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Escola de Aprendizes do Evangelho - Aliança Espírita Evangélica (8ª turma/GEAEL) 1 PER- GUN- TA:- —- Pode- ríeis- citar- algum- acon- te- ci- men- to- da-época-de-Jesus,-pelo-qual-pudés- se- mos-ava- liar-- melhor-a- influên- cia- dos- - astros- em- rela- ção- à- encar- na- ção- do- Mes- tre- em-nosso-pla- ne- ta? RAMATÍS: — Entre os fatos que conheceis através da tradição bíblica, há o dos “reis magos” que, vislumbrando uma estrela no Oriente, e acompanhando-a, puderam desco- brir o local em que nascera Jesus. Como não existe comprovação histórica, positiva, desse fato, nem a ciência astronômica conseguiu, tão pouco, registrar naquela época a presença de qualquer cometa ou astro que houvesse “caminhado nos céus”, à frente dos três reis magos, difícil se vos torna compreender o ocorrido. A versão real do acontecido só pode ser encontrada nos domínios da astrolo- gia. Precisais saber, primeiramente, que os reis magos eram avançados astrólogos, testamenteiros da sabedoria dos sacer- dotes lemurianos, atlantes, sumerianos, babilônicos, caldeus, egípcios e outros. Muitos documentos comprobativos do que acima ficou dito — que virão à luz no momento oportuno e que provam a sabedoria dos reis magos, foram salvos pelos profetas brancos, após o grande dilúvio atlante, e levados por eles para as regiões próximas da atual Arábia, da Judéia e do Egito. Certa parte desses documentos foi depois encaminhada aos santuários secretos do Himalaia. Devido à sua longa expe- riência e ao conhecimento da tradição na esfera astrológica, os reis magos sabiam que a poderosa conjunção de Saturno, Júpi- ter e Marte, no campo astronômico da Terra, facilitaria a mani- festação, em vosso mundo, de Alta Entidade, vinda dos planos excelsos. Compulsando os livros sagrados de todos os povos, verificaram, emocionados, que a época por que passavam coin- cidia, perfeitamente, com a do advento do esperado Messias, o Sublime Príncipe da Paz, aguardado pela fé dos homens afli- tos. Sabiam que angélica entidade, cuja aura envolvia o orbe terráqueo, deixar-se-ia oprimir, em angustiosa descida, para se submeter ao “sacrifício cósmico”, e sua refulgência íntima poder aflorar com êxito à superfície da crosta onde atuava o homem-carne. E a soberba conjunção, a mais poderosa e eficaz de todos os tempos, forneceria o “quantum” magnético dese- jado, para que o Sublime Anjo, através de fluidos astrais já balsamizados, pudesse atravessar com êxito a aura da Terra, obscurecida pela densa cortina das paixões inferiores. Melchior, Gaspar e Baltazar — como se chamavam — sábios e poderosos magos brancos, cujos conhecimentos já os notabilizara em reencarnações anteriores na Atlântida, previ- ram com exatidão a chegada do Avatar Divino, cuja Luz Sal- vadora se transfundiria, através da carne, na pessoa de Jesus de Nazareth, filho de José e de Maria. A humanidade terrícola, escrava ainda das forças primárias animalizadas, que estrutu- ram o corpo físico, poderia — graças ao sublime esponsalício do Cristo Planetário com a humanidade terrena — receber o tão esperado socorro divino e apressar a sua libertação por meio desse elo mais eletivo do Criador. Impelidos pela força de sua convicção iniciática, alicerçada na ciência astrológica, os três reis magos se puseram a caminho, decididamente, para o local em que a divina criança desabrochara para o holo- causto salvador do homem! Eis o que diz o Evangelho de Mateus: — “Tendo pois nas- cido Jesus em Belém de Judá, em tempo do rei Herodes, eis que vieram do Oriente uns magos a Jerusalém, dizendo: “Onde está aquele que é nascido rei dos judeus? Viemos adorá-lo, pois vimos a sua estrela no Oriente” (Mateus, 2:1,2). Grupo Espírita Aprendizes do Evangelho de Limeira Escola de Aprendizes do Evangelho - 8ª turma 15ª aula: Texto complementar Os magos GEAEL Transcrito do livro Mensagens-do-Astral, Ramatís / Hercílio Maes ... quando o Messias manifestou-se à Terra, já estavam devidamente agrupadas, no plano material, todas as almas afins, que se congregariam para o bom êxito da missão crística. — Ramatís (Mensagens do Astral).

Grupo Espírita Aprendizes do Evangelho de Limeira · emnossoplaneta? ... ram o corpo físico, ... bem, comandando no astral poderosas falanges a serviço da causa,

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Escola de Aprendizes do Evangelho - Aliança Espírita Evangélica (8ª turma/GEAEL) 1

PER­GUN­TA:­ —­ Pode­ríeis­ citar­ algum­ acon­te­ci­men­to­da­época­de­Jesus,­pelo­qual­pudés­se­mos­ava­liar­­melhor­a­influên­cia­dos­ ­astros­em­rela­ção­à­encar­na­ção­do­Mes­tre­em­nosso­pla­ne­ta?

RAMATÍS: — Entre os fatos que conhe ceis atra vés da tra di ção bíbli ca, há o dos “reis magos” que, vis lum bran do uma estre la no Orien te, e acom pa nhan do-a, pude ram des co-brir o local em que nas ce ra Jesus.

Como não exis te com pro va ção his tó ri ca, posi ti va, desse fato, nem a ciên cia astro nô mi ca con se guiu, tão pouco, regis trar naque la época a pre sen ça de qual quer come ta ou astro que hou ves se “cami nha do nos céus”, à fren te dos três reis magos, difí cil se vos torna com preen der o ocor ri do. A ver são real do acon te ci do só pode ser encon tra da nos domí nios da astro lo-gia. Pre ci sais saber, pri mei ra men te, que os reis magos eram avan ça dos astró lo gos, tes ta men tei ros da sabe do ria dos sacer-do tes lemu ria nos, atlan tes, sume ria nos, babi lô ni cos, cal deus, egíp cios e outros. Mui tos docu men tos com pro ba ti vos do que acima ficou dito — que virão à luz no momen to opor tu no e que pro vam a sabe do ria dos reis magos, foram sal vos pelos pro fe tas bran cos, após o gran de dilú vio atlan te, e leva dos por eles para as regiões pró xi mas da atual Ará bia, da Judéia e do Egito. Certa parte des ses docu men tos foi depois enca mi nha da aos san tuá rios secre tos do Hima laia. Devi do à sua longa expe-riên cia e ao conhe ci men to da tra di ção na esfe ra astro ló gi ca, os reis magos sabiam que a pode ro sa con jun ção de Satur no, Júpi-ter e Marte, no campo astro nô mi co da Terra, faci li ta ria a mani-fes ta ção, em vosso mundo, de Alta Enti da de, vinda dos pla nos excel sos. Com pul san do os livros sagra dos de todos os povos, veri fi ca ram, emo cio na dos, que a época por que pas sa vam coin-ci dia, per fei ta men te, com a do adven to do espe ra do Mes sias, o Subli me Prín ci pe da Paz, aguar da do pela fé dos homens afli-tos. Sabiam que angé li ca enti da de, cuja aura envol via o orbe ter rá queo, dei xar-se-ia opri mir, em angus tio sa des ci da, para se sub me ter ao “sacri fí cio cós mi co”, e sua reful gên cia ínti ma poder aflo rar com êxito à super fí cie da cros ta onde atua va o homem-carne. E a sober ba con jun ção, a mais pode ro sa e efi caz de todos os tem pos, for ne ce ria o “quan tum” mag né ti co dese-ja do, para que o Subli me Anjo, atra vés de flui dos astrais já bal sa mi za dos, pudes se atra ves sar com êxito a aura da Terra, obs cu re ci da pela densa cor ti na das pai xões infe rio res.

Mel chior, Gas par e Bal ta zar — como se cha ma vam — sábios e pode ro sos magos bran cos, cujos conhe ci men tos já os nota bi li za ra em reen car na ções ante rio res na Atlân ti da, pre vi-ram com exa ti dão a che ga da do Ava tar Divi no, cuja Luz Sal-va do ra se trans fun di ria, atra vés da carne, na pes soa de Jesus

de Naza reth, filho de José e de Maria. A huma ni da de ter rí co la, escra va ainda das for ças pri má rias ani ma li za das, que estru tu-ram o corpo físi co, pode ria — gra ças ao subli me espon sa lí cio do Cris to Pla ne tá rio com a huma ni da de ter re na — rece ber o tão espe ra do socor ro divi no e apres sar a sua liber ta ção por meio desse elo mais ele ti vo do Cria dor. Impe li dos pela força de sua con vic ção ini ciá ti ca, ali cer ça da na ciên cia astro ló gi ca, os três reis magos se puse ram a cami nho, deci di da men te, para o local em que a divi na crian ça desa bro cha ra para o holo-caus to sal va dor do homem!

Eis o que diz o Evan ge lho de Mateus: — “Tendo pois nas-ci do Jesus em Belém de Judá, em tempo do rei Hero des, eis que vie ram do Orien te uns magos a Jeru sa lém, dizen do: “Onde está aque le que é nas ci do rei dos judeus? Vie mos adorá-lo, pois vimos a sua estre la no Orien te” ( Mateus, 2:1,2).

Grupo Espírita Aprendizes do Evangelho de LimeiraEscola de Aprendizes do Evangelho - 8ª turma

15ª aula: Texto complementar

Os magosGEAEL

Transcrito do livro Mensagens­do­Astral, Ramatís / Hercílio Maes

... quan do o Mes sias mani fes tou-se à Terra, já esta vam devi da men te agru pa das, no plano mate rial, todas as almas afins, que se con gre ga riam para o bom êxito da mis são crís ti ca. — Ramatís (Mensagens do Astral).

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2 15ª aula: Os reis magos e o exílio no estrangeiro

PER­GUN­TA:­—­Por­que­moti­vo­os­deno­mi­nam­“reis­magos”?RAMATÍS: — Por que conhe ciam o lado ocul to das coi-

sas, ainda des co nhe ci do do homem comum. Eram magos no sen ti do real da pala vra, pois domi na vam com faci li da de os qua tro ele men tos da natu re za. Mas a sig ni fi ca ção do vocá bu-lo “mago” era ainda mais exten sa, pois abran gia aque le que conhe cia a fundo os segre dos da Astro lo gia.

PER­GUN­TA:­—­Esses­reis­magos­che­ga­ram,­por­ven­tu­ra,­simul­ta­nea­men­te,­à­mesma­deli­be­ra­ção­de­encon­trar­Jesus,­sem­se­comu­ni­ca­rem­entre­si?

RAMATÍS: — Sim, gra ças ao conhe ci men to que pos-suíam nos vários seto res da pes qui sa eso té ri ca e nos domí nios da Astro lo gia. Embo ra resi din do em loca li da des opos tas, e des co nhe cen do-se entre si, pude ram assi na lar, con co mi tan te-men te, o momen to da por ten to sa men sa gem side ral. Sabiam ser aque la memo rá vel con jun ção astro ló gi ca de Satur no, Júpi ter e Marte a mais subli me opor tu ni da de para des cer um Mes sias à Terra, sob a mais requin ta da dosa gem de mag ne-tis mo de que já se tive ra conhe ci men to em toda a tra di ção astro ló gi ca. Assim como os astrô no mos ter res tres, atra vés de exaus ti vas obser va ções e de cál cu los com ple xos, pre vêem a apro xi ma ção de astros ou deter mi nam os minu tos exa tos de cada eclip se no céu, os três reis magos, como astró lo gos con su ma dos, tam bém sabiam que, por detrás daque la con-jun ção ini gua lá vel, pre pa ra va-se a mais subli me reve la ção ao homem! Oriun dos de paí ses dife ren tes — Ará bia, Pér sia e Índia — o seu encon tro pes soal coin ci diu nas adja cên cias de Jeru sa lém, quan do repou sa vam nas ten das de mer ca do res. E, como se har mo ni zas sem den tro de outro admi rá vel sím bo lo, repro du zi ram, nesse encon tro ines pe ra do, rea li za do na super-fí cie ter rá quea, a minia tu ra da mesma con jun ção majes to sa dos três astros que puri fi ca vam o mag ne tis mo do ambien te para que o Ava tar Divi no se ajus tas se ao meca nis mo bio ló gi co do homem-carne.

PER­GUN­TA:­ —­ O­ fato­ de­ os­ reis­ magos­ have­rem­ des­co­ber­to­a­ época­do­nas­ci­men­to­de­ Jesus­ é­que­ jus­ti­fi­ca­a­impor­tân­cia­tra­di­cio­nal­que­lhes­dá­a­his­tó­ria­sagra­da,­ou­vai­nisso­muita­coisa­do­exa­ge­ro­da­ima­gi­na­ção­huma­na?

RAMATÍS: — Eles toma vam parte em um plano que esca pa ao vosso enten di men to, pois ainda não podeis com-preen der as incon ce bí veis ope ra ções side rais que pre pa ra vam o adven to glo rio so em que a luz do Cris to Pla ne tá rio devia se mani fes tar na carne huma na. A téc ni ca do Cosmo exige pro-vi dên cias as mais com ple xas nas des ci das sacri fi ciais, como no caso de Jesus, que foi o Divi no Elei to para isso. Embo ra se tra tas se de acon te ci men to de maior pro fun di da de no cam-po divi no, enqua dra va-se ele no deter mi nis mo de outras leis supe rio res. Por isso, muito antes da higie ni za ção do mag ne-tis mo ambien tal da Terra, can di da ta à visi ta do ele va do Anjo do Senhor, foi pre ci so pre pa rar a esfe ra de pen sa men tos sim-pá ti cos à índo le do Envia do, a fim de que pudes se ele encon-trar a recep ti vi da de neces sá ria para o êxito de sua mis são. No seio de uma huma ni da de escra vi za da às mais repul si vas

pai xões da índo le ani mal, a men sa gem que o Mes sias deve ria tra zer exi gia um campo men tal ele ti vo para sua rápi da pro-pa ga ção e evo lu ção dos huma nos. Quan do, se dá a des ci da de um Ins tru tor Espi ri tual, ela bo ram-se pla nos, ante ci pa da men-te, a fim de que se esta be le çam nos mun dos físi cos as ante-nas vivas que devam ope rar em sin to nia com o pen sa men to pro gres sis ta do mesmo. Para a des ci da de Jesus, toma ram-se pro vi dên cias com muita ante ce dên cia, visto que inú me ros es-píritos o deviam pre ce der, para for ma ção da abó ba da espi ri-tual pro te to ra do divi no Ideal pro je ta do.

PER­GUN­TA:­—­Nós­ sabe­mos­ que­as­ for­ças­ das­ tre­vas­pre­ju­di­ca­ram­muito­a­mis­são­de­Jesus.­Como­pôde­acon­te­cer­isso,­à­vista­do­que­aca­bais­de­nos­reve­lar?

RAMATÍS: — Não subes ti meis a inter ven ção tenaz e desa gre ga do ra das for ças das tre vas, que sem pre pro cu ram pre ju di car todas as pro vi dên cias side rais que pos sam modi-fi car o ambien te vibra tó rio favo rá vel aos seus per ver sos pro-pó si tos. A tra di ção bíbli ca nos dá conta das várias vezes em que Jesus foi asse dia do pelos men to res dia bó li cos, das som-bras, bem assim das con tí nuas inter ven ções que os mes mos leva vam a efei to junto aos pode res cons ti tuí dos e às sedu-ções huma nas, para atra pa lhar ou com pro me ter o tra ba lho subli me do Mes tre. Só a coe são e a garan tia daque las ante nas vivas, a que já nos refe ri mos, que se dis se mi na vam por todos os seto res de expres são huma na, no sacer dó cio, no povo, na dire ção do país e mesmo entre os adver sá rios da raça hebréia, é que pude ram man ter em equi lí brio o ser vi ço mes siâ ni co

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Escola de Aprendizes do Evangelho - Aliança Espírita Evangélica (8ª turma/GEAEL) 3

de Jesus. Assim, quan do o Mes sias mani fes tou-se à Terra, já esta vam devi da men te agru pa das, no plano mate rial, todas as almas afins, que se con gre ga riam para o bom êxito da mis-são crís ti ca. Embo ra viven do sob os vários aspec tos huma-nos, de raças, de cren ças, de cos tu mes, de posi ções sociais ou capa ci da des inte lec tuais, esses ele ti vos sen tiam, em espí-ri to, a apro xi ma ção do Divi no Senhor. Desde a sim pli ci da de dos futu ros após to los, em suas vidas de pobre za, nas bar cas de pes ca do res, até às inte li gên cias pode ro sas dos reis magos, dos ini cia dos essê ni cos e de filó so fos do qui la te de Filon, a pala vra de Jesus se for ta le ce ria, apoia da pelas, cor ren tes afe-ti vas, uni das para um mesmo ideal! Qual san ti fi ca do exér ci to, espa das em riste, para a sagra da bata lha da Luz con tra as Tre vas, os devo ta dos ao Mes sias ape nas aguar da vam o divi no sinal para se move rem nas som bras do mundo e sucum bi-rem no sacri fí cio dolo ro so a favor da idéia crís ti ca. Con ju ga-dos aos gran des ini cia dos essê ni cos, que nos seus tem plos já haviam rece bi do, por via mediú ni ca, a notí cia da che ga da do Mes sias, os reis magos repre sen ta vam o poten cial exi gi do no mundo exte rior, para as trans fu sões de ener gias “psico-físi cas” ao “meni no-Luz”! Magos pode ro sos, afei tos abso lu ta men te ao bem, coman dan do no astral pode ro sas falan ges a ser vi ço da causa, sig ni fi ca vam poten tes recur sos que o Alto mobi li za ra para o maior êxito crís ti co na Terra!

No sim bo lis mo da mirra, do incen so e do ouro ofer ta dos ao meni no Jesus, ocul ta-se uma das maio res reve la ções espi-ri tuais, só com preen sí vel aos já ini cia dos no quar to plano da esca da ria ascen sio nal sete ná ria. É divi no mis té rio que, entre-tan to, já está escla re ci do no âmago do espí ri to eman ci pa do nas lides ter rá queas.

PER­GUN­TA:­—­Os­reis­magos­eram,­então,­uma­espé­cie­de­ana­co­re­tas,­afei­tos­tão­somen­te­aos­estu­dos­eso­té­ri­cos­e­aos­das­ciên­cias­anti­gas?­Suas­mis­sões­na­Terra­con­sis­tiam­ape­nas­ em­ visi­tar­ o­ meni­no­ Jesus,­ embo­ra­ coo­pe­ras­sem­invi­si­vel­men­te­no­plano­­astral,­como­nos­dis­ses­tes?

RAMATÍS: — Eles foram os cria do res, na Terra, de uma exten sa “aura men tal” favo rá vel ao adven to de Jesus, assim como as esco las dos Vedas, na Ín-dia, amplia ram o campo men tal para o êxito de Buda. Inú me ros dis cí pu los que, no futu ro, mul ti pli ca ram os con cei tos crís ti cos, já haviam rece bi do des ses excel sos reis magos, antes da vinda do Cris to, as noções pre ci sas para a coo-pe ra ção no campo evan gé li co do Mes tre.

Mel chior des cen dia de linha gem prin ci-pes ca, de velhos reis ára bes, que domi na vam faus to sos agru pa men tos na Ará bia e, em sua moci da de, fize ra pro fun do voto de renún cia ao mundo pro fa no. Fun dou mag ní fi ca ins ti tui ção ini ciá ti ca de conhe ci men tos do Cosmo, situa da no monte Horeb, espé cie de tem plo e esco la ao mesmo tempo, sob cujo teto algu mas deze nas de dis cí pu los ele va ram as suas vibra ções men-tais até às esfe ras ele ti vas de Jesus. Junto ao rio

Indo, nos mon tes Zulei man, o mago Gas par, conhe ci do como o prín ci pe de Bom bay, diri gia outra avan ça da ins ti tui ção de apri mo ra men to espi ri tual, ensi nan do como desen vol ver esfor-ços herói cos para se ven cer o “Maya”, a ilu são da maté ria, em troca do conhe ci men to da Ver da de Eter na. Os ensi na men tos minis tra dos por Gas par tam bém entra vam em sin to nia com as vibra ções do Ava tar Jesus. Os adep tos cul tua vam a medi-ta ção con tem pla ti va e a busca do “Eu Sou”, enquan to per pas-sa vam as sua ves bri sas impreg na das do mis te rio so per fu me do “lotus” ima cu la do, que desa bro cha va nos peque ni nos lagos incrus ta dos nos tape tes de vege ta ção ave lu da da da região que habi ta vam. Final men te, Bal ta zar, o mais velho dos reis magos, era o guia expe ri men ta do de um punha do de homens soli tá-rios, habi tan tes da Pér sia, estu dio sos dos mis té rios ini ciá ti cos das tra di ções de Zoroas tro e do culto fir ma do no Zend Aves ta. Junto ao golfo Pér si co, ante o qua dro poé ti co dos rega tos que des ciam das coli nas de Sagros, eles cria vam pode ro sas fon tes de ener gias espi ri tuais, que em divi na subli ma ção se casa vam com a vibra ção do campo mag né ti co em que o Cris to have ria de des cer, para o gran de momen to sacri fi cial! Dis se mi na dos pelos tem plos habil men te dis far ça dos, nos mon tes tra di cio-nais, só conhe ci dos de adep tos da “ini cia ção inter na”, os Essê-nios tam bém vibra vam, ali men tan do as cor ren tes ener gé ti cas, que favo re ce riam a mani fes ta ção do Cris to à aura exter na do orbe ter rá queo.

Estu dan do as tra di ções eso té ri cas dos Pro fe tas, os ensi na-men tos de Cris na, na Índia, de Pitá go ras, na Gré cia, dos sacer-do tes de Osí ris, no Egito, e dos rema nes cen tes das Fra ter ni-da des orga ni za das por Samuel, os Essê nios “inter nos” viviam a vida con tem pla ti va, em sin to nia men tal com o tem plo-esco-la de Gas par, obe de cen do a dis ci pli nas muito pare ci das com a dos Pita gó ri cos. Ape nas os Tera peu tas, da Ordem Exte rior Essê ni ca, é que ope ra vam dire ta men te entre os povos, desem-pe nhan do as obri ga ções comuns de agri cul to res, car pin tei ros, cien tis tas ou artis tas, exce to a mer can cia ou os ofí cios de maga-re fe, caça dor ou agio ta.

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4 15ª aula: Os reis magos e o exílio no estrangeiro

Para Mateus, Jesus nasceu em Belém e aí ficou até pos-terior “fuga” para o Egito. Tanto que a ligação é direta. Não houve a viagem de Jesus com seus pais a Jerusalém, para apresentação ao templo, de acordo com a lei mosaica.

Mas, examinemos os pormenores.Jesus nasceu “no tempo do rei Herodes”, o qual (já vimos)

faleceu no inicio do ano 4 a.C. Então, o nascimento ocorreu, no mínimo, no ano 5 a.C. (749 de Roma). Mais abaixo conti-nuaremos o raciocínio ao falarmos do “astro”.

Trata-se de um aceno histórico (raro em Mateus) que só se preocupa com o registro dos fatos que sirvam de apoio às profecias do Velho Testamento — já que a finalidade exotéri-ca de seu evangelho é provar aos israelitas que, em Jesus, se cumpriram as predições, e, portanto, que ELE é o Messias esperado.

Jesus nasceu em Belém (beith-léhem = a casa do pão), cidade já citada desde a época de Josué, localizada entre Thecua, Etam, Karem, Baither (cfr, Josué 15:59, segundo os LXX). Era bastante conhecida popularmente por causa do idílio entre Ruth e Booz, e pelo nascimento de David que lá ocorreram.

Chamada Belém “de Judá” para distinguí-la de Belém “da Galiléia”, na tribo de Zábulon (Jos. 19:15) e que ainda hoje existe.

A seguir vem a notícia dos magos, que a tradição popular elevou à categoria de “reis”. Dividamos o estudo em itens:

1 - QUEM ERAM. Os historiadores gregos Herodoto e Xenofonte dizem-nos que os “magos” constituíam uma cas-ta sacerdotal muito conceituada entre Medos e Persas, ocu-pando-se sobretudo de medicina, astronomia (astrologia) e ciências divinatórias. A palavra é atestada no grego (µάγος

e µέγας): no latim: magus e magnus; no hebraico magh, no pehlvi mogh; e no sânscrito mahat “grande” (cfr. Mahatma “ = grande alma).

Por intermédio de Jeremias (39:13) sabemos que Nabu-zardan, oficial superior de Nabucodonozor, era rab­ magh, isto é, chefe dos magos. São citados em Daniel (1:20; 2:2, 10, 17 etc.). Nos Atos dos Apóstolos há dois magos: Simão (8:9) e Elymas (13:8), que mais parece terem sido “mágicos”.

Mateus deixa entrever neles personagens estrangeiras de importância, como sábios a quem honrava o título de magos. Interessante notar que nas pinturas cristãs dos primeiros sé-culos (Santa Priscila, em Roma, 2.º século, e o mosaico frontal da Basílica de Belém, 4.º século) os magos são representados com bonés frígios, quais sacerdotes persas.

2 - DONDE VIERAM. O fato do serem “magos” os sacer-dotes persas, faz supor que tenham vindo da Pérsia. Mas, por serem astrólogos, supõe-se que eram da Caldéia. No entanto, para a Palestina, o Oriente era a Arábia, ao passo que a Me-sopotâmia (Pérsia e Caldéia) ficava antes ao norte. Tanto que em Joel (2:20) o inimigo tradicional assírio era chamado “o nortista”.

Os presentes trazidos também falam a favor da Arábia: Isaías (10:10) cita o ouro e o incenso de Sabá; Jeremias (6:20) do incenso da Arábia; a rainha de Sabá traz ouro em quanti-dade (1 Reis, 10:2) os navios de Salomão trazem ouro de Ofir (1 Reis, 9:28). A mitra, isto é, a resina do Balsamodendron, provinha da Arábia. De lá os supunham Justino, Orígenes e Epifânio, que viveram na Palestina, embora outros pais da igreja digam terem eles vindo da Pérsia.

3 - NOMES E NÚMERO. São desconhecidos. Beda (es-

VISITA DOS MAGOS

Mat. 2:1-12

1. Tendo Jesus nascido em Belém da Judéia, no tempo do rei Herodes, vieram do oriente alguns magos a Jerusalém,2. perguntando: “onde está o recém-nascido Rei dos Judeus? porque vimos seu astro no oriente e viemos adorá-lo”.3. O rei Herodes, ouvindo isto, perturbou-se, e com ele toda Jerusalém.4. E convocando todos os principais sacerdotes, os escribas (e os anciãos) do povo, perguntava-lhes onde havia de nascer o Cristo.5. E eles lhe disseram: “em Belém da Judéia, porque assim está escrito pelo profeta”:6. “E tu Belém, terra de Judá, não és de modo algum o melhor entre os lugares principais de Judá, porque de ti sairá um condutor que há de pastorear meu povo de Israel”.7. Então Herodes chamou secretamente os magos e deles indagou com precisão o tempo em que o astro havia aparecido.8. E enviando-os a Belém disse-lhes: “Ide informar-vos, cuidadosamente acerca do menino, e quan-do o tiverdes encontrado, avisai-me para que eu também vá adorá-lo”.9. Os magos, depois de ouvirem o rei, partiram; e que o astro que viram no oriente os guiou até que vindo, parou sobre o lugar onde estava o menino.10. Ao avistarem o astro, ficaram grandemente alegres.11. E entrando na casa, viram o menino com Maria, sua mãe; e prostrando-se o adoraram; e abrin-do se cofres, fizeram-lhe ofertas de ouro, incenso e mirra12. E recebendo (eles) a resposta no sono, que não voltassem a Herodes, seguiram por outro ca-minho para sua terra.

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critor inglês nascido em 673 e desencarnado em 735) é que os batizou de Gaspar, Melchior e Baltazar. Também não sabe-mos quantos eram: a tradição da igreja latina os limita a três, por causa dos presentes; mas nas igrejas sírias e armênias julga-se que eram doze. Tudo no terreno das conjecturas.

4 - ÉPOCA DA CHEGADA. Também é incerta. A pergun-ta a respeito de um “recém-nascido” faz supor que se trata de menos de um ano a partir do nascimento de Jesus. O mesmo se deduz da ordem de Herodes, mandando sacrificar todas as crianças de dois anos para baixo (aumentando o limite da idade, para estar certo de que apanharia na rede a criança visada) .

5 - O ASTRO. Os magos dirigiram-se a Jerusalém para indagar do nascimento do Messias, por causa do “astro” que haviam visto no “oriente”. Que espécie de “astro”? Supõem alguns ter-se tratado de um cometa. Improvável, porque os cometas não desaparecem para aparecer mais tarde.

Em 1603, o grande astrônomo Kepler observou uma

conjunção de Júpiter e Saturno no mês de dezembro.Na primavera seguinte, Marte aproximou-se desses dois

planetas e, no outono, surgiu entre os três uma “estrela nova” de grande brilho. Kepler supôs que assim devia ter ocorrido na época do nascimento de Jesus. Fez os cálculos matemá-ticos e concluiu que no ano 747 de Roma (7 a.C.) Júpiter e Saturno se reuniram na constelação de Peixes (lembremo-nos de que, nessa época, a Terra estava a sair da constelação de Aries para entrar na de Peixes, tal como agora sai da de Peixes para entrar na de Aquário, recuando sempre de um signo a cada dois mil anos. Recordemos ainda que o símbolo da época de Abraão a Jesus era o CORDEIRO, e, na época de Jesus começou a ser o peixe, utilizado pelos cristãos como emblema para identificar-se).

Na constelação de Peixes, a Júpiter e Saturno uniu-se Marte na primavera de 748 de Roma (6 A.C.).

Para um estudo mais minucioso, veja-se: Kepler, Opera­Omnia, Frankfurt, 1858, tomo 4, pág. 346 e seguintes.

Ora, os caldeus eram bons astrônomos e sobre eles es-creveu Cícero De­Divinatione, (I, 19): “Os caldeus observam

os sinais do céu, anotam os cursos das estrelas com seus números e movimentos ... e possuem em seus registos observações seguidas durante 470.000 (é isso mesmo: quatrocentos e setenta mil) anos”. E Diodoro de Sicília (II, ) atesta que esses registros tinham 473.000 anos seguidos.

Daí deverem saber os magos que essa con-junção revelava, segundo as predições proféti-cas, a primeira vinda do Messias, não lhes sen-do difícil localizar seu nascimento na Palestina, porque Peixes era o signo peculiar desse pais .

Ora, verificamos que houve tríplice con-junção de Júpiter e Saturno: em maio, agos-to e dezembro do ano 747 de Roma (7 a.C.), segundo nossas atuais tábuas astronômicas. Alertados pela primeira conjunção (maio de 747) prepararam-se para a longa viagem até a Palestina, devendo ter chegado a Jerusalém nos primeiros meses de 748. E exatamente de março a maio desse ano aos dois planetas Júpi-ter e Saturno uniram-se Marte, Vênus, Mercú-rio e o Sol, o que fez os magos “reencontrarem” o “astro do Messias” ao saírem de Jerusalém.

Fica então, como época mais provável para o nascimento de Jesus, o ano 747 de Roma, ou seja, o ano 7 a.C.

Quanto à data, a primeira vez que, com certeza histórica se fala em 25 de dezembro, é no Calendário Philocalus (do ano 354 A.D.), que foi publicado por Theodor Mommsen no “Abhandlungen der sãchsichen Akademie der Wissenschaft”, em 1850.

Clemente de Alexandria (200 A.D.) men-ciona várias especulações em torno da data do nascimento de Jesus: 19 ou 20 de abril, 20 de maio, 28 de agosto (estas duas últimas coinci-

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6 15ª aula: Os reis magos e o exílio no estrangeiro

dem com as conjunções 1ª e 2ª) e 17 de novembro. Até então (3.º século) não se falava em dezembro. Quando em Roma se transferiu o Natal para 25 de dezembro, festa oficial de Mitra (divindade persa), ou Natalis­Invicti­Solis­(nascimento do Sol invicto, isto é, entrada do Sol no solstício do inverno) os Sírios e armênios acusaram os romanos de “idólatras adoradores do sol”. Entretanto, a data se foi aos poucos fixando e conquis-tando mais adeptos de tal forma que, já no século VII, todo o ocidente aceitava o dia 25 de dezembro como a data oficial do nascimento de Jesus.

Ao saber da notícia da chegada a Jerusalém dos magos orientais, em busca de novo rei dos judeus, Herodes, o velho idumeu, perturbou-se: não queria concorrência ao trono. Já assassinara muitos competidores e ainda cinco dias antes de sua morte mandou executar seu próprio filho Antípater, por temer que lhe roubasse o título. Convocou, então, às pressas as autoridades e os sábios, isto é, o SINÉDRIO, para saber onde deveria nascer o Messias de acordo com os textos bí-blicos.

O Sinédrio de Jerusalém ou Consistório (também chama-do Conselho), era a autoridade mais alta, tanto civil quanto religiosamente. Compunha-se de 71 membros, ou seja, um presidente (NASI) geralmente sumo-sacerdote, e setenta con-selheiros assim divididos:

a) os principais (grandes) sacerdotes que eram o próprio sumo-sacerdote e os ex-ocupantes do cargo, bem como os chefes das 24 classes sacerdotais;

b) os escribas ou doutores da lei (sopherim), a classe mais culta, que passava seus dias a transcrever a Torah, a ensinar, dissertar e discutir;

c) os anciãos do povo (isto é, presbíteros) que eram os leigos notáveis, escolhidos entre as principais famílias.

A convocação do Sinédrio foi total, havendo no texto a omissão de uma palavra, por “salto” do copista: em vez de escribas do povo, cargo que não existia, deve ler-se: escribas e anciãos do povo.

O Sinédrio respondeu prontamente, sem hesitação, citan-do o versículo de Miquéas (5:1): “E tu, Belém de Efrata, pe-quena quanto à tua situação entre as clãs de Judá, de ti virá um que será soberano em Israel e suas origens serão antigas, da longínquo passado”. Mateus cita apenas o sentido, modifi-cando o texto, coisa habitual entre os evangelistas. São Jerô-nimo (Patrologia Latina, vol. 22, col. 576) diz que eles “pro-curavam o sentido, não as palavras” (sensum­quaesisse,­non­verba), e “não cuidavam da ordem e das palavras, quando as coisas eram compreensíveis” (nec­magnópere­de­ordinatione­sermonibusque­curasse,­cum­intellectui­res­paterent).

De posse do fato e do local, Herodes interroga sobre a época do aparecimento do astro, dizendo-lhes que continuas-sem a pesquisa, porque “também ele” desejava adorar o novo Messias. Cuidava ser-lhe fácil suprimir no berço o recém-nas-cido, sem provocar protestos.

A viagem de Jerusalém a Belém podia consumir mais ou menos duas horas, na direção sul. Sua localização não foi descoberta até hoje nas buscas arqueológicas.

Tem trazido discussões a frase: “o astro os guiou” (grego:

προή-γεν αύτούς), que geralmente é traduzido “caminhou à fren-te deles”, com o sentido dado ao emprego intransitivo. Mas aqui está empregado transitivamente (cfr. Dict. Grec-Français de A. Bailly, in verbo). A idéia de que os astros “guiam” os navegantes é antiga e comum. No entanto ninguém jamais supôs que os astros, para guiarem os navegantes, precisavam “caminhar à frente deles”. Ao chegarem à porta de Jerusalém, viram novamente a conjunção no lado sul, e compreenderam que estavam certos. Naturalmente, por mais que caminhas-sem, jamais o “astro” lhes ficaria ao norte. Se alguém caminha na direção da lua, esta parecerá também avançar à frente na mesma direção, como que “guiando”. Mas quando a criatura pára, o astro pára também. E foi o que ocorreu ao encontra-rem a casa em que Jesus estava.

Há muita discussão a respeito da “casa” ou “gruta” em que se acharia Jesus, na visita dos magos. O texto fala expli-citamente em “casa”. Lógico que, mesmo admitindo-se a idéia do nascimento na gruta, José não deixaria a esposa e o filho em local tão impróprio, e providenciaria acomodações. José não é citado nesse passo.

Segundo o hábito oriental, a saudação aos soberanos era feita mediante o prostrar-se até o chão. Foi o que eles fizeram diante do menino.

Após a homenagem das pessoas, a oferta dos bens ma-teriais: abrindo seus cofres, deram-lhe ouro, incenso e mirra .

De acordo com a interpretação usual, o ouro exprime a confissão, reconhecimento da realeza de Jesus, o incenso de sua divindade e a mirra de sua humanidade.

Terminada a cerimônia, recolheram-se e consultaram os oráculos (em linguagem moderna, realizaram uma sessão me-diúnica). É o que se depreende dos vers. 12: иαί иρηµατισθέντες, “e recebendo a resposta” do espírito a quem haviam interro-gado, иατ όναρ = no sono (ou no transe?) para não voltar a Herodes. Resolveram, então, regressar à sua terra por outro caminho. A vinda a Jerusalém deve ter sido o normal das cara-vanas: de Ma’an e Petra, atingindo, pela plataforma de Moab o vale do Jordão, e subindo de Jericó a Jerusalém. O regresso “por outro caminho” supõe as escalas Hebron, Ziph e Maon, o uádi Zueira, o djeb-el Usdum ou então, com maior segu-rança, a pista vizi-nha do deserto por Thecua, Bir Allah, a garganta de Engadi e a margem ociden-tal do Mar Morto, até chegar aos alti-planos de Moab e as seguras estradas da Arábia.

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Escola de Aprendizes do Evangelho - Aliança Espírita Evangélica (8ª turma/GEAEL) 7

13. Depois de haverem partido, eis que um anjo do Senhor apareceu em sonhos a José, dizendo: “levanta-te, toma contigo o menino e sua mãe, e foge para o Egito, e fica ai até que eu te chame; pois Herodes há de procurar o menino para matá-lo”.14. José levantou-se, tomou de noite o menino e sua mãe e partiu para o Egito,15. e ali ficou até a morte de Herodes, para que se cumprisse o que dissera o Senhor pelo profeta: “Do Egito chamei a meu filho”.

FUGA PARA O EGITOMat. 2:13-15

Novamente José é advertido em sonhos por um espiri-to (anjo do Senhor), ordenando-lhe este a fuga para o Egito. Nesse país havia duas grandes e florescentes colônias israeli-tas, em Alexandria e em Heliópolis.

O Egito distava cerca de seis dias de viagem (perto de 250 milhas, a maioria das quais através de terras desertas). Era, porém, local seguro e lá também se refugiaram Jeroboatão (pretendente ao trono de Salomão), o profeta Jeremias, Onias IV fundador do Templo Israelita de Leontópolis e outros.

Mateus não dá pormenores da viagem, que aparecem nu-merosos nos evangelhos apócrifos (Pseudo-Mateus, 18 a 24; Pseudo-Tomé, texto latino, cap. 1; evangelho árabe da infân-

cia, 10 a 25).Não se sabe o local em que ficou a família de Jesus. Uma

tradição antiga copta indica o Cairo. Nada de certo, porém.Aí ficaram os três até a morte de Herodes. Sabemos que

este faleceu sete dias antes da Páscoa, em março-abril do ano 4 a. C., ou seja, 750 de Roma.

Nascido em 747 (7 a.C.), Jesus teria então permanecido cerca de 3 anos no Egito, o que coincide com os dados de certos apócrifos (Pseudo-Mateus cap. 26; Pseudo-Tomé, texto latino, cap. 4; evangelho árabe da infância cap. 25 e 26).

A frase “Do Egito chamei meu filho” está no texto hebrai-co de Oséas (11:1).

FIGURA “A FUGA PARA O EGITO” - Pintura de Bida, gravura de Braequemond

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8 15ª aula: Os reis magos e o exílio no estrangeiro

MASSACRE DOS INOCENTESMat .2:16-18

16. Herodes, vendo-se iludido pelos magos, ficou irado, e mandou matar todos os meninos em Belém e em todo o seu termo, de dois anos para baixo, conforme o tempo que tinha com precisão indagado dos magos.17. Então cumpriu-se o que foi dito pelo profeta Jeremias:18. “Ouviu-se um clamor em Ramá, choro e grande lamento: Raquel chorando a seus filhos, e não querendo ser consolada porque eles se foram”.

Irritado, por não poder por suas mãos em Jesus, Herodes manda degolar todos os meninos de menos de dois anos. Não se limitou a Belém, mas foi a todo o território adjacente, em-bora não seja provável que tivesse atingido a outras aldeias circunvizinhas.

Quantas crianças? Os melhores cálculos estatísticos asse-guram que não devem ter sido muito mais do que 20 (vinte) crianças. Que era isso, para quem já mandara assassinar seu genro, seus filhos Alexandre e Aristóbulo, sua esposa Maria-na, e que, pouco depois, mandaria matar o outro filho Anti-pater, tendo ordenado que, à sua morte, fossem assassinados no anfiteatro de Jericó os homens notáveis da cidade, afim de que houvesse lágrimas em seus funerais?

Esses meninos, segundo revelações espirituais moder-nas, seriam a reencarnação dos homens que, sob as ordens de Elias (o futuro João Batista, que também morreria à espada)

haviam degolado os 450 sacerdotes de Baal junto à torre de Kishon (1 Reis, 18:40 e 19:1). Elias, o responsável, morre-ria adulto, para sentir o peso de seu erro, ao passo que os que lhe obedeceram pereceram também à espada, mas ainda crianças, sem terem consciência “atual” do que estava a ocor-rer e, portanto, com sofrimento muito menor. A Lei de Causa e Efeito é de funcionamento rigoroso e justiceiro, conforme a descreve Moisés: “vida por vida, olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé, queimadura por queimadura, ferida por ferida, golpe por golpe” (Êx. 21:23-25).

A frase de Jeremias (31:15) constitui uma figura de re-tórica {prosopopéia), em que o profeta evoca a lembrança de Raquel, mãe de José e de Benjamin, a chorar quando os is-raelitas, séculos depois, estavam prisioneiros de Nabucodo-nozor, na cidade de Ramá, (da tribo de Benjamin) a cerca de 10 quilômetros ao norte de Jerusalém. Jeremias a imagina a chorar pelos filhos, tendo em vista que a tradição colocava ali o túmulo de Raquel.

O fato nada tem que ver com o massacre dos pequenos betlemitas, não sendo propriamente uma profecia. Simples coincidência que ele aproveita, pela semelhança dos fatos.

p. 4-8A­Sabedoria­do­Evangelho­(vol. 1)

Carlos Torres Pastorino