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SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DE MINAS GERAIS GUIA DO DIRETOR ESCOLAR Subsecretaria de Desenvolvimento da Educação Básica Superintendência da Educação Infantil e Fundamental Diretoria de Ensino Fundamental

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    SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAO DE MINAS GERAIS

    GUIA DO DIRETOR ESCOLAR

    Subsecretaria de Desenvolvimento da Educao BsicaSuperintendncia da Educao Infantil e Fundamental

    Diretoria de Ensino Fundamental

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    GovernadorAcio Neves da Cunha

    Vice GovernadorAntnio Augusto Junho Anastasia

    Secretria de Estado de EducaoVanessa Guimares Pinto

    Chefe de GabineteFelipe Estbile Moraes

    Secretrio Adjunto de EducaoJoo Antnio Filocre Saraiva

    Subsecretria de Desenvolvimento da Educao BsicaRaquel Elizabete de Souza Santos

    Subsecretria de Informaes e Tecnologias EducacionaisSnia Andre Cruz

    Subsecretria de Gesto de Recursos HumanosMaria Eliane Novaes

    Subsecretrio de Administrao do Sistema de EducaoGilberto Jos Rezende dos Santos

    Superintendente de Educao Infantil e FundamentalMaria das Graas Pedrosa Bittencourt

    Diretora de Ensino FundamentalMaria Helena Brasileiro

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    GUIA DO DIRETORESCOLAR SEE MG

    Instrumento didtico destinado a orientao e suportedo trabalho do Diretor Escolar.

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    CARTA AO DIRETOR

    Prezado Diretor Escolar,

    Numa sociedade envolvida pelos processos de democratizao, descentralizao e

    transformao do ambiente educacional, o papel do Gestor Escolar, face a estes desafios, torna-

    se essencial para o direcionamento da educao, visando ao seu foco maior: a aprendizagem

    dos alunos.

    A Escola precisa ser, hoje, o lugar onde toda a comunidade escolar Diretor,

    Especialistas, Professores, Servidores da Secretaria e dos Servios Gerais, Pais e Alunos atua como articuladora e transformadora da realidade. Para tanto, o Diretor Escolar, mais

    que um administrador, deve exercer sua misso de verdadeiro lder da Escola, conciliando

    as demandas burocrticas e pedaggicas, estimulando a participao dos pais e comunidade,

    gerindo os recursos pblicos, formando seus professores e funcionrios, trabalhando as relaes

    interpessoais, tudo para garantir que todos os alunos progridam.

    Fazer isto significa caminhar em direo ao cumprimento das metas pactuadas

    pela Escola com sua comunidade escolar e em direo, tambm, ao cumprimento das metas

    prioritrias da Secretaria de Estado de Educao: reduzir as diferenas educacionais regionais,

    melhorar o desempenho escolar dos alunos, elevar os ndices de proficincia mdia e garantirque toda criana esteja lendo e escrevendo at os oito anos de idade.

    Este Guia do Diretor Escolar, que ora colocamos em suas mos, pretende ser um

    instrumento de auxlio, orientao e consulta para ajud-lo a fazer esta caminhada com sucesso.

    Neste sentido, o Guia no o fim, mas, sim, o incio de um processo direcionado organizao

    e ao funcionamento de uma Escola mais ativa, democrtica, voltada para incluso educacional

    e social do aluno e, sobretudo, focada na aprendizagem deste aluno. Este Guia no traz consigo

    receita pronta, no est fechado nem concludo, mas aberto complementao a partir de sua

    criatividade e experincia.

    Guimares Rosa nos ensina que devagar que o escuro fica claro. Que voc,Diretor, realize este seu trabalho desafiador com pacincia, persistncia e confiana, sem

    esquecer o toque de audcia, para que possa unir a todos da comunidade escolar no compromisso

    de construo da Escola que faz a diferena.

    Bom trabalho!

    Secretaria de Estado de Educao

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    SUMRIO

    1 - APRESENTAO .............................................................................................................11

    2 - DIALOGANDO COM O DIRETOR ESCOLAR .............................................................. 12

    3 - COMPETNCIAS DO DIRETOR ESCOLAR ................................................................. 15

    3.1 Gesto Pedaggica: eixo do trabalho da Escola ............................................................. 15

    3.2 - Gesto Administrativa: direcionamento compartilhado ..................................................46

    3.3 - Gesto Financeira: suporte e execuo transparente .......................................................72

    4 - PROVIMENTO DO CARGO DE DIRETOR ESCOLAR ................................................ 76

    4.1 - Termo de Compromisso do Diretor Escolar e Vice-Diretor ........................................... 76

    4.2 - O PROGESTO em Minas Gerais ................................................................................785 - AGENDA DO DIRETOR ESCOLAR .............................................................................. 79

    6 - PAINEL PEDAGGICO ................................................................................................... 90

    7 - DICAS PARA UMA GESTO DE SUCESSO .................................................................97

    8 - CONSIDERAES FINAIS .............................................................................................99

    9- SUGESTES DE INSTRUMENTOS DE APOIO PEDAGGICO ................................ 100

    10- BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................. 118

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    1 - APRESENTAO

    Este Guia do Diretor Escolar tem por finalidade subsidiar os gestores no

    desenvolvimento do trabalho nos diferentes contextos escolares, abrangendo os processos

    de planejamento, implementao e avaliao das aes pedaggicas, administrativas e

    financeiras.

    O eixo norteador deste instrumento a Gesto Pedaggica, desafio maior a ser

    enfrentado pelo Diretor, que precisa, no seu dia a dia, dar conta, tambm, da gesto dos recursos

    financeiros, do espao fsico, das questes legais, das relaes interpessoais e da interao

    com a comunidade escolar. No entanto, todas estas gestes devem girar em torno do eixo

    pedaggico, da aprendizagem dos alunos, razo de ser de toda a Escola.

    Para a construo deste Guia, foram ouvidos inmeros educadores, muitos

    vivenciando a experincia na Direo de Escolas, outros na Equipe Pedaggica das

    Superintendncias Regionais de Ensino, outros na Equipe Central da SEE, Professores das

    Escolas, alm de pesquisas e estudos tericos relacionados Gesto Escolar. Assim, o Guia do

    Diretor Escolar no pretende ser uma lista de aes a ser seguida de forma automtica, mas,

    sim, ser um instrumento de reflexo sobre a prtica da gesto, com propostas de aes abertas

    ao dilogo e ao comprometimento coletivo de todos os que, na Escola, querem e podem fazer

    a diferena.Toda a estrutura deste Guia est voltada para reflexo sobre o sentido, a importncia

    e o significado da atuao do Diretor como lder e articulador de demandas e solues para

    a aprendizagem dos alunos, funo social prioritria da Escola. Esperamos que cada tema

    abordado seja analisado e discutido por aqueles que esto frente da direo das Escolas,

    para que, a partir dele, possam construir novas concepes, novos conhecimentos e, sobretudo,

    possam criar novas prticas e espaos de interao que busquem identificar e solucionar as

    demandas e necessidades do cotidiano escolar.

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    2 - DIALOGANDO COM O DIRETOR ESCOLAR

    Gesto (do latim gestio nis) significa ato de gerir, gerncia, administrao,

    (Holanda Ferreira, 1999, p. 985).

    Gesto administrao, tomada de deciso, organizao, direo. Relaciona-se

    com a atividade de impulsionar uma organizao a atingir seus objetivos, cumprir sua funo,

    desempenhar seu papel.

    A gesto da Educao responsvel por garantir a qualidade de uma mediao

    no seio da prtica social global (Saviani, 1980:120), que se constitui no nico mecanismo de

    hominizao do ser humano, que a educao, a formao humana de cidados. Seus princpios

    so os princpios da educao que a gesto assegura serem cumpridos uma educao

    comprometida com a sabedoria de viver junto respeitando as diferenas, comprometida com a

    construo de um mundo mais humano e justo para todos que nele habitam, independentemente

    de raa, cor, credo ou opo de vida.

    Uma gesto democrtica requer a participao da comunidade escolar nos processos

    que se evoluem em permanente formulao e em implementao coletiva de metas, objetivos,

    estratgias e procedimentos da Escola, quer sejam a respeito dos aspectos pedaggicos, quer

    sejam relativos gesto administrativa, dos recursos humanos e financeiros. Portanto, Diretor,

    necessrio que a gesto escolar seja compartilhada, coletiva, participativa, democrtica eque todos juntos - diretor, pais, comunidade, professores, alunos, funcionrios - busquem

    caminhos, solues para os entraves e consigam realizar o sonho coletivo: todos os alunos

    aprendendo.

    Ao entrarmos em uma Escola, j podemos observar as caractersticas do Diretor,

    pois a marca da administrao e da liderana fica evidente em todos os seus espaos. Escolas

    que apresentam um ambiente tranqilo e, portanto, propiciam boas condies de ensino e

    aprendizagem, so aquelas em que o Diretor lder e bom administrador.

    Neste sentido, vamos rever algumas caractersticas que compem o perfi

    l do DiretorEscolar:

    . Ter predisposio para o trabalho coletivo - A participao, o dilogo, a autonomia, a

    responsabilidade so prticas indispensveis ao gestor democrtico. A descentralizao do

    poder deve ser entendida como mtodo de trabalho coletivo que delega, divide atribuies e

    responsabilidades;

    . Ser articulador Lder cooperativo, algum que consegue aglutinar as aspiraes, os desejos,

    as expectativas da Comunidade Escolar e articula a adeso de todos os segmentos na gesto dos

    Projetos e Planos da Escola.

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    . Ter iniciativa, firmeza de propsito para realizao de aes Suavidade nos modos e

    firmeza na ao como posturas bsicas;

    . Conhecer os assuntos tcnicos, pedaggicos, administrativos, financeiros e legislativos.

    O diretor escolar ter que ter e demonstrar competncia tcnica e qualificao para exercer as

    atribuies da funo que exerce. O Diretor deve, portanto, acompanhar o processo de ensino,

    analisar os resultados, fazer compartilhar as experincias docentes bem sucedidas de formao

    continuada entre o grupo de professores para o aprimoramento das prticas pedaggicas;

    . Ter esprito tico e solidrio Cultivar um clima de trabalho positivo, fundamentado no

    respeito mtuo, no reconhecimento e valorizao das pessoas e da contribuio de cada uma na

    construo de uma Escola de qualidade;

    . Conhecer a realidade da Escola Escola que temos. Escola que queremos. Em que contexto

    social a Escola est inserida? Quais e quem so os usurios da Escola? O que esses usurios

    esperam da Escola e o que eles buscam? Os alunos esto aprendendo? Quais so os anseios e

    as reais necessidades dos alunos, pais e professores? Os resultados das avaliaes internas e

    externas mostram ndices de aprendizagem satisfatrios?

    . Defender a Educao Zelar pelo bom nome da Escola desenvolver aes positivas que de

    fato divulguem o bom nome da Instituio. fazer com que todos os alunos aprendam, zelar

    pelo melhor ensino e pela educao de qualidade. atingimento das metas pactuadas.

    . Ter liderana democrtica e capacidade de mediao Cultura do querer fazer, no lugardo deve fazer. Exercer uma liderana entendida como habilidade de influenciar as pessoas

    para trabalharem visando atingir objetivos comuns, inspirando confiana por meio da fora

    do carter (J.C. HUNTER), sabendo que Liderar comunicar s pessoas seu valor e seu

    potencial de forma to clara que elas acabem por v-los em si mesmas.

    . Ser capaz de auto-avaliar-se e promover a avaliao do grupo Todos avaliam e todos so

    avaliados. Acompanhamento e avaliao sistemtica com finalidade pedaggica: diagnstico,

    acompanhamento dos trabalhos, reorientao de rumos e aes, tomada de deciso, Plano de

    Interveno Pedaggica.. Ser transparente e coerente nas aes Ser tico, correto no que se prope a realizar e no

    que realiza; fazer com eficincia e eficcia.

    . Ser ntegro, ter presena, proatividade, entusiasmo, criatividade, iniciativa, enfim, ter

    paixo pelo que faz.

    Assim o Diretor da Escola deve vivenciar, na sua vida pessoal e profissional, alguns princpios

    e valores que lhe possibilitem:

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    Realizar uma gesto democrtica acreditar que todos possam encontrar caminhos

    para atender melhor aos anseios da comunidade escolar, gesto esta mediada pelos princpios

    fundamentais da descentralizao, participao e transparncia.

    assim, compartilhando planos, decises e aes, avaliando e replanejando

    processos, que o Diretor Escolar possibilitar a sua Escola e a todos que a somam esforos,

    atingir as metas pactuadas. Isso porque o gestor lder volta suas aes para os bons resultados

    da educao e esse objetivo buscado pela diviso de tarefas, por assumir aquelas no

    delegveis, por integrar idias e aes de forma a se solidificar um grande compromisso com as

    famlias e comunidade envolvidas.

    . responsabilizar-se, antes de tudo, pelas aes de natureza pedaggica, colocando-as como

    eixo de seu trabalho. Essas aes dizem respeito gesto do Projeto Pedaggico da Escola,

    do Currculo, do Plano de Interveno Pedaggica, do desenvolvimento profissional e da

    avaliao, ou seja, a questo dos prprios elementos que constituem a natureza da atividade

    escolar. Todos os membros da equipe escolar devem estar envolvidos nessas aes, mas a

    responsabilidade direta sobre elas da competncia de quem dirige a Escola;

    . propor e planejar aes, observando, pesquisando e refletindo sobre o cotidiano escolar;

    . responsabilizar-se pela administrao de pessoal, de recursos materiais, financeiros e

    pedaggicos, e do patrimnio escolar;

    . estimular a participao dos colegiados e das instituies escolares, valorizando a gesto

    participativa fortalecendo o vnculo com a comunidade local e estabelecendo parcerias que

    promovam enriquecimento do trabalho da Escola e da comunidade em que ela se insere;

    . compreender os condicionamentos polticos e sociais para promover maior integrao

    com a comunidade;

    . promover aes de formao continuada de sua equipe, compartilhando informaes,

    garantindo assistncia pedaggica aos professores e o aprimoramento profissional de

    todos;

    . incorporar, em sua prtica, valores, atitudes e sentido de justia essenciais ao convvio

    social, tico e solidrio;

    . divulgar para a comunidade escolar os resultados das avaliaes internas e externas eplanejar com sua equipe alternativas de aes de interveno pedaggica para melhorar o

    desempenho dos alunos e, conseqentemente, a qualidade do ensino na Escola;

    . compartilhar e pactuar as metas estabelecidas pela SEE/MG com toda a comunidade

    escolar, envolvendo a todos no desafio e compromisso em atingi-las.

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    3 - COMPETNCIAS DO DIRETOR ESCOLAR

    Dar foco Gesto Pedaggica a exigncia primordial da Escola que queremos

    hoje: tempo de avaliao externa, de constatao do desempenho do aluno e da Escola, de

    definio e de pactuao de metas, de Plano de Interveno Pedaggica, de padres bsicos de

    ensino e de aprendizagem. Neste contexto, cabe ao Diretor Escolar articular todas as formas da

    gesto, direcionando-as para o foco central do fazer da Escola: o ensinar e o aprender. Tudo que

    a se faz s tem real significado se o professor ensina e o aluno aprende.

    Assim, a Gesto Financeira tem por objetivo cuidar para que os investimentos

    sejam empregados na conservao do prdio e do patrimnio escolar, na aquisio do material

    necessrio ao funcionamento da Escola, na capacitao e aperfeioamento dos profissionais

    da educao, na avaliao da aprendizagem, na aquisio de material didtico-pedaggico,

    e, sobretudo, no desenvolvimento e implementao do Projeto Pedaggico. Administrar a

    instituio escolar, nesse aspecto, significa fazer escolhas, mas escolhas coletivas. empregar,

    com a participao da comunidade escolar, os recursos de que a Escola dispe, para que, com

    eqidade, sejam dispostos a servio das prioridades de seu Projeto Pedaggico.

    Quanto ao direcionamento administrativo, do cumprimento das leis e planos da

    Escola consecuo do processo pedaggico e suas implicaes, da vida escolar dos alunos e

    seu desempenho na aprendizagem aos processos burocrticos dos registros, do zelo pela vida

    funcional de seus servidores ao emprego transparente dos mecanismos de democratizao da

    Escola, todo esse fazer deve ter por objetivo possibilitar Escola maximizar ainda mais seuspontos fortes e minimizar os pontos fracos, buscando o sucesso no desempenho de todos.

    , por assim pensar a Escola, que esse Guia passa a discutir os seguintes aspectos

    da gesto escolar:

    3.1 Gesto Pedaggica

    3.2 Gesto Administrativa

    3.3 Gesto Financeira

    3.1 Gesto Pedaggica: Eixo do Trabalho da EscolaAs diversas facetas da gesto tm um foco privilegiado que determina sua finalidadeprincipal: o Processo Pedaggico. Assim, assentadas em aes meio (pessoal, material,

    patrimnio,finanas), buscam viabilizar o objetivo da Escola o conhecimento, a aprendizagem

    dos alunos.

    A liderana do Diretor tem de privilegiar o bom andamento do processo pedaggico.

    Garantir o sucesso dos alunos e propiciar aes que impeam o fracasso so propsitos que

    devem se constituir permanentes. Projeto Pedaggico da Escola, Avaliao Interna e Externa

    da Aprendizagem, Plano de Interveno Pedaggica representam o ciclo da Escola, e todos

    tm de se conscientizar de que essas prticas possibilitaro a aprendizagem a todos e em todos

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    os tempos da Escola, sendo responsabilidade coletiva. Para isso, so definidas e pactuadas as

    metas de desempenho de cada Escola de Minas Gerais.

    Na Gesto Pedaggica, deve-se considerar o desenvolvimento curricular e todas

    as suas implicaes no fazer da Escola. Falar dele falar de Ensino-Aprendizagem. tratar

    de um conjunto de aes que cooperam para a formao humana, para o desenvolvimento de

    capacidades, de competncias e de habilidades, a efetivao da aprendizagem dos alunos.

    Ao implementar o Ensino Fundamental de nove anos, com matrcula a partir dos seis

    anos e organizado nos Anos Iniciais (1 ao 5 ano) em Ciclos (Ciclo da Alfabetizao 1 ao 3

    ano e Ciclo Complementar 4 ao 5 ano), a SEE/MG enfatiza a Alfabetizao e o Letramento. A

    Resoluo 1086/2008, de 16/04/2008, deixa claro este foco, ao normatizar sobre a organizao

    e funcionamento do Ensino Fundamental nas Escolas Estaduais mineiras. Nos cadernos da

    coleo Orientaes para a Organizao do Ciclo de Alfabetizao, da SEE/MG elaborados pelo

    Centro de Aperfeioamento de Leitura e Escrita da UFMG (CEALE), encontramos orientaes

    pedaggicas para o Ciclo da Alfabetizao. A coleo composta de seis cadernos que devem

    no s ser lidos, mas estudados pelo diretor, pelos especialistas e professores, principalmente,

    nas Escolas em que se ministram os Anos Iniciais do Ensino Fundamental. Ainda para o Ciclo

    de Alfabetizao, foram elaborados pela SEE os Guias do Professor Alfabetizador, contendo

    orientaes didtico-pedaggicos a partir das capacidades a serem desenvolvidas pelos alunos,

    com sugestes de atividades para o professor, separados por bimestre para o 1, 2, e 3 ano

    deste Ciclo. Para os Anos Finais do Ensino Fundamental e para o Ensino Mdio, as orientaes

    pedaggicas e curriculares se encontram nos cadernos que compem os Contedos BsicosComuns - CBC.

    Apresentamos, a seguir, uma sntese do contedo de cada caderno com orientaes

    para os Anos Iniciais, o que no exime a leitura e o estudo de todos eles, na ntegra, e, em

    seguida, um comentrio sobre os CBC e sobre sua estrutura.

    3.1.1 Orientaes para Organizao do Ciclo da Alfabetizao Cadernos SEE/ MG

    Elaborados pelo CEALE/ UFMG.Caderno 1 Ciclo da alfabetizao: a reorganizao do Ensino Fundamental no Estado; a

    nfase na alfabetizao; por que e para que ciclos de alfabetizao.Caderno 2 Alfabetizando: o que ensinar no Ciclo de Alfabetizao; quais habilidades ou

    capacidades devem ser desenvolvidas; qual sua distribuio ao longo do Ciclo.

    Caderno 3 Preparando a Escola e a sala de aula:a organizao da Escola para o trabalho

    de alfabetizao; critrios e instrumentos para seleo de alfabetizadores; o planejamento da

    rotina e das atividades; a seleo de mtodos e livros didticos.

    Destacamos nesse caderno:

    . planejamento;

    . o perfil dos professores;

    . quadro de atividades pedaggicas;

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    . o ambiente alfabetizador;

    . estabelecimento das rotinas semanais e dirias;

    . lugar de discusso metodolgica nas decises pertinentes alfabetizao-Mtodos;

    . Teoria Construtivista;

    . a escolha e utilizao de livros didticos de alfabetizao;

    . integrao das famlias com o trabalho desenvolvido pelas Escolas, na alfabetizao.

    Caderno 4 Acompanhando e avaliando: diagnstico e avaliao dos alunos; avaliao da

    Escola; respostas para os problemas de ensino e de aprendizagem detectados; instrumentos

    para responder a esses aspectos:

    . Reviso do ncleo conceitual da avaliao;

    . nfase em procedimentos de diagnstico e avaliao;

    . nfase na aprendizagem dos alunos;

    . nfase no trabalho desenvolvido nas Escolas;

    . Organizao de reagrupamentos de alunos;

    . Instrumentos relevantes;

    . Observao e Registros;

    . Provas operatrias;

    . Auto-avaliao;

    . Portiflio Trajetria.

    Caderno 5 Apresentao:

    . Matriz de referncia para avaliao diagnstica;. Instrumento de avaliao diagnstica;

    . Sugesto para uso do instrumento.

    Caderno 6 Reafirmar a importncia do planejamento na organizao do trabalho em sala

    de aula:

    . Articula as aes de planejamento s aes avaliativas, tendo como ponto de partida diagnstico

    das capacidades lingsticas dos alunos.

    . Define propostas de interveno pedaggica.

    3.1.2 Os Contedos Bsicos Comuns - CBCA partir de 2005, as propostas curriculares para os alunos do 6 ao 9 ano do Ensino

    Fundamental e para os alunos do Ensino Mdio tm sido constitudas por uma parte relativa

    a um currculo obrigatrio para todas as Escolas Estaduais, e uma parte correspondente aos

    contedos complementares, a critrio de cada Escola.

    Os Contedos Bsicos Comuns - CBC esto assim organizados:

    . Eixos temticos;

    . Temas;

    . Subtemas;

    . Tpicos bsicos do contedo / habilidades bsicas.

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    CBC de uma disciplina contm, em mdia, 40 tpicos e ser base para a Avaliao

    Institucional das Escolas da rede pblica, para a Avaliao de Desempenho Individual do Professor

    e para a proposio de Metas, com vistas a melhorar o processo de ensino-aprendizagem.

    Cpias desses documentos podem ser extradas no sitedo Centro de Referncia

    Virtual do Professor http://crv.educacao.mg.gov.br

    Na rea de apoio atividade docente dessesite, encontram-se tambm as Orientaes

    Pedaggicas OP, os roteiros de atividades, os recursos didticos e um banco de itens de

    avaliao dos tpicos do CBC, para orientar o professor na elaborao de suas atividades e de

    seus instrumentos de avaliao.

    O professor poder acessar o sitee consultar os itens associados aos tpicos do

    CBC, para definir o nvel de dificuldades da avaliao que deseja aplicar aos alunos.

    A seguir, relao de legislao a ser consultada sobre a Educao Bsica:

    . Resoluo SEE/MG n 666/2005 Estabelece os Contedos Bsicos Comuns CBC a serem,

    obrigatoriamente, ensinados pelas Unidades de Ensino Estaduais que oferecem os Anos Finais

    do Ensino Fundamental e Ensino Mdio.

    . Resoluo SEE/MG 1086/2008 Dispe sobre a organizao e o funcionamento do Ensino

    Fundamental das Escolas Estaduais de Minas Gerais.

    . Resoluo CEE n 444/2001 Instruo para organizao da Educao de Jovens e Adultos.

    . Resoluo SEE/MG n 521/2004 Dispe sobre a organizao e o funcionamento do Ensino

    das Escolas Estaduais de Minas Gerais e d outras providncias.

    . Resoluo CNE/CEB n 04/1999 Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a EducaoProfissional de Nvel Mdio.

    . Resoluo SEE/MG n 753/2006 Institui e regulamenta a organizao curricular a ser

    implementada nos cursos de Ensino Mdio de unidades de ensino integrantes do Projeto

    Escolas-Referncia. Disponvel nositewww.educacao.mg.gov.br, seo legislao.

    . Resoluo SEE/MG n 1025/2007- Institui e regulamenta a organizao curricular a ser

    implementada nos cursos de Ensino Mdio das unidades de ensino da rede estadual.

    Mais trabalho, mais ao, melhor ensino, mais aprendizagem dos alunos. Para isso

    sugerimos:

    . deixe o material de apoio pedaggico vista dos professores;

    . acompanhe as atividades dos alunos nas visitas s salas de aula;

    . verifique se as atividades trabalhadas pelos professores esto de acordo com as capacidades a

    Diretor! Promova encontros para estudos e discusses, socializando o conhecimento dos

    CBC, do Guia do Alfabetizador, dos Cadernos da SEE/MG elaborados pelo CEALE, paraque os professores e especialistas possam planejar suas atividades pedaggicas e execut-

    las de acordo com as exigncias curriculares estabelecidas pela Secretaria de Estado de

    Educao de Minas Gerais.

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    serem desenvolvidas pelos alunos dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (Cadernos da SEE/MG

    elaborados pelo CEALE/UFMG,vol. n 2);

    . analise os planejamentos dos professores, juntamente com os especialistas, verificando se os

    mesmos esto de acordo com os CBC e Cadernos da SEE/MG elaborados pelo CEALE;

    . analise com os especialistas os instrumentos de avaliao utilizados pelos professores,

    observando sempre o tipo de prova (provas operatrias);

    . promova oficinas para conhecimento, estudo e aplicao dos Guias do Professor Alfabetizador,

    dos CBC e Cadernos da SEE/MG elaborados pelo CEALE, como por exemplo:

    Dadas as capacidades a serem desenvolvidas pelos alunos dos Anos Iniciaisa)

    do Ensino Fundamental, solicitar aos professores que elaborem atividades que

    possibilitem a sua introduo, o trabalho com elas e ou a sua consolidao.

    Analise com o grupo de professores e especialistas um Plano de Ensino deb)

    uma disciplina do currculo. Identifique aspectos relacionados escolha e

    organizao dos contedos, coerncia, s capacidades e s atividades.

    Finalize cada oficina com uma apresentao em plenrio dos trabalhos realizados

    pelos grupos, utilizando-se de cartazes, desenhos, teatro, outros.

    . Socialize com os professores, por exemplo, o contedo da Resoluo SEE/MG n 1086/2008

    para que possam planejar atividades como:

    - Estabelecer a relao entre a Resoluo, os Guias do Professor Alfabetizador,

    Cadernos da SEE/MG elaborados pelo CEALE, os CBC e os Planos de Ensino dos

    professores e os demais projetos desenvolvidos.- Levantar os pontos principais dessa Resoluo no que se refere s capacidades que

    devem ser consolidadas pelo aluno, em determinado ano do Ciclo de Alfabetizao.

    3.1.3 O Projeto Pedaggico da Escola - PPE

    A elaborao do Projeto Pedaggico da Escola PPE exige uma reflexo sobre

    o ensino:

    . o que ensinar?. por que ensinar?. como ensinar?. como avaliar?

    . que aes de interveno pedaggica podero ser adotadas?

    . quem auxiliar nessas aes?E, para isso, preciso, primeiro, entender o que Currculo para a Escola.

    (...) define-se currculo como um conjunto de aes que cooperam para a formaohumana. Nesse sentido, falar de currculo falar de uma perspectiva de mundo, desociedade e de ser humano. O currculo preside as atividades educativas escolares,define suas intenes e proporciona subsdios para a execuo das aes. Porm,questes como o que ensinar, quando ensinar, como ensinar e comoavaliar devem estarpresentes. (Guia de Estudos para Certificao Ocupacional do Dirigente Escolar SEE/MG 2006).

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    Assim, entender Currculo Escolar pressupe compreender todo o conjunto de

    atividades desenvolvidas na Escola, cujo objetivo cumprir sua funo social de construir e

    produzir conhecimentos. Os alunos precisam dos Contedos Bsicos para entenderem o mundo

    onde vivem e cada Escola deve privilegiar os interesses e as vocaes de seus alunos ao lhes

    oferecer os Contedos Complementares. esse entendimento de Currculo que deve direcionar

    a elaborao do Projeto Pedaggico da Escola. No se esquea, Diretor, de que o embasamento

    legal e terico deve assegurar a sua elaborao. Reporte-se, para anlise e discusso, aos Artigos

    2, 3, 12, 22, 25, 26, 27, 29, 32 e 35 da LDB, Resoluo da SEE n 1086/2008, Coleo

    para Organizao do Ciclo de Alfabetizao da SEE/MG elaborada pelo CEALE, os Guias do

    Professor Alfabetizador para os Anos Iniciais do Ensino Fundamental, s Propostas contidas

    nos Contedos Bsicos Comuns para os Anos Finais do Ensino Fundamental e Ensino Mdio.

    Preparar o grupo com competncia para discutir, contribuir, definir, tomar decises atribuio

    do Diretor. Esta a importncia de sua liderana, possibilitando, alm do embasamento legal e

    pedaggico, a criao de um clima adequado para a participao de todos.

    O Projeto Pedaggico da Escola deve ser elaborado de forma coletiva, envolvendo

    a direo, os professores os especialistas em educao bsica, demais segmentos da Escola,

    representao dos alunos e dos pais, e, se possvel, representantes das lideranas da comunidade

    local.

    O PPE o projeto da Gesto Pedaggica articulado com os projetos da sala de aula

    de cada professor, integrando espaos de aprendizagem, como os Laboratrios e as Bibliotecas,e ainda os espaos da mdia e as parcerias. Deve estar ligado ao contexto sociopoltico, econmico

    e filosfico e atender s demandas do contexto social em que a Escola est inserida.

    O Projeto Pedaggico da Escola somente ganha sentido quando contribui para

    efetivar a construo, pelo aluno, de:

    (...) o Projeto Pedaggico da Escola , assim, sempre um processo inconcluso,

    uma etapa em direo a umafinalidade que permanece como horizonte da Escola.

    O projeto da Escola depende, sobretudo, da ousadia de seus agentes,

    da ousadia de cada escola em assumir-se como tal, partindo da cara que tem, com

    o seu cotidiano e o seu tempo-espao, isto , contexto histrico em que ela se insere(GADOTTI).

    . capacidades bsicas de leitura, escrita e clculo;

    . capacidades cognitivas de pensar criticamente, de tomar decises, de solucionar problemas,

    de usar a imaginao, de aprender a aprender e a raciocinar;

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    Para tanto, preciso lembrar que o PPE:

    . tem por objetivo o melhor atendimento ao aluno no processo de sua aprendizagem;

    . em sua elaborao, deve-se partir da avaliao objetiva das necessidades e das expectativas detodos os segmentos escolares;

    . sua construo um processo sempre inconcluso, suscetvel s mudanas necessrias sua

    concretizao e ele visa melhoria do processo pedaggico da Escola, necessitando, portanto,

    de avaliao peridica para redimensionamento das propostas nele contidas.

    Inmeros livros orientam sobre como elaborar o Projeto Pedaggico da Escola.

    Optamos por sugerir alguns pontos bsicos e fundamentais que podem ser complementados

    pelos livros que tratam deste tema.

    - A construo do Projeto Pedaggico da Escola

    Identificao e Contextualizao da Escola em uma Perspectiva Histrica.

    Ao mesmo tempo em que se identifica a Escola pelo nome, endereo, atos legais que

    lhe do amparo, deve-se tambm historiar, a partir de uma reflexo conjunta, sobre que Escola

    esta.

    Na verdade, trata-se de uma discusso no somente sobre a histria da Escola, sua criao, mas,

    principalmente sobre sua evoluo, seu caminhar. Por conseguinte, importante descrever,

    entre outros pontos, como a comunidade em que ela est inserida, como a Escola se relaciona

    com essa comunidade, o que lhe oferece e o que dela recebe, como se do as parcerias, comoso seus alunos: seu nvel cultural e scio-econmico, a estrutura familiar, o valor dado cultura

    e educao por parte da famlia. Quem e como so os professores, sua formao acadmica,

    seu comprometimento profissional, seus vnculos com a Escola, seus interesses e viso de

    mundo. Como so os demais servidores da Escola, sua formao acadmica, o relacionamento e

    entrosamento com os outros profissionais. Como est a Escola em sua parte fsica, administrativa

    e financeira, seus pontos e suas debilidades em cada um desses aspectos. Como a Escola se

    relaciona com os diversos nveis institucionais do Sistema Educacional, Unidade Central e

    Superintendncias Regionais de Ensino da Secretaria de Estado de Educao, principalmente.

    importante explicitar a viso que a comunidade tem da Escola, em uma perspectiva histrica,

    . qualidades pessoais de responsabilidade, auto-estima, sociabilidade, auto-gerenciamento,

    integridade e honestidade;

    . capacidades interpessoais de saber trabalhar em equipe, saber ensinar e ajudar os outros aaprender, aceitar a diversidade cultural e a variedade de qualquer origem;

    . capacidade de saber adquirir, organizar, interpretar, comunicar e avaliar a informao;

    . capacidade de utilizar a tecnologia e compreender como sistemas sociais, organizacionais

    e tecnolgicos funcionam e operam efetivamente.

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    revelando as mudanas pelas quais vem passando, seus progressos ou dificuldades.

    Contextualizada a Escola por meio de seu histrico, o momento de explicitar,

    sempre mediante uma discusso coletiva de todos os segmentos, como a comunidade gostaria

    que fosse a sociedade/mundo em que ela vive, como pensa que deveriam ser as pessoas que

    compem essa sociedade, como deve ser a formao do aluno para viver nessa sociedade

    desejada, ou seja, o que preciso fazer para tornar estes desejos realidade.

    Assim sendo, para concretizar tais desejos ou utopias, imprescindvel definir que

    tipo de educao a Escola deve implementar, a partir de sua definio do que realmente uma

    educao de qualidade e, enfim, como a comunidade quer que a Escola seja. Essa explicitao

    fundamental para que produza um Projeto Pedaggico da Escola lgico, orgnico, bem-

    estruturado e, principalmente, progressista e transformador.

    H que se efetuar uma discusso para explicitar, em consonncia com os princpios

    e fins da Educao que se encontram definidos nas Constituies Federal e Estadual e na Lei

    de Diretrizes e Bases da Educao Nacional, LDB, sem se esquecer tambm do Estatuto da

    Criana e do Adolescente, quais so os princpios e as finalidades especficos que a Escola

    possui ou deseja alcanar. Essa explicitao deve ser repleta de significados para a Escola, e

    nunca uma cpia de tudo que definido na LDB ou nos melhores livros de Educao. S faz

    sentido se vier da reflexo coletiva, expressando desejos autnticos da comunidade.

    Fundamentos e Justificativas do PPE

    Este campo do Projeto Pedaggico da Escola deve refl

    etir a Escola que se tem e aEscola que se quer. Aspectos como seus principais problemas e suas maiores necessidades, seus

    maiores potenciais de sucesso e de possibilidades de construo (Marco Referencial) devem ser

    base, alicerce para essa utopia coletiva: a Escola que interessa a essa comunidade especfica.

    Aqui, uma vez sensibilizada para a construo do seu projeto de escola, a comunidade

    chamada a participar, a fazer escolhas, a definir caminhos e confiante naqueles que lhes so

    parceiros manifestar sobre sua realidade, sobre o caminho que deseja prosseguir, aonde quer

    chegar, como deseja chegar, de que foras prprias pode lanar mo para conquista desse ideal

    de Escola. Os princpios e valores que sustentam essa educao que a comunidade deseja e que

    justificam as aes e os caminhos descritos no Projeto devem ser aqui declarados.Essas informaes explicitadas, calcadas nos Marcos Situacional (a realidade),

    Doutrinal (as crenas, a f, as grandes opes do grupo) e Operativo (as aes), representaro

    os fundamentos e as justificativas para o Projeto Pedaggico da Escola.

    Diagnstico

    Partir da realidade condio para a eficcia do Projeto Pedaggico da Escola. A

    melhor forma para se mostrar essa realidade atravs de um diagnstico bem feito, lanando-se

    mo de duas ou trs estratgias entrevistas, questionrios, pesquisas para que os elementos

    dificultadores e os facilitadores venham tona. O que importa que o diagnstico se concentre

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    nas principais questes da escola: o acesso, o progresso, o sucesso do aluno, o atingimento das

    metas de melhoria de desempenho pactuadas pela Escola sem esquecer os meios necessrios

    para alcan-las como aqueles relativos aos professores e aos aspectos administrativos e

    financeiros da Escola. Celso dos Santos Vasconcelos sugere os seguintes questionamentos para

    elaborao do diagnstico:

    - Que fatos e situaes mostram que estamos Bem/ Mal? Ou

    - Quais os pontos de Apoio/ Empecilhos? Ou

    - Quais os elementos Facilitadores/ Dificultadores? Ou

    - Quais os pontos de Fora/ Resistncia? Ou

    - Quais os pontos Positivos/ Negativos?

    Esse diagnstico deve agregar as informaes de fora da Escola- aspectos poltico-

    econmico-sociais, familiares, comportamentais - s informaes internas alunos matriculados,

    ndices de evaso, freqncia, rendimento escolar, ndices de proficincia, dificuldades de

    aprendizagem, potencialidades dos professores- possibilitando, como concluso, uma sntese

    dos principais pontos em que a Escola vai bem, pontos em que deixa a desejar e pontos de

    interesse dos principais interessados na Escola alunos e suas famlias.

    Fazer diagnstico no s criticar, ver os defeitos, mas, sobretudo, conhecer

    nossas foras e fraquezas e quais fatores so facilitadores e dificultadores de nossas aes. Um

    diagnstico bem feito meio caminho andado para uma boa proposta de ao.

    Formulao dos Objetivos e Metas

    A finalidade essencial do Projeto Pedaggico da Escola estabelecer objetivos e

    metas a serem alcanados dentro de um determinado perodo de tempo. Os objetivos explicitam

    as mudanas que a Escola se prope a realizar, isto , indicam o caminho, ou rumo a seguir.

    Devem responder s perguntas: o que a comunidade escolar se prope a alcanar e quais so

    os seus compromissos. Assim, devem focalizar as prioridades da Escola e estas, por sua vez,

    devem priorizar tudo que leve melhoria do desempenho do aluno.

    As metas traduzem os objetivos e devem responder s questes: Como a Escola

    vai realizar os seus objetivos e como vai chegar l. So as metas a forma de tornar os objetivos

    mais claros, mais especfi

    cos, mais atingveis. Por serem quantifi

    cveis, as metas permitemuma avaliao mais precisa ao final de cada perodo estabelecido no plano. Assim, ao se

    definirem os objetivos e as metas, considerando a realidade escolar levantada pelo diagnstico

    realizado, levam-se em conta a amplitude e a exeqibilidade dos mesmos. Metas e objetivos

    devem refletir os resultados finais que a Escola espera alcanar dentro de um perodo de tempo

    estabelecido em seu projeto. Por exemplo, se um dos objetivos for eliminar a distoro idade/

    ano de escolaridade at o ano x, a meta ser reduzir essa distoro em x % a cada ano, at atingir

    completamente o que se props no projeto.

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    Programao das Aes do Projeto Pedaggico

    o momento de iniciar a elaborao das propostas de ao com o grupo. Elas

    devem ter como meta a satisfao das necessidades apontadas no diagnstico, tendo em vista

    o Marco Operativo. Por isto, fundamental que se tenha em mos o Marco Referencial para

    se evitar propostas em desacordo com a real necessidade da Escola.

    O Plano de Ao do PPE deve conter:

    . Aes Concretas A Ao Concreta deve explicitar o que e o para que, quer dizer,

    que tipo de ao se prope e com que finalidade. A necessidade da ao concreta o

    que vai ser buscada no diagnstico e a finalidade para que - no Marco Operativo e

    Doutrinal.

    . Linha de Ao Indica sempre um comportamento, uma atitude, um modo de ser

    ou de agir. uma forma de satisfazer alguma necessidade do diagnstico. Pode viracompanhada de um conjunto de estratgias, que so formas genricas de ao.

    . Atividades Permanentes(ou rotinas) - So propostas de ao que se repetem e ocorrem

    com determinada freqncia na Escola. A Atividade Permanente tambm deve atender

    a alguma necessidade da Escola.

    . Determinaes (Normas)- So aes marcadas por um carter de obrigatoriedade que

    atingem a todos ou a alguns segmentos. Distinguem-se das atividades permanentes pelo

    carter de obrigatoriedade ou restritivo. A norma s tem sentido se for para satisfazer

    alguma necessidade apontada no diagnstico.

    Prtica Pedaggica

    Na construo do PPE e a partir do diagnstico, deve-se considerar um currculo

    comprometido com a transformao social, coerente com a concepo dos CBC, Cadernos da

    SEE/MG elaborados pelo CEALE, Guias do Professor Alfabetizador, contexto social, poltico

    e cultural. A prtica pedaggica possibilita o desenvolvimento das capacidades, competncias

    e habilidades dos educandos, com atividades interativas, criativas, inovadoras, contextualizadas

    e que promovam o crescimento do aluno.Assim, a organizao do processo didtico-pedaggico no PPE deve tratar, entre

    outras questes, de: currculo, metodologia, organizao do tempo e do espao escolar, formas

    de enturmao dos alunos, acompanhamento e avaliao do desenvolvimento do aluno,

    classificao e reclassificao do aluno, ambiente educativo, utilizao dos recursos e materiais

    didticos, novas tecnologias aplicadas educao, disciplina e a formao tica dos alunos.

    Como subsdios para a discusso e a reflexo destes temas, apresentamos as seguintes

    perguntas:

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    . .Currculo

    . Qual a concepo que a Escola tem de currculo?

    . Como elaborado seu currculo e como so definidos os contedos?

    . Quais os critrios de seleo do currculo e de seus componentes?

    . Como a Escola v cada componente curricular?

    . De que forma aborda cada um? (no se trata de relacionar contedos programticos)

    . Como percebe questes como a contextualizao dos contedos, a interdisciplinaridade, a

    aprendizagem significativa?

    . Qual a importncia de cada componente curricular para a vida do aluno e para o exerccio de

    sua cidadania? (analisar cada componente curricular separadamente).

    . O que se deve priorizar em cada componente curricular?

    . Como cada componente curricular se articula com os demais?

    . Que habilidades, competncias, procedimentos e atitudes, a Escola pretende que os alunos

    construam a partir do estudo de cada componente curricular?

    . Em que medida cada um deles colabora para que o aluno compreenda melhor a sua realidade?

    . A Escola tem definido os padres de desempenho dos alunos por componente curricular/

    disciplina, e por ciclos ou anos?

    . .Metodologia

    - Que tipo de metodologia a Escola privilegia?

    - Adota as mesmas estratgias didticas para todos os componentes curriculares?

    - Como so desenvolvidos os contedos curriculares? Atravs de eixos temticos?- Qual o papel das aulas expositivas nos respectivos componentes curriculares?

    - A aprendizagem construda a partir de procedimentos operatrios como a observao, a

    experimentao, a expresso, a comunicao, a comparao, a anlise, a sntese, a memorizao

    compreensiva?

    - Qual o papel das tecnologias da informao e comunicao nas situaes de aprendizagem?

    - Que lugar ocupa o trabalho de grupo ou em equipe?

    . . Organizao do tempo e do espao escolar

    - A Escola compreende o aluno em relao aos elementos centrais de sua idade de formao:

    infncia, adolescncia, transio entre elas?

    - Qual o tipo de organizao do tempo escolar mais coerente com o processo educativo da

    Escola?

    - A Escola valoriza as atividades extra-classe da mesma forma que as atividades ocorridas nos

    limites fsicos da sala de aula?

    . A referncia para a escolha das situaes educativas na sua Escola so os alunos ou o

    Programa de Ensino?.

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    - Ao organizar seu tempo e espao escolar, a Escola considera as vrias dimenses (afetiva,

    emocional, cultural, tica, esttica, entre outras) do processo de formao humana?

    - A Escola desenvolve atividades para explorar de forma efetiva outros espaos fsicos alm

    da sala-de-aula?

    - Visitas ao teatro, jardim zoolgico, biblioteca pblica, museu tm espao como atividade de

    cultura enriquecendo a aprendizagem do aluno?

    . .Formas de enturmao dos alunos

    - Como conviver com a heterogeneidade?

    - Qual a melhor forma de enturmar os alunos?

    - Quais os critrios que a Escola utiliza para a enturmao dos alunos?

    - Os vnculos que os alunos estabelecem com colegas e professores devem ser observados ao

    se realizar a enturmao?

    - Como conviver com as diferenas?- A Escola adota critrios pedaggicos para organizar as turmas?

    - O reagrupamento de alunos uma estratgia utilizada pela Escola para atender as dificuldades

    de aprendizagem dos alunos?

    . .Acompanhamento e avaliao do desenvolvimento do aluno

    - O fracasso escolar resultado de aes, omisses ou de caractersticas do aluno ou de sua

    famlia?

    - A Escola analisa suas taxas de evaso?

    - Quais so os princpios filosficos, bio-psicolgicos e pedaggicos que embasam a avaliao

    da aprendizagem do aluno?

    - Quais so os critrios de avaliao do rendimento do aluno?

    - Avalia-se apenas a aprendizagem conceitual ou, em qual medida, os procedimentos e

    atitudes?

    - Avalia-se apenas o intelecto ou o desenvolvimento integral do aluno?

    . Por que a diferena tem que ser vista como algo que nos afasta ou nos separa? Porque no pode ser encarada como uma oportunidade de tornar nossa existncia maisfrtil e enriquecida?

    . A organizao do tempo escolar em ciclos apia-se nas descobertas cientficassobre a formao e o desenvolvimento humano, assim como sobre os processos deconstruo do conhecimento.

    . Estudos cientficos revelam que a aprendizagem uma atividade bastante

    complexa, que no acontece de forma linear e seqencial e envolve aspectos denatureza biolgica, psicolgica, cultural, entre outros.

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    - Quais as formas e estratgias de avaliao que a Escola adota?

    - Como se d a progresso de aluno ao longo do seu processo educativo?

    - Como a Escola procede diante do ano que no consegue um desenvolvimento esperado?

    - O que fazer com os alunos que demonstram muita facilidade e apresentam disposio em

    aprender mais e mais?

    - Como a Escola registra o desenvolvimento e a construo de competncias e habilidades do

    aluno?

    . .Classificao e reclassificao do aluno

    - Que recursos so usados para o posicionamento do aluno na turma?

    - A Escola adota condutas que rompem com os processos burocrticos?

    - Existem critrios claros para a Escola utilizar esses instrumentos legais?

    - Quais os procedimentos que a Escola adota para fazer a classificao/reclassificao de alunos

    oriundos de outras Escolas?

    . .Ambiente educativo, utilizao dos recursos e materiais didticos

    - A Escola utiliza efetivamente os laboratrios de cincia, de informtica e as salas-ambiente?- Valoriza a biblioteca escolar como um espao de conhecimento, cultura e gosto pela leitura?- Incentiva seus alunos a utiliz-la?- Faz com que os alunos se sintam vontade nesses espaos?- Procura instigar e valoriza a curiosidade intelectual de seus alunos?- Os laboratrios, a biblioteca, as quadras esportivas e as salas-ambiente so igualmenteutilizados por todos os alunos, inclusive pelos alunos do noturno?

    . .Novas tecnologias aplicadas educao

    - A Escola prepara os alunos para ter uma viso crtica dos meios de comunicao?- Prepara-os para compreender as mensagens que esto subjacentes ao discurso da mdia?- Capacita-os para utilizar as novas tecnologias da informao e comunicao no seucotidiano?- Emprega a informtica, a internet, a multimdia como recursos didticos?

    . Classificar significa matricular o aluno na srie adequada ao seu nvel decompetncia, respeitada a correlao idade/ano escolar.

    .Reclassificar rever e alterar a classificao de um aluno em determinado ano ouetapa escolar, de forma a promover o avano no seu percurso escolar, considerando suashabilidades e competncias.

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    . .Disciplina e formao tica dos alunos

    - A Escola pratica a justia, incentiva a responsabilidade pessoal, a tolerncia, a liberdade de

    expresso e a generosidade?- Conhece e vivencia os princpios contidos no Estatuto da Criana e do Adolescente?- Acha importante discutir com os prprios alunos as normas de conduta que eles devemobservar na Escola?- A disciplina, o respeito, a conduta tica so vivenciados por todos que convivem na Escola?

    A Escola e seus Profissionais

    Neste aspecto, o PPE deve tratar, dentre outras questes, de como a Escola v o papel

    do professor, o perfil dos profissionais que a Escola deseja, a avaliao de desempenho e a

    formao continuada destes profissionais, o cdigo de convivncia. Algumas sugestes para a

    reflexo:

    . .Viso do papel do professor- Como a Escola v o professor?

    - Como transmissor do conhecimento aos alunos?

    - Como coordenador, articulador, organizador, problematizador e sistematizador das relaes

    educativas?

    - Os melhores professores so para as melhores turmas?

    - Os planos de ensino so simples exigncia burocrtica?

    - H interao, articulao e trabalho em equipe entre seus professores?

    . A elaborao por parte dos alunos, com a colaborao dos professores, de um cdigode conduta ou de convivncia pode ser um timo instrumento educativo para que os alunosadquiram autonomia e conscincia moral.

    . A discusso sobre o cdigo de convivncia a cada incio de ano letivo uma grandeoportunidade para sua melhor compreenso, socializao e internalizao.

    - A Escola prev a participao dos alunos em Conselhos de Classe?

    - Incentiva os alunos a participar do Colegiado Escolar e do Grmio Estudantil?. Trabalhar a idia do Grmio em sala de aula significa ensinar cidadania no steoria como tambm na prtica. ARAJO

    . Atravs do Grmio os alunos organizam vrios eventos, como campeonatosesportivos, cursos, teatros, excurses e os famosos jornaizinhos escolares. o espao

    para reivindicaes e idias que possibilitem melhorar o espao em que os alunosconvivem: a Escola.

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    . .Perfil dos profissionais

    - Como deve ser o perfil do diretor necessrio Escola?

    - H claramente definido um perfil a partir do qual espera-se que os candidatos ao processo de

    indicao de Diretor se encaixem?

    - Assim como para o Diretor, h uma clara explicitao do perfil dos demais profissionais,

    tomando-se como base a filosofia de trabalho da Escola?

    . .Formao continuada

    - A Escola destina, o tempo semanal (Mdulo 2) para formao continuada e o trabalho

    coletivo?

    - H na Escola debates e troca de experincias entre seus profissionais?

    - A formao continuada valorizada?

    - Existem critrios claramente definidos para a participao em cursos de atualizao e/ou

    aperfeioamento?

    - A avaliao de desempenho e o perfil do profissional desejado pela Escola so levados em

    considerao para o encaminhamento do profissional para cursos de formao continuada?

    - A Escola incentiva seus profissionais a participar de seminrios, cursos, grupos de estudos?

    - H preocupao com a formao cultural do professor?

    - A Escola pensa em estratgias para viabilizar a formao continuada de seus profissionais?

    . . Avaliao de desempenho dos profi

    ssionais- A avaliao de desempenho dos servidores tem servido para estimular o aprimoramento da

    competncia do profissional?

    - um instrumento de crescimento do profissional, fornecendo-lhe suporte para corrigir

    eventuais dificuldades e debilidades?

    - A Escola utiliza a avaliao de desempenho para subsidiar a elaborao de programas ou aes

    voltadas para a formao continuada?

    - A avaliao realizada junto com o profissional avaliado, de acordo com as normas

    estabelecidas, tendo como parmetro o Projeto Pedaggico da Escola?

    . . Cdigo de convivncia

    - A Escola procura explicitar seus conflitos, trabalhando e discutindo divergncias?

    - Valoriza o dilogo em todos os nveis e em todas as situaes de conflito?

    - Os profissionais procuram a coerncia entre aquilo que apregoam para seus alunos e sua

    prtica, seu exemplo de vida?

    - Os direitos, deveres, limites e normas considerados bsicos para regular as relaes pessoais

    e profissionais so definidos de forma democrtica e coletiva?

    - O que prevalece na Escola, as relaes de competio ou as relaes solidrias, o dilogo e a

    cooperao entre os pares?

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    A Escola e sua Relao com a Famlia e a Comunidade

    Trata-se, aqui, de refletir e decidir sobre as formas de relacionamento da escola com

    os pais e comunidade: a representatividade da comunidade, a utilizao das dependncias da

    Escola pela comunidade, os servios que lhe so oferecidos bem como a relao da Escola como Conselho Tutelar.Sugestes de questes para direcionar esta reflexo:

    . . Formas de relacionamento com os pais e comunidade

    - H envolvimento da Escola com a comunidade?

    - A Escola conhece e se preocupa com os problemas da comunidade?

    - Percebe os valores dessa comunidade?

    - Quais os mecanismos e estratgias que a Escola desenvolve para se integrar na comunidade,

    vivenciando seu papel de agente transformador da sociedade?

    - A Escola incentiva a participao dos diversos segmentos da sociedade na discusso de projetossociais voltados aos interesses da Escola pblica?

    - Preocupa-se em criar em seus alunos a conscincia do protagonismo social?

    - A Escola dialoga sria e criativamente com os pais?

    - Os pais so parceiros da Escola na empreitada de educar o aluno?

    - Busca parcerias na comunidade visando suprir suas limitaes?

    . . Formas de representatividade da comunidade

    - A Escola valoriza o trabalho compartilhado, expresso pelo Colegiado Escolar, Assemblias da

    Comunidade e Conselhos de Classe, entre outros? Os Conselhos de Classe so realizados em

    uma perspectiva de aprimorar a prtica educativa ou ainda so priorizadas as discusses sobre

    a disciplina, o comportamento e as deficincias dos alunos?

    - O Conselho de Classe um momento no apenas para anlise dos avanos dos alunos, mas do

    desempenho dos professores e da equipe escolar?

    - Nas Assemblias da Comunidade, h a preocupao de se garantir o espao democrtico de

    participao de todos? Na Escola, todos podem se expressar sem medo e constrangimento do

    aluno ficar marcado? Os pais e demais membros da comunidade se sentem vontade para

    opinar, criticar e sugerir medidas sobre o trabalho escolar? Incentiva a criao de canais de

    comunicao com a comunidade local como a criao de rdio escolar e jornais do bairro?

    . . Formas de utilizao das dependncias da escola pela comunidade e servios

    que lhe so oferecidos

    - A comunidade tem acesso aos espaos da Escola?

    - Pode utilizar a quadra ou reas de lazer, biblioteca ou outros servios e dependncias da

    Escola?

    - A Escola fica aberta para a comunidade nos fins-de-semana?

    - A Escola oferece algum tipo de servio, cursos ou atividades comunidade?

    - Disponibiliza seus espaos nos fins-de-semana e perodos de frias, para a realizao de

    atividades por parte da comunidade local?

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    . . A Escola e sua relao com o Conselho Tutelar

    - A Escola conhece e mantm estreito relacionamento com o Conselho Tutelar de sua regio?

    - Trabalha de forma cooperativa com ele?

    - Busca auxlio no Conselho Tutelar em caso de necessidade? Mantm formas de comunicao

    e informao abertas, socializando e propiciando transparncia de suas aes?

    Avaliao Interna, Externa e Auto- Avaliao da Escola

    Campo importantssimo para reflexo de todos na construo do PPE. Sugerimos as seguintes

    perguntas:

    - Como a Escola analisa os resultados das avaliaes internas e externas da aprendizagem?

    - A Escola planeja intervenes adequadas e consistentes para melhorar a aprendizagem dos

    alunos?

    - A Escola planeja e executa aes de interveno objetivando melhorar o desempenho dos

    alunos nos nveis recomendvel, intermedirio e baixo?

    - Toda a Comunidade Escolar conhece as metas de desempenho da Escola e dos Alunos propostas

    pela SEE e pactuadas pela Escola?

    - A tarefa de melhorar o desempenho escolar dos alunos, que deve ser coletiva, envolve a todos

    da Comunidade Escolar?

    - Como a comunidade escolar pode auxiliar o aluno com dificuldade de aprendizagem?

    - Como a Escola trabalha e faz suas intervenes pedaggicas ao aluno com TDAH, hiperatividade

    e outros?

    - A Escola possui a prtica de se auto-avaliar de forma sistemtica?

    - Quais os itens avaliados?

    - Professores, funcionrios, alunos, pais e comunidade externa participam da auto-avaliao?

    - Existem critrios claramente definidos para se auto-avaliar?

    - Os resultados da auto-avaliao so confrontados com os resultados de outras avaliaes

    institucionais, tipo SIMAVE e SAEB?

    - Quais os parmetros para a Escola se auto-avaliar?

    - A Escola baseia-se no seu Projeto Pedaggico (PPE) e no desempenho escolar dos alunos e

    A incorporao de objetivos sociais e ambientais a seu projeto pedaggico

    indispensvel a uma Escola que se deseja parte integrante da comunidade e amada

    por essa comunidade

    Nenhuma instituio melhor do que seusprofissionais.

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    atingimento das metas pactuadas para se auto-avaliar?

    - Os resultados das avaliaes externas (SIMAVE e SAEB) e da avaliao interna (auto-

    avaliao) so plenamente divulgados para a Comunidade?

    - De que forma so divulgados?

    - Como realizar a auto-avaliao? Com que freqncia realiz-la?

    - Como garantir um processo de auto-avaliao coletivo e participativo?

    Previso de um Cronograma Geral de Atividades do PPE

    Trata-se de planejar a distribuio geral das atividades permanentes da Escola

    (currculo, calendrio, sistema de avaliao) e dos projetos que sero desenvolvidos.

    Este cronograma oferece as referncias para dar incio ao desenvolvimento do PPE

    em planos especficos dos profissionais da Escola.

    Avaliao e Reelaborao do PPE

    A avaliao do conjunto do Projeto deve ser constante para que as correes de rumo

    sejam feitas no momento certo, novas metodologias buscadas, objetivosemetas analisados

    para tomada de decises ao longo e ao final do ano letivo. Sugerimos que a Escola faa:

    . auto-avaliao por segmentos;

    . auto-avaliao por rea ou setor de atuao;

    . avaliao escrita geral todos os envolvidos na vida da Escola, especialmente ao final do ano;

    . anlise e interpretao dos resultados da aprendizagem dos alunos e das aes desenvolvidas.

    Rever o que deu certo, o que pode ser melhorado e o erro que no deve ser repetido fundamental para o crescimento de todos. um processo cclico que no tem fim: planejar,

    realizar aes planejadas, avaliar os resultados e o processo vivenciado pela Escola, tirar lies,

    comemorar os avanos alcanados e planejar de novo.

    A seguir, algumas questes para nortear a avaliao da implementao do PPE:

    - Foram executadas todas as aes concretas propostas pelo plano? (o que foi e o que no foi

    realizado, o que est em andamento, o que no foi programado, mas foi realizado);

    - As Atividades Permanentes foram realizadas? Estavam de acordo com as necessidades do

    grupo?

    - As aes ajudaram na caminhada? At que ponto foram vivenciadas?

    - As normas foram cumpridas? Ajudaram a construir uma prtica transformadora?

    - Em que medida as necessidades foram supridas? Quais permanecem? Que novas necessidades

    esto colocadas?

    Se o grupo sentir necessidade, ao final de cada ano, pode-se tambm fazer uma

    rpida anlise do Marco Referencial do PPE (Ele ajudou a iluminar a prtica? H necessidade de

    se rever algum ponto?) embora o previsto, em princpio, que se faa esta reviso depois de trs

    ou quatro anos. Feita a avaliao da execuo do PPE e tendo como referncia as necessidades

    j revistas e reelaboradas, parte-se ento para a reorganizao, se necessrio, e a programao

    do prximo ano.

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    - Orientaes complementares para a elaborao e redao do Projeto Pedaggico da

    Escola

    Para a redao do PPE, ser necessrio construir comisses representativas de todos

    os segmentos do coletivo da Escola. Essa fase representa o registro do que se quer fazer, de

    como e quando fazer. Concluda a elaborao do documento, essencial submet-lo coletiva

    da Escola, para que todos aprovem a redao final.

    Apresentamos, a seguir, sugesto de pauta de um encontro com a comunidade escolar

    para os trabalhos de incio do processo de elaborao do Projeto Pedaggico da Escola.

    ESCOLA ________________________________________________________________

    LOCAL: ___________________DATA: _______________ DURAO: ____________

    OBJETIVO GERALI)

    Oportunizar Comunidade Escolar subsdios para a elaborao do Projeto Pedaggico da

    Escola.

    II) PROGRAMAOHORRIO ATIVIDADES METODOLOGIA/RECURSOS

    8h s 9h

    Abertura1.

    Acolhida dos participantes;

    Mensagem;

    Apresentao da programao;

    Introduo do assunto Reflexo.

    Boas-vindas;

    Pauta do Encontro;

    Teatro de Fantoches.

    9h s 9h15 INTERVALO CAF MUSICAL

    9h15 s

    11h30

    Estudo sobre o PPE;

    Introduo Princpios, etapas de

    construo.

    Oficinas dinmicas de trabalho em

    grupo diviso dos participantes em

    turmas A e B.

    Textos / Roteiros papel kraft epincis.

    11h30 s12h30

    INTERVALO ALMOO

    12h30 s

    16h30

    Como fazer o PPE Construo

    hipottica da Proposta Pedaggica.Grupos A e B.

    14h30 s16h45

    INTERVALO CAF

    14h45 s

    18h30

    Apresentao dos grupos;

    Encerramento / Avaliao.

    Plenrio

    Avaliao escrita do encontro;

    Mensagem / Msica.

    Especialista em Educao Bsica: _____________________________________________

    Diretor(a) ______________________________________________________________

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    3.1.4 Aspectos Operacionais do Projeto Pedaggico da Escola Elaborado o Projeto Pedaggico da Escola, alguns aspectos operacionais merecem

    destaque para que se garantam a sua real efetividade e a coerncia de aes em sua implementaono cotidiano da Escola.

    - Plano de Ensino

    O Plano de Ensino consiste na organizao do processo de trabalho a ser desenvolvido

    no ano letivo em curso, em cada turma e em cada disciplina especfica. Deve considerar os

    pressupostos do PPE e os Cadernos da SEE/MG elaborados pelo CEALE e os Guias do Professor

    Alfabetizador, quando se tratar das turmas dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, e os CBC,

    quando se tratar dos Anos Finais do Ensino Fundamental e do Ensino Mdio. Sua elaborao

    da competncia do professor responsvel pela disciplina ou pela turma, e deve ocorrer assim que

    o docente conhecer quais so as suas turmas. No processo de elaborao do Plano de Ensino,

    imprescindvel que cada professor considere as caractersticas de cada turma, os contedos

    especficos, o nvel de rendimento esperado dos alunos, as diretrizes e orientaes curriculares

    emitidas pela Secretaria de Estado de Educao e, claro, o Projeto Pedaggico da Escola.

    Para o conhecimento das caractersticas dos alunos, o professor pode consultar os

    relatrios de sua vida escolar, preenchidos pelos professores do ano anterior, e complementar

    esses dados com uma avaliao diagnstica que ele desenvolver logo no incio do ano letivo.

    Cada disciplina possui sua especificidade. Cada contedo, em funo da sua natureza, exige

    tempo, estratgias e formas de abordagens diferentes. O respeito a essas caractersticas implica

    que seja dado a cada contedo o tratamento adequado s suas peculiaridades, como a durao e

    o ritmo dos fenmenos a serem estudados. O Plano de Ensino dever romper com a tradicional

    linearidade, reforando-se a transdisciplinaridade e poder ser elaborado coletivamente pelos

    Professores de cada ano de escolaridade ou de cada disciplina, com o apoio e orientao dos

    Especialistas.

    - Plano de Aula

    Planejamento que compe a rotina diria do trabalho pedaggico. Deve ser elaborado

    PARA SABER MAIS

    . GONALVES, Dalva Cifuentes. Projeto pedaggico.IN: REVISTA AMAEEDUCANDO. n 310, 2002;. OLIVEIRA, Maria Marly de, Projetos, relatrios e textos na educao bsica:como fazer. Petrpolis RJ, Vozes, 2008.. REPENSANDO A GESTO ESCOLAR PARA A CONSTRUO DE UMAESCOLA PBLICA DE QUALIDADE. SEE/ MG 2004.. VASCONCELOS, Celso dos Santos. Planejamento Plano de Ensino-Aprendizageme Projeto Educativo. So Paulo: Libertad, 1995.

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    sob a coordenao e orientao dos Especialistas em Educao Bsica com os professores

    reunidos por turmas (professores de 1, 2, 3, 4, 5 anos e por disciplinas e ou contedos afins

    nos Anos Finais do Ensino Fundamental e no Ensino Mdio).

    Consiste no detalhamento do Plano de Ensino, tendo em vista sua operacionalizao

    sistemtica, e deve contemplar:

    . as necessidades e os avanos j alcanados pelos alunos, e a interveno pedaggica no tempo

    certo;

    . a coerncia que deve existir entre as capacidades a serem desenvolvidas, bem como os

    descritores e as atividades e contedos que devem ser trabalhados em consonncia com os

    Cadernos da SEE/MG elaborados pelo CEALE, os Guias do Professor Alfabetizador e os

    Contedos Bsicos Comuns - CBC, dentre outros.

    - Plano de Interveno Pedaggica

    O foco do acompanhamento e da avaliao das aes desenvolvidas na Escola est

    centrado nos indicadores referentes aos resultados escolares, ao desempenho dos alunos, ao seu

    sucesso na vida escolar: melhor ensino, mais aprendizagem e melhor desempenho escolar. Esse

    o olhar central de todos os envolvidos no processo.

    O Diretor ter de se preocupar em manter, vista de todos, as metas pactuadas pela

    Escola e os resultados dos alunos nas avaliaes internas, nas avaliaes do PROALFA e do

    PROEB, atravs de cartazes, faixas, murais, e divulg-los para toda a comunidade escolar.

    Dever tambm manter, mo, a lista com os nomes dos alunos que no esto com odesempenho recomendvel. Quais so e onde esto esses alunos. Quais as aes de interveno

    que esto sendo desenvolvidas para atend-los, e quem so os responsveis.

    A Escola precisa criar situaes diferenciadas para atender a esses alunos. preciso

    verificar, no Ensino Mdio e nos Anos Finais do Ensino Fundamental, a existncia de alunos

    que ainda no avanaram na consolidao das capacidades de leitura e de escrita. Constatada a

    situao, fazer a interveno pedaggica e resolver o problema de alfabetizao destes alunos.

    Essas decises devem ser discutidas e partilhadas com os professores, colegiado,

    especialistas e com a famlia dos alunos. Devemos promover encontros freqentes com os pais,

    pois todos podem e do conta de participar das decises. Eles valorizam a Escola e querem osucesso dos filhos.

    Nenhum aluno pode passar pela Escola ou sair dela sem que tenha consolidado

    as capacidades de leitura e escrita, fundamentais ao seu sucesso.

    papel do Diretor garantir o acompanhamento contnuo das atividades docentes,

    apoiando e incentivando a utilizao dos Guias do Professor Alfabetizador, do Guia do

    Especialista, dos Cadernos da SEE/MG elaborados pelo CEALE, dos CBC, do Banco de

    Itens, dos Boletins Pedaggicos, dos materiais do PNLD, da biblioteca da sala e da Escola,

    dos materiais disponveis no ambiente virtual do CRV, dentre outros instrumentos didtico-

    pedaggicos disponibilizados pela SEE/MG.

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    preciso tambm promover, juntamente com o Especialista, as mudanas necessrias

    nas prticas pedaggicas, diversificando o repertrio de procedimentos didticos, tais como

    excurso, debate, seminrios, palestras, olimpadas, feiras e amostras culturais, entrevistas,

    oficinas pedaggicas, pesquisa, entre tantos outros.

    Com o empenho de toda a Escola, o Diretor e sua equipe estaro contribuindo e

    garantindo que os objetivos educacionais sejam atingidos: Alunos estudando, aprendendo e a

    Escola fazendo a diferena.

    Elaborar um bom Plano de Interveno Pedaggica a partir dos resultados das

    avaliaes externas e internas e coerente com Projeto Pedaggico da Escola fundamental para

    garantir melhor aprendizagem dos alunos e o cumprimento das metas da Escola.

    A seguir, apresentamos algumas dicas para elaborao deste Plano, sugerindo a leitura

    atenta dos Guias de Organizao e Reorganizao do PIP elaborados pela SEE e distribudos s

    Escolas em 2007/2008:

    . . Elaborao do Plano de Interveno Pedaggica

    Um bom plano tem que ser exeqvel. No adianta tentar reinventar a roda. O plano

    deve ter objetivos claros, com metas bem definidas e aes adequadas que respondam aos

    problemas identificados na anlise dos boletins. Apresentamos um roteiro de plano para auxiliar

    no trabalho de elaborao:

    Identifi

    car o problema: Situao Atual1.Para elaborar este item do plano, com a ajuda dos resultados das avaliaes, devero

    ser identificados os alunos com maiores dificuldades de aprendizagem, as caractersticas dessas

    dificuldades, e as causas dos problemas apresentados pelos alunos (so de ordem cognitiva,

    familiar? uma questo de sade ou outra deficincia?) Muitas Escolas no conseguiro avanar

    na identificao das causas, por no conseguirem se aproximar das famlias e vice-versa, mas

    estes dados so importantes para sabermos onde e como agir.

    Estabelecer metas: situao desejada2.

    As metas devem priorizar o aprendizado do aluno com foco na ao do professor. E

    serem expressas com objetividade e clareza, com prazo de execuo, para que qualquer pessoa,

    seja da escola ou da comunidade, possa acompanhar essas aes. Para isso sugerimos a criao

    de murais com as metas e a divulgao dos resultados parciais medida que forem sendo

    alcanados.

    Definir as aes: caminho3.

    Neste item, o trabalho coletivo dos professores e especialistas fundamental, pois

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    toda a escola dever ser mobilizada no sentido de buscar alternativas de intervenes para

    mudar o quadro atual e atingir as metas. Esta tarefa no s do professor, mas ser na sala de

    aula que o processo ter maior expresso.

    Definir responsabilidades: pessoas4.

    Dividir responsabilidades permitir que cada um faa a sua parte. Desde o

    porteiro da escola at o Diretor, todos podem dar sua contribuio. A participao de todos na

    responsabilidade do alcance das metas estabelecidas deve ser evidenciada e exigida. Por isso

    essencial definir quem ser responsvel pelo qu.

    A cada ano, o Plano de Interveno Pedaggica deve ser revisto e atualizado

    mediante a situao de aprendizagem e as necessidades reais. Fazer a anlise do que foi proposto,

    do que foi realmente implementado, do que deu certo, do que deve ser descartado e, a partirdas premissas o qu, onde, como, quem que o Plano de Interveno Pedaggica deve ser

    replanejado.

    - Enturmao dos Alunos

    Uma das medidas de grande importncia no aprendizado dos alunos a enturmao.

    uma ao que deve ser realizada com a participao efetiva da direo, dos especialistas e dosprofessores da Escola.

    Reunir os alunos de melhor desempenho numa mesma turma uma poltica perversa,

    tanto quanto criar turmas apenas de alunos com baixo desempenho.

    A enturmao deve ser uma ferramenta usada sempre a favor do aluno, e, portanto,

    precisamos respeitar o dinamismo de seu aprendizado. Colocar, em uma mesma turma, alunos

    em nveis diferentes de aprendizagem possibilita ao educando mais desenvolvido se fortalecer,

    enquanto ajuda seu colega, e possibilita ao aluno com menor aprendizagem, numa linguagem

    de igual para igual, aprender o no aprendido.

    Assim, no se devem agrupar alunos com as mesmas caractersticas atitudinais e

    Importante!

    Recorrendo-se ao Boletim do PROALFA e do PROEB, faa a interveno

    pedaggica acontecer, desenvolvendo aes que podem constar no Plano de Interveno

    Pedaggica da Escola, tais como:

    - Laboratrio de aprendizagem;

    - Enturmao temporria por contedos;- Enturmao temporria por turmas contemplando os nveis de dificuldades;

    - Atendimento a pequenos grupos de alunos de forma sistematizada;

    - Atendimento aos alunos em turmas do Projeto de Tempo Integral e Acelerar para

    Vencer;

    - Utilizao da Biblioteca como espao dinmico de leitura.

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    de aprendizagem em uma mesma turma, mas, sim, considerar os pares de idade, uma vez que a

    proposta do ciclo contempla esse aspecto, fazer a reenturmao temporria, de acordo com as

    necessidades de aprendizagem dos alunos, quando necessrio.

    Essas sugestes de formas de agrupamento podem assegurar o desenvolvimento

    cognitivo e a incluso social dos alunos.

    - A Avaliao

    A noo do termo avaliao presente no texto da LDBEN (Lei n 9.394/1996)

    demasiadamente ampla para se prestar a uma definio simples. No contexto contemporneo

    da educao brasileira, a avaliao realiza-se em diferentes instncias do sistema educacional

    e apresenta dimenses variadas que lhe conferem mltiplos significados, imprimindo carter

    complexo e contraditrio ao termo. Entre as vrias modalidades que compem o conjunto de

    prticas avaliativas no campo da avaliao, destacam-se a avaliao sistmica, realizada

    no mbito dos sistemas de ensino, a avaliao do desempenho profissional e institucional,

    destinada s instituies e aos profissionais da educao, e a avaliao escolar ou pedaggica

    que pode ser analisada de acordo com o debate contemporneo sobre esse tema, com base

    em duas perspectivas tericas divergentes, a saber: a avaliao classificatria e a avaliao

    formativa. para esta ltima modalidade de avaliao que converge a ateno de grande parte

    dos educadores e pesquisadores em educao, por caracterizar-se como uma das aes centrais

    do processo ensino-aprendizagem.

    Na LDBEN, em seus dispositivos referentes avaliao escolar, consideramosque predomina o sentido da abordagem formativa. Ao dispor sobre a verificao do rendimento

    escolar, a LDBEN orienta quanto adoo da avaliao contnua e cumulativa do desempenho

    do aluno, com prevalncia dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e os resultados ao

    longo do perodo sobre os de eventuais provas finais (Lei n 9.394/1996, art. 24, V, a). A

    avaliao escolar constitui o conjunto de iniciativas, aes, procedimentos, instrumentos que

    os professores desenvolvem para avaliar o processo ensino-aprendizagem.

    Tambm identificada como avaliao da aprendizagem ou avaliao pedaggica,

    o termo d destaque a outros aspectos relacionados organizao do trabalho escolar, que

    interferem no processo educativo como um todo e que, antes, eram desprezados na avaliao dodesempenho do aluno. Por configurar-se como uma das prticas centrais do trabalho pedaggico,

    o debate em torno da avaliao escolar ganhou nfase no contexto de mudanas em que se

    encontra a educao no mundo contemporneo.

    Duas vertentes da avaliao escolar destacam-se nesse debate e acham-se presentes

    nos dispositivos normativos da LDBEN: a avaliao classificatria (art. 32, 5; art. 36, 1;

    art. 41) e a avaliao formativa (art. 31 e 36). A primeira uma perspectiva de avaliao

    vinculada noo de medida e idia de que possvel aferir, matemtica e objetivamente,

    as aprendizagens escolares. A noo de medida em avaliao supe a existncia de padres

    de rendimento, com base nos quais, mediante comparao, o desempenho de um aluno

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    ser avaliado e hierarquizado (SOARES, Cludia. Avaliao. In: DUARTE, Adriana M.C.;

    DUARTE, Marisa R.T., nos Termos da Legislao Educacional Brasileira. Belo Horizonte,

    Ed. UFMG, 2007. CD-Room). Pode ser realizada por meio de variadas atividades, tais como

    exerccios, questionrios, estudos dirigidos, trabalhos, provas, testes, entre outros, e sua funo

    estabelecer uma classificao do aluno para fins de aprovao ou reprovao. , ainda hoje,

    a abordagem avaliativa mais utilizada nas escolas brasileiras e, segundo os estudiosos do tema

    (LUCKESI, 1996; HOFFMANN, 1993; ESTEBAN; 2000), fere o princpio constitucional do

    direito educao, porque no est comprometida com a aprendizagem dos alunos, mas com a

    sua seleo, fundamentada que est no princpio de meritocracia.

    Em contraposio avaliao classificatria, a avaliao formativa fundamenta-

    se em teorias que postulam o carter diferenciado e singular dos processos de formao humana,

    nas teorias construtivistas/sociointeracionistas da aprendizagem. Entende que a aprendizagem

    uma atividade que se insere no processo global de formao humana, envolvendo o

    desenvolvimento, a socializao, a construo da identidade e da subjetividade.

    Assim, a avaliao formativa constitui-se numa prtica que permite ao professor

    acompanhar os processos de aprendizagem do aluno com a finalidade de compreender como

    esse aluno est elaborando seu conhecimento. Nessa abordagem, a preocupao no registrar

    os fracassos ou os sucessos do aluno mediante notas ou conceitos, mas entender o significado

    do seu desempenho para fazer ajustes no processo ensino-aprendizagem.

    O texto da LDBEN estabelece tambm a exigncia de avaliao do ensino privado

    pelo poder pblico (Lei n 9.394/1996, art. 7, II) e atribui Unio, em colaborao com osdemais sistemas de ensino, a incumbncia de assegurar processo nacional de avaliao do

    rendimento escolar na Educao Bsica e na Superior (Lei n 9.394/1996, art. 9, VI).

    Nesses dispositivos, a Lei de Diretrizes e Bases refere-se avaliao sistmica.

    Esse tipo de avaliao desenvolvido por diferentes sistemas de ensino no pas e tem por

    finalidade subsidiar polticas e programas na rea educacional. Um exemplo o Sistema Nacional

    de Avaliao da Educao Bsica (SAEB), que se realiza desde 1990, sob a responsabilidade

    do Ministrio da Educao (MEC), e teve nova estrutura definida em 2005. Atualmente,

    constitudo por dois processos de avaliao distintos: Avaliao Nacional da Educao

    Bsica (ANEB), que aplicada em amostra aleatria de estudantes, e Avaliao Nacional doRendimento Escolar (ANRESC), mais extensa e detalhada, com foco em cada unidade escolar

    (ver a respeito:www.inep.gov.br/basica/saeb).

    No mbito dos governos estaduais, como o de Minas Gerais, a avaliao sistmica

    realizada por meio de procedimentos prprios de aferio de proficincia do aluno: o Sistema

    Mineiro de Avaliao da Educao Pblica (SIMAVE) (www.educacao.mg.gov.br).

    A avaliao do desempenho profissional e institucional tambm tem sido

    amplamente realizada no mbito dos sistemas de ensino, em todos os nveis. No Ensino Superior,

    a nfase na avaliao institucional (Lei n 10.961, de 2004), que estabelece as aes para

    a avaliao de cursos e instituies. No caso dos sistemas estaduais e municipais, a avaliao

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    de desempenho conjuga critrios de desempenho individual do servidor com indicadores de

    desempenho da instituio. Na Secretaria Estadual de Educao de Minas Gerais (SEE/MG), a

    avaliao de desempenho est vinculada ao plano de carreira do magistrio e foi regulamentada

    pela Resoluo SEPLAG/SEE n 5.645, de 13 de agosto de 2004. Tem por objetivos aferir o

    desempenho e identificar necessidades de capacitao do servidor, promover sua adequao

    funcional, fornecer subsdios gesto da poltica de recursos humanos, entre outros.

    Para finalizar, importa destacar o carter polissmico que o termo avaliao adquire

    tanto no texto da Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional, quanto no contexto das

    reformas e polticas educacionais em curso nas ltimas dcadas; mltiplos sentidos que traduzem

    movimentos contraditrios e, ao mesmo, tempo reveladores de novas prticas e concepes em

    construo. (Fonte: DUARTE, Adriana M.C.; DUARTE, Marisa R. T. (ORG) Termos da

    Legislao Educacional Brasileira. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2007)

    Avaliao da Aprendizagem

    . . Avaliao interna

    a avaliao realizada na sala de aula, pelo professor, buscando informaes

    sobre cada aluno e sobre a turma de um modo geral, tendo disposio vrios instrumentos

    de avaliao como a observao, o teste ou prova, a participao dos alunos nas atividades

    individuais e coletivas o que permite a interveno pedaggica imediata e a aprendizagem no

    tempo real.

    Ao final das etapas do ano letivo, deve-se atribuir aos alunos uma nota ou conceito,

    que o somatrio de cada um dos instrumentos usados. . . Avaliao externa

    So as informaes sobre o Sistema como um todo. Enquanto a Escola lida com

    ndices representados por notas, o resultado do SIMAVE/PROALFA/PROEB apresenta

    proficincia de desempenho, segundo as capacidades dos alunos avaliadas.

    A avaliao externa utiliza instrumentos elaborados de fora da escola e tem como

    objetivo identificar as desigualdades educacionais, fornecer subsdios para reformas e polticas

    educacionais e promover a melhoria do ensino e as polticas de eqidade.

    Temos, hoje, os seguintes sistemas de avaliao externa:

    . SAEB Sistema Nacional da Avaliao da Educao BsicaANEB (amostral) e Avaliao Nacional da Educao Bsica-

    ANRESC (censitria) Avaliao Nacional do Rendimento Escolar = Prova Brasil: resultados-

    na internet

    . ENEM Exame Nacional do Ensino Mdio

    . SIMAVE Sistema Mineiro de Avaliao da Escola Pblica

    PROEB Programa de Avaliao da Rede Pblica de Educao Bsica-

    PROALFA Programa de Avaliao da Alfabetizao-

    PAAE Programa de Avaliao da Aprendizagem Escolar-

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    Matriz Curricular

    ampla e espelha as diretrizes de ensino cujo desenvolvimento deve ser

    obrigatrio para todos os alunos. A Matriz Curricular contempla:

    . A Diretriz do Ensino Escolar;

    . Os Contedos Bsicos Comuns CBC;

    . A proposta dos Cadernos da SEE/MG elaborados pelo CEALE/UFMG;

    . O contedo dos Guias do Professor Alfabetizador.

    Matriz de Referncia de Avaliao

    Amostra significativa da Matriz Curricular formada por um conjunto de descritores

    que expressa as habilidades e competncias que sero avaliadas.

    Auto-avaliao da Escola

    A avaliao do sistema de ensino s fica completa quando tem como auxlio a auto-

    avaliao da Escola, local onde as atividades escolares acontecem. na Escola que se dar o

    dilogo entre a equipe pedaggica, os alunos e os gestores do sistema.

    A auto-avaliao interna contempla e incorpora os resultados da avaliao da

    aprendizagem dos alunos e o desempenho dos profissionais da Educao, conforme o Guia de

    Estudos para Certificao Ocupacional do Dirigente Escolar.

    de fundamental importncia que a comunidade escolar conhea os resultados das

    Avaliaes Internas e Externas. Para tanto, faz-se necessria a ampla divulgao desses, porintermdio dos mais variados meios de comunicao como: cartazes, e-mail, murais, grficos

    elaborados pelos prprios alunos, outros.

    A auto-avaliao um processo que exige uma tomada de conscincia. medida

    que as Escolas iniciarem suas auto-avaliaes haver maior facilidade em obter subsdios a

    partir das avaliaes externas, de tal forma que o processo avaliativo cumpra a sua funo:

    mudar o que precisa ser mudado e melhorar o que precisa ser melhorado (LOCATELLI, 2001,

    p.1).

    O Diretor da Escola deve assegurar o cumprimento, pelos educadores, da Resoluo

    SEE/MG n 521/2004, que orienta o processo de avaliao:. exigncia do aluno, com freqncia mnima de 75% do total de horas oferecidas no ano

    letivo;

    . garantia da Progresso Continuada e o tempo destinado ao Ciclo da Alfabetizao;

    . Novas Oportunidades de Aprendizagem, tais como os estudos orientados ao longo do processo,

    estudos orientados presenciais e estudos independentes realizados no perodo de frias.

    - Conselho de Classe

    Espao que objetiva discutir, refletir, analisar e avaliar o processo de ensino e de

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    aprendizagem dos alunos, fornecendo dados para o direcionamento do trabalho dos professores,

    do especialista em educao bsica e do diretor.

    A participao direta dos professores, dos especialistas, diretor, uma caracterstica

    apontada como fundamental para os Conselhos, bem como a efetivao dos registros.As reunies estruturam-se a partir dos objetivos definidos em funo das

    necessidades pedaggicas prioritrias das turmas. Lembramos que cada reunio deve contar

    com a participao de todos os professores que trabalham com a turma em foco.

    Essas reunies devem estar previstas no calendrio escolar para facilitar sua

    organizao, a preparao e a participao dos professores das turmas, do supervisor pedaggico,

    do orientador educacional e da presena do diretor informando-se e/ou liderando os rumos

    desejados.

    A reunio do Conselho de Classe o momento no apenas para anlise dos avanos

    dos alunos, mas do desempenho dos professores e da equipe escolar favorecendo sua formaocontinuada.

    Sugestes de atividades que a Escola pode desenvolver visando melhoria das

    reunies de Conselho de Classe:

    . avaliar os objetivos das pautas do ano anterior;

    . fazer confronto entre o que se props nessas reunies e o Projeto Pedaggico da Es