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GUIA BÁSICO PARA PRODUÇÃO DE MUDAS - ECOFLOR · de alumínio, bambu ou plástico, acoplado a uma tesoura e serra. Existem cabos telescópicos e leves que facilitam o seu manejo

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GUIA BÁSICO PARA PRODUÇÃO DE MUDAS

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2011 EMPRESA JÚNIOR FLORESTAL PLANALTO VERDE – ECOFLOR

Todos os direitos reservados. Permitida a reprodução desde que citada a fonte. A responsabilidade pelos direitos autorais de textos e imagens desta obra é do autor. 1ª edição. Ano 2011 Diretoria responsável: Diretoria de P&D. Equipe Técnica: Bruno Mariani Piana Larissa Kelly Marques Douto Mirella Basileu de Oliveira Lima Coordenação editorial: Bruno Mariani Piana Exemplares dessa publicação podem ser solicitados à: EMPRESA JÚNIOR FLORESTAL PLANALTO VERDE – ECOFLOR

Universidade de Brasília – Campus Universitário Darcy Ribeiro

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Sumário Introdução ..................................................................................................................................... 1

1. Marcação de Árvores Matrizes ................................................................................................. 2

2. Época de Coleta ........................................................................................................................ 2

3. Métodos de Coleta ................................................................................................................... 3

3.1 Coleta no chão ..................................................................................................... 3

3.2 Coleta de sementes em matrizes em pé com acesso do solo ............................ 4

4. Transporte de frutos..................................................................................................................4

5. Extração de sementes...............................................................................................................5

5.1 Frutos deiscentes.................................................................................................5

5.2 Frutos indeiscentes..............................................................................................5

5.3 Frutos carnosos....................................................................................................6

6. Beneficiamento de sementes....................................................................................................6

7. Quebra de dormência................................................................................................................6

8. Semeadura................................................................................................................................7

8.1 Repicagem............................................................................................................8

8.2 Semeadura direta.................................................................................................8

9. Irrigação e adubação.................................................................................................................9

10. Fitossanidade...........................................................................................................................9

11. Técnicas para melhor produção de mudas...........................................................................10

11.1 Poda de raízes..................................................................................................10

11.2 Controle de crescimento..................................................................................10

11.3 Moveção...........................................................................................................10

11.4 Seleção.............................................................................................................10

11.5 Tamanho adequado.........................................................................................10

11.6 Rustificação......................................................................................................11

12. Fontes consultadas................................................................................................................12

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Introdução O primeiro passo para que um viveiro florestal possa constituir um empreendimento de sucesso é a atenção na escolha das sementes. A semente é o fator principal no processo de produção de mudas, já que representa um pequeno custo no valor final da muda e tem uma importância fundamental no valor das plantações. Portanto, um cuidado especial deve ser tomado com a produção e aquisição de sementes. As sementes devem ser de boa qualidade genética e fisiológica. Devem ser colhidas em bons talhões, que possuam boa representatividade da espécie, e passar por todas as técnicas do processo de beneficiamento e armazenamento.

A produção de sementes de alta qualidade é muito importante para qualquer programa de produção de mudas voltado para plantios comerciais, restauração de áreas degradadas e conservação dos recursos genéticos. Durante as etapas de colheita, extração, secagem e beneficiamento, ocorrem os maiores riscos das sementes sofrerem danos, perdendo a sua viabilidade. A produção de sementes de baixa viabilidade significa perda de qualidade das mudas e, consequentemente, perda de recursos financeiros. Por conseguinte, é necessário planejar tecnicamente essas etapas para obter sementes de boa qualidade e em quantidade suficiente.

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1. Marcação de Árvores Matrizes

As árvores matrizes são aquelas que, comparadas com as outras da mesma espécie, apresentam características superiores. No caso das coletas de sementes para fins de revegetação ambiental, as matrizes devem apresentar as seguintes características:

Boa condição fitossanitária;

Bom vigor;

Boa produção de sementes. Por motivos genéticos, é importante colher sementes de várias árvores. O número de

matrizes depende do grupo ecológico que a espécie pertence. Contudo, recomenda-se ter um número mínimo de oito matrizes.

2. Época de Coleta

A coleta deve ser realizada quando as sementes atingem a maturação fisiológica, visto que nessa época elas apresentam maior porcentagem de germinação, maior vigor e maior potencial de armazenamento. Portanto, é necessário determinar o momento em que a semente atingiu a maturação fisiológica.

A época da colheita varia em função da espécie, do ano e de árvore para árvore. Por isso, há necessidade de acompanhar o estágio de maturação para estabelecer o momento da colheita das sementes. Especialmente para os frutos deiscentes (que se abrem quando maduros), com sementes pequenas, a definição do momento da coleta é muito importante, pois é necessário colher antes que ocorra a abertura dos mesmos e conseqüentemente a dispersão das sementes.

Tabela 1. Época de coleta de sementes de espécies florestais nativas do Cerrado.

Nome científico Nome vulgar Época de coleta

Agonandra brasiliensis Miers Pau marfim novembro – dezembro

Annona crassiflora Mart. Araticum fevereiro – março

Bowdichia virgilioides Kunth. Sucupira preta agosto – dezembro

Caesalpinia ferrea Pau ferro julho – setembro

Caryocar brasiliense Camb. Pequi novembro – fevereiro

Copaifera langsdorffi Desf. Copaíba julho - outubro

Coumarona sp Cumaru

Dalbergia miscolobium Benth.

Jacarandá de cerrado janeiro – julho

Dimorphandra mollis. Benth. Faveira janeiro – julho

Dipteryx alata Vog. Baru agosto – outubro

Eugenia dysenterica Mart. ex DC.

Cagaita

setembro – outubro

Ingá Laurinda Ingá março - maio

Hymenaea courbaril Jatobá março – julho

Leucaena Leucocephala Leucena novembro – março

Myracrodruon urundeuva Aroeira julho – agosto

Qualea grandiflora Pau terra dezembro – setembro

Pterogyne nitens Amendoim do campo julho – agosto

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3. Métodos de Coleta A escolha do método adequado para a coleta de sementes de espécies florestais depende das condições do sítio, da prática da equipe e, principalmente, das características da matriz e do fruto. O método mais eficiente é aquele que consegue coletar maior quantidade de sementes com menor custo, sem arriscar na qualidade da semente, na segurança da equipe e sem prejudicar a futura produção de sementes. Contudo, não se deve colher a maioria dos frutos, pois é necessário deixar para a alimentação da fauna e para dispersão, para que ocorra, conseqüentemente, a regeneração da espécie.

3.1 Coleta no chão

Este método caracteriza-se pela coleta de sementes ou frutos que são dispersos próximos da árvore matriz. A coleta no chão é simples e de custo baixo, pois não exige mão-de-obra qualificada, como no caso de escalada de árvores.

As principais desvantagens desse método é que as sementes dispersas no solo estão mais susceptíveis ao ataque de insetos e roedores, e a contaminação por fungos do solo.

Para facilitar a coleta e diminuir os danos às sementes, deve-se limpar o terreno e entender uma lona ou ainda colocar coletores na projeção da copa da árvore matriz. Também é importante realizar a coleta logo após a dispersão dos frutos ou sementes para diminuir o ataque de fungos, insetos e roedores (FIGLIOLIA & AGUIAR, 1993) e para evitar a germinação prematura nas sementes do tipo recalcitrantes.

Foto 1: técnicas de lançamento de corda para coleta de sementes (Desenho Nelson L. Cosmo).

Foto 2: Linhada para quebrar galhos e posteriormente coletar frutos no chão.

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3.2 Coleta de sementes em matrizes em pé com acesso do solo

Podem-se coletar sementes diretamente da copa com a mão, em arbustos e árvores de pequeno porte, como Duranta vestita. Neste caso, é possível aumentar a eficiência do trabalho, estendendo uma lona no solo para depositar os frutos ou puxando o galho com um gancho ou corda. A corda pode ser segurada com os pés ou amarrada em outro galho. Assim, pode-se usar as duas mãos para colher os frutos.

Quando os galhos estão fora do alcance das mãos, existem várias ferramentas que o coletor pode utilizar para coletar os frutos.

Uma ferramenta muita utilizada para cortar galhos é o podão, que consta de um cabo de alumínio, bambu ou plástico, acoplado a uma tesoura e serra. Existem cabos telescópicos e leves que facilitam o seu manejo e atingem altura de 6 m a 8 m ou mais.

Uma ferramenta muita utilizada para cortar galhos é o podão, que consta de um cabo

de alumínio, bambu ou plástico, acoplado a uma tesoura e serra. Existem cabos telescópicos e

leves que facilitam o seu manejo e atingem altura de 6 m a 8 m ou mais.

Foto.3: tipos de ganhos para coleta de sementes (adaptado de KUNIYOSHI, 1997)

Foto.4: Podão para cortar galhos com frutos.

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4.Transporte de frutos

Após a coleta dos frutos, estes devem ser transportados o mais breve possível até o local de beneficiamento. Antes do transporte, é necessário identificar as embalagens nas quais forem colocados os frutos. Recomenda-se o preenchimento de duas etiquetas, colocando uma no interior da embalagem e outra por fora. Nessas etiquetas deve ser anotado o nome da espécie, número da árvore matriz ou da população, data, nome do coletor e local da coleta.

5.Extração de sementes A extração consiste em retirar as sementes do interior dos frutos. O método a ser usado depende basicamente do tipo de fruto, mas deve-se escolher aquele no qual se obtenha sementes de alta qualidade, preservando-se a sua integridade física, sanitária e fisiológica.

5.1 Frutos secos deiscentes

Para extrair as sementes dos frutos secos deiscentes é necessário submeter os mesmos à secagem, que pode ser realizada à sombra ou ao sol, dependendo do conhecimento que se tem sobre a espécie. Na dúvida, é preferível secar a sombra. Posteriormente, se necessário, faz-se a agitação para liberação das sementes restantes que ficaram aderidas ao fruto, que pode ser realizada em tambor rotativo ou batidos os frutos manualmente.

Foto 5: Fruto deiscente de Pau terra (Qualea grandiflora).

5.2 Frutos secos indeiscentes As sementes dos frutos secos indeiscentes são extraídas com o auxílio de ferramentas, como faca, tesoura, escarificador, liquidificador, machadinha e martelo.

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Foto 6: Fruto indeiscente de Ingá (Inga Laurinda).

5.3 Frutos carnosos

A extração das sementes de frutos carnosos geralmente é feita por via úmida, que

consiste em colocar os frutos na água por aproximadamente um dia, para amolecer a polpa, o

que facilita a extração das sementes. A seguir, eles são macerados sobre uma peneira e

colocados em outro tanque, onde as sementes serão separadas por flutuação. Por fim, como

as sementes estão muito úmidas, deve-se proceder à secagem. Porém há sementes que são

recalcitrantes, ou seja, não suportam perda de umidade e temperatura, não podendo se

armazenada, pois as mesmas contêm polpa, tendo que ser plantada rapidamente.

Foto 7: Fruto carnoso de pequi (Caryocar brasiliensis Camb.).

6. Beneficiamento de sementes

O beneficiamento é um conjunto de técnicas que tem por finalidade a retirada de materiais indesejáveis, como sementes vazias, imaturas e quebradas, pedaços de frutos, alas, folhas, entre outros. Assim, o lote de sementes vai apresentar maior pureza física e, conseqüentemente, melhor qualidade. O material inerte ocupa espaço tanto para o armazenamento como para o transporte, bem como dificulta a semeadura no viveiro, proporcionando diferenças na densidade de semeadura.

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7. Quebra de dormência

A dormência de sementes é um processo caracterizado pelo atraso da germinação, quando as sementes, mesmo em condições favoráveis (umidade, temperatura, luz e oxigênio), não germinam.

Processos para quebra de dormência das sementes:

Escarificação química: é um método químico, feito geralmente com a imersão das sementes em soluções de ácidos (sulfúrico, clorídrico etc.), que possibilita às sementes executar trocas com o meio, água e/ou gases.

Escarificação mecânica: é a abrasão das sementes sobre uma superfície áspera (lixa, piso áspero etc), ou pequeno corte na lateral das sementes sem afetar o embrião (técnica do desponte) É utilizado para facilitar a absorção de água pela semente.

Estratificação: consiste num tratamento úmido à baixa temperatura, auxiliando as sementes na maturação do embrião, trocas gasosas e embebição por água.

Choque de temperatura: é feito com alternância de temperaturas variando em aproximadamente 20ºC, em períodos de 8 a 12 horas.

Água quente: é utilizado em sementes que apresentam impermeabilidade do tegumento e consiste em imersão das sementes em água na temperatura de 76 a 100ºC, com um tempo de tratamento específico para cada espécie.

Foto 5: Técnica do desporte

8. Semeadura

Em geral, a semeadura ou a colocação da semente para germinar, pode ser realizada de duas formas: Em canteiros de semeadura (com posterior repicagem), ou diretamente nos canteiros, com recipiente.

8.1 Repicagem

Refere-se ao processo de transplante depois da germinação. A muda deve ser replantada em recipientes adequados, ou diretamente nos canteiros, com recipientes. Em geral, as reservas contidas nas sementes são suficientes para a germinação e o primeiro estágio de desenvolvimento, não havendo necessidade de adubação em canteiros de semeadura.

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A semeadura em geral é feita a lanço. Em seguida as sementes são cobertas com fina camada de substrato peneirado e, por último, material inerte (palha de arroz, capim seco, acícula picada, serragem etc.).

Finalmente, o canteiro deve ser protegido contra o sol direto, chuva, ventos, ataque de pássaros e animais etc.

As regas, normalmente, não devem ultrapassar duas vezes ao dia (de manhã e à tarde), de forma a evitar o aparecimento de doenças e o encharcamento dos canteiros. Algumas espécies exigem incidência direta da luz para germinar, outras exigem variação de temperatura. Para as espécies pioneiras, deve-se fazer a semeadura a pleno sol, sem o uso de sombrite ou outra cobertura, já que elas são adaptadas a ambientes abertos na natureza. No caso das não pioneiras, o uso de sombrite (30 a 50% de sombreamento) é desejável para a germinação.

Após a germinação das sementes nos canteiros, realiza-se a repicagem das mudas para os recipientes. A repicagem é uma operação delicada e deve ser executada com todo o cuidado. As mudas devem ser retiradas quando atingirem altura de 3 a 7cm, e apresentando, pelo menos, dois pares de folhas dependendo da espécie. A seqüência de operações deve ser obedecida rigorosamente, para garantia da integridade das mudas e bom desenvolvimento posterior: 1. Molhar a sementeira, para facilitar o arrancamento; 2. Retirar as mudas das semeadeira delicadamente, segurando pelo colo (região entre a raiz e o caule); 3. Depositar as mudas em um recipiente com água; 4. Proceder à seleção das mudas, com base no vigor e na forma, isto é, observando defeitos, má formação etc. Já nessa etapa é recomendável poda das raízes de maneira a facilitar o plantio, colocando-as novamente na água; 5. Molhar os recipientes contendo solo; 6. Abrir um orifício em cada recipiente, com profundidade suficiente para acomodar as raízes; 7. Plantar, preenchendo o orifício com substrato peneirado, fino e seco, de forma a evitar a formação de bolsas de ar; 8. Puxar levemente a muda para cima, de forma a endireitar a raiz principal; 9. Montar abrigo de sombrite, mantendo as mudas ali por 15 a 30 dias. Em tempo frio, pode-se cobrir também com plástico, para manter a temperatura mais elevada; 10. Regas suaves e freqüentes devem ser realizadas.

No caso de espécies que crescem a pleno sol (pioneiras), 15 dias após a repicagem pode ser iniciada a retirada do abrigo, aumentando a incidência de sol. No caso das não pioneiras, é aconselhável manter a cobertura.

8.2 Semeadura direta

As sementes devem ser colocadas nos recipientes e cobertas com substrato ou material inerte. O canteiro deve ser protegido com sombrite e/ou plástico até 30 dias após a germinação. No caso das pioneiras, não há necessidade de cobertura com sombrite.

A escolha do tipo de recipiente a ser utilizado é função do seu custo de aquisição, das vantagens na operação (durabilidade, possibilidade de reaproveitamento, área ocupada no viveiro, facilidade de movimentação, transporte e etc) e de suas características para a formação de mudas de boa qualidade. Os recipientes mais comuns são os sacos plásticos e os tubetes de polipropileno.

Os sacos plásticos apresentam a vantagem de dispensarem grandes investimentos em infraestrutura. Os tubetes, ao contrário, requerem investimentos mais elevados, mas

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apresentam custo operacional muito menor, tanto na produção de mudas quanto no transporte, proporcionando substancial redução no custo final do produto. O tamanho recomendado para os sacos plásticos depende da espécie.

Foto 6: Semeadura direta

9. Irrigação e Adubação

A irrigação pode ser executada manualmente, com regadores ou mangueiras, por aspersão e por micro-aspersão. O regador, quando utilizado, deve ter crivo fino para evitar erosão dos canteiros. O sistema por micro-aspersão em geral é o mais indicado, em função da economia da mão-de-obra e do maior controle sobre a distribuição da água.

Na irrigação dos canteiros de semeadura e das mudas em estágio inicial de desenvolvimento, as regas devem ser mais freqüentes do que para as mudas já desenvolvidas. Em geral, a irrigação deve ser executada no início da manhã e/ou no fim da tarde. O substrato deve ser mantido úmido, mas não encharcado. O excesso de rega costuma ser mais prejudicial do que a falta.

A adubação em viveiro é indispensável, em função do substrato (subsolo) ser geralmente pobre em nutrientes. A adubação deve ser recomendada com base na análise química do solo da área a ser plantada – que deve ser realizada em laboratório – e nas características intrínsecas da espécie escolhida. Tem como objetivo o aumento no crescimento e desenvolvimento da planta. Os nutrientes podem ser divididos em micronutrientes (Fe, Zn, Cu, Mb, Bo, Mn, Cl) e macronutrientes (N, P, K, Ca, Mg e S). E podem se tornar disponíveis para as plantas mediante a utilização de fertilizantes químicos, húmus, minerais primários, dentre outros. É fundamental não dispensar a assessoria técnica, para evitar danos às mudas e prejuízos para o produtor, uma vez que uma adubação mal conduzida pode ocasionar fitotoxidez ou deficiência nutricional.

10. Fitossanidade

A utilização de produtos químicos de combate a pragas e doenças deve ser feita com acompanhamento técnico. Procure sempre orientação profissional. As medidas para prevenção e controle são as seguintes:

Escolha de variedades com maior grau de resistência;

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Utilização de sementes sadias;

Cuidados na coleta e transporte;

Cuidados no beneficiamento, com possível utilização de fungicidas (Captan, Benomyl, Carbendazin, outros)

Eliminação de mudas anormais;

Utilização de terra de subsolo ou outro substrato livre de patógenos. Dar

preferência a solos leves (arenosos ou areno-argilosos), profundos e

bem drenados. Se necessário: usar brometo de metila, na quantidade de 20 a 30 ml por m² de canteiro, sempre com orientação de profissional habilitado;

Limpeza das máquinas;

Controle do ambiente de armazenamento;

Redução no sombreamento e na irrigação ao mínimo;

Pulverização com fungicidas, tais como Ditiocarbomatos, Captan, Benomyl e outros, no início da ocorrência de doenças, mediante orientação profissional.

Cuidados devem ser tomados também para evitar a entrada de ervas daninhas através

do substrato, das caixas de embalagem e do vento.

11. Técnicas para melhor produção de mudas Existem algumas operações que devem ser feitas para melhorar a qualidade das

mudas, entre as quais destacamos as fundamentais para ajudar as mudinhas a crescerem com vigor e fitossanidade.

11.1 Poda de raízes Pode ser utilizada para facilitar a repicagem quando as mudas "passam", isto é,

quando ultrapassam por algum motivo o tamanho de plantio indicado para a espécie; a poda das raízes pode ser utilizada, também para retardar o desenvolvimento até a época do plantio.

11.2 Controle de crescimento Quando as mudas atingem o tamanho adequado, é suprimida a adubação e reduzida a

irrigação, de forma a rustificar a muda, evitar o crescimento excessivo e a penetração das raízes no chão. Bem como, prepara-las fisiologicamente para suportar o choque do

plantio e as adversidades ambientais das primeiras semanas em campo.

11.3 Moveção Consiste na remoção das mudas de um local para outro, dentro do próprio canteiro ou

entre canteiros. Este procedimento tem como objetivo agrupar mudas de mesmo tamanho, evitando desequilíbrios na competição, principalmente por luz. A moveção também é feita para evitar a fixação no solo das raízes que transpuseram o recipiente.

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11.4 Seleção

A seleção das mudas antes da expedição é uma operação indispensável. Devem ser descartadas aquelas que apresentarem quaisquer danos, sintomas de deficiências ou incidência de pragas e doenças, além das plantas raquíticas.

11.5 Tamanho adequado

Para expedição ao campo, as mudas devem ter em média de 30 a 40cm de altura. Para arborização urbana e paisagismo são utilizadas mudas maiores, de até 1,20m de altura, conduzidas no chão em viveiros de crescimento e espera, em geral próximos ao local de plantio definitivo.

11.6 Rustificação

Quando a data da expedição estiver próxima, as mudas devem ser gradativamente, mais expostas à condição de campo. São reduzidas as irrigações e as mudas ficam a pleno sol, só podendo permanecer na sombra aquelas mudas que serão plantadas no campo à sombra (não pioneiras). No caso de se usar sacos plásticos, as mudas devem ser expedidas com o substrato mais seco, de forma a evitar o esboroamento, mas devem ser pulverizadas com água para manter a turgescência.

Tabela 2. Tratamentos recomendados para quebrar a dormência das sementes em algumas espécies arbóreas.

Nome científico Nome vulgar Tratamento

Agonandra brasiliensis Miers Pau marfim Escarificação mecânica

Annona crassiflora Mart. Araticum Ácido giberélico – 24:00h

Bowdichia virgilioides Kunth. Sucupira preta Ácido sulfúrico – 5 min

Caesalpinia ferrea Pau ferro Ácido sulfúrico – 15 min

Caryocar brasiliense Camb. Pequi Ácido giberélico – 48:00h

Copaifera langsdorffi Desf. Copaíba Ácido sulfúrico – 10 min

Coumarona sp Cumaru Retirada do invólucro do fruto

Dalbergia miscolobium Benth.

Jacarandá de cerrado Escarificação Mecânica

Dimorphandra mollis Benth. Faveira Escarificação mecânica

Dipteryx alata Vog. Baru Água (100º C) – 15 ou 30min

Eugenia dysenterica Mart. ex DC.

Cagaita

Escarificação Mecânica

Ingá Laurinda Ingá Retirada da polpa

Hymenaea courbaril Jatobá Escarificação com lixa

Leucaena Leucocephala Leucena Água Ambiente – 12:00h Ácido Sulfúrico – 20 min

Myracrodruon urundeuva Aroeira Água Ambiente – 48:00h

Qualea grandiflora Pau terra

Pterogyne nitens Amendoim do campo Ácido sulfúrico – 30 min

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12. Fontes Consultadas

ALMEIDA, S. P.; PROENÇA, C.E.B.; SANO, S. M.; RIBEIRO, J. F. Cerrado: espécies vegetais

úteis. Planaltina: EMBRAPA-CPAC. Xiii +464p.

EMBRAPA HORTALIÇAS. Sistemas de Produção, 1 - 2ª Edição ISSN xxxx-xxxx Versão

Eletrônica Dez./2006.

EMBRAPA FLORESTAS. Sistemas de Produção, 1 ISSN 1678-8281 Versão Eletrônica Nov./2005.

GONÇALVES, J.L.M.; Benedetti,V. Nutrição e fertilização florestal. Piracicaba IPEF,

2000. 427p.

Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais. Métodos de Quebra de Dormência de

Sementes. http://www.ipef.br. Acessado em: 25 de maio de 2011.