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Planos de aula
Guerra civil na Inglaterra: ideias em disputa
Por: Gabriel Amato Bruno De Lima / 04 de Abril de 2019
Código: HIS8_02UND02
Habilidade(s):
EF08HI02Anos Finais - 8º Ano - O mundo contemporâneo: o Antigo Regime em criseIdentificar as particularidades político-sociais da Inglaterra do século XVII e analisar os desdobramentos posteriores à Revolução Gloriosa.
Sobre o Plano
Este plano de aula foi produzido pelo Time de Autores de Nova Escola
Professor: Gabriel Lima
Mentor: Bianca Silva
Especialista: Sherol dos Santos
Assessor pedagógico: Oldimar Cardoso
Ano: 8º ano do Ensino Fundamental
Unidade temática: O mundo contemporâneo : o Antigo Regime em crise.
Objeto(s) de conhecimento: As revoluções inglesas e os princípios do liberalismo.
Habilidade(s) da BNCC: (EF08HI02) Identificar as particularidades político-sociais da Inglaterra do século XVII e analisar os desdobramentos posteriores à Revolução Gloriosa.
Palavras-chave: Guerra civil inglesa, revolução,levellerslevellers , diggers diggers.
Endereço da página:https://novaescola.org.br/plano-de-aula/5439/guerra-civil-na-inglaterra-ideias-em-disputa
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Materiais complementares
DocumentoTrecho da canção digger "Stand Up Now"https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/8qvcRkhjJkjAeBEqMWnDqdFyXUxmkDYVrUHVf55UJRT73YJVecQdDJJuj6cd/his8-02und02--trecho-da-cancao-digger-stand-up-now.pdf
DocumentoTrecho do texto “Ideologia e protesto popular", por George Rudéhttps://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/UA85Wgz449Cpx6Jc3jTgFRUMAwNaKmmHSTHr85MFjtWw9q8RGVEZHhApTref/his8-02und02--trecho-do-texto-ideologia-e-protesto-popular--por-george-rude.pdf
DocumentoTrecho do texto “O mundo de ponta-cabeça", por Christopher Hillhttps://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/CMft4Yx3zwWUMyjsZrcqEFKpzg3C9HYW7DCX5fvxPcXAP6NY5YNUCjSGYhQu/his8-02und02--trecho-do-texto-o-mundo-de-ponta-cabeca--por-christopher-hill.pdf
DocumentoTabela comparativahttps://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/V9M85yKAUz2XBH5rEXRV792EgfxUTSAPQgnQDzJZg8a3DdKQ7dXdTWywXhUR/his8-02und02--tabela-comparativa.pdf
DocumentoResolução da atividadehttps://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/GfycYEBmBMnthzSsHB2D4eeFd38Bsq3ZZK8XkWAEmP7SNygXk5PpWdzs5d7H/his8-02und02-resolucao-da-atividade.pdf
Plano de aula
Guerra civil na Inglaterra: ideias em disputa
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Slide 1 Sobre este plano
Este slide em específico não deve ser apresentadopara os alunos, ele apenas resume o conteúdo daaula para que você possa se planejar.Este plano está previsto para ser realizado em umaaula de 50 minutos. Serão abordados aspectos quefazem parte do trabalho com a habilidadeEF08HI02, de História, que consta na BNCC. Comoa habilidade deve ser desenvolvida ao longo detodo o ano, você observará que ela não serácontemplada em sua totalidade aqui e que aspropostas podem ter continuidade em aulassubsequentes.Materiais necessários:– Cópias impressas dos textos ou data show paraprojeção destas fontes.– Aparelho de som para a audição da canção, casoseja possível.– Cópias impressas da tabela comparativa.– Quadro e giz/pincel.Material complementar :Trecho da canção digger “Stand up now”:https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/8qvcRkhjJkjAeBEqMWnDqdFyXUxmkDYVrUHVf55UJRT73YJVecQdDJJuj6cd/his8-02und02--trecho-da-cancao-digger-stand-up-now.pdfTrecho do texto “Ideologia e protesto popular",por George Rudé:https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/UA85Wgz449Cpx6Jc3jTgFRUMAwNaKmmHSTHr85MFjtWw9q8RGVEZHhApTref/his8-02und02--trecho-do-texto-ideologia-e-protesto-popular--por-george-rude.pdfTrecho do texto “O mundo de ponta-cabeça”, porChristopher Hill:https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/CMft4Yx3zwWUMyjsZrcqEFKpzg3C9HYW7DCX5fvxPcXAP6NY5YNUCjSGYhQu/his8-02und02--trecho-do-texto-o-mundo-de-ponta-cabeca--por-christopher-hill.pdfTabela comparativa para análise das fonteshistoriográficas:https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/V9M85yKAUz2XBH5rEXRV792EgfxUTSAPQgnQDzJZg8a3DdKQ7dXdTWywXhUR/his8-02und02--tabela-comparativa.pdfModelo de resolução da atividade (apenas comoreferência para o professor):https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/GfycYEBmBMnthzSsHB2D4eeFd38Bsq3ZZK8XkWAEmP7SNygXk5PpWdzs5d7H/his8-02und02-resolucao-da-atividade.pdfPara você saber mais:ROBERGE, Lívia Bernardes. “O povo pobre e
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ROBERGE, Lívia Bernardes. “O povo pobre eoprimido da Inglaterra”: as representações diggersna Inglaterra Revolucionária (1607-1652). Anaisdo XXIV Simpósio Nacional de História – Contra ospreconceitos: história e democracia . Brasília, 2018.Disponível em:https://www.snh2017.anpuh.org/resources/anais/54/1502847388_ARQUIVO_ArtigoFinalAnpuh.pdfAcesso em: 8 de janeiro de 2019.SOARES, Olavo Pereira. A música nas aulas deHistória: o debate teórico sobre as metodologiasde ensino. História Hoje, vol. 6, nº 11, jan.-jun.2017, p. 78-09. Disponível em:https://doi.org/10.20949/rhhj.v6i11.325 Acessoem: 8 de janeiro de 2019.FLORENZANO, Modesto. Olhando para os doislados do Canal da Mancha: polêmicas erevisionismo na historiografia da RevoluçãoInglesa. Proj. História, São Paulo, (30), jun. 2005, p.127-136. Disponível em:https://revistas.pucsp.br/index.php/revph/article/viewFile/2257/1350Acesso em: 9 de janeiro de 2019.
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Slide 2 Objetivo
Tempo sugerido: 2 minutos.Orientações: Apresente o objetivo aos alunosescrevendo-o no quadro ou lendo-o para a turma.Se estiver fazendo uso de projetor, apresente esteslide e faça uma leitura coletiva. Lembre-se de nãoantecipar as reflexões da aula neste momento, poisa intenção é que os estudantes construam oraciocínio por meio da leitura e debate das fontes,com a sua mediação.
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Slide 3 Contexto
Tempo sugerido : 10 minutos.Orientações: Professor, para contextualizar adiversidade de projetos políticos na Inglaterra doséculo XVII, apresente aos estudantes um trecho dacanção do grupo radical digger “Stand up now”,produzida no século XVII. Ele está disponível, comtradução e junto com um Glossário no link:https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/8qvcRkhjJkjAeBEqMWnDqdFyXUxmkDYVrUHVf55UJRT73YJVecQdDJJuj6cd/his8-02und02--trecho-da-cancao-digger-stand-up-now.pdfÉ possível, caso haja um aparelho de somdisponível na escola, executar o trecho inicial deuma gravação desta canção feita por LeonRosselson no século XX e disponível no link:http://www.diggers.org/english_diggers.htmAlém disso, há a possibilidade de trabalho emconjunto com o professor de Língua Inglesa para aleitura e/ou tradução da canção digger, com baseno original.Na discussão sobre a fonte, questione osestudantes:Quais conflitos aparecem na canção? (A intenção éque os alunos identifiquem as divergências entre osescavadores (diggers), uma população mais pobrena região rural da Inglaterra do século XVII, e anobreza (gentry), que era proprietária das terras ede privilégios de nascimento.) Não se esqueça depedir para que leiam o Glossário.Quem iria fazer desmoronar as casas dosescavadores? (Gentry, a nobreza rural inglesa.)Por que a letra da canção vê como algo positivo odesmoronamento da nobreza (gentry) e o uso dacoroa pelos pobres? (Neste momento, o objetivo éque os estudantes percebam como as metáforasutilizadas na letra tinham um sentido favorável àmudança social, popularizando um projeto queinvertia as hierarquias da sociedade inglesa doséculo XVII.)Por fim, questione aos alunos sobre a melodia damúsica:Por que ela foi gravada, no século XX, como umhino, com sons típicos da marcha de soldados? (Aintenção é que eles percebam que a melodia e aletra, juntas, convocam os escavadores à açãopolítica, a lutar pelas mudanças sociais descritasna fonte.)Para você saber mais :ROBERGE, Lívia Bernardes. “O povo pobre e
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ROBERGE, Lívia Bernardes. “O povo pobre eoprimido da Inglaterra”: as representações diggersna Inglaterra Revolucionária (1607-1652). Anaisdo XXIV Simpósio Nacional de História – Contra ospreconceitos: história e democracia . Brasília, 2018.Disponível em:https://www.snh2017.anpuh.org/resources/anais/54/1502847388_ARQUIVO_ArtigoFinalAnpuh.pdfAcesso em: 8 de janeiro de 2019.SOARES, Olavo Pereira. A música nas aulas deHistória: o debate teórico sobre as metodologiasde ensino. História Hoje, vol. 6, nº 11, jan.-jun.2017, p. 78-09. Disponível em:https://doi.org/10.20949/rhhj.v6i11.325 Acessoem: 8 de janeiro de 2019.
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Slide 4 Problematização
Tempo sugerido : 20 minutos.Orientações: Agrupe os estudantes em duplas eentregue para cada um deles trechos diferentes dostextos historiográficos disponíveis nos links:https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/UA85Wgz449Cpx6Jc3jTgFRUMAwNaKmmHSTHr85MFjtWw9q8RGVEZHhApTref/his8-02und02--trecho-do-texto-ideologia-e-protesto-popular--por-george-rude.pdf ehttps://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/CMft4Yx3zwWUMyjsZrcqEFKpzg3C9HYW7DCX5fvxPcXAP6NY5YNUCjSGYhQu/his8-02und02--trecho-do-texto-o-mundo-de-ponta-cabeca--por-christopher-hill.pdfAlém disso, entregue e peça a eles que preencham aseguinte tabela comparativa sobre as fontes:https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/V9M85yKAUz2XBH5rEXRV792EgfxUTSAPQgnQDzJZg8a3DdKQ7dXdTWywXhUR/his8-02und02--tabela-comparativa.pdf O objetivo éque os estudantes consigam identificar, com aleitura mediada dos textos, quais os grupos sociaise os projetos em disputa na Inglaterra do séculoXVII que são apontados pelos dois historiadores.Diga aos alunos que eles terão de 5 a 10 minutospara ler, individualmente, os textos que receberam.Enquanto os estudantes leem as fontes, medie aleitura, pedindo que os alunos destaquem asdúvidas de vocabulário e buscando esclarecer ossignificados destas palavras.Estimule-os a ir preenchendo a tabelacomparativa, transcrevendo algumas expressõesdo texto para a folha (por exemplo, os“fazendeiros”, os “capitães de casaco de burel”, os“grandes comerciantes” compunham um dosgrupos sociais da Revolução, segundo GeorgesRudé; já para Christopher Hill, este mesmo grupoeram os “homens com propriedade”). Depois daleitura individual, peça aos alunos que contem paraa sua dupla como os projetos do Parlamento, doslevellers e dos diggers são interpretados pelo autorde cada texto. Peça a eles também que finalizem opreenchimento da tabela.Após este momento de debate em duplas, traga adiscussão dos textos para o coletivo e questione aturma:- Os autores concordam ou discordam em suasinterpretações? No quê?A intenção é que os estudantes percebem apolifonia de sentidos atribuídos à Revolução naInglaterra de meados do século XVII e como esteprocesso é interpretado por Christopher Hill e
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processo é interpretado por Christopher Hill eGeorges Rudé. Enquanto Hill aponta para adiversidade de projetos políticos presentes nestecontexto, Rudé procura identificar os grupossociais envolvidos no processo e seus interessesconflitantes. Você pode pedir a algumas duplaspara ler as respostas que deram às perguntas databela sobre as fontes historiográficas quepreencheram.Para aprofundar o debate e melhorar acompreensão dos textos, você pode fazer perguntascomo:Quais grupos sociais pertenciam ao Exército novo edefendiam o Parlamento, segundo Rudé?O que o mesmo autor quer dizer com a palavra“agitadores” quando ele descreve os levellers?Quais as duas revoluções que existiam naInglaterra no século XVII, segundo Hill?Por que os levellers estavam mais preocupadoscom as questões econômicas, segundo o mesmoautor?Neste momento, a intenção é que os alunosconsigam apontar as diferenças e as semelhançasnos textos dos dois autores. Segundo Rudé, oExército de Novo Tipo criado por Cromwell (cujapromoção era baseada no mérito, não nosprivilégios de nascimento) era composto tanto deproprietários de terra como de grupos sociais maishumildes. Os “agitadores”, neste sentido, são osgrupos políticos que desejavam levar as mudançassociais da Revolução mais a fundo, reestruturandoa sociedade inglesa em termos mais igualitários.Hill, por sua vez, diferencia uma revolução ligadaaos interesses liberais dos grandes proprietários,resumidos pela referência à “ética protestante”explicada pelo autor no texto, e outra mais radical,identificada com levellers e diggers. Por ser maisdesprivilegiados socialmente, estes gruposradicais se concentravam na luta pela igualdadeeconômica.Na medida em que os estudantes foremidentificando as interpretações dos doishistoriadores, estimule-os a retomar a cançãodigger trabalhada no primeiro momento da aula.Podem ser feitas perguntas como:O projeto de revolução mais radical, indicado porChristopher Hill, está presente na letra da canção?Quais demandas presentes na canção também sãoapontadas pelos historiadores?Desta forma, espera-se que os estudantes possamidentificar que a canção é indício de um dos
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identificar que a canção é indício de um dosprojetos presentes na Inglaterra deste contexto –aquele mais popular e radical, que defendia o queHill chama de sistema comunal de uso da terra.Para você saber mais :FLORENZANO, Modesto. Olhando para os doislados do Canal da Mancha: polêmicas erevisionismo na historiografia da RevoluçãoInglesa. Proj. História, São Paulo, (30), jun. 2005, p.127-136. Disponível em:https://revistas.pucsp.br/index.php/revph/article/viewFile/2257/1350Acesso em: 9 de janeiro de 2019.
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Slide 5 Sistematização
Tempo sugerido : 18 minutos.Orientações: Mantenha os estudantes em duplas epeça que eles criem, conjuntamente, uma estrofede uma canção que traduza, em outras palavras,algum dos projetos de revolução indicados nasinterpretações de Christopher Hill e/ou de GeorgesRudé. Chame a atenção dos estudantes para anecessidade de selecionarem bem qual seria esteaspecto – as demandas de algum grupo específico(gentry, levellers, diggers), a ideia de “duasrevoluções” ou a noção de igualdade dapropriedade, por exemplo. Talvez, sejainteressante pedir a eles que escrevam,sinteticamente (em uma frase), qual seria esteaspecto antes de começarem a compor a letra damúsica.Diga aos estudantes que cada estrofe deve ter, emmédia, quatro versos, já que a intenção é criarcoletivamente uma canção sobre a RevoluçãoInglesa com a junção do trabalho de todas asduplas. Você pode encontrar dois exemplos deestrofe, que podem servir de modelo para otrabalho, no link: https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/GfycYEBmBMnthzSsHB2D4eeFd38Bsq3ZZK8XkWAEmP7SNygXk5PpWdzs5d7H/his8-02und02-resolucao-da-atividade.pdfNa medida em que as duplas forem terminando aprodução das estrofes, ajude os estudantes a fazeruma colagem de cada uma das partes com oobjetivo de compor uma canção. Se possível,escreva no quadro as estrofes e, no final da aula,peça aos estudantes que leiam coletivamente oresultado final da atividade.
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Trecho da canção digger “Stand Up Now” (séc. XVII), tradução livre "You noble Diggers all, stand up now, stand up now, You noble Diggers all, stand up now, The wast land to maintain, seeing Cavaliers by name Your digging does disdaine, and persons all defame Stand up now, stand up now. Your houses they pull down, stand up now, stand up now, Your houses they pull down, stand up now. Your houses they pull down to fright your men in town But the gentry must come down, and the poor shall wear the crown. Stand up now, Diggers all." "Vocês, nobres escavadores, levantam-se agora, levantem-se agora
Vocês, nobres escavadores, levantem-se agora A terra devastada para cuidar, vendo cavaleiros Sua escavação desdenham e todas as pessoas difamam Levante-se agora, levante-se agora Suas casas eles demolem, levantem-se agora, levantem-se agora Suas casas eles demolem, levantem-se agora Suas casas eles demolem para assustar seus homens na cidade Mas a nobreza deve desmoronar e os pobres devem usar a coroa. Levantem-se agora, todos os escavadores."
STAND UP NOW. Inglaterra, s.d. [séc. XVII]. Disponível em: <http://www.diggers.org/english_diggers.htm> Acesso em: 7 de jan. de 2019. Glossário:Diggers [escavadores]: Grupo político de protestantes, formado por parte da população mais pobre das regiões rurais na Inglaterra do século XVII, que defendiam o coletivismo e se autodenominavam “verdadeiros niveladores”. Gentry [nobreza]: Nobreza rural, isto é, os proprietários de terra no campo inglês durante o século XVII, que defendiam a continuidade de alguns privilégios relacionados à propriedade rural.
Trecho do texto Ideologia e protesto popular, por George Rudé
“A maior parte dos fazendeiros e artesãos [...] continuaram a lutar e
muitos chegaram a servir no New Model Army [Exército novo], lado a lado com os
'capitães de casaco de burel', de Cromwell, ao fim de 1644. Também os
'religiosos' continuaram sendo partidários decididos do Parlamento, e saíam
principalmente das camadas 'médias' da população. E foi dessas camadas
médias, e não dos trabalhadores como um todo, que uma nova ideologia
popular da revolução, uma combinação de elementos velhos e novos, começou
então a surgir. [...] A linha mais secular associa-se aos levellers e os diggers os
quais, embora seus programas diferisse muito, ofereciam soluções políticas e
sociais para males terrenos. Tais grupos surgiram dos acalorados debates,
realizados em Putney em 1647, entre oficiais do exército (favoráveis aos grandes
comerciantes e donos de propriedades rurais) e os 'agitadores', que
representavam as fileiras da tropa. Alguns levellers pediam, a princípio, a
igualdade da propriedade, merecendo assim o rótulo de leveller (nivelador) a
eles aplicado pelos seus críticos. Mas, com a continuação do debate, o grupo
principal de levellers [...] rejeitou as ideias coletivistas, embora continuasse, em
suas petições e manifestos, a condenar o monopólio, a pedir a abolição do
dízimo (com compensação para os proprietários, porém) e da prisão por dívidas,
e a reivindicar a reforma jurídica e o fim do cercamento das terras comuns e não
usadas.”
RUDÉ, George. Ideologia e protesto popular. Rio de Janeiro: Zahar, 1982, p. 78-79. Glossário: Burel: Tecido de lã, usado pela nobreza inglesa no século XVII. Secular: Característica do que não é religioso, isto é, temporal, mundano. Monopólio: Exclusividade, posse de apenas alguém ou de um grupo restrito.
Trecho do texto O mundo de ponta-cabeça: ideias radicais durante a Revolução Inglesa de 1640, por Christopher Hill
“Podemos ser algo simplistas e dizer que houve duas revoluções na
Inglaterra dos meados do século XVII. Uma, a que venceu, estabeleceu os
sagrados direitos de propriedade [...], conferiu poder político aos proprietários
[...] e removeu tudo o que impedia o triunfo da ideologia dos homens com
propriedades – ou seja, da ética protestante. Houve, porém, outra revolução,
que nunca chegou a se concretizar, embora de tempos em tempos ameaçasse
acontecer. Ela poderia haver estabelecido um sistema comunal de propriedade
e uma democracia muito mais ampla nas instituições legais e políticas; poderia,
também, haver retirado da Igreja Anglicana o seu caráter oficial e repudiado a
ética protestante. [...]
Os levellers nunca constituíram um partido ou movimento unido e
disciplinado [...]. A essa tendência interessavam menos as questões
constitucionais e mais as econômicas: defender os pobres contra os ricos, a
gente do povo contra os grandes do país – o que, é de se suspeitar, deveriam ser
as questões principais na mente das classes mais pobres durante os últimos
anos da década de 1640. [...] o pensamento e a ação não oficiais dos levellers
foram muito adiante do que pretendiam os dirigentes constitucionais e puseram
em questão a propriedade de uma forma, ao ver desses último, embaraçosa.”
HILL, Christopher. O mundo de ponta-cabeça: ideias radicais durante a Revolução Inglesa de 1640. São Paulo: Companhia das Letras, 1987, p. 32, p. 124 e p. 128. Glossário: Ética protestante: Dedicação persistente, esforçada e disciplinada ao trabalho que está ligada ao surgimento do capitalismo. Sistema comunal de propriedade: Forma de lidar com a terra em que ela é tratada como um bem coletivo, que pertence a todos e não a um proprietário único. Igreja Anglicana: Uma das igrejas criadas com a Reforma Protestante do século XVI que se tornou a religião oficial da Inglaterra a partir deste contexto.
Tabela comparativa: Georges Rudé e Christopher Hill sobre a
Revolução Inglesa
Ideologia e protesto popular, por Georges Rudé
O mundo de ponta-cabeça: ideias radicais durante a Revolução Inglesa de 1640, por Christopher Hill
Quais eram os grupos sociais que faziam parte da revolução?
Quais eram os dois projetos de revolução presentes neste contexto?
Quais ideias eram defendidas pelos proprietários de terra (gentry)?
Quais ideias eram defendidas pelos chamados "radicais" (levellers e diggers)?
Resolução da atividade: canção sobre os projetos de revolução
na Inglaterra do século XVII
Na Inglaterra, há muito tempo, havia duas revoluções:
Uma cheia de sonhos e outra, com muitas precauções.
Uma, dos escavadores e niveladores, pelo fim das distinções.
Outra, da pequena nobreza, com grandes ambições.
Na Inglaterra, há muito tempo, alguns eram chamados de agitadores,
Mas o que eles eram mesmo eram os nobres niveladores,
Pois, afinal, a igualdade queriam sem pudores.