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VICTOR BADOLATO ATHAYDE GOOGLE GLASS: UM ÓCULOS PARA REPORTAR Artigo produzido como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Jornalismo Multimídia, na Universidade Metodista de Piracicaba. Orientação: Prof. Ms. Ana Camilla Negri * Curso de Especialização em Jornalismo Multimídia Universidade Metodista de Piracicaba Faculdade de Comunicação Social Piracicaba, SP * Possui graduação em Comunicação Social com habilitação em jornalismo pela Universidade Metodista de Piracicaba (1998) e mestrado em Comunicação Social pela Universidade Metodista de São Paulo (2000) - http://lattes.cnpq.br/6820128901465266

Google Glass: um óculos para reportar

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O surgimento de novos aparatos como o Google Glass faz (re)pensar o jornalismo ao estender tanto o corpo quanto o sentido humano, auxiliando, facilitando, direcionando e possibilitando as atividades criadas. Apesar de suas características, positivas ou negativas, sem seu criador/manipulador tanto forma quanto conteúdo não possuem sentido algum. Dessa forma, esse artigo ao utilizar revisão bibliográfica ou fundamentação teórica enquanto modalidade de pesquisa, pretende discutir o impacto do Google Glass, aqui objeto de estudo, em um dos mediadores da sociedade: o jornalista.

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VICTOR BADOLATO ATHAYDE

GOOGLE GLASS:

UM ÓCULOS PARA REPORTAR

Artigo produzido como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Jornalismo Multimídia, na Universidade Metodista de Piracicaba. Orientação: Prof. Ms. Ana Camilla Negri *

Curso de Especialização em Jornalismo Multimídia

Universidade Metodista de PiracicabaFaculdade de Comunicação Social

Piracicaba, SP

* Possui graduação em Comunicação Social com habilitação em jornalismo pela Universidade Metodista de Piracicaba (1998) e mestrado em Comunicação Social pela Universidade Metodista de São Paulo (2000) - http://lattes.cnpq.br/6820128901465266

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Google Glass: um óculos para reportar1

Victor Badolato ATHAYDE2

Universidade Metodista de Piracibaba, SP

Resumo: O surgimento de novos aparatos como o Google Glass faz (re)pensar o jornalismo

ao estender tanto o corpo quanto o sentido humano, auxiliando, facilitando, direcionando e

possibilitando as atividades criadas. Apesar de suas características, positivas ou negativas,

sem seu criador/manipulador tanto forma quanto conteúdo não possuem sentido algum. Dessa

forma, esse artigo ao utilizar revisão bibliográfica ou fundamentação teórica enquanto

modalidade de pesquisa, pretende discutir o impacto do Google Glass, aqui objeto de estudo,

em um dos mediadores da sociedade: o jornalista.

Palavras-chave: sociedade, comunicação, jornalismo, tecnologia, google glass

Abstract: The emergence of new devices like Google Glass makes (re)think journalism

while extending both body and human sense, aiding, facilitating, enabling and directing the

created activities. Despite its features, positive or negative, without its creator/manipulator

both form and content have no sense. Therefore, this article by utilizing literature or

theoretical review while research method will discuss the Google Glass' impact, regarded

here as study object, in one of the society mediators: the journalist.

Key-words: society, communication, journalism, technology, google glass

2

1 Trabalho apresentado como exigência parcial para conclusão do curso de Especialização em Jornalismo Multimídia, na Unimep, em outubro de 2012

2 Estudante de Pós Graduação em Jornalismo Multimídia. e-mail: [email protected]

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Introdução: Project Glass

The new media and technologies by which we amplify and extend ourselves constitute huge collective surgery carried out on the social body with complete disregard for antiseptics. If the operations are needed, the inevitability of infecting the whole system during the operation has to be considered.(MCLUHAN, Marshall, 1964, p.70)

No dia 4 de abril de 2012, o Link, caderno de tecnologia e cultura digital do Estadão,

anunciava3 que o Google confirmara testes de um novo par de óculos de realidade aumentada,

o qual transmitiria dados em tempo real para o usuário. Em junho a previsão de lançamento já

estava feita: para daqui dois anos4 (2014?). E, alguns dias atrás, no dia 9 de setembro (2012)

para ser exato, modelos estavam a desfilar5 (e a filmar) com os tais óculos em um evento de

moda em Nova York.

Segundo a revista on-line TechCrunch6 e as redes sociais criadas pelo/para o projeto,

como o próprio Google + 7 , o Project Glass é um programa de pesquisa do Google para

desenvolver um dispositivo de realidade aumentada. Os produtos criados pelo Project Glass

têm como propósito as mãos-livres. Ou seja, exibir todas as informações disponíveis (para a

maioria dos usuários de smartphones) sem usar as mãos.

Para permitir a interação proposta com a Internet, através de comandos de voz e gestos

naturais, a solução, a aparência física necessária para este aparato, foi uma espécie de

armação de óculos que resultou no primeiro produto do Project Glass: Google Glass

Explorer Edition8. Projetado para não interferir no campo de visão e com a atividade

executada pelo usuário, os óculos possuem em sua lateral um touch pad para controle e um

botão em seu topo para acionar a câmera embutida.

3

3 Óculos Google prometem nova fase do cotidiano conectado - http://blogs.estadao.com.br/homem-objeto/oculos-google-prometem-nova-fase-do-cotidiano-conectado/

4 Óculos digitais do Google se tornam realidade - http://blogs.estadao.com.br/link/oculos-digitais-do-google-se-tornam-realidade/

5 Google Glass é usado em evento de moda - http://blogs.estadao.com.br/link/google-glass-e-usado-em-evento-de-moda/

6 Googleʼs ʻProject Glassʼ Augmented Reality Glasses Are Real And In Testing - http://techcrunch.com/2012/04/04/google-project-glas/

7 Project Glass (Google +) - https://plus.google.com/+projectglass/

8 Google Glass Explorer Edition - http://reviews.cnet.com/camcorders/google-glass-explorer-edition/4505-9340_7-35339166.html?ttag=fbwp

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Somada a percepção/opinião9 de David Pogue, do The New York Times, pode se saber

que, apesar do que se viu até então, o Google Glass ainda está em estágio de testes. Muitos

detalhes serão finalizados, como a a interface, com o que será semelhante, como vai

funcionar, e assim por diante. No momento, o Google planeja oferecer os protótipos para

desenvolvedores em 2013, antes da venda para o público consumidor em, talvez, 2014.

O tema, entretanto, é pouco explorado vez que, o objeto de estudo ainda não faz parte

da vida social e, muito do que se diz é mera especulação futurística. A escolha do tema é

arriscada mas, como argumenta Ida Regina Stumf (in Duarte; Barros): “descobrir o que os

outros já escreveram sobre um assunto, juntar ideias, refletir, concordar, discordar e expor

seus próprios conceitos pode ser uma atividade criativa e prazerosa” (2010, p. 60). Assim

sendo, a intenção desse artigo é produzir, através de revisão de literatura, uma discussão

acadêmica sobre o impacto das novas tecnologias (aqui, especificamente, o Google Glass) na

comunicação (nessa pesquisa, a comunicação jornalística).

O Google Glass e o Jornalismo

This is merely to say that the personal and social consequences of any medium – that is, of any extension of ourselves – result from the new scale that is introduced into our affairs by each extension of ourselves, or by any new technology. (MCLUHAN, Marshall, 1964, p.7)

Combinação que soa como ficção10 – como imaginaram, em 1997, Warren Ellis,

escritor inglês, e, Darick Robertson, ilustrador, em uma série de histórias em quadrinhos, na

qual um jornalista investigativo renegado expõe os pontos fracos de uma sociedade futurista11

através de um par de óculos que tira fotos por comandos de voz – o uso do Google Glass

como ferramenta jornalística pode se tornar uma realidade.

Para o teórico e filósofo da informação, Pierre Lévy (1999), qualquer pensamento de

que a tecnologia é algo sem qualquer ligação com a sociedade e a cultura é um equívoco.

Lévy deixa claro que é impossível separar o ser humano, quem faz as perguntas, de seu

4

9 Google Glass and the Future of Technology - http://pogue.blogs.nytimes.com/2012/09/13/google-glass-and-the-future-of-technology/

10 fic.ção: sf (lat fictione) 1 Ato ou efeito de fingir. 2 Simulação. 3 Arte de imaginar. 4 Coisas imaginárias. Obra ou literatura de f.: aquela cujo enredo é criado pela imaginação do autor. Michaelis - http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/

11 Transmetopolitan: Oda al periodismo subjetivo - http://www.zonanegativa.com/?p=5207

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ambiente material, as repostas criadas pelo mesmo: “A emergência do ciberespaço

acompanha, traduz e favorece uma evolução geral da civilização. Uma técnica é produzida

dentro de uma cultura, e uma sociedade encontra-se condicionada por suas técnicas. E digo

condicionada, não determinada” (p. 25).

Antes mesmo de Pierre, foi Marshall McLuhan (1964) quem disse que “no society has

ever known enough about its actions to have developed immunity to its new extensions or

technologies”(p.71). Conhecido pelo termo “aldeia global” e pela afirmação “o meio é a

mensagem”, o canadense12 McLuhan previu onde o impacto da tecnologia poderia chegar,

sinalizou e apontou uma direção. Ao explorar a relação do homem, seus sentidos físicos

(corpo) e psíquicos (mente), com suas tecnologias, McLuhan teorizou o que um instrumento

como Google Glass viria a ser: uma extensão do ser humano.

Podemos dizer também que McLuhan, ao analisar os meios de comunicação de sua

época, fez um prognóstico do que viria a ser a internet:

Our new electric technology is organic and nonmechanical in tendency because it extends, not our eyes, but our central nervous systems as a planetary vesture. In the space-time world of electric technology, the older mechanical time begins to feel unacceptable, if only because it is uniform. (MCLUHAN, Marshall, 1964, p.159)

Com isso, o fato de que toda informação capturada pelo Google Glass pode se tornar virtual,

on-line, é outra característica a ser destacada.

Segundo Pierre (1999), o virtual é “toda entidade ‘desterritorializada’, capaz de gerar

diversas manifestações concretas em diferentes momentos e locais determinados, sem

contudo estar ela mesma presa a um lugar ou tempo em particular” (p.47). Nesse caso, todo o

conteúdo/informação, jornalística ou não, pode ser virtual ou virtualizado: textos, imagens,

músicas e vídeos.

Nelson Traquina (2005), ao definir jornalismo como “uma realidade muito

seletiva” (p.205), destaca que “as inovações tecnológicas (...) marcam as práticas

jornalísticas, acelerando ainda mais a velocidade dos processos de produção de notícias,

corroendo as barreiras do tempo e do espaço, globalizando as notícias e as audiências,

criando novos canais de acesso” (p. 210). Assim, como complementa o jornalista Nelson Sá

(2012), “mudanças tecnológicas não são necessariamente ruins para o jornalismo. Eu tenho

5

12 Marshall Who? - http://www.marshallmcluhan.com/biography/

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a sensação de que o jornalismo é um ofício. Algo que vai sobreviver e não está preso a uma

plataforma específica.”13.

Benjamin Robbins (2012), membro do Guardian Media Network (comunidade virtual

do jornal britânico The Guardian), também acredita na utilização de um dispositivo

tecnológico como o Google Glass nos negócios, porém de forma geral:

it provides the ability to interact with relevant data, in real-time and in a collaborative fashion that has never before been possible. Imagine being able to hold a meeting without leaving your current location. It would allow you the ability to simultaneously read email while in that meeting. Need to review a document with a co-worker located across the globe? You could instantly be viewing the document and each other while communicating verbally. Can't recall last quarter's sales data? Stats could always be where you are. The possibilities are immense. Companies would be able to more quickly solve mundane tasks and move on to solving high-order problems, innovations and solutions on a more dynamic level. Individuals within an organisation could spend more time on strategic rather than tactical issues.14

Ao seguir os raciocínios dos jornalistas Traquina, Sá e Robbins, um “gadget” a la

Google Glass, ao ser utilizado para negócios jornalísticos, poderia significar vestir (ao invés

de carregar) as ferramentas de trabalho jornalístico. Um local mais centralizado para coleta de

dados; rápida exibição da informação; realização de pesquisas on-line sem ter que se

preocupar com dispositivos portáteis ou cópias de disco rígido; mais notícias e crises sendo

transmitidas ao vivo a partir de múltiplas perspectivas.

Desse modo, com base no que foi exposto até aqui, um aparato tecnológico como o

Google Glass pode sim ser utilizado como ferramenta de trabalho do jornalismo. Porém,

existem pontos positivos e negativos importantes, somados a alguns conceitos jornalísticos, a

se observar como: a segurança, a privacidade e a saúde do profissional/usuário; que poderiam

estar em xeque. Assim, as opiniões variadas a respeito do Google Glass acabam por gerar um

debate dualista, convertido aqui em uma discussão dividida em dois tópicos: Prós e Contras.

6

13 “Jornalismo é ofício e não plataforma. Logo, sempre vai sobreviver”, analisa Nelson de Sá - http://migre.me/bnmTW

14 Google Glass: what it means for business - http://www.guardian.co.uk/media-network/media-network-blog/2012/jun/28/google-glass-mobile-smartphones-tablets

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Prós

On a planet reduced to village size by new media, cities themselves appear quaint and odd, like archaic forms already overlaid with new patterns of culture. (MCLUHAN, Marshall, 1964, p.161)

Para Tou Vue, editor e jornalista da editora australiana Media Dynamics15, os

benefícios que uma tecnologia como o Google Glass pode trazer para o jornalismo são

significantes. Exemplo disso, como ele mesmo cita, é a ideia de fornecer automaticamente16

informações relevantes sobre o ambiente em que o usuário se encontra, utilidade

indispensável para se cobrir um evento em um local não familiar.

O ucraniano Denis Gursky, especialista em tecnologia digital e novas mídias,

imaginou17 um jornalista acompanhado de um Google Glass em sua jornada de trabalho. O

resultado disso foi um post no blog da Internews18, organização internacional que visa

capacitar os meios de comunicação locais ao redor do mundo, que resolveu alguns ossos do

ofício jornalístico como: cobertura necessária para realizar filmagens, disponibilidade da

câmera para não perder o momento certo, ou, condições do tempo e trânsito local para

chegar na notícia a tempo. Os óculos, segundo Denis, influenciariam até no conforto de um

entrevistado ao saber para onde olhar. Assim, além das possibilidades de transmissão ao vivo,

o Glass promoveria um jornalismo personalizado, como em primeira pessoa.

Tanto Gursky quanto Vue definem suas opiniões baseadas em “valores-notícia”, como

o tempo, por exemplo. “A relação entre o fator tempo e o jornalista é tão fundamental que

constitui um fator central de definição da competência profissional. Ser profissional implica

possuir uma capacidade performativa avaliada pela aptidão de dominar o tempo em vez de

ser vítima dele” (TRAQUINA, 2005, p.40).

Condicionado ao tempo está o imediatismo, definido por Traquina (2005) “como um

conceito temporal que se refere ao espaço de tempo (dias, horas, segundos) que decorre entre

o acontecimento e o momento em que a notícia é transmitida, dando existência a esse

7

15 Googleʼs Project Glass: wearing technology to report - http://www.upstart.net.au/2012/08/20/googles-project-glass-wearing-technology-to-report/

16 Patent Reveals Google Glass Controls And Artificial Intelligence, Looks Amazing! - http://www.redmondpie.com/patent-reveals-google-glass-controls-and-artificial-intelligence-looks-amazing/

17 How Project Glass May Change the Future of Journalism - http://innovation.internews.org/blogs/how-project-glass-may-change-future-journalism

18 Internews - http://www.internews.org/

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acontecimento” (p.37). Ou seja, as notícias são vistas como um “bem altamente perecível”,

no qual a velocidade é de extrema importância no combate a deterioração do valor da

informação.

Segundo Traquina (2005), “com as capacidades tecnológicas atuais, o valor do

imediatismo dá primazia, nesta era audiovisual, ao “direto”, que representa o estado “puro”

do imediatismo” (p.38). Dessa maneira, o Google Glass, com suas funcionalidades reais e

potenciais, expõe aqui o modo atual de se fazer jornalismo.

Outro aspecto tido como “fundamental” por Traquina (2005) é referente a competência

jornalística de compreender as “regras acerca das fontes de notícias” e executar “três

generalizações básicas” acerca delas:

a) a maioria dos indivíduos, como fontes de notícias, têm algo a defender. Para ser credível, um indivíduo deve provar ser seguro como fonte de informação, através de um processo de tentativa e erro; b) alguns indivíduos, tais como os presidentes de comissões, estão numa posição em que sabem mais que qualquer outra pessoa na organização. Apesar de terem algo a defender, a sua informação é provavelmente mais ‘exata’ porque têm mais ‘fatos’ à sua disposição; c) instituições e organizações: os procedimentos concebidos para proteger, quer a instituição, quer as pessoas que entram em contato com ela, têm significados” (p.42).

Tais considerações a respeito das fontes podem ser extremamente interessantes ao se

analisar o Google Glass. Além de um serviço de busca qualificado, o qual já vem sendo

experimentado, as tecnologias atuais de reconhecimento facial19 estão se tornando cada vez

mais avançadas, como se fosse possível identificar20 a fonte correta para determinada matéria

ou reportagem. Prova disso é Google Goggles21, um aplicativo de reconhecimento de imagem

feito para dispositivos móveis. Assim, como imagina o repórter de tecnologia do New York

Times, Nick Bilton (2012), o software do Goggles, ao utilizar a câmera do próprio Google

Glass para digitalizar a imagem enquadrada22, irá reconhecer um padrão, rastrear a web e

informar o usuário sobre a figura capturada:

Through the built-in camera on the glasses, Google will be able to stream images to its rack computers and return augmented reality information to the person wearing them. For instance, a person looking at a landmark could see

8

19 Face Recognition Homepage - http://face-rec.org/

20 How Facial Recognition Systems Work - http://electronics.howstuffworks.com/gadgets/high-tech-gadgets/facial-recognition.htm

21 Google Mobile: Google Goggles - http://www.google.com/mobile/goggles/

22 Google Goggles - http://www.youtube.com/watch?v=Hhgfz0zPmH4

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detailed historical information and comments about it left by friends. If facial recognition software becomes accurate enough, the glasses could remind a wearer of when and how he met the vaguely familiar person standing in front of him at a party.23

Para o Prof. Dr. Walter Teixeira Lima Junior 24 , pós-doutorado em Comunicação e

Tecnologias Digitais25, uma vez que o jornalismo é uma profissão na qual se contam histórias,

a possibilidade de se construir uma narrativa através de uma realidade aumentada como a do

Google Glass, por exemplo, é muito interessante. Walter explica que na chamada realidade

aumentada “você está olhando uma realidade mas estão sendo colocados componentes

virtuais na sua frente que são translúcidos e compõe muitas vezes com ambiente, ou não”. Ou

seja, uma “legenda de informação” que sobrepõe, de forma amigável, e contribui, em diversos

níveis, com a realidade percebida.

De acordo com a jornalista Jennifer Shore26, a ideia de "realidade aumentada" passou

por vários estágios até ser conhecida e cunhada como tal pelo pesquisador Tom Caudell na

década de 1990. O antes “brinquedo de cientista” só começou a se destacar quando pesquisas

como a "A Survey of Augmented Reality"27, por exemplo, escrita pelo Ph.D. Ronald T.

Azuma28, em 1997, começaram vir à tona. Essas pesquisas analisavam os possíveis usos da

realidade aumentada nas mais diversas disciplinas como na medicina, na produção/

manufatura, em operações mecânicas, para o entretenimento, e, na indústria da informação.

Porém, Lima acredita que, para utilizar um Google Glass no ofício jornalístico, “você

precisaria ter uma malha de dados muito alta para que ele funcione para o jornalista”. Ou

seja, como considerou em seu artigo Jornalismo computacional em função da “Era do Big

Data” (2011):

O mundo dos dados digitalizados contém uma inimaginável quantidade de informações, base que está em crescimento permanentemente. Gerenciar

9

23 Behind the Google Goggles, Virtual Reality - http://www.nytimes.com/2012/02/23/technology/google-glasses-will-be-powered-by-android.html?_r=0

24 Entrevista exclusiva com Walter Teixeira Lima Junior para o autor/pesquisador em 01/10/2012 - http://soundcloud.com/victor-badolato-athayde/entrevista-com-walter-teixeira

25 Prof. Dr. Walter Teixeira Lima Junior - http://wikipos.facasper.com.br/index.php/Prof._Dr._Walter_Teixeira_Lima_Junior

26 Where Did Augmented Reality Come From? - http://mashable.com/2012/09/24/augmented-reality/

27 A Survey of Augmented Reality - http://www.cs.unc.edu/~azuma/ARpresence.pdf

28 Ronald T. Azuma, Ph.D. - http://www.ronaldazuma.com/Azuma_CV_basic.pdf

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essa quantidade de dados requer muito do profissional de informação de relevância social para extrair informações estruturadas de dados (dataset) e produzir narrativas que estejam sintonizadas com a demanda informativa da sociedade contemporânea. (LIMA JUNIOR, 2011,p.52)

Enquanto jornalista e pesquisador29, Walter relata que “o jornalismo sempre foi uma

atividade que incorporou tecnologias, ela nunca produziu tecnologias”, como “a prensa” e a

“fotografia”, por exemplo. Lima Junior ressalta que a grande revolução de dispositivos de

realidade aumentada, como o Google Glass, “nem seja para o jornalismo, mas para um outro

setor (...): a queda da interface”, ou seja, “você não tem um monitor, um display, ou uma tela

de celular”. Assim, mesmo sem a certeza de como uma ferramenta nova como o Google

Glass funcionará no jornalismo, Walter diz que o jornalista, ao considerar sua potencialidade,

poderá se apropriar dela.

Entretanto, além de todas as características que tendam a auxiliar positivamente na

“fórmula noticiosa” do “quem”, o “quê”, “onde”, “quando”, “porquê” e “como”, a

utilização do Google Glass na prática do jornalismo necessita do “saber de narração”. Este, afirma Traquina (2005), “consiste na capacidade de compilar todas essas informações e ‘empacotá-las’ numa narrativa noticiosa, em tempo útil e de forma interessante” (p.43). Assim,

mesmo munido de qualquer ferramenta de trabalho, o jornalista, para ser considerado como

tal, ainda é dependente do know-how30 da profissão.

ContrasPopular art is the clown reminding us of all the life and faculty that we have omitted from our daily routines. (MCLUHAN, Marshall, 1964, p.181)

Renan Hamann, colunista do Tecmundo, site de notícias sobre tecnologia, após avaliar

que “poucos aparelhos eletrônicos chamaram tanta atenção da imprensa e dos consumidores

quanto o Google Glass”31, destacou cinco motivos para se temer tais óculos: invasão de

privacidade; segurança de dados; anúncios direcionados; segurança das pessoas; e,

riscos à saúde.

10

29 CNPq: Walter Teixeira Lima Junior - http://lattes.cnpq.br/5189390968642420

30 know-how: sm (ingl) Técnica e prática eficientes num processo de produção. Michaelis - http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/

31 5 motivos para temer o Google Glass [opinião] - http://www.tecmundo.com.br/google-glass/27816-5-motivos-para-temer-o-google-glass-opiniao-.htm

Page 11: Google Glass: um óculos para reportar

De acordo com Hamann, é simples de encontrar na internet tanto imagens quanto

vídeos, não autorizados, de pessoas em locais públicos (no jornalismo, a famosa – e tão

questionada pela ética profissional – “câmera oculta”). Esse material, produzido por

smartphones, também poderia ser compartilhado e produzido com óculos iguais ao Google

Glass, que “poderia facilitar a ação das pessoas que gostam de capturar imagens sem

autorização”. Assim, o Google Glass “pode ser uma arma muito poderosa para quem gosta

de invadir a privacidade alheia”.

Hamann assevera ainda a evolução do sistema de reconhecimento facial, que, como

citado anteriormente, pode ser utilizado para reconhecer a pessoa visualizada. Além disso, um

sistema que utiliza conexões sem fio como a internet e o Bluetooth32 corre o risco de ser

interceptado através das mesmas e ter as informações capturadas, colocando a segurança de

dados em risco.

Embora os smartphones apresentem a “mesma ameaça, (...) existe uma diferença (...)

importante”: enquanto suas câmeras estão protegidas pelo bolso ou bolsa em que se

encontram (quando não estão sendo utilizados) os “óculos de realidade aumentada” estarão

“sempre no rosto” do usuário.

Para Hamann, não “seria exagero imaginar que, ao estar no supermercado, um

proprietário do Google Glass pode ser surpreendido por anúncios de algum produto

diretamente nas lentes do novo aparelho”. Ao utilizar um serviço ou comprar um produto via

internet, o usuário concederia acesso constante às suas informações de navegação a empresa

com as qual esta efetuando a transação. Prova disso é o documentário Apagando David33 , no

qual o cineasta David Bond relata a experiência de (tentar) desaparecer durante um mês sem

que dois dos maiores detetives particulares do mundo o encontrasse, tendo apenas dados

publicamente disponíveis para a busca.

Baseado no documentário, é possível afirmar que grande parte dos dados coletados

on-line acabam sendo utilizados por empresas para traçar e reconhecer o perfil de

consumidores em potencial. É assim que os anúncios direcionados encontram seus alvos, ou

seja, quando estes estão conectados e navegando na web.

11

32 What is Bluetooth Technology - http://www.bluetooth.com/Pages/what-is-bluetooth-technology.aspx

33 APAGANDO David. Direção: David Bond e Melinda Mcdougall. [S.l.]: Green Lions, 2010. 1 DVD (80 min) - http://erasingdavid.com/

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Para Walter Lima34, entretanto, a questão de privacidade e segurança de dados é

“muito maior que o Google Glass”. De acordo com pesquisador, “as pessoas estão trocando a

sua privacidade por segurança”, ou seja, “como o estado não dá segurança eu vendo a minha

privacidade”. No entanto, ao vender a privacidade, “você está vendendo o teu comportamento,

o teu jeito de ser, com quem você fala, o quê que você fala”, informações tão valiosas para

chantagens quanto para empresas que comercializam produtos. Assim, Walter afirma que o

usuário do Google Glass arrisca a integridade da sua privacidade “não porque ele permite ou

não permite” mas pelo simples fato de ver e trocar dados com um ambiente.

No jornalismo, a discussão torna-se ainda mais complexa ao se adentrar no campo da

ética profissional, principalmente do jornalismo investigativo e no uso da “câmera oculta”:

Porque sou jornalista e porque vivemos em uma democracia estou liberado para valer-me de qualquer recurso que assegure à sociedade o direito de saber tudo? Posso roubar documentos, mentir, gravar conversas sem autorização, violar leis? Onde está escrito que disponho de tais prerrogativas? Quem me deu imunidade para rasgar códigos que regulam o comportamento das demais pessoas? (FORTES, 2005, p.54)

Ao retomar o artigo de Hamann, ainda restam dois dos motivos sugeridos para se

temer o Google Glass: a segurança das pessoas e os riscos à saúde. Segundo Renan, “a

utilização de aparelhos eletrônicos é uma grande distração”, razão pela qual originaram-se

leis para que pedestres35 e motoristas não utilizem o celular enquanto estão dirigindo. Assim,

se um dispositivo como o Google Glass não for usado cautelosamente “não serão raros os

casos de acidentes causados por distrações – o que inclui esbarrões em pessoas e objetos nas

ruas; até mesmo atropelamentos podem ser considerados”.

Renan também afirma que “há muitos cientistas que julgam as ondas como

responsáveis pela geração de doenças”. Nesse caso, o Google Glass, que utiliza conexões 3G

e Bluetooth, também pode vir a “oferecer os mesmos riscos”. Contudo, apesar de pesquisas

considerarem a radiação emitida pela antena do telefone celular como “possivelmente

12

34 Entrevista exclusiva com Walter Teixeira Lima Junior para o autor/pesquisador em 01/10/2012 - http://soundcloud.com/victor-badolato-athayde/entrevista-com-walter-teixeira

35 Cidade americana proíbe envio de SMS por pedestres; multa é de U$$ 85 - http://tecnologia.uol.com.br/noticias/redacao/2012/05/14/cidade-americana-proibe-envio-de-sms-por-pedestres-multa-e-de-us-85.htm

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cancerígena para humanos”36, a incerteza a respeito dos efeitos das ondas eletromagnéticas a

longo prazo permanece.

Considerações Finais

Não queremos mais tão-somente a arte que nos gera efeitos; queremos sentir o efeito de estar no fluxo, eis aí a mais nova leitura da frase “O meio é a mensagem”, de Mc Luhan. (TOGNOLLI, Cláudio J., 2007, p.144)

O artigo tem como objetivo dialogar sobre a influência de uma ferramenta tecnológica,

como o Google Glass, em um dos principais mediadores da sociedade: o jornalismo. Este,

servindo de espelho dessa relação, desde sua origem e estruturação, vem se apropriando de

artefatos tecnológicos – caneta-tinteiro, prensa tipográfica, telégrafo, internet, dentre outros –

de forma tão interessante quanto simbiótica. Todavia, será que o Google Glass irá se tornar

um método instigante para se fazer jornalismo?

Enquanto extensão do homem, a tecnologia é extremamente dependente deste para

possuir um sentido, uma existência. Assim percebeu McLuhan:

Since all media are extensions of our own bodies and senses, and since we habitually translate one sense into another in our own experience, it need not surprise us that our extended senses or technologies should repeat the process of translation and assimilation of one form into another. This process may well be inseparable from the character of touch, and from the abrasively interfaced action of surfaces, whether in chemistry or crowds of technologies. (MCLUHAN, Marshall, 1964, p.126)

Não obstante, como complementa o Prof. Dr. Walter Teixeira Lima Junior 37 , “a

tecnologia é forte para aquilo que ela foi projetada”, como o exemplo dos tablets que, mesmo

não tendo sido feitos para o jornalismo, estão fazendo com que as editoras tentem se adaptar,

da melhor forma, a essa tecnologia. Outro exemplo de Walter é o Kindle, da Amazon, um

aparato que foi feito especialmente para ler livros.

Assim sendo, apesar de ainda estar “engatinhando” na utilização de novas técnicas,

como a realidade aumentada, o jornalista já começa a produzir tecnologias porém, “na área

da computação, não na área de artefatos”, como cita Walter Lima. Ademais, continua, se

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36 O que o celular faz a suas células - http://blogs.estadao.com.br/link/o-que-o-celular-faz-a-suas-celulas/

37 Entrevista exclusiva com Walter Teixeira Lima Junior para o autor/pesquisador em 01/10/2012 - http://soundcloud.com/victor-badolato-athayde/entrevista-com-walter-teixeira

Page 14: Google Glass: um óculos para reportar

“você entra no New York Times, no The Guardian (...) você vai ver vários algoritmos38, vários

sistemas que permitem a melhora do jornalismo (...) a colaboração no jornalismo, por

exemplo”.

Dessa maneira, como Lima critica, o fato do “jornalismo se apropriar de tecnologias é

muito bom”, porém a forma como nos apropriamos é o mais importante. Segundo ele, a

internet, por exemplo, considerada a ferramenta mais importante depois da invenção do

telégrafo, se tornou “um negócio de fofoca, de jogo de futebol, enquetes ridículas” aqui no

Brasil. Ou seja, o uso do Google Glass, ou qualquer outro aparato, irá depender do ser

humano, seus interesses e culturas, uma vez que “a tecnologia possibilita, mas quem se

apropria dela é que vai potencializar ou não aquela tecnologia”.

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38 al.go.rit.mo: sm (ár al-Huwârizmî) 1 Sistema de notação aritmética com algarismos arábicos. 2 Operação ou processo de cálculo. 3 Forma de geração dos números. 4 Sistema particular de notação: Algoritmo de cálculo diferencial. Michaelis - http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/

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