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CADERNO DE ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS GUIA DAS INDICAÇÕES GEOGRÁFICAS BRASIL 2019

GUIA DAS INDICAÇÕES GEOGRÁFICAS CADERNO DE …

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Page 1: GUIA DAS INDICAÇÕES GEOGRÁFICAS CADERNO DE …

C A D E R N O D E E S P E C I F I C A Ç Õ E S T É C N I C A S

G U I A D A S I N D I C A Ç Õ E S G E O G R Á F I C A S

B R A S I L2 0 1 9

Page 2: GUIA DAS INDICAÇÕES GEOGRÁFICAS CADERNO DE …

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G O V E R N O F E D E R A LPresidente da Repúbl ica

Jair Messias Bolsonaro

M I N I S T É R I O D A E C O N O M I A

Ministro da EconomiaPaulo Guedes

Secretár io de Gestão do Ministér io da EconomiaCrist iano Rocha Hecker t

Diretor Nacional da Inic iat ivaGanesh Inocal la

Secretár io Especial de Produtiv idade, Emprego e Competit iv idadeCarlos Alexandre Jorge da Costa

Secretár io de Desenvolvimento da Indústr ia , Comércio, Ser viços e Inovação

Caio Megale

Subsecretár io de InovaçãoIgor Manhães Nazareth

M I N I S T É R I O D A S R E L A Ç Õ E S E X T E R I O R E S

Ministro de Estado das Relações Exter ioresErnesto Araujo

Chefe do Depar tamento da EuropaCarlos Luís Dantas Coutinho Perez

Chefe da Divisão Europa I I IMarcela Pompeu de Sousa Campos

M I N I S T É R I O D A A G R I C U L T U R A , P E C U Á R I A E A B A S T E C I M E N T O

Ministra da Agricultura, Pecuária e AbastecimentoTereza Crist ina Corrêa da Costa Dias

Secretár io de Inovação, Desenvolvimento Rural e I rr igaçãoFernando Si lveira Camargo

Diretor de Desenvolvimento das Cadeias ProdutivasOrlando Melo de Castro

Coordenador-Geral de Programas RegionaisClecivaldo de Sousa Ribeiro

Coordenadora de Indicação Geográf ica de Produtos AgropecuáriosPatr íc ia Metzler Saraiva

D E L E G A Ç Ã O D A U N I Ã O E U R O P E I A N O B R A S I L

Encarregada de Negócios a . i .Claudia Gintersdor fer

Primeira Secretár ia - Chefa do Sector FPI-Regional Team AméricasMaria Rosa Sabbatel l i

Coordenador do Projeto Apoio aos Diálogos Setor ia is UE-Brasi l Costanzo Fisogni

CONTATOSDireção Nacional da Inic iat iva+ 55 61 2020.8698dialogos.setor ia [email protected]

Consórcio ExecutorCESO Development Consultants/WYG/ Camões, I .P.

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S E B R A ESer viço Brasi leiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

Presidente do Conselho Del iberat ivo Nacional do SebraeJosé Rober to Tadros

Presidente do SebraeCarlos Mel les

Diretor Técnico do SebraeBruno Quick

Diretor de Administração e Finanças do SebraeEduardo Diogo

U N I D A D E D E I N O VA Ç Ã O

Gerente de InovaçãoCélio Cabral

Gerente Adjunto de InovaçãoPaulo Puppin Zandonadi

Coordenação Indicações Geográf icasHulda Oliveira Giesbrecht

Raquel Beatr iz Almeida de Minas

Perito executorMarcos Fabríc io Welge Gonçalves

Projeto Gráf icoClarice Macedo Falcão

Ânia Gomes

U S O E D I V U L G A Ç Ã O D O S D A D O SOs dados da presente proposta não deverão ser divulgados e não deverão ser dupl icados, ut i l izados ou divulgados, no todo ou em par te, para qualquer outra f inal idade que não a de aval iar a proposta. As opiniões emit idas nesta publ icação são de exclusiva e inteira responsabi l idade dos autores , não representam, necessar iamente, o ponto de vista do Governo Brasi le iro e da União Europeia .

I N P IInstituto Nacional da Propriedade Industrial

Presidente do INPICláudio Vi lar Fur tado

Diretor de Marcas, Desenhos Industr ia is e Indicações Geográf icasAndré Luis Bal loussier Ancora da Luz

Coordenador Geral de Marcas, Indicações Geográf icas e Desenhos Industr ia isMarcelo Luiz Soares Pereira

Chefe de Divisão de Exame TécnicoPablo Ferreira Regalado

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Este Guia tem como objet ivo auxi l iar na elaboração do Caderno de Especif icações Técnicas .

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S U M Á R I O

Caderno de Especif icações Técnicas

Requis i tos

Nome geográf ico

Del imitação da área geográf ica

Descr ição do produto ou ser viço objeto da Indicação Geográf ica

Descr ição da produção ou da prestação de ser viço

Descr ição do mecanismo de controle sobre produtores ou prestadores de ser viços

Descr ição do mecanismo de controle sobre o produto ou ser viço

Exercíc io do controle

Condições e proibições de uso da IG

Eventuais sanções apl icáveis ao uso indevido da IG

Exemplo de sumário do Caderno de Especif icações Técnicas

Para voltar ao sumário, procure este símbolo:

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C A D E R N O D E E S P E C I F I C A Ç Õ E S T É C N I C A S

O Caderno de Especif icações Técnicas[1] é o documento elaborado

pelos produtores ou prestadores de ser viço, estabelecidos no

local ou região, que descreve as caracter íst icas do produto ou

ser viço, a forma de obtenção do produto ou da prestação de

ser viço e os mecanismos de controle , como condição do uso da

Indicação Geográf ica ( IG) a ser reconhecida pelo INPI .

Bordado f i lé da Região das Lagoas Mundaú-Manguaba em Alagoas, Brasil

[1] Caderno de Especif icações Técnicas é a nomenclatura usada pela IN INPI

nº 95/2018 em subst i tuição ao Regulamento de Uso.

Page 7: GUIA DAS INDICAÇÕES GEOGRÁFICAS CADERNO DE …

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R E Q U I S I T O S

Deverão constar no Caderno de Especif icações Técnicas :

a. o nome geográf ico;

b. a del imitação da área geográf ica;

c. a descr ição do produto ou ser viço objeto da IG;

d. a descr ição do processo de extração, produção ou

fabricação do produto ou de prestação do ser viço, em relação

à Indicação de Procedência ( IP) ;

e. a descr ição do processo de obtenção ou da prestação de

ser viço e das qual idades ou caracter íst icas do produto ou

ser viço que se devam exclusiva ou essencialmente ao meio

geográf ico, incluindo os fatores naturais e humanos, em

relação à Denominação de Origem (DO);

f. a descr ição do mecanismo de controle sobre os produtores

ou prestadores de ser viços;

g. a descr ição do mecanismo de controle sobre o produto ou

ser viço;

h. as condições e proibições de uso da IG; e

i . as eventuais sanções apl icáveis ao uso indevido da IG.

Vinho espumante dos Vales da Uva Goethe em Santa Catarina, Brasil

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N O M E G E O G R Á F I C O

Deve-se identi f icar o nome geográf ico ou o seu gentí l ico, que poderá vir acompanhado do

nome do produto ou ser viço.

Queijo da Colônia de Witmarsum, Brasil

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D E L I M I TA Ç Ã O D A Á R E A G E O G R Á F I C A

A del imitação da área geográf ica deve estar de acordo com o Instrumento Ofic ia l , fazendo

uso das normas do Sistema Car tográf ico Nacional .

Altos Montes no Rio Grande do Sul, Brasil

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D E S C R I Ç Ã O D O P R O D U T O O U S E RV I Ç O

A descr ição do produto deve detalhar suas pr incipais caracter íst icas

f ís icas , químicas, organolépticas , a matér ia-pr ima ut i l izada e demais

informações que imprimem diferencial ao produto da IG.

As legis lações especif icas que dizem respeito ao produto ou ser viço

devem ser cumpridas e não necessitam ser c i tadas no Caderno de

Especif icações Técnicas .

A descr ição do ser viço deve detalhar a forma de prestação ou

desempenho da at iv idade.

Na descrição de produto ou serviço designado pela DO, é importante

destacar as suas qualidades ou características exclusivas ou essenciais

que se devam ao meio geográfico, incluindo os fatores naturais e

humanos. Peças artesanais em estanho de São João del-Rei em Minas Gerais, Brasil

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D E S C R I Ç Ã O D A P R O D U Ç Ã O O U D A P R E S TA Ç Ã O D E S E RV I Ç O SA descr ição de todas as etapas da produção ou da prestação de ser viço cr ia um modelo a ser

reproduzido. Trata-se da descr ição e s istematização da produção ou da prestação de ser viço

que já é real izada na prát ica pelos próprios produtores ou prestadores de ser viço.

Na produção agrícola , podem ser detalhados o s istema de manejo, os processos específ icos

de plant io, a condução da colheita e pós-colheita , as var iedades autorizadas, os l imites de

produção por hectare, etc .

Para produtos de or igem animal , podem ser detalhados o s istema de manejo do rebanho,

a al imentação, as raças permit idas, a forma de produção e acondicionamento, o tempo de

maturação, etc .

Nos ar tesanatos ou manufaturados, podem ser detalhados, como exemplo, a matér ia-pr ima

a ser ut i l izada, os pontos usados para confeccionar as rendas ou bordados, os modelos de

produtos que podem ser confeccionados, etc .

Vinho do Vale dos Vinhedos no Rio Grande do Sul, Brasil

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A descr ição da prestação do ser viço, como exemplo, pode incluir as etapas do processo, o método, incluindo as matér ias-

pr imas, se for o caso.

Na descr ição da produção ou prestação de ser viço de produto ou ser viço designado pela DO, é impor tante destacar as

qual idades ou caracter íst icas exclusivas ou essenciais do meio geográf ico, incluindo os fatores naturais e humanos.

Região da Própolis Verde de Minas Gerais, Brasil

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D E S C R I Ç Ã O D O M E C A N I S M O D E C O N T R O L E S O B R E O S P R O D U T O R E S O U P R E S TA D O R E S D E S E RV I Ç O

A descr ição do mecanismo de

controle sobre os produtores

ou prestadores de ser viço deve

estabelecer a identi f icação e

registro dos mesmos dentro

da área del imitada, que estão

aptos, legal e formalmente, a

comercial izar os seus produtos

ou prestar os ser viços como

sendo de IG.

Camarão da Costa Negra no Ceará, Brasil

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D E S C R I Ç Ã O D O M E C A N I S M O D E C O N T R O L E S O B R E O P R O D U T O O U S E RV I Ç O

Farinha de mandioca de Cruzeiro do Sul no Acre, Brasil

Os produtos ou ser viços devem estar em

conformidade com o padrão de produção

ou prestação que foi estabelecido. Logo,

deve-se descrever o modo pelo qual o

produto é feito ou o ser viço é prestado

para que possa ser real izado o controle do

mesmo. Isso tudo para saber se está sendo

feito o bom uso da IG.

Em relação ao controle da produção ou

prestação de ser viço, os produtores ou

prestadores de ser viço devem reproduzir

as etapas pré-estabelecidas. Nesse sentido,

deve-se descrever o meio de controle em

relação aos pontos essenciais das etapas

da produção ou prestação de ser viço.

Obser va-se que, para f ins de controle ,

podem ser ut i l izados documentos

apresentados aos órgãos of ic ia is , como

laudos ou atestados do produto ou ser viço,

caderno de controle de campo, atestados de

vacinação e outros documentos, evitando

custos desnecessár ios (ou dupl icados) aos

produtores ou prestadores de ser viço.

Page 15: GUIA DAS INDICAÇÕES GEOGRÁFICAS CADERNO DE …

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E X E R C Í C I O D E C O N T R O L E

Ao estabelecer os

mecanismos de controle ,

sobre a produção e o

produto ou a forma de

prestação de ser viço e

o ser viço, é necessár io

estar atento à forma que

esse controle será feito.

O controle pode ser feito em

até três níveis :

a. autocontrole ;

b. controle interno;

c. controle externo.

Artesanato em Capim Dourado da Região do Jalapão do Estado do Tocantins, Brasil

Pa r a m a i s i n f o r m a ç õ e s , v e j a o G u i a C o n t r o l e .

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C O N D I Ç Õ E S E P R O I B I Ç Õ E S D E U S O D A I G

Deve-se estabelecer as condições para o uso da IG em relação às apresentações do produto

ou ser viço (rótulos , embalagens, tags) , à publ ic idade ou market ing, no estabelecimento

ou na propriedade, de forma inst i tucional pelos produtores ou prestadores de ser viço, etc .

Pode-se estabelecer um padrão para o uso da IG em relação aos seus elementos nominativos,

ta is como fonte, tamanho, cor, qual idade, e a sua representação gráf ica ou f igurat iva, se

houver.

Deve-se estabelecer as proibições ao uso da IG, atentando principalmente para atos ou

formas que causem descrédito, atos de confusão ao consumidor, aproveitamento parasitár io

e uso indevido, a lém disso, evitar que o nome geográf ico se torne genérico ou de uso

comum.

Guaraná de Maués no Amazonas, Brasil

Page 17: GUIA DAS INDICAÇÕES GEOGRÁFICAS CADERNO DE …

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E V E N T U A I S S A N Ç Õ E S A P L I C Á V E I S A O U S O I N D E V I D O D A I G

Poderão ser apl icadas eventuais sanções quando não obser vado

o controle ou o uso da IG for feito de forma indevida.

As sanções administrat ivas podem ser : adver tência , multa ou

suspensão provisór ia do uso da IG; sendo apl icadas de acordo

com a gravidade da infr ingência .

Além das sanções administrat ivas , o infrator ainda pode responder

no âmbito c iv i l ou penal , em face dos seus atos e prejuízos

ocasionados à própria ent idade representat iva.

O produtor ou prestador de ser viço que cumprir a pena imposta,

seja administrat iva, c iv i l ou penal , terá , novamente, o direito de

concorrer ao uso da Indicação Geográf ica.

Pampa Gaúcho da Campanha Meridional no Rio Grande do Sul, Brasil

L e m b r e - s e : o u s o i n a d e q u a d o d a I G p o d e p r e j u d i c a r a t o d o s o s a t o r e s d a c a d e i a p r o d u t i v a .

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E X E M P L O D E S U M Á R I O D O C A D E R N O D E

E S P E C I F I C A Ç Õ E S T É C N I C A S

Page 19: GUIA DAS INDICAÇÕES GEOGRÁFICAS CADERNO DE …

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CAPÍTULO I — Do objeto

• Nome geográf ico ou seu gentí l ico (podendo estar

acompanhado do nome do produto ou do ser viço)

• Produto/ser viço

• Área geográf ica

CAPÍTULO II — Do produto/serviço

• Descr ição do produto ou da prestação de ser viço

(caracter íst icas internas, externas, organolépticas , f ís ico-

químicas, saber fazer, etc . ) .

CAPÍTULO III — Da produção/prestação de serviço

• Das Matér ias-Pr imas ut i l izadas

• Em relação à IP : descr ição do processo de extração, produção

ou fabricação do produto ou ser viço

• Em relação à DO: descr ição do processo de obtenção ou da

prestação de ser viço e das qual idades ou caracter íst icas do

produto ou ser viço que se devam exclusiva ou essencialmente ao

meio geográf ico, incluindo os fatores naturais e humanos

CAPÍTULO IV — Controle

• Dos controles de produção ou da prestação de ser viço

• Dos controles do produto ou ser viço

• Das anál ises de monitoramento

• Das aval iações do Conselho Regulador

• Vis i tas técnicas

• Emissão de cer t i f icado

• Selos de controle

CAPÍTULO V — Do nome geográf ico ou seu gentí l ico

• Formas de uso

• Proibições ao uso

CAPÍTULO VI — Dos direi tos e obrigações

• Direitos e obrigações dos produtores ou prestadores de ser viço

inscr i tos

CAPÍTULO VII — as infrações , penal idades e procedimentos

• Infrações

• Sanções

CAPÍTULO VII — Disposições gerais

• Medidas de caráter excepcional e transitór ia

• Vigência

• Casos omissos