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A) O Contrato de Seguro 5 B) Seguro Automóvel 9 C) Seguros Habitação 13 D) Seguros de Acidentes de Trabalho 17 E) Seguro de Responsabilidade Civil 21 F) Seguro de Saúde 23 G) Seguro de Vida 25 Índice 1 è Pesquisa Índice

Guia do Consumidor Jul07:Guia do ConsumidorUV.qxd · Podem ser contratadas outras coberturas, para além das obrigatórias? Como deve ser fixado o capital seguro? Como actualizar

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A) O Contrato de Seguro 5

B) Seguro Automóvel 9

C) Seguros Habitação 13

D) Seguros de Acidentes de Trabalho 17

E) Seguro de Responsabilidade Civil 21

F) Seguro de Saúde 23

G) Seguro de Vida 25

Índice1

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A) O Contrato de SeguroO que é e para que serve a proposta de seguro?Como se inicia o contrato de seguro?Que Pessoas intervêm no contrato de seguro ?Como é constituído o contrato de seguro?O que é o prazo de reflexão e o direito de renúncia?Como posso pôr fim a um contrato de seguro?ExcepçõesQue tipo de informações as empresas de seguros são obrigadas a fornecer?Que tipo de informações devo conhecer antes de subscrever um contrato de seguro?

B) Seguro Automóvel

Qual a importância do Seguro Automóvel?O que é a proposta de seguro?Quais as coberturas do seguro obrigatório?É possível segurar todos os riscos?Como se actualiza o valor do veículo no seguro de danos próprios?Que outras garantias pode contratar?O preço é igual em todas as empresas de seguros?A franquia influi no preço do seguro?As empresas de seguros podem recusar-se a fazer o seguro obrigatório?O seguro transmite-se com a venda do veículo?Se tiver um acidente, o que devo fazer?E se, em caso de sinistro, um dos condutores não tiver seguro?O que é, e para que serve o Fundo de Garantia Automóvel?Como proceder em caso de acidente com um veículo de matrícula estrangeira?Que precauções devo tomar se viajar para o estrangeiro?Qual o valor do veículo em caso de acidente?Que tipo de informações devo pedir e analisar, antes de subscrever o contrato de seguro?

C) Seguros Habitação

Porque é importante celebrar um Seguro de Habitação?Seguro Obrigatório para os condomíniosQuais as coberturas do Seguro Obrigatório?

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Podem ser contratadas outras coberturas, para além das obrigatórias?Como deve ser fixado o capital seguro?Como actualizar o capital seguroEm caso de sinistro, quando coexistem o seguro da fracção e o seguro do condomínio, qual é o seguro que deverá ser accionado?O preço é igual em todas as empresas de seguros?Se ocorrer um sinistro, o que devo fazer?Quais são as obrigações da empresa de seguros?O que é a regra proporcional e quando se aplica?Que tipo de informações devo conhecer antes de subscrever o seguro?Quais os principais riscos a que o segurado está exposto neste tipo de contratos?

D) Seguros de Acidentes de Trabalho

Qual a importância do Seguro de Acidentes de Trabalho?Quais as coberturas do seguro de acidentes de trabalho do trabalhador por conta de outrem ?O que é um acidente de trabalho?O que se entende por local e tempo de trabalho?Quais as prestações garantidas em caso de acidente de trabalho?A quem compete designar o médico assistente do sinistrado?Qual a retribuição a considerar para efeitos de seguro?Existem limites quanto ao montante das prestações?O que é a remição de uma pensão?As pensões são actualizáveis?Qual o âmbito territorial do seguro de acidentes de trabalho?Quais as regas do seguro de acidentes de trabalho do trabalhador independente?O que se entende por trabalhador independente?Qual a retribuição a considerar para efeitos de seguro?Qual o âmbito territorial do seguro?Que regime se aplica a um acidente cujo sinistrado seja simultaneamente trabalhador por conta de outrem e independente?O que é e para que serve o Fundo de Acidentes de Trabalho?Como devo fazer se as empresas de seguros se recusarem a aceitar o seguro?

E) Seguro de Responsabilidade Civil

Para que serve um seguro de Responsabilidade Civil?Quais as garantias que estão normalmente associadas a um seguro de responsabilidade civil?

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Quais as garantias que estão normalmente excluídas de um seguro de responsabilidade civil?O que fazer em caso de sinistro?Que aspectos deverão ser tomados em atenção relativamente à rescisão do contrato?Qual o valor das indemnizações devidas?Aspectos importantes do contrato de seguro de responsabilidade civil

F) Seguro de Saúde

O que garante um seguro de saúde?Quais as garantias que estão normalmente excluídas de um seguro de saúde?O que fazer em caso de sinistro?Como é calculado o montante das indemnizações?Em que circunstâncias se pode resolver um contrato de seguro de saúde?Que outros aspectos devem ser tomados em consideração nos contratos de seguro de saúde?

G) Seguro de Vida

Que tipo de seguros são explorados no ramo vida?O que se entende por seguro de vida?Quais as principais diferenças entre um seguro de vida individual e um seguro de vida de grupo?O que é importante saber antes de subscrever um seguro ou operação do ramo vida?Que informação deverá ser fornecida pela seguradora no contrato de seguro do ramo vida?Que aspectos devem ser tomados em atenção no contrato de seguro do ramo vida?O que são seguros de nupcialidade e natalidade?O que são seguros ligados a fundos de investimento colectivo?O que são Fundos de Pensões?O que são operações de capitalização?Quando se pode proceder ao reembolso deste tipo de investimento?O que é o reembolso sobre forma de capital?O que é o reembolso sob forma de renda?Como se qualifica a tributação do rendimento de seguros de vida e de operações de capitalização?

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As informações que a seguir se disponibilizam têm carácter genérico e não dispensam aconsulta da lei.

O CONTRATO DE SEGURO

O que é e para que serve a proposta de seguro?

A proposta de seguro é o documento através do qual o segurado e/ou tomador do seguro expressa a sua vontade de celebrar o contrato de seguro.Embora o modelo possa variar de uma empresa de seguros para outra, o preenchimento deverá ser efectuado com todo o rigor, sob pena dequalquer declaração inexacta, reticência de factos ou circunstâncias conhecidas pelo segurado que podiam influir sobre a existência ou condiçõesdo contrato, tornarem o seguro nulo, cujos efeitos retroagem à data de início do mesmo, desobrigando a empresa de seguros de pagar qualquerindemnização. Através dele a empresa de seguros faz uma primeira análise do risco, podendo decidir de imediato pela sua aceitação. A seguradorapode solicitar informações adicionais se os elementos que constam da proposta não forem suficientes para a avaliação do risco. É preciso notar, noentanto, que a empresa de seguros é sempre livre de aceitar ou recusar o contrato. Uma vez o seguro definitivamente aceite, é emitida a apólice,documento que define e regula as relações entre a empresa de seguros, o tomador de seguro e/ou segurado.

Como se inicia o contrato de seguro?

A empresa de seguros tem o direito de definir a data de início do seguro. Contudo, no caso de seguros individuais em que o tomador é uma pessoafísica e sem prejuízo de poder ser convencionado outro prazo, considera-se que, decorridos 15 dias após a recepção da proposta de seguro semque a empresa de seguros tenha notificado o proponente da aceitação, da recusa ou da necessidade de recolher esclarecimentos essenciais àavaliação do risco, o contrato considera-se celebrado nos termos propostos. Nos restantes, é necessário que a empresa de seguros confirme aaceitação, seja pela emissão de um certificado, seja por qualquer outro meio escrito.

Que Pessoas intervêm no contrato de seguro ?

SEGURADORA (Companhia de seguros)

É a empresa, entidade que a lei autoriza a exercer a actividade seguradora, celebrando o contrato de seguro com outra entidade - o tomadordo seguro.

TOMADOR DO SEGURO

É a entidade que celebra o contrato de seguro com a seguradora, sendo em princípio o responsável pelo pagamento do prémio.

SEGURADO/PESSOA SEGURA

É a pessoa no interesse do qual o contrato é celebrado ou a pessoa cuja vida, saúde, integridade física ou bens o seguro visa garantir; podeser o tomador ou outra pessoa.

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SUBSCRITOR

É a entidade que celebra com a seguradora uma operação de capitalização, cabendo-lhe o pagamento da prestação, única ou periódica.

BENEFICIÁRIO

É a pessoa singular ou colectiva a quem a seguradora irá indemnizar ou garantir um pagamento por força de um contrato de seguro ou deuma operação de capitalização.

MEDIADOR

É a pessoa singular ou colectiva devidamente inscrita no Instituto de Seguros de Portugal para o exercício da mediação de seguros -propondo, preparando a celebração do contrato e prestando assistência aos contratos. O Mediador pode assumir uma das seguintescategorias:

- Mediador de seguros ligado—categoria em que a pessoa exerce a actividade de mediação de seguros:i) Em nome e por conta de uma empresa de seguros ou, com autorização desta, de várias empresas de seguros, desde que osprodutos que promova não sejam concorrentes, não recebendo prémios ou somas destinados aos tomadores de seguros, seguradosou beneficiários e actuando sob inteira responsabilidade dessa ou dessas empresas de seguros, no que se refere à mediação dosrespectivos produtos;ii) Em complemento da sua actividade profissional, sempre que o seguro seja acessório do bem ou serviço fornecido no âmbitodessa actividade principal, não recebendo prémios ou somas destinados aos tomadores de seguros, segurados ou beneficiários eactuando sob inteira responsabilidade de uma ou várias empresas de seguros, no que se refere à mediação dos respectivosprodutos;

- Agente de seguros—categoria em que a pessoa exerce a actividade de mediação de seguros em nome e por conta de uma ou maisempresas de seguros ou de outro mediador de seguros, nos termos do ou dos contratos que celebre com essas entidades;- Corretor de seguros—categoria em que a pessoa exerce a actividade de mediação de seguros de forma independente face às empresasde seguros, baseando a sua actividade numa análise imparcial de um número suficiente de contratos de seguro disponíveis no mercado quelhe permita aconselhar o cliente tendo em conta as suas necessidades específicas. São, de um modo geral, pessoas colectivas.

Como é constituído o contrato de seguro?

Um contrato de seguro é formado por elementos materiais e elementos formais. Nos elementos materiais podemos destacar, de entre outros, osseguintes elementos:

PRÉMIO

É a quantia entregue pelo tomador à seguradora, correspondente a cada período de duração do contrato. É devido por inteiro eantecipadamente, sem prejuízo da Apólice poder prever o seu fraccionamento para efeitos de pagamento.

ESTORNO

É o direito do tomador do seguro à devolução de parte do prémio anteriormente pago.

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DURAÇÃO DO CONTRATO

É o período de tempo durante o qual estarão cobertos os riscos ou garantidos os resultados previstos no contrato de seguro.

VALOR SEGURO

É o valor da responsabilidade assumida pela seguradora perante os riscos cobertos ou o montante garantido pelo contrato de seguro.

INDEMNIZAÇÃO

É a obrigação da seguradora, perante a ocorrência de sinistro, de reparar os prejuízos causados até ao montante seguro ou, no caso dosseguros do ramo “Vida”, pagar o montante seguro, de uma só vez ou sob a forma de renda.

RESOLUÇÃO

É o mecanismo jurídico que permite pôr termo ao contrato de seguro, na sequência da verificação de um motivo que a lei ou o contratoreconheçam como justificativo da resolução.Distingue-se da “anulação” na medida em que, em princípio, só produz efeitos para o futuro, não afectando os efeitos entretanto produzidospelo contrato. A anulação para além de ter efeito retroactivo, resulta da existência de um vício que afecta a validade do contrato, ao passoque a resolução pode resultar apenas da vontade de uma das partes. É cada vez mais frequente a indicação nas apólices de seguro daresolução “pro rata temporis”. Isto é, se houver lugar a estorno de prémio, este será calculado proporcionalmente ao tempo não decorrido,ao período entre a resolução e o vencimento do contrato.

Nos elementos formais podemos destacar, de entre outros, os seguintes elementos:

Condições Gerais - São cláusulas contratuais previamente elaboradas e impressas pela seguradora. Incluem os aspectos básicos do contratoseguro, normalmente comuns para riscos com características semelhantes.Condições Especiais - São cláusulas que só existem nalgumas Apólices: completam e esclarecem as Condições Gerais, servindo geralmente pararegistar garantias facultativas ou adicionais ou outras condições acordadas entre as partes.Condições Particulares - São cláusulas que individualizam o contrato de seguro: identificação do tomador, do segurado, do beneficiário; indicaçãodo montante do prémio, da(s) data(s) de pagamento, da duração do contrato, etc.

O que é o prazo de reflexão e o direito de renúncia?

O tomador de um contrato de seguro do Ramo Vida, de acidentes pessoais ou de doença a longo prazo, dispõe de 30 dias, a contar da recepção daapólice, para expedir carta em que renuncia aos efeitos do contrato. Esta comunicação deve ser feita por carta registada e não tem que apresentar qualquer justificação. Em função do tipo de seguro que foi efectuado,haverá lugar à devolução de parte ou da totalidade das importâncias pagas.

Como posso pôr fim a um contrato de seguro?

Uma vez assinado um contrato de seguro, o tomador assume a obrigação de pagar antecipada e periodicamente o respectivo prémio. Com efeito, excepto no caso dos seguros temporários (p.e. um contrato limitado à duração de uma viagem), o contrato de seguro é celebrado porum ano, renovável pelos seguintes, só terminando se o tomador ou a empresa de seguros o desejarem, uma vez que, regra geral, éautomaticamente renovado caso exista pagamento do prémio até à data da renovação. O tomador não necessita de avisar regularmente a empresade seguros que pretende continuar com o seguro, tendo apenas que efectuar previamente o pagamento do prémio relativamente ao períodotemporal coberto. A resolução do contrato, ou a proposta de renovação em condições diferentes das contratadas, devem ser comunicadas por

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escrito por uma das partes à outra parte, com antecedência mínima de 30 dias em relação à data da resolução ou do vencimento. Note-se ainda que, por regra, o contrato só se resolve automaticamente por falta de pagamento, mas tal regime não é aplicável aos seguros dosramos colheitas, ao ramo «Vida», bem como aos seguros temporários celebrados por períodos inferiores a 90 dias, nem quando estamos peranteprémios variáveis ou apólices abertas.

Excepções

No seguro de doença e no seguro obrigatório de responsabilidade civil automóvel, a empresa de seguros só pode fazer cessar o contrato, ou deleexcluir a pessoa segura, no respectivo vencimento, ou, fora dele, com fundamento previsto na lei - por exemplo, falta de pagamento do prémio,desaparecimento do objecto seguro, etc. Nos contratos de seguro de vida, que são normalmente aplicações a médio e longo prazo, o resgate (levantamento) nos primeiros anos(investimento a curto prazo) pode ser fortemente penalizado. Leia atentamente a tabela de valores de resgate e tenha presente as suasnecessidades, antes de decidir.

Que tipo de informações as empresas de seguros são obrigadas a fornecer?

Nos seguros de vida, acidentes pessoais ou doença a longo prazo, além da informação pré-contratual e das condições constantes da apólice, otomador de seguro tem direito de ser informado de todas as alterações que ocorram relativamente às informações iniciais, nomeadamente no querespeita a valores de resgate e de redução, bem como, anualmente, o direito de obter informação relativa à atribuição da participação nosresultados, caso exista. Toda a informação destinada a divulgar taxas de participação nos resultados deve indicar a base de incidência dessas taxas, facto que deverá terem conta quando analisar um contrato com participação nos resultados. Para além da taxa mínima garantida pelo contrato, qualquer projecção de rendimentos futuros constitui um mero exercício exemplificativo semqualquer garantia. Sempre que solicitar à empresa de seguros ou ao seu agente de seguros informações sobre condições tarifárias - preço do seguro que propõe -exija que estas lhe sejam dadas por escrito, como a lei determina. Relativamente ao seguro obrigatório de responsabilidade civil automóvel, os preços para as principais categorias de veículos devem estarobrigatoriamente afixados em todos os balcões e locais de atendimento ao público.

Que tipo de informações devo conhecer antes de subscrever um contrato de seguro?

Antes da celebração de um contrato de seguro de vida, acidentes pessoais, ou doença a longo prazo, a empresa de seguros deve prestar-lhe ainformação necessária para a compreensão do seguro que pretende efectuar, como por exemplo:

• Definição das garantias e duração do contrato; • Encargos, sua forma de incidência e momento em que são cobrados; • Penalização em caso de resgate ou redução do contrato; • Condições de transferência dos contratos, nos casos aplicáveis; • Forma de cálculo e atribuição da participação nos resultados; • Rendimento mínimo garantido, incluindo a taxa de juro mínima e duração dessa garantia, nos seguros e operações do ramo vida. • Se no momento em que é preenchida a proposta não tiver tomado conhecimento, devidamente comprovado, das informações pré-contratuais

anteriormente referidas tem o direito de renunciar aos efeitos do contrato de seguro.

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SEGURO AUTOMÓVEL

Qual a importância do Seguro Automóvel?

O proprietário ou o condutor de um veículo são responsáveis pelos prejuízos que este possa causar e, em caso de acidente, podem incorrer emgraves responsabilidades, face às indemnizações que lhes poderão ser exigidas. Por outro lado, impõe-se acautelar os legítimos interesses doslesados em acidentes de viação. Neste sentido, institucionalizou-se a obrigatoriedade de um contrato de seguro de responsabilidade civil para osveículos terrestres a motor e seus reboques. A falta de seguro é punida por lei e pode implicar apreensão do veículo, pagamento de uma coima e,em caso de acidente, a responsabilização do condutor ou do proprietário do veículo, pelo pagamento de indemnizações aos lesados. O capitalmínimo obrigatório a subscrever para os veículos não afectos a transportes colectivos é, actualmente, de 120 mil contos. No entanto, porque osdanos causados podem atingir valores superiores, muitos tomadores de seguros optam por contratar uma garantia superior.

O que é a proposta de seguro?

A proposta de seguro é o documento através do qual o tomador do seguro expressa a sua vontade de celebrar o contrato de seguro. O seupreenchimento deverá ser efectuado com todo o rigor, sob pena de qualquer declaração inexacta, reticência de factos ou circunstâncias conhecidaspelo tomador do seguro que podiam influir sobre a existência ou condições do contrato, tornarem o seguro nulo, cujos efeitos retroagem à data deinício do mesmo, desobrigando a empresa de seguros de pagar qualquer indemnização.

Quais as coberturas do seguro obrigatório?

O seguro obrigatório garante as indemnizações devidas por danos pessoais e ou materiais causados a terceiros, bem como às pessoastransportadas, com excepção do condutor do veículo. Relativamente aos passageiros transportados gratuitamente e às pessoas transportadasmediante contrato (táxi, transportes colectivos, etc.), estão cobertos todos os danos, quer corporais, quer materiais.

É possível segurar todos os riscos?

Nenhum contrato de seguro cobre todos os riscos. Além do seguro obrigatório de responsabilidade civil, e porque os veículos são bens de valorelevado que importa preservar, pode ainda ser contratado, entre outras garantias, o chamado SEGURO DE DANOS PRÓPRIOS. Este contrato deseguro abrange os prejuízos sofridos pelo veículo seguro ainda que o condutor seja o responsável pelo acidente, em conformidade com ascoberturas que vierem a ser contratadas. Habitualmente, o seguro de danos próprios cobre os prejuízos resultantes de choque, colisão ecapotamento, bem como furto ou roubo e ainda incêndio, raio e explosão.

Como se actualiza o valor do veículo no seguro de danos próprios?

A partir de 01 de Março de 1998, o valor seguro dos veículos a considerar para efeitos de indemnização em caso de perda total, deverá ser alteradoautomaticamente pela empresa de seguros, de acordo com uma tabela criada para o efeito, a qual inclui necessariamente como referências o valorde aquisição em novo ou a idade da viatura. Em alternativa, podem as partes estipular, por acordo expresso, qualquer outro valor segurável.

Que outras garantias pode contratar?

Dependendo da aceitação pelas empresas de seguros, podem ainda ser contratadas outras garantias, como, por exemplo: Um CAPITAL FACULTATIVO em responsabilidade civil superior ao mínimo obrigatório, alargando assim o âmbito da responsabilidade coberta; agarantia de ASSISTÊNCIA EM VIAGEM para o veículo e passageiros, a qual poderá conceder ao tomador do seguro, em caso de acidente ou avaria,a assistência necessária para o reboque do seu veículo, o transporte e deslocação de pessoas e bens, e, em alguns casos, o fornecimento de umoutro veículo até ao final da viagem; a garantia de PROTECÇÃO JURÍDICA, através da qual o tomador do seguro obtém a representação judicial ou

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extrajudicial dos seus interesses em consequência de acidente de viação; a cobertura de PESSOAS TRANSPORTADAS, que garante o pagamento deindemnizações pelos danos pessoais dos ocupantes do veículo seguro, independentemente da responsabilidade no acidente; a cobertura de ACTOSMALICIOSOS, que garante o pagamento ou reparação dos danos provocados por acção humana, directa e voluntária no veículo seguro; a coberturade PRIVAÇÃO TEMPORÁRIA DE USO, que poderá garantir o pagamento de uma compensação pelos prejuízos decorrentes de privação forçada douso do veículo seguro; o a cobertura de CATACLISMOS NATURAIS, que garante a reparação dos danos provocados por fenómenos naturais, taiscomo ciclones, terramotos e outros.

O preço é igual em todas as empresas de seguros?

Cada empresa de seguros é inteiramente livre de fixar os seus próprios preços - incluindo o do seguro obrigatório de responsabilidade civilautomóvel - de acordo com a sua estrutura de custos e a experiência de sinistralidade dos seus clientes. Além da idade do condutor e da antiguidadeda carta de condução, a idade do veículo e outros factores inerentes ao automobilista também podem influir no preço do seguro, de acordo com atabela específica de cada empresa de seguros. Normalmente, o preço aumenta por cada sinistro da responsabilidade do segurado e diminui porcada um ou mais anos sem sinistros. Estas alterações apenas podem ocorrer no vencimento anual do contrato e mediante pré-aviso da empresade seguros, salvo se na apólice outro sistema tiver sido previamente estabelecido.

A franquia influi no preço do seguro?

A franquia é uma importância estabelecida na apólice que fica a cargo do tomador do seguro em caso de sinistro. Pode estabelecer-se como ummontante fixo ou como uma percentagem do valor do capital seguro. A franquia permite reduzir o prémio, responsabilizando-se o tomador doseguro por uma parte do prejuízo. Quanto maior é a franquia, menor é o prémio. Podem estabelecer-se franquias quer na cobertura deresponsabilidade civil, quer na de danos próprios. No entanto, a franquia não é oponível a terceiros lesados, sendo estes indemnizados pelatotalidade dos danos sofridos, até ao limite das garantias da apólice.

As empresas de seguros podem recusar-se a fazer o seguro obrigatório?

Podem. Mas a lei prevê uma forma de ultrapassar essa recusa. Quem não conseguir que lhe aceitem o contrato em, pelo menos, três empresas deseguros, deve exigir de cada uma a respectiva declaração de recusa - cujo fornecimento é obrigatório - e contactar o Departamento de Apoio aosConsumidores do Instituto de Seguros de Portugal, que lhe indicará a empresa de seguros que fica obrigada a aceitar o seguro, bem como o preçoa pagar. Relativamente aos veículos obrigados a Inspecção Periódica Obrigatória, as empresas de seguros só podem celebrar ou renovar contratosde seguro mediante prova da respectiva aprovação.

O seguro transmite-se com a venda do veículo?

O seguro não se transmite. Caduca às 24 horas do dia da venda, pelo que o novo proprietário deve celebrar outro contrato de seguro. Por essemotivo, o tomador de seguro deve comunicar imediatamente à sua empresa de seguros a venda do veículo. No caso de pretender efectuar a substituição do veículo por outro dentro do prazo de 120 dias, o tomador do seguro deve, igualmente, informar asua empresa de seguros, para poder utilizar a mesma apólice.

Se tiver um acidente, o que devo fazer?

1- Obter os elementos de identificação dos outros intervenientes - condutor e veículo - no local do acidente, e da existência de seguro,nomeadamente o nome da empresa de seguros e o número da apólice (desde Abril de 1995 que é obrigatória a colocação, nos veículos, de umdístico contendo elementos que permitem identificar imediatamente a respectiva seguradora); 2- Identificar as testemunhas oculares (muito importante); 3- Se possível, procurar acordo através do preenchimento, pelos dois condutores, da Declaração Amigável de Acidente Automóvel, que deverá ser

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assinada por ambos. A entrega deste documento nas respectivas empresas de seguros é essencial para o funcionamento do sistema IDS -Indemnização Directa ao Segurado. Este sistema tem como finalidade acelerar a regularização dos sinistros, para melhor servir os utentes,possibilitando que cada tomador do seguro regularize o sinistro directamente com a sua própria empresa de seguros. O sistema IDS aplica-se desdeque sejam apenas duas as viaturas envolvidas no acidente, não hajam danos corporais e os danos materiais dele resultantes não sejam superioresa €15.000. No preenchimento da Declaração Amigável de Acidente Automóvel não é necessário os intervenientes declararem-se culpados. Nãohavendo responsabilidade do condutor, não resulta da declaração qualquer agravamento do prémio. Cada condutor deve ficar com um exemplarpara entregar na sua empresa de seguros. 4- Preencher o impresso para participação de sinistro, que constitui o Anexo da Declaração Amigável de Acidente Automóvel e que se destina afacilitar a regularização do sinistro automóvel.5- No caso de impossibilidade da assinatura da declaração amigável ou sempre que haja danos pessoais, deve-se solicitar a presença dasautoridades policiais.

E se, em caso de sinistro, um dos condutores não tiver seguro?

Se algum dos condutores não exibir documentos comprovativos do contrato de seguro, os outros intervenientes no acidente devem recolher osdados atrás referidos, em particular a matrícula e a identificação do condutor, e pedir informações ao Departamento de Atendimento do ISP sobrea forma de localizar a empresa de seguros a partir da matrícula (o que também pode ser feito em www.isp.pt), ou de recorrer ao Fundo de GarantiaAutomóvel, se não existir seguro válido. Aconselha-se também que seja solicitada a presença das autoridades policiais.

O que é, e para que serve o Fundo de Garantia Automóvel?

O Fundo de Garantia Automóvel (FGA) é um fundo autónomo que funciona junto do Instituto de Seguros de Portugal. Este fundo garante opagamento das indemnizações devidas por danos corporais e ou materiais, decorrentes de acidentes de viação causados por veículos que nãotenham o seguro obrigatório válido ou eficaz à data do acidente. Só estão abrangidos pelo Fundo de Garantia Automóvel os acidentes causados porveículos matriculados em Portugal e, de um modo geral, em países não aderentes ao sistema de Carta Verde. Relativamente aos danos materiais,o Fundo de Garantia Automóvel só responde desde que o responsável pelo acidente seja conhecido e o valor dos danos seja superior a €299,28.Os responsáveis pelos danos indemnizados pelo Fundo de Garantia Automóvel ficam obrigados a reembolsar, com juros, os montantes gastos. AoFundo de Garantia Automóvel compete ainda proceder às indemnizações por morte ou lesões corporais resultantes de sinistros cobertos porempresas de seguros declaradas em estado de falência.

Como proceder em caso de acidente com um veículo de matrícula estrangeira?

Deve contactar O GABINETE PORTUGUÊS DE CARTA VERDE, que funciona junto da Associação Portuguesa de Seguradores (APS) e pode sercontactado pelo Tel.: 21 384 81 01/38/32 ou na morada: Rua Rodrigo da Fonseca n.º 41 - 1070-157 Lisboa. O sistema de Carta Verde é umaconvenção internacional, denominada Convenção Multilateral de Garantia, que tem por objectivo facilitar a circulação rodoviária.

Que precauções devo tomar se viajar para o estrangeiro?

O automobilista deve verificar se tem a sua Carta Verde válida para todo o período da viagem e para os países que vai visitar. O contrato de seguroobrigatório é válido para todos os países indicados na Carta Verde. No entanto, para que, saindo de Portugal, mantenha as coberturas facultativas,é necessário, na maior parte dos casos, pedir antecipadamente à sua empresa de seguros uma extensão territorial, pagando eventualmente umprémio suplementar.

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Qual o valor do veículo em caso de acidente?

Em caso de acidente o veículo pode sofrer danos parciais ou ser considerado perda total. Considera-se perda total quando se constate que o valorestimado para a reparação dos danos sofridos, adicionado ao valor do salvado, ultrapassa 100% do valor venal do veículo (valor que o veículo teriano mercado automóvel caso pretendesse transaccioná-lo à data do acidente), tenha ocorrido o desaparecimento do veículo ou a sua destruição totalou a reparação não ser já tecnicamente viável por terem sido afectadas as suas condições de segurança.Quando tal acontece, a seguradora acorda com o tomador do seguro o pagamento de uma indemnização em dinheiro, habitualmente com base novalor venal do veículo à data do acidente ou com base nas tabelas de desvalorização comummente utilizadas, se superior.

A idade do veículo também é levada em consideração para efeitos de indemnização quando haja perda total, pelo que os veículos com idadesuperior a cinco anos têm uma majoração nos cálculos a efectuar.Caso a indemnização seja processada ao abrigo do contrato de danos próprios, o valor a considerar para efeitos de indemnização, em caso de perdatotal, será o montante efectivamente seguro.

Que tipo de informações devo pedir e analisar, antes de subscrever o contrato de seguro?

1- O preço da cobertura obrigatória e das coberturas facultativas. Peça na sua empresa de seguros uma simulação do aumento do prémio em funçãodo aumento do capital seguro em responsabilidade civil para poder tomar uma decisão; 2- Os riscos cobertos e os excluídos; 3- As opções quanto à franquia e correspondentes preços do seguro; 4- O sistema de funcionamento da tabela de penalização e bonificação do prémio; 5- Qual a extensão territorial das diversas coberturas; 6- Os critérios utilizados na sua empresa de seguros para a determinação e actualização do valor do veículo para efeitos de “danos próprios”, (bemcomo a respectiva tabela de desvalorização).

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SEGUROS HABITAÇÃO

Porque é importante celebrar um Seguro de Habitação?

Os bens móveis e imóveis estão sujeitos à ocorrência de eventos que lhes podem causar danos. Se não possuir um seguro válido, terá que suportaras despesas de reparação de quaisquer danos que ocorram na sua habitação.

Seguro Obrigatório para os condomínios

Para além disso, o seguro de incêndio é obrigatório para os edifícios em regime de propriedade horizontal (vulgarmente designados“condomínios), nos termos no n.º 1 do Art.º 1429.º do Código Civil.Esta obrigatoriedade aplica-se à cobertura das fracções autónomas e, também, das partes comuns, a qual deve ser feita pelos condóminos. Oadministrador deve, no entanto, efectuá-la quando os condóminos o não façam dentro nas condições fixadas em assembleia, por exemplo quandoo capital seguro for inferior ao determinado, ficando nesse caso com o direito de reaver daqueles o respectivo prémio.

Quais as coberturas do Seguro Obrigatório?

O seguro obrigatório garante a cobertura dos danos directamente causados ao edifício ou fracção seguros pela ocorrência de incêndio, excepto seeste for consequência de uma das situações especificamente previstas nas exclusões, como, por exemplo, tremores de terra, guerras e tumultos.Estão incluídos na cobertura de incêndio os danos directamente causados aos bens seguros em consequência dos meios empregues para combatero incêndio, calor, fumo ou vapor resultantes imediatamente daquele, acção mecânica de queda de raio, explosão e ainda remoções ou destruiçõesexecutadas por ordem da autoridade competente ou praticadas com o fim de salvamento.

Podem ser contratadas outras coberturas, para além das obrigatórias?

Para além da cobertura mínima prevista na lei para o seguro obrigatório, podem ser contratadas pelo tomador de seguro outras garantias,facultativas, englobadas no habitualmente denominado “seguro multi-riscos”. De entre as mais importantes, podemos referir a cobertura dos bens móveis da habitação, vulgarmente designada de “recheio”, contra os riscos deincêndio e de furto ou roubo, ou mesmo a cobertura de responsabilidade civil extra-contratual. No entanto, podem ainda ser contratadas outrasgarantias que se aplicam ao edifício e ao recheio.

Como deve ser fixado o capital seguro?

O valor do capital seguro para edifícios deverá corresponder ao custo de mercado da respectiva reconstrução, tendo em conta o tipo de construçãoou outros factores que possam influenciar esse custo, ou ao valor matricial no caso de edifícios para expropriação ou demolição.À excepção do valor dos terrenos, todos os elementos devem ser tomados em consideração para a determinação do capital seguro, incluindo o valorproporcional das partes comuns.

O valor do capital seguro de mobiliário ou de recheio corresponderá, em princípio, ao custo de substituição dos bens pelo seu valor em novo.

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Em qualquer dos casos, quando apresentar a proposta de seguro deve identificar claramente os bens a segurar e a sua valorização.Tenha presente que, em caso de sinistro, é ao segurado que cabe provar a veracidade da reclamação e o seu interesse nos bens seguros - ochamado ónus da prova -, pelo que convém guardar toda a documentação que prove a sua existência, nomeadamente os recibos discriminados quecomprovem a compra dos electrodomésticos, do mobiliário, etc..Se possuir obras de arte, fotografe esses objectos e anote as características especiais que os podem identificar, bem como o valor que lhes éatribuído.

Como actualizar o capital seguro?

Deverá periodicamente actualizar o valor atribuído a cada bem, tendo em atenção que o valor de compra actual, por exemplo, por um televisor, ésuperior ao que se verificava, há 2 ou 3 anos, para um aparelho com as mesmas características.De facto, a actualização do Capital Seguro é da exclusiva responsabilidade do tomador de seguro, não podendo a empresa de seguros, de sua livreiniciativa, proceder a essa alteração.

No entanto, no caso do seguro obrigatório, cada condómino deverá actualizar o capital seguro para a sua fracção, de acordo com o valor que foraprovado em assembleia de condomínio.Se a assembleia não aprovar um montante de actualização, o capital seguro para cada fracção deve ser actualizado de acordo com o Índice deEdifícios (IE) publicado pelo Instituto de Seguros de Portugal.

O tomador de seguro poderá optar por dois tipos de actualização do capital seguro:Actualização Convencionada: o capital seguro é anual e automaticamente actualizado pela aplicação da percentagem indicada para esse efeitopelo tomador de seguro;Actualização Indexada: o capital seguro é anual e automaticamente actualizado de acordo com as variações dos índices IE (edifícios), IRH(recheio) ou IRHE (recheio e edifício), publicados pelo Instituto de Seguros de Portugal.

Em caso de sinistro, quando coexistem o seguro da fracção e o seguro do condomínio, qual é o seguro que deverá seraccionado?

Neste caso, nos termos da lei, funciona primeiro o contrato de seguro mais antigo, funcionando os seguros mais recentes apenas se aquele serevelar nulo, ineficaz ou insuficiente.Todavia, deve ter presente que este esquema apenas funcionará correctamente se tiver o cuidado de informar cada uma das empresas de segurosenvolvidas de que existem outros contratos cobrindo o mesmo risco.

O preço é igual em todas as empresas de seguros?

Cada empresa pode fixar livremente os seus preços — incluindo no caso do seguro obrigatório de incêndio — de acordo com a sua estrutura decustos e a experiência de sinistralidade verificada na sua carteira.O prémio pode ainda variar em função das características do imóvel (tipo de construção e materiais empregues, por exemplo) e da sua localização.

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Se ocorrer um sinistro, o que devo fazer?

No caso de ocorrer um sinistro na habitação, constituem obrigações do segurado:Empregar todos os meios ao seu alcance para reduzir ou evitar o agravamento dos prejuízos decorrentes do sinistro e salvar os bens seguros.Não remover ou alterar quaisquer vestígios do sinistro, nem consentir que tal suceda sem acordo prévio da empresa de seguros.Prover à guarda, conservação e beneficiação dos salvados.Comunicar à empresa de seguros, por escrito, a verificação de qualquer dos eventos cobertos, no prazo máximo de oito dias, a contar da data doseu conhecimento, indicando o dia, hora, causa conhecida ou presumível, natureza e montante provável dos prejuízos, fornecendo-lhe todas asprovas solicitadas, bem como todos os relatórios ou outros documentos que possua ou venha a obter.

Quais são as obrigações da empresa de seguros?

A empresa de seguros deverá proceder prontamente às diligências necessárias ao reconhecimento do sinistro e à avaliação dos danos.A indemnização deve ser paga logo que concluídas estas diligências, sem prejuízo de pagamentos por conta, sempre que se reconheça que devemter lugar.Se decorridos 30 dias, a empresa de seguros, de posse de todos os elementos indispensáveis à reparação dos danos ou ao pagamento daindemnização acordada, não tiver realizado essa obrigação, injustificadamente, pagará juros de mora sobre a indemnização devida.

O que é a regra proporcional e quando se aplica?

A “regra proporcional” consiste na aplicação da lei quando o capital seguro é inferior ao custo de reconstrução (no caso de edifícios) ou ao custode substituição em novo (no caso de mobiliário e recheio), casos em que o segurado responderá pela parte proporcional dos danos.Por exemplo, se possuir um edifício cuja reconstrução custa 100.000 Euros, mas relativamente ao qual apenas declarou, quando fixou o capitalseguro, o valor de 80.000 Euros, a empresa de seguros será responsável apenas por 80% dos prejuízos que sofrer, ficando o segurado com osrestantes 20% a seu cargo.Assim, se ocorresse um sinistro que causasse danos de 50.000 Euros, a empresa de seguros apenas indemnizaria 40.000 Euros (80% de 50.000),suportando o segurado os restantes 10.000 Euros.

Pelo contrário, se o capital seguro for superior ao valor de reconstrução ou de substituição em novo, será aquele o limite de indemnização a suportarpela empresa de seguros.

No seguro obrigatório, tendo sido contratada a actualização indexada ou convencionada de capitais, não será aplicada a regra proporcional se ocapital seguro for igual ou superior a 85% do custo de reconstrução do imóvel.

No entanto, existem empresas de seguros que comercializam contratos relativamente aos quais aquela não é aplicada, habitualmente denominadosseguros em primeiro risco absoluto: para a determinação do valor da indemnização neste tipo de contratos, apenas interessa considerar o capitalseguro, independentemente do custo de reconstrução ou de substituição em novo dos bens seguros.

Que tipo de informações devo conhecer antes de subscrever o seguro?

Os riscos automaticamente cobertos pelo contrato, e os que estão sempre excluídos.As garantias facultativas que a empresa de seguros em causa pratica, e o seu âmbito de cobertura.

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Os critérios utilizados para determinar as indemnizações a liquidar, nomeadamente, se se considera a “regra proporcional” ou se os contratos sãoestipulados em primeiro risco absoluto.As opções quanto às franquias aplicáveis às diversas coberturas (valor que fica a cargo do segurado em caso de sinistro) e correspondentes preçosdo seguro.Quais os agravamentos e descontos que são praticados, por exemplo, por se tratar de um imóvel pouco habitado ou pela existência de um sistemade protecção contra roubo.

Quais os principais riscos a que o segurado está exposto neste tipo de contratos?

Em resumo, indicam-se de seguida as principais situações que devem merecer a atenção do segurado quer na subscrição quer na vigência docontrato:A prestação de declarações inexactas ou reticências de factos ou circunstâncias que podem influenciar a existência ou condições do contratolevam à sua nulidade.O estabelecimento de um capital seguro inferior ao valor de reconstrução (edifícios) ou de substituição em novo (recheio), bem como a falta deactualização do mesmo, conduz na grande maioria das vezes à aplicação da regra proporcional. Mas a fixação de um capital seguro superioràqueles valores apenas levará ao pagamento de um prémio mais elevado pelo contrato de seguro, sem que este traga uma maior garantia.A incorrecta interpretação das coberturas e das exclusões ou a contratação de coberturas inadequadas ao risco que se pretende transferir atravésdo contrato de seguro.A falta de documentação (recibos ou fotografias ou outros comprovativos válidos, no caso de bens especiais) que, em caso de sinistro, pode provara existência dos bens seguros e a propriedade dos mesmos.O não pagamento do prémio ou fracção na data indicada no aviso que a empresa de seguros envia, com uma antecedência mínima de 60 dias,conduz à resolução imediata do contrato de seguro, deixando este de produzir efeitos.A caracterização insuficiente de um sinistro, a ausência de testemunhas, ou a remoção ou alteração de vestígios do mesmo poderão dificultar asua regularização, com inconvenientes óbvios para o segurado.

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SEGURO DE ACIDENTES DE TRABALHO

Qual a importância do Seguro de Acidentes de Trabalho?

Desde 1913 que é reconhecida em Portugal a obrigatoriedade de as entidades empregadoras repararem as consequências dos acidentes de trabalhosofridos pelos seus empregados. Foi neste âmbito instituída a obrigatoriedade legal do seguro pelo risco de acidentes de trabalho, visando asseguraraos trabalhadores por conta de outrem e seus familiares condições adequadas de reparação dos danos decorrentes de acidentes de trabalho. Maisrecentemente, com a publicação da Lei nº 100/97, de 13 de Setembro, manteve-se na sua essência o sistema reparatório baseado no seguro. Estenovo enquadramento jurídico vem alargar o carácter de obrigatoriedade do seguro também aos trabalhadores independentes, pretendendo-segarantir prestações em condições idênticas às dos trabalhadores por conta de outrem. A inexistência de seguro é punida por lei, podendo implicaro pagamento de uma coima. No caso de acidente ocorrido com trabalhador por conta de outrem, a entidade empregadora é responsável pelopagamento das prestações previstas na lei.

Quais as cobertura do seguro de acidentes de trabalho do trabalhador por conta de outrem ?

No caso dos trabalhadores por conta de outrem, o seguro abrange: • Os trabalhadores vinculados por contrato de trabalho ou equiparado; • os praticantes, aprendizes, estagiários e demais situações de formação profissional; • aqueles que, considerando-se na dependência económica da pessoa servida, prestem, isoladamente ou em conjunto, serviços; • os administradores, directores, gerentes ou equiparados, quando remunerados.

O trabalhador pode verificar da existência do seguro de acidentes de trabalho através dos recibos de retribuição que devem, obrigatoriamente,identificar a empresa de seguros para a qual o risco se encontra transferido à data da sua emissão.

O que é um acidente de trabalho?

É acidente de trabalho aquele que se verifique no local e no tempo de trabalho, produzindo lesão corporal, perturbação funcional ou doença de queresulte redução na capacidade de trabalho, ou de ganho, ou a morte. Considera-se também acidente de trabalho, o ocorrido: 1. No trajecto, normalmente utilizado e durante o período ininterrupto habitualmente gasto, de ida e de regresso entre: a) o local de residência e o local de trabalho;b) quaisquer dos locais já referidos e o local de pagamento da retribuição, ou o local onde deva ser prestada assistência ou tratamento decorrentede acidente de trabalho;c) o local de trabalho e o de refeição; d) o local onde, por determinação da entidade empregadora, o trabalhador presta qualquer serviço relacionado com o seu trabalho e as instalaçõesque constituem o seu local de trabalho habitual; 2. Quando o trajecto normal tenha sofrido interrupções ou desvios determinados pela satisfação de necessidades atendíveis do trabalhador, bemcomo por motivo de força maior ou caso fortuito; 3. No local de trabalho, quando no exercício do direito de reunião ou de actividade de representação dos trabalhadores; 4. Fora do local ou tempo de trabalho, na execução de serviços determinados ou consentidos pela entidade empregadora; 5. Na execução de serviços espontaneamente prestados e de que possa resultar proveito económico para a entidade empregadora; 6. No local de trabalho, quando em frequência de curso de formação profissional ou, fora, quando exista autorização da entidade empregadora; 7. Durante a procura de emprego nos casos de trabalhadores com processo de cessação de contrato de trabalho em curso; 8. No local de pagamento da retribuição; 9. No local onde deva ser prestada qualquer forma de assistência ou tratamento decorrente de acidente de trabalho.

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O que se entende por local e tempo de trabalho?

Por local de trabalho entende-se todo o lugar em que o trabalhador se encontra ou deva dirigir-se em virtude do seu trabalho e em que estejadirecta ou indirectamente, sujeito ao controlo do empregador. Por tempo de trabalho entende-se, além do período normal de laboração, o quepreceder o seu início, em actos de preparação ou com ele relacionados, e o que se lhe seguir, em actos também com ele relacionados, e ainda asinterrupções normais ou forçosas de trabalho.

Quais as prestações garantidas em caso de acidente de trabalho?

O direito do trabalhador à reparação por acidente de trabalho compreende dois grupos de prestações: o em espécie: assistência médica, cirúrgica,farmacêutica, hospitalar e quaisquer outras, incluindo despesas de hospedagem, transportes, aparelhos de próteses e ortóteses, desde quenecessárias ao restabelecimento do estado de saúde e da capacidade de trabalho e de ganho do sinistrado, e sua reabilitação funcional; o emdinheiro: indemnização por incapacidade temporária ou permanente; pensão vitalícia por redução na capacidade de trabalho ou ganho; prestaçãosuplementar por assistência por terceira pessoa; subsídios por elevada incapacidade permanente, para readaptação de habitação e por morte edespesas de funeral; pensões aos familiares por falecimento do sinistrado. A assistência inclui a assistência psíquica quando reconhecida necessáriapelo médico assistente. Relativamente aos aparelhos é devido, em caso de acidente, não só o seu fornecimento como também a sua renovação ereparação, mesmo em consequência de deterioração por uso ou desgaste normais.

A quem compete designar o médico assistente do sinistrado?

A empresa de seguros tem o direito de designar o médico assistente do sinistrado. O sinistrado poderá no entanto recorrer a outro médico nosseguintes casos:

• se a entidade empregadora não se encontrar no local do acidente e houver urgência nos socorros; • se a empresa de seguros não nomear médico assistente, ou enquanto o não fizer, ou se renunciar ao direito de escolha; • se lhe for dada alta sem estar curado, devendo neste caso requerer exame pelo perito do tribunal. Enquanto não houver médico assistente

designado, será como tal considerado o médico que tratar o sinistrado. O sinistrado poderá ainda escolher o médico que o deva operar nos casos de alta cirurgia e naqueles em que, como consequência da operação,possa correr perigo da sua vida.

Qual a retribuição a considerar para efeitos de seguro?

A retribuição para efeitos de seguro deverá corresponder a tudo o que a lei considere como elemento integrante da retribuição, incluindo oequivalente ao valor da alimentação e da habitação, quando o trabalhador a estes tiver direito, bem como outras prestações em espécie ou dinheiroque revistam carácter de regularidade e não se destinem a compensar o trabalhador por custos aleatórios e ainda os subsídios de férias e de Natal.

Existem limites quanto ao montante das prestações?

Nos casos em que a retribuição segura corresponder à retribuição real, e no que respeita às prestações em espécie, o seguro não tem qualquerlimite, devendo a empresa de seguros suportar, por exemplo, todas as despesas médicas necessárias e adequadas ao restabelecimento do estadode saúde e de capacidade de trabalho ou de ganho do sinistrado. Já no que se refere às prestações em dinheiro, estas dependem do montante daretribuição declarado para efeitos de seguro. Quando a retribuição declarada pela entidade empregadora, para efeitos de seguro, for inferior à real,a empresa de seguros só é responsável em relação àquela retribuição, respondendo a entidade empregadora pela diferença e pelas despesasefectuadas com hospitalização, assistência clínica e transporte, na respectiva proporção.

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O que é a remição de uma pensão?

A remição de uma pensão consiste no pagamento das pensões devidas, ou parte destas, sob a forma de um capital único. São obrigatoriamenteremidas as pensões anuais:

• de reduzido montante, inferiores a seis vezes o salário mínimo nacional mais elevado; • devidas em caso de incapacidade permanente parcial inferior a 30%.

Em determinadas condições previstas na lei pode ainda ser requerida a remição parcial das pensões, a pedido dos pensionistas ou das entidadesresponsáveis, mas sempre com a autorização do Tribunal do Trabalho.

As pensões são actualizáveis?

As pensões, desde que decorrentes de incapacidade permanente igual ou superior a 30% ou morte, são anualmente actualizadas nos termos emque o forem as pensões do regime geral da Segurança Social.

Qual o âmbito territorial do seguro de acidentes de trabalho?

O seguro de acidentes de trabalho por conta de outrem é válido em todo o território nacional e no estrangeiro, desde que ao serviço de umaempresa portuguesa, nos termos previstos na apólice.

Quais as regas do seguro de acidentes de trabalho do trabalhador independente?

O seguro do trabalhador independente rege-se, com as devidas adaptações, pelas mesmas disposições do seguro do trabalhador por conta deoutrem, salvo, no que foi especificamente previsto em legislação autónoma.

O que se entende por trabalhador independente?

Considera-se trabalhador independente o que exerça uma actividade por conta própria. Está dispensado de fazer seguro aquele cuja produção sedestine exclusivamente ao consumo ou utilização por si próprio e pelo seu agregado familiar.

Qual a retribuição a considerar para efeitos de seguro?

A retribuição a considerar para efeitos de seguro é da responsabilidade do trabalhador independente, não podendo ser inferior a catorze vezes osalário mínimo nacional mais elevado. Para valor superior ao mínimo referido a empresa de seguros reserva-se o direito de exigir prova derendimento; não o fazendo no momento da subscrição ou alteração do contrato, será considerado para efeitos de indemnização o valor declarado.

Qual o âmbito territorial do seguro?

O seguro de trabalhadores independentes é válido para todo o território nacional, e para o território dos Estados Membros da União Europeia ondeo trabalhador exerça a sua actividade desde que por período não superior a quinze dias. Para um período superior a quinze dias, ou no caso dotrabalhador exercer a sua actividade em Estados não Membros da União Europeia, terá de ser contratada uma extensão de cobertura.

Que regime se aplica a um acidente cujo sinistrado seja simultaneamente trabalhador por conta de outrem eindependente?

Havendo dúvidas sobre o regime aplicável, presume-se, até prova em contrário, que o acidente ocorreu ao serviço da entidade empregadora.Provando-se que o acidente ocorreu quando o sinistrado exercia funções de trabalhador independente, a entidade presumida como responsáveladquire o direito de regresso contra a empresa de seguros do trabalhador independente ou contra o próprio trabalhador.

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O que é e para que serve o Fundo de Acidentes de Trabalho?

O Fundo de Acidentes de Trabalho (FAT) funciona junto do Instituto de Seguros de Portugal, e assegura: a)pagamento das prestações que forem devidas por acidente de trabalho sempre que, por motivo de incapacidade económica objectivamentecaracterizada em processo judicial de falência ou processo equivalente, ou processo de recuperação de empresa ou por motivo de ausência,desaparecimento e impossibilidade de identificação, não possam ser pagas pela entidade responsável;b)pagamento dos prémios de seguro de acidentes de trabalho, mediante solicitação apresentada pelo gestor de empresa que, no âmbito de umprocesso de recuperação, se encontre impossibilitada de o fazer; c)pagamento das actualizações de pensões de acidentes de trabalho;d)a colocação dos riscos recusados pelas empresas de seguros.

Como devo fazer se as empresas de seguros se recusarem a aceitar o seguro?

A entidade empregadora ou o trabalhador independente que, após consulta a três empresas de seguros não conseguir efectuar o contrato, porrecusa daquelas, deve solicitar a cada uma a respectiva declaração de recusa - cujo fornecimento é obrigatório - e contactar o Fundo de Acidentesde Trabalho (FAT) que lhe indicará as condições de aceitação bem como a empresa de seguros que celebrará o contrato.

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SEGURO DE RESPONSABILIDADE CIVIL

Para que serve um seguro de Responsabilidade Civil?

O seguro de responsabilidade civil geral pode assumir-se em várias modalidades, garantindo, entre outras coberturas, os prejuízos resultantes daexploração de determinada actividade, do exercício de certa profissão, ou até de actos e/ou omissões do agregado familiar e animais domésticos.

Quais as garantias que estão normalmente associadas a um seguro de responsabilidade civil?

O seguro de responsabilidade civil é facultativo e terá as coberturas e as as exclusões que em cada contrato forem definidas. Normalmente garanteos danos patrimoniais e/ou não patrimoniais causados a terceiros pelo segurado e seu agregado familiar, nos actos ou omissões expressamenteprevistos nas condições particulares, especiais e gerais do contrato.

Quais as garantias que estão normalmente excluídas de um seguro de responsabilidade civil?

O seguro de responsabilidade civil exclui, normalmente os prejuízos que derivem de acções ou omissões praticadas com intenção de os causar oudo incumprimento, também intencional, de normas legais e regulamentares. Além disso, encontram-se também, normalmente excluídos:

- Os danos causados ao segurado, ao seu agregado familiar ou a quaisquer pessoas por quem ele seja responsável.- Os prejuízos resultantes de multas ou coimas, de despesas relacionadas com processo-crime, de acidente de viação, de acidente de trabalho,

de cataclismos da natureza, de actos de guerra, de sabotagem ou terrorismo e outros.- Os prejuízos resultantes de multas ou coimas, de despesas relacionadas com processo-crime, de acidente de viação, de acidente de trabalho,

de cataclismos da natureza, de actos de guerra, de sabotagem ou terrorismo e outros.- Os danos causados sob a influência do consumo de álcool, estupefacientes ou narcóticos, pela epilepsia e transmissão de doenças

contagiosas.- As indemnizações complementares a que o segurado seja condenado por decisão judicial, a título punitivo ou compulsório (coercivo).- Os danos causados a bens de terceiros, quando tenham sido confiados ao segurado.- Os prejuízos resultantes de atraso no cumprimento ou do incumprimento de qualquer contrato ou outro negócio jurídico.

O que fazer em caso de sinistro?

O tomador do seguro ou segurado deverão comunicar à seguradora, normalmente no prazo de 48 horas, qualquer acontecimento que tenhaconhecimento, do qual possa resultar responsabilidade para a seguradora ou ainda de algum pedido de indemnização formulado pelo lesado ou dequalquer processo civil ou criminal em curso. Seguidamente, deverá proceder à respectiva participação, por escrito, no prazo de 8 dias. O seguradonão pode propor ou oferecer ao terceiro lesado qualquer valor indemnizatório, sem a devida autorização da seguradora, nem dar conselhos eassistência ou adiantar dinheiro em nome e por conta da seguradora, sem que esta o tenha consentido previamente.

Que aspectos deverão ser tomados em atenção relativamente à rescisão do contrato?

Por regra só existe seguro e inerente cobertura do risco caso exista pagamento do prémio. De acordo com o regime do Decreto-Lei n.º 122/2005,de 29 de Julho, a falta de pagamento do prémio de anuidades subsequentes, ou da primeira fracção deste, impede a renovação do contrato, quepor esse facto se não opera, e o não pagamento de uma qualquer fracção do prémio no decurso de uma anuidade determina a resolução automáticae imediata do contrato, na data em que o pagamento dessa fracção era devido.

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Os contratos titulados por apólices abertas ou de prémio variável, renovam-se automaticamente, sendo que a falta de pagamento do prémio nadata indicada no respectivo aviso penaliza o tomador em juros de mora pelo atraso, e decorridos 30 dias após a referida data o contrato seráautomaticamente resolvido, com efeitos a partir dessa data, sem possibilidade de ser reposta a sua vigência.

A resolução do contrato por falta de pagamento não iliba o tomador de liquidar as quantias em dívida e juros moratórios e pode obrigá-lo aopagamento de uma penalidade.Quer o tomador do seguro quer a seguradora podem resolver o contrato, mas enquanto o primeiro pode fazê-lo a todo o tempo, desde que avisea seguradora com a antecedência mínima de 30 dias em relação à data pretendida, a seguradora só o pode fazer se dispuser de fundamento legalou contratual (que neste caso será o facto de ter ocorrido sinistro), comunicando-o previamente ao tomador também com pelo menos 30 diasantes.

Qual o valor das indemnizações devidas?

A indemnização será calculada considerando os prejuízos avaliados e o valor seguro. Se o montante da indemnização foi inferior ao valor garantidoa seguradora responderá também pelas eventuais despesas exclusivamente judiciais (do processo). Se a indemnização for superior a seguradoranão suportará as despesas judiciais e responderá pelos danos até ao valor seguro.Existindo vários lesados pelo mesmo sinistro e o montante dos prejuízos exceder o valor seguro, a responsabilidade da seguradora reduzir-se-áproporcionalmente ao montante dos respectivos danos sofridos até ao limite da importância garantida.

Aspectos importantes do contrato de seguro de responsabilidade civil

- A responsabilidade da seguradora encontra-se limitada ao valor seguro indicado nas condições particulares, independentemente do númerode pessoas lesadas com o sinistro.

- As comunicações e notificações entre a seguradora e o segurado devem ser realizadas mediante correio registado ou outro meio de que fiqueregisto escrito.

- O montante do prémio a pagar corresponderá ao período do contrato e é devido por inteiro, ainda que possa ser fraccionado para o respectivopagamento.

- Salvo acordo em contrário, a cobertura do risco pela seguradora só se inicia com o pagamento do prémio ou da sua fracção inicial.- As partes podem acordar que a cobertura se inicie até 30 dias antes da data prevista para o pagamento do prémio ou da sua fracção inicial

- mas a validade da cobertura dependerá sempre do pagamento do prémio ou de tal fracção.- Nas renovações automáticas de contrato, a seguradora deverá avisar o tomador, por escrito, até 60 dias (30 dias quando sejam apólices

abertas ou de prémio variável) antes da data em que é devido o prémio ou sua fracção, indicando a data e o montante a pagar, bem comoas consequências da falta de pagamento em tal data.

- As declarações inexactas de factos ou circunstâncias que o tomador ou segurado conheçam tornam o contrato inválido (nulo), não produzindoquaisquer efeitos ocorrendo o sinistro.

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Seguro de Saúde

O que garante um seguro de saúde?

O seguro de doença garante os acidentes e doenças tratados em Portugal ou normalmente também no estrangeiro se se verificarem durante umaviagem não superior a 60 dias ou então com tratamento prescrito pelo médico assistente da pessoa segura, consentida previamente pelos serviçosclínicos da seguradora conforme coberturas expressamente previstas nas condições do contrato, com os limites nelas fixados (franquias emontantes).Se a pessoa segura receber qualquer comparticipação de algum sistema de segurança social, as garantias reportar-se-ão apenas aos montantesnão comparticipados. As garantias podem funcionar através do reembolso de despesas realizadas com cuidados de saúde, de pagamento directoaos prestadores dos serviços de saúde ou da combinação das duas modalidades mencionadas nos pontos anteriores.

Quais as garantias que estão normalmente excluídas de um seguro de saúde?

- Doenças profissionais e acidentes de trabalho.- Perturbações nervosas e doenças de foro psiquiátrico.- Check-up e exames gerais de saúde.- Perturbações originadas por intoxicação alcoólica ou de uso abusivo de estupefacientes e narcóticos.- Acidentes ou doenças resultantes de participação em competições desportivas com veículos; prática desportiva profissional e respectivos

treinos ou ainda por amadores integrada em campeonatos oficiais; prática de caça submarina, boxe, artes marciais, paraquedismo,tauromaquia e outros.

- Tratamento ou cirurgia destinada a correcção de obesidade, para emagrecimento e afins, fertilização ou qualquer método de fecundaçãoartificial, transplante de órgãos ou medula, e respectivas consequências.

- Tratamento e/ou cirurgia estética, plástica ou reconstrutiva e suas consequências, salvo se devido a doença ou acidente abrangidos peloseguro

- Despesas relativas a estadias em estabelecimentos psiquiátricos, termais, casas de repouso, lares de 3ª idade, centros de desintoxicação dealcoólicos ou tóxico-dependentes.

- Doenças e deficiências pré-existentes à data de celebração do contrato de seguro.- Consultas, tratamentos e cirurgia do foro estomatológico- Despesas ligadas a gravidez, parto e interrupção da gravidez

O que fazer em caso de sinistro?

O tomador de seguro e a pessoa segura têm o dever de informar com verdade as circunstâncias e consequências de um acidente ou de uma doença,cumprir as prescrições do médico assistente, sujeitar-se, se necessário, a exame por médico indicado pela seguradora, comunicar à seguradora, ointernamento hospitalar ou intervenção cirúrgica, apresentar os documentos comprovativos das despesas realizadas com os cuidados de saúde eparticipar o sinistro no prazo máximo de 8 dias a contar da data da sua ocorrência ou conhecimento.

Como é calculado o montante das indemnizações?

O contrato prevê geralmente o prazo máximo até ao qual deve ser entregue o pedido de liquidação das despesas a contar da data da respectivarealização. Após a formulação do pedido devidamente documentado a Seguradora deve reembolsar a pessoa segura no prazo máximo previsto naapólice. Quando a Seguradora dispuser de todos os elementos e documentos necessários ao apuramento do montante a reembolsar deveconcretizar o pagamento, sob pena de acrescerem juros moratórios à taxa legal vigente (4%/ano) sobre o mesmo montante.

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Em que circunstâncias se pode resolver um contrato de seguro de saúde?

Por regra só existe seguro e inerente cobertura do risco caso exista pagamento do prémio. De acordo com o regime do Decreto-Lei n.º 122/2005,de 29 de Julho, a falta de pagamento do prémio de anuidades subsequentes, ou da primeira fracção deste, impede a renovação do contrato, quepor esse facto se não opera, e o não pagamento de uma qualquer fracção do prémio no decurso de uma anuidade determina a resolução automáticae imediata do contrato, na data em que o pagamento dessa fracção era devido.

O tomador do seguro pode, a todo o tempo, reduzir o valor seguro caso a apólice preveja essa faculdade ou resolver o contrato, desde que o façapor correio registado ou outro meio de que fique registo e com pelo menos 30 dias antes da data em que pretenda os seus efeitos.

A resolução do contrato ou a sua não renovação relativamente a uma pessoa segura, por iniciativa da seguradora, obriga esta a durante um ano eaté esgotar o valor seguro, a garantir as prestações acordadas pelo contrato, desde que se tratem de doenças ou acidentes cobertos pela apólice,manifestados no respectivo período de vigência e sejam participados à seguradora até 8 dias após o termo do contrato.

Que outros aspectos devem ser tomados em consideração nos contratos de seguro de saúde?

- A declaração à Seguradora de factos ou circunstâncias falsas, não exactos ou a sua omissão quando conhecidos, determinam que o contratoseja inválido (nulo).

- É aconselhável que as comunicações e notificações entre os intervenientes no contrato sejam efectuadas através de correio registado ououtro meio de que fique registo escrito, para a última morada do tomador do seguro ou segurado, constante do contrato e para a sede socialda seguradora.

- Salvo acordo em contrário, o prémio é anual, é devido antecipadamente e por inteiro, sem prejuízo de poder ser fraccionado em parcelaspara efeitos de pagamento, e a cobertura do risco pela seguradora só se inicia com o pagamento do prémio ou da sua fracção inicial.

- As partes podem acordar que a cobertura se inicie até 30 dias antes da data prevista para o pagamento do prémio ou da sua fracção inicial- mas a validade da cobertura dependerá sempre do pagamento do prémio ou de tal fracção.

- A entrada ou saída de pessoas seguras no contrato influi no valor do prémio a pagar. A sua inclusão ou exclusão entre o dia 1 e o dia 15 decada mês considera-se, normalmente realizada no dia 1 desse mesmo mês, se ocorrem entre o dia 16 e o fim do mês considera-se, paraefeitos de prémio, que se realizaram no dia 1 do mês seguinte.

- Nas renovações automáticas de contrato, a seguradora obriga-se a enviar ao tomador um aviso, por escrito, até 60 dias antes da data emque o prémio é devido, indicando essa data e o valor devido.

- Em caso de doença, as garantias do contrato só podem funcionar após um período de tempo indicado nas condições particulares ou especiaisa que se chama período de carência, que é normalmente de 90 dias; para partos, o período de carência é habitualmente de 300 dias.

- Sempre que qualquer facto ou circunstância possam determinar um agravamento do risco coberto, no entender do tomador e/ou da pessoasegura, estes estão obrigados a comunicá-los à seguradora no prazo de 8 dias.

- Após a comunicação do agravamento do risco, é normalmente estipulado que a Seguradora dispõe de um determinado prazo para propor,por meio de que fique registo escrito, a modificação das condições do contrato.

- Recebida a notificação da seguradora com as novas condições do contrato, o tomador do seguro poderá aceitar tais condições ou resolver ocontrato, com o consequente reembolso do prémio correspondente ao período de tempo em que não usufruiu do seguro.

- O tomador do seguro e a pessoa segura estão obrigados a informar a seguradora da existência de outros seguros com garantias idênticas àsprevistas no contrato a celebrar ou celebrado.

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SEGURO DE VIDA

Que tipo de seguros são explorados no ramo vida?

A actividade do ramo Vida consiste na exploração dos seguintes seguros e operações: Seguro de Vida, Seguro de Nupcialidade /Natalidade ,Seguro ligado a fundos de investimento colectivo, operações de capitalização e fundos de pensões.

O que se entende por seguro de vida?

É um seguro efectuado sobre a vida de uma ou várias pessoas seguras, que permite garantir, como cobertura principal, o risco de morte ou desobrevivência, ou ambos. Esta cobertura pode ainda ser integrada ou complementada por uma operação financeira.

Quais as principais diferenças entre um seguro de vida individual e um seguro de vida de grupo?

O seguro individual é efectuado sobre uma pessoa segura ou conjuntamente sobre várias pessoas seguras. O seguro de grupo é o seguro de umconjunto de pessoas ligadas entre si e ao tomador de seguro por um vínculo ou interesse comum. O seguro de grupo pode ainda dividir-se mecontributivo, ou seja, aquele em que as pessoas contribuem, no todo ou em parte, para o pagamento do prémio e não contributivo que é aqueleem que o tomador de seguro contribui na totalidade, para o pagamento do prémio.O seguro de grupo é formalizado através de uma única apólice garantindo determinado esquema de coberturas estabelecido de acordo com umcritério objectivo e uniforme não dependente exclusivamente da vontade da pessoa segura. A seguradora, com base nos boletins de adesão doscandidatos à participação no contrato, emite, por cada pessoa segura, um certificado individual ou outro documento comprovativo de inclusão nogrupo seguro, de que constem os elementos de identificação de pessoa segura e a designação dos beneficiários.

O que é importante saber antes de subscrever um seguro ou operação do ramo vida?

- Se e quando é que o beneficiário adquire o direito a ocupar o lugar do tomador do seguro. - O contrato deve mencionar que há consentimento, por escrito, da pessoa segura se esta não é o próprio tomador do seguro, salvo se o

contrato visar garantir alguma responsabilidade do tomador perante a pessoa segura.- O acordo escrito da pessoa segura também é necessário para alterar o beneficiário do seguro.- O contrato deve referir expressamente que o direito do tomador ou do segurado em alterar o beneficiário cessa no momento em que este

último adquire o direito ao pagamento das importâncias seguras.- O contrato deve ainda indicar a existência de uma tabela em anexo da qual constarão os valores de resgate e de redução, calculados numa

base anual pelo menos em função do número de anos de duração do contrato e de um montante de referência relativamente ao valor dasimportâncias seguras ( de modo a que o tomador ou o beneficiário possam facilmente calcular os valores relativos ao caso específico docontrato que lhe corresponde) sempre que o contrato consagre aquele tipo de opções.

Que informação deverá ser fornecida pela seguradora no contrato de seguro do ramo vida?

A seguradora deve dar informação relativa ao rendimento obtido através da participação nos resultados e o aumento das garantias que decorreuda participação, quando esta exista e as eventuais alterações aos valores de resgate e/ou de redução, quando a tal haja lugar.Para além disso deve também prestar informação sobre o rendimento mínimo garantido ou de taxa de juro mínima garantida e suas durações, osencargos e despesas que serão cobrados em caso de resgate ou redução dos montantes garantidos pelo seguro, quais as garantias previstas nocontrato e as suas opções, a duração do contrato, as formas e os períodos de pagamento dos prémios, os modos de resolução do contrato e dapossibilidade de renunciar ao contrato e ainda as indicações gerais sobre o regime fiscal aplicável ao tipo de contrato de seguro.

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Que aspectos devem ser tomados em atenção no contrato de seguro do ramo vida?

- Na falta de pagamento do prémio, e sem prejuízo de acordo sobre regime mais favorável ao tomador, a seguradora só pode resolver ocontrato quando o tomador, depois de avisado por carta registada com aviso de recepção, não proceda ao pagamento devido no prazo.Tratando-se de um seguro, não de risco demográfico, mas de capitalização, a consequência parece ser mais a redução do montante seguro,em função e à medida do não pagamento do prémio.

- Sem prejuízo de convenção de regime mais favorável ao tomador, nos contratos de seguro que consagrem a existência de opções de resgatee/ou de redução este só adquire o direito aqueles valores após o pagamento do prémio total ou, o mais tardar, após 3 prémios anuais.

- Na modalidade “Em caso de vida”, em que a garantia funciona em vida do segurado é conveniente ter em conta a evolução dos valorescontratualmente garantidos ao longo dos tempos, visto que a inflação pode ter como consequência uma diminuição do valor real dasgarantias futuras que foram inicialmente contratadas.

- Se o segurado/tomador falecer, não há reembolso do montante pago e seguro, salvo se possuir contra-seguro de prémios (reembolso dosprémios ao beneficiário), podendo ainda haver lugar a um pagamento por morte se o contrato for misto (em caso de vida e de morte).

- A opção pelo pagamento de uma renda em lugar da restituição total do montante garantido deve considerar previamente a rentabilidadeoferecida pela seguradora.

- Na modalidade “Em caso de morte”, em que a garantia é efectivada após a morte da pessoa segura, o tomador pode acordar com aseguradora, logo no momento da celebração do contrato, se no final do mesmo é entregue a totalidade do valor ao beneficiário ou se estereceberá uma renda.

- O seguro de vida a “duas cabeças” - 2 pessoas, é por vezes aconselhável, pois em caso de morte de uma delas o montante seguro seráintegralmente pago ao beneficiário (exemplo: se o beneficiário for o banco que concedeu crédito para aquisição de habitação a dívida serápaga na totalidade ao banco).

O que são seguros de nupcialidade e natalidade?

São seguros que têm por objecto o pagamento de um capital e / ou renda em caso de casamento e de nascimento de filhos, respectivamente.

O que são seguros ligados a fundos de investimento colectivo?

São seguros de vida em que as importâncias seguras são, no todo ou em parte, determinadas em função de um “valor de referência” constituídopor uma “unidade de conta” ou pela combinação de várias “unidades de conta” (seguros de capital variável).

O que são fundos de pensões?

São fundos afectos ao cumprimento de um ou mais planos de Pensões, geridos por seguradoras ou por sociedades gestoras de fundos de pensões,cujo objectivo é garantir, no futuro, um capital suplementar, sob a forma de renda ou capital, a título de pré-reforma ou de reforma, por idade ouinvalidez.

O que são operações de capitalização?

Meios segundo os quais. em troca do pagamento de prestações, a seguradora se compromete a pagar ao subscritor, ou a quem legitimamente sejaportador do título da operação de capitalização, um montante previamente fixado, decorrido um certo número de anos, também previamenteestabelecido. Este capital (montante) pode ser determinado em função de um “valor de referência”.Nas operações de capitalização, a falta de pagamento da prestação. E sem prejuízo de acordo sobre regime mais favorável, ao subscritor, aseguradora poderá reduzir o capital seguro em função dos montantes não pagos a título de prestação. Geralmente, o subscritor só adquire o direitoao valor de resgate e/ou de redução após o pagamento da prestação (única) ou, o mais tardar, após duas prestações anuais.

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Quando se pode proceder ao reembolso deste tipo de investimento?

O reembolso do PPR/E só é possível nas situações previstas no Art.º 4.º do DL 158/2002, de 2 de Julho, isto é:

a) A partir dos sessenta anos de idade ou no caso de reforma por velhice; do participante ou do seu cônjuge, quando, por força do regime debens do casal, o PPR/E seja um bem comum;

b) Desemprego de longa duração do participante ou de qualquer dos membros do seu agregado familiar;c) Incapacidade permanente para o trabalho, do participante ou de qualquer dos membros do seu agregado familiar, qualquer que seja a sua

causa;d) Doença grave do participante ou de qualquer dos membros do seu agregado familiar;e) Frequência ou ingresso do participante ou de qualquer dos membros do seu agregado familiar em curso do ensino profissional ou do ensino

superior, quando geradores de despesas no ano respectivo.

O reembolso efectuado ao abrigo das alíneas a) e e) só se pode verificar quanto a entregas relativamente às quais já tenham decorrido pelo menoscinco ano após as respectivas datas de aplicação, excepto quando já tenham decorrido cinco anos após a data da primeira entrega e se o montantedas entregas efectuadas na primeira metade da vigência do contrato representar, pelo menos, 35% do total das entregas, caso em que oparticipante pode exigir o reembolso da totalidade do valor do PPR/E.Esta regra também se aplica nos outros casos de reembolso se o sujeito em cujas condições pessoais se funda o pedido de reembolso já seencontrasse, à data de cada entrega, numa dessas situações.

Ao reembolso do valor de PPR aplicam-se todas estas regras, excepto a possibilidade de reembolso prevista na alínea e).

Ao reembolso do valor de PPE aplicam-se todas estas regras, excepto a possibilidade de reembolso prevista na alínea a).

Sublinhe-se que fora das situações elencadas o reembolso do PPR, do PPE ou do PPR/E pode sempre ser exigido a qualquer tempo nos termoscontratualmente estabelecidos mas com as penalizações previstas em termos fiscais.

O que é o reembolso sobre forma de capital?

Traduz a situação em que o reembolso é recebido sob a forma de capital, a parte correspondente ao rendimento (diferença entre o valor recebidoe as entregas efectuadas) é tributado de acordo com as regras aplicáveis aos rendimentos da Categoria E, ou seja rendimentos de capitais, masapenas em 1/5 do seu valor, e à taxa autónoma de 20%, o que equivale a uma taxa real de 4% (n.º 3. do Art.º 21 de EBF).

O que é o reembolso sob forma de renda?

Caso se opte pelo recebimento sob a forma de renda, à tributação dos valores recebidos aplicam-se as regras definidas para as pensões, ou sejaaos rendimentos da Categoria H (n.º 3.º do Art.º 21.º do EBF e Art.º 53.º e 54.º do CIRS).

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Como se qualifica a tributação do rendimento de seguros de vida e de operações de capitalização?

No que se refere à tributação do rendimento de seguros de vida e de operações de capitalização auferido em vida e pelo tomador do seguro(diferença positiva entre os montantes pagos a título de resgate, adiantamento ou vencimento de seguros e operações do ramo “Vida” e osrespectivos prémios pagos ou importâncias investidas), o mesmo é qualificado como um rendimento de capitais (categoria E do CIRS), podendobeneficiar, de acordo com o n.º 3 do artigo 5.º do CIRS, desde que o montante dos prémios, importâncias ou contribuições pagos na primeirametade de vigência do contrato corresponda a pelo menos 35% do total do capital aplicado, de uma exclusão parcial de tributação nos seguintestermos:

a) tributação do valor equivalente a 4/5 do rendimento, se o vencimento, resgate, adiantamento, ou outra forma de antecipação dedisponibilidade, ocorra após cinco e antes de oito anos de vigência do contrato, ou;

b) tributação do valor equivalente a 2/5 do rendimento, desde que o resgate, vencimento ou adiantamento ou outra forma de antecipação dedisponibilidade ocorra após oito anos de vigência do contrato;

O rendimento é tributado à taxa liberatória (autónoma) de 20%, podendo, no entanto, ser objecto de englobamento para efeitos detributação por opção dos titulares (Artigo 71.º, n.º 3, alínea c) e n.º 6, alínea d) do CIRS).

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