13
GUAÇATONGA NOME CIENTÍFICO Casearia sylvestris Swartz. var. sylvestris. FAMÍLIA BOTÂNICA Flacourtiaceae. SINONÍMIA Apiá-açonoçú, baga-de-pomba, bugre-branco, café-bravo, café-de-fraile, café-do-diabo, cafezeiro-bravo, cafezeiro-do-mato, cafezinho-do-mato, caimbim, cambroé, caroba, carvalhinho, chá-de-bugre, chá-de- frade, chá-de-são-gonçalinho, erva-da- pontada, erva-de-pontada, erva-de-bugre, erva-de-guaçatunga-falsa, erva-de-lagarto, erva-de-pontada, estralador, fruta-de- saíra, gaibim, gaimbim, guaçatunga, guaçatunga-branca, guaçatunga-falsa, guaçatunga-preta, guaçutonga, guaçutunga, guassatonga, língua-de-lagarto, língua-de- tiú, marmelada-vermellha, marmelinho-do- campo, paratudo, pau-de-bugre, pau-de- lagarto, petumba, pioia, pióia, pitumba- de-folha-miúda, pombeiro, quacitunga, saritã, uassatonga, vacatunga, varre- forno, vassitonga, vassatunga. HABITAT Espécie autóctone, pioneira, que habita as beiradas de Mata Atlântica, normalmente consorciada a cipós, capoeiras e em capões. Cresce preferencialmente na floresta pluvial da Encosta Atlântica, em áreas úmidas, várzeas, encostas suaves e

Guaçatonga - Casearia sylvestris Swartz. var. sylvestris. - Ervas Medicinais – Ficha Completa Ilustrada

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Nome Científico – Família Botânica – Sinonímia – Habitat – Fitologia – Clima – Solo – Agrologia – Partes Utilizadas – Fitoquímica - Propriedades Etnoterapêuticas – Indicações – Atividade Biológica - Formas de Usos – Toxicologia - Outras Propriedades

Citation preview

GUAÇATONGA

NOME CIENTÍFICOCasearia sylvestris Swartz. var. sylvestris.

FAMÍLIA BOTÂNICAFlacourtiaceae.

SINONÍMIAApiá-açonoçú, baga-de-pomba, bugre-branco, café-bravo, café-de-fraile, café-do-diabo, cafezeiro-bravo, cafezeiro-do-mato, cafezinho-do-mato, caimbim, cambroé, caroba, carvalhinho, chá-de-bugre, chá-de-frade, chá-de-são-gonçalinho, erva-da-pontada, erva-de-pontada, erva-de-bugre, erva-de-guaçatunga-falsa, erva-de-lagarto, erva-de-pontada, estralador, fruta-de-saíra, gaibim, gaimbim, guaçatunga, guaçatunga-branca, guaçatunga-falsa, guaçatunga-preta, guaçutonga, guaçutunga, guassatonga, língua-de-lagarto, língua-de-tiú, marmelada-vermellha, marmelinho-do-campo, paratudo, pau-de-bugre, pau-de-lagarto, petumba, pioia, pióia, pitumba-de-folha-miúda, pombeiro, quacitunga, saritã, uassatonga, vacatunga, varre-forno, vassitonga, vassatunga.

HABITATEspécie autóctone, pioneira, que habita as beiradas de Mata Atlântica, normalmente consorciada a cipós, capoeiras e em capões. Cresce preferencialmente na floresta pluvial da Encosta Atlântica, em áreas úmidas, várzeas, encostas suaves e até pedregosas. É encontrada em altitudes de até 2.000m (213).

FITOLOGIAPlanta arbórea perene que cresce em média de 2 a 6m de altura, mas pode chegar até 20m de altura por 0,4m de diâmetro na base (213). Tem a casca cinéreo-pardacenta, rugosa e com pequenas fendas quase superficiais (lenticelas).

Os ramos novos tem folhas com nervuras ferrugíneo-pubescentes e os adultos glabras, persistentes, inequiláteras, alternas, pecioladas, lanceoladas até ovadas ou elípticas, serreado-denteadas ou subinteiras, densa e minusculamente pelúcido-glanduloso-punctatas, agudas até longo-acuminadas no ápice, estreitas e arredondadas na base com até 14cm de comprimento e 5cm de largura. Apresenta 5 a 8 nervuras laterais. Umbelas axilares sésseis. As flores são pequenas e esverdeadas, exalando um forte aroma. O fruto é uma cápsula ovóide-globosa, glabra, pequena (cerca de 3mm de diâmetro), vermelha quando madura, contendo 2 a 6 sementes em arilo lanoso, amarelo e comestível.

CLIMAÉ de clima tipicamente tropical, seletiva higrófita, heliófita ou esciófita (213).

SOLOPrefere solo do tipo calcário e ricos em húmus, porém adapta-se até mesmo em solos secos e pobres.

AGROLOGIA Espaçamento: 4 x 4m. Propagação: sementes e estacas de ramos. A

emergência das sementes, cujo poder germinativo é baixo, ocorre entre 20 a 30 dias (241). As sementes são postas a germinar em saquinhos plásticos perfurados contendo substrato organo-mineral.

Plantio: março. Florescimento: julho a novembro. Os frutos

amadurecem em setembro até dezembro. Colheita: inicia ao final do segundo ano de cultivo. Produção de sementes: 1kg de sementes contém

cerca de 84.000 unidades, de curta viabilidade (241).

PARTES UTILIZADASFolhas, cascas e raízes.

FITOQUÍMICAAs folhas contém diterpenos (casearia clerodeno I a VI e casearina A a R), óleo essencial (2,5%) (350), que apresenta aroma agradável e com alto teor de terpenos e ácido capróico (391), além de saponinas, alcalóides, flavonóides (179), tanino, resina, antocianosídeo (145), e -elemeno, -copaeno, -cariofileno, -humuleno, germacreno-D, biciclo-germacreno, e -cadineno e espatulenol (291).

PROPRIEDADES ETNOTERAPÊUTICASA planta é depurativa, anti-reumática, vulnerária, cardiotônica, antiobésica, diurética, antiartrítica (341), hemostática, anestésica tópica em lesões da pele (Panizzate e Silva, apud 179), anticolesterolêmica, cardiotônica (271), afrodisíaca, antipirética (183), cicatrizante (barba, espinhas), antisséptica, eupéptica, anti-herpética (145) antiulcerogênica, antiofídica (350), antidiarréica (93), antimicrobiana, fungicida (128), antiobésica, estimulante da circulação, anti-sifilítica (215), calmante e diaforética. A infusão da raiz e folhas é usada como depurativa, anti-sifilítica e antiespasmódica (169).

INDICAÇÕESUsada no tratamento de doenças de pele, úlceras dérmicas (151), úlceras estomacais (294), febre, inflamações, diarréias, herpes, picadas de cobra (externamente), dores do peito e do corpo (391), reumatismo, sarna, eczema, paralisia (169), inchaço das pernas (215), aftas, sapinho (128), picada de insetos, prurido (145), hidropisia, sífilis (32) e aids (imunoestimulante). Os criadores de gado utilizam as folhas para a expulsão da placenta pós-parto (31). A casca é utilizada para febres perniciosas e inflamatórias. O óleo da planta combate as lombrigas (233).

FARMACOLOGIA O extrato etanólico das folhas apresenta atividade antitumoral em ratos na dose de 100mg/kg i.p. contra o sarcoma 180 (191). O extrato etanólico a 70% das folhas secas demonstra atividade antiulcerosa em ratas, na dose de 57,5mg/kg, via intragástrica e uma inibição da atividade secretora gástrica (37). A tintura e o óleo essencial das folhas demonstram atividade cicatrizante em ratas (Scavone, apud 179). O extrato aquoso da planta apresenta atividade frente ao veneno de Bothrops jararaca e o óleo essencial teve um efeito inibidor dos processos induzidos pelo veneno de Bothrops alternatus (350).

ATIVIDADE BIOLÓGICAApresenta ainda atividade antibacteriana contra Bacillus subtilis (83; 407). FORMAS DE USO

Infuso ou decôcto: 5%, 50 a 200ml/dia (341).

10g de folhas frescas ou secas em 200ml de água quente. Esfriar e aplicar com algodão sobre o ferimento. Tomar 2 xícaras por dia da infusão para úlceras e problemas digestivos.

Compressa: ferver durante 10 minutos 30g de folhas de guaçatonga com 10g de folhas de confrei em 1 litro de água. Coar e aplicar compressas sobre eczemas (145).

Extrato fluido: 2 a 10ml/dia. Tintura: 10 a 50ml/dia. Elixir, xarope e vinho: 20 a 100ml/dia (341). Alcolatura: macerar por 5 dias 20g de folhas em

½ copo de álcool neutro. Coar e aplicar topicamente (picada de insetos). O preparado deve ser mantido em locais frescos e em frascos escuros (128).

TOXICOLOGIA

Os extratos aquosos das folhas demonstram atividade sobre a musculatura lisa uterina de ratas podem explicar a sua ação abortiva. A DL50 em ratos foi estimada em 1792g do extrato seco/kg (Amarante e Silva, apud 179).

OUTRAS PROPRIEDADES O tronco fornece madeira útil para marcenaria e

carpintaria, podendo ser utilizada na construção civil, em torno, tacos, tábuas para assoalho, lenha e carvão (241).

O óleo essencial apresenta coloração amarelo citrino, odor semelhante ao cedro e é amargo. Sua densidade é de 0,925 (291).

c