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Governo do - iothcfmusp.com.br · Olavo Pires de Camargo Diretor Científico Alberto Tesconi Croci Diretor Executivo Leonardo Ceccon ... levar a indicações excessivas fazendo com

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3Folha de Ortopedia e Traumatologia - IOT

Governo doEstado de São Paulo

GovernadorJosé Serra

Secretário da SaúdeLuiz Roberto Barradas Barata

Hospital das Clínicasda Faculdade deMedicina da USP

Presidente doConselho Deliberativo

Marcos Boulos

SuperintendenteSuperintendenteSuperintendenteSuperintendenteSuperintendenteJosé Manoel de C. Teixeira

Diretor ClínicoDiretor ClínicoDiretor ClínicoDiretor ClínicoDiretor ClínicoJosé Otávio Costa Auler Júnior

Instituto de Ortopediae Traumatologia

Professores TitularesTarcisio E. P. Barros FilhoArnaldo Valdir Zumiotti

Olavo Pires de Camargo

Diretor CientíficoAlberto Tesconi Croci

Diretor ExecutivoLeonardo Ceccon

EditorOlavo Pires de Camargo

Cartas para a RedaçãoLeide de Souza Salomão

Claudia Helena dos Santos

Instituto de Ortopediae Traumatologia

“Prof. F. E. Godoy Moreira”Rua: Dr. Ovídio Pires de

Campos, 333 - Tel./Fax: (11)3069-6815 / 3069-7900 - CEP

05403-010 - São Paulo – SP

FotosOlga Mendes Braga

José Roberto Caetano

Projeto e Execução

Tel. (11) 5181-1633www.agenciare9.com.br

Jornalista ResponsávelAntonio Luiz Mello Jr.

MTb 46.025 – SP

Tiragem:Tiragem:Tiragem:Tiragem:Tiragem: 6.000 exemplares

Distribuição Nacional

Editorial

Nesta última edição

do ano várias boas

notícias. Lançamos o livroda graduação de orto-

pedia FMUSP, saiu o novo

vídeo institucional do IOT, está em fase final

de execução o novo site e o IOT/HC/FMUSP

foi indicado pela FIFA como seu centro de

excelência médica, motivo de orgulho paratodos nós.

Prof. Olavo Pires de Camargo - Editor

EXPEDIENTE

Sumário

09

12

04 Artigo reeditadoOperação de Voss naOsteoartrose do Quadril

DissertaçãoComparação entre o uso do plasma ricoem plaquetas associado com aspiradode medular óssea ao enxerto autólogode ilíaco na consolidação dasosteotomias da tíbia proximal

Dissertações e Teses Defendidas

InformeOrtopedia e Traumatologia para Graduação

IOT torna-se Centro deReferência Médica da FIFA

Programação 2010Cursos CEGOM

Reuniões Clínicas

15

16

17

19

Este artigo publicado pelos Drs. FlávioPires de Camargo (quando aindaProfessor Associado), Emílio NoelCordeiro e José Vicente BarbosaCorrêa, membros do Grupo de Artrites,na Revista do Hospital das Clínicas daFaculdade de Medicina da Uni-versidade de São Paulo em 1966,apresenta a experiência em 40operações realizadas no Depar-tamento de Ortopedia e Traumatologiaem pacientes com o diagnóstico deosteoartrose do quadril.Posteriormente, em 1972, o Dr. JoséVicente Barbosa Corrêa defende o seudoutoramento sobre "Tenomiotomiasna osteoartrose do quadril - conside-rações sobre 80 casos", no qual acres-centa o dobro de casos após o seu

estágio na Alemanha. Nas conside-rações iniciais o autor refere que desde1964 avaliou uma variação da técnica,e na publicação em 1966 fez referênciaaos primeiros 40 casos. Depois é queteve a oportunidade de acrescentaroutros 40 casos em sua casuística.A análise dos casos em 1972 teve comoconclusão o índice de 56,25% dos casossem dor, 33,75% dos casos com menordor e somente 8,75% dos casos compiora do quadro clínico, havendo umóbito por tromboembolismo pulmonar(1,25%), como caso em que não houvea avaliação final clínica.

PROF. ALBERTO TESCONI CROCIChefe do Grupo de Quadril do

IOT/HC/FMUSP - Departamento deOrtopedia e Traumatologia da FMUSP

4Outubro - Dezembro 2009

Flávio Pires de Camargo, Emílio Noel Cordeiro e José Vicente Barbosa Corrêa

Com a experiência adquirida em 40

operações, achamos que a técnica de

Voss tem o seu lugar bem definido no

tratamento cirúrgico das artroses do quadril. Deve

ser considerada de indicação limitada e de

exclusão.

Melhores resultados se obtém nas formas

essenciais com a cabeça bem centrada e naqueles

casos de pacientes idosos, obesos e deficientes

sob o ponto de vista médico.

Não é uma operação mobilizadora, mas

essencialmente dirigida contra a dor. Sem tirar o

mérito da operação e colocando-a nos seus reais

limites, achamos que poderá prestar apreciáveis

benefícios no tratamento das coxartroses.

O tratamento cirúrgico das artroses do quadril

tem evoluído consideravelmente nestes últimos

anos com o aparecimento de novas técnicas que

trazem, sempre de início, uma nova esperança

para a solução de um problema tão importante

da cirurgia ortopédica. É o que ocorre atualmente

com as operações denominadas "relaxantes do

quadril", preconizadas por Voss, que chamou a

atenção da importância da ação muscular na

patogenia da artrose da articulação coxo-

femoral. Muito antes de Voss6, Brandes1 em 1924

já havia demonstrado a ação de dois grupos

musculares: pelvi-trocanterianos e os pelvi-

diafisários, na variação do ângulo do colo

femoral, indicando então a secção dêsses

músculos no tratamento da coxa-vara congênita.

A técnica de Voss7 consiste na secção do fascia

lata, tenotomia dos adutores e osteotomia do

grande trocanter com a reimplantação dêste um

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Operação de VOperação de VOperação de VOperação de VOperação de Voss naoss naoss naoss naoss naOSTEOARTROSE DO QUADRIL

Operação de VOperação de VOperação de VOperação de VOperação de Voss naoss naoss naoss naoss naOSTEOARTROSE DO QUADRIL

5Folha de Ortopedia e Traumatologia - IOT

pouco mais alta, de modo a diminuir a tensão

do músculo médio glúteo.

Partindo dessa técnica, são tantas hoje em dia as

modificações introduzidas, que aquêles que

desejarem se orientar sôbre a operação, vão

encontrar dificuldades, devido à grande

diversidade de opiniões. Assim é que Layani e

Col. 3, Mac Farland 4, Künstcher2 e muitos autores,

apresentam orientação diversa sôbre quais os

músculos que devem ser seccionados.

Antes de referir a nossa conduta e a nossa

experiência sôbre o assunto, vejamos quais são

as bases anátoma-fisiológicas da operação.

Segundo os trabalhos de Pauwels5 a coxartrose

se origina na desproporção entre dois fatôres:

1º) A excessiva solicitação mecânica a que está

subordinada a articulação coxo-femoral;

2º) A capacitação de resistência ao esfôrço dos

tecidos cartilaginosos e ósseos. Enquanto que esta

insuficiência estática tissular congênita ou

adquirida não pode ser influenciada por medidas

terapêuticas, o primeiro componente ou seja,

a desproporção das solicitações mecânicas

transmitidas à articulação,

podem ser definidas exa-

tamente, e além disso, podem

ser diminuídas por meio de

intervenção cirúrgica, afim de

ser adaptada, na medida do

possível, à insuficiência tissular.

Os fatôres que determinam

essa pressão articular se

originam:

1º) Pressão estática intermitente

da marcha: é o resultado do

pêso do corpo da ação dos

músculos abdutores que

equilibram o pêso corporal no

apoio unilateral da marcha.

2º) Pressão muscular perma-

nente - que exerce o máximo

de efeito na posição erecta,

que é conseguida pela

contração dos três principais

grupos musculares que cruzam

a articulação coxo-femoral: abdutores, adutores

e psoas ilíaco.

A única possibilidade de uma terapêutica

etiológica contra artrose do quadril, é reduzir a

pressão articular, que suprime não somente as

dores, mais ainda, a possibilidade de uma

regressão acentuada ou uma parada de evolução

das alterações patológicas osteo-articulares.

As operações que produzem essa diminuição de

tensão muscular, são as osteotomias direcionais

tipo Pauwels, as osteotomias de apoio tipo Mac

Murray e, as tenomiotomias de Voss, que

sistematizou a técnica, aplicando-a no tratamento

das artroses no quadril.

TÉCNICAA técnica por nós utilizada (fig. 1) é a empregada

na clínica do prof. Max Lange de Münich e

consiste no seguinte:

1º) Incisão longetudinal de cêrca de 8 cm de

extensão indicado justamente no ápise do grande

trocanter. Secção do fascia lata "em cruz", bem

ampla, principalmente no sentido ântero

posterior. Identificam-se as

fibras musculares do médio

glúteo, que são afastadas.

Através dela indica-se o tensão

do músculo pequeno glúteo,

que é seccionado. Essa secção

é facilitada, colocando o

membro em abdução, de

modo a colocar essas estru-

turas em tensão.

2º) Incisão longitudinal

anterior, iniciando na es-

pinha ilíaca anterior e su-

perior, medindo cêrca de

8 cm de extensão, identifica-

se o músculo reto anterior

que é seccionado o mais

próximo possível da sua

inserção na espinha ilíaca

ântero inferior.

3º) Incisão longitudinal,

paralela à prega inguinocrural,Fig. 01

6Outubro - Dezembro 2009

Infecção na região inguinal 31 vezes 77,5%Infarte Pulmonar 1 vez 2,5%Gangrena gasosa 1 vez 2,5%Sem complicações 8 casos 20,0%

QUADRO 1Complicações

sôbre o relêvo dos adutores

medindo cêrca de 10 cm de

extensão. Isolam-se os aduto-

res junto a inserção pubiana,

que é seccionada com bisturi

elétrico, bem junto à sua

inserção. Cuidado para que

as inserções dos 3 adutores devam ser comple-

tamente seccionadas. Hemostasia rigorosa.

Através dessa incisão, colocando-se o membro

em flexão e adução, com o dedo indicador,

procura-se o pequeno trocanter, e isola-se o

tensão do psoas que é seccionado. Hemostasia

rigorosa. Coloca-se dreno ou aspiração contínua,

afim de prevenir a formação de hematoma.

O doente permanece no leito com tração de 4

kilos durante 8 dias. Durante êsse período

recomenda-se ao paciente a movimentação ativa

e passiva não somente do membro operado mais

também do outro afim de ser evitar complicações

circulatórias. Inicia depois a marcha com o auxílio

de 2 muletas, não apoiando o membro operado,

durante 30 dias. Passa em seguida o uso de

bengala por 6 meses no mínimo.

Devido a grande percentagem de infecção pós-

operatória na incisão paralela à prega inguinal

que em nossos casos atingiu 77,5%, mudamos

atualmente essa incisão, fazendo-a retilínea, mas

acompanhando os tensões dos músculos

adutores. Com essa modificação, em 5 casos

operados recentemente, houve cicatrização por

primeira intenção em todos êles.

INDICAÇÕES

A grande facilidade técnica da sua execução pode

levar a indicações excessivas fazendo com que a

operação caia em descrédito devido aos maus

resultados. Apesar do ato operatório ser

relativamente fácil as complicações pos-

operatórias não são simples. A despeito de todo

tratamento coagulante, hemostasia rigorosa,

aspiração contínua, há em grande percentagem

de casos, a formação de hematoma na região

inguinal, que fàcilmente se infecta. Além disso, o

aparecimento de outras complicações não são

raras (quadro 1).

Não é uma operação mobilizadora, mas

essencialmente dirigida contra a dor. Havendo

vício arquitetural da articulação, anteversão do

colo ou incongruência entre a cabeça e a

cavidade cotilóide, as osteotomias são de

indicações mais precisas.

Os melhores resultados se obtém nas coxartroses

essenciais com a cabeça bem centrada, nas

coxartroses pós-fraturadas, com contratura

muscular bem acentuada e cuja queixa principal

do paciente seja a dor.

Ainda pode ser considerada a sua indicação nas

formas hiperalgicas nas pessoas idosas, obesas,

com más condições cardiovasculares que não

permitem maior cirurgia e que possíveis

complicações pós-operatórias excluam operações

mais importantes.

O grau de artrose parece não ter influência nos

resultados. Nas formas hiperalgicas a melhora é

mais acentuada quando há contratura muscular.

É interessante comparar a operação de Voss com

a osteotomia, pois em certos casos elas possuem

ação idêntica no afrouxamento da tensão

muscular. Daí uma conclusão lógica, que nos

jovens está mais indicada a osteotomia e nas

pessoas idosas a operação de Voss. Ainda nos

casos de coxartroses e início, com a cabeça bem

centrada a operação de tenomiotomia poderiam

interromper a evolução da artrose.

AVALIAÇÃO DOS RESULTADOSNum período de 18 meses tivemos a oportu-

nidade de operar 34 pacientes. Em 6 dêles a

operação foi realizada dos dois lados, dando um

total de 40 operações (Quadro 2).

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Nº de casos 34Nº de operações 40

- monolaterais 34- bilaterais 6

QUADRO 3Casuística

7Folha de Ortopedia e Traumatologia - IOT

QUADRO 2Idade

17 anos 1 2,94%21-30 anos 2 5,88%31 a 40 anos 3 8,83%41 a 50 anos 3 8,83%51 a 60 anos 14 41,17%

61 a 70 anos 8 23,23% 71 a 80 anos 3 8,83%Total 34

SexoMasculino 21

Feminino 13

Imediato (40 avaliações)Desaparecimento da dor 27 casos 67,5%Diminuição da dor 9 casos 22,5%Persistência da dor 3 casos 7,5%Sem avaliação (óbito) 1 caso 2,5%

Tardio (35 avaliações)Desaparecimento da dor 21 casos 60,0%Diminuição da dor 12 casos 34,3%Persistência da dor 2 casos 5,7%Sem observação posterior 5 casos -

avaliação, de 22,5% para 35,5%. A queda dos

resultados bons de 67,5% para 61,3% pode ser

atribuída em parte à má indicação da intervenção

cirúrgica: casos com incongruência céfalo-

cotiloidiana e casos de Otto-pélvis (quadro 4).

Em contraposição houve aumento dos casos

regulares, de 22% para 35,5% o que vem

aumentar a melhora global. Assim, na nossa

casuística, na primeira avaliação, houve

diminuição ou desaparecimento de dor em 90%

dos casos, enquanto que, na 2º avaliação, a

porcentagem elevou-se para 96,8%, o que vem

confirmar a nossa assertiva de que a operação é

dirigida primordialmente contra a dor. A

contratura muscular desaparece e os movimentos

articulares passivos tornam-se mais livres. A

movimentação ativa fica muito prejudicada no

início, como conseqüência da ampla secção

muscular, porém, depois de 6 a 8 meses da

operação, a uma recuperação dos movimentos,

já com mais liberdade e, sem dor.

Quanto à melhora radiológica, achamos

que deve ser observada com muita

cautela pois, o aumento do espaço

articular pode ser atribuído também a

uma mudança de incidência dos raios X

pela correção da contratura de flexo-

adução da coxo-femoral, dando assim

uma falsa impressão.

Alguns pacientes apresentam dor no

joelho ao deambular com bengala,

atribuída à atrofia do quadríceps e que

melhora e desaparece com a fisioterapia.

Queixam-se ainda da dificuldade em subir

QUADRO 4DIAGNÓSTICO

Osteoartrite bilateral 11 casosOsteoartrite unilateral 23 casos

ETIOLOGIAI - O. A. Primária 27 casosII - O. A. Secundária 5 casosIII - Otto-Pélvis 2 casos

Foram feitas duas avaliações dos resultados,

sendo a primeira aos 2 meses depois da

operação e a segunda, aos 18 meses. Verificamos

que, da primeira para a segunda avaliação,

houve uma queda percentual dos resultados

bons, (desaparecimento da dor) de 67,5% para

61,3% (quadro 3).

RESULTADO

Por outro lado, os resultados regulares (melhora

da dor), aumentaram da primeira para a segunda

8Outubro - Dezembro 2009

vasculares e metabolisticas tornam propensos a

complicações pós-operatórias.

Houve um caso de gangrena gasosa com êxito

letal e, um caso de infarte pulmonar que se

recuperou bem.

A despeito de todos os cuidados, a infecção da

região medial foi a complicação mais frequênte,

insidindo em 77,5% das operações e, foi de

evolução benigna, reagindo em poucos dias.

escadas que se pode relacionar, predominan-

temente com a secção do músculo psoas-ilíaco.

COMPLICAÇÕESA operação não apresenta dificuldade de ordem

técnica para sua execução, porém não é isenta

de complicações. Devemos considerar que na

maioria (64,4%) trata-se de pacientes de 50 a

70 anos (quadro 1) cujas condições cardio-

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SUMMARYThe Voss operation for the hip asteoarthritis

treatment treatment.

Conclusions: After the experience gained with forty

hanging hip procedures (Voss`s operation) it is

our opinion that it has a definite place in the

armamentarium available for the treatment of hip

osteoarthritis.

It should however be considered only after other

types of procedures are ruled out. It is therefore

indication by exclusion. Best results are obtained

in the cases of the well centered head of malum

coxae senills of unknown etiology. Particularly

elderly,obese patients with other medical problems

considered when pain is primarily concerned.

When these limitations of indication that will give

rewarding results in the treatment of osteoarthritis.

BIBLIOGRAFIA1. BRANDES, M. – Vorschiag zu einer physiologischenBenhandlung der Coxa vara. Arch. Orthop. Unfall-Chir.22:409-417, 1924.2. KUNTSCHER, G. – Die Voss`sche Operation; die Befreiungvom hutschmerz. Chir. Praxis 3:331-338, 19583. LAYANI, F.; CORDIER, G.; GARNIER, H. & DARCY, M. –Apropos des resultats éloignés de la “hanche pendantetemporaire d`aprés la technique de Voss modifiee. Rev. Rhum.28:656-662, 1961.4. MAC FARLAND, B – Une nouvelle interventiondécompressive dans I`arthrose de la hanche. Rev, Chir.Orthop. 48:64-67, 1962.5. PAUWELS, F. – Directives nouvelles pour le traitementchirurgical de la coxarthrose. Rev. Chir. Prthop. 45:681-702,1959.6. VOSS, C. – Die Wichtigkeit der operativen Erhaltung derGelenkfunktion bei bilateralen Huftprozessen. Minerva ortop.13:534-535, 1962.7. VOSS, C. – Apud CASUCCIO, C. – Trattamento chirurgicodella coxartrosi,XLIX Congresso Ilaliano di Ortopedia etraumatologia, Venezia, 1964. Padova, Tip. Ed. La Carangola,1964.CAMARGO, F. P. DE; CORDEIRO, E. N. & CORRÊA, J. V. B. –Operação de Voss na Osteoartrose do Quadril. Rev. Hosp.Clin. Fac. Med. S. Paulo 21:83-88, 1966

9Folha de Ortopedia e Traumatologia - IOT

Introdução:A definição de substituto ósseo é muito debatida(1),considera-se substituto ósseo qualquer materialimplantado, sozinho ou em combinação, e quepromova uma resposta de consolidação óssea,seja por oferecer propriedade osteocondutora,osteogênica ou osteoindutora, ao local onde foiimplantado.O enxerto autólogo de ilíaco é considerado o"padrão ouro" entre os materiais utilizados comoenxerto nos dias de hoje, e é também o maisutilizado(1, 2).O aspirado de medular óssea é uma importantefonte de células osteogênicas. Alguns estudosclínicos utilizaram o aspirado de medular ósseano tratamento de pseudoartroses(3).A utilização de plaquetas coletadas do própriopaciente, imediatamente antes do procedimentocirúrgico, em concentração adequada, na formade plasma rico em plaquetas é capaz de acelerara regeneração óssea(4).A osteotomia proximal da tíbia é um proce-dimento padronizado e reprodutível, e tem se

mostrado um procedimento cirúrgico efetivo empacientes bem selecionados(5).Tradicionalmente, a osteotomia da tíbia cominclusão de cunha medial tem sido realizada coma interposição de enxerto autólogo do ilíaco nolocal da osteotomia, quando se utilizam cunhasmaiores que 7,5mm(6).Apesar do teórico potencial osteogênico dascélulas da medular óssea e do potencialosteoindutor do plasma rico em plaquetas,existem poucos trabalhos clínicos que utilizaramesses dois componentes, associados ou não comoforma de promover a consolidação(7, 8).

Objetivo:Nosso objetivo foi avaliar a ocorrência deconsolidação e o tempo para tal evento, nasosteotomias proximais por cunha de adiçãomedial, comparando os seguintes enxertos:1. Enxerto autólogo de ilíaco.2. Plasma rico em plaquetas (PRP) associado aoaspirado de medular óssea.

Materiais e Métodos:Foram estudados 25 pacientes submetidos aosteotomia de adição medial da tíbia proximal.Respeitamos as indicações para osteotomiavalgizante consagradas na literatura(5, 6).No presente estudo os pacientes foramdistribuídos em dois grupos, de formarandomizada. O grupo controle (GI) foi formadopor 14 pacientes submetidos à osteotomia coma utilização de enxerto autólogo do ilíaco no sítio

“O enxerto autólogode ilíaco é consideradoo "padrão ouro" entreos materiais utilizadoscomo enxerto nos diasde hoje, e é também

o mais utilizado”.

Dr. Caio Oliveira D'Elia

Dissertação apresentada à Faculdade de Medicina da Universidadede São Paulo para obtenção do título de Mestre em Ciências.

Área de concentração: Ortopedia e TraumatologiaOrientador: Prof. Gilberto Luis Camanho

Comparação entre o uso do plasma rico em plaquetasComparação entre o uso do plasma rico em plaquetasComparação entre o uso do plasma rico em plaquetasComparação entre o uso do plasma rico em plaquetasComparação entre o uso do plasma rico em plaquetasassociado com aspirado de medular óssea ao enxertoassociado com aspirado de medular óssea ao enxertoassociado com aspirado de medular óssea ao enxertoassociado com aspirado de medular óssea ao enxertoassociado com aspirado de medular óssea ao enxerto

autólogo de ilíaco na consolidação das osteotomias da tíbiaautólogo de ilíaco na consolidação das osteotomias da tíbiaautólogo de ilíaco na consolidação das osteotomias da tíbiaautólogo de ilíaco na consolidação das osteotomias da tíbiaautólogo de ilíaco na consolidação das osteotomias da tíbiaproximal: estudo prospectivo randomizadoproximal: estudo prospectivo randomizadoproximal: estudo prospectivo randomizadoproximal: estudo prospectivo randomizadoproximal: estudo prospectivo randomizado

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10Outubro - Dezembro 2009

Figura 2. Estimativas de Kaplan-Meier para osgrupos PRP e Ilíaco.

Os resultados apresentados na Tabela 2demonstram que não existem fortes evidênciasde diferença entre as curvas de sobrevivência dosgrupos Ilíaco e PRP, ou seja, não há diferençaestatística para o tempo de consolidação entreos grupos.

Tabela 2. Resultados dos testes utilizados paracomparar as curvas de sobrevida dos gruposIlíaco e PRP.

TESTE DE IGUALDADEDAS CURVAS

Log-rankBreslow

VALORDE P0,1290,100

A Figura 2 ilustra as curvas de Kaplan-Meierobtidas para cada grupo.

Nota: O tempo representado pelo símbolo + indica aocorrência de censura.

1B: F.P.C., Grupo PRP, feminino, 34 anos, lesãocrônica do LCA, cunha de 12,5mm, consolidaçãocom 8 semanas. (RX final com 8 semanas)

da osteotomia. O grupo de estudo (GPRP) foiformado por 11 pacientes submetidos àosteotomia com utilização de um substituto ósseocomposto por plasma rico em plaquetasassociado a aspirado de medular óssea,denominamos este substituto ósseo de enxertoósseo biológico.Os pacientes foram avaliados a cada 2 semanaspara verificação de sinais de consolidação nolocal da osteotomia. O exame de imagemutilizado foi a radiografia simples em incidênciasfrente e perfil.

Resultados:No que se refere à ocorrência de conso-lidação da osteotomia, as porcentagensde consolidação após 24 semanas da ci-rurgia (100% no grupo Ilíaco e 91% no grupoPRP) não são significantemente diferentes,com p=0,440 (Figura 1). A Tabela 1 apresentaa distribuição dos pacientes dos grupos Ilíaco ePRP segundo consolidação até 24 semanas apósa cirurgia.

Figura 1: 1A: C.A.N., Grupo Ilíaco, masculino,53 anos, lesão crônica do LCA, cunha de 15mm,consolidação com 14 semanas (RX final com 14semanas):

Tabela 1. Distribuição dos pacientes dos gruposIlíaco e PRP segundo variáveis de interesse.

Consolidaçãoapós 24 semanasp=0,440TOTAL

Ilíaco14

100%014

100%

PRP10

90,9%111

100%

Total24

96,0%125

100%

GRUPO

Sim

Não

Valor de p referente ao teste Exato de Fisher

Dis

sert

açã

o D

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ida

11Folha de Ortopedia e Traumatologia - IOT

REFERÊNCIAS1. Bauer TW, Muschler GF. Bone graft materials.An overview of the basic science. Clin Orthop RelatRes. 2000 Feb(371):10-27.2. De Long WG, Jr., Einhorn TA, Koval K, McKeeM, Smith W, Sanders R, et al. Bone grafts andbone graft substitutes in orthopaedic traumasurgery. A critical analysis. J Bone Joint Surg Am.2007 Mar;89(3):649-58.3. Connolly JF. Injectable bone marrowpreparations to stimulate osteogenic repair. ClinOrthop Relat Res. 1995 Apr(313):8-18.4. Marx RE. Platelet-rich plasma: evidence tosupport its use. J Oral Maxillofac Surg. 2004Apr;62(4):489-96.5. Noyes FR, Barber-Westin SD, Hewett TE. Hightibial osteotomy and ligament reconstruction forvarus angulated anterior cruciate ligament-deficient knees. Am J Sports Med. 2000 May-Jun;28(3):282-96.6. Amendola A, Panarella L. High tibial osteotomyfor the treatment of unicompartmental arthritis ofthe knee. Orthop Clin North Am. 2005Oct;36(4):497-504.7. Kitoh H, Kitakoji T, Tsuchiya H, Mitsuyama H,Nakamura H, Katoh M, et al. Transplantation ofmarrow-derived mesenchymal stem cells andplatelet-rich plasma during distractionosteogenesis--a preliminary result of three cases.Bone. 2004 Oct;35(4):892-8.8. Lucarelli E, Fini M, Beccheroni A, Giavaresi G,Di Bella C, Aldini NN, et al. Stromal stem cellsand platelet-rich plasma improve bone allograftintegration. Clin Orthop Relat Res. 2005Jun(435):62-8.9. Yacobucci GN, Cocking MR. Union of medialopening-wedge high tibial osteotomy using acorticocancellous proximal tibial wedge allograft.Am J Sports Med. 2008 Apr;36(4):713-9.10. Russell JL, Block JE. Surgical harvesting of bonegraft from the ilium: point of view. MedHypotheses. 2000 Dec;55(6):474-9.11. Grageda E. Platelet-rich plasma and bonegraft materials: a review and a standardizedresearch protocol. Implant Dent. 2004Dec;13(4):301-9.12. Floryan KM, Berghoff WJ. Intraoperative useof autologous platelet-rich and platelet-poorplasma for orthopedic surgery patients. AORN J.2004 Oct;80(4):668-74, quiz 75-8.13. Roldan JC, Jepsen S, Miller J, Freitag S, RuegerDC, Acil Y, et al. Bone formation in the presenceof platelet-rich plasma vs. bone morphogeneticprotein-7. Bone. 2004 Jan;34(1):80-90.

Discussão:A busca pelo desenvolvimento de técnicas emateriais que permitam a substituição óssea éuma necessidade para o cirurgião ortopédico(2).Há uma carência de estudos clínicos com maiornível de evidência, em especial estudosprospectivos e randomizados que comparem aaplicação do substituto ósseo ao elemento hojeconsiderado padrão de enxertia, que é o ossoautólogo do ilíaco(9). O presente estudoapresentou justamente este desenho, quandoavaliamos e comparamos o desempenho de doistipos de enxerto (ilíaco x biológico) quanto àconsolidação, em um procedimento padronizado,a osteotomia valgizante de adição de cunhamedial.O enxerto autólogo de ilíaco é considerado pormuitos o padrão ouro em termos de enxerto esubstituto ósseo e a ele são comparados osdiversos substitutos ósseos disponíveis. Aobtenção do enxerto autólogo de ilíaco apresentamorbidade no sítio doador e complicações nasua obtenção não são infrequentes(10).O PRP tem larga aplicação clínica na área decirurgia buco-maxilo facial, sendo utilizado comoagente osteopromotor em diversas situações(11).A sua utilização clínica em ortopedia vemcrescendo, a despeito da ausência de estudosprospectivos e randomizados que avaliem osresultados de sua aplicação(12, 13).O enxerto biológico constituído por PRP e medularóssea quando comparado ao enxerto autólogodo ilíaco foi efetivo em obter a consolidaçãono sítio da osteotomia (p=0,440). Porém,observamos uma tendência para que o tempode consolidação seja mais prolongado no grupoPRP, para este grupo, cerca de 36% dos pacientesainda não haviam apresentado consolidaçãoapós 16 semanas da cirurgia, enquanto que, parao grupo Ilíaco, esta porcentagem era de 7%. Fatoeste que pode ser considerado uma desvantagem,visto o maior período em que o paciente deverápermanecer com restrição de carga.

Conclusão:A utilização do substituto ósseo biológico mostrou-se efetiva na obtenção da consolidação nasosteotomias de cunha de adição medial. Podemos

considerar este substituto ósseo como umaalternativa ao enxerto autólogo de ilíaco nestetipo de procedimento.

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SILVA, J. S. P. - Estudo das característicasfísico-químicas e biológicas pela adesãode osteoblastos em superfícies de titâniomodificadas pela nitretação em plasma[Tese]. São Paulo: Faculdade de Medicina,Universidade de São Paulo; 2008. 109p.Orientador: Prof. Alberto Tesconi CrociIntrodução: Superfícies de titânio modificadaspor diferentes métodos foram estudadas combase nos parâmetros físicos e químicos decaracterização superficial e sua influência nocomportamento de células préosteoblásticas(MC3T3) in vitro. Método: Discos de titâniocomercialmente puro grau II foram submetidosa três métodos de modificação de superfície(polimento, nitretados em plasma emconfiguração planar e gaiola catódica). Asdiferentes superfícies foram caracterizadas paraobservar o efeito do processamento na estruturada camada superficial, na rugosidade emolhabilidade. Ensaios de adesão e proliferaçãocelular usando linhagens de células pré-osteoblásticas MC3T3 foram realizados paraavaliar o efeito das novas superfícies no

Dissertações e Teses defendidasDissertações e Teses defendidas

Da esquerda para direita - Dr. José Ricardo Pécora,Dr. Maurício Echebehere, Dr. José Sandro Pereirada Silva, Prof. Alberto Tesconi Croci, Prof. Olavo

Pires de Camargo e Dr. André Pedrinelli.

comportamento celular in vitro. Resultados: Osresultados demonstraram que a nitretação emplasma na configuração de gaiola catódicaproduz superfícies mais rugosas (p<0,02) e commenores ângulos de contato com a água.Conclusões: A adesão celular é maior nassuperfícies mais rugosas do que nas superfíciespolidas (p<0,05) e reagem de modo diferente acomposição química do substrato e à topografiada superfície.

RAHAL, M. A. - Comparação do equi-líbrio entre idosos saudáveis praticantese não praticantes de tai chi chuan.[Dissertação]. São Paulo: Instituto deOrtopedia e Traumatologia da Faculdadede Medicina da Universidade de SãoPaulo; 2009. 66p.Orientador: Prof. Luiz Eugênio Garcez LemeQuedas no idoso pode ser um evento devastador.Deve ser estimulada a conscientização dessegrupo quanto aos benefícios de se manteremativos. O tai chi chuan é um exercício de práticaesportiva moderada que demonstra aumento noequilíbrio, marcha e postura. O objetivo foiavaliar a influência dessa modalidade noequilíbrio, postura e marcha de idosos ativos esaudáveis. Foi realizado um estudo transversalcontrolado com 76 voluntários, com 51participantes da atividade para o equilíbrio, idade

Da esquerda para direita - Prof. LuizEugênio Garcez Leme, Dr. Miguel Antonio

Rahal, Profa. Clara de Rosa Carelli eProf. Matheus Papaleo Neto.

média de 76, 8 anos. Foram utilizados quatrotestes do Sistema Balance Master da Neurocom.Para análise dos dados a comparação das idadesnos dois grupos utilizou-se o teste de Mann-Whitney (Siegel, 2006). O mesmo teste foi

13Folha de Ortopedia e Traumatologia - IOT

utilizado para todas as comparações entre os doisgrupos quanto ao Teste Clínico Modificado daInteração Sensorial para o Equilíbrio (TCISEM),Teste da Caminhada (TC), Teste da Transferência

de Sentado para em Pé (TSP) e Teste da avaliaçãoUnipodal (TUP). O grupo do tai chi chuanapresentou valores significativos no equilíbrio emaior capacidade de recuperação.

PEREIRA, C. A. M. - Desenvolvimento eavaliação de uma interface homem com-putador, com as funções de um "mouse",controlada pelo movimento da cabeçapara uso em pessoas com deficiênciasfísicas [Dissertação]. São Paulo: Faculdadede Medicina, Universidade de São Paulo;2009. 130p.Orientador: Dr. Reginaldo Perilo OliveiraIntrodução: Pessoas com lesão medular, ou algumtipo de acometimento que impeça o movimentodos membros superiores, não conseguem utilizaradequadamente as interfaces ou dispositivospadrões de um computador, como por exemploo teclado e o mouse. Os objetivos deste trabalhoforam desenvolver um dispositivo apontador, comas mesmas funções de um mouse convencional,controlado pelo movimento da cabeça ecomparar a eficiência no uso do dispositivoproposto, utilizando o controle do cursor docomputador nos modos absoluto e relativo, porindivíduos tetraplégicos e indivíduos semacometimento neuromuscular. Métodos: Dezindivíduos com lesão medular cervical (grupoestudo) e dez indivíduos sem acometimentodo sistema neuromuscular (grupo controle)participaram das avaliações funcionais dodispositivo desenvolvido. O dispositivo apontadorera composto por uma câmera de vídeo, por umprograma de computador e por um alvo aderidoà parte frontal de um boné, que foi colocadosobre a cabeça do usuário. Os movimentosde flexo-extensão e de rotação da cabeçaestavam relacionados, respectivamente, com odeslocamento vertical e horizontal do cursor. Ocontrole do movimento do cursor podia serefetuado no modo absoluto, que era semelhanteao funcionamento de um "mouse" convencional,ou no modo relativo, que era análogo aofuncionamento de um "joystick". As avaliações

Da esquerda para direita - Dr. Élcio Landim,César Augusto Martins Pereira,

Dra. Valéria Meirelles Carril Elui eDr. Reginaldo Perilo Oliveira

foram baseadas nos testes multidirecionais danorma ISO 9241-9, que consistia em registrar acapacidade do usuário mover o cursor entre doisobjetos circulares, em diferentes direções. Osindivíduos de cada grupo participaram de umasequência de testes multidirecionais, operando odispositivo apontador nos modos de controleabsoluto e relativo. Resultados: A maioria dosparâmetros estudados apresentou diferençasignificativa, entre as situações de controleabsoluto e relativo, para os indivíduos de ambosos grupos, mostrando que os parâmetrosmedidos no modo absoluto foram melhores queos medidos no modo relativo. Não houvediferença significante entre os grupos, para amaioria dos parâmetros estudados.Conclusões: O dispositivo apontador desen-volvido emulou adequadamente as funções dedeslocamento do cursor do computador e osresultados, obtidos através da avaliação funcionaldo dispositivo estudado, permitiram concluir queo modo de controle absoluto foi significantementemais eficiente que o modo de controle relativoquando operados pelos indivíduos de ambos osgrupos.

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s BARBANERA, M. - Avaliação de fatoresmecânicos e eletromiográficos associadosao entorse de tornozelo em atletas do gê-nero feminino [tese]. São Paulo: Faculdadede Medicina, Universidade de São Paulo;2008. 115p.Orientador: Prof. Arnaldo José HernandezO entorse de tornozelo está entre as lesões maiscomuns durante as atividades esportivas. Apesarde extensas pesquisas clínicas e experimentais, arecorrência da lesão permanece alta. Aprevenção do entorse de tornozelo só é possíveluma vez que os fatores de risco forem identifi-cados. Alterações no posicionamento do pé,déficits proprioceptivos, frouxidão mecânicalateral do tornozelo e déficits de força muscularsão os possíveis fatores de risco para o entorsede tornozelo, mas os seus verdadeiros mecanis-mos ainda não estão esclarecidos. O entendi-mento desses mecanismos pode auxiliar os profis-sionais de saúde, principalmente os fisiotera-peutas, a elaborar um programa de tratamentomais direcionado, levando a uma reabilitaçãomais eficaz. O objetivo deste estudo foi avaliaros fatores mecânicos e eletromiográficosassociados ao entorse de tornozelo. Trinta e duasatletas de basquetebol e voleibol do gênerofeminino (16.06±0.8 anos; 67.63±8.17 kg;177.8±6.47 cm) participaram do estudo. Asatletas foram separadas em dois grupos: umgrupo controle, sem sintomas (29 tornozelos), eatletas que tinham sofrido entorse de tornozelo(29 tornozelos). A avaliação do alinhamento doretropé foi realizada por meio de fotogrametria,pelo programa SAPO® v.0.63, com as atletasem pé. A propriocepção, o torque passivo geradopela resistência do movimento do tornozelo e aforça muscular foram avaliados no dinamômetroisocinético Biodex®, e a atividade eletromio-gráfica de superfície pelo sistema Noraxon®. O

Da esquerda para direita - Dr. JoséMaria Santarém, Dr. Jorge dos Santos Silva,Profa. Júlia Maria D'Andrea Greve, MárciaBarbanera, Prof. Arnaldo José Hernandez

e Dr. José Elias de Proença.

senso de posição articular (15° inversão, 0°, 15°eversão), a cinestesia (2°/s, 4°/s, 10º/s) e o torquepassivo (5°/s, 10º/s, 20°/s) foram avaliadosdurante os movimentos passivos de eversão einversão. O torque eversor e inversor foi testadoisometricamente (15° inversão, 0°, 15° eversão),concentricamente e excentricamente (60°/s, 180°/s, 300°/s), simultaneamente à medida do sinaleletromiográfico dos músculos fibular longo etibial anterior. Os dados foram analisados pelaANOVA de dois e três fatores e teste post hocTukey. Os resultados mostraram que o alinha-mento do retropé e o senso de posição não estãoassociados ao entorse de tornozelo em atletasdo gênero feminino. Os resultados do grupo comentorse do tornozelo que indicaram diferençassignificativas em relação ao grupo controle foram:atraso no tempo de percepção do movimento,menor torque passivo e menor torque isométrico eisocinético concêntrico. Além disso, a atividadeeletromiográfica do músculo fibular longo e tibialanterior, durante o teste isocinético concêntrico, foimenor no grupo com entorse do tornozelo. Baseadonesses resultados, as atletas que tiveram entorsede tornozelo apresentaram déficits proprioceptivos,frouxidão mecânica e fraqueza muscular.

Em breve este será o novo site do IOT,com tudo o que se refere à nossa Instituição e ao

Departamento de Ortopedia da FMUSP.

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ramos priorizar os principais conceitos eprincípios que devem ser do conhecimentodo médico-generalista.

Rames Mattar Junior

INTRODUÇÃOFormar o aluno ao grau de Médico é umaresponsabilidade enorme e a razão primeirade uma Faculdade de Medicina. O avançoda ciência tem criado desafios para aquelesque carregam nos ombros o encargo deensinar. Como transmitir tanto conhecimentoem tão pouco tempo? O currículo nucleardas escolas médicas sempre é motivo dedebates e mudanças constantes, trilhandocaminhos na busca da relação idealentre tempo disponível e absorção deconhecimento. Os seis anos destinados àformação de um médico parecem não sermais suficientes, obrigando nossos alunos acompletar conhecimentos com programas deresidência médica e estágios de pós-graduação lato sensu. Esta obra foi idea-lizada para melhorar o desempenho dosalunos em seu aprendizado em Ortopediae Traumatologia. Procuramos abordar asprincipais patologias traumáticas, dege-nerativas, tumorais, congênitas, infec-ciosas, metabólicas etc., que acometem osistema esquelético. Neste livro, procu-

Foi elaborado o nosso novo vídeorealçando atividades de pesquisa

e ensino desenvolvidas nos8 LIMs do IOT.

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PÚBLICO ALVODATA TEMA29 e 30/01 Curso Interinstitucional de Trauma em Membros Superiores

Prof. Rames Mattar Junior e Dr. Jorge dos Santos SilvaMédicos

05 e 06/02 Curso de Coluna - Dr. Alexandre Fogaça Cristante Médicos09/02 a Dez Curso de Fisiologia - todas as 3ªs. feiras das 19h às 23h

Profª Drª Julia Maria D'Andréa GreveProfissionais

da Saúde25 a 27/02 IX Curso de Cirurgia do Ombro e Cotovelo - Curso a ser realizado

pela SBOTSBOT

26 e 27/03 II Curso Interinstiticional de Cirurgia da Coluna VertebralDr. Alexandre Fogaça Cristante - Centro de Convenções Rebouças

Médicos

09 e 10/04 Congresso Combinado de Cirurgia de Quadril - Universidade deSão Paulo (Brasil) e Universidade de Toulouse (França) - Prof.Alberto Tesconi Croci e Dr. José Ricardo Negreiros Vicente

Médicos

15 e 17/04 Congresso Internacional de Osteossíntese Endomedular e Jornadade Reabilitação do Paciente Traumatizado - Curso a ser realizadopela SBOT

SBOT

21 a 24/04 VI Congresso Brasileiro de Oncologia Ortopédica - Curso a serrealizado pela SBOT

SBOT

07 e 08/05 Curso Teórico de Artroscopia - Dr. José Ricardo Pécora Médicos13 a 15/05 30º Congresso Brasileiro de Cirurgia da Mão - Curso a ser

realizado pela SBOTSBOT

CURSOS PROGRAMADOS2010

CURSOS PROGRAMADOS2010

Caros ex-estagiários do IOT.

Estamos resgatando os nomes e endereços atualizados, jácom vistas ao nosso próximo CIOT. Pretendemos priorizarneste próximo encontro atividades científicas e esportivascom a participação efetiva de todos vocês.Enviem com brevidade seus dados.

Abraço,Prof. Olavo Pires de Camargo

CURSOS PROGRAMADOS 2010

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Maiores informações: Centro de Estudos Godoy Moreira - CEGOMTelefone: (11) 3086-4106 • FAX: (11) 3086-4105 • E-mail: [email protected]

PÚBLICO ALVODATA TEMA13 a 15/05 VIII Congresso Brasileiro de Cirurgia do Ombro e Cotovelo -

Curso a ser realizado pela SBOTSBOT

20 a 22/05 16º Congresso Brasileiro de Trauma Ortopédico - Curso a serrealizado pela SBOT

SBOT

10 a 12/06 23º COTESP - Congresso de Ortopedia e Traumatologia do Estadode São Paulo - Curso a ser realizado pela SBOT

SBOT

16 a 20/06 IX Congresso Bras. de Ortopedia Pediátrica e V Cong. LatinoAmericano de Ortop. Pediátrica - Curso a ser realizado pela SBOT

SBOT

17 a 19/06 VII Congresso Gaúcho de Ortopedia e Traumatologia do RSCurso a ser realizado pela SBOT

SBOT

22 a 23/07 II COMINCO - Congresso Brasileiro de Cirurgia e TécnicasMinimamente Invasivas da Coluna Vertebral - Curso a serrealizado pela SBOT

SBOT

17 e 20/08 VI Congresso Latino Americano de Órgãos Artificiais e Bio-materiais (COLAOB 2010) - Curso a ser realizado pela SBOT

SBOT

24 e 25/09 IV Jornada de Ortopedia e Traumatologia de São José do RioPreto - Curso a ser realizado pela SBOT

SBOT

13 e 15/11 42º Congresso Brasileiro de Ortopedia e Traumatologia - CBOTCurso a ser realizado pela SBOT

SBOT

CURSOS PROGRAMADOS 2010

FICHA CADASTRAL

Reuniões Clínicas, Atualizaçãoe Revisão de Temas

O Departamento de Ortopedia e Traumatologia reúne-se semanalmente as6ªs feiras das 10 às 11h. Nestas reuniões são apresentados temas da

especialidade e discutidos casos clínicos e cirúrgicos.

Junho

Reuniões Clínicas, Atualizaçãoe Revisão de Temas

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Janeiro

08. Reconstrução15. Diagnóstico/Imagem22. Banco de Tecidos29. Enfermagem /

Diretoria Executiva

Fevereiro

05. Coluna Cervical12. Ortopedia Pediátrica19. Ombro/Cotovelo26. Neuro-Ortopedia

Março

05. Cirurgia da Mão12. Oncologia Ortopédica19. Comissão de Infecção

Hospitalar26. Coluna Lombar

Abril

09. Traumatologia16. Joelho23. Lab. de Investig. Médica30. Amputados / Prótese

Maio

07. Deformidades Vertebrais14. Microcirurgia21. Artroplastia28. Quadril

11. Trauma Raquimedular18. Medicina do Esporte25. Pé Adulto

Dezembro

Julho

02. Ombro/Cotovelo16. Coluna Cervical23. Cirurgia da Mão30. Oncologia Ortopédica

Agosto

06. Med. Física e Reabilitação13. Amputados / Prótese20. Mestrado e Doutorado

(1º semestre)27. Coluna Lombar

Setembro

03. Microcirurgia10. Deformidades Vertebrais17. Quadril24. Neuro-Ortopedia

Outubro

01. Traumatologia08. Ortopedia Pediátrica15. Medicina do Esporte22. Artroplastia

Novembro

05. Trauma Raquimedular12. Geriatria/Osteoporose/

Reumatologia19. Joelho26. Pé Adulto

03. Mestrado e Doutorado(2º semestre)

10. Hospital Universitário