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Pesquisa sobre a guerra do Vietnã e suas consegquênciasFeita por: Marco Antonio de Andrade em Dezembro/2009

TEXTOS EM INGLÊS

TRABALHOS BIMESTRAIS

GUERRA DO VIETNÃCONTRACULTURAFLOWER POWER

MOVIMENTO HIPPIEGERAÇÃO BEAT

ALLAN GINSBERGWOODSTOCK

Descobrindo o Inglês na terra do Tio Sam

Professor Marco Antonio de Andrade

Colégio Ápice

Sorocaba 2010Assuntos: Guerra do Vietnã, Contracultura, movimento Hippie, Flower Power, Geração Beat, Allan Ginsberg e Woodstock. 1

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Guerra do VietnãGuerra do Vietnã (ou Vietname, ou Vietnam, ou ainda, segundo os vietnamitas, Guerra Americana) foi um conflito armado ocorrido no Sudeste Asiático entre 1959 e 30 de abril de 1975.

A guerra colocou em confronto, de um lado, a República do Vietnã (Vietnã do Sul) e os Estados Unidos, com participação efetiva, porém secundária, da Coréia do Sul, da Austrália e da Nova Zelândia; e, de outro, a República Democrática do Vietnã (Vietnã do Norte) e a Frente Nacional para a Libertação do Vietname (FNL). A China, a Coréia do Norte e, principalmente, a União Soviética prestaram apoio logístico ao Vietnã do Norte, mas não se envolveram efetivamente no conflito.

Em 1965, os Estados Unidos enviaram tropas para sustentar o governo do Vietnã do Sul, que se mostrava incapaz de debelar o movimento insurgente de nacionalistas e comunistas, que se haviam juntado na Frente Nacional para a Libertação do Vietname (FNL). Entretanto, apesar de seu imenso poderio militar e econômico, os norte-americanos falharam em seus objetivos, sendo obrigados a se retirarem do país em 1973 e dois anos depois o Vietnã foi reunificado sob governo socialista, tornando-se oficialmente, em 1976, a República Socialista do Vietnã.

Na guerra, aproximadamente três a quatro milhões de vietnamitas dos dois lados morreram, além de outros dois milhões de cambojanos e laocianos, arrastados para a guerra com a propagação do conflito, e de cerca de 50 mil soldados dos Estados Unidos.

Durante o conflito, as tropas do exército da Vietnã do Norte travaram uma guerra convencional contra as tropas norte-americanas e sul-vietnamitas, e as milícias da FNL menos equipadas e treinados, lutaram uma guerra de guerrilha na região, usando as selvas do Vietnã, espalhando armadilhas mortais aos soldados inimigos, enquanto os Estados Unidos se armaram de grande poder de fogo, em artilharia e aviação de combate, para destruir as bases inimigas e impedir suas ofensivas.

À exceção das linhas de combate ao redor dos perímetros fortificados de bases e campos miitares, não houve nesta guerra a formação clássica de linhas de frente e as operações aconteceram em zonas delimitadas; missões de busca e destruição por parte das forças norte-americanas, com o uso de bombardeios maciços com armas químicas desfolhantes e sabotagens da guerrilha na retaguarda das zonas urbanas.

Travada com uma grande cobertura diária dos meios de comunicação, a guerra levou a uma forte oposição e divisão da sociedade norte-americana, que gerou os Acordos de Paz de Paris em 1973, causando a retirada das tropas do país do conflito. Ela prosseguiu com a luta entre o norte e o sul do Vietnã dividido, terminando em abril de 1975, com a invasão e ocupação comunista de Saigon, então a capital do Vietnã do Sul e a rendição total do exército sul-vietnamita.

Para os Estados Unidos, a Guerra do Vietnã resultou na maior confrontação armada em que o país já se viu envolvido, e a derrota provocou a 'Síndrome do Vietnã' em seus cidadãos e sua sociedade, causando profundos reflexos na sua cultura, na indústria cinematográfica e grande mudança na sua política exterior, até a eleição de Ronald Reagan, em 1980.

Antecedentes: derrota francesa e independência

Em 1950, a República Democrática do Vietnam e a República Popular da China de Mao Zedong, fizeram um reconhecimento diplomático mútuo, apoiado pela União Soviética. O Presidente dos Estados Unidos, Harry Truman, respondeu reconhecendo o governo fantoche francês na Indochina.

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Washington, parecendo desconhecer a longa antipatia histórica entre o Vietnam e a China, temia que Hanói fosse um peão chinês e, por extensão, da União Soviética, o que era considerado impensável por analistas conhecedores da história da Indochina e seus vizinhos asiáticos, mostrando apenas a ignorância dos governos americanos da época. De qualquer maneira, o apoio chinês era muito importante para o sucesso do Viet Minh e os chineses deram grande apoio material e logístico ao comunistas vietnamitas durante a guerra.

O início da Guerra da Coréia, em 1950, foi um ponto decisivo na situação local do Sudeste Asiático do ponto de vista político. Pela perspectiva de Washington, o que havia sido uma guerra colonial na Indochina, havia se transformado em outro exemplo da expansão comunista dirigida pelo Kremlin.

Neste mesmo ano, um grupo de conselheiros e analistas militares norte-americanos chegou à região para analisar a situação local e os pedidos de ajuda dos franceses em suprimentos e estratégia e treinar soldados vietnamitas. Quatro anos depois, os Estados Unidos haviam fornecido trezentas mil armas de pequeno porte e gasto um bilhão de dólares em apoio ao esforço militar francês e o então governo Eisenhower estava bancando 80% do custo da guerra. Por outro lado, o Viet Minh recebia apoio crucial de soviéticos e chineses, estes enviando equipamentos pela fronteira dos dois países, graças a um acordo entre os dois governos.

A Batalha de Dien Bien Phu, em março e maio de 1954, marcou o fim do envolvimento francês na Indochina. O Viet Minh e seu mercurial comandante militar, Vo Nguyen Giap, impuseram aos franceses uma grande derrota militar, com a rendição da guarnição francesa em 7 de maio. Em Genebra, a França negociou um acordo de cessar fogo com os vietnamitas e a independência foi garantida ao Laos, ao Camboja e ao Vietnã. Mais de 400 mil soldados e civis morreram durante o conflito de nove anos.

O país foi temporariamente dividido em dois no Paralelo 17 e, de acordo com os termos da Convenção de Genebra, os habitantes de um lado e de outro tinham o direito de se moverem livremente entre os dois estados provisórios e eleições deveriam ser realizadas no país. Entretanto, isso nunca teve lugar. No norte, cerca de um milhão de habitantes, a grande maioria deles católicos, fugiram para sul temendo o novo regime de Ho Chi Minh, que estabeleceu no país um estado socialista – a República Socialista do Vietnã – e o engajou num grande programa de reforma agrária. No sul, um estado não-comunista havia sido estabelecido sob o Imperador Bao Dai, um antigo fantoche dos franceses e dos japoneses e Ngo Dinh Diem se tornou primeiro-ministro.

Além da fuga em massa dos católicos para o sul, mais de 90 mil combatentes do Viet Minh foram para o norte, para o ‘reagrupamento’ entre as forças comunistas previsto em Genebra; entretanto, em desacordo com as decisões conjuntas na Suíça, o Viet Minh deixou no sul cerca de 5 a 10 mil células de simpatizantes, como uma “substrututura político-militar com o objetivo de fazer uma insurreição”.

A Era de Diem (1955-1963)

O Acordo de Genebra previa que:

1. O Vietnã seria momentaneamente dividido em duas partes, a partir do paralelo 17. A parte norte ficaria sob o governo de Ho Chi Minh, enquanto o sul ficaria sob o domínio do imperador Bao Dai (dependente dos franceses);

2. Entre as duas partes, haveria uma Zona Desmilitarizada (ZDM); 3. Seriam realizadas eleições, em 20 de julho de 1956, para unificar o país, sob supervisão

internacional.

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Os Estados Unidos, numa atitude única entre as grandes potências, se recusaram a assinar o acordo, demonstrando, desse modo, que não pretendiam respeitá-lo.

De fato, não tardou para que Washington promovesse um golpe militar em Saigon. Mediante um Plebiscito (reconhecidamente fraudulento), Bao Dai foi deposto e o poder foi entregue ao líder católico, Ngo Dinh Diem, comprometido com os norte-americanos. Diem implantou uma ditadura militar, proclamou a independência do Vietnã do Sul e cancelou as eleições previstas pelo Acordo de Genebra, porque havia a convicção de que ela daria a vitória a Ho Chi Minh.

Para justificar-se perante a opinião pública nacional e internacional, que lhe cobrava por impedir que o povo vietnamita escolhesse, livremente, seu regime de governo, o presidente Eisenhower apelou para uma Teoria do Dominó:

"Se vocês colocarem uma série de peças de dominó em fila e empurrarem a primeira, logo acabará caindo até a última... se permitirmos que os comunistas conquistem o Vietnã, corre-se o risco de se provocar uma reação em cadeia e todo os estados da Ásia Oriental tornar-se-ão comunistas um após o outro".

Contando com a colaboração intensiva dos EUA (muitas armas e muito dinheiro), o governo de Diem caracterizou-se pelo despotismo e pela mais ampla corrupção. Reprimiu as seitas sul-vietnamitas, indispôs-se com os budistas e perseguiu violentamente os nacionalistas e comunistas, levando esses dois grupos a se unirem, em 1960, na Frente de Libertação Nacional (FLN), adotando a luta de guerrilha para opor-se ao governo sediado em Saigon.

Vietcong

Os membros da FNL passaram a ser chamados de "vietcongs", pelos estadunidenses e seus aliados.

O termo tinha o propósito de desacreditar os guerrilheiros, aplicando-lhes a pecha de "vietnamitas comunistas". Seus criadores basearam-se no cenário vigente nos Estados Unidos, onde o termo "comunista" alarma a opinião pública e conduz, não raro, a reações histéricas. Mas naquela região da Ásia, o efeito não era o mesmo, até porque, em muitos casos, os comunistas se identificavam com movimentos nacionalistas que lutavam pela independência de povos submetidos ao domínio estrangeiro.

Ao se dar conta de seu engano, Washington tentou retificar a situação, promovendo um concurso público, nos Estados Unidos, para escolha de outro nome. Oferecia-se prêmio em dinheiro por um "termo camponês coloquial, que implicasse em algo de repulsivo ou ridículo" [2], porém o concurso não produziu o resultado desejado, e o termo "vietcong" continuou a ser usado [3]

Os membros da FLN jamais assumiram esse "apelido" que lhes foi conferido.

[editar] Insurgência no sul (1956-1960)

Em 1956, um dos líderes comunistas do sul, Le Duan, retornou a Hanói para incentivar a liderança comunista no norte a tomar uma posição firme para a reunificação do país sob regime comunista, mas Hanói (então passando por uma severa crise econômica) hesitou em lançar um confronto militar em larga escala. Os comunistas nortistas temiam a intervenção dos EUA e acreditavam que as condições no Vietnã do Sul ainda não estavam prontas para uma ‘revolução do povo’. Entretanto, em dezembro de 1956, Ho autorizou que as células do Viet Minh ainda no sul começassem uma insurgência de nível moderado, chamada de propaganda armada, constando principalmente de seqüestros e atentados.

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Quatrocentos funcionários do governo sulista foram assassinados apenas em 1957 e a violência cresceu gradualmente; começando contra autoridades dos governos locais, os atentados rapidamente se espalharam a outros símbolos do status quo sul-vietnamita, como professores, funcionários da área de saúde e proprietários agrícolas. Segundo estimativas, 20% dos prefeitos ou líderes de pequenas vilas rurais do Vietnã do Sul foram assassinados em 1958. A insurgência tentava destruir completamente o controle do governo nas áreas rurais do país e substituí-lo por um governo-provisório.

Finalmente, em 1959, sob a pressão das células sulistas que estavam se tornando alvos da polícia secreta de Diem, o comitê central do norte publicou uma autorização secreta autorizando uma sublevação armada. Isto autorizou o sulista Viet Minh a começar operações em larga escala contra o exército do Vietnã do Sul e provocou a decretação de leis anticomunistas mais duras pelo presidente Diem. Entretanto, o Vietnã do Norte enviou tropas e suprimentos para corroborar sua decisão, e homens e armas começaram a entrar no Vietnã do Sul pela Trilha Ho Chi Minh. Notando a crescente impopularidade no sul do corupto e violento governo de Diem, em 12 de dezembro de 1960 Hanói autorizou a criação da Frente Nacional de Libertação, a grupo de frente do exército comunista no sul, também chamado de Vietcong.

Sucessivos governos norte-americanos superestimaram o controle e a influência do Vietnã do Norte sobre o vietcong, como observou Robert McNamara, secretário de defesa dos governos de John F. Kennedy e Lyndon Johnson. A paranóia de Diem, a repressão, violência e corrupção que marcavam seu governo, influíram mais nos sentimentos de revolta da população do sul contra o regime, do que a influência direta de Hanói

John Kennedy e a escalada da guerra (1960-1963)

Quando John F. Kennedy venceu as eleições presidenciais americanas de 1960, um dos principais pontos de preocupação levantados por ele, era se a União Soviética havia ultrapassado os Estados Unidos em seus programas balístico e espacial. Apesar dos avisos de Dwight Eisenhower, seu antecessor no cargo, sobre o Vietnã e o Laos, para Kennedy a Europa e a América Latina deveriam ser os focos principais de atenção de sua administração. Seu governo permaneceria comprometido com a política da Guerra Fria, herdada dos governos anteriores de Eisenhower e Truman.

Em 1961, ele enfrentou uma crise em três partes: o fracasso na Invasão da Baía dos Porcos, para depor o governo de Fidel Castro em Cuba, a construção do Muro de Berlim pelos soviéticos e alemães orientais e o acordo negociado entre o governo pró-ocidental do Laos e o movimento comunista Pathet Laos no país. Estes fatos lhe fizeram crer que uma outra falha dos Estados Unidos em deter a expansão comunista que acontecia no mundo iria fatalmente afetar a credibilidade do país como líder do mundo ocidental perante seus aliados e sua própria reputação como dirigente da nação. Kennedy estava determinado a ‘riscar uma linha na areia’ e impedir uma vitória comunista no Vietnã.

Sua política para o Vietnã do Sul recaía na crença de que Diem e suas forças conseguiriam derrotar as guerrilhas comunistas sozinhos. Ele era contra o envio de tropas norte-americanas e observou que ‘introduzir forças militares americanas em grande número hoje no Vietnã, apesar de produzir um grande impacto militar inicial, iria certamente levar a uma política adversa e, a longo prazo, em conseqüências militares adversas’.

A qualidade das forças armadas do Vietnã do Sul, entretanto, permanecia de baixo nível. Liderança deficiente, corrupção e interferência política, faziam a sua parte na contaminação do exército. A medida que a insurgência se solidificava, aumentava a freqüência dos ataques dos guerrilheiros. O apoio logístico do Vietnã do Norte à Frente de Libertação Nacional tinha um papel significativo, mas o ponto central da crise era a incompetência do governo sul-vietnamita. Conselheiros da Casa Branca

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recomendaram ao presidente que os EUA enviassem soldados ao país disfarçados de funcionários da defesa civil, para ajuda e resgate nas enchentes que aconteciam no país. Kennedy rejeitou a idéia, mas aumentou a assistência militar. Na metade de 1962, o número de conselheiros militares norte-americanos no Vietnã do Sul havia aumentado de 700 para 12 mil.

No ano anterior, havia sido iniciado um programa estratégico conjunto dos dois governos, o Strategic Hamlet Program, que consistia em proteger a população rural do país, eminentemente rural, em campos fortificados. O objetivo era isolar estas populações da insurgência comunista, prover educação e assistência médica e aumentar o controle do governo no interior do país. O programa, entretanto, foi rapidamente infiltrado pela guerrilha. Os camponeses se ressentiam de serem desalojados das vilas de seus ancestrais. O governo se recusava a fazer uma reforma agrária, o que fazia com que os pequenos e médios fazendeiros fossem obrigados a continuar pagando altas taxas de ocupação a grandes senhores de terras. A corrupção minava o programa e intensificava a oposição a ele, enquanto funcionários públicos enviados para supervisioná-lo viravam alvos de assassinato, o que levou iniciativa ao fracasso dois anos depois de implementada.

Em 23 de julho de 1962, quatorze nações, incluindo a China, URSS, Vietnã do Sul, Vietnã do Norte e os Estados Unidos, assinaram um acordo se comprometendo a respeitar a neutralidade do Laos.

Golpes de estado e assassinatos

Analistas políticos em Washington concluíram que o presidente Ngo Dinh Diem era incapaz de derrotar os comunistas e até em conseguir algum acordo com Ho Chi Minh. Ele parecia preocupado apenas em evitar um golpe de estado contra si e seu governo. Durante o verão de 1963, autoridades norte-americanas começaram a discutir a possibilidade de uma mudança no regime. O Departamento de Estado dos Estados Unidos era a favor do encorajamento de um golpe. O Pentágono e a CIA eram mais receosos das conseqüências desestabilizadoras que tal ato pudesse provocar e preferiam continuar aplicando pressão pelas reformas políticas no sul.

A maior das mudanças propostas pela política norte-americana era a remoção do poder do irmão mais novo do presidente, Ngo Dinh Nhu, chefe da polícia secreta do país e o homem por trás da repressão contra os monges budistas do Vietnã. Como conselheiro mais poderoso de Diem, Nhu se tornou uma figura odiada no Vietnã do Sul e sua influência contínua era inaceitável para o governo Kennedy, que acabou eventualmente concluindo que o presidente não o substituiria. Assim, a CIA entrou em contato com os comandantes militares sul-vietnamitas que planejavam depor o presidente e lhes fez saber que os Estados Unidos não se oporiam à ação. Em 1 de novembro de 1963, Diem foi deposto e executado no dia seguinte junto com seu irmão, dentro de um blindado nas ruas de Saigon, a caminho do quartel-general do exército. O embaixador norte-americano Henry Cabot Lodge, que havia sido proibido por Kennedy de qualquer encontro pessoal com os militares nas semanas antecendentes, convidou os golpistas à embaixada e os congratulou, enviando a Kennedy – chocado com um assassinato com o qual não tinha concordado – a mensagem de que agora ‘as possibilidades são de uma guerra curta no Vietnã.’.

Em seguida ao golpe, o caos se instalou no país. O Vietnã do Sul entrou num período de grande instabilidade política, com governos militares sendo substituídos uns pelos outros em rápida sucessão e disso se aproveitou o governo de Hanói, que aumentou seu apoio aos guerrilheiros do vietcong. Kennedy aumentou mais ainda o número de militares no país, oficialmente conselheiros militares para as forças armadas do Vietnã do Sul, para lidar com o aumento da atividade guerrilheira. Seus militares eram infiltrados em todos os níveis das forças armadas sulistas. Porém, eles eram totalmente ignorantes da natureza política da insurgência, que era um movimento de destabilização política no qual

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confrontos militares não eram o principal objetivo. O governo Kennedy colocou todos os seus esforços na pacificação do país e em ‘conquistar os corações e mentes’ da população.

A liderança militar em Washington, entretanto, era contra qualquer papel por parte de seus militares no Vietnã que fosse diferente de ajudar no treinamento de tropas e o comandante destes homens no Vietnã do Sul, general Paul D. Harkins, confidencialmente previu uma vitória sobre a guerrilha ‘na época do Natal de 1963’. A CIA, entretanto, era menos otimista e produzia relatórios avisando que ‘o vietcong tem o controle de fato de largas porções do território sul-vietnamita e tem aumentado consideravelmente a intensidade de suas atividades armadas contra o governo’. Kennedy introduziu os helicópteros militares na guerra , criou uma força aérea conjunta EUA-Vietnã do Sul, basicamente formada por pilotos norte-americanos e enviou os Boinas Verdes ao país.

Numa conversa com o primeiro-ministro do Canadá e Nobel da Paz Lester Pearson, o presidente pediu seu conselho sobre a situação e ouviu de volta: ‘Caia fora de lá’. Ao que respondeu: ‘Esta é uma resposta estúpida, todos sabemos disso, a questão é: como cair fora de lá?”.

John Kennedy foi assassinado em 22 de novembro de 1963, três semanas após Ngo Dinh Diem. Foi substituído pelo vice-presidente Lyndon Johnson, que reafirmou o apoio norte-americano ao Vietnã do Sul e aumentou a ajuda militar ao país para U$500 milhões no fim do ano.

Os Estados Unidos entram oficialmente na guerra

Lyndon Johnson, quando tomou posse na presidência após a morte de Kennedy, não considerava o Vietnã uma prioridade, mais preocupado com a criação do que chamava de ‘Grande Sociedade’ e de programas sociais progressivos. Entretanto, em 24 de novembro ele reuniu um grupo de conselheiros em torno do embaixador Lodge, retornado às pressas de Saigon, para ouvirem as notícias trazidas pelo embaixador e conhecer mais profundamente a situação do que ocorria no Vietnã e prometeu se empenhar em ajudar os vietnamitas do sul a vencerem a guerra contra os comunistas. Mas esta decisão veio numa ocasião em que a situação no país estava já deteriorada, especialmente em locais como o Delta do Mekong, graças ao recente golpe contra Diem.

O conselho militar revolucionário, na falta de um grande líder sul-vietnamita, era composto de doze membros, chefiados pelo general Minh – considerado por correspondentes da imprensa estrangeira em Saigon como ‘um modelo de letargia’. Seu regime foi deposto em janeiro de 1964 pelo general Nguyen Khanh.

O pretexto

Em agosto de 1964, o destróier norte-americano USS Maddox, numa missão de espionagem ao largo da costa do Vietnã do Norte, disparou e danificou diversos barcos torpedeiros que se aproximavam dele no Golfo de Tonkin. Um segundo ataque de lanchas torpedeiras foi noticiado dois dias depois envolvendo o USS Turner Joy e o Maddox na mesma área. As circunstâncias destes ataques são obscuras. O segundo ataque levou a uma retaliação aérea dos americanos, apressou o Congresso a aprovar a Resolução do Golfo de Tonkin e deu ao presidente poderes para conduzir operações militares no Sudeste Asiático sem uma declaração de guerra formal.

Em 2005, entretanto, documentos secretos liberados pela Agência Nacional de Segurança, revelaram que não houve nenhum ataque a barcos americanos no dia 4 de agosto de 1964, mas, muito antes disso, este fato já vinha sendo contestado. ‘O Incidente do Golfo de Tonkin’, escreveu Louise Gerdes, ‘é um exemplo sempre citado de como Lyndon Johnson enganou o povo americano para conseguir apoio para

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a sua política no Vietnã’. George C. Herrings afirma, ‘que o Pentágono e McNamara não reconhecidamente mentiram sobre os alegados ataques, mas eles estavam obviamente com um espírito beligerante com relação aos vietnamitas e provavelmente selecionaram das evidências e relatos chegados a eles, aquilo que lhes interessava acreditar e difundir à opinião pública’.

O Conselho Nacional de Segurança recomendou uma escalada em três estágios do bombardeios aéreos ao Vietnã do Norte. Em 2 de março de 1965, seguindo-se a um ataque vietnamita ao acampamento dos marines em Pleiku, as operações começaram. A campanha de bombardeios, que duraria três anos, tinha o objetivo de obrigar o governo de Hanói a suspender seu apoio à Frente Nacional para a Libertação do Vietnã do Sul (o Vietcong sulista) ameaçando destruir suas defesas aéreas e sua estrutura industrial e ao mesmo tempo dar uma injeção de moral no povo sul-vietnamita. Entre março de 1965 e novembro de 1968, a operação ‘Rolling Thunder’, como foi chamada, contemplou o norte do país com um milhão de toneladas de mísseis, foguetes e bombas.

O bombardeio não se limitou ao norte do Vietnã, atingindo também áreas do sul onde haviam alvos militares do vietcong ou de sua infra-estrutura, além da trilha Ho Chi Minh, que em diversas partes de sua extensão penetrava no Laos e no Camboja. O objetivo, porém, nunca foi alcançado. Como observou um oficial, ‘esta é uma guerra política e ela pede por mortes seletivas. A melhor arma pode ser uma faca..... a pior, um avião’. Entretanto, o chefe do estado-maior da força aérea Curtis LeMay, que há tempos pregava que o Vietnã do Norte fosse saturado de bombas, escrevia ‘vamos bombardeá-los até fazê-los regredir à Idade da Pedra’.

Escalada e guerra no solo

A escalada da Guerra do Vietnã começou oficialmente na manhã de 31 de janeiro de 1965, quando foram dadas ordens a um esquadrão de caças F-105, baseado em Okinawa, no Japão, para que se transferisse para a base aérea de Danang, no Vietnã do Sul. A missão da operação (Operation Flaming Dart), cruzar o Paralelo 17, havia sido planejada antes do ataque vietcong aos marines em Pleiku em 6 de fevereiro. No dia seguinte, 49 destes caças levantaram vôo de Danang para atacar alvos do Vietnã do Norte. A partir deste dia, a guerra não ficou mais restrita ao território sul-vietnamita.

Depois do ataque em Pleiku, o comando da força aérea decidiu que suas bases precisavam de mais proteção, já que o exército sul-vietnamita era incapaz de fazer a segurança; 3500 marines foram então enviados ao Vietnã do Sul e esta ação marcou o início da guerra terrestre. A opinião pública norte-americana apoiou o envio de tropas; porém, se baseava na premissa de que o Vietnã era parte de um esforço global para combater o comunismo. Numa declaração similar a que havia feito aos franceses anos antes, Ho Chi Minh declarou que "se os americanos querem fazer a guerra por vinte anos, então nós a faremos por vinte anos; se eles querem fazer a paz, nós faremos a paz e os convidaremos para um chá à tarde".

O primeiro desembarque de 3500 soldados em março, havia se transformado em 200 mil em dezembro. A missão dos marines, entretanto, era defensiva. As forças armadas americanas eram treinadas e instruídas para guerras ofensivas e seus comandantes eram psicológica e institucionalmente pouco qualificados a ações defensivas. Em maio e junho, as forças sul-vietnamitas sofreram derrotas com pesadas baixas em duas batalhas, fazendo a moral cair e as deserções aumentarem entre as tropas.

O general William Westmoreland, comandante das forças norte-americanas no país, informou ao comando das forças dos EUA no Pacífico que a situação era crítica: 'estou convencido que as nossas tropas, com sua energia, mobilidade e poder de fogo, podem assumir a luta contra a FNL com sucesso'. Com esta recomendação, ele advogava uma mudança agressiva na postura defensiva dos Estados Unidos na guerra e sua entrada em combate ao lado dos sul-vietnamitas. Um plano seu de três

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fases, destinado a ganhar a guerra até 1967, foi enviado a Lyndon Johnson e, aprovado pelo presidente, provocou uma profunda mudança na postura americana na guerra e na visão da Casa Branca de que o governo do Vietnã do Sul deveria ser o responsável por derrotar as guerrilhas comunistas. Porém, Johnson não comunicou esta mudança de estratégia militar á mídia e continuou a enfatizar a continuidade da guerra de prevenção.

Em breve, os guerrilheiros do vietcong começaram a se engajar em pequenas unidades guerrilheiras, o que os permitia controlar tempo e andamento dos combates. Ao contrário dos soldados da Segunda Guerra Mundial e da Guerra da Coréia, as tropas americanas eram vulneráveis a ataques de surpresa onde quer que se encontrassem, sem conseguir relaxar mesmo na retaguarda.

Seguindo a política de 'conquistar corações e mentes' da população sul-vietnamita, imaginada por Kennedy anos antes, o Vietnã do Sul foi inundado por bens manufaturados norte-americanos. A injeção de produtos e de dinheiro americano no país, transformou a economia e causou profunda impressão na sociedade sul-vietnamita, causando também uma grande onda de corrupção local. O país foi invadido por civis especialistas em quase toda e qualquer área de conhecimento, para aconselhar o governo local e melhorar sua performance econômica.

Washington encorajou seus aliados da SEATO (Organização do Tratado do Sudeste Asiático) a contribuir com tropas para o esforço de guerra. Austrália, Nova Zelândia, Coréia do Sul, Tailândia e Filipinas, todos concordaram em enviar tropas ao Vietnã. Entretanto, os grandes aliados da OTAN, e principalmente o Canadá e a Grã-Bretanha, declinaram do pedido. Johnson também pediu a colaboração de tropas ao Brasil, negadas pelo então presidente brasileiro, general Humberto Castelo Branco. Os Estados Unidos e seus aliados montaram complexas operações de combate ao vietcong, mas a guerrilha continuava iludindo seus inimigos e demonstrando grande flexibilidade tática na selva.

Enquanto isso, a situação política no Vietnã do Sul começava a sofrer alguma estabilização, com a chegada ao poder em 1967 do vice-presidente e depois primeiro-ministro Nguyen Cao Ky e do presidente Nguyen Van Thieu. Este governo encerrava uma longa linha governamental de juntas militares que haviam começado com o assassinato de Ngo Dinh Diem. A calma relativa permitiu ao exército sul-vietnamita a colaborar de maneira mais efetiva com seus aliados e a se aprimorar como força de combate.

A administração Johnson tinha uma 'política de sinceridade mínima' em seus encontros com a imprensa. As autoridades militares procuravam dirigir a cobertura de mídia enfatizando histórias que mostravam o progresso na guerra. Com o tempo, esta política começou a provocar a desconfiança do público nos pronunciamentos oficiais e a medida em que a cobertura da guerra feita pelos correspondentes e as notícias do Pentágono começaram a divergir, a falta de credibilidade do cidadão comum começou a aumentar. Em outubro de 1967, uma grande manifestação antiguerra aconteceu nas escadas do Pentágono, em Washington, e alguns manifestantes entoaram o canto que se tornaria comum nos protestos vindouros: 'Hey, Hey, LBJ! How many kids did you kill today?' (Ei, Ei, LBJ! - as iniciais de Lyndon Baynes Johnson - quantos meninos você matou hoje?).

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Ofensiva do Tet

Mapa assinalando os principais ataques realizados durante a Ofensiva do Tet.

Em fins de 1967, o general Giap concebeu um plano extremamente audacioso, cuja concretização viria a tornar-se o marco decisivo da guerra. Depois de atrair as forças de Westmoreland para o interior do país, e cerca-las em Khe Sahn, na província de Quang Tri, ele desfechou um ataque surpresa contra mais de cem cidades no Vietnã do Sul, inclusive Saigon, onde os guerrilheiros chegaram a ocupar, por algumas horas, o quartel-general do general Westmoreland e a embaixada dos Estados Unidos, cujos ocupantes tiveram que fugir, apressadamente [4]. A ofensiva ocorreu em 30 de janeiro de 1968, no feriado do ano novo lunar chinês (Tet), e embora pagando um pesado preço em vidas [5], atingiu plenamente seu objetivo que era, principalmente de ordem moral, na medida em que:

- Humilhou as forças armadas dos Estados Unidos - Deixou claro que os EUA, embora sendo a maior potência militar do planeta, não conseguiriam vencer a guerra contra os vietnamitas - muitas vezes referidos como "miseráveis comedores de arroz" [6].

Na antiga capital imperial de Hué, as tropas combinadas de norte-vietnamitas e guerrilheiros da FLN, capturaram a cidadela imperial e maior parte da cidade, o que deu início à Batalha de Hué. Neste ínterim entre a captura da cidade e sua retomada pelas forças americanas, os ocupantes insurgentes massacraram milhares de civis sul-vietnamitas nela residentes, num número estimado de seis mil.

Mas a Ofensiva do Tet haveria de produzir outros efeitos significativos: as quedas do general Westmoreland e do presidente Johnson.

Westmoreland havia se tornado a face pública da guerra. A revista TIME o havia escolhido O Homem do Ano de 1965, descrevendo-o como 'a vigorosa personificação do guerreiro americano'. Em novembro de 1967, ele comandou uma campanha de relações públicas para o governo, de modo a conseguir um apoio embandeirado do público americano à guerra. Num discurso a jornalistas em Washington, ele afirmou que 'a guerra havia atingido um ponto em que o fim estava próximo.' Então, com a Ofensiva do Tet, o público ficou confuso e chocado com as errôneas previsões do general. A imprensa do país, que até então havia em sua maioria apoiado os esforços de guerra americanos, promoveu um cerco ao governo em busca das razões para tal falha nas informações otimistas

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transmitidas até então sobre a guerra. Diante disso, Westmoreland foi removido do comando no Vietnã.Quanto ao presidente Johnson, seu índice de popularidade despencou de 48% para 36%, levando-o a desistir de concorrer à reeleição no fim de 1968.

O Tet causou profundas implicações domésticas no apoio ao conflito, sendo considerada uma falha da inteligência comparável a Pearl Harbor. Numa das mais polêmicas e célebres frases da guerra, um certo major Brown, na fente de combate, declarou ao jornalista Peter Arnett, então correspondente da AP e que anos depois transmitiria ao vivo pela CNN o ataque americano a Bagdá no início da Guerra do Golfo, que 'a cidade de Ben Tre precisou ser destruída para poder ser salva', eufemismo que passou a fazer parte da 'lógica' de guerra, de que era melhor destruir algo completamente, do que deixá-lo ser útil ao inimigo.

Westmoreland foi empossado como chefe do estado-maior do exército em março, o que tecnicamente era uma promoção, quando a resistência vietnamita havia sido subjugada. Sua posição entretanto, tinha ficado insustentável, por causa da ofensiva e porque seu pedido secreto de reforço de mais 200 mil homens para o Vietnã havia vazado para a mídia. Foi substituído por seu segundo em comando, general Creighton Abrams, um militar menos afeito a declarações à imprensa.

A 10 de maio de 1968, a despeito da baixa expectativa de algum resultado, conversações de paz começaram a acontecer entre os EUA e a República Democrática do Vietnam. As negociações ficaram estagnadas por cinco meses até que Johnson desse ordens para que o bombardeio aéreo do Vietnã do Norte fosse suspenso. O candidato democrata à presidência, vice-presidente Hubert Humphrey, estava disputando a eleição com o ex-vice-presidente republicano Richard Nixon. Através de intermediários, Nixon avisou ao governo do sul que se recusasse a participar das negociações com o norte até depois das eleições, dizendo que daria a eles um melhor acordo se fosse eleito.

O historiador Robert Dallek escreveu:' a escalada da guerra no Vietnã promovida por Lyndon Johnson dividiu os americanos em campos opostos, produziu 30 mil mortos até sua saída da Casa Branca e destruiu sua presidência. Sua recusa em enviar mais tropas ao Vietnã após o pedido de Westmoreland, foi uma admissão de que a guerra estava perdida.' Como o Secretário de Defesa Robert McNamara observou mais tarde,' a perigosa ilusão de uma vitória por parte dos Estados Unidos estava, dali em diante, morta.'.

Vietnamização (1969–1973)

Durante a eleição presidencial de 1968 nos Estados Unidos, o presidente Richard Nixon, então o candidato republicano, havia feito uma campanha baseada no lema ‘paz com honra’ no Vietnã. Seu plano era reforçar as forças armadas sul-vietnamitas de maneira que eles pudessem levar adiante sozinhos a defesa do país. Esta política foi chamada de vietnamização e tinha muito em comum com a política de John Kennedy. Entretanto, havia uma importante diferença. Enquanto Kennedy pregava que os sul-vietnamitas deveriam lutar a guerra por si sós, ele também tentava limitar o tamanho do conflito. Nixon, ao contrário, em busca de uma retirada com honra, tinha a intenção de empregar táticas variadas para isso, inclusive aumentando o alcance geográfico da guerra.

Nixon também tentou estabelecer negociações, procurando uma 'détente' com a União Soviética, que levou a uma redução de armas nucleares pelas superpotências, e uma reaproximação com a China, numa política que ajudou a diminuir as tensões internacionais. Entretanto, os dois países continuaram a enviar ajuda aos norte-vietnamitas. Em setembro de 1969, Ho Chi Minh morreu em Hanói, aos 79 anos.

Neste meio tempo, o movimento antiguerra crescia nos Estados Unidos com manifestações constantes. Nixon apelou para a maioria silenciosa de americanos em apoio à guerra. Porém, as revelações do

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massacre de civis, mulheres e crianças principalmente, na aldeia de My Lai, provocou uma revolta nacional e internacional, aumentando a pressão pela paz.

O príncipe Norodom Sihanouk havia proclamado a neutralidade do Camboja no conflito da Indochina desde 1955. Entretanto, tolerava a presença de forças do vietcong e do exército norte-vietnamita em seu território porque desejava evitar que seu país fosse arrastado a um grande conflito regional. Sob pressão de Washington, porém, ele mudou esta política em 1969 e o Exército Popular do Vietnam e o vietcong deixaram de ser bem-vindos.

Nixon, então, aproveitou-se da oportunidade para lançar um bombardeio maciço e secreto contra os santuários comunistas na fronteira dos dois países, o que violava uma longa sucessão de discursos anteriores apoiando a neutralidade cambojana. Ele havia escrito a Sihanouk em abril de 1969, assegurando-lhe que ‘os Estados Unidos respeitarão a soberania, a neutralidade e a integridade territorial do Reino do Camboja’. Mas sem o conhecimento da opinião pública americana, durante quatorze meses mais de 2.700 mil toneladas de bombas foram lançadas na área. Em 1970, devido à sua tibieza no trato com as questões internacionais, Sihanouk foi deposto por seu primeiro-ministro Lon Nol, favorável aos Estados Unidos, e a fronteira cambojana fechada. Os EUA e o exército sul-vietnamita lançaram então incursões militares ao Camboja, para atacar diretamente as bases comunistas ali instaladas e ganhar tempo para o Vietnã.

O Exército da República do Vietnam lançou uma grande ofensiva na fronteira, determinado a cortar e interromper o fluxo de soldados e armas do Norte na Trilha Ho Chi Minh, o que era uma clara violação à neutralidade laosiana, desrespeitada pelos dois lados nos combates. Depois de encontrarem forte resistência, as forças sul-vietnamitas se retiraram em confusão, fugindo através de estradas cobertas por seus próprios mortos. Quando seus caminhões e blindados ficaram sem combustível, os soldados abandonavam os veículos e seguiam se arrastando e cambaleando por quilômetros até o helicópteros Huey americanos enviados para evacuar os feridos. Muitos deles se agarravam nas sapatas de pouso dos helicópteros levantando vôo, na tentativa de se salvarem. Aviões americanos tiveram que destruir tanques e caminhões abandonados na rota de fuga para impedir que caíssem em mãos dos inimigos e metade das tropas sulistas foram mortas ou aprisionadas. A operação foi um fiasco e representou uma clara falha na vietnamização da guerra levada a cabo por Nixon. O estrago foi monumental. Os oficiais de alto escalão do Vietnã do Sul tinham sido tutorados pelos americanos por mais de dez anos, muitos deles cursando escolas de treinamento militar nos EUA, mas aprenderam muito pouco e fracassaram quando tiveram que fazê-lo sozinhos.

A invasão do Camboja provocou protestos em todos os Estados Unidos. Durante uma manifestação estudantil em Ohio, quatro estudantes da Universidade de Kent foram mortos pela Guarda Nacional do estado, enraivecendo a opinião pública americana contra o governo. A reação que Nixon teve sobre este episódio em Kent foi considerada indiferente, aumentando ainda mais o ímpeto dos protestos antiguerra. Em 1971, documentos secretos do Departamento de Defesa foram vazados para o jornal The New York Times. Chamados de ‘Pentagon Papers’ (Papéis do Pentágono), a história ultra-secreta do envolvimento dos Estados Unidos no Vietnã, promovida pelo Departamento de Defesa, foi trazida a público mostrando a deliberada fabricação de razões que levaram os EUA a entrarem na guerra, e provocou uma longa série de decepções entre a opinião pública.

Em 1971, a Austrália e a Nova Zelândia retiraram suas tropas do Vietnã e as tropas dos Estados Unidos foram reduzidas a um total de 196 mil homens, com uma data limite de fevereiro de 1972 para a retirada mais 45 mil soldados. A medida que os protestos pela guerra cruzavam os EUA, a desilusão crescia e a moral caía entre a tropa, com o aumento do uso de drogas, conflitos raciais e desobediência aos oficiais.

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Uma nova ofensiva no início de 1972 pelas tropas norte-vietnamitas, partindo do Camboja e do interior do Vietnã do Norte tentando cortar o sul em dois, foi salva apenas pela intervenção aérea dos Estados Unidos, deixando claro que, com a retirada contínua das tropas americanas, só o poder de fogo aéreo de seu aliado poderia salvar o Vietnã do Sul. As últimas tropas americanas foram retiradas em agosto de 1972, deixando apenas conselheiros militares e funcionários civis do Estados Unidos no país.

A guerra foi o tema central das eleições de 1972. O oponente de Nixon, George McGovern, tinha uma plataforma de retirada do Vietnã. O conselheiro de segurança nacional de Nixon, Henry Kissinger, continuava porém em negociações secretas com o representante do Vietnã do Norte, Le Duc Tho, e em outubro eles chegaram a um acordo. Entretanto, o presidente sul-vietnamita Nguyen Van Thieu exigiu mudanças significativas no acordo. Quando o Norte tornou públicos aos detalhes do acordo, a Casa Branca afirmou que os norte-vietnamitas tentavam embaraçar o presidente e as negociações estancaram, com os comunistas desejando novas mudanças.

Para mostrar seu apoio ao sulistas e forçar Hanói a voltar à mesa de negociações, Nixon deu ordens para um bombardeio maciço da capital inimiga e do porto de Haiphong. A ofensiva destruiu a maior parte da capacidade industrial e econômica remanescente dos nortistas. Simultaneamente, Nixon pressionava Thieu ameaçando concluir um tratado bilateral de paz com os norte-vietnamitas e retirando qualquer auxílio ao sul.

Em 15 de janeiro de 1973, o presidente Nixon anunciou ao mundo a suspensão das operações ofensivas norte-americanas no Vietnã. Os Acordos de Paz de Paris foram assinados em 27 de janeiro, encerrando oficialmente o envolvimento dos Estados Unidos na Guerra do Vietnã. Um cessar-fogo entrou em vigor entre os países do norte e do sul e os prisioneiros de guerra foram libertados, com a integridade territorial do Vietnã sendo garantida. Como depois da Convenção de Genebra em 1954, eleições foram marcadas para os próximos seis meses nos dois países. O acordo também previa a retirada completa das forças dos EUA em sessenta dias e este artigo acabou sendo o único integralmente cumprido.

Retirada das tropas e do auxílio material dos Estados Unidos (1973-1975)

Sob as condições do Acordo de Paris, os norte-americanos retiraram suas tropas do Vietnã e prisioneiros de guerra foram trocados. O Vietnã do Norte teve permissão para continuar suprindo as tropas comunistas no sul, mas apenas para fazer a reposição do que estava sendo consumido. No fim do ano, Henry Kissinger e Le Duc Tho dividiram o Prêmio Nobel da Paz, mas o negociador norte-vietnamita o recusou, dizendo que uma paz verdadeira ainda não tinha sido conseguida.

Os líderes comunistas esperavam usar o cessar-fogo em proveito próprio, mas Saigon, escorada por um grande aporte de armas e equipamentos feito pelos EUA pouco antes da trégua entrar em vigor, começou a empurrar os vietcongs para o norte. Os comunistas responderam com uma nova estratégia, estabelecida em uma série de encontros da liderança norte-vietnamita realizados em Hanói, em março de 1973. Com a suspensão dos bombardeios americanos, os trabalhos na Trilha Ho Chi Minh e em outras estruturas logísticas deveriam continuar ininterruptamente, até que o norte estivesse em condições de lançar uma ofensiva em massa contra o sul, projetada para a estação seca de 1975-76. O comando militar acreditava ser esta a última oportunidade de cidir o conflito, antes que o exército sul-vietnamita estivesse completamente treinado. Um oleoduto de 3 mil milhas de extensão deveria ser construído entre o interior do Vietnã do Norte e o quartel-general da FLN em Loc Ninh, cerca de 120 km a noroeste de Saigon.

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Apesar do democrata George McGovern não ter sido eleito em 1972, as eleições presidenciais estabeleceram grande maioria democrata nas duas casas do Congresso americano, sob o lema da campanha de McGovern, 'Come Home America', o que dificultava qualquer ação ofensiva do governo que dependesse da aprovação congressional. Em 15 de março de 1973, Nixon declarou que os EUA voltariam a intervir militarmente caso os nortistas violassem o cessar-fogo, mas recebeu críticas tanto do Congresso quanto da opinião pública pela declaração e em abril a Casa Branca indicou Graham Martin como novo embaixador em Saigon. Como Martin era um diplomata de segundo escalão, comparado aos embaixadores anteriores, sua indicação pareceu um sinal claro de que os Estados Unidos estavam desistindo do Vietnã. Durante a audiência ao Senado de sua confirmação como novo secretário de defesa, James Schlesinger afirmou que ele recomendaria a volta dos bombardeios sobre o Vietnã do Norte, caso os comunistas lançassem alguma ofensiva sobre o sul. Em 4 de junho, o Senado dos Estados Unidos aprovou uma lei proibindo tal ato.

A crise do preço do petróleo de outubro de 1973 provocou graves danos à economia do Vietnã do Sul. O Vietcong reiniciou suas operações ofensivas quando a estação das secas começou e em janeiro de 1974 havia recapturado todo o território perdido no ano anterior. Após dois confrontos onde 55 soldados sul-vietnamitas morreram, o presidente Thieu anunciou que a guerra havia recomeçado e que os Acordos de Paris não tinham mais efeito. Durante o cessar-fogo, os sul-vietnamitas sofreram mais de 25 mil baixas.

Em 9 de agosto de 1974, Gerald Ford assumiu a presidência dos Estados Unidos, após a renúncia de Nixon causada pelo escândalo do Caso Watergate. Nesta época, o Congresso havia cortado a ajuda financeira ao Vietnã em 300 milhões de dólares e, com as eleições secundárias de metade de mandato em 1974 aumentando a maioria democrata, ele tornou-se mais determinado a confontar as políticas de guerra da Casa Branca.

Embalados pelo sucesso da ofensiva na estação das secas, em dezembro de 1974 os norte-vietamitas e o vietcong atacaram a província de Phuoc Long, e a capital provinciana Binh Phuoc caiu em 6 de janeiro de 1975. Ford pediu desesperadamente ao Congresso que autorizasse os fundos necessários para reequipar o sul, mas teve seu pedido negado. A queda de Phouc Binh e a falta de assistência americana deixaram a elite sul-vietnamita desmoralizada e a corrupção e o desespero campearam.

A velocidade de seu sucesso fez o comando norte-vietnamita repensar suas estratégias. Foi decidio que as operações militares contra as terras altas centrais ficariam a cargo do general Văn Tiến Dũng e que a cidade de Pleiku - onde anos antes havia sido iniciada a guerra terreste no Vietnam - deveria ser cercada e tomada se possível. Antes de partir para o sul, Dung foi aconselhado por Le Duan: "Nunca tivemos a vantagem estratégica que temos agora, nem houve condições políticas e militares tão perfeitas como no momento, para vencermos a guerra".

Em 10 de março de 1975, as forças norte-vietnamitas iniciaram uma ofensiva através do interior do Vietnã, que os levou a capturar Hué e Danang em 31 de março, provocando a rendição de 100 mil soldados do Vietnã do Sul e o controle de metade do país.

Com a metade do sul em suas mãos, as tropas receberam ordens de lançar a ofensiva final contra Saigon. Em 7 de abril, três divisões do EPV atacaram Xuan Loc, 64 kms a leste da capital, onde enfrentaram uma resistência desesperada durante duas semanas, na última tentativa dos sulistas barrarem o avanço norte-vietnamita. Em 21 de abril, com a rendição dos esgotados defensores, o presidente Thieu renunciou ao cargo, acusando os norte-americanos de tê-los traído, fugindo para Taiwan e deixando o controle do governo nas mãos do general Duong Van Minh.

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No fim de abril, o Exército da República do Vietnã do Sul entrou em colapso completo em todas as frentes de guerra. Milhares de civis fugiam pelas estradas em direção a parte sul do país, à frente das tropas comunistas que se aproximavam. Em 27 de abril, 100 mil soldados nortistas cercaram Saigon, defendida por 30 mil soldados do sul. Para apressar o colapso e aumentar o pânico, o vietcong começou a bombardear o aeroporto e forçou seu fechamento. Com a fuga por ar fechada, milhares de civis em desespero se viram sem saída do Vietnã.

A Queda de Saigon

Com o cerco dos norte-vietnamitas e do vietcong, o caos se instalou na capital e civis e militares histéricos tentaram sair da cidade de qualquer maneira. A lei marcial foi declarada e helicópteros começaram a evacuar autoridades e civis vietnamitas, norte-americanos e estrangeiros, partindo de várias pontos da cidade e do complexo da embaixada. A Operação Vento Constante (Operation Frequent Wind) havia sido adiada, porque o embaixador Graham acreditava ainda ser possível que Saigon resistisse até que algum acordo político impedisse a invasão da capital.

Na manhã de 29 de abril de 1975, o secretário John Schlesinger anunciou o fim daquela que foi a maior operação de resgate por helicópteros da história, e que ocorreu em meio a uma atmosfera de completo caos e medo, com multidões lutando desesperadamente por lugares limitados em helicópteros americanos. Ela correu contra o relógio, enquanto os tanques comunistas forçavam as entradas e as defesas nos subúrbios da cidade. Nas primeiras horas da manhã do dia 30, os últimos marines foram evacuados da guarda da embaixada, enquanto civis invadiam o perímetro e se espalhavam pelo gramado. Muitos deles tinham trabalhado para os norte-americanos e foram deixados para trás, entregues a seu destino.

Ao fim da manhã, as tropas do Exército Popular do Vietnã venceram toda a resistência em Saigon, capturando rapidamente edifícios e instalações chaves da cidade. Um tanque arrebentou os portões do Palácio Presidencial as 11:30, hora local, e uma bandeira da Frente Nacional de Libertação foi hasteada sobre ele. O sucessor de Thieu, general Minh, tentou fazer uma rendição formal, mas lhe foi dito que nada mais havia pelo que se render. Minh então deu seu último comando, ordenando a rendição geral de todas as tropas sul-vietnamitas.

A Guerra do Vietnã chegava ao fim depois de quatorze anos de sangue, sofrimento e atrocidades. Na história do Século XX, tornou-se emblemático o exemplo vietnamita que, com o sacrifício de milhões de seus mortos e mutilados, soube resistir, vitoriosamente, à agressão de três potências imperialistas: o Japão, a França e (a mais poderosa delas) os Estados Unidos da América.

Legado

Efeitos no Sudeste Asiático

Após a guerra, em 2 de julho de 1976, foi proclamada a República Socialista do Vietnã. Mas o país estava arrasado, com a maior parte de suas terras agroculturaveis queimada e envenenada (pelo bombardeio de agentes químicos) deliberadamente pelos norte-americanos. Além disso, sob pressão dos Estados Unidos, o mundo ocidental negou-se a prestar socorro aos vietnamitas. Quem os ajudou nesse período de terríveis carências, foram as nações comunistas, especialmente a União Soviética. O socorro soviético estreitou as relações entre os dois países, mas provocou o afastamento da China (rival da URSS).

Milhares de sul-vietnamitas, particularmente militares e funcionários do governo de Nguyen Van Thieu (que se refugiou em Taiwan e, depois, nos Estados Unidos), fugiram do país em

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barcos, sendo que muitos deles morreram tentando escapar pelo mar. Os que ficaram foram aprisionados , sendo mantidos, por algum tempo, em Campos de Reeducação. Estima-se que cerca de dois milhões de sul-vietnamitas deixaram o país.

Ao ampliar o alcance da guerra para toda a Indochina, bombardeando o Cambodja e o Laos, o presidente Nixon acabou contribuindo, indiretamente, para a vitória das guerrilhas comunistas naqueles países, na medida em que os camponeses (principais vítimas dos bombardeios) passaram a apoiar, maciçamente, os guerrilheiros.

No Laos, o governo monárquico foi derrubado pelo Pathet Laos, instalando-se a República Democrática do Povo do Laos.

Em 15 de maio de 1975, 41 militares estadunidenses foram mortos na tomada do navio mercante SS Mayagüez por tropas do Khmer Vermelho. Dois dias após, Phnom Penh, a capital do Camboja, foi tomada pelo Khmer, que proclamou a fundação do Kampuchea Democrático.

Inspirado na Revolução Chinesa e disposto a tornar o país exclusivamente campesino, o lider do Khmer, Pol Pot, fez deportar as populações urbanas para as áreas rurais, submetendo-as a trabalhos forçados nos arrozais, a torturas e a fuzilamentos sumários. Segundo a Anistia Internacional, algo em torno de 1,4 milhão de cambodjanos foram mortos, incluíndo 15 a 20 mil professores e 90% dos monges budistas. Esse banho de sangue só foi estancado em 1979, quando tropas da República Socialista do Vietnã invadiram o país, obrigando Pol Pot e muitos de seus seguidores a se refugiarem na fronteira com a Tailândia, onde apenas sobreviveram graças ao apoio da China e à ajuda econômico/militar dos Estados Unidos da América.

Em represália, a China invadiu o Vietnã (pretextando questões de fronteiras), mas enfrentou séria resistência. Diante disso, após tomarem algumas poucas pequenas cidades no interior do país, os chineses proclamaram-se vitoriosos e se retiraram.

Efeitos nos Estados Unidos

No pós-guerra, os norte-americanos se esforçaram para absorver as lições do conflito. Como observou o general Maxwell Taylor, um dos principais arquitetos da guerra, "em primeiro lugar, nós não nos reconhecemos no Vietnã. Pensamos que estávamos entrando em uma nova Guerra da Coréia, mas este era um país diferente. Em segundo lugar, nós não conhecíamos nossos aliados sul-vietnamitas e conhecíamos ainda menos o Vietnã do Norte. Quem era Ho Chi Minh? Ninguém realmente sabia. Sendo assim, até que pudéssemos conhecer melhor nossos amigos e inimigos, e conhecer melhor a nós mesmos, nós deveríamos ter nos mantido fora deste negócio sujo. Era muito perigoso."

Nas décadas passadas desde o conflito, as discussões acontecem sobre se a retirada norte-americana foi uma derrota política ao invés de uma derrota militar. Alguns estudiosos sugerem que "a responsabilidade pelo fracasso desta política, cai nos ombros não dos homens que a lutaram, mas nos daqueles do Congresso dos Estados Unidos." A história oficial da guerra, nos anais do Exército dos Estados Unidos, afirma que "as táticas da guerra freqüentemente pareciam existir à parte das estratégias e dos objetivos maiores. No Vietnã, o exército experimentou uma vitória tática e uma estratégia fracassada. A lição a ser aprendida é que os fatores sociais, culturais, políticos, humanos e históricos devem sempre se sobrepor sobre o fato militar. O sucesso não recai apenas num progresso militar, mas numa análise correta da natureza de um conflito em particular, entendendo a estratégia inimiga e reconhecendo as forças e deficiências dos aliados. Uma nova humildade e uma nova sofisticação de métodos, devem formar a melhor parte de uma herança complexa deixada para o exército americano pela longa e amarga guerra no Vietnã." Mesmo o Secretário de Defesa McNamara concluiu que "o objetivo de uma vitória militar dos Estados Unidos no Vietnã foi uma perigosa ilusão".

Quase três milhões de norte-americanos serviram no Vietnã. Entre 1965 e 1973, os Estados Unidos gastaram 123 bilhões de dólares com a guerra e a ajuda econômica ao Vietnã do Sul, o que resultou num grande déficit no orçamento federal do país. A guerra demonstrou que nenhuma potência, mesmo

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sendo uma superpotência, era capaz de dispor de força e recursos ilimitados. Mas talvez mais significativamente, a guerra do Vietnã demonstrou que a vontade política, talvez mais que o poder material, é o fator decisivo no resultado de um conflito.

Em 1977, o presidente Jimmy Carter instituiu o perdão a cerca de 10 mil desertores do serviço militar exilados, permitindo-lhes a volta para casa.

Efeitos na China

O Envolvimento da República Popular da China no Vietnã começou em 1949, quando os comunistas de Mao Zedong tomaram o poder no país. O Partido Comunista Chinês logo providenciou apoio material e técnico aos comunistas vietnamitas. Em 1962, Mao concordou em enviar a Hanói 90 mil rifles e armas menores, sem custo. Após o começo das operações aéreas de bombardeio do norte do Vietnã, a China enviou unidades antiaéreas e batalhões de engenheiros militares ao país, para ajudar a reparar estradas, pontes e ferrovias destruídas pelos norte-americanos, o que liberou grandes contingentes de soldados norte-vietnamitas para o combate no sul. Entre 1965 e 1970, mais de 320 mil chineses serviram no norte do Vietnã.

Apesar da assistência chinesa, os vietnamitas sempre mantiveram uma atitude de desconfiança de seus grandes vizinhos, pela histórica antipatia mútua entre as duas nações. Com a China se tornando após a guerra na principal força de apoio ao Khmer Vermelho cambojano, a relação entre os dois países deteriorou-se a ponto dos chineses lançarem uma invasão ao Vietnã em 1979, após a entrada destes no Camboja um ano antes, invasão esta considerada um fracasso militar por suas parcas conquistas. As duas nações continuaram com escaramuças militares durante os anos 80, com a China capturando algumas ilhas vietnamitas na zona de fronteira.

A reação contra a guerra e a contra-cultura

Enquanto o morticínio vitimou, massivamente, os "piolhos humanos" [7] asiáticos, a opinião pública norte-americana apoiou a luta "em defesa da liberdade e da democracia". Mas quando uma quantidade cada vez maior de jovens da classe média yankee passou a retornar dentro de sacos fúnebres, a guerra foi se tornando antipática e os protestos cresceram. Ao lado disso, a divulgação de atrocidades praticadas pelos soldados americanos no Vietnã - bombardeios indiscriminados, uso de napalm e outros agentes químicos proscritos pela Convenção de Genebra, instituição de Campos de Concentração (eufemisticamente chamados de "aldeias estratégicas") e massacre de civís, sobretudo camponeses (dentre os quais o de Mi Lay tornou-se emblemático) [8]. - fez com que surgisse uma crescente rejeição à guerra, inserida no contexto maior do grande movimento da Contracultura, que revolucionou a década de 1960, na maior parte do mundo ocidental.

Uma das vertentes da Contracultura foi o movimento hippie, iniciado num distrito de São Francisco, na Califórnia - o Haight-Ashbury -, com "as crianças das flores" (flower children), quando gente jovem lançou o movimento "Paz e Amor" (Peace and Love), rejeitando o projeto da Grande Sociedade do Presidente Lyndon Johnson. Data desse tempo a afirmação do Feminismo e o surgimento dos Panteras Negras (The Black Panthers) que, abandonando a não-violência pregada por Martin Luther King Jr (assassinado em 1968), propunha o confronto aberto com a cultura racista do país.

O repúdio à guerra foi também um dos estopins da revolta que explodiu nos Campi Universitários, particularmente em Berkeley e em Kent, onde vários jovens morreram num conflito com a Guarda Nacional. Passeatas e manifestações espalharam-se por todo o país, irradiando-se para outros continentes. O climax do movimento estudantil foi a revolta de Maio de 1968, em Paris, quando os universitários se insurgiram contra o governo de Charles de Gaulle, levando o filósofo marxista Herbert

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Marcuse a afirmar que a revolução seria feita, doravante, pelos estudantes e outros grupos não assimilados pela sociedade de consumo conservadora. Revoltas estudantís também ocorreram no Brasil (contra a ditadura militar implantada em 1964), no México, na Alemanha e na Itália.

Equipamentos

A arma mais simbólica desta guerra, o helicóptero Huey, teve um papel decisivo na remoção de combatentes feridos, desembarque de tropas na selva e fornecimento de suprimentos e munição às tropas em terra, sendo durante o decorrer da guerra modernizado em sua capacidade de combate, com foguetes e metralhadoras para apoio aos combates terrestres. Alguns equipamentos e armamentos são considerados símbolos da Guerra do Vietnã. Abaixo uma relação das principais aeronaves, tanques e equipamentos militares imortalizados pelo conflito:

Aeronaves UH-1B/C/D/H Huey (Iroquois), AH-1 Cobra, F-4B/C/D/E Phantom II, A-4B/C/E/F Skyhawk, A-7A/D Corsair II, A-6A/E Intruder, F-105A/D/F Thunderchief, F-111A Aardwark, B-52A Stratofortress, O-1 Bird Dog, O-2 Skymaster, OV-10 Bronco, F-100A/D/F Super Sabre, C-130 Hercules, MiG-17 Fresco, MiG-21 Fishbed .

Veículos M113, M48A3 Patton, M551 Sheridan, M88A1 Hercules, M35, M54, M151 Mutt, M577, M107, M108 - 105mm, M109 - 155mm, M110.

Armanento pessoal Fuzil M-14 Fuzil M-16A1 Metralhadora M-60 AK-47 Pistola M-1911 Capacete de aço M1

Vítimas

O total de vítimas da Guerra do Vietnã entre os anos de 1964 até 1975 é impreciso, oscilando entre 1 milhão e meio a dois milhões de vietnamitas mortos, entre civis e militares. Parte considerável da população economicamente ativa do país morreu durante o conflito. Este fato provocou uma grave crise econômica nos anos seguintes ao término do conflito. Morreram aproximadamente 54.000 soldados estado-unidenses até a retirada dos Estados Unidos do conflito em 1973.

Embargo comercial

Quando os vietnamitas começaram a construir o socialismo no país unificado, primeiramente eles optaram pelo velho modelo soviético que, por não levar em conta as peculiaridades e as realidades nacionais, fracassou. O país então entrou em uma crise econômica que agravou ainda mais sua situação social. Em 1987 o Vietnã enfrentava uma inflação de quase 700% ao ano, uma grande carência no abastecimento de mercadorias e artigos de primeira necessidade como o arroz, por exemplo, estavam sendo importados. Além disso, o país só mantinha relações comerciais e diplomáticas com países socialistas, pois sofria o embargo de países capitalistas, sob imposição dos EUA.

Assuntos: Guerra do Vietnã, Contracultura, movimento Hippie, Flower Power, Geração Beat, Allan Ginsberg e Woodstock. 18

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Forças envolvidas

Estados Unidos: 2.300.000 homens serviram no Vietnã de 1961 a 1974, com 58,159 mortos e 303,635 feridos.

Coreia do Sul: 4,960 mortos e 10,962 feridos

Nova Zelândia: 37 mortos, Tailandia: 351 mortos, Filipinas: 7 mortos

Austrália: 520 mortos e 2.940 feridos

Vietnã do Sul: 1.048.000 homens (Exército regular e Forças Populares), com 184.000 mortos.

Vietnã do Norte e Vietcong: cerca de 1.100.000 homens, com 900.000 mortos no total.

Estima-se que 2.000,00 de civis de ambos os lados morreram no conflito

Armas químicas

Apesar de proscritas pelas Convenções de Genebra [9], armas químicas foram fartamente usadas pelos EUA, durante a Guerra do Vietnã. A mais conhecida delas foi o Napalm, uma mistura de gasolina com uma resina espessa da palmeira que lhe deu o nome e que, em combustão, gera temperaturas a 1.000ºC. Se adere à pele, queima músulos e funde os ossos, além de liberar monóxido de carbono, fazendo vítimas por asfixia.

Mas além do Napalm, o exército norte-americano despejou sobre o Vietnã, desde 1961 (com a aprovação do presidente John Kennedy) até 1971, cerca de 80 milhões de litros de herbicidas. Entre eles, o mais utilizado, devido à sua terrível eficácia, foi o Agente laranja, que é uma combinação de dois herbicidas: o 2,4-D e o 2,4,5-T, sendo que a síntese deste último gera um subproduto cancerígeno, a Dioxina tetraclorodibenzodioxina, considerada uma das substâncias mais perigosas do mundo [10].

O impacto ecológico do uso dessas armas químicas foi catastrófico para a cobertura vegetal e para a população que habitava a região. [11] [12] [13] [14]

Mais de 40 anos depois da guerra, a dioxina produzida pelo Agente Laranja continuava biologicamente ativa. E, atualmente, as concentrações encontradas em várias regiões do Vietnã superam de 400 vezes o limiar de toxicidade, conforme evidenciado pela Canada Hatfield Consultants.

A dioxina foi culpada pela alta incidência de doenças de pele, malformações genéticas, câncer, incapacidades mentais e outros problemas que afetam a população vietnamita (e ex-militares dos EUA). Milhares de crianças nasceram com problemas de pais que não foram expostos ao herbicida durante a guerra, mas que comeram alimentos contaminados por ele. Como de praxe, a maioria das vítimas pertence às famílias mais pobres [15].

Em 2005, a Associação Vietnamita do Agente Laranja moveu uma ação judicial contra as companhias químicas norte-americanas produtoras do Agente Laranja. Mas o juiz federal, Jack Weisntein, não acolheu a queixa, alegando que não havia, nos autos do processo, "nada que comprovasse que o Agente Laranja tenha causado as doenças a ele atribuídas, principalmente pela ausência de uma pesquisa em larga escala".

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Curiosamente, em 1984, uma ação judicial movida por veteranos de guerra norte-americanos contra as mesmas companhias, pelos mesmo motivos, resultou em um acordo de 93 milhões de dólares em indenizações aos soldados.

Memória

Inaugurado em 1982, o Monumento aos Veteranos do Vietname é uma obra edificada em Washington-DC, durante o governo de George W. Bush. Em um muro de mármore negro estão gravados os nomes de todos os mais de 50 mil soldados estadunidenses mortos na guerra, para que sejam lembrados pela posteridade.

Os nomes dos cerca de 4 milhões de vietnamitas, civis e militares (em sua maioria camponeses), mortos no conflito, permanecem no anonimato.

A Guerra do Vietnã

Introdução

http://educaterra.terra.com.br/voltaire/mundo/guerra_vietna11.htm

A Guerra do Vietnã foi o mais longo conflito militar que ocorreu depois da II Guerra Mundial. Estendeu-se essa guerra em dois períodos distintos. No primeiro deles, as forças nacionalistas vietnamitas, sob orientação do Viet-minh (a liga vietnamita), lutaram contra os colonialistas franceses, entre 1946 a 1954. No segundo, uma frente de nacionalistas e comunistas - o Vietcong - enfrentaram as tropas de intervenção norte-americanas, entre 1964 e 1975. Com um pequeno intervalo entre os finais dos anos 50 e início dos 60, a guerra durou quase 20 anos.

Na verdade, devido a sua irradiação, seria melhor dizer Guerra da Indochina, do qual o Vietnã é uma das partes. A Indochina, região assim chamada por ser uma zona intermediária entre a Índia e a China, ocupa uma península do sudoeste asiático e está dividida entre o Vietnã (subdividido em Tonquim e Conchinchina), o Laos e o reino do Camboja. Toda essa região caiu sob domínio do colonialismo francês entre 1883-5 e assim ficou até a ocupação japonesa, entre 1941-45. Com a queda da França em 1940, formou-se o governo colaboracionista de Vichy, aliado dos nazistas. Em vista disso os japoneses permitiram uma certa autonomia administrativa feita por franceses. Mas em 1945, com a derrota do Japão, os franceses tentaram recolonizar toda a Indochina.

Ho Chi Minh

Ho Chi Minh ("aquele que ilumina"), nasceu em 1890 numa pequena aldeia vietnamita, filho de um professor rural. Tornou-se um dos mais importantes e lendários líderes nacionalistas e revolucionários do mundo do após-guerra. Viajou muito jovem como marinheiro e tornou-se socialista quando viveu em Paris, entre 1917 e 1923. Quando ocorreu as Conferências de Versalhes, em 1919, para fixar um novo mapa mundial, o jovem Ho Chi Minh (então chamado de Nguyen Ai quoc, o "patriota"), solicitou aos negociadores europeus que fosse dado ao Vietnã um estatuto autônomo. Ninguém lhe deu resposta, mas Ho Chi Minh tornou-se um herói para o seu povo.

Em 1930 ele fundou o Partido Comunista Indochinês e seu sucessor, o Viet-mihn (Liga da Independência do Vietnã), em 1941, para resistir à ocupação japonesa. Foi preso na China por atividade subversiva e escreveu na prisão os "Diários da Prisão", em chinês clássico, uma série de poemas curtos, onde enalteceu a luta pela independência.

Com seus companheiros mais próximos, Pahm Van Dong e Vo Nguyen Giap, lançou-se numa guerra de guerrilhas contra os japoneses, obedecendo à estratégia de Mao Tse Tung de uma "guerra de longa duração". Finalmente, em 2 de setembro de 1945, eles ocupam Hanói (a capital do norte) e Ho Chi Minh proclamou a independência do Vietnã. Mas os franceses não aceitaram. O Gen. Leclerc, a mando do Gen. De Gaulle, recebeu ordesn de reconquistar todo o norte do país, nas mãos dos comunistas de Ho Chi Minh. Isso irá jogar a França na sua primeira guerra colonial depois de 1945, levando-a a derrota na batalha de Diem Biem Phu, em 1954, quando as forças do Viet-minh, comandadas por Giap, cercam e levam os franceses à rendição. Depois de 8 anos, encerrou-se assim a primeira Guerra da Indochina.

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A Conferência de Genebra

Em Genebra, na Suíça, os franceses acertaram com os vietnamitas um acordo que previa:

1. o Vietnã seria momentaneamente dividido em duas partes, a partir do paralelo 17, no Norte, sob o controle de Ho Chi Minh e no Sul sob o domínio do imperador Bao Dai, um títere dos franceses;

2. haveria entre eles uma Zona Desmilitarizada (ZDM);3. seriam realizadas em 1956, sob supervisão internacional, eleições livres para unificar o país. Os

Estados Unidos presentes no encontro não assinaram o acordo.

A ditadura de Diem

Entrementes no Sul, assumia a administração em nome do imperador, Ngo Dinh Diem, um líder católico, que em pouco tempo tornou-se o ditador do Vietnã do Sul. Ao invés de realizar as eleições em 1956, como previa o acordo de Genebra, Diem proclamou a independência do Sul e cancelou a votação. Os americanos apoiaram Diem porque sabiam que as eleições seriam vencidas pelos nacionalistas e pelos comunistas de Ho Chi Minh. Em 1954, o Gen. Eisenhower, presidente dos Estados Unidos, explicou a posição americana na região pela defesa da Teoria de Dominó: "Se vocês porem uma série de peças de dominó em fila e empurrarem a primeira, logo acabará caindo até a última... se permitirmos que os comunistas conquistem o Vietnã corre-se o risco de se provocar uma reação em cadeia e todo os estados da Ásia Oriental tornar-se-ão comunistas um após o outro."

A partir de então Diem conquistou a colaboração aberta dos EUA, primeiro em armas e dinheiro e depois em instrutores militares. Diem reprimiu as seitas sul-vietnamitas, indispôs-se com os budistas e perseguiu violentamente os nacionalistas e comunistas, além de conviver, como bom déspota oriental, com uma administração extremamente nepótica e corrupta. Em 1956, para solidificar ainda mais o projeto de contenção ao comunismo, especialmente contra a China, o secretário John Foster Dulles criou, em Manilla, a OTASE (Organização do Tratado do Sudeste Asiático), para servir de suporte ao Vietnã do Sul.

A segunda guerra da Indochina A Guerra Civil e a intervenção americana

Com as perseguições desencadeadas pela ditadura Diem, comunistas e nacionalista formaram, em 1960, uma Frente de Libertação Nacional (FLN), mais conhecida como Vietcong, e lançaram-se numa guerra de guerrilhas contra o governo sul-vietnamita. Em pouco tempo o ditador Diem mostrou-se incapaz de por si só vencer seus adversários. O presidente Kennedy envia então os primeiros "conselheiros militares" que, depois de sua morte em 1963, serão substituídos por combatentes. Seu sucessor, o presidente L.Johnson aumenta a escalada de guerra, depois do incidente do Golfo de Tonquim, em setembro de 1964. Esse incidente provou-se posteriormente ter sido forjado pelo Pentágono para justificar a intervenção. Um navio americano teria sido atacado por lanchas vietnamitas em águas internacionais (na verdade era o mar territorial norte-vietnamita), quando patrulhava no Golfo de Tonquim. Assim os norte-americanos consideraram esse episódio como um ato de guerra contra eles, fazendo com que o Congresso aprovasse a Resolução do Golfo de Tonquim, que autorizou o presidente a ampliar o envolvimento americano na região.

Aumento da escalada americana no Vietnã(em soldados)

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1960 900

1962 11.000

1963 50.000

1965 180.000

1967 389.000

1969 540.000

Em represália a um ataque norte-vietnamita e vietcong a base de Pleiku e Qui Nhon o presidente Johnson ordena o bombardeios intenso do Vietnã do Norte. Mas as tentativas de separar o Vietcong das suas bases rurais fracasssa, mesmo com a adoção das chamadas "aldeias estratégicas" que na verdade eram pequenas prisões onde os camponeses deveriam ficar confinados.

A reação contra a guerra e a contra-cultura

A participação crescente dos EUA na Guerra e a brutalidade e inutilidade dos bombardeios aéreos - inclusive com bombas napalm - fez com que surgisse na américa um forte movimento contra a guerra. Começou num bairro de São Francisco, na Califórnia, o Haight - Aschbury, com "as crianças das flores" (flower children), quando gente jovem lançou o movimento "paz e amor" (peace and love), rejeitando o projeto da Grande Sociedade do pres. Johnson.

A partir de então tomou forma a movimento da contra-cultura - chamado de movimento hippy - que teve enorme influência nos costumes da geração dos anos 60, irradiando-se pelo mundo todo. Se a sociedade americana era capaz de cometer um crime daquele vulto, atacando uma pobre sociedade camponesa no sudeste asiático, ela deveria ser rejeitada. Se o americano médio cortava o cabelo rente como um militar, a contracultura estimulou o cabelo despenteado, cumprido, e de cara com barba. Se o americano médio tomava banho, opunham-se a ele andando sujos. Se aqueles andavam de terno e gravata, aboliram-na pelo brim e pela sandália. Repudiaram também a sociedade urbana e industrial, propondo o comunitarismo rural e a atividade artesanal, vivendo da fabricação de pequenas peças, de anéis e colares. Se o tabaco e o álcool era a marca registrada da sociedade tradicional, aderiram à maconha e aos ácidos e as anfetaminas. Foram os grandes responsáveis pela prática do amor livre e pela abolição do casamento convencional e pela cultura do rock. Seu apogeu deu-se com o festival de Woodstock realizado no Estado de N.York, em 1969.

A revolta instalou-se nos Campi Universitários, particularmente em Berkeley e em Kent onde vários jovens morrem num conflito com a Guarda Nacional. Praticamente toda a grande imprensa também se opôs ao envolvimento. Surgiu entre os negros os Panteras Negras (The Black Panthers) um expressivo grupo revolucionário que pregava a guerra contra o mundo branco americano da mesma forma que os vietcongs. Passeatas e manifestações ocorriam em toda a América. Milhares de jovens negaram-se, pela primeira vez na história do país, a servir no exército, desertando ou fugindo para o exterior.

Esse clima espalhou-se para outros continentes e, em 1968, em março, eclodiu a grande rebelião estudantil no Brasil contra o regime militar, implantado em 1964, e em maio, na França, a revolta universitária contra o governo do Gen. de Gaulle. Outras ainda ocorreram no México e na Alemanha e Itália. O filósofo marxista Herbert Marcuse afirmou que a revolução seria feita doravante pelos estudantes e outros grupos não assimilados pela sociedade de consumo conservadora.

A ofensiva do Ano Tet e o desengajamento

Em 30 de janeiro de 1968, os vietcongs fizeram uma surpreendente ofensiva - a ofensiva do Ano Tet (o ano lunar chinês) - sobre 36 cidades sul-vietnamitas, ocupando inclusive a embaixada americana em Saigon. Morreram 33 mil vietcongs nessa operação arriscada, pois expôs quase todos os quadros revolucionários, mas foi uma tremenda vitória política. O gen. Wetsmoreland, que havia dito que "já podia ver a luz no fim do túnel", predizendo uma vitória americana para breve, foi destituído, e o presidente Johnson foi obrigado a aceitar negociações, a serem realizadas em Paris, além de anunciar sua desistência de tentar a reeleição. Para a opinião pública americana tratava-se agora de sair daquela guerra de qualquer maneira. O novo presidente eleito, Richard Nixon, assumiu o compromisso de "trazer nossos rapazes de volta", fazendo com que lentamente as tropas americanas se desengajassem do conflito. O problema passou a ser de que maneira os Estados Unidos poderiam obter uma "retirada honrosa" e manter ainda o seu aliado, o governo sul-vietnamita.

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Desde 1963, quando os militares sul-vietnamitas, apoiados pelos americanos, derrubaram e mataram o ditador Diem (aquela altura extremamente impopular), os sul-vietnamitas não conseguiram mais preencher o vácuo de sua liderança. Uma série de outros militares assumiram a chefia do governo transitoriamente enquanto os combates mais e mais eram tarefa dos americanos. Nixon passou a reverter isso, fazendo com que os sul-vietnamitas voltassem a ser encarregados das operações. Chamou-se isso de "vietnamização" da guerra. Imaginou que abastecendo-os o suficiente de dinheiro e armas eles poderiam lutar sozinhos contra o vietcong. Transformou o presidente Van Thieu num simples títere desse projeto. Enquanto isso as negociações em Paris marcavam passo. Em 1970, Nixon ordenou o ataque a célebre trilha Ho Chi Minh que passava pelo Laos e Camboja e que servia como estrada de abastecimento do vietcong. Estimulou também um golpe militar contra o neutralista príncipe N.Sianouk do Camboja, o que provocou uma guerra civil naquele país entre os militares direitistas e os guerrilheiros do Khmer Vermelho (Khmer Rouge) liderados por Pol Pot.

A derrota e a unificação

Depois de imobilizarem militarmente as forças americanas em várias situações, levando-as a serem retiradas do conflito, os norte-vietnamitas de Giap, juntamente com os vietcongs, prepararam-se para a ofensiva final. Deixaram de lado a guerra de guerrilhas e passaram a concentrar suas forças para um ataque em massa. Desmoralizado, o exército sul-vietnamita começou a dissolver-se. Haviam chegado a 600 mil soldados, mas reduziu-se apenas a um punhado de combatentes. Em dezembro de 1974, os nortistas ocupam Phuoc Binh, a 100 quilômetros de Saigon. Em janeiro de 1975 começou o ataque final. O pânico alcança os sul-vietnamitas que fogem para as cercanias da capital. O presidente Thieu embarca para o exílio e os americanos retiram o resto do seu pessoal e grupos de colaboradores nativos. Finalmente, no dia 30 de abril, as tropas nortistas ocupam Saigon e a rebatizam como Ho Chi Minh, em homenagem ao líder falecido em 1969. A unificação nacional foi formalizada em 2 de julho de 1976 com o nome de República Socialista do Vietnã, 31 anos depois de ter sido anunciada. Mais de um milhão de vietnamitas perecem enquanto que 47 mil mortos e 313 mil feridos ocorreram pelo lado americano, a um custo de US$ 200 bilhões.

Consequências da guerra

O Vietnã foi o país mais vitimado por bombardeios aéreos no século XX. Caíram sobre suas cidades, terras e florestas, mais toneladas de bombas do que as que foram lançadas na II Guerra Mundial. Para tentar desalojar os guerrilheiros das matas foram utilizados violentos herbicidas - o agente laranja - que dizimou milhões de árvores e envenenou os rios e lagos do país. Milhares de pessoas ficaram mutiladas pelas queimaduras provocadas pelas bombas de napalm e suas terras ficaram imprestáveis para a lavoura. Por outro lado, aqueles que não aceitaram viver no regime comunista fugiram em precárias condições, tornaram-se boat people, navegando pelo Mar da China em busca de um abrigo ou vivendo em campos de refugiados em países vizinhos. O Vietnã regrediu economicamente a um nível de antes da II Guerra Mundial. Os Estados Unidos por sua vez saíram moralmente dilacerados, tendo que amargar a primeira derrota militar da sua história. Suas instituições - a CIA e o Pentágono - foram duramente criticadas e um de seus presidentes, Richard Nixon, foi obrigado a renunciar em 1974, depois do escândalo de Watergate. Nunca mais o establishment americano voltou a ganhar a integral confiança dos cidadãos.

Bibliografia

Bonnet, Gabriel - Guerras insurrecionais e revolucionárias, Biblioteca do Exército Editora, Rio de Janeiro, 1963.

Burchett, Wilfred G. - Vietnã do Norte, Editora Civilização Brasileira, Rio de Janeiro, 1967.

Field, Michael - Vento Leste na Indochina, Editora Saga, Rio de Janeiro, 1966, 2 vols.

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Ho Chi Minh - A resistência do Vietnã, Editora Laemmert, Rio de Janeiro, 1968.

Horowitz, David - Revolução e Repressão, Zahar Editores, Rio de Janeiro, 1969.

Otero, Lisandro - En busca de Viet Nam, Editora Nuestra America, Montevideu, 1971.

GUERRA DO VIETNÃ

http://www.colegioweb.com.br/historia/guerra-do-vietna

Foi a guerra mais insensível que aconteceu na segunda metade do século XX. 

Laos, Vietnã e Camboja faziam parte de uma região conhecida como Indochina. Estavam sobre o domínio francês e queriam a independência. 

Na Segunga Guerra Mundial, O Japão dominou esta região, visando lutar contra os orientais, os vietnamitas, liderados pelo revolucionário Ho Chi Minh, se agruparam e formaram a Liga Revolucionária para a Independência do Vietnã (ligada ao partido comunista). 

Os conflitos começaram a acontecer em 1941. Quando a Segunda Guerra Mundial findou-se, iniciou o processo de descolonização, que foi quando começou a luta entre os franceses e os guerrilheiros do Viet Minh, (Liga para a Independência do Vietnã).

Os franceses foram derrotados e obrigados a aceitar a independência.

No ano de 1954, a Independência do Camboja, Laos e Vietnã foi reconhecida pela Conferência de Genebra, que tinha sido convidada para negociar a paz, foi estipulado também que até as eleições em 1956 para unificar o país, o Vietnã ficaria dividi em:

- Vietnã do Norte: socialista governado por Ho Chin Minh

- Vietnã do Sul: capitalista governado por Ngo Dinh-Diem

No ano de 1955, as eleições foram anuladas por Ngo Diem que se tornou ditador após liderar um golpe militar e proclamou a Independência do Sul.

Os EUA se aliaram ao Vietnã do Sul enviando armas, dinheiro e conselheiros militares, e os sul-vietnamitas atacaram por 10 anos o norte.

Com todos esses acontecimentos surgem os movimentos de oposição: Frente Nacional de Libertação: apoiados pelo Vietnã do Norte junto com o seu exército Vietcong.

Lindon B. Johnson, presidente dos Estados Unidos, determinou que o Vietnã do Norte fosse bombardeado, como vingança dos bombardeios das embarcações americanas no Golfo de Tonquim.

No ano de 1972, os EUA bombardearam a região de Laos e Camboja, trazendo com eles até armas químicas, mas os guerrilheiros levavam vantagens pois conheciam bem a região. 

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Os americanos renunciaram ao conflito em 1973, no entanto, a guerra só chegou ao fim em 30 de Abril de 1975, pois ainda havia alguns conflitos contra o norte.

No ano de 1976, o Vietnã foi unificado e passou a ser um Estado Socialista, chamado República Socialista do Vietnã.

História :: Vietnã JOÃO BONTURI

da Folha Online

http://almanaque.folha.uol.com.br/quizes/vietna.shtml

Guerra do Vietnã Retrato da Raquel Welch ou da Ursula Andress num bolso, isqueiro Zippo para atos incendiários, rock no rádio, no estilo do DJ vivido por Robin Williams em "Bom Dia, Vietnã"; cigarro com filtros de um lado, maconha no outro, uma câmera fotográfica na mão, idéias incompletas na cabeça; napalm, surf e cadáveres, como em "Apocalipse Now", de Francis Ford Coppola; de casa chegando uma carta do pai ou do avô, que só faltava conter um retrato de John Wayne em "Os Boinas Verdes". Esse era o soldado americano que lutava no Vietnã.

Faça a Guerra Por que estou aqui, perguntavam aqueles guris fardados... Porque "o seu avô lutou na Primeira Guerra Mundial e o seu pai na Segunda Guerra Mundial. Esta é a sua guerra, garoto".

Os Números da Guerra Em nome dessa herança, morreram 2 milhões de civis vietnamitas. Do Exército comunista do Vietcong foram liquidados 1,1 milhão, e outros 600 mil feridos. No Exército do Vietnam do Sul, aliado dos ianques, ocorreram 223 mil mortes. Entre os norte-americanos, cerca de 58 mil soldados foram eliminados, 300 mil feridos, 2.000 desaparecidos. As amputações e sequelas permanentes foram 300% proporcionalmente maiores do que na Segunda Guerra Mundial.

Por quais razões se lutava? O Vietnã, uma colônia francesa, foi invadido pelos japoneses durante a Segunda Guerra Mundial. No esforço para a libertação, Ho Chi Minh e outros líderes comunistas vietnamitas criaram a Liga Pela Independência do Vietnã, que atuou como movimento guerrilheiro, inclusive com apoio norte-americano, dentro das perspectivas da Conferência de Teerã (1943), na qual ingleses, americanos e soviéticos concordaram que os países libertados teriam regimes democráticos, governados em princípio por coalizões contrárias ao nazi-fascismo. Em 2 de setembro de 1945, Ho Chi Minh proclamou a independência da República Democrática do Vietnã.

Diante da Guerra Fria, os franceses reinstalaram o seu domínio sobre a Cochinchina, de onde tentaram apoderar-se do resto do Vietnã. Derrotados em 1954, firmaram os Acordos de Genebra, nos quais o país foi dividido em duas zonas ao largo do paralelo 17, que não se devia transformar em fronteira, com previsão de um plebiscito em 1956, sobre a reunificação. Porém, essa consulta não se realizou, devido à radicalização de ambos os lados: o Norte, controlado pelo comunista Ho Chi Minh, respaldado pela China e URSS; e o Sul, pelo anticomunista por Ngo Dinh Diem, com crescente apoio dos EUA.

A Presença dos EUA no Vietnã Em 1960, a Revolução Cubana abala os EUA. A Teoria do Dominó (1954), enunciada pelo presidente Eisenhower, é utilizada por Kennedy. Por ela, os Estados do Sul da Ásia eram como pedras de dominó, que postas em fila cairiam todas sob a influência comunista. Esse dogma é aplicado também para a América Latina.

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Ainda em 1960, os norte-vietnamitas criaram a Frente de Libertação Nacional, mais conhecida como Vietcong, que dissemina a guerrilha pelo interior do Vietnã do Sul. Em janeiro de 1961, os ianques tinham 2.000 homens na área; em 1963, eram 16 mil. Após o assassinato de Kennedy, o vice Lyndon Johnson aprova a intervenção direta dos EUA no conflito. Entre 1965 e 68, o número de soldados norte-americanos aumentou de 125 mil para 550 mil. Além dos ianques, apresentam-se também contingentes da Coréia do Sul, Tailândia, Austrália, Nova Zelândia e Filipinas.

Os americanos nunca controlaram o Vietnã do Sul, pois os civis apoiavam os vietcongs, que após suas ações desapareciam com o apoio do povo. Daí o pavor dos recrutas ianques, que disparavam rajadas de metralhadora contra qualquer coisa que se mexesse.

Os Protestos e os Novos Valores na Sociedade Americana A duração e as proporções do conflito chamaram a atenção dos jovens americanos, que se assustaram diante da perspectiva de participação na carnificina. Cresce o movimento hippie cujo visual colorido se opõe às tradicionais cores discretas como o preto, branco, marrom e cinza; os cabelos longos consagraram-se em oposição ao corte militar curto; as barbas compridas, que já compunham o look castrista, negavam de vez o visual clean dos soldados. O auge do movimento foi o festival de Woodstock.

Esse protesto que marcou os valores da geração dos anos 60, divulgou o uso e ampliou o consumo das drogas, pois os jovens, ao desejarem um alívio momentâneo em relação às preocupações, viajavam sob o efeito das bolinhas, da maconha e do perigoso LSD. De placa de identificação na correntinha do pescoço, como os soldados, ou sem lenço, sem documento, os jovens experimentavam os "baratos".

Os americanos ficaram pressionados entre os horrores da guerra, as drogas e o "Make Love, Not War". Muitos pais choravam a perdida virgindade das filhas nos drive-in, motéis, garagens ou até mesmo na cama dos pais quando estes saíam para ir ao cinema.

Efeitos da Mudança de Comportamento na Política O terremoto em torno dos valores não permitiu a reeleicão de Lyndon Johnson, sendo preferido Richard Nixon, cuja plataforma era Paz com Honra. Em 1973, pelos Acordos de Paz de Paris, os americanos começam a abandonar o Vietnã, embora a guerra continuasse até 1975.

A Guerra do Vietnã traumatizou a sociedade norte-americana. A derrota da superpotência por um pequeno e subdesenvolvido país comunista, pôs por terra muitas estratégias e teorias. O ano de 1973 marca também o início da crise do petróleo, e certamente o desastre americano teria sido muito maior se o fanatismo anticomunista perdurasse no Sudeste asiático. Depois de Nixon, Jimmy Carter restauraria a fé na democracia retirando aos poucos o apoio aos regimes ditatoriais estabelecidos pela Teoria do Dominó. A Guerra Fria caminhava lenta, mas firmemente, para o seu ocaso.

Até a Segunda Guerra Mundial, o Vietnã era uma colônia:

Inglesa

Holandesa

Francesa

Espanhola

Belga

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Pelos Acordos de Genebra (1954), o Vietnã:

Teve sua independência unitária reconhecida pela ONU

Os americanos concordaram em prestar assistência militar ao Vietnã

Foi dividido em duas zonas ao largo do paralelo 17°

Passou a integrar o Pacto de Varsóvia

Declarou-se um país não alinhado

A intervenção direta dos EUA no Vietnã, foi autorizada pelo presidente:

Dwight David Eisenhower

Richard Nixon

Gerald Ford

Ronald Reagan

Lyndon Johnson

Durante a Guerra do Vietnã, os hippies eram contra a presença americana no conflito. Do comportamento hippie NÃO consta:

Cabelo longo

Roupa colorida

O uso de drogas

Uma postura agressiva

Barba comprida

Resultado

Até a Segunda Guerra Mundial, o Vietnã era uma colônia: Francesa

Pelos Acordos de Genebra (1954), o Vietnã: Foi dividido em duas zonas ao largo do paralelo 17°

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A intervenção direta dos EUA no Vietnã, foi autorizada pelo presidente: Lyndon Johnson

Durante a Guerra do Vietnã, os hippies eram contra a presença americana no conflito. Do comportamento hippie NÃO consta: Uma postura agressiva

CONTRACULTURAhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Contracultura

Contracultura é um movimento que tem seu auge na década de 1960, quando teve lugar um estilo de mobilização e contestação social e com ele novos meios de comunicação em massa. Jovens inovando estilos, voltando-se mais para o anti-social aos olhos das famílias mais conservadoras, com um espírito mais libertário, resumindo como uma cultura underground, cultura alternativa ou cultura marginal, focada principalmente nas transformações da consciência, dos valores e do comportamento, na busca de outros espaços e novos canais de expressão para o indivíduo e pequenas realidades do cotidiano.

Surgiu então a contracultura que pode ser definida como um ideário altercador que questiona valores centrais vigentes e instituídos na cultura ocidental. Justamente por causa disso, são pessoas que costumam se excluir socialmente e alguns se negam a se adaptarem as visões aceitas pelo mundo. Com o vultoso crescimento dos meios de comunicação, a difusão de normas, valores, gostos e padrões de comportamento se libertavam das amarras tradicionais e locais – como a religiosa e a familiar -, ganhando uma dimensão mais universal e aproximando a juventude de todo o globo, de uma maior integração cultural e humana. Destarte, a contracultura desenvolveu-se na América Latina, Europa e principalmente nos EUA onde as pessoas buscavam valores novos.

Na década de 1950 surgiu nos Estados Unidos um dos primeiros movimentos da contra cultura: a Beat Generation (Geração Beat). Os Beatniks eram jovens intelectuais que contestavam o consumismo e o otimismo do pós-guerra americano, o anticomunismo generalizado e a falta de pensamento crítico.

Na década de 1960 o mundo conheceu o principal e mais influente movimento de contra cultura ja existente, o movimento Hippie. Os hippies se opunham radicalmente aos valores culturais considerados importantes na sociedade: o trabalho, o patriotismo e nacionalismo, a ascensão social e até mesmo a "estética padrão".

O principal marco histórico da cultura "hippie" foi o "Woodstock," um grande festival ocorrido no estado de Nova Iorque em 1969, que contou com a participação de artistas de diversos estilos musicais, como o folk, o "rock'n'roll" e o blues, todos esses de alguma forma ligados às críticas e à contestação do movimento.

"De um lado, o termo contracultura pode se referir ao conjunto de movimentos de rebelião da juventude [...] que marcaram os anos 60: o movimento hippie, a música rock, uma certa movimentação nas universidades, viagens de mochila, drogas e assim por diante. [...] Trata-se, então, de um fenômeno datado e situado historicamente e que, embora muito próximo de nós, já faz parte do passado”. [...] “De outro lado, o mesmo termo pode também se referir a alguma coisa mais geral, mais abstrata, um certo espírito, um certo modo de contestação, de enfrentamento diante da ordem vigente, de caráter profundamente radical e bastante estranho às forças mais tradicionais de oposição a esta mesma ordem dominante. Um tipo de crítica anárquica – esta parece ser a palavra-chave – que, de certa maneira, ‘rompe com as regras do jogo’ em termos de modo de se fazer oposição a uma

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determinada situação. [...] Uma contracultura, entendida assim, reaparece de tempos em tempos, em diferentes épocas e situações, e costuma ter um papel fortemente revigorador da crítica social." (Pereira, 1992, p. 20).

A partir de todos esses fatos era difícil ignorar-se a contracultura como forma de contestação radical, pois rompia com praticamente todos os hábitos consagrados de pensamentos e comportamentos da cultura dominante, surgindo inicialmente na imprensa foi ganhando espaço no sentido de lançar rótulos ou modismos.

É vital a importância dos meios de comunicação de massa para configurar a contracultura: "pela primeira vez, os sentimentos de rebeldia, insatisfação e busca que caracterizam o processo de transição para a maturidade encontram ressonância nos meios de comunicação" (Carvalho, 2002, p. 7).

O que marcava a nova onda de protestos desta cultura que começava a tomar conta, principalmente, da sociedade americana era o seu caráter de não-violência, por tudo que conseguiu expressar, por todo o envolvimento social que conseguiu provocar, é um fenômeno verdadeiramente cultural. Constituindo-se num dos principais veículos da nova cultura que explodia em pleno coração das sociedades industriais avançadas.

O discurso crítico que o movimento estudantil internacional elaborou ao longo dos anos 60 visava não apenas as contradições da sociedade capitalista, mas também aquelas de uma sociedade industrial capitalista, tecnocrática, nas suas manifestações mais simples e corriqueiras. Neste período a contracultura teve seu lugar de importância, não apenas pelo poder de mobilização, mas principalmente, pela natureza de idéias que colocou em circulação, pelo modo como as veiculou e pelo espaço de intervenção crítica que abriu.

Por contracultura, segundo Pereira, pode-se entender duas representações até certo ponto diferentes, ainda que muito ligadas entre si: Finalmente, esta ruptura ideológica do establishment, a que se se convencionou chamar de contracultura, modificou inexoravelmente o modo de vida ocidental, seja na esfera social, com a gênese do Movimento pelos Direitos Civis; no âmbito musical, com o surgimento de gêneros musicais e organização de festivais; e na área política, como os infindos protestos desencadeados pela beligerância ianque. Pode-se citar ainda o movimento estudantil Maio de 68, ocorrido na França, além da Primavera de Praga, sucedida na Tchecoslováquia no mesmo ano. Pereira (1992) assevera que é difícil negar que a contracultura seja a última – pelo menos até agora - grande utopia radical de transformação social que se originou no Ocidente.

Contraculturahttp://www.mundoeducacao.com.br/sociologia/contracultura.htm

O que é contracultura, origem, princípios principais, movimento beatnik, crítica social e cultural

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Janis Joplin: contracultura na música  (final da década de 1960)

Introdução 

Surgida nos Estados Unidos na década de 1960, a contracultura pode ser entendida como um movimento de contestação de caráter social e cultural. Nasceu e ganhou força, principalmente entre os jovens desta década, seguindo pelas décadas posteriores até os dias atuais. 

De um modo geral, podemos citar como características principais deste movimento, nas décadas de 1960 e 1970: 

- valorização da natureza; - vida comunitária;- luta pela paz (contra as guerras, conflitos e qualquer tipo de repressão);- vegetarianismo: busca de uma alimentação natural;- respeito às minorias raciais e culturais;- experiência com drogas psicodélicas,- liberdade nos relacionamentos sexuais e amorosos, - anticonsumismo- aproximação das práticas religiosas orientais, principalmente do budismo;- crítica aos meios de comunicação de massa como, por exemplo, a televisão;- discordância com os princípios do capitalismo e economia de mercado

Os precursores da revolução contracultural foram os chamados beatniks, cuja característica mais importante foi o inconformismo com a realidade do começo da década de 1960. Os líderes do movimento beatnik, que serviu de base para o movimento hippie, foram Jack Kerouac, Allen Ginsberg e William Burroughs. 

Na segunda metade dos anos 60, Ken Kesey, Alan Watts, Timothy Leary e Norman Brown criaram a teoria e práxis contracultural, ganhando destaque e transformando-se nas lideranças do movimento. 

Com relação ao mundo musical, podemos citar a cantora Janis Joplin como o símbolo deste movimento na década de 1960. As letras de suas canções e seu estilo fugiam do convencional, criticando, muitas vezes, o padrão musical estabelecido pela cultura de massa. Os músicos Jim Morrison e Jimi Rendrix também se encaixam neste contexto cultural.

Atualmente a contracultura ainda vive, porém esta preservada em pequenos grupos sociais e artísticos que contestam alguns parâmetros estabelecidos pelo mercado cultural, governos e movimentos tradicionalistas.

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http://www.mundoeducacao.com.br/sociologia/contracultura.htm

Nas sociedades capitalistas, a organização da sociedade e das instituições promoveu a observância de um interessante processo de homogeneização da população como um todo. Diversos teóricos apontaram uma reprodutibilidade em alta escala de formas de pensar, agir e sentir que estariam sendo levadas a todos os indivíduos com o objetivo de propagar uma mesma compreensão do mundo. Nas Ciências Humanas, os conceitos de “cultura de massa” e “indústria cultural” surgiram justamente para consolidar tal ideia.

Em muitos estudos, alguns pesquisadores tiveram a intenção de mostrar como determinadas ideologias ganham alcance na sociedade e, a partir de sua propagação, passam a sedimentar um costume compreendido como natural. Apesar da relevância incontestável desse tipo de trabalho, outros importantes pensadores da cultura estabeleceram um questionamento sobre essa ideia de “cultura dominante” ao mostrarem outra possibilidade de resposta para o tema.

Partindo para o campo das práticas culturais, também podemos notar que o desenvolvimento de costumes vão justamente contra os pressupostos comungados pela maioria. Foi nesse momento em que passou a se trabalhar com o conceito de “contracultura”, definidor de todas as práticas e manifestações que visam criticar, debater e questionar tudo aquilo que é visto como vigente em um determinado contexto sócio-histórico.

Um dos mais reconhecidos tipos de manifestação contracultural aconteceu nas décadas de 1950 e 1960, nos Estados Unidos. Após a saída deste país da Segunda Guerra Mundial, um verdadeiro “baby-boom” foi responsável pelo surgimento de uma nova geração que viveria todo o conforto de um país que se enriqueceu rapidamente. Contudo, ao contrário do que se podia esperar, essa geração desempenhou o papel de apontar os limites e problemas gerados pela sociedade capitalista.

Rejeitando o elogio cego à nação, o trabalho e a rápida ascensão social, esses jovens buscaram um refúgio contra as instituições e valores que defendiam o consumismo e o cumprimento das obrigações. A partir daí foi dado o aparecimento do movimento hippie, que incitou milhares de jovens a cultuarem o amor livre, o desprendimento às convenções e o desenvolvimento de todo um mundo que fosse alternativo ao que fosse oferecido pelo sempre tão criticado “sistema”.

No Brasil, essa ideia de contracultura pode ser observada com o desenvolvimento do movimento hip hop. Embalados pela “beat” eletrônico e letras com rimas ácidas, diversos jovens da periferia dos grandes centros urbanos absorveram um gênero musical estrangeiro para retratar a miséria e violência que se alastravam em várias cidades do país. Atualmente, essa manifestação se diversificou e protagoniza a realização de diversos projetos sociais que divulgam cultura e educação.

Com respeito ao conceito de contracultura, não podemos simplesmente pensar que ele vá simplesmente definir a existência de uma cultura única e original. Pelo contrário, as manifestações de traço contracultural têm a importante função de revisar os valores absorvidos em nosso cotidiano e, dessa forma, indicar novos caminhos pelo qual o homem trilha suas opções. Assim, é necessário sempre afirmar que contracultura também é cultura!

CONTRACULTURAhttp://www.spiner.com.br/modules.php?file=article&name=News&sid=1262

Os hippies eram parte do que se convencionou chamar movimento de contracultura dos anos 60. Adotavam um modo de vida comunitário ou estilo de vida nômade, negavam o nacionalismo e a Guerra do Vietnã, abraçavam aspectos de religiões como o budismo, hinduismo, e/ou as religiões das culturas nativas norte-americanas e estavam em desacordo com valores tradicionais da classe média americana. Eles enxergavam o paternalismo governamental, as corporações industriais e os valores sociais tradicionais como parte de um

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establishment único, e que não tinha legitimidade.

O termo derivou da palavra em inglês hipster, que designava as pessoas nos EUA que se envolviam com a cultura negra, ex: Harry "The Hipster" Gibson. Em 6 de setembro de 1965, o termo hippie foi utilizado pela primeira vez, em um jornal de São Francisco, um artigo do jornalista Michael Smith.

Nos anos 60, muitos jovens passaram a contestar a sociedade e a pôr em causa os valores tradicionais. Esses movimentos de contestação iniciaram-se nos EUA. Os hippies defendiam o amor livre e a não violência.

Como grupo, os hippies tendem a usar cabelos e barbas mais compridos do que o considerado "elegante". Muita gente não associada à contracultura considerava os cabelos compridos uma ofensa, em parte por causa da atitude iconoclasta dos hippies, às vezes por os acharem "anti-higiênicos" ou os considerarem "coisa de mulher".

Foi quando a peça musical Hair saiu do circuito chamado off-Broadway para um grande teatro da Broadway em 1968, que a contracultura hippie já estava se diversificando e saindo dos centros urbanos tradicionais.

Os Hippies não pararam de fazer protestos contra a Guerra do Vietnã, cujo propósito era acabar com a guerra, a maioria eram soldados que voltaram depois de ter contato com os Indianos, que a partir desse contato, eles se inspiraram na religião e no jeito de viver para protestarem. Seu principal símbolo era o Mandala.

Abaixo estão algumas gírias bastante conhecidas pelos hippies:

* Arquibaldo - Torcedor de arquibancada* Barra - Difícil* Bicho - Amigo* Bicho Grilo - Alguem Mal vestido* Bichogrilês - Idioma dos Hippies* Biônico - Político nomeado pelo governo* Bode - Confusão* Capanga - Bolsa* Chacrinha - Conversa sem objetivos* Dar o cano - quebrar compromissos* Eu "tô" que "tô" que nem "tô" de tanto que "tô" - Eu Estou bem* Fazer a cabeça - Conquistar* Geraldino - Torcedor de geral* Goiaba - Bobo* Jóia - Tudo bem* Podes crer - Acredite* Repeteco - Repetição

Outras características associadas aos hippies

* Roupas de cores brilhantes, e alguns estilos incomuns, (tais como calças boca-de-sino, camisas tingidas, roupas de inspiração indiana)

* Predileção por certos estilos de música, como rock psicodélico Grateful Dead, Jefferson Airplane, Janis Joplin e soft rock como Sonny & Cher; ou mais recentemente Phish, String Cheese Incident, the Black Crowes, ou a "trance music" de Goa;

* Às vezes tocar músicas nas casas de amigos ou em festas ao ar livre como na famosa "Human Be-In" de San Francisco, ou no Festival de Woodstock em 1969. Atualmente, há o chamado Burning Man Festival (veja link no final);

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* Amor livre (veja também: revolução sexual). É curioso notar que muitos hippies, porém, não toleravam as relações sexuais ou amorosas entre homens, apenas entre mulheres;

* Vida em comunidades onde todos os ditames do capitalismo são deixados de lado. Por exemplo, todos os moradores exercem uma função dentro da comunidade, as decisões são tomadas em conjunto, normalmente é praticada a agricultura de subsistência e o comércio entre os moradores é realizado através da troca. Existem comunidades hippies espalhadas no mundo inteiro;

* O incenso e meditação são parte integrante da cultura hippie pelo seu caráter simbólico e quase religiosos;

* Uso de drogas como marijuana (maconha), haxixe, e alucinógenos como o LSD e psilocibina (alcalóide extraído de um cogumelo). Porém muitos consideravam o cigarro feito de tabaco como prejudicial à saúde. O uso da maconha era exaltado mais por sua natureza iconoclasta e ilícita, do que por seus efeitos psico-farmacêuticos;

* Quanto à participação política, mostravam pouco interesse. Eram adeptos do pacifismo e, contrários à guerra do Vietnã, participaram de algumas manifestações anti-guerra dos anos 60, não todas, como se acredita. Ir contra qualquer tipo de manifestação política também faz parte da cultura hippie, que privilegia muito mais o bem estar da alma e do indivíduo.

Por volta de 1970, muito do estilo hippie se tornou parte da cultura principal, porém muito pouco da sua essência. A grande imprensa perdeu seu interesse na subcultura hippie como tal, apesar de muitos hippies terem continuado a manter uma profunda ligação com a mesma. Como os hippies tenderam a evitar publicidade após a era do Verão do Amor e de Woodstock, surgiu um mito popular de que o movimento hippie não mais existia. De fato, ele continuou a existir em comunidades mundo afora, como andarilhos que acompanhavam suas bandas preferidas, ou às vezes nos interstícios da economia global. Ainda hoje, muitos se encontram em festivais e encontros para celebrar a vida e o amor, como no Peace Fest.

Da Contra-cultura à loucura

http://www.contrac.hpg.ig.com.br/a_contracultura_loucura.htm

Não é de hoje que ouvimos falar em termos como "alternativo", "underground", "contracultura", mas será que nós sabemos realmente o que estes termos significam? Quando eu menciono nós estou propositadamente incluindo aqueles próprios que se dizem alternativos, undergrounds ou contraculturais. Somos "eles" realmente o que dizem(os), ou estamos caindo na velha retórica ideológica? A partir de onde deixamos de ser "rebeldes sem causas" e passamos a ser verdadeiramente alternativos, ou melhor. É possível que sejamos realmente alternativos?

Vejamos, para entendermos isso é necessário que saibamos primeiro o que é alternativo, o que é contracultura. Numa primeira análise parece óbvio - contracultura é o que vai de encontro a cultura, mas que cultura é essa? A nossa sociedade é, está e sempre foi edificada em uma interpretação da realidade, o que isso implica? As instituições sociais, não estou aqui me referindo aos prédios e organizações governamentais, mas entenda-se como as convenções da ordem das crenças, das "opiniões" , das "verdades" e valores de nossa sociedade. Ora, desde que nascemos nós somos envoltos involuntariamente nessa "construção" ; por exemplo, quando uma criança nasce do sexo masculino suas roupinhas serão azuis, se mulher serão cor-de-rosa, tudo isso graças a uma convenção da nossa sociedade. Isso é apenas um pequeno exemplo do que vem a ser esse todo complexo formado pelas relações entre nós, seres da espécie humana.

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Então, a sociedade, desde sua constituição, cria suas convenções às quais estamos sujeitos desde o nosso nascimento (ou até antes, como defende Freud) até a nossa morte, mas ao longo de nossa existência em sociedade essa própria "ordem" nos possibilita, através de maneiras de pensamento e reflexão (a ciência ou a filosofia, por exemplo), questionar esse conjunto de valores impostos a todos os seres humanos, a partir desse questionamento o indivíduo passa a por em prova a validade dessas instituições, dessas convenções criadas por nós mesmos. Por exemplo, se perguntarmos a opinião de alguém de uma cidadezinha do interior (que cultiva suas crenças e costumes) sobre o sexo antes do casamento certamente esse alguém vai ser contra, devido exatamente às suas crenças e costumes (instituições da ordem social). Mas se um jovem dessa mesma cidade se manifestar a favor e afirmar que não há problema na prática do sexo antes do casamento, certamente será repreendido, mas esse jovem, muito provavelmente, teve acesso à uma gama de informações diferentes, que tornou possível a sua relativização do assunto. Ora, esse jovem será repreendido por que ele não cumpriu as expectativas dos valores de sua sociedade, logo será tido como diferente.

Quando, nós, em sã consciência (ou não) questionamos os moldes determinados pela nossa sociedade, quando vamos de encontro à essa rede de convenções e instituições impostas pela sociedade e tentamos modificá-las de algum modo, quando tentamos "sair" dessa rede, estamos tomando uma atitude contracultural.

É preciso estarmos cientes do que somos e fazemos, não estou aqui dizendo que "dentro" da contracultura estaremos "fora" dessa rede de convenções, pois é impossível que isso aconteça totalmente, os que o fazem são considerados loucos e incapazes do convívio em sociedade. O que, em minha opinião, deve-se constituir como nosso dever dentro dessa esfera contracultural, é a busca de tornar o nosso nível de consciência da existência dessa "ordem" maior e tentarmos não tornar essa rede de convenções uma verdade suprema da nossa existência. Procurar dentro (e fora) das nossas possibilidades fazer com que essa máscara de considerações seja relativizada e que os padrões sejam postos em questão. Sugiro e sustento que todos nós, indivíduos pensantes da raça humana, sejamos loucos por alguns momentos e consigamos "sair" dessa rede que nos prende e conseguir ver de fora a "normalidade" do mundo em que vivemos.

Hippiehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Hippie

Os "hippies" (no singular, hippie) eram parte do que se convencionou chamar movimento de contracultura dos anos 1960 tendo relativa queda de popularidade nos anos 1970 nos EUA, embora o movimento tenha tido muita força em países como o Brasil somente na década de 70. O movimento foi encerrado no Brasil entre os anos de 1982 e 1990, pois o presidente da época não estava aturando o uso excessivo de drogas lícitas e ílicitas, além de provocações verbais com os cidadães que não eram a favor.

Uma das frases ideomáticas associada a este movimento foi a célebre máxima "Paz e Amor" (em inglês "Peace and Love") que precedeu á expressão "Ban the Bomb" , a qual criticava o uso de armas nucleares. Mais info

As questões ambientais, a prática de nudismo, e a emancipação sexual eram ideias respeitadas recorrentemente por estas comunidades.

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Pesquisa sobre a guerra do Vietnã e suas consegquênciasFeita por: Marco Antonio de Andrade em Dezembro/2009

Adotavam um modo de vida comunitário, tendendo a uma espécie de socialismo-anarquista ou estilo de vida nômade e à vida em comunhão com a natureza, negavam o nacionalismo e a Guerra do Vietname, bem como todas as guerras, abraçavam aspectos de religiões como o budismo, hinduismo, e/ou as religiões das culturas nativas norte-americanas e estavam em desacordo com valores tradicionais da classe média americana e das economias capitalistas e totalitárias. Eles enxergavam o patriarcalismo, o militarismo, o poder governamental, as corporações industriais, a massificação, o capitalismo, o autoritarismo e os valores sociais tradicionais como parte de uma "instituição" única, e que não tinha legitimidade.

Origens

O termo derivou da palavra em inglês hipster, que designava as pessoas nos EUA que se envolviam com a cultura negra, e.x.: Harry The Hipster Gibson. Em 6 de setembro de 1965, o termo hippie foi utilizado pela primeira vez, em um jornal de São Francisco, um artigo do jornalista Michael Smith. * A eclosão do movimento se deu em consequencia do surgimento da chamada Geração Beat, os beatniks, uma leva de escritores e artistas que, primeiramente, assumiram os comportamentos copiados pelos hippies.

Com a palavra "beat", John Lennon, transformado em um dos principais porta-vozes pop do movimento hippie, criou o nome da sua banda - The Beatles. Tanto o termo beatnik como o termo hippie assumiam sentido pejorativo para a grande massa norte-americana.

Estilo e comportamento

O símbolo da paz foi desenvolvido na Inglaterra como logo para uma campanha pelo desarmamento nuclear, e foi adotado pelos hippies americanos que eram contra a guerra nos anos 60.

Nos anos 60, muitos jovens passaram a contestar a sociedade e a pôr em causa os valores tradicionais e o poder militar e econômico. Esses movimentos de contestação iniciaram-se nos EUA, impulsinados por músicos e artistas em geral.

Os hippies defendiam o amor livre e a não-violência.

Como grupo, os hippies tendem a viver em comunidades coletivistas ou de forma nômade, vivendo e produzindo independentemente dos mercados formais, usam cabelos e barbas mais compridos do que era considerado "elegante" na época do seu surgimento. Muita gente não associada à contracultura considerava os cabelos compridos uma ofensa, em parte por causa da atitude iconoclasta dos hippies, às vezes por acharem "anti-higiênicos" ou os considerarem "coisa de mulher".

Foi quando a peça musical Hair saiu do circuito chamado off-Broadway para um grande teatro da Broadway em 1968, que a contracultura hippie já estava se diversificando e saindo dos centros urbanos tradicionais.

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Os Hippies não pararam de fazer protestos contra a Guerra do Vietnã, cujo propósito era acabar com a guerra. A massa dos hippies eram soldados que voltaram depois de ter contato com os Indianos e a cultura oriental que, a partir desse contato, se inspiraram na religião e no jeito de viver para protestarem.

Seu principal símbolo era a Figura circular com 3 intervalos iguais.

Gírias

As gírias hippies surgiram no Brasil principalmente nos anos 70 e se tornaram tendência entre os jovens e atualmente são usadas com menos freqüencia, mas muitas nunca deixaram de ser usadas por jovens e "coroas" (que é uma gíria hippie).

Paz e amor - Tranquilo, tudo bem (!) (?) Arquibaldo - Torcedor de arquibancada Barra - Dificuldade Bicho - Amigo Parada - Negócio Bicho Grilo - Hippie Bichogrilês - Idioma dos Hippies Biônico - Político nomeado pelo governo Bode - Confusão Patota - Galera Capanga - Bolsa Chacrinha - Conversa sem objetivos Coroa - pessoa não-jovem (mais de 50 anos) Dar o cano - quebrar compromissos Dar um giro - sair, passear Eu tô que tô - Eu Estou bem Fazer a cabeça - mudar a cabeça de alguém Parafrentex - Atual Psicodélico - Estranho Geraldino - Torcedor de geral Goiaba - Bobo Jóia - Tudo bem Podes crer - Acredite; concordo Repeteco - Repetição Cara - pessoa, usado para mulheres e homens Sacar - entender Pô - Exclamação de contrariedade Meu - pessoa, cara Massa - Legal Não dá nada - não tem problema Corta essa! - desiste, muda (exclamação) Mudar a cabeça - mudar o modo de pensar Acertar as cabeças - combinar (pessoas) Falou e disse - disse tudo Velha e velho - pai e mãe Véio - amigo Caô - conversa fiada; mentira Falou - Tchau, Até Mais

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Outras características associadas aos hippies

Roupas velhas e naturalmente rasgadas, para ir em oposição ao consumismo, ou então roupas com cores berrantes para fazer apologia a psicodelia, além de diversos outros estilos incomuns (tais como calças boca-de-sino, camisas tingidas, roupas de inspiração indiana).

Predileção por certos estilos de música, como rock psicodélico Rolling Stones, The Beatles, Grateful Dead, Jefferson Airplane, Janis Joplin, Jimi Hendrix, Led Zeppelin, Quicksilver Messenger Service, The Doors, Pink Floyd, The Kinks, Bob Dylan, Raul Seixas, Neil Young, Mutantes, Zé Ramalho, Secos e Molhados, os tropicalistas (Caetano, Gil, etc), Novos Baianos, A Barca do Sol e soft rock como Sonny & Cher, e em alguns casos até o grunge como Nirvana. Também apreciavam o Goa Trance, isto, quando hippies viajantes, buscadores espirituais e um sem-número de pessoas ligadas a manifestações de contracultura, munidos de conhecimento técnico de produção de música electrónica e de um puro desejo de curtir e experimentar, desenvolveram, de forma intuitiva, um novo estilo sonoro. Um dos principais fundadores deste movimento foi Goa Gil.

Às vezes tocar músicas nas casas de amigos ou em festas ao ar livre como na famosa "Human Be-In" de San Francisco, ou no Festival de Woodstock em 1969. Atualmente, há o chamado Burning Man Festival.

Amor livre e sem distinções. Ideais anarquistas de comunidades igualitárias e total liberdade não violenta. Rejeição à produtos de beleza, giletes de barbear, shampoos ou outros instrumentos artificiais. Vida em comunidades onde todos os ditames do capitalismo são deixados de lado. Por exemplo,

todos os moradores exercem uma função dentro da comunidade, as decisões são tomadas em conjunto, normalmente é praticada a agricultura de subsistência e o comércio entre os moradores é realizado através da troca. Existem comunidades hippies espalhadas no mundo inteiro; vivem para a subsistência.

O incenso e meditação são parte integrante da cultura hippie pelo seu caráter simbólico e quase religiosos;

Uso de drogas como marijuana (maconha), haxixe, e alucinógenos como o LSD e psilocibina (alcalóide extraído de um cogumelo), visando a "liberação da mente", seguindo as idéias dos beats e de Timothy Leary, um psicólogo proponente dos benefícios terapêuticos e espirituais do LSD. Porém muitos consideravam o cigarro feito de tabaco como prejudicial à saúde. O uso da maconha era exaltado também por sua natureza iconoclasta e ilícita, mais do que por seus efeitos psico-farmacêuticos;

Culto pelo prazer livre, seja ele físico, sexual ou intelectual. Repúdio à ganância e à falsidade. Quanto à participação política, mostravam algum interesse, mas nunca de maneira tradicional.

Eram adeptos do pacifismo e, contrários à guerra do Vietnã, participaram de algumas manifestações anti-guerra dos anos 60, não todas, como se acredita. Nos EUA, pregaram o "poder para o povo". Muitos não se envolvem em qualquer tipo de manifestação política por privilegiarem muito mais o bem estar da alma e do indivíduo, mas assumem uma postura tendente à esquerda, geralmente elevando ideais anarquistas ou socialistas. São contra qualquer tipo de autoritarismo e preocupados com as questões sociais como a discriminação racial, sexual, etc.

Fome intelectual insaciável. Raramente são adeptos à muitas inovações tecnologicas, preferindo uma vida distante de prazeres materiais.

Misticismo.

Legado

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Por volta de 1970, muito do estilo hippie se tornou parte da cultura principal, disseminando a sua essência por todas as áreas das sociedades atuais. A liberdade sexual, a não-discriminação das minorias, o ambientalismo e o misticismo atual são, em larga medida, produto da contestação hippie No entanto, a grande imprensa perdeu seu interesse na subcultura hippie como tal, apesar de muitos hippies terem continuado a manter uma profunda ligação com a mesma. Como os hippies tenderam a evitar publicidade após a era do Verão do Amor e de Woodstock, surgiu um mito popular de que o movimento hippie não mais existia. De fato, ele continuou a existir em comunidades mundo afora, como andarilhos que acompanhavam suas bandas preferidas, ou às vezes nos interstícios da economia global. Ainda hoje, muitos se encontram em festivais e encontros para celebrar a vida e o amor, como no Peace Fest e nas reuniões da família arco-íris.

No Brasil temos algumas comunidades Hippes espalhadas por praias e comunidades alternativas. Neste contexto, destacam-se a cidade mineira de São Tomé das Letras, o vilarejo Trindade em Parati, RJ, Pirenópolis em Goias, Trancoso na Bahia, etc. No cenario musical, destacam-se o cantor Raul Seixas (que provavelmente veio a ser o maior cantor hippie da historia nacional) e a banda Mutantes, que fizeram grande sucesso nos anos 60 e 70 e tem milhares de fãs ainda hoje. Na cena musical contemporânea, destaca-se o cantor Ventania, baseado em São Tomé das Letras, MG. Ventania tem em seu repertório inumeras obras, que falam desde o livre pensar ao desapego material, cultuando a natureza e os ideais Hippes.

Flower powerhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Flower_power

Flower Power (Força das Flores) foi um slogan usado pelos hippies dos anos 60 até o começo dos anos 70 como um símbolo da ideologia da não-violência e de repúdio à Guerra do Vietnã.O termo foi utilizado pela primeira vez pelo poeta Allen Ginsberg em 1965. Desde então ele é freqüentemente utilizado para se referir aos anos 60, inclusive em filmes, programas de TV e documentários, etc.

O ponto de encontro do movimento Flower Power era em Amsterdã, num clube chamado Paradiso. Os hippies escolheram este clube por causa do nome Paradiso, o qual lembrava um lugar pacífico, um paraíso. Hoje em dia ele é encontrado próximo ao Hard Rock Café e é um centro de música para todos.

Allen Ginsberg

Irwin Allen Ginsberg (Newark, Nova Jersey, 3 de junho de 1926 – 5 de abril de 1997) foi um poeta americano da geração beat, que ficou conhecido pelo seu livro de poesia Howl (1956).

Vida

Allen Ginsberg foi uma criança complicada e tímida, dominada pelos estranhos e assustadores episódios de sua mãe, uma mulher completamente paranóica, que acreditava que o mundo conspirava contra ela. Ao mesmo tempo, Allen teve que lutar para compreender o que estava acontecendo dentro dele, já que era consumido pela luxúria de outros meninos de sua idade.

Na escola secundária, descobriu a poesia, mas logo ao ingressar na Universidade de Columbia, fez amizade com um grupo de jovens delinquentes, filósofos de almas selvagens (entre eles Jack Kerouac), obcecados igualmente por drogas, sexo e literatura. Ao mesmo tempo em que ajudava os amigos a

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desenvolverem os seus talentos literários, Allen perdia de vez a sua ingenuidade, experimentando drogas, freqüentando bares gays em Greenwich Village e vivendo seus affairs homossexuais.

Assumindo um estilo de vida bizarro, como se procurasse em si mesmo a face da loucura de sua mãe, Ginsberg acabou em tratamento psiquiátrico. Aos 29 anos, ele já tinha escrito muita poesia, mas quase nada publicado. Ele ganhou popularidade a partir de 1955, com o seu poema Howl (considerado por muitos, obsceno e pornográfico, assim como o seu autor...). Howl foi seguido por vários outros poemas importantes, como Kaddish, onde ele faz uma espécie de auto-exorcismo, escrevendo sobre a loucura e morte de sua mãe. Por esse período, Ginsberg viaja o mundo, descobre o budismo e se apaixona por Peter Orlovsky, que seria seu companheiro por 30 anos, embora sua relação não fosse monógama.

No início dos anos 60, enquanto sua celebridade crescia, ele se lança na cena hippie, ajuda Thimoty Leary a divulgar o psicodélico LSD e participa de uma lista incrivelmente grande de eventos, como o Human Be-In, em 1967, em San Francisco, onde ele é um dos que conduzem a multidão cantando o mantra OM. Ginsberg é também figura-chave nos protestos contra a guerra do Vietnã na Convenção do Partido Democrático de Chicago, em 1968. Após conhecer o guru tibetano Rinpoche, Ginsberg aceita-o como seu guru pessoal. Depois, juntamente com a poeta Anne Waldman, cria uma escola de poesia. Sempre participando de eventos multiculturais, Ginsberg manteve sua agenda social ativa até a sua morte, em 5 de abril de 1997, em Nova Iorque.

Ginsberg tinha muitos fãs, entre eles Jim Morrison, do grupo The Doors. Morrison era tão viciado nas poesias e obras dele que dizia escrever suas músicas após ter lido algum de seus poemas. Sabe-se que Ginsberg e a banda The Clash eram fãs recíprocos. O poeta fez uma participação especial na música Ghetto Defendant, cantando ao lado de Joe Strummer trechos de um de seus poemas. Ian Astbury, lider da banda The Cult e amigo pessoal dos músicos dos The Clash, que recitava Howl no inicio dos shows, é um grande propagador da obra de Ginsberg, ao qual dedicou a música Bodihsatwa, do seu album solo Cream, que fala sobre zen-budismo e poetas beat.

Frases célebres

Uma de suas célebres frases é "quem quer que controle a mídia, as imagens, controla a cultura"

Geração BeatGeração Beat (Beat generation em inglês) é um termo usado tanto para descrever um grupo de escritores americanos, que vieram a se tornar conhecidos no final da década de 1950 e no começo da década de 1960, quanto ao fenômeno cultural que eles inspiraram (posteriormente chamados beatniks, nome este de origem controversa, considerado por muitos um termo pejorativo). Estes escritores, reunidos a outros artistas, levavam vida nômade ou fundavam comunidades. Foram, desta forma, o embrião do movimento hippie, se confundindo com este movimento, posteriormente. Muitos remanescentes hippies se auto-intitulam beatnicks e um dos principais porta-vozes pop do movimento hippie, john Lennon, se inspirou na palavra beat para batizar o seu grupo musical, "The Beatles".

As obras mais conhecidas da geração Beat na literatura são Howl (1956) de Allen Ginsberg, Naked Lunch (1959) de William S. Burroughs e On the road (1957) de Jack Kerouac.[1] Tanto Howl quanto Naked lunch foram o foco da prova de obscenidade que ajudaram a liberar o que poderia ser publicado

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nos Estados Unidos. Seus principais autores eram publicados pela City Lights Books, editora de San Francisco, pertencente ao poeta beat Lawrence Ferllinghetti.

On the road transformou o amigo de Kerouac, Neal Cassady, em um herói dos jovens. Os membros da Geração Beat rapidamente desenvolveram uma reputação como os novos boêmios hedonistas que celebravam a não-conformidade e a criatividade espontânea. O adjetivo beat, do inglês, tinha as conotações de "cansado" ou "baixo e fora", mas quando usado por Kerouac esse também incluía as paradoxais conotações de "upbeat", "beatific", e a associação musical de ser "na batida".

Os escritores Beat davam enfâse em um engajamento visceral em experiências com as palavras combinadas com a busca a um entendimento espiritual mais profundo (ex.: muitos deles desenvolveram interesse no Budismo). Ecos da Geração Beat podem ser vistas em muitas outras subculturas além da cultura hippies,como os a dos punks, etc.).

TALKING ABOUT WOODSTOCK

What began as a proposed fundraiser for a recording studio ended up being a cultural touchstone for an entire generation. In 1969, four men, John Roberts, Joel Rosenman, Artie Kornfeld and Michael Lang, met in a New York high-rise to discuss plans for an arts and music festival to be held in a rural section of upstate New York called Woodstock. Many well-known musicians, such as Bob Dylan, The Band, Van Morrison and others were already living in the Woodstock area, creating a Bohemian atmosphere perfectly suited for a large scale counterculture event.

The four men formed a business partnership, Woodstock Ventures, with Roberts and Rosenman handling the financial aspects, leaving Kornfeld and Lang to arrange for artists and musicians. The original budget for the three-day Woodstock festival was 500,000 dollars (USD), with an estimated attendance of 100,000 paying customers. This would be the first of many miscalculations where Woodstock was concerned. The second problem arose when word of the proposed festival reached the ears of the Woodstock city council.

The town of Woodstock was generally supportive of the artists who sought refuge there, but the idea of thousands of people descending on their town was simply not appealing. There simply were no suitable venues to hold the event in Woodstock, and the town's infrastructure would not support the flood of visitors. The Woodstock promoters found an industrial park 70 miles away from Woodstock that would have provided essential utilities and easy access to a main highway, but Lang and Kornfeld felt the site was too sterile and corporate for a true counterculture event.

WHO DIDN’T PARTICIPATE

The Beatles were reportedly invited to play at Woodstock. They obviously did not. Why? Surely this would have been a great performance. But at this point in time, mid-to-late 1969, The Beatles were collapsing. They had spent most of the summer out of the collaboration that they all were accustomed to. Not to mention that they had not played a real live show together since 1966. So needless to say, The Beatles turned down their offer. John Lennon thought that his side project, the Plastic Ono Band, would be a suitable replacement. The Woodstock organizers declined.

Led Zeppelin were also reportedly offered an invitation. Why did they not play? Well, their manager, Peter Grant, turned it down for them. He didn't just want to be "another band" performing at the festival. If Led Zeppelin were to have played it could have been very good for them. It could have also been bad though. Zeppelin was a fairly new band on the scene, forming in 1968. I, for one, think that they should have played the show. Although they were fairly inexperienced, it would have added a whole new dimension to an already amazing concert.

The Doors were originally scheduled to perform at the festival. They were very popular, and their Assuntos: Guerra do Vietnã, Contracultura, movimento Hippie, Flower Power, Geração Beat, Allan Ginsberg e Woodstock. 40

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performance would have certainly been one of the main spectacles of the 3 days. So why didn't they perform? They canceled. There have been many rumors as to why they canceled. One of the rumors is that Jim Morrison was having legal altercations at the time due to his arrest for indecent exposure. This was not why they canceled, however. They stated that they disliked outdoor venues. This may connect with another rumor that Morrison was afraid that someone would take a shot at him. This has not been confirmed as one of the reasons they did not play Woodstock.

Bob Dylan planned on making the show. However, his son had medical problems, and this caused him to cancel his suspected performance.

Jethro Tull refused to perform. They said that Woodstock wasn't a big deal, and they likely thought it would have been a waste of time. Oh, how they were wrong.

The Jeff Beck Group was invited, and they intended on performing. That is until they disbanded one week before the event. Ouch, bad timing.

Iron Butterfly were fully intending on showing up and performing. Unfortunately, they were stuck at an airport and they never arrived in time to play.

Joni Mitchell wanted to play, but her agent insisted that she did not. Instead, he wanted her to play on The Dick Cavett Show. Ironically, the two other bands that performed on the show with her did play at Woodstock.

So there is a list of bands that had the chance to perform at the historic event. Just imagine how they felt after the saw the turnout of approximately 500,000 people. Joni Mitchell's agent said that there would only be 500 people. Try 1000x that. Of course we find this shocking because we know how Woodstock turned out. They had no idea.

THE PLACE

Finally, a local farmer named Max Yasgur agreed to lease several hundred acres of land to the Woodstock promoters, but at a significantly higher rate than originally suggested. Yasgur had learned of the difficulties the promoters faced in the town of Woodstock, so he knew his land rights were extremely valuable. Yasgur's farm was located near the town of Bethel, 70 miles away from Woodstock. As a potential music venue, Yasgur's clover field did offer some acoustical advantages. The land was vaguely bowl-shaped, with a lake nearby. At last, the Woodstock promoters had a place to hold their festival, which was billed as 'Three Days of Peace and Music' or 'An Aquarian Exposition'.Although several thousand tickets were presold, only a handful of ticket booths arrived in time for the festival itself. The ensuing crush of would-be ticket buyers soon overwhelmed the staff. Many people began to jump over the security fences, which prompted the promoters to abandon the idea of ticket sales entirely in order to avoid a riot. Woodstock would become a financial bloodbath for the promoters, but a totally free event for over 500,000 visitors. Food, sanitation and medical supplies would be in desperately short supply, but the spirit of community generated by the music would be remembered for years after the event.The talent roster for Woodstock read like a Who's Who of late 1960s pop, folk and rock musicians. Groups like The Who, Jefferson Airplane and The Band played sets along with relative unknowns such as Sweetwater and Melanie. Folksinger Richie Havens delivered a three hour program while concert promoters frantically waited for other acts to arrive.

ANOS 60 - REVOLUCIONÁRIOS E IDEALISTAS

Nos anos 60, o mundo entrava de vez na sociedade de consumo. A televisão ditava modas, e a guerra fria era a grande paranóia. Garotos imberbes percebiam que a

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música era o grande sonho libertário. Eles queriam mudar o mundo, mas, em vez de armas, pegavam em guitarras.

Nos Estados Unidos, Bob Dylan fazia um cruzamento entre o folk e o rock. Nas letras, engajamento político e poesia.A chamada "contracultura" - supondo uma homogeneidade maior do que a realidade - foi uma vasta corrente englobando a herança da "geração beat", o movimento de contestação da juventude (que acabaria desembocando nas grandes revoltas estudantis) e o movimento hippie, além das inúmeras ramificações nascidas dessa nebulosa, como os movimentos "alternativos".Espalhou-se valores que ainda influenciam a maneira de ser no mundo. Nos Estados Unidos, alguns nomes célebres continuam vinculados ao brilho que assinalou toda uma época - como Allen Ginsberg, Jack Kerouac, Alan Watts, Ken Kesey, Timothy Leary, Gary Snyder, Neal Cassady ou Bob Dylan -, sem se falar em inúmeros grupos musicais e algumas revistas. São Francisco e a Costa Oeste iriam constituir o local privilegiado dessa "revolução de costumes". Concretamente, as práticas da contracultura passam pela ruptura com o mundo (o drop out), pela viagem de iniciação - que, tal como monges mendigos budistas, se encontravam normalmente na Índia, mas também nas estradas norte-americanas e européias -, pela vida em comunidade, pelo desejo profundo de igualdade, pela influência libertária, pelo engajamento (por influência de Gandhi) na cultura da não-violência, pela proximidade com a natureza e por um certo misticismo tingido de influências orientais, principalmente budista (nessa época, muitos artistas se converteram ao zen budismo, ou aderiram a seitas influenciadas pelo orientalismo). A sociedade era concebida como uma comunidade pacífica, com o amor e o altruísmo ocupando um lugar importante. Inúmeras redes de vida, que produziam música, literatura, lazer, educação, alimentação ou medicamentos específicos, acabam formando um vasto universo underground que, na época, envolvia centenas de milhares de pessoas.

ERA DE AQUÁRIO

Em 1968 o movimento hippie estava a todo vapor, pregando paz, amor e sexo livre. Jimi Hendrix, Janis Joplin, Jim Morrison eram ícones da juventude. Para os hippie deve-se acreditar na paz como a maneira de resolver diferenças entre povos, ideologias e religiões. Paz, amor e a tolerância. Amar significa a aceitação do outro. Dar-lhe a liberdade para expressar-se e não o julgar baseado em aparência. Este é o núcleo da filosofia hippie. Eram jovens da mais diversa extração social que ostensivamente vestiam-se de uma maneira chocante para o americano médio. Deixavam crescer barbas e cabelos, vestiam batas, brim e trajes de algodão colorido, decoravam-se com colares, pulseiras, e profusões de anéis. Passaram a viver em bairros separados ou em comunidades rurais. Rejeitando a sociedade de consumo industrial viviam do artesanato e, no campo, da horta. “Paz e Amor”(Peace and Love) era o seu lema.Desenvolveram um universo próprio, uma “vida alternativa”, que infelizmente não resistiu ao convívio com as drogas. Iniciados na marijuana terminaram por mergulhar em drogas mais fortes como o LSD (ácido lisérgico) e outras chamadas psicodélicas. Seus ídolos literários foram o escritor alemão Herman Hesse, cujos livros concentravam-se em histórias orientais de iniciação e abandono à introspeção e à meditação nirvânica, e o poeta Dylan Thomas, um rompedor de regrasSeu mestre pensante foi o psiquiatra Wilhelm Reich que associava a agressividade humana à repressão sexual praticada contra os adolescente e os jovens em geral por adultos que consideravam o sexo pecaminosos e imoral. Reich defendia, paralelo à revolução política, uma Revolução Sexual.A religião era muito forte na cultura hippie. Acreditavam em astrologia, tarô, magia. Religiões como budismo, Hare Krishna tinham muitos adeptos. Também haviam aqueles que fundiam o cristianismo com idéias hippies de vida comunitária, paz e amor livre. A música foi muito importante, pois ela servia não só como entretenimento mas continha e simbolizava os ideais do movimento. Haviam grandes festivais, principalmente de rock, que duravam em média três dias, e podem ser comparados a rituais onde o músico tomava o lugar do sacerdote, pregando a todos a sua ideologia e as suas crenças. O mais famoso dos festivais foi o Woodstock Music & Art Fair, que ocorreu, primeiramente, em 1969 nos Estados Unidos.

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Nada parecia ter captado melhor o espírito da década do que o que se viu nos tres dias do histórico festival de Woodstock, em uma fazenda próxima de Nova Iorque, pessoas curtindo o corpo nu, o poder das flores e a distância dos males da civilização. Mas um dia tudo isso acabou. No festival de Altamont, organizado pelos Rollings Stones, a segurança foi entregue a gang de motoqueiros Hell´s Angels que esfaquearam uma pessoa. Saldo final: 4 mortos. O poder das flores não sobreviveria ao poder das armas. Os anos 60 pareciam estar chegando ao fim. A contracultura parecia ter fracassado. Era o término daqueles tempos de recusa à industrialização e de retorno lúdico à natureza.Em 1970, quando Hendrix, Joplin e Jim Morrison morreram e os Bealtles se dissolveram, a ideologia dos anos 60 acabou. Nas palavras do próprio John Lennon: "The dream is over."

Anos 1960s

1960: Former member of Miles Davis' classic quintet of the '50s and the leader of the seminal 1959 album "Giants Steps," John Coltrane forms his own quartet with pianist McCoy Tyner and drummer Elvin Jones (bassist Jimmy Garrison joins the next year). The band would stay together throughout the early '60s as the saxophonist, with his gutsy "sheets of sound" and deeply moving ballads, would rise to the rank of jazz superstar.

The quartet's masterwork, "A Love Supreme," would be written and recorded in 1964 and released in 1965 by MCA to critical praise. The four-part suite clocks in at just under 33 minutes and speaks with more passionate power and eloquence than any half-hour set of jazz ever recorded.

1960: Chubby Checker's Cameo/Parkway novelty dance single, "The Twist" (written and first recorded by R&B great Hank Ballard) ignites a global dance craze, reaching No. 1 on Billboard's Hot 100. Little more than six months later, it returns to the chart, and is again No. 1: The only such twin peaks in chart history.

1962: The Crystals' "He's a Rebel" (Philles) becomes the first single employing Phil Spector's groundbreaking "wall of sound" production technique to reach No. 1 on Billboard's Hot 100. Darlene Love provided the song's vocals.

1962: James Brown had scored R&B hits for King Records beginning in the late 1950s, but it was his furiously paced, ritualistic stage shows that had mostly black audiences fawning over "the hardest working man in show business." Brown recorded his Oct. 24, 1962, performance at Harlem's Apollo Theater on his own dime. Released reluctantly by King in 1963, "Live at the Apollo" is pop music's seminal concert recording and was Brown's first crossover hit, peaking at No. 2 on the Billboard Top Albums chart in 1963 during a 66-week run.

1963: Philips introduces the audio cassette.

1964: Robert Moog invents a music synthesizer, opening the door on an electronic music age. With a piano keyboard as an interface, the device allows musicians to tap into a world of sounds that could be manipulated unlike anything created by traditional instrumentation

1964: During their inaugural U.S. tour in February 1964, the Beatles make their first appearance on "The Ed Sullivan Show," launching the country into full-blown Beatlemania and marking the beginning of the British Invasion.

1964: "Where Did Our Love Go" reaches No. 1 on Billboard's Hot 100 and marks the beginning of a staggering string of hits for the Supremes. Previously a backing group for other Motown acts, Diana Ross, Florence Ballard and Mary Wilson released seven unsuccessful singles before reaching the chart summit, but they would revisit the post with their next four singles -- "Baby Love," "Come See About Me," Stop in the Name of Love" and "Back in My Arms Again."

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Through 1969, the group (which became known as Diana Ross & the Supremes in mid-1967, the year Cindy Birdsong replaced Ballard) scored a dozen No. 1 songs, 10 during 1964-67.

1965: The Rolling Stones' "(I Can't Get No) Satisfaction" becomes the U.K. rock act's first No. 1 on Billboard's Hot 100. It is also a breakthrough both for radio, which rallies enthusiastically around the nearly four-minute single, and for songwriters Mick Jagger and Keith Richards, just hitting their stride and already at the top of their game. Their group would go on to be one of the most enduring, successful, outrageous and influential rock acts of all time.

1965: Bob Dylan goes electric at the Newport (R.I.) Folk Festival. His third appearance at the legendary event follows the release of "Bringing It All Back Home" (Columbia), which boasts one electric and one acoustic side of ragged, blues-oriented arrangements. In hindsight, playing electric at Newport with the Paul Butterfield Blues Band seems hardly surprising. But the truncated performance, greeted with a mix of boos and cheers, is a defining moment in Dylan's career and in popular music.

1966: Masterminded by Brian Wilson, the Beach Boys create "Pet Sounds" (Capitol), widely regarded as one of the best pop albums of all time. Layers of harmony and adventurous arrangements are woven through such classics as "Wouldn't It Be Nice," "Sloop John B" and "God Only Knows."

1967: Aretha Franklin releases "I Never Loved a Man the Way I Love You." Her Atlantic Records debut features the Otis Redding-penned "Respect," which would become Franklin's signature tune. The Jerry Wexler-produced set reaches No. 2 on Billboard's Top LPs chart and establishes Franklin as the "Queen of Soul."

1967: The Jimi Hendrix Experience debuts on Reprise with "Are You Experienced?," a stunning document of the psychedelic rock era that features such classics as "Foxey Lady," "Purple Haze," "Hey Joe," "The Wind Cries Mary" and "Fire."

1967: The FCC forces FM stations to stop simulcasting AM sister stations. FMs in major markets give over programming to young, musically adventurous DJs like Tom Donahue at KMPX San Francisco. Their underground rock and free-form programming fans the flames of the rock revolution.

1967: Simon & Garfunkel's "Mrs. Robinson" appears in the Mike Nichols-directed film "The Graduate," starring Dustin Hoffman along with Anne Bancroft as the song's titular subject. Simon & Garfunkel provide the bulk of the soundtrack, which with the movie stands as a coming of age milestone for a generation. The Columbia set was the duo's first to reach No. 1 on the Billboard album chart.

1967: (June 16-18) The Monterey International Pop Festival is staged at California's Monterey County Fairgrounds by producer Lou Adler, John Phillips of the Mamas & the Papas, producer Alan Pariser (heir to the Sweetheart paper fortune) and Beatles publicist Derek Taylor. In a sterling example of "the summer of love," all of the acts performed for free and revenue from the event was donated to charity.

Captured by filmmaker D.A. Pennebaker in the documentary "Monterey Pop," the festival marked the first performances by the Jimi Hendrix

Experience and the Who on U.S. shores. It also featured a landmark appearance for Janis Joplin, who was "discovered" there by Clive Davis. The following year, Columbia released "Cheap Thrills" her breakthrough album with Big Brother & the Holding Company.

1967: Russ Solomon opens the first Tower Records store in Sacramento, Calif. After expanding throughout California, an aggressive growth strategy would take the retail chain across the United States and into 14 countries. The company's landmark three-story New York store, established in 1983, became a destination for music fans and sparked the re-gentrification of its East Greenwich Village neighborhood, now home to Billboard's New York offices.

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1968: Otis Redding's "(Sittin' On) The Dock of the Bay" reaches No. 1. The song was recorded three days before his death in a December 1967 plane crash that also claimed four members of the Bar-Kays. Redding was inducted into the Rock and Roll Hall of Fame in 1989.

1969: The Woodstock Music & Art Festival is staged on Max Yasgur's farm in Bethel, N.Y. The event drew more than 400,000 and marked the zenith of the 1960s counterculture movement. The bill for the "three days of peace and music," as the Oscar-winning documentary film about the concert was subtitled, included everyone from Richie Havens, Joan Baez and the Grateful Dead to Jim

THE PRESENTATION’S ORDER

The first day was dedicated to folk singers, with the one notable exception of Sly and the Family Stone. Subsequent performances, which would run from dusk to dawn, included retro-rockers ShaNaNa and a very nervous fledgling trio called Crosby, Stills and Nash. Guitar legend Jimi Hendrix was the final performer, infamously playing his interpretation of the Star Spangled Banner as the sun rose over the exhausted crowd.

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