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( . , M. A. - E. P. E. In~lituto ~e Pesquisas e [xperimentacão ftgropecuárias ~o Norte (IPEAN) S~ri~: Culturas da Ama~õnia FRUTEIRAS Abacaxizeiro Cajueiro Goiabeira Maracujazeiro Murucizeiro VOL.' ANO t970 BEL~M - PARÁ - BRASIL

FRUTEIRAS Abacaxizeiro Cajueiro Goiabeira Maracujazeiro ...ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/166617/1/Culturas... · de forma efetiva do surto nacional de desenvolvimento

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M. A. - E. P. E.

In~lituto ~e Pesquisas e [xperimentacão ftgropecuárias ~o Norte(IPEAN)

S~ri~: Culturas da Ama~õnia

FRUTEIRAS

AbacaxizeiroCajueiroGoiabeiraMaracujazeiroMurucizeiro

VOL.' ANO t970

BEL~M - PARÁ - BRASIL

M. A. - E. P. E.

Instituto de Pesquisas e [xperimentação ftgropecuárias do Norte(IPEAN)

S~ri~: Culturas da Ama:;ônia

FRUTEIRAS

AbacaxizeiroCajueiroGoiabeiraMaracujazeiroMurucizeiro

Por

Ens. Asro. Batista B~nito Gabricl CaI~avara (0)

( ,. ) - Pesquisador do Setor de Horticultura do IPEAN e Professor de Hor-ticultura e Silvicultura da Escola de Agronomia da Amazônia.

1~ Reimpressão - EMBRAPA - CPATU - 1980

Edição "Fac-similada"

Impressão pelo SISTEMA SICORA de reprografiaThesaurus Editora e Sistemas Audio Visuais Ltda.Caixa Postal 04-0326 - 70000 - Brasília - DF.

INTRODUÇAO

A Fruticultura é considerada como um dos ramos daAgronomia que possibilita a fixação do homem no solo, evi-tando o nomadismo tão característico nos países de agricul-tura subdesenvolvida.

O rítmo de progresso alcançado nos últimos anos noEstado do Pará, exige do setor agrícola, principalmente a fi-xação e valorização do homem interiorano.

O clima do Estado é quente e úmido, com épocas perfei-tamente definidas de chuvas e estiagem.

De uma maneira geral, considera-se :

1) ÉPOCA DAS CHUVAS,abrangendo de meado dedezembro a junho, com maior incidência de preci-pitação no decorrer de março.

2) ÉPOCA DA ESTIAGEM;,abrangendo de julho ameado de dezembro, com períodos sêcos no decorrerde outubro e novembro.

A precipitação, máu distribuída no decorrer do ano, giraem torno de 2.800 mm, determinando o emprêgo de tratosculturais específicos,a fim de evitar prejuízos para a culturae a conservação do solo.

A temperatura média anual é de 25,7<!C, com uma am-plitude térmica inferior a 59 C, enquanto que a umidaderelativa é sempre superior a 80%, fator importante para asfruteiras sujeitas a ação de agentes fúngicos que atacam depreferência as flores e os frutos.

O trabalho apresentado fundamenta-se em observaçõesrealizadas com fruteiras de importância econômica para oEstado do Pará, visando suprir uma lacuna aos que desejam

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dedicar-se à fruticultura, possibilitando uma orientação emforma simples, sintética, indispensável na implantação e de-senvolvimento de pomares.

O Estado do Pará apresenta condições auspiciosas parauma fruticultura intensiva, o que lhe permitirá participarde forma efetiva do surto nacional de desenvolvimento agrí-cola.

O Setor de Horticultura do IPEAN, desde sua implanta-ção, tem as atividades intimamente ligadas aos interêsses da.fruticultura regional, prestando ampla colaboração aos inte-ressados, divulgando melhores conhecimentos sôbre o cultívo de nossas fruteiras.

É com êste espírito de fé no valôr ínconteste da Fruti-cultura no cenário da economia estadual, que o IPEAN divul-ga o presente trabalho.

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ABACAXIZEIRO- Ananas comosus, (L) Merril.

J. . INTRODUÇÃO- A cultura do abaxízeiro é grandemen-te difundida no Estado do Pará, onde se encontram zo-nas caracterizadas pela produção e abastecimento aosgrandes centros populacionais, como Belém e Santarém.A produção é utilizada em sua maioria no consumo ca-seiro e comercialização, sendo reduzida a quantidadeempregada nas indústrias de confecção de suco, dôcee sorvete.

2. SOLO - Prefere os arenosos de terra firme recém-des-bravados, com boa fertilidade e não encharcados.

3. VARIEDADES- No Estado predomina uma variedadelocal conhecida como ABACAXIDE BARCARENA,tam-bém denominada de SALVATERRA.Atualmente foram íntroduzídas pela Secretaria deAgricultura, o CAYENNE LISO, com ótimo comporta-mento e grande aceitação, e o PÉROLA ou BRANCODEPERNAMBUCO,ainda em observação.

4. PREPARO DO TERRENO - Utilizar os recém-desbrava-dos ou em rotação com outras culturas, aproveitandocapoeiras ralas após a coivara e destoca. Pode-se utili-zar como consorcíação nas áreas de culturas permanen-tes, no início do seu crescimento.

5. ESCOLHADAS MUDAS- Deverão resultar de plantassadias, vigorosas, precoces, de origem conhecida e dostipos ou variedades preferidas pelo mercado consumidor.° tamanho da muda deve exceder de 30 centímetros,efetuando-se uma seleção rigorosa, porquanto da quali-dade da muda escolhida dependerá o sucesso da cultura.

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FILHOTE

F REBENTAO

REBENTAO > __ ~~~

Fig . 1 - Corte de um abacaxizeiro mostrando os diferentes tipos de mudas

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Recomendam-se três tipos de mudas para plantio(fig. 1) :b) FILHOTES - são as mudas mais procuradas pelo

grande número produzido; originadas de gêmas dopedúnculo que sustenta o fruto, as quais se des-prendem naturalmente ao atingirem determinadotamanho;

b) FILHOTES REBENTõES - surgem de gêmas axi-lares das fôlhas que se situam na base do pedúnculodo fruto, consideradas melhores que as mudas ante-riores, porém em número bem reduzido;

c) REBENTõES - originam-se na axila das fôlhas si-tuadas na base da planta, bem próximo ao solo.São menos utilizadas por possibilitarem a formaçãoda "soca" no plantio original.

6. ÉPOCA DE PLANTIO - Efetua-se durante o períododas chuvas, estendendo-se de dezembro a junho, por sero mais favorável para o desenvolvimento vegetativo dasplantas.

7. ESPAÇAMENTO Em cultura homogênea, devem-seadotar filas duplas, o que possibilita apôio entre asplantas por ocasião da frutificação, recomendando-se1,20m entre avenidas com 0,50m por 0,50m entreplantas (fig. 2).Nos plantios em que o abacaxizeiro é consorciado comcultura permanente, o espaçamento e sua distribuiçãona área dependerão desta espécie.

8. MUDAS POR HECTARE - Em cultura homogênea, deacôrdo com o espaçamento recomendado, pode-se plan-tar 23.200 mudas por hectare.Quando consorciada, varia de acôrdo com o espaçamen-to da espécie permanente que dará origem ao pomar.

9. TRATOS CULTURAIS - Vários são os tratos a execu-tar, para bom êxito da cultura. Assim temos:

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Fig. 2 - Disposição dos abacaxizeiros no plantio de linha dupla:A - Linha duplaB - Caminho

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CAPINA- Operação indispensável, uma vez que o aba-caxizeiro não tolera a concorrência das ervas daninhas,variando seu número de 14 a 16 no decorrer da cultura;AMONTOA- Efetua-se durante a limpa, a fim de evi-tar o tombamento da planta por ocasião da frutificação;DE BASTE - Processa-se quando há número excessivode filhotes, deixando penas de 3 a 4 para proteger ofruto.

10. ADUBAÇAO - Somente uma adubação poderá fornecercolheita compensadora, de frutos bem formados; bomtamanho e sabôr agradável.Não se deve esquecer que a adubação dependerá daanálise do solo, a qual irá determinar as necessidadesem função da cultura. Para as condições locais, sugere-se uma fórmula de fácil aplicação e bastante satís-fatória, utilizando os adubos abaixo na seguinte pro-porção:

Sulfato de Amônio 54%Superfosfato Tiplo 28 %Sulfato de Potássio 18%

Aplicar 30 g da mistura por planta em duas parcelasiguais, sendo a primeira ao redor da planta 15 dias apóso plantio, e a segunda, 6 meses após a primeira apli-cação.Convém ressaltar, que a segunda aplicação pode serefetuada em tôrno da muda ou na inserção das fôlhasmaduras. Evitar a aplicação na "roseta", o que provo-caria queimaduras e morte das fôlhas jovens, com pre-Juizo na floração ,Muitas vêzes verifica-se uma clorose, caracterizada peloamarelecimento das fôlhas, causada pela deficiência deferro. Controla-se com pulverização de sulfato de fer-ro a 1%.

11. PRAGAS E DOENÇAS - O agricultor deve estar alerta

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contra as pragas e doenças, a fim de evitar prejuízossérios à cultura.

As principais são:

MURCHA - causada pelo inseto sugador Pseudococcusbrevípes, o qual vive em simbiose com formigas,provocando o amarelecimento das fôlhas, seguidade murcha. Combate-se com pulverizações de AI-drex e Metasystox ou polvilhamento de Dieldrin;

RESINOSE - conhecida como "broca dos frutos", écausada pelo ataque da borboleta Thecla basílídes,ocasionando uma exsudação parecida com resina.

• Polvilha-se com Aldrin ou Aldrex, a partir do apa-recimento da inflorescência até pouco antes dacolheita;

PODRIDÃO NEGRA - provocada pelo fungo Ceratos-tomella paradoxa, cuja infecção se desenvolve den-tro do próprio fruto. Controla-se com imersão rá-pida do pedúnculo em solução de Dowcide, após acolheita;

PODRIDÃO BASAL DAS MUDAS - motivada pelo mes-mo fungo, e constatada nas mudas antes ou depoisde plantadas, sendo ocasionada por excesso de umi-dade. Evita-se com um exame rigoroso e desin-fecção das mudas, ímergíndo-as em um fungicidaà base de cobre, deixando-as secar ao sol antes doplantio;

NEMATÓIDES - têm sido notados nas raízes, ocasio-nando entumescimentos, motivo pelo qual é prefe-rível, efetuar rotação de cultura, como medida decontrôle.

12. FLORAÇÃO E FRUTIFICAÇÃO - A floração é desuni-forme e muitas vêzes tardia, dependendo do pêso damuda plantada.Recomenda-se para sua uniformização, aplicar após 12

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a 14 meses de plantio, uma a duas pedras de carburetode cálcio na "roseta" da planta. O tipo ideal de carbu-reto é o de granulação 2 x 4, o qual em presença daágua existente na planta, resultante da condensaçãoatmosférica ou proveniente das chuvas, forma o acetí-leno, que atuando sobre a planta motivará uma flora-ção antecipada e uniforme.

13. COLHEITA - :É operação onerosa e demorada, a qualdeve ser feita com cuidado, a fim de não prejudicar osfrutos.Efetua-se manualmente, evitando choques, pois êles

"motívam o início de fermentação, com desvalorizaçãodo produto.Por ocasião do corte, deve ser conservado uma parte dopedúnculo e um número de três a quatro filhos, os quaisservirão para proteger o fruto por ocasião do transpor-te. A época de colheita vai de julho a outubro, pro-longando-se até novembro.

14. RENDIMENTO CULTURAL - Um hectare plantadopelo método de filas duplas, apresenta 90% de frutoscomerciáveis, possibilitando uma colheita de 20.880unidades por hectare, com pêso médio de 1.300 g paraa variedade Barcarena ou Salvaterra e 3.500 g para áCayenne Lisa.

15. ZONAS PRODUTORAS - :É fruteira disseminada portodo o Estado do Pará, sem nenhuma ordenação cultu-ral, a não ser pequenas exceções, em virtude do grandeinterêsse que vem apresentando nos últimos anos.As regiões fisiográficas mais importantes com os muni-cípios mais produtores do Estado são:

Miero Região 1 - com Santarém e óbidos.Micro Região 6 - com Salvaterra e Cachoeira do

Ararí.Micro Região 7 - com Barcarena.

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CAJUEIRO - Anacardium occidentale, L.

1. INTRODUÇÃO- Fruteira tipicamente tropical, deocorrência espontânea nas diversas regiões do Estado doPará, em solos que muitas vêzes não são aptos à explo-ração de outras culturas.Sua rusticidade, aliada às reduzidas necessidades dectadados operacionais, fazem-na planta ideal para o de-senvolvimento de uma fruticultura em áreas litorâneasdo Estado, possibilitando uma cultura remunerativa, debaixo custo de produção, aliado ao aproveitamento desolos desgastados com culturas anuais.

2. VARIEDADES- As variedades classificam-se quanto àcôr e tamanho do cajú quando maduro:

QUANTO A CÔR:

1 - Cajú amarelo.2 - Cajú vermelho.

QUANTO AO TAMANHO:

1 - Cajú redondo.2 - Cajú comprido.3 - Cajú banana.

3. SOLO - O cajueiro é planta que vegeta bem em solosarenosos de terra firme, profundos, de baixa fertilidadee bem drenados.Não desenvolve bem em solos argilosos e mal drenados:pantanosos ou sujeitos a inundações.

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4. PREPARO DO TERRENO - Deve ser feito com antece-dência, efetuando-se a roçagem, a coivara e a destoca,aproveitando de preferência terrenos abandonados porculturas anuais e de baixa produtividade.

5. PROPAGAÇAO- O método mais utilizado é o de se-mentes, provenientes de plantas sadias e vigorosas, queapresentem precocidade, alta produção e resistência amolestias.Pode-se também propagar vegetativamente, principal-mente por enxertia .

•6. PREPARO DAS MUDAS - Deverão ser originadas de

sementes selecionadas, obedecendo a seguinte marcha:SEMENTEIRA - utilizar paneiros, sacos plásticos ou

laminados compridos, os quais serão cheios comuma mistura de terra vegetal, estêrco de curralbem curtido, areia e cinza, na proporção de 4:3:1:1,peneirada e bem misturada;

SEMEIO - colocar uma semente em cada embalagem,a uma profundidade de 3 centímetros, e na posiçãovertical, isto é, conservando a ponta de união dacastanha com o pedúnculo, voltada para cima.Molhar periodicamente sem encharcar ,

GERMINAÇÃO- após 15 a 20 dias do semeio, se ini-cia a germinação.

TRANSPLANTE - selecionar as mudas mais robustase que atingiram 50 centímetros de altura, para oplantio definitivo.Ao retirar o bloco com a muda, utilizar uma pácortante para seccionar a raiz principal que porventura tenha penetrado no solo.

7. ÉPOCA DE PLANTIO - O plantio deve ser efetuadono decorrer do período das chuvas, durante os meses dedezembro a junho, possibilitando condições para ger-minação das sementes e desenvolvimento das mudas.

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8. ESPAÇAMENTO - Recomenda-se o plantio em triân-gulo equilatero, com 10 metros de lado, o qual possibi-litará limpeza mecânica em três direções, maior núme-ro de plantas por hectare e aproveitamento intercaladocom culturas anuais, (fig. 3).

9. MUDAS POR HECTARE - O espaçamento recomenda-do possibilita o plantio de 115 mudas por hectare.

10. PREPARO DA COVA - Deve ter 50 centímetros nas 3dimensões. As covas serão enchidas com terra superfi-cial raspada e acrescida com uma mistura de 15 kg deestêrco de curral ou 2 kg de estêrco de galinha, adicio-nando 500 g de calcário e 100g de cloreto de potássio .

•11. PLANTIO - Efetua-se 25 a 30 dias após o preparo das

covas, retirando-se o saco plástico, o paneiro ou o lamí-nado, evitando quebra de bloco e enterrio fora donormal.Colocar uma cobertura de capim sêco em volta da mu-da, a fim de conservar a umidade e evitar as ervasdaninhas.Como medida de economia e com bons resultados, utili-za-se também o semeio direto, colocando 3 a 4 sementespor cova, a uma profundidade de 3 centímetros, obede-cendo a mesma orientação, selecionando posteriormenteas mudas mais vigorosas.

12. TRATOS CULTURAIS - Mesmo sendo planta rústica,não dispensa tratos culturais específicos para um bomdesenvolvimento da cultura, sendo considerados comoos mais importantes os seguintes:COROAMENTO - capina em tôrno da planta, elimi-

nando as ervas daninhas, tendo o cuidado em nãoferir o tronco com o bico da enxada e a formaçãode bacia com a retirada do solo, o que viria, inclu-sive, a prejudicar as raizes com corte e exposiçãoao tempo;

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COBERTURA MORTA - efetua-se no decorrer da es-tiagem, utilizando capim sêco, o qual evitará perdade umidade, crescimento do solo, reduzindo outros-sim, a mão de obra para coroamento;

RQÇAGEM- podemos roçar nas entrelinhas, o queconservará o sistema radicular das ervas daninhas,possibilitando um controle à erosão.

DESBROTA - eliminar as ramificações em InICIO de. brotação, até 1,50m do solo, por serem decumben-

tes, o que irá facilitar os tratos culturais poste-riores; •

PODA DE LIMPEZA - eliminar e queimar os galhos.sêcos, parasitados e improdutivos.

13. ADUBAÇÃO- Apesar de ser uma planta rústica e pou-co exigente, é indispensável que encontre no solo os ele-mentos necessários ao seu rápido desenvolvimento.A adubação deve ser efetuada em função da análise dosolo, a qual determinará as necessidades da cultura.Para as condições locais, uma fórmula de fácil aplica-ção e bastante satisfatória, e a seguinte:

Sulfato de Amônio 10%Superfosfato Simples 50%Cloreto de Potássio 40%

Aplicar 150g da mistura por planta, com 2 kg de es-têrco de galinha de 6 em 6 meses, até atingir o 1Q anode plantio, quando será aumentado para 300g da mis-tura, aplicada também no mesmo espaço de tempo, atéatingir o 2Q ano.A partir do 2Q ano de idade, cada planta deverá passara receber por ano 600g da mistura formulada, a qualpoderá ser aplicada integralmente no inicio ou no fimda época das chuvas.A aplicação do adubo deve ser feito em cobertura, afas-tada do tronco e obedecendo a projeção da copa.

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14. PRAGAS E MOLÉSTIAS- Como tôda planta cultiva-da, apesar de sua rusticidade, o cajueiro pode ser ata-cado por diversas pragas e moléstias que devem ser con-troladas, tendo em vista os prejuizos que podem causarà produção de frutos:MOSCABRANCA- ataca indistintamente plantas jo-

vens e adultas, sendo o agente responsável o ho-moptero AIeurodicus eoeois, o qual prende-se naface dorsal das fôlhas, ficando recobertas de inse-tos, prejudicando consequentemente as funçõesexercidas por êste órgão;

PIÕLHO OU TRIPS - conhecido como Selenothripsrubrocinctus, o qual perfura as fôlhas para sugar aseiva, prejudicando o desenvolvimento do cajueiro.

BEZOURODOS FRUTOS - é um coleoptero do gêneroHoplopyga, o qual -ataca os pedúnculos (pseudo-frutos) quando ainda verdes ou em via de amadu-recimento, tornando-os imprestáveis para o consu-mo;

BROCA DOS GALHOS -ataca os ramos em desenvol-vimentos impedindo em muitos casos a floração.Seu agente causador é a lagarta do micro-Iepdopte-ro Antistorea binocularis.

Obtem-se o contrôle das pragas com aplicação de inse-ticidas como Diazinon E-60, Triona B em solução comDieldrex 20, Cítro-Mulsíon ou Metasystox, em pulveri-zações periódicas.Por sua vêz, as doenças mais importantes são:ANTRACNOSE- causada pelo fungo Colletoarícum

gloeosporioides, provocando a morte das flôres eimpedindo o desenvolvimento dos frutos;

OíDIO - ataca de preferência nas épocas úmidas" cau-sada pelo fungo Oidium anacardi, sendo um dosresponsáveis pela queda de produção.

Estas moléstias podem ser controladas com aplicaçõesde Cupravit, Dithane 22, Pomarsol Z e Fungicidas Shell.

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15. FLORAÇÃO E FRUTIFICAÇÃO - Inicia a floração apartir do 39 ano, alcançando plena produção entre o 59

e 69 ano de plantado.Para as variedades consideradas precoces, a floraçãoinicia-se entre o 1'9e 29 ano, muitas vêzes até com 6meses.Deve-se entretanto 'ter cuidado com esta precocidade,porquanto nem sempre indica alta produtividade e bomdeserrvolvimento vegetativo.

16. COLHEITA - Os cajús estarão em pono de colheita,com 2 a 2,5 meses após a floração .Os frutos devem ser colhidos com cuidado, evitandochoques e volumes excessivos,principalmente quando sedestinam ao consumo direto.

17. RENDIMENTO CULTURAL - O rendimento médio porplanta é estimado em 70' a 80' kg de cajús maduros. oque corresponde, no espaçamento recomendado, de 8.000a 9.200 kg por hectare, dos quais 10'%do pêso total ca-bem aos verdadeiros frutos (castanha).

18. ZONAS PRODUTORAS - Encontra-se disseminado emtôdas as zonas fisiográficas do Estado, sem nenhumaordenação cultural.Presentemente está sendo instalado no município deSalinópolis,a cultura do cajueiro pela Agro Industrial deSalinópolis LTDA., visando sua industrialização.A produção destinada ao consumo dos mercados deBelém, provem das zonas fisiográficas abaixo mencio-nadas, com os municípios mais produtores:

Micro Região 6 - com Soure e Salvaterra.Micro Região 12 - com Vigia e sto. António do Tauá.Micro Região 13 - com Inhangapí, Castanhal e Santa

Izabel do Pará.Micro Região 14 - com Ananindeua e Benevides.

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f t ~ f t t ,Fig. 3 - Emprêgo do triângulo equilatero na marcação de um pomar

LADOS: A = B = C

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GOIABEIRA - Psidium guayava, Raddi.

1. INTRODUÇAO - A goiabeira é fruteira nativa dos tró-picos americanos, sendo planta típica do interior para-ense, encontrada frequentemente em estado subespon-tâneo, formando verdadeiros bosques silvestres.Sua importância econômica vem se acentuando, deter-minada pela larga comercialização direta dos frutos eaproveitamento industrial em dôces e sorvetes.

2. SOW - Apresenta pouca exigência quanto ao tipo desolo, vegetativo bem nos arenosos de mediana fertilida-de ou argilosos profundos, permeáveis e de bom are-jamento.Deve-se evitar os que apresentam lençol freático super-ficial, e os alagadiços no período das chuvas.

3. VARIEDADES - Com relação às variedades verificam-se dois agrupamentos bem definidos :

a) QUANTO A COLORAÇAO DA POLPA -

1 - VERMELHA ou ROSEA, a mais preferidapela indústria e o consumo "in natura".

b) QUANTOA FORMA DOS FRUTOS-

1 - REDONDOS e PERIFORMES.

4. PREPARO DO TERRENO - Processa-se a roçagem, adestoca, aproveitando terrenos abandonados por cultu-ras anteriores.

5. PROPAGAÇAO _. O método mais utilizado é o de se-mentes, provenientes de plantas sadias e vigorosas,apresentando precocidade e alta produção, devendo re-

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presentar a variedade que desejamos cultivar e preferi-•da pelo mercado consumidor.

Em sementes selecíonadas êstes atributos só serão pos-síveis, mediante proteção das flôres, a fim de evitarcruzamentos .Quando se deseja propagar plantas que apresentem ca-racteres conhecidos, recorre-se ao método vegetativo,empregando-se a enxertia, alporquia e a estaquia deraiz, com ótimos resultados.

6. PREPARO DAS MUDAS - Deverão as mudas ser origi-nadas de sementes selecíonadas, obedecendo em seupreparo a seguinte marcha:

SEMENTEIRA - cantiro bem preparado, e que conte-nha uma mistura de terra vegetal, estêrco de curralbem curtido, areia e cinza, na proporção de 4:3:1:1,peneirada e bem misturada;

SEMEIO - será efetuado em pequenos sulcos de 1 cen-tímetro de profundidade, distanciados de 5 centí-metros entre si, com as sementes em. fila, irrigan-do periOdicamente sem encharcar;

GERMINAÇAO - após 20 dias do semeio, começam aaparecer as mudinhas;

REPICAGEM - quando atingirem a altura de 5 centí-metros, selecionar as mudas mais vigorosas, levan-do-as para paneiros, sacos plásticos ou lamínados,previamente preparados com a mesma mistura dasementeira;

TRANSPLANTE - levar para o campo, as mais robus-tas e que atingirem 40 a 50 centímetros de altura.

7. ÉPOCA DE PLANTIO - Efetua-se o plantio no decor-rer do período das chuvas, durante os meses de dezem-bro a junho, possibilitando assim melhor desenvolvi-mento e adaptabilidade das plantas.

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8. ESPAÇAMENTO - Recomenda-se o plantio em triân-gulo equilatero com 6 metros de ,ado, possibilitando a

. limpeza em três direções (fig. 3) e maior número deplantas por hectare.

9. MUDAS POR HECTARE - Adotando-se o espaçamen-to recomendado, possibilita o plantio de 318 mudas porhectare.

10. PREPARO DA COVA - Deve ter 50 centimetros emtodas as dimensões, enchendo-a com terra superficial.raspada e acrescida com uma mistura de 10 kg de es-têrco de curral ou composto bem curtido, 500 g decloreto de potássio.

11. PLANTIO - Efetua-se três semanas após o preparo dascovas, retirando-se o paneíro, o saco plástico ou lamina-do, evitando o enterrio além do normal. Coloca-se co-bertura morta em volta da planta a fim de conservara umidade e controlar as ervas daninhas.

12. TRATOS CULTURAIS - Deve-se levar em consideraçãoque os tratos culturais são indispensáveis para o bomdesenvolvimento da cultura, considerando-se como osmais importantes:

COROAMENTO - capina em tôrno da planta, elimí-nando as ervas daninhas, devendo evitar danos notronco com o bico da enxada e a formação de baciascom a retirada do solo;

RDÇAGEM - a área restante pode ser roçada mecâni-camente, eliminando-se as ervas daninhas sem re-tirar seu sistema radícular, permitindo, desta ma-neira, um contrôle à erosão;

COBERTURA MORTA - efetua-se no decorrer da estia-gem, utilizando capim sêco, o qual evitará perda deumidade, crescimento de ervas daninhas f> aqueci-mento do solo, possibilitando uma redução na mãode obra;

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PODA DE FORMAÇAO - consiste na eliminação detodos os galhos até 1,00 metro do solo, facilitandoa limpeza e demais tratos.Posteriormente os galhos restantes serão decotados,a fim de formarem uma' copa mais baixa, favore-cendo as operações de contrôle as pragas e molés-tias, bem como a colheita;

PODADE LIMPEZA- Sua finalidade é eliminar os ga-lhos sêcos, doentes, parasitados e improdutivos;

DESBASTE - quando destinados ao consumo direto.deve-seefetuar o desbaste de frutos, o qual visa me-lhorar o produto a ser exposto ao mercado. Exe-cuta-se quando os frutos atingem o diâmetro de 2centímetros, eliminando-se na proporção de 2:1, afim de possibilitar melhores condições de desenvol-vimento dos restantes.

13. ADUBAÇÃO - Apesar da goiabeira ser uma planta rús-tica e pouco exigente, torna-se necessário que encontreno solo os elementos indispensáveis ao seu bom desen-volvimento.Uma boa adubação é necessária para produzir frutosbem formados e altamente valorizados.É imprescindível a análise do solo, a fim de determinaras necessidades do mesmo em função da cultura.Apresenta-se a seguir uma fórmula de fácil aplicação esatisfatória para as condições locais, utilizando os adu-bos abaixo na seguinte proporção:

Sulfato de Amônio 11%Superfosfato Triplo 55%Cloreto de Potássio 34%

Aplicar 150g da mistura por planta:, de 6 em 6 meses,acrescida de 2 kg de estêrco de galinha, curtido, atéatingir o 29 ano de plantio, quando cada planta passaráa receber, por ano, 600g da mistura formulada e mais2 kg de estêrco de galinha ou 10kg de estêrco de curral,curtido.

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A aplicação do adubo deve ser feita em cobertura, obe-decendo a projeção da copa.

14. .PRAGAS E DOENÇAS - É indispensável um contrôlefitossanitário, a fim de evitar prejuizos sérios à produ-ção. As pragas consideradas mais prejudiciais são :

MOCAS DOS FRUTOS - consideradas como uma dasmaiores pragas, uma vez que as larvas alimentam-se da polpa dos frutos danificando-os.Os danos são causados por larvas da Anastrellh:lspp e Ceratitis capitata;

PERCEVEJO DOS FRUTOS - prejudica os frutos emvários lugares, provocando, via de regra, a quedaou endurecimento no local da picada. É ocasío-nado pelo ataque dos Leptoglossus stigma ou Lepto-glossus gonagra;

BROCA DA GOIABEIRA - ataca o tronco e ramos, mo-tivandoa destruição da casca e do lenho. É cca-sionado pelo Timocratica albella;

COCHONILHA - inseto revestido de cêra, localizando-se nos ramos ou na página inferior das fôlhas, cujoresponsável pelo ataque é o Ceraplastes janeírensis,Estas pragas são controladas com poda e queimados galhos infestados e pulverizações periódicas deDieldrin, Citro-Mulsion ou Metasystox.

As doenças mais importantes são:

ANTRACNOSE - ataca fôlhas e frutos danificando-os,sendo agente causador o fungo CoUetotrichumgloeosporioides;

FERRUGEM - ataca as fôlhas prejudicando-as, sendomotivado pelo fungo Puccinia sp.

Como medida preventiva, devem ser retirados, quei-mados e enterrados, todos os galhos e frutos que seapresentam atacados, evitando a formação de no-vos focos de infecção.

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Efetua r pulverizações preventivas com produtos àbase de cobre, anjes do aparecimento das novasbrotações e floração.

15. FLORAÇAOE FRUTIFICAÇAO- Goiabeiras origma-das de plantas selecíonadas, iniciarão sua floração efrutificação a partir do 29ano de plantadas.Consideramos como produção regular de uma cultura,ao atingir o 49 ano, alcançando o máximo a partir do69 ano. .

16. COLHEITA- Efetua-se no Pará durante os meses demaio a julho, apresentando entretanto pequena safrano decorrer de dezembro, em virtude da floração irre-gular que ocorre durante a época da estiagem.A colheita efetua-se manualmente, devendo ser evitadoo uso de varas, por prejudicar a floração e qualidade dosfrutos.

17. RENDIMENTOCULTURAL- O espaçamento recomen-dado permite o plantio de 318 mudas por hectare, pos-sibilitando uma produção estimada em 30 kg por ano,nas plantas adultas e em franco desenvolvimento vege-tativo, resultando num rendimento cultural médio de9 .540 kg por hectare.

18. ZONASPRODUTORAS- :s: fruteira disseminada portodo o Estado do Estado, sem nenhuma ordenação cul-tural.A produção destinada aos mercados de Belém, é oriundadas regiões fisiográficas abaixo mencionadas, com osmunicípios de maior produção:

Miero Região 6 - com Chaves, Soure e Salvaterra;Micro Região 12 - com Curuçá, Vigia e Santo Antô-

nio do Tauá;Micro Região 13 - com Nova Timboteua e São Fran-

cisco do Pará.

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MARACUJAZEIRO - Passítlora edulis var. flavicarpa, Deg .

•1. INTRODUÇAO - O maracujazeiro é fruteira sarmen-tosa típica da zona tropical, cujo plantio vem se inten-sificando no Estado do Pará, motivado pela grande pro-cura e aceitação do fruto no mercado local e suas possi-bilidades industriais na confecção de sucos, refrescos,sorvetes, aperitivos e geléias.O cultivo possibilita alta rentabilidade ao agricultor,mediante o aproveitamento de áreas anteriormente ex-ploradas com culturas anuais.

2. SOW - Produz bem nos solos arenosos quando fertili-zados, preferindo os sílíco-argilosos férteis, profundos ecom boa drenagem, não tolerando terrenos encharcadosou excessivamente úmidos.

3 . VARIEDADES - Duas variedades são consideradas degrande valôr para culturas comerciais :

a) MARACUJA AMARELO - de frutos redondos ouovalados, cultivados em grande escala no Pará, porsua alta produtividde e maior resistência às mo-léstias.

b) MARACUJA ROXO - de frutos redondos ou ovala-dos, com casca rôxa e menores que os da variedadeamarelo.

4. PREPARO DO TERRENO - Aproveitar terrenos ante-riormente ocupados por culturas anuais, o que reduziráo custo de implantação.Efetuar com antecedência a roçagem, a coivara, a des-toca e o nivelmento, fim de evitar empoçamento de águapor ocasião do penado das chuvas.

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5. PROPAGAÇAO - O método mais empregado de propa-gação é o de sementes, as quais devem ser provenientesde plantas sadias e vigorosas, que apresentem alta pro-dutividade e tipo preferido pelo mercado consumidor.Pode ser propagado vegetativamente com ótimos resul-tados, através da estaquía, disto decorrendo a precoci-dade da produção.

6. PREPARO DAS MUDAS - Deverão ser originadas desementes selecionadas, obedecendo a seguinte marcha:

SEMENTES - retirar a mucilagem que as envolve, por-quanto pode produzir fermentações prejudiciais àgerminação;

SEMENTEIRAS - preparar caixas que cont~~ umamistura de terra vegetal, estêrco de bemcurtido, areia e cinza na proporção de 4:3:1:1, sen-do peneiradas e bem misturada;

SEMEIO - efetuar em sulcos de 1 centímetro de pro-fundídade, distanciados de 5 centimetros entre si,com as sementes em fila, molhando diáriamentesem encharcar;

GERMINAÇAO - inicia dentro de 15 a 18 dias após osemeio;

REPICAGEM - efetuar com 18 a 25·dias após a ger-minação, selecionando as mudas mais vigorosas,passando-as para paneiros, sacos plásticos ou lamí-nados, previamente preparados com a mistura dasementeira;

TRANSPLANTE - levar ao campo, 35 a 40 dias apósa repicagem, as mudas mais robustas e que tenhamatingido a altura de 40 50 centímetros.

7. ÉPOCA DE PLANTIO - Efetua-se o plantio no decorrerdo período das chuvas, o qual se estende de dezembroa junho, utilizando-se mudas em blocos previamentepreparadas .

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H. MODALIDADES DE PLANTIO - Várias modalidadessão adotadas, visando o aproveitamento das condiçõeslocais. Assim temos:

a) ao longo das cêrcas existentes na propriedade;

b) em latadas de madeira ou arame;

c) ao pé de árvores de grande porte tais como cajuei-ro, mangueira, murucizeiso bsabo e jaqueira;

d) em espaldeira, aproveitando estacões de pimenta doreino, sendo o método maís recomendado para cul-

tura racionalizada.

9. ESPAÇAMENTO - Recomenda-se para o plantio emespaldeira o espaçamento retangular de 6 metros entreplantas e 3 metros entre filas, possibilitando insolaçãouniforme, arejamento, facilidade no contrôle fitossani-tárío e capina com microtrator (fig. 4).

10. CONSTRUÇAO DA ESPALDEIRA - Os estacões utili-zados na sua construção, devem ser de madeira resis-tente, com 2,BOma 3,00m de comprimento, sendo enter-rados O,BOma l,OOm de profundidade e bem firmadosao solo, a fim de suportar o pêso da planta e a ação dovento na folhagem. Na parte terminal, ligar os esta-cões com um fio de arame nJ9 12, nas distâncias de 6metros, colocando-se outro de n? 14, a O,BOmdo primei-ro (fig. 5).

•11. MUDAS POR HECTARE - Adotando-se o espaçamen-

to recomendado, possibilita o plantio de 528 mudas porhectare.

12. PREPARO DA COVA - Deve ter 0,50m em todas as dí-mensões, enchendo-a com terra superficial, raspada eacrescida com uma mistura de 10 kg de estêrco decurràl curtido, e 60 g de superfosfato triplo.

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13. PLANTIO- Efetua-se 25 dias após o preparo da cova,retirando-se o paneiro, saco plástico ou laminado, evi-tando o enterrio além do normal.A fim de controlar as ervas daninhas e conservar a umi-dade, colocar cobertura morta em volta das mudinhas.Enterrar um tutor próximo à muda, a fim de orientá-Ia até o arame superior.

14. TRATOSCULTURAIS- São indispensáveis para o bomdesenvolvimento e produção. Citam-se como princi-pais:COROAMENTO- capina-se em tôrno da planta, elimi-

nando as ervas daninhas, evitando danos no troncocom o bico da enxada;

RQÇAGEM- a área restante pode ser roçada mecâni-camente, possibilitando contrôle a erosão, com apermanência das raízes, e diminuindo o custo ope-racional;

COBERTURAMORTA-efetua-se no decorrer da estia-gem, utilizando capim sêco, o qual evitará perda deumidade, crescimento de ervas daninhas e aqueci-mento do solo, possibilitando uma redição na mãode obra;

PODA- eliminar as brotações laterais, até que a plan-ta atinja a altura do arame superior, quando serãoorientadas para os lados.Eliminar todos os galhos sêcos.

ORIENTAÇAODOS RAMOS- as brotações dos ramoslaterais devem ser orientadas ao longo dos fios dearame, evitando seu ~ombamento e contacto com osolo.

15. ADUBAÇAO- É operação importante para o bom de-senvolvimento e produção do maracujazeiro.Não esquecer que a mesma dependerá. da análise dosolo, a qual determinará as necessidades da cultura emfunção do potencial de fertilidade.

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Para as condições locais, uma fórmula de fácil aplic..ção e bastante satisfatória é a seguinte:a - aos 6 meses após o plantio, aplicar em cobertura

e por planta, 50 g de sulfato de amônío. 50 g decloreto de potássio e 2 kg de estêrco de galinha;

b - aos 12 meses de plantio, aplicar por enterrio, 10kg de estêrco de curral em mistura com 150g de

superfosfato triplo, e em cobertura 50 g de sulfatode amônio e 50 g de cloreto de potássio.

c - aplicar cada semestres a seguinte adubação reco-mendada no ítem b.

)6. PRAGA E MOLÉSTIAS - Várias são as pragas que ata-cam o maracujazeiro, provocando a queda de produçãocom declínío e morte da planta. Assim temos :

LAGARTAS - conhecidas como Dione juno e Dionevanillae as quais atacam as fôlhas e flôres destru-indo-as;

BEZOURO - prejudica as Iôlhas e botões florais, des-truindo-os . É conhecido como bezourinho verdedo maracujá, ocasionado pelo Cacoscelis fameIica;

PERCEVEJOS - provocam a queda dos botões floraise frutos novos, murcha e queda dos frutos adultos.~stes danos são causados pelas picadas dos Diactorbilineatus e Leptoglossus stigma, para sucção daseiva;

MÕSCA DOS FRUTOS - provoca a murcha e apodre-cimento dos frutos, pelo desenvolvimento das lar-vas na polpa após sua postura. Os danos são cau-sados pelo ataque da- Anastrepha spp.

As pragas mencionadas devem ser controladas por meiode coleta e enterrio dos frutos atacados, poda e queimados galhos infestados e pulverizações periódicas comDipterex, Dieldrin, Citro-Mulsion ou Metaxystox.Por sua vez, as moléstias mais importantes e que ata-cam a cultura são:

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VERRUGOSE - motivada pelo Cladiosporium herba-rum, atacando fôlhas e frutos, depreciando-os e en-fraquecendo a planta;

MURCHA DAS FOLHAS - ocasionada pela AlternariapassifIorae, prejudicando o desenvolvimento foliar;

FUSARIUM - doença que sobressai pela sua importân-cia, ocasionando a podridão das raizes. É seu agen-te causador o fungo Fusarium oxisporium f. pas-siflorae.Ataca principalmente o maracujazeiro rôxo, sendoconsiderada a variedade amarela mais resistente,motivo pelo qual é índíspensável uma seleção ecuidado na introdução de sementes.

Por outro lado, não deve ser esquecido que os solos ex-cessivamente úmidos favorecem o desenvolvimento dasmoléstias.As moléstias mencionadas, podem ser controladas pre-viamente com pulverizações de Manzate, Ziram e pro-dutos à base de cobre.Como medida preventiva, retirar, queimar e enterrar,todos os galhos e frutos que se apresentam com aspectodoente, evitando a formação de novos focos de infecção.

16. FLORAÇAO E FRUTIFICAÇAO - A noração se proces-sa durante a maior parte do ano, havendo redução defecundação na época das chuvas, motivada pela ausên-cia dos insetos polínízaqores ,Inicia a floração aos 6 meses, necessitando aproxima-damente de 65 dias após a fecundação para a matura-ção do fruto, sendo a colheita iniciada a partir do 8<:>mês após o plantio, prolongando-se até o 49 ano ou mais.dependendo dos tratos culturais efetuados no decorrerdo ano.

18. RENDIMENTO CULTURAL - Um plantio, no espaça-mento recomendado, possibUita 528 plantas por hecta-re. A colheita do 1Q ano varia, uma vêz que inicia no

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81! mês e as plantas estão em início de produçao, sendocalculada em uma média de 120 frutos por planta Porsua vêz, a partir do 2Qano é prevista uma produção mé-dia de 400 frutos por planta e por ano, com pêso médiode 100g por fruto e rendimento industrial em sucode 31%.

Considera-se como rendimento cultural por hectare:

19 ano:29 ano:

63 .360 frutos211.200 "

19. ZONAS PRODUTORAS - É fruteira cultivada em gran-de escala, obedecendo uma certa técnica.A produção destinada ao mercado e indústrias de Belémprovém das regiões fisiográficas do Estado do Pará.abaixo mencionadas, com os municípios de maior pro-dução :

Micro Região 12 - com Santo Antônio do Tauá e San-tarém Novo.

Miero Região 13 - com Santa Izabel do Pará, Casta-nhal e Nova Timboteua.

Micro Região 14 - com Ananindeua e Benevides.

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MURUCIZEIRO- Byrsonima seríeea, DC.

1. INTRODUÇÃO- Fruteira arbustiva, encontrada nasfaixas de solos arenosos, produzindo frutos de grandeaceitação popular, utilizados na confecção de suco pararefrescos, sorvetes e dôces. No Estado do Pará encon-tram-se zonas já caracterizadas por sua produção emgrande escala, visando o abastecimento dos grandescentros consumidores, como Belém e Santarém. É en-contrado em estado silvestre nos campos de Itapecuru,no rio Trombetas, bem como nos muníclpíos de MonteAlegre, Alenquer e Santarém, no Baixo Amazonas, emSoure e Salvaterra, na ilha de Marajó, em Cametá eBaião, no rio Tocantins e nos da faixa litorânea, comoSalinas, Marapanim, Maracanã, Vigia, Igarapé-Açu, eoutros.

2. SOLO - O murucizeiro vegeta bem nos solos arenososde terra firme, com baixa fertilidade, constituindo-se emcultura indicada à valorizar econômicamente êstes ti-pos de solos, de grande ocorrência em nosso Estado,principalmente na faixa litorânea do Leste Paraense.

3. VARIEDADES- Classificam-se as variedades quanto àcoloração dos frutos quando maduros em :MURUCIBRANCO- os frutos se apresentam com cas-

ca de coloração amarelo claro e formato redondoou comprido. É arbusto de galhos decumbentes ebastante disseminado pelo Estado do Pará. ~ va-riedade de grande aceitação no mercado e indús-trias locais.

MURUCI VERMELHO - apresenta frutos de cascaamarelo escuro, quase avermelhada, sendo de boa

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aceitação industrial. É arbusto que possui ara··mificação e forma dos frutos idênlticas à variedadeanterior.

MURUCI ROXO - a casca dos frutos, quando madu-ros, é quase arroxeada, não possuindo entretanto,cotação comercial pelo gôsto desagradável queapresenta.

MURUCI VERDE - os frutos possuem casca de colo-ração verde claro, mesmo quando maduros. Aplanta apresenta uma ramificação erecta e os fru-tos o formato redondo. Esta variedade é encon-trada nos campos dos municípios de Alenquer,Monte Alegre e óbidos.

MURUCI GRANDE- Os frutos possuem casca amare-la, de formato redondo ou comprido, porém maio-res que as variedades anteriores.A planta apresenta galhos erectos, porte maior queas anteriores, sendo encontrada nos campos deSantarém e municípios vizinhos, alcançando seusfrutos grande cotação comercial.

4. PREPARO DO TERRENO - Proceder com antecedên-cia a roçagem, a coivara e a destoca, aproveitando ter-renos abndondos por culturas anuais e de baixa pro-dutividade.

5. PROPAGAÇÃO- Deve-se empregar sementes selecío-nadas, provenientes de plantas sadias e vigorosas queapresentam precocidade e alta produção.Pode-se propagar variedades de alta qualidade, por in-termédio da enxertia, com ótimos resultados.

6. PREPARO DAS MUDAS- Deverão ser originadas desementes selecionadas, obedecendo à seguinte marcha:SEMENTEIRA- canteiro bem preparado e que conte-

nha uma mistura de terra: vegetal, estêrco de curralbem curtido, areia e cinza, na proporção de 4:3:1:1.peneirada e bem misturada.

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SEMEIO- em sulcos distanciados de 5 centímetros en-tre si e 2 centímetros de profundidade, com as se-mentes em fila. Efetua-se a irrigação períõdíca-mente, evitando excesso de água.

GERMINAÇÃO- com 14 dias após o semeio começama aparecer as mudínhas ,

REPICAGEM- efetuar com 45 a 50 dias, selecionandoas mudas mais vigorosas e que apresentem alturade 5 centímetros, passando-as para paneiros, sacosplásticos ou laminados.

TRANSPLANTE- após 60 dias da repicagem, levarcom cuidado para o campo as mudas mais robustase que atingiram 40 a 60 centímetros de altura.

7. ÉPOCA DE PLANTIO - Deve ser efetuado no períododas chuvas, com mudas em bloco, previamente prepa-radas.

8. ESPAÇAMENTO - Indica-se o plantio em triânguloequilátero com 6 metros de lado, possibilitando a lim-peza mecânica em três direções (fig. 3) e maior nú-mero de plantas por hectare.

9. MUDAS POR HECTARE - Adotando-se o espaçamentorecomendado, é possível o plantio de 318 mudas porhectare.

10. PREPARO DA COVA - Deve ter 50 centímetros emtodas as dimensões, enchendo-a com terra superficial,raspada e acrescida com uma mistura de 10 kg de es-têrco de curral ou composto de 2 kg de estêrco degalinha.

11. PLANTIO - Efetua-se' 25 a 30 dias após o preparo dascovas, retirando-se o paneiro, saco plástico ou laminado,evitando o enterrio além do normal e quebra do bloco.Colocar uma cobertura morta em volta da muda, éaconselhável, a fim de conservar a umidade e evitar aservas daninhas.

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12. TRATOS CULTURAIS- Para o bom desenvolvimentodas plantas, devem ser realizados os tratos culturaisos quais podem ser assim resumidos:COROAMENTO- capina em tôrno da planta, elimi-

nando as ervas daninhas, evitando danos no troncocom o bico da enxada, e a formação de bacia coma retirada do solo;

RoçAGEM - a área restante pode ser roçada mecâni-camente, o que possibilita a retirada das ervas da-nin!has sem retirar seu sistema radicular, permitin-do desta maneira, um contrôle à erosão;

COBERTURAMORTA- deve ser feita no decorrer daestiagem, utilizando capim sêco, a qual evita aperda de umidade, crescimento de ervas daninhas,aquecimento do solo e favorece a coleta dos frutosque caem quando maduros;

PODA DE FORMAÇÃO- por ser planta decumbente,deve-se eliminar todos os galhos até 1,50 metro dosolo, o que facilitará a limpeza e demais tratos cul-turais;

PODA DE LIMPEZA- eliminar os galhos sêcos, para-sitados e improdutivos.

13. ADUBAÇAO- É uma operação importante, principal-mente para os solos pobre e exauridos, onde o muricíé cultivado.Não esquecer que a âdubação deve ser efetuada emfunção da análise do solo, a qual irá determinar as ne-cessidades da cultura, de acôrdo com seu potencial defertilidade.Para as condições locais, uma fórmula bastante satís-

fatória pode ser utilizada para esta cultura, a saber:

Sulfato de Amônio 26%Superfosfato Triplo 41%Cloreto de Potássio 33%

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Aplicar 150g da mistura por planta, de 6 em 6 meses,acrescida de 1 kg de estêrco de galinha, ou 10 kg deestêrco de curral curtido, até atingir o 2Qano de plantio.A partir desta idade, deverá receber, por planta, umaadubação anual de 400g da mistura, acrescida de 2 kgde estêrco de galinha ou 15 kg de estêrco de curral.A aplicação do adubo deve ser feita em cobertura, obe-decendo a projeção da copa.

14. PRAGAS E MOLÉSTIAS- Poucas são as pragas queatacam o murucizeiro, tendo sido constatado as abaixomencionadas, e que devem ser combatidas:BEZOURO DOS FRUTOS - ataca os frutos quando

maduros, danificando-os, sendo ocasionado pelo be-zouro verde conhecido como Macraspís festiva;

SERRA-PAUS- ataca os galhos cortando-os, prejudi-cando seu desenvolvimento, cujo responsável é oOneideres dejeani .

Estas pragas podem ser controladas com poda e queimados galhos infestados e pulverizações periódicas comRodiatox, Dieldrex ou Metasystox.Com referência às moléstias, nada foi constatado queprejudicasse a cultura do murucizeíro .

15. FLORAÇÃOE FRUTIFICAÇÃO- A floração inicia aos12 meses de plantado, atingindo a maturação dos frutos4 meses após. Na faixa do Salgado, a floração iniciaem maio, enquanto que na Tocantina ocorre em agôsto,possíbílítando " maior amplitude no fornecimento defrutos ao mercado consumidor.

16. COLHEITA- Na normalidade processa-se em dezem-bro até abril, o que, não obstante, pode sofrer variaçãoem função do local.É feita manualmente, por mulheres e crianças, sendocoletado os frutos maduros ou verdoengos, os quais po-dem ser armazenados por mais de 40 dias em barricas

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ou tambores que contenham solução de água e açúcar,o que possibilita seu armazenamento durante 40 a 45dias e transporte à longa distância.A colheita é irregular, em virtude da constante emissãode flôres, motivando a crendice popular de uma safrasecundária.

17. RENDIMENTO CULTURAL - Atinge o maximo deprodução a partir do 49 ano de plantio, com uma médiade 15 a 20 kg de frutos maduros por planta, o que possi-bilita, no espaçamento recomendado, um rendimen'to de4.770 à 6.400 kg por hectare e por ano.

18. ZONAS PRODUTORAS - E fruteira disseminada peloscampos do Estado do Pará, sem nenhuma ordenaçãocultural. Entretanto, em virtude do seu valôr comer-cial, já estão surgindo em vários pontos do Estado cultu-ras racionalizadas, visando a produção para o abaste-cimento do mercado consumidor e indústrias de doces esorvetes.A produção destinada aos mercados consumidores deBelém é oriunda das regiões fisiográficas e municípiosmais produtores, abaixo mencionados:

Micro Região 6 - com Soure e Salvaterra.Micro Região 7 - com Baião e Cametá.Mirro Região 12 - com Maracanã e Marapanim.Micro Região 13 - com Igarapé-Açu e Castanhal ,

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Série: Culturas da Amazônia

FRUTEIRAS

VaI. I 1970

E R RATAPâg. Linha Onde se lê: Leia-se:

3 17 máu mal

13 13 tamanho forma

13 17 TAMANHO FORMA

18 10 pano ponto

·21 10 vegetativo vegetando

23 13 cantíro canteiro

25 6 MOCAS DOS FRUTOS MÕSCAS DOS FRUTOS

25 21 Ceraplastes Ceroplastes.26 24 Estado do Estado Estado do Pará

30 7 murucizeiso bsabo murucizeiro brabo

32 21 redição redução

34 Cladiosporium Cladosporium

3R 23 abndondos abandonados