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GOVERNO DO ESTADO DO PIAUÍ COORDENADORIA DE COMBATE A POBREZA RURAL PROJETO DE COMBATE A POBREZA RURAL MANUAL DE USO DE BENS E SERVIÇOS NAS ASSOCIAÇÕES COMUNITÁRIAS DO PCPR ( O caso dos Subprojetos de Mecanização Agrícola) Alejo Lerzundi Silvera 1

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GOVERNO DO ESTADO DO PIAUÍCOORDENADORIA DE COMBATE A POBREZA RURAL

PROJETO DE COMBATE A POBREZA RURAL

MANUAL DE USO DE BENS E SERVIÇOS NAS

ASSOCIAÇÕES COMUNITÁRIAS DO PCPR

( O caso dos Subprojetos de Mecanização Agrícola)

Alejo Lerzundi Silvera

TERESINA – PIAUÍ – 2009

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GOVERNO DO ESTADO DO PIAUÍSECRETARIA DO PLANEJAMENTO/SEPLAN

PROJETO DE COMBATE À POBREZA RURAL II FASE II

MANUAL DE USO DE BENS E SERVIÇOS NAS

ASSOCIAÇÕES COMUNITÁRIAS DO PCPR

( O caso dos Subprojetos de Mecanização Agrícola)

Alejo Lerzundi Silvera

TERESINA, ABRIL DE 2010

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FOLHA DE ROSTO PARA PRODUTOS DE COOPERAÇÃO TÉCNICA

IdentificaçãoConsultor(a) / Autor(a): Alejo Lerzundi SilveraNúmero do Contrato:109200Nome do Projeto: Projeto de Combate a Pobreza Rural – PCPR.PIOficial/Coordenador Técnico Responsável: Cristina CostaData /Local: Teresina 27/08/2009

ClassificaçãoTemas Prioritários do IICA

Agroenergia e Biocombustíveis Sanidade AgropecuáriaBiotecnologia e Biosegurança Tecnologia e InovaçãoComércio e Agronegócio Agroindustria RuralDesenvolvimento Rural X Recursos NaturaisPolíticas e Comércio Comunicação e Gestão do

ConhecimentoAgricultura Orgânica Outros:

Palavras-Chave: Manual, manutenção, operação, mecanização, agrícola, trator, associação comunitária, regulamento, uso, contabilidade

ResumoTítulo do Produto: Manual de Uso de Bens e Serviços nas Associações Comunitárias do PCPRSubtítulo do Produto: O Caso dos Projetos de Mecanização Agrícola

Resumo do Produto: Qual Objetivo Primário do Produto? Proporcionar as associações comunitárias e a UT-PCPR instrumentos operacionais para conduzir e acompanhar o processo de manutenção e operação dos subprojetos financiados pelo Projeto de Combate a Pobreza Rural –UT-CCPR/PCPR, no âmbito do Acordo de Empréstimo entre o Banco Mundial e o Estado do Piauí.Aperfeiçoar o sistema de gestão de projetos no âmbito local e estadual.Que Problemas o Produto deve Resolver?Problemas técnicos e operacionais para uso e manutenção dos bens e serviços nas associações comunitárias. Após período de implantação,em parte por falta destes instrumentos, os bens e serviços adquiridos são mal usados, deteriorados e muitas vezes perdidos. Como se Logrou Resolver os Problemas e Atingir os Objetivos?Dotando de instrumento operacionais tais como, criação do Comitê Gestor, regulamento de uso, regras para operação de maquinas e implementos, plano de manutenção, registros contáveis, visando operacionalidade e conservação dos bens e serviços. Quais Resultados mais Relevantes?- Melhoria na gestão associativa, atraves da racionalidade no uso e manutenção.- Incremento da produção e produtiva vinculado ao uso de maquinaria agrícola;- Melhoria na conservação do patrimônio.O Que se Deve Fazer com o Produto para Potencializar o seu Uso?Capacitar pessoal da UT e associações comunitárias no uso e manutenção dos bens e

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gestão associativa.

SIGLAS

CABJ Colégio Agrícola de Bom Jesus CAMP Centro de Assessoria aos Movimentos PopularesCARNAUBA Cooperativa de Desenvolvimento Humano e Serviços TécnicosCEFAS Centro Educacional São Francisco de Assis CEPES Centro de Educação Popular EsperantinenseCEPAC Centro Piauiense de Ação PopularCEPISA Centrais elétrica do PiauíCERMO Centro Educacional de Entidades Reunidas CG Comitê GestorCCPR Coordenadoria de Combate a Pobreza RuralCIVITAS Instituto Civitas "Cidadania e Políticas Públicas". COOTAPI Cooperativa de Produção e Serviços de Técnicos Agrícolas do Piauí

AssociadosDAC Diretoria da Associação ComunitáriaEDF Estudo de Desempenho FísicoEMATER Empresa de Assistencia Técnica RuralFETAPI Federação dos Trabalhadores na AgriculturaINFOPCPR Sistema de Informações do PCPR.PIKOLPPING Obra Kolping Estadual do PiauiMANDACARU Mandacarú, Centro de Formação; MDS Ministério de Desenvolvimento RuralMIS Monitoring Information SystemMOP Manual de \Operações do PCPRONG Organização Não GovernamentalPCPR Projeto de Combate a Pobreza RuralSEPLAN Subsecretaria do Planejamento SPN Salas de Parto Normal UAPI Universidade Aberta Piauí UT-CCPR Unidade Técnica /CCPR (Órgão responsável pela execução do Projeto)UBAS Unidades Básicas de Atendimento de SaúdeWR Consultoria e Planejamento Ltda.DIPJ Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica RAIS Relação Anual de Informações SociaisOSCIPs Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público

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CONTEÚDOAPRESENTAÇÃO

I. ANTECEDENTES II. A SITUAÇÃO ATUALIII PARCERIAS PARA OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO DE PROJETOSIII. ALGUNS CONCEITOS NECESSÁRIOSV. MANUAL DE USO

A. ASPECTOS ADMINISTRATIVOS E LEGAIS

1. Responsabilidades para Manutenção por tipo de Subprojetos.2. Normativa para Uso dos Projetos Produtivos 3. Comitê de Acompanhamento na comunidade;

B. CASO DOS PROJETOS DE MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA 1. Abordagem Participativo para Estabelecimento do Sistema de Manutenção2. Conteúdos a Serem Tratados nas Reuniões de Trabalho com as Associações

Comunitárias3. Normativa para Uso dos Projetos Produtivos 4. Sistema de Custos e Controle Administrativo e Financeiro de Uso de Mecanização

Agrícola5. Perfil das Associações Beneficiarias e Características dos tratores Agrícolas6. Dados Técnicos Vida Útil, Custos de Máquinas. Equivalências e Custos de

Manutenção e Operação de Máquinas Agrícolas7. Prestação de Contas em Organismos de Interesses Social8. Riscos de Acidentes com Tratores Agrícolas

BIBLIOGRAFIA

ANEXO I: Regulamento de Uso para Projetos ProdutivosANEXO II: Manual da Comissão de Acompanhamento do SubprojetoANEXO III: Ata de Criação da Comissão de AcompanhamentoANEXO IV: Ficha de Acompanhamento de subprojetosANEXO V: Regulamento de Gestão e Uso da Mecanização AgrícolaANEXO VI: Sistema de Custos e Controle Administrativo e Financeiro ANEXO VII: Perfil de Associações Beneficiarias e Características Tratores

AgrícolasANEXO VIII: Dados Técnicos, Custos de Máquinas, Equivalências e Custos de

Manutenção e Operação das Máquinas AgrícolasANEXO IX: Riscos de Acidentes com Tratores AgrícolasANEXO X: Experiências e Operação com Tratores

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APRESENTAÇÃO

O presente documento preenche a necessidade de facilitar nas associações comunitárias a operação e manutenção dos projetos em fases posteriores a implantação, de forma a consolidar o empreendimento para funcionamento autônomo e permitir a reciclagem do processo de produção de bens e serviços com qualidade e segurança visando sustentabilidade.

As facilidades acima indicadas, necessárias a manutenção tem a ver com as capacidades técnicas e normativas da associação comunitária para gerir os projetos , bem como, o empenho dos associados para cuidar do patrimônio e da própria UT da Coordenadoria de Combate a Pobreza Rural, particularmente desde o ano 2008, Na qual a CCPR adquire o status de órgão permanente do Estado, com autonomia orçamentária e de gestão. De forma que agora. Por assim dizer, os projetos de combate a pobreza rural no Estado encontram-se sob responsabilidade desta Coordenadoria em todas suas fases e todos seus aspectos, como diz na respectiva lei de Criação e Regulamento respectivo.

Sendo assim a UT- CCPR identifica no presente manual os atores, parcerias e respectivas responsabilidades, os tipos de projetos, que á condicionam e os instrumentos operacionais (Regimentos, contratos, formulários e outros) que facilitam a compreensão do processo e a gestão da manutenção e operação.

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I. ANTECEDENTES

O objetivo do Projeto de Combate a Pobreza Rural-PCPR é contribuir para o alívio da pobreza rural e suas conseqüências mediante: a) a provisão de investimentos comunitários orientados para a criação de infra-estrutura básica e geração de renda e de emprego para as camadas mais pobres do meio rural; b) a descentralização da alocação de recursos e tomada de decisões para os níveis locais, mediante o apoio aos Conselhos Municipais e às associações de beneficiários no planejamento, priorização de subprojetos, execução e manutenção de investimentos; e c) o estímulo à criação e à consolidação de organizações comunitárias – Associações e Conselhos Municipais – que poderão servir como instrumento de planejamento, de controle social, de expressão das necessidades e das capacidades das comunidades pobres para a superação das barreiras ao seu desenvolvimento econômico e social.

Para atingir os objetivos acima indicados o PCPR financia a implantação de a. Subprojetos Comunitários, sociais e de infraestrutura e presta serviços de assistência técnica, capacitação, bem como serviços de Administração, supervisão, monitoramento e avaliação do Projeto

Os relatórios de avaliação e supervisão realizadas pelo Banco Mundial e o Governo do Estado, bem como, as auditorias realizadas, confirmam o bom desempenho do Projeto em termos de cumprimento das metas físicas e financeiras, geração de emprego e renda, inclusão social, em suma, impactos positivos na melhoria das condições de vida da população rural.

Desde inícios dos anos 90 se tem financiado aproximadamente 5.000 projetos (PAPP, PAPP Reformulado e os PCPR,s),a tendendo de forma direta uma media de 40 famílias pro projeto, por montante aproximado de 161 milhões de dólares americanos aplicados em média de 200 municípios do Estado do Piauí.

Par apoiar as atividades das associações comunitárias forma implantadas em media 200 conselhos municipais integrados por representados da sociedade civil, entre elas, majoritariamente membros das associações comunitárias como complementação ao governo municipal para a prática da democracia direta.

Um dos objetivos finalistas do PCPR é a formação de capital social nas comunidades a traves de práticas participativas visando empoderamento e inclusão social, baseadas em princípios de confiança mútua, solidariedade e reciprocidade social, operando no interior dessas comunidades rurais e construindo-lhes o sentimento e a identidade comunitária.

O desafio continua a ser a construção de laços de confiança entre a comunidade e o Estado, que dispensem a intermediação dos atores políticos tradicionais e das práticas clientelistas. A consecução dos subprojetos é, neste sentido, um fator que contribui para a injeção de confiança nas relações entre comunidade e Estado. Cada projeto deliberado, implementado e concluído pela comunidade continua a ser um fator de mudança na visão dessas relações.

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Com apoio do IICA, através do Projeto de Cooperação Técnica PCT/SEPLAN/PCPR, o Estado tem recebido serviços de assistência técnica, nas fases de implementação e operação dos projetos comunitários e na construído de Cenários Regionais, lideradas pela Secretaria do Planejamento – SEPLAN, dentro de amplo marco de políticas e estratégias de melhor uso do espaço físico e descentralização da gestão governamental. servindo como marco de referencia para o estabelecimento das Agencias de Desenvolvimento sustentável, bem como, para o estabelecimento de parcerias para complementação técnica e financeira no novo componente de Integração Horizontal, vidente no PCPR II.

No esforço acima indicado se teve a participação de organizações não governamentais, como prestadoras de Assistência Técnica citam-se as seguintes: Centro de Assessoria aos Movimentos Populares (CAMP); Cooperativa de Desenvolvimento Humano e Serviços Técnicos (CARNAUBA); Centro de Educação Popular Esperantinense (CEPES); Centro Piauiense de Ação Popular (CEPAC); Cooperativa de Produção e Serviços de Técnicos Agrícolas do Piaui & Associados (COOTAPI); Federação dos Trabalhadores na Agricultura (FETAPI); Obra Kolping Estadual do Piaui; Centro Educacional São Francisco de Assis (CEFAS); Colégio Agrícola de Bom Jesus (CABJ); Centro Educacional de Entidades Reunidas (CERMO), MANDACARU Centro de Formação; Instituto CIVITAS "Cidadania e Políticas Públicas".

Após de quase vinte anos de projetos vinculados a luta contra a pobreza rural no Estado do Piauí, o balance segundo estudos de avaliação realizados pode se considerar genericamente de satisfatório, em mérito de seus objetivos inicialmente vinculadas a alivio de pobreza ou melhor dizendo ao cumprimento de medidas mitigadoras, que evitaram possivelmente o aparecimento de conflitos sociais decorrentes da situação da pobreza. Posteriormente, nos últimos anos o PCPR terminou se cacifando como muito importante na formação de capital social intangível, ainda que em patamares longe de se constituírem em fator promotor do desenvolvimento sustentável.

A comunidade será organizada para condução do projeto através de acordo comunitário registrado em ata por todos os envolvidos. este acordo será pautado em cláusulas constando os direitos e deveres dos associados e a forma de gestão do novo empreendimento. neste acordo está pautado que o projeto será fiscalizado diretamente pelo conselho fiscal e a gestão financeira e administrativa ficará por conta da diretoria da associação nomeando três membros para tal incumbência. 

A competência ou atribuição de manter os subprojetos se distribui entre os agentes de modo diferente daquele que se observa na operação.

II. A SITUAÇÃO ATUAL

No entanto a UT do PCPR, tem assegurado, nas respectivas atas de entrega, para o caso de projetos que assim tenham o mérito, compromissos das entidades públicas para operação e manutenção pela modalidade de comodato, é caso dos projetos de eletrificação rural com ex-Cepisa, Salas de Parto Normal – SPN e Unidades Básicas de Atendimento – UBAS com a Secretaria de Saúde e projetos de Universidade Aberta - UAPI com a Secretaria de Educação, o resto dos projetos não apresentam condições para esta modalidade, na prática a operação e manutenção dos projetos fica quase exclusivamente sob responsabilidade das associações comunitárias, amenizadas com a atuação dos órgãos públicos para receber o apoio necessários, no que puder.

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Decorrente desta situação pode se disser que a maioria dos projetos tem o problema que agora se chama de sustentabilidade na qualidade e na duração. Existem inúmeros projetos que se encontram parados por falta de manutenção o cumprindo fins diferentes por falta de gestão ou apropriação ilicita. Vários tipos de projetos podem se registrar, nesta categoria, sendo as mais visíveis os projetos de poços tubulares, projetos produtivos (principalmente projetos de mecanização agrícola) e outros até de difícil quantificação porque tal tarefa tampouco está nas prioridades da UT.

As informações fornecidas pelo Estudo Complementar de Desempenho Físico – EDF realizadas pela WR para o PCPR II FASE II indicam que a alternativa ventilada para a manutenção dos projetos é a arrecadação de dinheiro, a cobrança de taxas para a formação de fundos comunitários. Na prática, contudo, as associações têm dificuldades de exercer estas atividades: muitos usuários atrasam o pagamento, outros se esquecem de pagar, não obstante os irrisórios valores estipulados. Por outro lado não há nenhuma garantia de que as taxas efetivamente cobradas excedam os gastos com a operação e, tampouco, que eventuais excedentes sejam poupados e estejam disponíveis quando chegar o momento das inevitáveis manutenções.

Preocupante, sobremaneira, diz o estudo acima mencionado, parece ser a manutenção de “tratores agrícolas”, com preço da hora/máquina equivalendo a 1/3 dos preços dos mercados locais. Mas, mesmo conhecendo o quanto custa a compra de pneus, peças e lubrificantes o argumento dos beneficiados é muito fluente: “se fosse para pagar os preços de mercado não teria sido necessário pedir trator ao PCPR”m Não entanto foi registrado em estudo de caso, elaborado pela UT-PCPR uma experiência bem sucedida sobre gestão de uso de trator na comunidade de oitis em São João de Varjota.

Assim, na percepção dos beneficiados a manutenção destes equipamentos de uso coletivo sob a alçada de associações comunitárias é qualificada como “boa” em 50% dos casos (pequenos animais, energia e trator), “regular” em 35% (abastecimento d’água) e “ruim”, em 12,5% (unidade de beneficiamento). (Ver gráfico 01)

GRÁFICO 1 - MANTENEDORES DOS SUBPROJETOS COMUNITÁRIOS

30%

26%4%

40% A própria associação

O próprio beneficiário

Prefeitura

NSA

FONTE: Pesquisa direta, março/2010.

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Segundo a percepção dos próprios beneficiados a manutenção individualizada se qualifica como “boa” em 66% do total destes casos (compreendendo “fossas sépticas”, “Energia elétrica” e “criação de pequenos animais”).

Por outro lado, a manutenção de subprojetos de “cajucultura” recebeu qualificações variadas: metade qualificada como “ótima” e outra metade como “ruim” (cada uma equivalendo a 16% dos subprojetos sob manutenção individual). Nos qualificados como “ruim” encontra-se a falta de tratos culturais (poda de formação, capinas, etc.) nos momentos devidos, o abandono do cultivo, elevados índices de mudas que não pegaram (> de 40% de perdas) e o desinteresse mesmo de muitos beneficiados; casos estes registrados em Projetos de Assentamento, nos quais semelhantes falhas na manutenção se mostram recorrentes - até mesmo em investimentos financiados pelo Banco do Nordeste, INCRA e Crédito Fundiário.

GRÁFICO 11 - QUALIDADE DA MANUTENÇÃO DOS SUBPROJETOS

43%

35%

4%9%0%

9%

Ótima

Boa

Regular

Ruim

Péssima

NSA

FONTE: Pesquisa direta, março/2010.

Com relação a manutenção de maquinaria agrícola foi registrado em alguns casos, que o trator com equipamentos recebidos pela associação comunitária teve a sua manutenção transferida à Prefeitura Municipal; assim, o pagamento de tratorista, combustíveis e lubrificantes, revisão e reposição de peças, controle das demandas, etc., tudo isso é feito pela Secretaria Municipal de Agricultura que atende não somente aos membros das localidades beneficiadas; atende, sim, a toda a população do município na prestação de serviços diversos, conforme já referido. Esta é uma situação atípica, contra-riam as diretrizes do Projeto, só pode ter explicação no jogo de contentamento político dos interesses do prefeito de turno. Em todos os outros projetos de mecanização na amostra a manutenção se faz pelas respectivas Associações beneficiárias, como deve ser; mas na percepção de dirigentes entrevistados o trator foi entregue para servir ao município todo – sendo a associação apenas uma formalidade na intermediação.

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Entretanto a interpretação dos números da tabela supra, que expressam a opinião dos dirigentes de associações entrevistados, requer ponderação; pois, se de um lado, não pode haver projetos de eletrificação, por exemplo, sem a presença e contribuição de engenheiros, de outro lado, em um Programa que se pretende participativo deveria ocorrer algum tipo de envolvimento, pelo menos dos dirigentes das associações contempladas. Mas há relatos categóricos informando que não houve Assistência Técnica e outros dizendo que nem ouviram falar nisso. No fundo no fundo, estes dados remetem mesmo é à consistência do capital social – que não depende apenas da vinculação formal a entes associativos igualmente formais.

Estudos realizados pela UT de Ceará indicam que 57,14% das comunidades beneficiadas pelos subprojetos de abastecimento de água não têm nenhuma responsabilidade sobre a operação e manutenção dos referidos subprojetos. Isto se justifica pela participação das prefeituras dos municípios nos quais referidas comunidades estão inseridas, que, nestes casos, ampliam com recursos próprios os projetos originais, com a finalidade de beneficiar outras comunidades vizinhas, ficando, assim, o controle da operação destes para o município ou estado. Os subprojetos de eletrificação estão sob a responsabilidade de uma empresa de energia do Estado do Ceará. As associações das comunidades beneficiadas pelos subprojetos de ação fundiária e mecanização agrícola têm o controle e a responsabilidade sobre a operação e manutenção destes.

Sob a existência de pagamento de cotas (taxas) mensais por parte dos seus membros às Associações, o referido estudo indica que, na maioria, esta taxa é cobrada por seus dirigentes (70,37%) e que 55,56% dos participantes estão em dia com estes compromissos. Os resultados mostram que 59,26% das associações estudadas não têm fontes próprias de recursos. Aquelas beneficiadas pelos subprojetos de mecanização (83,33%) e ação fundiária que também obtiveram financiamentos através do Projeto São José, para compra de tratores (50,00 %), alugam estas máquinas para associados (por um preço mais baixo) e para não associados ou para prefeituras locais, obtendo, assim, recursos suficientes para atender suas necessidades financeiras.

Com relação às informações sobre a regularidade das reuniões, observou-se que, das 27 associações em estudo, 21 convocam seus membros através dos dirigentes, e realizam, pelo menos, uma reunião em cada três meses. Entretanto, estas reuniões não são planejadas e realizadas com a mesma freqüência pelos dirigentes nas associações beneficiadas pelos projetos de eletrificação rural e abastecimento de água, com um percentual de 50,00 e 28,57, respectivamente .

Indagou-se sobre a participação (ou não) das associações nas negociações de empréstimos para seus membros junto às instituições financeiras e comerciais. Verificou-se que 83,33% das associações beneficiadas pelos subprojetos de ação fundiária conseguiram financiamentos através de projetos produtivos financiados pelo PRONAF. Deve-se esclarecer que estes projetos estão, em geral, relacionados à compra de animais (particularmente ovinos e caprinos) que, a princípio, possibilita condições de pagamento das dívidas dos assentados junto às instituições financeiras.

Verificou-se que as associações de outros subprojetos não tentaram ou não conseguiram negociar nenhum projeto junto às instituições financeiras ou comerciais. Este fato reflete a burocracia, falta de aval e a condição de não proprietário de parte dos beneficiários.

De acordo com dirigentes das associações, aproximadamente, a metade deles representa

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suas comunidades em conselhos municipais ou em reuniões convocadas pelo Executivo Municipal ou outros órgãos, para discutir assuntos específicos de interesse do município.

Procurou-se conhecer a capacidade das associações de mobilizar seus sócios para buscar soluções relativas aos problemas das comunidades. Nota-se que um terço destas não é capaz de realizar referida mobilização. Deve-se mencionar que algumas associações foram apontadas pelos sócios como as que não estão realizando reunião com freqüência. A capacidade do Estado em atender a todas as demandas da população brasileira é reduzida. Em vista disso, vê-se, atualmente, a mobilização por parte de comunidades em encontrar soluções para seus problemas mais críticos, a partir de atividades que elas mesmas possam desenvolver. A seguir como referencia componentes do Índice de Capital social Intangível – ICSI das comunidades em estudo realizado em Ceará.

III. PARCERIAS PARA OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO DE PROJETOS

Pode se constatar inúmeras experiência de parcerias entre associações comunitárias e outras entidades da sociedade civil organizada, no marco do PCPR pela qual, uma instituição religiosa, contribui para o desenvolvimento de iniciativas com associação de mulheres que produz e comercializa produtos vinculados a horta orgânica comunitária – que visam: inserção de jovens e adultos, em atividades produtivas, geração de renda, abastecimento local e reeducação alimentar, no contexto da gestão sócio-ambiental. São iniciativas que integra comunidades nas quais os resíduos do projeto de uma são transformados em insumo para o projeto da outra.

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Entretanto, tão importantes quanto o desempenho dos subprojetos, foram os aspectos relacionados com o contexto político-institucional, com o funcionamento das instituições encarregadas da gestão do PCPR no âmbito do Estado, dos conselhos municipais e das organizações comunitárias, a existência de parceiras entre o Estado e as organizações da sociedade civil, notadamente o Movimento Sindical dos Trabalhadores Rurais, a Igreja Católica e as organizações não-governamentais, tem se caracterizado como um diferencial na coordenação do processo de implantação de políticas públicas no âmbito estadual.

Na realidade, quando os subprojetos são legítimos e têm o controle social e o sentimento de propriedade por parte das comunidades beneficiárias contribui em forma efetiva, para a geração de renda e ocupação no âmbito local. O controle social e o envolvimento das comunidades nas várias etapas dos subprojetos têm criado, gradativamente, as condições necessárias para o comprometimento com as responsabilidades pela operação, manutenção e para o estabelecimento de uma gestão sustentável dos subprojetos. Assim sendo, o desenvolvimento de experiências bem sucedidas de gestão associativa traz em si um potencial pedagógico, na medida em que pode ser desenvolvido e trocado para se transformarem num valioso instrumento de capacitação e de consolidação de empreendimentos comunitários.

A experiência de trabalho com associações também demonstraram que os subprojetos executados conjuntamente pelas associações comunitárias e por organizações privadas idôneas prestadoras de serviços apresentaram melhor qualidade e maior perspectiva de sustentabilidade do que aqueles executados exclusivamente por empresas prestadoras de serviços ou pelas associações isoladamente. Por sua vez, os métodos utilizados para aquisição de bens e serviços foram mais eficientes quando as aquisições foram realizadas pelas associações diretamente ou com assessoramento de pessoas físicas ou jurídicas idôneas, porém, sob o controle social dos beneficiários.

Por essas razões, a estratégia descentralizada de implementação adotada no PCPR vem se constituindo num importante instrumento para construção de um modelo alternativo de implementação de políticas públicas com a participação das organizações do Estado e da sociedade civil no âmbito local.

A assistência técnica e gerencial, desenvolvida por profissionais liberais e organizações governamentais e não-governamentais comprometidos com os problemas sociais e com a promoção do desenvolvimento social têm contribuído de forma decisiva para o êxito dos subprojetos. Onde existe um maior nível de organização da sociedade civil, seja ele sob a forma de conselhos municipais, organizações sindicais, religiosas ou não-governamentais e uma maior articulação com as organizações comunitárias, também existe maior êxito na formulação e na execução dos subprojetos. Porém, quando a esse maior nível de organização da sociedade civil se associa o apoio político-institucional e o financiamento das administrações municipais, as chances de êxito dos subprojetos são ainda mais evidentes.

Na realidade, os conselhos municipais têm se constituído como instâncias estratégicas de planejamento anual e plurianual, de controle social e de assessoramento às organizações comunitárias executoras de subprojetos, só na fase de implantação. No entanto, e decorrente de estas, os mais importantes papéis dos conselhos municipais e das organizações comunitárias ainda estão em processo de desenvolvimento e consolidação. Trata-se agora de preparar essas importantes organizações para acompanhamento de

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operação e manutenção dos projetos no marco da democracia participativa, da governança local e da gestão social do desenvolvimento.

IV. ALGUNS CONCEITOS NECESSÁRIOS

As associações são entidades jurídicas formadas pela união de pessoas que se organizam para a realização de atividades não-econômicas, ou seja, sem finalidades lucrativas. Nessas entidades, o fator preponderante são as pessoas que as compõem. Estas entidades de Interesse Social que atuam em benefício da sociedade, sem a finalidade de lucro, têm uma função social da mais alta relevância. Suas atividades são tipicamente públicas, apesar de serem pessoas jurídicas de direito privado. Ocorre que o Estado não consegue desempenhar seu papel social de maneira satisfatória. Daí, a sociedade se organiza em associações e fundações, buscando, ao menos, amenizar a inoperância do Estado. Muito ainda precisa ser feito, mas a sociedade organizada tem desempenhado um papel da mais alta importância social.

Reconhecendo o trabalho dessas entidades, o Poder Público tem procurado conceder alguns benefícios para incentivar a criação de novas associações e fundações e até mesmo propiciar a sobrevivência das que já existem. Os principais benefícios concedidos são a imunidade e a isenção de impostos e contribuições e a possibilidade do recebimento de recursos públicos, por meio de convênios, contratos, subvenções sociais e termos de parceria.

O PCPR, pela natureza de sua atuação estratégica, indicada em seus documentos oficiais, esta focado na associação comunitária considerada “centro de atuação” nesse sentido ela é responsável de todos os atos que acontecem em seu âmbito, é dizer eles no marco de suas práticas grupais e participativas, discutem seus problemas, determinam as prioridades, elaboram seus projetos, os encaminham para o financiamento, recebem os recursos em conta especial, implantam seus projetos, assumem a propriedade, e cuidam da operação e manutenção.

Quer dizer que a associação é o ator principal do processo e não simplesmente um parceiro o um participante, como às vezes mal se entende. Sendo assim a associação pode, para facilitar seus trabalhos, contratar serviços de assistência técnica ou terceirizar suas responsabilidades desde que justificada e sem a perda do controle. Também pode celebrar, em casos específicos, acordos de parceria de forma autônoma, em tanto que isso não signifique a abdicação de seus direitos de auto-realização.

O projeto comunitário reconhece como qualquer empreendimento a administração de pessoal, de recursos materiais e de recursos financeiros aplicáveis, para o caso dos projetos do PCPR nas fases de implantação, operação e manutenção. O projeto camponês procura junto a objetivos de geração de emprego e renda decentes, a igualdade de oportunidades para terem acesso a políticas públicas e uma boa qualidade de vida, procurando o resgate da identidade cultural das comunidades através da valorização das tradições locais, (como aspectos produtivos e folclóricos, etc).

Na fase de implantação na execução do PCPR, há uma responsabilidade compartilhada entre as associações, a Unidade Técnica e os conselhos, em grados diferentes decorrentes

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do papel respectivo, que termina na sua conclusão da obra física e a entrega formal do empreendimento para a associação em caráter de propriedade definitiva para operação, uso e benéfico do patrimônio.

Por razões obvias que não estão explicitadas no Manual de Operações, a Unidade Técnica entendia que sua responsabilidade terminava quando a finalização do processo de implantação, e tênia para estes efeitos uma estrutura administrativa necessariamente pequena. Pensava-se que responsabilidades posteriores, como a operação e manutenção era exclusivamente da associação comunitária com o apoio correspondente do setor público especializado. Isto ainda com a ressalva de que nesse empenho se teria a participação da sociedade civil e dos conselhos municipais. O conjunto das entidades que fornecem estes serviços a comunidade que também se chama de “de arranjo institucional” de nível estadual e local teria ademais a responsabilidade natural de fornecer os serviços e apoios respectivos na qualidade e oportunidade necessárias.

Nas fases de operação e manutenção na gestão de projetos, adquire relevância fundamental no caso dos projetos associativos. O PCPR, através do componente Desenvolvimento Institucional, tem a responsabilidade de gerar capacidades organizativas e de gestão participativas em harmonia com a vocação tradicional do homem no meio rural a solidariedade. É dizer capacidades organizativas e coordenadas para gerar bens e serviços em proveito da própria associação e seus associados. A somatória dessas capacidades e seus resultados no âmbito da associação comunitária são o que neste documento se entende como “capital social”. Os níveis desse capital social postas em termos tangíveis mostram objetivamente os níveis de desenvolvimento da comunidade.

Diferentes estudiosos, tem analisado que no substrato das capacidades da comunidade para conduzir seu desenvolvimento se encontram a existência da confiança entre os membros, a existência de normas e sistemas para aumentar eficiência da sociedade, facilitando as ações coordenadas (Putman); a existência de aglutinante que junta a sociedade (Grootaert).

O capital social é especialmente importante para o pobre já que pode ser usado como substituto do capital humano e do capital físico Bonding social capital, que envolve os vínculos entre agentes da mesma posição, denominado por Putnam de a "super cola sociológica". “Bridging social capital, é a forma de capital social que se refere aos laços fracos entre os agentes de grupos sociais distintos. Trata-se de um "óleo lubrificante social" que quando existe em abundância leva a uma sociedade fluida e integrada, na qual a despeito das diferenças sociais, pobres e ricos compartilham de informações. Linking social capital refere-se às ligações entre os pobres e as pessoas em postos de comando em organizações formais. Comunidades onde esse tipo de capital é abundante têm governos permeáveis às demandas oriundas dos extratos inferiores da pirâmide social (WOOLCOCK2, 1999; World Bank, 2003).

Segundo Putman, a literatura que relaciona capital social e pobreza, afirma que especialmente nos países subdesenvolvidos, os pobres têm acesso a fartos estoques de bonding social capita,l pouco bridging e quase nenhum linking. Isto significa que a união entre os menos favorecidos economicamente fornece-lhes apoio mútuo, mas por outro lado dificulta a fluidez social em sentido vertical, o que facilita a inércia de políticas governamentais direcionadas para os pobres de modo geral.

De acordo com Fox (1996) um ambiente positivo seria a primeira coluna de sustentação

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para estimular a acumulação do capital social. Este autor concorda com Putnam ao afirmar que o legado histórico de um povo é importante, mas discorda da afirmação de que o legado histórico é um fator determinante na criação do capital social. Outra coluna de sustentação seria a possibilidade de interação e integração entre as diversas organizações existentes, principalmente em comunidades que se encontram isoladas geograficamente. Brown e Ashman (1996) mostram que a participação de diversos setores com diversos níveis do poder (estado, comunidade, organização não governamental e bancos de desenvolvimento) na implementação de programas de desenvolvimento têm maiores chances de sucesso, criando capital social através das interações dos participantes, sendo benéfico na hora de solucionar futuros problemas.

Fukuyama (1999) considera que o Estado pode ser importante no estímulo do capital social na sociedade das seguintes maneiras: a) deve estar atento para estimular alguma forma de aumentar o estoque de capital social já existente, como o apoio a programas de micro crédito, onde o índice de inadimplência é quase zero; b) realizando investimento e estimulando a educação, pois é na escola que se formam futuros líderes e cidadãos. Esse estímulo não deve parar no ensino fundamental ou secundário, mas prosseguir até o ensino superior; c) fornecendo bens públicos de forma eficiente e de qualidade, garantindo o direito à propriedade e segurança pública eficiente; d) descentralizando de forma a permitir um fluxo mais rápido e eficiente de serviços, permitindo também uma participação da sociedade na administração pública.

V. MANUAL DE USO

Para abordagem deste item veremos por separado o aspecto administrativo legal, é dizer as condicionantes para normatizar as responsabilidades dos membros da associação e instituições envolvidas e o aspecto técnico e operacional sobre uso e manutenção, tendo como referencia o caso das experiências sobre os subprojetos de mecanização agrícola.

A. ASPECTO ADMINISTRATIVO E LEGAL

1. Responsabilidades para Manutenção por tipo de Subprojetos.

As responsabilidades institucionais e da própria associação comunitária no processo de manutenção de projetos são derivadas da natureza dos projetos. A qualidade dessa intervenção corresponde a capacidade gestora. Quer dizer que tem projetos cuja operação e manutenção podem ser de direta responsabilidade das comunidades, caso dos projetos produtivos,. outras não porque foge a sua competência, tais o caso dos projetos de energia elétrica e abastecimento da água. De qualquer forma a necessária divisão de responsabilidades, precisa de melhoria substantiva das capacidades compartilhadas.

Na tabela de responsabilidades abaixo indicada, não estão aparecendo explicitamente a UT-PCPR e os Conselhos Municipais. Estes tiveram seu papel vinculado só a implantação dos Projetos, como já foi indicada, más não para operação e manutenção. Agora que o CCPR, é uma entidade criada com caráter de permanência na estrutura administrativa do Estado, que acolhe entre suas funções e atribuições as correspondestes do PCPR, tem a obrigação também, de acompanhar e controlar as atividades de operação

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e manutenção de todos os projetos executados sob sua cobertura. Temos projetos do passado cuja situação real se desconhece. Urge fazer um levantamento da situação, na hipótese de que muitos desses projetos poderiam ser recuperadas e postas em funcionamento, as vezes só com pequenos ajustes, para passarem a responsabilidade e propriedade das comunidades. A seguir Tabela: 1 Os tipos de subprojetos com responsabilidades e características de atuação:

Tabela 1 – Tipo de Subprojetos Responsabilidades e Características de Atuação das Atividades de Operação e Manutenção

TIPOS DE

SUBPROJETOS

RESPONSAVEIS CARACTERÍSTICAS DE ATUAÇÃO

INFRA-ESTRUTURA

1. Abastecimento de água

Comunidade Beneficiários devem pagar uma taxa mínima normal para consumo familiar e correção em função de consumo para outros fins. Apoio da Prefeitura para transporte de combustível diesel quando não existe energia elétrica

2. Pontes de concreto Prefeitura Cedido em comodato (cessão em uso por tempo determinado sim custo par comunidade)

3. Passagem molhada Prefeitura Cedido em comodato (cessão em uso por tempo determinado sim custo par comunidade)

4. Melhoria de estradas

Prefeitura Cedido em comodato (cessão em uso por tempo determinado sim custo par comunidade)

5. Eletrificação rural Eletrobrás (Ex-Cepisa)

Doação a Eletrobrás para integração na rede municipal e estadual de energia. Cobrança taxas de mercado com correção dos programas de subsídio governamental

6. Eletrificação urbana

Eletrobrás (Ex-Cepisa)

Doação a Eletrobrás para integração na rede municipal e estadual da energia . Cobrança taxas de mercado com correção dos programas de subsídio governamental

7. Mercado comunitário

Prefeitura Cedido em comodato (cessão em uso por tempo determinado sim custo par comunidade)

8. Matadouro público Prefeitura Cedido em comodato (cessão em uso por tempo determinado sim custo par comunidade)

PRODUTIVOS1. Processamento de produtos agrícolas

Comunidade Apoio do serviço publico de assistência técnica, capacitação, créditos e mercados com capacidade instalada e de ONG,s, SEMAR

2. Pesca Comunidade Apoio do serviço publico de assistência técnica, capacitação, créditos e mercados com capacidade instalada e de ONG,s

3. Agricultura irrigada

Comunidade Apoio do serviço publico de assistência técnica, capacitação, créditos e mercados com capacidade instalada e de ONG,s

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4. Mecanização agrícola

Comunidade Apoio do serviço publico de assistência técnica, capacitação, créditos e mercados com capacidade instalada e de ONG,s

6. Criação de animais de pequeno porte

Comunidade Apoio do serviço publico de assistência técnica, capacitação, créditos e mercados com capacidade instalada e de ONG,s

7. Fábrica de doces Comunidade Apoio do serviço publico de assistência técnica, capacitação, créditos e mercados com capacidade instalada e de ONG,s, órgãos de controle sanitário, registros de mercado

8. Apicultura Comunidade Apoio do serviço publico de assistência técnica, capacitação, créditos e mercados com capacidade instalada e de ONG,s, órgãos de controle sanitário, registros de mercado

9. Horta comunitária Comunidade Apoio do serviço publico de assistência técnica, capacitação, créditos e mercados com capacidade instalada e de ONG,s

11. Distribuição de mudas

Comunidade Apoio do serviço publico de assistência técnica, capacitação, créditos e mercados com capacidade instalada e de ONG,s, órgãos de controle sanitário, registros de mercado

SOCIAIS1. Construção de creche

Prefeitura Cedido em comodato (cessão em uso por tempo determinado sim custo par comunidade)

2. Posto de saúde Prefeitura Cedido em comodato (cessão em uso por tempo determinado sim custo par comunidade)

3. Fossas sanitárias Comunidade Apoio de agentes de saúde publica4. Posto telefônico Prefeitura Cedido em comodato (cessão em uso por tempo

determinado sim custo par comunidade)5. Construção de lavanderia

Prefeitura Cedido em comodato (cessão em uso por tempo determinado sim custo par comunidade)

6. Unidade de parto normal – UPN

Secretaria de Saúde/Prefeitura

Cedido em comodato (cessão em uso por tempo determinado sim custo par comunidade)

7. Unidade Básica de Atendimento – UBAS

Secretaria de Saúde/Prefeitura

Cedido em comodato (cessão em uso por tempo determinado sim custo par comunidade)

8. Universidade Aberta – UAPI

Secretaria de Educação

Cedido em comodato (cessão em uso por tempo determinado sim custo par comunidade)

PARCERIASCAIXA/PCPR: Moradias + Cisternas

Comunidade Supervisão e controle da Caixa

CAIXA/PCPR: Moradias

Comunidade Supervisão e controle da Caixa

MDS/PCPR: Cisternas

Comunidade Supervisão e apoio da MDS e Projeto de Convivência com o semi-árido

TOTAL GERAL

* 01 subprojeto tem como média 26 famílias

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Fonte: INFOPCPR (MIS) e Setor de Convênios

2. Normativa para Uso dos Projetos Produtivos

Via de regra nas associações comunitárias só uma parte de seus membros são beneficiados pelos serviços de mecanização agrícola, porque nem todos possuem terras agriculturáveis. Muitos do seus membros se dedicam a outras atividades como aquelas do “fundo do quintal” de forma que junto a fortes demandas estacionais no período de chuvas, também existem demandas de agricultores que não pertencem a comunidade. Por outro, também existe a tentação irresponsável de dedicar o uso para fins diferentes ao uso agrícola. Sendo assim a necessidade de normatizar o uso para evitar os males acima indicados.

está previsto no MOP do PCPR, a necessidade de elaborar um regulamento, que tenha por finalidade racionalizar o uso dos bens e serviços decorrentes da implantação dos subprojetos de forma que o atendimento permita proporcionando-lhes melhores condições para produzir, em níveis de qualidade, mas também para cuidar do patrimônio nas melhores condições de operacionalidade e conservação.

O Regimento identifica os beneficiários, os critérios para atendimento dos beneficiários diretos e indiretos. Trata sobre a necessidade de criar o fundo para Operação e Manutenção, os critérios para o recolhimento da taxa de utilização, bem como as responsabilidade sobre manejo dos equipamentos e gestão respectiva (ANEXO I - Modelo Geral para Subprojetos Produtivos). Esta demais dizer que o citado modelo só serve como referencia a associação comunitária, a qual a través de seus próprios mecanismos democráticos e no de suas faculdades decidirá em ultima instancia sobre seu conteúdo e aprovação.

3. Comitê de Acompanhamento na comunidade;

Segundo o MOP, ainda para afinar melhor a manutenção e operação, em cada comunidade que tiver subprojetos aprovados pelo PCPR, deve ser formada uma “Comissão de Acompanhamento” que terá como finalidade acompanhar a execução do subprojeto. Este mesmo comitê, no caso dos subprojetos de mecanização agrícola, terá suas funções ampliadas para atender as necessidades de manutenção e operação.

Os critérios e as decisões para a formação da comissão, sua composição e suas respectivas funções como sua forma de operação, será de exclusiva responsabilidade da Associação através de seus órgãos respectivos e seus mecanismos democráticos.

Para efeitos de referencia se propõe o Regulamento da Comissão de Acompanhamento (ANEXO II), a Ata de Criação da Comissão de Acompanhamento (ANEXO III) e o modelo da Ficha de Acompanhamento (ANEXO IV) a ser preenchido periodicamente. Uma vez criado o Comitê a Diretoria da Associação deverá comunicar a UT e ao Conselho Municipal respectivo acompanhando os documentos respectivos.

B. O CASO DOS PROJETOS DE MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA

Os projetos de mecanização agrícola no PCPR FASE II constituem aproximadamente o 30% de aí sua relevância para tomarmos como referencia no aspecto técnico e operacional

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do presente Manual.A abordagem de qualquer atividade na associação comunitária sempre deverá ser de tipo grupal e participativo para garantir o empoderamento e a inclusão social. De esta forma, as atividades de manutenção e operação de maquinas agrícolas não poderá ser diferente. Por isso iniciamos este capitulo com alguns critérios para essa abordagem participativa e uma lista de conteúdos da capacitação respectiva vinculada a nosso tema, para depois aspectos relevantes da normativa específica e finalmente ver os assuntos técnicos e operacionais que deverão orientar a manutenção propriamente dita,

1.. Abordagem Participativo para Estabelecimento do Sistema de Manutenção

Para tratar os assuntos relativos a manutenção dos projetos nas comunidades campesinas usando o método participativo precisa seguir os seguintes itens:

a. Formação dos grupos de trabalho multidisciplinar na UT do PCPR;

b. Priorização e programação das associações a serem trabalhadas;

c. Elaboração dos conteúdos a serem trabalhadas;

d. Reunião previa com os conselhos municipais

e. Convocatória dos participantes nas reuniões;

f. Socializar as informações, conteúdos e procedimentos repassados pelo PCPR no Seminário;

g. Levantamento de suas demandas identificando

2. Conteúdos a Serem Tratados nas Reuniões de Trabalho com as Associações

a. Repasse e discussão das características principais do PCPR com incidência na fase de manutenção;

b. Planos e Custos Horário de Operação de Máquinas Agrícolas;

c. Riscos de Acidente com motores agrícolas;

d. O controle Administrativo e Financeiro

e. Regulamento de Uso para Projetos Produtivos – Modelo Geral

f. Regulamento de Uso da Mecanização Agrícola;

g. Estabelecimento do Comitê de Acompanhamento na comunidade;

3. Normativa para Gestão e Uso da Mecanização Agrícola

A associação comunitária que dispõe de um trator agrícola e seus implementos adquiridos com financiamento do PCPR, seguindo as Diretrizes do MOP, deverão se organizar e regimentar entre seus próprios membros, usando seus mecanismos e procedimentos para uso racional e manutenção de maquinas agrícolas que pela suas características podem

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gerar perdas custosas e acidentes de grave risco.

Pode também o uso das maquinas agrícolas, pelas grandes facilidades para preparo de terras e outras labores agrícolas, pode gerar demandas não atendidas como seria o desejar dos usuários. Muitos desses problemas poderão ser evitas ou amenizadas, desde que as associações se imponham regras de manejo e condutas, primando dentre elas justiça e cooperação.

Na respectiva normativa deverá indicar-se com precisão as responsabilidades dos envolvidos principalmente motorista e usuários bem como os critérios para pagamento dos serviços segundo características diferenciadas entre tipos serviços e usuários. Procura-se como critério básico a autosustentabilidade.

No presente caso deverá se criar um Comitê Gestor de Mecanização Agrícola, exclusivamente para gestão, operação e manutenção mais o menos equivalente das Comissão de Acompanhamento criados para a fase de implantação dos subprojetos. Amaneira de referencia se propõe no ANEXO V o Regulamento de Gestão e Uso da Mecanização Agrícola

4. Sistema de Custos e Controle Administrativo e Financeiro de Uso de Mecanização Agrícola

Como em todo empreendimento, o conhecimento de custos e benefícios e os registros contáveis correspondentes são absolutamente necessários para tomar decisões que permitam uma gestão adequada de uso de mecanização agrícola.

Para estes fins se deverá contar com registro e analise dos seguintes conceitos:

a. uma relação nominal de usuários membros se não membros da comunidade com respectivo número de documentos do CPF, endereço e telefone para contato dos Operadores;

b. Registro de sistemas de custos de operação e manutenção, baseado na cotação de preços respectivo;

c. Avaliação de estoque;

d. Calculo de Depreciação e avaliação econômica segundo as taxas de retorno sobre o investimento operacional (RIO):

f. Registros de caixa e balancete e fluxos mensais de receitas e gastos;g. Registro diário de operador de máquina;

h. Determinação da hora trabalhada pelo Comitê Gestor e Acompanhamento / do Coordenador Regional;

i. Registro e cobrança da taxa de arrecadação por serviço de máquina e equipamentos.

As informações acima indicadas se encontram em extenso com os correspondentes índices cálculos e planilhas em ANEXO VI. Para utilização respectiva o pessoal

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envolvido Diretoria, conselho de vigilância, Comitê Gestor, motorista, membros do conselho municipal e usuários deverão receber cursos de treinamento. Os motoristas em particular, tem adicionalmente assistência técnica temporal e cursos específicos de treinamento fornecido pela empresa vendedora dos tratores e implementos, com duração de 16 horas. Tanto a UT-PCPR como as autoridades comunitárias deverão acompanhar este processo.

5. Perfil das Associações Beneficiarias e Características dos Tratores Agrícolas

Toda atividade produtiva mecanizada, requer um mínimo de condições e características que as associações comunitárias devem possuir. A maioria destas condições está vinculada a organização e capacidade de gestão além dos conhecimentos técnicos necessários para o processo produtivo e comercialização, bem como, informações para aceso ao crédito e assistência técnica. Estas condições deverão ser criadas pela UT-PCPR através de suas atividades de desenvolvimento institucional.

O conhecimento dos operadores e gestores dos subprojetos de mecanização agrícola deverão conhecer antes da compra respectiva as características de maquinas e implementos que sejam adequadas para suas necessidades, tipos de solo, área com vocação para mecanização. Disto depende as capacidades e potencia das maquinas e a compra respectiva. Estas informações se encontram por extenso em ANEXO VII.

6. Dados Técnicos Vida Útil, Custos de Maquinas, Equivalencias e Custos De Manutenção e Operação de Máquinas Agrícolas

Qualquer plano de mecanização agrícola de que se cogite, deve ser previamente organizado sob o ponto de vista econômico. A propriedade agrícola é uma empresa e assim sendo, deve gerar lucros e ser esplanada nacionalmente com o menor desgaste possível de seus recursos naturais.

Suponhamos que uma propriedade agrícola explore uma determinada cultura em área superior a 80 há, com boa produtividade, bom preço de mercado para seu produto, não havendo impedimento a mecanização e o custo da mão de obra seja elevado na região, depois de analisar-se as viabilidades, decide-se que seja adquirido um trator agrícola médio para execução dos trabalhos de preparos do solo e cultivo.

Economicamente, se aceita como um bom índice de aproveitamento do trator uma média de 800 horas por ano tornando-se mais próximos de ótimo quando atingir às 1000 horas.

Os estudos dos custos, deve reportar a fatores que influenciam estes custos direta e indiretamente que são o rendimento a vida útil.

A vida útil de uma máquina consiste no número de horas que ela é capaz de trabalhar em condições econômicas. Cada máquina tem sua vida útil estimada ao fim da qual ela se torna obsoleta e, para tanto, ante-econômica. Em ANEXO VIII temos a vida útil segundo cálculos de SAE e IRGA. Neste mesmo anexo temos um exercício completo para medir o lucro presumido de uma operação baseada na vida útil, custos fixos, depreciação, custos variáveis (combustível, lubrificantes, reparo e manutenção, salário do operador e custos por hora de trabalho tanto do trator como dos implementos).

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7. Prestação de Contas em Organismos de Interesse Social

A prestação de contas é o conjunto de documentos e informações disponibilizados pelos dirigentes das entidades aos órgãos interessados e autoridades, de forma a possibilitar a apreciação, conhecimento e julgamento das contas e da gestão dos administradores das entidades, segundo as competências de cada órgão e autoridade, na periodicidade estabelecida no estatuto social ou na lei.

Uma das principais obrigações dos administradores das entidades de interesse social, que é o caso das associações comunitárias é prestar contas, primeiramente, ao próprio órgão deliberativo da entidade, e, por fim, ao Poder Público por meio dos diversos órgãos governamentais, de acordo com a natureza jurídica, títulos e certificados que pleiteia ou possui.

Os elementos que compõem a prestação de contas são exigidos pelos órgãos interessados e autoridades, de acordo com os atos normativos que regem a entidade e a atuação de cada um deles. A extensão das exigências pode variar, mas, de um modo geral, os documentos e informações são semelhantes. O responsável pela prestação de contas deve observar quais são as exigências específicas de cada órgão, para que não encaminhe elementos aquém ou além do necessário.

A prestações de contas normalmente exigidos compreende: relatório de atividadesdemonstrações contábeis, informações bancárias, inventário patrimonial, contratos e termo de parceria entre outros. (ANEXO IX).

8. Riscos De Acidentes Com Tratores Agrícolas

No Brasil, o uso da maquinas responsáveis por cerca de 20% dos acidentes de trabalho na agricultura. Em pesquisa de caracterização dos acidentes graves no trabalho rural, realizada no estado de São Paulo, Silva & Furlani Neto (1999) concluíram que o trator, a moto-serra, as máquinas e os equipamentos agrícolas encontram-se envolvidos na maior parte dos acidentes graves. As principais causas dos acidentes com tratores agrícolas, segundo SCHLOSSER et al. (2002. Os autores concluíram que a inclusão de dispositivos que tornem o trator mais confortável e seguro, o treinamento dos operadores e a redução da jornada de trabalho são estratégias necessárias à redução da incidência de acidentes com tratores agrícolas.

Os riscos de acidentes são classificados em: físicos, químicos, biológicos e ergonômicos. Seguem-se algumas recomendações importantes para serem seguidas pelo tratorista e usuários antes e durante a operação com tratores agrícolas:

a. Ler e seguir as recomendações do manual do operador do trator.

b. Antes de operar, fazer uma conferência visual da máquina.

c. Verificar se existe barra de proteção e cinto de segurança.

d. Ter disponíveis um estojo de primeiros socorros e extintor.

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e. Usar protetor auricular se o trator não dispuser de cabine acústica.

f. Ao ligar o trator em galpões, cuidar para abrir portas e janelas.

g. Antes de partir, verifique a ação dos freios; regule-os com freqüência.

h. Manter pedais, estribo e plataforma livres de barro, óleo e graxa.

i. Recusar terminantemente todo e qualquer pedido de “carona” no trator.

j. Usar a barra de tração para reboque e não o braço superior do hidráulico.

k. Ao interromper o trabalho, apóie o implemento no solo.

l. Evitar trafegar e operar próximo a valas, buracos e áreas perigosas.

m. Ao trafegar em rodovias, travar pedais de freio e usar placa de veículo lento.

n. Verificar se escapamento está em boas condições e sem vazamentos.

o. Retirar a chave da ignição quando o trator não estiver em uso.

Para maiores informações ver (ANEXO X). Há um conjunto de experiência que se registram em ANEXO XI e que podem servir para encorajar especialmente a motoristas e usuãrios para seguirem a risca as recomendações propostas neste manual e mais propriamente enos anexos acima indicados.

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BIBLIOGRAFIA

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2. COELHO, Pedro Neto. Micro e Pequenas Empresas: Manual de Procedimentos Contábeis/ coordenação Pedro Coelho Neto; revisão técnica Câmara Técnica. Brasília: CFC; Ed. SEBRAE, 1998.

3. CREPALDI, Silvio Aparecido. Contabilidade Rural: Sistema de informações para o produtor. RBC n 70 – 1989.

4. [DOC] Artigo Optimus_VECTIS.doc   - Optimus

Formato do arquivo: Microsoft Word - Ver em HTML www.ufrrj.br/agricola/...2008/.../Artigo%20Optimus _VECTIS.doc - Similares

5.. PCPR Projeto São José – PSJ Capital social das comunidades beneficiadas pelo programa de combate à pobreza rural. Ceará.

6. PCPR. PI. Projeto de Combate à Pobreza Rural. O caso dos  projetos   produtivos e de infraestrutura - Monografias.combr.monografias.com/trabalhos/ocaso/ocaso.shtml Teresina, 2.000

7. PCPR – Projeto de Combate à. Pobreza Rural. MOP- Manual de Operações. Unidade Técnica. Teresina.PI 2006.

8. [PDF] A Experiência do  PCPR   no Rio Grande do Norte  - 3 visitas - 20 maio- Ver em HTML (IICA). “Perfil de entrada”: características sócio-econômicas no espaço de atuação do. PCPR no Rio Grande do Norte. Natal, 1999 www. iica .org.br/.../Publ ica coes/Publ ica coes IICA / AExperienciaPCPR-IICA-RN.pdf - Similares

9. Revista de Economia e Sociologia Rural. Print version ISSN 0103- 2003.

Brasília Jan/Mar. 2005

10. SANTOS, G. J.; MARION, J. c.; SEGATT, S. Administração de Custos na Agropecuária . 3.ed. São Paulo: Atlas, 2002.

11. SCHLOSSER, J.F.; DEBIASI H.; PARCIANELLO G.; RAMBO L. Caracterização dos acidentes com tratores agrícolas. Ciência Rural, v.32, n.6,  Santa Maria, nov./dez. 2002.

12. VIANA DO COUTO. JOSÉ LUIZ Universdiade Federal do Rio de Janeiro. Departamento de Engenharia. Riscos de Acidentes com Tratores Agrícolas. Rio de Janeiro. 2007

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ANEXO I:

REGULAMENTO DE USO PARA PROJETOS PRODUTIVOS

MODELO GERAL

COMUNIDADE ..................................................

MUNICÍPIO ...................................................

TIPO DE PROJETO .............................................

Nº DE CONVÊNIO ..............................................

CLÁUSULA PRIMEIRA: DA FINALIDADE

Os equipamentos e objetos cujo uso fica definido pelo presente regulamento, financiados mediante projeto específico apresentado e aprovado junto ao Projeto de Combate à Pobreza Rural do Estado do Piauí, tem por finalidade atender as demandas dos pequenos produtores da sua área de atuação, proprietários ou não, proporcionando-lhes melhores condições para produzir, em níveis de qualidade compatíveis com as exigências do mercado consumidor.

CLÁUSULA SEGUNDA: DOS BENEFICIÁRIOS

Todos os produtores sediados na área de jurisdição desta entidade, sejam eles proprietários com área inferior a 100 ha, meieiros, parceiros, e arrendatários, têm direito à utilização deste "investimento comunitário", enquanto que integrem o público meta do Programa e cumpram as normas do Regulamento.

CLÁUSULA TERCEIRA: DOS CRITÉRIOS E DA FORMA DE UTILIZAÇÃO

Visando tornar mais racional a utilização dos equipamentos e bem assim compatibilizá-los com as necessidades dos produtores, sua utilização se regerá pelos seguintes critérios:

- Terão preferência de atendimento, por ordem de solicitação, os associados da organização dos produtores que estiverem "em dia" com suas obrigações na tesouraria e tenham participação efetiva nas reuniões e demais atividades comunitárias. Em segundo lugar os

produtores não associados da comunidade e em terceira ordem os pequenos produtores de outras comunidades, sempre que exista capacidade disponível para o atendimento e não comprometa o nível de atendimento dos primeiros;

Os produtores inscritos serão atendidos pela data da de solicitação do serviço ou pela localização (quando trata-se de equipamento agrícola), mas sempre dentro dos parâmetros previamente definidos, de comum acordo com a comunidade, para a gestão do investimento comunitário.

CLÁUSULA QUARTA: DO FUNDO PARA OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO

Tendo em vista os custos de operação e manutenção do investimento comunitário, que implica consumo de insumos (energia, combustível, mão de obra, outros) e a substituição de peças eventualmente danificadas ou desgastadas pelo uso, assim como a necessidade de

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assegurar condições para que os equipamentos possam ser substituídos ao término de sua vida útil, será cobrada uma taxa de utilização, estabelecida segundo critérios técnicos, que deverá ser definida como condição de efetividade para a liberação dos recursos do projeto.

CLÁUSULA QUINTA: DO RECOLHIMENTO E DO EMPREGO DA TAXA DE UTILIZAÇÃO

A taxa de utilização deverá ser recolhida pelo Tesoureiro da organização de produtores, ou por quem esta indicar, previamente ao início do serviço, de modo a evitar descumprimentos de obrigações que poderiam prejudicar o andamento do empreendimento. Sugere-se a aplicação de taxas diferenciadas segundo:

Tipo de Produtores Taxas Previstas

- produtores associados o mínimo valor estimado que atenda a operação, manutenção e reposição do equipamento

- produtores não associados da comunidade: 5 % a mais do valor cobrado aos associados;

- produtores de outras comunidades 10 % a mais do valor cobrado aos associados.

PARÁGRAFO PRIMEIRO - Os valores recolhidos pelos produtores, em dinheiro, serão depositados numa poupança ou conta remunerada da Organização, identificada pelo nome do projeto (Casa de farinha, Trator, outro), compondo um fundo rotativo destinado a cobrir os custos de combustíveis, lubrificantes, energia elétrica, salários ou outros insumos, de reparos e reposição de peças danificadas, de manutenção e conservação das instalações vinculadas ao equipamento e até mesmo, da substituição dos equipamentos utilizados.

PARÁGRAFO SEGUNDO - A taxa de utilização deverá ser recolhida em dinheiro, sendo que, excepcionalmente, não tendo o produtor outra alternativa, poderá pagar em produto. Nesta hipótese, o produtor assim atendido, se obriga à auxiliar a Organização dos produtores na comercialização da parcela recolhida, ficando estabelecido que depois de vendido o produto, deverá ser feito o ajuste necessário que assegure, no mínimo, o valor correspondente a taxa pré-estabelecida.

CLÁUSULA SEXTA: DA EQUIPE DE OPERAÇÃO

A Diretoria da Organização dos produtores deverá selecionar, com prioridade dentre os associados, uma pessoa que funcionará como operador e vigilante (tratorista, operador de máquina, etc.) do investimento comunitário, sendo que para essa seleção deverão ser levadas em conta suas habilidades para a função. Será também condição de efetividade para a liberação dos recursos do projeto, a apresentação de um compromisso de treinamento da firma fornecedora do equipamento, ou, caso não seja possível, de uma gestão comprovada frente a UT ou Conselho Municipal que possibilite a execução do treinamento.

PARÁGRAFO PRIMEIRO - Selecionado o operador, será privativo dele, após treinamento específico, o manuseio dos equipamentos, sendo vedado a qualquer outro associado poder

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fazê-lo. Para situações emergenciais, caso o titular operador não possa exercer sua função, será treinado um suplente que conjunturalmente poderá operar os equipamentos.

PARÁGRAFO SEGUNDO - A Diretoria fixará o percentual de remuneração a ser paga ao operador, diretamente por cada produtor atendido, por hora trabalhada ou segundo outro critério pré-fixado de comum acordo com os associados, que considere o trabalho efetivamente desenvolvido e a produtividade alcançada.

CLÁUSULA SÉTIMA: DA GESTÃO DO EMPREENDIMENTO COMUNITÁRIO

A Diretoria deverá selecionar uma pessoa, de preferência membro da Organização dos Produtores, que desenvolverá funções relacionadas com a administração e o gerenciamento do empreendimento comunitário, apoiando a Diretoria no planejamento, organização, direção e controle das atividades relacionadas com o uso e manejo dos equipamentos e os serviços fornecidos aos associados. O administrador poderá ser a mesma pessoa que opera os equipamentos, sendo que em empreendimentos mais complexos sugere-se que seja designado um responsável específico para essa função. Será condição de efetividade para o desenvolvimento do projeto apresentar um perfil do administrador que tenha capacidade para assumir a função ou ter realizado uma gestão frente à UT ou Conselho Municipal que comprove que a pessoa selecionada para a função seja treinada em contabilidade e administração.

PARÁGRAFO PRIMEIRO - Selecionado o administrador, será privativo dele, organizar e manter atualizados os registros contábeis, informar a Diretoria sobre o andamento do fundo rotativo, sobre a atualização da taxa de manutenção e operação e eventualmente sobre atividades derivadas da evolução do projeto que possam compreender operações e tarefas mais complexas (comercialização conjunta, compra conjunta de insumos, atividades comunitárias paralelas desenvolvidas pelos associados derivadas do empreendimento conjunto, etc.).

PARÁGRAFO SEGUNDO - A função do administrador poderá ser desenvolvida em tempo parcial, mas com uma frequência definida, segundo regulamento acordado conjuntamente pelos associados. A Diretoria, como forma de apoio para o desempenho dessa função, poderá recorrer a Prefeitura, a EMATER, ONG's ou outras instituições, ou contratar serviços fixando uma remuneração que deverá ser estabelecida com critérios técnicos, mostrando que não inviabilizará a sustentabilidade do projeto.

CLÁUSULA OITAVA: DAS ATRIBUIÇÕES E OBRIGAÇÕES DO OPERADOR

São atribuições e obrigações do operador:

- Operar diretamente os equipamentos, orientando-se pelas instruções do treinamento recebido e pelos próprios manuais dos fabricantes dos equipamentos;

- Fazer a manutenção preventiva e corretiva dos equipamentos, com a regularidade recomendada pelos manuais técnicos;

- Atender bem aos usuários do investimento comunitário por ele operado, observando rigorosamente a escala de ordem e prioridade de atendimento estabelecida pelo Regulamento;

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- Registrar ao término de cada serviço efetuado e a cada dia de trabalho, em impresso próprio, o resultado do seu serviço (produção de farinha, de fubá, área irrigada, ha de terra trabalhada, etc.), indicando-a por produtor atendido.

- Manter sempre limpos e em boas condições de conservação os bens e equipamentos por ele operados, comunicando imediatamente à Diretoria qualquer problema surgido que possa afetar o normal desempenho dos serviços prestados;

- Receber de cada associado a taxa que lhe corresponder pelo uso do serviço ou informar a quem seja responsabilizado pela Diretoria para exercer essa função.

CLÁUSULA NONA: DOS DIREITOS E OBRIGAÇÕES DOS USUÁRIOS

São direitos/obrigações dos usuários:

- Fornecer a mão de obra adicional necessária para o desenvolvimento do serviço recebido, enquanto durar o atendimento ao seu requerimento;

- Participar nas reuniões e ou assembléias da entidade e propor à Diretoria assuntos e questões relativas ao andamento e melhoramento do empreendimento;

- Pagar a taxa de utilização dos equipamentos em tempo e forma, segundo estabelecido no Regulamento;

- Respeitar a escala de utilização definida pelo Regulamento;

- Cumprir e auxiliar à Diretoria na aplicação e cumprimento deste Regulamento.

CLÁUSULA DÉCIMA: ALTERAÇÕES E AJUSTES AO REGULAMENTO ESPECÍFICO

Para realizar alterações e ajustes ao regulamento especificamente datado a este projeto, deverá se convocar uma Assembléia Geral, a qual resolverá por maioria simples de votos, ou seja, cinqüenta por cento mais um dos votos dos associados presentes, sendo exigido um quorum mínimo para a instalação da Assembléia, de pelos menos cinqüenta por cento dos associados em dia com a entidade. Definidas as alterações propostas, a Diretoria deverá encaminhar as mudanças propostas para análise à UT, a qual deverá homologar ou sugerir novos ajustes. Enquanto o Projeto de Combate à Pobreza Rural encontre-se em execução, os ajustes a este regulamento deverão ser feitos e informados a UT.

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CLÁUSULA DÉCIMA PRIMEIRA: DA APROVAÇÃO E DA VIGÊNCIA

Este Regulamento aprovado pela Assembléia Geral da .........................................................., realizada em ....../.../...., entra em vigor imediatamente, devendo ser cumprida por todos os associados da entidade.

Local e data da realização da Assembléia

Assinatura dos produtores presentes

...................................... ......................................

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ANEXO II

MANUAL DA COMISSÃO DE ACOMPANHAMENTODO SUBPROJETO

APRESENTAÇÃO

Em cada comunidade que tiver subprojetos aprovados pela UT, deve ser formado uma “COMISSÃO DE ACOMPANHAMENTO” que terá como finalidade acompanhar a execução do subprojeto.

Neste Manual estão as orientações necessárias para a formação e funcionamento do Comissão de Acompanhamento.

1. O QUE É A COMISSÃO

Comissão de Acompanhamento são comissões que devem ser formadas em cada comunidade beneficiada pelo Projeto com o objetivo de acompanhar e fiscalizar a execução do subprojeto em sua comunidade. Para cada subprojeto da comunidade deverá ser criado um Comissão de Acompanhamento.

Acompanhar a execução significa fiscalizar o andamento das obras e serviços de cada subprojeto, verificando se eles estão sendo realizados conforme o que está programado no convênio em relação ao prazo, custo e qualidade.

2. QUEM PARTICIPA DA COMISSÃO

A Comissão será formado por três membros, sendo: um Representante do Conselho Municipal, um Representante da Comunidade e um Representante da Associação Comunitária bneficiada.

3. COMO SERÁ A ESCOLHA DAS PESSOAS DA COMISSÃO

A Comissão deverá inicialmente ser instalado mediante a indicação dos membros ocorrendo de preferência em reunião ordinária do Conselho Municipal

Os participantes da Comissão devem ser eleitos em reunião que tenha a presença do maior número de pessoas da comunidade que vão ser beneficiadas pelo subprojeto.

Essa reunião deve ser realizada pelo Conselho Municipal, que avisará, com antecedência, o horário e o assunto, para que todos possam participar.

No momento de escolher as pessoas, é bom lembrar que é importante ter na Comissão pessoas com alguma experiência ou conhecimento nos serviços e obras que serão realizadas na comunidade.

A reunião deve ser registrada em um documento chamado “Ata de Criação da Comissão de Acompanhamento”. No final desta cartilha tem um modelo da Ata.

4. COMO DEVE SER FEITO O ACOMPANHAMENTO

Depois que estiver formado, A Comissão deve começar seu trabalho de acompanhamento e fiscalização, conforme as seguintes orientações:

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1ª Reunir com o representante credenciado e ou Conselho Municipal para conhecer detalhes do subprojeto, isto é: o tipo de obra que vai ser realizada: os tipos de matérias e a quantidade que vai ser comprada; quanto tempo levará para o subprojeto ficar pronto; quanto vai custar e a quantas famílias o subprojeto vai beneficiar;

2ª Ler o Convênio que foi assinado com a UT/ASSOCIAÇÃO COMUNITARIA para se informar sobre as responsabilidades de cada entidade envolvida na execução do subprojeto;

3ª Comparecer no local da obra, no 1º dia de construção, para se apresentar às pessoas que vão realizar o serviço. Neste primeiro dia, a Comissão deve anotar na “Ficha de Acompanhamento”, a data de início das obras e o nome dos responsáveis por ela. No final desta cartilha, tem o modelo da ficha que será fornecida pela UT/COORDENAÇÕES REGIONAIS, Conselho Municipal, e/ou outros parceiros.

4ª Visitar a obra uma vez por semana, para observar o seguinte: - se o serviço está sendo feito conforme o que foi programado; - se o material usado é de boa qualidade; - se o dinheiro que foi gasto está de acordo com o serviço que foi feito;

5ª Depois de cada visita, anotar na “Ficha de Acompanhamento” o que foi observado em cada subprojeto, para apresentar a equipe da UT, Coordenação Regional e/ou outros parceiros quando da visita à área.

6ª A cada visita da Comissão de Acompanhamento deve ser preenchida uma nova ficha;

7ª Acompanhar a equipe técnica da UT/COORDENAÇÕES REGIONAIS, Conselhos Municipais e/ou outros parceiros nas visitas mensais que elas fizerem aos subprojetos. Durante essa visita, a Comissão apresentará as “Fichas de Acompanhamento” aos técnicos e discutir com eles sobre o andamento dos serviços.

8ª Informar imediatamente à UT/COORDENAÇÕES REGIONAIS qualquer problema ou irregularidade que observar em algum subprojeto, através do Telefone: 221-2216

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ANEXO IIIATA DE CRIAÇÃO DA COMISSÃO DE ACOMPANHAMENTO

Aos (____________), dias do mês de_______________ do ano de ____________________________________________, às ______, horas, na sede da Associação ________________________________________________, situada na localidade de ___________________________, município de ___________________, reuniram-se os representantes da comunidade de _________________________ para eleger os integrantes do Comissão de Acompanhamento, com a finalidade de acompanhar e fiscalizar as obras e serviços a serem executados nesta comunidade, (conforme Convênio Nº _______/____), através do PCPR, bem como assumir, conjuntamente com a UT/COORDENAÇÕES REGIONAIS e/ou outros parceiros a responsabilidade de atestarem o andamento e conclusão das obras e serviços. Para secretariar os trabalhos foi indicado o Sr.(a) _____________________________________________, que ficou responsável pela lavratura desta Ata. Para composição do Comissão foram eleitos os seguintes membros, ____________________________________, ________________________________ e __________________________________, que na oportunidade comprometeram-se cumprir com todas as funções que são inerentes a referidA COMISSÃO, principalmente no bom desempenho do subprojeto. E por estarem de acordo com os termos da presente ATA, a mesma é assinada pelos membros eleitos Da COMISSÃO. Encerrada a reunião, lavrou-se a presente ATA, que vai por mim assinada e todos os representantes.

______________________________________________________________Assinatura do Secretário

______________________________________________________________Assinatura do Representante do Conselho Municipal no Comitê

_______________________________________________________________Assinatura do Representante da Associação no Comitê

_______________________________________________________________Assinatura do Representante da Comunidade no Comitê

Nota:Cópia da presente ATA deverá ser encaminhada a Unidade Técnica do Projeto,

num prazo de 15 dias após assinatura do Convênio.

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ANEXO IVFICHA DE ACOMPANHAMENTO DE SUBPROJETO

Município: _____________________ Localidade: ___________________________Associação Beneficiada: _________________________________________________Convênio Nº: _________/_____Objetivo:_____________________________________________________________Subprojeto (Natureza/ Tipo): Infra Estrutura Produtivo Social 1. Verificar se foi colocada a placa indicativa do Projeto, contendo: (nome, município, valor e as fontes de financiamento). SIM NÃO

2. Quando foi iniciada a obra: Data _____/_____/______Quais os problemas encontrados?

______________________________________________________________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________

Quais as providências adotadas? __________________________________________________________________________________________________________________________________ _____________

3. Solicitar ao tesoureiro da Associação, o extrato bancário e a relação das despesas realizadas e conferi-las com as aquisições feitas:

Quais os problemas encontrados? ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________Quais as providências adotadas? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

____/_____/______ _______________________________

Data Assinatura do Representante do Comitê

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ANEXO V

REGULAMENTO DE GESTÃO E USO DA MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA

CAPÍTULO I – PLANEJAMENTO PARA USO DO TRATOR

Art. 01 – A associação disporá de um trator agrícola e seus implementos adquiridos através de um subprojeto financiado pelo PCPR II Fase II;

Art. 02 – A existência de um trator agrícola com seus implementos significa melhor preparo da terra, possibilidade de maior produtividade e, sobretudo da melhoria na produção;

Art. 03 – A manutenção de primeiro e segundo escalões será realizada na conformidade do manual do operador, do qual serão extraídos dados numéricos, nominais e cronológicos, que em conjunto constarão de um quadro de manutenção preventiva a ser fixado no interior da garagem ou galpão e em locais visíveis;

Art. 04 – O trator será auto-sustentável através da taxa cobrada sobre serviço prestado, cuja magnitude será calculada pelo instrutor que fará a entrega técnica (Capacitação em operação e manutenção do referido bem);

Art. 05 – O trator somente poderá ser operado pôr pessoa habilitada e credenciada pelo técnico responsável pela entrega técnica;

CAPÍTULO II – DO EMPREGO DO TRATOR

Art. 06 – O trator será empregado em tarefas específicas, como aração, gradagem e transporte de produtos agrícolas, tudo dentro do limite de sua potência, conforme consta no manual do operador;

Art. 07 – O trator será utilizado exclusivamente para benefício da terra dentro da especificação recomendada e também de seus implementos;

Art. 08 – É vedado sob qualquer pretexto o uso do trator e seus implementos para fins não agricultáveis;

§ 1º - Em terreno acidentados ou esburacados, estes serão previamente corrigidos para receber o trator;

§ 2º-O trator não será empregado em terrenos lamacentos, pedregosos ou com tocos;

§ 3 – O trator só poderá se deslocar para a região escolhida se esta tiver serviço de no mínimo 10 horas.

Art. 09 – É vedado o uso do trator à noite quando estiver fora do calendário de plantio.

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CAPÍTULO III – DA DIRETORIA

Art. 10 – Compete a Diretoria da Associação Gestora e o Comitê Gestor

a. Empenhar-se para que o trator seja empregado de acordo com o presente Regulamento;

b. Exercer constante e acurada fiscalização sobre os trabalhos do tratorista;

c. Verificar as condições do trator antes de sair para o cumprimento de tarefas e tão logo tenha sido recolhido à garagem ou galpão;

d. Manter pequeno estoque de combustível e lubrificante, bem como de componentes que apresentarem maior desgaste como pneus, câmaras de ar, elementos filtrantes, discos de freios, etc.;

e. Proceder as inspeções no mínimo semanais no trator e implementos, quando serão cobradas além dos itens constantes do quadro de manutenção previstas as condições de uso e o estado de conservação;

f. Elaboração de ficha de serviço que constituirá em um documento escrito para autorização de saída do trator e que conterá espaços em branco para registro de:

Nome de quem autoriza a saída do trator;

Nome do tratorista;

Hora de saída da garagem e ou galpão e de chegada ao local de trabalho,

- de saída do local de trabalho e de chegada à garagem ou galpão;

Níveis de óleo do motor e do sistema hidráulico, pressão dos pneus, combustível, condições gerais externas, etc.;

Deverá haver espaços, se possível, no verso da ficha de serviço para que se possa anotar quaisquer observações ou ocorrência havida durante a operação;

g. Elaborar o quadro de manutenção prevista de que trata o Art. 05 deste Estatuto e mandar fixá-las no interior da garagem ou galpão e também em local facilmente visível;

h. Providenciar para que o trator e nenhum de seus implementos pernoite ao relento;

i. Reconhecer a taxa cobrada sobre o serviço prestado e providenciar seu depósito em conta separada;

j. Nunca utilizar os recursos provenientes da taxa de que trata o inciso anterior para fins que não os do próprio trator;

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CAPÍTULO IV – DO TRATORISTA

Art. 11 – Compete ao Tratorista:

a. Zelar pelo trator e empenhar-se para nunca conduzi-lo pôr terreno impróprio ou operá-lo em áreas fora dos padrões estabelecidos neste regulamento;

b. Não se descuidar do painel de controle, a fim de detectar possíveis informações previstas;

c. Não executar serviços desautorizados ou fora da escala de prioridade;

d. Informar a diretoria qualquer ocorrência com o trator e seus implementos, ou ainda, que tenham envolvimento com o adequado desempenho do trator;

e. Nunca fazer manobras precipitadas ou em locais perigosos;

§. É proibido ao tratorista durante o horário de trabalho ingerir bebida alcoólica ou quaisquer tipo de droga.

$. Ser precavido e cuidadoso ao dirigir o trator pôr estrada e durante seu emprego a terra;

f. Preencher correta e legivelmente a ficha de serviço na parte que lhe diz respeito antes de sair da garagem ou do galpão e antes de iniciar os trabalhos na terra, ao término de oito horas e após guardar o trator na garagem ou galpão;

g. Apresentar sugestões para um melhor aproveitamento da máquina e seus implementos como também prolongar a sua vida útil;

h. No espaço de observações existente na ficha de serviço, registrar ocorrência para as quais não haja espaço ali reservado;

i. Antes de começar os trabalhos inspecionar cuidadosamente a área a ser trabalhada a fim de constatar a sua adequabilidade ao emprego do trator;

j. Nunca e em hipótese alguma empregar o trator sob lages ou pedras;

Cuidar para que ninguém além do tratorista seja transportado no trator, fato que segundo o manual do operador é terminantemente proibido.

&. CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO - CAPÍTULO XIV - DA HABILITAÇÃO. Art. 144. O trator de roda, o trator de esteira, o trator misto ou o equipamento automotor destinado à movimentação de cargas ou execução de trabalho agrícola, de terraplenagem, de construção ou de pavimentação só podem ser conduzidos na via pública por condutor habilitado nas categorias C, D ou E. Uma via pública é um meio de acesso terrestre. Pode ser urbana (localizada dentro de uma cidade) ou rural.

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CAPÍTULO V – DO ATENDIMENTO

Art. 12 – A utilização do trator é precedida pela inscrição do sócio, a fim de que a diretoria possa preparar a escala de atendimento;

Art. 13 – Para organização da escala de atendimento, considerar-se-á:

a. A localização da área em ordem de afastamento da sede social;

b. Em igualdade de condições no que tange ao inciso anterior, prevalece a ordem de inscrição (inscrição, tipo de terra, distância da sede, Nº de famílias e outros);

c. Para os não sócios serão obedecido os mesmos critérios estabelecidos no inciso I e II deste artigo;

d. É vedado o uso do trator em tarefas antieconômicas, isto é, cuja despesa (óleo, combustível, pneus e depreciação em geral) seja maior que a receita.

CAPÍTULO VI – DO LOJISTA OU RESPONSÁVEL PELA ÁREA A SER TRABALHADA

Art. 14 – Cabe ao lojista ou responsável pela área a ser trabalhada:

a. Preparar a terra, retirando tocos, garranchos, pedras soltas e pedregulhos bem assim corrigindo acidentes que possam comprometer a eficiência do trator como buracos;

b. Colocar indicadores visíveis assinalando o local onde lages ou pedras não são removíveis, no intuito de orientar o tratorista;

c. Fiscalizar os trabalhos do tratorista, principalmente no que se refere às anotações na ficha de serviços sobre o horário de início e término da operação;

d. Fornecer todas as informações solicitadas pelo tratorista com referência ao melhor aproveitamento do trator.

CAPÍTULO VII – DAS REUNIÕES

Art. 15 – A reunião é o único instrumento de deliberação para os assuntos de competência do Comitê Gestor do subprojeto de trator e implementos agrícolas;

§. O Comitê Gestor reuniar-se-á ordinariamente a cada quinze dias ou extraordinariamente sempre que as necessidades das comunidades o exigirem e por convocação de no mínimo dois terços de seus membros;

§ Nenhuma decisão em matéria de competência do Comitê Gestor poderá ser tomada isoladamente por membro algum do Comitê.

§ A convocação da reunião é feita através de ofício a seus membros ou utilizando de veículo de comunicação pelo presidente da Associação conveniada.

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§ Todas as reuniões realizadas pelo Comitê Gestor deverão ser registradas no livro de Ata da Associação convenente, específico do Comitê Gestor.

CAPÍTULO VIII – DAS SANÇÕES

Art. 16 – O membro que, de alguma forma, infringir as disposições deste Regulamento Gestor ou normas fica sujeito às seguintes sanções:

a. Advertência presencial em caráter reservado, se repetir as mesma ocorrência será automaticamente substituído por outro operador desde que este esteja adequadamente capacitado;

b. O representante que faltar três reuniões consecutivas automaticamente será afastado e o Comitê elegerá um outro representante.

CAPÍTULO DA IX - DA VIGÊNCIA

Art.–17 O Comitê terá vigência enquanto os equipamentos estiverem em condições seguras de funcionamento sem colocar em risco o operador do trator. Após um ano da gestão do subprojeto deverá ser feita uma avaliação pelo PCPR II Fase II / Coordenador Regional, Conselho Municipal do PCPR II Fase II e Comitê Gestor para adequar algumas dificuldades que por ventura venha surgir e ou ainda, poderá ser realizada uma supervisão técnica trimestral ou quando solicitada pelos beneficiários.

CAPÍTULO X – DA OPERAÇÃO DO EQUIPAMENTO

Art. 18 – A operação das máquinas e equipamentos contará com a assistência técnica da firma vendedora, durante o prazo de garantia estabelecido no contrato de compra por 1 (um) ano (se for defeito de peças, caso seja falha operacional fica por conta do tratorista);

$. A Associação gestora e o Comitê Gestor e de Acompanhamento deverão selecionar prioritariamente dentre os associados/ Município dois operadores que serão responsáveis alternativamente no turno respectivo, pela guarda, operação e manutenção dos equipamentos;

§ A seleção dos operadores levará em conta critérios de habilidade para função, e compromisso e responsabilidade de aceitar participar das atividades de assistência técnica e capacitações oferecidas;

§ A Associação Gestora, o CGA e representantes do Conselho Municipal do PCPR II e Coordenação Regional, definirão o valor do pagamento do operador por hora trabalhada ou outra forma, com homologação dos mesmos.

§ Os danos causados por uso indevido do equipamento, uma vez determinada às responsabilidades, serão cobradas dos operadores responsáveis.

CAPÍTULO XI – DA FORMAÇÃO DO COMITÊ GESTOR DO PROJETO

Art. 19 - O Comitê Gestor e Acompanhamento – CGA estarão integrados por 2 (dois) membros da Associação gestora que será o Presidente e Tesoureiro , 3 (três) representantes do Conselho Municipal do PCPR II Fase II e 2 (dois) representantes de Associações do município que demonstrarem capacidade de resolutividade e experiência

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exitosa de Gestão Associativa que terão a função de planejar, executar, fiscalizar e avaliar as atividades desenvolvidas pelo tratorista conforme reza no Capitulo X do Regulamento e Gestão do uso da Mecanização Agrícola.

Art - 20 Participarão como assessores e supervisores no Comitê Gestor e Acompanhamento o Coordenador e Supervisor Regional do PCPR nos municípios pertencentes a cada regional.

CAPÍTULO XII - DA APROVAÇÃO e VIGÊNCIA

Este regulamento aprovado em assembléia geral dos sócios, Comitê Gestor e representantes do Conselho Municipal do PCPR II Fase II _______________________________________ _____________________________________________________________________________ realizada em ___/___/____ entra em vigor imediatamente, devendo ser comprido por todos os associados e usuários.

Município, (dia), (mês) de 2009.

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ANEXO VI

SISTEMA DE CUSTOS E CONTROLE ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO

I. CUSTEIO TIPOS E CARACTERISTICAS

1. Definição de Custos.

Custos são todos os gastos no processo de produção, tais como : mão-de-obra, energia elétrica, desgaste das máquinas e sacaria. A seguir Outros Conceitos Importantes Receita: Corresponde a venda da mercadoria ou prestação de serviços. Gasto: É todo o sacrifício para aquisição de um bem ou serviço, na compra de

um trator Perda: É um gasto involuntário, anormal, extraordinário. Ex.: incêndios,

geadas, secas, entre outros. Ganho: É um ganho que não está relacionado com a atividade do produtor.

Ex.: juros de dinheiro aplicado na poupança, venda de um pedaço de terra por um volume maior do que o comprado.

2. Sistema de Custos:

O sistema de custos é um controle feito sobre a produção, para saber quanto de lucro a atividade está dando. É importante para saber qual a atividade dá mais lucro e qual atividade dá menos lucro; saber de acordo com o preço do produto no mercado, se posso vender, ou se devo esperar mais e para o governo poder praticar política de preços mínimos, entre outras.

3. Classificação dos Custos Quanto a Natureza da Seguinte Forma:

Materiais ou insumos – materiais necessários ao processo de obtenção do produto desejado. Ex.: fertilizantes, sementes, mudas, rações, medicamentos, etc.

Mão-de-obra direta – salários, encargos sociais, e benefícios do pessoal empregado diretamente na produção. Ex.: tratorista, bóia-fria, etc.;

Mão-de-obra indireta – salários, encargos sociais e benefícios do pessoal empregado indiretamente na produção. Ex.: técnico agrícola, engenheiro agrônomo, auxiliar de escritório, etc.;

Manutenção de máquinas e equipamentos – gastos com peças e serviços de reparos de tratores e outras máquinas e equipamentos da propriedade rural, utilizados na produção;

Depreciação de máquinas e equipamentos – parcela correspondente à taxa de depreciação pelo uso das mesmas máquinas e equipamentos.

Combustíveis e lubrificantes – utilizados pelas máquinas de produção agropecuária, como os tratores .

4. Classificação dos Custos Quanto a Identificação Material com o Produto.

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Custos diretos – são aqueles utilizados diretamente na produção. Ex.: horas de mão-de-obra, quilos de semente, gastos com funcionamento e manutenção de tratores.;

Custos indiretos – são aqueles necessários à produção de mais de um produto, e que são divididos entre esses produtos. Ex.: salários dos técnicos, materiais e produtos de alimentação, higiene e limpeza .

5. Classificação dos Custos Quanto a Variação Quantitativa.

Custos variáveis – são aqueles que variam de acordo com a quantidade produzida. Ex.: mão-de-obra direta, materiais diretos (fertilizantes, sementes, rações).;

Custos fixos – são aqueles que não variam de acordo com a quantidade produzida. Ex.: depreciação de instalações, seguro de bens, salários de técnicos, etc..

6. Custos com Mão-de-Obra

O custo com mão-de-obra deve ser muito bem controlado, por se tratar, na maioria das pequenas propriedades rurais, de um custo muito alto.Principais tipos e funções de mão-de-obra direta: Trabalhador Rural – são os trabalhadores empregados na atividade agrícola

diretamente no campo. Ex.: Caseiro, Peão, Bóia-fria, etc.; Tratorista ou operador de máquinas – sua função é operar tratores, na gradação,

plantação, adubação, etc. Fiscal de Turma– é aquele que fiscaliza o trabalho de uma turma de

trabalhadores rurais em alguma atividade como capina. Ex.: Gato.

7. Composição do Custo com Mão-de-obra Direta.

É o valor total da mão-de-obra incluindo todos os impostos e previsões: Podemos observar que para encontrar o valor dos encargos sobre a folha, basta multiplicarmos o valor total da remuneração por 38,14%. Após apurado a quantidade de horas e o valor total das horas, basta fazermos um quadro de resumo dos custos com mão-de-obra, conforme abaixo :

II. SIMULAÇÃO COTAÇÃO DE PREÇOS E AVALIAÇÃO DE ESTOQUE

1. Custos com equipamentos.

Aparelhos ou instrumentos de trabalho que executam de forma direta as operações agrícolas. São as seguintes categorias: Tratores (leves e pesados), Colhedeiras, Motores, Conjuntos de irrigação, Implementos, Arados, Grades, Pulverizadores, Plantadeiras/adubadeiras, Carretas, etc. .Para se calcular o custo de equipamentos deve-se calcular separado para cada máquina ou implemento, devendo existir uma folha conforme abaixo para cada um :

2. Apuração de custos de materiais diretos

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Materiais são os insumos rurais produzidos ou adquiridos pela empresa a serem utilizados durante o ciclo produtivo: no cultivo das plantas e na criação de animais.

3. A finalidade da administração de estoques

A finalidade é determinar os limites de estoques mínimos, máximos e o ponto de pedido, para que o processo de produção não sofra interferências por falta de insumos ou peças de reposição de equipamentos.Custos de materiais diretos Administração de estoques. Exemplo: Estoque de matéria-prima X

Estoque máximo............................... 4 unidades Estoque mínimo................................. 1 unidade Consumo médio mensal.................... 1 unidade.

Perguntas que surgem: Qual é o ponto de pedido admitindo-se que o prazo médio de entrega seja

igual a um mês?. Quando o estoque atingir o nível de 2 unidades. Qual a quantidade a ser comprada?. A quantidade a ser comprada deverá ser

igual a 3 (três) unidades, por que quando ocorrer o recebimento do fornecedor, no prazo médio de um mês, o estoque estará no nível mínimo de 1 (uma) unidade, que com a compra de 3 (três) unidades voltará ao nível máximo de 4 (quatro) unidades.

2. Cotação de preço.

Dependendo do tipo de material e valor da compra é de suma importância que a cotação de preços seja feita pelo menos em três fornecedores, correlacionando sempre preço, prazo de pagamento e qualidade do material, antes de se efetuar a compra.

3. Avaliação de estoques

Os estoques representam dinheiro parado, por esse motivo deve-se ter um controle rigoroso do valor que se têm investido em estoque.O método de avaliação de estoques PEPS representa a abreviação de “o primeiro que entra é o primeiro que sai”; o material é custeado pelos preços mais antigos, permanecendo os mais recentes em estoque.

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Compras Utilização

Dia Quantidade kg

Preço unitário R$

Total R$

Quantidade Kg

05 1.000,00 1,00 1.000,00

10 2.000,00 1,50 3.000,00

15 - - - 2.100

20 1.500,00 2,00 3.000,00

25 - - - 1.000

Dia 15 – Matérias-primas utilizadas Dia 25 – Matérias-primas utilizadas

- 1.000 kg x R$ 1,00 = R$ 1.000,00 - 900 kg x R$ 1,50 = R$ 1.350,00 - 1.100 kg x R$ 1,50 = R$ 1.650,00 - 100 kg x R$ 2,50 = R$ 200,00 -------------- ------------- R$ 2.650,00 R$ 1.550,00

III. ANALISE ECONOMICA

1. Definição Custos com Depreciação

Depreciação é a perda de valor que um bem (trator, arado, grade, etc.) sofre à medida que ele vai sendo utilizado. Esse custo é muito alto e nunca deve ser deixado de lado. A seguir segue uma tabela de porcentagens de depreciação ao ano, conforme estimativa realizadas por diversas pessoas, tiradas do livro Contabilidade Rural, de José Carlos Marion:

2. Exercícios Depreciação

Essa técnica nos possibilita conhecer a real alocação dos custos variáveis na atividade, bem como mostrar as perspectivas de competição entre as diversas atividades da fazenda.

Preço de Venda .............................................R$ 220,00 (-) Custo e despesa variável...........................R$ 110,00 (=) Margem de contribuição..........................R$ 110,00

Isso significa que cada R$ 220 em vendas resulta numa margem que irá “contribuir” com R$ 500 para cobrir o total de custos fixos da empresa e, se possível, de acordo com o volume produzido e/ou vendido, também se deve proporcionar lucro.

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3. Calculo do Retorno sobre o investimento operacional (RIO):

Trata-se de um instrumento de grande utilidade para a criação de um esquema de análise e controle baseado em indicadores de gestão. Simplificando, esse instrumento mostra se a atividade está sendo rentável.

A fórmula básica do RIO pode ser representada pela seguinte expressão:

Retorno sobre o Investimento Operacional = Lucro Operacional/Investimento Giro do Investimento = Vendas/Investimento Lucratividade = Lucro/Vendas

Exemplo:

Receita Bruta Operacional ..................... R$ 1.000,00(-) custos e despesas ............................... R$ 900,00(=) Lucro Operacional ............................ R$ 100,00

Total dos investimentos ....................... R$ 500,00

a)Rotação do Investimento ....................... R$ 1.000,00 --------------- = 2 vezes R$ 500,00b) Lucratividade ........................................ R$ 100,00 ---------------- = 0,10 ou 10% R$ 1.000,00c) Retorno sobre o Investimento (RIO)... R$ 100,00 ---------------- = 0,20 ou 20%

R$ 500,00

IV. REGISTRO CONTAVEL

1. Livro Caixa e Balancete

O livro caixa serve para anotar a Receita (entrada do dinheiro) e a Despesa (Saída do dinheiro) efetuada cada dia durante cada mês.

O balancete é um documento que serve para anotar também a receita e a despesa por mês. A diferença entre o Livro Caixa e o Balancete é que as anotações no Livro Caixa são feitas por dia e no Balancete são feitas por mês.

O Livro Caixa é um relatório operacional, criado especialmente para auxiliar no fechamento diário de todas as operações financeiras de recebimentos e pagamentos da Associação.

Para um bom acompanhamento do seu dia-a-dia financeiro é preciso que você fique atento as despesas devem ser comprovadas com documento fiscal autêntico (nota fiscal, recibo com carimbo de CNPJ, nota de serviço e recibo), a fim de serem contabilizadas corretamente, de acordo com a legislação pertinente em vigor. Os cheques emitidos

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devem estar nominais à pessoa ou empresa que prestou o serviço/produto, (a partir de R$ 100,00) .

LIVRO CAIXA REFERENTE AO MÊS: JULHO/2009

RECEITA (Entrada de Dinheiro) DESPESA (Saída de Dinheiro)

DATA

ESPECIFICAÇÃO VALOR R$

ESPECIFICAÇÃO VALOR R$

01 Saldo do mês anterior 500,00

03 Manutenção do Motor 200,00

15 Serviços do Trator 300,00

22 Serviços do Trator 200,00

25 Pagamento de Combustível 120,00

27 Pagamento do Tratorista 185,00

30 Serviço do Trator 500,00

Total 1.500,00 505,00

Total Geral de Entradas R$ 1.500,00

Total Geral de Saídas R$ 505,00

Saldo do Mês seguinte: 995,00

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2. Exemplo de Fluxo do Disponível

Receitas/Gastos Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Total

1. Receitas

Saldo disponível 0,00 7.285,00 3.825,00 415,00 455,00 (5,00) 0,00

A receber 20.000,00 0,00 0,00 5.000,00 3.000,00 0,00 28.000,00

Subtotal 20.000,00 7.285,00 3.825,00 5.415,00 3.455,00 (5,00) 0,00

2. Gastos

Pessoal 1.450,00 1.450,00 1.450,00 1.450,00 1.450,00 1.450,00 8.700,00

Encargos sociais 610,00 610,00 610,00 610,00 610,00 610,00 3.660,00

Material didático 5.655,00 0,00 0,00 1.200,00 0,00 0,00 6.855,00

Material de consumo 3.500,00 500,00 450,00 600,00 500,00 0,00 5.550,00

Transporte 1.500,00 900,00 900,00 1.100,00 900,00 900,00 6.200,00

Subtotal 12.715,00 3.460,00 3.410,00 4.960,00 3.460,00 2.960,00 30.965,00

3.Saldo disponível ao final do mês (1-2) 7.285,00 3.825,00 415,00 455,00 (5,00) (2.965,00) (2.965,00)

47

3. Registro e cobrança da taxa de arrecadação por serviço de máquina e equipamentos

NOME DO TESOUREIRO: _________________________________________

Dia / Data Nome do Produtor N° de Horas Trabalhadas

Arrecadação R$

Assinatura do Presidente e Tesoureiro.

O Depósito poderá ser feito diariamente ou semanalmente.

Os Recursos Financeiros só poderá ser recebido pelo Presidente e ou Tesoureiro da Associação Gestora.

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4. Registro diário de operador de máquina

NOME DO OPERADOR: ____________________________________________

Dia / Data Nome do Produtor Comunidade Assistida

N° de Horas Trabalhadas

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ANEXO VII

PERFIL DE ASSOCIAÇÕES BENEFICIARIAS E CARACTERÍSTICAS DOS TRATORES AGRÍCOLAS

I. PERFIL E CRITERIOS DAS ASSOCIAÇÕES COMUNITÁRIAS

a) A associação deverá ter no mínimo 2 anos de constituição;

b) Tenha um nível de organização satisfatório, comprovadamente demonstrado através de uma boa gestão administrativa e financeira na condução de algum projeto comunitário;

c) Tenha no seu quadro de associados, pelo menos 20 proprietários de terras com áreas já destocadas, que reunidas totalizem 50 ha, cerca de 300 horas trator. Embora essa quantidade de área não seja capaz de viabilizar economicamente o empreendimento, que exige cerca de 800 horas/ano, a aquisição do trator agrícola servirá de incentivo para o aumento da área destocada da comunidade. Será uma garantia que o produtor será atendido na época certa do preparo do solo.

d) Já alugue tratores de particulares na exploração das suas atividades agrícolas;

e) Que a região ou área de atuação da entidade já tenha tradição na prática de mecanização agrícola, de forma que o trator não venha ficar ocioso com a exploração apenas dos 50 ha acima citados. Após atender a demanda da comunidade, possa ser alugado para terceiros a fim de atingir às 800 horas desejadas;

f) Exista na comunidade pessoas que possam ser habilitadas à operar o equipamento;

g) Preencher o Cadastro de Produtor Rural com informações sobre o associado;

h) O limite de financiamento será de $ 50.000,00 (Cinqüenta mil dólares). Poderá ser financiado conforme os seguintes kit´s de Máquinas Agrícolas:

II. KIT PADRÃO KIT PADRÃO PARA AQUISIÇÃO DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS

Kit 01 – Para Regiões com predominância de solos arenosos (Médios e Leves)

Qte. Descrição

01 Trator Agrícola potência de 75.0 CV – Tração 4x2, 4 cilindros, transmissão de 8 velocidades à frente e 2 a ré, sistema hidráulico 3º ponto

01 Grade Aradora mecânica de 14 discos de 26”

01 Carreta Agrícola 2 eixos 4 pneus, feixe de molas carroceria de madeira cap. 4 ton.

01 Batedeira de Cereais B-340.

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01 Guincho Agrícola cap. 600 kg.

Kit 02 – Para Regiões com predominância de solos argilosos (Pesados)

Qte. Descrição

01 Trator Agrícola potência de 75.0 CV – Tração 4x2, 4 cilindros, transmissão de 8 velocidades à frente e 2 a ré, sistema hidráulico 3º ponto

01 Arado fixo de 3 discos de 26”

01 Grade Niveladora de 24 discos de 20”

01 Carreta Agrícola 2 eixos 4 pneus, feixe de molas carroceria de madeira cap. 4 ton.

01 Batedeira de Cereais B-340.

01 Guincho Agrícola cap. 600 kg.

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ANEXO VIII

DADOS TECNICOS VIDA UTIL, CUSTOS DE MAQUINAS, EQUIVALENCIAS E CUSTOS DE MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS

(EXERCÍCIO PRACTICO COM CALCULO DE LUCRO PRESUMIDO)

Qualquer plano de mecanização agrícola de que se cogite, deve ser previamente organizado sob o ponto de vista econômico. A propriedade agrícola é uma empresa e assim sendo, deve gerar lucros e ser esplanada nacionalmente com o menor desgaste possível de seus recursos naturais.

Suponhamos que uma propriedade agrícola explore uma determinada cultura em área superior a 80 há, com boa produtividade, bom preço de mercado para seu produto, não havendo impedimento a motomecanização e o custo da mão de obra seja elevado na região, depois de analisar-se as viabilidades, decide-se que seja adquirido um trator agrícola médio para execução dos trabalhos de preparos do solo e cultivo.

Economicamente, se aceita como um bom índice de aproveitamento do trator uma média de 800 horas por ano tornando-se mais próximos de ótimo quando atingir às 1000 horas.

Estudos Dos Custos Principais

Antes de entrarmos nos estudos dos custos, devemos nos reportar a fatores que influenciam estes custos direta e indiretamente que são o rendimento a vida útil. Vamos entretanto nos deter com maiores detalhes ao último, visto que este influencia diretamente nos cálculos dos demais

Vida Útil

A vida útil de uma máquina consiste no número de horas que ela é capaz de trabalhar em condições econômicas. Cada máquina tem sua vida útil estimada ao fim da qual ela se torna obsoleta e, para tanto, ante-econômica. Infelizmente, no Brasil possuímos poucos estudos nesse sentido, o que dificulta a avaliação correta do custo operacional.

QUADRO SEGUNDO A SAE

VIDA ÚTIL E HORAS DE USO DA MÁQ. AGRÍC.MÁQUINA ANOS HORAS HORAS DE USO

TratorArado e gradeCultivadorCarretaCeifadeiraPlantadeirapulverizadores

15151215121510

12.0001.5002.5005.0002.0001.2001.000

800100208333167 80100

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QUADRO SEGUNDO O IRGA

VIDA ÚTIL E HORAS MÁQUINA ANOS

Arado (para trator)Grade de dentesGrade de discosRolosSemeadeiras:A lançoA lanço manualEm linhasSemeadeiras adubadeiras:Em linhaColhedeirasPulverizadorescarretas

8 a 108 a 109 a 815 a 20

5 a 61 a 27 a 10

6 a 88 a 108 a 1010 a 15

CUSTOS FIXOS:

São os gastos com os quais o agricultor, fazendeiro ou empresário tem de arcar em decorrência no investimento feito na aquisição do equipamento “maquinário”. Elas existem independentemente da máquina estar ou não trabalhando, referem-se a : Depreciação; Juros sobre o capital; Seguro; Abrigo.

DEPRECIAÇÃO :

Corresponde à parcela fixa a ser reembolsada anualmente e deve ao final da vida útil, somar o valor da aquisição. É encontrada dividindo o valor do equipamento pela sua vida útil em horas.

D = (V.eq.) / ( V.U/h.)

Onde D a depreciação; V. eq, o valor do equipamento e VU/h a vida útil em horas, teremos por exemplo: um trator de custo inicial igual a 80.000,00 e tendo vida útil igual à 15 anos ou 12.000 horas:

80.000,00 / 12.000 = 6,60 h ou D = 6,60 x 800.

Portanto D = 5.280,00/ano;

CUSTOS VARIÁVEIS :

Estas despesas só são efetuadas quando o maquinário está trabalhando e se referem a: Combustíveis; Lubrificantes; Reparos e manutenção; Salário do operador.

53

COMBUSTÍVEL

Existem várias maneiras de se conhecer o consumo horário de combustível bem como de se calcular o seu custo, passemos a analisá-los:

consultando-se as curvas de consumo específico do motor fornecido pelo fabricante (catálogos);

fazendo-se experiências práticas – completa-se o tanque e coloca a máquina em funcionamento, após algum tempo em horas, torna-se o complemento total de combustível colocado no tanque; isto feito divide-se a quantidade do combustível gasto ou reposto pelo tempo empregado, sendo resultado o consumo do combustível por hora.

Temos por exemplo: se o trator funcionou durante 3 horas seguidas ao iniciar estivesse com o tanque cheio, nestas 3 horas seriam consumidos 24 litros; logo, depois de uma hora de funcionamento, seria comportado o seguinte:

C = 24 L = 8L/h

3h

Transformando-se em real:

C = 8 x 2,00 = R$ 16,00/h se quiser saber hs ano tem R$ 16,00 x 800 = R$= 12.800,00/ano

LUBRIFICANTE:

O cálculo dos custos de lubrificantes é feito com base nos resultados de combustível. Toma-se 20% do total dos gastos com combustíveis:

20% de 12.800,00 nos fornecerá

12.800,00 x 20 = R$ 2.560,00/ano.

100

Por hora temos o seguinte:

Lub = 2.560 = R$ 3,20/h

800

REPARO E MANUTENÇÃO:

É a despesa variável que é calculada tornando-se por base o valor inicial da máquina, e que pode ser calculada da seguinte maneira:

R$ 8.000,00x10%= R$ = 8.000,00/ano

R$ 8.000 = /h

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800

Drep. man = R$ 8.000,00/ano:.

Drep. man = R$ 10,00/h.

SALÁRIO DO OPERADOR:

Calcula-se o salário do operador em base de vencimentos fixos acrescido das taxas das obrigações sociais.

Tomemos um exemplo que o operador terá uma retirada de R$ 500,00 mais que vai pagar INSS. Logo a empresa irá também contribuir com a taxa pré-estabelecida do FGTS que no momento é de 10%, então teremos:

20% de 500,00 = 100,00/mês, como o ano tem 12 meses, mais o décimo terceiro = 100,00 x 13 = R$ 1.300,00/ano, encargos sociais

Decorre que R$ 500,00 – salário do operador + R$100,00 encargos total R$ 600,00 /Mês.

Logo: R$ 600,00 x 13 = 7.800,00 por ano

Para calcularmos por hora, consideramos que o operador trabalhe de segunda a sexta, 8h por dia, perfazendo um total de 176horas/ mês, então:

600 =3,40/h

176

VALORES DA HORA DO TRATOR, JUNTAMENTE COM OS DEMAIS IMPLEMENTOS:

Trator e Arado: 39,20 + 9,00 = 48,20

Trator e Grade : 39,20 + 10,50 = 49,70

Trator e Plantadeira: 39,20 + 22,50 = 61,70

Trator e Pulverizador: 39,20 + 9,10 = 48,30

Trator e Carreta: 39,20 + 2,50 = 41,70

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CUSTO OPERACIONAL DO TRATOR COM LUCRO PRESUMIDO

CUSTO OPERACIONAL DO TRATOR

LUCRO PRESUMIDO DE:

20% 30% 40% 50% 60%

TOTAL

Trator e Arado 48,20 57,84 62,66 67,48 72,30 77,12

Trator e Grade 49,70 59,64 64,61 69,58 74,55 79,52

Trator e Plantadeira: 61,70 74,04 80,21 86,38 92,55 98,72

Trator e Pulverizador 48,30 57,96 62,79 67,62 72,45 77,28

Trator e Carreta: 41,70 50,04 54,21 58,38 62,55 66,72

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ANEXO IX

PRESTAÇÃO DE CONTAS EM ORGANISMOS DE INTERESSE SOCIAL

Uma das principais obrigações dos administradores das Entidades de Interesse Social é prestar contas, primeiramente, ao próprio órgão deliberativo da entidade, e, por fim, ao Poder Público por meio dos diversos órgãos governamentais, de acordo com a natureza jurídica, títulos e certificados que pleiteia ou possui.

Prestação de contas é o conjunto de documentos e informações disponibilizados pelos dirigentes das entidades aos órgãos interessados e autoridades, de forma a possibilitar a apreciação, conhecimento e julgamento das contas e da gestão dos administradores das entidades, segundo as competências de cada órgão e autoridade, na periodicidade estabelecida noestatuto social ou na lei.

1. Elementos que compõem as prestações de contas

Os elementos que compõem a prestação de contas são exigidos pelos órgãos interessados e autoridades, de acordo com os atos normativos que regem a entidade e a atuação de cada um deles. A extensão das exigências pode variar, mas, de um modo geral, os documentos einformações são semelhantes. O responsável pela prestação de contas deve observar quais são as exigências específicas de cada órgão, para que não encaminhe elementos aquém ou além do necessário.

A seguir são oferecidas algumas sugestões para instrução do processo de prestações de contas normalmente exigido.

1.1. Relatório de atividades

O relatório de atividades é um documento circunstanciado dos trabalhos desenvolvidos no período da gestão, acompanhado de elementos que comprovem a efetiva realização, de acordo com as finalidades estatutárias da entidade. Deve ser elaborado um relatório para cada período da gestão ou exercício financeiro, mesmo que o período da prestação de contas englobevários exercícios. O relatório deve ter uma linguagem acessível e conter elementos que possibilitem ao usuário verificar a atuação da entidade de acordo com seus fins estatutários. Deve-se mencionar, por exemplo, os programas realizados pela entidade, o número de pessoas beneficiadas, os meios utilizados para atingir as finalidades, como, por exemplo, os valoresgastos, o número de voluntários, etc. Relatórios demasiadamente analíticos devem ser evitados, a não ser que solicitados pelo órgão incumbido da análise. A concisão, porém, não deve prejudicar a visão sistêmica das atividades e os meios utilizados para alcançar os objetivos.

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1.2. Demonstrações contábeis

Normalmente, são exigidos o Balanço Patrimonial, Demonstração do Superávit ou Déficit do Exercício, Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos e a Demonstração das Mutações do Patrimônio Social. As Demonstrações Contábeis devem ser firmadas por contabilista habilitado pelo representante legal da entidade. Devem ainda ser elaboradas de acordo com os Princípios Fundamentais de Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicáveis à entidade e são obrigatórias para todas as Entidades de Interesse Social.

1.3. Informações bancárias

As informações bancárias podem ser exigidas em dois diferentes níveis. No primeiro nível, é exigida uma relação das contas bancárias da entidade, com identificação da instituição financeira, número da conta, tipo da conta indicando se os depósitos são em conta-corrente, conta de aplicação, poupança, etc. e agência. No segundo nível, são exigidas cópias de extratos bancários ou de documentos equivalentes emitidos pelas instituições financeiras, quecomprovem os saldos das contas bancárias (conta-corrente e aplicação), na data do encerramento do exercício, acompanhada de conciliação. Se houver pendência demonstrada na conciliação, o representante da entidade deve providenciar os esclarecimentos relativos a cada valor pendente e os esforços alocados para solucionar a pendência demonstrada. Em qualquer situação deve haver conciliação da conta mesmo que o saldo do extrato seja igual ao saldo do razão contábil.

1.4. Inventário patrimonial

O inventário patrimonial é uma relação de todos os bens patrimoniais móveis e imóveis, com identificação e características do bem, data e forma de incorporação ao patrimônio, localização e valor individual, de propriedade da entidade em seu poder e em poder de terceiros, bem como os bens de terceiros em poder da entidade. O total financeiro consignado nessa relação deve ser idêntico ao saldo do razão contábil dos bens do ativo permanente.

Os bens da entidade em poder de terceiros e os bens de terceiros em poder da entidade devem ser inventariados e relacionados à parte e devem ser escriturados em conta contábil específica.

1.5. Declaração de Informações Econômico-Fiscais da PessoaJurídica – DIPJ

A elaboração e entrega da Declaração de Informações Econômico- Fiscais da Pessoa Jurídica – DIPJ é obrigatória para todas as Entidades de Interesse Social. A inobservância dessa obrigação impõe restrições aos benefícios conquistados pela entidade, como a perda da imunidade ou da isenção, gerando passivo tributário e inviabilizando a continuidade da entidade. Na prestação de contas, devem estar apensadas todas fichas que compõem a DIPJ e o recibo de entrega.

58

1.6. Relação Anual de Informações Sociais – RAIS

Devem ser apensadas à prestação de contas a RAIS impressa e o recibo de entrega (mesmo que seja o recibo provisório). No caso de a entidade não ter empregado deve ser entregue a RAIS negativa.

1.7. Parecer do Conselho Fiscal

O cumprimento dessa exigência dependerá da estrutura administrativa da entidade, quanto à previsão ou não no estatuto da entidade. De qualquer forma, cabe ao órgão deliberativo máximo da entidade a aprovação final da prestação de contas no âmbito interno. Assim, a ata da reunião em que houver deliberação acerca da prestação de contas do órgão executivo poderá suprir a inexistência do parecer do Conselho Fiscal.

1.8. Parecer e relatório de auditoria independente

O exame de auditoria das contas das Entidades de Interesse Social, feito por auditores independentes, é uma exigência que pode ser feita pelo Poder Público, por aportadores de recursos ou estar prevista no estatuto da entidade. Por exigência de quaisquer dos interessados citados, deve a auditoria ser feita por auditor independente, contador regularmente registrado noconselho regional de sua jurisdição, cujo relatório e parecer circunstanciado devem acompanhar a prestação de contas, contendo as recomendações que forem julgadas oportunas e necessárias, especialmente, em relação aos controles internos.

1.9. Cópia de convênio, contrato e termo de parceria

Devem ser relacionados e apensados cópias de convênios, contratos e termos de parceria realizados com órgãos públicos ou privados, acompanhados, quando for o caso, de parecer ou documento equivalente do órgão responsável pela fiscalização. Assim, o responsável deverá enviar cópia de quaisquer desses instrumentos celebrados, com vigência durante o período da prestação de contas, com órgãos públicos ou privados, concluído ou em andamento. Se houver parecer do órgão repassador de recursos acerca da prestação de contas, uma cópia deverá ser a esta anexada.

2. Órgãos que exigem prestações de contas

2.1. Ministério Público

O Código Civil atribui ao Ministério Público o velamento das fundações de direito privado, conforme disposto no art. 66, já citado em capítulo anterior. As associações sujeitam-se à fiscalização do Ministério Público, visto que cabe a este intervir nos casos de abuso da personalidade jurídica (art. 50 do Código Civil). Incumbe, ainda, expressamente, ao Ministério Público:

a) requerer a dissolução de entidade de fins assistenciais que receba auxílio ou subvenção do Poder Público ou que se mantenha, no todo ou em parte, com contribuições periódicas de populares, que deixe de desempenhar suas atividades assistenciais, que aplique os recursos recebidos em finalidades

59

diversas das previstas em estatuto ou que fique sem efetiva administração (Decreto-Lei n° 41, de 18/ 11/1966);

b) requerer a cassação do Título de Utilidade Pública Federal (art. 5° da Lei n° 91, de 28/8/1935);

c) fiscalizar as entidades de atendimento a crianças e adolescentes inscritas no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (art. 95 da Lei n° 8.069, de 13/7/1990);

d) requerer a perda da qualificação das entidades qualificadas como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público – OSCIPs, principalmente nos casos de erro ou fraude (arts. 7° e 8° da Lei n° 9.790, de 23/3/1999, e art. 4° do Decreto n° 3.100, de 30/7/1999).

Portanto, ao Ministério Público cabe fiscalizar a prestação de contas das associações qualificadas como Entidade de Interesse Social. O velamento das fundações e a fiscalização das associações são realizados de acordo com atos normativos dos ministérios públicos dos estados e do Distrito Federal.

Em função da independência de cada Ministério Público, pode haver diferentes exigências, devendo os gestores e os contabilistas se informar no órgão do Ministério Público incumbido do exame da prestação de contas.

2.2. Ministério da Justiça

A prestação de contas é devida ao Ministério da Justiça pelas entidades que possuem o título de Utilidade Pública Federal. De acordo com o art. 4° da Lei n° 91, de 28/8/1935, as entidades declaradas de utilidade pública ficam obrigadas a apresentar, anualmente, relação circunstanciada dos serviços que houver prestado à coletividade.

O art. 5° do Decreto n° 50.517, de 2/5/1961, que regulamenta a referida lei, é mais específico ao exigir, para aquelas entidades, a apresentação, até o dia 30 de abril de cada ano, ao Ministério da Justiça, de relatório circunstanciado dos serviços que foram prestados à coletividade no ano anterior, devidamente acompanhado da demonstração de receitas e despesas realizadas no período, ainda que não tenham sido subvencionadas.

Em suma, até o dia 30 de abril de cada ano, as entidades que possuem o título de Utilidade Pública Federal deverão apresentar ao Ministério da Justiça, referentes ao ano anterior:

a) relatório circunstanciado de atividades;

b) demonstração do déficit ou superávit do exercício. A entidade que deixar de apresentar a documentação acima, durante três anos consecutivos, terá cassada a declaração de utilidade pública.

2.3. Instituto Nacional do Seguro Social – INSS

De acordo com o art. 209 do Decreto n° 3.048, de 6/5/1999, a entidade que for beneficiada com a isenção da contribuição patronal é obrigada a apresentar, anualmente, até o dia 30 de abril, relatório circunstanciado de suas atividades no exercício anterior, contendo as seguintes informações e documentos:

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a) localização da sede da entidade;b) nome e qualificação completa dos dirigentes;c) relação dos estabelecimentos e obras de construção civil, identificados pelos

respectivos números de CNPJ ou do cadastro específico do INSS;d) descrição pormenorizada dos serviços assistenciais, de educação ou de saúde,

prestados a pessoas carentes, em especial a crianças, adolescentes, idosos e portadores de deficiência, mencionando a quantidade de atendimentos e os respectivos custos, para o caso das entidades beneficentes de assistência social;

e) demonstrativo mensal por atividade, no qual conste a quantidade de atendimentos gratuitos oferecidos a pessoas carentes, o valor efetivo total das vagas cedidas, a receita proveniente dos atendimentos prestados ao Sistema Único de Saúde (SUS), o valor da receita bruta da contribuição social devida, o percentual e o valor da isenção usufruída, para o caso das entidades sem fins lucrativos que exercem atividade educacional nos termos da Lei n° 9.394, de 20/12/1996, ou que atendam ao SUS; resumo de informações de assistência social.

2.4. Conselho Nacional de Assistência Social – CNASA prestação de contas ao CNAS ocorre no momento em que é solicitada a concessão ou renovação do Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social – CEBAS, nos termos do Decreto n° 2.536, de 6 de abril de 1998. De acordo com o referido decreto, a entidade deverá apresentar ao CNAS, além do relatório de execução de plano de trabalho aprovado, as seguintes demonstrações contábeis, relativas aos três últimos exercícios:

a) balanço patrimonial;b) demonstração do déficit ou superávit;c) demonstração de mutações do patrimônio social;d) demonstração das origens e aplicações de recursos;e) notas explicativas, evidenciando o resumo das principais práticas contábeis e os

critérios de apuração do total das receitas, despesas, gratuidades, doações, subvenções e aplicações de recursos, bem como a mensuração dos gastos e despesas relacionados com a atividade assistencial, especialmente daqueles necessários à comprovação do percentual mínimo de gratuidades;

f) evidenciação das contribuições previdenciárias devidas, como se a entidade não gozasse de imunidade ou isenção.

As entidades cujas receitas brutas de cada um dos três exercícios em análise excedam R$ 1.200.000,00 devem submeter suas contas à auditoria independente. Quando a receita de qualquer um dos três exercícios ultrapassar R$ 2.400.000,00, a auditoria deverá ser realizada por auditores registrados na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

2.5. Órgãos que celebram termos de parceria com OSCIPs

Para as entidades qualificadas como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público – OSCIPs, a Lei n° 9.790, de 23/3/1999 determina que as normas para prestações de contas a serem observadas pela entidade devem constar do estatuto e deverão conter, no mínimo:

a) a observância dos Princípios Fundamentais de Contabilidade e das Normas Brasileiras de Contabilidade;

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b) que se dê publicidade por qualquer meio eficaz, no encerramento do exercício fiscal, ao relatório de atividades e das demonstrações contábeis da entidade, incluindo-se as certidões negativas de débitos com INSS e FGTS, colocando-os à disposição para exame de qualquer cidadão;

c) a realização de auditoria, inclusive por auditores externos; se for o caso, a aplicação dos eventuais recursos objeto do termo de parceria;

d) a prestação de contas de todos os recursos e bens de origem pública recebidos pela OSCIP será feita conforme determina o parágrafo único do art. 70 da Constituição Federal, segundo o qual “prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiro, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária”.

O Decreto n° 3.100, de 30/7/1999, que regulamenta a Lei das OSCIPs, estabelece que as prestações de contas anuais das OSCIPs serão realizadas sobre a totalidade das operações patrimoniais e resultados da entidade, e deverão ser instruídas com os seguintes documentos:

a) relatório anual de execução de atividades;b) demonstração do déficit ou superávit do exercício;c) balanço patrimonial;d) demonstração das origens e aplicações de recursos;e) demonstração das mutações do patrimônio social;f) notas explicativas das demonstrações contábeis, caso necessário;g) parecer e relatório de auditoria, que é obrigatória quando a soma dos recursos

originários dos termos de parceria for maior ou igual a R$ 600.000,00.

Além da aludida documentação, deve ser feita a prestação de contasespecífica do termo de parceria, comprovando-se, perante o órgão estatalparceiro, a correta aplicação dos recursos públicos recebidos e doadimplemento do objeto do termo de parceria, mediante a apresentação dosseguintes documentos:

a) relatório sobre a execução do objeto do termo de parceria, contendo comparativo entre as metas propostas e os resultados alcançados;

b) demonstrativo integral da receita e despesa realizadas na execução;c) parecer e relatório de auditoria, segundo os critérios já mencionados;d) entrega do extrato da execução física e financeira. O modelo desse extrato consta

do Anexo II do Decreto n° 3.100, de 30/7/1999, e deve, ainda, ser publicado na imprensa oficial da área de abrangência do projeto, no prazo máximo de sessenta dias após o término de cada exercício financeiro.

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ANEXO X

RISCOS DE ACIDENTES COM TRATORES AGRÍCOLAS

INTRODUÇÃO

Embora as estatísticas sobre acidentes com tratores agrícolas sejam muito raras no Brasil, sabe-se que essas máquinas são responsáveis por cerca de 20% dos acidentes de trabalho na agricultura. Em pesquisa de caracterização dos acidentes graves no trabalho rural, realizada no estado de São Paulo, Silva & Furlani Neto (1999) concluíram que o trator, a moto-serra, as máquinas e os equipamentos agrícolas encontram-se envolvidos na maior parte dos acidentes graves. As principais causas dos acidentes com tratores agrícolas, segundo SCHLOSSER et al. (2002), são apresentadas no Quadro 1. Os autores concluíram que a inclusão de dispositivos que tornem o trator mais confortável e seguro, o treinamento dos operadores e a redução da jornada de trabalho são estratégias necessárias à redução da incidência de acidentes com tratores agrícolas.

Quadro 1. Principais causas de acidentes com tratores agrícolas

CAUSASTIPOS DE ACIDENTES

GRAVES, % LEVES, %

Falta de atenção 40,8 12,1

Falta de conhecimento 18,5 15,2

Pressa 14,8 6,6

Equipamento inadequado 14,8 54,0

Cansaço --- 9,1

Embriaguez 3,7 ---

Outros 7,4 3,0

TOTAL 100,0 100,0

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PRINCIPAIS RISCOS DE ACIDENTES

Os riscos de acidentes são classificados em: físicos, químicos, biológicos e ergonômicos.

FÍSICOS

Entre os riscos físicos, o trator em si pode ser a causa de acidentes quando ele for operado indevidamente (por pessoas sem treinamento), em locais impróprios, em trabalhos para os quais não foi projetado e com manutenção inadequada. A superfície de trabalho escorregadia, muito declivosa e enlameada é uma fonte de riscos (Figua 1). Os esforços submetidos à máquina, quando em trabalho, podem agir sobre o centro de gravidade, ocasionando tombamentos. As condições de trabalho do operador (temperatura, ruído, poeira, sol) podem predispô-lo a acidentes.

Figura 1. A superfície de trabalho escorregadia, muito declivosa e enlameada é uma fonte de riscos. Fonte: QUÍMICOS

Os riscos químicos dizem respeito ao perigo de incêndio quando o trator é abastecido de combustível com o motor ligado, podendo ocorrer explosão da bateria (Figura 2). Ligar o motor em galpões sem a ventilação adequada, pode provocar a intoxicação do operador com os gases (monóxido de carbono e outros) do escapamento.

Figura 2. Risco de explosão da bateria

BIOLÓGICOS

Os riscos biológicos resumem-se praticamente ao caso de tombamento quando o

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operador é atacado por um enxame de abelhas, ao passar sob o galho de uma árvore, por exemplo.

ERGONÔMICOS

Os riscos ergonômicos relacionam-se à inadequação da anatomia do tratorista em relação aos comandos do trator e ao regime de trabalho, horas seguidas, sem o devido descanso.

PREVENÇÃO DE ACIDENTES

Entre as práticas a serem adotadas na prevenção de acidentes com tratores agrícolas, destacaríamos três.

1 – Obediência às Normas: NR-31 e Lei do Trânsito.

2 – Dispositivos para tornar o trator mais seguro: cinto, cabine e outros.

3 – Treinamento dos operadores de tratores agrícolas.

A Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura – NR31, do MTE, trás várias recomendações aplicáveis aos tratores agrícolas, inclusive a proibição de conduzir o “carona”. A Lei do Trânsito se aplica quando o trator é obrigado a trafegar por estradas.

Os dispositivos e acessórios para tornar os tratores mais seguros (cinto de segurança, cabine reforçada, vedada e às vezes refrigerada, e outros), são uma prática comum nos tratores modernos.

A falta de conhecimento, apontada como uma das principais causas dos acidentes, pode ser explicada pelo fato de a maior parte dos operadores (cerca de 61%) não terem frequentado algum curso de operação de tratores agrícolas, que desse ênfase, além dos aspectos de produtividade do trabalho, à segurança.

CHECK-LIST

Seguem-se algumas recomendações importantes para serem seguidas pelo tratorista, antes e durante a operação com tratores agrícolas.

Ler e seguir as recomendações do manual do operador do trator.

Antes de operar, fazer uma conferência visual da máquina.

Verificar se existe barra de proteção e cinto de segurança.

Ter disponíveis um estojo de primeiros socorros e extintor.

Usar protetor auricular se o trator não dispuser de cabine acústica.

Ao ligar o trator em galpões, cuidar para abrir portas e janelas.

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Antes de partir, verifique a ação dos freios; regule-os com freqüência.

Manter pedais, estribo e plataforma livres de barro, óleo e graxa.

Recusar terminantemente todo e qualquer pedido de “carona” no trator.

Usar a barra de tração para reboque e não o braço superior do hidráulico.

Ao interromper o trabalho, apóie o implemento no solo.

Evitar trafegar e operar próximo a valas, buracos e áreas perigosas.

Ao trafegar em rodovias, travar pedais de freio e usar placa de veículo lento.

Verificar se escapamento está em boas condições e sem vazamentos.

Retirar a chave da ignição quando o trator não estiver em uso.

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ANEXO XI

EXPERIÊNCIAS DE OPERAÇÃO COM COM TRATORES

Acidente causa lesão grave

O desempregado Antonio Carlos Dias, “Machim”, de 31 anos, morador na Rua Senhor dos Passos, 45, na Caixa D‘Água, foi levado em estado grave para o Hospital Geral Prado Valadares-HGPV, por volta das 11h50 de domingo (26), após ter sido atropelado por um trator, na avenida Tote Lomanto. O veículo estava puxando um reboque, quando o tratorista Edelvito Sacramento, 39 anos, teria tentado desviar de uma carroça, soltando uma das rodas dianteira. O trator precipitou-se a uma altura de 2m, a vítima estava sobre o rebok que o trator puxava e vooouuu sobre o mesmo.

O tratorista estava  transportando sua mudança, mas algumas pessoas dizeram que ele estava alcoolizado, no entanto ele sofreu fratura em um dos braços. O homem que foi arremessado sofreu um forte trauma na cabeça e o seu estado foi considerado de extrema gravidade.

Condução ilegal termina em tragédia

O sinistro causou um curto circuito que se saldou em diversos danos a dezenas de residências da rua em causa.

Fernando Chiconela, ajundante de um tractor pertecente ao Conselho Municipal de Maputo e que não está autorizado a conduzir, experimentou esta manhã, uma condução ilegal que culminou num acidente do tipo embate contra um poste de transporte de energia eléctrica numa das ruas do quarteirão “1”, bairro de Maxaquene.

Na sua maioria, as famílias lesadas perderam as suas geleiras, congeladores  e aparelhos audio-visuais.

O ajudante terá sido autorizado pelo seu colega (tratorista), que mesmo sabendo que ele nunca recebeu instrução oficial em matéria de condução de veículos automóveis, não levou isso em conta.

RISCOS NO USO DO TRATOR AGRÍCOLA

Os riscos relacionados com o HOMEM que opera o trator dizem respeito ao desconhecimento da máquina em si ou à imprudência, motivada muitas vezes pela autoconfiança. Isto confirma a definição de Acidente: que é a evidência do erro humano.

Vejamos alguns exemplos:

1 - Acessar o trator pelo lado esquerdo, pois os controles do hidráulico, o acelerador de pé e os freios estão localizados no lado direito, evitando-se assim esbarrar

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acidentalmente nos pedais e alavancas.

2 - Antes de dar partida, coloque todos os controles de marcha e alavancas do hidráulico no ponto neutro.

a. Ajuste o assento do veículo, de maneira a realizar o seu trabalho, comodamente.Não dê partida, antes de testar os controles.

b. Veja se não há pessoas (ou obstáculos) próximos ao trator, quando você for colocá-lo em funcionamento.

c. O lugar onde o trator é ligado, se for galpão, deve ter boa ventilação. A fumaça do escapamento (Monóxido de Carbono), em lugares fechados, pode até levar pessoas à morte. Não deixe as chaves no contato.

3 - Sempre que possível, trafegue nas estradas com os pedais de freio unidos para que, quando acionados, freiem as duas rodas trazeiras por igual. Destrave quando for trabalhar no campo, para facilitar as manobras de volta. Estacionar sempre o trator com os pedais unidos e travados e com o estrangulador puxado.

a. Não descanse o pé sobre o pedal da embreagem, pois isto acarretará um desgaste prematuro da embreagem.

b. Nas manobras em campo de terra solta, fazer uso dos freios para auxiliar a direção, porém sem exageros.

c. Não deixe: terra, graxa, barro ou qualquer outro material escorregadiço acumulado na plataforma, estribos ou pedais do trator.

d. Calce e freie o veículo, quando estiver parado, tanto em descidas como em subidas.Pare e freie o trator, antes de descer dele.

4 - Ao trabalhar em terrenos diclinos, deve-se observar:

a. não efetuar mudanças de marcha com o trator em movimento, especialmente em subidas e descidas ou tracionando cargas;

b. não descer declives com o pedal da embreagem pressionado ou com o câmbio em ponto morto;

c. nas descidas, usar sempre a mesma marcha que seria usada para vencer o aclive;

d. calce e freie o trator, e retire as chaves da ignição quando estiver parado, tanto em descidas como em subidas;

e. nas subidas pronunciadas (mais de 12% de declive), recomenda-se fazê-lo em marcha-a-ré, por questões de segurança.

5 - Não trabalhe próximo a barrancos ou valas profundas, pois poderá haver desmoronamento ou deslizamento.

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a. No caso de choque ou tombamento, desligue imediatamente o motor pois, do contrário, poderá haver início de incêndio.

b. Ao trabalhar em terrenos acidentados, afaste as rodas trazeiras do trator, aumentando a distância entre elas. Isso evita seu tombamento lateral.

c. Não passe sobre terreno acidentado, obstáculos, rochas, valetas, etc.; o trator poderá tombar e causar acidentes.

d. Ao desengatar máquinas e implementos de um trator, principalmente em subida, verifique se os mesmos estão corretamente calçados.Para trabalhar com segurança, perto de barrancos ou valas, mantenha uma distância de pelo menos, a altura do barranco ou vala, entre o trator e o início da ribanceira.

e. Utilizar sempre a barra de tração para reboque, e nunca o braço superior do hidraúlico (3o. ponto).

f. Necessitando fazer qualquer serviço no implemento que esteja acoplado ao engate de 3 pontos do sistema hidráulico do trator, deve-se colocar um cavalete para escorar o mesmo. Não confiar no sistema hidráulico.

g. Ao trabalhar com implementos pesados, use pesos na parte dianteira do trator, nas rodas ou no chassis. Isso evita o empinamento.

h. Quando for puxar máquinas, caminhões, etc., verifique se o cambão está bem fixo em ambos os veículos. Não faça rebocamentos com correntes ou cabos de aço pois, se o veículo atolado sair de uma vez, fatalmente irá atropelar o trator que o está rebocando.

i. Em caso de atolamento do trator, não utilize toras na frente das rodas (atoladas), pois elas podem ser lançadas pelo movimento das rodas, nas costas do tratorista.

6 - Quando estiver usando roupas soltas ou folgadas, não se aproximar de polias ou do eixo da TDP, quando estes estiverem em movimento.

a. Desligar sempre o eixo da tomada de potência quando for inspecionar a mesma, principalmente quando esta estiver com implementos acoplados ao trator.

b. Ao usar implementos movidos pela tomada de força do trator, coloque a proteção adequada. Nunca trabalhe sem ela !

c. Antes de ligar a tomada de força verifique, com as mãos, se esta proteção gira livremente.

d. Quando não for mais utilizar a tomada de força, recoloque sua tampa de proteção.

e. Não faça nenhuma espécie de manutenção, enquanto o motor estiver funcionando.

a. 7 - Não improvisar "macacos" para consertos ou reparos e nem para erguer ou

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abaixar tratores ou máquinas agrícolas.

b. Ao parar o trator com implementos acoplados ao sistema de levante hidráulico, abaixar o hidráulico.

c. 8 - Não transportar pessoas ("caronas") sobre o trator, a não ser que haja lugar adequado, oferecendo segurança aos passageiros e ao tratorista.Os tratores mais modernos, como o da foto ao lado, da Caterpillar, possuem um segundo assento, para treinamento em serviço e, também, cintos de segurança.

d. Observe, também, que a cabine é fechada e envidraçada, proporcionando conforto térmico (ar condicionado), acústico (diminui ruído do motor) e ambiental (sol, poeira, chuva, etc.).

9 - Utilizar durante a jornada de trabalho, equipamento de proteção individual - EPI (protetor auricular), que pode ser um abafador de ruído tipo "concha", como o de inserção no ouvido, tipo plug (protetor auditivo de espuma moldável com cordão).

Há Normas que regulamentam o tempo de trabalho, de acordo com o nível de ruído do trator. E lembre-se de que, quanto mais velho for o trator, mais barulho ele faz.

10 - Só verifique o nível da solução da bateria com lanterna ou luz do sol.

a. Não use chamas para iluminar e nem fume próximo à bateria pois elas contêm ácido sulfúrico e gases explosivos (Hidrogênio) ! A explosão pode resultar de faíscas, chamas ou ligações erradas dos cabos.

b. Nunca colocar objeto metálico sobre a bateria, o que poderá provocar um curto-circúito e/ou explosão da mesma.

c. Antes de consertar o sistema elétrico ou fazer uma revisão geral, veja se os cabos da bateria já foram desligados. E se não foram, desligue-os.Tomar cuidado para não ingerir, derramar na pele, nos olhos ou nas roupas, o líquido contido no interior das baterias (ácido sulfúrico), que pode ocasionar graves queimaduras.

11 - Ao retirar a tampa do radiador (depois de esfriado o motor), deve-se girá-la até a 1a. posição, para aliviar a pressão do sistema; em seguida, girá-la para o 2o. estágio, só então retirando a tampa. Tal procedimento se deve ao fato de que o líquido arrefecedor do radiador poderá transbordar sob alta pressão. Se a tampa for removida rapidamente, ocasionará graves queimaduras.

12 - Não dirigir em velocidades excessivas, pois o trator, como o seu nome indica, foi projetado para tracionar.

a. Reduzir a rotação do motor ao efetuar as curvas nas cabeceiras do campo. Não usar a embreagem para diminuir a velocidade.

b. Antes de trafegar em auto-estrada, verifique se o trator está em boas condições: sistema de iluminação, freios travados, etc.

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c. Lembrete: Para reduzir a velocidade do veículo nas curvas, não use a embreagem. Diminua a aceleração do motor.

13 - Ao interromper um trabalho, ainda que por pouco tempo, apóie o implemento no solo.

a. Durante as manobras com implementos rebocados (como o da foto), não faça curvas muito fechadas, pois o implemento poderá danificar a roda trazeira.Um implemento bem regulado e bem conservado, tem seu peso suficiente. Por isso, não deixe que pessoas subam no implemento para servirem de contrapeso.Use sacos de areia para servir de contrapeso.

b. Preste muita atenção aos obstáculos existentes nos lugares de trabalho. Eles podem danificar o implemento e provocar o tombamento do trator.

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