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Governador
Vice Governador
Secretária da Educação
Secretário Adjunto
Secretário Executivo
Assessora Institucional do Gabinete da Seduc
Coordenadora da Educação Profissional – SEDUC
Cid Ferreira Gomes
Domingos Gomes de Aguiar Filho
Maria Izolda Cela de Arruda Coelho
Maurício Holanda Maia
Antônio Idilvan de Lima Alencar
Cristiane Carvalho Holanda
Andréa Araújo Rocha
CURSO TÉCNICO EM SAÚDE BUCAL INTEGRADO
AO ENSINO MÉDIO DISCIPLINA 7
1
Cidadania, Ética e Bioética
DISCIPLINA 7
MANUAL DO (A) PROFESSOR (A)
AGOSTO/ 2012
FORTALEZA/CEARÁ
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2
Governador
Cid Ferreira Gomes
Vice-governador
Domingos Gomes de Aguiar Filho
Secretária de Educação
Maria Izolda Cela de Arruda Coelho
Secretário Adjunto
Maurício Holanda Maia
Secretário Executivo
Antonio Idilvan de Lima Alencar
Assessora Institucional do Gabinete
Cristiane Holanda
Coordenadora da Educação Profissional
Andréa Araújo Rocha
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AO ENSINO MÉDIO DISCIPLINA 7
3
CONSULTORIA TECNICA E PEDAGOGICA
Vanira Matos Pessoa
Maria Idalice Silva Barbosa
Anna Margarida Vicente Santiago.
ELABORAÇÃO
Anna Margarida Vicente Santiago
Fabiane da Silva Severino Lima
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4
Sumário
1. Apresentação ..................................................................................... 05
2. Objetivos de Aprendizagem ............................................................. 06
3. Conteúdo Programático.................................................................... 07
4. Atividades sócio afetivas ................................................................... 08
5. Atividades Cognitivas ......................................................................... 17
6. Referências bibliográficas sugeridas para o(a) professor (a)........ 39
7. Referências bibliográficas do Manual ............................................ 40
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5
Apresentação
Este é o sétimo Manual Pedagógico correspondente à disciplina Cidadania,
Ética e Bioética, com carga horária de 20 horas/aula. Contém os objetivos de
aprendizagem referentes ao tema acompanhado do conteúdo no intuito de deixar claro
à(o) professor(a) o que é esperado do aluno ao final da disciplina. Propõe atividades
pedagógicas que focam o eixo cognitivo e sócio-afetivo do processo de aprendizagem.
Disponibilizamos uma bibliografia para o(a) professor(a), subsidiando-o(a) para
aprofundar os debates em sala de aula, bem como, uma bibliografia de referência do
Manual.
Elaborado no intuito de qualificar o processo de ensino-aprendizagem, este
Manual é um instrumento pedagógico que se constitui como um mediador para facilitar
o processo de ensino-aprendizagem em sala de aula embasado em um método
problematizador e dialógico que aborda os conteúdos de forma lúdica, participativa
tornando o aluno protagonista do seu aprendizado facilitando a apropriação dos
conceitos de forma crítica e responsável.
Ressaltamos que é responsabilidade do(a) professor(a) organizar o fio condutor
para cada tema de maneira a possibilitar o processo de aprendizagem dos assuntos e
garantir a realização das atividades pedagógicas do eixo sócio-afetivo e cognitivo, de
modo que, ao final, todos o conteúdo seja abordado e a carga horária cumprida. Cabe,
portanto, ao(a) professor(a) organizar o fio condutor a partir de uma análise prévia de
todo manual de modo a facilitar a escolha das atividades que mais se adéquam ao tema
de acordo com conhecimento que tem sobre a sua turma. Ao final de cada tema, cabe
ao(à) professo(a) fazer a síntese do assunto abordado de maneira a facilitar a
consolidação gradual do aprendizado de todos os conteúdos do curso.
Esperamos contribuir com a consolidação do compromisso e envolvimento de
todos (professores e alunos) na formação desse profissional tão importante para o
quadro da saúde, tendo em mente que, sem a curiosidade que me move, que me
inquieta, que me insere na busca, não aprendo nem ensino, como lembra o mestre
Paulo Freire.
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Objetivos de Aprendizagem
Ao final da disciplina os alunos devem ser capazes de...
1. Discutir concepções de cidadania;
2. Diferenciar ética e moral;
3. Descrever os princípios da bioética;
4. Discutir os princípios da bioética nos diversos contextos da área profissional.
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Conteúdo Programático
1. Direitos de cidadania;
2. Ética e Moral;
3. Princípios de Bioética e suas interlocuções com a prática profissional.
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Atividades Sócio afetivas
1. MINHA BANDEIRA
Material necessário: folhas de papel e lápis.
Coordenar a atividade a partir da seguinte orientação:
1. Explicar para turma o significado que uma bandeira representa para um país e os
significados que contém;
2. Pedir para que cada aluno faça em uma folha de papel ofício um desenho que
represente uma bandeira para sua vida, expressando por meio de símbolos os
valores que escolhe para viver;
3. Solicitar para os alunos que compartilhem em duplas sua bandeira;
4. Solicitar que as duplas que se sentirem a vontade compartilhem suas bandeiras com
toda a turma.
2. PACATO CIDADÃO
Coordenar a atividade a partir da seguinte orientação:
1. Convidar a turma para ouvir atentamente a música “Pacato Cidadão” do Skank1;
2. Perguntar a turma: que relação podemos ver entre a letra da música e as discussões
que fizemos em sala de aula?
3.
PACATO CIDADÃO (Skank)
Ô pacato cidadão, te chamei a atenção
não foi à toa, não
C\'est fini la utopia, mas a guerra todo dia
Se você não gosta dele, diga logo a verdade
Sem perder a cabeça, perder a amizade
Pacato cidadão, Ô pacato da civilização
1 Letra da música disponível no endereço eletrônico: <http://letras.mus.br/skank/72338/>. Acesso
em: 16 de agosto de 2012.
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Dia a dia não
E tracei a vida inteira planos tão incríveis
Tramo à luz do sol
Apoiado em poesia e em tecnologia
Agora à luz do sol
Pacato cidadão, Ô pacato da civilização
Pacato cidadão, Ô pacato da civilização
E tracei a vida inteira planos tão incríveis
Tramo à luz do sol
Apoiado em poesia e em tecnologia
Agora à luz do sol
Pra que tanta TV, tanto tempo pra perder
Qualquer coisa que se queira saber querer
Tudo bem, dissipação de vez em quando é bão
Misturar o brasileiro com alemão
Pacato cidadão, Ô pacato da civilização
E tracei a vida inteira planos tão incríveis
Tramo à luz do sol
Apoiado em poesia e em tecnologia
Agora à luz do sol
Pra que tanta sujeira nas ruas e nos rios
Qualquer coisa que se suje tem que limpar
Pacato cidadão, Ô pacato da civilização
Ô pacato cidadão, te chamei a atenção
Não foi à toa, não
C\'est fini la utopia, mas a guerra todo dia
Dia a dia não
E tracei a vida inteira planos tão incríveis
Tramo à luz do sol
Apoiado em poesia e em tecnologia
Agora à luz do sol
Consertar o rádio e o casamento é
Corre a felicidade no asfalto cinzento
Se abolir a escravidão do caboclo brasileiro
Numa mão educação, na outra dinheiro
Pacato cidadão, Ô pacato da civilização
Pacato cidadão, Ô pacato da civilização.
3. A HISTÓRIA DE MARIA
Coordenar a atividade a partir da seguinte orientação:
1. Convidar a turma para ler o texto: A história de Maria2;
2. Discutir com base nos questionamentos abaixo:
a) Como você avalia a postura dos personagens: João, Maria, Paulo, o guarda e o
barqueiro?
b) A quem você atribuiria a culpa pela morte de Maria?
c) Quais reflexões o exercício pode nos trazer?
d) O que este exercício tem a ver com o nosso dever de cidadão?
2 Texto retirado da referência abaixo:
ESP, Escola de Saúde Pública do Ceará. Curso Técnico em Radiologia: Módulo Contextual
Básico: Guia do Aluno: Unidade Didática 4: Ética e Legislação Profissional em Saúde. Fortaleza:
Escola de Saúde Pública do Ceará, 2012.
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3. Possivelmente, serão apresentadas versões pré-concebidas acerca da estória, como
por exemplo, a possível traição de Maria. Ao surgirem tais concepções ou outras afins,
conduzir a discussão para o fato de que muitas vezes somos tentados a expressar
concepções prévias, algumas vezes, preconceituosas, sem, no entanto, estarmos em
posse da real situação vivida. O que acaba nos levando a tomar atitudes e
expressarmos opiniões sem o respeito à ética e à moral.
A HISTÓRIA DE MARIA
Em uma ilha, moravam João e Maria eram casados e felizes. Essa ilha era
ligada apenas por uma ponte ao continente. Depois de certo tempo de casados, João
começou a chegar cada vez mais tarde em casa e Maria começou a se sentir abandonada
e ficar descontente com seu casamento com João.
Certo dia Maria conheceu Paulo, um rapaz que morava no continente e
encantou-se por ele. Enquanto seu marido ia trabalhar, Maria se encontrava com Paulo
com quem dividia suas angústias e partilhava bons momentos. Maria voltava para casa
sempre antes do marido chegar.
Um dia, quando Maria voltava para casa, encontrou um homem atacando as
pessoas que passavam na ponte, ameaçando de morte a quem ousasse atravessá-la. Ela
então correu para a casa de Paulo e lhe pediu proteção. Ele respondeu que não tinha
nada a ver com isso e que o problema era dela. Maria então procurou um guarda que foi
com ela até a ponte, mas acovardou-se diante do bandido e não teve coragem de
enfrentá-lo.
Maria, então, resolveu procurar um barqueiro, que trabalhava ali atravessando
as pessoas no rio todos os dias. Este aceitou levá-la, mas naquele dia, como a ponte
estava interditada, o preço era de R$50,00. Maria não tinha a quantia, implorou, mas o
barqueiro foi irredutível. Maria então voltou para ponte e, desesperada, por iniciativa
própria, resolveu atravessá-la sozinha e o bandido a matou.
4. QUEM É O “BIG BROTHER”?
Coordenar a atividade a partir da seguinte orientação:
1. Convidar a turma para ler o Texto “Afinal – quem é o Big Brother? De Eugenio
Mussak;
2. Perguntar a turma: que relação podemos fazer entre as idéias do autor e as
discussões que fizemos em sala de aula?
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AFINAL, QUEM É O BIG BROTHER?3
Por Eugenio Mussak
O Programa
Não fosse nossa própria vida um show bastante real, ainda somos impelidos a
assistir a um dos reality shows em exibição em algum canal de televisão. O mais
famoso no mundo inteiro é o que sugere que há um poder central, chamado Grande
Irmão, vendo e ouvindo tudo o que um grupo de pessoas fazem confinados dentro de
uma casa.
A História
Mas afinal, quem é esse Grande Irmão? A origem dessa história está em 1948,
quando o escritor inglês George Orwell escreveu um livro chamado “1984”. O título
deriva simplesmente da inversão dos dois últimos algarismos. Orwell escreveu sobre
uma sociedade imaginária do futuro, cerca de quatro décadas após o final da segunda
guerra mundial. Imaginou uma grande nação chamada Oceania, dominada por um
regime totalitarista em moldes que poderiam ter sido criados por Adolf Hitler, Joseph
Stalin ou pelo ditador espanhol Francisco Franco.
O ditador em questão é conhecido apenas por Grande Irmão (Big Brother) e, na
verdade, não é uma pessoa real, e sim um personagem-símbolo criado pelo Partido, a
cúpula instalada no poder. Essa cúpula denomina-se a parte interna do Partido (The
Inner Party) e corresponde a cerca de 1% da população. Há ainda a parte externa (The
Outer Party), com aproximadamente 18% da população, e que presta os serviços da
burocracia estatizante que permite o controle do poder. O restante 81% de toda a
população é formada pela chamada plebe (The Proles), representada pelos trabalhadores
das fábricas e das fazendas, que, quanto mais ignorantes forem, melhor para o Partido.
Ninguém jamais viu o Grande Irmão pessoalmente. A única imagem é
representada por uma foto impessoal em um pôster bastante difundido, em que se pode
3 MUSSAK, E. Afinal, quem é o big brother. Revista Você S/A. São Paulo: Editora Abril. Disponível
em: <http://eugeniomussak.com.br/afinal-quem-e-o-big-brother/>. Acesso em 16 de agosto de
2012.
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ler a frase tema: “O Grande Irmão está observando você”. A figura do dito cujo é grave
e agressiva. É inspirada nitidamente no semblante dominador de Stalin.
Se ninguém nunca viu o Grande Irmão, o contrário não é verdadeiro. Todos são
vistos e ouvidos o tempo todo por ele. Como ocorre essa onipresença? Simples, através
da tecnologia. Cada cômodo, em cada casa, em cada ambiente, está dotado de uma
câmera de vídeo que registra durante as vinte e quatro horas do dia, cada movimento de
cada cidadão de Oceania.
Pronto! População controlada, garantia de manutenção do poder.
Os autores de ficção, quando descrevem o mundo no futuro, podem optar por uma
visão positiva ou negativa. É prerrogativa do escritor. Orwell optou por um cenário
tenso, querendo alertar para os perigos dos sistemas totalitários, sendo que um dos mais
dramáticos havia sido recém derrotado: o nazifascismo.
A realidade
Passadas as quatro décadas, o mundo começa a pensar se Orwell não tinha razão
ao imaginar um mundo com cidadãos totalmente vigiados. Não só por câmeras e
microfones, tão comuns em ambiente públicos atualmente, mas principalmente por
sistemas de computadores em rede. O CPF ou o RG de qualquer pessoa, digitado num
computador de um banco, do departamento de crédito de uma loja, da recepção de um
hotel, da companhia aérea, do policial na beira da estrada, informam sobre sua vida de
contribuinte, de pagador, de cidadão.
Lembro-me sempre de um amigo que teve o cartão de crédito recusado num
restaurante, porque provavelmente havia passado do limite, o que pode acontecer com
qualquer um. O relato de meu amigo é carregado de angústia. Diz ele que percebeu o ar
de reprovação do garçom, e que ficou esperando que entrasse pela porta do restaurante
um robô chamado Visacop, para desintegrá-lo com uma pistola a raios, sob o olhar
atônito dos outros clientes.
Parece uma cena de ficção (meu amigo é bem chegado em ficção científica), mas
explica bem um sentimento comum atualmente: o de estarmos sendo vigiados e
controlados de uma forma que chega perto da perda da individualidade. O grande poder,
representado especialmente pelo poder econômico, sabe mais sobre cada um de nós, do
que gostaríamos.
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A alternativa
A grande sacada, nessa questão esquisita é: já que não há alternativa, e estarei
sendo vigiado de qualquer maneira, quero escolher quem vai me vigiar. E eu escolho ser
vigiado por mim mesmo!
Não, não é paranóia. Trata-se do exercício legítimo dos chamados autos:
autocontrole, autoconhecimento, autoconfiança, autoestima...
Lembro-me da frase predileta de Sócrates: “conhece-te a ti mesmo”. Quando
conhecemos nossos limites e nossos alcances, temos uma chance muito maior de evitar
erros, e de promover nosso próprio desenvolvimento, diminuindo nossos limites e
aumentando nossos alcances.
Pare um pouco para pensar, e você perceberá que a maioria dos erros que cometeu
na vida (e você os cometeu, com certeza) deriva da falta de conhecimento sobre você
mesmo. Fez coisas que não poderia ter feito, por falta de preparo, e deixou de fazer o
que poderia ter feito, por falta de conhecer seu próprio potencial. Quem mantém sua
vida sob controle, tem a vantagem da decisão acertada.
E o melhor processo para o autoconhecimento é a autoanálise. Ainda que a ajuda
de outra pessoa, especialmente de um profissional, é sempre bem vinda, nós podemos
desenvolver nossa capacidade de auto-observação, autopercepção e autoapreciação.
Personalidades saudáveis são autoapreciáveis. Desenvolvem autoestima e conseguem
criar um mundo com relações humanas adequadas.
Quando me perguntam sobre minha definição de autoestima, eu costumo dizer
que se trata do “sistema imunológico da felicidade”, pois é método mais eficaz para
conduzir nossas ações com independência e responsabilidade.
Portanto olho grande sobre você mesmo. O homem adulto é responsável, é
independente. Tem seu sistema de controle baseado em suas próprias observações. As
demais câmeras da vida estão sobre ele de qualquer maneira, mas não registram
surpresas, a não ser as agradáveis. Seja seu próprio Big Brother, e você evitará muitos
contratempos e até alguns constrangimentos, para não dizer “micos”.
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5. ÉTICA E SEUS VALORES4
Material necessário: Bexiga, tiras de papel
Coordenar a atividade a partir da seguinte orientação:
1. Orientar que os alunos fiquem de pé e formem um círculo;
2. Entregar uma bexiga vazia para cada participante, com um tira de papel dentro (que
terá uma palavra ou uma pequena frase para o final da dinâmica);
3. Falar ao grupo que essas bexigas representam as tentações que enfrentamos no nosso
dia-a-dia (de acordo com a vivência de cada um), e as dificuldades para se manter um
comportamento ético em todas as situações da nossa vida;
4. Orientar que cada um deverá encher a sua bexiga e brincar com ela jogando-a para
cima com as diversas partes do corpo; depois todos brincam com todas as bexigas,
sendo que todos juntos não devem deixar nenhuma bexiga cair, pois assim, quem deixar
uma bexiga cair, terá sucumbido à tentação de agir sem ética em algum momento;
5. Aos poucos, pedir para que alguns dos participantes (um a um, aos poucos) deixem
sua bexiga no ar e vão se sentando; os restantes continuam no jogo, tendo que manter
todas as bexigas no ar. Quando perceber que quem ficou no centro não está dando conta
de vencer todas as tentações, pedir para que cada um segure uma bexiga e volte ao
círculo;
6. Discutir com base nos questionamentos abaixo:
a) A quem ficou no centro, o que sentiu quando percebeu que estava ficando
sobrecarregado de tentações?
b) E a quem saiu, o que sentiu?
7. Pedir aos participantes que estourem as bexigas e peguem o seu papel com o seu
ingrediente. Um a um deverão ler e fazer um comentário para o grupo, o que aquela
palavra significa para ele.
Observação: Dicas de palavras: (coloca-se no papel só a palavra, a definição que aqui
está serve de guia para o professor complementar a descrição do membro do grupo, se
for necessário).
4 Dinâmica adaptada do endereço eletrônico:
http://www.juraemprosaeverso.com.br/Dinamicas/DinamicaDaEticaESeusValores.htm. Acesso
em 15 de agosto de 2012.
CURSO TÉCNICO EM SAÚDE BUCAL INTEGRADO
AO ENSINO MÉDIO DISCIPLINA 7
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Lealdade: Quem é leal é ético para com seus amigos, jamais sucumbe á tentação de trair.
Concorrência: A ética é absolutamente necessária na concorrência. Precisamos concorrer
lealmente, sempre respeitando as Leis, as Regras e nossos concorrentes.
Honestidade: O honesto é ético por natureza. Seja honesto para consigo mesmo, para com o
próximo, para com Deus. A honestidade é vacina que reforça suas defesa contra a tentação de agir
sem ética.
Não seja muito ambicioso: Sendo ético você poderá conquistar seus objetivos. A ambição, o desejo
incontrolável de possuir, de ter, pode enfraquecer seu caráter e leva-lo a sucumbir a tentação de agir
sem ética em algum momento.Devemos desejar as coisas que podemos conquistar com nosso esforço.
Trabalho - A ética e o trabalho honesto andam juntos. O trabalho deve ser o único meio para se
conseguir realizar os desejos. Quem deseja muito, mas não se dedica ao trabalho, estará mais
vulnerável. O caminho que promete ser mais rápido, exigir menos esforço, menos sacrifícios para se
conseguir o que deseja, quase sempre está repleto de armadilhas e situações de risco.
Não seja muito apressado - Nunca se esqueça que você precisa ser ético em todas as
circunstancias. A pressa quase sempre é inimiga da perfeição. Seja paciente consigo mesmo. Planeje a
longo prazo. Você tem toda a sua vida pela frente. Busque conquistar seus objetivos, um a um, ao
longo do tempo.
Cabe ao professor criar um bom número de palavras evitando palavras repetidas mais de
duas vezes. Até duas vezes é possível repetir sim, e você verá que cada membro que
pegar uma palavra que já foi usada, poderá falar sobre ela, abordando um outro aspecto.
8. Pedir que os alunos expressem seus sentimentos em relação à dinâmica realizada.
6. DIVISÃO DA TURMA EM PEQUENOS GRUPOS
Estas atividades podem ser utilizadas quando o professor desejar a formação de
pequenos grupos em sala de aula.
Coordenar a atividade a partir da seguinte orientação:
SUGESTÃO 1
1. Dividir a letra da música conhecida em estrofes e distribuir para turma. Repetir as
estrofes de acordo com o número de alunos e o número de grupos que desejar
dividir a turma. Se desejar formar 5 grupos, por exemplo, divide a música em cinco
estrofes, repetindo-as para que todos os alunos participem;
2. Solicitar que quem estiver cantando a mesma estrofe da letra da música formar um
grupo;
CURSO TÉCNICO EM SAÚDE BUCAL INTEGRADO
AO ENSINO MÉDIO DISCIPLINA 7
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SUGESTÃO 2
1. Solicitar que os alunos digam qual o mês em que nasceram;
2. Solicitar que se agrupem por mês de nascimento. Reagrupar a turma formando o
número de grupos desejado juntando os meses do ano com bimestres (6 grupos), ou
trimestres (4 grupos), etc
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AO ENSINO MÉDIO DISCIPLINA 7
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Atividades Cognitivas
1. NECESSIDADES HUMANAS
Material necessário: som e cd
Coordenar a atividade a partir da seguinte orientação:
1. Convidar a turma para ouvir atentamente a letra da música dos Titãs “Comida”5.
Comida (titãs)
Bebida é água
Comida é pasto
Você tem sede de que?
Você tem fome de que?
A gente não quer só comida,
A gente quer comida, diversão e arte.
A gente não quer só comida,
A gente quer saída para qualquer parte.
A gente não quer só comida,
A gente quer bebida, diversão, balé.
A gente não quer só comida,
A gente quer a vida como a vida quer
A gente não quer só comer,
A gente quer comer e quer fazer amor
A gente não quer só comer,
A gente quer prazer pra aliviar a dor
A gente não quer só dinheiro,
A gente quer dinheiro e felicidade
A gente não quer só dinheiro,
A gente quer inteiro
E não pela metade
Desejo, necessidade e vontade.
Necessidade vontade
2. Coordenar um debate a partir das perguntas:
De que assunto trata a letra da música dos titãs?
3. Dividir a turma em 4 grupos e solicita que, inspirados na letra da música dos Titãs,
façam uma lista das necessidades humanas mais completa possível, e em seguida
organize-as colocando-as em ordem de prioridade, de acordo com a visão do grupo;
4. Solicitar aos grupos que apresentem sua lista e respondam a pergunta:
Que critérios foram utilizados por vocês para hierarquizar as necessidades
humanas que listaram?
5 Letra da música disponível no endereço eletrônico: <http://letras.mus.br/titas/91453/>. Acesso
em: 16 de agosto de 2012.
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5. Convidar a turma para leitura coletiva do texto “Teoria de Maslow – A Hierarquia
das necessidades;
6. Coordenar um debate a partir da pergunta:
a) Que relação podemos fazer entre a Teoria de Maslow e a letra da música dos
Titãs?
b) Qual a utilidade de organizar uma hierarquia para as necessidades humanas?
c) Que vantagens e desvantagens temos com essa organização hierárquica das
necessidades humanas? Quem ganha e/ou quem perde vantagens e desvantagens?
TEORIA DE MASLOW - A HIERARQUIA DAS NECESSIDADES6
Daniel Portillo Serrano
O psicólogo americano, Abraham Maslow criou um método simples para entender
as necessidades individuais do homem: a “pirâmide de Maslow”. Na base dessa
pirâmide estão as necessidades fisiológicas (fome, sede, sono etc.); acima delas as de
segurança (proteção, moradia, emprego etc.); depois as sociais (carinho, compreensão,
amizade etc.); depois as de auto estima (status, respeito etc.); e, finalmente, no topo, as
de autorealização (superação, beleza, conhecimento, riqueza etc.). No seu modo de
pensar, as necessidades seguem um “padrão” e, na medida em que o homem tem
satisfeita uma necessidade, automaticamente desinteressa-se por ela e salta para a
subsequente, que passa a ser sua nova preocupação, e assim por diante até chegar ao
topo da pirâmide. Desse modo, a primeira preocupação na escalada da “pirâmide” é
com a sobrevivência a partir dos alimentos. Na verdade, nessa fase “pensamos com o
estômago”.
Quando vences essa primeira etapa, estando alimentado se parte para o segundo “degrau”:
a segurança, no caso emprego e moradia, basicamente. Com o tempo e esforço consegue-se
emprego e moradia e este homem já não lembra bem de quando passava fome nem de quando
estava desempregado. Agora, ele já pula para a etapa seguinte que é suprir nossas necessidades
sociais e daí por diante e até o topo.
6 SERRANO, D. P. Teoria de Maslow: a hierarquia das necessidades. Disponível em: <
http://www.admtec.com.br/modules.php?name=News&file=article&sid=22 >. Acesso em 09 de agosto de 2004.
CURSO TÉCNICO EM SAÚDE BUCAL INTEGRADO
AO ENSINO MÉDIO DISCIPLINA 7
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Pensar a respeito desta pirâmide ajuda a entender o comportamento da sociedade que de
maneira geral não deixa de alimentar, por mais humilde que seja, a vontade de ascender.
Maslow cita o comportamento motivacional, que é explicado pelas necessidades
humanas. Entende-se que a motivação é o resultado dos estímulos que agem com força
sobre os indivíduos, levando-os a ação. Para que haja ação ou reação é preciso que um estímulo
seja implementado, seja decorrente de coisa externa ou proveniente do próprio organismo. Esta
teoria nos dá idéia de um ciclo, o Ciclo Motivacional.
Quando o ciclo motivacional não se realiza, sobrevém a frustração do indivíduo que
poderá assumir várias atitudes:
a) Comportamento ilógico ou sem normalidade;
b) agressividade por não poder dar vazão a insatisfação contida;
c) nervosismo, insônia, distúrbios circulatórios/digestivos;
d) falta de interesse pelas tarefas ou objetivos;
e) passividade, moral baixa, má vontade, pessimismo, resistência às modificações,
insegurança, não colaboração, etc.
Quando a necessidade não é satisfeita e não sobrevindo as situações anteriormente
mencionadas, não significa que o indivíduo permanecerá eternamente frustrado. De
alguma maneira a necessidade será transferida ou compensada. Daí percebe-se que a
motivação é um estado cíclico e constante na vida pessoal.
A teoria de Maslow é conhecida como uma das mais importantes teorias de motivação.
Para ele, as necessidades dos seres humanos obedecem a uma hierarquia, ou seja, uma escala de
valores a serem transpostos. Isto significa que no momento em que o indivíduo realiza uma
necessidade, surge outra em seu lugar, exigindo sempre que as pessoas busquem meios para
satisfazê-la. Poucas ou nenhuma pessoa procurará reconhecimento pessoal e status se suas
necessidades básicas estiverem insatisfeitas.
O comportamento humano, neste contexto, foi objeto de análise pelo próprio
Taylor, quando enunciava os princípios da Administração Científica. A diferença entre
CURSO TÉCNICO EM SAÚDE BUCAL INTEGRADO
AO ENSINO MÉDIO DISCIPLINA 7
20
Taylor e Maslow é que o primeiro somente enxergou as necessidades básicas como
elemento motivacional, enquanto o segundo percebeu que o indivíduo não sente, única e
exclusivamente necessidade financeira.
Maslow apresentou uma teoria da motivação, segundo a qual as necessidades humanas
estão organizadas e dispostas em níveis, numa hierarquia de importância e de influência, numa
pirâmide, em cuja base estão as necessidades mais baixas (necessidades fisiológicas) e no topo,
as necessidades mais elevadas (as necessidades de auto realização).
De acordo com Maslow, as necessidades fisiológicas constituem a sobrevivência do
indivíduo e a preservação da espécie: alimentação, sono, repouso, abrigo, etc. As necessidades
de segurança constituem a busca de proteção contra a ameaça ou privação, a fuga e o perigo. As
necessidades sociais incluem a necessidade de associação, de participação, de aceitação por
parte dos companheiros, de troca de amizade, de afeto e amor. A necessidade de estima envolve
a auto apreciação, a autoconfiança, a necessidade de aprovação social e de respeito, de status,
prestígio e consideração, além de desejo de força e de adequação, de confiança perante o
mundo, independência e autonomia. As necessidades de auto realização são as mais elevadas, de
cada pessoa realizar o seu próprio potencial e de auto desenvolver-se continuamente.
Sintetizando, essas necessidades englobam três tipos de motivos:
1) os físicos;
2) os de interação com os outros;
3) os relacionamentos com o self.
Os desejos mais altos da escala só serão realizados quando os que estão mais abaixo
estiverem mais ou menos satisfeitos.
2. CIDADANIA
Coordenar a atividade a partir das seguintes orientações:
1. Conduzir um debate a partir das perguntas:
a) Como a sociedade se organiza para satisfazer as necessidades humanas?
b) Quais as necessidades humanas que são reconhecidas como direito? Por quê?
c) Quais as necessidades humanas que não são reconhecidas como direito? Por
quê?
d) Como adquirimos estes direitos?
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2. Convidar a turma para ouvir atentamente a letra da música “Cidadão”, de Zé
Ramalho7;
3. Coordenar um debate a partir das perguntas:
a) Quem são os personagens que aparecem na letra da música?
b) Todos os personagens que aparecem na letra da música são considerados
cidadãos?
c) Por que você acha que a música tem como título “Cidadão”?
4. Convidar a todos para leitura coletiva do texto “Cidadania: uma história de sonhos,
lutas e conquistas”. Ao final perguntar para turma:
O que entendemos por Cidadania?
Cidadão (Zé Ramalho)
Tá vendo aquele edifício moço
Ajudei a levantar
Foi um tempo de aflição
Eram quatro condução
Duas prá ir, duas prá voltar
Hoje depois dele pronto
Olho prá cima e fico tonto
Mas me vem um cidadão
E me diz desconfiado
"Tu tá aí admirado?
Ou tá querendo roubar?"
Meu domingo tá perdido
Vou prá casa entristecido
Dá vontade de beber
E prá aumentar meu tédio
Eu nem posso olhar pro prédio
Que eu ajudei a fazer...
Tá vendo aquele colégio moço
Eu também trabalhei lá
Lá eu quase me arrebento
Fiz a massa, pus cimento
Ajudei a rebocar
Minha filha inocente
Vem prá mim toda contente
"Pai vou me matricular"
Mas me diz um cidadão:
"Criança de pé no chão
Aqui não pode estudar"
Essa dor doeu mais forte
Por que é que eu deixei o norte
Eu me pus a me dizer
Lá a seca castigava
Mas o pouco que eu plantava
Tinha direito a comer...
Tá vendo aquela igreja moço
Onde o padre diz amém
Pus o sino e o badalo
Enchi minha mão de calo
Lá eu trabalhei também
Lá foi que valeu a pena
Tem quermesse, tem novena
E o padre me deixa entrar
Foi lá que Cristo me disse:
"Rapaz deixe de tolice
Não se deixe amedrontar
Fui eu quem criou a terra
Enchi o rio, fiz a serra
Não deixei nada faltar
Hoje o homem criou asa
E na maioria das casas
Eu também não posso entrar
Fui eu quem criou a terra
Enchi o rio, fiz a serra
Não deixei nada faltar
Hoje o homem criou asas
E na maioria das casas
Eu também não posso entrar"
7 Letra da música disponível no endereço eletrônico: <http://letras.mus.br/ze-ramalho/75861/>.
Acesso em 15 de agosto de 2012.
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CIDADANIA: UMA HISTÓRIA DE SONHOS, LUTAS E CONQUISTAS8
Toda história, é a história de um povo, de homens e mulheres iguais a todos nós,
que sonham, lutam e assim constroem uma vida melhor.
A palavra CIDADANIA é derivada de cidadão, que vem do latim “civitas”, que
quer dizer cidade. A palavra cidadania foi usada na Roma antiga para indicar a situação
política de uma pessoa e os direitos que essa pessoa tinha ou podia exercer. Era
considerado cidadão aquele que estava integrado na vida política da cidade.
Naquela época, e durante muito tempo, a noção de cidadania esteve ligada à idéia
de privilégio, pois os direitos de cidadania eram explicitamente restritos a determinadas
classes e grupos. Ao falarmos de CIDADANIA, estamos falando de direitos e deveres
do cidadão.
DIREITOS o que é justo, conforme a Lei e a justiça. Normas de convivência
dos homens com a sociedade.
DIREITOS CIVIS o direito de dispor do próprio corpo, de ir e vir e de segurança.
DIREITOS
SOCIAIS
o direito de ter nossas necessidades humanas básicas atendidas, tais
como: trabalho, saúde, escola, lazer, cultura, moradia e etc.
DIREITOS
POLÍTICOS
o direito de livre expressão de pensamento e idéias, como também
de participar na política (partidária, sindical, comunitária, etc.) além
de poder votar e ser votado nas eleições.
DEVERES obrigação de fazer ou deixar de fazer alguma coisa, imposta por lei,
pela moral ou pela própria consciência.
São alguns dos nossos DEVERES de cidadão:
Respeitar as Leis;
Preservar o meio ambiente;
Conhecer e reivindicar nossos direitos, etc.
Durante muito tempo, a noção de cidadania esteve vinculada ao ato de votar. No
entanto, o povo queria ser cidadão todo dia, em todos os lugares; no trabalho, na escola,
na sua casa, na sua vida...
8CIDADANIA: uma história de sonhos, lutas e conquistas. Disponível em: < www.dhnet.org.br >.
Acesso em 20 de junho de 2004.
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No Brasil, estamos gestando a nossa cidadania. Demos passos importantes com o
processo de redemocratização e a Constituição de 1988. Mas, muito temos que andar.
Ainda predomina uma visão reducionista da cidadania (votar, e de forma obrigatória,
pagar os impostos... ou seja, fazer coisas que nos são impostas) e encontramos muitas
barreiras culturais e históricas para a vivência, acostumados a apanhar calados, a dizer
sempre “sim senhor”, a engolir sapos, a achar “normal” as injustiças, a termos um
“jeitinho” para tudo, a não levar a sério a coisa pública, a pensar que direitos são
privilégios e exigi-los é ser boçal e metido, a pensar que Deus é brasileiro e se as coisas
estão como estão é por vontade Dele.
Os direitos que temos não nos foram conferidos, mas conquistados. Muitas vezes,
compreendemos os direitos como uma concessão, um favor de quem está em cima para
os que estão em baixo. Contudo, a cidadania não nos é dada, ela é construída e
conquistada a partir da nossa capacidade de organização, participação e intervenção
social.
A cidadania não surge do nada como um toque de mágica, nem tão pouco a
simples conquista legal de alguns direitos significa a realização destes direitos. É
necessário que o cidadão participe, seja ativo, faça valer os seus direitos. Simplesmente
porque existe o Código do Consumidor, automaticamente deixarão de existir os
desrespeitos aos direitos do consumidor ou então estes direitos se tornarão efetivos?
Não! Se o cidadão não se apropriar desses direitos fazendo-os valer, esses serão letra
morta, ficarão só no papel.
Construir cidadania é também construir novas relações e consciências. A
cidadania é algo que não se aprende com os livros, mas com a convivência, na vida
social e pública. É no convívio do dia-a-dia que exercitamos a nossa cidadania, através
das relações que estabelecemos com os outros, com a coisa pública e o próprio meio
ambiente. A cidadania deve ser perpassada por temáticas como a solidariedade, a
democracia, os direitos humanos, a ecologia, a ética.
A cidadania é tarefa que não termina, não é como um dever de casa, onde faço a
minha parte, apresento e pronto, acabou. Enquanto seres inacabados que somos, sempre
estaremos buscando, descobrindo, criando e tomando consciência mais ampla dos
direitos. Nunca poderemos chegar e entregar a tarefa pronta, pois novos desafios na vida
social surgirão, demandando novas conquistas e, portanto, mais cidadania.
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3. A GENTE QUER VIVER PLENO DIREITO
Material necessário: som com CD.
Coordenar a atividade a partir da seguinte orientação:
1. Convidar a turma para escutar a letra da música “É” de Gonzaguinha9;
2. Coordenar um debate a partir das perguntas:
a) O que é ser um cidadão de acordo com a letra da música?
b) Quais as semelhanças e diferenças entre as concepções de cidadão/cidadania
trazidos pela letra da música de Zé Ramalho e de Gonzaguinha?
3. Convidar a turma para fazer um coral e cantar a música.
É (Gonzaguinha)
É, a gente quer valer o nosso amor
a gente quer valer nosso suor
a gente quer valer o nosso humor
a gente quer do bom e do melhor
a gente quer carinho e atenção
a gente quer calor no coração
a gente quer suar, mas de prazer
a gente quer é ter muita saúde
a gente quer viver a liberdade
a gente quer viver felicidade...
É, gente não tem cara de panaca
a gente não tem jeito de babaca
a gente não está com a bunda exposta
na janela pra passar a mão nela
É a gente quer viver pleno direito
a gente quer viver todo respeito
a gente quer viver uma nação
a gente quer é ser um cidadão
4. OS MISERÁVEIS
Material necessário: TV e DVD
9 Letra de música disponível no endereço eletrônico: <http://letras.mus.br/gonzaguinha/16456/>.
Acesso em 15 de agosto de 2012.
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Coordenar a atividade a partir da seguinte orientação:
1. Convidar a turma para assistir ao filme: Os miseráveis10
;
Título original: (Les Misérables)
Lançamento: 1998 (EUA)
Direção: Billie August
Duração: 134 minutos
Sinopse
Após cumprir 19 anos de prisão com trabalhos forçados por ter roubado comida, Jean Valjean (Liam
Neeson) é acolhido por um gentil bispo (Peter Vaughan), que lhe dá comida e abrigo. Mas havia tanto
rancor na sua alma que no meio da noite ele rouba a prataria e agride seu benfeitor, mas quando Valjean é
preso pela polícia com toda aquela prata ele é levado até o bispo, que confirma a história de lhe ter dado a
prataria e ainda pergunta por qual motivo ele esqueceu os castiçais, que devem valer pelo menos dois mil
francos. Este gesto extremamente nobre do religioso devolve a fé que aquele homem amargurado tinha
perdido. Após nove anos ele se torna prefeito e principal empresário em uma pequena cidade, mas sua paz
acaba quando Javert (Geoffrey Rush), um guarda da prisão que segue a lei inflexivelmente, tem
praticamente certeza de que o prefeito é o ex-prisioneiro que nunca se apresentou para cumprir as
exigências do livramento condicional. A penalidade para esta falta é prisão perpétua, mas ele não
consegue provar que o prefeito e Jean Valjean são a mesma pessoa. Neste meio tempo uma das
empregadas de Valjean (que tem uma filha que é cuidada por terceiros) é despedida, se vê obrigada a se
prostituir e é presa. Seu ex-patrão descobre o que acontecera, usa sua autoridade para libertá-la e a acolhe
em sua casa, pois ela está muito doente. Sentindo que ela pode morrer ele promete cuidar da filha, mas
antes de pegar a criança sente-se obrigado a revelar sua identidade para evitar que um prisioneiro, que
acreditavam ser ele, não fosse preso no seu lugar. Deste momento em diante Javert volta a persegui-lo, a
mãe da menina morre mas sua filha é resgatada por Valjean, que foge com a menina enquanto é
perseguido através dos anos pelo implacável Javert.
2. Ao final do filme, conduzir uma discussão a partir das perguntas:
a) Em sua opinião deveria, afinal, Valjean ter roubado o pão? Por que?
b) Que critério utilizou Jarvet para julgar Valjean?
c) Que critério utilizou o padre para julgar Valjean?
d) O que é preciso levar em conta para que possamos evitar cometermos injustiças em
nossos julgamentos?
5. ÉTICA E MORAL
Material necessário: tarjetas, canetas ou pincel atômico.
Coordenar a atividade a partir das seguintes orientações:
10 AUGUST, Billie. Les Misérables. Estados Unidos. 1998, son, color.
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1. Dividir a turma em 05 grupos;
2. Entregar a cada grupo 02 tarjetas e solicitar que conversem entre si e escrevam uma
definição para Moral e Ética, sendo uma em cada tarjeta;
3. Solicitar que cada grupo apresente suas definições;
4. Conduzir à leitura do texto: Ética e Moral11
;
5. Discutir com base nos seguintes questionamentos:
a) Como podemos diferenciar a Ética da Moral?
b) Como surgem os valores morais dentro de uma determinada sociedade?
c) Qual é a relação direta entre a Ética e a razão?
ÉTICA e MORAL
Muitas vezes, os termos Ética e Moral são usados como se fossem sinônimos, e,
de fato, em alguns momentos da história da filosofia eles chegaram a significar a mesma
coisa. Aqui, no entanto, faremos a diferenciação entre os dois conceitos no sentido de
que a Ética pode ser definida como o estudo da conduta humana em relação aos valores.
Para que isso fique mais claro vamos a um exemplo. Imagine que um médico
esteja diante desta situação: para salvar a vida de uma criança, ele precisa fazer uma
transfusão de sangue nela. Porém, a criança segue uma religião em que a transfusão é
proibida e, sendo assim, os pais dela não permitem o procedimento. O médico está
diante de dois valores: o valor religioso da família da criança e o valor do juramento que
ele fez como profissional, para fazer todo o possível para salvar uma vida. Os dois
valores correspondem à Moral.
Agora, o médico terá de tomar uma decisão: precisará pesar os valores e decidir
qual deles é mais importante, para então decidir como agir. Ou seja, é o momento em
que ele começa a avaliar de maneira racional os valores envolvidos.
11 Texto adaptado da referência abaixo:
E-Tec BRASIL, Escola Técnica Aberta do Brasil. Ministério da Educação. Universidade Federal de
Santa Catarina. Curso de Segurança do Trabalho. Aula 2: Ética e Moral. Brasília: Ministério da
Educação. 2011. 36p.
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A Ética precisa de uma “matéria-prima” para poder ser aplicada, precisa que
existam valores estabelecidos. Como exemplos de valores morais de nossa sociedade
temos:
a. a fidelidade;
b. a liberdade;
c. a igualdade entre os seres humanos;
d. o matrimônio;
e. a honestidade;
f. a prioridade no cuidado com crianças, doentes e idosos;
g. a valorização do trabalho;
h. e até a própria democracia.
É claro que muitas vezes a própria Ética põe em questão a verdade desses
valores, mas sem um conjunto de valores a Ética não tem como exercer sua função de
medir quais atitudes devem ser tomadas, levando-se em conta os valores que estão em
jogo. É como se a Ética fosse uma “balança” e os objetos pesados nessa balança fossem
as ações relativas aos valores. Tais valores representam todo o conteúdo da Moral.
Fonte: www.sxc.hu/photo/875412
Figura 2.1: A ética é como uma balança.
Outro exemplo que podemos dar para tornar a diferenciação entre Ética e Moral
mais clara é o seguinte: imagine que você esteja em uma sala com 30 portas e cada uma
delas corresponda a um valor moral. Agora imagine-se tendo que escolher, usando a
razão, uma das portas para entrar. A sua escolha em relação a uma delas será uma
atitude ética, porque você estará realizando uma ação (abrir uma porta) guiado pela
comparação racional que você fez entre os valores ligados a cada porta. Agora imagine
Ste
ph
en
Sta
ce
y
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você nessa mesma sala, só que sem nenhuma porta para escolher. Ora, se não existem
portas, não pode haver escolha entre elas, da mesma forma que, se não existirem
valores, não se pode decidir o que fazer eticamente. Ficou mais simples de entender?
A origem da Moral
A pergunta pela origem dos valores morais nos leva à pergunta pela própria
origem das sociedades humanas. Isso porque toda organização humana só é possível se
houver limitações entre seus membros, ou seja, coisas que são permitidas fazer e outras
que não o são.
O estabelecimento daquilo que é certo e errado em determinado grupo humano
depende de vários fatores que ao longo do tempo constroem uma conduta moral
específica. Vamos tomar como exemplo o curioso caso do fato de a vaca ser um animal
sagrado para boa parte da Índia.
Causar qualquer tipo de mal a uma vaca na Índia é tido por parte dos indianos
como algo extremamente imoral. Pode parecer algo sem sentido, mas a razão de ser
assim é que, dentro da concepção religiosa dos indianos, a vaca representa a própria
bondade, porque além de ser um animal pacato, dela se retira o leite que compõe de
maneira tão nutritiva a dieta humana. Além disso, a maior parte das religiões que são
seguidas na Índia, quando não obrigam, pelo menos recomendam o vegetarianismo.
Portanto, a vaca passa a representar esse ideal religioso de respeito entre todos
os seres vivos e a preservação da harmonia deles com os seres humanos.
No Ocidente não existe uma orientação religiosa que recomende o
vegetarianismo e, dessa maneira, não se formou aqui um valor moral ligado ao fato de
não se comer carne.
A fundação de um determinado valor dentro da sociedade é quase sempre um
processo longo que tem muito a ver com as condutas que ao longo do tempo se
mostraram positivas para o bem-estar do meio. Se observarmos determinada sociedade,
localizada em uma região de muitos conflitos com outros povos, certamente
encontraremos nela a disposição e a coragem até mesmo para a guerra, como um valor
moral estabelecido.
Assim, a origem da Moral e dos valores está diretamente ligada àquelas condutas
que se mostraram eficientes para o bem de uma sociedade. As diversas culturas têm
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histórias próprias e se diferenciam quanto à religião, condição geográfica, misturas
étnicas, avanços artísticos e tecnológicos; enfim, se diferenciam por muitos aspectos.
Essas histórias próprias de cada cultura, esses aspectos característicos, é que vão
originar, como vimos nos exemplos citados, conjuntos de regras morais adequadas a
cada situação de existência das sociedades humanas.
Da diferença da Ética e da Moral quanto à racionalidade
Como vimos, a Moral pode ter como fundamento uma série de processos
históricos e de acontecimentos culturais que não precisam ser necessariamente frutos de
racionalização.
Geralmente o ser humano é diferenciado dos demais animais pela sua
capacidade racional.
Podemos dizer que essa capacidade é uma característica tanto de um índio das
florestas isoladas da áfrica quanto do indivíduo inserido em um moderno centro urbano.
No entanto, a racionalização da vida, ou seja, o emprego contínuo da racionalidade na
concepção do mundo, não é característica de todos os povos.
O processo de racionalização da vida é tipicamente ocidental e começa na
Grécia Antiga, berço da Filosofia e da Ética como um de seus campos de estudo. O que
queremos dizer aqui é que a Ética nasce junto com o processo de racionalização e que
os valores que caracterizam o que chamamos de “Moral” nascem antes desse processo.
Antes dos gregos, e nos demais povos, o homem sempre teve essa capacidade
racional que o caracteriza. Por meio dela foram estabelecidos os diversos códigos
morais que regularam todas as sociedades. Mas a Ética, repetimos, só aparece quando
existe mais que a racionalidade, quando aparece a racionalização do mundo. Ficou
difícil de entender?
A explicação é realmente difícil. Então, para facilitar, vamos tomar como
exemplo os meios em que vivemos. Vamos imaginar um indígena de uma região
qualquer do mundo que não teve contato com a cultura ocidental. A sua capacidade
racional faz com que ele possa desenvolver técnicas para produzir armas de caça,
habitações seguras, técnicas para o plantio de culturas, organização social dentro de sua
comunidade.
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No entanto, o seu tempo é o tempo da natureza, a sua técnica ainda não é uma
tecnologia e a sua realidade é a natural. Ele não criou um “mundo” que é a expressão da
racionalidade, ele simplesmente usa a sua capacidade racional no mundo. Agora
tomemos como exemplo um indivíduo de um grande centro urbano. Seu mundo é de
estruturas de concreto, aço, vidro, eletricidade e borracha, de estruturas criadas a partir
do superdesenvolvimento das técnicas (o que chamamos de tecnologia).
Por todos os lugares por onde ele caminha no seu dia a dia existe a expressão de
um mundo criado segundo o processo milenar de racionalização ocorrido no Ocidente.
O seu tempo é o do relógio, o seu mundo é o racional e a natureza, a ordem natural, é
algo que ficou em segundo plano.
Talvez você nunca tenha pensado quantos séculos de racionalização foram
necessários para construir os panoramas urbanos dos grandes centros. Tudo ali –
automóveis, televisores, máquinas, prédios, estradas, celulares, computadores – é fruto
desse longo processo que nos caracteriza.
A Moral, ou seja, a fundamentação de valores, é um processo muito mais antigo
e universal na história da humanidade do que a Ética propriamente dita. Quando
Aristóteles fundamentou a Ética como conhecimento que busca a finalidade (objetivo)
da ação humana, ele estava, na verdade, refletindo sobre essa finalidade (ou seja,
buscando a finalidade por uma racionalização).
Para Aristóteles, não existe mais uma simples repetição ou manutenção de
princípios morais que foram estabelecidos à medida que o tempo passava. Ele defendia
que o homem deveria fazer uma investigação, uma racionalização a respeito de como
deve ser a ação humana.
Se antes da Ética nós tínhamos já os valores, depois dela surge a análise
puramente racional sobre como os valores se relacionam e sobre a importância de cada
um deles.
Conclusão
Vimos, nesta aula, a diferença básica entre a Ética e a Moral. Vimos também que
o trabalho fundamental da Ética é lidar com os valores para, por meio da reflexão sobre
eles e das situações práticas que eles envolvem, decidir qual é a melhor ação a ser
realizada. Nesta aula também foi exposta a origem dos valores morais e como eles
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antecedem a própria origem da Ética, que, inclusive, depende de um processo de
racionalização intenso que historicamente teve sua origem no Ocidente.
Deve ainda ficar muito clara a questão da relatividade dos valores morais, uma
vez que cada cultura tem processos próprios e complexos de construção de suas
condutas reguladoras (valores morais).
Resumo
Os valores morais são relativos e variam de acordo com a história de cada cultura.
Todos os valores morais das diversas culturas devem ser igualmente respeitados.
A variação dos valores leva em conta tempo, condições geográficas, religião,
desenvolvimentos do conhecimento, mistura de etnias e mais uma série de elementos.
Ética e Moral, embora se relacionem, são temas diferentes, já que ter valores (Moral) é
diferente de refletir sobre como agir em relação a esses valores (Ética).
A Moral é a matéria com a qual a Ética trabalha.
A Moral surge antes da Ética, por meio do estabelecimento de normas que promovem
o bem para determinada comunidade humana.
A Ética surge com o processo de racionalização ocorrido no Ocidente.
Podemos dizer que todos os seres humanos são racionais, mas a racionalização do
mundo não aconteceu em todas as culturas.
6. DILEMAS HUMANOS
Coordenar a atividade a partir das seguintes orientações:
1. Convidar a turma para leitura coletiva do texto “Dilemas Morais”, de Eugenio
Mussak;
2. Solicitar se há alguém da turma que já passou por alguma situação que envolva um
dilema ético e moral e que queira compartilhar com o grupo;
3. Convidar a turma para ouvir atentamente a letra da música “Faroeste Caboclo” da
Legião Urbana12
;
4. Conduzir um debate a partir das perguntas:
12 Letra de música disponível no endereço eletrônico: < http://letras.mus.br/legiao-
urbana/22492/>. Acesso em 15 de agosto de 2012.
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a) Que dilemas morais o personagem principal da música viveu?
b) Que fatores contribuíram para ele vivenciar tais dilemas?
c) Que mudanças identificamos que ocorreram ao longo da vida do personagem e
a que fatores podemos atribuir estas mudanças?
d) Algo poderia contribuir para que a história tivesse outro desfecho? O quê, por
exemplo?
Faroeste Caboclo (Legião Urbana)
Não tinha medo o tal João de Santo Cristo
Era o que todos diziam quando ele se perdeu
Deixou pra trás todo o marasmo da fazenda
Só pra sentir no seu sangue o ódio que Jesus lhe
deu
Quando criança só pensava em ser bandido
Ainda mais quando com um tiro de soldado o pai
morreu
Era o terror da sertania onde morava
E na escola até o professor com ele aprendeu
Ia pra igreja só pra roubar o dinheiro
Que as velhinhas colocavam na caixinha do altar
Sentia mesmo que era mesmo diferente
Sentia que aquilo ali não era o seu lugar
Ele queria sair para ver o mar
E as coisas que ele via na televisão
Juntou dinheiro para poder viajar
De escolha própria, escolheu a solidão
Comia todas as menininhas da cidade
De tanto brincar de médico, aos doze era professor.
Aos quinze, foi mandado pro o reformatório
Onde aumentou seu ódio diante de tanto terror.
Não entendia como a vida funcionava
Discriminação por causa da sua classe e sua cor
Ficou cansado de tentar achar resposta
E comprou uma passagem, foi direto a Salvador.
E lá chegando foi tomar um cafezinho
E encontrou um boiadeiro com quem foi falar
E o boiadeiro tinha uma passagem e ia perder a
viagem
Mas João foi lhe salvar
Dizia ele: "Estou indo pra Brasília
Neste país lugar melhor não há
Tô precisando visitar a minha filha
Eu fico aqui e você vai no meu lugar"
E João aceitou sua proposta
E num ônibus entrou no Planalto Central
Ele ficou bestificado com a cidade
Saindo da rodoviária, viu as luzes de Natal
"Meu Deus, mas que cidade linda,
No Ano-Novo eu começo a trabalhar"
Cortar madeira, aprendiz de carpinteiro
Ganhava cem mil por mês em Taguatinga
Na sexta-feira ia pra zona da cidade
Gastar todo o seu dinheiro de rapaz trabalhador
E conhecia muita gente interessante
Até um neto bastardo do seu bisavô
Um peruano que vivia na Bolívia
E muitas coisas trazia de lá
Seu nome era Pablo e ele dizia
Que um negócio ele ia começar
E o Santo Cristo até a morte trabalhava
Mas o dinheiro não dava pra ele se alimentar
E ouvia às sete horas o noticiário
Que sempre dizia que o seu ministro ia ajudar
Mas ele não queria mais conversa
E decidiu que, como Pablo, ele ia se virar
Elaborou mais uma vez seu plano santo
E sem ser crucificado, a plantação foi começar.
Logo logo os maluco da cidade souberam da
novidade:
"Tem bagulho bom ai!"
E João de Santo Cristo ficou rico
E acabou com todos os traficantes dali.
Fez amigos, frequentava a Asa Norte
E ia pra festa de rock, pra se libertar
Mas de repente
Sob uma má influência dos boyzinho da cidade
Começou a roubar.
Já no primeiro roubo ele dançou
E pro inferno ele foi pela primeira vez
Violência e estupro do seu corpo
"Vocês vão ver, eu vou pegar vocês"
Agora o Santo Cristo era bandido
Destemido e temido no Distrito Federal
Não tinha nenhum medo de polícia
Capitão ou traficante, playboy ou general
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Foi quando conheceu uma menina
E de todos os seus pecados ele se arrependeu
Maria Lúcia era uma menina linda
E o coração dele pra ela o Santo Cristo prometeu
Ele dizia que queria se casar
E carpinteiro ele voltou a ser
"Maria Lúcia pra sempre vou te amar
E um filho com você eu quero ter"
O tempo passa e um dia vem na porta
Um senhor de alta classe com dinheiro na mão
E ele faz uma proposta indecorosa
E diz que espera uma resposta, uma resposta do
João
"Não boto bomba em banca de jornal
Nem em colégio de criança isso eu não faço não
E não protejo general de dez estrelas
Que fica atrás da mesa com o cu na mão
E é melhor senhor sair da minha casa
Nunca brinque com um Peixes de ascendente
Escorpião"
Mas antes de sair, com ódio no olhar, o velho
disse:
"Você perdeu sua vida, meu irmão"
"Você perdeu a sua vida meu irmão
Você perdeu a sua vida meu irmão
Essas palavras vão entrar no coração
Eu vou sofrer as consequências como um cão"
Não é que o Santo Cristo estava certo
Seu futuro era incerto e ele não foi trabalhar
Se embebedou e no meio da bebedeira
Descobriu que tinha outro trabalhando em seu
lugar
Falou com Pablo que queria um parceiro
E também tinha dinheiro e queria se armar
Pablo trazia o contrabando da Bolívia
E Santo Cristo revendia em Planaltina
Mas acontece que um tal de Jeremias,
Traficante de renome, apareceu por lá
Ficou sabendo dos planos de Santo Cristo
E decidiu que, com João ele ia acabar
Mas Pablo trouxe uma Winchester-22
E Santo Cristo já sabia atirar
E decidiu usar a arma só depois
Que Jeremias começasse a brigar
Jeremias, maconheiro sem-vergonha
Organizou a Rockonha e fez todo mundo dançar
Desvirginava mocinhas inocentes
Se dizia que era crente mas não sabia rezar
E Santo Cristo há muito não ia pra casa
E a saudade começou a apertar
"Eu vou me embora, eu vou ver Maria Lúcia
Já tá em tempo de a gente se casar"
Chegando em casa então ele chorou
E pro inferno ele foi pela segunda vez
Com Maria Lúcia Jeremias se casou
E um filho nela ele fez
Santo Cristo era só ódio por dentro
E então o Jeremias pra um duelo ele chamou
Amanhã às duas horas na Ceilândia
Em frente ao lote 14, é pra lá que eu vou
E você pode escolher as suas armas
Que eu acabo mesmo com você, seu porco traidor
E mato também Maria Lúcia
Aquela menina falsa pra quem jurei o meu amor
E o Santo Cristo não sabia o que fazer
Quando viu o repórter da televisão
Que deu notícia do duelo na TV
Dizendo a hora e o local e a razão
No sábado então, às duas horas,
Todo o povo sem demora foi lá só para assistir
Um homem que atirava pelas costas
E acertou o Santo Cristo, começou a sorrir
Sentindo o sangue na garganta,
João olhou pras bandeirinhas e pro povo a aplaudir
E olhou pro sorveteiro e pras câmeras e
A gente da TV que filmava tudo ali
E se lembrou de quando era uma criança
E de tudo o que vivera até ali
E decidiu entrar de vez naquela dança
"Se a via-crucis virou circo, estou aqui"
E nisso o sol cegou seus olhos
E então Maria Lúcia ele reconheceu
Ela trazia a Winchester-22
A arma que seu primo Pablo lhe deu
"Jeremias, eu sou homem. coisa que você não é
E não atiro pelas costas não
Olha pra cá filha-da-puta, sem-vergonha
Dá uma olhada no meu sangue e vem sentir o teu
perdão"
E Santo Cristo com a Winchester-22
Deu cinco tiros no bandido traidor
Maria Lúcia se arrependeu depois
E morreu junto com João, seu protetor
E o povo declarava que João de Santo Cristo
Era santo porque sabia morrer
E a alta burguesia da cidade
Não acreditou na história que eles viram na TV
E João não conseguiu o que queria
Quando veio pra Brasília, com o diabo ter
Ele queria era falar pro presidente
Pra ajudar toda essa gente que só faz...
Sofrer...
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DILEMAS MORAIS13
Por Eugênio Mussak
Muitas vezes temos que enfrentar situações em que não sabemos como agir, já
que envolvem valores que se conflitam. Mas será possível aprender a lidar com esses
momentos de dúvida?
- É claro que você pode. Mas você deveria se perguntar se você deve.
Com essa afirmação questionadora, o professor Jorge respondeu à minha
insolência. Eu havia perguntado, valendo-me de certa liberdade conquistada com o
mestre, se eu poderia assinar a lista de presença por meu colega Ricardo, que estava
ausente e andava meio pendurado em faltas.
Estávamos no curso médico, e aquela era uma aula de laboratório, e meu amigo,
como eu, lutava para estudar medicina, pois não vinha de uma família de recursos.
Ainda que em uma universidade pública, o curso de medicina é caro, pois precisa de
muitos livros e instrumentos, além de revistas e ocasionais cursos e congressos que se
aconselha participar. Eu sabia que o Ricardo estava trabalhando, ou deveria estar.
E sabia disso porque eu também era da turma que tinha que defender uns trocados
para conseguir manter a rotina de um curso extremamente exigente, em presenças e
estudo. Com nosso espírito transgressor não víamos nada de mais de um cobrir a falta
do outro, assinando em seu nome na lista de presença de vez em quando. Eu não via
nada de mal, até aquele dia.
Quando o professor Jorge aproximou e contrapôs os dois verbos – poder e dever –
ele abriu a porta de um dilema moral que eu jamais havia enfrentado conscientemente.
Descobri que há coisas que podemos fazer (basta ter a competência), o que não significa
que devemos fazer – e, para decidir, temos que consultar nossa lista de valores pessoais,
além da lista de nossas necessidades.
A consciência de conduzir sua vida levando em consideração essas duas
qualidades – o poder e o dever –, é um sinal da maioridade do homem. Em seu livro O
que é ilustração, Immanuel Kant nos explica que há uma imensa quantidade de pessoas
que parece que se esforçam para ficar na menoridade; o que, aliás, não tem nada a ver
13 MUSSAK, E. Dilemas Morais. Revista Vida Simples. Edição nº 102. São Paulo: Editora Abril S/A.
2011. Disponível em: < http://eugeniomussak.com.br/dilemas-morais/>. Acesso em 16 de agosto
de 2012.
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com a idade, e sim com a conduta. Um homem em estado de menoridade é aquele que
transfere suas decisões e nega-se a assumir responsabilidade pelo que se faz a outro, um
condutor, que define o que o menor pode e deve fazer. Ainda que ninguém esteja livre
de receber a influência dos outros, os menores são os que dependem permanentemente
dessa influência. E os menores não lidam bem com os dilemas morais da vida.
Então um dilema moral nos coloca diante de uma decisão existencial. Mas a
escolha não estaria relacionada com a necessidade do momento?
Vejamos algumas estórias esclarecedoras. Primeira: Ignácio está passeando com
sua namorada Claudia, por quem está perdidamente apaixonado. Eles estão no Rosedal
de Buenos Aires, um maravilhoso parque localizado no badalado bairro de Palermo,
onde se cultivam mais de mil diferentes espécies de rosas. De repente, Claudia insinua
que adoraria ter uma daquelas só para si. Pode Ignácio, em um arroubo, arrancar uma,
apenas uma daquelas milhares de rosas e oferecê-la a Claudia, que ele descobriu ser a
mulher de sua vida, provando que seu amor não vê barreiras para se manifestar? É claro
que ele pode sim, para isso basta ultrapassar a cerquinha meramente delimitadora que
separa o passeio do jardim, abaixar-se e colher a rosa que lhe parecer mais bonita.
Ignácio pode fazer isso, claro. É fácil e rápido.
Mas e a segunda questão? Deve ele fazer tal travessura? Se ele achar que sim,
estará considerando que aquele jardim lhe pertence, é propriedade dele, portanto pode
dispor dele como lhe parecer melhor. Só que o jardim não é do Ignácio; o jardim das
rosas é público, pertence à cidade, é propriedade de todos os cidadãos e turistas que por
lá passam todos os dias. Aquelas flores foram plantadas para embelezar a cidade, e não
para facilitar a vida de um galanteador. Se cada pessoa que lá for decidir pegar uma
rosa, adeus jardim. Ignácio pode, mas não deve.
Segunda: o jovem Severino está procurando um emprego desde que chegou do
Piauí. Ele veio atraído pela informação de que em São Paulo está sobrando trabalho. Ele
tem certeza de que vai se dar bem. Recém chegado, Severino é recebido por seus
conterrâneos que vivem em uma espécie de república do Piauí, onde sempre cabe mais
um, seguindo a lógica da generosidade nordestina. Só que ele seria bem-vindo apenas
enquanto estivesse procurando emprego, depois teria que procurar outro lugar para
morar, uma vez que já teria renda para pagar um aluguel. Seu dever era, a partir de
segunda-feira, encontrar um trabalho. E ele era consciente de seu dever.
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Com o jornal na mão, bem cedo, foi atrás do sonhado emprego, que lhe daria vida
digna a confortável. Mas os dias e as semanas se passaram e Severino percebeu que a
vida na cidade grande era mais difícil do que imaginava. Havia, sim, empregos, mas sua
parca qualificação não lhe abria as portas de nenhum deles. Severino era um analfabeto
funcional. Ele devia arrumar um emprego, mas não podia. Sua permanência em São
Paulo estava tremendamente ameaçada e ele se culpava por isso.
Terceira: Maurílio é um escritor que tem como costume observar o
comportamento das pessoas em ambientes públicos. Naquele dia estava no aeroporto de
Congonhas esperando a chamada para embarque. Sentado bem à sua frente está um
sujeito com cara de executivo preocupado. Ele fala ao celular enquanto remexe em
papéis de uma pasta que equilibra no colo. É um jovem que aparentemente está
iniciando uma carreira, e, como tal, anda sobrecarregado e um tanto estressado. Quando
desliga o celular começa a reorganizar a pasta que havia se transformado em uma
bagunça. De repente, olhou o painel eletrônico, saltou do banco e desatou a correr em
direção às escadas rolantes que levam ao piso inferior. Seu embarque havia mudado de
portão e já aparecia o aviso de última chamada. Seu impulso foi tal que não percebeu
que sua carteira de identidade, que ele segurava em uma mão, e que atualmente precisa
ser apresentada junto com o cartão de embarque, escorregou entre sua poltrona e a
vizinha. Ele simplesmente não conseguiria embarcar sem ela. Adeus, importante
reunião.
Maurílio tentou avisá-lo, mas ele já estava longe. Sentiu então que devia fazer
algo para ajudar aquele rapaz. Mas ele podia? Decidiu que sim, podia. Devia e podia. Só
que para isso ele tinha que apanhar o documento e iniciar a mesma correria, procurando
pelo jovem no piso inferior do setor de embarque de um aeroporto enlouquecido. Não
seria fácil, mas ele resolveu tentar. E achou o jovem aspirante a CEO, que lhe olhou
com espanto e o abraçou com gratidão. A decisão e o esforço valeram a pena.
Se os dilemas morais referem-se a essas duas variáveis, a busca da vida digna
também está relacionada com a potência e o dever?
De fato, nem tudo o que podemos fazer, devemos fazer, e às vezes, o que
devemos, não podemos. Na prática, ocorre uma espécie de jogo entre esses dois verbos.
E há sim, uma disputa ética entre ambos. Ignácio podia, mas não devia, por isso não fez.
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Severino, coitado, devia, mas não podia, por isso não conseguiu fazer. Maurílio podia e
devia, por isso fez.
Repare que por trás dessas decisões há um terceiro componente: o querer. Kant
também se debruçou sobre essa força. Disse ele que nós somos comandados por nossos
desejos e nossas vontades, mas que há um terceiro no comando: o arbítrio. No fim é este
que dá a palavra final. Ignácio teria colhido a flor se decidisse querer, Maurílio não teria
se cansado pelos corredores do aeroporto se não quisesse. Já o querer de Severino ainda
teria que passar por um período de estudo, preparação, qualificação. Ainda assim, tudo
isso é profundamente dependente de seu querer.
No caso da assinatura por meu amigo de faculdade, eu me vi nessa situação de
descobrir o que queria fazer com o dilema que estava instalado. Se assinasse estaria
enganando a faculdade, o professor e os outros colegas que lá estavam. Se não
assinasse, não estaria protegendo um amigo que estava em dificuldades. O que era mais
importante naquele momento? A ética ou a amizade?
Pois é, a vida muitas vezes joga conosco colocando-nos nessas ciladas. É como se
dois anjos brincalhões ficassem observando nosso comportamento e fazendo apostas
sobre nossas reações.
- Aposto uma nuvem que ele não assina, confio em seu caráter – diz um anjo.
- Pois eu aposto minha harpa nova que ele vai assinar, conheço a fraqueza dos
humanos – responde o outro.
E assim eles vão nos colocando em ciladas, bloqueando o caminho que já
conhecemos só para nos ver procurar outros, como se fossemos cobaias em um
laboratório. Se você prestar atenção, verá que toda a construção de nossa vida depende
da relação harmônica entre o poder e o dever. Na prática, o poder deve se subordinar ao
dever, enquanto o dever depende do poder. Confuso? Talvez, mas a compreensão dessa
equação semântica pode nos ajudar a evitar alguns mal entendidos com o mundo.
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7. BIOÉTICA
Coordenar a atividade a partir da seguinte orientação:
1. Discutir com base nos questionamentos abaixo:
a) A partir das discussões sobre ética nas atividades anteriores, como você
definiria o termo Bioética?
b) Que relação podemos fazer entre Bioética e a Odontologia?
2. Fazer uma exposição para o grupo sobre o objeto de estudo da Bioética,
apresentando seus princípios e suas interlocuções com as práticas em Odontologia.
Referências que podem subsidiar a apresentação:
COELHO-FERRAZ, M.J.P. et al. Paradigmas da Bioética no cuidado à Saúde
Bucal. Centro Universitário São Camilo. v.3, n.1, p.117-120, 2009.
GALVÃO, R.C.D. et al. A importância da Bioética na Odontologia do século
XXI. Odontol. Clín.-Cient., Recife, v. 9, n.1, p. 13-18, jan./mar., 2010.
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IV. REFERÊNCIAS SUGERIDAS PARA O PROFESSOR
COELHO-FERRAZ, M.J.P. et al. Paradigmas da Bioética no cuidado à Saúde Bucal.
Centro Universitário São Camilo. v.3, n.1, p.117-120, 2009.
GALVÃO, R.C.D. et al. A importância da Bioética na Odontologia do século XXI.
Odontol. Clín.-Cient., Recife, v. 9, n.1, p. 13-18, jan./mar., 2010.
ATENÇÃO!
Para subsidiar o debate o instrutor deverá ler o texto:
HADDAD, Sérgio. Educação de Jovens e Adultos, a promoção da Cidadania Ativa e o
desenvolvimento de uma consciência e uma cultura de paz e direitos humanos
[tradução]. Agenda for the future six years later – ICAE Report. International Council
for Adults Education – ICAE. Montevideo. 2003. Disponível em:
http://www2.camara.leg.br/responsabilidade-social/edulegislativa/educacao-legislativa-
1/educacao-para-a-democracia-1/apresentacao/textos-
1/Artigo%20Promocao%20Cidadania%20Ativa.pdf. Acesso em 16 de agosto de 2012.
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V. REFERÊNCIAS DO MANUAL
AUGUST, Billie. Les Misérables. Estados Unidos. 1998, son, color.
COMIDA – Titãs. Disponível em: <http://letras.mus.br/titas/91453/>. Acesso em: 16 de
agosto de 2012.
CIDADÃO – Zé Ramalho. Disponível em: <http://letras.mus.br/ze-ramalho/75861/>.
Acesso em 15 de agosto de 2012.
CIDADANIA: uma história de sonhos, lutas e conquistas. Disponível em: <
www.dhnet.org.br >. Acesso em 20 de junho de 2004.
DINÂMICA... "DA ÉTICA E SEUS VALORES". Disponível em:
http://www.juraemprosaeverso.com.br/Dinamicas/DinamicaDaEticaESeusValores.htm.
Acesso em 15 de agosto de 2012.
É – Gonzaguinha. Disponível em: <http://letras.mus.br/gonzaguinha/16456/>. Acesso
em 15 de agosto de 2012.
E-Tec BRASIL, Escola Técnica Aberta do Brasil. Ministério da Educação.
Universidade Federal de Santa Catarina. Curso de Segurança do Trabalho. Aula 2:
Ética e Moral. Brasília: Ministério da Educação. 2011. 36p.
ESP, Escola de Saúde Pública do Ceará. Curso Técnico em Radiologia: Módulo
Contextual Básico: Guia do Aluno: Unidade Didática 4: Ética e Legislação
Profissional em Saúde. Fortaleza: Escola de Saúde Pública do Ceará, 2012.
FAROSTE caboclo – Legião Urbana. Disponível em: < http://letras.mus.br/legiao-
urbana/22492/>. Acesso em 15 de agosto de 2012.
MUSSAK, E. Afinal, quem é o big brother. Revista Você S/A. São Paulo: Editora
Abril. Disponível em: <http://eugeniomussak.com.br/afinal-quem-e-o-big-brother/>.
Acesso em 16 de agosto de 2012.
______. Dilemas Morais. Revista Vida Simples. Edição nº 102. São Paulo: Editora
Abril S/A. 2011. Disponível em: < http://eugeniomussak.com.br/dilemas-morais/>.
Acesso em 16 de agosto de 2012.
PACATO cidadão – Skank. Disponível em: <http://letras.mus.br/skank/72338/>.
Acesso em: 16 de agosto de 2012.
SERRANO, D. P. Teoria de Maslow: a hierarquia das necessidades. Disponível em: <
http://www.admtec.com.br/modules.php?name=News&file=article&sid=22 >. Acesso
em 09 de agosto de 2004.
Hino do Estado do Ceará
Poesia de Thomaz LopesMúsica de Alberto NepomucenoTerra do sol, do amor, terra da luz!Soa o clarim que tua glória conta!Terra, o teu nome a fama aos céus remontaEm clarão que seduz!Nome que brilha esplêndido luzeiroNos fulvos braços de ouro do cruzeiro!
Mudem-se em flor as pedras dos caminhos!Chuvas de prata rolem das estrelas...E despertando, deslumbrada, ao vê-lasRessoa a voz dos ninhos...Há de florar nas rosas e nos cravosRubros o sangue ardente dos escravos.Seja teu verbo a voz do coração,Verbo de paz e amor do Sul ao Norte!Ruja teu peito em luta contra a morte,Acordando a amplidão.Peito que deu alívio a quem sofriaE foi o sol iluminando o dia!
Tua jangada afoita enfune o pano!Vento feliz conduza a vela ousada!Que importa que no seu barco seja um nadaNa vastidão do oceano,Se à proa vão heróis e marinheirosE vão no peito corações guerreiros?
Se, nós te amamos, em aventuras e mágoas!Porque esse chão que embebe a água dos riosHá de florar em meses, nos estiosE bosques, pelas águas!Selvas e rios, serras e florestasBrotem no solo em rumorosas festas!Abra-se ao vento o teu pendão natalSobre as revoltas águas dos teus mares!E desfraldado diga aos céus e aos maresA vitória imortal!Que foi de sangue, em guerras leais e francas,E foi na paz da cor das hóstias brancas!
Hino Nacional
Ouviram do Ipiranga as margens plácidasDe um povo heróico o brado retumbante,E o sol da liberdade, em raios fúlgidos,Brilhou no céu da pátria nesse instante.
Se o penhor dessa igualdadeConseguimos conquistar com braço forte,Em teu seio, ó liberdade,Desafia o nosso peito a própria morte!
Ó Pátria amada,Idolatrada,Salve! Salve!
Brasil, um sonho intenso, um raio vívidoDe amor e de esperança à terra desce,Se em teu formoso céu, risonho e límpido,A imagem do Cruzeiro resplandece.
Gigante pela própria natureza,És belo, és forte, impávido colosso,E o teu futuro espelha essa grandeza.
Terra adorada,Entre outras mil,És tu, Brasil,Ó Pátria amada!Dos filhos deste solo és mãe gentil,Pátria amada,Brasil!
Deitado eternamente em berço esplêndido,Ao som do mar e à luz do céu profundo,Fulguras, ó Brasil, florão da América,Iluminado ao sol do Novo Mundo!
Do que a terra, mais garrida,Teus risonhos, lindos campos têm mais flores;"Nossos bosques têm mais vida","Nossa vida" no teu seio "mais amores."
Ó Pátria amada,Idolatrada,Salve! Salve!
Brasil, de amor eterno seja símboloO lábaro que ostentas estrelado,E diga o verde-louro dessa flâmula- "Paz no futuro e glória no passado."
Mas, se ergues da justiça a clava forte,Verás que um filho teu não foge à luta,Nem teme, quem te adora, a própria morte.
Terra adorada,Entre outras mil,És tu, Brasil,Ó Pátria amada!Dos filhos deste solo és mãe gentil,Pátria amada, Brasil!