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Os bancos e você - Como se defender dos abusos dos bancos

Guia Bancos e Voce

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  • Os bancos e voc - Como se defender dos abusos dos bancos

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  • Os bancos e voc - Como se defender dos abusos dos bancos

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  • Os bancos e voc - Como se defender dos abusos dos bancos3

    O guia Os bancos e voc Como se defender dos abusos dos bancos uma publicao daConfederao Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da Central nica dos Trabalhadores

    (Contraf-CUT) e do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec).

    Rua Libero Badar, 158 - 1 Andar - Centro - CEP 01008-000 - So Paulo/SPTelefone: (011) 3107-2767 www.contrafcut.org.br

    Presidente: Carlos Alberto Cordeiro da Silva

    Rua Desembargador Guimares, 21 - gua Branca CEP 05002-000 - So Paulo/SPTelefone: (011) 3874-2150 www.idec.org.br

    Coordenadora executiva: Lisa Gunn

    Apoio:

    O preparo deste documento contou com a colaborao de vrios profissionais do Idec e daContraf-CUT, tanto na parte tcnica quanto na redao dos textos.

    Edio e reviso final: Brasil Expressa Comunicao (www.brasilexpressa.com.br)Projeto grfico e editorao eletrnica: Alexandre P. Campos F (www.cyanartes.com.br)

    Ilustraes: Marcio BaraldiImpresso: Bangraf (www.bangraf.com.br)

    Tiragem: 5 mil exemplares

    Maro de 2011 - 1 Edio

    Voc tem a liberdade de copiar, distribuir, transmitir e remixar toda esta publicao ou partes dela, desde que atribua aautoria original ao Idec (www.idec.org.br) e Contraf-CUT (www.contrafcut.org.br)

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  • Os bancos e voc - Como se defender dos abusos dos bancos

    O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) uma associao deconsumidores fundada em 1987, sem fins lucrativos nem vnculos com empresas, governosou partidos polticos. Seus recursos vm majoritariamente da contribuio dos seusassociados e do apoio de agncias internacionais de financiamento.

    A misso do Idec promover a educao, a conscientizao, a defesa dos direitos doconsumidor e a tica nas relaes de consumo. O Instituto luta para que todos tenhamacesso a bens e servios essenciais para o desenvolvimento social, o consumo sustentvel ea consolidao da democracia na sociedade brasileira. Para isso, o Idec orienta e informa osconsumidores sobre seus direitos, promove campanhas e mobiliza a opinio pblica,participa de fruns nacionais e internacionais, testa e avalia produtos e servios, move aesjudiciais contra empresas e governos (sempre aes civis pblicas, que beneficiam toda apopulao), edita a Revista do Idec, distribuda mensalmente a todos os associados, emantm o portal www.idec.org.br.

    Criada em janeiro de 2006, a Confederao Nacional dos Trabalhadores do RamoFinanceiro da Central nica dos Trabalhadores (Contraf-CUT) tem como objetivo representaras diversas categorias envolvidas em atividades do sistema financeiro. Muitas delaspermanecem margem da Conveno Coletiva Nacional dos Bancrios, embora realizemservios contratados por empresas que fazem parte das holdings controladas por bancos.Entre esses profissionais, alm de bancrios e financirios, encontram-se promotores devendas, securitrios, especialistas em tecnologia da informao, funcionrios de bolsas devalores, entre outros. A Contraf-CUT representa nas negociaes sindicais todos ostrabalhadores que fazem parte do processo de intermediao financeira com o intuito deequiparar seus direitos e ampliar suas conquistas.

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  • Os bancos e voc - Como se defender dos abusos dos bancos5

    ApresentaoO Cdigo de Defesa doConsumidor (CDC) uma

    conquista da sociedade brasileira. umpoderoso antdoto aos abusos praticados nomercado e precisa ser conhecido para queseus direitos sejam mais bem protegidos.

    Os bancos so um dos setores daeconomia onde os consumidoresenfrentam mais problemas para ter seusdireitos respeitados. Em primeiro lugar,pela complexidade dos servios; emsegundo, pela desinformao; e emterceiro, pelo imenso poder econmicodas empresas do setor.

    O desrespeito aos usurios do sistemafinanceiro flagrante em cinco aspectos:nos altos preos das tarifas e juros, notempo nas filas, na discriminao aoscidados de menor poder aquisitivo, pelainsegurana nas agncias e pela exposiode dados pessoais a estranhos, viaterceirizao dos servios.

    Mas o consumidor dos serviosbancrios pode (e deve) se defender dosabusos. O aparato legal est no CDC, queidentifica os servios bancrios como

    relao de consumo (artigo 3, pargrafo2). Alm disso, trata-se de umentendimento consagrado pelo STF Supremo Tribunal Federal, uma vez que osbancos lutaram na justia para afastar oCDC de sua relao com os clientes.

    A to propalada responsabilidadesocial dos bancos, alm de respeito aosseus trabalhadores, respeito aos direitosdo consumidor. Por isso, deve ir para almdo marketing e criar condies efetivas ecanais de interao com as partesinteressadas.

    Para ajud-los, o Idec e a Contraf-CUTestabeleceram uma parceria para produzireste guia, com informaes concisas eclaras que permitem ao usurio do sistemafinanceiro conhecer os servios e, portanto,fazer as escolhas mais apropriadas, almde identificar seus direitos e osmecanismos que os garantem. Estapublicao representa tambm avalorizao do trabalho bancrio que nose resume venda de produtos, masconstitui a prestao de um servio quepode alterar vidas, j que lida com

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  • Os bancos e voc - Como se defender dos abusos dos bancos

    patrimnios, muitas vezes construdos commuito esforo e sacrifcio.

    A edio deste guia no esgota,obviamente, o problema. Existem outrasmedidas importantes que a sociedadeprecisa exigir, como uma nova legislaoque regulamente o artigo 192 daConstituio Federal e garanta maiortransparncia ao sistema e acesso aocrdito.

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    Esse dilogo e essa parceria entreorganismos de defesa do consumidor, osprofissionais que trabalham na oferta dosservios e os prprios consumidoresconstituem um fato indito no Brasil.Esperamos que sirva de exemplo a outrossegmentos da sociedade e que ajude aconsolidar o sentido de cidadania emnosso pas.

    Lisa GunnCoordenadora executiva do Idec

    Carlos Alberto Cordeiro da SilvaPresidente da Contraf-CUT

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    Sumrio

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    1. COMO ESCOLHER SEU BANCO .................9 Dicas e observaes

    2. ABERTURA DE CONTA De Depsito e Poupana ............................ 11 Documentos necessrios Exija o contrato Cuidados ao preencher um contrato Clusulas consideradas abusivas Depsito inicial

    3. MOVIMENTANDO A CONTA ...................15 Saques Depsitos Extrato Que documentos guardar?

    4. PAGAMENTOS ..........................................17 Horrio de recebimento de contas Dbito automtico em conta-corrente, com autorizao do cliente Pagamento por telefone Boletos

    5. O CHEQUE ...............................................19 Cheque pr-datado Extravio de talo de cheque Cheques sem fundo e cadastro de restries

    Consequncias para quem entrou no cadastro de restries Cheque sustado Bloqueio do uso de talo

    6. CARTO MAGNTICO .............................25 Medidas de segurana Senha Substituio Carto de crdito Clonagem Roubo, perda ou furto Envio sem solicitao Fatura Liquidao antecipada

    7. TARIFAS BANCRIAS ................................31 As obrigaes dos bancos Servios essenciais Servios prioritrios Servios especiais Servios diferenciados Contas-salrio Manuteno de contas abertas por ordem judicial

    8. ATENDIMENTO ........................................35 Atendimento prioritrio Porta giratria Horrio de atendimento dos bancos

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  • Os bancos e voc - Como se defender dos abusos dos bancos 8

    Filas - dicas Caixas automticos /eletrnicos cuidados especiais Servios on-line Ouvidorias Venda casada Cobrana constrangedora

    9. APLICAES.............................................399. Perguntas importantes na hora de investir9. Algumas aplicaes disponveis nos bancos Poupana Fundo de Investimento CDB (Certificado de Depsito Bancrio) CDB Ps-fixado CDB Prefixado

    10. TTULOS DE CAPITALIZAO ................41

    11. EMPRSTIMOS/ CRDITOS......................43 Emprstimo consignado Dicas para contratao Cheque especial Cuidado com os juros!

    12. LEASING .................................................47 Resciso contratual

    13 ENCERRANDO A CONTA ........................49 Instrues para o encerramento de conta-corrente

    14 RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL 13.DOS BANCOS ..............................................51

    ANEXOS - Modelos de cartas.........................52

    PROBLEMAS COM SEU BANCO?SAIBA COMO RECLAMAR ............................58

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    Ao escolher seu banco, procure observar: localizao qualidade do servio e do atendimento quais as exigncias de renda mnima e dedepsito inicial quantidade de funcionrios para atenderadequadamente

    1. Como escolherseu banco

    preos das tarifas bancrias qualidade da segurana se oferece os servios que mais lhe interessam como caixas automticos, atendimento portelefone, pela internet, etc. e a que custo (veritem Tarifas Bancrias)

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    Veja a seguir algumas dicas para auxili-lonessa escolha:

    a) Consulte o site ou tabelas fixadas nasagncias bancrias sobre as tarifas avulsas e ospacotes de servios oferecidos. As tarifas maiscomuns para a movimentao de uma contabancria so: cadastro, saque, extrato, folhas decheques, transferncias, DOC/TED. Fique atentose o valor da tarifa diferente para uso noguich ou caixa e nos terminais eletrnicos.

    b) Determine o banco/agncia/local ondeser aberta a conta.

    c) Defina antecipadamente o pacote deservios que atenda as suas necessidades. Ao abrira conta manifeste o seu interesse pelo pacote esolicite a data para o dbito mensal da tarifa.

    d) Confira os documentos necessrios paraa abertura de conta corrente ou poupana, os

    valores exigidos para depsito inicial e se exigida renda mnima.

    e) A abertura de conta no deve servinculada contratao de servios, comoseguros, ttulos de capitalizao, cartes decrdito. Voc no obrigado a aceitar propostasde venda casada para abrir conta (ver itemVenda Casada).

    f) Preste muita ateno ao assinardocumentos. Caso no entenda o que estescrito, questione. Exija sempre uma cpiadesses documentos, um direito seu.

    Observao: Lembramos que asexigncias dos itens acima podem variar deuma agncia para outra (ainda que sejam deum mesmo banco).

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    2. Abertura de contade depsito e poupana

    2.1 Documentos necessrios

    Carteira de identidade/RG CPF (Cadastro de Pessoas Fsicas, antigo CIC) Comprovante de residncia Comprovante de renda ou declarao derendimentos IRPF para profissionais autnomos

    A maior parte dos bancos exige apenasesses documentos, mas pode haver anecessidade de outros, como, por exemplo,referncias pessoais.

    Ateno: A abertura de conta bancriaobriga o banco a fornecer um contrato etermo de adeso ao pacote de servios.

    2.2 Exija o contrato

    Quando se abre uma conta corrente ouuma caderneta de poupana fundamentalexigir o contrato. ele que estabelece os direitose deveres de ambas as partes, indica como sera relao consumidor/instituio, quais serviossero oferecidos, as tarifas cobradas, etc. Se o

    banco se negar a lhe fornecer uma cpia docontrato, faa uma reclamao por escrito (vejamodelo da carta).

    O consumidor dever ter conhecimentoprvio do contrato; caso contrrio, no serobrigado a submeter-se aos seus termos.

    O contrato deve ser redigido de forma clarae precisa, para facilitar o entendimento doconsumidor.

    Conforme os arts. 1, 2 e 12 da Resoluo2.025/93, bem como a Resoluo 2.747/00, doConselho Monetrio Nacional (CMN) e doBanco Central do Brasil (BC)1 , dever dainstituio financeira fornecer cpia do contratode abertura de conta (ficha proposta) com aidentificao completa do depositante/consumidor e informaes detalhadas sobre:

    I - saldo exigido para manuteno daconta;

    II - condies estipuladas parafornecimento de talonrio de cheques;

    III - obrigatoriedade de comunicao,devidamente formalizada pelo depositante,sobre qualquer alterao nos dados cadastrais eem seus documentos pessoais;

    IV - incluso do nome do depositante no

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    Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundos(CCF), nos termos da regulamentao em vigor,no caso de emisso de cheques sem fundos,com a devoluo dos cheques em poder dodepositante instituio financeira;

    V - informao de que os chequesliquidados, uma vez microfilmados, podero serdestrudos;

    VI - procedimentos a serem observadoscom vistas ao encerramento da conta dedepsitos;

    VII - comunicao prvia, por escrito, dainteno de rescindir o contrato;

    VIII - prazo para adoo das providnciasrelacionadas resciso do contrato;

    IX - devoluo, instituio financeira, dasfolhas de cheque em poder do correntista, ou dedeclarao de que ele as inutilizou;

    X - manuteno de fundos suficientes, pelocorrentista, para o pagamento de compromissosassumidos com a instituio financeira oudecorrentes de disposies legais;

    XI - expedio de aviso da instituiofinanceira ao correntista, admitida por meioeletrnico, com a data do efetivo encerramentoda conta de depsitos vista.

    2.3 Cuidados aopreencher um contrato

    a) Responda a todos os itens com cuidadoe no deixe nenhum campo em branco.

    b) Inutilize com um risco os itens que noprecisam de respostas.

    c) No assine o contrato (ou qualquer outrodocumento) em branco.

    2.4 Veja o que o contrato e suasclusulas no podem conter

    O CDC em seu artigo 51 enumera um rolde clusulas contratuais consideradas abusivas,ou seja, nulas. A seguir alguns exemplos:

    Modificao unilateral do contrato; Clusulas que estabeleam obrigaes

    consideradas abusivas e coloquem oconsumidor em desvantagem, ou seja,incompatveis com a boa-f ou a equidade;

    Clusula que estabelea aimpossibilidade, a exonerao ou atenuao daresponsabilidade do banco (fornecedor) porproblemas de qualquer natureza dos produtos eservios ou implique renncia ou disposio de

    1. As resolues e circulares do CMN/BC citadas neste guia so as que estavam em vigor em janeiro de 2011. Como hmudanas frequentes dessas normas, aconselhamos o leitor a verificar a regra vigente na poca em que for necessrio cit-la em carta ou outro documento. O site do BC www.bcb.gov.br dispe de uma busca das normas (circulares, cartascirculares, portarias, resolues, etc.) onde consta, inclusive, se est vigente ou no.

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    direitos. Exemplo: Um banco que se exime,numa das clusulas, de qualquerresponsabilidade decorrente do uso do cartomagntico, por falha de seu sistema. Uma vezconstatada falha na computao de eventualmovimentao feita pelo consumidor, ainstituio dever responder, nos termos da lei,pelos prejuzos causados.

    Importante: Caso voc tenha de entrar comuma ao judicial contra o banco, o queprevalece o domiclio do consumidor(conforme artigo 101, inciso I do CDC) e

    nenhum outro determinado pelo banco ou pelocontrato.

    2.5 Depsito inicial

    O valor do depsito inicial exigido variaconforme a instituio e, ainda, entre agnciasde um mesmo banco (mas de diferentes bairros).Isso porque os bancos classificam seus clientespor faixa de renda e existem diferentes tipos deagncia para diferentes clientes ainda que noseja correto.

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    3.1 Saques

    Os saques, no caixa das agncias e noscaixas automticos, tm limites de valor. Ossaques at R$ 5 mil em caixas das agnciaspodem ser realizados sem aviso prvio aobanco. Acima desse valor a agncia deve sercomunicada com 24 horas de antecedncia.Nos terminais eletrnicos o limite estabelecidode acordo com o perfil da conta do consumidore pelo horrio de realizao de saques (limitadoentre 6 horas e 22 horas, por questo desegurana).

    Se voc quiser sacar uma grande quantia,deve considerar alternativas como o chequeadministrativo (emitido pelo prprio banco) ouo DOC (utilizado para transferncia de valoresentre bancos diferentes, realizado no prazo de24 horas).

    Para valores acima de R$ 5 mil, voc deve,necessariamente, utilizar-se do TED(Transferncia Eletrnica Disponvel, feita nomesmo dia). Assim, pode transferir grandesquantias de um banco para outro com muitomais segurana.

    3. Movimentandoa conta

    Importante: caso precise sacar umagrande quantia em dinheiro, avise a agnciacom um ou dois dias de antecedncia (podeser por telefone) para que o banco provisioneos valores.

    3.2 Depsitos

    Se voc vai realizar um depsito na contade outra pessoa, leve os seguintes dados:

    Nome da pessoa ou instituio (beneficiriodo depsito); Nmero do banco; Nmero da agncia do beneficirio; Nmero da conta-corrente do beneficirio.

    Para depositar cheques de terceiros na suaconta, saiba que h um prazo de um a trs diasat que sejam compensados (dependendo dovalor e da praa).

    Ateno: enquanto os cheques noforem compensados, voc no podeconsider-los como parte de seus fundos.

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    Existem alternativas aos caixas das agnciaspara fazer depsitos. Essas operaes variam debanco para banco e incluem os caixasautomticos e os depsitos rpidos, nos quaiscoloca-se o dinheiro ou os cheques paradepsito em envelopes.

    Embora no sejam processadosimediatamente, a data do depsito tem de ser amesma do protocolo fornecido pela mquina.

    Ao optar por essa forma, o cliente devesaber que os valores s estaro disponveis emsua conta aps conferncia e processamentopelo banco, que tem at s 23h59min do diapara faz-lo.

    Lembre-se de solicitar o comprovante dedepsito no caixa ou retir-lo do terminaleletrnico para se prevenir de possveis erros deprocessamento ou prazo.

    3.3 Extrato

    O extrato um instrumento fundamental desua conta corrente, pois mostra o que est sendolanado na conta (saques, depsitos, tarifas,cheques que so debitados, devolvidos, etc.).

    Por lei, voc tem o direito a dois extratosgratuitos por ms emitidos pelos terminaiseletrnicos. Caso sejam confusos, denuncie.

    Se necessitar de mais extratos, informe-sesobre os valores que sero cobrados, consulte ainternet ou telefone gratuitamente.

    Ateno: alm dos extratos mensais, osbancos devem encaminhar anualmente (at o

    dia 28 de fevereiro), sem cobrana, o extratounificado das tarifas praticadas no ano anterior.

    3.4 Que documentos guardar?

    recomendvel guardar documentosbsicos, que podem ser teis em algumassituaes:

    Os contratos. Exemplos: os contratos deabertura de conta corrente, de poupana, deaquisio de produtos (como aplicaes) oucontratao de servios junto ao banco

    Os extratos de conta corrente As aplices de seguro Os canhotos de talo de cheque Comprovantes. Exemplos: comprovante

    de sustao de cheques, de cartas enviadas aobanco, de encerramento de conta.

    Ateno: Vale ressaltar que os bancospossuem todos os cheques microfilmados.Portanto, para comprovar um pagamentofeito com um cheque seu, basta saber a datade liquidao.

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    Os bancos no so obrigados a receber opagamento de qualquer conta, somente aquelasem que houver convnio entre o banco e aempresa/concessionria.

    Os ttulos de cobrana de outros bancos,que no o seu, s podem ser pagos na redecredenciada at o vencimento. Aps, apenas nainstituio financeira responsvel pela cobrana.Havendo convnio entre o banco e a empresacredora, os bancos so obrigados a receber ascontas no apenas de seus clientes, mas tambmde usurios.

    As contas de servios pblicos (como gs,gua, telefone, energia eltrica) devem seraceitas por qualquer instituio financeira,independentemente da data de vencimento,desde que haja convnio firmado para opagamento.

    4.1 Horrio derecebimento de contas

    Os bancos so obrigados a receber opagamento de contas, para as quais existe oconvnio, durante o expediente bancrio. Nose pode estabelecer horrio para pagamentos.Fora do horrio de atendimento possvel pagarcontas, que no estejam vencidas, pelosterminais eletrnicos e internet banking.

    Consulte no banco o horrio disponvel parapagamento de contas.

    4.2 Dbito automticoem conta-corrente,com autorizao do cliente

    Por meio do dbito automtico, o clienteautoriza que suas contas sejam pagasautomaticamente nas respectivas datas devencimento.

    Procedimentos: Para comear a utilizar o servio, alm de

    combinar com o banco, fundamental avisar aempresa que ser paga pelo dbito automtico.

    Verifique constantemente se h fundossuficientes para o dbito dessas contas.

    No primeiro ms de uso do servioconfira se o dbito foi efetuado (para no correro risco de ficar inadimplente, imaginando que aconta foi paga automaticamente).

    Acompanhe esse servio, por extrato oupelos comprovantes de dbito automtico quechegam pelo correio, para ter certeza de queest funcionando corretamente.

    Verifique se h taxas pelo servio. Caso tenha tido problemas relativos a

    dbito de valores incorretos (por exemplo,ligaes telefnicas no efetuadas), comunique-

    4. Pagamentos

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    se com o SAC da empresa fornecedora dosservios e pea a compensao do valor.

    4.3 Pagamento por telefone

    Voc pode optar por esta forma depagamento.

    Observe: as tarifas cobradas geralmente os bancos exigem que voc

    se cadastre para utilizar os servios h a necessidade de cadastrar uma senha

    para esse fim. importante requisitar um comprovante de

    pagamento pelo correio ou conferir em seuextrato se o dbito foi feito corretamente. Porprecauo, anote dia e hora em que foiatendido e o nome do funcionrio.

    Normalmente, esses servios soterceirizados e muitas vezes o funcionrio noest bem preparado para atend-lo. Voc tem o

    direito de ser atendido por um bancrio, pois o profissional mais adequado ao atendimento.

    4.4 Boletos

    ilegal cobrar do consumidor as despesasrelativas ao processamento, emisso e aorecebimento de carns, boletos, contas/faturasde servios pblicos, impostos e tributosmunicipais, estaduais e federais. Esses custos soinerentes prpria atividade do credor e aresponsabilidade pelo pagamento estabelecidaem contratos ou convnios entre os credores e ainstituio financeira, que no podemestabelecer qualquer obrigao ao consumidor(arts. 39, V e 51, IV - CDC).

    Em 2010, foi aprovada nova Resoluo doCMN/BC (3.919/10), alm da Carta Circular3.349/08, determinando que as instituiesfinanceiras no cobrem pelos boletos emitidosao consumidor, conforme j prev o CDC.

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  • Os bancos e voc - Como se defender dos abusos dos bancos

    O cheque uma ordem de pagamento vista, mas no existe lei que obrigue uma pessoaou empresa a aceit-lo. Por isso, nem todos osestabelecimentos comerciais aceitam pagamentocom cheques. Entretanto, se o estabelecimentono aceit-lo, deve dar grande visibilidade informao, para que o consumidor conhea acondio antes de entrar na loja.

    Por fora de Resoluo do CMN/BC(3.919/2010), expressamente proibida acobrana de tarifa para compensao oupagamento de cheque de qualquer valor.

    Sobre a cobrana do talonrio, a mesmanorma diz que o banco no pode cobrar pelaemisso mensal de talo de cheques com pelomenos dez folhas, se essa foi a escolha docliente. O consumidor pode escolher entre otalo e o carto eletrnico.

    5.1 Cheque pr-datado

    O cheque pr-datado (ou ps-datado) uma inveno informal do comrcio, umamaneira mais fcil e rpida de se fazer credirio,j que prev sua compensao numa datafutura. Mas exige cuidados especiais por partede quem emite. Pela Lei do Cheque (lei no

    7.357/85), qualquer cheque pode ser

    5. O chequedescontado no momento de sua apresentaoao banco, j que considerado um pagamento vista. No entanto, por fora dessa utilizao,usual e costumeira, a Justia reconhece que ocheque pr-datado no pode ser apresentadoantes da data combinada com o fornecedor. Istoporque se trata de um contrato no escrito emque o fornecedor se compromete a receber ovalor em parcelas sucessivas e nas datas devencimento combinadas. Isso pode ser inferidodo art. 30 do CDC e da Smula 3702 do STJ.

    Vale enfatizar que o cheque pr-datado temvalor de contrato sempre que representa relaode consumo e, assim, no pode serdesrespeitado pela outra parte (quem recebeu ocheque). Mas, ateno: se voc emite umcheque pr-datado que no se refere a umarelao de consumo (para um amigo, porexemplo), ele no tem valor de contrato.

    Cuidados no preenchimento: O cheque pr-datado deve ser sempre

    nominal e deve conter a expresso no ordem (no pode ser transferido pelobeneficirio);

    Deve ser cruzado (dois traos oblquos eparalelos determinam que ele s pode serdepositado);

    2 Sm. 370 STJ: caracteriza dano moral a apresentao antecipada do cheque pr-datado.

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  • Os bancos e voc - Como se defender dos abusos dos bancos

    Conter a data em que ser depositado independentemente da data da compra, mesmoque o estabelecimento comercial afirme ocontrrio.

    Nunca assine atrs do cheque pr-datado. Com a assinatura, ele pode ser entreguea terceiros que por sua vez, podero deposit-loantes da data programada.

    Esse tipo de cheque s deve ser emitidoquando voc conhece bem o comerciante e temcerteza de que ser apresentado ao banco comoo combinado.

    Anotar no verso a finalidade do cheque,a data combinada para sua apresentao, aparcela qual se refere, o nmero da nota fiscal,o valor total da compra, etc.

    Fazer constar, na Nota Fiscal relativa aonegcio, os nmeros dos cheques, seus valorese as datas combinadas para apresentao.

    Observao: caso o cheque pr-datadoseja depositado antes da data programada,voc poder recorrer ao Juizado EspecialCvel para fazer valer seus direitos. Lembre-sede que, nesse caso, a culpa no do banco,mas de quem depositou o cheque.

    5.2 Extravio de talo de cheque

    Um talo pode ser extraviado antes daentrega ao cliente (s vezes, sem que ele saiba),dentro do prprio banco, ou quando enviadopelo correio. Em ambos os casos, a

    responsabilidade do banco, que deve avisarseu cliente.

    Se o talo de cheque for extraviadodentro do banco, a instituio tem de avisar ocliente para que tome as devidas providncias.Isso porque o talo pode ser utilizado porterceiros e o consumidor vir a ser protestado porfalta de fundos. De qualquer maneira, o banco o responsvel pela guarda e proteo dotalonrio.

    Aps ser avisado, o consumidor deve secomunicar por escrito com o gerente do banco(verifique o nome completo), por meio de cartaprotocolada, exigindo resposta sobre quais asprovidncias que sero adotadas.

    Se o extravio ocorrer por problemas nocorreio e voc no receber o talo no prazoprevisto, contate com o banco. Avise o SAC dainstituio, por telefone, sem se esquecer deanotar o nome do atendente, o dia, a hora e onmero da ocorrncia. Depois, faa umareclamao por escrito e protocole no banco aoscuidados do gerente (verifique o nome completo).

    Ateno: Nos dois casos acima, se vocfor prejudicado e o problema no forsolucionado amigavelmente, recorra justia.

    5.3 Cheques sem fundoe cadastro de restries

    Ao utilizar seu talo, verifique seu saldo emconta-corrente. Emitir cheque sem fundos

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  • Os bancos e voc - Como se defender dos abusos dos bancos

    crime de estelionato, de acordo com o cdigopenal, e pode dar priso de um a cinco anos,alm de outras consequncias para o emitente.

    Aps ser devolvido pela primeira vez, umcheque sem fundos pode ser reapresentado aobanco. Se for devolvido pela segunda vez, onome do emitente pode ser levado para oscadastros de restries, que so:

    CCF - Cadastro de emitentes de chequessem fundos do Banco Central.

    Serasa - Centralizao de ServiosBancrios. um banco de informaescadastrais, com cobertura em todo o territrionacional

    SPC - Servio de Proteo ao Crdito.

    5.4 Consequncias para quementrou no cadastro de restries

    Os estabelecimentos comerciais queconsultam o banco de dados do SPC noaceitam mais seus cheques. Os financiamentosque o consumidor solicitar junto a bancos oucomrcio tambm ficam cortados.

    O banco deixa de fornecer tales e vocs pode movimentar sua conta com cartomagntico. Dependendo do banco, sua contapoder ser encerrada.

    Fica muito difcil abrir conta em outrobanco, em qualquer lugar do pas.

    Quem recebe o cheque sem fundo podelev-lo a protesto no Cartrio de Protestos uma medida que expe o emitente a sanesgraves se no efetuar o pagamento.

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    Como limpar o nome: O nome sai automaticamente dos

    cadastros de restries depois de cinco anos. oque diz o CDC (artigo 43, pargrafo 1).

    A qualquer momento, o emitente podelimpar seu nome, desde que quite o cheque.Para regularizar a situao, ele deve comparecerpessoalmente agncia bancria com o chequeque foi devolvido ou o extrato que comprovesua compensao. O banco fica obrigado porlei a enviar, automaticamente, ao BC o pedidode excluso de seu nome do cadastro.

    Se o cheque tiver ido a protesto, osservios de proteo ao crdito podem exigirque o emitente apresente certido decancelamento do protesto ou certido negativa.A certido ser obtida aps o pagamento docheque. O emitente pode comparecer aocartrio, pagar o valor e a taxa de protesto oufazer o pagamento direto ao credor. Neste caso,o cartrio exigir uma carta de anunciaassinada pelo credor.

    Observao: Na maioria dos casos, oprprio banco de dados tem servios deorientao e auxlio para que voc mesmolimpe seu nome. Se for preciso, procure ajudade profissional idneo. No se deixe levar porpropaganda do gnero limpamos seu nome,cada vez mais comuns.

    Direitos do consumidor: O nome do consumidor no pode ser

    mandado para o cadastro de restries daSerasa ou do SPC sem seu prvioconhecimento (conforme o artigo 43,pargrafo 2 do CDC).

    No caso de haver devoluo indevida deum cheque (que tem fundo) pelo banco, oemitente tem direito de ser indenizado pordanos morais e materiais, devendo, senecessrio, recorrer justia.

    O consumidor tambm tem o direito aexigir judicialmente indenizao de quem levouseu nome para o cadastro, por danos morais emateriais, caso seu nome continue a figurar emqualquer cadastro de restries depois de jsolucionado o problema (conforme o artigo 6,inciso VI do CDC).

    obrigatrio que os cadastros permitamao consumidor o acesso a todas as informaessobre ele, incluindo as fontes. crime, punidocom priso de 6 meses a 1 ano, impedir que eletenha acesso a esses registros.

    Caso o consumidor encontre em bancosde dados informaes erradas a seu respeito,poder exigir a imediata correo. Oresponsvel pelo banco de dados devercomunicar a alterao aos eventuaisdestinatrios destas informaes em cinco dias. crime, punido com pena de priso de 6 mesesa 1 ano, no corrigir imediatamente informaeserradas que prejudiquem o consumidor.

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    Informaes sobre dvidas prescritas ou aelas relacionadas, que de alguma formaimpeam ou dificultem o acesso do consumidora novo crdito, no podem ser fornecidas peloscadastros de proteo ao Crdito.

    (Referncia legislativa: arts. 43, caput, 1, 2, 5, 72, 73, CDC).

    5.5 Cheque sustado

    Um cheque pode ser sustado, ou seja,receber uma oposio, ou contraordem, porvrios motivos, entre eles, o furto ou o roubo. S admitida a sustao para cheques preenchidose se pedida pelo emitente ou pelo beneficiriodo cheque. Os bancos no podem impedir ou

    limitar o direito do emitente de sustar opagamento de um cheque. No entanto, podemcobrar tarifa pela sustao, cujo valor deveconstar da tabela de servios prioritrios dainstituio (de acordo com a Resoluo 3.919/10 e 3.512/10, a sustao/revogao de cheques uma tarifa padronizada e com fator gerador decobrana que compe os servios prioritrios).

    Observao: Se o consumidor pretendesustar um cheque usado para pagar umproduto ou servio que no se mostrouadequado ou eficiente, esgotadas todas astentativas amigveis com o fornecedor(devidamente documentadas), recomendvelque faa a sustao com auxlio de umadvogado ( necessrio muito cuidado para talprocedimento, j que o consumidor pode vir aresponder por crime de estelionato) ouconsulte um organismo de defesa doconsumidor para ser orientado.

    Direitos do Consumidor: Protesto de cheques sustados: Se isso

    ocorrer, o consumidor pode recorrer justiapara fazer valer os seus direitos, pleiteando emjuzo indenizao pelos prejuzos materiais emorais sofridos.

    Aceitao de cheques de emitentes quej tm cheques sustados. Se voc realizacorretamente os procedimentos para a sustaode um cheque, os outros cheques de suaemisso devero ser aceitos pelo comrcio.

    Como proceder nos casos deRoubo/Furto/Perda:

    1) Avise o banco imediatamente portelefone (anotando a hora e o nome doatendente) e entregue a justificativa porescrito o mais rpido possvel.

    2) Providencie um B.O. na delegaciamais prxima ou pela internet.

    3) Preencha formulrio especfico parao caso, assinando-o e justificando o motivopedido. Uma cpia do B.O. pode seranexada justificativa.

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    Pagamento, pelo banco, de um chequesustado: o cliente deve ser ressarcido aps acomprovao da falha do banco.

    Pagamento, pelo banco, de um chequeroubado, furtado, adulterado ou com assinaturafalsa. O procedimento anterior deve serobservado, ou seja, cabe ao banco ressarcir oconsumidor, desde que a culpa no seja docorrentista.

    Por precauo, voc pode carregar consigocpia do pedido de sustao (preenchido nobanco) que especifique o nmero do chequesustado. Se mesmo assim algum comercianteno aceitar seu cheque, motivado pela sustaode outro, recorra a um organismo de defesa doconsumidor ou reclame junto ao JuizadoEspecial Cvel.

    Importante:Perodo em que um cheque fica sustado: A

    sustao ou oposio pode ser feita por meio deuma solicitao provisria e, posteriormente, deuma confirmao; vigora por prazoindeterminado e permitida ao banco apenasuma cobrana de tarifa compreendida as fasesde solicitao provisria, de confirmao e deeventual anulao do pedido (de acordo com aCircular 3.512/10).

    5.6 Bloqueio do uso de talo

    Sua conta pode ser bloqueada pordevoluo de cheques sem fundos.

    Nestes casos o banco obrigado a inform-

    lo sobre essa situao.Se voc no for avisado, reclame por

    escrito. Exija resposta do banco, seu direito.

    Importante:Os bancos mantm um histrico de

    ocorrncias de seus clientes, que pode serconsultado, por exemplo, para decidir sobreconcesso de crdito, o desbloqueio ou no desua conta, etc.

    O desbloqueio do talo depende deprocedimentos que variam de banco parabanco. Nesses casos, verifique quais asexigncias para o desbloqueio. Esteja ciente deque o desbloqueio pode no ser imediato.

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    O carto magntico nominal, exclusivo eintransfervel, oferecido aos correntistas pormeio de contrato assinado entre cliente e banco.

    Com ele possvel realizar todas astransaes bancrias.

    Ateno: assim que voc receber ocarto, assine no verso e verifique se precisodesbloque-lo (informe-se junto ao banco)

    6.1 Medidas de segurana comseu carto magntico

    Guarde o carto em lugar seguro e nodeixe junto senha;

    Proteja seu carto da umidade, daexposio ao sol, de objetos metlicos oupontiagudos e de campos magnticos (ms,telefones celulares, televisores,microcomputadores, controle remoto, etc.);

    Ao escolher os nmeros de sua senha,evite sequncias que outros possam reconhecer(data de nascimento, nmero de telefone, placade automvel, etc.);

    No fornea sua senha para terceiros,mesmo que se identifiquem como funcionriosdo banco. A senha garante que s voc poderutilizar o carto;

    No permita que outros o utilizem;

    Leve sempre consigo o nmero dotelefone da Central de Atendimento de seubanco/agncia;

    Em caso de roubo ou extravio, pea seucancelamento imediatamente por telefone.Procure ter anotado o nmero do SAC (0800)do banco, este canal possibilita o registrogravado da ocorrncia, a opo de falar com oatendente em 60 segundos e de receber oprotocolo da ligao (Decreto do SAC 6.523/08). Em caso de furto ou roubo, alm docancelamento do carto, v delegacia maisprxima e registre um B.O.;

    Aps efetuar pagamento com o carto,pea a via do comprovante e verifique se o valorest correto;

    Verifique o valor oferecido pela agnciapara seu limite de saque. O limite serve tantopara carto como para talo de cheques. Evitemanter um limite muito alto, pois em caso defurto ou assalto, poder haver saques at esselimite.

    Evite portar o carto magntico quandoele no necessrio

    6.2 Senha

    O fornecimento da senha que libera autilizao do carto magntico. Ela de usopessoal e intransfervel e no deve ser

    6. Carto magntico

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    revelada nem aos funcionrios do banco. Vocdeve memoriz-la. Caso tenha de mant-laanotada, no a deixe junto do carto. Os bancosno se responsabilizam se for compartilhadacom terceiros.

    responsabilidade do banco qualquermovimentao com carto eletrnico roubado/furtado, exceto quando o prprio consumidorfacilita essa utilizao - por exemplo, se fornecea senha a outros ou quando a anota junto com

    o carto. A manuteno do sigilo da senha edemais dispositivos de segurana responsabilidade do consumidor.

    6.3 Substituio

    A substituio do carto magntico spoder ser cobrada se pedida pelo consumidorpor motivo de perda, roubo, danificao ououtro motivo independente da vontade do

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    fornecedor (de acordo com a Resoluo 3.919/10, do CMN/BC).

    6.4 Carto de crdito

    O carto de crdito oferece uma formade comprar bens e servios, mesmo que oconsumidor no tenha recursos disponveisno momento da aquisio. Isto porque ocarto substitui o dinheiro vivo ou chequenas transaes comerciais e o que vocgasta dever ser pago s na data dovencimento da prxima fatura. Esta data predeterminada pelo cliente (por exemplo,aps o recebimento de seu salrio).

    Importante Quando o cliente no tem recurso para

    pagar a fatura do carto de crdito, entra nocrdito rotativo que, apesar de possibilitar opagamento da dvida em parcelas, tem taxasde juros altssimas.

    O preo vista em dinheiro ou chequedeve valer para o pagamento com carto. Hdecises judiciais nesse sentido. Portanto, se olojista insistir em cobrar mais para pagamentocom carto, reclame junto a um rgo dedefesa do consumidor.

    As tarifas que podem ser cobradas paracartes de crdito tambm esto disciplinadaspela Resoluo 3.919/10, do CMN/BC. Desdemaro de 2011, apenas cinco tipos delas podemser cobradas:

    Anuidade;

    Segunda via de carto (ver adiante item6.4.2 para casos de cartes mltiplos);

    Retirada em dinheiro (no Brasil ouexterior);

    Pagamento de contas (gua, luz,telefone, gs, tributos, boletos de cobrana,etc.) na funo crdito;

    Avaliao para concesso de crdito emcarter emergencial, sempre a pedido docliente e por meio de atendimento pessoal.

    Ainda em relao a essas tarifas de cartode crdito, os eventuais aumentos s podemocorrer, desde que informados ao BC, um anoaps o ltimo reajuste divulgado e devem sercomunicados ao consumidor com 45 dias deantecedncia.

    Os cartes de crdito so classificados emdois tipos: bsico (nacional e internacional) ediferenciado. Apenas para os cartes do tipodiferenciado permitida a cobrana deanuidade diferenciada e a associao aprogramas de benefcios e recompensas,sempre devidamente informados em contratocom detalhes quanto forma de sua utilizao.

    6.4.1 Clonagem

    A administradora de cartes de crdito temresponsabilidade objetiva, isto , respondeindependente de culpa por qualquer problemaocorrido com os servios que presta. responsvel por todo e qualquer prejuzocausado ao consumidor em razo da falha naprestao do servio como, por exemplo,

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    clonagem ou falsificao grosseira de assinaturapor terceiros, como decorrncia de furto, rouboou extravio. No entanto, a administradora responsvel desde que o consumidor no tenhafacilitado tais ocorrncias.

    Qualquer compra feita com cartoclonado (copiado) de inteira responsabilidadeda administradora, que tem o dever de garantira segurana no uso desse meio de pagamento,conforme artigos 14 e 20 do CDC.

    6.4.2 Roubo, perda ou furto

    De acordo com a responsabilidadeobjetiva, a administradora de cartes decrdito responde por toda e qualquer falha naprestao do servio, independentemente doconsumidor ter contratado um seguro pessoal.Em caso de roubo, perda ou furto do seucarto de crdito, a primeira providncia comunicar o fato administradora do carto epedir o bloqueio ou o cancelamento.Recomenda-se que o consumidor anote onmero do protocolo de atendimento esolicite administradora um fax quecomprove o bloqueio ou cancelamento. Osegundo passo ir a uma Delegacia de Polciae fazer um BO. Nos casos de furto, aocorrncia pode ser feita on-line.

    Caso seja necessria uma segunda via decarto de crdito com outras funes (dbitoou movimentao de poupana), no pode sercobrada mais de uma tarifa pelo fornecimentodo carto correspondente s outras funes,

    aplicando-se sempre a de menor valor(Resoluo 3.919/10, do CMN/BC).

    Apesar de algumas administradoras teremem seus contratos com o consumidor umaclusula que o responsabiliza por gastosrealizados antes do bloqueio do carto, essa uma cobrana indevida, pois fere o artigo 39,inciso V e o artigo 51, inciso IV do CDC. deresponsabilidade da loja e da administradoraconferir a assinatura do cliente na hora dacompra.

    Outro problema quando o consumidorpaga a fatura de um carto de crdito e spercebe depois que lhe foi cobrado umacompra que no realizou. Nesse caso, o valorpago deve ser restitudo em dobro pelaadministradora, conforme o artigo 42 do CDC.

    6.4.3 Envio sem solicitao

    Qualquer produto enviado ou servioprestado ao consumidor sem sua solicitaoprvia considerado como amostra grtis eno existe obrigao de pagamento. No casodo carto de crdito, o envio sem solicitaoisenta o consumidor do pagamento daanuidade. O envio ou a entrega aoconsumidor de qualquer produto ou ofornecimento de qualquer servio semsolicitao prvia prtica abusiva e proibida(art. 39, III e Pargrafo nico - CDC).

    O Idec, entretanto, orienta que oconsumidor inutilize o carto de crdito ecomunique essa providncia ao fornecedor

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    (veja modelo de carta: Cancelamento decarto enviado sem solicitao prvia).

    6.4.4 Fatura

    direito bsico e fundamental doconsumidor (artigos arts. 6., III e 52 - CDC) ainformao detalhada, adequada e clara sobreos diferentes produtos e servios. Informaescomo valor da despesa efetuada, identificaodo estabelecimento comercial, taxa de cmbiopara despesas em moeda estrangeira, valor deeventuais crditos, valor mnimo parapagamento, taxas de juros praticadas e data devencimento da fatura so obrigatrias.

    A j citada resoluo do CMN/BC (3.919/10) tambm estabelece as informaesmnimas que devem constar da fatura oudemonstrativo mensal do carto:

    I - limite de crdito total e limitesindividuais para cada tipo de operao decrdito passvel de contratao;

    II - gastos realizados com o carto, porevento, inclusive quando parcelados;

    III - identificao das operaes de crditocontratadas e respectivos valores;

    IV - valores relativos aos encargoscobrados, informados de forma segregada deacordo com os tipos de operaes realizadaspor meio do carto;

    V - valor dos encargos a ser cobrado noms seguinte no caso de o cliente optar pelopagamento mnimo da fatura; e

    VI - Custo Efetivo Total (CET), para o

    prximo perodo, das operaes de crditopassveis de contratao.

    O roteiro para anlise dasinformaes pode sersimplificado assim:Fatura = saldo anterior - total de crdito + totalde dbitos.

    99999Saldo anterior: refere-se ao valor total dafatura anterior.

    99999Total de crdito: o pagamento efetuadosobre a fatura anterior, que pode ser total ouparcial.

    99999Total de dbitos: inclui novas compras; o saldoda dvida anterior e encargos (juros), no caso deo cliente no ter entrado no crdito rotativo, ouseja, no pagou integralmente a fatura anterior.

    Esses itens resumem a situao docomprador e servem para compor a prximafatura. Se for pago o total, no h valores parapassar para o prximo perodo.

    Encargos contratuais/financiamento:

    Juros e outras taxas que remuneram aadministradora e as instituies que afinanciam.

    99999Multa de mora: devida no caso deatraso de pagamento da fatura anterior. Nopode ser maior que 2%.

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  • Os bancos e voc - Como se defender dos abusos dos bancos

    99999Juros de mora: devidos no caso deatraso de pagamento da fatura anterior; socontados da data do vencimento dopagamento, na base de 1% ao ms pr-rata(ou 0,033% por dia de atraso).

    99999Despesas de compra: comprasefetuadas no perodo.

    99999Outros trs itens devem ser observados:Total Brasil e Total Internacional (Exemplo:caso de viagens ao exterior ou compra pelainternet em sites estrangeiros. O cliente pagade acordo com a cotao do dlar no dia daemisso da fatura). Ambos formam o Totaldesta fatura. O terceiro o campo doPagamento mnimo, que voc pode fazer seoptar pelo crdito rotativo.

    No caso de falta de informao na fatura,envie uma carta administradora do cartocom aviso de recebimento (AR) e solicite oque falta (veja o modelo de carta).

    A fatura no chegou at a datado vencimento:

    Mesmo que o consumidor no receba aconta, obrigao pag-la na data dovencimento, sob pena de acrscimo de jurose multa. Nesse caso, cabe ao cliente ligarpara a administradora para saber o valor e oprocedimento para quitao. imprescindvel guardar o comprovante dopagamento avulso e consultar aadministradora para saber se o depsito foi

    registrado e qual o novo saldo. Se este notiver sido modificado, remeta cpia docomprovante para a administradora.

    6.4.5 Liquidao antecipada

    O consumidor pode optar pelo pagamentoantecipado, total ou parcial, de uma fatura ematraso. Nesse caso, deve-se procurar aadministradora e pedir a reduo proporcionaldos encargos, nos termos do art. 52 do CDC(associados do Idec podem solicitar ao setor deatendimento modelo de carta para este caso).Caso a empresa no se manifeste, o titular docarto pode pagar sem a reduo proporcionale depois pleitear, na Justia, se necessrio, oressarcimento de pagamento indevido.

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    Os bancos so obrigados a afixar quadro,em local visvel, com a relao de servios sobreos quais so cobradas tarifas e os respectivosvalores.

    Segundo o BC, a cobrana de uma novatarifa ou seu aumento dever ser informado aoconsumidor com, no mnimo, trinta dias deantecedncia (ver modelo de carta paracontestar alterao na tarifa sem prvio aviso).De acordo com a Resoluo 3.919/10 e aCircular 3.512/10, os bancos no podem criarou cobrar novas tarifas sem aprovao e avisoprvio do BC. Portanto, ao no reconhecer atarifa no site do BC, reclame.

    Porm, para o CDC, o aumento ou amudana de tarifa de forma unilateral soilegais. O que se permite o reajuste das tarifasde acordo com ndice definido em contrato eperiodicidade definida na lei.

    Desde 31 de maro de 2008 os bancos soobrigados a divulgar, nas agncias e sites, astarifas praticadas, desde que entrou em vigor aregulamentao do CMN/BC sobre tarifasbancrias.

    Algumas mudanas foram bem-vindas,como a padronizao da nomenclatura dastarifas e a proibio da cobrana de tarifa porcheque compensado.

    Outras mudanas mais recentes impedem acobrana da chamada tarifa de renovao

    cadastral (Circular do CMN/BC 3.512/10), queera cobrada a cada 6 meses, e tambm probemo repasse pelos bancos da cobrana de emissode boleto ou ficha de compensao (modelo decarta). Esta ltima deciso, da 4 Turma doSTJ, foi divulgada em 23 de fevereiro de2010, e reafirma a ilegalidade da cobrana,ainda que conste em contrato. A Resoluo3.919/10 do CMN/BC tambm probe acobrana de tarifa pela emisso de boletos,carns e assemelhados.

    Atualmente, os servios bancriosrelacionados a conta-corrente de depsitos vista e a contas de depsitos de poupana depessoas fsicas esto classificados pelo BC emquatro categorias:

    7.1 Servios essenciais

    Para os quais vedada a cobrana de tarifa:I - Conta-corrente:a) fornecimento de carto com funo

    dbito;b) fornecimento de 10 folhas de cheques/

    ms, desde que o correntista rena os requisitosnecessrios utilizao de cheques;

    c) fornecimento de segunda via do cartoacima referido, exceto nos casos de perda,roubo, danificao e outras situaes s quais obanco no deu causa;

    7. Tarifas bancrias

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    d) realizao de at 4 saques/ms no caixa,inclusive por cheque ou cheque avulso, ou emterminal de autoatendimento;

    e) fornecimento de at 2 extratos com amovimentao do ms por meio de terminal deautoatendimento;

    f) realizao de consultas na internet(bankline);

    g) realizao de duas transfernciasmensais entre contas na prpria instituio, nocaixa, em terminal de autoatendimento e/oupela internet;

    h) compensao de cheques;i) fornecimento aos clientes pessoas fsicas,

    at 28 de fevereiro de cada ano, a partir de2009, de extrato consolidado discriminando,ms a ms, as tarifas cobradas no ano anteriorem conta-corrente e/ou em conta de depsitosde poupana.

    II - Conta poupana:a) fornecimento de carto para

    movimentao;b) fornecimento de segunda via do carto,

    exceto nos casos de perda, roubo, danificao eoutras situaes s quais o banco no deucausa;

    c) realizao de at dois saques/ms, nocaixa ou no terminal de autoatendimento;

    d) realizao de at duas transfernciaspara conta de depsitos de mesma titularidade;

    e) fornecimento de at 2 extratos com amovimentao do ms;

    f) realizao de consultas pela internet;g) fornecimento aos clientes pessoas fsicas,

    at 28 de fevereiro de cada ano, a partir de2009, de extrato consolidado discriminando,ms a ms, as tarifas cobradas no ano anteriorem conta-corrente e/ou em conta poupana.

    7.2 Servios prioritrios

    Relacionados conta-corrente e contapoupana, transferncias, operaes de crditoe cadastro que devero seguir umanomenclatura padronizada, para possibilitaridentificao de forma clara no extrato. permitida a cobrana de tarifa por estes servios.

    7.3 Servios especiais

    Que possuem legislao e regulamentaoespecficas como Crdito Rural, SistemaFinanceiro de Habitao, Mercado de Cmbio,podendo ser cobradas tarifas de acordo com alegislao prpria.

    7.4 Servios diferenciados

    Em que se admite a cobrana de tarifa,desde que haja um contrato explcito entrecliente e instituio. Entre esses servios esto osrelacionados a aluguel de cofres, entrega emdomiclio, extrato e talo de cheques enviadopelo correio, carto de crdito e outros serviosprestados a pessoas fsicas.

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    7.5 Contas-salrio

    A conta-salrio, apesar de no sermovimentvel com cheques, traz vantagens aotitular, basicamente, no que se refere isenode tarifas sobre prestao de servios.

    Desta forma, os bancos no podem cobrartarifas relativas manuteno de conta, saquestotais ou parciais (limitados a 5 por crdito),fornecimento de carto magntico (exceto noscasos de perda, roubo, danificao ou qualquermotivo que no seja de responsabilidade dobanco), consultas ao saldo ou extrato dosltimos 30 dias nos terminais deautoatendimento ou no caixa (2 por ms) e,ainda, a transferncia do valor integral docrdito para outra instituio financeira. No

    caso de transferncia para conta da mesmainstituio, tambm proibida a cobrana detarifa pela transferncia de valor parcial docrdito.

    Entretanto, permitida a cobrana derenovao cadastral semestral se o consumidorfizer alguma atualizao de dados, comomudana de endereo ou telefone.

    A conta-salrio pode ser movimentada como carto magntico de dbito e para pagamentode faturas e boletos, sendo permitido o dbitoautomtico. Tambm possvel, neste tipo deconta, a contratao de emprstimo,financiamento e arrendamento mercantil.

    Cabe ressaltar que fato de destinar umaconta para recebimento de salrio no a tornaconta-salrio. Conforme a lei, a conta-salrio

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    aberta mediante contrato entre o empregador e obanco e somente a empresa contratante podelanar crditos na conta-salrio, sendo proibidocrdito de qualquer outra origem.

    Para o funcionrio pblico de rgo quepossui contrato ou convnio de folha depagamento com o banco, o oferecimento daconta-salrio passou a ser obrigatrio,independentemente da data do contrato (a partirde 2 de janeiro de 2009).

    Entretanto, conforme permite a prpria lei,a implementao efetiva desta modalidade deconta para o setor pblico poder ocorrer at 2de janeiro de 2012. O funcionrio deve seinformar no RH do rgo empregador se existeou no convnio com a instituio financeira.

    Essas disposies esto previstas nasResolues 3.402/2006, 3.424/2006 e 3.338/2006, do CMN/BC.

    7.6 Manuteno de contasabertas por ordem judicial(depsito em juzo)

    No podem sofrer cobrana de tarifas.

    Ateno: Antes de abrir uma conta-corrente,

    compare as tarifas de diferentes bancos. Solicite ao gerente o descritivo do pacote

    de servios contratado e estude a alterao parao pacote adequado sua necessidade.

    Exija seus direitos! Se o pacote deservios essenciais for suficiente, procure suaagncia para contrat-lo. Assim, voceconomiza, pois so servios gratuitos.

    Para gastar menos com tarifas, utilize odbito automtico em vez de saque e consulte oextrato pela internet ou pelo telefone.

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    O consumidor pode escolher o tipo deatendimento mais adequado sua necessidade.No h obrigao de utilizar terminais ou caixaseletrnicos em vez dos caixas convencionais.Alm disso, o banco no pode determinarnenhum tipo de canal de atendimento erestringir as escolhas do consumidor.

    Cabe rede bancria obedecer s normaslegais quanto acessibilidade no que tange aadaptao dos edifcios, pois se destinam ao usocoletivo e o cumprimento das obrigaesrelativas s barreiras de comunicao, isto ,facilitar o acesso a pessoas com deficincia fsicaou com mobilidade reduzida, temporria oudefinitiva. Tambm acessibilidade aos caixas eaos terminais de autoatendimento, bem comofacilidade de circulao.

    Ateno: Jamais pea ajuda aos seguranasda agncia, pois no so bancrios e por issono vo resolver seu problema.

    8.1 Atendimento prioritrio

    Pessoas com deficincia fsica oumobilidade reduzida, temporria ou definitiva,idosos, com idade igual ou superior a 60 anos,gestantes, lactantes e pessoas com crianas decolo tm direito ao atendimento prioritrio.

    O BC estabelece que o atendimentoprioritrio se d aos idosos com idade igual ou

    8. Atendimentosuperior a 65 anos. No entanto, o Idec entendeque vigora a idade estipulada pelo Estatuto doIdoso (60 anos), que tambm prev oatendimento prioritrio nas instituies pblicase privadas.

    Referncia legislativa: arts. 1 e 3, nico,I, da Lei 10.741/2003 - Estatuto do Idoso.

    8.2 Porta giratria

    Com base no artigo 5, X da ConstituioFederal, o consumidor no pode ser submetidoa constrangimento, ameaa ou vexame emvirtude dos dispositivos de segurana adotadospelas instituies financeiras, como o caso daporta giratria. assegurado o direito indenizao pelo dano material e moral quepossam causar.

    8.3 Horrio deatendimento dos bancos

    Como regra, o horrio mnimo deexpediente para o pblico ser de 5 horasdirias ininterruptas, com atendimentoobrigatrio no perodo de 12h s 15h, horriode Braslia. Esse horrio pode apresentarvariaes, dependendo da cidade onde estlocalizada a agncia. Nas capitais, o horriofixado geralmente das 10h s 16h.

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  • Os bancos e voc - Como se defender dos abusos dos bancos

    8.4 Fila

    Uma forma de evitar filas programar ohorrio de ir ao banco. Algumas dicas simples:

    Organize as datas de vencimento desuas contas e pague o maior nmero delas deuma s vez;

    Evite o quinto dia til de cada ms,porque, em geral, o dia reservado parapagamento de salrios;

    Evite o dia 10 de cada ms, data devencimento de vrios tributos e mensalidades

    Procure saber na sua agncia os dias ehorrios de menor movimento.

    Existem vrias opes s filas: mquinasde autoatendimento, caixas automticos,servios on-line, dbito automtico, etc. Comessas opes, voc pode pagar contas, ver osaldo, fazer aplicaes, transferncias, pedirtalo de cheques, etc.

    Os bancos tm o dever de garantiratendimento gil, eficiente e seguro aos clientese usurios.

    Na maioria das vezes, as filas ocorrem porfalta de funcionrios, o cliente aguarda longosperodos ou empurrado para oautoatendimento e paga tarifas por isso.

    Alm disso, os bancos normalmenteimpem metas de venda de servios aos caixas,o que prolonga a permanncia dos clientes naagncia.

    Voc tem o direito de ser atendido comrapidez, conforto e segurana. Portanto, se issono ocorrer, reclame com o gerente, junto aos

    rgos de defesa do consumidor, nas ouvidoriase tambm junto ao BC.

    Alguns estados e municpios j tm leis queestabelecem o tempo mximo de permanncianas filas.

    Procure saber se a lei est em vigor em sualocalidade.

    8.5 Caixasautomticos /eletrnicos

    O caixa automtico uma opo aosservios oferecidos pelas agncias, que lhepermite fazer saques, pagar contas, obter saldose extratos. Dependendo do caixa eletrnico, possvel fazer aplicaes, transferncias entrepoupana e conta-corrente, retirar folhas decheque avulsas, etc. O consumidor no pode serobrigado a utilizar este canal em detrimento doatendimento humano, caso prefira.

    Ateno e cuidados especiais Se possvel, faa seus saques no horrio

    comercial. Caso contrrio, v acompanhado porum adulto que possa ficar fora da cabine, comose estivesse na fila.

    Prefira caixas automticos instalados emlocais de grande movimentao, prximos aruas movimentadas, shopping centers, etc.

    Nunca aceite ou solicite ajuda deestranhos;

    Tome cuidado com a presena depessoas suspeitas no interior da cabine ouproximidades. Na dvida, no faa a operao;

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  • Os bancos e voc - Como se defender dos abusos dos bancos

    Ao digitar a senha, mantenha o corpoprximo mquina para evitar que possamv-la. As pessoas atrs de voc devemrespeitar a faixa de segurana;

    Siga as orientaes e os cuidados como carto magntico (ver item cartomagntico);

    Conforme orientao do Departamentode Polcia Federal, nas salas deautoatendimento deve haver vigilantesarmados responsveis pela segurana. Casono exista, denuncie.

    Caso o carto seja engolido pelocaixa eletrnico, comunique o ocorrido. obrigao do banco tomar as providnciaspara bloquear todas as movimentaes com ocarto e para sua substituio.

    Com base no CDC, deresponsabilidade exclusiva do banco qualquerproblema ocorrido com o saque em caixaeletrnico, como, por exemplo, notas falsas ouuso fraudulento dos terminais eletrnicos,como a existncia de mecanismos declonagem de cartes.

    Tambm responsabilidade do bancose o fato causar ao consumidor, alm doprejuzo representado pelas notas falsificadas,quaisquer outros danos.

    A responsabilidade pela qualidade esegurana dos servios exclusiva dosfornecedores. A ocorrncia de furto ou roubono interior de agncias e caixas eletrnicos responsabilidade do banco, que deve agir paragarantir a segurana de seus clientes.

    8.6 Servios on-line

    Basicamente, voc pode consultar saldo eextrato (conta-corrente, poupana ou outrasaplicaes) e, de acordo com o banco e servio,transferncias de valores, pagamento de contas,aplicao e resgate de valores, etc.

    Para ter acesso aos servios on-line, saiba oque o banco oferece e como proceder parautiliz-los.

    A responsabilidade pela qualidade esegurana dos servios prestados on-line exclusiva dos fornecedores (ver item 8.5).

    Ateno:Os servios on-line oferecem alguns riscos.

    Ao utiliz-los, o cliente deve tomar muitocuidado quanto aos procedimentos desegurana. Evitar, por exemplo, que terceirosconheam sua senha de acesso.

    Fique atento! No utilize o servio deinternet banking em computadores de locaispblicos, de preferncia somente em suaresidncia ou trabalho. Atualize os servios desegurana do computador (antivrus e espieseletrnicos) e siga as orientaes de segurana.

    8.7 Ouvidorias

    Os bancos devem colocar disposio umsetor de ouvidoria que atenda diretamente osclientes quanto a dvidas e reclamaes. Estaregra determinao do CMN/BC e passou a serobrigatria desde de 30 de setembro de 2007.

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  • Os bancos e voc - Como se defender dos abusos dos bancos

    A ouvidoria assegura a aplicao dasnormas relativas aos direitos do consumidor eatua como canal de comunicao entre bancos econsumidores, inclusive para mediar conflitos. Aestrutura da ouvidoria deve ser compatvel coma natureza e a complexidade dos produtos,servios, atividades e sistemas de cadainstituio financeira.

    A ouvidoria deve receber, registrar, analisare dar tratamento adequado s reclamaes oudvidas que no forem solucionadas peloatendimento das agncias. A partir do registro, aouvidoria deve informar o prazo previsto paraesclarecimentos sobre as providncias tomadas,que no pode ultrapassar 30 dias. Vale lembrarque este servio no pode ser cobrado.

    O atendimento telefnico ao cliente pessoafsica ser feito por discagem direta gratuita(0800), o mesmo para pessoas jurdicasclassificadas como microempresas.

    De acordo com a Resoluo 3.849/10 doCMN/BC, os bancos devem dar ampladivulgao sobre a ouvidoria, bem como suafinalidade e funcionamento. Alm disso, devem

    garantir o acesso ao atendimento por canaisgeis e eficazes, conforme prev o Decreto6.523/08, que normatiza as prticas para oscanais de atendimentos das empresas de setoresregulados no pas.

    8.8 Venda casada

    O consumidor no pode ser obrigado ouinduzido a adquirir um produto ou contratar umservio juntamente com outro. Por exemplo,para conceder um emprstimo, exigir acontratao de seguro de vida.

    Este tipo de conduta crime proibido peloartigo 39, inciso I, do CDC.

    8.9 Cobrana constrangedora

    O consumidor no pode ser submetido aqualquer tipo de constrangimento ou ameaapor causa de cobrana de dvida (artigos 42 e71 do CDC).

    Quem utiliza estes procedimentos cometecrime e est sujeito s penalidades da lei

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  • Os bancos e voc - Como se defender dos abusos dos bancos

    Na hora de colocar seu dinheiro emaplicaes financeiras ou outros produtosbancrios, exija do banco o mximo deinformaes por escrito, o que seu direito.

    A informao fundamental para saberquais as possibilidades de ganho ou prejuzo (osbancos costumam destacar apenas asrentabilidades).

    a partir dessas informaes que vocescolhe a aplicao ou produto que se adaptamelhor ao seu perfil e quantia de dinheiro quevoc tem disposio. Se o objetivo obterlucro com investimentos, esteja ciente de que asopes que prometem maiores ganhos vmacompanhadas, sempre, de um maior risco.Mas, se a prioridade proteger seu dinheiro,saiba que os investimentos mais seguros, emgeral, oferecem lucros menores.

    Perguntas importantes na hora de investir. Qual o risco de minha aplicao

    apresentar prejuzo?Os bancos costumam mostrar apenas a

    rentabilidade das aplicaes, sem indicar osriscos a que esto expostas. A rentabilidadepassada das aplicaes, em muitos casos, norepresenta garantia de rentabilidade futura.

    Por quanto tempo o dinheiro ter de ficarparado na aplicao at que comece a render?

    Isso depende da aplicao. Na poupana,por exemplo, o rendimento obtido aps 30

    9. Aplicaesdias (a sua data de aniversrio se d de 30 em30 dias, a partir do depsito inicial). Os valoressacados antes desse prazo no recebemremunerao. Nos casos de fundos deinvestimento, h os que rendem desde oprimeiro dia de aplicao. Procure maisinformaes.

    possvel sacar recursos antes da datade aniversrio da aplicao?

    Essa pergunta importante porque vocpode precisar de dinheiro mais cedo que oesperado. Nem todas as aplicaes permitem osaque antes do perodo determinado. E fiqueatento: naquelas em que isso permitido,geralmente so cobradas taxas de administrao,desgios etc. Informe-se sobre a aplicao quepretende fazer.

    Quais impostos incidem sobre orendimento das aplicaes? E quais taxas socobradas?

    IOF (Imposto sobre Operaes Financeiras)e Imposto de Renda esto entre os tributos quereduzem os ganhos dos investimentos. importante lembrar que esse tipo de informaovaria ao longo do tempo e um dos motivos que o governo altera constantemente osimpostos sobre as aplicaes e suas alquotas.Verifique sempre as alquotas (porcentagens) dosimpostos e taxas cobrados.

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  • Os bancos e voc - Como se defender dos abusos dos bancos

    Alm disso, h tambm taxas que incidemsobre as aplicaes (como as taxas deadministrao ou as que representam umporcentual dos ganhos).

    Algumas aplicaes disponveisnos bancos.

    Ateno: para algumas aplicaes existeuma garantia em caso de quebra do banco.Quem cobre esse valor o chamado FundoGarantidor de Crditos, a partir decontribuies das instituies financeiras.A garantia vlida por titular de CPF.

    Aplicaes como poupana, CDB ettulos emitidos pelo prprio banco (comoletras de cmbio) se enquadram nesse caso.Se voc investir, pergunte ao banco se aaplicao que lhe interessa possui estaproteo.

    9.1 Poupana

    A caderneta de poupana a aplicaomais popular por sua simplicidade e facilidadede entendimento. Comparada com outrasaplicaes, uma das mais seguras e apresentarentabilidade fixa: a cada ms aplicada acorreo monetria mais 0,5% sobre o saldo empoupana (a funo da correo monetria compensar as perdas causadas pela inflao).

    Por conta da elevada segurana, suaremunerao est entre as mais baixas domercado.

    Vale lembrar que a caderneta de poupanaainda no sofre incidncia do imposto de renda.

    Os bancos a recomendam para pessoas quequerem proteger seu patrimnio em dinheiro,para comprar algum bem (carro ou casa) ouutiliz-lo no futuro, e no se interessam emganhos financeiros.

    O dinheiro colocado na poupana podeser retirado a qualquer momento, mas sapresenta rentabilidade aps 30 dias paradona caderneta.

    9.2 Fundo de investimento

    H vrios tipos de fundos, conforme acomposio de suas aplicaes, ou seja, emquais papis o fundo aplica (como aes, ttulosdo governo, etc.) e qual o porcentual dosrecursos destinado para cada papel.

    Se voc se interessa por fundos deinvestimento, no se contente apenas cominformaes sobre rentabilidades passadas, poiselas no garantem a rentabilidade futura.Procure um funcionrio do banco para maisesclarecimento sobre a aplicao.

    Os fundos de renda fixa, que concentramseus investimentos em ttulos do governo, estoentre os mais conhecidos. Sua rentabilidade quase sempre maior que a da poupana, maseventualmente podem apresentar prejuzo(como no final de 1997, quando o governoaumentou bruscamente a taxa de juros).

    J os fundos de renda varivel, que aplicamem vrios papis (entre eles aes), prometem

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  • Os bancos e voc - Como se defender dos abusos dos bancos

    rentabilidades maiores, mas tambm apresentamrisco muito maior. Por isso exige maisconhecimento do mercado financeiro.

    9.3 CDB (Certificado deDepsito Bancrio)

    O CDB um ttulo de renda fixa emitidopor instituies financeiras. Funciona como umdepsito a prazo, efetuado pelo cliente, com afinalidade de criar reservas para que o bancopossa fazer emprstimos. Podem ser ps ouprefixados.

    CDB Ps-fixadoVaria de acordo com um ndice, que pode

    ser a TR, TJLP, TBF ou um ndice de inflao,como o IGP-DI ou IGP-M. O investidor sconhecer a valorizao de seu rendimento medida que o ndice escolhido for divulgado.O investimento em CDB ps-fixado uma boaalternativa quando os juros comeam a subir,porque com um CDB ps-fixado, o rendimento

    acompanha a curva dos juros. No caso, oinvestidor negocia com a instituio oporcentual de juros a ser pago (que varia com ovalor do investimento) alm da valorizao dondice determinado.

    CDB PrefixadoNo momento da aplicao, o investidor j

    conhece o porcentual da valorizao nominal deseu investimento. Portanto, quando a perspectiva de queda da taxa de juros, a modalidade maisindicada a prefixada.

    O CDB prefixado no pode ser resgatadoantecipadamente, ao contrrio do ps-fixado,que no tem restrio para resgate antecipado.

    Como o CDB uma aplicao comremunerao negociada, as instituiesfinanceiras concedem taxas de acordo com ovolume de investimento, ou seja, quanto maior oinvestimento, maior a chance de obter melhorestaxas. Assim, importante negociar bem a taxa eficar atento s diferentes ofertas.

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    Os ttulos de capitalizao no soaplicaes financeiras, mas um produtooferecido pelos bancos. Em geral, funcionamassim: durante um determinado perodo, voccontribui mensalmente com uma quantia,concorrendo a prmios em dinheiro por sorteios

    10. Ttulos de capitalizaoque so realizados a cada ms. Se, ao final doperodo, voc no for sorteado, recebe seudinheiro (ou parte dele, dependendo do banco)mais correo monetria. Se desistir do ttulo decapitalizao antes do fim do perodo, corre orisco de no receber os recursos de volta.

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  • Os bancos e voc - Como se defender dos abusos dos bancos 42

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  • Os bancos e voc - Como se defender dos abusos dos bancos

    Se voc j cliente de um banco e precisade dinheiro, a requisio de um emprstimo uma opo. Pode ser melhor que o chequeespecial, at porque a taxa de juros do chequeespecial maior que a cobrada nos emprstimospara pessoa fsica.

    Para pedir o emprstimo, fale com ogerente e pea o mximo de informao. Paraque seu pedido seja aceito, o banco far umaavaliao e algumas exigncias (comoapresentao de comprovante de renda,avalista, preenchimento de ficha cadastral, etc.).

    Se a requisio for aceita, preste muitaateno forma da dvida e s taxas de juros.

    Nos casos de quitao antecipada dedbitos decorrentes de contratos de crdito efinanciamento, garantido o direito a umabatimento dos juros e demais acrscimos,proporcional antecipao. Na prtica, osbancos obedecem a esta regra, porm, tmcobrado uma tarifa pela quitao antecipada,justificando que, ao pagar a dvida antes docombinado com o banco, o consumidor estariaquebrando o contrato. Mesmo que estejaprevista no contrato, a cobrana desta tarifa ilegal e abusiva, pois exige vantagemmanifestamente excessiva do consumidor e no

    causa qualquer prejuzo ao banco (arts. 52, 2 ;39, V; 51, IV e IX do CDC).

    11.1 Emprstimo consignado

    O emprstimo consignado paraaposentados e pensionistas do InstitutoNacional da Seguridade Social (INSS) foiautorizado pela lei 10.820/03 e concedidopor instituies financeiras conveniadas com oinstituto.

    O contrato de emprstimo consignado irretratvel e irrevogvel, ou seja, no possvelo cancelamento nem a mudana das condiesconvencionadas.

    A autorizao para a contratao deve serprvia, expressa e por escrito, portanto, proibida a contratao por telefone. Aps aliberao do crdito, so efetuados descontosmensais em folha de pagamento. De acordocom a Instruo Normativa do INSS 28/2008,o prazo mximo para quitao de 60 meses,a taxa de juros de 2,5% e margem consignvelde 30%, alm da proibio de tarifa deabertura de crdito.

    Existem trs modalidades de emprstimopara beneficirio do INSS.

    11. Emprstimos/crditos

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  • Os bancos e voc - Como se defender dos abusos dos bancos

    Na primeira, o emprstimo pode ser feitoem qualquer banco, desde que seja conveniadocom o INSS. Nesta modalidade, o INSS retm ovalor da parcela, descontada diretamente dobenefcio, e repassa instituio financeira queconcedeu o emprstimo.

    Na segunda modalidade, o emprstimo concedido pelo banco em que o consumidorrecebe sua aposentadoria/penso. Nestamodalidade, o INSS repassa o valor integral dobenefcio para a instituio financeira pagadora,que, por sua vez, desconta a parcela referente quitao do emprstimo.

    A terceira forma de emprstimo consignado,oferecida por alguns bancos, realizada comcarto de crdito. Neste caso, no permitida aemisso de carto adicional e proibida acobrana de taxa administrativa ou para emissode carto (nessa modalidade, a taxa de jurosmensal no pode superar 3,5% e o limite decrdito consignvel de 10% da renda mensal dobeneficirio). Informe-se sobre o funcionamentodessa modalidade junto ao banco em que vocquer contratar o emprstimo.

    Para saber se a instituio conveniadacom o INSS, acesse www.previdencia.gov.br ouligue para o PrevFone: 0800-780191.

    Dicas para contratao doemprstimo consignado

    Desconfie de propagandas queprometem emprstimos com taxa zero;

    Guarde o material publicitrio (jornais,revistas, folhetos) sobre emprstimo, pois este

    integra o contrato e tambm deve sercumprido;

    Somente as instituies financeirasconveniadas com o INSS podem fazeremprstimo consignado para aposentados epensionistas;

    indispensvel autorizao prvia,expressa e escrita para a contratao;

    No h necessidade de intermediriopara contratar o emprstimo. Em caso dedvidas, o consumidor deve preservar o sigilodos dados pessoais;

    Jamais realize emprstimo para terceiros;a responsabilidade pelo pagamento ser semprede quem contratou o emprstimo.

    11.2 Cheque especial

    No exatamente um cheque. um limitede crdito oferecido, alm do saldo constitudoa partir dos depsitos feitos por voc, ou seja, uma forma de emprstimo. Funciona assim:quando o cliente emite um cheque ou sacadinheiro sem que sua conta-corrente estejacoberta, o cheque especial cobre o valor.

    Mas o crdito (emprstimo) do chequeespecial tem limites de valor e de prazo deutilizao, que so firmados por contrato.

    Ateno: Toda vez que o cliente/correntista gasta mais que o saldo disponvel,entrando no cheque especial, o banco cobraaltas taxas de juros at que a dvida sejacoberta.

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  • Os bancos e voc - Como se defender dos abusos dos bancos

    Cuidado com jurosdo cheque especial!

    Usar o cheque especial pode custar caro,porque as taxas de juros so muito altas. asegunda linha de crdito mais cara do mercado,depois do carto de crdito.

    Se o cliente passa a acumular dvida nocheque especial, ela pode transformar-se emuma bola de neve, aumentando muito porcausa dos juros.

    Dessa forma, preste ateno s taxas dejuros que o banco ir cobrar. Na prtica, osbancos alteram constantemente eunilateralmente essas taxas, sem o prvioconhecimento e concordncia do consumidor.Isso proibido pelo CDC. Caso encontre

    dificuldades para conhecer essa taxa, solicite-apor escrito.

    No h limite legal para a cobrana dejuros remuneratrios nos contratos de chequeespecial. A fixao desses juros usualmentefeita com base na taxa Selic, fixada pelo BC.Entretanto, a cobrana de taxas muito elevadaspode caracterizar prtica abusiva e ilegal(Emenda Constitucional 40/03; art. 39, V -CDC).

    Se voc tiver queixas sobre cobranasabusivas ou por desconhecer o que est sendocobrado, poder reclamar aos organismos dedefesa do consumidor ou mesmo justia inclusive no Juizado Especial Cvel e no BC (veritem Endereos teis).

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    O leasing tornou-se popular entre osconsumidores brasileiros para aquisio deveculos. No leasing, o fornecedor (arrendador)adquire determinado bem para arrend-lo aoconsumidor (arrendatrio). por isso que,durante o contrato, a propriedade do bemarrendado da arrendadora, no doarrendatrio (ao contrrio do que ocorre em umfinanciamento, em que a propriedade do bemfinanciado do devedor).

    Ao final do contrato, o consumidor tem trsopes: a) devolver o bem empresa-arrendadora; b) renovar o contrato; ou c)adquirir o bem. Esta ltima alternativa a maiscomum, pois o valor a ser pago para a comprageralmente cobrado junto com prestaomensal.

    O leasing uma operao comcaractersticas legais prprias, no seconstituindo operao de financiamento. Nasoperaes de financiamento, o bem depropriedade do muturio, ainda que alienado,j no ato da compra.

    O consumidor (arrendatrio) que deixa de

    12. Leasingpagar as prestaes ao fornecedor (arrendador)fica sujeito s seguintes sanes, normalmenteprevistas em contrato:

    - pagamento dos encargos moratrios(multa de mora, juros de mora etc.);

    - perda da quantia correspondente sprestaes pagas;

    - perda da posse do bem (a arrendadorafica autorizada a retomar a posse por meio deuma ao judicial denominada Ao deReintegrao de Posse).

    Resciso contratualSo ilegais e, portanto, nulas, quaisquer

    clusulas contratuais que estipulem, no caso deresciso contratual sem a compra do bem, aobrigatoriedade de pagamento das prestaescom vencimento futuro e o pagamentoantecipado do Valor Residual Garantido (VRG)sem que haja previso de sua devoluocorrigido monetariamente.

    Referncia legislativa: art. 51 - CDC e itens14 e 15 da Portaria 3/99, SDE - Secretaria deDireito Econmico do Ministrio da Justia.

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    Para fechar sua conta-corrente, vpessoalmente sua agncia.

    O simples ato de zerar sua conta-corrente, ou seja, deix-la sem fundos e parar demoviment-la no a encerra. Pelo contrrio,voc corre o risco de continuar a ser cobradopor diversas tarifas (como manuteno de conta)e ficar com saldo negativo.

    Portanto, na hora do encerramento, ogerente da agncia deve verificar se restamtarifas a pagar e qual o total que voc podersacar (descontadas as tarifas). Em contrapartida,voc dever entregar talo de cheques e ocarto magntico, ambos inutilizados. Almdisso, deve exigir um protocolo emitido pelobanco que comprove o encerramento.

    13.1 Instrues para oencerramento de conta-corrente

    Solicite o extrato da conta-corrente; Solicite um demonstrativo dos

    compromissos ainda pendentes de pagamento(tributos, taxas, dbitos automticos, encargosfinanceiros, etc.)

    13. Encerrandoa conta

    Confira se todos os dbitos autorizados echeques emitidos j caram na conta, uma vezque a responsabilidade da cobertura ser docliente;

    Cancele as autorizaes de dbitoautomtico;

    Devolva tales de cheques que estejamem seu poder, ou apresente declarao de queos inutilizou;

    Faa uma solicitao de encerramento deconta (o banco tem formulrio prprio),lembrando-se de deixar fundos para chequespr-datados e compromissos assumidos com obanco, se houver;

    Pea um protocolo. Guarde-o, pois podeprecisar.

    Observao: a instituio obrigada aexpedir aviso ao correntista, mesmo que pormeio eletrnico, com data do efetivoencerramento da conta, que deve ocorrerdentro do prazo de 30 dias corridos, contadosda data do pedido assinado pelo consumidor.

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    obrigao da instituio financeira prestartodas as informaes para o encerramento daconta-corrente (resciso de contrato), alm dasque devem constar na ficha proposta, desde aabertura da conta.

    O pedido de encerramento da conta seracatado pela instituio financeira mesmo queexistam cheques sustados, revogados oucancelados.

    No movimentada a conta pelo cliente porprazo superior a 90 dias, dever o bancocomunic-lo dessa situao, alertando-o de quea tarifa de manuteno continua incidindo sobrea conta e, ainda, sobre o fato de que, atingido o

    perodo de seis meses de inatividade, a contapoder ser encerrada.

    Durante esse perodo, as tarifas demanuteno e encargos continuaro incidindosobre a conta. Aps esse prazo, caber ao bancosuspender a incidncia de tarifas/encargos sobresaldo devedor. Nessa situao, o banco poderoptar por manter a conta aberta e paralisada oucomunicar o usurio sobre a conta inativa, paraque ele decida, em 30 dias, se voltar amoviment-la ou se quer encerr-la. Nohavendo manifestao do consumidor, o bancodever cessar a incidncia de tarifas e dbitossobre a conta.

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    O Idec e a CONTRAF entendem que aresponsabilidade socioambiental dos bancos uma postura tica permanente das empresas emrelao aos consumidores, aos trabalhadores, aoimpacto que o seu negcio pode causar para asociedade e o meio ambiente. Muito mais queaes sociais e filantropia, a responsabilidadesocioambiental dos bancos deve ser opressuposto e a base da sua atividade. Emrelao aos consumidores, os valoresprofessados da responsabilidade social devemestar refletidos na ao prtica cotidiana nomercado de consumo: na publicidade e nosprodutos e servios oferecidos; na busca deincluso de consumidores no sistema financeiro,sem discriminao; e, ainda, na postura daempresa em busca de solues para eventuaisproblemas enfrentados pelos consumidores. Osvalores professados da responsabilidade socialdevem estar refletidos na relao dos bancos

    14. Responsabilidadesocioambientaldos bancos

    com seus trabalhadores, inclusive com osterceirizados, respeitando no apenas alegislao vigente, mas garantindo as condiespara um trabalho decente e sem tentativas decoibir as prticas sindicais. No podemosesquecer que os bancos tm papel importantena promoo do desenvolvimento econmicoao conceder emprstimos, financiando diversossetores produtivos. Por isso, a responsabilidadesocioambiental dos bancos tambm est naadoo de critrios socioambientais quegarantam que os recursos direcionados nosejam utilizados em negcios com impactonegativo para a sociedade e o meio ambiente.

    Acreditamos que a responsabilidadesocioambiental dos bancos deve ir alm documprimento da legislao seja consumerista,trabalhista, ambiental. Mais do que discurso,precisamos de prticas responsveis.

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    Anexos - modelos de cartas

    Solicitao de cpia de contrato (para abertura de conta-corrente,poupana, cheque especial etc.)

    Local e data

    A(nome da instituio bancria)Agncia: (identificar a agncia pelo nome, nmero ou endereo)A/C: (gerente da agncia nome completo).

    Prezados Senhores,

    Eu, (nome completo), venho presena de V. Sas. expor e solicitar o quesegue:

    Em (data em que o contrato foi assinado), contratei junto a estainstituio a prestao de servios (especificar abertura de conta-corrente,poupana, etc.), sendo que no momento da contratao no foi entreguecpia do contrato e at a presente data a mesma no me foi enviada.

    Esta conduta contraria o disposto nos artigos 6, III e 31 do CDC, almde estar sujeita ao artigo 46 da mesma lei.

    Diante do flagrante desrespeito lei, solicito, em carter de urgncia,cpia do contrato a que tenho direito.

    Desta forma, fica expressa a iniciativa de tentar resolver esta situao demaneira amigvel.

    Todavia, se a presente reclamao no obtiver resposta, no prazo de 05(cinco) dias, contados do seu recebimento, no restar outro caminho a noser adotar as medidas administrativas e judiciais cabveis.

    Certo de seu pronto atendimento em respeito aos direitos do consumidor,agradeo antecipadamente.

    Atenciosamente(assinatura)(nome completo)Meios de contato: inserir todos os meios para que o banco entre

    facilmente em contato com voc, tais como, telefone, fax, e-mail e endereo.

    Observao: Para garantir asuspenso do prazo dereclamao, guarde umacpia da carta e docomprovante de recebimentopela empresa. Para isso,envie a carta pelo correio,com Aviso de Recebimento AR. Se entregarpessoalmente, leve cpiapara a empresa protocolar.Se for o caso, pode enviartambm por Cartrio deTtulos e Documentos

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    Reclamao de Cobrana Indevida de Tarifa Bancria

    Local e data

    A(nome da instituio bancria)Agncia: (identificar a agncia atravs do nome, nmero ou

    endereo)A/C: (gerente da agncia nome completo).

    Prezados Senhores,

    Eu, (nome completo), venho presena de V. Sas. expor e solicitar oque segue:

    Em (data em que o contrato foi assinado), contratei junto a estainstituio a prestao de servios com abertura de conta-corrente.

    No entanto, em (data em que a nova tarifa comeou a ser cobrada)notei a cobrana de nova tarifa (especificar o tipo de tarifa), sem que fossesolicitada minha prvia autorizao, o que constitui descumprimento docontrato firmado.

    A cobrana de novas tarifas, no previstas em contrato, somentepode ser efetuada com o prvio consentimento do consumidor, sob pena deferir o artigo 51,XIII do CDC.

    Diante do exposto e do flagrante desrespeito lei, solicito adevoluo das quantias pagas em razo da referida tarifa, devidamentecorrigidas at a data do reembolso.

    Desta forma, fica expressa a iniciativa de tentar resolver estasituao de maneira amigvel.

    Todavia, se a presente reclamao no obtiver resposta, no prazo de05 (cinco) dias, contados do seu recebimento, no restar outro caminho ano ser adotar as medidas administrativas e judiciais cabveis.

    Certo de seu pronto atendimento em respeito aos direitos doconsumidor, agradeo antecipadamente.

    Atenciosamente(assinatura)(nome completo)Meios de contato: inserir todos os meios que o banco entre em

    contato com voc, tais como, telefones, fax, e-mail e endereo

    Observao: Para garantir asuspenso do prazo dereclamao, guarde umacpia da carta e docomprovante de recebimentopela empresa. Para isso,envie a carta pelo correio,com Aviso de Recebimento AR. Se entregarpessoalmente, leve cpiapara a empresa protocolar. Sefor o caso, pode enviartambm por Cartrio deTtulos e Documentos

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