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1 GRUPO II – CLASSE IV – Plenário TC 011.966/2006-9 Natureza: Prestação de Contas de 2005. Unidade: Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Mato Grosso do Sul - Sebrae/MS. Responsáveis: Alfredo Fernandes (CPF 002.598.101-34), André Simões (CPF 554.442.101- 34), Ari Basso (CPF 058.019.820-00), Augusto César Merey Vilhalba (CPF 464.904.001-97), Cristiano Monteiro (CPF 693.427.331-15), Célia de Oliveira (CPF 390.324.691-34), Francisca Zequim Colado (CPF 111.992.531-20), Francisco Xavier da Costa Garcia (CPF 027.172.981-34), Frederico Alberto Gonçales (CPF 140.839.141-49), Fábio Edir dos Santos Costa (CPF 123.548.048-81), Henrique José Fernandes (CPF 487.636.916-04), Ido Luiz Michels (CPF 417.426.999-87), Irandina Fernandes Neves (CPF 660.221.181-15), Ivan Abrahão Marinho (CPF 102.859.461-53), José Carlos Batista Neves (CPF 304.923.199-87), José Roberto Giuliani (CPF 584.023.818-04), João Ramos Martins (CPF 195.719.849-49), Laurindo Faria Petelinkar (CPF 709.030.938-04), Leocir Paulo Montagna (CPF 445.327.171-91), Leôncio de Souza Brito Filho (CPF 003.588.511-49), Luiz Antônio Caron (CPF 928.010.138-20), Luiz Carlos Ferreira Gomes (CPF 108.198.191-15), Luiz Cláudio Sabedotti Fornari (CPF 020.282.800-00), Manoel Catarino Paes Peró (CPF 051.554.601-15), Marcos Luiz Galles (CPF 204.220.839-68), Maria de Lourdes e Silva (CPF 155.578.711-87), Maurício Antônio Quarezemin (CPF 785.085.418-72), Mônica Gonçalves Linchin (CPF 562.986.411-49), Omar Carneiro da Cunha Sobrinho (CPF 832.328.697-34), Renato Antunes Estrada (CPF 421.111.961-34), Rose Ane Vieira (CPF 365.768.161-20), Sandra Amarilha (CPF 518.496.071-68), Sebastião Vieira D’Ávila (CPF 024.640.391-87), Sidnéia Catarina Tobias (CPF 062.136.958-69), Ubiratan Rebouças Chaves (CPF 138.762.011-87), Zenilda Auxiliadora Martins (CPF 337.188.811-87) e Álvaro Banducci Júnior (CPF 257.740.771-87).

GRUPO II – CLASSE IV – Plenário - jmleventos.com.br · - Sr. Laurindo Faria Petelinkar, então Diretor Superintendente, em razão do pagamento antecipado à FAPEC, no valor de

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GRUPO II – CLASSE IV – Plenário TC 011.966/2006-9 Natureza: Prestação de Contas de 2005. Unidade: Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Mato Grosso do Sul - Sebrae/MS. Responsáveis: Alfredo Fernandes (CPF 002.598.101-34), André Simões (CPF 554.442.101-34), Ari Basso (CPF 058.019.820-00), Augusto César Merey Vilhalba (CPF 464.904.001-97), Cristiano Monteiro (CPF 693.427.331-15), Célia de Oliveira (CPF 390.324.691-34), Francisca Zequim Colado (CPF 111.992.531-20), Francisco Xavier da Costa Garcia (CPF 027.172.981-34), Frederico Alberto Gonçales (CPF 140.839.141-49), Fábio Edir dos Santos Costa (CPF 123.548.048-81), Henrique José Fernandes (CPF 487.636.916-04), Ido Luiz Michels (CPF 417.426.999-87), Irandina Fernandes Neves (CPF 660.221.181-15), Ivan Abrahão Marinho (CPF 102.859.461-53), José Carlos Batista Neves (CPF 304.923.199-87), José Roberto Giuliani (CPF 584.023.818-04), João Ramos Martins (CPF 195.719.849-49), Laurindo Faria Petelinkar (CPF 709.030.938-04), Leocir Paulo Montagna (CPF 445.327.171-91), Leôncio de Souza Brito Filho (CPF 003.588.511-49), Luiz Antônio Caron (CPF 928.010.138-20), Luiz Carlos Ferreira Gomes (CPF 108.198.191-15), Luiz Cláudio Sabedotti Fornari (CPF 020.282.800-00), Manoel Catarino Paes Peró (CPF 051.554.601-15), Marcos Luiz Galles (CPF 204.220.839-68), Maria de Lourdes e Silva (CPF 155.578.711-87), Maurício Antônio Quarezemin (CPF 785.085.418-72), Mônica Gonçalves Linchin (CPF 562.986.411-49), Omar Carneiro da Cunha Sobrinho (CPF 832.328.697-34), Renato Antunes Estrada (CPF 421.111.961-34), Rose Ane Vieira (CPF 365.768.161-20), Sandra Amarilha (CPF 518.496.071-68), Sebastião Vieira D’Ávila (CPF 024.640.391-87), Sidnéia Catarina Tobias (CPF 062.136.958-69), Ubiratan Rebouças Chaves (CPF 138.762.011-87), Zenilda Auxiliadora Martins (CPF 337.188.811-87) e Álvaro Banducci Júnior (CPF 257.740.771-87).

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Representação legal: Regina Iara Ayub Bezerra (4.172-B/OAB-MS), representando Laurindo Faria Petelinkar e André Simões. SUMÁRIO: PRESTAÇÃO DE CONTAS. AUDIÊNCIAS. REFLEXOS DE TOMADAS DE CONTAS ESPECIAIS DE GESTORES PRINCIPAIS JULGADAS IRREGULARES, COM CONDENAÇÃO EM DÉBITO E APLICAÇÃO DE MULTA. FATOS CONSIDERADOS RELEVANTES PARA O EXAME DESTAS CONTAS. IRREGULARIDADE DAS CONTAS DOS GESTORES E DO PRESIDENTE DO CONSELHO DELIBERATIVO. MULTA. CIÊNCIA.

RELATÓRIO

Adoto como parte do relatório a instrução elaborada na Secretaria de Controle Externo no Estado do Mato Grosso do Sul – Secex/MS:

“Cuidam os autos de processo de contas anuais do Serviço de Apoio às Micro e Pequena Empresas de Mato Grosso do Sul – Sebrae/MS, vinculado ao Ministério da Indústria, do Comércio e do Turismo, relativo ao exercício de 2005. 2. O processo de contas foi organizado de forma individual, em conformidade com a então vigentes Instrução Normativa/TCU 47/2004 e com a Decisão Normativa/TCU 71/2005, de acordo com informações contidas no Relatório da CGU-Regional/MS (Peça 2, p. 45). 3. O Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas (SEBRAE) é uma entidade paraestatal, integrante do chamado ‘Terceiro Setor’, que pode ser definido como aquele composto por entidades privadas da sociedade civil que prestam atividades de interesse público, por iniciativa privada, sem fins lucrativos, agindo ao lado do Estado e colaborando com este, razão pela qual recebe especial proteção estatal. Tem origem na transformação do extinto CEBRAE (Centro Brasileiro de Assistência Gerencial à Pequena Empresa), ocorrida em 1990, com as Leis 8.029/90 e 8.154/90, quando tornou-se serviços social autônomo, nos termos de sua regulamentação pelo Decreto 99.570/1990, com alterações posteriores. 4. O SEBRAE é composto por representantes do governo e da iniciativa privada, com o objetivo de estimular e promover as empresas de pequeno porte da maneira mais compatível com as políticas nacionais de desenvolvimento. Está organizado sob a forma de ‘sistema’, com uma unidade central coordenadora (SEBRAE Nacional) e unidades vinculadas nos estados e Distrito Federal que, apesar de possuírem autonomia administrativa, respeitam as diretrizes traçadas pelo Conselho Deliberativo Nacional. Sua organização estrutural é composta desse conselho e de uma Diretoria Executiva (DIREX), com o Diretor-Presidente, Diretor Técnico e o Diretor Administrativo-Financeiro. Essa estruturação praticamente se repete nas Unidades Estaduais do Sebrae.

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5. O SEBRAE/MS (unidade jurisdicionada em exame), em conformidade com seu estatuto, tem a missão de ‘promover o desenvolvimento sustentável dos pequenos empreendimentos do Mato Grosso do Sul’ (Peça 1, p. 14), sede em Campo Grande/MS, onde exerce sua jurisdição, podendo ter postos avançados e agências em todo o Estado do Mato Grosso do Sul. Seu objetivo é fomentar o desenvolvimento sustentável, a competitividade e o aperfeiçoamento técnico das microempresas e empresas de pequeno porte, industriais, comerciais, agrícolas e de serviços, notadamente nos campos da economia, administração, finanças e legislação; da facilitação do acesso ao crédito; da capacitação e fortalecimento do mercado secundário de títulos de capitalização daquelas empresas; da ciência, tecnologia e meio ambiente; da capacitação gerencial e da assistência social, em consonância com as políticas nacionais de desenvolvimento; da formação educacional do micro e pequeno empresário. 6. A principal receita do Sebrae/MS advém da contribuição das empresas, em média 0,6% sobre a folha de pagamento, recolhida pelo INSS. Do total dessa contribuição, 65% são aplicados diretamente nas programações orçamentárias das Unidades Estaduais. Pelo fato de administrar verbas decorrentes de contribuições para-fiscais (recursos públicos), está sujeito a determinadas normas de caráter administrativo, especialmente no tocante ao controle público, como prestação de contas ao Tribunal de Contas da União. HISTÓRICO 7. No âmbito do Tribunal de Contas da União, em instrução inicial, de 02/07/2007 (Peça 4, p. 33-39), baseada no Relatório 175.884 da Controladoria-Geral da União – CGU (Peça 2, p. 22-49), foram constatados os seguintes indícios de irregularidades: a) bens não localizados e termos de responsabilidade desatualizados - Subitem 5.1.1.1 do relatório da CGU (Peça 4, p. 34-35); b) falta de identificação nas portas dos veículos, bem como ausência de controle de quilometragem e itinerário dos veículos de uso da Diretoria do Sebrae/MS - Subitem 5.2.1.1 do relatório da CGU (Peça 4, p. 35-36); c) pagamento antecipado à fundação FAPEC referente a trabalhos contratados - Subitem 6.1.2.4 do relatório da CGU (Peça 4, p. 36-37); e d) falhas formais no processo de prestação de constas - Subitem 8.2.2.1 do relatório da CGU (Peça 4, p. 37-38). 8. Essas irregularidades deram ensejo à proposta de audiência dos ex-diretores do Sebrae/MS, com fulcro no artigo 12, III, da Lei 8.443/92, a seguir relacionados e com suas respectivas responsabilizações (Peça 4, p. 38): - Sr. André Simões, então Diretor Administrativo e Financeiro a) falta de identificação nas portas dos veículos, bem como ausência de controle de quilometragem e itinerário dos veículos de uso da Diretoria do Sebrae/MS, posto ter sido constatado a falta de controle e identificação em quatro veículos de uso da Diretoria Regional da entidade no Estado do Mato Grosso do Sul, contrariando o disposto no Acórdão 2.235/2005 – 1ª Câmara; b) pagamento antecipado à FAPEC, no valor de R$ 49.974,62 (Processo 097/2005), dado que o Sebrae/MS, ao pagar a totalidade do valor pactuado, mesmo sem ter recebido a devida contraprestação dos serviços, contrariou o Termo de Referência do serviço contratado e também infringiu os artigos 62 e 63 da Lei 4.320/64, os quais preconizam que os pagamentos só podem ser liquidados e efetuados em favor do contratado após concluído o objeto do contrato; - Sr. Laurindo Faria Petelinkar, então Diretor Superintendente, em razão do pagamento antecipado à FAPEC, no valor de R$ 49.974,62 (Processo 097/2005), dado que o

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Sebrae/MS, ao pagar a totalidade do valor pactuado, mesmo sem ter recebido a devida contraprestação dos serviços, contrariou o Termo de Referência do serviço contratado e também infringiu os artigos 62 e 63 da Lei 4.320/64, os quais preconizam que os pagamentos só podem ser liquidados e efetuados em favor do contratado após concluído o objeto do contrato; 9. Além das referidas audiências, foi sugerido na instrução inicial que, por ocasião do julgamento de mérito destas contas, o Tribunal promovesse determinações à entidade, como seguem (Peça 4, p. 38-39): a) manter controles efetivos dos bens móveis utilizados na entidade, atualizando, sempre que necessário, os termos de responsabilidade; b) fazer levantamento patrimonial rigoroso, a fim de verificar a localização dos bens não encontrados e que, na hipótese da não localização destes, promova a devida apuração de responsabilidades; c) atentar para que, nas futuras prestações de contas da entidade, quanto à formalização do processo, faça constar do Rol de Responsáveis da unidade o responsável pela conformidade documental, conforme preceitos da Portaria 03 da CGU; d) atentar para que, tendo em vista a ausência de auditoria interna na entidade, faça constar do Relatório de Gestão informações relativas ao cumprimento das determinações e recomendações emanadas pelo TCU e pelo órgão do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal, detalhando: a) no caso de determinações e recomendações emanadas pelo TCU – número do Acórdão, descrição da determinação ou recomendação e providências adotadas pela unidade; b) no caso de recomendações oriundas da CGU ou das Setoriais de Controle Interno do Poder Executivo Federal – número do relatório, descrição da recomendação e providências adotadas, conforme preceitos da Portaria 03 da CGU; e e) atentar para que, tendo em vista a ausência de auditoria interna na unidade, faça constar do Relatório de Gestão informações relativas à apuração de denúncias recebidas, detalhando, para cada caso, o número do processo, o fato denunciado e as providências adotadas, conforme preceitos da Portaria 03 da CGU. 10. Encaminhados os autos à apreciação do Ministro-Relator (Peça 4, p. 40), este autorizou as audiências propostas, conforme Despacho de 10/07/2007 (Peça 4, p. 41). Assim, após certificados os endereços dos responsáveis (Peça 4, p. 42-43), esta Unidade expediu, em jul/2007, os devidos ofícios de audiência (Peça 4, p. 44-47), com cópias juntadas aos autos (Peça 5, p. 1-7), que foram recebidos pelos destinatários anteriormente mencionados (Peça 4, p. 48-52). 11. Os retromencionados responsáveis, em 24/07/2007, constituíram advogados, juntando suas procurações aos autos e pedindo vista e cópias do processo para preparação das defesas (Peça 10, p. 1-8). O Sr. Laurindo Faria Petelinkar apresentou, em 07/08/2007, as razões de justificativa juntadas aos autos (Peça 5, p. 8-32), acompanhadas de documentos – cópias do Processo/Sebrae 097/2005 (Peça 6, p. 32-52; Peça 7, p. 1-51; Peça 8, p. 1-49; e Peça 9, p. 1-29). Já o Sr. André Simões as suas razões, também apresentadas em 07/08/2007 (Peça 5, p. 33-54; e Peça 6, p. 1-11), acompanhadas de documentos (Peça 6, p. 12-31); cópias do Processo/Sebrae 097/2005 (Peça 6, p. 32-52; Peça 7, p. 1-51; Peça 8, p. 1-49; e Peça 9, p. 1-29); e de outros documentos (Peça 9, p. 30-53). 12. Por outro lado, paralelamente a estas contas, havia um processo de Representação (TC-018.016/2006-0), contendo fatos que poderiam influenciar no julgamento destas contas. Assim, esta Unidade, em ago/2007 (época da apresentação das razões de justificativa dos responsáveis), emitiu despacho de encaminhamento destas contas ao Gabinete do Ministro-Relator (Peça 9, p. 54), propondo o sobrestamento do exame das referidas justificativas e do consequente julgamento das contas, até que houvesse a apreciação definitiva da aludida

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representação. Em 20/08/2007, o Ministro-Relator autorizou o sobrestamento proposto, conforme despacho juntado aos autos (Peça 9, p. 55). 13. Esse processo de Representação foi preliminarmente julgado em 27/08/2008, conforme Acórdão 1.814/2008-TCU-Plenário (Peça 9, p. 56-62), quando foi determinado a esta Unidade para promover diversas audiências, bem como constituir processos apartados de tomadas de contas especiais para promover as citações dos responsáveis envolvidos. Assim procedido e reexaminado os autos com as razões de justificativas apresentadas, foi novamente encaminhado ao Relator. Em 19/06/2012 foi definitivamente julgado - Acórdão 3.434/2012 -TCU-1ª-Câmara, de 19/06/2012 (Peça 16, p. 1-2), ocasião em que processo destas contas foi liberado para exame, nos termos da determinação constante do item 9.1: ‘determinar à Secex/MS a juntada de cópia do presente acórdão, do relatório e do voto que o fundamentaram, bem como de outras peças e análises que a unidade técnica entender pertinentes para a formação de seu juízo acerca dos fatos, aos processos de prestação de contas do Sebrae/MS, exercícios de 2005 e 2006, respectivamente, TC-011.966/2006-9 e TC-015.497/2007-4, para exame em conjunto’. Em relação aos processos conexos de tomadas de constas especiais, o julgamento definitivo do último processo ocorreu em 18/2/2016 (Acórdão 292/2016-TCU-Plenário). Assim, uma vez designado para o exame destas contas do Sebrae/MS (exercício de 2005), apresentamos a presente instrução. EXAME TÉCNICO Rol de responsáveis 14. Inicialmente, destacamos a ausência dos principais responsáveis por estas contas, relativo ao período de 01/01/2005 a 31/01/2005, no rol de responsáveis (Peça 1, p. 7-11), haja vista constar apenas o Gerente Administrativo Financeiro e o Contador (Peça 1, p. 11). Todos os demais responsáveis, inclusive diretores, tem início de gestão no dia 01/02/2005. Em razão dessa falha, solicitamos, via telefone, aos atuais dirigentes do Sebrae/MS para encaminharem as informações faltantes. Em 22/7/2016 protocolizaram, nesta Unidade do Tribunal, o Ofício (Carta/Direx/214, de 22/7/2016), juntado aos autos (Peça 17, p. 1-2), acompanhado de documentos (Peça 17, p. 3-49). 15. Analisando essa documentação, constatamos que esse problema decorreu de recursos administrativos interpostos, no final de 2004, contra os eleitos para a gestão da entidade que iniciaria em 01/01/2005. Como os recursos seriam examinados somente em jan/2005, o Presidente do Conselho Deliberativo Nacional do Sebrae, Sr. Armando Monteiro Neto, designou a Técnica, Sra. Sandra Amarilha (CPF 518.496.071-68), como Gestora Executiva Temporária do Sebrae/MS (Peça 17, p. 1-3), para o período de 17/01/2005 a 31/01/2005, nos termos da Resolução/CDN 105/2005, de 17/01/2005 (Peça 17, p. 44-4). 16. Dessa forma, no período de 01/01/2005 a 16/01/2005, o Sebrae/MS efetivamente ficou sem representação legal, conforme Ofício CTA. Pres. CDN 003/2005, de 17/01/2005, encaminhado, pelo referido presidente do CDN/Sebrae, ao Juízo da 2ª vara Cível de Campo Grande/MS. Inclusive, foi reconhecido que nesse período, em razão das demandas judiciais e administrativas decorrentes da referida eleição, ‘acham-se paralisadas atividades essenciais à política de apoio às micro e pequenas empresas no Estado do Mato Grosso do Sul’ (Peça 17, p. 42). Logo, a gestão do Sebrae/MS, no exercício das presentes contas, efetivamente iniciou em 17/01/2005 (não no dia 01/01/2005), com a Sra. Sandra Amarilha (CPF 518.496.071-68), Gestora Executiva Temporária do Sebrae/MS. Pagamento Antecipado à FAPEC (Razões de Laurindo Faria Petelinkar e André Simões) 17. JUSTIFICATIVAS. Sobre essa impropriedade, objeto de audiência do Sr. Laurindo Faria Petelinkar, ex-Diretor Superintendente, e do Sr. André Simões, ex-Diretor Administrativo e Financeiro do Sebrae/MS (Peça 4, p. 44-47), reproduzida no parágrafo 8

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desta instrução, verificamos que o primeiro protocolizou suas razões de justificativa, em 07/08/2007 (Peça 5, p. 8-32), e o segundo, também nessa data e as mesmas razões (Peça 5, p. 33-43; p. 52-54; e Peça 6, p. 1-11), por terem uma única patrona. Ambas justificativas vieram acompanhadas dos mesmos documentos comprobatórios – cópias do Processo/Sebrae 097/2005 (Peça 6, p. 32-52; Peça 7, p. 1-51; Peça 8, p. 1-49; e Peça 9, p. 1-29). Na ocasião, esta Unidade solicitou que apresentassem justificativas sobre o pagamento antecipado à FAPEC, no valor de R$ 49.974,62 (Processo 097/2005), dado que o Sebrae/MS, ao pagar a totalidade do valor pactuado, mesmo sem ter recebido a devida contraprestação dos serviços, contrariou o termo de referência do serviço contratado e, ainda, infringiu os artigos 62 e 63 da Lei 4.320/64, os quais preconizam que os pagamentos só podem ser liquidados e efetuados em favor do contratado após concluído o objeto do contrato. 18. A patrona dos responsáveis tratou, inicialmente, da natureza jurídica do Sebrae/MS (Peça 5, p. 8-18; e p. 33-43), para só após adentrar nos fatos objetos das audiências promovidas pelo Tribunal. De importante mesmo, nessa parte das justificativas, está o destaque dado às normas estatutárias e regimentais do Sebrae/MS, inclusive sobre licitações e contratos, ao se referir à sua administração e patrimônio próprios, ‘revestindo a forma associativa de direito privado para o desempenho de suas incumbências estatutárias, regendo-se pelas normas de Direito Privado’ (Peça 5, p. 18 e 43). Logo, entende que as normas de Direito Público, como as previstas na Lei 4.320/64, que foram apontadas na audiência em exame, não são, em princípio, aplicáveis ao Sebrae/MS. 19. Sobre o objeto da audiência - pagamento antecipado à Fapec, no valor de R$ 49.974,62, informa-se que, em 07/04/2005, foi aberta a licitação para contratação de empresa especializada em pesquisa de avaliação de resultados dos projetos da Gestão Estratégica Orientada para Resultados (GEOR). Essa contratação objetivava aperfeiçoar ou, caso fosse necessário, até ‘mudar a forma de intervenção do SEBRAE face ao objetivo de favorecer os resultados positivos aos negócios apoiados’ (Peça 5, p. 19 e 52), num público-alvo de dezoito projetos a serem pesquisados, cuja relação constou das razões apresentadas (Peça 5, p. 19 e 52-53). Acrescenta, ainda, que os objetivos específicos dessa contratação constaram do Termo de Referência da licitação, resumido nas justificativas (Peça 5, p. 19-22 e 53-54; e Peça 6, p. 1), e que ‘a proposta mais vantajosa para o SEBRAE/MS foi a da Fundação de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura – FAPEC’ (Peça 5, p. 22; e Peça 6, p. 1). 20. Dessa forma, e amparado no artigo 9º, VIII, do Regulamento de Licitações e Contratos do Sistema SEBRAE, a Fapec foi contratada com dispensa de licitação, ‘amparada pelo artigo 9º, VIII, do Regulamento de Licitações e de Contratos do Sistema SEBRAE, consoante parecer exalado pela assessoria jurídica interna da entidade’ (Peça 5, p. 22; e Peça 6, p. 2). Utilizou-se, para formalizar a contratação, a Autorização de Fornecimento, onde o objeto do contrato foi ‘a realização das pesquisas TO e T1 junto ao público alvo dos 18 (dezoito) projetos contratualizados pela metodologia GEOR, sendo que a mesma ficaria responsável pelo levantamento de um retrato inicial dos projetos, elaboração da metodologia específica das pesquisas, elaboração dos questionários e execução das pesquisas junto ao universo ou amostra definida para cada um dos projetos, conforme Termo de Referência, Proposta Orçamentária e Projeto de Execução apresentados’ (Peça 5, p. 22; e Peça 6, p. 2). 21. Sobre o acompanhamento da execução dessa contratação, informa-se que foi designada a Consultora do Sebrae/MS, Sra. Sandra Amarilha. Esta servidora apresentou relatórios, em nov/2005, a respeito da entrega de dezesseis relatórios finais pela Fapec, ‘dando-se início ao processo de avaliação conjunta com o comitê gestor de cada projeto’ (Peça 5, p. 23; e Peça 6, p. 3). Como a FAPEC tinha sido contratada para pesquisar dezoito projetos, o Sebrae/MS solicitou, em 08/02/2006 (Peça 5, p. 24; e Peça 6, p. 3), fosse dado continuidade ao objeto contratado, haja vista a necessidade de outras demandas de mesma

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natureza e a pendência de relatórios em relação a dois projetos antes contratados. 22. Procura destacar que no próprio ofício de solicitação de prosseguimento dos trabalhos da pesquisa, enviado à Fapec - Carta/SEGER 002/2006, de 08/02/2006 (Peça 7, p. 47-51), o Sebrae/MS informou que os dois projetos pendentes de relatórios, contratados em 2005, tinham sofrido alterações que afetariam a execução das pesquisas contratadas (Peça 5, p. 24; Peça 6, p. 3), como seguem as informações da época, expostas nesse ofício (Peça 7, p. 47): - Desenvolvimento do Setor Lácteo: Tornou-se dispensável a execução da pesquisa T) em 2005, porém o valor efetuado do pagamento deve ser revertido como abatimento na execução de pesquisas propostas neste documento; - Comunidades Rurais Solidárias: Pago em 2005, contratualizado no segundo semestre e no aguardo da realização pela FAPEC, conforme cronograma (vide a próxima tabela). Para redução de custos com deslocamento, o Agente de desenvolvimento rural da comunidade poderá aplicar o questionário já elaborado pela FAPEC, que responsabilizar-se-á pela tabulação e elaboração do relatório. 23. Assim, o crédito do Sebrae/MS junto à Fapec, referente ao valor pago antecipado, no exercício de 2005, era para ser ‘abatido na execução das pesquisas propostas na correspondência. As pesquisas solicitadas foram continuidade do trabalho iniciado e pago em 2005 do Projeto de Piscicultura, pois ficou pendente a aplicação com os piscicultores do Município de Dourados, em função da demora na definição do público alvo’ (Peça 5, p. 24; Peça 6, p. 3-4). Foi, portanto, em razão da ‘necessária continuidade da pesquisa e mediante aprovação do trabalho entregue, solicitado aprovação ao Diretor Superintendente do SEBRAE/MS da contratação da FAPEC para a continuidade da pesquisa’ (Peça 5, p. 24; Peça 6, p. 4). Como comprovação desse abatimento, junta aos autos a referida carta (Carta/SEGER 002/2006, de 08/02/2006 - Peça 7, p. 47-51) e cópia do Contrato 064/2006 – Processo 0097/2005, firmado com a FAPEC, em 05/05/2006 (Peça 8, p. 16-20). 24. Em maio/2006, foi realizado um novo contrato com a FAPEC, que teve aditivos de prorrogação de prazo de execução final do objeto contratado, ‘sendo que a maioria das causas ensejadoras do atraso foram originadas pelo SEBRAE/MS, por motivo de reestruturação dos projetos da GEOR’ (Peça 5, p. 26; Peça 6, p. 6). Propostas aplicações de multas por atraso na execução do contrato, a consultoria jurídica do Sebrae/MS foi desfavorável, em parecer de junho/2007, porque ‘as ocorrências encontradas no processo estavam amparadas legalmente’ (Peça 5, p. 28; Peça 6, p. 8). 25. No mérito da irregularidade apontada na audiência, informa-se que o aludido pagamento acabou sendo antecipado por culpa exclusiva do Sebrae/MS que não repassou as informações à época certa para a Fapec, em decorrência da ‘não liberação do objeto para a execução do serviço’ (Peça 5, p. 29; Peça 6, p. 9). Inclusive procura destacar que o ‘SEBRAE/MS descumpriu cláusula contratual, ensejando rescisão contratual e pagamento de multa sobre o valor contratado’ (Peça 5, p. 29; Peça 6, p. 9), apesar de o Regulamento de Licitações e de Contratos do Sistema SEBRAE ser omisso em relação a essas punições que estavam previstas nos contratos com a Fapec. 26. Dessa forma, haveria ‘a possibilidade de aplicação de tais sanções, além do que a rescisão contratual traria enorme prejuízo ao SEBRAE/MS, uma vez que a FAPEC desenvolveu a pesquisa de 16 (dezesseis) dos 18 (dezoito) projetos da GEOR, deixando de entregar as duas pesquisas por atraso do SEBRAE/MS na liberação das informações necessárias para sua realização’ (Peça 5, p. 30; Peça 6, p. 9-10). Além disso, informa que a rescisão contratual poderia implicar no pagamento de multas e juros, bem como ‘indenização por perdas e danos e honorários advocatícios do advogado da FAPEC e não ter os serviços prestados’ (Peça 5, p. 30; Peça 6, p. 10). Como o Sebrae/MS necessitava da pesquisa, decidiu dar continuidade ao trabalho ‘procedeu a nova contratação com a própria FAPEC

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descontando dos valores da prestação dos serviços de pesquisas a serem realizadas em T0 e T1, os valores pagos pelas pesquisas não realizadas’ (Peça 5, p. 30; Peça 6, p. 10). 27. Por último, entende que o responsável ouvido, ‘enquanto ocupante do cargo de Diretor Superintendente do SEBRAE/MS, procedeu em consonância com as normas legais e estatutárias aplicáveis à entidade, respeitando aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade e eficiência, prescritos no artigo 37, caput, da Constituição Federal e ao princípio da probidade prescrito no artigo 2º do Regulamento de Licitações e de Contratos do Sistema SEBRAE, na estão administrativa e financeira da entidade’ (Peça 5, p. 31; Peça 6, p. 10). Entende que não se aplica ao caso, os dispostos nos artigos 62 e 63 da Lei 4.320/64, até porque ‘a própria ementa da Lei limita a sua aplicabilidade à União, aos Estados, aos Municípios e ao Distrito Federal’ (Peça 5, p. 31; Peça 6, p. 10). Por isso, requerem sejam aceitas as justificativas e aprovadas suas contas, sem ressalvas. 28. ANÁLISE. A nosso ver, procedem as razões de justificativa apresentadas pelos responsáveis ouvidos em audiência. Em primeiro lugar, conforme já exposto no parágrafo 18 desta instrução, as normas de Direito Público, como as da Lei 4.320/64, utilizadas para dar fundamento à audiência em exame, não se aplicam ao Sebrae/MS. Essa entidade é uma paraestatal (artigo 240 da Constituição Federal), mantida pelas ‘contribuições compulsórias dos empregadores sobre a folha de salários, destinadas às entidades privadas de serviço social e formação profissional vinculadas ao sistema sindical’ (grifo nosso). Logo, não é regido pelo Direito Público, tendo, inclusive regulamento próprio para licitações e contratos, com normas diferentes da Lei 8.666/93 e posteriores alterações. 29. No mérito dos fatos, não há dúvida de que houve um pagamento antecipado à FAPEC, no valor de R$ 49.974,62 (Processo 097/2005), por conta dos serviços contratados para realização de pesquisas de avaliação de resultados dos projetos da Gestão Estratégica Orientada para Resultados (GEOR), conforme admitem os próprios responsáveis ouvidos. Ocorre que se previa, em 2005 (exercício das presentes contas), a execução dessa pesquisa em dezoito projetos do Sebrae/MS, quando se realizou em dezesseis, no decorrer desse exercício. Assim, ao se efetuar o pagamento da totalidade do valor contratado sem a contraprestação dos serviços da Fapec em dois dos projetos contratados, automaticamente houve pagamento antecipado. 30. No âmbito do Direito Público - Lei 8.666/93 (art. 40, inciso XIV, alínea ‘d’) e art. 38 do Decreto 93.872/86, admite-se eventuais pagamentos antecipados, ‘desde que previsto no edital de licitação ou nos instrumentos formais de adjudicação direta e mediante as indispensáveis cautelas ou garantias’, conforme já deliberou o Tribunal no Acórdão/TCU 3.863/2012 – 1ª Câmara. O art. 38 desse Decreto admite o ‘pagamento antecipado de fornecimento de materiais, execução de obra, ou prestação de serviço, inclusive de utilidade pública, admitindo-se, todavia, mediante as indispensáveis cautelas ou garantias’. O art. 40, inciso XIV, alínea ‘d’, assim dispõe:

‘Art. 40. O edital conterá no preâmbulo o número de ordem em série anual, o nome da repartição interessada e de seu setor, a modalidade, o regime de execução e o tipo da licitação, a menção de que será regida por esta Lei, o local, dia e hora para recebimento da documentação e proposta, bem como para início da abertura dos envelopes, e indicará, obrigatoriamente, o seguinte: XIV - condições de pagamento, prevendo: d) compensações financeiras e penalizações, por eventuais atrasos, e descontos, por eventuais antecipações de pagamentos;’

31. Dessa forma, se no Direito Público, onde só se permite fazer o que a lei determina, pode-se efetuar pagamentos antecipados de despesas, no Direito Privado, em que há mais liberdade nas contratações, esse tipo de pagamento não é ilegal. Considerando que no

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presente caso havia uma perspectiva de aditamento do contrato pactuado com a Fapec, estendendo a pesquisa para outros projetos, como efetivamente ocorreu, pode-se entender que havia cautela e garantia quando realizado o questionado pagamento antecipado. É tanto que, em 05/05/2006, com a nova contratação da Fapec para dar continuidade aos trabalhos da pesquisa - Contrato 064/2006 (Peça 8, p. 16-20), todo o valor questionado como pagamento antecipado (R$ 40.229,00) do exercício de 2005 foi descontado diretamente do valor do novo contrato (R$ 228.078,99), passando a Fapec a ter direito a um recebimento efetivo menor, ou seja, de R$ 187.849,99, conforme os termos da Cláusula Terceira desse novo contrato (Peça 8, p. 17). 32. Dessa forma, o alegado pagamento antecipado não resultou em prejuízo algum aos cofres da entidade, até porque esse valor foi descontado quando pactuado novos contratos com a Fapec para desenvolver pesquisas de mesma natureza em outros projetos do Sebrae/MS. Assim, por entendermos que não houve ferimento aos bons princípios administrativos e de gestão, as razões de justificativa apresentadas pelos responsáveis podem ser acatadas pelo Tribunal. Ausência de controles de veículos (Razões de André Simões) 33. JUSTIFICATIVAS. Sobre essa impropriedade, objeto de audiência do Sr. André Simões, ex-Diretor Administrativo e Financeiro do Sebrae/MS (Peça 4, p. 44-47), reproduzida no parágrafo 8 desta instrução, verificamos que o responsável protocolizou suas razões de justificativa, em 07/8/2007 (Peça 5, p. 33-52), acompanhadas dos documentos comprobatórios (Peça 6, p. 13-30). Na ocasião, esta Unidade solicitou que apresentasse justificativas sobre a falta de identificação da entidade nas portas dos veículos, bem como ausência de controle de quilometragem e itinerário dos veículos de uso da Diretoria do Sebrae/MS, posto ter sido constatada a falta de controle e identificação em quatro veículos de uso da Diretoria Regional da entidade no Estado do Mato Grosso do Sul, contrariando o disposto no Acórdão 2.235/2005 – 1ª Câmara. 34. Conforme já exposto no parágrafo 18 desta instrução, a patrona do responsável inicialmente tratou da natureza jurídica do Sebrae/MS (Peça 5, p. 33-43), para só após adentrar nos fatos objetos das audiências promovidas pelo Tribunal. Assim de importante mesmo, nessa parte das justificativas, está o destaque dado às normas estatutárias e regimentais do Sebrae/MS, inclusive sobre licitações e contratos, conforme anteriormente comentado. Portanto, entende que as normas de Direito Público não são, em princípio, aplicáveis ao Sebrae/MS. 35. Em relação ao objeto da audiência – falta de identificação da entidade nas portas dos veículos e ausência de controles de quilometragem e de itinerário dos veículos, contrariando os termos do Acórdão 2.235/2005-TCU-1ª Câmara, procura, primeiramente, destacar a autonomia patrimonial, administrativa e financeira do Sebrae/MS, fundamentando-se em seu estatuto, inclusive com transcrições nas razões de justificativa (Peça 5, p. 43-47). Assim, entende que não ‘existe nenhuma disposição legal, estatutária ou regimental, no âmbito do SEBRAE ou do SEBRAE/MS determinando que os carros da sua Diretoria Executiva tenham controle de uso ou identificação exterior com o nome da entidade e com a inscrição ‘Uso Exclusivo em Serviço’ (Peça 5, p. 47). Conclui essa parte das razões informando que o Sebrae/MS ‘possui autonomia administrativa e financeira, desde que esta autonomia não fira normas do seu estatuto Social e do Estatuto Social da unidade coordenadora (SEBRAE)’ (Peça 5, p. 49). 36. Procura ressaltar, ainda, que o retro mencionado acórdão não é aplicável ao Sebrae/MS porque fere o disposto no artigo 17, §2º, do Regimento Interno do TCU (Resolução/TCU 155/2002), uma vez que esse dispositivo impede apreciação de ‘propostas de fixação de entendimento sobre questão de direito em determinada matéria, de

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determinações em caráter normativo e de estudos sobre procedimentos técnicos’ (Peça 5, p. 50). Acrescenta, ainda, que ao TCU ‘compete verificar a sua gestão financeira referente à aplicação das verbas parafiscais, as quais são públicas, sem, no entanto, interferir na administração da entidade’ (Peça 5, p. 51). 37. A respeito da outra parte do objeto da audiência, o responsável informa que acatou a recomendação do TCU para que ‘sejam adotadas medidas de controle quanto à quilometragem, horário de entrada e saída, consumo de combustíveis, itinerário e pernoite, dos veículos da Diretoria Executiva’ (Peça 5, p. 51), juntando aos autos o documento comprobatório dessa providência (Peça 6, p. 13-17; e p. 19-30). Adianta que os controles dos veículos da entidade passaram a ser feito a partir de jun/2006, sendo que, em relação ao veículo Renault Mègane, Placa HSD-6894, as planilhas foram feitas a partir de 29/ago/2006; ao veículo Renault Mègane, Placa HSD-4698, planilhas a partir de 27/ago/2006; ao veículo Renault Mègane, Placa HSD-6895, planilhas a partir de 05/set/2006; ao veículo Chevrolet Blazer, Placa HSC-9854, planilhas a partir de 29/ago/2006. Quanto aos veículos Renault Mègane, Placa HSD-4698, Placa HSD-6894 e Placa HSD-6895, ‘os quais foram locados através de processo licitatório, foram devolvidos para a locadora em 29 de setembro de 2006’ (Peça 5, p. 52), conforme faz prova o termo de devolução juntado aos autos (Peça 6, p. 18). 38. ANÁLISE. A nosso ver, as razões de justificativa apresentadas pelo responsável são procedentes. Em primeiro lugar, o Acórdão nº 2.235/2005-TCU-1ª Câmara, que serviu para fundamentar as impropriedades objetos desta audiência, foi proferido pelo Tribunal nas contas do Serviço Social do Comércio - Administração Regional no Estado do Mato Grosso do Sul (Sesc/MS), relativas ao exercício de 2003, ou seja, também contas de um órgão autônomo. Naquela ocasião o Tribunal determinou para realizar ‘controle de utilização e identificação nos veículos de representação, a exemplo dos veículos integrantes da frota do Sesc/DR/MS, os quais tem suas utilizações restritas ao uso exclusivo do Presidente do Conselho Regional e da Diretora Regional’ (item 1.2 do acórdão). 39. Por conseguinte, ao contrário do exposto pelo responsável, esse acórdão não fere nenhum dos artigos do Regimento Interno do TCU (Resolução/TCU 155/2002), nem o alegado disposto no artigo 17, §2º, como quer induzir sua patrona. O Sebrae/MS, como órgão autônomo, tem realmente suas particularidades de órgão público e, também, de organismo privado. Portanto, deve obedecer aos princípios da administração pública, especificados no art. 37, caput, da Constituição Federal, inclusos, nos casos das impropriedades verificadas nestes autos, o da impessoalidade e o da eficiência. 40. Assim sendo, é pacífico o entendimento nessa Corte de Contas de que deve existir controles sobre consumo, itinerário e pernoite dos veículos da entidade, como de qualquer órgão autônomo, em razão do princípio da eficiência previsto no artigo 37, caput, da Constituição Brasileira. O próprio Sebrae/MS reconhece esse fato quando informa que adotou as medidas necessárias de correção, a partir de jun/2006, apresentando, inclusive, a documentação comprobatória dessas providências - juntadas aos autos (Peça 6, p. 13-30). Assim, pode-se dar como saneada essa falta de controle, que, por se tratar de falha formal e devidamente corrigida, não influencia, negativamente, no julgamento pela regularidade das presentes contas. 41. Já no caso da expressão ‘Uso Exclusivo em Serviço’, o entendimento inicial do Tribunal era de que a norma regulamentar do então Ministério da Administração (Instrução Normativa/MARE 2/1995) também se aplicava aos veículos da entidade e dos demais órgãos autônomos. É tanto que, em 2005, foi prolatado o Acórdão 2.235/2005 – 1ª Câmara, com determinação nesse sentido, conforme antes comentado. Contudo, revendo suas decisões a respeito, em razão de recursos interpostos por outros órgãos autônomos, o Tribunal limitou o

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alcance da referida norma aos órgãos da Administração Direta, ou seja, entendeu-se que essa norma regulamentar era aplicável ao Poder Executivo Federal, conforme Acórdão 155/2008-TCU-1ª Câmara, de 12/2/2008 - TC-014.842/2006. 42. Na oportunidade do julgamento desse recurso, interposto pelo Sesc/NA, o relator não vislumbrou que a referida norma pudesse determinar ‘à entidade a utilização do logotipo nos veículos’. Inclusive, procurou destacar que cabia ‘ao próprio Sesc a adequada definição de como serão esses controles [para ser assegurado que seja dada aos seus veículos a correta utilização a que eles se destinam, de acordo com as finalidades institucionais da entidade], não cabendo ao TCU adentrar no nível de detalhamento de sua execução, mas sim no atendimento de suas finalidades’. Por isso o novo entendimento do TCU, exposto nesse acórdão (Acórdão 155/2008-TCU-1ª Câmara), foi o seguinte:

‘9.1. com fundamento nos arts. 32, inciso I, parágrafo único, e 33 da Lei nº 8.443/1992, conhecer do presente Recurso de Reconsideração e, no mérito, dar-lhe provimento, de modo a atribuir a seguinte redação ao subitem 1.1.5 do Acórdão nº 2.816/2007-TCU-1ª Câmara: ‘estabeleça, nos termos de sua competência, regulamentação atinente ao controle de veículos da entidade’.’

43. Por isso, procedem as razões de justificativa do responsável de que, em não havendo disposição legal, estatutária ou regimental, no âmbito do SEBRAE, especificando que os carros da entidade em exame tenham ‘identificação exterior com o nome da entidade e com a inscrição ‘Uso Exclusivo em Serviço’ (Peça 5, p. 47), não cabe ao TCU determinar para que adote tal procedimento. No entanto, cabe ao TCU dar ciência ao Sebrae/MS para estabelecer, ‘nos termos de sua competência, regulamentação atinente ao controle de veículos da entidade’, conforme deliberado no retro mencionado acórdão. É nesse sentido que propomos o encaminhamento da proposta de julgamento para os presentes autos. Processo conexo - Representação (TC-018.016/2006-0) 44. Conforme já exposto nos parágrafos 12 e 13 desta instrução, essa Representação (TC-018.016/2006-0) continha fatos que poderiam influenciar na apreciação do processo destas contas. Assim, em 20/8/2007 (Peça 9, p. 55), o Ministro-Relator autorizou fosse sobrestado o julgamento das contas até que houvesse a apreciação definitiva da representação. Em 27/8/2008, nos termos do Acórdão 1.814/2008-TCU-Plenário (Peça 9, p. 56-62), foi determinado a esta Unidade realizar citações de diversos responsáveis envolvidos nos fatos constantes dessa representação, e, em 19/6/2012, houve seu julgamento definitivo desse processo, nos termos do Acórdão 3.434/2012 -TCU-1ª-Câmara, de 19/6/2012 (Peça 16, p. 1-2), liberando, por conseguinte, o exame destas contas. 45. Tendo em vista que nesse último acórdão foi determinado para juntar aos presentes autos vários documentos, a determinação foi cumprida com a juntada da instrução técnica realizada na referida representação (Peça 14, p. 1-40), básica para o Tribunal prolatar esse acórdão; o Voto da Ministra-Relatora (Peça 15, p. 1-4); e o próprio Acórdão 3.434/2012 -TCU-1ª-Câmara, de 19/6/2012 (Peça 16, p. 1-2). Além desses documentos, foram juntados aos presentes autos o anterior Acórdão 1.814/2008-TCU-Plenário (Peça 9, p. 56-62); cópias de capas de volumes do processo dessa representação (Peça 9, p. 63-66; Peça 10, p. 1); e procurações e pedidos de vista e de cópias de documentos, por parte da patrona dos responsáveis (Peça 10, p. 1-8; Peça 12, p. 1; Peça 10, p. 13). Já a documentação juntada na Peça 17, p. 1-49, decorreu da constatação, quando do início desta instrução, da ausência nos autos dos responsáveis relativos ao período de 01/1/2005 a 31/1/2005, conforme já relatado nos parágrafos 14 a 16 desta instrução. 46. Nesse sentido, tratamos, nessa parte da instrução, apenas das questões essenciais referentes aos acórdãos do Tribunal, proferidos nessa representação, que podem influenciar no julgamento das presentes contas do Sebrae/MS. Destaca-se, incialmente, que no Acórdão

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1.814/2008-TCU-Plenário, de 27/8/2008 (Peça 9, p. 56-62), foi determinado a esta Unidade promover diversas citações de responsáveis (item 9.3.1), em razão de irregularidades verificadas em convênios e contratos pactuados entre o Sebrae/MS, em 2005 (exercício destas contas) e 2006, e entidades/empresas, como a Fundação Cândido Rondon, Fundação de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura (Fapec) e outras. 47. Dentre as irregularidades objetos da citação determinada (item 9.3.1 do acórdão), que constam dos pactos firmados entre o Sebrae/MS e a Fundação Cândido Rondon, havia as do Convênio de Cooperação Técnica e Financeira 12/2005, no valor de R$ 72.600,00 (exercícios de 2005 e 2006) - ausência de pertinência do objeto do convênio com as finalidades do Sebrae/MS e celebração da avença com mesmo objeto do Contrato de Repasse/MDA 0169805-82/2004/MDA/CAIXA; Convênio 26/2005, no valor de R$ 250.000,00 (exercícios de 2005 e 2006) - ausência de pertinência do objeto do convênio com as finalidades do Sebrae/MS, bem como similaridade entre o objeto conveniado e o produto recebido; Contrato 90/2005, no valor de R$ 23.500,00 (exercício de 2005) – incompatibilidade do produto apresentado com os objetivos propostos, tanto em termos qualitativos quanto quantitativos; Contrato 106/2005, no valor de R$ 5.000,00 (exercício de 2006) – não execução de parte do objeto do contrato, relativa à inserção dos dados gerados no site do Sebrae/MS; Contrato 73/2006, no valor de R$ 70.170,00,00 (exercício de 2006) - ausência de pertinência do objeto do convênio com as finalidades do Sebrae/MS e não definição clara das metas a serem atingidas; 48. Já as irregularidades objetos da aludida citação (item 9.3.1 do acórdão), que constaram dos pactos entre o Sebrae e a Fundação de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura (Fapec), estavam relacionadas ao Convênio 24/2005, no valor de R$ 56.000,00 (exercícios de 2005 e 2006) - ausência de pertinência do objeto do convênio com as finalidades do Sebrae/MS, não atingimento dos objetivos propostos, realização de despesas fora dos objetivos do convênio, ausência de contrapartida e contratação de empresa de consultoria ligada a dirigente da Fapec; Convênio 25/2005, no valor de R$ 76.000,00 (exercícios de 2005 e 2006) - ausência de relatório final da Fapec, contratação e pagamento de empresa de consultoria ligada a dirigente da Fapec, realização de trabalhos pela Fapec; Contrato 105/2005, no valor de R$ 111.050,00 (exercícios de 2005 e 2006) – ausência de pertinência do objeto do contrato com as finalidades do Sebrae/MS, adiantamento da primeira parcela do convênio sem a proposta da prestação dos serviços, fragilidade técnica do relatório apresentado pela Fapec; 49. Também houve outros pactos entre o Sebrae/MS e outras entidades/empresas que tiveram irregularidades e que motivaram as retromencionadas citações dos responsáveis envolvidos. Conforme deliberado nesse acórdão (item 9.3.1), houve irregularidades nos seguintes contratos/ convênios firmados pelo Sebrae/MS: Convênio 19/2005 com Fundação Biótica, no valor de R$ 60.000,00 (exercícios de 2005 e 2006) – celebração de convênio sem utilidade para as finalidades institucionais do Sebrae/MS, caracterizado pelo arquivamento do trabalho final da Fundação Biótica; Contrato 101/2006 com Fundação Manuel de Barros, no valor de R$ 21.000,00 (exercício de 2006) – contratação de serviços sem interesse prático para a entidade e para os micro e pequenos empresários, haja vista a intempestividade da celebração odo contrato e da entrega do produto; e Contrato 65/2005 com Associação Comercial e Industrial de Campo Grande/MS, no valor de R$ 57.970,00 (exercício de 2005) – contratação de serviços com finalidade estranha às competências do Sebrae/MS. 50. Para a realização dessas citações, o Tribunal mandou constituir processos apartados (item 9.3.2 do acórdão), por entidades convenentes ou contratadas. Assim sendo, esta Unidade constituiu os seguintes processos de tomadas de contas especiais: a) TC-024.987/2008-2 (TCE). Convênio 19/2005, entre Sebrae/MS e Fundação Biótica. Julgado, nos termos do Acórdão 4.643/2012 – 1ª Câmara, de 07/08/2012, com partes

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posteriormente declaradas nulas (Acórdão 888/2014-TCU-1ª Câmara), o que resultou o Acórdão 2.813/2015 –TCU-2ª Câmara, de 26/05/2015, ficando o julgamento dessa TCE com os dois acórdãos:

Acórdão 4.643/2012 – 1ª Câmara, de 07/08/2012: VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas especial oriunda do acórdão 1.814/2008-Plenário, instaurada em razão de irregularidades na execução de convênio celebrado entre o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas em Mato Grosso do Sul - Sebrae/MS e a Fundação Biótica. ACORDAM os ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª Câmara, ante as razões expostas pela relatora, em: ‘9.1. rejeitar as alegações de defesa apresentadas pelos responsáveis, Srs. Laurindo Faria Petelinkar, André Simões e Jorge Pedrinho Pfitscher e Sra. Rose Ane Vieira; 9.2. com fulcro nos artigos 1º, inciso I, e 16, inciso III, alínea ‘c’, da Lei nº 8.443/1992, julgar irregulares as contas dos Srs. Laurindo Faria Petelinkar, André Simões e Jorge Pedrinho Pfitscher e da Sra. Rose Ane Vieira, condenando-os, solidariamente, ao pagamento das importâncias a seguir especificadas, acrescidas dos devidos encargos legais, calculados a partir das respectivas datas até a data do recolhimento, fixando o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para comprovarem, perante o Tribunal, o recolhimento da dívida aos cofres do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas em Mato Grosso do Sul - Sebrae/MS, nos termos do art. 23, inciso III, alínea ‘a’, da Lei nº 8.443/1992, c/c o art. 214, inciso III, alínea ‘a’, do Regimento Interno/TCU: DATA DO DÉBITO VALOR ORIGINAL (R$) 15/12/2005 30.000,00 03/02/2006 21.000,00 04/07/2006 9.000,00 9.3. aplicar, individualmente, aos Srs. Laurindo Faria Petelinkar, André Simões e Jorge Pedrinho Pfitscher e à Sra. Rose Ane Vieira, com fulcro no art. 19, caput¸ da Lei 8.443/1992, a multa capitulada no art. 57 da mesma lei, no valor de R$ 6.000,00 (seis mil reais), fixando, nos termos do art. 23, inciso III, alínea ‘a’, da Lei 8.443/1992, c/c o art. 214, inciso III, alínea ‘a’, do Regimento Interno/TCU, o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para que comprovem perante o Tribunal, o recolhimento das importâncias aos cofres do Tesouro Nacional, com incidência de encargos legais, calculados da data do presente acórdão até a data do efetivo pagamento, se forem quitadas após o vencimento; 9.4. autorizar, desde logo, a cobrança judicial dos valores acima, nos termos do art. 28, inciso II, da Lei 8.443/1992, caso não atendidas as notificações; 9.5. autorizar o pagamento das dívidas em até 36 (trinta e seis) parcelas mensais consecutivas, nos termos do art. 26 da Lei 8.443/1992, c/c o art. 217 do Regimento Interno, caso venha a ser solicitado pelos responsáveis antes do envio do processo para cobrança judicial, fixando o vencimento da primeira em 15 (quinze) dias, a contar do recebimento da notificação, e o das demais a cada 30 (trinta) dias, com incidência de encargos legais sobre o valor de cada uma; 9.5.1. alertar aos responsáveis que a falta de comprovação do recolhimento de qualquer parcela importará no vencimento antecipado do saldo devedor, nos termos do art. 26, parágrafo único, c/c o § 2º do art. 217 do RI/TCU; 9.6. encaminhar cópia deste acórdão, bem como do relatório e do voto que o fundamentaram, ao procurador-chefe da Procuradoria da República no Estado de Mato

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Grosso do Sul, para adoção das medidas que entender cabíveis, nos termos do art. 16, § 3º, da Lei 8.443/1992 Acórdão 2.813/2015 –TCU-2ª Câmara, de 26/05/2015 ACORDAM os ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 2ª Câmara, ante as razões expostas pela relatora e com fundamento nos arts. 1º, inciso I; 16, inciso III, alínea ‘c’ e § 2º; 19; 23, inciso III; 26; 28, inciso II; e 57 da Lei 8.443/1992, c/c os arts. 214, inciso III, alínea ‘a’, e 217 do Regimento Interno, em: 9.1. rejeitar as alegações de defesa de Jorge Pedrinho Pfitscher; 9.2. julgar irregulares as contas de Jorge Pedrinho Pfitscher; 9.3. condenar Jorge Pedrinho Pfitscher, solidariamente com Laurindo Faria Petelinkar, André Simões e Rose Ane Vieira, já condenados pelo acórdão 4.643/2012-1ª Câmara, ao recolhimento ao Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Mato Grosso do Sul – Sebrae/MS das importâncias abaixo discriminadas, atualizadas monetariamente e acrescidas de juros de mora das datas indicadas até a data do pagamento;

DATA DO DÉBITO VALOR

ORIGINAL (R$)

15/12/2005 30.000,00

03/02/2006 21.000,00

04/07/2006 9.000,00

TOTAL 60.000,00

9.4. aplicar a Jorge Pedrinho Pfitscher multa de R$ 6.000,00 (seis mil reais), a ser recolhida ao Tesouro Nacional, com atualização monetária, calculada da data deste acórdão até a data do pagamento, se este for efetuado após o vencimento do prazo abaixo estipulado; 9.5. fixar prazo de 15 (quinze) dias, a contar das notificações, para comprovação, perante o Tribunal, do recolhimento das dívidas acima imputadas; 9.6. autorizar a cobrança judicial das dívidas, caso não atendidas as notificações; 9.7. autorizar o pagamento das dívidas em até 36 (trinta e seis) parcelas mensais consecutivas, caso venha a ser solicitado pelos responsáveis antes do envio do processo para cobrança judicial; 9.8. fixar o vencimento da primeira parcela em 15 (quinze) dias a contar do recebimento das notificações e o das demais a cada 30 (trinta) dias, com incidência de encargos legais sobre o valor de cada parcela; 9.9. alertar aos responsáveis que a inadimplência de qualquer parcela acarretará vencimento antecipado do saldo devedor; 9.10. encaminhar cópia deste acórdão, bem como do relatório e do voto que o fundamentaram, ao procurador-chefe da Procuradoria da República no Estado de Mato Grosso do Sul, nos termos do § 3º do art. 16 da Lei 8.443/1992, c/c o § 7º do art. 209 do Regimento Interno.’ b) TC-025.031/2008-2 (TCE). Convênios 12/2005; e 26/2005; Contratos 90/2005;

106/2005; e 73/2006, entre Sebrae/MS e Fundação Cândido Rondon. Julgado, nos termos do Acórdão 155/2013 –TCU-Plenário, de 06/02/2013, nos seguintes termos:

‘ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão do Plenário, ante as razões expostas pelo Relator, em:

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9.1. excluir, nestes autos, a responsabilidade dos Srs. Manoel Catarino Paes-Peró, Ido Luiz Michels, Cleuza Maria Alves da Fonseca e da Fundação Cândido Rondon; 9.2. rejeitar as alegações de defesa dos Srs. André Simões e Laurindo Faria Petelinkar e da Sra. Rose Ane Vieira; 9.3. julgar irregulares as contas dos Srs. Laurindo Faria Petelinkar e André Simões e da Sra. Rose Ane Vieira, com fulcro nos arts. 1º, I, 16, III, ‘c’, e 19, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, e condená-los solidariamente ao pagamento das quantias a seguir indicadas, atualizadas monetariamente e acrescida dos juros de mora, calculados desde as datas indicadas até o efetivo recolhimento, na forma da legislação em vigor, fixando-lhes o prazo de 15 (quinze) dias, a contar do recebimento da notificação, para que comprovem, perante o Tribunal, o recolhimento aos cofres do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Mato Grosso do Sul - Sebrae/MS da quantia devida, nos termos do art. 23, inciso III, alínea ‘a’ da citada Lei c/c o art. 214, inciso III, alínea ‘a’, do Regimento Interno do TCU: CONTRATO/CONVÊNIO DATA VALOR (R$) Convênio nº 26/2005 15/12/2005 125.000,00 Convênio nº 26/2005 22/3/2006 125.000,00 9.4. aplicar, individualmente, aos Srs. Laurindo Faria Petelinkar e André Simões e à Sra. Rose Ane Vieira a multa prevista no art. 57, da Lei nº 8.443, de 1992, no valor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais), fixando-lhes o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para que comprovem, perante o Tribunal, o recolhimento das referidas quantias aos cofres do Tesouro Nacional, atualizadas monetariamente, na forma da legislação em vigor; 9.5. autorizar, desde logo, a cobrança judicial das dívidas acima, caso não atendidas as notificações, nos termos do art. 28, inciso II, da Lei nº 8.443, de 1992; 9.6. autorizar, caso requerido, nos termos do art. 26 da Lei nº 8.443, de 1992, c/c o art. 217 do Regimento Interno do Tribunal, o parcelamento das dívidas constante deste Acórdão em até 36 (trinta e seis) parcelas, corrigidas monetariamente até a data do pagamento, esclarecendo aos responsáveis que a falta de pagamento de qualquer parcela importará no vencimento antecipado do saldo devedor (§2º do art. 217 do Regimento Interno do Tribunal), sem prejuízo das demais medidas legais; 9.7. determinar à Secex/MS que constitua processo apartado com a natureza de tomada de contas especial, a partir de cópia dos elementos pertinentes destes autos, em decorrência dos indícios de irregularidades atribuídos ao Contrato no 73/2006, celebrado entre o Sebrae/MS e a Fundação Cândido Rondon, com vistas ao assessoramento técnico, social e ambiental às famílias assentadas no Projeto de Reforma Agrária - Assentamento Itamaraty II em Ponta Porã, em complemento a serviços prestados pela Superintendência Regional do Incra/MS e orçado em R$ 70.170,00, promovendo-se a citação da referida entidade, na pessoa de seu representante legal, em solidariedade com os Srs. Ido Luiz Michels, Manoel Catarino Paes-Peró, Laurindo Faria Petelinkar, André Simões, e as Sras. Cleuza Maria Alves Fonseca e Rose Ane Vieira, para recolherem aos cofres do Sebrae/MS o valor do débito apurado, atualizado monetariamente e acrescido dos juros de mora, calculados desde 24/7/2006 até o recolhimento, na forma da legislação em vigor e/ou apresentarem alegações de defesa acerca da: 9.7.1. ausência de pertinência do objeto contratado com as finalidades institucionais do Sebrae/MS; 9.7.2. não definição clara das metas a serem atingidas, de modo a permitir a avaliação

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dos resultados alcançados pela contratada; e 9.7.3. apresentação pela FCR ao Sebrae/MS de material idêntico àquele produzido para atender ao Convênio no 20/2005, celebrado entre a FCR e o Incra, conforme consignado a partir do item 96 do Relatório do Acórdão 1.585/2011-2ª Câmara e dos itens 16 a 22 da Proposta de Deliberação que fundamenta este Acórdão; 9.8. determinar ao Sebrae/MS que: 9.8.1. faça constar dos termos de ajuste doravante celebrados pela entidade cláusula em que se estabeleça, de forma pormenorizada, a correlação entre os objetivos institucionais do Sebrae/MS e o objeto avençado; 9.8.2. em caso de aquisição de estudo/pesquisa que guarde semelhança com outro, já adquirido por outro ente da administração pública, a exemplo dos indícios verificados no Convênio nº 26/2005 (objeto similar ao Programa de Preservação à Biodiversidade e Manejo Integrado da Bacia Hidrográfica do Rio Formoso), todos assinados com a Fundação Cândido Rondon, fundamente de forma adequada as razões para a nova aquisição, de modo a conferir transparência às ações; 9.9. determinar à Secretaria de Controle Externo no Estado do Mato Grosso do Sul que monitore as providências adotadas pelo Sebrae/MS para o cumprimento das determinações expendidas neste decisum; e 9.10. encaminhar cópia deste Acórdão, bem como do Relatório e do Voto que o fundamenta, à Procuradoria da República no Estado do Mato Grosso do Sul, com base no art. 16, § 3º, da Lei nº 8.443, de 1992, e à sede nacional do Sebrae, em Brasília/DF, para conhecimento.’ c) TC-024.985/2008-8 (TCE). Contrato 101/2006, entre Sebrae/MS e Fundação

Manoel de Barros. Julgado, nos termos do Acórdão 5.822/2012 –TCU-1ª Câmara, de 25/09/2012, alterado pelo Acórdão 5.866/2013-TCU-1ª Câmara, de 27/08/2013, nos seguintes termos:

‘ACORDAM os ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª Câmara, ante as razões expostas pela relatora e com fulcro nos artigos 1º, inciso I, e 16, inciso III, alínea ‘b’, 19, parágrafo único, 23, inciso III, alínea ‘a’, da Lei nº 8.443/1992 c/c o art. 214, inciso III, alínea ‘a’, do Regimento Interno/TCU, em: 9.1. julgar irregulares as presentes contas; 9.2. aplicar individualmente aos responsáveis Laurindo Faria Petelinkar, André Simões e Rose Ane Vieira, a multa do art. 58, inciso I, da mesma lei, no valor de R$ 3.000,00 (três mil reais), fixando-lhes o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para que comprovem perante o Tribunal o recolhimento das importâncias aos cofres do Tesouro Nacional, com incidência de encargos legais, calculados da data deste acórdão até a data do pagamento, se este for efetuado após o vencimento; 9.3. autorizar a cobrança judicial das dívidas, nos termos do art. 28, inciso II, da Lei 8.443/1992, caso não atendidas as notificações; 9.4. autorizar o pagamento das dívidas em até 36 (trinta e seis) parcelas mensais consecutivas, nos termos do art. 26 da Lei 8.443/1992, c/c o art. 217 do Regimento Interno, caso venha a ser solicitado pelos responsáveis antes do envio do processo para cobrança judicial; 9.4.1. fixar o vencimento da primeira parcela em 15 (quinze) dias a contar do recebimento da notificação e o das demais a cada 30 (trinta) dias, com incidência de encargos legais sobre o valor de cada uma; 9.4.2. alertar os responsáveis de que a inadimplência de qualquer parcela acarretará vencimento antecipado do saldo devedor, nos termos do art. 26, parágrafo único, da

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Lei 8.443/1992, c/c o § 2º do art. 217 do Regimento Interno.’ d) TC-024.990/2008-8 (TCE). Contrato 65/2005, entre Sebrae/MS e Associação

Comercial e Industrial de Campo Grande/MS. Julgado, nos termos do Acórdão 1.950/2010 –TCU-1ª Câmara, de 20/04/2010, nos seguintes termos:

‘Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da Primeira Câmara, com fundamento nos arts. 1º, inciso I; 16, inciso II; 18 e 23, inciso II, da Lei nº 8.443/92, c/c os arts. 1º, inciso I; 17, inciso I; 143, inciso I; e 208 do Regimento Interno/TCU, ACORDAM em julgar as contas abaixo relacionadas regulares com ressalva, dar quitação aos responsáveis e mandar fazer as seguintes determinações sugeridas nos pareceres emitidos nos autos, arquivando-se o processo: 1. Processo TC-024.990/2008-8 (TOMADA DE CONTAS ESPECIAL) 1.1. Responsáveis: André Simões (554.442.101-34); Associação Comercial e Industrial de Campo Grande (03.026.036/0001-32); Laurindo Faria Petelinkar (709.030.938-04); Rose Ane Vieira (365.768.161-20) 1.2. Unidade: Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas - Sebrae/MS 1.3. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo – MS (SECEX-MS) 1.4. Advogado constituído nos autos: não há. 1.5. Determinar ao Serviço de Apoio à Micro e Pequenas Empresa de Mato Grosso do Sul que adote as medidas necessárias visando o cumprimento de apresentação da prestação de contas prevista em seus acordos ou termos de cooperação. 1.6. Comunicar os responsáveis desta decisão.’ e) TC-025.027/2008-0 (TCE). Convênios 24/2005 e 25/2005 e, ainda, o Contrato

105/2005, entre Sebrae/MS e Fundação de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura – Fapec. Julgado, nos termos do Acórdão 3.008/2015 –TCU-Plenário, de 25/11/2015 (alterado o item 9.2.1 pelo Acórdão 292/2016 –TCU-Plenário, de 17/02/2016), ficando seus termos da seguinte forma:

‘Acórdão: ACORDAM os ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão do

Plenário, ante as razões expostas pela relatora e com fundamento nos arts. 1º, inciso I; 16, inciso II; 18 e 23, inciso II, da Lei 8.443/1992, em:

9.1. julgar regulares com ressalva as contas de André Simões, Ido Luiz Michels, João Batista Garcia, Laurindo Faria Petelinkar, Manoel Catarino Paes Peró, Rose Ane Vieira e Fundação de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura – Fapec e dar-lhes quitação;

9.2. determinar ao Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Mato Grosso do Sul – Sebrae/MS que:

9.2.1. confirme a exclusão da despesa de R$ 8.953,00 (oito mil, novecentos e cinquenta e três reais) com a Televisão Morena Ltda. da prestação de contas do Convênio 24/2005, e, se for o caso, exija da Fapec a devolução desse valor, atualizado monetariamente desde a data da realização da despesa até a data da devolução;

9.2.2. insira, em seus futuros convênios, cláusula que proíba a contratação de empresas cujos sócios ou dirigentes sejam vinculados à convenente;

9.2.3. estabeleça, por ocasião de futuros convênios, rito para recebimento do produto almejado, o qual deve considerar a nomeação de comissão para, em parecer fundamentado, atestar explicitamente que o aludido produto contempla todos os critérios, condições e resultados pretendidos; e

9.3. alertar ao Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Mato Grosso do Sul – Sebrae/MS que são irregulares os contratos verbais que envolvam recursos públicos, à exceção dos casos que possuam expressa previsão legal.’

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51. De acordo com os retromencionados acórdãos, proferidos em processos de tomadas de contas especiais, instauradas em razão de irregularidades ocorridas em contratos e convênios assinados em 2005 (exercício destas contas), os principais dirigentes do Sebrae/MS, também arrolados como responsáveis nestas contas (Peça 1, p. 7-11), foram condenados por práticas de atos irregulares. Portanto, tiveram suas contas (processos de TCEs) julgadas irregulares e, ainda, condenações ao recolhimento de débitos e multas. Foi o caso do Sr. Laurindo Faria Petelinkar, Diretor Superintendente do Sebrae/MS; Sr. André Simões, Diretor Administrativo e Financeiro do Sebrae/MS; e a Sra. Rose Ane Vieira, Diretora Técnica do Sebrae/MS. Já o Sr. Manoel Catarino Paes Peró, Presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae/MS; e o Sr. Ido Luiz Micheis, Membro do Conselho Deliberativo do Sebrae/MS, apesar de arrolados nas TCEs TC-025.031/2008-2 e TC-025.027/2008-0, posteriormente foram excluídos da primeira e tiveram suas contas julgadas regulares com ressalvas na segunda TCE. Resumidamente, ocorreram, com esses responsáveis, os seguintes fatos nessas TCEs: a) Sr. Manoel Catarino Paes Peró, Presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae/MS (exercício de 2005): TC-025.027/2008-0 (Acórdão 3.008/2015 –TCU-Plenário, de 25/11/2015, alterado pelo Acórdão 292/2016 –TCU-Plenário, de 17/02/2016) - Contas julgadas regulares com ressalvas; e TC-025.031/2008-2 (Acórdão 155/2013 –TCU-Plenário, de 06/02/2013) – Excluído o nome do rol de responsáveis; b) Sr. Ido Luiz Micheis, Membro do Conselho Deliberativo do Sebrae/MS (exercício de 2005): TC-025.027/2008-0 (Acórdão 3.008/2015–TCU-Plenário, de 25/11/2015, alterado pelo Acórdão 292/2016 –TCU-Plenário, de 17/02/2016) - Contas julgadas regulares com ressalvas; e TC-025.031/2008-2 (Acórdão 155/2013 –TCU-Plenário, de 06/02/2013) – Excluído o nome do rol de responsáveis; c) Sr. Laurindo Faria Petelinkar, Diretor Superintendente do Sebrae/MS (exercício de 2005): TC-025.027/2008-0 (Acórdão 3.008/2015 –TCU-Plenário, de 25/11/2015, alterado pelo Acórdão 292/2016 –TCU-Plenário, de 17/02/2016) - Contas julgadas regulares com ressalvas; TC-025.031/2008-2 (Acórdão 155/2013 –TCU-Plenário, de 06/02/2013) – Contas julgadas irregulares com condenação de débito e aplicação de multa; TC-024.987/2008-2 (Acórdão 4.643/2012 – 1ª Câmara, de 07/08/2012 e Acórdão 2.813/2015–TCU-2ª Câmara, de 26/05/2015) – Contas julgadas irregulares com condenação de débito e aplicação de multa; TC-024.990/2008-8 (Acórdão 1.950/2010 –TCU-1ª Câmara, de 20/04/2010) – contas julgadas regulares com ressalvas. d) Sr. André Simões, Diretor Administrativo e Financeiro do Sebrae/MS (exercício de 2005): TC-025.027/2008-0 (Acórdão 3.008/2015 –TCU-Plenário, de 25/11/2015, alterado pelo Acórdão 292/2016 –TCU-Plenário, de 17/02/2016) - Contas julgadas regulares com ressalvas; TC-025.031/2008-2 (Acórdão 155/2013 –TCU-Plenário, de 06/02/2013) - Contas julgadas irregulares com condenação de débito e aplicação de multa; TC-024.987/2008-2 (Acórdão 4.643/2012 – 1ª Câmara, de 07/08/2012 e Acórdão 2.813/2015–TCU-2ª Câmara, de 26/05/2015) – Contas julgadas irregulares com condenação de débito e aplicação de multa; TC-024.990/2008-8 (Acórdão 1.950/2010 –TCU-1ª Câmara, de 20/04/2010) – contas julgadas regulares com ressalvas. e) Sra. Rose Ane Vieira, Diretora Técnica do Sebrae/MS (exercício de 2005): TC-025.027/2008-0 (Acórdão 3.008/2015 –TCU-Plenário, de 25/11/2015, alterado pelo Acórdão 292/2016 –TCU-Plenário, de 17/02/2016) - Contas julgadas regulares com ressalvas; TC-025.031/2008-2 (Acórdão 155/2013 –TCU-Plenário, de 06/02/2013) - Contas julgadas irregulares com condenação de débito e aplicação de multa; TC-024.987/2008-2 (Acórdão 4.643/2012 – 1ª Câmara, de 07/08/2012 e Acórdão 2.813/2015–TCU-2ª Câmara, de 26/05/2015) – Contas julgadas irregulares com condenação de débito e aplicação de multa;

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TC-024.990/2008-8 (Acórdão 1.950/2010 –TCU-1ª Câmara, de 20/04/2010) – contas julgadas regulares com ressalvas. 52. Dessa forma e seguindo o entendimento contido nesses acórdãos, não há como propor um julgamento diferente para os aludidos membros da Diretoria do Sebrae/MS, arrolados nas presentes contas anuais, mesmo que os demais fatos constantes destes autos não ensejam um julgamento irregular de suas contas. Isso porque, efetivamente, praticaram atos irregulares, no exercício destas contas (2005), já comprovados nos referidos processos de TCEs que culminaram com os aludidos acórdãos de julgamentos pela irregularidade de suas contas. Logo, a proposta de julgamento que estamos sugerindo para as contas desses responsáveis é pela irregularidade, independentemente do que se constatou nas audiências antes comentadas (parágrafos 17 a 43 desta instrução) ou nas comentadas a seguir (parágrafos 53 a 60 desta instrução). Já nos casos dos retromencionados membros do Conselho Deliberativo do Sebare/MS (parágrafo anterior, alíneas ‘a’ e ‘b’), arrolados nas referidas TCEs e, também, como responsáveis por estas contas anuais, foram excluídos do rol de responsáveis numa das TCEs e na outra tiveram suas contas regulares com ressalvas. 53. Ainda sobre as deliberações do Tribunal na referida Representação (TC-018.016/2006-0), contidas no Acórdão nº 1.814/2008-TCU-Plenário, de 27/08/2008 - item 9.3.3 (Peça 9, p. 60-61), reproduzidas na Peça 14, p. 2-3, que influenciam no julgamento destas contas, há as audiências realizadas para diversos responsáveis, principalmente ex-dirigentes da Fapec e do Sebrae/MS, em razão de irregularidades verificadas em outros pactos (acordos, convênios e contratos) que não se referem aos que foram objetos das retro mencionadas citações (parágrafos 46 a 52). Após a realização dessas audiências e apresentadas as razões de justificativa, foram examinadas e instruídas na própria Representação, cuja o teor da instrução consta destes autos como Relatório da Ministra-Relatora (Peça 14, p. 1-40). 54. Na época foram ouvidos o Sr. Manoel Catarino Paes Peró, ex-Presidente do Conselho Deliberativo Estadual do Sebrae/MS (Peça 14, p. 2-16); e os Srs. Laurindo Faria Petelinkar, André Simões, e Sra. Rose Ane Vieira, respectivamente, ex-Diretor-Superintendente do Sebrae/MS, ex-Diretor Administrativo Financeiro do Sebrae/MS e ex-Diretora Técnica do Sebrae/MS (Peça 14, p. 2-3; e 16-37). A conclusão da instrução foi de rejeitar as razões de justificativa e aplicar multas aos aludidos ex-dirigentes do Sebrae/MS, sem prejuízo de se determinar várias providências à entidade (Sebrae/MS), como seguem (Peça 14, p. 38-39): a) sejam rejeitadas as razões de justificativa apresentadas pelos responsáveis, exceção feita à referente à irregularidade descrita no subitem 9.3.3.6.1, qual seja, a contratação da empresa de consultoria Agricon, posto elidida pelas argumentações apresentadas pelos defendentes; b) seja aplicada aos Srs. Manoel Catarino Paes-Peró, Laurindo Faria Petelinkar, André Simões e Rose Ane Vieira, respectivamente, ex-Presidente do Conselho Deliberativo Estadual, ex-Diretor-Superintendente, ex-Diretor Administrativo Financeiro e ex-Diretora Técnica do Sebrae/MS, a multa prevista no artigo 58, II, da Lei nº 8.443/92, por sua responsabilização ante as irregularidades abaixo indicadas; c) com fulcro no artigo 60 da Lei nº 8.443/92, sejam os Srs. Manoel Catarino Paes Peró, Laurindo Faria Petelinkar, André Simões e Rose Ane Vieira, respectivamente, ex-Presidente do Conselho Deliberativo Estadual, ex-Diretor-Superintendente, ex-Diretor Administrativo Financeiro e ex-Diretora Técnica do Sebrae/MS, considerados inabilitados, por um período de cinco anos, para o exercício de cargo em comissão ou função de confiança no âmbito da Administração Pública, por sua responsabilização ante as irregularidades abaixo indicadas, bem como pelas demais constantes do Acórdão nº 1814/2008-TCU-Plenário, de 27/08/2008:

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c.1) assinatura da Carta-Acordo nº 21/2006, com Fundação Cândido Rondon, onde houve pagamento de despesas por parte do Sebrae/MS antes da devida formalização da avença, em descumprimento ao disposto no item 5.2.1 da ING nº 86 do Sebrae/MS, com violação aos princípios da moralidade e da impessoalidade; c.2) realização de despesas sem o devido amparo contratual, com Pesquisa de Avaliação dos Resultados da GEOR - Gestão Estratégica Orientada para Resultados (T0), realizada pela Fapec - Fundação de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura, em descumprimento ao artigo 60 da Lei nº 8.666/93 e com violação ao princípio da legalidade; c.3) celebração dos Contratos n.º 92/2005 e 91/2005, com a Fundação Biótica, em descumprimento à Cláusula Quinta dos Contratos nº 028/2005 e 30/2005, celebrados com a Fundação de Turismo do Mato Grosso do Sul, que impedia o repasse ou transferência do mesmo para outrem; c.4) celebração do Contrato nº 087/2005, assinado com a Fundação Manoel de Barros, sem a realização de licitação e realização de pagamento antes da entrega do produto final pela contratada, em descumprimento aos Acórdãos nº 723/2005 e 1257/2004-TCU-Plenário, 690/2005-TCU-Segunda Câmara, bem como aos artigos 60 e 62 da Lei nº 4.320/64; c.5) contratação, a título de experiência e por prazo indeterminado, dos funcionários Denise Marinho Alves da Silva, Cristiane Miranda Mônaco, Germano Ramos da Silva, Carlos Eduardo Salgado Voges, André Coelho de Oliveira, Luiz Alberto de Castro Coimbra e Roosiley dos Santos Souza, para ocupar cargos de confiança, sem observância das regras do Sistema de Gestão de Pessoas do Sebrae, que requerem dos ocupantes desses cargos notória especialização, devidamente comprovada pela experiência e capacidade técnica na área de atuação para a qual está sendo contratado, e vinculação da duração do contrato de trabalho ao mandato do presidente do Conselho Deliberativo Estadual e/ou de diretores; c.6) contratação de advogados externos aos quadros do Sebrae/MS (Escritório Bucker Advocacia) para realização de serviços de forma continuada, sem se tratar de serviços específicos, singulares e complexos que evidenciassem a impossibilidade de serem prestados pela assessora jurídica do próprio quadro da entidade, a qual detém poderes específicos para a defesa e representação judicial da instituição, em descumprimento à Decisão nº 494/1994-TCU-Plenário; e c.7) omissão no dever de fiscalizar os atos da Diretoria-Executiva do Sebrae/MS relativamente ao Convênio n.º 19/2005, aos Contratos n.º 65/2005 e 101/2006, e às Cartas-Acordo n.º 01/2006 e 02/2006, que não tinham relação com as atribuições institucionais do Sebrae/MS (irregularidade atribuída apenas ao Sr. Manoel Catarino Paes Peró, então Presidente do Conselho Deliberativo Estadual do Sebrae/MS). d) seja determinado ao Sebrae/MS a adoção de providências no sentido de evitar a repetição das irregularidades abaixo identificadas: d.1) assinatura da Carta-Acordo nº 21/2006, com Fundação Cândido Rondon, onde houve pagamento de despesas por parte do Sebrae/MS antes da devida formalização da avença, em descumprimento ao disposto no item 5.2.1 da ING nº 86 do Sebrae/MS, com violação aos princípios da moralidade e da impessoalidade; d.2) realização de despesas sem o devido amparo contratual, com Pesquisa de Avaliação dos Resultados da GEOR - Gestão Estratégica Orientada para Resultados (T0), realizada pela Fapec - Fundação de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura, em descumprimento ao artigo 60 da Lei nº 8.666/93 e com violação ao princípio da legalidade; d.3) celebração dos Contratos n.º 92/2005 e 91/2005, com a Fundação Biótica, em descumprimento à Cláusula Quinta dos Contratos nº 028/2005 e 30/2005, celebrados com a Fundação de Turismo do Mato Grosso do Sul, que impedia o repasse ou transferência do

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mesmo para outrem; d.4) celebração do Contrato nº 087/2005, assinado com a Fundação Manoel de Barros, sem a realização de licitação e realização de pagamento antes da entrega do produto final pela contratada, em descumprimento aos Acórdãos nº 723/2005 e 1257/2004-TCU-Plenário, 690/2005-TCU-Segunda Câmara, bem como aos artigos 60 e 62 da Lei nº 4.320/64; d.5) contratação, a título de experiência e por prazo indeterminado, dos funcionários Denise Marinho Alves da Silva, Cristiane Miranda Mônaco, Germano Ramos da Silva, Carlos Eduardo Salgado Voges, André Coelho de Oliveira, Luiz Alberto de Castro Coimbra e Roosiley dos Santos Souza, para ocupar cargos de confiança, sem observância das regras do Sistema de Gestão de Pessoas do Sebrae, que requerem dos ocupantes desses cargos notória especialização, devidamente comprovada pela experiência e capacidade técnica na área de atuação para a qual está sendo contratado, e vinculação da duração do contrato de trabalho ao mandato do presidente do Conselho Deliberativo Estadual e/ou de diretores; d.6) contratação de advogados externos aos quadros do Sebrae/MS (Escritório Bucker Advocacia) para realização de serviços de forma continuada, sem se tratar de serviços específicos, singulares e complexos que evidenciassem a impossibilidade de serem prestados pela assessora jurídica do próprio quadro da entidade, a qual detém poderes específicos para a defesa e representação judicial da instituição, em descumprimento à Decisão nº 494/1994-TCU-Plenário; e d.7) omissão no dever de fiscalizar os atos da Diretoria-Executiva do Sebrae/MS relativamente ao Convênio n.º 19/2005, aos Contratos n.º 65/2005 e 101/2006, e às Cartas-Acordo n.º 01/2006 e 02/2006, que não tinham relação com as atribuições institucionais do Sebrae/MS (irregularidade atribuída apenas ao Sr. Manoel Catarino Paes-Peró Peró, então Presidente do Conselho Deliberativo Estadual do Sebrae/MS).’ 55. No entanto, a Ministra-Relatora, por entender que as irregularidades não se traduziam em eventos isolados, mas em ‘prática continuada da administração do Sebrae/MS em celebrar instrumentos com fundações ao arrepio da lei e com total ausência de pertinência entre os objetos dessas avenças e as finalidades institucionais da entidade, com violação, inclusive, aos princípios da impessoalidade e da moralidade’ – Voto (Peça 15, p. 3), determinou que fossem ‘avaliadas em um espectro maior, que se insere nos processos de contas anuais da entidade’ (Peça 15, p. 3). Entendeu, ainda, que não cabia fazer novas audiências, no presente processo de contas anual (exercício de 2005), pelos mesmos fatos já objetos desse procedimento, porque a ampla defesa e o contraditório tinham sido assegurados aos responsáveis no processo da representação. 56. Seguindo a Relatora, o Tribunal, ao prolatar o Acórdão 3.434/2012-TCU-1ª Câmara, de 19/06/20012 (Peça 16, p. 1-2), determinou o seguinte:

‘9.1. determinar à Secex/MS a juntada de cópia do presente acórdão, do relatório e do voto que o fundamentaram, bem como de outras peças e análises que a unidade técnica entender pertinentes para a formação de seu juízo acerca dos fatos, aos processos de prestação de contas do Sebrae/MS, exercícios de 2005 e 2006, respectivamente, TC-011.966/2006-9 e TC-015.497/2007-4, para exame em conjunto (Grifo nosso)’

57. Nesse sentido, além do exame dos resultados das TCEs (processos específicos), instauradas em razão de irregularidades verificadas no exercício de 2005 (comentados parágrafos 45 a 52 desta instrução), analisamos, também, a proposta reproduzida no parágrafo 54 desta instrução, quando do exame das audiências realizadas na Representação Conexa - TC-018.016/2006-0 (Peça 14, p. 38-39), por envolver fatos relativos ao exercício de 2005. Ressalta-se que essas audiências foram determinadas no item 9.3.3 do Acórdão 1.814/2008-TCU-Plenário, de 27/08/2008 (Peça 9, p. 60-61), reproduzidas na Peça

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14, p. 2-3. Como a maioria das irregularidades apontadas na aludida proposta referem-se ao exercício de 2005 (exceção as das alíneas ‘c.1’ e ‘d.1’), influenciam no julgamento das presentes contas. Assim, em nossa proposta de encaminhamento, excluímos o inteiro teor das propostas constantes das alíneas ‘c.1’ e ‘d.1’, que tratam da Carta-Acordo 21/2006, com Fundação Cândido Rondon, bem como o Contrato 101/2006 e as Cartas-Acordo n.º 01/2006 e 02/2006, constantes das alíneas ‘c.7’ e ‘d.7’, por se tratarem de fatos ocorridos no exercício de 2006, conforme apontados na proposta anterior desta Unidade (reproduzida no parágrafo 54 desta instrução). 58. Além dessas exclusões, retiramos de nossa proposta de encaminhamento, as sugestões indicadas alíneas ‘c.7’ e ‘d.7’ da proposta anterior desta Unidade porque a fiscalização dos atos da Diretoria-Executiva não é atribuição dos membros da diretoria do Sebrae/MS, como proposto na determinação. No entanto, como o ex-Presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae/MS, Sr. Manoel Catarino Paes Peró, foi ouvido na Representação (TC-018.016/2006-0) sobre o conteúdo dessas alíneas (‘c.7’ e ‘d.7’) e não saneou a irregularidade, esta é o fato motivador de rejeição de suas razões de justificativa e proposta do julgamento irregular de suas contas em nossa proposta de encaminhamento dos autos. 59. Por último, excluímos, da proposta anterior desta Unidade (reproduzida no parágrafo 54 desta instrução), o nome do Sr. Manoel Catarino Paes Peró (CPF 051.554.601-15), ex-Presidente do Conselho Deliberativo Estadual do Sebrae/MS, das sugestões constantes das alíneas ‘c.2’, ‘c.3’, ‘c.4’ ‘c.5’ e ‘c.6’. Como esclarecidos por esse responsável (parágrafos 32 a 36 - Peça 14), nenhum conselheiro do Sebrae/MS celebrou os contratos apontados e sim só os membros da diretoria. Logo, mantemos as propostas contidas nesses itens, limitadas aos membros da diretoria do Sebrae/MS. 60. Consequentemente, houve ‘prática continuada da administração do Sebrae/MS em celebrar instrumentos com fundações ao arrepio da lei e com total ausência de pertinência entre os objetos dessas avenças e as finalidades institucionais da entidade’ – Voto da Ministra-Relatora na Representação Conexa - TC-018.016/2006-0 (Peça 15, p. 3), não se restringindo aos fatos apontados na própria representação. Como essas irregularidades já foram examinadas nas audiências, inclusive com a instrução decorrente juntada aos autos como relatório da Ministra-Relatora (Peça 14), contendo proposta de encaminhamento (Peça 14, p. 38-39), reproduzida no parágrafo 54 desta instrução, ratificamos parte dessa proposta, com algumas adequações, conforme relatamos nos três parágrafos anteriores. Logo, os responsáveis ouvidos e arrolados na referida proposta de encaminhamento, com as exclusões já mencionadas, podem ser apenados com as multas sugeridas porque as irregularidades diferem das tratadas nas TCEs (parágrafos 45 a 52 desta instrução) e nas audiências examinadas neste processo de contas (parágrafos 17 a 43 desta instrução). É nesse sentido que estamos propondo o encaminhamento destas contas para julgamento. CONCLUSÃO 61. Realizada a instrução inicial dos presentes autos (Peça 4, p. 33-39), que tratam das contas do Sebrae/MS (exercício de 2005), com base no Relatório/CGU 175.884 (Peça 2, p. 22-49), a proposta foi no sentido de ouvir os ex-dirigentes sobre duas irregularidades, sendo que as falhas ou impropriedades foram objetos de propostas de determinações ao órgão, quando do julgamento de mérito das contas, proposta essa reproduzida nos parágrafos 8 e 9 desta instrução. Realizadas as audiências autorizadas pelo Ministro-Relator, os responsáveis apresentaram suas razões de justificativa (Peças 5 a 10), que examinamos nos parágrafos 17 a 43, desta instrução. Tanto a questão do pagamento antecipado à Fapec, no valor de R$ 49.974,62, relativo a um contrato de pesquisa, como a ausência de controles dos veículos do órgão foram justificados pelos responsáveis ouvidos. Logo, são matérias que não influenciam, negativamente, no julgamento pela regularidade destas contas.

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62. No entanto, como havia em andamento uma Representação (TC-018.016/2006-0), contendo irregularidades que poderiam influenciar no julgamento das contas dos responsáveis pelo Sebrae/MS (exercício de 2005), o Ministro-Relator determinou, em 20/08/2007, fosse sobrestado o julgamento destas contas, até que houvesse a apreciação definitiva dessa representação. Esse processo foi, inicialmente, apreciado em 27/08/2008 (Acórdão 1.814/2008-TCU-Plenário - Peça 9, p. 56-62), quando se determinou a realização de citações e audiências de diversos envolvidos, principalmente ex-dirigentes do Sebrae/MS. Após constituídos os processos específicos de tomadas de contas especiais, para as devidas citações dos responsáveis, e realizadas as audiências na própria Representação, esse processo foi reexaminado e julgado, definitivamente, em 19/06/2012 (Acórdão 3.434/2012 -TCU-1ª-Câmara - Peça 16, p. 1-2), ocasião em que as presentes contas (exercício de 2005) foram liberadas para exame, nos termos da determinação constante do item 9.1, desse acórdão. Em relação aos processos conexos de tomadas de constas especiais, o julgamento definitivo do último processo ocorreu em 18/2/2016 (Acórdão 292/2016-TCU-Plenário). 63. Designado para o exame destas contas, constatamos a ausência, no Rol de Responsáveis (Peça 1, p. 7-11), dos principais gestores do período de 01/01/2005 a 31/01/2005. Após diligência junto ao Sebrae/MS, foram protocolizados os documentos constantes da Peça 17, comprovando que o problema decorreu de recursos administrativos interpostos, no final de 2004, contra os eleitos da entidade para a gestão que iniciaria em 01/01/2005. Assim, o Presidente do Conselho Deliberativo Nacional do Sebrae designou a Técnica, Sra. Sandra Amarilha (CPF 518.496.071-68), como Gestora Executiva Temporária do Sebrae/MS, iniciando sua gestão somente em 17/01/2005 e encerrando-a em 31/01/2005. Portanto, o órgão ficou sem gestores no período de 01/01/2005 a 16/01/2005. Logo, após a inclusão do nome dessa responsável como gestora do Sebrae/MS do período de 17/01/2005 a 31/01/2005, estamos sugerindo, também, o julgamento de mérito de suas contas, ficando o período de 01/01/2005 a 16/01/2005, sem gestores neste órgão autônomo. 64. Quanto às citações e audiências determinadas pelo Tribunal em face às irregularidades apontadas inicialmente no processo da Representação Conexa (TC-018.016/2006-0), verificamos que influenciam, negativamente, no julgamento das presentes contas por abranger o exercício de 2005. As citações determinadas originaram cinco processos específicos de tomadas de contas especiais, conforme examinamos nos parágrafos 45 a 52 desta instrução, sendo que em três os ex-dirigentes do Sebrae/MS, também arrolados como gestores destas contas anuais (Sr. Laurindo Faria Petelinkar, Diretor Superintendente do Sebrae/MS; Sr. André Simões, Diretor Administrativo e Financeiro do Sebrae/MS; a Sra. Rose Ane Vieira, Diretora Técnica do Sebrae/MS) tiveram suas contas julgadas irregulares ou regulares com ressalvas e condenações ao recolhimento de débitos e multas. Assim, mesmo que neste processo de contas anuais não houvesse comprovação de fatos irregulares, só os que constam nas referidas TCEs maculam suas contas anuais. Por isso, a proposta sugerida para esses responsáveis é, neste processo de contas anuais, também pelo julgamento pela irregularidade de suas contas. Já o Sr. Manoel Catarino Paes Peró, Presidente do Conselho Deliberativo, e ao Sr. Ido Luiz Micheis, Membro do Conselho Deliberativo do Sebrae/MS, foram excluídos do rol de responsáveis nas TCEs ou tiveram suas contas julgadas regulares com ressalvas, proposta essa que poderia ser seguida nestas contas anuais para esses responsáveis. No entanto, para referido ex-Presidente do Conselho Deliberativo, estamos sugerindo o julgamento pela irregularidade de suas contas porque não conseguiu justificar a irregularidade apontada no item ‘c.7’ do parágrafo 54 desta instrução, que foi objeto de sua audiência no aludido processo de representação. 65. Em relação às audiências promovidas na aludida representação (comentadas nesta

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instrução nos parágrafos 53 a 60), que foram examinadas no aludido processo e cuja a instrução foi reproduzida nos presentes autos (Peça 14), ratificamos partes da anterior proposta de encaminhamento (Peça 14, p. 38-39), reproduzida no parágrafo 54 desta instrução. Conforme relatamos nos parágrafos 57 a 59 desta instrução, excluímos algumas das sugestões contidas na proposta anterior (alíneas ‘c.1’, ‘d.1’, ‘c.7’ e ‘d.7’ ), bem como o nome do Sr. Manoel Catarino Paes Peró (CPF 051.554.601-15), ex-Presidente do Conselho Deliberativo Estadual do Sebrae/MS, das alíneas ‘c.2’, ‘c.3’, ‘c.4’ ‘c.5’ e ‘c.6’, porque não celebrou os contratos apontados. Como esclarecidos por esse ex-Presidente do Conselheiro Deliberativo (parágrafos 32 a 36 - Peça 14), nenhum dos Conselheiros Deliberativos celebrou os contratos apontados e sim só os membros da diretoria. 66. Por conseguinte, os responsáveis ouvidos e arrolados no processo da Representação, que também fazem parte do rol de responsáveis destas contas anuais (exercício de 2005), podem ser apenados com as multas sugeridas na proposta anterior (reproduzida no parágrafo 54 desta instrução), visto que os fatos tratados nessa Representação são do exercício de 2005 e diferem dos que constam das tomadas de contas especiais, comentadas nos parágrafos 45 a 52 desta instrução, e das audiências examinadas neste processo de contas (parágrafos 17 a 43 desta instrução). É no mesmo sentido da proposta de aplicação de multas que propomos o encaminhamento destas contas para julgamento, com as adequações já indicadas. 67. Quanto às propostas de determinações de várias providências à entidade (Sebrae/MS), feitas por ocasião da instrução inicial destes autos (parágrafo 09 desta instrução), bem como as constantes da conclusão da instrução da Representação Conexa (TC-018.016/2006-0), reproduzidas no parágrafo 54 desta instrução (alínea ‘d’), somos pelo mesmo entendimento, exceção às indicadas nas alíneas ‘d.1’ e ‘d.7’, esta última por se tratar de atribuições dos conselheiros e não dos membros da Diretoria do Sebrae/MS, e a primeira pelos fatos narrados anteriormente nesta instrução (parágrafos 57 a 60). No entanto, em face às novas orientações contidas no art. 4º da Portaria/ Segecex 13, de 27/04/2011, as aludidas propostas de determinações devem ser na forma de ciência ao órgão, no caso ao Sebrae/MS. PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO 68. Diante do exposto, submetemos estes autos, relativos às contas do Serviço de Apoio às Micro e Pequena Empresas de Mato Grosso do Sul – Sebrae/MS, vinculado ao então Ministério da Indústria, do Comércio e do Turismo, exercício de 2005, à consideração superior, propondo: 68.1) nos termos dos arts. 10, §1º, e 11 da Lei 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c o art. 157 do Regimento Interno/TCU (Resolução 246/2011), levantar o sobrestamento do julgamento de mérito das presentes contas ante a apreciação definitiva da Representação (TC-018.016/2006-0) e apartados de tomadas de contas especial conexos com estas contas; 68.2) acolher as razões de justificativa apresentadas pelos responsáveis a seguir relacionados, em decorrência das audiências realizadas nestes autos e na Representação Conexa (TC-018.016/2006-0): a) Sr. Laurindo Faria Petelinkar (CPF 709.030.938-04), ex-Diretor Superintendente; e Sr. André Simões (CPF 554.442.101-34), ex-Diretor Administrativo e Financeiro do Sebrae/MS, sobre o pagamento antecipado à FAPEC de um contrato de pesquisa com o Sebrae/MS - Processo/Sebrae 097/2005; e contratação da empresa de Consultoria Agricon (parágrafos 17 a 32; e 54 ‘a’, desta instrução; e parágrafos 01 e 130 a 134 - Relatório do Acórdão 3434/2012-1ª Câmara – Peça 14) b) Sr. André Simões (CPF 554.442.101-34), ex-Diretor Administrativo e Financeiro do Sebrae/MS, a respeito de controles de identificação da entidade nas portas dos veículos e

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controles de quilometragem e itinerários dos veículos da entidade (parágrafos 33 a 43, desta instrução); c) Sra. Rose Ane Vieira (CPF 365.768.161-20), ex-Diretora Técnica do Sebrae/MS, em relação à contratação da empresa de Consultoria Agricon (54 ‘a’, desta instrução; e parágrafos 01 e 130 a 134 do Relatório do Acórdão 3434/2012-1ª Câmara – Peça 14); d) Sr. Manoel Catarino Paes Peró (CPF 051.554.601-15), ex-Presidente do Conselho Deliberativo Estadual do Sebrae/MS, sobre a contratação da empresa de Consultoria Agricon; realização de despesas sem o devido amparo contratual, em pesquisa realizada pela Fapec; celebração dos Contratos n.º 92/2005 e 91/2005, com a Fundação Biótica; celebração do Contrato 087/2005, assinado com a Fundação Manoel de Barros; contratação de vários dos funcionários do Sebrae/MS para ocuparem cargos de confiança; contratação de advogados do Escritório Bucker Advocacia (parágrafos 54 ‘a’, ‘c.2’, ‘c.3’, ‘c.4’, ‘c.5’ e ‘c.6’, e 59, desta instrução; e parágrafos 01, 26 a 36 e 130 a 134 - Relatório do Acórdão 3434/2012-1ª Câmara – Peça 14); 68.3) rejeitar as razões de justificativa apresentadas pelos responsáveis, Sr. Laurindo Faria Petelinkar (CPF 709.030.938-04), ex-Diretor-Superintendente; Sr. André Simões (CPF 554.442.101-34), ex-Diretor Administrativo Financeiro; e Sra. Rose Ane Vieira (CPF 365.768.161-20), ex-Diretora Técnica do Sebrae/MS, em decorrência de audiências realizadas na Representação Conexa (TC-018.016/2006-0), como seguem: a) celebração dos Contratos n.º 92/2005 e 91/2005, com a Fundação Biótica, em descumprimento à Cláusula Quinta dos Contratos 028/2005 e 30/2005, celebrados com a Fundação de Turismo do Mato Grosso do Sul, que impedia o repasse ou transferência do mesmo para outrem (parágrafos 53 a 60 desta instrução; e parágrafos 01 e 100 a 114 - Relatório do Acórdão 3434/2012-1ª Câmara – Peça 14); b) celebração do Contrato 087/2005, assinado com a Fundação Manoel de Barros, sem a realização de licitação e realização de pagamento antes da entrega do produto final pela contratada, em descumprimento aos Acórdãos 723/2005 e 1.257/2004-TCU-Plenário, 690/2005-TCU-Segunda Câmara (parágrafos 53 a 60 desta instrução; e parágrafos 01 e 115 a 129 - Relatório do Acórdão 3434/2012-1ª Câmara – Peça 14); c) contratação, a título de experiência e por prazo indeterminado, dos funcionários Denise Marinho Alves da Silva, Cristiane Miranda Mônaco, Germano Ramos da Silva, Carlos Eduardo Salgado Voges, André Coelho de Oliveira, Luiz Alberto de Castro Coimbra e Roosiley dos Santos Souza, para ocupar cargos de confiança, sem observância das regras do Sistema de Gestão de Pessoas do Sebrae, que requerem dos ocupantes desses cargos notória especialização, devidamente comprovada pela experiência e capacidade técnica na área de atuação para a qual está sendo contratado, e vinculação da duração do contrato de trabalho ao mandato do presidente do Conselho Deliberativo Estadual e/ou de diretores (parágrafos 53 a 60 desta instrução; e parágrafos 01 e 135 a 147 - Relatório do Acórdão 3434/2012-1ª Câmara – Peça 14); d) contratação de advogados externos aos quadros do Sebrae/MS (Escritório Bucker Advocacia) para realizar serviços de forma continuada, sem se tratar de serviços específicos, singulares e complexos que evidenciassem a impossibilidade de serem prestados pela assessora jurídica do próprio quadro da entidade, a qual detém poderes específicos para a defesa e representação judicial da instituição, em descumprimento à Decisão 494/1994-TCU-Plenário (parágrafos 53 a 60 desta instrução; e parágrafos 01 e 148 a 161 - Relatório do Acórdão 3434/2012-1ª Câmara –Peça 14);e e) realização de despesas sem o devido amparo contratual, com Pesquisa de Avaliação dos Resultados da GEOR - Gestão Estratégica Orientada para Resultados (T0), realizada pela Fapec - Fundação de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura, em descumprimento ao artigo

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60 da Lei nº 8.666/93 e com violação ao princípio da legalidade (parágrafos 53 a 60 desta instrução; e parágrafos 01 e 93 a 99 - Relatório do Acórdão 3434/2012-1ª Câmara – Peça 14). 68.4) rejeitar as razões de justificativa apresentadas pelo Sr. Manoel Catarino Paes Peró (CPF 051.554.601-15), ex-Presidente do Conselho Deliberativo Estadual do Sebrae/MS, sobre a omissão no dever de fiscalizar os atos da Diretoria-Executiva do Sebrae/MS, relativamente ao Convênio n.º 19/2005 e ao Contratos n.º 65/2005 que não tinham relação com as atribuições institucionais do Sebrae/MS, em decorrência de audiências realizadas na Representação Conexa - TC-018.016/2006-0 (parágrafos 53 a 60 desta instrução; e parágrafos 01 e 26 a 36 - Relatório do Acórdão 3434/2012-1ª Câmara –Peça 14); 68.5) rejeitar as razões de justificativa apresentadas pelos responsáveis, Sr. Alfredo Fernandes (CPF 002.598.101-34); Sr. Omar Carneiro da Cunha Sobrinho (CPF 832.328.697-34); Sr. Leôncio de Souza Brito Filho (CPF 003.588.511-49); Sr. Maurício Antônio Quarezemin (CPF 785.085.418-72); Sr. José Carlos Batista Neves (CPF 304.923.199-87); Sr. Leocir Paulo Montagna (CPF 445.327.171-91); Sr. João Ramos Martins (CPF 195.719.849-49); Sra. Sidnéia Catarina Tobias (CPF 062.136.958-69); Sr. Fábio Edir dos Santos Costa (CPF 123.548.048-81); e Sr. Sebastião Vieira D’Ávila (CPF 024.640.391-87), todos então membros do Conselho Deliberativo Estadual do Sebrae/MS, em razão das audiências realizadas na Representação Conexa (TC-018.016/2006-0), acerca de sua omissão no dever de fiscalizar a execução das ações, projetos, programas e convênios a cargo da Diretoria-Executiva, evidenciada pelo conjunto de impropriedades observado nas avenças apontadas nos referidos autos (parágrafos 53 a 60 desta instrução; e parágrafos 01 e 162 a 170 do Relatório do Acórdão 3434/2012-1ª Câmara – Peça 14). 68.6) com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso III, alíneas ‘b’ e ‘c’, da Lei 8.443/1992 c/c os arts. 19 e 23, inciso III, da mesma lei, e c/c arts. 1º, inciso I, 209, incisos II e III, 210 e 214, inciso III, do Regimento Interno/TCU, julgar irregulares as contas do Sr. Laurindo Faria Petelinkar (CPF 709.030.938-04), ex-Diretor Superintendente; Sr. André Simões (CPF 554.442.101-34), ex-Diretor Administrativo e Financeiro; e da Sra. Rose Ane Vieira (CPF 365.768.161-20), ex-Diretora Técnica do Sebrae/MS, em razão das irregularidades especificadas no subitem 68.3, retro mencionado, e das apuradas e comprovadas nas TCEs nºs: TC-025.027/2008-0 (Acórdão 3.008/2015 –TCU-Plenário, de 25/11/2015, alterado pelo Acórdão 292/2016 –TCU-Plenário, de 17/02/2016); TC-025.031/2008-2 (Acórdão 155/2013 – TCU - Plenário, de 06/02/2013); TC-024.990/2008-8 (Acórdão 1.950/2010 –TCU-1ª Câmara, de 20/04/2010); e TC-024.987/2008-2 (Acórdão 2.813/2015–TCU-2ª Câmara, de 26/05/2015), que abrangem o exercício de 2005 (parágrafos 45 a 60 desta instrução; e parágrafos 01 e 100 a 129 e 135 a 161 - Relatório do Acórdão 3434/2012-1ª Câmara – Peça 14); 68.7) com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso III, alíneas ‘b’, da Lei 8.443/1992 c/c os arts. 19, parágrafo único, e 23, inciso III, da mesma lei, e c/c arts. 1º, inciso I, 209, inciso II, 210, §2º, e 214, inciso III, do Regimento Interno/TCU, julgar irregulares as contas do Sr. Manoel Catarino Paes Peró (CPF 051.554.601-15), ex-Presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae/MS, em razão da irregularidade especificada no subitem 68.4, retro mencionado, e das apuradas e comprovadas na seguinte TCE: TC-025.027/2008-0 (Acórdão 3.008/2015 –TCU-Plenário, de 25/11/2015, alterado pelo Acórdão 292/2016 –TCU-Plenário, de 17/02/2016); 68.8) com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso II, 18 e 23, inciso II, da Lei 8.443/1992, c/c os arts. 1º, inciso I, 208 e 214, inciso II, do Regimento Interno/TCU, julgar regulares com ressalvas as contas do Sr. Alfredo Fernandes (CPF 002.598.101-34), Sr. Omar

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Carneiro da Cunha Sobrinho (CPF 832.328.697-34), Sr. Leôncio de Souza Brito Filho (CPF 003.588.511-49), Sr. Maurício Antônio Quarezemin (CPF 785.085.418-72), Sr. José Carlos Batista Neves (CPF 304.923.199-87), Sr. Leocir Paulo Montagna (CPF 445.327.171-91), Sr. João Ramos Martins (CPF 195.719.849-49), Sra. Sidnéia Catarina Tobias (CPF 062.136.958-69), Sr. Fábio Edir dos Santos Costa (CPF 123.548.048-81), e Sr. Sebastião Vieira D’Ávila (CPF 024.640.391-87), todos então membros do Conselho Deliberativo Estadual do Sebrae/MS, em razão das impropriedades indicadas no subitem 68.5, retro mencionado, dando-lhes quitação; 68.9) seja aplicada, individualmente, a multa prevista no artigo 58, I, da Lei 8.443/92, c/c o art. 268, inciso I, do Regimento Interno, aos Srs. Manoel Catarino Paes Peró (CPF 051.554.601-15), ex-Presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae/MS; Laurindo Faria Petelinkar (CPF 709.030.938-04), ex-Diretor-Superintendente; André Simões (CPF 554.442.101-34), ex-Diretor Administrativo Financeiro; e Rose Ane Vieira (CPF 365.768.161-20), ex-Diretora Técnica do Sebrae/MS, com a fixação do prazo de quinze dias, a contar da notificação, para que comprovem, perante este Tribunal (art. 214, inciso III, alínea ‘a’, do Regimento Interno), o recolhimento da dívida aos cofres do Tesouro Nacional, atualizada monetariamente desde a data do presente acórdão até a do efetivo recolhimento, se for paga após o vencimento, na forma da legislação em vigor; 68.10) com fulcro no artigo 60 da Lei 8.443/92, sejam o Sr. Laurindo Faria Petelinkar (CPF 709.030.938-04), ex-Diretor-Superintendente; Sr. André Simões (CPF 554.442.101-34), ex-Diretor Administrativo Financeiro; e Sra. Rose Ane Vieira (CPF 365.768.161-20), ex-Diretora Técnica do Sebrae/MS, considerados inabilitados, por um período de cinco anos, para o exercício de cargo em comissão ou função de confiança no âmbito da Administração Pública, em razão das irregularidades especificadas no subitem 68.3, retro mencionado, e das apuradas e comprovadas nas TCEs nºs: TC-025.027/2008-0 (Acórdão 3.008/2015 –TCU-Plenário, de 25/11/2015, alterado pelo Acórdão 292/2016 –TCU-Plenário, de 17/02/2016); TC-025.031/2008-2 (Acórdão 155/2013 – TCU - Plenário, de 06/02/2013); TC-024.990/2008-8 (Acórdão 1.950/2010 –TCU-1ª Câmara, de 20/04/2010); e TC-024.987/2008-2 (Acórdão 2.813/2015–TCU-2ª Câmara, de 26/05/2015), que abrangem o exercício de 2005 (parágrafos 45 a 60 desta instrução; e parágrafos 01 e 100 a 129 e 135 a 161 - Relatório do Acórdão 3434/2012-1ª Câmara – Peça 14); 68.11) autorizar, desde logo, nos termos do art. 28, inciso II, da Lei 8.443/1992, a cobrança judicial das dívidas, caso não atendidas as notificações; 68.12) com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso I, 17 e 23, inciso I, da Lei 8.443/1992 c/c os arts. 1º, inciso I, 207 e 214, inciso I, do Regimento Interno, julgar regulares as contas da Sra. Sandra Amarilha (CPF 518.496.071-68), ex-Gestora Executiva Temporária; Sra. Mônica Gonçalves Linchin (CPF 562.986.411-49), ex-Gerente de Recursos Financeiros; Sra. Célia de Oliveira (CPF 390.324.691-34), Contadora; Sr. Ido Luiz Micheis (CPF 417.426.999-87), Titular do Conselho Deliberativo; Sr. Marcos Luiz Galles (CPF 204.220.839-68), Titular do Conselho Deliberativo; Sr. Ivan Abrahão Marinho (CPF 102.859.461-53), Titular do Conselho Deliberativo; Sr. Augusto César Merey Vilhalba (CPF 464.904.001-97), Titular do Conselho Fiscal; Sr. Renato Antunes Estrada (CPF 421.111.961-34), Titular do Conselho Fiscal; Sra. Zenilda Auxiliadora Martins (CPF 337.188.811-87), Titular do Conselho Fiscal; Sr. Ari Basso (CPF 763.801.141-49), Suplente Conselho Deliberativo; Sr. Alvaro Banducci Júnior (CPF 257.740.771-87), Suplente Conselho Deliberativo; Sr. Francisco Xavier da Costa Garcia (CPF 027.172.981-34), Suplente Conselho Deliberativo; Sr. Frederico Alberto Gonçales (CPF 140.839.141-49), Suplente Conselho Deliberativo; Sr. José Roberto Giuliani (CPF 584.023.818-04), Suplente Conselho Deliberativo; Sr. Henrique José Fernandes (CPF 487.636.916-04), Suplente Conselho

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Deliberativo; Sr. Luiz Antônio Caron (CPF 928.010.138-20), Suplente Conselho Deliberativo; Sr. Luiz Carlos Ferreira Gomes (CPF 108.198.191-15), Suplente Conselho Deliberativo; Sr. Luiz Cláudio Sabedotti Fornari (CPF 020.282.800-00), Suplente Conselho Deliberativo; Sr. Maria de Lourdes e Silva (CPF 155.578.711-87), Suplente Conselho Deliberativo; Sr. Ubiratan Reboucas Chaves (CPF 138.762.011-87), Suplente Conselho Fiscal; Sra. Francisca Zequim Colado (CPF 111.992.531-20), Suplente Conselho Fiscal; Sr. Cristiano Monteiro (CPF 693.427.331-15), Suplente Conselho Fiscal; Sr. Irândina Fernandes Neves (CPF 660.221.181-15), Suplente Conselho Fiscal, dando-lhes quitação plena. 68.13) nos termos do artigo 4º da Portaria/Segecex 13, de 27/04/2011, dar ciência ao Serviço de Apoio às Micro e Pequena Empresas de Mato Grosso do Sul – Sebrae/MS, sobre os fatos arrolados no subitem 68.3, alíneas ‘a’ a ‘e’, retro mencionado, bem como sobre as seguintes impropriedades (parágrafos 09 e 43 desta instrução): a) ausência de controles efetivos dos bens móveis utilizados na entidade, sem atualização dos termos de responsabilidade, dificultando o cumprimento ao disposto no artigo 50 da Lei Complementar nº 101/2000; b) ausência de levantamento patrimonial rigoroso, a fim de verificar a localização de bens ou promover a devida apuração de responsabilidades, em caso de bens não encontrados, dificultando o cumprimento ao disposto no artigo 50 da Lei Complementar nº 101/2000; c) ausência, no Rol de Responsáveis da Entidade, quando da formalização do processo da prestação de contas, de gestores que deveriam estar inclusos, em conformidade com as normas do Tribunal, por exerceram funções relevantes no decorrer o exercício, impossibilitando o julgamento das contas desses responsáveis, nos termos do artigo 71, II, da Constituição Federal; d) ausência de informações no Relatório de Gestão sobre o cumprimento das determinações e recomendações emanadas pelo TCU e/ou pelo órgão do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal, bem como de apurações de denúncias, dificultando o conhecimento do Tribunal das providências adotadas, tendo em vista o disposto no artigo 71, IX, da Constituição Federal e nos artigos 43, I, e 49, IV, da Lei nº 8.443/92; e) ausência de controles dos veículos da entidade (identificação da entidade; combustíveis; itinerário dos veículos), dificultando o cumprimento ao artigo 50 da Lei Complementar nº 101/2000; 68.14) dar ciência do Acórdão que vier a ser proferido, assim como do relatório e do voto que o fundamentarem, aos responsáveis envolvidos e à direção do Sebrae/MS; 68.15) encaminhar cópia da deliberação que vier a ser proferida, bem como do relatório e do voto que a fundamentarem, ao Procurador-Chefe da Procuradoria da República no Mato Grosso do Sul, nos termos do § 3º do art. 16 da Lei 8.443/1992 c/c o §7º do art. 209 do Regimento Interno, para adoção das medidas que entender cabíveis.” (peça 18)

2. O diretor, por delegação de competência, acompanhou tais propostas, com exceção do acolhimento das justificativas concernentes à contratação da Fapec (processo 097/2005), cuja rejeição sugeriu (peça 19).

3. O Ministério Público junto ao TCU – MPTCU, após historiar os fatos, consignou o que se segue:

“( ...) 9. Pedindo vênias por divergir da opinião do diretor técnico, manifestamos anuência com o encaminhamento formulado pelo auditor da Secex/MS, sem prejuízo de tecer algumas ressalvas a seguir descritas.

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10. Quando indagado pela Controladoria Geral da União acerca do pagamento antecipado à Fapec, os gestores informaram que haveria um crédito junto àquela fundação que seria abatido na próxima prestação de serviço (peça 2, p. 37). Analisando a documentação apresentada pelo gestor em sede de audiência, infere-se que esse abatimento foi realizado, inclusive sendo mencionado nos termos do Contrato n.º 64/2006 (peça 8, p. 17). 11. Com efeito, a jurisprudência do Tribunal admite que esse pagamento antecipado seja realizado em situações excepcionais, devidamente justificados pelo interesse público, a exemplo do Acórdão n.º 3003/2010 – Plenário. É certo que a presente situação é uma conduta irregular, mas também não seria razoável considerá-la como capaz de macular as contas dos gestores do Sebrae/MS, principalmente levando-se em consideração que não restou caracterizado dano ao erário no caso concreto. 12. Especificamente acerca da proposta de inabilitação para cargo público dos membros da Diretoria do Sebrae/MS, de fato, as condutas dos responsáveis ensejam tal medida. Todavia, releva destacar que a sanção de inabilitação insculpida no art. 60 da Lei n.º 8.443/1992 já foi imposta aos Srs. André Simões, Laurindo Faria Petelinkar e Rose Ane Vieira em decorrência de irregularidades praticadas no mesmo exercício desta prestação de contas, conforme é possível observar no Acórdão n.º 2.675/2014 – Plenário. Por se tratarem de fatos de mesma natureza, entendemos desarrazoado aplicar nova sanção desse tipo no âmbito dos presentes autos. 13. Sobre a responsabilização do Sr. Manoel Catarino Paes Peró, é importante trazer a lume o entendimento exposto no Acórdão n.º 6.684/2016 – 1ª Câmara, no qual afirma que ‘não se pode atribuir responsabilidade a membros de órgãos colegiados de entidades integrantes do Sistema S por atos de gestão praticados pelo corpo diretivo sobre os quais não foram consultados acerca de sua legalidade e legitimidade’. 14. No caso concreto, inexistem elementos suficientes para concluir que o ex-presidente do Conselho Deliberativo tenha sido omisso em fiscalizar os atos praticados pela Diretoria-Executiva do Sebrae/MS. Ainda, caso existissem esses elementos, é razoável inferir que seria necessário analisar a conduta de todos os membros do órgão colegiado ante essa omissão, o que não ocorreu no presente caso. 15. Feitas essas considerações, manifestamos concordância, em essência, com o encaminhamento proposto pelo auditor da Secex/MS (peça 18), sugerindo, entretanto, que os Srs. André Simões, Laurindo Faria Petelinkar e Rose Ane Vieira não sejam declarados inabilitados para exercício de cargo público e que sejam acolhidas as razões de justificativa apresentadas pelo Sr. Manoel Catarino Paes Peró, a fim de que o responsável tenha suas contas julgadas regulares com ressalvas pelo Tribunal.” (peça 21).

É o relatório.

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VOTO

Trata-se da prestação de contas do exercício de 2005 do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Mato Grosso do Sul – Sebrae/MS.

2. As contas foram certificadas pela Controladoria-Geral da União – CGU como regulares com ressalva pelos seguintes motivos: (i) pagamento antecipado à Fundação de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura – Fapec; (ii) existência de bens não localizados e de termos de responsabilidade desatualizados; e (iii) falta de identificação da logomarca do Sebrae/MS nas portas dos veículos, bem assim ausência de controle de quilometragem e itinerários nos veículos de uso da Diretoria. A questão descrita no item i motivou a realização das audiências de André Simões, diretor administrativo e financeiro, e de Laurindo Faria Petelinkar, diretor-superintendente, e a ressalva do item iii conduziu à audiência somente do primeiro.

3. Recebidas as respostas das audiências, o processo foi sobrestado em face da constatação da existência de representação em que se examinavam atos praticados no exercício de 2005 com possível reflexo nestas contas (TC 018.016/2006-0). A representação foi inicialmente apreciada por meio do acórdão 1.814/2008 – Plenário, que determinou: (i) a formação de diversos processos apartados de tomada de contas especial para realização das citações ali especificadas; (ii) a promoção de audiências diversas relacionadas a irregularidades verificadas: (ii.1) na carta-acordo 21/2006, assinada com a Fundação Cândido Rondon; (ii.2) no processo 097/2005, relativo à Fundação de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura; (ii.3) nos contratos 028/2005 e 30/2005, celebrados com a Fundação de Turismo do Mato Grosso do Sul; (ii.4) no contrato 087/2005, celebrado com a Fundação Manoel de Barros; (ii.5) na carta-acordo 12/2005, assinada com a Fundação de Turismo do Mato Grosso do Sul; (ii.6) na contratação de funcionários sem observância das regras do Sistema de Gestão de Pessoas do Sebrae; (ii.7) na contratação de advogados externos aos quadros do Sebrae/MS; (ii.8) na omissão no dever de fiscalizar a execução das ações, projetos, programas e convênios a cargo da Diretoria-Executiva.

4. Após a realização das audiências determinadas pelo acórdão 1.814/2008 – Plenário, a Secretaria de Controle Externo no Estado do Mato Grosso do Sul – Secex-MS manifestou-se, ainda no TC 018.016/2006-0, pela rejeição das justificativas, aplicação de multas e inabilitação dos responsáveis para exercício de cargo em comissão ou função de confiança no âmbito da Administração Pública. No voto proferido naquele processo, assinalei (acórdão 3.434/2012 – 1ª Câmara:

“9. Desde já manifesto minha concordância com o teor da bem elaborada e minuciosa análise empreendida pela Secex/MS, à qual não tenho reparos a fazer.

10. A análise contemplou, em detalhes, todos os argumentos de defesa oferecidos e,

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também, os fatos trazidos por ocasião da inspeção conduzida pela unidade técnica, cujo relatório deu origem a vários processos de tomada de contas especial onde os então dirigentes do Sebrae/MS foram citados a apresentar alegações de defesa ou a restituir aos cofres da instituição recursos indevidamente aplicados em avenças celebradas com diversas fundações, sejam elas ligadas a universidades ou não, como o caso da FCR – Fundação Cândido Rondon, a Fundação de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura –Fapec, a Fundação Biótica, a FMB – Fundação Manoel de Barros, Fundação Tuiuiú, etc...

(...) 12. Penso que as irregularidades ora em comento não se traduzem em eventos

isolados, mas, sim, demonstram uma prática continuada da administração do Sebrae/MS em celebrar instrumentos com fundações ao arrepio da lei e com total ausência de pertinência entre os objetos dessas avenças e as finalidades institucionais da entidade, com violação, inclusive, aos princípios da impessoalidade e da moralidade, posto que, só para citar trecho da instrução da Secex/MS “a FCR – Fundação Cândido Rondon, ligada à FUFMS – Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, cujo Reitor é o Presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae/MS, Sr. Manoel Catarino Paes-Peró, é presidida pelo seu Suplente da Presidência do referido Conselho, Sr. Ido Luiz Michels, que, por sua vez, possui empresa prestadora de serviços à referida fundação, juntamente com empresas de outros funcionários da própria FCR, a ele subordinados. Destaque-se ainda que a Fapec, outra fundação contratada pelo Sebrae, também é ligada à FUFMS, salientando-se que o Sr. Manoel Peró ocupava a Presidência do seu Conselho de Administração. Tal rede de conexões pode ser mais bem compreendida por meio do Quadro Sinótico abaixo:

QUADRO SINÓTICO

CONSELHO DELIBERATIVO

DO SEBRAE/MS

Presidente: Manoel Catarino

Paes-Peró

FUFMS

Reitor: Manoel Catarino

Paes-Peró

Ido Luiz Michels - Professor

O Sebrae/MS arcou com as despesas

de Encontro de Servidores da FUFMS

FMB – Fundação Manoel

de Barros

Ligada à Universidade

Uniderp, onde trabalhava

o Sr. Ido Luiz Michels.

FCR – Fundação Cândido

Rondon

(ligada à FUFMS)

Presidente: Ido Luiz

FAPEC – Fundação de

Apoio à Pesquisa, ao

Ensino e à Cultura.

(ligada à FUFMS)

Sr. Manoel Peró era Pres.

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13. Ante esse panorama, que contamina as gestões dos responsáveis pelo

Sebrae/MS, defendo que as irregularidades tratadas neste processo sejam avaliadas em um espectro maior, que se insere nos processos de contas anuais da entidade, que se encontram na Secex/MS, conforme mencionei, oportunidade em que serão sopesadas em conjunto com outras porventura presentes naqueles processos.”

5. Dessa forma, apesar de já haver firmado juízo acerca da existência das irregularidades, o acórdão 3.434/2012 - 1ª Câmara apenas determinou a juntada de cópias do relatório e voto que o fundamentaram aos processos de prestação de contas do Sebrae/MS relativos aos exercícios de 2005 e 2006 para exame em conjunto.

6. Nesse ínterim, também em atendimento ao acórdão 1.814/2008-Plenário, foram constituídos os processos de tomada de contas especial abaixo descritos, relacionados a fatos ocorridos em 2005, que tiveram os seguintes desfechos:

6.1. TC 024.987/2008-2 (acórdão 2813/2015 – 2ª Câmara, de minha relatoria) – tratou de irregularidades no convênio 19/2005, firmado entre o Sebrae/MS e a Fundação Biótica para execução do projeto “Estudo para o Fomento da Silvicultura e Produção de Carvão Vegetal em Mato Grosso do Sul”. Ao final, concluiu-se que o produto entregue não atendia minimamente ao que seria esperado de um estudo do gênero, em face de suas inúmeras fragilidades técnicas e da ausência de proposições objetivas para o fomento descrito. Foram condenados solidariamente Jorge Pedrinho Pfistscher, Laurindo Faria Petelinkar, André Simões e Rose Ane Vieira ao recolhimento do débito especificado, com aplicação de multa ao primeiro;

6.2. TC 025.031/2008-2 (acórdão 871/2013 - Plenário, relator, ministro-substituto André Luís de Carvalho) – tratou de irregularidades na execução de ajustes celebrados entre o Sebrae/MS e a Fundação de Apoio ao Desenvolvimento das Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul – Fundação Cândido Rondon. Ao final, concluiu-se que o produto pactuado no convênio 26/2005 não era pertinente às finalidades institucionais daquele Serviço e possuía evidente semelhança com o objeto do Programa de Preservação à Biodiversidade e Manejo Integrado da Bacia Hidrográfica do Rio Formoso, financiado pelo Banco Mundial. Foram condenados solidariamente Laurindo Faria Petelinkar e André Simões ao recolhimento do débito especificado e aplicadas multas a ambos os responsáveis e a Rose Ane Vieira;

6.3. TC 024.990/2008-8 (acórdão 1950/2010 – 1ª Câmara, relator, ministro José Múcio Monteiro) – tratou de possíveis irregularidades na execução do contrato 65/2005, celebrado com a Associação Comercial e Industrial de Campo Grande/MS, sob o argumento de que a avença possuía finalidade estranha às competências do Sebrae/MS. Ao final, as contas foram julgadas regulares com ressalva, com quitação aos responsáveis André Simões, Laurindo Faria Petelinkar, Rose Ane Vieira e Associação Comercial e Industrial de Campo Grande;

Notas Fiscais de empresas

de propriedade de

funcionários da FCR.

Empresa M&M Ltda., de

propriedade do Sr. Ido

Luiz Michels.

Nota Fiscal da TV Morena,

onde trabalhava o Sr. Ido

Luiz Michels.

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6.4. TC 025.027/2008-0 (acórdão 3008/2015, de minha relatoria) – tratou de possíveis irregularidades na execução dos convênios 24/2005, 25/2005 e do contrato 105/2005, firmados com a Fapec, vinculada à Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS. Ao final, as contas de André Simões, Ido Luiz Michels, João Batista Garcia, Laurindo Faria Petelinkar, Manoel Catarino Paes Peró, Rose Ane Vieira e daquela Fundação foram julgadas regulares com ressalva, com quitação aos responsáveis e determinações ao Sebrae/MS.

7. A instrução de mérito final produzida pela Secex-MS nestes autos manifestou-se pela:

(i) aceitação das justificativas relativas às questões suscitadas pela CGU, descritas no item 2 deste voto;

(ii) rejeição das justificativas de Laurindo Faria Petelinkar, André Simões e Rose Ane Vieira relativas aos seguintes quesitos, tratados em audiências realizadas no TC 018.016/2006-0: (a) celebração dos contratos 91/2005 e 92/2005 com a Fundação Biótica, descumprindo os contratos 028/2005 e 30/2005, celebrados com a Fundação de Turismo do Mato Grosso do Sul; (b) celebração do contrato 087/2005 com a Fundação Manoel de Barros; (c) contratação de funcionários para ocupar cargos de confiança sem observar as regras do Sistema de Gestão de Pessoas do Sebrae; (d) contratação de advogados externos aos quadros do Sebrae/MS para realizar serviços de forma continuada, sem evidências de que pudessem estes ser prestados pela assessoria jurídica da própria entidade; (e) realização de despesas sem amparo contratual com a Pesquisa de Avaliação dos Resultados da GEOR – Gestão Estratégica Orientada para Resultados;

(iii) rejeição das justificativas de Manoel Catarino Paes Peró em face de omissão no dever de fiscalizar os atos da Diretoria-Executiva do Sebrae/MS relativamente ao convênio 19/2005 e ao contrato 65/2005;

(iv) rejeição das justificativas dos membros do Conselho Deliberativo Estadual do Sebrae/MS em razão das audiências realizadas no TC 018.016/2006-0 acerca de sua omissão no dever de fiscalizar a execução das ações, projetos, programas e convênios a cargo da Diretoria-Executiva;

(v) irregularidade das contas de Laurindo Faria Petelinkar, André Simões, Rose Ane Vieira e Manoel Catarino Paes Peró, com aplicação de multas;

(vi) inabilitação de Laurindo Faria Petelinkar, André Simões e Rose Ane Vieira para exercício de cargo em comissão ou função de confiança no âmbito da Administração Pública;

(vii) regularidade com ressalva das contas dos demais responsáveis;

(viii) ciência das impropriedades detectadas nestes autos ao Sebrae/MS; e

(ix) remessa de cópia da deliberação proferida ao procurador-chefe da Procuradoria da República no Estado do Mato Grosso do Sul.

8. O dirigente da unidade técnica divergiu parcialmente, apenas para considerar que também devem ser rejeitadas as justificativas de Laurindo Faria Petelinkar e de André Simões no que toca ao pagamento antecipado à Fapec.

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9. O Ministério Público junto ao TCU – MPTCU anuiu à proposta do auditor encarregado da instrução, exceto quanto à: (i) inabilitação dos membros da diretoria do Sebrae/MS, sob o argumento de que tal sanção “já foi imposta aos Srs. André Simões, Laurindo Faria Petelinkar e Rose Ane Vieira em decorrência de irregularidades praticadas no mesmo exercício desta prestação de contas, conforme é possível observar no Acórdão 2.675/2014 – Plenário”; (ii) responsabilização de Manoel Catarino Paes Peró, sob o entendimento de que “não se pode atribuir responsabilidade a membros de órgãos colegiados de entidades integrantes do Sistema ‘S’ por atos de gestão praticados pelo corpo diretivo sobre os quais não foram consultados acerca de sua legalidade e legitimidade”.

10. Manifesto-me de acordo com os pareceres uniformes no que se refere ao acolhimento das justificativas concernentes às ocorrências apontadas pela CGU no relatório de auditoria de gestão.

11. Passo a examinar as justificativas não acolhidas pela Secex/MS e efetuadas no âmbito do TC 018.016/2006-0 relativas a fatos ocorridos em 2005, que não foram analisadas individualmente por ocasião da apreciação desse processo. Começo pelas justificativas encaminhadas pelos diretores e pelo diretor-superintendente.

12. O primeiro tópico diz respeito aos contratos 91/2005 e 92/2005, firmados com a Fundação Biótica, com descumprimento aos contratos 028/2005 e 30/2005, celebrados entre o Sebrae/MS e a Fundação de Turismo do Mato Grosso do Sul - Fundtur/MS. Segundo a Secex/MS, ficou caracterizada a realização de despesa irregular pelo Sebrae/MS em razão da subcontratação total da Fundação Biótica para realização do objeto do contrato firmado com a Fundtur/MS, quando este supostamente vedava tal procedimento.

13. A defesa dos responsáveis foi, em síntese, no sentido de que o contrato com a Fundtur/MS previa subcontratação, sem indicar se poderia ser total ou parcial, e proibia cessão contratual. Discorreu sobre a diferença entre subcontratação e cessão contratual; demonstrou que o Sebrae/MS manteve sua responsabilidade pela execução contratual, embora tenha subcontratado totalmente a Fundação Biótica para execução da avença; alegou que os recursos em discussão eram da Fundtur/MS, e não decorrente de contribuições parafiscais; apontou que a Fundação sabia da subcontratação e que o objeto fora executado e a ela entregue.

14. De fato, há distinção entre subcontratação e cessão de contrato. O Sebrae/MS, apesar de ter subcontratado totalmente a execução, foi responsável pela contratação da Fundação Biótica e respondeu junto à Fundtur pelo cumprimento da avença, conforme documentos acostados à defesa (p. 57, peça 208, TC 018.016/2006-0). Observa-se, ainda, que o objeto do contrato foi o “(...) acompanhamento técnico para a realização de oficinas e seminários (...)”. Isso permite afirmar que os serviços eram de acompanhamento da realização, englobando não só a contratação, mas também a avaliação do cumprimento do objeto, o que foi feito pela entidade. Como não houve prejuízo, acolho as correspondentes justificativas.

15. Outro ponto questionado foi a contratação da Fundação Manoel de Barros sem licitação e com a realização de pagamento antecipado (contrato 087/2005). A imputação da irregularidade de ausência de licitação foi embasada no acórdão 1.257/2004-Plenário, dirigido ao então Ministério da Previdência Social, o qual

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determinou que, nos casos de dispensa de licitação (art. 24 da Lei 8.666/1993), se houver mais de uma fundação que realize os serviços, deve ser feita a licitação.

16. Os ex-dirigentes alegaram inicialmente que o referido acórdão não fora dirigido aos serviços sociais autônomos, mas, sim, à Administração Pública, da qual não fazem parte. Logo, não poderia ser exigido o cumprimento pelo Sebrae. Depois, observaram que a dispensa de licitação contempla hipóteses em que o procedimento seria possível, mas deixa-se de realizá-lo em nome de outros interesses públicos. Não haveria vinculação com a falta de competição, caso contrário se estaria falando da aplicação do art. 25 da mesma lei, relativo à inexigibilidade de licitação. O art. 24 autoriza o administrador a afastar a licitação nas hipóteses ali contempladas, mesmo havendo outros potenciais prestadores de serviços.

17. Têm razão os responsáveis, e sua interpretação da lei é razoável. A dispensa de licitação não se vincula à ausência de competição. O que se poderia afirmar é que a dispensa de licitação não autoriza o administrador contratar sem levantamento prévio de preços que garanta a economicidade. Esse aspecto não foi objeto da audiência dos gestores. As justificativas devem, pois, ser acolhidas.

18. Outro questionamento foi a contratação de funcionários para ocupar cargos de confiança sem observância das regras do Sistema de Gestão de Pessoas do Sebrae. Alegou a equipe de auditoria que os referidos cargos exigem notória especialização e vinculação da duração do contrato de trabalho ao mandato do presidente do Conselho Deliberativo Estadual e/ou de diretores.

19. Esclareceram os gestores que a celebração de contrato de trabalho com prazo de duração vinculado ao mandato do presidente do CDE e/ou dos diretores não faria sentido, uma vez que os mandatos dos diretores e presidente podem ser prorrogados, e, sendo funções de confiança, os ocupantes podem ser demitidos ad nutum. Discorreram sobre as possibilidades previstas no regulamento do Sebrae para contratação por prazo determinado e concluíram que não alcançam a hipótese sob exame. Afirmaram que a vinculação tem natureza administrativa interna, “(...) na medida em que os postos de trabalho são acionados para prestarem apoio aos dirigentes investidos nos mandatos de presidente do CDE ou membros da Diretoria Executiva.” (p. 26/7, peça 179, TC 018.016/2006-0), o que não se confundiria com o instituto jurídico do contrato de trabalho por tempo determinado.

20. Quanto às exigências para ocupar os cargos, afirmaram que não é exigida notória especialização no Manual do Sistema de Gestão de Pessoas do Sebrae/MS, mas apenas experiência e capacidade técnica comprovadas na área de atuação e escolaridade mínima prevista para o cargo de analista técnico. Para as funções de gerente e de assessor, a ocupação dependeria exclusivamente da escolha do presidente do CDE e/ou de diretores, uma vez que aqueles são considerados ocupantes de função de confiança (p.4/5, peça 180, TC 018.016/2006-0).

21. Acolho tais justificativas. Não foi possível localizar o normativo que exige “notória especialização” para provimento da função de confiança de assessor. Considerando que os responsáveis remeteram o manual que descreve as exigências do cargo, e sendo ele de confiança, com possibilidade de exoneração ad nutum, considero não configurada a irregularidade nessas contratações.

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22. Relativamente à contratação de advogados externos aos quadros do Sebrae/MS para realizar serviços de forma continuada, sem evidências de que pudessem ser prestados pela assessoria jurídica da própria entidade, foi encaminhado parecer jurídico que respaldou a contratação inquinada, que afirmou:

“Apesar do consulente possuir em seu quadro funcional advogado habilitado para a prestação de assistência jurídica nas questões de rotina do Sebrae/MS, destaca-se que tal profissional não possui tempo hábil para lidar em demandas contenciosas em que a entidade participe como parte interessada, principalmente nas áreas civis e trabalhistas, as quais se encontram o maior número de demandas, assim, fazendo-se necessário a terceirização do serviço desta natureza, cabendo ao procurador interno a distribuição, fiscalização e o acompanhamento dos serviços terceirizados.” (p.7/8, peça 101, TC 018.016/2006-0)

23. Foi acostada a lista de processos que seriam acompanhados pelo citado escritório (p. 45/50, peça 102, TC 018.016/2006-0). Não vislumbro como avaliar se a afirmação acima está incorreta. Não há parâmetros nesse sentido. Um único advogado, por certo, teria dificuldades em fazer o trabalho consultivo de rotina e ainda acompanhar as ações judiciais e atuar em tribunais. Considerando a dinâmica da entidade, entendo que foram apresentadas as evidências que justificariam a contratação do escritório de advocacia. O exame efetuado se resumiu aos termos da audiência, que questionou apenas a falta de evidências de que o advogado da entidade não conseguiria prestar todos os serviços terceirizados, e não aos termos da contratação. Acolho, pois, tais as justificativas.

24. No que toca à realização de despesas sem amparo contratual, com Pesquisa de Avaliação dos Resultados da GEOR – Gestão Estratégica Orientada para Resultados, divirjo dos pareceres quanto à irregularidade apontada. Tem razão o Sebrae/MS ao afirmar que os entes do Sistema “S” não devem observância estrita à Lei 8.666/1993, mas, sim, a seus regulamentos próprios, que devem guardar consonância apenas com os princípios maiores do processo licitatório e os postulados gerais aplicáveis à Administração Pública, consoante jurisprudência já consolidada neste Tribunal (justificativas à peça 190 do TC 018.016/2006-0).

25. O Regulamento de Licitações e Contratos do Sistema Sebrae – RCL/Sebrae prevê, em seu art. 25, que o instrumento de contrato é obrigatório apenas no caso de concorrência (e, ainda assim, quando não se tratar de bens para entrega imediata). Nas demais modalidades, o instrumento de contrato é facultativo “e pode ser substituído por outro documento, como proposta com aceite, carta contrato, autorização de fornecimento ou documento equivalente”. No caso vertente, referido instrumento foi substituído pela autorização de fornecimento 050191, de 23/05/2005 (peça 191, p. 31, do TC 018.016/2006-0), em que constavam os dados do fornecedor (Fapec), a descrição dos serviços e o prazo de entrega.

26. É correta a assertiva da Secex-MS de que não consta da referida autorização de fornecimento a necessária assinatura do fornecedor. No entanto, tal falta não possui suficiente densidade para macular o mérito das contas, sobretudo quando se verificam a ausência de contumácia no procedimento e o correto cumprimento da avença. Ademais, a jurisprudência desta Corte admite situações em que a existência de contrato verbal é tida como falha de natureza formal, sem necessidade de aplicação de multa, como exemplifica o acórdão 3.472/2014 – Plenário (relator, ministro Bruno Dantas).

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27. As demais discussões da Secex-MS acerca do tema se mostram irrelevantes: (i) o fato de o Sebrae-MS ter firmado contrato para a segunda etapa da prestação dos serviços não implica a necessidade de que também a primeira tivesse de ser precedida do instrumento, pois, como já demonstrei, a dispensa da formalização de contrato era prevista nas regras que disciplinavam os processos licitatórios do Sebrae-MS; (ii) o valor da contratação, alegado como relevante (R$ 194.800,00) pela unidade técnica, é, na verdade, irrelevante, uma vez que a regra imposta pelo Sebrae não contemplava o quesito “valor da aquisição”.

28. Quanto à responsabilização de Manoel Catarino Paes Peró, acompanho o posicionamento da unidade técnica e divirjo do Parquet. Embora o Conselho Deliberativo não pratique ato de gestão, assiste razão à Secex/MS quando afirmou que as avenças inquinadas se deram com instituições umbilicalmente ligadas à pessoa do presidente do conselho.

29. No tocante aos convênios 12/2005 e 26/2005, foi instaurada tomada de contas especial (TC 025.031/2008-2, acórdão 155/2013-Plenário) em razão do produto desses convênios não ter ligação com as atividades do Sebrae e ser semelhante a projeto financiado com o Banco Mundial. Esses convênios foram firmados com a Fundação Cândido Rondon, e naqueles autos foram condenados em débito os gestores do Sebrae/MS.

30. Considerando que aquela fundação é ligada à Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, em que Manoel Catarino Paes Peró era reitor, é difícil crer que não tinha ciência desse convênio, como de outros firmados com fundações ligadas à universidade. Como ressaltado pela unidade técnica, o estatuto do Sebrae/MS concede poder soberano ao Conselho Deliberativo, com dispositivos que atestam o poder de ingerência e controle que esse conselho detém sobre a Diretoria (peça 14, p. 12/14). Compartilho do entendimento tecido pela Secex/MS no relatório do TC 018.016/2006-0, juntado à peça 14 destes autos (p. 12/14), e acresço os demais argumentos ali consignados como minhas razões de decidir para manter sua responsabilidade.

31. Nesta linha de precedência, entendo que houve omissão daquele gestor no seu dever de fiscalizar os atos da Diretoria-Executiva do Sebrae/MS e/ou contra eles representar, notadamente quanto aos contratos 90 e 106/2005, que não tinham relação com as atribuições institucionais do Sebrae/MS, irregularidade que deve ser atribuída apenas a Manoel Catarino Paes Peró, então presidente do Conselho Deliberativo Estadual do Sebrae/MS.

32. Ressalto que, embora sua responsabilidade tenha sido excluída relativamente ao débito apurado nessa tomada de contas especial, entendo que nesta ocasião se apura sua omissão como presidente do conselho deliberativo, a qual entendo configurada.

33. Da mesma forma que assinalei no TC 018.016/2006-0, quando propus a rejeição das justificativas dos responsáveis, concluo, no âmbito dos presentes autos, que as irregularidades apuradas nas tomadas de contas especiais não se traduzem em eventos isolados, mas, sim, demonstram uma prática continuada da administração do Sebrae/MS

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em avençar com fundações ao arrepio da lei e com total desconexão entre os objetos avençados e as finalidades institucionais da entidade, em clara violação aos princípios da impessoalidade e da moralidade.

34. Tal orquestração só poderia ser plasmada com a colaboração ou mesmo omissão do presidente do conselho deliberativo, conforme procurei demonstrar por meio do quadro sinótico inserido no item quatro deste voto.

35. No tocante aos demais membros do Conselho Deliberativo Estadual do Sebrae/MS ouvidos em audiência acerca de sua omissão no dever de fiscalizar a execução das ações, projetos, programas e convênios a cargo da Diretoria-Executiva, evidenciada pelo conjunto de irregularidades observado nas avenças apontadas na alínea “g” da proposta de encaminhamento da unidade técnica – Alfredo Fernandes, Omar Carneiro da Cunha Sobrinho, Leôncio de Souza Brito Filho, Maurício Antônio Quarezemin; José Carlos Batista Neves Leocir Paulo Montagna, João Ramos Martins, Sidnéia Catarina Tobias, Fábio Edir dos Santos Costa e Sebastião Vieira D’Ávila –, acompanho os pareceres pela não responsabilização desses dirigentes, diante da não comprovação da ciência ou aprovação das avenças inquinadas.

36. É necessário, ainda, prosseguir na avaliação dos reflexos das tomadas de contas especiais apreciadas sobre estas contas. Nesse mister, os processos que tiveram a apreciação pela irregularidade e débito, envolvendo os gestores do Sebrae/MS neste exercício, são o TC 024.987/2008-2 e TC 025.031/2008-2.

37. O primeiro diz respeito ao convênio 19/2005, firmado com a Fundação Biótica, cujo produto não se configurou útil ou com propostas objetivas que aproveitassem ao Sebrae/MS. Caracterizou-se ato de gestão antieconômico e prejuízo à entidade, o que ensejou a condenação em débito dos gestores (acórdão 2813/2015-2ª Câmara).

38. O segundo processo relaciona-se aos convênios 12/2005 e 26/2005 – contratos 90/2005 e 106/2005 –, no qual, como dito, se concluiu que o produto pactuado não era pertinente às finalidades institucionais do Sebrae/MS e que possuía evidente semelhança com o objeto do Programa de Preservação à Biodiversidade financiado pelo Banco Mundial, com condenação em débito dos responsáveis (acórdão 871/2013-Plenário).

39. Os fatos impugnados nessas tomadas de contas especiais, a meu ver, são graves e implicam desvirtuamento na contratação de serviços e/ou no pagamento por serviços de baixa qualidade. O caráter pedagógico deste Tribunal também deve ser utilizado para sinalizar que algumas práticas administrativas, independentemente do valor envolvido, não serão toleradas ou incentivadas pelo controle externo. Assim, considero que os fatos apreciados nas tomadas de contas especiais são graves o suficiente para refletir negativamente nas contas ora examinadas.

40. Considero que os fatos alcançam não somente os gestores principais, mas, também o presidente do conselho deliberativo estadual, por isso, proponho julgar suas contas irregulares.

41. Relativamente à proposta de inabilitar os gestores, acompanho o MPTCU quando afirma que aqueles já tiveram sua inabilitação decretada por este Tribunal por

39

fatos de mesma natureza. Embora os atos tenham sido praticados no exercício de 2006, e não neste, considero suficiente a medida já adotada pelo TCU no TC 007.210/2013-2 (acórdão 2675/2014-TCU-Plenário).

42. O fundamento para julgamento pela irregularidade destas contas deve ser o art. 16, inciso III, alínea “b”, da Lei 8.443/1992, uma vez não caracterizado débito nestas contas, o que dispensa a remessa de documentos para o Ministério Público Federal, conforme havia proposto a unidade técnica.

43. Esclareço que deixo de propor multa a Laurindo Faria Petelinkar, André Simões e Rose Ane Vieira em razão de já terem sido multados pelos mesmos fatos que refletiram nestas contas. Quanto a Manoel Catarino Paes Peró, cabe-lhe a multa uma vez não caracterizado o bis in idem.

Posto isso, acompanho o MPTCU e voto por que o Tribunal adote a deliberação que ora submeto a sua consideração.

TCU, Sala das Sessões, em 15 de março de 2017.

ANA ARRAES

Relatora

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ACÓRDÃO Nº 744/2017 – TCU – Plenário

1. Processo TC 011.966/2006-9.

2. Grupo II – Classe IV – Prestação de Contas de 2005.

3. Responsáveis: Alfredo Fernandes (CPF 002.598.101-34), André Simões (CPF 554.442.101-

34), Ari Basso (CPF 058.019.820-00), Augusto César Merey Vilhalba (CPF 464.904.001-97),

Cristiano Monteiro (CPF 693.427.331-15), Célia de Oliveira (CPF 390.324.691-34), Francisca

Zequim Colado (CPF 111.992.531-20), Francisco Xavier da Costa Garcia (CPF 027.172.981-34),

Frederico Alberto Gonçales (CPF 140.839.141-49), Fábio Edir dos Santos Costa (CPF

123.548.048-81), Henrique José Fernandes (CPF 487.636.916-04), Ido Luiz Michels (CPF

417.426.999-87), Irandina Fernandes Neves (CPF 660.221.181-15), Ivan Abrahão Marinho (CPF

102.859.461-53), José Carlos Batista Neves (CPF 304.923.199-87), José Roberto Giuliani (CPF

584.023.818-04), João Ramos Martins (CPF 195.719.849-49), Laurindo Faria Petelinkar (CPF

709.030.938-04), Leocir Paulo Montagna (CPF 445.327.171-91), Leôncio de Souza Brito Filho

(CPF 003.588.511-49), Luiz Antônio Caron (CPF 928.010.138-20), Luiz Carlos Ferreira Gomes

(CPF 108.198.191-15), Luiz Cláudio Sabedotti Fornari (CPF 020.282.800-00), Manoel Catarino

Paes Peró (CPF 051.554.601-15), Marcos Luiz Galles (CPF 204.220.839-68), Maria de Lourdes e

Silva (CPF 155.578.711-87), Maurício Antônio Quarezemin (CPF 785.085.418-72), Mônica

Gonçalves Linchin (CPF 562.986.411-49), Omar Carneiro da Cunha Sobrinho (CPF 832.328.697-

34), Renato Antunes Estrada (CPF 421.111.961-34), Rose Ane Vieira (CPF 365.768.161-20),

Sandra Amarilha (CPF 518.496.071-68), Sebastião Vieira D’Ávila (CPF 024.640.391-87), Sidnéia

Catarina Tobias (CPF 062.136.958-69), Ubiratan Rebouças Chaves (CPF 138.762.011-87),

Zenilda Auxiliadora Martins (CPF 337.188.811-87) e Álvaro Banducci Júnior (CPF 257.740.771-

87).

4. Unidade: Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Mato Grosso do Sul –

Sebrae/MS.

5. Relatora: ministra Ana Arraes.

6. Representante do Ministério Público: procurador Rodrigo Medeiros de Lima.

7. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo no Estado do Mato Grosso do Sul –

41

Secex/MS.

8. Representação legal: Regina Iara Ayub Bezerra (4.172-B/OAB-MS), representando Laurindo

Faria Petelinkar e André Simões.

9. Acórdão:

VISTA, relatada e discutida a prestação de contas do exercício de 2005 do Serviço

de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Mato Grosso do Sul – Sebrae/MS.

ACORDAM os ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão

extraordinária do Plenário, ante as razões expostas pela relatora e com fundamento nos arts.

1º, inciso I, 16, inciso III, alínea “b”, 19, 23, inciso III, 26, 28, inciso II, e 58, inciso I, da Lei

8.443/1992 c/c os arts. 214, inciso III, alínea “a”, e 217 do Regimento Interno, em:

9.1. julgar irregulares as contas de Manoel Catarino Paes Peró, Laurindo Faria

Petelinkar, André Simões e Rose Ane Vieira;

9.2. aplicar a Manoel Catarino Paes Peró a multa de R$ 20.000,00 (vinte mil reais),

a ser recolhida ao Tesouro Nacional, com atualização monetária calculada da data deste

acórdão até o dia do pagamento, se este for efetuado após o vencimento do prazo abaixo

estipulado;

9.3. fixar prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para comprovação,

perante o Tribunal, do recolhimento da dívida acima imputada;

9.4. autorizar a cobrança judicial da dívida, caso não atendida a notificação;

9.5. autorizar o pagamento da dívida em até 36 (trinta e seis) parcelas mensais

consecutivas, caso venha a ser solicitado pelo responsável antes do envio do processo para

cobrança judicial;

9.6. fixar o vencimento da primeira parcela em 15 (quinze) dias, a contar do

recebimento da notificação, e o das demais a cada 30 (trinta) dias, com incidência dos

respectivos encargos legais sobre o valor de cada parcela;

9.7. alertar ao responsável que a inadimplência de qualquer parcela acarretará

vencimento antecipado do saldo devedor;

9.8. com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso II, 18 e 23, inciso II, da Lei

8.443/1992, julgar regulares com ressalva as contas de Alfredo Fernandes, Ari Basso, Augusto

César Merey Vilhalba, Cristiano Monteiro, Célia de Oliveira, Francisca Zequim Colado, Francisco

Xavier da Costa Garcia, Frederico Alberto Gonçales, Fábio Edir dos Santos Costa, Henrique José

Fernandes, Ido Luiz Michels, Irandina Fernandes Neves, Ivan Abrahão Marinho, José Carlos

Batista Neves, José Roberto Giuliani, João Ramos Martins, Leocir Paulo Montagna, Leôncio de

Souza Brito Filho, Luiz Antônio Caron, Luiz Carlos Ferreira Gomes, Luiz Cláudio Sabedotti

Fornari, Marcos Luiz Galles, Maria de Lourdes e Silva, Maurício Antônio Quarezemin, Mônica

[j1] Comentário: # alíneas “a” – omissão; “b” – ato de gestão ilegal, ilegítimo e infração à norma legal; “c” – dano (ato ilegítimo ou antieconômico); “d” – desfalque ou desvio.

[j2] Comentário: # alíneas “a” – omissão; “b” – ato de gestão ilegal, ilegítimo e infração à norma legal; “c” – dano (ato ilegítimo ou antieconômico); “d” – desfalque ou desvio.

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Gonçalves Linchin, Omar Carneiro da Cunha Sobrinho, Renato Antunes Estrada, Sandra

Amarilha, Sebastião Vieira D’Ávila, Sidnéia Catarina Tobias, Ubiratan Rebouças Chaves, Zenilda

Auxiliadora Martins e Álvaro Banducci Júnior, dando-se-lhes quitação;

9.9. dar ciência ao Sebrae/MS acerca das seguintes impropriedades detectadas no

exercício de 2005:

9.9.1. ausência de controles efetivos dos bens móveis utilizados na entidade e a

utilização de termos de responsabilidade desatualizados, dificultando o cumprimento ao

disposto no art. 50 da Lei Complementar nº 101/2000;

9.9.2. ausência de levantamento patrimonial rigoroso com o fito de verificar a

localização de bens ou promover a devida apuração de responsabilidades, em caso de bens

não encontrados, dificultando o cumprimento ao disposto no referido art. 50 da Lei

Complementar nº 101/2000;

9.9.3. ausência, no rol de responsáveis da entidade, quando da formalização do

processo de prestação de contas, dos nomes dos gestores que exerceram funções relevantes

no decorrer do exercício – em conformidade com as normas do Tribunal –, impossibilitando o

respectivo julgamento das contas, nos termos do artigo 71, II, da Constituição Federal;

9.9.4. ausência de informações no relatório de gestão quanto ao cumprimento

das determinações e recomendações emanadas pelo TCU e/ou pelo órgão do Sistema de

Controle Interno do Poder Executivo Federal, bem como quanto a apurações de denúncias,

dificultando o conhecimento do Tribunal das providências adotadas, tendo em vista o disposto

no art. 71, IX, da Constituição Federal, 43, I, e 49, IV, da Lei nº 8.443/92;

9.9.5. ausência de controles de seus veículos (logomarca da entidade,

combustível, itinerário), dificultando o cumprimento ao citado art. 50 da Lei Complementar nº

101/2000; e

9.10. dar ciência deste acórdão, assim como do relatório e do voto que o

fundamentaram, aos responsáveis envolvidos e à direção do Sebrae/MS.

10. Ata n° 12/2017 – Plenário.

11. Data da Sessão: 12/4/2017 – Extraordinária.

12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-0744-12/17-P.

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13. Especificação do quorum:

13.1. Ministros presentes: Raimundo Carreiro (Presidente), Walton Alencar Rodrigues, Augusto

Nardes, Ana Arraes (Relatora), Bruno Dantas e Vital do Rêgo.

13.2. Ministro-Substituto convocado: Augusto Sherman Cavalcanti.

13.3. Ministros-Substitutos presentes: Marcos Bemquerer Costa, André Luís de Carvalho e

Weder de Oliveira.

(Assinado Eletronicamente)

RAIMUNDO CARREIRO

(Assinado Eletronicamente)

ANA ARRAES

Presidente Relatora

Fui presente:

(Assinado Eletronicamente)

PAULO SOARES BUGARIN

Procurador-Geral