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GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA
PROCURADORIA GERAL DO ESTADO PROCURADORIA ADMINISTRATIVA
NÚCELO DE LICITAÇÕES E CONTRATOS
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PROCESSO Nº PGE2010164172-0 PROCURADORIA GERAL DO ESTADO – PGE PARECER N° PA-NLC-LBC-VSN-207/2014
CONTRATO.Serviços terceirizados necessários ao funcionamento das atividades básicas de caráter geral dos órgãos e entidades da Administração Pública do Poder Executivo Estadual. Reajustamento e revisão contratual. Constituição Federal, Leis federais nº 8.666/03 e nº 10.192/01 e Leis estaduais nº 9.433/05 e nº 12.949/14. Instrução SAEB nº 008/2014. Considerações.
Trata-se da padronização de orientação jurídica acerca da manutenção
das condições das propostas pertinentes a contratos de serviços terceirizados necessários
ao funcionamento das atividades básicas de caráter geral dos órgãos e entidades da
Administração Pública do Poder Executivo Estadual capitulados no art. 67, parágrafo
único, inciso IV, da Lei estadual nº 9.433/05 com regulamento do Decreto nº 12.366 de
30 de agosto de 2010.
No âmbito desta Procuradoria Administrativa foi expedida a Ordem de
Serviço nº PA-NLC-002/2014, que constituiu grupo de trabalho, composto pelas
subscritoras deste parecer, para analisar e emitir pronunciamento sobre o tema, com o
propósito de relacionar elementos e providências a serem adotadas na instrução dos
processos de revisão e reajuste de tais contratos.
É o relatório. Passamos a opinar.
1. Considerações iniciais
A Constituição Federal elevou a garantia do equilíbrio econômico-
financeiro do contrato administrativo à categoria de preceito constitucional ao
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determinar, no inciso XXI do art. 37, a obrigatoriedade de inclusão nos respectivos
instrumentos de cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as
condições efetivas da proposta, nos termos da lei.
O momento da definição da equação econômico-financeiro do
contrato é a data da apresentação da proposta (Lei federal nº 10.192/01, art. 3º, §1º).
Acrescente-se que a Lei estadual nº 9.433/05, no parágrafo único do
art. 146, prescreve que:
Art. 146. Quando, antes da data do reajustamento, tiver ocorrido revisão do contrato para manutenção do seu equilíbrio econômico financeiro, exceto nas hipóteses de força maior, caso fortuito, agravação imprevista, fato da administração ou fato do príncipe, será a revisão considerada à ocasião do reajuste, para evitar acumulação injustificada.
Por seu turno, o Decreto estadual nº 12.366, de 30 de agosto de 2010,
estabelece normas atinentes à contratação de tais serviços, atribui competência à
Secretaria da Administração para acompanhar e avaliar os procedimentos licitatórios e
os processos de dispensa de licitação, bem como expedir as normas e os procedimentos
complementares necessários à licitação e contratação dos serviços (art. 13).
O Secretário da Administração do Estado da Bahia, no uso das
atribuições que lhe confere a alínea “h”, do inciso I, do art. 22, do Decreto nº 12.431, de
20 de outubro de 2010, expediu a Instrução SAEB nº 05/2011 (DOE de 21 de abril de
2011), orientando os órgãos e entidades da Administração Pública do Poder Executivo
Estadual, quanto aos procedimentos licitatórios e contratações destes serviços
terceirizados.
No item 7da mencionada Instrução SAEB nº 05/2011, com a redação
dada pela Instrução SAEB nº 06/2011, está materializada fórmula paramétrica para a
manutenção das condições da proposta, corrigindo os preços considerando a variação
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obtida pela categoria profissional em acordo, convenção ou dissídio coletivo de
trabalho, referente a salário e verbas conexas (revisão), e a variação ocorrida desde a
data da apresentação da proposta (reajustamento), os quais são representadas pelos
coeficientes (α) e (β), respectivamente
No coeficiente (α) compreendem-se as parcelas de natureza pessoal,
inclusive Encargos Sociais, em relação ao Custo Direto, que é atualizado pelo
∆Remuneratório, que corresponde à variação obtida pela categoria profissional em
acordo, convenção ou dissídio coletivo de trabalho, referente a salário e verbas conexas.
Os demais componentes do preço respeitam ao coeficiente (β),
quecorrespondente aos insumos, em relação ao Custo Direto, o qual é atualizado com
base no ∆ INPC, correspondente à variação do Índice Nacional de Preço ao Consumidor
do IBGE, verificada dentro da periodicidade permitida em lei federal, considerada a
partir da data da apresentação da proposta.
Os editais-padrão aprovados pela Procuradoria Geral do Estado
disciplinam a matéria relativa à Manutenção das Condições da Proposta –
Reajustamento e Revisão no item XVII da Seção A – Preâmbulo e, nos subitens XVII-2
e XVII-3, estabelecendo que “O reajustamento dos preços constantes dos contratos
celebrados será procedido independentemente de requerimento do interessado” e que
“a revisão de preços, nos termos do inciso XXVI do art. 8º da Lei estadual nº 9.433/05,
dependerá de requerimento do interessado, a ser formulado no prazo máximo de um
ano a partir do fato que a ensejou, sob pena de decadência, em consonância com o art.
211 da Lei nº 10.406/02”.
A fórmula contempla, portanto, os mecanismos de readequação do
preço contratado, tanto por reajustamento quanto por revisão durante o curso da
relação contratual, cujos conceitos passamos a expor.
2. O Reajustamento
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O reajustamento ou reajuste dos preços visa compensar os efeitos da
variação inflacionária no curso normal do contrato — objetivando a manutenção do
equilíbrio econômico-financeiro inicialmente ajustado —, devendo retratar a alteração
dos custos de produção a fim de que sejam mantidas as condições efetivas da proposta e
observar a periodicidade anual para a sua concessão (Lei federal nº 10.192/2001: arts. 2º
e 3º).
É importante destacar que Lei federal nº 10.192, de 14/02/2001, nos
seus arts. 2º e 3º, considera nula de pleno direito qualquer estipulação de reajuste em
periodicidade inferior a um ano e estabelece que, nos contratos em que seja parte órgão
ou entidade da Administração Pública direta ou indireta da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, a periodicidade anual será contada a partir da data
limite para apresentação da proposta ou do orçamento a que essa se referir.
No mais, à vista do fato de a data limite para a apresentação da
proposta ser a data da primeira sessão pública da licitação, conforme previsão contida
no art. 2º, §§1º e 3º, e art. 3º, §1º, da Lei nº 10.192/2001 combinado com o art. 40,
inciso XI, da Lei nº 8.666/93 e o art. 79, inciso XII e art. 146, caput, da Lei nº 9.433/05,
o termo inicial do cômputo do prazo anual de reajuste é a data da primeira sessão
pública da licitação,
O critério de reajuste de preços, consoante dispõem os artigos 40,
inciso XI, e 55, inciso III, da Lei nº 8.666/93 e os artigos 79, inciso XII, e 126, inciso
III, da Lei nº 9.433/05, deve estar obrigatoriamente previsto no edital e no contrato.
Anote-se que a Lei nº 8.666/93 (art. 65, § 8º) e a Lei nº 9.433/05 (art.
135, inciso II c/c art. 143, §8º) estabelecem que, em se tratando de reajuste contratual, é
dispensada a celebração de termo aditivo, podendo ser registrado por simples apostila.
Consequentemente, a concessão de reajustamento independe de manifestação do órgão
de assessoramento jurídico, devendo ser procedida pela própria Administração.
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Estando legalmente disciplinada toda a matéria relativa a reajuste de
preços dos contratos administrativos celebrados pela Administração Pública, conclui-se
que compete à Administração proceder ao reajustamento contratual, (a) por meio de
apostila, (b) na periodicidade anual, (c) contando a periodicidade anual da primeira
concessão da data da apresentação da proposta na licitação, (d) em conformidade com
os índices previstos no edital (cujo critério deve retratar a variação efetiva do custo de
produção, admitida a adoção de índices específicos ou setoriais) e que devem ser
reproduzidos no respectivo contrato.
Tanto o cálculo do índice quanto os pagamentos das diferenças
independem de requerimento do contratado, devendo ser procedidos pela Administração
exceto se houver renúncia expressa do contratado a esse direito, consignada em
documento escrito.
3. A Revisão
Arevisão de preços consiste na alteração do valor original do
contrato, para recompor o preço que se tornou insuficiente ou excessivo, objetivando a
manutenção do equilíbrio econômico-financeiro inicialmente ajustado, em razão da
superveniência de fatos imprevisíveis ou previsíveis, porém de consequências
incalculáveis, retardadores ou impeditivos da execução do ajustado, ou ainda, em caso
de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econômica
extraordinária e extracontratual, bem como para reduzir o seu preço com vistas a
compatibilizá-lo com os valores de mercado (Lei nº 8.666/93: art. 65, inciso II, ‘d’; Lei
nº 9.433/05: art. 8º, XXVI; art. 143, inciso II, “d” e “e”).
Diferentemente do reajustamento (cujo lapso temporal da sua
ocorrência é anual), a revisão de preços pode ocorrer a qualquer tempo, desde que
realmente advenha o desequilíbrio na equação econômico-financeira do contrato,
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devidamente comprovado pelo contratado, e os efeitos da revisão devem retroagir à data
da efetiva ocorrência do fato ensejador do desequilíbrio.
Assinalamos também, por necessário, que a revisão consensual para a
redução de preços constantes do contrato, para manter o equilíbrio econômico-
financeiro em favor da Administração Pública, encontra fundamento tanto na
Constituição Federal (art. 37, inciso XXI), como na Lei nº 8.666/93 (art. 58, inciso I,
§§1º e 2º) e na Lei nº 9.433/05 (art. 143, inciso II, “e”).
Para a caracterização do desequilíbrio econômico-financeiro do ajuste,
justificador da revisão contratual, deve haver a devida comprovação da ocorrência de
um evento econômico excepcional, imprevisível ou previsível, mas de consequências
incalculáveis, e independente da vontade das partes contratantes, que tornou inexequível
ou demasiadamente oneroso o cumprimento do contrato, em razão da efetiva
repercussão do evento sobre a equação econômico-financeira inicialmente pactuada.
A Procuradoria Geral do Estado, por meio de inúmeros
pronunciamentos, firmou o entendimento de que a ocorrência de dissídio/convenção
coletiva que majore os salários de determinada categoria profissional é passível de
ensejar a revisão dos preços dos contratos celebrados pela Administração Pública
estadual, desde que haja efetiva repercussão sobre a equação econômico-financeira
inicialmente pactuada.
É que a superveniência de tais eventos pode caracterizar álea
econômica extraordinária e cujo fato (dissídio/convenção coletiva), embora previsível
que vai ocorrer, tem consequências incalculáveis, que, sempre que ensejar o
desequilíbrio econômico-financeiro inicial do ajuste, justifica a alteração contratual,
para que seja procedida a revisão dos preços, com base no disposto no art. 65, inciso II,
alínea “d” da Lei 8.666/93 e no art. 143, inciso II, alínea “d” da Lei estadual nº
9.433/05.
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A revisão dos preços deve ser formalizada por meio de termo aditivo
contratual específico, no qual deve constar (i) o evento ensejador da revisão, (ii) a
fundamentação legal da revisão, (iii) os novos valores a serem praticados no contrato,
(iv) o novo preço global do contrato e (v) a data a partir da qual os novos preços
passam a ser devidos.
Também a revisão de preços pode ser objeto de renúncia expressa por
parte da contratada, consignada em documento escrito. Assim, caso a empresa não
tenha renunciado expressamente, fará jus ao reajuste do preço e/ou à revisão contratual
como acima exposto. Por outro lado, em tendo a contratada renunciado ao reajuste ou à
revisão, por qualquer motivo, inclusive para justificar a vantajosidade da prorrogação
contratual, esses mecanismos de reequilíbrio econômico-financeiro não podem ser
concedidos posteriormente.
Impende destacar que o documento escrito que consigne a renúncia ao
reajuste e/ou a revisão contratual deve indicar o período à que ser referem, a fim de
delimitar de forma clara e precisa o período concessivo de novos reajustes e/ou revisões.
4. A nova operacionalização do reequilíbrio motivada pela Lei
estadual nº 12.949, de 14 de fevereiro de 2014.
A Lei estadual nº 12.949, de 14 de fevereiro de 2014, instituiu
mecanismo de controle do patrimônio público do Estado da Bahia, dispondo sobre
provisões de encargos trabalhistas a serem pagos às empresas contratadas para prestar
serviços de forma contínua, e que, no seu art. 11, determinou, in verbis: Art. 11 - Para assegurar o quanto estabelecido na presente Lei, fica assegurado à empresa contratada o direito ao recebimento, dentro do prazo de vencimento, previsto no contrato das faturas mensais pelos serviços executados, com obediência à ordem cronológica dos vencimentos, assim como o direito a receber os reequilíbrios econômicos financeiros do contrato, decorrentes de aumento de remuneração e benefícios gerados pelas convenções, dissídios ou acordos coletivos de trabalho e dos reajustes previstos contratualmente em até
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90 (noventa) dias da data da solicitação por parte da contratada. (Grifos aditados).
A alteração legislativa determinou a modificação do modus operandi
dos processos revisionais, até então centralizados na Secretaria da Administração, a fim
de permitir o atendimento no prazo de 90 dias.
Na esteira do novo comando legislativo, a Instrução nº 008/2014
modificou a Instrução nº 05/2011 para alterar as atribuições e acrescentar outras à
Superintendência de Serviços Administrativos da Secretaria da Administração
(SSA/SAEB) e para as Diretorias Gerais (DG), por intermédio das Diretorias
Administrativas (DA) ou Unidades equivalentes dos órgãos e entidades, conforme se
segue:
3. Compete à Secretaria da Administração: [...] 3.2 através da Superintendência de Serviços Administrativos - SSA: [...] 3.2.5 capacitar os servidores indicados pelas unidades gestoras para elaboração dos cálculos de revisão e reajuste de preços dos contratos de serviços terceirizados, em cumprimento ao quanto disposto na alínea “k”, inciso II, artigo 20 do Decreto n° 12.431/2010; (Incluído pela Instrução nº 008/2014, publicada no DOE de 26 e 27 de abril de 2014) 3.2.6 orientar e prestar apoio técnico, nos cálculos de revisão e reajuste de preços dos contratos de serviços terceirizados; (Incluído pela Instrução nº 008/2014, publicada no DOE de 26 e 27 de abril de 2014) 3.2.7 divulgar mensalmente as variações pro-rata acumuladas anuais do INPC/IBGE utilizados para o cálculo de reajuste, por intermédio do comprasnet.ba; (Incluído pela Instrução nº 008/2014, publicada no DOE de 26 e 27 de abril de 2014) 3.2.8 identificar os percentuais de revisões decorrentes de Normas Coletivas de Trabalho, a serem aplicados nos preços dos contratos dos serviços terceirizados relativos à presente instrução, a serem divulgados por meio de portaria do Secretário da Administração. (Incluído pela Instrução nº 008/2014, publicada no DOE de 26 e 27 de abril de 2014) 4. Compete às Diretorias Gerais – DG, por intermédio das Diretorias Administrativas – DA, ou Unidades equivalentes dos órgãos e entidades: [...]
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4.11 indicar servidores a serem capacitados pela SAEB/SSA para elaboração dos cálculos de revisão e reajuste contratual; (Alterado pela Instrução nº 008/2014, publicada no DOE de 26 e 27 de abril de 2014) 4.12 instruir os processos relativos à revisão e reajuste de preços com, no mínimo, os seguintes documentos: (Incluído pela Instrução nº 008/2014, publicada no DOE de 26 e 27 de abril de 2014) 4.12.1 pleito da contratada; 4.12.2 cópia do edital da licitação, do contrato celebrado e de seus aditivos ou apostilas, se houver; 4.12.3 proposta de preço que resultou na contratação, com planilha de composição de preços unitários; 4.12.4 convenção coletiva de trabalho da respectiva categoria profissional ou documento referente ao fato gerador da revisão alegada. 4.13 proceder ao cálculo de revisão e reajuste contratual dos serviços terceirizados, verificando o que segue: (008/2014, publicada no DOE de 26 e 27 de abril de 2014) 4.13.1 abrangência da Norma Coletiva de Trabalho da Categoria nos locais da prestação de serviços; 4.13.2 comprovação, pela empresa contratada, do efetivo repasse aos seus funcionários dos valores estabelecidos na Norma Coletiva de Trabalho da Categoria; 4.14 submeter o processo de revisão ao órgão de assessoramento jurídico para emissão de parecer, salvo se dispensada a oitiva por ato administrativo próprio; (Incluído pela Instrução nº 008/2014, publicada no DOE de 26 e 27 de abril de 2014) 4.15 verificar, por ocasião da celebração do aditivo de revisão: 4.15.1 o cumprimento das respectivas obrigações sociais, trabalhistas, previdenciárias e tributárias por parte da contratada; 4.15.2 a regularidade de toda a documentação da empresa contratada no que se refere ao cumprimento das obrigações inicialmente pactuadas; 4.15.3 apuração da existência de eventuais diferenças, considerando os preços unitários calculados, os quantitativos praticados mês a mês e os valores efetivamente pagos à empresa.
Competirá à SAEB, com a nova sistemática, não mais proceder ao
cálculo da revisão e reajuste contratual dos serviços terceirizados, cabendo-lhe,
doravante, a identificação dos percentuais de reajustamento (item 3.2.7) e revisões
decorrentes de Normas Coletivas de Trabalho, (item 3.2.8), competindo às próprias
unidades contratantes a elaboração dos cálculos (item 4.13).
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Os percentuais de variação remuneratória deverão ser lançados em
Portaria da SAEB (item 3.2.8), sendo oportunizada, por outro lado, a dispensa de oitiva
do órgão de assessoramento jurídico, mediante ato administrativo próprio (item 4.14).
Estes dispositivos constituem a espinha dorsal do novo procedimento,
e sobre eles, pensamos ser possível definir a seguinte rotina:
Para fins de reajustamento, a SAEB deve divulgar mensalmente as
variações pro-rata acumuladas anuais do INPC/IBGE (3.2.7).
Caberá a cada unidade contratante a aplicação da fórmula paramétrica
prevista no contrato,atentando que o primeiro reajuste contratual é devido a partir do dia
em que completou um ano da data da sessão pública de apresentação da proposta,
com base no disposto na Lei federal nº 10.192/2001: arts. 2º e 3º; na Lei federal nº
8.666/93: art. 40, inciso XI; na Lei estadual nº 9.433/05: art. 79, inciso XII e art. 146,
caput, e no Contrato.
Para fins de revisão contratual, a SAEB deve identificar os
percentuais de revisões decorrentes de Normas Coletivas de Trabalho, a serem aplicados
nos preços dos contratos dos serviços terceirizados relativos (3.2.8), remetendo o
processo respectivo ao exame do órgão de assessoramento jurídico. Uma vez aferida
aocorrência da hipótese revisional, os coeficientesdeverão ser divulgados por meio de
portaria do Secretário da Administração, a qual deverá também materializar o número
do processo no bojo do qual a Procuradoria Geral do Estado examinou os percentuais e
respectivos coeficientes.
Caberá a cada unidade contratante instruir o processo revisional com:
(I) o requerimento do contratado;
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É importante salientar que o órgão contratante deve estar atento à
tempestividade do requerimento de revisão formulado pelo contratado e ao prazo
decadencial de um ano a partir do fato que a ensejou.
(II) o edital e no contrato;
(III) a aferição das cidades abrangidas pela base territorial da
Convenção Coletiva de Trabalho, uma vez que os preços calculados pela Administração
estão condicionados à prestação de serviços em tais localidades.
No que concerne à parcela referente ao Município não abrangido pela
Convenção Coletiva de Trabalho apresentada pela contratada aplica-se a orientação
traçada no parecer GAB-PAE-AGR-18/2013, recepcionado e atribuído caráter
sistêmico pelo Exmo. Procurador Geral do Estado no processo nº 0200120422382-
0, [cuja ficha do SICAJ anexamos ao presente.]
Vale anotar, ainda, que, à vista de notícia, em processos que tramitam
nesta Procuradoria Geral do Estado, da existência de conflito positivo, relativamente à
representação sindical da categoria nesta Capital, deve ser verificada a identidade das
parcelas e índices de aumento a que se referem a SINDILIMP/SEAC-BA e a
SINTRAL/SEAC.
(IV) os novos valores estabelecidos na nova Convenção Coletiva de
Trabalho – CCT, considerando-se a data base da categoria conforme CCT, bem como
que a CCT passa a vigorar após 03 (três) dias da data da entrega (protocolo) perante o
Departamento Nacional do Trabalho, em se tratando de instrumento de caráter nacional
ou interestadual, ou nos órgãos regionais do Ministério do Trabalho e Previdência
Social, nos demais casos (§1º do art. 614 da CLT);
5. Das diferenças apuradas
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Registramos, outrossim, que a realização dos cálculos para apuração
dos valores devidos a título de reajuste e/ou revisão constitui ato eminentemente técnico
não jurídico, em razão do que compete aos setores técnicos dos órgãos contratantes a
sua realização e conferência, pois o setor competente do órgão contratante é que detém
os elementos necessários à apuração dos valores, inclusive por ter o conhecimento dos
quantitativos de serviços mensalmente prestados e dos valores efetivamente faturados
em cada período de vigência do contrato.
Acrescentamos, todavia, que somente poderá ser efetuado qualquer
pagamento a título de reajuste e revisão em favor da empresa contratada após o órgão
contratante se certificar, através do setor técnico competente, se houve, por parte da
contratada, (i) o efetivo repasse dos valores estabelecidos na norma coletiva aos
empregados vinculados à execução do objeto pactuado, e(ii) o correto recolhimento
do FGTS, INSS, pagamento de salários e demais obrigações sociais, trabalhista,
previdenciárias e tributárias previstas no contrato.
Ademais, deve, ainda, o órgão de origem (a) verificar eventual
existência de penalidades, inclusive de multas administrativas, e (b) a existência ou não
de processos trabalhista e/ou condenação do Estado em virtude da responsabilidade
subsidiária por débitos trabalhistas por ela inadimplidos.
6. Da dispensa de oitiva do órgão de assessoramento jurídico
Como acima delineado, a manifestação do órgão jurídico dar-se-á no
processo encetado pela SAEB para aferição do desequilíbrio provocado pela convenção
ou dissídio coletivo, substituindo-se ao exame de dezenas de outros processos.
É importante destacar a alteração promovida pela Instrução nº
008/2014 na Instrução nº 05/2011, que introduziu o seguinte preceito: 4.14 submeter o processo de revisão ao órgão de assessoramento jurídico para emissão de parecer, salvo se
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dispensada a oitiva por ato administrativo próprio; (Incluído pela Instrução nº 008/2014, publicada no DOE de 26 e 27 de abril de 2014)
Considerando que os eventos de revisão contratual atingem categorias
profissionais diversas, e que o número de contratos celebrados pelos órgãos da
Administração Pública do Poder Executivo é igualmente relevante, entendemos
oportuno sugerir a alteração da PORTARIA Nº PGE - 089/2012, a fim de contemplar a
seguinte disposição: PORTARIA Nº PGE - XXX/2014 O PROCURADOR GERAL DO ESTADO, no uso das atribuições que lhe são conferidas pelo art. 32 da Lei Complementar nº 34, de 06 de fevereiro de 2009,
RESOLVE Art.1º - Acrescentar o inciso XVI ao art. 1º da PORTARIA Nº PGE - 089/2012, tornando dispensável a manifestação da Procuradoria Geral do Estado, salvo relevante indagação jurídica, na seguinte hipótese:
(...) XVI. Aditivos de revisão dos preços dos contratos previstos no Decreto nº 12.366, de 30 de agosto de 2010, cuja variação remuneratória tenha sido aferida pela Secretaria da Administração em processo específico, remetidas ao exame da Procuradoria Geral do Estado e divulgadas por portaria do Secretário da Administração na forma da Instrução SAEB nº 05/2011, com a redação da Instrução SAEB nº 008/2014, e desde que seja observada a orientação traçada no parecer n° PA-NLC-LBC-VSN-207/2014.
Art. 2º - Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, ficando revogadas as disposições em contrário, em especial as previstas na Ordem de Serviço PGE n.º 011/2010. GABINETE DO PROCURADOR GERAL DO ESTADO, XX de XXXXX de 2014.
Ass) RUI MORAES CRUZ Procurador Geral do Estado
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Diante de todo o exposto, concluímos que todos os atos de concessão
e/ou pagamento de reajuste e/ou de revisão contratual devem observar as orientações
traçadas neste parecer.
É o parecer. S.S.J.
Ao exame da Procuradora Assistente do Núcleo de Licitações e
Contratos.
PROCURADORIA ADMINISTRATIVA, Núcleo de Licitações e
Contratos, em 15 de maio de 2014.
LEYLA BIANCA C. L. DA COSTA VERÔNICA S. DE NOVAES MENEZES Procuradora do Estado Procuradora do Estado
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PGE - PROCURADORIA GERAL DO ESTADO PROCESSO Nº PGE2010164172-0 INTERESSADO: PROCURADORIA ADMINSITRATIVA MATÉRIA: ORDEM DE SERVIÇO Nº PA-012/2014
DESPACHO
Considerando a publicação da Lei 12.949, de 14 de fevereiro de 2014;
Considerando o quanto determinado no art. 11, do mesmo diploma legal, segundo o
qual a empresa contratada tem “o direito a receber os reequilíbrios econômicos
financeiros do contrato, decorrentes de aumento de remuneração e benefícios gerados
pelas convenções, dissídios ou acordos coletivos de trabalho e dos reajustes previstos
contratualmenteem até 90(noventa) dias da data da solicitação;
Considerando a necessidade de serem adotadas providências no sentido de orientar os
órgãos e entidades da administração pública estadual na instrução dos processos de
revisão e reajuste de contratos de prestação de serviços terceirizados;
Considerando o quanto disposto no art. 4º, Inciso IV, do Decreto nº 11.737, de 30 de
setembro de 2009;
Foi expedida a Ordem de Serviço nº PA-012/2014, em 23 de fevereiro de 2014, da lavra
desta subscritora, quando exercia a Chefia desta Procuradoria Administrativa em
substituição à i. Procuradora Chefe Cláudia Maria de Souza Moura. Esta Ordem de
Serviçodesignou as Procuradoras Leyla Bianca Correia Lima da Costa e Verônica S. de
Novaes Menezes para elaborar parecer relacionando elementos e providências a serem
adotadas na instrução dos processos de Revisão e Reajuste de contratos e prestação de
serviços terceirizados, orientando os órgãos e entidades da administração pública.
Após cuidadoso trabalho desenvolvido pelas i. Procuradoras os autos retornam com a
emissão do Parecer nº PA-NÇC-LBC-VSN-207/2014 (fls. 187). Neste Parecerestão
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traçadas orientações jurídicas que servirão de base para a padronização das rotinas, no
âmbito dos órgãos e entidades da administração pública, relativas às providências a
serem tomadas no âmbito dos processos de reajuste e revisão dos contratos de serviços
terceirizados.
As orientações jurídicas foram divididas em 6 tópicos:
1. Considerações Iniciais
2. O Reajustamento
3. A Revisão
4. A nova operacionalização do reequilíbrio motivada pela Lei Estadual nº 12.949, de
14 de fevereiro de 2014;
5. Das diferenças apuradas
6. Da dispensa de oitiva do órgão de assessoramento jurídico.
Nas Considerações Iniciais foram dados os fundamentos jurídicos da revisão/reajuste
com respectivos comentários dos dispositivos normativos pertinentes (art. 37, XXI, da
CF/88; Art. 146 da Lei 9.433/2005, Decreto Estadual 12.366/2010, Instrução SAEB nº
005/2011, alterada pela Instrução SAEB nº 06/2011). Também foi destacado que a
fórmulaparamétrica utilizada na manutenção das condições da proposta, prevista na IN
05, com a redação da IN06/201, contempla os mecanismos de readequação do preço
contratado.
Importante ressaltar que essa fórmula paramétrica é fruto de um trabalho técnico
executado pela DS/SAEB e, portanto, extrapola a matéria jurídica, não sendo atribuição
desta PGE aferir a sua metodologia de concepção.
No item 2, referente ao reajustamento, partiu-se do regramento previsto na Lei
10.192/2001, segundo o qual é vedada a estipulação de reajuste em periodicidade
inferior a um ano. Outrossim, a periodicidade será contada a partir da data limite para
apresentação da proposta ou orçamento a que essa se referir.
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Como a data limite para a apresentação da proposta é a data da primeira sessão pública
de licitação, conforme regramento legal, ficou definido que o termo inicial do cômputo
do prazo anual de reajuste é a data da primeira sessão pública. Considero pertinente esta
definição uma vez que se trata de um direito constitucional ao equilíbrio econômico e
financeiro da proposta.
Também foram dadas as seguintes orientações:
a) O critério/índice de reajuste deve ser previsto em edital e o direito ao reajuste
independe de termo aditivo, podendo ser registrado por apostila.
b) Havendo renúncia à pretensão de reajustamento, deve ser consignada em documento
expresso.
No item referente à Revisão (Item 3) foi introduzida a distinção entre “Reajuste” e
“Revisão”, o que considero de extrema importância, a fim de deixar claro para a
Administração que são termos que não se confundem.
Foi dada a noção de “revisão consensual”, admitindo, inclusive, a possibilidade de
redução de preços, além de ser devidamentecaracterizado o desequilíbrio econômico
financeiro, com a informação de que o entendimento prevalente na PGE é pela
possibilidade de revisão de preços decorrentes de Convenção Coletiva/dissídio.
Outrossim, foram relacionados os elementos que devem instruir a revisão a ser
formalizada por termo aditivo. No caso de renúncia á pretensão de revisão deve ser
expressa, consignada em documento escrito, indicando o período a que se refere.
A nova operacionalização do reequilíbriomotivada pela Lei Estadual nº 12.949,d e 14 de
fevereiro de 2014, foi objeto de análise no item 4.
Este Diploma Legal dispõe sobre mecanismos de provisionamento de encargos
trabalhistas a que estão obrigadas as empresas terceirizadas. Neste sentido, os processos
de revisão passarão a ser descentralizados e o prazo legal máximo para o recebimento
decorrente dos pedidos de revisão será 90(noventa) dias.
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Para tanto, foi expedida a Instrução Normativa nº 008/2014, publicadano DOE de 26 e
27 de abril de 2014, cuja redação contou com a orientação jurídica das i. Procuradoras
Leyla Bianca Correia Lima da Costa e Verônica S. de Novaes Menezes. Assim,a partir
desta data, as próprias unidades contratantes elaborarão os cálculos que antes estavam
centralizados na DS/SAEB.
Contudo, permanece com a DS/SAEB a atribuição de lançar, através de Portaria, os
percentuais de variação remuneratória, dispensada a oitiva do órgão jurídico mediante
ato administrativo próprio (item4.14 da In 008/2014). Também é atribuição da SAEB
divulgar mensalmente as variações pro-rata acumuladas anuais do INPC/IBGE,
utilizadas no cálculo dos reajustes.
Com base nesta Instrução Normativa, as i. Procuradoras fixaram rotinas procedimentais
a serem operacionalizadas no âmbito das unidades contratantes para as situações
distintas de revisão e reajuste, relacionando os elementos que devem instruir o processo
revisional.
O item 5 faz referência às “Diferenças apuradas”, que tratou de destacar o caráter
eminentemente técnico da apuração dos valores devidos a título de revisão e/ou reajuste,
competindo aos setores técnicos a realização e conferência dos respectivos cálculos.
Ademais, a unidade contratante foi alertada para o feto de que qualquer
pagamentodecorrente de revisão e/ou reajuste somente deve ser efetivado após a
comprovação do repasse dos valores aos empregados vinculados ao contrato em
questão, além de verificar eventual penalidade aplicada à contratada, bem como a
existência de processo judicial decorrente do não cumprimento de obrigações
trabalhistas.
Finalmente, o item 6 propõe a dispensa de oitiva do órgão jurídico, com base no item
4.14 da IN 008/2014, segundo o qual pode ser dispensada por ato administrativo
próprio, emanado da unidade contratante.
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Para tanto, as i. Procuradoras sugerem a alteração da Portaria nº PGE-089/2012,
acrescentando o inciso XVI ao art. 1º, tornando dispensável a manifestação da PGE,
salvo relevante indagação jurídica, nos aditivos de revisão de preços dos contratos
previstos no Decreto 12.366/2010, desde que seja observada a orientação traçada no
parecer nº PA-NLC-VSN-207/2014.
Estou totalmente de acordo com os termosconsignados no Parece sob exame.
Considero de extrema relevância a adoção de medidas que permitam a otimização da
gestão, in casu, a fixação de rotinas procedimentais com base nas orientações jurídicas
contidas no parecer nº PA-NLC-VSN-207/2014.
Com efeito, a nova sistemática de revisão/reajuste introduzida pela Lei 12.949/2014
exige novas estratégias de gestão a serem adotadas pela SAEB juntamente com as
unidades contratantes. Para tanto, considero indispensável a participação da
PGE/PA/NLC neste processo desde o nascedouro dos atos normativos.
É o que observamos com a publicação da IN 008/2014, conforme já registrado.
Penso que as orientações jurídicas contidas no Parecer sob exame irão servir de base
para a padronização das rotinas procedimentais no âmbito dos órgãos e entidades da
Administração Estadual, cujo resultado deve ser a maior eficiência e qualidade no
serviço público, razão pela qual estou de acordo com o Parecer nº PA-NLC-LBC-
VSN-207/2014 da lavra das i. Procuradoras designados pela Ordem de Serviço nº PA
012/2014.
Com estas considerações, evoluo os autos à consideração superior da i. Chefia.
NÚCLEO DE LICITAÇÕES E CONTRATOS, em 28 de maio de 2014.
SORAYA SANTOS LOPES
Procuradora Assistente
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PROCESSO: PGE/2010164172-0 INTERESSADO: PROCURADORIA ADMINISTRATIVA
DESPACHO
Cuida o presente expediente de padronização de orientação jurídica, em face da Ordem
de Serviço nº PA-NLC-002/2014, expedida pela ilustre Procuradora Assistente Soraya
Santos Lopes, na qual constituiu grupo de trabalho, integrado pelas ilustres
Procuradoras Leyla Bianca Correia Lima da Costa e Verônica Santos de Novaes
Menezes, para analisar e emitir pronunciamento sobre a manutenção das condições das
propostas pertinentes a contratos de serviços terceirizados, sujeitos à disciplina do
Decreto nº 12.336/2010, com o propósito de relacionar elementos e providências a
serem adotadas na instrução dos processos de revisão e reajuste de tais contratos.
As ilustres Procuradorasofertaram o Parecer PA-NLC-LBC-VSN-207/2014, no qual
traçaram as orientações a serem adotadas para a concessão e pagamento de reajuste e/ou
revisão contratual, com endosso da i. Procuradora Assistente Soraya Santos Lopes
(fls.175/190).
Estou de acordo com o cuidadoso Parecer lançadopelas i. Procuradoras e despacho da
Procuradora Assistente, com ressalva pontual no que respeita à obrigatoriedade de
manifestação da Procuradorianos processos de que trata o item 3.2.8 da Instrução nº
005/2011 (acrescido pela Instrução nº 08/2014), concernente à fixação de percentual
de revisão decorrente de Norma Coletiva de Trabalho, a ser aplicado em preços de
contrato de serviço terceirizado, e divulgado por meio de portaria do Secretário da
Administração.
É que o procedimento de responsabilidade da SAEB, deidentificar os percentuais de
revisões decorrentes de Normas Coletivas de Trabalho, a serem aplicados nos preços
dos contratos dos serviços terceirizados, envolve a realização dos cálculos para
apuração dos valores devidos e constitui ato eminentemente técnico, de maneira que a
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manifestação da Procuradoria deve cingir-se às hipóteses nas quais identificada pelo
órgão competente, a SAEB, indagação jurídica a atrair a necessidade de atuação do
órgão de assessoramento jurídico do Estado.
Como bem destacaram as i. Procuradoras, no item 7 da Instrução SAEB nº 05/2011,
com a redação dada pela Instrução SAEB nº06/2011, está materializada fórmula
paramétrica para a manutenção das condições da proposta, e os editais-padrão
aprovados pela PGE disciplinam a matéria relativa à Manutenção das Condições da
Proposta - Reajustamento e Revisão no item XVII da Seção A - Preâmbulo e nos
subitens XVII-2 e XVII-3, de maneira que se encontram perfeitamente delineados os
mecanismos de readequação do preço contratado, tanto por reajustamento quanto por
revisão durante o curso da relação contratual.
Outrossim, conforme art. 11 da Lei nº 12.949/2014, à empresa contratada é assegurado
o “direito a receber os reequilíbrios econômicos financeiros do contrato, decorrentes de
aumento de remuneração e benefícios gerados pelas convenções, dissídios ou acordos
coletivos de trabalho e dos reajustes previstos contratualmente em até 90 (noventa) dias
da data da solicitação por parte da contratada”.
Na esteira do novo comando legislativo, a Instrução SAEB nº 008/2014 modificou a
Instrução nº05/2011 de maneira que não maiscompete à SAEB e, sim, às próprias
unidades contratantes, proceder ao cálculo da revisão e reajuste contratual dos serviços
terceirizados (item 4.13), incumbindo à SAEB, precedentemente, a identificação dos
percentuais de reajustamento (item 3.2.7) e revisões decorrentes de Normas Coletivas
de Trabalho (item 3.2.8).
O reajustamento, é sabido, pode ser registrado por simples apostilamento, sendo
dispensada a manifestação da PGE, nos termos do inciso VIII do artigo 1º da Portaria
PGE nº 89/2012.
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Outrossim, é entendimento de longa data prevalecente na PGE que a ocorrência de
dissídio/convenção coletiva, que majore a remuneração ou gere benefícios para
determinada categoria profissional, é passível de ensejar a revisão dos preços dos
contratos celebrados pela Administração Pública estadual, desde que haja efetiva
repercussão sobre a equação econômico-financeira inicialmente pactuada.
Nesse contexto, e àvista das demais diretrizes lançadas no parecer PA-NLC-LBC-VSN-
207/2014, cabe recensear a nova sistemática a ser adotada nos processos de
revisão/reajuste contratual, referente a serviços terceirizados, nos seguintes termos:
I - Para fins de Reajustamento contratual:
a) o termo inicial do cômputo do prazo anual de reajuste é a data da primeira sessão
pública da licitação;
b) o critério de reajuste de preços deve estar obrigatoriamente previsto no edital e
no contrato;
c) a SAEB deve divulgar mensalmente as variações pro-rata acumuladas anuais do
INPC/IBGE utilizados para o cálculo de reajuste;
d) caberá a cada unidade contratante a aplicação da fórmula paramétrica prevista no
contrato;
e) em se tratando de reajuste contratual, é dispensada a celebração de termo
aditivo, podendo ser registrado por simples apostila;
f) o pagamento das diferenças e o cálculo dos índices correspondentes não
dependem de requerimento do contratado, devendo ser procedidos de ofício pela
Administração, exceto se houver renúncia expressa do contratado a esse direito,
consignada em documento escrito, com indicação do período a que se refere, com vistas
a delimitar de forma clara e precisa o período concessivo de novos reajustes.
II - Para fins de Revisão contratual:
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a) a revisão de preços pode ocorrer a qualquer tempo, desde que devidamente
comprovado pelo contratado o advento do desequilíbrio na equação econômico-
financeira do contrato, formulando o correspondente requerimento;
b) a SAEB deve identificar os percentuais de revisões decorrentes de Normas
Coletivas de Trabalho, a serem aplicados nos preços dos contratos dos serviços
terceirizados e divulgados por meio de portaria do Secretário da Administração,
dispensada a análise da PGE a respeito desta questão específica, salvo se houver
indagação jurídica.
c) na instrução dos processos relativos à revisão de preços, em face de
dissídio/convenção coletiva, caberá ao contratado/requerente apresentar a Convenção
Coletiva de Trabalho em que se fundamenta o pleito revisional, devidamente registrada,
acompanhada da demonstração do impacto do novo preço na folha de pagamento dos
empregados vinculados ao contrato respectivo, sob pena de arquivamento nos termos do
art. 24, §2º, da Lei estadual nº 12.209/2014;
d) o pedido de revisão deve ser indeferido se o requerimento formulado pelo
contratado for protocolado após o prazo decadencial de um ano a partir do fato que a
ensejou;
e) a revisão de preços pode ser objeto de renúncia expressa do contratado a esse
direito, em documento escrito que deve consignar o evento a que se refere, hipótese na
qual o percentual de reequilíbrio econômico-financeiro, relativo ao específico evento
não pode ser concedido posteriormente;
f) a revisão dos preços deve ser formalizada por meio de termo aditivo contratual
específico, no qual deve constar (i) o evento ensejador da revisão, (ii) a fundamentação
legal da revisão, (iii) os novos valores a serem praticados no contrato, (iv) o novo preço
global do contrato e (v) a data a partir da qual os novos preços passam a ser devidos;
g) os efeitos da revisão devem retroagir à data da efetiva ocorrência do fato
ensejador do desequilíbrio;
h) Caberá a unidade contratante:
h.1) estar atenta à tempestividade do requerimento de revisão formulado pelo contratado
e ao prazo decadencial de um ano a partir do fato que a ensejou;
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h.2) aferir as cidades abrangidas pela base territorial da Convenção Coletiva de
Trabalho, uma vez que os preços calculados pela Administração estão condicionados à
prestação de serviços em tais localidades;
h.3) certificar-se, através do setor técnico competente, se houve, por parte da contratada,
o efetivo repasse dos valores estabelecidos na norma coletiva aos empregados
vinculados à execução do objeto pactuado, e o correto recolhimento do FGTS, INSS,
pagamento de salários e demais obrigações sociais, trabalhista, previdenciárias e
tributárias previstas no contrato;
h.4) verificar eventual existência de penalidades, inclusive de multas administrativas, e
a existência ou não de processos trabalhista e/ou condenação do Estado em virtude da
responsabilidade subsidiária por débitos trabalhistas por ela inadimplidos, com vistas a
proceder aos descontos / retenções correspondentes.
Assim sendo, ao Parecer PA-NLC-LBC-VSN-207/2014, das i. Procuradoras Leyla
Bianca Correia Lima da Costa eVerônica Santos de Novaes Menezes, com endosso da i.
Procuradora Assistente Soraya Santos Lopes, e ajuste decorrente da ressalva pontual
inicialmente externada, nos termos acima sumariados,confiro qualificação de parecer
uniforme, nos termos do art. 4º, inciso II, do Decreto 11.737/2009, que assim considera
“o entendimento pacificado no âmbito de uma Procuradoria, com aprovação do
Procurador Chefe, sobre questão de significativo interesse sistêmico ou suscetível de
acarretar prejuízos ao erário, de observância obrigatória na esfera de competência da
respectiva Procuradoria”, ao tempo em que sugiro ao Exmo. Procurador Geral do
Estado seja conferido efeito sistêmico, consoante inciso III do artigo mencionado.
Por fim, empresto inteira adesão àsugestão das i. Procuradoras de evoluir os autos à
apreciação do Exmo. Procurador Geral do Estado, para exame da viabilidade de
alteração da Portaria nº PGE - 089/2012, para acrescentar o inciso XVI ao art.1º deste
ato, tornando dispensável a manifestação da PGE na hipótese de aditivo de revisão de
preços dos contratos de terceirização, em face daocorrência de dissídio/convenção
coletiva que majore a remuneração ou gere benefícios para determinada categoria
profissional, cuja variação remuneratória tenha sido aferida pela Secretaria da
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Administração em processo específico e divulgadas por portaria do Secretário da
Administração, considerando que se encontram perfeitamente delineados, na hipótese,
os mecanismos de readequação do preço contratado.
Em harmonia com o quanto alinhado anteriormente,sugere-se a seguinte redação para o
inciso XVI, do art.1º da Portaria nº PGE - 089/2012, deve ser assim descrito:
“XVI. Aditivos de revisão dos preços dos contratosde serviços terceirizados, previstos
no Decreto nº 12.366, de 30 de agosto de 2010, cuja variação remuneratória tenha sido
aferida pela Secretaria da Administração em processo específico e divulgadas por
portaria do Secretário da Administração na forma do disposto no item 3.2.8 da
Instrução SAEB nº 05/2011, com a redação da Instrução SAEB nº 008/2014, e desde
que seja observada a orientação traçada no parecer nº PA-NLC-LBC-VSN-207/2014.”
Ao Exmo. Procurador Geral do Estado.
PROCURADORIA ADMINISTRATIVA, 08 de agosto de 2014.
CLAUDIA MARIA DE SOUZA MOURA
Procuradora Chefe
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PROCESSO: PGE 2010164172-0 INTERESSADO: PROCURADORIA ADMINISTRATIVA REF.: REEQUILIBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO - SERVIÇOS TERCEIRIZADOS
D E S P A C H O
Acompanho a manifestação da i. Procuradora Cláudia Moura, Chefe da
Procuradoria Administrativa (fls. 191/193), que chancela o Parecer PA-NLC- LBC-
VSN- 207/2014 (fls.175/ 190), da lavra das i. Procuradoras Leyla Bianca Correia Lima
da Costa e Verônica Santos de Novaes Menezes, oriundo dos trabalhos efetuados pelo
Grupo de Trabalho instituído pela OS nº PA-NLC-002/2014,atribuindo-lhe caráter
sistêmico.
No tocante ao subitem h.3, constante de fls. 193, sugiro a redação a seguir, com
vistas a realçar a necessidade de comprovação do pagamento das obrigações trabalhistas
já reajustadas, como condição inarredável ao adimplemento do preço contratual já
revisado:
h.3) certificar-se, através do setor técnico competente, se houve, por parte da
contratada, o efetivo repasse dos valores estabelecidos na norma coletiva aos
empregados vinculados à execução do objeto pactuado, e o correto recolhimento do
FGTS, INSS, pagamento de salários e demais obrigações sociais, trabalhistas,
previdenciárias e tributárias previstas no contrato, como condição indispensável ao
pagamento das faturas com base no preço já revisado;
Tornem os autos à Procuradoria Administrativa para as medidas pertinentes,
dando-se conhecimento ao Centro de Estudos e Aperfeiçoamento - CEA para
publicação do referido opinativo no site oficial da PGE.
GABINETE DO PROCURADOR GERAL DO ESTADO, 01 de setembro de 2014.
RUI MORAES CRUZ
Procurador Geral do Estado