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GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
MÁRCIO LUIZ FRANÇA GOMES Governador do Estado de São Paulo
SECRETARIA DO EMPREGO E RELAÇÕES DO TRABALHO
CÍCERO FIRMINO DA SILVA Secretário de Estado do Emprego e Relações do Trabalho
BRUNO MALULY Secretário adjunto de Estado do Emprego e Relações do Trabalho
PEDRO NEPOMUCENO FILHO Chefe de Gabinete
ALAN NUNES CORTEZ Diretor Executivo do Banco do Povo Paulista
Coordenador de Políticas de Empreendedorismo
ALINE ESTEVES SOUSA Coordenadora de Operações
SARA BARBOSA PELAEZ DIEGO Coordenadora de Políticas de Emprego e Renda
ANSELMO CANDIDO RAIMUNDO Coordenador de Políticas de Inserção no Mercado
de Trabalho
DESENVOLVE SP: AGÊNCIA DE FOMENTO DO ESTADO DE SÃO PAULO
ÁLVARO SEDLACEK Diretor Presidente e Diretor Financeiro e de Negócio
JOAQUIM ELÓI CIRNE DE TOLEDO Diretor de Infraestrutura e TI e Diretor de
Fomento e de Crédito
ELISA KANASHIRO Superintendente de Tecnologia da Informação
PEDRO LEITÃO MAGYAR Superintendente de Políticas Públicas
BRUNNA TELES PEREIRA Gerente de Fundos de Desenvolvimento
2
Sumário
Sumário .................................................................................................................................................... 2
Introdução ............................................................................................................................................... 4
1. Implantação do programa ............................................................................................................... 5
2. Estrutura operacional do Banco do Povo Paulista........................................................................... 7
2.1. Conselho de Orientação do Fundo (COF) .............................................................................. 7
2.2. Agente financeiro: Desenvolve SP ........................................................................................ 8
2.3. Prefeituras ............................................................................................................................. 8
2.4. Unidade de crédito municipal (UCM) ................................................................................... 8
2.5. Gestor do convênio ............................................................................................................... 8
2.6. Agente de Crédito ................................................................................................................. 8
2.6.1. Atendente.............................................................................................................. 9
3. O Agente de Crédito ...................................................................................................................... 10
3.1. Requisitos ............................................................................................................................ 11
3.2. Seleção e treinamento ........................................................................................................ 11
3.2.1. Prova de seleção ................................................................................................. 11
3.2.2. Avaliação final ..................................................................................................... 12
3.2.3 Do retorno de Agente de Crédito afastado ................................................................ 12
4. Bônus por participação nos resultados (BPR) ................................................................................ 13
5. Funcionamento da unidade de crédito ......................................................................................... 15
5.1. Espaço físico ........................................................................................................................ 15
5.2. Comunicação visual ............................................................................................................. 15
5.3. Organização dos arquivos ................................................................................................... 15
5.3.1. Documentos que devem ser arquivados............................................................. 15
5.4. Organização de arquivos antigos ........................................................................................ 16
5.4.1. Processos Banco do Brasil: .................................................................................. 16
5.4.2. Processos LVE ................................................................................................................... 16
5.4.3. Arquivo Morto ..................................................................................................... 16
6. Público-alvo ................................................................................................................................... 17
6.1. Requisitos ............................................................................................................................ 17
6.2. Caracterização dos clientes ................................................................................................. 17
6.2.1. Quando informal e pessoa física ......................................................................................... 17
3
6.2.2. Quando formal e pessoa jurídica ........................................................................................ 18
6.2.2.2. Documentação complementar ....................................................................... 19
6.2.3. Associações e cooperativas produtivas ou de trabalho ...................................................... 20
7. Garantias ........................................................................................................................................ 21
7.1. Do aval ................................................................................................................................. 21
7.1.2. Documentação necessária .................................................................................................... 21
7.2. Fundo de Aval do Estado de São Paulo (FDA) ..................................................................... 22
8. Linhas de crédito e prazos ............................................................................................................. 24
9. Taxas, juros e encargos .................................................................................................................. 26
9.2. Taxa de juros ....................................................................................................................... 26
9.3. Tarifa de Sustentabilidade do Fundo (TSF) ......................................................................... 26
9.4. Encargos moratórios ........................................................................................................... 26
10. Bens financiáveis ........................................................................................................................... 27
10.1. Capital de Giro ..................................................................................................................... 27
10.2. Investimento Fixo ................................................................................................................ 28
11. Dos itens não financiáveis ............................................................................................................. 31
12. Concessão de crédito ..................................................................................................................... 32
12.1. Recepção ............................................................................................................................. 32
12.2. Contratação ......................................................................................................................... 32
12.3. Fluxo Operacional de Concessão ........................................................................................ 32
13. Comprovação de uso do crédito .................................................................................................... 35
14. Cobrança de inadimplementos ...................................................................................................... 36
14.1. Passo a passo ...................................................................................................................... 36
15. Suporte .......................................................................................................................................... 37
15.1. Dúvidas frequentes ............................................................................................................. 37
15.2. Conceito de análise de crédito ................................................................................... .........38
4
Introdução
O Fundo de Investimentos de Crédito Produtivo Popular de São Paulo, Banco do Povo
Paulista (BPP), é o programa de microcrédito1 produtivo desenvolvido pelo Governo do Estado
de São Paulo, por meio da Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho (SERT), em parceria
com as prefeituras, conforme disposições previstas na Lei Estadual nº 9.533, de 30 de abril de
1997 e no Decreto Estadual nº 43.283, de 03 de julho de 1998, com a finalidade de gerar
emprego e renda através da disponibilização de linhas de microcrédito para o
desenvolvimento de pequenos empreendimentos.
A concessão dessas linhas aos micro e pequenos empreendedores de baixa renda
tem efeito bastante positivo na economia e nas condições sociais nos municípios
contemplados com o programa. No curto prazo, contribui para a geração de renda e, no médio
e longo prazo, estimula a formalização de novos empreendedores, aumentando, dessa forma,
a arrecadação do Estado.
A administração e gestão do Fundo são responsabilidades da Desenvolve SP –
Agência de Fomento do Estado de São Paulo, a qual visa incrementar melhorias substanciais,
gerando maior acesso e facilidade para que o crédito seja direcionado para a geração de novos
empreendimentos/pessoas ou apoio aos já existentes. Com a informatização de todo o
processo, os Agentes de Crédito se tornam motores mais autônomos nesse desenvolvimento
na medida em que estão juntos aos empreendedores e conhecem as suas necessidades.
O presente manual vem normatizar as condições e procedimentos inerentes à
operacionalização do Banco do Povo Paulista por todos aqueles que estejam ligados a esse
grande projeto.
1 BARONE, et al, definem em “Introdução ao Microcrédito”, o conceito de microcrédito, que “*...+ é a
concessão de empréstimos de baixo valor a pequenos empreendedores informais e microempresas sem acesso ao sistema financeiro tradicional, principalmente por não terem como oferecer garantias reais. É um crédito destinado à produção e é concedido com o uso de metodologia específica.” In: BARONE, et al. Introdução ao Microcrédito. Conselho da Comunidade Solidária: Brasília, 2002.
5
1. Implantação do programa
A implantação do Banco do Povo Paulista é feita por meio de parcerias com as
prefeituras, nas quais o Estado ingressa com 90% dos recursos financeiros para a constituição
de reserva de recursos direcionados ao município participante, bem como seleciona e treina os
agentes de crédito, além de supervisionar e dar suporte às atividades operacionais da unidade
a ser implantada. É de responsabilidade dos municípios a disponibilização do espaço físico, da
infraestrutura, dos recursos humanos bem como a manutenção da unidade local, além da
participação financeira com 10% de recursos a serem alocados para a concessão dos
financiamentos.
Os municípios interessados na constituição de unidade de crédito do Banco do Povo
devem seguir os passos descritos:
1º passo:
O gestor municipal deve entrar em contato com a SERT, apresentando:
a) Ofício em papel timbrado da prefeitura, assinado pelo prefeito, endereçado ao
Secretário do Emprego e Relações do Trabalho, solicitando a implantação do
programa no município;
b) Plano de Trabalho, em papel timbrado da prefeitura, assinado pelo prefeito,
sobre a implantação e operacionalização;
c) Certificado de Regularidade do Município para Celebrar Convênios (CRMC),
expedido via internet, pela Secretaria Estadual de Planejamento e Gestão.
2º passo:
Havendo sinalização positiva por parte da SERT, o executivo municipal deve
encaminhar projeto de lei à Câmara Municipal solicitando autorização para celebrar convênio
com o Governo do Estado de São Paulo, regulamentando a participação do município no
programa Banco do Povo Paulista.
3º passo:
Após a aprovação e publicação da lei, o município deverá Implantar e/ou regularizar
a Comissão Municipal de Emprego, conforme normas estabelecidas pela Comissão Estadual de
Emprego.
4º passo:
Regularizada a comissão municipal, a prefeitura deverá indicar até três candidatos
para a vaga de agente de crédito, conforme perfil definido pela SERT. O candidato deverá
6
passar pelo processo de seleção e treinamento. Recomenda-se que a cada 50 mil habitantes,
haja pelo menos um agente de crédito.
5º passo:
Após a escolha do agente de crédito, o município deve disponibilizar o espaço físico,
mobiliários, equipamentos e materiais de escritório necessários para que a unidade de crédito
do Banco do Povo possa ser ativada.
6º passo:
A SERT, por meio de seus diretores regionais, ou outros funcionários, fará a vistoria
do espaço físico, mobiliários e equipamentos disponibilizados pela prefeitura antes da
inauguração da unidade de crédito municipal. A data será agendada em comum acordo.
7º passo:
Inaugurada a unidade de crédito, o município deve desenvolver as atividades
pertinentes à unidade de crédito municipal, de acordo com as normas e procedimentos
estabelecidos pelo Conselho de Orientação do Fundo de Investimentos de Crédito Produtivo
Popular de São Paulo2.
Maiores informações sobre a implantação do programa, entrar em contato no
número 11 3241.7309 ou no e-mail: [email protected].
2 Ver p. 7 – Estrutura Operacional do Banco do Povo Paulista: Conselho de Orientação do Fundo de
Investimentos de Crédito Produtivo Popular de São Paulo - COF
7
2. Estrutura operacional do Banco do Povo Paulista
A SERT é a responsável pela administração e operacionalização das medidas
necessárias à implementação das ações do Fundo. É por meio da Coordenação de Políticas de
Empreendedorismo (CPE) que essas ações são executadas.
Conforme organograma, o BPP organiza-se em setores, os quais, juntos, formam o
Grupo Executivo de Crédito (GEC), conduzido por seu Diretor Executivo:
1. Suporte: responsável pelo apoio aos agentes de crédito;
2. Financeiro: realiza e dá suporte aos agentes de crédito sobre renegociações de
créditos inadimplentes;
3. Treinamento: setor responsável pela seleção e treinamento dos agentes de crédito;
4. Controladoria: exerce a supervisão e acompanhamento das unidades, incluindo a
verificação dos documentos necessários para instrução do processo de concessão de
crédito, de acordo com as normas do programa;
5. Comitê de Crédito Operacional (CCO): responsável pela emissão de parecer conclusivo
sobre a concessão ou não das solicitações de financiamentos e refinanciamentos, cujas
propostas são apresentadas diretamente pelos proponentes e agentes de crédito;
6. Bonificação: responsável pelo controle e pagamento do Bônus por Participação nos
Resultados (BPR) – aos agentes de crédito;
7. Convênios: faz a gestão dos convênios do BPP firmados entre o Governo do Estado e as
prefeituras.
2.1. Conselho de Orientação do Fundo (COF)
O Conselho de Orientação do Fundo (COF) de Investimentos de Crédito Produtivo
Popular de São Paulo é o órgão responsável por estabelecer critérios, diretrizes, regramentos e
fixar os limites globais e individuais para a concessão dos financiamentos do Banco do Povo
Paulista, observadas as disponibilidades do Fundo. É presidido pelo Secretário da Fazenda,
8
tendo como vice-presidente o Secretário do Emprego e Relações do Trabalho, sendo
constituído, também, por um representante da Secretaria de Planejamento e Gestão (SPG),
um representante do agente financeiro do Fundo, um representante do Sebrae/SP, um
representante do Sindicato das Micro e Pequenas Indústrias (SIMPI) e pelo presidente da
Comissão Estadual de Emprego (CEE).
2.2. Agente financeiro: Desenvolve SP
O agente financeiro do Fundo é a Desenvolve SP - Agência de Fomento do Estado de
São Paulo S.A., responsável por administrar os recursos do BPP, mantendo-os em conta
específica em nome do Fundo. Cabe também ao agente financeiro disponibilizar sistema
informatizado para formalização das operações de crédito devidamente aprovadas pelo CCO;
efetuar a gestão da carteira de operações; liberar recursos; receber os juros e amortizações; e
dar suporte para efetuar cobranças administrativas ou judiciais, quando necessárias.
2.3. Prefeituras
Parceiras do programa por meio de adesão ao convênio, celebrado com o Governo
do Estado de São Paulo, representado pela SERT, sendo responsável pela implementação e
manutenção da unidade de crédito de seu município.
2.4. Unidade de crédito municipal (UCM)
Local destinado ao atendimento dos empreendedores do município. É composta pelo
gestor do convênio, pelos agentes de crédito e pelos atendentes.
2.5. Gestor do convênio
Responsável pelo cumprimento do convênio firmado entre o Governo do Estado de
São Paulo e a prefeitura, dando todo o suporte necessário ao bom desempenho da unidade,
auxiliando o agente de crédito na execução de suas funções, realizando, sobretudo, a cogestão
da carteira de créditos.
O gestor deverá ser indicado formalmente pelo chefe do executivo local à SERT.
2.6. Agente de Crédito
Na concessão de microcrédito, o papel do agente de crédito é fundamental, uma vez
que é ele o elo entre a instituição de microcrédito e o empreendedor, sendo o responsável
pelo estabelecimento de uma relação de confiança e cooperação.
Seu trabalho se inicia com uma entrevista com o pretendente ao microcrédito. Nela,
faz-se o diagnóstico da situação financeira e dos aspectos gerenciais do negócio,
9
dimensionando a viabilidade do crédito a ser concedido. Adicionalmente, o agente de crédito é
responsável por todo o processo de análise e liberação do crédito.
O trabalho desempenhado pelos agentes de crédito, além de qualificação técnica,
exige uma sensibilidade social tendo em vista que o público-alvo do microcrédito constitui-se,
predominantemente, de clientes de baixa renda, sem acesso ao sistema financeiro tradicional.
2.6.1. Atendente
Para auxiliar o agente de crédito e o gestor na execução de suas funções, a unidade
pode indicar um atendente, o qual fica responsável pelas atividades da unidade não
relacionadas à concessão do crédito.
10
3. O Agente de Crédito
É o agente público responsável pelo atendimento dos empreendedores em cada
município sendo ele quem percorre a comunidade em busca de apresentar soluções aos
empreendedores, a fim de lhes oferecer as linhas de crédito bem como realizar as
constatações necessárias para a deliberação das solicitações demandadas. Dessa forma, o
agente de crédito cuida desde o cadastro do tomador, gerindo sua carteira e monitorando a
fase pós-crédito.
São obrigações dos agentes de crédito:
1. Zelar pelo bom atendimento do BPP bem como pela manutenção adequada e
conservação de todos os itens e equipamentos disponibilizados para execução dos
serviços de concessão e acompanhamento de crédito;
2. Assumir total responsabilidade pela gestão dos contratos contidos em sua carteira;
3. Atender clientes, ativa ou passivamente;
4. Verificar os documentos apresentados pelos proponentes, conferindo a
regularidade e verificando se a digitalização confere com o original apresentado;
5. Fazer a verificação do empreendimento, bem como averiguar as informações
prestadas pelos empreendedores, emitindo parecer conclusivo sobre a viabilidade
ou não do pedido de financiamento;
6. Disponibilizar os documentos necessários à formalização do crédito, por meio
digital no sistema informatizado disponibilizado;
7. Receber a documentação de formalização, conferindo se estão devidamente
rubricadas e assinadas e se as assinaturas assemelham-se àquelas em que houve o
reconhecimento de firma;
8. Digitalizar toda a documentação necessária, bem como a cédula de crédito com
firma reconhecida e as fichas de cadastro;
9. Executar o pós-crédito das operações, realizando a gestão da carteira de créditos
da unidade, zelando pela qualidade das operações e pelo retorno dos recursos
emprestados;
10. Fornecer informações requeridas pela SERT ou pela Desenvolve SP;
11. Manter total sigilo sobre os dados pessoais dos tomadores de financiamento com
recursos do Fundo de Investimento de Crédito Produtivo Popular de São Paulo,
sendo, desta forma, expressamente proibida divulgação e retirada de processos da
unidade sem autorização da SERT;
12. Utilizar de forma exclusiva o usuário e a senha do sistema, sendo proibida a cessão
para terceiros;
13. Acatar todas as normas, procedimentos e instruções emitidas em relação ao Banco
do Povo Paulista;
14. Atender as convocações da SERT para encontros, seminários, reciclagens,
workshops e semelhantes;
15. Comunicar à SERT o afastamento por férias, licença médica ou licença
maternidade;
11
16. Solicitar autorização à SERT em relação ao pedido de entrevistas, solicitações de
publicidade e tudo mais que envolva a marca do Banco do Povo Paulista onde
houver a possibilidade de divulgação ampla e pública.
3.1. Requisitos
Para se candidatar à função de agente de crédito, são requisitos mínimos
necessários:
1. Ter mais de 18 anos na data de exercício;
2. Não exercer cargo político eletivo;
3. Preferencialmente, cursar ou ter concluído o ensino superior ou técnico;
4. Possuir conhecimentos básicos em matemática, contabilidade, economia e
informática (pacote Office e Internet);
5. Ter disponibilidade para trabalhar na unidade física de crédito do BPP em tempo
integral, não podendo exercer qualquer outra atividade enquanto exerce a função
de agente;
6. Possuir disponibilidade para realizar atividades externas;
7. Possuir a condição de servidor público municipal, efetivo ou comissionado, em
cargo da administração direta do município onde atuará.
Todas as condições serão comprovadas por meio de documentação a ser exigida.
3.2. Seleção e treinamento
O treinamento deve prover ao candidato as informações teóricas e práticas
necessárias para o desempenho da função de agente de crédito, bem como do papel da
prefeitura, do Estado e de outros órgãos no funcionamento da unidade de crédito.
Constitui-se como parte do treinamento uma prova de seleção prévia, de caráter
classificatório, e de aulas expositivas sobre o programa, suas regras e procedimentos, aulas
práticas sobre o sistema informatizado e, ao final, uma avaliação, também de caráter
classificatório. O tempo mínimo de realização do treinamento é de três dias.
Ficam a cargo da prefeitura, tanto para a seleção quanto para o treinamento, todos os
custos de deslocamento, hospedagem e alimentação, conforme convênio celebrado.
3.2.1. Prova de seleção
A prova de seleção será composta por vinte questões de múltipla escolha, avaliadas de
zero a cem pontos, tendo caráter classificatório e duração de, no máximo, uma hora e meia,
12
sem tempo adicional para preenchimento do gabarito. Serão desclassificados os candidatos
que não obtiverem a nota mínima de sessenta pontos (60%).
Nas questões serão abordados conteúdos relacionados à língua portuguesa,
matemática, e conhecimentos gerais, subdivididos da seguinte forma:
1) Dez questões sobre matemática, as quais terão maior peso na somatória da nota;
2) Dez questões sobre língua portuguesa e conhecimentos gerais.
Quando o candidato não atingir a nota mínima de sessenta pontos, será possível, caso
solicitado pela prefeitura, realização de nova prova, nos mesmos moldes da anterior, acima
descrita. Se, ainda assim, o candidato não for aprovado, a prefeitura deverá indicar um novo
funcionário para passar pelo processo de seleção.
O conteúdo programático exigido na prova de seleção é divulgado pela SERT.
3.2.2. Avaliação final
Ao final do treinamento, de modo a verificar se o conteúdo ministrado foi assimilado e
se o candidato está apto para desempenhar as funções de agente de crédito do programa BPP,
será aplicada uma avaliação com, no máximo, vinte questões de múltipla escolha que versarão
sobre o programa e, ocasionalmente, de matemática. Além dessas, a avaliação conterá uma
questão dissertativa, de peso maior, na qual o candidato deverá redigir um texto de acordo
com o enunciado. A avaliação valerá de zero a cem pontos, de caráter classificatório, e não
haverá tempo adicional para preenchimento do gabarito. Serão desclassificados os candidatos
que não obtiverem a nota mínima de sessenta pontos (60%).
Quando o candidato não atingir a nota mínima de sessenta pontos, será possível, caso
solicitado pela prefeitura, realização de nova avaliação, nos mesmos moldes da anterior. Se,
ainda assim, o candidato não for aprovado, a prefeitura deverá indicar um novo funcionário
para passar pelo processo de seleção e treinamento.
3.2.3 Do retorno de Agente de Crédito afastado
O Agente de Crédito poderá retornar à função nas seguintes condições:
Quando o Agente de Crédito estiver afastado da função acima de 180 (cento e oitenta)
dias, a realização do treinamento será obrigatória.
Quando o Agente de Crédito estiver afastado da função por mais de 1 (um) ano, a realização de uma nova seleção e de um novo treinamento serão obrigatórios.
13
4. Bônus por participação nos resultados (BPR)
Foi instituído pela Lei Estadual nº 14.922, de 28 de dezembro de 2012, visando
estimular a boa gestão da carteira de créditos por meio do pagamento de um bônus aos
servidores dos municípios designados para atuarem como agentes de crédito.
As regras são estabelecidas por meio de resoluções do COF de Investimentos de
Crédito Produtivo Popular de São Paulo, o qual define também as metas individuais de
contratos por agente de crédito. A meta vigente é:
População do município Meta
Até 7.500 habitantes 4
De 7.501 a 15.000 habitantes 6
De 15.001 a 30.000 habitantes 8
De 30.001 a 50.000 habitantes 10
De 50.001 a 100.000 habitantes 12
De 100.001 a 300.000 habitantes 14
Acima de 300.000 habitantes 16
(Resolução COF nº 001; alterada pela Resolução COF nº 002, de 22 de março de 2017)
O cálculo do bônus será efetuado mensalmente, com base no cumprimento das
metas estabelecidas no item anterior e na efetiva consecução dos indicadores globais
constantes na tabela abaixo:
Referência Pontuação por
contrato produzido
Cálculo
1. Cumprimento de meta mensal; 5,0 Fixo
2. Número de novas operações realizadas/mês; 2,5 Variável
3. Número de refinanciamentos realizados/mês; 1,5 Variável
4. Número de operações recuperadas/mês, tendo como origem contratos inadimplentes com atraso entre 90 e 179 dias;
2,5
Variável
5. Número de operações recuperadas/mês, tendo como origem contratos inadimplentes com atraso entre 180 e 364 dias;
4,0
Variável
6. Número de operações recuperadas/mês, tendo como origem contratos inadimplentes com atraso acima de 365 dias;
5,0
Variável
Resultado final/mês - Variável
14
O valor do bônus a ser concedido será obtido mediante a soma algébrica dos
resultados efetivamente apurados a cada mês, multiplicando-se o resultado da soma pelo
valor equivalente a 1 UFESP. Após, multiplicar-se-á o produto pelo índice de ponderação
definido na tabela abaixo correspondente à taxa de inadimplência da unidade de crédito:
Referência Índice
1. Quantidade de contratos inadimplentes, acima de 90 dias, de até 2% da carteira ativa da unidade de crédito;
1,0
2. Quantidade de contratos inadimplentes, acima de 90 dias, entre 2,01% e 4% da carteira ativa da unidade de crédito;
0,9
3. Quantidade de contratos inadimplentes, acima de 90 dias, entre 4,01% e 6% da carteira ativa da unidade de crédito;
0,8
4. Quantidade de contratos inadimplentes, acima de 90 dias, entre 6,01% e 8% da carteira ativa da unidade de crédito;
0,7
5. Quantidade de contratos inadimplentes, acima de 90 dias, entre 8,01% e 10% da carteira ativa da unidade de crédito;
0,6
6. Quantidade de contratos inadimplentes, acima de 90 dias, acima de 10% da carteira ativa da unidade de crédito.
0,5
O desembolso anual com o pagamento do bônus de que trata a Lei Estadual nº
14.922, de 28 de dezembro de 2012, fica limitado ao equivalente a 2% dos recursos do Fundo
de Investimentos de Crédito Produtivo Popular de São Paulo.
15
5. Funcionamento da unidade de crédito
As unidades de crédito do BPP deverão manter o padrão de organização orientado
pela SERT, em conformidade com as necessidades e exigências dos modelos de divulgação e
padronização do Governo do Estado de São Paulo.
5.1. Espaço físico
O espaço físico onde funcionará a unidade de crédito do Banco do Povo Paulista deve
possuir condições adequadas de limpeza e organização visando à manutenção da higidez do
local de trabalho e a boa recepção aos empreendedores interessados ou tomadores de
crédito.
5.2. Comunicação visual
Toda a comunicação visual relativa ao Banco do Povo Paulista será orientada pela
Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho na medida em que existem exigências
regulamentares para a publicação, divulgação e manutenção de itens que identifiquem o
programa e o Governo do Estado de São Paulo.
A unidade de crédito deve possuir, em locais visíveis, placas, banners, cartazes ou
material de divulgação contendo as taxas de juros do programa, horário de funcionamento,
telefone para contato, telefone da ouvidoria bem como demais informações necessárias e
úteis à publicidade do programa. Todo o material deve ser aprovado pela Secretaria.
5.3. Organização dos arquivos
As unidades do Banco do Povo Paulista deverão ter arquivos de aço, fornecidos pelo
município, onde serão arquivados os documentos relativos aos processos de financiamento,
em ordem alfabética e única, independente do número de agentes de crédito da unidade. Tal
procedimento deve ser adotado para as operações contratadas por meio da Desenvolve SP,
agente financeiro do Fundo.
5.3.1. Documentos que devem ser arquivados
1. Proposta da operação de crédito, devidamente assinada;
2. Via Negociável da Cédula de Crédito Bancário (CCB), devidamente rubricada,
assinada com firma reconhecida.
16
5.4. Organização de arquivos antigos
5.4.1. Processos Banco do Brasil:
Os contratos de financiamentos assinados entre 2010 e 2017, enquanto o Banco do
Brasil S.A. era contratado para administração e gestão do Fundo, devem conter os seguintes
documentos:
1. Checklist dos documentos;
2. Ficha cadastral do cliente e demais partícipes do contrato, junto às cópias dos
documentos;
3. Ficha cadastral do empreendimento, com fotos, junto às cópias dos documentos da
empresa;
4. Formulário com dados da solicitação, orçamento, fornecedores e, no caso de
veículos, alienação fiduciária;
5. Parecer;
6. Autorização de financiamento;
7. Via do contrato com o Banco do Brasil;
8. Termo de ciência da utilização dos recursos;
9. Cópia da nota fiscal ou recibo;
10. Formulário com o histórico de pós-crédito;
11. Se houver, termo de notificação sobre a não utilização correta dos recursos;
12. Se houver, documentos referentes à renegociação.
5.4.2. Processos LVE
São os processos de levantamento de viabilidade econômica, anteriores a
2010, não informatizados. Devem apresentar: Proposta de Operação do cliente, devedores
solidários e sócios; orçamento; LVE devidamente preenchido e assinado pelo agente de
crédito; autorização para exceção; cópias das notas fiscais ou recibos, sempre acompanhados
por cópias do RG, CPF e comprovante de endereço do vendedor; protocolo de visita de
constatação; documentos comprobatórios da utilização dos recursos devidamente assinado
pelo cliente, identificado com nome e RG; Relatórios de Cobrança (em caso de inadimplência).
5.4.3. Arquivo Morto
Quando encerrada a operação de crédito, com sua plena quitação, o processo deverá
ser arquivado em pasta específica, identificada por “arquivo morto”, separados dos demais
contratos ativos, pelo prazo de cinco anos após a quitação. Passado esse período, os processos
deverão ser eliminados, relacionando-os em planilha eletrônica com todos os dados
pertinentes ao contrato, como: número do processo, da autorização, da operação, nome e
endereço do cliente, valor do crédito etc.
17
6. Público-alvo
Podem ser tomadores do crédito os empreendedores formais ou informais,
produtores rurais, cooperativas e associações produtivas formalmente constituídas.
6.1. Requisitos
São requisitos mínimos para se tornar elegível ao crédito:
1. Desenvolver atividade produtiva nos municípios contemplados pelo BPP;
2. Se pessoa física, residir ou possuir um empreendimento há mais de dois anos em
município contemplado pelo BPP;
3. Ter faturamento bruto de até R$ 360 mil nos últimos 12 meses;
4. Não possuir restrições cadastrais no SERASA e/ou CADIN Estadual;
5. Quando motofretista: ter concluído o curso de 30 horas, comprovando por meio de
certificado; ter registro em carteira com a CBO 5191-10 (Motociclista no transporte de
documentos e pequenos volumes);
6. Quando mototaxista: ter concluído o curso de 30 horas, comprovando por meio de
certificado; possuir licença para condução de mototaxi, expedida pelas prefeituras
municipais.
6.2. Caracterização dos clientes
6.2.1. Quando informal e pessoa física
a) Brasileiro nato ou naturalizado;
b) Maior de 18 anos de idade ou menor emancipado;
c) Quando analfabetos ou pessoas com deficiências que as impeçam de assinar,
devem apresentar procuração pública específica para o Banco do Povo Paulista
outorgando poderes a terceiros para assinatura do contrato. O documento deverá
ser lavrado em cartório local. Ou através de digital colocada na presença de duas
testemunhas que deverão assinar também a CCB e ter as firmas reconhecidas;
d) Pessoas com deficiência visual ou cegas devem assinar o contrato após a
leitura na presença de duas testemunhas, as quais devem ser maiores de 18 anos
ou menores emancipados – não podem ser funcionários do Banco do Povo
Paulista ou da Desenvolve SP. Confeccionar documento com o texto “Tomador
com deficiência visual ou cego capacitado e não constituído procurador”;
e) Produtor rural sem CNPJ;
f) Produtor rural legalizado junto à Casa da Agricultura de sua região, obtendo,
assim, um CNPJ como contribuinte individual.
18
6.2.1.1. Documentação necessária:
1. RG e CPF do cliente, dos sócios e dos cônjuges ou documento oficial com
foto. Para estrangeiros, apresentar Registro Nacional de Estrangeiros
(RNE);
2. Certidão de casamento do cliente e dos sócios. Nos casos de separação ou
viuvez, apresentar devidas certidões e, caso declare união estável,
apresentar documento registrado em cartório comprovando tal situação;
3. Pescadores: apresentar o Registro Geral da Atividade Pesqueira – RGP – o
qual deve ser consultado no site do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento;
4. Motociclistas: apresentar Carteira Nacional de Habilitação na devida
categoria;
5. Comprovante recente – com menos de 90 dias – de endereço em nome
do cliente (água, luz ou telefone). Caso o imóvel seja alugado ou a conta
esteja em nome de outra pessoa, observar o que segue:
a) em nome dos pais: constatar no documento RG;
b) em nome do cônjuge: constatar na certidão de casamento;
c) em nome de outra pessoa: deverá apresentar declaração com
firma reconhecida em cartório. Caso seja imóvel alugado, deverá
apresentar contrato de locação reconhecido em cartório;
d) em caso de produtor rural sem comprovação de endereço,
apresentar comprovante de pagamento do Imposto sobre
propriedade territorial rural – ITR – do exercício anterior;
6. Cartão de conta corrente ou extrato em nome do tomador;
7. Orçamento do bem a ser financiado que conste o nome do fornecedor ou
da razão social, o número do CPF ou CNPJ, endereço e telefone, além da
descrição detalhada dos bens, serviços ou mercadorias a serem
financiadas e a forma de pagamento à vista. Para capital de giro, em
substituição, podem ser aceitas cópias das notas fiscais de compras dos
últimos três meses.
6.2.2. Quando formal e pessoa jurídica
O cliente pessoa jurídica é aquele formalmente constituído conforme os preceitos
legais e que se enquadra como Empresa Individual, Sociedade Limitada (Ltda.),
Microempreendedor individual (MEI), Empresa Individual de Responsabilidade Limitada
(Eireli), Associação Produtiva ou Cooperativa. O solicitante, obrigatoriamente, deverá ser o
mesmo cadastrado no CNPJ, respondendo oficialmente pelo negócio.
6.2.2.1. Documentação necessária
1. RG e CPF dos sócios e dos cônjuges ou documento oficial com foto. Para
estrangeiros, apresentar Registro Nacional de Estrangeiros (RNE);
19
2. Inscrição CNPJ – consultar no site da Receita Federal;
3. Certidão Negativa de Débitos (CND) ou Certidão Positiva de Débitos com
Efeito de Negativa válida e emitida pela Receita Federal do Brasil (RFB);
4. Certidão de Regularidade no FGTS válida, emitida pela Caixa Econômica
Federal (CEF) ou Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), para
empresas sem funcionário;
5. Quando houver, inscrição estadual;
6. Quando houver, inscrição municipal;
7. Certidão de casamento do cliente e dos sócios. Nos casos de separação ou
viuvez, apresentar devidas certidões e, caso declare união estável,
apresentar documento que a comprove;
8. Comprovante recente – menos de 90 dias – de endereço em nome da
empresa ou, na ausência, do responsável (água, luz ou telefone);
9. Cartão de conta bancária ou extrato em nome da empresa ou em nome
do sócio que receberá os recursos;
10. Orçamento do bem a ser financiado que conste o nome do fornecedor ou
da razão social, o número do CPF ou CNPJ, endereço e telefone, além da
descrição detalhada dos bens, serviços ou mercadorias a serem
financiadas e a forma de pagamento à vista. Para capital de giro, em
substituição, podem ser aceitas cópias das notas fiscais de compras dos
últimos três meses, em substituição ao orçamento.
6.2.2.2. Documentação complementar
Empresário individual
1. Declaração de Empresário individual;
2. Procuração pública específica para o Banco do Povo Paulista, quando
houver, outorgando poderes a terceiros para adquirir financiamento
junto ao programa. O representante legal deverá ser incluído no
processo.
Sociedade Limitada (Ltda.) ou Empresa Individual de Responsabilidade Limitada
(Eireli)
1. Contrato Social e alterações atualizadas;
2. Procuração pública específica para o Banco do Povo Paulista, quando
houver, outorgando poderes a terceiros para adquirir financiamento
junto ao programa. O representante legal deverá ser incluído no
processo.
Microempreendedor Individual (MEI)
1. Certificado de Condição de MEI – CCMEI, expedido até 90 dias.
20
Motofretista e Mototaxista
1. Cadastro de condutor emitido pela Prefeitura Municipal.
6.2.3. Associações e cooperativas produtivas ou de trabalho
São documentos necessários para acesso aos créditos do Banco do Povo Paulista:
1. Ata de constituição;
2. Regimento interno;
3. Estatuto e alterações se houver;
4. Se no estatuto não houver cláusula autorizando obtenção de
financiamento, deverá ser apresentada ata de reunião da Assembleia
Geral autorizando a Diretoria a contrair financiamento junto ao programa;
5. Inscrição CNPJ – consultar no site da Receita Federal;
6. Certidão Negativa de Débitos (CND) ou Certidão Positiva de Débitos com
Efeito de Negativa válida e emitida pela Receita Federal do Brasil (RFB);
7. Certidão de Regularidade no FGTS válida, emitida pela Caixa Econômica
Federal (CEF);
8. RG e CPF dos representantes legais e cônjuges, ou documento oficial com
foto;
9. Certidão de casamento dos representantes legais. Nos casos de separação
ou viuvez, apresentar devidas certidões;
10. Comprovante recente – menos de 90 dias – de endereço em nome da
empresa ou, na ausência, do responsável legal (água, luz ou telefone);
11. Em caso de alteração na constituição dos representantes da
associação/cooperativa, deverá ser apresentada a ata da Assembleia que
nomeia os novos representantes;
12. Cartão de conta bancária ou extrato em nome da associação/cooperativa;
13. Último balanço;
14. Orçamento do bem a ser financiado que conste o nome do fornecedor ou
da razão social, o número do CPF ou CNPJ, endereço e telefone, além da
descrição detalhada dos bens, serviços ou mercadorias a serem
financiadas e a forma de pagamento à vista. Para capital de giro, em
substituição, podem ser aceitas cópias das notas fiscais de compras dos
últimos três meses, em substituição ao orçamento.
21
7. Garantias
A garantia do crédito é exigida visando à conservação da inadimplência e a
consolidação dos recursos do Banco do Povo Paulista, na medida em que a demanda por
crédito é extensa e os recursos, escassos.
Cabe ao agente de crédito a verificação das condições do financiamento e suas
garantias, ficando ao seu critério a adoção de mais exigências.
São garantias mínimas da operação: o aval para todas as operações e o Fundo de
Aval do Estado de São Paulo (FDA) para as operações de Pessoa Jurídica (PJ).
7.1. Do aval
Uma das garantias exigidas para a tomada de crédito no BPP é o aval, prestado por
terceira pessoa em caso de operações de crédito para clientes informais, ou pelo próprio sócio
nos casos de operações para pessoas jurídicas.
São condições para se tornar avalista:
a) Brasileiro nato ou naturalizado;
b) Maior de 18 anos de idade ou menor emancipado;
c) Residir no Estado de São Paulo;
d) Quando analfabetos ou pessoas com deficiências que as impeçam de assinar,
devem apresentar procuração pública específica para o Banco do Povo Paulista
outorgando poderes a terceiros para assinatura do contrato. O documento deverá
ser lavrado em cartório local. Ou através de digital colocada na presença de duas
testemunhas que deverão também assinar a CCB e ter as firmas reconhecidas;
e) Pessoas com deficiência visual ou cegas devem assinar o contrato após a
leitura na presença de duas testemunhas, as quais devem ser maiores de 18 anos
ou menores emancipados – não podem ser funcionários do Banco do Povo
Paulista ou da Desenvolve SP. Confeccionar documento com o texto “Tomador
com deficiência visual ou cego capacitado e não constituído procurador”;
f) Não possuir restrições junto ao Cadin e/ou Serasa.
Nota: Não é possível cônjuge ser avalista da operação de crédito.
7.1.2. Documentação necessária
1. RG e CPF do avalista e de seu cônjuge ou documento oficial com foto.
Para estrangeiros, apresentar Registro Nacional de Estrangeiros (RNE);
22
2. Certidão de casamento. Nos casos de separação ou viuvez, apresentar
devidas certidões e, caso declare união estável, apresentar documento
que a comprove;
3. Comprovante recente de endereço, com menos de 90 dias, em nome do
avalista;
4. Holerite dos últimos três meses junto com a CTPS – Carteira de Trabalho e
Previdência Social, ou declaração atualizada do IR ou extrato bancário dos
últimos noventa dias.
7.2. Fundo de Aval do Estado de São Paulo (FDA)
O Fundo de Aval do Estado de São Paulo (FDA), vinculado à Secretaria da Fazenda, e
instituído pela Lei nº 10.016, de 29 de junho de 1998, tem por finalidade prover recursos para
garantir riscos de crédito e viabilizar o acesso das micro e pequenas empresas às linhas de
financiamento do Banco do Povo Paulista. Além disso, ele garante a sustentabilidade do Fundo
de Investimentos do programa “cobrindo” os créditos inadimplentes até que sejam
regularizados.
Seu uso é obrigatório para garantia das operações de crédito de pessoas jurídicas.
Para sua contratação, os clientes devem estar regulares perante: 1. a Receita Federal e ao
Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), comprovado por meio de Certidão Negativa de
Débitos (CND) ou Certidão Positiva de Débitos com Efeito de Negativa, 2. ao Fundo de Garantia
por Tempo de Serviço (FGTS), comprovado através de certidão extraída Junto à Caixa
Econômica Federal (CEF) e 3. à Fazenda do Estado de São Paulo, comprovada pela não
inscrição no Cadastro de Inadimplentes da Secretaria de Estado da Fazenda (Cadin Estadual).
Deve ser paga Comissão de Garantia (CG) calculada sobre o valor da garantia,
apurada pela seguinte fórmula:
CG = n x vg x FP
Onde:
CG = Valor da CG, considerando para duas casas decimais;
n = Prazo total da operação, considerando-se apenas os meses inteiros;
vg = Valor da garantia a ser prestada pelo FDA;
FP = Fator de ponderação (0,1%)
NOTA: O valor a ser aplicado para o FP é de 0,1%.
Exemplo:
Operação de 24 meses, cujo valor financiado seja de R$ 6.500,00, com cobertura de
100% de garantia.
CG = 24 x (100% x R$ 6.500,00) *0,1%
23
CG = 24 x 6.500 x 0,001
CG = 156
Logo, para essa operação o valor da Comissão de Garantia será de R$ 156,00.
Renegociações:
No caso de renegociação da dívida, é admitida a dilação do prazo de garantia do FDA
e/ou a elevação do valor financiado, devendo ser cobrada Adicional de Comissão de Garantia
(ACG) relativa ao prazo e/ou ao valor adicionados, a qual é obtida por meio da aplicação da
seguinte fórmula:
ACG = [(vgn-vgo) x nr x FP] + (vgn x na x FP)
Onde:
ACG = Valor da ACG, considerando para duas casas decimais;
vgo = Valor de garantia original;
vgn = Valor de garantia novo. No caso de não alteração do valor concedido anteriormente,
informar o vgo;
nr = Prazo restante para vencimento da operação original, considerando-se apenas os meses
inteiros;
na = Prazo adicional acrescido à operação, considerando-se apenas os meses inteiros;
FP = Fator de ponderação.
NOTA: O sistema (web) calculará automaticamente a CG.
Exemplo:
Operação de 24 meses, cujo valor financiado seja de R$ 6.500,00 com cobertura de
100% de garantia e que seja renegociada por mais 8 meses, no qual o saldo devedor restante
seja de R$ 3.200,00, e já tenham sido pagas 18 parcelas.
ACG = {[(6.500 - 6.500)] x 6 x 0,1%} + (6.500 x 8 x 0,1%)
ACG = 0 + 52
ACG = 52
Logo, para essa operação o valor do Adicional de Comissão de Garantia será de
R$ 52,00.
24
8. Linhas de crédito e prazos
As linhas de crédito atualmente ofertadas pelo Banco do Povo Paulista, bem como os
prazos para pagamento dos financiamentos são:
Linhas de crédito
Cliente Tipo de crédito Limite de crédito
Informal (pessoa física) Produtor rural sem CNPJ
1° crédito até R$ 3.000,00
2° crédito até R$ 4.000,00
3° crédito ou posterior até R$ 5.000,00
Pessoa Jurídica - MEI, ME, LTDA, EIRELI Produtor rural com CNPJ
1° crédito até R$ 7.500,00
2° crédito até R$ 10.000,00
3° crédito até R$ 15.000,00
4° crédito ou posterior até R$ 20.000,00
Associações e cooperativas produtivas ou de
trabalho 1° crédito ou posterior até R$ 25.000,00
Motofretista e Mototaxista A partir do 1° Crédito Até R$ 6.000,00
Prazos de financiamento
Cliente Tipo de crédito Prazos
Carência Total
Informal (pessoa física)
Produtor rural sem CNPJ
Capital de Giro Até 60 dias Até 12 meses
Investimento Fixo Até 90 dias Até 24 meses
Misto
Pessoa Jurídica
MEI, ME, LTDA, EIRELI
Produtor rural com CNPJ
Capital de Giro Até 60 dias Até 24 meses
Investimento Fixo Até 90 dias Até 36 meses
Misto
Associações e cooperativas
produtivas ou de trabalho
Capital de Giro Até 60 dias Até 24 meses
Investimento Fixo Até 90 dias Até 36 meses
Misto
Motofretista e Mototaxista Motocicleta e
Acessórios Até 60 dias Até 24 meses
25
Quando se tratar de financiamento na modalidade misto (investimento fixo + capital
de giro), considerar o prazo máximo para financiamento o mesmo prazo estabelecido para
investimento fixo. Nesse caso, o valor da solicitação deverá ser composto de no mínimo 60%
de Investimento Fixo. Caso a solicitação não atingir o percentual mínimo, considerar o prazo
máximo da modalidade capital de giro.
26
9. Taxas, juros e encargos
9.2. Taxa de juros
A taxa de juros das operações é de 0,35% ao mês, capitalizada e paga mensalmente
durante o período de amortização. Durante o período de carência, os juros serão capitalizados
mensalmente e incorporados ao saldo devedor.
9.3. Tarifa de Sustentabilidade do Fundo (TSF)
Será cobrada Tarifa de Sustentabilidade do Fundo (TSF) equivalente a 1% do valor do
financiamento, descontada no ato da liberação do crédito, visando à sustentabilidade dos
recursos do fundo tendo em vista a prática de juros subsidiados por parte do Estado de São
Paulo.
9.4. Encargos moratórios
Em caso de inadimplemento, serão exigidos os seguintes encargos moratórios, além
dos juros normais da operação:
a) Juros de mora de 12% ao ano, cobrado diariamente até a data de quitação da
parcela em atraso;
b) Multa de 2% sobre o principal vencido no valor do dia de vencimento.
27
10. Bens financiáveis
10.1. Capital de Giro
Capital de giro é empréstimo o qual visa à continuidade das operações da pessoa
jurídica ou do empreendedor físico, podendo ser utilizado para aquisição de insumos, aporte
em caixa, entre outros, conforme descrição:
1. Abertura e regularização de empresas.
a) Despesas de registro de marcas e patentes e de taxas de avaliação da
conformidade de produtos junto ao INMETRO;
b) Taxas de franquia;
c) No caso de abertura de regularização de empresas, as taxas e mão de obra
deverão constar no orçamento do contador;
d) Não será financiado o pagamento de impostos (ISS, ICMS, IR etc.).
2. Animais para comercialização.
a) Todos os animais financiados deverão obedecer à legislação vigente (o
produtor rural deverá, obrigatoriamente, apresentar CNPJ).
3. Consertos em geral, incluindo mão de obra e peças de máquinas,
equipamentos, ferramentas, veículos, motos, tratores, inclusive pneus novos,
remoldados, recauchutados etc.
a) O bem a ser consertado deve ser utilizado no empreendimento. Quando
veículo, o bem deve estar em nome do tomador ou do empreendimento e o
RENAVAM deve ser informado;
b) Para caminhoneiros, caso o veículo esteja em nome de outra pessoa, cadastrá-
lo como devedor solidário, o qual não deverá possuir restrições nos órgãos de
proteção ao crédito;
4. Divulgação, embalagens e frete, incluindo serviços de website;
5. Insumos e sementes, incluindo sêmen, embriões, ração, medicamentos,
vacinas, fertilizantes etc.;
6. Matéria prima;
28
7. Preparação de solo, terraplanagem, topografia, agrimensor, mão de obra para
o ciclo produtivo agrícola;
8. Aluguel de máquinas;
9. Produtos para comercialização e manutenção de estoque.
10.2. Investimento Fixo
O financiamento de investimento fixo objetiva à aquisição de máquinas e
equipamentos que agreguem valor à atividade produtiva, como a aquisição de bens os quais
visem ao incremento e/ou expansão da produtividade. É considerado investimento fixo:
1. Animais para tração e produção. Todos os animais financiados pelo BPP
deverão obedecer rigorosamente à legislação vigente (produtor rural deverá,
obrigatoriamente, apresentar CNPJ);
2. Aplicativos de informática (software), acompanhados de nota fiscal e do
certificado de licença de uso;
3. Equipamentos de informática (hardware), incluindo microcomputadores,
notebooks, impressoras, plotters etc.;
4. Equipamentos para veículos, como instalação de kit gás em oficinas
credenciadas pelo INMETRO;
5. Máquinas, equipamentos e ferramentas destinados exclusivamente ao
empreendimento;
6. Bicicletas;
7. Veículos aquáticos mediante comprovação de venda e registro na capitania
dos portos ou outras autoridades competentes;
8. Construção de poços artesianos. O cliente deverá, nesse caso, apresentar uma
declaração assumindo a responsabilidade;
9. Utensílios para eventos;
10. Tratores e implementos agrícolas mediante comprovação de venda;
11. Veículos rodoviários, como utilitários, caminhonetas e caminhões, desde que
utilizados no empreendimento. Deverão ser atendidas as exigências abaixo:
29
a) Placa do Estado de São Paulo;
b) Se o veículo financiado for usado, deverá ser solicitada via original do
Certificado de Registro de Veículos – CRV – para verificar se consta reserva de
domínio ou alienação a favor de terceiros e pendência junto aos órgãos
competentes;
c) Tomador deverá possuir a Carteira Nacional de Habilitação – CNH – ou informar
custos de funcionário responsável por conduzir veículo.
12. Ciclomotores e Motocicletas:
a) Placa do Estado de São Paulo;
b) Limite de até 250 cilindradas;
c) Cliente informal e MEI devem possuir CNH na devida categoria e somente para
empreendimentos de transporte ou entrega rápida;
d) No caso de empresa formalizada, somente para empresas de transporte ou
entrega rápida especificada no CNPJ;
e) Deverá ser solicitada via original do certificado de propriedade (motos usadas)
para verificar se consta reserva de domínio /alienação a favor de terceiros e
pendências junto aos órgãos competentes;
f) Não há necessidade do seguro da moto ou ciclomotor.
13. Motocicleta para Motofretista
a) Aquisição de moto branca na categoria aluguel, espécie carga;
b) Placa do Estado de São Paulo;
c) Limite de até 250 cilindradas;
d) Taxas do Detran, DTP e documentação;
e) Consertos, incluindo mão de obra e peças, com o limite de até 20% do valor da
motocicleta;
f) Se a motocicleta financiada for usada, deverá ser solicitada via original do
Certificado de Registro de Veículos – CRV – para verificar se consta reserva de
domínio ou alienação a favor de terceiros e pendência junto aos órgãos
competentes;
g) Kit motofrete: capacete com faixa, colete de segurança com INMETRO, baú
com faixa, protetor, antena cerol, rastreador/bloqueador, faixas refletivas,
marcação indelével das peças.
14. Motocicleta para Mototaxista
a) Aquisição de motocicleta nova ou usada, na categoria aluguel, espécie
passageiro. Caso seja usada, deve, obrigatoriamente, possuir emplacamento
vermelho;
b) Placa do Estado de São Paulo;
30
c) Limite de até 250 cilindradas;
d) Taxas do Detran, DTP e documentação da motocicleta;
e) Consertos, incluindo mão de obra e peças, com o limite de até 20% do valor da
motocicleta;
f) Se a motocicleta financiada for usada, deverá ser solicitada via original do
Certificado de Registro de Veículos – CRV – para verificar se consta reserva de
domínio ou alienação a favor de terceiros e pendência junto aos órgãos
competentes;
g) Acessórios, como antena corta pipa, protetor de pernas, coletes e capacetes.
15. Equipamentos para veículos, como carretas, carrocerias e trailers.
a) Todos os equipamentos devem obedecer à legislação vigente;
b) Não é necessário o seguro do bem financiado, nem do veículo no qual está
sendo instalado.
16. Materiais para construção e mão de obra para MEIs e clientes formalizados –
a mão de obra fica limitada a 50% do valor total do empréstimo.
31
11. Dos itens não financiáveis
É vedado o financiamento, por meio do Banco do Povo Paulista, dos seguintes itens:
1. Aquisição e transformação de mercadoria proveniente do exterior sem a
devida documentação de legalização de sua entrada no país;
2. Aquisição de veículo de passeio para locomoção diária;
3. Pagamento de dívidas;
4. Aquisição de participação societária em empreendimento formal;
5. Mão de obra e encargos sociais do empreendimento, como folha de
pagamento;
6. Equipamentos usados financiados diretamente de pessoa física, exceto
veículos e equipamentos agrícolas;
7. Combustível;
8. Aquisição de ponto e locação de imóvel;
9. Cursos.
32
12. Concessão de crédito
As propostas de financiamentos serão deliberadas pelo Comitê de Crédito
Operacional do Banco do Povo Paulista – CCO.
12.1. Recepção
A Desenvolve SP recepcionará as propostas de crédito por meio eletrônico e
disponibilizará ferramentas para que os Agentes de Crédito possam preencher, enviar e
acompanhar o pedido de financiamento. O Agente de Crédito confirma o cadastro e o pedido
de financiamento.
12.2. Contratação
A Desenvolve SP emitirá todos os documentos legais necessários para a efetivação do
crédito, disponibilizando o instrumento de crédito denominado Cédula de Crédito Bancário –
CCB em seu sítio eletrônico para impressão e assinatura, para posterior reconhecimento de
firma em cartório.
12.3. Fluxo Operacional de Concessão
12.3.1. Fase Inicial
1) Agente de Crédito
a) Acessar e cadastrar login e senha no ambiente web disponibilizado pela
Desenvolve SP;
b) Preencher as informações de cadastro do cliente e da proposta de operação no
ambiente web;
c) Anexar cópias digitalizadas dos documentos exigidos. Ressaltamos que todos
os documentos relacionados nas páginas 18 a 22 são obrigatórios e indispensáveis
para liberação da proposta, inclusive a Certidão Negativa de Débitos e a Certidão
de Regularidade do FGTS nos créditos de pessoa jurídica.
d) Assumir responsabilidade quanto aos dados disponibilizados para crédito na
conta do favorecido e aos documentos anexados no ambiente web;
e) Explicar ao cliente a pesquisa realizada em órgãos de proteção ao crédito,
conforme os cadastros dos beneficiários e avalistas.
33
2) Comitê de Crédito Operacional – CCO
a) Analisar e aprovar a proposta de operação.
12.3.2. Fase Posterior
1) Agente de Crédito
a) Informar o cliente sobre a deliberação do CCO. No caso de indeferimento, se
solicitado, o motivo do indeferimento deve ser apresentado ao cliente, conforme
cláusulas do decreto 58.052/2012;
b) Imprimir uma via negociável e uma não-negociável da Cédula de Crédito
Bancário (CCB) e duas vias da Ficha de Proposta de Operação Completa, e
encaminhá-las para o cliente assinar e reconhecer as firmas em Cartório de Notas
– incluindo, se o caso, cônjuges e avalistas;
O reconhecimento das assinaturas só deve ser feito para a via negociável da CCB.
A Ficha de Proposta de Operação Completa deve ser apenas assinada.
c) Recepcionar e conferir a via negociável da CCB, assinada e com as firmas
reconhecidas, bem como a Ficha de Proposta de Operação Completa em até 15
dias da data da emissão, sob pena de cancelamento;
d) Digitalizar a via negociável da CCB e a Ficha de Proposta de Operação
Completa e anexá-las ao sistema;
e) Manter a guarda física da CCB e da Ficha de Proposta de Operação Completa
assinados;
f) Assumir responsabilidade na eventual ocorrência de fraude, quando
configurada falha da Secretaria ou dos Postos de Atendimento do BPP;
2) Desenvolve SP
a) Disponibilizar acesso ao sistema para o cadastramento dos beneficiários e
proposta de operações;
b) Receber os cadastros dos beneficiários e as propostas de operação;
c) Proceder, em até dois dias, às consultas ao Cadin Estadual e a Serasa para
checar se há restrições ao proponente e ao avalista;
34
d) Caso haja qualquer restrição e/ou ocorrência no sistema, informar o Agente de
Crédito, via e-mail;
e) Disponibilizar na ferramenta web o resultado da pré-análise para
acompanhamento dos agentes de crédito;
f) Proceder ao registro da operação nos sistemas internos da instituição e
apresentar ao Agente de Crédito os termos da operação de crédito, com base nas
informações da Proposta de Operação aprovada e cadastrada no sistema;
g) Emitir e disponibilizar via web a CCB de financiamento e a Ficha de Proposta de
Operação Completa para o Agente de Crédito;
h) Recepcionar as CCBs e as Fichas de Proposta de Operação Completa assinadas,
digitalizadas enviadas anexadas no sistema (web);
i) Cancelar a operação no sistema, caso haja desistência da operação por parte
do beneficiário ou não envio da documentação completa no prazo estipulado de
quinze dias;
j) Realizar os procedimentos necessários para a liberação dos recursos na conta
dos beneficiários, previamente indicada, em até 2 dias após a recepção da
documentação completa e autorização da Secretaria;
k) Disponibilizar para o Agente de Crédito, via sistema, os boletos para
pagamento das parcelas;
l) Receber as parcelas dos beneficiários e revertê-las ao Fundo. Não serão
admitidos/aceitos pagamentos de boletos que tenham vencimentos anteriores
não quitados.
35
13. Comprovação de uso do crédito
Após a concessão do crédito, o tomador deverá comprovar o uso dos recursos para
os fins aos quais se propôs. Após a liberação dos valores, o agente de crédito deverá constatar
a utilização dos recursos por meio de visita ao empreendimento, recebendo as notas fiscais ou
recibos no prazo máximo de 30 (trinta) dias corridos para capital de giro e 60 (sessenta) dias
para investimento fixo.
a) Capital de Giro
A comprovação de capital de giro deve ser feita com a constatação do valor das notas
fiscais, com datas após a concessão do crédito. O valor da nota fiscal deve ser igual ou superior
ao valor do crédito.
b) Investimento Fixo
A comprovação do investimento fixo deverá ser feita com a apresentação de notas
fiscais aos agentes de crédito que verificarão os itens adquiridos conforme apresentados na
proposta do crédito, bem como os valores equivalentes. Ademais, o agente de crédito deverá
ir ao empreendimento fazer a verificação in loco, fotografando os equipamentos.
Em caso da não apresentação das notas fiscais, o agente de crédito deverá visitar o
empreendimento e fazer a constatação in loco dos motivos pelos quais não houve tal
cumprimento. Se constatado o desvio na aplicação do crédito liberado ou não apresentação
das notas, a SERT deverá ser comunicada pelo e-mail [email protected].
O setor da Controladoria instruirá o agente de crédito em como proceder em cada situação.
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14. Cobrança de inadimplementos
A concessão de crédito não se resume apenas à liberação do financiamento ao cliente.
Envolve, também, o acompanhamento e o monitoramento desses clientes e adoção de
medidas para cobrança dos inadimplentes.
Antes de qualquer procedimento, no entanto, para que a cobrança seja feita da
melhor forma, e nos termos legais, é preciso levar em consideração a Lei Federal N° 8078, que
dispõe sobre a proteção do consumidor, entre outras providências. No Art. 42 desta lei, é
citado: “Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto a ridículo, nem
será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça.”
Para a cobrança, seguir os passos abaixo:
14.1. Passo a passo
O primeiro passo para que seja feita a cobrança das dívidas é o levantamento de
relatório da carteira ativa inadimplente, de preferência, diariamente.
No segundo passo, ao notar que o contrato está inadimplente, o agente deve,
imediatamente, entrar em contato por telefone com o cliente solicitando o pagamento da
parcela em atraso.
A partir do 5° dia em atraso, o agente de crédito deve tentar mais uma vez o contato
telefônico, solicitando o pagamento da fatura. Caso não haja sucesso nessa cobrança, o agente
deverá visitar o empreendimento do cliente e informar que a cobrança ao avalista será
iniciada. Importante lembrar que a cobrança de uma dívida é algo delicado, então é necessário
que seja evitado tom jocoso ou de ameaça, conforme Lei Federal N° 8078.
A partir do 10° dia em atraso, o avalista já deve ser informado da pendência no
contrato e cobrado, conforme acordado em contrato. Deve ser emitido também termo de
notificação – carta de cobrança – acompanhado do boleto de cobrança e informando a
inclusão do cadastro nos órgãos creditícios.
A partir do 20° dia em atraso, visitar mais uma vez o empreendimento do cliente para
cobrá-lo; enviar também, mensagem eletrônica do e-mail oficial da unidade, evitando arquivos
anexos, solicitando, mais uma vez, o pagamento da parcela em atraso.
No 31° dia de vencimento, o cliente e o devedor solidário são inseridos,
automaticamente no Serasa e comunicado a inclusão no Cadin Estadual dentro de 90 dias.
Esgotadas todas as tentativas anteriores, depois do 60° dia de atraso, oferecer a
renegociação ou quitação da dívida. Esse procedimento regulariza o nome do cliente, sócios e
avalistas dos órgãos de proteção ao crédito.
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15. Suporte
Em caso de questões sobre o processo de concessão de crédito ou problemas
sistêmicos, os agentes de crédito devem encaminhar e-mail para
[email protected] a fim de solucionar as dúvidas e problemas apresentados.
15.1. Dúvidas frequentes
Agentes de crédito
1. O agente de crédito que se candidatar a mandato parlamentar ou executivo,
ou ocupar uma dessas funções, deverá se desligar de suas funções de acordo com
a legislação vigente;
2. O agente de crédito, em hipótese nenhuma, poderá beneficiar-se do crédito do
BPP;
3. O agente de crédito não poderá desenvolver outra atividade dentro do horário
de expediente da unidade de crédito;
4. Em caso de financiamento para parente de 1º grau do agente de crédito, será
necessário informar a situação no parecer;
5. Não é permitida a concessão de crédito aos que exercem cargo público eletivo,
ao respectivo cônjuge/companheiro e parentes de primeiro grau.
Solicitações de crédito
1. Cliente informal com contrato ativo, ao formalizar-se, não poderá solicitar
crédito como pessoa jurídica até quitar a operação, a menos que a solicitação seja
para outro empreendimento ou atividade;
2. Clientes informais não podem solicitar mais de um crédito simultaneamente,
mesmo que exerçam mais de uma atividade;
3. Cliente informal com contrato inativo, ao formalizar-se, deverá solicitar o
financiamento como 1º crédito para pessoa jurídica;
4. Cliente formal com mais de um empreendimento poderá solicitar crédito para
cada atividade;
5. É proibida a concessão de mais de um financiamento para o mesmo negócio
ou endereço;
6. Uma nova solicitação de crédito só poderá ser realizada 90 dias após a
assinatura do contrato anterior;
7. Quando se tratar de segundo crédito ou posterior, a concessão do novo
crédito ficará limitada a no máximo 100% acima do maior empréstimo contraído
pelo tomador, limitando-se aos limites estabelecidos pelo programa.
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Avalista
1. O devedor solidário que assumir o compromisso em mais de um contrato
deverá apresentar obrigatoriamente a comprovação de renda necessária para
assumir os compromissos. O valor da soma das prestações não poderá exceder
30% da renda líquida/mês.
2. Não é permitida a apresentação de devedor solidário por meio de procuração
pública;
Fornecedor
O fornecedor é de livre escolha do tomador, sendo proibido fornecedor cônjuge
ou parentes de primeiro grau.
15.2. Conceito de análise de crédito
Para fazer a análise da concessão de crédito, o Comitê de Crédito Operacional do
Banco do Povo Paulista utiliza de diretrizes tradicionais e subjetivas, conhecidas como os 5C’s
do crédito (Weston e Brigham, 1972). São os 5C’s do crédito o caráter, a capacidade, o capital,
o colateral e as condições.
a) Caráter
Elemento básico para concessão do crédito, o caráter é, de acordo com
Gitman3 (2002), definido como sendo o histórico do solicitante quanto ao
cumprimento de suas obrigações financeiras, contratuais e morais.
Os fatores para análise do caráter são a idoneidade, o crédito que desfruta
no mercado e o histórico das operações de crédito nas instituições. As fontes de
pesquisa são o Serasa e o Cadin Estadual.
b) Capacidade
De acordo com como Lemes Junior4, “a capacidade considera se os ganhos
ou o desempenho operacional e financeiro do cliente permitirão a geração de
recursos para efetuar o pagamento do compromisso pretendido. No caso de
pessoas jurídicas, os demonstrativos financeiros são de extrema utilidade para o
cálculo dos índices de liquidez e do endividamento. Já para a análise de pessoas
3 GITMAN, Lawrence J. . Princípios de administração financeira. 7.ed. São Paulo: Harbra, 2002.
4 LEMES JUNIOR, Antônio Barbosa, et.al. Administração financeira: princípios, fundamentos e práticas
brasileiras. Rio de Janeiro: Campus, 2002.
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físicas, são também importantes as comprovações de rendimentos e
compromissos assumidos”.
c) Capital
Abrange a análise financeira e patrimonial do tomador de recursos por
meio da análise do patrimônio da empresa. Nesse item, devem ser observados a
rentabilidade e o endividamento do negócio.
d) Colateral
O fator colateral refere-se às garantias, as quais, de acordo com estudo de
Wazilewski e Bertolini5, constituem um fator complementar à operação de
crédito. No Banco do Povo Paulista, a garantia é composta pela apresentação do
avalista, o qual, na falta de pagamento do financiamento por parte do cliente,
assume o compromisso. No geral, além do compromisso, o avalista é um
importante fator de pressão em caso de atraso no pagamento.
e) Condições
De acordo com o Portal Educação, nesse item, deve-se avaliar que
momento a empresa está vivendo: queda ou ascensão. Além disso, verificar a
estrutura do empreendimento e seu funcionamento.
Além dos itens acima, o Comitê analisará, ainda:
1. As características empreendedoras do cliente;
2. Histórico financeiro no Banco do Povo Paulista, como o número de
empréstimos concedidos, valores e pontualidade nos pagamentos;
3. O parecer do agente de crédito.
5 WAZILEWSKI, Fabricio; BERTOLINI, Geysler R. F. Análise de crédito nos serviços. Paraná: Unioeste.
Disponível on-line.
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