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GRADUAÇÃO 2005 Aula 21 Interpretação de bloqueio e Interpretação legitimadora

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Aula 21

Interpretação de bloqueio e

Interpretação legitimadora

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INTRODUÇÃO

A DISCRICIONARIEDADE HERMENÊUTICA

O PROBLEMA

AS SOLUÇÔES

O Princípio da Igualdade como Princípio Relativo

A Diferenciação Justificada

A diferenciação como dever constitucional

A diferenciação específica

A diferenciação eficiente

OBSERVAÇÕES DERRADEIRAS

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A Discricionariedade Hermenêutica

1) Ato de conhecimento (ciência jurídica)

2) Ato de vontade (margem de liberdade do juiz)

• Como as normas programáticas afetam essa discricionariedade?

• Como resolver antinomias entre direitos humanos de diferentes gerações e igualmente

previstos na Constituição?

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Níveis de Análise:

Temático

Doutrinário

Institucional

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Projeto de lei nº 26/95 (RS)

Art. 2º. Na estruturação, organização e atuação do Sistema Estadual de Habitação (SEH)

deverão ser observadas as seguintes diretrizes:

I - prioridade a programas habitacionais que contemplem a melhoria da qualidade de vida

da população de menor renda e contribuam para a geração de empregos, e para tal

priorizando as mulheres chefes de família que satisfaçam as condições previstas no artigo

anterior.

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O conflito infraconstitucional:

Projeto de Lei X Veto do Governador

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A Antinomia Constitucional:

PROJETO

Art. 3º, III

Art. 5º, caput

Art.170, VII

IGUALDADE

MATERIAL

VETO

Art. 3º, IV

Art. 5º, I

Art.226, VI

IGUALDADE

FORMAL

X

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Artigos da Constituição Federal invocados pelo Governador do RS

Art. 3º. Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

IV – promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e

quaisquer outras formas de discriminação.

Art. 5º, I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta

Constituição;

Art. 226, V – os direitos e deveres referentes à sociedade são exercidos igualmente pelo

homem e pela mulher.

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Artigos da Constituição Federal que embasam o projeto de Lei

Art. 3º, III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e

regionais;

Art. 170, VII - redução das desigualdades regionais e sociais;

Art. 5º, caput - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,

garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do

direito à vida, à liberdade, à igualdade (...)

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Os Problemas a Resolver:

a) Será o princípio da igualdade formal, o princípio da igualdade perante a lei,

princípio absoluto que exclui o princípio da igualdade material, o princípio da

redução das desigualdades sociais?

b) Sendo um princípio relativo, como adiante se demonstrará, é compatível com

toda e qualquer prioridade, ou somente com algumas? Quais? A prioridade à

mulher chefe de família da população de menor renda será uma delas?

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As Soluções:

Unidade da Constituição

X

“Interpretação Mutiladora”

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O princípio da igualdade como princípio relativo

• Constituição Federal

• Art. 202, III

• Art. 7º, XX

• Constituição Estadual do RS

• Art. 40 (aposentadoria mais cedo para mulheres)

• Art. 194 (delegacias especiais para mulheres)

• Constituição da Suécia

• Art. 16. “Nenhuma lei ou decreto pode implicar discriminação da qualquer

cidadão por motivo de sexo, a não ser que disposições relevantes constituam parte

dos esforços para realizar a igualdade entre homens e mulheres (...)”

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A Jurisprudência do STF (MS 21.046/RJ)

Ministro Paulo Brossard: “Embora a Constituição seja tão peremptória ao dizer que ‘todos

são iguais perante a lei’, ela própria está cheia de diferenciações e até de discriminações,

que não são de menor importância.”

Ministro Otávio Galloti: “Sem dúvida, não é absoluto, mas relativo, o conceito de

igualdade, tal como o de desigualdade.”

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O que torna uma diferenciação constitucional?

• Canotilho: “Existe uma violação arbitrária da igualdade jurídica quando a disciplina não se basear num (I) fundamento sério; (II) não tiver um sentido legítimo; (III) estabelecer diferenciação jurídica sem fundamento razoável”

• Diferenciação deve ser justificada (não pode ser ato unilateral da vontade)

• Diferenciação deve ser racional / razoável / proporcional

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O que torna uma diferenciação justificada?

•A diferenciação deve decorrer de um comando – dever constitucional;

•A diferenciação não pode ser geral, ao contrário deve ser específica;

•A diferenciação deve ser eficiente.

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Quais deveres constitucionais fundamentam o projeto de lei?

• Art. 3º, IIII

•Art. 170, VII

•Art 5º, caput

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Discriminação como prioridade econômica

Realidade Econômica: A inevitabilidade da seleção

• Demanda por casas > Oferta de moradia

Quem determina a prioridade?

• SEH, o Poder Legislativo, Governador, ou a Constituição?

• Jurisprudência Norte-Americana: “compelling governmental interest”

• Direito Italiano: Art. 3º, II da Constituição: “é tarefa da República remover os obstáculos de ordem econômica e social que, limitando de fato a liberdade e igualdade dos cidadãos, impedem o pleno desenvolvimento da pessoa humana”.

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Interpretação de Bloqueio

X

Interpretação Legitimadora

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PROJETO

Art. 3º, IIIArt. 5º, caputArt.170, VII

IGUALDADEMATERIAL

INT. LEGITIMADORA

VETO

Art. 3º, IVArt. 5º, I

Art.226, VI

IGUALDADEFORMAL

INT. DE BLOQUEIO

X

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“A desigualdade na lei se produz quando a norma distingue de forma não razoável ou arbitrária um tratamento específico a pessoas diversas.

Para que as diferenciações normativas possam ser consideradas não discriminatórias, torna-se indispensável que exista uma justificativa objetiva e razoável, de acordo com critérios e juízes valorativos genericamente aceitos, cuja exigência deve aplicar-se em relação à finalidade e efeitos da medida considerada, devendo estar presente por isso uma razoável relação de proporcionalidade entre os meios empregados e a finalidade perseguida (...)”

- Alexandre de Moraes, Direito Constitucional, p.32

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• Segundo autor mais citado pelo Supremo Tribunal Federal

• Mais de 300.000 livros de Direito Constitucional vendidos

• Paulista

• Torcedor do Timão (como o Presidente Lula)