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(...) No princípio era o Caos. (...) Espécie de matéria indefinível, eterna, em que se continham os princípios fundadores de todos os seres (...) (...) E o Caos gerou a Noite, por sua vez a “mãe dos deuses”, e, sob a Terra, gerou o Érebo que, mais tarde, transformado em rio, seria lançado no inferno, e acabaria identificado com ele. E a Noite amou o Érebo, seu irmão, e do casamento dos dois nasceram o Éter, entendido como o céu sem os corpos luminosos, e Hemera, a Luz do Dia. E a Noite, sozinha, deu à luz o Destino, o deus cego da inflexibilidade. E o Destino fez-se senhor dos homens e das coisas do mundo. E a Noite gerou ainda Tânatos (a Morte), Hipno (o Sono), a Legião dos Sonhos, Momo (o Sarcasmo) a Miséria, as Hespérides, as Parcas, que são três irmãs controladoras da vida dos seres humanos, Nêmesis, a Fraude, a Concupiscência, a Velhice perniciosa, e Éris, a Discórdia, de duro coração. PROENÇA FILHO, Domício. Eu, Zeus, o Senhor do Olimpo. São Paulo: Atual, 1999. p.18-19. Coleção Estórias da Mitologia. ESCOLA SÃO DOMINGOS BATERIA DE EXERCÍCIOS – 3º TRIMESTRE HISTÓRIA – 6º ANO Assuntos: Cap. 10 Grécia: o berço da cultura ocidental. Cap. 11 Grécia: do esplendor à conquista da Macedônia. 1. Leia atentamente o texto abaixo: O texto apresenta uma narrativa mítica grega sobre a origem do universo e da realidade. Quais eram as funções dos mitos para a sociedade da Grécia Antiga? 2. Dois poemas antigos são usados como fontes para o estudo do período Pré-homérico. Quais são eles? Quem os escreveu? Do que trata cada um deles? 3. Explique qual foi a causa lendária da Guerra de Tróia. 4. Onde se desenvolveu a civilização grega? Descreva as características desse território e sua relação com o desenvolvimento da civilização grega. 5. Explique de que forma o relevo do território grego pode ter influenciado na organização dos povos que habitaram essa região na Antigüidade. 6. Indique os dois povos que influenciaram a cultura micênica. 7. A Grécia Antiga estava localizada no sudeste da Europa, banhada pelos mares Mediterrâneo, Jônio e Egeu. Os gregos não formaram um Estado centralizado, ficando divididos em cidades-estados independentes, chamadas de póleis (plural de pólis).

Grecia e Roma

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(...) No princípio era o Caos. (...) Espécie de matéria indefinível, eterna, em que se continham os princípios fundadores de todos os seres (...) (...) E o Caos gerou a Noite, por sua vez a “mãe dos deuses”, e, sob a Terra, gerou o Érebo que, mais tarde, transformado em rio, seria lançado no inferno, e acabaria identificado com ele. E a Noite amou o Érebo, seu irmão, e do casamento dos dois nasceram o Éter, entendido como o céu sem os corpos luminosos, e Hemera, a Luz do Dia. E a Noite, sozinha, deu à luz o Destino, o deus cego da inflexibilidade. E o Destino fez-se senhor dos homens e das coisas do mundo. E a Noite gerou ainda Tânatos (a Morte), Hipno (o Sono), a Legião dos Sonhos, Momo (o Sarcasmo) a Miséria, as Hespérides, as Parcas, que são três irmãs controladoras da vida dos seres humanos, Nêmesis, a Fraude, a Concupiscência, a Velhice perniciosa, e Éris, a Discórdia, de duro coração.

PROENÇA FILHO, Domício. Eu, Zeus, o Senhor do Olimpo. São Paulo: Atual, 1999. p.18-19. Coleção Estórias da Mitologia.

ESCOLA SÃO DOMINGOS

BATERIA DE EXERCÍCIOS – 3º TRIMESTRE

HISTÓRIA – 6º ANO

Assuntos: Cap. 10 – Grécia: o berço da cultura ocidental. Cap. 11 – Grécia: do esplendor à conquista da Macedônia. 1. Leia atentamente o texto abaixo: O texto apresenta uma narrativa mítica grega sobre a origem do universo e da realidade. Quais eram as funções dos mitos para a sociedade da Grécia Antiga? 2. Dois poemas antigos são usados como fontes para o estudo do período Pré-homérico. Quais são eles? Quem os escreveu? Do que trata cada um deles? 3. Explique qual foi a causa lendária da Guerra de Tróia. 4. Onde se desenvolveu a civilização grega? Descreva as características desse território e sua relação com o desenvolvimento da civilização grega. 5. Explique de que forma o relevo do território grego pode ter influenciado na organização dos povos que habitaram essa região na Antigüidade. 6. Indique os dois povos que influenciaram a cultura micênica. 7. A Grécia Antiga estava localizada no sudeste da Europa, banhada pelos mares Mediterrâneo, Jônio e Egeu. Os gregos não formaram um Estado centralizado, ficando divididos em cidades-estados independentes, chamadas de póleis (plural de pólis).

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a) Explique o que é uma cidade-estado. b) Os gregos, apesar das inúmeras cidades-estados, conflitos e diferenças entre si, tinham elementos culturais que os mantinham unidos. Cite alguns elementos culturais que contribuíram para manter a unidade cultural grega. 8. Onde se localiza geograficamente a Grécia Antiga e que mares a banhavam? 9. O povoamento da Grécia foi lento. Retome a leitura sobre as origens do povo grego e aponte o nome dos povos invasores indo-europeus. 10. Usando as informações contidas no texto e outras que você dispõe sobre o assunto, cite 3 (três) características da religião na Grécia Antiga. 11. Observe o mapa: A posição geográfica de Atenas foi uma das causas de essa pólis ter vantagens comerciais. Essa afirmativa é verdadeira ou falsa? Justifique sua resposta.

"Os deuses, quaisquer que tenham sido as suas origens longínquas, nada mais são do que seres humanos, maiores, mais fortes, mais belos, eternamente jovens; adquiriram não só a forma humana, mas também os sentimentos, as paixões, os defeitos e até os vícios dos homens; o mundo divino apresenta, portanto, uma imagem engrandecida, mas não depurada da humanidade."

(A. Jardé, A GRÉCIA ANTIGA E A VIDA GREGA, 1977).

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12. Dentre as póleis (plural de pólis) gregas, Esparta e Atenas foram as que mais se destacaram. Estabeleça uma comparação entre Esparta e Atenas, apontando algumas diferenças existentes entre as póleis, considerando o povo que deu origem, a forma de governo, a atividade econômica e a divisão da sociedade de cada uma. 13. Apesar de apresentarem muitas diferenças e de serem rivais, podemos perceber alguns pontos em comum entre Esparta e Atenas. Aponte uma semelhança existente entra as duas póleis. 14. Leia com atenção o texto abaixo e responda Estabeleça uma comparação entre a educação espartana e a educação ateniense, considerando o objetivo da educação em cada pólis e a forma de educar os meninos e as meninas. 15. Um dos grandes legados culturais deixados pelos gregos foi a sua instituição política, a democracia. a) Faça um comentário sobre a democracia ateniense, destacando quem podia votar e quem não podia participar da política em Atenas. b) Como os gregos entendiam o conceito de democracia? c) Qual grego foi considerado o pai da democracia ateniense? d) Compare a democracia ateniense da Antigüidade com o modelo de democracia brasileira atual. 16. Resuma, brevemente, as causas, acontecimentos e conseqüências das Guerras Médicas travadas entre os gregos e persas. 17. Após as guerras médicas as cidades gregas se uniram em dois grupos Confederação de Delos e Liga do Peloponeso. Explique o objetivo da Confederação de Delos e da Liga do Peloponeso e indique qual pólis liderava cada um dos grupos. 18. O que foi a guerra do Peloponeso e qual a sua relação com o enfraquecimento da civilização grega? 19. Cite algumas heranças culturais deixadas pelos gregos às sociedades atuais e explique o seu uso nos dias de hoje. 20. Diga o que foi o helenismo.

Na antiga Grécia, as crianças iam à escola para aprender a ler, escrever, recitar poesias, fazer cálculos e tocar instrumentos, além de se exercitar. Escreviam em tábuas cobertas com cera e usavam estiletes no lugar do lápis. Não se usava uniforme, mas quase todo mundo se vestia com túnicas curtas amarradas na cintura com um cinto.

Nas horas livres, brincavam com arcos, ioiôs, bonecos e cavalos de barro. Na hora do banho, passavam azeite pelo corpo e depois raspavam a pele com uma espátula, para tirar a sujeira. Só depois é que se lavavam com água fria.

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Assuntos: Cap. 12 – A formação do Império Romano. Cap. 13 – O apogeu da civilização romana. 21. Compare as condições naturais para a agricultura na Península Itálica e na Grécia. Onde era melhor para plantar? 22. Diferencie a origem lendária e a origem histórica de Roma. 23. A cultura romana recebeu grande influência do povo etrusco. Qual foi a importância dos etruscos para o desenvolvimento de Roma? 24. Caracterize as camadas sociais dos patrícios e dos plebeus na monarquia romana. 25. Durante o período republicano os patrícios e os plebeus viviam em conflitos. Por que os patrícios e os plebeus viviam em conflito e qual a relação entre esses conflitos e o fim da monarquia romana? 26. A palavra república vem do latim res publica que significa “coisa do povo”. Aparentemente a república romana iria beneficiar todo o povo romano, porém, não foi bem isso que aconteceu. Sobre a fase republicana de Roma, responda: a) Qual foi a camada social beneficiada nessa forma de governo? b) Que instituição ganhou destaque na república? c) Quais as reações dos excluídos diante dos benefícios dos dominantes? 27. Na república romana as instituições políticas de maior destaque eram o Senado e as Magistraturas. CITE e CARACTERIZE 03 (três) magistraturas romanas da fase republicana.

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28. Depois de vários protestos, os plebeus conquistaram vários direitos. CITE e CARACTERIZE 02 (dois) desses direitos. 29. Na Roma antiga, o escravo era considerado um animal de trabalho sobre o qual o senhor detinha o direito de vida e de morte. a) Em quais condições alguém se tornava escravo na Roma antiga? b) Relacione três das principais atividades em que a mão-de-obra escrava era utilizada. 30. Roma e Cartago se enfrentaram nas Guerras Púnicas. Faça um comentário sobre as guerras púnicas destacando as causas e as conseqüências dessas guerras. 31. Quais era o objetivo básico das reformas propostas pelos irmãos Tibério e Caio Graco? Elas foram bem sucedidas?

32. Júlio César foi o vencedor do Primeiro Triunvirato, em 60 a.C. Entretanto, sua morte foi tramada pelo Senado. Explique as causas do assassinato de Júlio César? 33. O que foi a política do “Pão e circo”, empreendida durante o auge do Império Romano? 34. Identifique três idéias básicas da religião cristã. 35. Por que o Cristianismo não era bem visto pela elite imperial romana?

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Cap. 14 – A crise de Roma: o Império Bizantino. 36. As invasões dos bárbaros germânicos apenas aceleraram a crise do Império Romano do Ocidente. Justifique essa afirmativa. 37. Alguns historiadores costumam dizer que o Império Bizantino era um mosaico de culturas. Explique o ponto de vista desses historiadores. 38. No Império Bizantino, qual era o maior motivo de conflitos entre o papa e os patriarcas? 39. Explique o Cisma do Oriente de 1054. 40. Sintetize as principais idéias do Código de Justiniano.

GABARITO 1. Cada sociedade cria formas de explicar a origem do mundo e dos seres humanos. Em muitas delas essa explicação é feita por meio de mitos. Os mitos expressam a visão de mundo e refletem o modo de vida dos gregos. 2. Ilíada e Odisséia, atribuídos ao poeta Homero. A Ilíada trata dos episódios finais da Guerra de Tróia. A Odisséia narra o retorno do herói Ulisses (ou Odisseu) para a sua ilha natal, Ítaca, na Grécia, após o término da guerra. 3. Segundo o poema Ilíada, de Homero, certo dia três deusas do Olímpo (lugar onde moravam as divindades gregas) disputaram para saber quem era a mais bela: Afrodite, deusa do amor; Atena, deusa da sabedoria; e Hera, esposa de Zeus (principal deus). O juiz era um jovem mortal da cidade de Tróia chamado Paris. Cada uma das deusas queria ganhar a disputa. Por isso, as três ofereceram presentes a Paris. Hera prometeu fazer dele um grande rei. Atena prometeu torná-lo o mais sábio dos homens. E Afrodite prometeu-lhe a mulher mais bela do mundo. Paris escolheu ficar com a mulher mais bela e elegeu a deusa Afrodite. O problema é que a mulher mais bela do mundo, Helena, já era casada com Menelau, rei grego. Mesmo assim a deusa cumpriu a promessa e ajudou Paris a ficar com Helena e levá-la para Tróia. Assim, todos os chefes gregos se unem a Menelau e invadem Tróia. 4. Iniciou seu desenvolvimento na Península Balcânica e depois se espalhou pela Ásia Menor e pelo Mar Mediterrâneo. A península é montanhosa, com poucas planícies férteis para a agricultura. Essas limitações não impediram o desenvolvimento dos gregos; além disso, o território da Grécia Antiga era recortado por mares o que facilitou a navegação. 5. Como a maior parte do território grego é formada por montanhas, os poucos vales férteis ficavam isolados e

distantes uns dos outros. Na busca pela sobrevivência, os primeiros habitantes da Grécia se fixaram nas regiões próximas às terras férteis isoladas, o que pode ter provocado o distanciamento das comunidades. Com o passar do tempo, essas comunidades deram origem às cidades-estados gregas, também conhecidas como pólis. 6. A civilização micênica, organizada na Grécia continental, foi influenciada pela cultura cretense e pela cultura dos aqueus (povos indo-europeus). 7. a) A Grécia não era uma civilização unificada. Isso quer dizer que não existia uma capital nem um governante com poder sobre toda ela. A base da sociedade eram as cidades-estados. Cada cidade possuía seu próprio governo, leis, exército e atividades econômicas independentes. b) Embora as cidades-estados fossem independentes, mantinham características culturais em comum como as tradições, mitologia, religião, idioma, organização dos exércitos etc. 8. A Grécia Antiga possuía territórios no sul da Europa (porção continental), nas ilhas dos mares Egeu, Jônio e Mediterrâneo (porção insular) e na Ásia Menor. Era banhada pelos mares Mediterrâneo, Egeu e Jônio. 9. Vários povos indo-europeus (também conhecidos como arianos) vindos da Ásia invadiram a península entre 2000 e 1200 a.C. e dominaram a população que ali vivia. Os invasores eram os aqueus, eólios, os jônios e os dórios, que deram origem ao povo grego. 10. Politeísmo, antropomorfismo e mitologia. 11. A afirmativa é verdadeira. Fundada pelos jônios, na região da Ática, a pólis de Atenas estava bem localizada próximo ao mar Egeu, o que lhe deu algumas vantagens no comércio marítimo e desenvolveu suas características de cidade aberta para o mundo mediterrâneo.

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12. Os atenienses habitaram a região da Ática e eram descendentes dos povos jônios. A forma de governo inicial de Atenas era a monarquia exercida pelo rei, o basileus. Posteriormente um pequeno grupo formado por cidadãos atenienses assume o poder: eram os aristocratas, palavra que em grego significa “os melhores”. Após várias lutas internas entre as camadas privilegiadas e as excluídas de Atenas, um grupo maior de pessoas passa a fazer parte das decisões políticas. Assim surge, lentamente, a democracia grega, cujo significado é “governo dos demos (povo)”. O território ateniense possuía raros vales férteis, o que dificultava a prática da agricultura pelo seu povo, porém, Atenas estava de frente para o mar Egeu e isso possibilitou o desenvolvimento do comércio marítimo. A sociedade ateniense estava dividia em: Eupátridas (os bem nascidos), nobres, donos de grandes propriedades de terra que se dedicavam à política por serem considerados cidadãos; Metecos (os estrangeiros), eram geralmente pequenos proprietários de terras, comerciantes, artesãos que não possuíam nenhum direito político, tendo em vista que não eram chamados de cidadãos de Atenas; Escravos, eram prisioneiros de guerras ou escravos por dívidas. Os espartanos habitaram a região do Peloponeso, na planície da Lacônia (por isso eram também conhecidos como povos lacônicos), eram descendentes dos guerreiros dórios. Sua forma de governo era a oligarquia (governo de poucos). Apenas os cidadãos podiam participar das decisões políticas. Esparta localizava-se em um vale fértil, longe do mar, o que os conduziu à produção agrícola e à criação de animais. A sociedade espartana estava dividida em: Esparciatas ou Espartanos que eram os cidadãos, homens ricos que dedicavam grande parte do seu tempo à guerra; os Periecos eram homens livres, descendentes dos povos dominados (aqueus, jônios e eólios), mas não tinham direitos políticos; hilotas trabalhavam nas terras na condição de escravos e não tinham nenhum direito político ou civil. 13. Atenas e Esparta embora fossem cidades-estados independentes e até rivais possuíam algumas características em comum como a cultura (língua, tradições, religião, mitos, etc.). Além disso, as decisões políticas estavam nas mãos de um pequeno grupo de nobres. Outra característica em comum era a escravidão, base da economia em ambas póleis. 14. Atenas sempre foi uma cidade comercial que mantinha contato com diferentes culturas. Ela foi a cidade-estado que se destacou pelo seu grande desenvolvimento cultural nas artes, música, literatura, filosofia e ciências. Desde cedo a criança era educada, porém dava-se mais atenção à educação dos rapazes. Quase todos os meninos aprendiam a ler e a escrever, além disso, aprendiam música, cálculos, dedicavam-se à ginástica e praticavam esportes. Essas eram as condições básicas para se tornar um cidadão ateniense. Já em Esparta a criança aos 7 anos de idade era entregue aos cuidados dos militares, que as instruíam na arte da guerra. Apenas os meninos eram recrutados para as escolas de guerra e passavam por uma rígida educação militar. As meninas aprendiam desde cedo a serem boas futuras mães. 15. a) A democracia grega foi uma experiência basicamente de ateniense. Em Atenas desenvolveu-se uma forma de governo exercida pelos cidadãos reunidos na Assembléia. Apenas os eupátridas podiam participar da política, ficando de fora os metecos e escravos.

b) Os gregos entendiam que a democracia estava diretamente ligada aos cidadãos. Só poderia participar da democracia os filhos de pai e mãe ateniense nascidos em Atenas e que fossem maiores de 30 anos de idade. c) Clístenes (508 a.C.) foi o arconte que ampliou o direito de cidadania a um número maior de pessoas e criou o Bulé (Conselho dos 500) e a Eclésia (assembléia popular). d) A democracia ateniense era direta. Nesse modelo os cidadãos participavam pessoalmente do governo da pólis. Os cidadãos eram os políticos que decidiam na Eclésia (assembléia popular) questões importantes como a declaração de uma guerra ou a manutenção da paz, discutiam sobre os impostos, julgavam crimes, votavam na construção de obras públicas etc. Já o modelo democrático do Brasil atual é representativo, ou seja, os cidadãos elegem por meio do voto os políticos que irão representá-los no governo. 16. O povo persa era conhecido na Antigüidade por formar um grande Império, que dominava e explorava os povos vencidos. Os gregos eram grandes competidores comerciais dos persas e, por isso, eram alvos do grande Império de Dario. Inicialmente os persas atacaram a cidade-estado de Mileto, que posteriormente pediu ajuda a Atenas e se revoltou contra o Império Persa. No primeiro conflito os gregos saíram vencedores na batalha de Maratona. Várias cidades-estados gregas se uniram para expulsar os persas. Na segunda guerra Atenas quase saiu derrotada, mas gregos vindos de várias partes derrotaram os persas na batalha das Termópilas. Após a batalha das Termópilas algumas cidades gregas se juntaram e formaram uma confederação sob a liderança de Atenas, era a Liga (ou Confederação) de Delos. Unidos os gregos expulsaram de vez os persas. 17. A Confederação de Delos agrupava cerca de 300 cidades gregas lideradas por Atenas, que tinha por objetivo expulsar os persas da Grécia. Porém, Esparta não entrou para a confederação por acreditar que os atenienses estavam tirando vantagens. Esparta formou a própria confederação com o apoio de cidades-estados que ficaram de fora da Liga de Delos. Assim, os espartanos passaram a liderar a Liga do Peloponeso. 18. Após as Guerras Médicas, Atenas estava expandindo sua influência sobre outras cidades gregas, vivenciando um período conhecido como Século de Ouro (ou Século de Péricles). Esparta não concordava com a hegemonia de Atenas. Em pouco tempo os dois lados estavam se enfrentando em campo de batalha: era a Guerra do Peloponeso. Esparta saiu vencedora, porém todas as cidades envolvidas no conflito ficaram enfraquecidas, o que facilitou a dominação de outros povos. Após a Guerra do Peloponeso, a cidade de Tebas exerceu domínio sobre a Grécia, mas logo foi dominada por Filipe da Macedônia. 19. Dentre as grandes contribuições deixadas pelos gregos à nossa sociedade contemporânea pode-se citar: a lógica, que estuda como raciocinar corretamente em busca de verdades; a filosofia, que procura desvendar os segredos da existência humana; a língua, o latim e, posteriormente, o português são idiomas que sofreram a influência do grego; a matemática que foi desenvolvida por homens importantes como Tales, Pitágoras e Euclides; a física de Arquimedes; a astronomia com Aristarco de Samos, que foi o primeiro homem a afirmar que o Sol é bem maior do que a Terra e que ela gira em torno dele; o teatro com Ésquilo e Sófocles.

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20. As conquistas militares de Alexandre da Macedônia espalharam a cultura grega por várias regiões do Oriente. O encontro das culturas orientais com a cultura grega produziu a cultura helenista. O helenismo foi uma continuação da cultura grega. É importante lembrar que esse processo de mistura cultural contribuiu para o enriquecimento do Império Macedônico, sem falar nas ricas heranças deixadas para a posteridade. 21. Os romanos foram privilegiados pela natureza. A geografia da Itália (Antiga Roma) é muito mais favorável para a agricultura do que a Grécia. Bom clima, planícies férteis e rios abundantes. Além disso, a antiga Roma estava localizada na Península Itálica, uma “ponte inacabada” entre a Europa e a África, no coração do mar Mediterrâneo, e esse fator foi importante para que se desenvolvesse um amplo comércio na região. 22. Segundo a lenda, Enéas foi um grande herói troiano, mas quando os gregos tomaram a cidade de Tróia, Enéas teve de fugir. Enfrentou muitas dificuldades até que alcançou a região do Lácio, na Península Itálica. Mais tarde, o filho de Enéas fundou a cidade de Alba Longa. Um dia, a filha do rei de Alba Longa apaixonou-se pelo deus Marte e teve dois filhos com ele. Os filhos da princesa e do deus da guerra (Marte) eram gêmeos. Naquela época uma coisa grave havia acontecido: Amúlio, irmão de Numitor (rei de Alba Longa) tinha tomado o trono do reino. Amúlio ordenou a prisão de Numitor e sua filha e mandou atirar os gêmeos no rio Tibre para que morressem, porém, a correnteza fez com que eles encalhassem num canto do rio. Uma loba ouviu o choro dos bebês, se aproximou deles, os retirou da água e os criou como se fossem seus filhos. Até que, um dia, os meninos foram descobertos por alguns pastores, que deram os nomes de Rômulo e Remo para os garotos. Crescidos, os dois irmãos retornaram para conquistar o poder em Alba Longa. Ao reconquistarem Alba Longa, os dois disputam o poder do reino. O resultado foi trágico: Rômulo mata o irmão e dá início à monarquia romana. Pesquisas científicas revelam que a antiga região do Lácio, onde existiam sete colinas, fora habitada por povos nômades que, lentamente se sedentarizaram e formaram aldeias. Os povoadores mais importantes foram os latinos, os sabinos e os itálicos. Para se protegerem de ataques e se fortalecerem economicamente, esses povos se uniram, aclamando um único rei. Esse foi o início da Monarquia romana. 23. Grande parte da Itália estava ocupada pelo povo etrusco. No sul da Península Itálica na Sicília havia uma porção de cidades-estados que eram colônias gregas (a magna Grécia). Os etruscos comercializam com essas cidades e absorviam muitos valores culturais dos gregos. Dessa maneira, os etruscos contribuíram imensamente para a formação da cultura romana. 24. Os patrícios pertenciam a grandes famílias de aristocratas (nobres), donas dos maiores e melhores pedaços de terra. As decisões mais importantes da cidade romana eram tomadas pelos patrícios, que faziam parte do senado romano. Os plebeus eram os pobres. Tinham liberdade, mas quase não possuíam terras. Trabalhavam como pequenos agricultores, artesãos, mercadores. Não podiam participar das decisões políticas.

25. Os plebeus se sentiam oprimidos e começaram a lutar pelos seus direitos. Os reis etruscos, com medo das revoltas da plebe, tomaram atitudes que as favorecia, permitindo, por exemplo, que plebeus ricos participassem do exército. Os patrícios não concordavam com essas atitudes e começaram a se organizar para retirar o rei do poder. Em 509 a.C. houve o afastamento do último rei etrusco, Tarquínio, o Soberbo e iniciou-se a República de Roma. 26. a) Os patrícios foram os grandes beneficiados com a implantação da república romana. b) O Senado, instituição composta apenas por patrícios e que já existia na época da monarquia, ganhou importância no governo republicano. c) A plebe, que ficou ainda mais excluída com a implantação da república, promoveu intensas revoltas com o objetivo de adquirir direitos políticos e civis. 27. Cônsules: eleitos em número de dois, propunham leis e tinham poderes militares e religiosos. Pretores: cuidavam da justiça e da segurança interna de Roma. Questores: eram encarregados das finanças e da cobrança de impostos. 28. O direito de escolher o Tribuno da Plebe, que eram os defensores dos plebeus. Podiam propor leis e vetar as leis que fossem contra os direitos dos plebeus. A Lei das Doze Tábuas, conjunto de leis escritas que, pela primeira vez na história de Roma, passou a valer para todos os habitantes. 29. a) Por dívidas antes da Lei Licínia ou por conquistas militares. b) Agricultura, minas, artesanato e comércio. 30. No decorrer da república, Roma enviou seus exércitos para o norte e para o sul da Península Itálica. O principal objetivo era o de dominar o mar Mediterrâneo, importante rota comercial na História Antiga. Cartago, no norte da África, era uma importante cidade comercial fundada pelos fenícios, e dominava, até então o comércio no Mediterrâneo. Para os romanos dominarem essas rotas comerciais deveriam, necessariamente, dominar Cartago. Tem início então as guerras entre Cartago e Roma, conhecidas como Guerras Púnicas (264 – 146 a.C.). Os romanos chamavam os descendentes dos fenícios de punis (daí, Guerras Púnicas). Os romanos venceram os cartagineses e expandiram seus domínios até o Egito e a Espanha. Os romanos, a partir disso, transformaram o mar Mediterrâneo no Mare nostrum, que em latim quer dizer “nosso mar”. 31. No período republicano os romanos iniciaram a expansão territorial. A cada conquista, novas terras e novos povos eram dominados por Roma, porém, apenas as camadas privilegiadas gozavam desses benefícios. À medida que Roma crescia, ampliava-se também a pobreza. As terras concentravam-se nas mãos dos patrícios e os plebeus ficavam cada vez mais desamparados. Escravos e plebeus se revoltavam contra a elite patrícia. Os irmãos Tibério e Caio Graco, que eram Tribunos da Plebe, lideraram reformas a favor do povo. Os dois criaram leis que impediam a concentração de terras por parte dos patrícios. Era o início da reforma agrária em Roma. Caio Graco criou a Lei Frumentária, que obrigava o governo a vender o trigo a baixos preços. Tanto O Tibério quanto o Caio morreram sem ver as suas reformas concluídas.

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32. O assassinato de Júlio César está relacionado às ousadas reformas empreendidas por ele, que favoreceram os plebeus, e o mandato de ditadura vitalícia (até a morte) que implantou. Essas atitudes desagradam os senadores patrícios, que tramam o seu assassinato. 33. Quando o imperador Otávio Augusto determinou que somente os mais ricos poderiam participar da administração e do poder no Império Romano, houve a necessidade urgente de lançar políticas que impedissem possíveis revoltas dos excluídos (plebeus e escravos). Dessa forma, Otávio ofereceu aos pobres trigo e diversão, na tentativa de desviá-los dos assuntos políticos e aceitarem a sua condição de submissos. 34. A igualdade entre os homens, o amor ao próximo, o perdão às ofensas, a humildade e a crença em apenas um único Deus. 35. O fato de o cristianismo defender a existência de um único Deus e a igualdade entre os homens tornava-o incompatível com os costumes romanos, que eram baseados na escravidão e na adoração dos imperadores como divindades. 36. As invasões germânicas não foram as únicas responsáveis enfraquecimento do Império Romano do Ocidente. Motivos internos relacionados às questões econômicas, à crise do poder dos imperadores, à divisão do Império em duas partes (Ocidental e Oriental) e ao cristianismo, à crise do sistema escravista também devem ser levados em consideração.

37. A posição geográfica de Bizâncio, além da sua importância econômica e a expansão territorial empreendida permitiram o contato e a recepção de diferentes povos, como os gregos, os sírios, os judeus, os armênios, os egípcios, os persas, os eslavos, os mongóis e os germanos. Enfim, um mosaico de culturas e nacionalidades. 38. O patriarca controlava a Igreja Cristã no Oriente e recusava a chefia do papa em sua área de influência. 39. O Cisma do Oriente de 1054 foi a separação da Igreja Romana da Igreja Bizantina (Grega). A partir desse Cisma, o cristianismo ocidental ficou ligado à Igreja de Roma, que passou a ser chamada de Católica. No Oriente europeu, organizou-se a Igreja Ortodoxa Grega. 40. No século VI o Imperador bizantino, Justiniano, nomeou uma comissão de advogados e determinou que eles revissem, organizassem e atualizasse as leis do Direito Romano. O resultado desse trabalho foi a publicação do Código de Justiniano. Apesar da oposição da Igreja, foram mantidas leis como a do divórcio e a que permitia e escravidão. Um exemplo de avanço nos direitos humanos foi a abolição da lei segundo a qual as crianças podiam ser vendidas como escravas pelos pais, como compensação por qualquer dano que tivessem provocado. A manutenção e a atualização do Direito Romano constituem uma das maiores e mais duradouras contribuições do Império Bizantino. Ainda hoje grande parte dos países