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Versão 1.2 - Discussão 1 Grupo de Trabalho Plano Estadual de Cultivos Florestais Temas tratados: Antecedentes, Justificativas, Cenários, Obstáculos, Princípios e bases estruturantes, Objetivos, Estratégias setoriais, Regionalização e ordenamento, Instrumentos fiscais, legais, administrativos e financeiros, Interface com outras políticas públicas, Indicadores de evolução, Programas e projetos, Estruturas e gestão, Conselho e fundos. Curitiba, junho de 2016

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Grupo de Trabalho

Plano Estadual de Cultivos Florestais

Temas tratados:

Antecedentes, Justificativas,

Cenários, Obstáculos,

Princípios e bases estruturantes, Objetivos,

Estratégias setoriais, Regionalização e ordenamento,

Instrumentos fiscais, legais, administrativos e financeiros, Interface com outras políticas públicas,

Indicadores de evolução, Programas e projetos, Estruturas e gestão, Conselho e fundos.

Curitiba, junho de 2016

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1- HISTÓRICO, ANTECEDENTES E CENÁRIOS DOS CULTIVOS FLORESTAIS NO ESTADO DO PARANÁ

A formulação de diretrizes estaduais, em termos tecnológicos, organizacionais, legais

e operacionais, para o desenvolvimento do setor de cultivos florestais e suas cadeias produtivas, adequado às diversas regiões e características do Estado, deve ser implementada visando projetos de médio e longo prazo, para orientação de um melhor equilíbrio entre a oferta e demanda atual por madeira e futura expansão das atividades industriais do setor, aliado à geração de empregos, renda e proteção ambiental, tanto na zona rural como urbana.

A madeira representa o terceiro produto de exportação no Agronegócio do Estado do

Paraná, de acordo com dados do Programa Especial de Exportações do Governo do Estado. Como exemplo pode-se citar que o Estado é responsável por 38% das exportações brasileiras de madeira plantada e detém o segundo maior pólo moveleiro do País (Arapongas), que gera mais de 9.000 empregos diretos, entre outras (total de 234.000 empregos na cadeia produtiva). Embora tenha área e clima extremamente favoráveis para a produção de matéria-prima para o setor, trabalhos da SEAB/EMATER, no ano de 2.014, apontavam para a necessidade de plantio anual de aproximadamente 43.000 hectares de florestas para atender a demanda existente no Estado, além do que já vem sendo plantado, sem considerar o índice de crescimento anual médio do setor (Estudos da FAO projetam um consumo crescente, no mundo, em termos de madeira serrada da ordem de 2,5% ao ano até o ano de 2.020. Nos países em desenvolvimento, como o Brasil, esta mesma taxa vem se confirmando na casa de 4,4% ao ano).

1.1- Representatividade atual do setor para o Paraná (ano base 2015): 5,6% do Valor Bruto da Produção (VBP) ; 5,7% das exportações do agronegócio paranaense e 12,05% da nacional; 55 mil empregos diretos, somente no segmento de serrados e processamento mecânico (17% dos empregos do segmento no país); 76 mil empregos diretos e 158 mil indiretos no restante da cadeia produtiva; 31% das empresas do segmento de serrados e processamento mecânico; 52% das empresas do segmento de placas painéis e aglomerados; 86.100 produtores Silvicultores; 1.2 milhões de hectares de florestas plantadas (cultivos florestais); Consumo de 51 milhões de metros cúbicos de madeira por ano, contudo nossa capacidade de produção (com a área cultivada existente) é de 47 milhões de m3; Estoque florestal (madeira para desdobro) crítico no médio prazo.

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Tabela 1 – Área de Pinus e Eucaliptos no Estado do Paraná

Região Núcleo Regional Área (ha)

% Corte* Eucalipto Pinus Total

Centro-Oeste Campo Mourão 188 9.339 1.401 10.927 1,02%

Sub-Total 188 9.339 1.401 10.927 1,02%

Centro-Sul

Curitiba 23.153 16.597 159.648 199.398 18,70% Guarapuava 9.592 14.037 50.870 74.499 6,99%

Irati 8.554 9.925 39.751 58.231 5,46% Laranjeiras do Sul 3.565 8.229 12.241 24.035 2,25%

Pato Branco 2.948 6.913 39.732 49.594 4,65% Ponta Grossa 10.045 143.849 239.448 393.342 36,88%

União da Vitória 8.042 11.137 71.844 91.022 8,53% Sub-Total 65.900 210.687 613.535 890.121 83,46%

Litoral Paranaguá 484 65 2.065 2.615 0,25% Sub-Total 484 65 2.065 2.615 0,25%

Noroeste

Cianorte 34 6.310 8 6.352 0,60% Paranavaí 471 13.690 238 14.400 1,35% Umuarama 51 9.670 116 9.836 0,92% Sub-Total 556 29.670 362 30.588 2,87%

Norte

Apucarana 535 4.912 207 5.654 0,53% Cornélio Procópio 535 13.880 3.645 18.060 1,69%

Ivaiporã 1.372 9.849 11.723 22.944 2,15% Jacarezinho 1.323 19.714 6.563 27.599 2,59%

Londrina 98 6.062 276 6.437 0,60% Maringá 126 5.968 9 6.103 0,57%

Sub-Total 3.989 60.385 22.423 86.797 8,14%

Oeste

Cascavel 744 12.199 6.880 19.823 1,86% Dois Vizinhos 48 2.683 395 3.125 0,29%

Francisco Beltrão 55 6.698 6.425 13.177 1,24% Toledo 634 8.591 79 9.304 0,87%

Sub-Total 1.481 30.170 13.779 45.430 4,26% TOTAL 72.598 340.315 653.566 1.066.479 100,00% % 6,8% 31,9% 61,3% 100,0%

*Área em corte raso ou recém-plantada. Fonte: Instituto de Florestas do Paraná.

Os trabalhos desenvolvidos pela Emater-Paraná – Projeto Madeira (Diagnóstico

florestal de produção e consumo) em 15 regiões do Estado, indicam que os efeitos do não planejamento da produção de matéria-prima de origem florestal, já são sentidos pela base industrial, em variações significativas nos preços da matéria prima utilizada. Ainda no contexto do diagnóstico realizado e em outros trabalhos realizados por diversas entidades no Estado do Paraná, a má distribuição na oferta de madeira, para todos os setores indiscriminadamente (energia, madeira serrada, painéis, etc.) já é observada com intensidade já a partir de 2015.

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Figura 1 – Macrorregiões Estado do Paraná Mesmo com a criação de mecanismos que propiciem o incremento necessário de área

florestal plantada o equilíbrio entre oferta e demanda somente poderá ser re-estabelecido a partir de 2024, haja vista ao tempo exigido pelo cultivo florestal para produção de madeira e de não madeireiros com qualidade industrial e comercial.

Tendo-se em vista que a produção florestal, para o futuro, deve ser sustentável, ou seja, ambientalmente correta, socialmente justa e economicamente viável, trabalhos direcionados à implantação de sistemas de produção, que considerem os três fatores simultaneamente, em pequenas e médias propriedades rurais, devem ser implementados, pois os custos da equidade dos três fatores, no caso da agropecuária tradicional, é bastante reduzido quando comparado aos custos das grandes empresas florestais. Tal cenário projeta uma oportunidade de mercado favorável à madeira e a não madeireiros produzida em sistemas que possam dar respostas a esse novo enfoque da produção. Esta nova visão deve contemplar aspectos racionais de uso e manejo dos recursos disponíveis, como por exemplo, a introdução do componente florestal nos sistemas típicos de produção do Estado e utilização de sistemas agrossilvipastoris (produção associada de lavouras com árvores, ou pastagens com árvores) proporcionando: incremento de produtividade de lavouras, pastagens, leite, carne, madeira de alta qualidade, não madeireiros, melhoria ambiental, proteção contra adversidades climáticas, manutenção e recuperação de recursos naturais, incrementos significativos na renda das propriedades rurais.

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Além desse enfoque, outros elos da cadeia produtiva da madeira e de não madeireiros deverão ser afetados com a implantação de novas diretrizes florestais, tais como: manutenção/geração de empregos, disponibilidade de recursos, incrementos na arrecadação municipal, verticalização da produção, desenvolvimento de indústrias do setor e acesso a novos mercados, inclusive à exportação.

Em todo o Estado, com relação à área produtiva primária, observa-se certa mudança de direcionamento de atividades dos produtores rurais, que preocupados com a atual situação (meio ambiente e suporte técnico-econômico de suas propriedades) vem buscando alternativas de uso dos solos, principalmente em atividades de médio e longo prazo.

No contexto de utilização alternativa de suas áreas, nota-se, pelo histórico das comunidades trabalhadas pela Extensão, que o maior problema apresentado refere-se ao uso inadequado de tecnologias ou modelos de produção, causando sérios problemas ligados, principalmente, à erosão/exaustão dos solos, com declínio acentuado da fertilidade e de características físico-químicas. O uso impróprio de áreas, com restrições em sua aptidão agrícola, após sua utilização em plantio de culturas anuais são utilizadas como pastagens, com baixíssima capacidade de suporte e devido a fatores anteriormente citados, demonstram a inviabilidade de sua utilização intensiva, sendo favorecidos para o componente florestal.

Outro fator importante observado é o diminuto índice de investimentos no setor de

produção, principalmente em novos plantios, em função da descapitalização dos produtores e dificuldades de acesso a linhas de financiamento/apoio para a introdução da atividade, necessários em virtude do fluxo de caixa negativo nos primeiros anos de implantação do cultivo florestal.

A alternativa de implantação de sistemas agrossilvipastoris e posteriormente

florestas de produção com manejo sustentável ou ainda maciços florestais, podem ser consideradas como ótima forma de utilização das terras (haja vista sua fragilidade quando exposto a processos erosivos) proporcionando melhorias significativas em termos edafoclimáticos, produção e meio ambiente, podendo-se, inclusive, recuperar padrões ecológicos naturais (aliado à manutenção de biodiversidade), proporcionando-se melhorias de condições de vida das comunidades locais.

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No passado a floresta era até mesmo um empecilho para o que se considerava o

ideal de desenvolvimento da época. Atualmente, não é mais empecilho, é necessária, principalmente por seus produtos e por sua condição de permanência ou de longa vida, acaba alterando o ambiente do seu entorno e, com isso, proporcionando favorecimentos aos cultivos de ciclos curtos, às pastagens, às criações, à conservação e produção de água, à conservação do solo.

Regiões que em 10-50 anos tiverem madeira, e não qualquer madeira, e sim madeira para desdobro, para serrarias, que é para o quê está projetado um crescimento de 4,4% ao ano, terão a possibilidade de ampliar sua riqueza atraindo indústrias de base agroflorestal e, conseqüentemente, melhorar seu desempenho econômico e circulação de riquezas, expandindo a possibilidade de emprego, bem-estar e conforto para as populações envolvidas. A madeira é uma das sete matrizes que interligadas compõem o conceito de commodities ambientais, e o território paranaense apresenta condições excelentes para a produção de madeira com alto valor agregado. Nesta ótica, para o Estado Paraná, apresenta-se dois desaguadouros: um que passa pelos plantios florestais convencionais; outro que passa pelos sistemas agroflorestais, que se inicia com menor número de árvores por hectare, permitindo cultivos e/ou criação animal ao mesmo tempo, e chegando ao momento de colheita da madeira com alto valor agregado, tanto do ponto de vista da madeira em si, quanto do efeito indireto que a madeira, enquanto árvore, proporciona à agropecuária. Hoje existem áreas para demonstração de resultados práticos às comunidades interessadas. A sustentabilidade, o Desenvolvimento Sustentável de uma região, como a própria definição prediz, não poderá ser alcançado se for buscado de uma forma parcial; é improvável que se atinja o objetivo se não discutir a integração das atividades rurais e urbanas, os interesses das populações urbanas e rurais. As populações, de um modo geral, têm necessidades de alimentos de qualidade, preços baixos, água potável, ambiente climático regulado, lazer e ar puro. O ambiente rural, obrigatoriamente, precisa produzir como forma de sua existência, produzir para sua sobrevivência, para seu desenvolvimento e progresso, para atender às necessidades das populações por alimentos e outros produtos, mas, acima de tudo, produzir de forma sustentável no tempo e no espaço. É preciso garantir a manutenção da capacidade produtiva dos recursos para as gerações vindouras.

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A base para o desenvolvimento está na integração e interação dos componentes pecuário, agrícola e florestal, todos de maneira a contemplar as questões pertinentes à mitigação de seus impactos no meio ambiente, permitindo a máxima biodiversidade possível, o uso adequado do solo, a produção e conservação da água. O efeito da floresta na manutenção da fertilidade, recuperação e controle da erosão do solo; nas questões de produção de água, seqüestro de carbono, melhoria de microclima inclusive na associação com cultivos e criações em sistemas de integração, são inegáveis.

A contribuição do setor florestal na economia e desenvolvimento também é inegável, e a perspectiva futura aponta favoravelmente para àqueles que produzirem madeira nas próximas duas décadas. Em diversas regiões existe significativa deficiência no setor florestal, tanto no que diz respeito à produção (quantidade e qualidade) como em relação às florestas de proteção ou conservacionistas. As demandas das empresas consumidoras de madeira e lenha não serão atendidas plenamente. Esta demanda, juntamente à baixa oferta de matéria prima de origem florestal e o grande potencial das propriedades do Estado para a atividade florestal, faz dos plantios florestais uma ótima alternativa técnica e econômica, possibilitando a diversificação de explorações, gerando renda e equilíbrio/sustentabilidade ao meio ambiente, com isto melhorando a qualidade de vida dos agricultores e suas famílias, além do grande número de empregos na cadeia produtiva da madeira e de não madeireiros, principalmente no meio urbano.

2- JUSTIFICATIVAS

A sustentabilidade, o Desenvolvimento Rural Sustentável do Estado, não poderá ser alcançado se for buscado de uma forma parcial; é improvável que se atinja o objetivo se não discutir a integração entre as atividades rurais. Não se pode mais imaginar projetos ou programas específicos de desenvolvimento da pecuária, da agricultura ou das florestas de produção. A realidade tem mostrado a fragilidade destas propostas em termos de sustentabilidade. É preciso garantir a manutenção da capacidade produtiva dos recursos para as próximas gerações e, nesta ótica, o cultivo florestal é extremamente relevante e de impactos positivos quando integrados aos sistemas de produção desta ou daquela região. A base para o desenvolvimento está na integração e interação dos componentes pecuário, agrícola e florestal, todos de maneira a contemplar as questões pertinentes à mitigação de seus impactos no meio ambiente, permitindo a máxima biodiversidade possível, o uso adequado do solo e a conservação da água. A contribuição da floresta produtiva para a sustentabilidade é inegável.

O PR se diferencia dos outros estados da federação por possuir um parque

floresto-industrial estabelecido, tradicional e desenvolvido, representado pelas diversas cadeias produtivas com base na madeira. A produção florestal do Paraná se destina às diversas cadeias produtivas responsáveis pala produção dos mais variados produtos no Paraná, ressaltando com isso a importância estratégica da garantia de suprimentos para a continuidade de diversas atividades no Paraná.

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2.1- Obstáculos:

2.1.1- Políticas públicas inadequadas e falta de estruturação do setor: Apesar do setor de base florestal ser reconhecidamente um grande gerador de

emprego e renda, sua desestruturação organizacional levou ao “cenário de incertezas” vivenciado no presente momento. Isto poderia ter sido evitado caso medidas mitigadoras tivessem sido tomadas na época adequada. A falta de política pública, voltada para a indústria florestal, como parte fundamental do sistema produtivo do Estado, afetará diretamente a vida de milhares de pessoas, com o encerramento de parte considerável das empresas de base florestal ou de cadeias integradas. Este fenômeno deverá se acelerar já a partir de 2018, conforme vem sendo anunciada desde o início da década de 90. Porém, naquela época, esse alerta não sensibilizou os mandatários nem a iniciativa privada, que continuaram ampliando o número de empresas demandadoras de matéria-prima sem implantar novas áreas de produção ou busca da qualidade necessária da matéria-prima que atendessem à essa demanda. O agravamento da crise deverá gerar um déficit por volta de 2020, de 5,0 milhões de metros cúbicos, somente em toras de pinus.

O momento atual requer, portanto, uma estratégia conjunta do setor público e

privado, que amenize esses impactos e que transforme a economia do Estado do Paraná. Assim o setor de base florestal poderá atingir um estágio desenvolvimentista nunca antes experimentado, transformando-se no maior produtor, industrializador e exportador de madeira do País. Existe a necessidade de uma Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) mais efetiva na área florestal, especialmente para os produtores que não estão incluídos nos programas de fomento das grandes empresas consumidoras de madeira do Estado

A natureza brasileira, com ênfase à paranaense privilegia o setor, possibilitando

que os cultivos florestais sejam utilizadas comercialmente, num prazo equivalente a um décimo, quando comparado aos demais países de forte economia florestal do hemisfério norte.

Necessário é a criação de um Conselho Paranaense de Cultivos Florestais,

previsto neste plano, devendo ser traçadas estratégias para atender à demanda do mercado, planejando, adequadamente, as ações a serem implementadas e buscado o equilíbrio entre os aspectos produtivos, sociais, ambientais, econômicos e fiscalizatórios do setor, visando atender às diversas necessidades do plano, mantendo o foco no desenvolvimento sustentável ao longo dos próximos 50 anos.

2.1.2- Autoridade difusa e excessiva regulamentação: Os cultivos florestais, por serem tratados como florestas ou como

reflorestamentos, são confundidas com os plantios de conservação e ou preservação, o que determina a ação de todas as regulamentações do setor ambiental sobre esta atividade rural. A regulamentação da atividade florestal em florestas naturais é bastante restritiva e dispersa. Além disto está submetida a interpretações diversas.

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Na década de 60, criou-se o Código Florestal (Lei nº 4.771/65), o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal – IBDF e instituiu-se os incentivos fiscais ao reflorestamento, que foram suspensos vinte anos depois, em 1987. Um ano após, a Constituição Federal delegou aos estados brasileiros autonomia para constituírem suas próprias leis ambientais. Todavia, o comando e o controle da atividade florestal não foram totalmente descentralizados, ocasionando uma disfunção da autoridade ambiental do país, gerando, em conseqüência, excesso de burocracia, duplicidade de atos normativos e aumento de custos. Em 1985, o governo brasileiro criou o MMA – Ministério do Meio Ambiente e, em 1989, o IBAMA – Instituto Brasileiro de Recursos Naturais Renováveis, que veio se juntar ao SISNAMA e ao CONAMA , ampliando ainda mais os problemas oriundos da multiplicidade da autoridade.

Criou-se ainda no âmbito do MMA, uma Secretaria de Biodiversidade e Florestas

com a responsabilidade de propor instrumentos, políticas e normas ambientais e definir estratégias para promover a gestão compartilhada do uso sustentável dos recursos florestais. Em 2002, visando fortalecer o setor florestal, o MMA lançou o PNF – Programa Nacional de Florestas com objetivo de ampliar a base florestal brasileira, simplificar a normatização e propiciar um ambiente propício à sustentabilidade e viabilidade econômica do negócio florestal em condições competitivas.

Porém, tanto a Secretaria de Biodiversidade e Florestas quanto o PNF têm sua

atuação abafada pelo CONAMA, que vem atuando de maneira inadequada, suplantando o próprio MMA. O mesmo vem ocorrendo com as estruturas estaduais. Recentemente foi criada a Política Agrícola Nacional de Florestas Plantadas (Decreto nº 8.375, de 11 de dezembro de 2014), transferindo a responsabilidade do segmento para o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

Há a necessidade de uma revisão técnica e maior transparência nas regras para as exportações e comercialização interna dos produtos florestais, de maneira a reduzir os custos de transação e potencializar novos mercados para os produtos da cadeia produtiva.

Torna-se, portanto, necessária uma revisão da legislação brasileira e estadual de tal sorte que as atividades produtivas não sejam penalizadas, comprometendo o desenvolvimento sustentável. Os estados precisam de autonomia para adequar a legislação às suas próprias tipologias florestais, às condições edafoclimáticas e às particularidades culturais, compatibilizando as atividades produtivas e conservacionistas de maneira a atender as demandas da sociedade por matéria-prima florestal, conforme as vocações e potencialidades regionais.

No âmbito do Paraná, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos

Hídricos (SEMA), através do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), já resolveu a questão do Serviço Estadual de Reposição Florestal Obrigatória (SERFLOR) e procedeu às alterações para sua finalização. A transferência do segmento dos Cultivos Florestais da SEMA para a SEAB, no contexto da Resolução conjunta nº 002/04 (SEAB/SEMA), convergiu sobremaneira para a simplificação das tomadas de decisão.

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2.1.3- Inexistência de um Programa Estadual de Qualidade da Madeira e de produtos não madeireiros:

A indústria de madeira processada mecanicamente se depara frequentemente com

problemas referentes à qualidade de seus produtos. A criação de um Projeto Estadual de Qualidade da Madeira, semelhante ao programa nacional (PNQM), organizado pela Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente – ABIMCI, deverá buscar o estabelecimento de padrões e procedimentos de controle da qualidade dos produtos de madeira. Especificações técnicas mais rigorosas permitirão atender às exigências crescentes dos setores de construção civil e de móveis, propiciando a transposição de barreiras não tarifárias e impedimentos que emperram a exportação para o mercado americano e europeu. Estima-se que o não cumprimento das exigências desses mercados causará importantes perdas a curto e médio prazos. Desta forma, fortalecer o PEQM é de suma importância para o aumento da carteira de exportações e para garantir a manutenção do mercado já conquistado. Ademais, será necessário existir florestas.

2.1.4- Pouco envolvimento político e institucional do setor florestal: Tal qual o setor de base florestal brasileiro, o paranaense sempre se ressentiu de

representação e organização política institucional. Não fosse a existência da Federação das Indústrias do Paraná – FIEP e da Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal – APRE poder-se-ia dizer que o setor nunca teve representação institucional. No entanto, a partir de 2003, através da APRE, o setor florestal passou a organizar o apoio suprapartidário de deputados estaduais e federais. Essa iniciativa se ampliou e conta atualmente com um grupo de aproximadamente 50 deputados e senadores de vários estados, que compõe a Frente Parlamentar de Silvicultura, que buscaram a transferência de atribuições das definições políticas do setor, do Ministério do Meio Ambiente para o Ministério da Agricultura, a desoneração de custos burocráticos e o incentivo às pequenas e micro empresas.

O setor de florestas plantadas apresenta significativa importância para o

desenvolvimento econômico e social do Estado do Paraná e para a preservação do meio ambiente, com consideráveis vantagens comparativas em relação às demais culturas.

Fundamentalmente, é a silvicultura que vem dando o principal suporte ao crescimento da indústria de papel e celulose, de chapas e madeira serrada, que a cada ano vem se fortalecendo com o ingresso de novos investimentos.

A importância da silvicultura, como instrumento incontestável de geração de renda e emprego, é reconhecida como uma das alternativas viáveis para o alcance da almejada política de desenvolvimento sustentável. Assim, a Frente Parlamentar da Silvicultura é um importante fórum para discussão e equacionamento das questões que o setor florestal vem enfrentado.

A Frente parlamentar da silvicultura Paranaense tem como objetivo, Conciliar os legítimos interesses do setor florestal com as ações da política governamental de desenvolvimento e preservação ambiental, visando maximizar o potencial do setor e conferir-lhe sustentabilidade. Além de: Promover a integração do setor florestal com a sociedade; contribuir com estudos e propostas para o setor de produção e fomento florestal; Acompanhar e propor adequação na legislação florestal e ambiental; Acompanhar e propor adequação na legislação florestal e ambiental; Estimular a produção, com a adoção de mecanismos financeiros e tributários; Incentivar o cultivo e a produção de florestas plantadas; Defender o uso sustentável e racional de madeira de

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floresta plantada na fabricação de celulose/papel, chapas, aglomerados, móveis e madeira para uso na construção civil; dar suporte político nas decisões da Assembleia Legislativa no que diz respeito ao setor florestal; Facilitar o entendimento entre o setor florestal e ambiental.

A Frente foi criada no ano de 2012, tendo como seu primeiro presidente o Deputado Cesar Silvestre Filho.

Até recentemente não havia por parte dos legisladores, o reconhecimento da

importância que a atividade silvicultural representa, perderam o Paraná e o Brasil.

2.1.5- Falta de tecnologia adequada para a produção de madeira de qualidade em propriedades rurais tradicionais:

Com o aumento da população e consequentemente do consumo, estima-se que

serão utilizados 1,6 bilhão de metros cúbicos/ano de madeira, havendo projeções para 2050 (FAO) de dois a três bilhões de metros cúbicos/ano, com um aumento aproximado de 60 milhões de metros cúbicos ao ano. O atendimento da demanda futura sem degradar as florestas naturais somente poderá ser conseguido se houver aumento da eficiência e eficácia da produção, da exploração e da conversão da matéria-prima.

Essa carência somente poderá ser suprida através do desenvolvimento tecnológico

onde se inclua técnicas moleculares em complementação às de melhoramento genético convencional, através da integração com a engenharia genética, técnicas in vitro, cruzamentos convencionais e bioinformática, onde o mapeamento e análise da biodiversidade se constituirão no ponto central para a manutenção do germoplasma, para o controle biológico e para os processos simbióticos.

O desenvolvimento de tecnologias para uso múltiplo, que permita acompanhar o

crescimento da floresta e disponibilizar meios para seu manejo produtivo às diversas cadeias produtivas existentes, é vital para a economia. Propõe-se ações de acompanhamento do desenvolvimento da floresta, mediante sistematização das informações de seu estoque e seus usos, motivando os diversos atores envolvidos no processo à racionalização do uso da floresta, permitindo que a mesma atinja estágios mais avançados, onde possa ser utilizada para o desdobro e a elaboração de produtos acabados de usos prolongados. O preço médio da madeira desdobrada, no Estado, apresenta agregação de valores acima de 130% por metro cúbico para madeira com nós e 280% para madeira desramada. Para atender esse perfil, as instituições de pesquisa, públicas e privadas, precisarão investir na profissionalização de seus gestores em ciência e tecnologia, na melhoria de sua infraestrutura de pesquisa, na incorporação de competências em modernas técnicas de pesquisa e na atualização constante de seu quadro de profissionais. Apesar da Região Sul concentrar 30% dos engenheiros florestais e 24% dos mestres e doutores formados no país, há uma carência muito grande de profissionais técnicos com formação adequada para atuar em cultivos florestais em propriedades rurais da agropecuária tradicional do Estado (O sucesso deste acesso dependerá do fortalecimento das instituições de ATER na parte florestal). Faz-se portanto necessário capacitar profissionais para atuarem nesse segmento.

Dentre as ações a serem implementadas estão parcerias entre os setores público e privado, de modo a melhorar o acesso de pequenos e médios produtores florestais a tecnologias adequadas em silvicultura clonal e biotecnologia. Devem ser efetivados: cadastramento e capacitação de viveiristas particulares interessados na produção de

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material clonal ou seminal de alta produtividade, para apoiar ações de fomento florestal/agroflorestal dos Projetos; cooperação entre empresas privadas e Embrapa/Iapar no desenvolvimento e/ou adaptação de protocolos de micropropagação e outras tecnologias correlatas, no sentido de redução de custos e otimização, visando melhorar a acessibilidade de viveiristas e pequenos e médios produtores florestais; e estabelecimento de estruturas adicionais de produção e distribuição de material de plantio (viveiros, jardins clonais, pomares de sementes, laboratórios, etc.) em regiões estratégicas e a realização de investimentos em difusão de tecnologia e capacitação de técnicos e produtores.

2.1.6-Escassez de recursos financeiros e dificuldade de acesso às linhas de

crédito: Não existem muitas alternativas de financiamentos para a implantação de

empreendimentos florestais e praticamente inexistentes em manejo e colheita, principalmente quando se trata de pequenos e médios produtores. A criação do Programa de Plantio Comercial de Florestas – Propflora (hoje ABC) e do Pronaf-Florestal/Eco melhoraram um pouco esse quadro. Porém a demanda por crédito é maior que a prevista por esses programas e tampouco foram estabelecidos mecanismos de avaliação de projetos e assistência técnica qualificada nem disponibilizados recursos para tal. É necessária a criação de mecanismos de financiamento indireto, tais como a dilatação de prazos de impostos de empresas da cadeia produtiva da madeira, integrações florestais e outros que permitam a participação da iniciativa privada nos projetos, usufruindo de apoios governamentais, e comparecendo com complementações orçamentárias.

Deve-se buscar uma maior comunicação e interação com instituições financeiras responsáveis pela liberação dos financiamentos florestais. Esta comunicação objetivará esclarecer dúvidas dos agentes financeiros com relação aos empreendimentos florestais, e as organizações do setor florestal e das instituições de ATER sobre como é realizada a análise para a aprovação dos projetos. O foco principal será a desmistificar a atividade e o crédito florestal e capacitar ambas as equipes para potencializar o acesso e o uso dos recursos liberados.

O Plano deverá propiciar, através de um “Fundo Florestal Paranaense” – FFPr, maior quantidade de recursos, ampliação do número de títulos da terra, o estabelecimento de um fundo de aval e maior divulgação das linhas de crédito. Agregado à introdução de mecanismos de incentivo ao associativismo, será possível a atividade de cultivo florestal numa nova dimensão, abrindo-se espaço para as pequenas e médias propriedades rurais.

2.1.7- Falta de informações e dados sobre o setor: A legislação florestal sofreu diversas alterações nos últimos anos, através de

portarias, resoluções, leis ordinárias, leis extraordinárias, medidas provisórias e ordem de serviços, do Ministério de Meio Ambiente, Ministério da Agricultura, CONAMA, Congresso Nacional e Presidência da Republica.

Tal complexidade de informações inibe a tomada de decisões. Visando resolver

este problema, propõe-se criar um site contento toda a legislação pertinente, com links que permitam a busca instantânea de portarias e resoluções nos diversos órgãos e que apresente uma interpretação deste conjunto de leis, com atualização sistemática. Além disso, será estabelecido um portal com informações organizadas sobre o setor,

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disponíveis em várias bases de dados (FAO, IBGE, DERAL, IFPR, etc.), onde os agentes da cadeia poderão ter acesso às informações sobre o setor de uma maneira mais sistematizada.

O processo de recuperação de áreas e ecossistemas degradados, como exemplo, requer uma abordagem holística e, portanto, complexa. A falta de sistematização desse conhecimento dificulta o acesso à informação por parte de técnicos e produtores. Portanto é necessário que as universidades e as instituições de pesquisa repassem o conhecimento através de manuais técnicos, cartilhas, cursos especiais, para formar técnicos e profissionais com visão crítica e contextualizada.

Deve-se considerar também o fato de que as florestas produtivas podem contribuir

para a aceleração do processo de recuperação de áreas degradadas, produzindo resultados a médio prazo mais eficazes do que as ações de natureza exclusivamente conservacionista.

Outras informações, como mercado, projeção futura de oferta e demanda, novos

investimentos, necessidade de infra-estrutura, cadeias produtivas integradas e seus gargalos em produtos de origem florestal deverão ser levantados pela Autoridade de Cultivos Florestais.

2.1.8- Infra-estrutura logística deficitária: O Estado do Paraná atualizou, em 2003, o seu Plano Diretor de Transportes

Intermodal – Componente Paraná, elaborado pelo CODESUL em convênio com o extinto GEIPOT, hoje Agência Nacional de Transportes Terrestres – ANTT. Esse plano define, através da interação com os segmentos inseridos no setor de transportes, os potenciais, as deficiências e os avanços necessários para os cenários de um horizonte projetado para 2030. Tal plano encontra-se sob a gestão da Secretaria de Estado de Transportes – SETR.

Para viabilizar o adequado escoamento da produção madeireira, de forma

competitiva, faz-se necessária a modernização e a ampliação da infra-estrutura viária, principalmente nas regiões de maior concentração de produção florestal, para permitir acesso aos terminais de cargas e portos, através de uma logística integrada ao sistema ferroviário. O investimento em estradas rurais precisa ser ampliado e trará benefícios a todo agronegócio, permitindo escoamento durante todo o ano.

Sem a ampliação e a integração intermodal da infra-estrutura de transporte do

Estado, estará comprometida a competitividade do Paraná, não só no que diz respeito ao Plano de Cultivos Florestais mas, também, com relação a todo o processo produtivo.

O principal pleito junto aos órgãos competentes liderado pela APRE é quanto às estradas vicinais onde as empresas fazem a manutenção, mas tem dificuldade para “liberar” cascalheiras juntos ao IAP. Existe um convenio com a SEIL para a execução de um projeto piloto visando tirar o movimento das estradas estaduais e direcionar às estradas vicinais. Este assunto é um tema importante devido às tentativas de restrição de transporte de madeira que existe em dia de chuva em alguns municípios.

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2.1.9- Falta de “Marketing’ institucional: Políticas de “Marketing” dos produtos florestais brasileiros e, em especial da

madeira brasileira, são inexistentes ou incipientes. É necessário criar mecanismos eficientes junto aos Ministérios da Agricultura, da Ciência e Tecnologia, das Relações Exteriores e da Indústria e Comércio.

A organização do setor poderá, também, possibilitar o rompimento de algumas

barreiras à exportação de madeira brasileira e paranaense, como por exemplo, a falta de informação junto aos principais países compradores, principalmente EUA, Japão e Inglaterra.

2.1.10- Movimentos nacionais e internacionais contrários às florestas

plantadas: A questão dos cultivos florestais tem sido abordada por grupos nacionais e

internacionais sob enfoques negativos, como destruição de ecossistemas, ameaça às comunidades locais, diminuição da segurança alimentar, violação de territórios indígenas e de direitos territoriais, ameaça à agropecuária e fortalecimento excessivo dos grandes grupos empresariais do setor.

O Plano de cultivos florestais apresenta uma nova abordagem da questão, que

considera as plantações florestais como qualquer outro tipo de cultura, que pode vir a ocupar áreas degradadas ou ser implantada em consórcio a outras culturas já existentes. Neste caso, não envolve destruição ou comprometimento da biodiversidade, entre outros problemas anteriormente citados, já que a implantação de cultivos florestais concorre para a recuperação ambiental de maneira mais eficiente do que outras monoculturas agrícolas. Além disso, a intensificação dos plantios florestais, reduz a destruição de florestas naturais, auxilia na restauração de áreas degradadas, minimiza os impactos das mudanças climáticas e pode concorrer, de forma expressiva, para a geração de empregos e melhoria da renda de pequenos e médios produtores rurais, gerando desenvolvimento e equidade social. O cultivo florestal não se pode esquecer, oferta matéria-prima oriunda de recurso natural renovável e de produção limpa, o qual, ao mesmo tempo em que se desenvolve melhora as condições do solo, da água e da atmosfera, pela fixação de CO².

3- Bases Estruturantes:

3.1- A Proposta: Uma nova Política Pública sobre cultivos florestais para o Estado, em termos de tecnologia e organização, para o desenvolvimento do setor florestal produtivo, deve ser urgentemente implementada visando-se projetos de médio e longo prazos, com horizonte mínimo de 50 anos (média de dois ciclos florestais) , para atendimento da demanda atual e futura expansão das atividades de produção primária e industrial do setor, aliado à geração de empregos e renda, tanto na zona rural como urbana.

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Os pilares sob os quais pode se sustentar a Política Florestal Produtiva estão alicerçados em quatro bases: Figura 2 – Desenho esquemático das Bases de Sustentação da Política Florestal – Unidade de Gestão: IFPr

3.2- Objetivo Geral da Política Pública: Garantir a ampliação da base em Cultivos Florestais do Estado do Paraná, transformando-o no maior produtor de madeira plantada do Brasil, sob a égide da sustentabilidade, com foco em pequenas e médias propriedades rurais, priorizando a forma de mosaico florestal produtivo e qualidade da madeira e de não madeireiros.

3.3- Objetivos Específicos: Estão relacionados com os quatro pilares da política.

Instituir um arcabouço legal que garanta as condições mínimas necessárias para a implementação da política pública, seja de ordem técnica, legal, jurídica e administrativa;

Criar instrumentos financeiros quer orçamentários ou de políticas fiscais que garanta a implementação da política pública;

Desenvolver o Plano de cultivos florestais de longo prazo - (mínimo de 50 anos), que estabeleça os procedimentos para o fomento, pesquisa, ensino e extensão à atividade florestal produtiva do Estado em bases sustentáveis.

3.4- O Plano de Cultivos Florestais: A composição do Plano estará pautada em grandes projetos, cuja dinâmica encontra-se condicionada às especificidades dos mesmos. Assim, dentro de cada projeto há uma forma operacional própria em função de seus objetivos e proposta de ação, com envolvimento de entidades parceiras diferenciadas. Alguns são destinados ao apoio direto aos agricultores, outros são de apoio logístico para dar sustentação ao Plano. Em outros os beneficiários são entidades ou técnicos, como forma de garantir o nível científico dos projetos. Neste contexto, o Plano dispõe seus projetos por área estratégica (Base Tecnológica de Sustentação; Base Logística para a Produção; e Base de Fomento à Produção), conforme figura a seguir.

POLÍTICA PÚBLICA PARA OS CULTIVOS FLORESTAIS NO ESTADO

DO PARANÁ

LEI E CONSELHO ESTADUAL CULTIVOS FLORESTAIS

UNIDADE DE GESTÃO (Estrutura administrativa)

INSTRUMENTOS FINANCEIROS

PROJETOS

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Figura 3 – Desenho esquemático-operacional

3.4.1- Objetivo Geral: Ampliar a base dos cultivos florestais do Estado do Paraná sob a égide da sustentabilidade. Objetivos Específicos:

Desenvolver estratégias para a garantia de competitividade do setor; Estabelecer mecanismos facilitadores de investimento, bem como de

inclusão de pequenos e médios produtores à CPM (cadeia produtiva da madeira) e CPNM (cadeia produtiva dos produtos não madeireiros);

Contribuir para a recuperação de áreas de RL com manejo sustentável; Recuperar áreas degradadas, incorporando-as ao processo produtivo; Sistematizar, interpretar, acompanhar a legislação e mecanismos

regulatórios associados à atividade florestal; Propiciar a modernização da transformação industrial da matéria prima

florestal; Estimular mecanismos de otimização da colheita florestal; Difundir e estimular o uso múltiplo de florestas; Estimular a produção qualitativa de matéria-prima florestal; Estimular a geração e transferência de tecnologias (ênfase em capacitação); Estimular parcerias públicas e privadas (ampliação da base genética

florestal); Promover e estimular a criação de indústrias de transformação da matéria-

prima florestal nas comunidades, visando agregar valor à produção e

PFM100

BASE LOGÍSTICA

PARA A PRODUÇÃO

PROMOFLOR-PromAtivBaseFlor

PDCPM-DesenvCadProdMad

PROINFRA-ApoioInfraestrutura

BASE LOGÍSTICA

PARA A PRODUÇÃO

PROMOFLOR-PromAtivBaseFlor

PDCPM-DesenvCadProdMad

PROINFRA-ApoioInfraestrutura

BASE DE FOMENTO À PRODUÇÃO

ASSOCIAR –Prom.Prod.Via.Assoc

CERTIFLOR-CertSustAtivFlor

INTEGRAR –Prom.Prod.Via.Integ

CARBOFLOR-SeqCarFomConFlo

BASE DE FOMENTO À PRODUÇÃO

ASSOCIAR –Prom.Prod.Via.Assoc

CERTIFLOR-CertSustAtivFlor

INTEGRAR –Prom.Prod.Via.Integ

CARBOFLOR-SeqCarFomConFlo

DIFLOR-DifusãoConhTecnFlor

INAFLOR-OrganInforAgronFlor

TECFLOR-GeraçãoConhTecnFlor

BASE TECNOLÓGICA

DE SUSTENTAÇÃO

DIFLOR-DifusãoConhTecnFlor

INAFLOR-OrganInforAgronFlor

TECFLOR-GeraçãoConhTecnFlor

DIFLOR-DifusãoConhTecnFlor

INAFLOR-OrganInforAgronFlor

TECFLOR-GeraçãoConhTecnFlor

BASE TECNOLÓGICA

DE SUSTENTAÇÃO

Política Pública para os Cultivos Florestais do Estado do Paraná

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viabilizar o acesso a mercados mais distantes (maior raio econômico de transporte).

Busca de recursos materiais e financeiros (nacionais e internacionais); Abertura de novos mercados.

3.4.2- Principais Projetos

Quanto à Base Tecnológica de Sustentação TECFLOR: Projeto de Geração de Conhecimentos e Tecnologias Florestais DIFLOR: Projeto de Transferência e Difusão de Conhecimentos e Tecnologias Florestais INAFLOR: Projeto de Organização das Informações para o Agronegócio Florestal

Quanto à Base Logística para a Produção PROINFRA: Projeto de Apoio a Infra-estrutura (escolas e produção de mudas) PROMOFLOR: Projeto de Promoção das Atividades de Base Florestal PDCPM: Projeto de Estímulo ao Desenvolvimento de Cadeias Produtivas Madeireiras Integradas (Intermediário Diversificado para pequenas indústrias) PROEC: Programa de Estímulo à Construção com Madeira e valorização do uso da madeira

Quanto à Base de Fomento a Produção Sustentável INTEGRAR: Projeto de Promoção de Produtores Florestais Via Integração com Empresas ASSOCIAR: Projeto de Promoção de Produtores Florestais Via Mecanismos de Associativismo e movimentos de consórcios intermunicipais CERTIFLOR: Projeto de Certificação de Sustentabilidade de Atividades Florestais CARBOFLOR: Projeto de Seqüestro de Carbono como Mecanismo de Incentivo ao Fomento e à Conservação Florestal no Paraná 3.4.3- Principais benefícios e beneficiários: O produtor rural:

Aumento da rentabilidade; Aumento da renda/unidade de área; Maior valor da propriedade; Diversificação de produtos e potencial para a verticalização; Acesso à extensão e comunicação rural e às tecnologias florestais Acesso a programas de certificação de manejo florestal e agroflorestal; Acesso ao mercado de madeira de alta qualidade; Melhorias das condições de ambiente; Captura de CO2 e respectivo mercado de créditos de carbono.

O setor industrial: Atender aspectos para a certificação de sustentabilidade; Garantir abastecimento com matéria-prima de alta qualidade Diminuir custos de matéria prima; Ampliar a base florestal de matéria-prima; Regular preços; Ampliar números de fornecedores; Participar efetivamente do desenvolvimento estadual; Eliminar riscos ambientais pela diminuição dos desmatamentos e re-

equilíbrio microclimático.

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A sociedade em geral: Geração e/ou manutenção de empregos; Contribuição real para minimização dos efeitos da mudança climática; Proporcionar empreendimentos mais diversificados no Estado; Ampliar o o acesso à educação, pesquisa e tecnologias; Dimuinuir a pressão sobre remanescentes florestais nativos; Consolidação da riqueza local e regional; Ampliar a arrecadação de tributos (sem aumentar suas taxas); Promover a recuperação de áreas degradadas; Produção e manutenção de água; Re-equilíbrio ambiental e microclimático; Ampliar a circulação de riquezas;

3.4.4- O Conceito de Mosaico Florestal:

Os modelos de implantação dos cultivos florestais sempre estiveram pautados em grandes maciços que visavam garantir a oferta de matéria-prima às indústrias, contudo este modelo não é mais aceito pela sociedade, em função de impactos ambientais e sociais desfavoráveis e não existência de grandes áreas disponíveis. Deve-se abrir mais esta oportunidade à agropecuária paranaense, auxiliando nossos pequenos e médios proprietários rurais no ingresso à atividade e capacitando-os para que futuramente sejamos referência na produção de madeira e de produtos não madeireiros, como já somos na agricultura tradicional e na pecuária. No modelo, proposto neste documento, a expansão da base florestal produtiva do Estado deverá basear-se na implantação de áreas de produção em pequenas e médias propriedades rurais, configurando uma grande área florestal dividida em um grande número de propriedades rurais (ao que chamamos de Mosaico Florestal Produtivo na Paisagem). Neste conceito técnico os impactos ambientais são consideravelmente reduzidos e contribuem para a conservação dos solos e manutenção de água, além de dividir os benefícios econômicos da atividade. Não obstante as ações com espécies nativas deverão ser focadas com prioridade, pois espécies como a Bracatinga (maior índice calorífico que a maioria da exóticas), a Erva-Mate (sendo o principal produto florestal não madeireiro do Estado), a Araucária (Pinheiro do Paraná) com características industriais superiores aos Pinus e produção de frutos, além de outras com potencial econômico tais como os Ipês, Cedro rosa e Canafístula com qualidade indiscutível para usos mais nobres.

3.4.5- A Originalidade e Pioneirismo:

Em todos os Estados da União a pasta de produção florestal produtiva está vinculada a estruturas de cunho ambiental (Secretarias de Estado do Meio Ambiente). Este fato tem criado uma forte dissociação do componente florestal produtivo das demais atividades agropecuárias, pois quando se tem uma pasta de produção, agregada a órgãos ambientais, as ações governamentais passam a exercer um papel puramente burocrático e fiscalizatório (a natureza das entidades é ambiental) ignorando o contexto do desenvolvimento sustentável, onde existe um equilíbrio de forças com o setor ambiental, social e econômico. O Estado do Paraná tem a primazia na transferência de atribuições, em cultivos florestais, da Secretaria de Estado do Meio Ambiente para a Secretaria de Estado da Agricultura. Contudo a simples transferência de atribuições não resolve o problema, pois necessita de instrumentos de estímulo e organização das cadeias produtivas (da madeira e dos produtos não madeireiros), que possibilitem os pequenos e

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médios produtores atuarem no mercado de forma rentável e garantindo o crescimento da base florestal em termos de sustentabilidade. O modelo que está se desenvolvendo no Paraná, vem sendo acompanhado por outros Estados que desejam, futuramente, desenvolver tal ação.

3.4.6- O Envolvimento de Elementos Sociais:

Esta proposta não será embasada somente na dinamização de produtores aos cultivos florestais (sejam eles econômicos- 1 hectare de floresta plantada rende aproximadamente 1/2 salário mínimo mensalmente ao pequeno produtor ou preservacionista – Reserva legal e Preservação permanente – rende sustentabilidade às próximas gerações), mas também com trabalhos junto a Escolas, ONG’s, Empresas, Indústrias, Igrejas, Sociedade civil organizada, etc. buscando a organização de todos os setores da sociedade para um objetivo comum: Produzir de forma sustentável (no tempo e no espaço), respeitando-se o equilíbrio entre as forças econômicas, sociais e ambientais.

3.4.7- A Unidade de Gestão (Estrutura Administrativa):

Quando se propõe um plano desta magnitude entende-se que o volume de recursos é considerável e a busca por mecanismos de financiamento (PNF – Programa Nacional de Florestas, MMA, MAPA, MDIC, etc.), inclusive internacionais (junto a FAO, JICA, SIDA, GTZ, BID, Banco mundial, OEA, dentre outros com disponibilidade de recursos para este modelo de investimento), é premente e necessária, sendo o Estado um mecanismo de propulsão e acesso a mecanismos de financiamento para os novos plantios e sistemas industriais. A existência de uma entidade (Instituto de Florestas do Paraná) que possua agilidade e dinamismo capaz de contratar convênios com entidades nacionais e internacionais, buscar corpo técnico em outras Secretarias de Estado, promover um diálogo constante com outras instituições do setor, além de outras atividades, devem ser ampliadas e fortalecidas.

3.5- Princípios fundamentais: 3.5.1- Sustentabilidade: Garantir a sustentabilidade da produção florestal através de práticas silviculturais e modelos de gestão que preservem e/ou promovam melhoria ambiental, minimizando a fragmentação dos remanescentes florestais naturais. Outros aspectos a serem observados incluem ações que respeitem os corredores ecológicos, que assegurem a capacidade de regeneração dos ambientes degradados, que respeitem os processos naturais, a preservação de habitats e o estabelecimento de relações apropriadas entre o próprio e o coletivo, entre o capital e o trabalho, mantendo atividades cujos benefícios excedam os custos sociais. 3.5.2- Democratização: Garantir o acesso ao programa e aos benefícios dos cultivos florestais a todos os setores envolvidos na cadeia produtiva florestal, buscando facilitar tanto a introdução da atividade nos sistemas tradicionais produtivos das propriedades rurais quanto a sua condução e comercialização.

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3.5.3- Descentralização: Frente a necessidade de rapidez na tomada de decisão, tanto em aspectos relacionados à proposição e avaliação de projetos quanto na sua aprovação, faz-se necessária a descentralização da estrutura de gerenciamento e da condução do programa. 3.5.4- Regionalização: Em vista das marcantes diferenças entre aspectos edafoclimáticos (diferentes biomas, inclusive), culturais e políticos o programa (projetos) deverá ser regionalizado, visando atender necessidades atuais e futuras da economia local. 3.5.5- Enfoque intersetorial: A cadeia produtiva da madeira e dos produtos não madeireiros é complexa e composta por diversos segmentos interdependentes, desde energia até madeira para usos mais nobres no estado do Paraná. E nesta ótica, a questão do agronegócio de base florestal deverá ser considerado, em suas interfaces/inter-relações, com proposição de uso múltiplo dos recursos florestais plantados. 3.5.6- Compromissos de longo prazo: A atividade florestal em si requer horizontes de tempo maiores do que a agricultura tradicional. Visualizando-se programas com um mínimo de 3 ciclos do cultivo florestal tem-se um período mínimo de 50 anos. Contudo, outras interfaces da cadeia produtiva devem ser consideradas, principalmente no que se refere à industrialização, que vem crescendo na ordem de 4,4% ao ano (média dos últimos 10 anos) e em termos de sustentabilidade e garantia de produção futura. 3.5.7- Criação de capacidades: Possibilitar, a todos os componentes da cadeia produtiva, treinamentos em suas respectivas áreas, congregando esforços de institutos de pesquisa, universidades e instituições representativas dos setores industrial/agropecuário (SEBRAE, SENAI e SENAR) e comercial (SENAC). 3.5.8- Integração com as estratégias nacionais: Contribuir para a consecução das estratégias macroeconômicas nacionais que visem à geração de renda e emprego, à conservação da biodiversidade, à conservação dos recursos naturais, ao equilíbrio da balança de pagamentos e à segurança alimentar. 3.5.9- Reformas institucionais e políticas: Lutar por reformas políticas e institucionais que modernizem a legislação e que exijam das instituições responsáveis por sua aplicação o respeito aos produtores e empresários, tratando-os como cidadãos participantes ativos da criação da riqueza nacional e da paz social. 3.5.10- Enfoque por ecossistemas: Apoiar o estabelecimento da regionalização (em base ecológica e econômica do Estado) definindo, para cada ecossistema, uma estratégia particular no que tange aos modelos de produção florestal e à exploração sustentável de florestas naturais e cultivos florestais. 3.5.11- Equidade: Assegurar que o programa, além de buscar a melhoria da base florestal do Estado e do País, traga remuneração justa para todos os participantes de forma que parte da renda gerada venha a ser reinvestida em obras e serviços que possibilitem a melhoria da renda

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e da qualidade de vida de todos os elementos economicamente ativos, participantes de sua geração. 3.5.12- Transparência: Assegurar visibilidade à sociedade no que tange aos seus projetos, atividades e fontes de financiamento bem como criar mecanismos de controle pela sociedade civil. 3.6- Base Financeira

O Projeto contará com recursos financeiros de R$XXXXXXX Milhões, Procedentes do BRDE/BNDES/Tesouro do Estado/Taxas e fundos........,

Tem como Agente Distribuidor o XXXXXXXXXXXXXXX. Número de árvores que serão cultivadas ao ano: XXXXXX Milhões; Área Prevista por ano: XXXXX mil hectares de cultivos madeireiros e de YYYY mil hectares de

cultivos não madeireiros; Prazo para ressarcimento do recurso em caso de financiamento: 8 – 12 -16 anos; Ativo positivo ao final do Projeto: R$ XX Bilhões Localização no Estado em cada projeto: XXXXXXX; Composto por XXXXXX municípios (Baixo IDH e interesse industrial); Recurso aplicado em pequenos, médios e grandes proprietários; Áreas disponíveis (sub-utilizadas e degradadas): 200 mil hectares; Eliminação do Déficit de Matéria-Prima Florestal do Estado; Inovação e pioneirismo na visão do Estado quanto aos benefícios da floresta plantada frente às

pequenas propriedades rurais e agricultura familiar.

Empresas

Municípios

Consórcios

Sindicatos

Cooperativas Escolas

Ong’s Estado

Fonte financeira

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3.7- Aspectos Ambientais:

Captura de XXXXX Milhões de Toneladas de Carbono, minimizando gases do aquecimento global; Recuperação de áreas de Reserva Legal e Preservação Permanente nas propriedades

beneficiárias; Preservação de remanescentes florestais nativos; Conservação e recuperação de solos; “Produção de Água” com a regularização do ciclo hidrológico; Movimento Positivo de massas de ar locais (microclimas); Atendimento a princípios de certificação de sustentabilidade. Contribuição à matriz energética do Estado em fontes renováveis. Mudança no conceito de produção florestal em grandes maciços (monoculturas) para Mosaico

Florestal; Mitigação de gases do efeito estufa; Melhoria nos índices de eficiência do uso do solo.

3.8- Plano de Comunicação: Criação do Núcleo de Comunicação para Divulgação

Dirigida, conforme diretrizes, envolvendo:

Secretaria de Estado da Educação; Câmaras Municipais; Diretórios de Partidos da Base do Governo; Assembléia Legislativa; Conselho Estadual do Meio Ambiente; Conselho Estadual de Cultivos Florestais AMP; Ocepar; Faep; Fetaep; Fetraf sul; FIEP; Tv e Rádio Educativa; Celepar – Portal sobre o programa; Universidades Estaduais e Federais; Instituições de Ensino e de Pesquisa; Colégios Agrícolas; Igrejas; Associações Comerciais e Industriais; Organizações não governamentais; Unidades do Exército; Rotary Club e Lions Maçonaria; Jornais de Circulação regional; Rádios da capital e do interior do Estado (Via programa de rádio da Emater).

4- DELINEAMENTOS ESTRATÉGICOS 4.1- De âmbito setorial: Regionalização das atividades agropecuárias e florestais no do Estado Zoneamento econômico/ecológico: O estado do Paraná se comprometeu a elaborar seu Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE), que é da máxima importância para o planejamento do Estado. Assim, o Estado deverá implementar, efetivamente, regionalização das atividades agropecuárias e florestais nos diversos do Estado o zoneamento sócio-econômico e ecológico dos biomas e adotá-lo como instrumento fundamental de planejamento e de orientação ao

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ordenamento. Esse documento deverá ser a base para nortear a conservação, o uso múltiplo, a industrialização e o fomento dos recursos florestais nativos e cultivos florestais. Como parte importante do ZEE o governo do Estado poderá deverá definir que o IFPR (Instituto de Florestas do Paraná) e IAPAR em conjunto com a Universidade Federal do Paraná e a EMBRAPA Florestas, vinculada ao Ministério de Agricultura realizem o zoneamento/regionalização florestal (Cultivos florestais) do Estado. A regionalização dos Cultivos Florestais do Estado, juntamente com o Zoneamento Agrícola do Paraná, os mapas de IDH, da pobreza e industrial no Estado, o mapa de ação antrópica atual, a regionalização Zoneamento para fins de conservação e uso sustentável dos recursos florestais do Paraná, dentre outras bases de dados, constituirão ferramentas potenciais para a regionalização da produção florestal e para a sua utilização como mecanismo de inclusão social. 4.2- De âmbito sub-setorial 4.2.1- Expansão da base florestal plantada:

A expansão da base florestal plantada, com ênfase na recuperação de áreas degradadas, está em conformidade com ação semelhante, definida pelo Programa Nacional de Florestas que estabeleceu como meta, para o período 2008-2025, o plantio de 800.000 hectares através de pequenas e médias propriedades rurais e de 1.200.000 hectares através de programas empresariais, além de restauração de 60.000 hectares de matas ciliares e 140.000 hectares para a recuperação de áreas de reserva legal. 4.2.2- Condicionantes ambientais e Legais:

A definição de tratamento isonômico para a atividade florestal madeireira produtiva coloca os cultivos florestais no mesmo patamar de exigências ambientais e legais dos cultivos ou explorações tradicionais como a agricultura de grãos ou pecuária. Desta forma, todos os preceitos ambientais e legais que atingem a agropecuária deverão ser respeitados pelos cultivos florestais. Tal modificação do sistema foi trabalhado pela resolução conjunta 002/04 SEAB/SEMA que define a transferência de atribuições do setor da Secretaria de Estado do Meio Ambiente para a Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, onde foi criada uma instituição própria (Autarquia) aos cultivos florestais, através do Instituto de Florestas do Paraná. 4.3- MECANISMOS DE FINANCIAMENTO

4.3.1- De natureza pública 4.3.2- De natureza privada direta e indireta (MDL)

Financiamentos públicos e privados têm papéis distintos, mas complementares no

setor florestal. O propósito do financiamento do setor público é atingir objetivos públicos, enquanto que o capital privado visa o negócio em que investe, ambos com o propósito de gerar riqueza e desenvolver mercados.

Enquanto o setor público assegura que o capital privado é usado em uma

maneira social e ambientalmente responsável, o setor privado necessita influenciar o governo para que permita condições para que uma atividade florestal sustentável

seja estabelecida, incluindo investimentos para o futuro e mitigação de riscos.

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Os custos adicionais da produção florestal, que são necessários ao atingimento de requerimentos sociais e ambientais de um manejo sustentável, são barreiras durante a transição de praticas não sustentáveis para sustentáveis. Financiamentos públicos podem exercer substancial ajuda para remover tais entraves. Eles podem financiar atividades permitidas, tais como, inventários florestais, preparação de planos de manejo, treinamento e pesquisa e a introdução de tecnologias melhoradas, por exemplo, a redução de impactos na colheita. Ademais, o financiamento público poderá exercer o papel de assegurar mercado de produtos e serviços oriundos da atividade florestal.

4.3.1- De natureza pública Linhas de crédito incluindo microcrédito Pronaf Florestal - MDA – MAPA Linha de crédito para agricultores familiares sistemas silviculturais e agroflorestais recuperação de áreas de preservação ambiental reflorestamento para auto-abastecimento, Bioma Mata Atlântica,

ABC - Propflora - MAPA Plantio de florestas, Sistemas de Integração e recuperação de áreas degradadas Objetivos sociais e ambientais Uso industrial principalmente Recomposição e manutenção de áreas de preservação e reserva legal Crédito total – até 1.6 milhões de reais por beneficiário Encargos 8,75% a.a. (incluindo spread de 3%) não capitalizados Prazo: até 12 anos Forma de pagamento: primeira parcela até 6 meses após o primeiro corte (até 8 anos) Obs.: financiamento da manutenção no segundo, terceiro e quarto anos até 35% do

valor do investimento

Concessões Fundos nacionais florestais Fundos de apoio a conservação

Fundo Nacional do Meio Ambiente - FNMA (MMA) - extensão florestal FUNBIO - Fundo Brasileiro para a Biodiversidade Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica

Brasileira- PROBIO Fundos Regionais ou Estaduais Fundos de ONGs – como por exemplo: o Boticário Fundos de companhias estatais hidroelétricas Benefícios Fundos de ONGs Benefícios fiscais Certificação

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4.3.2- De natureza privada:

Setor Privado Não Comercial Equipamentos, terras, etc. Mão -de- obra Assistência técnica Fomento Florestal (Doação de mudas, Venda subsidiada de mudas, Arrendamento,

Renda antecipada e Parceria Florestal) Certificação de sustentabilidade.

Setor Privado de natureza comercial Linhas de crédito incluindo microcrédito Débitos em bancos comerciais Concessões de créditos de agencias internacionais Fundos privados de Investimento no setor florestal Fundos de capital de risco Securitização Seqüestro de carbono Certificado de Investimento Coletivo (CIC) para madeira: valor mobiliário emitido por

uma S.A com registro na CVM para emitir CICs que gerem direito de participação, parceria ou remuneração com lastro em madeira, a ser comercializada por empreendimento com gestão de terceiros.

Contrato de Investimento: em cultivos florestais, a ser negociado por empresas de setores de base florestal (ex. siderúrgico e papel e celulose)

BRDE - Estudo sobre florestamento na região Sul do Brasil (2003) - Certidão de Seqüestro de Dióxido de Carbono (CO2) - o BNDES estuda a criação de mercado para CO2 apontada pelo Fórum da Agenda 21. Perspectiva de receita anual entre R$19-110 mil reais/100 ha de Pinus e 29-145 mil para Eucalyptus. De natureza público – privada

Joint ventures, em que os setores público e privado financiam e operam um projeto. Leasing, onde toda ou uma substancial parte dos riscos associados com o

financiamento, desenvolvimento, manejo e operação de um projeto são transferidos ao setor privado

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Fontes potenciais de capital para o setor florestal a) Portfólio de investidores Bancos comerciais Bancos de investimento Fundos mútuos Fundos de pensão Companhias de seguro de vida Companhias de capital de risco Fundações Investidores diretos

Indústrias florestais Grandes proprietários Companhias transnacionais Setor Público

Doadores internacionais Bancos de desenvolvimento Governos Outros instrumentos Taxa sobre combustível - gasolina Taxas sobre poluição. Detalhamento dos mecanismos de financiamento:

As necessidades de investimentos no setor florestal são inúmeras e englobam os custos com conservação das florestas, com o manejo das mesmas

para produção de serviços ambientais e/ou para produção de bens materiais, para recuperação e restauração de florestas, com a implantação de plantações florestais

com o objetivo de complementar a produção de bens pelas florestas públicas e privadas de uso sustentável e com a transformação industrial da matéria-prima para

agregação de valor. Além disso, há necessidade de investimentos também para construção e fortalecimento de instituições florestais e, ainda, para pesquisa,

educação, extensão rural e desenvolvimento de mercados. Historicamente, o financiamento, tanto dos investimentos comerciais quanto dos

não comerciais tem sido realizado com base nos recursos públicos ou privados (recursos domésticos) ou do exterior (recursos externos). A aplicação de um ou de outro tem sido muito variável. O investimento público já teve muita importância no financiamento do setor florestal. Atualmente, devido a instabilidades econômicas ocasionadas, dentre outros motivos, por crises mundiais e por políticas equivocadas, o Brasil encontra-se com

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elevada dívida, graves problemas em seus balanços de pagamentos gerando e insuficiência de recursos para investimentos no setor.

Da parte do setor privado, o investimento depende do balanço que os investidores fazem entre oportunidades (1. A demanda por produtos da floresta tende a aumentar com o aumento da população e de renda; 2. Elevada TIR em florestas comerciais; 3. O investimento pode funcionar como uma poupança-verde.; 4. Maior proteção à variações de culturas de curto prazo) e obstáculos (1. A elevada prioridade dada pelos países em desenvolvimento às atividades agrícolas e pecuárias em detrimento das atividades florestais; 2. Riscos inerentes à própria atividade (incêndio, pragas, doenças, etc.); 3. Baixa liquidez em florestas pré-comerciais; 4. Insegurança sobre a propriedade das terras; 5. Taxas de juros elevadas; 6. Instabilidade econômica; 7. Instabilidade das políticas regulatórias do setor; 8. Concorrência desleal entre madeira produzida por empresas de manejo florestal sustentável e madeira oriunda de desmatamentos irregulares ou de atividades ilegais).

O setor de base florestal Brasileiro, após um período incentivado que levou a uma ampliação da área plantada para cinco milhões de hectares, passa por uma crise de abastecimento devido, em grande parte, ao aumento do número de empresas demandadoras de matéria-prima sem que houvessem incentivos para o respectivo aumento anual da área plantada. Assim, novas fontes e novos mecanismos para financiamento do desenvolvimento do setor florestal deverão ser pensadas.

Nos tempos atuais, a inovação em mecanismos de investimento deverá passar por uma adequada valoração de bens e serviços produzidos pelas florestas plantadas e por reformas nas políticas macroeconômicas tais como: deduções em impostos, melhoria na política de exportação, políticas industriais para o setor, diminuição das taxas de juros, linhas de financiamento mais adequadas e a entrada do mercado de capital como mecanismo de financiamento do setor. Outros mecanismos que possibilitem o aumento do retorno do investimento privado, reduzam os riscos e incertezas das operações florestais e que eliminem ou reduzam, significativamente, os problemas de fluxo de caixa, em função do período de gestação dos investimentos florestais, são imprescindíveis. Para minorar os problemas com a taxas de retorno poder-se-á trabalhar com subsídios fiscais e incentivos, além de proporcionar pesquisa e assistência técnica pública para aumentar a produtividade e a eficiência dos projetos. A redução dos riscos e incertezas poderá se dar através de programas de seguros (a custos aceitáveis) e de mecanismos contratuais entre empresas demandadoras de matéria-prima e plantadores florestais. Por sua vez, os problemas de fluxos-de-caixa poderão ser resolvidos com a concessão de empréstimos com longos períodos de carência, arranjos contratuais entre compradores e produtores de matéria - prima e mesmo com o mercado de carbono futuro.

Como fontes de recursos para o setor de base florestal, pode-se considerar: 1. Fontes públicas dos municípios, estados ou do governo federal; 2. Fundos privados ou de natureza público-privado;

São considerados instrumentos financeiros de apoio ao desenvolvimento da atividade de florestas plantadas:

I- A cédula do produto rural florestal

II- Fundo nacional de desenvolvimento de florestas plantadas

III- O crédito rural;

IV- Benefícios fiscais;

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V- Concessão de créditos de agências internacionais;

VI- Pagamento por serviços ambientais;

VII- Fundos constitucionais.

Os instrumentos de política de florestas plantadas deverão orientar-se pelos planos plurianuais que deverão conter metas definidas e a disponibilização de recursos para assegurar o desenvolvimento integral e eficiente em todas as etapas da produção e comercialização dos produtos florestais.

A assistência técnica e extensão rural buscará viabilizar, com o produtor rural, suas famílias e organizações, soluções adequadas a seus problemas de produção, colheita, transporte, gerência, beneficiamento, armazenamento, comercialização, industrialização, eletrificação, consumo, bem-estar e conservação do meio ambiente.

A ação de assistência técnica e extensão rural deverá estar integrada à pesquisa de florestas plantadas, aos produtores rurais, ao ensino e suas entidades representativas e às comunidades rurais.

A extensão rural deverá priorizar a integração e interação dos componentes florestal, agrícola e pecuário de maneira que contemple as questões pertinentes à mitigação de seus impactos no meio ambiente com o uso adequado do solo e da água. A extensão vai estar vinculada à EMATER

5- INTERFACE COM OUTRAS POLÍTICAS PÚBLICAS:

- Solos, - Água, - Agrícola, - Pecuária, - Ambiental, - Desenvolvimento industrial, - Transporte multimodal,

- Energia, - Desenvolvimento Rural, - Extensão Rural, - Ensino, - Pesquisa, - Desenvolvimento Urbano.

Existe Instrução normativa do Ibama que define a possibilidade compensação da Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental para a Receita Estadual das Unidades Federadas - descrito no artigo 9 - vide abaixo e a íntegra está no anexo: .....Art. 9º - Quando exista Lei Estadual ou Municipal instituindo Taxa de Fiscalização Ambiental, o valor efetivamente pago pelo sujeito passivo ao Estado ou Município a este título constitui crédito para a compensação com o valor pago a título de TCFA relativamente ao mesmo ano, até o limite de 60% (sessenta por cento) do tributo federal.

§1º A compensação tratada no caput operar-se-á exclusivamente até o valor efetivamente pago pelo sujeito passivo na esfera Estadual ou Municipal e no máximo corresponderá a

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60% (sessenta por cento) do valor pago a título de TCFA, ainda que o valor efetivamente pago à Fazenda Estadual ou Municipal seja superior a esse limite.

§2º A compensação aqui tratada se dá em favor do sujeito passivo, cabendo somente a este o direito de pleiteá-la, ressalvado o previsto no art. 11 desta Instrução Normativa, caso em que a GRUÚnica já contemplará o valor da TCFA e da Taxa de Fiscalização Ambiental do Estado, que será repassada pelo IBAMA à Fazenda Estadual correspondente....

Toda empresa florestal de pequeno, médio e porte pagam esta taxa no quadrimestre, O IBAMA a pedido do empreendedor no momento de pagar a taxa, gerava o boleto com 40% para a receita federal e 60% para a Receita Estadual, a qual, por sua vez, fazia a transferencia para a FATMA em SC e para o IAP no Paraná respectivamente. Assim ocorre a compensação em todas as unidades federadas.

Entretanto, sendo uma taxa voltada para controle e fiscalização - isto requer nossa atenção para o produtor que pode entender que está pagando um novo tributo, quando na verdade somente será feito um ajuste na alocação da receita junto à União: que 60% do tributo seja destinado à Receita do Estado do Paraná e esta remeta ao Fundo Florestal.

O segundo item que requer atenção é que o IAP pode entender perda de tributos para a sua atividade - porém podemos esclarecer e pleitear o tributo somente quando o cnpj do contribuinte cadastrado na receita declara atividade economica de classificação agricola florestal, que não será mais administrada, fiscalizada etc pelo IAP. Outro exemplo: A taxa Florestal francesa que tem original num percentual do IPI da industria madeireira alimenta o Fundo Florestal Nacional. Mas muito difícil que ela seja destinada a um Fundo Estadual. Outra sugestão: Na época da discussão da Lei Florestal do Paraná havia a intenção de se destinar parte do ICMS originário do comercio de produtos florestais para um Fundo Florestal Estadual. Se tivessemos um Fundo Constitucional de Desenvolvimento Regional como as regiões norte, nordeste e centro oeste (FNO, FNE, FCO) poderia ser uma possibilidade interessante.

6- PROGRAMAS e INDICADORES 6.1- Programa de Geração de Conhecimentos e Tecnologias Florestais - TECFLOR: 6.1.1- Público Alvo Todos os componentes da cadeia produtiva da madeira e dos não madeireiros. 6.1.2- Objetivos Gerar e adaptar tecnologias florestais para a competitividade e sustentabilidade do setor de base florestal paranaense. 6.1.3- Execução A coordenação do programa deverá ser feita pelo Instituto Agronômico do Paraná - IAPAR. Como parceiros do programa estarão as universidades estaduais, a Empresa

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Brasileira de Pesquisa Agropecuária, através da Embrapa Florestas, IFPR e a Universidade Federal do Paraná - UFPR. 6.1.4- Metas No quadro a seguir constam as linhas de pesquisa necessárias à Política Pública, em seu período inicial, número de projetos e subprojetos de pesquisa, experimentos e os recursos necessários para sua execução:

Linhas de Pesquisa Projetos Subprojetos

Custo (R$)/ano

Melhoramento Genético Manejo de solo Adubação e Nutrição Controle de pragas Aproveitamento de resíduos Análises de impactos sociais da introdução de espécies florestais Em pequenas propriedades rurais

Marketing e design Estudo de mercado para produtos de origem florestal e disponibilidade de matéria prima

Novos materiais com espécies e procedências definidas em função do novos sistemas de produção florestal

Sistemas Agroflorestais Sistemas de gerenciamento de sistema de produção

Tecnologia da Madeira e de não madeireiros - Agregação de valor

Economia, política e legislação florestal Total

6.1.5- Operacionalização do Programa Para que o programa seja efetivo será importante a criação de uma Comissão

Estadual de Pesquisa Florestal - CEPEF formada pela integração das principais instituições de pesquisa, ensino e extensão do Estado, além de representantes do setor florestal.

Serão membros natos da Comissão, o Instituto Agronômico do Paraná (que assumirá a secretaria executiva), o Instituto de Florestas do Paraná – IFPr, o Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural - Emater/PR, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - EMBRAPA, através da Embrapa Florestas, Universidade Federal do Paraná e Fundação Araucária. Além dos membros natos, a Comissão deverá ter:

- 01 (um) representante da Secretaria de Agricultura

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- 01 (um) representante da Secretaria da Indústria e Comércio - 01 (um) representante da Secretaria de Meio Ambiente - 03 (três) representantes de organizações não governamentais - 01 (um) representante de cada universidade estadual com atividades florestais - 03 (três) representantes dos empresários dos setores envolvidos na cadeia da

madeira e dos não madeireiros - 03 (três) representante dos produtores florestais (Fetaep, Faep, Fetraf)

A Comissão terá as funções de: Proceder à articulação interinstitucional para a pesquisa florestal no Estado

do Paraná; Identificar as demanda bem como estabelecer a prioridade de pesquisa para

a área florestal madeireira e dos não madeireiros e submetê-la às fontes financiadoras disponíveis (ex. Fundação Araucária), objetivando sua contemplação em Editais

A identificação das demandas e da prioridade na pesquisa florestal madeireira e não madeireira, para o Paraná, deverá ter como base a consulta à parte da agropecuária afetada e às instituições envolvidas com a área florestal produtiva, de modo que a Política, através da Fundação Araucária, por exemplo, possa evitar o financiamento de pesquisas de abrangência muito restrita, em detrimento aos temas que realmente possam impulsionar o setor como um todo. Para tanto a Comissão deverá manter uma estratégia de consulta permanente com as instituições e organismos que atuem no setor, bem como a realização de oficinas temáticas. A comissão deverá ter a preocupação de garantir a destinação de parte dos recursos para pesquisas incrementais em termos de produção madeireira/não madeireiros e qualidade do material produzido.

6.2- Projeto de Transferência e Difusão de Conhecimentos e Tecnologias Florestais - DIFLOR:

6.2.1- Público Alvo Todos os componentes da cadeia produtiva da madeira e dos não madeireiros, com ênfase a pequenas propriedades rurais. 6.2.2- Objetivos Transferir e difundir tecnologias florestais para promover a competitividade e sustentabilidade do setor paranaense de base florestal madeireira e não madeireira. 6.2.3- Execução A coordenação do projeto deverá ser assumida pela Empresa Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural – EMATER-Paraná. Como parceiros do projeto, estarão as Prefeituras Municipais, Senar, organizações formais e informais de produtores rurais; instituições de ensino superior e médio; Embrapa Florestas; Iapar, etc. 6.2.4- Metas iniciais para o ano de implantação:

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No quadro a seguir constam ações necessárias para a implementação do projeto:

Estágio de Implementação Responsabilidade Institucional Valor

1. Estruturação da Equipe de Gerência de projeto

Programa florestal - 6 técnicos

2. Documentos de Normas, Operacionalização e Divulgação do Projeto Transferência e Difusão de Conhecimentos e Tecnologias Florestais

Programa florestal + Equipe de Gerencia de projeto e Manutenção

3. Reunião Prefeituras Municipais por associação e consórcios de municípios, inclusive conselhos municipais de desenvolvimento e mesorregiões.

Equipe de Gerencia de projeto

4. Divulgação nas Mesorregiões Equipe de Gerencia de projeto 5. Adesão dos municípios ao

PROGRAMA Municípios + Equipe de Gerencia de projeto

6. Capacitação em Organização de Produtores Florestais

EMATER-PR

7. Sensibilização e Organização de Produtores e Consumidores de Florestas

Municípios , EMATER

8. Elaboração de Planos Preliminares de Produção Florestal

Municípios / EMATER / Associações de Produtores / Cooperativas

9. Capacitação dos Técnicos de Extensão Rural e Material Técnico de Apoio

EMBRAPA Florestas / Senar / Iapar / Universidades

10. Elaboração de Planos Individuais de Produção Florestal.

EMATER /Cooperativas e Produtores

11. Análise dos Planos de Produção, Elaboração de Convênios e Liberação de Recursos

Equipe de Gerencia de projeto

12. Fornecimento das Mudas didáticas Viveiros credenciados 13. Plantio e Tratos Culturais Produtores, podendo contar com apoio

dos municípios e outras programas de política pública (pronaf, propflora)

14. Recomendações Técnicas/Região Instituições de P&DI /Iapar/ Universidades

15. Campanhas de Prevenção de Incêndios

Equipe de Gerencia de projeto + Defesa Civil (Casa Civil) + Senar

16. Acompanhamento, Avaliação e Emissão de Relatórios (custo operacional da equipe Gerencial)

Equipe de Gerencia de projeto

Total

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Versão 1.2 - Discussão

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6.2.5- Operacionalização do Projeto A implementação deste Projeto requer permanente articulação da Secretaria de

Estado da Agricultura e Abastecimento, da Secretaria de Planejamento, da Secretaria de Meio Ambiente e da Secretaria da Industria e Comércio, através da EMATER-Paraná e IFPr, para otimizar esforços e o uso de recursos da Política Pública. A articulação do Ministério da Agricultura e Pecuária juntamente como o Ministério do Meio Ambiente e do Ministério do Desenvolvimento Agrário, através da Embrapa Florestas, também será oportuna no sentido de somar e otimizar esforços e recursos do Plano Nacional de Florestas. Haverá necessidade da estreita interface da estrutura dos Governos Municipais e Estadual através de suas Secretarias de Estado e empresas vinculadas. Os principais parceiros para a coordenação do Programa serão a EMBRAPA Florestas, como Unidade Central de Suporte Tecnológico à produção florestal, e em conjunto com a Emater, na capacitação de especialistas em formação e gestão de Associações de Produtores Florestais, a EMATER-Paraná e as cooperativas na assistência técnica e organização dos produtores rurais. Caberá ao Senar em conjunto com a Emater a capacitação de produtores e trabalhadores rurais. Para atendimento desse processo, o Projeto será estruturado organizacionalmente da seguinte forma:

Gerência-geral: estará encarregado da divulgação das normas operacionais do Programa, análise dos Planos de Trabalho, bem como a operacionalização dos convênios. Será responsável, também, pela capacitação e apoio aos técnicos, pelo acompanhamento e avaliação de relatórios, articulação direta com os parceiros, pela divulgação do Programa, das campanhas de prevenção de incêndios e utilização de madeiras e de não madeireiros e dos relatórios institucionais. Irá gerir os recursos destinados ao Projeto, subsidiar e implementar o redimensionamento do mesmo e estabelecer as parcerias necessárias à implementação. Gerência-regional: Deverá articular no âmbito regional em apoio à Gerência-geral, e estará encarregada da divulgação do projeto nos municípios de sua região, do acompanhamento “in loco” dos planos de trabalho e da elaboração de relatórios municipais. O Projeto, inicialmente, será estruturado com dois componentes básicos: a) Organização dos Produtores para a produção florestal; b) Assistência Técnica e Extensão Rural.

No decorrer da implementação do Projeto, dependendo da aceitação do mesmo,

das parcerias a serem efetivadas e, principalmente, da sua avaliação, poderão ser incluídos outros componentes, dentre os quais destaca-se o pré-processamento industrial e o apoio na infra-estrutura, englobando a eletrificação rural, estradas vicinais e agroindústria da madeira e dos não madeireiros.

A participação de empresas privadas (na pesquisa e extensão) é de fundamental importância, contribuindo com:

trabalhos voltados à inovação (oferta e demanda); bioenergia florestal ou integrada a outras fontes (ex. biorrefinarias). 6.2.6- Componentes básicos do Projeto:

a) Organização dos Produtores para a Produção Florestal. Será disponibilizado aos municípios e produtores, material de apoio e capacitação

de técnicos municipais, prioritariamente da extensão rural oficial, na formação e gestão de

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associações de produtores florestais com a participação de produtores agrícolas e consumidores de produtos florestais, levando em conta a legislação ambiental, os conceitos e aplicações do associativismo com técnicas modernas e eficientes de gestão de associações e a sua inserção no Projeto. Esclarece-se que os beneficiários poderão utilizar outras formas de associativismo, inclusive o cooperativismo, e que o Projeto apoiará, também, as formas associativas já estabelecidas para plantar florestas. Este componente será de responsabilidade executiva da Emater-Paraná.

b) Assistência Técnica e Extensão Rural

Serão disponibilizados, pelo Projeto, recursos a fundo perdido para as associações de produtores florestais, em parceria com os municípios e ATER, com a finalidade de assegurar assistência técnica integral e eficiente aos beneficiários em todas as etapas da produção florestal definidas como prioritárias.

6.3- Projeto de Organização das Informações para o Agronegócio Florestal – INAFLOR

6.3.1-Público Alvo: Todos os setores da cadeia produtiva da madeira e de não madeireiros no Estado 6.3.2- Coordenação: IFPr - Execução: Deral e Ipardes 6.3.3- Parcerias: Universidade Federal do Paraná, EMBRAPA Florestas, Universidades Estaduais, Prefeituras Municipais, FIEP e Emater – Paraná. 6.3.4- Metas :

- Realizar o inventário florestal e Manter atualizados os custos de produção, as curvas de crescimento e o estoque florestal por região;

- Manter a curva de consumo interno atualizada e potenciais de exportação; - Analisar a matriz energética do estado com relação ao potencial da biomassa

florestal; - Disponibilizar pesquisas e tecnologias existentes para as condições do estado

(gestão do conhecimento); - Proceder análises de conjuntura do setor florestal; - Promover a utilização dos software’s Sispinus, siseucaliptos, Sisaraucária ou

outros software’s que sejam desenvolvidos; - Constituir banco de dados das parcerias e potencial técnico (equivalentes

Técnicos Existentes/região) - Definir os extrato fundiário dos silvicultores; - Criar e manter o Sistema de Informação Florestal que tem por

objetivo:Desenvolver e implementar um sistema de informações florestais que disponibilizará para a sociedade dados primários e secundários de forma online e interativa

- Conhecer e divulgar os preços praticados por produto de origem florestal; - Proceder estudos de cenários;

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- Realizar a avaliação de impactos ambientais, sociais e econômicos da atividade.

- Quantificar, acompanhar, avaliar, prestar contas dos resultados de ações, mecanismos, programas e projetos florestais, objetivos desta política pública, e indicar melhorias

- Monitorar os efeitos de ações para potencializar as proposições que se mostrarem positivas e para ajustar as proposições que se mostrarem ineficientes ou com necessidade de redirecionamento.

Valores a disponibilizar: 23 veículos, 23 computadores, 23 GPS, bolsas de estudo, contratação de serviço de um profissional específico para o estado e 0,5 equivalentes técnicos por região via coordenadoria regional/Deral, Contratação de serviço para análise de cenários (23 regiões) bem como seus estudo e manutenção, com infraestrutura. Valor total= R$

6.4- Projeto de Promoção de Produtores Florestais via Integração com Empresas – INTEGRAR

A aproximação dos produtores rurais aos consumidores de matéria prima florestal constitui parte fundamental do esforço governamental para o incremento da atividade florestal. Isto porque se visualiza o componente florestal como fonte de renda e qualidade para o produtor rural. (“poupança/investimento verde”).

A atividade florestal pode ser orientada para a produção especializada ou para o uso múltiplo. A geração constante e diversificada de produtos florestais é garantida pelo incremento da atividade agrossilvipastoril, sendo que isto pode ser fundamental à manutenção do parque industrial especializado e da propriedade rural.

Implantado em solos cuja capacidade pode ser direcionada para a silvicultura ou a agrossilvicultura, o componente florestal, pode contribuir para a perspectiva de melhoria futura, servindo como fator motivador da permanência do produtor ou de outros investimentos na propriedade rural. Além disso, propicia ao consumidor ser atendido, em suas demandas por produtos florestais (tanto energéticas e produtos não madeireiros como para madeira para processos e desdobro, em bases sustentáveis – ambientalmente, economicamente viável e socialmente equitativa).

Considerando o panorama crítico de oferta de produtos florestais para os próximos anos e a necessidade de viabilizar alternativas econômicas aos produtores rurais da região, há de se estabelecer como diretrizes de fomento à produção florestal madeireira e dos não madeireiros: a implementação de Programa de Auxílio à Produção, à conservação e à Preservação

Florestal; a modalidade de Programa de Extensão dirigida aos produtores rurais, subsidiando

mudas de espécies florestais indicadas para a região e recursos financeiros necessários para o suprimento do fluxo de caixa negativo inicial das atividades silviculturais;

A Certificação de Produtos Florestais produzidos em áreas fomentadas de produtores rurais.

Este programa visa a introdução do componente florestal nos sistemas típicos de produção da região, não sendo objetivo a conversão de áreas, pois se deve buscar o equilíbrio entre as atividades predominantes com a produção florestal. Em diagnóstico realizado observou-se que o principal foco de agregação de novas áreas florestais, no caso de maciços, deverá ocorrer em áreas de pastagem com baixa capacidade de suporte animal. Contudo outras tecnologias podem ser utilizadas como Sistemas

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Agroflorestais, Sistemas Silviagrícolas (consórcio com culturas) e Sistemas Silvipastoris (consórcio com pastagens).

Este modelo é decorrente das negociações desenvolvidas entre as empresas e a entidade estatal gestora, a proposta tecnológica/operacional, para os Programas regionais de Promoção ao Cultivo Florestal (Madeireiro e não madeireiro) na área de influência destas empresas.

6.4.1- Objetivos:

Promover o Componente Florestal Madeireiro e não madeireiro como fonte geradora de qualidade e renda no meio rural, contribuindo para o desenvolvimento dos municípios e região.

Produzir não madeireiros e madeira de alta qualidade e valor agregado

(energia, madeira ou outros produtos de origem florestal) e de baixo custo, minimizando a pressão sobre os remanescentes das florestas nativas;

Buscar a autossustentabilidade em biomassa florestal energética utilizada

pelas empresas.

Capacitar pequenos e médios produtores florestais para a agregação de valorn à sua produção ainda na propriedade ou em arranjos cooperativos.

6.4.2- Áreas de Atuação:

Para consolidar os aspectos operacionais e permitir a avaliação dos procedimentos

ajustados, a ação de fomento tenderá a ser concentrada em comunidades selecionadas nos municípios de interesse das empresas parceiras e da Política Pública para os Cultivos Florestais do Estado do Paraná.

6.4.3- Beneficiários:

Serão contemplados preferencialmente os produtores rurais que apresentem, nas

condições dos municípios da área de atuação, as condicionantes: Sejam Produtores rurais com área menor que seis módulos fiscais (INCRA), o

que representa a maioria das propriedades rurais do Estado; Preferencialmente, estar residindo na propriedade; Utilizar predominantemente mão-de-obra familiar; Possuir fonte de renda com no mínimo de 80% procedente da atividade

agropecuária; Seja assistido por profissionais da extensão rural oficial e da empresa parceira; Os Plantios florestais não devem exceder a 50% da área total da propriedade

rural. Os produtores rurais detentores de áreas maiores do que o estipulado acima,

também poderão ser contemplados, porém mediante ajustes prévios tendo em vista a disponibilidade de mudas e repasse de formicida e a assistência técnica. 6.4.4- Espécies de Mudas florestais Ofertadas:

Basicamente poderão fornecidas mudas de espécies florestais adequadas às

condições edafoclimáticas e comerciais da região alvo e de conformidade com as metas estabelecidas anualmente e aprovadas pelas instituições envolvidas no Programa.

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Versão 1.2 - Discussão

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6.4.5- Custos de Mudas florestais, iscas formicidas e assistência técnica:

Os beneficiários pagarão um valor a ser estipulado (pelas entidades envolvidas)

pelo recebimento das mudas, iscas formicidas e orientação técnica. O valor a ser pago deverá ser menor do que o preço de mercado de mudas florestais. A diferença que exceder ao valor estipulado para pagamento deverá ser absorvida (subsidiada) pelo Projeto.

6.4.6- Ações previstas no projeto:

Caracterizado como um projeto de promoção ao cultivo florestal, direcionado ao plantio de espécies florestais, em pequenas e médias propriedades rurais, contemplará as seguintes ações:

Motivação; Assistência Técnica; Capacitação; Educação Ambiental; Plano de Trabalho Anual.

6.4.7- Resultados e metas:

O Projeto perseguirá como resultado a implantação de povoamentos florestais madeireiros e não madeireiros, com árvores de qualidade, estes deverão ser conduzidos com tecnologia adequada, econômica e ambientalmente integradas aos sistemas produtivos primário e secundário de cada região, contribuindo para a formação e fortalecimento dos pólos madeireiros, não madeireiros e industriais, acompanhados de ações em educação ambiental.

A participação no programa pelo agricultor, tem como pressuposto o ajuste da

propriedade à legalidade fundiária, portanto os parceiros terão como objetivo instruir e apoiar os proprietários rurais no atendimento das exigências legais para que sua propriedade se enquadre na regularidade fundiária do Estado, a citar estar inscrito no CAR Cadastro Ambiental Rural e, inscrito no PRA Programa de Regularização Ambiental, quando este instrumento for necessário.

6.4.8- Metas estabelecidas de plantio:

Mediante quantificação das ações previstas no Projeto, serão estabelecidas as

metas anuais, baseadas em cadastramentos de beneficiários com fechamento no primeiro semestre de cada ano, caracterizando a elaboração de Plano de Trabalho Anual.

6.4.9- Quantidades de Mudas por produtor: Cada produtor poderá ser subsidiado em até 36.000 mudas por ano. Objetivando

aspectos econômicos e a viabilidade na comercialização futura, a quantidade mínima de mudas por produtor será de 860 mudas por ano.

6.4.10- Práticas Agroflorestais:

Deverão ser estimuladas práticas agroflorestais, visando ao uso eficiente da terra

e, principalmente a redução dos custos do cultivo florestal.

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6.4.11- Combate às Formigas Cortadeiras:

O Projeto fornecerá iscas formicidas para os produtores beneficiários, mediante

informações cadastrais. 6.4.12- Combate à pragas e doenças florestais:

O Projeto facilitará a identificação e o fornecimento de agentes biológicos

controladores da vespa-da-madeira ou outras formas de controle de pragas, bem como de equipamentos para a instalação de árvores armadilhas e outras formas de monitoramento constante de pragas florestais. 6.4.13- Plano de Trabalho Anual:

O plano de trabalho anual será discutido no segundo bimestre do ano, nesta ocasião será realizada a avaliação dos resultados obtidos no exercício anterior e a programação das ações para o exercício seguinte. Participarão da elaboração do Plano de Trabalho, as empresas e demais órgãos públicos e privados consignatários do Projeto. No plano deverá constar as ações previstas para o ano seguinte, as metas almejadas: de plantio, de combate às pragas, de capacitação de produtores e de capacitação de técnicos (se for o caso). 6.4.14- Capacitação profissional e Educação Ambiental:

Paralelamente ao processo de promoção ao cultivo florestal madeireiro e de não

madeireiros, deverão ocorrer ações de capacitação de produtores e de técnicos, envolvendo aspectos legais fundiários, tecnológicos e de educação ambiental.

6.4.15- Capacitação de Produtores: A capacitação dos produtores será de responsabilidade da entidade estatal, que se

utilizará de recursos de programas governamentais ou outros que venham a ser negociados entre os parceiros consignatários do Programa.

A estratégia para a capacitação dos produtores constará de: cursos; dias de campo; unidades didáticas; excursões técnicas; concursos de produtividade e assistência técnica individual/grupal.

6.4.16- Capacitação dos Técnicos: Serão capacitados os técnicos envolvidos em cada município, principalmente no

que concerne aos padrões tecnológicos preconizados atualmente no setor de base florestal. Tal capacitação será realizada em cursos a serem negociados entre os parceiros consignatários do Projeto.

6.4.17- Educação Ambiental: Os programas de educação ambiental serão desenvolvidos em conjunto com o

processo de capacitação em silvicultura e campanhas de conscientização. Sua estruturação será dentro do Plano de Trabalho Anual e deverá conter

Programas de Ação, Objetivos, Público - Alvo e Época da (s) ação (es).

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6.4.18- Fluxo operacional: a) Divulgação e esclarecimento: serão realizados através da mídia e também por ações

extensionistas, com reuniões nas comunidades rurais potenciais. b) Cadastro dos beneficiários: visto que o serviço oficial de extensão rural dispõe de

estrutura física e operacional (profissionais, veículos e escritórios) em todos os municípios, sugere-se que o cadastramento dos beneficiários ou interessados seja centrado nessa estrutura.

c) Projetos: os projetos serão elaborados por profissionais da assistência técnica, sendo que estes projetos técnicos de cultivo florestal para a propriedade serão validados junto aos interessados (produtores rurais)

d) Contratação: após acordado o projeto técnico, será lavrada a “contratação” na forma de um “Termo de Compromisso de Cultivo Madeireiro ou não madeireiro”.

e) Repasse da Demanda: a quantidade contratada de mudas será totalizada durante o 1º semestre de cada ano, em cada um dos municípios contemplados, devendo ser entregue ao(s) viveiro(s) até o mês de abril do ano anterior ao do plantio.

f) Entrega de Mudas: com prazo máximo de um ano após a informação da demanda estabelecida o(s) viveiro(s) procederá(ão) a entrega das mudas aos produtores, no local contratado e nos padrões de qualidade preconizados pela tecnologia a ser adotada.

g) Assistência Técnica –ATER-: dentro do cronograma constante do projeto técnico os profissionais da assistência técnica realizarão orientação ao plantio e visitas técnicas às propriedades, no ano de implantação ou sempre que demandados pelos produtores. A Assistência Técnica será subsidiada pelo Projeto.

6.4.19- Metas do Projeto: O Projeto tem como meta beneficiar 25.000 famílias rurais no período de 2017 a 2025, conforme o quadro a seguir

Ano Quantidade de famílias

Área em ha Valor/Família (R$) Total (R$)

1.667 5.000 2.500 7.500 3.300 10.000 5.000 15.000 6.600 20.000 6.600 20.000

Total 25.667,00 77.500 -x-x-x-x-x- Condicionantes:

- Liberação dos recursos 6 meses após o plantio com no mínimo 90% de pegamento das mudas e livre de concorrência por plantas invasoras, atestado por vistoria;

- Os valores previstos tratam de antecipação de renda, sendo que estes deverão ser restituídos ao Estado em equivalência produto (madeira sólida), na base de 35 metros cúbicos por hectare proporcionado pelo projeto, pagos aos 8 - 12 anos após o plantio.

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6.5- Projeto de Promoção de Produtores Florestais via Mecanismos de Associativismo – ASSOCIATIVO:

6.5.1- Público alvo: O público alvo do projeto serão os produtores familiares não beneficiários do projeto de integração com empresas do setor florestal. 6.5.2- Áreas de abrangência: No primeiro ano do projeto serão atendidos os produtores das regiões do Estado onde seja maior o percentual de pessoas abaixo da linha de pobreza. Assim, serão priorizados os municípios localizados nas regiões abrangidas pelas seguintes associações municipais: Prioridade 1 Associação dos Municípios do Centro do Paraná - AMOCENTRO; Associação dos Municípios do Cantuquiriguaçu -CANTUQUIRIGUAÇU; Associação dos Municípios do Centro Sul do Paraná - AMCESPAR; Comunidade dos Municípios da Região de Campo Mourão - CONCAM;

Total da população abaixo da linha da pobreza - 210.740

Prioridade 2 Associação dos Municípios do Sudoeste do Paraná – AMSOP; Associação dos Municípios do Sul do Paraná – AMSULPAR; Associação dos Municípios da Região Suleste do Paraná – AMSULEP; Associação dos Municípios do Vale do Ivaí – AMUVI;

Total da população abaixo da linha da pobreza - 158.054

Prioridade 3 Associação dos Municípios do Litoral - PARANÁ LITORAL; Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Curitiba – AMOSSEC; Associação dos Municípios da Região dos Campos Gerais – AMCG; Associação dos Municípios do Norte Pioneiro-AMUNORPI; Associação dos Municípios do Norte do Paraná – AMUNOP;

Total da população abaixo da linha da pobreza - 387.545

Prioridade 4 Associação dos Municípios da Região de Entre-Rios – AMERIOS; Associação dos Municípios do Oeste do Paraná - AMOP;

Total da população abaixo da linha da pobreza - 146.171

Prioridade 5 Associação dos Municípios do Médio Paranapanema – AMEPAR; Associação dos Municípios do Setentrião Paranaense – AMUSEP;

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Associação dos Municípios do Noroeste do Paraná – AMUNPAR; Total da população abaixo da linha da pobreza - 126.703

Dentro de cada região, serão ainda considerados critérios ligados à regionalização agrícola. 6.5.3- Benefícios: Reembolsáveis Com liberação de R$ por hectare (50% no ato da adesão e 50% 6 meses após a vistoria do plantio e nos moldes da integração) - A Fundo perdido Os beneficiários deste projeto terão direito à assistência técnica e capacitação providas pelo Estado. Acesso a crédito Os beneficiários desse projeto, agrupados, terão acesso privilegiado a créditos de agroindustrialização porventura promovidos pelo Governo do Estado do Paraná. 6.5.4- Aspectos Operacionais:

A seleção dos beneficiários será feita de acordo com critérios deste projeto. Haverá obrigatoriedade de formação de grupos de produtores cujos projetos de

produção deverão ser elaborados pelas instituições credenciadas. Tais grupos (04 produtores no mínimo, com plantio de 2 hectares por família) deverão ter estabelecido, em seus projetos a aquisição de insumos em grupo, facilitando, assim, a obtenção de preços mais acessíveis.

O grupo de produtores deverá inscrever-se previamente na Secretaria da Agricultura do Município ou na cooperativa agrícola participante do Projeto ou, ainda, em sua entidade oficial de representação de classe.

Cada grupo de produtores formalizará contrato, assumindo a responsabilidade pela execução das orientações técnicas repassadas pelo sistema Ater.

As mudas utilizadas nos plantios deverão ser adquiridas em viveiros credenciados pelo Projeto. A área de plantio anual, por propriedade, não deverá ser inferior a meio hectare.

Atendidas as exigências constantes no projeto técnico e, após a emissão do primeiro laudo comprovando o plantio, o agricultor participante fará jús ao recebimento do crédito de apoio. Para recebimento do restante dos benefícios previstos no projeto, os povoamentos deverão apresentar indice de pegamento, após o replantio, de no mínimo 90% e a realização das atividades de limpeza prescritas no projeto técnico.

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6.5.5- Metas: O Projeto tem como meta beneficiar 11.000 famílias rurais no período de 2017 a 2022, conforme o quadro a seguir

Ano Quantidade de famílias

Área em ha/família/ano

Valor médio/Família

(R$)

Total (R$)

1.000 2,00 2.000 2,00 2.000 2,00 2.000 2,00 2.000 2,00 2.000 2,00

Total 11.000 - - Parcerias: Prefeituras Municipais; Cooperativas; Sindicatos; Organizações Não Governamentais. 6.6- Projeto de Apoio a infraestrutura – PROINFRA: Face às necessidades do Estado na ampliação da base florestal, o Projeto criará mecanismos de suporte e apoio ao setor, sendo prioritárias as ações iniciais nas seguintes linhas:

- Implantação e ampliação de capacidade produtora de mudas (viveiros): Tendo em vista que o potencial de produção dos viveiros instalados no Estado não suprirão a necessidade de mudas, recursos deverão ser disponibilizados à iniciativa privada para instalação e ampliação dos viveiros existentes. O pagamento dos valores definidos deverá ocorrer semestralmente, distribuídos em três anos consecutivos, com carência de um ano na produção de mudas disponibilizadas ao projeto.

- Criação de centros de capacitação e profissionalização: A estrutura do Estado para a capacitação e profissionalização dos agricultores, em Silvicultura, mostra-se inexistente. Centros de excelência, junto às áreas florestais, deverão ser instalados, visando à criação de ambiente para tornar os agricultores paranaenses tão competentes na silvicultura quanto demonstra nas demais atividades agropecuárias.

- Meios de transporte de insumos e escoamento da produção: construção, manutenção e conservação das estradas municipais, realizando uma parceria entre as empresa florestais, prefeituras, associação de municípios, SEMA, IAP, SEAB, SEIL, DER, CODAPAR, além de SENAR, SENAT, patrulha do campo, buscando capacitar os operadores de equipamentos dos municípios para a construção e manutenção de estradas.

- Apoio à colheita e transporte florestal, uma vez que estes itens são os maiores custos da madeira posta no pátio das indústrias. O desenvolvimento de máquinas adequadas para a pequena propriedade e a execução de cooperativas florestais ou o fomento a um mercado de prestadores de serviço de colheita e transporte a este segmento servirá para aumentar a

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competividade da cadeia produtiva e possibilitar melhores ganhos aos pequenos e médios produtores florestais.

No quadro a seguir pode ser observado os investimentos iniciais do Projeto em relação à sua destinação, quantificação e aplicação de recursos: Projeto Número de unidades Número de unidades Valor (R$)

Apoio a implantação de viveiros

04 2.000.000

Apoio a ampliação de viveiros

08 1.000.000

Criação de centros de capacitação

03 -x-x-x-x-x-

Estradas xxx -x-x-x-x- Colheita e transporte florestal

xxx -x-x-x-x-x-

Total 6.7- Projeto de Promoção das Atividades de Base Florestal – PROMOFLOR:

São vários os objetivos buscados quando se implanta uma atividade florestal. Considerando a complexidade da cadeia produtiva da madeira e dos não madeireiros, este caminho é bastante longo, estendendo-se desde a plantação até a exportação de produtos de origem florestal. Recentemente, ela vem extrapolando a simples transformação, passando pela produção de biomassa, bioenergia, indo até o “seqüestro de carbono” e a redução das emissões gasosas, através de acordos internacionais específicos

Neste sentido, é evidente a importância da produção florestal na economia, no

meio ambiente e na vida de milhares de brasileiros. Tudo isto exige planejamento e logística, além do estabelecimento de sistemas integrados para o uso múltiplo de florestas.

Isto significa que o marketing encontra-se relacionado à, pelo menos, 4 grandes

dimensões: à produção e seu processo; ao produto e suas utilidades; à promoção e sua valorização; e à distribuição e venda. Tudo isto também está atrelado aos seus objetivos que, de maneira geral, buscam a maximização; da satisfação do consumidor, da qualidade de vida da sociedade; da qualidade do produto e, sobretudo, da segurança de solidificação da empresa.

Neste sentido, ressalta-se as mudanças de conceitos mercadológicos ao longo do

tempo. Recentemente, as empresas produziam seus produtos e os disponibilizava no mercado cujo público sempre aguardava ansiosamente o novo lançamento. Atualmente este quadro se reverteu e as empresas procuram fornecer produtos específicos demandados por um pequeno grupo de indivíduos.

Na área rural, também, o marketing ganha cada vez mais espaço, dada a

contribuição do setor na economia nacional. Porém, não muda muito de conceito,

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uma vez que também vai tratar da famosa trilogia NECESSIDADE (que é o estado em que se sente privado de algo orgânico, material ou psicológico); DESEJO (sentido em função da existência de produtos que podem satisfazer às necessidades); e DEMANDA (capacidade real de transformação do desejo em realidade, isto é, encontra-se aliada a poder de compra). Tudo isto pode ser identificado no meio rural. Assim, o que se denomina “Marketing Rural” compreende as ações desenvolvidas para a venda de produtos e serviços agropecuários ou florestais, tendo em vista a fixação de uma imagem positiva destas atividades, bem como das empresas que atuam no Setor. Ultimamente, este tipo de marketing vem ganhando grande impulso, dada a importância crescente do agronegócio em todo o mundo, particularmente no Brasil, onde o PIB Agropecuário é elevado, respondendo por parcela majoritária da balança comercial brasileira. Observa-se, assim, a sua evolução, notadamente através de campanhas publicitárias, eventos (feiras, exposições, dias de campo etc), bem como trabalhos de assistência e comunicação junto aos diversos elos das cadeias produtivas rurais. Neste sentido, a Associação Brasileira de Marketing Rural (ABMR) vem procurando valorizar a área, principalmente agregando a massa crítica, assim como realizando pesquisas de interesse das organizações que atuam nesta área. É caso do chamado MARKETING VERDE, cujas características vêm se consolidando no mercado.

6.7.1- Considerações gerais a respeito do marketing florestal:

Eficiência do Marketing Florestal – vai depender do processo de orientação

mercadológica que se pretende dar aos diversos produtos a divulgar. Para tanto, há necessidade de um planejamento sistemático, definindo muito claramente os objetivos e metas a serem alcançados dentro de um espaço temporal, assim como um bom sistema de monitoramento e avaliação, estabelecendo índices de controle da qualidade da produção e dos serviços advindos das atividades florestais. Dentro de cada “elo” da cadeia da madeira e dos não madeireiros há necessidade de um planejamento destes.

Pesquisas de produto e de consumo – trata-se de pesquisas de mercado que possam identificar claramente produtores e tipos de consumidores, com suas características socioeconômicas, bem como de expectativas qualiquantitativas. Devem ser elaboradas para cada processo/produto, desde o plantio florestal até a comercialização interna e externa. Neste sentido, é necessária uma estratégia de marketing que possibilite uma constante análise da situação de mercado, identificando os cenários atuais e futuros a fim de se determinar com clareza as novas tendências de consumo para que possam ser adequadas às potencialidades de produção.

Valorização do potencial diversificado da floresta plantada ou uso múltiplo – neste caso, busca-se alcançar o grande público, demonstrando que o plantio florestal traz grandes “vantagens” tanto ao meio ambiente quanto à sociedade, principalmente em função de sua diversidade de uso, de produtos práticos e, sobretudo, com grande capacidade de reposição. Os mitos das plantações florestais devem ser “esclarecidos”, falsas informações como: a monocultura florestal é prejudicial ao meio ambiente; agente causador da seca água de lagoas; eliminação da fauna; expulsão do homem do campo; que não alivia a pressão sobre florestas nativas nem tampouco recupera áreas degradadas, dentre outros.

Certificação florestal – não basta ter qualidade de processo, há necessidade de se responder às exigências do mercado e do meio ambiente. Assim, os processos

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de certificação de produtos vêm se estabelecendo como forma de conquistar mercados mais exigentes, principalmente após os processos econômicos globalizados. Neste caso, devem-se divulgar os processos de manejo sustentável do plantio florestal que procuram destacar a inclusão da questão econômica, além da preocupação ecológica e da sua abrangência social, ambas inerentes à temática da sustentabilidade. Destacam-se neste papel de acesso ao mercado, o apoio necessário para que o pequeno e médio produtor florestal possa ser englobado em sistemas que os tornem aptos a receber certificações, sejam individualmente ou em associações, pela certificação comunitária. As certificações atestam que um cultivo florestal foi produzido apoiado e atendendo a princípios de manejo florestal sustentável, tais como dos selos CERFLOR – Programa Brasileiro de Certificação Florestal, vinculado ao Programme for the Endorsement of Forest Certification Schemes - PEFC (antigo Pan European Forest Certification – PEFC) e do FSC (Forest Stewardship Council). Além de se ressaltar a importância do marketing desses produtos e serviços na promoção do fortalecimento, não apenas do processo produtivos, mas de suas relações com o meio ambiente e para com a sociedade (trabalho, renda, empregabilidade, cadeia de custódia, dentre outros).

Florestas e o “seqüestro de carbono” – O movimento em torno das catástrofes ambientais globais vem ganhando terreno em todo o mundo. Em especial o chamado Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (CDM –Clean Development Mechanism), cuja origem tem guarita na proposta brasileira, apresentada em maio de 1997, ao Secretariado da Convenção de Bonn. Especificamente, o protocolo de Kyoto, no Japão, lançou as bases para um entendimento global do problema da influência humana sobre as mudanças climáticas. Ganhou espaço a questão das emissões gasosas, que já são problemas sérios, principalmente nos países desenvolvidos. Neste caso, as nações mais industrializadas se comprometeriam a reduzir as taxas de emissão de CO² a níveis, pelo menos, 5% inferiores aos apresentados em 1990, em um prazo estabelecido (até o ano de 2005 e posteriormente na COP 21). Neste caso, os projetos florestais são compatíveis com a utilização prevista, desde que desenvolvidos com técnicas de manejo sustentável, isto significa que os plantios florestais poderiam contribuir bastante, mas ainda necessita de pesquisas e marketing quanto à sua eficiência e possibilidades. A Bracelpa, por exemplo, implantou em 2010 o processo de inventário corporativo de carbono, no qual as empresas associadas levantam área, espécie e idade dos plantios e calculam seu potencial em fixação de carbono durante o ciclo de produção, bem como, quantificam a quantidade de carbono gerada por atividades próprias e terceiras para obter seus produtos, gerando um balanço sobre a quantidade gerada e fixada em toneladas equivalentes de carbono, evidenciando a contribuição ambiental do setor pelo superávit de CO² fixado em biomassa comparado com o necessário para neutralizar o CO² emitido em suas atividades.

Produção com baixo impacto ambiental ou de baixo risco ambiental – demonstrar as vantagens de se desenvolver plantios comerciais de florestas, abrangendo desde questões ambientais, como sociais e econômicas. Além disto, procurar esclarecer os mitos que giram em torno do plantio florestal, de forma a tornar a atividade popularizada, mas positivamente, transformando o tema em diferencial mercadológico.

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6.7.2- Estratégias de marketing:

A estratégia de marketing florestal a se utilizar vai depender da localização do produto dentro da cadeia. Deverá, no entanto, ser formulada para cada produto e para um determinado público. Portanto, sempre haverá um produto a ser divulgado e um público a ser atingido que serão diferenciados dentro dos diversos elos da cadeia da produção florestal. Assim, o marketing deve estabelecer as suas estratégias de forma a compor uma situação “ideal” ao produto, ou seja, enfatiza-se a observação dos “5 certos”: o produto certo; para consumidores certos; no momento certo; com preço certo; e no lugar certo.

Entretanto, embora todo este aparato seja fundamental ao sucesso da estratégia de marketing, de forma simplificada, o chamado composto de marketing nada mais é do que um conjunto de ferramentas que as empresas utilizam para atingir o seu mercado-alvo onde podem ser identificados “os 4 P, girando em torno do Consumidor: PRODUTO - Variedade, qualidade, design, características, nome da marca, embalagem, tamanhos, serviços, garantias e devoluções; PREÇO - Lista de preços, descontos, condições, prazo de pagamento e condições de crédito; PROMOÇÃO - Promoção de vendas, propaganda, força de vendas, relações públicas e marketing direto; PRAÇA – Canais, cobertura, sortimento, localizações, estoque e transporte.

6.7.3- Planejamento estratégico global e planos de marketing florestal do Paraná:

Este deve ser um dos primeiros atos a serem desenvolvidos dentro da Política Pública, tendo em vista a necessidade de se deixar esclarecido as grandes linhas a serem perseguidas. Trata-se, portanto, da definição de um plano de marketing, em que o setor florestal deve posicionar-se perante a sociedade, indicando como pretende participar da economia, bem como de apresentar suas reivindicações para que possa atingir os seus objetivos. Como se trata de um setor que mantém suas bases no mercado, seu planejamento estratégico global deverá estar voltado para marketing, tendo em vista demonstrar seu ritmo de crescimento, além de se estabelecer como parceiro da sociedade.

Em termos gerais, uma estratégia para um setor de produção deve apresentar, pelo menos 3 frentes de ação:

Situação do “negócio” florestal (diagnóstico) – Dada a realidade do setor florestal, deve-se tratar do estabelecimento dos procedimentos que possam melhorar a sua “performance”, variando desde as condições de fornecimento de matéria-prima até a necessidade de se produzir determinado produto para determinado cliente. Há que se levar em consideração, pelo menos, 4 tipos de ambiente: o demográfico e econômico; o tecnológico e ecológico; o político e legal; e o social e cultural. Neste sentido, devem ser estabelecidos objetivos e metas de curto, médio e longo prazos, assim como as estratégias para alcançá-los no tempo pretendido. Enfim, trata-se da visão ampla do “negócio” florestal, compreendido pelos seus produtos, processos e serviços gerados e consumidos ao longo da cadeia produtiva.

Pesquisas mercadológicas – há necessidade de se conhecer a realidade do setor florestal em seu conjunto e, com isto, definir as ações e rumos a tomar. Mas somente isto não basta, pois ainda há necessidade de se definir a forma para alcançar os objetivos. Trata-se, portanto, da prospecção de mercado (para cada produto dentro da cadeia) onde estarão sendo definidas desde a forma e o processo até embalagens para os produtos, ou seja, adequação da produção. Para isto, serão necessários cursos de capacitação para os técnicos, estudo de

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logística, visitas a feiras e participação em eventos específicos, rodadas de negócio e viagens para conhecimento da realidade do setor.

Estabelecimento de parcerias - Para que as atividades possam ter êxito, é necessário, também, constituir parceiros estratégicos, tendo em vista a importância do setor florestal e dos demais setores com que congrega e interage. Neste caso, o setor de insumos, de armazenamento, de transporte e da rede de distribuição e comercialização dos produtos de origem florestal, dentre outros, são essenciais, dada a sua participação em locais de relevância ao longo das cadeias produtivas da madeira e dos não madeireiros.

No que se refere à promoção, alguns itens merecem destaque: Institucional – neste caso, refere-se ao setor em seu conjunto. Deve-se procurar a

valorização do “produto” FLORESTA PLANTADA. Tudo que for relevante em termos de promoção da imagem desta atividade deve ser divulgado. Deverão ser realçadas as VANTAGENS COMPARATIVAS do estado do Paraná para o desenvolvimento da atividade florestal, levando-se em consideração os aspectos de localização estratégica (MERCOSUL), condições climáticas e edáficas; infraestrutura e logística, tecnologia disponível, políticas relativas ao setor, aspectos legais a serem considerados, demografia, dentre outras. Assim, deverão ser considerados aspectos referentes a: área plantada, colhida, comercializada e exportada, produção por tipo de atividade florestal, de exportação, de geração de empregos, de participação no PIB, de benefícios econômicos, sociais e ambientais, números de indústrias instaladas, consumo de produtos florestais, novos produtos da madeira e dos não madeireiros; design de produtos da madeira, avaliações de cenários futuros do setor, comparativos com as demais atividades produtivas, benefícios aos produtores e consumidores, perspectivas de mercado futuro; dentre outros.

Marca do setor florestal – trata-se da criação de selos específicos ou do estabelecimento de uma marca que possa ser identificada facilmente pelo público em geral. Em verdade, todos os produtos ou “peças” de marketing e divulgação deverão conter esta MARCA, que deve ser comum em publicidade, revistas, jornais, folder’s, bonés, camisetas, enfim, onde se referir às florestas produtivas do Estado. Deve, ainda, acompanhar uma “frase de efeito” que possa demonstrar a grandeza do setor.

Grandes metas – As grandes metas são necessárias, tendo em vista que constituem a “mola mestra” de todo o marketing. Por exemplo, deve-se definir claramente que em 5 anos, o setor se manterá como o segundo maior exportador na pauta de exportação paranaense; que em 10 anos, terá a maior área com plantios florestais comerciais do país; que nos próximos 15 anos, 50.000 novos pequenos silvicultores estarão integrados na atividade florestal; que em 20 anos, o Paraná será palco dos maiores eventos florestais (nacionais e internacionais); que em 25 anos, estarão no Paraná as maiores indústrias do setor florestal; que em 30 anos, o Estado apresentará o menor custo de produção, menor preço do produto e a melhor tecnologia do setor; e assim por diante.

6.7.4- Avaliação e monitoramento: Como todo planejamento, o marketing também é dinâmico e sofre variações de acordo com o desempenho da estratégia definida. Isto significa afirmar que o monitoramento e a avaliação são procedimentos constantes e servem para realimentar o planejamento a cada período definido, servindo de base para a redefinição de metas e adaptação de sistemas que resultam na alteração do orçamento.

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6.7.5- Orçamento:

Normalmente, o que se verifica em termos orçamentários, na área de marketing, é a sua vinculação ao orçamento global de uma empresa ou programa. O que varia é o grau desta vinculação ao longo do tempo. Entretanto, existe a necessidade de se estruturar o processo de marketing do Programa, em que no início do processo os valores são altos sendo reduzidos até se estabilizar a partir do 4º ano.

Para efeito do Projeto, as estratégias a serem implementadas envolvem os seguintes orçamentos: Ano Projetos Total (R$)

Assessoria de imprensa; Levantamentos; Capacitação; Parcerias; Pesquisa científica; Publicidade e propaganda (promocional, estímulo, eventos, produto)

Assessoria de imprensa; Levantamentos; Capacitação; Parcerias; Pesquisa científica; Publicidade e propaganda (promocional; estímulo; eventos; produto)

Assessoria de imprensa; Levantamentos; Capacitação; Parcerias; Pesquisa científica; Publicidade e propaganda (promocional; estímulo; eventos; produto)

Assessoria de imprensa; Levantamentos; Capacitação; Parcerias; Pesquisa científica; Publicidade e propaganda (promocional; estímulo; eventos; produto)

Assessoria de imprensa; Levantamentos; Capacitação; Parcerias; Pesquisa científica; Publicidade e propaganda (promocional; estímulo; eventos; produto)

Assessoria de imprensa; Levantamentos; Capacitação; Parcerias; Pesquisa científica; Publicidade e propaganda (promocional; estímulo; eventos; produto)

TOTAL

6.8- Projeto de Estímulo ao desenvolvimento de cadeias produtivas madeireiras e não madeireiras com uso intermediário diversificado - PRONAMAD

Produtos florestais não-madeireiros (PFNM), segundo a FAO, são definidos como

produtos de origem biológica que não a madeira, retirados de florestas e outras formas de vegetação, ou a partir de árvores isoladas. Os PFNM podem ser explorados por extrativismo em florestas naturais ou produzidos em cultivos florestais ou arranjos agroflorestais. Estes produtos incluem produtos utilizados em alimentação (castanhas, cogumelos, frutos, condimentos, etc.), fibras diversas, óleos essenciais, resinas e gomas, dentre outros. No Brasil, a produção extrativa não madeireira apontou, em 2014, o grupo de produtos Alimentícios como o de maior valor da producão, participando com 69,9% do valor total obtido, seguido pelas Ceras (12,4%), Oleaginosos (9,9%) e Fibras (7,2%). Em 2014, o valor dos produtos não madeireiros na extração vegetal totalizou R$ 3,2 bilhões para 38 produtos oriundos do extrativismo vegetal.

Na Região Sul, sobressaem apenas dois produtos: erva-mate (99,9%) e pinhão (86,7%). A erva-mate nativa ocorre em apenas quatro Unidades da Federação, sendo o maior produtor o Estado do Parana, com 86,3% da quantidade obtida no País, que, em 2014, foi de 333.017 toneladas. Em 2013 a participação da erva-mate representou 10%

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do VBP florestal que foi R$ 3,7 bilhões. De 2011 para 2012 o VBP apresentou um crescimento de 22% puxado pelo aumento do preço no período.

A produção de erva-mate está presente em 151 municípios do Estado, com concentração na região sul, sendo que os maiores produtores são os seguintes Núcleos Regionais: União da Vitória, Irati, Guarapuava, Ponta Grossa e Pato Branco, os quais respondem por 90% do VBP da erva-mate no Paraná. A Erva Mate é cultivada em 160.000 propriedades na região Sul, gerando aproximadamente 700.000 empregos diretos e indiretos. O Estado do Paraná é o maior produtor mundial. É uma atividade que ocorre e é praticada em regiões de IDH deprimido, de solos pobres e onde as opções de cultivo agrícola são menores do que em outras regiões. São 151 municípios produtores, VBP de R$420 milhões em 2013. Outras condições favoráveis para o avanço desta cultura são o desenvolvimento econômico, cadeia produtiva instalada e funcionando, uma rede de pequenas e médias propriedades rurais produtoras de Erva-Mate, bem como a presença do apoio tecnológico de Institutos de pesquisa e Extensão Rural e Assistência Técnica. Tais características favorecem a implementação de APLs específicas no Estado.

O Paraná reúne condições adequadas para a expansão da área cultivada com esta

espécie, respeitando-se os requerimentos edafoclimáticos, sócio-econômicos e legais, sendo que as regiões noroeste, norte, oeste e litoral mostram adequação para o cultivo de seringueira. Outras condições favoráveis para este avanço em área plantada são o desenvolvimento econômico/infra-estrutura instalada, uma rede de pequenas e médias propriedades rurais com perspectivas para adoção destes cultivos florestais, bem como a presença do apoio tecnológico de órgãos de pesquisa (Embrapa, Iapar) e extensão rural (Emater).

Selecionou-se, também, para abordagem no âmbito deste projeto, a borracha

natural, proveniente da seringueira (Hevea brasiliensis), usada aqui como exemplo, que é produzida a partir de relativamente pequena área plantada com seringueira no Paraná (pouco menos de 1.400 ha). A seringueira é uma espécie florestal de uso múltiplo (produzindo borracha e madeira para processamento mecânico e energia), trazendo os benefícios ambientais comuns aos cultivos florestais, tais como proteção dos solos, controle da erosão e melhoria microclimática As principais áreas produtoras do Estado localizam-se na região noroeste, próximas ao estado de São Paulo, maior produtor nacional. Estudos conduzidos pela equipe do Programa Recursos Florestais do IAPAR revelaram ser o potencial produtivo desta espécie igual ou superior à média de produtividade dos plantios de São Paulo, não apenas em boa parte dos cerca de 3.499.000 ha da região noroeste formação Arenito Caiuá, mas também em muitas áreas do norte, oeste e Litoral do Paraná. Um outro critério para a escolha deste produto foi a disponibilidade de estudos sobre sua cadeia produtiva no Paraná.

Este projeto objetiva impulsionar o plantio de seringueira para proporcionar benefícios socio-econômicos aos produtores envolvidos através de estabelecimento de outros segmentos da cadeia produtiva da borracha natural no Paraná, além de contribuir para o abastecimento das cadeias produtivas da madeira e dos não madeireiros. 6.8.1- Objetivos: Contribuir para a geração e diversificação de renda em pequenas e médias

propriedades rurais paranaenses, pelo estímulo ao cultivo de seringueira, em talhões puros ou em sistemas agroflorestais, resultando em aumento da produção de borracha

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natural e madeira, favorecendo o estabelecimento do segmento de mini-usinas e usinas beneficiadoras, além da contribuição ao abastecimento da cadeia da madeira.

6.8.2- Público-alvo:

O projeto tem por finalidade atingir preferencialmente pequenos e médios produtores rurais de municípios localizados em regiões aptas para o cultivo de seringueira (áreas aptas do norte e noroeste, conforme o Zoneamento Agrícola do Estado do Paraná, IAPAR, 2003).

6.8.3- Metas: Num prazo de 5 anos, munir o Paraná de infra-estrutura botânica (jardins clonais e viveiros) capaz de atender a demanda crescente para a expansão da área plantada, atingindo-se valor na ordem de 14.000 ha em 2022, isto correspondente à cerca de 0,3%, não do total de áreas aptas para cultivo, mas apenas da região do Arenito Caiuá (3.499.000 ha). O total de 5.000.000 de árvores plantadas, produzindo até o 10o ano entre 12.000 e 20.000 toneladas de borracha seca por ano, poderá aportar produção suficiente para abastecer até 5 usinas de beneficiamento, bem como atender de 300 a 400 indústrias de artefatos leves, com capacidade instalada de consumo de 5 toneladas de borracha/mês, estabelecendo novos segmentos da cadeia produtiva no Paraná, e gerando, assim, empregos diretos e indiretos. 6.8.4- Alcance esperado e custos do projeto: Prevê-se uma evolução, em termos de número de beneficiários diretos e de custos totais do projeto, visando atender 1.350 famílias por ano, em bases físicas, totalizando 5.400 hectares por ano, conforme o quadro abaixo. Não estão estimados beneficiários indiretos, considerando-se a geração de empregos diretos e indiretos, em função do fortalecimento de cadeias produtivas não-madeireiras. Demonstrativo de número total de famílias beneficiadas e custos, ao longo da vigência do projeto:

Ano Número de famílias/ano

Área (ha)/ano Total (R$)

25 5 190 360 340 1360 780 3120 1350 5400 1350 5400 1350 5400

Total 6.8.5- Estratégia de ação:

Caberá ao IAPAR a função de coordenar e promover a avaliação e seleção dos atuais e novos clones; efetuando a multiplicação e distribuição dos referidos clones a até 30 pequenas e médias propriedades envolvidas no processo de produção tendo em vista consolidar a sua multiplicação; promover treinamento e capacitação de mão-de-obra no

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cultivo da seringueira em todas as etapas do processo produtivo, e em todos os níveis; proceder a orientação, acompanhamento e avaliação do comportamento interclonal nos plantios propostos neste projeto, visando orientar e colher subsídios para a continuidade do processo de transferência de tecnologia.

À EMATER, caberá fazer a divulgação da cultura junto aos produtores rurais;

seleção de produtores e viveiristas para serem treinados e contemplados com o plantio; orientar a indicação de produtores e viveiristas; promover a capacitação e treinamento sobre implantação de viveiros, acompanhamento da enxertia, preparo e distribuição das mudas produzidas; plantio e manejo corretos dos seringais.

Ao Governo do Estado, compete alocar recursos financeiros para a implantação da

infra-estrutura necessária à produção e fornecimento de mudas selecionadas e estabelecer linhas de apoio ao pequeno e médio produtor para a aquisição de mudas e insumos.

Também será contemplado a constituição de núcleos de produtores como forma de

viabilizar o negócio, pois produtores de borracha “isolados”, terão dificuldades, ou mesmo não conseguirão, comercializar sua produção. A ação será concentrada na criação de grupos com número mínimo de árvores, para que o volume de produção de látex proporcione a instalação de unidades de beneficiamento.

6.9- Projeto de Certificação de Sustentabilidade de Atividades florestais CERTIFLOR:

Certificação é um conjunto de atividades desenvolvidas por um organismo

independente da relação comercial com o objetivo de atestar, publicamente, por escrito, que determinado produto, processo ou serviço está em conformidade com os requisitos especificados. Estes requisitos podem ser: nacionais, estrangeiros ou internacionais.

Utilizar a certificação florestal como veículo de promoção do bom manejo florestal e

de informação aos consumidores de produtos florestais, mediante o estabelecimento de mecanismos de avaliação de legitimidade, demonstra que as florestas são manejadas com responsabilidade social e ambiental. Assim o País ganha competitividade no comércio mundial de produtos de base florestal. A certificação é um instrumento de incentivo à sustentabilidade das florestas.

Os principais aspectos que justificam a implantação do programa de certificação

florestal são: - Propiciar a concorrência justa; - Estimular a melhoria contínua da qualidade; - Informar e proteger o consumidor; - Facilitar o comércio exterior, possibilitando o incremento das exportações; - Proteger o mercado interno; - Agregar valor às marcas;

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Programa Brasileiro de Certificação do Manejo Florestal – CERFLOR: As normas a serem utilizadas no Programa Florestal Paranaense são: - NBR 14789:2001 – Manejo Florestal – Plantações Florestais - NBR 15789:2004 – Manejo Florestal – Florestas Nativas - NBR 14790:2001 – Manejo Florestal – Cadeia de Custódia Os princípios das normas para a certificação de manejo florestal sustentável são:

Princípio 1 - Cumprimento da legislação; Princípio 2 - Racionalidade no uso dos recursos florestais a curto, médio e longo

prazos, em busca da sua sustentabilidade; Princípio 3 - Zelo pela Diversidade Biológica; Princípio 4 - Respeito às águas, ao solo e ao ar; Princípio 5 - Desenvolvimento ambiental, econômico e social das regiões em que

se insere a atividade florestal. 6.9.1- Público alvo: Produtores florestais familiares, associações e produtores individuais que tenham participado dos programas de treinamento e capacitação desenvolvidos pela Política Pública. 6.9.2- Objetivos: Adequar os micro e pequenos proprietários rurais e associações florestais, aos requisitos das normas do CERFLOR e avaliar, de forma independente, a conformidade destes requisitos na sua implantação, visando obter um produto com garantia de origem e com maior valor agregado. 6.9.3- Execução: A certificação será outorgada pela equipe de auditores credenciados pelo TECPAR – Instituto de Tecnologia do Paraná, como organismo de certificação de sistemas e produtos, acreditado pelo Inmetro. Atendendo à independência requerida para a certificação, o programa florestal contará com a parceria do IAPAR, EMBRAPA Florestas, EMATER, SEAB, IFPr e UFPR para o treinamento e capacitação dos interessados, visando ao atendimento dos requisitos das normas regulamentadoras. 6.9.4- Metas:

O Projeto de certificação acompanhará o planejamento da Política Pública, realizando um diagnóstico para ordenar o atendimentos dos requisitos através de treinamentos das associações e famílias para a busca da Certificação. O objetivo é atingir a mesma quantidade de famílias a serem incluídas nos programas de treinamento (Projetos associativo e integrar).

Em 2020, será dado início ao processo de avaliação da conformidade. Serão realizadas pré auditorias, auditoria de avaliação da documentação (Fase I), auditoria de avaliação da implementação dos procedimentos (Fase II), consultas públicas, análise da comissão de certificação para então a conclusão do processo de certificação e a

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impressão do certificado. O objetivo é atingir uma área de 8.400 ha de florestas plantadas certificadas pelo plano estadual de cultivos florestais até 2025.

A partir de 2025, a floresta começará a gerar seus primeiros produtos certificados, originados do desbaste da floresta plantadas em 2020. Visando garantir a rastreabilidade do produto florestal de origem certificada e para garantir a origem sustentável da matéria prima, as organizações deverão iniciar a certificação de Cadeia de Custódia NBR 14790, a qual deve demonstrar claramente através de um sistema de controle, a origem da matéria prima certificada. Com isso os produtos serão certificados pelo Cerflor, podendo utilizar a marca de conformidade do Tecpar e Inmetro e automaticamente sendo inclusos ao mercado que tenha esta exigência, especialmente empresas florestais certificadas e mercados internacionais, via sistema Programme for the Endorsement of Forest Certification Schemes - PEFC. Além do mercado especial para produtos certificados, espera-se um valor agregado maior ao produto, viabilizando assim o desenvolvimento sustentável do setor florestal paranaense. Como exigência para a certificação, os documentos sobre o processo de avaliação da conformidade de florestas, estará disponível ao público interessado. Para consecução dos objetivos propostos, é apresentado, a seguir, as metas do projeto:

Ano Quantidade de famílias

Área em ha Custos para a implementação

R$ 500 1.000 600 1.200 700 1.400 800 1.600 800 1.600 800 1.600

Total 11.000 8.400

6.10- Projeto de sequestro de carbono como mecanismo de incentivo ao fomento e à conservação florestal no Paraná – CARBOFLOR:

No início dos anos 90, o mecanismo de sequestro de carbono foi lançado na Convenção do Clima da ONU, como um instrumento de flexibilização dos compromissos de redução das emissões de gases de efeito estufa dos países industrializados. Trata-se de uma das modalidades dentro do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) do Protocolo de Kyoto para compensar as emissões e mitigar as mudanças climáticas. Este mecanismo estabelece, também, que os projetos MDL devem contribuir para o desenvolvimento sustentável do país hospedeiro a critério do respectivo governo.

É inegável que, dentro da lógica da Convenção do Clima, os projetos energéticos sejam mais eficazes do ponto de vista da mitigação do aquecimento, no sentido de evitar a emissão na fonte. Porém sob a ótica do desenvolvimento sustentável de países em

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desenvolvimento o mesmo não se aplica necessariamente. O carbono florestal no MDL tem um alcance de ação que o setor energético dificilmente terá, que é o do desenvolvimento rural através da atividade florestal e da promoção do uso sustentável dos recursos florestais e da terra, como é o caso de restauração de áreas de preservação permanente (APP) e recomposição de reserva legal (RL), com favorecimento especial aos produtores do extrato de renda mais baixa. A contribuição ao desenvolvimento sustentável da região somente ganharia escala se a oportunidade do MDL for utilizada como um instrumento de política pública, inserido em uma estratégia de desenvolvimento regional, em parceria com o governo ou encabeçada por este.

A iniciativa do Estado do Paraná, de desenhar uma política e um Plano Florestal

Estadual pode ser inscrita dentro das possibilidades de recursos previstas no MDL como um mecanismo adicional de promoção deste Plano.

O Protocolo de Kyoto e recentemente a COP21 estabelece que o país

hospedeiro é que tem a prerrogativa de confirmar, por escrito, se a atividade do projeto candidato a MDL contribui ou não para o seu desenvolvimento sustentável (MCT, s/d). Assim, os projetos que contribuírem apenas para a redução da emissão de gases de efeito estufa - GEE e não para as questões consideradas importantes para a sustentabilidade do processo de desenvolvimento do país hospedeiro deveriam, em princípio, ser inelegíveis.

Os critérios para aceitar ou não os projetos MDL são, portanto, definidos nacional

e não internacionalmente. Estes são aprovados pelos respectivos governos nacionais, segundo suas necessidades e critérios particulares. A matriz energética, as condições geomorfológicas e a inserção político-econômica de cada país são determinantes na definição de prioridades específicas.

O governo brasileiro, assim como os demais países em desenvolvimento

interessados em hospedar projetos de carbono, encontram-se em processo de discussão e elaboração dos critérios e indicadores para eleger e aprovar os projetos candidatos ao MDL. Em princípio, os critérios devem levar em conta os impactos socioeconômicos e ecológicos previstos dos projetos, e privilegiar aqueles que melhor atendessem às demandas sociais nacionais e ao uso sustentável dos recursos naturais no contexto da estratégia de desenvolvimento nacional. A Comissão Interministerial de Mudança Global do Clima, entidade apontada como Autoridade Nacional Designada, estabeleceu, na Resolução número um, cinco critérios para avaliar o atendimento dos projetos ao desenvolvimento sustentável do país. São eles:

a) Contribuição para a sustentabilidade ambiental local; b) Contribuição para o desenvolvimento das condições de trabalho e a geração

líquida de emprego; c) Contribuição para a distribuição de renda; d) Contribuição para capacitação e desenvolvimento tecnológico; e e) Contribuição para a integração regional e articulação com outros setores. Com relação à Convenção do Clima, os projetos devem submeter o Documento

de Concepção do Projeto ao Conselho Executivo (Executive Board) do MDL para registro, juntamente com a carta de aprovação da Autoridade Nacional Designada, incluindo a confirmação, pelo país, de que o projeto colabora para o desenvolvimento sustentável. Para a validação do projeto, o critério estabelecido pelo Protocolo de Kyoto é a aprovação

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da metodologia da linha de base, ou seja, a adicionalidade que as atividades do projeto trariam em relação aos cenários sem projeto. Para a emissão dos Certificados de Redução de Emissão (CERs) de carbono o projeto deve submeter-se a um processo de verificação, na medida da geração do carbono, que será realizado por empresas independentes, devidamente credenciadas pelo Conselho Executivo do MDL do Protocolo de Kyoto. A verificação consistirá em averiguar se a tendência apontada na linha de base ocorreu, ou se sofreu alterações; se os carbonos seqüestrados ou evitados são efetivamente adicionais; se ocorreu algum tipo de vazamento1 que deverá ser descontado dos carbonos fixados; e se os carbonos adicionais são permanentes ou temporários. Evidentemente, o processo de verificação destas condições requer a definição clara de uma metodologia de monitoramento, em que uma série de informações, tais como a área testemunha ou o estoque inicial de carbono, deve ser levantada e preparada desde o início da implementação do projeto.

Em resumo, o ciclo do projeto para o MDL consiste em: a) elaboração do Documento de Concepção do Projeto; b) validação do projeto por uma Entidade Operacional credenciada pelo

Conselho Executivo do MDL; c) aprovação pela Autoridade Nacional Designada do país hospedeiro do

projeto; d) submissão do relatório de validação e da carta de aprovação da Autoridade

Nacional Designada (AND) para registro no Conselho Executivo do MDL; e) monitoramento do Projeto e relatório de verificação das reduções de emissão

por uma Entidade Operacional credenciada e submissão ao Conselho Executivo;

f) emissão de unidades de redução de emissão (CERs) nos registros do país investidor do Anexo 1 (MIGUEZ, 2002).

1O vazamento ocorre quando a adicionalidade trazida pelo projeto se perde com o deslocamento de práticas ou atividades degradadoras para áreas vizinhas ao projeto.

6.10.1- Atividades e orçamentação do projeto: Atividade em pequenas e médias propriedades

rurais

Número de projetos

Responsável Custo (R$)

Implantação de projeto piloto - 2005

01 SEMA

Implantação de projetos piloto - 2006

02 SEMA

Total 03 -x-x-x-x-x-

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7- ESTRUTURAS E GESTÃO DA SUSTENTAÇÃO DA POLÍTICA

Os pilares que sustentam a Política para os Cultivos Florestais estão alicerçados em quatro bases (desenho esquemático, a seguir): Figura 1 – Desenho esquemático das Bases de Sustentação da Política Pública

7.1- DETALHAMENTO DAS BASES DE SUSTENTAÇÃO DA POLÍTICA 1ª BASE: LEI E CONSELHO ESTADUAL DA POLÍTICA PARA OS CULTIVOS FLORESTAIS:

O Conselho Estadual de Cultivos Florestais, que deve ser instituído por Lei (e

criação da Autoridade de Cultivos Florestais) constitui-se no órgão supervisor da política florestal produtiva paranaense, com caráter deliberativo.

A composição do Conselho deverá respeitar a representação dos setores

ambiental, social e econômico, ligados à atividade de cultivos florestais, além da participação das Secretarias de Agricultura e Abastecimento, do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, da Indústria e Comércio e Assuntos do Mercosul, Secretaria da Ciência e Tecnologia, Secretaria de Planejamento e Coordenação Geral, Secretaria do Trabalho e Promoção Social, Órgão oficial de extensão rural, Órgão oficial de pesquisa agropecuária, APRE e Instituto de Florestas do Paraná.

A Lei de Cultivos Florestais, deverá alterar disposições da Lei nº 11.054 (Lei

Florestal do Estado, de 14 de janeiro de 1995, alterada pela Lei nº 15.001, de 26 de

POLÍTICA PÚBLICA PARA OS CULTIVOS FLORESTAIS NO ESTADO

DO PARANÁ

LEI E CONSELHO ESTADUAL CULTIVOS FLORESTAIS

UNIDADE DE GESTÃO (Estrutura administrativa)

INSTRUMENTOS FINANCEIROS

PROJETOS

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janeiro de 2006), assim como da Lei nº 10.066 (Lei de Criação da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos e o Instituto Ambiental do Paraná, de 28 de julho de 1992, alterada pela Lei nº 11.352, de 13 de fevereiro de 1996), estabelece atribuições à Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento – SEAB no setor. Determinaria, ainda, que a Autoridade de Cultivos Florestais, desmembrada da autoridade florestal pela Lei nº 11.054, ficaria integrada à SEAB com a responsabilidade de gerir o Cadastro Unificado de Produtores e Consumidores de Matéria-prima Florestal, anteriormente denominado Cadastro de Consumidores de produtos de origem florestal.

Deverá estabelecer, também, a responsabilidade da SEAB de estimular o cultivo florestal, por meio de programas de desenvolvimento do setor e apoio ao livre exercício desta atividade econômica, respeitada a legislação vigente, bem como a garantia de sua utilização.

A Autoridade de Cultivos Florestais, através de regionalização econômica e ecológica, após deliberação pelo Conselho de Cultivos Florestais, definirá zonas prioritárias de desenvolvimento do setor florestal produtivo, baseado nas principais cadeias produtivas, onde será estimulada esta atividade. Nas zonas de cultivos florestais, os instrumentos de estímulo fiscal, crédito dos órgãos governamentais e programas de desenvolvimento estadual serão preferencialmente dirigidos a esta atividade. Exemplo de fundo e direcionamento: Todo estabelecimento domiciliado no Estado que produza ou utilize matéria-prima de origem florestal, agrícola e pecuária, poderá deduzir diretamente do imposto líquido devido de ICMS a parcela aplicada diretamente na atividade de produção de mudas florestais, plantio, manutenção e melhoramento de florestas, proteção e controle de pragas e incêndios florestais, tecnologia, pesquisa, melhoramento e manutenção de unidades de conservação particulares, no Estado do Paraná.

A autoridade de cultivos florestais deverá exercer as funções de gerenciamento, planejamento, fomento, monitoramento, pesquisa e extensão, dando prioridades aos aspectos de:

I. estímulo à produção do setor florestal e às suas cadeias integradas; II. apoio às empresas de base florestal com atividades no Estado; III. apoio aos municípios para estruturação dos seus sistemas de cultivos florestais; IV. apoio ao produtores florestais do Estado, fortalecendo a equidade e o

desenvolvimento rural, em especial no acesso à assistência técnica.

Objetivos do Conselho: Propor, estruturar e deliberar a implementação de gestão da política de cultivos

florestais voltados para a renovação, manutenção e ampliação da base florestal para fins produtivos no Estado do Paraná. 2ª BASE: UNIDADE DE GESTÃO (ESTRUTURA ADMINISTRATIVA):

Para a efetivação deste plano, deve ser constituída uma unidade de gestão ligada

à SEAB (responsável pela condução da política produtiva agrícola do Estado – Instituto de Florestas do Paraná), cuja estrutura deverá se adequar ao arranjo administrativo da mesma.

Esta unidade de gestão assumirá a autoridade de cultivos florestais, desmembrada da autoridade florestal prevista pela Lei nº 11.054, de 14 de janeiro de 1995, a cargo da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento. Ficando sob a responsabilidade da autoridade de cultivos florestais o Cadastro de consumidores de matéria-prima florestal, instituído pela Lei 10.155, de 1º de dezembro de 1992, que passa a ser

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denominado Cadastro Unificado de Produtores e Consumidores de Matéria-prima Florestal.

A autoridade de cultivos florestais difundirá e normatizará o controle de pragas e doenças em cultivos florestais. Sendo que toda constatação de focos de pragas em cultivos florestais deverá ser comunicada à autoridade de cultivos florestais pelo proprietário rural. A Autoridade de cultivos florestais estimulará o plantio florestal produtivo, através de programas de desenvolvimento do setor e apoio ao livre exercício desta atividade econômica, respeitada a legislação vigente, bem como a garantia de sua utilização, além de manter controle estatístico e informativo da disponibilidade, consumo e plantio econômico de florestas, incluindo os produtos florestais em suas várias formas e fases, divulgando anualmente estas informações. A autoridade de cultivos florestais, através de regionalização em bases econômicas e ecológicas, elaborado pelo Instituto de Terras, Cartografia e Geociências (ITCG) e do Conselho definirá zonas prioritárias de desenvolvimento do setor florestal produtivo, onde deverá ser estimulado este tipo de atividade. Nas zonas de cultivos florestais, os instrumentos de estímulo fiscal, crédito dos órgãos governamentais, programas de desenvolvimento e demais atividades de reestruturação regional serão preferencialmente dirigidos à atividade.

Objetivos da Unidade de Gestão:

Executar os Projetos do plano estadual de cultivos florestais para o Estado do Paraná, elaborado por um grupo interinstitucional e interdisciplinar (constituído pela Autoridade de cultivos Florestais), tendo por base a questão da sustentabilidade (ecológica, social e econômica). Atender aos preceitos da integração e interação dos componentes pecuário, agrícola e florestal, de forma a contemplar as questões pertinentes à mitigação de seus impactos no meio ambiente. Permitir a máxima biodiversidade possível, através do uso adequado do solo e da produção e conservação da água. 3ª BASE: INSTRUMENTOS FINANCEIROS:

A existência de instrumentos fiscais de estímulo à atividade silvicultural, e de suas

cadeias produtivas integradas, é condicionante na medida em que aproxima a política pública dos anseios dos setores produtivos e sociais. Com isto, cria-se um ambiente propício à experimentação de outros modelos facilitadores para a execução dos objetivos propostos, além de servir como mecanismo de seleção natural daqueles com melhores resultados. Face à mobilidade dos agentes econômicos, a política governamental para o setor pode utilizar diversos instrumentos fiscais para o atingimento dos objetivos propostos, Tais como: Crédito ou abatimento de ICMS, ITR, FDE, etc.

O Produto das taxas (cadastramento) e/ou contribuições que venham a ser

geradas pelo setor florestal produtivo será recolhido ao Fundo de Equipamento Agropecuário - FEAP devendo reverter-se em benefício á cadeia produtiva florestal. O produto a que se refere este parágrafo poderá ser recolhido às instituições privadas sem fins lucrativos conveniadas à Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, desde que revertidos integralmente aos projetos de desenvolvimento do setor.

Em termos de financiamento da produção, deverão ser utilizados os mecanismos do sistema financeiro, enfatizando programas já estabelecidos, tanto do governo federal, quanto estadual, bem como constituir linhas específicas através da agência de fomento do Estado.

Além disto, para a execução dos projetos especificados que compõem a política pública, devem ser garantidos recursos orçamentários para a SEAB.

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Objetivos dos Instrumentos Financeiros: Garantir a continuidade de uma política de investimento de longo prazo, suplantando quaisquer mudanças, sejam de ordem administrativa ou política-partidária. 4ª BASE: PROJETOS (Plano estadual de cultivos florestais)

Estratégia Programática e Operacional: A composição do Plano está pautada em grandes projetos, cuja dinâmica encontra-

se condicionada às especificidades dos mesmos. Assim, dentro de cada projeto há uma forma operacional própria em função de seus objetivos e proposta de ação, com envolvimento de entidades parceiras diferenciadas. Alguns são destinados ao apoio direto aos agricultores, outros são de apoio logístico para dar sustentação ao Plano. Em outros os beneficiários são entidades ou técnicos, como forma de garantir o nível científico dos projetos. Neste contexto, o Plano dispõe seus projetos por área estratégica (Base Tecnológica de Sustentação; Base Logística para a Produção; e Base de Fomento à Produção), conforme figura a seguir. Autoridade de Cultivos Florestais:

Ficará criada a função administrativa denominada Autoridade de Cultivos Florestais, desmembrada da Autoridade Florestal estabelecida pela Lei nº 11.054, de 11 de janeiro de 1995, de atribuição da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento. Será de responsabilidade da autoridade de cultivos florestais o Cadastro de Consumidores de Matéria-prima Florestal, instituído pela Lei nº 10.155, de 1º de dezembro de 1992, que passaria a ser denominado Cadastro Unificado de Produtores e Consumidores de Matéria-prima Florestal.

A Autoridade de Cultivos Florestais deverá exercer as funções de controle, fomento, pesquisa e extensão, dando prioridades aos aspectos de:

I - estímulo à produção e ao desenvolvimento do setor florestal regional; II - apoio às indústrias e empresas de base florestal com atividades no Estado; e III - apoio aos municípios para estruturação dos seus sistemas de cultivos

florestais.

A Autoridade de Cultivos Florestais difundirá e normatizará os procedimentos para o controle de pragas e doenças em cultivos florestais. Toda constatação de focos de pragas ou doenças em cultivos florestais deverá ser comunicada à Autoridade de Cultivos Florestais pelo proprietário rural. A Autoridade de Cultivos Florestais estimulará o cultivo florestal, através de programas de desenvolvimento do setor e apoio ao livre exercício desta atividade econômica, respeitada a legislação vigente, bem como a garantia de sua utilização.

IV – Conselho Estadual: Será criado o Conselho Estadual de Cultivos Florestais, com finalidade de propor

medidas, estruturar e implementar instrumentos de gestão da política florestal voltadas à renovação, à manutenção e à ampliação da base florestal para fins produtivos, no Estado

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do Paraná. O Conselho Estadual de Cultivos Florestais será composto por representantes de órgãos e entidades de extensão rural, ensino e pesquisa agropecuária da Administração Pública do Poder Executivo do Estado, bem como por instituições ligadas às atividades de cultivos florestais. A composição do Conselho Estadual de Cultivos Florestais deverá conter a representação econômica, ambiental e social, ligadas à atividade de cultivos florestais.

8- GLOSSÁRIO (em construção):

Cultivos Florestais: a atividade antrópica de plantio, tratos culturais e manejo de espécies florestais com ciclos de colheita definidos e fins econômicos; Reflorestamentos: a atividade antrópica de plantio ou condução da regeneração natural, com tratos culturais ou não, de espécies florestais nativas diversificadas, com fins de recomposição de áreas desmatadas ou de reabilitação de ecossistemas naturais; Florestas plantadas:Talhões florestais estabelecidos mediante a plantação e/ou semeadura durante o processo de florestamento ou reflorestamento. Podem estar formados por: espécies introduzidas (todos talhões plantados), ou detalhões com espécies nativas submetidos a controle intensivo, que cumpram todos os seguintes requisitos: uma ou duas espécies ao momento da plantação, faixa etáriaeqüiana e espaçamento regular. Florestas naturais: As florestas naturais são bosques compostos por árvoresnativas de determinada região, não plantadas pelo homem. Floresta de produção: Florestas que não possuem restrições legais, econômicas e ambientais específicas, ou qualquer outra, que afetem significativamente o abastecimento de madeira. Florestas de proteção ou conservação: Floresta sujeita a restrições legais ou a restrições originadas de outras decisõespolíticas que impedem totalmente ou limitam seriamente o abastecimento de madeira, para a conservação do meio ambiente ou da biodiversidade. Produtos florestais não-madeireiros:produtos de origem biológica que não a madeira, retirados de florestas e outras formas de vegetação, ou a partir de árvores isoladas. Os PFNM podem ser explorados por extrativismo em florestas naturais ou produzidos em plantios florestais ou arranjos agroflorestais. Conservação: conjunto de ações que são realizadas em um ecossistema, tendo em vista sua restauração e, sobretudo, a sustentabilidade da qualidade e quantidade de seus componentes e processos. Preservação: tem a característica de interferência humana mínima ou quase inexistente. Setor de base florestal: compreende como atividades primárias da extração vegetal (baseadas na colheita dos produtos in natura, ou no manejo sustentado das florestas) e da silvicultura (cujas atividades principais são florestamentos e reflorestamentos). Como atividades secundárias, compreende as atividades de beneficiamento e processamento que se subdividem nos segmentos de produtos derivados de madeira (madeira sólida, painéis reconstituídos, celulose e papel, móveis, lenha, carvão vegetal, resíduos de

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madeira que são utilizados como insumos para produção de energia e outros produtos reconstituídos) e outros produtos de origem vegetal (erva-mate, resinas, óleos, fibras, essências, etc.). Cadeias produtivas: é o conjunto de atividades econômicas que se articulam progressivamente desde o início da elaboração de um produto. Isso inclui desde as matérias-primas, insumos básicos, máquinas e equipamentos, componentes e produtos intermediários, até o produto acabado, a distribuição, a comercialização e a colocação do produto final junto ao consumidor, constituindo elos de uma corrente. Sistemas de produção: é composto pelo conjunto de sistemas de cultivo e/ou criação no âmbito de uma propriedade rural, definidos a partir dos fatores de produção (terra, capital e mão de obra) e interligados por um processo de gestão. Mosaico florestal produtivo:técnica que permite um sincronismo entre as áreas de proteção, cultivos florestais e sistemas de produção agropecuária, proporcionando melhorias na geração de produtos e serviços das florestas, minimizando impactos ambientais de grandes maciços. Sistemas Agroflorestais: sistemas de produção que incorporam elementos arbóreos/arbustivos com culturas anuais, plantas bioativas, frutíferas, pastagens e/ou criações em uma mesma unidade de produção, ao longo do ciclo de desenvolvimento florestal, possibilitando geração de renda e segurança e soberania alimentar com conservação ambiental para as atuais e futuras gerações. Commodities ambientais: mercadorias originadas de recursos naturais em condições sustentáveis e são os insumos vitais para a manutenção da agricultura e da indústria. Desenvolvimento Rural Sustentável:construção junto aos agricultores familiares de ações que buscam consolidar o modelo de desenvolvimento sustentável, garantindo a igualdade e melhoria de vida dos agricultores e da sociedade, assim como o equilíbrio entre o desenvolvimento da sociedade e a conservação ambiental.

9- CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES: Baseado no pressuposto de que a atividade florestal madeireira deve cumprir seu

papel, não só econômico, mas também ambiental e social, o estado do Paraná, através de sua organização governamental e da sociedade em geral, tem como instrumento ativo de desenvolvimento sustentável do setor, o Plano aqui exposto.

Tem-se como premissa básica o atingimento, no horizonte de 50 anos (três ciclos florestais) a ampliação da base florestal estadual para 2 milhões de hectares, garantindo-se, a médio prazo (20 anos) o suprimento da demanda existente por produtos de origem florestal, mesmo com a taxa de crescimento anual média do setor na ordem de 7,74% e com qualidade superior à média do mercado brasileiro.

Quadro: Necessidade de ampliação da base florestal

Outro ponto de destaque no Plano é a geração de mais de 1,6 milhão de novos postos de trabalho, a um custo médio de R$ 2.536,22 por emprego gerado, contribuindo consideravelmente para o incremento do PEA no Estado, além do efeito

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renda superior às demais atividades de conotação rural/urbana. Deve-se considerar, também, os aspectos ambientais proporcionados pela atividade, com baixos índices de utilização de agroquímicos e impacto diminuto ao meio ambiente (quando comparado a outras monoculturas agrícolas), minimizado ainda mais quando implantado sob a ótica de mosaicos florestais em inserção nos sistemas típicos de produção existentes no Estado em comparação ao modelo tradicional baseado em grandes maciços florestais. Neste modelo, colocando a atividade florestal madeireira a serviço do desenvolvimento rural (e urbano), ganhos na equidade de divisão de renda, elevadas taxas de retorno econômico e sustentabilidade da produção, são garantidos e necessários.

O estado do Paraná torna explícito seu interesse no desenvolvimento e sustentabilidade do setor. Contudo para se atingir os objetivos propostos, faz-se necessário o apoio e parceria dos setores produtivos, tanto de atuação rural como da base industrial existente.

10-EQUIPE DE ELABORAÇÃO:

Adriana de Souza Trigo Santos – Sanepar Ailson Augusto Loper – APRE Alessandro Camargo Angelo – UFPr Alex Felipe Follmann – Itaipú Binacional Alexandre Leal dos Santos – Fetaep Álvaro Boson de castro Faria – UTFPr Amauri Ferreira Pinto – Emater – [email protected] Ana Paula D. Fernandes – UFPr Anadalvo Juazeiro dos Santos – UFPr Camilo Mendes junior – IFPr Carlos José Mendes – APRE Carlos M. J. Branco – Fetaep Carmem Rodrigues Truite – BRDE Conrado Locks Ghizi – Serviço Florestal Brasileiro Daniel Suss Riter – UFPr Davi Aparecido Calarga Pinezi – IFPr Diogo de Souza – UFPr Edilson Batistta de Oliveira – EMBRAPA Florestas Edson Piovezan – ALEP Edson Rangel da Silva Junior – Serviço Florestal Brasileiro Eduardo Gomes de Oliveira – Senar Elias Kleina – BRDE Eloir Carlos Grande – SETI Erikson Chandoha – BRDE Eros Cruz – Fiep Ezimar Andrade – Sanepar Fabio Pontes – IFPr - Flávio Nascimento – IFPr Gilson Martins – Ocepar José Mauro M. A. Paz Moreira – EMBRAPA Florestas Luiz Paulo Johanson – Itaipú Binacional Marcílio Martins Araújo – Adapar Marcos A. Tudino – SIMA

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Marlene Soranso – Adapar Matheus Pereira Ramos – Fetaep/Emater Neder Maciel Corso – Senar Renato Viana Gonçalves – Emater Rosiane Cristina Dorneles – IFPr Rozane Eisfeld – UFPr Thiago Rodrigues de Paula – UFPr Vitor Afonso Hoeflich – UFPr Werner Hermann Meyer Junior – FAEP Zilda Romanoski – UFPr