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GPEC Grupo de Produção em Educação & Cultura LTDA. Gpec - Educação a distância “Pouco a pouco... transformando a educação” www.gpeconline.com.br Os direitos autorais deste produto são reservados e protegidos pela lei 5.988, de 14/12/73 e pela lei 9.610, de 19/02/1998. Apostila do Curso: Turma 5

GPEC - Apostila - Historia e Cultura Afro Brasileira (Turma 5) (1)

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GPEC – Grupo de Produção em Educação & Cultura LTDA.

Gpec - Educação a distância “Pouco a pouco... transformando a educação”

www.gpeconline.com.br

Os direitos autorais deste produto são reservados e protegidos pela lei 5.988, de 14/12/73 e pela lei 9.610, de 19/02/1998.

Apostila do Curso:

Turma 5

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Coordenação e Tutoria

Professora e Autora - Maria Jose Silva Caldas Fagundes

Graduação Licenciatura Plena em História, Universidade Bandeirantes - UNIBAN - 2008 Aspirante a Bolsa de Pós Graduação de Mestrado em História Econômica pela Universidade de São Paulo. É professora On-line no site Vestibular. Resenhista, revisora, editora e colaboradora do site Profissão Mestre e Revista Museu.

Profa. Me. Patrícia Limaverde Nascimento Mestre em Educação:Currículo pela PUC-SP, Bióloga (CRBio1 61128/01-D), possui 14 anos de experiência em coordenação e direção pedagógica. Docente da Universidade Católica Virtual de Brasília. Foi orientanda de Maria Cândida Moraes e desenvolve projetos de assessoria pedagógica em escolas particulares e públicas. Trabalha na formação de professores da rede privada e pública sempre voltada para as inovações em didática e abordagens curriculares. Já apresentou seus trabalhos de educação transdisciplinar em diferentes estados no Brasil e também na Espanha, em Barcelona. Autora de 3 coleções de livros didáticos de educação infantil e co-autora de 4 coleções de livros didáticos de ensino fundamental. Já ministrou cursos sobre Transdisciplinaridade, Trabalho com Projetos em sala de aula, além de cursos nas áreas de matemática e semiótica aplicada no currículo de educação infantil e de ensino fundamental. Recebeu, em maio de 2006, o prêmio de Melhor Experiência em Educação Humanitária no Congresso Latino-Americano de Educação Humanitária realizado no Memorial da América Latina em São Paulo. Diretora de Relacionamentos Gisela Zampelli Bacharel em Comunicação Social (Jornalismo) possui mais de 22 anos de experiência nas áreas de: Publicidade (Planejamento, Mídia, Licitações Públicas e Atendimento), Assessoria de Imprensa, Desenvolvimento de Projetos Especiais em Comunicação & Marketing, Programa de Relacionamento, Marketing Cultural, Marketing Social, Prospecção Planejada, Estratégias para Captação de Recursos, Apoio e Patrocínio, Merchandising, PDV, Promoções, Feiras (Nacionais e Internacionais) e Eventos. Como Produtora Cultural, já realizou vários trabalhos junto às áreas de teatro, música, cinema e literatura, tais como: elaboração de projetos, captação de patrocínio, produção de shows e programas diversos. Foi Consultora de Cultura para o Sebrae/Ce. Agencia produtos do Ceará, Rio de Janeiro e São Paulo, tais como: Teatro, Música, Dança e Cinema. É assessora cultural do Centro Cultural do Banco do Nordeste na área de Cinema e Intercâmbio Cultural. Realiza produções culturais para à área da Educação como Teatro e Cinema.

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Participantes da Turma

Suporte GPEC - Avate Endereço de email: [email protected] Cidade/Município: São Paulo SP, Brasil

Gisela Zampelli Endereço de email: [email protected] Cidade/Município: São Paulo - SP, Brasil

Janaína Corrêa Martino Bernaola - Gerente GPEC Endereço de email: [email protected] Cidade/Município: São Paulo - SP, Brasil

Plantão - Suporte GPEC Endereço de email: [email protected] Cidade/Município: São Paulo - SP, Brasil

Profª Maria José Caldas Endereço de email: [email protected] Cidade/Município: Taboao Serra - SP, Brasil

GPEC - Suporte Plantão de Dúvidas - 2 Endereço de email: [email protected] Cidade/Município: São Paulo - SP, Brasil

Claudia Zampelli - Revisora GPEC Endereço de email: [email protected] Cidade/Município: São Paulo - SP, Brasil

GPEC Cursos online Endereço de email: [email protected] Cidade/Município: SÃO PAULO - SP, Brasil

Lenir Maria da Silva Endereço de email: [email protected] Cidade/Município: Nova Iguaçu, Brasil

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CAROLINA TIBIRIÇÁ ARGÔLO DOS SANTOS Endereço de email: [email protected] Cidade/Município: RIO DE JANEIRO/ RJ, Brasil

Thais Poliana Neto Endereço de email: [email protected] Cidade/Município: Guaratinguetá, Brasil

Marcia Mary Sumida Shikata Endereço de email: [email protected] Cidade/Município: Cotia, Brasil

Ramides Sedilso Pessatti Endereço de email: [email protected] Cidade/Município: Gaspar, Brasil

Paulo Cesar Vono Endereço de email: [email protected] Cidade/Município: São Paulo, Brasil

Simone Stela de Souza Endereço de email: [email protected] Cidade/Município: Itapetininga, Brasil

Ana Claudia Vasconcelos Araujo Endereço de email: [email protected] Cidade/Município: Recife, Brasil

Heleno Brodbeck do Rosário Endereço de email: [email protected] Cidade/Município: Curitiba, Brasil

Ivanilda Dias da Silva de Oliveira Endereço de email: [email protected] Cidade/Município: Queimados, Brasil

Cintia da Silva do Vale Endereço de email: [email protected] Cidade/Município: Niteroi/RJ, Brasil

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Dayana Fonseca Ferreira Endereço de email: [email protected] Cidade/Município: Londrina, Brasil

Layla de Castro Ferreira Endereço de email: [email protected] Cidade/Município: Ribeirão Pires, Brasil

Bruno Alves Rufino Endereço de email: [email protected] Cidade/Município: São Paulo, Brasil

Gilza Sanches Endereço de email: [email protected] Cidade/Município: Rio de Janeiro, Brasil

Francisco Sérgio Souza de Araujo Endereço de email: [email protected] Cidade/Município: Fortaleza, Brasil

Lúcia de Fátima Ramos Paula Marques Endereço de email: [email protected] Cidade/Município: GUARATINGUETA - SP, Brasil

Sandro Marcio do Nascimento Endereço de email: [email protected] Cidade/Município: itabira, Brasil

Ines Aparecida de Sousa Azevedo Endereço de email: [email protected] Cidade/Município: Caratinga, Brasil

Irane da Conceição Ribeiro de Castro Endereço de email: [email protected] Cidade/Município: São Luís, Brasil

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Módulo 1

Apresentação e Objetivos do Módulo

OBJETIVOS

O objetivo do módulo é capacitação levantando o conhecimento sobre os quilombos, movimentos sociais, tipos de resistências, a música e a arte como representação da

cultura.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

Quilombos, resistência negra, arte africana, música afro-brasileira como representação da cultura.

METODOLOGIA

A metodologia do curso compreende estudo dirigido, disponibilizando informações atualizadas, textos, discussões em fóruns, filmes.

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Primeiro Texto Base A LEI 10639/03

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA decreta e sanciona a seguinte Lei:

"Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares, torna-se obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira.

§ 2o Os conteúdos referentes à História e Cultura Afro-Brasileira serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de Educação Artística e de Literatura e História Brasileira.

Entendendo a Lei 10.639/03: A lei 10.639/03 visa fazer um resgate histórico para que as pessoas negras afro-

brasileiras conheçam um pouco mais o Brasil e melhor a sua própria história.

Desse modo, prevê ainda trabalhar o conhecimento da história e cultura da África a

partir do processo de escravidão, bem como conceitos sócio-político-históricos.

Entretanto, na tentativa de amenizar os preconceitos em sala de aula, propõe-se que

não sejam abordados nas escolas certos temas como: raça, racismo, etnia,

etnocentrismo, discriminação racial. Em março de 2005 foram apresentados alguns

pontos relacionados quanto à implementação efetiva da lei, tais como: formação de

professores e de outros profissionais da educação.

Entretanto, os professores, que em sua formação também não receberam preparo

especial para o ensino da cultura africana e suas reais influências para a formação da

identidade do nosso país, entram em conflito quanto à melhor maneira de trabalhar

essa temática na escola. Nesse sentido, este ponto pode ser um dos obstáculos

estabelecidos com a lei 9.394/96, que estabelece as diretrizes e bases da educação

nacional, visto que a mesma não disciplina nem menciona em nenhum de seus

artigos, cursos de capacitação voltados à preparação de professores na área.

Além disso, discute-se ainda a reestruturação das bases pedagógicas num movimento

de resgate histórico, ressaltando os conceitos trabalhados em sala de aula e a base

teórica empregada. Por este motivo, incluiriam no rol de conteúdos e em atividades

curriculares dos cursos de educação das relações étnico-raciais, conhecimentos de

matriz africana que diz respeito à população africana.

A lei 10.639/03 visa fazer um resgate histórico para que as pessoas negras afro-

brasileiras conheçam um pouco mais o Brasil e melhor a sua própria história.

Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e

particulares, torna-se obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira.

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No entanto, além do estudo da África e dos africanos serão destacados as lutas dos

negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro as áreas social, econômica e

política, pertencentes, também, à História do Brasil, relacionadas em todo currículo

escolar, principalmente nas áreas de Educação Artísticas, Literatura e História.

Formação de professores O art. 53 da referida lei trata ainda da obrigatoriedade nas universidades, de criação e

organização nos currículos dos cursos e programas de educação. Isso significa que as

mudanças da lei visam alcançar as universidades, bem como qualquer conhecimento

aplicado e que vêm estabelecer planos, programas e projetos de pesquisa. Percebe-

se, porém preocupação com a história africana nos cursos de graduação e pós-

graduação, visto que os professores não se encontram preparados para cumprir a lei.

Vetos

Com base nos termos do Art. 66 do § 1º da Constituição Federal, foram vetados

alguns dispositivos acrescidos pelo projeto à lei 9.394/94, por contrariedade aos

interesses públicos. Dentre os dispositivos vetados destaca-se o Art. 26A § 3º que

indica a organização dos conteúdos curriculares na qual afirma que "as disciplinas

História do Brasil e Educação Artística, no ensino médio, deverão dedicar, pelo menos,

10% (dez por cento) do seu conteúdo programático anual ou semestral à temática

referida nesta lei". Esse dispositivo apresenta-se contrário a Constituição, visto que o

referido parágrafo não atende ao interesse público consubstanciado na exigência de

se observar na fixação dos currículos, os valores sociais e culturais das diversas

regiões e localidades.

Outro veto foi feito as Art. 79A na qual explica que "os cursos de capacitação para

participação de entidades do movimento afro-brasileiro, das universidades e de outras

instituições de pesquisas pertinentes à matéria".

Verifica-se que a lei 9.394/96 não disciplina e nem tampouco faz menção em nenhum

de seus artigos aos cursos de capacitação para professores. O Art. 79A, portanto,

estaria na Lei Complementar nº. 95, de 26 de fevereiro de 1998, segundo a qual a lei

não conterá matérias estranhas a seu objeto (Art. 7, inciso II).

O estudo de assuntos decorrentes da história e cultura afro deve ser componente dos

estudos do cotidiano escolar, uma vez que os alunos tornam-se capazes de construir

relações ético-sociais e pedagógicas.

Contudo, o ensino das relações étnico-raciais nas escolas brasileiras é uma medida

preventiva fundamental contra o favorecimento da discriminação.

No entanto, as experiências e contribuições históricas dos afro-brasileiros têm sido

trabalhadas como um mundo à parte da realidade nacional, por este motivo, é

fundamental entendê-las enquanto realidade social, produtora da própria história.

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Segundo Texto Base

A Lei federal 10.693/03 abriu caminhos para implantação de uma educação anti-

racista. O desafio agora é mobilizar educadores para fazer valer a medida.

Existem leis que já nascem mortas no Brasil, outras, demoram a emplacar. A

legislação que torna obrigatório o ensino sobre a história e a cultura afro-brasileiras em

todas as escolas parece que sofre dessa contradição. A lei 10.639/03, sancionada

pelo presidente Lula há mais de quatro anos, pretendia ser um importante instrumento

na luta contra o racismo. No entanto, colocá-la em prática é ainda um grande desafio.

Essa lei foi criada para atender a uma antiga reivindicação dos movimentos negros e

anti-racistas. Esses grupos sempre lutaram contra a ocultação da história africana nos

currículos escolares do ensino fundamental e médio, público e particular. A medida

reconhece que não há como falar da formação da sociedade brasileira sem destacar o

continente africano como matriz da identidade nacional. Se fosse efetivamente

aplicada, a lei em questão também poderia contribuir para a luta contra o desrespeito

às religiões afro-brasileiras. Historicamente, elas nunca foram compreendidas como

manifestações legítimas da comunidade negra. Isso acaba se refletindo no ambiente

escolar. Muitas vezes, o aluno é praticante desses rituais religiosos, mas não se

identifica como tal para não ser chamado de macumbeiro pelos colegas.

No entanto, a resistência das escolas em adotar a história dos africanos e afro-

brasileiros em seus projetos pedagógicos é uma das maiores dificuldades que a lei

enfrenta. A exigência não agrada a alguns dirigentes de ensino, que consideram a

medida autoritária. Além disso, existe um problema em como integrar esse conteúdo

ao da grade curricular. A legislação indica que ele deve ser ministrado especialmente

nas áreas de Educação Artística e de Literatura e História Brasileira.

Um erro evidente da lei é que a obrigatoriedade sobre o ensino da história e cultura

afro-brasileiras não foi estendida aos cursos de graduação, especialmente os de

licenciatura. Dessa forma, os professores chegam às salas de aula sem a formação

específica para trabalhar com a temática africana. Isso inviabiliza a efetivação da

medida, afinal, como esses educadores poderão ensinar algo do qual desconhecem?

Mas, antes de aplicar a lei, é preciso transformar os espaços em que o racismo é

disseminado, como na sala de aula. O educador não pode permitir atitudes

preconceituosas, por isso, precisa construir práticas pedagógicas que promovam a

igualdade racial entre os educandos. O professor também deve combater expressões

que legitimam a discriminação no ambiente escolar como ‗lista negra‘, ‗a situação está

ficando preta‘, ‗amanhã é dia de branco‘, entre outros absurdos.

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Com relação aos livros didáticos, o educador também precisa ter cuidado. A literatura

brasileira já produziu obras com um forte apelo racista e discriminatório, como

algumas do escritor Monteiro Lobato. É verdade que foram escritas há mais de meio

século e refletiam a mentalidade da época, mas precisam ser trabalhadas hoje de

forma crítica e não apenas reproduzidas para os educando.

Os quilombos e a trajetória do líder negro Zumbi dos Palmares são sagas que

merecem ser mais exploradas na sala de aula. Porém, parece que para os currículos

escolares só existiram herois brancos na história do Brasil. O continente africano

também é relegado nos atlas e livros de geografia geral. Geralmente, esse tema

sempre é colocado no final das publicações e com um espaço bem restrito.

Diante da complexidade na aplicação da lei 10.639/03, a Seppir (Secretaria Especial

de Políticas de Promoção da Igualdade Racial), juntamente com os movimentos da

comunidade negra, poderia cobrar mais empenho das secretarias estaduais e

municipais de educação, para que a medida se torne realidade. Sem dúvida, para que

exista de fato uma educação anti-racista é preciso ensinar sobre a história da África e

de sua influência para o povo brasileiro. Se não, a escola continuará reproduzindo o

preconceito incrustado na sociedade.

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Conteúdo textual – Links

O ATLÂNTICO, UM MAR DE IDENTIDADES:

http://www.historica.arquivoestado.sp.gov.br/materias/materia02/

RECRIANDO ÁFRICAS: Presença negra na São Paulo colonial

Fabiana Schleumer

http://www.historica.arquivoestado.sp.gov.br/materias/materia01/

A Lei 10.693/03

Resumo da Lei 10.639/03

http://www.espacoacademico.com.br/036/36epereira.htm

História e Cultura Afro-Brasileira: alguns subsídios

http://www.efdeportes.com/efd119/historia-e-cultura-afro-brasileira-alguns-

subsidios.htm

POSSIBILIDADES E IMPOSSIBILIDADES NA APLICAÇÃO DA LEI 10.639/2003

http://www.ufes.br/ppghis/agora/Documentos/Revista_5_PDFs/Angela%20Cordeiro%2

0Medeiros%20-%20PDF%5B1%5D.pdf

ENSINO DE HISTÓRIA E DIVERSIDADE CULTURAL:DESAFIOS E

POSSIBILIDADES

http://www.scielo.br/pdf/ccedes/v25n67/a09v2567.pdf

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Textos para leitura

complementar

Direito à educação: direito à igualdade, direito à diferença

http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-

15742002000200010&script=sci_arttext&tlng=en

Passos dados em direção à educação antirracista

http://www.historica.arquivoestado.sp.gov.br/materias/materia06/

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Videos de apoio – Links

Cultura Africana

http://www.youtube.com/watch?v=AUfNdliblNw&feature=related

Traços da Cultura Africana

http://www.youtube.com/watch?v=9ClWtYcq33Q&feature=fvwrel

A inclusão de História e Cultura Afro Brasileira é matéria no currículo escolar

http://www.youtube.com/watch?v=Kr3-DuYxWdE

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Fórum de Discussão

Forúm de Discussão por Plantão - Suporte GPEC - segunda, 16 janeiro 2012, 13:41

FÓRUM DE DISCUSSÃO NÃO AVALIATIVO

O movimento negro vem, ao longo dos anos, reivindicando revisão do currículo

escolar nos diversos níveis de ensino formal. Essa reivindicação tornou-se lei e

foi delineada nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das

Relações Raciais e para o Ensino da História e da Cultura Afro-brasileira e

Africana. Entretanto está na lei, mas não está nos costumes. Construir uma

prática pedagógica que destaque o negro como sujeito ativo na construção de

nossa sociedade é um dos grandes desafios que se tem enfrentado:

1- O que mudou com a obrigatoriedade da inclusão dos conteúdos sobre a diversidade étnica?

2- Como seria a forma ideal de aliar conteúdo e valores e o que tem quem ser mudado?

Re: Forúm de Discussão por Ramides Sedilso Pessatti - segunda, 16 janeiro 2012, 21:57

Quase nada, porque como já li neste módulo algumas leis no Brasil nascem mortas e essa acredito não ser morta mais prematura, pois após sua aprovação não há como em maioria das leis brasileiras a fiscalização adequada. Muitas secretarias recebem dinheiro para sua aplicação por um projeto enviado ao Ministério da Educação e a secretaria devida, porém não há fiscalização se este projeto foi aplicado de acordo como foi idealizado na teoria. Percebo eu que esta lei pouco ou quase nada é aplicada, deveria ser exigido a criação em cada munícipio de uma Secretaria da Diversidade Étnica-Racial, que teria como uma de suas funções a real aplicação dos projetos naquele munícipio. os conteúdos não são relacionados com a realidade dos alunos em sua maioria.

Acredito que a melhor forma de aliar conteúdos e valores, seria trabalhar de forma multidisciplinar nas escolas, levando em consideração a realidade de cada comunidade escolar no seu contexto social, político e cultural.

Re: Forúm de Discussão por Paulo Cesar Vono - quarta, 18 janeiro 2012, 22:55

1- NÃO HOUIVE,ATÉ O MOMENTO,MUDANÇAS SIGNIFICATIVAS,APENAS ESTÃO PROTELANDO AO MAXIMO,ESSA INCLUSAO NOS CURRICULOS ESCOLARES,OU SE JA O EXISTEM,APENAS NAO O REPASSAM DE FORMA CORRETA AOS ALUNOS. 2-TOMADA DE CONSCIENCIA GERAL;PARTICIPAÇAO VOLUNTARIA ,ESPONTANEA,MOTIVADORA DE TODAS AS DISCIPLINAS.TEM QE SER COMBATIDA A RESISTENCIA POR PARTE DE PROFES E ATÉ MESMO DE DIREÇOES,AO TEREM QE ABORDAR O TEMA ;

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Re: Forúm de Discussão por Marcia Mary Sumida Shikata - sábado, 21 janeiro 2012, 14:59

1- O que mudou com a obrigatoriedade da inclusão dos conteúdos sobre a diversidade étnica? Por enquanto muito pouco foi mudado, mas temos que ter perseverança, afinal valores culturais não se adquire de um dia para o outro, leva um tempo. Daí a importância do professor estar sempre valorizando conversas em relação à diversidade étnica e que nossos alunos levem este conteúdo para seus lares. 2- Como seria a forma ideal de aliar conteúdo e valores e o que tem quem ser mudado? Trabalhando com projetos e conteúdos que abrangem o tema é muito estimulante e intrigante para os alunos. Valorizar as diferentes habilidades é um caminho.

Re: Forúm de Discussão por Lenir Maria da Silva - terça, 24 janeiro 2012, 01:28

1) Praticamente nada, embora tenha havido esforço por parte de alguns educadores. Percebe-se que a razão da lei não "pegar" como deveria, está na falta de vontade política, somada ao despreparo dos docentes e a ausência de diálogos entres, principalmente,as disciplinas afins, e os extensos conteúdos. 2) Criar projetos pedagógicos que ligassem as disciplinas diretamente relacionadas a História e a Cultura Africana; Estimular e valorizar a história do lugar e de seus habitantes locais (isso possibilitará a diversidade cultural; os conteúdos a serem aplicados, incluindo a formação consistente do docente sobre o tema, tornando-o um agente transformador.

Re: Forúm de Discussão por Heleno Brodbeck do Rosário - quarta, 25 janeiro 2012, 10:36

2- A seleção de conteúdos a serem trabalhados e a abordagem feita dos conteúdos já implica em atribuições de valor. Daí a importância da lei, pois essa seria uma maneira de se atribuir mais valor aos conteúdos de história africana ou afro-brasileira. Nesse sentido, não acredito em uma dissociação entre a aula/o conteúdo com valores morais/sociais. Aliás esse é um risco que se corre com a lei. Organiza-se, por exemplo, uma "Semana da Cosciência Negra" na escola, separando a prática escolar cotidiana dos valores apregoados pela lei.

Re: Forúm de Discussão por CAROLINA TIBIRIÇÁ ARGÔLO DOS SANTOS - quarta, 25 janeiro 2012, 11:32

Houve pouucas mudanças nos conteúdos escolares abordando essa temática. O que podemos constatar é que ainda existe uma certa resistência em reformular a grade currícular. Pois ainda persiste em nossa sociedade um imaginário coletivo que privilegia os grupos e os valores oriundos do mundo ocidental, pouco valorizando os saberes dos povos com outras raízes culturais, como a indígena e a africana.

Re: Forúm de Discussão por Cintia da Silva do Vale - quarta, 25 janeiro 2012, 21:29

1. Acredito que quase nada tenha mudado, foram criadas as leis, porém não tem fiscalizações. As leis para educação brasileira são criadas, mas não são aplicadas devidamente. 2. A melhor forma de aplicar os conteúdos sobre a cultura africana são as criações de projetos, ações curriculares e extracurriculares para os alunos considerando a realidade de cada região escolar em seu objeto social, político e cultural.

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Re: Forúm de Discussão por Lúcia de Fátima Ramos Paula Marques - sexta, 27 janeiro 2012, 07:21

Concordo com você. O trabalho com projetos auxilia e facilita muito o trabalho de qualquer temática de forma mais natural e espontânea, não gerando conflitos ou mal estar.

Re: Forúm de Discussão por Bruno Alves Rufino - sexta, 27 janeiro 2012, 01:55

FORUM_DE_DISCUSSAO_NAO_AVALIATIVO.docx

Segue em anexo as respostas para as indagações/reflexões acima.

Re: Forúm de Discussão por Lúcia de Fátima Ramos Paula Marques - sexta, 27 janeiro 2012, 07:19

Na realidade, a criação de uma lei no nosso país não é garantia nenhuma de que ela será posta em prática. Isto temos percebido com muitas leis e também com esta. Falta vontade política para que ela "pegue" de fato, pois, quando é um "projeto" que interessa aos políticos eles conseguem fazer acontecer. Enquanto isto não acontece é preciso que haja cursos de capacitação e formação para os professores que trabalham com a educação infantil e com as séries iniciais, pois, assim, as crianças já crescem com uma visão real da sociedade à qual pertencem. É claro que é importante investir nos alunos maiores, mas, a verdade é que mudar atitudes, comportamentos e conceitos arraigados por toda uma vida não tão simples, então, é urgente o início do trabalho concomitante de conscientização dos maiores e conscientização, sensibilização e formação dos menores. Além é claro da formação inicial dos professores, cujo conteúdo não pode ser somente para cumprir a Lei, mas sim, para fazer valê-la. Na minha opinião TODOS alunos universitários deveriam ter esta questão incutida em seu currículo, pois, serão profissionais que lidarão com brancos, negros, índios...então têm que conhecer a importância de cada um no seu país.

Re: Forúm de Discussão por Thais Poliana Neto - sexta, 27 janeiro 2012, 16:48

A obrigatoriedade da inclusão dos conteúdos sobre a diversidade étnica no currículo escolar, traz à tona a questão, movimenta e fomenta as discussões a cerca do assunto e nos faz refletir sobre como é a melhor maneira de pô-la em prática. É claro que só isso ainda não é suficiente, mas já é um começo. Acredito que a melhor opção para trabalhar com o tema em sala de aula ainda é a transversalidade e a interdisciplinaridade proposta por projetos, que abranjam todas as disciplinas escolares. Certamente é um erro os cursos de licenciatura não constarem o tema em seu currículo, como formar professores aptos para trabalhar com tema sem formá-lo para isso. Certamente é muito importante que poder público e demais entidades educacionais promovam formação continuada a seus profissionais da educação para tornar viável a prática da lei.

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Atividade Avaliativa

Re: Atividade avaliativa por Paulo Cesar Vono - quarta, 18 janeiro 2012, 23:16

1- DANÇA,LITERATURA,CULINARIA E ARTES. 2-DIDATICA,OQE,COMO,PARA QE ENSINAR,METODOLOGIAS,ETC. 3-CAPACITAÇAO-A educação para as relações étnico-raciais e a formação continuada de educadores: alguns passos dados..ETC(CONTINUA,CONFORME ORIGINAL E NAO CONSIGO COPIAR TUDO) 4-PRECONCEITOS:COLEGAS INSEGUROS,DESPREAPRADOS,MEDO DA REAÇÃO DA COMUNIDADE,ETC.. 5-POSSIBILIDADES E IMPOSSIBILIDADES(ANEXO DO TEXTO ORIGINAL E NAO CONSIGO COPIA-LO,MESMO TENDO SALVO EM MEU PC...)

Re: Atividade avaliativa por Paulo Cesar Vono - sexta, 20 janeiro 2012, 17:28

5-Fruto das constantes reivindicações do movimento negro no Brasil, a Lei 10.639/2003, aprovada pelo Presidente Lula, estabelece a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-Brasileira nos estabelecimentos educacionais do país. É o reconhecimento da influência das muitas culturas africanas na formação da cultura nacional. Entretanto, dentro de um conturbado contexto sócio-ecônomico e político no país, a aplicabilidade da Lei envolve problemas relacionados com conteúdo, preparação dos professores, material didático e as controvérsias existentes nos Parâmetros Curriculares Nacionais. O presente artigo discute estes problemas e aponta algumas possibilidades de solução sem pretensão de esgotar o tema. No Brasil, um país predominantemente marcado pela miscigenação, a definição de uma identidade nacional é deveras controversa. Das três principais influências atuantes durante o desenvolvimento do povo brasileiro – a ameríndia, a européia e a africana – ora sobressaem-se individualmente, em espaços determinados, ora amalgamam-se e produzem um novo modelo detentor de aspectos próprios às três fortes culturas. Percebe-se, por parte de alguns, a concessão de distintas participações e funções nesta construção de identidade nacional, originando uma verdadeira representação limitante e preconceituosa, que constantemente desconsidera a importância das culturas indígena e africana na sociedade. Por conta de insistentes reivindicações através de décadas, nas quais foi fundamental a participação de movimentos organizados, foi aprovada uma Lei que obriga a inclusão no currículo do ensino fundamental e médio, tanto na rede privada quanto na particular, do ensino de Cultura e História Afro-brasileira. O presente artigo busca discutir as dificuldades na aplicabilidade dessa Lei. Faz parte do trabalho do docente saber o que pretende ensinar, diagnosticar o que os alunos sabem e pensam sobre o tema de estudo, definir suas intenções de ensino, escolher a atividade pedagógica adequada e o material didático pertinente para cada situação, avaliar as repercussões de suas intervenções e quais as dificuldades na aprendizagem. i Após essa deliberação autônoma da instituição, o problema seguinte está no despreparo dos professores. Não cabe ao Estado se responsabilizar pela formação total e continuada dos docentes, no entanto, três anos depois de sancionada a Lei, cerca de 3.000 profissionais foram capacitados pelo Ministério da Educação, por cursos presenciais e não presenciais. Apesar disso, na maioria das escolas, públicas principalmente, a Lei não vem sendo aplicada. Essa realidade está permeada de raríssimas exceções. Assim, já temos dois problemas decorrentes da Lei: onde encaixar o conteúdo e o despreparo dos professores. Podemos, ainda, levantar mais um: o que se considerar relevante para ser ensinado nas escolas? Um continente extenso, plural e antigo como o africano tem uma vasta história, como saber o que merece ser mencionado?

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Re: Atividade avaliativa por Paulo Cesar Vono - sexta, 20 janeiro 2012, 18:38

2-definição de didática:O termo didática foi instituído por Comenius (Jan Amos Komensky) em sua obra Didática Magna (1657), e originalmente significa ―arte de ensinar‖. Durante séculos, a didática foi entendida como técnicas e métodos de ensino, sendo a parte da pedagogia que respondia somente por ―como‖ ensinar. Os manuais de didática traziam detalhes sobre como os professores deveriam se portar em sala de aula. Tradicionalmente, os elementos da ação didática são: professor, aluno, conteúdo, contexto e estratégias metodológicas. Com o estudo dos paradigmas educacionais nos cursos de pedagogia e de formação de professores, amplia-se o conhecimento em relação à didática. Em cada tendência pedagógica diferem visão de homem e de mundo e modifica-se a finalidade da educação, mudam o papel do professor, do aluno, a metodologia, a avaliação, e, consequentemente, muda-se a forma de ensinar. Atualmente, a didática é uma área da Pedagogia, uma das matérias fundamentais na formação dos professores, denominada por Libâneo (1990, p. 25) como ―teoria do ensino‖ por investigar os fundamentos, as condições e as formas de realização do ensino. Segundo Libâneo (1990): a ela cabe converter objetivos sócio-políticos e pedagógicos em objetivos de ensino, selecionar conteúdos e métodos em função desses objetivos, estabelecer os vínculos entre ensino e aprendizagem, tendo em vista o desenvolvimento das capacidades mentais dos alunos. [...] trata da teoria geral do ensino (p. 26). A disciplina de didática deve desenvolver a capacidade crítica dos professores em formação para que os mesmos analisem de forma clara a realidade do ensino. Articular os conhecimentos adquiridos sobre o ―como‖ ensinar e refletir sobre ―para quem‖ ensinar, ―o que‖ ensinar e o ―por que‖ ensinar é um dos desafios da didática.

Re: Atividade avaliativa por Ramides Sedilso Pessatti - sábado, 21 janeiro 2012, 09:40 Ramides Sedilso Pessatti - Tarefa Obrigatória Ao iniciar esta resposta, veio a salientar minha participação no fórum com a resposta de que em relação a Leis e seus cumprimentos o Brasil não é um exemplo para nenhum outro país, perde até para alguns países da própria África (continente). Claro que sempre há exceções, alguns estados e munícipios já mostraram uma caminhada ao alcance da implementação da lei 10.639/03, falta muito mais a largada foi dada, vamos no próximo ano completar uma década e pouco se foi discutido em relação a mesma, criou-se fóruns locais , regionais, estaduais, nacionais e até Mundiais, porém do papel nada ou melhor quase nada saiu. Não houve uma fiscalização rígida na sua implementação, como tudo no Brasil houve repasse de verbas as esferas e não foram efetivamente usadas ao qual era seu destino e nem por isso foram cortadas, pois faltou fiscalização. Ressalto ainda o modismo desta lei, pois criou-se uma moda em falar de História da África e Africanidades, como se fosse uma febre, após um tempo essa febre baixou e ficou por ai mesmo. Claro que o professor em sala tentou ou até fez sua parte e continua fazendo, aplica conteúdos buscando por si só, metodologias e conhecimento, bancando sua própria formação o que era função das secretarias de qual esfera for pertencente. Os conteúdos foram revistos nos livros didáticos, porém com pouca ênfase, livros estes aprovados pelo MEC, por pessoas que deviam estar mais próximos deste movimento, com poder de cobrar mais da Academia, porém aprovaram, utilizou-se de materiais pouco críticos em relação aos conteúdos, sendo assim ficando pra o professor buscar adaptar este conteúdo de forma mais crítica possível em sala de aula. Quero ainda afirmar em relação ao cumprimento da Lei 10.639/03 a falta de agilidade no processo de implementação de conteúdos nas disciplinas curriculares no Ensino Médio, se pensou em focalizar o Ensino fundamental, porém a formação de professores do Ensino Médio ficou a mercê da sorte ou

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dependente dos que atuam nas séries finais do EF e no Ensino Médio. Criou-se a polêmica idéia das ―Cotas‖ como se fosse resolver o problema da sociedade afrodescendente no Brasil, dividiu a classe Acadêmica e sociedade. Dentro desta possibilidade criou-se grupos de resistência na implementação da própria lei, pois a formação inicial deveria começar pelas universidades. Poderíamos ficar escrevendo o resto de nossas vidas sobre o assunto, mais preferi aqui expor alguns pontos a serem revistos por autoridades e pessoas que lhe compete, e claro, por nós sociedade como um todo. No auge de sua criação (lei) houve em todos os setores da sociedade diversos movimentos na mídia, nas escolas, na sociedade civil e nos meios acadêmicos como se fossem ―fogo de palha‖ se incendeia e logo apaga. Ocorreram controvérsias no sentido de aplicação dos conteúdos e na imagem afrodescendente no país, por exemplo: ―O Afrodescendente deve ter seus direitos reconhecidos de forma desigual na sociedade, que seria pra mim o sistema de ―cotas‖, proporcionar vaga diferenciada é inferiorizar mais uma vez ao afrodescendente, dizer a sociedade que ele é menos capaz, sem poder competir de igual para igual coms as demais etnias.

Re: Atividade avaliativa por Marcia Mary Sumida Shikata - segunda, 23 janeiro 2012, 18:49

1-Durante o ano letivo procuro trabalhar com meus alunos de modo que percebam e respeitem que todos nós temos habilidades diferentes, as nossas essencias internas são todas iguais, temos os mesmos órgãos, sistemas orgânicos, necessidades fisilógicas e caráter a ser desenvolvido. Então porque deixar que tonalidade de pele e origem sejam mais importantes. Tendo este objetivo em mente, incetivo meus alunos a ver a relação estudo com a realidade e através de conversas fazer sempre estas correlações em todos os campos do conhecimento, é preciso o respeito em todos eles. 2-Atualmente, a didática é uma área da Pedagogia, uma das matérias fundamentais na formação dos professores, denominada por Libâneo (1990, p. 25) como ―teoria do ensino‖ por investigar os fundamentos, as condições e as formas (métodos e técnicas) de realização do processo do ensino. A disciplina de didática deve desenvolver a capacidade crítica dos professores em formação para que os mesmos analisem de forma clara a realidade do ensino. Articular os conhecimentos adquiridos sobre o ―como‖ ensinar e refletir sobre ―para quem‖ ensinar, ―o que‖ ensinar e o ―por que‖ ensinar é um dos desafios da didática. O enfoque curricular há de ampliar o "que", o "porque", o "para que" e, em que condições há que levar-se a cabo o ensino, mas sempre colocando no centro de suas considerações o aluno. Para que estes conteúdos curriculares cumpram seu objetivo é necessária uma adequada seleção e uso acertado das melhores estratégias didáticas, que não poderão ser independentes do conteúdo, dos objetivos e nem do contexto. É importante para atingir as metas pretendidas uma estreita colaboração entre a elaboração do currículo e a escolha de estratégias didáticas. 3- Antes da lei o professor já trabalhava este conteúdo em ―o povo brasileiro‖, acredito que a lei só veio a dar mais importância quanto às transformações e evoluções humanas que devemos considerar. Além de valorizar o respeito às diversas raças que formam o povo brasileiro. As imigrações que fizeram com que tornássemos um povo rico de miscigenações. Viva o café, as ferrovias, a nossa historia! 4- Infelizmente existem discriminações nas escolas, mas acredito que todos nós, participantes do processo de ensino de pessoas devemos contribuir para que isto diminua à dada dia. Existem não só discriminação racial mas a física, a de classes sociais e também de modo que estão sendo educadas em seus lares. 5- Após o conhecimento da lei , da obrigatoriedade do ensino nas escolas. Acredito que devemos buscar fontes: brincadeiras, jogos, costumes que possamos estar inter-relacionando com outros conteúdos obrigatórios como a

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matemática com um jogo africano, lembrando que o sorobã tem origem no oriente.

Re: Atividade avaliativa por Heleno Brodbeck do Rosário - terça, 24 janeiro 2012, 13:26

1. Primeiramente, deve-se ter flexibilidade quanto ao currículo, para que tenhamos consciência de que a idéia de que ―temos que cumprir toda a matéria‖ é uma ilusão. 2. O conceito de Libâneo dá conta do que vem a ser Didática, ou seja, todas as atividades correlatas à atividade de ensino. Isso em termos de Didática Geral, mas cada ciência tem uma didática específica. Dessa maneira, é preciso ter conhecimento dos pressupostos epistemológicos de cada área. Segundo Rüsen (2007) a História se constitui como uma disciplina intrinsecamente didática nos termos da função do conhecimento histórico para a vida das pessoas. 3. Realmente a avalanche de pesquisas sobre Ensino de História, sobre as Tecnologias de Informação, somados à questão da Lei de História e Cultura Afro, deixam os professores muitas vezes desgastados, pois encarar novidades metodológicas ou curriculares e implantá-las nas escolas nas situações que se encontram, exige um grande esforço, o qual pode não ser recompensado à altura. 4. Sou professor de crianças e adolescentes entre 10 e 13 anos. Percebo que há diversas situações discriminatórias, dentre elas a de racismo não é freqüente, pois é perceptível que nessa faixa etária, crianças e jovens, em sua maior parte, reproduzem um discurso politicamente correto sobre a questão racial. 5. Nas escolas em que trabalho, pelo menos uma vez por ano damo-nos o trabalho de enfatizar a temática (muitas vezes por pressão das secretarias de educação). Particularmente, acredito que a questão africana e afro-brasileira já era importante de ser destacada em termos curriculares nas aulas de História, entretanto, foi com a disposição, nos últimos anos, de mais materiais de apoio – em especial de livros didáticos – que incorporaram de maneira mais explícita o tema, que venho dando mais ênfase ao assunto nas minhas aulas.

Re: Atividade avaliativa por Ana Claudia Vasconcelos Araujo - terça, 24 janeiro 2012, 17:12

1)Existem diversas possibilidades de ensinar a História e Cultura Afro-

Brasileira para os nossos discentes. Para iniciar devemos afirmar que a

sala de aula não é o único espaço em que se deverá ser trabalhado essa

temática, ida à museus, teatros e eventos e shows em que se valorize a

cultura Afro–Brasileira é muito enriquecedor para o entendimento do

aluno. O aluno vivenciar essas experiências fará com que a assimilação do

conhecimento se dê de um modo muito mais eficaz. O trabalho em sala de

aula pode incluir pesquisas referentes às vestimentas, costumes, religiões,

musicalidade, línguas, etc. Proporcionar conhecimento ao aluno possibilita

ao mesmo poder atuar de maneira mais crítica na sociedade em que vive.

O preconceito existe devido a uma idéia pré-concebida em que, não ou

pouco se conhece de determinado assunto. Inicialmente devemos mostrar

aos nossos alunos diferentes pontos de vistas e maneiras de se contar a

história. Devemos levar o aluno a entender o que está nas entrelinhas.

Formar um cidadão crítico é fazê-lo seguir seu caminho de uma maneira

em que ele seja um sujeito questionador e que esteja sempre em busca

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do seu conhecimento, sem que os outros despejem os conhecimentos na

sua mente.

2)A didática tem como objetivo principal criar estratégias de ensino para a

realização de aprendizagens, ela transforma teoria em prática. E o

professor tem fundamental importância nesse processo educativo.

Libâneo ressalta a influência educacional não intencional, que é exercida

pelo meio social em que vive o indivíduo, e a educação intencional,

quando esta educação têm objetivos e intenções definidos. A educação

seja ela formal, informal, intencional ou não intencional é responsável pela

formação humana, porém quando a educação é instrutiva caracteriza-se

pela formação e desenvolvimento do indivíduo em relação a certos

conhecimentos. A didática faz parte de um sistema de instrução e ensinos

que têm objetivos a serem realizados. Libâneo define a didática como a

mediação entre as dimensões teórico-científica e a prática docente. Os

elementos que definem a didática são: Os conteúdos que deverão ser

ensinados; de que formas serão ensinados, ou seja, a ação pedagógica; e

por último a aprendizagem do sujeito que é a ação de aprender. No

paradigma construtivista o sujeito é o principal responsável pelo seu

processo de aprendizagem, e o papel do professor é ajudar o aluno a

adquirir conhecimentos, já na tendência tradicional a didática é realizada

com regras e procedimentos padrões, onde o professor é o transmissor

do conhecimento. A aprendizagem está presente em qualquer situação

onde aconteça alguma atividade humana que nos favoreça algum tipo de

conhecimento, seja ela casual ou organizada.

3)A aplicação da lei só irá nos proporcionar uma maior importância

efivienvia do ensino da cultura do nosso pais, propondo uma maior

valorização da heterogeneidade existente no Brasil.

4) Os preconceitos e as discriminações muitas vezes têm o seu início

dentro do ambiente familiar, que é onde as primeiras experiências

motoras, cognitivas e afetivas ocorrem no ser humano. Essas

experiências que nos acompanham desde o início da nossa vida têm uma

importância fundamental para o nosso desenvolvimento pessoal e social.

O ambiente escolar tem um papel fundamental de proporcionar

conhecimentos que deverão esclarecer o entendimento e conhecimento

do mundo. Conhecimentos que são muitas vezes impostos por outras

nações. A escola promove os preconceitos e as discriminações quando

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ela nega a interculturalidade e a heterogeneidade das pessoas. A

importância do conhecimento da contribuição da diversidade cultural na

formação da nossa sociedade deverá ser valorizada no ambiente escolar,

para que dessa forma uma escola seja inclusiva. A educação inclusiva

abrange todas as pessoas sem distinção de cor, etnia, sexo e/ou qualquer

outra diferenciação socialmente construída. Para valorizar as diferentes

formas de pensar é necessário que se conheça o nosso passado

histórico, não com uma visão eurocêntrica, mas com uma visão da cultura

afro-brasileira com toda sua miscigenação. Tratar a diversidade em sala

de aula como algo positivo e próprio da natureza humana torna-se

indispensável (FREIRE, 2005). A relação que temos com o outro

enriquecem nosso conhecimento através das trocas de experiências que

estabelecemos com outras pessoas. O ambiente escolar para ser inclusivo

deverá conhecer os elementos da diversidade que existem entre as

pessoas que são os costumes, canções, rituais, o vestuário, a oralidade, a

gestualidade, etc. O sentimento de igualdade poderá ser proporcionado

pelo ambiente escolar através da valorização dos diversos personagens

que viveram no nosso passado.

5) O conteúdo de História e Cultura Afro-Brasileira será oferecido aos

estudantes através dos professores da rede pública e privada, que terão

autonomia para selecionar o que será discutido em sala de aula. Os

professores após um diagnóstico prévio dos conhecimentos dos alunos

irão propor atividades de acordo com a realidade do contexto de vida de

cada aluno. Porém diante do despreparo dos professores, se torna

inviável esse procedimento. De que forma os professores irão selecionar

o que será dado em sala de aula se nem ao menos eles estão

capacitados para abordar esse assunto tão vasto? O tema de estudo da

história e cultura afro-brasileira tem espaço para ser abordado de maneira

interdisciplinar, porém é necessária uma explanação prévia sobre a

história da áfrica quando for abordado em sala de aula, por exemplo, a

história do Brasil, distinguindo as diferentes formas de escravidão

existentes no mundo em particular na África; os processos de

emancipação; as diferentes lutas pela independência; conhecer a

diversidade dos mapas em detrimento dos tradicionais. Todos esses

temas poderão ser complementos dos temas já existentes nos livros

didáticos. Os docentes têm que disponibilizar esse material de estudo

através de pesquisa com o uso da mídia, como jornais, revista, internet,

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documentários e filmes, pois um grande problema a ser enfrentado é a

não abordagem desses conteúdos nos livros didáticos, que ainda

abordam e valorizam a história contada com uma visão européia. Um

estudo mais aprofundado da realidade africana contribuirá para a sua

verdadeira importância na construção da nossa nação. Para que a lei seja

efetivamente cumprida é necessário que os docentes criem consciência

do seu papel como formador de cidadãos críticos para uma transformação

de uma sociedade mais justa e igualitária, mas para que essa formação

integral do ser humano ocorra é preciso que esse cidadão tenha

conhecimentos do mundo que o cerca. A sua trajetória de vida desde os

seus antepassados é o primeiro passo para o conhecimento do mundo.

Re: Atividade avaliativa por Simone Stela de Souza - quarta, 25 janeiro 2012, 20:45

ATIVIDADE AVALIATIVA

1- Acredito que devemos começar com o que já sabemos. Com a nossa

história brasileira das influencias dos índios, negros e europeus, evidenciando a miscigenação de raças e a partir do fato , através de pesquisa , buscando informações verdadeiras e assim trazendo para o aluno que houve no passado e consequência do presente.

2- A Didática é a arte de ensinar , os meios que são colocados em praticado assunto que esta sendo colocado ou apresentada e articulando domínio de saber com a transmissão do saber.

3- A lei existe há quase dez anos, mais ainda há necessidade de encaixar o conteúdo e há o despreparo do professor e nisso entra a formação do professor de História em que o texto aborda o saber histórico onde engloba as competências acadêmicas e a pedagogia, mostrando a capacitação do ´professor para que o que esta sendo pedido pela lei seja efetuado de forma a ser aplicada com real ensino da lei .

4- Sim. No livro ―Silencio do lar ao Silencio do lar ―da autora Eliane Cavalleira ressalta os preconceitos e discriminação, após pesquisas feita pela autora denuncia a supremacia das crianças brancas em relação a não brancas , retratando com a cor da pela influencia a vida de uma criança e a forma como os educadores não conseguem lidar com as situações que ocorrem com suas turmas e por mais que o livro foi editado não ano de 2000 , ainda a situação não houve mudanças significativas nesse âmbito.

5- As implantações de curso a distancia e presenciais oferecida pelas universidades em que órgão credenciados deram o aval, mas ainda anda em passos lentos para conscientizar a todos da necessidade da execução da lei de forma efetiva. E dentro da lei surge as Ações Afirmativas que em relação às cotas para afro descendentes ainda causa polêmica. No meu ponto de vista acredito que o sistema de cotas não deveria existir, pois assim a impressão que fica que os

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afros descendentes não tem capacidade e reforçando a História do passado.

Re: Atividade avaliativa por Ivanilda Dias da Silva de Oliveira - quarta, 25 janeiro 2012, 21:55

Elaborar questões/atividades com os alunos para criar neles o senso critico atraves de mostras pedagógicas após pesquisas, questionários, estatísticas, atividades como danças, teatro, contos literários,utilização de fóruns nos blogs da escola entre outros meios em diferentes disciplinas. Didática como uma área de estudo: A didática é a área de estudo da pedagogia, a sua re-sgnificação está sendo provocada pela importância da qualificação profissional dos professores no sentido de melhor a qualidade do ensino, pois sem uma adequada formação dos professores não há qualidade no ensino, nem inovação pedagógica e nem reforma educativa. Infelizmente sim, existem preconceitos no ambiente escolar. Professores que discriminam seus alunos por acharem que pertencem à camada social mais baixa, e consequentemente não aprendem como os alunos da escola privada, alguns pais de alunos da escola privada, põem seus filhos na escola publica como um castigo e ainda existem professores que não se dedicam da mesma forma quando os alunos são negros. Os acham feios e com capacidade de aprendizagem inferior.Alunos com opção sexual diferente do comum são alvos de discriminação. Muitas publicações sobre o tema, políticas publicas como cotas, ações do MEC e dos sistemas de ensino no que se refere à formação de professores para a diversidade étnico-racial, em quantidade bastante tímida, é necessario ampliar de forma gratuita, os cursos especificos à tematica aos docentes; novas perspectivas na pesquisa sobre relações raciais, no Brasil; inserção de docentes da educação básica e superior na temática africana e afro-brasileira através de concursos ou cursos universitarios ,mas sobretudo , a consciência dos educadores de que a questão étnico-racial diz respeito a toda a sociedade brasileira, e não somente aos negros; e entendimento do trato pedagógico e democrático da questão étnico-racial como um direito de todo cidadão.

Re: Atividade avaliativa por Cintia da Silva do Vale - quarta, 25 janeiro 2012, 22:19

ATIVIDADE AVALIATIVA 1- A Lei foi criada, porém foi implantada em poucas escolas. Devemos iniciar esta implementação através da nossa história com influencias dos índios, negros e europeus, demonstrando a mistura de etnias. Fazendo com que os alunos buscassem informações através de pesquisas sobre a cultura afro evidenciando as ações no passando e as conseqüências no presente. 2- A didática é a arte de ensinar e de como ensinar, e a transmissão do saber. Os elementos da ação da didática: professor, aluno, conteúdo, contexto e estratégicas metodológicas. Devemos levantar questionamentos sobre os costumes, culturas, religiões, idiomas e outros para buscar seu raciocínio lógico e aprendizado.. 3- Temos nove anos da criação desta lei, porém não foram implantadas as noções e informações para adaptação em todos os níveis escolares do públicos, pois em algumas escolas particulares este conteúdo foi implementado de maneira simplista. Devemos nos preocupar em colocar este conteúdo com meios e trazendo informações para dar abertura para os professores poderem abordar e ensinar da maneira correta este conteúdo esquecido por muitos. Foi abordado no texto o saber histórico onde engloba as competências acadêmicas e a

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pedagogia, mostrando a capacitação do ´professor para que o que esta sendo pedido pela lei seja efetuado de forma a ser aplicada com real ensino da lei . 4) Ainda acontece infelizmente a discriminações nas escolas, porém acredito que seja a falta de um projeto de conscientização nas escolas para a diminuição desta discriminação. Existem os preconceitos sociais, racial, físicos, pois falta de preocupação com as informações e conceitos para acabar e conscientizar sobre estas da discriminação aconteça depende de todos nós.

Re: Atividade avaliativa por Lenir Maria da Silva - sexta, 27 janeiro 2012, 02:04

1 – Pra começar, buscar conhecer quem são os alunos - sua origem, sua bagagem cultural. Isto ajudará na elaboração ou adequação do currículo, dos conteúdos, dos recursos que serão utilizados e trabalhados em sala de aula, valorizando a diversidade e visando o cumprimento da Lei em questão, além de proporcionar ao aluno a possibilidade de identificação-inclusão-ator da e na sua formação acadêmica. 2 – Didática: técnica de ensinar. Didático: que facilita a aprendizagem. A didática, na prática, é a combinação destes favorecendo o ensino-aprendizagem. Também faz parte da formação do futuro professor visando prepará-lo, conforme denominado por Libâneo (1990, p. 25) como ―teoria do ensino‖. 3 – Sim. O professor constantemente vive a angústia da sua formação, se atende às expectativas de o quê, como, pra quê/por que e pra quem ensinar. Antes, vivia-se a questão do professor polivalente a partir da 1as séries do ensino básico - Formação do professor polivalente e saberes docentes: um estudo a partir de escolas públicas (Lima, 2007). A Lei 10.693 requer do professor formação aprimorada para atender a aplicação da lei. No entanto, tem sido insuficiente já que o professor não dispõe de recursos e nem de tempo hábil pra sua formação continuada. 4 – Sim. Como já dito, a escassa imagem positiva do negro no espaço escolar seja como aluno – nas expectativas nele depositado -, os conteúdos diferenciados (―No que se refere ao conhecimento escolar, percebe-se ainda um caráter de ―branqueamento‖ em nosso currículo‖ – Professor de Hist. e Capacitação.htm), papéis por eles ocupados/exercidos nesse mesmo espaço, passando, até mesmo, pela questão da aparência, no momento em que suas características étnicas geram polêmicas (Negra diz que chefe mandou alisar o cabelo - http://www.agora.uol.com.br/saopaulo/ult10103u1017713.shtml. Tudo isso, são indicadores de que a Escola não tem favorecido o reconhecimento, a inclusão do negro na sociedade de maneira mais positiva. 5- Formações básica pra dar conta dos conteúdos - Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad - Departamento de Educação para Diversidade e Cidadania (DEDC); produção de rico material para dar suporte a formação dos educadores brasileiros; A Lei 10.639/2003 também instituiu a data de 20 de novembro no calendário escolar, como ―Dia Nacional da Consciência Negra‖. Instituto de Advocacia Racial e Ambiental – IARA abre inquérito por ausência da implementação da Lei 10.639/2003 nas escolas da rede pública e privada; Em 5 de dezembro de 2006 instaurado o Inquérito Civil Público 26/2006 para apurar a implementação da Lei 10.639/2003. São 92 inquéritos no Rio de Janeiro, um em cada município; As manifestações da SECAD e do IARA sobre o teor das respostas e dos currículos escolares enviados ao Ministério Público Federal pelas instituições de ensino federais; diferentes compreensões e interpretações em relação ao modo sobre como as escolas devem proceder em relação à implementação da Lei 10.639/2003.

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Re: Atividade avaliativa por Lúcia de Fátima Ramos Paula Marques - sexta, 27 janeiro 2012, 21:28

Trabalho em uma rede de ensino que adotou a metodologia de projetos e acredito que este é o caminho, pois quando planejamos nossas aulas já podemos vislumbrar atividades diversificadas e definir quais delas colocaremos em prática para atender o objetivo proposto.

A didática enfoca a prática pedagógica escolar enquanto prática social específica, na formação e na construção da identidade do docente, abordando as relações (fundamentais): ensino/aprendizagem, professor/aluno, conteúdo/forma e sujeito/objeto/construção de conhecimento. O Objetivo da didático é dinamizar (na prática) o processo do planejamento.

Assim como outras leis, a 10.693 veio de cima para baixo, sem ter sido previamente apresentada a nós professores. Não sou contra esta lei, tampouco contra o que se pretende com ela, mas, sou contra a maneira como as coisas são colocadas para nós professores e para as escolas de uma maneira geral. Temos que dar conta de milhões de propostas e projetos que interessam a este ou àquele político e acabamos sempre sobrecarregados sem ter como fazer tudo o que nos jogado. Não gosto de fazer coisas mal feitas ou fazê-las pela metade, por isso acho que uma formação (de qualidade) seria imprescindível. Se vamos trabalhar uma Lei para que ela realmente saia do papel, o primeiro passo é criar grupos de estudos nas escolas, envolvendo toda a comunidade escolar. Trabalho em uma escola de zona rural com quase 500 alunos e como vivencio uma realidade diferente das que os colegas têm relatado, parece até que não existe, mas na nossa escola, felizmente, não temos problemas com preconceitos ou discriminação racial. A maioria dos alunos é afro-descendente, e todos se relacionam muito bem entre si. É gratificante saber que nossa escola respeita os direitos de todos e de cada um. É impressionante sentir a relação de amizade e respeito que existe entre os alunos. Quanto aos professores, não temos somente professores maravilhosos, mas estes também têm uma postura de igualdade entre todos.

Re: Atividade avaliativa por Thais Poliana Neto - domingo, 12 fevereiro 2012, 17:09

1. Acredito que a metodologia de projetos é o caminho, com interdisciplinaridade, trabalhar a questão do respeito em qualquer condição e a qualquer diferença, além da questão cultural que as relações étnicas trazem para nossa formação. 2. A didática é, quanto disciplina, a parte do estudo da pedagogia que trata da técnica e arte de ensinar, com métodos, e afins. Mas costumo usar a palavra didática para definir também o dom de ensinar, como um adjetivo, ―aquele professor tem didática‖, o que quer dizer que ele ensina e todos aprendem ele se faz claro, os alunos aprendem sem se sentir entediados. 3. Discordo que a escola não é a mola mestra de transformações sociais. Se a escola não a fosse, não seria assim: toda mudança social e transformação, a proposta inicia-se na escola. Respeito igualitário, cultura étnica, sustentabilidade, inclusão etc, todas essas questões, antes de tomarem proporções de mídia, de grande propagação, inicia-se na escola. O professor precisa estar ciente antes de escolher esta profissão que devemos estar em constante formação, não dá para lecionar durante vinte e cinco anos apenas com os conhecimentos adquiridos na formação inicial.

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4. Isso me causa total indignação. Não consigo imaginar que um profissional da educação, que foi formado para ensinar e eliminar o abismo causado pelas diferenças sociais, consiga alimentar discriminação e desigualdade racial, social, ou seja qual tipo de preconceito que seja. Infelizmente sabemos que isso pode acontecer, mas esse profissional deveria ser considerado como um criminoso, pois sua função é sempre no sentido oposto do que foi explanado, devemos amenizar as diferenças, instrumentalizando a todos para terem igualdade de condições. 5. Acho que ao pensar em uma lei como essa, deveriam consultar os professores e fazer uma pesquisa como essa q estamos realizando no curso para já propor como efetivar a lei. A formação dos professores é de suma importância para a realização do trabalho pedagógico proposto por essa lei. São essas reclamações que temos ouvido, a falta de escutar os professores e dar-lhes formação mais adequada.

Re: Atividade avaliativa por CAROLINA TIBIRIÇÁ ARGÔLO DOS SANTOS - quinta, 1 março 2012, 22:35

1- Houve a criação da lei, mas mesma não foi implantada efetivamente nas escolas. Porém, para que a mesma seja implantada, devemos incentivar que os alunos busquem informações através de pesquisas sobe a cultura afro, na qual evidencie ações do passado e suas conseqüências no presente. 2- É através da Didática, os meios que são colocados em praticar articulando domínio do saber com a transmissão do saber.

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Bibiografia e Webgrafia WEBGRAFIA

http://www.tg3.com.br/africa/historia_africana.htm

http://editoracontexto.com.br/blog/?p=71

BIBLIOGRAFIA

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/2003/L10.826.htm

A História e Cultura Afro Brasileira e a Lei 10.639/63 publicado 4/12/2008 por Leidiane Santos em http://www.webartigos.com

Fonte: http://www.webartigos.com/articles/12161/1/A-Historia-e-Cultura-Afro-Brasileira-e-a-Lei-1063963/pagina1.html#ixzz3qC4Te38R

http://www.midiaindependente.org/pt/red/2007/08/391065.shtml

Bittencourt, Circe (org.). O Saber Histórico na Sala de Aula. Coleção Repensando o Ensino. Editora Contexto - São Paulo.

Carmo, Antonio Rosemir - O Papel da Escola e do Professor na Construção do Saber Crítico do Aluno .

Lemos Fábio Ricardo Mizuno - História e Cultura Afro-Brasileira: alguns subsídios Medeiros, Ângela Cordeiro e Almeida, Eduardo Ribeiro - História e Cultura Afro-

Brasileira: Possibilidades e Impossibilidades na Aplicação da Lei 10.639/2003 Morais, Regis de (Org.). Sala de aula: que espaço é esse? 3ª Ed., Cam pinas/SP: Papirus,

1998

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Módulo 2

Apresentação e objetivo do módulo

OBJETIVOS

Divulgar as ações de inserção da cultura afro-brasileira no conteúdo programático

escolar, oferecendo algumas possibilidades, capacitando professores para que

estejam aptos para um ensino-aprendizado, difundindo, anunciando a influência da

cultura africana na história brasileira

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

Escravidão

A presença dos africanos no Brasil, as heranças africanas

Cultura Africana e Cultura Afro-brasileira

A cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional

METODOLOGIA

Apresentando reflexões acerca da didática como elemento fundamental para a

efetividade do processo ensino-aprendizagem, identificando a Escola como o espaço

para a interação entre educação e sociedade. Favorecer o conhecimento e

aperfeiçoamento de diferentes práticas didáticas. Despertar o senso crítico, através de

análise de textos, vídeos, apresentações, com a finalidade de preparar os professores

para o novo desafio de ensinar a História da Cultura Afro-Brasileira .

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Conteúdo Textual- Links

NAVIO NEGREIRO

http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/escravidao-no-brasil/navio-negreiro.php

Escravidão no Brasil

http://bndigital.bn.br/projetos/escravos/introducao.html

Didatica

http://www.pgie.ufrgs.br/alunos_espie/espie/max/public_html/didatica.htm

Aprender Brincando: O Lúdico na Aprendizagem

http://www.profala.com/arteducesp140.htm

Herança Africana

http://www.overmundo.com.br/overblog/heranca-africana

A presença africana na música popular brasileira

http://www.espacoacademico.com.br/050/50clopes.htm

Eterno batuque

http://www.revistadehistoria.com.br/v2/home/?go=detalhe&id=1412

Candomblé, afinal o que é? Cartilha Raízes Brasileiras Série o negro

http://www.acordacultura.org.br/artigo-01-10-2010

Cartilha Raízes Brasileiras Série o negro

http://www.pousadadascores.com.br/leitura_virtual/cultura_brasileira/negro.htm

http://www.nosrevla.com/home/page3e

Page 31: GPEC - Apostila - Historia e Cultura Afro Brasileira (Turma 5) (1)

Vídeos de Apoio-Links

Cultura Africana

http://www.youtube.com/watch?v=KTd9IlROM-U&feature=related

A Africa que você nunca viu

http://www.youtube.com/watch?v=7Ph1mpTr5Fc&feature=related

Cultura Africana - Danças

http://www.youtube.com/watch?v=mXWF8qQx4qw&feature=related

Navio Negreiro" Mestre Tony Vargas

http://www.youtube.com/watch?v=2gnXVQQTvCA&feature=related

Abolição da Escravatura - IPED

http://www.youtube.com/watch?v=soX9lGcF_oo&feature=related

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Fórum de discussão

Fórum de discussão por Plantão - Suporte GPEC - segunda, 16 janeiro 2012, 13:42

HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA

MÓDULO 2

FÓRUM DE DISCUSSÃO NÃO AVALIATIVO

Segundo Piaget, ―o jogo não pode ser visto apenas como divertimento ou

brincadeira para desgastar energia, pois ele favorece o desenvolvimento físico,

cognitivo, afetivo e moral‖. Através dele se processa a construção de

conhecimento, principalmente nos períodos sensório-motor e pré-operatório.

Agindo sobre os objetos, as crianças, desde pequenas, estruturam seu espaço e

seu tempo, desenvolvendo a noção de casualidade, chegando à representação

e, finalmente, à lógica. As crianças ficam mais motivadas para usar a

inteligência, pois querem jogar bem, esforçam-se para superar obstáculos tanto

cognitivos como emocionais. O lúdico tem sua origem na palavra latina "ludus",

que quer dizer "jogo‖. Se achasse confinada a sua origem, o termo lúdico estaria

se referindo apenas ao jogar, ao brincar, ao movimento espontâneo. O lúdico

passou a ser reconhecido como traço essencial de psicofisiologia do

comportamento humano. De modo que a definição deixou de ser o simples

sinônimo de jogo. As implicações da necessidade lúdica extrapolaram as

demarcações do brincar espontâneo. Diante deste pressuposto, podemos refletir

que o emprego de metodologias mais humanizadas, voltadas para a valorização

do ser humano em sua totalidade, centradas no respeito à diversidade social,

cultural, racial, sexual e religiosa, possibilitando múltiplas vivências e liberação

de medos, fobias, pânicos.

É uma possibilidade de transformações significativas no contexto escolar,

(http://recantodasletras.uol.com.br/artigos/894361), principalmente no ensino da

História da Cultura Afro-Brasileira?

Re: Fórum de discussão por Ramides Sedilso Pessatti - quinta, 26 janeiro 2012, 10:26

Seguindo a teoria de Piaget...podemos considerar que seria de grande valia, pois no momento em que a criança esteja usando o Lúdico, ela automaticamente estará desenvolvendo tudo ao seu redor, convivências, espaços e a diversidade que o rodeia propagando sua inteligência e assimilando o conhecimento de forma integral. o que é necessário para criar novos conceitos sociais e humanizadores, quebrando tabus sociais impostos pela sociedade.

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Re: Fórum de discussão por Profª Maria José Caldas - terça, 31 janeiro 2012, 07:36

Ramides, exatamente o lúdico dá a oportundiade da criança deixar fluir, criar e assimila conhecimentos de verdade.

Re: Fórum de discussão por Profª Maria José Caldas - terça, 31 janeiro 2012, 07:37

O lúdico no contexto escolar: um resgate ao prazer de aprender Por Joristela de Souza Queiroz

http://www.partes.com.br/educacao/ludico.asp

Re: Fórum de discussão por Lenir Maria da Silva - segunda, 30 janeiro 2012, 01:49

Sim. De acordo com Piaget, ocorre a construção do conhecimento. Também, "Os jogos lúdicos oferecem condições do educando vivenciar situações-problemas, a partir do desenvolvimento de jogos planejados e livres que permitam à criança uma vivência no tocante às experiências com a lógica e o raciocínio e permitindo atividades físicas e mentais que favorecem a sociabilidade e estimulando as reações afetivas, cognitivas, sociais,morais, culturais e linguística." (http://need.unemat.br/4_forum/artigos/elia.pdf). É no momento lúdico que questões importantes à criança são elaboradas e reelaboras conforme a necessidade - a emocional, por exemplo - pode ser suprida.

Re: Fórum de discussão por Profª Maria José Caldas - terça, 31 janeiro 2012, 07:39

Lenir, Piaget está certo, o conhecimento se torna tácito.

Re: Fórum de discussão por Ana Claudia Vasconcelos Araujo - segunda, 30 janeiro 2012, 01:44

Brincar é tão sério pra uma criança como trabalhar é para um adulto. É através dos jogos e brincadeiras em que a criança ressignifica a realidade em que vive e onde ela aprende a conviver em um grupo onde regras e o respeito ao espaço do outro são importantes para o convívio em uma sociedade. Segundo Piaget (1967), não há nada em que não possa ser ensinado a uma criança em que não possa ser feito através do lúdico. A partir do momento em que se desenvolve as suas aprendizagens globais, a criança estará preparada para atuar de forma mais consciente na transformação de uma sociedade mais inclusiva, ou seja menos preconceituosa.

Re: Fórum de discussão por Profª Maria José Caldas - terça, 31 janeiro 2012, 07:38

Ana Claudina, gostei muito da drase

"Brincar é tão sério pra uma criança como trabalhar é para um adulto."

Re: METODOLOGIAS MAIS HUMANIZADAS!!! por Paulo Cesar Vono - terça, 31 janeiro 2012, 00:04

COM CERTEZA,O JOGO AUXILIA EM MUITOS ASPECTOS;ELE CONSCIENTIZA,HUMANIZA,APROXIMA,ELIMINA BARREIRAS,ELIMINA PRECONCEITOS,APROXIMA OS SERES HUMANOS,EM ESPECIAL,AS

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CRIANÇAS,E FAZ COM QUE TODOS SE SINTAM IGUAIS,TODOS IRMÃOS,SEM DISTINÇÃO,METODOLOGIAS HUMANIZADAS,ASPECTOS POSITIVOS NA FORMAÇÃO DO CARATER DO SER HUMANO,UM SER CRITICO,CONSCIENTE.

Re: METODOLOGIAS MAIS HUMANIZADAS!!! por Profª Maria José Caldas - terça, 31 janeiro 2012, 07:37

Muito bom Paulo, o jogo humaniza!

Re: Fórum de discussão por Cintia da Silva do Vale - sábado, 4 fevereiro 2012, 21:38

Acredito que sim. Pois como já está colocado na própria questão, Piaget demonstra que através dos jogos/lúdico podem processar a construção de conhecimento, principalmente nos períodos sensório-motor e pré-operatório do indivíduo. Com os jogos e brincadeiras as crianças desenvolvem a capacidade de perceber suas atitudes de cooperação e conseguem chances de descobrir seus próprios recursos e testar suas próprias habilidades, levando com isso, a apreender a conviver de uma maneira interativa com os outros. Podemos reconstruir, inserir, interagir através de jogos para transmitimos e ensinarmos a História da Cultura Afro-Brasileira.

Re: Fórum de discussão por Thais Poliana Neto - domingo, 12 fevereiro 2012, 17:37

Em qualquer ensino eu sou a favor da ludicidade. Tento orientar meus professores a sempre buscar algo divertido, que prenda a atenção da moçada, pois se aprendemos algo com significado para nós a aprendizagem se torna muito mais atraente e significativa. Ano passado realizamos na escola uma mostra da cultura afro, em que os alunos e professores apresentaram em forma de dança, teatro, música, poesia culinária, tudo o que aprenderam durante o ano, esse tom de protagonismo e ludicidade fez do evento um sucesso, principalmente para os alunos que adoraram estar realizando esse trabalho. Para os professores há certa resistência, pois realizar um trabalho assim é muito mais difícil, exige mais pesquisa, mais empenho, enfim.

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Dinâmica do Módulo –

Valendo Nota

Dinâmica do Módulo - Valendo Nota por Equipe de Suporte GPEC - segunda, 12 dezembro 2011, 14:14

Dinâmica do Módulo II

(Entregar até o final do módulo valendo nota) A atividade é obrigatória e avaliativa.

Conhecendo em que regiões as manifestações culturais afro-brasileiras são preservadas.

Esta atividade tem o objetivo de possibilitar descobrir algumas das regiões do

Brasil onde as manifestações culturais afro-brasileiras estão presentes e são

preservadas. Região (Norte, Sul, Sudeste, Nordeste, Centro-Oeste)

1- Faça um levantamento, através da ferramenta Google, se na região em que moram existe algum tipo de manifestação cultural afro-brasileira e digam se participam destas manifestações. Após este levantamento, deverão pesquisar quais as manifestações culturais acontecem nela, destacando-se as manifestações da cultura afro-brasileira. Busca-se compreender porque elas ocorrem nesta ou naquela região.

Re: Dinâmica do Módulo - Valendo Nota por Lenir Maria da Silva - segunda, 30 janeiro 2012, 20:09

Grupo_Escambo_e_interacao_coletiva.docx Em Nova Iguaçu existe o Grupo de Capoeira ESCAMBO. "O grupo Escambo foi fundado no dia 13 de Maio de 2001, em Nova Iguaçu, no Estado do Rio de Janeiro, ás 10:00 horas, no bairro Engenho pequeno. Como testemunhas estiverão o mestre Everaldo Lima e o falecido contramestre ―Gordinho‖. Logo após a fundação o grupo foi registrado na FCERJ (Federação de Capoeira do Estado do Rio de Janeiro), sob o n° 6.414, e na FNCB (Federação Nacional de Capoeira do Brasil), sob o n° 700. No mesmo ano de fundação o grupo participou do Festival de uma corda só, na Universidade Veiga de Almeida, no Maracanã, pela Federação Desportiva do Estado do Rio de Janeiro, no dia 04/08/2001, conquistando o segundo lugar. O grupo também participou do Desafio Rio x São Paulo, pela Federação de Capoeira do Estado do Rio de Janeiro, no dia 21/07/2002, conquistando o segundo lugar por equipe. O grupo deu aulas em escolas, academias, clubes, comunidades carentes e em uma instituição filantrópica chamada São Miguel Arcanjo, em Nova Iguaçu. Fez várias apresentações entre elas: CBMERJ-4° Grupamento da Baixada, Fundação Bradesco na Tijuca, na Faculdade Unisuam em Bonsucesso, em vários colégios, clubes e etc. Atualmente o grupo tem parceria com entidades não-governamentais e projetos do próprio grupo, desenvolvendo o nosso esporte: Capoeira." Embora não faça parte de nenhum grupo cultural, acontece, também, outras manifestações culturais em que a cultura afro-brasileira é bastante presença marcante: "Fotografia, teatro, literatura, dança, desfiles e músicas com dialetos africanos e até um curta-metragem (...)"

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A Prefeitura de Nova Iguaçu através da Secretaria Municipal de Educação (SEMED) desenvolve projetos com o objetivo de implementação efetiva da Lei 10.639/2003, a fim de "resgatar a história e cultura afro-brasileira de forma positiva." Açoes práticas: *o JONGO Quilombo São Jose de Valença – SESC Nova Iguaçu http://youtu.be/5xs_vbQdsBs - video http://quilombosaojosedaserra.blogspot.com/ * A CAPOEIRA http://youtu.be/kFFjLLLkZI0 * FOTOGRAFIA Projeto - "Olhares Iguaçuanos: retratos de um Brasil em Preto e Branco‖ Blog ESPAÇO FALANTIL http://espacofalantil.blogspot.com/2010/12/olhares-iguacuanos-retratos-de-um.html * História/Literatura - Personagens Afrodescentes http://www.novaiguacu.rj.gov.br/noticias_res.php?id=454 -Noticias Pertinentes- http://www.novaiguacu.rj.gov.br/noticias_res.php?id=525 http://semedni-2009.blogspot.com/ (dia 03.01.2012) http://www.enraizados.com.br/ * VIDEOS http://youtu.be/kFFjLLLkZI0 (Capoeira) http://youtu.be/5xs_vbQdsBs (Jongo) http://youtu.be/uutZwczBpYw (Hip-Hop)

Re: Dinâmica do Módulo - Valendo Nota por Profª Maria José Caldas - terça, 31 janeiro 2012, 07:27

Obrigada Lenir por trazer interessante atividade, eu tinha ouvido falar neste grupo escambo, agora aprendi mais!

bjs

Re: Dinâmica do Módulo - Valendo Nota por Lenir Maria da Silva - domingo, 5 fevereiro 2012, 15:05

Ok, Profa. Maria Jose. Tenho observado que pelo fato de, na região, a presença negra ser marcante, acredito que a cultura afro-brasileira tenha sido bastante despertada. É bom lembrar que em Nova Iguaçu tem as ruínas da Fazenda São Bernardino, onde, conforme registros em 1861, havia senzala que abrigavam onze escravos. A partir daí pode-se deduzir a prática de sua cultura, chegando até os nossos dias.

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Re: Dinâmica do Módulo - Valendo Nota por Profª Maria José Caldas - segunda, 6 fevereiro 2012, 19:35

Lenir eu adoro estudo sobre as Fazendas, esta ruína é belissíma.

Me conta mais sobre ela! rsrsrsrsrs

Re: Dinâmica do Módulo - Valendo Nota por Paulo Cesar Vono - segunda, 30 janeiro 2012, 23:52

1- MANIFESTAÇÃO CULTURAL AFRO-BRASILEIRA NA ZONA LESTE,LOCAL ONDE MORO E FREQUENTO,POR RELIGIÃO ESCOLHIDA;TERREIRO DE CANDOMBLÉ,CONTENDO RITUAIS TRAZIDOS DO POVO /CONTINENTE AFRICANO;

Re: Dinâmica do Módulo - Valendo Nota por Profª Maria José Caldas - terça, 31 janeiro 2012, 07:26

OLá Paulo, perceba que em cada canto existe uma manifestação cultural trazida pelo povo Afro.

Muito interessante!

bjs

Re: Dinâmica do Módulo - Valendo Nota por Ramides Sedilso Pessatti - terça, 31 janeiro 2012, 11:33

Atividade Avaliativa – curso GPEC

A TRADIÇÃO POPULAR, A RELIGIOSIDADE E A EXPRESSÃO DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA EM UMA DAS CIDADES HISTÓRICAS PARANAENSES: A CONGADA NA LAPA. OBJETIVA-SE EXPOR PRIMEIRO: A VIDA, O TRABALHO E AS PRÁTICAS CULTURAIS RELIGIOSAS NO PERÍODO DA MINERAÇÃO, QUE FOMENTOU A ECONOMIA DE DIFERENTES REGIÕES DO BRASIL, ESPECIFICAMENTE, A DO SUL; SEGUNDO: O TROPERISMO E O SURGIMENTO DE UMA DAS CIDADES HISTÓRICAS DO PARANÁ, A LAPA. RESSALTANDO A PARTICIPAÇÃO DAS POPULAÇÕES NEGRAS NO PROCESSO DE OCUPAÇÃO E POVOAMENTO DO TERRITÓRIO PARANAENSE; TERCEIRO: AS PRÁTICAS CULTURAIS RELIGIOSAS DAS POPULAÇÕES NEGRAS, EXPRESSÕES DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA, QUE SE CONSTITUEM EM PATRIMÔNIO CULTURAL IMATERIAL. POR ÚLTIMO, RESSALTAR AS POSSIBILIDADES DO ESTUDO DA HISTÓRIA DO BRASIL COM VISIBILIDADE À HISTÓRIA DO PARANÁ, FAZENDO A

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ABORDAGEM DA HISTÓRIA REGIONAL E DAS PRÁTICAS CULTURAIS RELIGIOSAS DAS POPULAÇÕES.

A ESTRUTURAÇÃO DO BATUQUE NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL DEU-SE NO INÍCIO DO SÉCULO XIX, ENTRE OS ANOS DE 1833 E 1859 (CORREA, 1988 A: 69). TUDO INDICA QUE OS PRIMEIROS TERREIROS FORAM FUNDADOS NA REGIÃO DE RIO GRANDE E PELOTAS. TEM-SE NOTÍCIAS, EM JORNAIS DESTA REGIÃO, MATÉRIAS SOBRE CULTOS DE ORIGEM AFRICANA DATADAS DE ABRIL DE 1878, (JORNAL DO COMÉRCIO, PELOTAS). JÁ EM PORTO ALEGRE, AS NOTICIAS RELATIVAS AO BATUQUE, DATAM DA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XIX, QUANDO OCORREU A MIGRAÇÃO DE ESCRAVOS E EX-ESCRAVOS DA REGIÃO DE PELOTAS E RIO GRANDE PARA CAPITAL. LEMBRANDO SEMPRE QUE A LÍNGUA USADA É A YORUBA. CABE ENFATIZAR E ESCLARECER QUE, O BATUQUE "NÃO" É UM SEGMENTO DO CANDOMBLÉ BAIANO, MUITO AO CONTRÁRIO, TENDO LITURGIA E FUNDAMENTOS PRÓPRIOS, NADA SEMELHANTES AO CANDOMBLÉ.

CACUMBI, CATUMBI, QUICUMBI, TICUMBI: ELEMENTOS TEATRAIS CONTIDOS NESTA MANIFESTAÇÃO AFRO-BRASILEIRA DE SANTA CATARINA. QUE TAMBÉM ASSUME OS NOMES CACUMBI, TICUMBI E QUICUMBI. TRATA-SE DE UMA MANIFESTAÇÃO CULTURAL AFRO-BRASILEIRA QUE ACONTECE EM SANTA CATARINA. ESTA MANIFESTAÇÃO TEVE SUA ORIGEM NAS CONGADAS, ONDE ERAM FEITAS AS COROAÇÕES DOS REIS CONGOS JUNTO AO CULTO A NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO, SANTA DA IGREJA CATÓLICA. OS NEGROS TIVERAM MUITAS DIFICULDADES PARA MANTER SUA CULTURA. O POVO EUROPEU ARRANCOU DIVERSOS AFRICANOS DE SUAS CULTURAS E OS IMPÔS SEU MODO DE VER O MUNDO. PARA FAZER PERPETUAR O QUE TRAZIAM CONSIGO, OS ESCRAVOS UTILIZAVAM OS SANTOS E RITUAIS CATÓLICOS PARA DISFARÇAR E CULTUAR SEUS ORIXÁS E DEUSES. ERAM POUCAS AS MANIFESTAÇÕES AFRICANAS PERMITIDAS PELA IGREJA, O CACUMBI, PORÉM, ERA UMA DAS POUCAS QUE TINHA ESSA PERMISSÃO. A IGREJA CRIOU IRMANDADES DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO ONDE OS NEGROS PODIAM SE REUNIR. NO DIA DO CULTO A NOSSA SENHORA OS ESCRAVOS DANÇAVAM E CONTAVAM HISTÓRIAS ATRAVÉS DE SEU RITUAL. CADA CACUMBI TEM SEU ENREDO, MAS TODOS TÊM EM COMUM A COROAÇÃO DOS REIS CONGOS E AS BATALHAS DAS EMBAIXADAS.

Re: Dinâmica do Módulo - Valendo Nota por CAROLINA TIBIRIÇÁ ARGÔLO DOS SANTOS - quarta, 1 fevereiro 2012, 13:03

Nasce na capital da Bahia, Salvador. Mas pode me chamar de soteropolitana ou baiana. Porém, atualmente estou residindo na cidade do rio de Janeiro. Por isso meu trabalho será sobre as manifestações culturais desta cidade, e da região em

que esta esta inserida.

MANIFESTAÇÕES CULTURAIS NO SUDESTE BRASILEIRO A cidade do Rio de Janeiro juntamente com os estados de São Paulo Minas Gerais e Espirito Santo fazem parte da região sudeste. E esta região apresenta uma pluralidade cultural muito grande, na qual sofreu grande influencia dos povos ameríndios, europeus e africanos. As manifestações culturais da região sudeste se apresentam através de elementos como:a congada, o samba de lenço, o batuque, o carnaval, a festa de São Gonçalo, o Reisado ou Folia de Reis, o Fandango, o Ticumbi, a Dança de Velhos, o Caiapó e na culinária. A congada é um bailado popular desde o tempo do Brasil Colônia, que ocorre do estado do Ceará até o estado do rio Grande do Sul. Ela consiste em uma luta do Bem contra o Mal. Onde o Bem é representado pelos Cristãos, o Mal é o grupo de Mouros. Os cristão usam roupas azuis, e os Mouros usam roupasvermelhas.

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Há lutas, embaixadas, cantos, e sempre os cristãos vencem os mouros, que são batizados. E todos juntos fazem a festa em louvor a São Benedito, padroeiro dos negros em todo o Brasil. As violas, o canzá (reco-reco), caixas, tambores, acompanham os cantadores.

Congada Outra manifestação é o samba de lenço. Uma dança de origem africana, podendo ser praticada tanto no meio urbano (samba de salão) quanto na zonarural (samba de roda, samba campineiro). Sua composição é similar ao jongo e ao batuque. O lenço é utilizado para representar a devoção dos sambistas á São Benedito. O batuque, outra grande manifestação cultural da região, é muito popular nas cidades do interior paulista, tais como as festas do divino Espirito Santo e nas festas juninas. O batuque é dançado nas praças publicas ou nos terreiros. A dança é realizada através de uma fileira de homens que fica a 15 metros de distância das mulheres, e, ao iniciar o ritual, os homens e as mulheres dão a ―umbigada‖, ou seja, o ventre da mulher bate na barriga do homem. O carnaval é uma festa popular comemorada em todo o Brasil. Mas nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo acontecem os desfiles das escola de samba.

Carnaval carioca Na dança de São Gonçalo, em homenagem ao Santo, as moças se vestem de branco, rosa e azul. E conduzem um arco enfeitado de papel de seda da cor do vestido. A participação do homem trajando branco, nesta dança ele é comanda a função, na qual desempenha o papel de São Gonçalo. A folia de reis ou reisado é um folguedo dedicado aos Santos Reis, os três reis magos. É uma festa de origem portuguesa em comemoração à festa do Divino ou dos Reis Magos, e que acontece no Brasil todo. O folguedo ocorre no período do Natal, de 24 de dezembro a 6 de janeiro. A sua formação difere conformo o lugar, mas há sempre um mestre, líder maior, responsável pela cantoria e pela coordenação geral do grupo. Seu auxiliar é o contramestre, que angaria os donativos e o substitui em caso de necessidade. Algumas folias trazem a figura do embaixador, que pede licença para entrar nas casas, pronuncia as profecias e lembra as palavras escritas pelos profetas a respeito do nascimento de Cristo. Há instrumentos e cantores e alguns grupos trazem os reis representando os três reis magos.

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Folia de Reis O Fandango é muito popular nas cidades do litoral paulista. É uma dança tipica rufada com passos marcados, com batidas de pés, é dançado até meia-noite. Depois dançam os fandangos valsados, mais calmos. O ticumbi consiste numa vertente da congada, uma variação capixada da mesma. Sua expressão só é encontrada no estado do espirito Santo. É uma dança dramática guerreira. E é praticada por negros vestido de branco e usam botas longas enfeitadas de fitas bastantes coloridas. A dança de velho é apresentada na festa do Divino Espirito Santo. E existe ainda apenas no litoral fluminense, nas cidades de Paraty e Angra dos Reis, e nas cidades paulistas de Cunha e São Luiz do Paratininga. O bailado do caiapó de influencia indígena. Esta presente na cultura diversos estados do Brasil, com sua variações nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. A culinária do sudeste é bastante diversificada, pois apresenta influencia do ameríndio, do europeu, do africano e dos diversos imigrantes asiáticos. Entre os pratos típicos se destacam a moqueca capixaba, feita com tintura de urucum (ES); pão de queijo, feijão tropeiro, carne de porco servida com couve, quiabo, milho ou mandioca (MG); feijoada, aipim frito, bolinho de bacalhau, picadinho (RJ); virado à paulista, cuscuz paulista, farofa, pizza (SP).

Moqueca capixaba REFERENCIAS http://www.mundoeducacao.com.br/geografia/cultura-regiao-sudeste.htm, realizada no dia 31/01/12. http://www.brasilescola.com/brasil/aspectos-culturais-regiao-sudeste.htm , realizada no dia 31/01/2012

Re: Dinâmica do Módulo - Valendo Nota por Heleno Brodbeck do Rosário - quarta, 1 fevereiro 2012, 22:43

Procurei através ferramenta Google algo sobre terreiros em Curitiba e encontrei esta interessante reportagem do jornal de maior circulação do Paraná, a Gazeta do Povo. De acordo com Jayro Pereira Jesus, em 2008 (ano da reportagem) diretor do Centro Mediúnico do Brasil, Curitiba tem cerca de 7000 terreiros, sendo por volta de 6000 de Umbanda e os outros de Candomblé. Este dado desmitifica a ideia de uma "capital europeia" apregoada por uma memória construída com

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parâmetros identitários eurocêntricos. A reportagem completa está em: http://www.gazetadopovo.com.br/cadernog/conteudo.phtml?id=809885

Re: Dinâmica do Módulo - Valendo Nota por Ana Claudia Vasconcelos Araujo - sexta, 3 fevereiro 2012, 14:43

O Pátio de São Pedro localizado no bairro de São José é o principal cenário da cidade do Recife de manifestaçoes culturais de origens africanas. Apresentações como maracatus, afoxés, frevo, capoeiras, hip hop, Reggae, coco, ciranda, caboclinhos, cavalo marinho e sambas acontecem todas as terças feiras à partir das 19h e os eventos são abertos ao público O projeto terça Negra surgiu em 2002, na primeira gestão do prefeito João Paulo, numa parceria da Prefeitura do Recife com o Movimento Negro Unificado (MNU) para valorizar a cultura negra e dar oportunidade aos grupos e artistas das comunidades recifenses. A terça Negra abre oportunidades para vários grupos culturais existentes no Brasil e no mundo, artistas como: Seu Jorge e Lenine já se apresentaram no evento. Eu como boa Recifense sempre frequento a terça Negra para assim poder estar mais ligada à cultura da minha terra e estar mais participante nos eventos populares. Selecionei algumas atrações que irão se apresentar no carnaval, pois o Pátio de São Pedro é um importante pólo cultural da diversidade cultural do nosso estado e país. PÓLO DE TODOS OS RITMOS Pátio de São Pedro 12/02 Domingo Hora Programação ENSAIO GERAL DAS BATERIAS DE ESCOLA DE SAMBA 17h G.R.E.S. Galeria do Ritmo 18h G.R.E.S. Deixa Falar 19h G.R.E.S. Gigante do Samba 14/02 Terça-Feira Hora Programação A partir das 19h TERÇA NEGRA - ESPECIAL Coco dos Pretos Maracatu Sol Nascente Escola de Samba Limonil Coco Quebrado Banda Afro Obé Nijé 15/02 Quarta-Feira Hora Programação DESFILE DE AGREMIAÇÕES E ORQUESTRA DE FREVO 18h Orquestra Veneno Passistas do Grupo Pé Nambuco 19h Caboclinhos Canindé de São Lourenço 19h30 Caboclinhos Carijós do Recife 20h Clube de Boneco Tô Afim 20h30 Maracatu Nação Axé da Lua 21h Bloco Edite no Cordão 21h30 G.R.E.S. Preto Velho PALCO 22h Orquestra do Maestro Maia Passistas da Cia Trapiá de Dança 16/02 Quinta-feira Hora Programação DESFILE DE AGREMIAÇÕES E ORQUESTRAS DE FREVO 17h30 Saída do Boneco do Seu Pedro 18h Boi de Mainha 18h30 Tribo de Índio Tupinambá 19h Clube de Frevo Maracangalha

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CONCENTRAÇÃO E SAÍDA DO AFOXÉ OYÁ ALAXÉ PALCO 20h ENSAIO DO BLOCO EU QUERO MAIS Bloco Carnavalesco Com Você No Coração Bloco Rosas da Boa Vista17/02 Sexta-feira Hora Programação DESFILE DE AGREMIAÇÃO E ORQUESTRA DE FREVO 17h Orquestra Itinerante da Várzea Passistas do Grupo Deveras 19h Boi Faceiro 19h30 Boi Cara Branca de Limoeiro 20h Troça Batutas de Agua Fria 20h30 Troça O Bagaço é Meu 21h G.R.E.S. Samarina PALCO A Partir das 22h BAILE COM ORQUESTRA VEREDA TROPICAL Passistas do Grupo Deveras Orquestra e Coral Usina das Cordas O pátio de São Pedro é apenas um espaço entre tantos outros existentes no Recife Multicultural, existe ainda o Xambá, um terreiro localizado no bairro de aguazinha que é bastante frequentado pelos Recifenses e Olindenses, tem o Marco Zero onde acontecem vários shows em um palco armado na beira do Rio, tem o pátio do terço, onde exclusivamente acontecem shows de afoxés e reggae, tem a praça do arsenal. É isso aí quem quiser conhecer o carnaval do Pernambuco, em especial o de Olinda e Recife, irá se deparar com uma multiculturalidade que não tem igual, aqui em Recife tem espaço para todos. Cidade de todos os ritmos, culturas, músicas, danças, fantasias e desejos. Quem quiser conhecer mais sobre nossa cultura popular carnavalesca: http://www.carnavaldorecife.com.br/

Re: Dinâmica do Módulo - Valendo Nota por Simone Stela de Souza - sexta, 3 fevereiro 2012, 20:17

Na região sudoeste do estado de SP na cidade de Itapetininga ,que ja foi famosa por ser considerada a "Terras das escolas" a manifestação cultural afro que é mais evidente é a capoeira.Algumas cidades como Boituva, Itu, Salto, Sorocaba , Porto Feliz entre outras apresentam um forte movimento . A mobilização de encontros para batismos , competições são feitos regularmentes.

Há varios grupos entres eles o Cordão de Ouro, Quilombo e o Abada onde fazem além de esporte e projetos sociais , ensinando as crianças das comunidades.

E geralmente aos domingos em dia de feira uma das principais praças há um grupo de capoeira fazendo apresentação.

Não consequi descobrir porque essa manifestação é mais popular em minha região , mas acredito por ser uma região que hã muitos descendentes de escravos , como Porto Feliz ,Capivari, Tiete,Itapeva etc... que acabou por imigrar para nosso lado,pois em minha cidade existe tambem muitos afros descendentes . Em relação a outra manisfestação religiosa , percebe a influência mais da umbanda do que candomblé. Estou falando mais da minha cidade , além das comemorações do dia 20 de novembro que se intenseficam

http://www.youtube.com/watch?v=-1DpG6agTHA

http://www.youtube.com/watch?v=074S-OJug0s&feature=related

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Re: Dinâmica do Módulo - Valendo Nota por Cintia da Silva do Vale - domingo, 5 fevereiro 2012, 01:31

Dinamica_do_Modulo_II.docx Boa noite, Segue em anexo a dinâmica. Obrigada, Cintia Vale.

Re: Dinâmica do Módulo - Valendo Nota por Marcia Mary Sumida Shikata - domingo, 5 fevereiro 2012, 14:40

Márcia Mary Sumida Shikata Sou da região sudeste e estou conhecendo estas manifestações agora com o curso. Acervo Cachuera! O Acervo Cachuera! destaca-se pelos registros de música, dança, teatro, narrativas, entrevistas e depoimentos realizados a partir de 1988 no contexto de ritos religiosos e festas populares. Fruto da atividade de pesquisa da Associação Cultural Cachuera!, o acervo concentra todos os registros de som, vídeo e fotografia das manifestacões populares documentadas ao longo de 20 anos em centenas de comunidades. A ênfase deste acervo recai sobre as manifestações afro-brasileiras da região Sudeste, patrimônio cultural pouco conhecido e divulgado. Transversalmente, os registros de manifestações populares em diversas regiões do país constituem um fundo documental complementar relevante para o mapeamento dos principais gêneros das tradições populares brasileiras de música e dança. Inclui 1.800 horas transcritas e indexadas de som digital, 10.000 fotografias e 900 horas de vídeo, mantidos em reserva técnica climatizada. Soma-se a esse material, coletado em 140 localidades brasileiras, uma discoteca, uma videoteca e uma biblioteca com cerca de 3.700 títulos, voltada para os estudos afro-brasileiros e africanos, sociologia, antropologia, folclore, música, religião, arte popular e temas afins. A Associação Cultural Cachuera! recebeu em 2001 apoio da Fundação Vitae para implementar um projeto de salvaguarda (geração de cópias de segurança e de acesso), catalogação e disponibilização pública do acervo de áudio, a partir de um banco de dados informatizado. Posteriormente, foram realizadas duplicações também do acervo de vídeo. O objetivo é tornar a Associação Cultural Cachuera! um centro de referência na área de documentação da cultura popular brasileira. O Acervo é constituído por cinco coleções: Coleção Paulo Dias (CPD), Coleção Andréa de Valentim (CAV), Coleção Duglas Monteiro (CDM), Coleção Cachuera! (CC!), Coleção Memória Cachuera! (MC!), Coleção Documentários (CDOC) e Coleção Geral (CGL). Coleção Paulo Dias (CPD) Compõe-se de registros realizados desde 1988, quando o músico deu início a uma série de pesquisas sobre as manifestações ligadas às religiões afro-brasileiras, voltando-se depois para o catolicismo popular, para os congos, os batuques de terreiro, as folias, os fandangos, os bois etc. A concentração dos trabalhos de campo na região sudeste do Brasil e nas manifestações ligadas ao universo afro-brasileiro, bem como o alto nível técnico dos registros em áudio digital (DAT) feitos a partir de 1992, em parceria com o antropólogo Marcelo Manzatti, são os traços distintivos desta coleção, que agrega ainda registros em vídeo e fotografia. Integram também a coleção os registros realizados pelos pesquisadores André

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Bueno, Andréa de Valentim, Marcelo Manzatti, Marcelo Nastari Milanez, Marianna Monteiro, Sérgio Carvalho e outros, além de livros, discos de vinil, CDs, uma pequena videoteca, objetos e instrumentos musicais adquiridos ao longo do trabalho. A preocupação constante com o retorno dos registros às comunidades de origem, assim como as reorientações metodológicas proporcionadas pelo aproveitamento do acervo em peças de divulgação das tradições populares são dois importantes aspectos do perfil dessa coleção. A partir de 2001, com a inauguração da nova sede da Associação Cultural Cachuera!, novos colaboradores agregaram-se ao trabalho de pesquisa e documentação, dentre eles Aloysio Raolino, Daniel Toledo, Henry Durante, Renato Nunes e Rubens Xavier. Os registros produzidos a partir daí passam a constituir a Coleção Cachuera! (CC!). Coleção Andréa de Valentim (CAV) Conjunto de registros fotográficos que acompanham a Coleção Paulo Dias. A fotógrafa Andréa de Valentim contribuiu significativamente para modelar o perfil desse acervo, com participação nos momentos mais dinâmicos da pesquisa. A continuidade dos registros desta coleção foi interrompida entre os anos de 1994 e 1997, sendo então retomada e novamente interrompida em meados de 2000. É o item do acervo com mais demandas externas para a confecção de produtos de divulgação, o quetorna imperativo realizar sua duplicação e catalogação. Coleção Duglas Monteiro (CDM) Aproximadamente 2.000 títulos nas áreas de sociologia, sociologia da religião, história, antropologia, ciências da educação, pertencentes à biblioteca do já falecido professor de sociologia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, autor das obras: A Macumba de Vitória, Os Errantes do novo século, um estudo sobre o movimento milenarista do Contestado e do prefácio à edição americana de Religiões Africanas no Brasil, de Roger Bastide. Coleção Cachuera! (CC!) Dá seqüência à coleção Paulo Dias a partir de 2001, com o registro sistemático de comunidades específicas e também de comunidades e tradições ainda não pesquisadas, com ênfase na tônica do acervo: a documentação sobre as manifestações de cultura afro-brasileira. Coleção Memória Cachuera! (CM!) Reúne os registros em áudio, vídeo e fotografia dos eventos realizados na sede da Associação Cultural Cachuera! (shows, oficinas, palestras etc.) ao longo de sua história. Inclui materiais de divulgação, como folders e cartazes, e a documentação referente ao Grupo Cachuera!. Coleção Documentários (CDOC) Formada pelo conjunto total dos registros gerados na produção dos documentários da Associação Cultural Cachuera!, e de outros realizadores. Inclui vídeo, som e fotografia, bem como o material bruto, masters e cópias dos documentários. Coleção Geral (CGL) Compõe-se de registros audiovisuais de natureza etnográfica, produzidos porcolaboradores no Brasil ou no exterior. Documentos desta coleção, de acordo com critérios qualitativos e quantitativos, podem passar a constituir coleção autônoma. Entre os principais colaboradores do acervo estão profissionais e pesquisadores com relevante trabalho na área da cultura popular: Alberto Ikeda, Andréa Gato, Angélica Del Nery, Carlos Stasi, Elizabeth Menezes, Glória Moura. Márcia Accioly, Márcia Moira, Maria Ignez e Marcos Novais Ayala, Marianna Monteiro, Matusalém Silvério, Renata Meirelles, Sebastiana Marques (Tiana), Sérgio de Carvalho e Toninho Carrasqueira. O Jongo O jongo é uma forma de expressão afro-brasileira que integra percussão de tambores, dança coletiva e práticas de magia. É praticado nos quintais das periferias urbanas e de algumas comunidades rurais do sudeste brasileiro. Acontece nas festas dos santos católicos e divindades afro-brasileiras, nas festas juninas, no Divino, no 13 de maio da abolição da escravatura.

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O jongo é uma forma de louvação aos antepassados, consolidação de tradições e afirmação de identidades. Tem suas raízes nos saberes, ritos e crenças dos povos africanos, principalmente os de língua bantu. São sugestivos dessas origens o profundo respeito aos ancestrais, a valorização dos enigmas cantados e o elemento coreográfico da umbigada. No Brasil, o jongo consolidou-se entre os escravos que trabalhavam nas lavouras de café e cana-de-açúcar, no sudeste brasileiro, principalmente no vale do Rio Paraíba. Nos tempos da escravidão, a poesia metafórica do jongo permitiu que os praticantes da dança se comunicassem por meio de pontos que os capatazes e senhores não conseguiam compreender. Sempre esteve, assim, em uma dimensão marginal onde os negros falam de si, de sua comunidade, através da crônica e da linguagem cifrada. Tambu, batuque, tambor, caxambu, o jongo tem diversos nomes; é cantado e tocado de diversas formas, dependendo da comunidade que o pratica. Se existem diferenças de lugar para lugar, existem também semelhanças, características comuns presentes em muitas manifestações do jongo. Os tambores são feitos a partir de troncos de madeira e couro de animal. São elementos centrais no jongo, sempre reverenciados pelos jongueiros, pois fazem a ligação com as entidades do mundo espiritual e expressam a conexão do jongo com outras manifestações afro-brasileiras, como a umbanda e o candomblé. São respeitados na roda de jongo como verdadeiras entidades e sem eles o jongo não sai. SESC Santo André aulas abertas Batuque Aula aberta da dança afro-brasileira da região sudeste, ainda encontrada em cidades como Tietê, Piracicaba e Capivarí. Seu gesto coreográfico característico é a umbigada, associado a antigos rituais congo-angolanos de fertilidade. Enquanto os batuqueiros ―puxam‖ a moda, os dançadores fazem evoluções dispostos em duas fileiras paralelas, com cortejos e umbigadas. Grátis 21 e 23 de fevereiro | sábado e segunda-feira de Carnaval, das 14h30 às 16h Jongo Aula aberta da tradicional dança de terreiro do vale paraibano, entre São Paulo e Rio de Janeiro. Remonta aos tempos da escravidão, quando era praticada pelos negros que trabalhavam nas fazendas de café. Feita em roda, com apenas um casal ao centro, a dança é desenvolvida com cortes, onde homens e mulheres, tiram o dançador de mesmo sexo, formando uma nova dupla. Grátis 22 e 24 de fevereiro | domingo e terça-feira de Carnaval, das 14h30 às 16h SESC Itaquera Grupo Sambaqui Manifestações da cultura tradicional afro-brasileira da região sudeste, reproduzidos em danças e cantos, como o Samba de Bumbo, Jongo, Batuque de Umbigada e Moçambique Paulista. Grátis 22 de fevereiro | domingo de Carnaval, a partir das 15h30

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Re: Dinâmica do Módulo - Valendo Nota por Thais Poliana Neto - domingo, 12 fevereiro 2012, 17:53

Moro em Guaratinguetá – SP, aqui a manifestação de cultura afro já é organizada e até se transformou em associação. É o Jongo que constituiu a Associação Jongueira do Tamandaré de Guaratinguetá, que desenvolve o Projeto Bem-te-vi em parceria com a Associação Cultural Cachuera!, e a Associação Quilombola. A festa tradicional de Jongo costuma reunir praticantes e grupos de jongo de todo o Brasil. O Jongo de Tamandaré. Trata da comunidade de jongueiros, uma das poucas sobreviventes no País, do bairro de Tamandaré, em Guaratinguetá, no Vale do Paraíba, em São Paulo. Trabalho de imensa importância, elaborado com cuidado respeito, conhecimento de causa. Principais festas . Santo Antônio, São João, São Pedro - 13, 24, 29 de Junho (ou o final de semana mais próximo destas datas), no Bairro do Tamandaré . 13 de Maio, apresentação tradicional da comunidade jongueira na cidade de Guaratinguetá. . Carnaval - participação de jongueiros na Escola de Samba Unidos do Tamandaré e no Bloco da Raça. A origem do jongo A origem do jongo está diretamente ligada aos hábitos recorrentes da cultura africana dos bantos, os primeiros escravos da região do Congo-Angola que vieram ao Brasil colonial escravocrata para trabalhar nas fazendas de café do Vale do Rio Paraíba, interior dos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. A nação banto é considerada uma das células-tronco da cultura brasileira, com influências visíveis na música, na língua, na culinária e até mesmo nos costumes do nosso povo. O jongo é dançado para festejar e era permitido pelos senhores das fazendas no intuito de aliviar a revolta e o sofrimento dos negros, que tinham na festa um raro momento de confraternização. Não possui ligação evidente com a religiosidade, como o candomblé, mas é permeado por atitudes religiosas em todos os rituais da festa.

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Primeira Atividade

Avaliativa

Primeira atividade avaliativa por Equipe de Suporte GPEC - segunda, 12 dezembro 2011, 14:14

HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA

MÓDULO 2

FÓRUM DISSERTATIVO DO MÓDULO (VALENDO NOTA)

Denomina-se cultura afro-brasileira o conjunto de manifestações culturais do

Brasil que sofreram algum grau de influência da cultura africana desde os

tempos do Brasil Colônia até a atualidade

1 – No site que nos mostra o livro Cartilha Raízes Brasileira Série – O Negro,

Carlos Alves Moura, assessor para assuntos da Cultura Negra do Ministério da

Cultura, diz ter feito um trabalho minucioso de focalização do negro no contexto

brasileiro desde a sua chegada. Variáveis relevantes foram devidamente

apreciadas pelo autor, mostrando, através de uma linguagem objetiva e concisa,

numa síntese, que a gama de dificuldades enfrentadas pelo negro no passado,

aqui, ainda está presente na sua vida cotidiana.

Ler o texto do módulo: Cultura Africana e Cultura Afro-Brasileira,

http://www.pousadadascores.com.br/leitura_virtual/cultura_brasileira/negro.htm.

Dissertar sobre a leitura, escolhendo um tema para exemplificar.

Re: Primeira atividade avaliativa por Paulo Cesar Vono - segunda, 30 janeiro 2012, 22:23

Cultura_Brasileira_-_O_Negro_.htm discriminaçoes existem e negros continuam sofrendo,tanto preconceitos como perseguiçoes,espaço foi conquistado na midia,mas muito pouco., nosso. anexos:

Re: Primeira atividade avaliativa por Profª Maria José Caldas - terça, 31 janeiro 2012, 07:31

Paulo, isso que voce reflete é muito interessante e realmente sério ainda nos dias de hoje, o pré-conceito e o preconceito ainda existe e é grande.

A Questão Negra

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http://direitos_humanos.sites.uol.com.br/negros.htm

Re: Primeira atividade avaliativa por Ana Claudia Vasconcelos Araujo - quinta, 2 fevereiro 2012, 21:22

A cultura brasileira é formada pela cultura dos diversos povos que viviam e chegavam ao Brasil. Os índios, negros e brancos contribuíram para a heterogeneidade existente no Brasil, porém o que podemos destacar é que essas culturas perderam suas características iniciais com o tempo. E isso vem mudando a cada momento, como podemos exemplificar com a capoeira. Na África havia uma dança praticada no Sul de Angola onde predominava pernadas e cabeçadas, o rapaz vencedor no N‘golo tinha o direito de escolher uma esposa entre as novas iniciadas e sem pagar o dote esponsalício. O N‘golo é a Capoeira. Porém quando os africanos chegaram ao Brasil, de dança ela passou a ser praticada como uma luta de libertação contra as classes opressoras. Pessoas que foram escravizadas, vagabundos, imigrantes e crioulos, que viviam à margem da sociedade, encontravam na capoeira um meio de resistência em oposição à cultura das classes dominantes. A prática da escravidão no Brasil foi determinante para o contexto cultural, econômico, social e político que vivemos atualmente. Há muitos indícios de que a prática da capoeira tenha se consolidado no meio urbano, onde em ruas e praças, negros, brancos e crioulos soltavam os seus corpos e suas vozes em uma brincadeira de luta e dança. Com o crescimento da cidade, cresceram também nessa época, a precariedade, a miséria e a fome. As classes marginalizadas encontram na capoeira uma maneira de expressar os seus anseios por uma vida melhor. Então como podemos perceber, a discriminação e o preconceito da época e até os dias atuais envolve muito mais do que a cor que a pessoa tem, mas envolve também a sua condição social. Atualmente a capoeira é considerada uma das melhores possibilidades pedagógicas para se trabalhar a formação integral do ser humano. Ela atua diretamente nos processos de desenvolvimento cognitivo quando possibilita ao praticante entender as diferentes formas de se relacionar com os conhecimentos do mundo; no afetivo que é o aprendizado de conviver com as diferentes emoções que a capoeira proporciona como: medo, insegurança, alegria, agressividade, confiança, insegurança; e no desenvolvimento motor que abrange os aspectos de domínio do corpo.

Re: Primeira atividade avaliativa por Ramides Sedilso Pessatti - sábado, 4 fevereiro 2012, 07:37

Lendo o texto vem a minha reflexão sobre a marginalização do escravo recem abolido, dos homens abandonados e tirado o direito de serem os que sustentavam suas casas ao momento em que não lhe eram oferecidos e nem dado oportunidades de emprego, transformando assim a mulher ex-escrava ao trabalho fora de sua casa no emprego doméstico, sujeitando-se a diversas situações onde uma delas e a mais discutida que foi de deitar-se com os barões ou ex-senhores de escravos.

Re: Primeira atividade avaliativa por CAROLINA TIBIRIÇÁ ARGÔLO DOS SANTOS - sábado, 4 fevereiro 2012, 12:53

FÓRUM DISSERTATIVO DO MÓDULO (VALENDO NOTA)

Denomina-se cultura afro-brasileira o conjunto de manifestações culturais do

Brasil que sofreram algum grau de influência da cultura africana desde os tempos

do Brasil Colônia até a atualidade

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1 – No site que nos mostra o livro Cartilha Raízes Brasileira Série – O Negro,

Carlos Alves Moura, assessor para assuntos da Cultura Negra do Ministério da

Cultura, diz ter feito um trabalho minucioso de focalização do negro no contexto

brasileiro desde a sua chegada. Variáveis relevantes foram devidamente

apreciadas pelo autor, mostrando, através de uma linguagem objetiva e concisa,

numa síntese, que a gama de dificuldades enfrentadas pelo negro no passado,

aqui, ainda está presente na sua vida cotidiana.

Ler o texto do módulo: Cultura Africana e Cultura Afro-

Brasileirahttp://www.pousadadascores.cobr/leitura_virtual/cultura_brasileira/negr

o.htm.

Dissertar sobre a leitura, escolhendo um tema para exemplificar.

Sendo considerada a cidade como maior número de negros fora do continente africano, a cidade do Salvador é o local com o maior percentual de discriminação racial. Pois a sua população não se consideram afro-descentes. Tem vergonha de se declara negra. Pois o negro é visto como um ser inferior diante das demais raças que constituíram a formação do Brasil.

A falta de valorização da cultura negra perante as demais começa desde cedo nas escolas. Como relata o prof. Zezito do Araújo: "As escolas de primeiro e segundo graus no Brasil são racistas. Elas menosprezam a contribuição negra na formação da cultura brasileira. Vemos como o aluno e o professor negros são vistos pelos colegas. Quando um negro tem um comportamento igual ao do branco ou ocupa lugar de destaque, é visto como um safado".

A partir desse processo educacional racista a população soteropolitana não tem coragem desentir orgulho das suas origens africanas. O que coloca o negro como um ser inferior em relação aos demais povos que contribuíram também para a formação deste país.

A cultura negra é visto apenas como fonte de exportação para o país. É através da música, do futebol, do sincretismo religioso com manifestações folclóricas que a cultura negra é valorizada como atrativo turístico para ser divulgada no exterior. Ele se torna um cartão postal do país, com intuito apenas de gerar lucro e divisa para o país.

Re: Primeira atividade avaliativa por Marcia Mary Sumida Shikata - domingo, 5 fevereiro 2012, 19:10

Após ler e refletir sobre a questão Ser Negro, é injusto que muitos não valorizem o que devemos aos antepassados, nossa história começou com eles e porque não o louvamos... Existem muito conteúdos que eu li e que foram novidade, o quanto aprendí e fui desenganada por ditos que ouví durante a vida, para mim que sou professora, imaginem aqueles que não se preocupam com a história da evolução da história do povo brasileiro. É triste. É vergonhoso tanto desprezo.

Re: Primeira atividade avaliativa por Heleno Brodbeck do Rosário - domingo, 5 fevereiro 2012, 20:15

Um trecho interessante do texto postado para a discussão diz respeito à questão da imagem criada sobre o negro em uma "sociedade branca", como a inventada pelos portugueses no Brasil. Nesse sentido, enfatizo o que o autor afirmou: "o negro que veio para o Brasil não era o negro africano, mas o negro escravo". Em outras palavras, as imagens criadas ao longo dos tempos de escravidão, obviamente, eram imagens de extrema inferioridade, visto que essa era a relação social e de trabalho daquele momento.

Page 50: GPEC - Apostila - Historia e Cultura Afro Brasileira (Turma 5) (1)

Isso traz uma questão delicada para os nossos dias: como retratar a população negra, que não é nem escrava e nem africana, no Brasil atual? Uma imagem positiva, negando a opressão sofrida por grande parte da população negra? Uma imagem que mostre essa opressão, e que possa acabar por perpetuar uma representação social negativa do negro? De fato, são questões polêmicas, pois nelas estão explícitas as feridas que o passado deixou no Brasil, e que com a implementação da lei de 2003 vem ganhando espaços diferentes para o debate.

Re: Primeira atividade avaliativa por Simone Stela de Souza - domingo, 5 fevereiro 2012, 22:13

" O heroi que a marinha não revelou", com base nesse tema me chamou muito atenção por ser educadora e não saber da hitória de João Cândido. Um heroi brasileiro que foi filho de escravo.Lutou contra os castigos físicos aplicados contras os marinheiro, o execesso de trabalho má alimentação e baixos salários num acontencimento conhecido como " A Revolta da Chibata". Desafiou o comando naval, exercia enorme liderança entre os marujos, essa revolta repercutiu no mundo inteiro, João Cânido recebeu um titulo de Almirante negro mas como o preconceito impera , acabou sendo preso , fica confinado numa masmorra com mais marujos , na qual sobrevivem apenas dois ,João Cândido é um deles.É julgado e absorvido mas nada foi mudado ,doente sua situação continua a mesma condição da maoria dos negros que haviam acabado de sair da escravidão, após anos de construção e dedicação desse país: excluidos de qualquer processo de reparação e vitima de discriminação e do racismo.

Re: Primeira atividade avaliativa por Cintia da Silva do Vale - domingo, 5 fevereiro 2012, 23:34

O negro e suas lutas. Os negros foram escravizados e trazidos para Brasil acorrentados e amarrotados em navios de maneiras desumanas. Muitos destes negros eram escravos de outras tribos africanas e foram trocados e outros foram capturados, presos como animais e transportados para o Brasil e outros países escravocratas para serem vendidos como mão de obra. O preconceito era embutido nas sociedades passadas com todas as minorias, embora quantitativamente o negro não fosse minoria, porém economicamente sim. O negro foi escravo e prisioneiro do próprio negro nas tribos africanas, porém podemos dizer que era ―a lei da existência e sobrevivência‖. Mas nenhum homem branco tinha o direito legal de escravizar e comercializar as minorias, mas as minorias não eram notadas e protegidas, e sim a moeda corrente que era lei. Realmente a cobiça, a riqueza, o poder influenciou para a escravidão aumentar de forma desumana, fazendo também que os negros fossem marginalizados e inferiorizados por sua cor da pele, religião, cultura e língua. Apesar de o Brasil ser um país completamente miscigenado pela raça africana, européia, indígena, nós somos um país ainda preconceituoso. Temos que mudar esta questão através da apresentação da nossa história real, de onde viemos do nosso mix de raças. Acredito que nossa matriz seja a africana, tivemos nossos quilombos, nossos mártires negros, centros e terreiros de candomblés e umbandas, capoeira, jongo, nossa cultura é tão grandiosa, porque não se orgulhar dela. Nossos ancestrais foram escravos, ficaram em senzalas, foram açoitados, sofreram represálias na sua religião e cultura, porém não desistiram de buscar algo melhor. E através do conhecimento vamos transmitir a História da Cultura Afro Brasileira para a população, trabalhando para diminuir o preconceito. A nossa cultura, culinária, religião é tão rica e diversificada: temos o carnaval, o samba, a capoeira, o jongo, a feijoada, a força, esperança e fé as quais herdamos das nossas matrizes negros escravos. As desigualdades irão diminuir com o fortalecimento e disseminação desta cultura nos meios escolares. Começando na educação de base com intensificação, explicações, introduções que possibilitem aos professores trabalharem o conteúdo com os alunos de uma maneira lúdica e proveitosa.

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Re: Primeira atividade avaliativa por Profª Maria José Caldas - segunda, 6 fevereiro 2012, 19:33

MARAVILHOSO TODAS AS ATIVIDADES.

OBRIGADA PELA DEDICAÇÃO NO CURSO

BEIJOS

Re: Primeira atividade avaliativa por Lenir Maria da Silva - sexta, 10 fevereiro 2012, 23:39

A Carne Elza Soares A carne mais barata do mercado é a carne negra 5x Que vai de graça pro presídio E para debaixo de plástico Que vai de graça pro subemprego E pros hospitais psiquiátricos A carne mais barata do mercado é a carne negra (5x) Que fez e faz história Segurando esse país no braço O cabra aqui não se sente revoltado Porque o revólver já está engatilhado E o vingador é lento Mas muito bem intencionado E esse país Vai deixando todo mundo preto E o cabelo esticado Mas mesmo assim Ainda guardo o direito De algum antepassado da cor Brigar sutilmente por respeito Brigar bravamente por respeito Brigar por justiça e por respeito De algum antepassado da cor Brigar, brigar, brigar A carne mais barata do mercado é a carne negra (5x A letra da música da Elza Soares resume muito bem o que tem acontecido com o negro desde a sua chegada aqui no Brasil. Começando com a inserção dos imigrantes europeus, a Lei do Ventre, culminado com a assinatura da Lei Áurea em 1888, baseada em interesses políticos. E, até aos dias de hoje, o negro sofre com trabalhos mal remunerado, se comparado com o salário do branco, como consequência da baixa escolaridade, desqualificação profissional, falta de oportunidade e credibilidade no seu potencial, tudo isso somado a herança negativa que traz a figura humana negra. Tais atitudes acirram o preconceito e confirmam o racismo disfarçado, negado a todo custo. O ensino da História e Cultura Afro brasileira nas escolas fará com que muitas ações praticadas no dia a dia, a começar na própria escola, tenham chance de mudar, uma vez que a valorização - sobretudo a partir do conhecimento de fato de tudo que ocorreu durante a inserção do povo negro no Novo Mundo - trará benefícios não só para o negro, mas para o povo brasileiro como um todo. (http://www.cristovam.org.br/portal2/index.php?option=com_content&view=article&id=3267:negro-e-discriminado-no-mercado-de-trabalho-constatam-especialistas-5102009&catid=17:acao-legislativa&Itemid=100052)

Page 52: GPEC - Apostila - Historia e Cultura Afro Brasileira (Turma 5) (1)

http://www.comciencia.br/reportagens/negros/05.shtml http://youtu.be/_Ex2E4zKJqM videoclipe SEU JORGE – "A Carne mais barata no mercado é a carne negra"

Re: Primeira atividade avaliativa por Thais Poliana Neto - domingo, 12 fevereiro 2012, 18:09

É simplesmente inaceitável imaginar o tratamento recebido pelos africanos escravizados. Me sinto fora desse mundo ao lembrar que a escravização era algo comum. Que o branco se sentia superior ao negro, simplesmente por ser diferente. Pensar no sofrimento desse povo, ao ser arrancado de sua terra e família, impedido de manifestar sua cultura, escravizado, apanhar, e sofrer mesmo ao ser libertado, sem condições mínimas de sobrevivência, dando inicio a um abismo sócio econômico, preconceito e discriminação. Chego a sentir vergonha de ser branca, mesmo sabendo que tenho fortes heranças afrodescendentes e não compactuando com tal absurdo. Nossa sociedade tem uma dívida cultural enorme com os afrodescendentes.

Re: Primeira atividade avaliativa por Lenir Maria da Silva - domingo, 12 fevereiro 2012, 22:57

Thais, Perceber a tua indignação, já demonstra que com o ensino da História e Cultura Afro brasileira nas escolas, temos esperança de que a médio/longo prazo a nossa sociedade passará a olhar os afrodescendentes, os negros, a Africa com um olhar diferenciado, pois terão o conhecimento real do povo e sua cultura e reconhecer a contribuição que eles (os negros escravizados) deram na construção da cultura brasileira. Inclusive, creio que o nosso Brasil terá, a partir de então, a sua identidade, a sua face verdadeira e não aquela que vem, desde a sua descoberta, sendo assimilada por imposição, a ponto de sermos muitos e ainda não sermos ÚNICOS com toda a nossa diversidade e aceitarmos tal privilégio.

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Segunda Atividade

Avaliativa

Re: Segunda atividade avaliativa por Paulo Cesar Vono - segunda, 30 janeiro 2012, 22:43

6-samba:.na lingua africana quer dizer bater umbigo, e o dia nacional desse ritmo é 2 de dezembro.O samba é uma dança animada com um ritmo forte e característico. Originou da África e foi levado para a Bahia pelos escravos enviados para trabalhar nas plantações de açucar. A dança gradualmente perdeu sua natureza ritualista e eventualmente se tornou a dança nacional brasileira. Na época de carnaval no Rio de Janeiro que colocou o samba no mapa ocidental, os baianos das plantações de açucar viajavam das aldeias até o Rio para as festas anuais. Gradualmente a batida sutil e a nuança interpretativa do samba levavam-nos rua acima dançando nos cafés e eventualmente até nos salões de baile, tornou-se a alma dança do Brasil. Originalmente a dança teve movimentos de mão muito carcterístico, derivados de sua função ritualista, quando eram segurados pequenos recipientes de ervas aromáticas em cada uma das mãos e eram aproximadas do nariz do dançarino cuja fragância excitava. Havia muito trabalho de solo e antes de se tornar uma dança de salão, teve passos incorporados do maxixe. Os grandes dançarinos americanos, Irene e Castelo de Vernou, usou o samba nas suas rotinas profissionais, e assim começou a se espalhar. Mas provavelmente foi Carmem Miranda, a brasileira mais conhecida de todos, que com tremenda vitalidade e perícia de atriz, colocou o samba como o mais excitante e contagiante do mundo. No Brasil o desfile das escolas de samba, cresceu e o País desenvolveu seu próprio ballet artístico com ritmo de samba e movimentos básicos................7-CANDOMBLÉ: O candomblé foi levado ao Brasil por escravos nativos da África, na região de Angola, no final do século XVI. Entre as religiões brasileiras o candomblé é considerada a mais pura, é uma religião musical e culturalmente rica, pois sua dança tem papel muito importante nos rituais. O Candomblé é o culto afro que mais preserva as origens africanas em sua integridade, procurando evitar o sincretismo religioso. Para os colonizadores portugueses, as danças e os rituais eram considerados feitiçarias e deveriam ser proibidos. A solução encontrada era rezar para um santo e acender a vela para os orixás. Por isso, o candomblé possui alguns traços do catolicismo. Os Orixás são os deuses africanos cultuados no candomblé. Alguns são seres primordiais, outros são vistos como ancestrais divinizados dos clãs africanos. Eles estão longe de se parecerem com os santos católicos que um sincretismo arcaico insiste em manter. Ao contrário, eles revelam características humanas, como emoções, vontades e tendências diversas, que os aproximam bastante das pessoas que os têm como patronos. Cada traço da personalidade é associado a um elemento da natureza e de sua cultura. O Àse das forças da natureza é parte do Òrìsà, porque o seu culto é exatamente dirigido a esses poderes: nascimento, vida e morte, saúde, doenças, chuva, orvalho, mata, rio etc. Representam os quatro grandes elementos: fogo, ar, terra e água, e os três estados físicos dos corpos: sólido, líquido e gasoso. Representam ainda os três reinos: mineral, vegetal e animal, além dos princípios masculino e feminino, também presentes em sua representatividade. Tudo isso revela o poder vital, a energia, a grande força de todas as coisas existentes, que é denominada de Àse.Cada Orixás possui seu sistema simbólico: cores, cantigas, danças, rezas,

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comidas e proibições. Possessão pelo Orixá Dentro da liturgia do Candomblé brasileiro, existem alguns homens e mulheres que se transformam possuídos pelos Òrìsà durante os rituais, esses são chamados de Ìyàwó Òrìsà (filho do Orixá) (ìyàwó-esposa) ou Elégún Òrìsà (aquele que é montado pelo Òrìsà) ou ainda, simplesmente, por médium, na terminologia afro-brasileira. Essa possessão é bastante notavel durante as festas públicas nas casas de Candomblé, quando se exibem os toques, as danças e as cantigas rituais para que as divindades se manifestam diretamente na pessoa incorporada.Nessas ocasiões, as pessoas cantam, dançam de maneira diferente, expressam-se verbalmente e os fiéis recebem suas mensagens como vindas daquele Òrìsà que agora está personificado no "medium". Mas, para receber ou ter esta capacidade de incorporar o Òrìsà, essas pessoas têm de passar por certos rituais de purificação e iniciação para, aí sim, cumpridos os rituais, terem o privilégio de serem consideradas especiais, não importando o sexo, a idade, ou o tempo de iniciação. Pois uma pessoa que possuir capacidade de incorporar o Òrìsà é vista como um escolhido e não existe honraria maior para um adepto do culto do que a capacidade de incorporar um Òrìsà, emprestando o seu Orí àti ara (sua cabeça e corpo) para tornar-se um meio de comunicação direta do Òrìsà com os demais fiéis do culto. A hierarquia do terreiro O terreiro mais antigo do Brasil, nasceu na Bahia em Salvador há 450 anos, é conhecido como Engenho Velho ou Casa Branca e fica na Avenida Vasco da Gama. O abiã é o iniciante, uma espécie de noviço. Participa de rituais até se tornar um iaô, filho-de-santo. Depois de pelo menos sete anos, chega ao posto de ebômi. Ao atingir esse posto, pode ser indicado a algum dos cargos do terreiro: Iabassê: Mãe das comidas, responsável pela cozinha. Não recebe santo. . Agibonã: Responsável pela iniciação dos iaôs. Não recebe santo. . Ialaxê: Cuida das oferendas e objetos de culto aos orixás. Toma conta do terreiro quando o cargo de pai ou mãe-de-santo fica vago. Não recebe santo. . Baba-quererê ou iá-quererê: Pai ou mãe-pequena, que ajuda no comando do terreiro. Recebe santo. . Babalorixá e Ialorixá: É a outra forma para se referir a pai-de-santo e mãe-de-santo. São os únicos que jogam búzios. Os ajudantes Equedes: Mulheres que cuidam dos orixás incorporados e os ajudam em suas danças rituais. Não recebem santo. . Iamorô: Cuida das cerimônias de Exu, um ritual fechado ao público. Exu convoca os orixás para a festa dos humanos. Oferece-se comida e bebida para ele. . Ogãs: Ajudantes que não recebem o santo. São divididos em: alabês: tocadores de atabaque e Axoguns: responsáveis pelo sacrifício dos animais, que são oferecidos aos orixás pejigãs: tomam conta dos quartos dos santos Alguns Orixás . Iemanjá: É a entidade feminina mais respeitada do candomblé. Deusa dos mares e oceanos, recebe muitas oferendas no seu dia, 2 de fevereiro, que são

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lançadas ao mar. Mãe de todos os orixás, é representada com seios volumosos, que simbolizam a maternidade e a fecundidade. Também pode ser chamada de Janaína, Princesa do Mar, Sereia do Mar, Sereia Oloxum, Rainha do Mar e Dandalunda. Elemento: água. Personalidade: maternal e tranqüila. Símbolo: leque e espada. Dia da semana: sábado. Colar: transparente, verde ou azul claro. Roupa: branco e azul. Sacrifício: porco, cabra e galinha. Oferendas: peixes do mar, arroz, milho, camarão com coco. Ogum: Deus da guerra, do fogo e da tecnologia. No Brasil, é conhecido como deus guerreiro. Sabe trabalhar com metal e, sem sua proteção, o trabalho não pode ser proveitoso. É filho de Iemanjá e irmão de Exu. Elemento: ferro. Símbolo: espada prateada. Personalidade: impaciente, obstinado, conquistador e volúvel. Dia da semana: terça-feira. Colar: azul-marinho. Roupa: azul, verde escuro, vermelho ou amarelo. Sacrifício: galo e bode avermelhados. Oferendas: feijoada, xinxim, acarajé e inhame. Oxóssi (ou Odé): Deus da caça, da fartura e da colheita, está sempre descobrindo algo novo. É o grande patrono do candomblé brasileiro. Elemento: florestas. Personalidade: intuitivo e emotivo. Símbolo: rabo de cavalo e chifre de boi. Dia da semana: quinta-feira. Colar: azul claro. Roupa: azul ou verde claro. Sacrifício: galo e bode avermelhados e porco. Oferendas: milho branco e amarelo, peixe de escamas, arroz, feijão e abóbora. . Exu: Orixá mensageiro entre o homem e os deuses, guardião da porta da rua, das esquinas e das encruzilhadas. Todas as cerimônias começam com uma louvação a ele. Só assim é possível invocar os orixás. O lado feminino de Exu é a Pomba-Gira, que dança freneticamente, com cabelos soltos, saias rodadas e flores na cabeça. Elemento: fogo. Personalidade: atrevido e agressivo. Símbolo: ogó (um bastão adornado com cabeças e búzios). Dia da semana: segunda-feira. Colar: vermelho e preto. Roupa: vermelha e preta. Sacrifício: bode e galo preto. Oferendas: farofa com dendê, feijão, pimenta, charutos, água, mel e aguardente. POSTADO POR PROJETO ATTITUDE! ÀS 21:38

Re: Segunda atividade avaliativa por Profª Maria José Caldas - terça, 31 janeiro 2012, 07:42

OLá Paulo Parabéns pelas atividades. Adorei!

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Re: Segunda atividade avaliativa por Paulo Cesar Vono - segunda, 30 janeiro 2012, 23:09

mascaras_africanas_e_construcoes.zip 1-MÁSCARAS E MODOS DE CONSTRUÇOES:O Papel da Máscaras na Cultura Africana Com uma máscara no rosto podemos nos transformar em muitas coisas. Podemos fazer de conta que somos outra pessoa, que somos um animal, não é mesmo? Essa transformação pelo uso das máscaras é muito apreciada na cultura africana. Para algumas tribos africanas, as máscaras podem ser criadas para garantir uma boa colheita; para outras, elas servem para identificar uma família. As máscaras também podem ser usadas em nascimentos, enterros e para homenagear os antepassados. A maioria das máscaras africanas é feita de madeira e a pintura delas é feita com tinta de folhas, frutos, alguns legumes e até mesmo de terra. Há também, máscaras feitas com outros materiais, como pano, conchas, contas e pedaços de metal.

Re: Segunda atividade avaliativa por Paulo Cesar Vono - segunda, 30 janeiro 2012, 23:39

Historia_da_Africa_e_Cultura_Afro-Brasileira-Jose_Geraldo.pdf 3-HISTÓRIA DA AFRICA E ASPECTOS DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA: 4-LEGADO TRAZIDO PELOS NEGROS ESCRAVIZADOS PARA O BRASIL:Herança Africana 1Pedro D-Lita · França , WW 26/1/2009 · 51 · 1 Movimentos periféricos A herança africana influencia a nossa cultura desde os tempos coloniais até hoje. Mesmo com toda ignorância e estupidez dos escravocratas, a cultura da resistência, divulgada oralmente de geração em geração, sem o apoio e a força de veículos de comunicação, ganhou espaço e discípulos que se espalharam pelo mundo. Assim, movimentos periféricos como a capoeira, o maracatu, os blocos afro,o candomblé e, mais tarde, o hip-hop e o funk carioca (com o seu "tamborzão", um ritmo extraído do maculelê), fortaleceram-se e se consolidaram como parte da identidade nacional. E todos eles têm um caminho em comum: o surgimento nos guetos, como atividade marginal. E mais tarde a aceitação por parte da sociedade. Em Paris, onde a presença africana é latente, consequência das ex-colônias francesas na África do Oeste, tive a oportunidade de encontrar pessoas que fazem parte da história da cultura popular de Pernambuco, estado que recebeu várias etnias africanas (os bantos, yorubanos, gêges e outras) para trabalhar nos canaviais, na Zona da Mata, na produção do açúcar. Os terreiros de candomblé de Recife, para esquivarem-se da política de repressão do estado, transformaram-se em sociedades carnavalescas, como o maracatu. Os negros, disfarçados de nobres, reverenciavam a "Corte Real", mas na verdade evocavam os seus deuses. E assim continuaram por décadas, resistindo e sendo discriminados. E, como o samba e outras expressões artísticas que vieram do gueto, subverteram os padrões pela sua originalidade. 5- MENSAGEM DO VIDEO:INFLUENCIAS DO NEGRO: CULTURA,SUA ORIGEM,SEUS COSTUMES,JOGOS(CAPOEIRA),DESTAQUES DOS NEGROS NA ATUALIDADE,COMO A JOVEM DAIANE,GINASTICA DO BRASIL,RELIGIÃO:CANDOMBLE,E CANDOMBLE NA BAHIA; COMIDAS/CULINARIA: DENDENZEIRO,ACARAJÉ,VATAPÁ; POLITICA:MINISTRO DA JUSTIÇA-JOAQUIMM BARBOSA E BENEDITA,POLITICA; MUSICA: SEU JORGE,GRANDE DESTAQUE E SANDRA DE SÁ,ALEM DO NETINHO,MARTINHO DA VILA E MUITOS OUTROS; CONSTRUÇÃO CIVIL: ESTRADA DA GRACIOSA;RESUMO,DO PASSADO

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SOMBRIO,A ATUALIDADE PARTICIPATIVA,POREM AINDA INJUSTA;

Re: Segunda atividade avaliativa por Paulo Cesar Vono - segunda, 30 janeiro 2012, 23:58

Historia_da_Africa_e_Cultura_Afro-Brasileira-Jose_Geraldo.pdf 2- MÉTODO CIENTÍFICO E HISTORIA DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA:Os princípios básicos do ensino Estes princípios são os aspectos gerais do processo de ensino que fundamentam teoricamente a orientação do trabalho docente. Estes princípios também e fundamentalmente indicam e orientam a atividade do professor rumo aos objetivos gerais e específicos. Estes princípios básicos de ensino são: Ter caráter científico e sistemático - O professor deve buscar a explicação científica do conteúdo; orientar o estudo independente, utilizando métodos científicos; certificar-se da consolidação da matéria anterior antes de introduzir as matérias novas; organizar a seqüência entre conceitos e habilidades; ter unidade entre objetivos-conteúdos-métodos; organizar a aula integrando seu conteúdo com as demais matérias; favorecer a formação, atitudes e convicções. Ser compreensível e possível de ser assimilado - Na prática, para se entender estes conceitos, deve-se: dosar o grau de dificuldade no processo de ensino; fazer um diagnóstico periódico; analisar a correspondência entre o nível de conhecimento e a capacidade dos alunos; proporcionar o aprimoramento e a atualização constante do professor. Assegurar a relação conhecimento-prática – Para oferecermos isto aos alunos deve-se: estabelecer vínculos entre os conteúdos e experiências e problemas da vida prática; pedir para os alunos sempre fundamentarem aquilo que realizam na prática; mostrar a relação dos conhecimentos com o de outras gerações. Assentar-se na unidade ensino-aprendizagem - ou seja, na prática: esclarecer os alunos sobre os objetivos das aulas, a importância dos conhecimentos para a seqüência do estudo; provocar a explicitação da contradição entre idéias e experiências; oferecer condições didáticas para o aluno aprender independentemente; estimular o aluno a defender seus pontos de vista e conviver com o diferente; propor tarefas que exercitem o pensamento e soluções criativas; criar situações didáticas que ofereçam aplicar conteúdos em situações novas; aplicar os métodos de soluções de problemas. Garantir a solidez dos conhecimentos

Re: Segunda atividade avaliativa por Ana Claudia Vasconcelos Araujo - quinta, 2 fevereiro 2012, 21:19

1- A arte é uma atividade humana de ordem estética realizada por artistas a partir da sua percepção, emoção e ideia. Não existe um jeito correto de fazer arte, a arte é realizada a partir da criatividade e conhecimento de cada pessoa ou de cada cultura. As máscaras que são geralmente usadas pelo gênero masculino estão relacionados na cultura africana à rituais religiosos, fertilidade da terra e entretenimento. O uso de máscaras significa um processo de transformação que simbolizam os ancestrais e divindades, e é através do corpo onde se dá essa representação. As máscaras são feitas de madeira e a tintura é extraída das folhas, pois os africanos acreditam que por a árvore ser um ser vivo ela possui espíritos que habitam em seu interior. Podemos finalizar afirmando que as máscaras são símbolos que caracterizam diferentes tipos de pessoas em diversas partes de suas culturas, estando presente no nascimento, adolescência, maioridade, matrimônio e morte. 3- A formação da nossa cultura é caracterizada por influência européia, indígena e africana. E ensinar História da África e aspectos da sua cultura significa conscientizar os nossos alunos a praticar o respeito pelas diferenças. Ser diferente não significa ser inferior ou superior, todos contribuíram para a construção da nossa sociedade atual através da força de trabalho manual, da cultura, música, artesanatos, ideologia, crenças ou costumes. O que aconteceu no passado foi uma extrema falta de humanidade devido à ambição do poder,

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dinheiro e terras. E infelizmente é o que acontece até os dias atuais, milhares de pessoas morrem diariamente de fome, sede e doenças principalmente na África. 4- As escolhas dos negros que eram trazidos para o Brasil não era realizada de forma aleatória e sim devido as experiências já existente com negros escravizados que trabalhavam nos canaviais nas ilhas do Atlântico (Madeira, Açores, Cabo Verde, São Tomé). Com a vinda dos negros para o Brasil vieram tambem sua herança cultural como a língua africana, as danças, lutas como a capoeira, religiões e diversos animais e plantas como: o dendê e a galinha d´ angola, 5- O vídeo passa a mensagem de como houve uma imensa desumanização do negro escravizado na época da colonização, os negros que eram considerados pela igreja católica como povos sem alma. Todas as crenças e costumes trazidos pelos negros africanos eram desconsiderados pela sociedade em que viviam.Os negros escravizados eram obrigados a se converterem ao Catolicismo; A capoeira uma luta Afro-Brasileira de libertação do corpo e espirito se tornou uma prática marginalizada no Brasil. Até os dias atuais o preconceito ainda é muito grande no que diz respeito a capoeira, ao candomblé e a tudo que está relacionado a cultura africana. Atualmente é bom que se tenha cada vez mais a consciência de que não é a cor da pele que determina a capacidade de um indivíduo e sim as oportunidades que a sociedade oferece. 6- O samba é considerado uma das principais manifestações da cultura brasileira. A origem da palavra samba vem de semba e significa umbigada na língua. No nosso dicionário, a palavra samba significa: 1. Dança cantada, de origem africana, compasso binário e acompanhamento obrigatoriamente sincopado. [O samba rural distingue-se do samba urbano, no carácter musical e coreografia.] 2. Música que acompanha essa dança. 3. [Brasil] Baile popular, sobretudo aquele onde predomina essa dança. = ARRASTA-PÉ A sua origem é africana, e trazida pelos escravos na época da colonização onde consequentemente houve uma mistura com os vários ritmos musicais brasileiros. De natureza ritualística o samba se transformou em dança popular brasileira. 7- Candomblé é uma religião de origem africana que ao ser praticada no Brasil ganhou caracteristicas próprias. A sua prática foi durante muito tempo proibida pela igreja católica. Por ser uma religião praticada inicialmente por negros escravizados, ela foi durante muito tempo e até hoje muito discriminalizada.Os Templos de candomblé são chamados de casas, roças ou Terreiros. As lideranças dessas cassa de terreiros podem ter origem matriarcal, patriarcal ou mista. Os orixás, no candomblé, são divindades da natureza, que possuem habilidades e personalidades distinitas. No candomblé nada é estático tudo está em constante movimento, e é essa dinâmica que é um importante elemento de construção da realidade.

Re: Segunda atividade avaliativa por Ramides Sedilso Pessatti - sábado, 4 fevereiro 2012, 08:28

Funções das Máscaras Africanas

Disfarce; Símbolo de identificação; Esconder a sua identidade; Transfiguração; Representação de espíritos da natureza, deuses, antepassados, seres

sobrenaturais ou rosto de animais; Participação em rituais (muitas vezes presente, porém sem utilização

prática); Interação com dança ou movimento;

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Fundamental nas religiões animalistas; Mero adereço; Previnir contágios de outras pessoas.

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A1scara

Os povos africanos faziam seus objetos de arte utilizando diversos elementos da natureza. Faziam esculturas de marfim, máscaras entalhadas em madeira e ornamentos em ouro e bronze. Os temas retratados nas obras de arte remetem ao cotidiano, a religião e aos aspectos naturais da região. Desta forma, esculpiam e pintavam mitos, animais da floresta, cenas das tradições, personagens do cotidiano etc.

Fonte: http://www.suapesquisa.com/artesliteratura/arte_africana.htm

2 - Acredito que método científico não, porém podemos usar comparativos e exempleficações de vivência entre culturas diferenciadas de grupo e assim esclarecer a contribuição e a recepeção dos grupos envolvidos.

3 – A inserção na atualidade dos conteúdos referentes a História da África e Afro-Brasileira de forma instituida por lei no currículo das escolas é uma forma de amenizar a falta de preocupação com o grupo inicial da humanidade segundo os cientistas e da fromação da sociedade brasileira como é de fato, esperamos que as políticas públicas venham a intensificar a fiscalização neste cumprimento.

4 – O vídeo trata do trabalho escravo qu foi imprenscíndivel para o setor econômico deixando assim um legado de força de trabalho, bem como suas características plural para a formação social. Sendo assim obviamente se formou a sociedade afro-brasileira.

5 – O Vídeo nos tras uma relidade da qual não falamos até o momento na formação de nossos educandos, se falamos foi inconsciente, esquecendo que foram os africanos para cá trazidos que nos deram uma cultura diversificada sem ao menos percebermos ou fingir-mos que não percebemos, pois eram grupos considerados inferiores, que em nossa concepção não podiam nos oferecer nada de atraente pra nossa cultura recém em formação, digo isso, porém não concordo com tal pensamento.

6 - Existem várias versões acerca do nascimento do termo "samba". Uma delas afirma ser originário do termo "Zambra" ou "Zamba", oriundo da língua árabe, tendo nascido mais precisamente quando da invasão dos mouros à Península Ibérica no século VIII.[11] Uma outra diz que é originário de um das muitas línguas africanas, possivelmente do quimbundo, onde "sam" significa "dar", e "ba" "receber" ou "coisa que cai". Ainda há uma versão que diz que a palavra samba vem de outra palavra africana, semba, que significa umbigada.No Brasil, acredita-se que o termo "samba" foi uma corruptela de "semba" (umbigada), palavra de origem africana - possivelmente oriunda de Angola ou Congo, de onde vieram a maior parte dos escravos para o Brasil. Um dos registros mais antigos da palavra samba apareceu na revista pernambucana O Carapuceiro, datada de fevereiro de 1838, quando Frei Miguel do Sacramento Lopes Gama escrevia contra o que chamou de "samba d'almocreve" - ou seja, não se referindo ao futuro gênero musical, mas sim a um tipo de folguedo (dança dramática) popular de negros daquela época. De acordo com Hiram da Costa Araújo, ao longo dos séculos, as festas de danças dos negros escravos na Bahia eram chamadas de "samba". A exemplificação fica na forma de dançar este ritmo, o mexer dos quadris e os pés.

http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20110407102435AAfIl2z

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7 - Mas afinal o que é Candomblé?

Em primeiro lugar se faz necessário pensar que se trata de uma poderosa síntese que se processou em território brasileiro, sendo assim resultado de um longo e doloroso processo histórico, no qual os negros escravizados e, posteriormente os libertos, tecem laços comunitários e territoriais, consideradas as diversidades adversidades. O negro se moveu, resistiu, se comunicou entre os fios da rede da repressão.

Entender essa tensa rede de acordos e enfrentamentos, de avanços e retrocessos, de disputas e acertos internos é o longo caminho para se compreender o que é o Candomblé. Nesse sentido, se lança mão aqui de uma metáfora para se tentar chegar a um primeiro entendimento do que seja candomblé, ou pelo menos uma de suas traduções possíveis:

Imagine que uma pessoa viaja até a África e que lá chegando conhece um determinado prato da culinária local, interessando-se pelo referido prato, solicita a receita e descobre que alguns dos ingredientes não existem no Brasil, e, mesmo assim, consegue os ingredientes e volta ao Brasil, onde resolve reproduzir o prato, mas se propõe a algo mais, ou seja, resolve inventar um novo prato, que embora contenha ingredientes africanos não lembra nenhum prato conhecido na África.

Portanto é um prato brasileiro. Assim é o Candomblé, pois mesmo considerados os elementos simbólicos e religiosos africanos (ingredientes) é resultado do processo histórico na diáspora, é síntese da inventividade dos partícipes. As palavras inventividade e recriação são fundamentais à compreensão do papel do negro escravizado ou liberto na diáspora.

O Candomblé agrega territorialmente elementos que no território africano eram dispersos e objeto de cultos locais e até isolados. Muniz Sodré nesse sentido afirma:

Do lado dos ex-excravos, o terreiro de (de candomblé) afigura-se como a forma social negro-brasileira por excelência, por que além da diversidade existencial e cultural que engendra, é um lugar originário de força ou potência social para uma etnia que experimenta a cidadania em condições desiguais. Através do terreiro e de sua originalidade diante do espaço europeu, obtêm-se traços de fortes subjetividade histórica das classes subalternas no Brasil (SODRÉ.1988,p.18)

Retomando o conceito de comunidade-terreiro, percebe-se que a mesma implica além da junção de elementos dispersos e distantes, uma nova concepção de comunidade, que agrega vivos e mortos, implica em uma relação de troca entre os vivos e os ancestrais, entre deuses e seres humanos, implica ainda em uma visão de ser humano que negocia com os deuses e ancestrais uma boa vida na terra, uma vida alegre, criativa e em constante movimento, pois para o Candomblé nada é estático, tudo é movimento, tudo é troca constante.

A idéia de movimento remete a um dos elementos mais importantes do Candomblé, que a figura de Exu, senhor do movimento sem fim, é responsável pela existência dinâmica da realidade, tudo muda, seres humanos, árvores, pedras, todos são parceiros em uma relação que é dada pela dimensão de um jogo cósmico. As possibilidades vão sendo construídas e destruídas o tempo todo. O segredo da regra do jogo encontra-se na palavra acerto, ou seja, acertar um ponto, fechar um acordo, alterar uma situação, enfim simular e dissimular a realidade. Uma grande figura do Candomblé, o professor Agenor Miranda da Rocha , dizia com propriedade: Candomblé é um sistema cuja base é Exu.

Assim sendo, na impossibilidade de um ponto fixo de referência, e de uma conversão à uma verdade eterna e imutável, como caminha a civilização

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ocidental desde Platão, o Candomblé acena sempre com a possibilidade de se mudar o mundo e o destino. Busca-se enganar a morte, nem que seja por uma vez. O candomblé não se prefigura como um espaço de conversão à uma única verdade. Pertencer a uma comunidade-terreiro não exige o pressuposto da adesão a verdade, basta estar ali. Em uma festa ou cerimônia pública não se pergunta se a pessoa acredita ou não na divindade presente, ou nos princípios ali vigentes.

Os deuses existem independentemente da fé. Deve se entender Candomblé como um espaço de enfrentamento do projeto universalista da civilização ocidental. Na comunidade-terreiro o homem é capaz de estabelecer uma relação de troca sem que sobre um resto a ser apropriado economicamente e em favor de algum grupo dominante .

A comunidade-terreiro recria a referência territorial-comunitária perdida em razão da escravidão. Os negros e seus descendentes reconstituem possibilidades de enfrentar o mundo que lhes é hostil e adverso.

Re: Segunda atividade avaliativa por CAROLINA TIBIRIÇÁ ARGÔLO DOS SANTOS - sábado, 4 fevereiro 2012, 14:09

1- Identificar a função das máscaras na cultura africana; identificar os diferentes modos deconstrução das máscaras. As mascaras africanas estão sempre ligadas à rituais sagrados numa comunidade, devem ser vista em movimento e são sempre utilizadas por homens. Elas representam sua ligação com o sobre natural, com o divino. Mas para terem alguma relação com a terra, precisam do corpo humano, pois este intermediam essa relação do mundo físico com, o mundo não físico. É uma persentificação, segundo LucienStephan*, onde ação ou operação por meio da qual uma identidade pertencente ao mundo invisível se faz presente no mundo visível dos seres humanos.‟ A máscara e o corpo do dançante não simulam ser, são: ancestral masculino e feminino, caos e força da energia cósmica controlada no espaço ritual, bruxa ou espírito benéfico [...] o outro sobrenatural se incorpora, mística do corpo e do rosto mascarado. A sua confecção é todo feita em madeira, e passar por um ritual de purificação, desde a escolha da pessoa que irá confecciona-la até a substituição do próximo escultor para uma segunda mascara. * 2- Podemos seguir o exemplo da Tribo, usando um método científico para que possamosexplicar em sala de aula as diferenças existentes na História da Cultura Afro-Brasileira? Creio que não existe uma formula mágica que deve ser aplicada em sala de aula para explicarmos as diferenças existentes na História afro-brasileira. O quedevemos fazer é compreendermos a necessidade constante de repensarmos as nossas ações enquanto sujeitos históricos. E a partir daí analisamos nossas ações como sujeitos históricos. Tentarmos construir um ambiente educativo menos eurocêntrico e segregador, na medida em que seus/as educadores/as se comprometam efetivamente com as mudanças que se fazem necessárias e lutem para que, de fato, elas se materializem.

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3- reflexão sobre um trecho de um artigo. Por sermos um país mestiço, consequentemente possuímos traços culturais dos diferentes povos que compõem a formação cultural do país. A parti dai devemos levar em consideração e respeitamos essa diversidade cultural que possuímos. Pois acreditamos que exatamente sobre esse principio que somos um pais rico e multifacetado. 6 – Qual significado da palavra samba. Samba palavra que provavelmente procede da língua quimbundo – semba, 1 que significa umbigada. É empregada para designar dança de roda, cuja coreografia é semelhante aos batuques africanos do Congo e de Angola. A sua principal característica é o uso da ―umbigada‖,2 parece-lhe que advém da etimologia portuguesa.A tese de SIQUEIRA (1978,p. 124) está contida no principio de que as danças advindas dos batuques africanos já expressavam a umbigada, e portanto a etimologia da palavra estaria composta da seguinte forma:

(...) resulta do ambé – ―paga‖ a que faz anexação do S inicial equivalente ao adjetivo possessivo ―sua‖, dando a palavra sambe, equivalente o português, ―sua paga.‖ Na formação do termo Samba existe o seguinte arranjo: S, igual a seu; ambesta no lugar de ―paga e finalmente a letra A que no Cairi, equivale a gente. Tem-se a expressão completa: Ato de tocar entre pessoas.‖ (1978, p. 126)

Na analise desenvolvida por SIQUEIRA (1978, p. 130), o samba era visto como forma de representações de atos como, dançar, tocar, cantar, beber e comer. Esses atos foram responsáveis por uma visão conceitual sobre o samba. * *Grifos meus – TRANALHO DE CONCLSUÃO DE CURSO, PELA INSTITUIÇÃO FACULDADE VISNDO DE CAIRU, EM JUNHO DE 2004, TITUTLO:MANIFESTAÇÕES CULTURAIS EM CACHOEIA: ATRADIÇÃO E A MODERNIDADE DO SAMBA DE ROA.

Re: Segunda atividade avaliativa por Cintia da Silva do Vale - domingo, 5 fevereiro 2012, 00:10

RESPOSTAS FÓRUM DE DISCUSSÃO AVALIATIVO I 1. As Máscaras nas comunidades africanas, geralmente estão ligadas a rituais religiosos, de guerra, de fertilidade da terra e até mesmo de entretenimento, elas são criadas para serem vistas em movimento. Diferentemente das máscaras da sociedade ocidental, para as comunidades africanas toda a indumentária que cobre o corpo do mascarado é considerada máscara; e geralmente são os homens quem dançam mascarados. Quando esculpidas, as máscaras africanas não representam fielmente rostos humanos como em outras sociedades; e sim, nas suas representações elas vão transcender o plano terreno, elas são produzidas de forma que se perceba a sua ligação com o sobrenatural, com o divino. Mas, para as máscaras alcançarem o seu significado aqui na terra, elas precisarão do corpo humano, é o corpo desse

1Semba é umbigo em quibunndo. Dissemba singular, massemba, plural.. Cf. conceito em Luiz Câmara

CASCUDO. Dicionário do Folclore Brasileiro. 9 ed. São Paulo: Ediouro, 1998, p. 276. (Col. Terra

Brasilis)

2 A pancada com o umbigo nas danças de roda é um convite intimatório para substituir o dançarino

solista. Movimentos da umbigada são uma representação do ato genésico, o batuque é uma dança do

ritual da reprodução. Cf. Conceito em Luiz da Câmara CASCUDO. Op. Cit. P. 891.

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ser que irá intermediar essa relação entre o mundo físico e o não físico. Essa concepção fica explícita na citação abaixo: A máscara africana não representa presentifica, Lucien Stephan define a presentificação como „a ação ou operação por meio da qual uma identidade pertencente ao mundo invisível se faz presente no mundo visível dos seres humanos. ‟ A máscara e o corpo do dançante não simulam ser, são: ancestral masculino e feminino, caos e força da energia cósmica controlada no espaço ritual, bruxa ou espírito benéfico [...] o outro sobrenatural se incorpora, mística do corpo e do rosto mascarado.

As máscaras africanas geralmente são esculpidas em madeira, a sua confecção passa por rituais desde a escolha de quem vai confeccioná-la até o ritual de purificação pelo qual o escultor irá passar, para que possa a partir daí, nascer uma nova máscara em substituição de outra. Dentre os vários rituais em que são usadas as Máscaras Africanas, está o ritual da Sociedade Geledé, sociedade esta, composta e presidida apenas por mulheres a partir dos quarenta anos. Os rituais dessa sociedade acontecem na região que atualmente se encontra a Nigéria, que é uma região yorubá: A Sociedade Geledé é composta por mulheres acima da idade da menopausa. Elas são consideradas Iya-mi, nossas mães. Como tal são temidas como aje (feiticeiras). As pragas duma mãe são as mais temidas nas sociedades Yorubá. O poder das mulheres mais velhas na Sociedade Yorubá é essencialmente ligado a menopausa. A menstruação é concebida como o poder generativo da mulher. Nessa concepção, o sangue da menstruação leva todas as impurezas perigosas para fora da mulher. Quando a menstruação pára, esse sangue é guardado dentro da mulher formando um reservatório de poder antigerativo e anticonceptivo, ou seja, o poder de destruir, jogar pragas e fazer feitiços.

Fonte: http://www.uesb.br/anpuhba/artigos/anpuh_II/luzia_gomes_ferreira.pdf 2. Devemos é parar de tentar buscar métodos e padrões estrangeiros (americanos e europeus) para explicar as diferenças na nossa História Afro-Brasileira. Temos que buscar compreender nossa própria história para podermos ensinar e difundir a cultura afro-brasileira nas salas de aula. As diferenças existentes na História da Cultura Afro-Brasileira são fruto da miscigenação do nosso país, e a melhor maneira de explicar e fazer com que, as pessoas se tornem mais conscientes deste processo, ou seja, da sua própria história, de ser um agente histórico. 3. A cultura Brasileira é formada por um mix de culturas, tais como: africana, indigena e e européia. Com isto, temos esta miscigenação e diversificação cultural seja tão grande, porém acredito que o berço da nossa cultura seja a africana, porém fomos colonizados por uma cultura preconceituosa europeia. A Cultura Afro-Brasileira não era uma realidade no ensino no nosso país, mas acredito que a inserção através do ensino podemos conscientizar a população e diminuir o preconceito, elevando a nossa cultura Afro- Brasileira. 4. Os negros foram trazidos como escravos para o Brasil, pois já tinham sidos escravizados em outros países. Serviam como moeda de troca (eram trocados por pólvora, armas, tecidos, alimento, etc.) e mão de obra (trabalhavam nos canaviais, na casa grande). O Brasil foi último país a acabar com a escravidão com a assinatura da Lei Áurea em 1888.

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Os escravos constituem parte da história do Brasil, pois foram fundamentais no desenvolvimento da nossa sociedade. Trouxe sua herança cultural como a língua africana, as danças, lutas como a capoeira, religiões, a comida, diversos animais e plantas. A miscigenação do escravo africano, do europeu e do indígena tornou o Brasil o que ele: um país com uma imensa diversidade étnica e cultural. 5. O Vídeo mostra uma mensagem de como o negro era inferiorizado, considerado no peridodo da colonização pela Igreja Catolica como o povo sem alma, com rituais pecaminosos. Os escravos não tinham sua cultura, religião respeita pelos seus senhores. Tiveram que se converter obrigatoriamente ao catolicismo, sua dança e seu jogo de capoeira foram proibidos. Foram discriminados, desumanisados, desconstruidos. Por isto, com passar do tempo começaram a ter julgas e formação de quilombos. No nosso sistema de ensino, o primeiro momento de encontro entre a escola e a criança não tem uma ensimanento sobre a cultura do negro escravo, da cultura africana, porém espero com a implementação da Lei que isto mude. E possamos a inserir desde da educação infantil a História da Cultura Afro Brasileira, começando com a do negro africano. 6. A origem da palavra samba, contudo, parece ser mais remota. Seria, provavelmente, uma derivação do quimbundo semba, que significa umbigada, ou do umbumdo samba que significa estar animado ou estar excitado. O termo samba é de origem africana e tem seu significado ligado às danças típicas tribais do continente, foi trazida pelos escravos para nosso país. De natureza ritualística o samba se transformou em dança popular brasileira. O samba é uma dança animada com um ritmo forte e característico.

7. O Candomblé é uma religião derivada do animismo africano onde se cultuam os orixás, Voduns, Nkisis dependendo da nação. Sendo de origem totêmica e familiar, é uma das religiões afro-brasileiras praticadas principalmente no Brasil, pelo chamado povo do santo.

Cada nação africana tem como base o culto a um único orixá. A junção dos cultos é um fenômeno brasileiro em decorrência da importação de escravos onde, agrupados nas senzalas nomeavam um zelador de santo também conhecido como babalorixá no caso dos homens e iyalorixá no caso das mulheres.

A religião que tem por base a anima (alma) da Natureza, sendo portanto chamada de anímica, foi desenvolvida no Brasil com o conhecimento dos sacerdotes africanos que foram escravizados e trazidos da África, juntamente com seus Orixás/Nkisis/Voduns, sua cultura, e seus idiomas, entre 1549 e 1888.

A repressão era muito grande por parte dos colonizadores portugueses que o consideravam feitiçaria. Para sobreviver às perseguições, os adeptos passaram a associar os orixás aos santos católicos, em um processo chamado de sincretismo religioso. No sincretismo, Iemanjá é associada a Nossa Senhora da Conceição; Iansã, a Santa Bárbara, etc. A Lavagem do Bonfim, em Salvador (BA), é um dos exemplos da fusão religiosa do catolicismo com o candomblé.

As cerimônias ocorrem em templos chamados terreiros; sua preparação é fechada e envolve muitas vezes o sacrifício de pequenos animais. São celebradas em língua africana e marcadas por cantos e ritmo dos atabaques (tambores), que variam segundo o orixá homenageado. No Brasil, a religião cultua apenas 16 dos mais de 200 orixás existentes na África.

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Uma das festas mais conhecidas do candomblé brasileiro é a de Iemanjá, orixá feminino considerado a rainha dos mares e oceanos. A comemoração acontece no dia 2 de fevereiro, na Bahia, e na noite de 31 de dezembro, no Rio de Janeiro. Os devotos levam oferendas ao mar, e, segundo a tradição, Iemanjá surge envolta em espuma para recebê-las.

Nos terreiros, além de chefiar os rituais, os pais-de-santo e as mães-de-santo recebem os fiéis em sessões individuais para revelar o orixá de cada um, tradicionalmente pelo jogo de búzios. A identificação do orixá, ou santo no sincretismo, ajuda o fiel a entender a própria personalidade. Para o fiel, cultuar o Candomblé significa equilibrar suas energias (axés) com as energias de seu orixá.

Re: Segunda atividade avaliativa por Lenir Maria da Silva - domingo, 5 fevereiro 2012, 22:02

Respostas 1 - Para a cultura africana a máscara tem função mágica, ligada aos rituais, simbolizando seres que possuem capacidade de protegê-los dos inimigos, das doenças, garantir vitória nas guerras, além da função de homenagear os deuses personificando-os, com a crença de que contribuirá para a boa semeadura e a colheita farta, garantindo a subsistência coletiva. Elas possuem duas funções básicas: utilizadas em cerimônias públicas com participação de audiência; em cerimonia privada para sócios de uma sociedade secreta. Elas exercem funções nos principais rituais comuns como funerais, cultos de antepassados, iniciações mitos, que podem ser representados por mascaras de animais mitológicos, heróis e até mesmo o sol e a lua. (http://ritafro.arteblog.com.br/96210/O-Papel-das-Mascaras-na-Cultura-Africana/ TIPOS DE MÁSCARAS As Máscaras Sagradas - representam uma divindade, uma força vital. As Máscaras Profanas - são representadas por uma multitude de máscaras que se produzem em momentos de festa e divertimentos. ―A máscara é também maquiagem, pintura corporal, fibras, folhas, peles de animais, tecidos, penteados... todos elementos que constituem um conjunto onde ela se insere, onde cada parte tem também sua significação. Os materiais de predileção da maioria das máscaras africanas é a madeira, apesar de existirem outras de outros materiais, como fibras vegetais, cabaças, couro, tecidos, às vezes contas, caramujos, metais, marfim, resina...a escolha desses materiais não é aleatória: eles são escolhidos e associados em função da sacralidade da máscara ou do simbolismo que ela exprime.‖ http://www.inzotumbansi.org/nsamu/a-proposito-das-mascaras 2 – Sim, poderíamos utilizar este método. Ajudaria a compreender os conhecimentos adquiridos ou assimilados das outras etnias. Esses saberes compartilhados (ou agregados) possibilitou o surgimento da cultura afro-brasileira. 3 – Ensinar a História da África é uma forma de valorizar o afrodescendente em si enquanto pessoa, mas também garantir ao povo brasileiro – este, bastante miscigenado – uma memória, onde o negro, principalmente, é parte integrante e vital. O elo que é capaz de dar sentido a herança cultural existente deixada pelos negros escravizados, que exige a sua origem a fim de dar sentido a sua manifestação. Toda essa ação, somada a participação das outras etnias na construção da cultura brasileira, vai favorecer o exercício de tolerância, da compreensão, do respeito mútuo, da valorização do outro e da sua cultura de origem, contribuindo para a convivência pacífica em sociedade. Todos saem ganhando. 4 – Sim, houve contribuição. O legado trazido foi o de participação na construção de um Novo Mundo. Os negros escolhidos de acordo com a sua capacidade tecnológica deixa isso bem claro: agricultores para as lavouras de açúcar, tabaco e outros; ferreiros para o fabrico das ferramentas necessárias à lavoura e às minerações. Inclusive, atuante tanto no campo quanto nas áreas urbanas.

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5 – O vídeo quer passar a mensagem de que o negro foi retirado do seu lugar de origem, escravizado, misturado a outras etnias, de que passou pelo processo de aculturação (troca de nome e de religião, retirando dele a memória particular e coletiva), contribuiu para a formação do folclore brasileiro, deixando como herança cultural a capoeira, expressão cultural afro-brasileira, a religião do Candomblé, sua culinária e personalidades afrodescendentes ligados aos esportes, à política (ministro e presidentes) e a música. Enfim, que o negro tem o seu grau de valor e importância na construção da cultura brasileira desde que aqui chegou. 6 - SAMBA. É baile popular nas cidades e na zona rural, sinônimo de função, pagode, fobó, arrasta-pé, balançar-o-esqueleto, balança-flandre. A palavra samba vem de semba e significa umbigada na língua dos escravos de Luanda que aqui chegaram. Somente em 1916 apareceu, pela primeira vez, a primeira música impressa mencionando a palavra samba: "Pelo telefone", de Donga, compositor carioca. http://www.soutomaior.eti.br/mario/paginas/dic_s.htm SAMBA - Ver, também, Câmara Cascudo – DICIONÁRIO DO FOLCLORE BRASILEIRO, p.798 Pequena Historia do Samba SITE: http://aochiadobrasileiro.webs.com/AgradecimentosHistoriasEtc/HistoriadoSamba/Historiadosamba.htm

Re: Segunda atividade avaliativa por Marcia Mary Sumida Shikata - domingo, 5 fevereiro 2012, 22:15

Resposta 1 A máscara representava um disfarce místico com o qual poderiam absorver forças mágicas dos espíritos e assim utilizá-las em benefício da comunidade: na cura de doentes, em rituais fúnebres, cerimônias de iniciação, casamentos e nascimentos. Serviam também para identificar os membros de certas sociedades secretas. O material mais utilizado foi a madeira verde, embora existam também peças singulares de marfim, bronze e terracota. Antes de começar a entalhar, o artesão realizava uma série de rituais no bosque, onde normalmente desenvolvia o trabalho, longe da aldeia e usando ele próprio uma máscara no rosto. A máscara era criada com total liberdade, dispensando esboço e cumprindo sua função. A madeira era modelada com uma faca afiada. Resposta 2 Muitas vezes o professor precisa de comparações, direcionamento para reflexões, isto sim, é formar um aluno transformador. Resposta 3 Ensinar História da África e aspectos da cultura afro-brasileira nas escolas parece ser um bom caminho para nos livrarmos de preconceitos historicamente constituídos e que ajudam a impedir que a população negra tenha igualdade de oportunidades diante da parcela mais branca, ou mais clara, dos brasileiros. Isso não tem nada a ver com estimular antagonismos entre as raças, num país composto de pessoas de ascendências variadas, ou seja, mestiças. Mas sim com valorizar o que há de africano, e conseqüentemente de negro, em todos nós, assim como devemos valorizar o que há de europeu, de oriental e de indígena. É preciso lembrar deles quando ensinamos sobre o descobrimento do Brasil, comércio de pau Brasil, cultivo de cana de açúcar, diversidade cultural do nosso país etc. O que seria de nós sem a presença deles anteriormente. Resposta 4 Foram varias as contribuições trazidas da África. Além das ferramentas machados e instrumentos para a mineração, a culinária, as religiões e culturas de um modo geral. Resposta 5 A cultura Africana está em nosso cotidiano, em cada um de nós, em todos os

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gêneros culturais, esportivos e políticos. Lembrando que hoje não temos mais os verdadeiros brasileiros(índios), mas uma grande miscigenação de raças e culturas que enriquecem o nosso país. Todas as culturas igualmente importantes na nossa historia e humanidade. Resposta 6 O samba é um gênero musical, do qual deriva um tipo de dança, de raízes africanassurgido no Brasil e considerado uma das principais manifestações culturais populares brasileiras. Dentre suas características originais, está uma forma onde a dança é acompanhada por pequenas frases melódicas e refrões de criação anônima O samba é uma dança animada com um ritmo forte e característico. Originou da África e foi levado para a Bahia pelos escravos enviados para trabalhar nas plantações de açucar. A dança gradualmente perdeu sua natureza ritualista e eventualmente se tornou a dança nacional brasileira. Na época de carnaval no Rio de Janeiro que colocou o samba no mapa ocidental, os baianos das plantações de açucar viajavam das aldeias até o Rio para as festas anuais. Gradualmente a batida sutil e a nuança interpretativa do samba levavam-nos rua acima dançando nos cafés e eventualmente até nos salões de baile, tornou-se a alma dança do Brasil. Originalmente a dança teve movimentos de mão muito carcterístico, derivados de sua função ritualista, quando eram segurados pequenos recipientes de ervas aromáticas em cada uma das mãos e eram aproximadas do nariz do dançarino cuja fragância excitava. Havia muito trabalho de solo e antes de se tornar uma dança de salão, teve passos incorporados do maxixe. Os grandes dançarinos americanos, Irene e Castelo de Vernou, usou o samba nas suas rotinas profissionais, e assim começou a se espalhar. Mas provavelmente foi Carmem Miranda, a brasileira mais conhecida de todos, que com tremenda vitalidade e perícia de atriz, colocou o samba como o mais excitante e contagiante do mundo. No Brasil o desfile das escolas de samba, cresceu e o País desenvolveu seu próprio ballet artístico com ritmo de samba e movimentos básicos.

Re: Segunda atividade avaliativa por Heleno Brodbeck do Rosário - terça, 7 fevereiro 2012, 21:50

1- Inicialmente é interessante afirmar que as máscaras africanas correspondem a não só ao que significa máscaras no mundo ocidental, mas a qualquer indumentária utilizada em movimento em rituais principalmente de natureza religiosos. A confecção destas máscaras tem um significado muito maior do que o empiricamente verificável, pois desde o início da produção de uma máscara até sua substituição existe toda uma simbologia. Dessa maneira, as máscaras africanas não têm somente um valor escultural, mas podem demonstrar muito sobre a visão de mundo daquela população. 2- Para se valorizar essa questão, é necessário se valorizar as diferentes formas de conhecimento. Em outras palavras, entender que a concepção de EVOLUÇÃO humana não é universal, e que existem diferentes formas de desenvolvimento das sociedades, contribuindo para uma educação intercultural. 3- Este trecho tem uma passagem marcante no que se refere ao discurso de muitos educadores, que é o antagonismo branco X negro. Como afirma a autora, é preciso se valorizar o que há de africano no negro, entretanto sem condicionar brancos e negros a papeis de rivais. 4- O vídeo mostra a importância do conhecimento dos negros africanos que vieram escravizados no período colonial do Brasil. As técnicas deles foram úteis na

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agricultura, na mineração e na metalurgia. 5- A mensagem que o vídeo quer passar é a de que há negros em diversos setores e ambientes da sociedade. Nesse sentido, exibe personalidades negras, além de esportes, culinária e o trabalho negro presente na construção da Estrada da Graciosa. 6- De acordo com o site Wikipedia, ―Existem várias versões acerca do nascimento do termo "samba". Uma delas afirma ser originário do termo "Zambra" ou "Zamba", oriundo da língua árabe, tendo nascido mais precisamente quando da invasão dos mouros à Península Ibérica no século VIII.[11] Uma outra diz que é originário de um das muitas línguas africanas, possivelmente do quimbundo, onde "sam" significa "dar", e "ba" "receber" ou "coisa que cai". Ainda há uma versão que diz que a palavra samba vem de outra palavra africana, semba, que significa umbigada. No Brasil, acredita-se que o termo "samba" foi uma corruptela de "semba" (umbigada),palavra de origem africana - possivelmente oriunda de Angola ou Congo, de onde vieram a maior parte dos escravos para o Brasil‖. 7- É mais do que uma religião. Um ponto de resistência. Uma referência que liga o passado negro ao presente no Brasil.

Re: Segunda atividade avaliativa por Simone Stela de Souza - quinta, 9 fevereiro 2012, 21:21

1-As "máscaras" são as formas mais conhecidas da plástica africana. Constituem síntese de elementos simbólicos mais variados se convertendo em expressões da vontade criadora do africano.

Foram os objetos que mais impressionaram os povos europeus desde as primeiras exposições em museus do Velho Mundo, através de milhares de peças saqueadas do patrimônio cultural da África, embora sem reconhecimento de seu significado simbólico.

A máscara transforma o corpo do bailarino que conserva sua individualidade e, servindo-se dele como se fosse um suporte vivo e animado, encarna a outro ser; gênio, animal mítico que é representando assim momentaneamente. Uma máscara é um ser que protege quem a carrega. Está destinada a captar a força vital que escapa de um ser humano ou de um animal, no momento de sua morte. A energia captada na máscara é controlada e posteriormente redistribuída em benefício da coletividade. Como exemplo dessas máscaras destacamos as Epa e as Gueledeé ou Gelede

As máscaras são confeccionadas em barro, marfim, metais, mas o material mais utilizado é a madeira. Para estabelecer a purificação e a ligação com a entidade sagrada, são modeladas em segredo na selva.

2- A cultura Afro- Brasileira , com a misturas de raças na qual se concentrou em nosso país, mostra a multicultura que somos e assim podemos mostrar através do passado e o presente a raíz de um povo que so veio a contribuir para a nossa formação em todas as aréas , entendendo o passado, que so construiu o hoje para que no futuro possamos fortalecer o que sempre deveria ter sido entendido e estamos a caminho para que isso ocorra.

3- Estudar África mostra como é fundamental para entendermos a nossa história

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a partir de um continente variado de culturas na qual fazemos parte e assim para que tenhamos um país sem preconceito e discriminação.

4- Os negros escravos vindo de varias regiões da África ,com a sua diversidade trouxe uma gama de conhecimentos na qual com a mistura das outras raças nós beneficiou e traduz o que somos hoje .

5- O video mostra o legado recebido de um povo que só contribui para nossa formação.

6- O samba é um gênero musical, do qual deriva um tipo de dança, de raízes africanas surgido no Brasil e considerado uma das principais manifestações culturais populares brasileiras.Dentre suas características originais, está uma forma onde a dança é acompanhada por pequenas frases melódicas e refrões de criação anônima, alicerces do samba de roda nascido no Recôncavo Baiano e levado, na segunda metade do século XIX, para a cidade do Rio de Janeiro pelos negros que trazidos da África e se instalaram na então capital do Império. O samba de roda baiano, que em 2005 se tornou um Patrimônio da Humanidade da Unesco foi uma das bases para o samba carioca.

Existem várias versões acerca do nascimento do termo "samba". Uma delas afirma ser originário do termo "Zambra" ou "Zamba", oriundo da língua árabe, tendo nascido mais precisamente quando da invasão dos mouros à Península Ibérica no século VIII. Uma outra diz que é originário de um das muitas línguas africanas, possivelmente do quimbundo, onde "sam" significa "dar", e "ba" "receber" ou "coisa que cai". Ainda há uma versão que diz que a palavra samba vem de outra palavra africana, semba, que significa umbigada.

No Brasil, acredita-se que o termo "samba" foi uma corruptela de "semba" (umbigada), palavra de origem africana - possivelmente oriunda de Angola ou Congo, de onde vieram a maior parte dos escravos para o Brasil.

7- Como todos os povos se expressam sua divindade o Candomblé é a expressão de um povo africano que acredita nos seus orixás e como tudo que é da África visto como primitivo e consequentemente suas raízes , infelizmente ainda é mau vista apesar de que há grande manifestação em alguns estados do Brasil, não vista com bons olhos, por se ter um visão eurocentrista em que se imperou outras religiões , não respeitando o que o povo da África trouxe , assim como tudo o que foi trazido de lá mas, para haver uma concientização é necessario o conhecimento da história para que possa valorizar e respeitar.

Re: Segunda atividade avaliativa por Thais Poliana Neto - domingo, 12 fevereiro 2012, 19:06

1. As máscaras, por exemplo, utilizadas nas danças e nas cerimônias públicas, constituem um laço entre o mundo humano e o divino. Elas são esculpidas para serem exibidas em determinadas circunstâncias da vida social e religiosa. As máscaras têm muito préstimo e são consideradas as obras com maior valor entre todas as obras de arte negra. Elas contêm em si o poder do homem ou das divindades que representam, e é por meio delas que este poder se torna presente e transmite aos homens que as usam. São feitas para circunstâncias muito especiais: danças da fecundidade, ritos de iniciação, funerais, etc. Fora destas ocasiões, as máscaras perdem todo o seu significado e valor. As máscaras são cuidadosamente guardadas até nova ocasião para serem usadas. Na República Democrática do Congo, uma máscara que representa o rosto de um homem com a barba comprida, foi esculpida para os funerais de um velho. De fato, a barba comprida é símbolo de sabedoria. O homem que a usa durante a execução da dança fúnebre exterioriza a presença do defunto, o que faz com que os seus familiares fiquem

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confortados. Outra máscara, menor, com uma decoração simples, é uma máscara sagrada; materializa as forças existentes na natureza e permite ao homem dominá-las. É usada nos ritos de propiciação, de modo que, dominando as forças adversas, o homem tenha a certeza de êxito naquilo que está para fazer. Outro exemplo podemos colhê-lo entre os Xenufo, um povo que habita nas planícies da Costa do Marfim. O bailarino cobre a cabeça com uma máscara grande com feições de animal durante as cerimônias que precedem os ritos de iniciação. Os enfeites simbolizam diversos animais (hiena, babuíno, pássaros sagrados, calaus), e representam o caos inicial do universo. O homem que usa esta máscara aterroriza com as suas danças a gente da aldeia e afasta os espíritos maléficos, purificando o terreno antes de a cerimônia se iniciar. 2. Cara professora e prezados colegas: não sei se entendi o questionamento de forma adequada, mas não consigo visualizar um método cientifico para ajudar no ensino da cultura afro, pois um método cientifico exige várias regras, entre elas o isolamento da questão. Como isolar um fato culturalmente construído? Mas, acredito que podemos nos aproximar disso, usando muitos exemplos e visando transformações. 3. Sem dúvida estudar a cultura afro, indígena, entre outras que formaram nossa cultura miscigenada, faz parte de um currículo que visa o respeito às diferenças minimizando assim o preconceito e a discriminação na nossa sociedade. Tanto que é esse o objetivo da Lei 10.639, transformar a sociedade e conquistar espaço para as minorias que hoje são excluídas e discriminadas. 4. Sim! Muitas das coisas que hoje utilizamos, fazemos e até pensamos tem origem africana e muitos de nós nem sabemos. A escravidão deixou marcas indeléveis. No que diz respeito ao legado cultural, as heranças mais importantes da inserção dos negros na sociedade estão na gastronomia, dança, religião, costumes, folclore, arte e etc. 5. Demonstrar os elementos da nossa cultura que têm influência africana e destacar personalidades brasileiras afrodescendentes. 6. O samba surgiu da mistura de estilos musicais de origem africana e brasileira. O samba é tocado com instrumentos de percussão (tambores, surdos timbau) e acompanhados por violão e cavaquinho. Geralmente, as letras de sambas contam a vida e o cotidiano de quem mora nas cidades, com destaque para as populações pobres. O termo samba é de origem africana e tem seu significado ligado às danças típicas tribais do continente. Existem várias versões acerca do nascimento do termo "samba". Uma delas afirma ser originário do termo "Zambra" ou "Zamba", oriundo da língua árabe, tendo nascido mais precisamente quando da invasão dos mouros à Península Ibérica no século VIII.[11] Uma outra diz que é originário de um das muitas línguas africanas, possivelmente do quimbundo, onde "sam" significa "dar", e "ba" "receber" ou "coisa que cai". Ainda há uma versão que diz que a palavra samba vem de outra palavra africana, semba, que significa umbigada. No Brasil, acredita-se que o termo "samba" foi uma corruptela de "semba" (umbigada), palavra de origem africana - possivelmente oriunda de Angola ou Congo, de onde vieram a maior parte dos escravos para o Brasil. 7. O candomblé é uma religião africana trazida para o Brasil no período em que os negros desembarcaram para serem escravos. Nesse período, a Igreja Católica proibia o ritual africano e ainda tinha o apoio do governo, que julgava o ato como criminoso, por isso os escravos cultuavam seus

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Orixás, Inquices e Vodus omitindo-os em santos católicos. Os orixás, para o candomblé, são os deuses supremos. Possuem personalidade e habilidades distintas, bem como preferências ritualísticas. Estes também escolhem as pessoas que utilizam para incorporar no ato do nascimento, podendo compartilhá-lo com outro orixá, caso necessário. Os rituais do candomblé são realizados em templos chamados casas, roças ou terreiros que podem ser de linhagem matriarcal (quando somente as mulheres podem assumir a liderança), patriarcal (quando somente homens podem assumir a liderança) ou mista (quando homens e mulheres podem assumir a liderança do terreiro). A celebração do ritual é feita pelo pai de santo ou mãe de santo, que inicia o despacho do Exu. Em ritmo de dança, o tambor é tocado e os filhos de santo começam a invocar seus orixás para que os incorporem. O ritual tem no mínimo duas horas de duração. O candomblé não pode ser igualado à umbanda. No candomblé, não há incorporação de espíritos, já que os orixás que são incorporados são divindades da natureza; enquanto na umbanda, as incorporações são feitas através de espíritos encarnados ou desencarnados em médiuns de incorporação. Existem pessoas que praticam o candomblé e a umbanda, mas o fazem em dias, horários e locais diferentes.

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Bibliografia e Webgrafia

WEBGRAFIA

Site http://cine-africa.blogspot.com/.

BIBLIOGRAFIA

Almeida, Eduardo Ribeiro e Medeiros, Ângela Cordeiro - História e Cultura Afro-Brasileira: Possibilidades e Impossibilidades na Aplicação da Lei 10.639/2003.

Bittencourt Circe Maria Fernandes - Ensino de História: fundamentos e métodos São Paulo – Cortez Editora – 2004.

Estatuto da Igualdade Racial

Karnal, Leandro (Org.) História na sala de aula – Conceitos, Práticas e Propostas- São Paulo – Editora Contexto, 5ª edição – 2008.

Rocha, José Geraldo - História da África e Cultura Afro-Brasileira.

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Módulo 3

Apresentação e Objetivo do Módulo

OBJETIVOS

Abordar a questão da diversidade racial, valorizando e respeitando as diferenças, apontando a contribuição dos negros no patrimônio cultural, político e social no

desenvolvimento da sociedade.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

- Diáspora Negra - O negro e movimentos sociais e formas de cidadania nas áreas social, econômica e

política pertinente à História e Cultura Afro-Brasileira - Ensinando História Afro-Brasileira em Sala de Aula

METODOLOGIA

Para uma maior capacitação dos professores é necessária a leitura de textos, análise de filmes e apresentações power point. A leitura dos textos, participação nos fóruns de

debates, discussão e fóruns avaliativos será primordial para uma boa reflexão e a prática do ensino da História da Cultura Afro-Brasileira.

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Conteúdo textual – Links

Diáspora negra

http://www.editoracontexto.com.br/produtos/pdf/DIASPORA%20NEGRA%20NO%20B

RASIL_INTRODUCAO.PDF

http://www.claudialima.com.br/pdf/DIASPORA_NEGRA_PARA_O_TERRITORIO_BRA

SILEIRO.pdf

http://www.historica.arquivoestado.sp.gov.br/materias/materia04/

O negro e movimentos sociais e formas de Cidadania nas áreas social

http://cidadedopensar.wordpress.com/ciencias-sociais/movimentos-sociais/

http://artigos.netsaber.com.br/resumo_artigo_17310/artigo_sobre_a_influ%C3%8Ancia

_africana_no_processo_de_forma%C3%87%C3%83o_da_cultura_afro-brasileira.

http://tamboresdosmontes.blogspot.com/2009/12/danca-afro-surgiu-no-brasil-no-

periodo.html

Econômica e Política pertinente à História e Cultura Afro-Brasileira

http://culturadigital.br/setorialculturasafrobrasileiras/2010/02/19/cultura-e-economia-

criativa/

Ensinando História Afro-Brasileira em Sala de Aula

http://www.profissaomestre.com.br/php/verMateria.php?cod=4010

Formação de Professores

http://www.anped.org.br/rbe/rbedigital/rbde14/rbde14_06_leonor_maria_tanuri.pdf

LEITURA COMPLEMENTAR

http://200.136.241.56/htdocs/tedeSimplificado/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=478

http://www.cerescaico.ufrn.br/mneme/anais/st_trab_pdf/pdf_15/fabiana_st15.pdf

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Vídeos de apoio-Links

Cultura Afro Brasileira http://www.youtube.com/watch?v=8S_QC6ETINk

Cultura Africana - Desmentindo um anúncio racista

http://www.youtube.com/watch?v=pCZaYs60Rbo&feature=related

Valorização Cultura Afro-Brasileira http://www.youtube.com/watch?v=g_1stGv51qQ

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Fórum de discussão

Forúm de Discussão por Equipe de Suporte GPEC - segunda, 12 dezembro 2011, 14:14

FÓRUM DE DISCUSSÃO NÃO AVALIATIVO

Os discursos contrários à política de cotas se pautam basicamente em

dois elementos: o primeiro seria que ao invés do ingresso de negros

através da política de cotas, o fundamental seria a melhoria substancial

do ensino médio no Brasil, que garantiria uma equiparação de saberes

para os alunos que pretendem ingressar em uma universidade através do

vestibular; e o segundo, como desdobramento do primeiro, seria que, no

Brasil, a diferenciação entre os ingressantes em uma universidade e

aqueles que não conseguem sucesso no vestibular estaria pautada na

diferença econômica, ou seja, a entrada em uma universidade pública

dependeria exclusivamente do poder aquisitivo do aluno e a economia

despendida em sua formação escolar. Vamos analisar a charge e

debater?

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Re: Forúm de Discussão por Paulo Cesar Vono - segunda, 6 fevereiro 2012, 22:34

SE TODOS FOSSEM REALMENTE IGUAIS ,PERANTE A LEI,E TODOS REALMENTE TIVESSEM OS MESMOS DIREITOS QUE A CONSTITUIÇAO NOS OUTORGA,ENTAO NAO HAVRIA NECESSIDADE DE SE FICAR DIVIDINDO O SER HUMANO EM COTAS PRA ISSO,COTAS PRAQUILO,BASTAVA APLICAR A CONSTITUIÇAÕ E TUDO SE RESOLVERIA,ACONTECE QUE OS POLITICOS,DE LONNNNNGA DATA, NÃO CUMPREM SEUS PAPEIS E DEPOIS QUEREM CORRER ATRÁS DO PREJUIZO,FINGINDO QE VALORIZAM ESTE OU AQUELE SEGUIMENTO.SE FOR PENSAR DA FORMA DELES, O BRASIL VAI ACABAR SE DIVIDINDO EM COTAS PRA AMARELO,PRA MORENO,PRA SEI LÁ QUE RAÇÃS EXISTIREM. NÃO PENSO NESSA INJUSTIÇA DE COTAS,MAS SIM,NA IGUALDADE DOS SERES!!!

Re: Forúm de Discussão por Profª Maria José Caldas - segunda, 13 fevereiro 2012, 10:39

Maravilhosas as reflexões

Parabéns a todos!

Re: Forúm de Discussão por Ramides Sedilso Pessatti - sexta, 10 fevereiro 2012, 15:28

Caro Paulo Cesar...acredito que voc~e tenha discursado algo sem muita lógica, todos somos iguais perante a justiça, por exemplo, se matou vais preso, indiferente quem seja...correto? Porém, existe a diferença econômica, eu consigo pagar um bom criminalista e você não, ai sim eu estarei livre e você ficará preso, então em resumo, somos iguais o que nos diferencia é nossa situação econômica. Não vejo necessidade de cotas, pois nossas políticas públicas para todos vem a calhar com as necessidades, acredito ainda que há pouco interesse em relação a busca do conhecimento e de outras visões. Diferenças existem em tudo, até mesmo na cor dos sol.

Re: Forúm de Discussão por Lenir Maria da Silva - segunda, 13 fevereiro 2012, 00:32

"(...), acredito ainda que há pouco interesse em relação a busca do conhecimento e de outras visões". Ramires, se você se refere ao pouco interesse por parte dos negros na busca pelo conhecimento, discordo. O que tenho observado é que, geralmente, espera-se menos da parte dele, quanto a sua capacidade e grau de inteligência, além de tirar dele oportunidades. Resultou-se, a longo prazo, a baixa escolaridade em decorrência da situação econômica. A conta é simples: se não tiver dinheiro não poderá estudar, porque a será preciso preocupar-se primeiro com as necessidades básicas de sobrevivência. Isso repetido por várias gerações. O resultado é o de uma população afrodescendente impossibilitada de concorrer em pé de igualdade quando surgem as nossas políticas públicas. Infelizmente, se continuar esses disfarces políticos de oferecer cotas pra recuperar o estrago sofrido pelos negros, sem um investimento de peso na Educação, que trabalhe desde a sua base, as Cotas continuarão ótimos temas para discurso político.

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Re: Forúm de Discussão por Heleno Brodbeck do Rosário - domingo, 12 fevereiro 2012, 21:00

De fato, a população afro-descendente no Brasil historicamente sofreu (e em boa parte, ainda sofre) diversos tipos de injustiças e discriminação, entretanto buscar reverter isso com políticas de cotas raciais eu acho complicado. Primeiro, porque a autodeclaração racial exige que uma grande parte dos brasileiros obrigue-se a se definir em termos de "raça", gerando uma racialização que não tem critério de divisão nenhum. Um segundo ponto é a questão da exclusão dupla da população negra de cor mais escura. É fato que os indicadores sociais (renda familiar, escolaridade) das pessoas negras de pele mais clara são melhores dos que os negros de pele mais escura. Desse modo, as vagas dos cotistas tendem a ser ocupadas pleos "menos negros" (ou "mais brancos") entre os negros, gerando uma dupla exclusão da população negra de pele mais escura.

Re: Forúm de Discussão por Heleno Brodbeck do Rosário - domingo, 12 fevereiro 2012, 21:04

Um detalhe que esqueci de registrar. Uma posição interessante nesse posicionamento contra a "racialização" proposta pela política de cotas, encontra-se nos estudos dos antropólogos da UFRJ Peter Fry e Yvonne Maggie. Alguns de seus textos estão disponíveis na internet.

Re: Forúm de Discussão por CAROLINA TIBIRIÇÁ ARGÔLO DOS SANTOS - segunda, 13 fevereiro 2012, 21:36

Creio que o ideal seria uma reavaliação e a melhoria do sistema de ensino básico no país. Para que possa ter uma sociedade igualitária.

Re: Forúm de Discussão por Simone Stela de Souza - terça, 14 fevereiro 2012, 18:50

Acredito , que devemos acabar com a discriminação e o preconceito através da educação assim como diz Mandela numa frase cerebre "A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo ".Com conhecimento do que realmente a vida é . Mas para que isso ocorra precisa de muita mobilização e assim deve-se ter uma educação com mais qualidade para que haja oportunidade para todos perante a lei .E preparar melhor o jovem para que ingresse em universidades sem o sistema de cotas .

Somos iguais o que nos diferece é a busca do conhecimento e as politicas publicas viabilizarem a aquisição de uma educação igualitária.

Re: Forúm de Discussão por Ana Claudia Vasconcelos Araujo - terça, 14 fevereiro 2012, 21:21

Primeiramente eu acho que o ingresso de um aluno através de um vestibular em uma Universidade Pública é totalmente falho, pois não podemos julgar a capacidade de um aluno em apenas uma ou duas prova. Acho que o certo seria dar oportunidades para todos independente de sua cor, pois é a diferença econômica que determina a maioria das vezes o ingresso dos alunos nas Universidades públicas. Então, uma solução seria uma avaliação do desempenho do aluno durante todo o seu processo de formação no Ensino Médio. Hoje o que mais existe nas universidades públicas são alunos oriundos de classe média alta e que não dão o menor valor ao estudar nessas universidades, passam muitas vezes o dobro do tempo que deveriam ficar e são reprovados muitas

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vezes.

Re: Forúm de Discussão por Cintia da Silva do Vale - quarta, 15 fevereiro 2012, 01:29

Acredito que a melhorias no sistema de ensino público brasileiro igualaria as chances dos negros e pessoas com baixo poder aquisitivo. As diferenças entre o aluno com poder aquisitivo alto e com boas escolas, vão ser melhores do que aquele aluno que sofre com os problemas da rede pública de ensino, como por exemplo: não ter aulas, não ter merenda, falta de professores entre outras questões que encontramos neste seguimento. Historicamente a população afro-brasileira sofre preconceitos, injustiças, porém acredito que a questão não é ter cotas e sim ter um ensino de qualidade nas escolas publicas, para que possam disputas com os outros alunos não só a faculdade e sim o mercado de trabalho. O poder aquisitivo conta muito para esta disputa, pois aquele aluno que é descente de uma família com poder aquisitivo baixo e não tem condições para arcar com as despesas de uma boa escola vai ter um certo grau de dificuldade.

Re: Forúm de Discussão por Thais Poliana Neto - terça, 21 fevereiro 2012, 20:15

Não sou absolutamente contra as cotas, afinal a dívida que a sociedade tem com os afro descendentes é mesmo enorme, mas também não sou a favor. Não acredito que esse tipo de mecanismo diminua a diferença socioeconômica entre brancos e negros. Até porque, negros e brancos sendo pobres não têm oportunidades igualmente, então não é a etnia que determina a falta de oportunidade e sim a condição econômica. Concordo com a afirmativa da professora: o que precisava mudar é a qualidade do ensino público, para equiparar as oportunidades.

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Dinâmica Avaliativa

Dinâmica Avaliativa - Valendo Nota por Equipe de Suporte GPEC - segunda, 12 dezembro 2011, 14:14

Dinâmica do Módulo 3 (Valendo Nota)

(Entregar até o final do módulo)

Ensinando História Afro-Brasileira em Sala de Aula

Ler o artigo: A História vai ao Cinema

http://www.planetaeducacao.com.br/portal/artigo.asp?artigo=335

Desenho animado com recurso didático

O recurso do desenho animado e filmes em sala de aula vêm promover o

resgate da motivação do estudante como forma de favorecer o exercício

interdisciplinar. Questionar os alunos sobre o que sabem, quais ideias e

opiniões, dúvidas ou hipótese sobre o tema em debate, valorizando seus

conhecimentos. Promover reflexões positivas, para a formação do senso crítico

sobre o tema em sala de aula.

1 - Após assistir o conto africano - filme Kiriku e a Feiticeira, faça uma síntese

respondendo qual a contribuição do conto para o aprendizado da História e

Cultura Afro-Brasileira e os livros didáticos?

http://www.4shared.com/video/IGj4Ci6-/Filme_-_KIRIKU_E_A_FEITICEIRA_.html

Re: Dinâmica Avaliativa - Valendo Nota por Paulo Cesar Vono - segunda, 6 fevereiro 2012, 22:29

Dia 28/11/2007 – Professora PDE – Tânia Mara Pacífico – Filme Kiriku e a feiticeira, Direção: Michel Ocelot. Estudo de sugestões de atividades formulada pela Professora Ana Cristina Fínculo Miguel da Escola Estadual Guerino Veodato em Matão, São Paulo. O filme kiriku e a feiticeira traz todo o fascínio da tradição africana numa história que celebra a coragem, a curiosidade e a astúcia, baseada em uma lenda da África Ocidental sobre uma comunidade submissa a uma terrível feiticeira.Nesta aldeia nasceu Kiriku, para lutar contra o mal, representado pela feiticeira. A princípio, mesmo seus companheiros riam de seu tamanho, demorando a reconhecer nele sua coragem, esperteza e sabedoria, no entanto Kiriku enfrenta o poder de Karabá, a feiticeira, e seus guardiões, esculturas conduzidas pela força mágica do espírito do mal. Enquanto seus companheiros guiados pelo Contador de histórias morrem de medo da feiticeira, Kiriku tem coragem para enfrentar o mal e aprende em sua luta, que a origem de tanta maldade é o sofrimento e só a verdade, o amor, a generosidade e a tolerância aliados a inteligência são capazes de vencer a dor. Um desenho animado moderno e encantador que fala a língua das crianças sem subestimar a inteligência de adultos e crianças..2)Introdução Kirikú é um menininho nascido na África Ocidental. Tão pequeno, ele não chega aos joelhos de um adulto. O desafio que impõe seu destino, no entanto, é

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imenso: enfrentar uma poderosa e malvada feiticeira, que secou a fonte de água da aldeia, engoliu todos os homens que foram enfrentá-la e ainda roubou todo o ouro ali guardado. Para recuperá-lo, Kirikú enfrenta muitos perigos e se aventura por lugares onde somente pessoas pequeninas poderiam entrar. ―O filme trata a criança de um jeito inteligente, oferecendo a ela acesso a uma cultura diferente‖, afirma o professor Cláudio Bazzoni, assessor da prefeitura de São Paulo. Objetivo Ampliar o repertório narrativo ao conhecer contos africanos. Conteúdo Introdução aos contos africanos. Trechos selecionados O filme pode ser exibido para a garotada na íntegra, pois é a aventura de Kirikú em todo o enredo que dá sentido à atividade. Atividade Na aula seguinte à exibição do filme, comece o trabalho lendo para a turma contos populares africanos, como os que compõem o livro A Gênese Africana: Contos, Mitos e Lendas da África (Leo Frobenius e Douglas C. Fox, 250 págs., Ed. Landy, 45 reais, tel. 11/ 3361-5380). Em seguida, debata com a turma pontos fantásticos da narrativa, como o fato de o garoto nascer falando ou crescer de repente. Explique que a história de Kirukú, assim como as narrativas lidas, fazem parte de outra cultura, diferente da nossa, mas que tem grande influência no Brasil. Fale sobre a vinda dos negros como escravos e sua decorrente influência cultural, como na música e na capoeira. Ressalte também palavras de origem africana na língua portuguesa (clique aqui para encontrar subsídios para isso). Destaque para a sala, ainda, as diferenças entre os contos lidos e os clássicos, com os quais devem estar acostumados. Avaliação Analise as impressões dos alunos sobre os textos lidos e o filme. Avalie em que aspectos a aula permitiu ampliar o universo cultural deles.

Re: Dinâmica Avaliativa - Valendo Nota por Ramides Sedilso Pessatti - sexta, 10 fevereiro 2012, 14:55

O trabalho é um estudo sobre discriminação e preconceito, tendo como base o filme de Kiriku. Este filme conta a lenda de um menininho especial, que ajuda sua sociedade a se livrar de uma feiticeira. Nesse caminho ele descobre várias coisas sobre a vida e outras verdades sobre essa tal feiticeira. Além de sofrer com o preconceito das pessoas de sua sociedade, que mesmo sendo ajudada por ele, o discriminava. Este preconceito se mostra em vários aspectos desta sociedade, como será mostrado no decorrer do trabalho. Esta história se passa em Senegal, na África. Kiriku é um menino que nasceu prematuramente, tão cedo que ninguém acreditou. Antes mesmo de nascer já se mostrou um menino muito inteligente, pois falava dentro da barriga de sua mãe. E após nascer, além de já falar, ele andava, era corajoso, ágil, engenhoso e muito inteligente, porém era pequenino (afinal, acabara de nascer). Ele queria salvar seu povo do domínio da feiticeira Karabá lutando contra ela. E com sua inteligência salvou as crianças todas as vezes que a feiticeira tentou levá-las. Kiriku encontrava a solução para seus problemas, muitas vezes em coisas simples como um espeto quente, que ele usou para furar o bicho que bebia e secava a água da fonte de seu povo, ou o chapéu que ele se escondeu para enganar a feiticeira Karabá, livrando seu tio da ―morte‖; entre outros. E com sua perspicácia lutou para alcançar seus objetivos.

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Re: Dinâmica Avaliativa - Valendo Nota por Lenir Maria da Silva - domingo, 12 fevereiro 2012, 23:29

No inicio do filme é bastante curioso: uma criança que conversa com a sua mãe desde o ventre e pede pra nascer. Sua mãe já evoca a questão da independência desta criança e a adverte da responsabilidade que ele, desde muito jovem, já traz consigo. Ao indagar de seu pai, de seus irmãos e de seus tios já se faz notar que nesta aldeia a presença masculina é quase nula. Salvo pela presença do ancião que oralmente conta a historia de antepassados – a cultura dos griôs -, e o seu tio ainda jovem que ainda não foi seduzido pela feiticeira; está mais interessada no chapéu que ela supõe ser mágico – símbolo de autoridade. Quem o detém, detém autoridade respeito da parte dos membros da tribo. No decorrer dos acontecimentos, Kiriku, não obstante a sua pequena estatura, demonstra coragem, ousadia, estratégia, e lança mão de um recurso capaz de solucionar as diversas dificuldades sofridas: o espirito de coletividade, de uma comunidade que se une para lutar por seus direitos, tendo como resultado a quebra de preconceitos, de rejeição (o próprio Kiriku e sua mãe são tratados com desprezo e desconfianças), desigualdades, a valorização, a aceitação no grupo. Outra questão que se percebe, Kiriku ao investigar a ―fonte amaldiçoada‖ põe em dúvida ―as verdades estabelecidas‖. Ele quebra tabus que até o momento são tidos como proibidos, e obedecidos por questão da tradição ou simplesmente por medo do desconhecido. O filme ―Kiriku e A Feiticeira‖ é excelente ótimo para ser apresentado às crianças (e por que não aos adultos?), pois permite a criança (e o adulto também) identificar-se, sendo ela negra ou não, já que a questão de descrença, desconfiança quanto a sua capacidade e/ou tamanhos, são situações vivenciadas por todos, além de agregar valores culturais e sociais contribuindo para atitudes positivas dentro e fora do ambiente escolar.

Re: Dinâmica Avaliativa - Valendo Nota por CAROLINA TIBIRIÇÁ ARGÔLO DOS SANTOS - segunda, 13 fevereiro 2012, 20:20

avaliacao_do_filme_kiriku-_avaliacao_valendo_nota.pdf

segue em anexo as analises.

Re: Dinâmica Avaliativa - Valendo Nota por Heleno Brodbeck do Rosário - segunda, 13 fevereiro 2012, 21:25

Kiriku e a Feiticeira mostra um mito de uma comunidade que vivia dominada pelo poder de uma feiticeira. É um desenho animado muito sensível, que agrada todas as faixas etárias que aprendem com a lenda. É uma história que celebra a coragem de um garoto que era diferente dos outros companheiros de sua aldeia.Era perspicaz e astucioso,muito amigo de sua mãe. A feiticeira foi vencida pela coragem e pela astúcia de uma comunidade. O menino Kiriku enfrenta a feiticeira Karabá junto com seus guardiões e nesta luta ele aprende que só o amor, a verdade e a generosidade, aliados à inteligência, são capazes de vencer a a dor e as diferenças. É realmente um desenho moderno com linguagem capaz de falar às crianças e aos adultos, valorizando as tradições africanas, em especial no apelo estético do flime.

Re: Dinâmica Avaliativa - Valendo Nota por Ana Claudia Vasconcelos Araujo - terça, 14 fevereiro 2012, 21:58

O filme conta a história de um menino que desde do ventre da sua mãe já conversava com ela, ele mostra durante todo o filme muita autonomia, coragem e perseverança. Ele toma para si a responsabilidade de salvar o seu povo contra a feiticeira, que secava a água de seu povoado.O jovem Kiriku quer saber o porquê de tudo. Kirikú enfrenta muitos perigos e se aventura por lugares onde somente pessoas pequenas poderiam entrar Kirikú procurou de todas a s formas vencer o mal com o bem, mesmo sendo muito criticado pela aldeia, observa-se que os homens procuraram a defesa da aldeia e não conseguiram pois a violência gera a morte, Kiriku com a sua inteligência procurou transmitir a aldeia que não tivessem medo e que ele iria fazer de tudo para desfazer as maldades

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da feiticeira. Ele tão pequeno que era mais tinha um coração grande, tinha alta confiança, sempre de olho no futuro e com a verdade iria vencer.

Re: Dinâmica Avaliativa - Valendo Nota por Simone Stela de Souza - terça, 14 fevereiro 2012, 22:11

Uma história que celebra a coragem, a curiosidade e a astúcia sobre uma comunidade subjugada por uma terrível feiticeira. Kiriku, um menino negro que nasceu para lutar e combater o mal, enfrenta o poder da Karabá, a feiticeira maldosa e seus guardiões. Kiriku aprende em sua luta que a origem de tanta maldade é o sofrimento e só a verdade, o amor, a generosidade e a tolerância, aliados à inteligência, são capazes de vencer a dor e as diferenças.

O conto so vem a acrescentar a cultura de um povo e assim enriquecendo mais a nossa cultura e mostra como devemos valorizar . Eu como eduadora fiquei feliz em saber que alguns dos meus alunos havia assistido o desenho pelo canal da cultura. E pelos comentários dos alunos que estão na faixa de 8 e 9 anos gostaram muito .

Re: Dinâmica Avaliativa - Valendo Nota por Marcia Mary Sumida Shikata - terça, 14 fevereiro 2012, 23:05

É um desenho animado que deixa uma ar de curiosidade todos aprendem com a lenda. A história conta a coragem de um garoto que era diferente dos outros ,era perspicaz e astucioso. Ele toma para si a responsabilidade de salvar o seu povo contra a feiticeira, que secava a água de seu povoado. O menino Kiriku enfrenta a feiticeira Karabá junto com seus guardiões e nesta luta ele aprende que só o amor, a verdade e a generosidade, aliados à inteligência, são capazes de vencer a dor e as diferenças. Kirikú procurou de todas as formas vencer o mal com o bem,Kiriku com a sua inteligência procurou transmitir a aldeia que não tivessem medo e que ele iria fazer de tudo para desfazer as maldades da feiticeira. Ele com sua autoconfiança, sempre de olho no futuro e acreditando que com a verdade é possível vencer. Os alunos conseguiram observar as tradições africanas contidas no filme e foi um debate muito enriquecedor ao final do dia.

Re: Dinâmica Avaliativa - Valendo Nota por Cintia da Silva do Vale - quarta, 15 fevereiro 2012, 01:51

O filme Kiriku e a Feiticeira é um excelente para ser passado em sala de aula, pois que o aluno posso se identificar como é ser inserido na sociedade. Sociedade, esta que desconsidera os valores culturais e morais de uma sociedade. Situações que também são vivencias por todos nós no dia a dia. Mostra a maravilhosa tradição africana numa história que celebra a coragem, a curiosidade e a astúcia, foi baseado em uma lenda da África Ocidental sobre uma comunidade subjugada por uma terrível feiticeira. E nesta aldeia mora Kiriku, um menininho que nasceu para lutar contra o mal. No início, mesmo seus companheiros riem de seu tamanho, demorando a reconhecer nele sua coragem, esperteza e sabedoria, porém ele enfrenta o poder de Karabá (a feiticeira- que seca a fonte d'água que abastece a aldeia) e seus guardiões, enquanto seus companheiros, guiados pelo Contador de Histórias, morrem de medo da feiticeira. Este assunto pode ser refletido e analisado em sala de aula com os alunos. Colocando e ressaltamos a importância destes valores na formação do cidadão. Ao final devemos fazer as observações com os alunos destacando as tradições africanas que são relatas no filme.

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Re: Dinâmica Avaliativa - Valendo Nota por Thais Poliana Neto - terça, 21 fevereiro 2012, 20:08

Este filme conta a lenda de um menininho especial, que ajuda sua sociedade a se livrar de uma feiticeira. Nesse caminho ele descobre várias coisas sobre a vida e outras verdades sobre essa tal feiticeira. Além de sofrer com o preconceito das pessoas de sua sociedade, que mesmo sendo ajudada por ele, o discriminava. Este preconceito se mostra em vários aspectos desta sociedade. Esta história se passa em Senegal, na África. Kiriku é um menino que nasceu prematuramente, tão cedo que ninguém acreditou. Antes mesmo de nascer já se mostrou um menino muito inteligente, pois falava dentro da barriga de sua mãe. E após nascer, além de já falar, ele andava, era corajoso, ágil, engenhoso e muito inteligente, porém era pequenino (afinal, acabara de nascer). Ele queria salvar seu povo do domínio da feiticeira Karabá lutando contra ela. E com sua inteligência salvou as crianças todas as vezes que a feiticeira tentou levá-las. Kiriku encontrava a solução para seus problemas, muitas vezes em coisas simples como um espeto quente, que ele usou para furar o bicho que bebia e secava a água da fonte de seu povo, ou o chapéu que ele se escondeu para enganar a feiticeira Karabá, livrando seu tio da ―morte‖; entre outros. E com sua perspicácia lutou para alcançar seus objetivos. As crianças e as pessoas da aldeia discriminavam Kiriku porque ele era diferente e tinha qualidades especiais que outros não tinham, mas que eram vistas como esquisitices. Ele era inteligente, interessado, não tinha medo, encarava todos os problemas, corria atrás de soluções para seus problemas até resolvê-los, fazia o bem, pois queria ver todos do seu povo feliz e lutava para isso. Todas essas coisas, essas diferenças, fizeram com que ele fosse visto algumas vezes como um irresponsável, estranho (principalmente por ser muito pequeno), esquisito e sem os pés no chão. Karabá, a feiticeira, aos olhos de si mesma é de uma rainha, toda poderosa, que deveria fazer os outros sofrerem como ela mesma sofria (com a dor do espinho enfiado em suas costas), por isso fazia com que as mulheres da aldeia lhe dessem todo o ouro que possuíam e todos seus bens. E o medo que o povo da aldeia tinha dela, fez com que eles acreditassem que ela matava os homens que vinham lutar com ela, e que ela secava o poço de água que os abastecia. Ela, por sua vez, não desmentiu e mesmo não sendo verdade ela afirmou a história para que todos tivessem medo dela e fizessem o que ela ordenava, o que a fazia sentir-se mais poderosa e inteligente. Já aos olhos das mulheres da aldeia ela é uma pessoa má, que comeu (matou) seus maridos, é quem tirava todos os seus bens (desde jóias até água, esta última essencial para a sobrevivência delas e de suas famílias) e é quem ameaçava a vida do resto de sua família, pelo menos a dos seus filhos que sobraram. Elas tinham inveja do poder que Karabá possuía. E para os homens da aldeia, Karabá é quem os causava atração, pois todos queriam ir ver a feiticeira. Por outro lado ela é também quem os causava medo, pois o povo achava que a feiticeira comia os homens (que iam atrás dela para lutar e livrar sua aldeia do poder da mesma). A mãe de Kiriku frente a si mesma é uma mulher sofrida que perdeu o marido seus filhos e seus irmãos na guerra de seu povo contra a feiticeira Karabá. Também é a mãe que tem que educar seu filho sozinha, e ajudá-lo a entender o mundo e a vida. Já frente às mulheres da aldeia, a mãe de Kiriku é quem não sabe educar o filho, a cega, que tem um filho esquisito. E frente à Kiriku, seu filho, a mãe é quem o apresenta ao mundo, quem apresenta o mundo e a vida para ele. Ela é sua professora, é quem o ajuda, quem o ama mais que tudo e incondicionalmente, é quem sabe verdadeiramente quem ele é (não só por aparências, mas por dentro, pela pessoa que ele é). Sugestão de aula publicada na Revista Nova Escola: Introdução à cultura africana com o filme "Kirikú e a Feiticeira" Objetivo Ampliar o repertório narrativo ao conhecer contos africanos. Conteúdo Introdução aos contos africanos. Trechos selecionados O filme pode ser exibido para a garotada na íntegra, pois é a aventura de Kirikú em todo o enredo que dá sentido à atividade.

Page 85: GPEC - Apostila - Historia e Cultura Afro Brasileira (Turma 5) (1)

Atividade Na aula seguinte à exibição do filme, comece o trabalho lendo para a turma contos populares africanos, como os que compõem o livro A Gênese Africana: Contos, Mitos e Lendas da África (Leo Frobenius e Douglas C. Fox, 250 págs., Ed. Landy, 45 reais, tel. 11/ 3361-5380). Em seguida, debata com a turma pontos fantásticos da narrativa, como o fato de o garoto nascer falando ou crescer de repente. Explique que a história de Kirukú, assim como as narrativas lidas, fazem parte de outra cultura, diferente da nossa, mas que tem grande influência no Brasil. Fale sobre a vinda dos negros como escravos e sua decorrente influência cultural, como na música e na capoeira. Ressalte também palavras de origem africana na língua portuguesa (clique aqui para encontrar subsídios para isso). Destaque para a sala, ainda, as diferenças entre os contos lidos e os clássicos, com os quais devem estar acostumados. Avaliação Analise as impressões dos alunos sobre os textos lidos e o filme. Avalie em que aspectos a aula permitiu ampliar o universo cultural deles.

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Atividade Avaliativa

Re: Atividade avaliativa-acarajé por Paulo Cesar Vono - quarta, 8 fevereiro 2012, 23:39

Comunidades_Quilombolas.htm 1)O preparo do acarajé requer cuidados especiais. A tradição é passada de mãe para filha e guardada a sete chaves pelas baianas desde o século XIX, quando o bolinho começou a ser vendido pelas ruas de Salvador. Naquela época, as escravas andavam pelas ruas da cidade carregando o tabuleiro de acarajé na cabeça e a esperança de conquistar a liberdade no coração. Cantavam velhas rimas musicais para atrair a freguesia. Foi dessa cantoria que surgiu o nome acarajé: a união das palavras acará, que significa pão, e ajeum, que é o verbo comer na língua africana Iorubá. Se no século da escravidão o negócio rendia dinheiro para pagar a alforria das escravas, hoje ele virou o sustento de milhares de famílias na Bahia. Cerca de cinco mil baianas comercializam o produto em Salvador. A origem do bolinho de feijão fradinho vem do Candomblé, religião trazida pelas escravos africanos para o Brasil. Na religião dos orixás, era servido como oferenda a Iansã, deusa que controla ventos, tempestades, relâmpagos e fogo. A comida era preparada por filhas-de-santo, seguindo um ritual religioso. O acarajé está tão inserido na cultura baiana que foi tombado como patrimônio nacional pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A atividade das baianas também é regulamentada através de decreto pela prefeitura de Salvador, que zela pela higiene na preparação e manuseio das comidas. 2)lenda:tradição de geração á geração; a historia explica/relaciona,lenda dos orixás,uma conquém,sentimentos,exclusoes,conquista de amizades;a historia foi passada de geração á geração,pois a avó passou pra neta e assim por diante; 2)quando cita nomes de orixás,qdo cita os panpos pintados pelas meninas da aldeia; 3)danças de origens africanas(video em anexo): frevo,maracatu,axé,baião,etc.......... 4)quilombolas/anexo;

Re: Atividade avaliativa-danças e origens: por Paulo Cesar Vono - quarta, 8 fevereiro 2012, 23:44

Estilos de Dança

O repertório do grupo Aquarela se centra em torno de auténticas danças folcloricas brasileiras, de fantasia trajes e de música. Exibe as três influências principais na cultura brasileira contemporanea: africana, introduzido pelos escravos do 16° ao 19° século; europeu, introduzido pelos colonizadores portugueses e imigração europeu; e a cultura indígena dos brasileiros nativos.

Page 87: GPEC - Apostila - Historia e Cultura Afro Brasileira (Turma 5) (1)

Xaxado

é uma dança popular do sertão nordestino que reflete o som dos sapatos dos camponeses que batem a terra seca. A tradição do Xaxado conta os tempos e as façanhas dos bandidos que de vez em ves governaram no sertão e defenderam os camponeses oprimidos contre os mestres ricos e poderosos do litoral. Aqueles bandidos incluiram os caráteres históricos de Lampião e Maria Bonita. Curiosamente, os Xaxados mais antigos conta somente com o som das vozes e das coronhas dos fusis que batem a terra para dar o ritmo.

Maculelé

é uma dança que originou nas

plantações do recôncavo durante o período colonial de

Brasil e foi executada pelos escravos para

comemorar uma colheita boa.

Maculelé foi usado também como uma

forma de arte martial no contexto da

defesa e da rebelião dos escravos contre

os seus donos.

Samba de Roda

é um tipo de samba e ritmo que virou mais popular no nordeste do país, particularmente na Bahia. Todos dançam juntos num círculo com muito alegria e brincadeira.

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Afoxé

chegou da África com os escravos e na língua dos Yorubas significa “dança da felicidade”. Este tipo de dança serve como base de muito festas religiosas e animistas em todo o país. É uma mistura intoxicante de movimento, som, e cores, refletindo a sensualidade e o espírito do Brasil como grande mistura étnica e cultural.

Samba Reggae

é uma mistura de vários ritmos incluindo o afoxé, ijexa, e samba duro com influências do caribe. Paul Simon era o primeiro artista principal para introduzir esta música do samba reggae ao mundo quando tocou e fez turné com a baticada Olodum da Bahia.

Axé

é um jeito de música e dança mui popular com originem em Salvador Bahia. A palavra vem de um cumprimento ritual do sentido de boas vibrações, que estava usado nos cultos de Candomblé e Umbanda.

Axé é a dança do carnaval da Bahia e domina todos os aspectos da cultura popular baiana. Seu rico visual é único no mundo por sua mistura da ginga, dos sorrisos, paqueros, relances, rostos, vozes, corpos, e cores do povo baiano.

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Frevo

é a dança e a música típica do carnaval de rua em Recife/Olinda no nordeste do país. Esta dança é muito rítmica com coreografia individual e passos rápidos. As dançarinas vestem roupas coloridas e carregam um pequeno guarda-chuva. Originalmente, esta dança não usou nenhumas letras mas confiou unicamente no som dos instrumentos.

Carmen Miranda

Aquarela honra esta artista brasiliera como um embaixador da música brasileira ao mundo. Carmen Miranda era uma artista mui talentosa cheia de creatividade e inovação. Seu dançar, canções, e atuação, alem das suas roupas, sapatas, e acessórios - incluindo o chapéu em forma duma cesta de frutas tropicais - definiram sua imagem e estilo. Pelo seu papel no musical “as ruas de Paris” ela conquistou o público e os críticos na Broadway e ganhou o apelido da “bomba brasileira”.

Gafieira / Dança de Salão / Samba Pagode

A palavra “Gafieira” vem da palavra frances “gaffe” (gafe) e alude o aos salões e as bares onde a classe operária carioca festejava desde do começo do 20o século. A dança de Gafieira caracteriza um repertoire extraordinário e vasto de estilos cujas raizes urbanas de fim-de-século são pouco conhecidas sabidas pouco entre fãs internacionais. Estes incluem lambada, lundu, hanera, polka, xotis, tango, maxixe, batuque e uma forma rara mas encantadora de samba de gafieira conhecida como “partido alto”. Hoje Gafieira permanesce a música e a dança da classe operária urbana do Rio de Janeiro, sendo mantido vivo e se desenvolvendo numa experiência completamente contemporanea.

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Passistas

(chamados também sambistas) são as dançarinas principais nos desfiles de carnaval do Rio de Janeiro e atuam geralmente na terra na frente da bateria, dançando o passo muito rítmico de “Samba no Pe”.

O Samba no pe é uma combinação de ginga, malandragem, elegância, e graça, e é também um dos estilos mais difíceis do samba.

Samba é o estilo mais famoso da música e dança brasileira. O Samba saiu dos ritmos dos escravos africanos. A palavra "samba" tem origem africana: na língua Quibundo “Samba” significa “ondulação umbilical” (Quibundo foi a lingua dos africanos indígenos trazidos ao país da região que virou a Angola de hoje). Os atuais estilos de samba se desenvolveram por mutação musical e disfusão geográfica. Inicialmente, os escravos africanos celebraram ceremônias segredas baseadas nas suas tradições étnicas e religiosas. O Samba é apenas um entre muitas expressões rítmicas que emergiram nestas épocas: Candomblé, Maracatú, e Capoeira são formas de dança e arte que emergiram durante a mesma era. O Samba é bem conhecido pela sua versatilidade e vitalidade. Embora alguns formulários do Samba permanescessem muito perto aos suas raizes em Afoxé, a maioria dos movimentos mais modernos do Samba envolveram fusões, tais como o samba-reggae ou o samba-funk. Samba de Enredo é o tipo de Samba dominando nos desfiles do carnaval do Rio de Janeiro. Suas letras contam uma história do passado ou presente acompanhado pelo ritmo da batucada. Samba de Enredo se tornou popular nos anos 1920s quando começou a dominar o carnaval do Rio de Janeiro Carnaval, a maior festa do mundo.

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Re: Atividade avaliativa por Ramides Sedilso Pessatti - sexta, 10 fevereiro 2012, 17:23

ATIVIDADE AVALIATIVA

1 - ORIGEM DO ACARAJÉ: A origem do bolinho de feijão fradinho vem do Candomblé, religião trazida pelas escravos africanos para o Brasil. Na religião dos orixás, era servido como oferenda a Iansã, deusa que controla ventos, tempestades, relâmpagos e fogo. A comida era preparada por filhas-de-santo, seguindo um ritual religioso.

A tradição é passada de mãe para filha e guardada a sete chaves pelas baianas desde o século XIX, quando o bolinho começou a ser vendido pelas ruas de Salvador. Naquela época, as escravas andavam pelas ruas da cidade carregando o tabuleiro de acarajé na cabeça e a esperança de conquistar a liberdade no coração. Cantavam velhas rimas musicais para atrair a freguesia. Foi dessa cantoria que surgiu o nome acarajé: a união das palavras acará, que significa pão, e ajeum, que é o verbo comer na língua africana Iorubá. Se no século da escravidão o negócio rendia dinheiro para pagar a alforria das escravas, hoje ele virou o sustento de milhares de famílias na Bahia. Cerca de cinco mil baianas comercializam o produto em Salvador.

2 - Lenda: História cheia de mistério e fantasia que nasceu com o objetivo de explicar acontecimentos que teriam causas não conhecidas. Normalmente, o autor da lenda é desconhecido e ela é passada de geração em geração.

Sim, a história dos antepassados que será contado de geração pra geração, através da história oral.

Com certeza a história correrá de forma oral de geração pra geração.

Em todo momento a história se reporta a cultura afro-brasileira, desde o momnto em que fala da Galinha da Angola.

3 - As danças africanas foram introduzidas no Brasil-colônia pelos escravos, que trouxeram com eles sua música, sua dança, seus instrumentos e um universo cultural riquíssimo. Suas principais características são a sensualidade e o ritmo rico e sincopado, marcado no chão com os pés. Apresenta postura corporal inclinada, ondulações da coluna, movimentos soltos e independentes da cabeça, ombros, braços e, principalmente, do quadril. O ritmo e a movimentação são fortes e vibrantes. Aliando movimento e canto, sua prática desenvolve a expressão corporal, ritmo e coordenação motora, amplia as possibilidades de criação e improviso, além de aliviar tensões, proporcionar liberação de energia e o contato com os diversos aspectos da cultura afro-brasileira. 4 - Existem comunidades quilombolas em pelo menos 24 estados do Brasil: Amazonas, Alagoas, Amapá, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Paraná, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins. Local isolado, formado por escravos negros fugidos... Esta talvez seja a primeira idéia que vem à mente quando se pensa em quilombo. Se pedirem um exemplo, o Quilombo de Palmares, com seu herói Zumbi será certamente a referência mais imediata. Essa noção remete-nos a um passado remoto de nossa História, ligado exclusivamente ao período no qual houve escravidão no País. Quilombo seria, pois, uma forma de se rebelar contra esse sistema, seria onde os negros iriam se esconder e se isolar do restante da população.Consagrada pela ―História oficial‖, essa visão ainda permanece arraigada no senso comum. Por isso o espanto quando se fala sobre comunidades quilombolas presentes e atuantes nos dias de hoje, passados mais de cem anos do fim do sistema escravocrata. 5 - O que diríamos, então, da música dos nossos cancioneiros populares, ou até mesmo da Bossa Nova, gênero musical respeitado hoje no mundo inteiro, cuja matriz mais uma vez remete ao samba, à cultura negra pujante que ainda sobrevive nos morros e nas periferias deste país, dando sobrevivência a muitos grupos musicais dessa tal economia criativa? O que dizer do carnaval, nossa maior festa popular

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exportada para quase todo o mundo, cuja mola propulsora mais uma vez é o samba, ritmo trazido pelos nossos antepassados da África? O que já passou da hora é do Estado e da sociedade brasileira adotarem políticas de valorização, de incentivo à comercialização, à difusão e à estruturalização da cultura brasileira a médio e longo prazo, sobretudo a cultura afro-brasileira. 6 - A atividade mercantilista do tráfico de africanos visava permitir a acumulação do capital na Europa e, também, para a Igreja Católica, que naquela época, justificou com o argumento da ―salvação da alma‖, que pelo batismo, buscou minorizar a força do ato do tráfico. Os portugueses, no comando de Dom Afonso, transformaram, pelas mais diversas e sórdidas práticas, o próprio rei do Congo em uma figura clerical, quase um profeta, conhecedor do evangelho e da política de Portugal. Assim o Congo passou a ser um espelhamento da corte de Lisboa, ascendendo do culto à natureza à cristandade, todo o povo congolês assimilou as práticas de Portugal. No Brasil, utilizando uma técnica irracional de plantio, o português incendiou o Nordeste do Brasil para plantação de cana-de-açúcar, apelando para a coivara, pois precisava de mais terras para plantar, destruiu matas, fez perder a maior parte das madeiras de lei, modificou o clima, o regime dos rios, propiciando as grandes secas atuais e, ainda, eliminou a grande parte da fauna regional. Enquanto o português provocava esse desastre ecológico o negro africano escravizado, no Brasil, era produto e produtor.

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Bibliografia e Webgrafia

WEBGRAFIA

Site http://www.editoracontexto.com.br/produtos.asp?cod=365, acesso em 29/03/2011.

Site http://www.museuafrobrasil.org.br/, acesso em 29/03/2011.

BIBLIOGRAFIA

Caldas, Maria José - O DESPERTAR DA HISTÓRIA EM SALA DE AULA: COMO

FAZER COM QUE OS ALUNOS SE INTERESSEM POR ESSA MATÉRIA.

Heywood, Kinda M. - Diáspora Negra – Introdução.

Lima, Claudia - DIÁSPORA NEGRA PARA O TERRITÓRIO BRASILEIRO.

Santos, Cristiane Batista - ÁFRICA REELABORADAS A PARTIR DA DIÁSPORA NO

SUL BAIANO OITOCENTISTA.

Schleumer, Fabiana - BEXIGAS, CURAS E CALUNDUS: A ESCRAVIDÃO NEGRA

EM SÃO PAULO (SÉCULO XVIII) SOB UMA PERSPECTIVA CULTURAL.

Tanuri, Leonor Maria - História da formação de professores.

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Módulo 4

Presentação e objtivos do módulo

OBJETIVOS

O objetivo do módulo é capacitação levantando o conhecimento sobre os quilombos,

movimentos sociais, tipos de resistências, a música e a arte como representação da

cultura.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

Quilombos, resistência negra, arte africana, música afro-brasileira como representação

da cultura.

METODOLOGIA

A metodologia do curso compreende estudo dirigido, disponibilizando informações

atualizadas, textos, discussões em fóruns, filmes.

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Conteúdo Textual

Crime e Escravidão, Liberdade Por Um Fio,

Rebelião Escrava no Brasil

Ailton Mattos Jr.

Denise Coutinho

Flávio de Miranda S. Machado

Marcos Flávio Nascimento dos Santos

Maria José Caldas

Ronney Fernando Castanha

Sumário

Introdução 02

Múltiplas Faces da Resistência Escrava no Brasil_______________ 05

Revolta do Malês ____________________________________ 08 Dos Quilombos a Abolição ______________________________ 13

Memórias da Escravidão __________________________________ 18

Representações do Trabalho _______________________________ 19

Conclusão _____________________________________________ 23

Bibliografia ____________________________________________ 24

Introdução

O trabalho que para nós foi proposto baseia-se em um recorte de tempo que

vai do final do século XVIII ao final do século XIX. Foram dadas três obras para

trabalharmos cada uma delas com recortes espaciais diferentes, vamos do interior de

São Paulo, Campinas e Taubaté (Crime e Escravidão), passando por Minas Gerais,

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Rio de Janeiro e retornando a São Paulo (Liberdade Por Um Fio), culminando na

Bahia, na revolta de 1835 (Rebelião Escrava no Brasil). Após dialogarmos com as

fontes, tentaremos traçar um paralelo com a produção didática que apresentamos aos

alunos de 6ª série (História e Vida Integrada). Tentaremos levantar a hipótese de que

o que é passado sobre escravidão em sala de aula é bem diferente da resistência

negra que encontramos em obras acadêmicas.

Cada obra apresenta resistência negra de sua maneira, mas culminando na

mesma ideia: de que forma a resistência existiu? Seja quebrando uma ferramenta,

organizando rebeliões, reunindo-se em quilombos e agredindo seus senhores, vemos

a insatisfação que o regime escravista gerava no indivíduo escravizado. Outro ponto

que abordaremos em nosso trabalho são as redes de comunicações que levavam e

traziam informações importantes para o sucesso da resistência.

Diversos dos pré-conceitos trazidos até antes da leitura dessas obras foram

quebrados. Principalmente a escravidão, o quilombo e a abolição foram

desmistificados das ideias secundaristas que trazíamos até então. A ideia que

tínhamos de escravidão mostrava-nos a vinda de milhões de escravos para

trabalharem em lavouras e mineração como meras mercadorias, sem identidade

étnica ou uma ideia de nação. Percebemos agora que a nossa antiga visão estava

condicionada às restrições dos livros didáticos, a escravidão foi muito além do que

simplesmente um comércio de escravos, foi um processo pelo quais negros trazidos

da África formaram uma sociedade, tendo como modelo as estruturas sociais que

viveram além mar. A respeito de quilombo, a ideia que tínhamos era unicamente o

Quilombo de Palmares, sendo que existiram vários quilombos em diversas regiões por

onde se expandiu a escravidão.

Aprendemos com Richard Price que, em todos os lugares do nosso mundo

onde houve plantation, houve formação de quilombos, essa ―nova‖ informação que nos

foi passada desconstruiu a ideia de Palmares como única resistência negra no Novo

Mundo.

“Da mesma forma que a escravidão de

plantation implicava violência e resistência, o

ambiente selvagem das primeiras fazendas e

engenhos do novo mundo fez da fuga e da e da

existência de quilombo uma realidade

onipresente.” (PRICE, 2003. p. 52).

A nossa mentalidade sobre abolição remetia-se a assinatura da princesa

Isabel. O que dava a entender era que tinha ocorrido um presente do branco para com

o negro, onde só os intelectuais participaram deste processo, como se o negro não

fosse um ator importante no processo de sua liberdade, sendo apenas um espectador

passivo que concordava com o sistema em que vivia.

O que se pôde comprovar é que o negro foi agente do processo de sua

―liberdade‖, lutando por ela, se engajando em processo de resistência e em alguns

Page 97: GPEC - Apostila - Historia e Cultura Afro Brasileira (Turma 5) (1)

momentos até mesmo tentando subtrair o poder constituído, e dessa forma

estabelecendo no Novo Mundo, uma nação negra.

“(...) o problema que se coloca é o da integração

da figura do escravo, seus comportamentos sociais,

valores e universo mental articulado à desintegração da

escravidão e o processo emancipacionista. Trata-se de

inscrever a participação escrava no interior do complexo

quadro de desagregação da escravidão, resultante este

último de inúmeras variáveis conjunturais e estruturais.”

(MACHADO, 1987. p. 15-16).

No processo de cotejamento dos dados, nos deparamos com várias situações

atípicas, com problemas e questionamentos fora da nossa concepção escravista,

como por exemplo, o levante do Malês, que era totalmente desconhecido por nós, até

então, com toda sua complexidade, com as questões religiosas, culturais e a

sofisticação com que articulara o processo de revolta.

Outro fato importante, e que será abordado no decorrer deste trabalho, foi o

perceber que, mesmo tão distante um levante do outro, havia uma ligação, mesmo

que em um primeiro momento não perceptível, entre as várias formas de resistir.

O trabalho é levado, quase que naturalmente, a começar tratando a ideia de

crime. Percebe-se que as três obras ‗Liberdade Por Um Fio‘, organizado por João

José Reis e Flávio do Santo Gomes (1996), ‗Crime e Escravidão‘ de Maria Helena P.

T. Machado (1987) e ‗Rebelião Escrava no Brasil‘ de João José Reis (2003) são

fortemente embasados na ideia de crimes, os dois últimos, por exemplo, foram

produzidos utilizando como bases autos criminais; mesmo agora sabendo que quase

todas as ―movimentações‖ negras no período (fim do século XVIII) eram tidas pelas

autoridades como crime. Como base para o nosso trabalho, tomará alguns crimes que

se assemelham nas obras para tentarmos provar o desenrolar dos autos criminais, os

mesmos contextualizam a sociedade escravista da época e suas relações e tensões

com os escravos.

Múltiplas Faces da Resistência Escrava no Brasil

Muitos dos crimes eram resolvidos dentro do próprio território, nem todo crime

era levado ao estado maior, era preferível castigar o escravo na terra a levá-lo para

castigo do poder maior e ser punido por pouco tempo e o senhor acabaria ficando sem

uma mão de obra por muito tempo, acarretando grande prejuízo. Muitos desses crimes

eram cometidos devido à vontade de se libertar e de se proteger. Quando esses

crimes eram levados até o estado maior, a pena que era imposta era a pena de galés,

em outros crimes as punições mais comuns eram as que eram feitas com ferros e

açoites.

Page 98: GPEC - Apostila - Historia e Cultura Afro Brasileira (Turma 5) (1)

Em muitas dessas denúncias ocorria certo castigo para ambas as partes, tanto

para o senhor que levava seu escravo quanto para o próprio escravo que denunciasse

seu senhor por alguma agressão por ele praticada. Os senhores temiam, todavia,

todos os escravos domiciliares que fossem maldosos e estivessem presentes em sua

casa devido a muitos contatos pessoais que aconteciam, eles tinham medo de algum

envenenamento ou qualquer outra espécie de violência. Aconteciam muitas

resistências e elas eram baseadas nas honras pessoais, o individuo é usado para

brigar como os próprios escravos.

Crimes de furto eram cometidos por muitos escravos, com intenção de ficar

com os bens do seu senhor, o principal alvo de consequência desses crimes eram as

escravas que tinham contato direto com os senhores por trabalharem em sua casa,

com o lucro desses roubos os escravos investiam em objetos para um culto.

“Fato demonstrativo de que os bens apropriados

vinham a preencher muito mais um universo simbólico do

que prover recompensas econômicas. É notável também

que em alguns casos escravos e libertos tenham

destinado parte da quantia furtada para a aquisição de

velas e objetos litúrgicos, ou para mandar rezar missas”.

A própria sociedade é controladora da vida dos escravos. Para que não

aconteça nenhum tipo de desordem ocasionada por furtos e outros tipos de crimes, o

pensamento da sociedade vem com interesses de proteger e manter a ordem de si

própria. Como exemplo, podemos citar o processo criminal que descreve a história de

dois escravos, João e Antonio, que foram indiciados pelo crime de roubo. Isso

aconteceu, porque, simplesmente, estavam fazendo compra em uma venda. Ao

desenrolar do processo, Antonio foi ―liberto‖ das acusações, pois sempre recebia

pequenas quantias em dinheiro do seu senhor.

Um dos castigos citados no livro ‗Rebelião Escrava no Brasil‘ nos leva a ter

contato com um fato vivido por um escravo que é enviado de Salvador para o engenho

Page 99: GPEC - Apostila - Historia e Cultura Afro Brasileira (Turma 5) (1)

do seu senhor no recôncavo baiano de Santo Amaro, como punição por ter furtado o

seu senhor em sua própria casa.

“De fato, meses antes da rebelião, Ahuna fora

enviado para lá algemado, acusado pelo dono de algum

pequeno criem doméstico, cuja natureza

desconhecemos.” ( Reis, José João, 2003).

Nesse contexto, podemos ter como segmento dos crimes as questões dos

quilombolas que em várias regiões do Brasil cometiam diversos roubos e sequestros

de escravos para se integrar ao grupo, não existem dúvidas de que esse grupo

ameaçava a estabilidade da escravidão. Tendo esse contexto de crime seguido de

certas revoltas, nos permite dizer como citado no livro ―Liberdade Por Um Fio‖ que

―onde houve escravidão, houve resistência‖, e incrementando, onde houve crimes,

tivemos conflitos com seus senhores.

Dentro do território de convívio dos próprios escravos, existiam escravos que

tinham certas obrigações de um ritmo de trabalho intenso, que poderia aumentar de

acordo com o aumento da produção, automaticamente com o aumento dessa

produção que era cercado de grande rigidez e abusos por parte dos senhores,

obviamente resultaria em grandes tensões; devido a essas explorações constantes, os

escravos reagiam com grande oposição aos senhores. Nesse contexto, era necessária

uma manutenção do sistema escravista para que o mesmo tivesse continuidade.

Homicídios e lesões corporais relatados, nos quais aparecem como vítimas

homens livres, violência na qual teve como estimulo a ação deste mesmo homem livre

que quis substituir a autoridade senhorial, controlando os escravos que ali estavam, no

momento da captura, da prisão e do mau trato, obviamente sofriam o revide dos

cativos, que entendiam que aquele homem livre não detinha nenhuma autoridade

senhorial. No intuito de receber uma quantia na captura de escravos, eram

constantemente vítimas de agressões.

Também existiram conflitos entre escravos e homens livres pobres, o que dá a

ideia de uma intensa relação entre eles, tornando os conflitos inevitáveis. Vários

destes conflitos ocorriam de forma que se pode chamar de crime por honra pessoal,

Page 100: GPEC - Apostila - Historia e Cultura Afro Brasileira (Turma 5) (1)

onde uma parte tentava afirmar-se tanto pessoalmente quanto socialmente, isso

suscitava a ideia de coragem, destreza e destemor, o livro ―Crime e Escravidão‖

chama estas condutas de ―Código do Sertão‖.

Na convivência mútua, tanto na senzala como na vida comum escrava, os

escravos necessitavam de laços de cooperação, que ajudariam na sua própria

sobrevivência, isso não significa que não existiam crimes entre escravos, esses crimes

existiam sim para uma aquisição de poder dentro do próprio grupo de convívio deles.

A conclusão da análise dos autos criminais onde foram encontrados esses crimes

indica que existia sobre os escravos um forte código de convivência, isso era

necessário devido à realidade de extrema pobreza e carência material. Outro fato que

levava a grande quantidade de crimes eram as disputas afetivas, isto justificado pela

quantidade reduzida de mulheres em relação ao número excessivo de homens.

Revolta do Malês ―Nosso Senhor! Resgatai-nos desta cidade, Cujo povo é opressor; E mandai-nos alguém que nos protegerá: E mandai-nos alguém que nos ajudará!” Alcorão 4:75 Conforme o trabalho se desenvolvia, fez-se necessário falar com grande

especificação do levante do Malês. Por ser um assunto com uma vasta bibliografia e

de extrema importância para as revoltas escravas do século XIX, mesmo sabendo

que não foram apenas escravos que dela participaram.

Como já foi citado no trabalho, esta revolta ou levante não era por nós

conhecida até este momento, e ao dela tomar-mos conhecimento ficamos

deslumbrados com suas especificidades, tanto em organização como em motivação

religiosa. Jamais havia passado por nossa cabeça que os africanos de confissão

religiosa islâmica tivessem tão bem articulados como demonstrado pela historiografia.

Não tínhamos ideia de como a Bahia deste período era rica em diversidade cultural e

étnica, sabia-mos que tinham escravos de várias etnias, mas com nossa visão

secundarista, não entendíamos como se dava esta divisão no Brasil e se em terras

tupiniquins havia união entre estes filhos das mesmas regiões africanas. Agora

começa descortinar para nós a realidade do que aqui acontecia.

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Tanto na obra ―Rebelião Escrava no Brasil‖ (REIS, 2003), como em um artigo

da obra ―Liberdade Por Um Fio‖ (org. REIS, GOMES, 1996) escrito por Schwartz

(p.373), nos são apresentados o contexto histórico do levantes do Malês, e no caso

do último, conspiração de escravos Haussás na Bahia em 1814. Os acontecimentos

de ambos são semelhantes por serem insurreições que têm como principais os

negros islamizados que vieram como escravos para a Bahia.

Em sua terra natal, tanto Haussás como Iorubas sofreram processos de

assimilação da cultura muçulmana e ambos os povos se viram próximos a territórios

que estavam envolvidos em um Jihad Fulane, esta havia sido declarada por Dan

Fodio contra o regime do Sarki Yunfa.

“Em 1808, Dan Fodio transferiu seus acólitos para

um local protegido, Gudu, definindo essa migração como

uma hégira, e ali declarou uma Jihad contra o regime do

Sarki Yunfa” (REIS,2003 p.160).

Após este período, várias cidades-estados Iorubas foram islamizadas, estes

conflitos geraram um enorme número de prisioneiros, que eram levados até a costa e

vendidos como escravos, estes por sua vez acabaram vendidos para o mercado

escravista brasileiro, mais precisamente baiano.

Não temos aqui a pretensão de dar conta de todo o processo que ocorria na

África neste período e pedimos perdão se as poucas palavras descritas acima

banalizam a complexa história deste continente tão importante em nossa formação

como nação. Mas a nossa vontade é apenas mostrar que estes povos, Iorubás e

Haussás, eram povos que entendiam e vivenciavam a guerra em suas terras natais, e

provar assim que a grande maioria dos escravos destas nações que aqui chegavam

eram guerreiros.

É importante ressaltar o que o José Reis gosta muito de frisar em sua obra,

que estes elementos acima descritos não são base para afirmar que o levante de

1835 era uma Jihad, o levante, mesmo sendo feito por muçulmanos, não tinha apenas

muçulmanos, tinha também escravos pagãos e cristãos, outro ponto por Reis

levantado é que o levante brasileiro foi feito basicamente por iorubas e estes:

“(...) não possuíam uma tradição própria em

Jihad.( ...)”(REIS,2003. p.274)

Há momentos que temos de nos policiar para não tropeçar-mos nos

argumentos. Por ser muita informação, a tendência é querer expor tudo de uma só

vez, tentaremos não cometer este erro, porém se não tivermos êxito, mais uma vez

pedimos desculpas.

Retornando ao raciocínio. Os levantes foram feito por negros libertos e

escravos que por eles foram convocados para o levante. Estes negros eram em sua

Page 102: GPEC - Apostila - Historia e Cultura Afro Brasileira (Turma 5) (1)

maioria Iorubas e Haussás islamizados que em ―terra de branco‖ ensinava o alcorão

para outros de sua ―família‖, neste caso o mesmo que nação. Ele se reuniam em

casas alugadas ou na casas dos próprios líderes, para ali estudarem e aprenderem a

cultura islâmica.

Os Alufás (mestres Malês na tradição Ioruba) convidavam alguns para

estudarem o alcorão e a escrita árabe, com isto os neófitos tinham contato com as

bases de liberdade pregada pelo ―profeta‖, e aprendiam a citar partes do livro

sagrado. Quando da revolta, muitos carregavam amuletos que traziam escrito partes

do alcorão em árabe, segundo Reis, eles criam que estes amuletos protegiam suas

vidas quando em batalha. Temos mitos destes patoás que resistiram ao levante e

foram usados como provas nos processos que seguiram o levante.

O levante propriamente dito teve seu início na madrugada do dia 25 de Janeiro

de 1835, ainda na noite do dia 24 os negros se juntaram para planejar o que ocorreria

naquela madrugada, pelos depoimentos descritos no livro ―Rebelião Escrava no

Brasil‖, o levante já vinha sendo planejado com muita antecedência, o dia foi

escolhido por que os escravos sabiam que naquela data todos estariam em festa no

bairro de Bonfim, era dia de Nossa Senhora da Guia, um bom dia para rebelar-se, a

cidade estaria vazia e tomar o poder seria mais fácil.

Como dito antes, os lideres da revolta eram todos muçulmanos, alfabetizados

no árabe e alufás, como tal tinham muita influência entre a comunidade Malê, em sua

maioria homens, pois as mulheres eram menos praticantes dos ritos. Destes homens,

destacam-se sete: Ahuna, Pacífico Licutan, Luís Sanin, Manuel Calafate, Elesbão do

Carmo (Dandará), Nicobé (Sule) e Dassalú. Estes sete homens eram os alufás mais

importantes na revolta, é tanto que será na casa de Manuel Calafate que começará a

movimentação na noite do dia 24 e começo da madrugada do dia 25.

O plano já havia sido combinado com vários libertos e escravos, tanto da

capital Salvador como do Recôncavo Baiano, em principal as cidade de Santo Amaro.

A ideia inicial era começar em Salvador e ir caminhando em direção do Recôncavo,

rumo aos engenhos de lá e no percurso ir ganhando simpatizantes ou forçando outros

escravos africanos a participar, mesmo que a força, do levante. No pensamento dos

líderes, na manhã do dia 25 os reforços do Recôncavo chegavam e a vitória era certa.

O grande problema que os líderes da revolta não sabiam é que as autoridades

já haviam sido informadas do levante. Uma negra liberta por nome Guilhermina, ao

tomar conhecimento por intermédio de seu cônjuge das movimentações por parte dos

negros nagôs e saber por intermédio de outra mulher de que muitos participariam,

correu para avisar seu antigo senhor;

―Também ouviu algo sobre a chegada de gente

de Santo Amaro para participar da luta. Mais tarde ela

informou que 'depois de combinar com seu camarada foi

também avisar ao seu patrono Souza Velho'. Era uma

prova de lealdade ao ex-senhor ou 'patrono', Firmino

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Joaquim de Souza Velho. Lealdade que provavelmente

lhe favorecera a própria liberdade.” (REIS, 2003. p.12).

Com as autoridades avisadas, os revoltosos foram pegos de surpresa, por

volta da 1 hora da madrugado do dia 25 eles esperavam o momento para começar o

levante mas foram pegos de surpresa pelo juiz de paz do 2º distrito da Sé, um tenente

e dois soldados. Quando se viram acuados, os quase cinquenta ou sessenta homens

seguiram gritando. Mas para os líderes da revolta esta antecipação dos

acontecimentos foi ruim, os negros não estavam preparados para aquele momento e

os reforços do Recôncavo não chegariam a tempo.

A casa que eles estavam localizava-se na sobreloja da casa nº2, da ladeira da

igreja da Nossa Senhora de Guadalupe. Os negros se dividiram em várias frentes,

uns subiram a ladeira e outros correram em sentidos opostos. A ideia era encontrar-se

no quartel da cavalaria. Alguns saíram batendo de porta em porta chamando e

forçando os negros a participarem do conflito. Porém, na frente do quartel, foi o lugar

onde se deu o maior número de baixas para os negros, muitos tombaram e outros

fugiram no sentido Recôncavo. O sonho da liberdade era mais uma vez adiado.

O que nos chama mais a atenção nesta revolta é a vontade da tomada do

poder, e não apenas resistir ou tentar reproduzir parte da África em um lugar isolado.

Eles queriam Salvador e suas riquezas. Outra coisa que nos chama a atenção é a

ausência de crioulos e mulatos no levante, a revolta era de negros, e os afro-baianos

não participariam. Os negros tinham o Brasil como terra de branco, e esta terra não

era o que eles queriam, havia um desejo de voltar à África e vemos quanto os Nagôs

tinham a coragem e a força para tentar alcançar tal feito.

Outra informação que para nós foi valiosíssima é a de que na Bahia de1835 o

número de Nagôs era relativamente pequeno comparado com outras etnias, mas no

levante a proporção de Nagôs é altíssima.

“Eles figuram como 31,1% dos africanos escravos

e 24,2% dos africanos que obtiveram alforria em

Salvador (excluímos deste cálculo os nascidos no Brasil),

mas formavam 83% dos africanos escravos e 53,6% dos

libertos (excluindo os cinco afro-baianos presos) que

enfrentaram a justiça dos senhores. (...), 72,6% de todos

réus, enquanto representam apenas 29,6% de todos os

africanos de Salvador, uma grande distância de 43

pontos percentuais.” (REIS, 2003. p.332).

As noticias do levantes do Malês rodaram o mundo na época, demonstrando a

força negra em terras longínquas, mostrando tanto para o negro daquele tempo,

quanto para nós, seus descendentes de hoje, que a resistência é possível mesmo que

em um primeiro momento vá gerar perdas.

Page 104: GPEC - Apostila - Historia e Cultura Afro Brasileira (Turma 5) (1)

Alguns de nosso grupo, que já estão lecionando e conversaram com seus alunos

sobre o levante do Malês, constataram que alunos desconheciam o tema. Nossa

proposta é apresentar para estas crianças esta parte da nossa história que lhes foi

negada a conhecer.

Dentro de muitas revoltas que aconteciam, já existiam objetivos claros por

parte dos escravos, reconhecidos pela vontade de obter certas autonomias na senzala

ou até mesmo para reivindicar melhores condições de sobrevivência, e é nítido que se

estas solicitações não tivessem sido atendidas, surgiriam e gerariam tensões, como

ditas anteriormente, e em seguida estas tensões ocasionavam revoltas e fugas,

tornando o negro um criminoso foragido, lembrando que existiam fugas com intenção

escravista de criar um lugar com ideal de recuperar sua etnia, que pouco estava sendo

praticada.

Dos Quilombos a Abolição

O tráfico de escravos da África para o Novo Mundo foi uma grande empreitada,

tanto do ponto de vista comercial quanto do ponto de vista cultural. O Brasil teve papel

extremamente participativo neste processo, calculado em 40% desta participação e

por mais de três séculos a escravidão fez parte da sociedade. Hoje, a ideia de grande

parte da população brasileira sobre resistência dentro do processo de escravidão

negra, é que houve sim, mas com restrições a certos grupos. A ideia comprovada é de

―onde houve escravidão, houve resistência‖, esta gerada de formas diversas: seja

quebrando ferramentas, fazendo ―corpo mole‖, agredindo senhores e feitores e até

incendiando plantações; dessa forma o escravo negro manifestava sua revolta e

insatisfação contra o sistema escravista colonial. Isso quebra a ideia de que o negro

em geral era acomodado e inconformado com a sua real situação.

O negro que fugia não necessariamente formava grupos de escravos foragidos,

o mesmo poderia se diluir no anonimato, geralmente em cidades onde não era

incomum a circulação de homens negros livres.

A questão do quilombo tratada de forma especial no livro ‗Liberdade Por Um

Fio‘, desenha Palmares com uma visão arqueológica, tratando de detalhes da divisão

territorial, conseguindo descrever onde e como viviam, como se defendiam e como

atacavam. Esse que foi o mais importante quilombo das Américas e que até hoje

desperta curiosidade em muitas partes do mundo. Não há dúvidas que questões

ligadas a temas diversos, relacionadas ao contexto dos quilombos, trazem

questionamentos e a necessidade de desvendá-los: as condições que facilitavam

fugas, como os quilombos eram constituídos, a geografia que facilitava a instalação e

ao mesmo tempo a defesa do território e suas táticas especificas, a economia, as

estruturas de poder, as relações com o mundo exterior a eles, a religiosidade e as

culturas que foram mantidas e as que foram agregadas. Tudo isso e muito mais é alvo

de estudo de diversos historiadores. Não se pode deixar de lado a reflexão que os

Page 105: GPEC - Apostila - Historia e Cultura Afro Brasileira (Turma 5) (1)

conflitos gerados entre escravos fugidos e as autoridades coloniais fazem parte de um

capítulo da história militar do Brasil.

As reflexões das forças militares contribuíram para o combate de fugitivos, é

importante ressaltar a presença da Igreja e outras instituições no desejo de dominação

do negro.

“No Brasil, Deus estava contra Palmares. O

poderoso Deus católico... Jesuítas defendiam e até

praticavam a escravidão, ressaltando que era necessário

reformá-la para não haver revoltas da grandeza de

Palmares” (Reis, 1996, 15).

Como em todo confronto e toda guerra, a imagem divina tornava-se ambígua,

com os dois lados dizendo-se protegidos, amparados por Deus. Pode-se notar esse

pensamento nas relações de Santo Antônio com os escravos, da mesma forma que os

caçava ele também os protegia.

O quilombo, que no conceito colonial começava pela reunião de cinco ou mais

escravos fugidos, foi, pelo escritor Carlos Magno Guimarães, entendido como ―uma

contradição estrutural da realidade escravista‖. Os quilombolas, assim chamados os

integrantes de um quilombo, que não incomum possuíam brancos e comumente

indígenas, praticavam o sequestro de escravos, roubo, agricultura, caça, coleta e

mineração. Isso tudo dependendo da área que estavam estabelecidos e também da

época. Mas o maior perigo para a sociedade escravista em relação aos inúmeros

quilombos espalhados pelo país, era de serem grupos politicamente estruturados que

contavam com líderes consagrados e mantinham importantes contatos com diversos

setores sociais.

As autoridades coloniais detinham em seu controle um importante ator no

combate aos quilombolas, os próprios negros, estes livres e libertos intitulados

―milicianos‖ ou ―capitães-do-mato‖. O motivo desta atitude deve-se ao fato de que

eram ou tornava-se a ser negros donos de outros negros (negro-forro). Mas em contra

partida, os fugitivos tinham o apoio de outros setores da população, que os

informavam sobre o avanço dos ataques.

Palmares e todos os demais quilombos próximos, ao fim da escravidão, fazem

parte da história das resistências e anseios de liberdade de homens que ousaram

confrontar os ideais escravistas.

Devido ao uso habitual da escravidão na Europa no final da Idade Média e no

começo do período Moderno, não havia empecilho algum, do ponto de vista moral, em

fazer o mesmo aqui, no Novo Mundo. Considera-se o negro africano e mesmo o índio

como coisa e não como ser humano, arrastou-se desde o direito romano até então,

tirando de ambos quaisquer direito a condição humana. Os quilombos tornaram-se

comuns, havendo ali o mais efetivo meio de se opor à escravidão e a essa negação

dos europeus em considerá-los como gente, dignas de direitos e não só de deveres.

Page 106: GPEC - Apostila - Historia e Cultura Afro Brasileira (Turma 5) (1)

Palmares, datado do século XVII, tinha em sua maioria habitantes de origem

africana, de regiões onde hoje são os atuais países africanos Angola e Zaire. Nos

anos de 1640, os holandeses que haviam invadido Pernambuco consideravam

Palmares ―um sério perigo‖. Ao analisar a estrutura física de Palmares, constatou-se

que ali os fugitivos viviam da mesma forma que em Angola, porém índios, europeus e

africanos, mesmo com a predominância desse último, interagiam ali, estabelecendo

uma sociedade multiétnica. O assentamento de Palmares, com ruas, casas, muros,

entre outros, mostra a diferença do que fora encontrado na África. Está ai uma forma

de analisar como eles forjavam uma nova cultura no Brasil, que por longos anos se

bem sucedeu e desafiou a sociedade escravista.

Entre tantas designações que se possa dar, até mesmo com termos poéticos

como ―Terra de Heróis‖, esse quilombo foi a maior resistência no Novo Mundo, a forma

de escravidão de plantation prova de que o negro, no geral, não se acomodou, mas

resistiu. Grande parte do que se soube sobre Palmares vem de escritos que se

opuseram a ele, ou seja, os militares e ou autoridades dispostas a aniquilar tal afronta.

Partindo da ideia de que os militares analisaram as defesas de Palmares, conseguem-

se informações para se ter uma ideia de como eram suas fortificações, seus

armamentos e suas táticas de guerrilha.

A descoberta em Macaco de uma capela e escritos levaram estudiosos a

concluir que a religião ali praticada era semelhante à religião católica, isso é explicado

por talvez haver nos povos bantos uma certa pobreza mística, mas é claro que os

mesmos possuíam seus rituais religiosos habituais e os de guerra.

Perante muitos quilombos tivemos inúmeros líderes, mas um dos que mais se

destacou por ter sido líder de um dos maiores quilombos foi Zumbi, sobrinho do Rei

Ganga Zumba, hoje conhecido como Zumbi dos Palmares, atuou pela primeira vez

com grande destreza destacando-se na batalha que ocorreu na expedição organizada

por Manuel Lopez em 1675.

“Segundo Eduardo Bueno, Zumbi, cujo nome quer

dizer “deus da guerra”, era sobrinho-neto da princesa

Alquetune. Envenenou seu tio Ganga Zumba, “rei” de

Palmares, e tomou o poder. Zumbi era casado com uma

branca. Zumbi preferiu o suicídio à rendição: jogou-se

dum penhasco para não ser capturado pelos que atacam

seu quilombo. Zumbi era homossexual. Todas as

afirmativas acima estão erradas ou são improváveis.

Pouco se sabe sobre o guerreiro dos Palmares.

Documentos comprovam que, de 1676 a 1695, de fato

existiu um “general” negro de nome Zumbi. Ele era baixo,

coxo e valente: “negro de singular valor, grande ânimo de

constância rara; aos nossos serve de embaraço, aos

seus de exemplo”, disse um cronista. Contrário a paz

Page 107: GPEC - Apostila - Historia e Cultura Afro Brasileira (Turma 5) (1)

firmada por Ganga Zumba, Zumbi liderou a resistência

final de Palmares. Delatado, foi morto em 20 de

novembro de 1695. Sua cabeça foi exposta na praça

central do Recife até se decompor”.

Conforme citado no livro ―Liberdade Por Um Fio‖, Zumbi conseguiu fugir desse

conflito e após algum tempo foi capturado e morto no dia 20 de novembro de 1695,

quando hoje se comemora o dia da Consciência Negra.

Nesse contexto, a importância de Palmares para os dias atuais, refere-se a

―negritude‖, isso levanta paixões, sonhos e imaginários e a refletirmos sobre essa

importância, inevitavelmente somos obrigados a relacionar Palmares com as relações

raciais dos dias atuais no Brasil. Termos como ―Terra de Heróis‖ e ―Solo Sagrado‖ são

termos carregados de paixões e emoções deste que foi um dos territórios mais

importantes das Américas e que ousou lutar pela liberdade, tantas vezes almejada e

até hoje questionada.

A importância de Palmares foi tão grande e intensa que propiciou mudanças na

legislação escravista para repressão de quilombos e fugitivos, pois o maior temor entre

a sociedade escravista colonial era do aparecimento de outros inúmeros Palmares.

Não se pode ter a ideia de que não houve outros grandes quilombos, podemos citar

como exemplo a existência de grandes quilombos em Minas Gerais e no Mato Grosso

durante o século XVIII. Para se ter uma noção da participação dos quilombos de Minas

Gerais e sua tamanha importância para formação da reação contra a escravidão, entre

1710 e 1798 foram descobertos e destruídos cerca de 160 quilombos na área dessa

capitania. Isso já nos dá a ideia de que é necessário recuperar as teses de escravidão

suave, de harmonia entre senhores e escravos que muitos autores teriam levantado.

O conceito de que o quilombo teria gerado apenas prejuízo econômico não é

verdadeiro. O quilombo trouxe danos ao sistema escravista como um todo. Gerado

principalmente por negros fugidos, ele trazia um questionamento da real estrutura do

sistema escravista e sua eficácia, isso nos permite dizer que os escravos foram

participantes árduos na queda da escravidão.

Devido ao grande processo de crescimento das revoltas de escravos, teve

início a disseminação de que poderia acontecer uma revolução social extremamente

perigosa e ameaçadora à sociedade elitista, o que era muito pior que a liberdade dos

escravos. A partir disso, começa-se a adotar várias questões sobre a participação do

negro no processo de dissolução do sistema escravista colonial e o processo

emancipacionista. Diversos fatores podem ser apontados como sintetizadores deste

assunto. As disputas político-partidárias e a política imigracionista serviram como

incentivo à transição do trabalho escravo para o trabalho livre, além disso, temos a

forte pressão dos grupos de opinião que cada vez mais mostravam indícios de abusos

sofridos no interior das senzalas.

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Memórias da Escravidão

Em 1986, um grupo de pesquisadores coordenados pelas professoras Maria de

Lordes M. Jannotti e Suely Robles R. de Queiros, começou a registrar depoimentos

orais de integrantes de famílias negras do estado de São Paulo. Formou-se assim um

acervo documental composto hoje por 150 fitas, acompanhadas de transcrições,

fichas, fotografias, relatórios de viagens... Foram ouvidas 110 pessoas, de 45 famílias,

representando em geral, em cada caso, três gerações adultas consecutivas.

“O 13 de maio não significou o desaparecimento

de hábitos associados à escravidão. Por isso, em nosso

país, quanto mais o negro e o mulato se identifiquem com

os ideais do cidadão e encarnem os direitos

fundamentais da pessoa, tanto mais serão

incompreendidos e depreciados. Submissão e

conformismo são o que deles se espera. Mas as novas

gerações esboçam reação.” Suely Robles Reis de

Queiros.

“Da escravidão nem eu me lembro. Os únicos

cativos aqui da minha gente foram minha avó e meu avô.

Não gosto nem que fale, porque me dói o coração. Minha

mãe não contava isso, não falava no assunto. Eu fui

cativeiro na televisão. Não gosto de ver. Me dá aquele

nervo de saber o sofrimento que todos ali passaram. Não

quero saber. Não gosto de falar”. (D. Maria Francisca

Page 109: GPEC - Apostila - Historia e Cultura Afro Brasileira (Turma 5) (1)

Bueno, 106 anos, moradora de Rio Claro). (Memórias da

Escravidão, Revista Ciência Hoje, suplemento vol. 8 nº48

- p.36).

Representações do Trabalho

A geração de escravos libertos não chegou a competir de forma efetiva no

mercado de trabalho. Mas os depoimentos mostram que, no decorrer de três

gerações, mudam-se muito as avaliações sobre a posição social do negro. A reflexão

sobre o preconceito e da discriminação continua polêmica, mesmo entre os

descendentes diretos daqueles que foram escravizados.

Vários destes entrevistados na reportagem de Tânia R. de Luca iniciaram

algum tipo de atividade produtiva entre sete e doze anos de idade.

“Trabalhei, quando moleque, dos sete anos em

diante: era engraxate, carregador de lenha, de sacos de

carvão. Trabalhei de empregadinho no Carlos Campos, e

ali perto tinha a Cadeia Pública. Eu ia comprar cigarros

para os presos na praça, o único moleque que podia

entrar lá era eu. Quando fiz 14 anos, voltei para

Votorantin e comecei a trabalhar na fábrica, no setor de

estamparia”. (Joel Marciano, da segunda geração pós-

Abolição, de Sorocaba)

“Eu era pequena, mas gostava de trabalhar (...)

Sai de Sorocaba e fui para Votorantin arranjar serviço (...)

Eu não alcançava nem a máquina naquele tempo! No

canto da repartição eles puseram um balde de pôr lixo e

eu tinha que varrer a seção, duas varridas por dia.

Quando não tinha o que fazer, eu ia ver o que os outros

estavam fazendo, para aprender. De modo que eu cresci

lá, naquela fábrica”. (Maria Mathias, da primeira geração

pós-abolição)

“Minha vida foi primeiramente a roça, lavoura,

serviço de enxada. Depois, em continuação, entrei no

serviço de carvão; trabalhei no carvão durante 21 anos

da minha vida. Depois que saí do carvão entrei no serviço

do machado, derrubava madeira. Terminou a madeira me

arrumaram para entrar no clube. Fui empregado do clube

por oito anos. Minha vida é essa”. (João Gonçalves,

primeira geração, morador de Cruzeiro).

Page 110: GPEC - Apostila - Historia e Cultura Afro Brasileira (Turma 5) (1)

Questionado sobre sua infância, o depoente respondeu laconicamente: ―Está

tudo esquecido.‖ A imagem que faz de si mesmo se esgota nas funções que

desempenhou ao longo da vida. Maria do Carmo, esposa do Sr. João, também da

primeira geração pós-abolição, descreve a vida da família durante os vinte e um anos

em que o marido trabalhou no carvão:

―Nós estávamos sempre nos matos. Naqueles

desertos, naquelas serras, lugar de onça, lugar de cobra,

de bicho bravo. Tinha que derrubar as árvores, queimar,

fazer lenha. Aí cortava aqueles paus para fazer casinha,

fazia casinha de dois cômodos, um quarto e uma

cozinha. Arrumava pedra, barro, fazia um fogãozinho,

cortava pau, fincava quatro esteios no chão, fazia uma

espécie de tarimba de pau para poder dormir - porque

nós mudávamos muito e não tínhamos condições de ter

móveis. Quando saia dali, ia pra outro mato, tornava a

fazer a mesma coisa, sempre trabalhando. Sei dizer que,

durante 21 anos que ele trabalhou no carvão, nós

fizemos quase 200 mudanças. As vezes eu pedia: ai

meu Deus do céu, dá força pra nós, saúde pra nós

vivermos e um meio da gente ter uma condição melhor

pra ele largar esse serviço! Tinha dia que ele levantava

duas horas da manhã pra ir tirar carvão”.

Essa vida solitária, longe de tudo e de todos, que raramente propicia a

participação em espaços públicos ou a convivência com grupos sociais mais amplos,

só permite relações humanas mais intensas no âmbito familiar. Os deslocamentos

constantes não significavam nesse caso ampliação de perspectivas, mas

subordinação a fatores naturais adversos. O trabalho é esforço muscular, sujeição a

necessidades primeiras, puro sofrimento que garante apenas a sobrevivência.

(Representações do Trabalho, Revista Ciência Hoje, suplemento vol. 8 nº48 - p.41)

“Minha avó foi escrava. Minha mãe disse que um

dia viu a mãe dela ir para o tronco. Ela era criança e

começou a chorar, porque viu quando pegaram minha

avó para pôr no tronco. Aí ela pediu socorro para um

homem chamado Antônio e dizia: “Acuda! Estão matando

a minha mãe!” E esse homem disse: “Não estão

matando, não. Não chore.” Minha mãe sempre contava

essa história. Ela dizia que os escravos tinham que fazer

tudo e sempre apanhavam. Minha mãe sempre contava

isso.

Page 111: GPEC - Apostila - Historia e Cultura Afro Brasileira (Turma 5) (1)

A Abolição foi uma coisa boa, porque naquele

tempo os pretos eram mandados, não tinham liberdade,

não podiam sair. „Mainha‟ contava muitos casos. Ficavam

presos nas senzalas, diz que era tudo junto, diz que

comia no cocho tudo junto. “Eu acho que agora é

melhor”. (Dona Hermelinda, de Piracicaba, representante

da primeira geração pós-abolição).

À medida que se avança na compreensão dos testemunhos comprova-se que

há memórias individuais e memórias coletivas. O indivíduo participa desses dois tipos

de memórias (...) Conforme ele participa de uma ou de outra, ele adotará duas atitudes

muito diferentes e ao mesmo tempo contraditórias (...) De um lado e no quadro de sua

personalidade, ou de sua vida pessoal, que as recordações tomam sentido,

relacionam-se com outras recordações e delas se diferenciam.

“Meu avô falava que o avô dele veio do Congo, da

África. As vezes ele mistura as histórias. São histórias

que se a gente for ver, tem que ir juntando, pedaço por

pedaço, para a gente inteirar uma história”. (Ediana

Arruda, pós-abolição, da terceira geração)

No decênio após a Abolição, o negro não desempenhou papel relevante na

constituição do mercado de trabalho livre. Os indivíduos (pertencentes às famílias

entrevistadas) ocupavam os cargos mais subalternos de uma sociedade estruturada

em classes.

Conclusão

Contextualizamos em uma pequena dissertação todo o conjunto dessa obra,

sempre procurando mostrar os objetivos apresentados, esse trabalho tem como

objetivo restaurar todos os pensamentos e colocações estabelecidas nas três obras

por muitas vezes citadas acima. Sem mais ressaltar, dentro do temas selecionados

pelo grupo, temos:

Os crimes omitidos pelos senhores com pensamentos apenas econômicos,

esquecendo o conceito de que os escravos também eram seres-humanos e não mão

de obra movida à violência. Esse ponto de omissão tem a visão de que o senhor é

literalmente dono da ―vida‖ do seu escravo, ao mesmo tempo em que ocorriam esses

fatos, os senhores também tinham receio de serem traídos, consequentemente

roubados ou até mesmo mortos. Devido a muitas punições que ocorriam aos escravos

que cometiam crimes, foi gerado um clima de tensão entre as duas partes,

principalmente por parte dos escravos, isso inevitavelmente gerou a necessidade de

uma possível manutenção do sistema escravista.

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Dentre muitos conflitos que tivemos, não podemos deixar de ressaltar os

conflitos entre escravos, que eram causados por diversos motivos, um dos principais

eram as disputas afetivas, externamente, temos os conflitos com fundamentos

religiosos pela intolerância e interesse da igreja católica em afirmar a supremacia do

Deus cristão.

Nem todos os escravos que conseguiam fugir dos seus cativeiros, juntavam-se

a quilombos, mas morriam no anonimato da sociedade.

Aqueles que se juntaram a outros grupos formavam quilombos, que foi a mais

comum forma de resistência nas Américas. O mais importante deles foi Palmares,

liderado por Zumbi, que hoje é um símbolo de resistência e luta daqueles que ousam

lutar por liberdade.

Os quilombos não ocasionaram prejuízos somente na parte econômica, mas

também trouxeram danos a todo sistema escravista, motivando junto a outros fatores,

o crescimento do processo abolicionista.

Bibliografia BUENO, Eduardo. História do Brasil. 2. ed. Folha de São Paulo/Zero Hora, 1997. MACHADO, Maria Helena Pereira Toledo. Crime e Escravidão. São Paulo: brasiliense, 1987. Memórias da Escravidão, Revista Ciência Hoje, suplemento vol. 8 nº48.

PRICE, Richard. REIS, João José. Liberdade Por Um Fio. São Paulo: Companhia das

Letras, 2003.

REIS, João José. Rebelião Escrava no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras,

2003.

Links

1 – Quilombos

http://www.cananet.com.br/historia/database/artigo/artigo_102.html

Quilombos no Brasil e a singularidade de Palmares - Maria de Lourdes Siqueira

Resistência negra

http://velhochico.net/index_arquivos/Page%20953P.htm

http://noticias.portalbraganca.com.br/especiais/230-cultura-afro/3025-zumbi-simbolo-

da-resistencia-e-luta-contra-a-escravidao.html

Arte Africana

http://www.arteafricana.usp.br/

Page 113: GPEC - Apostila - Historia e Cultura Afro Brasileira (Turma 5) (1)

http://www.arteafricana.usp.br/codigos/textos_didaticos/001/por_dentro_e_ao_redor.ht

ml

http://www.arteafricana.usp.br/codigos/textos_didaticos/002/africa_culturas_e_socieda

des.html

http://www.pitoresco.com.br/art_data/arte_africana/

A música afro-brasileira como representação da cultura

http://www.geledes.org.br/artigos-sobre-educacao/a-musica-afro-brasileira-como-

representacao-da-cultura-escravocrata-no-periodo-colonial-seculo-xvi-%E2%80%93-

xix-uma-abordagem-viavel-no-ensino-de-historia-10-01-2011.html

http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/historia-do-samba/historia-do-samba-2.php

LEITURA COMPLEMENTAR http://www.geledes.org.br/quilombos-quilombolas/quilombos-urbanos-25/10/2009.html http://www.ideario.org.br/neab/kule1/Textos%20kule1/ulisses%20neves.pdf http://www.africanasraizes.com.br/cultura.html

Page 114: GPEC - Apostila - Historia e Cultura Afro Brasileira (Turma 5) (1)

Vídeos de apoio – Links

Construtores do Brasil - Zumbi dos Palmares http://www.youtube.com/watch?v=KWJxkEdlMWQ

Matrizes do Samba no Rio de Janeiro - Parte 1 http://www.youtube.com/watch?v=0S9xgFa2I6Q

Matrizes do Samba no Rio de Janeiro - Parte 2

http://www.youtube.com/watch?v=IPemK36hcL4

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Fórum de Discussão

Fórum de discussão por Suporte GPEC - Avate - segunda, 25 julho 2011, 09:07

HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA

MÓDULO 4

FÓRUM DE DISCUSSÃO NÃO AVALIATIVO

Histórias de Quilombos

Rainha Tereza do Quilombo Quariterê

Acessar o link

http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=185

A História do Povo Negro não foi feita de “Irmão do Quilombo” como a novela

Sinhá Moça faz crer. Fomos nós os protagonistas, e alguns dessas figuras

esquecidas inclusive pelo Movimento Negro é a líder quilombola Teresa do

Quariterê, que chefiou uma comunidade no interior de Mato Grosso, que tinha 79

pessoas negras e 30 índios, nas proximidades do Rio Galera.

O Quilombo do Quariterê nasceu da liderança desta mulher em 1750, e era

composto por pessoas que conseguiram escapar de senzalas e indígenas

sobreviventes da perseguição portuguesa.

Page 116: GPEC - Apostila - Historia e Cultura Afro Brasileira (Turma 5) (1)

No quilombo Tereza criou um sistema político similar ao Parlamentarismo, onde

ela como rainha, se submetida à decisão de um conselho de representantes.

Havia um regular exército de resistência que possuíam armas de fogo, obtidas

ou no comercio de produtos excedentes do quilombo, ou mesmo obtidas, de

oponentes vencidos que tentaram invadir a comunidade. Não era admitida a

deserção, sendo punida com pena de morte, visando inclusive a segurança dos

quilombolas, que poderia ter sua posição e situação delata por esta pessoa.

Havia no Quilombo de Quariterê um sistema comunitário de produção agrícola,

onde além de alimentos, eram plantados algodões, que era usado para

confeccionar as roupas que os habitantes usavam. O tecido era tão bom, que

havia mercadores ambulantes que iam até o quilombo para adquirir o produto.

O fim do Quilombo de Quariterê foi decretado pelos senhores de escravos do

Mato Grosso que se assustaram com o foco de resistência, e para onde iam os

fugitivos de suas plantações. Em um cerco militar conseguiram dominar os

quilombolas, e prender todos os 44 sobreviventes. No confronte o conselheiro

militar de Tereza foi morto. Ela captura e ciente de seu destino, preferiu o

suicídio com ervas, quando era conduzida para ser torturada na cidade de Vila

Bela.

Vamos refletir e debater sobre Teresa Benguela, considerada uma amazona

de sua época?

Re: Fórum de discussão por Ramides Sedilso Pessatti - sexta, 17 fevereiro 2012, 15:48

Primeiramente o nome desta mulher era Teresa de Benguela...mulher a qual assumiu sua posição de líderança na resistência negra e indígena de seu espaço denominado Quilombo, guerreira e mostra muito a força da mulher negra em sua luta para alcançar sua posição de igualdade perante a sociedade machista da época, Rainha do Quilombo.A Rainha Teresa comandou a estrutura política, econômica e administrativa do Quilombo, mantendo um sistema de defesa com armas trocadas com os brancos ou resgatadas das vilas próximas. Os objetos de ferro utilizados contra a comunidade negra que lá se refugiava eram transformados em instrumento de trabalho, visto que dominavam o uso da forja.

Re: Fórum de discussão por Paulo Cesar Vono - sexta, 17 fevereiro 2012, 23:25

gres-unidos-do-viradouro_viradouro-1994-tereza-de-benguela-uma-rainha-negra-no-pantanal.txt Teresa de Benguela foi a mulher de José Piolho, que chefiava o Quilombo do Piolho (ou Quariterê), em Guaporé, O Quilombo do Quariterê em Cuiabá ficava próximo à fronteira de Mato Grosso com a Bolívia. Sob a liderança da Rainha Teresa, a comunidade negra e indígena resistiu à escravidão por duas décadas, sobrevivendo até 1770. A Rainha Teresa comandou a estrutura política, econômica e administrativa do Quilombo, mantendo um sistema de defesa com armas trocadas com os brancos ou resgatadas das vilas próximas. Os objetos de ferro utilizados contra a comunidade negra que lá se refugiava eram transformados em instrumento de trabalho, visto que dominavam o uso da forja. O Quilombo do Quariterê, além do parlamento e de um conselheiro para a rainha, desenvolvia agricultura de algodão e possuia teares onde se

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fabricavam tecidos que eram comercializados fora dos quilombos, como também os alimentos excedentes.Mato Grosso[1]...O Quilombo? do Piolho ou Quariterê foi o principal símbolo da resistência negra contra a escravidão em território mato-grossense. Erguido entre 1770-71, teve a importante liderança de Tereza de Benguela que chefiou essa comunidade quilombola durante um certo período.

Re: Fórum de discussão por Lenir Maria da Silva - quinta, 23 fevereiro 2012, 20:35

Teresa Benguela, Teresa do Quaritê, "rainha africana que como tantos outros irmãos de cor e destino, enveredaram pelas fugas para se aquilombar nas escarpas da extensa Serra dos Parecis, pelas vizinhanças dos arraiais e nas águas do rio Piolho, que viria a dar nome ao quilombo comandado por Teresa". Líder nata assume a liderança do quilombo após a morte de José Piolho, seu marido. A reunião de negros nascidos na África e no Brasil, índios e mestiços de negros e índios (cafuzos), no quilombola revelou que os habitantes do quilombo conviviam comunitariamente misturando elementos culturais de origem indígena e africana. Os homens caçavam, lenhavam, cuidavam dos animais e conseguiam mel na mata; as mulheres preparavam os alimentos e fabricavam panelas com barro, artesanato e roupas. O desejo de liberdade impulsionou-os à resistência, mesmo após castigos e humilhações, revelando o quanto para o espírito de coletividade e luta era realidade no quilombo comandado por Teresa Benguela, que "enlouqueceu e se suicidou ao ver sua gente ser massacrada, castigada e voltar às senzalas machucados pela fúria marginal dos seus senhores. Entretanto, sua coragem, seu exemplo único, sua devoção pela liberdade numa época em o sangue negro derramava aos borbotões nos campos e minas, jamais poderia ser esquecido". Sobre Teresa Benguela no meio Educacional. http://www.tudorondonia.com/noticias/13-de-maio-para-tereza-de-benguela-,21889.shtml

Re: Fórum de discussão por Cintia da Silva do Vale - sexta, 24 fevereiro 2012, 20:52

Teresa de Benguela foi uma líder do quilombo de Quariterê, no Mato Grosso, não se sabe se africana ou brasileira. Dizem que liderou um levante de negros e índios, instalando-se próximo a Cuiabá, não muito longe da fronteira com a atual Bolívia. Durante décadas, Teresa esteve à frente do quilombo, o qual sobreviveu até 1770, século XVIII.

Casou-se com José Piolho, que era liderava o Quilombo do Piolho ou Quariterê, no rio Guaporé, em Mato Grosso. Com o falecimento de seu marido, ela passou a liderar o quilombo. Revelou-se uma líder ainda mais implacável e obstinada que o falecido. Valente e guerreira, comandou uma comunidade de três mil pessoas, crescendo de tal forma que chegou a agregar índios bolivianos e brasileiros, fato que incomodou a Coroa, uma vez que influenciava a luta dos bolivianos e americanos (ingleses e espanhóis) para a passagem de mercadorias e internacionalização da Amazônia. A Coroa agiu rápido e enviou uma bandeira para acabar com os quilombolas. Presa, Teresa suicidou-se.

Em 1994, Joãozinho trinta, criou um tema de samba enredo para Unidos do Viradouro: Teresa de Benguela – Uma Raínha Negra no Pantanal.

http://capoeira.wikia.com/wiki/Capoeira_Mulheres

http://angoleirasteresadebenguela.blogspot.com/2007/09/teresa-de-

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benguela.html

http://pt.wikipedia.org/wiki/Teresa_de_Benguela

Re: Fórum de discussão por Marcia Mary Sumida Shikata - domingo, 26 fevereiro 2012, 16:20

Num canto remoto de Mato Grosso, Vila Bela da Santíssima Trindade guarda herança da escravidão Açoitadas impiedosamente pelo tempo, as ruínas da Igreja da Santíssima Trindade, no centro de Vila Bela da Santíssima Trindade, são testemunhas de um interessante lance histórico. Naquele pouco lembrado canto do extremo oeste de Mato Grosso (a 560 km de Cuiabá), a liberdade começou a chegar para os escravos décadas antes da Lei Áurea. Às margens do Rio Guaporé, a cidade foi construída para ser a primeira sede da então capitania de Mato Grosso, em 1751. Mas a consolidação da presença portuguesa na região, aliado ao acesso difícil e às doenças tropicais, acabou fazendo os colonizadores partirem, migrando para Cuiabá, transformada em nova capital no início do século XIX. O isolamento fez com que muitos escravos fossem deixados para trás. Os negros de Vila Bela, desta forma, foram gradualmente ganhando a liberdade. Herdaram também terras e até as casas dos antigos patrões. A existência de muitos quilombos na região foi outra determinante para a formação de uma população de maioria negra – mais de 70% dos 10 mil habitantes. Um dos redutos mais famosos de escravos fugidos era o Quariterê, governado pela Rainha Tereza de Benguela. Morta após o ataque de bandeirantes, Tereza é uma figura cultuada na cidade. Como resultado deste processo histórico, Vila Bela preservou de forma muito marcante a herança cultural africana. Teresa de Benguela foi a mulher de José Piolho, que chefiava o Quilombo do Piolho (ou Quariterê), em Guaporé, O Quilombo do Quariterê em Cuiabá ficava próximo à fronteira de Mato Grosso com a Bolívia. Sob a liderança da Rainha Teresa, a comunidade negra e indígena resistiu à escravidão por duas décadas, sobrevivendo até 1770. A Rainha Teresa comandou a estrutura política, econômica e administrativa do Quilombo, mantendo um sistema de defesa com armas trocadas com os brancos ou resgatadas das vilas próximas. Os objetos de ferro utilizados contra a comunidade negra que lá se refugiava eram transformados em instrumento de trabalho, visto que dominavam o uso da forja. O Quilombo do Quariterê, além do parlamento e de um conselheiro para a rainha, desenvolvia agricultura de algodão e possuia teares onde se fabricavam tecidos que eram comercializados fora dos quilombos, como também os alimentos excedentes. No campo dos monumentos, as ruínas da Igreja da Santíssima Trindade é o maior marco. Construída em adobo, tijolos feitos com palha e barro, e madeira, foi erguida com trabalho escravo. Sem nunca receber cuidados, a bela obra foi desabando aos poucos com o passar dos anos. ―Minha mãe conta que ainda assistiu missa lá nos anos 30‖, conta Tito Profeta da Cruz, presidente do Instituto Cultural Tereza de Benguela, instituição que busca preservar a cultura negra na cidade. O historiador Jorge Belfort Mattos Júnior, especialista no período colonial do Mato Grosso, acrescenta que a transformação da igreja em ruínas foi acompanhada passivamente pelos moradores. ―Nunca foi feito nada para conter a destruição da igreja. Deixaram as goteiras avançarem até que o teto apodreceu e caiu. Acredito que este fato mostra uma indiferença do povo com aquilo que ainda restava dos tempos dos governadores. Era um símbolo que queriam ver destruído‖. O descaso também marca o sumiço do sino original da igreja. Consta que ele foi vendido para pagar investimentos na restauração. A verba nunca apareceu. No centro da cidade, várias casas centenárias sobreviveram, em melhor estado de conservação. O funcionário público Luís Lucide Vieira, 30,

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mostra a construção onde nasceu com orgulho. ―Meu avô contava que, depois que Cuiabá virou capital e os governadores foram embora, os índios e ex-escravos tomaram conta‖, diz. ―Foi uma pena que na enchente de 1980 muitas das casas foram destruídas. A maioria delas, como esta, era feita de barro com estrume de boi‖. Boa parte das antigas residências ficaram com elementos da decoração original. O aposentado Marcelino França, 74, abre as portas da sua casa bicentenária para mostrar santos portugueses que estão ali desde a construção. ―Antigamente cada casa tinha um oratório. Mas muitos santos foram dados de presente ou levados embora‖, recorda. Olhando para o teto, sem forro, ele completa: ―mas as construções ficaram. Só trocamos as partes podres depois de muito tempo. Os antigos faziam as coisas para nunca se acabar‖. Tradições que preservam as raízes africanas também sobreviveram, como as danças do Congo e do Chorado. Estas são as atrações principais da Festa do Congo, que acontece todos os anos na terceira semana de julho, durante três dias e três noites. O congo, ou congada, manifestação que aparece em outras regiões do Brasil com variações, traduz para a dança um enredo de guerra. Vinte e quatro ―dançantes‖ homens representam o embate entre os reinados de Congo e de Bamba. ―A cultura negra ficou preservada em Vila Bela pela música e dança dos escravos, as únicas formas que tinham para expressar seus sentimentos‖, conta Elísio Ferreira de Souza, 55 anos, membro do Instituto Cultura Tereza de Benguela. Enquanto o Congo retrata influências culturais africanas, o Chorado, dançado pelas mulheres, nasceu de eventos relacionados aos negros já sob a dor da escravidão. ―As antigas passavam para agente a história‖, conta a comerciante Modesta Leite Ribeiro, 45 anos, uma das figuras mais conhecidas da cidade (leia Pé Na Estrada). ―A dança veio das escravas que iam pedir aos patrões para que eles libertassem os filhos ou maridos presos. Muitas vezes elas conseguiam. Os patrões ficavam com dó‖. Um acessório chama a atenção na dança, a utilização de uma garrafa que é equilibrada na cabeça pelas dançarinas. ―Com o tempo muitos dos capitães-generais da cidade passaram a pedir para as escravas dançarem como forma de diversão. Eles presenteavam as escravas com bebidas. Depois de colocar as garrafas na cabeça, elas retribuíam dançando mais um pouco‖, lembra outra praticante do chorado, Fátima Fernandes, 40. No caso da Dança do Congo, os dançantes costumam utilizar um aditivo extra além do apego às raízes culturais, o kanjinjin, bebida afrodisíaca e energética que tem sua fórmula guardada em segredo pelos moradores de Vila Bela. ―Leva gengibre, água-ardente, cravo e outras raízes... Não posso contar o segredo‖, diz Dirce França, 40. ―Na festa do congado, os dançantes tomam e ficam dançando sem parar. Não dormem por três dias‖. Pé Na Estrada Modesta (negra que aparece de vestido e com garrafa na cabeça) Energia nada modesta Com os bobs que preparavam o novo penteado ainda instalados na cabeça, Modesta Leite Ribeiro, 45 anos, entrou na sala e foi logo se apresentando. ―Querem fotografar o chorado é... Vamos arrumar as coisas. Danço há mais de 20 anos‖. Logo montou numa bicicleta e saiu pedalando pelas ruas estreitas de Vila Bela de Santíssima Trindade para providenciar contatos com outros representantes do folclore local. Na volta, já trajada com a roupa tradicional do chorado, um longo vestido estampado, ela explica sua falta de cerimônia. ―Sou mesmo assim na vida... descontraída. Apesar da idade e dos seis filhos, tomo banho de maiô no rio, danço e bebo cerveja com o pessoal‖. Uma das líderes do grupo de 20 mulheres que formam o grupo de chorado de Vila Bela, Modesta conta que a tradição quase morreu. ―Ficou vários tempos sem ser registrado. Em 1976, uma das últimas dançarinas antigas, Dona Rafaiela, reuniu algumas moças para voltar a dançar e cantar. Fomos relembrando as músicas aos poucos. A história do chorado é triste, pois lembra a escravidão, mas dançamos com alegria pois é nossa história‖.

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Re: Fórum de discussão por CAROLINA TIBIRIÇÁ ARGÔLO DOS SANTOS - quinta, 1 março 2012, 10:18

Teresa de Benguela foi a mulher de José Piolho, que chefiava o Quilombo do Piolho (ou Quariterê), em Guaporé, O Quilombo do Quariterê em Cuiabá ficava próximo à fronteira de Mato Grosso com a Bolívia. Sob a liderança da Rainha Teresa, a comunidade negra e indígena resistiu à escravidão por duas décadas, sobrevivendo até 1770. A Rainha Teresa comandou a estrutura política, econômica e administrativa do Quilombo, mantendo um sistema de defesa com armas trocadas com os brancos ou resgatadas das vilas próximas. Os objetos de ferro utilizados contra a comunidade negra que lá se refugiava eram transformados em instrumento de trabalho, visto que dominavam o uso da forja. O Quilombo do Quariterê, além do parlamento e de um conselheiro para a rainha, desenvolvia agricultura de algodão e possuia teares onde se fabricavam tecidos que eram comercializados fora dos quilombos, como também os alimentos excedentes, em Mato Grosso. Teresa de Benguela, mulher negra quilombola que resistiu bravamente à opressão e lutou pela libertação de seu povo.

Re: Fórum de discussão por Thais Poliana Neto - domingo, 4 março 2012, 21:25

Achei bárbaro conhecer a história dessa mulher, guerreira, batalhadora. Nunca tinha ouvido falar da rainha Tereza, que além de ser um exemplo de força e superação, também foi muito além de seu tempo, organizando sua aldeia de maneira muito moderna.

Re: Fórum de discussão por Lenir Maria da Silva - segunda, 5 março 2012, 09:21

Tens razão, Thais. Isso demonstra o quanto a atuação feminina é desde sempre, ainda que não sejam ao menos mencionada; também não conhecia a sua história e muito menos a sua existência!! Fatos como este, reforça, cada vez mais, a necessidade de que se estude a história e cultura africana como um ato de justiça e reconhecimento a um povo bravo que tem, ao longo de séculos, contribuído de muitas maneiras na construção não apenas da sua nação, mas, também, na de muitas outras quando a sua atuação se faz notória com a sua cultura, nas diversas linguagens.

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Dinâmica do Módulo –

Valendo Nota

Dinâmica do Módulo - Valendo Nota por Equipe de Suporte GPEC - segunda, 12 dezembro 2011, 14:14

Dinâmica do Módulo IV (Valendo Nota)

As aulas sobre escravidão e cultura afro no Brasil podem ser enriquecidas com a

inclusão do livro

“Do Outro Lado Tem Segredos”, de Ana Maria Machado.

Trata-se das descobertas de um garoto, o Bino, em uma comunidade de

pescadores. O que está em jogo nessa história é a identidade negra de Bino,

elaborada no convívio com a comunidade, perguntando, escutando, querendo

saber mais. Isso acontece tanto durante os trabalhos de sobrevivência da

comunidade quanto em suas festas tradicionais, como a congada. Olhando para

o mar, Bino busca o "outro lado" e essa busca aponta para a descoberta de

Angola, do Congo, da África, enfim, de onde vieram os escravos, os seus

antepassados. O mapa-múndi trazido por um irmão ajuda Bino a compreender

esse outro lado do mar e da vida, em uma exploração delicada e emocionante

do mundo e de si mesmo. É um tema ideal para adolescentes. O planejamento

do trabalho com o livro pode incluir várias experiências de leitura do texto: oral,

pelo professor e pelos alunos, alternados com momentos de leitura silenciosa. É

interessante estabelecer muitas rodadas de conversas, para a troca de opiniões

sobre as emoções e os sentimentos vividos durante a leitura. Depois, um

levantamento de questões a serem aprofundadas e discutidas: o continente

africano nos séculos XV e XVI, as razões da escravização, o trabalho escravo no

Brasil, as resistências – os quilombos, Zumbi – e a cultura negra, elaborada a

partir do que foi trazido da África e experimentado no cotidiano da escravidão.

MACHADO, Ana Maria. Do Outro Lado Tem Segredos. Rio de Janeiro: Nova

Fronteira, 1985. nº de páginas: 80

Para essa dinâmica, indiquem Literatura que possam ser trabalhadas em

sala de aula? Exemplifique:

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Re: Dinâmica do Módulo - Valendo Nota por Ramides Sedilso Pessatti - sexta, 17 fevereiro 2012, 16:07

Sociedade Brasileira contra a Escravidão: cartas do presidente Joaquim Nabuco

Joaquim Nabuco

Este livro fornecerá mais um subsídio para o Professor buscar embasamento teórico para fortalecer seus conhecimentos sobre a escravidão no Brasil e suas lutas para combate-la.

Re: Dinâmica do Módulo - Valendo Nota por Paulo Cesar Vono - sábado, 18 fevereiro 2012, 09:30

LITERATURAS RECOMENDADAS PARA SE TRABALHAR ESCRAVIDÃO E NEGRO,NO BRASIL E NO MUNDO: LINGUAGEM VISUAL/LINGUAGEM NÃO-VERBAL,ETC...:

Re: Dinâmica do Módulo - Valendo Nota por Simone Stela de Souza - domingo, 19 fevereiro 2012, 22:23

Bia na África

Autor: Ricardo Dregher

O livro é parte da coleção ―Viagens de Bia‖. Nessa estória, Bia viaja por diferentes países da África, como Egito, Quênia e Angola. Na aventura, a garotinha conhece, entre outras curiosidades, a história do povo árabe e dos nossos antepassados negros, que vieram como escravos da África para o Brasil há muitos anos.

A partir das histórias o professor pode pequisar e atraves de mapas viajar com sues alunos conhecendo um ´pouco da áfrica e mostrando o que a cultura africana nos influenciou nos dias de hoje e como é presente .

Re: Dinâmica do Módulo - Valendo Nota por Ana Claudia Vasconcelos Araujo - segunda, 20 fevereiro 2012, 01:38

"Fundamentos da malícia" (Nestor Capoeira) Este livro faz parte de uma trilogia que conta a história da capoeira desde a escravidão até os dias atuais. O livro enfatiza a importância do respeito das nossas origens africanas no universo capoeirístico. Os outros livros de Nestor são: O galo já cantou e O pequeno manual do jogador.

Re: Dinâmica do Módulo - Valendo Nota por Heleno Brodbeck do Rosário - terça, 21 fevereiro 2012, 22:48

Posto aqui um link para um artigo que discute representações do negro na literatura brasileira. É uma narrativa histórica que parte do século XIX até final do XX, com representações depreciativas até a literatura coordenada pelo movimento negro a partir dos anos 70.

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http://www.uel.br/pos/letras/terraroxa/g_pdf/vol17A/TRvol17Af.pdf

Re: Dinâmica do Módulo - Valendo Nota por Paulo Cesar Vono - quinta, 23 fevereiro 2012, 21:21

Neab_Sugestao_Atividades.pdf

sugestoes de literaturas,documentarios,etc...em anexo;

Re: Dinâmica do Módulo - Valendo Nota por Lenir Maria da Silva - quinta, 23 fevereiro 2012, 23:37

Livro: CABELO BOM. CABELO RUIM, da autora Rosangela Malachias. O livro apresenta reflexões, análise e extratos de histórias relatadas por professores e gestores. A narrativa tenta lançar um olhar sobre o cotidiano da escola e das pessoas na sociedade, Por isso, a narrativa propõe alguns desafios. Site visitado... http://www.africaeafricanidades.com/educacao.html Sobre Cabelos.... http://www.cabelocrespoecabelobom.com.br/blog/?tag=cabelo-crespo http://www.scielo.br/pdf/rbedu/n23/n23a05.pdf (A manipulação do cabelo como uma dimensão da cultura negra (p.83) http://www.belezapura.org.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=504&sid=2 http://trancanago.blogspot.com/2010/02/origem-tranca-nago.html

Re: Dinâmica do Módulo - Valendo Nota por Cintia da Silva do Vale - sexta, 24 fevereiro 2012, 21:33

O livro de Darci Ribeiro: O Povo Brasileiro - A formação e o sentido do Brasil - Companhia das Letras, São Paulo, 1995/1996.

O livro trata a questão a formação da etnia do povo brasileiro. Questiona se eles sabem de onde vieram, quem são e como se comportam sabendo que somos a mistura de raça, porém não somos iguais fisicamente possuimos diferenças, na cor da pele, do cabelo e etc... O homem criou modos de vida diferentes e em meios ambientes diferentes. Mostra no livro que a urbanização acarretou nopovo brasileiro um processo uniforme, porém não buscou eliminar as diferença. Fala-se em todo o país uma mesma língua, só diferenciada por sotaques regionais. Mais do que uma simples etnia, o Brasil é um povo nação, assentado num território próprio para nele viver seu destino.

Darcy Ribeiro descreve no livro que:

"[...] Todos nós, brasileiros, somos carne da carne daqueles negros e índios supliciados. Todos nós brasileiros somos, por igual, a mão possessa que os supliciou. A doçura mais terna e a crueldade mais atroz aqui se conjugaram para fazer de nós sentida e sofrida que somos e a gente insensível e brutal, que também somos. Como descendentes de escravos e de senhores de escravos seremos sempre servos da maldade destilada e instilada em nós, tanto pelo sentimento da dor intencionalmente produzida para doer mais, quanto pelo exercício da brutalidade sobre homens, sobre mulheres, sobre crianças convertidas em pasto de nossa fúria."

Relata que quando os portugueses vieram colonizar o Brasil para usurpar as nossas riquezas, trouxeram poucas mulheres nas expedições e com isso facilitou e teve como conseqüência, a primeira miscigenação do país: os mamelucos. Esses aprenderam com os índios a viver nas matas e a conhecer os seus recursos. Do lado dos pais, não eram reconhecidos e respeitados como tendo iguais direitos aos dos portugueses. Buscando espaço próprio, os mamelucos

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perseguiram e aprisionaram os índios e procuraram o enriquecimento através da exploração dos minerais preciosos.

Mostra que os negros chegaram como escravos e eram separados dos seus grupos nativos de origem. Reunidos aos outros escravos negros, de etnias diferentes às deles, passaram a se manifestar na linguagem do dominador comum: os portugueses.

As diferenças culturais do Brasil estão relacionadas ao contexto de nossa formação histórica e da diversificação da produção e do trabalho das regiões brasileiras.

Re: Dinâmica do Módulo - Valendo Nota por Marcia Mary Sumida Shikata - domingo, 26 fevereiro 2012, 15:38

Contos Africanos: A Menina que não Falava Certo dia, um rapaz viu uma rapariga muito bonita e apaixonou-se por ela. Como se queria casar com ela, no outro dia,foi ter com os pais da rapariga para tratar do assunto. Essa nossa filha não fala. Caso consigas fazê-la falar, podes casar com ela, responderam os pais da rapariga. O rapaz aproximou-se da menina e começou a fazer-lhe várias perguntas, a contar coisas engraçadas, bem como a insultá-la, mas a miúda não chegou a rir e não pronunciou uma só palavra. O rapaz desistiu e foi-se embora. Após este rapaz, seguiram-se outros pretendentes, alguns com muita fortuna mas, ninguém conseguiu fazê-la falar. O último pretendente era um rapaz sujo, pobre e insignificante. Apareceu junto dos pais da rapariga dizendo que queria casar com ela, ao que os pais responderam: __ Se já várias pessoas apresentáveis e com muito dinheiro não conseguiram fazê-la falar, tu é que vais conseguir? Nempenses nisso! O rapaz insistiu e pediu que o deixassem tentar a sorte. Por fim, os pais acederam. O rapaz pediu à rapariga para irem à sua machamba, para esta o ajudar a sachar. A machamba estava carregada de muito milho e amendoim e o rapaz começou a sachá-los. Depois de muito trabalho, a menina ao ver que o rapaz estava a acabar com os seus produtos, perguntou-lhe: __ O que estás a fazer? O rapaz começou a rir e, por fim, disse para regressarem a casa para junto dos pais dela e acabarem de uma vez com a questão. Quando aí chegaram, o rapaz contou o que se tinha passado na machamba. A questão foi discutida pelos anciãos da aldeia e organizou-se um grande casamento. Contos Africanos:Duas Mulheres HAVIA DUAS MULHERES AMIGAS, uma que podia ter filhos __ e tinha muitos __ e aoutra não. Um dia, a mulher estéril foi a casa da amiga e convidou-a a visitá-la, dizendo: __ Amiga, tenho muitas coisas novas em casa, venha vê-las! __ Está bem __ concordou a outra. De manhã cedo, a mulher que tinha muitos filhos foi visitar a amiga. Ao chegar a casadesta, chamou-a: __ Amiga, minha amiga! Trazia consigo um pano que a mulher estéril aceitou e guardou. As duas amigas ficaram a conversar, tomando um chá que a dona da casa tinhapreparado para as duas. Ao acabarem o chá, a dona da casa quis, então, mostrar à amiga ascoisas que tinha comprado. Passaram para a sala e a mulher estéril abriu uma malamostrando à amiga roupa, brincos, prata e outras coisas de valor. No final da visita, a mulher que tinha muitos filhos agradeceu, dizendo: __ Um dia há-de ir a minha casa ver a mala que eu arranjei. E, um certo dia, a mulher que não tinha filhos, foi a casa da amiga. Mal a viram, osfilhos desta gritaram: __ A sua amiga está aqui! Agradeceram a peneira que ela trazia na cabeça e guardaram-na. Começaram, então,a preparar o chá. A mãe das crianças chamava-as uma a uma: __ Fátima! __ Mamã? __ Põe o chá ao lume! __ Mariamo! __ Sim? __ Vai partir lenha! __ Anja! __ Sim? __ Vai ao poço __ Muacisse! __ Mamã? __ Vai buscar açúcar! __ Muhamede! __ Sim? __ Traz um copo! __ Mariamo! __ Vamos lá, despacha-te com o chá! Assim que o chá ficou pronto, tomaram-no e conversaram todos um pouco. Quando a amiga se ia embora, a mulher que tinha filhos disse: __ Minha amiga, eu chamei-a para ver a mala que arranjei, mas a minha mala não temroupa nem brincos! A mala que lhe queria mostrar são os meus filhos! A mulher que não podia ter filhos

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ficou muito triste e, antes de chegar a casa, sentiu-se muito mal, com dores de cabeça e acabou por morrer.Comentário do narrador: coisa não é coisa, coisa é pessoa! Contos Africanos: O Homem e a Filha Era uma vez um casal que teve uma filha. A mulhermorreu pouco depois do parto e a criança foi criada pelo pai.Quando a menina cresceu, o pai anunciou-lhe: __ Minha filha, quero casarcontigo! Mas a menina respondeu: __ Isso não é bom. Seremos descobertos pelos outros,pois no mundo não há segredos! __ Sempre quero ver se no mundo não há segredos,disse o pai. Foi buscar arroz, vazou duas medidas numa panela ecozinhou-o. Em seguida, levou a panela para o mato eenterrou-a. Ninguém sabia que ele tinha enterrado no matouma panela cheia de arroz a não ser ele próprio e a filha. Tempos mais tarde, apareceram homens com redespara caçar no mato. Eles não sabiam que no local ondecaçavam, debaixo de uma árvore, estava enterrada umapanela cheia de arroz. Descobriram, admirados, queformigas brancas saídas da terra junto daquela árvore,transportavam grão de arroz. De imediato cavaram o buraco e encontraram umapanela cheia de arroz cozido. A filha, então, voltou-se para o pai: __ Está a ver papá? Eu não lhe disse que o mundo nãotem segredos?!Comentário: No mundo não há segredos, a filha bem o sabia! CONTO POPULAR DA GUINÉ-BISSAU – A Origem do Tambor Dizem na Guiné que a primeira viagem à Lua foi feita peloMacaquinho de nariz branco.Segundo dizem, certo dia, os macaquinhos de nariz brancoresolveram fazer uma viagem à Lua a fim de traze-la para a Terra. Após tanto tentar subir, sem nenhum sucesso, um deles,dizem que o menor, teve a idéia de subirem uns por cima dosoutros, até que um deles conseguiu chegar à Lua. Porém, a pilha de macacos desmoronou e todos caíram,menos o menor, que ficou pendurado na Lua. Esta lhe deu a mão eo ajudou a subir. A Lua gostou tanto dele que lhe ofereceu, como regalo, umtamborinho. O macaquinho foi ficando por lá, até que começou a sentirsaudades de casa e resolveu pedir à Lua que o deixasse voltar. A lua o amarrou ao tamborinho para descê-lo pela corda,pedindo a ele que não tocasse antes de chegar à Terra e, assimque chegasse, tocasse bem forte para que ela cortasse o fio. O Macaquinho foi descendo feliz da vida, mas na metade docaminho, não resistiu e tocou o tamborinho. Ao ouvir o som dotambor a Lua pensou que o Macaquinho houvesse chegado à Terrae cortou a corda. O Macaquinho caiu e, antes de morrer, ainda pode dizer auma moça que o encontrou, que aquilo que ele tinha era umtamborinho, que deveria ser entregue aos homens do seu país. A moça foi logo contar a todos sobre o ocorrido. Vierampessoas de todo o país e, naquela terra africana, ouviam-se osprimeiros sons de tambor., Contos Africanos: A Lua Feiticeira e a Filha que não sabia pilar A LUA TINHA UMA FILHA BRANCA e em idade de casar. Um dia apareceu-lhe emcasa um monhé pedindo a filha em casamento. A lua perguntou-lhe: — Como pode ser isso, se tu és monhé? Os monhés não comem ratos nemcarne de porco e também não apreciam cerveja... Além disso, ela não sabe pilar... O monhé respondeu: __ Não vejo impedimento porque, embora eu seja monhé, a menina podecontinuar a comer ratos e carne de porco e a beber cerveja... Quanto a não saberpilar, isso também não tem importância, pois as minhas irmãs podem fazê-lo. A lua, então, respondeu: __ Se é como dizes, podes levar a minha filha que, quanto ao mais, é boarapariga. O monhé levou consigo a menina. Ao chegar a casa foi ter com a sua mãe e fez-lhe saber que a menina com quem tinha casado comia ratos, carne de porco e bebiacerveja, mas que era necessário deixá-la à-vontade naqueles hábitos. Acrescentoutambém que ela não sabia pilar, mas que as suas irmãs teriam a paciência de supriressa falta. Dias depois, o monhé saiu para o mato à caça. Na sua ausência, as irmãschamaram a rapariga (sua cunhada) para ir pilar com elas para as pedras do rio e estadesatou a chorar. As irmãs censuraram-na: __ Então tu pões-te a chorar por te convidarmos a pilar?... Isso não está bem!Tens de aprender porque é trabalho próprio das mulheres. E, sem mais conversas, pegaram-lhe na mão e conduziram-na ao lugar ondecostumavam pilar. Quando chegaram ao rio puseram-lhe o pilão na frente, entregaram-lhe ummaço e ordenaram que pilasse.

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A rapariga começou a pilar, mas com uma mágoa tão grande que as lágrimasnão paravam de lhe escorrer pela cara. Enquanto pilava ia-se lamentando: __ Quando estava em casa da minha mãe não costumava pilar... Ao dizer estas palavras, a rapariga, sempre a pilar e juntamente com o pilão,começou a sumir-se pelo chão abaixo, por entre as pedras que, misteriosamente, seafastavam. E foi mergulhando, mergulhando... até desaparecer. Ao verem aquele estranho fenômeno, as irmãs do monhé abandonaram os pilõese foram a correr contar à mãe o que acontecera. Esta ficou assustada com a estranhanovidade e tinha o coração apertado de receio quando chegou o monhé, seu filho. Este, ao ouvir o relato do que acontecera à sua mulher, ralhou com as irmãs,censurando-as por não terem cumprido as suas ordens. Apressou-se a ir ter com alua, sua sogra, para lhe dar conta do desaparecimento da filha. A lua, muito irritada, disse: __ A minha filha desapareceu porque não cumpriste o que prometeste. Fazcomo quiseres, mas a minha filha tem de aparecer! __ Mas como posso ir ao encontro dela se desapareceu pelo chão abaixo? A lua mudou, então, de aspecto e, mostrando-se conciliadora, disse: __ Bom, vou mandar chamar alguns animais para se fazer um remédio queobrigue a minha filha a voltar... Vai para o lugar onde desapareceu a minha filha eespera lá por mim. O monhé foi-se embora e a lua chamou um criado ordenando: __ Chama o javali, a pacala, a gazela, o búfalo e o cágado e diz-lhes quecompareçam, sem demora, nas pedras do rio onde desapareceu a minha filha. O criado correu a cumprir as ordens e os animais convidados apressaram-separa chegar ao lugar indicado. A lua também para lá se dirigiu com um cesto dealpista. Quando chegou ao rio, derramou um punhado de alpista numa pedra eordenou ao porco que moesse. O porco, enquanto moia, cantou: __ Eu sou o javali e estou a moer alpista para que tu, rapariga, apareças ao somda minha voz! Nesse momento ouviu-se a voz cava da menina que, debaixo do chão,respondia: __ Não te conheço! O javali, despeitado, largou a pedra das mãos e afastou-se cabisbaixo. Aproximou-se em seguida a pacala e, enquanto moia, cantou: __ Eu sou a pacala e estou a moer alpista para que tu, rapariga, apareças aosom da minha voz! Ouviu-se novamente a voz da menina que dizia: __ Não te conheço! A gazela e o búfalo ajoelharam também junto do moinho, fazendo a suainvocação, mas a menina deu a ambos a mesma resposta: __ Não te conheço! Por último, tomou a pedra o cágado e, enquanto moía, cantou: __ Eu sou o cágado e estou a moer alpista para que tu, rapariga, apareças aosom da minha voz! A menina cantou, então, em voz terna e melodiosa: __ Sim, cágado, à tua voz eu vou aparecer!... E, pouco a pouco, a menina começou a surgir por entre as pedras do rio,juntamente com o pilão, mas sem pilar. Quando emergiu completamente parou e ficousilenciosa. Os animais juntaram-se todos, curiosos, à volta da menina. Então, a lua disse: __ Agora a minha filha já não pode continuar a ser mulher do monhé pois elenão soube cumprir o que me prometeu. Ela será, daqui para o futuro, mulher docágado, pois só à sua voz é que ela tornou a aparecer. Então o cágado levantou a voz dizendo: __ Estou muito feliz com a menina que acaba de me ser dada em casamento e,como prova da minha satisfação, vou oferecer-lhe um vestido luxuoso que ela vestiráuma só vez, pois durará até ao fim da sua vida. E, dizendo isto, entregou à menina uma carapaça lindamente trabalhada, igual àsua. Da ligação do cágado com a filha da lua é que descendem todos os cágados domundo... Conto Africano: Estou voltando...‖ Um jovem angolano caminhava solitário pela praia. Parou por alguns instantes paraagradecer aos deuses por aquele momento milagroso: o deslumbramento de sua terra natal. O silêncio o fez adormecer em seu âmago, despertando inesperadamente com o baterdas ondas sobre as pedras. De repente, surgiram das matas homens estranhos e pálidos queo agarraram e o acorrentaram. Sua coragem e o medo travaram naquele momento umalonga batalha... Ele chamou pelos seus pais e clamou pelo seu Deus. Mas ninguém o ouviu.Subitamente mais e mais rostos estranhos e pálidos se uniram para rirem de sua humilhação.Vendo que não havia saída, o jovem angolano atacou um deles, mas foi impedido por umgolpe. Tudo se transformou em trevas. Um balanço interminável o fez despertar dentro do estômago de uma criatura. Aindazonzo, ele notou a presença de guerreiros de outras tribos. Todos se demonstraramincrédulos sobre o que estava acontecendo. Seus olhos cheios

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de medo indagavam. Passos erisos de seus algozes foram ouvidos acima. Durante a viagem muitos guerreiros morreram, sendo seus corpos lançados ao mar.Dias depois, já em terra firme, ele é tratado e vendido como um animal. Com o coração cheiode ―banzo‖ ele e outros negros foram levados para um engenho bem longe dali. Foramrecebidos pelo proprietário e pelo feitor que, com o estalar do seu chicote não precisouexpressar uma só palavra. Um dia, em meio ao trabalho, o jovem angolano fugiu. Mas não foi muito longe; foicapturado por um capitão do mato. Como castigo foi levado ao tronco onde recebeu nãoduas, mas cinqüenta chibatadas. Seu sangue se uniu ao solo bastardo que não o viu nascer. Os anos se passaram, mas a sua sede por liberdade era insaciável. Várias vezes foitestemunha dos maus tratos que o senhor aplicava sobre as negras, obrigando-as a seentregarem. Quando uma recusava era imediatamente açoitada pelo seu atrevimento. ASinhá, desonrada, vingava-se sobre uma delas, mandando que lhe cortassem os mamilospara que não pudesse aleitar. O jovem angolano não suportando mais aquilo fugiu novamente. No meio do caminhoencontrou outros negros fugidos que o conduziram ao topo de uma colina onde uma aldeiafortificada – um quilombo – estava sendo mantida e protegida por escravos. Ali ele aprendeu a manejar armas e, principalmente a ensinar as crianças o valor dacultura africana. Também foi ali que conheceu a sua esposa, a mãe de seu filho. Com omenino nos braços, ele o ergue diante as estrelas mostrando-o a Olorum, o deus supremo... Surgem novos rostos, estranhos e pálidos, mas de coração puro, os abolicionistas.Eram pessoas que há anos vinham lutando pelo fim do cativeiro. Suas pressões surtiramefeito. Leis começaram a vigorar, embora lentamente, para o fim da escravatura: A LeiEusébio Queiroz; a do Ventre-Livre, a do Sexagenário e, finalmente, a Lei Áurea. A juventudese foi. O velho angolano agora observa seus netos correndo livremente pelos campos.Aprenderam com o pai a zelarem pelas velhas tradições e andarem de cabeça erguida. Um dia o velho ouviu o clamor do seu coração: com dificuldade caminhou solitário atéa praia. Olhou compenetrado para o horizonte. Agora podia ouvir as vozes de seus paissendo trazidas pelas ondas do mar. A noite caiu cobrindo o velho angolano com o seu manto... Os tambores se calaram...No coração do silêncio suas palavras lentamente ecoaram: ―Estou voltando... Estou voltando...‖ Conto Africano: A lenda do tamborinho Corre entre os Bijagós, da Guiné, a lenda de que foi o Macaquinho de nariz brancoquem fez a primeira viagem à Lua. A história começou assim: Nas proximidades de uma aldeia, os macaquinhos de nariz branco, certo dia, de quese haviam de lembrar? De fazer uma viagem à Lua e trazê-la para baixo, para a Terra. Ora numa bela manhã, depois de terem em vão tentado encontrar um caminho poronde subir, um deles, por sinal o mais pequeno, teve uma ideia: encavalitarem-se uns nosoutros. Um agora, outro depois, a fila foi-se erguendo ao céu e um deles acabou por tocar naLua. Embaixo, porém, os macacos começaram a cansar-se e a impacientar- se. Ocompanheiro que tocou na Lua nunca mais conseguia entrar. As forças faltaram-lhes, ouviu-se um grito, e a coluna desmoronou-se. Um a um, todos foram arrastados na queda e caíramno chão. Apenas um só, só um macaquito, por sinal o mais pequeno, ficou agarrado à Lua,que o segurou pela mão e o ajudou a subir. A Lua olhou-o com espanto e tão engraçadinho o achou que lhe deu de presenteum tamborinho. O Macaquinho começou a aprender a tocar no seu tamborinho e por longos diasdeixou-se ficar por ali. Mas tanto andou, tanto passeou, tanto no tamborinho tocou, que osdias se passaram uns atrás dos outros e o macaquinho de nariz branco começou a sentirprofundas saudades da Terra e das suas gentes. Então, foi pedir à Lua que o deixasse voltar. — Para que queres voltar?— Tenho saudades da minha terra, das palmeiras, dasmangueiras, das acácias, dos coqueiros, das bananeiras. A Lua mandou-o sentar no tamborinho, amarrou-o com uma corda e disse-lhe: — Macaquinho de nariz branco, vou-te fazer descer, mas toma tento no que te digo.Não toques o tamborinho antes de chegares lá abaixo. E quando puseres os pés na Terra,tocarás então com força para eu ouvir e cortar a corda. E assim ficarás liberto. O Macaquinho, muito feliz da vida, foi descendo sentado no tambor. Mas a meioda viagem, oh!, não resistiu à tentação. E vai de leve, levezinho, de modo que a Lua nãopudesse ouvir, pôs-se a tocar o tambor tamborinho. Porém, o vento soltando brandosrumores fazia estremecer levemente a corda. Ouviu a

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Lua os sons compassados do tantã(1)e pensou: O Macaquinho chegou à Terra. E logo mandou cortar a corda.E eis o macaquinhoatirado ao espaço, caindo desamparado na ilha natal. Ia pelo caminho diante uma raparigacantando e meneando- -se ao ritmo de uma canção. De repente viu, com espanto, o infelizestendido no chão. Mas tinha os olhos muito abertos, despertos, duas brasas produzindo luz.O tamborinho estava junto dele. E ainda pôde dizer à rapariga que aquilo era um tambor e oentregava aos homens do seu país. A moça, ainda não refeita da surpresa, correu o mais velozmente que pôde a contaraos homens da sua raça o que acabava de acontecer.Veio gente e mais gente. Espalhavam-se archotes. Ouviam-se canções. E naquele recanto da terra africana fazia-se o primeirobatuque(2) ao som do maravilhoso tambor.Então os homens construíram muitos tambores e,dentro em pouco, não havia terra africana onde não houvesse esse querido instrumento.Comele transmitiam notícias a longas distâncias e com ele festejavam os grandes dias da sua vidae a sua raça. O tambor tamborinho ficou tão querido e tão estremecido do povo africano que, emdias de tristeza ou em dias de alegria, é ele quem melhor exprime a grandeza da sua alma." Conto Africano: COMO SURGIU A GALINHA D‖ANGOLA Antigamente as aves viviam felizes nos campos e florestasafricanas, até que a inveja se instalou entre elas tornandoinsuportável a convivência. Nessa ocasião, quase todos os pássaros passaram ainvejar a família do Melro, que era muito bonito. O macho, com suaplumagem negra e seu bico amarelo –alaranjado, despertava emtodos a vontade de ser igual a ele. As fêmeas tinha o dorso preto,o peito pardo-escuro, malhado de pardo-claro, e a garganta commanchas esbranquiçadas. Elas causavam inveja maior ainda. O Melro, vaidoso, certo de sua beleza, prometeu que setodas as aves o obedecessem usaria seus poderes mágicos e ostornaria negros com plumagem brilhante. Entretanto, os pássaroslogo começaram a desobedecê-lo. Então ele, furioso, jurouvingança, rogou-lhes uma praga e deu-lhes cores e aspectosdiferentes. Para a Galinha D‖Angola, disse que seria magra e sentiriafraqueza constante. Fez com que seu corpo se tornasse pintadoassim como o de um leopardo. Dessa forma, seria devorada poraqueles felinos, que não suportariam ver outro animal que tivesseo corpo tão belo, pintado de uma maneira semelhante ao deles. Elapagaria assim por sua inveja. E foi isso que aconteceu. Desde esse dia a Galinha D‖Angola, embora seja muitoesperta e voe para fugir dos caçadores, vive reclamando to fraca,to fraca. Com suas perninhas magras, foge com seu bando assimque surge algum perigo e é muito difícil alcançá-la. Suas penas,cinzas, brancas ou azuladas, são sempre manchadinhas de escurotornando as galinhas d‖angola belas e cobiçadas Conto Africano: As duas irmãs Há muito tempo, duas irmãs, Omelumma e Omeluka, adoravam brincar ao arlivre, rir e correr para todo lado. Certo dia, seus pais saíram para a feira que era umpouco longe de casa, e recomendaram: - Cuidado com os animais da terra e do mar, porque muitas pessoas já foramlevadas pelos monstros. Fiquem dentro de casa e não façam muito barulho. Quandofizerem comida, acendam um fogo pequeno, para que a fumaça não atraia os animais.E, quando secarem os grãos, façam em silêncio, para que os monstros nãoouçam.Porém - disse o pai - o mais importante, é que não saiam para brincar comoutras crianças. Fiquem dentro de casa. As duas concordaram com tudo. Acenaram em despedida quando os pais seafastaram.Ficaram dentro de casa a manhã inteira, mas conforme as horas iam passando,aumentava a sensação de fome. Então, começaram a socar os grãos para fazer umapapa, e aquilo virou logo uma brincadeira. Elas riam e faziam muito barulho. Aíacenderam um grande fogo para que a comida ficasse pronta mais depressa,esquecendo-se da advertência dos pais. Após comer até se fartar, as duas viram os amigos brincando no campo e foramcorrendo brincar com eles. Enquanto brincavam, um rugido imenso saiu de dentro da mata e outro veio domar, aparecendo muitos monstros que cercaram as crianças. Aterrorizadas, as duascorreram, mas foram separadas. Os monstros do mar carregaram Omelumma e os daterra Omeluka.As duas pensaram> ― se tivéssemos ouvido nossos pais. Agora seremos devoradaspelos monstros.‖ Porém, eles não as devoraram, mas as venderam como escravas em lugaresmuito distantes de sua terra. Omelumma foi escolhida por um homem, que comprou-ae casou-se com

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ela. Omeluka, mais jovem, não teve a mesma sorte. Foi escolhida porum homem cruel, que a comprou, mas a fez de escrava, dando-lhe muitas tarefas diae noite. Passado um tempo ele vendeu-a para um outro homem ainda pior do que eleque a maltratava ainda mais. Assim, passaram-se muitos anos. Enquanto isso, Omelumma vivia confortavelmente com o marido e deu à luz seuprimeiro filho, um menino. O marido foi ao mercado para encontrar uma escrava quepudesse ajudá-la nas tarefas com o bebê e a irmã, Omeluka, estava lá, para servendida. Assim, ele trouxe Omeluka para ser escrava da irmã, mas ela estava muito mudada,devido aos maus tratos que sofrera e Omelumma não reconheceu-a. Todas as manhãs, Omelumma ia para o mercado e entregava o bebê aoscuidados da irmã, deixando também, muitas tarefas para serem realizadas. Omelukase desdobrava, mas era muito serviço. Quando ia buscar água ou lenha, o bebê ficavaem casa, todavia seu choro a trazia rapidamente de volta, e assim não trazia a lenhasuficiente. A irmã quando chegava a surrava por não ter cumprido suas ordens, masse ela deixava o bebê chorando, os vizinhos contavam e ela apanhava do mesmo jeito. Ela tentou levar o bebê quando ia pegar lenha, mas não deu certo, porque nãoconseguia fazer o serviço com ele no colo. Certa tarde, o bebê só interrompeu o choro, quando ela o colocou no colo e oembalou suavemente. Uma vizinha aproximou-se perguntando por que ela não faziasuas tarefas. Ela ficou com medo de ser denunciada e voltou ao trabalho. Mas o bebêcomeçou a chorar e ela não teve saída senão se sentar e começar a embalá-lo denovo. Não sabendo mais o que fazer, finalmente entoou uma canção: Shsh, shsh, bebezinho, não chore mais Nossa mãe nos disse para não fazer fogo grande, Mas nós fizemos Nossa mãe nos disse para não fazer barulho, Mas nós fizemos. Nosso pai nos disse para não brincar lá fora, Mas nós brincamos. Então os monstros do mato e do mar nos levaram embora, Para muito longe, muito longe! E onde pode a minha irmã estar? Muito longe, muito longe! Shsh, shsh, bebezinho não chore mais. Uma velha que ouviu aquela cantiga, lembrou-se da história que Omelumma lhecontara, há muito tempo, sobre terem sido levadas pelos monstros do mar e da terra.Ela percebeu que a escrava devia ser a irmã de Omelumma, há tanto tempo sumida.Correu até o mercado para contar a novidade à Omelumma. No dia seguinte, ela deu várias tarefas à irmã e em seguida saiu, para omercado. Mas voltou em segredo e viu como a irmã corria de um lado para o outrotentando impedir o bebê de chorar enquanto fazia seu serviço. Finalmente a irmãsentou-se e começou a cantar a canção que a velha escutara. Assim que Omelumma ouviu a canção, reconheceu que era sua irmã e,chorando de dor e remorso, chegou perto dela para pedir perdão. As duas se abraçaram e choraram juntas. Em seguida Omelumma libertou airmã, jurou nunca mais maltratar nenhum servo e quando o marido chegou tambémficou muito feliz ao saber da novidade. Viveram depois disso, muito felizes. Conto Africano:"O Jabuti e o Leopardo" O jabuti, distraído como sempre, estava voltando apressadopara casa . A noite começava a cobrir a floresta com seu mantoescuro e o melhor era apertar o passo. De repente ...caiu numa armadilha ! Um buraco profundo coberto por folhas de palmeiras quehavia sido cavado na trilha, no meio da floresta, pelos caçadoresda aldeia para aprisionar os animais. O jabuti, graças a seu grosso casco, não se machucou naqueda, mas...como escapulir dali ? Tinha que encontrar umasolução antes do amanhecer se não quisesse virar sopa para osaldeões... Estava ainda perdido em seus pensamentos quando umleopardo caiu também na mesma armadilha !!! O jabuti deu umpulo, fingindo ter sido incomodado em seu refúgio, e berrou para oleopardo: "-Que é isto ? o que está fazendo aqui ? Isto são modos deentrar em minha casa ? Não sabe pedir licença ?!" E quanto mais gritava. E continuou... "-Não vê por onde anda ? Não sabe que não gosto de recebervisitas a estas horas da noite? Saia já daqui ! Seu pintado mal-educado !!!" O leopardo bufando de raiva com tal atrevimento, agarrou ojabuti...e com toda a força jogou-o para fora do buraco ! O jabuti, feliz da vida, foi andando para sua casatranquilamente! Há! Espantado ficou o leopardo... Conto Africano: O MACACO E O HIPOPÓTAMO EM uma época muito antiga, quando as bananeiras produziam poucasbananas, existiam numerosos macacos. Havia um deles chamado Travesso, que morava nas margens do rio.

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O macaco Travesso possuía um grupo de bananeiras que lheproporcionavam frutos suficientes para a sua alimentação, o que lhe traziasatisfação e orgulho porque os seus frutos eram os mais saborosos daregião. No rio habitava o hipopótamo Ra-Ra, que era o rei daquelas paragens. A corpulência desse animal era notável e tão grande a sua boca, quepodia tragar seis macacos de uma só vez.Além disso, gostava imensamentede bananas e, especialmente as da propriedade de Travesso. Ra-Ra resolveu roubar-lhe as bananas, apesar de não ser um atomuito bonito para um rei.Ordenou então a todos os papagaios que astrouxessem para a sua residência. Entretanto, o macaco não arredava pé do seu grupo de bananeiras, afim de impedir que desaparecessem os seus preciosos frutos. Os papagaios logo encontraram este obstáculo sério e recorreram àastúcia para cumprir as ordens do rei. Após uma conferência de váriashoras estudando diversas soluções para resolver eficientemente o problemado roubo, concordaram em dizer ao macaco que seu irmão estava muitodoente e desejava vê-lo. Quando Travesso recebeu a notícia, bom irmão que era, foi depressaprocurar seu irmão doente. Verificou logo que aquilo não era verdade. Seuirmão estava gozando de boa saúde e, suspeitando imediatamente do quese tratava, voltou a toda pressa para perto de suas bananeiras. Uma surpresa dolorosa o aguardava. Não ficara nem uma banana parasemente. Enquanto lamentava sua perda aproximou–se um papagaio,dizendo-lhe: — Oh!,irmão Travesso! Sabes que Ra-Ra, o hipopótamo, nos obrigou aroubar-te as bananas e depois não nos quis dar uma só! — Ah! E‘ assim? Então espera… Irei à casa de Ra-Ra e tirar-lhe-ei asminhas bananas! — exclamou o macaco. A serpente, que é um animal invejoso, cheio de defeitos, dos quais opior é o espírito de intriga, passou por ali por acaso quando o macacofalava e, ato contínuo, foi contar tudo ao hipopótamo. — Está bem! — disse Ra-Ra. — Em tal caso ordeno ao Travesso quecompareça aqui quanto antes. A Serpente voltou ao lugar em que vivia Travesso e lhe deu a ordem deRa-Ra, de modo que o macaco se pôs a tremer, pois, não era tão valente comoas suas palavras pareciam revelar. Era preciso obedecer e quando se dispunha a fazer a desagradável visita aohipopótamo, ocorreu-lhe uma idéia. Preparou com o maior cuidado uma boaquantidade de visgo, a cola que usava para caçar passarinhos, e untou-se comele muito bem. Feito isto encaminhou-se para a casa de Ra-Ra, à margem dorio. — Disseram-me — disse-lhe o hipopótamo, ao vê-lo — que ameaçaste devir recobrar tuas bananas. É certo que o disseste? — De modo algum, senhor — respondeu Travesso. — Tanto minhas frutascomo eu mesmo, estamos à sua disposição. — Bem, fico muito satisfeito em ouvir estas palavras. Sem dúvida,quiseram fazer intriga e contaram-me essa mentira. Senta-te. Porém, procurafazê-lo de frente para mim e sem tocar em nenhuma das bananas que estãoatrás de ti. Assim fez Travesso, apoiando com força as costas, inteiramente untadas,contra as bananas. — Disseram-me que sabes muitas histórias. Queres contar-me uma? O macaco dispôs-se a satisfazer o desejo de seu soberano e lhe contouuma história muito interessante. Enquanto isso não se esquecia de esfregar o corpo contra as bananas afimde que aderisse às suas costas o maior número delas.Terminado o conto, Ra-Radisse-lhe: — Obrigado. Podes sair, mas toma cuidado para saíres de frente para mim.Assim se deve fazer diante de um rei. Nada podia favorecer melhor o macaco, que estava com as costas cheiasdas bananas que a elas se haviam colado. Quando se viu fora da casa do hipopótamo, pôs-se a correr, ocultando-se. Os papagaios não tardaram a descobrir a astúcia do macaco e foramcorrendo contar a Ra-Ra. O hipopótamo, ao tomar conhecimento da notícia, teve tão grande ataquede raiva que virou de barriga para o ar, morrendo instantaneamente. Então, os animais reuniram-se e, diante da inteligência do macaco,resolveram aclamá-lo soberano. Ficou muito conhecido por sua esperteza e deram-lhe, então, o nome deSua Majestade Travesso I, o Esperto. E o seu governo foi sábio e prudente, durante anos e anos. Conto Africano: A onça e a raposa A onça estava cansada de ser enganada pela raposa, e mais irritada aindapor não conseguir pegá-la para poder fazer um bom guisado. Um dia teve uma idéia: deitou-se na sua toca e fingiu-se de morta. Quando os bichos da floresta souberam da novidade, ficaram tão felizes,mas tão felizes que correram na toca da onça para ver se a sua morte eramesmo

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verdade. Afinal de contas, a onça era uma bicho danado! Vivia dado sustos nosoutros animais! Por isso estavam todos muitos felizes com a noticia de suamorte. A raposa porém, ficou desconfiada e como não é boba nem nada,ficou delonge, apreciando a cena. Atrás de todos os animais, ela gritou: _ Minha avó quando morreu, espirrou três vezes. Quem tá morto de verdade,tem que espirrar. A onça ouviu aquilo e para demonstrar para todos que estava mesmomortinha da silva, espirrou três vezes. - É mentira gente! Ela tá viva!- Gritou a raposa Os bichos correram assustados, enquanto a onça levantava furiosa. A raposafugiu rindo á beça da cara da sua adversária. Mas a onça não desistiu deapanhar a raposa e pensou num plano. Havia uma grande seca na floresta, e os bichos para beber água tinham queir num lago perto da sua toca. Então ela resolveu ficar ali. Deitada.Quieta.Esperando... Espreitando a raposa dia e noite, sem parar. Um dia, irritada e com muita sede, a raposa resolveu dar basta naquelasituação. E também elaborou um plano. Lambuzou-se de mel e espalhou ummonte de folha seca por seu corpo cobrindo-o todo. Chegando ao lagoencontrou a onça. Sua adversária, olhou-a bem e perguntou: _ Que bicho é você que eu não conheço? Cheia de astúcia, a raposa respondeu: _ Sou o bicho folharal! _ Então, pode beber água. Vendo que a raposa bebia água como se tivesse muita sede, a onçaperguntou desconfiada; _ Está com muita sede hein! Nisso, a água amoleceu o mel e as folhas foram caindo do corpo da raposa. Quando a última folha caiu, a onça descobrindo que foi enganada,pulousobre ela.Mas nisso, a esperta raposa já tinha fugido rindo às gargalhadas. Conto Africano : O CAÇADOR FURTIVO PEDRO estava almoçando em companhia de seus pais. Prestava muita atenção àconversa dos mesmos, porque de fato era muito interessante. — Há muitos caçadores furtivos nos bosques — disse o pai. — Joaquim, o guarda, dizque não sabe quem é o culpado, mas, que todas as noites desaparecem coelhos e aves.Deve, forçosamente, ser algum forasteiro! — Escuta, papai — interrompeu Pedro — Joaquim não viu o caçador furtivo? — Sim! Julga que uma vez chegou a vê-lo! — respondeu o pai. — É um indivíduo alto,forçudo e com barbas! Pedro ficou muito preocupado com o caçador furtivo e pensou que um dia Joaquimhavia de surpreender o criminoso. — Se eu tivesse uma espingarda como Joaquim, havia de persegui-lo todas as noites, enão teria medo algum! — pensou o menino. — Oxalá pudesse descobri-lo! Dois dias depois, quando o sol se punha, deu-se a casualidade de estar Pedrodebruçado à janela mais alta de sua casa. Procurava ver se descobria seu amigo Tomás, ofilho do guarda, na colina situada em frente da casa. Enquanto olhava, seus olhos se fixaram num indivíduo alto, que desaparecia nosbosques de seu pai. O sol poente fez brilhar por um instante a arma de fogo que o desconhecido levavadebaixo do braço. Pedro imediatamente se lembrou de que aquele indivíduo poderia muitobem ser o caçador furtivo. — Quem será esse que a estas horas se mete nos bosques de papai? É alto e levaespingarda! Se for o caçador furtivo que hei de fazer eu agora? Desceu correndo e dirigiu-se a Jaime, o cocheiro. — Jaime, Jaime! — exclamou arquejante. — Nos bosques está um caçador furtivo!Veja se pode apanhá-lo! — Calma, calma, Pedrinho! — respondeu Jaime sorrindo. — Estou vendo que querescaçoar comigo! — acrescentou. — Juro que é verdade, Jaime! — exclamou o menino, agarrando-se ao braço dococheiro. — Faz-me o favor de ir lá antes que seja tarde e que ele mate todas as aves etodos os coelhos de papai! — Não diga tolices! — replicou o cocheiro. — Tenho muito o que fazer e se quiseresvai tu mesmo apanhar esse caçador furtivo! Pedro compreendeu que era inútil insistir com Jaime, e, por isso, saiu a correr. — Não há tempo de ir em busca de mais ninguém — pensou. — E se eu mesmo fosseapanhá-lo na floresta? Correu em direção ao bosque e, antes mesmo de haver pensado no que faria, esbarroucom o desconhecido. — Quem é você, menino? — perguntou aquele. — Pouco lhe importa saber! — respondeu Pedro bruscamente, porque se sentia muitocorajoso. — Você é um caçador furtivo! — Joaquim já o viu uma vez. Você é alto, usa barbae traz espingarda! E hoje voltou para caçar indevidamente nos bosques de meu pai! Faça ofavor de me acompanhar! O desconhecido pôs-se a rir. — E onde pretende levar-me? — perguntou. — Aqui perto, em casa de meu pai! E não resista, porque papai ficará muito zangado! — E se eu tentar fugir? — perguntou o homem. — O que fará você? — Seguí-lo-ei — respondeu Pedro. — E posso afirmar-lhe que corro com muita

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rapidez!Além disso gritaria chamando Joaquim, o guarda, de forma que não tardaria em ser o senhorpreso. É melhor vir comigo, porque se livrará dos ponta-pés e bordoadas que Joaquimcertamente lhe aplicaria! — Bom! — concordou o desconhecido. — Entrego-me e o acompanho. Pedro o segurou pela manga do casaco e, tirando-o do bosque, levou-o até à sua casa. O desconhecido o seguiu docilmente, sem intentar sequer a fuga. Pedro se considerava muito valente. Acabava de prender, ele sozinho, um caçadorfurtivo. O que iria dizer o seu pai quando eles chegassem? Além disso, estava muitíssimo contente porque todos os seus colegas de escolaficariam sabendo que ele era valente e não tinha medo de um caçador furtivo. Considerava-se um herói completo! — Papai! Papai! — gritou ao chegar. — Venha ver o caçador furtivo! Eu o prendi eencerrei-o no telheiro! Tem espingarda e bolsa, que com certeza deve estar repleta decoelhos. Papai e mamãe apressaram-se a acudir muito surpreendidos e Pedro os conduziu aotelheiro. — Cuidado! — disse ele ao pai. — Pode tentar uma fuga e nos apanhar de surpresa. Papai abriu a porta e olhou para dentro. Deu um grito de assombro e entrou notelheiro. — Guilherme! Querido Guilherme! — exclamou. — De onde vens? Não esperávamosque você chegasse tão cedo! Aquele homem de elevada estatura saiu sorrindo e segurando no braço de papai.Pedrinho não podia compreender o que significava aquilo. Pois não é que seu pai tratavaamigavelmente aquele desconhecido? — Este é o teu tio Guilherme! — disse o pai a Pedro. — Vem de caçar tigres em umpaís muito distante, para passar uma temporada conosco. E você menino foi prendê-lo,confundindo-o, com um caçador furtivo! ―Meu Deus!‖ Pedro ficou vermelho como um tomate e muito envergonhado olhou para o seu tio Guilherme! — Sinto muito! — disse por fim. — A verdade é que pensei mesmo que o senhor fosse umcaçador furtivo! O menino acrescentou ainda: — Por que então, o senhor não me disse logo que era o tio Guilherme? Teria evitado oaborrecimento de fechá-lo no telheiro! — Você é o menino mais valente que tenho conhecido — respondeu o tio. — Você sozinho meapanhou e me prendeu quando eu menos esperava! Prometo um dia levá-lo comigo, porque estouorgulhoso de ter um sobrinho como você! A aventura, pois, não teve conseqüências. Papai estava muito orgulhoso de Pedro e a mesmacoisa pensava a mamãe. Assim, portanto, Pedro não se envergonhou quando, brincando, zombavam dele por terencerrado o tio Guilherme no telheiro do jardim, pensando ser um herói conforme vira no cinema. Entretanto, no íntimo, Pedrinho estava desgostoso. Se os seus amiguinhos viessem, a saber,do acontecido, caçoariam dele e teria que demonstrar que não admitia brincadeiras. Pedro e o tio Guilherme se fizeram muito bons amigos. Não tardaram em empreender uma viagem muito longa, não para prender caçadores furtivos,mas, para matar tigres na África. Lá pôde demonstrar a sua coragem não fugindo nunca aosconstantes perigos das florestas africanas. Hoje ele tem satisfação em ter sido valente. Conto Africano: A MENINA QUE NÃO FALAVA Certo dia, um rapaz viu uma rapariga muito bonita e apaixonou-se porela. Como se queria casar com ela, no outro dia, foi ter com os pais darapariga para tratar do assunto. --Essa nossa filha não fala. Caso consigas faze-la falar, podes casarcom ela - responderam os pais da rapariga. O rapaz aproximou-se da menina e começou a fazer-lhe váriasperguntas, a contar coisas engraçadas, bem como a insulta-la, mas a miúdanão chegou a rir e não pronunciou uma só palavra. O rapaz desistiu e foi-seembora. Após este rapaz, seguiram-se outros pretendentes, alguns com muitafortuna mas, ninguém conseguiu faze-la falar. O último pretendente eraum rapaz sujo, pobre e insignificante. Apareceu junto dos pais da raparigadizendo que queria casar com ela, ao que os pais responderam: ----Se já várias pessoas apresentáveis e com muito dinheiro nãoconseguiram faze-la falar, tu é que vais conseguir? Nem penses nisso! O rapaz insistiu e pediu que o deixassem tentar a sorte. Por fim, os paisacederam. O rapaz pediu à rapariga para irem à sua machamba, para estao ajudar a sachar. A machamba estava carregada de muito milho eamendoim e o rapaz começou a sacha-los. Depois de muito trabalho, a menina ao ver que o rapaz estava a acabarcom os seus produtos, perguntou-lhe: -----O que estás a fazer? O rapaz começou a rir e, por fim, disse para regressarem a casa parajunto dos pais dela e acabarem de uma vez com a questão. Quando aí chegaram, o rapaz contou o que se tinha passado

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namachamba. A questão foi discutida pelos anciãos da aldeia e organizou-seum grande casamento. Conto Africano: A GAZELA E O CARACOL Uma gazela encontrou um caracol e disse-lhe: __ Tu, caracol, és incapaz de correr, só te arrastas pelo chão. O caracol respondeu: __ Vem cá no Domingo e verás! O caracol arranjou cem papéis e em cada folha escreveu: ―Quando vier a gazela e disser: caracol, tu respondes com estaspalavras: "Eu sou o caracol". Dividiu os papéis pelos seus amigos caracóisdizendo-lhes: __ Leiam estes papéis para que saibam o que fazer quando a gazelavier. No Domingo a gazela chegou à povoação e encontrou o caracol.Entretanto, este pedira aos seus amigos que se escondessem em todos oscaminhos por onde ela passasse, e eles assim fizeram. Quando a gazela chegou, disse: __ Vamos correr, tu e eu, e tu vais ficar para trás! O caracol meteu-se num arbusto, deixando a gazela correr. Enquanto esta corria ia chamando: __ Caracol! E havia sempre um caracol que respondia: __ Eu sou o caracol. Mas nunca era o mesmo por causa das folhas de papel que foramdistribuídas. A gazela, por fim, acabou por se deitar, esgotada, morrendo com faltade ar. O caracol venceu, devido à esperteza de ter escrito cem papéis. Conto Africano: O HOMEM CHAMADO NAMARASOTHA Havia um homem que se chamava Namarasotha. Era pobre e andavasempre vestido com farrapos. Um dia foi à caça. Ao chegar ao mato,encontrou uma impala morta. Quando se preparava para assar a carne doanimal apareceu um passarinho que lhe disse: __ Namarasotha, não se deve comer essa carne. Continua até maisadiante que o que é bom estará lá. O homem deixou a carne e continuou a caminhar. Um pouco maisadiante encontrou uma gazela morta. Tentava, novamente, assar a carnequando surgiu um outro passarinho que lhe disse: __ Namarasotha, não se deve comer essa carne. Vai sempre andandoque encontrarás coisa melhor do que isso. Ele obedeceu e continuou a andar até que viu uma casa junto aocaminho. Parou e uma mulher que estava junto da casa chamou-o, mas eleteve medo de se aproximar pois estava muito esfarrapado. __Chega aqui!- insistiu a mulher. Namarasotha aproximou-se então. __ Entra - disse ela. Ele não queria entrar porque era pobre. Mas a mulher insistiu eNamarasotha entrou, finalmente. __Vai te lavar e veste estas roupas - disse a mulher. E ele lavou-se e vestiu as calças novas. Em seguida, a mulherdeclarou: __ A partir deste momento esta casa é tua. Tu és o meu marido epassas a ser tu a mandar. E Namarasotha ficou, deixando de ser pobre. Um certo dia havia uma festa a que tinham de ir. Antes de partirempara a festa, a mulher disse a Namarasotha: __ Na festa a que vamos quando dançares não deverás virar-te paratrás. Namarasotha concordou e lá foram os dois. Na festa bebeu muitacerveja de farinha de mandioca e embriagou-se. Começou a dançar aoritmo do batuque. A certa altura a música tornou-se tão animada que eleacabou por se virar. E no momento em que se virou, ficou como estava antes de chegar àcasa da mulher: pobre e esfarrapado. Conto Africano: O RATO E O CAÇADOR Antigamente havia um caçador que usava armadilhas, abrindo covasno chão. Ele tinha uma mulher que era cega e fizera com ela três filhos. Um dia, quando visitava as suas armadilhas, encontrou-se com umleão: __Bom dia, senhor! Que fazes por aqui no meu território? __ Ando a ver se as minhas armadilhas apanharam alguma coisa-respondeu o homem. __Tu tens de pagar um tributo, pois esta região pertence-me. Oprimeiro animal que apanhares é teu e o segundo meu e assimsucessivamente. O homem concordou e convidou o leão a visitar as armadilhas, umadas quais tinha uma presa ,uma gazela. Conforme o combinado, o animalficou para o dono das armadilhas. Passado algum tempo, o caçador foi visitar os seus familiares e nãovoltou no mesmo dia. A mulher, necessitando de carne, resolveu ir ver sealguma das armadilhas tinha presa. Ao tentar encontrar as armadilhas, caiunuma delas com a criança que trazia ao colo. O leão que estava à espreita entre os arbustos, viu que a presa erauma pessoa e ficou à espera que o caçador viesse para este lhe entregar oanimal, conforme o contrato.No dia seguinte, o homem chegou a sua casa e não encontrou nem amulher nem o filho mais novo. Resolveu, então, seguir as pegadas que asua mulher tinha deixado, que o guiaram até à zona das armadilhas. Quando aí

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chegou, viu que a presa do dia era a sua mulher e o filho. O leão, lá de longe, exclamou ao ver o homem a aproximar-se: __Bom dia amigo! Hoje é a minha vez! A armadilha apanhou doisanimais ao mesmo tempo. Já tenho os dentes afiados para os comer! __ Amigo leão, conversemos sentados. A presa é a minha mulher e omeu filho. __Não quero saber de nada. Hoje a caçada é minha, como rei da selvae conforme o combinado, protestou o leão. De súbito, apareceu o rato. __Bom dia titios! O que se passa? - Disse o pequeno animal. __Este homem está a recusar-se a pagar o seu tributo em carne,segundo o combinado. __Titio, se concordaram assim, porque não cumpres? Pode ser a tuamulher ou o teu filho, mas deves entrega-los. Deixa isso e vai-te embora,disse o rato ao homem. Muito contrariado, o caçador retirou-se do local da conversa, ficando orato, a mulher, o filho e o leão. __ Ouve, tio leão, nós já convencemos o homem a dar-te as presas.Agora deves-me explicar como é que a mulher foi apanhada. Temos queexperimentar como é que esta mulher caiu na armadilha (e levou o leãopara perto de outra armadilha). Ao fazer a experiência, o leão caiu na armadilha. Então, o rato salvou a mulher e o filho, mandando-os para casa. A mulher, vendo-se salva de perigo, convidou o rato a ir viver para asua casa, comendo tudo o que ela e a sua família comiam. Foi a partir daqui que o rato passou a viver em casa do homem,roendo tudo quanto existe... Conto Africano: OS SEGREDOS DA NOSSA CASA Certo dia, uma mulher estava na cozinha e, ao atiçar afogueira, deixou cair cinza em cima do seu cão. O cão queixou-se: __ A senhora, por favor, não me queime! Ela ficou muito espantada: um cão a falar! Até pareciamentira... Assustada, resolveu bater-lhe com o pau com que mexia acomida. Mas o pau também falou: __O cão não me fez mal. Não quero bater-lhe! A senhora já não sabia o que fazer e resolveu contar àsvizinhas o que se tinha passado com o cão e o pau. Mas, quando ia sair de casa a porta, com um ar zangado,avisou-a: __Não saias daqui e pensa no que aconteceu. Os segredos danossa casa não devem ser espalhados pelos vizinhos. A senhora percebeu o conselho da porta. Pensou que tudocomeçara porque tratara mal o seu cão. Então, pediu-lhe desculpae repartiu o almoço com ele. Conto Africano: TODOS DEPENDEM DA BOCA... Certo dia, a boca, com ar vaidoso, perguntou: __Embora o corpo seja um só, qual é o órgão maisimportante? Os olhos responderam: __O órgão mais importante somos nós: observamos o que sepassa e vemos as coisas. __ Somos nós, porque ouvimos - disseram os ouvidos. __Estão enganados. Nós é que somos mais importantes,porque agarramos as coisas - disseram as mãos. Mas o coração também tomou a palavra: __Então e eu? Eu é que sou importante: faço funcionar todo ocorpo! __ E eu trago em mim os alimentos! - interveio a barriga. __Olha! Importante é aguentar todo o corpo como nós, aspernas, fazemos. Estavam nisto quando a mulher trouxe a massa, chamando-ospara comer. Então os olhos viram a massa, o coração emocionou-se, a barriga esperou ficar farta, os ouvidos escutavam, as mãospodiam tirar bocados, as pernas andaram... mas a boca recusoucomer. E continuou a recusar. Por isso, todos os outros órgãos começaram a ficar semforças... Então a boca voltou a perguntar: __Afinal qual é o órgão mais importante no corpo? __És tu boca - responderam todos em coro. Tu és o nosso rei! Conto Africano: UMA IDÉIA TONTA Um dia a hiena recebeu convite para dois banquetes que serealizavam à mesma hora em duas povoações muito distantes umada outra. Em qualquer dos festins era abatido um boi, e sabe-seque hiena é especialmente gulosa. __Não há dúvida de que tenho de assistir aos dois banquetes,pois não quero desconsiderar os anfitriões. Também asoportunidades de comer carne de boi não são muitas... mas comohei-de fazer, se as festas são em lugares tão distantes um dooutro? A hiena pensou, pensou... e, de repente, bateu com a mão natesta. __Descobri! Afinal é simples... -disse ela, muito contente coma sua esperteza. Saiu à pressa de casa. Assim que chegou ao local dondepartiam os dois caminhos que levavam aos locais das festas,começou a andar pelo caminho que ficava do lado direito com aperna direita e pelo caminho que ficava do lado esquerdo, com aperna esquerda. Pensava chegar deste modo a ambas as festas ao mesmotempo. Mas começou a ficar admirada de lhe

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custar tanto caminhardessa maneira. E fez tanto esforço, que se sentiu dividir em duasde alto a baixo. Coitada, lá a levaram ao médico que a proibiu, desde logo, decomer carne de boi durante um mês. É muito tonta a hiena! Conto Africano: A HIENA E O GALA-GALA A Hiena estabeleceu relações de amizade com o Gala-Gala. Um dia, a Hiena preparou cerveja e foi chamar o seu amigolagarto: __ Vamos beber cerveja. Foram. O Gala-Gala embriagou-se. Perguntou à sua amigaHiena: __ Amiga, tu que gostas tanto de carne, se me encontraresmorto no caminho, és capaz de me comer? __Não, isso nunca. Eu quero ser tua amiga. O lagarto embriagou-se muito e despediu-se: __ Amiga, vou para minha casa. __Está bem. O Gala-Gala partiu. A meio do caminho, deitou-se a dormir. AHiena pensou: "O meu amigo bebeu muito. É melhor ir ver se elechega bem a casa". Encontrou-o no caminho, deitado. Levantou-o: __É sono, amigo? É embriaguez? Segurou-o, virando-o. O lagarto calou-se, sem respirar. AHiena agarrou nele e atirou-o para o mato. Depois saiu docaminho, foi ver onde é que o Gala-Gala tinha caído e encontrou-o. __O meu amigo morreu. Cortou lenha, fez fogo, e agarrou no lagarto para o assar nafogueira. O Gala-Gala, sentindo o calor do fogo, bateu com a caudanos olhos da Hiena e subiu, depressa, para uma árvore. A amizade entre eles acabou ali. O Gala-Gala passou a vivernas árvores e a Hiena continuou a andar no chão, para nunca maisse encontrarem. Conto Africano: CORAÇÃO-SOZINHO O Leão e a Leoa tiveram três filhos; um deu a si próprio onome de Coração-Sozinho, o outro escolheu o de Coração-com-a-Mãe e o terceiro o de Coração-com-o-Pai. Coração-Sozinho encontrou um porco e apanhou-o, mas nãohavia quem o ajudasse porque o seu nome era Coração-Sozinho. Coração-com-a-Mãe encontrou um porco, apanhou-o e suamãe veio logo para o ajudar a matar o animal. Comeram-noambos. Coração-com-o-Pai apanhou também um porco. O pai veiologo para o ajudar. Mataram o porco e comeram-no os dois. Coração-Sozinho encontrou outro porco, apanhou-o mas não oconseguia matar. Ninguém foi em seu auxílio. Coração-Sozinhocontinuou nas suas caçadas, sem ajuda de ninguém. Começou aemagrecer, a emagrecer, até que um dia morreu. Os outros continuaram cheios de saúde por não terem umcoração sozinho. Conto Africano O FIM DA AMIZADE ENTRE O CORVO E O COELHO O Corvo era muito amigo do Coelho. Combinaram, um dia, quecada um deles transportasse o companheiro às costas, indo depovoação em povoação, para dar a conhecer às pessoas a amizadeque os unia. O Corvo começou a carregar o Coelho. Andou com ele àscostas pelas aldeias e a gente, quando o via, perguntava-lhe: __Ó Corvo, que trazes tu aí? __Trago um amigo meu que acaba de chegar de Namandicha. Passou assim com ele por muitas terras. Chegou depois a vez de ser o Coelho a carregar com o Corvo.Ao passar por uma aldeia, os moradores perguntaram-lhe: __Ó Coelho, que trazes tu às costas? __Ora, ora, trago penas, penugem e um grande bico -respondeu, a troçar, o Coelho. O Corvo não gostou que o companheiro o gozasse daquelamaneira, saltou logo para o chão e deixaram de ser amigos. Conto Africano: O CÁGADO E O LAGARTO Num ano em que havia pouca comida, o Cágado pegou no dinheiroque tinha economizado e foi a Nanhagaia onde comprou um saco de milho. Quando voltava para casa, viu, a certa altura, um tronco de árvoreatravessado no caminho. Como não conseguia passar por cima dele, atirouo saco de milho para o outro lado e depois foi dar a volta. Quando estava a dar a volta, ouviu uma voz a gritar: __Viva, viva, tenho um saco de milho que caiu lá de cima. Era o Lagarto, que segurava o saco que o Cágado tinha atirado. O Cágado protestou: __ Não. O saco é meu. Comprei-o agora e vou leva-lo para casa. O Lagarto não quis ouvir nada e levou o saco para casa dele, dizendo: __Eu não o roubei a ninguém. Achei-o. Vou comer o milho porqueencontrei o saco. O Cágado ficou muito zangado mas não podia fazer nada. Cheio defome, no dia seguinte foi com os filhos ver se encontrava alguma coisa paracomer. A certa altura, viram o rabo do Lagarto que saía de dentro de umburaco, só com o rabo de fora. O Cágado agarrou no rabo e numa faca e preparou-se para o cortar.Depois de cortado, levou-o para casa e comeu-o com

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os filhos. O Lagarto que, entretanto tinha conseguido sair do buraco, foiqueixar-se ao responsável da aldeia: __O Cágado cortou-me o rabo. Mande-o chamar para ele dizer porqueé que me cortou o rabo. O responsável convocou o Cágado e perguntou-lhe: __É verdade que tu cortaste o rabo ao Lagarto? O Cágado, que era muito esperto, disse: __ É verdade que eu encontrei um rabo perto de um buraco e o leveipara casa para comer, mas não era de ninguém. Eu não vi mais nada senãoo rabo. __Mas o rabo era meu - gritou o Lagarto - tens de o pagar. O Cágado respondeu: __Não, não pago. Eu fiz o mesmo que tu fizeste ontem. Tu ontemencontraste o meu saco de milho e comeste-o. Eu hoje encontrei o teurabo e comi-o. Agora estamos pagos. O responsável achou que ele tinha razão e mandou-os embora. Conto Africano: O CARACOL E A IMPALA Uma Impala, muito vaidosa da sua agilidade e da rapidez com quecorria, encontrou um Caracol e começou a fazer pouco dele: __ Ó Caracol, tu não és capaz de correr. Que vergonha, só és capazde te arrastar pelo chão. O Caracol, que era esperto, resolveu enganar a Impala. Por issodesafio-a: __ Vem cá no próximo domingo e vamos fazer uma corrida por estaestrada, desde aqui até ao rio. __ Uma corrida comigo? - perguntou, espantada, a Impala. — Estábem, cá estarei. E afastou-se a rir, pensando que o Caracol era maluco por querercorrer com ela. O Caracol, entretanto, como tinha ido à escola e sabia ler e escrever,escreveu uma carta a todos os caracóis amigos dele que moravam ao longoda estrada até ao rio. Nessa carta ele dizia aos amigos para, no domingo,estarem junto à estrada e, quando passasse a Impala, se ela chamassepelo Caracol, eles responderem: "Cá estou eu, o Caracol." No domingo, a Impala encontrou-se com o Caracol e, a rir muito,disse-lhe: __Vamos lá então correr os dois e ver quem chega primeiro ao rio. O Caracol deixou-a partir a correr e escondeu-se num arbusto. AImpala corria e, de vez em quando, gritava: __Caracol, ó Caracol, onde é que tu estás? E havia sempre um dos amigos do Caracol que estava ali perto erespondia: __Cá estou eu, o Caracol. A Impala, que julgava ser sempre o mesmo Caracol que ia a corrercom ela, corria cada vez mais, mas havia em todos os momentos umCaracol para responder quando ela chamava. De tanto correr, a Impala acabou por se deitar muito cansada emorrer com falta de ar. O Caracol ganhou a aposta porque foi mais esperto que a Impala etinha ido à escola junto com os outros caracóis e todos sabiam ler eescrever. Só assim se puderam organizar para vencer a Impala. Conto Africano: O ELEFANTE, ESCRAVO DO COELHO Uma vez, o Coelho andava a passear e encontrou um grandeajuntamento de animais sentados à sombra de uma árvore. Cheio decuriosidade, quis logo saber do motivo daquela reunião e perguntou: __ Então o que é que se passa? Que novidades há por aqui? Um dos animais explicou: __Trata0se de um milando e estamos à espera do Elefante, o nossochefe, para o resolver. __ O quê?... O quê?... O Elefante vosso chefe? - perguntou o Coelho,franzindo a testa. E continuou: __ O Elefante não é chefe nenhum! O Elefante é meu escravo eleva0me sempre às costas a qualquer parte que eu queira! Alguns do grupo admiraram0se: __ Como pode o Elefante ser teu escravo se tu és tão pequeno? __ O ser pequeno nada tem a ver com o meu valor - replicou oCoelho. E, em tom autoritário, acrescentou: __ Já vos disse e torno a dizer que o Elefante não é chefe, é meuescravo, e por isso, vocês podem ir embora daqui, que nesta coisa deresolver milandos ele não tem nada que se meter. Dito isto, o Coelho dirigiu os passos para sua casa e muitos dosanimais foram0se também embora dali por terem acreditado nas suas palavras. Algum tempo depois, chegou o Elefante e perguntou: __ Então onde estão os outros que aqui faltam? Atrasaram0se naviagem? __ Não! __ explicaram0lhe os poucos animais que lá tinham ficado. — Os queaqui faltam foram0se embora há pouco tempo, porque passou neste lugaro Coelho e disse0 nos que tu, Elefante, não és chefe, mas sim, um escravo dele. O Elefante tremeu todo de indignação e, muito furioso, resmungou: __ Ah, Coelho malandro! Coelho vigarista!... Deixa lá que, hoje mesmo,me darás conta de palavras tão injuriosas e tão vis!... Entretanto, o Coelho chegou a casa e fingiu0se doente. A mulher,cheia de pena, foi estender uma esteira e o Coelho deitou0se nela. Daí a momentos chegou a Impala, que era cunhada do Coelho,avisando0o de que o Elefante já se aproximava para lhe fazer mal. E, transmitido o recado,retirou0se.

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O Coelho, manhoso, entrou então em grandes convulsões, soltando,ao mesmo tempo, gemidos tão lastimosos que era mesmo de partir o coração. Chegou o Elefante que se pôs a roncar, muito mal disposto: __ Ó Coelho, ó malandro, salta depressa cá para fora, que tens de meacompanhar. O Coelho murmurou, a gemer e entrecortando as palavras: __ Oh! Por... fa... vor! Des... cul... pe0me... porque eu... não... es...tou...bom!... dói0me mui...to... o cor... po to...do! Isto foi... um mal que me deu de re...pen... te... __ Não quero saber! Seja como for, tens de vir comigo ao lugar ondeestão reunidos os outros animais, porque ouvi dizer que tiveste o descaramento deenxovalhar o meu título de chefe e de dizer que eu sou teu escravo __ replicou o Elefante. __ Tens to... da a ra... zão... mas o cer... to é que eu... não aguen... toca... mi... nhar... para te po... der... acom... pa... nhar! __ Já te disse, tens de vir comigo, custe o que custar, mesmo que eutenha de te levar às costas __ ordenou o Elefante. __ Então só se for desse mo... do, mas fi... ca... sa... ben... do quemes... mo assim a via... gem me vai ser muito... pe... no... sa. E, logo a seguir, chamou a mulher e disse, chorosamente: __ Dá cá a minha ca... mi... sa nova. Hi... Hi... Hi... Hi... vai tam... bémbus... car as minhas cal... ças no... vas. E, depois: __ Já a... go... ra, traz tam... bém os meus sa... pa... tos no... vos! É quepo... de a... con... te... cer que eu morra e, ao me... nos, que... ro morrer com os meustra... jes mais ricos. Uma vez o Coelho vestido e calçado, o Elefante abaixou0se e o Coelhosaltou0lhe para as costas, onde se instalou muito bem instalado. Estava um calor de rachar pedras. Antes de partir, o Coelho gritoupara a mulher: __ Ó mulher, dá0me cá a sombrinha porque está muito calor... e possoagravar os meus males com alguma insolação. O Elefante, em grandes e rápidas passadas, pôs0se a caminho dareunião. Quando se aproximavam do lugar, o Coelho, deixando de fingir queestava doente, ensaiou uma atitude de pessoa importante e esboçou um sorriso feliz. Os outros animais ao verem o Coelho assim todo solene e bemapresentado, às costas do Elefante, começaram todos com grandes exclamações: __ Olha! Olha!... Sempre é verdade o que o Coelho dizia. O Elefante éescravo dele... pois que o traz às costas. Quando o Elefante parou, o Coelho deu um salto, muito ágil eelegante, para o chão e, tomando a palavra, dirigiu0se assim aos outros animais: __ Estão a ver?... Estão a ver?... Eu não vos dizia que o Elefante é o meuescravo? Todos os animais presentes romperam em grande gritaria, clamando: __É verdade, sim senhor, é verdade. Tu, Elefante, não és chefenenhum!... És escravo do Coelho pois o carregas às costas. O Elefante só então deu pelo acto de estupidez que cometera e, cheiode vergonha, desandou dali para fora.

Re: Dinâmica do Módulo - Valendo Nota por Marcia Mary Sumida Shikata - domingo, 26 fevereiro 2012, 15:39

Contos Africanos: A Menina que não Falava Certo dia, um rapaz viu uma rapariga muito bonita e apaixonou-se por ela. Como se queria casar com ela, no outro dia,foi ter com os pais da rapariga para tratar do assunto. Essa nossa filha não fala. Caso consigas fazê-la falar, podes casar com ela, responderam os pais da rapariga. O rapaz aproximou-se da menina e começou a fazer-lhe várias perguntas, a contar coisas engraçadas, bem como a insultá-la, mas a miúda não chegou a rir e não pronunciou uma só palavra. O rapaz desistiu e foi-se embora. Após este rapaz, seguiram-se outros pretendentes, alguns com muita fortuna mas, ninguém conseguiu fazê-la falar. O último pretendente era um rapaz sujo, pobre e insignificante. Apareceu junto dos pais da rapariga dizendo que queria casar com ela, ao que os pais responderam: __ Se já várias pessoas apresentáveis e com muito dinheiro não conseguiram fazê-la falar, tu é que vais conseguir? Nempenses nisso! O rapaz insistiu e pediu que o deixassem tentar a sorte. Por fim, os pais acederam. O rapaz pediu à rapariga para irem à sua machamba, para esta o ajudar a sachar. A machamba estava carregada de muito milho e amendoim e o rapaz começou a sachá-los. Depois de muito trabalho, a menina ao ver que o rapaz estava a acabar com os seus produtos, perguntou-lhe: __ O que estás a fazer? O rapaz começou a rir e, por fim, disse para regressarem a casa para junto dos pais dela e acabarem de uma vez com a questão. Quando aí chegaram, o rapaz contou o que se tinha

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passado na machamba. A questão foi discutida pelos anciãos da aldeia e organizou-se um grande casamento. Contos Africanos:Duas Mulheres HAVIA DUAS MULHERES AMIGAS, uma que podia ter filhos __ e tinha muitos __ e aoutra não. Um dia, a mulher estéril foi a casa da amiga e convidou-a a visitá-la, dizendo: __ Amiga, tenho muitas coisas novas em casa, venha vê-las! __ Está bem __ concordou a outra. De manhã cedo, a mulher que tinha muitos filhos foi visitar a amiga. Ao chegar a casadesta, chamou-a: __ Amiga, minha amiga! Trazia consigo um pano que a mulher estéril aceitou e guardou. As duas amigas ficaram a conversar, tomando um chá que a dona da casa tinhapreparado para as duas. Ao acabarem o chá, a dona da casa quis, então, mostrar à amiga ascoisas que tinha comprado. Passaram para a sala e a mulher estéril abriu uma malamostrando à amiga roupa, brincos, prata e outras coisas de valor. No final da visita, a mulher que tinha muitos filhos agradeceu, dizendo: __ Um dia há-de ir a minha casa ver a mala que eu arranjei. E, um certo dia, a mulher que não tinha filhos, foi a casa da amiga. Mal a viram, osfilhos desta gritaram: __ A sua amiga está aqui! Agradeceram a peneira que ela trazia na cabeça e guardaram-na. Começaram, então,a preparar o chá. A mãe das crianças chamava-as uma a uma: __ Fátima! __ Mamã? __ Põe o chá ao lume! __ Mariamo! __ Sim? __ Vai partir lenha! __ Anja! __ Sim? __ Vai ao poço __ Muacisse! __ Mamã? __ Vai buscar açúcar! __ Muhamede! __ Sim? __ Traz um copo! __ Mariamo! __ Vamos lá, despacha-te com o chá! Assim que o chá ficou pronto, tomaram-no e conversaram todos um pouco. Quando a amiga se ia embora, a mulher que tinha filhos disse: __ Minha amiga, eu chamei-a para ver a mala que arranjei, mas a minha mala não temroupa nem brincos! A mala que lhe queria mostrar são os meus filhos! A mulher que não podia ter filhos ficou muito triste e, antes de chegar a casa, sentiu-se muito mal, com dores de cabeça e acabou por morrer.Comentário do narrador: coisa não é coisa, coisa é pessoa! Contos Africanos: O Homem e a Filha Era uma vez um casal que teve uma filha. A mulhermorreu pouco depois do parto e a criança foi criada pelo pai.Quando a menina cresceu, o pai anunciou-lhe: __ Minha filha, quero casarcontigo! Mas a menina respondeu: __ Isso não é bom. Seremos descobertos pelos outros,pois no mundo não há segredos! __ Sempre quero ver se no mundo não há segredos,disse o pai. Foi buscar arroz, vazou duas medidas numa panela ecozinhou-o. Em seguida, levou a panela para o mato eenterrou-a. Ninguém sabia que ele tinha enterrado no matouma panela cheia de arroz a não ser ele próprio e a filha. Tempos mais tarde, apareceram homens com redespara caçar no mato. Eles não sabiam que no local ondecaçavam, debaixo de uma árvore, estava enterrada umapanela cheia de arroz. Descobriram, admirados, queformigas brancas saídas da terra junto daquela árvore,transportavam grão de arroz. De imediato cavaram o buraco e encontraram umapanela cheia de arroz cozido. A filha, então, voltou-se para o pai: __ Está a ver papá? Eu não lhe disse que o mundo nãotem segredos?!Comentário: No mundo não há segredos, a filha bem o sabia! CONTO POPULAR DA GUINÉ-BISSAU – A Origem do Tambor Dizem na Guiné que a primeira viagem à Lua foi feita peloMacaquinho de nariz branco.Segundo dizem, certo dia, os macaquinhos de nariz brancoresolveram fazer uma viagem à Lua a fim de traze-la para a Terra. Após tanto tentar subir, sem nenhum sucesso, um deles,dizem que o menor, teve a idéia de subirem uns por cima dosoutros, até que um deles conseguiu chegar à Lua. Porém, a pilha de macacos desmoronou e todos caíram,menos o menor, que ficou pendurado na Lua. Esta lhe deu a mão eo ajudou a subir. A Lua gostou tanto dele que lhe ofereceu, como regalo, umtamborinho. O macaquinho foi ficando por lá, até que começou a sentirsaudades de casa e resolveu pedir à Lua que o deixasse voltar. A lua o amarrou ao tamborinho para descê-lo pela corda,pedindo a ele que não tocasse antes de chegar à Terra e, assimque chegasse, tocasse bem forte para que ela cortasse o fio. O Macaquinho foi descendo feliz da vida, mas na metade docaminho, não resistiu e tocou o tamborinho. Ao ouvir o som dotambor a Lua pensou que o Macaquinho houvesse chegado à Terrae cortou a corda. O Macaquinho caiu e, antes de morrer, ainda pode dizer auma moça que o

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encontrou, que aquilo que ele tinha era umtamborinho, que deveria ser entregue aos homens do seu país. A moça foi logo contar a todos sobre o ocorrido. Vierampessoas de todo o país e, naquela terra africana, ouviam-se osprimeiros sons de tambor., Contos Africanos: A Lua Feiticeira e a Filha que não sabia pilar A LUA TINHA UMA FILHA BRANCA e em idade de casar. Um dia apareceu-lhe emcasa um monhé pedindo a filha em casamento. A lua perguntou-lhe: — Como pode ser isso, se tu és monhé? Os monhés não comem ratos nemcarne de porco e também não apreciam cerveja... Além disso, ela não sabe pilar... O monhé respondeu: __ Não vejo impedimento porque, embora eu seja monhé, a menina podecontinuar a comer ratos e carne de porco e a beber cerveja... Quanto a não saberpilar, isso também não tem importância, pois as minhas irmãs podem fazê-lo. A lua, então, respondeu: __ Se é como dizes, podes levar a minha filha que, quanto ao mais, é boarapariga. O monhé levou consigo a menina. Ao chegar a casa foi ter com a sua mãe e fez-lhe saber que a menina com quem tinha casado comia ratos, carne de porco e bebiacerveja, mas que era necessário deixá-la à-vontade naqueles hábitos. Acrescentoutambém que ela não sabia pilar, mas que as suas irmãs teriam a paciência de supriressa falta. Dias depois, o monhé saiu para o mato à caça. Na sua ausência, as irmãschamaram a rapariga (sua cunhada) para ir pilar com elas para as pedras do rio e estadesatou a chorar. As irmãs censuraram-na: __ Então tu pões-te a chorar por te convidarmos a pilar?... Isso não está bem!Tens de aprender porque é trabalho próprio das mulheres. E, sem mais conversas, pegaram-lhe na mão e conduziram-na ao lugar ondecostumavam pilar. Quando chegaram ao rio puseram-lhe o pilão na frente, entregaram-lhe ummaço e ordenaram que pilasse. A rapariga começou a pilar, mas com uma mágoa tão grande que as lágrimasnão paravam de lhe escorrer pela cara. Enquanto pilava ia-se lamentando: __ Quando estava em casa da minha mãe não costumava pilar... Ao dizer estas palavras, a rapariga, sempre a pilar e juntamente com o pilão,começou a sumir-se pelo chão abaixo, por entre as pedras que, misteriosamente, seafastavam. E foi mergulhando, mergulhando... até desaparecer. Ao verem aquele estranho fenômeno, as irmãs do monhé abandonaram os pilõese foram a correr contar à mãe o que acontecera. Esta ficou assustada com a estranhanovidade e tinha o coração apertado de receio quando chegou o monhé, seu filho. Este, ao ouvir o relato do que acontecera à sua mulher, ralhou com as irmãs,censurando-as por não terem cumprido as suas ordens. Apressou-se a ir ter com alua, sua sogra, para lhe dar conta do desaparecimento da filha. A lua, muito irritada, disse: __ A minha filha desapareceu porque não cumpriste o que prometeste. Fazcomo quiseres, mas a minha filha tem de aparecer! __ Mas como posso ir ao encontro dela se desapareceu pelo chão abaixo? A lua mudou, então, de aspecto e, mostrando-se conciliadora, disse: __ Bom, vou mandar chamar alguns animais para se fazer um remédio queobrigue a minha filha a voltar... Vai para o lugar onde desapareceu a minha filha eespera lá por mim. O monhé foi-se embora e a lua chamou um criado ordenando: __ Chama o javali, a pacala, a gazela, o búfalo e o cágado e diz-lhes quecompareçam, sem demora, nas pedras do rio onde desapareceu a minha filha. O criado correu a cumprir as ordens e os animais convidados apressaram-separa chegar ao lugar indicado. A lua também para lá se dirigiu com um cesto dealpista. Quando chegou ao rio, derramou um punhado de alpista numa pedra eordenou ao porco que moesse. O porco, enquanto moia, cantou: __ Eu sou o javali e estou a moer alpista para que tu, rapariga, apareças ao somda minha voz! Nesse momento ouviu-se a voz cava da menina que, debaixo do chão,respondia: __ Não te conheço! O javali, despeitado, largou a pedra das mãos e afastou-se cabisbaixo. Aproximou-se em seguida a pacala e, enquanto moia, cantou: __ Eu sou a pacala e estou a moer alpista para que tu, rapariga, apareças aosom da minha voz! Ouviu-se novamente a voz da menina que dizia: __ Não te conheço! A gazela e o búfalo ajoelharam também junto do moinho, fazendo a suainvocação, mas a menina deu a ambos a mesma resposta: __ Não te conheço! Por último, tomou a pedra o cágado e, enquanto moía, cantou: __ Eu sou o cágado e estou a moer alpista para que tu, rapariga, apareças aosom da minha voz! A menina cantou, então, em voz terna e melodiosa: __ Sim,

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cágado, à tua voz eu vou aparecer!... E, pouco a pouco, a menina começou a surgir por entre as pedras do rio,juntamente com o pilão, mas sem pilar. Quando emergiu completamente parou e ficousilenciosa. Os animais juntaram-se todos, curiosos, à volta da menina. Então, a lua disse: __ Agora a minha filha já não pode continuar a ser mulher do monhé pois elenão soube cumprir o que me prometeu. Ela será, daqui para o futuro, mulher docágado, pois só à sua voz é que ela tornou a aparecer. Então o cágado levantou a voz dizendo: __ Estou muito feliz com a menina que acaba de me ser dada em casamento e,como prova da minha satisfação, vou oferecer-lhe um vestido luxuoso que ela vestiráuma só vez, pois durará até ao fim da sua vida. E, dizendo isto, entregou à menina uma carapaça lindamente trabalhada, igual àsua. Da ligação do cágado com a filha da lua é que descendem todos os cágados domundo... Conto Africano: Estou voltando...‖ Um jovem angolano caminhava solitário pela praia. Parou por alguns instantes paraagradecer aos deuses por aquele momento milagroso: o deslumbramento de sua terra natal. O silêncio o fez adormecer em seu âmago, despertando inesperadamente com o baterdas ondas sobre as pedras. De repente, surgiram das matas homens estranhos e pálidos queo agarraram e o acorrentaram. Sua coragem e o medo travaram naquele momento umalonga batalha... Ele chamou pelos seus pais e clamou pelo seu Deus. Mas ninguém o ouviu.Subitamente mais e mais rostos estranhos e pálidos se uniram para rirem de sua humilhação.Vendo que não havia saída, o jovem angolano atacou um deles, mas foi impedido por umgolpe. Tudo se transformou em trevas. Um balanço interminável o fez despertar dentro do estômago de uma criatura. Aindazonzo, ele notou a presença de guerreiros de outras tribos. Todos se demonstraramincrédulos sobre o que estava acontecendo. Seus olhos cheios de medo indagavam. Passos erisos de seus algozes foram ouvidos acima. Durante a viagem muitos guerreiros morreram, sendo seus corpos lançados ao mar.Dias depois, já em terra firme, ele é tratado e vendido como um animal. Com o coração cheiode ―banzo‖ ele e outros negros foram levados para um engenho bem longe dali. Foramrecebidos pelo proprietário e pelo feitor que, com o estalar do seu chicote não precisouexpressar uma só palavra. Um dia, em meio ao trabalho, o jovem angolano fugiu. Mas não foi muito longe; foicapturado por um capitão do mato. Como castigo foi levado ao tronco onde recebeu nãoduas, mas cinqüenta chibatadas. Seu sangue se uniu ao solo bastardo que não o viu nascer. Os anos se passaram, mas a sua sede por liberdade era insaciável. Várias vezes foitestemunha dos maus tratos que o senhor aplicava sobre as negras, obrigando-as a seentregarem. Quando uma recusava era imediatamente açoitada pelo seu atrevimento. ASinhá, desonrada, vingava-se sobre uma delas, mandando que lhe cortassem os mamilospara que não pudesse aleitar. O jovem angolano não suportando mais aquilo fugiu novamente. No meio do caminhoencontrou outros negros fugidos que o conduziram ao topo de uma colina onde uma aldeiafortificada – um quilombo – estava sendo mantida e protegida por escravos. Ali ele aprendeu a manejar armas e, principalmente a ensinar as crianças o valor dacultura africana. Também foi ali que conheceu a sua esposa, a mãe de seu filho. Com omenino nos braços, ele o ergue diante as estrelas mostrando-o a Olorum, o deus supremo... Surgem novos rostos, estranhos e pálidos, mas de coração puro, os abolicionistas.Eram pessoas que há anos vinham lutando pelo fim do cativeiro. Suas pressões surtiramefeito. Leis começaram a vigorar, embora lentamente, para o fim da escravatura: A LeiEusébio Queiroz; a do Ventre-Livre, a do Sexagenário e, finalmente, a Lei Áurea. A juventudese foi. O velho angolano agora observa seus netos correndo livremente pelos campos.Aprenderam com o pai a zelarem pelas velhas tradições e andarem de cabeça erguida. Um dia o velho ouviu o clamor do seu coração: com dificuldade caminhou solitário atéa praia. Olhou compenetrado para o horizonte. Agora podia ouvir as vozes de seus paissendo trazidas pelas ondas do mar. A noite caiu cobrindo o velho angolano com o seu manto... Os tambores se calaram...No coração do silêncio suas palavras lentamente ecoaram: ―Estou voltando... Estou voltando...‖ Conto Africano: A lenda do tamborinho Corre entre os Bijagós, da Guiné, a lenda de que foi o Macaquinho de nariz brancoquem fez a primeira viagem à Lua. A história começou assim: Nas proximidades de uma aldeia, os macaquinhos de

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nariz branco, certo dia, de quese haviam de lembrar? De fazer uma viagem à Lua e trazê-la para baixo, para a Terra. Ora numa bela manhã, depois de terem em vão tentado encontrar um caminho poronde subir, um deles, por sinal o mais pequeno, teve uma ideia: encavalitarem-se uns nosoutros. Um agora, outro depois, a fila foi-se erguendo ao céu e um deles acabou por tocar naLua. Embaixo, porém, os macacos começaram a cansar-se e a impacientar- se. Ocompanheiro que tocou na Lua nunca mais conseguia entrar. As forças faltaram-lhes, ouviu-se um grito, e a coluna desmoronou-se. Um a um, todos foram arrastados na queda e caíramno chão. Apenas um só, só um macaquito, por sinal o mais pequeno, ficou agarrado à Lua,que o segurou pela mão e o ajudou a subir. A Lua olhou-o com espanto e tão engraçadinho o achou que lhe deu de presenteum tamborinho. O Macaquinho começou a aprender a tocar no seu tamborinho e por longos diasdeixou-se ficar por ali. Mas tanto andou, tanto passeou, tanto no tamborinho tocou, que osdias se passaram uns atrás dos outros e o macaquinho de nariz branco começou a sentirprofundas saudades da Terra e das suas gentes. Então, foi pedir à Lua que o deixasse voltar. — Para que queres voltar?— Tenho saudades da minha terra, das palmeiras, dasmangueiras, das acácias, dos coqueiros, das bananeiras. A Lua mandou-o sentar no tamborinho, amarrou-o com uma corda e disse-lhe: — Macaquinho de nariz branco, vou-te fazer descer, mas toma tento no que te digo.Não toques o tamborinho antes de chegares lá abaixo. E quando puseres os pés na Terra,tocarás então com força para eu ouvir e cortar a corda. E assim ficarás liberto. O Macaquinho, muito feliz da vida, foi descendo sentado no tambor. Mas a meioda viagem, oh!, não resistiu à tentação. E vai de leve, levezinho, de modo que a Lua nãopudesse ouvir, pôs-se a tocar o tambor tamborinho. Porém, o vento soltando brandosrumores fazia estremecer levemente a corda. Ouviu a Lua os sons compassados do tantã(1)e pensou: O Macaquinho chegou à Terra. E logo mandou cortar a corda.E eis o macaquinhoatirado ao espaço, caindo desamparado na ilha natal. Ia pelo caminho diante uma raparigacantando e meneando- -se ao ritmo de uma canção. De repente viu, com espanto, o infelizestendido no chão. Mas tinha os olhos muito abertos, despertos, duas brasas produzindo luz.O tamborinho estava junto dele. E ainda pôde dizer à rapariga que aquilo era um tambor e oentregava aos homens do seu país. A moça, ainda não refeita da surpresa, correu o mais velozmente que pôde a contaraos homens da sua raça o que acabava de acontecer.Veio gente e mais gente. Espalhavam-se archotes. Ouviam-se canções. E naquele recanto da terra africana fazia-se o primeirobatuque(2) ao som do maravilhoso tambor.Então os homens construíram muitos tambores e,dentro em pouco, não havia terra africana onde não houvesse esse querido instrumento.Comele transmitiam notícias a longas distâncias e com ele festejavam os grandes dias da sua vidae a sua raça. O tambor tamborinho ficou tão querido e tão estremecido do povo africano que, emdias de tristeza ou em dias de alegria, é ele quem melhor exprime a grandeza da sua alma." Conto Africano: COMO SURGIU A GALINHA D‖ANGOLA Antigamente as aves viviam felizes nos campos e florestasafricanas, até que a inveja se instalou entre elas tornandoinsuportável a convivência. Nessa ocasião, quase todos os pássaros passaram ainvejar a família do Melro, que era muito bonito. O macho, com suaplumagem negra e seu bico amarelo –alaranjado, despertava emtodos a vontade de ser igual a ele. As fêmeas tinha o dorso preto,o peito pardo-escuro, malhado de pardo-claro, e a garganta commanchas esbranquiçadas. Elas causavam inveja maior ainda. O Melro, vaidoso, certo de sua beleza, prometeu que setodas as aves o obedecessem usaria seus poderes mágicos e ostornaria negros com plumagem brilhante. Entretanto, os pássaroslogo começaram a desobedecê-lo. Então ele, furioso, jurouvingança, rogou-lhes uma praga e deu-lhes cores e aspectosdiferentes. Para a Galinha D‖Angola, disse que seria magra e sentiriafraqueza constante. Fez com que seu corpo se tornasse pintadoassim como o de um leopardo. Dessa forma, seria devorada poraqueles felinos, que não suportariam ver outro animal que tivesseo corpo tão belo, pintado de uma maneira semelhante ao deles. Elapagaria assim por sua inveja. E foi isso que aconteceu. Desde esse dia a Galinha D‖Angola, embora seja muitoesperta e voe para fugir dos caçadores, vive reclamando to fraca,to fraca. Com suas perninhas magras, foge com seu bando assimque surge algum perigo

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e é muito difícil alcançá-la. Suas penas,cinzas, brancas ou azuladas, são sempre manchadinhas de escurotornando as galinhas d‖angola belas e cobiçadas Conto Africano: As duas irmãs Há muito tempo, duas irmãs, Omelumma e Omeluka, adoravam brincar ao arlivre, rir e correr para todo lado. Certo dia, seus pais saíram para a feira que era umpouco longe de casa, e recomendaram: - Cuidado com os animais da terra e do mar, porque muitas pessoas já foramlevadas pelos monstros. Fiquem dentro de casa e não façam muito barulho. Quandofizerem comida, acendam um fogo pequeno, para que a fumaça não atraia os animais.E, quando secarem os grãos, façam em silêncio, para que os monstros nãoouçam.Porém - disse o pai - o mais importante, é que não saiam para brincar comoutras crianças. Fiquem dentro de casa. As duas concordaram com tudo. Acenaram em despedida quando os pais seafastaram.Ficaram dentro de casa a manhã inteira, mas conforme as horas iam passando,aumentava a sensação de fome. Então, começaram a socar os grãos para fazer umapapa, e aquilo virou logo uma brincadeira. Elas riam e faziam muito barulho. Aíacenderam um grande fogo para que a comida ficasse pronta mais depressa,esquecendo-se da advertência dos pais. Após comer até se fartar, as duas viram os amigos brincando no campo e foramcorrendo brincar com eles. Enquanto brincavam, um rugido imenso saiu de dentro da mata e outro veio domar, aparecendo muitos monstros que cercaram as crianças. Aterrorizadas, as duascorreram, mas foram separadas. Os monstros do mar carregaram Omelumma e os daterra Omeluka.As duas pensaram> ― se tivéssemos ouvido nossos pais. Agora seremos devoradaspelos monstros.‖ Porém, eles não as devoraram, mas as venderam como escravas em lugaresmuito distantes de sua terra. Omelumma foi escolhida por um homem, que comprou-ae casou-se com ela. Omeluka, mais jovem, não teve a mesma sorte. Foi escolhida porum homem cruel, que a comprou, mas a fez de escrava, dando-lhe muitas tarefas diae noite. Passado um tempo ele vendeu-a para um outro homem ainda pior do que eleque a maltratava ainda mais. Assim, passaram-se muitos anos. Enquanto isso, Omelumma vivia confortavelmente com o marido e deu à luz seuprimeiro filho, um menino. O marido foi ao mercado para encontrar uma escrava quepudesse ajudá-la nas tarefas com o bebê e a irmã, Omeluka, estava lá, para servendida. Assim, ele trouxe Omeluka para ser escrava da irmã, mas ela estava muito mudada,devido aos maus tratos que sofrera e Omelumma não reconheceu-a. Todas as manhãs, Omelumma ia para o mercado e entregava o bebê aoscuidados da irmã, deixando também, muitas tarefas para serem realizadas. Omelukase desdobrava, mas era muito serviço. Quando ia buscar água ou lenha, o bebê ficavaem casa, todavia seu choro a trazia rapidamente de volta, e assim não trazia a lenhasuficiente. A irmã quando chegava a surrava por não ter cumprido suas ordens, masse ela deixava o bebê chorando, os vizinhos contavam e ela apanhava do mesmo jeito. Ela tentou levar o bebê quando ia pegar lenha, mas não deu certo, porque nãoconseguia fazer o serviço com ele no colo. Certa tarde, o bebê só interrompeu o choro, quando ela o colocou no colo e oembalou suavemente. Uma vizinha aproximou-se perguntando por que ela não faziasuas tarefas. Ela ficou com medo de ser denunciada e voltou ao trabalho. Mas o bebêcomeçou a chorar e ela não teve saída senão se sentar e começar a embalá-lo denovo. Não sabendo mais o que fazer, finalmente entoou uma canção: Shsh, shsh, bebezinho, não chore mais Nossa mãe nos disse para não fazer fogo grande, Mas nós fizemos Nossa mãe nos disse para não fazer barulho, Mas nós fizemos. Nosso pai nos disse para não brincar lá fora, Mas nós brincamos. Então os monstros do mato e do mar nos levaram embora, Para muito longe, muito longe! E onde pode a minha irmã estar? Muito longe, muito longe! Shsh, shsh, bebezinho não chore mais. Uma velha que ouviu aquela cantiga, lembrou-se da história que Omelumma lhecontara, há muito tempo, sobre terem sido levadas pelos monstros do mar e da terra.Ela percebeu que a escrava devia ser a irmã de Omelumma, há tanto tempo sumida.Correu até o mercado para contar a novidade à Omelumma. No dia seguinte, ela deu várias tarefas à irmã e em seguida saiu, para omercado. Mas voltou em segredo e viu como a irmã corria de um lado para o outrotentando impedir o bebê de chorar enquanto fazia seu serviço. Finalmente a irmãsentou-se e começou a cantar a canção que a velha escutara. Assim que Omelumma ouviu a canção, reconheceu que era sua irmã

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e,chorando de dor e remorso, chegou perto dela para pedir perdão. As duas se abraçaram e choraram juntas. Em seguida Omelumma libertou airmã, jurou nunca mais maltratar nenhum servo e quando o marido chegou tambémficou muito feliz ao saber da novidade. Viveram depois disso, muito felizes. Conto Africano:"O Jabuti e o Leopardo" O jabuti, distraído como sempre, estava voltando apressadopara casa . A noite começava a cobrir a floresta com seu mantoescuro e o melhor era apertar o passo. De repente ...caiu numa armadilha ! Um buraco profundo coberto por folhas de palmeiras quehavia sido cavado na trilha, no meio da floresta, pelos caçadoresda aldeia para aprisionar os animais. O jabuti, graças a seu grosso casco, não se machucou naqueda, mas...como escapulir dali ? Tinha que encontrar umasolução antes do amanhecer se não quisesse virar sopa para osaldeões... Estava ainda perdido em seus pensamentos quando umleopardo caiu também na mesma armadilha !!! O jabuti deu umpulo, fingindo ter sido incomodado em seu refúgio, e berrou para oleopardo: "-Que é isto ? o que está fazendo aqui ? Isto são modos deentrar em minha casa ? Não sabe pedir licença ?!" E quanto mais gritava. E continuou... "-Não vê por onde anda ? Não sabe que não gosto de recebervisitas a estas horas da noite? Saia já daqui ! Seu pintado mal-educado !!!" O leopardo bufando de raiva com tal atrevimento, agarrou ojabuti...e com toda a força jogou-o para fora do buraco ! O jabuti, feliz da vida, foi andando para sua casatranquilamente! Há! Espantado ficou o leopardo... Conto Africano: O MACACO E O HIPOPÓTAMO EM uma época muito antiga, quando as bananeiras produziam poucasbananas, existiam numerosos macacos. Havia um deles chamado Travesso, que morava nas margens do rio. O macaco Travesso possuía um grupo de bananeiras que lheproporcionavam frutos suficientes para a sua alimentação, o que lhe traziasatisfação e orgulho porque os seus frutos eram os mais saborosos daregião. No rio habitava o hipopótamo Ra-Ra, que era o rei daquelas paragens. A corpulência desse animal era notável e tão grande a sua boca, quepodia tragar seis macacos de uma só vez.Além disso, gostava imensamentede bananas e, especialmente as da propriedade de Travesso. Ra-Ra resolveu roubar-lhe as bananas, apesar de não ser um atomuito bonito para um rei.Ordenou então a todos os papagaios que astrouxessem para a sua residência. Entretanto, o macaco não arredava pé do seu grupo de bananeiras, afim de impedir que desaparecessem os seus preciosos frutos. Os papagaios logo encontraram este obstáculo sério e recorreram àastúcia para cumprir as ordens do rei. Após uma conferência de váriashoras estudando diversas soluções para resolver eficientemente o problemado roubo, concordaram em dizer ao macaco que seu irmão estava muitodoente e desejava vê-lo. Quando Travesso recebeu a notícia, bom irmão que era, foi depressaprocurar seu irmão doente. Verificou logo que aquilo não era verdade. Seuirmão estava gozando de boa saúde e, suspeitando imediatamente do quese tratava, voltou a toda pressa para perto de suas bananeiras. Uma surpresa dolorosa o aguardava. Não ficara nem uma banana parasemente. Enquanto lamentava sua perda aproximou–se um papagaio,dizendo-lhe: — Oh!,irmão Travesso! Sabes que Ra-Ra, o hipopótamo, nos obrigou aroubar-te as bananas e depois não nos quis dar uma só! — Ah! E‘ assim? Então espera… Irei à casa de Ra-Ra e tirar-lhe-ei asminhas bananas! — exclamou o macaco. A serpente, que é um animal invejoso, cheio de defeitos, dos quais opior é o espírito de intriga, passou por ali por acaso quando o macacofalava e, ato contínuo, foi contar tudo ao hipopótamo. — Está bem! — disse Ra-Ra. — Em tal caso ordeno ao Travesso quecompareça aqui quanto antes. A Serpente voltou ao lugar em que vivia Travesso e lhe deu a ordem deRa-Ra, de modo que o macaco se pôs a tremer, pois, não era tão valente comoas suas palavras pareciam revelar. Era preciso obedecer e quando se dispunha a fazer a desagradável visita aohipopótamo, ocorreu-lhe uma idéia. Preparou com o maior cuidado uma boaquantidade de visgo, a cola que usava para caçar passarinhos, e untou-se comele muito bem. Feito isto encaminhou-se para a casa de Ra-Ra, à margem dorio. — Disseram-me — disse-lhe o hipopótamo, ao vê-lo — que ameaçaste devir recobrar tuas bananas. É certo que o disseste? — De modo algum, senhor — respondeu Travesso. — Tanto minhas frutascomo eu mesmo,

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estamos à sua disposição. — Bem, fico muito satisfeito em ouvir estas palavras. Sem dúvida,quiseram fazer intriga e contaram-me essa mentira. Senta-te. Porém, procurafazê-lo de frente para mim e sem tocar em nenhuma das bananas que estãoatrás de ti. Assim fez Travesso, apoiando com força as costas, inteiramente untadas,contra as bananas. — Disseram-me que sabes muitas histórias. Queres contar-me uma? O macaco dispôs-se a satisfazer o desejo de seu soberano e lhe contouuma história muito interessante. Enquanto isso não se esquecia de esfregar o corpo contra as bananas afimde que aderisse às suas costas o maior número delas.Terminado o conto, Ra-Radisse-lhe: — Obrigado. Podes sair, mas toma cuidado para saíres de frente para mim.Assim se deve fazer diante de um rei. Nada podia favorecer melhor o macaco, que estava com as costas cheiasdas bananas que a elas se haviam colado. Quando se viu fora da casa do hipopótamo, pôs-se a correr, ocultando-se. Os papagaios não tardaram a descobrir a astúcia do macaco e foramcorrendo contar a Ra-Ra. O hipopótamo, ao tomar conhecimento da notícia, teve tão grande ataquede raiva que virou de barriga para o ar, morrendo instantaneamente. Então, os animais reuniram-se e, diante da inteligência do macaco,resolveram aclamá-lo soberano. Ficou muito conhecido por sua esperteza e deram-lhe, então, o nome deSua Majestade Travesso I, o Esperto. E o seu governo foi sábio e prudente, durante anos e anos. Conto Africano: A onça e a raposa A onça estava cansada de ser enganada pela raposa, e mais irritada aindapor não conseguir pegá-la para poder fazer um bom guisado. Um dia teve uma idéia: deitou-se na sua toca e fingiu-se de morta. Quando os bichos da floresta souberam da novidade, ficaram tão felizes,mas tão felizes que correram na toca da onça para ver se a sua morte eramesmo verdade. Afinal de contas, a onça era uma bicho danado! Vivia dado sustos nosoutros animais! Por isso estavam todos muitos felizes com a noticia de suamorte. A raposa porém, ficou desconfiada e como não é boba nem nada,ficou delonge, apreciando a cena. Atrás de todos os animais, ela gritou: _ Minha avó quando morreu, espirrou três vezes. Quem tá morto de verdade,tem que espirrar. A onça ouviu aquilo e para demonstrar para todos que estava mesmomortinha da silva, espirrou três vezes. - É mentira gente! Ela tá viva!- Gritou a raposa Os bichos correram assustados, enquanto a onça levantava furiosa. A raposafugiu rindo á beça da cara da sua adversária. Mas a onça não desistiu deapanhar a raposa e pensou num plano. Havia uma grande seca na floresta, e os bichos para beber água tinham queir num lago perto da sua toca. Então ela resolveu ficar ali. Deitada.Quieta.Esperando... Espreitando a raposa dia e noite, sem parar. Um dia, irritada e com muita sede, a raposa resolveu dar basta naquelasituação. E também elaborou um plano. Lambuzou-se de mel e espalhou ummonte de folha seca por seu corpo cobrindo-o todo. Chegando ao lagoencontrou a onça. Sua adversária, olhou-a bem e perguntou: _ Que bicho é você que eu não conheço? Cheia de astúcia, a raposa respondeu: _ Sou o bicho folharal! _ Então, pode beber água. Vendo que a raposa bebia água como se tivesse muita sede, a onçaperguntou desconfiada; _ Está com muita sede hein! Nisso, a água amoleceu o mel e as folhas foram caindo do corpo da raposa. Quando a última folha caiu, a onça descobrindo que foi enganada,pulousobre ela.Mas nisso, a esperta raposa já tinha fugido rindo às gargalhadas. Conto Africano : O CAÇADOR FURTIVO PEDRO estava almoçando em companhia de seus pais. Prestava muita atenção àconversa dos mesmos, porque de fato era muito interessante. — Há muitos caçadores furtivos nos bosques — disse o pai. — Joaquim, o guarda, dizque não sabe quem é o culpado, mas, que todas as noites desaparecem coelhos e aves.Deve, forçosamente, ser algum forasteiro! — Escuta, papai — interrompeu Pedro — Joaquim não viu o caçador furtivo? — Sim! Julga que uma vez chegou a vê-lo! — respondeu o pai. — É um indivíduo alto,forçudo e com barbas! Pedro ficou muito preocupado com o caçador furtivo e pensou que um dia Joaquimhavia de surpreender o criminoso. — Se eu tivesse uma espingarda como Joaquim, havia de persegui-lo todas as noites, enão teria medo algum! — pensou o menino. — Oxalá pudesse descobri-lo! Dois dias depois, quando o sol se punha, deu-se a casualidade de estar Pedrodebruçado à janela mais alta de sua casa. Procurava ver se descobria seu amigo Tomás, ofilho do guarda, na colina situada em frente

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da casa. Enquanto olhava, seus olhos se fixaram num indivíduo alto, que desaparecia nosbosques de seu pai. O sol poente fez brilhar por um instante a arma de fogo que o desconhecido levavadebaixo do braço. Pedro imediatamente se lembrou de que aquele indivíduo poderia muitobem ser o caçador furtivo. — Quem será esse que a estas horas se mete nos bosques de papai? É alto e levaespingarda! Se for o caçador furtivo que hei de fazer eu agora? Desceu correndo e dirigiu-se a Jaime, o cocheiro. — Jaime, Jaime! — exclamou arquejante. — Nos bosques está um caçador furtivo!Veja se pode apanhá-lo! — Calma, calma, Pedrinho! — respondeu Jaime sorrindo. — Estou vendo que querescaçoar comigo! — acrescentou. — Juro que é verdade, Jaime! — exclamou o menino, agarrando-se ao braço dococheiro. — Faz-me o favor de ir lá antes que seja tarde e que ele mate todas as aves etodos os coelhos de papai! — Não diga tolices! — replicou o cocheiro. — Tenho muito o que fazer e se quiseresvai tu mesmo apanhar esse caçador furtivo! Pedro compreendeu que era inútil insistir com Jaime, e, por isso, saiu a correr. — Não há tempo de ir em busca de mais ninguém — pensou. — E se eu mesmo fosseapanhá-lo na floresta? Correu em direção ao bosque e, antes mesmo de haver pensado no que faria, esbarroucom o desconhecido. — Quem é você, menino? — perguntou aquele. — Pouco lhe importa saber! — respondeu Pedro bruscamente, porque se sentia muitocorajoso. — Você é um caçador furtivo! — Joaquim já o viu uma vez. Você é alto, usa barbae traz espingarda! E hoje voltou para caçar indevidamente nos bosques de meu pai! Faça ofavor de me acompanhar! O desconhecido pôs-se a rir. — E onde pretende levar-me? — perguntou. — Aqui perto, em casa de meu pai! E não resista, porque papai ficará muito zangado! — E se eu tentar fugir? — perguntou o homem. — O que fará você? — Seguí-lo-ei — respondeu Pedro. — E posso afirmar-lhe que corro com muita rapidez!Além disso gritaria chamando Joaquim, o guarda, de forma que não tardaria em ser o senhorpreso. É melhor vir comigo, porque se livrará dos ponta-pés e bordoadas que Joaquimcertamente lhe aplicaria! — Bom! — concordou o desconhecido. — Entrego-me e o acompanho. Pedro o segurou pela manga do casaco e, tirando-o do bosque, levou-o até à sua casa. O desconhecido o seguiu docilmente, sem intentar sequer a fuga. Pedro se considerava muito valente. Acabava de prender, ele sozinho, um caçadorfurtivo. O que iria dizer o seu pai quando eles chegassem? Além disso, estava muitíssimo contente porque todos os seus colegas de escolaficariam sabendo que ele era valente e não tinha medo de um caçador furtivo. Considerava-se um herói completo! — Papai! Papai! — gritou ao chegar. — Venha ver o caçador furtivo! Eu o prendi eencerrei-o no telheiro! Tem espingarda e bolsa, que com certeza deve estar repleta decoelhos. Papai e mamãe apressaram-se a acudir muito surpreendidos e Pedro os conduziu aotelheiro. — Cuidado! — disse ele ao pai. — Pode tentar uma fuga e nos apanhar de surpresa. Papai abriu a porta e olhou para dentro. Deu um grito de assombro e entrou notelheiro. — Guilherme! Querido Guilherme! — exclamou. — De onde vens? Não esperávamosque você chegasse tão cedo! Aquele homem de elevada estatura saiu sorrindo e segurando no braço de papai.Pedrinho não podia compreender o que significava aquilo. Pois não é que seu pai tratavaamigavelmente aquele desconhecido? — Este é o teu tio Guilherme! — disse o pai a Pedro. — Vem de caçar tigres em umpaís muito distante, para passar uma temporada conosco. E você menino foi prendê-lo,confundindo-o, com um caçador furtivo! ―Meu Deus!‖ Pedro ficou vermelho como um tomate e muito envergonhado olhou para o seu tio Guilherme! — Sinto muito! — disse por fim. — A verdade é que pensei mesmo que o senhor fosse umcaçador furtivo! O menino acrescentou ainda: — Por que então, o senhor não me disse logo que era o tio Guilherme? Teria evitado oaborrecimento de fechá-lo no telheiro! — Você é o menino mais valente que tenho conhecido — respondeu o tio. — Você sozinho meapanhou e me prendeu quando eu menos esperava! Prometo um dia levá-lo comigo, porque estouorgulhoso de ter um sobrinho como você! A aventura, pois, não teve conseqüências. Papai estava muito orgulhoso de Pedro e a mesmacoisa pensava a mamãe. Assim, portanto, Pedro não se envergonhou quando, brincando, zombavam dele por terencerrado o tio Guilherme no telheiro do jardim, pensando ser um herói conforme vira no cinema. Entretanto, no íntimo, Pedrinho estava desgostoso. Se os seus amiguinhos viessem, a saber,do acontecido, caçoariam dele e teria que demonstrar que não admitia brincadeiras.

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Pedro e o tio Guilherme se fizeram muito bons amigos. Não tardaram em empreender uma viagem muito longa, não para prender caçadores furtivos,mas, para matar tigres na África. Lá pôde demonstrar a sua coragem não fugindo nunca aosconstantes perigos das florestas africanas. Hoje ele tem satisfação em ter sido valente. Conto Africano: A MENINA QUE NÃO FALAVA Certo dia, um rapaz viu uma rapariga muito bonita e apaixonou-se porela. Como se queria casar com ela, no outro dia, foi ter com os pais darapariga para tratar do assunto. --Essa nossa filha não fala. Caso consigas faze-la falar, podes casarcom ela - responderam os pais da rapariga. O rapaz aproximou-se da menina e começou a fazer-lhe váriasperguntas, a contar coisas engraçadas, bem como a insulta-la, mas a miúdanão chegou a rir e não pronunciou uma só palavra. O rapaz desistiu e foi-seembora. Após este rapaz, seguiram-se outros pretendentes, alguns com muitafortuna mas, ninguém conseguiu faze-la falar. O último pretendente eraum rapaz sujo, pobre e insignificante. Apareceu junto dos pais da raparigadizendo que queria casar com ela, ao que os pais responderam: ----Se já várias pessoas apresentáveis e com muito dinheiro nãoconseguiram faze-la falar, tu é que vais conseguir? Nem penses nisso! O rapaz insistiu e pediu que o deixassem tentar a sorte. Por fim, os paisacederam. O rapaz pediu à rapariga para irem à sua machamba, para estao ajudar a sachar. A machamba estava carregada de muito milho eamendoim e o rapaz começou a sacha-los. Depois de muito trabalho, a menina ao ver que o rapaz estava a acabarcom os seus produtos, perguntou-lhe: -----O que estás a fazer? O rapaz começou a rir e, por fim, disse para regressarem a casa parajunto dos pais dela e acabarem de uma vez com a questão. Quando aí chegaram, o rapaz contou o que se tinha passado namachamba. A questão foi discutida pelos anciãos da aldeia e organizou-seum grande casamento. Conto Africano: A GAZELA E O CARACOL Uma gazela encontrou um caracol e disse-lhe: __ Tu, caracol, és incapaz de correr, só te arrastas pelo chão. O caracol respondeu: __ Vem cá no Domingo e verás! O caracol arranjou cem papéis e em cada folha escreveu: ―Quando vier a gazela e disser: caracol, tu respondes com estaspalavras: "Eu sou o caracol". Dividiu os papéis pelos seus amigos caracóisdizendo-lhes: __ Leiam estes papéis para que saibam o que fazer quando a gazelavier. No Domingo a gazela chegou à povoação e encontrou o caracol.Entretanto, este pedira aos seus amigos que se escondessem em todos oscaminhos por onde ela passasse, e eles assim fizeram. Quando a gazela chegou, disse: __ Vamos correr, tu e eu, e tu vais ficar para trás! O caracol meteu-se num arbusto, deixando a gazela correr. Enquanto esta corria ia chamando: __ Caracol! E havia sempre um caracol que respondia: __ Eu sou o caracol. Mas nunca era o mesmo por causa das folhas de papel que foramdistribuídas. A gazela, por fim, acabou por se deitar, esgotada, morrendo com faltade ar. O caracol venceu, devido à esperteza de ter escrito cem papéis. Conto Africano: O HOMEM CHAMADO NAMARASOTHA Havia um homem que se chamava Namarasotha. Era pobre e andavasempre vestido com farrapos. Um dia foi à caça. Ao chegar ao mato,encontrou uma impala morta. Quando se preparava para assar a carne doanimal apareceu um passarinho que lhe disse: __ Namarasotha, não se deve comer essa carne. Continua até maisadiante que o que é bom estará lá. O homem deixou a carne e continuou a caminhar. Um pouco maisadiante encontrou uma gazela morta. Tentava, novamente, assar a carnequando surgiu um outro passarinho que lhe disse: __ Namarasotha, não se deve comer essa carne. Vai sempre andandoque encontrarás coisa melhor do que isso. Ele obedeceu e continuou a andar até que viu uma casa junto aocaminho. Parou e uma mulher que estava junto da casa chamou-o, mas eleteve medo de se aproximar pois estava muito esfarrapado. __Chega aqui!- insistiu a mulher. Namarasotha aproximou-se então. __ Entra - disse ela. Ele não queria entrar porque era pobre. Mas a mulher insistiu eNamarasotha entrou, finalmente. __Vai te lavar e veste estas roupas - disse a mulher. E ele lavou-se e vestiu as calças novas. Em seguida, a mulherdeclarou: __ A partir deste momento esta casa é tua. Tu és o meu marido epassas a ser tu a mandar. E Namarasotha ficou, deixando de ser pobre. Um certo dia havia uma festa a que

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tinham de ir. Antes de partirempara a festa, a mulher disse a Namarasotha: __ Na festa a que vamos quando dançares não deverás virar-te paratrás. Namarasotha concordou e lá foram os dois. Na festa bebeu muitacerveja de farinha de mandioca e embriagou-se. Começou a dançar aoritmo do batuque. A certa altura a música tornou-se tão animada que eleacabou por se virar. E no momento em que se virou, ficou como estava antes de chegar àcasa da mulher: pobre e esfarrapado. Conto Africano: O RATO E O CAÇADOR Antigamente havia um caçador que usava armadilhas, abrindo covasno chão. Ele tinha uma mulher que era cega e fizera com ela três filhos. Um dia, quando visitava as suas armadilhas, encontrou-se com umleão: __Bom dia, senhor! Que fazes por aqui no meu território? __ Ando a ver se as minhas armadilhas apanharam alguma coisa-respondeu o homem. __Tu tens de pagar um tributo, pois esta região pertence-me. Oprimeiro animal que apanhares é teu e o segundo meu e assimsucessivamente. O homem concordou e convidou o leão a visitar as armadilhas, umadas quais tinha uma presa ,uma gazela. Conforme o combinado, o animalficou para o dono das armadilhas. Passado algum tempo, o caçador foi visitar os seus familiares e nãovoltou no mesmo dia. A mulher, necessitando de carne, resolveu ir ver sealguma das armadilhas tinha presa. Ao tentar encontrar as armadilhas, caiunuma delas com a criança que trazia ao colo. O leão que estava à espreita entre os arbustos, viu que a presa erauma pessoa e ficou à espera que o caçador viesse para este lhe entregar oanimal, conforme o contrato.No dia seguinte, o homem chegou a sua casa e não encontrou nem amulher nem o filho mais novo. Resolveu, então, seguir as pegadas que asua mulher tinha deixado, que o guiaram até à zona das armadilhas. Quando aí chegou, viu que a presa do dia era a sua mulher e o filho. O leão, lá de longe, exclamou ao ver o homem a aproximar-se: __Bom dia amigo! Hoje é a minha vez! A armadilha apanhou doisanimais ao mesmo tempo. Já tenho os dentes afiados para os comer! __ Amigo leão, conversemos sentados. A presa é a minha mulher e omeu filho. __Não quero saber de nada. Hoje a caçada é minha, como rei da selvae conforme o combinado, protestou o leão. De súbito, apareceu o rato. __Bom dia titios! O que se passa? - Disse o pequeno animal. __Este homem está a recusar-se a pagar o seu tributo em carne,segundo o combinado. __Titio, se concordaram assim, porque não cumpres? Pode ser a tuamulher ou o teu filho, mas deves entrega-los. Deixa isso e vai-te embora,disse o rato ao homem. Muito contrariado, o caçador retirou-se do local da conversa, ficando orato, a mulher, o filho e o leão. __ Ouve, tio leão, nós já convencemos o homem a dar-te as presas.Agora deves-me explicar como é que a mulher foi apanhada. Temos queexperimentar como é que esta mulher caiu na armadilha (e levou o leãopara perto de outra armadilha). Ao fazer a experiência, o leão caiu na armadilha. Então, o rato salvou a mulher e o filho, mandando-os para casa. A mulher, vendo-se salva de perigo, convidou o rato a ir viver para asua casa, comendo tudo o que ela e a sua família comiam. Foi a partir daqui que o rato passou a viver em casa do homem,roendo tudo quanto existe... Conto Africano: OS SEGREDOS DA NOSSA CASA Certo dia, uma mulher estava na cozinha e, ao atiçar afogueira, deixou cair cinza em cima do seu cão. O cão queixou-se: __ A senhora, por favor, não me queime! Ela ficou muito espantada: um cão a falar! Até pareciamentira... Assustada, resolveu bater-lhe com o pau com que mexia acomida. Mas o pau também falou: __O cão não me fez mal. Não quero bater-lhe! A senhora já não sabia o que fazer e resolveu contar àsvizinhas o que se tinha passado com o cão e o pau. Mas, quando ia sair de casa a porta, com um ar zangado,avisou-a: __Não saias daqui e pensa no que aconteceu. Os segredos danossa casa não devem ser espalhados pelos vizinhos. A senhora percebeu o conselho da porta. Pensou que tudocomeçara porque tratara mal o seu cão. Então, pediu-lhe desculpae repartiu o almoço com ele. Conto Africano: TODOS DEPENDEM DA BOCA... Certo dia, a boca, com ar vaidoso, perguntou: __Embora o corpo seja um só, qual é o órgão maisimportante? Os olhos responderam: __O órgão mais importante somos nós: observamos o que sepassa e vemos as coisas. __ Somos nós, porque ouvimos -

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disseram os ouvidos. __Estão enganados. Nós é que somos mais importantes,porque agarramos as coisas - disseram as mãos. Mas o coração também tomou a palavra: __Então e eu? Eu é que sou importante: faço funcionar todo ocorpo! __ E eu trago em mim os alimentos! - interveio a barriga. __Olha! Importante é aguentar todo o corpo como nós, aspernas, fazemos. Estavam nisto quando a mulher trouxe a massa, chamando-ospara comer. Então os olhos viram a massa, o coração emocionou-se, a barriga esperou ficar farta, os ouvidos escutavam, as mãospodiam tirar bocados, as pernas andaram... mas a boca recusoucomer. E continuou a recusar. Por isso, todos os outros órgãos começaram a ficar semforças... Então a boca voltou a perguntar: __Afinal qual é o órgão mais importante no corpo? __És tu boca - responderam todos em coro. Tu és o nosso rei! Conto Africano: UMA IDÉIA TONTA Um dia a hiena recebeu convite para dois banquetes que serealizavam à mesma hora em duas povoações muito distantes umada outra. Em qualquer dos festins era abatido um boi, e sabe-seque hiena é especialmente gulosa. __Não há dúvida de que tenho de assistir aos dois banquetes,pois não quero desconsiderar os anfitriões. Também asoportunidades de comer carne de boi não são muitas... mas comohei-de fazer, se as festas são em lugares tão distantes um dooutro? A hiena pensou, pensou... e, de repente, bateu com a mão natesta. __Descobri! Afinal é simples... -disse ela, muito contente coma sua esperteza. Saiu à pressa de casa. Assim que chegou ao local dondepartiam os dois caminhos que levavam aos locais das festas,começou a andar pelo caminho que ficava do lado direito com aperna direita e pelo caminho que ficava do lado esquerdo, com aperna esquerda. Pensava chegar deste modo a ambas as festas ao mesmotempo. Mas começou a ficar admirada de lhe custar tanto caminhardessa maneira. E fez tanto esforço, que se sentiu dividir em duasde alto a baixo. Coitada, lá a levaram ao médico que a proibiu, desde logo, decomer carne de boi durante um mês. É muito tonta a hiena! Conto Africano: A HIENA E O GALA-GALA A Hiena estabeleceu relações de amizade com o Gala-Gala. Um dia, a Hiena preparou cerveja e foi chamar o seu amigolagarto: __ Vamos beber cerveja. Foram. O Gala-Gala embriagou-se. Perguntou à sua amigaHiena: __ Amiga, tu que gostas tanto de carne, se me encontraresmorto no caminho, és capaz de me comer? __Não, isso nunca. Eu quero ser tua amiga. O lagarto embriagou-se muito e despediu-se: __ Amiga, vou para minha casa. __Está bem. O Gala-Gala partiu. A meio do caminho, deitou-se a dormir. AHiena pensou: "O meu amigo bebeu muito. É melhor ir ver se elechega bem a casa". Encontrou-o no caminho, deitado. Levantou-o: __É sono, amigo? É embriaguez? Segurou-o, virando-o. O lagarto calou-se, sem respirar. AHiena agarrou nele e atirou-o para o mato. Depois saiu docaminho, foi ver onde é que o Gala-Gala tinha caído e encontrou-o. __O meu amigo morreu. Cortou lenha, fez fogo, e agarrou no lagarto para o assar nafogueira. O Gala-Gala, sentindo o calor do fogo, bateu com a caudanos olhos da Hiena e subiu, depressa, para uma árvore. A amizade entre eles acabou ali. O Gala-Gala passou a vivernas árvores e a Hiena continuou a andar no chão, para nunca maisse encontrarem. Conto Africano: CORAÇÃO-SOZINHO O Leão e a Leoa tiveram três filhos; um deu a si próprio onome de Coração-Sozinho, o outro escolheu o de Coração-com-a-Mãe e o terceiro o de Coração-com-o-Pai. Coração-Sozinho encontrou um porco e apanhou-o, mas nãohavia quem o ajudasse porque o seu nome era Coração-Sozinho. Coração-com-a-Mãe encontrou um porco, apanhou-o e suamãe veio logo para o ajudar a matar o animal. Comeram-noambos. Coração-com-o-Pai apanhou também um porco. O pai veiologo para o ajudar. Mataram o porco e comeram-no os dois. Coração-Sozinho encontrou outro porco, apanhou-o mas não oconseguia matar. Ninguém foi em seu auxílio. Coração-Sozinhocontinuou nas suas caçadas, sem ajuda de ninguém. Começou aemagrecer, a emagrecer, até que um dia morreu. Os outros continuaram cheios de saúde por não terem umcoração sozinho. Conto Africano O FIM DA AMIZADE ENTRE O CORVO E O COELHO O Corvo era muito amigo do Coelho. Combinaram, um dia, quecada um deles

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transportasse o companheiro às costas, indo depovoação em povoação, para dar a conhecer às pessoas a amizadeque os unia. O Corvo começou a carregar o Coelho. Andou com ele àscostas pelas aldeias e a gente, quando o via, perguntava-lhe: __Ó Corvo, que trazes tu aí? __Trago um amigo meu que acaba de chegar de Namandicha. Passou assim com ele por muitas terras. Chegou depois a vez de ser o Coelho a carregar com o Corvo.Ao passar por uma aldeia, os moradores perguntaram-lhe: __Ó Coelho, que trazes tu às costas? __Ora, ora, trago penas, penugem e um grande bico -respondeu, a troçar, o Coelho. O Corvo não gostou que o companheiro o gozasse daquelamaneira, saltou logo para o chão e deixaram de ser amigos. Conto Africano: O CÁGADO E O LAGARTO Num ano em que havia pouca comida, o Cágado pegou no dinheiroque tinha economizado e foi a Nanhagaia onde comprou um saco de milho. Quando voltava para casa, viu, a certa altura, um tronco de árvoreatravessado no caminho. Como não conseguia passar por cima dele, atirouo saco de milho para o outro lado e depois foi dar a volta. Quando estava a dar a volta, ouviu uma voz a gritar: __Viva, viva, tenho um saco de milho que caiu lá de cima. Era o Lagarto, que segurava o saco que o Cágado tinha atirado. O Cágado protestou: __ Não. O saco é meu. Comprei-o agora e vou leva-lo para casa. O Lagarto não quis ouvir nada e levou o saco para casa dele, dizendo: __Eu não o roubei a ninguém. Achei-o. Vou comer o milho porqueencontrei o saco. O Cágado ficou muito zangado mas não podia fazer nada. Cheio defome, no dia seguinte foi com os filhos ver se encontrava alguma coisa paracomer. A certa altura, viram o rabo do Lagarto que saía de dentro de umburaco, só com o rabo de fora. O Cágado agarrou no rabo e numa faca e preparou-se para o cortar.Depois de cortado, levou-o para casa e comeu-o com os filhos. O Lagarto que, entretanto tinha conseguido sair do buraco, foiqueixar-se ao responsável da aldeia: __O Cágado cortou-me o rabo. Mande-o chamar para ele dizer porqueé que me cortou o rabo. O responsável convocou o Cágado e perguntou-lhe: __É verdade que tu cortaste o rabo ao Lagarto? O Cágado, que era muito esperto, disse: __ É verdade que eu encontrei um rabo perto de um buraco e o leveipara casa para comer, mas não era de ninguém. Eu não vi mais nada senãoo rabo. __Mas o rabo era meu - gritou o Lagarto - tens de o pagar. O Cágado respondeu: __Não, não pago. Eu fiz o mesmo que tu fizeste ontem. Tu ontemencontraste o meu saco de milho e comeste-o. Eu hoje encontrei o teurabo e comi-o. Agora estamos pagos. O responsável achou que ele tinha razão e mandou-os embora. Conto Africano: O CARACOL E A IMPALA Uma Impala, muito vaidosa da sua agilidade e da rapidez com quecorria, encontrou um Caracol e começou a fazer pouco dele: __ Ó Caracol, tu não és capaz de correr. Que vergonha, só és capazde te arrastar pelo chão. O Caracol, que era esperto, resolveu enganar a Impala. Por issodesafio-a: __ Vem cá no próximo domingo e vamos fazer uma corrida por estaestrada, desde aqui até ao rio. __ Uma corrida comigo? - perguntou, espantada, a Impala. — Estábem, cá estarei. E afastou-se a rir, pensando que o Caracol era maluco por querercorrer com ela. O Caracol, entretanto, como tinha ido à escola e sabia ler e escrever,escreveu uma carta a todos os caracóis amigos dele que moravam ao longoda estrada até ao rio. Nessa carta ele dizia aos amigos para, no domingo,estarem junto à estrada e, quando passasse a Impala, se ela chamassepelo Caracol, eles responderem: "Cá estou eu, o Caracol." No domingo, a Impala encontrou-se com o Caracol e, a rir muito,disse-lhe: __Vamos lá então correr os dois e ver quem chega primeiro ao rio. O Caracol deixou-a partir a correr e escondeu-se num arbusto. AImpala corria e, de vez em quando, gritava: __Caracol, ó Caracol, onde é que tu estás? E havia sempre um dos amigos do Caracol que estava ali perto erespondia: __Cá estou eu, o Caracol. A Impala, que julgava ser sempre o mesmo Caracol que ia a corrercom ela, corria cada vez mais, mas havia em todos os momentos umCaracol para responder quando ela chamava. De tanto correr, a Impala acabou por se deitar muito cansada emorrer com falta de ar. O Caracol ganhou a aposta porque foi mais esperto que a Impala etinha ido à escola junto com os outros caracóis e todos sabiam ler eescrever. Só assim se puderam organizar para vencer a Impala.

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Conto Africano: O ELEFANTE, ESCRAVO DO COELHO Uma vez, o Coelho andava a passear e encontrou um grandeajuntamento de animais sentados à sombra de uma árvore. Cheio decuriosidade, quis logo saber do motivo daquela reunião e perguntou: __ Então o que é que se passa? Que novidades há por aqui? Um dos animais explicou: __Trata0se de um milando e estamos à espera do Elefante, o nossochefe, para o resolver. __ O quê?... O quê?... O Elefante vosso chefe? - perguntou o Coelho,franzindo a testa. E continuou: __ O Elefante não é chefe nenhum! O Elefante é meu escravo eleva0me sempre às costas a qualquer parte que eu queira! Alguns do grupo admiraram0se: __ Como pode o Elefante ser teu escravo se tu és tão pequeno? __ O ser pequeno nada tem a ver com o meu valor - replicou oCoelho. E, em tom autoritário, acrescentou: __ Já vos disse e torno a dizer que o Elefante não é chefe, é meuescravo, e por isso, vocês podem ir embora daqui, que nesta coisa deresolver milandos ele não tem nada que se meter. Dito isto, o Coelho dirigiu os passos para sua casa e muitos dosanimais foram0se também embora dali por terem acreditado nas suas palavras. Algum tempo depois, chegou o Elefante e perguntou: __ Então onde estão os outros que aqui faltam? Atrasaram0se naviagem? __ Não! __ explicaram0lhe os poucos animais que lá tinham ficado. — Os queaqui faltam foram0se embora há pouco tempo, porque passou neste lugaro Coelho e disse0 nos que tu, Elefante, não és chefe, mas sim, um escravo dele. O Elefante tremeu todo de indignação e, muito furioso, resmungou: __ Ah, Coelho malandro! Coelho vigarista!... Deixa lá que, hoje mesmo,me darás conta de palavras tão injuriosas e tão vis!... Entretanto, o Coelho chegou a casa e fingiu0se doente. A mulher,cheia de pena, foi estender uma esteira e o Coelho deitou0se nela. Daí a momentos chegou a Impala, que era cunhada do Coelho,avisando0o de que o Elefante já se aproximava para lhe fazer mal. E, transmitido o recado,retirou0se. O Coelho, manhoso, entrou então em grandes convulsões, soltando,ao mesmo tempo, gemidos tão lastimosos que era mesmo de partir o coração. Chegou o Elefante que se pôs a roncar, muito mal disposto: __ Ó Coelho, ó malandro, salta depressa cá para fora, que tens de meacompanhar. O Coelho murmurou, a gemer e entrecortando as palavras: __ Oh! Por... fa... vor! Des... cul... pe0me... porque eu... não... es...tou...bom!... dói0me mui...to... o cor... po to...do! Isto foi... um mal que me deu de re...pen... te... __ Não quero saber! Seja como for, tens de vir comigo ao lugar ondeestão reunidos os outros animais, porque ouvi dizer que tiveste o descaramento deenxovalhar o meu título de chefe e de dizer que eu sou teu escravo __ replicou o Elefante. __ Tens to... da a ra... zão... mas o cer... to é que eu... não aguen... toca... mi... nhar... para te po... der... acom... pa... nhar! __ Já te disse, tens de vir comigo, custe o que custar, mesmo que eutenha de te levar às costas __ ordenou o Elefante. __ Então só se for desse mo... do, mas fi... ca... sa... ben... do quemes... mo assim a via... gem me vai ser muito... pe... no... sa. E, logo a seguir, chamou a mulher e disse, chorosamente: __ Dá cá a minha ca... mi... sa nova. Hi... Hi... Hi... Hi... vai tam... bémbus... car as minhas cal... ças no... vas. E, depois: __ Já a... go... ra, traz tam... bém os meus sa... pa... tos no... vos! É quepo... de a... con... te... cer que eu morra e, ao me... nos, que... ro morrer com os meustra... jes mais ricos. Uma vez o Coelho vestido e calçado, o Elefante abaixou0se e o Coelhosaltou0lhe para as costas, onde se instalou muito bem instalado. Estava um calor de rachar pedras. Antes de partir, o Coelho gritoupara a mulher: __ Ó mulher, dá0me cá a sombrinha porque está muito calor... e possoagravar os meus males com alguma insolação. O Elefante, em grandes e rápidas passadas, pôs0se a caminho dareunião. Quando se aproximavam do lugar, o Coelho, deixando de fingir queestava doente, ensaiou uma atitude de pessoa importante e esboçou um sorriso feliz. Os outros animais ao verem o Coelho assim todo solene e bemapresentado, às costas do Elefante, começaram todos com grandes exclamações: __ Olha! Olha!... Sempre é verdade o que o Coelho dizia. O Elefante éescravo dele... pois que o traz às costas. Quando o Elefante parou, o Coelho deu um salto, muito ágil eelegante, para o chão e, tomando a palavra, dirigiu0se assim aos outros animais: __ Estão a ver?... Estão a ver?... Eu não vos dizia que o Elefante é o meuescravo? Todos os animais presentes romperam em grande gritaria, clamando: __É verdade, sim senhor, é verdade. Tu, Elefante, não és chefenenhum!... És escravo do Coelho pois o carregas às costas. O Elefante só então deu pelo acto de estupidez que cometera e, cheiode vergonha, desandou

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dali para fora.

Re: Dinâmica do Módulo - Valendo Nota por CAROLINA TIBIRIÇÁ ARGÔLO DOS SANTOS - quinta, 1 março 2012, 10:41

Inserir a temática negra no currículo escolar é uma maneira de combater a discriminação. Pais e professores devem contribuir na formação, reforçando a identidade cultural de crianças e jovens negros escolhendo livros e brinquedos com essa temática. "Esses materiais didáticos podem ser introduzidos na primeira infância, quando a criança começa a brincar", diz Oswaldo, da Metodista. Assim a criança vai automaticamente entender e até apreciar as diferenças. A seguir estão alguns livros para crianças com protagonistas negros. Menina Bonita do Laço de Fita Autor: Ana Maria Machado Faixa Etária: a partir dos 3 anos A autora coloca em cena, através da história de um coelho branco que se apaixona por uma menina negra, alguns assuntos muito debatidos nos dias de hoje, como a auto-estima das crianças negras e a igualdade racial. Luana, A Menina Que Viu O Brasil Neném Autores: Oswaldo Faustino, Arthur Garcia e Aroldo Macedo Faixa Etária: 4 a 8 anos O livro conta a história de Luana, uma menina de 8 anos que adora lutar capoeira, e a historia do descobrimento do Brasil. Ao lado de seu berimbau mágico, ela leva o leitor a outras épocas e lugares e mostra o quão rica é a cultura brasileira, além da importância das diferentes etnias existentes por aqui. Tudo Bem Ser Diferente Autor: Todd Parr Faixa Etária: 4 a 8 anos A obra ensina as crianças a cultivar a paz e os bons sentimentos. O autor lida com as diferenças entre as pessoas de uma maneira divertida e simples, abordando assuntos que deixam os adultos sem resposta, como adoção, separação de pais, deficiências físicas e preconceitos raciais. O Menino Marrom Autor: Ziraldo Faixa Etária: a partir de 7 anos O Menino Marrom conta a historia da amizade entre dois meninos, um negro e um branco. Através da convivência aventureira dessas crianças ao longo de suas vidas, o autor pontua as diferenças humanas, realçando os preconceitos em alguns momentos. Diversidade Autor: Tatiana Belinky Faixa etária: 8 a 12 anos O livro mostra, através de versos, porque é importante sermos todos diferentes. A autora fala que não basta reconhecer que as pessoas não são iguais, é preciso saber respeitar as diferenças.

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Atividade Avaliativa

Re: Atividade avaliativa por Ramides Sedilso Pessatti - segunda, 20 fevereiro 2012, 07:38 1 - O que caracterizava o quilombo, portanto, não era o isolamento e a fuga e sim a resistência e a autonomia. O que define o quilombo é o movimento de transição da condição de escravo para a de camponês livre. Quilombo dos Palmares.

2 - O racismo cordial é definido como uma forma de discriminação contra os cidadãos não brancos (negros e mulatos), que se caracteriza por uma polidez superficial que reveste atitudes e comportamentos discriminatórios, que se expressam ao nível das relações interpessoais através de piadas, ditos populares e brincadeiras de cunho ―racial‖.

Seria algo que fica nas entrelinhas de comentários maldosos, maledicências e preconceitos leves, que muitas vezes passam despercebidos.

3 – Movimentos Sociais

A análise dos movimentos sociais no Brasil revelam forte enfoque teórico oriundo do marxismo, sejam eles vinculados ao espaço urbano e/ou rural. Tais movimentos, quando se referiam ao espaço urbano possuíam um leque amplo de temáticas como por exemplo, as lutas por creches, por escola pública, por moradia, transporte, saúde, saneamento básico etc. Quanto ao espaço rural, a diversidade de temáticas expressou-se nos movimentos de bóias-frias (das regiões cafeeiras, citricultoras e canavieiras, principalmente), de posseiros, sem-terra, arrendatários e pequenos proprietários.

Cada um dos movimentos possuía uma reivindicação específica, no entanto, todos expressavam as contradições econômicas e sociais presentes na sociedade brasileira.

No início do século XX, era muito mais comum a existência de movimentos ligados ao rural, assim como movimentos que lutavam pela conquista do poder político. Em meados de 1950, os movimentos nos espaços rural e urbano adquiriram visibilidade através da realização de manifestações em espaços públicos (rodovias, praças, etc.). Os movimentos populares urbanos foram impulsionados pelas Sociedades Amigos de Bairro - SABs - e pelas Comunidades Eclesiais de Base - CEBs. Nos anos 1960 e 1970, mesmo diante de forte repressão policial, os movimentos não se calaram. Havia reivindicações por educação, moradia e pelo voto direto. Em 1980 destacaram-se as manifestações sociais conhecidas como "Diretas Já".

Em 1990, o MST e as ONGs tiveram destaque, ao lado de outros sujeitos coletivos, tais como os movimentos sindicais de professores.

Concomitante às ações coletivas que tocam nos problemas existentes no planeta (violência, por exemplo), há a presença de ações coletivas que denunciam a concentração de terra, ao mesmo tempo que apontam propostas para a geração de empregos no campo, a exemplo do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST); ações coletivas que denunciam o arrocho salarial (greve de professores e de operários de indústrias automobilísticas); ações coletivas que denunciam a depredação ambiental e a poluição dos rios e oceanos (lixo doméstico, acidentes com navios petroleiros, lixo industrial); ações coletivas que têm espaço urbano como locus para a visibilidade da denúncia, reivindicação ou proposição de alternativas.

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As passeatas, manifestações em praça pública, difusão de mensagens via internet, ocupação de prédios públicos, greves, marchas entre outros, são características da ação de um movimento social. A ação em praça pública é o que dá visibilidade ao movimento social, principalmente quando este é focalizado pela mídia em geral. Os movimentos sociais são sinais de maturidade social que podem provocar impactos conjunturais e estruturais, em maior ou menor grau, dependendo de sua organização e das relações de forças estabelecidas com o Estado e com os demais atores coletivos de uma sociedade.

5 – Com certeza fazer valer a lei 10.639/03, pois dessa forma poderemos nos redimir da exploração não só física desse povo grandioso como também da exploração moral de sua cultura e reconhecer dessa forma a sua importância na contribuição para nossa cultura nacional, e ainda deveremos reconhece-los como povos integrantes da nossa sociedade.

6 – Acredito que para representar a Copa de 2014, poderíamos usar do mascote do Saci, porém se for pela luta dos direitos iguais em relação a lei 10.639/03, o Pelezinho mostra como a sociedade afro-descendente cresceu e chegou a auge de sua amostragem, sendo uma personagem real e não lendária. Aqui nesta disputa podemos dizer que como sociedade reconhecemos uma afro descendente dos povos africanos está representando de forma mais real.

Re: Atividade avaliativa por Heleno Brodbeck do Rosário - quarta, 22 fevereiro 2012, 10:39

O artigo lido para esta avaliação traz uma abordagem histórica ao conceito de quilombo. No passado escravocrata brasileiro, como uma reunião de alguns negros fugidos, ainda que sem constituir moradia, e na atualidade pós-Constituição de 1988, que definiu como base os critérios de identidades étnica e territorial como definidores do que vem a ser uma comunidade remanescente quilombola. De acordo com as autoras, muitas das comunidades negras rurais, a partir do direito às terras quilombolas garantido pelo Estado, passaram a defender esse "direito legítimo" em oposição ao "direito costumeiro", tradicional modo de relação de trabalho rural aqui no Brasil, que fortalece grandes fazendeiros e grileiros, acabando por sufocar minorias e/ou grupos desprivilegiados. A seguir, um link para um blog com textos e imagens de comunidades remanescentes quilombola que se localizam a 200km ao norte de Curitiba, na região do Vale da Ribeira: http://quilombospr.blogspot.com/

Re: Atividade avaliativa por Simone Stela de Souza - quinta, 23 fevereiro 2012, 17:56

modulo_4_ativ._avaliativa.docx O artigo mostra ao decorrer do anos a forma como o Quilombo foi tratado e visto , buscando uma definição coerente de território e identidade dos negros . Buscando a luta do reconhecimento da titulação de terra dentro da constituição de 1988 e assim procurando defender seu território de interesses que advem do que se realmente pretende ―O direito legitimado‖.

A seguir uma sugestação de vídeo documentário sobre quilombo em particular

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do Vale do Ribeira - Estado de São Paulo

Documentário em vídeo ―Um lugar chamado bombas‖ de Luis Flavio Hungria Terra Sinopse: " UM LUGAR CHAMADO BOMBAS" , mostra a vida e o cotidiano da comunidade remanescente de quilombo Bombas , localizada no Alto Vale do Rio Ribeira, considerado o mais remoto remanescente de quilombo do Estado de São Paulo ,lá não existe luz , água , e muito menos estrada . Fica no meio da Mata Atlântica, sobreposto ao PETAR, e a comunidade resguarda traços de cultura de seus ancestrais. Esse filme foi patrocinado pelo PROAC, da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, mediante concurso público. Diretor- Luis Flávio Terra Hungria - Colorido - duração 32 minutos.

Um link sobre comunidades quilombolas do Vale do Ribeira – Estado de São Paulo

http://www.quilombosdoribeira.org.br/content/3

Re: Atividade avaliativa por Ana Claudia Vasconcelos Araujo - sexta, 24 fevereiro 2012, 15:52

2- Racismo cordial: Afirma-se uma igualdade entre negros e brancos são todos humanos, mas a humanidade dos negros surge como descoberta, como revelação, como licença, como algo que se concede a eles. Talvez esteja aí um dos horrores do "racismo cordial: o preconceito se exprime sempre que alguém diz não ter preconceito. Dizer que "no Brasil não existe racismo é verdadeiro até certo ponto (não há bancos na praça separados para brancos e negros, como havia no sul dos Estados Unidos). É preciso definir melhor os termos. Uma coisa é discriminação racial: "Negro não entra neste restaurante". Outra coisa é preconceito: "Ih, é negro... será que o cheque dele tem fundos?". Uma terceira coisa é o estranhamento: "Como? Um negro? Neste restaurante?.

Re: Atividade avaliativa por Ana Claudia Vasconcelos Araujo - sexta, 24 fevereiro 2012, 16:04

No Vale do São Francisco no sul do estado de São Paulo, encontra-se um importante conjunto de comunidades quilombolas. Nesta região, que abriga a maior vegetação remanescente da Mata Atlântica do Brasil, vivem, além dos quilombolas, povos indígenas, caiçaras e pequenos produtores rurais. Ao menos 30 comunidades descendentes de quilombos estão no Vale do Ribeira, distribuídas principalmente nos municípios de Iporanga, Eldorado, Barra do Turvo, Cananéia, Iguape, Itaóca e Jacupiranga. A ocupação negra do Vale do Ribeira foi feita por ex-escravos fugidos ou libertos, principalmente ao longo do século XVIII. Os escravos fugitivos chegavam à região, se casavam com mulheres locais e se fixavam em terras próximas, tornando-se pequenos agricultores. Tinham muitos filhos, que também se casavam e se

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espalhavam pelas terras da região.

São exemplos de comuniddaes quilombolas: Comunidade de Quilombo de Bombas Comunidade de Quilombo de Cangume Comunidade de Quilombo de Galvão Comunidade de Quilombo de Ivaporunduva Comunidade de Quilombo de Mandira Comunidade de Quilombo de Maria Rosa Comunidade de Quilombo de Morro Seco Comunidade de Quilombo de Pedro Cubas Comunidade de Quilombo de Porto Velho Comunidade de Quilombo de São Pedro Comunidade de Quilombo de São Pedro Comunidade de Quilombo de Pedro Cubas Comunidade de Quilombo de Pilões

Re: Atividade avaliativa por Ana Claudia Vasconcelos Araujo - sexta, 24 fevereiro 2012, 17:47

4- Como um pais com uma riqueza cultural tão heterogênea é cheia de preconceito e racismo? O nosso país foi construido pelas mãos de pessoas escravizadas, a nossa sociedade nunca reconheceu e ainda não reconhece a contribuição desssa pessoas para a construção da nossa nação.Grandes mestres como Zumbi, Aleijadinho,Machado de Assis, Lima barreto, luíz Gama,só tiveram seu talento reconhecido pela sociedade após a sua morte. A influência negra na música, religião, artes, literatura, dança e lutas é fundamental para essa riqueza cultural. O que falta no mundo é o reconhecimento e oportunidade para milhares de pessoas que hoje se encontram à margem da sociedade devido a sua cor ou condição econômica.

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Re: Atividade avaliativa por Ana Claudia Vasconcelos Araujo - sexta, 24 fevereiro 2012, 18:29

6-Em Anexo Há uma disputa entre Pelezinho e o saci para ser o mascote da copa de 2014. Acho que isso é um grande avanço para a valorização da nossa cultura, para o reconhecimento da riqueza de sabedorias e crenças do povo brasileiro.

―O Saci, na mitologia brasileira, tem origem em São Paulo, com o grande escritor de Taubaté, Monteiro Lobato. Ele foi o criador do Saci para substituir, no imaginário das nossas crianças, aquelas figuras das fábulas europeias. Não havia na literatura infantil essa mitologia de origem nacional. Tenho grande simpatia pelo Saci e acho que ele é um contraponto importante a essa figura importada dos Estados Unidos que é o Halloween, o Dia das Bruxas‖, opinou Rebelo.

Pelezinho, personagem criado em 1976 por Mauricio de Souza para homenagear Pelé, o Rei do Futebol pode ter seu retorno bem próximo. Em comemoração aos 50 anos de carreira, o pai da Mônica pretende fazer com que o personagem volte aos gramados das páginas dos quadrinhos e seja o mascote da Copa de 2014 que será realizada no Brasil, a idéia teria o apoio do maior camisa 10 da história do Santos.

Re: Atividade avaliativa por Lenir Maria da Silva - sexta, 24 fevereiro 2012, 19:49

O texto aborda conceitos sob a visão antropológica a partir da historia oficial, além de novas definições do que seja um quilombo. A necessidade de garantir o seu direito de ocupação territorial que garanta a sua identidade enquanto quilombo, motivou seus remanescentes de recorrer à Constituição a busca de certificação, uma vez que fazendeiros e grileiros tinham interesse em ocupar as terras em quilombolas já haviam estabelecido suas comunidades com passado histórico. Segue Exemplo de reconhecimento legal de Comunidade Quilombola Bonfim http://uepbonline.blogspot.com/2011/04/comunidade-quilombola-bonfim-pb-uma.htm l

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Re: Atividade avaliativa por Lenir Maria da Silva - sexta, 24 fevereiro 2012, 21:21

Resistência quilombola em Conceição das Crioulas, PE * Para que a história não se perca, há pessoas mais velhas encarregadas através da ORALIDADE transmitir aos mais novos seus conhecimentos; * Às mulheres se mantém a tradição da comunidade matriarcal, recebendo total apoio dos homens, na condução das lutas comunitárias e na produção de artesanato com material da região (bonecas negras de fibra de caroá), comercializadas com muito orgulho, além desenvolverem projetos que envolvem todos os membros visando o benefício coletivo, o que os mantem antenados com o que acontece ao redor. Esse conjunto de ações demonstram a manutenção de um esforço coletivo pelo o seu direito de preservar a comunidade quilombola como identidade cultural e participantes na construção da cultura afro brasileira. http://vivapernambuco.com.br/site/index.php?option=com_content&view=article&id=300:resistencia-quilombola-em-conceicao-das-crioulas&catid=2:Blog&Itemid=2

Re: Atividade avaliativa por Simone Stela de Souza - sexta, 24 fevereiro 2012, 22:34

2- Infelizmente o racismo cordial perdura ,isso acontece porque o proprio negro não se valoriza , não argumenta determinada situação em que esta envolvido , se é falado do outro não toma partido, essa mentalidade precisa ser mudada para que não contribua para que sempre ocorro isso e se torne natural.

3- Para reforçar que existe um herói negro na nossa história e fazer valer o dia 20 de novembro dia da" consciencia negra" como feriado nacional e assi educadores trabalhar a semana mostrando a conetudos propostos e dando continuidade a longo do ano letivo na diversidade e na cultura africana e afro brasileira.

Zumbi dos Palmares como tanto heróis, fazendo valer seus direitos , lutando por uma causa vista pelo alto poder como irrisorio. Mas nos dias atuais mostra quando Zumbi estão lutando por seus direitos negados e assim mostrando um povo brasileiro lutador que na sua história buscando origens para que possa nos identificar como um povo "brava gente".

4- O filme mostra a valorização deslumbrante de u povo que veio só a contribuir no mundo e no Brasil que suas influencias mesmo não sendo exaltadas e mostrada ao ponto de que ainda descobrimos que quem inventou o semaforo foi um negro americano, ressaltando ainda como é suma importancia estarmos conscientes da contribuição e da formação do nosso povo brasileiro.

5 - Tando devemos valorizar a cultura africana para que faça valer a lei 10.639 e assim reforçando a contribuição e a influência do povo africana na construção do povo brasileiro.

6 - Na forma de como o saci - perere foi criado sobre racismo , acredito que não pois infelizmente por mais que seja um personagem do nosso folclore aida ele passa uma imagemque as pessoas associam erroneamente , mas se fosse de outra forma seria ideal , pois seria valorizado e tendo outra visão sobre ele .

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Re: Atividade avaliativa por Cintia da Silva do Vale - sábado, 25 fevereiro 2012, 01:06

HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA MÓDULO 4

1. No período da escravidão no Brasil, o Quilombo era o nome dado ao lugar onde as comunidades de escravos que se rebelavam, fugiam e se escondiam do restante da população. Porém não era composta somente por negros fugidos, havia uma minoria de portugueses marginalizados, negros livres, indígenas e outras pessoas que eram oprimidas pela colonização portuguesa. O que caracterizava o quilombo não era o isolamento e a fuga, mas sim a resistência ao regime vigente e a possibilidade de ter autonomia. Quilombo era, portanto, um movimento de transição da condição de escravo para a de camponês livre.

Quilombos:

O Quilombo dos Palmares tornou-se um símbolo forte e poderoso de luta e resistência na então Capitania de Pernambuco.

Entre 1630 e 1650, a invasão holandesa no Brasil desencadeou uma guerra com os portugueses que fragilizou o controle dos escravos. Com isso, muitos puderam fugir de seus engenhos e formar diversos quilombos espalhados pelo nordeste brasileiro.

O Quilombo dos Palmares foi criado como uma espécie de confederação, unindo nove quilombos localizados na mesma região. Estima-se que, em 1640, possuía cerca de seis mil habitantes divididos em 9 aldeias, sendo que em 1670 foram contadas mais de 2 mil casas. Alguns ainda acreditam que a população de Palmares chegou a 20 mil pessoas em 1690.

Com a morte de seu tio que era o líder palmarino Ganga Zumba, tornou-se o líder da comunidade. Como líder, Zumbi nunca aceitou nenhuma das tentativas portuguesa de acordo, acreditando que esta resistência estaria protegendo os interesses do seu povo quilombola.

O Quilombo de Campo Grande se situava na região entre São Paulo e Minas Gerais. Estima-se que sua população girava em torno de 10 mil.

Em Minas Gerais, devido à mineração, havia a possibilidade de compra de alforrias e, com isso, maior mobilidade social. Assim, alguns negros conseguiram ascender socialmente – o que foi um incômodo para a elite branca. Então algumas medidas foram tomadas, como a limitação de poder imposta ao forros (um negro alforriado não poderia ser juiz, por exemplo – o que acontecia antes) e a implantação do imposto por capitação. Com isso negros alforriados (os chamados ―pretos forros‖) e brancos pobres deveriam pagar um imposto semestral sobre o seu trabalho, sob pena de prisão, multa, açoite, ou até mesmo expulsão da capitania.

Portanto houve a necessidade de fuga dado o contexto que havia se estabelecido em Minas Gerais. Surgiu o Quilombo de Campo Grande.

Mesmo com a extinção do imposto da Capitação em 1750, o Quilombo do Campo Grande permaneceu existindo

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Conhecido por ter sido maior em tamanho do que a ―Esparta Negra‖ (Quilombo dos Palmares), o Quilombo do Campo Grande acolhia cerca de 27 núcleos com subdivisões, dentre eles:

1. Quilombo do Gondum 2. Quilombo dos Trombucas 3. Quilombo do Quebra-pé 4. Quilombo da Boa Vista I 5. Paiol do Cascalho 6. Quilombo do Cascalho II 7. Palanque da Povoação do Ambrósio 8. Quilombo da Marcela 9. Quilombo da Pernaíba ou Paranaíba 10. Quilombo da Indaá ou Indaiá

Acreditava-se que o Quilombo de Ambrósio localizava-se na divisa de Ibiá com Campos Altos (ambos municípios de Minas Gerais). Porém em 1995 o pesquisador Tarcísio José Martins publicou um livro (―Quilombo do Campo Grande‖, Editora A Gazeta Maçônica) em que se provava que o primeiro Quilombo de Ambrósio situava-se, na verdade, em Cristais – MG e que houve um segundo Quilombo de Ambrósio – que surgiu após a morte do Rei Ambrósio – este, sim, situado em Ibiá.

Por volta de 1726 as terras de Cristais foram ocupadas por negros fugitivos sob a liderança do Rei Ambrósio. Àquela época, o município recebia o nome de ―Meia Laranja‖. Conta-se que o Quilombo de Ambrósio chegou a ter mais de 15000 negros, e foi o maior e mais duradouro da história de Minas Gerais. Atacado pela milícia em 1746, a mando da Coroa de Portugal, ocorre a morte do Rei Ambrósio.

Os negros sobreviventes fundaram um segundo ―Quilombo de Ambrósio‖, este localizado em Ibiá e Campos Altos – MG, que foi dizimado em 1759.

2. O racismo cordial é definido como uma forma de discriminação contra os cidadãos negros e mulatos, que se caracteriza por uma polidez superficial que reveste atitudes e comportamentos discriminatórios, que se expressam ao nível das relações interpessoais através de piadas, ditos populares e brincadeiras de cunho ―racial‖.

É o racismo cordial, tipicamente brasileiro, que se manifesta nas relações privadas e

se camuflam em suposta tolerância pública. Situação brasileira resulta de estrutura

social racista, em que ninguém é preconceituoso, mas a sociedade o é. As pessoas

falam sobre o racismo, algumas dizem não ser, porém ouvimos das mesmas a celebre

frase: ―Tem preto que é gente‖, podemos dizer que a frase que ao mesmo tempo nega

e reafirma o preconceito.

Um exemplo muito forte sobre o racismo cordial foi o recente caso da pizzaria Nono Paolo que foi revelador. Entre os ―espectadores‖ que negam ter ocorrido racismo baseiam-se no fato de que o menino foi expulso porque parecia um menino de rua. É exatamente ai que está o racismo.

Por que o menino parecia um menino de rua? Estava mal vestido? Estava pedindo dinheiro? Estava sujo?

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O desenvolvimento do raciocínio também é triste. Se fosse um menino de rua que não estivesse incomodando, por que ele poderia ser expulso? Nenhum estabelecimento comercial pode discriminar seus clientes por conta da origem, nem mesmo os meninos de rua. Se um menino de rua entrar em um restaurante para almoçar, os proprietários devem tratá-lo com a mesma dignidade com que tratam os demais clientes.

3. O nosso herói afro-brasileiro Zumbi dos Palmares nasceu no estado de Alagoas no ano de 1655. Foi um dos principais representantes da resistência negra à escravidão na época do Brasil Colonial. Foi líder do Quilombo dos Palmares, comunidade livre formada por escravos fugitivos das fazendas. O Quilombo dos Palmares estava localizado na região da Serra da Barriga, que, atualmente, faz parte do município de União dos Palmares (Alagoas). Na época em que Zumbi era líder, o Quilombo dos Palmares alcançou uma população de aproximadamente trinta mil habitantes. Nos quilombos, os negros viviam livres, de acordo com sua cultura, produzindo tudo o que precisavam para viver. Embora tenha nascido livre, foi capturado quando tinha por volta de sete anos de idade. Entregue a um padre católico, recebeu o batismo e ganhou o nome de Francisco. Aprendeu a língua portuguesa e a religião católica, chegando a ajudar o padre na celebração da missa. Porém, aos 15 anos de idade, voltou para viver no quilombo.

No ano de 1675, o quilombo é atacado por soldados portugueses. Zumbi ajuda na defesa e destaca-se como um grande guerreiro. Após uma batalha sangrenta, os soldados portugueses são obrigados a retirar-se para a cidade de Recife. Três anos após, o governador da província de Pernambuco aproxima-se do líder Ganga Zumba para tentar um acordo, Zumbi coloca-se contra o acordo, pois não admitia a liberdade dos quilombolas, enquanto os negros das fazendas continuariam aprisionados.

Em 1680, com 25 anos de idade, Zumbi torna-se líder do quilombo dos Palmares, comandando a resistência contra as topas do governo. Durante seu ―governo‖ a comunidade cresce e se fortalece, obtendo várias vitórias contra os soldados portugueses. O líder Zumbi mostra grande habilidade no planejamento e organização do quilombo, além de coragem e conhecimentos militares. O bandeirante Domingos Jorge Velho organiza, no ano de 1694, um grande ataque ao Quilombo dos Palmares. Após uma intensa batalha, Macaco, a sede do quilombo, é totalmente destruída. Ferido, Zumbi consegue fugir, porém é traído por um antigo companheiro e entregue as tropas do bandeirante. Aos 40 anos de idade, foi degolado em 20 de novembro de 1695.

Zumbi é considerado um dos grandes líderes de nossa história. Símbolo da resistência e luta contra a escravidão, lutou pela liberdade de culto, religião e pratica da cultura africana no Brasil Colonial. O dia de sua morte, 20 de novembro, é lembrado e comemorado em todo o território nacional como o Dia da Consciência Negra.

Acredito por ser um importante e excelente estrategista, tanto na elaboração de planos de combate quanto na construção de fortificações para quebrar as investidas dos inimigos. Foi fortemente combatido e silenciado. Como os meios de comunicação fazem hoje com os movimentos sociais contrários ao Poder Burguês.

A força e inspiração que são formadas através dos ideais e feitos realizados por Zumbi, ultrapassaram seu tempo. Os movimentos sociais baseiam-se nos ideais de Zumbi para lutar contra o preconceito e discriminação racial e social, a busca de um espaço para vivermos melhor. Como por exemplo, a Ocupação Zumbi dos Palmares relatada nesta questão.

4. Podemos dizer que aprendemos com este vídeo e a valorização história da cultura Afro-brasileira, mostrado alguns aspectos e caracteristicas da, através de músicas e

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fotos. Ganhamos através de nossos antepassados africanos a sua cultura, a música, os rítmos, a dança, as comidas típicas, instrumentos musicais, a arte, religião...

Mostra a luta da população afro-brasileira para construção do nosso país, nossos

Guerreiros como Zumbi na luta contra escravidão, João Candido na Revolta da

Chibata, na arte Aleijadinho entre outros, porém com tanto suor e sangue negro para

construção desse país que não serviu para a população descontruir o preconceito e o

rascismo.

5 – Acredito sim que deva fazer valer a lei 10.639/03, pois é mais que necessário à importância dos Africanos na construção da Cultura Brasileira, porque desta maneira poderemos nos mostrar e disseminar a história mostrando a sua importância na contribuição para nossa cultura nacional. Em nossa cultura a raiz mais forte é a africana, pois foi nela que apreendemos os aspectos da sua cultura, a música, os rítmos, a dança, as comidas típicas, instrumentos musicais, a arte, religião. Podemos dizer que muito que consideramos como tipicamente brasileiro tem origem africana.

6 – Sim, acredito que foi um grande avanço para o Brasil o fato da disputa do mascote seja uma figura afro-brasileira que ira representar a Copa de 2014. Colocando a questão da luta dos direitos iguais em relação à lei 10.639/03, poderíamos escolher o Pelezinho que mostra como a sociedade afro-descendente cresceu e é reconhecida mundialmente. É possivelmente trabalharmos com esta questão para tentar diminuir a discriminação social e racial, com a valorização da nossa cultura e colocando como a sociedade reconhece um afro descendente dos povos africanos que irá representar Copa de 2014.

Re: Atividade avaliativa por Marcia Mary Sumida Shikata - domingo, 26 fevereiro 2012, 17:55

1- Somente através de leis podemos ter nossos direitos, então nada mais justo que dar aos descendentes e cultivadores destas culturas a gratidão pelo que conseguiram manter e valorizar. Existem comunidades quilombolas em pelo menos 24 estados do Brasil: Amazonas, Alagoas, Amapá, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Paraná, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins. Quilombolas é designação comum aos escravos refugiados em quilombos, ou descendentes deescravos negros cujos antepassados no período da escravidão fugiram dos engenhos de cana-de-açúcar, fazendas e pequenas propriedades onde executavam diversos trabalhos braçais para formar pequenos vilarejos chamados de quilombos. No estado de São Paulo existem mais de 35 comunidades quilombolas. A maioria delas, cerca de 30, está na região do Vale do Ribeira, distribuídas por diversos municípios, tais como Eldorado, Iporanga e Barra do Turvo. Outras comunidades estão localizadas no Litoral Norte, na região de Sorocaba e no município de Itapeva. Até maio de 2008, apenas cinco comunidades tinham recebido os títulos de suas terras: Ivaporunduva, São Pedro, Pedro Cubas, Pilões e Maria Rosa. Todas estão localizadas no Vale do Ribeira e receberam os títulos do governo do estado de São Paulo. 2- Infelizmente existe o racismo, seja ele em relação ao negro, português, loira etc. Devemos acima de tudo valorizar as misturas de culturas e valores que podemos ter e não valorizar o que é visível, mas sim aquilo que toca e enriquece as pessoas. 3- É preciso buscar nossos direitos. Essa conquista foi um benefício para toda a

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comunidade, quem sabe assim todos valorizam o início da história de nosso país. 4- O filme faz refletir sobre as misturas de raças já estão em todas as partes do mundo. Se soubermos valorizar cada raiz que originou o povo atual, veremos quanta riqueza de valores, culturas, conhecimentos e quem sabe um mundo melhor com mais igualdade humana. 5- É claro que devemos defender a lei 10639, porém é lamentável que seja necessário uma lei para que a cultura africana seja devidamente valorizada e se conscientize sobre a miscigenação que enriquece tanto à todos. 6- A copa de 2014 vai ser um grande evento para o Brasil, é preciso valorizar este momento e escolher um mascote bem marcante e típico. O saci é uma boa idéia desde que seja passado o surgimento e as histórias que envolvem o menino travesso para o mundo. É a grande oportunidade de valorização da nossa cultura e valores.

Re: Atividade avaliativa por CAROLINA TIBIRIÇÁ ARGÔLO DOS SANTOS - quinta, 1 março 2012, 11:16

Os quilombos não pertencem somente a nosso passado escravista. Tampouco se configuram como comunidades isoladas, no tempo e no espaço, sem qualquer participação em nossa estrutura social. As comunidades quilombolas são grupos étnico-raciais, segundo critérios de auto-atribuição, com trajetória histórica própria, dotados de relações territoriais específicas e com ancestralidade negra relacionada com a resistência à opressão histórica sofrida, conforme Decreto nº 4887/03. Essascomunidades possuem direito de propriedade de suas terras consagrado desde a Constituição Federal de 1988. Ao contrário, as mais de 2 mil comunidades quilombolas espalhadas pelo território brasileiro mantêm-se vivas e atuantes, lutando pelo direito de propriedade de suas terras consagrado pela Constituição Federal desde 1988.

Comunidades Quilombolas na Bahia Os levantamentos mais recentes realizados por pesquisadores e militantes de organizações não governamentais indicam a existência de 300 a 500 comunidades quilombolas no Estado da Bahia. O Cadastro Geral de Remanescentes de Comunidades de Quilombos do governo federal registrava em outubro de 2006 a existência de 159 comunidades naquele estado.

Na Bahia, até outubro de 2006, quatro comunidades contavam com suas terras tituladas (ou ao menos parcialmente tituladas) pelo governo federal ou estadual: Barra, Bananal e Riacho das Pedras; Parateca e Pau D'Arco; Rio das Rãs; Mangal e Barro Vermelho.

A história de grande parte dos quilombos na Bahia é marcada por disputas e conflitos com os grandes proprietários e grileiros. Conheça um pouco mais da trajetória de luta de algumas dessas comunidades:

RIO DAS RÃS: UM EXEMPLO DE LUTA E CONQUISTA

Situada no município de Bom Jesus da Lapa, entre o rio São Francisco e o rio das Rãs, a comunidade remanescente de quilombo Rio das Rãs teve seu território titulado pela Fundação Cultural Palmares no ano de 2000 com 272 mil hectares. As cerca de 300 famílias de Rio das Rãs distribuem-se por diversos pontos de seu território nas localidades conhecidas como Brasileira, Capão do Cedro, Enxu (ou Exu), Riacho Seco, Mucambo, Pau Preto, Retiro, Corta Pé e Rio das Rãs.

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A região do médio rio São Francisco onde se encontra essa comunidade passou a ser ocupada a partir do século XVI. Entre os séculos XVII e XVIII, quando se encontrava na rota canavieira nordestina e mineradora, a região experimentou um período de grande prosperidade, principalmente com a criação de gado. Depois, porém, vivenciou quase cem anos de dificuldades em função da decadência da atividade pecuária. Nesse período permaneceram na região quase que exclusivamente negros e índios aquilombados. Com a instituição da Lei de Terras em 1850, grileiros, posseiros e supostos donos de terras buscaram obter ou regularizar títulos de propriedade sem levar em conta os direitos da população que historicamente ocupava a região. Foi nesse processo que, no final do século XIX, o coronel Deoclesiano Teixeira estabeleceu o controle sobre as terras dos quilombolas de Rio das Rãs. Segundo relatam os moradores mais antigos da comunidade, seus antepassados entraram em acordo com o coronel e, na prática, os comunitários tornaram-se agregados, trabalhando para ele como vaquejadores. Esse arranjo só viria a se modificar na segunda metade do século seguinte. Passado quase um século de relativa calmaria na região, a comunidade se defronta com novas ameaças. No início da década de 1970, novos conflitos se iniciaram na região. A violência foi intensa e muitos quilombolas foram expulsos, além de algumas localidades acabarem se extinguindo. No início da década de 1980, a compra dessas terras pelo Grupo Bial-Bonfim Indústria Algodoeira agravou ainda mais essa situação de conflito. Nessa luta, os quilombolas contaram com diversos aliados como o Ministério Público Federal, o Movimento Negro Unificado e a Comissão Pastoral da Terra. A comunidade saiu vitoriosa e conseguiu em 2000 o título sua terra. Os quilombolas de Rio das Rãs tornaram-se exemplo de luta e estímulo para outras comunidades quilombolas da Bahia e do Brasil por sua resistência e suas conquistas.

PARATECA E PAU D'ARCO

No médio São Francisco, nos municípios de Malhada e Palmas de Monte Alto, estão localizadas as comunidades quilombolas de Parateca e Pau D'Arco. Dados de 2006 apontam a existência de 500 famílias com uma população total de 1.784 habitantes que compartilha um território comum localizado na margem direita do rio São Francisco. Tradicionalmente, a maior parte dos quilombolas distribuía-se ao longo das lagoas e dos braços de rio organizada em pequenos grupos familiares. Nas últimas duas gerações, contudo, as disputas com fazendeiros forçaram a migração de parcela significativa dos moradores. Aqueles que permaneceram na região concentraram-se na vila da Parateca, no povoado do Pau d'Arco e na pequena localidade de Jenipapo. As terras das comunidades de Parateca e Pau d'Arco são vizinhas a territórios tradicionais de outras comunidades de quilombos, como os de Rio das Rãs, ao norte, e os de Tomé Nunes, ao sul. Suas terras foram parcialmente tituladas pela Secretaria de Patrimônio da União em 25 de setembro de 2006. O título que reconheceu a propriedade de 7.801,44840 hectares é um marco na história dos direitos das comunidades quilombolas. É a primeira vez que o governo federal titula uma terra de quilombo incidente em terrenos de marinha. "Terrenos de marinha" é um termo que designa as ilhas, as áreas de várzea e as praias que pertencem à União e são administradas pela Secretaria de Patrimônio da União, órgão do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Assim, apesar de serem chamadas de "terrenos de marinha", essas áreas não são administradas nem pertencem à Marinha.

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Essa questão já gerou polêmica. Havia um entendimento de que as terras quilombolas incidentes em terrenos de marinha não poderiam ser tituladas, uma vez que as mesmas pertenceriam à União. O título de Parateca e Pau D'Arco consolidou a interpretação de que prevalece o direito de propriedade dos quilombolas reconhecido pela Constituição Federal. A porção restante do território encontra-se em processo de regularização pelo Incra, que já concluiu a etapa de identificação do território e reconheceu a ocupação pelos quilombolas de uma área de 41.780 hectares.

HISTÓRIA

Desde o início da colônia, a região do médio São Francisco constituiu uma espécie de refúgio para negros e índios que conseguiam fugir do jugo dos portugueses. Acredita-se que a origem da comunidade de Parateca date do começo do século XVII. No final do século XVII, o surgimento deste e de outros quilombos no norte do São Francisco passou a ser visto pela coroa portuguesa como um perigo a ser combatido. Bandeirantes, vindos das capitanias de São Paulo e Minas Gerais foram então encarregados de subir o rio São Francisco e combater índios e negros rebelados até as capitanias de Pernambuco e do Ceará. Uma dessas expedições, iniciada por Matias Cardoso e finalizada por seu filho, Januário Cardoso, já no século XVIII, rendeu à família a doação pela coroa de uma grande sesmaria. As terras atribuídas a Januário Cardoso se estendiam da atual cidade de Januária até uma igreja por ele construída e que ficou conhecida como Parateca. Naquela época, o rio São Francisco desempenhava o importante papel de principal via de trânsito entre o decadente nordeste açucareiro e a região das Minas Gerais que despontava como importante centro minerador. Em Parateca e Pau D'Arco o intenso uso do rio São Francisco contribuiu para que nas suas margens se instalassem fazendas de gado, principalmente nas primeiras décadas do século XVIII. No entanto, com a instalação de uma política colonial de forte controle fiscal das Minas Gerais, as vias de acesso aos centros auríferos foram bloqueadas. No rio São Francisco isso não foi diferente e o trânsito de embarcações passou a se restringir a contrabandistas. As terras em toda a região se tornaram território sem-lei. Esse bloqueio contribuiu para que a região se isolasse por cerca de cem anos, entre os séculos XVIII e XIX, fato que propiciou a proliferação de quilombos. Num primeiro momento, os quilombos foram formados pela população negra abandonada por seus senhores. Já no início dos anos de 1800, verificou-se uma nova expansão da população negra aquilombada com o ingresso de negros fugidos que viam naquela região erma e distante das vilas e cidades coloniais uma possibilidade de abrigo seguro. O depoimento da moradora de Parateca, Maria Vicência, que em 1998 contava 78 anos, relata um pouco essa origem:

"Aqui todo mundo é nascido e criado e neto e bisneto de gente também nascida e criada. Minha avó nasceu aqui [aprox. 1870] e dizia que a avó dela tinha nascido também [aprox. 1820], filha dos primeiros que chegaram. Quando esses primeiros chegaram não tinha nada, nem fazenda nem nada, só a igreja" (Sampaio, 1998).

No início do século XIX, o crescimento da população negra na região e o receio de levantes e da ampliação de movimentos de resistência, como o que ocorrera no Quilombo de Palmares, motivaram novas expedições para destruição dos quilombos. Alguns anos depois, a região assumiu novamente importância para os fazendeiros, latifundiários e grileiros em razão da revitalização da navegação fluvial no rio São

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Francisco e da instituição da Lei de Terras de 1850, que extinguiu as sesmarias coloniais e levou a uma corrida junto aos cartórios para a obtenção de títulos de terras. Ainda que de imediato não tenham surgido conflitos, a atribuição de direitos sobre a terra e a chegada dos fazendeiros provocaram uma progressiva mudança no modo de vida dos quilombolas. Pouco a pouco se instalou um regime clientelista e autoritário baseado na imposição de restrições e obrigações aos habitantes das comunidades. A proibição da coleta de lenha por alguns negros e a destruição de seus roçados são alguns exemplos desses constrangimentos. Segundo o depoimento dos mais antigos comunitários, já naquela época os fazendeiros promoviam ações que atentavam contra as tradições das comunidades negras. A destruição no final do século XIX da Igreja de Santana, uma das três que existiam nos arredores dos quilombos, ainda vive na memória dos moradores. Nos anos 1950 e 1960, os descendentes das famílias Bastos e Moura herdaram as terras e venderam parte delas a novos proprietários. A divisão da terra entre os fazendeiros e o processo de ocupação do Nordeste alteraram definitivamente as relações dos quilombolas com os proprietários de terras. Foi nessa época que as fazendas foram cercadas, o cultivo da terra pelos comunitários passou a ser impedido e empregados de outros municípios e regiões foram contratados pelos proprietários de terra para trabalhar nas fazendas. Como aponta o antropólogo José Augusto Sampaio, o conflito com os fazendeiros forçou uma parcela significativa da população quilombola a migrar. Segundo estimativa do pesquisador, em 1998, metade da população encontrava-se fora de suas terras. No entanto, é digno de nota que, embora ausentes, esses quilombolas mantinham relações com suas comunidades de origem e disposição para retornar quando as condições permitissem. Os quilombolas relataram para o antropólogo as conseqüências desse conflito:

"Nesse tempo, os moradores dos lugares mais afastados [cita nomes de localidades] foram tudo botado para fora. Aí só ficou mesmo aqui a vila [Parateca] e o Pau d'Arco. Até esse tempo o Pau d'Arco era um lugar pequeno, tinha poucos moradores. Mas cresceu com o pessoal que veio tangido dos outros lugares. Aí no Pau d'Arco, na beira da lagoa, eles deixaram ficar. Mas só pescando, não podia plantar nem criar nada. Muitos foram embora..." (Parateca, 02/1998 In: Sampaio, s.d.) "Eu alcancei isto aqui com todo o mundo tendo seu gadinho. Uns tinham mais, outros menos, mas todo o mundo tinha. Foi depois que passaram as cercas que ninguém mais pode criar. Aí foram vendendo, foram tendo que vender e hoje ninguém mais tem." (Mulher de meia-idade, Parateca, 02/1998 In: Sampaio, s.d.)

Com o passar dos anos, a situação se agravava cada vez mais. Os fazendeiros chegaram a proibir que os quilombolas pescassem nas lagoas da região. Após reconquistarem o direito de pescar, as comunidades começaram a intensificar sua luta pela terra.

MANGAL E BARRO VERMELHO As comunidades remanescentes de quilombo Mangal e Barro Vermelho estão localizadas no município de Sítio do Mato, às margens do rio São Francisco na região conhecida como médio São Francisco. As terras das comunidades já estão tituladas. Inicialmente, em janeiro de 1999, foi titulada uma área de 153 hectares pelo Instituto de Terras da Bahia (Interba) em conjunto com a Fundação Cultural Palmares. Foi a primeira comunidade baiana a ser titulada pelo órgão Estadual. Já em julho de 2000, outros 7.615 hectares foram titulados pela Fundação Cultural Palmares. Antes da conquista da titulação, porém, os quilombolas de Mangal e Barro Vermelho experimentaram a violência e o conflito. E, como outras comunidades quilombolas da região, resistiram.

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Avaliação Final do Curso

Avaliação final do curso por Suporte GPEC - Avate - quarta, 27 julho 2011, 10:31

AVALIAÇÃO DO CURSO PARA OBTENÇÃO DO CERTICADO

O curso de História e Cultura Afro-Brasileira forneceu elementos para um grande

aprendizado e capacitação de estudantes e professores. A finalidade do curso foi

trazer subsídios para a formação da diversidade cultural. Com o objetivo principal para

inserção da Lei 10639, capacitando para a divulgação e produção de conhecimentos,

bem como atitudes, posturas e valores que eduquem cidadãos quanto à pluralidade

étnico-racial, tornando-os capazes da total interação de metas comuns que garantam

respeito aos direitos legais e valorização de identidade cultural brasileira e africana,

como outras que direta ou indiretamente contribuíram e contribuem para a formação

da identidade cultural brasileira.

Em primeiro momento pensei em pedir somente um Plano de Aula em História e

Cultura Afro-Brasileira, assim todos sairiam prontos para empreender o aprendizado

nas salas de aula, mas sabemos que alguns colegas possuem formação em diversas

áreas, pensando nisso elaborei algumas atividades, fiquem à vontade para escolher,

eu vou conferir, fazer as correções, se necessário for pedirei para refazer com minhas

anotações. Meu intuito final é deixá-los totalmente preparados para que possam brilhar

na carreira como professores e para que os outros colegas de curso possam abarcar

novas formas de visão de mundo, através das representações da História e Cultura

Afro-Brasileira.

E como gosto muito de pensar: O Brasil está necessitando de Novos Olhares na

História, sem preconceito, sem estigma de raça e cor.

Atividades:

1- O plano de aula é caracterizado pela descrição específica de tudo que o

professor realizará em classe durante as aulas de um período específico.

Elaborar o seu Plano de Aula de História e Cultura Afro-Brasileira Exemplo de um Plano de Aula:

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http://revistaescola.abril.com.br/historia/pratica-pedagogica/historia-local-afro-descendentes-472191.shtml

2- Programa A COR DA CULTURA - NOTA 10, do Canal Futura filmada na

EMEF Marlene Pereira Rancante.

http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=23449

Os educadores podem suprir a carência de materiais didáticos que incluam o

negro sem preconceito com leituras adequadas e uma dose de criatividade.

Um passo importante é escolher de forma consciente os livros que adentram a

sala de aula. Outra possibilidade é desconstruir junto com os alunos as

imagens e textos que veiculam o racismo. Uma excelente alternativa pode ser

a produção do próprio material didático. Foi o que fez a professora Elzelina

Dóris na EMEF Marlene Pereira Rancante, em Belo Horizonte.

Acessar o Link: http://www.projetohistoriadosamba.org/video.html

1- Dissertar sobre o documentário 2- Fazer uma pequena biografia, apresentando os pontos principais da história de

vida, músicas de compositores ou cantores do samba negros

Re: Avaliação final do curso por Ramides Sedilso Pessatti - segunda, 20 fevereiro 2012, 07:55

A abolição da escravatura, um mito de liberdade... Objetivos Problematizar o processo da Abolição da Escravatura no Brasil, que culminou com a assinatura da Lei Áurea. Refletir sobre a resistência escrava e o movimento abolicionista no Segundo Reinado. Apresentar e problematizar quem foi a Princesa Isabel, porque ela aboliu a escravidão e como a Lei Áurea desgastou ainda mais a Monarquia. Discutir o verdadeiro sentido do 13 de maio e a vida difícil dos recém-libertos. Conteúdos Brasil Império; Abolição da escravatura. Anos 8° e 9° Tempo estimado Cinco aulas Material necessário - Imagens: Fuga de escravos, óleo sobre tela, de François Auguste Biard (1859); Princesa Isabel; Lei Áurea; A festa da Glória, e alguns efeitos da lei de 13 de maio, de Ângelo Agostini (13 de agosto de 1888); - Letra do samba "Salve a Princesa Isabel", de Paquito e Luís Soberano, composta em 1948; Versos publicados no jornal fluminense O Monitor Campista, em 23 de março de 1888. Desenvolvimento 1° Aula Apresente aos alunos o contexto histórico que antecedeu a abolição da escravatura, em 1888. Explique que o processo que levou ao fim da escravidão no século 19 foi longo e difícil, ressaltando a resistência escrava (formação dos quilombos, fugas arriscadas, uso da força, violência, desobediência, etc) e o movimento abolicionista.

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A partir da exibição da tela Fuga de escravos, de François Auguste Biard (1859), discuta com os alunos os elementos que aparecem na tela. Questione sobre a maneira como o artista representou os escravos, suas feições, gestos, a atitude dos escravos adultos com relação às crianças, enfim, qual a sensação transmitida pela imagem. Pergunte sobre o que eles conhecem ou já estudaram acerca da escravidão. 2°Aula Uma vez que a abolição da escravatura é entendida como um processo gradativo, discuta com os alunos as pressões internacionais para o fim da escravidão e enfatize as duas leis que antecederam o 13 de maio: A Lei do Ventre Livre , em 1871, que assegurou a liberdade dos filhos de escravas que nascessem após a sua entrada em vigor, e a Lei dos Sexagenários, de 1885, que dava liberdade a todos os escravos com idade de sessenta anos ou mais. Questione o que elas propunham, quem foi beneficiado por elas, quais as reações que provocaram na sociedade e o que elas representaram de fato para os escravizados? Em seguida, discuta o abolicionismo, movimento que ganhou força na segunda metade do século 19 e que foi liderado por pessoas de diferentes grupos sociais inconformadas com a escravidão, dentre elas José do Patrocínio, André Rebouças, Paula Brito, Joaquim Nabuco e Luiz Gama. Divida os alunos em grupos e peça que eles pesquisem informações sobre os abolicionistas. Cada grupo deve criar um painel com as informações coletadas (pode ser em cartolina) e fazer uma apresentação oral para os colegas. 3º Aula Usando uma imagem da Princesa Isabel, pergunte aos alunos se sabem quem ela foi e o que ela fez de tão importante para a história do Brasil, Explique que a Princesa Isabel tornou-se regente do Império, uma vez que seu pai, D. Pedro II, encontrava-se em viagem pela Europa. Discuta a intensificação da campanha abolicionista com manifestações nas ruas e o apoio de diversos setores da sociedade, o que aumentou as pressões pelo o fim da escravidão no Brasil. Problematize a criação da imagem da Princesa Isabel como a "redentora dos escravos", após assinar a Lei Áurea. Utilize a letra do Samba "Salve a Princesa Isabel" de autoria de Paquito e Luís Soberano, composta em 1948. Destaque, através da letra, como mais de 50 anos após a abolição, a imagem da princesa como redentora dos escravos se fazia presente no imaginário popular. Destaque a estrofe final da música para discutir com os alunos aspectos inerentes ao racismo e preconceito na atualidade: Salve a princesa Isabel (Paquito e Luís Soberano)

Liberdade! Abre as asas sobre nós...

Salve a princesa Isabel

Deu liberdade a todos

Foi no dia 13 de maio

Preto não é mais lacaio

Preto não tem mais senhor

Foi no dia 13 de maio

Preto não é mais lacaio

Preto não tem mais senhor

Desde o dia em que a princesa assinou

A Lei Áurea concedendo abolição

Preto teve o direito de ser cidadão

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Hoje o preto pode ser doutor

Deputado e senador

Não há mais preconceito de cor!

4ª Aula Discuta a vida dos recém-libertos. Copie no quadro os versos que foram publicados no jornal fluminense O Monitor Campista, em 23 de março de 1888, acerca dos negros: "Fui ver pretos na cidade/ que quisessem trabalhar./ Falei com esta humildade/- Negros, querem trabalhar?/ Olharam-me de soslaio, / E um deles, feio, cambaio,/ Respondeu-me arfando o peito:/ - Negro, não há mais não./ Nós tudo hoje é cidadão./ O branco que vá pro eito." (O Monitor Campista, 28/03/1888) Partindo dos versos publicados pouco antes de a Lei Áurea ser assinada e com base em tudo o que já foi discutido, pergunte aos alunos qual era a visão de boa parte da sociedade brasileira sobre os negros. Essa visão mudou de lá pra cá? Como é tratada a discriminação racial no Brasil hoje? Mostre aos alunos como a questão da escravidão no Brasil desgastou, aos poucos, a imagem da Monarquia, sobretudo a Lei Áurea, que obrigou os fazendeiros escravistas a libertarem seus escravos sem receber indenização. Sentindo-se prejudicados pela lei, muitos fazendeiros aderiram à causa da República. 5ª Aula Discuta o verdadeiro sentido do 13 de maio de 1888. Trabalhe a imagem A festa da Glória e alguns efeitos da lei de 13 de maio, publicada na Revista Ilustrada (13 de agosto de 1888). Nela se lê: "Nos bondes"; "Aí vem a família Pitada (...) Misericórdia, e nem uma rapariga em casa"; Seu Zuzé Congo e sua Excelentíssima Família"; "Todos os crioulos na festa da Glória e este (...) cidadão aqui a esquentar água para o chá"; Liberdade é muito bom, mas cria calos que é o diabo"; "Fiquei com o corpo livre, mas estou com os pés no cativeiro"; "Roubado pelos gatunos! Eis uma sensação que nunca tive antes da lei". Usando a charge de Ângelo Agostini, discuta com os alunos que, para os recém-libertos, a abolição não trouxe os benefícios esperados, já que não receberam terras para plantar. Muitos permaneceram nas fazendas, trabalhando da mesma forma que antes, outros ao rumarem para as cidades em busca de empregos, foram preteridos pelos empresários que optavam por empregar os imigrantes europeus, restando aos negros os piores trabalhos, os menores salários e moradias precárias. A maioria dos libertos foi posta à margem da sociedade. Aproveite para refletir sobre o sentido da palavra marginalizado e como ao longo do tempo ela foi associada à imagem do negro pobre, sem dinheiro, sem instrução e sem apoio do governo. A abolição não garantiu os direitos mínimos de cidadania. Avaliação Avalie a interação dos alunos no momento dos questionamentos e das indagações feitas a partir das informações apresentadas. Analise o comprometimento e a qualidade das informações trazidas pelos alunos na elaboração e apresentação do painel sobre os abolicionistas. Avalie a capacidade criativa deles ao interpretarem as imagens e informações transmitidas por elas, assim como a compreensão dos versos do jornal O Monitor Campista.

Re: Avaliação final do curso por Ana Claudia Vasconcelos Araujo - sexta, 24 fevereiro 2012, 15:31 Quem descobriu o Brasil ou quem invadiu o Brasil? Objetivos: 1) Conhecer o sistema escravocrata de trabalho implantado no Brasil pelos europeus; 2) Identificar através da música, luta, dança, língua, religião e alimentação as influências dos diversos povos que chegaram ao Brasil. 3) Compreender a importância da Cultura Afro-brasileira para o processo de respeito à diversidade e cidadania. Anos:

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3º e 4º anos. Tempo estimado: 4 aulas. Material necessário: Cartolinas, revistas, jornais colas, tesouras, lápis de cores, computador com acesso à internet. Introdução: É de fundamental importância o ensino da cultura Afro-brasileira na sala de aula.Quando a história do Brasil é ensinada no ambiente escolar, o aluno depara com um ajuntamento de fatos que narram a trajetória dos europeus na América. Torna-se importante entendermos a urgência de resgatar estes conteúdos para pleno entendimento da história da sociedade brasileira e da contribuição do povo negro para a construção social, econômica e cultural do nosso país. Mas para que esse ensinamento ocorra da melhor forma é necessario que a historia do nosso pais seja contada a partir de outra visão da história, que ela seja contada a partir da visão do povo oprimido. Desenvolvimento: Aula 1: No primeiro momento o professor deverá realizar um diagnóstico à respeito dos conhecimentos prévios dos alunos sobre o tema da cultura Afro-brasileira. Em seguida os alunos deverão pesquisar no computador sobre a vinda dos europeus, os seus regimes de trabalhos no Brasil e a influência de todos os povos na nossa cultura. Aula 2: Dividir a sala em grupos de 4 ou 5 e determinar que cada grupo pesquise sobre um determinado tema na internet. Música, luta, dança, língua, religião e alimentação são alguns temas em que os alunos irão pesquisar para a montagem de seus cartazes. Aula 3: Cada grupo irá montar o seu cartaz de acordo com a sua temática, procurando em revistas e jornais, reportagens e imagens que falem sobre a cultura Afro-brasileira Aula 4: Os alunos irão apresentar para o restante da classe o seu trabalho em forma de seminário. Produto final: Ao final cada grupo irá apresentar um seminário com a sua temática para a classe. Avaliação: A avaliação será realizada a partir da participação e envolvimento individual de cada aluno e dos grupos na realização do trabalho em cartolina e nas discursões em sala de aula.

Re: Avaliação final do curso por Cintia da Silva do Vale - sábado, 25 fevereiro 2012, 02:35 Tema: A Escravidão no Brasil Objetivos específicos: Promover a reflexão sobre a utilização da mão-de-obra escrava no Brasil; favorecendo estabelecer relações entre passado e presente - e possibilita debater sobre a condição da população afro-brasileira na atualidade. Objetivos Gerais:

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1. Apresentar e explicar significado do conceito de escravidão durante os períodos colonial e imperial. 2. Estabelecer relações entre a escravidão no passado e confrontando com a do presente, analisando semelhanças e diferenças. Estratégias 1. Levar a sala de aula livros trata sobre a escravidão no Brasil, matérias e reportagens diversas sobre o trabalho compulsório na atualidade: exploração de trabalhadores brasileiros que migram para outras regiões, em busca de melhores condições de vida; Orientar os alunos para que façam a leitura individualmente. 2. Depois de realizada a leitura, solicitar que exponham os principais fatos. Os alunos que tiverem lido o mesmo texto podem ajudar a sintetizar as principais informações. 3. Explicar no quadro, retroprojetor ou data show o significado da palavra escravidão, o que foi a escravidão e fazendo uma explanação sobre o tema. É fundamental que a questão econômica seja evidenciada, desde que o professor a relacione a outros aspectos, como, por exemplo, as teorias sobre inferioridade e superioridade das raças. Recursos utilizados 1. Matérias de jornais e revistas. 2. Rádio 3. Internet 4. Livro didático Atividades 1. Fazer um quadro comparativo com duas colunas: "passado" e "presente". Os alunos preencheram a tabela com as características da escravidão, após terem feito a leitura do texto "Escravidão - passado e presente: o trabalho compulsório ainda existe no Brasil". 2. Discussão e reflexão da música: Identidade: Jorge Aragão. http:// www.youtube.com/watch?v=rm-Eexth0Pw http://letras.terra.com.br/jorge-aragao/77012/ 3. Realização de cartazes e imagens de combate ao preconceito. 4. Explanação sobre o processo de escravidão e a abolição da escravatura no Brasil. Fontes: http://gpeconline.tempsite.ws/moodle/file.php/186/moddata/forum/2317/60496/PLANOS_DE_AULA_Historia_do_Brasil.Consciencia_negra_luta_armada_e_repressao.htm http://cafehistoria.ning.com/group/historiadaafrica/forum/topics/ensino-sobre-africa-e-cultura http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=760 http://revistaescola.abril.com.br/escravidao/ http://revistaescola.abril.com.br/historia/pratica-pedagogica/trabalho-escravo-contemporaneo-historia-escravidao-trabalho-escravo-cana-agronegocio-545991.shtml

Re: Avaliação final do curso por Cintia da Silva do Vale - sábado, 25 fevereiro 2012, 02:35 AVALIAÇÃO DO CURSO PARA OBTENÇÃO DO CERTICADO Parte 2. 1. Programa A COR DA CULTURA - NOTA 10, do Canal Futura filmado na Escola Municipal - EMEF Marlene Pereira Rancante, foi bastante interessante. Mostrou que podemos resgatar a cultura e história afro-brasileira.

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Colocando os educadores para suprir a carência de materiais didáticos que sobre o negro sem preconceito com leituras adequadas e uma dose de criatividade como foi mostrado neste video. Podem trazer reportagens, materiais como artigos e teses sobre o assunto, a questão de resgatar a memória social, a cultura, a identidade através do samba da música. Podemo incluir nas atividades em classe e extra classe apesquisa e discurssão sobre o tema.

Temos que desconstruir junto com os alunos as imagens e textos que veiculam o racismo, escolhendo um material adequado. Hoje é possível ter acesso a uma gama maior de material sobre a identidade e cultura do afro brasileiro, porém é um pouco mais trabalhoso por não ser um material didático direto, mas podemos transformar e tornar possível o acesso destes materiais para a luta contra o racismo e o preconceito.

2.

CARTOLA

Angenor de Oliveira, mais conhecido como Cartola, (Rio de Janeiro, 11 de outubro de 1908 — Rio de Janeiro, 30 de novembro de 1980) foi um cantor, compositor e poeta brasileiro.

Considerado por diversos músicos e críticos como o maior sambista da história da música brasileira, Cartola nasceu no bairro do Catete, mas passou a infância no bairro de Laranjeiras. Tomou gosto pela música e pelo samba ainda moleque e aprendeu com o pai a tocar cavaquinho e violão. Dificuldades financeiras obrigaram a família numerosa a se mudar para o morro da Mangueira, onde então começava a despontar uma incipiente favela

Ele e seus companheiros fundaram a G.R.E.S Estação Primeira de Mangueira. Era um dos sambistas que compunham a velha-guarda da escola de samba Estação Primeira de Mangueira, sendo considerado o responsável tanto pela escolha do nome, como das cores adotadas pela Escola (verde e rosa). Há quem diga que a escolha das cores foi uma homenagem ao seu amado Fluminense, clube de futebol do Rio de Janeiro que se utiliza de combinações mais sóbrias das mesmas cores (grená, verde escuro e branco).

Sua contribuição à Cultura Brasileira é inestimável. Sua concepção harmônica, suas melodias e versos são simplesmente maravilhosos. Mestres da Música como os maestros Villa Lobos e Stokovsky foram ao Buraco Quente conhecê-lo e tomar conhecimento de sua obra.

Devido ao racismo, Cartola nunca foi economicamente bem sucedido. Trabalhou até como pedreiro para sobreviver, e no meio dos anos 60 o jornalista Stanislaw Ponte Preta encontrou-o lavando carros no bairro de Ipanema, e perguntou: Você não é o Cartola? Sou, foi à resposta. Isso causou muito espanto ao jornalista, que passou a ajudá-lo, tornando-o mais popular. Cartola gravou seu primeiro disco em 1974.

Entre a metade dos anos 60 até sua morte em1980, conheceu um pouco de popularidade (mas não dinheiro), e descobriu que todos que tinham a chance de ouvir suas canções, ou vê-lo tocar e cantar passava a amá-lo.

Através de suas canções, o povo brasileiro pôde entender um pouco mais a vida, e como lidar com o dia a dia de uma maneira mais poética.

Cartola ignorou a injustiça, pois esteve sempre ocupado, com o que tinha no coração. Tinha sabedoria suficiente para saber o quanto estava adiante de seu tempo, o quão importante seria os Brasileiros um dia perceberem a mensagem que Espíritos Africanos o designaram para levar a terras distantes.

Músicas:

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As Rosas Não Falam Cartola

Bate outra vez Com esperanças o meu coração Pois já vai terminando o verão, Enfim

Volto ao jardim Com a certeza que devo chorar Pois bem sei que não queres voltar Para mim

Queixo-me às rosas, Mas que bobagem As rosas não falam Simplesmente as rosas exalam O perfume que roubam de ti, ai

Devias vir Para ver os meus olhos tristonhos E, quem sabe, sonhavas meus sonhos Por fim

O Mundo é Um Moinho

Cartola

Ainda é cedo, amor Mal começaste a conhecer a vida Já anuncias a hora de partida Sem saber mesmo o rumo que irás tomar

Preste atenção, querida Embora eu saiba que estás resolvida Em cada esquina cai um pouco a tua vida Em pouco tempo não serás mais o que és

Ouça-me bem, amor Preste atenção, o mundo é um moinho Vai triturar teus sonhos, tão mesquinho. Vai reduzir as ilusões a pó

Preste atenção, querida De cada amor tu herdarás só o cinismo Quando notares estás à beira do abismo Abismo que cavaste com os teus pés

Clementina de Jesus

Clementina de Jesus da Silva (Valença, 7 de fevereiro de 1901 — Rio de Janeiro, 19 de julho de 1987) foi uma cantora brasileira de samba. Também era conhecida como Tina ou Quelé. Nascida no interior do estado do Rio mudou-se com a família para a capital do estado, radicando-se no bairro de Oswaldo Cruz. Lá acompanhou de perto o surgimento e desenvolvimento da escola de samba Portela, freqüentando desde cedo as rodas de samba da região. Em 1940 casou-se e mudou para a Mangueira. Trabalhou como doméstica por mais de 20 anos, até ser "descoberta" pelo compositor Hermínio Bello de Carvalho em 1963, que a levou para participar do show "Rosa de Ouro", que rodou algumas das capitais mais importantes do Brasil e virou disco pela Odeon, incluindo, entre outros, o jongo "Benguelê". Devota de Nossa Senhora da Glória do Outeiro, participava de festas das igrejas da Penha e de São Jorge, cantando músicas de romaria. Considerada rainha do partido-alto, com seu timbre de voz inconfundível, foi homenageada por Elton Medeiros com o partido "Clementina, Cadê Você?". Além deste gênero gravou corimás, jongos, cantos de trabalho etc., recuperando a memória da conexão afro-brasileira. Em 1968, com a produção de Hermínio Bello de Carvalho, registrou o histórico LP "Gente da Antiga" ao lado de Pixinguinha e João da Bahiana. Gravou quatro discos solo (dois com o título "Clementina de Jesus", "Clementina, Cadê Você?" e "Marinheiro Só") e fez diversas participações, como nos discos "Rosa de Ouro", "Cantos de Escravos" e "Milagre dos Peixes", de Milton Nascimento, em que interpretou a faixa "Escravos de Jó". Em 1983 foi homenageada por um espetáculo no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, com a participação de Paulinho da Viola, João Nogueira, Elizeth Cardoso e outros nomes do samba. Essa Afro-Brasileira maravilhosa apresentou-se também na Africa e Europa. Chegou mesmo a cantar a Marselhesa, hino nacional francês na própria França. Não foi grande vendedora de discos e como disse Carlos Calado, crítico musical "Irônico e triste, mas em certos países as bijuterias valem mais que os diamantes brutos." Músicas

Canto XII (Canto Dos Escravos)

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Clementina de Jesus

São João foi no céu, foi passear, foi visitar noss'sinhô. (x2) São João foi no céu.

São João foi no céu, é dévera, São João foi no céu, é mentira, omen, omenhá, rossequê, omen, omenhá, rossequê, omen, omenhá, rossequê, coroá.

São João foi no céu, foi passear, foi visitar noss'sinhô. (x2) São João foi no céu.

São João foi no céu, é dévera, São João foi no céu, é mentira, omen, omenhá, rossequê, omen, omenhá, rossequê, omen, omenhá, rossequê, coroá.

Rainha Negra Clementina de Jesus

A idade da sereia, O baticum de pé no chão, Chuá de cachoeira... O mito, o rito ritimam a respiração, Tantan e atabaque, A gargalha do ganzá, O canto do trabalho, A dança, a ânsia sagrada de rememorar.

O escuro do negreiro, O açoite pardo do feitor, E um clarão enganador: A liberdade sonhada ainda não chegou.

Saúdo os deuses negros, Da serra-mar céu de Quelé, Pro povo brasileiro, Rainha negra da voz, mãe de todos nós

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Re: Avaliação final do curso por Heleno Brodbeck do Rosário - domingo, 26 fevereiro 2012, 11:38

Plano_de_Aula_RAP.doc O PLANO DE AULA SEGUE ANEXO QUESTÃO 1 - VÍDEO O vídeo mostra como o samba pode reforçar positivamente a identidade negra brasileira. Em um país no qual a população afro-descendente sofre uma discriminação histórica, com o samba, gênero musical de raiz afro-brasileira, também não foi diferente. O preconceito em relação à música não é simplesmente uma questão de gosto musical, mas implicação de um preconceito em relação a um grupo social marcadamente afro-descendente. Deste modo, sair de um pré-conceito e evoluir para um conceito sobre samba e sambistas torna-se muito importante para lutar pela igualdade racial e social. QUESTÃO 2 - BIOGRAFIA DE NELSON CAVAQUINHO Nelson Antônio da Silva nasceu no Rio de Janeiro em 29 de outubro de 1910, no berço de uma humilde família carioca. Mesmo pobre, Nelson levava uma boa infância e brincava em peladas, com bolinhas de gude e fequentava a escola, mas devido a problemas financeiros que passava sua família, teve que abandonar a escola no terceiro ano primário para trabalhar numa fábrica de tecidos e depois como auxiliar de eletricista. Nelson já mostrava seu dom musical. Nas tardes de domingo, seu tio Elvino tocando violino e Nelson tentando acompanhá-lo num instrumento feito em casa: uma caixa de charutos com arames esticados e seu pai, Brás Antônio da Silva, tocava tuba na Polícia Militar. A mãe de Nelson, era lavadeira no Convento de Santa Tereza e cuidava de seus cinco irmãos: Arnaldo, Atarílio, Iracema, João e José. Na adolescência, morando na Gávea, entraria em contato com os chorões e sua músicas. Contemplava os grandes mestres do cavaquinho e ia espiando e aprendendo os truques do instrumento, mas não tinha dinheiro para comprar um cavaquinho, treinava quando conseguia emprestado. Ainda muito jovem, se aproximaria da malandragem carioca e ficaria amigo de personagens como Brancura, Camisa Preta Edgar. Em suas andanças, conheceu músicos de grande influência em sua formação, como Heitor dos Prazeres, Mazinho do Bandolim e o violonista Juquinha, de quem recebeu importantes noções de como tocar cavaquinho. Demonstrando grande habilidade para o instrumento, Nelson compôs um choro, ―Queda‖, que o fez tornar-se respeitado como músico, passando a ser chamado para fazer shows. Ganhou enfim um cavaquinho e já mostrava o seu estilo peculiar de tocar o cavaquinho: tocar apenas com dois dedos. E foi então batizado "Nelson Cavaquinho", apelido que o acompanharia por toda a vida. Com um repertório de mais de 600 composições (a maioria delas inéditas ou esquecidas, pois dificilmente o músico as escrevia, preferindo guardá-las na memória), Nelson Cavaquinho criava de madrugada, nas mesas dos bares, com o violão e um copo de cerveja ou cachaça.

Re: Avaliação final do curso por CAROLINA TIBIRIÇÁ ARGÔLO DOS SANTOS - domingo, 26 fevereiro 2012, 11:54

Objetivos Estabelecer relações entre passado e presente, e buscando relacionar as mudanças e as permanências nas relações sociais. Compreender e valorizar elementos das culturas africanas e de afro-brasileira.

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Aumanentar o conceito de cidadania, discutindo questões como respeito à diversidade, religiosidade e sincretismo, preconceito, direitos, inclusão. Anos 7º, 8º e 9º anos Tempo estimado 3 aulas e atividades extra-classe em prazo a ser definido pelo professor. Material necessário Mp3 player, computador com acesso à internet e datashow. Introdução A importância de se estudar a história de africanos e de afro-descendentes está relacionada às profundas relações que guardamos com a África. No geral, somos frutos dos encontros e confrontos entre diferentes grupos étnicos como indígenas, europeus, africanos e outros. Entendemos que história do Brasil e história da África estão intimamente relacionadas, cabendo ao professor ampliar a discussão sobre, por exemplo, a escravidão, introduzindo elementos da história dos africanos, de sua cultura e não tratá-los como simples mercadoria que enriquecia europeus e tiveram seu trabalho explorado à exaustão no Brasil antes e após a independência política. Nessa perspectiva, não podemos tratar a questão africana apenas do ponto de vista da escravidão, como se fosse uma questão isolada e superada pela assinatura da Lei Áurea em 1888. Um ponto de partida para ampliar nossa visão e tentar superar as visões estereotipadas sobre o tema é procurar recuperar os elementos da resistência negra, suas formas de luta e de organização, sua cultura, não apenas no passado, mas também no tempo presente. Desenvolvimento 1ª. etapa Comece o trabalho explorando com os alunos os elementos da história africana e/ou da presença africana na História do Brasil que eles já tenham estudado. Procure levantar os conhecimentos dos alunos acerca das relações sociais estabelecidas, das visões que foram construídas sobre africanos e afro-descendentes no Brasil, sobre a cultura africana e/ou a mescla de culturas que se convencionou chamar "cultura brasileira" com forte influência de elementos africanos. É possível que surjam respostas que remetam a determinados assuntos como alimentação, música, dança, lutas e religiosidade. Se não surgirem, instigue-os a refletir sobre a presença ou ausência desses elementos no modo de vida deles. Após essa conversa inicial, convide os alunos para explorar o site www.acordacultura.org.br, que mostra informações sobre a cultura negra africana em forma de jogos, livros animados, vídeos, músicas e textos. Dica: veja textos sobre a importância da cultura negra na coluna da esquerda da página inicial - "valores civilizatórios". A exploração do site é apenas um ponto de partida para a discussão que poderá ser fundamentada em conhecimentos anteriores dos alunos, de acordo com os conteúdos previstos no currículo de História, como: - História da África, incluindo elementos da cultura e religiosidade etc. (o período variando de acordo com o ano/série dos alunos). - Escravidão no Período Colonial e/ou no Período do Império. As lutas e as formas de resistência, e elementos da cultura trazida pelos africanos. Proponha aos alunos um trabalho de investigação da presença da cultura negra na localidade e das relações sociais estabelecidas entre os diferentes grupos étnicos, por meio de entrevistas. O objetivo é fazer com que os alunos percebam as relações entre o passado (os conteúdos

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estudados em História) e o tempo presente, observando as mudanças e permanências nas relações estabelecidas entre os diferentes grupos étnicos e da situação dos afro-descendentes na sociedade brasileira. Essas pesquisas podem ser incluídas em um blog produzido pela classe. Será um espaço de debate virtual em que os alunos da escola e os moradores da comunidade local poderão trocar idéias sobre o assunto. 2ª etapa Agora é o momento de planejar as entrevistas. Divida a turma em grupos de quatro ou cinco alunos e faça a mediação dos seguintes pontos: - O levantamento de afro-descendentes que sejam moradores antigos da localidade para serem entrevistados. - Combinar com os alunos se as entrevistas serão realizadas na escola ou na casa dos entrevistados. - Elaborar as questões que serão feitas aos entrevistados. Exemplos de coleta de bons depoimentos podem ser encontrados no portal do Museu da Pessoa (www.museudapessoa.net). O questionário deverá ter: Nome Idade Há quanto tempo mora na localidade, Profissão, atividades que exerceu Religião O lazer no passado e no presente Os tipos de música e de dança preferidos do passado e do presente Se sofre ou já sofreu discriminação por ser afro-descendente Participa de organizações como clubes, associações de moradores, ONGs que lutem pela defesa dos direitos dos afro-descendentes Outras questões sugeridas pelos alunos a partir dos estudos realizados - A definição das formas de registro da entrevista - Reforçar com os alunos a importância do respeito aos entrevistados. - O estabelecimento de uma data para que os materiais coletados sejam levados para a classe. 3ª. etapa Os grupos de alunos deverão realizar as seguintes atividades: - Contatar os moradores escolhidos, explicando o objetivo da entrevista. - Gravar as entrevistas com equipamentos de áudio (gravadores, mp3 player etc.) - Pedir permissão para fotografar os entrevistados - Perguntar se eles possuem fotos antigas ou outros objetos e se permitem que eles sejam fotografados para compor o trabalho final. No retorno do trabalho, em sala de aula, você deverá mediar a socialização das experiências de cada grupo por meio da discussão: - como se deu a interação com os entrevistados - quais foram as informações obtidas - as semelhanças e diferenças entre as respostas dos entrevistados

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4ª. etapa A partir das entrevistas e dos materiais coletados, é possível recuperar um pouco da história das relações sociais na localidade, da presença (ou não) de discriminação de afro-descendentes e de elementos da cultura de origem africana. Produto final O material coletado pode ser organizado: - em um painel com fotos e informações escritas - elaboração coletiva de um blog que poderá conter as gravações das entrevistas, depoimentos de alunos sobre o tema, mudanças e permanências nas relações sociais na localidade, espaço para postagem de sugestões sobre a formas de combate ao preconceito e à discriminação racial. Avaliação Os pontos que deverão ser avaliados são: - envolvimento e participação dos alunos nas discussões em grupos - pertinência das informações e dos materiais coletados - organização e clareza das informações no painel e nos textos e áudios postados no blog.

Bibliografia BARBOSA, R. M. Ambientes virtuais de aprendizagem. Porto Alegre: Artmed. BITTENCOURT, Circe Maria F. Ensino de história: fundamentos e métodos. São Paulo, Cortez. BOSI, Ecléa. Memória e sociedade. Lembranças de velhos. Companhia das Letras. LUCENA, Célia Toledo. Artes de lembrar e de inventar: (re) lembranças de migrantes. São Paulo, Arte & Ciência.

Re: Avaliação final do curso por Marcia Mary Sumida Shikata - domingo, 26 fevereiro 2012, 18:42

1-Plano de aula sobre a influencia africana Objetivos Conhecer e vivenciar produções culturais brasileiras com influências africanas. Conteúdos - Heranças culturais africanas e brasileiras. - Música, dança e brincadeiras. Anos Pré-escola. Tempo estimado Dois meses. Material necessário Livros, revistas, imagens, material para registro, CDs com músicas africanas e brasileiras, tecidos, instrumentos musicais e mapas. Desenvolvimento 1ª etapa Apresente músicas brasileiras de ritmos de origem africana (como o samba e o maracatu) e converse com as crianças sobre elas: já conhecem? Se parecem com algo que já ouviram? Gostam ou não? Por quê? Explique que essas músicas têm origem em um continente chamado África, separado do Brasil pelo oceano Atlântico. Para comparar, escute com o grupo outra música (escolha, agora, uma canção tradicional africana). Questione: ela se

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parece com a que ouvimos antes? Peça, ainda, que a turma leve livros, fotos e outros registros do continente. Você também deve preparar a mesma pesquisa. 2ª etapa Explore os materiais trazidos em uma roda de conversa. Foque a discussão nos costumes dos grupos que serão estudados: vestimentas, alimentos, música, dança, brincadeiras etc. Lembre-se de mostrar o globo terrestre para que se aproximem da ideia do que é um continente ou país. 3ª etapa Forme grupos e sugira que cada um aprofunde a pesquisa em um dos temas levantados. Explique que o objetivo é obter mais informações sobre costumes dos povos africanos e que cada grupo deve mergulhar em um assunto específico, procurando mais informações em livros, internet, vídeos e outras fontes de informação. Peça ainda que reflitam: quais das práticas levantadas também acontecem no Brasil? De que jeito? Como forma de registro, proponha a criação de um painel coletivo para reunir as informações, garantindo que possam ser consultadas por todos sempre que necessário. 4ª etapa Leve para a sala instrumentos musicais de origem africana, como agogô, caxixi e alfaia e mostre às crianças as maneiras de tocá-los. Apresente também coreografias de danças africanas, como o jongo, para que a turma possa praticar - o uso de DVDs de referência com os principais passos é um bom recurso didático. Lembre-se de que essa etapa, que deve durar alguns dias, exige que você se prepare previamente para conhecer instrumentos e danças. Avaliação Para avaliar o aprendizado dos procedimentos de música e dança, observe o desempenho da turma ao longo das atividades, prestando atenção especialmente na evolução, na parte rítmica. Para verificar conteúdos conceituais (como é a África, onde se localiza etc.), avalie a participação da classe nas rodas de conversa e na construção do painel coletivo, procurando perceber se cada criança levanta hipóteses, ouve a contribuição dos outros e registra no mural suas descobertas. 2- Dissertar: Infelizmente a o preconceito existe, mas um dia vamos vencer a valorização de culturas, fazer com que vejam a importância de se compreender o que houve e os envolvidos na história de nosso país. Compreenderemos melhor as pessoas que nos cercam. BIOGRAFIA DE ZECA PAGODINHO Filho de Iréia e Jessé, Zeca nasceu em Irajá onde desde pequeno passou a frequentar rodas de samba influenciado por sua família. Morou em vários bairros do Rio mas sempre demonstrou enorme apreço por Xerém (distrito de Duque de Caxias), na qual possui um sítio e uma escola de música para crianças carentes da região. Sua primeira gravação foi em 1983, com o samba "Camarão que dorme a onda leva", de sua autoria e de Arlindo Cruz, a partir do convite de sua madrinha Beth Carvalho. Em 2003, no auge de sua carreira, foi o primeiro artista de samba a gravar um especial de TV, CD e DVD pela MTV Brasil (tradicional reduto do pop-rock). O Acústico MTV, gravado no Rio, foi um de seus discos mais vendidos, rendendo inclusive uma segunda edição em 2006 (a primeira da história da MTV Brasil). O segundo acústico, batizado de Acústico MTV Zeca Pagodinho 2 - Gafieira, homenageou o samba de gafieira. Em 2007, o cantor criou o selo ZecaPagodiscos, em parceria com o produtor musical Max Pierre, ex-diretor artístico da Universal Music no Brasil. O primeiro trabalho da parceria (lançado em conjunto com o selo Música Fabril, novo selo de Max, com distribuição da gravadora EMI) foi o CD e DVD Cidade do Samba, gravado no Rio de Janeiro, reunindo vários artistas brasileiros de vários estilos musicais, como Martinho da Vila, Jair Rodrigues, Cláudia Leitte, Ivete Sangalo, Nando Reis, Erasmo Carlos, Gilberto Gil, entre outros.

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Atualmente, Zeca reside na Barra da Tijuca com a mulher, Mônica Silva, e seus quatro filhos: Eduardo, Louis, Elisa e Maria Eduarda.

Re: Avaliação final do curso por Marcia Mary Sumida Shikata - domingo, 26 fevereiro 2012, 18:43

1-Plano de aula sobre a influencia africana Objetivos Conhecer e vivenciar produções culturais brasileiras com influências africanas. Conteúdos - Heranças culturais africanas e brasileiras. - Música, dança e brincadeiras. Anos Pré-escola. Tempo estimado Dois meses. Material necessário Livros, revistas, imagens, material para registro, CDs com músicas africanas e brasileiras, tecidos, instrumentos musicais e mapas. Desenvolvimento 1ª etapa Apresente músicas brasileiras de ritmos de origem africana (como o samba e o maracatu) e converse com as crianças sobre elas: já conhecem? Se parecem com algo que já ouviram? Gostam ou não? Por quê? Explique que essas músicas têm origem em um continente chamado África, separado do Brasil pelo oceano Atlântico. Para comparar, escute com o grupo outra música (escolha, agora, uma canção tradicional africana). Questione: ela se parece com a que ouvimos antes? Peça, ainda, que a turma leve livros, fotos e outros registros do continente. Você também deve preparar a mesma pesquisa. 2ª etapa Explore os materiais trazidos em uma roda de conversa. Foque a discussão nos costumes dos grupos que serão estudados: vestimentas, alimentos, música, dança, brincadeiras etc. Lembre-se de mostrar o globo terrestre para que se aproximem da ideia do que é um continente ou país. 3ª etapa Forme grupos e sugira que cada um aprofunde a pesquisa em um dos temas levantados. Explique que o objetivo é obter mais informações sobre costumes dos povos africanos e que cada grupo deve mergulhar em um assunto específico, procurando mais informações em livros, internet, vídeos e outras fontes de informação. Peça ainda que reflitam: quais das práticas levantadas também acontecem no Brasil? De que jeito? Como forma de registro, proponha a criação de um painel coletivo para reunir as informações, garantindo que possam ser consultadas por todos sempre que necessário. 4ª etapa Leve para a sala instrumentos musicais de origem africana, como agogô, caxixi e alfaia e mostre às crianças as maneiras de tocá-los. Apresente também coreografias de danças africanas, como o jongo, para que a turma possa praticar - o uso de DVDs de referência com os principais passos é um bom recurso didático. Lembre-se de que essa etapa, que deve durar alguns dias, exige que você se prepare previamente para conhecer instrumentos e

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danças. Avaliação Para avaliar o aprendizado dos procedimentos de música e dança, observe o desempenho da turma ao longo das atividades, prestando atenção especialmente na evolução, na parte rítmica. Para verificar conteúdos conceituais (como é a África, onde se localiza etc.), avalie a participação da classe nas rodas de conversa e na construção do painel coletivo, procurando perceber se cada criança levanta hipóteses, ouve a contribuição dos outros e registra no mural suas descobertas. 2- Dissertar: Infelizmente a o preconceito existe, mas um dia vamos vencer a valorização de culturas, fazer com que vejam a importância de se compreender o que houve e os envolvidos na história de nosso país. Compreenderemos melhor as pessoas que nos cercam. BIOGRAFIA DE ZECA PAGODINHO Filho de Iréia e Jessé, Zeca nasceu em Irajá onde desde pequeno passou a frequentar rodas de samba influenciado por sua família. Morou em vários bairros do Rio mas sempre demonstrou enorme apreço por Xerém (distrito de Duque de Caxias), na qual possui um sítio e uma escola de música para crianças carentes da região. Sua primeira gravação foi em 1983, com o samba "Camarão que dorme a onda leva", de sua autoria e de Arlindo Cruz, a partir do convite de sua madrinha Beth Carvalho. Em 2003, no auge de sua carreira, foi o primeiro artista de samba a gravar um especial de TV, CD e DVD pela MTV Brasil (tradicional reduto do pop-rock). O Acústico MTV, gravado no Rio, foi um de seus discos mais vendidos, rendendo inclusive uma segunda edição em 2006 (a primeira da história da MTV Brasil). O segundo acústico, batizado de Acústico MTV Zeca Pagodinho 2 - Gafieira, homenageou o samba de gafieira. Em 2007, o cantor criou o selo ZecaPagodiscos, em parceria com o produtor musical Max Pierre, ex-diretor artístico da Universal Music no Brasil. O primeiro trabalho da parceria (lançado em conjunto com o selo Música Fabril, novo selo de Max, com distribuição da gravadora EMI) foi o CD e DVD Cidade do Samba, gravado no Rio de Janeiro, reunindo vários artistas brasileiros de vários estilos musicais, como Martinho da Vila, Jair Rodrigues, Cláudia Leitte, Ivete Sangalo, Nando Reis, Erasmo Carlos, Gilberto Gil, entre outros. Atualmente, Zeca reside na Barra da Tijuca com a mulher, Mônica Silva, e seus quatro filhos: Eduardo, Louis, Elisa e Maria Eduarda.

Re: Avaliação final do curso por Simone Stela de Souza - domingo, 26 fevereiro 2012, 22:40

3-Principais tipos de samba:

Samba-enredo Surge no Rio de Janeiro durante a década de 1930. O tema está ligado ao assunto que a escola de samba escolhe para o ano do desfile. Geralmente segue temas sociais ou culturais. Ele que define toda a coreografia e cenografia utilizada no desfile da escola de samba.

Re: Avaliação final do curso por Simone Stela de Souza - domingo, 26 fevereiro 2012, 22:42

Projeto: Diferentes mais Iguais Nossa Gente

Público alvo: Ensino fundamental1

Objetivos:

Criar situações de aprendizagem que possibilite as crianças á apropriação

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do conhecimento necessário para a compreensão do mundo em que vivem;

Construir identidades raciais e de gênero positivas;

Contribuir para a construção de uma auto-imagem positivo de si e do outro a

partir de descobertas;

Estimular o respeito às diferenças.

Posicionar-se de maneira crítica, responsável e construtiva nasdiferentes

situações sociais, utilizando o diálogo como forma de mediar conflitos e de

tomar decisões coletivas

Descrição da atividade:

No momento da aquisição de materiais didáticos para a turma,

selecionaremos itens levando em conta se eles promovem as igualdades entre

negros e brancos, homens e mulheres, homossexuais pessoas com deficiência e

grupos de diferentes culturas.

Para que a postura em casa ajude a iniciativa na escola, envolveremos os

pais no trabalho. Organizaremos uma reunião com eles para explicar a importância

de abordar a diversidade no dia-a-dia. Estimulando que cada um faça um exame

crítico de seu próprio comportamento, refletindo sobre como isso influencia as

crianças.

A primeira aula tem caráter introdutório. Alguns conceitos serão elaborados

de maneira que os alunos consigam compreender que os seres humanos não são

homogêneos sob os mais diferentes aspectos: etnia, gênero, orientação sexual,

sócio-econômica e cultural. Entretanto, existem elementos que permitem garantir

coesão e identidade nacional.

Do ponto de vista cultural, a sociedade se caracteriza pela diversidade.

Faremos uma explanação sobre o assunto que está sendo discutido com os

educando, incitando-os a pensarem sobre o tema, pedindo para que estes

exponham sua opinião sobre o assunto abordado.

No convívio com os alunos, observaremos se há manifestações de

preconceito, interviremos mostrando a importância do respeito às diferenças e da

autoaceitação. Se apoiando nos exemplos trazidos pelos materiais selecionados.

Finalidades a serem atendidas:

Posicionar-se em relação às questões sociais e interpretar a tarefaeducativa

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como uma intervenção na realidade no momentopresente;

Não tratar os valores apenas como conceitos ideais;

Incluir essa perspectiva no ensino dos conteúdos das áreas deconhecimento

escolar.

Espaço físico:

Sala de aula

Pátio

Biblioteca

Material necessário:

Atividades xerocadas;

Cartolina

Meio de comunicação a ser utilizado

Livro história da cultura Afro- brasileira; Ensino Fundamental; livro1. Editora

Grafset.

Autores: Roberto Benjamim;

Janete Lins Rodrigues;

Josilaine Maria Do Nascimento Aires;

Maria Carmelita Lacerda.

Livro: Menina bonita do laço de fita.

Autora: Ana Maria Machado.

Música: Direito e Deveres

Álbum: Canção de todas as crianças / 2002 Toquinho.

Painel de imagens sobre a diversidade cultural no mundo.

Tempo necessário à realização da atividade:

a) Para planejamento:2 a 3 semanas

b) Para execução:8 semanas

Participantes:

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Alunos;

Professores;

Pais de alunos.

Descrição dos/as participantes:

alunos do ensino fundamental de 2ª ao 5ª ano.

Professores tutores de sala de aula.

Avaliação

A avaliação será constante, diagnóstica e com o intuito de reorganizar os

conceitos e concluir de forma significativa.

Será realizada através de:

Observações direta e indireta do aluno;

Relatos de trabalhos realizados, com as observações e conclusões

desenvolvidas;

Atividades que demonstram se o aluno foi capaz de interpretar as

mensagens contidas;

Observações no decorrer das atividades, com o intuito de verificar a

criatividade, a interpretação, a coesão e o desenvolvimento do educando.

Re: Avaliação final do curso por Lenir Maria da Silva - quarta, 29 fevereiro 2012, 21:56

Parte 1 - Plano de Aula. PLANO AULA - HISTORIA E CULTURA AFRICANA E SUA INFLUÊNCIA NO BRASIL Objetivo: - Conhecer, vivenciar e identificar a influência da cultura africana no Brasil. - Construção de imagem positiva do Negro e Afrodescendente Brasileiro. Ano E. Médio Duração 04 aulas (se necessário, acrescentar mais 01 aula). Recursos Materiais Vídeo, catálogos, imagens ref. a cultura africana, papéis, tintas, pincéis, tecidos, cola, tesoura. link para acessar o vídeo (10min 38s) http://youtu.be/RPzxt1iZGiA

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Desenvolvimento Aula 1 – Exibir o vídeo despertando o olhar do aluno para a diversidade da cultura africana. Em seguida, discutir a sua influência na cultura brasileira, nas diversas linguagens artísticas (pintura, escultura, dança, música) como imagens positivas do Negro no Brasil. Solicitar que, a partir do vídeo, escolha a linguagem artística que mais o interessou. Aula 2 – Dividir a turma em grupo de interesse (pintura, escultura, música, dança) para pesquisar Elementos Visuais (cor, forma, linha, simetria) presentes na linguagem escolhida, e Artistas Plásticos afrodescendentes que trabalham a cultura africana em suas obras. Aula 3 – Atividade Prática: • A partir de a pesquisa efetuada usar tintas, pincéis, tecido, papel, cola tesoura, etc para a construção das IMAGENS POSITIVAS da cultura afro brasileira. Aula 4 – Finalizar a atividade prática. Reunir os trabalhos para avaliação em grupo destacando a importância da cultura africana e do negro na construção da cultura brasileira. Dar a oportunidade aos alunos de exporem suas impressões a cerca da cultura africana e sua influência. Avaliação: Observar a participação do aluno e sua produção durante as aulas.

Re: Avaliação final do curso por Lenir Maria da Silva - quinta, 1 março 2012, 00:24

Parte 2 - DOCUMENTÁRIO Dissertação: Perceber a ausência de conhecimento quanto a influência da cultura africana no ambiente escolar tanto da parte dos alunos quanto dos professores, além da coragem de encarar de perto a questão do racismo e do preconceito (no caso especifico do samba) foi de fundamental importância, pois foi a semente que deu origem ao PROJETO que deu como fruto final o Material didático por eles produzido. É notório o contentamento de todos na participação da construção do saber que reforça a questão da identidade brasileira, dirimindo a ação negativo do racismo no convívio escolar e posteriormente em meio à sociedade. Todos saímos ganhando! BIOGRAFIA: Compositor/Cantor do SAMBA - MONARCO DA PORTELA Monarco está entre os compositores mais respeitados da sua geração. E, mesmo sendo um dos mais jovens integrantes da Velha Guarda da Portela é autor de músicas que foram sucessos nas vozes de Martinho da Vila (Tudo menos Amor), Paulinho da Viola (Passado de Glória) e Clara Nunes (Rancho da Primavera). Monarco da Portela é o nome artístico do carioca Hildemar Diniz, que tem 66 anos de idade e 50 anos de samba, e sua geração tende a se perpetuar no samba, pois além do filho, o grande maestro Mauro Diniz, de 45 anos de idade, tem o Marcos Diniz com 35 anos de idade, que também é compositor. Os filhos seguem a tradição de Monarco e seus parceiros da antiga, todos já falecidos: Alcides Dias Lopes(o Malandro Histórico da Portela), Chico Santana, Manacea e Mijinha, Candeia. Atualmente seu parceiro mais constante é o Ratinho de Pilares, com quem fez: Coração em

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Desalinho, Tudo Menos Amor, e Vai Vadiar; com o filho Mauro Diniz, compôs entre outros sambas, um belíssimo que por sinal esta no CD do "Quinteto Em Branco e Preto", o samba "Nem Pensar em Te Perder", que se a mídia prestar atenção com certeza será outro grande sucesso do Mestre Monarco e Mauro Diniz. Nestas cinco décadas gravou apenas quatro discos, mas que foram lançados também na Europa, Japão e Estados Unidos. Seu ultimo CD, "A Voz do Samba", lançado pelo selo Kuarup, em 1995, lhe rendeu um prêmio Sharp de melhor cantor do gênero. Todos os grandes intérpretes do samba gravaram músicas do Monarco. Entre eles: João Nogueira, Roberto Ribeiro, Paulinho da Viola, Clara Nunes, Maria Creuza, Beth Carvalho e Zeca Pagodinho, cujo primeiro grande sucesso aliás foi "Coração em Desalinho". Sua música exibe a forma tradicional dos autênticos sambas de terreiro ou samba de raiz, como o próprio compositor gosta de classificá-la. A linha melódica dolente é prato cheio para expor o belo registro vocal grave que possui. No repertório constam músicas suas como: Quitandeiro, Tudo Menos Amor, O lenço, Passado de Glória, Vai Vadiar. Em 1999 a cantora Marisa Monte Produziu o CD Tudo Azul com a Velha Guarda da Portela, com participação de Paulinho da Viola e Zeca Pagodinho. Este disco contém pérolas dos grande mestres da Azul e Branco de Madureira, Monarco incluído. Vídeos: CORAÇÃO EM DESALINHO http://youtu.be/C4svUXKl_uE VOLTA - Monarco e Marisa Monte http://youtu.be/g-Xtgd2AgR8 QUITANDEIRO - Roberto Ribeiro http://youtu.be/8sbvMB7nw4M PARTIDO ALTO DA ANTIGA - Monarco http://youtu.be/5tqiONCjbkk VAI VADIAR/CORAÇÃO EM DESALINHO - Zeca Pagodinho/Velha Guarda da Portela - Acústico http://youtu.be/A0zTvsczBvU

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Bibliografia e Webgrafia

WEBGRAFIA Site http://www.newton.freitas.nom.br/artigos.asp?cod=160, acesso em abril/2011. Site http://books.google.com.br/books?id=FZgihSGIthMC&dq=diaspora+negra+para++de+Mato+Grosso&source=gbs_similarbooks_s&cad=1, acesso em abril/2011. Site http://www.possehausa.blogspot.com/, acesso em abril/2011. Site http://books.google.com.br/books?id=xpUMAQAAMAAJ&q=diaspora+negra+para++de+Mato+Grosso&dq=diaspora+negra+para++de+Mato+Grosso&hl=pt-BR&ei=ik-8TZm6J-Xa0QGxzKm9BQ&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=2&ved=0CDYQ6AEwAQ, acesso em abril/2011. BIBLIOGRAFIA BUENO, Eduardo. História do Brasil. 2. ed. Folha de São Paulo/Zero Hora, 1997. MACHADO, Maria Helena Pereira Toledo. Crime e Escravidão. São Paulo: brasiliense, 1987. Memórias da Escravidão, Revista Ciência Hoje, suplemento vol. 8 nº48. PRICE, Richard. REIS, João José. Liberdade por um fio. São Paulo: Companhia das Letras, 2003. REIS, João José. Rebelião Escrava no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.