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  • GUIA

    Participao cidaddos adolescentes

    JUNTOS PELA REDUO DAS DESIGUALDADES

    NAS GRANDES CIDADES EDIO 2013-2016

  • UNICEF/BRZ/Fabio Caffe

    Participao cidaddos adolescentes

    dezembro/2013

  • UNICEF/BRZ/Manuela Cavadas

  • Sumrio

    Apresentao 6A Plataforma dos Centros Urbanos 6 A participao cidad dos adolescentes 7 Percurso metodolgico da participao

    dos adolescentes na PCU 8Por que importante investir na adolescncia? 11 Os 10 argumentos para investir na adolescncia 12Participao como um direito dos adolescentes 17Como o municpio pode promover o direito

    participao dos adolescentes? 19 Linha de ao 1 20 Linha de ao 2 26Desafio para o municpio: Fora da Escola No Pode! 33Metodologias para fortalecimento da participao

    dos adolescentes 37Caixa de ferramentas 39

  • ApresentaoA participao cidad dos adolescentes um dos trs eixos centrais propos-tos pelo UNICEF na Plataforma dos Centros Urbanos (PCU). O objetivo que os adolescentes sejam importantes aliados do municpio no esforo conjunto de promover a realizao dos direitos de meninas e meninos nos centros ur-banos, tendo como foco principal a reduo das desigualdades nas cidades.

    Para promover a participao dos adolescentes, o UNICEF apoia o municpio no acompanhamento dos processos de participao, oferecendo metodolo-gias e dando visibilidade s boas prticas adotadas. Por meio deste guia, o UNICEF sugere uma srie de aes que podem ser realizadas no municpio.

    A seguir, esto informaes sobre a metodologia proposta pelo UNICEF, sobre a importncia de incluir os adolescentes nas estratgias de reduo das desi-gualdades, e dicas sobre como o municpio pode apoiar processos participati-vos nas instncias formais consultivas e deliberativas das polticas pblicas, e ao mesmo tempo promover iniciativas de participao dos adolescentes em atividades livres.

    A PLATAFORMA DOS CENTROS URBANOS

    A Plataforma dos Centros Urbanos uma contribuio do UNICEF na busca de um modelo de desenvolvimento inclusivo das grandes cidades, que reduza as desigualdades que afetam a vida de suas crianas e seus adolescentes, garantindo a cada uma delas maior e melhor acesso educao de qualidade, sade, proteo e a oportunidades de participao.

    A iniciativa tem como principais protagonistas a Prefeitura e o Conselho Mu-nicipal dos Direitos da Criana e do Adolescente (CMDCA). Ela prev ampla participao da sociedade civil, das populaes que vivem em comunidades populares e dos adolescentes.

    A PCU nasceu em 2008, nas cidades de So Paulo, Rio de Janeiro e Itaquaquecetuba (SP).

    O segundo ciclo acontece entre os anos de 2013 e 2016, em oito grandes cidades brasi-

    leiras: Belm, Fortaleza, Macei, Manaus, Rio de Janeiro, Salvador, So Lus e So Paulo.

  • A participao cidad dos adolescentesA participao cidad dos adolescentes um dos trs eixos centrais da me-todologia proposta pelo UNICEF para contribuir com a superao das desi-gualdades nos grandes centros urbanos brasileiros. Os outros dois eixos so o monitoramento da reduo das desigualdades e a participao social nas polticas pblicas nos territrios intraurbanos.

    A proposta garantir a participao dos adolescentes desde o incio da parceria estabelecida entre a Prefeitura Municipal, o Conselho Municipal dos Direitos da Criana e do Adolescente (CMDCA) e o UNICEF para superar as desigualdades que afetam a infncia e a adolescncia nas cidades. De 2013 a 2016, diferentes etapas sero trabalhadas somando esforos para diagnosticar, definir planos de trabalho e avaliar resultados na vida das crianas e dos adolescentes.

    UNICEF/BRZ/Lilo Clareto

    6 | 7

  • AO2013 2014 2015 2016

    Trim. 1 Trim. 2 Trim. 3 Trim. 4 Trim. 1 Trim. 2 Trim. 3 Trim. 4 Trim. 1 Trim. 2 Trim. 3 Trim. 4 Trim. 1 Trim. 2 Trim. 3 Trim. 4

    Inicio da articulao local

    Formalizao da parceria

    I encontro de formao metodolgica

    Envio de banco de dados desagregados para o UNICEFRetorno ao UNICEF para os municpos sobre banco de dadosElaborao de linha de base de dados desagregados territoriais

    Criao de rede de adolescente

    II encontro de formao metodolgica

    Realizao de diagnsticos participativos descentralizados

    I ao de mobilizao social

    Encontro nacional de redes locais de adolescentes

    II ao de mobilizao social

    Envio de dados desagregados e relatrios de resultados para o UNICEF

    Reconhecimentos de resultados

    PERCURSO DA PARTICIPAO DOS ADOLESCENTES NA PCU

    A participao dos adolescentes deve ser assegurada em todo o ciclo da PCU.

  • Alm disso, o UNICEF promover algumas aes nacionais para reunir os ado-lescentes de todas as cidades participantes. Tambm se sugerem alguns mo-mentos especficos para a promoo desta participao nos municpios nos anos de 2014 e 2015:

    2014

    Realizao do UNICEF: 1 Encontro Nacional com as Redes de Adolescentes;

    Sugestes para o municpio: At maro de 2014 Organizao pelo CMDCA de encontro

    municipal de adolescentes para mobilizao inicial dos grupos e redes locais de adolescentes;

    Aperfeioamento dos mecanismos de participao dos adolescentesno processo das Conferncias Municipais, Estaduaise Nacional dos Direitos da Criana e do Adolescente;

    Promoo de 1 Rodada de Mobilizao Social liderada pelos adolescentes; Incio da campanha Fora da Escola No Pode! liderada pelos adolescentes.

    2015

    Realizao do UNICEF: 2 Encontro Nacional com as Redes de Adolescentes;

    Sugestes para o municpio: Promoo de 2 Rodada de Mobilizao Social liderada pelos adolescentes; Ampliao da campanha Fora da Escola No Pode! liderada pelos adolescentes.

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    PLATAFORMA DOS CENTROS URBANOS | O QUE

  • UNICEF/BRZ/Ripper

    No Brasil, as redues na taxa de mortalidade infantil entre

    1998 e 2008 mostram que foi possvel preservar a vida de mais

    de 26 mil crianas. No mesmo perodo, 81 mil adolescentes

    brasileiros entre 15 e 19 anos, foram assassinados. Com certeza

    no queremos salvar crianas em sua primeira dcada de vida

    para perd-las na dcada seguinte.

  • Por que importante investir na adolescncia?Existem muitas hipteses sobre a abordagem do desenvolvimento de crian-as e de adolescentes por ciclos de vida. A mais comum delas de que os primeiros trs anos de vida so decisivos e tm um papel crucial no futuro dos seres humanos. Argumentos relacionados ao desenvolvimento neurolgico so frequentemente usados de forma isolada para ressaltar a relevncia des-sa etapa do desenvolvimento infantil. O desenvolvimento infantil realmente decisivo no desenvolvimento humano, mas no a nica fase relevante. Cada etapa do desenvolvimento tem demandas especficas e todos os ciclos de vida so absolutamente complementares. O que aconteceu e acontece ainda no nosso Pas um exemplo muito claro disso.

    UM NOVO OLHAR SOBRE A ADOLESCNCIA

    fundamental reconhecer que os adolescentes so um grupo em si. No so

    crianas grandes nem futuros adultos. Tm suas trajetrias, suas histrias.

    So cidados, sujeitos com direitos especficos, que vivem uma fase de desenvol-

    vimento extraordinria. O que experimentam nessa etapa determinar sua vida

    adulta. Hoje, os adolescentes esto presentes na sociedade com um jeito pr-

    prio de ser, se expressar e conviver e, portanto, precisam ser vistos como o

    que so: adolescentes. So criativos, tm enorme vontade e capacidade de

    aprender e de contribuir. preciso ainda entender que, num pas to diverso,

    so muitas as formas de se viver a adolescncia e que, portanto, essas ado-

    lescncias so, acima de tudo, tempos de oportunidade.

    Fonte: Relatrio Situao da Adolescncia Brasileira 2011 O direito de ser adolescente.

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  • OS 10 ARGUMENTOSPARA INVESTIR NA ADOLESCNCIA:

    1. Para potencializar o bnus demogrfico que representa

    a populao de adolescentes.

    Muitos pases devem aproveitar o bnus demogrfico representado pelo per-centual da populao que est nessa faixa etria. Neste caso, bnus demo-grfico quer dizer ter uma populao de adolescentes significativa por um perodo de tempo. Usando o Brasil como um exemplo bem como de outros pases do BRICS e MIST , claro que o Pas nunca ter uma presena to relevante de adolescentes em sua populao. As tendncias demogrficas indicam que em 2050 o Brasil ser composto principalmente por pessoas com mais de 45 anos.

    2. Porque os investimentos na primeira dcada da vida s se consolidam com um

    novo investimento na segundada dcada.

    No h mgica: se novos investimentos em adolescentes no so feitos, os riscos de perder investimentos anteriores so elevados. No Brasil, dados de 2011 mostram que 95% das crianas de 6 anos estavam frequentando as aulas. No mesmo ano, apenas 76% dos adolescentes de 12 anos estavam na escola, e apenas 48% dos adolescentes de 19 anos de idade tinham concludo o ensino mdio (IBGE/ PNAD 2011).

    UNICEF/BRZ/Ripper

  • Se novos investimentos

    em adolescentes no so

    feitos, os riscos de perder

    investimentos anteriores

    so elevados.

    UNICEF/BRZ/Marcos Snoop

    3. Para quebrar o ciclo intergeracional de transmisso da pobreza.

    Os adolescentes tm um papel fundamental na ruptura dos padres de trans-misso da pobreza. Trabalho precoce, gravidez, abandono escolar e falta de es-colhas e oportunidades para a construo de projetos de vida so as principais razes pelas quais os adolescentes so suscetveis de constituir suas prprias famlias reproduzindo os padres de pobreza. Investir em adolescentes , por-tanto, estratgico para o desenvolvimento e para a reduo da pobreza.

    4. Para maximizar a abertura e capacidade de utilizar as Tecnologias da Informao

    e Comunicao (TICs).

    Os adolescentes vivenciam novas formas de estudar, pesquisar, brincar, dialo-gar e interagir. Uma nova abordagem para a construo do conhecimento est em curso e representa uma grande oportunidade para os pases em preparar esta gerao para otimizar o potencial das tecnologias da informao e comu-nicao e para promover o desenvolvimento com equidade.

    5. Para promover a participao e fortalecer a democracia.

    Europa, Oriente Mdio, Chile, Argentina e, mais recentemente, o Brasil tive-ram suas ruas povoadas por manifestantes que reivindicam governos mais responsveis, mais democracia, mais direitos econmicos e sociais, liberdade e participao. A presena de adolescentes mostrou seu potencial para contri-buir na construo de uma sociedade mais democrtica e fortaleceu seu papel como novos atores sociais.

    6. Para aproveitar da oportunidade de fortalecer a autonomia,

    interao e identidade.

    Diferentes reas como a sociologia, neurologia, psicologia, pedagogia e antro-pologia tm diferentes abordagens sobre a adolescncia, mas o consenso de que a adolescncia uma poca caracterizada pela interao, autonomia e identidade. Esta concluso comum representa uma enorme oportunidade de envolver os adolescentes em uma variedade de espaos de participao, reas de inovao e processos, a fim de construir com eles o seu prprio de-senvolvimento e garantir a realizao de direitos.

    12 | 13

    P LATAFORMA DOS CENTROS URBANOS | PORQUE IMPORTANTE INVESTIR NA ADOLESCNCIA

  • 7. Para desenvolver as competncias para a vida.

    Os adolescentes podem desempenhar um papel importante em seu prprio processo de desenvolvimento atravs da aquisio de habilidades fundamen-tais, a partir da participao social para habilidades de autoproteo. Muitos atores podem apoiar o desenvolvimento de tais habilidades, incluindo fam-lias, escolas, colegas, comunidades e governos. O UNICEF no Brasil e seus parceiros sistematizaram 20 competncias para a vida que podem ajudar os adolescentes a melhorar seu prprio desenvolvimento. Tais reas de compe-tncia esto alinhadas com os projetos e expectativas de vida do adolescente e levam em conta a importncia da educao de pares.

    8. Para estimular o pensamento crtico e a tendncia a questionar padres.

    Baseado no estigma, esteretipos e discriminao, a tendncia dos ado-lescentes em quebrar padres e criticar, era vista, tempos atrs, como um problema. Hoje em dia est claro que a inovao depende, exatamente, da superao dos esteretipos e da reproduo de padres do passado. Adoles-centes, quando estimulados a inovar, podem contribuir fortemente para produ-zir mudanas sociais positivas.

    9. Para fortalecer os princpios de direitos humanos e enfrentar preconceitos.

    Cada cidade tem a responsabilidade de desenvolver as ferramentas necess-rias para promover e facilitar o desenvolvimento do adolescente e da participa-o com base nos marcos existentes dos direitos humanos, abrindo espaos nas polticas pblicas para consolidar esses princpios e para o dilogo com os governos visando ao reconhecimento pleno dos adolescentes como detento-res de direitos.

    10. Para promover solues criativas para os conflitos intergeracionais.

    Os adolescentes de hoje so mais saudveis e mais bem educados do que seus pais, em particular, no caso de adolescentes de famlias pobres. Eles esto se beneficiando de um melhor acesso a oportunidades, recursos e ser-vios, portanto, tm um repertrio mais amplo para enfrentar os conflitos in-tergeracionais e produzir novas relaes, saudveis, com adultos.

  • UNICEF/BRZ/Diego Rocha

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  • A participao um direito fundamental de todo ser humano,

    sem distino de gnero, raa, religio, nacionalidade, classe

    social ou grupo etrio, garantido pela Declarao Universal

    dos Direitos Humanos, de 1948.

    UNICEF/BRZ/Adriana Nivea

  • Participao como um direito dos adolescentesParticipar um dos principais instrumentos na formao de uma atitude de-mocrtica. Quem participa ativamente da vida pblica de uma comunidade, de uma cidade, estado ou pas, torna-se sujeito de suas aes, capaz de fazer crticas, de escolher, de defender seus direitos e tambm de cumprir melhor os seus deveres. Ao promover a participao dos adolescentes, o municpio tambm estar contribuindo para o fortalecimento da democracia local e re-duzindo as vulnerabilidades sociais que afetam desproporcionalmente esta parcela da populao, como a excluso escolar, a explorao e a violncia, a gravidez, o abuso de drogas, a pobreza e a extrema pobreza.

    A participao um direito fundamental de todo ser humano, sem distino de gnero, raa, religio, nacionalidade, classe social ou grupo etrio, garanti-do pela Declarao Universal dos Direitos Humanos, de 1948. Includo entre os quatro princpios gerais da Declarao, est, assim, expresso o direito de todas as pessoas a tomar parte da vida poltica, econmica, social e cultural do pas. No artigo 19, os direitos a receber informaes, investigar, e expres-sar suas opinies sem ser molestado, esto consagrados, sendo que no artigo 20 est reconhecido o direito de reunio e associao.

    Ainda que o reconhecimento deste direito, como um direito tambm de crian-as e adolescentes, tenha exigido um intenso processo tico-poltico e social, mesmo depois de 1959, quando se promulgou a Declarao sobre os Direitos da Criana, hoje ele constitui-se como um direito que vem sendo regulamen-tado ao longo das ltimas dcadas por normativas nacionais e internacionais, sendo a Conveno sobre os Direitos da Criana da ONU de 1989 a mais im-portante dessas normativas, ratificada por 196 pases. Os Artigos de 12 a 15 da Conveno reconhecem e afirmam as vrias formas de garantia e exerccio deste direito.

    UNICEF/BRZ/Manuela Cavadas

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  • Menos de um ano depois de ratificar a Conveno o Brasil aprovou o Estatuto da Criana e do Adolescente, de 1990, que inclui em seus artigos 16 e 53 o direito de opiniar e se expressar; participar da vida familiar e comunitria, sem discriminao; participar da vida poltica, na forma da lei; organizao e partici-pao em entidades estudantis. Para garantir a realizao deste direito, o Plano Decenal dos Direitos Humanos de Crianas e Adolescentes de 2010, em seu Eixo 3, rene aes que estimulam a participao de crianas e adolescentes com presena garantida em diferentes espaos e nveis decisrios, de acordo com o seu estgio de desenvolvimento1. Mais recentemente, sancionado em julho de 2013, o Estatuto da Juventude prev logo em seus princpios: a plena participao dos jovens nos espaos decisrios; a promoo e valorizao da pluralidade da participao juvenil por meio de suas representaes; a par-ticipao, ocupao e convvio do jovem com as demais geraes; a ampla participao juvenil na formulao, implementao e avaliao das polticas pblicas de juventude.

    Embora seja possvel mencionar estas conquistas e listar uma srie de boas prticas de direito participao de crianas e adolescentes no Pas, o proces-so de efetivao desse direito ainda exige sensibilizao e dilogo entre socie-dade civil e gestores pblicos. Esse processo pode ser facilitado por muitos atores e pelo acesso a informaes sobre conceitos, metodologias e prticas, sempre contemplando o ponto de vista dos prprios sujeitos desse direito as crianas e os adolescentes.

    1 EIXO 3 (Plano Decenal) PROTAGONISMO E PARTICIPAO DE CRIANAS E ADOLESCENTESDIRETRIZ 06 Fomento de estratgias e mecanismos que facilitem a participao organizada e a expresso livre de crianas e adolescentes, em especial sobre os assuntos a eles relacionados, considerando sua condio peculiar de desenvolvimento, pessoas com deficincia e as diversidades de gnero, orientao sexual, cultural, tnico-racial, religiosa, geracional, territorial, nacionalidade e opo poltica.OBJETIVO ESTRATGICO 6.1 Promover o protagonismo e a participao de crianas e adolescentes nos espaos de convivncia e de construo da cidadania, inclusive nos processos de formulao, deliberao, monitoramento e avaliao das polticas pblicas.OBJETIVO ESTRATGICO 6.2 Promover oportunidades de escuta de crianas e adolescentes nos servios de ateno e em todo processo judicial e administrativo que os envolva.OBJETIVOS ESTRATGICO 6.3 Ampliar o acesso de crianas e adolescentes, na sua diversidade, aos meios de comunicao para expresso e manifestao de suas opinies.

  • Como o municpio pode promover o direito participao dos adolescentes?O UNICEF prope, por meio deste guia, uma srie de aes que podem ser to-madas no municpio para promover o direito participao dos adolescentes. Ou seja, prope que os adolescentes sejam importantes aliados deste esforo conjunto para promover a realizao dos direitos de crianas e adolescentes nos centros urbanos, tendo como foco principal a reduo das desigualdades nas cidades.

    Para que o municpio promova a participao dos adolescentes, o UNICEF d apoio ao acompanhamento dos processos de participao, oferecendo metodolo-gias e dando visibilidade s boas prticas de participao adotadas pelo municpio.

    A seguir, esto dicas sobre como o municpio pode contribuir com a realizao do direito participao dos adolescentes, nos espaos formais e informais, como uma das estratgias para reduo das desigualdades.

    Cada municpio pode definir a melhor estratgia para fortalecer a participao dos adolescentes partindo das aes, redes e iniciativas j existentes.

    Como uma primeira atividade, sugere-se que o Conselho Municipal dos Di-reitos da Criana e do Adolescente organize uma plenria convidando adoles-centes de diferentes grupos, redes, movimentos e comunidades. A plenria construir uma agenda de temas, atividades e estratgias de mobilizao de adolescentes no municpio.

    18 | 19

  • importante que o CMDCA, os gestores municipais e os participantes da plen-ria incluam nas suas estratgias tanto a participao de adolescentes nas instn-cias formais consultivas e deliberativas das polticas pblicas, como o apoio s iniciativas de participao de adolescentes em atividades livres. Estas duas linhas de ao so complementares e interligadas, e sero mais detalhadas a seguir.

    LINHA DE AO 1

    Assegurar a participao de adolescentes nas instncias formais consultivas e

    deliberativas das polticas pblicas

    Participao no Conselho de Direitos, conferncias e instncias especficas

    O CMDCA, como principal rgo deliberativo das polticas pblicas para a criana e o adolescente no nvel local, pode ser o principal promotor da parti-cipao dos adolescentes no municpio. O Conselho pode tanto fortalecer os espaos de participao existentes, como criar novos espaos.

    O Conselho pode incentivar a criao de um grupo consultivo de

    adolescentes, que acompanhe as aes e participe das decises e

    iniciativas do Conselho de Direitos. Sempre respeitando o processo de

    desenvolvimento e a capacidade dos adolescentes, buscando construir

    oportunidades de participao que sejam significativas para o

    adolescente e contribuam para a construo do seu projeto de vida.

    Alm disso, por meio do CMDCA, o municpio pode tambm garantir a parti-cipao qualificada de adolescentes nas Conferncias Municipais dos Direitos da Criana e do Adolescente em 2014, desde sua etapa preparatria, por meio da elaborao de diagnsticos participativos e planos de ao, at os desdo-bramentos em nvel local, estadual e nacional.

    O municpio, com o CMDCA, pode promover iniciativas democrticas de escolhas

    de representantes adolescentes para participarem como Delegados nas

    Conferncias Municipais. Os adolescentes podem ser mobilizados nas escolas

    e em outros espaos e instituies que trabalham e atendem este pblico,

    como Centros de Defesa, abrigos, ONGs, clubes esportivos e outros. muito

    importante garantir a diversidade na participao, incluindo grupos mais

    vulnerveis, como adolescentes com deficincia, adolescentes negros, indgenas,

    quilombolas, ciganos e outros, alm de um equilbrio entre meninos e meninas.

  • A participao de adolescentes nas Conferncias como Delegados um processo

    j consolidado. Desde a IX Conferncia Nacional dos Direitos da Criana e do

    Adolescente, o Conselho Nacional dos Direitos da Criana e do Adolescente

    (CONANDA) conta com um grupo de adolescentes representantes dos 27 estados,

    chamado G27, para acompanhar e definir diretrizes para a construo do processo de participao dos adolescentes na Conferncia nos nveis nacional,

    estadual e municipal. importante que o CMDCA conhea e siga as orientaes

    deste grupo para garantir uma participao efetiva nas Conferncias Municipais.

    Participao na gesto escolar, grmios estudantis e conselhos da rea de educao

    A participao dos adolescentes nas suas escolas pode acontecer de muitas formas, desde sua incluso nos conselhos de classe, criao e participao nos grmios estudantis e nas diversas instncias de gesto escolar. muito importante que o municpio reconhea esta instncia de participao, j que nela que est a maior parte das crianas e dos adolescentes do municpio.

    O municpio, por meio do Conselho de Educao, pode incentivar a criao

    de grmios estudantis nas escolas. Por sua vez, o Conselho de Educao

    pode sensibilizar a direo das escolas para a criao dos grmios como

    instncias representativas nos espaos de gesto escolar. Ao mesmo tempo,

    o Conselho pode apoiar a formao de lideranas para ocupar outras

    instncias representativas, como o movimento estudantil, e apoiar a criao de

    outros espaos, inclusive a participao de adolescentes no prprio Conselho

    de Educao, seja como um grupo consultivo, seja com um assento.

    muito importante que o municpio saiba quantas escolas contam com

    grmio estudantil, devendo reportar esta informao no Censo Escolar.

    Conhea cartilha para criao e funcionamento de grmios:

    20 | 21

    P LATAFOR MA DOS CENTROS URBANOS | COMO O MUNICP IO PODE PROMOVER O D IREITO PARTIC IPAO

  • Participao em conselhos, conferncias e fruns da juventude

    Foi construda, no mbito do Conselho Nacional de Juventude e da Secretaria Nacional de Juventude, uma Poltica Nacional de Juventude. A Secretaria Na-cional de Juventude elaborou um guia sobre as polticas pblicas de juventude, com orientaes para sua implementaonos municpios.Confira em:.

    Incentive que o seu municpio tenha um Conselho

    de Juventude ativo, com representao de grupos e redes de

    jovens organizados, e realize as Conferncias de Juventude no Municpio.

    O municpio tambm pode aderir ao programa da Secretaria Nacional

    de Juventude denominado Estao Juventude, que permite ao municpio

    desenvolver aes de incentivo participao e tambm melhorar

    as polticas municipais para a Juventude. Conhea o Programa

    Estao Juventude em: .

    Foi sancionado em julho de 2013 o Estatuto da Juventude. importante que os

    gestores se informem e disseminem o conhecimento sobre os direitos previstos

    nesta lei, que foi uma conquista dos movimentos de juventude do Pas.

    UNICEF/BRZ/CEDAPS

  • Exemplo prtico Plano Municipal de Educao de So Paulo

    Em So Paulo, crianas e adolescentes participaram da construo do Plano Municipal de Educao, em 2011. O objetivo era ouvi-los para que, a partir do seu olhar sobre a realidade em que vivem, pudessem contribuir com propostas concretas para a melhoria da educao na escola. Para tanto, grupos e redes de adolescentes vinculados a organizaes sociais e que tm atuao comunitria, bem como alunos das escolas pblicas, foram mobilizados a contribuir com o Plano por meio da participao em plenrias livres, encontros temticos, atividades nas escolas e no encontro municipal.

    Nesses espaos, as propostas eram sistematizadas e encaminhadas para a Comisso Organizadora vinculada Secretaria Municipal da Educao. Como produto desse processo foi produzido um documento com as principais propostas e reivindicaes das crianas e dos adolescentes, que foi posteriormente encaminhado Cmara de Vereadores com a realizao de uma audincia pblica. Na

    ocasio, os prprios adolescentes entregaram em mos o documento aos vereadores.

    Conhea abaixo as modalidades de participao realizadas: Plenrias livres: tinham o propsito de colher propostas, construdas pelos prprios adolescentes, relacionadas melhoria da educao nas escolas. Para a realizao de uma plenria livre era necessria a participao de, no mnimo, dez pessoas. As plenrias aconteceram nas comunidades, escolas e nas organizaes no governamentais que realizam trabalhos com adolescentes. Os resultados foram enviados para a Comisso Executiva do Plano de Educao da Cidade de So Paulo, que realizou a sistematizao das propostas.

    Atividades nas escolas: com o propsito de sensibilizar e mobilizar estudantes da rede pblica foram realizadas atividades dentro e fora da sala de aula. As escolas promoveram grupos de discusses, minicensos de demanda na comunidade, entrevistas, encontros de crianas, festival de artes e pesquisas de opinio. Toda a comunidade escolar foi mobilizada. Muitos pais e familiares tambm se envolveram nas atividades.

    Encontros temticos: tinham como objetivo debater sobre temas especficos educao, tais como educao inclusiva, educao de jovens e adultos, direitos das crianas e adolescentes e educao, financiamento da educao etc. Organizaes da sociedade civil, movimentos e redes puderam nesses encontros refletir, debater e construir propostas.

    Encontro Municipal: representantes de crianas e adolescentes de escolas pblicas se reuniram durante um dia para construir propostas relacionadas melhoria da educao, com a tarefa de multiplicar posteriormente para os outros alunos os contedos debatidos e as propostas construdas. Saiba Mais:

    IMPORTANTE DESTACAR QUE o municpio pode realizar as atividades acima abordando outros te-mas de interesse local. Este processo de participao pode ser aplicado para mobilizar e promover o debate em torno de temas especficos, na fase preparatria para a Conferncia Municipal dos Direitos da Criana e do Adolescente, entre outras conferncias.

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  • Participao em rgos colegiados das polticas de sade, cultura,

    assistncia social, esporte e lazer

    No mbito das polticas pblicas de sade e assistncia social, novos servios esto sendo estruturados para atender ao pblico adolescente como os Cen-tros de Ateno Psicossocial Infantojuvenil (CAPSi), consultrios de rua etc.Tambm vm sendo reestruturados espaos de discusso importantes como os Fruns de Sade Mental Infantojuvenil. O municpio pode aproveitar para promover a participao de adolescentes nos processos participativos desen-volvidos em seus territrios, vinculados aos servios pblicos.

    Incentive que os conselhos gestores de sade, assim como os conselhos gestores

    dos servios CAPS AD, CAPS I, CREAS, CRAS, contem com a participao de

    adolescentes. Estruture com estes servios a Rede de Ateno Psicossocial

    (RAPS) do municpio e realize com os gestores destes servios reunies

    do Frum de Sade Mental Infantojuvenil, e garanta a participao de

    adolescentes nesta reunio. Articule com as Coordenaes Estaduais de

    Sade do Adolescente a capacitao dos profissionais dos servios de sade

    do municpio para distribuio da Caderneta de Sade do Adolescente.

    Participao dos adolescentes de 16 e 17 anos no processo eleitoral

    Um dos grandes avanos da Conveno dos Direitos da Criana foi a aprova-o do Artigo 12, que assegura a crianas e adolescentes o direito de formu-lar seus prprios juzos e expressar suas opinies livremente. No Brasil, este direito foi ampliado e representou uma das grandes conquistas do processo de redemocratizao do Pas quando foi garantido na Constituio de 1988 o cadastramento eleitoral facultativo aos adolescentes de 16 a 17 anos de idade. Na prtica, isso quer dizer que os adolescentes brasileiros participam livremente da escolha de vereadores, prefeitos, deputados, senadores, gover-nadores e presidentes da repblica.

  • Como o cadastramento no obrigatrio, muitos adolescentes no esto su-ficientemente mobilizados para buscar este direito e exerc-lo de maneira li-vre. Em todo o Pas os Tribunais Regionais Eleitorais e seus Fruns Eleitorais organizam campanhas e outras estratgias para ampliar o cadastramento de adolescentes, oferecendo servios itinerantes em escolas e outros espaos pblicos. O grande desafio tem sido manter o interesse pelo cadastramento, tanto em anos de eleies municipais, quanto em anos de eleies estaduais e nacionais. Em geral, a adeso maior nas eleies municipais, onde so decididas coisas mais prximas s vidas dos adolescentes.

    Para alm do desafio do cadastramento est a garantia do voto livre e cons-ciente. Muitas organizaes no governamentais tm procurado realizar cam-panhas alertando para os prejuzos sociais que representam as escolhas base-adas na venda dos votos ou a vinculao do voto com interesses particulares.

    Procure o Tribunal Regional Eleitoral em seu estado e informe-se sobre as

    estratgias de cadastramento eleitoral de adolescentes para as prximas

    eleies. Em seguida, organize um grupo de trabalho que possa mobilizar os

    adolescentes de sua comunidade de residncia ou virtual para acessar o servio,

    informando locais, datas e documentos necessrios para o cadastramento.

    Compartilhe o mximo de informaes utilizando suas redes de contatos.

    UNICEF/BRZ/Marcos Snoop

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  • LINHA DE AO 2

    Apoiar iniciativas de participao de adolescentes em atividades livres

    Tendemos a acreditar que a participao s se concretiza por meio de ins-tncias formais, tais como os conselhos de direitos, os espaos de controle social, os movimentos sociais, entre outros. No entanto, apesar destes espa-os formais serem muito relevantes, cada vez mais os adolescentes tm se organizado politicamente e participado da transformao social por meio de redes virtuais, redes presenciais, passeatas, plenrias populares e utilizando arte, msica e esporte.

    Seguem abaixo dicas de como o municpio pode favorecer a participao dos adolescentes nas discusses sobre as polticas pblicas, de modo que suas contribuies possam ajudar a melhor-las.

    Redes sociais

    Em tempos de internet e tecnologia, novas formas de articulao e mobili-zao vm surgindo. cada vez mais comum o uso da internet, atravs de blogs, redes sociais, sites etc, como uma ferramenta de organizao poltica de adolescentes.

    Especialmente o Facebook, o YouTube e o Twitter, vm se mostrando como poderosos instrumentos para promover a participao cidad de adolescen-tes. Muitos grupos e movimentos de adolescentes utilizam as redes sociais para comunicar as suas ideias e bandeiras, para compartilhar e divulgar as atividades empreendidas, para realizar fruns de debate, para colher assina-turas em prol de uma causa. Assim, relevante que o municpio fomente tais atitudes e apoie os meninos e as meninas:

    Disponibilizando espaos onde seja possvel o adolescente se conectar internet, como escolas e centros de informtica;

    Disponibilizando profissionais que possam apoiar os adolescentesna realizao das atividades de pesquisa na internet;

    Disponibilizando materiais de referncia e de consulta para qualificara atuao dos adolescentes;

    Contribuindo nos debates realizados pelos adolescentes.

    UNICEF/BRZ/ Marcos Snoop

  • O municpio poder apoiar os adolescentes na promoo de uma ampla

    campanha sobre um tema de interesse coletivo por meio do Facebook.

    Tambm poder apoi-los com a produo de vdeos de bolso utilizando

    celulares ou mquinas fotogrficas digitais para, posteriormente, serem

    compartilhados no Facebook, YouTube, Google Videos e Tumblr.

    O Facebook foi o principal meio de comunicao utilizado pelos jovens para divul-gar as manifestaes e passeatas que aconteceram em vrios municpios bra-sileiros, em 2013, pedindo a reduo da tarifa do transporte pblico, solicitando melhorias dos servios prestados pelo governo e pontuando a corrupo poltica.

    Blog

    um tipo de dirio de bordo, pois permite atualizao instantnea, a veiculao da informao em tempo real e a organizao cronolgica. Por no ter nenhum custo, o blog um espao virtual bastante democrtico, ou seja, qualquer pessoa pode acess-lo e deixar seu recado, sua opinio ou uma informao adicional. O municpio pode apoiar o grupo de adolescentes na produo e alimentao do seu prprio blog. Este pode ser um espao para promover debates sobre um tema de interesse dos adolescentes.Tambm pode ser um espao de divulgao das aes realizadas, postagem de fotos e vdeos, integrao com grupos de adolescentes de outros municpios que participam da Plataforma dos Centros Urbanos.

    Para saber mais sobre como construir um blog, acesse o

    site do WordPress: .

    Redes de adolescentes

    As redes constituem-se como uma forma de as pessoas se organizarem co-letivamente para lutar por um objetivo em comum. A rede responsvel pelo compartilhamento de ideias entre pessoas e/ou grupos que tm interesses, valores e objetivos em comum. Existem diversos modos das redes se organi-zarem e empreenderem aes. Algumas funcionam apenas virtualmente com a animao de um pequeno grupo, outras preconizam os encontros presen-ciais para planejar e avaliar as suas aes, mas mantendo contato por meio de redes sociais. Para manter a rede operando recomendvel que se realize pelo menos uma atividade de mobilizao ou encontro por semestre. 26 | 27

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  • Como o municpio pode apoiar os grupos e redes de adolescentes: Incentivando a articulao entre os grupos e redes ajudando na realizao

    de pelo menos uma ao anual de mobilizao social de grande visibilidade, a partir de datas e temas estratgicos relacionados agenda da infncia e adolescncia (18 de maio Dia Nacional de Combate ao Abuso e Explorao Sexual de Crianas; 12 de junho Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil; 13 de julho Aniversrio do Estatuto da Criana e do Adolescente; 12 de outubro Dia das Crianas; 1 de dezembro Dia Mundial de Luta Contra a Aids, entre outros);

    Incentivando a articulao dos grupos e redes locais com outras redes de adolescentes e jovens, possibilitando a troca de experincias, fortalecimento de aes e incidncia sob suas agendas temticas;

    Apoiando a animao dos grupos e redes, realizando em parceriacom os adolescentes um encontro municipal sobre um temade interesse do grupo. importante destacar que as redes tambm podero funcionar por meio de encontros presenciais onde o municpio pode oferecer a logstica para que acontea e com manuteno da comunicao pelas redes sociais.

    O UNICEF j fomenta algumas redes, tais como REJUPE, RENAJOC, RNAJVHA. Estas podem se integrar s aes que sero conduzidas pelo municpio ou ser as principais redes com as quais os municpios vo trabalhar e apoiar.

    UNICEF/BRZ/Lilo Clareto

  • A REJUPE (Rede de Adolescentes e Jovens pelo

    Direito ao Esporte Seguro e Inclusivo) um es-pao de participao e integrao formado por adolescentes com o objetivo de proporcionar a troca de experincias entre adolescentes, jovens e grupos de participao cidad para consolidar aes de defesa e promoo do direito a esporte seguro e inclusivo, para to-das as crianas e adolescentes do Brasil, as-sim como iniciativas que incidam diretamente no planejamento e construo de um legado social positivo para os megaeventos esporti-vos desta dcada. A Rede est presente em 13 capitais brasileiras: Belo Horizonte, Distrito Federal, Cuiab, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Sal-vador, So Lus e So Paulo. Para saber mais

    sobre a REJUPE acesse o site www.rejupe.org.br ou a pgina do Facebook .

    Veja link para o guia Jo-gando Juntos: Guia de Mobilizao pelo Direito ao Esporte Seguro e In-clusivo no site www.unicef.org.br.

    A RENAJOC (Rede Nacional de Adolescentes e

    Jovens Comunicadores) participa de aes que buscam unir adolescentes e jovens do Brasil para chamar a ateno para o Direito Humano Comunicao, fazendo coberturas colaborati-vas de eventos relevantes para os adolescen-tes e jovens e integrando debates nacionais sobre adolescncia, juventude e comunicao. Para saber mais acesse o site www.renajoc.org.br ou a pgina no Facebook .

    A Rede Nacional de Adolescentes e Jovens Viven-

    do com HIV/Aids (RNAJVHA) uma organizao nacional constituda por adolescentes e jovens entre 15 e 29 anos, com sorologia positiva para o vrus HIV, atuando na incluso social, na promoo do fortalecimento biopsicossocial e do protagonismo, independente do gnero, orientao sexual, credo, raa, cor, etnia ou na-cionalidade. Tem como misso apoiar e unir os adolescentes e jovens vivendo com HIV/aids, bem como elaborar e implementar respostas, aes e polticas pblicas contra os estigmas e impactos do HIV/aids para esse grupo. Para conhecer mais sobre a Rede acesse o blog www.redenacionaldejovens.blogspot.com.br ou a pgi-na do Facebook .

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  • Espaos informais de participao cidad

    A Constituio de 1988 estimula o envolvimento da sociedade civil no deba-te e nas solues para problemas que afetam sua realidade local, municipal, estadual e federal. Nesse sentido, metodologias foram sendo criadas ao lon-go do tempo na perspectiva de garantir a participao de adolescentes no processo democrtico, tais como a realizao de plenrias livres, encontros temticos, diagnsticos participativos, entre outros.

    CONFERNCIAS LIVRES: So tecnologias de participao desenvolvidas no pro-cesso de preparao para as Conferncias. Elas tm carter mobilizador e pro-positivo, e podem ser promovidas nos mais variados mbitos da sociedade civil e do poder pblico. Elas no competem ou concorrem com as etapas regionais e municipal, muito pelo contrrio, elas ampliam e estimulam a par-ticipao de novos atores em todo o processo. Todas as ideias, bandeiras e propostas que surgem nas Conferncias Livres podem ser sistematizadas e levadas para a Comisso Organizadora da Conferncia. Lembre-se que as Con-ferncias Livres servem para organizar, mobilizar e ampliar a participao dos adolescentes e podem ser, tambm, espaos de discusso e monitoramento dos desdobramentos dessa discusso.

    ASSEMBLEIA POPULAR TEMTICA: um espao que congrega os grupos e re-des que tenham interesse em debater um determinado tema de interesse co-letivo. A convocao pode ser feita por meio das redes sociais e pelos canais de comunicao utilizados pelos grupos.

    Espaos criativos de mobilizao social

    GINCANA SOLIDRIA E CULTURAL: uma atividade pedaggica que alia a com-petio cooperao entre indivduos e grupos. Nesse caso, recomenda-se que seja uma gincana solidria e temtica, e que no se d nfase disputa, mas ao entusiasmo de cumprir tarefas e aprender com elas. O carter das tarefas deve ser sempre pedaggico e solidrio, e deve-se tomar o cuidado de estabelecer uma comisso julgadora comprometida com o tema e atenta aos objetivos propostos. A gincana pode focar um tema que desperte o interesse de todos. Uma comisso de adolescentes e professores deve elaborar as tare-fas e seus respectivos critrios de julgamento; indicar uma entidade a ser be-neficiada com a ao solidria da gincana; formar uma comisso julgadora com representantes dos adolescentes e dos jovens, dos familiares, profissionais de sade, educadores, entre outros integrantes da escola e da comunidade. Por fim, preciso escolher um prmio de interesse coletivo.

  • EVENTOS CULTURAIS: Trata-se de algo que acontece sem uma frequncia fixa, normalmente recebendo mais visibilidade e envolvendo um nmero maior de pessoas. um momento de sair da rotina. Pode ser um festival de arte e cul-tura, uma mostra de fotografia produzida pelos prprios jovens, uma projeo de filme com debate, um show de msica ou dana, uma apresentao de teatro ou uma mostra de arte e fotografia. So eventos elaborados pelo pr-prio grupo de adolescentes e de jovens, por convidados de outros bairros ou escolas ou at mesmo por artistas profissionais comprometidos com o tema. um momento especial, pois rene muita gente em torno de uma atividade em que geralmente circula muita alegria e emoo.

    Os eventos culturais podem ter como mote um assunto

    que tenha relao com a reduo das desigualdades.

    INTERVENO NA COMUNIDADE: uma ao de maior alcance e impacto que pode ter diferentes objetivos: uma pesquisa sobre a situao da comunidade ou da cidade, a sensibilizao da comunidade, um dilogo mais sistemtico com a escola e outras instituies, uma feira de sade etc. Para que o trabalho desenvolvido seja consistente, importante que ele seja planejado detalhada-mente e avaliado aps sua realizao.

    importante que as atividades sejam protagonizadas pelos prprios

    adolescentes utilizando a metodologia da educao entre pares

    processo no qual os adolescentes e os jovens atuam como facilitadores

    e multiplicadores de aes junto a outros adolescentes e jovens.

    UNICEF/BRZ/Lilo Clareto

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    P LATAFOR MA DOS CENTROS URBANOS | COMO O MUNICP IO PODE PROMOVER O D IREITO PARTIC IPAO

  • O UNICEF lanou em 2013 a campanha Fora da Escola No Pode! e convida o municpio por meio deste guia para o desafio de construir com os adolescentes uma

    estratgia para a reduo da excluso escolar.

    UNICEF/BRZ/Drago

  • Desafio parao municpio:Fora da EscolaNo Pode!O Brasil ainda tem 3,7 milhes de crianas e adolescentes de 4 a 17 anos fora da escola, e 8,8 milhes de alunos das sries iniciais e finais do ensino fun-damental em risco de excluso por estar com idade superior recomendada. Do total de adolescentes que tm entre 15 e 17 anos, apenas 83% esto na escola, e destes, apenas 47,3% esto no Ensino Mdio e 52,3% ainda esto no Ensino Fundamental.

    O seu municpio pode contribuir para a reduo da excluso escolar, j que em 2013 sero realizadas as Conferncias Municipais que vo traar as metas para constar das discusses na Conferncia Nacional em 2014. Outra iniciativa im-portante so os Planos Municipais de Educao, que tambm devem conter as metas municipais para o enfrentamento da excluso escolar.

    O UNICEF lanou em 2013 a campanha Fora da Escola No Pode! e convida o municpio por meio deste guia para o desafio de construir com os adolescen-tes uma estratgia para a reduo da excluso escolar.

    Construa com os adolescentes um mapa da situao da excluso

    escolar de adolescentes no seu municpio para ser apresentado ao

    Conselho de Educao Municipal e/ou na Conferncia Municipal.

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  • Os adolescentes podem mapear a excluso escolar do municpio identificando: Quantos so os adolescentes atrasados (em risco de ser

    excludos) e quantos so os adolescentes fora da escola? importante ressaltar as principais reas dentro do municpio onde esto a maior parte destes adolescentes;

    Quais os programas que existem no municpio para enfrentar os fatores da excluso do Benefcio de Prestao Continuada (BPC), Programa de Erradicao do Trabalho Infantil (PETI) etc.? Importante saber se os beneficirios destes programas esto na escola e como est sendo monitorada a frequncia;

    Quais as principais razes pelas quais seus pares esto atrasados, ou fora da escola?

    O mapa pode ser produzido utilizando fotos, vdeos e outros recursos. O im-portante mostrar visualmente quantos so, quem so os que esto fora e/ou em risco de evaso, e por que esto fora ou em risco de evaso.

    Para apoiar sua cidade na mobilizao Fora da Escola No Pode!, o UNICEF dis-ponibiliza:a) Um questionrio estruturado para ser usado por adolescentes

    para entrevistar seus pares em relao excluso escolar.O questionrio pode ser utilizado tanto como um instrumento de mobilizao e dilogo, como para recolher informaes sobre as barreiras e dificuldades dos adolescentes em relao incluso escolar;

    b) Um website interativo no qual os adolescentes podem incluir suas vises, dificuldades e propostas para assegurar o direito educao;

    c) Todos os dados disponibilizados pelo Censo 2010 relativos educao de crianas e adolescentes taxas de matrcula, evaso, repetncia, idade-srie e outros , que permitiro ver qual a situao da educao na sua cidade;

    d) Dicas de atividades para promover o dilogo entre professores e alunos;e) Material audiovisual da campanha Fora da Escola No Pode! para

    ser utilizado nas atividades desenvolvidas na cidade.

  • Mobilizao pelas redes sociais

    O municpio tambm pode apoiar os adolescentes a promover uma ampla campanha pelo Facebook sobre o tema Fora da Escola No Pode!. De que ma-neira?

    Os adolescentes podem fazer uma enquete nas escolas sobre as razes que levam os alunos a evadir e sugestes de como a escola pode ser mais atrativa. Estes dados podem ser sistematizados em vdeo ou em diagramas e compartilhados no Facebook e YouTube;

    Promovendo um twittao sobre o tema Fora da Escola No Pode!; Produzindo vdeos de bolso utilizando celulares ou mquinas

    fotogrficas digitais para serem compartilhados nas redes sociais e sites de grande audincia (YouTube e Google Vdeos) ou em festivais de mdia;

    Construindo e mantendo uma pgina no Facebook sobre a campanha Fora da escola no pode!

    UNICEF/BRZ/Fabio Caffe

    P LATAFOR MA DOS CENTROS URBANOS | DESAFIO PARA O MUNICP IO : FORA DA ESCOLA NO PODE!

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  • UNICEF/BRZ/Ratao Diniz

  • Metodologias para fortalecimento da participao dos adolescentesDesenvolvidas pelo UNICEF, em interao com diferentes parceiros, as duas metodologias a seguir buscam impulsionar e fortalecer a formao, articulao e participao cidad dos adolescentes. No decorrer do trabalho, elas podem ser implementadas pelos municpios com a rede escolar, as organizaes de jovens e adolescentes ou grupos de base comunitria.

    Competncias para a Vida

    O UNICEF observou que para garantir o desenvolvimento das adolescncias, contemplando sua diversidade, alguns temas no podem deixar de ser traba-lhados pela famlia, pela escola, pela comunidade e pelos prprios adolescen-tes. Esses temas so apresentados nesta publicao como competncias a serem desenvolvidas com e por adolescentes, por meio de oficinas, grupos de discusso e capacitao, a fim de contribuir para o desenvolvimento de habili-dades, conhecimentos e atitudes essenciais para esta fase da vida. O material foi elaborado em linguagem acessvel e criativa, com respeito s diferenas regionais e ateno aos direitos humanos, princpios de equidade e igualdade de gnero, raa e etnia. A linguagem visual tambm foi especialmente traba-lhada em tom leve e bem-humorado.

    Pode ser encontrado no site www.unicef.org.br, na seo Biblioteca.

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  • Mapeamento Digital Liderado por Jovens

    A metodologia Mapeamento Digital de Riscos Socioambientais Liderado por Ado-lescentes e Jovens oferece uma oportunidade para que crianas, adolescentes e jovens conheam melhor o ambiente em que vivem. A iniciativa foi desen-volvida pela equipe do Public Laboratory for Open Science and Technology (PublicLab), e sua metodologia foi transferida para o UNICEF. Entre 2011 e 2013, a iniciativa contemplou 10 comunidades no Rio de Janeiro e foi replicada em Eusbio, no Cear. No Rio de Janeiro foram 240 adolescentes e jovens mobilizados e 1.243 pontos de riscos identificados. A partir de 2014, o UNICEF disponibilizar a metodologia para outros centros urbanos por meio de parce-rias, levando esta ferramenta para dentro das escolas.

    So duas as estratgias utilizadas pela iniciativa: um mapeamento areo, com a utilizao de pipas e cmeras digitais comuns; e um mapeamento com o UNICEF-GIS, aplicativo para smartphones desenvolvido especificamente para mapeamentos georreferenciados por meio de imagens, produzidas em tempo real. As fotos feitas pelo celular transformam-se em pontos no mapa do ter-ritrio, que fica hospedado em uma plataforma on-line no endereo . Estas estratgias se traduzem em oportunidade de conhecimento e apropriao do territrio, a partir do reconhecimento dos riscos e desafios locais, pelos participantes do Mapeamento Digital e geram planos de ao para que mudanas positivas sejam realizadas por meio da mobilizao comu-nitria, bem como pela articulao poltica junto gesto pblica.

    UNICEF/BRZ/Fabio Caffe

  • Caixa de ferramentasAqui esto dicas de livros, filmes, instituies e materiais educativos sobre participao social e poltica, com foco na atuao de adolescentes e de jovens.

    LIVROS

    Cincia Poltica: Textos Introdutrios, de urea Petersen, Eduardo Corsetti, Elizabeth Maria Kieling Pedroso e Maria Alayde Albite Ulrich (Editora Mundo Jovem);

    O que poltica, de Wolfgang Leo Maar (Editora Brasiliense);

    Dilogo nacional para uma poltica pblica de juventude, do IBASE (disponvel na internet no endereo );

    Poltica: quem manda, por que manda, como manda, de Joo Ubaldo Ribeiro (Editora Nova Fronteira);

    O Poder Jovem, de Arthur Jos Poerner (BookLink);

    Memrias do Crcere, de Graciliano Ramos (Editora Jos Olympio);

    Rumo estao Finlndia, de Edmund Wilson (Editora Companhia de Bolso);

    Por quem os sinos dobram, de Ernest Hemingway (Editora Livros do Brasil).

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  • FILMES

    Rdio Favela (Direo de Hevlcio Ratton, 2002): Conta a histria de quatro jovens que vivem em uma favela em Belo Horizonte e tm um sonho em co-mum: montar uma rdio. Os jovens Jorge, Brau, Roque e Zequiel conseguem realizar o sonho e o filme retrata os problemas e alegrias que estes jovens tm de enfrentar durante o desenvolvimento da rdio.

    Edukators (Direo de Hans Weingartner, 2004): Conta a histria de um grupo de jovens amigos moradores de Berlim, Alemanha, que se rene para invadir as casas de pessoas ricas e deixar mensagens contra o capitalismo.

    Quase dois irmos (Direo de Lcia Murat, 2005): O filme baseado na histria de dois personagens, Miguel, um jovem intelectual de classe mdia e preso poltico na Ilha Grande, e hoje deputado federal, e Jorge, filho de um sambista, que de praticante de pequenos assaltos se transformou num dos lderes do Comando Vermelho. Retrata a histria poltica do Brasil nos ltimos 50 anos, contada tambm atravs da msica popular, o ponto de ligao entre esses dois personagens e seus mundos.

    Olga (Direo de Jayme Monjardim, 2004): Uma grande histria de amor e intolerncia. Da infncia burguesa na Alemanha morte numa das cmaras de gs de Hitler, o filme retrata a vida e os ideais da militante comunista Olga Benrio Prestes.

    UNICEF/BRZ/Roberto Jayme

  • SITES

    INESC Criana do Parlamento www.criancanoparlamento.org.br

    Revista Virao www.viracao.org

    Agncia Jovem de Notcias www.agenciajovem.org

    IIDAC www.iidac.org

    Parlamento Juvenil www.parlamentojuvenil.com.br

    Parlamento Juvenil Mercosul http://parlamentojuvenil.educ.ar/pt-br

    Unio Nacional do Estudantes www.une.org.br

    Rede Jovens do Nordeste www.rjne.blogger.com.br

    Ficha Limpa www.fi chalimpa.org.br

    Superao Jovem www.superacaojovem.org.br

    Plataforma Mapa DCA www.mapadca.org

    Rejupe www.rejupe.org.br

    Renajoc http://renajoc.org.br

    Rede Nacional de Jovens Vivendo e Convivendo com HIV/aids http://redenacionaldejovens.blogspot.com.br 40 | 41

    PLATAFORMA DOS CENTROS URBANOS | CAIXA DE FERRAMENTAS

  • GUIAS

    Monitoramento Jovem de Polticas Pblicas (MJPOP) www.mjpop.com.br

    Adolescentes e Participao Poltica www.unaids.org.br/biblioteca/links/UNICEF/UNICEF%202/UNICEF%202_4.pdf

    Adolescncias: Juventude e Participao www.undime-rj.org.br/arquivos/spe/Folder_Adolescencia.pdf

    Jogando Juntos: Guia de Mobilizao pelo Direito ao Esporte Seguro e Inclusivo www.rejupe.org.br/downloads/jornal/guia_rejupe.pdf

  • EXPEDIENTE

    Gary Lee StahlRepresentante do UNICEF no Brasil

    Antonella ScolamieroRepresentante Adjunta do UNICEF no Brasil

    Luciana PheboCoordenadora da Plataforma dos Centros Urbanos

    Mrio VolpiCoordenador do pr ograma Cidadania dos Adolescentes do UNICEF no Brasil

    Colaborao: Gabriela Mora, Immaculada Prieto, Ludimila Palazzo, Maria do Carmo Adrio e Rui Aguiar

    Projeto grfico e diagramao: Compasso Comunicao www.artecompasso.com.br

  • PARCEIROS TCNICOS

    Escritrio do UNICEF em BelmTel.: (91) 3073.5700E-mail: [email protected]

    Escritrio do UNICEF em FortalezaTel.: (85) 3306.5700E-mail: [email protected]

    Escritrio do UNICEF em ManausTel.: (92) 4009.0850E-mail: [email protected]

    Escritrio do UNICEF em RecifeTel.: (81) 3059.5700 E-mail: [email protected]

    Escritrio do UNICEF no Rio de JaneiroTel.: (21) 3147.5700E-mail: [email protected]

    Escritrio do UNICEF em SalvadorTel.: (71) 3183.5700E-mail: [email protected]

    Escritrio do UNICEF em So LusTel.: (98) 4009.5700E-mail: [email protected]

    Escritrio do UNICEF em So PauloTel.: (11) 3728.5700E-mail: [email protected]

    ALIANA ESTRATGICA