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Guia de conversas online Como ir contra a propragação de ódio e ter conversas produtivas nas redes sociais.

Guia de conversas online - Despolarize€¦ · diálogo nas redes sociais. Boa parte da nossa comunicação depende de elementos não-verbais, como gestos, tom de voz e expressões

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Guia de conversas online

Como ir contra a

propragação de ódio e ter conversas

produtivas nas redes sociais.

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Não é simples manter um bom

diálogo nas redes sociais. Boa parte da nossa comunicação

depende de elementos não-verbais, como gestos, tom de voz e expressões e, por isso, pelas redes sociais captamos

só uma parte do que as outras pessoas estão

comunicando.

Temos a tendência de completar os elementos que faltam com as informações que temos (e projetamos) sobre os outros —o que frequentemente é o pior possível.

É difícil entender o tom, enxergar rostos e gestos e às vezes não há nenhuma conexão pessoal ou afetiva com as pessoas envolvidas.

Somando a isso à pressa do dia a dia, temos a receita pronta para uma comunicação pouco cuidadosa e nada construtiva.

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Apesar disso, nos últimos anos, as redes sociais se tornaram a principal ferramenta de comunicação e contato com um grande número de pessoas, já que 81% dos brasileiros acima de 13 anos utiliza algum tipo de rede social.

Dessa forma, para criar uma cultura de diálogos saudáveis, um passo importante é refletir sobre a nossa própria postura nas redes e em como podemos melhorá-la.

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Antes de participar em alguma conversa, reflita consigo mesmo:

1. Posso trazer uma perspectiva sobre esse tema que vai ajudar outras pessoas a entender novas maneiras de pensar sobre isso? Tenho algum conhecimento, experiência ou referência que possa ajudar?

3. Tenho interesse genuíno em entender melhor como pensa quem tem pontos de vista diferentes?

2. Na conversa que eu pretendo participar, as pessoas ainda estão querendo entender umas as outras? É importante refletir se já não virou uma discussão vazia, repleta de defesas e ataques, sem espaço para reflexão sobre o ponto de vista do outro.

Se esse for o caso e você quiser participar da conversa mesmo assim, você pode expressar essa percepção e perguntar se os envolvidos topam conversar de outra forma. Por exemplo: “Me interesso por esse tema mas percebi que a conversa está seguindo para um caminho pouco construtivo. Se vocês toparem, eu gostaria de trazer algumas questões para compreender como cada um de vocês, que pensam diferente, entendem esse assunto."

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Se a resposta para alguma das opções anteriores for SIM, continue.

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Fale em primeira pessoa sobre o que você acredita, explique a forma como pensa e o que te levou a pensar assim. Isso pode parecer muito óbvio para você, mas as outras pessoas não sabem de onde vêm suas ideais, quais experiências e informações você teve e como elas te influenciaram

Faça perguntas honestas e abertas que convidem a respostas a partir de experiências e crenças pessoais (“como isso te impacta?”, “como você chegou a sua posição?”, “por que isso é importante para você?”)

Caso algum ponto não �que claro para você, pergunte novamente, com cuidado para não soar agressivo ou debochado. Ao invés de dizer “isso não faz sentido”, diga “você poderia me explicar melhor sobre esse ponto?”

Repita o que você entendeu do comentário da outra pessoa e con�rme para veri�car se não houve algum erro de entendimento

Reflita sobre o que leu e compartilhe a sua visão. Uma boa forma de fazer isso é nomear o que é mais importante para você (“para mim este ponto importa porque eu valorizo coisas como...”), sem menosprezar as prioridades do outro

Se você pretende começar um diálogo virtual (escrevendo um post, vídeo, stories, publicando sua opinião, etc), um bom caminho pode ser seguir esses passos:

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Se algo parecer

contraditório, compartilhe como uma percepção e não como

acusação: deixe as pessoas explicarem se

elas também enxergam alguma

contradição.

ATENÇÃO

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Se você pretende começar um diálogo virtual (escrevendo um post, vídeo, stories, publicando sua opinião, etc), um bom caminho pode ser seguir esses passos:

Compartilhe um guia (como este) antes

Faça perguntas abertas, que podem gerar reflexões

Ao escrever o post, expresse seu objetivo de forma clara

Escreva os pactos de comunicação na postagem. Deixe claro o que é permitido ou não fazer desde o começo para que as pessoas saibam como podem/devem se envolver. É permitido usar adjetivos pejorativos, ataques pessoais ou sarcasmo? Deixe os combinados claros!

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Tenho refletido muito sobre (tema do diálogo - pode ser coronavírus, política, economia ou algum assunto de cunho pessoal). Por isso, gostaria muito de conversar sobre esse tema. Para nos ajudar, trago um guia com dicas para termos essa conversa de forma produtiva.

Acredito que essas respostas podem nos ajudar a (deixe claro o seu objetivo com a conversa), mas espero que possamos conversar sobre esse tema sem violência, evitando ataques pessoais, agressividade e ironia, buscando entender claramente a opinião do outro e respeitando, mesmo que existam discordâncias.

Escrever mensagem...

Vocês acreditam que (faça as perguntas que gostaria que o interlocutor respondesse de forma ABERTA)?

Você pode começar um diálogo virtual assim:

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Como lidar com trolls ou haters: Como lidar com notícias falsas:

Foque em quem respeita as regras. Se você compartilhou antes o que é aceito ou não na conversa, já terá critérios objetivos para ignorar comentários inadequados, sem precisar entrar na dinâmica destrutiva.

Boa parte da atuação de trolls é alimentada pela atenção de seus alvos. Para não acabar atuando como propulsor desses per�s sem querer, é importante não engajar com eles (comentando ou repostando), já que muitas vezes isso é entendido por algoritmos de redes sociais como positivo.

Se não há mais nenhuma contribuição ou valor para agregar na conversa, encerrar é a opção mais produtiva e saudável.

É importante que, já nos acordos de�nidos previamente, o compromisso com a verdade seja declarado para que a conversa seja pautada em fatos e informações veri�cadas. Busque sempre trazer informações de sites o�ciais de instituições, de pesquisas com metodologia pública, de jornais comprometidos com a ética pública e de pessoas com conhecimento sobre o tema em questão.

Vale fazer buscas online sobre o tema para con�rmar um dado ou ter certeza da origem da informação. Hoje existem diversas agências de checagem, que nos permitem veri�car se determinada informação é real ou não.

Ter a verdade como princípio essencial do diálogo permitirá que, ao �nal, todos tenham agregado conhecimento aos outros, independente de concordância.