tornando-seposteriormente necrosadas

Condiccedilotildees favoraacuteveis O periacuteodo mais favoraacutevel ao ataque eacute o compreendido pelosmeses de primaveraveratildeo quando as temperaturas satildeo elevadas geralmente associadas

com alto iacutendice pluviomeacutetrico

Periacuteodo e estaacutedio criacutetico Apoacutes a poda quando da emissatildeo das novas brotaccedilotildees ateacute oiniacutecio de desenvolvimento do fruto (estaacutedio 2 a estaacutedio 4)

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo No periacuteodo criacutetico monitorar semanalmente 2 dasplantas do talhatildeo ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo Em cada planta a ser monitoradaverificar a presenccedila de sintomas de ataque ou de ovos ninfas ou adultos do inseto nosdois uacuteltimos pares de folhas em um ramo por quadrante localizado no terccedilo superior dacopa (Figura 7) A planta seraacute considerada infestada quando for constatada a presenccedilado inseto ou de seus danos em pelo menos um quadrante da plantaO niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 30 das plantas monitoradas estiverem infestadasNo periacuteodo natildeo criacutetico o niacutevel de accedilatildeo eacute maior ou seja quando 50 das plantasestiverem infestadas

Manejo cultural O solo deve ser mantido constantemente vegetado sendo o manejodas plantas infestantes feito por meio de roccediladas a fim de permitir a manutenccedilatildeo dafauna de inimigos naturais A adubaccedilatildeo nitrogenada deveraacute ser feita com cuidado paraevitar a brotaccedilatildeo excessiva da planta o que favoreceria a sua colonizaccedilatildeo pela pragaInseticidas piretroacuteides natildeo deveratildeo ser utilizados na cultura por causarem desequiliacutebriosbioloacutegicos favorecendo a incidecircncia desta praga

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2233

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2333

MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM GOIABAMANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM GOIABA

Fenologia da Goiabeira - Pragas e DoenccedilasFenologia da Goiabeira - Pragas e Doenccedilas

0 30 60 120 180

P o d a

B r o t a

ccedil atilde o

F l o r e s c i m e n t o

F r u t

o s

ldquo C h u

m b i

n h o rdquo

F r u t o

s c o

m 2 a 3 c m

d e

d i acirc m

e t r o

C o l

150

F r u t

o s c o m

1 5 c m

d e

d i acirc m

e t r o

E s t aacute d

i o 1

E s t aacute d

i o 2

E s t aacute d

i o 3

E s t aacute d

i o 4

E s t aacute d

i o 5

E s t aacute d

i o 6

Gorgulho e Percevejos

Besouro-amarelo e Psiliacutedeo

Ferrugem

ensacamentoensacamento

Figura 8 Fenologia da goiabeira conduzida pelo sistema de poda total e os periacuteodos criacuteticos de cada praga

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2433

34 Procedimentos aplicados para inspeccedilatildeo populacional das pragas

O sistema de MIP adotado na cultura da goiaba na regiatildeo de Campinas eValinhos no Estado de Satildeo Paulo consiste em levantamentos semanais para estimativadas pragas-chave e dos inimigos naturais

Os procedimentos para realizaccedilatildeo desse levantamento estatildeo resumidos na

Tabela 1 onde satildeo tambeacutem apresentados os niacuteveis de accedilatildeo para controle das pragas-chaveOs dados desse levantamento satildeo registrados em ficha proacutepria cujo

modelo eacute apresentado na Figura 9Nessa ficha constam tambeacutem informaccedilotildees sobre a presenccedila dos inimigos

naturais Para facilitar a identificaccedilatildeo desses artroacutepodos a Tabela 2 apresentainformaccedilotildees sobre a sua localizaccedilatildeo na planta e caracteriacutesticas de seu comportamento

35 Consideraccedilotildees sobre os inimigos naturais presentes no pomar de goiaba

Os inimigos naturais satildeo componentes importantiacutessimos do Manejo

Integrado de Pragas dentro dos princiacutepios estabelecidos pela Produccedilatildeo Integrada deFrutas (PIF) O primeiro passo para tirar o melhor proveito do controle bioloacutegico eacuteconhecer as espeacutecies de pragas seus inimigos naturais e o potencial de controleexercido por eles no campo

Uma revisatildeo da literatura mostra que algumas pragas da goiaba satildeobastante atacadas por agentes de controle bioloacutegico enquanto outras natildeo o satildeo Eacute o casodo gorgulho que eacute atacado por algumas espeacutecies de formigas predadoras(Hymenoptera Formicidae) Adultos do percevejo H clavigera satildeo parasitados por

Hexacladia smithii (Hymenoptera Encyrtidae) Jaacute os percevejos do gecircnero Leptoglossus (Hemiptera Coreidae) satildeo atacados na fase de ovo pelos parasitoacuteidesGryon spp (Hymenoptera Scelionidae) quando adultos podem ser parasitados porTrichopoda pennipes Eucelatoriopsis sp e Hydallohoughia sp (Diptera Tachinidae)Mas eacute o psiliacutedeo juntamente com o besouro-amarelo que apresentam o maior nuacutemerode inimigos naturais conhecidos O psiacuteliacutedeo eacute predado pelas joaninhas Cycloneda

sanguinea e Scymnus spp (Coleoptera Coccinellidae) por crisopiacutedeos e hemerobiiacutedeos(Neuroptera) estafiliniacutedeos (Coleoptera) e aranhas Moscas cecidomiiacutedeas emicroimenoacutepteros calcidiacutedeos satildeo relatados como parasitoacuteides e o fungo Cladosporium

cladosporioides eacute citado como agente patogecircnico O besouro amarelo eacute predado pelospercevejos Supputius cincticeps (Hemiptera Pentatomidae) Tynacantha marginata

(Hemiptera Pentatomidae) Arilus carinatus (Hemiptera Reduviidae) pelas aranhas Misumenops pallens (Araneae Thomisidae) e Peucetia sp (Araneae Oxyopidae) eparasitados pelos fungos entomopatogecircnicos Beauveria bassiana e Metarhizium

anisopliae var anisopliaeEmbora a lista de inimigos naturais natildeo seja pequena pouco se sabe

sobre a sua real capacidade de controle Aleacutem disto a accedilatildeo dos inimigos naturais eacutemuito afetado pelo modo de o homem manejar o ambiente O solo completamentedesprovido de mato por exemplo pode natildeo ser favoraacutevel para a atraccedilatildeo e permanecircnciade inimigos naturais num local Contudo mais estudos satildeo necessaacuterios para entendermelhor essa relaccedilatildeo principalmente no caso da cultura da goiaba

Visando aumentar esse conhecimento bem como a relaccedilatildeo de inimigosexistentes a equipe do PIF-Goiaba tem feito levantamentos perioacutedicos na regiatildeo deCampinas - SP e alguns resultados jaacute foram obtidos Para os percevejos do gecircnero

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2533

Leptoglossus por exemplo verificou-se que cerca de 80 dos ovos depositados nasgoiabeiras estavam parasitados pelo micro-himenoacuteptero Neorileya sp (Eurytomidae)Atacando psiliacutedeo foram encontradas uma espeacutecie de joaninha Olla abdominalis (Coleoptera Coccinellidae) larvas de uma mosca da famiacutelia Syrphidae e uma espeacuteciede parasitoacuteide do gecircnero Psyllaephagus (Hymenoptera Encyrtidae) Paralelamenteestuda-se a possibilidade de se realizarem ensaios para avaliar a patogenicidade de

microrganismos agraves pragas-chave com o objetivo de ampliar a utilizaccedilatildeo do controlebioloacutegico na culturaPor outro lado como a capacitaccedilatildeo de recursos humanos faz parte da

filosofia da Produccedilatildeo Integrada de Frutas o material entomoloacutegico coletado nesseslevantamentos estaacute sendo fotografado para elaboraccedilatildeo de um manual ilustradocontendo natildeo soacute os insetos pragas em suas diversas fases de desenvolvimento mastambeacutem seus inimigos naturais Posteriormente esse manual serviraacute para orientar osprodutores aos quais tambeacutem estatildeo sendo ministrados cursos de treinamento

36 Consideraccedilotildees sobre os estudos de monitoramento de pragas

Aleacutem das pragas citadas anteriormente a goiabeira apresenta outrosorganismos de importacircncia que podem causar seacuterios prejuiacutezos agrave cultura poreacutem devidoaos aspectos do seu ciclo bioloacutegico natildeo eacute possiacutevel condicionar o controle dos mesmosao emprego de taacuteticas de MIP Como exemplo a goiabeira apresenta duas doenccedilas umacausada por bacteacuteria conhecida como seca-bacteriana ( Erwinia psidii) e outra causadapor fungo denominada antracnose (Colletotrichum gloeosporioides) entretanto devidoao caraacuteter explosivo de suas infecccedilotildees natildeo eacute possiacutevel monitoraacute-las diretamente nocampo Em ambos os casos a possibilidade de monitoramento se daria por intermeacutedioda utilizaccedilatildeo de estaccedilotildees de aviso onde os dados meteoroloacutegicos obtidoscorrelacionados com as informaccedilotildees da condiccedilatildeo favoraacutevel para infecccedilatildeo resultariamem uma informaccedilatildeo de previsibilidade de ataque dessas doenccedilas

Os estudos de monitoramento no campo que ainda se encontram emandamento tecircm detectado o surgimento de outras pragas causando seacuterios prejuiacutezos agravegoiabeira tais comoa) Aacutecaro-branco Polyphagotarsonemus latus (Banks 1904) (Acari Tarsonemidae) esseaacutecaro tem sido constatado causando injuacuterias nas brotaccedilotildees e frutos novosprincipalmente entre os estaacutedios de desenvolvimento 1 e 3 (Figura 8)b) Lagarta-do-ponteiro (Lepidoptera Tortricidae) conforme o seu proacuteprio nome essaslagartas instalam-se nas brotaccedilotildees da goiabeira danificando as folhas e os caules tenroscomprometendo o seu desenvolvimento As lagartas satildeo pequenas atingindo nomaacuteximo cerca de 1 cm de comprimento de coloraccedilatildeo verde pardacenta satildeo aacutegeis equando molestadas saltam para fora da brotaccedilatildeo podendo ficar penduradas por um fiode seda O adulto eacute uma pequena mariposa de cor acinzentada que tambeacutem natildeo chega aatingir 1 cm de comprimento Ateacute o momento nos monitoramentos natildeo foi constatada apresenccedila de adultos o que leva a crer que provavelmente esse inseto tenhacomportamento crepuscular ou noturno Tambeacutem natildeo haacute nenhuma informaccedilatildeo relatadaa respeito da ocorrecircncia desse inseto na cultura da goiabac) Lagarta-dos-frutos (Lepidoptera Tortricidae) as lagartas se instalam geralmente nosfruto ensacados ambiente propiacutecio para se desenvolverem danificando a casca e aporccedilatildeo da polpa logo abaixo Tambeacutem satildeo encontradas entre os frutos que ficamaglomerados no ramo As injuacuterias decorrentes de sua alimentaccedilatildeo prejudicam aaparecircncia dos frutos que satildeo descartados Foi constatado um talhatildeo em que a maioria

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2633

dos frutos se encontravam infestados acarretando um prejuiacutezo acima de 50 daproduccedilatildeo As lagartas satildeo aacutegeis apresentam coloraccedilatildeo verde na grande maioria dosindiviacuteduos medem cerca de 15 cm no maacuteximo Os adultos satildeo mariposas de coloraccedilatildeoparda ou ateacute mesmo acizentadas e chegam a medir cerca de 12 mm de comprimentoAteacute o momento natildeo foi constatada a presenccedila de adultos nos monitoramentosrealizados A exemplo da lagarta-dos-ponteiros tambeacutem natildeo haacute nenhuma informaccedilatildeo

relatada de sua ocorrecircncia

4 Consideraccedilotildees finais

A implementaccedilatildeo do MIP na cultura da goiaba reserva um grandedesafio pois diversos fatores de ordem regulatoacuteria econocircmica ambiental de proteccedilatildeohumana ecoloacutegica de praacuteticas culturais e as variaccedilotildees de clima determinaratildeo o usodesse sistema no futuro Portanto a aplicaccedilatildeo do MIP natildeo ficaraacute apenas sob aresponsabilidade do produtor mas a accedilatildeo deveraacute ser conjunta envolvendo asinstituiccedilotildees de pesquisa de extensatildeo e toda a cadeia produtiva da fruta

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2733

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2833

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2933

Tabela 2 Informaccedilotildees sobre os inimigos naturais mais frequumlentes na goiabeira com relaccedilatildeo agraves suas fases de vid

Inimigos Naturais Inspeccedilatildeo

1 Aacutecaro predador 991522 Nos ramos escolhidos para exame de psiliacutedeos inspecionarvelhas com auxiacutelio de uma lupa de 10x de aumento procurand

2 Aranhas 991522 Ao examinar as plantas amostradas procurar os adultos pri jovens eou ovos nos ninhos formados por teias entre as folhas

3 Crisopiacutedeos (bicho-lixeiro)991522 Ao examinar as plantas amostradas observar a presenccedila deadultos Geralmente satildeo encontrados em qualquer parte da pltronco)

4 Formigas 991522 Ao examinar as plantas amostradas procurar os insetos adu

5 Joaninhas 991522 Ao examinar as plantas amostradas observar a presenccedila dpreferencialmente nas folhas novas

6 Percevejos predadores 991522 Examinar as plantas amostradas procurando adultos ninf

localizam nas folhas do interior da copa7 Sirfiacutedeos (moscas que pairam no ar) 991522 Observar moscas que pairam no ar as larvas localizam-se

por ocasiatildeo da infestaccedilatildeo de psiacutelideos ou pulgotildees principalme8 Mosquinha-verde metaacutelica (Dolicopodiacutedeos) 991522 Os adultos satildeo aacutegeis e devem ser observados nas folhas loc

9 Vespas (marimbondos) 991522 Geralmente os adultos satildeo pequenas vespas caccediladoras qubrotaccedilotildees

10 Vespinhas (parasitoacuteides) 991522 Examinar as plantas amostradas procurando os insetos aduno interior da copa

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3033

FICHA DE INSPECcedilAtildeO DE PRAGAS E INIMIGOS NATURAIS PRODUCcedilAtildeO INTEGRADA DE GOIABA-SPPlantas inspecionadas

PragasQ 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

No

abc

Besouro-amarelo

dabc

Gorgulho

dabc

Percevejos

dabc

Psiliacutedeo

d

Ferrugem SInimigos Naturais E

LJoaninhasAOL

Crisopiacutedeos(bicho-lixeiro)

ANPercevejos

predadores AAacutecaro predador A

Aranhas AVespinhas A

Data _______________ Talhatildeo ___________ Estaacutegio fenoloacutegico 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6( ) 7( ) Inspetor

Legenda Q = quadrantes E = estaacutegio de vida dos inimigos naturais onde O = ovo L = larva N = ninfa A =

Figura 9 Modelo de ficha de amostragem utilizada no monitoramento das pragas e inimigos naturais na goiabei

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3133

Agradecimentos

Os autores agradecem aos teacutecnicos e produtores do Comitecirc Gestor daProduccedilatildeo Integrada de Frutas - Goiaba pelo total apoio que nos foi dispensado e queainda continuam incentivando com pleno entusiasmo no intuito de fortalecer cada vezmais a fruticultura brasileira Tambeacutem agradecemos os estagiaacuterios Guilherme de Melo e

Flaacutevia Calderari Marin pelo grande auxiacutelio nos trabalhos de monitoramento no campo ede laboratoacuterio Agradecemos tambeacutem ao engenheiro agrocircnomo Joseacute Emiacutelio Bettiol Netopela sua grande atuaccedilatildeo frente aos produtores de goiaba e que nunca mediu esforccedilos emnos ajudar nos estudos de monitoramento aleacutem das muitas informaccedilotildees que nosforneceu

Bibliografia consultada

Altieri MA EN Silva amp CI Nicholls 2003 O papel da biodiversidade no manejode pragas Holos Editora Ribeiratildeo Preto 226p

Bailez OE A M Viana ndashBailez JOG Lima amp DDO Moreira 2003 Life-historyof the guava weevil Conotrachelus psidii Marshal (Coleoptera Curculionidae) underlaboratory conditions Neotropical Entomology 32(2)203-207

Baldin ELL AL Boiccedila Juacutenior amp S Freitas 1998 Percevejo do maracujaacuteHolhymenia clavigera (Herb 1784) x Holhymenia histrio (Fabr 1803) (HemipteraCoreidae) p35 In 17o Congresso Brasileiro de Entomologia Resumos vol 1 SEBRio de Janeiro RJ

Barbosa FR A P Santos AT Haji WA Moreira FNP Haji amp J A Alencar1999 Eficiecircncia e seletividade do imidacloprid e lambdacyalothrin no controledopsiliacutedeo (Triozoida sp) em goiabeira Revista Brasileira de Fruticultura 21(3) 385-387

Barbosa FR AS Nascimento JV Oliveira JA Alencar amp FNP Haji 2001Pragas p29-54 In Barbosa FR (ed) Goiaba Fitossanidade Embrapa Semi-AacuteridoPetrolina Embrapa Brasiacutelia 63p (Frutas do Brasil 18)

Barbosa FR RG Ferreira LHP Kiill E A Souza WA Moreira JA Alencar ampFNP Haji 2002 Estudos do niacutevel de dano plantas invasoras hospedeiras e controledo psiliacutedeo da goiabeira (Triozoida sp) In XIX Congresso Brasileiro de EntomologiaManaus AM (Anais do Seminaacuterio do SEAG)

Boscaacuten de Martinez N amp R Casares 1980 El gorgojop de la guayaba Conotracheluspsidii Marshall (Coleoptera Curculionidae) I Evaluacioacuten de dantildeos AgronomiaTropical 30(1-6) 77-83

Boscaacuten de Martinez N amp R Casares 1981 Distribucioacutenen el tiempo de las fases delgorgojo de la guayaba Conotrachelus psidii Marshall (Coleoptera Curculionidae) en elcampo Agronomia Tropical 31(1-6) 123-130

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3233

Cave RD 1995 Manual para la ensentildeanza del control bioloacutegico en Ameacuterica LatinaZamorano Academic Press Zamorano Honduras 188p (primera edicioacuten)

Crocomo WB 1990 O que eacute o manejo integrado de pragas p 9-34 In CrocomoWB (coord) Manejo integrado de pragas Editora Unesp Satildeo Paulo CETESB 358p

Dolinski C 2003 Vermes que controlam insetos Guava News 1(1)8 (Goiabraacutes)

Follet PA amp KW Vick 2002 Desarrollo de estrategias de manejo integrado deplagas para eliminar las barreras sanitarias que restringen la exportacioacuten de productosagriacutecolas Manejo Integrado de Plagas y Agroecologia 65 43-49

Gallo D O Nakano S Silveira Neto RPL Carvalho GC Baptista E Berti FilhoJRP Parra RA Zucchi SB Alves JD Vendramim LC Marchini JRS Lopes ampC Omoto 2002 Entomologia Agriacutecola FEALQ Piracicaba 920p

Gonzaga Neto L amp JM Soares 1994 Goiaba para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos daproduccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa-SPI 49p - (Seacuterie Publicaccedilotildees Teacutecnicas FRUPEX 5)

Gould WP amp A Raga 2002 Pests of guava p295-313 In JE Pentildea JL Sharp ampM Wysoki (eds) Tropical fruit pests and pollinators biology economic importancenatural enemies and control CABI Publishing New York NY

Kogan M amp M Shenk 2002 Conceptualizacioacuten del manejo integrado de plagas enescalas espaciales y niveles de integracioacuten maacutes amplios Manejo Integrado de Plagas yAgroecologia 65 34-42

Malavasi A amp RA Zucchi 2000 Moscas-das-frutas de importacircncia econocircmica noBrasil conhecimento baacutesico e aplicado Holos Editora Ribeiratildeo Preto 327p

Nicholls C amp M Altieri 2002 Biodivesidad y disentildeo agroecoloacutegico un estudio dede manejo de plagas en vintildeedos Manejo Integrado de Plagas y Agroecologia 65 50-64

Norris RF EP Caswell-Chen amp M Kogan 2003 Concepts in integrated pestmanagement Prentice Hall Upper Saddle River New Jersey 586p

Pereira FM amp SA Bortoli 1998 Pragas da goiabeira p 119-130 In BragaSobrinho R JE Cardoso amp FCO Freire (eds) Pragas das fruteiras tropicais deimportacircncia agroindustrial Embrapa-SPI Brasiacutelia Embrapa-CNPAT Fortaleza 209p

Silva AGDA CR Gonccedilalves DM Galvatildeo AJL Gonccedilalves J Gomes MNSilva amp L Simoni 1968 Quarto cataacutelogo dos insetos que vivem nas plantas do Brasilseus parasitos e predadores Parte II - 1o Tomo - Insetos hospedeiros e inimigosnaturais Min de Agric Dep de Def e Inspeccedilatildeo Agropecuaacuteria Rio de Janeiro 622p

Silva NA 1992 Taxonomia ciclo de vida e dinacircmica populacional de Costalimaitaferruginea (Fabr 1801) (Coleoptera Chrysomelidae) praga de Eucalyptus spp(Myrtaceae) Tese de Doutorado ESALQUSP Piracicaba SP 165p

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3333

Silveira Neto S 1990 Monitoramento e decisatildeo no controle de pragas p 71-86 InCrocomo WB (coord) Manejo integrado de pragas Editora Unesp Satildeo PauloCETESB 358p

Souza JC A Raga amp MA Souza 2003 Pragas da goiabeira EPAMIG BeloHorizonte 60p (EPAMIG Boletim Teacutecnico 71)

Page 14: goiabeira - 9_MIPpragas

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1433

reprodutivo Devido agrave caracteriacutestica dessa operaccedilatildeo a poda total permite aimplementaccedilatildeo do MIP

Portanto para a aplicaccedilatildeo adequada do MIP recomenda-se que agoiabeira seja conduzida pelo sistema de poda total devido agrave uniformizaccedilatildeo fenoloacutegicaque proporciona a todas as plantas da aacuterea de cultivo ou do talhatildeo Aleacutem disso permite

que se faccedila uma discriminaccedilatildeo de cada estaacutedio fenoloacutegico da goiabeira que eacutefundamental para definir os periacuteodos criacuteticos da cultura em relaccedilatildeo agraves suas principaispragas (Figuras 6 e 8)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1533

0 30 60 120 180

P o d a

B r o t a

ccedil atilde o

F l o r e s c i m e n t o

F r u t

o s

ldquo C h u

m b i

n h o rdquo

F r u t o

s c o

m 2 a 3 c m

d e

d i acirc m

e t r o

Fenologia da goiabeira conduzida pelo sistema de poda totaFenologia da goiabeira conduzida pelo sistema de poda tota

230 dias 230 dias

Considerar que cada ciclo da goiabeira inicia em qualquer eacutepoca do ano

cada ciclo da cultura iniciaraacute a partir da realizaccedilatildeo da poda de frutifica

Considerar que cada ciclo da goiabeira inicia em qualquer eacutepoca do ano P

cada ciclo da cultura iniciaraacute a partir da realizaccedilatildeo da poda de frutifica

150

F r u t

o s c o m

1 5 c m

d e

d i acirc m

e t r o

E s t aacute d i o 1

E s t aacute d i o 2

E s t aacute d i o 3

E s t aacute d i o 4

E s t aacute d i o 5

E s t aacute d i o 6

Figura 6 Fenologia da goiabeira onde o periacuteodo em dias de cada fase fenoloacutegica varia com a eacutepoca do anorealizada

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1633

32 Principais pragas da cultura

Conforme jaacute citado anteriormente a correta identificaccedilatildeo das pragas-chave da cultura compotildee o esteio de um programa de MIP pois satildeo elas que causam osmaiores prejuiacutezos devendo atrair toda a atenccedilatildeo por parte do agricultor

Atualmente para o Estado de Satildeo Paulo satildeo consideradas pragas-chave

da cultura da goiaba as seguintes espeacutecies para as quais se devem orientar omonitoramento e o controle

rArr besouro-amarelo Costalimaita ferruginea (Fabr 1801) (Coleoptera Chrysomelidae)

rArr ferrugem Puccinia psidii Wint

rArr gorgulho Conotrachelus psidii Marshall 1922 (Coleoptera Curculionidae)

rArr percevejos (complexo de espeacutecies)bull Monalonion annulipes Sign 1858 (Hemiptera Miridae) bull Leptoglossus gonagra (Fabr 1775) (Hemiptera Coreidae)bull Leptoglossus stigma (Herbst 1784) (Hemiptera Coreidae)bull Leptoglossus zonatus (Dallas 1852) (Hemiptera Coreidae)bull Leptoglossus fasciatus (West 1842) (Hemiptera Coreidae)bull Holhymenia clavigera (Herbst 1784) (Hemiptera Coreidae)

rArr psiliacutedeo Triozoida sp (Hemiptera Psyllidae)

Com relaccedilatildeo agraves moscas-das-frutas (Diptera Teprhitidae e Lonchaeidae)representadas principalmente pelas espeacutecies Anastrepha fraterculus (Wied) A

sororcula Zucchi A bistrigata Bezzi Ceratitis capitata (Wied) e Neosilba sp satildeoconsideradas as pragas mais importantes do ponto de vista quarentenaacuterio quando a

produccedilatildeo se destina agrave exportaccedilatildeo Poreacutem devido ao sistema adotado para a conduccedilatildeo dagoiabeira deixam de ser praga principal uma vez que os frutos satildeo ensacados aoalcanccedilarem cerca de 2-3cm de diacircmetro (Figura 8)

A seguir seraacute apresentada de forma objetiva a proposta de MIP para cadapraga-chave levando-se em consideraccedilatildeo no miacutenimo oito paracircmetros informativosnecessaacuterios para que o manejo possa ser implementado tais comoa) Nome cientiacutefico da pragab) Hospedeiros alternativosc) Inimigos naturaisd) Aspectos bioloacutegicos da pragae) Condiccedilotildees favoraacuteveisf) Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos

g) Monitoramento e niacutevel de accedilatildeoh) Manejo cultural

321 Besouro-amarelo

Nome cientiacutefico Costalimaita ferruginea (Coleoptera Chrysomelidae)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1733

Hospedeiros alternativos Trata-se de uma praga poliacutefaga atacando natildeo soacute fruteirasmas tambeacutem outras espeacutecies como eucaliptos algodoeiro araccedilaacute capim-marmeladafeijoeiro etc Entre as fruteiras ataca as folhas de abacateiro bananeira cajueiromacieira jaboticabeira jambeiro jambolatildeo pitangueira videira e mangueira

Inimigos naturais Haacute relato da sua predaccedilatildeo por Supputius cincticeps (Hemiptera

Pentatomidae) Tynacantha marginata (Hemiptera Pentatomidae) Arilus carinatus(Hemiptera Reduviidae) Misumenops pallens (Araneae Thomisidae) Peucetia sp(Araneae Oxyopidae) e os fungos entomopatogecircnicos Beauveria bassiana e

Metarhizium anisopliae var anisopliae

Aspectos bioloacutegicos A fecircmea faz apenas uma postura contendo em meacutedia cerca de 90ovos de coloraccedilatildeo amarela e brilhante com periacuteodo de incubaccedilatildeo durando cerca de 8-9dias As larvas vivem no solo onde se alimentam de raiacutezes de gramiacuteneas No periacuteodolarval apenas satildeo conhecidos ateacute o momento dois estaacutedios de desenvolvimento (1o e 2o iacutenstares) sendo que o primeiro instar dura 19 dias e o segundo cerca de 35 dias Osadultos emergem do solo apoacutes a ocorrecircncia de chuvas que propiciem um bommolhamento do mesmo

Condiccedilotildees favoraacuteveis A eacutepoca normal de ocorrecircncia da praga eacute nos meses finais daprimavera logo apoacutes a ocorrecircncia de chuvas suficientemente pesadas para propiciaremum bom molhamento do solo

Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos O inseto emerge do solo com as primeiras chuvas pesadas(mais de 20 mm) de primavera (outubronovembro) que possibilitem seu bommolhamento O periacuteodo criacutetico se inicia cerca de 5 dias apoacutes estas chuvas prolongando-se por aproximadamente 2 semanas No Estado de Satildeo Paulo o ataque da praga ocorreprincipalmente no periacuteodo de setembro a marccedilo

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo No periacuteodo criacutetico monitorar a cada 2-3 dias 2 dasplantas do talhatildeo ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo de preferecircncia nas bordadurasVerificar a presenccedila do inseto ou de seus danos (folhas rendadas) nos ramos terminaisde cada quadrante da planta Constatada a presenccedila do inseto ou de seus danos a plantaseraacute considerada infestadaO niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 20 das plantas monitoradas estiverem infestadasPor se tratar de uma praga que normalmente vem de fora do pomar a inspeccedilatildeo deveraacuteser realizada de preferecircncia na sua periferia considerando as trecircs primeiras plantas oulinhas do talhatildeo

Manejo cultural Na instalaccedilatildeo de novos pomares deve ser considerada a presenccedila nasproximidades de culturas altamente visadas pela praga como eacute o caso do eucalipto Osolo deveraacute ser mantido vegetado para dificultar que o inseto complete o seu ciclobioloacutegico aleacutem de favorecer a atividade de possiacuteveis inimigos naturais

322 Ferrugem

Agente Puccinia psidii

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1833

Hospedeiros alternativos O fungo ataca vaacuterias mirtaacuteceas incluindo o eucalipto e a jaboticabeira

Antagonistas Natildeo satildeo conhecidos antagonistas deste fungo

Etiologia No pomar o fungo eacute disseminado pelos ventos ocorrendo vaacuterios ciclos da

praga no mesmo ano agriacutecola acompanhando os surtos vegetativos

Condiccedilotildees favoraacuteveis Presenccedila de tecidos jovens de ramos folhas bototildees florais efrutos novos sob condiccedilotildees climaacuteticas favoraacuteveis que satildeo umidade relativa igual ousuperior a 90 por mais de 8 horas e temperatura entre 18ordm e 25ordmC o que normalmenteocorre nas estaccedilotildees de outono e inverno Condiccedilotildees de baixa luminosidade favorecembastante a infecccedilatildeo

Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos Esse periacuteodo comeccedila logo apoacutes a poda quando se inicia abrotaccedilatildeo ateacute duas semanas apoacutes as folhas atingirem o seu completo desenvolvimento eos frutos apresentarem diacircmetro de pelo menos trecircs cm quando estas condiccedilotildees foremcoincidentes com umidade e temperatura favoraacuteveis ao desenvolvimento do fungo o

que normalmente ocorre nos meses de outono e inverno

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo Deve ser realizado no periacuteodo criacutetico compreendendoos estaacutedios de brotaccedilatildeo ateacute quando os frutos atingirem cerca de trecircs cm de diacircmetro(estaacutedio 6) sob as condiccedilotildees de clima favoraacuteveis ao fungo Monitorar semanalmente 2das plantas ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo inspecionando-se o terccedilo inferior daregiatildeo central da copa e observando-se a ocorrecircncia do fungo nas folhas novas bototildeesflorais flores e frutos Constatando-se sintomas da presenccedila do fungo em qualquer dosoacutergatildeos examinados a planta seraacute considerada infectadaDurante o periacuteodo criacutetico o niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 10 das plantasmonitoradas estiverem infectadas Apoacutes o teacutermino do periacuteodo criacutetico ou depois que osfrutos tenham sido ensacados o niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 20 das plantasmonitoradas estiverem infectadas

Manejo cultural No manejo cultural devem considerar os seguintes aspectosa) Em novos pomares evitar a proximidade com outras mirtaacuteceas principalmenteeucaliptosb) Preferir variedades com maior toleracircncia agrave doenccedila e utilizar espaccedilamentos maioresc) Efetuar podas que propiciem maior arejamento da copad) Realizar desbrotas sistemaacuteticase) Fazer o manejo das plantas invasoras por meio de roccediladasf) Evitar o excesso de adubaccedilatildeo nitrogenadag) Utilizar irrigaccedilatildeo sub-copah) Natildeo realizar mais de trecircs aplicaccedilotildees seguidas com fungicidas sistecircmicos devendosempre alternar com um de contato para evitar a formaccedilatildeo de raccedilas resistentesi) Na utilizaccedilatildeo de fungicidas agrave base de cobre acrescentar agrave calda 05 de oacuteleo mineralou vegetal emulsionaacutevel como medida auxiliar no controle de cochonilhas

323 Gorgulho

Nome cientiacutefico Conotrachelus psidii (Coleoptera Curculionidae)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1933

Hospedeiros alternativos Goiabeiras e araccedilazeiros satildeo citados como hospedeiros dapraga

Inimigos naturais Formigas predadoras Pheidole oxyops Ectatoma planidens

Solenopsis invicta Neoponera villosa e Odontomachus bauri

Aspectos bioloacutegicos Para ovipositarem as fecircmeas fazem com o aparelho bucalperfuraccedilotildees em frutos onde colocam um uacutenico ovo Apoacutes 6 dias da postura ocorre aeclosatildeo da larva que penetra no interior do fruto onde se alimenta da polpa e dassementes Passados de 30 a 35 dias a larva abandona a fruta e se aprofunda no soloonde se transforma em pupa permanecendo nesse estaacutedio por 3 a 4 meses Apoacutes esseperiacuteodo havendo condiccedilotildees de umidade no solo o adulto emerge originando uma novageraccedilatildeo da praga Os adultos de ambos os sexos se alimentam dos bototildees floraisdeixando pequenas perfuraccedilotildees

Condiccedilatildeo favoraacutevel Deve haver umidade no solo para que ocorra a emergecircncia doadulto

Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos Quando os estaacutedios de chumbinho (estaacutedio 4) ateacute que osfrutos atinjam 2 a 3 cm de diacircmetro (estaacutedio 6) coincidirem com a eacutepoca quente echuvosa

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo No periacuteodo criacutetico monitorar semanalmente 2 dasplantas do talhatildeo ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo observando-se um fruto em cadaquadrante no terccedilo meacutedio da copa Ao ser encontrado um fruto atacado examinar pelomenos mais 20 frutos da mesma planta Caso haja outros frutos atacados proceder aomonitoramento nas 4 plantas vizinhas Havendo frutos atacados em pelo menos uma dasplantas vizinhas o conjunto seraacute considerado infestadoO niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 20 dos conjuntos monitorados estivereminfestados

Manejo cultural Eliminar os frutos pequenos que apresentarem sintomas de ataque porocasiatildeo do raleio Recomenda-se coletar e destruir todos os frutos desenvolvidos eoumaduros com sintomas de ataque da praga uma vez que os frutos nesta idade ao caiacuteremno solo e apodrecerem propiciaratildeo continuidade ao ciclo de vida das larvas dogorgulho favorecendo o iniacutecio de uma nova geraccedilatildeo da praga

324 Percevejos

Nomes cientiacuteficos Monalonion annulipes (Hemiptera Miridae) (percevejo-da-verrugose) Leptoglossus gonagra (Hemiptera Coreidae) Leptoglossus stigma (Hemiptera Coreidae) Leptoglossus zonatus (Hemiptera Coreidae) Leptoglossus fasciatus (Hemiptera Coreidae) Holhymenia clavigera (Hemiptera Coreidae)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2033

Hospedeiros alternativos Estas espeacutecies satildeo altamente poliacutefagas Assim satildeo referidascomo pragas da maioria das espeacutecies frutiacuteferas cultivadas comercialmente aleacutem deatacarem tambeacutem espeacutecies bastante distintas como eacute o caso do milho cucurbitaacuteceasmamoneira algodoeiro e girassol Algumas espeacutecies tecircm bastante afinidade com plantasdaninhas como eacute o caso do melatildeo-de-satildeo-caetano ( Mormodica charantia) hospedeiroclaacutessico de L gonagra guanxuma (Sida sp) de L zonatus mussambecirc (Cleome sp) de

L gonagra etc

Inimigos naturais Adultos de H clavigera satildeo parasitados por Hexacladia smithii (Hymenoptera Encyrtidae) e Gryon gallardoi e Gryon sp (Hymenoptera Scelionidae)Parasitam ovos de L zonatus Trichopoda pennipes (Diptera Tachinidae) parasitaadultos de L zonatus Eucelatoriopsis sp e Hydallohoughia sp (Diptera Tachinidae)atacam percevejos Gryon barbiellinii (Hymenoptera Scelionidae) eacute parasitoacuteide de ovosde percevejos Na regiatildeo de Campinas SP foi observado que cerca de 80 dos ovos de

Leptoglossus spp estavam parasitados por Neorileya sp (Hymenoptera Eurytomidae)

Aspectos bioloacutegicos O ciclo evolutivo de L zonatus eacute de 60 dias em temperaturasamenas O ciclo de L gonagra varia de 80 a 90 dias com um periacuteodo de incubaccedilatildeo de 8

dias e fase ninfal de 55 dias

Condiccedilotildees favoraacuteveis Periacuteodos com altas temperaturas satildeo bastante favoraacuteveis aosinsetos Apesar de se alimentarem tambeacutem das partes vegetativas a presenccedila de frutos eacutemuito favoraacutevel ao aumento da populaccedilatildeo L zonatus e L gonagra que ocorrem o anotodo com picos populacionais de novembro a abril H clavigera ocorrepreferencialmente de setembro a abril com pico em janeiro

Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos Os percevejos atacam bototildees florais e frutos em todos osseus estaacutedios de desenvolvimento Os bototildees florais quando picados geralmente caeme os frutos mais desenvolvidos ficam deformados com cicatrizes bem visiacuteveis noslocais onde o inseto faz a punctura para a sua alimentaccedilatildeo Considerar como periacuteodocriacutetico a fase de formaccedilatildeo do botatildeo floral (entre os estaacutedios 2 e 3) ateacute a colheita (estaacutedio7)

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo No periacuteodo criacutetico monitorar semanalmente 2 dasplantas do talhatildeo ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo observando-se a presenccedila deinsetos (adultos ou ninfas) ou sinais do ataque da praga em frutos ou bototildees florais emdois ramos localizados no terccedilo meacutedio da copa em cada quadrante da planta Quandofor encontrado um inseto ou oacutergatildeo injuriado (fruto eou botatildeo floral) a planta seraacuteconsiderada infestadaO niacutevel de accedilatildeo seraacute alcanccedilado quando 20 das plantas monitoradas estivereminfestadas

Manejo cultural Eliminar os frutos pequenos que apresentarem sintomas de ataque porocasiatildeo do raleio As plantas infestantes no interior e em torno do pomar devem sermantidas com o porte baixo durante os periacuteodos favoraacuteveis agrave presenccedila da praga

325 Psiliacutedeo

Nome cientiacutefico Triozoida sp (Hemiptera Psyllidae)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2133

Hospedeiros alternativos Natildeo se conhecem relatos de ocorrecircncia desta praga emoutras culturas apesar de ser constatada sua ocorrecircncia em diversas plantas infestantes

Inimigos naturais Satildeo relatadas como espeacutecies predadoras as joaninhas Cycloneda

sanguinea Olla abdominalis e Scymnus spp aracniacutedeos crisopiacutedeos hemerobiiacutedeos

sirfiacutedeos e estafiliniacutedeos Moscas cecidomiiacutedeas e micro-himenoacutepteros calcidiacutedeos eencirtiacutedeos (Psyllaephagus sp) satildeo relatados como parasitoacuteides de psiliacutedeosCladosporium cladosporioides eacute relatado como agente patogecircnico

Aspectos bioloacutegicos As fecircmeas efetuam a postura ao longo dos ramos ponteiros efolhas novas O periacuteodo de incubaccedilatildeo eacute de 7 a 9 dias e o ninfal variaacutevel de 29 a 35 diasAs ninfas sugam os bordos das folhas que devido agraves toxinas injetadas enrolam-se edeformam-se adquirindo coloraccedilatildeo amarelada ou avermelhada tornando-seposteriormente necrosadas

Condiccedilotildees favoraacuteveis O periacuteodo mais favoraacutevel ao ataque eacute o compreendido pelosmeses de primaveraveratildeo quando as temperaturas satildeo elevadas geralmente associadas

com alto iacutendice pluviomeacutetrico

Periacuteodo e estaacutedio criacutetico Apoacutes a poda quando da emissatildeo das novas brotaccedilotildees ateacute oiniacutecio de desenvolvimento do fruto (estaacutedio 2 a estaacutedio 4)

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo No periacuteodo criacutetico monitorar semanalmente 2 dasplantas do talhatildeo ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo Em cada planta a ser monitoradaverificar a presenccedila de sintomas de ataque ou de ovos ninfas ou adultos do inseto nosdois uacuteltimos pares de folhas em um ramo por quadrante localizado no terccedilo superior dacopa (Figura 7) A planta seraacute considerada infestada quando for constatada a presenccedilado inseto ou de seus danos em pelo menos um quadrante da plantaO niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 30 das plantas monitoradas estiverem infestadasNo periacuteodo natildeo criacutetico o niacutevel de accedilatildeo eacute maior ou seja quando 50 das plantasestiverem infestadas

Manejo cultural O solo deve ser mantido constantemente vegetado sendo o manejodas plantas infestantes feito por meio de roccediladas a fim de permitir a manutenccedilatildeo dafauna de inimigos naturais A adubaccedilatildeo nitrogenada deveraacute ser feita com cuidado paraevitar a brotaccedilatildeo excessiva da planta o que favoreceria a sua colonizaccedilatildeo pela pragaInseticidas piretroacuteides natildeo deveratildeo ser utilizados na cultura por causarem desequiliacutebriosbioloacutegicos favorecendo a incidecircncia desta praga

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2233

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2333

MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM GOIABAMANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM GOIABA

Fenologia da Goiabeira - Pragas e DoenccedilasFenologia da Goiabeira - Pragas e Doenccedilas

0 30 60 120 180

P o d a

B r o t a

ccedil atilde o

F l o r e s c i m e n t o

F r u t

o s

ldquo C h u

m b i

n h o rdquo

F r u t o

s c o

m 2 a 3 c m

d e

d i acirc m

e t r o

C o l

150

F r u t

o s c o m

1 5 c m

d e

d i acirc m

e t r o

E s t aacute d

i o 1

E s t aacute d

i o 2

E s t aacute d

i o 3

E s t aacute d

i o 4

E s t aacute d

i o 5

E s t aacute d

i o 6

Gorgulho e Percevejos

Besouro-amarelo e Psiliacutedeo

Ferrugem

ensacamentoensacamento

Figura 8 Fenologia da goiabeira conduzida pelo sistema de poda total e os periacuteodos criacuteticos de cada praga

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2433

34 Procedimentos aplicados para inspeccedilatildeo populacional das pragas

O sistema de MIP adotado na cultura da goiaba na regiatildeo de Campinas eValinhos no Estado de Satildeo Paulo consiste em levantamentos semanais para estimativadas pragas-chave e dos inimigos naturais

Os procedimentos para realizaccedilatildeo desse levantamento estatildeo resumidos na

Tabela 1 onde satildeo tambeacutem apresentados os niacuteveis de accedilatildeo para controle das pragas-chaveOs dados desse levantamento satildeo registrados em ficha proacutepria cujo

modelo eacute apresentado na Figura 9Nessa ficha constam tambeacutem informaccedilotildees sobre a presenccedila dos inimigos

naturais Para facilitar a identificaccedilatildeo desses artroacutepodos a Tabela 2 apresentainformaccedilotildees sobre a sua localizaccedilatildeo na planta e caracteriacutesticas de seu comportamento

35 Consideraccedilotildees sobre os inimigos naturais presentes no pomar de goiaba

Os inimigos naturais satildeo componentes importantiacutessimos do Manejo

Integrado de Pragas dentro dos princiacutepios estabelecidos pela Produccedilatildeo Integrada deFrutas (PIF) O primeiro passo para tirar o melhor proveito do controle bioloacutegico eacuteconhecer as espeacutecies de pragas seus inimigos naturais e o potencial de controleexercido por eles no campo

Uma revisatildeo da literatura mostra que algumas pragas da goiaba satildeobastante atacadas por agentes de controle bioloacutegico enquanto outras natildeo o satildeo Eacute o casodo gorgulho que eacute atacado por algumas espeacutecies de formigas predadoras(Hymenoptera Formicidae) Adultos do percevejo H clavigera satildeo parasitados por

Hexacladia smithii (Hymenoptera Encyrtidae) Jaacute os percevejos do gecircnero Leptoglossus (Hemiptera Coreidae) satildeo atacados na fase de ovo pelos parasitoacuteidesGryon spp (Hymenoptera Scelionidae) quando adultos podem ser parasitados porTrichopoda pennipes Eucelatoriopsis sp e Hydallohoughia sp (Diptera Tachinidae)Mas eacute o psiliacutedeo juntamente com o besouro-amarelo que apresentam o maior nuacutemerode inimigos naturais conhecidos O psiacuteliacutedeo eacute predado pelas joaninhas Cycloneda

sanguinea e Scymnus spp (Coleoptera Coccinellidae) por crisopiacutedeos e hemerobiiacutedeos(Neuroptera) estafiliniacutedeos (Coleoptera) e aranhas Moscas cecidomiiacutedeas emicroimenoacutepteros calcidiacutedeos satildeo relatados como parasitoacuteides e o fungo Cladosporium

cladosporioides eacute citado como agente patogecircnico O besouro amarelo eacute predado pelospercevejos Supputius cincticeps (Hemiptera Pentatomidae) Tynacantha marginata

(Hemiptera Pentatomidae) Arilus carinatus (Hemiptera Reduviidae) pelas aranhas Misumenops pallens (Araneae Thomisidae) e Peucetia sp (Araneae Oxyopidae) eparasitados pelos fungos entomopatogecircnicos Beauveria bassiana e Metarhizium

anisopliae var anisopliaeEmbora a lista de inimigos naturais natildeo seja pequena pouco se sabe

sobre a sua real capacidade de controle Aleacutem disto a accedilatildeo dos inimigos naturais eacutemuito afetado pelo modo de o homem manejar o ambiente O solo completamentedesprovido de mato por exemplo pode natildeo ser favoraacutevel para a atraccedilatildeo e permanecircnciade inimigos naturais num local Contudo mais estudos satildeo necessaacuterios para entendermelhor essa relaccedilatildeo principalmente no caso da cultura da goiaba

Visando aumentar esse conhecimento bem como a relaccedilatildeo de inimigosexistentes a equipe do PIF-Goiaba tem feito levantamentos perioacutedicos na regiatildeo deCampinas - SP e alguns resultados jaacute foram obtidos Para os percevejos do gecircnero

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2533

Leptoglossus por exemplo verificou-se que cerca de 80 dos ovos depositados nasgoiabeiras estavam parasitados pelo micro-himenoacuteptero Neorileya sp (Eurytomidae)Atacando psiliacutedeo foram encontradas uma espeacutecie de joaninha Olla abdominalis (Coleoptera Coccinellidae) larvas de uma mosca da famiacutelia Syrphidae e uma espeacuteciede parasitoacuteide do gecircnero Psyllaephagus (Hymenoptera Encyrtidae) Paralelamenteestuda-se a possibilidade de se realizarem ensaios para avaliar a patogenicidade de

microrganismos agraves pragas-chave com o objetivo de ampliar a utilizaccedilatildeo do controlebioloacutegico na culturaPor outro lado como a capacitaccedilatildeo de recursos humanos faz parte da

filosofia da Produccedilatildeo Integrada de Frutas o material entomoloacutegico coletado nesseslevantamentos estaacute sendo fotografado para elaboraccedilatildeo de um manual ilustradocontendo natildeo soacute os insetos pragas em suas diversas fases de desenvolvimento mastambeacutem seus inimigos naturais Posteriormente esse manual serviraacute para orientar osprodutores aos quais tambeacutem estatildeo sendo ministrados cursos de treinamento

36 Consideraccedilotildees sobre os estudos de monitoramento de pragas

Aleacutem das pragas citadas anteriormente a goiabeira apresenta outrosorganismos de importacircncia que podem causar seacuterios prejuiacutezos agrave cultura poreacutem devidoaos aspectos do seu ciclo bioloacutegico natildeo eacute possiacutevel condicionar o controle dos mesmosao emprego de taacuteticas de MIP Como exemplo a goiabeira apresenta duas doenccedilas umacausada por bacteacuteria conhecida como seca-bacteriana ( Erwinia psidii) e outra causadapor fungo denominada antracnose (Colletotrichum gloeosporioides) entretanto devidoao caraacuteter explosivo de suas infecccedilotildees natildeo eacute possiacutevel monitoraacute-las diretamente nocampo Em ambos os casos a possibilidade de monitoramento se daria por intermeacutedioda utilizaccedilatildeo de estaccedilotildees de aviso onde os dados meteoroloacutegicos obtidoscorrelacionados com as informaccedilotildees da condiccedilatildeo favoraacutevel para infecccedilatildeo resultariamem uma informaccedilatildeo de previsibilidade de ataque dessas doenccedilas

Os estudos de monitoramento no campo que ainda se encontram emandamento tecircm detectado o surgimento de outras pragas causando seacuterios prejuiacutezos agravegoiabeira tais comoa) Aacutecaro-branco Polyphagotarsonemus latus (Banks 1904) (Acari Tarsonemidae) esseaacutecaro tem sido constatado causando injuacuterias nas brotaccedilotildees e frutos novosprincipalmente entre os estaacutedios de desenvolvimento 1 e 3 (Figura 8)b) Lagarta-do-ponteiro (Lepidoptera Tortricidae) conforme o seu proacuteprio nome essaslagartas instalam-se nas brotaccedilotildees da goiabeira danificando as folhas e os caules tenroscomprometendo o seu desenvolvimento As lagartas satildeo pequenas atingindo nomaacuteximo cerca de 1 cm de comprimento de coloraccedilatildeo verde pardacenta satildeo aacutegeis equando molestadas saltam para fora da brotaccedilatildeo podendo ficar penduradas por um fiode seda O adulto eacute uma pequena mariposa de cor acinzentada que tambeacutem natildeo chega aatingir 1 cm de comprimento Ateacute o momento nos monitoramentos natildeo foi constatada apresenccedila de adultos o que leva a crer que provavelmente esse inseto tenhacomportamento crepuscular ou noturno Tambeacutem natildeo haacute nenhuma informaccedilatildeo relatadaa respeito da ocorrecircncia desse inseto na cultura da goiabac) Lagarta-dos-frutos (Lepidoptera Tortricidae) as lagartas se instalam geralmente nosfruto ensacados ambiente propiacutecio para se desenvolverem danificando a casca e aporccedilatildeo da polpa logo abaixo Tambeacutem satildeo encontradas entre os frutos que ficamaglomerados no ramo As injuacuterias decorrentes de sua alimentaccedilatildeo prejudicam aaparecircncia dos frutos que satildeo descartados Foi constatado um talhatildeo em que a maioria

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2633

dos frutos se encontravam infestados acarretando um prejuiacutezo acima de 50 daproduccedilatildeo As lagartas satildeo aacutegeis apresentam coloraccedilatildeo verde na grande maioria dosindiviacuteduos medem cerca de 15 cm no maacuteximo Os adultos satildeo mariposas de coloraccedilatildeoparda ou ateacute mesmo acizentadas e chegam a medir cerca de 12 mm de comprimentoAteacute o momento natildeo foi constatada a presenccedila de adultos nos monitoramentosrealizados A exemplo da lagarta-dos-ponteiros tambeacutem natildeo haacute nenhuma informaccedilatildeo

relatada de sua ocorrecircncia

4 Consideraccedilotildees finais

A implementaccedilatildeo do MIP na cultura da goiaba reserva um grandedesafio pois diversos fatores de ordem regulatoacuteria econocircmica ambiental de proteccedilatildeohumana ecoloacutegica de praacuteticas culturais e as variaccedilotildees de clima determinaratildeo o usodesse sistema no futuro Portanto a aplicaccedilatildeo do MIP natildeo ficaraacute apenas sob aresponsabilidade do produtor mas a accedilatildeo deveraacute ser conjunta envolvendo asinstituiccedilotildees de pesquisa de extensatildeo e toda a cadeia produtiva da fruta

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2733

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2833

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2933

Tabela 2 Informaccedilotildees sobre os inimigos naturais mais frequumlentes na goiabeira com relaccedilatildeo agraves suas fases de vid

Inimigos Naturais Inspeccedilatildeo

1 Aacutecaro predador 991522 Nos ramos escolhidos para exame de psiliacutedeos inspecionarvelhas com auxiacutelio de uma lupa de 10x de aumento procurand

2 Aranhas 991522 Ao examinar as plantas amostradas procurar os adultos pri jovens eou ovos nos ninhos formados por teias entre as folhas

3 Crisopiacutedeos (bicho-lixeiro)991522 Ao examinar as plantas amostradas observar a presenccedila deadultos Geralmente satildeo encontrados em qualquer parte da pltronco)

4 Formigas 991522 Ao examinar as plantas amostradas procurar os insetos adu

5 Joaninhas 991522 Ao examinar as plantas amostradas observar a presenccedila dpreferencialmente nas folhas novas

6 Percevejos predadores 991522 Examinar as plantas amostradas procurando adultos ninf

localizam nas folhas do interior da copa7 Sirfiacutedeos (moscas que pairam no ar) 991522 Observar moscas que pairam no ar as larvas localizam-se

por ocasiatildeo da infestaccedilatildeo de psiacutelideos ou pulgotildees principalme8 Mosquinha-verde metaacutelica (Dolicopodiacutedeos) 991522 Os adultos satildeo aacutegeis e devem ser observados nas folhas loc

9 Vespas (marimbondos) 991522 Geralmente os adultos satildeo pequenas vespas caccediladoras qubrotaccedilotildees

10 Vespinhas (parasitoacuteides) 991522 Examinar as plantas amostradas procurando os insetos aduno interior da copa

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3033

FICHA DE INSPECcedilAtildeO DE PRAGAS E INIMIGOS NATURAIS PRODUCcedilAtildeO INTEGRADA DE GOIABA-SPPlantas inspecionadas

PragasQ 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

No

abc

Besouro-amarelo

dabc

Gorgulho

dabc

Percevejos

dabc

Psiliacutedeo

d

Ferrugem SInimigos Naturais E

LJoaninhasAOL

Crisopiacutedeos(bicho-lixeiro)

ANPercevejos

predadores AAacutecaro predador A

Aranhas AVespinhas A

Data _______________ Talhatildeo ___________ Estaacutegio fenoloacutegico 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6( ) 7( ) Inspetor

Legenda Q = quadrantes E = estaacutegio de vida dos inimigos naturais onde O = ovo L = larva N = ninfa A =

Figura 9 Modelo de ficha de amostragem utilizada no monitoramento das pragas e inimigos naturais na goiabei

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3133

Agradecimentos

Os autores agradecem aos teacutecnicos e produtores do Comitecirc Gestor daProduccedilatildeo Integrada de Frutas - Goiaba pelo total apoio que nos foi dispensado e queainda continuam incentivando com pleno entusiasmo no intuito de fortalecer cada vezmais a fruticultura brasileira Tambeacutem agradecemos os estagiaacuterios Guilherme de Melo e

Flaacutevia Calderari Marin pelo grande auxiacutelio nos trabalhos de monitoramento no campo ede laboratoacuterio Agradecemos tambeacutem ao engenheiro agrocircnomo Joseacute Emiacutelio Bettiol Netopela sua grande atuaccedilatildeo frente aos produtores de goiaba e que nunca mediu esforccedilos emnos ajudar nos estudos de monitoramento aleacutem das muitas informaccedilotildees que nosforneceu

Bibliografia consultada

Altieri MA EN Silva amp CI Nicholls 2003 O papel da biodiversidade no manejode pragas Holos Editora Ribeiratildeo Preto 226p

Bailez OE A M Viana ndashBailez JOG Lima amp DDO Moreira 2003 Life-historyof the guava weevil Conotrachelus psidii Marshal (Coleoptera Curculionidae) underlaboratory conditions Neotropical Entomology 32(2)203-207

Baldin ELL AL Boiccedila Juacutenior amp S Freitas 1998 Percevejo do maracujaacuteHolhymenia clavigera (Herb 1784) x Holhymenia histrio (Fabr 1803) (HemipteraCoreidae) p35 In 17o Congresso Brasileiro de Entomologia Resumos vol 1 SEBRio de Janeiro RJ

Barbosa FR A P Santos AT Haji WA Moreira FNP Haji amp J A Alencar1999 Eficiecircncia e seletividade do imidacloprid e lambdacyalothrin no controledopsiliacutedeo (Triozoida sp) em goiabeira Revista Brasileira de Fruticultura 21(3) 385-387

Barbosa FR AS Nascimento JV Oliveira JA Alencar amp FNP Haji 2001Pragas p29-54 In Barbosa FR (ed) Goiaba Fitossanidade Embrapa Semi-AacuteridoPetrolina Embrapa Brasiacutelia 63p (Frutas do Brasil 18)

Barbosa FR RG Ferreira LHP Kiill E A Souza WA Moreira JA Alencar ampFNP Haji 2002 Estudos do niacutevel de dano plantas invasoras hospedeiras e controledo psiliacutedeo da goiabeira (Triozoida sp) In XIX Congresso Brasileiro de EntomologiaManaus AM (Anais do Seminaacuterio do SEAG)

Boscaacuten de Martinez N amp R Casares 1980 El gorgojop de la guayaba Conotracheluspsidii Marshall (Coleoptera Curculionidae) I Evaluacioacuten de dantildeos AgronomiaTropical 30(1-6) 77-83

Boscaacuten de Martinez N amp R Casares 1981 Distribucioacutenen el tiempo de las fases delgorgojo de la guayaba Conotrachelus psidii Marshall (Coleoptera Curculionidae) en elcampo Agronomia Tropical 31(1-6) 123-130

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3233

Cave RD 1995 Manual para la ensentildeanza del control bioloacutegico en Ameacuterica LatinaZamorano Academic Press Zamorano Honduras 188p (primera edicioacuten)

Crocomo WB 1990 O que eacute o manejo integrado de pragas p 9-34 In CrocomoWB (coord) Manejo integrado de pragas Editora Unesp Satildeo Paulo CETESB 358p

Dolinski C 2003 Vermes que controlam insetos Guava News 1(1)8 (Goiabraacutes)

Follet PA amp KW Vick 2002 Desarrollo de estrategias de manejo integrado deplagas para eliminar las barreras sanitarias que restringen la exportacioacuten de productosagriacutecolas Manejo Integrado de Plagas y Agroecologia 65 43-49

Gallo D O Nakano S Silveira Neto RPL Carvalho GC Baptista E Berti FilhoJRP Parra RA Zucchi SB Alves JD Vendramim LC Marchini JRS Lopes ampC Omoto 2002 Entomologia Agriacutecola FEALQ Piracicaba 920p

Gonzaga Neto L amp JM Soares 1994 Goiaba para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos daproduccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa-SPI 49p - (Seacuterie Publicaccedilotildees Teacutecnicas FRUPEX 5)

Gould WP amp A Raga 2002 Pests of guava p295-313 In JE Pentildea JL Sharp ampM Wysoki (eds) Tropical fruit pests and pollinators biology economic importancenatural enemies and control CABI Publishing New York NY

Kogan M amp M Shenk 2002 Conceptualizacioacuten del manejo integrado de plagas enescalas espaciales y niveles de integracioacuten maacutes amplios Manejo Integrado de Plagas yAgroecologia 65 34-42

Malavasi A amp RA Zucchi 2000 Moscas-das-frutas de importacircncia econocircmica noBrasil conhecimento baacutesico e aplicado Holos Editora Ribeiratildeo Preto 327p

Nicholls C amp M Altieri 2002 Biodivesidad y disentildeo agroecoloacutegico un estudio dede manejo de plagas en vintildeedos Manejo Integrado de Plagas y Agroecologia 65 50-64

Norris RF EP Caswell-Chen amp M Kogan 2003 Concepts in integrated pestmanagement Prentice Hall Upper Saddle River New Jersey 586p

Pereira FM amp SA Bortoli 1998 Pragas da goiabeira p 119-130 In BragaSobrinho R JE Cardoso amp FCO Freire (eds) Pragas das fruteiras tropicais deimportacircncia agroindustrial Embrapa-SPI Brasiacutelia Embrapa-CNPAT Fortaleza 209p

Silva AGDA CR Gonccedilalves DM Galvatildeo AJL Gonccedilalves J Gomes MNSilva amp L Simoni 1968 Quarto cataacutelogo dos insetos que vivem nas plantas do Brasilseus parasitos e predadores Parte II - 1o Tomo - Insetos hospedeiros e inimigosnaturais Min de Agric Dep de Def e Inspeccedilatildeo Agropecuaacuteria Rio de Janeiro 622p

Silva NA 1992 Taxonomia ciclo de vida e dinacircmica populacional de Costalimaitaferruginea (Fabr 1801) (Coleoptera Chrysomelidae) praga de Eucalyptus spp(Myrtaceae) Tese de Doutorado ESALQUSP Piracicaba SP 165p

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3333

Silveira Neto S 1990 Monitoramento e decisatildeo no controle de pragas p 71-86 InCrocomo WB (coord) Manejo integrado de pragas Editora Unesp Satildeo PauloCETESB 358p

Souza JC A Raga amp MA Souza 2003 Pragas da goiabeira EPAMIG BeloHorizonte 60p (EPAMIG Boletim Teacutecnico 71)

Page 15: goiabeira - 9_MIPpragas

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1533

0 30 60 120 180

P o d a

B r o t a

ccedil atilde o

F l o r e s c i m e n t o

F r u t

o s

ldquo C h u

m b i

n h o rdquo

F r u t o

s c o

m 2 a 3 c m

d e

d i acirc m

e t r o

Fenologia da goiabeira conduzida pelo sistema de poda totaFenologia da goiabeira conduzida pelo sistema de poda tota

230 dias 230 dias

Considerar que cada ciclo da goiabeira inicia em qualquer eacutepoca do ano

cada ciclo da cultura iniciaraacute a partir da realizaccedilatildeo da poda de frutifica

Considerar que cada ciclo da goiabeira inicia em qualquer eacutepoca do ano P

cada ciclo da cultura iniciaraacute a partir da realizaccedilatildeo da poda de frutifica

150

F r u t

o s c o m

1 5 c m

d e

d i acirc m

e t r o

E s t aacute d i o 1

E s t aacute d i o 2

E s t aacute d i o 3

E s t aacute d i o 4

E s t aacute d i o 5

E s t aacute d i o 6

Figura 6 Fenologia da goiabeira onde o periacuteodo em dias de cada fase fenoloacutegica varia com a eacutepoca do anorealizada

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1633

32 Principais pragas da cultura

Conforme jaacute citado anteriormente a correta identificaccedilatildeo das pragas-chave da cultura compotildee o esteio de um programa de MIP pois satildeo elas que causam osmaiores prejuiacutezos devendo atrair toda a atenccedilatildeo por parte do agricultor

Atualmente para o Estado de Satildeo Paulo satildeo consideradas pragas-chave

da cultura da goiaba as seguintes espeacutecies para as quais se devem orientar omonitoramento e o controle

rArr besouro-amarelo Costalimaita ferruginea (Fabr 1801) (Coleoptera Chrysomelidae)

rArr ferrugem Puccinia psidii Wint

rArr gorgulho Conotrachelus psidii Marshall 1922 (Coleoptera Curculionidae)

rArr percevejos (complexo de espeacutecies)bull Monalonion annulipes Sign 1858 (Hemiptera Miridae) bull Leptoglossus gonagra (Fabr 1775) (Hemiptera Coreidae)bull Leptoglossus stigma (Herbst 1784) (Hemiptera Coreidae)bull Leptoglossus zonatus (Dallas 1852) (Hemiptera Coreidae)bull Leptoglossus fasciatus (West 1842) (Hemiptera Coreidae)bull Holhymenia clavigera (Herbst 1784) (Hemiptera Coreidae)

rArr psiliacutedeo Triozoida sp (Hemiptera Psyllidae)

Com relaccedilatildeo agraves moscas-das-frutas (Diptera Teprhitidae e Lonchaeidae)representadas principalmente pelas espeacutecies Anastrepha fraterculus (Wied) A

sororcula Zucchi A bistrigata Bezzi Ceratitis capitata (Wied) e Neosilba sp satildeoconsideradas as pragas mais importantes do ponto de vista quarentenaacuterio quando a

produccedilatildeo se destina agrave exportaccedilatildeo Poreacutem devido ao sistema adotado para a conduccedilatildeo dagoiabeira deixam de ser praga principal uma vez que os frutos satildeo ensacados aoalcanccedilarem cerca de 2-3cm de diacircmetro (Figura 8)

A seguir seraacute apresentada de forma objetiva a proposta de MIP para cadapraga-chave levando-se em consideraccedilatildeo no miacutenimo oito paracircmetros informativosnecessaacuterios para que o manejo possa ser implementado tais comoa) Nome cientiacutefico da pragab) Hospedeiros alternativosc) Inimigos naturaisd) Aspectos bioloacutegicos da pragae) Condiccedilotildees favoraacuteveisf) Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos

g) Monitoramento e niacutevel de accedilatildeoh) Manejo cultural

321 Besouro-amarelo

Nome cientiacutefico Costalimaita ferruginea (Coleoptera Chrysomelidae)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1733

Hospedeiros alternativos Trata-se de uma praga poliacutefaga atacando natildeo soacute fruteirasmas tambeacutem outras espeacutecies como eucaliptos algodoeiro araccedilaacute capim-marmeladafeijoeiro etc Entre as fruteiras ataca as folhas de abacateiro bananeira cajueiromacieira jaboticabeira jambeiro jambolatildeo pitangueira videira e mangueira

Inimigos naturais Haacute relato da sua predaccedilatildeo por Supputius cincticeps (Hemiptera

Pentatomidae) Tynacantha marginata (Hemiptera Pentatomidae) Arilus carinatus(Hemiptera Reduviidae) Misumenops pallens (Araneae Thomisidae) Peucetia sp(Araneae Oxyopidae) e os fungos entomopatogecircnicos Beauveria bassiana e

Metarhizium anisopliae var anisopliae

Aspectos bioloacutegicos A fecircmea faz apenas uma postura contendo em meacutedia cerca de 90ovos de coloraccedilatildeo amarela e brilhante com periacuteodo de incubaccedilatildeo durando cerca de 8-9dias As larvas vivem no solo onde se alimentam de raiacutezes de gramiacuteneas No periacuteodolarval apenas satildeo conhecidos ateacute o momento dois estaacutedios de desenvolvimento (1o e 2o iacutenstares) sendo que o primeiro instar dura 19 dias e o segundo cerca de 35 dias Osadultos emergem do solo apoacutes a ocorrecircncia de chuvas que propiciem um bommolhamento do mesmo

Condiccedilotildees favoraacuteveis A eacutepoca normal de ocorrecircncia da praga eacute nos meses finais daprimavera logo apoacutes a ocorrecircncia de chuvas suficientemente pesadas para propiciaremum bom molhamento do solo

Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos O inseto emerge do solo com as primeiras chuvas pesadas(mais de 20 mm) de primavera (outubronovembro) que possibilitem seu bommolhamento O periacuteodo criacutetico se inicia cerca de 5 dias apoacutes estas chuvas prolongando-se por aproximadamente 2 semanas No Estado de Satildeo Paulo o ataque da praga ocorreprincipalmente no periacuteodo de setembro a marccedilo

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo No periacuteodo criacutetico monitorar a cada 2-3 dias 2 dasplantas do talhatildeo ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo de preferecircncia nas bordadurasVerificar a presenccedila do inseto ou de seus danos (folhas rendadas) nos ramos terminaisde cada quadrante da planta Constatada a presenccedila do inseto ou de seus danos a plantaseraacute considerada infestadaO niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 20 das plantas monitoradas estiverem infestadasPor se tratar de uma praga que normalmente vem de fora do pomar a inspeccedilatildeo deveraacuteser realizada de preferecircncia na sua periferia considerando as trecircs primeiras plantas oulinhas do talhatildeo

Manejo cultural Na instalaccedilatildeo de novos pomares deve ser considerada a presenccedila nasproximidades de culturas altamente visadas pela praga como eacute o caso do eucalipto Osolo deveraacute ser mantido vegetado para dificultar que o inseto complete o seu ciclobioloacutegico aleacutem de favorecer a atividade de possiacuteveis inimigos naturais

322 Ferrugem

Agente Puccinia psidii

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1833

Hospedeiros alternativos O fungo ataca vaacuterias mirtaacuteceas incluindo o eucalipto e a jaboticabeira

Antagonistas Natildeo satildeo conhecidos antagonistas deste fungo

Etiologia No pomar o fungo eacute disseminado pelos ventos ocorrendo vaacuterios ciclos da

praga no mesmo ano agriacutecola acompanhando os surtos vegetativos

Condiccedilotildees favoraacuteveis Presenccedila de tecidos jovens de ramos folhas bototildees florais efrutos novos sob condiccedilotildees climaacuteticas favoraacuteveis que satildeo umidade relativa igual ousuperior a 90 por mais de 8 horas e temperatura entre 18ordm e 25ordmC o que normalmenteocorre nas estaccedilotildees de outono e inverno Condiccedilotildees de baixa luminosidade favorecembastante a infecccedilatildeo

Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos Esse periacuteodo comeccedila logo apoacutes a poda quando se inicia abrotaccedilatildeo ateacute duas semanas apoacutes as folhas atingirem o seu completo desenvolvimento eos frutos apresentarem diacircmetro de pelo menos trecircs cm quando estas condiccedilotildees foremcoincidentes com umidade e temperatura favoraacuteveis ao desenvolvimento do fungo o

que normalmente ocorre nos meses de outono e inverno

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo Deve ser realizado no periacuteodo criacutetico compreendendoos estaacutedios de brotaccedilatildeo ateacute quando os frutos atingirem cerca de trecircs cm de diacircmetro(estaacutedio 6) sob as condiccedilotildees de clima favoraacuteveis ao fungo Monitorar semanalmente 2das plantas ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo inspecionando-se o terccedilo inferior daregiatildeo central da copa e observando-se a ocorrecircncia do fungo nas folhas novas bototildeesflorais flores e frutos Constatando-se sintomas da presenccedila do fungo em qualquer dosoacutergatildeos examinados a planta seraacute considerada infectadaDurante o periacuteodo criacutetico o niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 10 das plantasmonitoradas estiverem infectadas Apoacutes o teacutermino do periacuteodo criacutetico ou depois que osfrutos tenham sido ensacados o niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 20 das plantasmonitoradas estiverem infectadas

Manejo cultural No manejo cultural devem considerar os seguintes aspectosa) Em novos pomares evitar a proximidade com outras mirtaacuteceas principalmenteeucaliptosb) Preferir variedades com maior toleracircncia agrave doenccedila e utilizar espaccedilamentos maioresc) Efetuar podas que propiciem maior arejamento da copad) Realizar desbrotas sistemaacuteticase) Fazer o manejo das plantas invasoras por meio de roccediladasf) Evitar o excesso de adubaccedilatildeo nitrogenadag) Utilizar irrigaccedilatildeo sub-copah) Natildeo realizar mais de trecircs aplicaccedilotildees seguidas com fungicidas sistecircmicos devendosempre alternar com um de contato para evitar a formaccedilatildeo de raccedilas resistentesi) Na utilizaccedilatildeo de fungicidas agrave base de cobre acrescentar agrave calda 05 de oacuteleo mineralou vegetal emulsionaacutevel como medida auxiliar no controle de cochonilhas

323 Gorgulho

Nome cientiacutefico Conotrachelus psidii (Coleoptera Curculionidae)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1933

Hospedeiros alternativos Goiabeiras e araccedilazeiros satildeo citados como hospedeiros dapraga

Inimigos naturais Formigas predadoras Pheidole oxyops Ectatoma planidens

Solenopsis invicta Neoponera villosa e Odontomachus bauri

Aspectos bioloacutegicos Para ovipositarem as fecircmeas fazem com o aparelho bucalperfuraccedilotildees em frutos onde colocam um uacutenico ovo Apoacutes 6 dias da postura ocorre aeclosatildeo da larva que penetra no interior do fruto onde se alimenta da polpa e dassementes Passados de 30 a 35 dias a larva abandona a fruta e se aprofunda no soloonde se transforma em pupa permanecendo nesse estaacutedio por 3 a 4 meses Apoacutes esseperiacuteodo havendo condiccedilotildees de umidade no solo o adulto emerge originando uma novageraccedilatildeo da praga Os adultos de ambos os sexos se alimentam dos bototildees floraisdeixando pequenas perfuraccedilotildees

Condiccedilatildeo favoraacutevel Deve haver umidade no solo para que ocorra a emergecircncia doadulto

Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos Quando os estaacutedios de chumbinho (estaacutedio 4) ateacute que osfrutos atinjam 2 a 3 cm de diacircmetro (estaacutedio 6) coincidirem com a eacutepoca quente echuvosa

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo No periacuteodo criacutetico monitorar semanalmente 2 dasplantas do talhatildeo ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo observando-se um fruto em cadaquadrante no terccedilo meacutedio da copa Ao ser encontrado um fruto atacado examinar pelomenos mais 20 frutos da mesma planta Caso haja outros frutos atacados proceder aomonitoramento nas 4 plantas vizinhas Havendo frutos atacados em pelo menos uma dasplantas vizinhas o conjunto seraacute considerado infestadoO niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 20 dos conjuntos monitorados estivereminfestados

Manejo cultural Eliminar os frutos pequenos que apresentarem sintomas de ataque porocasiatildeo do raleio Recomenda-se coletar e destruir todos os frutos desenvolvidos eoumaduros com sintomas de ataque da praga uma vez que os frutos nesta idade ao caiacuteremno solo e apodrecerem propiciaratildeo continuidade ao ciclo de vida das larvas dogorgulho favorecendo o iniacutecio de uma nova geraccedilatildeo da praga

324 Percevejos

Nomes cientiacuteficos Monalonion annulipes (Hemiptera Miridae) (percevejo-da-verrugose) Leptoglossus gonagra (Hemiptera Coreidae) Leptoglossus stigma (Hemiptera Coreidae) Leptoglossus zonatus (Hemiptera Coreidae) Leptoglossus fasciatus (Hemiptera Coreidae) Holhymenia clavigera (Hemiptera Coreidae)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2033

Hospedeiros alternativos Estas espeacutecies satildeo altamente poliacutefagas Assim satildeo referidascomo pragas da maioria das espeacutecies frutiacuteferas cultivadas comercialmente aleacutem deatacarem tambeacutem espeacutecies bastante distintas como eacute o caso do milho cucurbitaacuteceasmamoneira algodoeiro e girassol Algumas espeacutecies tecircm bastante afinidade com plantasdaninhas como eacute o caso do melatildeo-de-satildeo-caetano ( Mormodica charantia) hospedeiroclaacutessico de L gonagra guanxuma (Sida sp) de L zonatus mussambecirc (Cleome sp) de

L gonagra etc

Inimigos naturais Adultos de H clavigera satildeo parasitados por Hexacladia smithii (Hymenoptera Encyrtidae) e Gryon gallardoi e Gryon sp (Hymenoptera Scelionidae)Parasitam ovos de L zonatus Trichopoda pennipes (Diptera Tachinidae) parasitaadultos de L zonatus Eucelatoriopsis sp e Hydallohoughia sp (Diptera Tachinidae)atacam percevejos Gryon barbiellinii (Hymenoptera Scelionidae) eacute parasitoacuteide de ovosde percevejos Na regiatildeo de Campinas SP foi observado que cerca de 80 dos ovos de

Leptoglossus spp estavam parasitados por Neorileya sp (Hymenoptera Eurytomidae)

Aspectos bioloacutegicos O ciclo evolutivo de L zonatus eacute de 60 dias em temperaturasamenas O ciclo de L gonagra varia de 80 a 90 dias com um periacuteodo de incubaccedilatildeo de 8

dias e fase ninfal de 55 dias

Condiccedilotildees favoraacuteveis Periacuteodos com altas temperaturas satildeo bastante favoraacuteveis aosinsetos Apesar de se alimentarem tambeacutem das partes vegetativas a presenccedila de frutos eacutemuito favoraacutevel ao aumento da populaccedilatildeo L zonatus e L gonagra que ocorrem o anotodo com picos populacionais de novembro a abril H clavigera ocorrepreferencialmente de setembro a abril com pico em janeiro

Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos Os percevejos atacam bototildees florais e frutos em todos osseus estaacutedios de desenvolvimento Os bototildees florais quando picados geralmente caeme os frutos mais desenvolvidos ficam deformados com cicatrizes bem visiacuteveis noslocais onde o inseto faz a punctura para a sua alimentaccedilatildeo Considerar como periacuteodocriacutetico a fase de formaccedilatildeo do botatildeo floral (entre os estaacutedios 2 e 3) ateacute a colheita (estaacutedio7)

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo No periacuteodo criacutetico monitorar semanalmente 2 dasplantas do talhatildeo ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo observando-se a presenccedila deinsetos (adultos ou ninfas) ou sinais do ataque da praga em frutos ou bototildees florais emdois ramos localizados no terccedilo meacutedio da copa em cada quadrante da planta Quandofor encontrado um inseto ou oacutergatildeo injuriado (fruto eou botatildeo floral) a planta seraacuteconsiderada infestadaO niacutevel de accedilatildeo seraacute alcanccedilado quando 20 das plantas monitoradas estivereminfestadas

Manejo cultural Eliminar os frutos pequenos que apresentarem sintomas de ataque porocasiatildeo do raleio As plantas infestantes no interior e em torno do pomar devem sermantidas com o porte baixo durante os periacuteodos favoraacuteveis agrave presenccedila da praga

325 Psiliacutedeo

Nome cientiacutefico Triozoida sp (Hemiptera Psyllidae)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2133

Hospedeiros alternativos Natildeo se conhecem relatos de ocorrecircncia desta praga emoutras culturas apesar de ser constatada sua ocorrecircncia em diversas plantas infestantes

Inimigos naturais Satildeo relatadas como espeacutecies predadoras as joaninhas Cycloneda

sanguinea Olla abdominalis e Scymnus spp aracniacutedeos crisopiacutedeos hemerobiiacutedeos

sirfiacutedeos e estafiliniacutedeos Moscas cecidomiiacutedeas e micro-himenoacutepteros calcidiacutedeos eencirtiacutedeos (Psyllaephagus sp) satildeo relatados como parasitoacuteides de psiliacutedeosCladosporium cladosporioides eacute relatado como agente patogecircnico

Aspectos bioloacutegicos As fecircmeas efetuam a postura ao longo dos ramos ponteiros efolhas novas O periacuteodo de incubaccedilatildeo eacute de 7 a 9 dias e o ninfal variaacutevel de 29 a 35 diasAs ninfas sugam os bordos das folhas que devido agraves toxinas injetadas enrolam-se edeformam-se adquirindo coloraccedilatildeo amarelada ou avermelhada tornando-seposteriormente necrosadas

Condiccedilotildees favoraacuteveis O periacuteodo mais favoraacutevel ao ataque eacute o compreendido pelosmeses de primaveraveratildeo quando as temperaturas satildeo elevadas geralmente associadas

com alto iacutendice pluviomeacutetrico

Periacuteodo e estaacutedio criacutetico Apoacutes a poda quando da emissatildeo das novas brotaccedilotildees ateacute oiniacutecio de desenvolvimento do fruto (estaacutedio 2 a estaacutedio 4)

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo No periacuteodo criacutetico monitorar semanalmente 2 dasplantas do talhatildeo ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo Em cada planta a ser monitoradaverificar a presenccedila de sintomas de ataque ou de ovos ninfas ou adultos do inseto nosdois uacuteltimos pares de folhas em um ramo por quadrante localizado no terccedilo superior dacopa (Figura 7) A planta seraacute considerada infestada quando for constatada a presenccedilado inseto ou de seus danos em pelo menos um quadrante da plantaO niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 30 das plantas monitoradas estiverem infestadasNo periacuteodo natildeo criacutetico o niacutevel de accedilatildeo eacute maior ou seja quando 50 das plantasestiverem infestadas

Manejo cultural O solo deve ser mantido constantemente vegetado sendo o manejodas plantas infestantes feito por meio de roccediladas a fim de permitir a manutenccedilatildeo dafauna de inimigos naturais A adubaccedilatildeo nitrogenada deveraacute ser feita com cuidado paraevitar a brotaccedilatildeo excessiva da planta o que favoreceria a sua colonizaccedilatildeo pela pragaInseticidas piretroacuteides natildeo deveratildeo ser utilizados na cultura por causarem desequiliacutebriosbioloacutegicos favorecendo a incidecircncia desta praga

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2233

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2333

MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM GOIABAMANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM GOIABA

Fenologia da Goiabeira - Pragas e DoenccedilasFenologia da Goiabeira - Pragas e Doenccedilas

0 30 60 120 180

P o d a

B r o t a

ccedil atilde o

F l o r e s c i m e n t o

F r u t

o s

ldquo C h u

m b i

n h o rdquo

F r u t o

s c o

m 2 a 3 c m

d e

d i acirc m

e t r o

C o l

150

F r u t

o s c o m

1 5 c m

d e

d i acirc m

e t r o

E s t aacute d

i o 1

E s t aacute d

i o 2

E s t aacute d

i o 3

E s t aacute d

i o 4

E s t aacute d

i o 5

E s t aacute d

i o 6

Gorgulho e Percevejos

Besouro-amarelo e Psiliacutedeo

Ferrugem

ensacamentoensacamento

Figura 8 Fenologia da goiabeira conduzida pelo sistema de poda total e os periacuteodos criacuteticos de cada praga

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2433

34 Procedimentos aplicados para inspeccedilatildeo populacional das pragas

O sistema de MIP adotado na cultura da goiaba na regiatildeo de Campinas eValinhos no Estado de Satildeo Paulo consiste em levantamentos semanais para estimativadas pragas-chave e dos inimigos naturais

Os procedimentos para realizaccedilatildeo desse levantamento estatildeo resumidos na

Tabela 1 onde satildeo tambeacutem apresentados os niacuteveis de accedilatildeo para controle das pragas-chaveOs dados desse levantamento satildeo registrados em ficha proacutepria cujo

modelo eacute apresentado na Figura 9Nessa ficha constam tambeacutem informaccedilotildees sobre a presenccedila dos inimigos

naturais Para facilitar a identificaccedilatildeo desses artroacutepodos a Tabela 2 apresentainformaccedilotildees sobre a sua localizaccedilatildeo na planta e caracteriacutesticas de seu comportamento

35 Consideraccedilotildees sobre os inimigos naturais presentes no pomar de goiaba

Os inimigos naturais satildeo componentes importantiacutessimos do Manejo

Integrado de Pragas dentro dos princiacutepios estabelecidos pela Produccedilatildeo Integrada deFrutas (PIF) O primeiro passo para tirar o melhor proveito do controle bioloacutegico eacuteconhecer as espeacutecies de pragas seus inimigos naturais e o potencial de controleexercido por eles no campo

Uma revisatildeo da literatura mostra que algumas pragas da goiaba satildeobastante atacadas por agentes de controle bioloacutegico enquanto outras natildeo o satildeo Eacute o casodo gorgulho que eacute atacado por algumas espeacutecies de formigas predadoras(Hymenoptera Formicidae) Adultos do percevejo H clavigera satildeo parasitados por

Hexacladia smithii (Hymenoptera Encyrtidae) Jaacute os percevejos do gecircnero Leptoglossus (Hemiptera Coreidae) satildeo atacados na fase de ovo pelos parasitoacuteidesGryon spp (Hymenoptera Scelionidae) quando adultos podem ser parasitados porTrichopoda pennipes Eucelatoriopsis sp e Hydallohoughia sp (Diptera Tachinidae)Mas eacute o psiliacutedeo juntamente com o besouro-amarelo que apresentam o maior nuacutemerode inimigos naturais conhecidos O psiacuteliacutedeo eacute predado pelas joaninhas Cycloneda

sanguinea e Scymnus spp (Coleoptera Coccinellidae) por crisopiacutedeos e hemerobiiacutedeos(Neuroptera) estafiliniacutedeos (Coleoptera) e aranhas Moscas cecidomiiacutedeas emicroimenoacutepteros calcidiacutedeos satildeo relatados como parasitoacuteides e o fungo Cladosporium

cladosporioides eacute citado como agente patogecircnico O besouro amarelo eacute predado pelospercevejos Supputius cincticeps (Hemiptera Pentatomidae) Tynacantha marginata

(Hemiptera Pentatomidae) Arilus carinatus (Hemiptera Reduviidae) pelas aranhas Misumenops pallens (Araneae Thomisidae) e Peucetia sp (Araneae Oxyopidae) eparasitados pelos fungos entomopatogecircnicos Beauveria bassiana e Metarhizium

anisopliae var anisopliaeEmbora a lista de inimigos naturais natildeo seja pequena pouco se sabe

sobre a sua real capacidade de controle Aleacutem disto a accedilatildeo dos inimigos naturais eacutemuito afetado pelo modo de o homem manejar o ambiente O solo completamentedesprovido de mato por exemplo pode natildeo ser favoraacutevel para a atraccedilatildeo e permanecircnciade inimigos naturais num local Contudo mais estudos satildeo necessaacuterios para entendermelhor essa relaccedilatildeo principalmente no caso da cultura da goiaba

Visando aumentar esse conhecimento bem como a relaccedilatildeo de inimigosexistentes a equipe do PIF-Goiaba tem feito levantamentos perioacutedicos na regiatildeo deCampinas - SP e alguns resultados jaacute foram obtidos Para os percevejos do gecircnero

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2533

Leptoglossus por exemplo verificou-se que cerca de 80 dos ovos depositados nasgoiabeiras estavam parasitados pelo micro-himenoacuteptero Neorileya sp (Eurytomidae)Atacando psiliacutedeo foram encontradas uma espeacutecie de joaninha Olla abdominalis (Coleoptera Coccinellidae) larvas de uma mosca da famiacutelia Syrphidae e uma espeacuteciede parasitoacuteide do gecircnero Psyllaephagus (Hymenoptera Encyrtidae) Paralelamenteestuda-se a possibilidade de se realizarem ensaios para avaliar a patogenicidade de

microrganismos agraves pragas-chave com o objetivo de ampliar a utilizaccedilatildeo do controlebioloacutegico na culturaPor outro lado como a capacitaccedilatildeo de recursos humanos faz parte da

filosofia da Produccedilatildeo Integrada de Frutas o material entomoloacutegico coletado nesseslevantamentos estaacute sendo fotografado para elaboraccedilatildeo de um manual ilustradocontendo natildeo soacute os insetos pragas em suas diversas fases de desenvolvimento mastambeacutem seus inimigos naturais Posteriormente esse manual serviraacute para orientar osprodutores aos quais tambeacutem estatildeo sendo ministrados cursos de treinamento

36 Consideraccedilotildees sobre os estudos de monitoramento de pragas

Aleacutem das pragas citadas anteriormente a goiabeira apresenta outrosorganismos de importacircncia que podem causar seacuterios prejuiacutezos agrave cultura poreacutem devidoaos aspectos do seu ciclo bioloacutegico natildeo eacute possiacutevel condicionar o controle dos mesmosao emprego de taacuteticas de MIP Como exemplo a goiabeira apresenta duas doenccedilas umacausada por bacteacuteria conhecida como seca-bacteriana ( Erwinia psidii) e outra causadapor fungo denominada antracnose (Colletotrichum gloeosporioides) entretanto devidoao caraacuteter explosivo de suas infecccedilotildees natildeo eacute possiacutevel monitoraacute-las diretamente nocampo Em ambos os casos a possibilidade de monitoramento se daria por intermeacutedioda utilizaccedilatildeo de estaccedilotildees de aviso onde os dados meteoroloacutegicos obtidoscorrelacionados com as informaccedilotildees da condiccedilatildeo favoraacutevel para infecccedilatildeo resultariamem uma informaccedilatildeo de previsibilidade de ataque dessas doenccedilas

Os estudos de monitoramento no campo que ainda se encontram emandamento tecircm detectado o surgimento de outras pragas causando seacuterios prejuiacutezos agravegoiabeira tais comoa) Aacutecaro-branco Polyphagotarsonemus latus (Banks 1904) (Acari Tarsonemidae) esseaacutecaro tem sido constatado causando injuacuterias nas brotaccedilotildees e frutos novosprincipalmente entre os estaacutedios de desenvolvimento 1 e 3 (Figura 8)b) Lagarta-do-ponteiro (Lepidoptera Tortricidae) conforme o seu proacuteprio nome essaslagartas instalam-se nas brotaccedilotildees da goiabeira danificando as folhas e os caules tenroscomprometendo o seu desenvolvimento As lagartas satildeo pequenas atingindo nomaacuteximo cerca de 1 cm de comprimento de coloraccedilatildeo verde pardacenta satildeo aacutegeis equando molestadas saltam para fora da brotaccedilatildeo podendo ficar penduradas por um fiode seda O adulto eacute uma pequena mariposa de cor acinzentada que tambeacutem natildeo chega aatingir 1 cm de comprimento Ateacute o momento nos monitoramentos natildeo foi constatada apresenccedila de adultos o que leva a crer que provavelmente esse inseto tenhacomportamento crepuscular ou noturno Tambeacutem natildeo haacute nenhuma informaccedilatildeo relatadaa respeito da ocorrecircncia desse inseto na cultura da goiabac) Lagarta-dos-frutos (Lepidoptera Tortricidae) as lagartas se instalam geralmente nosfruto ensacados ambiente propiacutecio para se desenvolverem danificando a casca e aporccedilatildeo da polpa logo abaixo Tambeacutem satildeo encontradas entre os frutos que ficamaglomerados no ramo As injuacuterias decorrentes de sua alimentaccedilatildeo prejudicam aaparecircncia dos frutos que satildeo descartados Foi constatado um talhatildeo em que a maioria

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2633

dos frutos se encontravam infestados acarretando um prejuiacutezo acima de 50 daproduccedilatildeo As lagartas satildeo aacutegeis apresentam coloraccedilatildeo verde na grande maioria dosindiviacuteduos medem cerca de 15 cm no maacuteximo Os adultos satildeo mariposas de coloraccedilatildeoparda ou ateacute mesmo acizentadas e chegam a medir cerca de 12 mm de comprimentoAteacute o momento natildeo foi constatada a presenccedila de adultos nos monitoramentosrealizados A exemplo da lagarta-dos-ponteiros tambeacutem natildeo haacute nenhuma informaccedilatildeo

relatada de sua ocorrecircncia

4 Consideraccedilotildees finais

A implementaccedilatildeo do MIP na cultura da goiaba reserva um grandedesafio pois diversos fatores de ordem regulatoacuteria econocircmica ambiental de proteccedilatildeohumana ecoloacutegica de praacuteticas culturais e as variaccedilotildees de clima determinaratildeo o usodesse sistema no futuro Portanto a aplicaccedilatildeo do MIP natildeo ficaraacute apenas sob aresponsabilidade do produtor mas a accedilatildeo deveraacute ser conjunta envolvendo asinstituiccedilotildees de pesquisa de extensatildeo e toda a cadeia produtiva da fruta

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2733

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2833

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2933

Tabela 2 Informaccedilotildees sobre os inimigos naturais mais frequumlentes na goiabeira com relaccedilatildeo agraves suas fases de vid

Inimigos Naturais Inspeccedilatildeo

1 Aacutecaro predador 991522 Nos ramos escolhidos para exame de psiliacutedeos inspecionarvelhas com auxiacutelio de uma lupa de 10x de aumento procurand

2 Aranhas 991522 Ao examinar as plantas amostradas procurar os adultos pri jovens eou ovos nos ninhos formados por teias entre as folhas

3 Crisopiacutedeos (bicho-lixeiro)991522 Ao examinar as plantas amostradas observar a presenccedila deadultos Geralmente satildeo encontrados em qualquer parte da pltronco)

4 Formigas 991522 Ao examinar as plantas amostradas procurar os insetos adu

5 Joaninhas 991522 Ao examinar as plantas amostradas observar a presenccedila dpreferencialmente nas folhas novas

6 Percevejos predadores 991522 Examinar as plantas amostradas procurando adultos ninf

localizam nas folhas do interior da copa7 Sirfiacutedeos (moscas que pairam no ar) 991522 Observar moscas que pairam no ar as larvas localizam-se

por ocasiatildeo da infestaccedilatildeo de psiacutelideos ou pulgotildees principalme8 Mosquinha-verde metaacutelica (Dolicopodiacutedeos) 991522 Os adultos satildeo aacutegeis e devem ser observados nas folhas loc

9 Vespas (marimbondos) 991522 Geralmente os adultos satildeo pequenas vespas caccediladoras qubrotaccedilotildees

10 Vespinhas (parasitoacuteides) 991522 Examinar as plantas amostradas procurando os insetos aduno interior da copa

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3033

FICHA DE INSPECcedilAtildeO DE PRAGAS E INIMIGOS NATURAIS PRODUCcedilAtildeO INTEGRADA DE GOIABA-SPPlantas inspecionadas

PragasQ 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

No

abc

Besouro-amarelo

dabc

Gorgulho

dabc

Percevejos

dabc

Psiliacutedeo

d

Ferrugem SInimigos Naturais E

LJoaninhasAOL

Crisopiacutedeos(bicho-lixeiro)

ANPercevejos

predadores AAacutecaro predador A

Aranhas AVespinhas A

Data _______________ Talhatildeo ___________ Estaacutegio fenoloacutegico 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6( ) 7( ) Inspetor

Legenda Q = quadrantes E = estaacutegio de vida dos inimigos naturais onde O = ovo L = larva N = ninfa A =

Figura 9 Modelo de ficha de amostragem utilizada no monitoramento das pragas e inimigos naturais na goiabei

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3133

Agradecimentos

Os autores agradecem aos teacutecnicos e produtores do Comitecirc Gestor daProduccedilatildeo Integrada de Frutas - Goiaba pelo total apoio que nos foi dispensado e queainda continuam incentivando com pleno entusiasmo no intuito de fortalecer cada vezmais a fruticultura brasileira Tambeacutem agradecemos os estagiaacuterios Guilherme de Melo e

Flaacutevia Calderari Marin pelo grande auxiacutelio nos trabalhos de monitoramento no campo ede laboratoacuterio Agradecemos tambeacutem ao engenheiro agrocircnomo Joseacute Emiacutelio Bettiol Netopela sua grande atuaccedilatildeo frente aos produtores de goiaba e que nunca mediu esforccedilos emnos ajudar nos estudos de monitoramento aleacutem das muitas informaccedilotildees que nosforneceu

Bibliografia consultada

Altieri MA EN Silva amp CI Nicholls 2003 O papel da biodiversidade no manejode pragas Holos Editora Ribeiratildeo Preto 226p

Bailez OE A M Viana ndashBailez JOG Lima amp DDO Moreira 2003 Life-historyof the guava weevil Conotrachelus psidii Marshal (Coleoptera Curculionidae) underlaboratory conditions Neotropical Entomology 32(2)203-207

Baldin ELL AL Boiccedila Juacutenior amp S Freitas 1998 Percevejo do maracujaacuteHolhymenia clavigera (Herb 1784) x Holhymenia histrio (Fabr 1803) (HemipteraCoreidae) p35 In 17o Congresso Brasileiro de Entomologia Resumos vol 1 SEBRio de Janeiro RJ

Barbosa FR A P Santos AT Haji WA Moreira FNP Haji amp J A Alencar1999 Eficiecircncia e seletividade do imidacloprid e lambdacyalothrin no controledopsiliacutedeo (Triozoida sp) em goiabeira Revista Brasileira de Fruticultura 21(3) 385-387

Barbosa FR AS Nascimento JV Oliveira JA Alencar amp FNP Haji 2001Pragas p29-54 In Barbosa FR (ed) Goiaba Fitossanidade Embrapa Semi-AacuteridoPetrolina Embrapa Brasiacutelia 63p (Frutas do Brasil 18)

Barbosa FR RG Ferreira LHP Kiill E A Souza WA Moreira JA Alencar ampFNP Haji 2002 Estudos do niacutevel de dano plantas invasoras hospedeiras e controledo psiliacutedeo da goiabeira (Triozoida sp) In XIX Congresso Brasileiro de EntomologiaManaus AM (Anais do Seminaacuterio do SEAG)

Boscaacuten de Martinez N amp R Casares 1980 El gorgojop de la guayaba Conotracheluspsidii Marshall (Coleoptera Curculionidae) I Evaluacioacuten de dantildeos AgronomiaTropical 30(1-6) 77-83

Boscaacuten de Martinez N amp R Casares 1981 Distribucioacutenen el tiempo de las fases delgorgojo de la guayaba Conotrachelus psidii Marshall (Coleoptera Curculionidae) en elcampo Agronomia Tropical 31(1-6) 123-130

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3233

Cave RD 1995 Manual para la ensentildeanza del control bioloacutegico en Ameacuterica LatinaZamorano Academic Press Zamorano Honduras 188p (primera edicioacuten)

Crocomo WB 1990 O que eacute o manejo integrado de pragas p 9-34 In CrocomoWB (coord) Manejo integrado de pragas Editora Unesp Satildeo Paulo CETESB 358p

Dolinski C 2003 Vermes que controlam insetos Guava News 1(1)8 (Goiabraacutes)

Follet PA amp KW Vick 2002 Desarrollo de estrategias de manejo integrado deplagas para eliminar las barreras sanitarias que restringen la exportacioacuten de productosagriacutecolas Manejo Integrado de Plagas y Agroecologia 65 43-49

Gallo D O Nakano S Silveira Neto RPL Carvalho GC Baptista E Berti FilhoJRP Parra RA Zucchi SB Alves JD Vendramim LC Marchini JRS Lopes ampC Omoto 2002 Entomologia Agriacutecola FEALQ Piracicaba 920p

Gonzaga Neto L amp JM Soares 1994 Goiaba para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos daproduccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa-SPI 49p - (Seacuterie Publicaccedilotildees Teacutecnicas FRUPEX 5)

Gould WP amp A Raga 2002 Pests of guava p295-313 In JE Pentildea JL Sharp ampM Wysoki (eds) Tropical fruit pests and pollinators biology economic importancenatural enemies and control CABI Publishing New York NY

Kogan M amp M Shenk 2002 Conceptualizacioacuten del manejo integrado de plagas enescalas espaciales y niveles de integracioacuten maacutes amplios Manejo Integrado de Plagas yAgroecologia 65 34-42

Malavasi A amp RA Zucchi 2000 Moscas-das-frutas de importacircncia econocircmica noBrasil conhecimento baacutesico e aplicado Holos Editora Ribeiratildeo Preto 327p

Nicholls C amp M Altieri 2002 Biodivesidad y disentildeo agroecoloacutegico un estudio dede manejo de plagas en vintildeedos Manejo Integrado de Plagas y Agroecologia 65 50-64

Norris RF EP Caswell-Chen amp M Kogan 2003 Concepts in integrated pestmanagement Prentice Hall Upper Saddle River New Jersey 586p

Pereira FM amp SA Bortoli 1998 Pragas da goiabeira p 119-130 In BragaSobrinho R JE Cardoso amp FCO Freire (eds) Pragas das fruteiras tropicais deimportacircncia agroindustrial Embrapa-SPI Brasiacutelia Embrapa-CNPAT Fortaleza 209p

Silva AGDA CR Gonccedilalves DM Galvatildeo AJL Gonccedilalves J Gomes MNSilva amp L Simoni 1968 Quarto cataacutelogo dos insetos que vivem nas plantas do Brasilseus parasitos e predadores Parte II - 1o Tomo - Insetos hospedeiros e inimigosnaturais Min de Agric Dep de Def e Inspeccedilatildeo Agropecuaacuteria Rio de Janeiro 622p

Silva NA 1992 Taxonomia ciclo de vida e dinacircmica populacional de Costalimaitaferruginea (Fabr 1801) (Coleoptera Chrysomelidae) praga de Eucalyptus spp(Myrtaceae) Tese de Doutorado ESALQUSP Piracicaba SP 165p

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3333

Silveira Neto S 1990 Monitoramento e decisatildeo no controle de pragas p 71-86 InCrocomo WB (coord) Manejo integrado de pragas Editora Unesp Satildeo PauloCETESB 358p

Souza JC A Raga amp MA Souza 2003 Pragas da goiabeira EPAMIG BeloHorizonte 60p (EPAMIG Boletim Teacutecnico 71)

Page 16: goiabeira - 9_MIPpragas

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1633

32 Principais pragas da cultura

Conforme jaacute citado anteriormente a correta identificaccedilatildeo das pragas-chave da cultura compotildee o esteio de um programa de MIP pois satildeo elas que causam osmaiores prejuiacutezos devendo atrair toda a atenccedilatildeo por parte do agricultor

Atualmente para o Estado de Satildeo Paulo satildeo consideradas pragas-chave

da cultura da goiaba as seguintes espeacutecies para as quais se devem orientar omonitoramento e o controle

rArr besouro-amarelo Costalimaita ferruginea (Fabr 1801) (Coleoptera Chrysomelidae)

rArr ferrugem Puccinia psidii Wint

rArr gorgulho Conotrachelus psidii Marshall 1922 (Coleoptera Curculionidae)

rArr percevejos (complexo de espeacutecies)bull Monalonion annulipes Sign 1858 (Hemiptera Miridae) bull Leptoglossus gonagra (Fabr 1775) (Hemiptera Coreidae)bull Leptoglossus stigma (Herbst 1784) (Hemiptera Coreidae)bull Leptoglossus zonatus (Dallas 1852) (Hemiptera Coreidae)bull Leptoglossus fasciatus (West 1842) (Hemiptera Coreidae)bull Holhymenia clavigera (Herbst 1784) (Hemiptera Coreidae)

rArr psiliacutedeo Triozoida sp (Hemiptera Psyllidae)

Com relaccedilatildeo agraves moscas-das-frutas (Diptera Teprhitidae e Lonchaeidae)representadas principalmente pelas espeacutecies Anastrepha fraterculus (Wied) A

sororcula Zucchi A bistrigata Bezzi Ceratitis capitata (Wied) e Neosilba sp satildeoconsideradas as pragas mais importantes do ponto de vista quarentenaacuterio quando a

produccedilatildeo se destina agrave exportaccedilatildeo Poreacutem devido ao sistema adotado para a conduccedilatildeo dagoiabeira deixam de ser praga principal uma vez que os frutos satildeo ensacados aoalcanccedilarem cerca de 2-3cm de diacircmetro (Figura 8)

A seguir seraacute apresentada de forma objetiva a proposta de MIP para cadapraga-chave levando-se em consideraccedilatildeo no miacutenimo oito paracircmetros informativosnecessaacuterios para que o manejo possa ser implementado tais comoa) Nome cientiacutefico da pragab) Hospedeiros alternativosc) Inimigos naturaisd) Aspectos bioloacutegicos da pragae) Condiccedilotildees favoraacuteveisf) Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos

g) Monitoramento e niacutevel de accedilatildeoh) Manejo cultural

321 Besouro-amarelo

Nome cientiacutefico Costalimaita ferruginea (Coleoptera Chrysomelidae)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1733

Hospedeiros alternativos Trata-se de uma praga poliacutefaga atacando natildeo soacute fruteirasmas tambeacutem outras espeacutecies como eucaliptos algodoeiro araccedilaacute capim-marmeladafeijoeiro etc Entre as fruteiras ataca as folhas de abacateiro bananeira cajueiromacieira jaboticabeira jambeiro jambolatildeo pitangueira videira e mangueira

Inimigos naturais Haacute relato da sua predaccedilatildeo por Supputius cincticeps (Hemiptera

Pentatomidae) Tynacantha marginata (Hemiptera Pentatomidae) Arilus carinatus(Hemiptera Reduviidae) Misumenops pallens (Araneae Thomisidae) Peucetia sp(Araneae Oxyopidae) e os fungos entomopatogecircnicos Beauveria bassiana e

Metarhizium anisopliae var anisopliae

Aspectos bioloacutegicos A fecircmea faz apenas uma postura contendo em meacutedia cerca de 90ovos de coloraccedilatildeo amarela e brilhante com periacuteodo de incubaccedilatildeo durando cerca de 8-9dias As larvas vivem no solo onde se alimentam de raiacutezes de gramiacuteneas No periacuteodolarval apenas satildeo conhecidos ateacute o momento dois estaacutedios de desenvolvimento (1o e 2o iacutenstares) sendo que o primeiro instar dura 19 dias e o segundo cerca de 35 dias Osadultos emergem do solo apoacutes a ocorrecircncia de chuvas que propiciem um bommolhamento do mesmo

Condiccedilotildees favoraacuteveis A eacutepoca normal de ocorrecircncia da praga eacute nos meses finais daprimavera logo apoacutes a ocorrecircncia de chuvas suficientemente pesadas para propiciaremum bom molhamento do solo

Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos O inseto emerge do solo com as primeiras chuvas pesadas(mais de 20 mm) de primavera (outubronovembro) que possibilitem seu bommolhamento O periacuteodo criacutetico se inicia cerca de 5 dias apoacutes estas chuvas prolongando-se por aproximadamente 2 semanas No Estado de Satildeo Paulo o ataque da praga ocorreprincipalmente no periacuteodo de setembro a marccedilo

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo No periacuteodo criacutetico monitorar a cada 2-3 dias 2 dasplantas do talhatildeo ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo de preferecircncia nas bordadurasVerificar a presenccedila do inseto ou de seus danos (folhas rendadas) nos ramos terminaisde cada quadrante da planta Constatada a presenccedila do inseto ou de seus danos a plantaseraacute considerada infestadaO niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 20 das plantas monitoradas estiverem infestadasPor se tratar de uma praga que normalmente vem de fora do pomar a inspeccedilatildeo deveraacuteser realizada de preferecircncia na sua periferia considerando as trecircs primeiras plantas oulinhas do talhatildeo

Manejo cultural Na instalaccedilatildeo de novos pomares deve ser considerada a presenccedila nasproximidades de culturas altamente visadas pela praga como eacute o caso do eucalipto Osolo deveraacute ser mantido vegetado para dificultar que o inseto complete o seu ciclobioloacutegico aleacutem de favorecer a atividade de possiacuteveis inimigos naturais

322 Ferrugem

Agente Puccinia psidii

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1833

Hospedeiros alternativos O fungo ataca vaacuterias mirtaacuteceas incluindo o eucalipto e a jaboticabeira

Antagonistas Natildeo satildeo conhecidos antagonistas deste fungo

Etiologia No pomar o fungo eacute disseminado pelos ventos ocorrendo vaacuterios ciclos da

praga no mesmo ano agriacutecola acompanhando os surtos vegetativos

Condiccedilotildees favoraacuteveis Presenccedila de tecidos jovens de ramos folhas bototildees florais efrutos novos sob condiccedilotildees climaacuteticas favoraacuteveis que satildeo umidade relativa igual ousuperior a 90 por mais de 8 horas e temperatura entre 18ordm e 25ordmC o que normalmenteocorre nas estaccedilotildees de outono e inverno Condiccedilotildees de baixa luminosidade favorecembastante a infecccedilatildeo

Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos Esse periacuteodo comeccedila logo apoacutes a poda quando se inicia abrotaccedilatildeo ateacute duas semanas apoacutes as folhas atingirem o seu completo desenvolvimento eos frutos apresentarem diacircmetro de pelo menos trecircs cm quando estas condiccedilotildees foremcoincidentes com umidade e temperatura favoraacuteveis ao desenvolvimento do fungo o

que normalmente ocorre nos meses de outono e inverno

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo Deve ser realizado no periacuteodo criacutetico compreendendoos estaacutedios de brotaccedilatildeo ateacute quando os frutos atingirem cerca de trecircs cm de diacircmetro(estaacutedio 6) sob as condiccedilotildees de clima favoraacuteveis ao fungo Monitorar semanalmente 2das plantas ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo inspecionando-se o terccedilo inferior daregiatildeo central da copa e observando-se a ocorrecircncia do fungo nas folhas novas bototildeesflorais flores e frutos Constatando-se sintomas da presenccedila do fungo em qualquer dosoacutergatildeos examinados a planta seraacute considerada infectadaDurante o periacuteodo criacutetico o niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 10 das plantasmonitoradas estiverem infectadas Apoacutes o teacutermino do periacuteodo criacutetico ou depois que osfrutos tenham sido ensacados o niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 20 das plantasmonitoradas estiverem infectadas

Manejo cultural No manejo cultural devem considerar os seguintes aspectosa) Em novos pomares evitar a proximidade com outras mirtaacuteceas principalmenteeucaliptosb) Preferir variedades com maior toleracircncia agrave doenccedila e utilizar espaccedilamentos maioresc) Efetuar podas que propiciem maior arejamento da copad) Realizar desbrotas sistemaacuteticase) Fazer o manejo das plantas invasoras por meio de roccediladasf) Evitar o excesso de adubaccedilatildeo nitrogenadag) Utilizar irrigaccedilatildeo sub-copah) Natildeo realizar mais de trecircs aplicaccedilotildees seguidas com fungicidas sistecircmicos devendosempre alternar com um de contato para evitar a formaccedilatildeo de raccedilas resistentesi) Na utilizaccedilatildeo de fungicidas agrave base de cobre acrescentar agrave calda 05 de oacuteleo mineralou vegetal emulsionaacutevel como medida auxiliar no controle de cochonilhas

323 Gorgulho

Nome cientiacutefico Conotrachelus psidii (Coleoptera Curculionidae)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1933

Hospedeiros alternativos Goiabeiras e araccedilazeiros satildeo citados como hospedeiros dapraga

Inimigos naturais Formigas predadoras Pheidole oxyops Ectatoma planidens

Solenopsis invicta Neoponera villosa e Odontomachus bauri

Aspectos bioloacutegicos Para ovipositarem as fecircmeas fazem com o aparelho bucalperfuraccedilotildees em frutos onde colocam um uacutenico ovo Apoacutes 6 dias da postura ocorre aeclosatildeo da larva que penetra no interior do fruto onde se alimenta da polpa e dassementes Passados de 30 a 35 dias a larva abandona a fruta e se aprofunda no soloonde se transforma em pupa permanecendo nesse estaacutedio por 3 a 4 meses Apoacutes esseperiacuteodo havendo condiccedilotildees de umidade no solo o adulto emerge originando uma novageraccedilatildeo da praga Os adultos de ambos os sexos se alimentam dos bototildees floraisdeixando pequenas perfuraccedilotildees

Condiccedilatildeo favoraacutevel Deve haver umidade no solo para que ocorra a emergecircncia doadulto

Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos Quando os estaacutedios de chumbinho (estaacutedio 4) ateacute que osfrutos atinjam 2 a 3 cm de diacircmetro (estaacutedio 6) coincidirem com a eacutepoca quente echuvosa

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo No periacuteodo criacutetico monitorar semanalmente 2 dasplantas do talhatildeo ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo observando-se um fruto em cadaquadrante no terccedilo meacutedio da copa Ao ser encontrado um fruto atacado examinar pelomenos mais 20 frutos da mesma planta Caso haja outros frutos atacados proceder aomonitoramento nas 4 plantas vizinhas Havendo frutos atacados em pelo menos uma dasplantas vizinhas o conjunto seraacute considerado infestadoO niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 20 dos conjuntos monitorados estivereminfestados

Manejo cultural Eliminar os frutos pequenos que apresentarem sintomas de ataque porocasiatildeo do raleio Recomenda-se coletar e destruir todos os frutos desenvolvidos eoumaduros com sintomas de ataque da praga uma vez que os frutos nesta idade ao caiacuteremno solo e apodrecerem propiciaratildeo continuidade ao ciclo de vida das larvas dogorgulho favorecendo o iniacutecio de uma nova geraccedilatildeo da praga

324 Percevejos

Nomes cientiacuteficos Monalonion annulipes (Hemiptera Miridae) (percevejo-da-verrugose) Leptoglossus gonagra (Hemiptera Coreidae) Leptoglossus stigma (Hemiptera Coreidae) Leptoglossus zonatus (Hemiptera Coreidae) Leptoglossus fasciatus (Hemiptera Coreidae) Holhymenia clavigera (Hemiptera Coreidae)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2033

Hospedeiros alternativos Estas espeacutecies satildeo altamente poliacutefagas Assim satildeo referidascomo pragas da maioria das espeacutecies frutiacuteferas cultivadas comercialmente aleacutem deatacarem tambeacutem espeacutecies bastante distintas como eacute o caso do milho cucurbitaacuteceasmamoneira algodoeiro e girassol Algumas espeacutecies tecircm bastante afinidade com plantasdaninhas como eacute o caso do melatildeo-de-satildeo-caetano ( Mormodica charantia) hospedeiroclaacutessico de L gonagra guanxuma (Sida sp) de L zonatus mussambecirc (Cleome sp) de

L gonagra etc

Inimigos naturais Adultos de H clavigera satildeo parasitados por Hexacladia smithii (Hymenoptera Encyrtidae) e Gryon gallardoi e Gryon sp (Hymenoptera Scelionidae)Parasitam ovos de L zonatus Trichopoda pennipes (Diptera Tachinidae) parasitaadultos de L zonatus Eucelatoriopsis sp e Hydallohoughia sp (Diptera Tachinidae)atacam percevejos Gryon barbiellinii (Hymenoptera Scelionidae) eacute parasitoacuteide de ovosde percevejos Na regiatildeo de Campinas SP foi observado que cerca de 80 dos ovos de

Leptoglossus spp estavam parasitados por Neorileya sp (Hymenoptera Eurytomidae)

Aspectos bioloacutegicos O ciclo evolutivo de L zonatus eacute de 60 dias em temperaturasamenas O ciclo de L gonagra varia de 80 a 90 dias com um periacuteodo de incubaccedilatildeo de 8

dias e fase ninfal de 55 dias

Condiccedilotildees favoraacuteveis Periacuteodos com altas temperaturas satildeo bastante favoraacuteveis aosinsetos Apesar de se alimentarem tambeacutem das partes vegetativas a presenccedila de frutos eacutemuito favoraacutevel ao aumento da populaccedilatildeo L zonatus e L gonagra que ocorrem o anotodo com picos populacionais de novembro a abril H clavigera ocorrepreferencialmente de setembro a abril com pico em janeiro

Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos Os percevejos atacam bototildees florais e frutos em todos osseus estaacutedios de desenvolvimento Os bototildees florais quando picados geralmente caeme os frutos mais desenvolvidos ficam deformados com cicatrizes bem visiacuteveis noslocais onde o inseto faz a punctura para a sua alimentaccedilatildeo Considerar como periacuteodocriacutetico a fase de formaccedilatildeo do botatildeo floral (entre os estaacutedios 2 e 3) ateacute a colheita (estaacutedio7)

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo No periacuteodo criacutetico monitorar semanalmente 2 dasplantas do talhatildeo ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo observando-se a presenccedila deinsetos (adultos ou ninfas) ou sinais do ataque da praga em frutos ou bototildees florais emdois ramos localizados no terccedilo meacutedio da copa em cada quadrante da planta Quandofor encontrado um inseto ou oacutergatildeo injuriado (fruto eou botatildeo floral) a planta seraacuteconsiderada infestadaO niacutevel de accedilatildeo seraacute alcanccedilado quando 20 das plantas monitoradas estivereminfestadas

Manejo cultural Eliminar os frutos pequenos que apresentarem sintomas de ataque porocasiatildeo do raleio As plantas infestantes no interior e em torno do pomar devem sermantidas com o porte baixo durante os periacuteodos favoraacuteveis agrave presenccedila da praga

325 Psiliacutedeo

Nome cientiacutefico Triozoida sp (Hemiptera Psyllidae)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2133

Hospedeiros alternativos Natildeo se conhecem relatos de ocorrecircncia desta praga emoutras culturas apesar de ser constatada sua ocorrecircncia em diversas plantas infestantes

Inimigos naturais Satildeo relatadas como espeacutecies predadoras as joaninhas Cycloneda

sanguinea Olla abdominalis e Scymnus spp aracniacutedeos crisopiacutedeos hemerobiiacutedeos

sirfiacutedeos e estafiliniacutedeos Moscas cecidomiiacutedeas e micro-himenoacutepteros calcidiacutedeos eencirtiacutedeos (Psyllaephagus sp) satildeo relatados como parasitoacuteides de psiliacutedeosCladosporium cladosporioides eacute relatado como agente patogecircnico

Aspectos bioloacutegicos As fecircmeas efetuam a postura ao longo dos ramos ponteiros efolhas novas O periacuteodo de incubaccedilatildeo eacute de 7 a 9 dias e o ninfal variaacutevel de 29 a 35 diasAs ninfas sugam os bordos das folhas que devido agraves toxinas injetadas enrolam-se edeformam-se adquirindo coloraccedilatildeo amarelada ou avermelhada tornando-seposteriormente necrosadas

Condiccedilotildees favoraacuteveis O periacuteodo mais favoraacutevel ao ataque eacute o compreendido pelosmeses de primaveraveratildeo quando as temperaturas satildeo elevadas geralmente associadas

com alto iacutendice pluviomeacutetrico

Periacuteodo e estaacutedio criacutetico Apoacutes a poda quando da emissatildeo das novas brotaccedilotildees ateacute oiniacutecio de desenvolvimento do fruto (estaacutedio 2 a estaacutedio 4)

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo No periacuteodo criacutetico monitorar semanalmente 2 dasplantas do talhatildeo ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo Em cada planta a ser monitoradaverificar a presenccedila de sintomas de ataque ou de ovos ninfas ou adultos do inseto nosdois uacuteltimos pares de folhas em um ramo por quadrante localizado no terccedilo superior dacopa (Figura 7) A planta seraacute considerada infestada quando for constatada a presenccedilado inseto ou de seus danos em pelo menos um quadrante da plantaO niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 30 das plantas monitoradas estiverem infestadasNo periacuteodo natildeo criacutetico o niacutevel de accedilatildeo eacute maior ou seja quando 50 das plantasestiverem infestadas

Manejo cultural O solo deve ser mantido constantemente vegetado sendo o manejodas plantas infestantes feito por meio de roccediladas a fim de permitir a manutenccedilatildeo dafauna de inimigos naturais A adubaccedilatildeo nitrogenada deveraacute ser feita com cuidado paraevitar a brotaccedilatildeo excessiva da planta o que favoreceria a sua colonizaccedilatildeo pela pragaInseticidas piretroacuteides natildeo deveratildeo ser utilizados na cultura por causarem desequiliacutebriosbioloacutegicos favorecendo a incidecircncia desta praga

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2233

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2333

MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM GOIABAMANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM GOIABA

Fenologia da Goiabeira - Pragas e DoenccedilasFenologia da Goiabeira - Pragas e Doenccedilas

0 30 60 120 180

P o d a

B r o t a

ccedil atilde o

F l o r e s c i m e n t o

F r u t

o s

ldquo C h u

m b i

n h o rdquo

F r u t o

s c o

m 2 a 3 c m

d e

d i acirc m

e t r o

C o l

150

F r u t

o s c o m

1 5 c m

d e

d i acirc m

e t r o

E s t aacute d

i o 1

E s t aacute d

i o 2

E s t aacute d

i o 3

E s t aacute d

i o 4

E s t aacute d

i o 5

E s t aacute d

i o 6

Gorgulho e Percevejos

Besouro-amarelo e Psiliacutedeo

Ferrugem

ensacamentoensacamento

Figura 8 Fenologia da goiabeira conduzida pelo sistema de poda total e os periacuteodos criacuteticos de cada praga

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2433

34 Procedimentos aplicados para inspeccedilatildeo populacional das pragas

O sistema de MIP adotado na cultura da goiaba na regiatildeo de Campinas eValinhos no Estado de Satildeo Paulo consiste em levantamentos semanais para estimativadas pragas-chave e dos inimigos naturais

Os procedimentos para realizaccedilatildeo desse levantamento estatildeo resumidos na

Tabela 1 onde satildeo tambeacutem apresentados os niacuteveis de accedilatildeo para controle das pragas-chaveOs dados desse levantamento satildeo registrados em ficha proacutepria cujo

modelo eacute apresentado na Figura 9Nessa ficha constam tambeacutem informaccedilotildees sobre a presenccedila dos inimigos

naturais Para facilitar a identificaccedilatildeo desses artroacutepodos a Tabela 2 apresentainformaccedilotildees sobre a sua localizaccedilatildeo na planta e caracteriacutesticas de seu comportamento

35 Consideraccedilotildees sobre os inimigos naturais presentes no pomar de goiaba

Os inimigos naturais satildeo componentes importantiacutessimos do Manejo

Integrado de Pragas dentro dos princiacutepios estabelecidos pela Produccedilatildeo Integrada deFrutas (PIF) O primeiro passo para tirar o melhor proveito do controle bioloacutegico eacuteconhecer as espeacutecies de pragas seus inimigos naturais e o potencial de controleexercido por eles no campo

Uma revisatildeo da literatura mostra que algumas pragas da goiaba satildeobastante atacadas por agentes de controle bioloacutegico enquanto outras natildeo o satildeo Eacute o casodo gorgulho que eacute atacado por algumas espeacutecies de formigas predadoras(Hymenoptera Formicidae) Adultos do percevejo H clavigera satildeo parasitados por

Hexacladia smithii (Hymenoptera Encyrtidae) Jaacute os percevejos do gecircnero Leptoglossus (Hemiptera Coreidae) satildeo atacados na fase de ovo pelos parasitoacuteidesGryon spp (Hymenoptera Scelionidae) quando adultos podem ser parasitados porTrichopoda pennipes Eucelatoriopsis sp e Hydallohoughia sp (Diptera Tachinidae)Mas eacute o psiliacutedeo juntamente com o besouro-amarelo que apresentam o maior nuacutemerode inimigos naturais conhecidos O psiacuteliacutedeo eacute predado pelas joaninhas Cycloneda

sanguinea e Scymnus spp (Coleoptera Coccinellidae) por crisopiacutedeos e hemerobiiacutedeos(Neuroptera) estafiliniacutedeos (Coleoptera) e aranhas Moscas cecidomiiacutedeas emicroimenoacutepteros calcidiacutedeos satildeo relatados como parasitoacuteides e o fungo Cladosporium

cladosporioides eacute citado como agente patogecircnico O besouro amarelo eacute predado pelospercevejos Supputius cincticeps (Hemiptera Pentatomidae) Tynacantha marginata

(Hemiptera Pentatomidae) Arilus carinatus (Hemiptera Reduviidae) pelas aranhas Misumenops pallens (Araneae Thomisidae) e Peucetia sp (Araneae Oxyopidae) eparasitados pelos fungos entomopatogecircnicos Beauveria bassiana e Metarhizium

anisopliae var anisopliaeEmbora a lista de inimigos naturais natildeo seja pequena pouco se sabe

sobre a sua real capacidade de controle Aleacutem disto a accedilatildeo dos inimigos naturais eacutemuito afetado pelo modo de o homem manejar o ambiente O solo completamentedesprovido de mato por exemplo pode natildeo ser favoraacutevel para a atraccedilatildeo e permanecircnciade inimigos naturais num local Contudo mais estudos satildeo necessaacuterios para entendermelhor essa relaccedilatildeo principalmente no caso da cultura da goiaba

Visando aumentar esse conhecimento bem como a relaccedilatildeo de inimigosexistentes a equipe do PIF-Goiaba tem feito levantamentos perioacutedicos na regiatildeo deCampinas - SP e alguns resultados jaacute foram obtidos Para os percevejos do gecircnero

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2533

Leptoglossus por exemplo verificou-se que cerca de 80 dos ovos depositados nasgoiabeiras estavam parasitados pelo micro-himenoacuteptero Neorileya sp (Eurytomidae)Atacando psiliacutedeo foram encontradas uma espeacutecie de joaninha Olla abdominalis (Coleoptera Coccinellidae) larvas de uma mosca da famiacutelia Syrphidae e uma espeacuteciede parasitoacuteide do gecircnero Psyllaephagus (Hymenoptera Encyrtidae) Paralelamenteestuda-se a possibilidade de se realizarem ensaios para avaliar a patogenicidade de

microrganismos agraves pragas-chave com o objetivo de ampliar a utilizaccedilatildeo do controlebioloacutegico na culturaPor outro lado como a capacitaccedilatildeo de recursos humanos faz parte da

filosofia da Produccedilatildeo Integrada de Frutas o material entomoloacutegico coletado nesseslevantamentos estaacute sendo fotografado para elaboraccedilatildeo de um manual ilustradocontendo natildeo soacute os insetos pragas em suas diversas fases de desenvolvimento mastambeacutem seus inimigos naturais Posteriormente esse manual serviraacute para orientar osprodutores aos quais tambeacutem estatildeo sendo ministrados cursos de treinamento

36 Consideraccedilotildees sobre os estudos de monitoramento de pragas

Aleacutem das pragas citadas anteriormente a goiabeira apresenta outrosorganismos de importacircncia que podem causar seacuterios prejuiacutezos agrave cultura poreacutem devidoaos aspectos do seu ciclo bioloacutegico natildeo eacute possiacutevel condicionar o controle dos mesmosao emprego de taacuteticas de MIP Como exemplo a goiabeira apresenta duas doenccedilas umacausada por bacteacuteria conhecida como seca-bacteriana ( Erwinia psidii) e outra causadapor fungo denominada antracnose (Colletotrichum gloeosporioides) entretanto devidoao caraacuteter explosivo de suas infecccedilotildees natildeo eacute possiacutevel monitoraacute-las diretamente nocampo Em ambos os casos a possibilidade de monitoramento se daria por intermeacutedioda utilizaccedilatildeo de estaccedilotildees de aviso onde os dados meteoroloacutegicos obtidoscorrelacionados com as informaccedilotildees da condiccedilatildeo favoraacutevel para infecccedilatildeo resultariamem uma informaccedilatildeo de previsibilidade de ataque dessas doenccedilas

Os estudos de monitoramento no campo que ainda se encontram emandamento tecircm detectado o surgimento de outras pragas causando seacuterios prejuiacutezos agravegoiabeira tais comoa) Aacutecaro-branco Polyphagotarsonemus latus (Banks 1904) (Acari Tarsonemidae) esseaacutecaro tem sido constatado causando injuacuterias nas brotaccedilotildees e frutos novosprincipalmente entre os estaacutedios de desenvolvimento 1 e 3 (Figura 8)b) Lagarta-do-ponteiro (Lepidoptera Tortricidae) conforme o seu proacuteprio nome essaslagartas instalam-se nas brotaccedilotildees da goiabeira danificando as folhas e os caules tenroscomprometendo o seu desenvolvimento As lagartas satildeo pequenas atingindo nomaacuteximo cerca de 1 cm de comprimento de coloraccedilatildeo verde pardacenta satildeo aacutegeis equando molestadas saltam para fora da brotaccedilatildeo podendo ficar penduradas por um fiode seda O adulto eacute uma pequena mariposa de cor acinzentada que tambeacutem natildeo chega aatingir 1 cm de comprimento Ateacute o momento nos monitoramentos natildeo foi constatada apresenccedila de adultos o que leva a crer que provavelmente esse inseto tenhacomportamento crepuscular ou noturno Tambeacutem natildeo haacute nenhuma informaccedilatildeo relatadaa respeito da ocorrecircncia desse inseto na cultura da goiabac) Lagarta-dos-frutos (Lepidoptera Tortricidae) as lagartas se instalam geralmente nosfruto ensacados ambiente propiacutecio para se desenvolverem danificando a casca e aporccedilatildeo da polpa logo abaixo Tambeacutem satildeo encontradas entre os frutos que ficamaglomerados no ramo As injuacuterias decorrentes de sua alimentaccedilatildeo prejudicam aaparecircncia dos frutos que satildeo descartados Foi constatado um talhatildeo em que a maioria

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2633

dos frutos se encontravam infestados acarretando um prejuiacutezo acima de 50 daproduccedilatildeo As lagartas satildeo aacutegeis apresentam coloraccedilatildeo verde na grande maioria dosindiviacuteduos medem cerca de 15 cm no maacuteximo Os adultos satildeo mariposas de coloraccedilatildeoparda ou ateacute mesmo acizentadas e chegam a medir cerca de 12 mm de comprimentoAteacute o momento natildeo foi constatada a presenccedila de adultos nos monitoramentosrealizados A exemplo da lagarta-dos-ponteiros tambeacutem natildeo haacute nenhuma informaccedilatildeo

relatada de sua ocorrecircncia

4 Consideraccedilotildees finais

A implementaccedilatildeo do MIP na cultura da goiaba reserva um grandedesafio pois diversos fatores de ordem regulatoacuteria econocircmica ambiental de proteccedilatildeohumana ecoloacutegica de praacuteticas culturais e as variaccedilotildees de clima determinaratildeo o usodesse sistema no futuro Portanto a aplicaccedilatildeo do MIP natildeo ficaraacute apenas sob aresponsabilidade do produtor mas a accedilatildeo deveraacute ser conjunta envolvendo asinstituiccedilotildees de pesquisa de extensatildeo e toda a cadeia produtiva da fruta

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2733

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2833

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2933

Tabela 2 Informaccedilotildees sobre os inimigos naturais mais frequumlentes na goiabeira com relaccedilatildeo agraves suas fases de vid

Inimigos Naturais Inspeccedilatildeo

1 Aacutecaro predador 991522 Nos ramos escolhidos para exame de psiliacutedeos inspecionarvelhas com auxiacutelio de uma lupa de 10x de aumento procurand

2 Aranhas 991522 Ao examinar as plantas amostradas procurar os adultos pri jovens eou ovos nos ninhos formados por teias entre as folhas

3 Crisopiacutedeos (bicho-lixeiro)991522 Ao examinar as plantas amostradas observar a presenccedila deadultos Geralmente satildeo encontrados em qualquer parte da pltronco)

4 Formigas 991522 Ao examinar as plantas amostradas procurar os insetos adu

5 Joaninhas 991522 Ao examinar as plantas amostradas observar a presenccedila dpreferencialmente nas folhas novas

6 Percevejos predadores 991522 Examinar as plantas amostradas procurando adultos ninf

localizam nas folhas do interior da copa7 Sirfiacutedeos (moscas que pairam no ar) 991522 Observar moscas que pairam no ar as larvas localizam-se

por ocasiatildeo da infestaccedilatildeo de psiacutelideos ou pulgotildees principalme8 Mosquinha-verde metaacutelica (Dolicopodiacutedeos) 991522 Os adultos satildeo aacutegeis e devem ser observados nas folhas loc

9 Vespas (marimbondos) 991522 Geralmente os adultos satildeo pequenas vespas caccediladoras qubrotaccedilotildees

10 Vespinhas (parasitoacuteides) 991522 Examinar as plantas amostradas procurando os insetos aduno interior da copa

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3033

FICHA DE INSPECcedilAtildeO DE PRAGAS E INIMIGOS NATURAIS PRODUCcedilAtildeO INTEGRADA DE GOIABA-SPPlantas inspecionadas

PragasQ 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

No

abc

Besouro-amarelo

dabc

Gorgulho

dabc

Percevejos

dabc

Psiliacutedeo

d

Ferrugem SInimigos Naturais E

LJoaninhasAOL

Crisopiacutedeos(bicho-lixeiro)

ANPercevejos

predadores AAacutecaro predador A

Aranhas AVespinhas A

Data _______________ Talhatildeo ___________ Estaacutegio fenoloacutegico 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6( ) 7( ) Inspetor

Legenda Q = quadrantes E = estaacutegio de vida dos inimigos naturais onde O = ovo L = larva N = ninfa A =

Figura 9 Modelo de ficha de amostragem utilizada no monitoramento das pragas e inimigos naturais na goiabei

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3133

Agradecimentos

Os autores agradecem aos teacutecnicos e produtores do Comitecirc Gestor daProduccedilatildeo Integrada de Frutas - Goiaba pelo total apoio que nos foi dispensado e queainda continuam incentivando com pleno entusiasmo no intuito de fortalecer cada vezmais a fruticultura brasileira Tambeacutem agradecemos os estagiaacuterios Guilherme de Melo e

Flaacutevia Calderari Marin pelo grande auxiacutelio nos trabalhos de monitoramento no campo ede laboratoacuterio Agradecemos tambeacutem ao engenheiro agrocircnomo Joseacute Emiacutelio Bettiol Netopela sua grande atuaccedilatildeo frente aos produtores de goiaba e que nunca mediu esforccedilos emnos ajudar nos estudos de monitoramento aleacutem das muitas informaccedilotildees que nosforneceu

Bibliografia consultada

Altieri MA EN Silva amp CI Nicholls 2003 O papel da biodiversidade no manejode pragas Holos Editora Ribeiratildeo Preto 226p

Bailez OE A M Viana ndashBailez JOG Lima amp DDO Moreira 2003 Life-historyof the guava weevil Conotrachelus psidii Marshal (Coleoptera Curculionidae) underlaboratory conditions Neotropical Entomology 32(2)203-207

Baldin ELL AL Boiccedila Juacutenior amp S Freitas 1998 Percevejo do maracujaacuteHolhymenia clavigera (Herb 1784) x Holhymenia histrio (Fabr 1803) (HemipteraCoreidae) p35 In 17o Congresso Brasileiro de Entomologia Resumos vol 1 SEBRio de Janeiro RJ

Barbosa FR A P Santos AT Haji WA Moreira FNP Haji amp J A Alencar1999 Eficiecircncia e seletividade do imidacloprid e lambdacyalothrin no controledopsiliacutedeo (Triozoida sp) em goiabeira Revista Brasileira de Fruticultura 21(3) 385-387

Barbosa FR AS Nascimento JV Oliveira JA Alencar amp FNP Haji 2001Pragas p29-54 In Barbosa FR (ed) Goiaba Fitossanidade Embrapa Semi-AacuteridoPetrolina Embrapa Brasiacutelia 63p (Frutas do Brasil 18)

Barbosa FR RG Ferreira LHP Kiill E A Souza WA Moreira JA Alencar ampFNP Haji 2002 Estudos do niacutevel de dano plantas invasoras hospedeiras e controledo psiliacutedeo da goiabeira (Triozoida sp) In XIX Congresso Brasileiro de EntomologiaManaus AM (Anais do Seminaacuterio do SEAG)

Boscaacuten de Martinez N amp R Casares 1980 El gorgojop de la guayaba Conotracheluspsidii Marshall (Coleoptera Curculionidae) I Evaluacioacuten de dantildeos AgronomiaTropical 30(1-6) 77-83

Boscaacuten de Martinez N amp R Casares 1981 Distribucioacutenen el tiempo de las fases delgorgojo de la guayaba Conotrachelus psidii Marshall (Coleoptera Curculionidae) en elcampo Agronomia Tropical 31(1-6) 123-130

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3233

Cave RD 1995 Manual para la ensentildeanza del control bioloacutegico en Ameacuterica LatinaZamorano Academic Press Zamorano Honduras 188p (primera edicioacuten)

Crocomo WB 1990 O que eacute o manejo integrado de pragas p 9-34 In CrocomoWB (coord) Manejo integrado de pragas Editora Unesp Satildeo Paulo CETESB 358p

Dolinski C 2003 Vermes que controlam insetos Guava News 1(1)8 (Goiabraacutes)

Follet PA amp KW Vick 2002 Desarrollo de estrategias de manejo integrado deplagas para eliminar las barreras sanitarias que restringen la exportacioacuten de productosagriacutecolas Manejo Integrado de Plagas y Agroecologia 65 43-49

Gallo D O Nakano S Silveira Neto RPL Carvalho GC Baptista E Berti FilhoJRP Parra RA Zucchi SB Alves JD Vendramim LC Marchini JRS Lopes ampC Omoto 2002 Entomologia Agriacutecola FEALQ Piracicaba 920p

Gonzaga Neto L amp JM Soares 1994 Goiaba para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos daproduccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa-SPI 49p - (Seacuterie Publicaccedilotildees Teacutecnicas FRUPEX 5)

Gould WP amp A Raga 2002 Pests of guava p295-313 In JE Pentildea JL Sharp ampM Wysoki (eds) Tropical fruit pests and pollinators biology economic importancenatural enemies and control CABI Publishing New York NY

Kogan M amp M Shenk 2002 Conceptualizacioacuten del manejo integrado de plagas enescalas espaciales y niveles de integracioacuten maacutes amplios Manejo Integrado de Plagas yAgroecologia 65 34-42

Malavasi A amp RA Zucchi 2000 Moscas-das-frutas de importacircncia econocircmica noBrasil conhecimento baacutesico e aplicado Holos Editora Ribeiratildeo Preto 327p

Nicholls C amp M Altieri 2002 Biodivesidad y disentildeo agroecoloacutegico un estudio dede manejo de plagas en vintildeedos Manejo Integrado de Plagas y Agroecologia 65 50-64

Norris RF EP Caswell-Chen amp M Kogan 2003 Concepts in integrated pestmanagement Prentice Hall Upper Saddle River New Jersey 586p

Pereira FM amp SA Bortoli 1998 Pragas da goiabeira p 119-130 In BragaSobrinho R JE Cardoso amp FCO Freire (eds) Pragas das fruteiras tropicais deimportacircncia agroindustrial Embrapa-SPI Brasiacutelia Embrapa-CNPAT Fortaleza 209p

Silva AGDA CR Gonccedilalves DM Galvatildeo AJL Gonccedilalves J Gomes MNSilva amp L Simoni 1968 Quarto cataacutelogo dos insetos que vivem nas plantas do Brasilseus parasitos e predadores Parte II - 1o Tomo - Insetos hospedeiros e inimigosnaturais Min de Agric Dep de Def e Inspeccedilatildeo Agropecuaacuteria Rio de Janeiro 622p

Silva NA 1992 Taxonomia ciclo de vida e dinacircmica populacional de Costalimaitaferruginea (Fabr 1801) (Coleoptera Chrysomelidae) praga de Eucalyptus spp(Myrtaceae) Tese de Doutorado ESALQUSP Piracicaba SP 165p

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3333

Silveira Neto S 1990 Monitoramento e decisatildeo no controle de pragas p 71-86 InCrocomo WB (coord) Manejo integrado de pragas Editora Unesp Satildeo PauloCETESB 358p

Souza JC A Raga amp MA Souza 2003 Pragas da goiabeira EPAMIG BeloHorizonte 60p (EPAMIG Boletim Teacutecnico 71)

Page 17: goiabeira - 9_MIPpragas

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1733

Hospedeiros alternativos Trata-se de uma praga poliacutefaga atacando natildeo soacute fruteirasmas tambeacutem outras espeacutecies como eucaliptos algodoeiro araccedilaacute capim-marmeladafeijoeiro etc Entre as fruteiras ataca as folhas de abacateiro bananeira cajueiromacieira jaboticabeira jambeiro jambolatildeo pitangueira videira e mangueira

Inimigos naturais Haacute relato da sua predaccedilatildeo por Supputius cincticeps (Hemiptera

Pentatomidae) Tynacantha marginata (Hemiptera Pentatomidae) Arilus carinatus(Hemiptera Reduviidae) Misumenops pallens (Araneae Thomisidae) Peucetia sp(Araneae Oxyopidae) e os fungos entomopatogecircnicos Beauveria bassiana e

Metarhizium anisopliae var anisopliae

Aspectos bioloacutegicos A fecircmea faz apenas uma postura contendo em meacutedia cerca de 90ovos de coloraccedilatildeo amarela e brilhante com periacuteodo de incubaccedilatildeo durando cerca de 8-9dias As larvas vivem no solo onde se alimentam de raiacutezes de gramiacuteneas No periacuteodolarval apenas satildeo conhecidos ateacute o momento dois estaacutedios de desenvolvimento (1o e 2o iacutenstares) sendo que o primeiro instar dura 19 dias e o segundo cerca de 35 dias Osadultos emergem do solo apoacutes a ocorrecircncia de chuvas que propiciem um bommolhamento do mesmo

Condiccedilotildees favoraacuteveis A eacutepoca normal de ocorrecircncia da praga eacute nos meses finais daprimavera logo apoacutes a ocorrecircncia de chuvas suficientemente pesadas para propiciaremum bom molhamento do solo

Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos O inseto emerge do solo com as primeiras chuvas pesadas(mais de 20 mm) de primavera (outubronovembro) que possibilitem seu bommolhamento O periacuteodo criacutetico se inicia cerca de 5 dias apoacutes estas chuvas prolongando-se por aproximadamente 2 semanas No Estado de Satildeo Paulo o ataque da praga ocorreprincipalmente no periacuteodo de setembro a marccedilo

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo No periacuteodo criacutetico monitorar a cada 2-3 dias 2 dasplantas do talhatildeo ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo de preferecircncia nas bordadurasVerificar a presenccedila do inseto ou de seus danos (folhas rendadas) nos ramos terminaisde cada quadrante da planta Constatada a presenccedila do inseto ou de seus danos a plantaseraacute considerada infestadaO niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 20 das plantas monitoradas estiverem infestadasPor se tratar de uma praga que normalmente vem de fora do pomar a inspeccedilatildeo deveraacuteser realizada de preferecircncia na sua periferia considerando as trecircs primeiras plantas oulinhas do talhatildeo

Manejo cultural Na instalaccedilatildeo de novos pomares deve ser considerada a presenccedila nasproximidades de culturas altamente visadas pela praga como eacute o caso do eucalipto Osolo deveraacute ser mantido vegetado para dificultar que o inseto complete o seu ciclobioloacutegico aleacutem de favorecer a atividade de possiacuteveis inimigos naturais

322 Ferrugem

Agente Puccinia psidii

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1833

Hospedeiros alternativos O fungo ataca vaacuterias mirtaacuteceas incluindo o eucalipto e a jaboticabeira

Antagonistas Natildeo satildeo conhecidos antagonistas deste fungo

Etiologia No pomar o fungo eacute disseminado pelos ventos ocorrendo vaacuterios ciclos da

praga no mesmo ano agriacutecola acompanhando os surtos vegetativos

Condiccedilotildees favoraacuteveis Presenccedila de tecidos jovens de ramos folhas bototildees florais efrutos novos sob condiccedilotildees climaacuteticas favoraacuteveis que satildeo umidade relativa igual ousuperior a 90 por mais de 8 horas e temperatura entre 18ordm e 25ordmC o que normalmenteocorre nas estaccedilotildees de outono e inverno Condiccedilotildees de baixa luminosidade favorecembastante a infecccedilatildeo

Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos Esse periacuteodo comeccedila logo apoacutes a poda quando se inicia abrotaccedilatildeo ateacute duas semanas apoacutes as folhas atingirem o seu completo desenvolvimento eos frutos apresentarem diacircmetro de pelo menos trecircs cm quando estas condiccedilotildees foremcoincidentes com umidade e temperatura favoraacuteveis ao desenvolvimento do fungo o

que normalmente ocorre nos meses de outono e inverno

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo Deve ser realizado no periacuteodo criacutetico compreendendoos estaacutedios de brotaccedilatildeo ateacute quando os frutos atingirem cerca de trecircs cm de diacircmetro(estaacutedio 6) sob as condiccedilotildees de clima favoraacuteveis ao fungo Monitorar semanalmente 2das plantas ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo inspecionando-se o terccedilo inferior daregiatildeo central da copa e observando-se a ocorrecircncia do fungo nas folhas novas bototildeesflorais flores e frutos Constatando-se sintomas da presenccedila do fungo em qualquer dosoacutergatildeos examinados a planta seraacute considerada infectadaDurante o periacuteodo criacutetico o niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 10 das plantasmonitoradas estiverem infectadas Apoacutes o teacutermino do periacuteodo criacutetico ou depois que osfrutos tenham sido ensacados o niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 20 das plantasmonitoradas estiverem infectadas

Manejo cultural No manejo cultural devem considerar os seguintes aspectosa) Em novos pomares evitar a proximidade com outras mirtaacuteceas principalmenteeucaliptosb) Preferir variedades com maior toleracircncia agrave doenccedila e utilizar espaccedilamentos maioresc) Efetuar podas que propiciem maior arejamento da copad) Realizar desbrotas sistemaacuteticase) Fazer o manejo das plantas invasoras por meio de roccediladasf) Evitar o excesso de adubaccedilatildeo nitrogenadag) Utilizar irrigaccedilatildeo sub-copah) Natildeo realizar mais de trecircs aplicaccedilotildees seguidas com fungicidas sistecircmicos devendosempre alternar com um de contato para evitar a formaccedilatildeo de raccedilas resistentesi) Na utilizaccedilatildeo de fungicidas agrave base de cobre acrescentar agrave calda 05 de oacuteleo mineralou vegetal emulsionaacutevel como medida auxiliar no controle de cochonilhas

323 Gorgulho

Nome cientiacutefico Conotrachelus psidii (Coleoptera Curculionidae)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1933

Hospedeiros alternativos Goiabeiras e araccedilazeiros satildeo citados como hospedeiros dapraga

Inimigos naturais Formigas predadoras Pheidole oxyops Ectatoma planidens

Solenopsis invicta Neoponera villosa e Odontomachus bauri

Aspectos bioloacutegicos Para ovipositarem as fecircmeas fazem com o aparelho bucalperfuraccedilotildees em frutos onde colocam um uacutenico ovo Apoacutes 6 dias da postura ocorre aeclosatildeo da larva que penetra no interior do fruto onde se alimenta da polpa e dassementes Passados de 30 a 35 dias a larva abandona a fruta e se aprofunda no soloonde se transforma em pupa permanecendo nesse estaacutedio por 3 a 4 meses Apoacutes esseperiacuteodo havendo condiccedilotildees de umidade no solo o adulto emerge originando uma novageraccedilatildeo da praga Os adultos de ambos os sexos se alimentam dos bototildees floraisdeixando pequenas perfuraccedilotildees

Condiccedilatildeo favoraacutevel Deve haver umidade no solo para que ocorra a emergecircncia doadulto

Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos Quando os estaacutedios de chumbinho (estaacutedio 4) ateacute que osfrutos atinjam 2 a 3 cm de diacircmetro (estaacutedio 6) coincidirem com a eacutepoca quente echuvosa

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo No periacuteodo criacutetico monitorar semanalmente 2 dasplantas do talhatildeo ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo observando-se um fruto em cadaquadrante no terccedilo meacutedio da copa Ao ser encontrado um fruto atacado examinar pelomenos mais 20 frutos da mesma planta Caso haja outros frutos atacados proceder aomonitoramento nas 4 plantas vizinhas Havendo frutos atacados em pelo menos uma dasplantas vizinhas o conjunto seraacute considerado infestadoO niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 20 dos conjuntos monitorados estivereminfestados

Manejo cultural Eliminar os frutos pequenos que apresentarem sintomas de ataque porocasiatildeo do raleio Recomenda-se coletar e destruir todos os frutos desenvolvidos eoumaduros com sintomas de ataque da praga uma vez que os frutos nesta idade ao caiacuteremno solo e apodrecerem propiciaratildeo continuidade ao ciclo de vida das larvas dogorgulho favorecendo o iniacutecio de uma nova geraccedilatildeo da praga

324 Percevejos

Nomes cientiacuteficos Monalonion annulipes (Hemiptera Miridae) (percevejo-da-verrugose) Leptoglossus gonagra (Hemiptera Coreidae) Leptoglossus stigma (Hemiptera Coreidae) Leptoglossus zonatus (Hemiptera Coreidae) Leptoglossus fasciatus (Hemiptera Coreidae) Holhymenia clavigera (Hemiptera Coreidae)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2033

Hospedeiros alternativos Estas espeacutecies satildeo altamente poliacutefagas Assim satildeo referidascomo pragas da maioria das espeacutecies frutiacuteferas cultivadas comercialmente aleacutem deatacarem tambeacutem espeacutecies bastante distintas como eacute o caso do milho cucurbitaacuteceasmamoneira algodoeiro e girassol Algumas espeacutecies tecircm bastante afinidade com plantasdaninhas como eacute o caso do melatildeo-de-satildeo-caetano ( Mormodica charantia) hospedeiroclaacutessico de L gonagra guanxuma (Sida sp) de L zonatus mussambecirc (Cleome sp) de

L gonagra etc

Inimigos naturais Adultos de H clavigera satildeo parasitados por Hexacladia smithii (Hymenoptera Encyrtidae) e Gryon gallardoi e Gryon sp (Hymenoptera Scelionidae)Parasitam ovos de L zonatus Trichopoda pennipes (Diptera Tachinidae) parasitaadultos de L zonatus Eucelatoriopsis sp e Hydallohoughia sp (Diptera Tachinidae)atacam percevejos Gryon barbiellinii (Hymenoptera Scelionidae) eacute parasitoacuteide de ovosde percevejos Na regiatildeo de Campinas SP foi observado que cerca de 80 dos ovos de

Leptoglossus spp estavam parasitados por Neorileya sp (Hymenoptera Eurytomidae)

Aspectos bioloacutegicos O ciclo evolutivo de L zonatus eacute de 60 dias em temperaturasamenas O ciclo de L gonagra varia de 80 a 90 dias com um periacuteodo de incubaccedilatildeo de 8

dias e fase ninfal de 55 dias

Condiccedilotildees favoraacuteveis Periacuteodos com altas temperaturas satildeo bastante favoraacuteveis aosinsetos Apesar de se alimentarem tambeacutem das partes vegetativas a presenccedila de frutos eacutemuito favoraacutevel ao aumento da populaccedilatildeo L zonatus e L gonagra que ocorrem o anotodo com picos populacionais de novembro a abril H clavigera ocorrepreferencialmente de setembro a abril com pico em janeiro

Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos Os percevejos atacam bototildees florais e frutos em todos osseus estaacutedios de desenvolvimento Os bototildees florais quando picados geralmente caeme os frutos mais desenvolvidos ficam deformados com cicatrizes bem visiacuteveis noslocais onde o inseto faz a punctura para a sua alimentaccedilatildeo Considerar como periacuteodocriacutetico a fase de formaccedilatildeo do botatildeo floral (entre os estaacutedios 2 e 3) ateacute a colheita (estaacutedio7)

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo No periacuteodo criacutetico monitorar semanalmente 2 dasplantas do talhatildeo ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo observando-se a presenccedila deinsetos (adultos ou ninfas) ou sinais do ataque da praga em frutos ou bototildees florais emdois ramos localizados no terccedilo meacutedio da copa em cada quadrante da planta Quandofor encontrado um inseto ou oacutergatildeo injuriado (fruto eou botatildeo floral) a planta seraacuteconsiderada infestadaO niacutevel de accedilatildeo seraacute alcanccedilado quando 20 das plantas monitoradas estivereminfestadas

Manejo cultural Eliminar os frutos pequenos que apresentarem sintomas de ataque porocasiatildeo do raleio As plantas infestantes no interior e em torno do pomar devem sermantidas com o porte baixo durante os periacuteodos favoraacuteveis agrave presenccedila da praga

325 Psiliacutedeo

Nome cientiacutefico Triozoida sp (Hemiptera Psyllidae)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2133

Hospedeiros alternativos Natildeo se conhecem relatos de ocorrecircncia desta praga emoutras culturas apesar de ser constatada sua ocorrecircncia em diversas plantas infestantes

Inimigos naturais Satildeo relatadas como espeacutecies predadoras as joaninhas Cycloneda

sanguinea Olla abdominalis e Scymnus spp aracniacutedeos crisopiacutedeos hemerobiiacutedeos

sirfiacutedeos e estafiliniacutedeos Moscas cecidomiiacutedeas e micro-himenoacutepteros calcidiacutedeos eencirtiacutedeos (Psyllaephagus sp) satildeo relatados como parasitoacuteides de psiliacutedeosCladosporium cladosporioides eacute relatado como agente patogecircnico

Aspectos bioloacutegicos As fecircmeas efetuam a postura ao longo dos ramos ponteiros efolhas novas O periacuteodo de incubaccedilatildeo eacute de 7 a 9 dias e o ninfal variaacutevel de 29 a 35 diasAs ninfas sugam os bordos das folhas que devido agraves toxinas injetadas enrolam-se edeformam-se adquirindo coloraccedilatildeo amarelada ou avermelhada tornando-seposteriormente necrosadas

Condiccedilotildees favoraacuteveis O periacuteodo mais favoraacutevel ao ataque eacute o compreendido pelosmeses de primaveraveratildeo quando as temperaturas satildeo elevadas geralmente associadas

com alto iacutendice pluviomeacutetrico

Periacuteodo e estaacutedio criacutetico Apoacutes a poda quando da emissatildeo das novas brotaccedilotildees ateacute oiniacutecio de desenvolvimento do fruto (estaacutedio 2 a estaacutedio 4)

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo No periacuteodo criacutetico monitorar semanalmente 2 dasplantas do talhatildeo ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo Em cada planta a ser monitoradaverificar a presenccedila de sintomas de ataque ou de ovos ninfas ou adultos do inseto nosdois uacuteltimos pares de folhas em um ramo por quadrante localizado no terccedilo superior dacopa (Figura 7) A planta seraacute considerada infestada quando for constatada a presenccedilado inseto ou de seus danos em pelo menos um quadrante da plantaO niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 30 das plantas monitoradas estiverem infestadasNo periacuteodo natildeo criacutetico o niacutevel de accedilatildeo eacute maior ou seja quando 50 das plantasestiverem infestadas

Manejo cultural O solo deve ser mantido constantemente vegetado sendo o manejodas plantas infestantes feito por meio de roccediladas a fim de permitir a manutenccedilatildeo dafauna de inimigos naturais A adubaccedilatildeo nitrogenada deveraacute ser feita com cuidado paraevitar a brotaccedilatildeo excessiva da planta o que favoreceria a sua colonizaccedilatildeo pela pragaInseticidas piretroacuteides natildeo deveratildeo ser utilizados na cultura por causarem desequiliacutebriosbioloacutegicos favorecendo a incidecircncia desta praga

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2233

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2333

MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM GOIABAMANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM GOIABA

Fenologia da Goiabeira - Pragas e DoenccedilasFenologia da Goiabeira - Pragas e Doenccedilas

0 30 60 120 180

P o d a

B r o t a

ccedil atilde o

F l o r e s c i m e n t o

F r u t

o s

ldquo C h u

m b i

n h o rdquo

F r u t o

s c o

m 2 a 3 c m

d e

d i acirc m

e t r o

C o l

150

F r u t

o s c o m

1 5 c m

d e

d i acirc m

e t r o

E s t aacute d

i o 1

E s t aacute d

i o 2

E s t aacute d

i o 3

E s t aacute d

i o 4

E s t aacute d

i o 5

E s t aacute d

i o 6

Gorgulho e Percevejos

Besouro-amarelo e Psiliacutedeo

Ferrugem

ensacamentoensacamento

Figura 8 Fenologia da goiabeira conduzida pelo sistema de poda total e os periacuteodos criacuteticos de cada praga

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2433

34 Procedimentos aplicados para inspeccedilatildeo populacional das pragas

O sistema de MIP adotado na cultura da goiaba na regiatildeo de Campinas eValinhos no Estado de Satildeo Paulo consiste em levantamentos semanais para estimativadas pragas-chave e dos inimigos naturais

Os procedimentos para realizaccedilatildeo desse levantamento estatildeo resumidos na

Tabela 1 onde satildeo tambeacutem apresentados os niacuteveis de accedilatildeo para controle das pragas-chaveOs dados desse levantamento satildeo registrados em ficha proacutepria cujo

modelo eacute apresentado na Figura 9Nessa ficha constam tambeacutem informaccedilotildees sobre a presenccedila dos inimigos

naturais Para facilitar a identificaccedilatildeo desses artroacutepodos a Tabela 2 apresentainformaccedilotildees sobre a sua localizaccedilatildeo na planta e caracteriacutesticas de seu comportamento

35 Consideraccedilotildees sobre os inimigos naturais presentes no pomar de goiaba

Os inimigos naturais satildeo componentes importantiacutessimos do Manejo

Integrado de Pragas dentro dos princiacutepios estabelecidos pela Produccedilatildeo Integrada deFrutas (PIF) O primeiro passo para tirar o melhor proveito do controle bioloacutegico eacuteconhecer as espeacutecies de pragas seus inimigos naturais e o potencial de controleexercido por eles no campo

Uma revisatildeo da literatura mostra que algumas pragas da goiaba satildeobastante atacadas por agentes de controle bioloacutegico enquanto outras natildeo o satildeo Eacute o casodo gorgulho que eacute atacado por algumas espeacutecies de formigas predadoras(Hymenoptera Formicidae) Adultos do percevejo H clavigera satildeo parasitados por

Hexacladia smithii (Hymenoptera Encyrtidae) Jaacute os percevejos do gecircnero Leptoglossus (Hemiptera Coreidae) satildeo atacados na fase de ovo pelos parasitoacuteidesGryon spp (Hymenoptera Scelionidae) quando adultos podem ser parasitados porTrichopoda pennipes Eucelatoriopsis sp e Hydallohoughia sp (Diptera Tachinidae)Mas eacute o psiliacutedeo juntamente com o besouro-amarelo que apresentam o maior nuacutemerode inimigos naturais conhecidos O psiacuteliacutedeo eacute predado pelas joaninhas Cycloneda

sanguinea e Scymnus spp (Coleoptera Coccinellidae) por crisopiacutedeos e hemerobiiacutedeos(Neuroptera) estafiliniacutedeos (Coleoptera) e aranhas Moscas cecidomiiacutedeas emicroimenoacutepteros calcidiacutedeos satildeo relatados como parasitoacuteides e o fungo Cladosporium

cladosporioides eacute citado como agente patogecircnico O besouro amarelo eacute predado pelospercevejos Supputius cincticeps (Hemiptera Pentatomidae) Tynacantha marginata

(Hemiptera Pentatomidae) Arilus carinatus (Hemiptera Reduviidae) pelas aranhas Misumenops pallens (Araneae Thomisidae) e Peucetia sp (Araneae Oxyopidae) eparasitados pelos fungos entomopatogecircnicos Beauveria bassiana e Metarhizium

anisopliae var anisopliaeEmbora a lista de inimigos naturais natildeo seja pequena pouco se sabe

sobre a sua real capacidade de controle Aleacutem disto a accedilatildeo dos inimigos naturais eacutemuito afetado pelo modo de o homem manejar o ambiente O solo completamentedesprovido de mato por exemplo pode natildeo ser favoraacutevel para a atraccedilatildeo e permanecircnciade inimigos naturais num local Contudo mais estudos satildeo necessaacuterios para entendermelhor essa relaccedilatildeo principalmente no caso da cultura da goiaba

Visando aumentar esse conhecimento bem como a relaccedilatildeo de inimigosexistentes a equipe do PIF-Goiaba tem feito levantamentos perioacutedicos na regiatildeo deCampinas - SP e alguns resultados jaacute foram obtidos Para os percevejos do gecircnero

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2533

Leptoglossus por exemplo verificou-se que cerca de 80 dos ovos depositados nasgoiabeiras estavam parasitados pelo micro-himenoacuteptero Neorileya sp (Eurytomidae)Atacando psiliacutedeo foram encontradas uma espeacutecie de joaninha Olla abdominalis (Coleoptera Coccinellidae) larvas de uma mosca da famiacutelia Syrphidae e uma espeacuteciede parasitoacuteide do gecircnero Psyllaephagus (Hymenoptera Encyrtidae) Paralelamenteestuda-se a possibilidade de se realizarem ensaios para avaliar a patogenicidade de

microrganismos agraves pragas-chave com o objetivo de ampliar a utilizaccedilatildeo do controlebioloacutegico na culturaPor outro lado como a capacitaccedilatildeo de recursos humanos faz parte da

filosofia da Produccedilatildeo Integrada de Frutas o material entomoloacutegico coletado nesseslevantamentos estaacute sendo fotografado para elaboraccedilatildeo de um manual ilustradocontendo natildeo soacute os insetos pragas em suas diversas fases de desenvolvimento mastambeacutem seus inimigos naturais Posteriormente esse manual serviraacute para orientar osprodutores aos quais tambeacutem estatildeo sendo ministrados cursos de treinamento

36 Consideraccedilotildees sobre os estudos de monitoramento de pragas

Aleacutem das pragas citadas anteriormente a goiabeira apresenta outrosorganismos de importacircncia que podem causar seacuterios prejuiacutezos agrave cultura poreacutem devidoaos aspectos do seu ciclo bioloacutegico natildeo eacute possiacutevel condicionar o controle dos mesmosao emprego de taacuteticas de MIP Como exemplo a goiabeira apresenta duas doenccedilas umacausada por bacteacuteria conhecida como seca-bacteriana ( Erwinia psidii) e outra causadapor fungo denominada antracnose (Colletotrichum gloeosporioides) entretanto devidoao caraacuteter explosivo de suas infecccedilotildees natildeo eacute possiacutevel monitoraacute-las diretamente nocampo Em ambos os casos a possibilidade de monitoramento se daria por intermeacutedioda utilizaccedilatildeo de estaccedilotildees de aviso onde os dados meteoroloacutegicos obtidoscorrelacionados com as informaccedilotildees da condiccedilatildeo favoraacutevel para infecccedilatildeo resultariamem uma informaccedilatildeo de previsibilidade de ataque dessas doenccedilas

Os estudos de monitoramento no campo que ainda se encontram emandamento tecircm detectado o surgimento de outras pragas causando seacuterios prejuiacutezos agravegoiabeira tais comoa) Aacutecaro-branco Polyphagotarsonemus latus (Banks 1904) (Acari Tarsonemidae) esseaacutecaro tem sido constatado causando injuacuterias nas brotaccedilotildees e frutos novosprincipalmente entre os estaacutedios de desenvolvimento 1 e 3 (Figura 8)b) Lagarta-do-ponteiro (Lepidoptera Tortricidae) conforme o seu proacuteprio nome essaslagartas instalam-se nas brotaccedilotildees da goiabeira danificando as folhas e os caules tenroscomprometendo o seu desenvolvimento As lagartas satildeo pequenas atingindo nomaacuteximo cerca de 1 cm de comprimento de coloraccedilatildeo verde pardacenta satildeo aacutegeis equando molestadas saltam para fora da brotaccedilatildeo podendo ficar penduradas por um fiode seda O adulto eacute uma pequena mariposa de cor acinzentada que tambeacutem natildeo chega aatingir 1 cm de comprimento Ateacute o momento nos monitoramentos natildeo foi constatada apresenccedila de adultos o que leva a crer que provavelmente esse inseto tenhacomportamento crepuscular ou noturno Tambeacutem natildeo haacute nenhuma informaccedilatildeo relatadaa respeito da ocorrecircncia desse inseto na cultura da goiabac) Lagarta-dos-frutos (Lepidoptera Tortricidae) as lagartas se instalam geralmente nosfruto ensacados ambiente propiacutecio para se desenvolverem danificando a casca e aporccedilatildeo da polpa logo abaixo Tambeacutem satildeo encontradas entre os frutos que ficamaglomerados no ramo As injuacuterias decorrentes de sua alimentaccedilatildeo prejudicam aaparecircncia dos frutos que satildeo descartados Foi constatado um talhatildeo em que a maioria

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2633

dos frutos se encontravam infestados acarretando um prejuiacutezo acima de 50 daproduccedilatildeo As lagartas satildeo aacutegeis apresentam coloraccedilatildeo verde na grande maioria dosindiviacuteduos medem cerca de 15 cm no maacuteximo Os adultos satildeo mariposas de coloraccedilatildeoparda ou ateacute mesmo acizentadas e chegam a medir cerca de 12 mm de comprimentoAteacute o momento natildeo foi constatada a presenccedila de adultos nos monitoramentosrealizados A exemplo da lagarta-dos-ponteiros tambeacutem natildeo haacute nenhuma informaccedilatildeo

relatada de sua ocorrecircncia

4 Consideraccedilotildees finais

A implementaccedilatildeo do MIP na cultura da goiaba reserva um grandedesafio pois diversos fatores de ordem regulatoacuteria econocircmica ambiental de proteccedilatildeohumana ecoloacutegica de praacuteticas culturais e as variaccedilotildees de clima determinaratildeo o usodesse sistema no futuro Portanto a aplicaccedilatildeo do MIP natildeo ficaraacute apenas sob aresponsabilidade do produtor mas a accedilatildeo deveraacute ser conjunta envolvendo asinstituiccedilotildees de pesquisa de extensatildeo e toda a cadeia produtiva da fruta

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2733

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2833

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2933

Tabela 2 Informaccedilotildees sobre os inimigos naturais mais frequumlentes na goiabeira com relaccedilatildeo agraves suas fases de vid

Inimigos Naturais Inspeccedilatildeo

1 Aacutecaro predador 991522 Nos ramos escolhidos para exame de psiliacutedeos inspecionarvelhas com auxiacutelio de uma lupa de 10x de aumento procurand

2 Aranhas 991522 Ao examinar as plantas amostradas procurar os adultos pri jovens eou ovos nos ninhos formados por teias entre as folhas

3 Crisopiacutedeos (bicho-lixeiro)991522 Ao examinar as plantas amostradas observar a presenccedila deadultos Geralmente satildeo encontrados em qualquer parte da pltronco)

4 Formigas 991522 Ao examinar as plantas amostradas procurar os insetos adu

5 Joaninhas 991522 Ao examinar as plantas amostradas observar a presenccedila dpreferencialmente nas folhas novas

6 Percevejos predadores 991522 Examinar as plantas amostradas procurando adultos ninf

localizam nas folhas do interior da copa7 Sirfiacutedeos (moscas que pairam no ar) 991522 Observar moscas que pairam no ar as larvas localizam-se

por ocasiatildeo da infestaccedilatildeo de psiacutelideos ou pulgotildees principalme8 Mosquinha-verde metaacutelica (Dolicopodiacutedeos) 991522 Os adultos satildeo aacutegeis e devem ser observados nas folhas loc

9 Vespas (marimbondos) 991522 Geralmente os adultos satildeo pequenas vespas caccediladoras qubrotaccedilotildees

10 Vespinhas (parasitoacuteides) 991522 Examinar as plantas amostradas procurando os insetos aduno interior da copa

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3033

FICHA DE INSPECcedilAtildeO DE PRAGAS E INIMIGOS NATURAIS PRODUCcedilAtildeO INTEGRADA DE GOIABA-SPPlantas inspecionadas

PragasQ 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

No

abc

Besouro-amarelo

dabc

Gorgulho

dabc

Percevejos

dabc

Psiliacutedeo

d

Ferrugem SInimigos Naturais E

LJoaninhasAOL

Crisopiacutedeos(bicho-lixeiro)

ANPercevejos

predadores AAacutecaro predador A

Aranhas AVespinhas A

Data _______________ Talhatildeo ___________ Estaacutegio fenoloacutegico 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6( ) 7( ) Inspetor

Legenda Q = quadrantes E = estaacutegio de vida dos inimigos naturais onde O = ovo L = larva N = ninfa A =

Figura 9 Modelo de ficha de amostragem utilizada no monitoramento das pragas e inimigos naturais na goiabei

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3133

Agradecimentos

Os autores agradecem aos teacutecnicos e produtores do Comitecirc Gestor daProduccedilatildeo Integrada de Frutas - Goiaba pelo total apoio que nos foi dispensado e queainda continuam incentivando com pleno entusiasmo no intuito de fortalecer cada vezmais a fruticultura brasileira Tambeacutem agradecemos os estagiaacuterios Guilherme de Melo e

Flaacutevia Calderari Marin pelo grande auxiacutelio nos trabalhos de monitoramento no campo ede laboratoacuterio Agradecemos tambeacutem ao engenheiro agrocircnomo Joseacute Emiacutelio Bettiol Netopela sua grande atuaccedilatildeo frente aos produtores de goiaba e que nunca mediu esforccedilos emnos ajudar nos estudos de monitoramento aleacutem das muitas informaccedilotildees que nosforneceu

Bibliografia consultada

Altieri MA EN Silva amp CI Nicholls 2003 O papel da biodiversidade no manejode pragas Holos Editora Ribeiratildeo Preto 226p

Bailez OE A M Viana ndashBailez JOG Lima amp DDO Moreira 2003 Life-historyof the guava weevil Conotrachelus psidii Marshal (Coleoptera Curculionidae) underlaboratory conditions Neotropical Entomology 32(2)203-207

Baldin ELL AL Boiccedila Juacutenior amp S Freitas 1998 Percevejo do maracujaacuteHolhymenia clavigera (Herb 1784) x Holhymenia histrio (Fabr 1803) (HemipteraCoreidae) p35 In 17o Congresso Brasileiro de Entomologia Resumos vol 1 SEBRio de Janeiro RJ

Barbosa FR A P Santos AT Haji WA Moreira FNP Haji amp J A Alencar1999 Eficiecircncia e seletividade do imidacloprid e lambdacyalothrin no controledopsiliacutedeo (Triozoida sp) em goiabeira Revista Brasileira de Fruticultura 21(3) 385-387

Barbosa FR AS Nascimento JV Oliveira JA Alencar amp FNP Haji 2001Pragas p29-54 In Barbosa FR (ed) Goiaba Fitossanidade Embrapa Semi-AacuteridoPetrolina Embrapa Brasiacutelia 63p (Frutas do Brasil 18)

Barbosa FR RG Ferreira LHP Kiill E A Souza WA Moreira JA Alencar ampFNP Haji 2002 Estudos do niacutevel de dano plantas invasoras hospedeiras e controledo psiliacutedeo da goiabeira (Triozoida sp) In XIX Congresso Brasileiro de EntomologiaManaus AM (Anais do Seminaacuterio do SEAG)

Boscaacuten de Martinez N amp R Casares 1980 El gorgojop de la guayaba Conotracheluspsidii Marshall (Coleoptera Curculionidae) I Evaluacioacuten de dantildeos AgronomiaTropical 30(1-6) 77-83

Boscaacuten de Martinez N amp R Casares 1981 Distribucioacutenen el tiempo de las fases delgorgojo de la guayaba Conotrachelus psidii Marshall (Coleoptera Curculionidae) en elcampo Agronomia Tropical 31(1-6) 123-130

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3233

Cave RD 1995 Manual para la ensentildeanza del control bioloacutegico en Ameacuterica LatinaZamorano Academic Press Zamorano Honduras 188p (primera edicioacuten)

Crocomo WB 1990 O que eacute o manejo integrado de pragas p 9-34 In CrocomoWB (coord) Manejo integrado de pragas Editora Unesp Satildeo Paulo CETESB 358p

Dolinski C 2003 Vermes que controlam insetos Guava News 1(1)8 (Goiabraacutes)

Follet PA amp KW Vick 2002 Desarrollo de estrategias de manejo integrado deplagas para eliminar las barreras sanitarias que restringen la exportacioacuten de productosagriacutecolas Manejo Integrado de Plagas y Agroecologia 65 43-49

Gallo D O Nakano S Silveira Neto RPL Carvalho GC Baptista E Berti FilhoJRP Parra RA Zucchi SB Alves JD Vendramim LC Marchini JRS Lopes ampC Omoto 2002 Entomologia Agriacutecola FEALQ Piracicaba 920p

Gonzaga Neto L amp JM Soares 1994 Goiaba para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos daproduccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa-SPI 49p - (Seacuterie Publicaccedilotildees Teacutecnicas FRUPEX 5)

Gould WP amp A Raga 2002 Pests of guava p295-313 In JE Pentildea JL Sharp ampM Wysoki (eds) Tropical fruit pests and pollinators biology economic importancenatural enemies and control CABI Publishing New York NY

Kogan M amp M Shenk 2002 Conceptualizacioacuten del manejo integrado de plagas enescalas espaciales y niveles de integracioacuten maacutes amplios Manejo Integrado de Plagas yAgroecologia 65 34-42

Malavasi A amp RA Zucchi 2000 Moscas-das-frutas de importacircncia econocircmica noBrasil conhecimento baacutesico e aplicado Holos Editora Ribeiratildeo Preto 327p

Nicholls C amp M Altieri 2002 Biodivesidad y disentildeo agroecoloacutegico un estudio dede manejo de plagas en vintildeedos Manejo Integrado de Plagas y Agroecologia 65 50-64

Norris RF EP Caswell-Chen amp M Kogan 2003 Concepts in integrated pestmanagement Prentice Hall Upper Saddle River New Jersey 586p

Pereira FM amp SA Bortoli 1998 Pragas da goiabeira p 119-130 In BragaSobrinho R JE Cardoso amp FCO Freire (eds) Pragas das fruteiras tropicais deimportacircncia agroindustrial Embrapa-SPI Brasiacutelia Embrapa-CNPAT Fortaleza 209p

Silva AGDA CR Gonccedilalves DM Galvatildeo AJL Gonccedilalves J Gomes MNSilva amp L Simoni 1968 Quarto cataacutelogo dos insetos que vivem nas plantas do Brasilseus parasitos e predadores Parte II - 1o Tomo - Insetos hospedeiros e inimigosnaturais Min de Agric Dep de Def e Inspeccedilatildeo Agropecuaacuteria Rio de Janeiro 622p

Silva NA 1992 Taxonomia ciclo de vida e dinacircmica populacional de Costalimaitaferruginea (Fabr 1801) (Coleoptera Chrysomelidae) praga de Eucalyptus spp(Myrtaceae) Tese de Doutorado ESALQUSP Piracicaba SP 165p

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3333

Silveira Neto S 1990 Monitoramento e decisatildeo no controle de pragas p 71-86 InCrocomo WB (coord) Manejo integrado de pragas Editora Unesp Satildeo PauloCETESB 358p

Souza JC A Raga amp MA Souza 2003 Pragas da goiabeira EPAMIG BeloHorizonte 60p (EPAMIG Boletim Teacutecnico 71)

Page 18: goiabeira - 9_MIPpragas

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1833

Hospedeiros alternativos O fungo ataca vaacuterias mirtaacuteceas incluindo o eucalipto e a jaboticabeira

Antagonistas Natildeo satildeo conhecidos antagonistas deste fungo

Etiologia No pomar o fungo eacute disseminado pelos ventos ocorrendo vaacuterios ciclos da

praga no mesmo ano agriacutecola acompanhando os surtos vegetativos

Condiccedilotildees favoraacuteveis Presenccedila de tecidos jovens de ramos folhas bototildees florais efrutos novos sob condiccedilotildees climaacuteticas favoraacuteveis que satildeo umidade relativa igual ousuperior a 90 por mais de 8 horas e temperatura entre 18ordm e 25ordmC o que normalmenteocorre nas estaccedilotildees de outono e inverno Condiccedilotildees de baixa luminosidade favorecembastante a infecccedilatildeo

Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos Esse periacuteodo comeccedila logo apoacutes a poda quando se inicia abrotaccedilatildeo ateacute duas semanas apoacutes as folhas atingirem o seu completo desenvolvimento eos frutos apresentarem diacircmetro de pelo menos trecircs cm quando estas condiccedilotildees foremcoincidentes com umidade e temperatura favoraacuteveis ao desenvolvimento do fungo o

que normalmente ocorre nos meses de outono e inverno

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo Deve ser realizado no periacuteodo criacutetico compreendendoos estaacutedios de brotaccedilatildeo ateacute quando os frutos atingirem cerca de trecircs cm de diacircmetro(estaacutedio 6) sob as condiccedilotildees de clima favoraacuteveis ao fungo Monitorar semanalmente 2das plantas ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo inspecionando-se o terccedilo inferior daregiatildeo central da copa e observando-se a ocorrecircncia do fungo nas folhas novas bototildeesflorais flores e frutos Constatando-se sintomas da presenccedila do fungo em qualquer dosoacutergatildeos examinados a planta seraacute considerada infectadaDurante o periacuteodo criacutetico o niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 10 das plantasmonitoradas estiverem infectadas Apoacutes o teacutermino do periacuteodo criacutetico ou depois que osfrutos tenham sido ensacados o niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 20 das plantasmonitoradas estiverem infectadas

Manejo cultural No manejo cultural devem considerar os seguintes aspectosa) Em novos pomares evitar a proximidade com outras mirtaacuteceas principalmenteeucaliptosb) Preferir variedades com maior toleracircncia agrave doenccedila e utilizar espaccedilamentos maioresc) Efetuar podas que propiciem maior arejamento da copad) Realizar desbrotas sistemaacuteticase) Fazer o manejo das plantas invasoras por meio de roccediladasf) Evitar o excesso de adubaccedilatildeo nitrogenadag) Utilizar irrigaccedilatildeo sub-copah) Natildeo realizar mais de trecircs aplicaccedilotildees seguidas com fungicidas sistecircmicos devendosempre alternar com um de contato para evitar a formaccedilatildeo de raccedilas resistentesi) Na utilizaccedilatildeo de fungicidas agrave base de cobre acrescentar agrave calda 05 de oacuteleo mineralou vegetal emulsionaacutevel como medida auxiliar no controle de cochonilhas

323 Gorgulho

Nome cientiacutefico Conotrachelus psidii (Coleoptera Curculionidae)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1933

Hospedeiros alternativos Goiabeiras e araccedilazeiros satildeo citados como hospedeiros dapraga

Inimigos naturais Formigas predadoras Pheidole oxyops Ectatoma planidens

Solenopsis invicta Neoponera villosa e Odontomachus bauri

Aspectos bioloacutegicos Para ovipositarem as fecircmeas fazem com o aparelho bucalperfuraccedilotildees em frutos onde colocam um uacutenico ovo Apoacutes 6 dias da postura ocorre aeclosatildeo da larva que penetra no interior do fruto onde se alimenta da polpa e dassementes Passados de 30 a 35 dias a larva abandona a fruta e se aprofunda no soloonde se transforma em pupa permanecendo nesse estaacutedio por 3 a 4 meses Apoacutes esseperiacuteodo havendo condiccedilotildees de umidade no solo o adulto emerge originando uma novageraccedilatildeo da praga Os adultos de ambos os sexos se alimentam dos bototildees floraisdeixando pequenas perfuraccedilotildees

Condiccedilatildeo favoraacutevel Deve haver umidade no solo para que ocorra a emergecircncia doadulto

Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos Quando os estaacutedios de chumbinho (estaacutedio 4) ateacute que osfrutos atinjam 2 a 3 cm de diacircmetro (estaacutedio 6) coincidirem com a eacutepoca quente echuvosa

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo No periacuteodo criacutetico monitorar semanalmente 2 dasplantas do talhatildeo ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo observando-se um fruto em cadaquadrante no terccedilo meacutedio da copa Ao ser encontrado um fruto atacado examinar pelomenos mais 20 frutos da mesma planta Caso haja outros frutos atacados proceder aomonitoramento nas 4 plantas vizinhas Havendo frutos atacados em pelo menos uma dasplantas vizinhas o conjunto seraacute considerado infestadoO niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 20 dos conjuntos monitorados estivereminfestados

Manejo cultural Eliminar os frutos pequenos que apresentarem sintomas de ataque porocasiatildeo do raleio Recomenda-se coletar e destruir todos os frutos desenvolvidos eoumaduros com sintomas de ataque da praga uma vez que os frutos nesta idade ao caiacuteremno solo e apodrecerem propiciaratildeo continuidade ao ciclo de vida das larvas dogorgulho favorecendo o iniacutecio de uma nova geraccedilatildeo da praga

324 Percevejos

Nomes cientiacuteficos Monalonion annulipes (Hemiptera Miridae) (percevejo-da-verrugose) Leptoglossus gonagra (Hemiptera Coreidae) Leptoglossus stigma (Hemiptera Coreidae) Leptoglossus zonatus (Hemiptera Coreidae) Leptoglossus fasciatus (Hemiptera Coreidae) Holhymenia clavigera (Hemiptera Coreidae)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2033

Hospedeiros alternativos Estas espeacutecies satildeo altamente poliacutefagas Assim satildeo referidascomo pragas da maioria das espeacutecies frutiacuteferas cultivadas comercialmente aleacutem deatacarem tambeacutem espeacutecies bastante distintas como eacute o caso do milho cucurbitaacuteceasmamoneira algodoeiro e girassol Algumas espeacutecies tecircm bastante afinidade com plantasdaninhas como eacute o caso do melatildeo-de-satildeo-caetano ( Mormodica charantia) hospedeiroclaacutessico de L gonagra guanxuma (Sida sp) de L zonatus mussambecirc (Cleome sp) de

L gonagra etc

Inimigos naturais Adultos de H clavigera satildeo parasitados por Hexacladia smithii (Hymenoptera Encyrtidae) e Gryon gallardoi e Gryon sp (Hymenoptera Scelionidae)Parasitam ovos de L zonatus Trichopoda pennipes (Diptera Tachinidae) parasitaadultos de L zonatus Eucelatoriopsis sp e Hydallohoughia sp (Diptera Tachinidae)atacam percevejos Gryon barbiellinii (Hymenoptera Scelionidae) eacute parasitoacuteide de ovosde percevejos Na regiatildeo de Campinas SP foi observado que cerca de 80 dos ovos de

Leptoglossus spp estavam parasitados por Neorileya sp (Hymenoptera Eurytomidae)

Aspectos bioloacutegicos O ciclo evolutivo de L zonatus eacute de 60 dias em temperaturasamenas O ciclo de L gonagra varia de 80 a 90 dias com um periacuteodo de incubaccedilatildeo de 8

dias e fase ninfal de 55 dias

Condiccedilotildees favoraacuteveis Periacuteodos com altas temperaturas satildeo bastante favoraacuteveis aosinsetos Apesar de se alimentarem tambeacutem das partes vegetativas a presenccedila de frutos eacutemuito favoraacutevel ao aumento da populaccedilatildeo L zonatus e L gonagra que ocorrem o anotodo com picos populacionais de novembro a abril H clavigera ocorrepreferencialmente de setembro a abril com pico em janeiro

Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos Os percevejos atacam bototildees florais e frutos em todos osseus estaacutedios de desenvolvimento Os bototildees florais quando picados geralmente caeme os frutos mais desenvolvidos ficam deformados com cicatrizes bem visiacuteveis noslocais onde o inseto faz a punctura para a sua alimentaccedilatildeo Considerar como periacuteodocriacutetico a fase de formaccedilatildeo do botatildeo floral (entre os estaacutedios 2 e 3) ateacute a colheita (estaacutedio7)

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo No periacuteodo criacutetico monitorar semanalmente 2 dasplantas do talhatildeo ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo observando-se a presenccedila deinsetos (adultos ou ninfas) ou sinais do ataque da praga em frutos ou bototildees florais emdois ramos localizados no terccedilo meacutedio da copa em cada quadrante da planta Quandofor encontrado um inseto ou oacutergatildeo injuriado (fruto eou botatildeo floral) a planta seraacuteconsiderada infestadaO niacutevel de accedilatildeo seraacute alcanccedilado quando 20 das plantas monitoradas estivereminfestadas

Manejo cultural Eliminar os frutos pequenos que apresentarem sintomas de ataque porocasiatildeo do raleio As plantas infestantes no interior e em torno do pomar devem sermantidas com o porte baixo durante os periacuteodos favoraacuteveis agrave presenccedila da praga

325 Psiliacutedeo

Nome cientiacutefico Triozoida sp (Hemiptera Psyllidae)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2133

Hospedeiros alternativos Natildeo se conhecem relatos de ocorrecircncia desta praga emoutras culturas apesar de ser constatada sua ocorrecircncia em diversas plantas infestantes

Inimigos naturais Satildeo relatadas como espeacutecies predadoras as joaninhas Cycloneda

sanguinea Olla abdominalis e Scymnus spp aracniacutedeos crisopiacutedeos hemerobiiacutedeos

sirfiacutedeos e estafiliniacutedeos Moscas cecidomiiacutedeas e micro-himenoacutepteros calcidiacutedeos eencirtiacutedeos (Psyllaephagus sp) satildeo relatados como parasitoacuteides de psiliacutedeosCladosporium cladosporioides eacute relatado como agente patogecircnico

Aspectos bioloacutegicos As fecircmeas efetuam a postura ao longo dos ramos ponteiros efolhas novas O periacuteodo de incubaccedilatildeo eacute de 7 a 9 dias e o ninfal variaacutevel de 29 a 35 diasAs ninfas sugam os bordos das folhas que devido agraves toxinas injetadas enrolam-se edeformam-se adquirindo coloraccedilatildeo amarelada ou avermelhada tornando-seposteriormente necrosadas

Condiccedilotildees favoraacuteveis O periacuteodo mais favoraacutevel ao ataque eacute o compreendido pelosmeses de primaveraveratildeo quando as temperaturas satildeo elevadas geralmente associadas

com alto iacutendice pluviomeacutetrico

Periacuteodo e estaacutedio criacutetico Apoacutes a poda quando da emissatildeo das novas brotaccedilotildees ateacute oiniacutecio de desenvolvimento do fruto (estaacutedio 2 a estaacutedio 4)

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo No periacuteodo criacutetico monitorar semanalmente 2 dasplantas do talhatildeo ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo Em cada planta a ser monitoradaverificar a presenccedila de sintomas de ataque ou de ovos ninfas ou adultos do inseto nosdois uacuteltimos pares de folhas em um ramo por quadrante localizado no terccedilo superior dacopa (Figura 7) A planta seraacute considerada infestada quando for constatada a presenccedilado inseto ou de seus danos em pelo menos um quadrante da plantaO niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 30 das plantas monitoradas estiverem infestadasNo periacuteodo natildeo criacutetico o niacutevel de accedilatildeo eacute maior ou seja quando 50 das plantasestiverem infestadas

Manejo cultural O solo deve ser mantido constantemente vegetado sendo o manejodas plantas infestantes feito por meio de roccediladas a fim de permitir a manutenccedilatildeo dafauna de inimigos naturais A adubaccedilatildeo nitrogenada deveraacute ser feita com cuidado paraevitar a brotaccedilatildeo excessiva da planta o que favoreceria a sua colonizaccedilatildeo pela pragaInseticidas piretroacuteides natildeo deveratildeo ser utilizados na cultura por causarem desequiliacutebriosbioloacutegicos favorecendo a incidecircncia desta praga

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2233

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2333

MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM GOIABAMANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM GOIABA

Fenologia da Goiabeira - Pragas e DoenccedilasFenologia da Goiabeira - Pragas e Doenccedilas

0 30 60 120 180

P o d a

B r o t a

ccedil atilde o

F l o r e s c i m e n t o

F r u t

o s

ldquo C h u

m b i

n h o rdquo

F r u t o

s c o

m 2 a 3 c m

d e

d i acirc m

e t r o

C o l

150

F r u t

o s c o m

1 5 c m

d e

d i acirc m

e t r o

E s t aacute d

i o 1

E s t aacute d

i o 2

E s t aacute d

i o 3

E s t aacute d

i o 4

E s t aacute d

i o 5

E s t aacute d

i o 6

Gorgulho e Percevejos

Besouro-amarelo e Psiliacutedeo

Ferrugem

ensacamentoensacamento

Figura 8 Fenologia da goiabeira conduzida pelo sistema de poda total e os periacuteodos criacuteticos de cada praga

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2433

34 Procedimentos aplicados para inspeccedilatildeo populacional das pragas

O sistema de MIP adotado na cultura da goiaba na regiatildeo de Campinas eValinhos no Estado de Satildeo Paulo consiste em levantamentos semanais para estimativadas pragas-chave e dos inimigos naturais

Os procedimentos para realizaccedilatildeo desse levantamento estatildeo resumidos na

Tabela 1 onde satildeo tambeacutem apresentados os niacuteveis de accedilatildeo para controle das pragas-chaveOs dados desse levantamento satildeo registrados em ficha proacutepria cujo

modelo eacute apresentado na Figura 9Nessa ficha constam tambeacutem informaccedilotildees sobre a presenccedila dos inimigos

naturais Para facilitar a identificaccedilatildeo desses artroacutepodos a Tabela 2 apresentainformaccedilotildees sobre a sua localizaccedilatildeo na planta e caracteriacutesticas de seu comportamento

35 Consideraccedilotildees sobre os inimigos naturais presentes no pomar de goiaba

Os inimigos naturais satildeo componentes importantiacutessimos do Manejo

Integrado de Pragas dentro dos princiacutepios estabelecidos pela Produccedilatildeo Integrada deFrutas (PIF) O primeiro passo para tirar o melhor proveito do controle bioloacutegico eacuteconhecer as espeacutecies de pragas seus inimigos naturais e o potencial de controleexercido por eles no campo

Uma revisatildeo da literatura mostra que algumas pragas da goiaba satildeobastante atacadas por agentes de controle bioloacutegico enquanto outras natildeo o satildeo Eacute o casodo gorgulho que eacute atacado por algumas espeacutecies de formigas predadoras(Hymenoptera Formicidae) Adultos do percevejo H clavigera satildeo parasitados por

Hexacladia smithii (Hymenoptera Encyrtidae) Jaacute os percevejos do gecircnero Leptoglossus (Hemiptera Coreidae) satildeo atacados na fase de ovo pelos parasitoacuteidesGryon spp (Hymenoptera Scelionidae) quando adultos podem ser parasitados porTrichopoda pennipes Eucelatoriopsis sp e Hydallohoughia sp (Diptera Tachinidae)Mas eacute o psiliacutedeo juntamente com o besouro-amarelo que apresentam o maior nuacutemerode inimigos naturais conhecidos O psiacuteliacutedeo eacute predado pelas joaninhas Cycloneda

sanguinea e Scymnus spp (Coleoptera Coccinellidae) por crisopiacutedeos e hemerobiiacutedeos(Neuroptera) estafiliniacutedeos (Coleoptera) e aranhas Moscas cecidomiiacutedeas emicroimenoacutepteros calcidiacutedeos satildeo relatados como parasitoacuteides e o fungo Cladosporium

cladosporioides eacute citado como agente patogecircnico O besouro amarelo eacute predado pelospercevejos Supputius cincticeps (Hemiptera Pentatomidae) Tynacantha marginata

(Hemiptera Pentatomidae) Arilus carinatus (Hemiptera Reduviidae) pelas aranhas Misumenops pallens (Araneae Thomisidae) e Peucetia sp (Araneae Oxyopidae) eparasitados pelos fungos entomopatogecircnicos Beauveria bassiana e Metarhizium

anisopliae var anisopliaeEmbora a lista de inimigos naturais natildeo seja pequena pouco se sabe

sobre a sua real capacidade de controle Aleacutem disto a accedilatildeo dos inimigos naturais eacutemuito afetado pelo modo de o homem manejar o ambiente O solo completamentedesprovido de mato por exemplo pode natildeo ser favoraacutevel para a atraccedilatildeo e permanecircnciade inimigos naturais num local Contudo mais estudos satildeo necessaacuterios para entendermelhor essa relaccedilatildeo principalmente no caso da cultura da goiaba

Visando aumentar esse conhecimento bem como a relaccedilatildeo de inimigosexistentes a equipe do PIF-Goiaba tem feito levantamentos perioacutedicos na regiatildeo deCampinas - SP e alguns resultados jaacute foram obtidos Para os percevejos do gecircnero

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2533

Leptoglossus por exemplo verificou-se que cerca de 80 dos ovos depositados nasgoiabeiras estavam parasitados pelo micro-himenoacuteptero Neorileya sp (Eurytomidae)Atacando psiliacutedeo foram encontradas uma espeacutecie de joaninha Olla abdominalis (Coleoptera Coccinellidae) larvas de uma mosca da famiacutelia Syrphidae e uma espeacuteciede parasitoacuteide do gecircnero Psyllaephagus (Hymenoptera Encyrtidae) Paralelamenteestuda-se a possibilidade de se realizarem ensaios para avaliar a patogenicidade de

microrganismos agraves pragas-chave com o objetivo de ampliar a utilizaccedilatildeo do controlebioloacutegico na culturaPor outro lado como a capacitaccedilatildeo de recursos humanos faz parte da

filosofia da Produccedilatildeo Integrada de Frutas o material entomoloacutegico coletado nesseslevantamentos estaacute sendo fotografado para elaboraccedilatildeo de um manual ilustradocontendo natildeo soacute os insetos pragas em suas diversas fases de desenvolvimento mastambeacutem seus inimigos naturais Posteriormente esse manual serviraacute para orientar osprodutores aos quais tambeacutem estatildeo sendo ministrados cursos de treinamento

36 Consideraccedilotildees sobre os estudos de monitoramento de pragas

Aleacutem das pragas citadas anteriormente a goiabeira apresenta outrosorganismos de importacircncia que podem causar seacuterios prejuiacutezos agrave cultura poreacutem devidoaos aspectos do seu ciclo bioloacutegico natildeo eacute possiacutevel condicionar o controle dos mesmosao emprego de taacuteticas de MIP Como exemplo a goiabeira apresenta duas doenccedilas umacausada por bacteacuteria conhecida como seca-bacteriana ( Erwinia psidii) e outra causadapor fungo denominada antracnose (Colletotrichum gloeosporioides) entretanto devidoao caraacuteter explosivo de suas infecccedilotildees natildeo eacute possiacutevel monitoraacute-las diretamente nocampo Em ambos os casos a possibilidade de monitoramento se daria por intermeacutedioda utilizaccedilatildeo de estaccedilotildees de aviso onde os dados meteoroloacutegicos obtidoscorrelacionados com as informaccedilotildees da condiccedilatildeo favoraacutevel para infecccedilatildeo resultariamem uma informaccedilatildeo de previsibilidade de ataque dessas doenccedilas

Os estudos de monitoramento no campo que ainda se encontram emandamento tecircm detectado o surgimento de outras pragas causando seacuterios prejuiacutezos agravegoiabeira tais comoa) Aacutecaro-branco Polyphagotarsonemus latus (Banks 1904) (Acari Tarsonemidae) esseaacutecaro tem sido constatado causando injuacuterias nas brotaccedilotildees e frutos novosprincipalmente entre os estaacutedios de desenvolvimento 1 e 3 (Figura 8)b) Lagarta-do-ponteiro (Lepidoptera Tortricidae) conforme o seu proacuteprio nome essaslagartas instalam-se nas brotaccedilotildees da goiabeira danificando as folhas e os caules tenroscomprometendo o seu desenvolvimento As lagartas satildeo pequenas atingindo nomaacuteximo cerca de 1 cm de comprimento de coloraccedilatildeo verde pardacenta satildeo aacutegeis equando molestadas saltam para fora da brotaccedilatildeo podendo ficar penduradas por um fiode seda O adulto eacute uma pequena mariposa de cor acinzentada que tambeacutem natildeo chega aatingir 1 cm de comprimento Ateacute o momento nos monitoramentos natildeo foi constatada apresenccedila de adultos o que leva a crer que provavelmente esse inseto tenhacomportamento crepuscular ou noturno Tambeacutem natildeo haacute nenhuma informaccedilatildeo relatadaa respeito da ocorrecircncia desse inseto na cultura da goiabac) Lagarta-dos-frutos (Lepidoptera Tortricidae) as lagartas se instalam geralmente nosfruto ensacados ambiente propiacutecio para se desenvolverem danificando a casca e aporccedilatildeo da polpa logo abaixo Tambeacutem satildeo encontradas entre os frutos que ficamaglomerados no ramo As injuacuterias decorrentes de sua alimentaccedilatildeo prejudicam aaparecircncia dos frutos que satildeo descartados Foi constatado um talhatildeo em que a maioria

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2633

dos frutos se encontravam infestados acarretando um prejuiacutezo acima de 50 daproduccedilatildeo As lagartas satildeo aacutegeis apresentam coloraccedilatildeo verde na grande maioria dosindiviacuteduos medem cerca de 15 cm no maacuteximo Os adultos satildeo mariposas de coloraccedilatildeoparda ou ateacute mesmo acizentadas e chegam a medir cerca de 12 mm de comprimentoAteacute o momento natildeo foi constatada a presenccedila de adultos nos monitoramentosrealizados A exemplo da lagarta-dos-ponteiros tambeacutem natildeo haacute nenhuma informaccedilatildeo

relatada de sua ocorrecircncia

4 Consideraccedilotildees finais

A implementaccedilatildeo do MIP na cultura da goiaba reserva um grandedesafio pois diversos fatores de ordem regulatoacuteria econocircmica ambiental de proteccedilatildeohumana ecoloacutegica de praacuteticas culturais e as variaccedilotildees de clima determinaratildeo o usodesse sistema no futuro Portanto a aplicaccedilatildeo do MIP natildeo ficaraacute apenas sob aresponsabilidade do produtor mas a accedilatildeo deveraacute ser conjunta envolvendo asinstituiccedilotildees de pesquisa de extensatildeo e toda a cadeia produtiva da fruta

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2733

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2833

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2933

Tabela 2 Informaccedilotildees sobre os inimigos naturais mais frequumlentes na goiabeira com relaccedilatildeo agraves suas fases de vid

Inimigos Naturais Inspeccedilatildeo

1 Aacutecaro predador 991522 Nos ramos escolhidos para exame de psiliacutedeos inspecionarvelhas com auxiacutelio de uma lupa de 10x de aumento procurand

2 Aranhas 991522 Ao examinar as plantas amostradas procurar os adultos pri jovens eou ovos nos ninhos formados por teias entre as folhas

3 Crisopiacutedeos (bicho-lixeiro)991522 Ao examinar as plantas amostradas observar a presenccedila deadultos Geralmente satildeo encontrados em qualquer parte da pltronco)

4 Formigas 991522 Ao examinar as plantas amostradas procurar os insetos adu

5 Joaninhas 991522 Ao examinar as plantas amostradas observar a presenccedila dpreferencialmente nas folhas novas

6 Percevejos predadores 991522 Examinar as plantas amostradas procurando adultos ninf

localizam nas folhas do interior da copa7 Sirfiacutedeos (moscas que pairam no ar) 991522 Observar moscas que pairam no ar as larvas localizam-se

por ocasiatildeo da infestaccedilatildeo de psiacutelideos ou pulgotildees principalme8 Mosquinha-verde metaacutelica (Dolicopodiacutedeos) 991522 Os adultos satildeo aacutegeis e devem ser observados nas folhas loc

9 Vespas (marimbondos) 991522 Geralmente os adultos satildeo pequenas vespas caccediladoras qubrotaccedilotildees

10 Vespinhas (parasitoacuteides) 991522 Examinar as plantas amostradas procurando os insetos aduno interior da copa

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3033

FICHA DE INSPECcedilAtildeO DE PRAGAS E INIMIGOS NATURAIS PRODUCcedilAtildeO INTEGRADA DE GOIABA-SPPlantas inspecionadas

PragasQ 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

No

abc

Besouro-amarelo

dabc

Gorgulho

dabc

Percevejos

dabc

Psiliacutedeo

d

Ferrugem SInimigos Naturais E

LJoaninhasAOL

Crisopiacutedeos(bicho-lixeiro)

ANPercevejos

predadores AAacutecaro predador A

Aranhas AVespinhas A

Data _______________ Talhatildeo ___________ Estaacutegio fenoloacutegico 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6( ) 7( ) Inspetor

Legenda Q = quadrantes E = estaacutegio de vida dos inimigos naturais onde O = ovo L = larva N = ninfa A =

Figura 9 Modelo de ficha de amostragem utilizada no monitoramento das pragas e inimigos naturais na goiabei

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3133

Agradecimentos

Os autores agradecem aos teacutecnicos e produtores do Comitecirc Gestor daProduccedilatildeo Integrada de Frutas - Goiaba pelo total apoio que nos foi dispensado e queainda continuam incentivando com pleno entusiasmo no intuito de fortalecer cada vezmais a fruticultura brasileira Tambeacutem agradecemos os estagiaacuterios Guilherme de Melo e

Flaacutevia Calderari Marin pelo grande auxiacutelio nos trabalhos de monitoramento no campo ede laboratoacuterio Agradecemos tambeacutem ao engenheiro agrocircnomo Joseacute Emiacutelio Bettiol Netopela sua grande atuaccedilatildeo frente aos produtores de goiaba e que nunca mediu esforccedilos emnos ajudar nos estudos de monitoramento aleacutem das muitas informaccedilotildees que nosforneceu

Bibliografia consultada

Altieri MA EN Silva amp CI Nicholls 2003 O papel da biodiversidade no manejode pragas Holos Editora Ribeiratildeo Preto 226p

Bailez OE A M Viana ndashBailez JOG Lima amp DDO Moreira 2003 Life-historyof the guava weevil Conotrachelus psidii Marshal (Coleoptera Curculionidae) underlaboratory conditions Neotropical Entomology 32(2)203-207

Baldin ELL AL Boiccedila Juacutenior amp S Freitas 1998 Percevejo do maracujaacuteHolhymenia clavigera (Herb 1784) x Holhymenia histrio (Fabr 1803) (HemipteraCoreidae) p35 In 17o Congresso Brasileiro de Entomologia Resumos vol 1 SEBRio de Janeiro RJ

Barbosa FR A P Santos AT Haji WA Moreira FNP Haji amp J A Alencar1999 Eficiecircncia e seletividade do imidacloprid e lambdacyalothrin no controledopsiliacutedeo (Triozoida sp) em goiabeira Revista Brasileira de Fruticultura 21(3) 385-387

Barbosa FR AS Nascimento JV Oliveira JA Alencar amp FNP Haji 2001Pragas p29-54 In Barbosa FR (ed) Goiaba Fitossanidade Embrapa Semi-AacuteridoPetrolina Embrapa Brasiacutelia 63p (Frutas do Brasil 18)

Barbosa FR RG Ferreira LHP Kiill E A Souza WA Moreira JA Alencar ampFNP Haji 2002 Estudos do niacutevel de dano plantas invasoras hospedeiras e controledo psiliacutedeo da goiabeira (Triozoida sp) In XIX Congresso Brasileiro de EntomologiaManaus AM (Anais do Seminaacuterio do SEAG)

Boscaacuten de Martinez N amp R Casares 1980 El gorgojop de la guayaba Conotracheluspsidii Marshall (Coleoptera Curculionidae) I Evaluacioacuten de dantildeos AgronomiaTropical 30(1-6) 77-83

Boscaacuten de Martinez N amp R Casares 1981 Distribucioacutenen el tiempo de las fases delgorgojo de la guayaba Conotrachelus psidii Marshall (Coleoptera Curculionidae) en elcampo Agronomia Tropical 31(1-6) 123-130

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3233

Cave RD 1995 Manual para la ensentildeanza del control bioloacutegico en Ameacuterica LatinaZamorano Academic Press Zamorano Honduras 188p (primera edicioacuten)

Crocomo WB 1990 O que eacute o manejo integrado de pragas p 9-34 In CrocomoWB (coord) Manejo integrado de pragas Editora Unesp Satildeo Paulo CETESB 358p

Dolinski C 2003 Vermes que controlam insetos Guava News 1(1)8 (Goiabraacutes)

Follet PA amp KW Vick 2002 Desarrollo de estrategias de manejo integrado deplagas para eliminar las barreras sanitarias que restringen la exportacioacuten de productosagriacutecolas Manejo Integrado de Plagas y Agroecologia 65 43-49

Gallo D O Nakano S Silveira Neto RPL Carvalho GC Baptista E Berti FilhoJRP Parra RA Zucchi SB Alves JD Vendramim LC Marchini JRS Lopes ampC Omoto 2002 Entomologia Agriacutecola FEALQ Piracicaba 920p

Gonzaga Neto L amp JM Soares 1994 Goiaba para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos daproduccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa-SPI 49p - (Seacuterie Publicaccedilotildees Teacutecnicas FRUPEX 5)

Gould WP amp A Raga 2002 Pests of guava p295-313 In JE Pentildea JL Sharp ampM Wysoki (eds) Tropical fruit pests and pollinators biology economic importancenatural enemies and control CABI Publishing New York NY

Kogan M amp M Shenk 2002 Conceptualizacioacuten del manejo integrado de plagas enescalas espaciales y niveles de integracioacuten maacutes amplios Manejo Integrado de Plagas yAgroecologia 65 34-42

Malavasi A amp RA Zucchi 2000 Moscas-das-frutas de importacircncia econocircmica noBrasil conhecimento baacutesico e aplicado Holos Editora Ribeiratildeo Preto 327p

Nicholls C amp M Altieri 2002 Biodivesidad y disentildeo agroecoloacutegico un estudio dede manejo de plagas en vintildeedos Manejo Integrado de Plagas y Agroecologia 65 50-64

Norris RF EP Caswell-Chen amp M Kogan 2003 Concepts in integrated pestmanagement Prentice Hall Upper Saddle River New Jersey 586p

Pereira FM amp SA Bortoli 1998 Pragas da goiabeira p 119-130 In BragaSobrinho R JE Cardoso amp FCO Freire (eds) Pragas das fruteiras tropicais deimportacircncia agroindustrial Embrapa-SPI Brasiacutelia Embrapa-CNPAT Fortaleza 209p

Silva AGDA CR Gonccedilalves DM Galvatildeo AJL Gonccedilalves J Gomes MNSilva amp L Simoni 1968 Quarto cataacutelogo dos insetos que vivem nas plantas do Brasilseus parasitos e predadores Parte II - 1o Tomo - Insetos hospedeiros e inimigosnaturais Min de Agric Dep de Def e Inspeccedilatildeo Agropecuaacuteria Rio de Janeiro 622p

Silva NA 1992 Taxonomia ciclo de vida e dinacircmica populacional de Costalimaitaferruginea (Fabr 1801) (Coleoptera Chrysomelidae) praga de Eucalyptus spp(Myrtaceae) Tese de Doutorado ESALQUSP Piracicaba SP 165p

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3333

Silveira Neto S 1990 Monitoramento e decisatildeo no controle de pragas p 71-86 InCrocomo WB (coord) Manejo integrado de pragas Editora Unesp Satildeo PauloCETESB 358p

Souza JC A Raga amp MA Souza 2003 Pragas da goiabeira EPAMIG BeloHorizonte 60p (EPAMIG Boletim Teacutecnico 71)

Page 19: goiabeira - 9_MIPpragas

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 1933

Hospedeiros alternativos Goiabeiras e araccedilazeiros satildeo citados como hospedeiros dapraga

Inimigos naturais Formigas predadoras Pheidole oxyops Ectatoma planidens

Solenopsis invicta Neoponera villosa e Odontomachus bauri

Aspectos bioloacutegicos Para ovipositarem as fecircmeas fazem com o aparelho bucalperfuraccedilotildees em frutos onde colocam um uacutenico ovo Apoacutes 6 dias da postura ocorre aeclosatildeo da larva que penetra no interior do fruto onde se alimenta da polpa e dassementes Passados de 30 a 35 dias a larva abandona a fruta e se aprofunda no soloonde se transforma em pupa permanecendo nesse estaacutedio por 3 a 4 meses Apoacutes esseperiacuteodo havendo condiccedilotildees de umidade no solo o adulto emerge originando uma novageraccedilatildeo da praga Os adultos de ambos os sexos se alimentam dos bototildees floraisdeixando pequenas perfuraccedilotildees

Condiccedilatildeo favoraacutevel Deve haver umidade no solo para que ocorra a emergecircncia doadulto

Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos Quando os estaacutedios de chumbinho (estaacutedio 4) ateacute que osfrutos atinjam 2 a 3 cm de diacircmetro (estaacutedio 6) coincidirem com a eacutepoca quente echuvosa

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo No periacuteodo criacutetico monitorar semanalmente 2 dasplantas do talhatildeo ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo observando-se um fruto em cadaquadrante no terccedilo meacutedio da copa Ao ser encontrado um fruto atacado examinar pelomenos mais 20 frutos da mesma planta Caso haja outros frutos atacados proceder aomonitoramento nas 4 plantas vizinhas Havendo frutos atacados em pelo menos uma dasplantas vizinhas o conjunto seraacute considerado infestadoO niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 20 dos conjuntos monitorados estivereminfestados

Manejo cultural Eliminar os frutos pequenos que apresentarem sintomas de ataque porocasiatildeo do raleio Recomenda-se coletar e destruir todos os frutos desenvolvidos eoumaduros com sintomas de ataque da praga uma vez que os frutos nesta idade ao caiacuteremno solo e apodrecerem propiciaratildeo continuidade ao ciclo de vida das larvas dogorgulho favorecendo o iniacutecio de uma nova geraccedilatildeo da praga

324 Percevejos

Nomes cientiacuteficos Monalonion annulipes (Hemiptera Miridae) (percevejo-da-verrugose) Leptoglossus gonagra (Hemiptera Coreidae) Leptoglossus stigma (Hemiptera Coreidae) Leptoglossus zonatus (Hemiptera Coreidae) Leptoglossus fasciatus (Hemiptera Coreidae) Holhymenia clavigera (Hemiptera Coreidae)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2033

Hospedeiros alternativos Estas espeacutecies satildeo altamente poliacutefagas Assim satildeo referidascomo pragas da maioria das espeacutecies frutiacuteferas cultivadas comercialmente aleacutem deatacarem tambeacutem espeacutecies bastante distintas como eacute o caso do milho cucurbitaacuteceasmamoneira algodoeiro e girassol Algumas espeacutecies tecircm bastante afinidade com plantasdaninhas como eacute o caso do melatildeo-de-satildeo-caetano ( Mormodica charantia) hospedeiroclaacutessico de L gonagra guanxuma (Sida sp) de L zonatus mussambecirc (Cleome sp) de

L gonagra etc

Inimigos naturais Adultos de H clavigera satildeo parasitados por Hexacladia smithii (Hymenoptera Encyrtidae) e Gryon gallardoi e Gryon sp (Hymenoptera Scelionidae)Parasitam ovos de L zonatus Trichopoda pennipes (Diptera Tachinidae) parasitaadultos de L zonatus Eucelatoriopsis sp e Hydallohoughia sp (Diptera Tachinidae)atacam percevejos Gryon barbiellinii (Hymenoptera Scelionidae) eacute parasitoacuteide de ovosde percevejos Na regiatildeo de Campinas SP foi observado que cerca de 80 dos ovos de

Leptoglossus spp estavam parasitados por Neorileya sp (Hymenoptera Eurytomidae)

Aspectos bioloacutegicos O ciclo evolutivo de L zonatus eacute de 60 dias em temperaturasamenas O ciclo de L gonagra varia de 80 a 90 dias com um periacuteodo de incubaccedilatildeo de 8

dias e fase ninfal de 55 dias

Condiccedilotildees favoraacuteveis Periacuteodos com altas temperaturas satildeo bastante favoraacuteveis aosinsetos Apesar de se alimentarem tambeacutem das partes vegetativas a presenccedila de frutos eacutemuito favoraacutevel ao aumento da populaccedilatildeo L zonatus e L gonagra que ocorrem o anotodo com picos populacionais de novembro a abril H clavigera ocorrepreferencialmente de setembro a abril com pico em janeiro

Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos Os percevejos atacam bototildees florais e frutos em todos osseus estaacutedios de desenvolvimento Os bototildees florais quando picados geralmente caeme os frutos mais desenvolvidos ficam deformados com cicatrizes bem visiacuteveis noslocais onde o inseto faz a punctura para a sua alimentaccedilatildeo Considerar como periacuteodocriacutetico a fase de formaccedilatildeo do botatildeo floral (entre os estaacutedios 2 e 3) ateacute a colheita (estaacutedio7)

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo No periacuteodo criacutetico monitorar semanalmente 2 dasplantas do talhatildeo ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo observando-se a presenccedila deinsetos (adultos ou ninfas) ou sinais do ataque da praga em frutos ou bototildees florais emdois ramos localizados no terccedilo meacutedio da copa em cada quadrante da planta Quandofor encontrado um inseto ou oacutergatildeo injuriado (fruto eou botatildeo floral) a planta seraacuteconsiderada infestadaO niacutevel de accedilatildeo seraacute alcanccedilado quando 20 das plantas monitoradas estivereminfestadas

Manejo cultural Eliminar os frutos pequenos que apresentarem sintomas de ataque porocasiatildeo do raleio As plantas infestantes no interior e em torno do pomar devem sermantidas com o porte baixo durante os periacuteodos favoraacuteveis agrave presenccedila da praga

325 Psiliacutedeo

Nome cientiacutefico Triozoida sp (Hemiptera Psyllidae)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2133

Hospedeiros alternativos Natildeo se conhecem relatos de ocorrecircncia desta praga emoutras culturas apesar de ser constatada sua ocorrecircncia em diversas plantas infestantes

Inimigos naturais Satildeo relatadas como espeacutecies predadoras as joaninhas Cycloneda

sanguinea Olla abdominalis e Scymnus spp aracniacutedeos crisopiacutedeos hemerobiiacutedeos

sirfiacutedeos e estafiliniacutedeos Moscas cecidomiiacutedeas e micro-himenoacutepteros calcidiacutedeos eencirtiacutedeos (Psyllaephagus sp) satildeo relatados como parasitoacuteides de psiliacutedeosCladosporium cladosporioides eacute relatado como agente patogecircnico

Aspectos bioloacutegicos As fecircmeas efetuam a postura ao longo dos ramos ponteiros efolhas novas O periacuteodo de incubaccedilatildeo eacute de 7 a 9 dias e o ninfal variaacutevel de 29 a 35 diasAs ninfas sugam os bordos das folhas que devido agraves toxinas injetadas enrolam-se edeformam-se adquirindo coloraccedilatildeo amarelada ou avermelhada tornando-seposteriormente necrosadas

Condiccedilotildees favoraacuteveis O periacuteodo mais favoraacutevel ao ataque eacute o compreendido pelosmeses de primaveraveratildeo quando as temperaturas satildeo elevadas geralmente associadas

com alto iacutendice pluviomeacutetrico

Periacuteodo e estaacutedio criacutetico Apoacutes a poda quando da emissatildeo das novas brotaccedilotildees ateacute oiniacutecio de desenvolvimento do fruto (estaacutedio 2 a estaacutedio 4)

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo No periacuteodo criacutetico monitorar semanalmente 2 dasplantas do talhatildeo ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo Em cada planta a ser monitoradaverificar a presenccedila de sintomas de ataque ou de ovos ninfas ou adultos do inseto nosdois uacuteltimos pares de folhas em um ramo por quadrante localizado no terccedilo superior dacopa (Figura 7) A planta seraacute considerada infestada quando for constatada a presenccedilado inseto ou de seus danos em pelo menos um quadrante da plantaO niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 30 das plantas monitoradas estiverem infestadasNo periacuteodo natildeo criacutetico o niacutevel de accedilatildeo eacute maior ou seja quando 50 das plantasestiverem infestadas

Manejo cultural O solo deve ser mantido constantemente vegetado sendo o manejodas plantas infestantes feito por meio de roccediladas a fim de permitir a manutenccedilatildeo dafauna de inimigos naturais A adubaccedilatildeo nitrogenada deveraacute ser feita com cuidado paraevitar a brotaccedilatildeo excessiva da planta o que favoreceria a sua colonizaccedilatildeo pela pragaInseticidas piretroacuteides natildeo deveratildeo ser utilizados na cultura por causarem desequiliacutebriosbioloacutegicos favorecendo a incidecircncia desta praga

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2233

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2333

MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM GOIABAMANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM GOIABA

Fenologia da Goiabeira - Pragas e DoenccedilasFenologia da Goiabeira - Pragas e Doenccedilas

0 30 60 120 180

P o d a

B r o t a

ccedil atilde o

F l o r e s c i m e n t o

F r u t

o s

ldquo C h u

m b i

n h o rdquo

F r u t o

s c o

m 2 a 3 c m

d e

d i acirc m

e t r o

C o l

150

F r u t

o s c o m

1 5 c m

d e

d i acirc m

e t r o

E s t aacute d

i o 1

E s t aacute d

i o 2

E s t aacute d

i o 3

E s t aacute d

i o 4

E s t aacute d

i o 5

E s t aacute d

i o 6

Gorgulho e Percevejos

Besouro-amarelo e Psiliacutedeo

Ferrugem

ensacamentoensacamento

Figura 8 Fenologia da goiabeira conduzida pelo sistema de poda total e os periacuteodos criacuteticos de cada praga

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2433

34 Procedimentos aplicados para inspeccedilatildeo populacional das pragas

O sistema de MIP adotado na cultura da goiaba na regiatildeo de Campinas eValinhos no Estado de Satildeo Paulo consiste em levantamentos semanais para estimativadas pragas-chave e dos inimigos naturais

Os procedimentos para realizaccedilatildeo desse levantamento estatildeo resumidos na

Tabela 1 onde satildeo tambeacutem apresentados os niacuteveis de accedilatildeo para controle das pragas-chaveOs dados desse levantamento satildeo registrados em ficha proacutepria cujo

modelo eacute apresentado na Figura 9Nessa ficha constam tambeacutem informaccedilotildees sobre a presenccedila dos inimigos

naturais Para facilitar a identificaccedilatildeo desses artroacutepodos a Tabela 2 apresentainformaccedilotildees sobre a sua localizaccedilatildeo na planta e caracteriacutesticas de seu comportamento

35 Consideraccedilotildees sobre os inimigos naturais presentes no pomar de goiaba

Os inimigos naturais satildeo componentes importantiacutessimos do Manejo

Integrado de Pragas dentro dos princiacutepios estabelecidos pela Produccedilatildeo Integrada deFrutas (PIF) O primeiro passo para tirar o melhor proveito do controle bioloacutegico eacuteconhecer as espeacutecies de pragas seus inimigos naturais e o potencial de controleexercido por eles no campo

Uma revisatildeo da literatura mostra que algumas pragas da goiaba satildeobastante atacadas por agentes de controle bioloacutegico enquanto outras natildeo o satildeo Eacute o casodo gorgulho que eacute atacado por algumas espeacutecies de formigas predadoras(Hymenoptera Formicidae) Adultos do percevejo H clavigera satildeo parasitados por

Hexacladia smithii (Hymenoptera Encyrtidae) Jaacute os percevejos do gecircnero Leptoglossus (Hemiptera Coreidae) satildeo atacados na fase de ovo pelos parasitoacuteidesGryon spp (Hymenoptera Scelionidae) quando adultos podem ser parasitados porTrichopoda pennipes Eucelatoriopsis sp e Hydallohoughia sp (Diptera Tachinidae)Mas eacute o psiliacutedeo juntamente com o besouro-amarelo que apresentam o maior nuacutemerode inimigos naturais conhecidos O psiacuteliacutedeo eacute predado pelas joaninhas Cycloneda

sanguinea e Scymnus spp (Coleoptera Coccinellidae) por crisopiacutedeos e hemerobiiacutedeos(Neuroptera) estafiliniacutedeos (Coleoptera) e aranhas Moscas cecidomiiacutedeas emicroimenoacutepteros calcidiacutedeos satildeo relatados como parasitoacuteides e o fungo Cladosporium

cladosporioides eacute citado como agente patogecircnico O besouro amarelo eacute predado pelospercevejos Supputius cincticeps (Hemiptera Pentatomidae) Tynacantha marginata

(Hemiptera Pentatomidae) Arilus carinatus (Hemiptera Reduviidae) pelas aranhas Misumenops pallens (Araneae Thomisidae) e Peucetia sp (Araneae Oxyopidae) eparasitados pelos fungos entomopatogecircnicos Beauveria bassiana e Metarhizium

anisopliae var anisopliaeEmbora a lista de inimigos naturais natildeo seja pequena pouco se sabe

sobre a sua real capacidade de controle Aleacutem disto a accedilatildeo dos inimigos naturais eacutemuito afetado pelo modo de o homem manejar o ambiente O solo completamentedesprovido de mato por exemplo pode natildeo ser favoraacutevel para a atraccedilatildeo e permanecircnciade inimigos naturais num local Contudo mais estudos satildeo necessaacuterios para entendermelhor essa relaccedilatildeo principalmente no caso da cultura da goiaba

Visando aumentar esse conhecimento bem como a relaccedilatildeo de inimigosexistentes a equipe do PIF-Goiaba tem feito levantamentos perioacutedicos na regiatildeo deCampinas - SP e alguns resultados jaacute foram obtidos Para os percevejos do gecircnero

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2533

Leptoglossus por exemplo verificou-se que cerca de 80 dos ovos depositados nasgoiabeiras estavam parasitados pelo micro-himenoacuteptero Neorileya sp (Eurytomidae)Atacando psiliacutedeo foram encontradas uma espeacutecie de joaninha Olla abdominalis (Coleoptera Coccinellidae) larvas de uma mosca da famiacutelia Syrphidae e uma espeacuteciede parasitoacuteide do gecircnero Psyllaephagus (Hymenoptera Encyrtidae) Paralelamenteestuda-se a possibilidade de se realizarem ensaios para avaliar a patogenicidade de

microrganismos agraves pragas-chave com o objetivo de ampliar a utilizaccedilatildeo do controlebioloacutegico na culturaPor outro lado como a capacitaccedilatildeo de recursos humanos faz parte da

filosofia da Produccedilatildeo Integrada de Frutas o material entomoloacutegico coletado nesseslevantamentos estaacute sendo fotografado para elaboraccedilatildeo de um manual ilustradocontendo natildeo soacute os insetos pragas em suas diversas fases de desenvolvimento mastambeacutem seus inimigos naturais Posteriormente esse manual serviraacute para orientar osprodutores aos quais tambeacutem estatildeo sendo ministrados cursos de treinamento

36 Consideraccedilotildees sobre os estudos de monitoramento de pragas

Aleacutem das pragas citadas anteriormente a goiabeira apresenta outrosorganismos de importacircncia que podem causar seacuterios prejuiacutezos agrave cultura poreacutem devidoaos aspectos do seu ciclo bioloacutegico natildeo eacute possiacutevel condicionar o controle dos mesmosao emprego de taacuteticas de MIP Como exemplo a goiabeira apresenta duas doenccedilas umacausada por bacteacuteria conhecida como seca-bacteriana ( Erwinia psidii) e outra causadapor fungo denominada antracnose (Colletotrichum gloeosporioides) entretanto devidoao caraacuteter explosivo de suas infecccedilotildees natildeo eacute possiacutevel monitoraacute-las diretamente nocampo Em ambos os casos a possibilidade de monitoramento se daria por intermeacutedioda utilizaccedilatildeo de estaccedilotildees de aviso onde os dados meteoroloacutegicos obtidoscorrelacionados com as informaccedilotildees da condiccedilatildeo favoraacutevel para infecccedilatildeo resultariamem uma informaccedilatildeo de previsibilidade de ataque dessas doenccedilas

Os estudos de monitoramento no campo que ainda se encontram emandamento tecircm detectado o surgimento de outras pragas causando seacuterios prejuiacutezos agravegoiabeira tais comoa) Aacutecaro-branco Polyphagotarsonemus latus (Banks 1904) (Acari Tarsonemidae) esseaacutecaro tem sido constatado causando injuacuterias nas brotaccedilotildees e frutos novosprincipalmente entre os estaacutedios de desenvolvimento 1 e 3 (Figura 8)b) Lagarta-do-ponteiro (Lepidoptera Tortricidae) conforme o seu proacuteprio nome essaslagartas instalam-se nas brotaccedilotildees da goiabeira danificando as folhas e os caules tenroscomprometendo o seu desenvolvimento As lagartas satildeo pequenas atingindo nomaacuteximo cerca de 1 cm de comprimento de coloraccedilatildeo verde pardacenta satildeo aacutegeis equando molestadas saltam para fora da brotaccedilatildeo podendo ficar penduradas por um fiode seda O adulto eacute uma pequena mariposa de cor acinzentada que tambeacutem natildeo chega aatingir 1 cm de comprimento Ateacute o momento nos monitoramentos natildeo foi constatada apresenccedila de adultos o que leva a crer que provavelmente esse inseto tenhacomportamento crepuscular ou noturno Tambeacutem natildeo haacute nenhuma informaccedilatildeo relatadaa respeito da ocorrecircncia desse inseto na cultura da goiabac) Lagarta-dos-frutos (Lepidoptera Tortricidae) as lagartas se instalam geralmente nosfruto ensacados ambiente propiacutecio para se desenvolverem danificando a casca e aporccedilatildeo da polpa logo abaixo Tambeacutem satildeo encontradas entre os frutos que ficamaglomerados no ramo As injuacuterias decorrentes de sua alimentaccedilatildeo prejudicam aaparecircncia dos frutos que satildeo descartados Foi constatado um talhatildeo em que a maioria

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2633

dos frutos se encontravam infestados acarretando um prejuiacutezo acima de 50 daproduccedilatildeo As lagartas satildeo aacutegeis apresentam coloraccedilatildeo verde na grande maioria dosindiviacuteduos medem cerca de 15 cm no maacuteximo Os adultos satildeo mariposas de coloraccedilatildeoparda ou ateacute mesmo acizentadas e chegam a medir cerca de 12 mm de comprimentoAteacute o momento natildeo foi constatada a presenccedila de adultos nos monitoramentosrealizados A exemplo da lagarta-dos-ponteiros tambeacutem natildeo haacute nenhuma informaccedilatildeo

relatada de sua ocorrecircncia

4 Consideraccedilotildees finais

A implementaccedilatildeo do MIP na cultura da goiaba reserva um grandedesafio pois diversos fatores de ordem regulatoacuteria econocircmica ambiental de proteccedilatildeohumana ecoloacutegica de praacuteticas culturais e as variaccedilotildees de clima determinaratildeo o usodesse sistema no futuro Portanto a aplicaccedilatildeo do MIP natildeo ficaraacute apenas sob aresponsabilidade do produtor mas a accedilatildeo deveraacute ser conjunta envolvendo asinstituiccedilotildees de pesquisa de extensatildeo e toda a cadeia produtiva da fruta

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2733

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2833

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2933

Tabela 2 Informaccedilotildees sobre os inimigos naturais mais frequumlentes na goiabeira com relaccedilatildeo agraves suas fases de vid

Inimigos Naturais Inspeccedilatildeo

1 Aacutecaro predador 991522 Nos ramos escolhidos para exame de psiliacutedeos inspecionarvelhas com auxiacutelio de uma lupa de 10x de aumento procurand

2 Aranhas 991522 Ao examinar as plantas amostradas procurar os adultos pri jovens eou ovos nos ninhos formados por teias entre as folhas

3 Crisopiacutedeos (bicho-lixeiro)991522 Ao examinar as plantas amostradas observar a presenccedila deadultos Geralmente satildeo encontrados em qualquer parte da pltronco)

4 Formigas 991522 Ao examinar as plantas amostradas procurar os insetos adu

5 Joaninhas 991522 Ao examinar as plantas amostradas observar a presenccedila dpreferencialmente nas folhas novas

6 Percevejos predadores 991522 Examinar as plantas amostradas procurando adultos ninf

localizam nas folhas do interior da copa7 Sirfiacutedeos (moscas que pairam no ar) 991522 Observar moscas que pairam no ar as larvas localizam-se

por ocasiatildeo da infestaccedilatildeo de psiacutelideos ou pulgotildees principalme8 Mosquinha-verde metaacutelica (Dolicopodiacutedeos) 991522 Os adultos satildeo aacutegeis e devem ser observados nas folhas loc

9 Vespas (marimbondos) 991522 Geralmente os adultos satildeo pequenas vespas caccediladoras qubrotaccedilotildees

10 Vespinhas (parasitoacuteides) 991522 Examinar as plantas amostradas procurando os insetos aduno interior da copa

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3033

FICHA DE INSPECcedilAtildeO DE PRAGAS E INIMIGOS NATURAIS PRODUCcedilAtildeO INTEGRADA DE GOIABA-SPPlantas inspecionadas

PragasQ 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

No

abc

Besouro-amarelo

dabc

Gorgulho

dabc

Percevejos

dabc

Psiliacutedeo

d

Ferrugem SInimigos Naturais E

LJoaninhasAOL

Crisopiacutedeos(bicho-lixeiro)

ANPercevejos

predadores AAacutecaro predador A

Aranhas AVespinhas A

Data _______________ Talhatildeo ___________ Estaacutegio fenoloacutegico 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6( ) 7( ) Inspetor

Legenda Q = quadrantes E = estaacutegio de vida dos inimigos naturais onde O = ovo L = larva N = ninfa A =

Figura 9 Modelo de ficha de amostragem utilizada no monitoramento das pragas e inimigos naturais na goiabei

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3133

Agradecimentos

Os autores agradecem aos teacutecnicos e produtores do Comitecirc Gestor daProduccedilatildeo Integrada de Frutas - Goiaba pelo total apoio que nos foi dispensado e queainda continuam incentivando com pleno entusiasmo no intuito de fortalecer cada vezmais a fruticultura brasileira Tambeacutem agradecemos os estagiaacuterios Guilherme de Melo e

Flaacutevia Calderari Marin pelo grande auxiacutelio nos trabalhos de monitoramento no campo ede laboratoacuterio Agradecemos tambeacutem ao engenheiro agrocircnomo Joseacute Emiacutelio Bettiol Netopela sua grande atuaccedilatildeo frente aos produtores de goiaba e que nunca mediu esforccedilos emnos ajudar nos estudos de monitoramento aleacutem das muitas informaccedilotildees que nosforneceu

Bibliografia consultada

Altieri MA EN Silva amp CI Nicholls 2003 O papel da biodiversidade no manejode pragas Holos Editora Ribeiratildeo Preto 226p

Bailez OE A M Viana ndashBailez JOG Lima amp DDO Moreira 2003 Life-historyof the guava weevil Conotrachelus psidii Marshal (Coleoptera Curculionidae) underlaboratory conditions Neotropical Entomology 32(2)203-207

Baldin ELL AL Boiccedila Juacutenior amp S Freitas 1998 Percevejo do maracujaacuteHolhymenia clavigera (Herb 1784) x Holhymenia histrio (Fabr 1803) (HemipteraCoreidae) p35 In 17o Congresso Brasileiro de Entomologia Resumos vol 1 SEBRio de Janeiro RJ

Barbosa FR A P Santos AT Haji WA Moreira FNP Haji amp J A Alencar1999 Eficiecircncia e seletividade do imidacloprid e lambdacyalothrin no controledopsiliacutedeo (Triozoida sp) em goiabeira Revista Brasileira de Fruticultura 21(3) 385-387

Barbosa FR AS Nascimento JV Oliveira JA Alencar amp FNP Haji 2001Pragas p29-54 In Barbosa FR (ed) Goiaba Fitossanidade Embrapa Semi-AacuteridoPetrolina Embrapa Brasiacutelia 63p (Frutas do Brasil 18)

Barbosa FR RG Ferreira LHP Kiill E A Souza WA Moreira JA Alencar ampFNP Haji 2002 Estudos do niacutevel de dano plantas invasoras hospedeiras e controledo psiliacutedeo da goiabeira (Triozoida sp) In XIX Congresso Brasileiro de EntomologiaManaus AM (Anais do Seminaacuterio do SEAG)

Boscaacuten de Martinez N amp R Casares 1980 El gorgojop de la guayaba Conotracheluspsidii Marshall (Coleoptera Curculionidae) I Evaluacioacuten de dantildeos AgronomiaTropical 30(1-6) 77-83

Boscaacuten de Martinez N amp R Casares 1981 Distribucioacutenen el tiempo de las fases delgorgojo de la guayaba Conotrachelus psidii Marshall (Coleoptera Curculionidae) en elcampo Agronomia Tropical 31(1-6) 123-130

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3233

Cave RD 1995 Manual para la ensentildeanza del control bioloacutegico en Ameacuterica LatinaZamorano Academic Press Zamorano Honduras 188p (primera edicioacuten)

Crocomo WB 1990 O que eacute o manejo integrado de pragas p 9-34 In CrocomoWB (coord) Manejo integrado de pragas Editora Unesp Satildeo Paulo CETESB 358p

Dolinski C 2003 Vermes que controlam insetos Guava News 1(1)8 (Goiabraacutes)

Follet PA amp KW Vick 2002 Desarrollo de estrategias de manejo integrado deplagas para eliminar las barreras sanitarias que restringen la exportacioacuten de productosagriacutecolas Manejo Integrado de Plagas y Agroecologia 65 43-49

Gallo D O Nakano S Silveira Neto RPL Carvalho GC Baptista E Berti FilhoJRP Parra RA Zucchi SB Alves JD Vendramim LC Marchini JRS Lopes ampC Omoto 2002 Entomologia Agriacutecola FEALQ Piracicaba 920p

Gonzaga Neto L amp JM Soares 1994 Goiaba para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos daproduccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa-SPI 49p - (Seacuterie Publicaccedilotildees Teacutecnicas FRUPEX 5)

Gould WP amp A Raga 2002 Pests of guava p295-313 In JE Pentildea JL Sharp ampM Wysoki (eds) Tropical fruit pests and pollinators biology economic importancenatural enemies and control CABI Publishing New York NY

Kogan M amp M Shenk 2002 Conceptualizacioacuten del manejo integrado de plagas enescalas espaciales y niveles de integracioacuten maacutes amplios Manejo Integrado de Plagas yAgroecologia 65 34-42

Malavasi A amp RA Zucchi 2000 Moscas-das-frutas de importacircncia econocircmica noBrasil conhecimento baacutesico e aplicado Holos Editora Ribeiratildeo Preto 327p

Nicholls C amp M Altieri 2002 Biodivesidad y disentildeo agroecoloacutegico un estudio dede manejo de plagas en vintildeedos Manejo Integrado de Plagas y Agroecologia 65 50-64

Norris RF EP Caswell-Chen amp M Kogan 2003 Concepts in integrated pestmanagement Prentice Hall Upper Saddle River New Jersey 586p

Pereira FM amp SA Bortoli 1998 Pragas da goiabeira p 119-130 In BragaSobrinho R JE Cardoso amp FCO Freire (eds) Pragas das fruteiras tropicais deimportacircncia agroindustrial Embrapa-SPI Brasiacutelia Embrapa-CNPAT Fortaleza 209p

Silva AGDA CR Gonccedilalves DM Galvatildeo AJL Gonccedilalves J Gomes MNSilva amp L Simoni 1968 Quarto cataacutelogo dos insetos que vivem nas plantas do Brasilseus parasitos e predadores Parte II - 1o Tomo - Insetos hospedeiros e inimigosnaturais Min de Agric Dep de Def e Inspeccedilatildeo Agropecuaacuteria Rio de Janeiro 622p

Silva NA 1992 Taxonomia ciclo de vida e dinacircmica populacional de Costalimaitaferruginea (Fabr 1801) (Coleoptera Chrysomelidae) praga de Eucalyptus spp(Myrtaceae) Tese de Doutorado ESALQUSP Piracicaba SP 165p

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3333

Silveira Neto S 1990 Monitoramento e decisatildeo no controle de pragas p 71-86 InCrocomo WB (coord) Manejo integrado de pragas Editora Unesp Satildeo PauloCETESB 358p

Souza JC A Raga amp MA Souza 2003 Pragas da goiabeira EPAMIG BeloHorizonte 60p (EPAMIG Boletim Teacutecnico 71)

Page 20: goiabeira - 9_MIPpragas

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2033

Hospedeiros alternativos Estas espeacutecies satildeo altamente poliacutefagas Assim satildeo referidascomo pragas da maioria das espeacutecies frutiacuteferas cultivadas comercialmente aleacutem deatacarem tambeacutem espeacutecies bastante distintas como eacute o caso do milho cucurbitaacuteceasmamoneira algodoeiro e girassol Algumas espeacutecies tecircm bastante afinidade com plantasdaninhas como eacute o caso do melatildeo-de-satildeo-caetano ( Mormodica charantia) hospedeiroclaacutessico de L gonagra guanxuma (Sida sp) de L zonatus mussambecirc (Cleome sp) de

L gonagra etc

Inimigos naturais Adultos de H clavigera satildeo parasitados por Hexacladia smithii (Hymenoptera Encyrtidae) e Gryon gallardoi e Gryon sp (Hymenoptera Scelionidae)Parasitam ovos de L zonatus Trichopoda pennipes (Diptera Tachinidae) parasitaadultos de L zonatus Eucelatoriopsis sp e Hydallohoughia sp (Diptera Tachinidae)atacam percevejos Gryon barbiellinii (Hymenoptera Scelionidae) eacute parasitoacuteide de ovosde percevejos Na regiatildeo de Campinas SP foi observado que cerca de 80 dos ovos de

Leptoglossus spp estavam parasitados por Neorileya sp (Hymenoptera Eurytomidae)

Aspectos bioloacutegicos O ciclo evolutivo de L zonatus eacute de 60 dias em temperaturasamenas O ciclo de L gonagra varia de 80 a 90 dias com um periacuteodo de incubaccedilatildeo de 8

dias e fase ninfal de 55 dias

Condiccedilotildees favoraacuteveis Periacuteodos com altas temperaturas satildeo bastante favoraacuteveis aosinsetos Apesar de se alimentarem tambeacutem das partes vegetativas a presenccedila de frutos eacutemuito favoraacutevel ao aumento da populaccedilatildeo L zonatus e L gonagra que ocorrem o anotodo com picos populacionais de novembro a abril H clavigera ocorrepreferencialmente de setembro a abril com pico em janeiro

Periacuteodos e estaacutedios criacuteticos Os percevejos atacam bototildees florais e frutos em todos osseus estaacutedios de desenvolvimento Os bototildees florais quando picados geralmente caeme os frutos mais desenvolvidos ficam deformados com cicatrizes bem visiacuteveis noslocais onde o inseto faz a punctura para a sua alimentaccedilatildeo Considerar como periacuteodocriacutetico a fase de formaccedilatildeo do botatildeo floral (entre os estaacutedios 2 e 3) ateacute a colheita (estaacutedio7)

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo No periacuteodo criacutetico monitorar semanalmente 2 dasplantas do talhatildeo ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo observando-se a presenccedila deinsetos (adultos ou ninfas) ou sinais do ataque da praga em frutos ou bototildees florais emdois ramos localizados no terccedilo meacutedio da copa em cada quadrante da planta Quandofor encontrado um inseto ou oacutergatildeo injuriado (fruto eou botatildeo floral) a planta seraacuteconsiderada infestadaO niacutevel de accedilatildeo seraacute alcanccedilado quando 20 das plantas monitoradas estivereminfestadas

Manejo cultural Eliminar os frutos pequenos que apresentarem sintomas de ataque porocasiatildeo do raleio As plantas infestantes no interior e em torno do pomar devem sermantidas com o porte baixo durante os periacuteodos favoraacuteveis agrave presenccedila da praga

325 Psiliacutedeo

Nome cientiacutefico Triozoida sp (Hemiptera Psyllidae)

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2133

Hospedeiros alternativos Natildeo se conhecem relatos de ocorrecircncia desta praga emoutras culturas apesar de ser constatada sua ocorrecircncia em diversas plantas infestantes

Inimigos naturais Satildeo relatadas como espeacutecies predadoras as joaninhas Cycloneda

sanguinea Olla abdominalis e Scymnus spp aracniacutedeos crisopiacutedeos hemerobiiacutedeos

sirfiacutedeos e estafiliniacutedeos Moscas cecidomiiacutedeas e micro-himenoacutepteros calcidiacutedeos eencirtiacutedeos (Psyllaephagus sp) satildeo relatados como parasitoacuteides de psiliacutedeosCladosporium cladosporioides eacute relatado como agente patogecircnico

Aspectos bioloacutegicos As fecircmeas efetuam a postura ao longo dos ramos ponteiros efolhas novas O periacuteodo de incubaccedilatildeo eacute de 7 a 9 dias e o ninfal variaacutevel de 29 a 35 diasAs ninfas sugam os bordos das folhas que devido agraves toxinas injetadas enrolam-se edeformam-se adquirindo coloraccedilatildeo amarelada ou avermelhada tornando-seposteriormente necrosadas

Condiccedilotildees favoraacuteveis O periacuteodo mais favoraacutevel ao ataque eacute o compreendido pelosmeses de primaveraveratildeo quando as temperaturas satildeo elevadas geralmente associadas

com alto iacutendice pluviomeacutetrico

Periacuteodo e estaacutedio criacutetico Apoacutes a poda quando da emissatildeo das novas brotaccedilotildees ateacute oiniacutecio de desenvolvimento do fruto (estaacutedio 2 a estaacutedio 4)

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo No periacuteodo criacutetico monitorar semanalmente 2 dasplantas do talhatildeo ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo Em cada planta a ser monitoradaverificar a presenccedila de sintomas de ataque ou de ovos ninfas ou adultos do inseto nosdois uacuteltimos pares de folhas em um ramo por quadrante localizado no terccedilo superior dacopa (Figura 7) A planta seraacute considerada infestada quando for constatada a presenccedilado inseto ou de seus danos em pelo menos um quadrante da plantaO niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 30 das plantas monitoradas estiverem infestadasNo periacuteodo natildeo criacutetico o niacutevel de accedilatildeo eacute maior ou seja quando 50 das plantasestiverem infestadas

Manejo cultural O solo deve ser mantido constantemente vegetado sendo o manejodas plantas infestantes feito por meio de roccediladas a fim de permitir a manutenccedilatildeo dafauna de inimigos naturais A adubaccedilatildeo nitrogenada deveraacute ser feita com cuidado paraevitar a brotaccedilatildeo excessiva da planta o que favoreceria a sua colonizaccedilatildeo pela pragaInseticidas piretroacuteides natildeo deveratildeo ser utilizados na cultura por causarem desequiliacutebriosbioloacutegicos favorecendo a incidecircncia desta praga

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2233

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2333

MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM GOIABAMANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM GOIABA

Fenologia da Goiabeira - Pragas e DoenccedilasFenologia da Goiabeira - Pragas e Doenccedilas

0 30 60 120 180

P o d a

B r o t a

ccedil atilde o

F l o r e s c i m e n t o

F r u t

o s

ldquo C h u

m b i

n h o rdquo

F r u t o

s c o

m 2 a 3 c m

d e

d i acirc m

e t r o

C o l

150

F r u t

o s c o m

1 5 c m

d e

d i acirc m

e t r o

E s t aacute d

i o 1

E s t aacute d

i o 2

E s t aacute d

i o 3

E s t aacute d

i o 4

E s t aacute d

i o 5

E s t aacute d

i o 6

Gorgulho e Percevejos

Besouro-amarelo e Psiliacutedeo

Ferrugem

ensacamentoensacamento

Figura 8 Fenologia da goiabeira conduzida pelo sistema de poda total e os periacuteodos criacuteticos de cada praga

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2433

34 Procedimentos aplicados para inspeccedilatildeo populacional das pragas

O sistema de MIP adotado na cultura da goiaba na regiatildeo de Campinas eValinhos no Estado de Satildeo Paulo consiste em levantamentos semanais para estimativadas pragas-chave e dos inimigos naturais

Os procedimentos para realizaccedilatildeo desse levantamento estatildeo resumidos na

Tabela 1 onde satildeo tambeacutem apresentados os niacuteveis de accedilatildeo para controle das pragas-chaveOs dados desse levantamento satildeo registrados em ficha proacutepria cujo

modelo eacute apresentado na Figura 9Nessa ficha constam tambeacutem informaccedilotildees sobre a presenccedila dos inimigos

naturais Para facilitar a identificaccedilatildeo desses artroacutepodos a Tabela 2 apresentainformaccedilotildees sobre a sua localizaccedilatildeo na planta e caracteriacutesticas de seu comportamento

35 Consideraccedilotildees sobre os inimigos naturais presentes no pomar de goiaba

Os inimigos naturais satildeo componentes importantiacutessimos do Manejo

Integrado de Pragas dentro dos princiacutepios estabelecidos pela Produccedilatildeo Integrada deFrutas (PIF) O primeiro passo para tirar o melhor proveito do controle bioloacutegico eacuteconhecer as espeacutecies de pragas seus inimigos naturais e o potencial de controleexercido por eles no campo

Uma revisatildeo da literatura mostra que algumas pragas da goiaba satildeobastante atacadas por agentes de controle bioloacutegico enquanto outras natildeo o satildeo Eacute o casodo gorgulho que eacute atacado por algumas espeacutecies de formigas predadoras(Hymenoptera Formicidae) Adultos do percevejo H clavigera satildeo parasitados por

Hexacladia smithii (Hymenoptera Encyrtidae) Jaacute os percevejos do gecircnero Leptoglossus (Hemiptera Coreidae) satildeo atacados na fase de ovo pelos parasitoacuteidesGryon spp (Hymenoptera Scelionidae) quando adultos podem ser parasitados porTrichopoda pennipes Eucelatoriopsis sp e Hydallohoughia sp (Diptera Tachinidae)Mas eacute o psiliacutedeo juntamente com o besouro-amarelo que apresentam o maior nuacutemerode inimigos naturais conhecidos O psiacuteliacutedeo eacute predado pelas joaninhas Cycloneda

sanguinea e Scymnus spp (Coleoptera Coccinellidae) por crisopiacutedeos e hemerobiiacutedeos(Neuroptera) estafiliniacutedeos (Coleoptera) e aranhas Moscas cecidomiiacutedeas emicroimenoacutepteros calcidiacutedeos satildeo relatados como parasitoacuteides e o fungo Cladosporium

cladosporioides eacute citado como agente patogecircnico O besouro amarelo eacute predado pelospercevejos Supputius cincticeps (Hemiptera Pentatomidae) Tynacantha marginata

(Hemiptera Pentatomidae) Arilus carinatus (Hemiptera Reduviidae) pelas aranhas Misumenops pallens (Araneae Thomisidae) e Peucetia sp (Araneae Oxyopidae) eparasitados pelos fungos entomopatogecircnicos Beauveria bassiana e Metarhizium

anisopliae var anisopliaeEmbora a lista de inimigos naturais natildeo seja pequena pouco se sabe

sobre a sua real capacidade de controle Aleacutem disto a accedilatildeo dos inimigos naturais eacutemuito afetado pelo modo de o homem manejar o ambiente O solo completamentedesprovido de mato por exemplo pode natildeo ser favoraacutevel para a atraccedilatildeo e permanecircnciade inimigos naturais num local Contudo mais estudos satildeo necessaacuterios para entendermelhor essa relaccedilatildeo principalmente no caso da cultura da goiaba

Visando aumentar esse conhecimento bem como a relaccedilatildeo de inimigosexistentes a equipe do PIF-Goiaba tem feito levantamentos perioacutedicos na regiatildeo deCampinas - SP e alguns resultados jaacute foram obtidos Para os percevejos do gecircnero

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2533

Leptoglossus por exemplo verificou-se que cerca de 80 dos ovos depositados nasgoiabeiras estavam parasitados pelo micro-himenoacuteptero Neorileya sp (Eurytomidae)Atacando psiliacutedeo foram encontradas uma espeacutecie de joaninha Olla abdominalis (Coleoptera Coccinellidae) larvas de uma mosca da famiacutelia Syrphidae e uma espeacuteciede parasitoacuteide do gecircnero Psyllaephagus (Hymenoptera Encyrtidae) Paralelamenteestuda-se a possibilidade de se realizarem ensaios para avaliar a patogenicidade de

microrganismos agraves pragas-chave com o objetivo de ampliar a utilizaccedilatildeo do controlebioloacutegico na culturaPor outro lado como a capacitaccedilatildeo de recursos humanos faz parte da

filosofia da Produccedilatildeo Integrada de Frutas o material entomoloacutegico coletado nesseslevantamentos estaacute sendo fotografado para elaboraccedilatildeo de um manual ilustradocontendo natildeo soacute os insetos pragas em suas diversas fases de desenvolvimento mastambeacutem seus inimigos naturais Posteriormente esse manual serviraacute para orientar osprodutores aos quais tambeacutem estatildeo sendo ministrados cursos de treinamento

36 Consideraccedilotildees sobre os estudos de monitoramento de pragas

Aleacutem das pragas citadas anteriormente a goiabeira apresenta outrosorganismos de importacircncia que podem causar seacuterios prejuiacutezos agrave cultura poreacutem devidoaos aspectos do seu ciclo bioloacutegico natildeo eacute possiacutevel condicionar o controle dos mesmosao emprego de taacuteticas de MIP Como exemplo a goiabeira apresenta duas doenccedilas umacausada por bacteacuteria conhecida como seca-bacteriana ( Erwinia psidii) e outra causadapor fungo denominada antracnose (Colletotrichum gloeosporioides) entretanto devidoao caraacuteter explosivo de suas infecccedilotildees natildeo eacute possiacutevel monitoraacute-las diretamente nocampo Em ambos os casos a possibilidade de monitoramento se daria por intermeacutedioda utilizaccedilatildeo de estaccedilotildees de aviso onde os dados meteoroloacutegicos obtidoscorrelacionados com as informaccedilotildees da condiccedilatildeo favoraacutevel para infecccedilatildeo resultariamem uma informaccedilatildeo de previsibilidade de ataque dessas doenccedilas

Os estudos de monitoramento no campo que ainda se encontram emandamento tecircm detectado o surgimento de outras pragas causando seacuterios prejuiacutezos agravegoiabeira tais comoa) Aacutecaro-branco Polyphagotarsonemus latus (Banks 1904) (Acari Tarsonemidae) esseaacutecaro tem sido constatado causando injuacuterias nas brotaccedilotildees e frutos novosprincipalmente entre os estaacutedios de desenvolvimento 1 e 3 (Figura 8)b) Lagarta-do-ponteiro (Lepidoptera Tortricidae) conforme o seu proacuteprio nome essaslagartas instalam-se nas brotaccedilotildees da goiabeira danificando as folhas e os caules tenroscomprometendo o seu desenvolvimento As lagartas satildeo pequenas atingindo nomaacuteximo cerca de 1 cm de comprimento de coloraccedilatildeo verde pardacenta satildeo aacutegeis equando molestadas saltam para fora da brotaccedilatildeo podendo ficar penduradas por um fiode seda O adulto eacute uma pequena mariposa de cor acinzentada que tambeacutem natildeo chega aatingir 1 cm de comprimento Ateacute o momento nos monitoramentos natildeo foi constatada apresenccedila de adultos o que leva a crer que provavelmente esse inseto tenhacomportamento crepuscular ou noturno Tambeacutem natildeo haacute nenhuma informaccedilatildeo relatadaa respeito da ocorrecircncia desse inseto na cultura da goiabac) Lagarta-dos-frutos (Lepidoptera Tortricidae) as lagartas se instalam geralmente nosfruto ensacados ambiente propiacutecio para se desenvolverem danificando a casca e aporccedilatildeo da polpa logo abaixo Tambeacutem satildeo encontradas entre os frutos que ficamaglomerados no ramo As injuacuterias decorrentes de sua alimentaccedilatildeo prejudicam aaparecircncia dos frutos que satildeo descartados Foi constatado um talhatildeo em que a maioria

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2633

dos frutos se encontravam infestados acarretando um prejuiacutezo acima de 50 daproduccedilatildeo As lagartas satildeo aacutegeis apresentam coloraccedilatildeo verde na grande maioria dosindiviacuteduos medem cerca de 15 cm no maacuteximo Os adultos satildeo mariposas de coloraccedilatildeoparda ou ateacute mesmo acizentadas e chegam a medir cerca de 12 mm de comprimentoAteacute o momento natildeo foi constatada a presenccedila de adultos nos monitoramentosrealizados A exemplo da lagarta-dos-ponteiros tambeacutem natildeo haacute nenhuma informaccedilatildeo

relatada de sua ocorrecircncia

4 Consideraccedilotildees finais

A implementaccedilatildeo do MIP na cultura da goiaba reserva um grandedesafio pois diversos fatores de ordem regulatoacuteria econocircmica ambiental de proteccedilatildeohumana ecoloacutegica de praacuteticas culturais e as variaccedilotildees de clima determinaratildeo o usodesse sistema no futuro Portanto a aplicaccedilatildeo do MIP natildeo ficaraacute apenas sob aresponsabilidade do produtor mas a accedilatildeo deveraacute ser conjunta envolvendo asinstituiccedilotildees de pesquisa de extensatildeo e toda a cadeia produtiva da fruta

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2733

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2833

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2933

Tabela 2 Informaccedilotildees sobre os inimigos naturais mais frequumlentes na goiabeira com relaccedilatildeo agraves suas fases de vid

Inimigos Naturais Inspeccedilatildeo

1 Aacutecaro predador 991522 Nos ramos escolhidos para exame de psiliacutedeos inspecionarvelhas com auxiacutelio de uma lupa de 10x de aumento procurand

2 Aranhas 991522 Ao examinar as plantas amostradas procurar os adultos pri jovens eou ovos nos ninhos formados por teias entre as folhas

3 Crisopiacutedeos (bicho-lixeiro)991522 Ao examinar as plantas amostradas observar a presenccedila deadultos Geralmente satildeo encontrados em qualquer parte da pltronco)

4 Formigas 991522 Ao examinar as plantas amostradas procurar os insetos adu

5 Joaninhas 991522 Ao examinar as plantas amostradas observar a presenccedila dpreferencialmente nas folhas novas

6 Percevejos predadores 991522 Examinar as plantas amostradas procurando adultos ninf

localizam nas folhas do interior da copa7 Sirfiacutedeos (moscas que pairam no ar) 991522 Observar moscas que pairam no ar as larvas localizam-se

por ocasiatildeo da infestaccedilatildeo de psiacutelideos ou pulgotildees principalme8 Mosquinha-verde metaacutelica (Dolicopodiacutedeos) 991522 Os adultos satildeo aacutegeis e devem ser observados nas folhas loc

9 Vespas (marimbondos) 991522 Geralmente os adultos satildeo pequenas vespas caccediladoras qubrotaccedilotildees

10 Vespinhas (parasitoacuteides) 991522 Examinar as plantas amostradas procurando os insetos aduno interior da copa

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3033

FICHA DE INSPECcedilAtildeO DE PRAGAS E INIMIGOS NATURAIS PRODUCcedilAtildeO INTEGRADA DE GOIABA-SPPlantas inspecionadas

PragasQ 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

No

abc

Besouro-amarelo

dabc

Gorgulho

dabc

Percevejos

dabc

Psiliacutedeo

d

Ferrugem SInimigos Naturais E

LJoaninhasAOL

Crisopiacutedeos(bicho-lixeiro)

ANPercevejos

predadores AAacutecaro predador A

Aranhas AVespinhas A

Data _______________ Talhatildeo ___________ Estaacutegio fenoloacutegico 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6( ) 7( ) Inspetor

Legenda Q = quadrantes E = estaacutegio de vida dos inimigos naturais onde O = ovo L = larva N = ninfa A =

Figura 9 Modelo de ficha de amostragem utilizada no monitoramento das pragas e inimigos naturais na goiabei

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3133

Agradecimentos

Os autores agradecem aos teacutecnicos e produtores do Comitecirc Gestor daProduccedilatildeo Integrada de Frutas - Goiaba pelo total apoio que nos foi dispensado e queainda continuam incentivando com pleno entusiasmo no intuito de fortalecer cada vezmais a fruticultura brasileira Tambeacutem agradecemos os estagiaacuterios Guilherme de Melo e

Flaacutevia Calderari Marin pelo grande auxiacutelio nos trabalhos de monitoramento no campo ede laboratoacuterio Agradecemos tambeacutem ao engenheiro agrocircnomo Joseacute Emiacutelio Bettiol Netopela sua grande atuaccedilatildeo frente aos produtores de goiaba e que nunca mediu esforccedilos emnos ajudar nos estudos de monitoramento aleacutem das muitas informaccedilotildees que nosforneceu

Bibliografia consultada

Altieri MA EN Silva amp CI Nicholls 2003 O papel da biodiversidade no manejode pragas Holos Editora Ribeiratildeo Preto 226p

Bailez OE A M Viana ndashBailez JOG Lima amp DDO Moreira 2003 Life-historyof the guava weevil Conotrachelus psidii Marshal (Coleoptera Curculionidae) underlaboratory conditions Neotropical Entomology 32(2)203-207

Baldin ELL AL Boiccedila Juacutenior amp S Freitas 1998 Percevejo do maracujaacuteHolhymenia clavigera (Herb 1784) x Holhymenia histrio (Fabr 1803) (HemipteraCoreidae) p35 In 17o Congresso Brasileiro de Entomologia Resumos vol 1 SEBRio de Janeiro RJ

Barbosa FR A P Santos AT Haji WA Moreira FNP Haji amp J A Alencar1999 Eficiecircncia e seletividade do imidacloprid e lambdacyalothrin no controledopsiliacutedeo (Triozoida sp) em goiabeira Revista Brasileira de Fruticultura 21(3) 385-387

Barbosa FR AS Nascimento JV Oliveira JA Alencar amp FNP Haji 2001Pragas p29-54 In Barbosa FR (ed) Goiaba Fitossanidade Embrapa Semi-AacuteridoPetrolina Embrapa Brasiacutelia 63p (Frutas do Brasil 18)

Barbosa FR RG Ferreira LHP Kiill E A Souza WA Moreira JA Alencar ampFNP Haji 2002 Estudos do niacutevel de dano plantas invasoras hospedeiras e controledo psiliacutedeo da goiabeira (Triozoida sp) In XIX Congresso Brasileiro de EntomologiaManaus AM (Anais do Seminaacuterio do SEAG)

Boscaacuten de Martinez N amp R Casares 1980 El gorgojop de la guayaba Conotracheluspsidii Marshall (Coleoptera Curculionidae) I Evaluacioacuten de dantildeos AgronomiaTropical 30(1-6) 77-83

Boscaacuten de Martinez N amp R Casares 1981 Distribucioacutenen el tiempo de las fases delgorgojo de la guayaba Conotrachelus psidii Marshall (Coleoptera Curculionidae) en elcampo Agronomia Tropical 31(1-6) 123-130

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3233

Cave RD 1995 Manual para la ensentildeanza del control bioloacutegico en Ameacuterica LatinaZamorano Academic Press Zamorano Honduras 188p (primera edicioacuten)

Crocomo WB 1990 O que eacute o manejo integrado de pragas p 9-34 In CrocomoWB (coord) Manejo integrado de pragas Editora Unesp Satildeo Paulo CETESB 358p

Dolinski C 2003 Vermes que controlam insetos Guava News 1(1)8 (Goiabraacutes)

Follet PA amp KW Vick 2002 Desarrollo de estrategias de manejo integrado deplagas para eliminar las barreras sanitarias que restringen la exportacioacuten de productosagriacutecolas Manejo Integrado de Plagas y Agroecologia 65 43-49

Gallo D O Nakano S Silveira Neto RPL Carvalho GC Baptista E Berti FilhoJRP Parra RA Zucchi SB Alves JD Vendramim LC Marchini JRS Lopes ampC Omoto 2002 Entomologia Agriacutecola FEALQ Piracicaba 920p

Gonzaga Neto L amp JM Soares 1994 Goiaba para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos daproduccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa-SPI 49p - (Seacuterie Publicaccedilotildees Teacutecnicas FRUPEX 5)

Gould WP amp A Raga 2002 Pests of guava p295-313 In JE Pentildea JL Sharp ampM Wysoki (eds) Tropical fruit pests and pollinators biology economic importancenatural enemies and control CABI Publishing New York NY

Kogan M amp M Shenk 2002 Conceptualizacioacuten del manejo integrado de plagas enescalas espaciales y niveles de integracioacuten maacutes amplios Manejo Integrado de Plagas yAgroecologia 65 34-42

Malavasi A amp RA Zucchi 2000 Moscas-das-frutas de importacircncia econocircmica noBrasil conhecimento baacutesico e aplicado Holos Editora Ribeiratildeo Preto 327p

Nicholls C amp M Altieri 2002 Biodivesidad y disentildeo agroecoloacutegico un estudio dede manejo de plagas en vintildeedos Manejo Integrado de Plagas y Agroecologia 65 50-64

Norris RF EP Caswell-Chen amp M Kogan 2003 Concepts in integrated pestmanagement Prentice Hall Upper Saddle River New Jersey 586p

Pereira FM amp SA Bortoli 1998 Pragas da goiabeira p 119-130 In BragaSobrinho R JE Cardoso amp FCO Freire (eds) Pragas das fruteiras tropicais deimportacircncia agroindustrial Embrapa-SPI Brasiacutelia Embrapa-CNPAT Fortaleza 209p

Silva AGDA CR Gonccedilalves DM Galvatildeo AJL Gonccedilalves J Gomes MNSilva amp L Simoni 1968 Quarto cataacutelogo dos insetos que vivem nas plantas do Brasilseus parasitos e predadores Parte II - 1o Tomo - Insetos hospedeiros e inimigosnaturais Min de Agric Dep de Def e Inspeccedilatildeo Agropecuaacuteria Rio de Janeiro 622p

Silva NA 1992 Taxonomia ciclo de vida e dinacircmica populacional de Costalimaitaferruginea (Fabr 1801) (Coleoptera Chrysomelidae) praga de Eucalyptus spp(Myrtaceae) Tese de Doutorado ESALQUSP Piracicaba SP 165p

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3333

Silveira Neto S 1990 Monitoramento e decisatildeo no controle de pragas p 71-86 InCrocomo WB (coord) Manejo integrado de pragas Editora Unesp Satildeo PauloCETESB 358p

Souza JC A Raga amp MA Souza 2003 Pragas da goiabeira EPAMIG BeloHorizonte 60p (EPAMIG Boletim Teacutecnico 71)

Page 21: goiabeira - 9_MIPpragas

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2133

Hospedeiros alternativos Natildeo se conhecem relatos de ocorrecircncia desta praga emoutras culturas apesar de ser constatada sua ocorrecircncia em diversas plantas infestantes

Inimigos naturais Satildeo relatadas como espeacutecies predadoras as joaninhas Cycloneda

sanguinea Olla abdominalis e Scymnus spp aracniacutedeos crisopiacutedeos hemerobiiacutedeos

sirfiacutedeos e estafiliniacutedeos Moscas cecidomiiacutedeas e micro-himenoacutepteros calcidiacutedeos eencirtiacutedeos (Psyllaephagus sp) satildeo relatados como parasitoacuteides de psiliacutedeosCladosporium cladosporioides eacute relatado como agente patogecircnico

Aspectos bioloacutegicos As fecircmeas efetuam a postura ao longo dos ramos ponteiros efolhas novas O periacuteodo de incubaccedilatildeo eacute de 7 a 9 dias e o ninfal variaacutevel de 29 a 35 diasAs ninfas sugam os bordos das folhas que devido agraves toxinas injetadas enrolam-se edeformam-se adquirindo coloraccedilatildeo amarelada ou avermelhada tornando-seposteriormente necrosadas

Condiccedilotildees favoraacuteveis O periacuteodo mais favoraacutevel ao ataque eacute o compreendido pelosmeses de primaveraveratildeo quando as temperaturas satildeo elevadas geralmente associadas

com alto iacutendice pluviomeacutetrico

Periacuteodo e estaacutedio criacutetico Apoacutes a poda quando da emissatildeo das novas brotaccedilotildees ateacute oiniacutecio de desenvolvimento do fruto (estaacutedio 2 a estaacutedio 4)

Monitoramento e niacutevel de accedilatildeo No periacuteodo criacutetico monitorar semanalmente 2 dasplantas do talhatildeo ou no miacutenimo 20 plantas por talhatildeo Em cada planta a ser monitoradaverificar a presenccedila de sintomas de ataque ou de ovos ninfas ou adultos do inseto nosdois uacuteltimos pares de folhas em um ramo por quadrante localizado no terccedilo superior dacopa (Figura 7) A planta seraacute considerada infestada quando for constatada a presenccedilado inseto ou de seus danos em pelo menos um quadrante da plantaO niacutevel de accedilatildeo seraacute atingido quando 30 das plantas monitoradas estiverem infestadasNo periacuteodo natildeo criacutetico o niacutevel de accedilatildeo eacute maior ou seja quando 50 das plantasestiverem infestadas

Manejo cultural O solo deve ser mantido constantemente vegetado sendo o manejodas plantas infestantes feito por meio de roccediladas a fim de permitir a manutenccedilatildeo dafauna de inimigos naturais A adubaccedilatildeo nitrogenada deveraacute ser feita com cuidado paraevitar a brotaccedilatildeo excessiva da planta o que favoreceria a sua colonizaccedilatildeo pela pragaInseticidas piretroacuteides natildeo deveratildeo ser utilizados na cultura por causarem desequiliacutebriosbioloacutegicos favorecendo a incidecircncia desta praga

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2233

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2333

MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM GOIABAMANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM GOIABA

Fenologia da Goiabeira - Pragas e DoenccedilasFenologia da Goiabeira - Pragas e Doenccedilas

0 30 60 120 180

P o d a

B r o t a

ccedil atilde o

F l o r e s c i m e n t o

F r u t

o s

ldquo C h u

m b i

n h o rdquo

F r u t o

s c o

m 2 a 3 c m

d e

d i acirc m

e t r o

C o l

150

F r u t

o s c o m

1 5 c m

d e

d i acirc m

e t r o

E s t aacute d

i o 1

E s t aacute d

i o 2

E s t aacute d

i o 3

E s t aacute d

i o 4

E s t aacute d

i o 5

E s t aacute d

i o 6

Gorgulho e Percevejos

Besouro-amarelo e Psiliacutedeo

Ferrugem

ensacamentoensacamento

Figura 8 Fenologia da goiabeira conduzida pelo sistema de poda total e os periacuteodos criacuteticos de cada praga

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2433

34 Procedimentos aplicados para inspeccedilatildeo populacional das pragas

O sistema de MIP adotado na cultura da goiaba na regiatildeo de Campinas eValinhos no Estado de Satildeo Paulo consiste em levantamentos semanais para estimativadas pragas-chave e dos inimigos naturais

Os procedimentos para realizaccedilatildeo desse levantamento estatildeo resumidos na

Tabela 1 onde satildeo tambeacutem apresentados os niacuteveis de accedilatildeo para controle das pragas-chaveOs dados desse levantamento satildeo registrados em ficha proacutepria cujo

modelo eacute apresentado na Figura 9Nessa ficha constam tambeacutem informaccedilotildees sobre a presenccedila dos inimigos

naturais Para facilitar a identificaccedilatildeo desses artroacutepodos a Tabela 2 apresentainformaccedilotildees sobre a sua localizaccedilatildeo na planta e caracteriacutesticas de seu comportamento

35 Consideraccedilotildees sobre os inimigos naturais presentes no pomar de goiaba

Os inimigos naturais satildeo componentes importantiacutessimos do Manejo

Integrado de Pragas dentro dos princiacutepios estabelecidos pela Produccedilatildeo Integrada deFrutas (PIF) O primeiro passo para tirar o melhor proveito do controle bioloacutegico eacuteconhecer as espeacutecies de pragas seus inimigos naturais e o potencial de controleexercido por eles no campo

Uma revisatildeo da literatura mostra que algumas pragas da goiaba satildeobastante atacadas por agentes de controle bioloacutegico enquanto outras natildeo o satildeo Eacute o casodo gorgulho que eacute atacado por algumas espeacutecies de formigas predadoras(Hymenoptera Formicidae) Adultos do percevejo H clavigera satildeo parasitados por

Hexacladia smithii (Hymenoptera Encyrtidae) Jaacute os percevejos do gecircnero Leptoglossus (Hemiptera Coreidae) satildeo atacados na fase de ovo pelos parasitoacuteidesGryon spp (Hymenoptera Scelionidae) quando adultos podem ser parasitados porTrichopoda pennipes Eucelatoriopsis sp e Hydallohoughia sp (Diptera Tachinidae)Mas eacute o psiliacutedeo juntamente com o besouro-amarelo que apresentam o maior nuacutemerode inimigos naturais conhecidos O psiacuteliacutedeo eacute predado pelas joaninhas Cycloneda

sanguinea e Scymnus spp (Coleoptera Coccinellidae) por crisopiacutedeos e hemerobiiacutedeos(Neuroptera) estafiliniacutedeos (Coleoptera) e aranhas Moscas cecidomiiacutedeas emicroimenoacutepteros calcidiacutedeos satildeo relatados como parasitoacuteides e o fungo Cladosporium

cladosporioides eacute citado como agente patogecircnico O besouro amarelo eacute predado pelospercevejos Supputius cincticeps (Hemiptera Pentatomidae) Tynacantha marginata

(Hemiptera Pentatomidae) Arilus carinatus (Hemiptera Reduviidae) pelas aranhas Misumenops pallens (Araneae Thomisidae) e Peucetia sp (Araneae Oxyopidae) eparasitados pelos fungos entomopatogecircnicos Beauveria bassiana e Metarhizium

anisopliae var anisopliaeEmbora a lista de inimigos naturais natildeo seja pequena pouco se sabe

sobre a sua real capacidade de controle Aleacutem disto a accedilatildeo dos inimigos naturais eacutemuito afetado pelo modo de o homem manejar o ambiente O solo completamentedesprovido de mato por exemplo pode natildeo ser favoraacutevel para a atraccedilatildeo e permanecircnciade inimigos naturais num local Contudo mais estudos satildeo necessaacuterios para entendermelhor essa relaccedilatildeo principalmente no caso da cultura da goiaba

Visando aumentar esse conhecimento bem como a relaccedilatildeo de inimigosexistentes a equipe do PIF-Goiaba tem feito levantamentos perioacutedicos na regiatildeo deCampinas - SP e alguns resultados jaacute foram obtidos Para os percevejos do gecircnero

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2533

Leptoglossus por exemplo verificou-se que cerca de 80 dos ovos depositados nasgoiabeiras estavam parasitados pelo micro-himenoacuteptero Neorileya sp (Eurytomidae)Atacando psiliacutedeo foram encontradas uma espeacutecie de joaninha Olla abdominalis (Coleoptera Coccinellidae) larvas de uma mosca da famiacutelia Syrphidae e uma espeacuteciede parasitoacuteide do gecircnero Psyllaephagus (Hymenoptera Encyrtidae) Paralelamenteestuda-se a possibilidade de se realizarem ensaios para avaliar a patogenicidade de

microrganismos agraves pragas-chave com o objetivo de ampliar a utilizaccedilatildeo do controlebioloacutegico na culturaPor outro lado como a capacitaccedilatildeo de recursos humanos faz parte da

filosofia da Produccedilatildeo Integrada de Frutas o material entomoloacutegico coletado nesseslevantamentos estaacute sendo fotografado para elaboraccedilatildeo de um manual ilustradocontendo natildeo soacute os insetos pragas em suas diversas fases de desenvolvimento mastambeacutem seus inimigos naturais Posteriormente esse manual serviraacute para orientar osprodutores aos quais tambeacutem estatildeo sendo ministrados cursos de treinamento

36 Consideraccedilotildees sobre os estudos de monitoramento de pragas

Aleacutem das pragas citadas anteriormente a goiabeira apresenta outrosorganismos de importacircncia que podem causar seacuterios prejuiacutezos agrave cultura poreacutem devidoaos aspectos do seu ciclo bioloacutegico natildeo eacute possiacutevel condicionar o controle dos mesmosao emprego de taacuteticas de MIP Como exemplo a goiabeira apresenta duas doenccedilas umacausada por bacteacuteria conhecida como seca-bacteriana ( Erwinia psidii) e outra causadapor fungo denominada antracnose (Colletotrichum gloeosporioides) entretanto devidoao caraacuteter explosivo de suas infecccedilotildees natildeo eacute possiacutevel monitoraacute-las diretamente nocampo Em ambos os casos a possibilidade de monitoramento se daria por intermeacutedioda utilizaccedilatildeo de estaccedilotildees de aviso onde os dados meteoroloacutegicos obtidoscorrelacionados com as informaccedilotildees da condiccedilatildeo favoraacutevel para infecccedilatildeo resultariamem uma informaccedilatildeo de previsibilidade de ataque dessas doenccedilas

Os estudos de monitoramento no campo que ainda se encontram emandamento tecircm detectado o surgimento de outras pragas causando seacuterios prejuiacutezos agravegoiabeira tais comoa) Aacutecaro-branco Polyphagotarsonemus latus (Banks 1904) (Acari Tarsonemidae) esseaacutecaro tem sido constatado causando injuacuterias nas brotaccedilotildees e frutos novosprincipalmente entre os estaacutedios de desenvolvimento 1 e 3 (Figura 8)b) Lagarta-do-ponteiro (Lepidoptera Tortricidae) conforme o seu proacuteprio nome essaslagartas instalam-se nas brotaccedilotildees da goiabeira danificando as folhas e os caules tenroscomprometendo o seu desenvolvimento As lagartas satildeo pequenas atingindo nomaacuteximo cerca de 1 cm de comprimento de coloraccedilatildeo verde pardacenta satildeo aacutegeis equando molestadas saltam para fora da brotaccedilatildeo podendo ficar penduradas por um fiode seda O adulto eacute uma pequena mariposa de cor acinzentada que tambeacutem natildeo chega aatingir 1 cm de comprimento Ateacute o momento nos monitoramentos natildeo foi constatada apresenccedila de adultos o que leva a crer que provavelmente esse inseto tenhacomportamento crepuscular ou noturno Tambeacutem natildeo haacute nenhuma informaccedilatildeo relatadaa respeito da ocorrecircncia desse inseto na cultura da goiabac) Lagarta-dos-frutos (Lepidoptera Tortricidae) as lagartas se instalam geralmente nosfruto ensacados ambiente propiacutecio para se desenvolverem danificando a casca e aporccedilatildeo da polpa logo abaixo Tambeacutem satildeo encontradas entre os frutos que ficamaglomerados no ramo As injuacuterias decorrentes de sua alimentaccedilatildeo prejudicam aaparecircncia dos frutos que satildeo descartados Foi constatado um talhatildeo em que a maioria

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2633

dos frutos se encontravam infestados acarretando um prejuiacutezo acima de 50 daproduccedilatildeo As lagartas satildeo aacutegeis apresentam coloraccedilatildeo verde na grande maioria dosindiviacuteduos medem cerca de 15 cm no maacuteximo Os adultos satildeo mariposas de coloraccedilatildeoparda ou ateacute mesmo acizentadas e chegam a medir cerca de 12 mm de comprimentoAteacute o momento natildeo foi constatada a presenccedila de adultos nos monitoramentosrealizados A exemplo da lagarta-dos-ponteiros tambeacutem natildeo haacute nenhuma informaccedilatildeo

relatada de sua ocorrecircncia

4 Consideraccedilotildees finais

A implementaccedilatildeo do MIP na cultura da goiaba reserva um grandedesafio pois diversos fatores de ordem regulatoacuteria econocircmica ambiental de proteccedilatildeohumana ecoloacutegica de praacuteticas culturais e as variaccedilotildees de clima determinaratildeo o usodesse sistema no futuro Portanto a aplicaccedilatildeo do MIP natildeo ficaraacute apenas sob aresponsabilidade do produtor mas a accedilatildeo deveraacute ser conjunta envolvendo asinstituiccedilotildees de pesquisa de extensatildeo e toda a cadeia produtiva da fruta

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2733

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2833

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2933

Tabela 2 Informaccedilotildees sobre os inimigos naturais mais frequumlentes na goiabeira com relaccedilatildeo agraves suas fases de vid

Inimigos Naturais Inspeccedilatildeo

1 Aacutecaro predador 991522 Nos ramos escolhidos para exame de psiliacutedeos inspecionarvelhas com auxiacutelio de uma lupa de 10x de aumento procurand

2 Aranhas 991522 Ao examinar as plantas amostradas procurar os adultos pri jovens eou ovos nos ninhos formados por teias entre as folhas

3 Crisopiacutedeos (bicho-lixeiro)991522 Ao examinar as plantas amostradas observar a presenccedila deadultos Geralmente satildeo encontrados em qualquer parte da pltronco)

4 Formigas 991522 Ao examinar as plantas amostradas procurar os insetos adu

5 Joaninhas 991522 Ao examinar as plantas amostradas observar a presenccedila dpreferencialmente nas folhas novas

6 Percevejos predadores 991522 Examinar as plantas amostradas procurando adultos ninf

localizam nas folhas do interior da copa7 Sirfiacutedeos (moscas que pairam no ar) 991522 Observar moscas que pairam no ar as larvas localizam-se

por ocasiatildeo da infestaccedilatildeo de psiacutelideos ou pulgotildees principalme8 Mosquinha-verde metaacutelica (Dolicopodiacutedeos) 991522 Os adultos satildeo aacutegeis e devem ser observados nas folhas loc

9 Vespas (marimbondos) 991522 Geralmente os adultos satildeo pequenas vespas caccediladoras qubrotaccedilotildees

10 Vespinhas (parasitoacuteides) 991522 Examinar as plantas amostradas procurando os insetos aduno interior da copa

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3033

FICHA DE INSPECcedilAtildeO DE PRAGAS E INIMIGOS NATURAIS PRODUCcedilAtildeO INTEGRADA DE GOIABA-SPPlantas inspecionadas

PragasQ 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

No

abc

Besouro-amarelo

dabc

Gorgulho

dabc

Percevejos

dabc

Psiliacutedeo

d

Ferrugem SInimigos Naturais E

LJoaninhasAOL

Crisopiacutedeos(bicho-lixeiro)

ANPercevejos

predadores AAacutecaro predador A

Aranhas AVespinhas A

Data _______________ Talhatildeo ___________ Estaacutegio fenoloacutegico 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6( ) 7( ) Inspetor

Legenda Q = quadrantes E = estaacutegio de vida dos inimigos naturais onde O = ovo L = larva N = ninfa A =

Figura 9 Modelo de ficha de amostragem utilizada no monitoramento das pragas e inimigos naturais na goiabei

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3133

Agradecimentos

Os autores agradecem aos teacutecnicos e produtores do Comitecirc Gestor daProduccedilatildeo Integrada de Frutas - Goiaba pelo total apoio que nos foi dispensado e queainda continuam incentivando com pleno entusiasmo no intuito de fortalecer cada vezmais a fruticultura brasileira Tambeacutem agradecemos os estagiaacuterios Guilherme de Melo e

Flaacutevia Calderari Marin pelo grande auxiacutelio nos trabalhos de monitoramento no campo ede laboratoacuterio Agradecemos tambeacutem ao engenheiro agrocircnomo Joseacute Emiacutelio Bettiol Netopela sua grande atuaccedilatildeo frente aos produtores de goiaba e que nunca mediu esforccedilos emnos ajudar nos estudos de monitoramento aleacutem das muitas informaccedilotildees que nosforneceu

Bibliografia consultada

Altieri MA EN Silva amp CI Nicholls 2003 O papel da biodiversidade no manejode pragas Holos Editora Ribeiratildeo Preto 226p

Bailez OE A M Viana ndashBailez JOG Lima amp DDO Moreira 2003 Life-historyof the guava weevil Conotrachelus psidii Marshal (Coleoptera Curculionidae) underlaboratory conditions Neotropical Entomology 32(2)203-207

Baldin ELL AL Boiccedila Juacutenior amp S Freitas 1998 Percevejo do maracujaacuteHolhymenia clavigera (Herb 1784) x Holhymenia histrio (Fabr 1803) (HemipteraCoreidae) p35 In 17o Congresso Brasileiro de Entomologia Resumos vol 1 SEBRio de Janeiro RJ

Barbosa FR A P Santos AT Haji WA Moreira FNP Haji amp J A Alencar1999 Eficiecircncia e seletividade do imidacloprid e lambdacyalothrin no controledopsiliacutedeo (Triozoida sp) em goiabeira Revista Brasileira de Fruticultura 21(3) 385-387

Barbosa FR AS Nascimento JV Oliveira JA Alencar amp FNP Haji 2001Pragas p29-54 In Barbosa FR (ed) Goiaba Fitossanidade Embrapa Semi-AacuteridoPetrolina Embrapa Brasiacutelia 63p (Frutas do Brasil 18)

Barbosa FR RG Ferreira LHP Kiill E A Souza WA Moreira JA Alencar ampFNP Haji 2002 Estudos do niacutevel de dano plantas invasoras hospedeiras e controledo psiliacutedeo da goiabeira (Triozoida sp) In XIX Congresso Brasileiro de EntomologiaManaus AM (Anais do Seminaacuterio do SEAG)

Boscaacuten de Martinez N amp R Casares 1980 El gorgojop de la guayaba Conotracheluspsidii Marshall (Coleoptera Curculionidae) I Evaluacioacuten de dantildeos AgronomiaTropical 30(1-6) 77-83

Boscaacuten de Martinez N amp R Casares 1981 Distribucioacutenen el tiempo de las fases delgorgojo de la guayaba Conotrachelus psidii Marshall (Coleoptera Curculionidae) en elcampo Agronomia Tropical 31(1-6) 123-130

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3233

Cave RD 1995 Manual para la ensentildeanza del control bioloacutegico en Ameacuterica LatinaZamorano Academic Press Zamorano Honduras 188p (primera edicioacuten)

Crocomo WB 1990 O que eacute o manejo integrado de pragas p 9-34 In CrocomoWB (coord) Manejo integrado de pragas Editora Unesp Satildeo Paulo CETESB 358p

Dolinski C 2003 Vermes que controlam insetos Guava News 1(1)8 (Goiabraacutes)

Follet PA amp KW Vick 2002 Desarrollo de estrategias de manejo integrado deplagas para eliminar las barreras sanitarias que restringen la exportacioacuten de productosagriacutecolas Manejo Integrado de Plagas y Agroecologia 65 43-49

Gallo D O Nakano S Silveira Neto RPL Carvalho GC Baptista E Berti FilhoJRP Parra RA Zucchi SB Alves JD Vendramim LC Marchini JRS Lopes ampC Omoto 2002 Entomologia Agriacutecola FEALQ Piracicaba 920p

Gonzaga Neto L amp JM Soares 1994 Goiaba para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos daproduccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa-SPI 49p - (Seacuterie Publicaccedilotildees Teacutecnicas FRUPEX 5)

Gould WP amp A Raga 2002 Pests of guava p295-313 In JE Pentildea JL Sharp ampM Wysoki (eds) Tropical fruit pests and pollinators biology economic importancenatural enemies and control CABI Publishing New York NY

Kogan M amp M Shenk 2002 Conceptualizacioacuten del manejo integrado de plagas enescalas espaciales y niveles de integracioacuten maacutes amplios Manejo Integrado de Plagas yAgroecologia 65 34-42

Malavasi A amp RA Zucchi 2000 Moscas-das-frutas de importacircncia econocircmica noBrasil conhecimento baacutesico e aplicado Holos Editora Ribeiratildeo Preto 327p

Nicholls C amp M Altieri 2002 Biodivesidad y disentildeo agroecoloacutegico un estudio dede manejo de plagas en vintildeedos Manejo Integrado de Plagas y Agroecologia 65 50-64

Norris RF EP Caswell-Chen amp M Kogan 2003 Concepts in integrated pestmanagement Prentice Hall Upper Saddle River New Jersey 586p

Pereira FM amp SA Bortoli 1998 Pragas da goiabeira p 119-130 In BragaSobrinho R JE Cardoso amp FCO Freire (eds) Pragas das fruteiras tropicais deimportacircncia agroindustrial Embrapa-SPI Brasiacutelia Embrapa-CNPAT Fortaleza 209p

Silva AGDA CR Gonccedilalves DM Galvatildeo AJL Gonccedilalves J Gomes MNSilva amp L Simoni 1968 Quarto cataacutelogo dos insetos que vivem nas plantas do Brasilseus parasitos e predadores Parte II - 1o Tomo - Insetos hospedeiros e inimigosnaturais Min de Agric Dep de Def e Inspeccedilatildeo Agropecuaacuteria Rio de Janeiro 622p

Silva NA 1992 Taxonomia ciclo de vida e dinacircmica populacional de Costalimaitaferruginea (Fabr 1801) (Coleoptera Chrysomelidae) praga de Eucalyptus spp(Myrtaceae) Tese de Doutorado ESALQUSP Piracicaba SP 165p

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3333

Silveira Neto S 1990 Monitoramento e decisatildeo no controle de pragas p 71-86 InCrocomo WB (coord) Manejo integrado de pragas Editora Unesp Satildeo PauloCETESB 358p

Souza JC A Raga amp MA Souza 2003 Pragas da goiabeira EPAMIG BeloHorizonte 60p (EPAMIG Boletim Teacutecnico 71)

Page 22: goiabeira - 9_MIPpragas

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2233

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2333

MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM GOIABAMANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM GOIABA

Fenologia da Goiabeira - Pragas e DoenccedilasFenologia da Goiabeira - Pragas e Doenccedilas

0 30 60 120 180

P o d a

B r o t a

ccedil atilde o

F l o r e s c i m e n t o

F r u t

o s

ldquo C h u

m b i

n h o rdquo

F r u t o

s c o

m 2 a 3 c m

d e

d i acirc m

e t r o

C o l

150

F r u t

o s c o m

1 5 c m

d e

d i acirc m

e t r o

E s t aacute d

i o 1

E s t aacute d

i o 2

E s t aacute d

i o 3

E s t aacute d

i o 4

E s t aacute d

i o 5

E s t aacute d

i o 6

Gorgulho e Percevejos

Besouro-amarelo e Psiliacutedeo

Ferrugem

ensacamentoensacamento

Figura 8 Fenologia da goiabeira conduzida pelo sistema de poda total e os periacuteodos criacuteticos de cada praga

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2433

34 Procedimentos aplicados para inspeccedilatildeo populacional das pragas

O sistema de MIP adotado na cultura da goiaba na regiatildeo de Campinas eValinhos no Estado de Satildeo Paulo consiste em levantamentos semanais para estimativadas pragas-chave e dos inimigos naturais

Os procedimentos para realizaccedilatildeo desse levantamento estatildeo resumidos na

Tabela 1 onde satildeo tambeacutem apresentados os niacuteveis de accedilatildeo para controle das pragas-chaveOs dados desse levantamento satildeo registrados em ficha proacutepria cujo

modelo eacute apresentado na Figura 9Nessa ficha constam tambeacutem informaccedilotildees sobre a presenccedila dos inimigos

naturais Para facilitar a identificaccedilatildeo desses artroacutepodos a Tabela 2 apresentainformaccedilotildees sobre a sua localizaccedilatildeo na planta e caracteriacutesticas de seu comportamento

35 Consideraccedilotildees sobre os inimigos naturais presentes no pomar de goiaba

Os inimigos naturais satildeo componentes importantiacutessimos do Manejo

Integrado de Pragas dentro dos princiacutepios estabelecidos pela Produccedilatildeo Integrada deFrutas (PIF) O primeiro passo para tirar o melhor proveito do controle bioloacutegico eacuteconhecer as espeacutecies de pragas seus inimigos naturais e o potencial de controleexercido por eles no campo

Uma revisatildeo da literatura mostra que algumas pragas da goiaba satildeobastante atacadas por agentes de controle bioloacutegico enquanto outras natildeo o satildeo Eacute o casodo gorgulho que eacute atacado por algumas espeacutecies de formigas predadoras(Hymenoptera Formicidae) Adultos do percevejo H clavigera satildeo parasitados por

Hexacladia smithii (Hymenoptera Encyrtidae) Jaacute os percevejos do gecircnero Leptoglossus (Hemiptera Coreidae) satildeo atacados na fase de ovo pelos parasitoacuteidesGryon spp (Hymenoptera Scelionidae) quando adultos podem ser parasitados porTrichopoda pennipes Eucelatoriopsis sp e Hydallohoughia sp (Diptera Tachinidae)Mas eacute o psiliacutedeo juntamente com o besouro-amarelo que apresentam o maior nuacutemerode inimigos naturais conhecidos O psiacuteliacutedeo eacute predado pelas joaninhas Cycloneda

sanguinea e Scymnus spp (Coleoptera Coccinellidae) por crisopiacutedeos e hemerobiiacutedeos(Neuroptera) estafiliniacutedeos (Coleoptera) e aranhas Moscas cecidomiiacutedeas emicroimenoacutepteros calcidiacutedeos satildeo relatados como parasitoacuteides e o fungo Cladosporium

cladosporioides eacute citado como agente patogecircnico O besouro amarelo eacute predado pelospercevejos Supputius cincticeps (Hemiptera Pentatomidae) Tynacantha marginata

(Hemiptera Pentatomidae) Arilus carinatus (Hemiptera Reduviidae) pelas aranhas Misumenops pallens (Araneae Thomisidae) e Peucetia sp (Araneae Oxyopidae) eparasitados pelos fungos entomopatogecircnicos Beauveria bassiana e Metarhizium

anisopliae var anisopliaeEmbora a lista de inimigos naturais natildeo seja pequena pouco se sabe

sobre a sua real capacidade de controle Aleacutem disto a accedilatildeo dos inimigos naturais eacutemuito afetado pelo modo de o homem manejar o ambiente O solo completamentedesprovido de mato por exemplo pode natildeo ser favoraacutevel para a atraccedilatildeo e permanecircnciade inimigos naturais num local Contudo mais estudos satildeo necessaacuterios para entendermelhor essa relaccedilatildeo principalmente no caso da cultura da goiaba

Visando aumentar esse conhecimento bem como a relaccedilatildeo de inimigosexistentes a equipe do PIF-Goiaba tem feito levantamentos perioacutedicos na regiatildeo deCampinas - SP e alguns resultados jaacute foram obtidos Para os percevejos do gecircnero

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2533

Leptoglossus por exemplo verificou-se que cerca de 80 dos ovos depositados nasgoiabeiras estavam parasitados pelo micro-himenoacuteptero Neorileya sp (Eurytomidae)Atacando psiliacutedeo foram encontradas uma espeacutecie de joaninha Olla abdominalis (Coleoptera Coccinellidae) larvas de uma mosca da famiacutelia Syrphidae e uma espeacuteciede parasitoacuteide do gecircnero Psyllaephagus (Hymenoptera Encyrtidae) Paralelamenteestuda-se a possibilidade de se realizarem ensaios para avaliar a patogenicidade de

microrganismos agraves pragas-chave com o objetivo de ampliar a utilizaccedilatildeo do controlebioloacutegico na culturaPor outro lado como a capacitaccedilatildeo de recursos humanos faz parte da

filosofia da Produccedilatildeo Integrada de Frutas o material entomoloacutegico coletado nesseslevantamentos estaacute sendo fotografado para elaboraccedilatildeo de um manual ilustradocontendo natildeo soacute os insetos pragas em suas diversas fases de desenvolvimento mastambeacutem seus inimigos naturais Posteriormente esse manual serviraacute para orientar osprodutores aos quais tambeacutem estatildeo sendo ministrados cursos de treinamento

36 Consideraccedilotildees sobre os estudos de monitoramento de pragas

Aleacutem das pragas citadas anteriormente a goiabeira apresenta outrosorganismos de importacircncia que podem causar seacuterios prejuiacutezos agrave cultura poreacutem devidoaos aspectos do seu ciclo bioloacutegico natildeo eacute possiacutevel condicionar o controle dos mesmosao emprego de taacuteticas de MIP Como exemplo a goiabeira apresenta duas doenccedilas umacausada por bacteacuteria conhecida como seca-bacteriana ( Erwinia psidii) e outra causadapor fungo denominada antracnose (Colletotrichum gloeosporioides) entretanto devidoao caraacuteter explosivo de suas infecccedilotildees natildeo eacute possiacutevel monitoraacute-las diretamente nocampo Em ambos os casos a possibilidade de monitoramento se daria por intermeacutedioda utilizaccedilatildeo de estaccedilotildees de aviso onde os dados meteoroloacutegicos obtidoscorrelacionados com as informaccedilotildees da condiccedilatildeo favoraacutevel para infecccedilatildeo resultariamem uma informaccedilatildeo de previsibilidade de ataque dessas doenccedilas

Os estudos de monitoramento no campo que ainda se encontram emandamento tecircm detectado o surgimento de outras pragas causando seacuterios prejuiacutezos agravegoiabeira tais comoa) Aacutecaro-branco Polyphagotarsonemus latus (Banks 1904) (Acari Tarsonemidae) esseaacutecaro tem sido constatado causando injuacuterias nas brotaccedilotildees e frutos novosprincipalmente entre os estaacutedios de desenvolvimento 1 e 3 (Figura 8)b) Lagarta-do-ponteiro (Lepidoptera Tortricidae) conforme o seu proacuteprio nome essaslagartas instalam-se nas brotaccedilotildees da goiabeira danificando as folhas e os caules tenroscomprometendo o seu desenvolvimento As lagartas satildeo pequenas atingindo nomaacuteximo cerca de 1 cm de comprimento de coloraccedilatildeo verde pardacenta satildeo aacutegeis equando molestadas saltam para fora da brotaccedilatildeo podendo ficar penduradas por um fiode seda O adulto eacute uma pequena mariposa de cor acinzentada que tambeacutem natildeo chega aatingir 1 cm de comprimento Ateacute o momento nos monitoramentos natildeo foi constatada apresenccedila de adultos o que leva a crer que provavelmente esse inseto tenhacomportamento crepuscular ou noturno Tambeacutem natildeo haacute nenhuma informaccedilatildeo relatadaa respeito da ocorrecircncia desse inseto na cultura da goiabac) Lagarta-dos-frutos (Lepidoptera Tortricidae) as lagartas se instalam geralmente nosfruto ensacados ambiente propiacutecio para se desenvolverem danificando a casca e aporccedilatildeo da polpa logo abaixo Tambeacutem satildeo encontradas entre os frutos que ficamaglomerados no ramo As injuacuterias decorrentes de sua alimentaccedilatildeo prejudicam aaparecircncia dos frutos que satildeo descartados Foi constatado um talhatildeo em que a maioria

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2633

dos frutos se encontravam infestados acarretando um prejuiacutezo acima de 50 daproduccedilatildeo As lagartas satildeo aacutegeis apresentam coloraccedilatildeo verde na grande maioria dosindiviacuteduos medem cerca de 15 cm no maacuteximo Os adultos satildeo mariposas de coloraccedilatildeoparda ou ateacute mesmo acizentadas e chegam a medir cerca de 12 mm de comprimentoAteacute o momento natildeo foi constatada a presenccedila de adultos nos monitoramentosrealizados A exemplo da lagarta-dos-ponteiros tambeacutem natildeo haacute nenhuma informaccedilatildeo

relatada de sua ocorrecircncia

4 Consideraccedilotildees finais

A implementaccedilatildeo do MIP na cultura da goiaba reserva um grandedesafio pois diversos fatores de ordem regulatoacuteria econocircmica ambiental de proteccedilatildeohumana ecoloacutegica de praacuteticas culturais e as variaccedilotildees de clima determinaratildeo o usodesse sistema no futuro Portanto a aplicaccedilatildeo do MIP natildeo ficaraacute apenas sob aresponsabilidade do produtor mas a accedilatildeo deveraacute ser conjunta envolvendo asinstituiccedilotildees de pesquisa de extensatildeo e toda a cadeia produtiva da fruta

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2733

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2833

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2933

Tabela 2 Informaccedilotildees sobre os inimigos naturais mais frequumlentes na goiabeira com relaccedilatildeo agraves suas fases de vid

Inimigos Naturais Inspeccedilatildeo

1 Aacutecaro predador 991522 Nos ramos escolhidos para exame de psiliacutedeos inspecionarvelhas com auxiacutelio de uma lupa de 10x de aumento procurand

2 Aranhas 991522 Ao examinar as plantas amostradas procurar os adultos pri jovens eou ovos nos ninhos formados por teias entre as folhas

3 Crisopiacutedeos (bicho-lixeiro)991522 Ao examinar as plantas amostradas observar a presenccedila deadultos Geralmente satildeo encontrados em qualquer parte da pltronco)

4 Formigas 991522 Ao examinar as plantas amostradas procurar os insetos adu

5 Joaninhas 991522 Ao examinar as plantas amostradas observar a presenccedila dpreferencialmente nas folhas novas

6 Percevejos predadores 991522 Examinar as plantas amostradas procurando adultos ninf

localizam nas folhas do interior da copa7 Sirfiacutedeos (moscas que pairam no ar) 991522 Observar moscas que pairam no ar as larvas localizam-se

por ocasiatildeo da infestaccedilatildeo de psiacutelideos ou pulgotildees principalme8 Mosquinha-verde metaacutelica (Dolicopodiacutedeos) 991522 Os adultos satildeo aacutegeis e devem ser observados nas folhas loc

9 Vespas (marimbondos) 991522 Geralmente os adultos satildeo pequenas vespas caccediladoras qubrotaccedilotildees

10 Vespinhas (parasitoacuteides) 991522 Examinar as plantas amostradas procurando os insetos aduno interior da copa

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3033

FICHA DE INSPECcedilAtildeO DE PRAGAS E INIMIGOS NATURAIS PRODUCcedilAtildeO INTEGRADA DE GOIABA-SPPlantas inspecionadas

PragasQ 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

No

abc

Besouro-amarelo

dabc

Gorgulho

dabc

Percevejos

dabc

Psiliacutedeo

d

Ferrugem SInimigos Naturais E

LJoaninhasAOL

Crisopiacutedeos(bicho-lixeiro)

ANPercevejos

predadores AAacutecaro predador A

Aranhas AVespinhas A

Data _______________ Talhatildeo ___________ Estaacutegio fenoloacutegico 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6( ) 7( ) Inspetor

Legenda Q = quadrantes E = estaacutegio de vida dos inimigos naturais onde O = ovo L = larva N = ninfa A =

Figura 9 Modelo de ficha de amostragem utilizada no monitoramento das pragas e inimigos naturais na goiabei

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3133

Agradecimentos

Os autores agradecem aos teacutecnicos e produtores do Comitecirc Gestor daProduccedilatildeo Integrada de Frutas - Goiaba pelo total apoio que nos foi dispensado e queainda continuam incentivando com pleno entusiasmo no intuito de fortalecer cada vezmais a fruticultura brasileira Tambeacutem agradecemos os estagiaacuterios Guilherme de Melo e

Flaacutevia Calderari Marin pelo grande auxiacutelio nos trabalhos de monitoramento no campo ede laboratoacuterio Agradecemos tambeacutem ao engenheiro agrocircnomo Joseacute Emiacutelio Bettiol Netopela sua grande atuaccedilatildeo frente aos produtores de goiaba e que nunca mediu esforccedilos emnos ajudar nos estudos de monitoramento aleacutem das muitas informaccedilotildees que nosforneceu

Bibliografia consultada

Altieri MA EN Silva amp CI Nicholls 2003 O papel da biodiversidade no manejode pragas Holos Editora Ribeiratildeo Preto 226p

Bailez OE A M Viana ndashBailez JOG Lima amp DDO Moreira 2003 Life-historyof the guava weevil Conotrachelus psidii Marshal (Coleoptera Curculionidae) underlaboratory conditions Neotropical Entomology 32(2)203-207

Baldin ELL AL Boiccedila Juacutenior amp S Freitas 1998 Percevejo do maracujaacuteHolhymenia clavigera (Herb 1784) x Holhymenia histrio (Fabr 1803) (HemipteraCoreidae) p35 In 17o Congresso Brasileiro de Entomologia Resumos vol 1 SEBRio de Janeiro RJ

Barbosa FR A P Santos AT Haji WA Moreira FNP Haji amp J A Alencar1999 Eficiecircncia e seletividade do imidacloprid e lambdacyalothrin no controledopsiliacutedeo (Triozoida sp) em goiabeira Revista Brasileira de Fruticultura 21(3) 385-387

Barbosa FR AS Nascimento JV Oliveira JA Alencar amp FNP Haji 2001Pragas p29-54 In Barbosa FR (ed) Goiaba Fitossanidade Embrapa Semi-AacuteridoPetrolina Embrapa Brasiacutelia 63p (Frutas do Brasil 18)

Barbosa FR RG Ferreira LHP Kiill E A Souza WA Moreira JA Alencar ampFNP Haji 2002 Estudos do niacutevel de dano plantas invasoras hospedeiras e controledo psiliacutedeo da goiabeira (Triozoida sp) In XIX Congresso Brasileiro de EntomologiaManaus AM (Anais do Seminaacuterio do SEAG)

Boscaacuten de Martinez N amp R Casares 1980 El gorgojop de la guayaba Conotracheluspsidii Marshall (Coleoptera Curculionidae) I Evaluacioacuten de dantildeos AgronomiaTropical 30(1-6) 77-83

Boscaacuten de Martinez N amp R Casares 1981 Distribucioacutenen el tiempo de las fases delgorgojo de la guayaba Conotrachelus psidii Marshall (Coleoptera Curculionidae) en elcampo Agronomia Tropical 31(1-6) 123-130

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3233

Cave RD 1995 Manual para la ensentildeanza del control bioloacutegico en Ameacuterica LatinaZamorano Academic Press Zamorano Honduras 188p (primera edicioacuten)

Crocomo WB 1990 O que eacute o manejo integrado de pragas p 9-34 In CrocomoWB (coord) Manejo integrado de pragas Editora Unesp Satildeo Paulo CETESB 358p

Dolinski C 2003 Vermes que controlam insetos Guava News 1(1)8 (Goiabraacutes)

Follet PA amp KW Vick 2002 Desarrollo de estrategias de manejo integrado deplagas para eliminar las barreras sanitarias que restringen la exportacioacuten de productosagriacutecolas Manejo Integrado de Plagas y Agroecologia 65 43-49

Gallo D O Nakano S Silveira Neto RPL Carvalho GC Baptista E Berti FilhoJRP Parra RA Zucchi SB Alves JD Vendramim LC Marchini JRS Lopes ampC Omoto 2002 Entomologia Agriacutecola FEALQ Piracicaba 920p

Gonzaga Neto L amp JM Soares 1994 Goiaba para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos daproduccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa-SPI 49p - (Seacuterie Publicaccedilotildees Teacutecnicas FRUPEX 5)

Gould WP amp A Raga 2002 Pests of guava p295-313 In JE Pentildea JL Sharp ampM Wysoki (eds) Tropical fruit pests and pollinators biology economic importancenatural enemies and control CABI Publishing New York NY

Kogan M amp M Shenk 2002 Conceptualizacioacuten del manejo integrado de plagas enescalas espaciales y niveles de integracioacuten maacutes amplios Manejo Integrado de Plagas yAgroecologia 65 34-42

Malavasi A amp RA Zucchi 2000 Moscas-das-frutas de importacircncia econocircmica noBrasil conhecimento baacutesico e aplicado Holos Editora Ribeiratildeo Preto 327p

Nicholls C amp M Altieri 2002 Biodivesidad y disentildeo agroecoloacutegico un estudio dede manejo de plagas en vintildeedos Manejo Integrado de Plagas y Agroecologia 65 50-64

Norris RF EP Caswell-Chen amp M Kogan 2003 Concepts in integrated pestmanagement Prentice Hall Upper Saddle River New Jersey 586p

Pereira FM amp SA Bortoli 1998 Pragas da goiabeira p 119-130 In BragaSobrinho R JE Cardoso amp FCO Freire (eds) Pragas das fruteiras tropicais deimportacircncia agroindustrial Embrapa-SPI Brasiacutelia Embrapa-CNPAT Fortaleza 209p

Silva AGDA CR Gonccedilalves DM Galvatildeo AJL Gonccedilalves J Gomes MNSilva amp L Simoni 1968 Quarto cataacutelogo dos insetos que vivem nas plantas do Brasilseus parasitos e predadores Parte II - 1o Tomo - Insetos hospedeiros e inimigosnaturais Min de Agric Dep de Def e Inspeccedilatildeo Agropecuaacuteria Rio de Janeiro 622p

Silva NA 1992 Taxonomia ciclo de vida e dinacircmica populacional de Costalimaitaferruginea (Fabr 1801) (Coleoptera Chrysomelidae) praga de Eucalyptus spp(Myrtaceae) Tese de Doutorado ESALQUSP Piracicaba SP 165p

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3333

Silveira Neto S 1990 Monitoramento e decisatildeo no controle de pragas p 71-86 InCrocomo WB (coord) Manejo integrado de pragas Editora Unesp Satildeo PauloCETESB 358p

Souza JC A Raga amp MA Souza 2003 Pragas da goiabeira EPAMIG BeloHorizonte 60p (EPAMIG Boletim Teacutecnico 71)

Page 23: goiabeira - 9_MIPpragas

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2333

MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM GOIABAMANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM GOIABA

Fenologia da Goiabeira - Pragas e DoenccedilasFenologia da Goiabeira - Pragas e Doenccedilas

0 30 60 120 180

P o d a

B r o t a

ccedil atilde o

F l o r e s c i m e n t o

F r u t

o s

ldquo C h u

m b i

n h o rdquo

F r u t o

s c o

m 2 a 3 c m

d e

d i acirc m

e t r o

C o l

150

F r u t

o s c o m

1 5 c m

d e

d i acirc m

e t r o

E s t aacute d

i o 1

E s t aacute d

i o 2

E s t aacute d

i o 3

E s t aacute d

i o 4

E s t aacute d

i o 5

E s t aacute d

i o 6

Gorgulho e Percevejos

Besouro-amarelo e Psiliacutedeo

Ferrugem

ensacamentoensacamento

Figura 8 Fenologia da goiabeira conduzida pelo sistema de poda total e os periacuteodos criacuteticos de cada praga

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2433

34 Procedimentos aplicados para inspeccedilatildeo populacional das pragas

O sistema de MIP adotado na cultura da goiaba na regiatildeo de Campinas eValinhos no Estado de Satildeo Paulo consiste em levantamentos semanais para estimativadas pragas-chave e dos inimigos naturais

Os procedimentos para realizaccedilatildeo desse levantamento estatildeo resumidos na

Tabela 1 onde satildeo tambeacutem apresentados os niacuteveis de accedilatildeo para controle das pragas-chaveOs dados desse levantamento satildeo registrados em ficha proacutepria cujo

modelo eacute apresentado na Figura 9Nessa ficha constam tambeacutem informaccedilotildees sobre a presenccedila dos inimigos

naturais Para facilitar a identificaccedilatildeo desses artroacutepodos a Tabela 2 apresentainformaccedilotildees sobre a sua localizaccedilatildeo na planta e caracteriacutesticas de seu comportamento

35 Consideraccedilotildees sobre os inimigos naturais presentes no pomar de goiaba

Os inimigos naturais satildeo componentes importantiacutessimos do Manejo

Integrado de Pragas dentro dos princiacutepios estabelecidos pela Produccedilatildeo Integrada deFrutas (PIF) O primeiro passo para tirar o melhor proveito do controle bioloacutegico eacuteconhecer as espeacutecies de pragas seus inimigos naturais e o potencial de controleexercido por eles no campo

Uma revisatildeo da literatura mostra que algumas pragas da goiaba satildeobastante atacadas por agentes de controle bioloacutegico enquanto outras natildeo o satildeo Eacute o casodo gorgulho que eacute atacado por algumas espeacutecies de formigas predadoras(Hymenoptera Formicidae) Adultos do percevejo H clavigera satildeo parasitados por

Hexacladia smithii (Hymenoptera Encyrtidae) Jaacute os percevejos do gecircnero Leptoglossus (Hemiptera Coreidae) satildeo atacados na fase de ovo pelos parasitoacuteidesGryon spp (Hymenoptera Scelionidae) quando adultos podem ser parasitados porTrichopoda pennipes Eucelatoriopsis sp e Hydallohoughia sp (Diptera Tachinidae)Mas eacute o psiliacutedeo juntamente com o besouro-amarelo que apresentam o maior nuacutemerode inimigos naturais conhecidos O psiacuteliacutedeo eacute predado pelas joaninhas Cycloneda

sanguinea e Scymnus spp (Coleoptera Coccinellidae) por crisopiacutedeos e hemerobiiacutedeos(Neuroptera) estafiliniacutedeos (Coleoptera) e aranhas Moscas cecidomiiacutedeas emicroimenoacutepteros calcidiacutedeos satildeo relatados como parasitoacuteides e o fungo Cladosporium

cladosporioides eacute citado como agente patogecircnico O besouro amarelo eacute predado pelospercevejos Supputius cincticeps (Hemiptera Pentatomidae) Tynacantha marginata

(Hemiptera Pentatomidae) Arilus carinatus (Hemiptera Reduviidae) pelas aranhas Misumenops pallens (Araneae Thomisidae) e Peucetia sp (Araneae Oxyopidae) eparasitados pelos fungos entomopatogecircnicos Beauveria bassiana e Metarhizium

anisopliae var anisopliaeEmbora a lista de inimigos naturais natildeo seja pequena pouco se sabe

sobre a sua real capacidade de controle Aleacutem disto a accedilatildeo dos inimigos naturais eacutemuito afetado pelo modo de o homem manejar o ambiente O solo completamentedesprovido de mato por exemplo pode natildeo ser favoraacutevel para a atraccedilatildeo e permanecircnciade inimigos naturais num local Contudo mais estudos satildeo necessaacuterios para entendermelhor essa relaccedilatildeo principalmente no caso da cultura da goiaba

Visando aumentar esse conhecimento bem como a relaccedilatildeo de inimigosexistentes a equipe do PIF-Goiaba tem feito levantamentos perioacutedicos na regiatildeo deCampinas - SP e alguns resultados jaacute foram obtidos Para os percevejos do gecircnero

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2533

Leptoglossus por exemplo verificou-se que cerca de 80 dos ovos depositados nasgoiabeiras estavam parasitados pelo micro-himenoacuteptero Neorileya sp (Eurytomidae)Atacando psiliacutedeo foram encontradas uma espeacutecie de joaninha Olla abdominalis (Coleoptera Coccinellidae) larvas de uma mosca da famiacutelia Syrphidae e uma espeacuteciede parasitoacuteide do gecircnero Psyllaephagus (Hymenoptera Encyrtidae) Paralelamenteestuda-se a possibilidade de se realizarem ensaios para avaliar a patogenicidade de

microrganismos agraves pragas-chave com o objetivo de ampliar a utilizaccedilatildeo do controlebioloacutegico na culturaPor outro lado como a capacitaccedilatildeo de recursos humanos faz parte da

filosofia da Produccedilatildeo Integrada de Frutas o material entomoloacutegico coletado nesseslevantamentos estaacute sendo fotografado para elaboraccedilatildeo de um manual ilustradocontendo natildeo soacute os insetos pragas em suas diversas fases de desenvolvimento mastambeacutem seus inimigos naturais Posteriormente esse manual serviraacute para orientar osprodutores aos quais tambeacutem estatildeo sendo ministrados cursos de treinamento

36 Consideraccedilotildees sobre os estudos de monitoramento de pragas

Aleacutem das pragas citadas anteriormente a goiabeira apresenta outrosorganismos de importacircncia que podem causar seacuterios prejuiacutezos agrave cultura poreacutem devidoaos aspectos do seu ciclo bioloacutegico natildeo eacute possiacutevel condicionar o controle dos mesmosao emprego de taacuteticas de MIP Como exemplo a goiabeira apresenta duas doenccedilas umacausada por bacteacuteria conhecida como seca-bacteriana ( Erwinia psidii) e outra causadapor fungo denominada antracnose (Colletotrichum gloeosporioides) entretanto devidoao caraacuteter explosivo de suas infecccedilotildees natildeo eacute possiacutevel monitoraacute-las diretamente nocampo Em ambos os casos a possibilidade de monitoramento se daria por intermeacutedioda utilizaccedilatildeo de estaccedilotildees de aviso onde os dados meteoroloacutegicos obtidoscorrelacionados com as informaccedilotildees da condiccedilatildeo favoraacutevel para infecccedilatildeo resultariamem uma informaccedilatildeo de previsibilidade de ataque dessas doenccedilas

Os estudos de monitoramento no campo que ainda se encontram emandamento tecircm detectado o surgimento de outras pragas causando seacuterios prejuiacutezos agravegoiabeira tais comoa) Aacutecaro-branco Polyphagotarsonemus latus (Banks 1904) (Acari Tarsonemidae) esseaacutecaro tem sido constatado causando injuacuterias nas brotaccedilotildees e frutos novosprincipalmente entre os estaacutedios de desenvolvimento 1 e 3 (Figura 8)b) Lagarta-do-ponteiro (Lepidoptera Tortricidae) conforme o seu proacuteprio nome essaslagartas instalam-se nas brotaccedilotildees da goiabeira danificando as folhas e os caules tenroscomprometendo o seu desenvolvimento As lagartas satildeo pequenas atingindo nomaacuteximo cerca de 1 cm de comprimento de coloraccedilatildeo verde pardacenta satildeo aacutegeis equando molestadas saltam para fora da brotaccedilatildeo podendo ficar penduradas por um fiode seda O adulto eacute uma pequena mariposa de cor acinzentada que tambeacutem natildeo chega aatingir 1 cm de comprimento Ateacute o momento nos monitoramentos natildeo foi constatada apresenccedila de adultos o que leva a crer que provavelmente esse inseto tenhacomportamento crepuscular ou noturno Tambeacutem natildeo haacute nenhuma informaccedilatildeo relatadaa respeito da ocorrecircncia desse inseto na cultura da goiabac) Lagarta-dos-frutos (Lepidoptera Tortricidae) as lagartas se instalam geralmente nosfruto ensacados ambiente propiacutecio para se desenvolverem danificando a casca e aporccedilatildeo da polpa logo abaixo Tambeacutem satildeo encontradas entre os frutos que ficamaglomerados no ramo As injuacuterias decorrentes de sua alimentaccedilatildeo prejudicam aaparecircncia dos frutos que satildeo descartados Foi constatado um talhatildeo em que a maioria

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2633

dos frutos se encontravam infestados acarretando um prejuiacutezo acima de 50 daproduccedilatildeo As lagartas satildeo aacutegeis apresentam coloraccedilatildeo verde na grande maioria dosindiviacuteduos medem cerca de 15 cm no maacuteximo Os adultos satildeo mariposas de coloraccedilatildeoparda ou ateacute mesmo acizentadas e chegam a medir cerca de 12 mm de comprimentoAteacute o momento natildeo foi constatada a presenccedila de adultos nos monitoramentosrealizados A exemplo da lagarta-dos-ponteiros tambeacutem natildeo haacute nenhuma informaccedilatildeo

relatada de sua ocorrecircncia

4 Consideraccedilotildees finais

A implementaccedilatildeo do MIP na cultura da goiaba reserva um grandedesafio pois diversos fatores de ordem regulatoacuteria econocircmica ambiental de proteccedilatildeohumana ecoloacutegica de praacuteticas culturais e as variaccedilotildees de clima determinaratildeo o usodesse sistema no futuro Portanto a aplicaccedilatildeo do MIP natildeo ficaraacute apenas sob aresponsabilidade do produtor mas a accedilatildeo deveraacute ser conjunta envolvendo asinstituiccedilotildees de pesquisa de extensatildeo e toda a cadeia produtiva da fruta

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2733

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2833

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2933

Tabela 2 Informaccedilotildees sobre os inimigos naturais mais frequumlentes na goiabeira com relaccedilatildeo agraves suas fases de vid

Inimigos Naturais Inspeccedilatildeo

1 Aacutecaro predador 991522 Nos ramos escolhidos para exame de psiliacutedeos inspecionarvelhas com auxiacutelio de uma lupa de 10x de aumento procurand

2 Aranhas 991522 Ao examinar as plantas amostradas procurar os adultos pri jovens eou ovos nos ninhos formados por teias entre as folhas

3 Crisopiacutedeos (bicho-lixeiro)991522 Ao examinar as plantas amostradas observar a presenccedila deadultos Geralmente satildeo encontrados em qualquer parte da pltronco)

4 Formigas 991522 Ao examinar as plantas amostradas procurar os insetos adu

5 Joaninhas 991522 Ao examinar as plantas amostradas observar a presenccedila dpreferencialmente nas folhas novas

6 Percevejos predadores 991522 Examinar as plantas amostradas procurando adultos ninf

localizam nas folhas do interior da copa7 Sirfiacutedeos (moscas que pairam no ar) 991522 Observar moscas que pairam no ar as larvas localizam-se

por ocasiatildeo da infestaccedilatildeo de psiacutelideos ou pulgotildees principalme8 Mosquinha-verde metaacutelica (Dolicopodiacutedeos) 991522 Os adultos satildeo aacutegeis e devem ser observados nas folhas loc

9 Vespas (marimbondos) 991522 Geralmente os adultos satildeo pequenas vespas caccediladoras qubrotaccedilotildees

10 Vespinhas (parasitoacuteides) 991522 Examinar as plantas amostradas procurando os insetos aduno interior da copa

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3033

FICHA DE INSPECcedilAtildeO DE PRAGAS E INIMIGOS NATURAIS PRODUCcedilAtildeO INTEGRADA DE GOIABA-SPPlantas inspecionadas

PragasQ 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

No

abc

Besouro-amarelo

dabc

Gorgulho

dabc

Percevejos

dabc

Psiliacutedeo

d

Ferrugem SInimigos Naturais E

LJoaninhasAOL

Crisopiacutedeos(bicho-lixeiro)

ANPercevejos

predadores AAacutecaro predador A

Aranhas AVespinhas A

Data _______________ Talhatildeo ___________ Estaacutegio fenoloacutegico 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6( ) 7( ) Inspetor

Legenda Q = quadrantes E = estaacutegio de vida dos inimigos naturais onde O = ovo L = larva N = ninfa A =

Figura 9 Modelo de ficha de amostragem utilizada no monitoramento das pragas e inimigos naturais na goiabei

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3133

Agradecimentos

Os autores agradecem aos teacutecnicos e produtores do Comitecirc Gestor daProduccedilatildeo Integrada de Frutas - Goiaba pelo total apoio que nos foi dispensado e queainda continuam incentivando com pleno entusiasmo no intuito de fortalecer cada vezmais a fruticultura brasileira Tambeacutem agradecemos os estagiaacuterios Guilherme de Melo e

Flaacutevia Calderari Marin pelo grande auxiacutelio nos trabalhos de monitoramento no campo ede laboratoacuterio Agradecemos tambeacutem ao engenheiro agrocircnomo Joseacute Emiacutelio Bettiol Netopela sua grande atuaccedilatildeo frente aos produtores de goiaba e que nunca mediu esforccedilos emnos ajudar nos estudos de monitoramento aleacutem das muitas informaccedilotildees que nosforneceu

Bibliografia consultada

Altieri MA EN Silva amp CI Nicholls 2003 O papel da biodiversidade no manejode pragas Holos Editora Ribeiratildeo Preto 226p

Bailez OE A M Viana ndashBailez JOG Lima amp DDO Moreira 2003 Life-historyof the guava weevil Conotrachelus psidii Marshal (Coleoptera Curculionidae) underlaboratory conditions Neotropical Entomology 32(2)203-207

Baldin ELL AL Boiccedila Juacutenior amp S Freitas 1998 Percevejo do maracujaacuteHolhymenia clavigera (Herb 1784) x Holhymenia histrio (Fabr 1803) (HemipteraCoreidae) p35 In 17o Congresso Brasileiro de Entomologia Resumos vol 1 SEBRio de Janeiro RJ

Barbosa FR A P Santos AT Haji WA Moreira FNP Haji amp J A Alencar1999 Eficiecircncia e seletividade do imidacloprid e lambdacyalothrin no controledopsiliacutedeo (Triozoida sp) em goiabeira Revista Brasileira de Fruticultura 21(3) 385-387

Barbosa FR AS Nascimento JV Oliveira JA Alencar amp FNP Haji 2001Pragas p29-54 In Barbosa FR (ed) Goiaba Fitossanidade Embrapa Semi-AacuteridoPetrolina Embrapa Brasiacutelia 63p (Frutas do Brasil 18)

Barbosa FR RG Ferreira LHP Kiill E A Souza WA Moreira JA Alencar ampFNP Haji 2002 Estudos do niacutevel de dano plantas invasoras hospedeiras e controledo psiliacutedeo da goiabeira (Triozoida sp) In XIX Congresso Brasileiro de EntomologiaManaus AM (Anais do Seminaacuterio do SEAG)

Boscaacuten de Martinez N amp R Casares 1980 El gorgojop de la guayaba Conotracheluspsidii Marshall (Coleoptera Curculionidae) I Evaluacioacuten de dantildeos AgronomiaTropical 30(1-6) 77-83

Boscaacuten de Martinez N amp R Casares 1981 Distribucioacutenen el tiempo de las fases delgorgojo de la guayaba Conotrachelus psidii Marshall (Coleoptera Curculionidae) en elcampo Agronomia Tropical 31(1-6) 123-130

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3233

Cave RD 1995 Manual para la ensentildeanza del control bioloacutegico en Ameacuterica LatinaZamorano Academic Press Zamorano Honduras 188p (primera edicioacuten)

Crocomo WB 1990 O que eacute o manejo integrado de pragas p 9-34 In CrocomoWB (coord) Manejo integrado de pragas Editora Unesp Satildeo Paulo CETESB 358p

Dolinski C 2003 Vermes que controlam insetos Guava News 1(1)8 (Goiabraacutes)

Follet PA amp KW Vick 2002 Desarrollo de estrategias de manejo integrado deplagas para eliminar las barreras sanitarias que restringen la exportacioacuten de productosagriacutecolas Manejo Integrado de Plagas y Agroecologia 65 43-49

Gallo D O Nakano S Silveira Neto RPL Carvalho GC Baptista E Berti FilhoJRP Parra RA Zucchi SB Alves JD Vendramim LC Marchini JRS Lopes ampC Omoto 2002 Entomologia Agriacutecola FEALQ Piracicaba 920p

Gonzaga Neto L amp JM Soares 1994 Goiaba para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos daproduccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa-SPI 49p - (Seacuterie Publicaccedilotildees Teacutecnicas FRUPEX 5)

Gould WP amp A Raga 2002 Pests of guava p295-313 In JE Pentildea JL Sharp ampM Wysoki (eds) Tropical fruit pests and pollinators biology economic importancenatural enemies and control CABI Publishing New York NY

Kogan M amp M Shenk 2002 Conceptualizacioacuten del manejo integrado de plagas enescalas espaciales y niveles de integracioacuten maacutes amplios Manejo Integrado de Plagas yAgroecologia 65 34-42

Malavasi A amp RA Zucchi 2000 Moscas-das-frutas de importacircncia econocircmica noBrasil conhecimento baacutesico e aplicado Holos Editora Ribeiratildeo Preto 327p

Nicholls C amp M Altieri 2002 Biodivesidad y disentildeo agroecoloacutegico un estudio dede manejo de plagas en vintildeedos Manejo Integrado de Plagas y Agroecologia 65 50-64

Norris RF EP Caswell-Chen amp M Kogan 2003 Concepts in integrated pestmanagement Prentice Hall Upper Saddle River New Jersey 586p

Pereira FM amp SA Bortoli 1998 Pragas da goiabeira p 119-130 In BragaSobrinho R JE Cardoso amp FCO Freire (eds) Pragas das fruteiras tropicais deimportacircncia agroindustrial Embrapa-SPI Brasiacutelia Embrapa-CNPAT Fortaleza 209p

Silva AGDA CR Gonccedilalves DM Galvatildeo AJL Gonccedilalves J Gomes MNSilva amp L Simoni 1968 Quarto cataacutelogo dos insetos que vivem nas plantas do Brasilseus parasitos e predadores Parte II - 1o Tomo - Insetos hospedeiros e inimigosnaturais Min de Agric Dep de Def e Inspeccedilatildeo Agropecuaacuteria Rio de Janeiro 622p

Silva NA 1992 Taxonomia ciclo de vida e dinacircmica populacional de Costalimaitaferruginea (Fabr 1801) (Coleoptera Chrysomelidae) praga de Eucalyptus spp(Myrtaceae) Tese de Doutorado ESALQUSP Piracicaba SP 165p

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3333

Silveira Neto S 1990 Monitoramento e decisatildeo no controle de pragas p 71-86 InCrocomo WB (coord) Manejo integrado de pragas Editora Unesp Satildeo PauloCETESB 358p

Souza JC A Raga amp MA Souza 2003 Pragas da goiabeira EPAMIG BeloHorizonte 60p (EPAMIG Boletim Teacutecnico 71)

Page 24: goiabeira - 9_MIPpragas

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2433

34 Procedimentos aplicados para inspeccedilatildeo populacional das pragas

O sistema de MIP adotado na cultura da goiaba na regiatildeo de Campinas eValinhos no Estado de Satildeo Paulo consiste em levantamentos semanais para estimativadas pragas-chave e dos inimigos naturais

Os procedimentos para realizaccedilatildeo desse levantamento estatildeo resumidos na

Tabela 1 onde satildeo tambeacutem apresentados os niacuteveis de accedilatildeo para controle das pragas-chaveOs dados desse levantamento satildeo registrados em ficha proacutepria cujo

modelo eacute apresentado na Figura 9Nessa ficha constam tambeacutem informaccedilotildees sobre a presenccedila dos inimigos

naturais Para facilitar a identificaccedilatildeo desses artroacutepodos a Tabela 2 apresentainformaccedilotildees sobre a sua localizaccedilatildeo na planta e caracteriacutesticas de seu comportamento

35 Consideraccedilotildees sobre os inimigos naturais presentes no pomar de goiaba

Os inimigos naturais satildeo componentes importantiacutessimos do Manejo

Integrado de Pragas dentro dos princiacutepios estabelecidos pela Produccedilatildeo Integrada deFrutas (PIF) O primeiro passo para tirar o melhor proveito do controle bioloacutegico eacuteconhecer as espeacutecies de pragas seus inimigos naturais e o potencial de controleexercido por eles no campo

Uma revisatildeo da literatura mostra que algumas pragas da goiaba satildeobastante atacadas por agentes de controle bioloacutegico enquanto outras natildeo o satildeo Eacute o casodo gorgulho que eacute atacado por algumas espeacutecies de formigas predadoras(Hymenoptera Formicidae) Adultos do percevejo H clavigera satildeo parasitados por

Hexacladia smithii (Hymenoptera Encyrtidae) Jaacute os percevejos do gecircnero Leptoglossus (Hemiptera Coreidae) satildeo atacados na fase de ovo pelos parasitoacuteidesGryon spp (Hymenoptera Scelionidae) quando adultos podem ser parasitados porTrichopoda pennipes Eucelatoriopsis sp e Hydallohoughia sp (Diptera Tachinidae)Mas eacute o psiliacutedeo juntamente com o besouro-amarelo que apresentam o maior nuacutemerode inimigos naturais conhecidos O psiacuteliacutedeo eacute predado pelas joaninhas Cycloneda

sanguinea e Scymnus spp (Coleoptera Coccinellidae) por crisopiacutedeos e hemerobiiacutedeos(Neuroptera) estafiliniacutedeos (Coleoptera) e aranhas Moscas cecidomiiacutedeas emicroimenoacutepteros calcidiacutedeos satildeo relatados como parasitoacuteides e o fungo Cladosporium

cladosporioides eacute citado como agente patogecircnico O besouro amarelo eacute predado pelospercevejos Supputius cincticeps (Hemiptera Pentatomidae) Tynacantha marginata

(Hemiptera Pentatomidae) Arilus carinatus (Hemiptera Reduviidae) pelas aranhas Misumenops pallens (Araneae Thomisidae) e Peucetia sp (Araneae Oxyopidae) eparasitados pelos fungos entomopatogecircnicos Beauveria bassiana e Metarhizium

anisopliae var anisopliaeEmbora a lista de inimigos naturais natildeo seja pequena pouco se sabe

sobre a sua real capacidade de controle Aleacutem disto a accedilatildeo dos inimigos naturais eacutemuito afetado pelo modo de o homem manejar o ambiente O solo completamentedesprovido de mato por exemplo pode natildeo ser favoraacutevel para a atraccedilatildeo e permanecircnciade inimigos naturais num local Contudo mais estudos satildeo necessaacuterios para entendermelhor essa relaccedilatildeo principalmente no caso da cultura da goiaba

Visando aumentar esse conhecimento bem como a relaccedilatildeo de inimigosexistentes a equipe do PIF-Goiaba tem feito levantamentos perioacutedicos na regiatildeo deCampinas - SP e alguns resultados jaacute foram obtidos Para os percevejos do gecircnero

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2533

Leptoglossus por exemplo verificou-se que cerca de 80 dos ovos depositados nasgoiabeiras estavam parasitados pelo micro-himenoacuteptero Neorileya sp (Eurytomidae)Atacando psiliacutedeo foram encontradas uma espeacutecie de joaninha Olla abdominalis (Coleoptera Coccinellidae) larvas de uma mosca da famiacutelia Syrphidae e uma espeacuteciede parasitoacuteide do gecircnero Psyllaephagus (Hymenoptera Encyrtidae) Paralelamenteestuda-se a possibilidade de se realizarem ensaios para avaliar a patogenicidade de

microrganismos agraves pragas-chave com o objetivo de ampliar a utilizaccedilatildeo do controlebioloacutegico na culturaPor outro lado como a capacitaccedilatildeo de recursos humanos faz parte da

filosofia da Produccedilatildeo Integrada de Frutas o material entomoloacutegico coletado nesseslevantamentos estaacute sendo fotografado para elaboraccedilatildeo de um manual ilustradocontendo natildeo soacute os insetos pragas em suas diversas fases de desenvolvimento mastambeacutem seus inimigos naturais Posteriormente esse manual serviraacute para orientar osprodutores aos quais tambeacutem estatildeo sendo ministrados cursos de treinamento

36 Consideraccedilotildees sobre os estudos de monitoramento de pragas

Aleacutem das pragas citadas anteriormente a goiabeira apresenta outrosorganismos de importacircncia que podem causar seacuterios prejuiacutezos agrave cultura poreacutem devidoaos aspectos do seu ciclo bioloacutegico natildeo eacute possiacutevel condicionar o controle dos mesmosao emprego de taacuteticas de MIP Como exemplo a goiabeira apresenta duas doenccedilas umacausada por bacteacuteria conhecida como seca-bacteriana ( Erwinia psidii) e outra causadapor fungo denominada antracnose (Colletotrichum gloeosporioides) entretanto devidoao caraacuteter explosivo de suas infecccedilotildees natildeo eacute possiacutevel monitoraacute-las diretamente nocampo Em ambos os casos a possibilidade de monitoramento se daria por intermeacutedioda utilizaccedilatildeo de estaccedilotildees de aviso onde os dados meteoroloacutegicos obtidoscorrelacionados com as informaccedilotildees da condiccedilatildeo favoraacutevel para infecccedilatildeo resultariamem uma informaccedilatildeo de previsibilidade de ataque dessas doenccedilas

Os estudos de monitoramento no campo que ainda se encontram emandamento tecircm detectado o surgimento de outras pragas causando seacuterios prejuiacutezos agravegoiabeira tais comoa) Aacutecaro-branco Polyphagotarsonemus latus (Banks 1904) (Acari Tarsonemidae) esseaacutecaro tem sido constatado causando injuacuterias nas brotaccedilotildees e frutos novosprincipalmente entre os estaacutedios de desenvolvimento 1 e 3 (Figura 8)b) Lagarta-do-ponteiro (Lepidoptera Tortricidae) conforme o seu proacuteprio nome essaslagartas instalam-se nas brotaccedilotildees da goiabeira danificando as folhas e os caules tenroscomprometendo o seu desenvolvimento As lagartas satildeo pequenas atingindo nomaacuteximo cerca de 1 cm de comprimento de coloraccedilatildeo verde pardacenta satildeo aacutegeis equando molestadas saltam para fora da brotaccedilatildeo podendo ficar penduradas por um fiode seda O adulto eacute uma pequena mariposa de cor acinzentada que tambeacutem natildeo chega aatingir 1 cm de comprimento Ateacute o momento nos monitoramentos natildeo foi constatada apresenccedila de adultos o que leva a crer que provavelmente esse inseto tenhacomportamento crepuscular ou noturno Tambeacutem natildeo haacute nenhuma informaccedilatildeo relatadaa respeito da ocorrecircncia desse inseto na cultura da goiabac) Lagarta-dos-frutos (Lepidoptera Tortricidae) as lagartas se instalam geralmente nosfruto ensacados ambiente propiacutecio para se desenvolverem danificando a casca e aporccedilatildeo da polpa logo abaixo Tambeacutem satildeo encontradas entre os frutos que ficamaglomerados no ramo As injuacuterias decorrentes de sua alimentaccedilatildeo prejudicam aaparecircncia dos frutos que satildeo descartados Foi constatado um talhatildeo em que a maioria

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2633

dos frutos se encontravam infestados acarretando um prejuiacutezo acima de 50 daproduccedilatildeo As lagartas satildeo aacutegeis apresentam coloraccedilatildeo verde na grande maioria dosindiviacuteduos medem cerca de 15 cm no maacuteximo Os adultos satildeo mariposas de coloraccedilatildeoparda ou ateacute mesmo acizentadas e chegam a medir cerca de 12 mm de comprimentoAteacute o momento natildeo foi constatada a presenccedila de adultos nos monitoramentosrealizados A exemplo da lagarta-dos-ponteiros tambeacutem natildeo haacute nenhuma informaccedilatildeo

relatada de sua ocorrecircncia

4 Consideraccedilotildees finais

A implementaccedilatildeo do MIP na cultura da goiaba reserva um grandedesafio pois diversos fatores de ordem regulatoacuteria econocircmica ambiental de proteccedilatildeohumana ecoloacutegica de praacuteticas culturais e as variaccedilotildees de clima determinaratildeo o usodesse sistema no futuro Portanto a aplicaccedilatildeo do MIP natildeo ficaraacute apenas sob aresponsabilidade do produtor mas a accedilatildeo deveraacute ser conjunta envolvendo asinstituiccedilotildees de pesquisa de extensatildeo e toda a cadeia produtiva da fruta

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2733

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2833

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2933

Tabela 2 Informaccedilotildees sobre os inimigos naturais mais frequumlentes na goiabeira com relaccedilatildeo agraves suas fases de vid

Inimigos Naturais Inspeccedilatildeo

1 Aacutecaro predador 991522 Nos ramos escolhidos para exame de psiliacutedeos inspecionarvelhas com auxiacutelio de uma lupa de 10x de aumento procurand

2 Aranhas 991522 Ao examinar as plantas amostradas procurar os adultos pri jovens eou ovos nos ninhos formados por teias entre as folhas

3 Crisopiacutedeos (bicho-lixeiro)991522 Ao examinar as plantas amostradas observar a presenccedila deadultos Geralmente satildeo encontrados em qualquer parte da pltronco)

4 Formigas 991522 Ao examinar as plantas amostradas procurar os insetos adu

5 Joaninhas 991522 Ao examinar as plantas amostradas observar a presenccedila dpreferencialmente nas folhas novas

6 Percevejos predadores 991522 Examinar as plantas amostradas procurando adultos ninf

localizam nas folhas do interior da copa7 Sirfiacutedeos (moscas que pairam no ar) 991522 Observar moscas que pairam no ar as larvas localizam-se

por ocasiatildeo da infestaccedilatildeo de psiacutelideos ou pulgotildees principalme8 Mosquinha-verde metaacutelica (Dolicopodiacutedeos) 991522 Os adultos satildeo aacutegeis e devem ser observados nas folhas loc

9 Vespas (marimbondos) 991522 Geralmente os adultos satildeo pequenas vespas caccediladoras qubrotaccedilotildees

10 Vespinhas (parasitoacuteides) 991522 Examinar as plantas amostradas procurando os insetos aduno interior da copa

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3033

FICHA DE INSPECcedilAtildeO DE PRAGAS E INIMIGOS NATURAIS PRODUCcedilAtildeO INTEGRADA DE GOIABA-SPPlantas inspecionadas

PragasQ 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

No

abc

Besouro-amarelo

dabc

Gorgulho

dabc

Percevejos

dabc

Psiliacutedeo

d

Ferrugem SInimigos Naturais E

LJoaninhasAOL

Crisopiacutedeos(bicho-lixeiro)

ANPercevejos

predadores AAacutecaro predador A

Aranhas AVespinhas A

Data _______________ Talhatildeo ___________ Estaacutegio fenoloacutegico 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6( ) 7( ) Inspetor

Legenda Q = quadrantes E = estaacutegio de vida dos inimigos naturais onde O = ovo L = larva N = ninfa A =

Figura 9 Modelo de ficha de amostragem utilizada no monitoramento das pragas e inimigos naturais na goiabei

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3133

Agradecimentos

Os autores agradecem aos teacutecnicos e produtores do Comitecirc Gestor daProduccedilatildeo Integrada de Frutas - Goiaba pelo total apoio que nos foi dispensado e queainda continuam incentivando com pleno entusiasmo no intuito de fortalecer cada vezmais a fruticultura brasileira Tambeacutem agradecemos os estagiaacuterios Guilherme de Melo e

Flaacutevia Calderari Marin pelo grande auxiacutelio nos trabalhos de monitoramento no campo ede laboratoacuterio Agradecemos tambeacutem ao engenheiro agrocircnomo Joseacute Emiacutelio Bettiol Netopela sua grande atuaccedilatildeo frente aos produtores de goiaba e que nunca mediu esforccedilos emnos ajudar nos estudos de monitoramento aleacutem das muitas informaccedilotildees que nosforneceu

Bibliografia consultada

Altieri MA EN Silva amp CI Nicholls 2003 O papel da biodiversidade no manejode pragas Holos Editora Ribeiratildeo Preto 226p

Bailez OE A M Viana ndashBailez JOG Lima amp DDO Moreira 2003 Life-historyof the guava weevil Conotrachelus psidii Marshal (Coleoptera Curculionidae) underlaboratory conditions Neotropical Entomology 32(2)203-207

Baldin ELL AL Boiccedila Juacutenior amp S Freitas 1998 Percevejo do maracujaacuteHolhymenia clavigera (Herb 1784) x Holhymenia histrio (Fabr 1803) (HemipteraCoreidae) p35 In 17o Congresso Brasileiro de Entomologia Resumos vol 1 SEBRio de Janeiro RJ

Barbosa FR A P Santos AT Haji WA Moreira FNP Haji amp J A Alencar1999 Eficiecircncia e seletividade do imidacloprid e lambdacyalothrin no controledopsiliacutedeo (Triozoida sp) em goiabeira Revista Brasileira de Fruticultura 21(3) 385-387

Barbosa FR AS Nascimento JV Oliveira JA Alencar amp FNP Haji 2001Pragas p29-54 In Barbosa FR (ed) Goiaba Fitossanidade Embrapa Semi-AacuteridoPetrolina Embrapa Brasiacutelia 63p (Frutas do Brasil 18)

Barbosa FR RG Ferreira LHP Kiill E A Souza WA Moreira JA Alencar ampFNP Haji 2002 Estudos do niacutevel de dano plantas invasoras hospedeiras e controledo psiliacutedeo da goiabeira (Triozoida sp) In XIX Congresso Brasileiro de EntomologiaManaus AM (Anais do Seminaacuterio do SEAG)

Boscaacuten de Martinez N amp R Casares 1980 El gorgojop de la guayaba Conotracheluspsidii Marshall (Coleoptera Curculionidae) I Evaluacioacuten de dantildeos AgronomiaTropical 30(1-6) 77-83

Boscaacuten de Martinez N amp R Casares 1981 Distribucioacutenen el tiempo de las fases delgorgojo de la guayaba Conotrachelus psidii Marshall (Coleoptera Curculionidae) en elcampo Agronomia Tropical 31(1-6) 123-130

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3233

Cave RD 1995 Manual para la ensentildeanza del control bioloacutegico en Ameacuterica LatinaZamorano Academic Press Zamorano Honduras 188p (primera edicioacuten)

Crocomo WB 1990 O que eacute o manejo integrado de pragas p 9-34 In CrocomoWB (coord) Manejo integrado de pragas Editora Unesp Satildeo Paulo CETESB 358p

Dolinski C 2003 Vermes que controlam insetos Guava News 1(1)8 (Goiabraacutes)

Follet PA amp KW Vick 2002 Desarrollo de estrategias de manejo integrado deplagas para eliminar las barreras sanitarias que restringen la exportacioacuten de productosagriacutecolas Manejo Integrado de Plagas y Agroecologia 65 43-49

Gallo D O Nakano S Silveira Neto RPL Carvalho GC Baptista E Berti FilhoJRP Parra RA Zucchi SB Alves JD Vendramim LC Marchini JRS Lopes ampC Omoto 2002 Entomologia Agriacutecola FEALQ Piracicaba 920p

Gonzaga Neto L amp JM Soares 1994 Goiaba para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos daproduccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa-SPI 49p - (Seacuterie Publicaccedilotildees Teacutecnicas FRUPEX 5)

Gould WP amp A Raga 2002 Pests of guava p295-313 In JE Pentildea JL Sharp ampM Wysoki (eds) Tropical fruit pests and pollinators biology economic importancenatural enemies and control CABI Publishing New York NY

Kogan M amp M Shenk 2002 Conceptualizacioacuten del manejo integrado de plagas enescalas espaciales y niveles de integracioacuten maacutes amplios Manejo Integrado de Plagas yAgroecologia 65 34-42

Malavasi A amp RA Zucchi 2000 Moscas-das-frutas de importacircncia econocircmica noBrasil conhecimento baacutesico e aplicado Holos Editora Ribeiratildeo Preto 327p

Nicholls C amp M Altieri 2002 Biodivesidad y disentildeo agroecoloacutegico un estudio dede manejo de plagas en vintildeedos Manejo Integrado de Plagas y Agroecologia 65 50-64

Norris RF EP Caswell-Chen amp M Kogan 2003 Concepts in integrated pestmanagement Prentice Hall Upper Saddle River New Jersey 586p

Pereira FM amp SA Bortoli 1998 Pragas da goiabeira p 119-130 In BragaSobrinho R JE Cardoso amp FCO Freire (eds) Pragas das fruteiras tropicais deimportacircncia agroindustrial Embrapa-SPI Brasiacutelia Embrapa-CNPAT Fortaleza 209p

Silva AGDA CR Gonccedilalves DM Galvatildeo AJL Gonccedilalves J Gomes MNSilva amp L Simoni 1968 Quarto cataacutelogo dos insetos que vivem nas plantas do Brasilseus parasitos e predadores Parte II - 1o Tomo - Insetos hospedeiros e inimigosnaturais Min de Agric Dep de Def e Inspeccedilatildeo Agropecuaacuteria Rio de Janeiro 622p

Silva NA 1992 Taxonomia ciclo de vida e dinacircmica populacional de Costalimaitaferruginea (Fabr 1801) (Coleoptera Chrysomelidae) praga de Eucalyptus spp(Myrtaceae) Tese de Doutorado ESALQUSP Piracicaba SP 165p

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3333

Silveira Neto S 1990 Monitoramento e decisatildeo no controle de pragas p 71-86 InCrocomo WB (coord) Manejo integrado de pragas Editora Unesp Satildeo PauloCETESB 358p

Souza JC A Raga amp MA Souza 2003 Pragas da goiabeira EPAMIG BeloHorizonte 60p (EPAMIG Boletim Teacutecnico 71)

Page 25: goiabeira - 9_MIPpragas

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2533

Leptoglossus por exemplo verificou-se que cerca de 80 dos ovos depositados nasgoiabeiras estavam parasitados pelo micro-himenoacuteptero Neorileya sp (Eurytomidae)Atacando psiliacutedeo foram encontradas uma espeacutecie de joaninha Olla abdominalis (Coleoptera Coccinellidae) larvas de uma mosca da famiacutelia Syrphidae e uma espeacuteciede parasitoacuteide do gecircnero Psyllaephagus (Hymenoptera Encyrtidae) Paralelamenteestuda-se a possibilidade de se realizarem ensaios para avaliar a patogenicidade de

microrganismos agraves pragas-chave com o objetivo de ampliar a utilizaccedilatildeo do controlebioloacutegico na culturaPor outro lado como a capacitaccedilatildeo de recursos humanos faz parte da

filosofia da Produccedilatildeo Integrada de Frutas o material entomoloacutegico coletado nesseslevantamentos estaacute sendo fotografado para elaboraccedilatildeo de um manual ilustradocontendo natildeo soacute os insetos pragas em suas diversas fases de desenvolvimento mastambeacutem seus inimigos naturais Posteriormente esse manual serviraacute para orientar osprodutores aos quais tambeacutem estatildeo sendo ministrados cursos de treinamento

36 Consideraccedilotildees sobre os estudos de monitoramento de pragas

Aleacutem das pragas citadas anteriormente a goiabeira apresenta outrosorganismos de importacircncia que podem causar seacuterios prejuiacutezos agrave cultura poreacutem devidoaos aspectos do seu ciclo bioloacutegico natildeo eacute possiacutevel condicionar o controle dos mesmosao emprego de taacuteticas de MIP Como exemplo a goiabeira apresenta duas doenccedilas umacausada por bacteacuteria conhecida como seca-bacteriana ( Erwinia psidii) e outra causadapor fungo denominada antracnose (Colletotrichum gloeosporioides) entretanto devidoao caraacuteter explosivo de suas infecccedilotildees natildeo eacute possiacutevel monitoraacute-las diretamente nocampo Em ambos os casos a possibilidade de monitoramento se daria por intermeacutedioda utilizaccedilatildeo de estaccedilotildees de aviso onde os dados meteoroloacutegicos obtidoscorrelacionados com as informaccedilotildees da condiccedilatildeo favoraacutevel para infecccedilatildeo resultariamem uma informaccedilatildeo de previsibilidade de ataque dessas doenccedilas

Os estudos de monitoramento no campo que ainda se encontram emandamento tecircm detectado o surgimento de outras pragas causando seacuterios prejuiacutezos agravegoiabeira tais comoa) Aacutecaro-branco Polyphagotarsonemus latus (Banks 1904) (Acari Tarsonemidae) esseaacutecaro tem sido constatado causando injuacuterias nas brotaccedilotildees e frutos novosprincipalmente entre os estaacutedios de desenvolvimento 1 e 3 (Figura 8)b) Lagarta-do-ponteiro (Lepidoptera Tortricidae) conforme o seu proacuteprio nome essaslagartas instalam-se nas brotaccedilotildees da goiabeira danificando as folhas e os caules tenroscomprometendo o seu desenvolvimento As lagartas satildeo pequenas atingindo nomaacuteximo cerca de 1 cm de comprimento de coloraccedilatildeo verde pardacenta satildeo aacutegeis equando molestadas saltam para fora da brotaccedilatildeo podendo ficar penduradas por um fiode seda O adulto eacute uma pequena mariposa de cor acinzentada que tambeacutem natildeo chega aatingir 1 cm de comprimento Ateacute o momento nos monitoramentos natildeo foi constatada apresenccedila de adultos o que leva a crer que provavelmente esse inseto tenhacomportamento crepuscular ou noturno Tambeacutem natildeo haacute nenhuma informaccedilatildeo relatadaa respeito da ocorrecircncia desse inseto na cultura da goiabac) Lagarta-dos-frutos (Lepidoptera Tortricidae) as lagartas se instalam geralmente nosfruto ensacados ambiente propiacutecio para se desenvolverem danificando a casca e aporccedilatildeo da polpa logo abaixo Tambeacutem satildeo encontradas entre os frutos que ficamaglomerados no ramo As injuacuterias decorrentes de sua alimentaccedilatildeo prejudicam aaparecircncia dos frutos que satildeo descartados Foi constatado um talhatildeo em que a maioria

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2633

dos frutos se encontravam infestados acarretando um prejuiacutezo acima de 50 daproduccedilatildeo As lagartas satildeo aacutegeis apresentam coloraccedilatildeo verde na grande maioria dosindiviacuteduos medem cerca de 15 cm no maacuteximo Os adultos satildeo mariposas de coloraccedilatildeoparda ou ateacute mesmo acizentadas e chegam a medir cerca de 12 mm de comprimentoAteacute o momento natildeo foi constatada a presenccedila de adultos nos monitoramentosrealizados A exemplo da lagarta-dos-ponteiros tambeacutem natildeo haacute nenhuma informaccedilatildeo

relatada de sua ocorrecircncia

4 Consideraccedilotildees finais

A implementaccedilatildeo do MIP na cultura da goiaba reserva um grandedesafio pois diversos fatores de ordem regulatoacuteria econocircmica ambiental de proteccedilatildeohumana ecoloacutegica de praacuteticas culturais e as variaccedilotildees de clima determinaratildeo o usodesse sistema no futuro Portanto a aplicaccedilatildeo do MIP natildeo ficaraacute apenas sob aresponsabilidade do produtor mas a accedilatildeo deveraacute ser conjunta envolvendo asinstituiccedilotildees de pesquisa de extensatildeo e toda a cadeia produtiva da fruta

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2733

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2833

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2933

Tabela 2 Informaccedilotildees sobre os inimigos naturais mais frequumlentes na goiabeira com relaccedilatildeo agraves suas fases de vid

Inimigos Naturais Inspeccedilatildeo

1 Aacutecaro predador 991522 Nos ramos escolhidos para exame de psiliacutedeos inspecionarvelhas com auxiacutelio de uma lupa de 10x de aumento procurand

2 Aranhas 991522 Ao examinar as plantas amostradas procurar os adultos pri jovens eou ovos nos ninhos formados por teias entre as folhas

3 Crisopiacutedeos (bicho-lixeiro)991522 Ao examinar as plantas amostradas observar a presenccedila deadultos Geralmente satildeo encontrados em qualquer parte da pltronco)

4 Formigas 991522 Ao examinar as plantas amostradas procurar os insetos adu

5 Joaninhas 991522 Ao examinar as plantas amostradas observar a presenccedila dpreferencialmente nas folhas novas

6 Percevejos predadores 991522 Examinar as plantas amostradas procurando adultos ninf

localizam nas folhas do interior da copa7 Sirfiacutedeos (moscas que pairam no ar) 991522 Observar moscas que pairam no ar as larvas localizam-se

por ocasiatildeo da infestaccedilatildeo de psiacutelideos ou pulgotildees principalme8 Mosquinha-verde metaacutelica (Dolicopodiacutedeos) 991522 Os adultos satildeo aacutegeis e devem ser observados nas folhas loc

9 Vespas (marimbondos) 991522 Geralmente os adultos satildeo pequenas vespas caccediladoras qubrotaccedilotildees

10 Vespinhas (parasitoacuteides) 991522 Examinar as plantas amostradas procurando os insetos aduno interior da copa

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3033

FICHA DE INSPECcedilAtildeO DE PRAGAS E INIMIGOS NATURAIS PRODUCcedilAtildeO INTEGRADA DE GOIABA-SPPlantas inspecionadas

PragasQ 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

No

abc

Besouro-amarelo

dabc

Gorgulho

dabc

Percevejos

dabc

Psiliacutedeo

d

Ferrugem SInimigos Naturais E

LJoaninhasAOL

Crisopiacutedeos(bicho-lixeiro)

ANPercevejos

predadores AAacutecaro predador A

Aranhas AVespinhas A

Data _______________ Talhatildeo ___________ Estaacutegio fenoloacutegico 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6( ) 7( ) Inspetor

Legenda Q = quadrantes E = estaacutegio de vida dos inimigos naturais onde O = ovo L = larva N = ninfa A =

Figura 9 Modelo de ficha de amostragem utilizada no monitoramento das pragas e inimigos naturais na goiabei

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3133

Agradecimentos

Os autores agradecem aos teacutecnicos e produtores do Comitecirc Gestor daProduccedilatildeo Integrada de Frutas - Goiaba pelo total apoio que nos foi dispensado e queainda continuam incentivando com pleno entusiasmo no intuito de fortalecer cada vezmais a fruticultura brasileira Tambeacutem agradecemos os estagiaacuterios Guilherme de Melo e

Flaacutevia Calderari Marin pelo grande auxiacutelio nos trabalhos de monitoramento no campo ede laboratoacuterio Agradecemos tambeacutem ao engenheiro agrocircnomo Joseacute Emiacutelio Bettiol Netopela sua grande atuaccedilatildeo frente aos produtores de goiaba e que nunca mediu esforccedilos emnos ajudar nos estudos de monitoramento aleacutem das muitas informaccedilotildees que nosforneceu

Bibliografia consultada

Altieri MA EN Silva amp CI Nicholls 2003 O papel da biodiversidade no manejode pragas Holos Editora Ribeiratildeo Preto 226p

Bailez OE A M Viana ndashBailez JOG Lima amp DDO Moreira 2003 Life-historyof the guava weevil Conotrachelus psidii Marshal (Coleoptera Curculionidae) underlaboratory conditions Neotropical Entomology 32(2)203-207

Baldin ELL AL Boiccedila Juacutenior amp S Freitas 1998 Percevejo do maracujaacuteHolhymenia clavigera (Herb 1784) x Holhymenia histrio (Fabr 1803) (HemipteraCoreidae) p35 In 17o Congresso Brasileiro de Entomologia Resumos vol 1 SEBRio de Janeiro RJ

Barbosa FR A P Santos AT Haji WA Moreira FNP Haji amp J A Alencar1999 Eficiecircncia e seletividade do imidacloprid e lambdacyalothrin no controledopsiliacutedeo (Triozoida sp) em goiabeira Revista Brasileira de Fruticultura 21(3) 385-387

Barbosa FR AS Nascimento JV Oliveira JA Alencar amp FNP Haji 2001Pragas p29-54 In Barbosa FR (ed) Goiaba Fitossanidade Embrapa Semi-AacuteridoPetrolina Embrapa Brasiacutelia 63p (Frutas do Brasil 18)

Barbosa FR RG Ferreira LHP Kiill E A Souza WA Moreira JA Alencar ampFNP Haji 2002 Estudos do niacutevel de dano plantas invasoras hospedeiras e controledo psiliacutedeo da goiabeira (Triozoida sp) In XIX Congresso Brasileiro de EntomologiaManaus AM (Anais do Seminaacuterio do SEAG)

Boscaacuten de Martinez N amp R Casares 1980 El gorgojop de la guayaba Conotracheluspsidii Marshall (Coleoptera Curculionidae) I Evaluacioacuten de dantildeos AgronomiaTropical 30(1-6) 77-83

Boscaacuten de Martinez N amp R Casares 1981 Distribucioacutenen el tiempo de las fases delgorgojo de la guayaba Conotrachelus psidii Marshall (Coleoptera Curculionidae) en elcampo Agronomia Tropical 31(1-6) 123-130

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3233

Cave RD 1995 Manual para la ensentildeanza del control bioloacutegico en Ameacuterica LatinaZamorano Academic Press Zamorano Honduras 188p (primera edicioacuten)

Crocomo WB 1990 O que eacute o manejo integrado de pragas p 9-34 In CrocomoWB (coord) Manejo integrado de pragas Editora Unesp Satildeo Paulo CETESB 358p

Dolinski C 2003 Vermes que controlam insetos Guava News 1(1)8 (Goiabraacutes)

Follet PA amp KW Vick 2002 Desarrollo de estrategias de manejo integrado deplagas para eliminar las barreras sanitarias que restringen la exportacioacuten de productosagriacutecolas Manejo Integrado de Plagas y Agroecologia 65 43-49

Gallo D O Nakano S Silveira Neto RPL Carvalho GC Baptista E Berti FilhoJRP Parra RA Zucchi SB Alves JD Vendramim LC Marchini JRS Lopes ampC Omoto 2002 Entomologia Agriacutecola FEALQ Piracicaba 920p

Gonzaga Neto L amp JM Soares 1994 Goiaba para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos daproduccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa-SPI 49p - (Seacuterie Publicaccedilotildees Teacutecnicas FRUPEX 5)

Gould WP amp A Raga 2002 Pests of guava p295-313 In JE Pentildea JL Sharp ampM Wysoki (eds) Tropical fruit pests and pollinators biology economic importancenatural enemies and control CABI Publishing New York NY

Kogan M amp M Shenk 2002 Conceptualizacioacuten del manejo integrado de plagas enescalas espaciales y niveles de integracioacuten maacutes amplios Manejo Integrado de Plagas yAgroecologia 65 34-42

Malavasi A amp RA Zucchi 2000 Moscas-das-frutas de importacircncia econocircmica noBrasil conhecimento baacutesico e aplicado Holos Editora Ribeiratildeo Preto 327p

Nicholls C amp M Altieri 2002 Biodivesidad y disentildeo agroecoloacutegico un estudio dede manejo de plagas en vintildeedos Manejo Integrado de Plagas y Agroecologia 65 50-64

Norris RF EP Caswell-Chen amp M Kogan 2003 Concepts in integrated pestmanagement Prentice Hall Upper Saddle River New Jersey 586p

Pereira FM amp SA Bortoli 1998 Pragas da goiabeira p 119-130 In BragaSobrinho R JE Cardoso amp FCO Freire (eds) Pragas das fruteiras tropicais deimportacircncia agroindustrial Embrapa-SPI Brasiacutelia Embrapa-CNPAT Fortaleza 209p

Silva AGDA CR Gonccedilalves DM Galvatildeo AJL Gonccedilalves J Gomes MNSilva amp L Simoni 1968 Quarto cataacutelogo dos insetos que vivem nas plantas do Brasilseus parasitos e predadores Parte II - 1o Tomo - Insetos hospedeiros e inimigosnaturais Min de Agric Dep de Def e Inspeccedilatildeo Agropecuaacuteria Rio de Janeiro 622p

Silva NA 1992 Taxonomia ciclo de vida e dinacircmica populacional de Costalimaitaferruginea (Fabr 1801) (Coleoptera Chrysomelidae) praga de Eucalyptus spp(Myrtaceae) Tese de Doutorado ESALQUSP Piracicaba SP 165p

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3333

Silveira Neto S 1990 Monitoramento e decisatildeo no controle de pragas p 71-86 InCrocomo WB (coord) Manejo integrado de pragas Editora Unesp Satildeo PauloCETESB 358p

Souza JC A Raga amp MA Souza 2003 Pragas da goiabeira EPAMIG BeloHorizonte 60p (EPAMIG Boletim Teacutecnico 71)

Page 26: goiabeira - 9_MIPpragas

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2633

dos frutos se encontravam infestados acarretando um prejuiacutezo acima de 50 daproduccedilatildeo As lagartas satildeo aacutegeis apresentam coloraccedilatildeo verde na grande maioria dosindiviacuteduos medem cerca de 15 cm no maacuteximo Os adultos satildeo mariposas de coloraccedilatildeoparda ou ateacute mesmo acizentadas e chegam a medir cerca de 12 mm de comprimentoAteacute o momento natildeo foi constatada a presenccedila de adultos nos monitoramentosrealizados A exemplo da lagarta-dos-ponteiros tambeacutem natildeo haacute nenhuma informaccedilatildeo

relatada de sua ocorrecircncia

4 Consideraccedilotildees finais

A implementaccedilatildeo do MIP na cultura da goiaba reserva um grandedesafio pois diversos fatores de ordem regulatoacuteria econocircmica ambiental de proteccedilatildeohumana ecoloacutegica de praacuteticas culturais e as variaccedilotildees de clima determinaratildeo o usodesse sistema no futuro Portanto a aplicaccedilatildeo do MIP natildeo ficaraacute apenas sob aresponsabilidade do produtor mas a accedilatildeo deveraacute ser conjunta envolvendo asinstituiccedilotildees de pesquisa de extensatildeo e toda a cadeia produtiva da fruta

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2733

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2833

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2933

Tabela 2 Informaccedilotildees sobre os inimigos naturais mais frequumlentes na goiabeira com relaccedilatildeo agraves suas fases de vid

Inimigos Naturais Inspeccedilatildeo

1 Aacutecaro predador 991522 Nos ramos escolhidos para exame de psiliacutedeos inspecionarvelhas com auxiacutelio de uma lupa de 10x de aumento procurand

2 Aranhas 991522 Ao examinar as plantas amostradas procurar os adultos pri jovens eou ovos nos ninhos formados por teias entre as folhas

3 Crisopiacutedeos (bicho-lixeiro)991522 Ao examinar as plantas amostradas observar a presenccedila deadultos Geralmente satildeo encontrados em qualquer parte da pltronco)

4 Formigas 991522 Ao examinar as plantas amostradas procurar os insetos adu

5 Joaninhas 991522 Ao examinar as plantas amostradas observar a presenccedila dpreferencialmente nas folhas novas

6 Percevejos predadores 991522 Examinar as plantas amostradas procurando adultos ninf

localizam nas folhas do interior da copa7 Sirfiacutedeos (moscas que pairam no ar) 991522 Observar moscas que pairam no ar as larvas localizam-se

por ocasiatildeo da infestaccedilatildeo de psiacutelideos ou pulgotildees principalme8 Mosquinha-verde metaacutelica (Dolicopodiacutedeos) 991522 Os adultos satildeo aacutegeis e devem ser observados nas folhas loc

9 Vespas (marimbondos) 991522 Geralmente os adultos satildeo pequenas vespas caccediladoras qubrotaccedilotildees

10 Vespinhas (parasitoacuteides) 991522 Examinar as plantas amostradas procurando os insetos aduno interior da copa

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3033

FICHA DE INSPECcedilAtildeO DE PRAGAS E INIMIGOS NATURAIS PRODUCcedilAtildeO INTEGRADA DE GOIABA-SPPlantas inspecionadas

PragasQ 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

No

abc

Besouro-amarelo

dabc

Gorgulho

dabc

Percevejos

dabc

Psiliacutedeo

d

Ferrugem SInimigos Naturais E

LJoaninhasAOL

Crisopiacutedeos(bicho-lixeiro)

ANPercevejos

predadores AAacutecaro predador A

Aranhas AVespinhas A

Data _______________ Talhatildeo ___________ Estaacutegio fenoloacutegico 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6( ) 7( ) Inspetor

Legenda Q = quadrantes E = estaacutegio de vida dos inimigos naturais onde O = ovo L = larva N = ninfa A =

Figura 9 Modelo de ficha de amostragem utilizada no monitoramento das pragas e inimigos naturais na goiabei

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3133

Agradecimentos

Os autores agradecem aos teacutecnicos e produtores do Comitecirc Gestor daProduccedilatildeo Integrada de Frutas - Goiaba pelo total apoio que nos foi dispensado e queainda continuam incentivando com pleno entusiasmo no intuito de fortalecer cada vezmais a fruticultura brasileira Tambeacutem agradecemos os estagiaacuterios Guilherme de Melo e

Flaacutevia Calderari Marin pelo grande auxiacutelio nos trabalhos de monitoramento no campo ede laboratoacuterio Agradecemos tambeacutem ao engenheiro agrocircnomo Joseacute Emiacutelio Bettiol Netopela sua grande atuaccedilatildeo frente aos produtores de goiaba e que nunca mediu esforccedilos emnos ajudar nos estudos de monitoramento aleacutem das muitas informaccedilotildees que nosforneceu

Bibliografia consultada

Altieri MA EN Silva amp CI Nicholls 2003 O papel da biodiversidade no manejode pragas Holos Editora Ribeiratildeo Preto 226p

Bailez OE A M Viana ndashBailez JOG Lima amp DDO Moreira 2003 Life-historyof the guava weevil Conotrachelus psidii Marshal (Coleoptera Curculionidae) underlaboratory conditions Neotropical Entomology 32(2)203-207

Baldin ELL AL Boiccedila Juacutenior amp S Freitas 1998 Percevejo do maracujaacuteHolhymenia clavigera (Herb 1784) x Holhymenia histrio (Fabr 1803) (HemipteraCoreidae) p35 In 17o Congresso Brasileiro de Entomologia Resumos vol 1 SEBRio de Janeiro RJ

Barbosa FR A P Santos AT Haji WA Moreira FNP Haji amp J A Alencar1999 Eficiecircncia e seletividade do imidacloprid e lambdacyalothrin no controledopsiliacutedeo (Triozoida sp) em goiabeira Revista Brasileira de Fruticultura 21(3) 385-387

Barbosa FR AS Nascimento JV Oliveira JA Alencar amp FNP Haji 2001Pragas p29-54 In Barbosa FR (ed) Goiaba Fitossanidade Embrapa Semi-AacuteridoPetrolina Embrapa Brasiacutelia 63p (Frutas do Brasil 18)

Barbosa FR RG Ferreira LHP Kiill E A Souza WA Moreira JA Alencar ampFNP Haji 2002 Estudos do niacutevel de dano plantas invasoras hospedeiras e controledo psiliacutedeo da goiabeira (Triozoida sp) In XIX Congresso Brasileiro de EntomologiaManaus AM (Anais do Seminaacuterio do SEAG)

Boscaacuten de Martinez N amp R Casares 1980 El gorgojop de la guayaba Conotracheluspsidii Marshall (Coleoptera Curculionidae) I Evaluacioacuten de dantildeos AgronomiaTropical 30(1-6) 77-83

Boscaacuten de Martinez N amp R Casares 1981 Distribucioacutenen el tiempo de las fases delgorgojo de la guayaba Conotrachelus psidii Marshall (Coleoptera Curculionidae) en elcampo Agronomia Tropical 31(1-6) 123-130

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3233

Cave RD 1995 Manual para la ensentildeanza del control bioloacutegico en Ameacuterica LatinaZamorano Academic Press Zamorano Honduras 188p (primera edicioacuten)

Crocomo WB 1990 O que eacute o manejo integrado de pragas p 9-34 In CrocomoWB (coord) Manejo integrado de pragas Editora Unesp Satildeo Paulo CETESB 358p

Dolinski C 2003 Vermes que controlam insetos Guava News 1(1)8 (Goiabraacutes)

Follet PA amp KW Vick 2002 Desarrollo de estrategias de manejo integrado deplagas para eliminar las barreras sanitarias que restringen la exportacioacuten de productosagriacutecolas Manejo Integrado de Plagas y Agroecologia 65 43-49

Gallo D O Nakano S Silveira Neto RPL Carvalho GC Baptista E Berti FilhoJRP Parra RA Zucchi SB Alves JD Vendramim LC Marchini JRS Lopes ampC Omoto 2002 Entomologia Agriacutecola FEALQ Piracicaba 920p

Gonzaga Neto L amp JM Soares 1994 Goiaba para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos daproduccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa-SPI 49p - (Seacuterie Publicaccedilotildees Teacutecnicas FRUPEX 5)

Gould WP amp A Raga 2002 Pests of guava p295-313 In JE Pentildea JL Sharp ampM Wysoki (eds) Tropical fruit pests and pollinators biology economic importancenatural enemies and control CABI Publishing New York NY

Kogan M amp M Shenk 2002 Conceptualizacioacuten del manejo integrado de plagas enescalas espaciales y niveles de integracioacuten maacutes amplios Manejo Integrado de Plagas yAgroecologia 65 34-42

Malavasi A amp RA Zucchi 2000 Moscas-das-frutas de importacircncia econocircmica noBrasil conhecimento baacutesico e aplicado Holos Editora Ribeiratildeo Preto 327p

Nicholls C amp M Altieri 2002 Biodivesidad y disentildeo agroecoloacutegico un estudio dede manejo de plagas en vintildeedos Manejo Integrado de Plagas y Agroecologia 65 50-64

Norris RF EP Caswell-Chen amp M Kogan 2003 Concepts in integrated pestmanagement Prentice Hall Upper Saddle River New Jersey 586p

Pereira FM amp SA Bortoli 1998 Pragas da goiabeira p 119-130 In BragaSobrinho R JE Cardoso amp FCO Freire (eds) Pragas das fruteiras tropicais deimportacircncia agroindustrial Embrapa-SPI Brasiacutelia Embrapa-CNPAT Fortaleza 209p

Silva AGDA CR Gonccedilalves DM Galvatildeo AJL Gonccedilalves J Gomes MNSilva amp L Simoni 1968 Quarto cataacutelogo dos insetos que vivem nas plantas do Brasilseus parasitos e predadores Parte II - 1o Tomo - Insetos hospedeiros e inimigosnaturais Min de Agric Dep de Def e Inspeccedilatildeo Agropecuaacuteria Rio de Janeiro 622p

Silva NA 1992 Taxonomia ciclo de vida e dinacircmica populacional de Costalimaitaferruginea (Fabr 1801) (Coleoptera Chrysomelidae) praga de Eucalyptus spp(Myrtaceae) Tese de Doutorado ESALQUSP Piracicaba SP 165p

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3333

Silveira Neto S 1990 Monitoramento e decisatildeo no controle de pragas p 71-86 InCrocomo WB (coord) Manejo integrado de pragas Editora Unesp Satildeo PauloCETESB 358p

Souza JC A Raga amp MA Souza 2003 Pragas da goiabeira EPAMIG BeloHorizonte 60p (EPAMIG Boletim Teacutecnico 71)

Page 27: goiabeira - 9_MIPpragas

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2733

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2833

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2933

Tabela 2 Informaccedilotildees sobre os inimigos naturais mais frequumlentes na goiabeira com relaccedilatildeo agraves suas fases de vid

Inimigos Naturais Inspeccedilatildeo

1 Aacutecaro predador 991522 Nos ramos escolhidos para exame de psiliacutedeos inspecionarvelhas com auxiacutelio de uma lupa de 10x de aumento procurand

2 Aranhas 991522 Ao examinar as plantas amostradas procurar os adultos pri jovens eou ovos nos ninhos formados por teias entre as folhas

3 Crisopiacutedeos (bicho-lixeiro)991522 Ao examinar as plantas amostradas observar a presenccedila deadultos Geralmente satildeo encontrados em qualquer parte da pltronco)

4 Formigas 991522 Ao examinar as plantas amostradas procurar os insetos adu

5 Joaninhas 991522 Ao examinar as plantas amostradas observar a presenccedila dpreferencialmente nas folhas novas

6 Percevejos predadores 991522 Examinar as plantas amostradas procurando adultos ninf

localizam nas folhas do interior da copa7 Sirfiacutedeos (moscas que pairam no ar) 991522 Observar moscas que pairam no ar as larvas localizam-se

por ocasiatildeo da infestaccedilatildeo de psiacutelideos ou pulgotildees principalme8 Mosquinha-verde metaacutelica (Dolicopodiacutedeos) 991522 Os adultos satildeo aacutegeis e devem ser observados nas folhas loc

9 Vespas (marimbondos) 991522 Geralmente os adultos satildeo pequenas vespas caccediladoras qubrotaccedilotildees

10 Vespinhas (parasitoacuteides) 991522 Examinar as plantas amostradas procurando os insetos aduno interior da copa

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3033

FICHA DE INSPECcedilAtildeO DE PRAGAS E INIMIGOS NATURAIS PRODUCcedilAtildeO INTEGRADA DE GOIABA-SPPlantas inspecionadas

PragasQ 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

No

abc

Besouro-amarelo

dabc

Gorgulho

dabc

Percevejos

dabc

Psiliacutedeo

d

Ferrugem SInimigos Naturais E

LJoaninhasAOL

Crisopiacutedeos(bicho-lixeiro)

ANPercevejos

predadores AAacutecaro predador A

Aranhas AVespinhas A

Data _______________ Talhatildeo ___________ Estaacutegio fenoloacutegico 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6( ) 7( ) Inspetor

Legenda Q = quadrantes E = estaacutegio de vida dos inimigos naturais onde O = ovo L = larva N = ninfa A =

Figura 9 Modelo de ficha de amostragem utilizada no monitoramento das pragas e inimigos naturais na goiabei

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3133

Agradecimentos

Os autores agradecem aos teacutecnicos e produtores do Comitecirc Gestor daProduccedilatildeo Integrada de Frutas - Goiaba pelo total apoio que nos foi dispensado e queainda continuam incentivando com pleno entusiasmo no intuito de fortalecer cada vezmais a fruticultura brasileira Tambeacutem agradecemos os estagiaacuterios Guilherme de Melo e

Flaacutevia Calderari Marin pelo grande auxiacutelio nos trabalhos de monitoramento no campo ede laboratoacuterio Agradecemos tambeacutem ao engenheiro agrocircnomo Joseacute Emiacutelio Bettiol Netopela sua grande atuaccedilatildeo frente aos produtores de goiaba e que nunca mediu esforccedilos emnos ajudar nos estudos de monitoramento aleacutem das muitas informaccedilotildees que nosforneceu

Bibliografia consultada

Altieri MA EN Silva amp CI Nicholls 2003 O papel da biodiversidade no manejode pragas Holos Editora Ribeiratildeo Preto 226p

Bailez OE A M Viana ndashBailez JOG Lima amp DDO Moreira 2003 Life-historyof the guava weevil Conotrachelus psidii Marshal (Coleoptera Curculionidae) underlaboratory conditions Neotropical Entomology 32(2)203-207

Baldin ELL AL Boiccedila Juacutenior amp S Freitas 1998 Percevejo do maracujaacuteHolhymenia clavigera (Herb 1784) x Holhymenia histrio (Fabr 1803) (HemipteraCoreidae) p35 In 17o Congresso Brasileiro de Entomologia Resumos vol 1 SEBRio de Janeiro RJ

Barbosa FR A P Santos AT Haji WA Moreira FNP Haji amp J A Alencar1999 Eficiecircncia e seletividade do imidacloprid e lambdacyalothrin no controledopsiliacutedeo (Triozoida sp) em goiabeira Revista Brasileira de Fruticultura 21(3) 385-387

Barbosa FR AS Nascimento JV Oliveira JA Alencar amp FNP Haji 2001Pragas p29-54 In Barbosa FR (ed) Goiaba Fitossanidade Embrapa Semi-AacuteridoPetrolina Embrapa Brasiacutelia 63p (Frutas do Brasil 18)

Barbosa FR RG Ferreira LHP Kiill E A Souza WA Moreira JA Alencar ampFNP Haji 2002 Estudos do niacutevel de dano plantas invasoras hospedeiras e controledo psiliacutedeo da goiabeira (Triozoida sp) In XIX Congresso Brasileiro de EntomologiaManaus AM (Anais do Seminaacuterio do SEAG)

Boscaacuten de Martinez N amp R Casares 1980 El gorgojop de la guayaba Conotracheluspsidii Marshall (Coleoptera Curculionidae) I Evaluacioacuten de dantildeos AgronomiaTropical 30(1-6) 77-83

Boscaacuten de Martinez N amp R Casares 1981 Distribucioacutenen el tiempo de las fases delgorgojo de la guayaba Conotrachelus psidii Marshall (Coleoptera Curculionidae) en elcampo Agronomia Tropical 31(1-6) 123-130

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3233

Cave RD 1995 Manual para la ensentildeanza del control bioloacutegico en Ameacuterica LatinaZamorano Academic Press Zamorano Honduras 188p (primera edicioacuten)

Crocomo WB 1990 O que eacute o manejo integrado de pragas p 9-34 In CrocomoWB (coord) Manejo integrado de pragas Editora Unesp Satildeo Paulo CETESB 358p

Dolinski C 2003 Vermes que controlam insetos Guava News 1(1)8 (Goiabraacutes)

Follet PA amp KW Vick 2002 Desarrollo de estrategias de manejo integrado deplagas para eliminar las barreras sanitarias que restringen la exportacioacuten de productosagriacutecolas Manejo Integrado de Plagas y Agroecologia 65 43-49

Gallo D O Nakano S Silveira Neto RPL Carvalho GC Baptista E Berti FilhoJRP Parra RA Zucchi SB Alves JD Vendramim LC Marchini JRS Lopes ampC Omoto 2002 Entomologia Agriacutecola FEALQ Piracicaba 920p

Gonzaga Neto L amp JM Soares 1994 Goiaba para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos daproduccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa-SPI 49p - (Seacuterie Publicaccedilotildees Teacutecnicas FRUPEX 5)

Gould WP amp A Raga 2002 Pests of guava p295-313 In JE Pentildea JL Sharp ampM Wysoki (eds) Tropical fruit pests and pollinators biology economic importancenatural enemies and control CABI Publishing New York NY

Kogan M amp M Shenk 2002 Conceptualizacioacuten del manejo integrado de plagas enescalas espaciales y niveles de integracioacuten maacutes amplios Manejo Integrado de Plagas yAgroecologia 65 34-42

Malavasi A amp RA Zucchi 2000 Moscas-das-frutas de importacircncia econocircmica noBrasil conhecimento baacutesico e aplicado Holos Editora Ribeiratildeo Preto 327p

Nicholls C amp M Altieri 2002 Biodivesidad y disentildeo agroecoloacutegico un estudio dede manejo de plagas en vintildeedos Manejo Integrado de Plagas y Agroecologia 65 50-64

Norris RF EP Caswell-Chen amp M Kogan 2003 Concepts in integrated pestmanagement Prentice Hall Upper Saddle River New Jersey 586p

Pereira FM amp SA Bortoli 1998 Pragas da goiabeira p 119-130 In BragaSobrinho R JE Cardoso amp FCO Freire (eds) Pragas das fruteiras tropicais deimportacircncia agroindustrial Embrapa-SPI Brasiacutelia Embrapa-CNPAT Fortaleza 209p

Silva AGDA CR Gonccedilalves DM Galvatildeo AJL Gonccedilalves J Gomes MNSilva amp L Simoni 1968 Quarto cataacutelogo dos insetos que vivem nas plantas do Brasilseus parasitos e predadores Parte II - 1o Tomo - Insetos hospedeiros e inimigosnaturais Min de Agric Dep de Def e Inspeccedilatildeo Agropecuaacuteria Rio de Janeiro 622p

Silva NA 1992 Taxonomia ciclo de vida e dinacircmica populacional de Costalimaitaferruginea (Fabr 1801) (Coleoptera Chrysomelidae) praga de Eucalyptus spp(Myrtaceae) Tese de Doutorado ESALQUSP Piracicaba SP 165p

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3333

Silveira Neto S 1990 Monitoramento e decisatildeo no controle de pragas p 71-86 InCrocomo WB (coord) Manejo integrado de pragas Editora Unesp Satildeo PauloCETESB 358p

Souza JC A Raga amp MA Souza 2003 Pragas da goiabeira EPAMIG BeloHorizonte 60p (EPAMIG Boletim Teacutecnico 71)

Page 28: goiabeira - 9_MIPpragas

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2833

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2933

Tabela 2 Informaccedilotildees sobre os inimigos naturais mais frequumlentes na goiabeira com relaccedilatildeo agraves suas fases de vid

Inimigos Naturais Inspeccedilatildeo

1 Aacutecaro predador 991522 Nos ramos escolhidos para exame de psiliacutedeos inspecionarvelhas com auxiacutelio de uma lupa de 10x de aumento procurand

2 Aranhas 991522 Ao examinar as plantas amostradas procurar os adultos pri jovens eou ovos nos ninhos formados por teias entre as folhas

3 Crisopiacutedeos (bicho-lixeiro)991522 Ao examinar as plantas amostradas observar a presenccedila deadultos Geralmente satildeo encontrados em qualquer parte da pltronco)

4 Formigas 991522 Ao examinar as plantas amostradas procurar os insetos adu

5 Joaninhas 991522 Ao examinar as plantas amostradas observar a presenccedila dpreferencialmente nas folhas novas

6 Percevejos predadores 991522 Examinar as plantas amostradas procurando adultos ninf

localizam nas folhas do interior da copa7 Sirfiacutedeos (moscas que pairam no ar) 991522 Observar moscas que pairam no ar as larvas localizam-se

por ocasiatildeo da infestaccedilatildeo de psiacutelideos ou pulgotildees principalme8 Mosquinha-verde metaacutelica (Dolicopodiacutedeos) 991522 Os adultos satildeo aacutegeis e devem ser observados nas folhas loc

9 Vespas (marimbondos) 991522 Geralmente os adultos satildeo pequenas vespas caccediladoras qubrotaccedilotildees

10 Vespinhas (parasitoacuteides) 991522 Examinar as plantas amostradas procurando os insetos aduno interior da copa

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3033

FICHA DE INSPECcedilAtildeO DE PRAGAS E INIMIGOS NATURAIS PRODUCcedilAtildeO INTEGRADA DE GOIABA-SPPlantas inspecionadas

PragasQ 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

No

abc

Besouro-amarelo

dabc

Gorgulho

dabc

Percevejos

dabc

Psiliacutedeo

d

Ferrugem SInimigos Naturais E

LJoaninhasAOL

Crisopiacutedeos(bicho-lixeiro)

ANPercevejos

predadores AAacutecaro predador A

Aranhas AVespinhas A

Data _______________ Talhatildeo ___________ Estaacutegio fenoloacutegico 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6( ) 7( ) Inspetor

Legenda Q = quadrantes E = estaacutegio de vida dos inimigos naturais onde O = ovo L = larva N = ninfa A =

Figura 9 Modelo de ficha de amostragem utilizada no monitoramento das pragas e inimigos naturais na goiabei

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3133

Agradecimentos

Os autores agradecem aos teacutecnicos e produtores do Comitecirc Gestor daProduccedilatildeo Integrada de Frutas - Goiaba pelo total apoio que nos foi dispensado e queainda continuam incentivando com pleno entusiasmo no intuito de fortalecer cada vezmais a fruticultura brasileira Tambeacutem agradecemos os estagiaacuterios Guilherme de Melo e

Flaacutevia Calderari Marin pelo grande auxiacutelio nos trabalhos de monitoramento no campo ede laboratoacuterio Agradecemos tambeacutem ao engenheiro agrocircnomo Joseacute Emiacutelio Bettiol Netopela sua grande atuaccedilatildeo frente aos produtores de goiaba e que nunca mediu esforccedilos emnos ajudar nos estudos de monitoramento aleacutem das muitas informaccedilotildees que nosforneceu

Bibliografia consultada

Altieri MA EN Silva amp CI Nicholls 2003 O papel da biodiversidade no manejode pragas Holos Editora Ribeiratildeo Preto 226p

Bailez OE A M Viana ndashBailez JOG Lima amp DDO Moreira 2003 Life-historyof the guava weevil Conotrachelus psidii Marshal (Coleoptera Curculionidae) underlaboratory conditions Neotropical Entomology 32(2)203-207

Baldin ELL AL Boiccedila Juacutenior amp S Freitas 1998 Percevejo do maracujaacuteHolhymenia clavigera (Herb 1784) x Holhymenia histrio (Fabr 1803) (HemipteraCoreidae) p35 In 17o Congresso Brasileiro de Entomologia Resumos vol 1 SEBRio de Janeiro RJ

Barbosa FR A P Santos AT Haji WA Moreira FNP Haji amp J A Alencar1999 Eficiecircncia e seletividade do imidacloprid e lambdacyalothrin no controledopsiliacutedeo (Triozoida sp) em goiabeira Revista Brasileira de Fruticultura 21(3) 385-387

Barbosa FR AS Nascimento JV Oliveira JA Alencar amp FNP Haji 2001Pragas p29-54 In Barbosa FR (ed) Goiaba Fitossanidade Embrapa Semi-AacuteridoPetrolina Embrapa Brasiacutelia 63p (Frutas do Brasil 18)

Barbosa FR RG Ferreira LHP Kiill E A Souza WA Moreira JA Alencar ampFNP Haji 2002 Estudos do niacutevel de dano plantas invasoras hospedeiras e controledo psiliacutedeo da goiabeira (Triozoida sp) In XIX Congresso Brasileiro de EntomologiaManaus AM (Anais do Seminaacuterio do SEAG)

Boscaacuten de Martinez N amp R Casares 1980 El gorgojop de la guayaba Conotracheluspsidii Marshall (Coleoptera Curculionidae) I Evaluacioacuten de dantildeos AgronomiaTropical 30(1-6) 77-83

Boscaacuten de Martinez N amp R Casares 1981 Distribucioacutenen el tiempo de las fases delgorgojo de la guayaba Conotrachelus psidii Marshall (Coleoptera Curculionidae) en elcampo Agronomia Tropical 31(1-6) 123-130

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3233

Cave RD 1995 Manual para la ensentildeanza del control bioloacutegico en Ameacuterica LatinaZamorano Academic Press Zamorano Honduras 188p (primera edicioacuten)

Crocomo WB 1990 O que eacute o manejo integrado de pragas p 9-34 In CrocomoWB (coord) Manejo integrado de pragas Editora Unesp Satildeo Paulo CETESB 358p

Dolinski C 2003 Vermes que controlam insetos Guava News 1(1)8 (Goiabraacutes)

Follet PA amp KW Vick 2002 Desarrollo de estrategias de manejo integrado deplagas para eliminar las barreras sanitarias que restringen la exportacioacuten de productosagriacutecolas Manejo Integrado de Plagas y Agroecologia 65 43-49

Gallo D O Nakano S Silveira Neto RPL Carvalho GC Baptista E Berti FilhoJRP Parra RA Zucchi SB Alves JD Vendramim LC Marchini JRS Lopes ampC Omoto 2002 Entomologia Agriacutecola FEALQ Piracicaba 920p

Gonzaga Neto L amp JM Soares 1994 Goiaba para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos daproduccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa-SPI 49p - (Seacuterie Publicaccedilotildees Teacutecnicas FRUPEX 5)

Gould WP amp A Raga 2002 Pests of guava p295-313 In JE Pentildea JL Sharp ampM Wysoki (eds) Tropical fruit pests and pollinators biology economic importancenatural enemies and control CABI Publishing New York NY

Kogan M amp M Shenk 2002 Conceptualizacioacuten del manejo integrado de plagas enescalas espaciales y niveles de integracioacuten maacutes amplios Manejo Integrado de Plagas yAgroecologia 65 34-42

Malavasi A amp RA Zucchi 2000 Moscas-das-frutas de importacircncia econocircmica noBrasil conhecimento baacutesico e aplicado Holos Editora Ribeiratildeo Preto 327p

Nicholls C amp M Altieri 2002 Biodivesidad y disentildeo agroecoloacutegico un estudio dede manejo de plagas en vintildeedos Manejo Integrado de Plagas y Agroecologia 65 50-64

Norris RF EP Caswell-Chen amp M Kogan 2003 Concepts in integrated pestmanagement Prentice Hall Upper Saddle River New Jersey 586p

Pereira FM amp SA Bortoli 1998 Pragas da goiabeira p 119-130 In BragaSobrinho R JE Cardoso amp FCO Freire (eds) Pragas das fruteiras tropicais deimportacircncia agroindustrial Embrapa-SPI Brasiacutelia Embrapa-CNPAT Fortaleza 209p

Silva AGDA CR Gonccedilalves DM Galvatildeo AJL Gonccedilalves J Gomes MNSilva amp L Simoni 1968 Quarto cataacutelogo dos insetos que vivem nas plantas do Brasilseus parasitos e predadores Parte II - 1o Tomo - Insetos hospedeiros e inimigosnaturais Min de Agric Dep de Def e Inspeccedilatildeo Agropecuaacuteria Rio de Janeiro 622p

Silva NA 1992 Taxonomia ciclo de vida e dinacircmica populacional de Costalimaitaferruginea (Fabr 1801) (Coleoptera Chrysomelidae) praga de Eucalyptus spp(Myrtaceae) Tese de Doutorado ESALQUSP Piracicaba SP 165p

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3333

Silveira Neto S 1990 Monitoramento e decisatildeo no controle de pragas p 71-86 InCrocomo WB (coord) Manejo integrado de pragas Editora Unesp Satildeo PauloCETESB 358p

Souza JC A Raga amp MA Souza 2003 Pragas da goiabeira EPAMIG BeloHorizonte 60p (EPAMIG Boletim Teacutecnico 71)

Page 29: goiabeira - 9_MIPpragas

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 2933

Tabela 2 Informaccedilotildees sobre os inimigos naturais mais frequumlentes na goiabeira com relaccedilatildeo agraves suas fases de vid

Inimigos Naturais Inspeccedilatildeo

1 Aacutecaro predador 991522 Nos ramos escolhidos para exame de psiliacutedeos inspecionarvelhas com auxiacutelio de uma lupa de 10x de aumento procurand

2 Aranhas 991522 Ao examinar as plantas amostradas procurar os adultos pri jovens eou ovos nos ninhos formados por teias entre as folhas

3 Crisopiacutedeos (bicho-lixeiro)991522 Ao examinar as plantas amostradas observar a presenccedila deadultos Geralmente satildeo encontrados em qualquer parte da pltronco)

4 Formigas 991522 Ao examinar as plantas amostradas procurar os insetos adu

5 Joaninhas 991522 Ao examinar as plantas amostradas observar a presenccedila dpreferencialmente nas folhas novas

6 Percevejos predadores 991522 Examinar as plantas amostradas procurando adultos ninf

localizam nas folhas do interior da copa7 Sirfiacutedeos (moscas que pairam no ar) 991522 Observar moscas que pairam no ar as larvas localizam-se

por ocasiatildeo da infestaccedilatildeo de psiacutelideos ou pulgotildees principalme8 Mosquinha-verde metaacutelica (Dolicopodiacutedeos) 991522 Os adultos satildeo aacutegeis e devem ser observados nas folhas loc

9 Vespas (marimbondos) 991522 Geralmente os adultos satildeo pequenas vespas caccediladoras qubrotaccedilotildees

10 Vespinhas (parasitoacuteides) 991522 Examinar as plantas amostradas procurando os insetos aduno interior da copa

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3033

FICHA DE INSPECcedilAtildeO DE PRAGAS E INIMIGOS NATURAIS PRODUCcedilAtildeO INTEGRADA DE GOIABA-SPPlantas inspecionadas

PragasQ 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

No

abc

Besouro-amarelo

dabc

Gorgulho

dabc

Percevejos

dabc

Psiliacutedeo

d

Ferrugem SInimigos Naturais E

LJoaninhasAOL

Crisopiacutedeos(bicho-lixeiro)

ANPercevejos

predadores AAacutecaro predador A

Aranhas AVespinhas A

Data _______________ Talhatildeo ___________ Estaacutegio fenoloacutegico 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6( ) 7( ) Inspetor

Legenda Q = quadrantes E = estaacutegio de vida dos inimigos naturais onde O = ovo L = larva N = ninfa A =

Figura 9 Modelo de ficha de amostragem utilizada no monitoramento das pragas e inimigos naturais na goiabei

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3133

Agradecimentos

Os autores agradecem aos teacutecnicos e produtores do Comitecirc Gestor daProduccedilatildeo Integrada de Frutas - Goiaba pelo total apoio que nos foi dispensado e queainda continuam incentivando com pleno entusiasmo no intuito de fortalecer cada vezmais a fruticultura brasileira Tambeacutem agradecemos os estagiaacuterios Guilherme de Melo e

Flaacutevia Calderari Marin pelo grande auxiacutelio nos trabalhos de monitoramento no campo ede laboratoacuterio Agradecemos tambeacutem ao engenheiro agrocircnomo Joseacute Emiacutelio Bettiol Netopela sua grande atuaccedilatildeo frente aos produtores de goiaba e que nunca mediu esforccedilos emnos ajudar nos estudos de monitoramento aleacutem das muitas informaccedilotildees que nosforneceu

Bibliografia consultada

Altieri MA EN Silva amp CI Nicholls 2003 O papel da biodiversidade no manejode pragas Holos Editora Ribeiratildeo Preto 226p

Bailez OE A M Viana ndashBailez JOG Lima amp DDO Moreira 2003 Life-historyof the guava weevil Conotrachelus psidii Marshal (Coleoptera Curculionidae) underlaboratory conditions Neotropical Entomology 32(2)203-207

Baldin ELL AL Boiccedila Juacutenior amp S Freitas 1998 Percevejo do maracujaacuteHolhymenia clavigera (Herb 1784) x Holhymenia histrio (Fabr 1803) (HemipteraCoreidae) p35 In 17o Congresso Brasileiro de Entomologia Resumos vol 1 SEBRio de Janeiro RJ

Barbosa FR A P Santos AT Haji WA Moreira FNP Haji amp J A Alencar1999 Eficiecircncia e seletividade do imidacloprid e lambdacyalothrin no controledopsiliacutedeo (Triozoida sp) em goiabeira Revista Brasileira de Fruticultura 21(3) 385-387

Barbosa FR AS Nascimento JV Oliveira JA Alencar amp FNP Haji 2001Pragas p29-54 In Barbosa FR (ed) Goiaba Fitossanidade Embrapa Semi-AacuteridoPetrolina Embrapa Brasiacutelia 63p (Frutas do Brasil 18)

Barbosa FR RG Ferreira LHP Kiill E A Souza WA Moreira JA Alencar ampFNP Haji 2002 Estudos do niacutevel de dano plantas invasoras hospedeiras e controledo psiliacutedeo da goiabeira (Triozoida sp) In XIX Congresso Brasileiro de EntomologiaManaus AM (Anais do Seminaacuterio do SEAG)

Boscaacuten de Martinez N amp R Casares 1980 El gorgojop de la guayaba Conotracheluspsidii Marshall (Coleoptera Curculionidae) I Evaluacioacuten de dantildeos AgronomiaTropical 30(1-6) 77-83

Boscaacuten de Martinez N amp R Casares 1981 Distribucioacutenen el tiempo de las fases delgorgojo de la guayaba Conotrachelus psidii Marshall (Coleoptera Curculionidae) en elcampo Agronomia Tropical 31(1-6) 123-130

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3233

Cave RD 1995 Manual para la ensentildeanza del control bioloacutegico en Ameacuterica LatinaZamorano Academic Press Zamorano Honduras 188p (primera edicioacuten)

Crocomo WB 1990 O que eacute o manejo integrado de pragas p 9-34 In CrocomoWB (coord) Manejo integrado de pragas Editora Unesp Satildeo Paulo CETESB 358p

Dolinski C 2003 Vermes que controlam insetos Guava News 1(1)8 (Goiabraacutes)

Follet PA amp KW Vick 2002 Desarrollo de estrategias de manejo integrado deplagas para eliminar las barreras sanitarias que restringen la exportacioacuten de productosagriacutecolas Manejo Integrado de Plagas y Agroecologia 65 43-49

Gallo D O Nakano S Silveira Neto RPL Carvalho GC Baptista E Berti FilhoJRP Parra RA Zucchi SB Alves JD Vendramim LC Marchini JRS Lopes ampC Omoto 2002 Entomologia Agriacutecola FEALQ Piracicaba 920p

Gonzaga Neto L amp JM Soares 1994 Goiaba para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos daproduccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa-SPI 49p - (Seacuterie Publicaccedilotildees Teacutecnicas FRUPEX 5)

Gould WP amp A Raga 2002 Pests of guava p295-313 In JE Pentildea JL Sharp ampM Wysoki (eds) Tropical fruit pests and pollinators biology economic importancenatural enemies and control CABI Publishing New York NY

Kogan M amp M Shenk 2002 Conceptualizacioacuten del manejo integrado de plagas enescalas espaciales y niveles de integracioacuten maacutes amplios Manejo Integrado de Plagas yAgroecologia 65 34-42

Malavasi A amp RA Zucchi 2000 Moscas-das-frutas de importacircncia econocircmica noBrasil conhecimento baacutesico e aplicado Holos Editora Ribeiratildeo Preto 327p

Nicholls C amp M Altieri 2002 Biodivesidad y disentildeo agroecoloacutegico un estudio dede manejo de plagas en vintildeedos Manejo Integrado de Plagas y Agroecologia 65 50-64

Norris RF EP Caswell-Chen amp M Kogan 2003 Concepts in integrated pestmanagement Prentice Hall Upper Saddle River New Jersey 586p

Pereira FM amp SA Bortoli 1998 Pragas da goiabeira p 119-130 In BragaSobrinho R JE Cardoso amp FCO Freire (eds) Pragas das fruteiras tropicais deimportacircncia agroindustrial Embrapa-SPI Brasiacutelia Embrapa-CNPAT Fortaleza 209p

Silva AGDA CR Gonccedilalves DM Galvatildeo AJL Gonccedilalves J Gomes MNSilva amp L Simoni 1968 Quarto cataacutelogo dos insetos que vivem nas plantas do Brasilseus parasitos e predadores Parte II - 1o Tomo - Insetos hospedeiros e inimigosnaturais Min de Agric Dep de Def e Inspeccedilatildeo Agropecuaacuteria Rio de Janeiro 622p

Silva NA 1992 Taxonomia ciclo de vida e dinacircmica populacional de Costalimaitaferruginea (Fabr 1801) (Coleoptera Chrysomelidae) praga de Eucalyptus spp(Myrtaceae) Tese de Doutorado ESALQUSP Piracicaba SP 165p

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3333

Silveira Neto S 1990 Monitoramento e decisatildeo no controle de pragas p 71-86 InCrocomo WB (coord) Manejo integrado de pragas Editora Unesp Satildeo PauloCETESB 358p

Souza JC A Raga amp MA Souza 2003 Pragas da goiabeira EPAMIG BeloHorizonte 60p (EPAMIG Boletim Teacutecnico 71)

Page 30: goiabeira - 9_MIPpragas

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3033

FICHA DE INSPECcedilAtildeO DE PRAGAS E INIMIGOS NATURAIS PRODUCcedilAtildeO INTEGRADA DE GOIABA-SPPlantas inspecionadas

PragasQ 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

No

abc

Besouro-amarelo

dabc

Gorgulho

dabc

Percevejos

dabc

Psiliacutedeo

d

Ferrugem SInimigos Naturais E

LJoaninhasAOL

Crisopiacutedeos(bicho-lixeiro)

ANPercevejos

predadores AAacutecaro predador A

Aranhas AVespinhas A

Data _______________ Talhatildeo ___________ Estaacutegio fenoloacutegico 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6( ) 7( ) Inspetor

Legenda Q = quadrantes E = estaacutegio de vida dos inimigos naturais onde O = ovo L = larva N = ninfa A =

Figura 9 Modelo de ficha de amostragem utilizada no monitoramento das pragas e inimigos naturais na goiabei

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3133

Agradecimentos

Os autores agradecem aos teacutecnicos e produtores do Comitecirc Gestor daProduccedilatildeo Integrada de Frutas - Goiaba pelo total apoio que nos foi dispensado e queainda continuam incentivando com pleno entusiasmo no intuito de fortalecer cada vezmais a fruticultura brasileira Tambeacutem agradecemos os estagiaacuterios Guilherme de Melo e

Flaacutevia Calderari Marin pelo grande auxiacutelio nos trabalhos de monitoramento no campo ede laboratoacuterio Agradecemos tambeacutem ao engenheiro agrocircnomo Joseacute Emiacutelio Bettiol Netopela sua grande atuaccedilatildeo frente aos produtores de goiaba e que nunca mediu esforccedilos emnos ajudar nos estudos de monitoramento aleacutem das muitas informaccedilotildees que nosforneceu

Bibliografia consultada

Altieri MA EN Silva amp CI Nicholls 2003 O papel da biodiversidade no manejode pragas Holos Editora Ribeiratildeo Preto 226p

Bailez OE A M Viana ndashBailez JOG Lima amp DDO Moreira 2003 Life-historyof the guava weevil Conotrachelus psidii Marshal (Coleoptera Curculionidae) underlaboratory conditions Neotropical Entomology 32(2)203-207

Baldin ELL AL Boiccedila Juacutenior amp S Freitas 1998 Percevejo do maracujaacuteHolhymenia clavigera (Herb 1784) x Holhymenia histrio (Fabr 1803) (HemipteraCoreidae) p35 In 17o Congresso Brasileiro de Entomologia Resumos vol 1 SEBRio de Janeiro RJ

Barbosa FR A P Santos AT Haji WA Moreira FNP Haji amp J A Alencar1999 Eficiecircncia e seletividade do imidacloprid e lambdacyalothrin no controledopsiliacutedeo (Triozoida sp) em goiabeira Revista Brasileira de Fruticultura 21(3) 385-387

Barbosa FR AS Nascimento JV Oliveira JA Alencar amp FNP Haji 2001Pragas p29-54 In Barbosa FR (ed) Goiaba Fitossanidade Embrapa Semi-AacuteridoPetrolina Embrapa Brasiacutelia 63p (Frutas do Brasil 18)

Barbosa FR RG Ferreira LHP Kiill E A Souza WA Moreira JA Alencar ampFNP Haji 2002 Estudos do niacutevel de dano plantas invasoras hospedeiras e controledo psiliacutedeo da goiabeira (Triozoida sp) In XIX Congresso Brasileiro de EntomologiaManaus AM (Anais do Seminaacuterio do SEAG)

Boscaacuten de Martinez N amp R Casares 1980 El gorgojop de la guayaba Conotracheluspsidii Marshall (Coleoptera Curculionidae) I Evaluacioacuten de dantildeos AgronomiaTropical 30(1-6) 77-83

Boscaacuten de Martinez N amp R Casares 1981 Distribucioacutenen el tiempo de las fases delgorgojo de la guayaba Conotrachelus psidii Marshall (Coleoptera Curculionidae) en elcampo Agronomia Tropical 31(1-6) 123-130

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3233

Cave RD 1995 Manual para la ensentildeanza del control bioloacutegico en Ameacuterica LatinaZamorano Academic Press Zamorano Honduras 188p (primera edicioacuten)

Crocomo WB 1990 O que eacute o manejo integrado de pragas p 9-34 In CrocomoWB (coord) Manejo integrado de pragas Editora Unesp Satildeo Paulo CETESB 358p

Dolinski C 2003 Vermes que controlam insetos Guava News 1(1)8 (Goiabraacutes)

Follet PA amp KW Vick 2002 Desarrollo de estrategias de manejo integrado deplagas para eliminar las barreras sanitarias que restringen la exportacioacuten de productosagriacutecolas Manejo Integrado de Plagas y Agroecologia 65 43-49

Gallo D O Nakano S Silveira Neto RPL Carvalho GC Baptista E Berti FilhoJRP Parra RA Zucchi SB Alves JD Vendramim LC Marchini JRS Lopes ampC Omoto 2002 Entomologia Agriacutecola FEALQ Piracicaba 920p

Gonzaga Neto L amp JM Soares 1994 Goiaba para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos daproduccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa-SPI 49p - (Seacuterie Publicaccedilotildees Teacutecnicas FRUPEX 5)

Gould WP amp A Raga 2002 Pests of guava p295-313 In JE Pentildea JL Sharp ampM Wysoki (eds) Tropical fruit pests and pollinators biology economic importancenatural enemies and control CABI Publishing New York NY

Kogan M amp M Shenk 2002 Conceptualizacioacuten del manejo integrado de plagas enescalas espaciales y niveles de integracioacuten maacutes amplios Manejo Integrado de Plagas yAgroecologia 65 34-42

Malavasi A amp RA Zucchi 2000 Moscas-das-frutas de importacircncia econocircmica noBrasil conhecimento baacutesico e aplicado Holos Editora Ribeiratildeo Preto 327p

Nicholls C amp M Altieri 2002 Biodivesidad y disentildeo agroecoloacutegico un estudio dede manejo de plagas en vintildeedos Manejo Integrado de Plagas y Agroecologia 65 50-64

Norris RF EP Caswell-Chen amp M Kogan 2003 Concepts in integrated pestmanagement Prentice Hall Upper Saddle River New Jersey 586p

Pereira FM amp SA Bortoli 1998 Pragas da goiabeira p 119-130 In BragaSobrinho R JE Cardoso amp FCO Freire (eds) Pragas das fruteiras tropicais deimportacircncia agroindustrial Embrapa-SPI Brasiacutelia Embrapa-CNPAT Fortaleza 209p

Silva AGDA CR Gonccedilalves DM Galvatildeo AJL Gonccedilalves J Gomes MNSilva amp L Simoni 1968 Quarto cataacutelogo dos insetos que vivem nas plantas do Brasilseus parasitos e predadores Parte II - 1o Tomo - Insetos hospedeiros e inimigosnaturais Min de Agric Dep de Def e Inspeccedilatildeo Agropecuaacuteria Rio de Janeiro 622p

Silva NA 1992 Taxonomia ciclo de vida e dinacircmica populacional de Costalimaitaferruginea (Fabr 1801) (Coleoptera Chrysomelidae) praga de Eucalyptus spp(Myrtaceae) Tese de Doutorado ESALQUSP Piracicaba SP 165p

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3333

Silveira Neto S 1990 Monitoramento e decisatildeo no controle de pragas p 71-86 InCrocomo WB (coord) Manejo integrado de pragas Editora Unesp Satildeo PauloCETESB 358p

Souza JC A Raga amp MA Souza 2003 Pragas da goiabeira EPAMIG BeloHorizonte 60p (EPAMIG Boletim Teacutecnico 71)

Page 31: goiabeira - 9_MIPpragas

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3133

Agradecimentos

Os autores agradecem aos teacutecnicos e produtores do Comitecirc Gestor daProduccedilatildeo Integrada de Frutas - Goiaba pelo total apoio que nos foi dispensado e queainda continuam incentivando com pleno entusiasmo no intuito de fortalecer cada vezmais a fruticultura brasileira Tambeacutem agradecemos os estagiaacuterios Guilherme de Melo e

Flaacutevia Calderari Marin pelo grande auxiacutelio nos trabalhos de monitoramento no campo ede laboratoacuterio Agradecemos tambeacutem ao engenheiro agrocircnomo Joseacute Emiacutelio Bettiol Netopela sua grande atuaccedilatildeo frente aos produtores de goiaba e que nunca mediu esforccedilos emnos ajudar nos estudos de monitoramento aleacutem das muitas informaccedilotildees que nosforneceu

Bibliografia consultada

Altieri MA EN Silva amp CI Nicholls 2003 O papel da biodiversidade no manejode pragas Holos Editora Ribeiratildeo Preto 226p

Bailez OE A M Viana ndashBailez JOG Lima amp DDO Moreira 2003 Life-historyof the guava weevil Conotrachelus psidii Marshal (Coleoptera Curculionidae) underlaboratory conditions Neotropical Entomology 32(2)203-207

Baldin ELL AL Boiccedila Juacutenior amp S Freitas 1998 Percevejo do maracujaacuteHolhymenia clavigera (Herb 1784) x Holhymenia histrio (Fabr 1803) (HemipteraCoreidae) p35 In 17o Congresso Brasileiro de Entomologia Resumos vol 1 SEBRio de Janeiro RJ

Barbosa FR A P Santos AT Haji WA Moreira FNP Haji amp J A Alencar1999 Eficiecircncia e seletividade do imidacloprid e lambdacyalothrin no controledopsiliacutedeo (Triozoida sp) em goiabeira Revista Brasileira de Fruticultura 21(3) 385-387

Barbosa FR AS Nascimento JV Oliveira JA Alencar amp FNP Haji 2001Pragas p29-54 In Barbosa FR (ed) Goiaba Fitossanidade Embrapa Semi-AacuteridoPetrolina Embrapa Brasiacutelia 63p (Frutas do Brasil 18)

Barbosa FR RG Ferreira LHP Kiill E A Souza WA Moreira JA Alencar ampFNP Haji 2002 Estudos do niacutevel de dano plantas invasoras hospedeiras e controledo psiliacutedeo da goiabeira (Triozoida sp) In XIX Congresso Brasileiro de EntomologiaManaus AM (Anais do Seminaacuterio do SEAG)

Boscaacuten de Martinez N amp R Casares 1980 El gorgojop de la guayaba Conotracheluspsidii Marshall (Coleoptera Curculionidae) I Evaluacioacuten de dantildeos AgronomiaTropical 30(1-6) 77-83

Boscaacuten de Martinez N amp R Casares 1981 Distribucioacutenen el tiempo de las fases delgorgojo de la guayaba Conotrachelus psidii Marshall (Coleoptera Curculionidae) en elcampo Agronomia Tropical 31(1-6) 123-130

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3233

Cave RD 1995 Manual para la ensentildeanza del control bioloacutegico en Ameacuterica LatinaZamorano Academic Press Zamorano Honduras 188p (primera edicioacuten)

Crocomo WB 1990 O que eacute o manejo integrado de pragas p 9-34 In CrocomoWB (coord) Manejo integrado de pragas Editora Unesp Satildeo Paulo CETESB 358p

Dolinski C 2003 Vermes que controlam insetos Guava News 1(1)8 (Goiabraacutes)

Follet PA amp KW Vick 2002 Desarrollo de estrategias de manejo integrado deplagas para eliminar las barreras sanitarias que restringen la exportacioacuten de productosagriacutecolas Manejo Integrado de Plagas y Agroecologia 65 43-49

Gallo D O Nakano S Silveira Neto RPL Carvalho GC Baptista E Berti FilhoJRP Parra RA Zucchi SB Alves JD Vendramim LC Marchini JRS Lopes ampC Omoto 2002 Entomologia Agriacutecola FEALQ Piracicaba 920p

Gonzaga Neto L amp JM Soares 1994 Goiaba para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos daproduccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa-SPI 49p - (Seacuterie Publicaccedilotildees Teacutecnicas FRUPEX 5)

Gould WP amp A Raga 2002 Pests of guava p295-313 In JE Pentildea JL Sharp ampM Wysoki (eds) Tropical fruit pests and pollinators biology economic importancenatural enemies and control CABI Publishing New York NY

Kogan M amp M Shenk 2002 Conceptualizacioacuten del manejo integrado de plagas enescalas espaciales y niveles de integracioacuten maacutes amplios Manejo Integrado de Plagas yAgroecologia 65 34-42

Malavasi A amp RA Zucchi 2000 Moscas-das-frutas de importacircncia econocircmica noBrasil conhecimento baacutesico e aplicado Holos Editora Ribeiratildeo Preto 327p

Nicholls C amp M Altieri 2002 Biodivesidad y disentildeo agroecoloacutegico un estudio dede manejo de plagas en vintildeedos Manejo Integrado de Plagas y Agroecologia 65 50-64

Norris RF EP Caswell-Chen amp M Kogan 2003 Concepts in integrated pestmanagement Prentice Hall Upper Saddle River New Jersey 586p

Pereira FM amp SA Bortoli 1998 Pragas da goiabeira p 119-130 In BragaSobrinho R JE Cardoso amp FCO Freire (eds) Pragas das fruteiras tropicais deimportacircncia agroindustrial Embrapa-SPI Brasiacutelia Embrapa-CNPAT Fortaleza 209p

Silva AGDA CR Gonccedilalves DM Galvatildeo AJL Gonccedilalves J Gomes MNSilva amp L Simoni 1968 Quarto cataacutelogo dos insetos que vivem nas plantas do Brasilseus parasitos e predadores Parte II - 1o Tomo - Insetos hospedeiros e inimigosnaturais Min de Agric Dep de Def e Inspeccedilatildeo Agropecuaacuteria Rio de Janeiro 622p

Silva NA 1992 Taxonomia ciclo de vida e dinacircmica populacional de Costalimaitaferruginea (Fabr 1801) (Coleoptera Chrysomelidae) praga de Eucalyptus spp(Myrtaceae) Tese de Doutorado ESALQUSP Piracicaba SP 165p

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3333

Silveira Neto S 1990 Monitoramento e decisatildeo no controle de pragas p 71-86 InCrocomo WB (coord) Manejo integrado de pragas Editora Unesp Satildeo PauloCETESB 358p

Souza JC A Raga amp MA Souza 2003 Pragas da goiabeira EPAMIG BeloHorizonte 60p (EPAMIG Boletim Teacutecnico 71)

Page 32: goiabeira - 9_MIPpragas

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3233

Cave RD 1995 Manual para la ensentildeanza del control bioloacutegico en Ameacuterica LatinaZamorano Academic Press Zamorano Honduras 188p (primera edicioacuten)

Crocomo WB 1990 O que eacute o manejo integrado de pragas p 9-34 In CrocomoWB (coord) Manejo integrado de pragas Editora Unesp Satildeo Paulo CETESB 358p

Dolinski C 2003 Vermes que controlam insetos Guava News 1(1)8 (Goiabraacutes)

Follet PA amp KW Vick 2002 Desarrollo de estrategias de manejo integrado deplagas para eliminar las barreras sanitarias que restringen la exportacioacuten de productosagriacutecolas Manejo Integrado de Plagas y Agroecologia 65 43-49

Gallo D O Nakano S Silveira Neto RPL Carvalho GC Baptista E Berti FilhoJRP Parra RA Zucchi SB Alves JD Vendramim LC Marchini JRS Lopes ampC Omoto 2002 Entomologia Agriacutecola FEALQ Piracicaba 920p

Gonzaga Neto L amp JM Soares 1994 Goiaba para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos daproduccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa-SPI 49p - (Seacuterie Publicaccedilotildees Teacutecnicas FRUPEX 5)

Gould WP amp A Raga 2002 Pests of guava p295-313 In JE Pentildea JL Sharp ampM Wysoki (eds) Tropical fruit pests and pollinators biology economic importancenatural enemies and control CABI Publishing New York NY

Kogan M amp M Shenk 2002 Conceptualizacioacuten del manejo integrado de plagas enescalas espaciales y niveles de integracioacuten maacutes amplios Manejo Integrado de Plagas yAgroecologia 65 34-42

Malavasi A amp RA Zucchi 2000 Moscas-das-frutas de importacircncia econocircmica noBrasil conhecimento baacutesico e aplicado Holos Editora Ribeiratildeo Preto 327p

Nicholls C amp M Altieri 2002 Biodivesidad y disentildeo agroecoloacutegico un estudio dede manejo de plagas en vintildeedos Manejo Integrado de Plagas y Agroecologia 65 50-64

Norris RF EP Caswell-Chen amp M Kogan 2003 Concepts in integrated pestmanagement Prentice Hall Upper Saddle River New Jersey 586p

Pereira FM amp SA Bortoli 1998 Pragas da goiabeira p 119-130 In BragaSobrinho R JE Cardoso amp FCO Freire (eds) Pragas das fruteiras tropicais deimportacircncia agroindustrial Embrapa-SPI Brasiacutelia Embrapa-CNPAT Fortaleza 209p

Silva AGDA CR Gonccedilalves DM Galvatildeo AJL Gonccedilalves J Gomes MNSilva amp L Simoni 1968 Quarto cataacutelogo dos insetos que vivem nas plantas do Brasilseus parasitos e predadores Parte II - 1o Tomo - Insetos hospedeiros e inimigosnaturais Min de Agric Dep de Def e Inspeccedilatildeo Agropecuaacuteria Rio de Janeiro 622p

Silva NA 1992 Taxonomia ciclo de vida e dinacircmica populacional de Costalimaitaferruginea (Fabr 1801) (Coleoptera Chrysomelidae) praga de Eucalyptus spp(Myrtaceae) Tese de Doutorado ESALQUSP Piracicaba SP 165p

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3333

Silveira Neto S 1990 Monitoramento e decisatildeo no controle de pragas p 71-86 InCrocomo WB (coord) Manejo integrado de pragas Editora Unesp Satildeo PauloCETESB 358p

Souza JC A Raga amp MA Souza 2003 Pragas da goiabeira EPAMIG BeloHorizonte 60p (EPAMIG Boletim Teacutecnico 71)

Page 33: goiabeira - 9_MIPpragas

7212019 goiabeira - 9_MIPpragas

httpslidepdfcomreaderfullgoiabeira-9mippragas 3333

Silveira Neto S 1990 Monitoramento e decisatildeo no controle de pragas p 71-86 InCrocomo WB (coord) Manejo integrado de pragas Editora Unesp Satildeo PauloCETESB 358p

Souza JC A Raga amp MA Souza 2003 Pragas da goiabeira EPAMIG BeloHorizonte 60p (EPAMIG Boletim Teacutecnico 71)