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opinião PETRÓLEO I GÁS I BIOCOMBUSTÍVEIS Entrevista exclusiva Comandante José Menezes Filho, gerente executivo do Promef Pessoal No comando do quadro de mar da Transpetro Mar de Oportunidades Universidade do mar Comissionamento: engenharia do desafio Sociedades classificadoras: gestão essencial SMS é garantia de sustentabilidade ARTIGOS Panorama do setor petróleo no Brasil, por Wagner Freire Do sonho à realidade: um caminho para empreender com sucesso, por Marcus Vinicius de Andrade Muito além da gestão de pessoas, por Aléa Steinle Ano XIV • set/out 2012 • Nº 85 • www.tnpetroleo.com.br Guia do Petróleo & gás: na crista da onda do mercado de trabalho, de Rafael Meneses, sócio-gerente da Asap Executive Recruiters enorme frente de trabalho SUPLEMENTO ESPECIAL • quINta edIção, 2012 Circulando na ESTUDANTE INDÚSTRIA NAVAL:

Guia do Estudante 2012

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Revista Brasileira de Tecnologia e Negócios de Petróleo, Gás, Petroquímica, Química Fina e Biocombustíveis

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Page 1: Guia do Estudante 2012

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Entrevista exclusiva

comandante José menezes Filho, gerente executivo do Promef Pessoal

No comando do quadro de mar da transpetro

mar de oportunidadesuniversidade do marcomissionamento: engenharia do desafiosociedades classificadoras: gestão essencialsms é garantia de sustentabilidade

ArtiGos

Panorama do setor petróleo no Brasil, por Wagner Freire

Do sonho à realidade: um caminho para empreender com sucesso, por Marcus Vinicius de Andrade

muito além da gestão de pessoas, por Aléa Steinle

Ano XIV • set/out 2012 • Nº 85 • www.tnpetroleo.com.brGuia do

Petróleo & gás: na crista da onda do mercado de trabalho, de Rafael Meneses, sócio-gerente da Asap Executive Recruiters

enorme frente de trabalho

suPlemeNto esPeciAl • quINta edIção, 2012

circulando na

ESTUDANTEiNDústriA NAvAl:

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Wilson Sons. Energia em movimento.

www.wilsonsons.com.br

Paulino Nobrega trabalha na Wilson Sons há dezesseis anos e sete meses.

BASES DE APOIO OFFSHORE • EMBARCAÇÕES DE APOIOREBOCAGEM • LOGÍSTICA TERRESTRE • AGENCIAMENTO MARÍTIMO • ESTALEIROS

Começou transportando carvão e hoje atua em todas as etapas da cadeia de serviços logísticos para a indústria de óleo e gás: bases e embarcações de apoio offshore, rebocagem oceânica, logística terrestre e armazenagem, estaleiro e agenciamento marítimo.Investe desde sempre em treinamento e segurança, garantindo a qualidade e a confi ança de seus serviços através de gerações. A Wilson Sons é assim, movida por desafi os.

Wilson Sons sempre em movimento. Desde 1837.

Wilson Sons é sinônimo de movimento porque nunca parou diante dos desafi os que surgiram à sua frente ao longo desses 175 anos.

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Mar de Oportunidades

sumário edição nº 85 - suplemento especial Guia do Estudante nº 5 - setembro 2012

Entrevista exclusiva

Oficiais de Marinha

Especial:

com Comandante José Menezes Filho, gerente executivo do Promef Pessoal

No comando do quadro de mar da Transpetro

Indústria naval: enorme frente de trabalho

Universidade do mar

Comissionamento: engenharia do desafio

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12 Guia do Estudante 2012 Guia do Estudante 2012 13

entrevista exclusiva Comandante José Menezes Filho, gerente executivo do Promef Pessoal

RESPALDADO EM MAIS DE três décadas de Marinha Mercante, e portanto ciente da importância dessa capacitação, ele vem conseguindo manter o rumo dessa tripulação que hoje conta com as mais modernas tecnologias para comandar a frota do futuro.

TN Petróleo – Quando o Promef Pessoal foi criado? José Menezes Filho – A Transpetro criou, em fevereiro de 2011, a Gerên-

cia Executiva Promef Pessoal com o objetivo de promover ações que garan-tam o crescimento e a capacitação do quadro de mar da Companhia. Entre as ações da nova gerência estão a realização de cursos de aperfeiçoamento da tripulação em terra e a bordo e o desenvolvimento de simuladores para o treinamento, além da criação da Academia Marítima Transpetro.

Quais os maiores desafios e impasses para se atingir esses objetivos?O maior desafio é difundir a carreira de marítimo no Brasil, após anos de

estagnação da Marinha Mercante brasileira. Com o crescimento da explora-ção de petróleo no Brasil, a frota de navios e embarcações de apoio tende a crescer bastante.

Qual a previsão de demanda para os próximos anos (até 2020 é factível), tanto de oficiais como de outros cargos (suboficiais)?

Atualmente, a Transpetro conta com um quadro de 2.232 marítimos. Ao longo do Promef, estima-se a contratação de mais 1.700.

Haverá profissionais para suprir essa demanda?

O mercado de trabalho para os marítimos no Brasil vive um cenário de pleno emprego, seja em nível básico, técnico ou superior. Ou seja, todos os alunos dos cursos da Marinha do Brasil saem com emprego garantido. O aquecimento do setor naval brasileiro é decorrente, sobretudo, ao Pro-grama de Modernização e Expansão da Frota da Transpetro (Promef), que encomendou 49 navios a estaleiros brasileiros. Para atender a esta crescente necessidade de mão de obra, a Transpetro, em conjunto com a Marinha do Brasil, sindicatos de marítimos e armadores nacionais, se uniu ao Gover-no Federal para promover a ampliação e melhorias para os dois centros de formação existentes no país: Ciaga (Centro de Instrução Almirante Graça Aranha), no Rio de Janeiro, e o Ciaba (Centro de Instrução Almirante Braz de Aguiar), no Pará. Além disso, a Companhia inaugurou neste mês, em parceria com a Marinha do Brasil, a Academia Marítima Transpetro (AMT), que tem como objetivo qualificar o quadro de mar da Companhia e contribuir com a formação de novos profissionais de náutica e máquinas. Com unidades no Rio

À frente de uma tripulação

muito especial, o comandante José

Menezes Filho, gerente executivo

do Promef Pessoal, área de Recursos

Humanos do Programa de

Modernização e Expansão da Frota,

tem uma grande tarefa: assegurar a

qualificação contínua daqueles que vão

comandar as novas embarcações da

Transpetro.

por Beatriz Cardoso

QUADRO DE MARda Transpetro

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e em Belém, a AMT vai possibilitar também a aceleração do proces-so de ascensão profissional das tripulações da Transpetro, aumentar o apoio aos processos de gestão a bordo e os níveis de segurança nas embarcações. A expectativa é formar 1.600 novos oficiais até 2016.

Quais as principais funções deman-dadas pela Transpetro nessa área, em função do Promef? Onde estão os maiores gargalos?

Atualmente, os cargos de maior demanda são os de ofi-ciais, como comandante, chefe

de máquinas, imediato, primeiro oficial de náutica, primeiro oficial de máquinas, segundo oficial de náutica e segundo oficial de má-quinas. Para trabalhar como oficial em um navio da Marinha Mercante é necessário que o profissional tenha feito um curso de graduação no Ciaga ou no Ciaba. Há também a possibilidade de profissionais com nível superior na área de exa-tas fazerem uma pós-graduação no Ciaga ou no Ciaba. Os salários variam de R$ 7 mil a R$ 20 mil (ao longo da carreira). Há também grande demanda por profissionais

de nível técnico – eletricistas e mecânicos. As exigências para o cargo são ensino médio completo com nível técnico (eletrônica, me-cânica, entre outras do sistema de manutenção e técnico de enferma-gem ou auxiliar de enfermagem). A duração do curso no Ciaga é de três meses e meio e mais 90 dias de estágio em navio. O pré--requisito para fazer o curso no Ciaga para condutor/bombeador é ser formado em curso técnico de mecânica, eletromecânica e estruturas navais. Para eletricista é preciso ter formação técnica em

Guia do Estudante 2012 17 16 Guia do Estudante 2012

INDÚSTRIA NAVAL:enorme frente de trabalho

Com uma geração atual de 62 mil empregos nos estaleiros espalhados pelo país e 385 obras em andamento, o setor naval torna-se a cada dia mais atrativo para aqueles que querem navegar por outros mares do mercado. por Rodrigo Miguez

Com dez novos esta-leiros em implanta-ção, a expectativa é de que sejam ge-rados mais 21.500 empregos no setor

até 2015. Mantendo a alta de crescimento da mão de obra, que saiu de apenas duas mil pessoas empregadas nos anos 2000 para as atuais 62 mil. Diferentemen-te de outros tempos, hoje os estaleiros oferecem um ambiente de trabalho muito melhor, com segurança, além de estabilidade, boa remuneração e oportunidade de avançar profissionalmente, através de cursos oferecidos dentro do próprio local de traba-lho, por estaleiros como OSX e Atlântico Sul.

Segundo o Sindicato Nacio-nal da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), os operários espe-cializados são maioria dentre os profissionais que atuam nos estaleiros brasileiros, com 70% de participação, seguidos pelo

pessoal de apoio, técnicos, setor de administração e por último os engenheiros, que correspondem apenas a 5% do corpo trabalha-dor das plantas navais.

Para o professor Luiz Felipe Assis, diretor técnico da Socie-dade Brasileira de Indústria Naval (Sobena), o mercado naval possui oportunidades para pro-fissionais dos níveis superior e técnico. Engenheiros mecânicos,

civis, produção e elétricos, além dos engenheiros navais estão entre as profissões presentes na construção naval (navios e es-truturas offshore), nos estaleiros, em classificadoras e empresas de projeto.

Outros profissionais bastante requisitados para trabalhar no setor são projetistas, profissionais de tecnologia da informação, cal-deireiros, operários especializa-dos em corte e solda automática e manual e operadores de máqui-nas. Segundo Assis, os tecnólogos têm um papel importante nos projetos da área e a melhoria da eficiência no setor está ligada, entre outras coisas, à disponi-bilidade de profissionais com formação técnica, capazes de acompanhar demanda tecnológi-ca do setor na área de produção. “O potencial do setor naval é muito vasto, mas a sustentabili-dade da indústria dependerá do desenvolvimento tecnológico e da formação de recursos huma-nos (superior e técnico), de alto

Daniel Moczydlower, CEO da Chemtech

indústria naval

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Com o mercado brasileiro offshore aquecido tanto pela exploração e produ-

ção de petróleo e gás na costa, quanto pelo aumento no volume de transporte de cargas, é cres-cente a demanda por oficiais de náutica e de máquinas (pilotos, comandantes, chefes de máqui-nas e eletricistas).

De acordo com um estudo de-senvolvido pelo Sindicato Nacio-nal das Empresas de Navegação Marítima (Syndarma), até 2020, empresas que operam navios--plataforma e de cabotagem precisarão contratar cerca de 5.437 oficiais de Marinha para conduzir as embarcações. Essa é uma estimativa feita para que se possa operar as 488 embarcações que entrarão em operação no período.

Neste cenário, a Escola de Formação de Oficiais de Ma-rinha Mercante (Efomm), da Diretoria de Portos e Costas (DPC), vem ampliando o número de vagas nas unidades daquela que é conhecida como a ‘Uni-versidade do Mar’. Segundo o diretor de Portos e Costas da Marinha do Brasil, o vice-almi-rante Ilques Barbosa, em 2012 serão formados 726 oficiais pelos centros de instrução Almirante Graça Aranha (Ciaga), localizado no Rio de Janeiro, e Almirante Braz de Aguiar (Ciaba), que fica

em Belém do Pará. Para 2013, a previsão de formação é de 959 oficiais, e para 2014, 1.335 oficiais. A expectativa é de que a partir de 2015 sejam formados 1.500 profissionais por ano.

“Nosso maior desafio conti-nua sendo formar quadros em quantidade e qualidade com-patíveis com as exigências do mercado. No que concerne à quantidade, vale salientar que se tem logrado alcançar números significativos, sobretudo em se tratando de Oficiais do 1º Grupo

– Marítimos [composto por tripu-lantes que operam embarcações classificadas para a navegação em mar aberto, apoio marítimo, apoio portuário e para a navega-ção interior nos canais, lagoas, baías, angras, enseadas e áreas marítimas consideradas abriga-das], categoria que tem sido mais disputada pelos armadores”, frisa o vice-almirante.

Além do salário atrativo, que varia de R$ 10 mil (menor salário) a cerca de R$ 18 mil, esses oficiais vivem um dia a dia que envolve o contato com equipamentos e tecnologias de ponta. As escolas de formação contam hoje com simuladores que permitem a qualificação dos profissionais em ambientes que se aproximam da realidade.

“A DPC, na condição de órgão central do sistema do ensino profissional marítimo, tem de-dicado toda a atenção à questão da incorporação de tecnologias – cada dia mais avançadas – às

embarcações. É essencial con-tar com mais equipamentos e apoio da ini-ciativa privada para melhor dotar os centros

de instrução com as mais moder-nas tecnologias”, afirma Ilques Barbosa, complementando que o

Universidade do marMarinha amplia vagas nos dois centros de instrução do país para atender à demanda da indústria offshore por oficiais de náutica e de máquinas. por Karolyna Corrêa Gomes

oficiais de marinha

aporte de recursos no âmbito do Programa de Modernização da Indústria do Petróleo (Prominp) permitiu a modernização de sa-las e laboratórios de ambos os centros – Ciaga e Ciaba – além do aumento da capacidade in-dividual de cada Efomm, para 720 alunos.

O ingresso dos futuros profis-sionais é feito por meio de con-curso público seletivo que obe-dece ao preceito constitucional de igualdade de sexos. O curso disponibilizado nos centros de instrução tem duração de quatro anos. Nessa etapa, o aluno vive dois períodos divididos em oito semestres que contemplam:Período acadêmico – composto de seis semestres letivos em regi-me de internato, com dedicação exclusiva do aluno, e estruturado em um sistema serial anual, divi-dido em dois semestres.Período de estágio – compreen-dendo dois semestres embarcado para o curso de Náutica e um semestre embarcado para o curso

de Máquinas, cumprindo estágio supervisionado.

As atividades de ensino (de-senvolvidas no Ciaga e Ciaba) compreendem:• atividades acadêmicas – desen-volvidas em salas de aula, labo-ratórios, a bordo de embarcações, plataformas, terminais marítimos, estaleiros e simuladores;• atividades militares – desen-volvidas com vistas à formação militar-naval e compreendendo disciplinas curriculares, embar-ques, formaturas, cerimônias e eventos cívico-militares, serviço diário, prática de liderança e atividades de rotina das organi-zações militares;• atividades extraclasse – desti-nam-se a complementar o curso e compreendendo palestras, semi-nários, filmes, visitas, atividades sociais e esportivo-culturais, de interesse para a formação do aluno.

Após o término do 3º ano, o aluno realiza, obrigatoriamente, o Estágio de Praticante, deno-minado Programa de Estágio

(Prest), a bordo de embarca-ções mercantes utilizadas na navegação marítima e no apoio marítimo, exclusivamente em empresas indicadas pelos centros de instrução. O oficial forma-do recebe o título de bacharel em Ciências Náuticas. Esses profissionais também passam a integrar a Reserva da Marinha de Guerra. A ascensão ao posto máximo de comandante leva cerca de dez a 12 anos.

Vale ressaltar que o percen-tual de mulheres vem aumen-tando desde 2000 – ano da primeira turma feminina – e hoje elas representam 40% do total de alunos.

A atuação da DPCA responsabilidade da Dire-

toria de Portos e Costas vai além da estruturação da formação dos profissionais mercantes. A DPC é responsável pelas atividades relacionadas ao cumprimento das atribuições da Autoridade Marítima Brasileira. Ou seja, tem

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Guia do Estudante 2012 29 28 Guia do Estudante 2012

Verdadeira engenharia de gestão de um empreendimento, o comissionamento é uma atividade básica essencial para garantir a partida de uma unidade industrial ou uma embarcação, dentro dos mais altos padrões de segurança. Com a cultura de comissionamento se consolidando cada vez mais, o mercado de trabalho para tal atividade tem tudo para continuar crescendo e remunerando bem seus profissionais.

O trabalho de COMISSIO-NAMENTO visa assegurar

que os sistemas e com-

ponentes de uma edifica-

ção ou unidade industrial

estejam projetados, ins-

talados, testados, opera-

dos e mantidos de acordo

com as necessidades e

requisitos operacionais

do proprietário.

por Maria Fernanda Romero

A tividade essencial para garantir a partida de uma unidade indus-

trial tal como uma refinaria ou uma plataforma – ou uma embarcação, dentro dos mais altos padrões de segurança e operabilidade –, o comis-sionamento é um processo de engenharia e gestão que permeia a implantação de um empreendimento, desde o

conceito básico até a entrega do mesmo ao seu operador.

O trabalho de comissiona-mento visa assegurar que os sistemas e componentes de uma edificação ou unidade industrial estejam projetados, instalados, testados, operados e mantidos de acordo com as necessidades e requisitos operacionais do proprietário. O comissionamento pode ser aplicado tanto a novos

empreendimentos quanto a unidades e sistemas existentes

em processo de expansão, modernização ou adequação.

Segundo Fábio Fares, presidente da Forship,

referência internacional na área de comissionamento, na

COMISSIONAMENTO: ENGENHARIA DO DESAFIO

por Maria Fernanda Romero

prática, este processo con-siste na aplicação integrada de um conjunto de técnicas e procedimentos de engenharia para verificar, inspecionar e testar cada componente físico do empreendimento, desde os individuais, como peças, instrumentos e equipamentos, até os mais complexos, como módulos, subsistemas e siste-mas. “As atividades de comis-sionamento, no seu sentido mais amplo, são aplicáveis a todas as fases do empreendi-mento, desde o projeto básico e detalhado, o suprimento e o diligenciamento, a construção e a montagem, até a entrega da unidade ao cliente final, passando, muitas vezes, por uma fase de operação assisti-da”, detalha o executivo.

Ele explica que mesmo não sendo chamado por esta pala-vra, o comissionamento surgiu na sua forma mais rudimentar com a invenção dos primeiros dispositivos com características operacionais. “É um processo intuitivo. Por exemplo, uma carroça puxada a burro pre-cisou ser ‘comissionada’ para que pudesse executar adequa-damente sua função, ou seja, as rodas precisaram ser ajusta-das, de alguma forma ‘engra-xadas’; as partes que compõe a carroça também precisaram ser ajustadas ao todo e todo o ‘sistema’ seguramente foi ‘tes-tado’ antes de iniciar seu ciclo operacional.”

Fabio Fares esclarece que quanto maior a complexidade do empreendimento, maior sua demanda por uma solução bem estruturada de comissio-namento. Logo, todos os seto-res da economia demandam o comissionamento na construção, implementação ou alteração de

seus empreendimentos, sejam civis ou industriais, como plata-formas de óleo e gás, indústria naval, plantas químicas e petro-químicas, oleodutos, gasodutos, centrais e subestações elétricas, usinas siderúrgicas, plantas de papel e celulose, usinas terme-létricas e hidrelétricas, grandes edifícios, pontes, rodovias e ferrovias.

Embora os processos indus-triais de uma refinaria sejam mais complexos do que os de uma plataforma marítima de produção de petróleo, do ponto de vista do comissionamento as duas tendem a demandar esforços comparáveis, devido aos requisitos de segurança e confiabilidade exigidos em função das operações desen-volvidas pela unidade offshore. “No entanto, como a refinaria em geral é posicionada em ter-ra com acessos logísticos mais fáceis, o grau de complexidade da realização do comissiona-mento de uma plataforma se mostra ligeiramente superior”, afirma Fábio Fares.

Para executar as atividades de comissionamento, o profis-sional deve ser um engenheiro

ou técnico ou ainda operador (dentro das suas disciplinas). Para utilização das ferramen-tas conhecidas no mercado de gerenciamento do processo, recomenda-se que o profissional tenha conhecimentos de infor-mática e noções de planejamen-to de obras.

Para a realização de boa parte das atividades de campo não é necessária formação dis-tinta, quer seja na indústria de petróleo ou na naval, ou ainda na de mineração ou outra qual-quer, desde que tenha equipa-mentos, instrumentos, cabos, tubulação, tanques, etc.

Para outras atividades, en-tretanto, é necessário o conhe-cimento específico dos siste-mas e processos existentes em cada tipo de indústria, fazen-do-se necessária a formação básica distinta. “Porém, um profissional sênior de comis-sionamento consegue prescin-dir da falta de formação es-pecífica em determinada área para se sair bem no trabalho, desde que esteja numa equipe que conta com especialistas e que o serviço seja correta-mente planejado”, comenta o presidente da Forship.

Basicamente, a função destes profissionais é analisar o projeto e a documentação dos equipamentos e sistemas, planejar as atividades, ela-borar os procedimentos de inspeção, calibração, preser-vação e testes, carregar a base de dados do sistema de gestão de comissionamento, definir os protocolos das atividades, coordenar, supervisionar e executar todas as atividades de campo, o treinamento dos operadores e a transferência dos sistemas operacionais para a operação.

comissionamento

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Page 5: Guia do Estudante 2012

CONSELHO EDITORIAL

Affonso Vianna Junior

Alexandre Castanhola Gurgel

André Gustavo Garcia Goulart

Antonio Ricardo Pimentel de Oliveira

Bruno Musso

Colin Foster

David Zylbersztajn

Eduardo Mezzalira

Eraldo Montenegro

Flávio Franceschetti

Francisco Sedeño

Gary A. Logsdon

Geor Thomas Erhart

Gilberto Israel

Ivan Leão

Jean-Paul Terra Prates

João Carlos S. Pacheco

João Luiz de Deus Fernandes

José Fantine

Josué Rocha

Luiz B. Rêgo

Luiz Eduardo Braga Xavier

Marcelo Costa

Márcio Giannini

Márcio Rocha Melo

Marcius Ferrari

Marco Aurélio Latgé

Maria das Graças Silva

Mário Jorge C. dos Santos

Maurício B. Figueiredo

Nathan Medeiros

Paulo Buarque Guimarães

Roberto Alfradique V. de Macedo

Roberto Fainstein

Ronaldo J. Alves

Ronaldo Schubert Sampaio

Rubens Langer

Samuel Barbosa

36 Panorama do setor petróleo no Brasil, por Wagner Freire

40 Do sonho à realidade: um caminho para empreender com sucesso, por Marcus Vinicius de Andrade

42 Muito além da gestão de pessoas, por Aléa Steinle

5 editorial 6 hot news 42 cursos

48 coffee break 50 eventos 51 opinião

artigosAno XIV • Número 85 • suplemento especial Guia do Estudante nº 5 - setembro 2012 Fotos: TN Petróleo e BP

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Entrevista exclusiva

Comandante José Menezes Filho, gerente executivo do Promef Pessoal

No comando do quadro de mar da Transpetro

Mar de OportunidadesUniversidade do marComissionamento: engenharia do desafioSociedades classificadoras: gestão essencialSMS é garantia de sustentabilidade

ARTIGOS

Panorama do setor petróleo no Brasil, por Wagner Freire

Do sonho à realidade: um caminho para empreender com sucesso, por Marcus Vinicius de Andrade

Muito além da gestão de pessoas, por Aléa Steinle

Ano XIV • set/out 2012 • Nº 85 • www.tnpetroleo.com.brGuia do

Petróleo & gás: na crista da onda do mercado de trabalho, de Rafael Meneses, sócio-gerente da Asap Executive Recruiters

enorme frente de trabalho

SUPLEMENTO ESPECIAL • QUINTA EDIÇÃO, 2012

Circulando na:

ESTUDANTEINDÚSTRIA NAVAL:

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Crucial para o sucesso de qualquer atividade marítima e offshore e ainda para a longevidade de uma organização, a área de SMS é uma boa opção para quem gosta de desafios, pois a qualificação é contínua, devido à necessidade permanente de atualização.

O compromisso com seguran-ça, meio ambiente e saúde é algo inerente da indústria de petróleo, gás e naval,

que conta com uma sociedade cada dia mais exigente frente a complexi-dade do negócio do setor - tais como consumo de recursos naturais, emis-sões para a atmosfera, interferência nos territórios, impactos na biodi-versidade e poluição por resíduos.

Mais que uma meta estratégica para as empresas que pretendem garantir participação em um mercado cada vez mais competitivo, investir em SMS é garantir excelência e me-lhoria no rendimento do desempenho das organizações. Especificamente para as organizações que atuam em áreas que envolvem altos riscos tec-nológicos, como é o caso das empre-sas que atuam no setor de petróleo e gás, a reputação é um ativo corpora-tivo crítico a ser preservado.

Hellio Calian Martins, enge-nheiro de QSMS (Qualidade, Se-gurança, Meio Ambiente e Saúde) da Transocean, comenta que o foco dos investimentos em SMS pelas empre-sas é sempre a redução de acidentes.

De acordo com o engenheiro, seja quais forem as forças motiva-doras (diretrizes internas, práti-cas mais segu-ras, força de lei, etc.), as formas de conscientiza-ção (treinamentos

internos ou externos, campanhas de segurança, etc.) ou objetivos fi-

nais (redução de riscos, bem estar do funcionário, redução de ações trabalhistas, redução de custos com afastados, etc.), o foco principal dos investimentos em SMS é sempre na redução ou até mesmo eliminação de acidentes.

Martins lembra do último Anuá-rio Estatístico da Previdência Social (AEPS) publicado, que indica 8.644 acidentes de trabalho na indústria brasileira do petróleo em 2010 e ex-plica que o desafio do profissional de SMS é garantir que esse número seja reduzido a zero através da elaboração e implementação de políticas de saú-de e segurança, avaliações de riscos, desenvolvimento de ações educativas e aplicação de instrumentos de pre-venção, correção, controle e fiscaliza-ção para promoção da qualidade de vida no ambiente de trabalho.

Acompanhando a evolução do setor, a área de SMS em petróleo e gás nos últimos anos - principal-mente depois de acidentes de grande impacto e também pelo fato da ex-ploração de petróleo estar indo para águas cada vez mais profundas e em campos cada vez mais afastados da costa - cresceu bastante, pois com a expansão do setor, observou-se também uma crescente preocupação com as questões de segurança e meio ambiente. Consequentemente, mais pesquisas, mais desenvolvimentos, mais troca de informações e mais treinamentos nesta direção.

“Os stakeholders exigem notifi-cação imediata sobre qualquer vaza-mento de óleo, por menor que seja. Na mesma direção, toda a sociedade

está mais atenta às operações offsho-re, seja na qualidade de simples ob-servador ou de participante direto. É o direito constitucional à segurança do trabalho se tornando mais vívido em nosso cotidiano”, lembra Martins.

Nos últimos cinco anos, mais de R$ 22 bilhões foram investidos pela Petrobras em SMS. Somente em 2011, os aportes somaram cerca de R$ 5,2 bilhões.

Além dos constantes investimen-tos, as empresas do setor também promovem o desenvolvimento téc-nico dos profissionais voltados para a área de SMS, bem como realizam simulados ambientais e de seguran-ça periodicamente com o objetivo de testar as estruturas de resposta à disposição da empresa.

A necessidade de atualização é constante nesta área, tanto dentro quanto fora das empresas. O fato é que os debates sobre as questões de SMS ultrapassaram os muros da indústria e estão presentes na socie-dade, que passou a se envolver mais e cobrar uma resposta aos riscos da atividade.

Segundo Hellio Calian Martins, em função de exigências legais, a conclusão de um curso técnico em enfermagem ou técnico de segu-rança do trabalho é o mínimo para atuar como integrante dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Tra-balho (SESMT). Dentre os vários requisitos para se trabalhar com SMS, ele ressalta duas características elementares: (i) vontade, para fazer prevalecer a cultura de segurança

SMS É GARANTIA de sustentabilidade

e (ii) foco, privilegiando operações seguras em todos os locais em todos os momentos.

A gestão de SMS em sua maioria é um curso de pós-graduação, e junto com o MBA em gestão ambiental, têm sido um dos cursos mais procu-rados por profissionais atuantes na indústria do petróleo em tempos de sustentabilidade, entretanto faltam profissionais qualificados. O enge-nheiro da Transocean comenta, en-tretanto, que o modismo das discipli-nas de “gestão” deve ser tratado com cautela. Contudo, a forma básica de administração de segurança é dada em primeiro lugar pela segurança do trabalho propriamente dita e em seguida pela necessidade de aten-dimento das exigências legais, que, naturalmente, nos remete de volta à primeira. Independente da espe-cialização (ambiental, ergonomia, trabalho em altura, NR-13, etc.). “O importante é a dedicação e constante atualização do profissional”, reforça.

De acordo com Martins, a gestão de SMS é garantida essencialmente por controle e rastreabilidade, que é a parte documental do processo de segurança. Se todo o processo estiver devidamente registrado, arquivado e intrínseco na operação de uma unidade industrial, o sucesso está bem encaminhado, independente das eventuais necessidades de re-alinhamentos procedimentais em função de mudanças no processo, implementação de boas práticas ou exigências legais.

Para o engenheiro, além da apli-cação de novas tecnologias para melhorias de processos, máquinas e equipamentos, a melhor prática na área de segurança é a aproximação dos órgãos legisladores da socieda-de para elaboração de normas mais claras, sucintas e consistentes, em suma, que realmente agreguem va-lor. Os frequentes workshops com participação de empregados, empre-gadores e legisladores, segundo ele, têm contribuído enormemente para tal convergência de ideias.

Martins diz que é difícil definir o que é um profissional de SMS em um

perfil único e diz que cada segmento econômico da sociedade necessita de profissionais com conhecimentos e experiências específicas. “A seguran-ça de um processo de mineração é muito diferente da segurança de uma indústria têxtil, por exemplo. Ainda, dentro do mesmo segmento, define--se o perfil do profissional muito em função do tipo de atuação que esse profissional desempenhará, seja esta administrativa ou de campo. Agora, quanto sua responsabilidade, isso é claro: seja qual for o segmento de atuação, sempre preservar a vida. A burocracia muitas vezes é inerente ao trabalho de SMS, mas o foco na integridade do indivíduo deve ser mantido”, pontua.

O engenheiro indica que a im-portância do profissional de SMS na indústria naval e offshore é tão grande que é garantida por lei e observada muito atentamente pelos órgãos fiscalizadores.

“O Anexo II da NR-30 (norma regulamentadora das condições de segurança e saúde dos trabalhadores aquaviários) exige o aumento do nú-mero de profissionais de segurança a bordo de plataformas, além do re-querimento original da NR-4 (norma que estabelece os critérios para orga-nização dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho - SESMT), de modo a garantir mais segurança para as operações em alto mar”, diz o engenheiro da Transocean.

As expectativas para este merca-do dentro da indústria de petróleo

e gás no Brasil são grandes. O país vive um momento mágico em função da existência do mercado, do apoio do governo e dos maciços investi-mentos das empresas do setor. De acordo com seu Plano de Negócios 2012-2016, a Petrobras demandará a construção de 33 sondas de perfura-ção e cerca de 20 FPSO até 2020. A exigência de segurança é muito forte no setor e certamente acompanhará a tendência de crescimento.

Box: Diretrizes de Segurança, Meio Ambiente e Saúde da Petrobras

- Educar, capacitar e comprome-ter os trabalhadores com as questões de SMS, envolvendo fornecedores, comunidades, competentes, entida-des representativas dos trabalhadores e demais partes interessadas.

- Estimular o registro e tratamen-to das questões de SMS e considerar, nos sistemas de conseqüência e reco-nhecimento, o desempenho em SMS.

- Assegurar a sustentabilidade de projetos, empreendimentos e produtos ao longo do seu ciclo de vida, considerando os impactos e benefícios nas dimensões econômica, ambiental e social.

- Atuar na promoção da Saúde, na proteção do ser humano e do ambien-te mediante identificação,controle e monitoramento de riscos, adequando a segurança de processos às melho-res práticas mundiais e mantendo-se preparada para emergências.

- Considerar a eco eficiência das operações e produtos, minimizando os impactos adversos inerentes as atividades da indústria.

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por Maria Fernanda Romero

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Guia do Estudante 2012 33 32 Guia do Estudante 2012

Mesmo quando o setor naval e de petróleo e gás está parado, as sociedades classificadoras atuam, porque lidam com a classificação dos navios até o fim da vida útil da embarcação. O principal objetivo do processo de classificação é a segurança da vida humana, do meio ambiente e da propriedade (navios, plataformas, etc.) no mar... com o mercado aquecido, as oportunidades nesta área aumentam ainda mais.

A classificação é um processo de certificação contínua, através do qual as sociedades classifica-

doras estabelecem e administram padrões (regras) que são aplicados ao projeto, construção e vistorias periódicas após a entrada em ser-viço de embarcações e estruturas marítimas.

A segurança dos navios, dos passageiros e tripulantes, das car-gas e do meio ambiente é um tema presente em todas as etapas de construção de uma embarcação e antecede a própria obra. Ao longo de todo o processo construtivo de um navio, a sociedade classifica-dora e o estaleiro realizam inúme-ras verificações com o objetivo de garantir ao empreendimento naval o fator segurança em toda a sua amplitude.

Os requisitos de classificação seguem as regras desenvolvidas pelas sociedades classificadoras. Paralelamente, são também apli-cados os parâmetros estabelecidos em normas internacionais da Or-

ganização Marítima Internacional (IMO), definidos pela autoridade marítima do país da bandeira da embarcação. Também são consi-derados os requisitos nacionais do país onde operam as embarcações. No caso do Brasil, a autoridade marítima é a Diretoria de Portos e Costas (DPC), da Marinha do Bra-sil. Navios e plataformas (incluin-do FPSOs, jack-ups, semissubmer-síveis) têm que ser classificados, exceto embarcações de pequeno porte que podem ser certificados de acordo com as normas e regula-mentos da DPC.

Segundo João Carlos Pacheco, gerente-geral do ABS Group Servi-

ces no Brasil, em geral, para tra-balhar em clas-sificadoras e na indústria naval é necessária uma formação técni-ca, e inclui, mais frequentemente:

engenheiros, técnicos, oficiais de convés e de máquinas, etc.

No caso das classificadoras, a atividade desses profissionais engloba diversos tipos de verifica-ções e, por esta razão, desenvol-vem uma constante interação com as equipes de projeto, de controle de qualidade e de produção do estaleiro.

Pacheco explica que o papel do profissional de classificação na cons-trução, reforma ou manutenção de uma embarcação é essencialmente o de verificar que a embarcação está sendo construída ou mantida de acordo com os requisitos de clas-sificação, de acordo com as regras da sociedade classificadora e de certificação estatutária, de acordo com os regulamentos internacio-nais e nacionais aplicáveis. “Isto feito, o profissional pode emitir seus relatórios de inspeção, cartas de aprovação de planos e de emitir ou endossar os certificados de classe e internacionais referentes a determi-nada embarcação”, comenta.

O executivo aponta as seguin-tes responsabilidades para um profissional de classificação em

SOCIEDADES CLASSIFICADORAS:

gestão essencial

classificadoras

um projeto do setor de óleo e gás: gerenciamento de projeto, apro-vação de planos de estruturas, máquinas e processos, vistorias de construção e de embarcações em operação, inspeção de fabricação de equipamentos no fabricante, aprovação de procedimentos de soldagem, etc. Tudo isto realizado de acordo com as regras (normas, padrões) da classificadora, normas da indústria e regulamentos inter-nacionais e nacionais.

Estar totalmente a par das re-gras e regulamentos de aplicação, ter sólidos conhecimentos básicos para entender sua função, saber lidar com respeito com os demais profissionais que necessariamente interagem com o seu trabalho – e em geral são representantes do armador, do fabricante de equi-pamento e do estaleiro – são os principais desafios apontados por Pacheco, para este profissional.

Ao longo da construção da estrutura dos navios, a socie-

dade classificadora e estaleiro realizam inúmeros e constantes testes e ensaios de conformidade das soldas. Estes Ensaios Não Destrutivos (END) constituem importante ferramenta para o controle de qualidade dos cas-cos, assim como dos serviços de construção dos componentes da estrutura naval, especialmente em juntas e soldagem.

De acordo com o gerente geral do ABS Group no Brasil, a área de

classificação no setor de petróleo e gás requer contínuo desenvolvi-mento, sobretudo pelo fato de es-tarmos indo para águas cada vez mais profundas e em campos mais afastados da costa. Além disso, a sociedade está cada vez menos tolerante a acidentes que causam perdas humanas e danos ao meio ambiente. “Os investimentos no contínuo desenvolvimento de tec-nologias aplicadas ao processo de classificação a fim de que sejam mitigados os riscos de acidentes são cada vez maiores. As exigên-cias do processo de classificação têm sido continuamente eleva-das para atender às demandas, tanto tecnológicas como sociais”, finaliza.

Pacheco ressalta ainda que hoje há boas expectativas para este mercado dentro da indústria de petróleo e gás no Brasil, não só direta como indiretamente, graças ao grande crescimento desta in-dústria no país.

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por Maria Fernanda Romero

Sociedades classificadoras: gestão essencial

SMS é garantia de sustentabilidade

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não representando, necessariamente, a opinião dos editores.

TN Petróleo é dirigida a empresários, executivos, engenheiros, geólogos,

técnicos, pesquisadores, fornecedorese compradores do setor de petróleo.

Com o cenário de petróleo e gás nos próximos cinco anos bastante positivo e

aquecido para os próximos cinco anos, estamos vivendo um mo-mento muito especial também na indústria naval brasileira que com dez novos estaleiros em implan-tação tem a expectativa de gerar mais 21.500 empregos no setor até 2015. E é nela que focamos para trazer ao leitor a informação necessária para a sua orienta-ção e escolhas acertadas rumo a uma carreira promissora nesse segmento.

Com a matéria “Indústria Naval: uma enorme frente de trabalho”, montamos um verdadeiro pano-rama das oportunidades do setor naval e offshore. Nela mostramos a carteira de encomendas (plata-formas e embarcações), expecta-tiva de investimentos, demanda de mão de obra e outras informações relevantes para o profissional.

E mais, nessas indústrias, as possibilidades de trabalho na ca-deia produtiva são muitas e de-pendem da formação da pessoa. Os postos de trabalho vão desde engenheiros, que perfuram os poços, até trabalhadores em refinarias e petroquímicas. Além disso, o profissional pode tra-balhar em setores relacionados à segurança e meio ambiente, comissionamento e certificação, como procuramos mostrar nas matérias desta edição.

Caros leitores, chegamos assim ao número 5 do Guia do Estudante. E nessa trajetória aprendemos muito com as dificuldades por que passam o nosso setor. Necessidades diversas e desafios imensos para um país que vai precisar se reinventar em termos de educação, pois a urgência de contratação é grande e os modelos de educação e treinamento precisam acompanhar essa realidade. Esta é a pauta que nos norteia e que nos inspira a andar sempre atentos às tendências e demandas nesse vasto e rico campo da formação de pessoas.

Boa leitura!

Aprendendo a aprender

Lia MedeirosDiretora de Novos Negócios

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hot news

A AssociAção Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abi-maq), por meio da câmara se-torial de Equipamentos Navais e offshore (csEN) e a UK ship-builders & shipreires Associa-tion (ssA), principal associação que reúne estaleiros e empresas britânicas de equipamentos marítimos, fecharam um impor-tante acordo de cooperação.

o documento, assinado em agosto, durante a feira Navalshore 2012, no Rio, prevê o trabalho conjunta dos dois organismos para promover investimentos,

comércio e intercâmbio de tecnologias entre Brasil e Reino Unido nas áreas de construção naval e de fabricação de equipa-mentos marítimos.

“Estamos muito otimistas com as possibilidades que este acordo vai trazer para nos-sos associados. os mercados offshore brasileiro e marítimo militar estão com grande de-manda e acreditamos que assim será por uns 15 anos ou mais”, afirmou o presidente da csEN, cesar Prata. “A aproximação com a ssA facilitará nossas indústrias a encontrar a coo-peração técnica e informações do mercado com os experientes fabricantes do setor naval do Reino Unido”, concluiu.

o FPso Cidade de Anchieta iniciou a produção de petróleo no poço 7-BAZ-02-Ess, no dia 10 de setembro, por vol-ta das 18h. A plataforma está localizada no campo de Baleia Azul, no complexo denominado Parque das Baleias, na porção capixaba da Bacia de campos. Essa plataforma, do tipo FPso (unidade flutuante que pro-duz, armazena e exporta óleo e gás), destina-se exclusiva-mente à produção da camada pré-sal dos campos de Baleia Azul, Jubarte e Pirambu, nos quais a Petrobras detém 100% de participação.

o FPso produzirá óleo de alto valor comercial (28 graus APi). Afretado à empresa sBM services inc., essa plataforma tem capacidade para processar, diariamente, 100 mil barris de petróleo e 3,5 milhões m3 de gás. instalado em lâmina d’água de 1.221 m, e localiza-do a 80 km da costa, o FPso

escoará o gás produzido por meio do gasoduto sul-Norte capixaba até a Unidade de Tratamento de Gás de cacim-bas, no litoral capixaba.

A produção inicial do poço, já interligado à plataforma,

está estimada em 20 mil barris por dia (bpd). outros nove poços (seis produtores e três injetores de água) serão interligados à plataforma. A previsão é que o pico de pro-dução, de 100 mil barris por dia, seja atingido em feverei-ro de 2013.

o FPso Cidade de Anchie-ta foi convertido no estalei-ro Keppel, em cingapura, e integra o projeto de desenvol-vimento do pré-sal do Parque das Baleias.

Abimaq e SSA assinam acordo de cooperação no setor naval

FPSO Cidade de Anchieta inicia produção na Bacia de Campos

DADOS TéCNICOSComprimento: 344 m

Largura: 51 m

Altura: 28 m

Peso total: 273 mil ton

Poços produtores: 7 Poços injetores: 3

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ENTRE os PAísEs que com-põem o Brics (Brasil, Rússia, índia, china e África do sul), o Brasil foi o único que conse-guiu subir posições no ranking de competitividade global elaborado pelo World Economic Forum (WEF) e divulgado no dia 5 de setembro pelo Movi-mento Brasil competitivo. No ano passado, o país ocupava o 53º lugar entre os países mais competitivos do mundo e ocupa agora a 48ª posição.

Entre os mercados emer-gentes, a República Popular da china continua a liderar o grupo, mas caiu três posições em relação ao ano passado, indo da 26ª para a 29ª po-sição. A África do sul ocu-pa, atualmente, o 52º lugar, seguida pela índia (59º) e pela Rússia (67º).

o líder do ranking conti-nua sendo a suíça, seguida por cingapura, Finlândia, suécia, Holanda, Alemanha, Estados Unidos, Reino Unido, Hong Kong e Japão.

segundo o ranking, os países do sul da Europa continuam a sofrer por causa da crise eco-nômica, entre eles, a Grécia, que ocupava o 90º lugar no ano passado e caiu seis posições este ano. Já as economias asiáticas têm demonstrado grande desem-penho. Além de Hong Kong e Japão, Taiwan (13º) e República da coreia (19º) aparecem entre os 20 países mais competitivos do mundo.

Na África subsaariana, a África do sul (52º) e as ilhas Maurício (54º) apresentam as melhores colocações, o que de-monstra, segundo o ranking, que a maioria dos países da região continua a demandar esforços para melhorar sua competitivi-dade. Na América Latina, o país com melhor posição é o chile, que aparece em 33º lugar.

o ranking do Relatório Global de competitividade é baseado no índice de compe-titividade Global, desenvolvi-do para o Fórum Econômico Mundial, e engloba 12 catego-

rias, chamadas de pilares de competitividade, entre elas, instituições, infraestrutura, ambiente macroeconômico, saúde e educação primária, capacitação e educação supe-rior, eficiência no mercado de bens, eficiência no mercado de trabalho, desenvolvimento do mercado financeiro, pron-tidão tecnológica, tamanho de mercado, sofisticação de negócios e inovação.

o relatório completo pode ser acessado no endereço: www.weforum.org/gcr.

A sEcRETÁRiA ExEcUTivA da comissão Econômica para a América Latina e o caribe (cepal), Alicia Bárcena, e o presidente do centro de Gestão e Estudos Estratégicos do Brasil (cGEE), Mariano Laplane, assi-naram no final de julho um novo acordo de cooperação entre as instituições para promover maior integração regional em matéria de ciência, tecnologia e inova-ção, entre outros objetivos.

Já foram identificados dois temas para a agenda de co-

operação mútua: apoio para alcançar maior integração regional em ciência, tecnologia e inovação, com reuniões de alto escalão e elaboração de projetos conjuntos entre os pa-íses, e a contribuição da cepal para a criação de um centro de estudos em colaboração com a Universidade de campinas (Unicamp) e a Universida-de Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), para a capacitação de gestores em políticas para o desenvolvimento.

A cepal assinou um pri-meiro acordo com o cGEE em 2005, para conduzir e orientar ações conjuntas. o acordo in-cluiu a colaboração em vários projetos, como estudos sobre biocombustíveis, padrões de desenvolvimento comparado, impacto das Tecnologias de informação e comunicação (Tic) na produtividade, de-sertificação e desenvolvimen-to sustentável, entre outras colaborações em seminários e conferências.

Brasil sobe cinco posições em ranking de competitividade

Acordo de cooperação com universidades brasileiras

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hot news

isso ocoRRE PoRqUE a elas-ticidade-preço da carga no curto prazo é pequena, ou seja, o Preço da Liquidação das Diferenças (PLD) afeta o consumo total em proporções menores do que outros fatores.

“Para melhorar a formação de preços no Brasil, as alternativas variam desde a consideração de despacho por oferta, ao contrário da decisão de mínimo custo hoje adotada, até a total desvinculação do preço de curto prazo do custo Marginal de operação (cMo), por meio de leilões compulsórios com a finalidade de atender a demanda ainda exposta no processo de liqui-dação”, afirma Regina Pimentel, assessora de gestão de risco da Trade Energy.

Nos últimos dez anos, outras iniciativas foram analisadas. De acordo com a executiva, o PLD acaba introduzindo uma artificia-lidade no mercado, refletindo as condições pontuais de afluência energética mais que o equilíbrio entre oferta e demanda, sem es-quecer que, no setor elétrico bra-sileiro, o termo ‘oferta’ significa uma garantia física no longo prazo.

segundo a Trade Energy, o PLD é eficiente apenas na sinalização da quantidade de geração térmica

flexível, que decide a geração com base na comparação entre o custo variável de operação e o cMo. En-tretanto, a substituição térmica não é a rigor uma figura de mercado, mas sim uma decisão de operação que deveria ter tarifa específica, esta sim, baseada pelo cMo.

Atual metodologia – Hoje, o valor da energia no mercado livre leva em conta que o preço de última instância para o gerador é o PLD. “Adicionalmente, boa parte das transações no setor ocorre por meio de contratos de curto ou médio pra-zo. isso faz com que esses preços

sejam condicionados pelo nível do PLD, acrescido do ágio comercial, este também variável”, afirma Luis Gameiro, diretor da Trade Energy.

As exceções são os contratos de longo prazo, superiores a dois anos, em que o preço se aproxima da condição estrutural do custo de geração. “inicia-se ainda, no Brasil, a atuação de bolsas de energia, nos moldes de platafor-mas de negócios, que em muito contribuirão para a transparência e a liquidez do mercado. Por ora, entretanto, essas bolsas não esta-beleceram o processo de clearan-ce”, finaliza Gameiro.

Brasil é um dos países com energia mais barataA tarifa final para o consumidor brasileiro é uma das mais caras do mundo. Entretanto, o custo da energia é um dos mais baixos. A precificação desse insumo, porém, é feita com base em uma metodologia inadequada, pois não reflete o equilíbrio econômico do sistema, revela a avaliação realizada pela Trade Energy.

DuRANTE O 27º Congresso Brasileiro de Manutenção (Abraman), que aconteceu no Rio de Janeiro de 10 a 14 de setembro, o gerente executivo de Educação e Tecnologia do Senai, Rolando Vargas Vallejo, afirmou que não há uma necessidade tão grande de engenheiros no mercado como muitos afirmam.

“Técnicos e tecnólogos são os pro-fissionais mais necessários na indús-

tria brasileira atualmente”, disse Vargas em mesa-redonda sobre os desafios na formação de mão de obra na área de manutenção. Para ele, as empresas têm atribuído a engenheiros funções que de-vem ser exercidas por profissionais com formações técnicas. “É necessário mos-trar para as empresas que elas precisam de técnicos e tecnólogos”, afirmou.

Vargas disse ainda que o Senai construirá 53 novos centros de ensino, incluindo unidades móveis, caminhões e um barco, que oferecerão infraestrutura para aulas e avaliações. Também serão criados 23 institutos de inovação e 38 de tecnologia, em que os alunos terão o objetivo de solucionar problemas técnicos existentes atualmente na indústria.

Indústria precisa de mais técnicos e tecnólogos

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PARA AJUDAR futuros pro-fissionais a escolher a melhor profissão para a sua carreira, o especialista em orientação educacional e vocacional Mau-rício sampaio lançou o livro Escolha Certa - Como tomar a melhor decisão hoje para con-quistar uma carreira de sucesso amanhã, da Editora DsoP.

A obra traz temas como a descoberta da vocação, o mapeamento das áreas de in-teresse, a importância de deli-near o perfil comportamental, como lidar com as influências externas, de que maneira ad-ministrar o tempo, entre ou-tros. No livro há ainda exer-cícios práticos, atividades de reflexão e testes vocacionais consagrados na área de coa-ching. Por isso, serve também

para quem já está no mercado de trabalho e pensa em mudar de carreira.

“Um dos grandes problemas é a tomada de decisão, seja para adolescentes ou para adultos. Em específico, essa habilidade é mais difícil nos jovens, por isso

me preocupei bastante com as questões de autoconhecimento. conhecer a si próprio, incluindo suas ferramentas e habilidades, pode ajudar na escolha certa”, explica Maurício sampaio, que resolveu escrever Escolha Certa até a pedido de jovens que co-nheceu através de seu trabalho de orientador vocacional e em palestras.

o especialista reforça que, além de toda a pressão psi-cológica, os adolescentes de hoje têm mais dificuldade de definir a profissão devido às diversas opções. “No passado, não existiam tantos cursos e instituições de nível superior. Além disso, hoje o mercado está completamente diferente, com várias oportunidades além das tradicionais”, concluiu.

EM JuLhO DE 2012, o emprego na indústria mostrou variação positiva de 0,2% frente ao mês imediatamente anterior, na série livre de influências sazonais, interrompendo quatro meses de resultados negativos consecuti-vos nesse tipo de comparação, período em que acumulou perda de 1,2%. As informações foram publicadas no dia 12 de setembro pelo Instituto Brasileiro de Geo-grafia e Estatística (IBGE).

Em relação a julho de 2011, o emprego industrial caiu 1,6% – 10º resultado negativo seguido nesse tipo de comparação. No ano, o índice acumula recuo de 1,3% sobre o mesmo período do ano anterior e, em 12 meses, de 0,7%.

Nos 12 dos 14 locais pesqui-sados pelo IBGE houve redução de empregos na indústria, com

principal impacto negativo partin-do de São Paulo, cuja taxa recuou 3,1%. O resultado sofreu influ-ência das indústrias de produtos de metal (-12,4%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-10,6%), meta-lurgia básica (-17,3%), meios de transporte (-4,6%), vestuário (-9,1%), têxtil (-7,0%) e calçados e couro (-12,4%). Também foi re-gistrada queda nos empregos da região Nordeste (-2,0%), do Rio Grande do Sul (-2,3%), da região Norte e Centro-Oeste (-1,2%), de Santa Catarina (-1,2%) e de Pernambuco (-2,8%). Na contra-mão, empregaram mais de junho para julho Paraná (1,5%) e Minas Gerais (1,0%).

Na análise por setores, o em-prego caiu em 14 dos 18 ramos da indústria pesquisados pelo IBGE,

com destaque para vestuário (-8,7%), calçados e couro (-6,0%), têxtil (-5,4%), papel e gráfica (-3,9%), meios de transporte (-2,4%), madeira (-8,3%). Entre os resultados positivos, o principal destaque ficou com o setor de ali-mentos e bebidas (3,8%).

Livro auxilia jovens na escolha da profissão

IBGE: emprego industrial tem elevação de 0,2%

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A PRoDUção Do pré-sal em julho foi de 172,8 mil barris/dia de petróleo e de 5,7 milhões de m3, totalizando 208,9 mil bar-ris de óleo equivalentes por dia (Mboe/d) – aumento de 9% em comparação ao mês anterior, quando chegou a 191,2 Mboe/dia. Esta foi a maior produção proveniente desses reservatórios, ultrapassando pela segunda vez os 200 Mboe/d. A primeira foi em dezembro de 2011, com a produ-ção de 200,6 Mboe/d.

o resultado foi oriundo de dez poços, localizados nos cam-pos de Jubarte (1), Lula (5), ca-ratinga e Barracuda (1), Marlim Leste (1), Marlim e voador (1) e Barracuda (1). Dos dez poços produtores do pré-sal, sete estão entre os 30 maiores produto-res. Destaque para os poços do campo de Lula, dos quais três figuram entre os cinco maiores produtores, sendo o 7LL3DRJs, o maior produtor em julho, com vazão média de 37,2 Mboe/d.

No Brasil, a produção de petróleo foi de aproximadamen-te 2,023 milhões de barris/dia, apresentando queda de 2,6% em relação a julho de 2011 e de 0,5% na comparação com junho deste ano. A produção de gás chegou 71 MMm³, crescimento de 6,1% em relação ao mes-mo mês de 2011 e redução de 1,4% na comparação com o mês anterior. A plataforma P-52, lo-calizada em Roncador, produziu

151,1 Mboe/dia e foi a que teve a maior produção.

As maiores reduções de produ-ção de petróleo e gás natural, em relação ao mês anterior, foram ob-servadas nos campos de Marimbá e Albacora Leste, devido às para-das programadas para manutenção das plataformas P-08 (Marimbá) e P-50 (Albacora Leste). o campo de Marlim sul, na Bacia de campos, foi o que teve a maior produção de petróleo e segundo maior produ-tor de gás natural, com produção média de 321,9 Mboe/d.

A queima de gás natural, de 3,6MMm3/d, apresentou redução de 30,7% em relação a julho de 2011 e aumento de 0,4% na com-paração com o mês anterior.

No mês de julho de 2012, 308 concessões, operadas por 26 em-presas foram responsáveis pela produção nacional. Destas, 79 são concessões marítimas e 229

terrestres. vale ressaltar que, do total das concessões produtoras, sete encontram-se em atividades exploratórias e produzindo atra-vés de Testes de Longa Duração (TLD), e outras 11 são relativas a contratos de áreas contendo Acumulações Marginais.

o grau APi médio do pe-tróleo produzido no mês foi de aproximadamente 23,8º, sendo que 8% da produção são consi-derados óleo leve (>=31°APi), 57% é óleo médio (>=22°APi e <31°APi) e 35% são de óleo pe-sado (<22°APi), de acordo com a classificação da Portaria ANP nº 09/2000. A produção de pe-tróleo e gás natural no Brasil foi oriunda de 9.005 poços, sendo 755 marítimos e 8.250 terrestres. o campo com o maior número de poços produtores foi canto do Amaro, bacia Potiguar, com 1.113 poços.

Produção do pré-sal bate recorde em julho

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UMA NovA cARREiRA surgiu no Brasil: a de operador do mercado livre de energia, uma oportunidade sobre-tudo para engenheiros, economistas e administradores. Nos últimos dez anos, surgiram 135 empresas que atu-am fundamentalmente no comércio de eletricidade, propiciando que grandes empresas possam escolher a sua con-cessionária independentemente do local de instalação da companhia. Esse segmento movimenta R$ 30 bilhões por ano e já representa 27% da energia comercializada no país.

Encontrar esse profissional, no entanto, é difícil. Apesar da média salarial ser alta logo no início da carreira, em torno de R$ 5 mil, sem contar as bonificações semelhantes ao mercado financeiro, a necessidade de aliar conhecimento de negócios ao complexo setor de energia elétrica

acaba impedindo o preenchimento pleno das vagas.

As empresas comercializadoras acabam apelando para a formação interna de pessoal. o que, às vezes, pode gerar uma capacitação inade-quada. Essa é a razão da Associa-ção Brasileira dos comercializado-res de Energia Elétrica (Abraceel) ter lançado em agosto o edital para a realização da segunda prova de certificação de operadores para o mercado livre de energia no Brasil. Em parceria com a Fundação para o Desenvolvimento Tecnológico de Engenharia (FDTE), órgão vinculado à Universidade de são Paulo (UsP), a meta é garantir a qualidade dos profissionais à disposição no setor.

A prova tem apoio da câmara de comercialização de Energia Elétrica (ccEE) e, na sua primeira edição

em 2011, contou com 110 partici-pantes, obtendo 29 profissionais devidamente certificados.

“Nosso com-promisso é apoiar a expansão do m e r c a d o c o m qualidade”, expli-ca Reginaldo Me-deiros, presidente da Abraceel. se-gundo os últimos

dados da câmara de comerciali-zação de Energia Elétrica (ccEE), existem hoje 2.004 agentes no mer-cado livre brasileiro. Desses, 68% são consumidores, sendo 28% clientes livres convencionais e 40% clientes especiais. os clientes especiais têm demandas entre 500 quilowatts e 3 megawatts e estão restritos ao uso de fontes limpas.

o MiNisTRo DA FAZENDA, Guido Mantega, anunciou no dia 13 de setembro que 25 setores da economia serão beneficiados com desoneração da folha de pa-gamento, além dos 20 para os quais o incentivo foi concedido este ano. o benefício levará à re-núncia fiscal de R$ 60 bilhões na arrecadação nos próximos quatro anos. Para 2013, a previsão é de R$ 12,83 bilhões.

No primeiro semestre de 2012, o governo concedeu igual desoneração a quatro setores. Em agosto, o benefício passou a valer para mais 15. Agora, empresários dos ramos da indústria, servi-ços e transportes conquistaram redução a partir de janeiro do próximo ano.

os setores contemplados dei-xam de pagar a contribuição de 20% ao iNss e arcam com um per-

centual sobre o f a t u r a m e n t o , como forma de compensação. De acordo com o ministro Gui-do Mantega, os empresários be-

neficiados mantiveram diálogo com o governo e optaram por fazer a troca. “são setores de mão de obra intensiva, cuja folha de pagamento tem um peso maior no custo da empresa”, disse Mantega.

segundo o ministro, em lugar de pagar R$ 21,5 bilhões de iNss, o total de 45 setores beneficiados desembolsará R$ 8,74 bilhões sobre o faturamento. As empre-sas exportadoras que aderiram à medida não arcam com qualquer forma de encargo, uma vez que não têm faturamento aferido pela Receita Federal.

Parte das desonerações deve ser incluída por meio de emendas na Medida Provisória (MP) 563, que desonerou os 15 setores iniciais. o restante será objeto de nova MP, pre-vista para sair até o final desta sema-na. As medidas fazem parte do Plano Brasil Maior, que concede incentivos a diversos ramos da indústria.

segundo Mantega, a medida aumentará a competitividade da indústria brasileira. “o mundo vive uma crise na qual empre-sas lá fora estão reduzindo custo da mão de obra. Lá, estão dimi-nuindo salários e benefícios dos trabalhadores. Aqui nada disso acontece”, afirmou. Ele prevê um aumento da formalização, face ao custo menor do trabalhador. “o impacto disso será a formalização. As empresas estarão contratando mão de obra, aumentando em-prego”.

Mercado livre de energia busca operadores qualificados

Governo desonera folha de pagamento de mais 25 setores da economia

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entrevista exclusiva

RESPALDADO EM MAIS DE três décadas de Marinha Mercante, e portanto ciente da importância dessa capacitação, ele vem conseguindo manter o rumo dessa tripulação que hoje conta com as mais modernas tecnologias para comandar a frota do futuro.

TN Petróleo – Quando o Promef Pessoal foi criado? José Menezes Filho – A Transpetro criou, em fevereiro de 2011, a Gerên-

cia Executiva Promef Pessoal com o objetivo de promover ações que garan-tam o crescimento e a capacitação do quadro de mar da Companhia. Entre as ações da nova gerência estão a realização de cursos de aperfeiçoamento da tripulação em terra e a bordo e o desenvolvimento de simuladores para o treinamento, além da criação da Academia Marítima Transpetro.

Quais os maiores desafios e impasses para se atingir esses objetivos?O maior desafio é difundir a carreira de marítimo no Brasil, após anos de

estagnação da Marinha Mercante brasileira. Com o crescimento da explora-ção de petróleo no Brasil, a frota de navios e embarcações de apoio tende a crescer bastante.

Qual a previsão de demanda para os próximos anos (até 2020 é factível), tanto de oficiais como de outros cargos (suboficiais)?

Atualmente, a Transpetro conta com um quadro de 2.232 marítimos. Ao longo do Promef, estima-se a contratação de mais 1.700.

Haverá profissionais para suprir essa demanda?

O mercado de trabalho para os marítimos no Brasil vive um cenário de pleno emprego, seja em nível básico, técnico ou superior. Ou seja, todos os alunos dos cursos da Marinha do Brasil saem com emprego garantido. O aquecimento do setor naval brasileiro é decorrente, sobretudo, ao Pro-grama de Modernização e Expansão da Frota da Transpetro (Promef), que encomendou 49 navios a estaleiros brasileiros. Para atender a esta crescente necessidade de mão de obra, a Transpetro, em conjunto com a Marinha do Brasil, sindicatos de marítimos e armadores nacionais, se uniu ao Gover-no Federal para promover a ampliação e melhorias para os dois centros de formação existentes no país: Ciaga (Centro de Instrução Almirante Graça Aranha), no Rio de Janeiro, e o Ciaba (Centro de Instrução Almirante Braz de Aguiar), no Pará. Além disso, a Companhia inaugurou neste mês, em parceria com a Marinha do Brasil, a Academia Marítima Transpetro (AMT), que tem como objetivo qualificar o quadro de mar da Companhia e contribuir com a formação de novos profissionais de náutica e máquinas. Com unidades no Rio

À frente de uma tripulação

muito especial, o comandante José

Menezes Filho, gerente executivo

do Promef Pessoal, área de Recursos

Humanos do Programa de

Modernização e Expansão da Frota,

tem uma grande tarefa: assegurar a

qualificação contínua daqueles que vão

comandar as novas embarcações da

Transpetro.

por Beatriz Cardoso

QUADRO DE MARda Transpetro

No comando do

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Comandante José Menezes Filho, gerente executivo do Promef Pessoal

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e em Belém, a AMT vai possibilitar também a aceleração do proces-so de ascensão profissional das tripulações da Transpetro, aumentar o apoio aos processos de gestão a bordo e os níveis de segurança nas embarcações. A expectativa é formar 1.600 novos oficiais até 2016.

Quais as principais funções deman-dadas pela Transpetro nessa área, em função do Promef? Onde estão os maiores gargalos?

Atualmente, os cargos de maior demanda são os de ofi-ciais, como comandante, chefe

de máquinas, imediato, primeiro oficial de náutica, primeiro oficial de máquinas, segundo oficial de náutica e segundo oficial de má-quinas. Para trabalhar como oficial em um navio da Marinha Mercante é necessário que o profissional tenha feito um curso de graduação no Ciaga ou no Ciaba. há também a possibilidade de profissionais com nível superior na área de exa-tas fazerem uma pós-graduação no Ciaga ou no Ciaba. Os salários variam de R$ 7 mil a R$ 20 mil (ao longo da carreira). há também grande demanda por profissionais

de nível técnico – eletricistas e mecânicos. As exigências para o cargo são ensino médio completo com nível técnico (eletrônica, me-cânica, entre outras do sistema de manutenção e técnico de enferma-gem ou auxiliar de enfermagem). A duração do curso no Ciaga é de três meses e meio e mais 90 dias de estágio em navio. O pré--requisito para fazer o curso no Ciaga para condutor/bombeador é ser formado em curso técnico de mecânica, eletromecânica e estruturas navais. Para eletricista é preciso ter formação técnica em

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entrevista exclusiva

eletrônica, eletricidade, automação e telecomunicações. há também vagas para técnicos em enferma-gem. Os salários variam de R$ 4,5 mil a R$ 7 mil.

O que a Transpetro tem buscado fazer para qualificar esse novos oficiais e outros profissionais formados no Centro de Instrução mas que não têm experiência ainda com as novas tec-nologias incorporadas pela nova frota?

A Academia Marítima Transpe-tro foi implantada com o objetivo de qualificar o quadro de mar da Transpetro, inclusive em novas tecnologias embarcadas nos novos navios da frota.

Como tem sido a busca por treina-mento na Academia?

A Transpetro realiza os treina-mentos de acordo com as necessi-dades dos marítimos da sua frota e da Marinha do Brasil.

Quantos cursos e alunos a Academia tem hoje?

A expectativa é que sejam graduados 400 oficiais por ano pela Academia Marítima Transpe-tro, sendo 200 no Rio de Janeiro e o restante e Belém. A primeira turma do Rio, de náutica, com 60 alunos, iniciou suas aulas em agosto, no Centro. O grupo do Pará, com 120 alunos (60 de náu-

tica e 60 de máquinas) começa a estudar em setembro.

Quais os equipamentos e facilidades fornecidos pela Academia?

Atualmente, a Academia Maríti-ma Transpetro dispõe de dois simu-ladores. O offshore e o de comboio hidroviário. Vou detalhá-los:

Simulador Offshore – simula-dor de operações de transferência de petróleo entre embarcações em alto-mar, foi desenvolvido pela primeira vez no Brasil pela Trans-petro, em parceria com o Cenpes, da Petrobras, e a uSP. O software é usado para treinamento dos oficiais responsáveis por conduzir os na-vios aliviadores da Companhia, que trazem para o continente o petróleo produzido pelas plataformas marí-timas. Até agora foram construídos três protótipos, com tela em 3D e reprodução de instrumentos de navegação usados pelos condutores das embarcações. Com o Simulador Offshore, é possível treinar situa-ções enfrentadas durante operações reais em diversas condições climá-ticas e oceânicas na costa brasi-leira. Os estudos virtuais podem ser feitos nos navios plataformas P-35 e P-50, instalados na Bacia de Campos, e em uma monoboia – unidade flutuante presa ao fundo do mar, usada para carga e descarga de petróleo e derivados. Também

são reproduzidas várias opções de navios da frota da Transpetro, incluindo os que possuem tecnolo-gia conhecida como posicionamento dinâmico (DP, sigla em inglês), en-comendados pelo Promef. Está em fase de implantação o treinamento de entrada e saída em portos.

Simulador de comboio hidrovi-ário – outra criação da Transpetro, seu software, desenvolvido pela primeira vez no Brasil, em parceria com a Escola Politécnica da uSP, permitirá que o público conheça, por meio de realidade virtual, os modernos padrões de operação das 80 barcaças e 20 empurradores que formarão os comboios para o transporte do etanol pela hidrovia Tietê-Paraná. O simulador será usado para treinamento dos cerca de 400 condutores e mestres fluviais que vão operar as embarcações da Transpetro, a partir de 2013. Essa nova frota, que formará 20 com-boios, será construída pelo Estaleiro Rio Tietê, em Araçatuba – viabili-zado pelas encomendas do Promef hidrovia, vertente do Programa de Modernização e Expansão da Frota da Transpetro (Promef), voltada para o modal hidroviário. A ferramenta reúne todos os procedimentos ope-racionais utilizados pelos conduto-res dos comboios. Permite ainda a simulação das condições de navega-bilidade da hidrovia em trechos com eclusas, pontes, curvas e bancos de areia. Os dados experimen-tais dos modelos hidrodinâmicos foram obtidos com o apoio do Instituto de Pesquisas Tecnológi-cas de São Paulo.

Qual o corpo de profissionais em-barcados do Promef hoje? Ou seja: qual a ‘tripulação’ do Promef?

A tripulação total dos navios em operação (Celso Furtado, Sérgio Buarque de Holanda e João Cândido) é de 76 marítimos.

Alunas na Academia Marítima Transpetro (AMT)

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Guia do Estudante 5 • 2012 15

Em operação: Celso Furtado (lan-çado em junho de 2010), Sérgio Buarque de Holanda (lançado em

novembro de 2010) e João Cândido (lançado em maio 2012).

Em construção: Rômulo Almeida (lan-çado em junho de 2011) e José Alencar (será lançado em dezembro de 2012).

I Fase do Promef: prevista a constru-ção de 23 navios, sendo dez suezmax, cinco aframax, quatro panamax e quatro navios de produtos.II Fase do Promef: 26 navios, sendo sete aliviadores com posicionamento dinâmi-co, oito navios de produtos, oito gaseiros e três navios de transporte de bunker.

Até agora, o Promef encomendou 41 navios, com investimento de R$ 9,6 bilhões, junto aos estaleiros Atlântico Sul - EAS (PE), Promar (PE), Mauá (RJ), Eisa (RJ) e Superpesa (RJ). Ao longo do Promef serão criados 40 mil empregos diretos e 160 mil indiretos.

LINHA DO TEMPO DO PROMEF2004 - Lançamento do edital internacio-nal de pré-qualificação, com o objetivo de selecionar empresas capacitadas a participar da licitação para a construção dos navios. (25 de novembro)2005 - Concluída na primeira fase da pré--qualificação. Apresentaram propostas 11 empresas, reunidas em consórcios. O projeto atrai para o Brasil a parceria de tradicionais empresas e estaleiros brasi-leiros com grandes fabricantes europeus e asiáticos. (28 de abril)

Lançado, em Niterói (RJ), edital de li-citação da primeira fase do projeto para a construção de 26 navios. (10 de outubro)2006 - Assinatura de convênio entre Transpetro, Ministério da Ciência e Tec-nologia, Centro de Pesquisas e Desen-volvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes) e nove instituições de pesquisa do Brasil para desenvolver projetos do Programa de Capacitação Tecnológica para Apoio à Indústria Naval Brasileira. (7 de fevereiro)2007 - Assinatura de contrato para construção do primeiro lote de navios, no Complexo Industrial de Suape (PE),

com o BNDES e o Consórcio Atlântico Sul. (31 de janeiro)

Assinatura do contrato para a constru-ção de quatro navios de produtos no Estalei-ro Mauá, em Niterói - RJ. (30 de novembro)2008 - Lançamento da 2ª fase do Progra-ma de Modernização e Expansão da Fro-ta, com a encomenda de mais 23 navios para a Transpetro: quatro suezmax, três aframax, oito navios de produtos, cinco gaseiros e três para bunker. (26 de maio)

Cerimônia do corte do aço para a construção do primeiro navio do Es-taleiro Atlântico Sul. (5 de setembro)

Assinatura do contrato com o Esta-leiro Atlântico Sul para a construção de cinco navios aframax. (7 de novembro)

Transpetro recebe propostas de 23 navios do Promef. Quatro estaleiros apresentam propostas técnicas e comer-ciais para a construção de quatro suez-max DP, três aframax DP, três navios de produtos com capacidade de carga de 45 mil toneladas de porte bruto e cinco navios de produtos com capacidade de carga de 30 mil toneladas de porte bruto. (15 de dezembro)2009 - Assinatura do contrato de cons-trução de três navios para o transporte de bunker entre Transpetro e Estaleiro Super-pesa, do Rio de Janeiro. (10 de setembro)

Batimento de quilha do primeiro na-vio do Promef, no Estaleiro Atlântico Sul. Na ocasião, foram assinados os contratos dos quatro suezmax DP e três aframax DP com o Estaleiro Atlântico Sul. (11 de setembro)2010 - Navio João Cândido, primeiro suezmax do Promef, foi batizado e lan-çado ao mar, no Estaleiro Atlântico Sul - PE. (7 de maio)

Lançamento do navio Celso Furtado, no Estaleiro Mauá, segunda embarcação do Promef e o primeiro a ser construído no estado do Rio de Janeiro. (24 de junho)

Promef hidrovia recebe seis propostas técnicas e comerciais para a construção de comboios de empurradores e barcaças do Promef hidrovia. (30 de junho)

Assinatura do contrato com o Estaleiro Promar para a construção de oito navios gaseiros do Promef. (9 de julho)

Lançamento do terceiro navio do Promef – Sérgio Buarque de Holanda, no Estaleiro Mauá. (19 de novembro)

Solenidade de 1ª Solda Simbólica do projeto Alcooduto Ribeirão Preto/Paulínia, no Terminal da Transpetro, em Ribeirão Preto (SP). Durante o evento, o presidente Sergio Machado e represen-tantes do Estaleiro Rio Tietê assinaram o contrato para a construção da nova frota hidroviária da Transpetro. (23 de novembro)2011 - Lançamento do navio Rômulo Almeida, quarto do Promef. A cerimônia de batismo ocorreu no Estaleiro Mauá, em Niterói. (30 de junho)

Lançamento da Pedra Fundamental do Estaleiro Rio Tietê, em Araçatuba (SP). O estaleiro será responsável pela construção da nova frota hidroviária da Transpetro. (13 de setembro)

Transpetro e Estaleiro Mauá realiza-ram prova de mar do navio Celso Furtado. (22 a 26 de setembro)

Estaleiro Mauá entrega o navio Celso Furtado, no estado do Rio de Janeiro. É a primeira embarcação do Promef a entrar em operação. (25 de novembro)

É lançado ao mar o quarto e últi-mo navio de produtos encomendado ao Estaleiro Mauá (RJ). A embarcação foi batizada em homenagem ao ex-vice--presidente da República, José Alencar. (12 de dezembro)2012 - Transpetro e Estaleiro Atlântico Sul realizaram prova de mar do navio João Cândido, em Pernambuco. (03 a 08 de abri)

Transpetro e Esta le iro Mauá realizaram a prova de mar do navio Sérgio Buarque de Holanda . (12 a 16 de maio)

Estaleiro Atlântico Sul (EAS) en-trega o navio João Cândido, no estado de Pernambuco. É a segunda embarca-ção do Promef a entrar em operação. (25 de maio)

Eisa oferece menor preço para cons-truir oito navios de produtos do Promef. (1 de junho)

Estaleiro Mauá entrega o navio Sérgio Buarque de holanda em Ni-terói, no Rio de Janeiro. É a terceira embarcação do Promef a entrar em operação. (24 de junho)

Navios do Promef

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16 Guia do Estudante 5 • 2012

INDúSTRIA NAVAL:enorme frente de trabalho

Com uma geração atual de 62 mil empregos nos estaleiros espalhados pelo país e 385 obras em andamento, o setor naval torna-se a cada dia mais atrativo para aqueles que querem navegar por outros mares do mercado. por Rodrigo Miguez

Com dez novos esta-leiros em implanta-ção, a expectativa é de que sejam ge-rados mais 21.500 empregos no setor

até 2015. Mantendo a alta de crescimento da mão de obra, que saiu de apenas duas mil pessoas empregadas nos anos 2000 para as atuais 62 mil. Diferentemen-te de outros tempos, hoje os estaleiros oferecem um ambiente de trabalho muito melhor, com segurança, além de estabilidade, boa remuneração e oportunidade de avançar profissionalmente, através de cursos oferecidos dentro do próprio local de traba-lho, por estaleiros como osx e Atlântico sul.

segundo o sindicato Nacio-nal da indústria da construção e Reparação Naval e offshore (sinaval), os operários espe-cializados são maioria dentre os profissionais que atuam nos estaleiros brasileiros, com 70% de participação, seguidos pelo

pessoal de apoio, técnicos, setor de administração e por último os engenheiros, que correspondem apenas a 5% do corpo trabalha-dor das plantas navais.

Para o professor Luiz Felipe Assis, diretor técnico da socie-dade Brasileira de indústria Naval (sobena), o mercado naval possui oportunidades para pro-fissionais dos níveis superior e técnico. Engenheiros mecânicos,

civis, produção e elétricos, além dos engenheiros navais estão entre as profissões presentes na construção naval (navios e es-truturas offshore), nos estaleiros, em classificadoras e empresas de projeto.

outros profissionais bastante requisitados para trabalhar no setor são projetistas, profissionais de tecnologia da informação, cal-deireiros, operários especializa-dos em corte e solda automática e manual e operadores de máqui-nas. segundo Assis, os tecnólogos têm um papel importante nos projetos da área e a melhoria da eficiência no setor está ligada, entre outras coisas, à disponi-bilidade de profissionais com formação técnica, capazes de acompanhar demanda tecnológi-ca do setor na área de produção. “o potencial do setor naval é muito vasto, mas a sustentabili-dade da indústria dependerá do desenvolvimento tecnológico e da formação de recursos huma-nos (superior e técnico), de alto

indústria naval

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Daniel Moczydlower, CEO da Chemtech

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nível, que possam atender às necessidades futuras”, disse.

o crescimento do setor tam-bém pode ser visto em números. Desde 2001, o Fundo de Mari-nha Mercante (FMM) já desem-bolsou mais de R$ 15 bilhões, sendo que até junho deste ano, o fundo já havia liberado mais de R$ 1 bilhão para obras do setor naval, que tem dentre a sua grande carteira de encomendas 35 navios-sonda, 101 barcos de apoio offshore, 33 navios de produtos e 19 plataformas de produção. De acordo com dados divulgados pelo sinaval, das 385 obras em andamento, 124 estão sendo executadas no estado do Rio de Janeiro, seguido por são Paulo com 106 e Pernambuco com 37, especificamente na re-gião de suape.

De acordo com o ranking do emprego do setor naval do si-naval, o Rio de Janeiro continua na liderança da mão de obra no país, com quase 50% de partici-pação nas contratações, com o Amazonas em segundo lugar e o estado do Rio Grande do sul ocupando a terceira posição. os outros principais polos de atração de trabalhadores são as regiões de Pernambuco, santa catarina e Bahia.

com um ciclo de produção garantido pelo menos até 2020, a demanda por emprego no setor só tende a crescer. De acordo com dados divulgados pela con-federação Nacional da indústria (cNi), o setor de petróleo e gás, que também inclui a indústria naval, é o que mais tem propen-são pela busca de engenheiros.

Principais regiões Nas quatro regiões do país

há oportunidades das mais variadas para o ingresso na in-dústria naval. Na região Norte,

a grande utilização de embar-cações para o transporte de passageiros e de cargas mantém uma constante demanda nos estaleiros da região. o Nordeste brasileiro vem se tornando um importante polo de oportuni-dades de emprego nesse setor, impulsionado principalmente pelo Estaleiro Atlântico sul e o polo naval de suape. Além

disso, ações dos governos es-taduais, do senai e do governo federal, através do Promimp, estão capacitando profissionais para reforçar a formação de mão de obra na área.

A região sudeste tem grande concentração de estaleiros, prin-cipalmente no Rio de Janeiro, que é o foco dos investimentos do setor de óleo e gás no país e os empresários precisam contra-tar cada vez mais para cumprir o prazo de entrega das grandes obras para atender a exploração e produção do pré-sal. Já no sul, além das ações dos órgãos governamentais na formação de RH, o estado em conjunto com municípios estão criando o Polo Naval sul, o que deverá aumen-tar o número de trabalhadores e investimentos na região.

Para o sinaval, o desafio da formação de recursos humanos exige colaboração contínua e ampliada entre os estaleiros, uni-versidades, escolas técnicas e órgãos estaduais e municipais.

Carteira de encomendasAs sondas de perfuração da

Petrobras estão entre os prin-cipais projetos que ocuparão os canteiros dos estaleiros nos próximos anos, nos maiores po-los navais do Brasil. o estaleiro Atlântico sul (EAs) ficará res-ponsável pela construção de sete navios sonda, tendo ficado com o maior número de pedidos, do to-tal de 33 novas embarcações que vão auxiliar na exploração de pe-tróleo no pré-sal. Além do EAs, estão envolvidos nesse projeto os estaleiros Enseada do Paraguaçu (EEP), Jurong Aracruz (EJA), Brasfels e Rio Grande 2.

quem também tem uma importante carteira de pedidos é o Estaleiro Rio Grande, que além da plataforma P-55, a maior

O POTENCIAL DO SETOR NAVAL É MuITO VASTO, MAS A SuSTEN-TABILIDADE DA INDúSTRIA DEPEN-DERá DO DE-SENVOLVIMENTO TECNOLóGICO E DA FORMAçãO DE RECuRSOS huMA-NOS (SuPERIOR E TÉCNICO), DE ALTO NíVEL, QuE POSSAM ATENDER ÀS NECESSIDADES FuTuRAS”.

Luiz Felipe Assis, diretor técnico da Sociedade Bra-

sileira de Indústria Naval (Sobena)

indústria naval

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Guia do Estudante 5 • 2012 19

trainee: uma porta para o sucesso

semissubmersível já construída, tem ainda a encomenda de oito cascos novos que serão utiliza-dos nos FPsos P-66, P-67, P-68, P-69, P-70, P-71, P-72 e P-73, que estarão na exploração do pré-sal na Bacia de santos.

outro projeto de grande porte que ocupa o portfólio de encomendas da indústria é a construção dos 49 navios de produtos do Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef), dos quais

cinco já foram lançados. Esse megaplano de expansão está mobilizando grandes estaleiros brasileiros e é um dos garan-tidores da enorme frente de trabalho que está no cenário pelos próximos anos.

Newsletter TN PetróleoDiariamente, na tela do seu computador, as informações do setor naval e offshore. Assine em www.tnpetroleo.com.br

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Somente o estado do Rio de Janeiro é responsável por quase 50% dos em-

pregos gerados em estaleiros de todo o país, com cerca de 30 mil cargos preenchidos para as mais diversas funções. Dentre as áreas nas quais os profissionais da engenharia podem atuar no setor naval estão a de software e automação, mecânica, elétrica, química, civil (para estruturas metálicas e concreto), eletrônica, de produção, naval e de petróleo. o salário inicial médio do en-genheiro naval é bom: R$ 5 mil. Mas, com experiência, este valor pode chegar a até R$ 18 mil.

De acordo com a confedera-ção Nacional da indústria (cNi), a demanda atual do país é de 91 mil engenheiros até 2014, muitos deles terão que ser absorvidos pela indústria naval e offshore. Para suprir a necessidade, tendo em vista que apenas dois em sete atuam em carreiras típicas de engenharias, há que se formar 321.300 novos profissionais até 2014. Mantendo a quantidade atual de formandos, de cerca de 50 mil por ano, o déficit estimado de engenheiros para 2014 será de 48.300.

Uma das empresas mais reconhecidas no mercado de óleo e gás, a Radix tem observado

que a procura pela empresa por jovens formados em engenharia cresceu depois que ela ganhou pela segunda vez seguida o prê-mio de melhor empresa para se trabalhar no Rio.

Para Luiz Eduardo Rubião, diretor-geral da Radix, a falta de engenheiros no mercado brasilei-

ro não tem sido um problema. “Temos sentido mais falta de projetos do que de engenheiro”, afirmou. segun-do ele, um dos

pontos fundamentais para aquele jovem estudante de engenharia que deseja entrar no mercado naval e offshore é que ele deve ter a consciência de que está ingressando em uma indústria que envolve riscos e responsa-

bilidades. Além disso, explorar e aproveitar o momento para assumir um papel transformador para melhorar os aspectos da indústria é um fator positivo para qualquer engenheiro.

Na maioria das empresas que trabalham com o setor naval e offshore, o dia a dia varia um pouco, dependendo do tipo de cliente, mas em geral o enge-nheiro fica mais no escritório, vendo as plantas e trabalhando no desenvolvimento dos projetos. Mas do trabalho de campo tam-bém faz parte visitar os clientes e testar as aplicações em navios e plataformas.

Buscando qualidade no seu quadro de funcionários, a Ex-pro, empresa especializada em gerenciamento de fluxo de poço de óleo e gás, onshore e offsho-re, acaba de contratar sete

MAR DE OPORTUNIDADES Com uma forte demanda de profissionais de engenharia em todos os segmentos da cadeia da economia e com a alta da indústria naval nos últimos anos, o engenheiro naval e offshore está cada vez mais requisitado para trabalhar nos estaleiros e em grandes obras do setor de óleo e gás, aliando boas oportunidades a bons salários.

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indústria naval

por Rodrigo Miguez

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Segundo a tabela divulgada pela consultoria Robert half, as funções em alta no mercado de óleo e gás estão ligadas às áreas de comunicação, inteligência de mercado e engenharia. um engenheiro de serviços com experiência de até dois anos ganha entre R$ 6.500 e R$ 9.500, já o salário inicial de um coordenador de comunicação gira em torno de R$ 5.000.

CargoPorte da empresa

Salário de acordo com a experiência no cargo (R$)

0 - 2 anos 3 - 5 anos 6 - 9 anos 10 anos

Diretor de Supply ChainP/M 18 mil - 23 mil 20 mil - 28 mil 26 mil - 32 mil 32 mil - 40 mil

G 22 mil - 27 mil 25 mil - 34 mil 29 mil - 40 mil 38 mil - 68 mil

Gerente de Supply ChainP/M 2,5 mil - 14 mil 15 mil - 20 mil 19 mil - 30 mil 23 mil - 46 mil

G 14,5 mil - 17 mil 18000 - 26 mil 21 mil - 32 mil 28 mil - 50 mil

Engenheiro de Serviços - Óleo e Gas (salário médio incluindo adicionais)

P/M 6,5 mil - 8,5 mil 7,5 mil - 12 mil 9 mil - 13 mil 12 mil - 16 mil

G 7 mil - 9,5 mil 8 mil - 12,5 mil 11 mil - 15 mil 12 mil - 20 mil

Diretor de OperaçõesP/M 8 mil - 23 mil 20 mil - 28 mil 26 mil - 32 mil 32 mil - 40 mil

G 22 mil - 27 mil 25 mil - 34 mil 29 mil - 40 mil 38 mil - 68 mil

Gerente de OperaçõesP/M 15 mil - 19 mil 18 mil - 24 mil 22,5 mil - 27 mil 26 mil - 31 mil

G 18 mil - 23 mil 20 mil - 28 mil 26 mil - 32 mil 32 mil - 40 mil

Gerente QSMP/M 12 mil - 14 mil 13,5 mil - 16 mil 15 mil - 18 mil 17 mil - 22 mil

G 5 mil - 19 mil 18 mil - 24 mil 22,5 mil - 27 mil 26 mil - 31 mil

Engenheiro de SMSP/M 6 mil - 8 mil 7,5 mil - 9,5 mil 8,5 mil - 11 mil 10 mil - 17 mil

G 6,5 mil - 8,5 mil 7,5 mil - 10,5 mil 9,5 mil - 16 mil 13 mil - 19 mil

Geólogo/GeofísicoP/M 4 mil - 5,5 mil 5 mil - 8,5 mil 8 mil - 13 mil 12,5 mil - 20 mil

G 5 mil - 7 mil 6 mil - 12 mil 9 mil - 16 mil 14 mil - 50 mil

Gerente de Projetos/Contratos

P/M 9,5 mil - 12 mil 11 mil - 14,5 mil 12,5 mil - 18 mil 17 mil - 25 mil

G 10,5 mil - 15 mil 12,5 mil - 18 mil 16,5 mil - 23 mil 21 mil - 46 mil

Engenheiro de ProjetosP/M 5,8 mil - 7 mil 7 mil - 9,5 mil 9 mil - 15 mil 14 mil - 19 mil

G 5,8 mil - 7,5 mil 7 mil - 10,5 mil 10 mil - 16 mil 15 mil - 20 mil

CompradorP/M 3 mil - 4,5 mil 4 mil - 6,5 mil 6 mil - 9 mil 8 mil - 11 mil

G 3,5 mil - 6 mil 5 mil - 8 mil 7 mil - 10 mil 9 mil - 13 mil

Gerente de EngenhariaP/M 2 mil - 14 mil 13,5 mil - 16 mil 15 mil - 18 mil 17 mil - 22 mil

G 15 mil - 19 mil 18 mil - 24 mil 22,5 mil - 27 mil 26 mil - 35 mil

Diretor Comercial - Óleo e Gás

P/M 16 mil - 22 mil 20 mil - 28 mil 26 mil - 38 mil 32 mil - 56 mil

G 2 mil - 27 mil 25 mil - 34 mil 29 mil - 40 mil 38 mil - 68 mil

Gerente de Desenvolvimento de Negócios - Óleo e Gás

P/M 12,5 mil - 14 mil 15 mil - 20 mil 19 mil - 30 mil 23 mil - 46 mil

G 14,5 mil - 17 mil 18000 - 26 mil 21 mil - 32 mil 28 mil - 50 mil

Engenheiro de Vendas - Óleo e Gás

P/M 6,5 mil - 8,5 mil 7,5 mil - 12 mil 11 mil - 13 mil 12,5 mil - 18 mil

G 7 mil - 9,5 mil 8 mil - 12,5 mil 9,5 mil - 14 mil 12 mil - 19,5 mil

Coordenador de Marketing/Comunicação/ Inteligência - Óleo e Gás

P/M 5 mil - 7 mil 6,5 mil - 8,5 mil 8 mil - 13 mil 12 mil - 17 mil

G 6,5 mil - 8 mil 7 mil - 10 mil 9,5 mil - 14 mil 13 mil - 19 mil

Porte da empresa: P: pequena; M: média; G: grande Fonte: Robert half

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22 Guia do Estudante 5 • 2012

indústria naval

engenheiros e oito trainees das áreas de engenharia ambiental, elétrica, hídrica, mecânica, pro-dução mecânica e química, com intuito de atender a demanda do mercado de óleo e gás por profissionais qualificados. “A Expro está no mercado para ser líder em gerenciamento de fluxo de poço. Para isso, precisamos

contratar com qualidade, jamais esque-cendo de que as pessoas precisam de equilíbrio para que possam atuar bem em todas as áreas da vida”, disse Olivia Tokumoto,

gerente de RH da América Lati-na da Expro.

Para qualificar a sua mão de obra, a companhia tem um proje-to que envia engenheiros brasi-leiros para Broussard (Luisiana, EUA) e Aberdeen (Reino Unido), onde recebem de três a 18 meses de treinamento prático sobre serviços da empresa.

PARA QuEM ESTá se formando ou está formado há dois anos, as empre-sas do setor naval estão disponibili-zando oportunidades para aqueles que desejam ingressar nesse mercado. um dos maiores estaleiros do país, o Estaleiro Atlântico Sul (EAS) acaba de contratar a sua primeira turma de trainees, que venceram uma disputa acirrada com mais de mil candidatos para as 40 vagas oferecidas para os setores de engenharia, fabricação, co-missionamento, SMS, administração contratual, qualidade, manutenção, planejamento e suprimentos.

Segundo Rejane Penteado, ges-tora da área de Recursos humanos do EAS, a característica principal do programa trainee do estaleiro é a identificação e desenvolvimento de talentos na área naval e offshore. uma das grandes diferenças do progra-ma de trainee para uma contratação convencional é o job rotation, quando o profissional tem a oportunidade de trabalhar em várias áreas diferen-tes da empresa.“A competição foi bastante acirrada, pois esses jovens estão saindo das universidades muito preparados para enfrentar os processos seletivos e são muito bem informados. Alguns têm experiência prévia e domínio de outro idioma”, afirmou. “Nosso objetivo é a forma-ção de líderes para ocupar posições chaves e estratégicas na empresa”, completou.

Com os bons resultados alcança-dos no programa de trainee, o esta-leiro já pensa em um novo processo seletivo para o próximo ano. Outro importante estaleiro que disponibiliza oportunidades para os trainees é o STXOSV, de Niterói (RJ). Também em sua primeira edição, o programa do estaleiro teve ao todo 8.732 candi-datos, que no decorrer do processo foram reduzidos a 40 pessoas lutando por 14 vagas. Dos escolhidos, 12 são engenheiros para as áreas de produção, planejamento, projetos e

suprimentos, um trabalha no setor administrativo e outro no financeiro.

“Os profissionais estão altamen-te qualificados, com competências técnicas e comportamentais outs-tanding, com perfil e potencial para contribuir para a competitividade e crescimento do STX no Brasil”, disse. Além do job rotation nas unidades do STX no Brasil (há uma unidade sendo construída em Pernambuco), existe a possibilidade de estágio na sede da empresa, na Noruega, para os engenheiros.

Programas de Trainee

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24 Guia do Estudante 5 • 2012

Com o mercado brasileiro offshore aquecido tanto pela exploração e produ-

ção de petróleo e gás na costa, quanto pelo aumento no volume de transporte de cargas, é cres-cente a demanda por oficiais de náutica e de máquinas (pilotos, comandantes, chefes de máqui-nas e eletricistas).

De acordo com um estudo de-senvolvido pelo sindicato Nacio-nal das Empresas de Navegação Marítima (syndarma), até 2020, empresas que operam navios--plataforma e de cabotagem precisarão contratar cerca de 5.437 oficiais de Marinha para conduzir as embarcações. Essa é uma estimativa feita para que se possa operar as 488 embarcações que entrarão em operação no período.

Neste cenário, a Escola de Formação de oficiais de Mari-nha Mercante (Efomm), da Di-retoria de Portos e costas (DPc), vem ampliando o número de vagas nas unidades daquela que

é conhecida como a ‘Univer-sidade do Mar’. segundo o di-retor de Portos e costas da Ma-rinha do Brasil, o vice-almirante

Ilques Barbosa, em 2012 se-rão formados 726 oficiais pelos

centros de instrução Almirante Graça Aranha (ciaga), localizado no Rio de Janeiro, e Almirante Braz de Aguiar (ciaba), que fica em Belém do Pará. Para 2013, a previsão de formação é de 959 oficiais, e para 2014, 1.335 oficiais. A expectativa é de que a partir de 2015 sejam formados 1.500 profissionais por ano.

“Nosso maior desafio conti-nua sendo formar quadros em quantidade e qualidade com-patíveis com as exigências do mercado. No que concerne à

quantidade, vale salientar que se tem logrado alcançar números significativos, sobretudo em se tratando de oficiais do 1º Grupo - Marítimos, composto por tripu-lantes que operam embarcações classificadas para a navegação em mar aberto, apoio marítimo, apoio portuário e para a navega-ção interior nos canais, lagoas, baías, angras, enseadas e áreas marítimas consideradas abriga-das, categoria que tem sido mais disputada pelos armadores”, frisa o vice-almirante.

Além do salário atrativo, que varia de R$ 10 mil (menor salário) a cerca de R$ 18 mil, esses oficiais vivem um dia a dia que envolve o contato com equipamentos e tecnologias de ponta. As escolas de formação contam hoje com simuladores que permitem a qualificação dos profissionais em ambientes que se aproximam da realidade.

“A DPc, na condição de órgão central do sistema do ensino profissional marítimo, tem de-dicado toda a atenção à questão da incorporação de tecnolo-gias – cada dia mais avançadas – às embarcações. É essencial contar com mais equipamentos e apoio da iniciativa privada para melhor dotar os centros de instrução com as mais moder-nas tecnologias”, afirma ilques Barbosa, complementando que o

Universidade do marMarinha amplia vagas nos dois centros de instrução do país para atender à demanda da indústria offshore por oficiais de náutica e de máquinas. por Karolyna Corrêa Gomes

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Universidade do mar

aporte de recursos no âmbito do Programa de Modernização da indústria do Petróleo (Prominp) permitiu a modernização de sa-las e laboratórios de ambos os centros – ciaga e ciaba – além do aumento da capacidade in-dividual de cada Efomm, para 720 alunos.

o ingresso dos futuros profis-sionais é feito por meio de con-curso público seletivo que obe-dece ao preceito constitucional de igualdade de sexos. o curso disponibilizado nos centros de instrução tem duração de quatro anos. Nessa etapa, o aluno vive dois períodos divididos em oito semestres que contemplam:Período acadêmico – composto de seis semestres letivos em regi-me de internato, com dedicação exclusiva do aluno, e estruturado em um sistema serial anual, divi-dido em dois semestres.Período de estágio – compreen-dendo dois semestres embarcado para o curso de Náutica e um semestre embarcado para o curso

de Máquinas, cumprindo estágio supervisionado.

As atividades de ensino (de-senvolvidas no ciaga e ciaba) compreendem:• atividades acadêmicas – desen-volvidas em salas de aula, labo-ratórios, a bordo de embarcações, plataformas, terminais marítimos, estaleiros e simuladores;• atividades militares – desen-volvidas com vistas à formação militar-naval e compreendendo disciplinas curriculares, embar-

ques, formaturas, cerimônias e eventos cívico-militares, serviço diário, prática de liderança e atividades de rotina das organi-zações militares;• atividades extraclasse – desti-nam-se a complementar o curso e compreendendo palestras, semi-nários, filmes, visitas, atividades sociais e esportivo-culturais, de interesse para a formação do aluno.

Após o término do 3º ano, o aluno realiza, obrigatoriamente, o Estágio de Praticante, denomina-do Programa de Estágio (Prest), a bordo de embarcações mercantes utilizadas na navegação marítima e no apoio marítimo, exclusiva-mente em empresas indicadas pelos centros de instrução. o oficial formado recebe o título de bacharel em ciências Náuti-cas. Esses profissionais também passam a integrar a Reserva da Marinha de Guerra. A ascensão ao posto máximo de comandante leva cerca de dez a 12 anos.

vale ressaltar que o percen-tual de mulheres vem aumen-

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Previsão de formação de Oficiais de Marinha Mercante Ciaga e Ciaba:

2012 - 726 oficiais; 2013 - 959 ofi-ciais; 2014 - 1.335 oficiais; 2015 - 1.500 oficiais

Até 2020, empresas que operam navios precisarão contratar cerca de 5.437 oficiais de Marinha para conduzir as embarcações.

Salário de oficiais varia de R$ 10 mil (menor salário) a cerca de R$ 18 mil.

Bolsa-auxílio para alunos: R$ 820,00

Fonte: DPC

Vista aérea do Ciaga

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26 Guia do Estudante 5 • 2012

tando desde 2000 – ano da primeira turma feminina – e hoje elas representam 40% do total de alunos.

A atuação da DPCA responsabilidade da Dire-

toria de Portos e costas vai além da estruturação da formação dos profissionais mercantes. A DPc é responsável pelas atividades rela-cionadas ao cumprimento das atri-buições da Autoridade Marítima Brasileira. ou seja, tem atividades relacionadas desde a regularização até a fiscalização das embarcações e plataformas. isto é feito por meio de Grupos de vistoria e inspeção (Gvi), lotados nas capitanias dos Portos, e das Entidades Especiali-zadas com delegação de competên-cia para esta atuação.

“Temos ideia do quanto am-plo é o nosso trabalho . Listando todas as fases em que estamos envolvidos observamos: a análise e a aprovação do projeto de em-barcações e plataformas, seguin-do a legislação internacional e nacional; acompanhamento da sua construção; realização de prova de mar e dos testes de co-missionamento; e vistorias para emissão dos certificados esta-tuários e de classe”, esclarece o vice-almirante ilques Barbosa.

Após a emissão dos certifi-cados exigidos pela legislação, etapa realizada pelo Gvi, a em-barcação ou plataforma é subme-tida a uma Perícia de conformi-dade, executada pelos peritos da Autoridade Marítima Brasileira, com o propósito de obter a De-claração de conformidade para operação em águas jurisdicionais brasileiras. com validade de um ano, este documento atesta o cumprimento de todos os requisi-tos estabelecidos pela legislação nacional e internacional, relati-vos à segurança da navegação, à salvaguarda da vida humana no mar e à prevenção da poluição no meio aquaviário. com ele, a plataforma ou embarcação está autorizada a funcionar no país.

“A DPc também monitora as operações das plataformas e embarcações empregadas na atividade do petróleo, interagin-do com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocom-bustíveis (ANP) e com outros órgãos, tanto do governo quanto da iniciativa privada e da própria Marinha, a fim de produzir infor-mações que contribuam para a segurança das mesmas, aquelas que operam nas bacias petrolí-feras”, elucida o vice-almirante, afirmando que a cadeia produti-

va da atividade offshore entende e coopera com essa autoridade.

Para monitorar as embarca-ções e plataformas que atuam nas bacias produtoras de petró-leo e gás, a DPc dispõe de uma rede de capitanias, delegacias e agências. no total existem 61 or-ganizações militares da Marinha permanentemente envolvidas nas atividades de segurança do tráfego aquaviário, prevenção da poluição hídrica e a salvaguar-da da vida humana no mar. são elas: a DPc (Representante da Autoridade Marítima), 26 capita-nias dos Portos, 14 Delegacias e 20 Agências (Agentes da Auto-ridade Marítima). “os pilares básicos dessa estrutura são os inspetores Navais e vistoriado-res Navais”, afirma ilques.

Atualmente, existem 146 des-ses profissionais prestando servi-ços em todo o território nacional, sendo que nas principais bacias produtoras – campos e santos – a DPc mantém 59 inspetores e vistoriadores lotados nas capita-nias do Rio de Janeiro, são Paulo e Espírito santo. “o que agrega um significativo coeficiente de segurança às atividades da in-dústria do petróleo.”

A DPc também dispõe do sistema de Monitoramento Marítimo de Apoio às Atividades do Petróleo (simmap). o órgão identifica e acompanha o tráfego marítimo relacionado à indústria do petróleo e gás por meio do rastreamento das embarcações empregadas nessa atividade. sua finalidade é contribuir para a fiscalização das atividades, incrementar a segurança e a proteção do tráfego aquaviário e servir como instrumento auxi-liar nas investigações quando há ocorrência de acidentes que envolvam alguma das embarca-ções acompanhadas. “o simmap

oficiais de marinha

Fachada do Ciaba

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Guia do Estudante 5 • 2012 27

possui terminais de rastreamento instalados na DPc, no comando do controle Naval do Tráfego Marítimo e na ANP”, informa o vice-almirante ilques.

Amazônia Azul: a ‘última fronteira brasileira’

com um território maríti-mo correspondente a cerca de 3,6 milhões de km², por onde circulam aproximadamente 95% de todo nosso comércio exterior (importações e exportações), o Brasil está pleiteando junto à co-missão de Limites da Plataforma continental da organização das Nações Unidas (oNU) a exten-são dos limites de sua Plataforma continental, além das 200 mi-lhas náuticas (370 km), corres-pondente a uma área de quase 900 mil km². caso a proposta brasileira seja aceita, o mar terri-torial, somado à Zona Econômica Exclusiva (ZEE) e à extensão da Plataforma continental, repre-sentará uma área marítima com quase 4,5 milhões de km².

“isso corresponde a mais da metade do território terrestre nacional ou, ainda, comparan-do as dimensões, a uma nova Amazônia. Em outras palavras, nossa última fronteira está

sendo traçada no mar”, enfatiza o vice-almirante Barbosa. “É o que a Marinha vem chamando de Amazônia Azul [na verdade uma área maior que a Amazônia verde] na tentativa de alertar a sociedade brasileira sobre a importância, não só estratégi-ca, mas também econômica, do imenso mar que nos cerca”, diz.

cerca de 97% dos bens que importamos e exportamos são transportados por navios de outras bandeiras – em 2010, mais de 65% da frota mundial era registrada em países de bandei-ras de conveniência, e dentre os cinco maiores registros, Panamá, 18 Libéria, Grécia, Bahamas e ilhas Marshall. isso demonstra a necessidade de se ampliar ainda mais o setor marítimo brasileiro, ainda mais a frota nacional de transporte de cargas. “o que nos anima é que as atividades de pesquisa e exploração de petróleo no mar, juntamente com as descobertas de novas jazidas na camada do pré-sal, possibi-litaram a alocação de grandes investimentos em estaleiros”, comemora. “o crescimento da navegação de interesse nacional também reflete positivamente no transporte de cabotagem,

contribuindo em muito para a ampliação da frota de porta-con-têineres”, explica.

Das plataformas localizadas na ZEE extrai-se perto de 85% da nossa produção de petróleo, cerca de 2 milhões de barris por dia – o pico da produção nacio-nal, atingido em janeiro de 2012, teve uma média diária de 2,231 milhões de barris/dia, de acordo com dados da ANP.

As responsabilidades ma-rinhas do país não se limitam à Amazônia Azul. De acordo com a convenção internacio-nal sobre busca e salvamento marítimo, existe o compromisso de realizar busca e salvamento na extensa área que avança pelo oceano Atlântico, ultrapassando os limites das águas jurisdi-cionais. “Podemos dizer que o país conquistou maioridade para exercer vigilância estraté-gica sobre seu vasto território continental, mesmo nas regiões escassamente povoadas. Um modelo de vigilância nesse território denominado Amazônia Azul é mais complexo, e passa, necessariamente, pelo adequado aparelhamento da Marinha do Brasil”, conclui o vice-almirante ilques Barbosa.

Ponte de comando de um AHTS

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28 Guia do Estudante 5 • 2012

Verdadeira engenharia de gestão de um empreendimento, o comissionamento é uma atividade básica essencial para garantir a partida de uma unidade industrial ou uma embarcação, dentro dos mais altos padrões de segurança. Com a cultura de comissionamento se consolidando cada vez mais, o mercado de trabalho para tal atividade tem tudo para continuar crescendo e remunerando bem seus profissionais.

A tividade essencial para garantir a partida de uma unidade indus-

trial tal como uma refinaria ou uma plataforma – ou uma embarcação, dentro dos mais altos padrões de segurança e operabilidade –, o comis-sionamento é um processo de engenharia e gestão que permeia a implantação de um empreendimento, desde o

conceito básico até a entrega do mesmo ao seu operador.

o trabalho de comissiona-mento visa assegurar que os sistemas e componentes de uma edificação ou unidade industrial estejam projetados, instalados, testados, operados e mantidos de acordo com as necessidades e requisitos operacionais do proprietário. o comissionamento pode ser aplicado tanto a novos

empreendimentos quanto a unidades e sistemas existentes

em processo de expansão, modernização ou adequação.

segundo Fábio Fares, presidente da Forship,

referência internacional na área de comissionamento, na

COMISSIONAMENTO: ENGENHARIA DO DESAFIO

por Maria Fernanda Romero

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Guia do Estudante 5 • 2012 29

O trabalho de COMISSIO-NAMENTO visa assegurar

que os sistemas e com-

ponentes de uma edifica-

ção ou unidade industrial

estejam projetados, ins-

talados, testados, opera-

dos e mantidos de acordo

com as necessidades e

requisitos operacionais

do proprietário.

por Maria Fernanda Romero

prática, este processo con-siste na aplicação integrada de um conjunto de técnicas e procedimentos de engenharia para verificar, inspecionar e testar cada componente físico do empreendimento, desde os individuais, como peças, instrumentos e equipamentos, até os mais complexos, como módulos, subsistemas e siste-mas. “As atividades de comis-sionamento, no seu sentido mais amplo, são aplicáveis a todas as fases do empreendi-mento, desde o projeto básico e detalhado, o suprimento e o diligenciamento, a construção e a montagem, até a entrega da unidade ao cliente final, passando, muitas vezes, por uma fase de operação assisti-da”, detalha o executivo.

Ele explica que mesmo não sendo chamado por esta pala-vra, o comissionamento surgiu na sua forma mais rudimentar com a invenção dos primeiros dispositivos com características operacionais. “É um processo intuitivo. Por exemplo, uma carroça puxada a burro pre-cisou ser ‘comissionada’ para que pudesse executar adequa-damente sua função, ou seja, as rodas precisaram ser ajusta-das, de alguma forma ‘engra-xadas’; as partes que compõe a carroça também precisaram ser ajustadas ao todo e todo o ‘sistema’ seguramente foi ‘tes-tado’ antes de iniciar seu ciclo operacional.”

Fabio Fares esclarece que quanto maior a complexidade do empreendimento, maior sua demanda por uma solução bem estruturada de comissio-namento. Logo, todos os seto-res da economia demandam o comissionamento na construção, implementação ou alteração de

seus empreendimentos, sejam civis ou industriais, como plata-formas de óleo e gás, indústria naval, plantas químicas e petro-químicas, oleodutos, gasodutos, centrais e subestações elétricas, usinas siderúrgicas, plantas de papel e celulose, usinas terme-létricas e hidrelétricas, grandes edifícios, pontes, rodovias e ferrovias.

Embora os processos indus-triais de uma refinaria sejam mais complexos do que os de uma plataforma marítima de produção de petróleo, do ponto de vista do comissionamento as duas tendem a demandar esforços comparáveis, devido aos requisitos de segurança e confiabilidade exigidos em função das operações desen-volvidas pela unidade offshore. “No entanto, como a refinaria em geral é posicionada em ter-ra com acessos logísticos mais fáceis, o grau de complexidade da realização do comissiona-mento de uma plataforma se mostra ligeiramente superior”, afirma Fábio Fares.

Para executar as atividades de comissionamento, o profis-sional deve ser um engenheiro

ou técnico ou ainda operador (dentro das suas disciplinas). Para utilização das ferramen-tas conhecidas no mercado de gerenciamento do processo, recomenda-se que o profissional tenha conhecimentos de infor-mática e noções de planejamen-to de obras.

Para a realização de boa parte das atividades de campo não é necessária formação dis-tinta, quer seja na indústria de petróleo ou na naval, ou ainda na de mineração ou outra qual-quer, desde que tenha equipa-mentos, instrumentos, cabos, tubulação, tanques, etc.

Para outras atividades, en-tretanto, é necessário o conhe-cimento específico dos siste-mas e processos existentes em cada tipo de indústria, fazen-do-se necessária a formação básica distinta. “Porém, um profissional sênior de comis-sionamento consegue prescin-dir da falta de formação es-pecífica em determinada área para se sair bem no trabalho, desde que esteja numa equipe que conta com especialistas e que o serviço seja correta-mente planejado”, comenta o presidente da Forship.

Basicamente, a função destes profissionais é analisar o projeto e a documentação dos equipamentos e sistemas, planejar as atividades, ela-borar os procedimentos de inspeção, calibração, preser-vação e testes, carregar a base de dados do sistema de gestão de comissionamento, definir os protocolos das atividades, coordenar, supervisionar e executar todas as atividades de campo, o treinamento dos operadores e a transferência dos sistemas operacionais para a operação.

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30 Guia do Estudante 5 • 2012

De acordo com o diretor exe-cutivo e cEo da Forship, Rober-

to Rocha, ainda são poucas e insuficientes as iniciativas de especiali-zações nessa área, entre-tanto recente-

mente algumas universidades e o Programa de Mobilização da indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp) criaram cursos de especialização em en-genharia de comissionamento. “A Forship tem dado apoio a es-sas iniciativas fornecendo know how próprio e dando palestras”, comenta.

o profissional de comissiona-mento é de grande importância na indústria naval e offshore, visto que é o processo final do projeto de engenharia que ga-rante ao proprietário a operabi-lidade adequada dos sistemas e uma transição eficiente entre o ciclo de vida de construção e o de operação comercial da planta industrial. “os principais desa-fios desse profissional é integrar as fases de projeto, construção e montagem e executar o hando-ver (entrega) dos equipamentos e sistemas no prazo previsto”, afirma Rocha.

o momento no Brasil e no mundo é ótimo para qualquer profissional da área técnica. Ainda mais em função do gran-de número de projetos que vêm sendo feitos. Logo, as expectati-vas para esta área na indústria de petróleo e gás no Brasil são boas. o profissional interessado em seguir a carreira tem grande procura no mercado por parte das empresas. “o profissional de comissionamento sempre foi muito valorizado e hoje mais ainda, devido à compreensão

crescente das empresas (opera-dores e epcistas) sobre a impor-tância do comissionamento e ao fato de que ainda há uma defi-ciência significativa de oferta desses profissionais no merca-do”, pontua o executivo.

o sucesso do comissiona-mento, em qualquer indústria, é medido em função da ope-rabilidade dos sistemas, que é alcançada no momento de sua transferência (do empreendi-mento) para o operador e, ainda, do nível de organização e con-trole das suas atividades e de sua integração com as demais atividades do empreendimento. “o comissionamento foi bem--sucedido se no momento da transferência, cada sistema ope-racional tem o desempenho e a confiabilidade esperada, e ain-da, toda a documentação e base de dados referente às atividades, adequadamente organizada”, esclarece. Para o operador co-mercial, o sucesso ou insucesso do comissionamento é percebido principalmente no primeiro ano de operação da planta através da eficiência operacional da mesma neste período.

No que se refere às ino-vações tecnológicas em co-

missionamento de projetos de óleo e gás, Rocha diz que as principais inovações são o desenvolvimento de uma me-todologia de comissionamento que contou com uma relevante contribuição da Forship e o desenvolvimento de sistemas / softwares de gestão do proces-so. Ele aponta que, em proje-tos de grande porte, o grande volume e complexidade dos dados de comissionamento, aliado à necessidade de garan-tir a eficiente rastreabilidade e disponibilidade de todas as in-formações envolvidas, deman-dam a utilização de sistemas de gestão do comissionamento (softwares) cada vez mais po-derosos e sofisticados, capazes de otimizar o planejamento e acompanhamento de todas as atividades dessa importante fase do ciclo de vida do ativo industrial.

A principal ferramenta na-cional apontada pelo cEo para realizar a gestão do comissiona-mento de um grande empreen-dimento naval ou offshore é o sistema HMsWeb, desenvolvido e comercializado pela Forship, e é uma grande inovação nesse mercado.

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Aquisições dão suporte à expansão no Brasil

Coleta e rerrefino: práticas sustentáveis, por Thiago Luiz Trecenti

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Suplemento especial: Caderno de Sustentabilidade

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P&D assegura mais valor e qualidade

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Desmistificando o Brasil no geral, criticando-o no particular, por Bashir Karim Vakil e Ana Luiza Cruz Vizaco

A Política Nacional de Resíduos Sólidos afinando com a interpretação econômica dos resíduos e rejeitos, por Cassio dos Santos Peixoto

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Suplemento especial:CADERNO DE SUSTENTABILIDADE

Otimismo em alta

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Estaleiros em ritmo acelerado

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Grandes investimentos no RioCenário complicado para os independentes

Etanol: mercado estável em 2012

Consórcios na Lei do Petróleo, de Luiz Cezar Quintans, advogado associado ao G Ivo Advogados.

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Roberto Ramos, presidente da Odebrecht Óleo e Gás

OOG quer ser parceira estratégica no upstream

O Brasil, os Brics e seus parceiros, por Fernando Padovani

Sustentabilidade corporativa, por José Osvaldo Bozzo

PCHs: é necessário investir mais nesta alternativa, por Regina Pimentel

A tecnologia é nossa, por Otto Licks e Rodrigo Souto Maior

Aneel: contabilidade regulatória e renovação das concessões, porRosane Menezes Lohbauer e Rodrigo Barata

A importância das reservas do pré-sal na economia brasileira, por Augusto Mendonça

A prática da arbitragem no Brasil, por Patrícia Sampaio Fiad

Prospectos exploratórios: estimativa do VME, por Túlio Márcio

ESPECIAL: SÍSMICA

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Ano XIII • maio/jun 2012 • Nº 83 • www.tnpetroleo.com.br

OTC 2012: cobertura especial

Cinquentenário da Sobena

Magda Chambriard: pulso firme na ANP

Tecnologia centenáriaMétodos sísmicos e tipos de levantamentoSísmica permanente

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Mesmo quando o setor naval e de petróleo e gás está parado, as sociedades classificadoras atuam, porque lidam com a classificação dos navios até o fim da vida útil da embarcação. o principal objetivo do processo de classificação é a segurança da vida humana, do meio ambiente e da propriedade (navios, plataformas, etc.) no mar... com o mercado aquecido, as oportunidades nesta área aumentam ainda mais.

A classificação é um processo de certificação contínua, através do qual as sociedades classifica-

doras estabelecem e administram padrões (regras) que são aplicados ao projeto, construção e vistorias periódicas após a entrada em ser-viço de embarcações e estruturas marítimas.

A segurança dos navios, dos passageiros e tripulantes, das car-gas e do meio ambiente é um tema presente em todas as etapas de construção de uma embarcação e antecede a própria obra. Ao longo de todo o processo construtivo de um navio, a sociedade classifica-dora e o estaleiro realizam inúme-ras verificações com o objetivo de garantir ao empreendimento naval o fator segurança em toda a sua amplitude.

os requisitos de classificação seguem as regras desenvolvidas pelas sociedades classificadoras. Paralelamente, são também apli-cados os parâmetros estabelecidos em normas internacionais da or-

ganização Marítima internacional (iMo), definidos pela autoridade marítima do país da bandeira da embarcação. Também são consi-derados os requisitos nacionais do país onde operam as embarcações. No caso do Brasil, a autoridade marítima é a Diretoria de Portos e costas (DPc), da Marinha do Bra-sil. Navios e plataformas (incluin-do FPsos, jack-ups, semissubmer-síveis) têm que ser classificados, exceto embarcações de pequeno porte que podem ser certificados de acordo com as normas e regula-mentos da DPc.

segundo João Carlos Pacheco, gerente-geral do ABs Group servi-

ces no Brasil, em geral, para traba-lhar em classi-ficadoras e na indústria naval é necessária uma formação técnica, o que inclui, mais frequentemente:

engenheiros, técnicos, oficiais de convés e de máquinas, etc.

No caso das classificadoras, a atividade desses profissionais engloba diversos tipos de verifica-ções e, por esta razão, desenvol-vem uma constante interação com as equipes de projeto, de controle de qualidade e de produção do estaleiro.

Pacheco explica que o papel do profissional de classificação na cons-trução, reforma ou manutenção de uma embarcação é essencialmente o de verificar que a embarcação está sendo construída ou mantida de acordo com os requisitos de clas-sificação, de acordo com as regras da sociedade classificadora e de certificação estatutária, de acordo com os regulamentos internacio-nais e nacionais aplicáveis. “isto feito, o profissional pode emitir seus relatórios de inspeção, cartas de aprovação de planos e de emitir ou endossar os certificados de classe e internacionais referentes a determi-nada embarcação”, comenta.

o executivo aponta as seguin-tes responsabilidades para um profissional de classificação em

SOCIEDADES CLASSIFICADORAS:

gestão essencial

classificadoras

por Maria Fernanda Romero

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um projeto do setor de óleo e gás: gerenciamento de projeto, apro-vação de planos de estruturas, máquinas e processos, vistorias de construção e de embarcações em operação, inspeção de fabricação de equipamentos no fabricante, aprovação de procedimentos de soldagem, etc. Tudo isto realizado de acordo com as regras (normas, padrões) da classificadora, normas da indústria e regulamentos inter-nacionais e nacionais.

Estar totalmente a par das re-gras e regulamentos de aplicação, ter sólidos conhecimentos básicos para entender sua função, saber lidar com respeito com os demais profissionais que necessariamente interagem com o seu trabalho – e em geral são representantes do armador, do fabricante de equi-pamento e do estaleiro – são os principais desafios apontados por Pacheco, para este profissional.

Ao longo da construção da estrutura dos navios, a socie-

dade classificadora e estaleiro realizam inúmeros e constantes testes e ensaios de conformidade das soldas. Estes Ensaios Não Destrutivos (END) constituem importante ferramenta para o controle de qualidade dos cas-cos, assim como dos serviços de construção dos componentes da estrutura naval, especialmente em juntas e soldagem.

De acordo com o gerente geral do ABs Group no Brasil, a área de

classificação no setor de petróleo e gás requer contínuo desenvolvi-mento, sobretudo pelo fato de es-tarmos indo para águas cada vez mais profundas e em campos mais afastados da costa. Além disso, a sociedade está cada vez menos tolerante a acidentes que causam perdas humanas e danos ao meio ambiente. “os investimentos no contínuo desenvolvimento de tec-nologias aplicadas ao processo de classificação a fim de que sejam mitigados os riscos de acidentes são cada vez maiores. As exigên-cias do processo de classificação têm sido continuamente eleva-das para atender às demandas, tanto tecnológicas como sociais”, finaliza.

Pacheco ressalta ainda que hoje há boas expectativas para este mercado dentro da indústria de petróleo e gás no Brasil, não só direta como indiretamente, graças ao grande crescimento desta in-dústria no país.

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Crucial para o sucesso de qualquer atividade marítima e offshore e ainda para a longevidade de uma organização, a área de SMS é uma boa opção para quem gosta de desafios, pois a qualificação é contínua, devido à necessidade permanente de atualização.

o compromisso com seguran-ça, meio ambiente e saúde é algo inerente à indústria de petróleo, gás e naval,

que conta com uma sociedade cada dia mais exigente frente à complexi-dade do negócio do setor – tais como consumo de recursos naturais, emis-sões para a atmosfera, interferência nos territórios, impactos na biodi-versidade e poluição por resíduos.

Mais que uma meta estratégica para as empresas que pretendem garantir participação em um mercado cada vez mais competitivo, investir em sMs é garantir excelência e me-lhoria no rendimento do desempenho das organizações. Especificamente para as organizações que atuam em áreas que envolvem altos riscos tec-nológicos, como é o caso das empre-sas que atuam no setor de petróleo e gás, a reputação é um ativo corpora-tivo crítico a ser preservado.

Hellio Calian Martins, enge-nheiro de qsMs (qualidade, se-gurança, Meio Ambiente e saúde) da Transocean, comenta que o foco dos investimentos em sMs pelas empre-sas é sempre a redução de acidentes.

De acordo com o engenheiro, sejam quais forem as forças motiva-doras (diretrizes internas, práti-cas mais segu-ras, força de lei, etc.), as formas de conscientiza-ção (treinamentos

internos ou externos, campanhas de segurança, etc.) ou objetivos fi-

nais (redução de riscos, bem-estar do funcionário, redução de ações trabalhistas, redução de custos com afastados, etc.), o foco principal dos investimentos em sMs é sempre na redução ou até mesmo eliminação de acidentes.

Martins lembra do último Anuá-rio Estatístico da Previdência social (Aeps) publicado, que indica 8.644 acidentes de trabalho na indústria brasileira do petróleo em 2010 e ex-plica que o desafio do profissional de sMs é garantir que esse número seja reduzido a zero através da elaboração e implementação de políticas de saú-de e segurança, avaliações de riscos, desenvolvimento de ações educativas e aplicação de instrumentos de pre-venção, correção, controle e fiscaliza-ção para promoção da qualidade de vida no ambiente de trabalho.

Acompanhando a evolução do setor, a área de sMs em petróleo e gás nos últimos anos – principal-mente depois de acidentes de grande impacto e também pelo fato da ex-ploração de petróleo estar indo para águas cada vez mais profundas e em campos cada vez mais afastados da costa – cresceu bastante, pois com a expansão do setor, observou-se também uma crescente preocupação com as questões de segurança e meio ambiente. consequentemente, mais pesquisas, mais desenvolvimento, mais troca de informações e mais treinamentos nesta direção.

“os stakeholders exigem notifi-cação imediata sobre qualquer vaza-mento de óleo, por menor que seja. Na mesma direção, toda a sociedade

está mais atenta às operações offsho-re, seja na qualidade de simples ob-servador ou de participante direto. É o direito constitucional à segurança do trabalho se tornando mais vívido em nosso cotidiano”, lembra Martins.

Nos últimos cinco anos, mais de R$ 22 bilhões foram investidos pela Petrobras em sMs. somente em 2011, os aportes somaram cerca de R$ 5,2 bilhões.

Além dos constantes investimen-tos, as empresas do setor também promovem o desenvolvimento téc-nico dos profissionais voltados para a área de sMs, bem como realizam simulados ambientais e de seguran-ça periodicamente com o objetivo de testar as estruturas de resposta à disposição da empresa.

A necessidade de atualização é constante nesta área, tanto dentro quanto fora das empresas. o fato é que os debates sobre as questões de sMs ultrapassaram os muros da indústria e estão presentes na socie-dade, que passou a se envolver mais e cobrar uma resposta aos riscos da atividade.

segundo Hellio calian Martins, em função de exigências legais, a conclusão de um curso técnico em enfermagem ou técnico de segu-rança do trabalho é o mínimo para atuar como integrante dos serviços Especializados em Engenharia de segurança e em Medicina do Tra-balho (sEsMT). Dentre os vários requisitos para se trabalhar com sMs, ele ressalta duas características elementares: (1) vontade, para fazer prevalecer a cultura de segurança

SMS é GARANTIA de sustentabilidade

sms

por Maria Fernanda Romero

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e (2) foco, privilegiando operações seguras em todos os locais em todos os momentos.

A gestão de sMs em sua maioria é um curso de pós-graduação, e junto com o MBA em gestão ambiental, tem sido um dos cursos mais procu-rados por profissionais atuantes na indústria do petróleo em tempos de sustentabilidade, entretanto faltam profissionais qualificados. o enge-nheiro da Transocean comenta, en-tretanto, que o modismo das discipli-nas de “gestão” deve ser tratado com cautela. contudo, a forma básica de administração de segurança é dada em primeiro lugar pela segurança do trabalho propriamente dita e em seguida pela necessidade de aten-dimento às exigências legais, que, naturalmente, nos remetem de volta à primeira. independente da espe-cialização (ambiental, ergonomia, trabalho em altura, NR-13, etc.). “o importante é a dedicação e constante atualização do profissional”, reforça.

De acordo com Martins, a gestão de sMs é garantida essencialmente por controle e rastreabilidade, que é a parte documental do processo de segurança. se todo o processo estiver devidamente registrado, arquivado e intrínseco na operação de uma unidade industrial, o sucesso está bem encaminhado, independente das eventuais necessidades de re-alinhamentos procedimentais em função de mudanças no processo, implementação de boas práticas ou exigências legais.

Para o engenheiro, além da apli-cação de novas tecnologias para melhorias de processos, máquinas e equipamentos, a melhor prática na área de segurança é a aproximação dos órgãos legisladores da socieda-de para elaboração de normas mais claras, sucintas e consistentes, em suma, que realmente agreguem va-lor. os frequentes workshops com participação de empregados, empre-gadores e legisladores, segundo ele, têm contribuído enormemente para tal convergência de ideias.

Martins diz que é difícil definir o que é um profissional de sMs em um

perfil único e diz que cada segmento econômico da sociedade necessita de profissionais com conhecimentos e experiências específicas. “A seguran-ça de um processo de mineração é muito diferente da segurança de uma indústria têxtil, por exemplo. Ainda, dentro do mesmo segmento, define--se o perfil do profissional muito em função do tipo de atuação que esse profissional desempenhará, seja esta administrativa ou de campo. Agora, quanto à sua responsabilidade, isso é claro: seja qual for o segmento de atuação, sempre preservar a vida. A burocracia muitas vezes é inerente ao trabalho de sMs, mas o foco na integridade do indivíduo deve ser mantido”, pontua.

o engenheiro indica que a im-portância do profissional de sMs na indústria naval e offshore é tão grande que é garantida por lei e observada muito atentamente pelos órgãos fiscalizadores.

“o Anexo ii da NR-30 (norma regulamentadora das condições de segurança e saúde dos trabalhadores aquaviários) exige o aumento do nú-mero de profissionais de segurança a bordo de plataformas, além do re-querimento original da NR-4 (norma que estabelece os critérios para orga-nização dos serviços Especializados em Engenharia de segurança e em Medicina do Trabalho / sEsMT), de modo a garantir mais segurança para as operações em alto-mar”, diz o engenheiro da Transocean.

As expectativas para este merca-do dentro da indústria de petróleo

e gás no Brasil são grandes. o país vive um momento mágico em função da existência do mercado, do apoio do governo e dos maciços investi-mentos das empresas do setor. De acordo com seu Plano de Negócios 2012-2016, a Petrobras demandará a construção de 33 sondas de perfu-ração e cerca de 20 FPso até 2020. A exigência de segurança é muito forte no setor e certamente acompa-nhará a tendência de crescimento.

Diretrizes de Segurança, Meio Ambiente e Saúde da Petrobras• Educar, capacitar e comprometer os trabalhadores com as questões de SMS, envolvendo fornecedores, comunidades, competentes, entidades representativas dos trabalhadores e demais partes in-teressadas.• Estimular o registro e tratamento das questões de SMS e considerar, nos sistemas de conseqüência e reconhe-cimento, o desempenho em SMS.• Assegurar a sustentabilidade de pro-jetos, empreendimentos e produtos ao longo do seu ciclo de vida, considerando os impactos e benefícios nas dimensões econômica, ambiental e social.• Atuar na promoção da Saúde, na pro-teção do ser humano e do ambiente mediante identificação,controle e mo-nitoramento de riscos, adequando a segurança de processos às melhores práticas mundiais e mantendo-se pre-parada para emergências.• Considerar a eco eficiência das operações e produtos, minimizando os impactos adversos inerentes as atividades da indústria.

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Wagner Freire foi diretor de E&P da Petrobras e presidente da Braspetro (1985 a 1990). Tem longa carreira na Petrobras (1958 a 1992). Em 1987, foi agraciado com o título de Emi-nente Engenheiro do Ano do Instituto de Engenharia (SP) e, em 1995, com a Special Commendation Award da Socie-ty of Exploration Geophysicists.

Panoramado setor petróleo no Brasilo Brasil tem, sem dúvida, grande potencial de petróleo, como comprovam a evolução das reservas provadas e a produção de petróleo e gás natural entre 1997, quando foi introduzida a lei n. 9478, a chamada lei do Petróleo, e 2011.

Nesses 14 anos, as reservas passaram de 8,54 para 17.95 Bboe, um pouco mais do que o dobro, enquanto a produção passou de 0,97 para 2,48 MM boe/d, um aumento significa-tivo, que permitiu ao país tornar-se praticamente autossufi-

ciente em petróleo. Esse período se caracterizou pelo grande número de companhias, nacionais e estrangeiras, que passaram a atuar na área de Exploração e Produção (E&P) no Brasil, que deixou de ter a exclusividade que a Petrobras manteve por 44 anos.

com a Lei do Petróleo, foi instituída a Agência Nacional do Pe-tróleo (ANP), com a finalidade de promover a regulação, contratação e fiscalização das atividades econômicas integrantes da indústria de petróleo do gás natural, mais tarde estendida ao gás natural e biocombustíveis. Essas atividades foram conduzidas pela ANP com o nível de competência esperado, particularmente com as licitações anuais para concessões de novas áreas de exploração e produção. Entretanto, a partir de 2003, passou-se a observar certa ingerência do governo federal, com viés estatizante, que se acentuou com as ações que motivaram a suspensão da oitava Rodada, com leilões em curso em novembro de 2006, decorrente de ações judiciais populares, que, embora com decisão do sTF favorável à ANP, jamais foi retomada.

Na verdade, no segundo semestre de 2006, a descoberta no pré-sal no campo, então batizado de Tupi, já começava a ganhar manchetes e isso deve ter motivado a ação protelatória do governo, por razões não esclarecidas. No ano seguinte, em novembro de 2007, com a Nona Rodada em curso, o governo resolveu remover da rodada, pouco mais de duas semanas antes do leilão, 47 blocos situados na área do pré--sal, acentuando mais uma vez sua disposição de excluir essas áreas do processo licitatório. A Décima Rodada, em dezembro de 2008, como era de se esperar, limitou-se à oferta de blocos em bacias sedi-mentares terrestres.

Essas ações culminaram com o envio pelo governo ao congresso Nacional, em 1º de setembro de 2009, de diversos Projetos de Lei, eventualmente aprovados pelo congresso e sancionados pelo presi-dente Lula, essencialmente:

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1) conferindo à Petrobras direitos de exploração--produção, sem licitação, em áreas por ela escolhi-da, mediante acerto de preços entre a companhia e o governo, no polígono do pré-sal, onde poderá produzir até 5 bilhões de barris equivalentes de petróleo – Lei n. 12.276 de 30/10/2010; 2) introduzindo o modelo de partilha da produção para futuros contratos em áreas não concedidas do pré-sal, e em áreas estratégicas, a critério do gover-no, e que venham a ser, por sua decisão, concedi-das à Petrobras ou submetidas a processo licitatório – Lei n. 12.351 de 22/12/2010; e 3) criando uma empresa pública sob a forma de so-ciedade anônima, para fins de gerir os contratos de partilha da produção celebrados pelo governo – Lei n. 12.304 de 02/08/2010.

Dessas leis, somente a chamada de cessão one-rosa, que incluiu o aumento de capital da Petrobras está, de fato, em implantação. A que introduziu o modelo de partilha da produção, foi objeto de veto do presidente Lula, a dois artigos, um deles, o mais crítico, altera a distribuição dos royalties e da par-ticipação especial, extensível às concessões atuais e, portanto, ferindo direitos adquiridos, garantidos pela constituição. A questão está em discussão no congresso há mais de um ano, não se vislumbran-do qualquer acordo ainda. E, o que é pior, muito embora a pendência não atinja o direito dos con-cessionários tem sido arrolada como fator de insta-bilidade que justificaria a postergação das rodadas de licitação para concessões de novas áreas!

A mudança do marco regulatório para introdu-ção do modelo de partilha da produção tem sido duramente criticada pela indústria, nem tanto pelo modelo em si, comum a países em desenvolvimento e com o qual as empresas de petróleo estão familia-

rizadas, mas pelas peculiaridades introduzidas no modelo brasileiro: a obrigatoriedade de participação da Petrobras, como operadora, em todos os contra-tos, com o mínimo de 30%, mesmo nos contratos decorrentes de licitação, em que a proposta da empresa não tenha sido vencedora, situação em que teria que assumir as condições da proposta vencedo-ra, com óbvia desvantagem para a empresa.

Mas a questão básica é que o modelo de concessões brasileiro, pela instituição da partici-pação especial (que hoje arrecada tanto quanto os royalties), incidente nos campos com grande volume de produção ou de grande rentabilidade, reguladas por decreto do Presidente da Repúbli-ca e, portanto, passíveis de alteração por decre-to presidencial, traz inúmeras vantagens não presentes em contratos dessa natureza nos países que adotam esse sistema.

A participação especial praticamente elimina qualquer vantagem que possa ser obtida para o país com o modelo de partilha. Por outro lado, a participação da empresa estatal criada para gestão dos contratos de partilha, sem qualquer responsa-bilidade financeira, com direito para designação de metade dos integrantes dos comitês operacionais e de seu presidente, com poder de veto e voto de qualidade, é, em si, uma inovação fora dos padrões usuais da indústria, que diminui a atratividade para as empresas de petróleo. o modelo de partilha brasileiro também praticamente elimina o fator de competitividade e concorrência, requisitos básicos da indústria, com desafios cada vez maiores, na medida em que se envolve, cada vez mais, com situações de maior risco exploratório e de desenvol-vimento dos campos.

cabe aqui observar que há boas indicações de que houve precipitação e falha na avaliação do pré--sal pelo governo, sobretudo no cluster de santos, a área mais atrativa. Além das questões logísticas, como distância da costa e a lâmina d’água, há particularidades, como a instabilidade das proprie-dades críticas dos reservatórios, como permeabili-dade e porosidade, a proximidade dos reservatórios a espessa camada de sal, dificultando a perfuração de poços horizontais, como seria conveniente nes-sas circunstâncias, e a presença de co2, que requer descarte e proteção das instalações contra corrosão.

Por tudo isto, a contabilização das reservas provadas de acordo com os padrões da indústria, os investimentos e o tempo necessário para colocá-las em produção, torna a viabilidade de muitos proje-tos problemática. A propósito, por ocasião da ces

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são onerosa, em setembro de 2010, os consulto-res contratados pelo governo (ANP) e pela Petro-bras apresentaram relatórios bastante objetivos em relação à avaliação das áreas e valoração aos volu-mes recuperáveis estimados, para fins de fixação do preço por barril a ser acertado entre a Petrobras e o governo. Um dos consultores, a Gaffney cli-ne & Associates, foi bem além dessas estimativas e chegou a se pronunciar por uma avaliação dos volumes estimados no polígono do pré-sal em algo como 15 a 20 B de boe. Apenas duas descober-tas do cluster de santos foram objeto, até agora, de Declaração de comercialidade, Lula (“Tupi”) em dezembro de 2010 e sapinhoá (“Guará”), em dezembro de 2011, e o total de reservas provadas efetivamente contabilizado pelo critério da sEc são da ordem de 2,5 B boe, bem menores que as reservas provadas originais do campo de Roncador, no pós-sal de campos, próximo aos 4 B boe.

Na verdade, a falta de qualquer vantagem de natureza econômica ou estratégica bem recomenda que se reveja a introdução do modelo de partilha da produção no país.

Mas não são apenas as questões do modelo de partilha da produção, a falta de rodadas de licitações para as áreas sujeitas ao modelo de concessões, as dificuldades para avaliação e desenvolvimento das reservas do pré-sal que preocupam a indústria. os requisitos de ‘conteúdo local’ e os temas associados com o complexo e elevado sistema tributário, a buro-cracia, custos de energia, infraestrutura deficiente, sistema educacional precário afetam, por excelên-cia, a indústria de petróleo. o destaque é para o conteúdo Local porque pela regulação ele afetou diretamente a atividade de E&P. Primeiro como pré--requisito mal equacionado no processo licitatório e segundo no atendimento dos níveis razoáveis de custos, prazos de entrega e até mesmo desvios dos aspectos técnicos, acabam tornando os projetos inviáveis e desencorajando os investimentos.

Também preocupante é a utilização da Petrobras como instrumento do governo para controle de inflação, via subsídios dos preços da gasolina e do diesel – vendidos pela empresa, já há bastante tem-po, abaixo dos preços de mercado –, em contrapon-to aos preços da matéria-prima, do óleo cru, que é vendido ou referenciado, para fins de pagamento de royalties ou participação especial, aos preços internacionais, atrelados à cotação do Brent e do dólar. Procedimento idêntico prevaleceu com re-lação à venda dos derivados, segundo disposições da Lei do Petróleo, que conduziram a vinculação

dos preços de realização dos refinadores aos preços vigentes na costa do Golfo americano e à cotação do dólar, em decorrência da falta de um mercado competitivo no Brasil.

Tratava-se de disposições legais transitórias, estabelecidas na presunção do desenvolvimento de um mercado competitivo no país, que de fato não veio a ocorrer, extinta em janeiro de 2002, permitin-do ao governo, a partir dessa data, a manipulação dos preços, já mencionado. Essa instabilidade não só gera desinteresse de investimentos das compa-nhias de petróleo no refino, como cria dificuldades para as fontes alternativas de energia, particu-larmente o etanol e o biodiesel, por ausência de um referencial de mercado para desenvolvimento dessas fontes de energia.

A nosso ver, a situação poderia ser facilmente contornada pelo restabelecimento do critério ante-rior para regulação do preço de venda dos deriva-dos, uma vez que a clareza das regras aplicáveis é fundamental para a atratividade de investimentos.

voltando à questão da falta de licitações para concessões de novas áreas de E&P, cabe ressaltar que as atuais concessões, em franca fase de declínio de investimentos para cumprimento dos progra-mas exploratórios previstos, ainda assim, sempre originam descobertas, numa ou noutra bacia, que mostram o potencial a que nos referimos no início. As descobertas encorajadoras recém-anunciadas em águas profundas da Bacia de sergipe-Alagoas, no Bloco seal-M-426 (Petrobras e associada da Bha-rat, controlada pelo governo indiano) e seal-M-419 (100% Petrobras), em turbiditos do Terciário, fazem lembrar as excelentes descobertas em Gana, no oes-te africano ou na vizinha Guiana Francesa.

igualmente encorajadora é a descoberta, também recente, em águas profundas do ceará, no Bloco BM-cE-2 (Petrobras e BP), de novo em situação semelhante aos modelos não relacionados ao sal, no oeste africano. É interessante observar que ambas as situações são decorrentes de antigas rodadas, no ceará, à Terceira Rodada, de junho de 2001, e as de sergipe, à sexta Rodada, de agosto de 2004. De algum modo, estamos falando do po-tencial da Região Equatorial Brasileira, com blocos considerados para inclusão na Décima Primeira Rodada, aprovada preliminarmente pelo conselho Nacional de Política Energética, em abril de 2011, até hoje não formalizada.

Nem só de pré-sal sobrevivem as reservas de petróleo brasileiras. É necessário dar curso imedia-to a novas rodadas de licitações em outras áreas.

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Do sonho à realidade:um caminho para empreender com sucesso

É cada vez mais comum o número de jovens universitários e profissionais de atitude que abandonam seus empregos para se arriscar no mundo do empreendedorismo, em busca de novos negócios e mercados no Brasil. Já é sabido que somos um dos povos mais criativos, e também uma das nações mais empreendedoras do mundo. o que nos credencia a nos lançarmos ao desconhecido é essa capacidade de adaptação a cenários diferentes, de forma rápida e inovadora.

Neste contexto, posso dizer que há poucos anos me tornei parte da estatística e tenho orgulho disso. Dizem os especialistas que crises econômicas são os melhores momentos para se empreender.

Momento de olhar o mercado que pretende explorar e pensar em como oferecer soluções, produtos e serviços de qualidade ao público-alvo. seguindo este conselho, no início de 2009, deixei de lado um emprego estável no mercado farmacêutico e decidi abrir meu próprio negócio, em busca de novas oportunidades.

com o mundo em recessão, o universo era de incertezas, medos, limitações financeiras e falta de informações seguras para investidores – o que impossibilitou, inclusive, encontrar interessados em apostar em minha ideia ou partilhar uma sociedade – a única certeza que tinha era de querer crescer e ser ‘independente’.

Meu sonho profissional sempre foi trabalhar em algo que tornasse o mundo um lugar melhor para as pessoas. quando percebi que por meio da educação continuada para farmacêuticos poderia especializar profissionais para produzir qualidade de vida, saúde e cura aos brasilei-ros, não quis mais saber de outra coisa e assim fiz de minhas intenções empreendedoras uma realidade.

Apesar da vontade e atitude, perguntas e dúvidas (ora criadas por mim, ora criadas por agentes externos) abalavam a crença de que minhas intenções empreendedoras poderiam se tornar realidades concretas. A pergunta que surgia a todos os momentos em minha cabeça era se realmente estava na hora certa. outras perguntas me perseguiam: qual seria a primeira ação a tomar para ter uma empresa? como empreender com os recursos financeiros limitados? onde buscar referências? o que poderia considerar? E o que deveria ignorar?

os questionamentos, misturados à ansiedade causada pela falta de respostas para a maioria de minhas perguntas, me fizeram entender que abrir uma empresa não era tão simples quanto parecia. Nesse período, aprendi que não são apenas os contatos que se tem, nem os estudos mercadológicos que você faz, e nem mesmo a educação universitária na qual você investe. Tampouco a sorte, somente, poderia habilitar uma pessoa a se intitular um empreendedor. É preciso muito mais do que isso...

Marcus Vinicius de Andrade é formado

em Administração de Empresas, e fundador

e diretor executivo do ICTQ (Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade Industrial).

empreendedorismo

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Antes de tudo, o sonho tem que existir e “queimar no peito como brasa”. A existência de um propósito maior, que resulte em benefícios (não somente para você, mas para toda a sociedade) é a base fundamen-tal para qualquer empreendimento, no século xxi.

Empreendimento fundamentado em uma missão de vida, em um sonho, em uma paixão, pode trans-formar o mundo. Henry Ford, santos Dumont, Bill Gates e steve Jobs – grandes empreendedores do mundo contemporâneo – estão aí, entre vários outros exemplos, para provar isso.

É ilusório pensar que todo empreendedor, no papel de empresário, fica rico no primeiro ano e tem mais tempo para fazer o que deseja na hora que quiser. confesso que no princípio pensava assim, mas logo a realidade veio à tona. Percebi que o “dono de negócio” precisava pensar o oposto. Foi, então, que precisei decidir: continuar ou parar? o sonho falou mais alto e apliquei minha própria filosofia: observe, compre-enda e viva o seu propósito (sonho – missão de vida)!

se não existisse um sonho, na primeira falta de recursos em caixa, na primeira reclamação de um cliente, no primeiro fornecedor que falhasse, a mi-nha decisão de abandonar o negócio seria tomada de forma irreversível. quando existe um sonho, ligado a uma causa, tudo o que se faz é realizado com dedicação, transpiração, persistência e, prin-cipalmente, paixão. E não há nada melhor do que a paixão pelo que se faz para transformar planos de negócios em empresas de sucesso, o impossível em realização, o fracasso em oportunidade de aprendi-

zagem, os riscos em desafios e o trabalho cansativo em horas de diversão na realização de suas funções como empresário empreendedor.

Em 2012, após três anos de realizações, acompanho o dia a dia de centenas de farmacêuticos em busca de um mundo melhor, através dos melhores ensinamentos do mercado pelos cursos de pós-graduação no icTq (instituto de ciência, Tecnologia e qualidade industrial). No trabalho conjunto com minha equipe, contribuo para a evolução profissional de pessoas que trabalham com mais qualidade. Em consequência disso, estas mesmas pessoas ganham mais, viajam mais e compartilham momentos sem preço com a família. E em tudo isso vejo o empreendimento que sonhei com uma partícula de contribuição e composição destes momentos que podemos chamar de “um mundo melhor”.

Minha mensagem a quem está para empreender é observar que a base de sustentação para qualquer empreendimento ou negócio está no sonho, no desejo e nas atitudes de realização de cada um. o sonho sempre está conectado à sua missão de vida. Então, o primeiro passo é se perguntar: qual é o propósito de minha vida? como posso servir às pessoas com o meu propósito, com os meus valores, com a minha visão de mundo?

Descubra qual é a sua missão, sonhe, faça deste sonho a paixão de sua vida e transforme os ambientes à sua volta. Estes mesmos ambientes são um reflexo do que você tem dentro de si mesmo.

E você, acha que é impossível transformar o mundo com suas ideias?

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42 Guia do Estudante 5 • 2012

Muito além da gestão de pessoas

Atualmente, o grande desafio das empresas é reter e contratar talentos em um mercado aquecido e que sofre com os efeitos do apagão de mão de obra. Embora o item ‘remuneração’ possa ser considerado um fator de retenção, ele não é o único e muito menos o mais importante.

Várias pesquisas de mercado demonstram que desafios constantes e alinhamento de propósito são itens motivacionais fundamentais para a continuidade do profissional na empresa. Hoje, os colabora-

dores estão em busca de oportunidades de superação para que possam implementar e desenvolver novas habilidades e competências. Além disso, os trabalhadores precisam identificar um propósito no desempe-nho de suas atividades diárias para que cada ação possa fazer sentido no seu cotidiano e no seu projeto maior de carreira.

Afinal, é importante lembrar que grande parte da geração que está no mercado de trabalho viu seus pais infelizes em cargos dos quais eles não abriam mão por conta de salários ou benefícios. No entanto, estar profundamente insatisfeito na posição em que se ocupa é algo impensável nos dias de hoje. As pessoas buscam por mais desafios na vida profissional e querem ter orgulho da empresa de que fazem parte.

Portanto, o profissional não aceita ser tratado com indiferença dentro das organizações. Muito pelo contrário, o colaborador é um indivíduo com necessidades singulares e que precisa ser percebido dentro do universo de todos os profissionais que compõem aquela empresa. E esse é um dos grandes desafios das áreas de Recursos Humanos das companhias, que têm a função estratégica de preparar pessoas na organização, oferecendo as condições necessárias para o crescimento, integração de objetivos e o cumprimento da meta comum de sucesso.

Para atingir as metas, o primeiro passo é garantir o alinhamento entre o propósito da companhia e de seus profissionais. Assim, a primeira escolha do colaborador passa a ser a empresa na qual ele trabalha. o profissional está efetivamente engajado quando ele olha para o mercado e diz: “eu quero estar aqui, mesmo podendo estar em qualquer outro lugar”. Mas como se consegue isso? É preciso conhecer o propósito das pessoas e como esse propósito pode ter aderência com os da empresa.

Por exemplo, o projeto conversa de carreira, da Wilson sons, é uma ferramenta utilizada para identificar os anseios dos colaboradores, para que possam ser alinhados aos desafios da companhia. A partir de entrevistas, os colaboradores são estimulados a contar quais são as expectativas que eles têm em relação à empresa e à própria carreira.

Aléa Steinle é psicóloga com MBA Executivo pela universidade Federal do

Rio de Janeiro - Coppead e especialização em

Liderança pela university of California San

Diego e pelo Esalen Institute. Atualmente atua como diretora de Desenvolvimento Organizacional da

Wilson Sons, responsável por DhO (Rh), Comunicação, Sustentabilidade e SMS (Segurança, Meio Ambiente e Saúde).

recursos humanos

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Guia do Estudante 5 • 2012 43

com base nessas informações e na estratégia da em-presa, é possível alinhar objetivos e personalizar as soluções, tratando assim o processo de retenção de forma personalizada. Não adianta oferecer um MBA em Harvard, digamos, para uma profissional que acabou de ter filhos. Para ela, uma rotina de trabalho com horário flexível é algo muito mais atrativo. se a empresa não conhecer seus colaboradores, ela não conseguirá aderência nas metas e, consequentemente, não terá sucesso em engajar pessoas.

Na própria Wilson sons, o conversa de carreira tem vários casos de funcionários que conquistaram seus sonhos. Um profissional de são Paulo, por exem-plo, tinha o desejo de morar no Rio de Janeiro e, quando abriu uma vaga na capital carioca, a empresa o convidou para a vaga – optou por aquele que tinha interesse na oportunidade. isso é alinhamento de in-teresse e, decerto, este profissional devolve o cuidado da companhia com engajamento.

o engajamento é um tema recente, uma evolu-ção do conceito de clima organizacional, e mede o comportamento do funcionário em relação à empre-sa. Hoje, as companhias buscam funcionários que estejam mais conectados com seus negócios, pois assim os resultados ficam mais expressivos, já que um colaborador engajado é aquele que age como se a empresa fosse sua, indo muito além de suas funções e consequentemente, gerando melhores resultados.

Atenta às novas formas de gestão de colaboradores, a Wilson sons contratou a consultoria internacional AoN Hewitt para realizar a pesquisa de avaliação de engajamento. A primeira etapa para a realização da sondagem foi a elaboração de um questionário, que avalia como o profissional enxerga sua carreira, as lideranças da empresa, seus chefes e sua permanência na companhia.

os profissionais não são identificados durante todo o processo para garantir que as críticas e comentários não sofram nenhum tipo de autocensura. Para cada pergunta são atribuídas notas de um a seis e são considerados engajados os colaboradores que tiveram média superior a 4,5 pontos. A partir dos resultados obtidos na pesquisa, a empresa elabora seus planos de ação. o ideal é que a empresa repita a pesquisa de tempos em tempos para verificar se os planos de ação estão sendo eficazes e se os funcionários estão mais engajados.

Em paralelo, há dois anos, a Wilson sons revisou a missão e visão da empresa. Neste cenário, esta visão passou a “ser a primeira escolha dos colabo-radores, clientes e investidores nos segmentos em que a companhia atua, crescendo de forma arrojada,

sinérgica e sustentável”. A parte em que descreve ser a primeira escolha dos colaboradores se tornou a meta mais relevante e desafiadora da Diretoria de Desenvolvimento organizacional. Atualmente, qualquer ação feita dentro da companhia tem de estar ligada ao engajamento. quando, por exemplo, a companhia desenvolve um programa de segurança operacional, a empresa está trabalhando para ser a primeira escolha dos trabalhadores, pois o operador de empilhadeira entende que, na organização na qual ele atua, a segurança dele é um valor e, por isso, esse é o lugar no qual ele quer trabalhar.

Por isso, a Wilson sons contratou a consultoria DuPont, reconhecida internacionalmente pela sua atuação na área, para mudar a cultura de segurança da empresa. Um dos principais fundamentos é o re-conhecimento de que todos são responsáveis por sua segurança, pela disciplina no cumprimento das regras, pelo engajamento das lideranças no compromisso com segurança e pela administração de desvios. Não basta que apenas a área de segurança, Meio ambiente e saúde (sMs) tenha responsabilidade pela segurança, pois ela deve ser uma preocupação desde o operário na ponta da planta até o gestor.

Nesse projeto, a DuPont está aplicando todo o know--how para criar metodologias e ferramentas. o primeiro passo desse trabalho foi realizar diagnóstico com base em pesquisa, visita aos sites, análise de documentos e acompanhamento da gestão de sMs. A partir desses dados, a consultoria compara o modelo atual aos padrões que ela desenvolve. vencida essa etapa, a empresa cria um plano que aponta o que foi diagnosticado e aonde a empresa quer chegar. Esse plano é validado e alinhado por um processo interno para que depois seja iniciada a implantação.

Além da questão das responsabilidades, outro pilar importante desse projeto é a disciplina operacional. A empresa tem que ter bons procedimentos, ou seja, não pode ter uma infinidade de regras que ninguém irá cumprir ou sequer saber que elas existem. A com-panhia precisa de um número suficiente e específico de normas, que serão respeitadas por todos. Ademais, é preciso criar mecanismos que garantam que todas essas normas de segurança sejam cumpridas, caso contrário elas caem em desuso. Para se ter segurança, é preciso disciplina, algo construído e solidificado ao longo do tempo.

No ano passado, o projeto piloto foi implantado com sucesso na Wilson sons Estaleiros, no Guarujá (sP) e já seguiu para outros três negócios do grupo. Até o primeiro semestre de 2014, o projeto será uma realidade em todo o grupo Wilson sons.

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44 Guia do Estudante 5 • 2012

UNIVERSIDADES FEDERAISUNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO (UFRJ)www.ufrj.brTel.: (21) 2562-2010Graduação em: Engenharia de Petróleo; Engenharia de Produção; Engenharia Química; Engenharia Naval e OceânicaPós-Graduação em: Engenharia de Máquinas Navais e Offshore; En-genharia Portuária; Engenharia de Confiabilidade em Sistemas Navais e Offshore; Engenharia de Sistemas Flutuantes Offshore e Pós-Gradua-ção Executiva em Petróleo e GásMBA: Gestão de SMS (Segurança, Meio Ambiente e Saúde)

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE (UFF)www.uff.brTel.: (21) 2629-5205Graduação em: Engenharia de Petróleo; Engenharia de Produção; Engenharia Elétrica; Engenharia Mecânica; Engenharia Metalúrgica; Engenharia Química; Geofísica; Quí-mica e Química IndustrialPós-Graduação em: Engenharia de Dutos e Engenharia de Petróleo e Gás Natural

FUNCEFETRio de JaneiroTel.: (21) 3553-4112www.funcefet-rj.com.brMacaé – Rio de Janeirowww.funcefet-macae.com.brTel.: (22) 2762-9887/ 8823-5621São PauloTel.: (11) 4063-7756 Pós-Graduação em: Engenharia de Construção Naval e Offshore; Engenharia de Inspeção e Manu-tenção na Indústria do Petróleo e Engenharia Submarina; MBA Exe-cutivo em Petróleo e Gás; MBA em Gestão Integrada em QSMS (Qualidade, Segurança, Meio

Ambiente e Saúde) na Indústria do Petróleo

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ (UFPR)www.ufpr.brTel.: (41) 3360-5000Curso Técnico de Petróleo - duração 3 anosGraduação em: Engenharia de Produção; Engenharia Química; Engenharia Mecânica e Química; Geologia; Oceanografia; Engenha-ria Química Elétrica e Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG)www.ufmg.brTel.: (31) 3409-5000Graduação em: Engenharia de Contro-le e Automação; Engenharia Ambien-tal; Engenharia Mecânica; Engenharia Metalúrgica; Engenharia Química; Engenharia de Produção; Engenharia de Sistemas; Geologia e Química

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL (UFRGS)www.ufrgs.brTel.: (51) 3308-6000Graduação em: Engenharia de Energia; Engenharia de Produção; Engenharia Química; Geologia e Química

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE (FURG)www.furg.brTel.: (53)3233.6500Graduação em: Engenharia Civil Costeira e Portuária; Engenharia de Automação; Engenharia de Mecâni-ca Naval e Engenharia Química

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPíRITO SANTO (UFES)http://portal.ufes.brTel.: (27) 4009-2203Graduação em: Engenharia de Petróleo; Engenharia de Produção;

Engenharia Química; Geologia e Química

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA (UFBA) www.ufba.brTel.: (71) 3283-9703 Graduação em: Engenharia de Produção; Engenharia Elétrica; Engenharia Mecânica e Engenharia QuímicaPós-Graduação em: Energia e Ambiente; Engenharia Elétrica; Engenharia Industrial; Engenharia Química (mestrado em Processos e Sistemas Químicos); Engenharia Química (doutorado em Processos e Sistemas Químicos); Geofísica; Geoquímica: Petróleo e Meio Am-biente; Geologia; Química e Enge-nharia de Automação e Controle (Mestrado)

UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAzONAS (UFAM)http://portal.ufam.edu.br/Tel.: (92) 3305-4559Graduação em: Engenharia de Gás e Petróleo; Engenharia de Produção; Engenharia Elétrica; Engenharia de Materiais; Engenharia Mecâni-ca; Engenharia Química; Geologia; QuímicaPós-Graduação em: Química; Enge-nharia de Recursos da Amazônia

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE (UFRN)Tel.: (84) 3215-3124Graduação em: Geofísica; Química; em Química do Petróleo; Engenharia do Petróleo; Engenharia de Produ-ção; Engenharia Mecânica; Engenha-ria Elétrica; Engenharia Química

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC)www.ufc.brTel.: (85) 3366 9410Graduação em: Geologia; Química; Engenharia de Energias Renováveis; Engenharia de Petróleo; Engenharia

CURSOS

cursos

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Guia do Estudante 5 • 2012 45

de Produção Mecânica; Engenharia Mecânica; Engenharia Química; Engenharia Elétrica; Engenharia de Gás Natural; Engenharia de Produ-ção; Especialização em Engenharia hidráulica e Ambiental

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO (UFPE)www.ufpe.brTel.: (81) 2126.8000Graduação em: Engenharia de Ener-gia; Engenharia de Materiais; Enge-nharia Elétrica-Eletrônica; Engenharia Elétrica-Eletrotécnica; Engenharia Mecânica; Engenharia de Produção; Engenharia Química; Geologia e Quí-mica IndustrialPós-Graduação em: Engenharia de Produção; Engenharia Elétrica; Enge-nharia Mecânica; Engenharia Química e Tecnologias Energéticas e Nucleares

UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS (UFAL)www.ufal.brTel.: (82) 3214-1052Graduação em: Engenharia Química e Engenharia Ambiental

ESTADUAISUNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (UERJ)www.uerj.brTel.: (21) 2334-0652Graduação em: Engenharia de Produção; Engenheria Química; Engenharia Mecânica e QuímicaPós-Graduação em: Engenharia de Petróleo e Gás Natural e Química Ambiental

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) www4.usp.brTel.: (11) 3091-3414Graduação em: Engenharia de Petróleo; Engenharia de Produção; Engenharia de Produção Mecânica; Engenharia Metalúrgica; Engenha-ria Mecatrônica; Engenharia Naval; Engenharia Química; Engenharia

Elétrica-Eletrônica e Sistemas de Energia e Automação; Engenharia Elétrica com Ênfase em Automação e Controle; Engenharia Elétrica com Ênfase em Energia e Automação Elétricas; GeofísicaPós-Graduação em: Ciências da Engenharia Ambiental; Engenharia de Produção; Engenharia Elétrica; Engenharia Mecânica; Geotecnia; Engenharia Química; Engenharia de Produção; Engenharia Elétrica; En-genharia Mecânica; Engenharia Naval e Oceânica; Engenharia Química; Engenharia de Sistemas Logísticos

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAzONAS (UEA)www2.uea.edu.brTel.: (92) 3214-5771Graduação em: Engenharia de Produ-ção; Engenharia Elétrica; Engenharia Mecânica; Engenharia Mecatrônica; Engenharia Química; Automação Industrial; MecânicaPós-Graduação em: Engenharia de Segurança do Trabalho; Engenharia de Proudução com Ênfase em Recur-sos Produtivos; Gestão e Tecnologia do Gás Natural; Processos e Tecnolo-gias de Fabricação Mecânica

IBP (INSTITUTO BRASILEIRO DE PETRÓLEO, GÁS E BIOCOMBUSTíVEIS)www.ibp.org.br/cursos. Tel.: (21) 2112-9033/9034

• Combustíveis e Combustão Indus-trial - São Paulo

32 horas – 12 a 15/06/2012; • Processamento de Gás Natural -

Vitória - ES 24 horas – 18 a 20/06/2012• Análise de Investimento – Via-

bilidade Econômica de Projetos de Produção de Petróleo e Gás Natural – Salvador - BA

32 horas – 18 a 21/06/2012• Dimensionamento de Válvulas de Controle – São Paulo 40 horas – 18 a 22/06/2012• Dimensionamento, Orçamenta-

ção, Contratação e Gerência de Empreendimentos de Manutenção e Montagem – São Paulo

32 horas – 25 a 28/06/2012• Gestão da Logística de Supri-

mento de Petróleo e Derivados – Módulo I – Rio de Janeiro

40 horas – 25 a 29/06/2012• Avançado de Direito Tributário –

Casos Práticos na Indústria de Petróleo e Gás - Brasília - DF

40 horas – 25 a 29/06/2012• Comércio de Petróleo e Seus

Derivados – Trading – RJ 40 horas – 25 a 29/06/2012• Redução de Anomalias e Interfe-

rência em Instalações de Instru-mentação – Rio de Janeiro

24 horas – 27 a 29/06/2012• Noções Básicas de Engenharia

de Petróleo – 2ª Turma – Rio de Janeiro

32 horas - 10 a 25/08/2012• Noções Básicas de Geodésia

e Cartografia na Exploração e Produção de Petróleo – Rio de Janeiro

24 horas - 04 a 06/07/2012• Dimensionamento de Válvulas de

Segurança e/ ou Alívio (VSD) com Simulação Teórica Para Manutenção – São Paulo

40 horas - 24 a 29/09/2012• Manutenção Orientada para Re-

sultados – Rio de Janeiro 24 horas - 18 a 20/07/2012• Corrosão e Inibidores – Rio de

Janeiro 40 horas – 15 a 19/10/2012• Análise de Riscos nas Decisões

de Investimentos – Rio de Janeiro 32 horas - 27 a 30/08/2012• Arbitragem na Indústria de Petró-

leo – Rio de Janeiro 16 horas - 03 a 04/07/2012• Características e Aspectos Eco-

nômicos do Refino de Petróleo – Rio de Janeiro

24 horas - 18 a 20/07/2012• Tubulações Industriais – Recife – PE 40 horas - 02 a 06/07/2012

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46 Guia do Estudante 5 • 2012

PARTICULARESCENTRO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL JFW www.jfw.com.brTel: 0800-021-2000Capacitação em: Petróleo e Gás. Duração: 8 meses (90 horas)Carga horária semanal: 3 horas

ENPROTEC www.cursosenprotec.com.brTel.: (21) 3705-7199Cadeia Produtiva do Petróleo (1 ano)

UGF (UNIVERSIDADE GAMA FILHO)www.ugf.br Tel.: (21) 2599-7100Graduação em: Engenharia do Pe-tróleo (duração de 5 anos); Tecnoló-gica em Petróleo e Gás (3 anos)

PUC-RIO (PONTIfíCIA UNIVERSI-DADE CATÓLICA)www.puc-rio.brTel.: (21) 3527-1001Graduação em: Engenharia do Pe-tróleo (duração de 4,5 anos) Pós-Graduação em: Química Ana-lítica do Petróleo; Engenharia de Petróleo; Engenharia de Dutos; Gás Natural; Estrutura da Indústria de Petróleo, Gás e Derivados

ESTÁCIOwww.estacio.brTel.: (21) 3231-0000Graduação em: Engenharia do Petró-leo (duração de 5 anos); Tecnológica em Automação Industrial (duração de 3 anos); Tecnólogo em Petróleo e Gás (duração de 2,5 anos)

Pós-Graduação em: Engenharia de Petróleo e Gás; Geologia e Geofísica de poço em reservató-rios de Petróleo e Gás; Logística de Petróleo e Gás (estes com duração de 361 horas) e Engenha-ria Naval e Offshore (duração de 496 horas)

UNISUAM (CENTRO UNIVERSITÁ-RIO AUGUSTO MOTTA)www.unisuam.edu.brTel.: (21) 3882-9797Graduação em: Engenharia de Pe-tróleo (duração de 5 anos)

UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO www.cursosoffshore.com.brTel.: (21) 2253-2147 / (22) 2772-6788/2759-1164Graduação em: Engenharia de Construção e Montagem de Tu-bulações Onshore e Offshore (19 meses); Engenharia de Constru-ção Naval e Offshore (20 meses); Engenharia de Equipamentos na Indústria do Petróleo (19 me-ses); Engenharia de Inspeção e Manutenção de Equipamentos Onshore e Offshore (20 meses); Engenharia de Petróleo e Gás (19 meses); Engenharia Submarina (20 meses)MBA em: Qualidade, Segurança, Meio Ambiente e Saúde Onshore e Offshore (19 meses); Engenharia e Gestão de Projetos, com ênfa-se em sistemas e equipamentos industriais e navais (20 meses). Todos os cursos em Macaé e no Rio de Janeiro

UNIGRANRIOwww.unigranrio.brTel.: (21) 3882-9797Graduação em: Engenharia de Petróleo e Gás; Tecnológica em Petróleo e Gás

CENTRO DE TREINAMENTO ESPECIALIzADO SIÃOwww.cetessiao.com.br

SENAIwww.cursosenai.firjan.org.brTel.: (61) 3317-9000/9001 ou 0800 0231 231

Técnico em Operação deProdução de Petróleo eGás Natural – Campos (RJ) e Niterói (RJ). Duração: 1.440 horasTécnico Industrial em Tecnologias Finais do Gás – Rio de Janeiro. Duração: 1.140 horasPós-Graduação em: Automação Industrial dos Sistemas de Produ-ção, Refino e Transporte – Rio de Janeiro. Duração: 400 horasCurso Técnico de Petróleo e Gás – Benfica (RJ); Campos (RJ) Duração: 1.420 horas• Pintor Industrial - Pádua (RJ);

Macaé (RJ) Duração: 216 horas• Mergulhador Profissional Raso – (RJ) Duração: 300 horas• Soldador Subaquático – Macaé (RJ) Duração: 476 horas• Especialização em Automação

Industrial dos Sistemas de Pro-dução, Refino e Transporte de Petróleo - Tijuca (RJ)

Duração: 418 horas

• Especialização em Engenharia de Construção e Montagem de Tubulação Industrial – ênfase em Petróleo e Gás – Tijuca (RJ)

Duração: 392 horas• Especialização em Engenharia de

Petróleo - Tijuca (RJ) Duração: 412 horas• Extensão – Sistemas de Pro-

dução, Refino e Transporte de Petróleo – Tijuca (RJ)

Duração: 34 horas• Extensão em Instrumentação

Industrial Aplicada à Indústria de Petróleo – Tijuca (RJ)

Duração: 32 horas• Refino de Petróleo - À distância Duração: 24 horas

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cursos

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Tel.: (22) 2791-5058; 9933-7439Soldador Eletrodo Revestido (6G) – Macaé; Soldador TIG – (6G, soldador com argônio) – Macaé

PROJECT-EXPLO – SPwww.project-explo.com.brTel.: (11) 5589-4332 – Ramal: 217Aperfeiçoamento em áreas classificadas: Elétrica, Instru-mentação, Projetos, Montagens e ManutençãoDatas: 14 e 16, 28 a 30 de se-tembro; 19 a 21, 28 a 30 de ou-tubro; 9 a 11, 23 a 25 de novem-bro; 7 a 9, 14 a 16 de dezembro de 2010.Analista Técnico de Segurança Contra ExplosõesDatas: 14 a 16, 28 a 30 de se-tembro; 19 a 21, 28 a 30 de ou-tubro; 9 a 11, 23 a 25 de novem-bro; 7 a 9, 14 a 16 de dezembro de 2010.

CAPITAL HUMANO ESCOLA DE NEGÓCIOS / FGVwww.capitalhumano-fgv.com.brMBA Gestão de Negócios em Pe-tróleo e GásCarga horária: 432 h/aAulas quinzenais aos sábados, das 8h das 17h40.

UNIVERSIDADE IGUAÇUwww.unig.brTels.: (0xx21) 2765-4000 /2765-4024 / 0800-0212013Engenharia de petróleo: graduação Duração de dez períodos letivos, com carga horária total de 4.200 horas aula.Tecnologia em petróleo e gás: gra-duação tecnológicaO curso é composto por seis mó-dulos, com carga horária total de 2880h com três anos de duração.

CET-fAESA / fACULDADE DE TECNOLOGIA FAESAVITÓRIA/ES

www.cetfaesa.com.brContato: [email protected] em Petróleo e GásDuração: 2,5 anos

UNIVEN - FACULDADE DE NOVA VENéCIAwww.univen.edu.brTecnólogo em Gestão de Produção de Petróleo e GásCarga horária: 2440 h/aRegime: Seriado semestralDuração mínima: três anos Duração máxima: cinco anosVagas Iniciais: 100 (cento) por anoTurno: Noturno

UVV - UNIVERSIDADE VILA VELhATelefone: (27) 3421-2041 E-mail: [email protected] de PetróleoCoordenador: José Maria Rodri-gues NicolauRegime: semestralDuração: 5 anosTelefone: (27) 3421-2041 E-mail: [email protected] de Produção

Coordenadora: Gesiane S. PereiraRegime: semestralDuração: 5 anosTelefone: 27) 3421-2065 E-mail: [email protected]ógicos - Petróleo e GásCoordenadora: Maria Araguacy Rodrigues SimplicioRegime: semestralDuração: 3 anosTelefone: (27) 3421-2086 E-mail: [email protected]

FACULDADE NOVO MILêNIOInformações:Graduação - 7h às 21h / Pós-Gra-duação - 15h às 19hTel. 3399-5555Campus Vila Velha - Av. Santa Leopoldina nº 840 - Co-queiral de ItaparicaVila Velha/ES CEP 29102-040Graduação em Petróleo e GásDuração 3 anosTurnos: [email protected] (27) 3399.5551

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coffee break

DDepois de cruzar o Atlântico, as 85 obras-primas impressionistas ocuparam um espaço nobre do ccBB-sP, e depois virão para a nobreza do espaço no Rio, que deverá receber milhares de visitantes de outubro de 2012 a janeiro de 2013, quando as peças retornarão a Paris.

A exposição apresenta um panorama detalhado da pintura impressionista e pós-impressionista, sob o titulo de Impressionismo: Paris e a Modernida-de – Obras-Primas do Museu d’Orsay. o projeto está sendo considerado o maior já realizado até agora pelos centros culturais do Banco do Brasil. E é considerado, pelos curadores da mostra, um dos mais desafiantes dentre as exposições internacionais já realizadas no país.

A exposição tem a “cidade luz” como principal referência. No fôlder de apresentação lê-se que os realizadores destacam que a capital moderna por excelência atraiu os maiores artistas do século xix, que pintaram sua paisagem, seus lugares e suas vida sob diferentes perspectivas: “Atraídos ou repelidos pelo seu magnetismo, a cidade motivou a expressão artística de claude Monet, vicent van Gogh, Jules Lefebvre, Edouard Manet, Paul Gauguin, Pierre-Auguste Renoir, Toulouse-Lautrec, entre outros. A exposi-ção reúne alguns dos trabalhos desses pintores: por um lado, aqueles cuja

por Orlando Santos

Depois de São Paulo, chegará a vez de o Rio ver de perto telas de Renoir, Monet, Cézanne, Van Gogh e Manet! Elas estarão expostas a partir de outubro no Centro Cultural Banco do Brasil, no Centro do Rio, numa mostra sem precedentes na história cultural brasileira pela grandiosidade das obras e pela magnitude histórica.

Centro Cultural Banco do Brasil22 de outubro de 2012 a 13 de janeiro de 2013Rua Primeiro de Março, 66Centro – Rio de Janeiro/RJTerça a domingo, de 9h às 21hInformações: (21) 3808-2020

chegam ao CCBB ImpressIonIstas

Le bassin aux nymphéas, harmonie verte Claude Monet

Le FifreEdouard Manet

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temática está ligada ao crescimento da cidade – a vida moderna, os caminhos de ferro e as estações; por outro, estão representadas obras que surgiram a partir de uma reação a este movimento – a fuga da cidade em busca de ambientes bucólicos.”

A mostra brasileira reúne seis módulos, três deles de-dicados à vida da cidade luz: ‘Paris: a cidade moderna’, ‘A vida urbana e seus autores’ e ‘Paris é uma festa’ retratam a crônica urbana da capital francesa, com seus grandes boulevards, mercados, jardins públicos, cafés, óperas e bailes. Ali, o visitante verá o rio sena e a catedral de Notre-Dame retratados por Pissarro e Gauguin, cenas da vida burguesa na visão de Renoir; o cotidiano mundano das prostitutas, em quadros como Femme au boa noir, de Toulouse-Lautrec, as bailarinas de Degas e as plateias dos cabarés e teatros representadas em La troisième galerie au théâtre Du Chatelet, de Félix vallotton.

os outros três módulos – ‘Fugir da cidade’, ‘convite à viagem’ e ‘A vida silenciosa’ – mostram os trabalhos de artistas que fugiram do burburinho e da agitação parisiense em busca de uma vida calma, mais reservada. Entre eles estão: claude Monet, que se mudou para Ar-genteul, e depois Giverny; van Gogh, que decidiu seguir para Arles, com a finalidade de formar uma colônia de artistas; Gauguin e Émile Bernard, que foram viver na Bretanha; e cézanne, que voltou a Aix-en-Provence para redescobrir a luz. outro grupo, o de artistas do movi-mento Nabi (palavra que significa profeta, em hebraico e árabe), escolheu privilegiar o universo interior, delicado à leitura, à música e à vida em família.

Impressionismo: Paris e a Modernidade – Obras--Primas do Museu d’Orsay tem curadoria de caroline Mathieu, conservadora chefe do Museu d’orsay, Guy cogeval, presidente do Museu d’orsay, e Pablo Jiménez Burillo, diretor-geral do instituto de cultura da Fundação Mapfre (em colaboração científica). A iniciativa traz ao Brasil um conjunto inédito de

obras emblemáticas do impressionismo, fornecendo ao público a possibilidade de entender e conhecer melhor um dos mais importantes movimentos artís-ticos do século xix.

Uma das peças mais importantes e obra central da mostra, La Gare Saint-Lazare, cena da estação ferroviária de Paris feita por Monet em 1877, re-sume a velocidade e o espírito industrial da época em locomotivas que se perdiam em nuvens de fumaça violeta. A obra exposta é tida como a mais importante de pelo menos sete telas dessa famosa estação feitas por claude Monet (1840-1926).

CONSIDERADO uM DOS mais importantes museus do mundo, dedicado à arte do século XIX e, sobretudo, ao movimento Impressionista, que deu origem à Arte Moderna, o Museu d’Orsay está localizado na antiga Gare d’Orsay (estação de Orsay), à margem esquerda do Sena, criada originalmente por ocasião da Exposição universal em 1900. O projeto da estação foi elaborado pelo arquiteto Victor Laloux, em 1898, levando em conta a posição central que ela ocuparia no trajeto ferroviário e a elegância do bairro – próximo ao Louvre e à Légion d’honneur. O Museu d’Orsay, que abriu suas portas ao público em 1986, em pouco mais de um quarto de século recebeu mais de 70 mi-lhões de visitantes. Em outubro de 2011, depois de dois anos de obras de renovação, ganhou novos espaços para o público, dinamizando a história da instituição e de suas coleções.

O Museu d’Orsay

Les AlyscampsPaul Gauguin

Portrait de Fernand Halphen Auguste Renoir

Portrait de l’artiste au fond rosePaul Cézanne

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Para divulgação de cursos e/ou eventos, entre em contato com a redação. Tel.: 21 3221-7500 ou [email protected]

eventos

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17 a 20 - BrasilRio Oil & Gas 2012Local: Rio de JaneiroTel.: +55 21 [email protected]

24 a 28 - CanadáIPC 2012 - International Pipeline ConferenceLocal: Calgary, AlbertaTel.: 403 [email protected]

Setembro

08 a 11 - InglaterraGastech Conference & ExhibitionLocal: LondresTel: +44 0 203 180 [email protected]

16 a 19 - BrasilSantos OffshoreLocal: Santos, SPTel.: +55 11 3060-5000fernanda.sanz@reedalcantara.com.brwww.santosoffshore.com.br

15 a 19 - BrasilExpoNaval 2012Local: Rio de janeiroTel.: +55 21 [email protected]

28 a 30 - ArgentinaWorld Shale Series - Latin America SummitLocal: Buenos Aires+44 20 79780752 [email protected]

23 a 24 - holandaOffshore Energy 2012Local: AmsterdanTel.: +31 0 10 [email protected]

17 e 18 - BrasilDesenvolvimento Humano RioLocal: Rio de JaneiroTel: +55 11 [email protected]/rhrio

Outubro

Novembro Dezembro

Janeiro - 2013

24 a 26 - Arábia SauditaThe 4th Saudi ArabiaInternational Oil & Gas ExhibitionLocal: [email protected]

06 a 08 - EUADeepwater OperationsLocal: Galveston, TXTel.: +1 713 963 [email protected]

07 a 09 - MéxicoNGV Global 2012Local: Cidade do MéxicoTel.: +39 335 [email protected]

21 a 23 - QatarOffshore Middle EastLocal: Doha, QatarTel.: 1-918-831-9160www.offshoremiddleeast.com

4 a 5 - Emirados Árabes UnidosCritical Issues Middle EastLocal: DubaiTel.: +971 4 457 5801 www.iadc.org

14 a 16 - ChinaCIPTC 2012Local: [email protected] www.ciotc-top.com

27 a 29 - AustráliaDeep Offshore TechnologyLocal: Perth, AustráliaNicole FaethTel.: +1 918 832 [email protected]

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Guia do Estudante 5 • 2012 51

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na crista da onda do mercado de trabalho

Petróleo & gás:

o apagão de talentos já não é novidade quando analisamos o mercado de

trabalho brasileiro. Nosso país vive um bom momento econômico, recebe

investimentos estrangeiros e será sede de grandes eventos esportivos, mas

ainda sofre com a falta de profissionais qualificados para suprir a demanda

natural das empresas em expansão. Porém, há um setor em que o desafio de

amenizar a diferença entre demanda e oferta é ainda maior, o de petróleo & gás.

Menciono esse setor como um desafio, pois há grande necessidade de capi-tal humano tecnicamente qualificado, porém, para solucionarmos essa falta de

profissionais, precisamos lidar com uma remunera-ção abaixo da expectativa, deficiência do segundo idioma, formação acadêmica insatisfatória e dificul-dades de mobilidade dos profissionais para regiões operacionais.

A situação se agrava ao passo que o cenário do setor vem mudando. A participação do campo de petróleo & gás no PiB do Brasil não passava de 3% ainda na década de 1990. Em 2006, já ultrapas-sava os 10% e a previsão é de que até 2020 esta fatia chegue a 20%. Este percentual agressivo vem na carona do plano de investimentos da Petrobras até 2016, que prevê mais de Us$ 230 bilhões em investimentos.

Entretanto, dinheiro não é tudo. Estou convic-to de que não conseguiremos ser bem-sucedidos na busca por transformar tanto investimento em lucro e crescimento para o Brasil caso não tenhamos as pessoas bem qualificadas para tal. Não é incomum ouvirmos de clientes deste setor que os mesmos possuem caixa para investir, mas em alguns momentos “seguram a onda” por não encontrarem no mercado (e nem dentro de casa) pessoas que possam suportar tais desafios. com isso, concluímos (nós, nossos clientes e todo o

mercado) que o principal foco de investimentos das empresas brasileiras no momento, seja ela de qualquer setor da economia, deve ser sobretudo na formação e desenvolvimento de profissionais de alta performance, tanto na base da pirâmide, como nas posições executivas.

como sócio-gerente da filial carioca da Asap Executive Recruiters/consultoria de recrutamento e seleção de executivos, com dez escritórios no Brasil, coordenei uma pesquisa qualitativa com grandes empresas do setor de petróleo, finalizada em junho, que me foi útil para reforçar que este as-sunto de people black-out, ou apagão de talentos, é mais sério do que se imagina. se antes era assunto recorrente a dificuldade de se captar em grande escala profissionais de nível técnico, 45% das em-presas participantes de nossa pesquisa mostraram que têm tido grande dificuldade em preencher suas posições de gerentes para cima. E isto ocorre, como pudemos comprovar, por vários motivos, dentre os quais destacamos o aquecimento em paralelo de outros setores da economia, que acaba por atrair profissionais e produzir uma inflação salarial do mercado. qual seria a solução?

Foi muito bom saber que boa parte das empre-sas estudadas demonstrou uma importante sensibi-lização de que o assunto Gestão de Talentos precisa ser encarado sob um ponto de vista não mais tático, como uma atividade de resultados de curto prazo,

de Rafael Meneses, sócio-gerente da Asap Executive Recruiters

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mas sim como um complexo processo estratégico que demanda grandes cuidados full time. Progra-mas de formação de talentos, carreira internacio-nal, parcerias com instituições de ensino e sistemas de avaliação de performance mais criteriosas e frequentes emergem como ações para que o fator ‘gente’ deixe de ser um gargalo para o crescimento dos negócios.

É sempre bom lembrar que o high performer precisa sentir-se visto e acima de tudo ser alocado em projetos que exigirão dele produzir em sua plenitude. Realizando isto formalmente e reco-nhecendo estes executivos que trazem resultados diferenciados, minimiza-se a chance de o profis-sional talentoso dar ouvidos ao mercado do lado de fora da empresa.

Em paralelo a estas soluções, não há como evitar a necessidade de desenvolver propostas financeiras mais alavancadas do que o próprio mercado estipula. Tendo em vista que é preciso, às vezes, buscar talentos dentro de outras empresas e, neste caso, quando o próprio mercado de petróleo & gás não oferece esta mão de obra, alguns merca-dos correlatos aparecem como principais celeiros. segundo os players pesquisados, o mercado de mineração é a principal fonte de bons profissionais,

seguido de construção/engenharia/infraestrutura e de metalurgia/siderurgia, provocando grande com-petitividade pelos melhores talentos.

Esse estudo agregou muita informação e conhecimento para a consultoria e nos sentimos privilegiados por sentar com grandes empresas deste setor e ouvir de seus RHs como estão execu-tando suas ações de atração e formação de pessoas. Formação esta que não significa somente preparar para executar uma função específica, mas sim for-mar grandes líderes, que por sua vez serão capazes de formar seus sucessores e também disseminar uma cultura social e ambientalmente responsável dentro de seus negócios.

Acreditamos que este tipo de pauta, quando debati-da à exaustão, é que levará as organizações a alinharem suas estratégias de negócio à estratégia de pessoas. sem dúvida alguma, estas duas pontas precisam caminhar juntas e, em nossa visão, ainda são poucas as empresas no Brasil que estão maduras neste sentido.

Gerir talentos com inteligência e estrategi-camente deixou de ser um diferencial, passan-do a ser uma obrigação, sobretudo por estarmos em um país que durante os próximos (muitos) anos estará na crista da onda dentro do cenário econômico mundial.

Indústria naval brasileira. Um setor em expansão.

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Com um mar de oportunidades em sua proa e após anos de estagnação, o mercado naval brasileiro volta a ser uma realidade. De 2000

para cá, com os programas de Renovação da Frota de Apoio Marítimo (Prorefam) e o de Modernização e Expansão da Frota (Promef) da

Transpetro, a indústria da construção naval brasileira saltou de dois mil para 80 mil empregos diretos e indiretos, serão 146 embarcações

de apoio marítimo e 49 navios, com um índice de 65% de conteúdo nacional no setor de navipeças. Participe!

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