TRANSFORMADORES DE CORRENTE

Embed Size (px)

Citation preview

TRABALHO DE PROTECES DE SISTEMAS ELCTRICOS FACULDADE DE ENGENHARIA - UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO ( UAN)

ndice ndice.....1 1- Introduo.2 2- Transformador de Corrente3 2.1- Terminologia 4 2.2- Principais Dados Para Especificao Do TC......7 2.3- Forma De Conectar No Circuito.8 2.5- Polaridade.....10 2.6- Segurana..11 1.7- Exatido De Tcs Para Fins De Proteo11 2.8- Saturao...13 2.9- Saturao Ac.14 2.10- Impedncia Do Tc (Ztc)..14 2.11- Impedncia Da Fi Ao...14 2.12- Impedncia Dos Dispositivos De Proteo..15 2.13- Rels De Disco De Induo.....15 2.14- Saturao Dc..16 2.15- Medidas Para Reduzir Ou Evitar Os Efeitos Da Saturao.17 2.16- Coordenao Com Os Rels18 3- Concluso..19 4. Agradecimento..20 5- Bibiografia.21

Docente: MSC. EMLIO FRANCISENA E MSC. MENDES DAVID Elaborado por: Hlder Nzuzi Domingos e Manuel Imperial

5 Ano 2011/2012

1

TRABALHO DE PROTECES DE SISTEMAS ELCTRICOS FACULDADE DE ENGENHARIA - UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO ( UAN)

1- INTRODUO A proteo de equipamentos, tanto para a segurana de pessoas como de patrimnio, factor fundamental para o funcionamento satisfatrio das instalaes. Os rels e medidores de grandezas eltricas, geralmente so conectados ao sistema depotncia atravs de transformadores de corrente (TCs) e/ou potencial (TPs). Dispositivos deacoplamento capacitivo, atuando como divisores de tenso (divisores capacitivos ou TPCs), eacopladores lineares, so tambm usados (TCs ticos). Um transformador de corrente (abreviadamente TC ou TI) um dispositivo que reproduz no seu circuito secundrio, a corrente que circula em um enrolamento primrio com sua posio vetorial substancialmente mantida, em uma proporo definida, conhecida e adequada. Os transformadores de corrente, tambm chamados de transformadores de instrumentos, utilizados em aplicaes de alta tenso (situaes essas onde circulam, frequentemente, altas correntes), fornecem correntes suficientemente reduzidas e isoladas do circuito primrio de forma a possibilitar o seu uso por equipamentos de medio, controle e proteo.

Docente: MSC. EMLIO FRANCISENA E MSC. MENDES DAVID Elaborado por: Hlder Nzuzi Domingos e Manuel Imperial

5 Ano 2011/2012

2

TRABALHO DE PROTECES DE SISTEMAS ELCTRICOS FACULDADE DE ENGENHARIA - UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO ( UAN)

2- TRANSFORMADORES DECORRENTE O transformador de corrente (TC) um equipamento monofsico que possui dois enrolamentos, um denominado primrio e outro denominado secundrio, sendo isolados eletricamente um do outro, porm, acoplados magneticamente e que so usados para reduzir a corrente a valores baixos (normalmente 1 A ou 5 A) com o objetivo de promover a segurana do pessoal, isolar eletricamente o circuito de potncia dos instrumentos e padronizar os valores de corrente de rels e medidores. As normas/guias utilizadas para a elaborao deste trabalho so a ABNT NBR 6856, IEEE Standart C57.13-1993, IEC 60044-1, IEC 600446, IEEE Standart C37.110-2007.

Docente: MSC. EMLIO FRANCISENA E MSC. MENDES DAVID Elaborado por: Hlder Nzuzi Domingos e Manuel Imperial

5 Ano 2011/2012

3

TRABALHO DE PROTECES DE SISTEMAS ELCTRICOS FACULDADE DE ENGENHARIA - UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO ( UAN)

2.1 - TERMINOLOGIA - Burden de um rel: a carga que o rel impe no circuito onde conectado. - Burden de TC: Potncia secundria que um TC pode entregar. O burden normalmente expresso em VA ou em Ohms. - Caracterstica de excitao secundria: a curva caracterstica que representa a tenso secundria que o TC entrega em funo da corrente excitao. Esta curva normalmente apresentada em escala bilogartmica com a tenso secundria Vs plotada no eixo das ordenadas e a corrente de excitao secundria, no eixo das abscissas. A Figura 1 mostra uma caracterstica de excitao secundria de um TC. - Exatido: A exatido expressa o erro mximo que o TC admite para uma condio especifi cada. Por exemplo, a exatido ABNT 10B100 signifi ca que o referido TC foi projetado para admitir um erro mximo de 10% para 20 In e consegue entregar at 100 V. importante lembrar que a classe de exatido do TC dada na maior relao. - Fator de sobrecorrente nominal: o fator que, aplicado corrente nominal secundria, ir dizer at onde o TC mantm o erro (trabalha na regio linear da curva de saturao e suas proximidades) quando o nominal est conectado no secundrio. - Fator trmico nominal: Traduz a sobrecarga de corrente que o TC suporta permanentemente. Os fatores trmicos nominais conforme a ABNT NBR 6856 so 1, 1.2, 1.3, 1.5 e 2.

Docente: MSC. EMLIO FRANCISENA E MSC. MENDES DAVID Elaborado por: Hlder Nzuzi Domingos e Manuel Imperial

5 Ano 2011/2012

4

TRABALHO DE PROTECES DE SISTEMAS ELCTRICOS FACULDADE DE ENGENHARIA - UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO ( UAN)

- Fator de saturao [KS]: a relao da tenso de saturao Vx do TC e a tenso de excitao. Este fator expressa o quo prximo da saturao o TC est para uma dada aplicao. Vide defi nio de tenso de saturao Vx. - Fluxo residual ou remanescente: a densidade de fl uxo na qual mesmo a fora magneto-motriz sendo zero, o material est em uma condio, simetricamente e ciclicamente, magnetizado. A remanescncia ocorre quando a densidade de fl uxo fi ca mantida em um circuito mesmo aps a remoo da fora magneto-motriz. - Saturao: Estado que atinge um TC quando sai da regio de resposta linear, seja por elevada corrente primria, elevado burden secundrio, elevada componente DC ou por fl uxo remanescente. - Saturao AC: A saturao dita AC quando a tenso de componente alternada da corrente de curto-circuito, gerada pelo produto da corrente curto-circuito simtrica AC referida ao secundrio pela impedncia total do circuito secundrio, ultrapassa a tenso mxima que o TC pode gerar. - Saturao DC: A saturao dita DC quando provocada por uma corrente de curto-circuito assimtrica, sendo a tenso secundria diretamente proporcional relao X/R do circuito. A componente DC aumenta o fl uxo na relao (1 + X/R) x o fl uxo resultante da componente senoidal. - TC de bucha: um TC do tipo janela que montado na bucha de equipamentos, tais como transformadores, disjuntores, etc. - TC Ground Sensor (TC GS): Tambm uma forma de TC janela, porm, as trs fases passam dentro da mesma janela e so utilizadas para proteo de terra, pois em circuitos equilibrados a soma das trs correntes dentro da janela se anula. Em condies de falta terra, a soma das correntes no se anula, uma tenso secundria induzida e uma corrente ir circular. - TC janela: um TC cujo enrolamento secundrio isolado e montado sobre o ncleo, mas no apresenta nenhum enrolamento primrio como parte integrante do TC. O enrolamento primrio apresenta uma nica espira que consiste do prprio condutor que passa dentro da janela do ncleo. - TC RM: um TC de relaes mltiplas que podem ser obtidas pelo uso de tapes no enrolamento secundrio.Docente: MSC. EMLIO FRANCISENA E MSC. MENDES DAVID Elaborado por: Hlder Nzuzi Domingos e Manuel Imperial5 Ano 2011/2012

5

TRABALHO DE PROTECES DE SISTEMAS ELCTRICOS FACULDADE DE ENGENHARIA - UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO ( UAN)

- Tenso de ponto de joelho (knee point voltage): A norma ANSI apresenta duas defi nies: Ponto sobre a curva de excitao secundria em que uma reta tangente a ela faz uma inclinao de 45 com o eixo das abscissas. A curva de excitao secundria deve ser plotada em escala bilogartmica, cujas ordenadas e abscissas tenham o mesmo valor de dcada (dcada quadrada). Esta defi nio se aplica para TCs sem gap ou entreferro. Quando o TC possui entreferro, a defi nio a mesma, substituindo-se a inclinao da reta tangente de 45 para 30. Veja a Figura. Tenso senoidal de frequncia nominal aplicada aos terminais secundrios de um TC com os demais enrolamentos abertos que, incrementada em 10%, ir provocar um aumento na corrente de excitao de 50%. Esta defi nio tambm a mesma da norma IEC 60044-6.

Como nem sempre se dispe da curva de saturao para se efetuar um clculo aproximado da tenso de ponto de joelho (VKP), para um rel diferencial de alta impedncia pode-se utilizar a equao abaixo indicada:

Em que: VKP = Tenso de ponto de joelho expressa em Volts [V]Docente: MSC. EMLIO FRANCISENA E MSC. MENDES DAVID Elaborado por: Hlder Nzuzi Domingos e Manuel Imperial5 Ano 2011/2012

6

TRABALHO DE PROTECES DE SISTEMAS ELCTRICOS FACULDADE DE ENGENHARIA - UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO ( UAN)

Ri-TC = Resistncia interna secundria do TC em Ohms [] VAN-TC = Potncia nominal secundria do TC, expressa em Volt-Ampre [VA] IN-TC = Corrente nominal secundria do TC em Ampres [A] F = Fator de sobrecorrente (fator limite em que o TC mantm o erro com burden nominal) - Tenso de saturao VX: a tenso simtrica no enrolamento secundrio a qual o pico de induo excede a densidade de fl uxo de saturao. A localizao do ponto Vx determinada grafi camente pelo prolongamento das partes retas da curva, caracterstica de excitao secundria (plotada em papel log x log de mesma dcada), conforme mostrado na Figura - Tenso secundria nominal: a tenso nominal que aparece nos terminais de uma carga nominal conectada no secundrio imposta por uma corrente de 20 vezes a corrente nominal secundria, sem que o erro de relao exceda o valor especifi cado (normalmente 10% para TCs de proteo).

2.2- PRINCIPAIS DADOS PARA ESPECIFICAO DO TC Para a especifi cao de um TC geralmente deve-se estar atento s seguintes informaes: Corrente nominal primria (I1n); Relao nominal do TC (RTC); Tenso mxima e nvel de isolamento;Docente: MSC. EMLIO FRANCISENA E MSC. MENDES DAVID Elaborado por: Hlder Nzuzi Domingos e Manuel Imperial

5 Ano 2011/2012

7

TRABALHO DE PROTECES DE SISTEMAS ELCTRICOS FACULDADE DE ENGENHARIA - UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO ( UAN)

Frequncia; Carga nominal; Exatido; Nmero de ncleos para medio e proteo; Fator trmico nominal Ftn; Corrente suportvel nominal de curta-durao (curto-circuito trmica Iccth) para um segundo; Valor de crista da corrente suportvel (corrente de curtocircuito dinmica Iccdyn); Classe de isolamento; Nvel bsico de isolamento NBI (BIL); Tipo de aterramento do sistema; Uso: interior (indoor) ou exterior (outdoor). 2.3- FORMA DE CONECTAR NO CIRCUITO

O TC conectado em srie com o circuito de fora e, assim, deve provocar pouca queda de tenso no sistema. Por isso, o circuito primrio composto normalmente de poucas espiras de fi o grosso e o circuito secundrio de vrias espiras de fi o fi no. Segundo a ABNT NBR 6856, os TCs de proteo se dividem em TCs de baixa impedncia (enrolamento secundrio uniformemente distribudo no ncleo) e TCs de alta impedncia. A corrente que circula no primrio independente das caractersticas do TC e da impedncia (carga) conectada ao seu secundrio, ou seja, diferentemente do transformador de fora, quem defi ne a corrente do secundrio a corrente primria (no nem a carga e nem a corrente secundria). A Figura 4 mostra as principais partes componentes do TC. Outro aspecto importante que os transformadores de fora trabalham prximos da condio de circuito aberto, ao passo que os TCs trabalham prximos da condio de curto-circuito.

Docente: MSC. EMLIO FRANCISENA E MSC. MENDES DAVID Elaborado por: Hlder Nzuzi Domingos e Manuel Imperial

5 Ano 2011/2012

8

TRABALHO DE PROTECES DE SISTEMAS ELCTRICOS FACULDADE DE ENGENHARIA - UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO ( UAN)

2.4- CIRCUITO EQUIVALENTE DO TC O TC pode ser representado pelo circuito equivalente da Figura . Os parmetros de ndice 1 na Figura representam o circuito primrio; os de ndice 2, o circuito secundrio; e os de ndices m e e representam o circuito do ramo magnetizante.

Em que: I1 = Corrente no primrio do TC I1 = Corrente do primrio referida ao secundrio I2 = Corrente no secundrio do TC Ie = Corrente no ramo magnetizante do TC n = Nmero de espiras do TC Zc = Impedncia da carga R2 = Resistncia do enrolamento secundrio X2 = Reatncia do enrolamento secundrio Xm = Reatncia do ramo magnetizante R2 = Resistncia do enrolamento primrio referida ao enrolamentosecundrio X2 = Reatncia do enrolamento primrio referida ao enrolamentosecundrio

Docente: MSC. EMLIO FRANCISENA E MSC. MENDES DAVID Elaborado por: Hlder Nzuzi Domingos e Manuel Imperial

5 Ano 2011/2012

9

TRABALHO DE PROTECES DE SISTEMAS ELCTRICOS FACULDADE DE ENGENHARIA - UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO ( UAN)

2.5- POLARIDADE A polaridade de um TC indica a direo instantnea relativa das correntes primrias e secundrias. A polaridade representa a forma de enrolar o TC. A polaridade pode ser subtrativa, que a polaridade default no Brasil, ou pode ser aditiva. Vide a representao dessas polaridades em esquemas unifilares.

Na Figura observa-se que quando a corrente primria I1 entra na polaridade P1, a corrente secundria I2 sai pela polaridade S1 (correnteDocente: MSC. EMLIO FRANCISENA E MSC. MENDES DAVID Elaborado por: Hlder Nzuzi Domingos e Manuel Imperial5 Ano 2011/2012

10

TRABALHO DE PROTECES DE SISTEMAS ELCTRICOS FACULDADE DE ENGENHARIA - UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO ( UAN)

entrando na polaridade primria corrente saindo pela polaridade secundria). A forma de representar o TC de polaridade subtrativa nos esquemas unifi lares apresentada na Figura . Na Figura observa-se que quando a corrente primria I1 entra na polaridade P1, a corrente secundria I2 sai pela polaridade S2 (corrente entrando na polaridade primria corrente entrando pela polaridade secundria). A forma de representar o TC de polaridade aditiva nos esquemas unifi lares apresentada na Figura. 2.6- SEGURANA Nunca se deve deixar o secundrio do TC aberto. No circuito equivalente do TC (apresentado na Figura 8) pode-se observar que, ao abrir seu secundrio, toda corrente, que normalmente vai para a carga, s tem agora um caminho atravs do ramo magnetizante, o qual se sabe que apresenta impedncia muito elevada. Ao se passar esta corrente elevada nesta impedncia tambm elevada, surge uma sobretenso que pode chegar a alguns kVs, colocando em risco a vida das pessoas que esto trabalhando em seu secundrio, bem como o risco de sua exploso por este no suportar sobretenses por tempo prolongado.

1.7- EXATIDO DE TCS PARA FINS DE PROTEO ABNT NBR 6856 Na norma ABNT NBR 6856, a exatido expressa, por exemplo, na forma 10B100. O nmero 10 representa o erro mximo em %, a 20 xIn (100 A secundrios, se In = 5 A), com burden (carga) nominal. A letra B signifi ca que o TC de baixa impedncia.Docente: MSC. EMLIO FRANCISENA E MSC. MENDES DAVID Elaborado por: Hlder Nzuzi Domingos e Manuel Imperial5 Ano 2011/2012

11

TRABALHO DE PROTECES DE SISTEMAS ELCTRICOS FACULDADE DE ENGENHARIA - UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO ( UAN)

Poderia ser A, o que signifi caria que o TC seria de alta impedncia. O nmero 100 signifi ca que o TC consegue entregar at 100 V para carga, na condio de 20 xIn e burden nominal. Burden Impedncia de carga imposta ao secundrio do TC em condies especifi cadas. Por exemplo, para a exatido supracitada o burden mximo que pode ser imposto ao TC ser: Norma IEEE Std C57.13-1993 Na norma IEEE Std C57.13, a exatido expressa, por exemplo, na forma: C100. Embora no aparea, implcito que o erro mximo de 10%. A letra C signifi ca que o erro pode ser calculado (equivale ao TC de baixa impedncia da ABNT). Poderia ser T, o que signifi caria que para o clculo do erro o TC deve ser testado, ou seja, necessita da curva de saturao. O nmero 100 signifi ca que o TC consegue entregar at 100 V para carga, na condio de 20 xIn e burden nominal. Por exemplo, para a exatido supracitada o burden mximo que pode ser imposto ao TC ser: Norma IEC 60044-1 2003 Na norma IEC 60044-1, a exatido expressa, por exemplo, na forma: 15 VA Class 10P20. O nmero 15 signifi ca que o TC consegue entregar at 15 VA na condio de 20 xIn e burden nominal. Note que o 20 xIn se deve ao 20 que aparece em 10P20. Os VAs nominais padronizados so 2,5 VA, 5 VA, 10 VA, 15 VA e 30 VA. Acima de 30 VA pode-se especifi car o valor desejado (conforme item 4.4 da norma). A palavra Class aponta a classe do TC e o nmero 10 indica que o erro mximo de 10%. Este nmero pode ser 5% ou 10% (conforme item 12.2.2 da norma). A letra P signifi ca que o TC para fi ns de proteo e o nmero 20 o ALF (Accuracy Limit Factor), que signifi ca que o TC consegue entregar os VAs nominais para burden nominal e corrente de at 20 xIn. Os valores padronizados de ALF so: 5, 10, 20 ou 30 (item 12.1 da norma). A norma IEC 60044-6 prev transformadores que podem ser construdos para gerar baixo fl uxo remanescente durante transitrios. Estes baixos valores so conseguidos por meio de pequenos gaps (ordem de 0.12 mm) que acabam por limitar o fl uxo remanescente mesmo para correntes assimtricas primrias. As classes previstas para estes TCs na norma IEC 60044-6 so: P, TPS, TPX, TPY e TPZ. P O limite de exatido defi nido pelo erro composto com a corrente primria simtrica de regime permanente. Nenhuma limitao para o fl uxo remanescente.Docente: MSC. EMLIO FRANCISENA E MSC. MENDES DAVID Elaborado por: Hlder Nzuzi Domingos e Manuel Imperial

5 Ano 2011/2012

12

TRABALHO DE PROTECES DE SISTEMAS ELCTRICOS FACULDADE DE ENGENHARIA - UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO ( UAN)

TPS Transformador de corrente com baixo fl uxo de disperso, cuja performance defi nida pela caracterstica de excitao secundria e os limites de erro da relao de espiras. Nenhuma limitao para o fl uxo remanescente. TPX O limite de exatido defi nido pelo erro instantneo de pico durante um ciclo transitrio especifi cado. Nenhuma limitao para o fl uxo remanescente. TPY O limite de exatido defi nido pelo erro instantneo de pico durante um ciclo transitrio especifi cado. O fl uxo remanescente no excede 10% do fl uxo de saturao. TPZ O limite de exatido defi nido pelo erro da componente AC instantnea de pico durante uma energizao simples, com mximo deslocamento DC para uma constante de tempo secundria especifi cada. Nenhum requisito para limitao da componente DC. O fl uxo remanescente deve ser desprezvel. Nota: Ao especifi car uma classe diferente de P (TPS, TPX, TPY ou TPZ), preciso fornecer ao fabricante as informaes pertinentes para a classe especifi cada. Os TCs TPY e TPZ podem ser especifi cados para sistemas que utilizam religamentos (funo 79), em que o magnetismo remanescente pode causar operaes indevidas. 2.8- SATURAO Idealmente, os TCs devem reproduzir, de maneira fiel, no secundrio a corrente do circuito primrio. Uma vez que o ncleo do TC feito de material saturvel, quando ele atinge a regio de saturao a corrente secundria no ter mais a forma senoidal e no mais reproduzir fi elmente a corrente primria. Quando isto ocorre, podemos afi rmar que o TC saturou. Os seguintes fatores podem promover a saturao do TC: - Elevado burden (carga conectada) secundrio; - Elevada corrente primria; - Assimetria da corrente de falta; - Fluxo remanescente no ncleo do TC. Existem dois tipos fundamentais de TC, um para fi m de medio e outro para fi m de proteo. Ambos os tipos devem reproduzir fielmente a corrente primria de interesse, sem danifi car os dispositivos instalados no secundrio, que so expressas na sua exatido. Um TC de proteo deve reproduzir fi elmente as correntes de falta eu um TC de medio deve reproduzir fi elmente as correntes de carga. Assim, interessante que o mesmo sature a partir de certo valor de corrente para no danifi car os medidores instalados em seu secundrio. Atualmente, como muitos relsDocente: MSC. EMLIO FRANCISENA E MSC. MENDES DAVID Elaborado por: Hlder Nzuzi Domingos e Manuel Imperial5 Ano 2011/2012

13

TRABALHO DE PROTECES DE SISTEMAS ELCTRICOS FACULDADE DE ENGENHARIA - UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO ( UAN)

possuem unidades de medio tambm incorporadas, os TCs devem ser de proteo, pois os rels j so projetados para suportarem as elevadas correntes de curto-circuito.

2.9- SATURAO AC A saturao dita AC quando o valor determinado pela equao abaixo exceder o valor da tenso mxima secundria. Vs = Zs x Is Em que: Vs = Tenso de saturao [V] Zs = ZTC+ZC+ZR (Vide item Particularidades das impedncias nas conexes em sistemas trifsicos Tabela 2). Caso o valor da tenso Vs seja comparado com a tenso da curva excitao ensaiada do TC, o valor de Zs ser Zs = ZC+ZR. ZTC = Impedncia do TC ZR= Impedncia dos rels ZC = Impedncia dos cabos secundrios Is = Icc /RTC Icc = Corrente de curto-circuito RTC = Relao do TC = N2 / N1 Assim, este tipo de saturao pode ocorrer por excesso de impedncia conectada no secundrio ou por elevadas correntes de falta. 2.10- IMPEDNCIA DO TC (ZTC) A impedncia dos TCs deve ser obtida junto aos fabricantes. Na falta dessa informao, os seguintes valores podem ser utilizados: ZTC = 0.00234 x RTC + 0.0262 O autor Stanley Zocholl sugere que: - Para TCs de elevada relao (tais como 3000-5A) utilizar ZTC=0.0025 /espira - Para TCs de relaes baixas (tais como 300-5A) utilizar ZTC =0.005 /espira 2.11- IMPEDNCIA DA FI AODocente: MSC. EMLIO FRANCISENA E MSC. MENDES DAVID Elaborado por: Hlder Nzuzi Domingos e Manuel Imperial5 Ano 2011/2012

14

TRABALHO DE PROTECES DE SISTEMAS ELCTRICOS FACULDADE DE ENGENHARIA - UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO ( UAN)

ZFIAO = ZC = FATOR x ZCABO [/km] x L[km] Para valor do fator, consultar item Particularidades das impedncias nas conexes em sistemas trifsicos Tabela 2. Apresenta-se a seguir a tabela da fi ao mais comumente utilizada no secundrio dos TCs.

transformers que a impedncia da fi ao para bitolas em AWG pode ser calculada a partir da equao seguinte: RFIAO = e0.232G-2.32 [/1000 ft] Em que: G = Nmero da bitola AWG 2.12- IMPEDNCIA DOS DISPOSITIVOS DE PROTEO Quando dada em VA, a impedncia calculada por:

Quando existe rel de sobrecorrente de neutro em conexo residual ou outros rels (67,32, etc), a impedncia total dada por: ZPROT = ZREL-1 + ZREL-2 + .... + ZREL-N 2.13- RELS DE DISCO DE INDUODocente: MSC. EMLIO FRANCISENA E MSC. MENDES DAVID Elaborado por: Hlder Nzuzi Domingos e Manuel Imperial

5 Ano 2011/2012

15

TRABALHO DE PROTECES DE SISTEMAS ELCTRICOS FACULDADE DE ENGENHARIA - UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO ( UAN)

Normalmente os fabricantes fornecem a impedncia no menor tape (menor valor da faixa de ajuste). Para determinar a impedncia correspondente do rel em outro tape, basta utilizar a equao de equivalncia da potncia aparente: ZNOVO TAPE . I2 NOVO TAPE = ZTAPE MIN . I2 TAPE MIN

A impedncia do rel de disco de induo varia com a corrente que est passando nele tambm. Assim, devem-se consultar os respectivos fabricantes que mostram a variao da impedncia com a corrente. Alguns fabricantes apresentam uma curva caracterstica, outros do uma tabela da variao da impedncia com a corrente para alguns valores. A ordem de grandeza das impedncias de Ohms. 2.14- SATURAO DC A saturao dita DC quando a componente DC da corrente de curto-circuito do sistema faz o valor da tenso de saturao, dada pela equao abaixo, exceder o valor da tenso mxima secundria do TC.

Em que: VS = Tenso de saturao [V] ZS = ZTC+ZC+ZR (vide item Particularidades das impedncias nas conexes em sistemas trifsicos). Caso o valor da tenso Vs seja comparado com a tenso da curva excitao ensaiada do TC, o valor de Zs ser ZS = ZC+ZR ZTC = Impedncia do TC ZR = Impedncia dos rels ZC = Impedncia dos cabos secundrios IC = Icc /RTC Icc = Corrente de curto-circuito RTC = Relao do TC = N2 / N1 X/R = Relao X/R do sistema no ponto de falta

Docente: MSC. EMLIO FRANCISENA E MSC. MENDES DAVID Elaborado por: Hlder Nzuzi Domingos e Manuel Imperial

5 Ano 2011/2012

16

TRABALHO DE PROTECES DE SISTEMAS ELCTRICOS FACULDADE DE ENGENHARIA - UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO ( UAN)

Assim, este tipo de saturao pode ocorrer por excesso de impedncia conectada no secundrio, por elevadas correntes de falta, pela assimetria (X/R) ou pelo fl uxo remanescente. Se a carga conectada no secundrio do TC indutiva, a equao anterior deve ser corrigida:

Para levar em conta possveis pr-magnetizaes (na piorcondio):

2.15- MEDIDAS PARA REDUZIR OU EVITAR OS EFEITOS DA SATURAO As principais medidas para a reduo ou eliminao dos efeitos da saturao so: Reduo do burden imposto ao secundrio; Aumento da relao do tc; Aumento da seo do ncleo; Limitar o valor da corrente de curto-circuito; Aumento da tenso secundria nominal do tc; Utilizao de tcs auxiliares; Utilizao de bobinas de rogowski; Utilizao de rels que tenham um fi rmware que lineariza a curva de saturao, corrigindo a corrente vista pelo rel; Utilizao de tcs especialmente projetados para os efeitos transitrios, tais como aqueles que diminuam o fl uxo de disperso e os efeitos do magnetismo remanescente; Utilizar rels digitais que possuem tcnicas para identifi car que o TC saturou e atuam para melhorar o valor da corrente.

Docente: MSC. EMLIO FRANCISENA E MSC. MENDES DAVID Elaborado por: Hlder Nzuzi Domingos e Manuel Imperial

5 Ano 2011/2012

17

TRABALHO DE PROTECES DE SISTEMAS ELCTRICOS FACULDADE DE ENGENHARIA - UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO ( UAN)

2.16- COORDENAO COM OS RELS Deve-se fazer a escolha correta da relao dos TCs que suprem os rels. Via de regra, os rels digitais atuais possuem uma caracterstica trmica de curta durao de 100 xIn durante 1 segundo. Assim, para 5 A suportam 500 A durante um segundo. Para que haja coordenao entre os TCs e o rel, a seguinte equao deve ser respeitada:

Docente: MSC. EMLIO FRANCISENA E MSC. MENDES DAVID Elaborado por: Hlder Nzuzi Domingos e Manuel Imperial

5 Ano 2011/2012

18

TRABALHO DE PROTECES DE SISTEMAS ELCTRICOS FACULDADE DE ENGENHARIA - UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO ( UAN)

3- CONCLUSO Embora todos os TCs tenham o mesmo princpio de funcionamento, h d se considerar as caractersticas de projeto que diferenciam os TCs de proteo dos de medio. As diferenas bsicas so: TCs de medio tm classe de exatido 0,3, 0,6 e 1,2 % , determinadas de acordo com os paralelogramos de exatido, onde so levados em conta os erros de relao e fase; TCs de proteo tm classe de exatido 10% , onde levado em considerao somente o erro de relao. De acordo com a ABNT, considera-se que um TC de proteo est dentro de sua classe de exatido, em condies especificadas, quando o seu erro se mantm dentro dos 10% , para valores de corrente at 20 vezes a corrente nominal do mesmo; Os ncleos dos TCs de medio so feitos de materiais de alta permeabilidade magntica (pequena corrente de magnetizao, consequentemente pequenas perdas e pequenos erros), entretanto entram em saturao rapidamente quando uma corrente no enrolamento primrio Atinge um valor prximo de 4 vezes corrente nominal primria ; Os ncleos dos TCs de proteo so feitos de materiais que no tm a mesma permeabilidade magntica dos TCs de medio, no entanto s iro saturar para correntes primrias muito superiores ao seu valor nominal ( da ordem de 20 vezes), refletindo conseqentemente em seu secundrio uma corrente cerca de 20 vezes o valor nominal desta .

Docente: MSC. EMLIO FRANCISENA E MSC. MENDES DAVID Elaborado por: Hlder Nzuzi Domingos e Manuel Imperial

5 Ano 2011/2012

19

TRABALHO DE PROTECES DE SISTEMAS ELCTRICOS FACULDADE DE ENGENHARIA - UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO ( UAN)

4. AGRADECIMENTO Rendemo-lhe graas, Deus Altssimo, porque o altissmo sobre toda terra e a ti devemos as nossas vidas. Demos graas e muito louvor Ao Professor Msc. Emilio Francisena e o Msc. David Daniel, pela dedicao, pacincia e ajuda prestada, o nosso profundo agradecimento. Aos nossos colegas que direta ou indiretamente prestaram o seu apoio e fizeram com que a realizao deste trabalho fosse concretizada, estendemos os nossos agradecimentos.

Docente: MSC. EMLIO FRANCISENA E MSC. MENDES DAVID Elaborado por: Hlder Nzuzi Domingos e Manuel Imperial

5 Ano 2011/2012

20

TRABALHO DE PROTECES DE SISTEMAS ELCTRICOS FACULDADE DE ENGENHARIA - UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO ( UAN)

5- BIBIOGRAFIA Apontamentos das disciplinas: o Linhas areas de transmisso elctrica o Tcnicas de Alta Tenso. o Proteces Sistemas Elctricas. Metalogalva, Apoios Metlicos para Linhas Elctricas de Alta e Media Tenso. Francisco Tvora. "Linhas de Transmisso de Energia Elctrica." Antnio Almeida do Vale, "Linhas Areas de Transmisso de Energia." Regulamento de Segurana de Linhas Elctricas de Alta Tenso (R.S.L.E.A.T.) Regulamento de Segurana de Redes de Distribuio de Energia Elctrica em Baixa Tenso (R.S.R.D.E.E.B.T.); Catlogo de postes de beto Cavan; Guia Tcnico Solidal; Linhas de transporte de energia Lus Maria checa; 3 edio; Projecto tipo de Linhas Elctricas de 60 KV Eng. Moreira Lima; FE/UAN

Docente: MSC. EMLIO FRANCISENA E MSC. MENDES DAVID Elaborado por: Hlder Nzuzi Domingos e Manuel Imperial

5 Ano 2011/2012

21