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Gripe A Primeiras vacinas chegam em Outubro As primeiras vacinas contra a gripe A vão che- gar ao nosso país a partir de 12 de Outubro. Em Julho, o Governo aprovou uma verba de 45 milhões de euros para adquirir seis milhões de vacinas, que servirão para imunizar, pelo menos, três milhões de pessoas. Pág.8 » Letícia Amorim/RR OPINIÃO Caritas in Veritate (cont.) Luís Cabral A precipitação e o essencial Aura Miguel Pág.6 » Vamos a isto! Págs.2 a í » Amanhã Hoje Porto Lisboa man Am h h oje H Li Lisboa boa Domingo Por Po to o Porto Lisboa Sábado Gratuito GRIPE A: Surto em escola da Amadora - SANTO ANDRÉ: Onda mata três - PSD: Ferreira Leite questiona sondagens Leia mais ÚLTIMAS Directora Graça Franco Editor Raul Santos Grupo Renascença www.rr.pt www.rfm.pt www.mega.fm www.radiosim.pt Sexta-feira 25 Setembro de 2009 PUB Analistas acreditam que há muitos indecisos 350 mil novos eleitores num universo superior a nove milhões “Arruada” e “asfixia democrática” - mau português na campanha Noite eleitoral: Renascença com emissão vídeo

GRIPE A: Surto em escola da Amadora - SANTO ANDRÉ: Vamos a ...mediaserver.rr.pt/rr/others/1092365570fdcfd.pdf · gue, em declarações à Renascença afi rmar isso e o seu contrário:

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Gripe A

Primeiras vacinas chegam em OutubroAs primeiras vacinas contra a gripe A vão che-gar ao nosso país a partir de 12 de Outubro. Em Julho, o Governo aprovou uma verba de 45 milhões de euros para adquirir seis milhões de vacinas, que servirão para imunizar, pelo menos, três milhões de pessoas. Pág.8»

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Gratuito GRIPE A: Surto em escola da Amadora - SANTO ANDRÉ: Onda mata três - PSD: Ferreira Leite questiona sondagens Leia mais ÚLTIMAS

DirectoraGraça Franco

EditorRaul Santos

Grupo Renascençawww.rr.pt

www.rfm.ptwww.mega.fm

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Sexta-feira25 Setembro de 2009

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Analistas acreditam que há muitos indecisos

350 mil novos eleitores num universo superior a nove milhões

“Arruada” e “asfi xia democrática” - mau português na campanha

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Entrevistas Renascença

Portas quer CDS-PP em terceiro

O líder do CDS-PP, Paulo Portas, en-cerrou a série de entrevistas que, esta semana, a Renascença fez aos líderes dos principais partidos. Apenas o do PS, José Sócrates, não aceitou ser entrevis-tado pela Renascença.Hoje, Paulo Portas assumiu o objecti-vo de aumentar o resultado do CDS-PP face às últimas eleições e disse que, na campanha das ruas, “sente” que é possível que o seu aprtido passe a ser a terceira força política. Portas considera fundamental que “o CDS fi que à frente dos partidos que representam a extrema-esquerda”.Paulo Portas declara “guerra” às fraudes do rendimento mínimo e preconi-za o seu pagamento parcial em géneros e a necessidade de “respeitar quem trabalha, quem quer trabalhar e quem passou a vida a trabalhar”. É nessa medida que propõe retirar uma parcela das verbas destinadas ao rendimen-to mínimo e transferi-la para o aumento das pensões.No plano da protecção à família, Portas quer introduzir, progressivamente, no IRS um desconto familiar por fi lho: “O que é melhor? Ter um sistema fi scal que ajuda quem quer e pode ter fi lhos ou uma promessa de um Pri-meiro-ministro de que daqui a 18 anos haverá uma conta bancária a favor de uma criança que nasceu agora?”Portas opõe-se ao alargamento do conceito de casamento e à adopção de crianças por casais homossexuais e sublinha que não quer entrar na discus-são sobre a eutanásia sem uma aposta forte nos cuidados paliativos.O líder do CDS-PP faz uma avaliação muito negativa do Governo de Sócra-tes, concluindo que, “se não foi bom Primeiro-ministro agora, não será bom depois”. Por esta razão, Portas exclui a possibilidade de união entre CDS e PS, apontando o seu partido como “única alternativa” ao “centrão”.Questionado sobre a difi culdade da tarefa a que se propõe, Portas cita uma das candidatas do CDS-PP, Isabel Galriça Neto, para dizer que “complicado e impossível não são sinónimos”.

Alexandre Relvas

Eleições vão dar governo minoritário

Alexandre Relvas aponta como ce-nário mais provável para o pós-eleições a formação de um governo minoritário do PS ou do PSD. No seu habitual espaço de comen-tário nas noites de quinta-feira, na Renascença, o presidente do Insti-tuto Sá Carneiro defendeu a tese de que o PSD tem melhores condições do que o PS para negociar à esquer-da ou à direita. “Os socialistas estarão sempre con-dicionados pela proximidade de Pre-sidenciais e, portanto, quem votar no PS deve pensar bem em que par-te do programa do Bloco está tam-bém a votar.” Já o PSD, na opinião de Relvas, não tem este tipo de con-dicionamento e está mais livre para negociar com todos os partidos. Alexandre Relvas diz ainda desco-nhecer por completo os contornos do episódio que conduziu à demis-são do assessor de imprensa do Pre-sidente da República, mas acredita que Fernando Lima já não teria con-dições para exercer o cargo. Por ou-tro lado, o ex-director de campanha presidencial de Cavaco diz “aguardar como todos os portugueses os escla-recimentos que o Presidente anun-ciou para depois das eleições”.

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Discurso eleitoral

”Arruada” e “asfi xia democrática” inaceitáveis em português

A campanha eleitoral deu sinais de que o termo “arrua-da” poderá entrar em defi nitivo no léxico político-parti-dário. Vários “jornalistas-séniores” ouvidos pelo Página1 apontam para que a utilização do termo tenha surgido na década de 80, nas campanhas da CDU, mas “arruada” consta hoje das agendas de todos os partidos.O linguista Salvato Trigo diz, contudo, ser errado o uso da expressão. Sendo certo que “muitas vezes, o uso acaba por consagrar normas”, o termo “arruada” é “canhes-tro” não estando sequer ”consagrado” nos dicionários.O reitor da Universidade Fernando Pessoa diz que a al-ternativa correcta seria “passeata”, termo que não defi -ne apenas um passeio ligeiro, já que “também pode ter

a signifi cação de uma marcha colectiva”.Salvato Trigo deixa ao Página1 outro reparo sobre a ex-pressão “asfi xia democrática”, agora corrente. Trata-se, segundo Trigo, de uma expressão “semântica e sintacti-camente errada”, porque “um termo anula o outro”.“Ou há democracia ou há asfi xia”, sublinha o reitor da Fernando Pessoa, defendendo que “não é aceitável con-jugar dois termos que são a contradição um do outro, aquilo a que se chama, vulgarmente, em retórica um oxímoro”. O oxímoro aceita-se “no discurso poético, mas não é possível usá-lo num discurso político sério”, uma vez que “o substantivo não é acompanhado por um adjectivo pertinente”.

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Balanço

Indecisos ainda serão muitos

Raul Santos (*) »

A campanha está a chegar ao fi m e nesta como nas outras rectas fi nais de campanha assiste-se, em todas as caravanas, à dramatização do discurso, com cada um dos partidos a acenar fantasmas face ao perigo da vitória do adversário.Costumeiro é também dizer-se que os líderes tentam, num esforço fi nal, captar o voto dos indecisos, esse gru-po, garantem alguns, numeroso. Rui Oliveira e Costa, da Eurosondagem, é dos que assim pensa, mas conse-gue, em declarações à Renascença afi rmar isso e o seu contrário: os indecisos constituem ainda um grupo ex-pressivo do eleitorado, mas poderá não ser tão elevado como sugerem os estudos de opinião. Ou seja: podem ser muitos e podem também não ser tantos assim.Nos balanços de campanha, os analistas identifi cam como grande novidade a dispersão de votos e o fi m do conceito de bipolarização na política nacional. Na análise de António Costa Pinto é uma tendência real que os dois maiores partidos não conseguiram inverter e no mesmo sentido pronuncia-se o politólogo Manuel Meirinho. Este professor do Instituto Superior de Ci-

ências Sociais e Políticas sublinha que esta campanha confi rmou uma maior competitividade no sistema polí-tico português.A generalidade das análises aponta para uma divisão destes dias em dois períodos: o antes e o depois do caso das alegadas escutas que invadiu o terreno.Manuel Meirinho sustenta que o surgimento de casos mediáticos contribuiu para o empobrecimento da ar-gumentação dos principais partidos e que só mesmo no arranque da campanha foi possível um verdadeiro confronto de ideias. Por seu lado, Costa Pinto sublinha que o enfraquecimento do debate político resulta, não só dos casos polémicos, mas, sobretudo, do facto de as campanhas serem cada vez mais personalizadas.A proliferação de cartazes pelas ruas do país é uma das formas tradicionais para tentar fazer chegar a mensa-gem ao eleitorado, mas Carlos Coelho, um especialista em gestão de imagem ouvido na Renascença, questio-na a efi cácia dos cartazes partidários. Pode conferir as declarações de Carlos Coelho numa reportagem vídeo de Teresa Abecasis, disponível em www.rr.pt.(*) com Sérgio Costa

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Página1 - As sondagens que dão uma vantagem da ordem de 8% - ou à volta disso - para o PS, signifi cam a derrota defi nitiva de Manuela Ferreira Leite ?Ângela Silva - Se desta vez as sondagens se voltarem a enganar, como aconteceu nas Europeias, provavelmente, as empresas de sondagens têm que fechar para balanço, porque há aqui uma tendência que parece bastante conso-lidada no sentido de uma vitória do PS. Não acho que seja caso para o PSD dar como perdida a possibilidade de Ma-nuela Ferreira Leite sair relativamente airosa desta cam-panha. Se for uma derrota por poucos, Ferreira Leite tem condições para continuar na liderança do PSD. Confi rmada a vitória do PS, a dúvida é se a margem será tão gran-de como dizem as sondagens. Não é certo que haja uma demarcação tão grande entre os dois maiores partidos. É verdade que foi uma campanha muito atípica, marcada por casos politicamente fortes, e também é verdade que o PS conseguiu, apesar de tudo, manter-se à tona. O PSD, por seu lado, surge subitamente abalroado, até porque os ca-sos eram mais complicados para o PSD, porque envolviam a Presidência da República e Cavaco Silva, que não saiu das manchetes dos jornais durante a campanha.

P1 - Esse foi um factor decisivo ?AS- Foi um factor decisivo para ofuscar o discurso do PSD. José Sócrates conseguiu que pouco ou nada se discutisse a sua governação e conseguiu que se discutisse muito aquilo que era o programa do PSD. Ferreira Leite passou toda a

campanha à defesa, a tentar responder que não ia privati-zar a Segurança Social, que não conhecia o caso “António Preto” e que não sabia o que se passava em Belém sob escutas. Passou quase toda a campanha a jogar à defesa, não conseguindo impôr o seu discurso, nomeadamente, o discurso social, que é forte no programa do PSD. Os casos serviram pelo menos para isso: para ofuscar a possibili-dade de Manuela se demarcar claramente de Sócrates e de tentar desgastar aquilo que foi o governo do PS. Julgo que isso pode explicar a vantagem que as sondagens dão ao PS. O PS fez uma campanha sem erros e o PSD, numa certa altura, perdeu claramente o controlo da sua própria campanha.

P1 - Qual será a dimensão do grupo dos indecisos?AS - A esmagadora maioria dos indecisos serão pessoas que não quererão votar em José Sócrates. São pessoas que confi rmarão o desgaste do Governo, mas que o PSD não conseguiu ainda mobilizar. Aí pode ter residido a grande falha da campanha de Manuela Ferreira Leite. O PSD está a fazer uma dramatização de voto nesta recta fi nal. O fecho da campanha, no Porto, foi fortíssimo contra José Sócra-tes, com Ferreira Leite a visar directamente o Primeiro-ministro dizendo “este José Sócrates é o mesmo, este da campanha eleitoral é o mesmo que governou o país”. Há a percepção que os indecisos podem estar muito aí: não querem repetir Sócrates, mas não estão ainda convencidos de qual será a sua alternativa.

O balanço da comentadora Ângela Silva

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“Todos querem a chave do palheiro”, dizia o pastor Teolindo ao repórter João Duarte. Na aldeia de Namorados, Teolindo, qual analista político, olha para o país como muitos dos que vão votar no Domingo: os partidos e os lí-deres só querem é mandar.

No fi m de uma campanha eleitoral como há muito não vivíamos e com muitos dos eleitores ainda indecisos, é tempo de parar para refl ectir. Para que é que cada partido quer o poder?

Como é que cada líder vai mandar? Tanto o momento político como esta campanha – em que, apesar dos casos, se discutiu política e políticas – mere-cem uma decisão esclarecida e parti-cipada.

Todos os Domingos, os católicos reuni-dos para celebrar a missa rezam pelos governantes. Na Oração Universal, a Igreja, mesmo nos sítios onde é per-seguida, reza pelas autoridades civis, pelos governantes, para que se orien-

tem pelo bem comum, pela procura da paz, pelo serviço aos povos.

A fórmula vai mudando, mas a de do-mingo passado era muito adequada aos tempos que vivemos. “Para que os responsáveis do nosso país sejam guia-dos não pelo desejo de mandar, mas pelo espírito de serviço”, rezaram os católicos. Rezaram e podem continuar a rezar depois do próximo Domingo. Ganhe quem ganhar a “chave do pa-lheiro”.

O poder e o serviço

Eunice Lourenço

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Noite eleitoral

Renascença com emissão vídeo

A noite eleitoral vai ser transmitida em vídeo no site da Renascença na internet, em www.rr.pt.A emissão radiofónica, conduzida por Miguel Coelho, vai poder ser visuali-zada na rede, a partir das 19h00 e até às 24h00 horas. Numa noite decisiva, a emissão rádio e vídeo da Renascença conta com a análise de Vera Jardim, Alexandre Relvas, Luís Nazaré, Paulo Morais, Alfre-do Barroso e Francisco Sarsfi eld Cabral. A reportagem da Renascença vai estender-se aos quartéis-generais de todos os partidos, onde vão estar instalados mini-estúdios de reportagem, donde, pontualmente, a emissão será conduzida. Minuto a minuto toda a informação eleitoral, resultados, reacções e repor-tagens vão também ser actualizadas em www.rr.pt.A fechar a noite eleitoral, está agendada uma conversa com quem domina a política na Internet. Num debate moderado por Graça Franco, dois blo-guers vão olhar para o futuro do país e fazer a análise dos resultados elei-torais. Bernardo Pires de Lima, do blogue União de Facto, e João Galamba, do Jugular, são os convidados para uma emissão vídeo em directo, a partir do site da Renascença.

Cadernos eleitorais

Novos eleitores são 350 mil

No próximo domingo, há cerca de 350 mil novos eleitores inscritos.O total de votantes é superior a nove milhões.O conjunto dos cidaãos voto para escolher a composição da nova As-sembleia da República, da qual sai-rá um novo Primeiro-ministro.O Governo garante que, depois da limpeza feita nos cadernos eleito-rais, não voltarão a surgir os proble-mas das últimas eleições Europeias, como situações de duplo voto.O Ministério da Administração Inter-na assegura que o recenseamento eleitoral está hoje mais próximo da realidade.

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Caritas in Veritate (cont)

Qualquer economista que se preze leu – alguns decoraram – o que Adam Smith pensa sobre o que move as pessoas no mercado:“Não é da benevolência do padeiro, do açouguei-ro ou do cervejeiro que eu espero que saia o meu jantar, mas sim do empe-nho deles em promover o seu próprio interesse.”Em muitos casos, isto pode ser uma boa aproximação à forma como as pessoas de negócios se comportam. Mas é importante tomá-la como o que é: uma aproximação. Tal como Bento XVI nos recorda na sua última encíclica, “a gratuidade está presente na sua vida sob múl-tiplas formas, que frequentemente lhe passam despercebidas por causa duma visão meramente produtiva e utilarista da existência”.Já reparou quanto faz por si um médico, um pro-

fessor – e, sim, também um padeiro – que vai para além do “seu próprio interesse”?Mas se o homo economicus é uma metáfora limi-tada quando se trata de compreender o compor-

tamento (aquilo que os economistas chamam análise positiva), é ainda pior quando se trata de prescrever comportamento (aquilo que os econo-mistas chamam análise normativa).Entra aqui a ideia de gratuidade.Não se trata de vender tudo gratuita-mente! Antes, a ideia é que a relação económica é mais do que uma mera relação de troca – é também uma re-lação entre dois (ou mais) seres hu-manos. Relação em que cada um deve lembrar-se que o seu papel na vida é servir o próximo – não em sentido

genérico, mas de forma específi ca em cada en-contro com os outros. Também quando o encontro se dá no mercado.

A precipitação e o essencialAs manipulações das visitas do Papa são uma cons-tante. Não há chefe de Estado (talvez com a excep-ção da China) que não queira receber o Papa em sua casa, porque – quer queiramos ou não - a sua presença traz sempre consequências políticas.Seria, até, interessante fazer um estudo sobre isso. Salazar fi cou furioso com a visita de Paulo VI à Índia e mais ainda por ele ter vindo a Fátima sem aterrar em Lisboa. Ficaram famosas as visitas de João Pau-lo II à Polónia, bem como os seus braços-de-ferro contra homens tão diferentes como Pinochet e Fidel Castro. Mais recentemente, correram mundo as pa-lavras de Bento XVI a Sarkozy e a coragem com que se dirigiu a José Eduardo dos Santos ou a Shimon Peres. Enfi m, consequências políticas do que o Papa diz sempre as houve e haverá.Mas, para que não restem dúvidas de que a sua des-locação serve, em primeiro lugar, os interesses dos fi éis e do povo em geral, o Papa só visita um país se for convidado simultaneamente pelos bispos locais e pelas autoridades. E o respectivo anúncio costu-ma ser feito de comum acordo.Ora, a precipitação da Presidência da República ao anunciar a visita de Bento XVI, antecipando-se aos bispos portugueses fala por si.Resta-nos a alegria de saber que – mesmo assim, ou

talvez por isso - Bento XVI tenha decidido vir para o ano a Portugal falar aos portugueses.

Aura Miguel

A relação económica é mais do que uma mera relação de troca – é também uma relação entre dois (ou mais) seres humanos

Luís CabralProfessor da IESE Business School

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Grande adesão à greve no segundo dia

Apenas oito dos 812 pilotos da TAP apresentaram-se esta manhã ao serviço, no segundo e último dia da gre-ve na transportadora aérea. Em comunicado, o Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) garantiu que só durante a manhã foram cancela-dos mais de 50 voos da TAP. De manhã, a TAP reconhe-cia que este dia de greve estava a causar ainda mais difi culdades aos passageiros do que o dia de ontem.O sindicato garante que, até ao início da tarde, fo-ram cancelados cerca de 50 voos. Os serviços mínimos foram assegurados. Os pilotos reconhecem os efeitos negativos que a greve tem na vida dos passageiros, mas apelam à compreensão das razões que os levam à greve, acusando, novamente, a administração de uma postura infl exível nas negociações.Monteiro argumenta que “qualquer empresa no mundo só deve assumir custos que está em condições de pagar. A TAP, infelizmente, não está em condições de pagar. Este problema resolve-se com muito diálogo, muito trabalho, encontrando soluções que não prejudiquem a empresa e possam permitir responder a algumas rei-

vindicações”.O SPAC diz que “aceita o diálo-go”, “desde que a administração al-tere a sua postura e tenha um pouco mais de respeito pelos seus interlo-cutores”.O sindicato diz que os custos deste confl ito, divulgados pela companhia, davam margem de manobra sufi ciente para poderem acomodar as pretensões dos pilotos. Por isso, argumen-ta o SPAC, a administração da TAP está, mais uma vez, a comprar uma greve desnecessária.Ao fi nal da manhã, a Inspecção Geral do Trabalho anun-ciou que ainda não dispunha de toda a informação ne-cessária que lhe permita emitir uma opinião sobre a eventual violação da lei da greve, sugerida pelo Sindi-cato dos Pilotos de Avião Civil.

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Para todas as pessoas de boa vontade e para os católicos, em particular, a visita de um Papa ao nosso país é sempre motivo de alegria e espe-rança. Por isso, a deslocação de Bento XVI a Portugal no próximo ano, presidindo às celebrações de 13 de Maio em Fátima, só pode ser considerada uma excelente notícia. Num mundo bipolar, em que sistemas políticos e económicos de sinal contrário têm procurado negar a presença de Deus, substituindo-a pelo Estado totalitário ou pelo consumismo doentio, Bento XVI é uma personalidade rica de valores, cujo magistério tem surpreendido até vozes mais críticas.A guerra, a miséria, os desequilíbrios sociais,

os atentados à vida e à dignidade humana têm merecido forte repúdio do Papa que simultane-amente revela grande capacidade de diálogo: dentro e fora da Igreja, mas também com o mun-do político, social ou científi co. Dialogando, mas sem nunca esconder a visão da Igreja sobre o Ho-mem e sobre as circunstâncias que o rodeiam.Deste modo, para os crentes e também para aqueles que procuram a Fé, a visita de Bento XVI a Portugal poderá ser uma oportunidade de en-contro e de profunda refl exão sobre o sentido da vida. Oportunidade que os portugueses não podem desperdiçar e que os católicos não podem deixar de sentir como uma grande interpelação.

NOTA DE ABERTURA

Valladolid

Mais um morto português nas estradas espanholasUm português morreu hoje e seis fi caram feridos, quando a furgoneta em que seguiam se despistou numa auto-estrada da província espanhola de Valladolid.Fontes da Deputação Provincial disseram à agência Lusa que o acidente ocorreu cerca das 3h30 (2h30 em Lisboa), ao quilómetro 144 da A6, auto-estrada que liga Madrid à Corunha, desconhecendo-se ainda o que moti-vou o despiste do veículo.Equipas de emergência chegaram ao local com alguma

rapidez, mas, apesar dos esforços, não conseguiram salvar um dos passageiros, um homem de 45 anos, que morreu no local.Os seis feridos, quatro dos quais em estado grave, fo-ram levados para o hospital de Medina del Campo, em Valladolid.Pelo menos oito portugueses já morreram este ano nas estradas espanholas em vários acidentes de viação que causaram 26 feridos.

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Mais um dia difícil para os passageiros da TAP

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Gripe A

Primeiras vacinas chegam em Outubro

As primeiras vacinas contra a gripe A vão chegar a Portugal a partir de 12 de Outubro, sendo as entregas faseadas semanalmente e em proporção à encomenda total feita. Fonte ofi cial da GlaxoSmithKline explicou hoje à agên-cia Lusa que as entregas vão acontecer faseadamente em todos os países que encomendaram as vacinas à farmacêutica, como aconteceu com o Governo portu-guês. As entregas ocorrem em “proporção à encomenda total feita por cada Governo”, informou. Em Julho, o Executivo português aprovou uma verba de 45 milhões de euros para adquirir seis milhões de vacinas, que servirão para imunizar três milhões de pessoas. A Agência Europeia para os Medicamentos (EMEA) re-comendou à Comissão Europeia (CE) a autorização de duas vacinas - a Focetria (laboratório Novartis) e a Pan-dremrix (GlaxoSmithKline). A CE anunciou hoje que irá “nos próximos dias, o mais rapidamente possível”, autorizar a comercialização. As autoridades recomendam a administração de duas doses da vacina, mas a mesma fonte da Glaxo prevê que possa “ser alterada a qualquer momento”. A vacina poderá ser administrada a grávidas e crianças a partir dos seis meses de idade.

A mesma fonte da farmacêutica referiu à Lusa que, tal como na vacina contra a gripe sazonal, a dose da vaci-na contra a gripe A destinada a crianças será metade da dos adultos. A quantidade para as crianças é de 0,25 mililitros e a vacina deverá ser administrada com um intervalo de três semanas.

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Cancro

Administradores consideram verbas “aceitáveis”

O presidente da Associação Portuguesa dos Administra-dores Hospitalares considera “razoáveis e aceitáveis” as verbas que os hospitais disponibilizam para fazer face às necessidades em todas as áreas, incluindo a oncológica. Pedro Lopes falava à Lusa, a propósito de um estudo que é apresentado hoje, em Lisboa, e que aponta para um sub-fi nanciamento do tratamento do cancro em Portugal. Um dos autores do estudo, médico oncologista, referiu que o trabalho visa chamar a atenção dos decisores políticos, dos conselhos de administração dos hospitais e ainda do Infarmed para a necessidade de haver maior investimento nesta área.

Oncologia é prioridadeOncologia é prioridade

O presidente da Associação Portuguesa dos Adminis-tradores Hospitalares, entidade que organiza o fórum onde será apresentado o estudo, considerou que a on-cologia é uma área prioritária a que os hospitais pro-curam sempre, à semelhança de outras especialidades, dar o máximo de disponibilidade fi nanceira.

Na opinião de Pedro Lopes, o que não pode acontecer é que a fatia seja tão pequena que não permita resolver as necessidades urgentes que existem na oncologia. Os resultados deste estudo indicam que as despesas de saúde com o tratamento das doenças oncológicas são inferiores à carga da doença e que os gastos com as doenças cardiovasculares (DCV) são duas vezes supe-riores aos do cancro, apesar de o peso da patologia ser semelhante. Por outro lado, a investigação também demonstra que a despesa no tratamento do cancro a nível nacional é bastante inferior ao que é verifi cado noutros países da União Europeia. Tendo por base dados de 2006, o trabalho refere que foram despendidos 565 milhões de euros (correspon-dentes a 53,33 euros per capita) em gastos directos com o tratamento do cancro e 1320 milhões de euros nas doenças cardiovasculares, o que representa 3,91% e 9,14% dos custos totais na saúde, respectivamente. A despesa total para tratar as doenças oncológicas en-globa medicamentos, hospitalizações e o tratamento ambulatório.

Todas as manhãs, a Informação da Renascença respon-de a dúvidas dos ouvintes sobre gripe A, colocadas em www.rr.pt/gripea. Hoje, Graça Freitas, sub-directora geral de saúde, respondeu à seguinte questão:Disseram-me que quem apanhou a gripe asiática, está imune a este vírus da gripe A. Será verdade?“Não se sabe exactamente. O que se sabe, até agora, é que as pessoas com mais de 50 ou 60 anos parece que têm alguma imunidade a este vírus, o que quererá di-zer que no passado estiveram em contacto com vírus muito semelhantes. Mas é apenas uma hipótese baseada no facto de, até agora, a maior parte das pessoas mais idosas não ter tido gripe desta nova estirpe. No entanto, ainda temos muito que aprender com este novo vírus e vamos aguardar, mas aparentemente há alguma protec-ção para as pessoas mais velhas”.

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G20

Acordo sobre bónus e relançamento da economia

Os líderes dos principais países industrializados e emer-gentes (G20) chegaram a acordo durante a cimeira nos Estados Unidos sobre os bónus nas fi nanças e a neces-sidade de manter os planos de relançamento, revelou hoje um responsável presente nas reuniões.Os 20 chefes de Estado e de governo devem, assim, declarar esta noite que, “esperando a chegada a uma retoma duradoura”, “evitarão qualquer retirada pre-matura das medidas de relançamento”, declarou hoje o mesmo responsável de um país do G20, que pediu o anonimato, citando excertos do comunicado fi nal.Além disso, os líderes do G20 devem preconizar a “li-mitação dos bónus a uma percentagem do produto lí-quido bancário quando estes ameaçam um nível de sã capitalização”.As 20 maiores economias do mundo decidiram, ainda, acabar gradualmente com os subsídios à in-dústria do petróleo e intensifi car os esforços para alcançar um novo acordo sobre as altera-ções climáticas até ao fi nal do ano.Quem sai a ganhar des-ta reunião de Pittsbur-gh são as economias emergentes, que vêem a sua infl uência au-mentada nas decisões do Fundo Monetário In-ternacional (FMI).Haverá também alte-rações quanto ao co-mércio mundial e aqui a China poderá ser a

maior vencedora na abertura dos blocos norte-ameri-cano e europeu.

Manifestação junta 20 mil pessoasManifestação junta 20 mil pessoas

As forças de segurança norte-americanas usaram gás pimenta para dispersar, ontem, manifestantes na ci-dade de Pittsburgh, à hora a que começava a cimeira do G20. O protesto, que juntou cerca de duas mil pessoas, não estava autorizado e ao fi m de uma hora terminou com a intervenção da polícia. Em resposta a um primeiro pedido para desmobiliza-rem, os manifestantes terão atirado garrafas e outros objectos às autoridades, que responderam lançando gás pimenta.PÁG.

ONU

Chávez convida Obama para o “eixo do mal”

O Presidente venezuelano Hugo Chávez pediu ao seu homólogo norte-americano Barack Obama para se mos-trar coerente com as ideias que defende, juntando-se “ao eixo do mal”. Durante um discurso perante a Assembleia Geral da ONU, em Nova Iorque, Chávez foi contundente e sar-cástico: “Obama, junte-se ao socialismo! Convidamo-lo a juntar-se ao eixo do mal!”.A anterior administração norte-americana, de George W. Bush, escolheu esta expressão para designar países como o Irão ou a Coreia do Norte, suspeitos de procurar armas de destruição em massa e apoiar o terrorismo.

Resolução sobre nuclearResolução sobre nuclear

O Conselho de Segurança das Nações Unidas adoptou hoje, por unanimidade, em Nova Iorque, uma resolu-ção apelando a um mundo sem armas nucleares. A reu-nião foi presidida por Barack Obama. A resolução 1887 pede a todos os países para “envolverem-se de boa-fé em negociações para a adopção de medidas efi cazes” para a “redução das armas nucleares e do desarma-mento”. O documento pede ainda o fi m dos ensaios de armas nucleares e pede a todos os Estados-membros para aderirem ao Tratado de Não-Proliferação Nuclear.

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Alemanha

Merkel favorita nas legislativas

Cerca de 62 milhões de alemães vão votar no domingo numas eleições legislativas que devem ser marcadas pela vitória da actual Chanceler, a conservadora An-gela Merkel.Com a reeleição de Merkel dada como certa pelas últi-mas sondagens, a votação deve servir principalmente para defi nir o próximo parceiro da coligação da Chan-celer.Todos os estudos de opinião apontam para a reeleição de Angela Merkel, de 55 anos. Nascida em Hamburgo, foi viver com a família para a RDA. O pai era um pastor protestante que aceitou ir viver para Brandemburgo, a norte de Berlim. Cresceu na cidade de Templin, na região de Uckermark. Estudou Física na Universidade de Leipzig, doutorou-se e passou a ter uma vida poli-ticamente activa após a queda do Muro de Berlim, ao

juntar-se aos Democratas Cristãos (CDU), em 1990.O seu principal adversário é Frank-Walter Steinmeier, o líder do SPD, o partido social-democrata alemão. Com 53 anos, era um desconhecido até ser apontado para a pasta dos Negócios Estrangeiros em 2005. Rapidamente começou a ser visto como um dos políticos alemães mais populares. Ficou com o cargo simbólico de vice-Chanceler, em Novembro de 2007, e foi nomeado can-didato a Chanceler pelo SPD, em Setembro de 2008.Já Guido Westerwelle é o líder do FDP, o partido alemão dos Democratas Livres, e é com ele que Angela Merkel quer partilhar o poder após as eleições de domingo, se vencer. Se o cenário se confi rmar e o FDP fi zer parte do Governo, Westerwelle deverá fi car com a pasta dos Negócios Estrangeiros. Ele que é o primeiro líder assu-midamente homossexual de um partido alemão.

A Chanceler alemã procura a reeleição nas legislativas de domingo e as sondagens dão-lhe vantagem sufi ciente para vencer. Não se livra, no entanto, de uma coligação que Angela Merkel prefere que seja de centro-direita. Há, no entanto, mais cenários possíveis. Coligação de centro direita (CDU/CSU e FDP)As sondagens mostram Merkel com uma vantagem sufi cien-te para poder reeditar uma coligação de centro-direita se-melhante à que governou a antiga RFA, entre 1982 e 1998, sob a liderança de Helmut Kohl. Cortes nalguns impostos a partir de 2011 e algumas refor-mas económicas poderão resultar de um Governo assim formado. Na política energética, é provável que algumas centrais nucleares, que tinham encerramento marcado para breve, possam prolongar a sua produção por mais al-guns anos. “Grande coligação” (CDU/CSU e SPD)Apesar de muitos apoiantes de Merkel, entre os conser-vadores, serem contra uma reedição da actual coligação, este continua a ser um dos dois cenários pós-eleições mais prováveis.Nos últimos quatro anos, a “grande coligação” (apenas a segunda do género na Alemanha do pós-guerra) conseguiu fazer passar uma série de reformas que teriam sido bloque-adas se a coligação não fosse entre os dois principais parti-dos. Uma “grande coligação” deverá centrar a sua política na consolidação orçamental e alguns economistas temem que seja necessário novo aumento de impostos para conter o défi ce.Não há espaço para mais grandes reformas e a tensão deve-rá manter-se em temas como o ordenado mínimo, a ener-gia nuclear, a reforma da Saúde ou o papel da Turquia no futuro da União Europeia. Coligação CDU/CSU e Verdes Dadas as diferenças de políticas defendidas pelos conser-vadores e pelos Verdes, esta é uma coligação improvável. Certo é que, se os Verdes ganharem mais lugares no Reichs-tag que o FDP, esta será uma hipótese a ter em conta. CDU

e Verdes abriram um precedente nas eleições regionais na cidade-estado de Hamburgo.No entanto, será uma coligação de difícil gestão, dadas as divergências sobre políticas económicas, segurança interna e energia nuclear entre os dois partidos. Coligação “semáforo” (SPD, FDP e Verdes) Pergunta-se, porquê o nome de coligação “semáforo”? Por causa das cores dos três partidos (vermelho/amarelo/ver-de), que até podem conseguir a maioria na Câmara Baixa do Parlamento germânico. No entanto, é pouco provável que o FDP aceite entrar nesta combinação partidária.A junção destes três partidos já foi testada a nível estatal e é possível que o líder do SPD, Frank-Walter Steinmeier, tente “chamar” o FDP para a coligação, acenando com re-formas na Justiça e no sector da energia. Políticas econó-micas, fi scais e de relações externas poderão ser foco de tensão. Coligação “Jamaica” (CDU/CSU, FDP e Verdes) Coligação nunca experimentada. Deve o nome ao facto de as cores dos três partidos serem as mesmas da bandeira da Jamaica (preto-amarelo-verde) e, segundo os analistas políticos, há poucas hipóteses de vir a ser uma realidade. Isto apesar de Merkel poder vir a ponderar a hipótese, pelo menos informalmente, se não tiver maioria com o FDP, os dois juntos. O problema é que os Verdes e o CSU estão em pólos opostos do espectro político e divergem profundamente em temas mais “quentes” como a energia nuclear, o ambiente ou as políticas económicas. Coligação de Esquerda (SPD, Verdes e Partido de Esquerda) O SPD nunca mostrou ser possível uma coligação com o Par-tido de Esquerda ao nível federal. Confl itos de personali-dades e sérias divergências políticas tornam esta coligação possível apenas “no papel”, mas impossível na prática.

Mais informação em www.rr.pt

Pedro Caeiro com Reuters

Um só Governo, seis coligações possíveis

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Pirataria

Somalis matam capitão de navio

Um grupo de piratas abordou um navio ao largo da Somália e matou o capitão, de nacionalidade síria, quando este recusou mudar o rumo do barco. Três outros membros da tripulação e um elemento da polícia, que par-ticipou na missão de salvamento, sofreram ferimentos em resultado deste ataque.A missão da União Africana (AMI-SOM) e as forças de segurança da Somália já recuperaram, entretan-to, o controlo do navio “Barwaqo”, que tinha como destino a cidade de Mogadíscio.“Recebemos uma mensagem e aju-dámos a salvar o navio. Os nossos soldados abriram fogo sobre dois barcos de piratas”, disse Barigye Ba-Hoku, porta-voz da AMISOM.As águas ao largo da Somália são consideradas das mais perigosas do mundo, por causa dos ataques le-vados a cabo por grupos de piratas, que sequestram navios para pedir avultados resgates.

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Os comandantes da NATO no Afeganistão dizem que, sem um re-forço dos efectivos, os taliban ganharão a guerra. Mas os políticos americanos e europeus estão relutantes em enviar reforços adicio-nais. Segundo as sondagens, a maioria dos americanos está contra esse reforço. O próprio presidente Obama começa a mostrar dú-vidas sobre a estratégia seguida no Afeganistão e já não descarta uma retirada militar.

O que falhou? A corrupção e as fraudes nas eleições presidenciais no Afeganistão puseram em evidência a ausência, ali, de um Es-tado digno desse nome. E os bombardeamentos que atingem civis afegãos difi cultam um objectivo central da NATO, ganhar a con-fi ança e o apoio das populações.

Os quase desastres em que se tornaram as operações militares no Iraque e no Afeganistão fazem prever que, nos próximos anos, os Estados Unidos difi cilmente se irão meter em novas operações de guerra no estrangeiro. Já na guerra do Kosovo, em 1999, o então presidente Clinton limitou as operações militares praticamente a ataques aéreos, para evitar baixas. Mas no Afeganistão tal estra-tégia não é viável.

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Honduras

Governo pede a OEA para adiar missãoO Governo no poder nas Honduras pediu, na última noite, à Organização dos Estados Americanos (OEA) para adiar a sua missão de mediação com o chefe de Estado deposto Manuel Zelaya, esperando a visita do Presidente da Costa Rica, Oscar Arias. Num comunicado difundido pelo seu Ministério dos Negócios Estrangeiros, o Governo de Roberto Micheletti indicou ter aceite a visita “nos próximos dias”, de uma “missão integrada pelo presidente do Costa Rica, Oscar Arias e pelo Vice-Presidente do Panamá, Juan Carlos Varela”, proposta pelo ex-presidente norte-americano Jimmy Carter.“Consequentemente, (...) Roberto Micheletti Bain estará em condi-ções de receber posteriormente, numa data a encontrar pela via diplomática, a missão integrada por certos ministros dos Negócios Estrangeiros da América do Norte acompanhados de funcionários da Organização dos Estados America-nos”, prosseguiu o comunicado.

Israel

Olmert começa a ser julgado por corrupçãoO ex-Primeiro-ministro israelita Ehud Olmert compareceu hoje num tribunal de Jerusalém. É a primeira vez na história do Estado de Isra-el que um antigo chefe do Governo responde perante a Justiça. Olmert é acusado de corrupção, fraude, abuso de confi ança, falsifi -cação de documentos e evasão fi s-cal e incorre em pena de prisão. Em declarações à imprensa, o anti-go governante declarou-se inocen-te. Nesta audiência, os juízes deram a conhecer o conteúdo da acusação a Olmert, que voltará ao tribunal a 21 de Dezembro para se declarar cul-pado ou inocente. A audição de tes-temunhas tem início marcado para 22 de Fevereiro de 2010.

Ponto de vista

Crise afegã

Francisco Sarsfi eld CabralJornalista

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RELI

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Papa em Fátima

Satisfação generalizada após anúncio imprevisto

Bispos e Presidência da República minimizam as falhas de comunicação evidenciadas no modo como o anúncio da viagem do Papa a Portugal foi feito: através do site do Palácio de Belém, sem conhecimento da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP).Depois de o porta-voz da CEP, Padre Manuel Morujão, ter revelado algum desagrado pela forma como se fez a divulgação, tanto a CEP como a Presidência emitiram comunicados a esclarecer a situação.No comunicado de Belém, lê-se que o anúncio da visita foi feito com total conhecimento do Vaticano, e coorde-nado através da embaixada portuguesa na Santa Sé.Esta versão dos acontecimentos não é contestada pela CEP. O Padre Manuel Morujão explica, também em co-municado, divulgado pela agência Ecclesia, que não re-cebeu a “última confi rmação ofi cial” do Vaticano, o que impediu a CEP de fazer um anúncio “concertado” com a Presidência. Segundo Morujão “a Presidência da Repú-blica recebeu directamente do Vaticano tal boa notícia, tendo acordado directamente com a Santa Sé o teor e o momento da sua divulgação”. Ontem, contudo, e confrontado com o anúncio por parte da presidência, o porta-voz da CEP revelou que esta preferia ter esperado para depois das eleições para fazer a divulgação.

Patriarca rejeita polémciaPatriarca rejeita polémcia

O Cardeal-Patriarca de Lisboa manifestou satisfação com o anúncio da viagem de Bento XVI ao nosso país, assegurando que o Papa “sempre manifestou interesse por visitar Fátima”.Lembrando que a CEP já endereçara o convite por duas vezes, D. José Policarpo disse à agência Ecclesia que a confi rmação da vinda do Papa lhe tinha sido transmiti-da no passado sábado, sob “segredo”. O Patriarca de Lisboa rejeita, contudo, qualquer polémica pelo modo como o anúncio surgiu, embora admita que “gostava que tivesse sido em simultâneo” com o anúncio dos Bis-pos, que apenas ocorreu horas mais tarde.“Nós não fomos apanhados de surpresa”, disse D. José, assegurando, ainda, que “não há problema nenhum” e nem mesmo o tempo de campanha eleitoral serve para questionar o tempo do anúncio.“O Papa é bem-vindo em qualquer altura”, rematou.

Reitor do Santuário “muito satisfeito”Reitor do Santuário “muito satisfeito”

O Padre Vígilío Antunes, reitor do Santuário de Fátima, diz estar “muito satisfeito” pela visita de Bento XVI, em Maio de 2010. “É uma feliz notícia que aguardávamos que a seu tempo acabasse por surgir”.Virgílio Antunes esteve, recentemente, num encontro de reitores de santuários de 20 países da Europa, onde se fala “sempre sobre as visitas do Papa”. Depois de Bento XVI ter visitado santuários marianos na Polónia, Áustria, França e em Itália “a nossa vez, seguramente,

havia de chegar”.O Bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto, recordou, por seu lado, que Bento XVI tem uma ligação muito pró-xima a Fátima: “Todos sabem que este Papa tem um afecto particular por Fátima. De todos os Papas, Bento XVI foi o que mais penetrou no coração da mensagem e a soube interpretar para os tempos de hoje”, reconhe-ce o bispo, referindo que o melhor artigo sobre Fátima “na forma de interpretação da mensagem tal como na apresentação literária” é o comentário teológico que Bento XVI fez à terceira parte do segredo, em 2000.

Grã-Bretanha também na rota do PapaGrã-Bretanha também na rota do Papa

A Grã-Bretanha é outro país na rota do Papa em 2010. Será apenas a segunda visita de um Papa à ilha, depois da de João Paulo II, em 1982. Bento XVI deverá visitar várias cidades inglesas e ainda Edimburgo, na Escócia. Não é esperado que vá à Irlanda do Norte, mas é possível que a visita seja aproveitada para a beatifi cação do Cardeal Newman, fi gura relevan-te da Igreja inglesa e da Igreja Universal. Newman foi ordenado padre na Igreja Anglicana, mas acabou por se converter a Roma, chegando ao topo da hierarquia ca-tólica do país.

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O Papa Bento XVI chega amanhã a Praga para uma visita que os católicos do país aguradam com elevada expec-tativa, segundo garante o Arcebispo de Praga, Cardeal Miloslav Vlk.Num artigo publicado no “L’Osservatore Romano”, o Car-deal checo recorda a visita de João Paulo II, em 1990, depois da queda do comunismo, confessando um amor ao Papa que “sempre permaneceu intacto até nossos dias em muitos fi éis”.O Cardeal explicou que “o caminho proposto para a pre-paração espiritual dos fi éis se apoiou nos três pilares do Cristianismo: a fé, a esperança e a caridade. Cada um dos bispos preparou cartas pastorais que foram lidas na liturgia dominical. Os temas centrais também foram re-fl ectidos pelos sacerdotes nas suas homilias”.Em todas as dioceses, os fi éis receberam imagens do Papa com uma oração “para viver a visita num clima de graça, à espera de abundantes frutos para a Igreja e para a sociedade”.Segundo o Arcebispo Vlk, “a visita do Papa adquire um grande signifi cado”, pelo facto de o país ser “pequeno e, do ponto de vista eclesiástico, numericamente não é signifi cativo”. Nestas circunstâncias, a visita assume “grande valor” e os checos sentir-se-ão “parte integral da Igreja presente em todo o mundo”.A República Checa é um dos países mais ateus da Euro-pa, com apenas 25% da população a professar alguma religião.

Papa chega amanhã

à República Checa

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Teatro

Cornucópia encena peça de Goethe

Maria João Costa »

O Teatro da Cornucópia estreou ontem no Teatro do Bairro Alto, em Lisboa, uma peça de Goethe, “Ifi génia na Táurida”, adaptada à língua portuguesa pelo escritor Frederico Lourenço e encenado por Luis Miguel Cintra. Em palco, Beatriz Batarda, de regresso à Cornucópia, é Ifi génia.“Ifi génia na Táurida” é apresentada ao público numa recriação poética do

escritor Frederico Lourenço. Foi, de resto, dele que surgiu a ideia de fazer a peça, explica Luis Miguel Cintra à Renascen-ça. “A peça é conhecida pelos alemães por ser uma perfeição musical na sua linguagem. Se isso não está presente na ver-são em português é fatal”, ex-plica o encenador.

Num cenário despojado, criado por Cristina Reis, é recriada a antiga Gré-cia, onde nos é contado o drama de Ifi génia. “Só consigo decorar texto quando me relaciono emocionalmente com aquilo que estou a dizer”, diz a actriz, irrepreensível na peça.“Ifi génia na Táurida” é uma peça para ver de terça a sábado às 21h30, e aos domingos, às 16h, até 1 de Novembro, no Teatro da Cornucópia.

CULT

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Música

Trinta anos de Xutos & Pontapés celebrados com concerto no Restelo

Os Xutos & Pontapés estão a celebrar trinta anos de rock & roll, mas será só amanhã que protagonizam o primeiro concerto de estádio em nome próprio, uma actuação para os fãs mais tarde recordarem.O concerto decorrerá no Estádio do Restelo, em Lisboa, onde são espera-das cerca de 40 mil pessoas - a lotação ainda não está esgotada -, e convi-

dados de peso: o fadista Camané e Pacman, dos Da Weasel, Pedro Gonaçlves, contrabaixista dos Dead Combo, e Manuel Paulo.Os Xutos prometem uma actua-ção com três horas de duração. Anunciado como “a maior e mais arrojada produção em toda a carreira da banda”, que envolve 400 pessoas, o concerto decorre-rá num palco que será montado pela empresa responsável pelas

digressões dos U2 e dos Rolling Stones.A larga legião de fãs dos Xutos & Pontapés espera não só os temas do re-cente álbum de originais, homónimo, mas também a lista de êxitos que o grupo foi acumulando ao longo de trinta anos, desde a histórica e curta actuação nos Alunos de Apolo, a 13 de Janeiro de 1979, até hoje.Os Xutos & Pontapés começam a tocar às 22h00, sendo antecedidos de ac-tuações dos Tara Perdida e Os Pontos Negros. A actuação será gravada para posterior edição em DVD. A RFM é a rádio ofi cial do concerto.

Fim-de-semana

Várias iniciativas para“viver o património”A partir de hoje e até domingo, de-correm as Jornadas Europeias do Património. Portugal é um dos 50 países que aderiram à iniciativa do Conselho da Europa e da União Eu-ropeia (UE).Ao longo destes três dias, vários mo-numentos e lugares históricos por todo o país vão ter acesso gratuito e acolher actividades que motivem os cidadãos a visitar o património nacional. O tema das jornadas é “Viver o Património”.O Instituto de Gestão do Patrimó-nio Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR), que organiza as jorna-das em Portugal, tem por objectivo fazer com que as pessoas saiam de casa para visitar a herança cultural à disposição, promover a participa-ção activa dos visitantes e o diálogo entre as diversas culturas.À Renascença, o director do IGES-PAR, Elísio Summavielle, diz que esta “é uma forma de as pessoas passarem este fi m-de-semana visi-tando o nosso património”. O programa das jornadas pode ser encontrado no site do IGESPAR (http://www.igespar.pt).

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Orquestra Metropolitana

Música em quatro museus de Lisboa

A Orquestra Metropolitana de Lis-boa vai levar música a quatro espa-ços museológicos da capital até 13 de Março de 2010. Às sextas-feiras e aos sábados, os solistas da Metropolitana vão ac-tuar no Palácio Nacional da Ajuda, Museu da Música, Museu Nacional de Etnologia e Casa-Museu Dr. Anas-tácio Gonçalves. Amanhã, haverá música a partir das 16h nos três primeiros espaços.A iniciativa é organizada pelo Insti-tuto dos Museus e da Conservação e a Orquestra Metropolitana de Lisboa. Os concertos têm entrada gratuita.

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O elenco de “Ifi génia na Táurida”

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Divulgação

Vinhos do Douro e do Porto regam festival de cinema de San Sebastian

Letícia Amorim »

Numa estratégia pensada para agarrar público “in-fl uenciador” e “com poder de compra”, os vinhos do Porto e do Douro estão em San Sebastian, Espanha, para participar no Festival Internacional de Cinema, um dos mais importantes com cunho europeu e que termina amanhã.O Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto (IVDP) re-força assim uma estratégia de divulgação entre um público que, “não estando ligado à área dos vinhos, tem poder para o promover e o comunicar”, diz Paulo Pinto, do departamento de Marketing e Comunicação

do IVDP.Paralelamente à com-petição de fi lmes, o festival acolhe almoços que juntam as equipas, actores e realizadores em encontros chama-dos “Las Comidas Del Director”. Como forne-cedor ofi cial das bebi-das para estes almoços, o IVDP serve, em exclu-sivo, vinhos do Douro e do Porto. O balanço, numa altura em que o festival está

a chegar ao fi m, é positivo. O destaque vai para a po-pularidade do “Port Tonic”, um aperitivo de Vinho do Porto branco seco com água tónica. Tratando-se de um tipo de Vinho do Porto que “é menos conhecido, tem tido um grande impacto”. O interesse pelos vinhos tintos do Douro tem sido tam-bém “uma surpresa”, assinala Paulo Pinto, que acres-centa um outro sinal positivo: o facto de o número de refeições ter vindo a aumentar: de 80, nos primeiros dias, para 120 refeições, nos últimos. Trata-se de “uma perspectiva de sementeira” do IVDP “em que se atinge um público consumidor de alto ní-vel, e que fará um trabalho de redistribuição do co-nhecimento dos vinhos que conheceram nestes dias”, sublinha Paulo Pinto.Pela 57.ª edição do Festival Internacional de Cinema de San Sebastian já passaram fi lmes como “Sacanas sem Lei”, de Quentin Tarantino, ou “Chloe”, de Atom Egoyan.Para o fi m, no sábado, está reservada a exibição de “Mother and Child”, de Rodrigo Garcia. A estratégia reforçada em San Sebastian foi iniciada, recentemente, com a realização do primeiro Douro Film Harvest, festival que trouxe ao Douro nomes do cinema internacional e no qual o IVDP (enquanto um dos organizadores) actuou, explica Paulo Pinto, numa perspectiva de “divulgação da região” do Douro e, na-turalmente, dos seus vinhos.

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Banda desenhada

Festival da Amadora homenageia Héctor Oesterheld

O argumentista argentino Héctor Oesterheld, um dos nomes mais importantes da banda desenhada sul-ame-ricana, vai ser recordado este ano com uma exposição no 20º Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora (FIBDA), que estará patente a partir de 24 de Outubro no Centro Nacional de Banda Desenhada e Imagem.O FIBDA decorrerá de 23 de Outubro a e 8 de Novembro, tendo como núcleo central o Fórum Luís de Camões. De acordo com a organização, Oesterheld será recordado numa exposição biográfi ca, com apresentação de foto-grafi as, textos, recortes de revistas, pranchas de banda desenhada.Na Amadora estarão presentes os netos de Oesterheld e os autores de banda desenhada argentinos Carlos Sam-payo e Óscar Zarate.Oesterheld nasceu em Buenos Aires em 1919 e foi dado com desaparecido em 1977, integrando a lista de mi-

lhares de pessoas que foram sequestradas e assassina-das durante a ditadura militar na Argentina.Trabalhou ao lado de desenhadores e autores como Al-berto Breccia, Hugo Pratt, Horácio Altuno ou Francisco Solano Lopez. Foi responsável pela criação de per-sonagens de BD como Sargento Kirk (na imagem), com de-senho de Hugo Pratt, e Bull Rocket, e autor de “El Eter-nauta”, história de fi cção científi ca publicada entre 1957 e 1959 com desenho de Solano Lopez, e aquela que é considerada a sua obra prima, “Mort Cinder”, com Alberto Breccia, que teve edição incompleta em Portugal.

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I Liga

Teste para o líder em OlhãoA jornada seis da I Liga arranca, esta noite, às 20h15, no estádio José Ar-canjo, com o Olhanense-Sporting de Braga. O líder invicto do campeonato nacional viajou, ontem à tarde, de avião para o sul do país.Em Olhão, uma equipa moralizada por um bom início de temporada, está à espera dos minhotos.Atento ao resultado vai estar o Benfi ca, que joga amanhã, às 21h15, em casa, frente ao Leixões.A jornada só termina no dia 12 de Outubro, com o Belenenses-Nacional.

Rodriguez e Caneira lesionadosRodriguez e Caneira lesionados

O jogo grande da jornada é, no entanto, o FC Porto-Sporting de sábado, às 19h15. No lado azul e branco, Cristian Rodriguez lesionou-se hoje no joe-lho esquerdo. Uma lesão que o afasta de jogo com o Sporting e o coloca em dúvida para o encontro da Liga dos Campeões com o Atlético de Madrid.No Sporting, a principal “baixa” é Caneira que contraiu uma lesão muscu-lar no adutor esquerdo.

Felipe Massa

Piloto regressa em Novembro

O brasileiro Felipe Massa vai regres-sar, no fi nal de Novembro, às pistas, mas não será na Fórmula 1. O piloto da Ferrari confi rmou já a sua parti-cipação no “Desafi o das Estrelas”, prova de karting que é organizada por ele mesmo.“Vou participar no «Desafi o», que é um dos mais esperados eventos do fi nal do ano. É uma festa incrível, que une os melhores pilotos de vá-rias categorias mundiais: Fórmula 1, Fórmula Indy, Stock Car, entre outros”, disse Massa, num vídeo promocional, referindo-se a nomes como Michael Schumacher, que, normalmente participa na prova.A corrida será disputada em Floria-nópolis, numa pista construída ex-clusivamente para o evento.

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Xadrez

Kasparov vence Karpov

Garry Kasparov derrotou por 9-3 Anatoly Karpov, no fi nal de todas as partidas rápidas e semi-rápidas de exibição que os dois antigos campe-ões do mundo russos dispu-taram nos últimos dias em Valência, Espanha.O reencontro entre dois dos mais famosos xadrezistas de sempre consistiu num total de oito partidas rápidas e quatro semi-rápidas.Kasparov chegou à disputa das partidas rápidas já em

vantagem, por 3-1, e na últi-ma noite ampliou o marcador, ganhando por 6-2, para um total de 9-3 no conjunto fi nal dos confrontos.As partidas entre Karpov e Kasparov aconteceram 25 anos depois da primeira vez que se defrontaram para o título mundial, no que foi um dos mais longos duelos

da modalidade, ganho por Kasparov após quase meio ano de jogos.

Kasparov acima das expectativasKasparov acima das expectativas

Manuel Pintor, presidente da Associação de Xadrez do Porto, disse ao Página1 que Karpov teve uma pior ges-tão do tempo: “Notou-se que Kasparov está melhor a lidar com o tempo. Revelou mais domínio, mais energia e controlo do tempo. Esperava uma vitória dele, mas não tão signifi cativa”.De acordo com a organização, as partidas terão sido acompanhadas por mais de um milhão de espectado-res pela Internet. “Foi muito bom para a divulgação da modalidade. Mesmo nas redes sociais foi possível ler comentários vindos de toda a parte do mundo. Deu uma outra importância à modalidade”, explica Manuel Pintor, sublinhando que “os dois K continuam mesmo a ser os expoentes máximos do xadrez e se Kasparov quisesse, ainda teria uma palavra a dizer na disputa pelo título mundial”.

I Liga jornada 6Olhanense - Sp. Braga V. Setúbal - P. Ferreira

Marítimo - NavalRio Ave - AcadémicaFC Porto - SportingBenfi ca - Leixões

V. Guimarães - União LeiriaBelenenses - Nacional

sexta, 25 - 20h15sábado, 26 - 16h00sábado, 26 - 16h00sábado, 26 - 16h00sábado, 26 - 19h15sábado, 26 - 21h15segunda, 28 - 20h15a 12 Outubro - 20h15

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Fórmula 1

Barrichello mais rápido em Singapura

O piloto brasileiro Rubens Barrichello, da Brawn GP, foi o mais rápido na primeira sessão de treinos livres para o Grande Prémio de Singapura de Fórmula 1, ao fazer a sua volta mais rápida em 1min50s179. O segundo mais rápido foi o o britânico Jenson Button, companheiro de Barrichello na Brawn, enquanto que no terceiro lugar fi cou o australiano Mark Webber, da Red Bull, seguido pelo espanhol Fernando Alonso, da Renault.O Grande Prémio de Singapura, que se corre no do-mingo, é o único do Campeonato Mundial que se corre à noite e, este fi m-de-semana, deverá fi car marcado pela chuva. As previsões meteorológicas apontam para uma verda-deira tempestade para a região.PÁG.

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Banido da Fórmula 1 pela Federação Internacional do Automóvel (FIA), o ex-director da Renault, o italiano Flavio Briatore, comentou hoje, pela primeira vez, a pena, não só apontando o dedo a todos aqueles que o traíram, como garantindo que regressará à modalidade e que celebrará tal facto com uma grande festa. “Fui traído no meu próprio mundo, mas, no fi nal, vence-rei a batalha, podem estar certos, e iremos comemorar com uma grande festa. Será uma festa bem organizada para a qual convidarei todos os que se mantiveram ao meu lado durante este período difícil”, anunciou Briato-re, em declarações ao jornal italiano “La Repubblica”.

Briatore “traído” promete voltar

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A 25 de Setembro de 1066...

Batalha de Stamford Bridge fere domínio vikingLetícia Amorim »

Mais famoso hoje por estar associado ao famoso Chelsea FC, Stamford Bridge é um nome com boas recordações para o Reino Unido.Em 1066, na sequência de uma crise de sucessão aberta pela morte do Rei Eduardo, o Confessor, que não deixou descndência, dá-se a batalha decisiva para o declínio do poder Viking no Reino Unido. É o cunhado do Rei Eduardo, Harold II Godwinson, que assume o trono, mas este também havia sido prometido ao Duque da Normandia, Guilherme, e ao rei da Dinamarca. Os outros candidatos não aceitam a sucessão e, poucos meses depois de Harold assumir o trono, dá-se a primeira tentativa de o tirar dessa posição, por acção do Conde Tolstig, “irmão desa-vindo de Harold”, apoiado pela coroa norueguesa, segundo explica o professor de História Medieval na Universidade de Coimbra, João Gouveia Monteiro.A coligação adversária, estacionada no norte do país, tenta espalhar-se pela costa, numa primeira tentativa gorada, mas, a 20 de Setembro, mais pre-parada, as forças do Rei Harold II são derrotadas. Cria-se “uma situação de alarme em Londres”, diz o professor, tendo o jovem rei, no poder há pouco mais de meio ano, de partir “ao encontro da coli-gação adversária, que permanecia estacionada em Stamford Bridge, perto de York”.A 25 de Setembro, dá-se a Batalha de Stamford Brid-ge, nas margens do Rio Derwent, “uma carnifi cina que culmina com a morte de Tostig e do Rei da No-

ruega” e a vitória de Harold.Esta vitória britânica é também, para João Gou-veia Monteiro, “uma certidão de óbito do poderio Viking”.Este não é, contudo, o último episódio do problema da sucessão da coroa britânica, que conhece novo desenvolvimento com novo protagonista: o Rei da Normandia, que também reclama o trono, menos de um mês depois.A Batalha de Stamford Bridge é, assim, “o preâm-bulo da Batalha de Hastings” que viria a disputar-se a 14 de Outubro. Tida como uma das mais impor-tantes batalhas da História Medieval Europeia, tem um triplo signifi cado: a conquista normanda (leia-se, francesa) da Inglaterra; a morte do Rei Harold em batalha; e a supremacia, no campo militar, da cavalaria pesada, que vence, pela primeira vez, o exército tradicional medieval (caracterizado pelo uso de tropa a pé e sem grande suporte de atirador com arco), explica o professor.A batalha de 25 de Setembro de 1066 é também apontada como uma das origens do nome do actual estádio do clube de futebol britânico Chelsea.

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Foi hoje inaugurado um novo edifi co em pleno Monte Rosa,

localizado 2883 me-tros acima do nível

do mar, nos Alpes suíços. O edifício foi desenvolvido por ar-

quitectos do ETHZ, Instituto de Tecnolo-gia da Suiça, para o Clube de Alpinismo local e tem capaci-dade para albergar

125 pessoas, sem grandes impactos

ambientais.

Foto: Olivier Maire/EPA

PSD

MFL questiona fi abilidade das sondagensA presidente do PSD pôs hoje em causa a fi abilidade das sondagens que dão vantagem ao PS, conside-rando que as pessoas evitam res-ponder aos inquéritos por receio e dizendo que não encontra ninguém que elogie José Sócrates.“Ou as sondagens são feitas por pessoas que não são os portugueses, ou se as sondagens são feitas junto dos portugueses - destes que andam atrás de nós e que eu sei que não vêm em camionetas nem trazidos nem empurrados à força - então, as sondagens dão-me aquela tranquili-dade que me traz a recordação do que há menos de três meses acon-teceu com as eleições europeias”, afi rmou Manuela Ferreira Leite, du-rante um almoço de campanha em Sintra.

PS

Sócrates garante que relações com PR são correctas

O secretário-geral do PS reiterou hoje que as relações entre a Pre-sidência da República e o Governo são “institucionalmente correctas”. José Sócrates falava aos jornalistas após se ter encontrado num hotel de Belém com o futebolista inter-nacional Luís Figo, que manifestou apoio ao PS para as eleições de do-mingo. “As relações do Presidente da Re-pública com o Primeiro-ministro são institucionalmente correctas. Am-bos sabemos qual o nosso dever: o dever de termos uma relação insti-tucional que esteja à altura daqui-lo que os portugueses esperam dos dois órgãos de soberania”, declarou Sócrates.

Gripe A

Surto em escola da Amadora”

A Direcção-geral de Saúde (DGS) está a acompanhar um surto de gri-pe A numa escola da Amadora, onde foram confi rmados quatro casos da doença.A DGS considera, contudo, que não há motivo para encerrar o estabele-cimento de ensino.

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PSP identifi ca mineiros

A PSP interveio hoje junto de um grupo mineiros de Aljus-trel, que tinha uma reunião no Ministério da Economia. A PSP identifi cou o porta-voz do grupo, com cinco pessoas, por considerar que poderia haver uma manifestação ilegal.

Onda mata três pessoas

Uma onda arrastou hoje três pessoas - duas mulheres e um homem - provocando a sua morte por afogamento, na praia da Fonte do Cortiço, em Vila Nova de Santo André.

Divórcio preocupa Papa

O Papa mostrou hoje, perante Bispos do Brasil, preocupação face “às consequências do divórcio nos fi lhos”, assegurando que a Igreja não fi ca indiferente diante da “ruína dos lares”.

G20 pressiona Irão

O Presidente Obama, dos EUA, pressionou hoje o Irão a abrir a central secreta de produção de combustível nuclear aos inspectores internacionais. O apelo foi subscrito por Sa-rkozy e Brown, no segundo dia da Cimeira de Pittsburgh.