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Palavra Visual EDIÇÃO 1 - 23 NOV / 2011 A Revista de Jacinto Fábio Correa

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Revista feita por Glauber e Hernesto

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Palavra Visual

EDIÇ

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A Revista de Jacinto Fábio Correa

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Editorial

Foto Capa: Recital Uma vida que roubei para mim, RJ, maio de 2011Fotos: Jackeline Nigri

Glauber Lóh Lacerda PortoHernesto de Oliveira Costa

ContatoPara entrar em contato com o poeta, adquirir livros ou CD, convidar para recitais ou deixar alguma mensagem para ser pub-licada no site, preencha o formu-lário abaixo ou envie um e-mail para [email protected]

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Sumário

Sobre o poeta

Fotopoemas Imprensa

Fotos65

Novidades e curiosidades 7

8 91 0Audiopoemas 11Obras publicadas

Recados4

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Recados

Ai poeta, o vídeo (Trapezista, de Luís Rocha Melo) um primor, assim como a tua palavra solta e presa nos arames da sacada. Como pode ser assim? assim, tão assim?

Margareth Souza, RJ, 15/07/2011 Tânia de Vasconcellos, professora, 15/07/2011 Luciana Kamel, poeta e fotógrafa, 15/07/2011

Com certeza, Silenciário é o meu livro de cabeceira. Está uma delícia. Também assisti ao vídeo (Trapezista, de Luís Rocha Melo) no you tube. E como qualquer fã de carteirinha, sigo seus passos e encontro alma nas entrelinhas de sua poesia.

Adorei essa história de Audiopoe-mas... porque sua voz, sublinhan-do as palavras, é o que eu sempre

escuto quando te leio.

Agenda

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Sobre o poeta

O poeta carioca Jacinto Fabio Corrêa, nascido em 1960, surgiu no cenário literário brasileiro em 1989, com a publicação de En-tre Dois Invernos, produção independente que anunciava a opção do escritor pela po-esia do detalhe, retratando, com particular sutileza, as situações do dia-a-dia.

O caos urbano, as chegadas e despe-didas amorosas, a potência e a inocência das artes são alguns dos temas que hab-itam os livros de poesia de Jacinto. Outra particularidade marcante de sua obra é o casamento essencial entre a palavra e o visual - para o poeta, tão importante quanto apresentar os poemas escolhidos é ter a certeza de que eles receberam o tratamento gráfico adequado: “Na ver-dade, faço mais roteiros do que livros. Conto histórias através de versos e, para isso, preciso de uma parceria visual”.

Essa proposta de trabalho é marcada principalmente pelo aspecto artesanal dos seus livros, em que cada exemplar é tratado individualmente, por meio de colagens de papéis, metais, madeiras e de acabamen-tos que se utilizam de cordas ou silk-screen para traduzir o lirismo dos poemas do autor.

Além de Entre Dois Invernos, Jacinto já lançou outros oito livros de poesia seguindo essa mesma linha de trabalho, com a cri-ação visual sempre assinada pela designer Heliana Soneghet Pacheco: Cenas Nuas (1990), Jogos Urbanos (1992), O Derrame das Pedras (1994), Pedaços – O Parasem-pre da Hora (1996), O Diário do Trapezista Cego (1999), Poemas Casados (2003), Po-emas Caseiros e Poemas Simples (2007), e Silenciário (2010). Além disso, em 2008 lançou o DVD Um diário para dois e, em 2005, em conjunto com seu irmão, o cantor e compositor e cantor Paulo Corrêa, o CD de música e poesia Sinais Urbanos,

Jacinto, que é jornalista e publicitário, at-ualmente integra o grupo Nós da Poesia, for-mado ainda pelas poetas Adele Weber, Lila Maia, Maria Dolores Wanderley e Helena Or-tiz, e trabalha como diretor de Planejamento e Comunicação do Senac Nacional.

Foto: Fernando Garcia

“...Me enganei ao pensar que voltaria para onde parti, só se retorna ao que nunca se abandonou....”-Jacinto Fábio Correa, em “O Acrobata”

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Novidades e curiosidades

Quando eu era pequeno, gostava de falar asterístico, em vez de asterisco, conforme corrigiam os adultos. Eu sabia que estava errado, mas asterístico me parecia um nome tão interplanetário, moderno, prateado, meio asteróide, meio artístico, muito mais adequado a um sím-bolo nobre do que asterisco. Diante dos demais, ele rei-nava absoluto em utilidade e beleza no mundo da língua portuguesa – os invejosos diziam que era um símbolo que não fazia parte do alfabeto, muito menos da gramática. Pois sim.

Interrogações e exclamações nunca me causaram grande interesse, não me apetecem em nada. São pre-tensiosas demais, querendo se passar por donas da verdade: bem feito, ganharam títulos horrorosos. E o que dizer das reticências que, de tão duvidosas, quase nos derrubam no abismo de não saber o que queremos diz-er? Essas, mais do que ninguém, merecem ser chamadas do que são. Sem falar das aspas que, verdade seja dita, não passam de molduras para citações e comentários. Já vírgulas e pontos finais são sutis e, portanto, mais supor-táveis – lembram aquela tia não muito bonita, mas que, de tão querida, bela.

Mas voltemos ao rei dos símbolos e o nome de batis-mo errado que lhe deram. Cresci me fiscalizando para dizer asterisco, palavra que se assemelha a um cisco no olho, majestade nenhuma. Nomezinho mais sem graça. Uma perda de tempo total - aliás, perca de tem-po também me soa mais chique que perda de tempo, porém sugerir isso aos estudiosos da língua mãe seria visto como a maior das heresias. Como seria bom que os gramáticos, os lexólogos, os que se julgam donos das palavras emprestassem atenção especial às crian-ças. Se tivessem ouvido meus argumentos, certamente teriam trocado asterisco por asterístico – só de escrever dá vontade de falar bem devagar, como se fosse pó encantado de fada saindo da boca.

Hoje, quando ouço adultos – estudados até - falando asterístico, não corrijo e nem faço cara de que há algo errado no ar. Muito pelo contrário. Finjo que não percebi, continuo a conversa e, devo confessar, essas pessoas acabam por ganhar um ponto extra em minha simpatia. É que prefiro crer, lá no fundo do coração, que também elas achem asterístico a grafia a ser adotada para o símbolo-rei da língua pátria, com sua indiscutível superioridade que, sobre uma palavra, seja ela simples ou sofisticada, brilha como uma estrela.

O verdadeiro nome do rei- 2011

SOBRE ESPERA (I)

O petroleiro e seus ganchos de aço dormem na solidão do porto.Mas uma pequena luz se mantém acesa. A quem esperamos?

SOBRE ESPERA (2)

Buscam-me a verdade.Também eu.Mas o que posso e sem receios entrego é a coragem de atravessar o mar que jamais existiu.

Eu, o barco que tanto esperei.

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Fotos

Fotógrafo: Erik Barros Pinto

Fotos: Erik Barros Pinto Fotógrafo: Erik Barros Pinto

“Esse recital é uma espécie de antologia poética ao vivo, em que falo os poemas que mais marcaram a minha tra-jetória de poeta até aqui e, também, apresento muito material inédito. Um brinde entre passado e futuro.”

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Aqui estão guardados os poemas de Jacinto e os registros de fotógrafos convidados que já abriram este site. Nas próximas edições desta revista outros fotopoemas serão publicados, mas nesta edição o destaque ficou por conta destes cinco poemas do talentoso poeta Jacinto Fabio Corrêa.

Entre nós a fatalidadede uma imensidão.

Fotógrafo: Liciana kamel

Fotógrafo: Fernando Garcia

A água do mar é quenteo lugar é bonito.

Me acorde às cinco:eu preciso buscar o sol pra você.

Jacinto Fabio Corrêa

Jacinto Fabio Corrêa

O amor possuimais chancesque adeuses.

Fotógrafo: Teresa Solsa

Fotógrafo: Luciana Kamel

De costas para o mundoa certeza do local exatoonde você me espera.

Jacinto Fabio Corrêa

Quando eu não mais voltar minha cidade perguntará por mim.

No silêncio, uma breve garoa de versossobre ela escreverá o meu nome.

Fotógrafo: Juliana Carlantonio

Fotopoemas

Jacinto Fabio Corrêa

Jacinto Fabio Corrêa

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Imprensa

Crítica

Poemas casados, de Jacinto Fábio Corrêa ( Rio de Janeiro: REPROARTE Gráfica, 2003). Venho acompanhando a obra poética do autor, desde sua es-tréia ( Entre dois invernos, 1989), e as-sim tenho verificado minuciosamente sua evolução. Nestes Poemas casados, o po-eta faz um retorno poético ao passado, sobre tudo sua infância e adolescência, investigando e analisando os primeiros arroubos amorosos, mas suas reflexões existenciais compreendem grande parte de sua poesia atual. Seus veros em geral são concisos, ás vezes bastante cur-tos; mas em alguns poemas o autor se espraia e alonga, mantendo contudo a concisão verbal. Jacinto Fábio Corrêa está em plena maturidade poética, e domina tranqüilamente a sua expressão. Parabéns.

Tribuna de Petrópolis, RJ, 19/3/2006

Veja algumas alguns resultados da majestosa poesia de Jacinto Fabio Correia nos olhos críticos de alguns jornais de grande circulação.

Ideias

Quem sabe ainda faz a hora[...]Boas idéias e novas tecnologias permitem que poetas publiquem seus livros.Existem ainda outras maneiras de escapar do preço salgado do fotolito sem deixar a qualidade cair. Quem dá a dica é Jacinto Fábio Correa, um veterano em livros in-denpendentes, com 6 títulos publicados.Jacinto gastou quase R$ 2 mil em seu último livro, O diário do trapezista cego, optando por um cuidadoso trabalho ar-tesanal, com tira de madeira na capa e detalhes em alto relevo.[...]

Jornal do BrasilRio de Janeiro - sábado, 17 de julho de

1999

PassaporteJacinto Fabio Corrêa

Eu queria gostar de gatose mesmo dos ratos dos meus pesadelos.

Eu queria gostar de tecnologia e mesmo da biologia que quase me manteve ginasial.

Mas dei de gostar de galose mesmo dos halos dos sonhos mais obscuros.

Mas dei de gostar dos homense mesmo dos lobsomens menos atraentes do mundo.

Nada ao contrárioTudo pelo contrário.

E então me façogato que desperta a manhã

computador que radiografa o esqueleto da lua.Ou então me faço

galo que corteja telhadoshomem que voa sem céu.

A poesia me permitiu o caos.

Jornal Panorama da Palavra, RJ, 2004Arquibancada

Jacinto Fabio CorrêaOs sinos e os apitos

estão mudos.As alegorias da fé,

cegas. As crianças desfilam

adormecidas e fantasiadas de Deus na calçada.Até que aplausos secos e rápidos as atingem e elas

percebemsem harmonia ou enredo os próprios corpos pendura-

dos no cordão de isolamento.

Marionetes crucificadas

nos meios-fios do nada.

O sangue e passarelao ritimo, câmera lenta

e distante.E a Candelária,

alegórico carro

estanque, se apaga

para o carnaval de lanças

(perfume nenhum) que a cidade atravessada

finge brincar.

Jornal Panorama da Palavra,RJ,2005

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Audiopoemas

Existem vários meios de apresentar a poesia ao público, dentre eles os recur-sos em audio. Jacinto explora o poder da musica de tom mais calmo e rechea-da de belas palavras contidas em seus poemas. E no seu novo cd denominado Sinais Urbanos contendo poemas de Jacinto e canções (letra e música) de Paulo Corrêa, 2005, não deixa de ser uma ótima obra. Algumas faixas do CD podem ser apreciadas no proprio site do poeta. Jacinto Fabio Correa postou algumas faixas no youtube, com o intuito de divulgar sua criação e trazer conheci-mento e alegria a todos, independente da condição social .

- Sinais

- Certidão

- Autenticação - O Trapezista

- Trapezista - Mais uma Dor

- Reflexos - Sinais Urbanos

- Continua - O canto - Arquibancada

- Poema de Madri - A Canção do Poema

- Poema Portugues - A Canção e a Hora - Nenhum Detalhe - Pedaços I

- Metades - Virtudes - A Margem

- Altamare - Bem-vinda

- Billhete para o amor quase perfeito - Confesso

- Colagem - O Acrobata - Pedaços II

Veja algumas faixas disponibilizadas pelo poeta:

http://youtu.be/-HhpQ44fCUw

http://youtu.be/pqFQ65pKGts

http://youtu.be/hNQYtcFLuHg

http://youtu.be/Yqc-2emUz9Q

http://youtu.be/VkI0hOs3vIs

http://youtu.be/Zk0ytSTWz_c

http://youtu.be/NvAuoSdnADM

http://youtu.be/f9wDR163BhA

http://youtu.be/FEB4mbeYCzA

http://youtu.be/evaEnOUpyJ8

http://youtu.be/2njm1UHufZo

http://youtu.be/vYy4O2DyqFw

http://youtu.be/D6fzQKq0LDQ

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Obras publicadas

Entre dois invernos

Rio de Janeiro, 1989106 páginas, 79 poemas e textos poéticosProgramação visual: Heliana Soneghet PachecoCoordenação editorial: Ce-cilia LealFotografia: Jackeline NigriGráfica: Reproarte

O derrame das pedras

Rio de Janeiro, 1994 104 páginas, 102 poemasProgramação visual: Heliana Soneghet Pacheco Coordenação editorial: Cecilia Leal Editoração eletrônica: Hares Fotografia: Mara Lúcia Martins Gráfica: Reproarte

Cenas nuas

Rio de Janeiro, 1990108 páginas, 93 poemas e textos poéticosProgramação visual: Heliana Son-eghet PachecoCoordenação editorial: Cecilia LealDiagramação eletrônica e digitação: ConexãoFotografia: Jackeline NigriGráfica: Reproarte

Jogos urbanos

Rio de Janeiro, 1992116 páginas, 85 poemas

Programação visual: Heliana Soneghet PachecoCoordenação editorial: Ce-cilia LealEditoração eletrônica: HaresTrechos da canção introdu-tória “Sinais urbanos”: Paulo CorrêaFotografia: Anna AgonigiGráfica: Reproarte

Pedaços – O parasempre da hora

Rio de Janeiro, 199680 páginas, 100 poemas + encarte

Programação visual: Heliana Soneghet PachecoCoordenação editorial: Ce-cilia LealEditoração eletrônica: HaresQuadro: naquim de Mar-gareth Mattos, a partir de fotografia tirada por Márcia

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