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3Folha de Ortopedia e Traumatologia - IOT
Governo doEstado de São Paulo
GovernadorJosé Serra
Secretário da SaúdeLuiz Roberto Barradas Barata
Hospital das Clínicasda Faculdade deMedicina da USP
Presidente doConselho Deliberativo
Marcos Boulos
SuperintendenteSuperintendenteSuperintendenteSuperintendenteSuperintendenteJosé Manoel de C. Teixeira
Diretor ClínicoDiretor ClínicoDiretor ClínicoDiretor ClínicoDiretor ClínicoJosé Otávio Costa Auler Júnior
Instituto de Ortopediae Traumatologia
Professores TitularesTarcísio Eloy P. de Barros Filho
Arnaldo Valdir ZumiottiOlavo Pires de Camargo
Diretor CientíficoAlberto Tesconi Croci
Diretor ExecutivoAlfredo Manoel daSilva Fernandes
EditorOlavo Pires de Camargo
Cartas para a RedaçãoSandra Maria Silveira
Claudia Helena dos Santos
Instituto de Ortopediae Traumatologia
“Prof. F. E. Godoy Moreira”Rua: Dr. Ovídeo Pires de
Campos, 333 - Tel./Fax: (11)3069-6815 / 3069-7900 - CEP
05403-010 - São Paulo – SP
FotosOlga Mendes Braga
José Roberto Caetano
Projeto e Execução
Tel. (11) [email protected]
www.najacaonline.com
Jornalista ResponsávelJornalista ResponsávelJornalista ResponsávelJornalista ResponsávelJornalista ResponsávelAntonio Luiz Mello Jr.
MTb 46.025 – SP
Tiragem:Tiragem:Tiragem:Tiragem:Tiragem: 6.000 exemplares
Distribuição Nacional
NaJaca Design& Comunicação
Editorial
Anossa Folha de Ortopedia eTraumatologia terá agora,em cada número, uma re-
edição de um artigo publicado hámais de 40 anos por antigos pro-fessores do DOT. Além de umahomenagem aos nossos mestres,os mais jovens poderão ver aquiloque se fazia e publicava dentro daespecialidade.
Além disso, será colocado um artigo fruto de uma dissertaçãoou tese defendida no último trimestre. Outra novidade será ainclusão de temas de revisão ou atualização que foramapresentados na reunião clínica semanal.
A idéia principal é manter o DOT (Departamento deOrtopedia e Traumatologia) da FMUSP (Faculdade deMedicina da Universidade de São Paulo) sempre presentena ortopedia nacional.
Prof. Dr. Olavo Pires de CamargoEditor
EditorialEditorialEditorialEditorialEditorial
Artigo Reeditado - PArtigo Reeditado - PArtigo Reeditado - PArtigo Reeditado - PArtigo Reeditado - Padronização da Técnicaadronização da Técnicaadronização da Técnicaadronização da Técnicaadronização da Técnicadas Osteossínteses com Pdas Osteossínteses com Pdas Osteossínteses com Pdas Osteossínteses com Pdas Osteossínteses com Parafusosarafusosarafusosarafusosarafusos
Atualização - Sistemas de liberaçãoAtualização - Sistemas de liberaçãoAtualização - Sistemas de liberaçãoAtualização - Sistemas de liberaçãoAtualização - Sistemas de liberaçãocontrolada de Fármacos suportados porcontrolada de Fármacos suportados porcontrolada de Fármacos suportados porcontrolada de Fármacos suportados porcontrolada de Fármacos suportados porBiocerâmicas para a Reconstrução ÓsseaBiocerâmicas para a Reconstrução ÓsseaBiocerâmicas para a Reconstrução ÓsseaBiocerâmicas para a Reconstrução ÓsseaBiocerâmicas para a Reconstrução Óssea
Dissertação Defendida - Estudo experimentalDissertação Defendida - Estudo experimentalDissertação Defendida - Estudo experimentalDissertação Defendida - Estudo experimentalDissertação Defendida - Estudo experimentalda ação da metilprednisolona utilizada antesda ação da metilprednisolona utilizada antesda ação da metilprednisolona utilizada antesda ação da metilprednisolona utilizada antesda ação da metilprednisolona utilizada antesdo traumatismo raquimedular em ratos wistardo traumatismo raquimedular em ratos wistardo traumatismo raquimedular em ratos wistardo traumatismo raquimedular em ratos wistardo traumatismo raquimedular em ratos wistar
PPPPPosse - Novo Posse - Novo Posse - Novo Posse - Novo Posse - Novo Professor Titularrofessor Titularrofessor Titularrofessor Titularrofessor Titular
PPPPProgramação 2007 - Reuniões Clínicas,rogramação 2007 - Reuniões Clínicas,rogramação 2007 - Reuniões Clínicas,rogramação 2007 - Reuniões Clínicas,rogramação 2007 - Reuniões Clínicas,atualização e revisão de temasatualização e revisão de temasatualização e revisão de temasatualização e revisão de temasatualização e revisão de temas
Disciplinas de PósDisciplinas de PósDisciplinas de PósDisciplinas de PósDisciplinas de Pós-----Graduação - 1º semestre de 2007Graduação - 1º semestre de 2007Graduação - 1º semestre de 2007Graduação - 1º semestre de 2007Graduação - 1º semestre de 2007
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Sumário
EXPEDIENTE
Ostessínteses com ParafusoPadronização da técnica das
Ostessínteses com ParafusoDr. Flavio Pires de Camargo (assistente)
Dr. Jose Passarelli Junior (assistente)
Ortopédica e Traumatológica, utilizando para isso
uma série de parafusos e instrumentos, que além
de facilitar grandemente o ato operatório, permite
uma fixação perfeita entre os fragmentos,
satisfazendo assim os fatores locais e mecânicos,
que contribuem para apressar a evolução dos
processos biológicos, que determina a formação
do calo e a consolidação das fraturas. Os
resultados obtidos com essa técnica na Clínica
Ortopédica e Traumatológica justificam a
descrição da mesma, assim como do instrumental
empregado.
INSTRUMENTALa) Uma série de parafusos (Fig. 1) manufaturados
em comprimentos e diâmetros previamente
determinados. Os de tamanho compreendido
entre 12 mm a 25 mm têm diâmetro de 2,5 mm
para a alma e de 3 mm para o corpo. O material
empregado é de aço Roechliny (18% de cromo e
8 a 10% de níquel).
Fig. 1- O parafusoapresentado nachanfradura dacabeça umorifício central.
A Folha de Ortopediae Traumatologia traz, nestaedição, a reedição de um artigocientífico. Publicado original-mente em julho de 1946, naRevista do Hospital das Clínicas- Volume I - Número 3.Prestamos, assim, homenagemàqueles que fizeram históriaem nosso serviço e contri-buíram para o engrandeci-mento da ortopedia brasileira.
Aprática diária nos tem demonstrado de
uma maneira insofismável que o bom
êxito de uma osteossíntese depende de
uma fixação perfeita e permanente dos
fragmentos. Sempre que existam movimentos, por
minutos que sejam, entre o osso e os diversos
meios de síntese, estes se afrouxarão pro-
gressivamente. Haverá então movimentos no foco
de fratura que ocasionam a destruição dos
osteoblastos e da rede neo-vascular, base da
repação óssea. Observamos então a necrose
intra-focal dos pontos fragmentários, con-
tribuindo para os insucessos das osteossínteses,
que vão desde o retardo de consolidação até a
rarefação em torno do material de síntese. A
imobilização em aparelhos gessados não evita
muitas vezes esses inconvenientes, trazidos ao que
parece, pelas ações musculares.
Depois de vários ensaios e observações, o Prof.
Godoy Moreira deliberou padronizar a técnica
das osteossínteses com parafuso na Clínica
4Janeiro - Abril 2007
Art
igo
re
ed
ita
do
5Folha de Ortopedia e Traumatologia - IOT
A característica essencial desse parafuso
é apresentar na fenda da cabeça um ori-
fício central, que se adapta a uma chave
de fenda (Fig. 2) que apresenta pe-
quena saliência no centro. Esse dispo-
sitivo bastante simples dá segurança ao
ato de colocar o parafuso, evitando as
derrapagens constantes. Apresenta ainda
o parafuso em sua extremidade distal,
uma série de freseduras, que dão maior
poder de impação aos mesmos.
As brocas (Fig. 3) que preparam o
leito para o parafuso, têm diâmetros
diferentes: uma de diâmetro de 2,6 mm
e outra de 3,3 mm. Esta particularidade
tem muita importância no ato de colocar
o parafuso.
b) Uma chave especial (Fig. 4) formada
de duas partes: a chave propriamente
dita que apresenta na extremidade su-
Fig. 4 -Chave paraintrodução
dos parafusos.
Fig. 3 - Brócascom diâmetropreviamenteestabelecido.
Fig. 2 -Chave de
Fenda comsaliênciacentral.
Fig. 7 - Oparafuso fixo
na chave.
Fig. 5 - Naextremidadesuperior da
chaveexiste umdispositivo
especialque se
adapta nacabeça doparafuso.
Fig. 6 - Peçaacessóriada chave.
perior um dispositivo (Fig. 5) que se adapta
à cabeça do parafuso havendo encaixe
na fenda aí existente; uma peça aces-
sória (Fig. 6), que é rosqueada na chave,
servindo para fixar o parafuso na chave
(Fig. 7). Esta fixação do parafuso na chave
torna extraordinariamente fácil a colo-
cação do mesmo.
c) Um instrumento graduado (Fig. 8) utili-
zado para a medida do parafuso a ser
utilizado. Consiste em uma haste gra-
duada deslizando dentro de um pequeno
cilindro metálico. A haste graduada ter-
mina em um estilete tendo a extremidade
inferior ligeiramente curva.
d) Uma broca (Fig. 9) que serve para
produzir uma escavação na cortical do
osso, a fim de evitar que a cabeça
do parafuso faça saliência, acima do
plano ósseo.
6Janeiro - Abril 2007
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ed
ita
do TÉCNICA DA COLOCAÇÃO
DOS PARAFUSOSEstabelecido o plano de síntese, seja a
colocação simples de parafuso ou de pla-
cas, inicia-se a perfuração do osso depois
de perfeita redução da fratura. A perfu-
ração inicial é feita com a broca de diâme-
tro 2,6 mm, devendo atingir as duas super-
fícies de fratura. Em seguida, com a broca
de maior diâmetro (3,3 mm), perfura-se so-
mente o fragmento de entrada do parafuso
(Fig. 10). Executados os orifícios, com o
mediador graduado, calcula-se o tamanho
do parafuso utilizado (Fig. 11). Uma vez
escolhido o parafuso, este é fixado na chave
(Fig. 7), dando-se inicio a penetração do
mesmo. Quando a chave tocar no osso,
gira-se em sentido contrário o dispositivo
rosqueado, que solta o parafuso, encon-
trando-se este quase completamente pene-
trando no osso. Os apertos finais são dados
com a chave de fenda já descrita (Fig. 2).
Quando a osteossíntese é feita em ossos
como a tíbia que se encontra diretamente
sob a pele, a fim de se evitar que a cabeça
do parafuso faça saliência acima do plano
ósseo, faz-se com a broca especial (Fig. 9)
uma escavação na cortical do osso, antes
da introdução do parafuso.
CASO APRESENTADOC. L. 77 anos – Fem. A 32 dias de queda acidental,
fraturando a coxa, deu entrada neste Hospital com
goteira de arame. RX: Fratura em espiral do 1/3 inferior
do fêmur. Tratamento: Osteossíntese com parafuso
(radiografia). Foi revista quatro meses após a operação,
andando ainda com certa dificuldade.
RESUMOOs AA. Apresentam a técnica e os instrumentos usados
na Clínica Ortopédica e Traumatológica nas
osteosínteses com parafuso. Com essa técnica a
colocação dos parafusos é grandemente facilitada,
obtendo-se ainda maior solidez nas osteossínteses.
Caso N. 1 - Radiografia n. 2 -Osteossíntese com parafusos
Fig. 9 -Bróca parafazer umaexcavaçãona cortical
do osso.
Fig. 10 - Esquemamostrando comodeve ser feita aperfuração das
extremidadesfraturárias.
Fig. 10 - Esquemamostrando como se
utiliza o aparelho quemede o tamanho do
parafuso a serutilizado.
Fig. 8 - Istrumentograduado paramedir o tamanhodos parafusos
Sistemas de liberaçãoControlada de Fármacos
suportados por Biocerâmicaspara a Reconstrução óssea
Sistemas de liberaçãoControlada de Fármacos
suportados por Biocerâmicaspara a Reconstrução óssea
Aline Sillos Puga1 , Carolina Jordan Mazotti1, Tomaz Puga Leivas2 ,Olavo Pires de Camargo3 , Patricia Santos Lopes4
Oinício do desenvolvimento dos
implantes e dos biomateriais de
forma científica ocorre no século XX,
principalmente no período que
inclui as duas Grandes
Guerras. Até a metade do sé-
culo XX, experimentam-se
praticamente todos os ma-
teriais conhecidos na con-
fecção de implantes e pro-
vocam-se danos à saúde de
muitos pacientes. Em 1947, o
Comitê Americano para o
Tratamento das Fraturas do
Colégio Americano de Cirur-
giões recomenda formalmente
a utilização dos aços inoxidáveis ao Ni-Cr na
confecção dos materiais de osteossíntese.
Surgem as instituições governamentais para o
controle dos implantes e dos biomateriais: em
1976, a Administração de Alimentos e Drogas
("Food and Drug Administration - FDA"), órgão
de controle dos Estados Unidos da América, passa
a ter autoridade adicional para a regulação do
desenvolvimento, dos testes, da produção, da
distribuição, do uso dos dispositivos médicos e
da autorização para a comercialização; no Brasil,
a Agência Nacional de Vigilância Sanitária -
ANVISA é criada em 1998 com atribuições
equivalentes.
No final desse século, surgem
os biomateriais para a
reconstrução tecidual: os
materiais porosos (macro e
microporosos), os absorvíveis,
os bioativos e os biomi-
méticos. Utilizam-se para a
obturação de cavidades (neo-
plasias) ou para o preen-
chimento de falhas ósseas,
para a substituição tecidual,
para a reparação ou recons-
trução articular e para o remodelamento ósseo.
Procuram-se desenvolver materiais que per-
mitam a variação das formas e
das dimensões, das suas ca-
racterísticas físicas, químicas,
estruturais e superficiais (in-
terface implante-osso) e,
principalmente, das suas
propriedades me-
cânicas e bioló-
“Desenvolvem-se,atualmente, os
sistemas de liberaçãocontrolada de
fármacos nos quais osbiomateriais exercem
as funções decarreadores ou de
vetores de transportee distribuição”.
7Folha de Ortopedia e Traumatologia - IOT
Atu
ali
zaçã
o
gicas. Apresentam a resistência e a rigidez
necessárias a cada situação, proporcionam uma
rápida consolidação ou uma integração óssea
adequada e permitem a movimentação precoce
do paciente.
Destacam-se os produtos biológicos, como o
colágeno, as hidroxiapatitas de origem coralina
e os ossos processados (liofilizados, irradiados,
congelados, etc), os polímeros absorvíveis, como
os a base de ácidos poliglicólico e polilático, os
hidrogéis e diversos polímeros porosos, as
cerâmicas sintéticas, como os carbonatos de
cálcio, os fosfatos de cálcio, as hidroxiapatitas
(HAP), os ß-tricalciofosfatos (ß-TCP) e os biovidros;
e os compósitos, como os cimentos polímero-
cerâmicos preparados a base de colágeno e
hidroxiapatita.
Desenvolvem-se, atualmente, os sistemas de
liberação controlada de fármacos nos quais os
biomateriais exercem as funções de carreadores
ou de vetores de transporte e distribuição. Os
sistemas suportados pelas biocerâmicas
representam uma excelente alternativa para a
disponibilização no sítio da lesão, conseguindo
alta concentração do fármaco no local, baixa
concentração sistêmica, alta eficiência terapêutica
e a redução significativa da toxidade e da
ocorrência dos efeitos colaterais ou das reações
adversas.
Os tratamentos convencionais, geralmente,
administrados por via oral, intravenosa ou
intramuscular, nem sempre são satisfatórios. A
disponibilização da concentração adequada de
um medicamento pode ser dificultada ou não ser
alcançada devido à baixa circulação de sangue
no local de ação, o tecido alvo. Muitas vezes,
para tentar solucionar o problema, administram-
se superdosagens dos produtos farmacêuticos
Ensaio de resistência à compressão de corpo de prova confeccionado de cimento decolágeno-hidroxiapatita no Laboratório de Biomecânica do IOT.
Detalhe das dimensões dos corpos de prova cilíndricos
Atu
ali
zaçã
o
8Janeiro - Abril 2007
com o objetivo de garantir o efeito terapêutico,
podendo levar a níveis tóxicos de concentração,
provocar reações adversas ou efeitos colaterais
graves e indesejados.
O tecido ósseo normal apresenta uma baixa
vascularização. Os ossos com traumatismos, com
fraturas simples ou cominutivas, com
esmagamentos, com microfissuras (fadiga), com
osteomielite, com pseudartrose, os ossos dos
pacientes com lesões extensas de partes moles,
com problemas vasculares (aterosclerose) ou
metabólicos associados e os dos pacientes
imobilizados, idosos ou obesos podem apresentar
graves restrições no fluxo sangüíneo, menor
disponibilidade do fármaco no local da ação e,
portanto, menor eficiência terapêutica.
Os primeiros materiais utilizados como
carreadores de fármacos são o gesso e o cimento
acrílico ósseo (polimetilmetacrilato
autopolimerizante - PMMA), ambos com
resultados controversos, tanto como material
estrutural (propriedades mecânicas e biológicas)
quanto na eficiência de liberação de antibióticos
(gentamicina).
Além dos produtos farmacêuticos químicos, como
os antibióticos, os antiinflamatórios, os
analgésicos, os produtos para o tratamento das
neoplasias (quimioterapia) e as diversas
associações medicamentosas, e dos biológicos,
como os colágenos, os peptídeos, as proteínas,
as fibrinas e os fatores de crescimento tecidual;
os biomateriais podem, ainda, suportar ou
incorporar as culturas de condrócitos, de
osteoblástos ou de células-tronco, isolados ou
associadamente. Podem carregar, também,
microesferas, lipossomos ou nanopartículas de
liberação rápida, lenta ou combinada, por longos
ou curtos períodos de tempo. Podem ser
projetados para atender necessidades individuais
específicas. Podem reter e liberar o fármaco
quando necessário ou desejado.
Sua aplicação como sistema de liberação
controlada de fármacos depende, no entanto, do
estudo da estrutura do material, dos mecanismos
de carregamento (absorção) e de distribuição
(liberação), independente dos fatores locais do
tecido e do fármaco. Deve-se prever a
capacidade de estoque do produto armazenado
no biomaterial, a cinética e a meia-vida do
produto, determinar o fluxo de liberação, a
velocidade de difusão (concentração local) e o
período de tempo de liberação (tempo de
tratamento). Essas características cinéticas podem
ser controladas ou moduladas, dependem do
tamanho e do peso molecular do agente ativo,
do mecanismo de liberação e dos seus fatores
de influência, por exemplo, a porosidade do
material. A modulação é obtida pela variação
de fatores internos (mudança de pH) ou externos
(efeitos físicos e químicos). Todos, produtos de
alta tecnologia e de alto valor agregado.
O mercado mundial de implantes ortopédicos
estima vendas superiores a 10 bilhões de dólares
americanos em 2005. O segmento da
reconstrução óssea corresponde a
aproximadamente 2,5 bilhões e deve chegar a
14 bilhões de dólares anuais nos próximos 20
anos. Nesse mercado, os biomateriais para a
reconstrução óssea constituem o segmento de
maior índice de desenvolvimento e de potencial
de mercado, devendo crescer entre 10% e 20%
ao ano, nos próximos 5 ou 7 anos. As cerâmicas,
os cimentos cerâmicos e polímero-cerâmicos
constituem o campo mais recente, relevante e de
amplas perspectivas de desenvolvimento para a
ortopedia e traumatologia.
1- 1- 1- 1- 1- Alunas do curso de farmácia industrialAlunas do curso de farmácia industrialAlunas do curso de farmácia industrialAlunas do curso de farmácia industrialAlunas do curso de farmácia industrialda Universidade Anhembi Morumbida Universidade Anhembi Morumbida Universidade Anhembi Morumbida Universidade Anhembi Morumbida Universidade Anhembi Morumbi
2- 2- 2- 2- 2- Engenheiro Chefe do LEngenheiro Chefe do LEngenheiro Chefe do LEngenheiro Chefe do LEngenheiro Chefe do Laboratório deaboratório deaboratório deaboratório deaboratório deBiomecânica LIM-41 do IOBiomecânica LIM-41 do IOBiomecânica LIM-41 do IOBiomecânica LIM-41 do IOBiomecânica LIM-41 do IOTTTTT-HC-HC-HC-HC-HC-FMUSP-FMUSP-FMUSP-FMUSP-FMUSP
3- 3- 3- 3- 3- PPPPProfessor Titular do DOrofessor Titular do DOrofessor Titular do DOrofessor Titular do DOrofessor Titular do DOTTTTT-FMUSP-FMUSP-FMUSP-FMUSP-FMUSP 4- 4- 4- 4- 4- Docente do curso de farmácia industrialDocente do curso de farmácia industrialDocente do curso de farmácia industrialDocente do curso de farmácia industrialDocente do curso de farmácia industrial
da Universidade Anhembi Morumbida Universidade Anhembi Morumbida Universidade Anhembi Morumbida Universidade Anhembi Morumbida Universidade Anhembi Morumbi
9Folha de Ortopedia e Traumatologia - IOT
Estudo experimental da açãoda metilprednisolona utilizada
antes do traumatismoraquimedularraquimedularraquimedularraquimedularraquimedular em ratos wistarwistarwistarwistarwistar
10Janeiro - Abril 2007
Dis
sert
açã
o d
efe
nd
ida Estudo experimental da ação
da metilprednisolona utilizadaantes do traumatismo
raquimedularraquimedularraquimedularraquimedularraquimedular em ratos wistarwistarwistarwistarwistarRaphael Martus Marcon
INTRODUÇÃO
A lesão medular é incapacitante, irreversível e de
alto custo econômico e social. A mesma apresenta
efeito devastador na qualidade de vida da vítima,
com alterações fisiopatológicas nos sistemas
cardiovascular, respiratório, gastrointestinal,
urogenital, neurológico e músculo-esquelético. A
extensão destas alterações é relacionada com a
gravidade do dano neurológico. Tem como causa
mais freqüente o traumatismo, mas também é
produzida por tumores, infecção, lesão vascular
ou mesmo iatrogenicamente.
• Dissertação apresentada à Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo
para obtenção do título de Mestre
em Ciências
• Área de concentração: Ortopedia e
Traumatologia
• Orientador: Dr. Reginaldo Perilo Oliveira
• São Paulo, 18/07/2006
A lesão medular apresenta mecanismos primários
e secundários de dano à medula espinal, sendo
a lesão secundária resultante de um ou mais
processos bioquímicos e celulares desencadeados
pela lesão primária (Bunge et al., 1993). O
conceito de lesão secundária foi primeiro
postulado por Allen em 1911, que propôs a
existência de agentes nocivos presentes no
material necrótico e hemorrágico que causam
danos adicionais à medula espinal e esses
agentes são fatores bioquímicos.
Os estudos mais recentes sobre os processos
fisiopatológicos após a lesão do sistema nervoso
central proporcionam um suporte mais racional
para as estratégias de tratamento e demonstram
alguma melhora da função neurológica em
pacientes com lesão medular.
Nas últimas duas décadas, várias pesquisas
foram realizadas na tentativa de obter-se um
tratamento mais efetivo para a lesão medular
espinal. Todas essas pesquisas envolvem
“Este estudo tem como objetivo avaliar, emmodelo experimental padronizado, os efeitos dametilprednisolona empregada previamente ao
traumatismo medular, tanto em relação aospossíveis efeitos benéficos quanto às possíveis
complicações associadas”.
11Folha de Ortopedia e Traumatologia - IOT
basicamente quatro formas de abordagem do
paciente com lesão medular aguda, a cirúrgica,
a por meios físicos, a biológica e a farmacológica.
A farmacologia desempenha papel relevante no
tratamento da lesão medular e é sem dúvida o
método mais pesquisado. Através de ensaios
clínicos e experimentais, contribuí efetivamente
para o tratamento dos danos medulares
secundários. Entre as drogas em teste, os
bloqueadores dos canais de cálcio, a naloxona,
os gangliosídeos, os lazaróides, o dimetil-
sulfoxido e a alfa metilparatirosina são estudadas
preferencialmente. Os corticóides e os
gangliosídeos já estão protocolados para uso em
humanos. Dentre os corticóides, os mais
pesquisados são a dexametasona e a
metilprednisolona. Essa última, em ensaios
clínicos randomizados, prospectivos, duplo-
cegos, tem comprovação clínica de sua eficácia
(Bracken et al., 1992). Inicialmente, o trata-
mento com esteróides baseia-se na ação
antiinflamatória e na efetividade em tratar o
edema cerebral. Acredita-se que, além desta sua
ação, a metilprednisolona atua aumentando o
fluxo sangüíneo, estabilizando a membrana
celular e inibindo a peroxidação lipídica, com
conseqüente diminuição da formação de radicais
livres. Está contra-indicada a administração em
pacientes politraumatizados devido aos seus
efeitos sistêmicos. Em última análise, a
contribuição da farmacologia tem sido na
prevenção do dano lesional secundário.
Em algumas situações, a lesão medular é prevista
e é conseqüente a um determinado tratamento.
Dentre estas situações, podemos citar a
radioterapia para o tratamento de tumores, com
lesões medulares decorrentes das lesões actínicas
secundárias à radiação empregada.
Outra situação é a encontrada nos tratamentos
cirúrgicos para tumores intra-espinhais, sejam
Da esquerda para a direita: Dr. Osmar Avanzi (Santa Casa, SP), Raphael MartusMarcon (mestrando, IOT-HCFMUSP), Dr. Reginaldo Perilo Oliveira (Orientador, IOT-
HCFMUSP), Prof. Dr. Eduardo de Barros Puertas (UNIFESP).
12Janeiro - Abril 2007
Observa-se, na práticaclínica, que muitos
cirurgiões, baseados nosestudos prévios com a
metilprednisolona comoagente neuroprotetor, têm
utilizado a mesmapreviamente a atos
cirúrgicos com potencialrisco para lesão
medular associada.
estes extramedulares intradurais (meningioma,
neurofibroma etc.), intramedulares intradurais
(gliomas, ependimoma etc.) ou cistos intra-
espinhais (cisto perineural, cisto de aracnóide,
siringomielia etc.). Nestas situações o cirurgião,
tanto no acesso para a lesão, quanto na própria
retirada da mesma, pode provocar uma lesão
medular.
Observa-se, na prática clínica, que muitos
cirurgiões, baseados nos estudos prévios com a
metilprednisolona como agente neuroprotetor,
têm utilizado a mesma previamente a atos
cirúrgicos com potencial risco para lesão medular
associada.
Além de ser procedimento não isento de
complicações, devidos aos efeitos sistêmicos da
metilprednisolona, não se encontram na literatura
estudos que dêem suporte ao mesmo.
Assim, este estudo tem como objetivo avaliar, em
modelo experimental padronizado, os efeitos da
metilprednisolona empregada previamente ao
traumatismo medular, tanto em relação aos
possíveis efeitos benéficos quanto às possíveis
complicações associadas.
MÉTODOSForam utilizados 32 ratos Wistar, com idade de
20 semanas, divididos em 4 grupos. Todos os
ratos sofreram lesão medular padronizada
através de equipamento computadorizado para
impacto por queda de peso - IMPACTOR. De
modo duplo-cego, 2 grupos receberam as drogas
A (placebo) e a droga B (metilpredinisolona)
imediatamente após a lesão (T0). Outros 2 grupos
receberam as mesmas drogas 4 horas antes da
lesão (T-4). Todos os grupos foram
acompanhados para a identificação de possíveis
complicações (óbitos, infecções e lesões
associadas). A função locomotora dos ratos foi
avaliada segundo o método descrito por BASSO;
BEATTIE; BRESNAHAN (1995), no segundo, no
sétimo, no décimo quarto, no vigésimo primeiro
e no vigésimo oitavo dia após contusão medular.
Os ratos foram sacrificados no vigésimo oitavo
dia após o ensaio, com avaliação macroscópica
das possíveis lesões associadas.
RESULTADOS E DISCUSSÃONão foi encontrada diferença estatisticamente
significante entre os grupos de estudos quanto
às médias de peso (p = 0,496) e de idade (p =
0,605) dos animais. Nos índices motores não foi
encontrada diferença estatisticamente significante
entre os grupos de estudo em nenhuma das
avaliações (p > 0,05 em todas as comparações).
Na comparação entre os 4 grupos quanto às
intercorrências foi encontrada diferença
estatisticamente significante nos óbitos (p =
0,047), onde o grupo Droga B T0 apresentou
proporção de óbitos significantemente menor do
que a encontrada no grupo Droga B T-4 (0% e
55,6% respectivamente nos grupos Droga B T0 e
Droga B T-4). Nos demais parâmetros não foi
encontrada diferença estatisticamente significante
entre os grupos de estudo (p > 0,05 em todas as
comparações). Para analisar a relação entre a
ocorrência de intercorrências e o uso da droga,
independentemente do momento de aplicação
da mesma, os grupos Droga A T0 e Droga A T-4
foram reagrupados, bem como os grupos Droga
B T0 e Droga B T-4. Em nenhum dos parâmetros
avaliados acima foi encontrada diferença
estatisticamente significante entre estes grupos de
estudo (p > 0,05 em todas as comparações).
Dis
sert
açã
o d
efe
nd
ida
13Folha de Ortopedia e Traumatologia - IOT
Figura 1 - Procedimentos para a realizaçãoda lesão medular através de equipamentocomputadorizado para impacto medular porqueda de peso - NYU Impactor®. A - detalheda laminectomia, com exposição da medulaespinal; B - detalhe das garras de fixaçãonos processos espinhosos e C - vista geraldo posicionamento do animal no dispositivode impacto.
REFERÊNCIASAllen AR. Surgery of experimental lesion of spinal cordAllen AR. Surgery of experimental lesion of spinal cordAllen AR. Surgery of experimental lesion of spinal cordAllen AR. Surgery of experimental lesion of spinal cordAllen AR. Surgery of experimental lesion of spinal cordequivalent to crush injury fracture dislocation of spinal column:equivalent to crush injury fracture dislocation of spinal column:equivalent to crush injury fracture dislocation of spinal column:equivalent to crush injury fracture dislocation of spinal column:equivalent to crush injury fracture dislocation of spinal column:a preliminary report. JAMAa preliminary report. JAMAa preliminary report. JAMAa preliminary report. JAMAa preliminary report. JAMA. 1911;57:878- Basso DM, Beattie. 1911;57:878- Basso DM, Beattie. 1911;57:878- Basso DM, Beattie. 1911;57:878- Basso DM, Beattie. 1911;57:878- Basso DM, BeattieMSMSMSMSMS, Bresnahan JC. A sensitive and reliable locomotor rating, Bresnahan JC. A sensitive and reliable locomotor rating, Bresnahan JC. A sensitive and reliable locomotor rating, Bresnahan JC. A sensitive and reliable locomotor rating, Bresnahan JC. A sensitive and reliable locomotor ratingscale for open field testing in rats. J Neurotrauma.1995;12:1-scale for open field testing in rats. J Neurotrauma.1995;12:1-scale for open field testing in rats. J Neurotrauma.1995;12:1-scale for open field testing in rats. J Neurotrauma.1995;12:1-scale for open field testing in rats. J Neurotrauma.1995;12:1-21.21.21.21.21.Bracken MBBracken MBBracken MBBracken MBBracken MB, Shepard MJ, Shepard MJ, Shepard MJ, Shepard MJ, Shepard MJ, Collins WF, Collins WF, Collins WF, Collins WF, Collins WF, Holford TR, Baskin DS, Holford TR, Baskin DS, Holford TR, Baskin DS, Holford TR, Baskin DS, Holford TR, Baskin DS,,,,,Eisenberg HM, Flamm EEisenberg HM, Flamm EEisenberg HM, Flamm EEisenberg HM, Flamm EEisenberg HM, Flamm E, L, L, L, L, Leoeoeoeoeo-----Summers LSummers LSummers LSummers LSummers L, Maroon JC,, Maroon JC,, Maroon JC,, Maroon JC,, Maroon JC,Marshall LFMarshall LFMarshall LFMarshall LFMarshall LF, P, P, P, P, Perot PLerot PLerot PLerot PLerot PL, Piepmeier J, Piepmeier J, Piepmeier J, Piepmeier J, Piepmeier J, Sonntag VKH, Sonntag VKH, Sonntag VKH, Sonntag VKH, Sonntag VKH, W, W, W, W, Wagner FCagner FCagner FCagner FCagner FCJrJrJrJrJr, Wilberger LL, Wilberger LL, Wilberger LL, Wilberger LL, Wilberger LL, Winn HR, Y, Winn HR, Y, Winn HR, Y, Winn HR, Y, Winn HR, Young Woung Woung Woung Woung W. Methylprednisolone or. Methylprednisolone or. Methylprednisolone or. Methylprednisolone or. Methylprednisolone ornaloxene treatment after acute spinal cord injury: 1- yearnaloxene treatment after acute spinal cord injury: 1- yearnaloxene treatment after acute spinal cord injury: 1- yearnaloxene treatment after acute spinal cord injury: 1- yearnaloxene treatment after acute spinal cord injury: 1- yearfollowfollowfollowfollowfollow-up data. Results of the second National Spinal Cord-up data. Results of the second National Spinal Cord-up data. Results of the second National Spinal Cord-up data. Results of the second National Spinal Cord-up data. Results of the second National Spinal CordInjury StudyInjury StudyInjury StudyInjury StudyInjury Study. J Neurosurg. J Neurosurg. J Neurosurg. J Neurosurg. J Neurosurg. 1992;76:23-31.. 1992;76:23-31.. 1992;76:23-31.. 1992;76:23-31.. 1992;76:23-31.Bunge RPBunge RPBunge RPBunge RPBunge RP, Puckett WR, Becerra JL, Puckett WR, Becerra JL, Puckett WR, Becerra JL, Puckett WR, Becerra JL, Puckett WR, Becerra JL, Marcillo A, Marcillo A, Marcillo A, Marcillo A, Marcillo A, Quencer RM., Quencer RM., Quencer RM., Quencer RM., Quencer RM.Observations on the pathology of human spinal cord injury:Observations on the pathology of human spinal cord injury:Observations on the pathology of human spinal cord injury:Observations on the pathology of human spinal cord injury:Observations on the pathology of human spinal cord injury:a review and classification of 22 new cases with details ina review and classification of 22 new cases with details ina review and classification of 22 new cases with details ina review and classification of 22 new cases with details ina review and classification of 22 new cases with details infrom a case of chronic cord compression with extensive focalfrom a case of chronic cord compression with extensive focalfrom a case of chronic cord compression with extensive focalfrom a case of chronic cord compression with extensive focalfrom a case of chronic cord compression with extensive focaldemyelination. Adv Neurol. 1993;59:75-89.demyelination. Adv Neurol. 1993;59:75-89.demyelination. Adv Neurol. 1993;59:75-89.demyelination. Adv Neurol. 1993;59:75-89.demyelination. Adv Neurol. 1993;59:75-89.De LDe LDe LDe LDe La Ta Ta Ta Ta Torre JC, Boggan JEorre JC, Boggan JEorre JC, Boggan JEorre JC, Boggan JEorre JC, Boggan JE. Neurophysiological recording in. Neurophysiological recording in. Neurophysiological recording in. Neurophysiological recording in. Neurophysiological recording inrat spinal cord trauma Exp Neurol. 1980;70:356-70.rat spinal cord trauma Exp Neurol. 1980;70:356-70.rat spinal cord trauma Exp Neurol. 1980;70:356-70.rat spinal cord trauma Exp Neurol. 1980;70:356-70.rat spinal cord trauma Exp Neurol. 1980;70:356-70.Rodrigues NR. PRodrigues NR. PRodrigues NR. PRodrigues NR. PRodrigues NR. Padronização da lesão medular espinal emadronização da lesão medular espinal emadronização da lesão medular espinal emadronização da lesão medular espinal emadronização da lesão medular espinal emratos Wistar [tese]. São Pratos Wistar [tese]. São Pratos Wistar [tese]. São Pratos Wistar [tese]. São Pratos Wistar [tese]. São Paulo: Faulo: Faulo: Faulo: Faulo: Faculdade de Medicina,aculdade de Medicina,aculdade de Medicina,aculdade de Medicina,aculdade de Medicina,Universidade de São PUniversidade de São PUniversidade de São PUniversidade de São PUniversidade de São Paulo; 1999.aulo; 1999.aulo; 1999.aulo; 1999.aulo; 1999.
CONCLUSÕESQuanto aos índices motores, não foi observado
efeito benéfico com o uso da metilprednisolona
previamente ao traumatismo medular.
Quanto às complicações, os ratos tratados com
metilprednisolona quatro horas antes do
trauma apresentaram um número de óbitos
significativamente maior quando comparados
aos ratos tratados com a mesma droga
imediatamente após o trauma.
N
Dr. Flavio Pires de Camargo (assistente)Dr. Jose Passarelli Junior (assistente)
em quando para trás. Tudo o que há em nós de
original conservar-se-á tanto melhor e será tanto
mais apreciado quanto mais formos capazes de
não perder de vista os nossos antepassados".
O atual DOT se originou da vigésima nona
cadeira da Faculdade de Medicina da Universi-
dade de São Paulo, que se denominava ortopedia
e cirurgia infantil e foi regida desde a fundação
pelo professor Rezende Puech. Com o falecimento
do professor em janeiro de 1939, a cadeira foi
Na manhã do dia 23 de março realizou-
se a cerimônia de posse do Prof. Dr.
Olavo Pires de Camargo no cargo de
Professor Titular do Departamento de Ortopedia
e Traumatologia (DOT) da Faculdade de Medicina
da Universidade de São Paulo (FMUSP).
Em sessão solene o novo Professor Titular foi
saudado pelo Prof. Dr. Tarcisio Eloy Pessoa de
Barros Filho, que lembrou, em seu discurso, o
nascimento e o desenvolvimento do Depar-
tamento e do Instituto. Para isso, citou o poeta e
dramaturgo alemão Goehte. "É bom olhar de vez
DOT ganha mais umPROFESSOR TITULAR
DOT ganha mais umPROFESSOR TITULAR
Com a platéia da Sala da Congregação daFaculdade de Medicina da Universidade de SãoPaulo cheia, tomou posse o novo ProfessorTitular do Departamento de Ortopedia eTraumatologia Prof. Dr. Olavo Pires de Camargo
"O maior desafio de um ProfessorTitular é o de conseguir equilíbrioentre a produção de projetos depesquisa inovadores de aceitaçãointernacional, sem se esquecer davertente acadêmica, que é a razãode ser de um docente”.
Prof. Dr. Olavo Pires de Camargo
Po
sse
14Janeiro - Abril 2007
posta em concurso e em setembro do mesmo
ano assumiu Francisco Elias de Godoy-Moreira.
Em março de 1944, a ortopedia foi a primeira
clínica a se transferir para o Hospital das Clínicas.
O professor Godoy-Moreira foi o primeiro diretor
clínico do HC e realizou, em 29 de março de
1944, a primeira intervenção cirúrgica do novo
hospital, uma artrodese de joelho por tuberculose
osteo-articular.
Outra data marcante para a ortopedia
brasileira é 31 de julho de 1953, quando é
inaugurada a Clínica Ortopédica e
Traumatológica, que em 1977 foi transformada
em Instituto de Ortopedia e Traumatologia e em
13 de agosto de 1990, recebeu o nome de
Instituto de Ortopedia e Traumatologia Prof F. E.
Godoy Moreira.
"A grandeza de uma instituição não é avaliada
por sua estrutura física, nem pela presença de
equipamentos de última geração e sim pela
grandeza dos homens que a compõem. Cada
um dos membros do corpo clínico e dos
funcionários do IOT é também responsável pelo
reconhecimento que nossa instituição recebe",
disse o também Professor Titular Tarcisio Eloy
Pessoa de Barros Filho.
Em seu discurso de posse, o novo Professor
Titular Olavo Pires de Camargo lembrou de seu
pai, o professor Flávio Pires de Camargo e dos
antigos professores Rezende Puech, Francisco
Elias Godoy-Moreira, Manlio Mario Marco
Napoli, João Delphino B. Alvarenga Rossi,
Ronaldo Jorge Azze e Marco Martins Amatuzzi.
"O maior desafio de um Professor Titular é o
de conseguir equilíbrio entre a produção de
projetos de pesquisa inovadores de aceitação
internacional, sem se esquecer da vertente
acadêmica, que é a razão de ser de um docente.
O Professor Titular deste século XXI deve resgatar
os valores humanísticos e transmitir aos seus
alunos o fruto de sua vivência pessoal no trato
com seus pacientes", salientou Olavo Pires de
Camargo que encerrou sua fala com a frase: "O
melhor professor não é aquele que ensina mas,
sim, aquele que inspira".
A platéia da Sala da Congregação daFMUSP lotou durante a posse. Estiverampresentes representantes do HC, docentes,residentes, funcionários do IOT e familiaresdo novo Professor Titular.
O também Professor Titular TarcisioEloy Pessoa de Barros Filho discursouna cerimônia de posse. Foi ele quemconduziu o Prof. Dr. Olavo Pires de Camargoaté a mesa.
Importantes personagens que fizeram efazem a história do IOT e do DOTmarcaram presença. A mesa quefoi composta demonstra a grandezada cerimônia.
15Folha de Ortopedia e Traumatologia - IOT
16Janeiro - Abril 2007
Cu
rso
s 2
007
DATA30 e 31/03
04 e 05/05
11 e 12/05
18 e 19/05
25 e 26/05
01 e 02/06
15 e 16/06
29 e 30/06
03 e 04/08
03 e 04/08
17 e 18/08
24 e 25/08
31/08 e 01/09
14 e 15/09
19 e 20/10
26 e 27/10
PÚBLICO ALVOProfissionais da Saúde
Médicos
Médicos
Médicos
Profissionais da Saúde
Profissionais da Saúde
Médicos
Profissionais da Saúde
Médicos
Profissionais da Saúde
Médicos
Profissionais da Saúde
Profissionais da Saúde
Médicos
Profissionais da Saúde
Profissionais da Saúde
TEMAExercícios Resistidos Prevenção e Reabilitação Módulo IProfª Júlia Greve e Ed. Físico Emmanuel Gomes CiolacCurso de Artroscopia do Aparelho LocomotorDr. Roberto Freire da Mota e Albuquerque
Reconstrução Óssea - Fixador OrthofixWalter Hamilton de Castro Targa
Artroplastia do Joelho - Primária e RevisãoDr. José Ricardo Pécora
Exercícios Resistidos - Prevenção e Reabilitação Módulo IIProfª Júlia Greve e Ed. Físico Emmanuel Gomes Ciolac
Workshop em Oncologia OrtopédicaDr. André Baptista
Atualidades em Infecções OsteoarticularesDra. Ana Lúcia L. Munhoz LimaIV Curso Teórico e Prático de Fisioterapia Aplicada emOrtopedia e TraumatologiaFt. Leda Shizuka YogiCurso de Revisão em Artroplastia do QuadrilDr. Antonio Carlos Bernabé
Curso Avanços e Controvérsias em Cirurgia de Coluna(Centro de Convenções Rebouças)Dr. Alexandre Fogaça Cristante
Curso de Reciclagem e Atualização em Cirurgia da Mãoe Microcirurgia ReconstrutivaProf. Arnaldo Valdir ZumiottiCurso de Medicina do EsporteDr. Arnaldo José Hernandez
Curso de GeriatriaProfª Clara de Rosa Carelli
Navegação na Artroplastia do JoelhoDr. José Ricardo Pécora
Curso de PrótesesDr. André Pedrinelli
Curso do JoelhoDr. Pécora / Fts. Cleidnéia e Aline
Cursos programados
para 2007Cursos programados
para 2007
Centro de Estudos Godoy Moreira - CEGOMTelefone: 11-3086-4106 - FAX: 11-3086-4105
e-mail: [email protected]
Para Maiores informações:Para Maiores informações:Errata
Na edição número 48 da Folha deOrtopedia, constou que a próxima
eleição da Comissão de Éticaaconteceria no dia 18 de outubro desteano, enquanto que a data correta é dia07 de maio de 2007, conforme edital.
17Folha de Ortopedia e Traumatologia - IOT
Pro
gra
ma
ção
- 2
007
RRRRReuniões Clínicas, atualização e revisão de temaseuniões Clínicas, atualização e revisão de temaseuniões Clínicas, atualização e revisão de temaseuniões Clínicas, atualização e revisão de temaseuniões Clínicas, atualização e revisão de temassextas-feiras, das 10h às 11h, no anfiteatro
"prof. flávio pires de camargo"
05. Núcleo de Gestão12. Diagnóstico/Imagem19. Banco de Tecidos
Janeiro Fevereiro Março
Abril Maio Junho
Julho Agosto Setembro
Outubro Novembro Dezembro
02. Anatomia PatológicaDoenças Metabólicas09. Ortopedia Pediátrica16. Ombro/Cotovelo23. Neuro-Ortopedia
02. Cirurgia da Mão09. Oncologia Ortopédica16. Coluna Cervical23. Com. de Infecção Hospitalar30. Coluna Lombar
13. Traumatologia20. Enfermagem27. Joelho
04. Deformidades Vertebrais11. Traumatologia18. Medicina do Esporte25. Quadril
01. Joelho15. Artroplastia22. Pé Adulto29. Trauma Raquimedular
06. Ombro/Cotovelo13. Coluna Cervical20. Cirurgia da Mão27. Oncologia Ortopédica
03. Med. Física e Reabilitação10. Pé Adulto17. Traumatologia24. Coluna Lombar31. Geriatria/Orteoporose/Reumatologia
14. Amputados / Prótese21. Deformidades Vertebrais28. Quadril
05. Traumatologia19. Ortopedia Pediátrica26. Medicina do Esporte
09. Trauma Raquimedular23. Artroplastia30. Microcirurgia
07. Pós-Graduação/Residência Médica14. Hospital Universitário21. Laboratório deInvestigação Médica
PROGRAMAÇÃO - 2007
CODCODCODCODCOD
MOT 5734
MOT5736
MOT5738
MOT5729
DOCENTEDOCENTEDOCENTEDOCENTEDOCENTE
Prof. Tarcisio Eloy P. Barros FilhoDr. Reginaldo Perilo de Oliveira
Prof. Gilberto Luis CamanhoProf. Arnaldo José Hernandez
Prof. Arnaldo Valdir ZumiottiProf. Arnaldo José Hernandez
Prof. Olavo Pires de CamargoProf. Rames Mattar Junior
DISCIPLINADISCIPLINADISCIPLINADISCIPLINADISCIPLINA
Modelos para análise delesões do sistema nervoso
Ensaios sobreinstabilidadesarticulares
Análise experimental daregeneração músculoesquelética
A utilização de métodosanátomos patológicosem ensaiosexperimentais
CRED/PERÍODOCRED/PERÍODOCRED/PERÍODOCRED/PERÍODOCRED/PERÍODO
3 créditos08/03/07 a 23/03/0708/03 e 09/0315/03 e 16/0322/03 e 23/03
5ªs e 6ªs feiras - 8 às 12h
3 créditos12/04/07 a 27/04/0712/04 a 13/0419/04 a 20/0426/04 a 27/04
5ªs e 6ªs feiras - 8 às 12h
3 créditos03/05/07 a 18/05/0703/05 e 04/0510/05 e 11/0517/05 e 18/05
5ªs e 6ªs feiras - 8 às 12h
3 créditos14/06/07 a 29/06/0714/06 e 15/0621/06 e 22/0628/06 e 29/06
5ªs e 6ªs feiras - 8 às 12h
Coordenador: Prof. Olavo Pires de Camargo
18Janeiro - Abril 2007
Dis
cip
lin
as
1º SEMESTRE DE 20071º SEMESTRE DE 2007
Disciplinas que serão ministradasno curso de Pós-Graduação de
Ortopedia e Traumatologia
Disciplinas que serão ministradasno curso de Pós-Graduação de
Ortopedia e Traumatologia