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1 GOVERNO DO ESTADO DE SERGIPE SECRETARIA DE PLANEJAMENTO, HABITAÇÃO E DESENVOLVIMENTO URBANO PROGRAMA ÁGUAS DE SERGIPE RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL Versão Final (Revisão Setembro de 2010) Setembro 2010 E2569 vol. 2 Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized

GOVERNO DO ESTADO DE SERGIPE...2. CARACTERIZAÇÃO DO PROGRAMA 2.1 JUSTIFICATIVAS A proposta de um desenvolvimento sustentável para o estado de Sergipe passa, além das condições

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GOVERNO DO ESTADO DE SERGIPE

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO, HABITAÇÃO E DESENVOLVIMENTO URBANO

PROGRAMA ÁGUAS DE SERGIPE

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL

Versão Final

(Revisão Setembro de 2010)

Setembro 2010

E2569 vol. 2 P

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SUMÁRIO

1. APRESENTAÇÃO 50

2. CARACTERIZAÇÃO DO PROGRAMA 51

3. QUADRO LEGAL E INSTITUCIONAL AMBIENTAL E DE RECURSOS HÍDRICOS

56

3.1 POLÍTICAS E INSTRUMENTOS 56

3.2 CARACTERIZAÇÃO INSTITUCIONAL 63

3.3 POLÍTICAS DE SALVAGUARDAS AMBIENTAIS E SOCIAIS DO BANCO MUNDIAL

67

4. O CONTEXTO GERAL DO ESTADO E DA BACIA DO RIO SERGIPE

71

4.1 O CONTEXTO DO ESTADO 71

4.2 O CONTEXTO DA BACIA DO RIO SERGIPE 75

5. ESTRATÉGIA AMBIENTAL DE ATUAÇÃO DO PROGRAMA 77

6. AVALIAÇÃO AMBIENTAL E SOCIAL DAS INTERVENÇÔES DO PROGRAMA

79

6.1 GRUPO A – COMPONENTE 1 – GESTÃO RECURSOS HÍDRICOS E DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL

79

6.2 GRUPO A – COMPONENTE 2 – ÁGUAS E IRRIGAÇÂO 80

6.3 GRUPO B – COMPONENTE 3 – ÁGUAS E CIDADES – INTERVENÇÕES DE CONTRAPARTIDA

91

6.4 GRUPO B – COMPONENTE 3 – ÁGUAS E CIDADES – FINANCIAMENTO BANCO MUNDIAL

102

6.5 PANORAMA INSTITUCIONAL 104

6.6 CRITÉRIOS E PROCEDIMENTOS PARA AVALIAÇÂO AMBIENTAL DOS SUBPROJETOS

106

7. AVALIAÇÃO GLOBAL DO PROGRAMA 125

8. PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL 110

8.1 GERENCIAMENTO AMBIENTAL DO PROJETO 110

8.2 CRITÉRIOS E PROCEDIMENTOS SÓCIO-AMBIENTAIS PARA CONCEPÇÃO E AVALIAÇÃO DE PROJETOS

115

8.3 FORTALECIMENTO INSTITUCIONAL DA SEMARH, ADEMA E SRH 117

8.4 INSTRUMENTOS DE GESTÃO AMBIENTAL E DE RECURSOS HÍDRICOS 120

8.5 FORTALECIMENTO DA GESTÃO AMBIENTAL NA BACIA DO SERGIPE 120

8.6 REGULARIZAÇÂO E ADEQUAÇÃO AMBIENTAL DAS BARRAGENS E PERÌMETROS IRRIGADOS

121

8.7 ADEQUAÇÃO AMBIENTAL DAS ERQs SUL, OESTE E BARRA DOS COQUEIROS

122

8.8 MONITORAMENTO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DOS RIOS E RESERVATÓRIOS DA BACIA DO SERGIPE

122

8.9 COMUNICAÇÃO SOCIAL E EDUCAÇÃO SANITÁRIA E AMBIENTAL 122

8.10 MARCO CONCEITUAL DE REASSENTAMENTO 123

8.11 MARCO DE PROCESSO 123

8.12 MANUAL AMBIENTAL DE CONSTRUÇÃO 124

9 CONSULTAS PÚBLICAS 125

ANEXOSMARCO DE REASSENTAMENTO MARCO DE PROCESSO

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MANUAL AMBIENTAL DE CONSTRUÇÃO INFORMAÇÕES CONSULTAS PÚBLICAS REUNIÕES DE CONSULTA PÚBLICA BARRA DOS COQUEIROS

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1. APRESENTAÇÃO Este documento constitui o Relatório de Avaliação Ambiental do Programa Águas de Sergipe e seu conteúdo visa ao atendimento das políticas de salvaguardas ambientais e sociais do Banco Mundial - BIRD.

O Programa Águas de Sergipe – PAS tem como objetivo geral fortalecer o marco institucional e de políticas para a gestão integrada dos recursos hídricos e meio ambiente no Estado de Sergipe e implementar ações que contribuam para a revitalização da bacia hidrográfica do Rio Sergipe, sob uma perspectiva integrada.

O PAS prioriza investimentos na Bacia do Rio Sergipe (principal rio estadual) e Região Metropolitana de Aracaju (40% da população do Estado), buscando a expansão e melhoria da infra-estrutura hídrica e de saneamento ambiental da bacia hidrográfica, propiciando a recuperação, proteção e o potencial aproveitamento sustentável de seus recursos naturais.

A concepção do Programa prevê ações de fortalecimento da gestão ambiental e de recursos hídricos no Estado, aprimoramento da gestão de saneamento e intervenções em infra-estrutura hídrica e de saneamento.

Considerando, adicionalmente, que o Programa Águas de Sergipe tem entre seus objetivos a reversão do quadro de degradação ambiental e dos recursos hídricos da bacia do rio Sergipe, as ações do programa, ao passo que buscam melhorar as condições de vida da população ampliando a capacidade de sua infraestrutura econômica e urbana, buscam também sintonia com o aproveitamento sustentável de seus recursos naturais.

Nesse sentido, a estratégia de atuação ambiental do Programa considerou a agregação dessas ações em dois conjuntos:

A. Ações de melhoria ambiental com o objetivo de recuperar os passivos ambientais existentes e fortalecer a gestão ambiental na Bacia do rio Sergipe como um todo.

B. Ações de melhoria ambiental e sanitária com vistas a reverter o quadro de degradação constatado, mas que podem, na sua implementação, provocar impactos ambientais e sociais.

De acordo com entendimentos mantidos com o Banco Mundial na presente fase preparação do Programa, as intervenções de infra-estrutura encontram-se agregadas em duas situações: (i) a primeira referente à contrapartida do Estado relacionado à obras de saneamento em andamento com recursos do PAC – Plano de Aceleração do Crescimento e; (ii) a segunda referente ao financiamento do Banco Mundial consistindo em obras de melhoria da eficiência dos sistemas de irrigação existentes e da implantação de sistemas de abastecimento de água e de esgotamento sanitário na Bacia do rio Sergipe.

Para esta segunda situação ainda não se dispõe, nessa fase, de estudos de concepção ou projetos de engenharia que dêem condições de detalhar as características ou processos envolvidos, o que se fará em fases posteriores. Nesse sentido, o relatório foi também concebido de modo a contemplar, com uma visão regional, as seguintes abordagens: (i) avaliação ambiental e social das obras de contrapartida em execução; e (ii) preparação de arcabouço para o gerenciamento ambiental e social (framework) envolvendo uma análise da situação ambiental regional existente, uma avaliação das medidas ambientais a serem adotadas, uma avaliação ambiental das tipologias de subprojetos e a definição de critérios e procedimentos para avaliação ambiental dos subprojetos na fase de implementação do Programa Águas de Sergipe

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Em conjunto com finalidade de observação de regras do Banco Mundial, em cumprimento aos requisitos e exigências para a assinatura do Acordo de Empréstimo, cuidou-se que o conteúdo do relatório esteja em harmonia com os pressupostos constantes das legislações e normas ambientais brasileiras.

Dessa maneira, ainda que o conjunto das ações tenha sido abordado neste relatório, muitas delas deverão ser pormenorizadas e analisadas pelo Governo do Estado e pelo Banco Mundial por ocasião do seu detalhamento técnico e dos processos de licenciamento ambiental específicos. Isto implica afirmar que as ações aqui apresentadas, acrescidas do detalhamento daquelas que ainda serão objeto de estudos mais aprofundados, serão avaliadas pelas equipes da SEMARH, do órgão ambiental licenciador e pelo Banco Mundial, em conformidade com a legislação nacional e as regras do próprio Banco.

O corpo principal deste documento comporta nove capítulos, apresentando-se, no segundo a concepção do Programa e no terceiro a abordagem dos marcos legais e institucionais nos quais se apóia a presente análise ambiental. O capítulo 4 descreve e contextualiza a região de atuação do Programa (bacia do rio Sergipe) e enfoca as principais questões ambientais atuais.

O capítulo 5 discorre sobre a estratégia de atuação ambiental do Programa Águas de Sergipe para, em seguida, no capítulo 6, efetuar-se uma avaliação ambiental e social das intervenções incluindo aquelas de referentes às obras de contrapartida e as intervenções a serem financiadas pelo Banco, assim como as principais conclusões apresentadas no capítulo 7.

No capítulo 8 consta o Plano de Gestão Ambiental – PGA do Programa e no capítulo 9 uma síntese das consultas públicas realizadas. Em anexo consta o Marco de Reassentamento Involuntário, o Marco de Processo e o Manual Ambiental de Obras.

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2. CARACTERIZAÇÃO DO PROGRAMA

2.1 JUSTIFICATIVAS

A proposta de um desenvolvimento sustentável para o estado de Sergipe passa, além das condições ambientais, pelo respeito à identidade cultural dos territórios e pela inclusão social. O Governo estadual assume o papel relevante de indutor do desenvolvimento e regulador do mercado. A principal justificativa para essa proposta é a condição de tripla desigualdade em que se encontra o estado de Sergipe: concentração da renda, resultando em desigualdade social e exclusão; concentração da infra-estrutura social e produtiva no litoral do estado (70% do PIB é produzido no litoral e as oportunidades de emprego acompanham esse indicador – 40% dos empregos formais estão no setor público), resultando em desigualdades territoriais; e concentração do PIB industrial nas indústrias de petróleo e energia hidrelétrica (PETROBRÁS e CHESF respondem por quase 40% do PIB industrial do Estado), resultando em desigualdades na matriz de insumo-produto do Estado e na baixa capacidade de geração de emprego formal no setor privado.

Problemas Gerais de Recursos Hídricos no Estado de Sergipe

O estado de Sergipe, com uma área aproximada de 22.050 km², é formado por seis bacias hidrográficas, sendo três com rios de domínio federal - rio São Francisco, rio Vaza Barris e rio Real – e outras três com rios de domínio estadual - rio Japaratuba, rio Sergipe e rio Piauí (Figura 2.1).

Fonte: SEMARH/SRH

Figura 2.1 – Bacias Hidrográficas do Estado de Sergipe

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A Tabela 2.1 apresenta as principais características destas bacias.

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Tabela 2.1 – Principais Características das Bacias Hidrográficas do Estado

Bacia Hidrográfica Área (km2) % Vazão Média (m3/s)

São Francisco 7.276,3 33,0 2.060,00

Japaratuba 1.722,0 7,8 10,60

Sergipe 3.673,0 16,7 13,84

Vaza Barris 2.559,0 11,6 15,64

Piauí 4.262,0 19,3 22,92

Real 2.558,0 11,6 20,46

Total 22.050,3 100,0 2.143,46

Inserido na região Nordeste do país, o território sergipano caracteriza-se por uma faixa próxima ao Zona Costeira com índices pluviométricos bastante razoáveis, da ordem de 1.200 mm/ano, que declinam substantivamente na medida em que se percorre o sentido oeste, caindo para cerca de 800 mm na porção intermediária do Agreste, até chegar a níveis próximos a 400 mm/ano na região interiorana do Sertão, que compõe parte do semi-árido brasileiro.

De modo conjugado com esses problemas climáticos, também se verificam alterações no tipo do solo, com predomínio de rochas sedimentares e coberturas terciárias recentes, na zona costeira e em parte do Agreste, e do padrão cristalino na região do Sertão, dominado pela vegetação da caatinga, em virtude da sobreposição entre baixas fertilidade e pluviometria.

É reconhecido que, nesse contexto regional, os estados nordestinos apresentam problemas recorrentes relacionados à escassez de disponibilidades hídricas, agravados pela elevada variação sazonal e plurianual de períodos chuvosos, fato que demanda avanços substantivos em termos da organização técnica e institucional para gestão dos recursos hídricos, como também, inversões significativas voltados à infra-estrutura para armazenamento e transporte de águas, tendo em vista seus múltiplos usos, notadamente o abastecimento público e a irrigação de cultivos.

Sob esse quadro geral, de maiores concentrações da população e de atividades produtivas no Zona Costeira, com crescente dispersão no meio rural do Agreste e, sobretudo, do Sertão, constata-se que, em sentido leste-oeste, também decrescem os padrões de renda, na medida em que, no Sertão predominam a pecuária e cultivos para subsistência familiar e, somente no Agreste passam a ser desenvolvidos sistemas mais extensos de irrigação, na proporção em que os cursos d’água começam a se perenizar.

Por seu turno, atividades econômicas dos setores secundário e terciário – indústria e serviços – concentram-se junto ao litoral, onde reside a maior parcela da população nordestina e, bem assim, a sergipana, com melhoria na renda per capita. Todavia, percebe-se que, nessa faixa costeira, os problemas de escassez acabam sendo substituídos pelo comprometimento qualitativo dos corpos hídricos, com rebatimento negativo inclusive sobre o seu elevado potencial turístico.

Síntese dos Problemas Hídricos e Ambientais

Os principais problemas hídricos e ambientais da bacia do rio Sergipe apresentam ênfases distintas, de acordo com as características específicas a cada porção territorial pertencente ao Semi-árido, ao Agreste ou à Zona Costeira.

A Tabela 2.2 , a seguir, sintetiza os problemas predominantes.

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Tabela 2.2 – Problemas Predominantes nas Porções Territoriais da Bacia do Rio Sergipe

Porção Territorial

Características Predominantes

Principais Problemas

Alto rio Sergipe Semi-árido

Baixa pluviometria, rios temporários com águas de baixa

qualidade, predomínio de atividades pecuárias

Escassez de recursos hídricos, níveis mais elevados de população rural e de baixa renda, cidades com baixos índices de atendimentos aos serviços de

saneamento, incluindo a disposição final de resíduos sólidos.

Médio rio Sergipe Agreste

Níveis médios de pluviometria, rios com tendência à perenização, predomínio de cultivos irrigados e

da produção de hortigranjeiros.

Problemas na operação e manutenção de açudes e adutoras, níveis baixos de eficiência na utilização dos

recursos hídricos, cidades de porte médio com insuficiências no atendimento de serviços de

saneamento, incluindo a disposição inadequada de resíduos sólidos.

Baixo rio Sergipe Zona Costeira

Clima sub-úmido, níveis mais elevados de pluviometria, rios

perenes de médio porte, estuários com manguezais e áreas

ambientalmente sensíveis, alta concentração urbana, industrial e

de comércio e serviços.

Alta densidade populacional, demandas crescentes para uso doméstico e industrial da água, ocupações

irregulares de mangues e áreas ambientalmente sensíveis, carências de serviços de saneamento em

áreas de favelas e outras ocupações desconformes por famílias de baixa renda, baixos níveis de eficiência

em sistemas de abastecimento e disposição inadequada de resíduos sólidos.

Em suma, o estado de Sergipe demanda suporte financeiro e apoio institucional e técnico, tanto para enfrentar reconhecidos problemas típicos do Semi-árido brasileiro e para reverter o quadro de comprometimento ambiental (passivos existentes) como para o aperfeiçoamento de sua gestão ambiental e de recursos hídricos.

O Programa proposto visa o enfrentamento de alguns principais problemas estreitamente relacionados com os seguintes objetivos:

• Fortalecimento institucional para agir frente aos complexos desafios da gestão ambiental e dos recursos hídricos na bacia do rio Sergipe, assim como garantir a realização e sustentabilidade a longo prazo das metas do Programa;

• Criação de novas unidades de conservação, para garantir a preservação de florestas e áreas ambientalmente sensíveis e promover a gestão ambiental sustentável do uso do solo na bacia do rio Sergipe;

• Utilização sustentável do potencial da agricultura irrigada na bacia do rio Sergipe, com importante papel no desenvolvimento econômico do estado, pela promoção do uso eficiente e sustentável da água;

• Melhoria da qualidade das águas do rio Sergipe e seus afluentes pelos investimentos na implantação de adequado sistema de coleta, transporte e tratamento de esgotos domésticos; e,

• Minimizar a pressão pelo abastecimento de água, tanto para consumo humano como para irrigação, com oferta de água de boa qualidade.

2.2. O QUE É O PROGRAMA Refletindo os objetivos específicos e resultados esperados (temáticos, regionais e setoriais), o Programa Águas de Sergipe está estruturado em dois grandes eixos: (i) a gestão de recursos hídricos e o desenvolvimento institucional, com abrangência em todo o Estado de Sergipe; e, (ii) a infraestrutura hídrica e de saneamento ambiental, com foco na bacia hidrográfica do Rio Sergipe.

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2.3. OBJETIVOS DO PROGRAMA

2.3.1. Objetivo Geral do Programa

O Programa Águas de Sergipe tem como objetivo geral fortalecer o marco institucional e de políticas para a gestão integrada dos recursos hídricos e meio ambiente no Estado de Sergipe e implementar ações que contribuam para a revitalização da bacia hidrográfica do Rio Sergipe, sob uma perspectiva integrada.

2.3.2. Objetivos Específicos do Programa

O objetivo geral encontra-se vinculado aos seguintes objetivos específicos:

¾ fortalecimento da gestão e promoção do desenvolvimento institucional para o uso racional e sustentável dos recursos hídricos, consolidando uma política de longo prazo para os setores hídrico e ambiental do estado de Sergipe; e

¾ expansão e melhoria da infra-estrutura hídrica e de saneamento ambiental da bacia hidrográfica do rio Sergipe, propiciando a recuperação, proteção e o potencial aproveitamento sustentável de seus recursos naturais.

2.4. COMPONENTES PREVISTOS NO PROGRAMA

O Programa Águas de Sergipe encontra-se estruturado em 3 Componentes:

Componente 1 – Gestão de Recursos Hídricos e Desenvolvimento Institucional, com os seguintes subcomponentes:

• Desenvolvimento Institucional focalizando a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos - SEMARH, a Administração Estadual de Meio Ambiente – ADEMA, o Instituto de Tecnologia e Pesquisa de Sergipe – ITPS, e o apoio a Comitês de Bacia.

• Instrumentos de gestão ambiental e gestão de recursos hídricos, no aperfeiçoamento dos instrumentos de outorga e cobrança de uso da água, zoneamento ecológico-econômico, integração do licenciamento ambiental e outorga, implementação de Sistema de Informações Geográficas com base ambiental.

• Gestão ambiental de uso do solo na bacia do rio Sergipe, com estudos para criação e delimitação de Unidades de conservação, planos de gestão e manejo de áreas protegidas, detalhamento de planos de recuperação de áreas degradadas priorizadas,

• Modelos de gestão e regulação de serviços, com ênfase na gestão de resíduos sólidos, saneamento rural e de pequenas comunidades, assim como da estrutura de regulação de serviços de saneamento, resíduos sólidos e irrigação.

• Comunicação social e educação sanitária e ambiental, adaptadas às demandas de diferentes públicos-alvos (setores usuários de recursos hídricos e organizações representativas da sociedade civil, além de profissionais de órgãos públicos, das esferas municipal e estadual.

• Gerenciamento, Auditoria, Monitoramento, Avaliação e Comunicação do Programa

Componente 2 – Água e Irrigação, com os seguintes subcomponentes:

• Modernização da Infraestrutura Hídrica na Bacia do rio Sergipe com ênfase nas barragens da Ribeira, Jacarecica I e Jacarecica II, contemplando ações de segurança de barragens, batimetria, melhoria operacional, modelos de operação de reservatórios e ações de adequação ambiental.

• Modernização e recuperação de perímetros irrigados, especialmente os perímetros De Poção da Ribeira e Jacarecica I com estudos de viabilidade e de regularização ambiental,

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modelagem técnica e modernização com implantação da irrigação localizada,além de apoio à irrigação de pequeno porte (familiar). Serão feitos apenas estudos para modernização e adequação ambiental e social do Perímetro de Jacarecica II.

• Ações de Gestão Ambiental na agricultura irrigada, voltadas ao manejo ambiental dos perímetros, recuperação de áreas de reserva legal e áreas de preservação permanente, capacitação de agricultores, apoio à agricultura orgânica, ações de conservação do solo e da água, gestão de abastecimento de água em pequenas comunidades rurais, ações de comunicação social e educação ambiental, entre outras.

• Fortalecimento Institucional da Secretaria de Agricultura – SEAGRI, da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe - COHIDRO e da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe- EMDAGRO

Componente 3 – Água e Cidades, com os seguintes subcomponentes:

• Melhorias estruturais e de eficiência operacional da infraestrutura de saneamento,com ações de ampliação e melhoria de sistemas de abastecimento de água, especialmente em Divina Pastora

• Infraestrutura Urbana, Saneamento Básico e Controle da Poluição, com ações voltadas a implantação de sistemas de esgotamento sanitário em municípios da bacia e de sistema de drenagem urbana em Itabaiana.

2.5. RECURSOS DO PROGRAMA O custo total do Programa é de US$ 122,110 milhões, dos quais o Banco Mundial financiará 60% (US$ 73,869 milhões). Os restantes 40% (US$ 48,241 milhões) serão provenientes de contrapartidas do Estado. Os recursos alocados, de acordo com as respectivas fontes, estão demonstrados na tabela a seguir.

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Tabela 2.3: Distribuição dos Recursos por Componentes e Subcomponentes

Total Financ. Contrap.(R$) (US$ mil) (US$ mil) (US$ mil)

1 21.350.000 12.200 11.943 2571.1 Desenvolvimento Institucional 6.650.000 3.800 3.800 0

1.2 Instrumentos de gestão ambiental e gestão de 7.200.000 4.114 4.114 01.3 Gestão ambiental de uso do solo na BHSE 3.300.000 1.886 1.629 2571.4 Modelos de gestão e regulação de serviços 3.000.000 1.714 1.714 01.5 Comunicação social e educação ambiental 1.200.000 686 686 0

2 25.163.022 14.379 9.075 5.3042.1 Modernização e recuperação dos perímetros

públicos de irrigação e da infraestrutura hídricana bacia do rio Jacarecica

10.631.200 6.075 3.466 2.609

2.2 Ações de gestão ambiental na bacia do rioJacarecica

10.976.822 6.272 3.578 2.695

2.3 Fortalecimento institucional da SEAGRI,COHIDRO e EMDAGRO

3.555.000 2.031 2.031 0

3 147.119.218 84.068 43.702 40.3663.1 Melhoria da Eficiência Operacional e

Comercial e Fortalecimento do SetorAmbiental da DESO

23.231.230 13.275 7.458 5.817

3.2 Melhoria da Eficiência Operacional eComercial e Fortalecimento do SetorAmbiental da DESO

796.528 455 455 0

3.3 Infra-estrutura Urbana, Saneamento Básico eControle de Poluição

111.016.200 63.438 31.719 31.719

3.4 Melhorias Estruturais e de EfuciênciaOperacional da Infra-Estrutura Hídrica

12.075.260 6.900 4.070 2.830

4 9.500.783 5.429 5.429 04.1 Gerenciamento Executivo 7.198.093 4.113 4.113 04.2 Monitoramento e Avaliação 1.239.910 709 709 04.3 Comunicação Social 1.062.780 607 607 0

Total a Preços Correste 203.133.023 116.076 70.149 45.927Contingências Físicas 8.125.321 4.643,04 2.805,96 1.837,08Contingências Financeiras 2.112.583 1.207,19 729,55 477,64Front-end Fee (1% sobre o valor do empréstimo) 323.178 184,67 184,67 0,00Total Geral 213.694.105 122.110,92 73.869,25 48.241,66

Distribuição dos Recursos por Componentes e Subcomponentes

GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS E

ÁGUA E IRRIGAÇÃO

Valor do ProgramaComponentes e Sub-Componentes

Valor Orçado

GERENCIAMENTO E MONITORAMENTO DO

Melhoria da Eficiência Operacional e Comercial

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3. QUADRO LEGAL E INSTITUCIONAL AMBIENTAL E DE RECURSOS HÍDRICOS 3.1 AS POLÍTICAS E INSTRUMENTOS

3.1.1 A Política de Meio Ambiente

A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental. A Lei no 6.938 de 31/08/81 dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação. As linhas mestras da política estão definidas no capítulo do Meio Ambiente da Constituição Federal no seu art. 225.

No nível federal, o órgão responsável pela execução da Política Nacional do Meio Ambiente e da preservação, conservação e uso racional, fiscalização, controle e fomento dos recursos naturais brasileiros é o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA, criado pela Lei no 7.735 de 22/02/89, vinculado ao Ministério do Meio Ambiente e o Instituto Chico Mendes de Conservação do Biodiversidade – ICMBio, criado pela Lei 11.516/2007, responsável pela administração das unidades de conservação (UCs) federais.

A nível estadual, a A Administração Estadual do Meio Ambiente (ADEMA), autarquia estadual criada pela Lei nº 2.181, de 12 de outubro de 1978, e recentemente elevada ao patamar de autarquia “em regime especial, é responsável pela execução da política estadual de meio ambiente e tem como objetivo exercer a função de proteção e conservação dos recursos naturais do Estado.

3.1.2 Padrões de Qualidade Ambiental

O estabelecimento de padrões de qualidade ambiental é um dos instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente, que tem como objetivo a prevenção ou correção dos impactos da poluição e da contaminação do meio ambiente. Aí estão incluídos os padrões de qualidade do ar e das águas.

O Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA, através da Resolução 357/06 classifica as águas doces, salobras e salinas do Território Nacional em nove categorias, segundo seus usos preponderantes. A Resolução estabelece também as condições padrões de lançamento de efluentes.

Outros instrumentos legais que estabelecem procedimentos e padrões ambientais estão descritos a seguir:

• Lei Nº 4.771/65 que dispõe sobre o Código Florestal, principalmente o seu artigo 2°, que trata das áreas de proteção permanente as florestas e demais formas de vegetação nas nascentes e ao longo dos cursos dágua.

• Lei Nº 9.605/98 (Lei de crimes ambientais) que dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências.

• Lei Nº 9.985/00 que regulamenta o art. 225, § 1o, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC) e dá outras providências. Em se tratando da compensação ambiental é importante mencionar a regra prevista no artigo 36 onde se estabelece o valor mínimo de 0,5% (meio por cento) dos custos totais do empreendimento para aplicação na implantação ou manutenção de unidades de conservação, cabendo ao órgão ambiental licenciador definir a sua alocação.

• Lei Nº 10.257/01 que regulamenta os artigos 182 e 183 da Constituição Federal, estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras providências.

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• Medida Provisória Nº 2.166-2.167/01 que altera os arts. 1º, 4º, 14º, 16 º e 44º, e acresce dispositivos à Lei Nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, que institui o Código Florestal.

"Art. 4º - A supressão de vegetação em área de preservação permanente somente poderá ser autorizada em caso de utilidade pública ou de interesse social, devidamente caracterizados e motivados em procedimento administrativo próprio, quando inexistir alternativa técnica e locacional ao empreendimento proposto .

• Resolução CONAMA Nº 303/02 que dispõe sobre parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação Permanente.

• Resolução CONAMA Nº 375/06 que define critérios e procedimentos, para o uso agrícola de lodos de esgoto gerados em estações de tratamento de esgoto sanitário e seus produtos derivados.

• Resolução CONAMA Nº 369/06 que dispõe sobre os casos excepcionais, de utilidade pública, interesse social ou baixo impacto ambiental, que possibilitam a intervenção ou supressão de vegetação em Área de Preservação Permanente-APP.

• Resolução CONAMA 377/06 que define critérios de porte e dispõe sobre licenciamento ambiental simplificado de Sistemas de Esgotamento Sanitário.

3.1.3 A Política de Recursos Hídricos

A Lei Federal no 9.433 de 08/01/97 instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos e, no nível estadual, a Lei no 12.984 de 30/12/2005 dispôs sobre a Política Estadual de Recursos Hídricos e Sistema Integrado de gerenciamento de Recursos Hídricos – SIGRH.

3.1.4 As Políticas Estaduais

Recursos Hídricos

A Lei 3870/97 da Política Estadual de Recursos Hídricos define como instrumentos: I - o Plano Estadual de Recursos Hídricos; II – o enquadramento dos corpos de águas em classes, segundo os usos preponderantes da água; III - o Fundo Estadual de Recursos Hídricos; IV - a outorga dos direitos de uso de recursos hídricos; V - a cobrança pelo uso de recursos hídricos; e VI - o Sistema Estadual de Informações sobre Recursos Hídricos. Meio Ambiente

A lei estadual 5858 de 22/03/2006 dispõe sobre a Política Estadual do Meio Ambiente e institui o Sistema Estadual do Meio Ambiente. Define como instrumentos da Política:

� Plano Estadual do Meio Ambiente;

� Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE);

� Avaliação de Impacto Ambiental (AIA);

� Licenciamento Ambiental;

� Sistema Estadual de Informações Ambientais;

� Sistema Estadual de Unidades de Conservação da Natureza;

� Educação Ambiental;

� Auditoria Ambiental;

� Monitoramento, Fiscalização e penalidades;

� Normas e padrões de emissão e de qualidade ambiental;

� Acordos, convênios, consórcios e outros mecanismos associativos de gerenciamento dos recursos ambientais;

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� Fundo de Defesa do Meio Ambiente de Sergipe – FUNDEMA/SE;

� Estímulos e Incentivos.

Controle de Agrotóxicos e outros Biocidas

Considerando a importância do tema, o Estado de Sergipe, com base na lei estadual 3195/1992 instituiu, por meio do Decreto 22.762/2004, normas regulamentares e criou a Comissão Estadual de Agrotóxicos.

O decreto estabelece normas e procedimentos relativos a:

� Registro do estabelecimento de comercialização

� Cadastro dos produtos

� Destinação final de resíduos e embalagens

� Armazenamento e transportes

� Receituário Agronômico

� Inspeção e Fiscalização

� Responsabilidades, infrações, sanções e penalidades

A Comissão Estadual de Agrotóxicos é formada por representantes das Secretarias de Agricultura e da Saúde, da EMDAGRO, da Delegacia Federal de Agricultura, da COHIDRO, da ADEMA, da Classe de Revendedores de Agrotóxicos, da Vigilância Sanitária e do CREA.

À Comissão compete analisar e sugerir medidas: (i) que visem reduzir o impacto dos agrotóxicos sobre o meio ambiente e a população; (ii) remitir pareceres sobre recursos apresentados aos pedidos de impugnação ou cancelamento de produtos; (iii) controle do uso e comércio de agrotóxicos; (iv) controle de resíduos em produtos agropecuários.

3.1.5 Avaliação de Impacto Ambiental

A avaliação de impacto ambiental representa um dos principais instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente, conforme Lei Federal no 6938 de 31/08/81, e foi vinculada aos sistemas de licenciamento de atividades poluidoras ou modificadoras do meio ambiente. Tanto na Constituição Federal de 1998, no seu artigo 225 & Io, inciso IV, como na Lei Estadual 5858/2006 em seu artigo 42 que dispõe a necessidade de licenciamento ambiental, já fica clara a necessidade da avaliação de impacto ambiental para atividades potencialmente causadoras de significativa degradação do meio ambiente.

Posteriormente, a Resolução CONAMA no 237 dispôs sobre a revisão e complementação dos procedimentos e critérios utilizados para o licenciamento ambiental estabelecendo que as avaliações de impacto ambiental podem ser realizadas por outros estudos ambientais além do EIA/RIMA. A Resolução define que Estudos Ambientais: são todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais relacionados à localização, instalação, operação e ampliação de uma atividade ou empreendimento, apresentado como subsídio para a análise da licença requerida, tais como: relatório ambiental, plano e projeto de controle ambiental, relatório ambiental preliminar, diagnóstico ambiental, plano de manejo, plano de recuperação de área degradada e análise preliminar de risco.

Não obstante o fato de o licenciamento de determinado empreendimento exigir ou não EIA-RIMA, as informações prestadas ao órgão ambiental devem oferecer uma descrição satisfatória

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do mesmo e da sua área de influência, assim como uma versão preliminar dos impactos ambientas e medidas necessárias para minimizar seus efeitos adversos. Em caso de ser necessário o EIA-RIMA, a ADEMA fará o Termo de Referência do mesmo e entregará ao proponente do projeto, para sua elaboração.

A análise e aprovação do respectivo Estudo Ambiental é de competência da ADEMA, conforme especifica a Lei Estadual no 5858/06 no seu artigo 44o. O artigo 47 estabelece o prazo máximo de análise pela ADEMA de 6 (seis) meses, a contar do ato protocolar do requerimento até seu deferimento ou indeferimento, ressalvados os casos em que houver EIA/RIMA ou audiência pública, quando o prazo deve ser de 12 (doze) meses.

3.1.6 Licenciamento Ambiental

A Resolução CONAMA 237/97 traz o seguinte conceito de licenciamento ambiental: Procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras; ou aquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso.

Por procedimento entende-se um encadeamento de atos que visam a um fim – a concessão da licença ambiental. Esse procedimento é conduzido no âmbito do Poder Executivo, na figura de seus órgãos ambientais nas várias esferas, e advém do regular exercício de seu poder de polícia administrativa.

A licença ambiental é definida pela Resolução CONAMA 237/97 como: Ato administrativo pelo qual o órgão ambiental competente estabelece as condições, restrições e medidas de controle ambiental que deverão ser obedecidas pelo empreendedor, pessoa física ou jurídica, para localizar, instalar, ampliar e operar empreendimentos ou atividades utilizadoras dos recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental.

A licença ambiental é, portanto, uma autorização emitida pelo órgão público competente. Ela é concedida ao empreendedor para que exerça seu direito à livre iniciativa, desde que atendidas as precauções requeridas, a fim de resguardar o direito coletivo ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. Importante notar que, devido à natureza autorizativa da licença ambiental, essa possui caráter precário. Exemplo disso é a possibilidade legal de a licença ser cassada caso as condições estabelecidas pelo órgão ambiental não sejam cumpridas.

O licenciamento é composto por três tipos de licença: prévia, de instalação e de operação. Cada uma refere-se a uma fase distinta do empreendimento e segue uma seqüência lógica de encadeamento. Essas licenças, no entanto, não eximem o empreendedor da obtenção de outras autorizações ambientais específicas junto aos órgãos competentes, a depender da natureza do empreendimento e dos recursos ambientais envolvidos.

Atividades que se utilizam de recursos hídricos, por exemplo, também necessitarão da outorga de direito de uso desses, conforme os preceitos constantes da Lei 9.433/97, que institui a Política Nacional de Recursos Hídricos. Outros exemplos de autorizações e licenças específicas são apresentados a seguir:

� concessão de licença de instalação para atividades que incluam desmatamento depende também de autorização específica do órgão ambiental (Código Florestal, Lei 4.771/65, art. 19 e Resolução Conama 378/06);

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� autorização para supressão de área de preservação permanente para a execução de obras, planos, atividades ou projetos de utilidade pública ou interesse social (Código Florestal, Lei 4.771/65, art. 3º, § 1º e art. 4º);

O sistema de licenciamento ambiental adotado pela ADEMA está de acordo com o que prevê a Resolução CONAMA n° 237/97 e a Lei Estadual n° 5858/06. Adiante, descreve-se cada etapa do licenciamento ambiental.

• Licença Prévia (LP) - concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou atividade, aprova sua concepção e localização, atestando sua viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua implementação, observadas as diretrizes do planejamento e zoneamento ambiental e demais legislações pertinentes;

• Licença de Instalação (LI) - autoriza o início da implementação do empreendimento ou atividade, de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes, das quais constituem motivo determinante;

• Licença de Operação (LO) - autoriza o início da atividade, do empreendimento ou da pesquisa científica, após a verificação do efetivo cumprimento das medidas de controle ambiental e condicionantes determinados para a operação, conforme o disposto nas licenças anteriores;

O artigo 61 da lei 5858/06 define que são também modalidades de consentimento do órgão ambiental competente, para o exercício, no caso, de atividades ou execução de obras de caráter temporário:

� Autorização Ambiental: que se trata de um ato administrativo discricionário e precário, através do qual o órgão ambiental competente consente o exercício de atividades ou empreendimentos de pequeno potencial de impacto ambiental, e temporário;

� Declaração Ambiental: que consiste no consentimento, pelo órgão ambiental competente, do exercício de atividade ou execução de obra de baixo impacto, desde que motivada através parecer técnico, e, quando couber, jurídico.

A Resolução CEMA (Conselho Estadual de Meio Ambiente) 006/2008 de 20 de julho de 2008 estabelece também a possibilidade de emissão de Licença Simplificada (LS) que será concedida exclusivamente quando se tratar da localização, implantação e operação de empreendimentos ou atividades de porte micro, com pequeno Potencial Poluidor Degradador – PPD de acordo com critérios definidos na própria Resolução.

Sistemas de Esgotamento Sanitário

A Resolução CONAMA 377/2006 estabelece para sistemas de esgotamento sanitário critérios para classificação de porte do empreendimento, define procedimentos especiais de licenciamento ambiental para empreendimentos de pequeno e médio porte e cria:

• Licença Ambiental Única de Instalação e Operação (LIO) – ou ato administrativo equivalente: ato administrativo único que autoriza a implantação e operação de empreendimento de pequeno porte.

De acordo com a Resolução 377, são os seguintes os critérios de porte:

Tipologia de unidades de sistema de esgotamento

sanitário

Pequeno Porte Médio Porte

Unidades de Transporte: Interceptores, emissários e

estações elevatórias.

Vazão (*) menor ou igual a 200 l/s

Vazão (*) maior do que 200 l/s e menor ou igual a 1.000 l/s

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Estações de Tratamento de Esgotos - ETEs

Vazão(*) menor ou igual a 50 l/s ou com

capacidade para atendimento até 30.000

habitantes.

Vazão maior que 50 l/s e menor ou igual a 400 l/s ou com capacidade para

atendimento superior a 30.000 e inferior a 250.000 habitantes

(*) Vazão nominal de projeto

Para cumprir com a legislação ambiental brasileira e a de Sergipe, os investimentos propostos pelo Programa devem ser submetidos ao processo de licenciamento ambiental junto à ADEMA.

3.1.7 Procedimentos adotados para o Licenciamento Ambiental

A Agência Estadual de Meio Ambiente – ADEMA, no Estado de Sergipe adota os procedimentos de licenciamento ambiental definidos por Resoluções do Conselho Estadual de Meio Ambiente – CEMA.

A Resolução CEMA 06/2008 de 29 de Julho de 2008 dispõe sobre procedimentos administrativos do licenciamento ambiental, critérios de enquadramento e tipificação de atividades e empreendimentos potencialmente causadores de degradação ambiental. A resolução CEMA 05/2009 dispõe sobre a definição dos procedimentos para o licenciamento ambiental dos empreendimentos enquadrados como classe simplificada nos termos da legislação em vigor.

Em termos gerais, os procedimentos a serem seguidos são os seguintes:

� Enquadramento ambiental da ação proposta (definição da necessidade ou não da ação ser submetida a Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental - EIA/RIMA);

� Definição de Termos de Referência para condução dos estudos (EIA/RIMA ou RAP);

� Elaboração de estudos de avaliação ambiental (estudo técnico);

� Comunicação dos resultados (elaboração de documento de comunicação em linguagem acessível ao público explicitando as principais conclusões dos estudos ambientais);

� Publicidade/participação pública;

� Análise técnica/revisão dos estudos ambientais;

� Procedimento formal de tomada de decisão da ADEMA; e,

� Programa de acompanhamento e monitoramento.

Os procedimentos para obtenção de licenças ambientais, nas diferentes fases de implantação do empreendimento estão descritos a seguir.

Para obtenção da LP – Licença Prévia:

A ADEMA adota um procedimento padrão na obtenção da LP, para todo e qualquer empreendimento ou atividade que queira se instalar no Estado;

A LP – Licença Prévia é concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou atividade, aprova sua concepção e localização, atestando sua viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua implementação, observadas as diretrizes do planejamento e zoneamento ambiental e demais legislações pertinentes;

O prazo de validade da Licença Prévia não poderá ser superior a 02 (dois) anos e deverá levar em consideração o cronograma de elaboração dos planos, programas e projetos relativos ao empreendimento ou atividade;

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A documentação básica para dar entrada na LP – Licença Prévia varia em função da tipologia e porte do empreendimento. No caso dos empreendimentos objeto do presente programa compreendem:

Licença Prévia

� Requerimento de solicitação de licença, conforme modelo fornecido pela ADEMA;

� Planta do município com a localização do empreendimento (escala 1:50.000 ou 1:100.000);

� Certidão de conformidade de uso e ocupação do solo, emitida pela Prefeitura Municipal ou pelo Distrito Industrial, no caso do empreendimento localizar-se em Distrito Industrial.

� Prova documental de propriedade da área pretendida ou declaração(com registro no cartório), do proprietário autorizando a realização da atividade.

� Estudo Ambiental (Estudo de Impacto Ambiental, Plano de Controle Ambiental, Relatório de Controle Ambiental) anotação de responsabilidade técnica ART do responsável(is) pelas plantas e pelos Estudos Ambientais, devidamente registrada no CREA, quando for o caso.

� Memorial descritivo do empreendimento;

� Concepção básica do sistema de tratamento dos despejos gerados;

� Comprovante de pagamento do custo de análise.

Licença de Instalação

� Requerimento de solicitação de Licença, conforme modelo fornecido pela ADEMA;

� Cópia da publicação do pedido de LI;

� Cópia de licença de desmate expedida pelo IBAMA, quando for o caso;

� Outorga prévia da superintendência de Recursos Hídricos(SRH), quando couber;

� Comprovante de pagamento do custo de análise;

� Documentação específica, elaborado para cada tipo de empreendimento, conforme roteiro fornecido pela ADEMA.

Licença de Operação

� Requerimento de solicitação de Licença, conforme modelo fornecido pela ADEMA;

� Cópia da publicação do pedido de Licença de Operação;

� Comprovante de pagamento do custo de análise;

� Outorga da Superintendência de Recursos Hídricos, quando for o caso

Adequação dos Procedimentos à Resolução 377/2006

Os procedimentos acima citados são anteriores à edição da Resolução CONAMA 377/2006 e deverão ser adaptados aos critérios e procedimentos estabelecidos por esta Resolução.

A Resolução estabelece os seguintes procedimentos para empreendimentos de pequeno e médio porte:

Pequeno porte - As unidades de transporte e de tratamento de esgoto de pequeno porte, ressalvadas as situadas em áreas ambientalmente sensíveis, ficam sujeitas, tão somente, à LIO.

Para concessão da LIO são exigidos os seguintes documentos:

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9 Informações gerais sobre o projeto e outras informações consideradas relevantes pelo órgão ambiental competente;

9 Declaração de responsabilidade civil e a respectiva Anotação de Responsabilidade Técnica - ART;

9 Autorização para supressão de vegetação, quando for o caso;

9 Outorga de Direito de Uso de Recursos Hídricos para lançamento de efluentes; e

9 Localização em conformidade com instrumento de ordenamento territorial do município ou do Distrito Federal.

Médio Porte – Licença Simplificada – mediante apresentação de Estudo Ambiental contendo, no mínimo:

9 Informações gerais;

9 Dados do responsável técnico;

9 Descrição do projeto;

9 Informações sobre a área do projeto;

9 Caracterização da vegetação;

9 Caracterização dos recursos hídricos;

9 Caracterização do meio socioeconômico;

9 Plano de monitoramento da unidade e do corpo receptor; e

9 Medidas mitigadoras e compensatórias.

3.2 CARACTERIZAÇÃO INSTITUCIONAL

3.2.1 Sistema Nacional de Meio Ambiente - Sisnama

No âmbito Federal, o Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA é composto pelo: (i) Conselho do Governo:

Órgão Superior; (ii) Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA: Órgão consultivo e deliberativo (iii) Ministério do Meio Ambiente - MMA: Órgão Central; (iv) Instituto Brasileiro de Meio Ambiente - IBAMA: Órgão executor; (v) Órgãos Seccionais Órgãos ou entidades da administração pública federal; (vi) Órgãos Locais Órgãos ou entidades municipais. O CONAMA, órgão colegiado com poderes deliberativos e normativos, é composto por representantes de todos os ministérios, de todos os Estados da Federação, de entidades de classe, de organizações governamentais e, também, de representação dos municípios.

3.2.2 O Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SE)

Com o objetivo de estruturar suas entidades para fins de gestão de seus recursos hídricos e ambientais, de modo a mitigar quadros críticos que rebatem especialmente sobre as populações de menor renda, foi instituída, na atual gestão, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (SEMARH).

A SEMARH atualmente é composta por Gabinete do Secretário, Assessoria de Planejamento, Assessoria Técnica e Assessoria de Comunicação, Marketing e Eventos, e por quatro superintendências:

• Superintendência de Administração, Finanças e Gestão de Pessoas (SAF);

• Superintendência de Qualidade Ambiental, Desenvolvimento Sustentável e Educação Ambiental (SQS);

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• Superintendência de Áreas Protegidas, Biodiversidade e Florestas (SBF); e,

• Superintendência de Recursos Hídricos (SRH).

A Superintendência de Recursos Hídricos – SRH atua essencialmente:

• na sistematização de dados e informações sobre os recursos hídricos no Estado; e,

• na gestão das demandas por recursos hídricos, mediante o cadastramento de usos e usuários e a concessão de outorga de direito de uso da água, o principal instrumento para comando e controle desse recurso natural.

Mais do que isso, seguindo avanços substantivos que foram propiciados no período de execução do Programa Pró-Água / Semi-árido, empreendido pela União Federal, também sob financiamento do Banco Mundial, a SRH coordena a implementação do Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SEGREH), criado pela Lei Estadual nº 3.870, de 25 de setembro de 1997.

Este Sistema é composto pelo Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CONERH), por comitês de bacias hidrográficas (com destaque para o da bacia do rio Sergipe, o primeiro a ser instalado em território sergipano) e por suas respectivas agências, a serem futuramente instituídas. O SEGREH tem sua sustentação financeira baseada em recursos do Fundo Estadual de Recursos Hídricos (FUNERH), que recebe transferências advindas do setor de geração de energia, fator que assegura, pelo menos, um apoio básico à operação do Sistema.

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O processo de instituição do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Sergipe (CBHSE) foi iniciado em 2001 e oficializado pelo Decreto do Governo do Estado de Sergipe de nº 20.778 de 21 de junho de 2002. O mesmo é composto por quarenta e oito membros entre titulares e suplentes e encontra-se na terceira gestão. Atualmente o Comitê está promovendo debates sobre projetos de pesquisa desenvolvidos por entidades de ensino e pesquisa no âmbito dos municípios da bacia hidrográfica, bem como sobre temas relacionados aos recursos hídricos, tais como, o projeto do aterro sanitário da Grande Aracaju e o Plano Diretor dos municípios. As reivindicações são encaminhadas para os órgãos públicos, entidades envolvidas e segmentos que fazem parte do Comitê para que haja interação com as comunidades de abrangência dos projetos, com acompanhamento dos membros.

Paralelamente, o Sistema Estadual de Meio Ambiente (SISEMA) também está vinculado à SEMARH, com destaque para a Administração Estadual do Meio Ambiente (ADEMA), autarquia que detém a competência para emissão, controle e fiscalização de licenças ambientais. Este Sistema é composto pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente (CEMA) e pelo Fundo de Defesa do Meio Ambiente de Sergipe (FUNDEMA/SE), mecanismo financeiro gerido por um conselho gestor específico. Nessa esfera do meio ambiente há, ainda, a atuação específica do Comitê Estadual da Reserva da Biosfera da Caatinga de Sergipe.

ADEMA

A Administração Estadual do Meio Ambiente (ADEMA) é uma autarquia estadual criada pela Lei nº 2.181, de 12 de outubro de 1978, alterada posteriormente pela Lei nº 5.057, de 07 de novembro de 2003, com atribuições e competências relativas à Política Estadual do Meio Ambiente.

Mais recentemente, em junho de 2009, uma nova alteração importante foi empreendida, elevando a entidade ao patamar de uma autarquia “em regime especial”1, o que implica em autonomia decisória e maior independência gerencial, tal como recomendado a órgãos com encargos de regulação, caso da ADEMA no que tange às suas responsabilidades pelo licenciamento ambiental.

Dito em outros termos, a ADEMA pode tomar decisões de modo independente, como entidade regulatória do Estado, sem submeter-se a pressões políticas sob interesses do governo em mandato.

Organograma Geral da ADEMA

1 O conceito de “regime especial” foi introduzido na Constituição Federal em 1998, pela Emenda Constitucional nº 20, dedicada à Reforma do Aparelho de Estado.

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3.2.3 Sistema Estadual de Saneamento

A Companhia de Saneamento de Sergipe (DESO), empresa de economia mista que opera, sob concessão municipal, a maioria dos sistemas de água e esgotos das cidades do estado de Sergipe, cabendo-lhe, por conseqüência, a responsabilidade tanto pela cobertura do déficit estadual no abastecimento de água potável, quanto pelo significativo passivo ambiental representado pelos esgotos domésticos não coletados e tratados.

A DESO foi criada em 25/08/69 e é responsável por estudos, projetos e execução de serviços de abastecimento de água, esgotos e obras de saneamento em todo o estado de Sergipe, sendo o Governo do Estado de Sergipe o principal acionista com 99% do total de ações.

A DESO conta hoje no seu quadro funcional com 980 empregados, que atuam nas áreas Administrativa, Operacionais e Técnica dos Sistemas. Se faz presente em 70 Sedes Municipais, 270 Povoados, beneficiando a 1.355.626 habitantes, que corresponde a 77% da população do Estado de Sergipe.

3.2.4 Sistema Estadual de Irrigação

No que tange aos setores usuários das águas sergipanas, cabe mencionar a irrigação de cultivos, com maior concentração na área do Agreste, como atividade sob a competência da Secretaria de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário (SEAGRI), à qual são vinculadas a Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (EMDAGRO) e a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (COHIDRO).

EMDAGRO

A EMDAGRO foi criada em 1962, com a denominação inicial de ANCAR-SE, posteriormente alterada ao longo de muitos anos, para EMATER-SE, EMDAGRO, DEAGRO e, no presente, novamente para EMDAGRO, por força de reformas administrativas ocorridas a nível estadual. Atualmente retomou a atuação como empresa pública, de direito privado.

Além da Assistência Técnica e Extensão Rural, a EMDAGRO, atua em outras linhas de trabalho consideradas importantes para o desenvolvimento da agropecuária estadual, a exemplo da

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pesquisa agropecuária, defesa animal e vegetal e ações fundiárias, que hoje compõem a programação básica da entidade.

A Empresa ressalta a maior ênfase de sua atuação em favor de pequenos produtores rurais, classificados como da agricultura e pecuária familiar, distribuídos no campo de praticamente todos os municípios do Estado de Sergipe, onde a EMDAGRO tem a sua atuação direta.

Para cumprir com suas frentes de trabalho, hoje a EMDAGRO atua com o suporte de 05 (cinco) Unidades Regionais, incluída a da Capital, que abrangem 39 (trinta e nove) escritórios, onde também operam postos de fiscalização e centros de treinamento, além de ser responsável pela gestão do Parque Zoológico da Cidade, da APA do Morro do Urubu e de 02 (dois) centros de pesquisa.

No total, são mais de 730 funcionários, dentre estatuários e contratados via CLT, a maioria trabalhando na zona rural do interior do estado de Sergipe.

Especificamente quanto ao seu foco principal de atividades, de Assistência Técnica e Extensão Rural, a EMDAGRO presta serviços veterinários, agronômicos e sociais, elabora planos, programas e projetos de desenvolvimento rural, efetua vistoria e avaliação de imóveis rurais, empreende a fiscalização da aplicação do crédito rural e perícia técnica, além de atuar na capacitação de produtores e famílias, com vistas ao fomento de suas atividades produtivas de agropecuária.

É importante ressaltar que, sob este escopo, também presta apoio técnico junto a perímetros irrigados empreendidos por produtores rurais, com a já identificada sobreposição face às atividades da COHIDRO. No entanto, parece nítido que o seu peso específico é maior e sua importância relativa é bem mais ampla junto à Secretaria de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário, onde atua como uma secretaria executiva.

COHIDRO

Criada em 13 de abril de 1983 como empresa de economia mista, por meio do Decreto nº 5.718, a COHIDRO teve como objetivo principal levar água de boa qualidade às comunidades carentes do interior, através de sistemas singelos de abastecimento, onde a captação de água subterrânea era feita predominantemente por poços tubulares profundos.

Atualmente, por conseqüência, em 02 de janeiro de 2008, mediante a reforma administrativa empreendida pelo atual governo, a Lei Estadual nº 6.332 a COHIDRO teve sua reafirmação como empresa de economia mista e com legitimidade de cobrar tarifas pela operação de infra-estrutura hidráulica, especialmente de barragens e açudes, assim como em relação aos serviços prestados a perímetros irrigados, quanto a sistemas locais de abastecimento, em pequenas cidades e em comunidades dispersas do interior sergipano.

Também não exerce qualquer cobrança pela disponibilização de recursos hídricos à DESO, que recebe parte das águas acumuladas em reservatórios operados pela COHIDRO, como também quanto a pequenos sistemas de abastecimento passam à sua concessão.

Hoje a COHIDRO segue vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário, com um número aproximado de 460 funcionários, No que concerne às suas atuais atribuições, não obstante a sua criação inicial visar “o desenvolvimento de recursos hídricos”, hoje predomina um perfil marcadamente setorial na COHIDRO, com ênfase em perímetros irrigados concentrados em pontos específicos do território.

Em acréscimo a esse encargo, porém, com menor expressão, a COHIDRO segue responsável pelo abastecimento de água em cinco pequenos municípios autônomos, além de sistemas de saneamento básico em diversas comunidades rurais, para cujo atendimento são necessários a perfuração de poços e o controle de qualidade da água, especialmente onde há tendências de

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salinização, o que requer atividades de assistência técnica para a devida operação e manutenção. Obras e intervenções estruturais são contratadas junto a terceiros.

Contudo, sob a abordagem institucional prevista no contexto do Programa Águas de Sergipe, é importante destacar que as competências e atribuições dessa empresa são juridicamente bem mais abrangentes, tal como disposto no Art. 5º, Seção V, da mencionada Lei Estadual nº 5.415, ainda vigente.

De fato, nesse artigo há uma listagem mais ampla de encargos que incluem a otimização da capacidade dos recursos hídricos do Estado, perenização de cursos d’água, desenvolvimento de estudos e pesquisas, além da “promoção e execução de outras atividades correlatas ou inerentes às suas finalidades ou ao desenvolvimento de recursos hídricos”.

No parágrafo único desse mesmo art. 5º, a Lei estabelece que a instituição “deve promover a assunção dos serviços públicos de recursos hídricos do Estado de Sergipe que vem sendo explorados por terceiros na área de sua atuação”.

3.3 AS POLÍTICAS DE SALVAGUARDAS AMBIENTAIS ADOTADAS PELO BANCO MUNDIAL No âmbito das políticas de salvaguardas do Banco Mundial, há orientação para que os impactos ambientais e sociais negativos sejam identificados, evitados, atenuados, mitigados e monitorados, e os positivos, potencializados. Para o Programa Águas de Sergipe, considerado inicialmente - segundo as políticas de salvaguardas - como Programa CATEGORIA A, aplicam-se as seguintes salvaguardas do BIRD:

9 OP 4.01 Avaliação ambiental

9 OP 4.04 Habitat Natural

9 OP 4.12 Reassentamento involuntário

9 OP 4.11 Recursos Físico-culturais

9 OP 4.09 Gestão de Pragas

9 OP 4.37 – Segurança de Barragens

As demais políticas de salvaguarda (OP 4.20 Povos indígenas; OP 4.36 Atividades florestais; OP 7.50 Projetos em vias navegáveis internacionais; e OP 7.60 Projetos nas áreas em litígio) não se enquadram nos componentes e no escopo de desenvolvimento do Projeto.

A seguir, comentam-se os principais aspectos e requisitos das políticas de salvaguardas de acordo com o conteúdo definido pelo Banco Mundial.

OP-4.01 - Avaliação Ambiental

Esta política de salvaguarda prevê que sejam realizadas análises prévias dos impactos potenciais das intervenções do Programa (incluindo-se impactos diretos, indiretos e cumulativos), comparando-se com as alternativas “com e sem” Programa. Também prevê a definição de medidas mitigadoras para prevenir, mitigar, minimizar ou compensar os efeitos negativos, avaliando os instrumentos mais apropriados para essa atividade. Inclui a necessidade de preparação de Planos de Gestão Ambiental, avaliando a capacidade institucional dos executores para a gestão do conjunto de medidas propostas nos programas do PGA. Além disso, as salvaguardas ambientais da OP 4.01 estabelecem a necessidade de consulta pública (neste caso, para os projetos nas categorias A e B).

Essa avaliação ambiental (AA), de que trata a OP 4.01, é parte integrante dos estudos de preparação do Programa Águas de Sergipe, cuja dimensão, profundidade e tipo de análise

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dependeu da natureza, da escala e dos impactos ambientais potenciais, inerentes a um Programa como o que ora se apresenta.

A AA avalia os potenciais riscos ambientais das tipologias a serem apoiadas pelo Programa e estabelece procedimentos para a concepção dos Projetos considerando a análise de alternativas em cada projeto; a seleção, localização, planejamento, concepção e execução do projeto, a concepção de medidas para evitar, minimizar, mitigar ou compensar os efeitos ambientais adversos; realce nos seus impactos positivos; e inclusão de processo de mitigação e gestão dos impactos ambientais adversos durante a execução do projeto.

O Programa proposto é classificado inicialmente na Categoria A, dado a possibilidade de impactos de caráter regional, apesar de serem em geral positivos e sensíveis, sobre a bacia do rio Sergipe.

O Programa Águas de Sergipe, por essência, é um projeto de recuperação ambiental e melhoria da qualidade de vida da população, cujas ações deverão reduzir as limitações hídricas qualitativas da Bacia do rio Sergipe.

OP 4.04 – Habitat Natural

A principal diretriz dessa política de salvaguarda é de não financiar projetos que degradem os habitats críticos, apoiando projetos que afetem tais habitats somente no caso de não haver alternativas disponíveis e se existirem medidas de mitigação. Há necessidade de consultas à comunidade local sobre planejamento, concepção e monitoramento dos projetos.

A conservação de habitats naturais, como outras medidas que protegem e melhoram o ambiente, é essencial para o desenvolvimento sustentável a longo prazo. Conseqüentemente, o Banco apóia a proteção, manutenção e reabilitação dos habitats naturais e as suas funções nos seus estudos econômicos e setoriais. O Banco apóia e espera que os mutuários tratem cuidadosamente a gestão dos recursos naturais, a fim de assegurar oportunidades para o desenvolvimento ambientalmente sustentável. A Política de Salvaguardas do Banco considera como habitat natural crítico aqueles: protegidos legalmente; propostos oficialmente para serem protegidos; e desprotegidos mas com alto valor ambiental.

No Programa Águas de Sergipe estão previstas ações em áreas de preservação permanente - APPs (protegidas pelo Código Florestal Brasileiro – Lei federal 4.771/65) que se ajustam à presente orientação da OP 4.04 do BIRD.

Adicionalmente na Bacia encontram-se unidades de conservação de uso sustentável e de proteção integral.

OP 4.12 – Reassentamento Involuntário

Essa diretriz define ser necessário assistir as pessoas desalojadas em seus esforços para melhorar, ou pelo menos restaurar, a sua qualidade de vida, consultando os reassentados e a comunidade hospedeira e incorporando as visões expressas nos planos de reassentamento, listando as opções propostas pelos reassentados.

Uma das diretrizes importantes na concepção de Programa Águas de Sergipe é de que as intervenções em esgotamento sanitário não deverão ter necessidade de reassentamento involuntário.

No entanto, considerando que eventualmente intervenções importantes de sistemas de abastecimento de água e de esgotamento sanitário possam a vir necessitar de pequenas relocações de população, e com vistas às exigências da política de reassentamento do Banco Mundial, será elaborado um documento específico – marco de reassentamento involuntário – que deverá orientar as ações a serem adotadas nestes casos eventuais.

OP 4.11 – Recursos Físico-culturais

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Esta salvaguarda trata do patrimônio cultural - físico, que é definido como objetos móveis ou imóveis, locais, estruturas, grupos de estruturas, paisagens naturais que possuem significados arqueológico, paleontológico, histórico, arquitetônico, religioso, estético, ou outro significado cultural.

Os recursos culturais físicos podem ser localizados em áreas urbanas ou rurais, e podem estar acima do solo ou no subsolo, ou sob a água. Seu interesse cultural pode estar no nível local, provinciano ou nacional, ou dentro da comunidade internacional.

Nos empreendimentos financiados pelo Banco, deve-se considerar o apoio para evitar ou mitigar impactos adversos em recursos culturais físicos oriundos de intervenções físicas. Os impactos sobre o patrimônio cultural resultantes de atividades de Projeto, incluindo medidas de mitigação, não podem infringir a legislação nacional do prestatário ou suas obrigações definidas em tratados e acordos ambientais internacionais relevantes.

A avaliação de impactos sobre patrimônio cultural, em projetos financiados pelo Banco, deve integrar a Avaliação Ambiental (AA) a ser realizada no processo de preparação do Projeto. A Avaliação Ambiental deve conter medidas de mitigação, no caso de ocorrência de impactos, constante de plano de gestão ambiental do Programa.

Os projetos de categoria A ou B que acionam a salvaguarda envolvem: (i) qualquer intervenção com escavações significativas, demolição, movimento de terra, inundação de áreas, etc.; (ii) qualquer intervenção localizada em, ou na redondeza de, área de incidência de recursos culturais físicos, reconhecidos pelo prestatário.

OP 4.09 – Manejo de Pragas

A OP 4.09 define Manejo Integrado de Pragas como uma mistura de práticas de controle de pragas baseadas em princípios ecológicos e realizadas pelos agricultores que procuram reduzir a dependência de defensivos químicos sintéticos.

Envolve (a) manejo de pragas para mantê-las abaixo de níveis que causem danos econômicos, ao invés de tentar erradicá-las; (b) aplicação, na medida do possível, de medidas não-químicas para manter baixas as populações de pragas; e (c) a seleção e aplicação de defensivos de tal modo que minimizem os efeitos adversos sobre organismos benéficos, seres humanos e o meio ambiente.

OP 4.37 – Segurança de Barragens

Essa política de salvaguardas significa que, quando o programa a ser financiado envolve direta ou indiretamente barragens existentes ou em construção, devem-se realizar análises técnicas e inspeções de segurança por profissionais independentes.

O painel de especialistas deverá: (a) inspecionar e avaliar o estado de segurança da barragem existente, suas estruturas auxiliares e o histórico do seu desempenho; (b) analisar e avaliar os procedimentos de operação e manutenção do proprietário; e (c) fornecer um relatório escrito das conclusões e recomendações para quaisquer obras corretivas ou medidas de segurança necessárias.

O Banco pode aceitar avaliações anteriores de segurança da barragem ou recomendações anteriores de melhorias necessárias na barragem existente ou na barragem em construção se o mutuário fornecer evidências suficientes de que: (a) já está em operação um plano eficaz de segurança de barragens, e (b) já foram realizadas e documentadas inspeções completas e avaliações de segurança da barragem existente ou da barragem em construção, que o Banco considere satisfatórias.

As medidas adicionais necessárias de segurança de barragens ou obras corretivas poderão ser financiadas no âmbito do Programa proposto. Quando há necessidade de obras corretivas consideráveis, o Banco exige que: (a) as obras sejam projetadas e fiscalizadas por profissionais

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competentes, e (b) sejam elaborados e implementados os mesmos relatórios e planos que são necessários a uma barragem nova financiada pelo Banco.

O Banco considera grandes barragens, as estruturas com 15 metros ou mais de altura. As barragens entre 10 e 15 metros de altura são consideradas grandes quando apresentam complexidades especiais de projeto—por exemplo: cheias de projeto excepcionalmente grandes, localização em zonas de elevada atividade sísmica, fundações complexas e de difícil execução, retenção de materiais tóxicos ou localizadas a montante de áreas urbanas. As barragens com menos de 10 metros de altura são consideradas grandes caso se considere que as mesmas serão convertidas em barragens grandes durante sua operação.

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4. CONTEXTO GERAL DO ESTADO E DA BACIA DO RIO SERGIPE 4.1 O CONTEXTO ESTADUAL

4.1.1 Os Territórios Sergipanos

O Governo de Sergipe, com base em estudo conjunto com a Universidade Federal de Sergipe, identificou 8 áreas do Estado que possuíam identidades territoriais similares. Estes territórios sergipanos foram identificados com base nas dimensões ambientais, econômico-produtiva, social, político-institucional e cultura.

Os elementos norteadores das dimensões selecionadas foram representados por 15 variáveis e 79 indicadores que permitiram o agrupamento dos municípios de acordo com a identidade territorial observada.

A partir das discussões e concertações políticas do mapa sergipano e dos diagnósticos técnicos, foram definidos 8 (oito) territórios, conforme Figura 4.1 a seguir.

Figura 4.1 - Territórios Sergipanos

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As Figuras 4.2 e 4.3 apresentam algumas informações sócio-econômicas dos territórios.

Fonte: IBGE, 2007 – Censo Demográfico 2007

Figura 4.1 - Área dos Territórios Sergipanos (km²)

Fonte: IBGE, 2007 – Censo Demográfico, 2007

Figura 4.3 - População dos Territórios Sergipanos (habitantes)

A Grande Aracaju concentra 43,7% da população do estado – 847.941 habitantes. Já o Território do Médio Sertão Sergipano apresenta a menor população do Estado – 62.644 habitantes.

O Alto Sertão é o maior Território em Área - 4.900 km² . No entanto, apresenta a menor densidade populacional – 28 hab/km² - revelando grandes vazios territoriais. Já o Leste Sergipano apresenta a menor área - 1.518,7 km2, edensidade demográfica de 60 hab/km2.

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Fonte: IBGE/SUPES/SEPLAN – Contas Municipais, 2004

Figura 4.4 - Produto Interno Bruto dos Territórios (em mil R$)

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Fonte: IBGE, 2007

Figura 4.5 - IDH dos Territórios (em mil R$)

4.1.2 Aspectos Gerais de Recursos Hídricos no Estado O estado de Sergipe, com uma área aproximada de 22.050 km², é formado por seis bacias hidrográficas, sendo três com rios de domínio federal - rio São Francisco, rio Vaza Barris e rio Real – e outras três com rios de domínio estadual - rio Japaratuba, rio Sergipe e rio Piauí (Figura 09).

O Território da Grande Aracaju possui o maior PIB entre os territórios, reflexo da concentração do pólo industrial, comercial e de serviços do Estado. Já o Médio Sertão apresenta o menor PIB do Estado, reflexo da baixa industrialização verificada no Território. Destaque se faz para o Alto Sertão que apresenta o segundo maior PIB do Estado, reflexo da produção de energia da Usina Hidroelétrica de Xingó.

A média do IDH sergipano é de 0,682, com destaque para a Grande Aracaju que é o único Território acima da média Já o Alto Sertão apresenta o menor IDH entre os Territórios

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Fonte: SEMARH/SRH

Figura 4.6 – Bacias Hidrográficas do Estado de Sergipe A Tabela 4.1 apresenta as principais características destas bacias. Tabela 4.1 – Principais Características das Bacias Hidrográficas do Estado de Sergipe

Bacia Hidrográfica Área (km2) % Vazão Média (m3/s)

São Francisco 7.276,3 33,0 2.060,00

Japaratuba 1.722,0 7,8 10,60

Sergipe 3.673,0 16,7 13,84

Vaza Barris 2.559,0 11,6 15,64

Piauí 4.262,0 19,3 22,92

Real 2.558,0 11,6 20,46

Total 22.050,3 100,0 2.143,46

Inserido na região Nordeste do país, o território sergipano caracteriza-se por uma faixa próxima à Zona Costeira com índices pluviométricos bastante razoáveis, da ordem de 1.200 mm/ano, que declinam substantivamente na medida em que se percorre o sentido oeste, caindo para cerca de 800 mm na porção intermediária do Agreste, até chegar a níveis próximos a 400 mm/ano na região interiorana do Sertão, que compõe parte do semi-árido brasileiro.

De modo conjugado com esses problemas climáticos, também se verificam alterações no tipo do solo, com predomínio de rochas sedimentares e coberturas terciárias recentes, na zona costeira e

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em parte do Agreste, e do padrão cristalino na região do Sertão, dominado pela vegetação da caatinga, em virtude da sobreposição entre baixas fertilidade e pluviometria.

É reconhecido que, nesse contexto regional, os estados nordestinos apresentam problemas recorrentes relacionados à escassez de disponibilidades hídricas, agravados pela elevada variação sazonal e plurianual de períodos chuvosos, fato que demanda avanços substantivos em termos da organização técnica e institucional para gestão dos recursos hídricos, como também, inversões significativas voltados à infra-estrutura para armazenamento e transporte de águas, tendo em vista seus múltiplos usos, notadamente o abastecimento público e a irrigação de cultivos.

Sob esse quadro geral, de maiores concentrações da população e de atividades produtivas na Zona Costeira, com crescente dispersão no meio rural do Agreste e, sobretudo, do Sertão, constata-se que, em sentido leste-oeste, também decrescem os padrões de renda, na medida em que, no Sertão predominam a pecuária e cultivos para subsistência familiar e, somente no Agreste passam a ser desenvolvidos sistemas mais extensos de irrigação, na proporção em que os cursos d’água começam a se perenizar.

Por seu turno, atividades econômicas dos setores secundário e terciário – indústria e serviços – concentram-se junto ao litoral, onde reside a maior parcela da população nordestina e, bem assim, a sergipana, com melhoria na renda per capita. Todavia, percebe-se que, nessa faixa costeira, os problemas de escassez acabam sendo substituídos pelo comprometimento qualitativo dos corpos hídricos, com rebatimento negativo inclusive sobre o seu elevado potencial turístico.

4.2 O CONTEXTO DA BACIA DO RIO SERGIPE

Dentre as bacias hidrográficas de Sergipe, a de maior relevância – tanto em termos de sua dinâmica social, quanto produtiva – é a do rio Sergipe, uma verdadeira síntese concentrada das dificuldades sergipanas relacionadas à disponibilidade quantitativa e qualitativa de água.

A bacia hidrográfica do rio Sergipe contempla, integralmente, oito municípios, sendo eles, Laranjeiras, Malhador, Moita Bonita, Nossa Senhora Aparecida, Nossa Senhora do Socorro, Riachuelo, Santa Rosa de Lima e São Miguel do Aleixo.

Parcialmente inseridos na bacia, dezoito municípios, Aracaju, Areia Branca, Barra dos Coqueiros, Carira, Divina Pastora, Feira Nova, Frei Paulo, Graccho Cardoso, Itabaiana, Itaporanga d`Ajuda, Maruim, Nossa Senhora da Glória, Nossa Senhora das Dores, Ribeirópolis, Rosário do Catete, Santo Amaro das Brotas, São Cristóvão e Siriri, abrangendo, portanto, um total de vinte e seis municípios.

Essa bacia drena 16,7% do Estado, o equivalente a 3.673 km². Limita-se, ao norte, com as bacias dos rios São Francisco e Japaratuba e, ao sul, com a bacia do rio Vaza Barris, estando localizada entre as coordenadas 11º e 10º10’ de latitude sul e 36º55’ e 37º50’ de longitude oeste.

Seus principais afluentes, pela margem esquerda, são os rios Pomonga, Parnamirim, Ganhamoroba e Cágado e, pela margem direita, os rios Poxim, Sal, Cotinguiba, Jacarecica, Morcego, Jacoca, Campanha, Lajes e Melancia.

Os principais reservatórios são o Açude Marcela e as Barragens Jacarecica I e II. Para minimizar os efeitos das secas prolongadas, especialmente na região semi-árida, podem ser encontradas inúmeras barragens de pequeno porte.

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Como mencionado, essa bacia, quando comparada com as demais do território sergipano, apresenta a maior pressão sobre os recursos hídricos e ambientais, em função da sobreposição entre:

��a centralidade urbana exercida pela Região Metropolitana de Aracaju (RMA); e,

��a ocupação das planícies de inundação dos rios Poxim, Cotinguiba e Sal, acrescida pelo espraiamento da Grande Aracaju para além do baixo trecho do rio Sergipe, invadindo o estuário do rio Vaza Barris.

4.2.1 O Rio Sergipe e a Grande Aracaju

No que concerne à Região Metropolitana de Aracaju, esta abrange quatro municípios, a saber, São Cristóvão, Nossa Senhora do Socorro, Barra dos Coqueiros e, a capital do Estado, Aracaju.

Dos 867,12 km² de sua área total, a maior parte está inserida na bacia hidrográfica do rio Sergipe, que abriga 565 km² - portanto, aproximadamente 65% da RMA, com uma população de 502.536 habitantes (IBGE, 2007). Outra porção da região metropolitana se espraia sobre a bacia do rio Vaza Barris, em área próxima aos 290 km², ou seja, algo como 33% do total, onde residem 254.803 moradores2. A Figura 4.7 apresenta a abrangência da RMA no estado de Sergipe.

2 Esse processo de expansão metropolitana já atinge uma pequena porção da Zona Costeira da bacia do rio Japaratuba. O rio Japaratuba é o menor dos rios em Sergipe, tendo sido desconsiderado no contexto do Programa em questão, na medida em que a Região Metropolitana da cidade de Aracaju concentra-se quase que integralmente nas duas primeiras bacias já citadas - Sergipe e Vaza Barris.

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Figura 4.7 - Inserção da Região Metropolitana de Aracaju no Contexto Estadual

Na seqüência, aspectos específicos relacionados aos rios Poxim e Sal são abordados.

4.2.1.1 Bacia do Rio Poxim

A bacia hidrográfica do rio Poxim é uma sub-bacia do rio Sergipe, formada pelos rios Poxim-Mirim, Poxim-Açú, Pitanga e Riacho Timbó, abrangendo uma área de 350 km². Insere-se, em grande parte, na zona do litoral do Estado, compondo ambientes costeiros complexos e dinâmicos, como estuários e manguezais.

O rio Poxim drena os bairros São Conrado, Inácio Barbosa, Coroa do Meio, Farolândia, Jabotiana e Jardins, sendo que os dois primeiros abrigam diversas ocupações subnormais, situadas em áreas de preservação permanente. O bairro da Coroa do Meio já foi objeto de intervenções para regularização de problemas dessa ordem. Fora da zona urbana, verifica-se nessa bacia a presença de atividades agropecuárias relacionadas, principalmente, aos cultivos da cana-de-açúcar, laranja, mandioca e milho.

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4.2.1.2 Bacia do Rio do Sal

A sub-bacia hidrográfica do rio do Sal, totalmente inserida na zona costeira e sob grande influência antrópica, é formada pelos riachos Palame, Mangabeira e Aratu.

Essa sub-bacia é ocupada pelos bairros e conjuntos habitacionais da periferia, a exemplo do Bugio, João Alves Filho, Fernando Collor de Melo, Jardim Centenário, Veneza, São Carlos, Soledade, Lamarão, Porto Dantas, Porto do Gringo, Alto da Jaqueira, Bomfim, Nossa Senhora de Fátima, Maria do Carmo II, Novo Oriente, Ângela Catarina, Marcos Freire I, II e III.

Segundo a Companhia de Saneamento de Sergipe (DESO), os seis primeiros não possuem redes coletoras de esgotos.

De acordo com a Administração Estadual do Meio Ambiente (ADEMA), a qualidade das águas do rio do Sal possui significativo grau de poluição e comprometimento da qualidade, em função tanto dos esgotos lançados in natura quanto da pouca eficiência do tratamento dos esgotos pela estação ERQ-Norte, operada pela DESO.

4.2.1.3.Principais Problemas no Trecho do Médio Rio Sergipe

Não obstante a maior concentração populacional na zona costeira, com o referido espraiamento da RMA sobre manguezais e outras áreas ambientalmente sensíveis, é importante reconhecer, em termos da priorização de investimentos previstos pelo presente Programa, a importância de mitigar fontes de poluição e eventuais conflitos pelas disponibilidades hídricas em trechos a montante, com destaque:

• para o afluente Jacarecica, que abriga duas importantes barragens (Jacarecica I, com volume de armazenamento de 4,7 milhões de m3, e Jacarecica II, com 30 milhões de m3) (Figura 16);

• para a infra-estrutura sanitária dos municípios da Bacia, especialmente Itabaiana nos quais se constata elevada insuficiência, tanto no que tange à coleta e tratamento de esgotos sanitários, quando na disposição final de resíduos sólidos, gerando cargas poluidoras que são transportadas até a zona costeira, comprometendo a qualidade das águas do rio Sergipe.

4.2.2 Características Ambientais

O quadro climático do Estado de Sergipe, bem como da bacia do rio Sergipe, é condicionado por diversos fatores relacionados à interação dos sistemas meteorológicos típicos do Nordeste, variando – de jusante a montante – das regiões sub-úmida (Zona Costeira) e Agreste, com respectivamente 18% e 24%, até a região semi-árida (Sertão), que abrange algo como 58% de sua área total. As temperaturas médias são elevadas, com baixa amplitude média anual, além da reconhecida precipitação pluviométrica irregular.

Essa irregularidade das precipitações e a reduzida capacidade de retenção de águas pluviais interferem no regime fluvial. De fato, o rio Sergipe apresenta um escoamento predominantemente temporário até Nossa Senhora das Dores e, na medida em que o curso se desenvolve para jusante, tanto pela maior abundância e regularidades das chuvas, quanto pelo condicionante litológico, seus afluentes apresentam perfil de perenidade crescente.

No trecho baixo da bacia (Zona Costeira) predominam rochas sedimentares, enquanto no Semi-árido dominam formações cristalinas. Estudos realizados sobre águas subterrâneas indicam que a qualidade hídrica está intimamente correlacionada à geologia, na medida em que todos os poços que excedem os padrões de qualidade estão localizados na formação pré-cambriana, enquanto que na área do Cretáceo, todos satisfazem os padrões requeridos.

A figura 4.8 a seguir apresenta as unidades geológicas da bacia.

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4.2.4 Uso e Ocupação do Solo

Com relação ao uso do solo (Figura 4.9) há ocupação predominante das pastagens, com 46% da área da bacia evidenciando uma pecuária extensiva e predatória como atividade econômica responsável por desmatamentos indiscriminados na região, prática esta que se torna visível nas áreas ocupadas por mata pouco densa, representando 22,6% do total e sendo fator de grande contribuição para o assoreamento dos rios e para a redução da capacidade de retenção da água nos períodos chuvosos.

Somente 18,5% das terras estão destinadas aos cultivos, principalmente, de cana-de-açúcar e mandioca. Saliente-se que a atividade agrícola praticada no Agreste e a utilização de produtos agro-químicos influem diretamente na contaminação de solos e, por conseqüência, das águas.

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Fonte: SEMARH/SRH

Figura 4.9 – Uso do Solo na Bacia Hidrográfica do Rio Sergipe

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Disponibilidade e Demanda dos Recursos Hídricos

A estimativa do aporte natural superficial baseado na vazão com 90% de permanência no tempo (Q90) foi determinada para os Pontos de Controle (PC’s) de cada uma das nove unidades de planejamento pertencentes à bacia hidrográfica, denominadas Unidades de Balanço (UBH’s). Esta vazão é adotada pela Resolução do CONERH nº1/2001 (que dispõe sobre os critérios de outorga de uso de recursos hídricos) como sendo a vazão de referência para estudos de disponibilidade hídrica superficial em rios perenes. Para cada UBH também foram avaliadas e estimadas as demandas hídricas, atuais e futuras, para abastecimento humano, dessedentação animal, irrigação e uso industrial. O Quadro 3 apresenta a denominação das Unidades de Balanço que compõem a bacia do rio Sergipe, seus Pontos de Controle e áreas e a Figura 27 mostra a localização das mesmas.

Através do balanço realizado observa-se que, nas condições atuais, a bacia hidrográfica do rio Sergipe apresenta déficit hídrico em todas as unidades de balanço, exceto nas UBH’s 307 e 309. A maior demanda exigida ocorre na UBH 306.

Tabela 4.2 – Unidades de Balanço, Pontos de Controle e Àreas

Unidades de Balanço (UBH’s) Pontos de Controle (PC’s) Área (km²)

301 - Alto Sergipe PS1 531,3

302 - Rio Sacovão PS1 379.8

303 - Rio Sergipe PS2 474,7

304 - Rio Jacoca PS2 221,7

305 - Rio Sergipe PS3 504,5

306 - Rio Jacarecica PS3 503,6

307 - Rio Sergipe PS4 88,7

308 - Rio Cotinguiba PS5 741,2

309 - Rio Poxim PS5 396,8 Fonte: Ob. Citada

Fonte: SEMARH/SRH

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Figura 4.10 – Unidades de Balanço da Bacia Hidrográfica do Rio Sergipe É importante registrar que a utilização da Q90 como referência para o balanço hídrico, não parece apropriada, tanto do ponto de vista hidrológico (rio temporário em grande parte de sua extensão), quanto do ponto de vista legal, uma vez que pode-se alterar a vazão de referência, via resolução normativa da SEMARH - SRH, para efeitos de concessão de outorgas no Estado, inserindo critérios mais avançados que incorporem diferentes graus de risco, de acordo com a admissibilidade dos próprios usuários. Temas como esse devem ser contemplados no contexto do Programa em tela.

A demanda de água para os diversos usos na bacia do rio Sergipe é de 259.351 m3/dia. No entanto, considera-se que o volume de água gerado é somente de 54,9 mil m3/dia, oriundos, principalmente, do rio Jacarecica e de águas subterrâneas, caracterizando um déficit hídrico em torno de 80%.

No presente, o suposto déficit disposto é suprido pela transposição de águas provenientes do rio São Francisco, realizada por meio dos sistemas integrados de adutoras para o abastecimento da população residente nas sedes municipais e nos povoados rurais, que, diariamente, disponibiliza 206.755 m³ de água.

A tabela 4.4 apresenta informações sobre a utilização dos recursos hídricos para fins de abastecimento na bacia do rio Sergipe. Percebe-se, que a menção feita à importância que deve ser conferida a mananciais locais é confirmada a partir do percentual de 42,4% de atendimento à população residente na bacia do rio Sergipe, via águas subterrâneas, cujos mananciais merecem cuidados relativos à contaminação potencial por fertilizantes aplicados a cultivos, infiltração de esgotos de cidades desprovidas de sistemas de coleta e tratamento, além de sobre-exploração em alguns pontos específicos da bacia.

Tabela 4.4 – Uso da Água para Abastecimento na Bacia do Rio Sergipe

Recursos Hídricos Volume Produzido

(m³/mês) População Atendida Manancial Utilizado

Águas Superficiais 1.567.492 (58,3%) 253.064 (57,6%) Barragem Jacarecica II, Riacho Cajueiro do

Veado e rios Jacarecica, Pitanga e Poxim

Águas Subterrâneas 1.120.365 (41,7%) 186.281 (42,4%)

Grupo Barreiras (Cristalino), Formações

Maruim e Cotinguiba (ambas Calcário),

Sapucari (Quaternário).

Total 2.687.857 439.345 11 Fonte: Ob. Citada

4.2.5 Infra-Estrutura Hidráulica

Barragens/açudes

Há seis açudes principais construídos na bacia do rio Sergipe, sendo quatro de responsabilidade do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) e dois da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (COHIDRO) (Tabela 4.5). Além desses, existem outros quatro açudes de menor porte, sem responsabilidade operacional atribuída a órgãos públicos.

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Tabela 4.5 – Principais Açudes Construídos na Bacia do Rio Sergipe

Açude Município Rio Barrado Órgão Capacidade de

Armazenamento (106m3)

Área do Lago (ha)

Alagadiço Frei Paulo Campinas DNOCS 1,062 24,72

Glória Nossa Senhora da Glória Pau de Cedro DNOCS 0,587 14,83

Ribeirópolis Ribeirópolis Coqueiro DNOCS 0,920 20,6

Marcela Itabaiana Marcela DNOCS 2,710 97,0

Jacarecica I Itabaiana Jacarecica COHIDRO 4,700 115,4

Jacarecica II Malhador / Areia Branca Jacarecica COHIDRO 30,000 260,0

Fonte: Ob. Citada

A tabela acima mostra que os maiores açudes/barragens se constituem nos açudes de Marcela, Jacarecica I e Jacarecica II cujas características principais são apresentadas a seguir:

Marcela – A barragem de Marcela, de terra, foi construída na década de 70 com o objetivo de promover irrigação para pequenas culturas na região, principalmente horticultura. Possui uma capacidade de armazenamento de 2.710.000 metros cúbicos de água. Situa-se a jusante da cidade de Itabaiana e recebe parte dos esgotos não tratados da cidade. Apesar da qualidade de sua água, a barragem de Marcela é utilizada por alguns agricultores locais para produção de hortaliças com irrigação.

Jacarecica I – A barragem de pedra e concreto, possui altura máxima de 20m e comprimento de 420m. A área de inundação atinge 155,4 ha, com volume de acumulação em torno de 4.700.000 metros cúbicos de água.

A barragem foi construída com o objetivo de armazenar água para fins de irrigação no perímetro de mesmo nome.

Jacarecica II – A barragem foi executada em terra com seção mista, extravasor na ombreira esquerda em concreto, e foi concluída em abril de 2000. Apresenta as seguintes características

• Volume acumulado...................................3,0.106 m3

• Altura.........................................................47,5 m • Área inundada.......................................... 260 ha • Vazão total regularizada.......................... 490 l/s

É utilizada atualmente para abastecimento humano (220 l/s) e para fins de irrigação em perímetro irrigado de mesmo nome (270 l/s)

Sistemas de adução de água para abastecimento

Os recursos hídricos existentes nesta bacia são capazes de fornecer uma vazão de 0,953 m3/s para abastecimento da população residente em oito cidades e em mais seis povoados da região. Em média, 80,5% desta vazão são deslocadas para a cidade de Aracaju. A Figura 28 mostra os sistemas de adução para abastecimento humano existentes na bacia do rio Sergipe.

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––– Hidrografia Principal Captação – – – Adução

Fonte: SEMARH/SRH

Figura 4.11 – Sistemas de Adução para Abastecimento Humano Existentes no Estado de Sergipe com destaque para a Bacia do Rio Sergipe.

Sistemas de Irrigação

Na bacia do Rio Sergipe estão implantados 3 perímetros irrigados, são eles: Jacarecica I e Ribeira localizados no município de Itabaiana, território Agreste Central, e Jacarecica II, localizado no município de Malhador, Areia Branca e Malhador, envolvendo os territórios Agreste Central e Grande Aracaju.

A Tabela abaixo 4.6 apresenta dados sobre a ocupação de cada perímetro.

Perímetros

Área Total do

Perímetro (há)

Área Irrigável

(há)

Área Irrigada

(há)

Número de

Lotes

Número de Produtores

Observações

Jacarecica I 398 252 126 124 2 lotes cedidos para pesquisa

Jacarecica II 1998 820 255 Este dado será conhecido

após o geo-referenciamento da área.

Ribeira 1970 110

466 466

Cada lote tem um proprietário. O Estado implantou o sistema de

irrigação para cada propriedade.

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TOTAL 4366 1182 0 847 590

A seguir são apresentadas informações sobre estes sistemas:

Perímetro irrigado de Jacarecica I

O Perímetro irrigado de Jacarecica I teve sua implantação concluída em março de 1987, quando entrou em operação. Para a implantação do perímetro foram desapropriadas 70 propriedades localizadas na área da bacia hidráulica da barragem e na área a ser utilizada com irrigação.

O perímetro está localizado no município de Itabaiana, Território Agreste Central Sergipano. Envolve terras que margeiam o Rio Jacarecica, a oeste da Serra de ltabaiana e leste da sede municipal. Dista 65 km de Aracaju e 06 km da cidade de ltabaiana.

Estrutura Fundiária

O perímetro é constituído por 130 lotes de 2,0 hectares cada um, totalizando aproximadamente 260 hectares. Essa área, no entanto, é descontínua, referindo-se à soma dos lotes projetados sob a forma quadrada ou retangular, em manchas de solos favoráveis à irrigação e adequada ao sistema de aspersão. Dessa maneira, a área total considerada dentro do perímetro é de aproximadamente 282 ha, correspondente à área adquirida pela COHIDRO, em 1985.

Seis lotes foram agrupados para a implantação de uma infra-estrutura habitacional (Agrovila), para a construção de uma sede para a administração do perímetro e também, para a área de pesquisa agrícola. Portanto, o perímetro possui atualmente 124 unidades produtivas, correspondendo a uma área de 248 hectares.

No que se refere a forma de ocupação dos lotes, os colonos foram cadastrados e selecionados pela extinta FUNDASE – Fundação de Assuntos Fundiários do Estado de Sergipe, recebendo a “Autorização de Ocupação do Lote”, documento renovável a cada dois anos e válido até que seja feita a titulação definitiva.

Infra-estrutura existente

O perímetro está estruturado pela Barragem de Jacarecica I e o sistema de irrigação é constituído por uma estação de bombeamento e sistema adutor com três adutoras, cada uma delas responsável pela alimentação de um grupo de unidades parcelares. A interligação das adutoras com as linhas mestras para cada parcela é feita mediante o uso de Hidrantes. Em cada parcela irrigada, existe uma linha mestra e dois ramais móveis.

Perímetro Irrigado de Jacarecica II

O Projeto Jacarecica II está situado às margens do Rio Jacarecica, afluente da margem direita do Rio Sergipe, abrangendo os municípios de Malhador, Areia Branca e Riachuelo, nos Territórios Agreste Central e Grande Aracaju.

O projeto previa (i) uma barragem de acumulação de 29,7 milhões de m3 de água, (ii) implantação de perímetro irrigado com uma área de 1600 ha distribuídos em 400 lotes para pequenos irrigantes com 04 hectares cada. Posteriormente foi alterado com o objetivo de inclusão de atividade agrícola empresarial.

O Perímetro foi implantado em uma área de 1600 hectares, dividida originalmente em 76 (setenta e seis) lotes para pequenos produtores e 17 (dezessete) lotes destinados a empresários agrícolas, com indicação para a exploração de fruticultura, hortaliças e pecuária de leite, os quais gerariam 820 empregos diretos e 1.500 indiretos.

Devido à diversidade de ocupação foram adotados diferentes instrumentos institucionais para concessão do uso da área. A tabela 4.7 a seguir apresenta o resumo desta situação.

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Categoria dos Lotes

Lotes Formação de

Aquisição Instrumentos

Lotes para Pequenos

Produtores 1 a 50

Cessão do direito de ocupação

Autorização de Ocupação com limite de prazo e possibilidade de prorrogação.

Lotes para Pequenos

Produtores 51 a 76

Cessão do direito de ocupação

Autorização de Ocupação com limite de prazo e possibilidade de prorrogação.

Empresarial 77 e 78 Cessão do direito de

ocupação

Autorização de Ocupação com limite de prazo e possibilidade de prorrogação -

Concedida a 32 famílias.

Empresarial 79 Comodato

Comodato - Grupo de Produtores Orgânicos - Assoc. dos Pequenos e Médios Empreendedores Rurais de Malhador - 14 produtores - coletiva

Empresarial 80 Licitação Concessão de direito real de uso - Termo

de Responsabilidade

Empresarial 81 Licitação Concessão de direito real de uso - Termo

de Responsabilidade

Empresarial 82 Licitação Concessão de direito real de uso - Termo

de Responsabilidade

Empresarial 83 Comodato

Associacao de Cooperação Agrícola do Projeto de Irrigação de Jacarecica II -

Comunidade de Santa Maria - com vigência de 10 anos (2012)

Empresarial 84 Comodato Comodato com a Associação dos

Pequenos Agricultores da Colônia Penha - com vigência de 10 anos (2012)

Empresarial 85 a 92 Licitação Concessão de direito real de uso - Termo

de Responsabilidade

Empresarial 93 Licitação Atualmente, não se sabe se houve a

homologação do processo.

Reserva Legal 1 a 14 Propriedade da COHIDRO

Situacão Fundiária

Todo o processo de aquisição da área do perímetro encontra-se concluído e a mesma esta devidamente registrada em nome da COHIDRO.

Em setembro de 2009, foi realizada uma atualização cadastral onde foram identificadas 351 famílias ocupando área do perímetro.

Outras 242 famílias encontram se acampadas em área contigua a do perímetro e utilizam uma área de aproximadamente 18 hectares pertencentes ao perímetro (Lotes 71 a 76). Estas famílias

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se identificam com o MST – Movimento de Sem Terras e reclamam pela desapropriação da Fazenda Tingui – onde se encontram acampadas. Outras 96 famílias – Acampamento Mario Lago, também identificadas com o MST encontram se instaladas no lote 93 do perímetro e reclamam por projeto de assentamento junto ao INCRA.

Perímetro irrigado de Poção da Ribeira

O Perímetro Irrigado Poção da Ribeira é um projeto do tipo irrigação pública estadual, sem intervenção fundiária, tendo sido implantado em 1987.

O perímetro localiza-se no município de Itabaiana, no Território Agreste Central Sergipano, distando 50 km de Aracaju e 13 km da sede municipal.

Apesar da barragem de Poção da Ribeira localizar-se no rio Trairas pertencente à bacia do rio Vaza Barris, parte da área irrigada localiza-se na bacia do rio Sergipe

Estrutura Fundiária

Predominam os estabelecimentos com menos de 5 ha, razão pela qual optou-se pela não intervenção fundiária. O sistema leva a irrigação aos lotes já existentes.

Infraestrutura Fisíca Existente

O projeto de irrigação Poção da Ribeira é composto por uma barragem de terra, no rio Traíras com 26m de altura, 500 m de comprimento de crista, formando um reservatório de acumulação normal de 16,5 milhões de metros cúbicos de água e por um sistema de irrigação por aspersão que atinge 1.100 ha de área irrigável. O sistema de adução é constituído por duas estações de bombeamento (EB- 1 e EB-2), duas adutoras de recalque, duas caixas de passagem (CP- 1 e CP-2) e dois reservatórios.

4.2.6 Qualidade da Água

Apesar de não existir monitoramento sistemático de qualidade das águas dos cursos d’água da bacia do rio Sergipe e de seu estuário, nos últimos anos foram realizados algumas campanhas e estudos específicos que permitem uma avaliação da situação recente

Em 2003/04, foi realizado estudo de qualidade das águas da bacia do rio Sergipe com vistas à proposta de enquadramento de acordo com a Resolução 20/86 do CONAMA – atual 357/05.

Este estudo após a realização do monitoramento específico e análise dos principais usos da água apresentou as seguintes conclusões:

• Ambiente lótico – O curso do rio Sergipe e seus afluentes têm suas águas classificadas como doces na mesorregião do Leste Sergipano e como salobras na mesorregião do Sertão e do Agreste Sergipano.

Os indicadores de saneamento ambiental mostram a completa ausência de sistemas de coleta e tratamento de esgotos, conduzindo aos resultados de coliformes termotolerantes, oxigênio dissolvido, DBO e nitrogênio total, nitrato, nitrito e amônia, nos pontos de coleta próximos ou a jusante das sedes municipais, a valores altos.

Deve-se destacar, ainda, a presença de nitrogênio e fósforo, resultantes da exploração de extensas áreas com a agricultura.

• Ambiente lêntico - Na bacia do rio Sergipe foram analisadas amostras de água proveniente das barragens Jacarecica I, Jacarecica II e do açude Marcela. Todas tiveram

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suas águas classificadas como doce. Os reservatórios encontram-se no semi-árido, nas proximidades dos municípios de Areia Branca, Itabaiana e Campo do Brito e estão sob forte pressão antrópica. Analisando-se as variáveis básicas para a qualidade da água de reservatórios e levando-se em conta o aspecto da eutrofização, a presença de matéria orgânica e as variáveis microbiológicas, destacam-se:

b) os resultados de clorofila-a mostram que os reservatórios podem, ainda, ser classificados como oligotróficos, exceto no caso do açude Marcela, que na primeira campanha de coleta mostrou um resultado que conduz a classe fortemente eutrófica, enquadrando a água como imprópria, sendo necessário tratamento especial. Vale salientar a presença de fósforo, nitrato e nitrito nesse açude.

c) Bioensaio realizado apresentou resultado positivo nas amostras da barragem Jacarecica II, denotando a presença de neurotoxinas de cianobactérias. O baixo valor de fósforo total (≤1 mg/l), na camada superficial, indica um balanço entre consumo deste elemento pelo fitoplâncton e sua entrada oriunda de fontes diversas (no caso específico, detergentes, esgotos e fertilizantes). No caso dos compostos de nitrogênio, é importante destacar a presença de amônia, nitrato e nitrito nos reservatórios, indicando um aporte de fertilizantes e poluição preferencial por esgotos domésticos.

d) O alto teor de DBO, no açude Marcela, confirma a presença de poluição por esgotos domésticos.

e) Os valores encontrados de coliformes termotolerantes (<100 contagem/ml), para a barragem Jacarecica II, não sugerem poluição significativa dos tributários, exceto para os resultados encontrados para a barragem Jacarecica I (>100 contagem/ml) e para o açude Marcela (> 10.000 contagem/ml). Vale ressaltar que seu número cai dentro desses sistemas devido à morte, sedimentação ou eliminação pelo zooplancton.

• Ambiente estuarino - Os resultados das amostras do Complexo Estuarino - Nitrogênio total, nitrato, nitrito e amônia mostram-se consistentes com o lançamento de esgoto bruto. Os resultados apresentados no trecho de estuário registram pH em torno de 8,0, condutância específica > 20.000µS e salinidade de 30‰. Os resultados da análise bacteriológica foram positivos para coliformes fecais. Embora o tempo de sobrevivência da Escherichia Coli na água salina seja menor que na água doce, considerando-se que a multiplicação desta bactéria em sistemas aquáticos parece ser rara, sua presença evidencia a poluição fecal.

Com relação ao Ambiente Estuarino, a publicação Rio Sergipe – Importância, vulnerabilidade e preservação, 2009, apresenta estudo sobre a qualidade das águas e poluição orgânica no rio Sergipe no Entorno de Aracaju, em campanhas realizadas nas estações constantes da figura a seguir.

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As principais conclusões do Estudo são apresentadas a seguir: Oxigênio Dissolvido: No estuário do rio Sergipe, entre a sua confluência com o rio do Sal (estação 5) e até as proximidades do Iate Clube de Aracaju (estação 11), os valores do oxigênio dissolvido ficaram acima de 5 mg.L-1 (próximos da saturação, Figura 3). A maior profundidade, o maior volume de água e as correntes de maré contribuem para diluir os despejos e manter a água daquela região dentro dos limites aceitáveis de OD. As concentrações de oxigênio decrescem a partir da entrada do canal Tramanday, no sentido a jusante (estações 12 e 13), principalmente na água de fundo, como resultado do esgoto in natura, lançado no canal, e que deságua no estuário. A situação mais grave foi a do estuário do rio Poxim, onde as concentrações de oxigênio foram muito baixas, chegando, em algumas estações, a alcançar valores muito próximos de zero (estações 16 e 18). Essa região, além dos despejos sanitários dos conjuntos habitacionais que a circundam, e das ETEs (ERQs Sul e Oeste), recebe diretamente os efluentes de grande parte das indústrias situadas no Distrito Industrial de Aracaju Nitrogênio. A Figura 4 mostra a distribuição do N-amoniacal e do N-nitratono estuário. Observa-se claramente a predominância da forma amoniacal, principalmente na região dos rios do Sal e Poxim. Esse tipo de distribuição, onde o N-amoniacal é a forma predominante, é característico de regiões poluídas, cujo foco de poluição encontra-se próximo. Isso evidencia, portanto, que os principais focos de poluição orgânica para o estuário estão situados na região dos rios do Sal e Poxim. No rio do Sal uma fonte de poluição se destaca, o despejo da ETE existente, identificada na Figura 4 pelo pico que aparece na estação 3. O nitrogênio total, correspondente ao somatório N-orgânico+N-amoniacal+NNitrito+ N-nitrato, variou de 900 ìg.L-1a 3300 ìg.L-1, com um valor médio de 1876 ìg.L-1, estes valores indicam que o ambiente encontra- se em processo de eutrofização.

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Resultados. Os dados mostram claramente que a água da região estuarina no entorno de Aracaju está com a qualidade comprometida – apresenta condições de hipoxia (baixo oxigênio dissolvido) e um ambiente em processo de eutrofização. A principal causa desta situação é a grande quantidade de matéria orgânica lançada no estuário, originária tanto da ETE existente – ERQ Norte que lança seu efluente no rio do Sal, quanto das ETEs (ERQs Sul e Oeste) e dos esgotos in natura descartados diretamente no rio Poxim e nos diversos canais que deságuam no estuário do rio Sergipe.

Entre os efeitos negativos resultantes da eutrofização e subseqüente hipoxia, um já adquiriu bastante visibilidade: a mortandade de peixes que vem acontecendo no rio do Sal. O oxigênio dissolvido medido durante a mortandade ocorrida em maio de 20041

atingiu níveis abaixo de 3,00 mg.L-1, chegando, em alguns pontos, a valores muito próximos de zero (< 0,7 mg.L-1).

Outros efeitos negativos que em geral têm acontecido em ambientes eutrofizados são: a degradação do habitat, alterando os padrões de migração com decréscimo da produção pesqueira; superprodução de algas, inviabilizando o ambiente para atividades esportivas, de lazer e para o turismo; aumento da abundância de algas tóxicas, com a liberação de toxinas com risco para a saúde humana, tanto pelo consumo do pescado contaminado, como pela sua inalação. Para se ter uma idéia do quanto a situação do estuário se agravou nos últimos anos, a Figura 6 faz uma comparação entre os dados de março de 2004 e os de março de 1992, referentes à estação 13 do rio Sergipe e à estação 19 do rio Poxim.

As concentrações de nitrogênio (N-amoniacal + N-nitrato) apresentaram, em 2004, um crescimento de 1150% no rio Sergipe e 1732% no rio Poxim, em relação a março de 1992. Os dados disponíveis, apesar de limitados, mostram evidências de que as condições do estuário têm piorado e permitem projetar que continuando o aporte de matéria orgânica (nutrientes) decorrentes principalmente do lançamento de esgotos, as condições tróficas do ambiente deverão se agravar.

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A figura a seguir apresenta a situação (dez 2003) de enquadramento do rio Sergipe e seus afluentes, de acordo com os indicadores da Resolução CONAMA 20/86. Em anexo constam informações da situação de enquadramento em 36 trechos dos corpos d’água da bacia.

Monitoramentos recentes efetuados pela ADEMA praticamente confirmam as conclusões acima, demonstrando que os corpos hídricos têm apresentado qualidade da água comprometida principalmente pelo lançamento de esgotos sanitários em bruto ou inadequadamente tratados.

Com relação aos reservatórios de Jacarecica I e II as informações atuais são insuficientes para avaliar o grau de eutrofização dos mesmos.

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4.2.7 Unidades de Conservação

No estado de Sergipe existem quinze Unidades de Conservação da natureza, sendo três particulares, três do governo federal, duas municipais e sete estaduais, sendo que duas das estaduais estão em fase de recategorização.

Diversas unidades de conservação estão inseridas na bacia do rio Sergipe. No âmbito federal, tem-se o Parque Nacional da Serra de Itabaiana e a Floresta Nacional do Ibura.

Na esfera do Estado foram instituídas a Reserva Particular de Patrimônio Natural Fonte da Bica, a Área de Paisagem Natural Notável do Rio Sergipe e a Área de Proteção Ambiental do Morro do Urubu.

A figura a seguir apresenta a localização dessas unidades

Parque Nacional – PARNA da Serra de Itabaiana

Criado pelo Decreto Federal s/nº de 15/06/2005 possui cerca 8.030 hectares de Mata Atlântica envolvendo a Serra de Itabaiana e localiza-se nos municípios de Areia Branca, Itaporanga, Campo do Brito, Itabiaiana e Laranjeiras.

A administração é do ICMBio – Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.

Floresta Nacional – FLONA de Ibura.

Criada pelo Decreto Federal s/nº de 19/09/2005 possui cerca de 144,16 hectares em área de Mata Atlântica com formações de floresta estacional semidecidual nos estágios médio e avançado de regeneração, em associação com manguezal,. Localiza-se nos municípios de Nossa Senhora do socorro e Laranjeiras.

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A administração é do ICMBio – Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade

Área de Proteção Ambiental Morro do Urubu

Localizada na área urbana de Aracaju, limita-se ao Norte com o rio do Sal, ao Leste com o rio Sergipe, e ao Sul e Oeste com as áreas urbanas da zona Norte do município. Trata-se de região onde originalmente predominava a Mata Atlântica e seus ecossistemas associados, além de enclaves de Cerrado.

Criada e regulamentada pelos Decretos nº 13.713, de 16.06.93, e nº 15.405, de 14.07.95, a área vem sofrendo pressão urbana e se descaracterizando cada vez mais. O complexo de vegetação encontra-se hoje bastante comprometido, sobretudo pela invasão, construção e urbanização das favelas na área.

Paisagem Natural Notável do rio Sergipe

A Lei nº 2.825 de 30 de julho de 1990 define como "Paisagem Natural Notável" e área de especial de proteção ambiental todo o trecho do rio Sergipe, que serve de divisa entre os municípios de Aracaju e Barra dos Coqueiros, compreendendo as margens e todo o leito do rio Sergipe, tanto na parte permanente coberta pelas águas, tanto naquela que somente o é por efeito dos movimentos de maré, tanto no segmento que se estende até o mar, quanto naquele que sai em demanda do rio Poxim.

Essa unidade encontra-se atualmente em fase de estudos para recategorização de modo a se enquadrar no âmbito da Lei do SNUC – sistema Nacional de Unidades de Conservação.

4.2.8 – Patrimônio Histórico-Cultural

A preservação dos patrimônios histórico e cultural do Estado, compreende bens móveis e imóveis, que por seu valor histórico, arqueológico, cultural ou artístico, merecem proteção especial do poder público.

Em Sergipe, as instituições responsáveis pelo tombamento são o IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, responsável pelo tombo a nível federal e a SUBPAC – Subsecretaria de Estado do Patrimônio Histórico e Cultural da Casa Civil. Que atua a nível estadual. Tais instituições têm como objetivo identificar, restaurar, preservar e divulgar o patrimônio histórico-cultural do Estado.

Patrimônio histórico - urbanístico

Na bacia do rio Sergipe as cidades de Laranjeiras e São Cristóvão possuem, na região central, conjuntos arquitetônicos urbanísticos e paisagísticos tombados pelo IPHAN.

São Cristovão foi fundada em fins do século XVI, por Cristovão de Barros, sendo também nessa época transferida para o local a sede da capitania do Sergipe d'El Rey. Em 1636 a cidade foi invadida, assaltada e incendiada pelos holandeses, só retornando ao controle do governo português em 1645. Em 1855, a capital da província de Sergipe foi transferida para Aracajú. A cidade de São Cristovão guarda um importante conjunto de edificações do período colonial, possuindo ainda o Museu de Folclore de Sergipe e o Museu de Arte Sacra.

Laranjeiras é considerada a segunda cidade mais antiga do Estado de Sergipe, sendo a sua fundação datada de 1605. Em 1808 a povoação de Laranjeiras contava com cerca de 600 fogos na sede e em suas redondezas, o que representava para a época, um importante núcleo de moagem e beneficiamento da cana-de-açúcar. A cidade foi elevada a condição de freguesia em 1835. O município situa-se a noroeste de Aracajú, distante deste cerca de 19 Km.

De acordo com os registros do IPHAN, além dos conjuntos arquitetônicos e paisagísticos acima, encontram-se sob tombamento federal os seguintes bens:

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Tabela 4.8 Bens Tombados pelo IPHAN – Bacia do rio Sergipe

Município Bem Tombado

Divina Pastora Igreja Matriz de Nossa Senhora Divina Pastora

Itaporanga D’Ajuda Casa de Tejupeba e Capela

Engenho Retiro: Casa e Capela Santo Antônio

Igreja Comandapoba

Igreja Matriz do Coração de Jesus

Laranjeiras

Engenho Jesus, Maria, José: Capela

Nossa Senhora do Socorro Igreja Matriz de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro

Riachuelo Engenho Nossa Senhora da Penha: Capela

Santo Amaro de Brotas Igreja Matriz de Santo Amaro

Sobrado à rua Flores

Engenho Poxim: Capela

Convento e Igreja de Santa Cruz

Convento e Igreja do Carmo

Igreja e Casa da Misericórdia

Igreja da Ordem Terceira do Carmo

Igreja Nossa Senhora do Amparo

Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos

Sobrado à rua Castro Alves, 2

Sobrado com balcão corrido

São Cristóvão

Igreja Matriz Nossa senhora das Vitórias

Sob tombamento a nível estadual, encontram-se os seguintes bens em municípios da bacia do rio Sergipe

Tabela 4.9 Bens tombados a nível estadual – Bacia do rio Sergipe

Município Bem Tombado

Conjunto urbanístico, paisagístico e arquitetônico, elevado à categoria de monumento estadual e nacional.

Prédio antigo Palácio Provincial (atual museu histórico de Sergipe).

São Cristóvão

Igreja Nossa Senhora de Nazaré

Conjunto Arquitetônico, Urbanístico e Paisagístico da cidade de Laranjeiras.

Laranjeiras

Gruta da Pedra Furada, localizada no povoado Machado, Laranjeiras -SE

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Terreiro Filhos de Obá, localizado à Rua Jackson de Figueiredo, S/N – Laranjeiras -SE.

Maruim Igreja Matriz de Nosso Senhor dos Passos

Rosário do Catete Prédio Localizado à rua Padre Rocha Villar nº 251.

Prédio do Palácio Olímpio Campos.

Prédio do Palácio Inácio Barbosa.

Prédio do Palácio Fausto Cardoso.

Prédio do Palácio Carvalho Neto.

Prédio Localizado à Praça Fausto Cardoso, Nº 272. Delegacia do Ministério da Fazenda.

Prédio do antigo Tribunal de Justiça.

Prédio do Antigo Tesouro do Estado.

Prédio do Juizado de Menores.

Catedral Metropolitana.

Prédio do Centro de Turismo e Comercialização Artesanal.

Prédio da Antiga Alfândega de Aracaju.

Imóveis situados na Av. Otoniel Dória, nº 500,506,511,524 e 594 – Aracajú – SE.

Prédio da antiga Estação Rodoviária “ Governador Luiz Garcia”.

Quartel Central da Polícia Militar do Estado de Sergipe.

Prédio da Secretaria de Estado da Educação e Cultura.

Prédio da antiga Faculdade de Direito.

Prédio da Secretaria de Estado da Segurança Pública.

Prédio Situado na Av. Ivo do Prado, nº 1.072.

Imóvel localizado na Praça Camerino, nº 225.

Antigo Farol de Aracaju.

Aracaju

Cemitério dos Náufragos.

Patrimônio Arqueológico

Sergipe possui também um expressivo patrimônio arqueológico. De acordo com os registros do IPHAN, os sítios identificados até o momento encontram-se em sua maioria em municípios da bacia do rio São Francisco: Canindé do São Francisco, Guararu, Neópolis, Poço Redondo, Porto da Folha, Própria, Santana do São Francisco, Amparo do São Francisco, Canhoba e Ilha das Flores.

Não há registros no IPHAN de sítios arqueológicos na bacia do rio Sergipe. Todavia, de acordo com informações da Superintendência do IPHAN em Sergipe, em Itabaiana, na área rural foi identificado sítio arqueológico que se encontra em fase de final de reconhecimento e registro.

Patrimônio Paleontológico

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A bacia sedimentar de Sergipe-Alagoas, localizada nos estados do mesmo nome, no nordeste brasileiro, é conhecida desde meados do século 19 por sua riqueza em fósseis marinhos. A Bacia de Sergipe corresponde à parte sul da Bacia de Sergipe-Alagoas, aflorando em uma faixa subparalela à costa sergipana e que são representadas pelas formações calcáreas - Riachuelo, Cotinguiba e Catumbi.

A Figura anexa apresenta a localização destas formações em relação à bacia do rio Sergipe.

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4.3 Caracterização Social

4.3.1 – Características Sociais

Com uma extensão de 210 km, o rio Sergipe atravessa o estado de Sergipe no sentido oeste/leste até desaguar no Oceano Atlântico, entre os municípios de Aracaju e Barra dos Coqueiros, perfazendo uma área de 3.673 km², o que corresponde a 16,70% do território sergipano.

A bacia hidrográfica é considerada uma das mais importantes do Estado, servindo para áreas produtoras de cereais, cana-de-açúcar e a criação de gado, como também para o abastecimento de água da região metropolitana de Aracaju, área de maior desenvolvimento industrial do Estado. A bacia do rio Sergipe contempla 26 municípios, oito municípios integralmente e dezoito parcialmente, quais sejam:

Tabela 4.10: Municípios da Bacia do Rio Sergipe

Municípios Sede Localizada na Bacia

1 Aracaju •

2 Areia Branca •

3 Barra dos Coqueiros •

4 Carira

5 Divina Pastora •

6 Feira Nova •

7 Frei Paulo

8 Graccho Cardoso

9 Itabaiana •

10 Itaporanga d‘Ajuda

11 Laranjeiras •

12 Malhador •

13 Maruim •

14 Moita Bonita •

15 Nossa Senhora Aparecida •

16 Nossa Senhora das Dores •

17 Nossa Senhora da Glória

18 Nossa Senhora do Socorro •

19 Riachuelo •

20 Ribeirópolis •

21 Rosário do Catete

22 Santa Rosa Lima •

23 Santo Amaro das Brotas •

24 São Cristovão •

25 São Miguel do Aleixo •

26 Siriri Sete municípios não possuem a sede localizada na bacia e não serão foco das intervenções: Carira, Frei Paulo, Graccho Cardoso, Itaporanga d`Ajuda, Nossa Senhora da Glória, Rosário do Catete e Siriri.

De acordo com dados do censo do IBGE, residiam nos municípios integrantes da Bacia do Rio Sergipe cerca de 1 milhão e cinqüenta mil habitantes, o equivalente a mais do que 50% do total do estado. A maioria expressiva dessa população (86,8%) reside em áreas urbanas, enquanto que

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apenas 13,2% permanecem na zona rural, conforme apresenta a figura 1 abaixo, percentual relativamente alto se comparado ao do estado.

Figura 4. - Fonte IBGE 2000

A alta concentração urbana pode ser analisada sob a ótica do acelerado processo de urbanização brasileira, que de forma desordenada passou a atrair para os centros urbanos, famílias oriundas da zona rural. Um dos reflexos mais expressivos desse processo é o fenômeno da favelização em pequenas e grandes cidades, e a instalação de famílias em locais impróprios e sem infraestrutura ou saneamento.

Se considerarmos apenas os dezenove municípios alvo das intervenções, a população total sofreu um acréscimo de mais de 15%, entre 2000 e 2009, passando de 908.853, para 1.050.953, de acordo com a estimativa do IBGE para a população em 2009.

Esse incremento populacional, nestes dezenove municípios da bacia do rio Sergipe, influencia diretamente as causas e os efeitos dos problemas sanitários e ambientais como, por exemplo, o aumento da demanda por infraestrutura e por serviços públicos.

De acordo com o Mapa da Pobreza e Desigualdades dos municípios Brasileiros, elaborado pelo IBGE, a partir dos dados do censo de 2000 e dados da pesquisa de orçamento familiar de 2002-2003, os dezenove municípios da Bacia do Rio Sergipe têm um percentual de incidência de pobreza variando entre 27,45% em Aracaju e 63,98% em Maruim. Porém, apesar do baixo índice registrado em Aracaju, a média entre eles é de 53,58%, ou seja, em média, nos municípios citados, mais da metade da população foi considerada pobre.

O IDH médio entre municípios da bacia foi 0,65, considerado como médio, podendo ser destacado os municípios de Aracaju com o melhor resultado, 0,79, e o municipio de Nossa Senhora Aparecida, com o IDM-M de 0,56, o pior resultado. A renda média per capita, em 2000, nesses municípios não passou de 0,7 salários mínimos, sendo que cerca de 12% da população não dispõe de rendimento mensal.

A taxa média de mortalidade na infância (até os cinco anos) entre os municípios é considerada alta, cerca de 81,96 para cada mil, se comparado a média do estado de 72,66 e a do Brasil, de 39,32.

Nos municípios da Bacia, 30% dos chefes de família não são alfabetizados, e cerca de 25% não completaram o ensino fundamental, como demonstra a tabela abaixo:

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Tabela 4.11: Indicadores Sociais dos Municípios com sede na bacia do rio Sergipe

R   

C  P   T  

P   

T  

PIB P    R   IDHM 

S  M

 

    

 P  

M        

 

    

          

   

P             

 

IBGE   IBGE  IBGE  A   A   IBGE  A   A   A  

N   M  

                                  1 Aracaju 461.534 544.039 10.071,00 0,794 2,3 27,45 101,09 5,06 30,78

2 Areia Branca

14.824 16.733 3.622,00 0,644 0,6 51,95 94,89 7,88 31,09

3 Barra dos Coqueiros

17.807 19.998 7.686,00 0,676 0,8 53,42 50,67 9,4 31,94

4 Divina Pastora

3.266 4.448 25.289,00 0,655 0,5 62,4 102,86 6,6 33,27

5 Feira Nova 5.068 5.875 3.632,00 0,62 0,5 62,32 107,81 7,19 34,37

6 Itabaiana 76.813 86.564 4.910,00 0,678 0,9 48,05 48,19 4,06 10,6

7 Laranjeiras 23.560 24.714 23.832,00 0,642 0,6 61,56 68,38 5,05 23,1

8 Malhador 11.481 12.124 2.827,00 0,618 0,6 45,32 73,3 9,47 37,16

9 Maruim 15.454 15.582 5.539,00 0,662 0,6 63,98 107,81 4 31,98

10 Moita Bonita

10.758 11.269 3.003,00 0,662 0,6 49,8 60,64 6 37,83

11 Nossa Senhora Aparecida

8.279 8.813 2.989,00 0,567 0,5 43,15 79,21 4,05 21,49

12 Nossa Senhora das Dores

22.195 24.747 3.561,00 0,637 0,6 57,67 101,09 4,89 32,74

13 Nossa Senhora do Socorro

131.679 155.334 5.962,00 0,696 0,8 59,28 43,38 7,88 34,19

14 Riachuelo 8.337 9.466 7.902,00 0,671 0,6 63,51 68,9 5,35 30,05

15 Ribeirópolis 15.439 16.194 4.531,00 0,656 0,8 50,78 116,64 10,03 38,06

16 Santa Rosa Lima

3.595 3.996 3.580,00 0,628 0,5 49,64 57,56 5,82 24,24

17 Santo Amaro das Brotas

10.670 12.140 3.513,00 0,655 0,6 57,24 78,89 5,82 25,15

18 São Cristovão

64.647 75.104 3.600,00 0,7 0,8 57,14 92,1 4,71 32,65

19 São Miguel do Aleixo

3.447 3.813 3.388,00 0,608 0,5 53,36 103,85 7,55 46,08

Estado do Sergipe

1.784.475

2.019.679 7.560,00 0,742 1,1 47,8 72,66 6,47 23,85

Fonte: IBGE e Altas do Desenvolvimento Humano. Dados de 2000, 2005 e 2009. *Estimativa para o ano de 2009 – IBGE ** IBGE, Censo Demográfico 2000 e Pesquisa de Orçamentos Familiares - POF 2002/2003.NOTA: A estimativa do consumo para a geração destes indicadores foi obtida utilizando o método da estimativa de pequenas áreas dos autores Elbers, Lanjouw e Lanjouw (2002). *** número de óbitos para cada mil nascidos vivos.

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Nos municípios da Bacia destacados, a média de atendimento urbano com água é de 88% de acordo com dados do SNIS 2007, em contrapartida apenas 23% dos habitantes são atendidos com esgotamento sanitário. Atualmente, dos municípios da Bacia, apenas Aracajú, São Cristóvão e Nossa Senhora do Socorro possuem rede parcial de esgotamento sanitário, como pode ser visto na tabela 4.12 abaixo:

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Tabela 4.12: Indicadores de Saneamento dos Municípios com sede na bacia do rio Sergipe

Nº M Í    A  U    Á  

Í    A  U   E  

1 Aracaju 98,37% 33,71% 2 Areia Branca 97,00% 0,00% 3 Barra dos Coqueiros 98,71% 0,00% 4 Divina Pastora 90,57% 0,00% 5 Feira Nova 95,99% 0,00% 6 Itabaiana 90,08% 0,00% 7 Laranjeiras 65,88% 0,00% 8 Malhador 89,42% 0,00% 9 Maruim 98,73% 0,00% 10 Moita Bonita 97,35% 0,00% 11 Nossa Senhora Aparecida 63,01% 0,00% 12 N S das Dores 90,76% 0,00% 13 N S do Socorro 82,50% 29,22% 14 Riachuelo 91,93% 0,00% 15 Ribeirópolis 93,08% 0,00% 16 Santa Rosa Lima 94,43% 0,00% 17 Santo Amaro das Brotas 82,65% 0,00% 18 São Cristovão 63,13% 20,66% 19 São Miguel do Aleixo 90,16% 0,00% REGIÃO METROPOLITANA 92,21% 30,96%

Fonte: SNIS 2007

Grande parte do esgoto doméstico produzido na Região Metropolitana de Aracaju e toda a carga produzida nos demais municípios inseridos na bacia do Rio Sergipe não têm uma destinação final adequada, contribuindo direta ou indiretamente para a degradação da qualidade da água do rio.

As discrepâncias encontradas nos indicadores sociais e de atendimento em saneamento refletem distintas dinâmicas econômicas sobrepostas a características climáticas e fisiográficas da bacia do rio Sergipe que, em termos gerais, abriga porções territoriais distintas, quais sejam: (i) no trecho superior bacia insere-se no semi-árido nordestino (Sertão), caracterizado por escassez pluviométrica, terreno cristalino e predominância da pecuária como atividade produtiva; (ii) Na porção do médio rio Sergipe (Agreste) melhoram as condições pluviométricas, permitindo a construção de açudes, a implementação de projetos de irrigação e a produção de hortifrutigranjeiros; (iii) na porção baixa (Zona Costeira), onde se situa a cidade de Aracaju e sua região metropolitana, concentra-se, o maior número de unidades industriais.

Aracaju

Aracaju, fundada em 1855, localiza-se no litoral, sendo cortada por rios como o Sergipe e o Poxim. Ocupa uma área de 181,8 km², pertence à microrregião Aracaju e Mesorregião Leste Sergipano.

De acordo com a estimativa realizada pelo IBGE em 2009, a cidade conta com 544.039 habitantes. Somando-se as populações dos municípios que formam a Grande Aracaju, Nossa Senhora do Socorro, Barra dos Coqueiros e São Cristóvão, o número passa para 780 mil habitantes.

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Em 2000, a população do município de 461.534 representava 25,86% da população do Estado, e 0,27% da população do País. Nesse período observou-se um aumento de 17% na população.

Em 2000, cerca de 27% da população de Aracaju tinha menos de 15 anos, o que se caracteriza com uma população jovem.

No período 1991-2000, a taxa de mortalidade infantil (até 01 ano) do município diminuiu 13,39%, passando de 44,97 (por mil nascidos vivos) em 1991 para 38,95 (por mil nascidos vivos) em 2000, e a esperança de vida ao nascer cresceu 3,76 anos, passando de 64,96 anos em 1991 para 68,72 anos em 2000.

Em relação aos indicadores educacionais, o município de Aracaju, tinha, em 2000, 11% das crianças e jovem entre 7 a 14 anos não alfabetizados, se consideramos o analfabetismo entre maiores de 25 anos esse percentual vai para 23%, sendo que a média de anos de estudo era de 7,5 anos.

A renda per capita média em Aracaju é a maior se comparada aos demais municípios da Bacia, em 2000, a renda era de 2,3 salários mínimos e o percentual de incidência de pobreza era de apenas 27,45%.

O produto interno bruto de Aracaju foi de R$ 5,021 bilhões em 2005, a preços correntes de mercado. Os serviços, a indústria e o turismo são à base da economia aracajuana, e o PIB per capita, em 2005 era de R$ 10.071,00.

Em 2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal de Aracaju é 0,794. Segundo a classificação do PNUD, o município está entre as regiões consideradas de médio desenvolvimento humano (IDH entre 0,5 e 0,8). Em relação aos outros municípios do Brasil, Aracaju apresenta uma boa situação: ocupa a 689ª posição, sendo que 688 municípios (12,5%) estão em situação melhor e 4818 municípios (87,5%) estão em situação pior ou igual. Em relação aos outros municípios do Estado, Aracaju apresenta uma boa situação: ocupa a 1ª posição, sendo que 74 municípios estão em situação pior ou igual.

De acordo com dados do SNIS, em 2007, Aracaju possuía um índice de atendimento urbano com água de 98,37%, um atendimento parcial com esgotamento sanitário de 33,71%, e 99,94% dos domicílios urbanos eram atendidos com coleta de resíduos sólidos.

Areia Branca

O município de Areia Branca está localizado no setor centro-leste do estado de Sergipe, tendo limites com os municípios de Malhador a norte, Itabaiana a oeste, Itaporanga e São Cristóvão a sul, N.S. do Socorro, Laranjeiras e Riachuelo a leste. A área municipal abrange 129,0 km². Fundada em 1963, possui em 2009, de acordo com estimativas do IBGE, uma população de 16.733 habitantes. Em 2000 a população total do município era de 14.824 habitantes, dos quais 6.809 (46,0%) na zona urbana e 8.015 (54,0%) na zona rural, apresentando uma densidade demográfica de 119,83 hab/km². No período entre 2000 e 2009 a população total cresceu cerca de 20%.

U

C  P  

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Em 2000, aproximadamente 30% dos habitantes tinha menos de 15 anos, e a razão de dependência era de 70,3%.

No período 1991-2000, a taxa de mortalidade infantil (até 01 ano) do município diminuiu 39,34%, passando de 53,18 (por mil nascidos vivos) em 1991 para 32,26 (por mil nascidos vivos) em 2000, e a esperança de vida ao nascer cresceu 5,93 anos, passando de 62,19 anos em 1991 para 68,12 anos em 2000.

Em relação aos indicadores educacionais, o município de Areia Branca tinha, em 2000, 27,2% das crianças e jovem entre 7 a 14 anos não alfabetizados, e uma taxa de analfabetismo de 40% de pessoas com mais de 25 anos, sendo que a média de anos de estudo no município não passou dos 3,2 anos.

A renda per capita média em Areia Branca, em 2000, era de 0,6 salários, uma das mais baixas dentre os municípios da Bacia, e o percentual de incidência de pobreza era de apenas 51,95%.

O produto interno bruto de Areia Branca foi de R$ 51.290,84 em 2005. Madeira, extração de minerais, pecuária, comércio, indústria (serrarias, casas de farinha de mandioca e doces caseiros) são a base da economia local, onde o PIB per capita era de R$ 3.622,00, em 2005.

Em 2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal de Areia Branca é 0,644. Segundo a classificação do PNUD, o município está entre as regiões consideradas de médio desenvolvimento humano (IDH entre 0,5 e 0,8). Em relação aos outros municípios do Brasil, Areia Branca apresenta uma situação ruim: ocupa a 3854ª posição, sendo que 70,0% dos municípios estão em situação. Em relação aos outros municípios do Estado, Areia Branca ocupa a 24ª posição, sendo que apenas 30,7% estão em situação.

De acordo com dados do SNIS, em 2007, Areia Branca possuía um índice de atendimento urbano com água de 97%, o esgotamento sanitário é efetuado por fossas sépticas e comuns, enquanto 57,6% do lixo urbano coletado é transportado e depositado em terrenos baldios.

Barra dos Coqueiros

Fundada em 1953, o município de Barra dos Coqueiros fica à margem esquerda do rio Sergipe, bem defronte à cidade de Aracaju, separadas por menos de um quilômetro. A superfície municipal é de 87 km².

Em 2009, de acordo com estimativas do IBGE, a população do município totalizava 19.998. Em comparação a população total de 17.807 contabilizada no ano 2000, o município teve um crescimento populacional de 12% no período de 2000 a 2009.

Em 2000, aproximadamente 15% dos habitantes tinha menos de 15 anos, e o razão de dependência era de 61,3%.

No período 1991-2000, a taxa de mortalidade infantil (até 01 ano) do município diminuiu 42,44%, passando de 86,81 (por mil nascidos vivos) em 1991 para 49,97 (por mil nascidos vivos) em 2000, e a esperança de vida ao nascer cresceu 7,61 anos, passando de 55,26 anos em 1991 para 62,87 anos em 2000.

Em relação aos indicadores educacionais, o município de Barra dos Coqueiros tinha, em 2000, 20,8% das crianças e jovem entre 7 a 14 anos não alfabetizados, e uma taxa de analfabetismo de 22,7% entre pessoas com mais de 25 anos, sendo que a média de anos de estudo no município era de 5,3 anos.

A renda per capita média em Barra dos Coqueiros, em 2000, era de 0,8 salários mínimos, e o percentual de incidência de pobreza era de apenas 53,42%.

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O produto interno bruto de Barra dos Coqueiros foi de R$ 145.204,12 em 2005. A agricultura, pesca e turismo são a base da economia local, onde o PIB per capita era de R$, R$ 7.668,00 em 2005.

No período 1991-2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal(IDH-M) de Barra dos Coqueiros cresceu 16,35%, passando de 0,581 em 1991 para 0,676 em 2000. A dimensão que mais contribuiu para este crescimento foi a Longevidade, com 44,6%, seguida pela Educação, com 44,2% e pela Renda, com 11,2%.

Em relação aos outros municípios do Brasil, Barra dos Coqueiros apresenta uma situação intermediária: ocupa a 3349ª posição, sendo que 60,8% estão em situação melhor, já em relação aos outros municípios do Estado, Barra dos Coqueiros ocupa a 6ª posição, e apenas 5 municípios estão em situação melhor.

De acordo com dados do SNIS, em 2007, Barra dos Coqueiros possuía um índice de atendimento urbano com água de 98,7%, o esgotamento sanitário é efetuado por fossas sépticas e comuns.

Divina Pastora

Fundada em 1833, o município localiza-se na região leste do Estado de Sergipe, limitando-se ao norte com os municípios de Siriri e Nossa Senhora das Dores, ao sul e oeste com Riachuelo, a oeste com Santa Rosa de Lima e a leste com Maruim e Rosário do Catete. A área municipal abrange 93,0km.

A população total em 2000 era de 3.265 habitantes, sendo 1.848 residentes na área urbana e 1.417 na zona rural, com uma densidade demográfica de 35,11hab/km². Em 2009, de acordo com estimativas do IBGE, será de 4.488, representando um acréscimo de 36% na população no período entre 2000 e 2009.

Em 2000, aproximadamente 30% dos habitantes tinha menos de 15 anos, e o razão de dependência era de 66,7%.

No período 1991-2000, a taxa de mortalidade infantil (até 01 ano) do município diminuiu 22,16%, passando de 55,68 (por mil nascidos vivos) em 1991 para 43,34 (por mil nascidos vivos) em 2000, e a esperança de vida ao nascer cresceu 3,11 anos, passando de 61,59 anos em 1991 para 64,70 anos em 2000.

Em relação aos indicadores educacionais, o município de Divina Pastora, tinha, em 2000, 21,5% das crianças e jovem entre 7 a 14 anos não alfabetizados, e uma taxa de analfabetismo de 34,4% entre pessoas com mais de 25 anos, sendo que a média de anos de estudo no município era de 3,7.

A renda per capita média em Divina Pastora, em 2000, era de 0,5 salários mínimos, uma das mais baixas dentre os municípios da Bacia, e o percentual de incidência de pobreza era de apenas 62,4%, um dos mais elevados entre os municípios.

O produto interno bruto de Divina Pastora foi de R$ 118.493,23 em 2005, já o PIB per capita era de R$ 25.289. As principais atividades econômicas do município são a agricultura, pecuária e avicultura. A cana-de-açúcar destaca-se dentre os produtos agrícolas sendo seguido pela mandioca. Na mineração a produção de petróleo e gás gera grande receita para o município e têm-se ainda lavras de calcário e extração de potássio e sódio. O comércio é pequeno com algumas casas comerciais. Na indústria, têm-se fábricas de farinha de mandioca.

No período 1991-2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal(IDH-M) de Divina Pastora cresceu 16,34%, passando de 0,563 em 1991 para 0,655 em 2000. A dimensão que mais contribuiu para este crescimento foi a Educação, com 70,4%, seguida pela Longevidade, com 18,8% e pela Renda, com 10,8%.

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Neste período, o hiato de desenvolvimento humano (a distância entre o IDH do município e o limite máximo do IDH, ou seja, 1 - IDH) foi reduzido em 21,1%.

De acordo com dados do SNIS, em 2007, Divina Pastora possuía um índice de atendimento urbano com água de 90,57%, o esgotamento sanitário é efetuado por fossas sépticas e comuns, e o lixo é coletado e disposto em terreno baldio.

Feira Nova

Instalado em 1963, o município localiza-se na microrregião Sergipana do Sertão do São Francisco e mesorregião do Sertão Sergipano e tem uma área de 189,3 km². A cidade de Feira Nova, distante 104 quilômetros da capital, nasceu de uma feira de trocas de animais criada por comerciantes na década de 30.

Em 2000 a população total era de 5.068 habitantes, já em 2009, de acordo com estimativas do IBGE, será de 5875, representando um aumento relativamente pequeno de 807 habitantes, ou seja, cerca de 15% de acréscimo no período entre 2000 e 2009.

Em 2000, aproximadamente 30% dos habitantes tinha menos de 15 anos, e o razão de dependência era de 74%.

No período 1991-2000, a taxa de mortalidade infantil (até 01 ano) do município diminuiu 44,05%, passando de 70,42 (por mil nascidos vivos) em 1991 para 39,40 (por mil nascidos vivos) em 2000, e a esperança de vida ao nascer cresceu 7,49 anos, passando de 58,37 anos em 1991 para 65,86 anos em 2000.

Em relação aos indicadores educacionais, o município de Feira Nova, tinha, em 2000, 27,3% das crianças e jovem entre 7 a 14 anos não alfabetizados, e uma taxa de analfabetismo de 44,8% entre pessoas com mais de 25 anos, e sendo que a média de anos de estudo no município era de 2,9.

A renda per capita média em Feira Nova, em 2000, era de 0,5 salários mínimos, uma das mais baixas dentre os municípios da Bacia, e o percentual de incidência de pobreza era de apenas 62,3%, um dos mais elevados entre os municípios.

O produto interno bruto de Feira Nova foi de R$ 18.872,96 em 2005, já o PIB per capita era de R$ 3.632. A economia do município é baseada principalmente em serviços, agricultura (milho, feijão e abóbora). Na indústria possui uma fábrica de manteiga queijo e requeijão.

No período 1991-2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal(IDH-M) de Feira Nova cresceu 30,25%, passando de 0,476 em 1991 para 0,620 em 2000. A dimensão que mais contribuiu para este crescimento foi a Educação, com 63,1%, seguida pela Longevidade, com 29,0% e pela Renda, com 7,9%.

Neste período, o hiato de desenvolvimento humano (a distância entre o IDH do município e o limite máximo do IDH, ou seja, 1 - IDH) foi reduzido em 27,5%.

De acordo com dados do SNIS, em 2007, Feira Nova possuía um índice de atendimento urbano com água de 95,99%, o esgotamento sanitário é efetuado por fossas sépticas e comuns, e o lixo é coletado e disposto em terreno baldio.

Itabaiana

Distrito criado com a denominação de Itabaiana, em 1675 e elevado à condição de cidade com a denominação de Itabaiana, em 1.888, possuía em 2000 uma população 76.813, distribuídos entre 72,22% na área urbana e 27,78% na área rural. Em 2009, de acordo com estimativas do IBGE, a população total do município será de 86.564, representando cerca de 12% de acréscimo no período entre 2000 e 2009.

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Em 2000, aproximadamente 25 mil habitantes tinham menos de 15 anos, e o razão de dependência era de 61,1%.

No período 1991-2000, a taxa de mortalidade infantil (até 01 ano) do município diminuiu 26,77%, passando de 44,97 (por mil nascidos vivos) em 1991 para 32,93 (por mil nascidos vivos) em 2000, e a esperança de vida ao nascer cresceu 3,63 anos, passando de 64,27 anos em 1991 para 67,90 anos em 2000.

Em relação aos indicadores educacionais, o município de Itabaiana tinha, em 2000, 17,7% das crianças e jovem entre 7 a 14 anos não alfabetizados, e uma taxa de analfabetismo de 35,6% entre pessoas com mais de 25 anos, e sendo que a média de anos de estudo no município era de 3,5.

A renda per capita média em Itabaiana, em 2000, era de 0,9 salários mínimos. A pobreza (medida pela proporção de pessoas com renda domiciliar per capita inferior a ½ salário mínimo) diminuiu 4,43%, passando de 48,8% em 1991 para 46,6% em 2000. A desigualdade cresceu: o Índice de Gini passou de 0,50 em 1991 para 0,53 em 2000.

O produto interno bruto de Itabaiana foi de R$ 259.880,21 em 2005, já o PIB per capita era de R$ 4.910,00. Itabaiana tem como atividades predominantes o setor de serviços. Suas atividades diversificadas e a rota comercial fazem de Itabaiana a intermediaria do fluxo de sua produção entre Aracaju (capital do estado) e o sertão. A agricultura em Itabaiana intensificou-se a partir da década de 1980, através da implantação de perímetros irrigados como Jacarecica e Ribeira. Estes perímetros são cultivados por pequenos agricultores e neles são produzidos cereais, frutas e verduras que abastecem todo o Estado.

No período 1991-2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal(IDH-M) de Itabaiana cresceu 13,38%, passando de 0,598 em 1991 para 0,678 em 2000. A dimensão que mais contribuiu para este crescimento foi a Educação, com 67,5%, seguida pela Longevidade, com 25,0% e pela Renda, com 7,5%.

Em relação aos outros municípios do Brasil, Itabaiana apresenta uma situação intermediária: ocupa a 3325ª posição, sendo que 60,4% estão em situação melhor, já em relação aos outros municípios do Estado, Itabaiana ocupa a 5ª posição.

De acordo com dados do SNIS, em 2007, Itabaiana possuía um índice de atendimento urbano com água de 90,08%, o esgotamento sanitário é efetuado por fossas sépticas e comuns, e o lixo é coletado e disposto em terreno baldio.

Laranjeiras

O município de Laranjeiras, com área de 163,4 Km², está localizado na região leste do Estado de Sergipe, limitando-se ao norte com os municípios de Maruim e Riachuelo, ao sul com Nossa Senhora do Socorro, a oeste com Areia Branca e Itaporanga d`Ajuda e a leste com Santo Amaro das Brotas.

Segundo o IBGE, a população total do município no ano 2000 era de 23.560 habitantes, dos quais 11.963 estabelecidos na sede municipal. Em 2009, de acordo com estimativas do IBGE, a população total do município será de 24.714, representando cerca de 4% de acréscimo no período entre 2000 e 2009.

Em 2000, aproximadamente 8 mil habitantes tinham menos de 15 anos, e o razão de dependência era de 64,4%.

No período 1991-2000, a taxa de mortalidade infantil (até 01 ano) do município diminuiu 36,18%, passando de 79,57 (por mil nascidos vivos) em 1991 para 50,78 (por mil nascidos vivos) em 2000, e a esperança de vida ao nascer cresceu 6,07 anos, passando de 56,59 anos em 1991 para 62,66 anos em 2000.

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Em relação aos indicadores educacionais, o município de Laranjeiras, tinha, em 2000, 21% das crianças e jovem entre 7 a 14 anos não alfabetizados, e uma taxa de analfabetismo de 30,8% entre pessoas com mais de 25 anos, e sendo que a média de anos de estudo no município era de 4,4.

A renda per capita média em Laranjeiras, em 2000, era de 0,6 salários mínimos. A pobreza (medida pela proporção de pessoas com renda domiciliar per capita inferior a ½ salário mínimo) diminuiu 13,36%, passando de 76,1% em 1991 para 66,0% em 2000. A desigualdade diminuiu: o Índice de Gini passou de 0,54 em 1991 para 0,53 em 2000, porém o percentual de incidência de pobreza ainda é grande cerca de 61,56%

O produto interno bruto de Laranjeiras foi de R$ 520.863,99 em 2005, já o PIB per capita era de R$ 23.832,00. Laranjeiras têm como atividades predominantes o setor de serviços, indústria, agricultura, turismo, podendo ser a presença de indústrias petroquímicas e açucareiras.

Em 2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal de Laranjeiras é 0,642, um crescimento de 15,88%, se comparamos com o IDH de 1991 (0,554). A dimensão que mais contribuiu para este crescimento foi a Educação, com 51,5%, seguida pela Longevidade, com 38,6% e pela Renda, com 9,8%.

De acordo com dados do SNIS, em 2007, Laranjeiras possuía um índice de atendimento urbano com água de 65,8%, o esgotamento sanitário é efetuado por fossas sépticas e comuns, e o lixo é coletado e disposto em terreno baldio.

Malhador

O município de Malhador, com área 102,2 km², de está localizado na região central do Estado de Sergipe, limitando-se ao norte com o município de Moita Bonita, ao sul com Malhador, a oeste com Itabaiana e a leste com Riachuelo e Santa Rosa de Lima.

A população total em 2000 era de 11.427 habitantes, sendo 4.851 residentes na área urbana e 6.575 na zona rural, com densidade demográfica de 111,81hab/km². Em 2009, de acordo com estimativas do IBGE, a população total do município será de 12.124.

Em 2000, aproximadamente 4 mil habitantes tinham menos de 15 anos, e o razão de dependência era de 67,9%.

No período 1991-2000, a taxa de mortalidade infantil (até 01 ano) do município diminuiu 19,30%, passando de 71,07 (por mil nascidos vivos) em 1991 para 57,35 (por mil nascidos vivos) em 2000, e a esperança de vida ao nascer cresceu 2,76 anos, passando de 58,24 anos em 1991 para 61,00 anos em 2000.

Em relação aos indicadores educacionais, o município de Malhador, tinha, em 2000, 25,3% das crianças e jovem entre 7 a 14 anos não alfabetizados, e uma taxa de analfabetismo de 39,7% entre pessoas com mais de 25 anos, e sendo que a média de anos de estudo no município era de 3,2.

A renda per capita média no município de Malhador, em 2000, era de 0,6 salários mínimos. A pobreza (medida pela proporção de pessoas com renda domiciliar per capita inferior a ½ salário mínimo) diminuiu 4,56%, passando de 65,5% em 1991 para 62,5% em 2000. A desigualdade cresceu: o Índice de Gini passou de 0,43 em 1991 para 0,52 em 2000.

O produto interno bruto de Malhador foi de R$ 35.111,00 em 2005, já o PIB per capita era de R$ 2.827,00. Malhador têm como atividades predominantes o setor de serviços, agropecuária.

No período 1991-2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal(IDH-M) de Malhador cresceu 13,19%, passando de 0,546 em 1991 para 0,618 em 2000. A dimensão que mais contribuiu para este crescimento foi a Educação, com 67,3%, seguida pela Longevidade, com 21,2% e pela Renda, com 11,5%.

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De acordo com dados do SNIS, em 2007, Malhador possuía um índice de atendimento urbano com água de 89,42%, o esgotamento sanitário é efetuado por fossas sépticas e comuns, e o lixo é coletado e disposto em terreno baldio.

Maruim

O município de Maruim, com área de 95,2km, está localizado na região leste do Estado de Sergipe, limitando-se ao norte com o município de Rosário do Catete, ao sul com Laranjeiras, a oeste com Riachuelo e Divina Pastora e a leste com Santo Amaro das Brotas e Rosário do Catete.

Segundo o IBGE, a população total do município no ano 2000 era de 15.403 habitantes, dos quais 11.621 residentes na zona urbana e 3.728 na zona rural, apresentando uma densidade demográfica de 161,80 hab/km². Em 2009, de acordo com estimativas do IBGE, a população total do município será de 12.124.

Em 2000, aproximadamente 5 mil habitantes tinham menos de 15 anos, e o razão de dependência era de 65,1%.

No período 1991-2000, a taxa de mortalidade infantil (até 01 ano) do município diminuiu 36,45%, passando de 68,99 (por mil nascidos vivos) em 1991 para 43,84 (por mil nascidos vivos) em 2000, e a esperança de vida ao nascer cresceu 5,89 anos, passando de 58,67 anos em 1991 para 64,56 anos em 2000.

Em relação aos indicadores educacionais, o município de Maruim, tinha, em 2000, 18,4% das crianças e jovem entre 7 a 14 anos não alfabetizados, e uma taxa de analfabetismo de 29,4% entre pessoas com mais de 25 anos, e sendo que a média de anos de estudo no município era de 4,1.

A renda per capita média no município de Maruim, em 2000, era de 0,6 salários mínimos. A pobreza (medida pela proporção de pessoas com renda domiciliar per capita inferior a ½ salário mínimo) diminuiu 13,84%, passando de 70,9% em 1991 para 61,1% em 2000. A desigualdade diminuiu: o Índice de Gini passou de 0,54 em 1991 para 0,51 em 2000.

O produto interno bruto de Maruim foi de R$ 100.336,88 em 2005, já o PIB per capita era de R$ 5.539,00. O município de Maruim tem como atividades predominantes o setor de serviços e indústrias.

No período 1991-2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal(IDH-M) de Maruim cresceu 15,73%, passando de 0,572 em 1991 para 0,662 em 2000. A dimensão que mais contribuiu para este crescimento foi a Educação, com 46,3%, seguida pela Longevidade, com 36,6% e pela Renda, com 17,2%. Neste período, o hiato de desenvolvimento humano (a distância entre o IDH do município e o limite máximo do IDH, ou seja, 1 - IDH) foi reduzido em 21,0%.

De acordo com dados do SNIS, em 2007, Maruim, possuía um índice de atendimento urbano com água de 98,7%, o esgotamento sanitário é efetuado por fossas sépticas e comuns, e o lixo é coletado e disposto em terreno baldio.

Moita Bonita

O município de Moita Bonita, com área de 95,7km, está localizado na microrregião do Agreste de Itaibana e Agreste Sergipano. Segundo o IBGE, a população total do município no ano 2000 era de 10.758 habitantes, apresentando uma densidade demográfica de 112,5 hab/km². Em 2009, de acordo com estimativas do IBGE, a população total do município será de 11.269.

Em 2000, aproximadamente 3.400 habitantes tinham menos de 15 anos, e o razão de dependência era de 65,6%.

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No período 1991-2000, a taxa de mortalidade infantil do município diminuiu 48,83%, passando de 50,85 (por mil nascidos vivos) em 1991 para 26,02 (por mil nascidos vivos) em 2000, e a esperança de vida ao nascer cresceu 7,57 anos, passando de 62,76 anos em 1991 para 70,33 anos em 2000.

Em relação aos indicadores educacionais, o município de Moita Bonita tinha, em 2000, 17,3% das crianças e jovem entre 7 a 14 anos não alfabetizados, e uma taxa de analfabetismo de 39,6% entre pessoas com mais de 25 anos, e sendo que a média de anos de estudo no município era de 2,7.

A renda per capita média no município de Moita Bonita, em 2000, era de 0,6 salários mínimos. A pobreza (medida pela proporção de pessoas com renda domiciliar per capita inferior a ½ salário mínimo) diminuiu 10,84%, passando de 68,9% em 1991 para 61,5% em 2000. A desigualdade cresceu: o Índice de Gini passou de 0,45 em 1991 para 0,55 em 2000.

O produto interno bruto de Moita Bonita foi de R$ 35.182 mil em 2005, já o PIB per capita era de R$ 3.003,00. O município de Moita tem como atividades predominantes o setor de serviços e agropecuária.

No período 1991-2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal(IDH-M) de Moita Bonita cresceu 17,17%, passando de 0,565 em 1991 para 0,662 em 2000. A dimensão que mais contribuiu para este crescimento foi a Educação, com 44,3%, seguida pela Longevidade, com 43,3% e pela Renda, com 12,4%. Neste período, o hiato de desenvolvimento humano (a distância entre o IDH do município e o limite máximo do IDH, ou seja, 1 - IDH) foi reduzido em 22,3%.

De acordo com dados do SNIS, em 2007, Moita Bonita, possuía um índice de atendimento urbano com água de 97,35%, o esgotamento sanitário é efetuado por fossas sépticas e comuns, e o lixo é coletado e disposto em terreno baldio.

Nossa Senhora Aparecida

O município de Nossa Senhora Aparecida, criado em 1963, com a denominação de Cruz das Graças e sede no povoado Cruz do Cavalcante, foi desmembrado do município de Ribeirópolis. A instalação, entretanto, só ocorreu dois anos depois, com a posse do primeiro Prefeito e de cinco Vereadores.

O município de Nossa Senhora Aparecida, com área de 347,1 km², está localizado na microrregião do Carira e mesorregião do Agreste Sergipano. Segundo o IBGE, a população total do município no ano 2000 era de 8.279 habitantes, apresentando uma densidade demográfica de 23,9 hab/km². Em 2009, de acordo com estimativas do IBGE, a população total do município será de 8.813, ou seja, apresentará um resultado de crescimento populacional negativo.

Em 2000, aproximadamente 2.700 habitantes tinham menos de 15 anos, e o razão de dependência era de 65,3%.

No período 1991-2000, a taxa de mortalidade infantil (até 01 ano) do município diminuiu 13,80%, passando de 69,20 (por mil nascidos vivos) em 1991 para 59,65 (por mil nascidos vivos) em 2000, e a esperança de vida ao nascer cresceu 1,82 anos, passando de 58,62 anos em 1991 para 60,44 anos em 2000.

Em relação aos indicadores educacionais, o município de Nossa Senhora Aparecida tinha, em 2000, 89,4% das crianças e jovem entre 7 a 14 anos freqüentando a escola, e uma taxa de analfabetismo de 55,4% entre pessoas com mais de 25 anos, e sendo que a média de anos de estudo no município era de 2,1, uma das menores dentre os municípios da Bacia.

A renda per capita média no município de Nossa Senhora Aparecida, em 2000, era de 0,5 salários mínimos. A pobreza (medida pela proporção de pessoas com renda domiciliar per capita

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inferior a ½ salário mínimo) diminuiu 9,75%, passando de 76,3% em 1991 para 68,9% em 2000. A desigualdade cresceu: o Índice de Gini passou de 0,42 em 1991 para 0,55 em 2000.

O produto interno bruto de Nossa Senhora Aparecida foi de R$ 24.178 mil em 2005, já o PIB per capita era de R$ 2.989,00 O município de Nossa Senhora Aparecida tem como atividades predominantes o setor de serviços e agropecuária.

No período 1991-2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal(IDH-M) de Nossa Senhora Aparecida cresceu 22,73%, passando de 0,462 em 1991 para 0,567 em 2000. A dimensão que mais contribuiu para este crescimento foi a Educação, com 81,0%, seguida pela Longevidade, com 9,8% e pela Renda, com 9,2%. Neste período, o hiato de desenvolvimento humano (a distância entre o IDH do município e o limite máximo do IDH, ou seja, 1 - IDH) foi reduzido em 19,5%.

De acordo com dados do SNIS, em 2007, Nossa Senhora Aparecida, possuía um índice de atendimento urbano com água de 63,01%, o esgotamento sanitário é efetuado por fossas sépticas e comuns, e o lixo é coletado e disposto em terreno baldio.

Nossa Senhora das Dores

O município de Nossa Senhora das Dores, com área de 482,6 km², está localizado na microrregião de Nossa Senhora das Dores e mesorregião do Agreste Sergipano. Segundo o IBGE, a população total do município no ano 2000 era de 22.195 habitantes, apresentando uma densidade demográfica de 45,9 hab/km². Em 2009, de acordo com estimativas do IBGE, a população total do município será de 24.747.

Em 2000, aproximadamente 7 mil habitantes tinham menos de 15 anos, e o razão de dependência era de 68,1%.

No período 1991-2000, a taxa de mortalidade infantil (até 01 ano) do município diminuiu 24,54%, passando de 58,19 (por mil nascidos vivos) em 1991 para 43,91 (por mil nascidos vivos) em 2000, e a esperança de vida ao nascer cresceu 3,53 anos, passando de 61,01 anos em 1991 para 64,54 anos em 2000.

Em relação aos indicadores educacionais, o município de Nossa Senhora das Dores tinha, em 2000, 93,3% das crianças e jovem entre 7 a 14 anos freqüentando a escola, e uma taxa de analfabetismo de 39,6% entre pessoas com mais de 25 anos, e sendo que a média de anos de estudo no município era de 3,2.

A renda per capita média no município de Nossa Senhora das Dores, em 2000, era de 0,6 salários mínimos. A pobreza (medida pela proporção de pessoas com renda domiciliar per capita inferior a ½ salário mínimo) diminuiu 8,10%, passando de 72,1% em 1991 para 66,3% em 2000. A desigualdade cresceu: o Índice de Gini passou de 0,52 em 1991 para 0,59 em 2000.

O produto interno bruto de Nossa Senhora das Dores foi de R$ 77.086 mil em 2005, já o PIB per capita era de R$ 3.561,00 O município de Nossa Senhora Aparecida tem como atividades predominantes município é a pecuária, no entanto, a cidade se destaca como pólo do serviço e comércio da microrregião. E atualmente está desenvolvendo-se a atividade açucareira, com implantação de uma usina de beneficiamento desta matéria prima.

No período 1991-2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) de Nossa Senhora das Dores cresceu 17,53%, passando de 0,542 em 1991 para 0,637 em 2000. A dimensão que mais contribuiu para este crescimento foi a Educação, com 72,0%, seguida pela Longevidade, com 20,6% e pela Renda, com 7,3%.

De acordo com dados do SNIS, em 2007, Nossa Senhora das Dores, possuía um índice de atendimento urbano com água de 90,76%, o esgotamento sanitário é efetuado por fossas sépticas e comuns, e o lixo é coletado e disposto em terreno baldio.

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Nossa Senhora do Socorro

Fundado em 1868, o município de Nossa Senhora do Socorro tem área de 157,26 km². Está localizado na microrregião de Aracaju e mesorregião do Leste Sergipano. Segundo o IBGE, a população total do município no ano 2000 era de 131.659 habitantes, apresentando uma densidade demográfica alta de 831,1 hab/km². Em 2009, de acordo com estimativas do IBGE, a população total do município será de 155.334, o que representa um aumento de 17% no total de habitantes.

Esse acréscimo se deve principalmente ao fato do município se localizar próximo a capital e ser utilizado com cidade dormitório de muitos trabalhadores de Aracaju.

Em 2000, aproximadamente 47 mil habitantes tinham menos de 15 anos, e o razão de dependência era de 61,4%.

No período 1991-2000, a taxa de mortalidade infantil (até 01 ano) do município diminuiu 18,28%, passando de 44,97 (por mil nascidos vivos) em 1991 para 36,75 (por mil nascidos vivos) em 2000, e a esperança de vida ao nascer cresceu 2,40 anos, passando de 64,27 anos em 1991 para 66,67 anos em 2000.

Em relação aos indicadores educacionais, o município de Nossa Senhora do Socorro tinha, em 2000, 93,1% das crianças e jovem entre 7 a 14 anos freqüentando a escola, e uma taxa de analfabetismo de 16,3% entre pessoas com mais de 25 anos, e sendo que a média de anos de estudo no município era de 5,5.

A renda per capita média no município de Nossa Senhora do Socorro, em 2000, era de 0,8 salários mínimos. A pobreza (medida pela proporção de pessoas com renda domiciliar per capita inferior a ½ salário mínimo) diminuiu 25,31%, passando de 65,8% em 1991 para 49,1% em 2000. A desigualdade diminuiu: o Índice de Gini passou de 0,53 em 199 para 0,50 em 2000.

O produto interno bruto de Nossa Senhora do Socorro foi de R$1.024.504 mil em 2005, já o PIB per capita era de R$ 5.962,00 O município de Nossa Senhora do Socorro tem atividades econômicas diversificadas. No Distrito Industrial, estão concentradas indústrias de alimentos, malharias, artefatos de cimento, renovadoras de pneus, fábricas de velas, de leite de coco, gesso, entre outras. Merecem também destaque a pecuária como rebanhos de bovinos, eqüinos, ovinos e avicultura. Os produtos agrícolas, a exemplo do feijão, batata doce, cana-de-açúcar, mandioca e manga, completam a economia do município

No período 1991-2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) de Nossa Senhora do Socorro cresceu 10,65%, passando de 0,629 em 1991 para 0,696 em 2000. A dimensão que mais contribuiu para este crescimento foi a Educação, com 54,2%, seguida pela Renda, com 26,1% e pela Longevidade, com 19,7%.

De acordo com dados do SNIS, em 2007, Nossa Senhora do Socorro, possuía um índice de atendimento urbano com água de 82,5%, e o atendimento com esgotamento sanitário é parcial atingindo cerca de 29% dos domicílios urbanos, e 95% são atendidos com coleta de resíduos sólidos.

Riachuelo

O município de Riachuelo, com área de 78,6km², está localizado no centro-leste do Estado de Sergipe, limitando-se ao norte com os municípios de Divina Pastora e Santa Rosa de Lima, a oeste com Areia Branca e Riachuelo, ao sul com Laranjeiras e a leste com Maruim.

O município possui um monumento tombado pelo IPHAN desde 23 de março de 1943. Trata-se da capela de Nossa Senhora da Conceição do Antigo Engenho da Penha, localizado na zona rural. Não se sabe a data da construção do engenho e capela, mas se presume que nos últimos anos do século XVIII.

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A população em 2000 totalizava 8.337 habitantes, sendo 6.707 residentes na área urbana e 1.630 na zona rural, com uma densidade demográfica de 106,07 hab/km². Em 2009, de acordo com estimativas do IBGE, a população será de 9.466, o que representa um acréscimo de 13% na população.

Em 2000, aproximadamente 3 mil habitantes tinham menos de 15 anos, e o razão de dependência era de 67,3%.

No período 1991-2000, a taxa de mortalidade infantil (até 01 ano) do município diminuiu 28,38%, passando de 51,31 (por mil nascidos vivos) em 1991 para 36,75 (por mil nascidos vivos) em 2000, e a esperança de vida ao nascer cresceu 4,02 anos, passando de 62,65 anos em 1991 para 66,67 anos em 2000.

Em relação aos indicadores educacionais, o município de Riachuelo tinha, em 2000, 94,2% das crianças e jovem entre 7 a 14 anos freqüentando a escola, e uma taxa de analfabetismo de 29% entre pessoas com mais de 25 anos, e sendo que a média de anos de estudo no município era de 4,2.

A renda per capita média no município de Riachuelo, em 2000, era de 0,6 salários mínimos. A pobreza (medida pela proporção de pessoas com renda domiciliar per capita inferior a ½ salário mínimo) diminuiu 5,08%, passando de 70,0% em 1991 para 66,5% em 2000. A desigualdade diminuiu: o Índice de Gini passou de 0,53 em 1991 para 0,53 em 2000.

O produto interno bruto de Riachuelo foi de R$69.762 mil em 2005, já o PIB per capita era de R$7.902,00. O município de Riachuelo tem como principais atividades econômicas as produções de cana-de-açúcar, laranja, coco-da-baía e a fabricação de farinha de mandioca, além da exploração da indústria têxtil recentemente instalada no município.

No período 1991-2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) de Riachuelo cresceu 17,72%, passando de 0,570 em 1991 para 0,671 em 2000. A dimensão que mais contribuiu para este crescimento foi a Educação, com 71,1%, seguida pela Longevidade, com 22,4% e pela Renda, com 6,6%.

O abastecimento de água é de responsabilidade da Companhia de Saneamento de Sergipe – DESO e atende a 91,3% dos domicílios urbanos. As comunidades rurais são abastecidas por poços artesianos, sendo a prefeitura, DNOCS e COHIDRO as entidades mantenedoras dos serviços. A sede possui esgotamento sanitário baseado em fossas sépticas e comuns. Os resíduos urbanos coletados são transportados em caçambas acionada por trator e depositado em lixões.

Ribeirópolis

O município de Ribeirópolis, com área de 263 km², está localizado na microrregião Carira e mesorregião Sertão Sergipano. A população em 2000 totalizava 15.439 habitantes, com uma densidade demográfica de 58,07 hab/km². Em 2009, de acordo com estimativas do IBGE, a população será de 16.194.

Em 2000, aproximadamente 5 mil habitantes tinham menos de 15 anos, e o razão de dependência era de 65,1%.

No período 1991-2000, a taxa de mortalidade infantil (até 01 ano) do município diminuiu 12,61%, passando de 47,88 (por mil nascidos vivos) em 1991 para 41,84 (por mil nascidos vivos) em 2000, e a esperança de vida ao nascer cresceu 1,63 anos, passando de 63,51 anos em 1991 para 65,14 anos em 2000.

Em relação aos indicadores educacionais, o município de Ribeirópolis tinha, em 2000, 93,3% das crianças e jovem entre 7 a 14 anos freqüentando a escola, e uma taxa de analfabetismo de 39,8% entre pessoas com mais de 25 anos, e sendo que a média de anos de estudo no município era de 3,1.

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A renda per capita média no município de Riachuelo, em 2000, era de 0,8 salários mínimos. A pobreza (medida pela proporção de pessoas com renda domiciliar per capita inferior a ½ salário mínimo) diminuiu 16,02%, passando de 68,9% em 1991 para 57,8% em 2000. A desigualdade cresceu: o Índice de Gini passou de 0,51 em 1991 para 0,57 em 2000.

O produto interno bruto de Ribeirópolis, foi de R$73.946 mil em 2005, já o PIB per capita era de R$4.531,00. O município de Ribeirópolis tem como principais atividades econômicas os serviços e indústrias.

No período 1991-2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) de Ribeirópolis cresceu 15,49%, passando de 0,568 em 1991 para 0,656 em 2000. A dimensão que mais contribuiu para este crescimento foi a Educação, com 68,7%, seguida pela Renda, com 21,0% e pela Longevidade, com 10,3%.

De acordo com dados do SNIS, em 2007, Ribeirópolis, possuía um índice de atendimento urbano com água de 93,08%, o esgotamento sanitário é efetuado por fossas sépticas e comuns, e o lixo é coletado e disposto em terreno baldio.

Santa Rosa de Lima

O município de Santa Rosa de Lima, com área de 66,2 km², está localizado na microrregião Contiguiba e mesorregião Leste Sergipano. A população em 2000 totalizava 3.595 habitantes, com uma densidade demográfica de 66,2 hab/km². Em 2009, de acordo com estimativas do IBGE, a população será de 3.996.

Em 2000, aproximadamente 1,2 mil habitantes tinham menos de 15 anos, e o razão de dependência era de 71,4%.

No período 1991-2000, a taxa de mortalidade infantil (até 01 ano) do município diminuiu 22,16%, passando de 55,68 (por mil nascidos vivos) em 1991 para 43,34 (por mil nascidos vivos) em 2000, e a esperança de vida ao nascer cresceu 3,11 anos, passando de 61,59 anos em 1991 para 64,70 anos em 2000.

Em relação aos indicadores educacionais, o município de Santa Rosa de Lima tinha, em 2000, 96,4% das crianças e jovem entre 7 a 14 anos freqüentando a escola, e uma taxa de analfabetismo de 42,8% entre pessoas com mais de 25 anos, e sendo que a média de anos de estudo no município era de 3,1.

A renda per capita média no município de Riachuelo, em 2000, era de 0,5 salários mínimos. A pobreza (medida pela proporção de pessoas com renda domiciliar per capita inferior a ½ salário mínimo) diminuiu 14,22%, passando de 84,0% em 1991 para 72,1% em 2000. A desigualdade diminuiu: o Índice de Gini passou de 0,52 em 1991 para 0,51 em 2000.

O produto interno bruto de Santa Rosa de Lima foi de R$ 13.388 mil em 2005, já o PIB per capita era de R$ 3.580. O município de tem Santa Rosa de Lima como principais atividades econômicas os serviços e agropecuária.

No período 1991-2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) de Santa Rosa de Lima cresceu 18,05%, passando de 0,532 em 1991 para 0,628 em 2000. A dimensão que mais contribuiu para este crescimento foi a Educação, com 65,1%, seguida pela Longevidade, com 18,0% e pela Renda, com 17,0%.

De acordo com dados do SNIS, em 2007, Santa Rosa de Lima, possuía um índice de atendimento urbano com água de 94,43%, o esgotamento sanitário é efetuado por fossas sépticas e comuns, e o lixo é coletado e disposto em terreno baldio.

Santo Amaro das Brotas

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O município está localizado no setor leste do estado de Sergipe, limitando-se a norte com os municípios de Rosário do Catete, General Maynard, Carmópolis e Pirambu, ao sul com Nossa Senhora do Socorro e Aracaju, a oeste com Maruim e Laranjeiras e a leste com Barra dos Coqueiros. A área municipal ocupa 237,9km2.

A população total do município em 2000 era de 10.679 habitantes, sendo 8.090 residentes na zona urbana e 2.589 na zona rural, com uma densidade demográfica de 44,89 hab./km2. Em 2009, de acordo com estimativas do IBGE, o município contará com 12.140 habitantes.

Em 2000, aproximadamente 3.600 habitantes tinham menos de 15 anos, e o razão de dependência era de 65,2%.

No período 1991-2000, a taxa de mortalidade infantil (até 01 ano) do município diminuiu 18,65%, passando de 51,31 (por mil nascidos vivos) em 1991 para 41,74 (por mil nascidos vivos) em 2000, e a esperança de vida ao nascer cresceu 2,51 anos, passando de 62,65 anos em 1991 para 65,16 anos em 2000.

Em relação aos indicadores educacionais, o município de Santa Amaro das Botas tinha, em 2000, 94,5% das crianças e jovem entre 7 a 14 anos freqüentando a escola, e uma taxa de analfabetismo de 34,5% entre pessoas com mais de 25 anos, e sendo que a média de anos de estudo no município era de 3,8.

A renda per capita média no município de Riachuelo, em 2000, era de 0,6 salários mínimos. A pobreza (medida pela proporção de pessoas com renda domiciliar per capita inferior a ½ salário mínimo) diminuiu 16,61%, passando de 80,1% em 1991 para 66,8% em 2000. A desigualdade cresceu: o Índice de Gini passou de 0,52 em 1991 para 0,56 em 2000.

O produto interno bruto de Santa Amaro das Botas foi de R$35.585 mil em 2005, já o PIB per capita era de R$ 3.513. O município de tem Santa Amaro das Botas como principais atividades econômicas os serviços, agropecuária e turismo.

No período 1991-2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) de Santo Amaro das Brotas cresceu 16,13%, passando de 0,564 em 1991 para 0,655 em 2000.

Em relação aos outros municípios do Brasil, Santo Amaro das Brotas apresenta uma situação ruim, ocupa a 3675ª posição, sendo 66,7% estão em situação, já em relação aos outros municípios do Estado, Santo Amaro das Brotas ocupa a 16ª posição

O abastecimento de água da sede é de responsabilidade da Companhia de Saneamento de Sergipe - DESO, que atende 82,65% dos domicílios urbanos com captações em nascentes e poços tubulares. O esgotamento sanitário é efetuado através fossas sépticas e comuns, enquanto o lixo urbano coletado é transportado em caminhão e depositado em terreno baldio ou queimado.

São Cristovão

O município de São Cristovão, com área de 432,4 km², está localizado na microrregião Aracaju e mesorregião Leste Sergipano. Cidade tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional desde 23 de janeiro de 1967, tendo sido inscrita no livro de tombo arqueológico, etnográfico e paisagístico.

A população em 2000 totalizava 64.647 habitantes, com uma densidade demográfica de 149,2 hab/km². Em 2009, de acordo com estimativas do IBGE, a população será de 75.104, o que representa um acréscimo de 12% na população nesse período.

Em 2000, aproximadamente 22 mil habitantes tinham menos de 15 anos, e o razão de dependência era de 61,4%.

No período 1991-2000, a taxa de mortalidade infantil do município diminuiu 18,46%, passando de 45,07 (por mil nascidos vivos) em 1991 para 36,75 (por mil nascidos vivos) em 2000, e a

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esperança de vida ao nascer cresceu 2,43 anos, passando de 64,24 anos em 1991 para 66,67 anos em 2000.

Em relação aos indicadores educacionais, o município de São Cristovão tinha, em 2000, 91,7% das crianças e jovem entre 7 a 14 anos freqüentando a escola, e uma taxa de analfabetismo de 21,5% entre pessoas com mais de 25 anos, e sendo que a média de anos de estudo no município era de 5,2.

A renda per capita média no município de São Cristovão em 2000 era de 0,8 salários mínimos. A pobreza (medida pela proporção de pessoas com renda domiciliar per capita inferior a ½ salário mínimo) diminuiu 21,50%, passando de 62,2% em 1991 para 48,9% em 2000. A desigualdade diminuiu: o Índice de Gini passou de 0,54 em 1991 para 0,54 em 2000.

O produto interno bruto de São Cristovão foi de R$271.268 mil em 2005, já o PIB per capita era de R$3.600. O município de São Cristovão tem como principais atividades econômicas a agricultura (cana-de-açúcar), a indústria da pesca (peixes, mariscos e camarão), pecuária (bovinos) e turismo (cultural).

No período 1991-2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) de São Cristóvão cresceu 11,29%, passando de 0,629 em 1991 para 0,700 em 2000. A dimensão que mais contribuiu para este crescimento foi a Educação, com 50,7%, seguida pela Renda, com 30,2% e pela Longevidade, com 19,1%.

De acordo com dados do SNIS, em 2007, São Cristovão, possuía um índice de atendimento urbano com água de 63,13%, um atendimento parcial com esgotamento sanitário de 20,66%, e 100% dos domicílios urbanos é atendido com coleta de resíduos sólidos.

São Miguel do Aleixo

O município de São Miguel do Aleixo está localizado na região central do Estado de Sergipe, limitando-se ao norte com os municípios de Feira Nova e N. Sra. da Glória, à oeste com N. Sra. Aparecida, ao sul com Ribeirópolis e ao leste com N. Sra. das Dores. A área municipal ocupa 143,3km².

A população total em 2000 era de 3.447 habitantes, sendo 1.479 residentes na zona urbana e 1.968 na zona rural, com uma densidade demográfica de 24,01 hab/km2. Em 2009, de acordo com estimativas do IBGE, o município contará com uma população de 3.813.

Em 2000, aproximadamente 1,2 mil habitantes tinham menos de 15 anos, e o razão de dependência era de 72,5%.

No período 1991-2000, a taxa de mortalidade infantil (até 01 ano) do município diminuiu 11,53%, passando de 49,63 (por mil nascidos vivos) em 1991 para 43,91 (por mil nascidos vivos) em 2000, e a esperança de vida ao nascer cresceu 1,48 anos, passando de 63,06 anos em 1991 para 64,54 anos em 2000.

Em relação aos indicadores educacionais, o município de São Miguel do Aleixo tinha, em 2000, 94,3% das crianças e jovem entre 7 a 14 anos freqüentando a escola, e uma taxa de analfabetismo de 48,9% entre pessoas com mais de 25 anos, e sendo que a média de anos de estudo no município era de 2,3.

A renda per capita média no município de São Miguel do Aleixo, em 2000, era de 0,5 salários mínimos. A pobreza (medida pela proporção de pessoas com renda domiciliar per capita inferior a ½ salário mínimo) diminuiu 12,58%, passando de 84,9% em 1991 para 74,2% em 2000. A desigualdade cresceu: o Índice de Gini passou de 0,49 em 1991 para 0,55 em 2000.

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O produto interno bruto de São Miguel do Aleixo foi de R$12.435 mil em 2005, já o PIB per capita era de R$3.388. O município de São Miguel do Aleixo tem como principais atividades econômicas a agropecuária e os serviços.

No período 1991-2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) de São Miguel do Aleixo cresceu 28,00%, passando de 0,475 em 1991 para 0,608 em 2000. A dimensão que mais contribuiu para este crescimento foi a Educação, com 82,8%, seguida pela Renda, com 11,0% e pela Longevidade, com 6,3%.

De acordo com dados do SNIS, em 2007, São Miguel do Aleixo, possuía um índice de atendimento urbano com água de 90,16%, o esgotamento sanitário é efetuado através fossas sépticas e comuns, enquanto o lixo urbano coletado é transportado em carroças e depositado em lixões do município.

4.3.2 Sistemas de Saneamento Básico

A bacia hidrográfica do rio Sergipe contempla 26 municípios, oito municípios integralmente e dezoito parcialmente, como pode ser visualizado na Figura 01. Dos municípios inseridos parcialmente, sete municípios não possuem a sede municipal inserida na bacia, esses municípios não serão objeto de intervenções do Programa Águas de Sergipe, a saber: Carira, Frei Paulo, Graccho Cardoso, Itaporanga d`Ajuda, Nossa Senhora da Glória, Rosário do Catete e Siriri.

As informações apresentadas na Tabela 4.13 referem-se aos municípios com sede na bacia do rio Sergipe. Atualmente, dos municípios da Bacia, apenas Aracajú, São Cristóvão e Nossa Senhora do Socorro possuem rede parcial de esgotamento sanitário, como pode ser visto na Tabela 4.13, segundo os dados do SNIS 2007.

Grande parte do esgoto doméstico produzido na Região Metropolitana de Aracaju e toda a carga produzida nos demais municípios inseridos na bacia do Rio Sergipe não têm uma destinação final adequada, contribuindo direta ou indiretamente para a degradação da qualidade da água do rio.

Da análise da Tabela, chama a atenção o baixo nível de atendimento em abastecimento de água em três municípios: Laranjeiras, Nossa Senhora Aparecida e São Cristóvão, sobretudo em São Cristóvão e Laranjeiras em função da população desses municípios. Ressalta-se, que apesar da previsão de investimentos em esgotamento sanitário em Laranjeiras e N. Senhora Aparecida, não estão previstas intervenções em abastecimento de água pelo Programa Águas de Sergipe.

Outra informação relevante que é mostrada na Tabela é o elevado nível de hidrometração em todos os municípios. Por outro lado, verifica-se em geral um baixo nível de macromedição, inclusive na RM de Aracajú, as únicas exceções são Itabaiana e Areia Branca.

Os índices de perdas de faturamento e distribuição estão na faixa de 40% e 50%, respectivamente.

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Tabela 4.13: Indicadores de Saneamento dos Municípios com sede na bacia do rio Sergipe

Nº MUNICÍPIOS Índice de

Atend. Urbano de Água

Índice de Atend.

Urbano de Esgoto

Índice de Hidrom.

Indice de Macromed.

Índice de Perdas de Faturame

nto

Índice de Perdas na Distrib.

1 Aracaju 98,37% 33,71% 98,59% 5,89% 40,94% 46,53% 2 Areia Branca 97,00% 0,00% 99,92% 84,06% 1,97% 18,56%

3 Barra dos Coqueiros 98,71% 0,00% 97,51% 0,00% 44,24% 53,16% 4 Divina Pastora 90,57% 0,00% 100,00% 0,00% 7,76% 24,14%

5 Feira Nova 95,99% 0,00% 96,42% 0,00% 39,89% 53,37%

6 Itabaiana 90,08% 0,00% 99,15% 100,00% 42,05% 50,85% 7 Laranjeiras 65,88% 0,00% 97,34% 0,00% 30,61% 41,04%

8 Malhador 89,42% 0,00% 99,77% 0,00% 21,25% 35,79%

9 Maruim 98,73% 0,00% 95,49% 0,00% 42,86% 51,09%

10 Moita Bonita 97,35% 0,00% 98,74% 0,00% 37,50% 50,75%

11 Nossa Senhora Aparecida

63,01% 0,00% 98,73% 0,00% 55,10% 65,31%

12 N S das Dores 90,76% 0,00% 97,84% 0,00% 35,43% 48,51%

13 N S do Socorro 82,50% 29,22% 99,38% 0,00% 50,06% 56,69%

14 Riachuelo 91,93% 0,00% 99,58% 0,00% 38,54% 49,46%

15 Ribeirópolis 93,08% 0,00% 99,61% 0,00% 33,73% 46,27% 16 Santa Rosa Lima 94,43% 0,00% 100,00% 0,00% 25,00% 39,02%

17 Santo Amaro das Brotas 82,65% 0,00% 97,46% 0,00% 31,46% 43,17%

18 São Cristovão 63,13% 20,66% 99,99% 0,00% 41,77% 50,59%

19 São Miguel do Aleixo 90,16% 0,00% 99,51% 0,00% 54,10% 64,48%

REGIÃO METROPOLITANA

92,21% 30,96% 98,80% 4,74% 42,29% 48,21%

No âmbito do Programa Águas de Sergipe, estão previstos investimentos vultosos em saneamento elencados no Componente 3 com montante de aproximadamente 170,35 milhões de reais. À título de contrapartida, está sendo executada com recursos do PAC, a ampliação de rede coletora de Aracajú, e implantação do sistema de esgotamento sanitário de Barra dos Coqueiros. A futura ampliação de duas estações de tratamento de esgotos em Aracaju, também, compõem a contrapartida, cujos recursos estão na ordem de R$ 104 milhões de reais.

Com vistas à melhorar a qualidade da água dos rios pertencentes à bacia do rio Sergipe, estão previstos investimentos de 103.93 milhões de reais provenientes do Banco Mundial para

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implantação de sistemas de coleta e tratamento de esgotos domésticos, nos municípios de Ribeirópolis, Nossa Senhora das Dores e Itabaiana.

4.3.3 Resíduos Sólidos

De acordo com informações constantes do Plano de Regionalização da Gestão de Resíduos Sólidos no Estado de Sergipe, em fase final de elaboração, a produção atual de resíduos sólidos pelos municípios da bacia do rio Sergipe constam da tabela 4.14 a seguir:

Municípios Com Sede na Bacia População Produção de Lixo Urbano

1 Aracaju 520.303 546.318,15 2 Areia Branca 11.970 7.182,00 3 Barra dos Coqueiros 16.135 9.681,00 4 Divina Pastora 2.059 1.029,50 5 Feira Nova 3.680 1.840,00 6 Itabaiana 62.777 43.943,90 7 Laranjeiras 21.870 13.122,00 8 Malhador 5.341 2.670,50 9 Maruim 11.214 6.728,40 10 Moita Bonita 4.256 2.128,00 11 Nossa Senhora Aparecida 3.085 1.542,50 12 N S das Dores 15.287 9.172,20 13 N S Do Socorro 145.001 108.750,75 14 Riachuelo 10.650 6.390,00 15 Ribeirópolis 10.650 6.390,00 16 Santa Rosa Lima 2.155 1.077,50 17 Santo amaro das Brotas 8.699 4.349,50 18 São Cristóvão 65.348 45.743,60

O Diagnóstico da Situação Atual dos Resíduos Sólidos em SE, elaborado em 1982, já apresentava as seguintes questões:

��Em todo o Estado de Sergipe, o lançamento do lixo se dá a céu aberto, no perímetro urbano, nas proximidades da entrada das cidades, em terrenos de forte declive e às margens das rodovias federal e estadual;

��O descarte em terrenos acidentados e servindo como aterro de depressões está associados à retirada de areia para construção;

��Quando não há coleta, o lixo nas residências é queimado ou enterrado;

��A simples descarga do lixo no solo tanto em propriedades particulares como em terrenos baldios causa mal estar às populações vizinhas do vazadouro.

Após mais de vinte e seis anos desse diagnóstico, a situação mudou em alguns aspectos, seja pelo maior número do contingente populacional urbano, pelo aumento da geração dos RS ou mesmo pelo crescimento do número de catadores.

Parte dos lixões está localizada em áreas de preservação permanente e em áreas suspeitas de contaminar os aquíferos com o chorume. A tabela 4.15 a seguir apresenta a situação dos lixões dos municípios com sede na bacia, de acordo com a ADEMA.

4.3.4 Síntese das condições sociais

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A análise das principais características sócio-econômicas dos municípios da Bacia do rio Sergipe e u dos indicadores sociais dos dezenove municípios com sede localizadas na bacia, permite considerar que:

�� A bacia do rio Sergipe concentra expressiva população do Estado, equivalente a mais de 50% da população do Estado;

�� A maioria expressiva dessa população (86,8%) reside em áreas urbanas, enquanto que apenas 13,2% permanecem na zona rural

�� O percentual de incidência de pobreza varia entre 27,5% e 63,98% sendo a média de 53,58%, ou seja, mais da metade da população da bacia é considerada pobre.

�� A renda média per capita, em 2000, nesses municípios não passou de 0,7 salários mínimos, sendo que cerca de 12% da população não dispõe de rendimento mensal.

�� O IDH médio entre municípios da bacia foi 0,65, considerado como médio, podendo ser destacado os municípios de Aracaju com o melhor resultado, 0,79, e o município de Nossa Senhora Aparecida, com o IDM-M de 0,56, o pior resultado

�� A taxa média de mortalidade na infância (até os cinco anos) entre os municípios é considerada alta, cerca de 81,96 para cada mil, se comparado a média do estado de 72,66 e a do Brasil, de 39,32.

�� As cidades da bacia apresentam déficits significativos nos serviços de saneamento, não possuindo praticamente sistemas de coleta e tratamento de esgotos.

�� Estas cidades apresentam, sistemas de tratamento e destino final de seus resíduos sólidos em condições completamente inadequadas – lixões a céu aberto.

�� A cidade de Itabaiana, terceira maior cidade da bacia, apresenta uma conjugação de fatores negativos com a ausência de sistema de esgotamento sanitário, problemas de inundação de áreas urbanas decorrentes da inadequação de seu sistema de drenagem e um expressivo lixão, destino final dos resíduos sólidos da cidade.

�� Há demandas significativas para melhoria das condições de salubridade ambiental para populações de baixa renda, conseqüentemente reduzindo a vulnerabilidade social desses contingentes.

.

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Tabela 4.15 Situação dos Lixões nas cidades da Bacia do rio Sergipe Municípios Com Sede na Bacia

População Produção de Lixo Urbano

Falta de Vigilância

Queimada Lixo

Disposição Aleatória dos RS

Dispersão de Resíduos de Baixa Densidade

Ausência de Drenagem para

águas Superficiais Aracaju 520.303 546.318,15 X

Areia Branca 11.970 7.182,00 Barra dos Coqueiros

16.135 9.681,00

Divina Pastora 2.059 1.029,50 X X X X X Feira Nova 3.680 1.840,00

Itabaina 62.777 43.943,90 X Laranjeiras 21.870 13.122,00 Malhador 5.341 2.670,50 X Maruim 11.214 6.728,40 X X X X X

Moita Bonita 4.256 2.128,00 X X X X X Nossa Senhora

Aparecida 3.085 1.542,50 X X X X X

N S das Dores 15.287 9.172,20 X X N S Do Socorro 145.001 108.750,75

Riachuelo 10.650 6.390,00 Ribeirópolis 10.650 6.390,00 X X X X X

Santa Rosa Lima 2.155 1.077,50 X X X Santo amaro das

Brotas 8.699 4.349,50 X X X X X

São Cristóvão 65.348 45.743,60 X X X São Miguel do

Aleixo X X X X

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Municípios Com Sede na Bacia

Ausência de sistema de Coleta e Tratamento de águas Percoladas

Presença de Líquidos

Percolados

Ausência de

Cobertura Resíduos

Recobrimento Precário

Falta de Isolamento

da Área

Precariedade do

Sistema de Isolamento

Presença de catadores

Presença de Animais de e de

Carcaças

Aracaju X X Areia Branca

Barra dos Coqueiros Divina Pastora X X X

Feira Nova Itabaiana X

Laranjeiras Malhador X X X X Maruim X X x X

Moita Bonita X X X Nossa Senhora

Aparecida X X X

N S das Dores X N S Do Socorro

Riachuelo Ribeirópolis X X X

Santa Rosa Lima X X x x Santo amaro das

Brotas X X X X

São Cristóvão X x X X São Miguel do

Aleixo X X X

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4.3.6 Síntese das principais questões ambientais da Bacia do rio Sergipe

As principais questões ambientais da bacia do rio Sergipe, podem ser sintetizadas da forma a seguir apresentada.

a. Quadro crescente de degradação dos recursos hídricos em função da carência de sistemas de coleta e tratamento de esgotos nas sedes municipais

As sedes municipais da bacia, com exceção de parte da cidade de Aracaju, não possuem sistemas de coleta e tratamento de esgotos e lançam seus efluentes in natura, direta ou indiretamente, nos cursos d’água da bacia.

Como conseqüência, verifica-se um quadro crescente de degradação da qualidade das águas desses cursos d’água e da região estuarina.

Apesar de não haver um monitoramento sistemático de qualidade das águas dos cursos d’água, as campanhas realizadas pela ADEMA e outros estudos da Universidade apresentam resultados que mostram, em trechos destes cursos, o seu comprometimento em relação a parâmetros como coliformes termotolerantes, oxigênio dissolvido, DBO e nitrogênio total, nitrato, nitrito e amônia, nos pontos de coleta próximos ou a jusante das sedes municipais.

b. Baixos níveis de eficiência no uso da água para irrigação e inadequação ambiental dos perímetros e reservatórios existentes

Os perímetros irrigados localizados no trecho médio do rio Sergipe apresentam alta ineficiência no uso da água decorrentes tanto das dificuldades operacionais dos reservatórios (fontes de abastecimento dos perímetros) quanto das tecnologias de irrigação atualmente utilizadas.

Os perímetros apresentam diversas inadequações ambientais em função da ocupação parcial com culturas das áreas de reserva legal (áreas de proteção florestal) e das áreas de preservação permanente – APPs. Os perímetros foram implantados antes da legislação de licenciamento ambiental no Brasil, e até o momento não regularizaram a situação ambiental, obtendo licenciamento de operação.

Os reservatórios (barragens de acumulação) além das questões operacionais possuem uso e ocupações indevidas nas faixas de preservação e não possuem licença ambiental e outorga de direito de uso da água. .

c. Práticas inadequadas de uso do solo na agropecuária e redução significativa das áreas de vegetação nativa (florestas e matas secundárias).

Conforme se verifica no Mapa de Uso do Solo (Figura 4.9) há ocupação predominante das pastagens, com 46% da área da bacia evidenciando uma pecuária extensiva e predatória como atividade econômica responsável por desmatamentos indiscriminados na região. Cerca de 18,5% das terras estão destinadas aos cultivos, principalmente, de cana-de-açúcar e mandioca, sendo fator de grande contribuição para o assoreamento dos rios e para a redução da capacidade de retenção da água nos períodos chuvosos.

Adicionalmente se constata, o baixo nível de adoção de práticas de conservação e de manejo de água e solo.

Esta situação se mostra mais evidente na sub-bacia do rio Jacarecica, onde se verificam a intensificação de processos erosivos, aumento da ocorrência de inundações; rebaixamento ou esgotamento de aquíferos; redução de vazões de surgências (nascentes), etc. As principais conseqüências são a elevação de graus de degradação de ecossistemas, redução de potencialidades para atividades agrosilvipastoris, baixa disponibilidade hídrica para usos múltiplos, intensificação de conflitos pelo uso da água.

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Na bacia atualmente as áreas com mata pouco densa representam 22,6% do total e se verificam somente poucas manchas, dispersas no território, de áreas de florestas ainda preservadas.

d. Disposição inadequada de resíduos sólidos municipais em diversos “lixões”

Não há, em todas as cidades, disposição adequada de resíduos sólidos. Atualmente, estes resíduos são dispostos em lixões, muitos dos quais sem qualquer recobrimento, e com participação de catadores. Esta situação traz conseqüências à saúde pública, comprometimentos de lençol subterrâneo, águas superficiais, etc.

e. Carência na gestão ambiental e de recursos hídricos

A análise institucional das entidades gestoras de meio ambiente e recursos hídricos, a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SEMARH e a ADEMA – Administração Estadual de Meio Ambiente apresentam a seguinte situação:

• Deficiência das condições de infraestrutura física e operacional da SEMARH e ADEMA; • Inexistência de autarquia (Agência de Águas) para a gestão de recursos hídricos; • Instrumentos de gestão ambiental e de recursos hídricos sem a adequada implantação,

entre os quais: (i) o enquadramento dos cursos d’água, (ii) monitoramento sistemático das condições de qualidade da água; (iii) outorga e cobrança do uso dos recursos hídricos; (iv) zoneamento ecológico-econômico,etc.

• Ausência de um programa de capacitação continuada para o corpo técnico da SEMARH e ADEMA;

• Falta de integração entre a gestão ambiental e de recursos hídricos; • Usos de diversos recursos naturais ainda não regulamentados; • Fragilidade na estrutura organizacional e operacional do Comitê de Bacia Hidrográfica

do rio Sergipe; • Inexistência de programas e ações continuadas voltadas à comunicação social e educação

sócio-ambiental.

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5. ESTRATÉGIA AMBIENTAL DE ATUAÇÃO DO PROGRAMA O Programa Águas de Sergipe tem entre seus objetivos a reversão do quadro de degradação ambiental e dos recursos hídricos da bacia do rio Sergipe. As ações do programa, ao passo que buscam melhorar as condições de vida da população ampliando a capacidade de sua infraestrutura econômica e urbana, buscam também sintonia com o aproveitamento sustentável de seus recursos naturais.

A tabela a seguir apresenta a correlação entre os problemas ambientais verificados na Bacia e as principais ações do Programa Águas de Sergipe para enfrentar e reverter o quadro de degradação ambiental constatado.

Tabela 5.1 Principais Questões Ambientais x Principais Ações do Programa

PRINCIPAIS QUESTÕES (PASSIVOS) AMBIENTAIS DA BACIA

PRINCIPAIS AÇÕES DO PROGRAMA

Componentes

Quadro crescente de degradação dos recursos hídricos em função da carência de sistemas de coleta e tratamento de esgotos nas sedes municipais

Implantação de sistemas de esgotamento sanitário nas principais sedes municipais da bacia (componente 3)

Melhorias estruturais e de eficiência operacional da infraestrutura de saneamento (componente 1)

Baixos níveis de eficiência no uso da água para irrigação e inadequação ambiental dos perímetros e reservatórios existentes, especialmente das barragens/reservatórios e perímetros irrigados de Ribeira, Jacarecica I e Jacarecica II,

Regularização ambiental das barragens/reservatórios e dos Perímetros Irrigados. Recuperação de áreas de reserva legal e áreas de preservação permanente, Regularização do licenciamento ambiental e outorga. (Componente 2).

Modernização da Infraestrutura Hídrica na Bacia do rio Sergipe com ênfase nas barragens contemplando ações de segurança de barragens, batimetria, melhoria operacional e modelos de operação de reservatórios. (Componente 2)

Modernização e recuperação de perímetros irrigados, especialmente os perímetros de Poção da Ribeira e Jacarecica I com estudos de viabilidade e de regularização ambiental, modelagem técnica e modernização com implantação da irrigação localizada,além de apoio à irrigação de pequeno porte (familiar). Serão feitos apenas estudos de modernização e adequação ambiental e social para o perímetro de Jacarecica II (Componente 2)

Ações de Gestão Ambiental na agricultura irrigada, voltadas ao manejo ambiental dos perímetros, capacitação de agricultores, apoio

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à agricultura orgânica, ações de conservação do solo e da água, gestão de abastecimento de água em pequenas comunidades rurais, ações de comunicação social e educação ambiental, entre outras. (Componente 2).

Práticas inadequadas de uso do solo na agropecuária e redução significativa das áreas de vegetação nativa (florestas e matas secundárias).

Ações de manejo de solo e água e de recuperação de áreas degradadas para a sub-bacia do rio Jacarecica (Componente 2)

Gestão ambiental de uso do solo na bacia do rio Sergipe, com estudos para criação e delimitação de Unidades de conservação, planos de gestão e manejo de áreas protegidas, detalhamento de planos de recuperação de áreas degradadas priorizadas (Componente 1)

Disposição inadequada de resíduos sólidos municipais em diversos “lixões”

Apoio técnico aos principais municípios da bacia na preparação da documentação técnica-ambiental para o acesso a programas de tratamento de resíduos sólidos e mecanismos de desenvolvimento limpo (Componente 3)

Carência na gestão ambiental e de recursos hídricos

Fortalecimento Institucional focalizando a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos - SEMARH, a Administração Estadual de Meio Ambiente – ADEMA, o Instituto de Tecnologia e Pesquisa de Sergipe – ITPS, e o apoio a Comitês de Bacia. (Componente 1).

Instrumentos de gestão ambiental e gestão de recursos hídricos. Aperfeiçoamento dos instrumentos de outorga e cobrança de uso da água, zoneamento ecológico-econômico, integração do licenciamento ambiental e outorga, implementação de Sistema de Informações Geográficas com base ambiental, programa de monitoramento da qualidade das águas dos cursos d’água da bacia, enquadramento dos cursos d’água,etc. (Componente 1).

Nesse sentido, o Programa Águas de Sergipe contempla ações institucionais e de implantação e/ou melhoria de infraestrutura hídrica e de saneamento que visa a reversão do quadro de degradação ambiental da bacia.

O programa, portanto, se constitui de um conjunto de ações de melhoria ambiental pois tem como seu objetivo financiar ações para recuperação dos passivos existentes e fortalecer a gestão ambiental na bacia do rio Sergipe como um todo.

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O foco regional do Programa se concentra nos trechos médio e baixo da bacia do rio Sergipe.

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6. AVALIAÇÃO AMBIENTAL E SOCIAL DAS INTERVENÇÕES DO PROGRAMA Considerando as principais questões ambientais da bacia do rio Sergipe e as ações concebidas para o Programa Águas de Sergipe, a avaliação ambiental do Programa considerou a agregação dessas ações em dois conjuntos:

A. Ações de melhoria ambiental com o objetivo de recuperar os passivos ambientais existentes e fortalecer a gestão ambiental na Bacia do rio Sergipe como um todo.

Nesta situação se encontram as ações previstas no âmbito dos componentes 1 - Gestão de Recursos Hídricos e Desenvolvimento Institucional e 2 – Águas e Irrigação.

B. Ações de melhoria ambiental e sanitária com vistas a reverter o quadro de degradação constatado, mas que podem, na sua implementação, provocar impactos ambientais e sociais.

Nesta situação se encontram as intervenções previstas no âmbito do componente 3 – Águas e Cidades,, referentes aos sistemas de saneamento ambiental (abastecimento de água, esgotos sanitários, e drenagem urbana), a serem apoiados e/ou implantados com recursos do Programa.

Seguindo esta lógica de avaliação, a seguir apresenta-se a avaliação ambiental empreendida por grupo e por ações dos componentes respectivos.

Para o componente 1 – Gestão de Recursos Hídricos e Desenvolvimento Institucional foi realizada uma avaliação do programa de criação de unidades de conservação.

Para o componente 2 - Águas e Irrigação foi realizada uma análise ambiental e social da situação da infraestrutura hídrica e dos perímetros de irrigação existentes com recomendações de medidas a serem adotadas visando sua conformidade ambiental.

Para o componente 3 – Águas e Cidades foi realizada uma avaliação ambiental das obras de contrapartida e das tipologias de sistemas de esgotamento sanitário ao nível conceitual.

6.1 GRUPO A – COMPONENTE 1 – GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS E DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL

O objetivo deste componente é fortalecer a gestão dos recursos hídricos e a gestão ambiental no Estado de Sergipe. O componente prevê atividades destinadas a promover políticas integradas e práticas coordenadas entre a SEMARH e a ADEMA abordando a gestão e o planejamento ambiental e dos recursos hídricos, controle da poluição da água, proteção do ambiente, além da gestão e promoção da eficiência dos serviços de saneamento (água e esgotos) e serviços de resíduos sólidos nas zonas rurais e pequenas cidades da bacia do rio Sergipe,.

O componente irá financiar ações contemplando, entre outras: (i) a modernização e expansão da rede hidrometeorológica; (ii) o desenvolvimento e a manutenção de um cadastro dos usos e usuários da água na bacia do rio Sergipe; (iii) desenvolvimento do plano de zoneamento ecológico-econômico – ZEE para o território do Estado; (iv) o estabelecimento de processos integrados e ferramentas para o licenciamento ambiental e outorga do uso da água ; (v) desenvolvimento de um sistema integrado de informação sobre os recursos hídricos, meio ambiente e áreas protegidas, e (vi) a realização de estudos para o uso de incentivos econômicos para a gestão de recursos hídricos, ambientais e de manejo florestal, uso da terra, etc, assim como o pagamento por serviços ambientais

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Sob a ótica de áreas protegidas, o Programa irá promover a proteção, expansão e gestão adequada das unidades de conservação na bacia do rio Sergipe para melhorar a conservação do solo e qualidade da água. Está previsto o financiamento de pesquisas e estudos para a criação de novas Unidades de Conservação - UCs e para a recuperação ambiental de áreas degradadas da bacia do rio Sergipe. Os planos de manejo das unidades existentes e a serem criadas serão desenvolvidos.

Com relação aos resíduos sólidos, o Programa deverá apoiar a concepção de modelos inovadores de gestão de diferentes tipologias. Para beneficiar de economias de escala, um consórcio integrando vários municípios-piloto na bacia do rio Sergipe será criado para gerir a coleta, tratamento e destino final de resíduos sólidos. O Programa apoiará o processo de criação do consórcio e os estudos técnicos detalhados para pavimentar o caminho para a implementação das intervenções propostas e assegurar a sustentabilidade, a longo prazo, da sua operação e manutenção. Deverão ser aplicados os procedimentos sociais e ambientais aprovados pelo Banco no âmbito do Integrated Solid Waste Management e Carbon Project Finance atualmente em preparação com a Caixa Econômica Federal.

Encontra-se prevista, também, a realização de estudos para definir e consolidar programa de comunicação social e educação ambiental, a ser implementado pela SEMARH, incluindo medidas de conservação de água. Esse programa também irá estudar as possibilidades de reutilização de águas residuais tratadas como um meio de promover a conservação da água.

Este conjunto de ações previsto no âmbito do Componente 1,com recursos previstos da ordem de US$ 12 milhões (a serem financiados pelo Banco), deverá propiciar uma melhoria significativa na estrutura institucional e na gestão de meio ambiente e de recursos hídricos no Estado de Sergipe, com foco especial na bacia do rio Sergipe.

Entre as ações previstas no Componente 1, encontra-se a elaboração de estudos para a criação e delimitação de novas Unidades de Conservação na bacia do rio Sergipe, com vistas à preservação de áreas de florestas remanescentes e da promoção do uso sustentável dos recursos naturais em áreas ambientalmente sensíveis.

Os principais impactos ambientais esperados são fortemente positivos com a criação de novas áreas protegidas, de forma associada à promoção da adequada gestão ambiental sustentável do uso do solo na bacia do rio Sergipe.

Sob a ótica social, embora não sejam previstas necessidades de reassentamento involuntário para a criação de Unidades de Conservação, esta possibilidade foi considerada como uma das medidas constantes do Marco de Reassentamento Involuntário do Programa e, também, do Marco de Processo em virtude da possibilidade de restrição de acesso às terras das UCs.

6.2 GRUPO A – COMPONENTE 2 – ÁGUAS E IRRIGAÇÃO

As ações do Componente 2 também visam uma melhoria ambiental na área de infraestrutura hídrica e irrigação com a recuperação de passivos ambientais existentes.

Nesse sentido, a avaliação do componente 2 compreendeu uma análise ambiental e social da situação da infraestrutura hídrica e dos perímetros de irrigação existentes com recomendações de medidas a serem adotadas visando sua conformidade ambiental. Estas medidas integrarão o Plano de Gestão Ambiental – PGA do Programa Águas de Sergipe

O Componente 2 prevê os seguintes subcomponentes e atividades:

��Modernização da Infraestrutura Hídrica na Bacia do rio Sergipe com ênfase nas barragens contemplando ações de segurança de barragens, batimetria, melhoria operacional e modelos de operação de reservatórios.

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��Modernização e recuperação de perímetros irrigados, especialmente os perímetros de Poção da Ribeira e Jacarecica I com estudos de viabilidade e de regularização ambiental, modelagem técnica e modernização com implantação da irrigação localizada,além de apoio à irrigação de pequeno porte (familiar). Serão feitos apenas estudos para modernização e adequação ambiental e social para o perímetro de Jacarecica II.

Os estudos ambientais e de melhoria da eficiência dos sistemas de irrigação estão previstas para as três barragens e perímetros irrigados enquanto as intervenções físicas para os sistemas de Ribeira e Jacarecica I.

De modo geral, as barragens e os sistemas de irrigação, objetos do Programa, não se encontram atualmente em conformidade com a legislação ambiental. Estes aspectos são tratados a seguir nos itens 6.2.2 e 6.2.3.

��Manejo de Solo e Água e Recuperação de Áreas Degradadas em Microbacias, especialmente na sub-bacia do rio Jacarecica onde se verifica a maior prática agropecuária e a existência de focos de degradação do solo.

6.2.1 – Manejo do Solo e Água

Estudos específicos foram elaborados para a sub-bacia do rio Jacarecica, identificando-se os principais usos do solo e da água, fazendo-se possível correlacionar estes usos à existência de focos de degradação e conseqüentes impactos na flora, no solo e nos recursos hídricos. Entre as atividades relacionadas aos aspectos de degradação da sub-bacia, destacam-se a agricultura, que é praticada de forma intensiva em grande parte da área de drenagem, e a atividade pecuária. Os aspectos de degradação que são mais evidentes estão relacionados à remoção da cobertura vegetal, aos cultivos, aos processos erosivos, à degradação do solo e da água em decorrência do uso de agroquímicos para controle fitossanitário e de zoonoses.

Os aspectos de degradação ambiental na sub-bacia do rio Jacarecica, principalmente de seus recursos solo e água referem-se a: intensificação de processos erosivos, também ocorrendo em leitos de estradas; aporte de sedimentos para os cursos d’água provocando turbidez e poluição devido à adsorção de resíduos de fertilizantes e agrotóxicos em partículas do solo; redução da infiltração das águas pluviais, com conseqüente redução do abastecimento de lençóis freáticos, rebaixamento ou esgotamento de aqüíferos, redução de vazões de surgências (nascentes); ausência de proteção vegetal nas margens dos cursos d’água e intensificação do processo de erosão nas margens dos leitos devido aos desbarrancamentos. Entre as conseqüências previsíveis para a área destacam-se: baixa disponibilidade hídrica para usos múltiplos; redução de potencialidades para atividades agrosilvipastoris; e, intensificação de conflitos pelo uso da água.

O Subcomponente prevê intervenções para manejo integrado da sub-bacia do rio Jacarecica, com ênfase em práticas de manejo e conservação do solo e da água: (i) identificação e delimitação das Áreas de Preservação Permanente e adoção de práticas de recomposição da cobertura vegetal; (ii) práticas de controle de processos erosivos em áreas de agricultura e pecuária; (iii) práticas não mecanizadas de controle de processos erosivos, incluindo: práticas de controle de preparo do solo; plantio em contorno; culturas em faixas; faixas de retenção vegetativa; rotação de culturas; culturas de cobertura; adubação verde; adubação orgânica, cobertura morta; e, controle de capinas; (iv) práticas mecânicas de controle de processos erosivos e de armazenamento de água, incluindo: construção de pequenas barragens, construção de bacias de acumulação de água e retenção de sedimentos, correção de leitos de estradas; e, construção de terraços; (v) prática de controle dos nutrientes, controle de pesticidas e controle de resíduos orgânicos e dejeções de animais domésticos; além de outras intervenções.

As atividades previstas resultarão em significativo impacto ambiental positivo resultando no início de um processo com vistas ao desenvolvimento rural sustentável, por meio da implantação

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de tecnologias que aliam a produção agrícola à conservação do meio ambiente; com a eliminação das causas da erosão em solos agrícolas e a possibilidade de recuperação de áreas degradadas.

Enquanto resultados das ações propostas em microbacias, o Programa compromete-se com a elaboração de um manual de boas práticas, para ser utilizados por produtores rurais e pela EMDAGRO; assim como o reconhecimento de referências exitosas, como a recente experiência vivida pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos do Ceará – COGERH/CE.

Encontra-se em fase de estudo a análise de diferentes alternativas locacionais para as intervenções propostas, com a identificação de 23 microbacias na sub-bacia do rio Jacarecica.

Os critérios de priorização a serem considerados na seleção das áreas deverão contemplar: convergência de ações; atual estágio de degradação ambiental; potencial de replicabilidade, em face da presença de comunidades estratégicas em pólos irradiadores; e, situação geográfica a montante da microbacia.

6.2.2 Infraestrutura Hídrica (Barragens e Reservatórios)

A) Barragem de Ribeira

A barragem Ribeira se encontra operando e fornecendo água para irrigação ao perímetro Poção da Ribeira. A barragem de terra, no rio Traíras possui com 26m de altura e 500 m de comprimento de crista, formando um reservatório de acumulação normal de 16,5 milhões de metros cúbicos de água. A construção foi iniciada em 1985 e concluída em 1987.

À época do início da construção, não havia ainda legislação ambiental específica referente aos procedimentos de licenciamento ambiental de empreendimentos com potencial de degradação ambiental, somente iniciada com a Resolução CONAMA 001 de 1986. Empreendimentos com construção iniciada anteriormente à legislação ambiental passaram a ter processos de licença de regularização de operação – LRO.

No caso da barragem de Ribeira ainda não foram adotadas providências com vistas à regularização do licenciamento ambiental e de outorga de uso da água.

No processo de desapropriação da área de inundação do reservatório foi realizada também a desapropriação da faixa de 100 metros do entorno referente à área de preservação permanente – app. No entanto, esta faixa encontra-se parcialmente ocupada por pastagens pelos proprietários lindeiros. Não existem edificações na referida faixa.

Em 2001, Painel de Inspeção de Segurança foi realizado no âmbito do Programa PROÁGUA Semi-árido, sendo que as principais recomendações referem-se à necessidade de implantação de sistemática de manutenção e monitoramento e programa de operação.

De acordo com informações da COHIDRO, a barragem encontra-se com a descarga de fundo obstruída e necessita de implantação de stop-log,para a desobstrução e para permitir uma adequada operação.

B) Barragem de Jacarecica I

A barragem de pedra e concreto, construída no período de 1985-1987, possui altura máxima de 20m e comprimento de 420m. A área de inundação atinge 155,4 ha, com volume de acumulação em torno de 4.700.000 metros cúbicos de água.

A barragem foi construída com o objetivo de armazenar água para fins de irrigação no perímetro de mesmo nome.

Da mesma forma que em Ribeira, a barragem de Jacarecica I não teve processo de regularização de licenciamento ambiental de operação – LRO e de outorga de uso da água. Também se encontra com a descarga de fundo sem operação.

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Ilha próxima à barragem apresenta ocupação de 10 (dez) edificações precárias, incluindo um bar comercial, que são utilizadas por pescadores amadores durante os finais de semana. Recentemente, o Governo realizou uma reunião com os 10 ocupantes quando foi acordado um TAC – Termo de Ajuste de Conduta, que estabelece os procedimentos de ocupação da ilha. Este TAC, a ser assinado, estabelece que não haverá o reassentamento dos ocupantes mas não será permitido promover novas ocupações ou expansão das edificações na área. No entanto, a atividade comercial existente (bar) deverá ser cessada. Após o estabelecimento do TAC, cópia do mesmo será encaminhada ao BIRD para análise e verificação da necessidade de produção de Plano de Reassentamento Involuntário - PRI. Esta situação consta do Marco de Reassentamento Involuntário – MRI anexo ao presente Relatório

Apresenta a mesma situação referente à faixa de 100 metros que também se encontra ocupada parcialmente por pastagens e por 5 moradias de trabalhadores e 3 bares comerciais junto ao lago. O Governo do Estado de Sergipe adotará o mesmo procedimento dado aos ocupantes da Situação acima. Estabelecer-se-á um TAC – Termo de Ajuste de Conduta, no qual se estabelecerá os procedimentos de ocupação da área de borda do lago. Caso este TAC gere o deslocamento de população ou a interrupção / redução de atividade produtiva medida compensatória deverá ser prevista. Após o estabelecimento do TAC, cópia do mesmo será encaminhada ao BIRD para análise e verificação da necessidade de produção de PRI.

C) Barragem de Jacarecica II

A barragem foi executada em terra com seção mista, extravasor na ombreira esquerda em concreto, e foi concluída em abril de 2000. Apresenta as seguintes características: (i) Volume acumulado de 3,0.106 m3 Altura de 47,5 , Área inundada de 260 ha e vazão total regularizada de 490 l/s.

É utilizada atualmente para abastecimento humano (220 l/s) e para fins de irrigação em perímetro irrigado de mesmo nome (270 l/s).

Durante a fase de enchimento do reservatório, em 2001, a barragem foi objeto de Painel de Inspeção de Segurança pelo Programa PROÁGUA Semi-árido, demonstrando a sua conformidade técnica à época.

No entanto, a barragem também se encontra atualmente com sua descarga de fundo obstruída havendo necessidade de implantação de stop-log.

A barragem teve licença de instalação emitida pela ADEMA mas não possui atualmente licença de operação. A faixa de 100 metros também se encontra parcialmente ocupada e as medidas recomendadas nos estudos ambientais realizados, como recuperação de áreas degradadas, revegetação da faixa de 100 metros,etc não foram implantadas.

Questões Gerais

As barragens de Ribeira e Jacarecica II tiveram Painel de Inspeção de Segurança realizado em 2001, no âmbito do Programa PROÁGUA Semi-árido, onde as principais recomendações referiam-se à necessidade de: (i) realização de inspeções periódicas com vistas a evitar erosões e crescimento de vegetação nos taludes (ii) sistemática de manutenção, conservação e monitoramento; (iii) manual de operação; (iv) realização de batimetria, etc.

A realização de batimetria se justifica em função do tempo de construção e operação das barragens/reservatórios (mais de 20 anos no caso de Ribeira e Jacarecica I) e da necessidade de avaliação do nível de assoreamento do reservatório e de ajustamento das curvas cota – área –volume.

Adicionalmente, a COHIDRO relata a necessidade de implantação de “stops-logs” (comportas de manutenção) nos barramentos de modo a permitir a desobstrução das descargas de fundo e sua

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adequada operação.

Não há, nas três barragens/reservatórios, programa sistemático de monitoramento da qualidade das águas.

6.2.3 Perímetros de Irrigação

A) Poção da Ribeira

O perímetro localiza-se no município de Itabaiana, no Território Agreste Central Sergipano, distando 50 km de Aracaju e 13 km da sede municipal. O município de Itabaiana é considerado um grande centro produtor e distribuidor de hortifrutigranjeiros.

O Perímetro Irrigado Poção da Ribeira é um projeto do tipo irrigação pública estadual, sem intervenção fundiária. Predominam os estabelecimentos com menos de 5 ha, com lotes mínimos em torno de 2 ha, já existentes quando da implantação da irrigação.

O sistema de adução é constituído por duas estações de bombeamento (EB- 1 e EB-2), duas adutoras de recalque, duas caixas de passagem (CP-1 e CP-2) e dois reservatórios beneficiando 1.100 ha de área irrigável. O sistema de irrigação adotado é o de aspersão

O sistema de irrigação não foi licenciado e carece atualmente de sua regularização de operação.

As principais questões ambientais referem-se à inexistência de Reserva Legal nos lotes existentes e à ocupação agrícola parcial de apps .

B) Perímetro Irrigado de Jacarecica I

O Perímetro irrigado de Jacarecica I teve sua implantação concluída em março de 1987, quando entrou em operação. Para a implantação do perímetro foram desapropriadas 70 propriedades localizadas na área da bacia hidráulica da barragem e na área a ser utilizada com irrigação.

O perímetro é constituído por 130 lotes de 2,0 hectares cada um, totalizando aproximadamente 260 hectares. Essa área, no entanto, é descontínua, referindo-se à soma dos lotes projetados sob a forma quadrada ou retangular, em manchas de solos favoráveis à irrigação e adequada ao sistema de aspersão. Dessa maneira, a área total considerada dentro do perímetro é de aproximadamente 282 ha, correspondente à área adquirida pela COHIDRO, em 1985.

Seis lotes foram agrupados para a implantação de uma infra-estrutura habitacional (Agrovila), para a construção de uma sede para a administração do perímetro e também, para a área de pesquisa agrícola. Portanto, o perímetro possui atualmente 124 unidades produtivas, correspondendo a uma área de 248 hectares.

O sistema de irrigação é constituído por uma estação de bombeamento e sistema adutor com três adutoras, cada uma delas responsável pela alimentação de um grupo de unidades parcelares. A interligação das adutoras com as linhas mestras para cada parcela é feita mediante o uso de Hidrantes. Em cada parcela irrigada, existe uma linha mestra e dois ramais móveis.

As principais questões ambientais referem-se a: (i) inexistência de licenciamento ambiental; (ii) ocupação parcial por agricultura de áreas de reserva legal e de APPs.

C) Perímetro Irrigado de Jacarecica II

O Projeto Jacarecica II está situado às margens do rio Jacarecica a jusante da barragem de mesmo nome. O Perímetro foi implantado em uma área de 1600 hectares, dividida originalmente em 76 (setenta e seis) lotes para pequenos produtores e 17 (dezessete) lotes destinados a empresários agrícolas, com indicação para a exploração de fruticultura, hortaliças e pecuária de leite.

Em setembro de 2009, foi realizada uma atualização cadastral onde foram identificadas 351 famílias ocupando área do perímetro.

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Outras 242 famílias encontram-se acampadas em área contígua ao perímetro e utilizam irregularmente uma área de aproximadamente 18 hectares pertencentes ao perímetro. Outras 96 famílias, Acampamento Mario Lago, encontram-se instaladas no lote 93 do perímetro. Estas famílias se encontram associadas a movimentos sociais pela terra e reivindicam o seu assentamento em outras áreas rurais.

O cadastro realizado demonstrou que parte das áreas de reserva legal do perímetro e parte de áreas de preservação permanente – APPs ao longo do rio Jacarecica foram ocupadas irregularmente, algumas com edificações e outras somente com desmatamento e uso agrícola.

D) Controle de Agrotóxicos e outros Biocidas

O Estado de Sergipe, com base na lei estadual 3195/1992 instituiu, por meio do Decreto 22.762/2004, normas regulamentares e criou a Comissão Estadual de Agrotóxicos.

O decreto estabelece normas e procedimentos relativos a: (i) registro do estabelecimento de comercialização; (ii) cadastro dos produtos; (iii) destinação final de resíduos e embalagens; (iv) armazenamento e transportes; (v) receituário agronômico; (vi) inspeção e fiscalização.

A Comissão Estadual de Agrotóxicos é formada por representantes das Secretarias de Agricultura e da Saúde, da EMDAGRO, da Delegacia Federal de Agricultura, da COHIDRO, da ADEMA, da Classe de Revendedores de Agrotóxicos, da Vigilância Sanitária e do CREA.

A EMDAGRO é a responsável pelas ações de fiscalização, orientação e controle do uso de agrotóxicos e, apesar das dificuldades estruturais, tem atuado fortemente nas seguintes ações nos perímetros considerados.

(i) uso do receituário agronômico;

(ii) venda e recepção do receituário pelo comércio;

(iii) uso adequado de agrotóxicos pelos agricultores ;

(iv) coleta das embalagens vazias; e

(v) destino final das embalagens.

Assistência Técnica e Uso de Receituário Agronômico

A Assistência Técnica aos agricultores dos Perímetros é prestada por agrônomos e técnicos agrícolas, lotados na Sede e nos Escritórios dos Perímetros Irrigados, sendo a emissão do Receituário Agronômico efetivada somente pelos engenheiros agrônomos da COHIDRO.

Após visitas in loco, demandadas pelos produtores, ou em atividades rotineiras dos técnicos, é diagnosticado o problema, a necessidade de uso de agrotóxico e definido o produto a ser utilizado.

A EMDAGRO fiscaliza e orienta os estabelecimentos que comercializam agrotóxicos na obrigatoriedade do uso do receituário agronômico.

A estratégia usada junto à revenda é que a renovação do cadastro do estabelecimento na EMDAGRO só é feita com a prestação de contas das receitas recebidas naquele período. As receitas agronômicas recolhidas pela EMDAGRO são analisadas e quando há irregularidades são encaminhadas para o CREA/SE.

A fiscalização nas propriedades agrícolas, quanto à aquisição de agrotóxicos, é realizada pela equipe de fiscalização móvel da EMDAGRO, que apreende todos agrotóxicos encontrados sem a receita agronômica.

Fiscalização do Uso

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A fiscalização nas propriedades agrícolas é realizada pela equipe móvel da EMDAGRO composta por fiscais agropecuários, que dispõem de GPS (para georeferenciar o estabelecimento), maquina fotográfica, EPI, lacres e veiculo tipo camionetes.

A fiscalização é realizada nos principais pólos agrícolas do Estado, como região citrícola (Cristinapólis, Umbaúba, Indiaroba, Arauá, Itabaianinha, Lagarto, Boquim, Riachão do Dantas, Salgado, Estância, Pedrinhas, Itaporanga, Tomar do Geru e Santa Luzia) , Platô de Neópolis (Neópolis, Propriá e Japoatã), região hortícola (Itabaiana, Areia Branca, Malhador, Moita Bonita e Ribeiropolis) e etc. Essas fiscalizações são realizadas aleatoriamente durante o ano. No ano de 2009 foram realizadas 304 fiscalizações.

Nas propriedades agrícolas são exigidas as receitas agronômicas dos agrotóxicos encontrados, armazenamento correto dos produtos, EPI em perfeitas condições, pulverizadores em perfeitas condições sem vazamentos, detectar se estão respeitando o período de carência na lavoura e período de reentrada no local da pulverização, detectar se estão devolvendo as embalagens vazias adequadamente e etc.

Fiscalização da Venda

A fiscalização no comércio é realizada pela mesma equipe que executa a fiscalização em propriedades agrícolas, numa freqüência de duas fiscalizações por estabelecimento no ano. No ano de 2009 foram realizadas 120 fiscalizações.

Nos estabelecimentos comerciais são exigidos cópias das receitas agronômicas, conferência do estoque com a declarada na EMDAGRO, armazenamento dos agrotóxicos, validades dos produtos, validade do certificado e etc.

Coleta de Embalagens

Normalmente os produtores devolvem as embalagens vazias de agrotóxicos no estabelecimento onde foram adquiridas e os estabelecimentos através da sua associação (ARDASE- Associação dos Revendedores de Agrotóxicos de Sergipe) devolvem na Central de Recebimento localizada no município de Ribeirópolis. Os estabelecimentos comerciais que recebem dos seus clientes (produtores rurais) as embalagens, tem uma estrutura isolada e sinalizada e só recebem as embalagens tríplice lavadas. As embalagens contaminadas devem ser devolvidas diretamente na central.

EMDAGRO em parceria com a ARDASE realiza coletas itinerantes, principalmente junto ao pequeno produtor e orienta permanentemente para que seja efetuada a tríplice lavagem.

Destino Final das Embalagens vazias de Agrotóxicos

As embalagens vazias de agrotóxicos são devolvidas na central de recebimento de embalagens vazias, onde existem 02 galpões. Um galpão serve para receber as embalagens vazias de agrotóxicos que passaram pelo processo de tríplice lavagem, onde são prensadas e recolhidas pelo INPEV – Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias de Agrotóxicos para serem recicladas. O outro galpão serve para receber as embalagens contaminadas que são recolhidas pelo INPEV para incineração.

A Central de Recebimento de Embalagens Vazias de Agrotóxicos é gerenciada pelo INPEV, onde existe a parceria com a ARDASE que gerencia a nível local. A EMDAGRO monitora o trabalho da Central e realiza trabalhos de educação sanitária em parceria junto ao produtor rural.

Monitoramento

Todo trabalho desenvolvido pelas Instituições no controle de agrotóxicos em Sergipe é monitorado pelo Ministério Público e pela Comissão Estadual de Agrotóxicos.

6.2.4 Medidas Recomendadas

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De acordo com a avaliação realizada são apresentadas, a seguir, as principais recomendações para as Barragens e Perímetros Irrigados do Programa:

Barragens

��Realização de Painel de Inspeção de Segurança para as três barragens nos moldes da OP 4.37 – Segurança de Barragens

��Plano de ação para a adoção das recomendações do Painel

��Regularização do licenciamento ambiental com elaboração dos estudos ambientais necessários

��Solicitação de concessão de outorga de uso da água

��Elaboração e implantação de sistemática de manutenção e monitoramento das condições do barramento

��Elaboração e implantação de manual de operação

Reservatórios

��Implementação de programa de monitoramento da qualidade das águas, incluindo a avaliação de tendência a eutrofização, e considerando os usos de irrigação e de abastecimento de água.

��Realização de batimetria para avaliação do nível atual de assoreamento

��Eventual necessidade de desocupação de áreas e reassentamento involuntário

Faixa de 100 metros dos reservatórios

��Caracterização do uso e ocupação da faixa, por meio de mapeamento com imagens de satélite em escala adequada georreferenciadas, estabelecendo os usos atuais, as áreas com vegetação remanescentes, áreas degradadas, etc.,

��Reordenamento dos usos inadequados

��Plano de recuperação e revegetação da faixa

��Demarcação da faixa com implantação de marcos de concreto de 200 em 200 metros

��Programa de educação ambiental destinado aos proprietários lindeiros

��Eventual necessidade de desocupação de áreas e reassentamento Involuntário.

Perímetros Irrigados

��Mapeamento georreferenciado das áreas dos perímetros

��Cadastro de uso e ocupação (no caso de Jacarecica II confirmação do cadastro preliminar realizado)

��Identificação das inconformidades de uso e ocupação de áreas de preservação permanente e áreas de reserva legal

��Análise de alternativas para recomposição das áreas de reserva legal: (i) desocupação e revegetação; (ii) aquisição de outras áreas naturais; (iii) composição das duas primeiras alternativas.

��Plano de recuperação da vegetação das áreas de preservação permanente – apps

��Avaliação da capacidade e das tipologias de produção e do uso e necessidade de agrotóxicos.

��Elaboração de plano específico de controle do uso de agrotóxicos e de coleta e destino final das embalagens.

��Fortalecimento da equipe de fiscalização da EMDAGRO

��Regularização do licenciamento ambiental

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��Elaboração eventual de plano de reassentamento involuntário de população. Estas medidas integram ações específicas do componente 2 e do Plano de Gestão Ambiental – PGA do Programa.

6.2.5 Avaliação Ambiental de acordo com as Salvaguardas do Banco Mundial

Barragens e reservatórios

OP 4.01 – Avaliação ambiental

A avaliação ambiental empreendida deverá ser detalhada no âmbito dos estudos e ambientais acima recomendados, que deverão compor o componente 2 do Programa Águas de Sergipe, proporcionando às barragens e reservatórios sua adequação ambiental incluindo a regularização do licenciamento ambiental e da outorga de direito de uso da água.

Adicionalmente, no plano de gestão ambiental do Programa consta programa de monitoramento da qualidade das águas dos reservatórios e dos rios da bacia do rio Sergipe.

OP 4.04 – Habitats Naturais

As faixas de 100 metros no entorno dos reservatórios - áreas de preservação permanente – deverão ter a elaboração e implantação de plano de recomposição incluindo: (i) delimitação e demarcação da faixa com marcos de concreto de 200 em 200 metros; (ii) recuperação das áreas degradadas existentes, algumas da época de construção.; (iii) revegetação/ enriquecimento da cobertura vegetal com adoção, se for o caso, de procedimentos de manejo de agrotóxicos.

OP 4.12 – Reassentamento de Famílias

Com base na caracterização de uso e ocupação atual da faixa de 100 metros e, eventualmente, de ilhas existentes nos reservatórios, deverá ser verificada a eventual necessidade de reassentamento de população ou de atividades inadequadas existentes.

À princípio, com base nas vistorias realizadas e informações da COHIDRO, as faixas dos reservatórios estão parcialmente ocupadas por pastagens, sendo que no caso de Jacarecica I constam 5 residências precárias de trabalhadores rurais e 3 ocupações comerciais (bares). Também no reservatório de Jacarecica I se verificou a presença de 10 (dez) edificações precárias em ilha próxima a barragem, utilizadas por pescadores amadores em finais de semana.

O Governo do Estado está promovendo um Termo de Ajustamento de Conduta – TAC visando o ordenamento desses usos e a permanência dos atuais ocupantes da faixa de 100 metros e da Ilha de Jacarecica I. Este TAC, quando firmado, será encaminhado ao Banco para análise e eventual necessidade de reassentamento.

Considerando que o detalhamento da caracterização do uso e ocupação da área, com base em imagens georreferenciadas, será realizado no 1º ano do Programa, foi elaborado um Marco de Reassentamento Involuntário constante do Plano de Gestão Ambiental – PGA, que deverá orientar a SEMARH na elaboração, à época, de Plano de Reassentamento Involuntário para estas ocupações.

OP 4.37- Segurança de Barragens

Os painéis de segurança de barragens de Ribeira e Jacarecica II foram realizados há cerca de oito anos e deverão ser objeto de nova avaliação. Jacarecica I também deverá ter a realização de Painel.

Estes painéis, a serem realizados no início do 1º ano de execução do Programa, deverão seguir os procedimentos da OP 4.37, devendo apresentar um plano de ações contemplando atividades preventivas, de monitoramento e corretivas.

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No âmbito do Programa Águas de Sergipe já foram previstos recursos para recuperação das barragens e realização de batimetria, além de modelos de operação de reservatórios e de alocação de água. No programa de fortalecimento da COHIDRO consta o aprimoramento das atividades de manutenção, monitoramento e operação das barragens e reservatórios.

Perímetros Irrigados

De acordo com as ações previstas no componente 2 – Águas e irrigação, encontram-se previstos estudos voltados modernização dos perímetros de Ribeira, Jacrecica I e Jacarecica II incluindo as questões ambientais e sociais. No caso de Ribeira e Jacarecica I também estão previstos recursos para implementação das ações a serem propostas pelos estudos.

OP 4.01 – Avaliação ambiental

O programa Águas de Sergipe deverá apoiar, junto com estudos técnicos de modernização dos perímetros, o detalhamento de programa de adequação ambiental e social desses perímetros, envolvendo as medidas recomendadas acima, de modo a possibilitar uma situação de conformidade ambiental e promover a regularização do licenciamento.

OP 4.04 – Habitats Naturais

O programa de adequação ambiental dos perímetros deverá analisar, propor e, no caso de Ribeira e Jacarecica I, implementar ações com vistas à regularização e recuperação das áreas de reserva legal e áreas de preservação permanente.

OP 4.09 – Manejo de Pragas

Apesar do Programa Águas de Sergipe não apoiar financeiramente a produção agrícola implementada pelos agricultores e irrigantes, o PAS deverá apoiar a elaboração e implantação, no âmbito do plano de gestão ambiental – PGA, de um programa de manejo integrado de pragas para os perímetros irrigados.

A OP 4.09 define Manejo Integrado de Pragas como uma mistura de práticas de controle de pragas baseadas em princípios ecológicos e realizadas pelos agricultores que procuram reduzir a dependência de defensivos químicos sintéticos.

Envolve (a) manejo de pragas para mantê-las abaixo de níveis que causem danos econômicos, ao invés de tentar erradicá-las; (b) aplicação, na medida do possível, de medidas não-químicas para manter baixas as populações de pragas; e (c) a seleção e aplicação de defensivos de tal modo que minimizem os efeitos adversos sobre organismos benéficos, seres humanos e o meio ambiente.

OP 4.12 – Reassentamento Involuntário de População

Considerando a situação de uso e ocupação no perímetro irrigado de Jacarecica II e que o Programa Águas de Sergipe apoiará a realização dos estudos de adequação ambiental do Perímetro, a SEMARH preparou um Marco Conceitual de Reassentamento que deverá orientar à época a preparação de Plano de Reassentamento Involuntário. O Programa Águas de Sergipe apoiará a elaboração do PRI mas a sua implementação deverá ser realizada às expensas do Estado.

6.1.4 Avaliação Global

As barragens/reservatórios e os perímetros irrigados de Ribeira, Jacarecica I e Jacarecica II estão implantados e em operação há algum tempo sendo que os dois primeiros há mais de 20 anos e o último há cerca de 8 anos.

Encontram-se atualmente com diversas inconformidades ambientais e sociais decorrentes principalmente da carência de gestão e controle por parte do Estado, seja na infraestrutura hídrica como nos perímetros irrigados.

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São situações pré-existentes com impactos ambientais atuais significativos.

Neste sentido, as ações recomendadas visam reverter os passivos ambientais constatados e são indispensáveis para qualquer intervenção de melhoria da infraestrutura de irrigação. As medidas integrarão o Plano de Gestão Ambiental – PGA do Programa.

A tabela a seguir apresenta síntese das medidas recomendadas no âmbito dos componentes 1 e 2, de modo a assegurar a conformidade ambiental e o atendimento às políticas de salvaguardas do Banco.

Tabela 6.1 Síntese das Medidas Recomendadas para o Grupo A – Componentes 1 e 2

Componente / Subcomponente / Ações

Principais Medidas Recomendadas

Programas Ambientais

COMPONENTE 1

Subcomponente: Gestão ambiental de uso do solo na bacia do rio Sergipe.

Ação: Estudos para criação e delimitação de Unidades de conservação, planos de gestão e manejo de áreas protegidas.

Cadastro de Uso e ocupação das áreas previstas para criação de Unidades de Conservação e verificação de eventual necessidade de reassentamento involuntário

Marco de Reassentamento Involuntário

Avaliação de Segurança para as três barragens nos moldes da OP 4.37 – Segurança de Barragens

Plano de ação para a adoção das recomendações do Painel

Elaboração e implantação de sistemática de manutenção e monitoramento das condições do barramento

Elaboração e implantação de manual de operação

Avaliação e Implementação de Medidas de Segurança para as barragens de Ribeira, Jacarecica I e Jacarecica II

Regularização do licenciamento ambiental com elaboração dos estudos ambientais necessários

Solicitação de concessão de outorga de uso da água

Programa de Regularização do Licenciamento Ambiental de Operação e de Outorga das Barragens e Perímetros Irrigados

COMPONENTE 2 – ÁGUAS E IRRIGAÇÃO.

Subcomponentes:

a)Modernização da Infraestrutura Hídrica na Bacia do rio Sergipe Monitoramento da qualidade da água dos

reservatórios Programa de monitoramento da qualidade da água dos rios, reservatórios e estuários

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Caracterização do uso e ocupação da faixa de 100 metros do reservatório, por meio de mapeamento com imagens de satélite, estabelecendo os usos atuais, as áreas com vegetação remanescentes, áreas degradadas,etc

Reordenamento dos usos inadequados.

Plano de recuperação e revegetação da faixa

Demarcação da faixa com implantação de marcos de concreto de 200 em 200 metros.

Programa de educação ambiental destinado aos proprietários lindeiros.

Plano de Uso e Proteção da Faixa de 100 metros no Entorno dos Reservatórios

Mapeamento georreferenciado das áreas dos perímetros

Cadastro de uso e ocupação (no caso de Jacarecica II confirmação do cadastro preliminar realizado)

b) Modernização e recuperação de perímetros irrigados Identificação das inconformidades de uso e

ocupação de áreas de preservação permanente e áreas de reserva legal

Programa de Regularização e Recuperação das Áreas de Reserva Legal e de Preservação Permanente - APPs

Análise de alternativas para recomposição das áreas de reserva legal: (i) desocupação e revegetação; (ii) aquisição de outras áreas naturais; (iii) composição das duas primeiras alternativas.

Plano de recuperação da vegetação das áreas de preservação permanente – apps

Programa de Regularização e Recuperação das Áreas de Reserva Legal e de Preservação Permanente - APPs

Eventual necessidade de Reassentamento Involuntário.

Marco de Reassentamento Involuntário

Avaliação da capacidade e das tipologias de produção e do uso e necessidade de agrotóxicos.

Elaboração de plano específico de controle do uso de agrotóxicos e de coleta e destino final das embalagens.

Programa específico de Assistência Técnica e Controle do Uso de Agrotóxicos para os 3 perímetros irrigados.

b) Modernização e recuperação de perímetros irrigados

Monitoramento da qualidade da água dos cursos d’água – avaliação do impacto do perímetro irrigado (fertilizantes e agrotóxicos)

Programa de monitoramento da qualidade da água dos rios, reservatórios e estuários

6.3 GRUPO B - COMPONENTE 3 – ÁGUAS E CIDADES – INTERVENÇÕES DE CONTRAPARTIDA

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De acordo com entendimentos mantidos com o Banco Mundial na presente fase preparação do Programa, as intervenções de infra-estrutura referentes ao Componente 3 – Águas e Cidades encontram-se agregadas em dois conjuntos: (i) o primeiro referente à contrapartida do Estado relacionado à obras em andamento, e a serem iniciadas, com recursos do PAC – Plano de Aceleração do Crescimento e; (ii) o segundo referente ao financiamento do Banco Mundial com vistas a implantação de sistemas de esgotamento sanitário na Bacia do rio Sergipe.

Para este segundo conjunto de intervenções ainda não se dispõe, nessa fase, de estudos de concepção ou projetos de engenharia que dêem condições de detalhar as características ou processos envolvidos, o que se fará em fases posteriores. Nesse sentido, a avaliação ambiental e social foi concebida de modo a contemplar, com uma visão regional, as seguintes abordagens: (i) avaliação ambiental e social das obras de contrapartida em execução; e (ii) preparação de arcabouço para o gerenciamento ambiental e social (framework) envolvendo uma avaliação ambiental das tipologias de subprojetos e a definição de critérios e procedimentos para avaliação ambiental dos subprojetos na fase de implementação do Programa Águas de Sergipe.

As intervenções propostas pelo Estado como contrapartida referem-se a sistemas de esgotamento sanitário na região da Grande Aracaju e sistema de abastecimento de comunidades rurais no município de Dendezeiro atualmente em fase construtiva com recursos do Plano de Aceleração do Crescimento – PAC do Governo Federal no montante de R$ 75.429.414,16 (setenta e cinco milhões, quatrocentos e vinte nove mil, quatrocentos quatorze reais e dezesseis centavos).

Essas intervenções objetivam dotar a RM de Aracajú, mais especificamente os municípios de Aracajú e Barra dos Coqueiros, de instalações adequadas de coleta e destinação dos esgotos sanitários.

Em Aracaju, as intervenções consistem na ampliação do sistema atualmente existente. As intervenções previstas em Barra dos Coqueiros objetivam universalizar os serviços de rede coletora e tratamento dos efluentes no município, que atualmente é totalmente desprovido desses serviços.

Os investimentos de contrapartida do Projeto estão planejados em diferentes fases de implantação e de licenciamento ambiental. O sistema de esgotamento sanitário de Barra dos Coqueiros está em implantação com sua conclusão prevista para o início de 2011. As ampliações das estações de tratamento de esgotos – ETEs de Aracaju (ERQ Sul e ERQ Oeste) ainda estão sendo analisados pela ADEMA sendo que as respectivas licenças ambientais ainda não foram emitidas e a construção não foi iniciada. Tabela 6.2 Estágio de Implementação e de Licenciamento Ambiental das Intervenções de Contrapartida

Intervenção - Sistema

Estágio de Implementação

Capacidade Nominal

Porte do Sistemae - CONAMA 377/2006

Situação do Licenciamento

Ambiental

Sistema de Esgotamento Sanitário de Barra dos Coqueiros

Implantação em fase avançada de obras

18.500 habitantes (2015)

Pequeno Porte

Licença de Instalação válida

Reforma e Ampliação da ERQ Sul -_ Sistema de

Implantação não iniciada

320 l/s, após a ampliação.

Médio Porte Em fase de Licenciamento

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Esgotamento Sanitário de Aracaju h

Reforma e Ampliação da ERQ Oeste Sistema de Esgotamento Sanitário de Aracaju

Implantação não iniciada

180 l/s, após ampliação.

Médio Porte Em fase de Licenciamento

Expansão do Sistema de Coleta e Transporte de Esgotos de

Construção em andamento em algumas sub-bacias

Na faixa de 150.000 habitantes

Médio Porte Licenciamento Ambiental dispensado pela ADEMA por ser parte de sistema já licenciado e em operação.

A seguir serão detalhados os investimentos em contrapartida.

6.3.1 MUNICÍPIO DE ARACAJÚ

Em Aracajú, as obras de contrapartida contemplam a ampliação da rede coletora nos Bairros de São Conrado e Farolândia, além de outras 10 sub-bacias (5.18, CM-1, 4.17, 7.17, 2.18, 2.17, 6.17, 2.4, 1.15 e 2.15).

Também estão previstos investimentos para ampliação das Estações Elevatórias (EE) 4 e 5 e das duas principais Estações de Tratamento de Esgoto de Aracajú (ERQs Sul e Oeste).

a) Bairro São Conrado

O Bairro São Conrado localiza-se na região sudeste da cidade de Aracaju com os seguintes limites físicos: ao Norte: Rio Poxim; ao Leste: Canal Santa Maria; ao Sul: Conjunto Orlando Dantas; e a Oeste: Barra do Rio Pitinga. Os principais acessos à área são a Avenida Heráclito Rollemberg e a Avenida Gasoduto.

Toda área do Bairro São Conrado drena para o rio Poxim. Não obstante, a topografia local permite a divisão bem caracterizada da bacia em 4 sub-bacias de esgotamento

O Bairro São Conrado abrange as sub-bacias 3/19, 4/19, 5/19 e parte da 6/19 pertencentes à bacia 19 do Sistema de Esgotos Sanitário de Aracaju.

De acordo com o Projeto Básico, a população esgotável de saturação é de 13.747 habitantes, com 3.437 ligações.

O sistema projetado compreenderá a coleta e transporte dos esgotos das sub-bacias 3/19, 4/19, 5/19 e parte da 6/19, com afastamento através de três estações elevatórias, sendo duas de pequeno porte e uma de médio porte.

A Estação Elevatória EE-29, localizada na sub-bacia 4/19, recalcará os efluentes coletados nesta sub-bacia através de tubulação ø=100mm, com extensão de 366 m, para o PV-23 do sistema de coleta projetado da sub-bacia 5/19.

A Estação Elevatória EE-30, localizada na sub-bacia 5/19, recalcará os efluentes coletados nas sub-bacias 4/19 e 5/19 através de tubulação ø 150 mm, com extensão de 312 m, para o PV-37 do sistema de coleta projetado da sub-bacia 3/19.

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A Estação Elevatória EE-31, localizada na sub-bacia 3/19, recalcará os efluentes coletados nas sub-bacias 3/19, 4/19 e 5/19 através de tubulação ø 200 mm, com extensão de 475m, para o PV existente em frente a caixa de areia na estação de tratamento existente do Conjunto Orlando Dantas.

O esgotamento do Bairro São Conrado será integrado ao sistema do Conjunto Orlando Dantas, sendo seus efluentes encaminhados e tratados conjuntamente na estação existente no referido conjunto.

O tratamento será procedido através de um Sistema Aeróbio, constituído de: (i) Tratamento Primário: Canal de entrada, caixa de areia, calha Parshal e estrutura de distribuição de vazões; (ii) Tratamento Secundário: Aeróbio, através de valo de oxidação; (iii) Desinfecção: Tratamento com Luz Ultra-violeta.

Em função do estudo de viabilidade econômica, a Estação de Tratamento existente do Conjunto Orlando Dantas, posicionada a cerca de 0,8km da área do projeto, deverá receber os efluentes sanitários do Bairro São Conrado. Para isso, haverá necessidade de intervenções objetivando a ampliação de sua capacidade, através das seguintes obras: (i) Aeradores Submersíveis 20 cv; (ii) Decantadores Secundários; (iii) Centrífuga para desidratação de lodo; (iv) Sistema Ultra-violeta para Desinfecção dos efluentes; (v) Elevatória de Recirculação

b) Bairro Farolândia

Segundo o Estudo de Concepção Geral do Sistema de Esgotos Sanitários de Aracaju, o Bairro Farolândia compreende as Bacias 17 e 18.

Para atendimento de todo o Bairro serão necessárias as seguintes unidades:

- Coleta e transporte, com divisão em 08 Sub-bacias - 2/17, 3/17, 3/17A, 4/17, 6/17, 7/17, 1/18 e 2/18;

- Afastamento, compreendendo oito estações elevatórias, sendo uma delas existente, e seus respectivos emissários por recalque;

- Ampliação da Estação de Tratamento de Esgotos Sanitários ERQ-Sul.

Sub-bacias 3.17 e 3.17A

O sistema a ser implantado compreende as unidades de coleta, transporte e afastamento dos esgotos sanitários das seguintes localidades: Conjunto Augusto Franco (parcial), Loteamento Senhor do Bonfim (parcial), Aningas, Mangeiras, Parque Mar, Condomínios Mar Azul, Parque Jardins de Versalles, Morada dos Faróis, Vale do Japaratuba, Residencial Canoas, Morada do Sol, Gilvan Rocha, Sergipe Del Rey, Arte Viva, Villa Maestria e Imediações e a Universidade Tiradentes (UNIT).

A população esgotável de saturação é de 21.539 habitantes para 2.176 ligações.

Os esgotos coletados serão encaminhados para a Estação de Tratamento ERQ-Sul, onde deverá ser implantado o 2º módulo da unidade de tratamento,

Sub-Bacia 2/18

A Sub-bacia 2/18, que também faz parte do Bairro Farolândia, localiza-se na região Sul da cidade de Aracaju. A população esgotável de saturação é de 1.825 habitantes para 365 ligações.

Os esgotos coletados serão recalcados para a Estação de Tratamento (ERQ-Sul).

Sub-Bacias 4/17 e 7/17

O Bairro Farolândia, como já mencionado, contempla ainda as sub-bacias 4/17 e 7/17, compreendendo parte do Conjunto Augusto Franco e o Loteamento Mangabeiras.

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O sistema projetado compreende as unidades de coleta, transporte e afastamento e coletará os esgotos sanitários das seguintes localidades: Conjunto Augusto Franco (parcial), Loteamento Mangabeiras, Condomínios Vale do Cotinguiba, Praia do Ceará, Praia de Sergipe, Praia do Nordeste, Praia do Forte, Residencial Sul e Recanto Verde.

Os esgotos coletados serão encaminhados para a Estação de Tratamento ERQ-Sul,

A população esgotável de saturação nas duas sub-bacias 4/17 e 7/17 é de 37.160 habitantes para 9.806 ligações.

Sub-Bacias 1/15 e 2/15

As sub-bacias 1/15 e 2/15 localizam-se na região Centro-Sul da cidade de Aracaju. Os esgotos coletados serão encaminhados para tratamento final na ERQ Sul.

A população esgotável de saturação nas duas sub-bacias 4/17 e 7/17 é de 81.703 habitantes para 8.648 ligações.

c) Estação Elevatória E-5

A Estação Elevatória EE-5 faz parte do Sistema de Esgotos Sanitários de Aracaju - SESA, 1ª Etapa, implantada em 1985/1986.

Atualmente afasta para a ERQ-Norte, os efluentes coletados das Sub-bacias 1/1, 2/1, 3/1, 4/1, 5/1, 1/9, 1/2, 2/2, 1/3, 2/3, 1/4, 1/8 e 2/8.

Conforme estudos anteriores, após a integração das obras da 2ª Etapa ao sistema existente, seria necessário a aquisição e instalação do 4º conjunto elevatório. Atualmente 80% destas obras estão concluídas e integradas ao sistema da 1ª etapa, tornando-se necessário a ampliação da capacidade da elevatória, prevendo-se neste estudo, a instalação de mais um conjunto moto-bomba.

d) Estação Elevatória EE-4

A Estação Elevatória EE-4 faz parte do Sistema de Esgotos Sanitários de Aracaju - SESA, 1ª Etapa, implantada em 1984/1985, entrando em operação em 1986.

Atualmente afasta para a ERQ-Norte, os efluentes coletados das sub-bacias 1/4, 4/4, 5/4, 1/11, 1/9, CM2 e CM3.

Desde a implantação até a presente data a elevatória vem sofrendo um processo de corrosão nas paredes internas, nos equipamentos, acessórios e quadros de comando. Medidas corretivas vem sendo tomadas visando eliminar ou reduzir tais problemas.

Com o aumento da população das sub-bacias anteriormente citadas, e da ampliação das contribuições através das sub-bacias 1/4 e 2/4, torna-se necessário a ampliação da capacidade dos conjuntos elevatórios.

e) Estações de Tratamento – ERQ Sul e ERQ Oeste

As Estações de Tratamento – ERQ Sul e ERQ Oeste existentes lançam seus efluentes na sub-bacia do rio Poxim, que apresenta situação de qualidade de suas águas comprometida.

Os estudos realizados (ver item 4.2.6) relatam condições de hipoxia com concentrações de Oxigênio Dissolvido muito baixas alcançando valores próximos de zero. Adicionalmente, os níveis de amônia se apresentaram bastante elevados caracterizando uma situação de poluição orgânica e em processo de eutrofização. A principal causa desta situação é a grande quantidade de matéria orgânica lançada no estuário, originária tanto das ETEs existentes (ERQs Sul e Oeste) e dos esgotos in natura descartados diretamente no rio Poxim e nos diversos canais que deságuam no estuário do rio Sergipe.

O desempenho do conjunto das unidades de operação existentes – ERQs Sul e Oeste não são satisfatórios, pois apresentam percentuais médios de remoção de DBO inferiores a 60%.

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Contribui para tanto, no caso da ERQ Sul, o fato do conjunto de DAFA’s estar assoreado, permitindo um curto circuito hidráulico direto para a lagoa de maturação.

Neste sentido, além da coleta de esgotos das áreas ainda não atendidas (sub-bacias de esgotamento acima citadas), constatou-se a necessidade de reforma e ampliação das ERQs existentes.

O tratamento a ser adotado compreende a adoção do sistema de lodos ativados composta de DAFA’s/Tanque de aeração e desinfecção prevista através Ultra Violeta. A alternativa de tratamento foi adotada por proporcionar eficiência de remoção de poluentes ao nível de controle ambiental exigível, com baixo consumo de energia e outras vantagens adequadas às necessidades da DESO.

6.3.2 BARRA DOS COQUEIROS

A cidade de Barra dos Coqueiros faz parte da Região Metropolitana Aracaju e localiza-se na Ilha de Santa Luzia, junto à margem esquerda do Rio Sergipe, a 2,0 Km de sua foz no Oceano Atlântico.

O sistema de esgotamento sanitário proposto para a sede municipal de Barra dos Coqueiros compreende as seguintes unidades: (i) Coleta e transporte, com divisão em Sub-Bacias – SB-01, SB-02, SB-03 e SB-04 (1ª Etapa) e SB-05 (2ª etapa); (ii) afastamento, compreendendo quatro estações elevatórias e respectivos emissários por recalque; (iii) Estação de Tratamento de Esgotos.

A população esgotável prevista para 2015 é de aproximadamente 18.500 habitantes. A população prevista no horizonte de projeto, 20 anos, é de 22.500 habitantes.

O Sistema de Tratamento e Disposição Final dos Efluentes está posicionado nas proximidades do Centro de Reservação R12 da DESO, ao sul da área de Projeto.

O sistema projetado é constituído de: (i) Gradeamento fino e caixa de areia; (ii) Digestor Anaeróbio de Fluxo Ascendente – DAFA; (iii) RCS – Reatores de Lodo Ativado em Ciclos Seqüenciais; (iv) Desinfecção; (v) Adensadores; e (vi) Leito de secagem. O rio Sergipe é o corpo receptor dos efluentes do tratamento.

6.3.3 SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DENDEZEIRO

O sistema de abastecimento de água Dendezeiro visa prover de água potável as comunidades rurais de Dendezeiro, Taboca, Lagoa do Forno, Forno, Gandu II, São José, Mangabeira, Mundo Novo e Gandu I, situadas no município de Itabaiana. Essas comunidades possuem atualmente 4.016 habitantes com uma previsão de 7.492 habitantes no ano de 2036.

O sistema compreende:

(ii) Derivação da adutora de água tratada de Cajaíba integrante do sistema integrado Adutora do Agreste;

(iii) Elevatória de água tratada;

(iv) Reservatório apoiado de 500 m3 em Dendezeiro; e

(v) Rede de distribuição para as comunidades.

6.3.4 CARACTERÍSTICAS AMBIENTAIS DOS EMPREENDIMENTOS

Para a realização da presente avaliação ambiental os seguintes procedimentos foram adotados:

(a) consulta à documentação técnica das intervenções propostas como contrapartida

(b) Consulta à documentação ambiental das intervenções propostas: Licenças de Instalação – Lis emitidas pela ADEMA

(c) reuniões técnicas com a equipe da DESO responsável pelas obras por parte da DESO

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(d) reuniões técnicas com a equipe da ADEMA responsável pelos processos de licenciamento

(e) inspeção técnica de campo com visita às obras em execução.

6.3.4.1 Gerenciamento Ambiental

�� Os Editais de Contratação de Obras adotados não contemplaram: (i) sistema de gerenciamento e supervisão ambiental de obras, e (ii) procedimentos ambientais de construção.

�� Apesar de não constar dos Editais, a DESO e as empresas construtoras seguem o padrão da Caixa Econômica Federal – CEF e da ADEMA que recomendam a adoção de procedimentos adequados para construção de sistemas com esta tipologia.

�� A DESO conta com profissionais para o gerenciamento e acompanhamento ambiental das Obras.

�� A DESO contratou empresas de consultoria para desenvolvimento de Trabalho Social – envolvendo Educação Ambiental e Mobilização Social em Saneamento, antes e durante a execução das obras, de acordo com o padrão da CEF.

�� A seleção de áreas de bota-fora, de jazidas de empréstimo, canteiros permanentes e provisórios, pátios de depósito de tubos, etc. são acordadas entre a DESO, a Construtora e a ADEMA.

6.3.4.2 Análise da ampliação do Sistema de Coleta de Aracaju

Trata-se da implantação de redes coletoras, estações elevatórias e interceptores localizados na área urbana de Aracaju.

A concepção do sistema evitou a sua localização em áreas de preservação permanente – APPs e em áreas atualmente ocupadas, sendo que o sistema está sendo implantado em vias urbanas e lotes desocupados.

A visita de campo mostrou que os procedimentos construtivos são adequados, sendo realizados progressivamente, com sinalização e equipamentos de proteção individual- EPIs adequados, a não se verificando impactos sobre a população local.

A concepção das estações elevatórias considera o uso local: (i) são localizadas em lotes urbanos desocupados ou em áreas públicas; (ii) prevêem respiradouro para gases evitando a ocorrência de eventual odor.

Foram visitados todos os locais de Estações Elevatórias constatando-se a sua adequada localização. Foi verificada, também, a situação de desapropriação ou de autorização de uso de cada área das Estações Elevatórias. A Tabela a seguir apresenta a situação dessas áreas.

Tabela 6.2 Situação fundiária das áreas das Estações Elevatórias

UNIDADE (EE) SITUAÇÃO

EE - 17 (1/15 E 2/15) Praça Luiz Cunha - Declaração e Autorização de Uso e Ocupação do solo da Prefeitura de Aracaju

EE - 18 Praça pública - declaração e autorização de uso e ocupação do solo da prefeitura de Aracaju

EE - 28 (BACIA 16) Desapropriação decreto nº 25840 de 23/12/2008

EE - 29 Terreno particular em negociação

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EE - 30 Terreno particular em negociação

EE - 31 Terreno particular em negociação

EE - CM1 Praça Pública - Declaração e Autorização de Uso e Ocupação do solo da Prefeitura de Aracaju

EE - 37 Praça Pública - Declaração e Autorização de Uso e Ocupação do solo da Prefeitura de Aracaju

EE - 38 Praça Pública - Declaração e Autorização de Uso e Ocupação do solo da Prefeitura de Aracaju

EE - 40 (4/17) Desapropriação Decreto nº 25822 de 23/12/2008    

Licenciamento ambiental

Considerando serem parte de sistema já licenciado e em operação, as intervenções foram analisadas pela ADEMA e tiveram seu licenciamento dispensado oficialmente. No volume de Anexos constam estas declarações de dispensa.

6.3.4.3 Análise da ampliação das Estações de Tratamento – ERQs Sul e Oeste

As ERQs Sul e Oeste, conforme acima exposto, estão com o desempenho insatisfatório, pois apresentam percentuais médios de remoção de DBO inferiores a 60%. Contribui para tanto o fato do conjunto de DAFA’s se encontrar assoreado, transformando-se num curto circuito hidráulico direto para a lagoa de maturação.

Por esta razão as Estações de Tratamento serão totalmente modificadas, mantendo-se a operação das unidades existentes durante as obras da 1° Etapa de implantação. Em 2018, será ampliada com as obras da 2ª Etapa de implantação do projeto.

Conforme definido nos estudos do projeto conceitual, o processo de tratamento será híbrido anaeróbio/aeróbio, composto por DAFA’s – Digestores Anaeróbios de Fluxo Ascendente seguidos de unidades de Lodos Ativados.

Por esta razão as ERQ-Sul e Oeste serão totalmente modificadas, mantendo-se a operação das unidades existentes durante as obras da 1° Etapa de implantação. Em 2018, será ampliada com as obras da 2ª Etapa de implantação do projeto.

O sistema permite, também, que se evolua para um estágio de remoção de nutrientes quando for necessário o controle de fatores que favorecem a eutrofização nas zonas mais rasas dos estuários dos rios Poxim e Sergipe. A associação das unidades projetadas (DAFA + LODO ATIVADO + DS) permite a seguinte previsão de desempenho:

Tabela 6.3 – Previsão de Desempenho ERQs Sul e Oeste

PARÂMETRO ESGOTO BRUTO

EFLUENTE TRATADO

FINAL

EFICIÊNCIA NA REMOÇÃO

pH 5,5 a 7 6 a 7,5

DBO (mg/l) 244 10 95%

SS (mg/l) 350 < 35 90%

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SSED (ml/l) 10 < 1 90%

CF (NMP/100 ml) 107 < 10³ 99,99%

Ambas as ERQs contarão com adensador e centrífuga de lodo para encaminhamento ao destino final. As áreas atuais das ERQs possuem espaço suficiente para abrigar as ampliações previstas.

Licenciamento ambiental

Essas ampliações ainda se encontram em processo de licenciamento ambiental sob análise da ADEMA. O procedimento adotado pela ADEMA é de análise técnica-ambiental do Projeto por sua própria equipe com exigências relacionadas principalmente à qualidade do efluente final – remoção mínima da carga orgânica de 90% e desinfecção, não exigindo estudo ambiental específico. Tão logo sejam emitidas as licenças respectivas serão enviadas ao Banco para análise.

Como ambos os sub-projetos (reforma e ampliação das estações existentes) estão em fase de licenciamento, atividades de construção não foram iniciadas. As ERQs possuem Licença de Operação – LO válidas e a ADEMA exigiu licenciamento específico para a ampliação das estações. O status de licenciamento ambiental da ampliação das ERQs é o seguinte:

• ETE ERQ Sul. A ADEMA já emitiu um parecer técnico favorável e licença de instalação poderá ser emitida nas próximas semanas.

• ETE ERQ Oeste. Processo de licenciamento iniciado em 2007. Todos os documentos exigidos e os estudos foram apresentados à ADEMA. A análise da agência ainda está pendente.

A tipologia e o porte dos sub-projetos indicam que o licenciamento ambiental pode seguir procedimentos simplificados de acordo com a Resolução CONAMA 377/2006, necessitando de estudos específicos que abordem aspectos fundamentais como: a caracterização do projeto, a avaliação de dados de base, plano de mitigação de impacto e cumprimento de zoneamento municipal, entre outros aspectos. Os procedimentos destes licenciamentos são semelhantes aos adotados para o licenciamento do sistema de Barra dos Coqueiros.

Para garantir o cumprimento dos requisitos de salvaguardas ambientais e sociais do Banco, relatório ambiental específico sobre os sub-projetos de reforma e ampliação das ERQs Sul e Oeste será elaborado e encaminhado ao Banco para análise e aprovação, antes do início das obras respectivas. Deve-se comentar que, em função dos sub-projetos serem financiados pelo PAC, será realizado em Aracaju um programa de trabalho social semelhante ao implementado em Barra dos Coqueiros.

6.3.4.4 Análise da implantação do Sistema de Esgotamento Sanitário de Barra dos Coqueiros

Foi realizada visita técnica à área de implantação do sistema de esgotamento sanitário de Barra dos Coqueiros onde se verificou que:

(i) O sistema de coleta e transporte se localiza em área urbana sendo implantado em vias locais asfaltadas ou ainda sem pavimentação;

(ii) As estações elevatórias estão localizadas em lotes urbanos desocupados e/ou em áreas públicas.

(iii) A Estação de Tratamento de Esgotos – ERQ Barra dos Coqueiros será implantada em área e terreno rural, desapropriado e que se encontra desocupado.

A solução adotada na ERQ Barra dos Coqueiros é a de lodos ativados; composta de gradeamento e caixa de areia, com DAFA (digestores anaeróbios de fluxo ascendente) e tanque de aeração,

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além da desinfecção através dióxido de cloro. Alternativas locacionais para implantação da ETE de Barra dos Coqueiros foram analisadas pela DESO e pela ADEMA, por ocasião da emissão da Licença Prévia do empreendimento. O sítio selecionado situa-se em área rural desocupada, sem interferência com habitats naturais. A justificativa para a escolha desta tecnologia está nas vantagens da adoção de uma solução de baixo consumo de energia e mais compacta, quando comparada ao uso de lagoas; portanto, mais apropriada para áreas urbanas consolidadas, em face da indisponibilidade de grandes terrenos, geralmente com alto custo de aquisição. O processo de tratamento prevê remoção de carga orgânica de 95%. A principal questão ambiental com relação à concepção da ERQ Barra dos Coqueiros é a tecnologia de desinfecção final prevista por meio de dióxido de cloro.

O estuário do Rio Sergipe, conforme consta do item 4.2.6, tem apresentado níveis de poluição orgânica consideráveis principalmente nos trechos referentes aos afluentes Sal e Poxim, tendo-se já verificado a ocorrência de mortandade de peixes em função dos baixos níveis de OD. Adicionalmente tem-se verificado, também, o aumento da concentração de nutrientes com altos índices de amônia decorrentes principalmente de lançamentos de esgotos tratados e de esgotos in natura nesses afluentes e diretamente no rio Sergipe.

Considerando esta situação e a presença de expressivo manguezal na região, a concepção do tratamento de Barra dos Coqueiros prevê a remoção de matéria orgânica e a redução significativa dos níveis de coliformes fecais.

No entanto, devido à presença de manguezais, a desinfecção final do efluente por dióxido de cloro, apesar da possibilidade de formação, em níveis mais baixos, de compostos cancerígenos (Trihalometanos-THMs) que o processo de cloração normal no contato com a matéria orgânica abundante nos manguezais, ainda apresenta riscos a este ecossistema sensível.

A recomendação é de substituição do processo de desinfecção com a adoção de processo com ultravioleta, mais indicado e adequado nesta situação.

Assim, o efluente tratado terá características adequadas à classe do rio e à presença de manguezais. O sistema de tratamento previsto não deverá emitir odores desagradáveis. Adicionalmente, deve-se considerar que a região da ERQ recebe ventos marinhos constantes e o projeto prevê também a implantação de barreira vegetal ao longo dos limites do terreno da ERQ.

Foram visitados todos os locais de Estações Elevatórias e da ERQ constatando-se a sua adequada localização. Foi verificada, também, a situação de desapropriação ou de autorização de uso de cada área das Estações Elevatórias e da ERQ. A Tabela a seguir apresenta a situação dessas áreas.

Tabela 6.4 Situação Fundiária das Áreas das Estações Elevatórias

UNIDADE SITUAÇÃO

EE - 1 Praça Pública: Declaração e Autorização de Uso e Ocupação do solo da Prefeitura de Barra dos Coqueiros

EE - 2 Praça Pública: Declaração e Autorização de Uso e Ocupação do solo da Prefeitura de Barra dos Coqueiros

EE - 3 Praça pública: Declaração e Autorização de Uso e Ocupação do solo da Prefeitura de Barra dos Coqueiros

EE - 4 Faixa de domínio da rodovia SE - autorização DER ERQ Desapropriada Decreto Estadual nº 26217 de 17/06/2009

Licenciamento ambiental

A ADEMA não exigiu estudo ambiental para o licenciamento tendo sido realizada análise técnica-ambiental do Projeto. O Sistema possui Licença de Instalação – LI nº 234/2008 emitida

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pela ADEMA em 11/09/2008. A LI apresenta como condicionante a destinação do lodo do leito de secagem para uso como adubo orgânico de frutíferas, gramíneas, etc. O uso para plantação de outras culturas como hortaliças fica condicionado à transformação do lodo em biossólidos.

Este sub-projeto possui Licença de Instalação – LI válida emitida pela Agência Estadual de Meio Ambiente - ADEMA. O licenciamento seguiu procedimento simplificado, de acordo com a legislação brasileira. A capacidade nominal do sistema é 18.500 habitantes (2015) e é classificado como de “pequeno porte” pela Resolução CONAMA 377/2006. Portanto, a lei não exige a Avaliação Ambiental abrangente. O sub-projeto recebeu financiamento do Governo Brasileiro (Programa PAC), e seguiu as orientações ambientais e sociais, incluindo um programa de apoio social ao longo da fase de construção.

O licenciamento ambiental e a implantação do sistema de esgotamento sanitário de Barra dos Coqueiros foi apoiado por um estudo detalhado de engenharia elaborado em 2001. O estudo é composto por 15 volumes, com inúmeros projetos de engenharia, abordando os seguintes aspectos técnicos: descrição do projeto, dimensionamento, lay-out proposta (alternativa escolhida), projeções demográficas, parâmetros de concepção do projeto, caracterização da região de localização, elementos técnicos do projeto básico, concepção geral detalhada do sistema de coleta e transporte (incluindo análise de alternativas), análise de alternativas de localização das estaçõs elevatórias, análise de alternativas de localização da estação de tratamento de esgotos e de disposição final dos efluentes, estimativas de movimentação de terra, sistema de drenagem, levantamento e estudo geotécnico.

A análise de alternativas de localização avaliou as diferentes sub-bacias e dois possíveis locais para implantação de estação de tratamento. Toda a área é drenada o rio Sergipe, no limite oeste da cidade, restringindo as possibilidades de localização da ETE. A concepção do sistema dividiu a coleta em 4 sub-bacias, buscando reduzir o número de estações de bombeamento e redes pressurizadas. A ETE foi localizada no limite sul da cidade. A localização da ETE foi selecionada considerando uma série de aspectos: a área não possuia ocupação e não estava próxima a área densamente ocupada, não interferia com as atividades existentes, não requeria reassentamento da população, tinha condições favoráveis para fundações e poderia usar um emissário de gravidade para descarga dos efluentes tratados. A alternativa de localização tinha interferência direta com uma fazenda planejada de produção de camarão.

O estudo também analisou as alternativas tecnológicas de tratamento dos esgotos considerando os parâmteros de qualidade das águas do rio Sergipe, com enquadramento proposto de Classe 3 Foram analisadas alternativas de tecnologias de tratamento - DAFA com Lodos Ativados, procurando atingir os requisitos esperados de remoção de DBO. Adicionalmente, o estudo demonstrou que a eliminação de efluentes (sem desinfecção), não era compatível com os parâmetros de qualidade da água do rio Sergipe, sendo necessário portanto, um sistema de desinfecção. O projeto também especificou um sistema de captação de biogás no DAFA.

Impactos Ambientais do Sistema

O projeto não ignorou que a área selecionada para a estação de tratamento - ETE localiza-se em frente a uma área de expansão urbana, conhecida como "Loteamento Riomar." As imagens seguintes, 2004 e 2010, mostram que a área próxima à ETE foi ocupada no tempo de elaboração do projeto e que Barra dos Coqueiros está crescendo em direção à localização da estação de tratamento.

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Barra dos Coqueiros. (DESO 2004)

O projeto da estação de tratamento inclui um sistema de captura de metano no DAFA para mitigar a geração de odor. Além disso, a presente avaliação recomenda a implantação de barreiras vegetais como medida de mitigação do odor.

Os estudos técnicos e análise da documentação de licenciamento permitem concluir que a concepção do sistema de esgotamento sanitário de Barra dos Coqueiros seguiu práticas ambientais adequadas e deverá produzir impactos positivos na área de intervenção.

O sistema de licenciamento (ambiental, do uso da terra e de ocupação) foi apoiado por um amplo processo de consulta, envolvendo a população local, associações de moradores, Ministério Público e representantes e autoridades da Prefeitura. Adicionalmente, a implementação do projeto possui um programa de apoio social. O estudo técnico abrangeu os aspectos ambientais abordando a análise de alternativas de localização e de tecnologias as possíveis interferências com instalações e atividades econômicas existentes e a capacidade de diluição do efluente

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tratado no Rio Sergipe, para selecionar o melhor projeto alternativo. O estudo também incorpora importantes medidas de mitigação, tais como a desinfecção de efluentes e captação do biogás.

A implantação do sistema segue os manuais e procedimentos ambientais, saúde e segurança da CAIXA. A presente avaliação conclui que esses procedimentos foram adequados e compatíveis com as salvaguardas do Banco. O estudo técnico foi conciso, mas propiciou resultados positivos, recomendando alternativa de menor impacto ambiental e social. O processo de licenciamento ambiental pode ser considerado compatível com as exigências dde salvaguardas do Banco de Salvaguardas, considerando o porte da intervenção. As lacunas identificadas referem-se ao programa de monitoramento e o detalhamento das medidas de controle de odor que serão abordadas no Plano de Gestão Ambiental – PGA e na licença de operação do sistema.

Consulta Pública

A documentação apresentada pela DESO demonstra que pelo menos quatro eventos de consultas públicas foram realizados como parte dos processos de licenciamento e construção.

A documentação anexa inclui anúncios públicos, atas de reunião, listas de participantes e documentação fotográfica relacionada com os seguintes eventos:

�� 20 novembro 2008, com a participação do vice-prefeito, de representantes da Prefeitura, habitantes e uma ONG;

�� 10 dezembro 2008, com a participação do Presidente da Câmara Municipal, para apresentação do projeto ambiental e social;

�� 19 fevereiro de 2009. Evento oficial com a participação de representantes da Prefeitura, o prefeito, as associações da comunidade local, Ministério Público e os habitantes da cidade;

�� 3 de junho de 2009. Evento oficial, na Camâra Legislativa Municipal para elucidar questões relativas à implementação do sistema de saneamento.

A Autorização de Uso das Terras pela Prefeitura de Barra dos Coqueiros (10/2009) foi publicada 03 de julho de 2009, demonstrando que o processo de consulta, descrito acima, foi bem sucedido.

Adicionalmente, a DESO, assistida por uma empresa de consultoria, participou de inúmeros eventos para definir o programa social e ambiental, associado à implementação do sistema de esgotamento sanitário. A DESO concordou em apoiar um programa de coleta seletiva de lixo e realizar programas

No Anexo V, consta a documentação sobre as reuniões realizadas.

6.3.4.5 Destino Final dos Lodos das ERQs

A SEMARH, em conjunto com o analista ambiental e equipe do Banco, reuniu-se com a ADEMA para tratar da questão de destino final dos lodos das ERQs Sul, Oeste e de Barra dos Coqueiros, tendo-se acordado que a ADEMA exigiria nas licenças ambientais, pelo menos 4 alternativas de destino final do lodo: (a) estocagem de forma apropriada nas áreas das ERQs até um destino final adequado; (b) destinação em aterro sanitário licenciado; (c) utilização em áreas degradadas com a elaboração de Planos de Recuperação de Áreas Degradadas - PRADS e responsabilidade pela sua implantação; e (d) utilização na agricultura de acordo com a Resolução CONAMA 375/2006.

As mesmas alternativas deverão ser consideradas para os lodos a serem retirados dos DAFAs atuais que se encontram assoreados. A concepção das ERQs prevê a implantação de adensadores e centrífugas de lodo de modo a possibilitar o seu adequado transporte

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É importante considerar que na ADEMA encontra-se em fase final de licenciamento o Aterro Sanitário de Rosário do Catete, cidade próxima de Aracaju e Barra dos Coqueiros e que poderá servir como destino final dos lodos das Estações de Tratamento – ERQs.

Nesse sentido, a DESO deverá elaborar estudo de alternativas para o destino final dos lodos considerando as opções acima. Este estudo, após análise da ADEMA, deverá ser submetido ao Banco Mundial para aprovação antes do início de operação das ERQs.

6.3.4.6 Análise do Sistema de Abastecimento de Água Dendezeiro

O sistema de abastecimento de água Dendezeiro localiza-se em área rural e as unidades (derivação da adutora, adutoras de água tratada, elevatórias e rede de distribuição) estão localizadas ao longo de estradas vicinais e em terrenos rurais desocupados.

Foram visitadas todas as áreas previstas para instalação de unidades do sistema constatando-se sua adequada localização. Adicionalmente, foram verificados, também, a situação fundiária das áreas das estações elevatórias e reservatório apoiado. A tabela a seguir apresenta a situação dessas áreas.

Tabela 6.5 - Situação Fundiária das Áreas da Estações Elevatória e Reservatório

UNIDADE SITUAÇÃO Elevatória de água

tratada Área negociada com autorização para início das obras pelo proprietário

Reservatório apoiado de 500 m3

Área negociada com autorização para início das obras pelo proprietário

Licenciamento

Considerando o pequeno porte do empreendimento, sua localização e por se tratar de extensão do Sistema do Agreste (já licenciado e em operação), a ADEMA dispensou de licenciamento ambiental de acordo com as normas legais vigentes.

6.3.5 AVALIAÇÃO AMBIENTAL DE ACORDO COM AS SALVAGUARDAS DO BANCO

OP 4.01 Avaliação Ambiental

Os empreendimentos foram objeto de avaliação ambiental pela ADEMA, no âmbito do processo de licenciamento ambiental.

Para a ampliação das redes de coleta, estações elevatórias e emissários de recalque, a ADEMA, considerando tratar-se de ampliação de sistema já licenciado e em operação, não solicitou a elaboração de estudos ambientais específicos mas analisou tecnicamente as intervenções e emitiu declarações de dispensa de licenciamento.

A ampliação das Estações de Tratamento de Aracaju – ERQs Sul e Oeste encontra-se em análise pela ADEMA para emissão das respectivas licenças. A DESO acordou em apresentar estudo ambiental complementar das referidas interferências, abordando análise de alternativas tecnológicas para expansão, avaliação de impactos ambientais (considerando a capacidade de assimilação dos efluentes no corpo receptor), plano de gestão das ETEs, contemplando medidas de mitigação e monitoramento para as fases de implantação e operação. O estudo ambiental complementar será submetido ao Banco antes do início das obras de expansão. A DESO apresentará também toda a documentação da consulta pública do empreendimento e trabalhos sociais, que estão sendo executados em acordo com as normas da CAIXA.

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Para o sistema de esgotamento sanitário de Barra dos Coqueiros, a ADEMA emitiu a Licença de Instalação – LI 234/2008 que apresenta como condicionante a destinação do lodo do leito de secagem para uso como adubo orgânico de frutíferas, gramíneas, etc.

No entanto, conforme comentado acima, a ADEMA deverá exigir a adoção das seguintes alternativas de destino final dos lodos: (a) estocagem de forma apropriada nas áreas das ERQs até um destino final adequado; (b) destinação em aterro sanitário licenciado; (c) utilização em áreas degradadas com a elaboração de Planos de Recuperação de Áreas Degradadas - PRADS e responsabilidade pela sua implantação; e (d) utilização na agricultura de acordo com a Resolução CONAMA 375/2006.

A DESO deverá apresentar para análise e aprovação do Banco a(s) alternativa(s) a serem adotadas para o destino final dos lodos das ERQs Sul e Oeste de Aracaju e para a ERQ Barra dos Coqueiros.

A DESO deverá, também, substituir o processo de desinfecção do efluente final da ERQ Barra dos Coqueiros por processo com ultravioleta.

O licenciamento ambiental do sistema de saneamento de Barra dos Coqueiros, empreendimento de contrapartida em execução, seguiu procedimento simplificado, que não requer preparação de estudo de impacto ambiental, devido o pequeno porte do empreendimento. No entanto, os estudos que subsidiaram o licenciamento, abrangeram os aspectos chave dos requisitos das salvaguardas. O processo de consulta também foi amplo, abordando especificamente a questão de localização da ETE.

Os procedimentos de licenciamento adotados pela ADEMA estão em conformidade com a legislação Brasileira. Os empreendimentos já licenciados seguiram procedimentos compatíveis com o porte e potencial de impacto. A DESO acordou em apresentar estudos ambientais complementares, visando atender todos os requisitos de avaliação ambiental do Banco.

Gerenciamento Ambiental

Apesar dos editais de obras não contemplarem sistema de gerenciamento e supervisão ambiental de obras, e procedimentos ambientais de construção, a DESO e as empresas construtoras seguem o padrão da Caixa Econômica Federal – CEF e da ADEMA que recomendam a adoção de procedimentos adequados para construção de sistemas com esta tipologia.

Implantação das Obras

O sistema de coleta e transporte de Barra dos Coqueiros localiza-se em área urbana sendo implantado em vias locais asfaltadas ou ainda sem pavimentação. As estações elevatórias estão localizadas em lotes urbanos desocupados ou em áreas públicas.

A Estação de Tratamento de Esgotos – ERQ Barra dos Coqueiros será implantada em terreno rural, desapropriado de área de maior dimensão, e se encontra desocupado. Devido a ocupacao urbana nas áreas lindeiras. a ETE está adotando medidas de mitigação da geração de odor,.As unidades da ERQ: Digestor anaeróbico de fluxo ascendente – DAFA e reator de lodos ativados não deverão emitir odores desagradáveis sendo que a região recebe ventos marinhos constantes.

O tratamento, a nível secundário, prevê remoção de carga orgânica de 95 % e desinfecção por ultravioleta, garantindo a remoção total de coliformes. O lançamento será no estuário do rio Sergipe e o efluente tratado terá características adequadas à classe do rio e à presença de manguezais.

O sistema de coleta e transporte dos esgotos de Aracaju também está localizado em área urbana e está sendo implantado em vias urbanas e lotes desocupados.

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A visita de campo mostrou que os procedimentos construtivos são adequados, sendo realizados de forma planejada e progressivamente, com sinalização e equipamentos de proteção individual- EPIs adequados, a não se verificando impactos sobre a população local.

A concepção das estações elevatórias considera o uso local: (i) são localizadas em lotes urbanos desocupados ou em áreas públicas; (ii) prevêem respiradouro para gases evitando a ocorrência de eventual odor. Foram visitados todos os locais de Estações Elevatórias constando- se a sua adequada localização.

Com relação ao sistema de abastecimento de água Dendezeiro, a visita de campo constatou que todas as unidades estão localizadas ao longo de estradas vicinais e em terrenos rurais desocupados, não se verificando a possibilidade de impactos sobre a população e ao meio natural.

Estações de Tratamento – ERQs Sul e Oeste - Aracaju

As obras das estações de tratamento não foram licitadas uma vez que ainda não possuem as respectivas licenças ambientais.

OP 4.01 Habitats Naturais

A maior parte das áreas utilizadas na implantação do empreendimento são antropizadas e de baixa densidade populacional. A concepção de localização das intervenções buscou evitar ao máximo a incidência em áreas naturais com vegetação e não apresenta interferência com unidades de conservação. As estações de tratamento possuem desinfecção por ultravioleta adequado ao lançamento de efluente em estuário com manguezais.

OP 4.12 Reassentamento Involuntário

A concepção dos sistemas evitou a localização de unidades em áreas ocupadas e não haverá necessidade de reassentamento involuntário.

6.3.6 AVALIAÇÃO GLOBAL

A ampliação dos sistemas de esgotamento sanitário de Aracaju e a implantação de sistema para o município de Barra dos Coqueiros traz impactos positivos significativos com a melhoria das condições sanitárias, da qualidade de vida da população, da qualidade da água dos corpos receptores dos efluentes tratados, com resultados diretos na melhoria das condições ambientais e urbanas das cidades beneficiárias.

A ampliação do nível de tratamento dos esgotos gerados na região deverá diminuir o aporte de carga poluidora doméstica representada pelos esgotos lançados in natura ou com níveis insatisfatórios de tratamento, reduzindo as condições críticas de qualidade das águas, atualmente verificadas, no estuário do rio Sergipe.

Os impactos negativos inerentes à execução das obras estão sendo adequadamente manejados pela DESO, constituindo em transtornos e incômodos à população caracterizados como impactos transitórios e pouco significativos.

No entanto, para garantir os resultados ambientais positivos, algumas medidas adicionais se tornam necessárias e estão sintetizadas na tabela a seguir. Estas medidas e programas integram o Plano de Gestão Ambiental – PGA do Programa Águas de Sergipe.

Tabela 6.6 – Síntese das recomendações Grupo B – Componente 3 – Intervenções de Contrapartida

Componente / Subcomponente / Ações

Principais Medidas Recomendadas Programas Ambientais

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Estudo de Alternativas para Destino Final dos Lodos das ERQs Sul, Oeste e Barra dos Coqueiros

Substituição do processo de desinfecção final da ERQ Barra dos Coqueiros para processo de ultravioleta

Implantação de Barreira Vegetal ao longo dos limites das ERQs Sul, Oeste e Barra dos Coqueiros

Conclusão da Consulta Pública da expansão das ERQs, de forma análoga a conduzida em Barra dos Coqueiros.

Componente – 3

Esgotamento Sanitário – Obras de Contrapartida

Estudo ambiental complementar das ERQs de Aracaju, contemplando análise de alternativas, avaliação de impactos, medidas de mitigação e monitoramento para as fases de implantação e operação das ERQs

Programa de Adequação Ambiental das ERQs Sul, Oeste e Barra dos Coqueiros

Componente – 3

Esgotamento Sanitário – Obras de Contrapartida

Monitoramento da Qualidade da água dos Corpos Receptores – rio Poxim e rio Sergipe

Programa de Monitoramento da Qualidade das Águas

6.4 COMPONENTE 3 - ÁGUAS E CIDADES- FINANCIAMENTO BANCO MUNDIAL O Componente 3 – Águas e Cidades envolve intervenções de (i) ampliação e melhorias no sistema de abastecimento de água para a cidade de Divina Pastora; (ii) implantação de sistemas de esgotamento sanitário para as cidades de Itabaiana, Ribeirópolis e Nossa Senhora das Dores; e (iii) implantação de sistema de drenagem urbana em Itabaiana.

Considerando que ainda não se dispõe da concepção técnica de engenharia destes sistemas, o que será realizado no 1º ano de execução do PAS, as diversas tipologias de projetos são analisadas, ao nível conceitual, nas tabelas a seguir .

Sub-componente

Intervenções Propostas

Ampliação de redes de distribuição Ampliação e melhorias no sistema de abastecimento de água de Divina Pastora

Implantação de estações elevatórias

Implantação de sistema de coleta (ramais domiciliares, redes e coletores-tronco)

Implantação de sistema de transporte (interceptores, elevatórias e linhas de recalque)

Implantação de sistemas de esgotamento sanitário

Implantação de Estação de Tratamento de Esgotos - ETE

Implantação de redes e galerias de drenagem Implantação de sistema de drenagem urbana

Implantação de reservatórios (subterrâneos) de contenção e redução dos picos de cheia

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A tabela a seguir apresenta os principais impactos positivos e negativos das tipologias acima e sua gradação de significância, assim como as medidas de mitigação dos impactos negativos e os respectivos programas ambientais a constar do Plano de Gestão Ambiental do PAS e de cada empreendimento selecionado.

Na análise da tabela, pode-se constatar que os impactos negativos são, em geral, localizados, transitórios e de caráter pouco significativo a moderado, decorrentes principalmente das atividades inerentes à execução de obras.

Dependendo, no entanto, do porte e localização, podem apresentar interferências com:

�� habitats naturais – áreas de preservação permanentes; �� patrimônio cultural, arqueológico e paleontológico �� edificações comerciais e/ou moradias

Critérios adequados de concepção e projeto podem minimizar significativamente a possibilidade de ocorrência dessas interferências.

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Tabela Componente 3 – Impactos Positivos e Negativos, Medidas Mitigadoras e Programas Ambientais Impactos Positivos Impactos Negativos

Fase de Planejamento e Obras Fase de Planejamento e Obras Medidas Mitigadoras Programas Ambientais

Fortalecimento da mobilização comunitária

moderado Geração de expectativas e Insegurança da População

Moderado Ações de divulgação do Programa e comunicação social

Comunicação Social

Geração de empregos e aumento da renda da população local

moderado

Alteração na qualidade de vida da população residente nas áreas próximas às obras

Moderado

Planejamento das Obras e procedimentos construtivos adequados

Manual Ambiental de

Construção Fase de Operação Interferências sobre infra-estrutura e

equipamentos urbanos existentes Pouco Significativo

Articulação com concessionárias de serviços e organismos responsáveis

Manual Ambiental da Construção

Melhoria das condições sanitárias

Significativo Eventuais prejuízos ao comércio local Pouco Significativo

Métodos e procedimentos construtivos adequados e ações de comunicação social

Manual Ambiental de Construção e

Comunicação social Melhoria da qualidade de vida da população

Significativo Interferências em Áreas de Preservação Permanente - APPs

Moderado Métodos e procedimentos construtivos adequados e recuperação de áreas

degradadas

Critérios de Projeto Manual Ambiental de

Construção Melhoria da qualidade da água do corpo receptor

Significativo Supressão da vegetação Pouco Significativo

Métodos construtivos adequados e reposição da vegetação afetada

Manual Ambiental de Construção

Ampliação da disponibilidade hídrica

Significativo Interferências com patrimônio cultural Pouco Significativo

Levantamento de ocorrência e Procedimentos de resgate

Manual Ambiental de Construção

Atração de investimentos para a região beneficiada

Significativo Geração de Sedimentos Pouco Significativo

Métodos Construtivos adequados e monitoramento

Manual Ambiental de Construção e

Monitoramento Elevação da auto-estima da população

Significativo Utilização de Jazidas de Empréstimo Moderado Utilização de Jazidas Licenciadas e Recuperação de Áreas Degradadas

Manual Ambiental de Construção

Melhoria das condições ambientais e urbanas da região

Significativo Geração de Bota-fora Moderado Destino dos rejeitos em áreas adequadas e licenciadas. Reconstituição das áreas

utilizadas.

Manual Ambiental de Construção

Valorização imobiliária Moderado Risco de acidentes Pouco Significativo

Planejamento de obras e procedimentos de segurança.

Manual Ambiental de Construção

Consolidação de novos enfoques ambientalistas

Significativo Aumento de tráfego de maquinário pesado na região

Pouco Significativo

Planejamento Adequado das Obras Manual Ambiental de Construção

Possibilidade de Relocação e Reassentamento de Famílias

Pouco Significativo

Marco Conceitual de Reassentamento Critérios de Projeto Marco de Reassentamento

-------------------------------------- ---------------- Fase de Operação ---------------------------------------

--------------- Geração de Odor pela ETE Moderado Localização adequada da ETE e/ou previsão de tratamento de gases

Monitoramento

Geração de Lodos pela ETE Moderado Tratamento e destino final adequado Monitoramento

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�� OP 4.01 – Avaliação Ambiental. As intervenções deverão ter uma avaliação ambiental específica quando da sua concepção/detalhamento de acordo com os critérios estabelecidos no âmbito do Plano de Gestão Ambiental – PGA. Os editais de obras deverão conter um manual ambiental de obras de responsabilidade das empresas construtoras.

Os estudos ambientais específicos para os sub-projetos do componente 3, bem como respectivas especificações ambientais, serão analisados pelo Banco. Os estudos poderão seguir procedimentos simplificados, de acordo com os requisitos legais para a escala do empreendimento. No entanto, as avaliações ambientais devem ser abrangentes, cobrindo todos os aspectos-chave, tais como diagnóstico ambiental focado nos fatores de maior relevancia, análise de alternativas tecnológicas e de localização, avaliação de impactos, plano de mitigação, plano de gestão ambiental e programa de monitoramento, elaborados de forma consistente com o porte do empreendimento, mas atendendo todos requisitos de salvaguardas aplicáveis.

Na concepção dos sistemas de esgotamento sanitário, deverão ser consideradas alternativas de localização das ETEs em relação à área urbana. Essas alternativas devem considerar a predominância de ventos e a distância mínima adequada (250 metros de residências e/ou áreas urbanas planejadas). No caso dessa situação ser inviável, a concepção da ETE deve prever um afastamento mínimo de cerca de 100 metros de edificações e tratamento adequado de gases com eliminação de odores.

A concepção da ampliação ou implantação da ETE deve analisar a produção de lodos, tratamento e o destino final atual e previsto.

�� OP 4.04 – Habitats Naturais - No caso de habitats naturais, a ampliação de sistemas de abastecimento de água, a implantação de sistemas de esgotos (interceptores, estações elevatórias e estações de tratamento) e de drenagem urbana quase sempre apresentam interferências com APPs.Considerados pela legislação como intervenção de utilidade pública, essa interferência pode ser autorizada pelo órgão ambiental e minimizada com técnicas adequadas de construção e com posterior recuperação da área de intervenção.

�� OP 4.11 – Recursos Físico-culturais. A possibilidade de interferência com patrimônio cultural deve ser analisada na concepção do empreendimento e na sua avaliação ambiental de modo a se adotar procedimentos de resgate, se for o caso, ou procedimentos de “salvamento ao acaso”. É importante comentar que as cidades a serem objeto de intervenções não apresentam sítios históricos tombados, assim como se situam em regiões sem incidência de patrimônio paleontológico.

�� OP 4.12 Reassentamento Involuntário. Com relação à possibilidade de interferência com atividades comerciais a concepção do projeto e sua execução devem evitá-la. Da mesma forma, o projeto do empreendimento deve evitar a necessidade de reassentamento de famílias. Caso, eventualmente, venha a se necessitar de relocação de famílias, plano específico deverá ser realizado em acordo com o Marco de Reassentamento Involuntário a constar do Plano de Gestão Ambiental – PGA do PSA.

Com relação à fase de operação, a maioria dos impactos da fase de operação é positiva, significativa e de caráter permanente. Apresentam também forte viés ambiental ao buscar a recuperação da qualidade da água dos cursos d’água resultando na melhoria da disponibilidade hídrica da região de intervenção e nas condições ecológicas associadas (fauna e flora aquáticas) possibilitando o uso sustentável dos recursos hídricos.

6.5 PANORAMA INSTITUCIONAL Na implementação do Programa Águas de Sergipe está envolvido um tomador de empréstimo – Governo do Estado de Sergipe, representado pela Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SEMARH, o qual assinará acordo de empréstimo com o Banco Mundial.

Além do próprio executor – SEMARH, a DESO como prestador de serviços de saneamento das cidades a serem beneficiadas, integrará o Programa como implementadora das ações do componente Águas e Cidades.

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A SEAGRI participará do Programa com suas vinculadas – COHIDRO E EMDAGRO – no âmbito do Componente 2 – Águas e Irrigação.

Adicionalmente, uma série de órgãos e instituições se envolverá na implementação do Programa, desde a concepção e desenvolvimento de estudos, planos e projetos até a execução, operação e sustentabilidade das intervenções.

Quadro síntese do envolvimento dos principais atores (stakeholders) é apresentado a seguir:

Tabela 6.3- Envolvimento dos Atores (stakeholders) nas ações do Programa

Subcomponentes Stakeholders Formas de Envolvimento

Componente 1 – Gestão de Recursos Hídricos e Desenvolvimento Institucional

SEMARH Supervisão da implementação do Programa. Estudos para criação de UCs

Criação de Unidades de Conservação

Comitê da Bacia Acompanhamento Geral

Componente 2 – Águas e Irrigação

SEMARH Supervisão da implementação do Programa. Outorga de uso de recursos hídricos (barragens e perímetros). Avaliação de Segurança

SEAGRI (COHIDRO e EMDAGRO)

Elaboração, execução e operação das ações e intervenções.

ADEMA Licenciamento Ambiental das Intervenções. Monitoramento da qualidade ambiental e fiscalização.

Modernização e Adequação Ambiental da Infraestrutura Hídrica (barragens/reservatórios) e Perímetros de Irrigação

Comitê da Bacia Acompanhamento Geral

Componente 3 – Águas e Cidades

SEMARH Supervisão da implementação do Programa. Outorga de uso do recurso hídrico – lançamento de efluentes

DESO

Elaboração, execução e operação dos das ações e intervenções.

ADEMA

Licenciamento ambiental das Intervenções. Monitoramento da qualidade ambiental e fiscalização

IPHAN Aprovação dos estudos de patrimônio cultural necessários ao licenciamento

Prefeituras municipais e entidades locais

Autorizações de obras referentes ao uso do solo

Investimentos em Expansão dos Serviços de Esgotamento Sanitário nas Cidades do rio Sergipe

Comitê da Bacia Acompanhamento Geral

SEMARH Supervisão da implementação do Programa. Elaboração e execução e das ações e intervenções.

Prefeitura Municipal Participação na Concepção e Aprovação do Projeto

Investimentos em Drenagem Urbana

ADEMA

Licenciamento ambiental das Intervenções. Monitoramento da qualidade ambiental.

O Comitê da Bacia do rio Sergipe, que deverá acompanhar de forma geral a implementação das intervenções do Programa, reúne entidades do poder público (representantes do Governo Federal, do Estado de Sergipe e de municípios da bacia), dos usuários (concessionárias de

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saneamento, energia, indústria, consumidores, etc.), iniciativa privada e sociedade civil organizada.

Participação e Envolvimento Social

O envolvimento de diversos atores com interesse no desenvolvimento do Águas de Sergipe ocorre durante todas as fases de sua preparação em diferentes níveis de participação.

Na fase inicial de preparação do Programa, houve consultas e discussões junto ao Comitê da Bacia do Rio Sergipe. Durante a fase de elaboração e execução dos projetos – principalmente das obras de melhoria e adequação ambiental dos perímetros de irrigação, da expansão de sistemas de esgotos sanitários e da implantação de sistema de drenagem urbana em Itabaiana– o Águas de Sergipe prevê um intenso trabalho social que inclui: (i) consultas prévias a serem realizadas no âmbito dos processos de licenciamento ambiental das intervenções; e (ii) acompanhamento social antes e durante a execução das obras de de implantação de sistemas de esgotamento sanitário e de drenagem urbana – plano de comunicação social para as obras constante do Manual Ambiental de Construção.

Beneficiários das Ações do Programa

O principal beneficiário das ações do Programa será a população das cidades da Bacia envolvidas principalmente pela melhoria e adequação dos perímetros irrigados e o recebimento de um serviço essencial como o de esgotamento sanitário. Neste item ressaltam-se os benefícios à população de baixa renda e com maior vulnerabilidade social.

6.6 CRITÉRIOS E PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL DE PROJETOS

A UAPAS deverá adotar procedimentos sócio-ambientais durante a execução do Programa envolvendo as seguintes fases:

��Fase A - Detalhamento dos Projetos (Estudos de Concepção e Projetos de Engenharia) do Componente 3

Durante o detalhamento dos projetos deverão ser seguidos procedimentos referentes a:

9� Critérios sócio-ambientais para a concepção dos projetos;

9� Licenciamento ambiental dos projetos;

9� Procedimentos de Divulgação e Consulta;

9� Relatório Ambiental de acordo com as Salvaguardas Ambientais e Sociais do Banco.

��Fase B – Implantação dos Projetos (obras)

Durante a implantação dos projetos (obras) deverão adotados procedimentos relativos à Supervisão Ambiental de Obras.

Essas fases estão detalhadas no Plano de Gestão Ambiental – PGA (capítulo 7) considerando que as intervenções previstas referem-se principalmente aos sistemas de esgotamento sanitário e de drenagem urbana nas cidades da Bacia do rio Sergipe.

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7. AVALIAÇÃO GLOBAL DO PROGRAMA Sob uma ótica mais abrangente e estratégica, o conjunto de ações propostas para serem financiadas pelo Programa Águas de Sergipe têm repercussão em uma série de políticas, planos e programas em nível regional e metropolitano.

O Programa busca estruturar e fortalecer de forma conjunta as vertentes ambientais e de recursos hídricos na bacia.

Contempla uma série de ações voltadas à recuperação de passivos existentes e ao fortalecimento das condições ambientais ainda remanescentes na bacia com o apoio à estruturação dos instrumentos de gestão ambiental, de recursos hídricos e de uso do solo como o apoio aos Comitês de Bacia, o zoneamento ecológico-econômico, a criação de unidades de conservação, a elaboração de planos de manejo das áreas protegidas, etc.

Envolvem principalmente as questões relacionadas à conservação da água, considerando tanto a linha mestra de recuperação da qualidade, incluindo ações de despoluição de rios e córregos, quanto na vertente da conservação de quantidades, desdobrando-se em ações para recuperação e gestão eficiente da infraestrutura hídrica existente.

Adicionalmente, o PAS contempla uma série de ações voltadas ao fortalecimento das estruturas administrativas de gestão ambiental e de recursos hídricos do Estado.

Antevê-se igualmente que o conjunto de ações, de modo geral, deve funcionar, também, como indutor das ações e estratégias dos planos de recursos hídricos e de saneamento (planos de bacia, modelos de gestão de resíduos sólidos, modelos de gestão de saneamento rural, regulação de serviços, etc.), contribuindo para o fortalecimento dos instrumentos de gestão.

Nesse sentido, o PAS deverá, também, apoiar a estruturação de sistemas de gestão de resíduos sólidos permitindo ao Estado e municípios acesso à crédito para implantação de aterros sanitários adequados, com fechamento/remediação dos “lixões”, incluindo programa específico do Banco Mundial com a Caixa Econômica Federal

EFEITOS POSITIVOS

a) Recuperação de Importantes Passivos Ambientais: investimentos em infra-estrutura hídrica (barragens e reservatórios) e perímetros irrigados, realizados na bacia do rio Sergipe há mais de 20 anos e não acompanhados por uma permanente e adequada gestão técnica, operacional e ambiental, resultaram em importantes passivos ambientais, que acabaram por promover a degradação ambiental da bacia. Ações de regularização de licenças ambientais e outorgas de uso da água, modernização recuperação da infra-estrutura hídrica instalada, acompanhadas pela desocupação e controle de acessos e uso de áreas de preservação permanente contribuem de forma efetiva para a promoção do uso eficiente e sustentável da água.

b) Melhoria da Qualidade Ambiental e das Águas

A população atualmente atendida por sistemas de esgotos na bacia praticamente dobrará passando de um índice de 22 % para 45,3% possibilitando também ao Estado sua ampliação futura com a implantação de sistemas nas demais cidades da bacia.

O tratamento dos fatores causais, como a retirada das cargas afluentes ao rio Sergipe e seus afluentes, via implantação desses sistemas de esgotamento sanitário com adequado tratamento de efluentes configuram-se em elementos importantes para uma sensível melhoria da qualidade das águas, resultando também na melhoria da disponibilidade hídrica - quantidade e qualidade, com efeitos diretos sobre o nível de qualidade de vida da população residente na região abrangida pelo Programa.

A recuperação dos mananciais também propiciará outros ganhos de qualidade ambiental, na medida em que promove a salubridade e o equilíbrio dos fenômenos naturais, mantém a vida

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aquática e os processos ecológicos associados (fauna e flora aquáticas), e permite o uso sustentável dos recursos hídricos aproveitados na bacia do rio Sergipe.

b) Melhoria da Rede de Infra-Estrutura

Em 2000, 191 países componentes da ONU se reuniram em Nova Iorque para estabelecer um conjunto de medidas relacionadas ao desenvolvimento global, constituindo as chamadas “Metas do Milênio”, como forma de compromisso dos países membros com a melhoria dos padrões sociais, econômicos e ambientais mundiais e, sobretudo, dos países em desenvolvimento. As 8 metas, alinhadas aos preceitos da Agenda 21 Global, Nacional e Local (no caso de São Paulo), incluem: (i) erradicação da fome e da miséria; (ii) alcance da educação básica e de qualidade para todos; (iii) igualdade entre sexos e valorização da mulher; (iv) redução da mortalidade infantil; (v) melhoria da saúde das gestantes; (vi) combater a Aids, a malária e outras doenças; (vii) sustentabilidade ambiental e melhoria da qualidade de vida; e (viii) estabelecimento de uma parceria mundial para o desenvolvimento.

Nas questões de combate à miséria e à pobreza e da sustentabilidade ambiental, as metas se desdobram da seguinte forma:

• integrar os princípios do desenvolvimento sustentável nas políticas e programas nacionais e reverter a perda de recursos ambientais;

• reduzir pela metade, até 2015, a proporção da população sem acesso permanente e sustentável a água potável segura;

• reduzir pela metade, até 2015, a proporção de população sem acesso a sistemas adequados de saneamento.

Essas metas, bastante objetivas, orientam-se para a melhoria da infra-estrutura de saneamento, o que implica a ampliação das redes de infra-estrutura dos países em desenvolvimento e, neste caso, nas regiões densamente povoadas, como é o caso da bacia do rio Sergipe.

As melhorias, portanto, são evidentes e absolutamente direcionadas para a melhoria global dos indicadores de saúde, meio ambiente e desenvolvimento urbano.

c) Melhoria da Qualidade de Vida da População e dos Indicadores Socioeconômicos

O processo de implantação da infra-estrutura prevista promove ganhos de acessibilidade aos serviços públicos de saneamento mais adequados, ampliando a possibilidade de acesso à sistemas de esgotamento sanitário com reflexos na saúde da população beneficiada.

Adicionalmente os produtores dos perímetros irrigados poderá se beneficiar da garantia de vazão para sua irrigação assim como de melhores condições ambientais com reflexos na qualidade sanitária de sua produção agrícola.

d) Atração de investimentos e do capital privado, elevando a competividade dessas regiões quando comparadas a outras centralidades urbanas

A melhor gestão ambiental e de recursos hídricos, com maior garantia da disponibilidade e qualidade hídrica na bacia do rio Sergipe pode promover a permanência e a atração de atividades de negócios e capitais motivando o fortalecimento de uma rede de serviços, comércio, etc. intra-regional e estimular a sustentabilidade econômica e ambiental da região.

e) Consolidação das estratégias de desenvolvimento sustentável regional e proteção dos mananciais

A despoluição de cursos d’água associada à reversão das não-conformidades ambientais dos sistemas hídricos e de irrigação existentes com reflexos na maior disponibilidade hídrica local e regional vêm ao encontro das premissas e diretrizes estabelecidas pelas políticas ambientais e de

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recursos hídricos em nível nacional, estadual e regional. Isto significa, em linhas gerais, o avanço à desejada situação de sustentabilidade econômica, social, ambiental e institucional.

O desafio da revitalização da bacia do rio Sergipe é assumido a partir de uma abordagem equilibrada, composta por investimentos integrados em infra-estrutura hídrica, agricultura irrigada e saneamento ambiental, aliados ao fortalecimento do marco político-institucional e melhoria da gestão integrada de recursos hídricos e meio ambiente no Estado de Sergipe. A despoluição de cursos d’água associada à reversão das não-conformidades ambientais dos sistemas hídricos e de irrigação existentes vêm ao encontro das premissas e diretrizes estabelecidas pelas políticas ambientais e de recursos hídricos, tanto em nível nacional, como estadual e regional. Isto significa, em linhas gerais, o avanço à desejada situação de sustentabilidade econômica, social, ambiental e institucional. Ao mesmo tempo, o Programa contempla ações de prestação de assistência técnica às instituições executoras e beneficiárias do Programa que permitirá melhorar as suas capacidades para uma atuação focada no adequado planejamento e gestão de recursos hídricos e meio ambiente. Enquanto resultados, as atividades previstas no Componente 1 poderão resultar na criação de uma política global para gestão de recursos hídricos e meio ambiente no Estado.

EFEITOS NEGATIVOS

O Programa Águas de Sergipe, conforme comentado, é uma iniciativa eminentemente vinculada à recuperação ambiental e à promoção da qualidade de vida da população residente na bacia do rio Sergipe.

Portanto, trata-se de um conjunto de ações e medidas que visam mitigar, atenuar ou compensar os impactos sócio-ambientais pré-existentes e, também, evitar novas situações críticas ou negativas para a sustentabilidade desta região ambientalmente sensível.

Na dimensão regional, portanto, não são identificados efeitos deletérios significativos da implementação do Programa.

Os principais impactos negativos referem-se ao nível local, fundamentalmente de ações inerentes à execução de obras e que podem ser perfeitamente mitigados com a adoção de critérios e procedimentos adequados de concepção de projetos e de construção. Nesse sentido, prevê-se a adoção de critérios de concepção e avaliação ambiental de projetos de intervenção e de Manual Ambiental de Construção.

Apesar do Programa, à princípio, não prever investimentos em empreendimentos que possam necessitar de reassentamento involuntário de população, foi identificada essa possibilidade na adequação ambiental das barragens/reservatórios e dos perímetros irrigados. Nesse sentido, o programa contempla a preparação de marco conceitual para as demais intervenções onde, na eventualidade de sua necessidade, ações adequadas, do ponto de vista técnico e sócio-econômicos, possam ser adotadas. Adicionalmente,,elaborou-se também um marco de processo em função da possibilidade de restrição de uso e acesso às áreas onde possivelmente serão criadas Unidades de Conservação – Ucs.

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8. PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL O Plano de Gestão Ambiental - PGA do Programa Águas de Sergipe contempla um conjunto de ações e intervenções que deverão garantir a melhoria ambiental e de recursos hídricos da bacia do rio Sergipe e prevenir, minimizar ou compensar os impactos ambientais e sociais gerados pelas obras e/ou atividades do Programa.

O PGA está organizado em políticas e programas de caráter ambiental e social, cuja síntese está apresentada a seguir em conjunto com a responsabilidade institucional pela execução.

Esses programas, na sua maior parte, foram inseridos no âmbito dos componentes do PAS de modo a assegurar a sua efetiva implementação.

PROGRAMAS CUSTOS (R$ 1,00) ÓRGÃO RESPONSÁVEL

Gerenciamento Ambiental do Programa Inseridos no

Gerenciamento do Programa

UAPAS

Critérios e Procedimentos de Avaliação Ambiental de Projetos

Inseridos no Gerenciamento do

Programa UAPAS

Fortalecimento institucional da SEMARH, ADEMA e SRH Inseridos no

Componente 1 6.200.000,00

UAPAS

Elaboração e fortalecimento dos instrumentos de gestão ambiental e de recursos hídricos

Inseridos no Componente 1 7.200.000,00

UAPAS

Fortalecimento da gestão ambiental da Bacia Inseridos no

Componente 1 3.100.000,00

UAPAS

Programa de regularização e adequação ambiental das barragens e perímetros irrigados de Ribeira e jacarecica I e II

Inseridos no âmbito do Componente 2

1.474.000,00 UAPAS

Programa de adequação ambiental das estações de tratamento de esgotos – ERQs Sul, Oeste e Barra dos Coqueiros

Inseridos no âmbito do Componente 3

160.000,00 DESO

Monitoramento da Qualidade das Águas dos rios, reservatórios e estuário da Bacia do Sergipe

Inseridos no componente 1 – instrumentos de gestão ambiental

300.000,00

ADEMA

Programa de Comunicação Social e de Educação Sanitária e Ambiental

Inseridos no Componente 1 1.200.000,00

UAPAS

Marco de Reassentamento Involuntário Inseridos nos custos

da Obra e de Gerenciamento

COHIDRO

Marco de Processo Inseridos nos custos

da Obra e de Gerenciamento

UAPAS

Manual Ambiental de Construção Inseridos nos custos das Obras UAPAS

8.1 GERENCIAMENTO AMBIENTAL DO PROGRAMA

A Coordenação Geral do Programa Águas de Sergipe será de responsabilidade da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SEMARH do Governo do Estado de Sergipe.

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A SEMARH contará com apoio de Unidade Técnica de Administração do Programa Águas de Sergipe – UAPAS, instituída pelo Decreto nº 26.830 de 04 de janeiro de 2010 com atribuições executivas e de orientação, planejamento, coordenação, aprovação técnica, supervisão e fiscalização da implementação do Programa.

A responsabilidade pela coordenação do Plano de Gestão Ambiental – PGA será da UAPAS por meio de sua Coordenação Sócio-ambiental.

A gestão ambiental do Componente 1 será de responsabilidade da SEMARH. A gestão ambiental do Componente 2 será de responsabilidade da SEMARH e do componente 3 de responsabilidade da DESO sob supervisão da SEMARH.

A SEMARH/UAPAS terá a responsabilidade de:

��Supervisionar as ações sócio-ambientais do Programa como um todo;

��Coordenar as ações sócio-ambientais do Componente 1 – Gestão dos Recursos Hídricos e Desenvolvimento Institucional e do Componente 2 – Águas e Irrigação

À Diretoria de Gestão Ambiental da DESO caberá:

�� Coordenar as ações ambientais do Componente 3 – Águas e Cidades

�� fiscalizar, acompanhar e orientar a execução das medidas mitigadoras exigidas nas licenças ambientais e as recomendações das avaliações ambientais empreendidas, específicas para cada subprojeto;

�� promover a supervisão ambiental das obras acompanhando a implementação do Manual Ambiental de Construção.

Para cumprir essas tarefas, a estrutura da UAPAS contará com uma Coordenadoria Sócio-ambiental, com a participação de técnicos das áreas ambiental e social e contando, também, com o apoio de especialistas ambientais da SEMARH e da DESO, acionados quando necessário.

A supervisão ambiental de obras, responsável por garantir a aplicação do Manual Ambiental de Construção e de implementação das medidas mitigadoras exigidas no licenciamento, deverá ser realizada por empresa independente, podendo ser integrante de empresa supervisora de obras. Essa equipe atuará em consonância com as orientações da SEMARH e da Diretoria de Gestão Ambiental da DESO.

Os custos dessa atividade gerencial estão incluídos no Componente 1 – Gestão e Desenvolvimento Institucional. Os custos específicos das medidas mitigadoras de cada subprojeto deverão constar dos respectivos subprojetos, como parte integrante da intervenção proposta, quando solicitadas pelos órgãos licenciadores.

A seguir são apresentadas as principais funções referentes à Gestão Ambiental do Projeto.

• Coordenação de Gestão Ambiental, exercida pela UAPAS que será responsável pela coordenação das ações sócio-ambientais do Programa devidamente articulados com a Diretoria de Gestão Ambiental da DESO e com a ADEMA. O arranjo institucional da equipe de supervisão do PGA deverá ser submetido à aprovação do Banco

• Supervisão Ambiental de Obras, exercida pela empresa a ser contratada podendo integrar a equipe de supervisora de obras, que será responsável pela fiscalização, acompanhamento e orientação das ações ambientais relativas ao Manual Ambiental de Construção – MAC e às medidas mitigadoras indicadas nas licenças ambientais e no presente PGA. A empresa deverá ter quadro especializado em gestão ambiental, com profissional sênior na área para coordenar os trabalhos, apoiado por profissionais com formação e experiência na área ambiental e social.

• Planejamento Ambiental de Obras. As ações de planejamento ambiental das obras são de responsabilidade das empresas construtoras que deverão seguir o Manual Ambiental de Construção e

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implementar as medidas mitigadoras constantes das licenças ambientais e do Edital de Contratação de obras.

A seguir apresentam-se as principais funções e competências por área de atuação acima citada.

8.1.1 GESTÃO AMBIENTAL (UAPAS)

A UAPAS é responsável pela coordenação/supervisão das ações relativas aos Programas constantes do presente PGA, entre os quais:

��Critérios e Procedimentos de Avaliação Ambiental de Projetos

��Fortalecimento institucional da SEMARH, ADEMA e SRH

��Elaboração e fortalecimento dos instrumentos de gestão ambiental e de recursos hídricos

��Programa de Comunicação Social e Educação sanitária

Caberá também à UAPAS a verificação da eventual necessidade de aplicação do Marco Conceitual de Reassentamento nas intervenções de infra-estrutura a serem realizadas e a sua supervisão.

A UAPAS deverá supervisionar também a execução dos seguintes programas pela DESO E ADEMA:

��Monitoramento da Qualidade das Águas da Bacia do Sergipe (ADEMA)

��Fortalecimento da Gestão Ambiental na Bacia (SEMARH)

��Manual Ambiental de Construção (DESO)

Além das responsabilidades gerais acima descritas, são atribuições específicas da Coordenação Ambiental da UAPAS:

- Articular-se permanentemente com as demais coordenações setoriais considerando, em especial::

9� programas constantes do Plano de Gestão ambiental – PGA:

9�as questões do Planejamento Ambiental de Obras

- Articular-se com a ADEMA no que diz respeito aos processos de licenciamento ambiental dos componentes e sub-componentes do Programa,

- Garantir que as ações de comunicação social, relativas à convivência com as obras, estejam devidamente articuladas com o planejamento de obras,

- Acompanhar a execução do Manual Ambiental de Construção em conjunto com a DESO e Supervisão Ambiental de Obras;

- Apresentar, periodicamente, à Coordenação da UAPAS, avaliação sobre a eficiência dos programas ambientais e sobre os ajustes necessários;

- Preparar e apresentar relatórios periódicos de supervisão ambiental à Coordenação da UAPAS e ao Banco Mundial. Os relatórios de supervisão devem ser, no mínimo, trimestrais.

- Cuidar, também, dos questionamentos da sociedade civil, incluindo as Organizações Não-Governamentais – ONGs e outras partes interessadas nas obras e nos sub-programas ambientais do empreendimento.

À DESO – Diretorias Técnica e de Gestão Ambiental caberá a responsabilidade pelo cumprimento dos requisitos ambientais previstos na execução das obras, notadamente:

9�Nos contratos com as empresas construtoras;

9�Nos estudos ambientais e de controle ambiental;

9�Na legislação e nas normas nacionais, estaduais e municipais;

9�Nas licenças de instalação – LIs;

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9�Nos regulamentos da entidade financiadora (Banco Mundial).

Nesse sentido, caberá à DESO- Diretoria de Engenharia e Meio Ambiente:

- Decidir sobre ações e procedimentos de obras, de modo a evitar, minimizar, controlar ou mitigar impactos potenciais;

- Aprovar, em conjunto com a coordenação da UAPAS, as penalidades às empresas construtoras, no caso de não atendimento dos requisitos técnicos e ambientais, ou seja, na situação de configuração de não – conformidades significativas e não resolvidas no âmbito das reuniões quinzenais de planejamento de obras.

- Aprovar, em conjunto com a coordenação da UAPAS, no caso de ações que tragam impactos ambientais significativos ou de continuidade sistemática de não-conformidades significativas, a paralisação das obras no trecho considerado de modo a possibilitar a adoção, a tempo, de medidas corretivas.

8.1.2 SUPERVISÃO AMBIENTAL DE OBRAS

De acordo com o arranjo institucional proposto para o gerenciamento e execução do Programa Águas de Sergipe, a função de supervisão das obras será realizada pela empresa a ser contratada ou integrante de empresa gerenciadora/supervisora de obras.

Para tanto, a Empresa deverá disponibilizar profissionais que serão responsáveis pelo acompanhamento do cumprimento dos requisitos técnicos e ambientais que constam do contrato de execução das obras. Esses profissionais são responsáveis por verificar e atestar que todas as atividades relativas ao meio ambiente envolvidas na construção das obras estão sendo executadas dentro dos padrões de qualidade ambiental recomendados nas especificações de construção e montagem, nas licenças ambientais expedidas e no Manual Ambiental de Construção.

A supervisão ambiental deve trabalhar em coordenação permanente com os demais integrantes da gestão ambiental do empreendimento, executando inspeções técnicas nas diferentes frentes de obra ou atividades correlatas em desenvolvimento.

À Supervisão Ambiental cabe:

9�Acordar, aprovar e revisar o planejamento ambiental de obras, por meio de reuniões quinzenais com a coordenação ambiental do programa e os responsáveis ambientais de cada construtora / lote de obras;

9�Implementar inspeções ambientais, para verificar o grau de adequação das atividades executadas, em relação aos requisitos ambientais estabelecidos para as obras e sub-programas ambientais a elas ligados;

9�Verificar o atendimento às exigências dos órgãos ambientais relativas ao processo de licenciamento do empreendimento e às recomendações das entidades financiadoras internacionais;

9�Inspecionar, periodicamente, e sem aviso prévio, as distintas frentes de serviço no campo, para acompanhar a execução das obras e sua adequação ou não aos programas de gestão ambiental;

9�Avaliar as atividades das equipes ambientais das empresas construtoras;

9�Sugerir ações e procedimentos, de modo a evitar, minimizar, controlar ou mitigar impactos potenciais;

9�Propor, no caso de não atendimento dos requisitos ambientais, ou seja, na situação de configuração de não – conformidades significativas e não resolvidas no âmbito das reuniões quinzenais de planejamento, penalidades contra a empresa construtora.

9�Avaliar, no caso de ações que tragam impactos ambientais significativos ou de continuidade sistemática de não-conformidades significativas, a necessidade de paralisação das obras no trecho considerado de modo a possibilitar a adoção, a tempo,

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de medidas corretivas. Nesse caso, a supervisão deve preparar relatório sintético à coordenação de gestão sócio-ambiental, informando das questões envolvidas e da proposição de paralisação.

9�Avaliar periodicamente a eficiência dos programas ambientais relacionados às intervenções físicas previstas e propor os ajustes necessários;

9�Preparar e apresentar relatórios periódicos de supervisão ambiental ao empreendedor e às entidades financiadoras nacionais e internacionais. Os relatórios de supervisão devem ser, no mínimo, trimestrais.

Planejamento Ambiental das Obras

Os editais de licitação das obras deverão prever a exigência de aplicação e cumprimento do Manual Ambiental de Construção.

O Planejamento Ambiental deve ser realizado logo ao início do contrato com a empresa construtora e atualizado permanentemente.

A empresa construtora deverá, 30 dias antes do início das obras, apresentar à supervisão ambiental um detalhamento do Manual Ambiental de Construção, com base: (i) no projeto executivo elaborado; (ii) nas diretrizes gerais constantes do Manual Ambiental de Construção; (iii) nos programas constantes nos estudos ambientais; (iv) nas medidas constantes das licenças de instalação – LI. Este detalhamento deverá conter:

• As medidas adotadas, ou a serem adotadas, para cumprimento das exigências e condicionantes de execução de obras constantes dos estudos ambientais, da Autorização do IPHAN e da Licença de Instalação – LI;

• A definição dos locais para implantação de canteiros, áreas de bota-foras e de áreas de empréstimo com as devidas licenças ambientais;

• A aquisição de substâncias minerais (pedras, areias e argilas) de mineradores que possuam áreas legalizadas quanto aos aspectos minerário e ambiental, e que desenvolvam planos de controle ambiental em seus empreendimentos, evitando adquirir materiais pétreos provenientes de lavras clandestinas.

• O planejamento ambiental das obras a serem executadas, prevendo-se: (i) um plano global para o lote contratado; e (ii) plano detalhado para o período de 3 meses.

Nesses planos deverão constar:

• Os métodos de construção propostos para cada tipo de intervenção;

• O planejamento de sua execução;

• Os principais aspectos ambientais a serem considerados e as principais medidas construtivas a serem adotadas

• As interferências previstas com redes de infra-estrutura e a articulação com as concessionárias de serviços públicos com vistas à sua compatibilização / solução;

• A articulação com os programas ambientais previstos no PGA;

O início das obras só será autorizado pela Coordenação da UAPAS, após parecer favorável da Supervisão Ambiental, do Plano Ambiental acima proposto.

O planejamento ambiental deve ser reavaliado mensalmente. A reunião quinzenal de planejamento ambiental deve ter como pauta, em geral:

• Apresentação, pela construtora, do planejamento da construção para o mês seguinte, de forma global;

• Apresentação, pela construtora, dos serviços a serem executados na quinzena seguinte, de forma detalhada;

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• Discussão, entre o Responsável ambiental da Construtora, o Coordenador Ambiental da DESO e os Responsáveis da supervisora, sobre os aspectos ambientais relevantes relacionados ao planejamento da construção, para o mês seguinte;

• Discussão dos aspectos ambientais relevantes relacionados aos serviços a serem executados na quinzena seguinte, de forma detalhada, com o estabelecimento de diretrizes e recomendações a serem seguidas pela construtora e que serão alvo de controle, no período, pela supervisora ambiental;

• Discussão das eventuais não-conformidades observadas na semana anterior, cobrança das medidas tomadas para saná-las e eventual determinação de outras a serem tomadas;

• Outros assuntos relacionados, tais como a situação do licenciamento e fiscalização pelo órgão ambiental, andamento de outros programas ambientais específicos, etc.

A realização dessa reunião quinzenal, que deve ser rápida e objetiva, possibilita não só planejar adequadamente os trabalhos de implantação das obras, como verificar o cumprimento desse planejamento, num horizonte de tempo que permita ao Gerenciamento Ambiental estar sempre à frente das atividades da construção, podendo, dessa forma, atuar preventivamente na conservação do meio ambiente.

Relatórios Ambientais durante a Construção

Durante a execução das obras, o acompanhamento dos aspectos ambientais deve ser realizado por meio de uma série de relatórios periódicos. Esses relatórios, de periodicidade mensal, devem contemplar, de um lado, as realizações quantitativas nos aspectos ambientais, permitindo a medição e o pagamento correspondente à empresa construtora. Por outro lado, devem apontar as medidas adotadas para cumprimento das demais exigências do licenciamento, possibilitando o acompanhamento por parte do empreendedor e do órgão licenciador.

Os relatórios para acompanhamento devem ter, sempre que possível, registros fotográficos da evolução da obra e das medidas e programas ambientais, servindo, posteriormente, aos demais programas constantes do PGA.

Os relatórios a serem enviados ao Banco Mundial devem ter a periodicidade trimestral.

8.2 CRITÉRIOS E PROCEDIMENTOS CONCEPÇÃO E AVALIAÇÃO AMBIENTAL DE PROJETOS

A UAPAS deverá adotar procedimentos sócio-ambientais durante a execução do Programa envolvendo as seguintes fases:

��Fase A - Detalhamento dos Projetos (Estudos de Concepção e Projetos de Engenharia) do Componente 3

Durante o detalhamento dos projetos deverão ser seguidos procedimentos referentes a:

9� Critérios sócio-ambientais para a concepção dos projetos;

9� Licenciamento ambiental dos projetos;

9� Procedimentos de Divulgação e Consulta;

9� Relatório Ambiental de acordo com as Salvaguardas Ambientais e Sociais do Banco.

��Fase B – Implantação dos Projetos (obras)

Durante a implantação dos projetos (obras) deverão adotados procedimentos relativos à Supervisão Ambiental de Obras.

Essas fases estão detalhadas no presente item logo a seguir considerando que as intervenções previstas referem-se principalmente aos sistemas de esgotamento sanitário nas cidades da Bacia do rio Sergipe e de drenagem urbana.

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8.2.1 SISTEMAS DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO

No âmbito do Programa Águas de Sergipe estão previstas ações: (i) expansão de sistemas coletores de esgotamento sanitário (redes, interceptores, estações elevatórias, etc.), e de ampliação de tratamento de esgotos; e (ii) implantação de sistemas completos de esgotamento sanitário.

Concepção dos sistemas

Para a concepção das intervenções de expansão dos sistemas de coleta e transporte de esgotos deve-se inicialmente promover uma avaliação ambiental do sistema existente considerando, principalmente, os seguintes itens: (i) Compatibilidade com as licenças ambientais expedidas; (ii) Características do sistema atual (rede, fossas); (iii) Estado geral de conservação, possibilidade de vazamentos/contaminação de áreas; (iv) Tipologia de tratamento de esgotos previsto - nível de eficiência de remoção de DBO, coliformes fecais, etc., destino final dos lodos; (v) Procedimentos de controle ambiental; e (vi) Eventuais pendências com órgãos ambientais / Ministério Público.

Na concepção de complementação e/ou melhoria do sistema coletor existente, devem ser avaliadas:

Condições ambientais da área do projeto: diagnóstico;

Análise de alternativas tecnológicas e de localização;

Avaliação dos impactos:

a) as interferências com áreas de fragilidade ambiental e/ou intensamente utilizadas e/ou áreas protegidas por legislação - Deve ser evitado que as obras atravessem áreas de fragilidade ambiental ou protegidas e que os aterros, escavações e terraplenagem venham a promover alterações em áreas protegidas por lei.

As alternativas adotadas em alguns sistemas de esgotamento podem prever a implantação de estações elevatórias. Essas unidades, quando localizadas em situações críticas, devem ser dotadas de alguma medida de segurança, para o caso de falhas no fornecimento de energia elétrica, tais como tanques de contenção de esgotos e geradores de energia a diesel.

Deve-se, também realizar uma análise, de acordo com os procedimentos exigidos pelo IPHAN, da possibilidade de ocorrência de patrimônio cultural (arqueológico ou paleontológico), nas áreas de intervenção e da necessidade de resgate prévio ou de implementação de procedimentos de “salvamento ao acaso” durante a execução das obras

b) a necessidade de Reassentamento de População. A localização das unidades dos sistemas deve ser planejada de modo a evitar a necessidade de relocação e reassentamento de famílias. Na eventualidade de ocorrer essa necessidade, deve-se elaborar plano específico de reassentamento de acordo com o que dispõe a OP. 4.12 do Banco Mundial e o Marco Conceitual de Reassentamento constante do PGA.

c) a situação de destino final dos esgotos. Na interligação de rede, coletor-tronco ou interceptor com sistema existente deve-se avaliar o destino desse efluente e o nível de tratamento existente e se está adequado ao corpo receptor. Deve-se evitar a implantação de redes, coletores-tronco, interceptores, etc. sem um destino adequado ao efluente (deve-se evitar o re-lançamento de esgotos sem tratamento nos corpos receptores existentes).

Para o caso de Ampliação ou Implantação de Estação de Tratamento de Esgotos – ETEs, além dos itens acima, deve-se avaliar também:

d) localização de unidades do sistema - A localização das unidades do sistema deve ser planejada de modo a não apresentar interferência com áreas de preservação / fragilidade

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ambiental e usos da terra. A localização das ETEs em relação à área urbana deve considerar a predominância de ventos e a distância mínima de 500 metros de residências e/ou áreas urbanas planejadas.

No caso dessa situação ser inviável, a concepção da ETE deve prever um afastamento mínimo de cerca de 100 metros de edificações e tratamento adequado de gases com eliminação de odores.

e) As condições do regime hídrico e da qualidade da água do corpo receptor - O grau de tratamento a ser adotado deve levar em consideração a situação do corpo receptor e sua capacidade de depuração.

Para a situações de implantação de sistema completo de esgotamento sanitário com rede de coleta, interceptores, tratamento e disposição final, o principal aspecto refere-se ao tipo e grau de tratamento e a correspondente carga orgânica lançada a ser lançada no corpo receptor. O grau de alteração no corpo hídrico é determinado pela carga orgânica lançada associada à sua capacidade de autodepuração. A primeira e mais simples constatação sobre a alteração provocada pelo lançamento de efluentes sanitários é com relação à capacidade de diluição do corpo hídrico. A partir da confrontação entre as concentrações de DBO (demanda bioquímica de oxigênio) e de OD (oxigênio dissolvido), tanto nos efluentes sanitários quanto no corpo receptor, pode-se calcular quais serão as concentrações da mistura, logo após o lançamento.

O grau de tratamento a ser adotado deve levar em consideração a situação do corpo receptor.

Na região de abrangência do Águas de Sergipe deve-se promover essa avaliação considerando que as condições do rio Sergipe e seus afluentes podem ser de intermitência. Nessa situação deve-se considerar a situação com vazão nula e com pouca vazão, e os usos a jusante. Entre as considerações a serem realizadas citam-se, no mínimo:

�� grau de tratamento de possibilite um efluente com características da classe do rio:

�� possibilidade e promoção de reuso do efluente para irrigação de forrageiras e/ou infiltração no solo;

�� medidas de controle de acesso de pessoas na área de lançamento do efluente de modo a reduzir possibilidade de contaminação, etc;

f) As interferências com outros usos do corpo receptor - Deve ser avaliado o comprometimento dos principais usos da água do corpo receptor à jusante do lançamento previsto do efluente sanitário.

g) Medidas de Mitigação - Sempre que ficar caracterizada a existência de potencial impacto negativo significativo devem ser indicadas as medidas a serem adotadas para sua atenuação.

Deverão ser avaliadas e, se for o caso, concebidas medidas como:

¾�Apoio institucional às prefeituras com o objetivo de incluir na legislação municipal e planos diretores a garantia de manutenção das áreas do entorno das ETEs como non aedificandi , etc.;

¾�Projeto de arborização do entorno da ETE;

¾�Monitoramento da eficiência da ETE e da qualidade das águas do corpo receptor;

¾�Programas adicionais de adesão da população ao sistema de esgotamento e de eliminação de ligações clandestinas cruzadas.

Os custos das medidas mitigadoras e do projeto de monitoramento devem integrar os custos do Programa.

Licenciamento ambiental dos projetos

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As intervenções em sistemas de esgotamento sanitário serão objeto de licenciamento ambiental específico, de acordo com a legislação ambiental vigente e aplicável considerando os requisitos e condições exigíveis para cada tipologia de intervenção.

Isso significa, por exemplo, que cada projeto de esgotamento sanitário deverá seguir o rito próprio do licenciamento ambiental, atendendo as exigências documentais, processuais, de prazo, etc., vinculadas às normas e procedimentos definidos pelo órgão licenciador – a ADEMA

Caberá à DESO a adoção dos procedimentos de licenciamento ambiental dos empreendimentos, de acordo com orientação geral da ADEMA. Caberá à UAPAS a supervisão dos processos de licenciamento ambiental, envolvendo as solicitações respectivas e a elaboração dos estudos ambientais exigidos (seja para a fase da licença prévia como para a fase de licença de instalação).

De acordo com a Resolução CONAMA 377/2006, os sistemas de esgotamento sanitário a serem implantados são de pequeno porte, com exceção de Itabaiana que se enquadra como de médio porte. A tabela a seguir apresenta as cidades a serem beneficiadas, os respectivos portes, as licenças a serem expedidas e o prazo previsto na legislação ambiental para sua expedição.

Na tabela constam municípios com população maior que 10.000 habitantes que, além de Ribeirópolis, Nossa Senhora das Dores e Itabaiana, eventualmente poderão receber recursos do Programa para implantação dos sistemas de esgotamento sanitário.

Município População 2009

Porte do Empreendimento

(Resolução 377/2006)

Licenciamento Ambiental (Resolução CONAMA

377/2006)

Prazo Estimado

Ribeirópolis 16.194 Pequeno LIO – Licença Única de Implantação e Operação

30 dias

Nossa Senhora das Dores

24.742 Pequeno LIO– Licença Única de Implantação e Operação

30 dias

Itabaiana 86.564 Médio LS - Licenciamento Simplificado (LP e LI)

90 dias

Areia Branca 16.733 Pequeno LIO – Licença Única de Implantação e Operação

30 dias

Laranjeiras 24.714 Pequeno LIO – Licença Única de Implantação e Operação

30 dias

Malhador 12.124 Pequeno LIO – Licença Única de Implantação e Operação

30 dias

Maruim 15.582 Pequeno LIO – Licença Única de Implantação e Operação

30 dias

Moita Bonita 11.269 Pequeno LIO – Licença Única de Implantação e Operação

30 dias

Santo Amaro das Brotas

12.140 Pequeno LIO – Licença Única de Implantação e Operação

30 dias

Cabe à ADEMA definir os procedimentos a serem adotados para estes municípios. De forma geral, a ADEMA analisa o estudo de concepção e/ou projeto básico do sistema, avalia as alternativas estudadas, realiza inspeção de campo e emite parecer técnico. Eventualmente pode solicitar estudo ambiental simplificado que, de acordo com a Resolução 377/2006 deve conter: (i) informações gerais; (ii) dados do responsável técnico;(iii) descrição do projeto; (iv) informações sobre a área do projeto; (v) caracterização da vegetação; (vi) caracterização dos recursos hídricos; (vii) caracterização do meio socioeconômico; (viii) plano de monitoramento da unidade e do corpo receptor; e (ix) medidas mitigadoras e compensatórias.

Com base no parecer técnico a ADEMA solicita alterações, esclarecimentos ou emite a Licença Ambiental. De acordo com a tabela acima, poderá ser uma LIO ou uma Licença Simplificada com a emissão conjunta da Licença Prévia e Licença de Instalação.

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É importante, também, ressaltar que as eventuais condicionantes constantes da Licença Prévia - LP e/ou da Licença de Instalação - LI devem estar contempladas no âmbito do Programa Águas de Sergipe seja no próprio Projeto básico/executivo da intervenção específica ou por meio de outras ações correlatas constantes ou a constarem do Programa.

Os projetos a serem financiados pelo Banco serão objeto de estudos ambientais mais detalhados, visando a conformidade com as Políticas de Salvaguardas. Os estudos poderão seguir procedimentos simplificados, no entanto, as avaliações ambientais devem ser abrangentes, cobrindo todos os aspectos-chave, tais como diagnóstico ambiental focado nos fatores de maior relevancia, análise de alternativas tecnológicas e de localização, avaliação de impactos, plano de mitigação, plano de gestão ambiental e programa de monitoramento, elaborados de forma consistente com o porte do empreendimento, mas atendendo todos requisitos de Salvaguardas aplicáveis.

8.2.2 DRENAGEM URBANA

No âmbito do Programa Águas de Sergipe está prevista ação referente à drenagem urbana, em princípio, da cidade de Itabaiana.

A concepção do sistema deve considerar:

a) a elaboração de Estudos Hidrológicos visando a determinação de Equação de Chuva Intensa para a Cidade de Itabaiana. Deverão ser analisadas as informações disponíveis sobre as características do regime pluviométrico da região, os dados existentes sobre precipitação e as equações de intensidade de chuva para a região. Com base na análise efetuada deverá ser proposta a equação de precipitação intensa mais adequada à região.

b) Cadastro das canalizações existentes, definindo sua localização, bacias de esgotamento, dimensões, pontos de estrangulamento e de inundação, etc.

c) Análise do sistema de macrodrenagem da idade de Itabaiana

Os estudos devem ser desenvolvidos adotando-se uma metodologia adequada às condições da cidade e á possibilidade de utilização de bacias de detenção. Recomenda-se a utilização dos modelos HEC-HMS e HEC-RAS, desenvolvidos pelo U.S. Army Corps of Engineers nos estudos hidrológicos e hidráulicos, respectivamente.

As simulações deverão considerar os seguintes itens:

I) Parâmetros de Projeto

9�Equação de Chuva analisada no item anterior

9�Tempos de recorrência de 2, 5, 10, 25, 50 e 100 anos;

9�Ocupação atual e futura do solo (horizonte de 20 anos)

9�Função de produção (chuva efetiva): método do U. S. Soil Conservation Service (SCS), com emprego do parâmetro CN (curve number), calibrado segundo tipo de solo, uso do solo e estado inicial de umidade do solo;

9�Função de transferência: hidrograma unitário triangular proposto pelo SCS;

9�Propagação hidrológica nos cursos d’água: método Muskingum-Cunge;

9�Propagação hidrológica em reservatórios: método de Puls modificado

II) Alternativas

9�Situação atual da macrodrenagem (sem projeto) para condições atuais e futuras (horizonte de 20 anos)

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9�Implantação de bacias de detenção (reservatórios de amortecimento), incluindo a opção de bacias subterrâneas localizadas em áreas públicas. Avaliar a capacidade necessária e a suficiência desses reservatórios.

9�Implantação de novas canalizações ao longo das vias urbanas atuais

9�Simulação do comportamento dos canais, na situação atual e de alternativas considerando associação com bacias de detenção e os impactos decorrentes. Deverão ser avaliados os benefícios, em termos de redução de enchentes, ao longo dos canais, para diferentes configurações de bacias de detenção e para os distintos tempos de recorrência.

9�Adequação das alternativas ao sistema de esgotamento sanitário a ser concebido para a cidade. As alternativas devem considerar a implantação do sistema com redes, interceptores e emissários. Na realidade, os dois projetos – Drenagem urbana e esgotamento sanitário devem, se possível, serem elaborados de forma conjunta. Impactos decorrentes e medidas necessárias

III) Definição da Alternativa Técnica mais viável

Com base nas simulações efetuadas deve-se definir a alternativa técnica mais viável, técnica, econômica e ambiental, para redução das enchentes em Itabaiana considerando o tempo de recorrência mínimo de 25 anos.

Deve-se, também, apresentar as medidas estruturais adicionais e as não estruturais com vistas ao perfeito funcionamento do sistema de macrodrenagem da cidade. Estudos Complementares

Avaliação ambiental

Na concepção do Projeto de drenagem urbana deverão ser realizadas as seguintes análises:

a) as interferências com áreas de fragilidade ambiental e/ou intensamente utilizadas e/ou áreas protegidas por legislação - Deve ser evitado que as obras atravessem áreas de fragilidade ambiental ou protegidas e que os aterros, escavações e terraplenagem venham a promover alterações em áreas protegidas por lei.

Deve-se, também realizar uma análise, de acordo com os procedimentos exigidos pelo IPHAN, da possibilidade de ocorrência de patrimônio cultural (arqueológico ou paleontológico), nas áreas de intervenção e da necessidade de resgate prévio ou de implementação de procedimentos de “salvamento ao acaso” durante a execução das obras

b) a necessidade de Reassentamento de População. A localização das unidades dos sistemas deve ser planejada de modo a evitar a necessidade de relocação e reassentamento de famílias. Na eventualidade de ocorrer essa necessidade, deve-se elaborar plano específico de reassentamento de acordo com o que dispõe a OP. 4.12 do Banco Mundial e o Marco de Reassentamento Involuntário constante do PGA.

c) As características hidráulicas e as condições do regime hídrico do corpo receptor - O lançamento das águas pluviais deve estar de acordo com as características hidráulicas do corpo receptor. Nesse sentido, o projeto de drenagem deve dispor de unidades de contenção e dissipadoras de energia adequadas a estas condições.

d) As interferências com outros usos do corpo receptor - Deve ser avaliado o comprometimento dos principais usos da água do corpo receptor à jusante do lançamento previsto das ágaus pluviais.

g) Medidas de Mitigação - Sempre que ficar caracterizada a existência de potencial impacto negativo significativo devem ser indicadas as medidas a serem adotadas para sua atenuação.

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Os custos das medidas mitigadoras devem integrar os custos do Programa.

Licenciamento ambiental dos projetos

As intervenções em drenagem urbana e de sistemas de esgotamento sanitário serão objeto de licenciamento ambiental específico, de acordo com a legislação ambiental vigente e aplicável considerando os requisitos e condições exigíveis para cada tipologia de intervenção.

Caberá à DESO a adoção dos procedimentos de licenciamento ambiental do sistema de esgotamento sanitário e de sistema de drenagem urbana, devidamente compatibilizados. Caberá à UAPAS a supervisão dos processos de licenciamento ambiental, envolvendo as solicitações respectivas e a elaboração dos estudos ambientais exigidos (seja para a fase da licença prévia como para a fase de licença de instalação).

Prevê-se para a Drenagem urbana de Itabaiana, o licenciamento ambiental pela ADEMA com a emissão das licenças prévia – LP e de instalação – LI.. A análise da drenagem urbana deve verificar a compatibilidade com o sistema de esgotamento sanitário projetado.

É importante, também, ressaltar que as eventuais condicionantes constantes da Licença Prévia - LP e/ou da Licença de Instalação - LI devem estar contempladas no âmbito do Programa Águas de Sergipe seja no próprio Projeto básico/executivo da intervenção específica ou por meio de outras ações correlatas constantes ou a constarem do Programa.

8.2.3 CRITÉRIOS E PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL EM CUMPRIMENTO ÀS SALVAGUARDAS AMBIENTAIS E SOCIAIS DO BANCO MUNDIAL

A análise ambiental do Programa Águas de Sergipe foi organizada de duas formas, que se complementam:

(i) na fase de preparação do Projeto, onde consta a presente avaliação ambiental seguindo as diretrizes ambientais do BIRD, tendo por base as informações disponíveis na concepção do Programa ;

(ii) na fase de execução do Projeto, onde serão obrigatoriamente realizados os estudos ambientais para as obras previstas atendendo a legislação nacional e estadual, as regras de licenciamento ambiental e as diretrizes ambientais do Banco Mundial, tendo por base as informações detalhadas a constarem dos estudos de viabilidade e projetos básicos e/ou executivos que serão preparados nessa fase.

Nesse sentido, além dos documentos ambientais necessários ao licenciamento ambiental de cada intervenção, deverá ser elaborada avaliação ambiental para análise do cumprimento das salvaguardas ambientais e sociais do Banco Mundial.

Essa avaliação deverá ser consubstanciada em relatórios próprios a serem enviados ao Banco Mundial para aprovação e emissão de “Não Objeção” para continuidade dos estudos, licitação e início das obras, etc.

A Avaliação deverá considerar três critérios principais:

a) enquadramento adotado no licenciamento ambiental;

b) acionamento das salvaguardas do Banco Mundial: OP 4.04 – Habitats Naturais; OP 4.09 Controle de Pragas; OP 4.11 – Recursos Físico-Culturais; OP 4.12 – Reassentamento Involuntário de População e OP 4.37 Segurança de Barragens.

Para o componente 2 - Águas e Irrigação, a UAPAS deverá submeter os estudos técnicos e ambientais de adequação ambiental das barragens/reservatórios e dos perímetros irrigados à análise e aprovação do Banco Mundial. sendo condição necessária à obtenção da “Não Objeção” para a licitação de obras e posteriormente para o início das obras

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Para o componente 3 – Águas e Cidades, a UAPAS deverá promover a elaboração de relatório ambiental específico para análise e aprovação do Banco Mundial, sendo condição necessária à obtenção da “Não Objeção” para a licitação de obras e posteriormente para o início das obras.

Termo de referência dos Relatórios ambientais referentes a sistemas de esgotamento sanitário consta do Anexo I.

Planos de Gestão Ambiental Específicos

Adicionalmente, em função das avaliações ambientais específicas a serem realizadas por empreendimento de acordo com os itens acima, deverão ser indicadas medidas mitigadoras, compensatórias ou potencializadoras que deverão compor um plano de gestão ambiental específico para o empreendimento/intervenção e integrar os custos do projeto.

Procedimentos de Divulgação e Consulta

Deverão ser adotados procedimentos específicos de divulgação e de consulta pública dos empreendimentos e das avaliações ambientais respectivas.

Tanto os relatórios a serem produzidos para o licenciamento ambiental quanto os relatórios ambientais para o Banco Mundial devem ser divulgados de modo a atender à legislação ambiental específica e aos procedimentos do Banco Mundial.

Esses relatórios, independente da divulgação e/ou consulta realizada no âmbito do Licenciamento Ambiental, deverão adotar os seguintes procedimentos:

¾�divulgação do relatório preliminar colocando-os à disposição do público com solicitação de apresentação de comentários, sugestões, etc.: (i) junto ao escritório da UAPAS e da DESO (ii) no sítio do Programa e da DESO por período mínimo de 15 dias.

¾�realização de consulta pública com principais instituições da área governamental (estadual e municipal) e da área não governamental, (ONGs, associações, etc.). A consulta pública pode ser realizada no âmbito do Comitê da bacia do rio Sergipe.

¾�No caso dos projetos que, eventualmente, venham a necessitar de reassentamento involuntário, devem ser adotados também os procedimentos de divulgação e consulta constantes do Marco Conceitual de Reassentamento Involuntário de Famílias.

Os procedimentos de divulgação e consulta deverão ser documentados por meio de atas ou memórias de reunião, fotografias, listas de participantes, etc.

8.2.4 SUPERVISÃO AMBIENTAL DE OBRAS

De acordo com o arranjo institucional a ser proposto para o gerenciamento e a execução do Águas de Sergipe, a função de supervisão das obras deverá ser realizada por empresa supervisora especializada.

A UAPAS, na condição de coordenadora geral, caberá acompanhar o processo de supervisão de obras, provendo o apoio necessário para contribuir no alcance das metas estabelecidas no Programa Águas de Sergipe e no atendimento às legislações e às salvaguardas e procedimentos do Banco Mundial.

8.2.5 – SÍNTESE DAS RESPONSABILIDADES INSTITUCIONAIS AMBIENTAIS REFERENTES AO COMPONENTE 3 – ÁGUAS E CIDADES

Fase A - Detalhamento dos Projetos (Estudos de Concepção e Projetos de Engenharia) – Esgotos e Drenagem Urbana

Ação Execução Avaliação Ambiental / Supervisão

Elaboração Estudos de Concepção e Projetos de DESO UAPAS

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Engenharia Licenciamento Ambiental DESO ADEMA

UAPAS Procedimentos de Divulgação e Consulta DESO UAPAS Elaboração Relatório Ambiental Síntese (envio ao Banco para Não Objeção – NO)

DESO UAPAS

Fase B – Execução de Obras

Ação Execução Supervisão/Acompanhamento Ambiental

Execução Obras – Empresa Contratada DESO/Empresa Construtora

xxxx

Implementação Manual Ambiental de Construção – Condicionantes Ambientais

DESO/Empresa Construtora

UAPAS ADEMA

Supervisão Ambiental Obras – Empresa Supervisora

DESO/Empresa supervisora

UAPAS

O Fluxograma a seguir apresenta as diversas ações e responsabilidades:

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8.3 FORTALECIMENTO INSTITUCIONAL DA SEMARH, ADEMA E SRH

Essa atividade tem por objetivo fortalecer a gestão e a promoção do desenvolvimento institucional para o uso racional e sustentável dos recursos hídricos, consolidando uma política de longo prazo para os setores hídrico e ambiental do Estado de Sergipe.

Envolve ações relativas ao: (i) planejamento estratégico das instituições gestoras das áreas de meio ambiente e recursos hídricos; (ii) apoio para instalação de nova estrutura institucional; (iii) fortalecimento dos Comitês de Bacia e (iv) capacitação em recursos hídricos e meio ambiente.

Custos Previstos Item Ações Valor (R$1,00)

8.3.1 Planejamento estratégico das instituições gestoras das áreas de meio ambiente e recursos hídricos

1.300.000,00

8.3.2 Apoio para instalação de nova estrutura institucional 4.000.000,00 8.3.3 Fortalecimento dos Comitês de Bacia 200.000,00 8.3.4 Capacitação em recursos hídricos e meio ambiente. 700.000,00 TOTAL 6.200.000,00

Responsabilidades Institucionais Subprograma-Ação Executor Participante Supervisão

Planejamento estratégico das instituições gestoras das áreas de meio ambiente e recursos hídricos

SEMARH

SEPLAN SEMARH ADEMA

UAPAS

Apoio para instalação de nova estrutura institucional

SEMARH SEPLAN SEMARH ADEMA

UAPAS

Fortalecimento dos Comitês de Bacia SEMARH Comitê Rio Sergipe

UAPAS

Capacitação em recursos hídricos e meio ambiente.

SEMARH SEMARH ADEMA

UAPAS

8.4 INSTRUMENTOS DE GESTÃO AMBIENTAL E DE RECURSOS HÍDRICOS

Envolve a elaboração/fortalecimento dos instrumentos de gestão, a saber: (i) cadastro de usuários, outorga e cobrança pelo uso da água; (ii) elaboração do zoneamento ecológico-econômico; (iii) fortalecimento e integração do licenciamento ambiental e outorga; (iii) elaboração e implantação de sistema de informações geográficas – SIG Ambiental; (iv) Estudos sobre incentivos econômicos e remuneração sobre serviços ambientais.

Custos Previstos

Item Ações Valor (R$1,00)

Instrumentos de Gestão de Recursos Hídricos 2.700.000,00

a) Cadastro de usuários, outorga e cobrança pelo uso da água

8.4.1

b) Enquadramento dos Cursos d’água da bacia do rio Sergipe

8.4.2 Elaboração do zoneamento ecológico-econômico 1.500.000,00

8.4.3 Fortalecimento e integração do licenciamento ambiental e outorga

400.000,00

8.4.4 Elaboração e implantação de sistema de informações geográficas – SIG Ambiental

2.500.000,00

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8.4.5 Estudos sobre incentivos econômicos e remuneração sobre serviços ambientais

100.000,00

TOTAL 7.200.000,00

Responsabilidades Institucionais

Subprograma-Ação Executor Participante Supervisão

SEMARH

SEMARH

UAPAS

Instrumentos de Gestão de Recursos Hídricos a) Cadastro de usuários, outorga e

cobrança pelo uso da água

b) Enquadramento dos Cursos d’água da bacia do rio Sergipe

SEMARH

ADEMA Comitê Rio

Sergipe

UAPAS

Elaboração do zoneamento ecológico-econômico

SEMARH

SEMARH ADEMA

UAPAS

Fortalecimento e integração do licenciamento ambiental e outorga

SEMARH

SEMARH ADEMA

UAPAS

Elaboração e implantação de sistema de informações geográficas – SIG Ambiental

SEMARH

SEMARH ADEMA

UAPAS

Estudos sobre incentivos econômicos e remuneração sobre serviços ambientais

SEMARH

SEMARH ADEMA

UAPAS

8.5 FORTALECIMENTO DA GESTÃO AMBIENTAL NA BACIA DO SERGIPE

A atividade tem por objetivo fortalecer as condições ambientais da bacia por meio da implementação de ações de preservação e recuperação ambiental. Envolve ações relativas a: (i) estudos para criação e implantação de unidades de conservação na bacia; (ii) elaboração de planos de manejo das áreas protegidas na bacia; (iii) estudos de priorização e recuperação de áreas degradadas; e (iv) Detalhamento de Intervenções para recuperação de Áreas Degradadas – Planos de Recuperação de Áreas Degradadas-PRADs.

Custos Previstos Item Ações Valor (R$1,00)

8.5.1 Estudos para criação e implantação de unidades de conservação na bacia

500.000,00

8.5.2 Elaboração de planos de manejo das áreas protegidas na bacia 900.000,00

8.5.3 Estudos de priorização e recuperação de áreas degradadas 200.000,00

8.5.4 Planos de Recuperação de Áreas Degradadas - PRADS 1.500.000,00

TOTAL 3.100.000,00

Responsabilidades Institucionais

Subprograma-Ação Executor Participante Supervisão Estudos para criação e implantação de unidades de conservação na bacia

SEMARH

SEMARH

UAPAS

Elaboração de planos de manejo das

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áreas protegidas na bacia SEMARH SEMARH UAPAS Estudos de priorização e recuperação de áreas degradadas

SEMARH

SEMARH EMDAGRO

UAPAS

Planos de Recuperação de Áreas Degradadas - PRADS

SEMARH

SEMARH EMDAGRO

UAPAS

8.6 PROGRAMA DE REGULARIZAÇÂO E ADEQUAÇÃO AMBIENTAL DAS BARRAGENS E PERÍMETROS IRRIGADOS DE RIBEIRA E JACARECICA I

Envolve a realização de estudos aprofundados, constantes da tabela 6.1 – Item 6.1.4 deste relatório, e a sua implementação com vistas à modernização das barragens/reservatórios e e dos perímetros irrigados de Ribeira e Jacarecica. O Programa é constituído dos seguintes sub-programas:

8.6.1 – Sub-programa de Avaliação de Segurança e Implementação das Medidas para as Barragens de Ribeira e Jacarecica I e II

Envolve a concepção e execução das seguintes medidas:

��Avaliação, por meio de Painel Independente, da Segurança das Barragens de Ribeira e Jacarecica I e II;

��Plano de Ação para a adoção das recomendações do Painel;

��Concepção e implantação de sistemática de manutenção e monitoramento das condições das barragens;

��Elaboração e implantação de Manual de Operação que considere a eficiência no uso múltiplo das águas e as condições de qualidade das águas dos reservatórios.

8.6.2 Plano de Uso e Proteção da Faixa de 100 metros dos Reservatórios de Ribeira e Jacarecica I

Envolve a concepção e execução das seguintes medidas:

��Caracterização do uso e ocupação da faixa de 100 metros do reservatório, por meio de mapeamento com imagens de satélite, estabelecendo os usos atuais, as áreas com vegetação remanescentes, áreas degradadas, etc.

��Demarcação da faixa com implantação de marcos de concreto de 200 em 200 metros.

��Recuperação e revegetação da faixa

��Reordenamento dos usos inadequados.

8.6.3 Subprograma de Regularização e Recuperação das áreas de APP e Reserva Legal dos perímetros de Ribeira e Jacarecica I

Envolve a concepção e execução das seguintes medidas:

��Mapeamento georreferenciado das áreas dos perímetros

��Cadastro de uso e ocupação (no caso de Jacarecica II confirmação do cadastro preliminar realizado)

��Identificação das inconformidades de uso e ocupação de áreas de preservação permanente e áreas de reserva legal

��Análise de alternativas para recomposição das áreas de reserva legal: (i) desocupação e revegetação; (ii) aquisição de outras áreas naturais; (iii) composição das duas primeiras alternativas.

��Recuperação da vegetação das áreas de preservação permanente – APPs

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8.6.4 Subprograma de Assistência Técnica e Controle do Uso de Agrotóxicos para os perímetros de Ribeira e Jacarecica I

Compreende as seguintes atividades:

��Avaliação da capacidade e das tipologias de produção e do uso e necessidade de agrotóxicos.

��Elaboração de plano específico de controle do uso de agrotóxicos e de coleta e destino final das embalagens.

8.6.5 Subprograma de Regularização do Licenciamento Ambiental e de Outorga das Barragens e Perímetros Irrigados

Com base nos estudos integrantes dos subprogramas acima, deverão adotadas as seguintes providências:

��Regularização do licenciamento ambiental com a elaboração dos estudos ambientais necessários

��Solicitação de concessão de outorga de uso da água para os perímetros irrigados

Custos Previstos

Item Ações Valor (R$1,00)

8.6.1 Subprograma de Avaliação de Segurança e Implementação das Medidas para as Barragens de Ribeira e Jacarecica I e II

334.000,00

8.6.2 Plano de Uso e Proteção da Faixa de 100 metros dos Reservatórios de Ribeira e Jacarecica I

480.000,00

8.6.3 Subprograma de Regularização e Recuperação das áreas de APP e Reserva Legal dos perímetros de Ribeira e Jacarecica I

360.000,00

8.6.4 Subprograma de Assistência Técnica e Controle do Uso de Agrotóxicos para os perímetros de Ribeira e Jacarecica I

120.000,00

8.6.5 Subprograma de Regularização do Licenciamento Ambiental e de Outorga das Barragens e Perímetros Irrigados

180.000,00

TOTAL 1.474.000,00

Responsabilidades Institucionais

Subprograma-Ação Executor Participante Supervisão Subprograma de Avaliação de Segurança e Implementação das Medidas para as Barragens de Ribeira e Jacarecica I e II

COHIDRO

SEMARH

UAPAS

Plano de Uso e Proteção da Faixa de 100 metros dos Reservatórios de Ribeira e Jacarecica I

COHIDRO

SEMARH

EMDAGRO

UAPAS ADEMA

Subprograma de Regularização e Recuperação das áreas de APP e Reserva Legal dos perímetros de Ribeira e Jacarecica I

COHIDRO

SEMARH

UAPAS ADEMA

Subprograma de Assistência Técnica e Controle do Uso de Agrotóxicos para

EMDAGRO

SEMARH

UAPAS

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os perímetros de Ribeira e Jacarecica I ADEMA

Subprograma de Regularização do Licenciamento Ambiental e de Outorga das Barragens e Perímetros Irrigados

COHIDRO

SEMARH

UAPAS ADEMA

8.7 PROGRAMA DE ADEQUAÇÃO AMBIENTAL DAS ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ESGOTOS – ERQS SUL, OESTE E BARRA DOS COQUEIROS

Compreende a elaboração de estudos e adoção de ações referentes a:

��Estudo de Alternativas para Destino Final dos Lodos das ERQs Sul, Oeste e Barra dos Coqueiros contemplando: a) estocagem de forma apropriada nas áreas das ERQs até um destino final adequado; (b) destinação em aterro sanitário licenciado; (c) utilização em áreas degradadas com a elaboração de Planos de Recuperação de Áreas Degradadas - PRADS e responsabilidade pela sua implantação; e (d) utilização na agricultura de acordo com a Resolução CONAMA 375/2006.

��Substituição do processo de desinfecção final da ERQ Barra dos Coqueiros para processo de ultravioleta

��Implantação de Barreira Vegetal ao longo dos limites das ERQs Sul, Oeste e Barra dos Coqueiros

Custos Previstos

Item Ações Valor (R$1,00)

8.7.1 Estudo de Alternativas para Destino Final dos Lodos das ERQs Sul, Oeste e Barra dos Coqueiros

120.000,00

8.7.2 Substituição do processo de desinfecção final da ERQ Barra dos Coqueiros para processo de ultravioleta

Incluído nos custos da obra

8.7.3 Implantação de Barreira Vegetal ao longo dos limites das ERQs Sul, Oeste e Barra dos Coqueiros

40.000,000

Total 160.000,00

Responsabilidades Institucionais

Subprograma-Ação Executor Participante Supervisão Estudo de Alternativas para Destino Final dos Lodos das ERQs Sul, Oeste e Barra dos Coqueiros

DESO

SEMARH

UAPAS ADEMA

Substituição do processo de desinfecção final da ERQ Barra dos Coqueiros para processo de ultravioleta

DESO

SEMARH

UAPAS ADEMA

Implantação de Barreira Vegetal ao longo dos limites das ERQs Sul, Oeste e Barra dos Coqueiros

DESO

SEMARH

UAPAS ADEMA

8.8 MONITORAMENTO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DOS RIOS, RESERVATÓRIOS E ESTUÁRIO DA BACIA DO SERGIPE

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O Objetivo do programa é o de aprimorar o sistema de monitoramento da qualidade da água da bacia do rio Sergipe com vistas à sua utilização como instrumento da gestão ambiental e dos recursos hídricos.

Envolve ações de:

�� revisão do programa atual de monitoramento, considerando tanto a rede de amostragem, os parâmetros analisados, freqüência de amostragem, etc;

�� inserção dos reservatórios na amostragem e consideração de parâmetros de acompanhamento de eutrofização;

��monitoramento de agrotóxicos nos trechos relativos aos perímetros irrigados;

��monitoramento dos efeitos das estações de tratamento de esgotos;

�� sistematização e interpretação dos resultados;

�� divulgação periódica dos resultados tanto por meio de relatórios quanto pelo site da ADEMA na internet.

Custos Previstos

Item Ações Valor (R$1,00)

8.8 Monitoramento da Qualidade das Águas 300.000,00

Responsabilidades Institucionais

Subprograma-Ação Executor Participante Supervisão Monitoramento da Qualidade das Águas

ADEMA SEMARH UAPAS

8.9 COMUNICAÇÃO SOCIAL E EDUCAÇÃO SANITÁRIA E AMBIENTAL

Essa atividade tem a finalidade definir uma política de atuação na área ambiental e de recursos hídricos na bacia. Nesse sentido envolve ações de: (i) definição de estratégia para comunicação social em meio ambiente e recursos hídricos; (ii) apoio à ações de comunicação social externa; (iii) consolidação de programa de educação ambiental no Estado; e (iv) apoio às ações de Educação ambiental .

Adicionalmente essa atividade tem a intenção de favorecer a implementação do Programa , mediante o envolvimento da população direta e indiretamente atingida pelas intervenções e das áreas de influência. As ações do Plano de Comunicação envolvem principalmente as ações relativas à convivência da população com as obras a serem realizadas, que devem ser desenvolvidos de forma integrada para o alcance dos objetivos propostos.

Custos Previstos

Item Ações Valor (R$1,00)

8.9.1 Estudos para definição de estratégia para comunicação social em meio ambiente e recursos hídricos

300.000,00

8.9.2 Apoio à ações de comunicação social externa; 500.000,00

8.9.3 Consolidação de programa de educação ambiental no Estado

100.000,00

8.9.4 Apoio às ações de educação ambiental 300.000,00

TOTAL 1.200.000,00

Responsabilidades Institucionais

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Subprograma-Ação Executor Participante Supervisão Estudos para definição de estratégia para comunicação social em meio ambiente e recursos hídricos

SEMARH

SEMARH

UAPAS

Apoio à ações de comunicação social externa;

SEMARH

SEMARH

UAPAS

Consolidação de programa de educação ambiental no Estado

SEMARH

SEMARH

UAPAS

Apoio às ações de educação ambiental

SEMARH

SEMARH

UAPAS

8.10 MARCO DE REASSENTAMENTO INVOLUNTÁRIO

Com vistas a assegurar que a aequação ambiental da infraestrutura hídrica – barragens/reservatórios e perímetros irrigados venha a ter um tratamento adequado na eventual necessidade de reassentamento de população e/ou indenização de negócios e terras, assim como na implantação da infra-estrutura de saneamento - esgotamento sanitário e drenagem urbana – como ações de implementação de unidades de conservação, o PGA traz um marco conceitual de reassentamento.

O Marco de Reassentamento contempla o seguinte conteúdo:(i) caracterização, objetivos e justificativas dos empreendimentos que se relacionem à necessidade de remoções; (ii) fundamentos, diretrizes da Política de Atendimento; (iii) critérios de elegibilidade; (iv) marco legal; (v) arranjos institucionais para o reassentamento; (vi) mecanismos de atendimento a comunidades e consultas públicas; (vii) custos e cronogramas; (viii) proposição da metodologia de monitoramento e avaliação ex-post; (ix) definição do conteúdo mínimo para elaboração do Plano de Reassentamento.

8.11 MARCO DE PROCESSO

Considerando que as ações do Programa Águas de Sergipe poderão, eventualmente, restringir o acesso e uso atual das áreas de reserva legal e das unidades de conservação a serem criadas e que poderão resultar em impactos negativos os meios de subsistência das pessoas afetadas, foi concebido, no âmbito da Política de Reassentamento Involuntário, um Marco de Processo (Process Framework), que se encontra em Anexo.

8.12 MANUAL AMBIENTAL DE CONSTRUÇÃO

Para assegurar que as obras não venham a trazer degradação ambiental, foi elaborado um documento para ser adotado como um guia de práticas ambientais adequadas a serem obedecidas pelas empresas contratadas para a execução das obras de esgotamento sanitário. Esse documento – Manual Ambiental de Construção - será incorporado aos processos de licitação para que as empresas tenham prévio conhecimento de suas condições e constitui uma exigência contratual. Sua implantação é de responsabilidade da UAPAS, da DESO, da COHIDRO e das empresas construtoras.

O MAC contempla:

��Sistema de gerenciamento sócio-ambiental do Programa , já detalhado no item 1 do PGA;

�� Ações e regras ambientais relativas à implantação e gerenciamento das obras, que contemple um plano de convivência com as obras: (i) canteiro de obras; (ii) gerenciamento de riscos e de ações de emergência na construção; (iii) educação ambiental dos trabalhadores e código de conduta na obra; (iv) saúde e segurança nas obras; (v) gerenciamento e disposição de resíduos; (vi) controle de ruído; (vii) pátio de equipamentos; (viii) controle de trânsito; (ix) estradas de serviço; etc;

�� Ações e regras ambientais relativas às atividades construtivas, a depender dos tipos de empreendimentos selecionados;

��Plano de controle e recuperação das áreas de empréstimo e de bota-fora.

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��Procedimentos de “salvamento ao acaso” de patrimônio arqueológico.

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9. CONSULTAS PÚBLICAS

Foram realizadas duas consultas públicas: a primeira referente ao Termo de Referência para contratação da avaliação ambiental do Programa e a segunda com os resultados da avaliação empreendida.

A primeira consulta, no dia 20/08/2009, foi realizada no âmbito do Comitê da bacia do rio Sergipe, com a participação de entidades integrantes do Comitê, contou também com a presença de especialista ambiental do Banco Mundial. As observações e sugestões, foram incorporadas ao Termo de Referência da Avaliação Ambiental.

Na preparação da segunda consulta pública, a sua convocação e o Sumário Executivo Preliminar da Avaliação Ambiental empreendida foram divulgados no site da SEMARH a partir do dia 10 de novembro. Adicionalmente, a SEMARH enviou convites a todas as instituições integrantes do Comitê da Bacia do rio Sergipe.

A segunda consulta, realizada em 25/11/2009, contou com a presença de 27 instituições. Inicialmente, a SEMARH apresentou a versão final dos componentes do Programa Águas de Sergipe em negociação junto ao Banco. Posteriormente, o consultor apresentou os principais pontos da avaliação ambiental empreendida e o Plano de Gestão Ambiental – PGA.

O debate realizado consolidou o conteúdo da avaliação ambiental realizada.

De forma geral, a avaliação ambiental foi considerada, pelos presentes, como adequada e houve concordância com relação aos programas constantes do Plano de Gestão Ambiental – PGA.

Fotos 2ª Consulta – 25/11/2009

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ANEXO I – MARCO DE REASSENTAMENTO INVOLUNTÁRIO

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ANEXO II – MARCO DE PROCESSO

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ANEXO III - MANUAL AMBIENTAL DE CONSTRUÇÃO

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MANUAL AMBIENTAL DE CONSTRUÇÃO

ÁGUAS DE SERGIPE

1. INTRODUÇÃO

O MANUAL AMBIENTAL DE CONSTRUÇÃO objetiva apresentar as diretrizes gerais que as empresas construtoras devem seguir no planejamento e execução das obras no âmbito do Programa Águas de Sergipe.

Compõe o MAC a descrição do conjunto de atividades a serem observadas, incluindo desde aspectos considerados nas diretrizes para localização e operação de canteiros até ações ao gerenciamento de resíduos, de saúde e segurança nas obras, articulando-se com outros programas como o de Comunicação Social..

As atividades se darão ao longo do período de execução das Obras do Programa Águas de Sergipe, especialmente nas intervenções de implantação de sistemas de esgotamento sanitário.

2. PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL DE OBRAS

2.1. APRESENTAÇÃO

As disposições a seguir descritas apresentam as condições e requisitos mínimos que deverão ser seguidos pela contratada e deverão ser objeto de procedimentos que garantam a excelência na Gestão Ambiental de Obras. Esses procedimentos deverão atender as normas e legislações vigentes federais, estaduais e municipais aplicáveis.

Deverão também ser estabelecidos, ao longo do processo, de forma bem clara, os pontos, os indicadores e os métodos de controle que serão realizados na Gestão Ambiental das Obras.

2.2. GERENCIAMENTO AMBIENTAL

Na implementação do Programa, estão envolvidos um Tomador - Governo do Estado de Pernambuco que assinará Acordo de Empréstimo com o Banco Mundial. Na qualidade de executor se encontra a DESO responsável pelos empreendimentos de implantação de sistemas de esgotamento sanitário.

O Governo do Estado de Sergipe tomará empréstimo em nome da SEMARH – Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos.

De acordo com o Arranjo Institucional proposto, a gestão do Programa caberá à SEMARH com apoio da Unidade Técnica de Administração do Programa Águas de Sergipe – UAPAS.

A gestão ambiental do Componente 2 será de responsabilidade da SEMARH e do componente 3 de responsabilidade da DESO sob supervisão da SEMARH.

A SEMARH/UAPAS terá a responsabilidade de:

��Supervisionar as ações sócio-ambientais do Programa como um todo;

��Coordenar as ações sócio-ambientais do Componente 2 – Águas e Irrigação

À Diretoria de Gestão Ambiental da DESO caberá:

�� Coordenar as ações ambientais do Componente 3 – Águas e Cidades

�� fiscalizar, acompanhar e orientar a execução das medidas mitigadoras exigidas nas licenças ambientais e as recomendações das avaliações ambientais empreendidas, específicas para cada subprojeto;

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�� promover a supervisão ambiental das obras acompanhando a implementação do Manual Ambiental de Construção.

Para cumprir essas tarefas, a estrutura da UAPAS contará com uma Coordenadoria Sócio-ambiental e com o apoio de especialistas ambientais da SEMARH e da DESO, acionados quando necessário.

A supervisão ambiental de obras, responsável por garantir a aplicação do Manual Ambiental de Construção e de implementação das medidas mitigadoras exigidas no licenciamento, deverá ser realizada por empresa independente, podendo ser integrante de empresa supervisora de obras. Essa equipe atuará em consonância com as orientações da SEMARH e da Diretoria de Gestão Ambiental da DESO.

Os custos dessa atividade gerencial estão incluídos no Componente 1 – Gestão e Desenvolvimento Institucional. Os custos específicos das medidas mitigadoras de cada subprojeto deverão constar dos respectivos subprojetos, como parte integrante da intervenção proposta, quando solicitadas pelos órgãos licenciadores.

A seguir são apresentadas as principais funções referentes à Gestão Ambiental do Programa.

• Coordenação de Gestão Ambiental, exercida pela UAPAS que será responsável pela coordenação das ações sócio-ambientais do Programa devidamente articulados com a Diretoria de Gestão Ambiental da DESO e com a ADEMA.

• Supervisão Ambiental de Obras, exercida pela empresa a ser contratada podendo integrar a equipe de supervisora de obras, que será responsável pela fiscalização, acompanhamento e orientação das ações ambientais relativas ao Manual Ambiental de Construção – MAC e às medidas mitigadoras indicadas nas licenças ambientais e no presente PGA.

• Planejamento Ambiental de Obras. As ações de planejamento ambiental das obras são de responsabilidade das empresas construtoras que deverão seguir o Manual Ambiental de Construção e implementar as medidas mitigadoras constantes das licenças ambientais e do Edital de Contratação de obras.

A seguir apresentam-se as principais funções e competências por área de atuação acima citada.

Gestão Ambiental (UAPAS)

É responsável pela coordenação das ações relativas aos Programas constantes do presente PGA, entre os quais:

��Critérios e Procedimentos de Avaliação Ambiental de Projetos

��Fortalecimento institucional da SEMARH, ADEMA e SRH

��Elaboração e fortalecimento dos instrumentos de gestão ambiental e de recursos hídricos

��Programa de Comunicação Social e Educação sanitária

Caberá também à UAPAS a verificação da eventual necessidade de aplicação do Marco Conceitual de Reassentamento nas intervenções de infra-estrutura a serem realizadas e a sua supervisão.

A UAPAS deverá supervisionar também a execução dos seguintes programas pela DESO E ADEMA:

��Monitoramento da Qualidade das Águas da Bacia do Sergipe (ADEMA)

��Fortalecimento da Gestão Ambiental na Bacia (ADEMA)

��Manual Ambiental de Construção (DESO)

Além das responsabilidades gerais acima descritas, são atribuições específicas da Coordenação Ambiental da UAPAS:

- Articular-se permanentemente com as demais coordenações setoriais considerando, em especial::

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9� programas constantes do Plano de Gestão ambiental – PGA:

9�as questões do Planejamento Ambiental de Obras

- Articular-se com a ADEMA no que diz respeito aos processos de licenciamento ambiental dos componentes e sub-componentes do Projeto,

- Garantir que as ações de comunicação social, relativas à convivência com as obras, estejam devidamente articuladas com o planejamento de obras,

- Acompanhar a execução do Manual Ambiental de Construção em conjunto com a DESO e Supervisão Ambiental de Obras;

- Apresentar, periodicamente, à Coordenação da UAPAS, avaliação sobre a eficiência dos programas ambientais e sobre os ajustes necessários;

- Preparar e apresentar relatórios periódicos de supervisão ambiental à Coordenação da UAPAS e ao Banco Mundial. Os relatórios de supervisão devem ser, no mínimo, trimestrais.

- Cuidar, também, dos questionamentos da sociedade civil, incluindo as Organizações Não-Governamentais – ONGs e outras partes interessadas nas obras e nos sub-programas ambientais do empreendimento.

À DESO – Diretorias Técnica e de Gestão Ambiental caberá a responsabilidade pelo cumprimento dos requisitos ambientais previstos na execução das obras, notadamente:

9�Nos contratos com as empresas construtoras;

9�Nos estudos ambientais e de controle ambiental;

9�Na legislação e nas normas nacionais, estaduais e municipais;

9�Nas licenças de instalação – LIs;

9�Nos regulamentos da entidade financiadora (Banco Mundial).

Nesse sentido, caberá à DESO- Diretoria de Engenharia e Meio Ambiente:

- Decidir sobre ações e procedimentos de obras, de modo a evitar, minimizar, controlar ou mitigar impactos potenciais;

- Aprovar, em conjunto com a coordenação da UAPAS, as penalidades às empresas construtoras, no caso de não atendimento dos requisitos técnicos e ambientais, ou seja, na situação de configuração de não – conformidades significativas e não resolvidas no âmbito das reuniões quinzenais de planejamento de obras.

- Aprovar, em conjunto com a coordenação da UAPAS, no caso de ações que tragam impactos ambientais significativos ou de continuidade sistemática de não-conformidades significativas, a paralisação das obras no trecho considerado de modo a possibilitar a adoção, a tempo, de medidas corretivas.

Supervisão Ambiental de Obras

De acordo com o arranjo institucional proposto para o gerenciamento e execução do Programa Águas de Sergipe, a função de supervisão das obras é realizada pela empresa a ser contratada ou integrante de empresa gerenciadora.

Para tanto, a Empresa deverá disponibilizar profissionais que serão responsáveis pelo acompanhamento do cumprimento dos requisitos técnicos e ambientais que constam do contrato de execução das obras. Esses profissionais são responsáveis por verificar e atestar que todas as atividades relativas ao meio ambiente envolvidas na construção das obras estão sendo executadas dentro dos padrões de qualidade ambiental recomendados nas especificações de construção e montagem, nas licenças ambientais expedidas e no Manual Ambiental de Construção.

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A supervisão ambiental deve trabalhar em coordenação permanente com os demais integrantes da gestão ambiental do empreendimento, executando inspeções técnicas nas diferentes frentes de obra ou atividades correlatas em desenvolvimento.

À Supervisão Ambiental cabe:

9�Acordar, aprovar e revisar o planejamento ambiental de obras, por meio de reuniões quinzenais com a coordenação ambiental do programa e os responsáveis ambientais de cada construtora / lote de obras;

9�Implementar inspeções ambientais, para verificar o grau de adequação das atividades executadas, em relação aos requisitos ambientais estabelecidos para as obras e sub-programas ambientais a elas ligados;

9�Verificar o atendimento às exigências dos órgãos ambientais relativas ao processo de licenciamento do empreendimento e às recomendações das entidades financiadoras internacionais;

9�Inspecionar, periodicamente, e sem aviso prévio, as distintas frentes de serviço no campo, para acompanhar a execução das obras e sua adequação ou não aos programas de gestão ambiental;

9�Avaliar as atividades das equipes ambientais das empresas construtoras;

9�Sugerir ações e procedimentos, de modo a evitar, minimizar, controlar ou mitigar impactos potenciais;

9�Propor, no caso de não atendimento dos requisitos ambientais, ou seja, na situação de configuração de não – conformidades significativas e não resolvidas no âmbito das reuniões quinzenais de planejamento, penalidades contra a empresa construtora.

9�Avaliar, no caso de ações que tragam impactos ambientais significativos ou de continuidade sistemática de não-conformidades significativas, a necessidade de paralisação das obras no trecho considerado de modo a possibilitar a adoção, a tempo, de medidas corretivas. Nesse caso, a supervisão deve preparar relatório sintético à coordenação de gestão sócio-ambiental, informando das questões envolvidas e da proposição de paralisação.

9�Avaliar periodicamente a eficiência dos programas ambientais relacionados às intervenções físicas previstas e propor os ajustes necessários;

9�Preparar e apresentar relatórios periódicos de supervisão ambiental ao empreendedor e às entidades financiadoras nacionais e internacionais. Os relatórios de supervisão devem ser, no mínimo, trimestrais.

Planejamento Ambiental das Obras

Os editais de licitação das obras deverão prever a exigência de aplicação e cumprimento do Manual Ambiental de Construção.

O Planejamento Ambiental deve ser realizado logo ao início do contrato com a empresa construtora e atualizado permanentemente.

A empresa construtora deverá, 30 dias antes do início das obras, apresentar à supervisão ambiental um detalhamento do Manual Ambiental de Construção, com base: (i) no projeto executivo elaborado; (ii) nas diretrizes gerais constantes do Manual Ambiental de Construção; (iii) nos programas constantes nos estudos ambientais; (iv) nas medidas constantes das licenças de instalação – LI. Este detalhamento deverá conter:

• As medidas adotadas, ou a serem adotadas, para cumprimento das exigências e condicionantes de execução de obras constantes dos estudos ambientais, da Autorização do IPHAN e da Licença de Instalação – LI;

• A definição dos locais para implantação de canteiros, áreas de bota-foras e de áreas de empréstimo com as devidas licenças ambientais;

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• A aquisição de substâncias minerais (pedras, areias e argilas) de mineradores que possuam áreas legalizadas quanto aos aspectos minerário e ambiental, e que desenvolvam planos de controle ambiental em seus empreendimentos, evitando adquirir materiais pétreos provenientes de lavras clandestinas.

• O planejamento ambiental das obras a serem executadas, prevendo-se: (i) um plano global para o lote contratado; e (ii) plano detalhado para o período de 3 meses.

Nesses planos deverão constar:

• Os métodos de construção propostos para cada tipo de intervenção;

• O planejamento de sua execução;

• Os principais aspectos ambientais a serem considerados e as principais medidas construtivas a serem adotadas

• As interferências previstas com redes de infra-estrutura e a articulação com as concessionárias de serviços públicos com vistas à sua compatibilização / solução;

• A articulação com os programas ambientais previstos no PGA;

O início das obras só será autorizado pela Coordenação da UAPAS, após parecer favorável da Supervisão Ambiental, do Plano Ambiental acima proposto.

O planejamento ambiental deve ser reavaliado mensalmente. A reunião quinzenal de planejamento ambiental deve ter como pauta, em geral:

• Apresentação, pela construtora, do planejamento da construção para o mês seguinte, de forma global;

• Apresentação, pela construtora, dos serviços a serem executados na quinzena seguinte, de forma detalhada;

• Discussão, entre o Responsável ambiental da Construtora, o Coordenador Ambiental da DESO e os Responsáveis da supervisora, sobre os aspectos ambientais relevantes relacionados ao planejamento da construção, para o mês seguinte;

• Discussão dos aspectos ambientais relevantes relacionados aos serviços a serem executados na quinzena seguinte, de forma detalhada, com o estabelecimento de diretrizes e recomendações a serem seguidas pela construtora e que serão alvo de controle, no período, pela supervisora ambiental;

• Discussão das eventuais não-conformidades observadas na semana anterior, cobrança das medidas tomadas para saná-las e eventual determinação de outras a serem tomadas;

• Outros assuntos relacionados, tais como a situação do licenciamento e fiscalização pelo órgão ambiental, andamento de outros programas ambientais específicos, etc.

A realização dessa reunião quinzenal, que deve ser rápida e objetiva, possibilita não só planejar adequadamente os trabalhos de implantação das obras, como verificar o cumprimento desse planejamento, num horizonte de tempo que permita ao Gerenciamento Ambiental estar sempre à frente das atividades da construção, podendo, dessa forma, atuar preventivamente na conservação do meio ambiente.

Relatórios Ambientais durante a Construção

Durante a execução das obras, o acompanhamento dos aspectos ambientais deve ser realizado por meio de uma série de relatórios periódicos. Esses relatórios, de periodicidade mensal, devem contemplar, de um lado, as realizações quantitativas nos aspectos ambientais, permitindo a medição e o pagamento correspondente à empresa construtora. Por outro lado, devem apontar as medidas adotadas para cumprimento das demais exigências do licenciamento, possibilitando o acompanhamento por parte do empreendedor e do órgão licenciador.

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Os relatórios para acompanhamento devem ter, sempre que possível, registros fotográficos da evolução da obra e das medidas e programas ambientais, servindo, posteriormente, aos demais programas constantes do PGA.

Os relatórios a serem enviados ao Banco Mundial devem ter a periodicidade trimestral.

3. PLANEJAMENTO AMBIENTAL DE OBRAS

3.1. ASPECTOS GERAIS

A execução de obras envolve uma seqüência de atividades no campo que, dependendo da natureza do terreno, do uso urbano ou rural e da cobertura vegetal existente, podem ter impactos variáveis sobre o meio ambiente.

Desta forma é necessário o acompanhamento e fiscalização das obras pela DESO, visando diminuir os transtornos das obras públicas para a coletividade, verificando o cumprimento de medidas de proteção ao canteiro de obras e a vizinhança, executando inspeções das edificações vizinhas e implantando procedimentos relativos aos serviços de terraplanagem, demolições e remoções, drenagem urbana, pavimentação e obras complementares de urbanização além de medidas de controle do bota-fora, detalhamento da sinalização de advertência a ser implantada, entre outros procedimentos.

O planejamento ambiental deve ser realizado logo ao início do contrato com a empresa construtora e atualizado permanentemente. Este planejamento deverá ter, como característica relevante, a análise prévia do dia-a-dia das obras.

3.2. EQUIPE DA CONSTRUTORA

A construtora deve possuir uma equipe composta por um responsável pelas ações sócio-ambientais, pelo planejamento, acompanhamento e controle ambiental das obras, sendo o representante da Construtora na articulação e relacionamento com a supervisão ambiental de obras e com a DESO. Se necessário, deverão ser alocados auxiliares para as atividades de campo.

3.2.1. Contratação de Pessoal

Durante o cadastro e seleção de pessoal, deverá ser dada prioridade aos trabalhadores da região da área de influência do empreendimento.

As informações quanto ao cadastramento de pessoal, deverão ser claras, quanto ao tipo de serviço oferecido, número de vagas por categoria, grau de instrução e temporalidade das obras, o que evitará que um grande número de interessados se desloque para o local, sem que preencha os requisitos necessários.

Os responsáveis pela obra deverão passar aos trabalhadores informações corretas sobre o empreendimento, em especial no que se refere a temporalidade dos serviços.

Quanto às adversidades diretas aos trabalhadores na obra, recomenda-se o cumprimento das normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho, especificamente quanto a proteção do trabalhador e do ambiente de trabalho.

3.2.2. Requerimentos Ambientais para Contratação de Empresas

O edital de licitação das obras deverá estabelecer os requisitos ambientais mínimos a serem atendidos pelas empresas construtoras na fase de licitação das obras. Deve-se exigir das empresas proponentes:

• Qualificação técnica ambiental, com base em experiência comprovada na execução de projetos e obras relacionadas aos respectivos componentes de cada executor do Programa, aí incluídas obras de sistemas de esgotamentos sanitário e abastecimento de água; sistemas de saneamento ambiental (coletores – tronco e interceptores, redes, ligações, etc.); com a consideração de aspectos ambientais construtivos. A comprovação deve ser feita por meio de

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atestado do contratante e Certidão de Acervo Técnico expedido pelo CREA, acompanhado(s) de declaração do órgão ambiental licenciador de que as obras cumpriram os requisitos ambientais que constaram da Licença de Instalação, quando aplicável. A declaração do órgão ambiental pode ser substituída pela cópia da Licença de Operação da obra objeto do atestado e CAT.

• Relação da equipe ambiental própria ou de empresa subcontratada, acompanhada de declaração de que esta atuará sob total responsabilidade da empresa proponente.

• Os editais de licitação devem prever, também, exigência de aplicação e cumprimento do Manual Ambiental de Construção e cláusulas de penalização financeira para o não-cumprimento do PGA.

3.3. RELATÓRIO DE PLANEJAMENTO AMBIENTAL

A empresa construtora deverá, 30 dias antes do início das obras, apresentar à DESO um Relatório de Planejamento Ambiental da Obra, contendo:

• As medidas adotadas, ou a serem adotadas, para cumprimento das exigências e condicionantes de execução de obras constantes na Licença de Instalação – LI;

• A definição dos locais para implantação de canteiros, áreas de bota-fora e de áreas de empréstimo com as devidas licenças ambientais;

• Os métodos de construção propostos para cada tipo de intervenção bem como o planejamento de sua execução;

• As interferências previstas com redes de infra-estrutura e a articulação com as concessionárias de serviços públicos com vistas à sua compatibilização / solução;

• A articulação com os órgãos competentes de trânsito para as ações de desvio de tráfego e sinalização adequada;

O início das obras só será autorizado pela Coordenação da DESO, após análise favorável do Plano apresentado no Relatório.

4. IMPLANTAÇÃO DO PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL DAS OBRAS

4.1. INTRODUÇÃO

O Plano de Gestão Ambiental das Obras deverá contemplar as diretrizes ambientais relacionadas aos seguintes itens:

Ações relativas à implantação e gerenciamento das obras

• Canteiro de Obras

• Planos de Gerenciamento de Riscos e de Ações de Emergência na Construção

• Educação Ambiental dos Trabalhadores e Código de Conduta na Obra

• Saúde e Segurança nas Obras

• Gerenciamento e Disposição de Resíduos

• Controle de Ruído

• Pátio de Equipamentos

• Controle de trânsito

• Estradas de Serviço

Ações relativas às atividades construtivas

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• Obras especiais: áreas urbanas, cruzamentos de Rodovias e Ferrovias e Travessias de Cursos d’água, áreas que requerem uso de explosivos.

• Obras Comuns: abertura da faixa de obras, abertura da vala, transporte e manuseio de tubos, colocação dos tubos, cobertura da vala, limpeza, recuperação e revegetação da faixa de obras, plano de manejo e disposição final de material dragado dos rios e córregos e plano de controle e recuperação das áreas de empréstimo e de bota-foras.

4.2. CANTEIRO DE OBRAS

Os Canteiros de Obras são instalações destinadas a abrigar escritórios, alojamentos, refeitórios, ambulatórios, sanitários, oficinas, almoxarifados, armazenamento de materiais, etc.

A escolha do local para implantação do canteiro de obras e dos alojamentos deverá ser feita considerando alguns aspectos:

(i) o local deve ser de fácil acesso, livre de inundações, ventilado e com insolação adequada;

(ii) o desmatamento deverá ser mínimo, procurando-se preservar a árvores de grande porte;

(iii) dever-se-á escolher locais onde não serão necessários grandes movimentos de terra;

(iv) deve-se levar em conta a direção dos ventos dominantes no caso do canteiro de obras se situar próximo a núcleos habitacionais.

A primeira diretriz que deve nortear o planejamento das construtoras, com relação à sua infra-estrutura de apoio em campo, refere-se às características das comunidades existentes nas vizinhanças das áreas que serão afetadas, no sentido de que as atividades de obra, o funcionamento do canteiro e o convívio com os trabalhadores, mesmo por período de tempo reduzido, não venham a acarretar impactos negativos significativos na qualidade de vida das populações.

Normalmente, as atividades de obra e o afluxo de mão-de-obra durante a construção constituem um fator de incentivo às atividades econômicas das localidades e, assim, podem propiciar um impacto positivo. No entanto, conforme o tamanho e as peculiaridades de cada comunidade, impactos negativos podem ocorrer, tais como:

• Sobrecarga na infra-estrutura de serviços urbanos;

• Aumento das demandas e conseqüente elevação de preços de bens e serviços;

• Alterações no comportamento e convívio social da comunidade.

A construtora deve prover mecanismos adequados que garantam a auto-suficiência dos canteiros, em termos de abastecimento de bens e insumos, garantir a oferta de transporte de trabalhadores, atendendo, no mínimo, aos critérios preconizados na norma da ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas, a NB – 1367 (Áreas de Vivência em Canteiros de Obras), para permanência de trabalhadores nos canteiros de obras (alojados ou não), além dos requisitos ambientais a seguir apresentados.

A localização do canteiro deverá ser licenciada pelo órgão municipal de meio ambiente, conforme a legislação vigente. A escolha dos locais para implantação do canteiro deve contar com a participação direta da DESO, para propiciar a integração dessas instalações com a infra-estrutura existente. Deve ser evitada a implantação de canteiros próximo a unidades de conservação, áreas de preservação permanente e áreas com cobertura natural preservada. Para instalação do canteiro deve-se, preferencialmente, escolher área já alterada.

A localização do canteiro não deve interferir com o sistema viário e de saneamento básico, sendo necessário contatar a Prefeitura, órgãos de trânsito, segurança pública, sistema hospitalar,

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concessionárias de água, esgoto, energia elétrica, telefone, etc., para qualquer intervenção em suas áreas e redes de atuação, face à implantação do canteiro de obras.

O tráfego de caminhões e de equipamentos pesados deve se restringir aos horários que causem a menor perturbação na vida cotidiana da população. Esses horários devem ser pré-estabelecidos e submetidos à aprovação da Fiscalização, que deverá obter a anuência do órgão de trânsito.

O canteiro deve atender às diretrizes da Legislação Brasileira de Segurança e Medicina no Trabalho, especialmente o Plano de Emergência Médica e Primeiros Socorros, para eventuais remoções de acidentados para hospital da região.

Após o término das atividades de implantação, toda a infra-estrutura utilizada durante a construção das obras, caracterizada essencialmente por canteiro de obras, deverão ser removidos, exceto nos casos em que essas estruturas forem aproveitadas na fase de operação do sistema, pelo empreendedor ou pela comunidade.

Não será permitido o abandono da área de canteiro sem recuperação do uso original, nem o abandono de sobras de materiais de construção, de equipamentos ou partes de equipamentos inutilizados. Os resíduos devem ser acondicionados em locais apropriados, os quais devem receber tratamento adequado, conforme suas características.

Documentação fotográfica, retratando a situação original das áreas do canteiro e das faixas de obras dos coletores e interceptores deve ser obrigatoriamente elaborada e utilizada durante a execução dos serviços de restauração, visando a comparação da situação dessas áreas antes e depois da construção das obras.

Além da restauração definitiva das instalações eventualmente danificadas pela obra, os serviços devem englobar a execução de proteção vegetal nas áreas alteradas, de forma a garantir a estabilidade do terreno, dotando as faixas de obras de uma proteção permanente.

4.3. ÁREAS DE JAZIDAS E BOTA-FORAS

A obtenção de licenças dos órgãos ambientais do Estado de Pernambuco para a exploração de jazidas de solo ou de material granular para aterros e reaterros, bem como de áreas de bota-foras temporários ou definitivos será da única e exclusiva responsabilidade da empresa contratada para a execução das obras.

O pedido de licença de exploração de jazidas deverá ser formulado de conformidade com os padrões dos órgãos ambientais, devendo explicitar todas as informações sobre a empresa executora das atividades de exploração e sobre o profissional responsável técnico pela obra. Deverão ser estabelecidos os prazos de exploração da jazida e definidos os volumes estimados de material a retirar com o correspondente plano de exploração. Detalhar a metodologia e as atividades necessárias para a recomposição da área explorada de modo a restituir-lhe as condições originais.

Áreas de bota-fora temporário serão utilizadas para a deposição de material retirado de cavas ou valas e passíveis de reutilização para aterros ou reaterros e cuja permanência no local de execução das obras possa causar incômodo a veículos e pedestres. Os bota-foras definitivos receberão aquele material removido da área das obras e cujas características geotécnicas inviabilizam a sua utilização para aterros e reaterros.

Para ambos os casos a empreiteira deverá obter licença de utilização e, ao final do seu uso, recompor as condições originais da área (para bota-fora temporário) ou dar conformação ambientalmente adequada (para áreas de bota-fora de disposição permanente de material), com ênfase para eventual percolação de líquidos indesejáveis, cobertura vegetal, drenagem etc.

4.4. AQUISIÇÃO DE MATERIAIS E EQUIPAMENTOS

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Para esta ação são propostas medidas de caráter preventivo e corretivo sendo de responsabilidade da empresa executora da obra:

• Procurar adquirir substância minerais (pedras, areias e argilas) de mineradores que possuam áreas legalizadas quanto aos aspectos minerário e ambiental, e que desenvolvam planos de controle ambiental em seus empreendimentos, evitando adquirir materiais pétreos provenientes de lavras clandestinas.

• Utilizar sempre que possível material de construção civil procedente do Estado de Pernambuco e/ou da própria região, assegurando o retorno econômico para a região.

• Recuperar as superfícies degradadas, durante a mobilização de equipamentos pesados para a área de influência direta do projeto. Considerando-se que alguns equipamentos provocam instabilização das superfícies das vias públicas, principalmente daquelas que se encontram em leito natural, deve-se fazer investigações para identificar a ocorrência de processos degradativos, visando a tomada de decisões em tempo hábil.

• Fazer o controle de erosão e assoreamento, nas vias de acesso em leito natural utilizadas durante a ação.

4.5. GERENCIAMENTO E DISPOSIÇÃO DE RESÍDUOS

As ações de Gerenciamento e Disposição de Resíduos têm como objetivo básico assegurar que a menor quantidade possível de resíduos seja gerada durante a implantação das obras e que esses resíduos sejam adequadamente coletados, estocados e dispostos, de forma a não resultar em emissões de gases, líquidos ou sólidos que representem impactos significativos sobre o meio ambiente. Durante a execução das obras, é prevista a geração de três tipos de resíduos: sólidos e sanitários.

• Resíduos sólidos

O gerenciamento ambiental dos resíduos sólidos está baseado nos princípios da redução na geração, na maximização da reutilização e da reciclagem e na sua apropriada disposição. O canteiro deve contar com sistema de coleta interna de resíduos sólidos, os quais devem ser colocados em locais próprios para serem recolhidos pelo sistema público de coleta e disposição. Deve haver uma negociação junto aos órgãos e empresas responsáveis pela coleta de resíduos, visando a utilização desse sistema.

Deve haver um perfeito controle sobre o lixo doméstico gerado no canteiro de obras. O lixo deve ser recolhido separadamente (orgânico/úmido e inorgânico/seco) para que possam ter destino final diferenciado. O lixo deve ser colocado em local adequado para ser recolhido pelo serviço de limpeza urbana do município ou, especificamente no caso do lixo seco (papel, papelão, vidro, plástico, latas, etc), disponibilizado para ser recolhido por pessoas da comunidade próxima para a sua posterior reciclagem.

No transporte de entulho e lixo, para evitar a perda do material transportado deve ser evitado o excesso de carregamento dos veículos, além de ser mantida uma fiscalização dos cuidados necessários no transporte, tais como em relação à cobertura das caçambas ou carrocerias dos caminhões com lona.

A disposição final do entulho de obra deve considerar o que preconiza a Resolução CONAMA no. 307, de 07 de julho de 2002, que estabelece:

Art. 3º Os resíduos da construção civil deverão ser classificados, para efeito desta Resolução, da seguinte forma:

I - Classe A - são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais como:

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a) de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras de infra-estrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem;

b) de construção, demolição, reformas e reparos de edificações: componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento etc.), argamassa e concreto;

c) de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos, tubos, meios-fios etc.) produzidas nos canteiros de obras;

II - Classe B - são os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como: plásticos, papel/papelão, metais, vidros, madeiras e outros;

III - Classe C - são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem/recuperação, tais como os produtos oriundos do gesso;

IV - Classe D - são os resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como: tintas, solventes, óleos e outros, ou aqueles contaminados oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e outros.

Art. 4º Os geradores deverão ter como objetivo prioritário a não geração de resíduos e, secundariamente, a redução, a reutilização, a reciclagem e a destinação final.

§ 1º Os resíduos da construção civil não poderão ser dispostos em aterros de resíduos domiciliares, em áreas de "bota fora", em encostas, corpos d`água, lotes vagos e em áreas protegidas por Lei, obedecidos os prazos definidos no art. 13 desta Resolução.

§ 2º Os resíduos deverão ser destinados de acordo com o disposto no art. 10 desta Resolução.

Art. 10. Os resíduos da construção civil deverão ser destinados das seguintes formas:

I - Classe A: deverão ser reutilizados ou reciclados na forma de agregados, ou encaminhados a áreas de aterro de resíduos da construção civil, sendo dispostos de modo a permitir a sua utilização ou reciclagem futura;

II - Classe B: deverão ser reutilizados, reciclados ou encaminhados a áreas de armazenamento temporário, sendo dispostos de modo a permitir a sua utilização ou reciclagem futura;

III - Classe C: deverão ser armazenados, transportados e destinados em conformidade com as normas técnicas especificas.

IV - Classe D: deverão ser armazenados, transportados, reutilizados e destinados em conformidade com as normas técnicas específicas.

Art. 13. No prazo máximo de dezoito meses os Municípios e o Distrito Federal deverão cessar a disposição de resíduos de construção civil em aterros de resíduos domiciliares e em áreas de "bota fora".

Art. 14. Esta Resolução entra em vigor em 2 de janeiro de 2003.

• Resíduos sanitários

Com relação aos resíduos sanitários, havendo infra-estrutura no local, os efluentes líquidos gerados pelo canteiro de obras só devem ser despejados diretamente nas redes de águas servidas após uma aprovação prévia da Fiscalização da DESO. Não existindo infra-estrutura, devem ser previstas instalações completas para o tratamento dos efluentes sanitários e águas servidas por meio de fossas sépticas, atendendo aos requisitos da norma brasileira NBR 7229/93, da ABNT.

Quanto aos resíduos oriundos das oficinas mecânicas, das lavagens e lubrificação de equipamentos e veículos, deve ser prevista a construção de caixas coletoras e de separação dos

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produtos, para posterior remoção dos óleos e graxas através de caminhões ou de dispositivos apropriados.

O canteiro deve contar também com equipamentos adequados para minimizar a emissão de gases e para a diminuição de poeira (caminhão-pipa).

A construtora deve prever a execução das seguintes ações, juntamente com a seleção do local do canteiro de obras:

• Previsão dos principais resíduos a serem gerados, com estimativas iniciais de suas quantidades;

• Levantamento dos aterros e locais adequados para a disposição dos resíduos previstos;

• Elaboração de um plano de redução da geração, reciclagem e manejo/disposição de resíduos;

• Estabelecimento de acordos com os órgãos locais para a utilização de equipamentos e instalações de tratamento/disposição de resíduos;

• Inclusão, no programa de treinamento ambiental dos trabalhadores, dos aspectos de manejo de resíduos;

• Fiscalização contínua sobre as atividades geradoras de resíduos durante a fase de obras.

A principal meta a ser atingida é o cumprimento das legislações ambientais federal, estadual e municipal vigentes, tanto no tocante aos padrões de emissão quanto no tocante à correta e segura disposição dos resíduos. Algumas áreas mais sensíveis, como as Áreas de Preservação Permanente, devem ser especialmente protegidas quanto à disposição ou aplicação de resíduos no solo.

4.6. INTERVENÇÕES COM INFRA-ESTRUTURA DE SERVIÇOS

Antes do início das Obras deve-se realizar consulta às concessionárias de serviços públicos e órgãos governamentais responsáveis pela operação de infra-estrutura, de modo a evitar interferências.

O planejamento de obras deve conter a articulação com os órgãos públicos e concessionárias de serviços públicos, tanto para uma comunicação antecipada do início da obra respectiva quanto para o acompanhamento da obra por técnico da empresa concessionária, se for o caso.

Deve-se prever, também, a divulgação de eventuais cortes de serviço, a toda população usuária da concessionária do serviço em questão, com antecedência mínima de 5 dias úteis, utilizando-se os meios de comunicação mais eficientes na área da intervenção, de forma a trazer o menor transtorno ao seu cotidiano.

4.7 ESTRADAS DE SERVIÇO

Para que sejam evitados problemas ambientais comuns a aberturas das vias de acesso provisório, duas diretrizes básicas devem ser seguidas. A primeira refere-se à localização e dimensão dessas obras de apoio, que devem ser projetadas com os seguintes cuidados:

• O traçado deve interferir minimamente com áreas de interesse ambiental, especialmente para o caso das travessias nas APP dos cursos d’água.

• Os materiais de construção (solo, cascalho) devem ser provenientes de jazidas previamente licenciadas e que serão recuperadas posteriormente.

• A via deve conter dispositivos de drenagem e de controle da erosão adequados.

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A segunda diretriz consiste na recuperação das condições originais de todos os trechos de terreno afetados pela construção de estradas de serviços, permitindo que as águas superficiais percorram seus trajetos naturais, sem impedimentos ou desvios.

A abertura deve ser precedida de vistoria prévia e aprovação da DESO e do órgão ambiental licenciador (autorização a ser obtida junto com a autorização para instalação do canteiro).

4.8 ATIVIDADES CONSTRUTIVAS

4.8.1 Obras especiais

- Áreas Urbanas Consolidadas, Favelas e Loteamentos Irregulares

Nessas áreas, a presença da população obriga a que os procedimentos construtivos sejam precedidos por um planejamento detalhado, visando minimizar os transtornos às pessoas, atenuar as dificuldades de uso das vias públicas e do acesso às propriedades privadas, evitar a remoção da vegetação que compõe a paisagem, maximizar a segurança durante a construção, minimizar os transtornos nas áreas adjacentes à faixa de obras e assegurar rapidez e eficiência na construção, restaurando a faixa no menor prazo possível.

Durante a construção, as vias de tráfego e os acessos às residências devem ser mantidos, exceto por períodos curtos necessários ao assentamento dos tubos. Técnicas de avanço coordenado (execução intervalada) devem ser usadas para permitir que as interrupções dos acessos sejam feitas seletivamente e de forma descontínua. A utilização de tapumes, telas de segurança e farta sinalização visual diurna e noturna é indispensável para a segurança das populações residentes. Deverá ser seguido o Plano de Controle de Trânsito, apresentado neste documento.

Nas favelas e loteamentos irregulares, onde deverão ocorrer intervenções de esgotamento sanitário, devem ser tomadas medidas complementares e específicas de segurança, higiene e de orientação à comunidade, porquanto os acessos e demais condições locais, muitas vezes, podem ser inviabilizadas em função da realização das obras. É o caso, por exemplo, das vielas, escadarias, taludes, córregos, etc. cuja instalação de máquinas e equipamentos pode obstar a mobilidade interna às favelas e, até, impedir o fluxo de pessoas e mercadorias para o interior dessas localidades. Nesse caso, deve-se estabelecer um cronograma seqüencial de obras que interfira o menos possível sobre o conforto e a acessibilidade, evitando impactos significativos sobre a comunidade.

Ações de comunicação social, tais como distribuição de folhetos orientativos para as populações, realização de divulgação das atividades de construção na área e a presença de agentes de comunicação para contato com os residentes devem ser implementadas, utilizando-se todos os meios disponíveis de comunicação com as comunidades.

Havendo necessidade de manejo de redes de serviços públicos, tais como água, luz, gás e telefone, que inevitavelmente resultam em interrupções no fornecimento desses serviços, tal fato deve ser comunicado à comunidade, com a devida antecedência, sendo que qualquer manejo só será efetuado na presença de equipes de emergência das concessionárias.

A poeira resultante das atividades deve ser controlada, utilizando aspersão de água por caminhões-pipa. Os caminhões e demais equipamentos só poderão circular em vias públicas com pneus e rodas devidamente limpos. Para tanto, a empresa construtora deve prever locais adequados para aspersão de água e limpeza.

- Cruzamento de Vias urbanas e Rodovias

As obras previstas poderão ter interferências com vias urbanas estruturais. Os cruzamentos de vias urbanas estruturais devem ser executados obedecendo a projetos específicos para cada caso, em conformidade com os conceitos básicos estabelecidos nos documentos do Licenciamento Ambiental. Além da aprovação pela DESO, tais projetos devem ser submetidos à aprovação dos órgãos gestores dos serviços.

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Todos os cruzamentos devem obedecer a alguns princípios básicos, independentemente do método utilizado para o cruzamento:

• Os cruzamentos devem ser, preferencialmente, transversais às vias;

• As escavações ou perfurações devem ser executadas de forma a permitir a continuidade do fluxo do trânsito;

• Deve ser providenciada a instalação de sinalização, inclusive noturna, para a segurança do tráfego, em concordância com as exigências das autoridades responsáveis pela administração da via cruzada;

• As bordas da via cruzada devem ser recuperadas acompanhando a conformação dos taludes pré-existentes;

• As escavações a céu aberto não podem ser aplicadas para o caso dos cruzamentos com ferrovias.

Onde não for possível a escavação a céu aberto devem ser adotados métodos não-destrutivos, tais como a utilização de “tubo camisa”, um revestimento metálico colocado previamente à tubulação a ser instalada, servindo de proteção e guia para a passagem.

- Travessias de Cursos D’água

As travessias de cursos d’água devem ser executadas obedecendo a projetos específicos para cada caso, em conformidade com o que for estabelecido nos documentos do Licenciamento Ambiental. Em muitos casos, a travessia de cursos d’água pode ser realizada fixando-se a tubulação nos tabuleiros ou pilares de pontes rodoviárias ou ferroviárias. Nesses casos, a instituição responsável deve ser consultada formalmente.

Durante todas as fases da obra, a empreiteira deve proteger e minimizar os impactos ambientais adversos aos cursos d’água, da seguinte forma:

• Realizar todas as fases da construção (abertura da faixa, escavação, abaixamento de tubos e recomposição) em uma só etapa, de modo a reduzir o tempo da obra no local;

• Limitar o corte de árvores na faixa de mata ciliar somente à largura estritamente necessária para realização dos serviços;

• Construir a travessia perpendicular à direção predominante do curso d’água;

• Não criar estruturas que possam interferir com as vazões naturais do curso d’água;

• Inspecionar periodicamente a faixa durante e após a construção, reparando todas as estruturas de controle de erosão e contenção de sedimentos ao término de cada fase da obra;

• Remover do leito do curso d’água todo o material e estruturas relacionados com a construção, após seu término;

• Recuperar o canal e o fundo do curso d’água, de maneira que ele retorne, o mais próximo possível, às condições naturais;

• Estabilizar as margens dos cursos d’água e terras elevadas em áreas adjacentes, através da utilização de medidas de controle de erosão e de cobertura de vegetação, logo após o término da construção, levando em consideração as características dos materiais, as declividades dos taludes de aterro e as condições hidrológicas locais.

Para evitar o aporte de substâncias contaminantes ao corpo d’água, a construtora deve seguir as medidas de prevenção contra derramamento de poluentes. Produtos e efluentes perigosos, como produtos químicos, combustíveis e óleos lubrificantes, só podem ser armazenados a uma distância mínima de 200 metros da margem de cursos d'água, em conformidade com a legislação vigente. Reabastecimento de equipamentos deve ser realizado fora da APP – área de preservação ambiental.

- Áreas que requerem o Uso de Explosivos

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Nos locais onde existirem rochas que necessitam ser desmontadas com a utilização de explosivos, as empreiteiras devem tomar todas as precauções exigidas pela legislação e pelas normas específicas existentes. Essas precauções podem ser sintetizadas em:

• transporte, armazenamento e manuseio de explosivos só pode ser realizado por veículos e pessoal devidamente autorizados, com documentação emitida pelo Ministério do Exército, exclusivamente para a obra especificada;

• preparação de um plano de fogo compatível com as necessidades do trabalho que se pretende executar;

• instalação de sinalização de advertência, como bandeiras e barricadas, em todos os acessos dentro da área de influência do fogo;

• execução de detonações em horários pré-estabelecidos, programados com pelo menos 24 horas de antecedência. Uma hora antes da detonação, deve ser acionada uma sirene. Este procedimento deve ser repetido 30 minutos antes da detonação, quando toda a área, no raio de 300 metros do ponto de detonação, é evacuada. Imediatamente antes da detonação, a sirene é novamente acionada;

• desmontes realizados próximo a edificações devem ser precedidos por inventário das mesmas, com documentação fotográfica;

• as detonações devem ser executadas no horário compreendido entre 10 e 17 horas;

• os ruídos e vibrações provocados pela explosão devem enquadrar-se nos limites estabelecidos pela legislação;

• todo e qualquer animal silvestre que, porventura, seja atingido deve ser recolhido ao zoológico mais próximo, para os devidos cuidados e o fato comunicado aos órgão competentes.

4.8.2 Obras Comuns

Na implantação das unidades do sistema de esgotamento sanitário deverão ser seguidas as especificações técnicas convencionais para esse tipo de obra, produzidas pela empresa consultora responsável pelo Projeto Básico ou Executivo e pelo fabricante dos equipamentos, tubos e conexões selecionados. Deverão ser seguidas também as condicionantes ambientais descritas a seguir.

Abertura da Faixa de Obras

A abertura da faixa de obras envolve trabalhos de limpeza, terraplenagem e construção de dispositivos de controle de erosão e drenagem, necessários à constituição da pista de serviço e do local de instalação das tubulações.

Em hipótese alguma os indivíduos arbóreo-arbustivos devem ser suprimidos sem a autorização ambiental para supressão de vegetação.

A limpeza do terreno envolve a remoção de árvores, arbustos e vegetação rasteira da faixa de domínio das unidades do sistema. Os procedimentos convencionais, durante o processo de limpeza, são:

• as laterais da faixa devem ser claramente delineadas, certificando-se de que não irá ocorrer nenhuma limpeza além dos seus limites;

• as árvores a preservar devem ser marcadas com bandeiras, cercas, ou algum outro tipo de marca, antes de iniciar a limpeza;

• vegetação tipo arbustos, matos rasteiros e árvores, depois de devidamente inventariada (de acordo com critérios estabelecidos pelo órgão ambiental competente), devem ser cortados no nível do chão, procurando-se deixar as raízes intactas, nas Áreas de Preservação Permanente.

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• as cercas eventualmente encontradas no trajeto das unidades do sistema devem ser mantidas pelo uso de um sistema temporário de colchetes. O colchete deve ser construído com um material similar ao da cerca. Em nenhum momento, deve-se deixar uma cerca aberta;

• as cercas permanentes devem ser refeitas com o mesmo material e nas mesmas condições que existiam antes da construção;

• as árvores devem ser tombadas dentro da faixa;

• qualquer árvore que cair dentro de cursos d’água ou além do limite da faixa deve ser imediatamente removida;

• as árvores localizadas fora dos limites da faixa de domínio não devem ser, em hipótese alguma, cortadas com o objetivo de obter madeira, evitando-se a poda dos galhos projetados na faixa;

• a madeira não especificamente designada para outros usos deve ser cortada no comprimento da árvore e ficar organizadamente empilhada ao longo da delimitação da faixa, para ser usada como estiva ou para controlar a erosão. As estivas devem ser necessariamente removidas do trecho, depois que a construção estiver concluída;

• a madeira não deve ser estocada em valas de drenagem ou dentro de áreas úmidas, a não ser que as condições específicas do local permitam.

Abertura de Valas

As valas para as tubulações devem ser abertas e preparadas considerando-se as seguintes recomendações.

O solo superficial (camada orgânica) e o solo mineral escavado devem ser separados, durante o processo de escavação, e armazenados separadamente. O solo superficial orgânico deve ser removido na sua profundidade detectada. Em nenhuma circunstância o solo superficial poderá ser usado como revestimento de fundo da vala.

Interferências subterrâneas devem ser localizadas, (tubulações e cabos) escavadas cuidadosamente e identificadas. As autoridades envolvidas (concessionárias, agências) devem ser notificadas.

Tampões de valas são partes da vala que interrompem a continuidade da vala que está aberta. Tampões macios são solos compactados ou sacos de areia colocados sobre a vala durante a escavação. Tampões duros são partes da vala que ainda não foram escavadas.

Em declives íngremes, os tampões servem para reduzir a erosão e a sedimentação das valas e, com isso, diminuir os problemas de descarga na base do declive, onde geralmente estão localizadas áreas de ambientes sensíveis, cursos d’água e áreas alagadiças. Além disso, os tampões permitem que o gado e os animais selvagens possam atravessar a vala. As medidas que devem ser aplicadas aos tampões das valas são as apresentadas a seguir.

Para evitar que os tampões macios fracassem no controle da passagem da água, eles devem ser mais compridos do que altos, feitos de camadas compactadas e construídos ao longo das valas. Devem ser inspecionados regularmente pela empreiteira, para evitar que se rompam.

A instalação dos tampões deve ser coordenada junto com a instalação das banquetas e calhas d’água provisórias, para com isso poder desviar, com eficácia, a água para fora da faixa de obras.

O solo superficial não deve ser usado como tampão. Quando os tampões localizados acima de corpo d’água ou áreas alagadiças são removidos, a água que acumulada atrás delas deve ser bombeada para uma área bem vegetada, ou filtrada antes dos tampões serem removidos.

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Transporte e Manuseio de Tubos

As operações de transporte de materiais, especialmente dos tubos, devem ser realizadas de acordo com as disposições das autoridades responsáveis pelo trânsito. Ruas, rodovias federais, estaduais e municipais, estradas particulares ou mesmo caminhos de acesso não devem ser obstruídos. O transporte deve ser feito de forma a não constituir perigo para o trânsito normal de veículos. Os tubos devem ser distribuídos ao longo da via onde serão instalados, de maneira a não interferir com o uso normal dos terrenos atravessados.

Colocação dos Tubos

Para preservar a estabilidade da vala contra processos erosivos e, conseqüentemente, garantir a integridade da rede coletora e/ou distribuidora, devem ser adotados, antes do início dos serviços de colocação da tubulação no interior da vala, os seguintes procedimentos:

• execução de uma inspeção minuciosa das condições das paredes laterais e do fundo da vala;

• esgotamento preferencial da vala, nos casos da ocorrência de água no seu interior, de forma a permitir uma inspeção detalhada das suas paredes laterais e do seu fundo;

• verificação dos trechos da vala aberta em rocha, visando um repasse das condições de suas paredes e do seu fundo, com a remoção de eventuais ressaltos que venham a comprometer a segurança da tubulação;

• recolhimento de detritos detectados no interior da vala, tais como: pedaços de madeira, tacos e sacos de apoio da tubulação, protetores de bisel dos tubos, pedras soltas, luvas, lixas, escovas, restos de papel feltro, lã de vidro, fitas de polietileno, embalagens de comidas etc.;

• revestimento do fundo da vala com camada de solo isento de pedras e outros materiais que possam danificar o revestimento da tubulação nos trechos de vala aberta em rocha, ou onde, na superfície do fundo da vala, o terreno estiver muito irregular;

• preparação de berços de apoio, tipo travesseiro, no fundo da vala, para permitir um assentamento contínuo da tubulação, com o uso de solo escavado da própria vala, isento de pedras e outros materiais que possam danificar o revestimento dos tubos.

Deve ser feita uma inspeção para a verificação de eventuais danos nos tubos e no seu revestimento original, com a execução dos reparos que se fizerem necessários.

Sempre que o serviço de colocação dos tubos for interrompido deve ser verificado se a tubulação colocada na vala está com as suas extremidades tamponadas, para impedir a entrada de animais, detritos e outros objetos estranhos.

Cobertura da Vala

Devem ser empregados métodos, equipamentos e materiais adequados à execução do serviço de enchimento da vala e cobertura da tubulação, para não causar danos à tubulação e ao seu revestimento anticorrosivo (se for o caso). Na definição do método de execução, devem ser levados em consideração o tipo de solo e as características de cada região atravessada.

O serviço de cobertura deve ser iniciado logo após a colocação da tubulação na vala e a sua aprovação pela Fiscalização, de forma que:

• seja evitado o risco de instabilidade da vala, da pista e da tubulação, face à retirada do material pela escavação e, conseqüentemente, pela maior infiltração de água no solo através da vala;

• seja minimizada a alteração no uso de terras cultivadas e/ou irrigadas pelos proprietários, com o reaterro da vala e a recomposição do substrato (camada vegetal) nas áreas atingidas no seu

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nível original, no menor espaço de tempo possível, para permitir a retomada da produção.

Deve ser observado o atendimento da cobertura mínima definida nos documentos técnicos contratuais (especificações da consultora projetista e do fabricante dos tubos), especialmente nas situações de área de culturas com lavra mecanizada ou não mecanizada e áreas ocupadas ou com previsão de ocupação residencial/industrial.

Em áreas de significativo interesse ambiental (áreas de preservação permanente ou com a cobertura natural não alterada anteriormente), o serviço de cobertura deve incluir o reaterro compactado do solo e o replantio de espécies vegetais retiradas para a montagem da rede coletora, desde que não venham a comprometer a tubulação.

Em princípio, todo o material oriundo da escavação da vala deve ser recolocado nela, tomando-se o cuidado para que a camada externa de solo vegetal venha a ocupar a sua posição original.

As camadas recolocadas devem ser constituídas de solo solto e macio, retirado do material escavado da própria vala, isento de impurezas e detritos. Na impossibilidade de contar com o material escavado da vala - caso de trecho em rocha - deve ser providenciado o transporte do material de uma área de empréstimo previamente escolhida, cujo solo atenda aos requisitos especificados.

Nos trechos em rampa com declividade acentuada, o material de cobertura deve ser totalmente compactado, para evitar deslizamento ou erosão.

Quando requerida a compactação do reaterro da vala, devem ser colocadas camadas de altura compatível com o tipo de solo e o grau de compactação desejado. A compactação junto à tubulação deve ser feita com soquete manual. Na camada superficial do terreno, a compactação do solo deve ser reduzida, objetivando facilitar o desenvolvimento do sistema radicular das espécies a serem utilizadas na revegetação.

Deve ser executada uma sobrecobertura ao longo da vala, para compensar possíveis acomodações do material e o aparecimento de focos de erosão. O solo deve cobrir toda a parte superior da vala, visando facilitar a estabilização do terreno. A sobrecobertura não deve, entretanto, ser executada nos seguintes casos:

• passagem através de regiões cultivadas;

• nos trechos onde venha a obstruir o sistema de drenagem da pista;

• nos locais de cruzamentos e ao longo de ruas, estradas, acostamentos, pátios de ferrovias, trilhas, caminhos e passagens de quaisquer natureza.

Nos casos em que não for possível executar a sobrecobertura da vala, deve ser providenciada a compactação do material de cobertura.

Limpeza, Recuperação e Revegetação da Faixa de Obras

Os serviços de limpeza e recuperação devem ser executados imediatamente após a conclusão da cobertura da vala. Em áreas sujeitas a processos erosivos intensos, tipo voçorocamento, em face do risco da tubulação ficar exposta, a restauração da faixa de obras deve ser executada simultaneamente com as fases de montagem da rede coletora e/ou distribuidora.

Deve ser feita documentação fotográfica, retratando a situação original da faixa, visando a comparação da situação da área atravessada ou envolvida pela obra, antes e depois da construção da rede coletora e de distribuição.

Além da restauração definitiva das instalações danificadas pela obra, os serviços devem englobar a execução de drenagem superficial e de proteção vegetal nas áreas envolvidas, de forma a garantir a estabilidade do terreno, dotando a faixa de obras, a pista, a vala e a tubulação enterrada de uma proteção permanente.

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A execução dos serviços de drenagem superficial e de proteção vegetal deve obedecer ao projeto construtivo previamente elaborado e aprovado pela Fiscalização das obras.

Deve ser realizada a limpeza completa da faixa de obras e das pistas de acesso, assim como dos demais terrenos e estruturas de apoio utilizados nos serviços de construção e montagem da rede coletora e de distribuição.

Os serviços de limpeza devem compreender a remoção de:

• pedras, matacões, restos de raízes, troncos de árvores, galhos e demais obstáculos e irregularidades existentes na faixa e nas pistas, oriundos da execução dos serviços;

• fragmentos de equipamentos, ferramentas, embalagens e demais materiais;

• sobras de tubos, protetores de bisel etc.

Exceto quando estabelecido de outra forma, devem ser desativados todos os acessos provisórios, assim como eliminados ou removidos pontes, pontilhões, estivas e outras instalações provisórias utilizadas na execução dos serviços de construção e montagem da rede de distribuição.

As cercas de divisas de propriedades, assim como portões, porteiras etc., devem ser restauradas ou reinstaladas integralmente como eram no seu estado original, tudo de conformidade com o registrado no cadastramento de benfeitorias e no documentário fotográfico executado previamente nas propriedades.

Devem ser totalmente desobstruídos os canais e valas de drenagem e de irrigação existentes nas propriedades e áreas contíguas, eventualmente interceptadas pela obra.

O projeto de recuperação vegetal deve contemplar a vegetação ou revegetação de todas as áreas atingidas pela construção das unidades do sistema, especialmente dos interceptores e linhas de recalque, quando houver.

Deve ser executado o replantio de espécies nativas em áreas contíguas aos remanescentes atingidos, a partir da coleta de mudas e sementes nas áreas desmatadas, desde que autorizado pelo órgão ambiental licenciador. Devem também ser selecionadas espécies de maior adaptabilidade e rapidez de desenvolvimento, levando-se em conta a necessidade da reintegração paisagística.

Os trabalhos de revegetação devem ocorrer paralelamente aos serviços de recomposição, logo após o nivelamento do terreno e a recolocação da camada superior de solo orgânico.

Devem ser priorizadas, para a revegetação, as áreas íngremes e as margens de cursos d’água, consideradas por lei como de preservação permanente, as quais apresentam maiores riscos de danos ambientais, como erosões e assoreamentos.

As Áreas de Preservação Permanente atingidas receberão um tratamento de revegetação para cobertura rápida do solo, evitando o surgimento de processos erosivos. Para tal, deverá ser utilizado um coquetel de espécies vegetais de gramíneas e leguminosas de rápido crescimento, preferencialmente nativas.

Os plantios devem ser realizados manualmente, com a semeadura a lanço do coquetel de sementes previamente misturado.

Na restauração de áreas cultivadas devem ser adotados cuidados especiais para assegurar que os terrenos possam ser preparados em condições para o plantio, ou seja, com o substrato recuperado no seu nível original.

Deve ser de responsabilidade da empreiteira a execução – ou acompanhamento, no caso de convênios e subcontratação – dos serviços de revestimento vegetal, incluindo a sua irrigação e manutenção, até que fique comprovado, após germinação, a pega total da vegetação.

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Nos locais definidos no projeto de proteção vegetal, devem ser instaladas “placas educativas”, indicando a área, extensão da faixa e espécies plantadas ou replantadas, o tipo de vegetação e suas principais finalidades.

As áreas de canteiros de obras que não forem utilizadas para outro fim posteriormente, devem ser revegetadas. Os canteiros possuem superfícies como estradas internas e pátios muito compactadas pelo trânsito de máquinas e caminhões. Para a revegetação, inicialmente deve ser feita uma subsolagem para romper as camadas compactadas das superfícies em pauta.

4.9 PLANO DE GERENCIAMENTO DE RISCOS (PGR)

O Plano de Gerenciamento de Riscos tem por objetivo prover uma sistemática voltada para o estabelecimento de requisitos contendo orientações gerais de gestão, com vistas à prevenção de acidentes e danos ambientais.

As atividades humanas, inclusive as de execução de obras, são potenciais geradoras de ocorrências que podem causar danos ao meio ambiente e à saúde pública, além da operação propriamente dita das unidades que irão resultar depois de executadas tais obras. O PGR, assim, deverá abranger, no mínimo, as seguintes atividades:

• Informações de segurança dos processos construtivos empregados;

• Análise dos riscos de processos;

• Gerenciamento de modificações;

• Manutenção e garantia da integridade de sistemas críticos;

• Procedimentos operacionais;

• Capacitação de recursos humanos;

• Investigação de incidentes;

• Auditorias.

Para o desenvolvimento do PGR deverá ser efetuada primeiramente, a Análise de Risco Ambiental, que envolve identificação, avaliação, gerenciamento e comunicação de riscos ao ambiente e à saúde pública. A Análise de Risco Ambiental deverá ser realizada seguindo os padrões adotados pela CETESB, utilizando-se para isto o modelo do último Manual de Orientação para a Elaboração de Estudos de Análise de Risco.

O PGR considera os aspectos críticos identificados na Análise de Risco Ambiental, de forma que tenham prioridade as ações de gerenciamento dos riscos, a partir de critérios estabelecidos com base nos cenários acidentais de maior relevância.

A partir da Análise de Risco Ambiental, o PGR permitirá antecipar e atuar sobre eventos ambientalmente danosos, de forma a identificar responsabilidades em termos de sinistros, planejar ações de controle, montar equipes e agir em emergências. Nesse trabalho serão diagnosticadas as principais fontes de riscos ambientais decorrentes das obras previstas, que possibilitem realizar a análise direcionada para estas fontes.

Deverão ser considerados três fatores de risco principais:

• Risco à saúde, bem estar e segurança do trabalhador;

• Risco à saúde, bem estar e segurança da população;

• Riscos ambientais não antrópicos.

Todos os itens constantes do plano deverão ser claramente definidos e documentados. Durante a fase de obras, especial atenção deverá ser dada aos eventuais incômodos que poderão ser

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causados à população do entorno por ruídos gerados nas atividades associadas à construção, fumaça, odores e materiais particulados lançados na atmosfera (especialmente poeiras).

Os procedimentos deverão ser aplicados tanto aos funcionários da Contratada, quanto às pessoas que prestarão serviços especializados e terceirizados, desenvolvendo atividades nas instalações envolvidas nas obras.

Toda a documentação de registro das atividades realizadas no plano, como, por exemplo, os resultados de auditorias, os serviços de manutenção e treinamentos etc., deverão estar disponíveis para serem examinados, sempre que necessário, pelos órgãos responsáveis. Para tanto deverão ser elaborados e entregues à Fiscalização em duas vias impressas e em meio digital mensalmente. Essa documentação deverá ser avaliada e aprovada pela DESO.

4.10. PLANO DE AÇÃO DE EMERGÊNCIA (PAE)

O Plano de Ação de Emergência tem por objetivo apresentar os procedimentos técnicos e administrativos a serem adotados em situações emergenciais que possam ocorrer. São procedimentos que levam a atuações rápidas e eficazes visando preservar a vida das pessoas presentes nas instalações, manter a segurança das comunidades circunvizinhas e garantir a qualidade ambiental. Os procedimentos se fundamentam em hipóteses acidentais relevantes, considerando os riscos presentes nas obras, obtidos na Análise de Risco Ambiental.

O PAE será composto dos itens descritos a seguir:

• Caracterização do Empreendimento

• Glossário de Termos

• Descrição Sucinta dos Riscos Presentes na Operação

• Níveis de Emergência

• Estrutura Organizacional

• Ponto de Encontro e Alarmes de Emergência

• Participantes Externos do Plano

• Procedimentos Gerais

• Quadro Resumo dos Participantes do PAE

• Procedimentos Emergenciais

• Sistemática de Treinamento.

Esses procedimentos deverão ser entregues mensalmente para serem analisados e aprovados pela DESO.

4.11. PLANO DE GESTÃO DO SISTEMA VIÁRIO

4.11.1. OBJETIVO

Esse tópico fixa as condições mínimas exigíveis que devem ser contempladas no Plano de Gestão do Sistema Viário para a execução das obras. Os elementos apresentados fornecem diretrizes e critérios visando diminuir os transtornos e melhorar o bem estar coletivo, incluindo munícipes, funcionários da própria contratada e da Prestador de Serviços bem como seus prepostos.

4.11.2. DISPOSIÇÕES GERAIS

Deverão ser obedecidas as leis federais, estaduais, e municipais conforme sua aplicabilidade. Os requisitos definidos a seguir deverão ser implantados considerando as várias etapas das obras em

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diferentes pontos das cidades e rodovias. Deverão ser consideradas as várias limitações que serão feitas ao tráfego de veículos, ônibus, garagens residenciais e comerciais, escolas, hospitais, clínicas, centros de saúde e todo e qualquer transtorno causado na região.

4.11.3. RESPONSABILIDADES DA CONTRATADA

A direção da Contratada com responsabilidade executiva deve designar um membro, o qual, independente de outras responsabilidades, deve ter autoridade definida para:

a) Assegurar que a Gestão do Sistema Viário seja estabelecida, implementada e mantida de acordo com estes requisitos;

b) Relatar o desempenho da Gestão do Sistema Viário à direção da Contratada para análise crítica e melhoria dos procedimentos;

c) Divulgar para a equipe do contrato seu compromisso com a gestão e com o atendimento aos requisitos exigidos pelo Prestador de Serviços, orientando-os por meio dos princípios e critérios estabelecidos para cada atividade.

Após a publicação da assinatura do contrato o Plano de Gestão do Sistema Viário deverá ser apresentado no prazo máximo de 30 dias para análise e aprovação do Prestador de Serviços.

4.11.4. REQUISITOS MÍNIMOS PARA ELABORAÇÃO

O primeiro passo para a definição do Plano é a realização de um diagnóstico mínimo sobre a situação atual, tráfego e pavimento na região. Em seguida devem ser verificadas as outras questões importantes: estrutura atual de gestão do transporte (incluindo trânsito e vias públicas); modelo de gestão vigente; legislação municipal para o assunto; mobilização popular existente, mecanismos de participação popular, relevância dos problemas de trânsito e circulação.

A contratada deverá apresentar uma estrutura organizacional para um efetivo gerenciamento do Sistema Viário. Na definição da estrutura de gestão do sistema, deve-se prever uma estrutura eficiente de planejamento, com equipe e todos os recursos necessários.

Para garantir que o serviço especificado no Plano de Gestão será cumprido, deve ser definida uma estrutura de fiscalização e controle com as seguintes atribuições:

• Contato com o órgão de trânsito local, agendando reunião com a presença do Prestador de Serviços e Contratada;

• Calendário do município com eventos, festividades e feriados prolongados;

• Projeto de desvios de tráfego aprovado pelo órgão responsável;

• Cronograma Obra x Trânsito;

• Definir o prazo para liberação da frente junto ao órgão responsável;

• Comunicação para interdição e/ou desvios das ruas e /ou rodovias através de panfletos e faixas, aprovados pelo Prestador de Serviços e pelo Órgão responsável pela gestão do Trânsito;

• Central de atendimento ao publico;

• Treinamento de equipes do sistema viário e conscientização da comunidade;

• Caminhamento das frotas de caminhões para carga, descarga e transporte de solos e materiais acompanhados com apoio logístico e comunicação;

• Ruas regulamentadas e atendidas com equipes motorizadas para sinalização viária na proporção 1:10( 1 equipe/10 frentes de serviço) mediante aprovação e acompanhamento do Departamento Municipal de Transito.

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Devem ser previstos estudos e pesquisas de tráfego e dos pontos de maior afluxo de veículos para subsidiar a implantação do plano anti-congestionamento, vinculando sincronia de semáforos, desvios de trânsito e apoio logístico garantindo com isso a circulação viária e acessibilidade dos pedestres, articuladas conjuntamente, para minimizar os impactos na circunvizinhança conforme as seguintes considerações:

• Necessidade de implantar restrições de circulação de veículos em ruas estreitas diretamente no local das valas e em alguns casos específicos implantar restrições em acessos próximos no entorno imediato;

• Criar indicadores de trânsito anti-congestionamento, e fatores de incômodos para a coletividade;

• Padronização de sinalizações, publicidades e campanhas metropolitanas em conjunto com a aprovação da Prestador de Serviços e Prefeitura local;

• Integrar as equipes de comunicação com as do sistema viário e frentes de serviço, interagindo diariamente;

• Implantar gestão diferenciada para desvios de ônibus e pontos de parada;

• Gestão de cruzamentos;

• Implantar gestão diferenciada para a frota de caminhões basculantes e de caminhões carroceria nos transportes de solo e materiais de obras;

• Lavagem e limpeza das ruas;

• Avaliar as pressões do tráfego no entorno mediato e imediato das frentes de serviço;

• Disponibilizar agentes de trânsito identificados através de uniforme e crachá e equipamento para comunicação;

• Priorizar as condições de segurança e qualidade ambiental dos pedestres e moradores;

• Permitir uma faixa para o tráfego de veículos em determinados casos nos locais das frentes de serviço principalmente quando houver casos de moradores portadores de deficiências e pessoas idosas;

• Manter o acesso de veículos restritos às garagens e estacionamentos locais;

• Garantir o ambiente em condições de segurança viária e técnica em todos os acessos;

• Garantir o bem estar da comunidade, nos serviços de abertura e fechamento de valas e ruas, mantendo as ruas lavadas para diminuição da presença de pó, criando oportunidades de bom relacionamento e integração com as atividades de tráfego de veículos, atividades recreativas e atividades comerciais locais;

• Planejar as programações de restrições de circulação de ruas, bem como das ruas liberadas ao tráfego de veículos, inclusive intra-bairros (inter) e intra-municípios, ruas comerciais e ruas prioritárias para as obras;

• Estabelecer confiabilidade junto à população mediante a regulamentação oficial de tráfego local;

• Implantar plano de segurança viária nas frentes de serviço e entorno com reestruturação do sistema viário existente.

4.11.5. MONITORAMENTO DA GESTÃO DO SISTEMA VIÁRIO

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Mensalmente será realizada reunião entre fiscalização do Prestador de Serviços e a Contratada para avaliação do planejamento viário em andamento, os serviços a serem executados no mês seguinte, discussão de eventuais não-conformidades observadas e medidas tomadas para saná-las e entrega dos relatórios mensais que deverão ser aprovados pela DESO.

Para o plano de gestão viária das obras serão elaborados relatórios mensais com os planos de trabalho, as atividades desenvolvidas no período, medidas adotadas para solução das não conformidades e registros fotográficos de evolução. O plano de Gestão Viária deverá estar alinhado ao Plano de Comunicação.

O não atendimento das solicitações feitas pela DESO para o bom andamento do Plano de Gestão Viária acarretará em penalidades previstas em contrato.

4.12. PLANO DE GESTÃO DE SEGURANÇA, HIGIENE, MEDICINA, VIVÊNCIA E MEIO AMBIENTE DO TRABALHO.

4.12.1. APRESENTAÇÃO

Os cuidados com a Segurança, a Higiene e a Saúde Ocupacional das pessoas que trabalharem nos empreendimentos do Programa não estarão restritos aos colaboradores da empresa contratada, mas incluem os trabalhadores de outras empresas que venham a prestar serviços para esta contratada.

As disposições a seguir descritas apresentam as condições e requisitos mínimos que deverão ser seguidos pela contratada e deverão ser objeto de procedimentos que garantam a excelência na Gestão de Segurança, Higiene, Medicina, Vivência e Meio Ambiente do Trabalho, devendo abranger, indistintamente, toda a força de trabalho e instalações da contratada e de suas eventuais subcontratadas, colocadas à disposição das obras.

Esses procedimentos deverão atender prioritariamente à legislação federal, estadual e municipal vigente e às normas, procedimentos e instruções aplicáveis emitidas por entidades públicas com atribuição para regular estas questões.

Está implícita a obrigatoriedade do cumprimento dos termos de Acordos Coletivos de Trabalho firmados pelo SINDUSCON – Sindicato da Indústria da Construção Civil.

Por outro lado, considerando que, além das metas de longo prazo de melhoria da qualidade de vida e de saúde das populações atendidas é a imediata geração de empregos para a população local na execução de serviços e obras. Assim, estabelecem-se neste documento as exigências relativas à vivência (que inclui alojamento, alimentação e transporte) dos empregados da Contratada, ressaltando-se que para aqueles que forem migrados de outras regiões as condições a serem oferecidas deverão ser dignas e compatíveis com o nível hierárquico do empregado.

Deverão também ser estabelecidos ao longo do processo, de forma bem clara, a periodicidade, os pontos, os indicadores e os métodos de controle que serão realizados na sistemática de Gestão destas questões.

4.12.2. GENERALIDADES

4.12.2.1. Normas Auxiliares ou complementares

A observância das prescrições deste documento, não desobriga a contratada do cumprimento integral da Legislação Brasileira relativa à Segurança e Saúde do Trabalho, em especial o atendimento à Portaria 3214/78 e suas Normas Regulamentadoras, legislações estaduais, municipais e suas instruções técnicas em vigor, bem como àquelas que versarem sobre o assunto e passarem vigorar após a contratação do serviço.

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4.12.2.2. Validade / Aplicação

Válido para todas as empresas contratadas para desenvolvimento de obras de empreendimentos contratadas pelo Prestador de Serviços.

4.12.3.3. Definições

• ASO – Atestado de Saúde Ocupacional.

• CA – Certificado de Aprovação.

• CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes.

• CONTRATADA – empresa contratada para executar Empreendimentos.

• EPI – Equipamento de Proteção Individual.

• PCMSO – Programa de Controle de Saúde Ocupacional.

• PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais.

• PCMAT - Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho

• PT – Permissão De Trabalho.

• SESMT – Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho

4.12.4. REQUISITOS

4.12.4.1. Responsável por assuntos de Segurança, Saúde e Meio Ambiente.

A contratada deverá designar formalmente, isto é, por meio de carta, fax ou e-mail, um empregado que será o responsável por assuntos SEGURANÇA, HIGIENE E A SAÚDE OCUPACIONAL.

4.12.4.2. Condições Legais

As empresas contratadas deverão apresentar, ao Administrador do Prestador de Serviços responsável pelo contrato, para liberação da AS – Autorização de Serviços, os seguintes documentos:

• Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional;

• Cópia dos Atestados de Saúde Ocupacional de cada empregado que irá trabalhar nas obras do Empreendimento;

• Programa de Prevenção de Riscos Ambientais;

• Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho;

• Ficha Cadastral para empregados da Contratada acompanhada de cópia da ficha registro de empregado;

• Procedimento de Saúde Ocupacional Permissão de Trabalho.

4.12.4.3. Ruído Excessivo

Todas as pessoas que trabalharão nos Empreendimentos, expostos a ruídos excessivos deverão ter avaliação de saúde que inclua audiometria (validade de doze meses).

4.12.4.4. Proteção Respiratória

Todas as pessoas que trabalharão nos Empreendimentos, que necessitarão fazer uso de equipamentos de proteção respiratória (inclui qualquer tipo de máscara) deverão ter avaliação de saúde que inclua espirometria (validade de doze meses).

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4.12.4.5. Trabalho em altura / espaço confinado

Todas as pessoas que trabalharão nos Empreendimentos, realizando atividades em altura e/ou espaços confinados deverão ter avaliação de saúde que inclua eletrocardiograma e eletroencefalograma iniciais.

4.12.4.6. Operação de máquinas móveis

Todas as pessoas que trabalharão nos Empreendimentos realizando atividades com utilização de máquinas móveis (empilhadeiras, tratores, caminhões, carretas, guindastes, guinchos e similares) e/ou motoristas deverão obrigatoriamente apresentar os seguintes exames médicos complementares:

• Avaliação da acuidade visual (renovado a cada 2 anos);

• Teste ergométrico (renovado a cada 2 anos);

• Eletroencefalograma inicial;

• Audiometria (renovação anual).

NOTA: Para todo Procedimento de Saúde Ocupacional deverá ser apresentado cópia dos ASO’s dos empregados e nestes com especificação dos exames realizados.

4.12.4.7. Veículos

Nas carrocerias de veículos será permitido transporte de equipamentos, ferramentas e/ou materiais usados na execução da obra/serviços. Não será permitido transporte de pessoas em suas carrocerias.

Os veículos deverão ser necessariamente conduzidos por pessoa legalmente habilitada e estar em boas condições, de acordo com a Legislação aplicável.

4.12.4.8. Equipamentos de Proteção Individual

Compete a contratada, fornecer gratuitamente aos seus empregados os EPI’s de uso permanente e básicos (capacete de segurança, sapatos de segurança e óculos de segurança) assim como outros EPI’s que se fizerem necessários de acordo com a natureza dos serviços. O EPI a ser utilizado em tarefas da contratada deverá basear-se na NR 6 da Portaria 3214 do MTE.

O controle de entrega de EPIs individual deve ser devidamente atualizado e mantido em posse da contratada, ficando à disposição para Fiscalização do Prestador de Serviços e eventuais fiscalizações dos órgãos competentes.

É de responsabilidade da contratada a fiscalização do uso dos EPIs adequados pelos seus empregados, bem como o treinamento dos mesmos sobre seu uso, guarda e conservação.

Todos os EPIs distribuídos deverão possuir CA e cópias, desses documentos, deverão ser mantidas no canteiro da contratada, ficando à disposição para Fiscalização do Prestador de Serviços e eventuais verificações dos órgãos competentes.

A Fiscalização poderá fazer aleatoriamente verificações da qualidade e das condições dos EPIs, retirando de uso aqueles que forem reprovados, ficando a contratada na obrigação de repô-los sem ônus aos empregados.

Os EPIs eventualmente retirados de uso pela do Prestador de Serviços serão inutilizados e entregues à contratada para correta disposição final.

Os capacetes devem ter obrigatoriamente a identificação explicita da contratada.

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Todos os calçados de segurança devem ter componentes metálicos contra queda de materiais, exceto nos trabalhos em eletricidade, onde os calçados deverão atender normas técnicas específicas.

Para os empregados que utilizarem óculos com lentes corretivas e necessitarem utilizar óculos de segurança de modo habitual, a contratada deverá fornecer óculos de segurança com lentes corretivas, CA do conjunto armação/lente. Cópia do CA deste EPI deverá ser entregue ao do Prestador de Serviços para avaliação antes da aquisição.

O protetor auricular usado deve ser o tipo concha, salvo as aplicações de proteção combinada, o protetor auricular descartável poderá ser permitido.

Todo e qualquer EPI definido como descartável terá sua utilização limitada a no máximo um dia, ou em caso de deterioração e/ou contaminação imediata, a no máximo um único uso, devendo ser descartado imediatamente após isto. Não é permitida, aos empregados das contratadas, a utilização de EPIs que não sejam fornecidos por estas e/ou a utilização de EPIs de qualquer espécie descartados pelo do Prestador de Serviços.

4.12.4.9. Uniformes

A empresa contratada deve obrigatoriamente fazer o uso de uniformes, preferencialmente padronizados (cor, identificação da Contratada) nos Empreendimentos.

A Contratada deve manter em estoque no canteiro de Obras pelo menos uma troca de uniforme para cada empregado. Os uniformes deverão ser trocados e lavados no mínimo 2 vezes por semana.

Preferencialmente, os uniformes deverão ser higienizados por empresa especializada. A critério do Prestador de Serviços, uniformes utilizados em locais com possibilidade de contaminação química e/ou biológica não poderão ser lavados pelo próprio usuário, devendo ser obrigatoriamente higienizados por empresa especializada ou devidamente descartados.

4.12.4.10. Canteiro de Obras

A empresa contratada deverá apresentar à Fiscalização do Prestador de Serviços uma planta do canteiro de obras considerando todas as construções de apoio necessárias, bem como um projeto ou descritivo de como serão executadas estas edificações, com especificações dos materiais. (civil, mecânica, elétrica).

4.12.4.11-Alimentação

É terminantemente proibida a alimentação dos empregados nas frentes de obras ao relento ou em viaturas e veículos de serviço.

É obrigatório o fornecimento a todos os trabalhadores, alojados e não alojados, café da manhã (2 pães franceses com manteiga ou margarina, 400 ml de café e/ou café com leite), almoço e lanche com café e/ou café com leite às 15:00h.

É obrigatório o fornecimento de jantar a todos os trabalhadores alojados e aos que fizerem 2(duas) ou mais horas extras.

4.12.4.12-Depósito de materiais

A empresa contratada deverá indicar na planta de implantação, as áreas destinadas aos depósitos de materiais a serem utilizados na obra quer sejam edificados ou não.

Os materiais a serem empregados na construção de obras civis ou de instalações devem ser arrumados de modo a não prejudicar o trânsito de pessoas, a circulação de materiais, o acesso aos equipamentos de combate a incêndio, não obstruir portas e/ou saídas de emergência e não provocar sobrecargas em paredes ou lajes, além dos previstos em seus dimensionamentos.

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Em pisos elevados os materiais não devem ser empilhados a uma distância de suas bordas menor que a equivalente a altura da pilha, a não ser que existam paredes ou elementos protetores. Tubos, vergalhões, perfis, barras, pranchas e outros materiais de grande comprimento ou dimensão devem ser arrumados em camadas, com espaçadores e peças de retenção, separados de acordo com o tipo de material e a bitola das peças. As madeiras retiradas de andaimes, tapumes, formas e escoramentos devem ser empilhadas, depois de retirados ou rebatidos os pregos, arames e fitas de amarração.

Os recipientes de gases para solda devem ser transportados e armazenados adequadamente, obedecendo-se às prescrições quanto ao transporte e armazenamento de produtos inflamáveis.

Os materiais tóxicos, inflamáveis ou explosivos, devem ser armazenados em locais isolados, apropriados e sinalizados/identificados, de acordo com a Legislação vigente. Deverão ser mantidos inventários à disposição da Fiscalização do Prestador de Serviços.

4.12.4.13. Sinalização/Isolamento de área

As instalações da contratada deverão estar sinalizadas para:

• Identificar os locais de apoio que compõem o canteiro de obras;

• Indicar as saídas por meio de dizeres ou setas;

• Manter comunicação através de avisos, cartazes ou similares;

• Advertir contra perigo de contato ou acionamento acidental com partes móveis das máquinas e equipamentos;

• Advertir quanto a risco de queda;

• Alertar quanto à obrigatoriedade do uso de EPI, específico para a atividade executada, com a devida sinalização e advertência próximas ao posto de trabalho;

• Identificar acessos, circulação de veículos e equipamentos na obra;

• Advertir contra risco de passagem de trabalhadores onde o pé-direito for inferior a 1,80m (um metro e oitenta centímetros);

• Identificar locais com substâncias tóxicas, corrosivas, inflamáveis, explosivas e radioativas.

Para toda e qualquer atividade realizada fora dos canteiros das contratadas é necessário isolamento adequado para evitar o acesso de pessoas não envolvidas à área de trabalho, bem como sinalizar aos motoristas de veículos diversos. Deverão ser providenciados através de pedestais de isolamento de área, construídos em material que facilite o transporte a serem utilizados em conjuntos com fitas zebradas ou telas para demarcação. O fornecimento do material de isolamento é de responsabilidade da contratada.

4.12.4.14. Proteção contra Incêndio

A empresa contratada obriga-se a dotar o canteiro de obras dos equipamentos necessários para combate a princípios de incêndios, de acordo com a Legislação Estadual e Federal vigente.

Todos os empregados locados no canteiro de obras devem ser treinados na correta utilização dos equipamentos portáteis de combate a princípios de incêndios.

4.12.4.15. Ordem e limpeza

As instalações da contratada devem apresentar-se organizadas, limpas e desimpedidas, notadamente nas vias de circulação, passagens e escadarias.

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Entulho e quaisquer sobras de materiais devem ser regularmente coletados e removidos. Por ocasião de sua remoção, devem ser tomados cuidados especiais, de forma a evitar poeira excessiva e eventuais riscos.

É proibida a queima de lixo ou qualquer outro material no interior do canteiro de obras. É proibido manter lixo ou entulho acumulado ou exposto em locais inadequados do canteiro de obras.

4.12.4.16. Fiscalização

A Fiscalização do Prestador de Serviços fará inspeções a qualquer momento nos locais onde a contratada execute serviços.

Eventuais irregularidades constatadas, pela Fiscalização e/ou preposto, deverão ser objeto de providências por parte da contratada, que deverá implementar as correções, observados os instrumentos previstos neste documento.

A fiscalização irá suspender qualquer trabalho em que se evidencie risco iminente, ameaçando a segurança do pessoal, equipamentos ou meio ambiente. As suspensões dos trabalhos motivados por condições de insegurança não eximem a contratada das obrigações e penalidade das cláusulas dos contratos referentes a prazos e multas.

4.12.4.17. Reuniões de Segurança

O empregado da contratada, responsável pelo SESMT, deverá obrigatoriamente participar de reuniões periódicas sobre Segurança e Meio Ambiente, a serem marcadas pela fiscalização do Prestador de Serviços e/ou preposto.

Mensalmente as contratadas deverão enviar para fiscalização as seguintes informações, para fins de estatística:

• Número de horas/homens trabalhadas (incluindo horas extras);

• Número de dias perdidos;

• Número de dias debitados;

• Número de acidentes com afastamento típico;

• Número de acidentes sem afastamento típico.

• Treinamentos

Todos os empregados deverão receber treinamentos admissionais e periódicos, visando a garantia da execução de suas atividades com segurança.

4.12.5. ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO DO PLANO

Na Elaboração do Plano de Gestão de Segurança, Higiene, Medicina, Vivência e Meio Ambiente do Trabalho a contratada deverá definir, em conjunto com o Prestador de Serviços, os formulários e “check lists” que serão utilizados na avaliação das condições estabelecidas no plano para as condições de ambiente e de segurança de locais de trabalho e equipamentos.

O Prestador de Serviços fixa o prazo de 30 dias após a publicação da assinatura do contrato para a apresentação do Plano de Gestão de Segurança, Higiene, Medicina, Vivência e Meio Ambiente do Trabalho a ser fornecido pela empresa contratada, que será implantado no início do empreendimento após a aprovação do Prestador de Serviços. Caso o plano não tenha sido apresentado e aprovado, não será emitida a Autorização de Serviço.

4.13. PLANO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL PARA AS OBRAS

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A execução do Plano de Comunicação para as Obras será feito através de contratação de equipe especializada pela Empresa Construtora e será parte integrante do gerenciamento da DESO.

As disposições a seguir descritas apresentam as condições e requisitos mínimos que deverão ser seguidos pela gerenciadora contratada e deverão ser objeto de procedimentos que garantam a excelência na comunicação para as obras.

4.13.1. INTRODUÇÃO

Com o objetivo de mitigar o impacto causado pelas obras, haverá a necessidade de um esforço adicional junto à população local no sentido de divulgar e esclarecer o enorme ganho em termos de saúde pública, qualidade de vida, benefícios e implicações que resultarão da execução do empreendimento.

A gerenciadora contratada deverá centrar as ações junto à população somente após autorização da área competente designada pelo Prestador de Serviços.

Descreveremos a seguir as atividades e serviços técnicos a serem desenvolvidos para implantação de um Plano de Comunicação para as Obras.

4.13.2. ESCOPO

O escopo do trabalho consiste em implementar um plano de informação e sensibilização da população beneficiada pelo Empreendimento, objetivando minimizar o impacto causado durante a execução das obras. O plano deverá constituir-se em um canal rápido, eficiente e permanente para receber reclamações e opiniões da população diretamente afetada pelas obras e agilizar as medidas necessárias para resolver ou atender qualquer demanda.

A área de atuação dos serviços será nos locais de abrangência das obras, e deverá estender-se do início das obras até a entrega desta ao Prestador de Serviços.

À gerenciadora contratada caberá prover todos os materiais, mão-de-obra e equipamentos necessários à viabilização do plano.

O produto final a ser obtido consiste na conscientização da população em relação ao benefício que está sendo oferecido e implantado, além de orientar e atender os moradores, transeuntes e motoristas que trafeguem no entorno das frentes de serviço das obras.

A Construtora contratada, acompanhada pelo PRESTADOR DE SERVIÇOS, deverá fazer gestões junto ao PROCON - Grupo Executivo de Proteção ao Consumidor, órgão do Governo do Estado para esclarecer a população, visando minimizar reclamações posteriores.

4.13.3. RESPONSABILIDADES DA EMPRESA CONTRATADA

A empresa construtora deverá designar um membro, o qual, independente de outras responsabilidades, deve ter autoridade definida para:

a) Assegurar que o Plano de Comunicação seja estabelecido, implementado e mantido de acordo com os requisitos definidos pelo PRESTADOR DE SERVIÇOS;

b) Relatar o desempenho do Plano de Comunicação à DESO para análise crítica e melhoria dos procedimentos;

c) Divulgar seu compromisso com a comunicação e com o atendimento aos requisitos exigidos pelo PRESTADOR DE SERVIÇOS, orientando-os por meio dos princípios e critérios estabelecidos para cada atividade de comunicação.

O Profissional especializado deve ser envolvido desde o início dos trabalhos para garantir que os padrões institucionais sejam seguidos, elaboração das mensagens e ferramentas padrão, análise, implantação e adequação de Relatórios.

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NOTA: Prazo para entrega do Plano de Comunicação: O plano dever ser apresentado pela Empresa Construtora no prazo de 30 dias após a assinatura do contrato de cada empreendimento, que será implantado no início do empreendimento após aprovação do Prestador de Serviços. Caso o Plano não tenha sido apresentado e aprovado, não será emitida a Autorização de Serviço para o início das obras.

4.13.4. METODOLOGIA

A Construtora contratada deverá criar estratégia através de um plano de comunicação para as obras que possibilite tornar o Empreendimento mais visível à população em geral. O plano deverá criar canais de comunicação com o objetivo de divulgar, esclarecer, conscientizar e mobilizar a população que será afetada e beneficiada com as obras.

A contratada deverá estabelecer ferramentas de comunicação padrão (carta de apresentação, folder institucional, banners, etc.) Os modelos deverão ser fornecidos e previamente aprovados pela área de comunicação (PC), para todas as áreas de atuação uma vez que a estratégia é da Contratada, porém a imagem é do Prestador de Serviços

Os Materiais dirigidos ao público em geral, deverão trazer a imagem institucional do Programa/Projeto e do Prestador de Serviços, não devendo ser utilizado pela Contratada, como uma possibilidade de divulgação de sua marca.

A contratada deverá estabelecer Fluxos e prazos de atendimento para as reclamações, junto a todos os canais de entrada (População, Atendimento Prestador de Serviços, Prefeitura, etc.).

A Comunicação visual deverá seguir os padrões e procedimentos do Prestador de Serviços, sendo tudo submetido à aprovação da área responsável. Peças de utilização na obra (tapumes, placa de obra, etc.) deverão seguir os modelos constantes do “Livro Azul”, normas, procedimentos do Prestador de Serviços e Legislação.

A contratada deverá potencializar a utilização dos formulários já usados pelo Prestador de Serviços, e eliminar os que não tiveram função.

Para os casos de ligações domiciliares, é necessário que o trabalho de vistorias internas, bem como a nova etapa de sensibilização, sejam iniciadas com pelo menos 90 dias de antecedência, de modo que os moradores consigam adequar seus imóveis antes do início da obra próximo a sua residência .

Para tanto, a contratada deverá acatar as seguintes condições:

• OBRAS LOCALIZADAS

a) A contratada deverá providenciar a montagem de “stand”, cujas dimensões deverão ser adequadas em função do porte da obra e/ou programa, no canteiro de obras, ou em outro local a ser escolhido, com a finalidade de divulgar, aos moradores, aspectos gerais das obras e informações detalhadas de sua implantação. Cada “stand” deverá ter seu projeto aprovado pela área de comunicação do Prestador de Serviços, conter mobiliário adequado, linha (s) telefônica (s), monitor (s) de televisão com DVD, instalações sanitárias (wc) e profissionais uniformizados, treinados e informados com relação às questões de saneamento e hábeis no tratamento com o público.

b) A contratada deverá reservar uma área, no canteiro de obras, para a Central de Atendimento devidamente preparada para agendar eventos e promover palestras áudio visuais com escolas, faculdades, lideranças, comerciantes, associações de bairros, moradores da região do entorno das obras, ONGs, população beneficiada, turistas, etc., incluindo também a criação e divulgação de um sistema de atendimento 24 horas, por meio do qual todas as reclamações relacionadas às obras sob sua responsabilidade possam ser registradas, avaliadas e atendidas.

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c) A contratada deverá apresentar ao PRESTADOR DE SERVIÇOS um plano de comunicação visual que contemple padrão de pintura e conservação dos tapumes fixos do canteiro de obras, “slogans” de faixas de informação e comunicação com a população, banners, material de divulgação e promocional para distribuição, etc.

• OBRAS LINEARES

d) A contratada deverá providenciar veículo (s), com motorista (s), em perfeito estado de conservação e com logomarca do Prestador de Serviços, cuja finalidade será percorrer permanentemente as frentes de obras antes e durante a realização dos serviços, atendendo, informando, conscientizando sobre os benefícios, esclarecendo dúvidas, minimizando os problemas ocasionados pelas dificuldades de trânsito, congestionamentos, desvios, movimentação pessoal, vazamentos, buracos, poeira, entulhos, ruídos e divulgando material específico do Programa aos moradores do entorno das frentes de serviço.

e) A contratada deverá reservar uma área no canteiro de obras para a Central de Atendimento devidamente preparada para agendar eventos e promover palestras áudio visuais com escolas, faculdades, lideranças, comerciantes, associações de bairros, moradores da região do entorno das obras, ONGs, população beneficiada, etc., incluindo também a criação e divulgação de um sistema de atendimento 24 horas, por meio do qual todas as reclamações relacionadas às obras sob sua responsabilidade possam ser registradas e atendidas.

f) A contratada deverá apresentar ao Prestador de Serviços um plano de comunicação visual que contemple padrão de pintura e conservação dos tapumes fixos do canteiro de obras, tapumes móveis das frentes de serviço, “slogans” de faixas de informação e comunicação com a população, banners, material de divulgação e promocional para distribuição, etc.

As ações de médio e longo prazo deverão, além da continuidade de algumas das ações iniciais, utilizar materiais de divulgação para servirem de apoio às ações das equipes de campo, levando a uma melhor compreensão dos objetivos advindos e gerando uma maximização no número de adesões.

Os profissionais que se relacionarão com a comunidade deverão ser treinados e informados com relação às questões de saneamento, deverão mostrar-se hábeis no trato com os moradores e proprietários dos imóveis, informando-os e conscientizando-os dos benefícios.

As equipes de contato com os moradores deverão se apresentar de maneira uniforme, utilizando a mesma vestimenta (Camiseta) e crachá em todas as áreas de obra. Nomes e RG devem ser informados para a Central de Atendimento 195, caso o morador deseje confirmar se o funcionário está mesmo a serviço do Prestador de Serviços.

É importante que cada agente de informação saiba da importância de seu trabalho e mantenha um bom relacionamento com as pessoas, pois o sucesso do empreendimento depende muito deste relacionamento, que refletirá diretamente na imagem da contratada e do Prestador de Serviços além do benefício social da comunidade.

Após a execução dos serviços, e após um período conveniente, deverão ser realizadas novas visitas ao local das obras para a realização de uma “varredura”, verificando a satisfação do cliente através de formulário datado e assinado.

4.13.5. PRODUTOS E FREQÜÊNCIA PARA AVALIAÇÃO DO PLANO

Para o Plano de Comunicação das Obras serão entregues ao Prestador de Serviços relatórios mensais com os programas de trabalho, as atividades desenvolvidas no período, divididas pelas diversas áreas de atuação. Deverão constar dos relatórios, os programas e atividades de relação com a comunidade do entorno de onde estão sendo realizadas as obras.

A Contratada deverá realizar, mensalmente, uma reunião para avaliação dos resultados, com base nos relatórios e implantação de eventuais correções no Plano de Comunicação e ao final do

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contrato deverá ser apresentado um relatório consolidando os resultados obtidos, inclusive com um levantamento dos totais de ligações obtidas por município.

Os indicadores mensais de avaliação do plano serão os seguintes:

a) (número de reclamações mensais registradas / 1.000 metros de obras lineares executadas) x 100 � 1%

b) (número de reclamações mensais atendidas / número de reclamações mensais registradas) x 100 � 90% Observação: deverão ser computadas todas as reclamações formais de conhecimento do Prestador de Serviços, recebidas pelos diversos meios, tais como, central de atendimento telefônico, mídia, gerências operacionais, prefeituras municipais, PROCON e outras.

4.13.6. ESTRUTURA ANALÍTICA DO PLANO DE COMUNICAÇÃO

4.14. EDUCAÇÃO AMBIENTAL DOS TRABALHADORES E CÓDIGO DE CONDUTA NA OBRA

Deve-se implementar ações de educação ambiental no âmbito da obra as quais deverão ensinar, mostrar, conscientizar e prover as ferramentas necessárias para que os trabalhadores, inspetores e gerentes envolvidos na obra possam cumprir todas as medidas de proteção ambiental planejadas para a construção.

Essas ações devem cobrir todos os tópicos ambientais, exigências e problemas potenciais do início ao término da construção. O método deve contemplar a utilização de uma apresentação sucinta, objetiva e clara de todas as exigências e restrições ambientais e das correspondentes medidas de proteção, restauração, mitigação e corretivas, no campo.

Deve ser apresentado em linguagem acessível aos trabalhadores, eventualmente com conteúdos e meios diferenciados, conforme a bagagem cultural de cada grupo.

As ações devem ser de responsabilidade das construtoras. As atribuições dos responsáveis pelas ações de gestão ambiental devem ser descritas de forma a enfatizar suas responsabilidades e autoridade. As responsabilidades de cada trabalhador e sua respectiva especialidade devem ser definidas de forma objetiva.

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O treinamento nas relações com o meio ambiente e com a comunidade deve ser oferecido a todos os trabalhadores, antes do início das obras. Trabalhadores contratados após o início das obras devem receber o treinamento o mais breve possível, antes do início de suas participações nas obras.

Um dos principais impactos que deve ser gerenciado é o contato entre os trabalhadores das construtoras e a comunidade local, além do comportamento desses trabalhadores frente ao meio ambiente. Justifica-se, assim, a emissão de normas de conduta para os trabalhadores que se alojarem nos canteiros, bem como a promoção de atividades educacionais para a manutenção de bom relacionamento com as comunidades (Código de Conduta).

Deve ser requerido dos trabalhadores o cumprimento das normas de conduta e a obediência a procedimentos de saúde e de diminuição de resíduos, nas frentes de trabalho, canteiros, faixa de domínio e estradas de serviço, como os relacionados a seguir.

• Não devem ser permitidas, em nenhuma hipótese, a caça, a comercialização, a guarda ou maus-tratos a qualquer tipo de animal silvestre. A manutenção de animais domésticos deve ser desencorajada, uma vez que freqüentemente tais animais são abandonados nos locais de trabalho ou residência ao término da obra.

• Não é permitida a extração, comercialização e manutenção de espécies vegetais nativas.

• Caso algum animal silvestre seja ferido em decorrência das atividades da obra, o fato deve ser notificado ao responsável pela gestão ambiental da construtora e este informará à Gerência Ambiental do empreendedor.

• O porte de armas brancas e de fogo é proibido nos alojamentos, canteiros e demais áreas da obra. Canivetes são permitidos nos acampamentos, cabendo ao pessoal da segurança julgar se tais utensílios devem ser retidos e posteriormente devolvidos quando do término da obra. Apenas o pessoal da segurança, quando devidamente habilitado, pode portar armas de fogo. As construtoras devem assegurar o necessário treinamento do pessoal da segurança.

• Equipamentos de trabalho que possam eventualmente ser utilizados como armas (facão, machado, moto-serra, etc.) devem ser recolhidos diariamente.

• É proibida a venda, manutenção e consumo de bebidas alcoólicas nos alojamentos.

• A realização de comemorações e de acontecimentos pode ocorrer, desde que previamente autorizada, dentro dos limites dos acampamentos, em local adequado. Para os alojamentos de trabalhadores, devem ser incentivados programas de lazer, principalmente práticas desportivas (campeonatos de futebol, truco, etc.) e culturais (filmes, festivais de música, aulas de alfabetização, etc.), no sentido de amenizar as horas sem atividade.

• Os trabalhadores devem obedecer às diretrizes de geração de resíduos e de saneamento. Assim, deve ser observada a utilização de sanitários (é bastante comum a sua não-utilização) e, principalmente, verificado o não-lançamento de resíduos no meio ambiente, tais como recipientes e restos de refeições ou materiais descartados na manutenção de veículos.

• Os trabalhadores devem se comportar de forma adequada no contato com a população, evitando a ocorrência de brigas, desentendimentos e alterações significativas do cotidiano da população local.

• O uso de drogas ilegais, no âmbito dos canteiros, deve ser expressamente proibido e reprimido.

• Os trabalhadores devem ser informados dos limites de velocidade de tráfego dos veículos e da proibição expressa de tráfego em velocidades que comprometam a segurança das pessoas, equipamentos, animais e edificações.

• Devem ser proibidos a permanência e o tráfego de carros particulares, não vinculados diretamente às obras, nos canteiros ou áreas adjacentes.

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• Todos os trabalhadores devem ser informados sobre o traçado, configuração e restrições às atividades construtivas na faixa de obras, bem como das viagens de ida e volta entre o acampamento e o local das obras. Outros assuntos a serem abordados incluem os limites das atividades de trabalho, atividades de limpeza e nivelamento, controle de erosão e manutenção das instalações, travessias de corpos d’água, cercas, separação do solo superficial do solo escavado, bermas e programa de recuperação, após o término das obras. Devem ser descritos o uso público e privado dos acessos, bem como as atividades de manutenção dessas áreas.

• Todos os trabalhadores devem ser informados sobre os procedimentos de controle para prevenir erosão do solo dentro dos limites e adjacências da faixa de obras, providenciar recuperação das áreas alteradas e contribuir para a manutenção em longo prazo da área, propiciando o restabelecimento da vegetação.

• Todos os trabalhadores devem ser informados de que o abastecimento e lubrificação de veículos e de todos os equipamentos, armazenamento de combustíveis, óleos lubrificantes e outros materiais tóxicos devem ser realizados em áreas especificadas, localizadas fora dos limites da Área de Preservação Permanente. Essa APP corresponde a uma faixa de 50 metros de largura, ao longo de cada margem dos córregos, conforme definido na Resolução CONAMA 303/2002. Os procedimentos especiais de recuperação de áreas que sofreram derramamentos devem ser explicados aos trabalhadores.

• Todos os trabalhadores devem ser informados que nenhuma planta pode ser coletada, nenhum animal pode ser capturado, molestado, ameaçado ou morto dentro dos limites e áreas adjacentes da faixa de domínio. Nenhum animal pode ser tocado, exceto para ser salvo.

• Todos os trabalhadores devem ser orientados quanto ao tipo, importância e necessidade de cuidados, caso recursos culturais, restos humanos, sítios arqueológicos ou artefatos sejam encontrados parcial ou completamente enterrados. Todos os achados devem ser imediatamente relatados ao responsável pela gestão ambiental, para as providências cabíveis.

• Todos os trabalhadores devem implementar medidas para reduzir emissões dos equipamentos, evitando-se paralisações desnecessárias e mantendo os motores a combustão funcionando eficientemente.

4.15. CONTROLE DE RUÍDOS

Várias atividades previstas no contexto da implantação das obras poderão gerar alteração dos níveis de ruído, entre as quais destacam-se aquelas relacionadas à preparação do terreno - corte de árvores e demolição de edificações, implantação do canteiro de obras, limpeza do córrego, movimentação de terra, trânsito de caminhões/bota-fora, recebimento de materiais, transporte de pessoal, concretagem em muros de arrimo, e outras atividade afins.

O ruído e as vibrações provenientes da execução dessas atividades deverão ser minimizados. É importante exercer um controle à emissão de ruídos por motores mal regulados ou com manutenção deficiente. Os silenciadores dos equipamentos deverão receber manutenção rotineira para permanecer funcionando a contento. Deve ser evitado o trabalho no horário noturno (das 22 até as 7 horas).

Deve ser realizada uma campanha, antes do início das obras, para medição do ruído nos locais de intervenções, junto aos principais receptores. Deverão ser consideradas as características de uso dos locais de intervenção, os principais equipamentos previstos nas obras e suas características de emissão de ruído com o objetivo de garantir o necessário atendimento à legislação vigente: CONAMA 1/90, Norma ABNT NBR 10151 e legislações municipais correspondentes.

Conforme o resultado da avaliação preliminar, deverão ser previstas medidas para minimização e controle dos níveis de ruído esperados, tais como restrição de horários de operação, tapumes, etc. Os limites de ruído devem atender à norma ABNT NBR 10.151. Deverão ser realizadas, quinzenalmente, em programação aprovada pela supervisão ambiental, medições de ruído nas áreas próximas às faixas de execução das obras.

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- Controle de Emissão de Material Particulado

O objetivo é o de garantir atendimento ao padrão qualidade ar (CONAMA 3/90)

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Tabela: padrões de qualidade do ar

Norma Resolução CONAMA 3/90 Banco Mundial

Padrões de qualidade

do ar Padrões Primários Padrões

secundários Média anual

Média 24 horas

Diretrizes OMS 1999

Partículas totais em suspensão

80 ug/m3

Média Anual

240 ug/m3

Média 24 horas

60 ug/m3

Média Anual

150 ug/m3

Média 24

horas

80 ug/m3 230 ug/m3 ---- ----

Partículas inaláveis

50 ug/m3

Média Anual

150 ug/m3

Média 24 horas

50 ug/m3

Média Anual

150 ug/m3

Média 24

horas

50 ug/m3 150 ug/m3 ----- -----

Dióxido de enxofre

80 ug/m3

média aritmética

anual

365 ug/m3 média de 24 horas

40 ug/m3

média aritmética

anual

100 ug/m3

média de 24 horas

80 ug/m3

150 ug/m3 50 ug/m3

média anual

125 ug/m3

média de 24 horas

Dióxido de nitrogênio

100 ug/m3

média aritmética

anual

320 ug/m3

média de 1 hora

100 ug/m3

média aritmética

anual

190 ug/m3

média de 1 hora

100 ug/m3 150 ug/m3 40 ug/m3

média anual

200 ug/m3

média de 1 hora

Fumaça

60 ug/m3

média aritmética

anual

150 ug/m3

média de 24 horas

40 ug/m3

média aritmética

anual

100 ug/m3

média de 24 horas

---- ----

Monóxido de carbono

10.000 ug/m3

média de 8 horas

45.000 ug/m3

média de 1 hora

10.000 ug/m3

40.000 ug/m3

---- ----

Ozônio

---- 160 ug/m3

média de 1 hora

---

160 ug/m3

média de 1 hora

---- ------

Padrão Primário – Concentrações que, se ultrapassadas poderão afetar a saúde da população.

Padrão Secundário – Concentrações abaixo das quais se prevê o mínimo efeito adverso sobre o bem estar da população bem como o mínimo dano à fauna e à flora. Em áreas poluídas, podem ser entendidos como níveis desejados de concentração de poluentes, constituindo-se em meta de longo prazo.

A poeira resultante das atividades de obras deve ser controlada, utilizando aspersão de água por caminhões-pipa. Os caminhões e demais equipamentos só poderão circular em vias públicas com pneus e rodas devidamente limpos.

4.16. PLANO DE AÇÕES SÓCIO – EDUCATIVAS

4.16.1. INTRODUÇÃO

A prestação de serviços especializados para a execução do Plano de Ações Sócio Educativas para os empreendimentos do PROGRAMA-PE poderá se verificar através de empresa contratada pela DESO Prestador de Serviços, resultando na elaboração de uma intervenção sócia educativa alinhada com a realização de obras de saneamento básico e infra-estrutura agregada, além do incremento de novas ligações de água e esgoto e da promoção de uma utilização consciente dos equipamentos implantados.

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O Prestador de Serviços por meio deste instrumento visa à realização do Plano de Ações Sócio Educativas para a população das comunidades localizadas nas áreas de abrangência dos empreendimentos, objetivando a melhoria contínua da qualidade de vida desta população.

4.16.2. CONCEPÇÃO METODOLÓGICA

A metodologia que está sendo proposta visa alcançar os objetivos especificados. Nesse sentido, é centrada em atividades com a comunidade do entorno do empreendimento, possibilitando a sua sensibilização para os aspectos do cotidiano que passam despercebidos pela rotina.

Tendo por fundamento a ação educativa e a participação da comunidade, tal metodologia se divide em etapas que são interdependentes, recorrentes e que podem ser desenvolvidas de acordo com as exigências do processo de execução do projeto.

Para a fase executiva, propomos uma etapa de planejamento participativo dividida nas seguintes etapas:

• Difusão de conhecimentos e experimentação de ações de conscientização de problemas ambientais.

• Difusão do Plano de Ações Sócio Educativas, através da disseminação das ações, formação de multiplicadores.

• Investimento em educação que possa contribuir para a difusão de conhecimentos técnicos descritos no plano de ações.

Reconhecendo que trabalhar a sensibilidade, a percepção e a mudança de hábitos e costumes não é tarefa fácil ou automática, optamos por estratégias que enfatizem, além de conversas informais, reuniões, assembléias, outras que se orientem pelo aspecto lúdico e sensível.

O objetivo é provocar uma relação de estranhamento com o cotidiano, para que as pessoas possam, ao se verem distanciadas dele, pensar sobre ele. Através de técnicas simples, mas que podem provocar reflexões e problematizações que levem à mudança de comportamentos em geral, seja quanto a hábitos de higiene, hábitos de conservação do local onde moram ou atitudes de organização, mobilização e preservação dos equipamentos públicos ali implantados e o despertar do ser cidadão.

Dessa forma, a metodologia de trabalho que propomos possui quatro eixos centrais:

1) Acompanhamento sistemático do desenvolvimento do projeto na área, privilegiando as ações informais com a comunidade; reuniões formais com a comunidade como um todo e com as lideranças; assembléias, palestras educativas; dinâmicas de grupo, etc., sempre em concordância com as atividades propostas para a comunidade.

2) Organização de oficinas culturais, esportivas, artísticas e educativas, com duração e periodicidade definida, envolvendo grupos de interesses específicos e formação de agentes multiplicadores.

3) Estímulos, recuperação, manutenção e acompanhamento (em perímetro pré - determinado), de crédito e receita das ligações regularizadas.

4) Estabelecimento de parcerias com órgãos públicos, ONGs e entidades privadas que venham desenvolvendo trabalhos na região, contando sempre com a participação de lideranças das comunidades na proposição e execução de atividades.

A conduta da equipe técnica num projeto sócio-educativo deve ser pautada pelo estabelecimento de relações dialógicas e de confiança mútua. Para tanto se faz necessária à presença sistemática da equipe técnica na área, reforçando os laços de colaboração e de confiança, bem como o seu envolvimento efetivo com a comunidade.

Uma boa interação com a comunidade só é possível de ser alcançada, se baseada no princípio de transparência, no uso de linguagem acessível, tomada de consciência dos limites institucionais do projeto quanto a prazos e recursos e o não envolvimento em questões político - partidárias locais.

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Através da interação entre equipe técnica e comunidade é possível conhecer as expectativas da população e canalizar seus diversos interesses para as atividades propostas durante a fase de execução do projeto. É através dessa interação, que é possível observar fatos ocorridos na comunidade que possam gerar discussões importantes a respeito das questões trabalhadas dentro do Plano de Ações Sócio Educativas.

Pela presença contínua e sistemática da equipe técnica na área é possível estabelecer relações de confiança e diálogos com a comunidade, quando as famílias podem expor seus problemas, dúvidas e propostas, fazer críticas ao desenvolvimento do trabalho, enfim, participar ativamente de sua implantação. Verifica-se que a simples proximidade com a comunidade pode trazer riqueza nas discussões e na configuração de espaços de troca, que resultam no amadurecimento da população para enfrentar os seus problemas e buscar soluções. É desse modo que podemos alcançar o objetivo de apropriação do projeto pela comunidade e sua subseqüente autonomia.

Para o conjunto de atividades propostas, serão privilegiadas as entrevistas, as conversas informais, as reuniões e as visitas como principais instrumentos de trabalho, devidamente acompanhados nas formas de registros mais eficazes: diário de campo, atas, relatórios, relatórios fotográficos,painéis ilustrativos, etc.

A observação direta constitui-se em instrumento complementar, que permite analisar e refletir sobre o funcionamento das atividades propostas, as respostas dadas pela população, problemas, disfunções, possibilitando a redefinição de metas. Portanto, a observação, a análise e a reflexão deverão sempre estar contidas nos relatórios avaliativos.

4.16.3. DISCUSSÃO DOS PLANOS DE OBRAS E DAS AÇÕES SOCIAIS

Ao assumir suas funções a equipe técnica social retomará os contatos na área para apresentar o Plano de Execução das Obras de Esgoto juntamente com a equipe física e também o Plano de Ações Sócio Educativas, proposto para a região.

A discussão dos planos de Obras e de Ações Sócio Educativas ocorrerá em parceria com as Associação (oes) Amigos de Bairro, Ongs , Poder Publico e Sociedade Civil, alem de atuar nos grupos escolares incorporando as sugestões da comunidade escolar, nas ruas e em plenárias com a finalidade de definir as prioridades das ações durante e após o período das obras.

Durante este processo de discussão será criada uma comissão de moradores, além de grupos específicos de trabalhos formados por membros da comunidade.

O objetivo é o de mobilizar a população local para assumir conjuntamente com a equipe técnica social o compromisso de ampliar, motivar e promover as ações previstas no Plano de Ações Sócio Educativas. Esses grupos terão objetivos definidos e metas a serem realizadas, inclusive a de acompanhamento de obras.

Uma vez formadas as comissão (oes) ou grupo(s) será desenvolvido um programa de formação dos seus componentes em temáticas ambientais, metodologias e dinâmicas de grupo. A equipe técnica social poderá organizar cursos, seminários e oferecer subsídios como vídeos e outras formas de mídias em parceria com outras instituições, governamentais e não governamentais (Ongs), promovendo encontros e visitas a entidades ou organizações que tenham objetivos em comuns com a comunidade alvo do Plano de Ações Sócio Educativas.

4.16.4. ACOMPANHAMENTO SOCIAL DAS OBRAS

Durante o período das obras a equipe técnica social estará desenvolvendo as atividades a seguir relacionadas:

• Pesquisa

A pesquisa será aplicada pela equipe técnica social, ou em conjunto com a (as) associação (ões) de moradores, alunos das escolas locais, que voluntariamente se disponham a colaborar na realização das tarefas na localidade.

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A pesquisa será Amostral e terá como finalidade averiguar, por meio de entrevistas os principais problemas sócios ambientais e econômicos mais latentes a comunidade, e as soluções apontadas deverão ser compilados e posteriormente apresentados à coordenação do programa e para a comunidade em forma de relatório e em apresentação em PowerPoint.

• Estudo do Meio

O Estudo do Meio a ser executado consiste na realização de estudos/ações participativas, tais como entrevistas sobre a realidade ambiental da comunidade atendida, fotografias, oficinas de vídeo e etc.

Esta atividade também terá como finalidade indicar os impactos sócio-ambientais que a comunidade é causadora. Esse tipo de atividade envolverá um trabalho de percepção do impacto do assentamento humano sobre a bacia de abastecimento como um todo.

• Memória Viva

Será resgatado o histórico da região, desde o período anterior à sua implantação até a ocupação atual, por meio de relatos de antigos moradores em pequenos grupos ou individualmente e com a participação das escolas locais e da associação de moradores, desta forma valorizando o espaço em que habitam.

• Definição dos Temas Prioritários

A Equipe Técnica Social contratada em conjunto com o Corpo Técnico Prestador de Serviços identificará e diagnosticará os principais problemas sociais e econômicos da região, traçando os temas prioritários a serem trabalhados nas subseqüentes atividades do Plano de Ações Sócio Educativas.

Alguns temas serão elencados e servirão como norteadores da atividade, tais como:

• Ligações clandestinas de água

• Importância da regularização de ligações de água e esgotos,

• Uso apropriado da rede coletora de esgotos,

• Adimplência e inadimplência

• Abastecimento

• Encostas

• Poluição

• Lixo

Estes temas devem ser eixos de campanhas e atividades previstas.

4.16.5. INDICADORES AMBIENTAIS E AVALIAÇÃO PARTICIPATIVA

A equipe técnica social que estiver atuando, devera adotar Indicadores Ambientais (IA) para medir a eficiência de uma estratégia de ação e estas informações deverão ser quantificadas e inseridas nos relatórios mensais.

Um sistema de Indicadores Ambientais (IA),deve dispor de referência e números, desta forma entendemos que não há progresso sem a medida de estado inicial e final de um sistema.

A equipe devera utilizar essas ferramentas de acompanhamento de estratégias de ação sobre o meio ambiente, através de analises sistemáticas dos desvios temporais e/ou espaciais de uma situação de referencia como poderemos balizar através da utilização dos tópicos abaixo:

1. Verificar eficiência das Ações

2. Estabelecer programa de Ações (Metas)

3. Indicadores de Resposta – Avaliam os esforços para um problema ambiental de forma participativa.

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Anteriormente ao inicio das atividades será definido em conjunto com o corpo técnico Prestador de Serviços, a melhor forma de aplicação desta metodologia.

4.17 PROCEDIMENTOS DE “SALVAMENTO AO ACASO” DE PATRIMÔNIO ARQUEOLÓGICO

A concepção dos projetos de infraestrutura de saneamento – abastecimento de água, esgotamento sanitário e drenagem urbana – a serem financiados pelo Banco Mundial, no âmbito do componente 3 – Águas e Cidades deverão ter uma análise, de acordo com os procedimentos exigidos pelo IPHAN, da possibilidade de ocorrência de patrimônio cultural (arqueológico ou paleontológico), nas áreas de intervenção e da necessidade de resgate prévio antes da execução das obras respectivas

N a fase de projeto, caso se constate que os locais das intervenções não possuem vestígios de ocorrência de patrimônio arqueológico ou paleontológico, durante a execução das obras everão ser implementados adotados, pela empresa construtora, procedimentos de “salvamento ao acaso” do patrimônio cultural.

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ANEXO III – INFORMAÇÕES 1ª CONSULTA PÚBLICA

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ANEXO IV – INFORMAÇÕES 2ª CONSULTA PÚBLICA

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Programa Águas de Sergipe

Consulta Pública

Relação das instituições participantes da Consulta Pública do dia 25\11\09

01 – UFS -Universidade Federal Fluminense 02 – SEMARH- Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos 03 – Pelotão Ambiental de Sergipe 04 – SEPLAN -Secretaria municipal de planejamento de Aracaju 05 – CODISE - Companhia de desenvolvimento industrial de recursos minerais de Sergipe - CODISE 06 – DESO - Companhia de Saneamento de Sergipe 07 – Projetec 08 – SEAGRI- Secretaria de Agricultura de Sergipe 09 – SENAI\ SE - Serviço Nacional da Indústria 10 – CBHJ - Comitê da Bacia Hidrográfica do rio Japaratuba 11 – Sociedade civil 12- PETROBRÀS - Petróleo Brasileiro S.A 13- IBAMA - Instituto Brasileiro de Meio Ambiente dos Recursos Naturais Renováveis 14 – ADEMA - Administração Estadual do Meio Ambiente 15- SEMA - Secretaria Municipal de Meio Ambiente de N.Sª do Socorro

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16- ASCOM - Assessoria de comunicação da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SEMARH \SE 17- Prefeitura Municipal de Laranjeiras 18- SRH Superintendência de Recursos Hídricos\SEMARH\SE 19- CBHP - Comitê de Bacia Hidrográfica do rio Piauí 20 – SEDETEC 21- CPRM – Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais 22- REJUMA - CJ 23- MD - SE 24- SAAE - SC Serviço autônomo de água e esgoto 25- Tobias Barreto 26- Santo Amaro 27- COHIDRO - Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação

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ANEXO V – Reuniões de Consulta Pública sobre a implantação do Sistema de Esgotamento Sanitário de Barra dos Coqueiros.

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