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Guia para Especificação de Transformadores de Corrente, segundo ABNT
e Norma Complementar.
André Luiz de Castro Filho Thiago Takashi Kawamukai Rios
Orientador: Prof. Dr. Airton Violin Instituto de Sistemas Elétricos e Energia (ISEE)
Resumo – Considerando a análise de
inúmeras especificações de Transformadores de
Corrente [1], notou-se que parte delas são
incompletas e/ou incoerentes. Surgem então
dificuldades para os fabricantes desses
equipamentos no momento de construção dos
mesmos. Partindo deste princípio, com o
objetivo de guiar o cliente no fornecimento das
informações para uma especificação correta,
criou-se uma plataforma eletrônica, utilizando o
programa LabView [2] como ferramenta de
apoio, que facilitará e orientará o usuário na
direção correta. Tendo como resultado final,
uma especificação técnica completa e
padronizada, possível de ser exportada em PDF.
Todo esse processo ajuda a evitar possíveis erros
na construção dos transformadores de corrente,
mantendo uma troca eficiente e confiável de
informações entre fabricante e cliente.
O artigo apresenta as principais telas do
programa, tecendo informações a respeito de seu
funcionamento.
Palavras-Chave: Especificação de
Equipamentos, Transformadores para
Instrumentos, Transformadores de Corrente,
ABNT, LabView.
I – INTRODUÇÃO
Com a desregulamentação do setor elétrico
nos últimos vinte anos, o ambiente se tornou mais
heterogêneo, com a entrada de novas empresas e
grupos empresariais em cena, que não eram
tradicionais neste setor. Com isso, houve um
aumento no número de empresas terceirizadas, que
na maioria das vezes não dispunham de
profissionais qualificados e experientes, e em
quantidade suficiente para atender as demandas
exigidas por novos projetos no setor elétrico.
Assim, os fabricantes recebem especificações de
alto nível técnico, normalmente de empresas
concessionárias tradicionais e de empresas de
projetos consolidadas no setor, mas também
especificações deficientes de informação, que
dificultam o andamento de um bom projeto e/ou até
mesmo falha na aplicação das normas técnicas.
Esses fatos podem gerar como resultados,
subestações com equipamentos subdimensionados
ou sobredimensionados, que no fim afeta todo o
custo de construção/manutenção da mesma.
Maneiras de se otimizar este processo são
implementadas pelas próprias empresas, a fim de se
ter o melhor resultado possível. Porém, em meio a
tanta inovação e tecnologia, viu-se aqui uma
oportunidade de criar uma ferramenta que tornasse
a comunicação mais prática, eficiente e confiável.
Junto a esses fatos, outro fator importante a se
considerar é o investimento para a construção de
novas Usinas e Subestações ao redor do país, que
acarreta em uma enorme quantidade de novos
equipamentos a serem produzidos.
Com a ajuda da plataforma LabView
desenvolvida pela National Instruments, que
disponibiliza versão gratuita para desenvolvimento
acadêmico, definiu-se como objetivo principal
deste trabalho, criar uma ferramenta de trabalho,
que otimizasse todo o processo, que vai desde a
especificação e solicitação de transformadores de
corrente até o seu fornecimento, garantindo a
confiabilidade da informação para fabricação
correta do equipamento.
II – REFERENCIAL TEÓRICO
Existem trabalhos desenvolvidos tanto com
intuito didático quanto para pesquisas de como se
especificar equipamentos de alta tensão para
TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO
OUTUBRO/2015
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ
ENGENHARIA ELÉTRICA
2
subestações, caracterizando-os elétrica e
mecanicamente. Além desses trabalhos
desenvolvidos neste tema, existem as Normas
Regulamentadoras, como por exemplo, a NBR e
IEC, que definem como devem ser dimensionados
os transformadores de corrente. Para este trabalho,
será considerado como fundamentação teórica as
seguintes referências:
NBR 6856:2015 - Transformador de
Corrente - Especificação e ensaios [3]
IEC 61869-2:2012 - Instrument
Transformers – Part 2: Additional
requirements for transformers [4]
Outras normas internacionais não foram
utilizadas, pois foi considerado desnecessário já que
existe grande influência da IEC presente na NBR, e
como este trabalho também tem a intenção de
difundir a Norma Brasileira, foi considerado
apropriado optar por escolha, afim de não se
distanciar da filosofia utilizada.
II.1. Transformadores de Corrente
Os transformadores de corrente (Figura 1),
juntamente com os transformadores de potencial,
compõem a categoria de equipamento dos
transformadores para instrumentos.
Figura 1 - Transformadores de Corrente
A função primária dos transformadores para
instrumentos é definida na norma ABNT NBR
6856:2015 como sendo o "transformador que
alimenta instrumentos de medição, dispositivos de
controle ou dispositivos de proteção". É um
transformador que se destina a reproduzir em seu
circuito secundário, em uma proporção definida e
conhecida, uma tensão ou corrente proporcional ao
valor primário. Nos transformadores de corrente, o
enrolamento primário é ligado em série com o
circuito de alta tensão.
II.1.1. Classificação
Os transformadores de corrente são
classificados de acordo com a finalidade do sinal do
secundário, a saber:
Transformadores de corrente para serviço
de medição;
Transformadores de corrente para serviços
de proteção.
II.1.2. Tipos Construtivos
Existem diversas formas construtivas dos
núcleos dos transformadores de corrente, a saber:
Tipo enrolado: O Enrolamento primário
envolve mecanicamente o núcleo do
transformador.
Tipo barra: O Enrolamento primário é
constituído por uma barra, montada
permanentemente através do núcleo do
transformador.
Tipo janela: Sem enrolamento primário
próprio, o núcleo possui uma abertura para
a passagem do condutor do circuito
primário.
Tipo bucha: Transformador de corrente
,semelhante ao tipo janela, mas projetado
para ser instalado sobre a bucha de um
equipamento elétrico.
Tipo com núcleo dividido:
Transformador de corrente semelhante ao
tipo janela, mas com núcleo basculante, a
fim de se facilitar o enlaçamento do
condutor primário.
Tipo com vários enrolamentos
primários: Possui vários enrolamentos
primários separados e isolados entre si.
Tipo com vários núcleos: Possui vários
enrolamentos secundários separados e
isolados entre si, montados cada um sobre
um núcleo diferente, porém com um
enrolamento primário em comum.
Para o desenvolvimento do programa,
tomou-se como objeto de especificação do guia os
transformadores de corrente, para classe de tensão a
partir de 69 kV, secundário na base e sempre com
isoladores. Para definição do primário, existirá a
opção de religador e/ou tapes. Para a especificação
do secundário, tem-se a opção de incluir ou não os
tapes, e também existe a possibilidade de escolher a
quantidade de secundários que o TC irá possuir.
II.1.3. Correntes e Relações Nominais
A corrente primária nominal do
transformador de corrente é aquela que permite ao
equipamento operar na sua melhor condição, em
regime permanente. Esta especificação deve
considerar a corrente máxima que poderá fluir no
3
primário do transformador de corrente, e a corrente
de curto-circuito do sistema, que será utilizada para
definir o fator limite de exatidão (antigo fator de
sobre corrente).
A corrente secundária nominal é
padronizada em 1 ou 5A.
As relações nominais são dadas pela relação
entre a corrente primária nominal e a corrente
secundária nominal, de acordo com a norma ABNT
NBR 6856:2015.
II.1.4. Classe de Exatidão – Novas Cargas
As tabelas abaixo apresentam as novas
cargas definidas para o secundário, segundo a
última revisão da norma NBR em 2015.
Tabela 1 - Características das cargas com Fator de Potência 0,9 para corrente nominal secundária de 5A.
Tabela 2 - Características das cargas com Fator de Potência 0,5 para corrente nominal secundária de 5A.
Tabela 3 - Características das cargas com Fator de Potência 1 para corrente nominal secundária de 1A.
Tabela 4 - Características das cargas com Fator de Potência 0,9 para corrente nominal secundária de 1A.
II.1.5. Saturação por transitórios
A Norma IEC 61869-2:2012 prevê
transformadores que podem ser construídos para
gerar baixo fluxo remanescente durante transitórios.
Estes baixos valores são conseguidos por meio de
pequenos gaps que acabam por limitar o fluxo
remanescente mesmo para grandes correntes
assimétricas primárias.
As classes previstas para estes
transformadores de corrente, na norma IEC são:
TPX, TPY e TPZ.
.
TPX – O limite de exatidão é definido
pelo erro instantâneo de pico durante um
ciclo transitório especificado. Nenhuma
limitação para o fluxo remanescente;
TPY – O limite de exatidão é definido
pelo erro instantâneo de pico durante um
ciclo transitório especificado. O fluxo
remanescente não excede 10% do fluxo de
saturação;
TPZ – O limite de exatidão é definido
pelo erro da componente AC instantânea
de pico durante uma energização simples,
com máximo deslocamento DC para uma
constante de tempo secundária
especificada. O fluxo remanescente deve
ser desprezível.
Os transformadores de corrente TPY e TPZ
podem ser especificados para sistemas que utilizam
religamentos, em que o magnetismo remanescente
pode causar operações indevidas.
No caso do trabalho desenvolvido, foi
considerada apenas a classe TPY por atender as
necessidades do mercado brasileiro e ser a única
solicitada para a aplicação definida.
II.2. Coleta de dados
Serão utilizadas especificações técnicas
disponibilizadas pelas empresas CHESF [5], CEEE
[6], CELG [7], ELETRONORTE [8] e CPFL [9].
Essas especificações ajudarão na compreensão dos
dados necessários para fabricação dos
equipamentos em questão.
Potência
Aparente
(VA)
Resistência
(Ω)
Reatância
Indutiva
(Ω)
Impedância
(Ω)
2,5 0,09 0,044 0,1
5,0 0,18 0,087 0,2
12,5 0,45 0,218 0,5
22,5 0,81 0,392 0,9
45,0 1,62 0,785 1,8
90,0 3,24 1,569 3,6
Potência
Aparente
(VA)
Resistência
(Ω)
Reatância
Indutiva
(Ω)
Impedância
(Ω)
25 0,5 0,866 1,0
50 1,0 1,732 2,0
100 2,0 3,464 4,0
Potência
Aparente
(VA)
Resistência
(Ω)
Reatância
Indutiva
(Ω)
Impedância
(Ω)
1,0 1,0 0,00 1,0
2,0 2,5 0,00 2,5
4,0 4,0 0,00 4,0
5,0 5,0 0,00 5,0
Potência
Aparente
(VA)
Resistência
(Ω)
Reatância
Indutiva
(Ω)
Impedância
(Ω)
8,0 7,2 3,487 8,0
10,0 9,0 4,359 10,0
20,0 18,0 8,720 20,0
4
III – METODOLOGIA
Para se atingir as metas definidas nos
objetivos deste projeto utilizou-se a seguinte
metodologia descrita em detalhes abaixo:
Levantamento Bibliográfico: conhecer
em detalhes as normas que abordam
assuntos referentes a transformadores de
corrente em sistemas elétricos de potência;
Entendimento das definições,
terminologias e fenômenos de
transformadores de corrente: com o
objetivo de estudar o equipamento, suas
particularidades e características.
Estudo de especificações e pareceres
técnicos sobre transformadores de
corrente: através de material
disponibilizado pelas principais empresas
doa ramo da transmissão e distribuição de
energia elétrica, será estudado como é
solicitado o equipamento aos fabricantes;
Estudo e programação do software
LabVIEW: Serão estudadas maneiras de
se realizar a lógica de funcionamento do
programa.
IV – RESULTADOS E DISCUSSÃO
Considerando os procedimentos descritos na
metodologia foram desenvolvidos vários estudos
sobre o fato de atualmente não existir um software,
que de forma simples e completa, especifique um
equipamento tendo como base a norma NBR
5856:2015 e caso seja necessário, adotar normas
complementares que se aplicam no cenário
nacional.
Para isso, então foi iniciado um estudo [10]
[11] [12] para padronizar e facilitar as informações
necessárias e suficientes para que o fabricante possa
desenvolver e fabricar o equipamento de acordo
com a real solicitação do cliente. O guia tem por
objetivo diminuir os erros no momento de
especificar o Transformador de Corrente [13] por
parte do usuário, otimizando o processo de
fabricação como um todo. O que se espera é uma
redução de tempo e uma melhor interação entre
usuários e fabricantes.
Para que o desenvolvimento do programa
fosse possível, foi traçado 3 grandes atividades:
1. Verificar os problemas;
2. Solução para o problema;
3. Desenvolvimento do programa.
Estas tarefas serão descritas em detalhes
abaixo.
IV.1. Verificar Problemas
Nesta primeira atividade, buscaram-se saber
quais eram os problemas mais críticos encontrados
entre as empresas fabricantes de transformadores de
corrente e os seus clientes, no caso as companhias
de energia elétrica. Analisando o processo
completo, desde o momento da negociação do
equipamento, até o mesmo ser entregue, foi
possível concluir que a troca de informações entre
cliente e fabricante é totalmente sem padrão, ou
seja, nenhuma delas busca definir um número
correto e suficiente, de informações básicas e
fundamentais para a construção do equipamento.
Isso torna o processo aberto a possíveis erros,
permitindo que um equipamento seja fabricado sem
atender as expectativas do cliente que o solicita.
Tendo como resultado projetos mais caros, devido à
aditivos contratuais gerados por retrabalho afim de
adequar o equipamento.
IV.2. Solução para o problema
De frente ao problema analisado e
questionado anteriormente, surgiu então a idéia de
se criar um programa que seria um guia de apoio,
que de uma forma simples e bastante intuitiva,
fizesse o cliente (ex: integradoras do setor elétrico)
enviar exatamente as informações necessárias e
fundamentais para o desenvolvimento e construção
do transformador de corrente, e atendesse de forma
eficaz as suas necessidades. Esse guia tem por
finalidade reduzir gastos desnecessários por ambas
às partes do processo.
Para isso, utilizou-se como ferramenta de
apoio para nosso desenvolvimento, o programa
LabView juntamente com a Norma ABNT NBR
6856 de Outubro de 2014, vigente a partir de 5 de
Março de 2015.
IV.3. Desenvolvimento do programa
O programa em questão veio com a idéia de
facilitar a troca de informações entre as duas partes
do processo de fabricação de um transformador de
corrente. Para isso, decidiu-se criar uma plataforma
que orientasse, de forma a dar ao cliente apenas as
opções de resposta, suficientes e necessárias, para a
construção do TC. Eliminando assim dois
problemas de uma só vez, o tempo do processo de
fabricação e retrabalhos futuros. Para isso, nossa
principal referência técnica foi a norma ABNT
NBR 6856, que forneceu informações sobre as
condições necessárias e importantes que deveriam
ser solicitadas aos clientes.
O programa possui sete abas de questões:
Informações Gerais;
Características Elétricas;
5
Núcleo de Medição;
Núcleo de Proteção;
Características Dielétricas;
Características Construtivas;
Inspeção e Ensaios solicitados.
No final do artigo encontra-se anexo a
representação das telas, identificando as sete abas e
também uma especificação técnica modelo, que
mostra o resultado da utilização do programa.
IV.3.1. Informações Gerais
A primeira aba do programa é destinada à
coleta de informações, direcionada ao departamento
Comercial, como por exemplo, Cliente, Localidade,
Quantidade de Equipamentos, Transporte, Altitude,
Normas Complementares, entre outras informações
gerais. O diferencial nesta aba é que através desses
dados coletados seja possível definir brevemente
algumas situações futuras.
No caso do transporte, poder saber se o
cliente gostaria ou não de ter o transformador
descarregado diretamente no local de instalação,
que facilita a logística dentro da empresa fabricante.
O importante desta informação é definir qual
das partes que será responsável pela descarga do
equipamento.
Para questão da altitude, a norma prevê que
seja informada a altitude do local de instalação do
transformador de corrente. Pois para altitudes
superiores a 1000 metros, deverá ser fabricado em
condições especiais.
E por fim, as normas complementares que
norteiam a construção do equipamento, não
deixando de lado, algum requisito exigido pelo
cliente, como características especiais de
construção e informações referentes ao meio
ambiente.
Pode-se observar esta aba, na Figura 2 em
anexo.
IV.3.2. Características Elétricas
Nesta aba, o cliente terá que fornecer as
informações com relação às características elétricas
exigidas pela nova subestação, como dados
solicitados pelo sistema elétrico e características a
serem suportadas pelo o equipamento.
Para esta aba foi criada uma lógica em que
direciona o cliente a partir da primeira escolha, que
é a Classe de Tensão do sistema elétrico. Em
função disso, o programa limita algumas opções de
escolha das próximas informações a serem
solicitadas a fim do cliente não cometer um
equívoco e consequentemente evitar um erro de
fabricação. Ou seja, ao escolher a Classe de Tensão,
os valores de Tensões de Manobra e Impulso
Atmosférico terão os valores pré-estabelecidos em
função de um máximo permitido pela Tensão
escolhida inicialmente.
Os dados de entrada nessa fase são:
Tensão Nominal;
Frequência;
Tensão Máxima do Equipamento;
Aterramento do Neutro do Sistema;
Corrente Primária Nominal;
Corrente Suportável Nominal de Curta
Duração em 1 Segundo;
Valor de Crista Nominal de Corrente de
Curta Duração.
Esta segunda aba pode ser observada na
Figura 3, em anexo.
IV.3.3. Núcleo de Medição
Nesta etapa é onde se define o Núcleo de
Medição do Transformador de Corrente. Isso é
possível através da definição de sua corrente
secundária, que permite a definição das cargas
corretas para o equipamento em questão.
Para alguns itens a serem preenchidos nesta
aba, surgem determinados avisos com observações
mediante a sua escolha, com destaque para as novas
classes adicionadas com a revisão da Norma, sendo
0,3S e 0,6S as chamadas classes especiais.
Existe também um controle realizado pela
programação desenvolvida, que limita o número de
núcleos em função da sua Classe de Tensão, uma
vez que isso influencia no tamanho da caixa de
blindagem, onde são dispostos os núcleos do
equipamento. E consequentemente delimita o
espaço interno disponível.
Ao concluir o preenchimento desta aba
estarão definidas todas as informações necessárias
para o fabricante desenvolver o núcleo de medição
do Transformador de Corrente em questão.
Para essa etapa foram considerados os
seguintes dados de entrada:
Número de Secundários;
Corrente Secundária Nominal;
Relação Nominal de Transformação de
Corrente;
Classe de Exatidão;
Carga;
Fator de segurança;
Fator Térmico.
Na Figura 4 em anexo, uma foto da terceira
aba no programa.
IV.3.4. Núcleo de Proteção
Semelhante à aba anterior, essa etapa tem
por finalidade, definir as características necessárias
6
para que o transformador de corrente seja
construído para atuar no sistema de proteção da
subestação especificada.
A partir da escolha da classe que será
utilizada, os espaços de entrada relacionados serão
habilitados, de forma que o usuário do programa
entre somente com os valores necessários. Assim é
possível que o usuário possa escolher entre as
classes 5P, 10P, 5PR, 10PR, PX e PXR, de forma
coerente, de acordo com a norma brasileira. Nessa
fase do programa, existe a opção de escolher a
classe TPY, utilizando como norma complementar
a IEC 61869-2 para especificação de dados de
regime transitório em curto circuito assimétrico,
habilitando assim, as entradas necessárias (kss,
X/R, trf, t',t"al, t'al, carga e cos φ).
No final, serão definidas todas as
informações necessárias para que o fabricante
atenda a aplicação que o cliente solicita.
Foram considerados os seguintes dados de
entrada:
Número de Secundários;
Corrente Secundária Nominal;
Relação Nominal de Transformação de
Corrente;
Máxima Corrente Primária Nominal;
Classe Exatidão;
Carga;
Fator limite de exatidão.
Dependendo da classe selecionada serão
habilitados os dados necessários para compor a
informação desejada pelo fabricante e assim atender
a necessidade do cliente.
Pode-se observar esta quarta aba, na Figura 5
em anexo.
IV.3.5. Características Dielétricas
Nesta aba são solicitadas ao cliente, as
informações referentes aos Níveis de Isolamento
Primário e Secundário e as Características do
Isolador do equipamento. É nesta etapa que são
fornecido os valores, citados anteriormente, de
Tensões de Manobra e Impulso Atmosférico, os
quais dependem da Classe de Tensão fornecida na
segunda aba. Isso funciona através da lógica criada
para limitar as opções de resposta do cliente,
evitando o erro na construção.
A Figura 6 em anexo, retrata a quinta aba do
programa.
IV.3.6. Características Construtivas
Nesta etapa serão ofertados ao cliente todos
os acessórios que o fabricante poderá fornecer para
a construção do Transformador de Corrente, como
por exemplo, material do Terminal Primário,
material do Conector Secundário, Tipo de Furação,
Pintura, entre outras opções construtivas. Nessa aba
tem-se a intenção de configurar detalhes
importantes que muitas vezes são causas de
retrabalho na linha de produção, num eventual
ajuste de contrato, devido alguma informação
omitida.
Abaixo, em anexo na Figura 7, está uma foto
da sexta aba do programa.
IV.3.7. Inspeção e Ensaios solicitados
A última etapa antes de gerar o relatório em
PDF para a construção do equipamento, o cliente
informa quais os ensaios a serem apresentados na
oferta. Nesta etapa não estão os Ensaios de Rotina,
que o fornecimento obrigatório. Existe a opção de
selecionar os Ensaios de Tipo e Especiais se caso
for necessário, e a opção de incluir ou não, as
despesas de um inspetor do cliente para estar
acompanhando os ensaios. Além disso, a
quantidade de peças que serão inspecionadas. A
informações consideradas nessa fase, são utilizadas
pelo departamento de propostas do fabricante, para
considerar custos extras que devem ser incluídos e
considerados no momento da oferta.
Na figura 8 em anexo, pode-se ver a foto da
última aba do programa.
IV.3.8. Relatório de Especificação em PDF
Após preencher todas as etapas anteriores,
surgirá uma mensagem questionando se deseja
gerar o seu relatório em PDF. Caso ainda não tenha
interesse, uma mensagem de configuração
Incompleta ficará como alerta na tela.
Quando realmente decidir finalizar e gerar o
relatório, um botão “Gravar PDF” poderá ser
acionado, iniciando o processo de emissão do
arquivo em PDF. Este arquivo garante ao cliente
que seu Transformador de Corrente será fabricado
conforme as características que foram solicitadas.
Levando em conta os padrões de qualidade do
fabricante, assim como os padrões visados pela
norma. Uma Especificação modelo está em anexo,
para exibir o resultado final deste processo, após
completar o preenchimento de todas as abas do
programa.
V– CONCLUSÕES
As simulações realizadas com o programa
desenvolvido mostraram resultados satisfatórios, ou
seja, com a utilização desta plataforma a
especificação de Transformadores de Corrente se
tornou mais rápida e livre de erros, uma vez que o
usuário preenche as informações solicitadas
satisfazendo os requisitos da Norma. Tendo como
resposta, uma folha de especificação adequada ao
7
fabricante e em sintonia com as expectativas do
cliente.
.O resultado final é muito mais positivo se
for analisado o ponto de vista de outras áreas que
serão impactadas pela utilização dessa ferramenta,
já que se pode citar benefícios nos setores de
contratos, planejamento, compras e claro, o
departamento de engenharia, que trará um ganho
de produtividade para ambas as divisões, com
redução de gastos tanto na fabricação, quanto com
possíveis manutenções futuras e um equipamento
especificado de maneira a melhor atender as
solicitações do sistema elétrico.
VI – REFERÊNCIAS
[1] Frontin, S.O. – “Equipamentos de Alta
Tensão, Prospecção e Hierarquização de
Inovações Tecnológicas”, Brasília, 2013.
[2] http://brasil.ni.com/ Acessado em 20/10/2015.
[3] ABNT – Associação Brasileira de Normas
Técnicas, “ABNT NBR 6856:2015
Transformador de corrente – Especificação e
Ensaios”, Rio de Janeiro, 2015.
[4] IEC – International Electrotechnical
Commission, “IEC 61869-2:2012 Instrument
transformers – Part 2: Additional requirements
for current transformers”.
[5] CHESF – Especificações Técnicas -
Transformadores de Corrente (500 kV, 230
kV, 138 kV e 69 kV) ET/DSE-685, Maio de
2011.
[6] CEEE Distribuição – Especificação Técnica
de Transformador de Corrente com tensão
igual ou superior a 69kV, Rio Grande do Sul,
14 de Dezembro de 2012.
[7] CELG Distribuição SA – Setor de
Normatização Técnica NTC-39
Transformador de Corrente, Gôiania, Março
de 2015.
[8] ELETRONORTE – Sistema Norte/Nordeste –
Especificação Básica do Transformador de
Corrente de 550kV, 13 de Julho de 2000.
[9] CPFL – Companhia Paulista de Força e Luz –
ET2049 Transformador de Corrente para
Subestações versão 1.0, 10 de Dezembro de
2001.
[10] ABB AB. Instrument Transformers Application Guide, Ludvika, Sweden
[11] ALSTOM GRID. Módulo I - Teoria de Transformadores de Corrente, Itajubá, 2010.
[12] ALSTOM GRID. Módulo III - Cálculo de
Transformadores de Corrente, Itajubá, 2010.
[13] D’AJUZ, A.; CARVALHO, F. M. S.
Representação de Transformadores de
Corrente no Electromagnetic Transients
Program, Congresso CIER, Lima, Peru, 1983.
VII – BIOGRAFIA
André Luiz de Castro Filho Nasceu em Careaçu (MG), em 1989. Ingressou na
UNIFEI Itajubá (MG) em 2010 no curso de
Engenharia Elétrica. Participou da equipe de
Fórmula SAE da UNIFEI, carro motor a
combustão, durante 2 anos, tendo ingressado na
equipe em 2011. Em 2013 realizou parcialmente
uma iniciação cientifica sobre "Estudo Comparativo
entre Medições de Potência e Aplicações em
Sistemas Smart Grid" pelo Centro de Excelência
em Redes Elétricas Inteligentes – CERIn. Em 2014
participou do programa de estágio de férias da
Usina Hidrelétrica Itaipu Binacional. Atualmente é
estagiário na empresa GE Grid Solutions.
Thiago Takashi Kawamukai Rios Nasceu em São José dos Campos (SP), em 1989.
Ingressou na UNIFEI, no curso de Engenharia
Elétrico, no ano de 2010. Participou das Equipes de
Fórmula SAE da UNIFEI, na subequipe de
Telemetria do carro com motor à combustão no ano
de 2011, e como Capitão Geral da Equipe do carro
com motor elétrico durante os anos de 2012 e 2013,
totalizando um período de dois anos e meio.
Atualmente é estagiário na empresa Embraer SA,
na área de Engenharia de Manufatura do programa
KC-390.
8
ANEXOS
Figura 2 - Informações Gerais
Figura 3 - Características Elétricas
9
Figura 4 - Núcleo de Medição
Figura 5 - Núcleo de Proteção
10
Figura 6 - Características Dielétricas
Figura 7 - Características Construtivas
11
Figura 8 - Inspeção e Ensaios Solicitados
Figura 9 - Folha 1 da Especificação gerada
Figura 10 - Folha 2 da Especificação gerada
12
Figura 11 - Folha 3 da Especificação gerada