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GOVERNO DO PARANÁ
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
SANDRA MARIA DE LIMA GOBBO
ARTIGO FINAL
A CONSTRUÇÃO E A UTILIZAÇÃO DE JOGOS COMO ESTRATÉGIA PARA O ENSINO DA MATEMÁTICA NA EJA
IES: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA – UEL ORIENTADORA: Prof.ª Dr.ª REGINA CÉLIA GUAPO PASQUINI ÁREA CURRICULAR: MATEMÁTICA
LONDRINA
2012
FICHA PARA CATÁLOGO
ARTIGO FINAL
Título:A construção e a utilização de jogos como estratégia metodológica para o ensino da matemática na educação de jovens e adultos.
Autor Sandra maria de Lima Gobbo
Escola de Atuação Esc. Est. Prof.º João Rodrigues da Silva
Município da escola Londrina
Núcleo Regional de Educação Londrina
Orientador Regina Célia Guapo Pasquini
Instituição de Ensino Superior Universidade Estadual de Londrina
Disciplina/Área (entrada no PDE) Matemática
Produção Didático-pedagógica Unidade Didática
Relação Interdisciplinar Artes
Público Alvo Professores de matemática que atuam ou não com alunos da Educação de Jovens e Adultos.
Localização Escola João Rodrigues da Silva.Rua Jurema, nº: 229 . Conjunto AntaresLondrina, Paraná
Apresentação: A Educação de Jovens e Adultos é uma modalidade de ensino destinada às pessoas que não concluíram os estudos fundamentais na idade apropriada. Ensinar matemática a esse público é de suma importância, visto que a mesma contribui para a formação do caráter sócio-educacional do aluno. Um dos desafios de Educação Matemática de Jovens e Adultos é oferecer motivação para que estes alunos continuem na escola. Com esta finalidade, este artigo apresenta como estratégia a confecção de jogos pedagógicos. Os mesmos contemplaram o conteúdo de Números Inteiros, com enfoque na resolução de situações problemas que surgiram no momento da confecção dos jogos. Pode ser considerada uma estratégia que visa um ensino de matemática mais significativo, com aulas mais prazerosas ao público dessa modalidade de ensino.
Palavras-chave EJA, jogos, resolução de problemas
RESUMO
O presente artigo apresenta um trabalho desenvolvido na Educação de Jovens e
Adultos (EJA) por meio da construção e utilização de jogos. Realizamos uma
pesquisa bibliográfica que subsidiasse esse trabalho e que levasse o professor aos
conhecimentos da atividade lúdica como recurso didático-pedagógico, pois
somente de posse desse conhecimento o professor poderá intervir de maneira
efetiva na aprendizagem e na busca de elementos que atendam as reais
necessidades dos alunos. Nosso principal objetivo foi explorar a construção de
conceitos matemáticos na confecção dos jogos. Posteriormente, a utilização dos
mesmos. Mediante a aplicação desta proposta, constatamos que a construção de
jogos matemáticos auxiliam tanto o trabalho do professor, que pode tornar seu
planejamento mais dinâmico e atrativo, quanto à aprendizagem dos alunos, que têm
a oportunidade de construir seus conhecimentos de uma forma mais interativa e
eficaz.
Palavras-chave: Jogos – EJA – Educação de Jovens e Adultos – educação
matemática.
ABSTRACT
The present article shows a work developed in the Young and Adult Education
(YAE),through the construction and the use of games. Carried out a bibliographic
research that subsidize this work and that could lead the teacher to knowledge of the
playful activity as a didactic pedagogical resource ,because only in possession of this
knowledge the teacher may interfere in an effective way in the process of knowledge
acquisition and in search of elements that can encounter the real needs of
students .Our main purpose was to explore the construction of mathematical
concepts in the construction of games. Subsequently using the same. By the
implementing this proposal ,found that the construction of mathematical games help
both the teacher´s work,that can make the syllabus more dynamic and attractive ,as
the learning of the students ,who have the opportunity to build their knowledge in a
more interactive and effective way .
4
1.INTRODUÇÃO
O aluno da EJA é resultado de uma sociedade que exclui, que seleciona
somente os melhores ou os mais favorecidos, e a escola, como parte dessa
sociedade, não ficou fora desse sistema. Hoje fala-se muito em inclusão
educacional. Mas, o que é inclusão educacional?
De acordo com Elizabeth Salgado,
Uma escola pode ser considerada inclusiva, quando não faz distinção entre os seres humanos, não seleciona ou diferencia com base em julgamentos de valores com 'perfeitos ou não perfeitos', 'normais ou não normais. (SALGADO, 2011)
Para Mantoan,
O princípio democrático de educação para todos só se evidencia nos sistemas educacionais que se especializam em todos os alunos, não apenas em alguns deles, os alunos com deficiência. (…) Pois não apenas as [crianças] deficientes são excluídas, mas também as que são pobres, as que não vão às aulas porque trabalham, as que pertencem aos grupos discriminados, as que de tanto repetir desistem de estudar. ( MONTOAN, 2011)
Um dos desafios da Educação Matemática de Jovens e Adultos é oferecer
motivação para que estes alunos continuem na escola. Porém, isso requer
professores preparados e bem motivados, a fim de exercer uma prática educativa
que articule a educação escolar ao trabalho e às práticas sociais de seus educandos
oportunizando um ambiente onde as limitações adquiridas devido ao tempo fora da
escola possam ser superadas.
Com base no exposto, esse trabalho apresenta como proposta uma estratégia
diferenciada para o ensino da matemática aos alunos jovens e adultos. Nele serão
encontrados os jogos que foram utilizados, bem como todo o processo de
construção dos mesmos, a fim de subsidiar aos professores sugestões de aulas
mais dinâmicas, que envolvam os alunos na construção de conhecimentos
matemáticos. O trabalho foi aplicado numa turma da educação de jovens e adultos,
podendo ser adaptado a todas as séries, de acordo com os conteúdos que se
deseja explorar.
5
2. SOBRE O ENSINO DA MATEMÁTICA
De acordo com Imenes (1998), ao longo da história a matemática escolar vem
sendo marcada mais pelo fracasso que pelo sucesso, figurando entre as campeãs
de reprovação. Penso que esse conceito que muitos têm em relação à matemática
se deve à má qualidade do ensino da mesma. A maior parte dos adultos de hoje é
fruto de um sistema de ensino tradicional, onde o conhecimento estava centrado no
professor, não dando margem a questionamentos, análises, demonstrações ou
investigações acerca deste conhecimento. Para Kline (1976, p.22), “o método
tradicional de ensinar resulta francamente num único tipo de aprendizagem:
memorização”. Sendo assim, esse método favorecia e ainda favorece aqueles que
têm boa memória, pois decoram facilmente as regras matemáticas e os caminhos
que deve percorrer para resolver determinados exercícios e problemas
complementando, esse método também é eficaz para aqueles que são autodidatas,
pois independente do método obtém sucesso com horas a fio de estudo extraclasse.
Segundo o PCN's (1998, p.15),
O ensino da matemática ainda é marcado pelos altos índices de retenção, pela formalização precoce de conceitos, pela excessiva preocupação com o treino de habilidades e mecanização de processos sem compreensão.
Pesquisadores das décadas de 60 e 70 já estudavam e discutiam essa
mecanização num movimento que ficou conhecido como Movimento da Matemática
Moderna. Verificavam que a matemática estava se constituindo numa via de acesso
para o pensamento científico e tecnológico, distante da realidade escolar e de
questões práticas. Esse movimento provocou grandes reformas no currículo dessa
disciplina, permanecendo como alternativa para o ensino da matemática por mais de
uma década. Porém, após um longo período sendo influenciado pelo enfoque da
Matemática Moderna, o ensino veio a refluir, devido à constatação na inadequação
de alguns princípios básicos exageros ocorridos nesse movimento. De acordo com
Schubring (1999), a matemática foi a primeira das disciplinas escolares a deflagrar
um movimento internacional de reformulação curricular.
6
A Educação Matemática no Brasil iniciou-se a partir do Movimento da
Matemática Moderna, no final dos anos 70 e início da década de 80. Nesse período
surge a SBEM - Sociedade Brasileira de Educação Matemática, e os primeiros
programas de pós graduação em Educação Matemática, cujo objeto de estudo está
centrado na prática pedagógica e engloba as relações entre ensino, aprendizagem e
o conhecimento matemático (FIORENTINI e LORENZATO, 2001). Mais ainda, de
um modo geral, seus objetivos de estudo levam os alunos analisar, discutir e
apropriar-se de conceitos e formular ideias, para que, a partir da matemática “o
homem amplie seu conhecimento e por conseguinte, contribua para o
desenvolvimento da sociedade.” (RAMOS, 2004, p. 65).
Em 1980, o National Council of Teachers of Mathematics – NCTM – dos
Estados Unidos, apresentou recomendações para o ensino de Matemática no
documento Agenda pala Ação. Esse documento deu destaque à resolução de
problemas, sendo considerado o foco da disciplina nos anos 80. No período de 1980
a 1995, reformas no ensino ocorreram no mundo todo e, em diferentes países,
apresentaram pontos de convergência, como:
.Direcionamento do ensino fundamental para a aquisição de competências básicas necessárias ao cidadão e não apenas voltadas para a preparação de estudos posteriores;
·Importância do desempenho de um papel ativo do aluno na construção do seu conhecimento;
·Ênfase na resolução de problemas, na exploração da Matemática a partir dos problemas vividos no cotidiano e encontrados nas várias disciplinas;
·Necessidade de levar os alunos a compreender a importância do uso da tecnologia e a acompanhar sua permanente renovação.
(PCN’s, 1998, p.20)
Infelizmente, mesmo após a discussão dessas ideias, ainda hoje há a
insistência de certos professores no trabalho mecanizado, sem ênfase nas
aplicações práticas da Matemática, particularmente no ensino fundamental. Os
Parâmetros Curriculares Nacionais fazem uma crítica aos professores, com a qual
corroboramos, que muitos desconhecem as propostas mais recentes e não têm
uma visão clara dos problemas que motivaram as reformas curriculares,
desconhecendo as ideias ricas e inovadoras destas , o que faz com que não haja
7
mudanças em seu método de ensino. Para D’Ambrósio (1989, p.15),
O professor tem uma série de crenças sobre o ensino e a aprendizagem de Matemática que reforçam a prática educacional por ele exercida. Muitas vezes ele se sente convencido de que tópicos de Matemática são ensinados por serem úteis aos alunos no futuro. Esta motivação é pouco convincente para os educando, principalmente numa realidade educacional brasileira em que apenas uma pequena parte dos alunos ingressantes no 1º ano escolar termina essa escolaridade de oito anos obrigatórios.
Embora a citação acima tenha sido escrita por D'Ambrósio em 1989, após 22
anos ainda presenciamos essa situação entre os professores. Talvez porque eles
mesmos desconhecem a utilidade daquilo que ensinam. Outro tópico revelante
escrito por esse mesmo autor se refere à quantidade de conteúdos trabalhados. Ele
afirma que para muitos professores o conteúdo trabalhado é a prioridade da sua
ação pedagógica, ao invés da aprendizagem do aluno.
Quando o professor tem como meta cobrir a maior parte dos conteúdos
propostos, sem a preocupação da apropriação destes pelos alunos, o principal
objetivo educacional, que é o maior aproveitamento possível por parte dos alunos,
fica longe de ser atingido. (D’AMBRÓSIO, 1989, p.15)
Para Polya (1887-1985), “Para ensinar é preciso saber muito mais do que se
ensina, é preciso conhecer sua matéria, ter interesse e entusiasmo por ela.” O
professor educador vai muito além de ser professor de matemática. Ele vê a sua
disciplina como um meio de educar o cidadão, objetivando a formação do mesmo.
Sendo assim, ao falarmos da educação matemática na educação de jovens e
adultos estamos falando de uma ação educativa própria às pessoas que não
completaram ou que iniciaram sua escolarização tardiamente, indivíduos com
histórias de vida bastante diferenciadas, mas todas elas marcadas pela exclusão
social e cultural. Segundo Fonseca (2002, p.50), muitos desses indivíduos retornam
à escola por sentirem necessidade de dominar conceitos e procedimentos
matemáticos úteis para a vida pessoal, social ou profissional. A mesma autora
ressalta ainda que, ao trabalhar com a EJA, o professor deve utilizar-se de
metodologias adequadas, cuidando-se para não infantilizar as estratégias de ensino
e elenca valores fundamentais que o docente deve ter: honestidade,
8
comprometimento e entusiasmo. Essa afirmação vai ao encontro dos objetivos
desse trabalho, visto que muitos confundem o jogo em sala de aula como uma
simples brincadeira, um passatempo. Por isso, não utilizamos o jogo com fim neles
mesmos, mas sim toda a classe( professor e alunos) estiveram envolvidos no
processo de construção e utilização dos jogos.
3. OS JOGOS COMO ESTRATÉGIA METODOLÓGICA PARA O ENSINO DE MATEMÁTICA
"Brincar é condição fundamental para ser sério".
(Arquimedes )
Ultimamente têm sido crescentes as referências aos materiais manipulativos
no ensino de Matemática, pois estes auxiliam o desenvolvimento de habilidades que
estão relacionadas ao raciocínio lógico. Dentre esses autores destacamos
Starepravo(2009), Smole, Diniz e Candido(2007), Passos(2006), entre outros. Os
materiais manipulativos, segundo Reys, podem ser definidos como “ objetos ou
coisas que o aluno é capaz de sentir, tocar, manipular e movimentar. Podem ser
objetos reais que têm aplicação no dia-a-dia ou podem ser objetos que são usados
para representar uma ideia.” ( REYS, apud PASSOS,2006, p. 78).
Há uma diversidade de materiais manipulativos úteis ao ensino da
matemática, como os Blocos Lógicos, o Material Dourado, a Escala Cuisinaire,
Discos de Frações, além de inúmeros jogos. Segundo Starepravo, “os jogos são
instrumentos importantes que podem ajudar o aluno a aprender” (STAREPRAVO
2009, p. 19). Neste trabalho optamos por utilizar a confecção do jogo como
estratégia metodológica, pois acreditamos que durante esse processo o aluno tem a
oportunidade de aprender matemática de forma mais efetiva.
Jogando o aluno analisa, levanta hipóteses, busca suposições, toma decisão,
argumenta e se organiza isso porque, por meio de situações desafiadoras próprias
do ato de jogar o educando desenvolve habilidades de resolver problemas,
estabelecendo relações entre os elementos do jogo e os conceitos matemáticos.
“Podemos dizer que o jogo possibilita uma situação de prazer e aprendizagem
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significativa nas aulas de matemática.” ( SMOLE et all, 2007, p. 11).
As mesmas autoras concordam que a utilização de jogos na escola não é
algo novo, porém “ muitas vezes foi negligenciado por ser visto apenas como uma
atividade de descanso ou apenas como passatempo.”(SMOLE et all, 2007, p. 12).
Segundo Starepravo, os jogos como estratégia de ensino já era defendida por
Friedrich Froebel (1782-1852) no século XIX, onde salientava a importância destes
na educação infantil, pois exerciam papel fundamental na exteriorização do
pensamento e na construção do conhecimento. “Os jogos e brincadeiras eram tidos
como instrumentos essenciais de aprendizagem, recebendo papel de destaque na
organização do trabalho escolar”. (STAREPRAVO 2009, p. 19).
Na visão de Bicudo a utilização de jogos como estratégia metodológica exige
um novo papel do professor, ou seja, ao contrário de ter uma postura autoritária,
deve deixar de lado o rigor da disciplina e abrir-se para a aula, vivenciando o papel
de facilitador do jogo no ambiente escolar, afim de dinamizar suas aulas e envolver
seus alunos numa aprendizagem mais significativa. (BICUDO, 1999, p.189).
Fietz e Martins afirmam que […] a utilização de materiais manipulativos, se esses ficarem restritos apenas a manipulação dos alunos de forma lúdica e sem função educativa, não é o suficiente para que exista o aprendizado discente. É preciso que seu uso esteja relacionado a fundamentos pedagógicos para que possa promover a aprendizagem da matemática.( FIETZ e MARTINS, s.d)
Diante disso, cabe ao professor a tarefa de vincular os jogos aos conteúdos
culturais que ser quer explorar. Segundo Kamii & Devries (1991) apud Bicudo
( 1999, p. 191),
[…] para ser útil no processo educacional e estimular a autonomia,
um jogo deveria propor alguma coisa interessante e desafiadora para
os alunos resolverem, permitir que eles possam se auto avaliar e
possibilitar que todos participem ativamente do começo ao fim.
Ao se auto avaliar o aluno analisa seus erros e as estratégias que utilizou ao
jogar. Diferentemente do ensino tradicional, numa situação de jogo, o erro é visto
com naturalidade, ou seja, não ter realizado a melhor jogada não significa que tenha
10
errado. Ao contrário, ele pode corrigir seus erros e ainda assim vencer a partida. No
processo de construção do conhecimento, os erros são fundamentais para que se
possa melhorar os procedimentos e modificar a ação. O aluno entende que precisa
desenvolver outras estratégias para atingir seus objetivos. As análises do erro feita
pelo aluno favorece o trabalho do professor, uma vez que se utiliza das
oportunidades surgidas para fazer questionamentos pertinentes à situação do jogo e
a sistematizar conceitos matemáticos.
As autoras Smole, Diniz e Cândido concordam com a afirmação acima,
dizendo que[…] o jogo reduz a consequência dos erros e dos fracassos dos jogador, permitindo que ele desenvolva iniciativa, autoconfiança e autonomia... o jogo é uma atividade séria que não tem consequências frustrantes para quem joga, no sentido de ver o erro como algo definitivo e insuperável. ( SMOLE et all, 2007, p. 12)
Segundo Borin,Outro motivo para a introdução de jogos nas aulas de matemática é a possibilidade de diminuir bloqueios apresentados por muitos de nossos alunos que temem a matemática e sentem-se incapacitados para aprendê-la. Dentro da situação de jogo, onde é impossível uma atitude e a motivação é grande, notamos que, ao mesmo tempo em que estes alunos falam matemática, apresentam também um melhor desempenho e atitudes mais positivas frente a seus processos de aprendizagem.” ( BORIN, 1996, p.9)
Sendo assim, optamos por esse trabalho por acreditarmos que ensinar
matemática por meio da confecção de jogos na EJA possa ser uma estratégia eficaz,
visto que os alunos dessa modalidade de ensino apresentam-se muitas vezes
desanimados e desestimulados a estudar. Ao utilizar os jogos o professor contribuirá
para que seus alunos resgatem a auto estima, respeitem-se mutuamente e interajam
em grupos, uma vez que estimula a participação de jovens e adultos nos trabalhos
coletivos e a criação de um ambiente saudável entre eles.
4. A IMPLEMENTAÇÃO
Esta produção didático-pedagógica é resultado do programa de
desenvolvimento Educacional( PDE) e caracteriza-se como um artigo direcionado
aos professores de matemática, sobretudo os que trabalham com a educação de
jovens e adultos.
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Esse material foi elaborado no 1º semestre do ano de 2012 e desenvolvido
em parceria com a Universidade Estadual de Londrina- UEL, sob a orientação de
Professora Doutora Regina Célia Guapo Pasquini, tendo como tema de estudo “ A
construção e a utilização de jogos como estratégia metodológica no ensino da
matemática na educação de jovens e adultos.”
O objetivo dessa produção é apresentar aos professores os jogos
confeccionados e trabalhados durante a implementação do projeto didático
pedagógico, bem como relatar o desenvolvimento e as conquistas alcançadas com
os alunos no final do mesmo.
A implementação aconteceu no segundo semestre do ano letivo de 2011, com
duração de 16 aulas, com os alunos do ensino fundamental individual da educação
de jovens e adultos do colégio estadual Professor João Rodrigues da Silva. Devido
a época em que ocorreu a implementação, havia poucos alunos , visto que o ensino
individual na Eja contempla alunos de séries variadas e que os mesmos fazem seu
próprio cronograma de aulas. Sendo assim, a realização do trabalho contou com a
participação de 10 alunos. O desenvolvimento das aulas se deu por meio da
construção dos jogos, ou seja, instruídos pelo professor os alunos construíram os
jogos que foram utilizados, promovendo assim momentos em que a Matemática
esteve presente nessa construção. Desse modo, prezamos não somente pela
utilização dos jogos mas, pela construção dos mesmos, no momento em que desta
possam emergir os conhecimentos matemáticos envolvidos.
Tradicionalmente a matemática é considerada como uma ciência rigorosa,
formal e abstrata. Essas concepções acerca dessa disciplina levam a uma prática
pedagógica geralmente dissociada da realidade, contribuindo para tornar o processo
de ensino e aprendizagem cercado de dificuldades. A maior parte dos alunos que
frequentam a EJA é advindo de um sistema tradicional de ensino, portanto,
observamos em suas atitudes, uma certa insegurança relacionada à matemática,
sobretudo à proposta de trabalho que lhes foi apresentada.
O trabalho de construção de jogos foi desenvolvido na perspectiva de
resolução de problemas, onde, por meio de questionamentos relevantes, os alunos
puderam fazer comparações, constatações, análises, ampliando conceitos já
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conhecidos e construindo novos saberes.
Segundo Grando ( 2004, p.29),
Analisando a relação entre o jogo e a resolução de problemas, ambos enquanto estratégia de ensino, evidenciamos vantagens no processo de criação e construção de conceitos, quando possível, por meio de uma ação comum estabelecida a partir da discussão matemática entre os alunos e entre o professor e os alunos.
A participação dos alunos na confecção dos jogos a na aplicação dos
mesmos, inicialmente tímida, foi, com o decorrer das aulas sendo muito efetiva.
Em seguida encontra-se o relatório das ações, ou seja, como se deu o
desenvolvimento de cada um dos jogos.
5. RELATOS
5.1 PRIMEIRO JOGO:
Organizados livremente em grupos de dois, pedimos aos alunos que
desenhassem 15 retângulos na cartolina, cujas dimensões eram 4 cm de largura por
10 cm de comprimento, sendo que alguns usariam a cartolina em pé e outros a
cartolina deitada. Inicialmente eles tiveram dificuldades em realizar essa ação, pois
não sabiam definir um retângulo. Aproveitamos o momento para realizar alguns
questionamentos:
•O que é ângulo?
figura 1: alunos produzindo as peças do primeiro jogo
13
•Como podemos classificar os ângulos?
•O que é um quadrado?
•Existem diferenças entre um quadrado e um retângulo? Em caso positivo, quais?
Os alunos demonstraram ter pouco conhecimento sobre ângulos. Sabiam que
uma volta completa tem 360° e disseram existir ângulos nos cantos. Aproveitamos
os conhecimentos dos mesmos para explorar o conteúdo. Apresentamos a definição
de ângulo como sendo a reunião de dois segmentos de reta orientados (ou duas
semi-retas orientadas) a partir de um ponto comum. Definimos também a unidade
de medida do ângulo,o grau, que é obtida pela divisão da circunferência em 360
partes iguais, obtendo-se assim um ângulo de um grau, sendo que a notação desta
medida usa um pequeno o colocado como expoente do número, como 1º. Partindo
do ângulo de 360° foi possível definir outros ângulos, como reto e raso, bem como
as classificações dos mesmos em acutângulo e obtusângulo. Em seguida,
comparamos o quadrado e o retângulo, analisando os ângulos internos e a medida
dos lados dos mesmos. Após comparações, conseguiram, por si só, definirem tais
formas, verificando as diferenças entre ambos. Prosseguimos com a construção do
jogo. Pudemos observar que , mesmo sendo adultos, os alunos têm muita
dificuldade em utilizar a régua, dificuldades geralmente observadas em crianças
quando começam a utilizar esse instrumento de medida: começavam a medir do 1
cm, e não do zero e não faziam marcações para traçarem as retas.
Após desenharem os 15 retângulos solicitados, recortaram um a um, os
quais seriam as peças do jogo. A fim de verificarmos a noção que tinham sobre área,
pedimos que calculassem a sobra do papel nas duas situações em que as cartolinas
foram recortadas. -E como se faz isso?-um aluno questionou-nos. Houve então um
momento de discussão. Fizemos algumas comparações, levando-os a imaginar que
a sobra poderia representar um terreno, um campo de futebol... Após comparações,
uma aluna disse que teriam que calcular a área, porém não sabia como. Sendo
assim, exploramos o conteúdo: Área de quadriláteros ( quadrado, retângulo,
losango, trapézio e paralelogramo) e propusemos alguns exercícios de aplicação
sobre o mesmo.
Já de posse do conteúdo, voltamos às sobras de papel, onde os alunos
14
mediram as suas dimensões e calcularam a área. Como as medidas não eram
exatas, reforçamos a multiplicação de números decimais, o que, no primeiro
momento, resistiram em realizar sem o uso da calculadora. Falamos sobre esse
assunto ainda hoje polêmico para muitos: usar ou não a calculadora nas aulas de
matemática? Esclarecemos que a escola deve acompanhar o avanço tecnológico,
porém, utilizar ou não tal ferramenta de cálculo depende dos objetivos que o
professor pretende alcançar. Sendo assim, concordaram em realizar as operações
manualmente e depois conferí-las na calculadora. Após compararem as áreas,
observaram que independente da posição em que os retângulos foram desenhados,
a sobra de papel foi a mesma. Propusemos algumas tarefas:
•calcular a área de cada peça recortada;
•calcular a área das 60 peças juntas;
•calcular a sobra total de papel;
Após essas explorações os alunos numeraram as peças. Reforçamos os
conceitos da adição e subtração com números inteiros e ensinamo-os a realizar tais
operações utilizando-se da régua graduada. Ao jogarem, não apresentaram
dificuldades, pois para fazer os cálculos mentais usavam os termos tenho(referindo-
se ás quantidades positivas) e devo( referindo-se ás negativas), ou seja, se o aluno
estivesse com as cartas -3, +4, -12 e -10, ele deveria somar as suas
dívidas( números negativos) e descontar o que tinha( número positivo).
A confecção desse jogo propiciou o desenvolvimento de vários conceitos,
alguns novos, que em aulas posteriores foram sistematizados, outros já trabalhados
anteriormente, porém que, de acordo com nossas observações, precisavam ser
relembrados. Outras situações que nos levam a problemas práticos foram
exploradas, como exemplo: utilizando-se de trenas, medir as dimensões da sala de
aula e calcular a área e o perímetro da mesma; construir na cartolina o metro
quadrado; estabelecer as relações entre o metro quadrado e a área da sala. A
construção do metro quadrado foi muito significativa aos alunos, visto que os
mesmos utilizavam-se dessa unidade de medida mas não sabiam seu real
significado. A área da sala calculada pelos alunos foi de 49 m². Percebemos que
houve compreensão quando fizeram a seguinte observação: Então precisamos de
15
49 quadrados desses para revestir toda a sala? Dizer que numa caixa de piso há um
metro quadrado significa dizer que é a quantidade de piso necessária para cobrir
esse quadrado?
5.2 SEGUNDO JOGO
Entregamos a cada grupo de alunos uma cartolina branca retangular e
fizemos o seguinte questionamento: “ como fazer para tirar um quadrado dessa
cartolina, sem a utilização de objetos de medidas?” Muitas sugestões foram dadas
por eles, como: use o palmo; dobre ao meio; ligue um vértice ao vértice oposto.
Testamos todas as sugestões e percebemos que nenhuma funcionava. Mostramos
então a maneira correta, sobrepondo uma das larguras sobre um dos comprimentos
figura 2: medição da sala de aula
figura 3: confeccionando as peças do jogo
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da cartolina. Perguntamos se sabiam como se chamava o segmento de reta
produzido pela dobra da cartolina. Um dos alunos disse que era a diagonal.
Questionamos sobre outros tipos de retas que conheciam e eles disseram que
sabiam reconhecer retas horizontais, verticais e inclinadas. Aproveitamos o
momento e escrevemos as definições de retas paralelas, perpendiculares e
concorrentes.
Dando continuidade ao jogo, após tirarem o quadrado pedimos que o
quadriculassem a fim de obter 40 quadrinhos. Após explorações dos divisores do
número 40, decidiram que o quadriculado seria de 4 por 10. Dividiram então os lados
do quadrado por 4 e por 10 para calcularem as dimensões das peças. Aproveitamos
para relembrar a divisão de números decimais. Com as cartolinas riscadas,
numeraram as peças com números inteiros escolhidos por eles mesmos e as
recortaram. Ao jogar, tiveram dificuldade na realização de cálculos mentais,
necessitando registrar os cálculos. Por esse motivo, não consideremos o jogo muito
dinâmico, ao contrário, acabou se tornando cansativo. Diante das dificuldades na
realização de cálculos mentais, pudemos verificar o quanto nós professores
devemos explorar tal procedimento de cálculo em nossas aulas.
Em aula posterior, sistematizamos o conceito de retas e propusemos
situações reais, explorando o mapa da cidade, presente na lista telefônica. Entreguei
aos alunos um xerox do mapa, referente à região ao qual a escola está localizada e,
com questões escritas, deveriam citar ruas paralelas, perpendiculares e
concorrentes. Foi uma atividade prazerosa, bem dinâmica e significativa, pois alguns
alunos se divertiam ao encontrar seu próprio endereço.
figura 4: numerando as peças
17
5.3 TERCEIRO JOGO
Para a realização desse jogo, os alunos utilizaram as peças do jogo anterior.
O jogo foi feito em dupla e consistia em descobrir a peça do adversário, conhecendo
a própria peça e o total entre as duas. Entre todos os jogos, esse foi o que os alunos
demonstraram mais dificuldades, devido a reversibilidade dos cálculos. Precisaram
registrar, porém seus registros não eram satisfatórios. Sugerimos que pensassem
em um esquema de cálculo, sabendo que conheciam o resultado e uma das
parcelas. Uma das alunas propôs que colocassem o x para representar o número do
adversário, montando a seguinte sentença: -7 + x = -20. Assim, em todas as
rodadas, fizeram o registro dessa forma e conseguiram jogar. Em seus registros
observamos que os alunos não isolavam a incógnita no primeiro membro, somente a
substituíam pelo valor que julgavam satisfazer a igualdade.
Esse jogo favoreceu o desenvolvimento do pensamento algébrico. A partir dos
registros feitos pelos alunos, tivemos a oportunidade de desenvolver o conteúdo de
equações do primeiro grau. Fazendo referências ao jogo realizado os alunos
facilmente assimilaram o conceito de equações. Propusemos outras situações não
tão simples como as decorrentes do jogo, a fim de ensinar-lhes o processo de
resolução das mesmas.
5.4 QUARTO JOGO
figura 5: planificando o cubo figura 6: montagem do cubo
18
Apresentamos aos alunos um cubo, uma pirâmide de base quadrada, um
cone, um cilindro e um paralelepípedo ( sólidos em acrílico, material de uso comum
na escola) a fim de investigar o conhecimento que tinham sobre os sólidos
geométricos. Compararam alguns deles com formas conhecidas, como um dado,
uma caixinha de creme dental, uma lata de óleo, porém souberam nomear somente
o cubo e a pirâmide. Enfatizamos o cubo, questionando-os sobre faces, arestas,
vértices. Eram termos desconhecidos para eles. Foi necessário, neste momento, a
sistematização desse conteúdo, apresentando a representação do cubo na lousa, a
fim de apontar os elementos que o compõe. Conhecendo os elementos do cubo,
pedimos que fizessem a representação do mesmo no plano( planificação), sendo
que as faces deveriam ter 4 cm de lado. Em seguida, pedimos que recortassem e
montassem o sólido. Com a representação do sólido em mãos os alunos fizeram o
contorno de uma das faces e calcularam a sua área , a área total da planificação e o
perímetro da mesma.
Perguntamos aos alunos o que sabiam sobre Volume. Imediatamente
relacionaram volume com a medida da capacidade do objeto. Discutimos sobre
esses dois conceitos, a fim de que percebessem a diferença existente entre eles.
Explicamos oralmente como calculamos o volume do cubo, porém não nos
aprofundei no conteúdo, julgando ser propício deixá-lo para outro momento, onde
trabalharemos não somente o volume do cubo, mas também de outros sólidos.
Voltando ao jogo, os alunos numeraram as faces do cubo e passaram a jogar.
Foi um momento de bastante descontração. No final de todas as rodadas, cada
aluno foi ao quadro e montou a expressão numérica com seus pontos obtidos , a
fim de verificarmos quem foi o vencedor da turma.
Aproveitamos ainda a tabela e propusemos outra atividade, que foi, nesse
momento, realizada sem dificuldade pelos alunos:
- Preencha a tabela com os números que faltam:
RODADAS DADO 1 DADO 2 SOMA DOS
PONTOS1 -5 -92 6 -2
19
3 2 -14 -5 55 -126 4 -10
TOTAL =
5.5 QUINTO JOGO
Para a realização desse jogo foi necessário novamente quadricular uma
cartolina a fim de obter 42 quadrinhos. Dividimos a turma em dois grupos e, como já
haviam aprendido a quadricular anteriormente, não precisamos interferir. Em
seguida, ditamos alguns números inteiros que deveriam ser escritos nos quadrinhos.
Fixamos as duas cartolinas na lousa e explicamos as regras do jogo, onde dois
alunos de cada grupo deveriam ir ao quadro e encontrar rapidamente o resultado da
operação falada pela professora, marcando ponto para o grupo o aluno que primeiro
apontasse o resultado. Percebemos que não se sentiram muito a vontade para
realizar esse jogo, mostrando-se inseguros. Mesmo assim o fizeram.
Após o jogo propusemos a seguinte situação-problema: Ao quadricular a
cartolina, obtivemos 42 retângulos cuja as dimensões são 10 cm de comprimento
por 7 cm de largura. Com esses dados, obtenha:
◦As dimensões da cartolina;
◦A área de cada retângulo;
◦A área total da cartolina;
5.6 AVALIAÇÃO DAS ATIVIDADES
De acordo com o dicionário da língua portuguesa, avaliar significa determinar
ou atribuir valor à alguma coisa. Com base nessa definição, por muito tempo o ato
de avaliar serviu somente para dar ao aluno uma nota ou conceito. Atualmente ainda
podemos presenciar essa ideia mal concebida de avaliação em nossas escolas, pois
20
continuam aplicando métodos tradicionais e classificatórios, o que em nada contribui
para o desenvolvimento e crescimento intelectual dos alunos.
De acordo com Buriasco (2002), além de servir para dar nota, muitos
professores utilizam a avaliação como um instrumento para disciplinar a turma. A
mesma autora afirma ainda que para avaliar podem ser utilizados vários
instrumentos, “inclusive a observação direta do desempenho do aluno no dia a dia
escolar.”
[...] é fundamental que os resultados expressos pelos instrumentos de avaliação, sejam eles provas, trabalhos, registros das atitudes dos alunos, ou qualquer outro utilizado, forneçam ao professor informações sobre as competências de cada aluno em resolver problemas, em utilizar a linguagem matemática adequadamente para comunicar suas ideias, em desenvolver raciocínios e análises e em integrar todos esses aspectos no seu conhecimento matemático. ( BURIASCO, 2002)
A educação de jovens e adultos é composta por um grande número de alunos
que foram fruto de um sistema de avaliação classificatória e excludente, sendo esse
talvez o principal motivo para que interrompessem a sua escolaridade.
Nesse contexto, a avaliação foi realizada de forma contínua, com base nas
observações feitas durante e após o processo de construção dos jogos, onde o
professor agiu como um orientador e investigador, sempre atento para que todos
conseguissem atingir os objetivos esperados.
Além da observação, a auto-avaliação(cujo modelo encontra-se anexo) foi um
instrumento importante, pois os alunos tiveram a oportunidade de repensar
criticamente sua participação nas atividades, bem como nos resultados obtidos.
“Tentar e falhar é, pelo menos, aprender.
Não chegar a tentar é sofrer a inestimável
perda do que poderia ter sido." (Albino Teixeira)
21
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A experiência com o trabalho desenvolvido mostrou-me que a utilização de
jogos no ensino da matemática exerceu um papel importante na aprendizagem dos
alunos, e pode reunir dentro de uma mesmo situação, o lúdico, o brincar e o educar,
o que valoriza a sua adoção como estratégia de ensino, já que ao mesmo tempo
propõe problemas, cria situações, além de levar o aluno à interação com seus pares.
Por meio da utilização dos jogos o aluno é colocado diante de situações que
lhe possibilitará utilizar seus conhecimentos prévios, para a construção de outros
conhecimentos mais elaborados, ou desconhecidos. Para isso é necessário que o
professor por meio de um planejamento prévio, simule com antecedência o que ele
deseja explorar. Dessa forma, destacamos a confecção do jogo, como uma etapa
fundamental do nosso trabalho, pois foi assim que diversos conceitos puderam ser
explorados, como os de geometria, por exemplo.
Durante esses encontros pudemos observar que os alunos passaram a ver as
aulas de matemática com prazer, sem se focar nas suas reais dificuldades nessa
disciplina, o que contribuiu para torná-los motivados para aprendizagem.
Com a sistematização dos conteúdos explorados percebemos a riqueza do
trabalho, muitos deles ainda não previstos. Vai da criatividade do professor buscá-los
na medida em que possível. São situações inusitadas que a sala de aula nos
apresenta e que como orientadores cabe-nos a função de usufruir delas.
Convém salientar que esse artigo apresenta algumas sugestões que foram
fruto de um trabalho singular. Dessa forma, a atuação do professor não deve se
limitar aos jogos e às situações apresentadas. Entretanto, a experiência vivenciada
permite-nos referenciar essa estratégia como uma possibilidade para o trabalho com
jovens e adultos, mesmo que muitos estejam em maior idade, mas que ao
depararem-se com o desafio mostram-se interessados. O lúdico mostrou não
possuir idade. É isso que o jogo proporciona.
Além disso, este trabalho vem reforçar ainda a interação professor-aluno,
visto que o professor deixa de ser um mero transmissor de conhecimentos e assume
o papel de mediador e orientador, estimulando os alunos a construírem seus
22
próprios conceitos, proporcionando assim alguma aprendizagem, a qual não se dá
de forma homogênea, mas em diferentes graus de compreensão.
REFERÊNCIAS
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1998.
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BURIASCO, R. L. C. de. Sobre Avaliação em Matemática: uma reflexão.
Educação em Revista, Belo Horizonte, n. 36, dez. 2002, p. 255-264.
D’AMBRÓSIO, B. Como ensinar Matemática hoje? Temas e debates. Sociedade
Brasileira de Educação Matemática. Ano II. N2. Brasília. 1989. P.15-19.
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S/A( ano?)
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março de 2011.
FIORENTINI, D.; LORENZATO, S. O profissional em educação matemática.
Universidade Santa Cecília, 2001. Disponível em:
http://sites.unisanta.br/teiadosaber/apostila/matematica, acessado em 23 de março
de 2006.
23
GRANDO, R. C. O Jogo e a matemática no contexto da sala de aula. São Paulo:
Paulus, 2004.
KLINE, M. O Fracasso da Matemática Moderna. São Paulo: IBRASA. 1976.
PASSOS, C. L. B. Materiais manipuláveis como recursos didáticos na formação de professores de matemática. Campinas: Autores Associados, 2006.
PILETTI, C.Filosofia da educação. São Paulo: Ática,1997.
POLYA, G. A Arte de Resolver Problemas. Rio de Janeiro: Interciência., 1977.
SCHUBRING, G. O primeiro movimento internacional de reforma curricular emmatemática e o papel da Alemanha. In: VALENTE, W.R.(org.). Euclides Roxo e a
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SMOLE, K. C. S. A Matemática na Educação Infantil. Porto Alegre: Artmed. 2001
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http://mathematikos.psico.ufrgs.br/disciplinas/ufrgs/mat01038021/alunos/algo1/numeros_inteiros.html. Acessado em 11 de julho de 2011.
http://elisabethsalgadoencontrandovoce.com/inclusao_escolar_sonho_realidade.html Acessado em 13 de julho de 2011.
http://pro-inclusao.org.br/textos.html. Acessado em 13 de julho de 2011.
Http://ufrrj.br/emanped/paginas/conteudo_producoes/.../matematica.pdf . Acessado
em 15 de julho de 2011.
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ANEXO
COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR JOÃO RODRIGUES DA SILVA
Aluno:______________________________________________________________Professora: Sandra Maria de Lima GobboModalidade: Educação de Jovens e Adultos
AUTO - AVALIAÇÃO
1) Como foi sua participação nos trabalhos em grupo?____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
2) De que modo o ato de construir os próprios jogos contribuiu para desenvolver o seu conhecimento matemático?____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3) Em quais aspectos encontrou mais dificuldade?____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________4) Como você avalia a participação da turma nos trabalhos realizados?____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
5) De zero a dez, dê uma nota à sua participação. __________________