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GUIA PRÁTICO AM: REFORMA TRABALHISTA (LEI 13.467/2017)

GUIA PRÁTICO AM: REFORMA TRABALHISTA · Núcleo de Relações Sindicais, que passa a contar com uma equipe multidisciplinar dedicada especialmente à avaliação das melhores oportunidades

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GUIA PRÁTICO AM:

REFORMA TRABALHISTA (LEI 13.467/2017)

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Férias

Grupo econômico e responsabilidade dos sócios

Teletrabalho

Trabalho intermitente

Danos morais

Processo do trabalho

Trabalho da mulher

Trabalhador autônomo

Jornada de Trabalho

Tempo à disposição

Regime de tempo parcial

Banco de horas

Regime compensatório

Regime 12 x 36

Horas in itinere

Intervalo para alimentação ou descanso

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ÍNDICE

Pagamento de verbas habituais

Equiparação salarial

Acordos e convenções coletivas

Uniforme

Contribuição sindical

Extinção do contrato de trabalho

Homologação

PDV

Dispensas plurimas

Comum acordo

Terceirização

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A Reforma, introduzida pela Lei no 13.467/2017, trouxe importantes inovações à legislação trabalhista, adaptando-a para a realidade contemporânea.

A utilização segura das novas disposições legais trará ganhos às empresas e aos trabalhadores, que terão maior flexibilidade para ajustar as condições de trabalho mais propícias a cada segmento empresarial.

O fortalecimento das relações sindicais, mediante a previsão de prevalência dos instrumentos decorrentes de negociação coletiva sobre diversos pontos da legislação trabalhista é possivelmente a mais relevante alteração introduzida pela Reforma.

Tal ferramenta, se bem utilizada, pode significar uma verdadeira revolução nas relações de trabalho do país.

Atendendo a essa realidade, o Andrade Maia remodelou seu Núcleo de Relações Sindicais, que passa a contar com uma equipe multidisciplinar dedicada especialmente à avaliação das melhores oportunidades propiciadas pela nova legislação trabalhista, assim como à condução das negociações coletivas, que, no novo cenário, ganham em complexidade e abrangência.

O ANDRADE MAIA E A REFORMA TRABALHISTA.

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A obrigatoriedade de concessão de férias em um só período deixou

de ser a regra. Agora, na hipótese de concordância do empregado, as

férias poderão ser usufruídas em até três períodos, sendo um período

não inferior a 14 dias, e os demais, no mínimo, a cinco dias corridos.

Menores de 18 anos e maiores de 50 também poderão usufruir das

férias de acordo com esta nova regra.

FÉRIAS.

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Havia entendimentos judiciais no sentido de que bastaria a existência

de identidade de sócios para a configuração de grupo econômico,

mesmo que ausentes seus principais elementos caracterizadores,

como efetiva comunhão de interesses e atuação conjunta. Agora, pela

reforma, a mera identidade de sócios entre duas ou mais empresas é

insuficiente para a caracterização do grupo econômico.

Outra inovação diz com o sócio retirante da sociedade. Este

responderá subsidiariamente pelas obrigações trabalhistas relativas

ao período em que figurou como sócio somente em ações ajuizadas

até dois anos depois de averbada a modificação do contrato, salvo

se comprovada fraude na alteração societária, em cuja hipótese

responderá solidariamente com a empresa e sócios atuais.

GRUPO ECONÔMICO E RESPONSABILIDADE DE SÓCIOS.

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Os empregados em regime de teletrabalho estão dispensados do

registro de horário e excepcionados do capítulo das horas extras

previsto na CLT. Considera-se teletrabalho a prestação de serviços

preponderantemente fora das dependências do empregador, com a

utilização de tecnologias de informação e de comunicação que, por

sua natureza, não se constituam como trabalho externo, sendo que

o comparecimento às dependências do empregador para atividades

específicas que exijam a presença do empregado, não descaracteriza

o regime de teletrabalho. Este regime deve constar expressamente no

contrato. As disposições relativas à responsabilidade pela aquisição,

manutenção ou fornecimento dos equipamentos tecnológicos e da

infraestrutura necessária e adequada à prestação do trabalho remoto,

bem como ao reembolso de despesas arcadas pelo empregado, serão

previstas em contrato escrito.

TELETRABALHO.

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Aplicável a diversas situações, o trabalho intermitente é aquele

que não é contínuo, ocorrendo com alternância de períodos de

prestação de serviços e de inatividade, independentemente do tipo

de atividade do empregado ou empregador. É o caso, por exemplo,

de garçons e seguranças que trabalham em eventos nos finais de

semana. Esse tipo de contrato deve ser celebrado por escrito e conter

o valor da hora de trabalho, que não poderá ser inferior ao valor

hora do salário mínimo ou àquele devido aos demais empregados

do estabelecimento que exerçam a mesma função em contrato

intermitente ou não. O período de inatividade não será computado

como tempo à disposição do empregador, podendo o trabalhador

prestar serviços a outros contratantes.

TRABALHO INTERMITENTE.

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O valor da Indenização por danos morais passa a ser limitado.

Ofensa de natureza leve até três vezes o último salário contratual

do ofendido; de natureza média, até cinco vezes o último salário

contratual do ofendido; de natureza grave, até vinte vezes o último

salário contratual do ofendido; e de natureza gravíssima, até

cinquenta vezes o último salário contratual do ofendido. Há previsão

de que a matéria seja objeto de medida provisória para alterar a base

de cálculo dos limites da indenização então prevista, passando a ser o

valor máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social.

DANOS MORAIS.

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TST e TRT´s não poderão editar súmulas para restringir direitos ou

para criar obrigações não previstas em lei.

Os prazos processuais passarão a ser contados em dias úteis.

Não poderá ser exigido adiantamento de valores para realização de

perícias.

O benefício da justiça gratuita, mesmo que deferido, não afasta a

obrigação da parte sucumbente na pretensão objeto da perícia de

pagamento dos honorários periciais. Se for reclamante, o valor será

compensado com eventuais créditos reconhecidos na ação.

Passa a ser devido o pagamento de honorários de sucumbência,

fixados entre o mínimo de 5% e o máximo de 15%. Na hipótese de

procedência parcial, o juízo arbitrará honorários de sucumbência

recíproca, vedada a compensação entre os honorários.

PROCESSO DO TRABALHO.

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Ainda que ausente o reclamado, presente o advogado na audiência,

serão aceitos a contestação e os documentos eventualmente

apresentados.

Preposto não precisa ser empregado.

Passa a ser prevista a homologação de acordo extrajudicial. As partes

devem ser representadas por advogados diferentes e o processo terá

início por petição conjunta.

O depósito recursal poderá ser substituído por fiança bancária ou

seguro garantia, e a atualização monetária dos valores objeto de

condenação passa a ser definida expressamente pela TR

(Taxa Referencial).

PROCESSO DO TRABALHO.

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Sem prejuízo da remuneração, nela incluído o valor do adicional de

insalubridade, a empregada gestante deverá ser afastada das atividades

insalubres em grau máximo. Nas atividades insalubres em grau médio

e mínimo, a empregada poderá apresentar atestado médico emitido por

profissional da sua confiança, recomendando o afastamento durante

a gestação. A apresentação de atestado para este fim também poderá

ser apresentado para o período de lactação. O valor do adicional de

insalubridade pago durante estes períodos poderá ser compensado por

ocasião do recolhimento das contribuições incidentes sobre a folha de

salários. Quando não for possível a transferência para local salubre, a

gravidez será considerada de risco, ensejando a percepção de salário-

maternidade durante todo o período de afastamento.

TRABALHO DA MULHER.

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TRABALHO DA MULHER.

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Os horários de 30 minutos de intervalo para amamentação serão

concedidos conforme acordo entre a mulher e o empregador.

Resta revogado o intervalo de 15 minutos previsto no artigo 384 da CLT,

antes do início da jornada suplementar.

Afasta a qualidade de empregado a contratação de autônomo

quando cumpridas por este todas as formalidades legais, com ou sem

exclusividade. Há previsão de que a matéria seja objeto de medida

provisória, para excluir a possibilidade de contratação de trabalhador

autônomo com exclusividade.

TRABALHADOR AUTÔNOMO.

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TEMPO À DISPOSIÇÃO.

Nem todo o período em que o empregado permanecer no local de

trabalho será considerado tempo à disposição para fins de pagamento

de horas extras. Agora, mesmo que se ultrapasse o limite de cinco

minutos do registro de horário, não gerará pagamento de horas extras

quando o empregado adentrar ou permanecer no local de trabalho para

os seguintes fins: (i) quando permanecer no local de trabalho em face

de más condições climáticas ou por motivo de insegurança nas vias

públicas; (ii) para exercer atividades particulares, como práticas religiosas,

descanso, lazer, estudos, alimentação, atividades de relacionamento

social, higiene pessoal e troca de roupa ou uniforme, quando não houver

obrigatoriedade de realizar a troca na empresa.

JORNADA DE TRABALHO.

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REGIME DE TEMPO PARCIAL. Passa a ser aquele trabalho cuja duração não exceda a trinta horas

semanais (em vez de 25 horas, como até então previsto), sem

possibilidade de prestação de horas extras semanais. Ou aquele cuja

duração não exceda a vinte e seis horas semanais, com possiblidade

de acréscimo de até seis horas suplementares semanais. A lei também

prevê a possibilidade de compensação das horas extras até a semana

imediatamente posterior à da sua execução. As férias serão regidas

de acordo com a mesma regra dos demais empregados, com direito à

conversão de 1/3 em abono pecuniário.

JORNADA DE TRABALHO.

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BANCO DE HORAS.

Pode ser celebrado por acordo individual escrito, desde que a

compensação ocorra no período máximo de seis meses.

JORNADA DE TRABALHO.

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REGIME COMPENSATÓRIO.

Antes matéria sumulada, agora virou lei a limitação ao pagamento do

respectivo adicional de horas extras, na hipótese do não atendimento

das exigências legais para a compensação de jornada, inclusive quando

estabelecido mediante acordo tácito. Ainda, também estabelece a nova

lei que a prestação de horas extras habituais não descaracteriza o acordo

de compensação de jornada e o banco de horas.

REGIME 12 X 36.

É facultado às partes, mediante acordo individual escrito, convenção

ou acordo coletivo, estabelecer horário de doze horas seguidas de

trabalho por trinta e seis horas ininterruptas de descanso, observados

ou indenizados os intervalos para repouso e alimentação. É provável que

em medida provisória seja excluída a previsão deste regime por acordo

individual. Os descansos semanais remunerados e os feriados são

considerados pagos na remuneração mensal do empregado. O regime

12 x 36 está excetuado da exigência de licença prévia para trabalho em

condições insalubres, de que trata o artigo 60 da CLT.

JORNADA DE TRABALHO.

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HORAS IN ITINERE.

Instituto excluído da legislação trabalhista. Agora, o tempo despendido

pelo empregado desde a sua residência até a efetiva ocupação do posto

de trabalho e para o seu retorno, caminhando ou por qualquer meio de

transporte, inclusive o fornecido pelo empregador, não será computado

na jornada de trabalho, por não ser tempo à disposição do empregador.

Essa regra também exclui do tempo à disposição o período gasto entre a

portaria da empresa até o local de trabalho.

JORNADA DE TRABALHO.

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INTERVALO PARA ALIMENTAÇÃO OU DESCANSO.

A não concessão ou a concessão parcial do intervalo intrajornada

mínimo, para repouso e alimentação, implica o pagamento apenas do

período suprimido, com acréscimo de 50%, em caráter indenizatório.

As rubricas de ajuda de custo, auxílio-alimentação (vedado o pagamento

em dinheiro), diárias para viagem, prêmios e abonos, ainda que pagos

com habitualidade, NÃO integram a remuneração do empregado, não

servem de base para encargos trabalhistas e previdenciários e não se

incorporam ao contrato de trabalho.

PAGAMENTO DE VERBAS HABITUAIS.

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Para fins de equiparação salarial foi introduzido novo requisito que é

o trabalho de 4 anos para o mesmo empregador. Além disso, passa a

ser possível diferença de salário entre detentores de mesmo cargo, na

mesma localidade, uma vez que a igualdade de salário passou a ser

devida entre empregados do mesmo estabelecimento empresarial.

Assim, a nova redação do artigo 461 da CLT prevê que sendo idêntica a

função, a todo trabalho de igual valor, prestado no mesmo empregador,

no mesmo estabelecimento empresarial, corresponderá igual salário.

E trabalho de igual valor, será o que for feito com igual produtividade e

com mesma perfeição técnica, entre pessoas cuja diferença de tempo de

serviço para o mesmo empregador não seja superior a quatro anos e a

diferença de tempo na função seja superior a dois anos.

EQUIPARAÇÃO SALARIAL.

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Para o exame da validade da convenção ou acordo coletivo, a Justiça

do Trabalho deverá examinar exclusivamente os elementos essenciais

do negócio jurídico, devendo balizar sua atuação pelo princípio da

intervenção mínima na autonomia da vontade coletiva.

Também prevê a nova lei que as convenções e acordos coletivos terão

prevalência sobre a lei quando versarem sobre jornada de trabalho,

banco de horas anual, intervalo intrajornada (respeitado o limite mínimo

de trinta minutos para jornadas superiores a seis horas), adesão ao

Programa Seguro-Emprego (PSE), plano de cargos e salários e funções

compatíveis com a condição pessoal do empregado, teletrabalho, regime

de sobreaviso, trabalho intermitente, modalidade de registro de jornada

de trabalho, enquadramento do grau de insalubridade, prorrogação de

jornada em ambientes insalubres (sem licença prévia das autoridades

competentes do Ministério do Trabalho), prêmios de incentivo em bens

ou serviços eventualmente concedidos em programas de incentivo,

participação nos lucros ou resultados da empresa, dentre outras.

ACORDOS E CONVENÇÕES COLETIVAS.

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O prazo de vigência da norma é limitado a dois anos, afastando a

aplicação do entendimento sumulado pelo TST de integração das

cláusulas normativas aos contratos de trabalho.

ACORDOS E CONVENÇÕES COLETIVAS.

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A higienização do uniforme é de responsabilidade do trabalhador,

salvo nas hipóteses em que forem necessários procedimentos

ou produtos diferentes dos utilizados para a higienização das

vestimentas de uso comum.

UNIFORME.

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Passa ser opcional e sujeita à autorização prévia e expressa.

CONTRIBUIÇÃO SINDICAL.

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EXTINÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO.

HOMOLOGAÇÃO.

Passa a ser desnecessária a homologação da rescisão contratual

junto ao sindicato profissional, devendo a empresa proceder à

anotação na CTPS, comunicar a dispensa aos órgãos competentes e

realizar o pagamento das verbas rescisórias no prazo de dez dias.

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PDV.

O plano de demissão voluntária para dispensa individual, plúrima ou

coletiva, previsto em convenção ou acordo coletivo, enseja quitação

plena e irrevogável dos direitos decorrentes da relação empregatícia.

EXTINÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO.

DISPENSAS PLÚRIMAS.

As chamadas dispensas plúrimas ou coletivas não mais necessitam

de negociação prévia com a entidade sindical, como estabeleciam

algumas decisões da Justiça do Trabalho. Agora, tais dispensas se

equiparam para todos os fins às despedidas individuais, não havendo

autorização prévia de entidade sindical ou de celebração

de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho para

sua efetivação.

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EXTINÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO.

COMUM ACORDO.

A lei permite a extinção do contrato de trabalho por acordo entre as

partes, hipótese em que o empregado fará jus à metade do aviso

prévio e da multa do FGTS, e a integralidade das demais verbas

trabalhistas. Esse módulo de rescisão, ainda, permite a movimentação

do FGTS em até 80% do valor dos depósitos. Não há direito de

ingresso no programa seguro-desemprego.

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TERCEIRIZAÇÃO.

Passa a ser permitida a terceirização da atividade principal da

empresa. Conforme nova lei, considera-se prestação de serviços

a terceiros a transferência feita pela contratante da execução de

quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade principal, à

pessoa jurídica de direito privado de serviços que possua capacidade

econômica para a sua execução.

São assegurados aos empregados de empresa prestadora de serviços

quando executados nas dependências da tomadora, as mesmas

condições de alimentação garantida aos empregados da contratante,

quando oferecida em refeitório, serviços de transporte, atendimento

médico ou ambulatorial existente nas dependências da contratante

ou local por ela designado, medidas de proteção à saúde e de

segurança no trabalho.

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O empregado que for demitido não poderá prestar serviços para esta

mesma empresa na qualidade de empregado de empresa prestadora de

serviços antes do decurso de prazo de dezoito meses, contados a partir

da demissão do empregado. Também não poderá figurar como sócio

de empresas contratadas o trabalhador que tenha sido empregado na

empresa contratante, pelo mesmo prazo de dezoito meses a contar da

rescisão do seu contrato de trabalho.

TERCEIRIZAÇÃO

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As leis são as mesmas. Os advogados não.