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Grupo Espírita Aprendizes do Evangelho de Limeira Escola de Aprendizes do Evangelho — 8ª turma 39ª aula: Últimos Dias em Jerusalém Textos complementares GEAEL Aula 39 — Entre muitas, a lição que fica: Deus estabeleceu leis plenas de sabedoria, cujo único objetivo é o bem; o homem encontra em si mesmo tudo o que é pre- ciso para segui-las; a rota é traçada por sua consciência e a a lei divina está gravada no seu coração. A Gênese - Allan Kardec Luc. 7:36-50 36. Um dos fariseus convidou-o para jantar com ele. En- trando na casa do fariseu, reclinou-se à mesa. 37. Havia na cidade uma mulher que era pecadora, e esta, sabendo que ele estava jantando na casa do fariseu, trouxe um vaso de alabastro com perfume 38. e, pondo-se-lhe por trás, aos pés, a chorar, começou a regá-los com lágrimas e os enxugava com os cabelos de sua cabeça, e beijava-lhes os pés e ungia-os com o perfume. 39. Ao ver isso, o fariseu que o convidara pensava consi- go: ‘Se esse homem fosse profeta (médium), saberia quem é, e de que classe, a mulher que o toca, pois é uma pe- cadora’. 40. E respondendo-lhe, disse Jesus: “Simão, tenho algo a dizer-te”. Ele disse: “Fala, Mestre”. 41. ‘Certo agiota tinha dois devedores; um lhe devia qui- nhentos denários e o outro cinquenta. 42. Não tendo nenhum dos dois com que pagar, perdoou a dívida a ambos. Qual deles, portanto, o amará mais”? 43. Respondeu Simão: “Suponho que aquele a quem mais perdoou”. Replicou-lhe: “Julgaste bem”. 44. E, virando-se para a mulher disse a Simão: “Vês esta mulher? Entrei em tua casa, e não me deste água para os pés; mas esta mos regou com lágrimas e os enxugou com seus cabelos. 45. Não me deste ósculo; ela, porém, desde que entrei, não cessou de beijar-me os pés. 46. Não ungiste minha cabeça com óleo, mas esta, com perfume ungiu meus pés. 47. Por isso te digo: foram resgatados seus muitos erros, porque ela amou muito; mas aquele a quem pouco se resgata, pouco ama”. 48. E disse à mulher: “Foram resgatados teus erros”. 49. Os que estavam com ele à mesa começaram a dizer consigo mesmo: “Quem é esse que até resgata erros”? 50. Mas Jesus disse à mulher.“Tua fé te salvou; vai em paz”.

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Grupo Espírita Aprendizes do Evangelho de LimeiraEscola de Aprendizes do Evangelho — 8ª turma

39ª aula: Últimos Dias em JerusalémTextos complementares

GEAEL

Aula 39 — Entre muitas, a lição que fica:Deus estabeleceu leis plenas de sabedoria, cujo único objetivo é o bem; o homem encontra em si mesmo tudo o que é pre-ciso para segui-las; a rota é traçada por sua consciência e a a lei divina está gravada no seu coração.

A Gênese - Allan Kardec

Luc. 7:36-50

36. Um dos fariseus convidou-o para jantar com ele. En-trando na casa do fariseu, reclinou-se à mesa.37. Havia na cidade uma mulher que era pecadora, e esta, sabendo que ele estava jantando na casa do fariseu, trouxe um vaso de alabastro com perfume38. e, pondo-se-lhe por trás, aos pés, a chorar, começou a regá-los com lágrimas e os enxugava com os cabelos de sua cabeça, e beijava-lhes os pés e ungia-os com o perfume.39. Ao ver isso, o fariseu que o convidara pensava consi-go: ‘Se esse homem fosse profeta (médium), saberia quem é, e de que classe, a mulher que o toca, pois é uma pe-cadora’.40. E respondendo-lhe, disse Jesus: “Simão, tenho algo a dizer-te”. Ele disse: “Fala, Mestre”.41. ‘Certo agiota tinha dois devedores; um lhe devia qui-nhentos denários e o outro cinquenta.

42. Não tendo nenhum dos dois com que pagar, perdoou a dívida a ambos. Qual deles, portanto, o amará mais”?43. Respondeu Simão: “Suponho que aquele a quem mais perdoou”. Replicou-lhe: “Julgaste bem”.44. E, virando-se para a mulher disse a Simão: “Vês esta mulher? Entrei em tua casa, e não me deste água para os pés; mas esta mos regou com lágrimas e os enxugou com seus cabelos.45. Não me deste ósculo; ela, porém, desde que entrei, não cessou de beijar-me os pés.46. Não ungiste minha cabeça com óleo, mas esta, com perfume ungiu meus pés.47. Por isso te digo: foram resgatados seus muitos erros, porque ela amou muito; mas aquele a quem pouco se resgata, pouco ama”.48. E disse à mulher: “Foram resgatados teus erros”.49. Os que estavam com ele à mesa começaram a dizer consigo mesmo: “Quem é esse que até resgata erros”?50. Mas Jesus disse à mulher. “Tua fé te salvou; vai em paz”.

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2 39ªaula:ÚltimosdiasemJerusalém

Trata-se aqui de um episódio particular a Lucas, que não deve ser confundido com outra cena seme-lhante, ocorrido mais tarde (em abril do ano seguinte) na casa de Simão, ex-leproso, em Betânia (cfr. Mat. 26:6-13, Marc. 14:3-9 e João, 12:1-8), quando Maria de Betânia, irmã de Marta, executou o mesmo gesto. Não é possível identificar-se Maria de Be-tânia com a ‘pecadora’ deste passo. Nem pode confundir-se com Maria de Mágdala (Luc. 8:2), pois aí é ela apresentada como nova personagem em cena. E o fato de ter sido libertada de sete obsessores não significa que fosse ‘pecadora’.

O fariseu, também chamado Simão (nome comuníssimo entre os israelitas da época), convida Jesus para um jantar em sua casa. Jesus costuma aceitar esses convites (cfr. Mat. 11:37 e 14:1).

A expressão ‘mulher pecadora na cidade’ é usada por Amós (7:17) para designar as meretrizes. Mas o argumento é fraco para atribuir esse procedimento a esta criatura em par-ticular. Dizem os comentadores que, se fora meretriz, não na teriam deixado entrar na casa de Simão; mas isso dependeria do nível social em que ela agisse. Todavia, a desenvoltura de seu modo de proceder e de seu gesto, sem acanhamento nem peias sociais, e mais ainda a intensidade de seu amor, pare-cem revelar uma criatura ardorosa e livre de preconceitos, coisas típicas dessas pessoas. Inclusive o fato viria confirmar a afirmativa categórica de Jesus: “Em verdade vos digo que as meretrizes e os cobradores de impostos conseguirão o reino dos céus antes de vós” fariseus e doutores da lei (Mat. 21:3 1).

Anota o evangelista que ela trazia um vaso de alabastro com perfume. Eram realmente acondicionados em vasilhames desse material os perfumes caros (cfr. Mat. 26:7 e Marc. 14:3).

Recordemos que o sistema de mesa nessa época, era em forma de U, ficando os convivas reclinados (ou deitados) em divãs, em redor do U, apoiados no braço esquerdo, tendo a mão direita livre para comer. Pelo centro andavam os empre-gados a servir a refeição. Dessa forma, os pés dos convivas ficavam “por trás”, voltados para as paredes. Nesse espaço en-trou a “pecadora”, prostrou-se ao chão a chorar, agarrada aos pés de Jesus. Como os visse molhados por suas lágrimas, os enxugava carinhosamente com seus cabelos, ao mesmo tem-po que os beijava (katephllei) com ardor. A seguir ungiu-os com o perfume que trouxera.

A cena era patética, além de profundamente romântica, e chocou o fariseu puritano, que tirou logo suas deduções desfavoráveis à sensibilidade mediúnica de Jesus. Talvez ele se recordasse de que os antigos profetas percebiam o grau de moralidade das pessoas pela simples aproximação (cfr. 1 Reis 14:6; 2.° Reis 1:3; 5:24 etc). Mas Jesus prova-lhe que o julgamento foi precipitado e propõe-lhe a parábola dos dois devedores insolváveis, a quem o credor perdoa, a um 500, a outro 50.

Anotemos, com cuidado, que o verbo usado aqui é echarísato (de charizomai) que literalmente significa “fazer benevolência” ou “dar com amor” (que é exatamente o sentido etimológico de “perdoar”, ou seja per ‑ prefixo de superlativo - e doar: que é dar de presente; fica então o sentido: doar totalmente).

Indaga, então, o Mestre qual dos dois amará mais o antigo cre-dor. Simão não quer comprome-ter-se e introduz sua resposta com um “suponho”. Jesus aprova plena-mente a interpretação da parábola.

E, quebrando sua anterior impassibilidade, aponta a mulher e salienta a diferença entre o tratamento que dele recebeu, com austeridade e frieza, e o amor esfusiante e desinibido da mulher que publicamente lhe manifesta seu sentimento apai-xonado.

No vers. 45 todos os textos trazem eiselthon “desde que eu entrei”, só se encontrando eiselthen (desde que ela entrou) na Peschitta e na Vulgata; é evidente correção, para não pare-cer exagero. Como explicar que a mulher já se encontrasse na sala de refeições, a esperar que Jesus entrasse e se reclinasse à mesa.

Depois vem a declaração: “seus muitos erros foram res-gatados (aphéóntai, perfeito de aphíêmi) porque (hóti) ela amou muito”.

As traduções comuns transladam aphéôntai como “são perdoados”, no presente, e com o mesmo sentido de “Perdão” do versículo 42. Mas aqui o verbo grego é outro: exprime res‑gatar, que é totalmente diferente de perdoar. A dívida de di-nheiro foi perdoada pelo credor isto é, foi anulada, declarada nula, sem que nada tivesse sido feito pelo devedor para mere-cer esse perdão: foi uma consideração benevolente do credor, por seu estado de insolvência. Já o verbo aphíêmi exprime o “resgate”, ou seja uma ação realizada em contraposição ao erro, de tal forma que essa ação do devedor é que anula o erro, porque o apaga. Digamos, por exemplo, que o devedor de 500 denários houvesse prestado um favor tão grande ao credor, que este, por isso lhe perdoasse a dívida: aqui tería-mos tò aphíêmi, isto é: o favor prestado fez que a dívida fosse resgatada (cfr. vol. 2.° pág. 84).

Exatamente nesse sentido é que Jesus declara enfatica-mente que o AMOR é uma das maneiras (e talvez a melhor) de conseguir o resgate dos erros do passado, anulando todos os carmas. E quanto mais amor, maior o resgate; mas quando o resgate é pequeno, o amor também o é.

Daí passa à sentença absolutória; e é quando, pela pri-meira vez, se dirige diretamente à mulher, ratificando suas ações de amor com a declaração “teu, erros foram resgata-dos”. E, sem dar importância ao murmúrio que se levanta da parte dos convivas, mais uma vez se dirige a ela: “tua fé te salvou”, acrescentando a fórmula de despedida comum le shalom, “vai em paz” (cfr. Luc 5:48 e 1 Sam. 1:17).

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EscoladeAprendizesdoEvangelho-AliançaEspíritaEvangélica(8ªturma/GEAEL) 3

31. Já que Deus está em toda parte, por que não o ve-mos? Vê-lo-emos ao deixar a Terra? São perguntas que todos os dias nos fazemos.

A primeira é fácil de responder. Nossos órgãos materiais têm percepções limitadas, que fazem com que sejam incapa-zes de ver determinadas coisas, mesmo materiais. É assim que certos fluidos nos escapam totalmente à visão e aos nos-sos instrumentos de análise, e, no entanto, não duvidamos da sua existência. Vemos os efeitos da peste, mas não vemos o fluido que a transporta. Vemos os corpos mover-se sob a influência da força de gravitação, mas não vemos essa força.

32. As coisas de essência espiritual não podem ser per-cebidas por órgãos imateriais; é só pela visão espiritual que podemos ver os espíritos e as coisas do mundo material; por-tanto, só a nossa alma pode ter a percepção de Deus. Ela o vê imediatamente após a morte? Isto é algo que só as co-municações de além-túmulo podem informar-nos. Por elas sabemos que a visão de Deus é privilégio exclusivo das almas mais depuradas e que, sendo assim, ao deixarem o envoltório terrestre, bem poucas possuem o necessário grau de desma-terialização. Uma comparação elementar permitirá que se compreenda isso facilmente.

33. Alguém que esteja no fundo de um vale mergulhado em espessa bruma, não vê o Sol; pela luz difusa, porém, de-duz que o Sol está presente. Se galgar a montanha, à medida que for subindo o nevoeiro se torna menos denso, a luz, cada vez mais intensa, mas ele ainda não vê o Sol. É só depois de ter-se elevado completamente acima da camada nebulosa, ao encontrar-se num ar perfeitamente límpido, que o vê em todo seu esplendor.

O mesmo acontece com a alma. O envoltório perispiri-tal, embora para nós seja invisível e impalpável, é para ela uma verdadeira matéria, ainda demasiado bruta para certas percepções. Ele se espiritualiza à medida que a alma se eleva em moralidade. As imperfeições da alma assemelham-se a camadas brumosas que lhe obscurecem a visão; cada imper-feição de que ela se corrige é uma mancha a menos, mas é só depois de haver-se depurado completamente que goza da plenitude das suas faculdades.

34. Sendo Deus a essência divina por excelência, só pode ser percebido em todo seu esplendor pelos espíritos que te-nham chegado ao mais alto grau de desmaterialização. Se os espíritos imperfeitos não o veem, não é por estarem mais afastados dele do que os outros; tanto eles, como todos os seres da natureza, estão mergulhados no fluido divino, como nós o estamos na luz, só que as imperfeições deles são vapo-res que o ocultam do seu olhar. Quando o nevoeiro se dis-sipar, eles o verão resplandecer; para isso, não precisarão

subir, nem ir procurá-lo nas profundezas do infinito; estando a visão espiritual livre da catarata moral que a toldava, eles o verão em qualquer lugar onde estejam, mesmo que seja na Terra, porque Deus está em toda parte.

35. O espírito, só se depura com o tempo, e as diferentes encarnações são os alambiques no fundo dos quais deixa, a cada vez, algumas impurezas. Ao deixar seu invólucro cor-póreo, ele não se despoja instantaneamente das suas imper-feições; é por isso que, após a morte, os espíritos não veem Deus mais do que o viam quando viviam, mas, à medida que se depuram, têm dele uma intuição mais clara. Mesmo que não o vejam, compreendem-no melhor; a luz é menos difusa. Então, quando alguns espíritos dizem que Deus lhes proíbe responder a uma determinada pergunta, não significa que Deus lhes apareça, ou lhes dirija a palavra para lhes ordenar ou proibir esta ou aquela coisa; mas eles o sentem, recebem eflúvios do seu pensamento, tal como acontece conosco com relação aos espíritos que nos envolvem com seus fluidos, em-bora não os vejamos.

36. Nenhum homem, pois, pode ver Deus com os olhos da carne. Se esse dom fosse concedido a alguns, só o seria no estado de êxtase, quando a alma fica desprendida dos laços da matéria tanto quanto isso é possível durante a encarna-ção. Aliás, seria um privilégio exclusivo de almas superiores, encarnadas em missão e não em expiação. Mas, como os espíritos da ordem mais elevada refulgem com um esplendor ofuscante, pode acontecer que os espíritos menos elevados, encarnados ou desencarnados, impressionados com o brilho que os envolve, creiam estar vendo o próprio Deus, tal como às vezes se vê um ministro ser confundido com seu soberano.

37. Sob que aparência Deus se apresenta aos que se tor-nam dignos dessa graça? É sob uma forma qualquer? Sob uma figura humana, ou como um foco de luz resplandecen-te? É o que a linguagem humana é incapaz de descrever, porque para nós não existe qualquer ponto de comparação que possa dar uma ideia disso; somos iguais a cegos a que se tentasse em vão dar a entender o brilho do Sol. Nosso vocabulário se limita às nossas necessidades e ao círculo das nossas ideias; o dos selvagens não conseguiria descrever as maravilhas da civilização; o dos povos mais civilizados é de-masiado pobre para descrever os esplendores do céu, nossa inteligência, limitada demais para compreendê-los, e nossa visão, demasiado fraca, seria ofuscada por eles.

A GêneseAllan Kardec

Capítulo II – A visão de Deus

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4 39ªaula:ÚltimosdiasemJerusalém

33. O médium não possui senão a faculdade de se comu-nicar; a comunicação efetiva depende da vontade dos espíri-tos. Se os espíritos não querem se manifestar, o médium nada obtém; é como um instrumento sem músico.

34. A facilidade das comunicações depende do grau de afinidade que existe entre os fluidos do médium e do Es-pirito. Cada médium está, assim, mais ou menos apto para receber a impressão ou impulso do pensamento de tal ou tal Espirito; ele pode ser um bom instrumento para um e mau para um outro. Disso resulta que, dois médiuns igualmente bem dotados, estando um ao lado do outro, um Espirito po-derá se manifestar por um e não pelo outro.

É, pois, um erro crer que basta ser médium para receber com igual facilidade as comunicações de todo Espirito. Não existem médiuns universais. Os espíritos procuram, de pre-ferência, os instrumentos que vibrem em uníssono com eles.

Sem a harmonia, que só a assimilação fluídica pode pro-porcionar, as comunicações são impossíveis, incompletas ou falsas. Podem ser falsas porque, à falta do Espirito desejado, não faltam outros, prontos para aproveitarem a ocasião de se manifestarem, e que pouco se importam em dizer a verdade.

35. Um dos maiores escolhos da mediunidade, é a obses‑são, quer dizer, o império que certos espíritos podem exercer sobre os médiuns, impondo-se a eles sob nomes apócrifos e impedindo-os de se comunicarem com outros espíritos.

36. O que constitui o médium, propriamente dito, é a facul-dade; sob esse aspecto, ele pode estar mais ou menos formado, mais ou menos desenvolvido. O que constitui o médium segu‑ro, o que se pode verdadeiramente qualificar de bom médium, é a aplicação da faculdade, a aptidão de servir de intérprete dos bons espíritos. (O Livro dos Médiuns, cap. XXIII.)

37. A mediunidade é uma faculdade essencialmente mó-vel e fugidia, pela razão de estar subordinada à vontade dos espíritos; por isso é que está sujeita a intermitências. Esse motivo, e o princípio mesmo segundo o qual se estabelece a comunicação, são os obstáculos a que se torne uma profissão lucrativa, uma vez que não poderia ser nem permanente, nem aplicável a todos os espíritos, e porque poderia faltar no mo-mento em que dela se tivesse necessidade. Aliás, não é racio-nal admitir que os espíritos sérios se coloquem à disposição da primeira pessoa que os queira explorar.

38. A propensão dos incrédulos, geralmente, é suspeitar da boa fé dos médiuns, e supor o emprego de meios fraudu-lentos. Além de que, no entendimento de certas pessoas essa suposição é injuriosa, é preciso, antes de tudo, perguntar qual interesse poderiam eles ter para enganarem e divertirem ou representarem a comédia. A melhor garantia de sinceridade está no desinteresse absoluto, porque aí onde nada tem a ga-nhar, o charlatanismo não tem razão de ser.

Quanto à realidade dos fenômenos, cada um pode cons-tatá-la, se se coloca nas condições favoráveis, e se aplica a paciência na observação dos fatos, a perseverança e a impar-cialidade necessária.

Resumo da Leis dos Fenômenos EspíritasAllan Kardec

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EscoladeAprendizesdoEvangelho-AliançaEspíritaEvangélica(8ªturma/GEAEL) 5

Mensagem Nº 3Evolução do pensamento

através dos séculos(continuação)

Já falei das três correntes: budista, cristã e druida.Sabeis que a corrente cristã que, afinal, é uma expressão

das doutrinas orientais, se espalhou, avançando até a Itália, depois chocou-se com uma região independente, que era um pólo de atração equivalente, constituído pelo mundo celta.

Mesmo em épocas recuadas foram criados grandes cen-tros de atração, e seres vieram em missão, depois de terem habitado planetas mais adiantados, mais velhos que o vosso, para lançar, além da ação material, a semente que alimentou a chama das consciências humanas.

O tempo não existe; o destino e a vida universal se desen-volvem eternamente. Quando as moléculas gasosas de calor, de vapor e de água que formaram a Terra se condensaram para formar o protoplasma da matéria, foi preciso que entre os seres que iriam povoar esse novo mundo, os iniciados su-periores viessem transmitir, às consciências bem primitivas, a aceitação de uma lei superior.

É por isso que no Oriente, na Palestina e na Gália se for-maram centros de atração. Se o princípio fundamental que os inspirava era o mesmo, variou a forma de sua aplicação; mas analisando esses princípios se vê que a tese da sobrevivên-cia é aceita por igual. Os druidas, que se estabeleceram nos litorais, inspiraram-se nos elementos exteriores para conce-ber três círculos que sintetizavam as forças naturais e morais. Havia uma iniciação com vários graus e a reencontramos nas formas de culto. É no cristianismo que a iniciação é menos investigada. Penso que a doutrina do Cristo era mais pura que as outras, por ser mais simples.

Os druidas eram iniciados de maior nível conforme seu grau de mediunidade fosse mais acentuado. Entre eles o sa-cerdote, a sacerdotisa, que viviam em meio à natureza, re-cebiam a iniciação de uma forma mais direta que no culto cristão. Se analisarmos o druidismo, encontraremos nele um ensinamento esotérico bem avançado. Não obstante, o cris-tianismo lhe é superior do ponto de vista humano, porque se adapta mais especificamente às fraquezas humanas, ao passo que o druidismo, com sua doutrina de ordem elevada, con-siderava a raça humana inferior. Seus ensinamentos, melhor

entendidos pelos privilegiados, entre a massa geravam certas superstições.

Em resumo, da religião celta deve-se conservar só o prin-cípio essencial; seus sacerdotes, vivendo em contato com a natureza, se comunicavam intimamente com as forças invisí-veis, mas, tendo conservado, apesar de tudo, as moléculas ma-teriais, daí resultou que a transmissão de seus ensinamentos se deformou, distanciando-se das noções de justiça e amor, no meio de uma população àquela época ainda bárbara.

Vê-se por aí que as três correntes, budista, cristã e drui-da, se completam. Jesus Cristo personifica a luz das esferas

Vossa Terra entrou, em sua trajetória, em contato com uma das grandes correntes que constituem as artérias da vida uni-versal. Essa corrente é extremamente poderosa e vai produzir diferentes efeitos de acordo com a natureza das criaturas. Os espíritos de ordem inferior que se encontram entre vosso planeta e essa corrente não podem suportar a sua atração fluídica, e então são automaticamente lançados em direção do plano material. Sua influência trará um recrudescimento das paixões inferiores.

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6 39ªaula:ÚltimosdiasemJerusalém

quase divinas que, com suas vibrações benfeitoras, deve iluminar e vivificar a consciência. O druidismo, bebendo das fontes vivas da natureza, captava as vibrações dos mundos e as emanações da vida universal. O que o Cristo rece-bia diretamente dos seres superiores, o druida obtinha por meio das correntes transmissoras do pensamento dos se-res desencarnados.

Estão se formando, na época atu-al, novos agrupamentos fluídicos, ain-da não materializados, mas destinados a constituir um centro de atração que constituirá o quarto ciclo. Ele aceita-rá a realidade da vida superior, capaz de, em certas condições, comunicar-se com os seres humanos dotados de co-nhecimentos científicos unidos a um ideal elevado. Suas convicções auxilia-rão a restabelecer o equilíbrio neces-sário entre a existência material e a inspiração espiritual.

Allan Kardec23 de abril de 1926

Mensagem Nº 4Celtas e atlantes

Vosso grupo acha-se imunizado porque permanece distanciado das paixões humanas. Sois celtas devido à vossa vontade de permanecer na cons-ciência inicial de vossa raça.

Uma das formas do celtismo puro é o amor pela natureza. Não é ela o reflexo da beleza e da grandiosida-de divinas? Oferece aos humanos as mais puras alegrias do espírito e dos sentidos; estabelece uma comunicação através das esferas azuladas e das cor-rentes supraterrestres.

O celtismo é também o amor pela família, o conhecimento intuitivo das anterioridades e afini-dades; e o apego ao solo, cujas irradiações geológicas se mes-clam às irradiações individuais.

Pergunta - Existe, como dizem alguns, uma diferença en-tre celtas e gauleses?

Resposta – Há entre os celtas, do ponto de vista huma-no, duas origens: a normanda e a anglo-normanda. Existe na Bretanha indivíduos de uma raça mais bronzeada, de tom mais avermelhado; talvez tenham vindo da Atlântida; mas são espécimes isolados e raros. Parece que teria existido entre a Atlântida e a Bretanha francesa uma ilha na qual teriam vivido essas populações. Da região da Gasconha, uma colônia teria emigrado para a ilha de Oleron.

Lembrai-vos de que a centelha celta é o elemento essen-cial que deve sustentar o nacionalismo francês atual, pois a centelha vital da consciência francesa saiu dos celtas.

Allan Kardec22 de maio de 1926

Mensagem Nº 5Da origem da corrente celta

A vida dos planetas, como a dos indivíduos, deve percor-rer fases sucessivas e, de acordo com elas, a homogeneidade dos fluidos é mais ou menos destruída ou conservada.

Vossa Terra entrou, em sua trajetória, em contato com uma das grandes correntes que constituem as artérias da vida universal. Essa corrente é extremamente poderosa e vai pro-duzir diferentes efeitos de acordo com a natureza das cria-turas. Os espíritos de ordem inferior que se encontram en-tre vosso planeta e essa corrente não podem suportar a sua atração fluídica, e então são automaticamente lançados em direção do plano material. Sua influência trará um recrudes-cimento das paixões inferiores.

Quanto aos terrícolas que se entregam à meditação, e apelam às forças e aspirações superiores, os eflúvios dessa corrente os envolverão e com isso receberão instruções e co-municações.

Devo acrescentar que essa corrente vital tem a proprie-dade de manter no espaço a vida perispiritual e espiritual, e sobre a Terra, iluminar as consciências evoluídas. Podeis constatar sobre a Terra, no momento atual, por um lado um enfraquecimento de todas as crenças elevadas, e por outro, um fluxo de misticismo. É por isso que vosso estudo sobre os celtas chega na hora, e penso que essa corrente de que falo pode, reanimando as consciências, auxiliar a fazer brilhar a centelha do passado.

Sabeis que um dos principais elementos de vosso povo é o celtismo, que se formou à época da constituição da Terra, quando nela apareceram os primeiros seres humanos. O cel-tismo, em realidade, é uma irradiação de centelhas de um dos focos da vida universal. Cada raça é influenciada por um foco diferente, cujas radiações se adaptam a determinadas áreas

Estão se formando, na época atual, novos agrupamentos fluídicos, ainda não materializados, mas destinados a constituir um centro de atração que constituirá o quarto ciclo. Ele aceitará a realidade da vida superior, capaz de, em certas condi-ções, comunicar-se com os seres humanos dotados de conhecimentos científicos unidos a um ideal elevado. Suas convicções auxiliarão a restabelecer o equilíbrio necessário entre a existência material e a inspiração espiritual.

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EscoladeAprendizesdoEvangelho-AliançaEspíritaEvangélica(8ªturma/GEAEL) 7

do solo, de acordo com sua natureza.

Quando vosso planeta estava ain-da em formação, suas diversas ca-madas já se encon-travam em relação direta, por meio de vibrações, com cer-tos feixes das arté-rias que animam o grande Todo.

É por isso que cada raça conser-vou no fundo de seu inconsciente a centelha geradora que animou as pri-meiras manifesta-ções da vida. Cada raça possui, pois, qualidades diferen-tes. A criatura deve adquiri-las todas no decurso do tempo, sucessivamente, e para isso deve viver nos meios onde im-pera tal virtude ou paixão. Note-se que a paixão não é mais

que uma virtude e que a virtude se altera, quando a emissão fluídica é contaminada por ondas que podem empanar o seu brilho.

Na vou falar da composição química das ondas que en-gendraram a centelha primordial que anima cada povo e cada indivíduo. A França sempre conservou sua centelha essencial. De acordo com o estudo de vossa história e pré-história, a França, apesar de certas deformações, viu persistirem através dos séculos as virtudes da raça. São elas:

1) Atividade mental permanente;2) Consciência, no indivíduo, de seu automatismo integral;3) Necessidade de misticismo e de ideal, mesmo quando

a consciência individual se desvirtua;4) Luta contínua entre a paixão e o idealismo.

Tais são as características de vosso povo. Em todo o seu território encontramos essas qualidades fundamentais; as paixões são mais ou menos idênticas. Inicialmente, foram as irradiações vindas do oeste que atuaram sobre vosso país.

Se tivésseis podido, do espaço, acompanhar a gênese de

um mundo, teríeis visto que antes que ele seja entregue a si próprio, uma es-pécie de rede fluídica o envolve, tra-zendo-lhe a essência nutritiva. O polo vibratório que alimenta vosso povo ligou-se, no planeta, ao sul da Breta-nha. Nessa época, é bem verdade, não existia nem Bretanha nem Gália, mas somente uma cobertura gasosa ho-mogênea; as vibrações se estenderam do sul ao norte em forma de leque, e fizeram contato naquele ponto com essa cobertura gasosa. Essa condição permaneceu durante todo o período de transformação da crosta e, quando os primeiros seres humanos apareceram, foram impregnados dessas radiações.

Essa irradiação primária que atin-giu vosso país transmitiu-se através das gerações e existências, pois cada ser leva consigo, em seu inconsciente, a centelha vital produzida pelo impulso original.

Hoje, seja na Bretanha ou nas cos-tas inglesas do sudoeste, encontramos as mesmas características nos anseios, no apego à terra, que provam que as vibrações foram as mesmas em toda essa região, enquanto que, à medida que nos distanciamos do centro-oeste, mais se constata que a pureza do sen-timento celta se enfraquece.

Em suma, o celtismo correspon-de, pois, ao ponto de chegada de uma corrente provinda das artérias da vida universal, que penetrou no envoltório terrestre durante sua formação, justa-mente no centro-oeste da França. Daí as centelhas vivas que dormitam ainda na consciência francesa.

Allan Kardec4 de junho de 1926

O Gênio Celta e o Mundo InvisívelLeon Denis

Capítulo 13 —“Mensagens dos invisíveis”

Se tivésseis podido, do espaço, acompanhar a gênese de um mundo, teríeis visto que antes que ele seja entregue a si próprio, uma espécie de rede fluídica o envolve, trazendo-lhe a essência nutritiva.

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8 39ªaula:ÚltimosdiasemJerusalém

ÚLTIMOS DIAS EM JERUSALEM

Na véspera desse dia, Pilatos – o procurador romano – tinha chegado de Cesaréia do Mar e seu cortejo atravessara a cidade, debaixo do rumor estrídulo da fanfarra da legião, entrando na Fortaleza Antonia e no mesmo dia, com não me-nor aparato, chegara Herodes Antipas, que se fechara no seu palácio, para fugir do povo que o odiava.

Na cidade, mais que de costume, havia desusado aparato militar, o mesmo sucedendo com a guarda do Templo por-que, três dias antes, o Sinhédrio havia se reunido para provi-denciar sobre desordens provocadas na cidade baixa por um patriota exaltado chamado Bar Aba e, também, para tomar ciência dos últimos acontecimentos ocorridos desde a suposta ressurreição de Lázaro.

Bar Aba era um homem do povo, originário da cidade de Jopa, onde exercia o ofício dc remador de botes. Ali já se revoltara contra as autoridades, porque lhe tomaram o bote, para indenização de impostos não pagos. Era ignorante, fa-lador, truculento, mas dotado de muita coragem e espírito de iniciativa.

Como represália, fez-se salteador de estradas, em cujo novo ofício ganhou fama mas, ultimamente, viera para Je-rusalém incógnito e trabalhava na cidade baixa, no vale do Kidron, junto aos cameleiros das caravanas. Tinha sido preso na véspera, pelos soldados romanos, juntamente com vários de seus apaniguados, por fomentar desordens.

Quanto a Jesus, o Sinhédrio resolvera prendê-lo somente após as festas, para evitar possíveis demonstrações populares. Mas, aceitando proposta de Nicodemo, um dos seus mem-bros mais acatados, deliberou preliminarmente, nomear uma comissão para interrogar o Rabi sobre suas pregações e dar parecer com urgência.

O encontro com a comissão deu-se no próprio Templo, no mesmo dia, e Jesus confirmou tudo o quanto ensinara antes, bem como suas declarações referentes à tarefa messiânica. Com isso, ao invés de ser aplacado, ainda mais se acirrou con-tra Ele o ódio dos sacerdotes.

Às vésperas da Páscoa quando, de acordo com a Thora, os discípulos deveriam preparar a ceia tradicional, assando o matzot (pão chato e carne de carneiro) e o seder (bebida composta de vinho e ervas) foi discutido sobre o local onde a ceia se realizaria. O Evangelho não o diz, mas fala sobre um cenáculo; porém Marcos (14-3) e Lucas (22-12) referem-se a um carregador de água, como o incumbido desse problema.

Já nos referimos atrás, ao aguadeiro Hillel, essênio que morava em um dos nichos da muralha de David, e onde se agasalhavam os galileus e os essênios quando vinham a Je-rusalém. Para esse local os discípulos levaram todos os pre-parativos e ali a ceia se realizou. Nada há a estranhar sobre

esse local, porque Jesus não tinha entrada em casas ricas, não só por ser considerado revolucionário perigoso, herético, des-respeitador da Lei, como também porque seu convívio mais constante era com os pobres e os miseráveis da Cidade Baixa.

Nessa ceia, fez suas promessas e instruções finais, inclu-sive sobre o envio do Paracleto e do Consolador, nos dias fu-turos; anunciou, mais uma vez, sua morte e o julgamento da humanidade no tempo justo e, sabendo que Judas já havia entrado em entendimento com os sacerdotes do Templo para entregá-lo às suas mãos, recomendou a este, discretamente, que “o que tinha a fazer, fizesse logo”. V. João (13-27).

Com a partida de Judas ficaram todos mais na intimi-dade e Jesus deu aos doze as últimas recomendações; despe-diu-se deles e, em seguida, partiram todos para o Monte das Oliveiras.

De caminho, advertiu aos discípulos que, naquela noite, todos seriam postos à prova e falhariam, para que se cum-prisse também nisso as Escrituras que diziam: “ferirei o pas-tor e as ovelhas se dispersarão”. Ouvindo isso, os discípulos protestaram fidelidade e Simão asseverou que o seguiria até a morte e jamais o abandonaria. Mas Jesus respondeu que gostaria que assim fosse, mas que antes que o galo cantasse três vezes, naquela noite, ele o negaria também três vezes, o que realmente horas depois, aconteceu.

Chegando ao jardim do Gat Shemen, Jesus retirou-se para um lugar reservado e silencioso e mandou que os discí-pulos velassem, permanecendo por ali ao redor dele, porque a hora das aflições tinha chegado. E, realmente, a partir desse instante, todas as coisas se precipitaram, com uma rapidez terrível, até o momento triste da cruz.

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EscoladeAprendizesdoEvangelho-AliançaEspíritaEvangélica(8ªturma/GEAEL) 9

Auto-avaliação periódicaNey Pietro Peres — Manual Prático do Espírita

GEAEL

(continuação do número anterior)

O que pretendemos, no entanto, é dirigir o nosso esforço de transformação íntima de modo disciplinar, eficaz, tão mais proveitoso quanto possível. Então surgem como evidentes os períodos: semanal, quinzenal, mensal. Achamos que além de trinta dias já se torna uma periodicidade muito extensa. Di-ríamos: no máximo de mês em mês, embora semanalmente fosse preferível.

Podemos, assim, fazer nossa apuração de resultados, na periodicidade escolhida, seguindo-se uma seqüência no exa-me íntimo, como sugerido adiante:

1º Resultados obtidos no combate aos vícios

Admitindo-se que tenhamos esquematizado a nossa pro-gramação de combate aos vícios, como recomendado no qua-dro nº 2 (capítulo 40), estejamos realizando o controle dos re-sultados programados, conforme o quadro nº 3. Nesse último podemos ter anotado, em cada semana, o número indicativo P (previsões programadas) e os resultados reais na coluna R. Fica, então, fácil verificar os progressos alcançados e, assim, teremos os comentários, descrevendo-os numa caderneta pes-soal. É importante aí indagar a nós mesmos os motivos dos bons resultados, ou dos insucessos, para tirarmos algumas conclusões, deixando-as observadas por escrito. Dessas con-clusões, novas metas e novos propósitos podemos estabelecer para resultados mais animadores, se for o caso. A caderneta sugerida poderá, então, ser utilizada para os relatos sumários dos resultados conseguidos e para acompanhamento desses durante a nossa caminhada.

2º Resultados obtidos no combate aos defeitos

No processo de exame de cada um dos quinze defeitos mais evidentes, po-

demos facilmente compor o qua-dro nº 4 — Resumo dos defeitos

—, apresentado no capítulo 40, e sobre aqueles resultados pesquisa-dos pelo questionário das 15 per-guntas, podemos também fazer na

caderneta alguns comentá-rios bem resumidos, a respeito de como nos situamos em cada

um dos citados defeitos.

Sobre cada um deles mais particularmente evidenciado, tendo programado o nosso combate, como sugerido grafi-camente pelo quadro nº 5, e daí traçado o diagrama, como ilustrado pelo quadro nº 7, recolhemos deste último os resul-tados já obtidos. É facilitado, dessa maneira, o comentário que sobre eles possamos fazer, observando resumidamente as conquistas nas três áreas de ação a saber: na família, no tra-balho e na sociedade. Citemos, então, na caderneta pessoal utilizada para esse fim, as reflexões de forma discreta e sem pormenores descabidos, incluindo-se também as proveitosas conclusões sobre as diminuições das ocorrências daqueles já mencionados defeitos.

Conhecendo-se também as características das virtudes, que se opõem frontalmente aos respectivos defeitos, num confronto realizado intimamente dos nossos valores vivencia-dos, podemos, naquelas ocasiões de retrospectiva, perceber os efeitos da boa semeadura no nosso terreno individual, pe-sando tranqüilamente a necessidade da aplicação de maio-res esforços renovadores. Esse, talvez, seja um dos melhores meios para a aferição dos resultados obtidos nas tentativas de remoção do que nos impede evoluir, isto é, tomar as virtudes como padrões de referência.

“Tudo caminha! Tudo evolui! Confiramos o nosso ren-dimento individual com o Cristo!” É o que também nos con-clama André Luiz, no mesmo capítulo acima referido. Espe-lharmo-nos periodicamente, tomando como nosso modelo de comportamento o Nazareno, na constante preocupação de cada vez chegarmos mais perto Dele, resume bem as nossas aspirações, que podem ser corajosamente provadas nas auto-avaliações periódicas.

A importância da caderneta pessoal

As auto-avaliações periódicas são adotadas nos meios escolares, a partir dos primeiros graus, para que os alunos desenvolvam sua capacidade de análise e autocrítica quanto ao próprio aproveitamento, dificuldades e falhas a corrigir. Nesses relatos os alunos reconhecem os seus descuidos nos deveres, o tempo desperdiçado em conversas e se propõem a melhorar dali em diante. Uma supervisora analisa essas auto-avaliações, discute num Conselho de Classe com os outros professores e faz as suas apreciações por escrito, devolvendo, em seguida, aquelas folhas para os alunos, que farão parte da sua pasta escolar.

Quando experimentamos esse tipo de prática, em que transferimos para o papel o que pode ser chamado de conte-

“A oração não nos exime das faltas, o perdão rogado só se obtém mudando de conduta, e são as boas ações a melhor prece”.O Livro dos Espíritos — Pergunta 661

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údos psicológicos, articulamos um mecanismo de exploração do nosso inconsciente, que muito nos auxilia no conhecimen-to de nós mesmos.

Essa caderneta a que nos referimos pode exercer a fun-ção de uma memória de resultados constatados nas nossas auto-avaliações temporárias, oferecendo-nos, ainda, o segui-mento de todo o nosso trabalho de reforma íntima.

Poderá ela encerrar, de forma descritiva e conclusiva, o que tenhamos elaborado dinamicamente ao encetarmos a programação da nossa reforma interior, pela eliminação dos vícios e diminuição dos defeitos. A caderneta nos permitirá, também, anotar os efeitos do desenvolvimento da nossa von-tade e os benefícios obtidos pela auto-análise, e relacionar os serviços prestados ao próximo como rumo para realização do nosso crescimento espiritual.

Exemplo prático de utilização da caderneta

Consideremos que um leitor, interessado em fazer a sua reforma íntima, começando a pôr em prática, de algum modo, o roteiro indicado neste compêndio, tenha esboçado a sua programação e a esteja conduzindo de certa forma.

Admitamos que tenha optado fazer a sua auto-avaliação periódica no final de cada mês.

Descrevamos a imaginária experiência pela qual passa esse suposto leitor, e como estaria ele registrando-a na sua caderneta pessoal.

Podemos separar, para o primeiro ano, de uma a três pá-ginas para anotações relativas ao combate aos vícios, deter-minando-se o número de páginas pelo número de vícios a se-rem combatidos. Igualmente, em seqüência, podemos separar na caderneta, para esse mesmo ano, de três a cinco páginas em que comentaremos o que conseguirmos no combate aos defeitos. Deixemos, logo depois, apenas uma página para co-locar os serviços prestados ao próximo.

Vejamos o que teria escrito esse bem intencionado leitor:

Combate aos vícios — 198112/03/81 — Início do trabalho de eliminação do cigarro.30/03/81 — Embora com dificuldade, estou conseguin-

do reduzir o número de cigarros consumidos.30/04/81 — Estou evitando completamente o cigarro há

cinco dias.30/05/81 — Larguei completamente o cigarro e estou

controlando a tendência à gula.30/06/81 — O álcool não exerce qualquer atração sobre

mim. Posso experimentá-lo sem, no entanto, sentir desejo de repeti-lo por várias vezes.

30/07/81 — Localizo, por vezes, minha imaginação liga-da a quadros eróticos.

30/08/81 — Tenho conseguido afastar alguns desejos in-quietantes de relacionamento sexual extraconjugal.

30/09/81 — ... (seguir nas auto-avaliações dos vícios)30/10/81 — ... (seguir nas auto-avaliações dos vícios)

Combate aos defeitos — 1981

30/05/81 — Dediquei-me neste mês à observação do orgulho, da vaidade, da inveja e do ciúme. O orgulho é mo-derado, a vaidade é mais predominante. A inveja é também moderada e o ciúme é fraco. Tenho prestado mais atenção a eles e consigo identificá-los melhor.

30/06/81 — Observei mais diretamente neste mês a ava-reza, o ódio, os remorsos e a vingança. A avareza é mais pre-dominante, o ódio e os remorsos são moderados, e a vingança é fraca. Comecei a combater a avareza e a indagar os motivos que me fazem ser assim.

30/07/81 — Continuei, neste mês, cuidando da agressi-vidade, do personalismo, da maledicência e da intolerância. Fiz a avaliação do ódio e obtive nota 68. Preciso ter mais controle sobre a agressividade. Fiz o teste da maledicência e apurei a nota 72. Preciso me cuidar mais. O personalismo é moderado e a intolerância é fraca. Fiquei conhecendo reações que antes não entendia. Agora, ficou mais fácil contê-las.

30/08/81 — Este mês coube observar a impaciência, a negligência e a ociosidade. A impaciência é predominante, a negligência e a ociosidade são fracas. Ainda não consegui compreender por que sou, às vezes, tão impaciente. Vou bata-lhar em cima desse defeito.

30/09/81 — Trabalhei neste mês mais diretamente com a avareza e a impaciência. Fiz as contagens das ocorrências e estabeleci as metas numéricas para diminuí-las. Preparei algumas auto-afirmações para diariamente rememorá-las. Es-tou também procurando treinar a generosidade e a paciência em confronto com esses dois defeitos predominantes.

30/10/81 — Estou contente por ter conseguido diminuir a avareza.

Estou mais paciente e descobri o que mais me deixava impaciente. A leitura de algumas páginas do livro Calma, de Emmanuel e as preces me têm feito muito bem e ajudado muito.

30/11/81 — ... (seguir nas auto-avaliações)30/12/81 — ... (seguir nas auto-avaliações dos defeitos)

Serviços prestados ao próximo — 198130/08/81 — Comecei neste mês a colaborar como aten-

dente num abrigo de velhos, uma noite por semana.30/09/81 — Continuo colaborando no abrigo de velhos.Sinto que sou útil a eles e me alegra ajudá-los. Fiz uma

visita a familiar doente e pude contribuir em seu benefício.30/10/81 — Observei este mês que o meu trabalho junto

aos velhinhos me tem deixado mais compreensivo e paciente. Isto tem me beneficiado muito.

30/11/81 — ... (seguir registrando as observações)30/12/81 — ... (seguir anotando)

(continua no próximo número)

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EscoladeAprendizesdoEvangelho-AliançaEspíritaEvangélica(8ªturma/GEAEL) 11

Técnicas da Mediunidade - Carlos Torres Pastorino

CAMPO MAGNÉTICO

Assim denominamos a região que envolva a massa mag-nética, e dentro da qual esta consegue exercer ações magné-ticas. Consideremos, todavia, que é lei fundamental que todo e qualquer ímã possui sempre dois pólos (+ e -) e somente dois pólos, e um sempre exerce influência sobre o outro. Mas, teoricamente considerados em separado, poderíamos traçar um campo magnético próprio a cada pólo, para observar as propriedades de cada campo separadamente.

Afinidade dos médiuns - Também cada criatura humana possui dois pólos, cada um dos quais cria um “campo magnético” que atrai ou repele formas-pensamento, elementais e “espíritos”, encarnados ou, desencarnados, desde que penetrem no campo.

PROPRIEDADES DO CAMPO

1) Imantação sucessiva - Desde que Tales de Mileto (640 - 546 a. C.) falou das propriedades do magneto natu-ral, é sabido (e Platão, no “Ion”, faz Sócrates descrever essa propriedade) que, se a um ímã encostarmos uma argola (ou prego) esta fica pendurada, mas por sua vez passa a segurar uma segunda, a segunda uma terceira e assim por diante, imantando-se sucessivamente enquanto permanecem no campo magnético do ímã.

Influências recíprocas - Isso ocorre com freqüência em todos os setores humanos, sejam comerciais, industriais, artísticos, e também nos círculos espiritualistas. Assim um “líder” espiritual atrai a seu campo magnético um grupo de discípulos e, enquanto estes lhe estão ao lado, vão estendendo a influência do líder a outras criaturas; mas só o conseguirão enquanto estiverem nesse campo, pois perdem o magnetismo ao se afastarem. Note-se que esse magnetismo pode ser usado para o bem como para o mal.

Vemos também que “espíritos” ditos “guias” do líder, passam a interessar-se pelos componentes do grupo, acompanhando-os, porque estão no mesmo campo magnético.

Mas também aí vemos o perigo de alguém aproximar-se de uma pessoa com tendência para o mal: entrando-lhe no campo magnético, seus acompanhantes passam a influenciá-lo.

Perigo outrossim dos contactos “íntimos” com pessoas desconhe-cidas: recebemos-lhes todas as influências maléficas que as envolvem.

2) A “força magnética” - Quanto maior a intensidade da “massa magnética”, tanto maiores a força e a extensão do “campo magnético”.

Assim verificamos que, quanto maior a capacidade mediúnica, tanto maiores serão a força (de atração ou repulsão) e a extensão (ou raio de ação) dessa força.

Por isso muitos médiuns (que o vulgo apelida de “mata-borrão) atraem tudo o que existe no ambiente em que se encontram ou por que passam, e de lá saem “carregados”. Por onde andam, vão atraindo a “limalha de ferro” que há no caminho.

Daí, quanto maior a força magnética, maior facilidade em atrair “espíritos” (encarnados ou desencarnados) que caiam sob seu campo magnético.

Nas sessões é comum assistirmos à entrada brusca de um obses-sor, protestando que não queria vir, mas que “foi trazido à força e com violência e rapidez”. Simples fenômeno de atração magnética exercida pelo aparelho mediúnico, por meio da força-pensamento (ou dos “mentores” em seu lugar).

Daí, ainda, quando o “espírito” está “incorporado” e quer sair: se a força magnética do médium é maior que a dele, ele não conse-gue, por mais que se esforce para isso.

3) O quociente da força pela massa é uma grandeza vetorial constante em módulo, direção e sentido, para deter-minado ponto.

Isso explica por que aqueles que fixam esse “determinado ponto” em situações elevadas espiritualmente tendem continuamente, numa “grandeza vetorial constante em modulo, direção e sentido, para o bem, para a ligação com as Forças Positivas (prece), para o amor.

Ao passo que os que o fixam em zonas baixas, apresentam cons-tantes tendências para a irritação, para a raiva, para o ódio, para o mal.

A fixação elevada reside na individualidade, no Cristo Interno, e por isso disse Paulo “tudo coopera para o bem daqueles que amam a Deus” (Romanos 8:28); pois já antes explicara; “os que são segundo a carne, põem sua mente nas coisas da carne, mas os que são segundo o Espírito, põem sua mente nas coisas do Espírito: a mente da carne é morte, mas a mente do Espírito é Vida e Paz” (8:5-6).

E não é necessária grande evolução para obter-se isso. Seja a massa magnética grande ou pequena, a força magnética a acompanha sempre proporcionalmente, e portanto “o quociente de um pelo outro é uma constante vetorial”, que aparecerá em qualquer ponto evolutivo em que se encontre a criatura.

Magnetismo (IV)

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É preciso que se dê mais importância à leitura do Evangelho. E, no entanto, abandona-se esta divina obra;faz-se dela uma palavra vazia, uma mensagem cifrada. Relega-se este admirável código moral ao esquecimento.

11. Estando Jesus à mesa, na casa de Mateus, vieram ter com Ele e com Seus discípulos muitos publicanos e pessoas de má vida, que se senta-ram à mesa. Tendo os fariseus visto isso, disse-ram aos discípulos: “Por que vosso Mestre come com os publicanos e com pessoas de má vida?”. Mas Jesus, tendo-os ouvido, lhes disse: “Não são os que têm saúde, mas os doentes, que precisam de médico. (Mateus, 9:10-12).

12. Jesus dirigia-Se principalmente aos pobres e aos deserdados, pois são estes os que mais preci-sam de consolo. Dirigia-Se também aos cegos, dó-ceis e de boa-fé, porque pedem para ver, e não aos orgulhosos, que se julgam sábios e acham que não precisam de nada. (Veja na Introdução desta obra, os artigos: Publicanos e Portageiros).

Essas palavras, como tantas outras, encon-tram sua aplicação no espiritismo. Muitas vezes, há quem ache estranho que a mediunidade seja concedida a pessoas indignas e capazes de fazer mau uso dela. Costuma-se dizer que uma faculda-de tão preciosa deveria ser atributo exclusivo dos mais dignos.

Digamos, inicialmente, que a mediunidade faz parte da condição orgânica de todo ser humano, como acontece com a visão, a audição e a fala. E qualquer um pode delas fazer mau uso, por livre-arbítrio. Se Deus tivesse concedido a fala somente a quem fosse incapaz de dizer coisas más, haveria mais mudos no mundo do que falantes. Deus deu faculdades ao homem, e deixa-o livre para usá-las, mas sempre pune quem delas abusa.

Se o dom de comunicar-se com os espíritos

O Evangelho Segundo o EspiritismoCapítulo 24 - “Não coloqueis a candeia debaixo do alqueire”

fosse concedido somente aos mais dignos, quem ousaria desejá-lo? Onde estaria, aliás, o limite entre a dignidade e a indignida-de? A mediunidade é, portanto, concedida sem distinção, a fim de que os espíritos possam levar a luz a todas as classes sociais, tanto ao pobre como ao rico; aos sábios, para fortalecê-los no bem, e aos viciosos, para corrigi-los. Não seriam estes últimos os doentes que precisam de médico? Por que Deus, que não quer a morte do pecador, o privaria do socorro que pode tirá-lo do lamaçal? Então, os bons espíritos vêm ajudá-lo, e os conselhos que lhe são dados diretamente conseguem impressioná-lo mais vivamente, do que se os recebesse por alguma via indireta. Deus, em Sua bondade, coloca a luz em suas mãos para poupar-lhe o trabalho de ir buscá-la mais distante. Não será ele bem mais cul-pado, se não olhar para ela? Será que poderá usar sua ignorância como desculpa, quando ele mesmo houver escrito, visto com seus próprios olhos, ouvido com seus ouvidos, e pronunciado com a própria boca, sua condenação? Se não faz bom proveito da me-diunidade, é então punido com a perda ou com o desvirtuamento de sua faculdade, da qual os maus espíritos se apoderam para obsediá-lo e enganá-lo, além das aflições com que a Lei de Deus atinge Seus servidores indignos e de corações endurecidos pelo orgulho e pelo egoísmo.

A mediunidade não implica necessariamente em relações habituais com os espíritos superiores. Ela é simplesmente uma aptidão que serve como instrumento, mais ou menos útil aos es-píritos em geral. Por isso, o bom médium não é o que se comunica facilmente, mas aquele que tem afinidade com os bons espíritos, e que só por eles é assistido. É nesse sentido que o valor das qua-lidades morais é insuperável para a mediunidade.