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GUIA DE REFERÊNCIA DE PROCESSADORES AMD Texto original do Fórum PCs – Disponível em: <http://blogs.forumpcs.com.br/espaco _aberto/ 2010/03/06/guia-de-processadores-amd>. Adaptações e correções: Prof. Carlos José Ano de referência: 2010 1 Introdução Assim como citado no Guia de Processadores Intel, os argumentos para a AMD são semelhantes, uma vez que não é mais possível escolher o processador ideal baseado apenas em sua frequência. Com uma ampla oferta de processadores em 45 nm, mais eficientes energeticamente e com maiores frequências, hoje temos uma grande variedade de modelos à nossa disposição. Mas ainda temos o fator de compatibilidade com placas mãe antigas (AM2 e AM2+), que tornam as coisas mais interessantes pra quem já tem uma plataforma AMD. FIGURA 1: Logotipo da AMD Fonte: Fórum PCs Porém, a escolha também é difícil, pois o que levar em consideração na hora de escolher o modelo “ideal”? Escolher entre processadores com 2, 3 e 4 núcleos? Com cache L3 ou sem? Modelos com maior frequência terão um custo x beneficio melhor? E para complicar ainda mais, vou de AM2+ ou AM3? Como podem ver, as opções, assim como as dúvidas, são muitas. Mas este guia vem justamente para lhe auxiliar, melhorando a compreensão dos modelos disponíveis, lhe auxiliando na escolha do modelo apropriado as suas necessidades. 1.1 Um pouco de história Até pouco tempo atrás, tudo que contava na escolha de um processador era a frequência (em MHz). Quanto maior melhor, tanto que nessa guerra a Advanced Micro Devices (AMD) foi a primeira a romper a barreira de 1 GHz com seu Atlhon, fato ocorrido em 2000. E de lá para cá, muita coisa mudou, tanto que a batalha dos GHz deixou de ser prioridade. Pouco tempo depois (2003) nasce a arquitetura K8, oitava geração de processadores da AMD, com vários atrativos tecnológicos. Chegam os primeiros processadores de 64 bits, Opteron e

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GUIA DE REFERÊNCIA DE PROCESSADORES AMD

Texto original do Fórum PCs – Disponível em: <http://blogs.forumpcs.com.br/espaco _aberto/

2010/03/06/guia-de-processadores-amd>. Adaptações e correções: Prof. Carlos José

Ano de referência: 2010

1 Introdução

Assim como citado no Guia de Processadores Intel, os argumentos para a AMD são semelhantes, uma vez que não é mais possível escolher o processador ideal baseado apenas em sua frequência. Com uma ampla oferta de processadores em 45 nm, mais eficientes energeticamente e com maiores frequências, hoje temos uma grande variedade de modelos à nossa disposição. Mas ainda temos o fator de compatibilidade com placas mãe antigas (AM2 e AM2+), que tornam as coisas mais interessantes pra quem já tem uma plataforma AMD.

FIGURA 1: Logotipo da AMD

Fonte: Fórum PCs

Porém, a escolha também é difícil, pois o que levar em consideração na hora de escolher o modelo “ideal”? Escolher entre processadores com 2, 3 e 4 núcleos? Com cache L3 ou sem? Modelos com maior frequência terão um custo x beneficio melhor? E para complicar ainda mais, vou de AM2+ ou AM3? Como podem ver, as opções, assim como as dúvidas, são muitas. Mas este guia vem justamente para lhe auxiliar, melhorando a compreensão dos modelos disponíveis, lhe auxiliando na escolha do modelo apropriado as suas necessidades.

1.1 Um pouco de história

Até pouco tempo atrás, tudo que contava na escolha de um processador era a frequência (em MHz). Quanto maior melhor, tanto que nessa guerra a Advanced Micro Devices (AMD) foi a primeira a romper a barreira de 1 GHz com seu Atlhon, fato ocorrido em 2000. E de lá para cá, muita coisa mudou, tanto que a batalha dos GHz deixou de ser prioridade.

Pouco tempo depois (2003) nasce a arquitetura K8, oitava geração de processadores da AMD, com vários atrativos tecnológicos. Chegam os primeiros processadores de 64 bits, Opteron e

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Althon64. Porém, seus benefícios estão sendo sentidos apenas agora, com implementações em softwares para esse fim e com módulos de memória com maior capacidade.

Em 2004 é a vez do primeiro dual-core nascer. Trata-se do Athlon64 x2, prometendo um grande poder de processamento em tarefas simultâneas (multi-tarefa) e maior eficiência.

Em 2006 é a vez do Phenom (primeiro quad-core monolítico – com quatro núcleos no mesmo encapsulamento) e sua arquitetura K10 verem a luz do dia.

2 A arquitetura K8

Em 2003 a AMD lança sua oitava geração de processadores, denominada K8. A arquitetura K8 trouxe consigo um grande salto tecnológico, não apenas para a AMD, mas também para todos os processadores posteriores, estabelecendo um padrão para aquilo que hoje nós conhecemos como processadores.

Serão listadas aqui algumas tecnologias implementadas nessa arquitetura, apenas para efeito de conhecimento, e para que seja perceptível sua evolução até os dias de hoje.

FIGURA 2: Athlon 64

Fonte: Fórum PCs

2.1 AMD64 – A era dos 64 bits

Os processadores da arquitetura K8 trouxeram junto com eles o conjunto de instruções de 64 bits, o AMD64, anteriormente chamado de x86-64. Apesar de já existir anteriormente processadores de 64 bits, estes não eram compatíveis com o padrão x86, o que tornou a tecnologia AMD64 algo novo, pois os novos processadores, mesmo utilizando o novo set de instruções, mantiveram compatibilidade com os padrões anteriores (softwares de 16 bits e 32 bits).

Uma das grandes vantagens do novo padrão foi o aumento do endereçamento de memória que o sistema pode “enxergar”, permitindo usar mais do que os 4 GB de memória RAM no sistema.

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Os programas que tiram proveito dessa tecnologia ainda não são muitos, mas já aparecem com maior frequência e os Sistemas Operacionais (SO) de 64 bits com certeza irão mudar ainda mais esse cenário. Mas o desempenho só é perceptível em programas que fazem uso intenso de memória e que utilizam uma grande quantidade de espaço para isso (além dos 4 GB). Para programas pequenos ou que o uso de memória não é tão intenso, a diferença de desempenho é mínima, pouco perceptível.

2.2 Controlador de Memória Integrado

O IMC (Integrated Memory Controller) ou controlador de memória integrado ao processador foi um forte avanço, que até então fazia parte do chipset (NB – North Bridge) e operava na mesma frequência que o mesmo. Com isso foi possível reduzir a latência nos acessos à memória e um aumento do desempenho de um modo geral em virtude da maior largura de banda disponível. O tão conhecido FSB (Front Side Bus) começou a se tornar gargalo para fazer toda a comunicação com periféricos e ainda levar e trazer informações de cópia e escrita da memória RAM até o chipset, deixando de ser usado nos processadores AMD (presente apenas em processadores Intel até hoje). Desta forma o controle de cópia e escrita de dados na memória RAM deixou de ser problema para o chipset e começou a ser função do processador. Toda a comunicação com as memórias do sistema sendo feita pelo controlador, sem ter que passar pelo FSB, tornou o sistema mais “esperto” e baixou a latência na comunicação, trazendo ótimos benefícios em desempenho para a arquitetura.

Nos primeiros modelos da série K8 a controladora de memória era de 64 bits (single channel) e isso permaneceu até a chegada do socket 939 e novos modelos para ele, quando a controladora passou a ser de 128 bits (dual channel) e utilizando ainda as memórias DDR(1) de 400 MHz. Esse quadro permaneceu mesmo no socket 940 (para servidores) e só mudou com a chegada do socket AM2 que conta com processadores com controladora de memória compatível com DDR2.

Mas nem tudo era alegria e a controladora de memória da micro-arquitetura K8 apresentava um problema por não operar realmente na mesma frequência das memórias, mas sim em uma frequência baseada em um divisor - o famoso “divisor de memória quebrado”. Esse divisor é resultado da divisão da frequência do processador pela frequência (base) da memória. Lembre-se que as memórias DDR tem sua frequência dobrada, pois transmitem 2 bits por pulso de clock. Então, memórias DDR2 800 tem sua frequência base de 400MHz, transmitindo 2 bits por pulso de clock, tornando-se 800 MHz efetivos.

Em um processador de 2200 MHz (2.2 GHz) usando memórias DDR2 800 (400 MHz de frequência base) a conta seria 2200 MHz / 400 MHz = 5,5. Como a controladora não pode operar com um divisor quebrado (5,5), ela utiliza o próximo número inteiro, que nesse caso será 6. Então a controladora divide o clock do processador pelo número do divisor, ficando assim: 2200 MHz / 6 = 366,67 MHz. Lembrando que as DDR transmitem 2 bits por pulso de clock, 366,67 x 2 = 733,34 MHz. Repare que nesse caso, mesmo a memória sendo DDR2 800, a controladora a enxergará como DDR2 de 734 MHz.

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2.3 Hyper Transport (HT)

O Hyper Transport é um barramento serial, ponto a ponto, com grande largura de banda e baixa latência, utilizado para ligar dispositivos. Foi projetado para eliminar os gargalos do sistema, substituindo o barramento frontal (FSB) que era utilizado para comunicação do processador com o chipset.

O padrão Hyper Transport foi desenvolvido pela AMD e posteriormente em conjunto com outras empresas foi fundado o Consórcio Hyper Transport (Hyper Transport Consortium), que gerencia e licencia o padrão Hyper Transport. Portanto, não é um padrão fechado (proprietário), mas exclusivo das empresas afiliadas a este consórcio.

A arquitetura K8 não foi a primeira a utilizar essa tecnologia. Ela já estava presente no nForce2, chipset da Nvidia para o antigo socket “A”, fazendo a ligação da ponte norte (North

Bridge) com a ponte sul (South Bridge). Na arquitetura K8 foi introduzido o padrão Hyper Transport 1.0 (800 MHz), atualizado pouco tempo depois para o 2.0 (1000 MHz) com a chegada do socket 939.

O Hyper Transport trabalha com duas linhas (paralelas) de comunicação, sendo uma para transmissão e outra para recepção (full-duplex), ambas operando à mesma frequência. Desta forma, a sua taxa efetiva é o dobro do clock real (frequência x 2). Por esse motivo os processadores AMD mencionam a frequência efetiva em suas especificações, pois se o barramento é de 800 MHz nos dois sentidos (transmissão/recepção), então se torna um barramento de 1600 MHz efetivos. Os processadores AMD64 usam Hyper Transport de 1600 MHz (800 MHz de clock real) ou 2000 MHz (1000 MHz clock real).

2.4 Cool´n´Quiet

A tecnologia AMD Cool´n´Quiet permite que o processador, quando não está sendo totalmente exigido, reduza sua frequência e a tensão (vCore) para economizar energia e reduzir a temperatura do processador. Desta forma o processador trabalha sob demanda. Quando não é necessária máxima potência, esta tecnologia diminui o clock e a tensão, entrando em modo de economia, e quando em tarefas mais exigentes, que necessitam de todo o poder de processamento, volta a frequência e a tensão nominais, trazendo o sistema novamente à plena carga. Tarefas rotineiras e simples, como navegar na Internet, usar planilhas eletrônicas e editores de texto não exigem quase nada do processador e nesses casos o processador pode operar em modo de economia de energia (Cool´n´quiet), agindo com mais eficiência e silêncio. O problema nisso é que quando apenas um núcleo está em plena carga, executando qualquer tarefa, ambos os núcleos estarão operando à mesma frequência e com a mesma tensão do núcleo, mesmo que o outro não seja exigido ou não esteja trabalhando, gerando assim desperdicio de energia e consequentemente um consumo desnecessário.

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3 Arquitetura K10

A micro-arquitetura K10 foi marcada pela passagem do processo de fabricação para os 65 nm, com o lançamento dos processadores Opteron (Barcelona) e Phenom (Agena). Por causa de dificuldades no processo de fabricação e complexidade em se fazer um quad core nativo (quatro núcleos no mesmo chip), a micro-arquitetura K10 foi marcada por atrasos no seu lançamento, que foi adiado por algumas vezes. Porém, mesmo depois de pronto apresentava problemas, entre eles, um chip grande, consumo alto, com frequências baixas e capacidade de overclock reduzida, apresentando um desempenho abaixo do esperado.

FIGURA 3: Arquitetura K10

Fonte: Fórum PCs

Além de tudo isso, os primeiros chips (revisão B2) apresentavam travamentos em situações muito extremas relacionadas, em especial, à virtualização, problema esse conhecido como o Bug do TLB (Translation Lookaside Buffer) que ocorria no cache L3 do processador. Tudo isso foi o suficiente para ofuscar as qualidades da micro-arquitetura K10, que só conseguiu ter mais “credibilidade” com a chegada da revisão B3, sem o bug do TLB, e com uma oferta maior de modelos disponíveis (um leve aumento nas frequências, maior potencial de overclock e menor consumo de energia, embora ainda elevado, se comparado ao padrão atual). Os processadores Phenom com revisão do núcleo B3 são identificados pelo final “50″ em seu código de modelo, como por exemplo o Phenom X3 8450.

O Phenom foi lançando com um novo socket (o AM2+) que, em especial traz a capacidade de fornecer tensões diferentes para os núcleos em si (vCore) e para o North Bridge interno do processador, onde fica a controladora de memória. Para os processadores baseados no socket AM2 a tensão é a mesma para os núcleos e para o North Bridge. O novo socket além de diminuir o consumo, pode facilitar o overclock, ao ser possível dar uma tensão maior apenas para o North Bridge, sem afetar o vCore dos núcleos.

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O Phenom é compatível com as placas mãe com socket AM2 (sem o +). Porém, nesse caso, não é possível utilizar as melhorias implantadas na arquitetura K10. Então o HyperTransport é obrigado a trabalhar no padrão 2.0 e o controle individual de tensão não funciona, fornecendo a mesma tensão tanto para os núcleos como para o North Bridge interno.

Este é mais um dos atrativos da nova arquitetura, pois não era preciso uma nova plataforma para “acomodar” o Phenom; bastava ter uma placa mãe AM2 (sem +) compatível e fazer atualização do BIOS para reconhecer os novos processadores. E da mesma forma, se a placa mãe suporta o Phenom, ela também pode suportar os processadores Phenom II, porém, do mesmo jeito, não terão suporte a Hyper Transport 3.0 e tensões individuais para núcleos e North Bridge, além de ser necessário um novo BIOS para reconhecê-los.

Nos próximos itens veremos as novidades da arquitetura K10.

3.1 Controladora de memória melhorada

As primeiras controladoras de memória da arquitetura K8 operavam com memórias DDR1 e posteriormente, com o lançamento do socket AM2 passaram a ser compatíveis com memórias DDR2 até 800MHz de frequência. Com o lançamento do Phenom e o seu novo socket AM2+, a nova controladora aceitava memórias DDR2 até 1066MHz. E desta vez passou a ter na realidade duas controladoras independentes de 64 bits cada (em dual channel), enquanto na arquitetura K8 (AM2) era apenas uma única de 128 bits (dual channel).

Na micro-arquitetura K10 foi corrigido o problema de divisor de memória quebrado, presente nos K8. As memórias começaram a operar em sua frequência real, e não o resultado baseado em divisores.

3.2 Memória Cache

O Phenom manteve o sistema de memória cache no nível 1 (L1) e nível 2 (L2) idênticos a geração K8, mas com pequenas implementações que as tornaram ligeiramente mais rápidas. A grande novidade aqui é que foi implementado um terceiro nível (cache L3) de 2 MB, esse sim compartilhado por todos os núcleos.

3.3 Hyper Transport 3.0

A partir dessa nova geração de processadores a AMD passou a usar o padrão Hyper

Transport 3.0. Com o novo padrão os processadores podem operar até 2600 MHz em cada sentido, ou seja, 5200 MHz efetivos. Com esse aumento é possível diminuir ainda mais a latência na comunicação e aumentar a largura de banda do sistema. Porém, nem mesmo os Phenom II (Deneb) utilizam todo o potencial que o padrão oferece. Atualmente o Deneb opera com o Hyper Transport a 4000 MHz (2000 MHz em cada sentido). Essa frequência extra talvez seja usada em novos modelos ou ainda futuramente poderão migrar para o padrão 3.1, que

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possibilitará operar até incríveis 6400 MHz (3200 MHz em cada sentido). O padrão atual (3.0) usado nos Phenom I e Phenom II não oferecem gargalos ao sistema, mesmo operando abaixo do limite da especificação 3.0.

3.4 Cool´n´Quiet

Na arquitetura K10 o sistema Cool´n´Quiet também recebeu melhorias. Agora o sistema atua independente em cada núcleo, reduzindo a frequência apenas nos núcleos ociosos, deixando apenas os núcleos utilizados em plena carga. Porém, a tensão para todos os núcleos será a mesma do núcleo que está trabalhando. Nessa nova geração o Cool´n´Quiet diminui a frequência do processador pela metade.

Uma grande melhoria também, é que agora o processador pode operar a qualquer freqüência entre o modo de economia e o modo normal. Assim, se uma tarefa exige pouco do processador, este pode operar em um modo intermediário. Em um processador de 2,4 GHz, o seu modo de economia será de 1,2 GHz. Então ele pode operar em qualquer frequência entre 1,2 GHz e 2,4 GHz, dependendo exclusivamente do quanto é exigido do processador para aquele trabalho.

O Cool´n´Quiet também atua sobre o North Bridge e a controladora de memória de forma independente dos núcleos, diminuindo o consumo quando ociosos ou quando pouco exigidos. Então é possível usar voltagens diferentes para os núcleos e para o NB e controladora de memória.

Outra novidade é o Cool Core, que permite desligar algumas partes do processador quando ociosos, como algumas pequenas partes de uma FPU (Floating-point unit -Unidade de ponto flutuante) ou até mesmo a unidade inteira, trazendo maior economia de energia ao sistema.

A grande desvantagem no sistema independente de frequência é que sistemas operacionais como o Windows fica alternando os processos entre os núcleos. Assim, pode acontecer de o sistema operacional jogar uma tarefa para um núcleo em modo de economia de energia. Porém, processos que exigem pouco do processador (como acessar menus em um programa, por exemplo), por serem muito rápidos, não são suficientes para disparar a frequência de potência máxima. Desta forma essa tarefa será executada em uma frequência baixa, prejudicando o seu desempenho.

3.5 Chip Toliman

O processo de fabricação de 65 nm gerou muitos chips defeituosos. Assim, muitos desses chips foram reaproveitados desativando as partes defeituosas e se tornaram mais tarde o Phenom x3, em que um dos núcleos era desativado. Assim, os Phenom x3 tem cache L2 de 1,5 MB (512KB por núcleo) e 2 MB de cache L3 (compartilhada).

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3.6 Chip Kuma

Da mesma forma o núcleo Kuma, dos Atlhon x2 da série 7000, são chips defeituosos em que dois núcleos são desativados (com seus respectivos cache L2). Assim, o Kuma tem 1 MB de cache L2 e 2 MB de cache L3.

Atualmente é muito difícil encontrar processadores Athlon 64, Athlon 64 x2, Sempron (arquitetura K8) e Phenom e Athlon “Kuma” (arquitetura K10) à venda, exceto usados. Para uma rápida consulta aos modelos dessa arquitetura basta dar uma olhada no artigo do Alexandre Ziebert, Tabela de Processadores AMD, no final deste artigo, onde é possível encontrar muitas informações e as principais características e especificações de cada modelo.

4 O AMD Phenom II (Deneb)

Após a compra da ATI em 2006, a AMD começou a poder oferecer uma plataforma completa, aliando processador + chipset + placa de vídeo sob a mesma marca. Essa união realmente prometia, e logo surgiram os primeiros resultados. Com o lançamento do chipset 780G (RS780), a AMD conseguiu dar um salto em qualidade e desempenho no vídeo integrado (on-board) ao chipset. Com um processador gráfico (GPU) Radeon HD3200 integrado com suporte à reprodução de vídeo de alta definição por hardware, Directx10 e controlador PCI-Express 2.0, foi o suficiente para conquistar muitos adeptos a essa plataforma.

FIGURA 4: O Phenom II

Fonte: Fórum PCs

Mas, mesmo com a linha Phenom, a AMD não conseguiu ser competitiva o suficiente contra os Core 2 Quad de 45 nm da Intel. O Phenom, em geral, tinha desempenho inferior e alto consumo. Então para oferecer uma plataforma mais forte, com melhor desempenho e consumo menor, a AMD lança o Phenom II e o seu núcleo Deneb, feito em 45 nm.

Para essa nova linha foram lançados primeiramente os modelos 920 e 940 sobre o socket AM2+. Mas os modelos seguintes foram lançados com um novo socket, o AM3. Assim como ocorreu com o Phenom, o Phenom II (e modelos seguintes) são compatíveis com a plataforma

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já existente, os sockets AM2 e AM2+, bastando apenas uma atualização do BIOS para poder reconhecê-los. As únicas exceções são as placas mãe que não suportam o primeiro Phenom, por não possuírem suporte para o Deneb (Phenom II).

Por serem os primeiros modelos, e sendo lançados sobre socket AM2+, os modelos 920 e 940 não são compatíveis com as placas mãe socket AM3. Elas só suportam processadores próprios para o socket AM3. A diferença física entre o AM2+ e o AM3 é que o primeiro tem 940 pinos enquanto o segundo tem 938 pinos. Desta forma processadores AM3 podem ser instalados em placas mãe socket AM2 e AM2+ (graças a sua controladora de memória, que suporta tanto DDR2 quanto DDR3), mas não é possível instalar processadores AM2+ em placas mãe AM3, devido aos dois pinos a menos.

FIGURA 5: Pinagem do Phenom II e do Phenom

Fonte: Fórum PCs

As melhorias mais significativas da nova arquitetura são as seguintes:

4.1 Cache L3

Não houve mudança no tamanho dos caches L1 e L2, sendo 128 KB de L1 (64 KB para dados + 64 KB para instruções) por núcleo, e 512 KB de L2 por núcleo. Porém o cache L3 é bem maior se comparado com o Phenom de primeira geração. Este passou de 2MB para 6MB, ficou mais rápido e ganhou algumas melhorias internas.

4.2 Controladora de memória

A controladora de memória foi melhorada e agora oferece suporte a DDR3 até 1333 MHz e a compatibilidade com memórias DDR2-800 e DDR2-1066 foi mantida. Isso significa que é

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possível utilizar os modelos tanto em placas mãe com socket AM2, AM2+ ou AM3, exceto os modelos Phenom II 920 e 940 que são compatíveis apenas com o socket AM2/AM2+.

Essa arquitetura também tem um bug no controlador de memória. Ao colocar 2 módulos por canal (4 módulos no total) com frequência de 1333 MHz, a frequência é reduzida para 1066MHz. Então ao utilizar uma configuração, por exemplo, 4 x 2 GB DDR3 – 1333 MHz (8GB), elas serão “classificadas” com frequência de 1066MHz. Em alguns casos há instabilidade e o sistema pode travar. Apesar de não ser um problema “grave”, pois a configuração mais comum é com 2 módulos, sendo um por canal, esse bug atinge os processadores com revisão C2. Para a revisão C3 a AMD corrigiu esse problema.

4.3 Cool´n´Quiet 3.0

No Phenom II o problema do Cool´n´quiet foi corrigido. Agora sempre que um dos núcleos estiver trabalhando, os demais serão aumentados também, evitando de um processo cair em um dos núcleos ociosos, pois todos estarão prontos para trabalhar. Mas agora o Cool´n´Quiet deixa o processador mais “calmo”, trazendo a frequência para apenas 800 MHz.

Algumas melhorias foram implantadas no sistema de troca entre o modo normal e de economia, mais eficiente e menos perceptível. Agora o sistema é mais eficiente e detecta de uma forma mais precisa as exigências dos núcleos, aumentando a frequência com mais agilidade. A queda no desempenho do Phenom II com Cool´n´quiet ligado é quase imperceptível, ao contrário do Phenom de primeira geração, cujo desempenho diminuía bastante com o recurso ligado, mas que era totalmente necessário para economia.

4.4 Hyper Transport

Continua sendo o 3.0, mas sua frequência foi ampliada para 4000 MHz (2000 MHz em cada sentido) em todos os modelos.

5 Entendendo os Chips

Apesar do processo de fabricação em 45 nm da AMD apresentar um bom rendimento, ainda assim alguns chips apresentam algum defeito ou problema em uma das partes do mesmo. Através de testes internos é identificada a parte ruim ou defeituosa do chip e esta é desativada, para então dar origem a outros modelos.

A nova linha é composta basicamente por três núcleos distintos, que são: Deneb, Propus e Regor. Quando um destes núcleos apresentam algum defeito, desativa-se a parte defeituosa e eles se tornam outros modelos de especificações menores. Apesar de parecer simples entender qual núcleo é usado em cada série, na realidade não é tão fácil assim, por isso vamos explicar melhor.

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FIGURA 6: Os chips Deneb, Propus e Regor

Fonte: Fórum PCs

5.1 Deneb

O Deneb é um chip grande, medindo aproximadamente 258 mm2 e são os chips em sua plena forma, com todas as tecnologias e tudo o que a micro-arquitetura pode oferecer (quad core). São usados na linha Phenom II x4 série 900. Através dele são formados outros 3 núcleos, um para cada família de modelos, que são Deneb (com cache L2 reduzido), Heka e Callisto. Os três nada mais são do que chips Deneb com partes desativadas.

O Deneb-4M é um Chip Deneb com cache L3 reduzido para 4MB. São usados nos modelos Phenom II x4 série 800.

O Heka é um Chip Deneb com um núcleo desativado e consequentemente, o seu cache L1 e L2. São usado nos modelos Phenom II x3 série 700.

O Callisto é um Chip Deneb com dois núcleos desativados e consequentemente, os seus cache L1 e L2. São usado nos modelos Phenom II x2 série 500.

5.2 Propus

Mede aproximadamente 169 mm2, bem menor que o Deneb, por isso tem um custo unitário bem menor, pois é possível produzir mais chips no mesmo wafer de silício. Também é um chip quad core. A grande diferença aqui em relação ao seu irmão maior, Deneb, é que o Propus não tem a presença física de cache L3. O chip já foi desenvolvido sem o cache L3 para baratear sua produção, ser um chip menor, consumir menos e assim gerar menos calor. São usados nos modelos Athlon II x4 série 600.

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O Rana é um chip Propus com um dos núcleos desativados, se tornando assim um processador de três núcleos. São usados nos modelos Athlon II x3 série 400.

5.3 Regor

Mede aproximadamente 117 mm2. Isso é menos do que a metade do Deneb. Sendo assim, esse chip apresenta um ótimo rendimento por wafer de silício, tornando o seu preço mais atrativo. É um dual core sem cache L3, porém, seu cache L2 é maior, ficando com 1MB para cada núcleo. São usados nos modelos Athlon II x2 série 200.

Repare que não existe uma série 300 (ainda). Talvez a AMD esteja reservando para essa lacuna, chips Propus com 2 núcleos desativados. É aguardar para ver.

6 Advanced Clock Calibration

O ACC (Advanced Clock Calibration) é uma função que permite ao processador atingir frequências maiores usando uma tensão menor, melhorando seu potencial de overclock. Essa função foi integrada aos South Bridges (ponte sul) SB710 e SB750. Funciona tanto para o Phenom I como o Phenom II, porém, não há maiores informações de seu funcionamento. Entretanto o ACC é muito conhecido e polêmico, não por essas funções, mas sim por mudar a “identidade” de alguns modelos de processadores, ativando núcleos adormecidos e em alguns casos liberando o cache L3 desativado. Essa função não está relacionada com a arquitetura em si, mas sim com a ponte sul SB710 e SB750. Então essa função depende da placa mãe utilizar esses chips ou não.

Depois de algum tempo a AMD corrigiu essa “falha” e repassou para os fabricantes a correção, porém, mesmo assim, alguns fabricantes implementaram o novo código, mas mantiveram o código antigo dentro do BIOS para o usuário escolher se quer usá-la ou não. Algumas motherboards ainda oferecem opções de quantos núcleos reativar (transformando um Phenom II X2 em X3 ou X4). O nome dessa função depende de fabricante da placa mãe. Em outros casos, o fabricante optou por atualizar o código completamente, nesses casos, basta simplesmente usar uma versão de BIOS mais antiga, que tenha o ACC (antigo) implementado.

Apenas para deixar bem claro ao leitor, que não são todos os processadores que podem ter ativadas as partes adormecidas. Essas partes não passaram nos testes da AMD e foram desativadas por algum motivo. Então não há como saber a gravidade dos problemas nessas partes adormecidas. Portanto, pode acontecer de determinados processadores conseguirem ativar todas as partes, como pode ocorrer que após a reativação o processador travar na tela de boot do SO, ou simplesmente não dar POST. Então, tudo aqui é uma loteria, desde a escolha do modelo, até a sua reativação e testes de estabilidade.

Recomendamos após ativar as partes adormecidas dos modelos, usarem programas de testes de stress de CPU, e rodá-los por um bom tempo, para assim assegurar a estabilidade do

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sistema. Há bons relatos de processadores que foram ativadas as partes adormecidas e, além disso, permitiram fazer um bom overclock.

7 As séries do AMD Phenom II

7.1 Phenom x4 Série 900

O Phenom II x4 série 900 utiliza o chip Deneb, com 128 KB de Cache L1 e 512 KB de cache L2 por núcleo, e um total de 6 MB de cache L3 compartilhado por todos os núcleos e com todos os recursos da nova arquitetura.

Modelos com “E” no final são “Energy Efficient”, mais econômicos. Infelizmente não é tão fácil encontra-los e seu preço é maior em relação aos outros. Então é bom verificar se o preço a mais realmente compensa a economia de energia.

Os modelos com o “BE” no final são Black Edition, que tem o seu multiplicador destravado, facilitando o overclock.

7.2 Phenom x3 Série 700

A linha Phenom II x3 série 700 utiliza o chip Deneb, porém, com um núcleo desativado e consequentemente seus caches L1 e L2 também. O cache L3 permanece inalterado, sendo de 6 MB. O codinome desse chip é Heka. Ativando o ACC no BIOS, há a possibilidade de ativar novamente o núcleo adormecido, tornando-o assim um Phenom II x4 da série 900.

7.3 Phenom II x2 Série 500

A linha Phenom II x2 série 500 também utiliza o chip Deneb, mas, com dois núcleos desativados e consequentemente os seus caches L1 e L2 também. Permanecem os 6 MB de cache L3 do Deneb original. O codinome desse chip é Callisto. Ativando o ACC na bios, há possibilidade de ativar novamente um dos núcleos, transformando assim ele em um modelo Phenom II x3 da série 700, ou ativar os dois núcleos adormecidos, tornando-o assim um Phenom II x4 da série 900 novamente.

8 As séries do AMD Athon II

8.1 Athlon II x4 Série 600

Resurgindo novamente, após ter sido “morto” na arquitetura anterior, o nome Athlon ressuscita agora com o nome de Athlon II. A AMD preparou o chip Propus para ele, um chip menor em

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comparação com o Deneb e que não tem o cache L3. O chip conta com 128 KB de cache L1 e 512 KB de cache L2 por núcleo.

8.2 Athlon II x3 Série 400

A linha Athlon II x3 série 400 utiliza o mesmo chip Propus, porém, com um dos núcleos desativados e junto com ele o seu cache L1 e L2. O chip conta com 128 KB de cache L1 e 512 KB de cache L2 por núcleo. Ativando o ACC no BIOS há possibilidade de ativar novamente o núcleo adormecido, transformando o processador em um Athlon II x4 série 600.

8.3 Athlon II x2 Série 200

A linha Athlon II x2 série 200 utiliza o chip Regor, menor em relação ao Propus e muito menor em relação ao Deneb. Trata-se de um chip dual-core nativo, com cache L1 igual aos demais e com ausência de cache L3. Mas o seu cache L2 foi aumentado de 512 KB para 1 MB por núcleo.

8.4 Sempron Série 100 (Single Core)

A linha Sempron utiliza o chip Regor, mas com um dos núcleos desativado e junto com ele os seus caches L1 e L2. Permanece assim, apenas 128 KB de L1 e 1 MB de L2 para o núcleo ativo. Ativando o ACC no BIOS, há possibilidade de ativar novamente o núcleo adormecido, tornando-o assim um Athlon II x2 da série 200.

9 Conclusão

Entre tantos modelos, com custo tão próximos entre si, qual escolher? Essa tarefa não é fácil, mas baseado em pesquisas deste fórum, as opções mais prováveis para escolha do processador para desktops é a seguinte:

9.1 Básico

Para aqueles que o desempenho não é um fator tão decisivo na hora de escolher o processador mas sim o preço, o Athlon II x2 240, com sua frequência alta (2,8 GHz) e seu baixo consumo (65 w) é um ótimo custo x benefício. Para tarefas básicas como uso home/office e jogos eventuais. Por um excelente preço, de aproximadamente R$ 120,00, é uma ótima opção frente aos Celeron E3000, pois tem uma arquitetura melhor e uma expectativa de vida maior. Também é uma ótima opção para aqueles que possuem um Athlon 64 x2 e desejam fazer upgrade, pois vão ter praticamente o mesmo desempenho, mas com um consumo menor e melhorias significativas na arquitetura.

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9.2 Moderado

Para um uso mais intenso, ainda baseado em tarefas leves, que exigem um desempenho moderado, rodar jogos leves, e eventualmente alguns programas pesados, o Athlon II x3 435 vai dar conta do recado. Com desempenho similar aos Core 2 Duo E7400 e E7500, mas com um preço inferior, em média de R$ 240,00, leva vantagem sobre os Core 2 Duo E6000 e sobre os Pentium Dual Core. São uma boa opção de upgrade, pois tem desempenho similar aos Phenom primeira geração, mas com um consumo menor. E ainda existe a possibilidade de desbloquear o núcleo adormecido tornando-o assim um Athlon II x4 635.

9.3 Intermediário

Para uso mais intenso, jogos mais atuais, edição de áudio e vídeo, e programas pesados, o Phenom II x4 925 é uma boa pedida. Com excelente preço (cerca de R$ 320,00) e desempenho compatível com os Core 2 Quad Q9000, leva vantagem pelos detalhes da arquitetura superior e com uma expectativa de vida maior da plataforma. Uma ótima opção de upgrade para aqueles que estão com o Phenom I, por um preço justo e um desempenho superior aos mesmos.

9.4 Extreme

Para todo e qualquer tipo de uso, o Phenom II x4 965 BE atende a todos os gostos. Sua frequência alta o deixa em pé de igualdade em jogos com os poderosos Core i7, ficando um pouco atrás em tarefas mais exigentes como programas After Effects e 3DMax. Porém, seu preço compensa, que por sinal está até mesmo mais em conta que o Core i5 750. Além de ser um Black Edition, o que facilita ainda mais o overclock e deixa o seu desempenho mais compatível com os Core i7, são sem dúvida uma ótima opção de upgrade de quem tem o Phenom de primeira geração e até mesmo para aqueles que possuem plataforma Intel básica, pois a mudança não terá um custo tão alto assim.

A Advanced Micro Devices, ou simplesmente AMD, mesmo com faturamento e investimento em pesquisa e desenvolvimento bem menor frente a sua eterna rival, a Intel, conseguiu implantar muitas das tecnologias dos processadores que hoje temos e usamos com frequência (a era dos 64 bits, controladora de memória integrada e do barramento Hyper Transport entre outros). Teve seu auge com os Athlon e Athlon 64, mas, depois de tudo experimentou um tempo amargo com a sua arquitetura K10, que mais adiante conseguiu amenizar e reverter tornando-a uma arquitetura mais eficiente.

O modelo mais barato da linha está na faixa de R$ 100,00 enquanto é possível encontrar o mais caro em média por R$ 470,00. É uma diferença pequena entre os dois extremos, onde temos o menor desempenho da linha e melhor que essa arquitetura pode oferecer. Brevemente

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serão lançados os processadores hexa-core (6 núcleos) e ao que tudo indica serão compatíveis com as placas mãe AM3 e AM2+ existentes.

Os preços de placas mãe AM3 estão em queda, e já é possível encontrar ótimas opções com chipset 785G por menos de R$ 300,00. Então, já é momento de investir em plataforma AM3 ao invés de AM2+, pois as opções de upgrades futuros serão bem maiores, fora os recursos da plataforma em si. E além disso logo teremos novas placas mãe baseadas no chipset AMD 890GX que será lançado em breve.