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Guia de Orientação PCF/PIM 1 Guia de Orientação Programa Criança Feliz e Primeira Infância Melhor no Rio Grande do Sul Agosto/2018

Guia de Orientação Programa Criança Feliz e Primeira ... · Programa Criança Feliz a respeito da integração do Primeira Infância Melhor (estadual) com o Programa Criança Feliz

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Guia de Orientação PCF/PIM

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Guia de Orientação

Programa Criança Feliz e Primeira Infância Melhor no Rio Grande do Sul

Agosto/2018

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Guia de Orientação PCF/PIM

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Primeira infância Melhor

Endereço: Av. Borges de Medeiros, 1501 – 6º andar – Ala Norte - Porto Alegre – RS/Brasil.

CEP 90119-900

Telefones: (51) 3288.5955/5888/5853

E-mail/ Site: [email protected] / www.pim.saude.rs.gov.br

Redes sociais: www.facebook.com/PIMRS / www.twitter.com/PIM_RS

Programa Criança Feliz

Endereço: Av. Borges de Medeiros, 1501 – 8º andar – Ala Sul –

Departamento de Assistência Social (DAS) - Porto Alegre – RS/Brasil

CEP 90119-900

Telefone: (51) 3288.7393/6549/6451

Email/Site: [email protected] / www.sdstjdh.rs.gov.br

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Guia de Orientação PCF/PIM

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO – O PROGRAMA CRIANÇA FELIZ E PRIMEIRA INFÂNCIA MELHOR NO RS 06

2. COMO ESTÁ SENDO REALIZADA A INTEGRAÇÃO DO PCF E PIM NO ESTADO 07

3. NORMATIVAS E LEGISLAÇÕES 09

3.1 Programa Criança Feliz 09

3.2 Primeira Infância Melhor 10

4. AS ADESÕES 10

4.1 Programa Criança Feliz 10

4.2 Primeira Infância Melhor 11

5. O PÚBLICO-ALVO DOS PROGRAMAS 11

6. REPASSES FINANCEIROS 12

6.1 Utilização dos repasses financeiros 13

7.COMPOSIÇÃO DAS EQUIPES DE REFERÊNCIA 13

8. PRINCIPAIS AÇÕES DO PROGRAMA CRIANÇA FELIZ 18

8.1 Ações no território 18

8.2 Ações no SUAS 18

9. AS VISITAS DOMICILIARES 19

9.1 Frequência das visitas domiciliares 20

10. ROTINAS DO VISITADOR E SUPERVISOR/MONITOR 21

11. SISTEMAS DE INFORMAÇÃO 23

12. GUIAS E MATERIAIS DE APOIO 23

13. AÇÕES ESTADUAIS

29

REFERÊNCIAS 31

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Guia de Orientação PCF/PIM

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LISTA DE SIGLAS

BID – Banco Interamericano do Desenvolvimento

BPC – Benefício de Prestação Continuada

CDC – Cuidados para o desenvolvimento da criança

CELEP - Centro de Referência Latinoamericano para la Educación Preescolar

CG – Comitê Gestor Municipal do Programa Criança Feliz

CIB – Comissão Intergestores Bipartide

CIT - Comissão Intergestores Tripartite

CNAS – Conselho Nacional da Assistência Social

CRAS – Centro de Referência em Assistência Social

DAS – Departamento de Assistência Social

FES – Fundo Estadual da Saúde

FNAS – Fundo Nacional de Assistência Social

GTE – Grupo Técnico Estadual do PIM

GTM – Grupo Técnico Municipal do PIM

LOAS – Lei Orgânica da Assistência Social

MDS – Ministério do Desenvolvimento Social

OPAS - Organização Pan-Americana da Saúde

PAEFI - Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos

PAIF - Serviço de Proteção e Atendimento Integral a Família

PBF – Programa Bolsa Família

PCF – Programa Criança Feliz

PIM – Primeira Infância Melhor

PNAISC - Política Nacional de Saúde da Criança

PNAS – Política Nacional de Assistência Social

PPV – Programa de Prevenção da Violência

RS – Rio Grande do Sul

SCFV - Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos

SES - Secretaria Estadual da Saúde

SDSTJDH – Secretaria de Desenvolvimento Social, Trabalho, Justiça e Direitos Humanos

SisPIM – Sistema de Informação do PIM

SNAS - Secretaria Nacional de Assistência Social

SNPDH - Secretaria Nacional de Promoção do Desenvolvimento Humano

SUAS – Sistema Único de Assistência Social

UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura

UNICEF - United Nations Children’s Fund

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Guia de Orientação PCF/PIM

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1. INTRODUÇÃO: PROGRAMAS CRIANÇA FELIZ E PRIMEIRA INFÂNCIA MELHOR NO RS

O presente Guia tem como objetivo reunir informações sobre os Programas Criança

Feliz (PCF) e Primeira Infância Melhor (PIM) para subsidiar gestores e equipes municipais do

Estado do Rio Grande do Sul. Sua apreciação, no entanto, não substitui a leitura atenta às

legislações que regem ambos os programas.

No mundo e no Brasil, foram gestadas políticas públicas revolucionárias, que visam

ofertar condições para o desenvolvimento integral infantil a todas as famílias. No nosso país,

o programa público pioneiro foi o Primeira Infância Melhor, iniciado em 2003 no Rio Grande do

Sul (RS), tendo já acompanhado centenas de milhares de crianças e gestantes nos primeiros

anos de vida. O PIM trabalha no acompanhamento de famílias com crianças e gestantes

através da visita domiciliar, avaliada como uma das melhores tecnologias sociais de baixo

custo da América Latina pela United Nations Children’s Fund (UNICEF) e, igualmente,

reconhecida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura

(UNESCO) e Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).

O PIM serviu de modelo para iniciativas similares, programas e políticas públicas em

outros estados brasileiros e para a Política Nacional de Saúde da Criança (PNAISC, 2015). Em

2016, foi lançado o Marco Legal da Primeira Infância e o Programa Nacional Criança Feliz. De

formas diversas, o PIM inspirou inúmeras iniciativas de atenção à primeira infância no

território brasileiro e vem contribuindo para o protagonismo das famílias gaúchas há 15 anos.

O PIM promove e fortalece o protagonismo, as competências e vínculos familiares,

orienta para a estimulação do desenvolvimento integral infantil, identifica as necessidades

específicas de cada beneficiário, articulando a rede de serviços conforme as demandas que

surgem no cotidiano e cultura das famílias. O PIM destina-se ao atendimento de famílias com

gestantes e crianças menores de 06 anos de vida. Em 2017 teve lançado pelo Banco

Interamericano de Desenvolvimento (BID) a publicação que pode servir para mais consultas:

PRIMEIRA INFÂNCIA MELHOR – TRANSFORMANDO A ATENÇÃO AOS PRIMEIROS ANOS DE VIDA NA

AMÉRICA LATINA: DESAFIOS E CONQUISTAS DE UMA POLÍTICA PÚBLICA NO SUL DO BRASIL1

(versão em português, inglês, e espanhol).

O Programa Criança Feliz é uma ação do Governo Federal vinculado ao Ministério do

Desenvolvimento Social (MDS). Instituído em 2016, possui caráter intersetorial e tem por

finalidade a promoção do desenvolvimento integral das crianças na primeira infância,

considerando sua família e seu contexto de vida. Tem como público prioritário o atendimento

às famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família (PBF) com gestantes e crianças de 0 a 3

anos de idade e famílias que tenham crianças entre 0 e 6 anos de idade beneficiárias do

1 Disponível em: http://www.pim.saude.rs.gov.br/v2/bid-publica-livro-que-sistematiza-experiencia-do-pim/

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Guia de Orientação PCF/PIM

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Benefício de Prestação Continuada (BPC), com foco na atenção aos primeiros 1.000 dias.

Assim como o PIM, o PCF é desenvolvido por meio de visitas domiciliares que buscam

envolver ações de saúde, educação, assistência social, cultura e direitos humanos para

promoção do desenvolvimento integral infantil.

O PCF também vem fortalecer os serviços ofertados no Centro de Referência de

Assistência Social (CRAS) como o Serviço de Proteção e Atendimento Integral a Família (PAIF)

e o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV). Através da

complementariedade aos serviços socioassistenciais, o programa visa a atenção à

integralidade das demandas das famílias identificadas por meio das visitas domiciliares.

A proposta do PIM e PCF vem somar esforços e fortalecer o atendimento à primeira

infância. Portanto, a articulação entre estes programas no Estado resultará na ampliação e

fortalecimento da rede de serviços e do número de famílias atendidas, contribuindo para o

desenvolvimento integral da primeira infância em todo Estado do Rio Grande do Sul.

2. COMO ESTÁ SENDO REALIZADA A INTEGRAÇÃO PCF E PIM NO ESTADO

Considerando a necessidade de se investir em políticas públicas para a primeira

infância, o estado do Rio Grande do Sul vem empreendendo forças frente a um grande

desafio: integrar as ações de implantação e implementação dos Programas Criança Feliz e

Primeira Infância Melhor. Ambas apostam no bem estar social, a partir do protagonismo das

próprias famílias.

Inicialmente, a Secretaria Estadual da Saúde (SES) e a Secretaria de Desenvolvimento

Social, Trabalho, Justiça e Direitos Humanos (SDSTJDH) enviaram documento2 assinado pelos

Secretários, no dia 21 de dezembro de 2016, prestando esclarecimentos aos prefeitos gaúchos

sobre a integração do PIM e PCF.

Após aprovação do PCF na Comissão Intergestores Tripartite (CIT) da Secretaria

Nacional de Assistência Social (SNAS) e no Conselho Nacional da Assistência Social (CNAS) do

MDS, o Rio Grande do Sul, primeiro Estado do Brasil a assinar o Termo de Aceite do Programa

do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), passou a receber adesões de municípios.

Esta ação oportunizou aos municípios deste estado a possibilidade de desenvolver uma

política pública voltada à primeira infância com recurso financeiro estadual (PIM) e federal

(PCF). Os municípios podem aderir a ambos os programas, uma vez que suas ações se

congregam em prol do desenvolvimento da primeira infância. O Estado vem realizando

formações, oficinas e assessoria técnica para implantação de suas ações, bem como

publicações com informativos nos veículos de comunicação do Governo, buscando o amplo

esclarecimento para efetivação da implementação/ampliação dos mesmos.

No mês de dezembro de 2017, a Secretaria Nacional de Promoção ao Desenvolvimento

2 Disponível em: http://www.pim.saude.rs.gov.br/v2/wp-content/uploads/2017/04/Oficio-PIM-Crianca-Feliz.pdf

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Guia de Orientação PCF/PIM

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Humano (SNPDH) publicou a Nota Técnica Nº 30/20173 para o Estado do Rio Grande do Sul. O

documento se refere ao pedido da Secretaria Estadual da Saúde e da Coordenação Estadual do

Programa Criança Feliz a respeito da integração do Primeira Infância Melhor (estadual) com o

Programa Criança Feliz (federal).

A Nota salienta que a proposta nacional do PCF, inspirada desde sua implantação na

experiência do Primeira Infância Melhor no Rio Grande do Sul, contou com o apoio técnico da

equipe estadual do PIM para a transferência de tecnologia e demonstração das práticas

metodológicas já utilizadas, além da cedência de materiais e instrumentos ao MDS.

O PCF tem como objetivo fortalecer experiências exitosas já em desenvolvimento

pelos entes federados e envidar esforços para a promoção da articulação e sinergia das ações

em curso das políticas de Assistência Social, Saúde, Educação, Cultura e Direitos Humanos,

que tenham como fundamento a Lei nº 13.257, de 8 de março de 2016 – Marco Legal da

Primeira Infância. Desenvolvido de forma integrada, o PCF respeita as competências dos

órgãos federados e a articulação intersetorial e a especificidade de cada Estado para

implantação do Programa.

No nível Estadual, o papel de multiplicador previsto no PCF é realizado por

profissionais do PIM da Secretaria Estadual da Saúde e por profissionais do PCF do

Departamento de Assistência Social (DAS). O estado é responsável pelo apoio técnico aos

municípios em relação à estrutura e funcionamento, metodologia das visitas domiciliares,

assim como nos processos de monitoramento e avaliação do PCF/PIM.

Em municípios com PIM implantado, o Visitador que atender famílias beneficiárias do

Programa Bolsa Família (PBF) ou Benefício de Prestação Continuada (BPC) deverá ser

referenciado no CRAS e o Monitor/Supervisor estará obrigatoriamente referenciado ou lotado

no CRAS.

O município que já desenvolve o PIM, deve executar um plano de expansão de

atendimento e/ou atividades complementares a partir da implantação do PCF, em função das

metas aceitas para o público-alvo. A promoção da articulação e sinergia das ações em curso

deve assegurar às famílias, crianças e gestantes do Estado a maior abrangência possível de

beneficiários pelos programas.

A integração entre as ações do PCF e PIM e a rede intersetorial constitui-se em

estratégia necessária para a articulação de encaminhamentos, a partir das demandas das

famílias. Assim a intersetorialidade presente em ambos os programas que abrange as políticas

de Assistência Social, Saúde, Cultura, Educação e Justiça, dentre outras, deve ser assegurada

localmente.

O diálogo entre as políticas deve ser favorecido por meio das instâncias locais de

gestão dos Programas e contar com estratégias diversas como, por exemplo, o

desenvolvimento de uma agenda articulada em âmbito local.

Visando a convergência de esforços, é fundamental que a intersetorialidade na prática 3Disponível em: http://www.pim.saude.rs.gov.br/v2/wp-content/uploads/2018/01/NOTA-T%C3%89CNICA-N%C2%BA-30-MDS.pdf

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Guia de Orientação PCF/PIM

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cotidiana seja apoiada pelo alinhamento entre as políticas, abrangendo o planejamento e o

desenvolvimento das ações. É importante que o planejamento e debates intersetoriais acerca

dos Programas viabilizem, além das visitas domiciliares e do suporte às demandas por elas

identificadas, outras ações para a atenção às famílias e crianças, considerando diagnósticos

sobre a primeira infância em âmbito local.

A articulação intersetorial, além de proporcionar aos profissionais envolvidos

diferentes formas de aprendizagem, de construção do conhecimento e de estratégias de

integração das ações em rede, qualifica a atenção básica, a educação básica e a proteção

social básica. Contribui para ampliação de conhecimentos acerca das famílias e da

comunidade e conversão de esforços das diferentes políticas para o apoio à família na

garantia de acessos, fortalecimento de vínculos familiares e comunitários, estímulo ao

desenvolvimento integral das crianças e construção de territórios e contextos mais

favorecedores ao desenvolvimento infantil. Nessa direção, a intersetorialidade visa

potencializar a proteção das famílias e suas crianças, além de contribuir para a redução da

ocorrência de vulnerabilidades e riscos sociais, a que estão expostas.

3. NORMATIVAS E LEGISLAÇÕES

3.1 Programa Criança Feliz

O Decreto nº 8.869 de 05 de outubro de 2016 lançou o Programa Criança Feliz,

instituído nos termos do §1º do art. 24 da Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993 (Lei

Orgânica da Assistência Social - LOAS) por meio da Resolução CIT n°4, de 21 de outubro de

2016 e aprovado pelo Conselho Nacional de Assistência Social. Potencializa as atenções já

desenvolvidas pela política de Assistência Social no âmbito dos Serviços de Proteção Social

Básica e Proteção Social Especial às gestantes, crianças na primeira infância e suas famílias.

Traz elementos que buscam o enfrentamento da pobreza para além da questão da renda e

redução das desigualdades.

Possui caráter intersetorial, com a finalidade de promover o desenvolvimento integral

das crianças na primeira infância, considerando sua família e seu contexto de vida.

Coordenado pelo MDS, o Programa articula ações das políticas de Assistência Social, Saúde,

Educação, Cultura e Direitos Humanos entre outras, tendo como fundamento a Lei nº 13.257,

de 08 de março de 2016 – Marco Legal da Primeira Infância.

O Programa avança nas estratégias de apoio à família e de estímulo ao

desenvolvimento infantil com a utilização de ferramentas, que estimulam o brincar e o

fortalecimento dos vínculos familiares, comunitários como elementos fundamentais para o

trabalho junto às famílias com gestantes e crianças na primeira infância.

O PCF é orientado por um conjunto de princípios que devem ser observados no

trabalho com famílias em situação de vulnerabilidade social. O Programa na assistência social

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Guia de Orientação PCF/PIM

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busca fortalecer a referência do CRAS para garantir o atendimento e acompanhamento no

PAIF e no SCFV para as famílias beneficiárias do PBF ou BPC.

Nessa direção, o programa objetiva o fortalecimento das ações preventivas e de

proteção proativa no âmbito do SUAS, com objetivo de trabalhar a primeira infância na

perspectiva da Proteção Social (seguranças afiançadas), a partir das visitas domiciliares. Além

disso, busca potencializar a articulação entre os serviços, programas e benefícios (PAIF, SCFV,

PBF e BPC), a qualificação do atendimento, a complementariedade das ofertas no âmbito do

SUAS e a intersetorialidade.

3.2 Primeira Infância Melhor

Política pública pioneira no Brasil, o PIM é uma ação transversal de promoção do

desenvolvimento integral na primeira infância e tem como objetivo orientar a família a partir

da sua cultura e experiência para que promovam o desenvolvimento integral de suas crianças

desde a gestação até os 6 anos de idade. Desenvolve-se através de visitas domiciliares

realizadas semanalmente às famílias em situação de risco e vulnerabilidade, visando o

fortalecimento de suas competências para educar, proteger e cuidar suas crianças.

Desenvolvido desde 2003, tornou-se política pública através da Lei Estadual n.º12.544 em 03

de julho de 2006.

Tem como referência a metodologia do projeto cubano Educa a tu Hijo, do Centro de

Referência Latinoamericano para la Educación Preescolar (CELEP), de quem inicialmente

recebeu apoio para a implantação. Atualmente o PIM avançou muito em sua estrutura

metodológica, a partir de novas evidências científicas, comemorando 15 anos de história em

2017.

Fundamenta-se teoricamente nos pressupostos de Vygotsky, Piaget, Bowlby, Winnicott

e Brunner, além dos recentes estudos da Neurociência. Igualmente, trabalha4 com referências

multidisciplinares visando o desenvolvimento integral da infância. Está voltado para o

desenvolvimento pleno das capacidades físicas, intelectuais, sociais e emocionais do ser

humano e tem como eixos de sustentação a Comunidade, a Família e a Intersetorialidade.

4. AS ADESÕES

4.1 Programa Criança Feliz

A abertura de adesão ao PCF se dá por meio da autorização do Conselho Nacional de

Assistência Social, mediante resolução (com prazo estabelecido). Os municípios aptos para

adesão são definidos conforme critérios do MDS que publica as listas dos municípios elegíveis

através de sistema próprio vinculado a rede SUAS e disponibilizado aos gestores da política de

assistência social.

4 Para mais informações acesse as legislações vigentes : Portaria nº 578/2013, Lei 12.544/2006, Lei 14.594/2014.

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Guia de Orientação PCF/PIM

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No RS, 137 municípios estão na lista de elegíveis para adesão ao PCF, atualmente

nosso estado conta com 86 municípios com adesão ativa.

Para proceder com adesão ao PCF o gestor municipal da Secretaria de Assistência

Social deve acessar o link5 do Programa Criança Feliz no site do MDS (com senha de acesso ao

SAA) e proceder à adesão através de Termo de Aceite.

Em caso de dúvidas relativas a perfil e forma de acesso, senha, dúvidas sobre o

sistema, e etc., deve-se entrar em contato com a Rede SUAS pelo contato 0800 707 2003 ou

via chat (http://blog.mds.gov.br/redesuas/).

4.2 Primeira Infância Melhor

Todos municípios do Estado do RS são elegíveis à implantação do PIM. Para realizar a

adesão, o gestor do município deve entrar em contato com o Grupo Técnico Estadual do PIM e

oficializar à Secretaria Estadual de Saúde o interesse na adesão, cuja formalização ocorre

através da assinatura do Termo de Adesão, conforme a Portaria nº 578/2013 e a Lei

12.544/2006 alterada na Lei 14.594/2014.

Para mais detalhes quanto ao processo de Implantação e Implementação do Primeira

Infância Melhor, verifique documento passo a passo em anexo

5. O PÚBLICO-ALVO DOS PROGRAMAS

PÚBLICO-ALVO

PROGRAMA CRIANÇA FELIZ

Gestantes, crianças de até 36 (trinta e seis) meses e suas

famílias beneficiárias do PBF;

Crianças de até 72 (setenta e dois) meses e suas famílias

beneficiárias do BPC;

Crianças de até 72 (setenta e dois) meses afastadas do convívio

familiar em razão da aplicação de medida de proteção prevista

no art. 101, caput, incisos VII e VIII, da Lei nº 8.069, de 13 de

julho de 1990 e suas famílias*.

PRIMEIRA INFÂNCIA MELHOR

Famílias com gestantes e crianças menores de 6 anos,

priorizando as que se encontram em situação de

vulnerabilidade e risco social, em todo o território gaúcho, nas

áreas urbanas e rurais, beneficiárias ou não do PBF e BPC.

*Entendendo que as ações do PCF não se restringem a execução das visitas

domiciliares e que estas não devem ser realizadas em serviços de acolhimento, crianças de

até 72 (setenta e dois) meses afastadas do convívio familiar em razão da aplicação de medida

de proteção serão beneficiadas pelo programa através da ação de Qualificação da Rede de 5 Disponível em: https://aplicacoes.mds.gov.br/snas/termoaceite/crianca_feliz_2016/index.php

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Guia de Orientação PCF/PIM

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Serviços de Acolhimento.

6. REPASSES FINANCEIROS

Os incentivos financeiros para os municípios que realizarem adesão aos programas PCF

e PIM serão repassados, conforme quadro a seguir:

ORIGEM FORMA DO REPASSE VALOR UTILIZAÇÃO

PROGRAMA CRIANÇA FELIZ Federal

Do Fundo Nacional de Assistência Social para o Fundo Municipal de

Assistência Social

R$ 75,00 mensais por indivíduo do público

prioritário acompanhado através das visitas

domiciliares de acordo com os atendimentos

registrados no prontuário*

Custeio

PRIMEIRA INFÂNCIA MELHOR

Estadual Do Fundo Estadual de Saúde para o Fundo Municipal de Saúde

R$ 500,00 mensais por visitador de 20h semanais

Custeio e capital R$ 750,00 mensais por visitador de 30h semanais

R$ 1.000,00 mensais por visitador de 30h semanais

* PCF

O repasse federal do PCF observa o teto máximo de acordo com o porte municipal:

I – Pequeno Porte I: referenciamento de 100 (cem) indivíduos do público prioritário

por CRAS;

II – Pequeno Porte II: referenciamento de 150 (cento e cinquenta) indivíduos do

público prioritário por CRAS;

III – Médio, Grande Porte e Metrópole: referenciamento de 200 (duzentos) indivíduos

do público prioritário por CRAS.

O MDS utiliza sistema de informações próprio, o Prontuário SUAS Eletrônico, onde o

Técnico do PAIF realiza a inclusão da família no programa, e a seguir o Supervisor ou Visitador

registra as visitas realizadas. O valor a ser repassado será equivalente ao número de

indivíduos atendidos, de acordo com a periodicidade prevista na legislação do PCF.

A sistemática, prazos e procedimentos para o repasse de recursos do Fundo Nacional

de Assistência Social para os Fundos de Assistência Social dos Municípios no PCF são

regulamentados por meio das Portarias nº 442/2017, nº 498/2017 e nº 1.375/2018.

* PIM

O incentivo financeiro Estadual repassado aos municípios com PIM é contabilizado

através do número de visitadores cadastrados no Sistema de Informações do PIM (SisPIM),

conforme a carga horária semanal de contratação do visitador previsto na Portaria nº

578/2013.

No PIM, mantém-se o pagamento de incentivo diferenciado em áreas habilitadas

anteriormente pela Comissão Intergestores Bipartite (CIB/RS), através da Portaria nº 071/2010

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Guia de Orientação PCF/PIM

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como áreas do Programa de Prevenção da Violência (PPV), no valor de R$ 1.000,00, para

visitador com carga horária de 30 horas. Posterior a publicação da Portaria nº 569/2012, as

novas habilitações e ampliações nestas áreas deverão respeitar suas determinações.

6.1. Utilização dos repasses financeiros

O recurso estadual do PIM pode ser utilizado em bens de capital (despesas com a

aquisição de equipamento e material permanente, que resultem em reposição ou elevação

patrimonial) e custeio (material de consumo, serviços de terceiros, contratação de pessoal

direta, indireta e convênios, capacitações, material de apoio, diárias e encargos diversos).

O recurso federal do Programa Criança Feliz pode ser utilizado somente para custeio,

de acordo com as normativas do FNAS.

É importante ressaltar que o financiamento federal na forma de custeio está

condicionado ao atendimento dos dispositivos legais do PCF, que envolvem o Decreto nº

8.869, de 5 de outubro de 2016 e a Portaria nº 442/MDS de 26 de outubro de 2017, além de

diversas resoluções da CIT e do CNAS.

Contratações, salários e encargos trabalhistas são de responsabilidade dos Municípios,

assim como a definição da carga horária de Visitadores e Supervisores/Monitores. Disto

decorre que possíveis novas fontes de repasse federal ou estadual não necessariamente

signifiquem aumento de salário dos profissionais das equipes, posto que quem os define é a

gestão local.

7. COMPOSIÇÃO DAS EQUIPES DE REFERÊNCIA

O quadro resumo abaixo representa a composição das equipes mínimas PIM e PCF, as

quais podem ser ajustadas localmente, considerando as normativas dos programas, a definição

das famílias a serem atendidas, a realidade do território, os perfis e a proporção de famílias

atendidas de acordo com a carga horária do visitador.

EQUIPE MÍNIMA ESCOLARIDADE ORIGEM CARGA

HORÁRIA SEMANAL

PARÂMETRO

PROGRAMA CRIANÇA

FELIZ

VISITADOR

Nível médio completo ou

superior (Resoluções CNAS nº 09/2014 ou nº

17/2011)

Lotado ou referenciado ao

CRAS, necessariamente

40h Acompanha até 30 crianças e

gestantes

SUPERVISOR

Nível superior – Psicólogo ou

Assistente Social (Resolução CNAS

nº 17/2011)

Lotado ou referenciado ao

CRAS, necessariamente

20h Supervisiona até 8 visitadores

40h Supervisiona até 15 visitadores

COMITÊ GESTOR

MUNICIPAL (CG)

Conforme Portaria MDS

956/2018

1 representante por Secretaria

Não especifica

do em legislação

1 CM por município

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Guia de Orientação PCF/PIM

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PRIMEIRA INFÂNCIA MELHOR

VISITADOR

Nível médio ou superior

Completo ou em curso

Vinculado ao PIM

20h Acompanha 14 famílias

30h Acompanha 17 famílias

40h Acompanha 20 famílias

MONITOR Nível superior Vinculado ao PIM 20 Acompanha de 5 a

8 visitadores

40h Acompanha de até 16 visitadores

GRUPO TÉCNICO

MUNICIPAL (GTM)

Nível superior

Vinculados a suas respectivas secretarias

(saúde, educação ou assistência

social)

10h

1 representante de cada secretaria

(saúde, educação e assistência social)

por município

DIGITADOR Não especificado em legislação

Não especificado em legislação Variável

De acordo com a demanda do município

PCF E PIM ARTICULADO

S

VISITADOR

Nível médio completo ou

superior (Resoluções CNAS nº 09/2014 ou nº

17/2011)

Referenciados ao CRAS,

necessariamente

Definida pelo

município

De acordo com os parâmetros do PCF

e PIM

MONITOR/ SUPERVISOR

Monitor do PIM pode ser

supervisor do PCF se de acordo

com a Resolução CNAS

nº 17/2011

Referenciados ao CRAS,

necessariamente

Varia de acordo com o

número de visitadores

Varia de acordo com o número de

visitadores e parâmetros do PCF

e PIM

CG/GTM

GTM do PIM pode ser CG do PCF se assim instituído

por decreto municipal

1 representante por

Secretaria

Definida pelo

município

1 CG/GTM por município com

PCF/PIM implantados

Os municípios deverão formar suas equipes de acordo com a equipe de referência

definida pelas Portarias nº 442/2017 do MDS e nº 578/2013 do PIM. Os Visitadores deverão ser

capacitados pelos Supervisores, com apoio do CG/GTM, que obrigatoriamente deverão ser

capacitados pelos multiplicadores Estaduais do PIM/PCF, observada a carga horária mínima

inicial de quarenta horas na metodologia.

Para a composição da equipe de visitadores é importante que o município faça um

planejamento, considerando diagnósticos intersetoriais e definição das famílias que serão

priorizadas, observando a realidade local, o público prioritário estabelecido pela Resolução

CIT nº 4/2016 e sua distribuição pelo território.

Sempre que possível este planejamento deve envolver a articulação com outras

políticas, sobretudo aquelas que já realizam visitas domiciliares no município, de modo a

assegurar o alinhamento e a convergência de esforços.

De acordo com a Nota Técnica n°30/2017 da SNPDH para a integração dos Programas

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Guia de Orientação PCF/PIM

14

PIM e PCF nos municípios e em respeito à legislação e normas do PCF – cuja execução se dá no

âmbito da Assistência Social – os monitores do PIM com nível superior completo já atuantes

nos municípios, ao abrigo do PIM, poderão ser supervisores do PCF, desde que sua formação

esteja em cumprimento com a Resolução CNAS n°17/2011. Para tanto, devem ser

referenciados ao CRAS e participar de suas reuniões e ações, uma vez que o PCF busca

fortalecer a referência do CRAS e garantir o atendimento, acompanhamento e interlocução

com o PAIF e SCFV para as famílias beneficiárias do PBF e do BPC.

O CRAS é a unidade de referência para o PCF e sempre que possível a equipe do

Programa deve estar atuando neste espaço. Em municípios que o espaço físico do CRAS é

insuficiente para comportar a equipe ou que já possuem sede do PIM, esta poderá exercer

suas funções em outro local, desde que esteja em constante interlocução com a equipe do

CRAS, participando das reuniões de equipe e articulando as ações.

Cabe salientar que o mapeamento do território é imprescindível para a definição do

local de base da equipe, pois é a partir dele que será definida a logística para execução do

cronograma de reuniões de planejamento, de supervisão e deslocamento dos visitadores para

suas áreas de atuação. Neste contexto, é de responsabilidade do município identificar as

localidades de moradia dos beneficiários PBF e BPC para organizar a logística de visitação

domiciliar facilitando o deslocamento dos visitadores e otimizando o tempo para a execução

das ações do Programa de forma condizente com as normativas.

O quadro abaixo descreve as atribuições dos membros das equipes PIM/PCF:

VISITADOR

Profissional de nível médio completo ou superior (completo ou em curso) referenciado ao

CRAS, responsável por:

a) planejar e realizar a visita domiciliar as famílias com apoio e acompanhamento do

supervisor/monitor.

Dentre as atribuições:

a) Observar os protocolos de visitação e fazer os devidos registros das informações acerca

das atividades e visitas desenvolvidas; b) Consultar e recorrer aos supervisor/monitor sempre

que necessário; c) Registrar as visitas domiciliares; d) Identificar e discutir com o supervisor

demandas e situações que requeiram encaminhamentos para a rede.

SUPERVISOR/MONITOR

Profissional de nível superior completo, referenciado ao CRAS, responsável por acompanhar

e apoiar os visitadores no planejamento, desenvolvimento do trabalho nas visitas

domiciliares, e registro das visitas realizadas com reflexões e orientações, bem como

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Guia de Orientação PCF/PIM

15

contribuir na implementação das ações PIM/PCF no município, através das atividades de

formação e educação permanente para os visitadores locais, com o apoio do CG/GTM.

Representa a articulação dos serviços e das políticas setoriais no território com a política

setorial da Assistência Social;

O supervisor deve buscar por intermédio do CRAS:

a) Viabilizar a realização de atividades em grupos com as famílias visitadas, articulando

CRAS/UBS, sempre que possível, para o desenvolvimento destas ações; b) Articular

encaminhamentos para inclusão das famílias na rede, conforme demandas identificadas nas

visitas domiciliares; c) Mobilizar os recursos da rede e da comunidade para apoiar o trabalho

dos visitadores, o desenvolvimento das crianças e a atenção às demandas das famílias; d)

Identificar situações complexas, lacunas e outras questões operacionais, que devam ser

levadas ao debate no Comitê Gestor, sempre que necessário, para a articulação de fluxos e

protocolos de atendimento que assegurem o acesso das famílias aos serviços e programas das

diferentes políticas públicas implicadas.

CG/GTM

O Comitê Gestor do PCF é uma instância de planejamento, tomada de decisão e

acompanhamento do Programa e deve estar presente em cada esfera federativa (Estados,

União e Municípios). Tem grande importância para assegurar o caráter intersetorial do PCF e

a conjugação de esforços das diferentes políticas públicas. Em âmbito nacional, o CG está

composto por representantes dos Ministérios responsáveis pelas políticas de Saúde,

Assistência Social, Educação, Cultura e Direitos Humanos. Nos estados e municípios e no

Distrito Federal, a composição dessa instância fica a cargo dos gestores locais, sendo

obrigatório, porém, a presença de representantes das áreas de Educação, Saúde e Assistência

Social, pelo menos.

No município, deve ser criado o CG através de decreto. Em municípios que já possuem PIM, o

Governo do Estado orienta que o CG seja criado, mantendo-se os mesmos representantes que

compõe o GTM, podendo estender o convite à participação de outras pastas, conforme

publicado através de ofício circular6.

Esse comitê será responsável pelas seguintes ações:

a) Acordar o Plano de Ação Municipal; b) Tomar decisões quanto às etapas do PCF/PIM e

responsabilidades das diferentes políticas na sua operacionalização; c) Acordar instrumentos

de regulação, normatização, protocolos e parâmetros municipais complementares àqueles

disponibilizados pela União/Estado e que estabeleçam responsabilidades das diferentes

políticas no PCF/PIM, estratégias para sua implantação/implementação e acompanhamento

local; d) Aprovar materiais de orientações técnicas, de formação e de educação permanente,

6 http://www.pim.saude.rs.gov.br/v2/wp-content/uploads/2017/05/oficio-circular-294-sdstjdh.pdf

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Guia de Orientação PCF/PIM

16

complementares àqueles disponibilizados pela União e Estado; e) Definir estratégias,

instrumentos e compromissos que fortaleçam a intersetorialidade do programa e a

implementação das ações de responsabilidade do município; f) Apoiar o Supervisor/Monitor

na realização de ações de educação permanente e formação sobre o Programa e a

metodologia das visitas domiciliares; g) Discutir, apoiar e aprovar questões operacionais do

programa, a partir de propostas da equipe técnica, como: composição da equipe das visitas

domiciliares (visitadores e supervisores); definição do escopo de prioridades para execução

das ações do programa; fluxos de articulação entre as redes locais para suporte às visitas

domiciliares e atendimento às demandas identificadas pelos visitadores e supervisores.

8. PRINCIPAIS AÇÕES DO PROGRAMA CRIANÇA FELIZ/PRIMEIRA INFÃNCIA MELHOR

As ações do PCF/PIM serão desenvolvidas de forma integrada, observando-se a

articulação intersetorial, com objetivo de assegurar a convergência dos esforços na promoção

do atendimento à primeira infância.

8.1 Ações no território O CRAS é a unidade nos territórios para a gestão das ações do PCF e para o

referenciamento das visitas domiciliares e das famílias. Deverá articular a oferta do Programa

com os serviços socioassistenciais e às demais políticas públicas visando a integralidade da

proteção social.

Destaca-se a necessidade de articulação do PCF/PIM ao PAIF, através das ações de

acolhida e atendimento e/ou acompanhamento das famílias com gestantes e crianças na

primeira infância. Esta articulação tem por objetivo o atendimento integral à família, tendo

por base o princípio da matricialidade familiar. Assim potencializando a capacidade protetiva,

na perspectiva dos direitos, do acesso a informações e da ampliação de acesso a suportes e

apoios das diversas políticas públicas para o cuidado, educação e proteção, com vistas à

promoção do desenvolvimento infantil.

8.2 Ações no SUAS7:

a) Assegurar a complementariedade das ofertas: abrange iniciativas voltadas à

qualificação do atendimento a gestantes, crianças na primeira infância e suas famílias nos

Serviços de Proteção Social Básica e Especial, com destaque para o PAIF, o SCFV, o Serviço de

Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (PAEFI) e Serviço Especializado

em Abordagem Social.

7De acordo com o caderno de orientações A participação do SUAS no Programa Criança Feliz (2017).

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Guia de Orientação PCF/PIM

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Esta ação também incorpora estratégias voltadas ao fortalecimento da integração

entre Serviços, Programas e Benefícios e da referência e contra referência no âmbito do SUAS,

visando assegurar a complementariedade das ofertas; e, ainda, à identificação do público

prioritário para as visitas domiciliares e encaminhamentos necessários para viabilizar este

acesso e sua inclusão em outros Programas, quando necessário.

b) Qualificação dos serviços de acolhimento, priorizando-se o acolhimento em

famílias acolhedoras: Tem como objetivo proporcionar cuidados de qualidade e estímulos ao

desenvolvimento infantil para crianças na primeira infância em Serviços de Acolhimento,

todavia as unidades de acolhimento institucional independente de sua modalidade (abrigo

institucional, casa-lar ou família acolhedora) não se constituem como espaço para realização

das visitas domiciliares pelo visitador. Abrange iniciativas e estratégias para a qualificação dos

cuidados em Acolhimento Institucional e divulgação, mobilização e orientações acerca dos

Serviços de Acolhimento em Famílias Acolhedoras, modalidade que deve ser priorizada no

caso de crianças na primeira infância afastadas do convívio familiar. Para tanto, a portaria

MDS nº956/2018 define que os profissionais de instituições, governamentais ou não, que

executem programas de acolhimento institucional responsáveis pelo atendimento de crianças

de até seis anosde idade afastadas do convívio familiar deverão ser capacitados, na

metodologia e no conteúdo de fortalecimento de vínculos definidos no PCF/PIM.

c) Fortalecimento da intersetorialidade nos territórios entre as políticas públicas

setoriais, em especial Assistência Social, Saúde e Educação, e com Sistema de Justiça e de

Garantia de Direitos: Inclui a visibilidade dos recursos existentes na rede de atendimento, a

sensibilização e ampliação de conhecimentos acerca das demandas e especificidades da

primeira infância e suas famílias e a construção de estratégias em rede para qualificar a

atenção a situações que exijam esforços intersetoriais, exemplos das iniciativas que compõem

esta ação do Programa.

d) Mobilização, educação permanente, capacitação e apoio técnico: abrange a

sensibilização e disseminação de informações sobre o Programa; capacitação e apoio técnico

para adesão e implementação, desenvolvimento e monitoramento do Programa; realização de

ações de capacitação e educação permanente que envolvam a rede e assegurem a

capacitação de profissionais que atuem nas visitas domiciliares no SUAS antes que estas sejam

iniciadas em âmbito local, dentre outras. Diversas estratégias podem ser adotadas para as

ações de mobilização, como a realização de seminários, eventos e outras, visando disseminar

informações para mobilizar os entes, a rede e informar a população entre outros.

9. AS VISITAS DOMICILIARES

Para a Política Nacional de Assistência Social, a família é reconhecida como o núcleo

primário de afetividade, acolhida, convívio, sociabilidade, autonomia, sustentabilidade e

referência no processo de desenvolvimento e exercício da cidadania.

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Guia de Orientação PCF/PIM

18

As famílias possuem recursos e potencialidades que devem ser identificados e

fortalecidos, por isso as equipes do PCF/PIM deverão sempre respeitar a autonomia das

famílias e a dinâmica familiar no cuidado com suas crianças.

Por essas questões, o foco do trabalho é na família, que deve ser convidada a

participar das visitas domiciliares e ser informada acerca dos objetivos e das ações que serão

desenvolvidas no ambiente familiar, com periodicidade acordada. Deve sempre ser assegurado

às famílias o direito à informação de que a adesão às visitas domiciliares é voluntária, sendo

possível, inclusive, desligar-se a qualquer momento, sem prejuízo para o recebimento dos

benefícios – PBF e BPC.

Os familiares e as crianças devem ser protagonistas do processo em todas as suas

etapas de desenvolvimento. As visitas domiciliares devem estar baseadas na valorização das

famílias e na postura ética, de respeito à dignidade, diversidade e a não discriminação.

É importante que a capacidade protetiva das famílias seja reconhecida e valorizada e

que suas necessidades sejam compreendidas, seus projetos de vida apoiados e os acessos

necessários, a serviços, informações e direitos, viabilizados.

Realizar visitas semanais em suas residências abre espaço para novos movimentos na

dinâmica dessa convivência, sensibilizando e mobilizando em relação ao modo como cada

membro se coloca em relação à criança. A visita domiciliar prevê a valorização da família, do

domicílio e da comunidade enquanto espaços privilegiados para promoção da saúde e do bem-

estar. Mais autonomia, maior consciência e, sobretudo, maior autoestima e autovalor, são

conquistas importantes, principalmente ao se considerar as condições de vulnerabilidade e

risco social deste público-alvo.

A finalidade não é ensinar as famílias a cuidarem de suas crianças e, sim, orientá-las

em relação à estimulação e necessidades específicas e singulares, de acordo com a faixa

etária em questão, no sentido de privilegiar famílias do público prioritário, como um apoio a

mais, entre tantos outros serviços e olhares que são oportunizados.

O Visitador é o responsável direto por apoiar as famílias para o fortalecimento do

cuidado às crianças. Em sua rotina, deve buscar construir uma relação dialógica com as

famílias, reconhecer o que emerge de seu cotidiano, se posicionar como um facilitador na

construção de conhecimentos e motivar para que as famílias sejam protagonistas de seu

próprio desenvolvimento. O ponto inicial precisa ser o reconhecimento de que cada família

representa um universo de significados e que a compreensão de seu contexto depende de uma

escuta qualificada daquilo que atravessa as dinâmicas familiares, ou seja, suas crenças,

valores e hábitos.

Nesse processo de escuta, o visitador deve sempre revelar o objetivo de sua presença,

alinhando expectativas e motivações com relação à sua proposta de trabalho. Esta postura se

fortalece a cada encontro, na medida em que a família elabora suas aprendizagens e

apresenta novas interpretações de sua própria realidade.

As visitas domiciliares deverão ser realizadas com metodologia específica e considerar

o contexto familiar, as necessidades e potencialidades das famílias, na promoção, do

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Guia de Orientação PCF/PIM

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desenvolvimento integral de suas crianças, além de possibilitar suportes e acessos para

fortalecer sua função protetiva e o enfrentamento de vulnerabilidades.

A metodologia do PCF e PIM, prevê visitas domiciliares semanais com duração de 45

minutos a 1 hora, a partir de atividades particularmente planejadas, que utilizam o brincar

como estratégia, considerando as necessidades e características de cada família, gestante e

criança.

No PCF, serão desenvolvidas pelos municípios no âmbito da Proteção Social Básica,

tendo o CRAS como referência no território para sua realização e articulação em rede.

Representam, portanto, estratégia de fortalecimento da prevenção e da proteção proativa,

destinando-se à atenção de famílias em situação de vulnerabilidade social dentro do público-

alvo do Programa.

9.1 Frequência das visitas domiciliares

PÚBLICO MODALIDADE PERIODICIDADE DA

PROGRAMA CRIANÇA FELIZ

Gestantes e suas famílias beneficiárias do PBF e BPC Visita domiciliar Mensal

Crianças menores de 3 anos beneficiárias do PBF e BPC Visita domiciliar Semanal

Crianças maiores de 03 anos e menores de 06 anos beneficiárias do BPC

Visita domiciliar Quinzenal

PRIMEIRA INFÂNCIA MELHOR

Famílias com crianças menores de 03 anos Visita domiciliar Semanal

Famílias com crianças de 03 anos a menores de 04 anos

Visita domiciliar Semanal

Grupal Mensal

Famílias com crianças de 04 a menores de 06 anos Grupal Semanal

Famílias com gestantes

Visita domiciliar Semanal

Grupal do PIM Eventual

Grupo de gestantes da rede Mensal

Atividade Comunitária Eventual

O PIM preconiza Visitas semanais às gestantes, sendo assim, em municípios com PCF e

PIM integrados o atendimento poderá seguir semanal. Em municípios que possuem grupos de

gestantes no CRAS ou UBS, as gestantes atendidas pelo PCF e PIM podem ser inseridas sem a

necessidade da criação de novo grupo. Salienta-se que a atividade grupal de gestantes no PIM

não substitui a realização de visita domiciliar. As visitas domiciliares de gestantes devem ser

articuladas ao PAIF. É recomendável, ainda, que de acordo com as especificidades de cada

família, estas sejam vinculadas a oficinas do PAIF ou grupos do SCFV.

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Guia de Orientação PCF/PIM

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10. ROTINA DO VISITADOR E SUPERVISOR/MONITOR NAS EQUIPES PIM/PCF

Abaixo se encontram sugestões de rotina de trabalho de um visitador e um

supervisor/monitor, ambos com 40h de trabalho semanal em equipes PCF/PIM, as quais devem

ser ajustadas localmente, levando-se em consideração as normativas dos Programas e

características do território bem como o tempo para os deslocamentos:

Visitador PCF/PIM (40 horas semanais)

Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira

9h – visita domiciliar

+ 10h. – visita domiciliar

9h – visita domiciliar

+ 10h- visita domiciliar

9h – visita domiciliar

+ 10h– visita domiciliar

9h - visita domiciliar

+ 10h - visita domiciliar

Reunião com supervisor/monitor

semanal +

Atividade de formação mensal

13h - visita domiciliar

+ 14h - visita domiciliar

+ 15h - visita domiciliar

+ 16h - visita domiciliar

13h - visita domiciliar

+ 14h- visita domiciliar

+ 15h - visita domiciliar

+ 16h- visita domiciliar

13h - visita domiciliar

+ 14h- visita domiciliar

+ 15h - visita domiciliar

+ 16h - visita domiciliar

13h - visita domiciliar

+ 14h - visita domiciliar

+ 15h - visita domiciliar

+ 16h - visita domiciliar

13h - Grupo de

gestantes

16h- planejamento com supervisor

Supervisor/monitor PCF/PIM de 40 horas semanais Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira

Atualização dos

Sistemas de

informação

PIM/PCF

Horário disponível para atendimento

individual aos visitadores

Horário disponível para atendimento

individual aos visitadores

Visitas de acompanhamento com os visitadores

nas famílias

Reuniões com Visitadores Semanais

+ Reunião com

GTM/CG (quinzenais)

+ Atividade de

formação mensal

Reuniões de REDE ou micro rede

Horário disponível para atendimento

individual aos visitadores

Horário disponível para atendimento

individual aos visitadores

Visitas de acompanhamento com os visitadores

nas famílias

Reunião CRAS

Discussão de casos com PAIF

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Guia de Orientação PCF/PIM

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11. SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

O PCF e o PIM possuem sistemas de informação e registro distintos que precisam ser

alimentados periodicamente. A manutenção dos repasses financeiros, os quais são oriundos de

fontes diferentes (FNAS e FES), está condicionada à alimentação de ambos os sistemas. Os

dois sistemas juntos são uma das potencialidades do Estado, pois possuem informações

complementares das famílias atendidas.

a) Prontuário SUAS Eletrônico: Sistema informatizado onde os trabalhadores do SUAS

inserem as informações básicas relativas aos atendimentos realizados às famílias e indivíduos.

O técnico do PAIF é quem deve realizar a inclusão da família no Programa, sendo o Supervisor

ou Visitador o responsável pelo registro das visitas realizadas.

SISPIM

b) SisPIM8: É a principal ferramenta de monitoramento do PIM, contém os dados

referentes às famílias, profissionais e territórios atendidos. Todos os integrantes das equipes

municipais devem ter acesso, sendo que o GTM, o monitor e o digitador são os responsáveis

por sua alimentação e monitoramento. Os Visitadores e os Gestores possuem senha de

visualização. No sistema são cadastrados trimestralmente informações das famílias e do

acompanhamento do desenvolvimento infantil das crianças acompanhadas, não sendo

necessária a alimentação por visita realizada.

12. GUIAS E MATERIAIS DE APOIO DO PCF E PIM

Os municípios que aderirem aos PCF e PIM receberão os guias dos dois Programas,

podendo as equipes municipais utilizá-los de forma complementar, além de outras

publicações.

Salientamos que o PIM vem sendo citado como Modelo de Programa de Visitação

8 Disponível em: http://www.pim.saude.rs.gov.br/a_PIM/php/identificacaoDeUsuario.php?d=b

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Guia de Orientação PCF/PIM

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Domiciliar com enfoque em Desenvolvimento Integral da Primeira Infância no país, sendo a

principal inspiração para o PCF.

A seguir, relacionamos algumas publicações que poderão contribuir para o

desenvolvimento das ações dos PIM e PCF junto às famílias através das Visitas domiciliares:

Guia da gestante para a gestante (PIM):

Elaborado para as gestantes atendidas pelo PIM, oferece orientações

e dicas que podem auxiliar neste momento especial e natural na

vida da mulher, que é a gravidez, fazendo com que este processo

seja vivido de modo saudável. Por ser um período que exige

cuidados e atenção, pelas transformações físicas e emocionais

pelas quais a mulher passa, o Guia da Gestante aborda assuntos,

como: alterações corporais mais comuns na mulher grávida, períodos

gestacionais, pré-natal, alimentação saudável, saúde bucal, cuidados

importantes durante a gestação, parto, pós-parto, amamentação,

triagem Neonatal, direitos entre outros.

O Visitador acompanha as mesmas temáticas e assuntos

através do seu guia próprio e visitas semanais, transmitindo

informações e esclarecendo dúvidas sobre questões relacionadas à

gravidez, além de apoiar nesta fase tão importante para a

gestante, seu bebê e sua família.

Guia da gestante para o Visitador (PIM):

Este guia contém informações essenciais sobre períodos

gestacionais, parto, amamentação, direitos da gestante e da

criança, saúde bucal e alimentação, entre outros. Embasa o

Visitador na utilização do Guia da Gestante junto às famílias.

Tal construção foi possível a partir das experiências e

conhecimentos de profissionais de várias áreas relacionadas à

atenção e cuidado nesta fase, tão importante da vida.

O acolhimento humanizado, o apoio e as informações qualificadas,

além do compromisso e a participação de todos, certamente

favorecerão esse importante período que se chama Gestação.

Guia da Família (PIM):

Este Guia oferece ao Visitador e à família orientações para

contribuir na promoção do crescimento e o desenvolvimento das

crianças em ambientes saudáveis e seguros. Apresenta sugestões de

atividades, segundo as características de cada faixa etária, de

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Guia de Orientação PCF/PIM

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modo a contemplar as necessidades e o desenvolvimento integral

das crianças até os 6 anos de idade.

Também sugere formas de estimulação, através de atividades para

o cuidado das crianças e brincadeiras, sempre procurando resgatar,

preservar e promover sua cultura, tradições e experiências. O Guia contém indicadores para acompanhar a evolução das

crianças nas dimensões socioafetiva, motora, cognitiva e

linguagem/comunicação de modo a identificar os avanços e os

aspectos a serem fortalecidos na promoção do desenvolvimento

integral, a partir do protagonismo das próprias famílias.

Possibilitam à família observar e identificar o que esperar das suas

crianças de acordo com a faixa etária da mesma.

Guia para a Visita Domiciliar (MDS):

Orientações Técnicas do PCF que tem como objetivo a promoção

do desenvolvimento humano, a partir do apoio e acompanhamento

do desenvolvimento infantil integral na primeira infância. Subsidia

a organização das visitas domiciliares no âmbito do Programa. Este

Guia oferece orientações quanto ao planejamento das visitas

domiciliares e ao acompanhamento das gestantes e famílias de

crianças até 6 anos de idade. Serve como guia norteador do

processo de trabalho da equipe municipal do Programa, suas

funções e perfis. Também descreve as formas de intervenções,

orientações e procedimentos para a atuação do supervisor junto

aos visitadores. Apresenta sugestões de ações e atividades a serem

realizadas junto às famílias com o objetivo de estimular e reforçar

os fatores de proteção ao desenvolvimento infantil, entre eles, a

convivência familiar e social, a presença de relacionamentos

significativos dentro e fora da família e no território a que

pertencem. A metodologia do trabalho é baseada no modelo de

“Cuidados para o Desenvolvimento da Criança (CDC) –

UNICEF/OPAS” e no PIM

Manual de orientações às famílias (MDS):

Manual elaborado pela UNICEF em parceria com a Organização

Mundial de Saúde para capacitação de multiplicadores que atuam

junto a pais e cuidadores de crianças de zero a seis anos de idade.

Desenvolvido por Patrice Engle e Jane E. Lucas, foi traduzido e

implementado em inúmeros países. Segundo avaliações, demonstra

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Guia de Orientação PCF/PIM

24

a eficácia do uso das estratégias nele apresentadas, para a

orientação dos pais, no sentido de adotarem as estratégias

recomendadas para a promoção do desenvolvimento das crianças.

A versão atual apresenta adaptações realizadas face ao contexto

de implementação do PCF, com autorização da Dra. Jane Lucas no

contexto da realização da certificação, pela mesma, da equipe de

capacitadores do referido Instituto e do Ministério do

Desenvolvimento Social realizada em Brasília em dezembro de

2016. Apresenta conteúdo e atividades que são desenvolvidas

durante o processo de capacitação. A metodologia da proposta

pode ser resumida por palavras-chave que estão intimamente

relacionadas: estimular, estabelecer vínculo, comunicar e brincar.

Cabe aos pais estimular as crianças, a estimulação se dá na forma

de comunicação e brincadeiras. A estimulação adequada às

diferentes idades facilita o fortalecimento de vínculos de afeto

que, por sua vez, cria uma intimidade, confiança e segurança que

ajuda a criança a progredir no seu desenvolvimento.

Além dos Guias disponibilizados, as equipes podem buscar também outros materiais e

publicações de apoio tais como:

Prontuário Eletrônico: Orientações para o

Preenchimento (MDS)

Documento com objetivo de auxiliar os técnicos e gestores do SUAS

na utilização do Prontuário Eletrônico do SUAS, bem como,

fornecer instruções sobre os procedimentos de registros das

informações sobre o Programa.

Coleção Fazendo Arte: Atividades Lúdicas com o PIM

A coleção é uma importante ferramenta para o planejamento das

visitas domiciliares. Oferece uma série de atividades, jogos e

brincadeiras lúdicas para serem utilizadas junto às famílias pelos

visitadores.

Caderneta da Criança (Ministério da Saúde)

A Caderneta de Saúde da Criança é um documento importante para

acompanhar a saúde, o crescimento e o desenvolvimento da

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Guia de Orientação PCF/PIM

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criança, do nascimento até os 9 anos. A partir dos 10 anos a

caderneta a ser utilizada é a Caderneta de Saúde do Adolescente.

É um documento único para cada criança. A primeira parte é

dedicada a quem cuida da criança. Contém informações e

orientações para ajudar a cuidar melhor da saúde da criança.

Apresenta os direitos da criança e dos pais, orientações sobre o

registro de nascimento, amamentação e alimentação saudável,

vacinação, crescimento e desenvolvimento, sinais de perigo de

doenças graves, prevenção de acidentes e violências, entre outros.

A segunda parte é destinada aos profissionais de saúde, com espaço

para registro de informações importantes relacionadas à saúde da

criança. Contém, também, os gráficos de crescimento, instrumento

de vigilância do desenvolvimento e tabelas para registros das

vacinas aplicadas.

Caderneta da Gestante (Ministério da Saúde)

O Ministério da Saúde, em conjunto com as Secretarias de Saúde

Estaduais, Municipais e do Distrito Federal, elaborou esta

Caderneta da Gestante a qual se dedica a abordar vários assuntos

como: direitos antes e depois do parto, o cartão de consultas e

exames, possui espaço de anotação para dúvidas, dicas para uma

gravidez saudável e sinais de alerta, informações e orientações

sobre a gestação e o desenvolvimento do bebê, alguns cuidados de

saúde, o parto e o pós-parto, informações e orientações sobre

amamentação, como tirar a Certidão de Nascimento.

Os profissionais de saúde anotam nesta caderneta todos os dados

do pré-natal e registrará as consultas, os exames, as vacinas e o

que for importante para um bom acompanhamento do pré-natal.

Também proporciona espaço para a gestante anotar suas sensações

e seus sentimentos, coisas que queira dizer para seu bebê, e colar

fotografias.

A intersetorialidade na Vista Domiciliar (MDS)

Oferece às equipes locais subsídios para o fortalecimento da

atuação intersetorial na perspectiva de uma atenção integral às

famílias participantes do programa. Ele foi elaborado por um grupo

técnico interministerial, vinculado ao Comitê Gestor Nacional do

PCF, composto por integrantes das políticas setoriais de educação,

saúde, assistência social, cultura e direitos humanos. As

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Guia de Orientação PCF/PIM

26

orientações previstas neste documento têm o objetivo de apoiar a

elaboração de uma estratégia que qualifique o atendimento às

famílias participantes do programa, considerando demandas que

vão além da metodologia de estimulação do desenvolvimento

infantil, que será aplicada nas visitas domiciliares.

Oferece uma visão abrangente do conjunto de políticas previstas

no âmbito do governo federal presentes nos territórios, e sua

interface com o PCF. Espera-se que a partir da realização das

visitas e das demandas das famílias atendidas, o acesso às políticas

seja viabilizado.

É importante destacar, porém, que a efetivação da

intersetorialidade do programa dependerá de instâncias locais de

gestão do PCF e do desenvolvimento de uma agenda articulada em

âmbito local. É fundamental que a intersetorialidade na prática

cotidiana seja apoiada pelo alinhamento entre as políticas,

abrangendo o planejamento, o desenvolvimento e o

monitoramento das ações e os encaminhamentos realizados.

Como a visita domiciliar constitui parte fundamental do PCF, a

ação das equipes no território deverá estar em sintonia com essas

esferas de gestão do programa. Nesse sentido, o conhecimento dos

profissionais que atuarão no atendimento às famílias.

A Implementação das Visitas Domiciliares do Programa

Criança Feliz nos Territórios (MDS)

Documento estruturado para oferecer uma visão abrangente dos

processos de trabalho em relação à acolhida das famílias no

território e as formas de acesso o programa, tendo em vista a sua

perspectiva intersetorial. Soma-se a essa abordagem uma proposta

de “protocolo inicial”, ou seja, diretrizes gerais sobre as visitas

domiciliares que contemplam um conjunto de conceitos, definições

e orientações em relação aos cuidados éticos, questões e

concepções que orientam a metodologia das visitas e ainda

aspectos importantes vinculados ao planejamento, à organização e

à operacionalização das visitas nos territórios.

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Guia de Orientação PCF/PIM

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O Programa Bolsa Família e o Programa Criança Feliz

Perguntas e Respostas (para Visitadores do PCF)

Guia com informações sobre o Programa Bolsa família, suas

condicionalidades e qual o papel do Visitador no acompanhamento

das famílias.

A participação do SUAS no Programa Criança Feliz (MDS)

O Documento tem como objetivo abordar a participação do SUAS

no Programa Criança Feliz de modo a contribuir com gestores da

Política de Assistência Social, trabalhadores do SUAS, conselhos de

Assistência Social e rede socioassistencial e das demais políticas

nos processos de implantação e integração das ações do SUAS no

âmbito do Programa Criança Feliz.

Família Brasileira Fortalecida (Unicef)

Kit com cinco álbuns que explicam os cuidados necessários com as

crianças desde a gestação até 6 anos de idade, período de vida

determinante para o desenvolvimento integral de meninas e

meninos. Os Álbuns contém as seguintes temáticas: pré-natal,

parto e pós-parto, o primeiro mês de vida, criança do 2° ao 12°

mês, criança de 1 a 3 anos, criança de 4 a 6 anos.

Diretrizes de estimulação precoce

Publicação do Ministério da Saúde com o objetivo de oferecer

orientações às equipes multiprofissionais para o cuidado de

crianças, entre zero e 3 anos de idade; orientações voltadas às

ações de estimulação precoce do desenvolvimento

neuropsicomotor, principalmente em casos de alterações

decorrentes da Síndrome Congênita do Vírus Zika.

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Guia de Orientação PCF/PIM

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13.AÇÕES ESTADUAIS

As Secretarias Estaduais do Desenvolvimento Social, Trabalho, Justiça e Direitos

Humanos, da Educação, da Saúde e da Cultura, compõe o Grupo Técnico Estadual para a

execução do Programa Criança Feliz no Estado do Rio Grande do Sul, ao qual compete:

AÇÕES DO GRUPO TÉCNICO ESTADUAL

Coordenar o planejamento e a organização das ações do PCF/PIM no Estado; Gerenciar de forma compartilhada as ações, através de encontros sistemáticos (Comitê,

GT e assessorias conjuntas);

Organizar e executar Formação Inicial e Continuada para CG/GTM e Supervisores;

Orientar e acompanhar a implantação e/ou implementação do Programa PCF/PIM nos

municípios participantes no Estado;

Orientar e analisar a elaboração do Plano de Ação;

Realizar assessorias in loco aos municípios, que podem ser feitas em conjunto entre as

técnicas do DAS e do PIM ou individuais. (Neste ponto, por serem equipes de diferentes

Políticas, existem diferenças nos objetivos de suas assessorias);

Elaborar e complementar os materiais disponibilizados pela União e/ou Estado, que

incluam especificidades da realidade em âmbito estadual, observado os princípios das

ações;

Realizar seminários intersetoriais, oficinas de alinhamento, encontros, dentre outros,

sobre o Programa;

Prestar informações e apoio técnico ao Comitê Gestor Estadual e Municipal do CG/GTM;

Prestar e solicitar informações aos gestores municipais;

Fomentar a articulação da Rede de Serviços do município e dos territórios adscritos, no

sentido de integrar o PCF/PIM com as demais ações implementadas e correlacionadas,

otimizando e potencializando os recursos humanos existentes, acolhendo e/ou

encaminhando as famílias para o atendimento de suas necessidades essenciais,

otimizando as ações estratégicas do município para o fortalecimento da Atenção Básica

em Saúde, Educação Básica e Proteção Social.

Equipe Técnica do DAS

Equipe Técnica do PIM

Prestar apoio técnico, assessoria e

capacitação aos municípios em relação à

Prestar apoio técnico, assessoria e

capacitação aos municípios promovendo a

articulação intra e intersetorial das Redes

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Guia de Orientação PCF/PIM

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estrutura e funcionamento do PIM/PCF,

garantindo a articulação com a Assistência

Social;

Apoiar tecnicamente os municípios sobre como

executar os recursos financeiros e utilizar os

sistemas Prontuário Eletrônico do SUAS e

Conecta SUAS;

Monitorar os indicadores do PCF no SUAS

em âmbito estadual;

Realizar seminários intersetoriais, oficinas

de alinhamento, encontros, dentre outros,

sobre o PCF no âmbito do SUAS.

Realizar o monitoramento, das ações no

CAD SUAS, Prontuário SUAS

de Serviços, garantindo acesso e

integralidade de atendimento na rede da

Educação, Saúde e Assistência Social;

Realizar ações de educação permanente

em relação à metodologia das Visitas

domiciliares junto aos municípios;

Monitorar os indicadores de

desenvolvimento integral Infantil-MDII;

Apoiar tecnicamente os municípios sobre

como executar os recursos financeiros e

utilizar o Sistema de Informações do PIM-

SisPIM;

Produzir e analisar relatórios on line sobre

as ações executadas pelo Programa no

Estado, detalhando inclusive, a situação

de cada município.

Realizar o monitoramento, das ações no

SisPIM

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Guia de Orientação PCF/PIM

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REFERÊNCIAS:

BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome – MDS. Secretaria Nacional de Assistência Social – SNAS. Orientações Técnicas Centro de Referência de Assistência Social – CRAS. Brasília: MDS, 2009.

______. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome – MDS. Secretaria Nacional de Assistência Social. NOB-RH Anotada e Comentada. Brasília, DF: MDS,2012.

_______. Conselho Nacional de Assistência Social – CNAS. Resolução nº 17, de 20 de junho de 2011. Brasília, 2011.

_______. Conselho Nacional de Assistência Social – CNAS. Resolução nº 09, de 15 de abril de 2014. Brasília, 2014.

______. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome – MDS. Secretaria Nacional de Assistência Social. A participação do SUAS no Programa Criança Feliz. MDS. Brasília. 2017

disponível em:

http://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Cadernos/SUAS_no_Crian

caFeliz.pdf

Perguntas e respostas, disponível em: http://aplicacoes.mds.gov.br/snas/termoaceite/crianca_feliz_2016/documentos/PERGUNTAS_E_RESPOSTAS_SOBRE_O_PROGRAMA_PRIMEIRA_INFANCIA_NO_SUAS_V2811.pdf Site do PIM: http://www.pim.saude.rs.gov.br

Prontuário Eletrônico, Orientações para preenchimento. Site do MDS:http://www.mds.gov.br/