Guia.pratico.codigo.trabalho

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  • 8/3/2019 Guia.pratico.codigo.trabalho

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    GUIA PRTICO DOCDIGO DO TRABALHO:

    NOTA:A informao contida neste Guia, no dispensa a consulta na integra, do Cdigo do Trabalho (Lei n. 99/2003,de 27 de Agosto que aguarda ainda regulamentao), para aprofundamento dos assuntos referidos.

    ndice dos assuntos abordados:

    Contrato de TrabalhoPresuno no Contrato de TrabalhoProteco de dados pessoaisTestes e exames mdicosMeios de vigilncia a distnciaConfidencialidade de mensagens e de acesso a informao

    Proteco da maternidade e da PaternidadeMaternidade e paternidadeRegime Jurdico da Proteco da Maternidade e da Paternidade:Dispensas na gravidez para consultas, amamentao e aleitaoProteco especial da grvida, purpera ou lactanteTrabalho NocturnoProteco no despedimentoLicena por maternidadeLicena por paternidadeFaltas para assistncia a menores (filhos e netos)

    Informaes ObrigatriasDever mtuo

    Forma do contrato de trabalhoVerbal e escrita

    Perodo experimentalNooDenncia do contratoContagem do perodo experimentalContratos por tempo indeterminadoContratos a termoContratos em comisso de servioReduo e exclusoAplicao do regime

    Objecto do contratoDefinio do objectoTtulo profissional

    Direitos, Deveres e Garantias das PartesPrincpio geralDeveres do empregadorDeveres do trabalhadorGarantias do trabalhadorFormao profissionalFormao contnua

    Clusulas Acessrias do Contrato de TrabalhoCondio e termo

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    Termo resolutivo

    Admissibilidade do contratoOutros casos de admissibilidadeJustificao do termoFormalidades do contrato

    Converso em contrato sem termoContratos sucessivosInformaesPreferncia na admissoFormao profissionalTaxa social nica

    Contrato a termo certoRenovao do contratoConverso em contrato sem termoPrazo inferior a seis meses

    Contrato a termo incerto

    Admissibilidade do contratoDuraoConverso em contrato sem termo

    Prestao do TrabalhoRegistoLimites mximos dos perodos normais de trabalhoAdaptabilidadeRegime especial de adaptabilidade

    Horrio de TrabalhoDefinio do horrio de trabalhoIntervalo de descansoDescanso dirioCondies de iseno de horrio de trabalhoEfeitos da iseno de horrio de trabalhoMapas de horrio de trabalho

    Trabalho NocturnoNoo

    Trabalho SuplementarNooObrigatoriedadeCondies da prestao e limites da durao

    Descanso compensatrioRegistoDescanso semanal obrigatrio

    FriasDireito a friasAquisio do direito a friasDurao do perodo de friasDireito a frias nos contratos de durao inferior a seis mesesCumulao de friasEncerramento da empresa ou estabelecimentoMarcao do perodo de friasDoena no perodo de friasEfeitos da cessao do contrato de trabalho

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    FaltasNooTipos de faltasComunicao da falta justificadaProva da falta justificada

    Efeitos das faltas justificadasEfeitos das faltas injustificadasEfeitos das faltas no direito a frias

    RetribuioSubsdio de NatalRetribuio do perodo de friasTrabalho nocturnoTrabalho suplementarFeriadosAjudas de custo e outros abonosGratificaesDeterminao do valor da retribuio

    Pagamento da retribuioMudanas Contratuais

    MobilidadeMudana de categoriaMobilidade funcionalMobilidade geogrfica

    Reduo da Actividade e Suspenso do ContratoPossibilidade de reduo ou suspensoReduo do trabalho e suspenso do contrato de trabalho por facto respeitante aoempregadorSituaes de crise empresarialComunicao aos trabalhadoresDuraoDireitos do trabalhadorDeveres do empregadorCompensao retributiva (*)Comparticipao na compensao retributivaDeveres do trabalhadorFriasSubsdio de NatalEncerramento temporrio do estabelecimento ou diminuio temporria da actividadeCaso fortuito ou motivo de fora maior

    Cessao do ContratoProibio de despedimento sem justa causaRegime imperativoModalidades de cessao do contrato de trabalhoDocumentos a entregar ao trabalhadorDevoluo de instrumentos de trabalhoCaducidadeCausas de caducidadeCaducidade do contrato a termo certoCaducidade do contrato a termo incertoIlicitude da cessao do contrato a termo certo ou incertoMorte do empregador e extino ou encerramento da empresaRevogaoCessao por acordoExigncia da forma escritaCessao do acordo de revogao

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    Cessao por iniciativa do empregador

    Despedimento por facto imputvel ao trabalhadorJusta causa de despedimentoProcesso disciplinar escritoInqurito prvio

    Suspenso preventiva do trabalhadorComunicao da nota de culpaResposta nota de culpaInstruoDeciso no processo disciplinarCessao do contratoProcesso especial para as Microempresas(menos de 10 trabalhadores)Outros procedimentos especiaisContra-ordenaesIlicitude do despedimentoSuspenso do despedimentoImpugnao do despedimentoEfeitos da ilicitude

    CompensaoReintegraoIndemnizao em substituio da reintegrao

    Despedimento ColectivoNooAviso prvioCrdito de horasDennciaCompensao (*1)Comunicaes obrigatriasInformaes e negociaesDecisoContra-ordenaesIlicitude do despedimentoEfeitos da ilicitudeSuspenso do despedimentoImpugnao do despedimento

    Despedimento por extino de posto de trabalhoNooRequisitos exigidosDireito do trabalhador despedidoComunicaesConsultasDecisoContra-ordenaesIlicitude do despedimentoEfeitos da ilicitudeSuspenso do despedimentoImpugnao do despedimento

    Despedimento por inadaptaoNooSituaes de inadaptaoRequisitos a cumprirComunicaesConsultasDecisoContra-ordenaesIlicitude do despedimento

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    Efeitos da ilicitudeSuspenso do despedimentoImpugnao do despedimento

    Cessao por iniciativa do trabalhador

    Resoluo do contratoRegras geraisProcedimentoImpugnao da resoluoResoluo ilcitaResponsabilidade do trabalhador em caso de resoluo ilcitaDenncia do contratoAviso prvioFalta de cumprimento do prazo de aviso prvioNo produo de efeitos da declarao de cessao do contratoAbandono do trabalhoRegime transitrio

    Contra-ordenaes Laborais:

    Contrato de Trabalho - (art.10 - CT)

    Contrato de trabalho aquele pelo qual uma pessoa se obriga, mediante retribuio, a prestara sua actividade a outra ou outras pessoas, sob a autoridade e direco destas.

    Presuno no Contrato de Trabalho (art. 12 - CT)

    Presume-se que existe um contrato de trabalho sempre que o prestador esteja na dependnciae inserido na estrutura organizativa do beneficirio da actividade e realize a sua prestao sobas ordens, direco e fiscalizao deste, mediante retribuio.

    Portanto, verificando-se todas estas situaes, se conclui que existe contrato de trabalho e nooutro contrato qualquer. Tornando-se mais fcil, clarificar algumas situaes duvidosas, emque, sob a capa de contrato de prestao de servios (com passagem de recibos de IRSmodelo n 6 tambm chamados Recibos Verdes), h contratos de trabalho subordinado.

    Proteco de dados pessoais (art. 17 - CT)

    O empregador no pode exigir ao candidato a emprego ou ao trabalhador que presteinformaes relativas sua vida privada, (salvo quando estas sejam estritamente necessriase relevantes para avaliar a respectiva aptido no que respeita execuo do contrato detrabalho) ou sua sade ou estado de gravidez, (salvo se justificadas, neste caso, porparticulares exigncias da natureza da actividade).A fundamentao do pedido de informaes deve ser feita por escrito.O candidato a emprego ou o trabalhador que tiver fornecido dados pessoais, tem direito aocontrolo dos respectivos dados, podendo tomar conhecimento dos mesmos, dos fins a que sedestinam, bem como exigir a sua rectificao ou actualizao.Os ficheiros e acessos informticos utilizados pelo empregador para tratamento de dadospessoais ficam sujeitos legislao em vigor relativa proteco de dados pessoais.

    A violao pelo empregador do regime acima indicado quanto ao pedido de informaes sobrea vida privada, o estado de sade ou gravidez constitui contra-ordenao muito grave. (ver nofinal do documento Contra-ordenaes)

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    Testes e exames mdicos (art. 19 - CT)

    Para alm das situaes previstas na legislao relativa a segurana, higiene e sade notrabalho, o empregador no pode, exigir ao candidato a emprego ou ao trabalhador arealizao ou apresentao de testes ou exames mdicos, de qualquer natureza, para

    comprovao das condies fsicas ou psquicas, salvo quando estes tenham por finalidade aproteco e segurana do trabalhador ou de terceiros, ou quando particulares exigncias daactividade o justifiquem e a respectiva fundamentao seja apresentada por escrito.O empregador no pode, em caso algum, exigir candidata a emprego ou trabalhadora arealizao ou apresentao de testes ou exames de gravidez.O mdico responsvel pelos testes e exames mdicos s pode comunicar ao empregador se otrabalhador est ou no apto para desempenhar a actividade, salvo autorizao escrita deste.

    A violao pelo empregador daquelas normas constitui contra-ordenao muito grave. (ver nofinal do documento Contra-ordenaes)

    Meios de vigilncia a distncia (art. 20 - CT)

    O empregador no pode utilizar meios de vigilncia distncia no local de trabalho, paracontrolar o desempenho profissional do trabalhador, s o podendo fazer para proteco esegurana de pessoas e bens ou quando particulares exigncias da actividade o justifiquem,devendo informar disso os trabalhadores.

    A utilizao de meios de vigilncia, em violao do acima referido, constitui contra-ordenaomuito grave e a omisso de informao aos trabalhadores constitui contra-ordenao leve. (verno final do documento Contra-ordenaes)

    Confidencialidade de mensagens e de acesso a informao (art. 21 - CT)

    O trabalhador goza do direito de reserva e confidencialidade relativamente ao contedo demensagens de carcter no profissional que envie, receba ou consulte, nomeadamente atravsde correio electrnico, podendo, no entanto, o empregador estabelecer regras de utilizaodos meios de comunicao da empresa, incluindo o correio electrnico.

    Proteco da maternidade e da Paternidade

    Maternidade e paternidade (art. 33 a 52 - CT e art. 3, n 2 - Prambulo)

    A maternidade e a paternidade constituem valores sociais eminentes e, por isso, a me e o paitm direito proteco da sociedade e do Estado na realizao da sua aco em relao aosfilhos, nomeadamente no que respeita sua educao.Para a proteco da maternidade, a lei distingue e define as seguintes trs situaes, nasquais sempre necessrio que a trabalhadora informe, por escrito, o empregador e comproveo seu estado pela apresentao de atestado mdico:Trabalhadora grvida - toda a trabalhadora em estado de gestao;Trabalhadora purpera - toda a trabalhadora parturiente e durante um perodo de 120 diasimediatamente seguintes ao parto;Trabalhadora lactante - toda a trabalhadora que amamenta o filho.

    Ainda no mbito da proteco da maternidade e da paternidade, so fixados os direitos que, deseguida, se enumeram.

    Dispensas na gravidez para consultas, amamentao e aleitao (art. 39, 50 n2, 643 n2 CT)

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    A trabalhadora grvida tem direito a dispensa de trabalho para se deslocar a consultas pr-natais, pelo tempo e nmero de vezes necessrios e justificados.A me que, comprovadamente, amamente o filho tem direito a dispensa de trabalho para oefeito, durante todo o tempo que durar a amamentao.No caso de no haver a amamentao, a me ou o pai tm direito, por deciso conjunta, adispensa do trabalho para aleitao do filho at este perfazer um ano. As dispensas contam

    como prestao efectiva de servio, no determinando a perda de quaisquer direitos.A violao destes direitos constitui contra-ordenao grave. (ver no final do documento Contra-ordenaes)

    Proteco especial da grvida, purpera ou lactante (art.45, 46, 49, 50 n1,f , 643)

    A trabalhadora grvida, purpera ou lactante tem direito a ser dispensada do regime deadaptabilidade do perodo de trabalho (o mesmo acontece em caso de s haver aleitao eaquele regime afectar a regularidade desta), como no est obrigada a prestar trabalhosuplementar at o filho perfazer 12 meses (este ltimo direito aplicvel ao pai que beneficiouda licena por paternidade, em substituio da me, nas condies referidas mais frente).

    A violao destes direitos contra-ordenao leve. (ver no final do documento Contra-ordenaes)

    Trabalho NocturnoA trabalhadora dispensada de prestar trabalho entre as 20 horas de um dia e as 7 horas dodia seguinte, durante um perodo de 112 dias antes e depois do parto (metade daquele perododeve ser anterior data presumvel do parto) e restante perodo de gravidez, comapresentao de atestado mdico, que comprove que a dispensa necessria para a suasade ou do futuro filho. trabalhadora dispensada da prestao de trabalho nocturno deve ser atribudo, um horrio detrabalho diurno compatvel, sempre que isso no seja possvel, dispensada do trabalho (estasdispensas contam para todos os efeitos como tempo de servio efectivo, excepto para efeito deretribuio).

    Proteco no despedimentoO despedimento de trabalhadora grvida, purpera ou lactante carece sempre de parecerprvio da entidade que tenha competncia na rea da igualdade de oportunidades entrehomens e mulheres (Comisso para a Igualdade no Trabalho e Emprego) e presume-sesempre feito sem justa causa.O parecer referido deve ser comunicado ao empregador e trabalhadora nos 30 dias seguintes recepo do processo de despedimento pela referida entidade.Se o parecer for desfavorvel ao despedimento, este s pode ser efectuado pelo empregadoraps deciso judicial que reconhea a existncia de motivo justificativo. O despedimento semque aquele parecer tenha sido pedido invlido, cabendo ao empregador provar que osolicitou.Se o despedimento de trabalhadora grvida, purpera ou lactante for declarado ilcito, estapode optar entre a reintegrao ou indemnizao, a fixar pelo tribunal, de 30 a 60 dias deretribuio base e diuturnidades por cada ano completo ou fraco de antiguidade (oinstrumento de regulamentao colectiva de trabalho pode fixar indemnizaes mais elevadas),num mnimo de 6 meses.A trabalhadora tem ainda direito a indemnizao por danos no patrimoniais.

    Licena por maternidade (art. 35, 50 n1 a ) , 643 n1)

    A trabalhadora tem direito a uma licena por maternidade de 120 dias consecutivos, 90 dosquais necessariamente a seguir ao parto, podendo os restantes 30 ser gozados, total ouparcialmente, antes ou depois do parto.No caso de nascimentos mltiplos, o perodo de licena acrescido de 30 dias por cadagmeo alm do primeiro (exemplo: se nascerem dois gmeos, a me tem direito a licena de150 dias e se forem trs gmeos ter 180 dias).

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    obrigatrio o gozo de, pelo menos, seis semanas de licena por maternidade a seguir aoparto.Em caso de internamento hospitalar da me ou da criana durante o perodo de licena aseguir ao parto, este perodo pode ser suspenso enquanto durar o internamento, desde que ame o solicite.

    Licena por paternidade (art. 36, 50 n1 a) , 643 n2) O pai tem direito a uma licena por paternidade de cinco dias teis, seguidos ou interpolados,que so obrigatoriamente gozados no primeiro ms a seguir ao nascimento do filho.Tem ainda direito a licena, por perodo de durao igual quele a que a me teria direito ou aoresto desse perodo, se esta j tiver gozado alguns dias, nos seguintes casos:- Incapacidade fsica ou psquica da me, e enquanto esta se mantiver;- Morte da me;O pai pode, ainda, dividir com a me a licena de maternidade, por acordo entre ambos. Nestecaso, a me tem de gozar, como se disse, pelo menos seis semanas a seguir ao parto.No caso de morte da me, o perodo mnimo de licena do pai de 30 dias. Entretanto, nocaso de morte ou incapacidade fsica ou psquica de me no trabalhadora, verificadas noperodo de 120 dias imediatamente a seguir ao parto, o pai tem os direitos a licena atrs

    descritos.O gozo destas licenas pelo pai tem o mesmo regime que o acima referido para a licena pormaternidade.

    A violao destes direitos integra a prtica de contra-ordenao grave. (ver no final dodocumento Contra-ordenaes)

    Faltas para assistncia a menores (filhos e netos) (art. 37, 40 a 42, 45, 50 n1 d) e g) , 643 n2)

    Os trabalhadores tm direito a faltar ao trabalho, at 30 dias por ano, para prestar assistnciainadivel e imprescindvel, em caso de doena ou acidente, a filhos, adoptados ou a enteadosmenores de 10 anos. No caso de hospitalizao, o direito a faltar estende-se pelo perodo emque aquela durar.O direito a faltar existe ainda quando, independentemente da idade, o filho, adoptado ouenteado tenha deficincia ou doena crnica. Este direito (tambm aplicvel aos trabalhadoresa quem tenha sido deferida a tutela ou confiada a guarda da criana) no pode ser exercidosimultaneamente pelo pai e pela me ou equiparados.Alm disso, o trabalhador pode faltar at 30 dias consecutivos, a seguir ao nascimento denetos que sejam filhos de adolescentes com idade inferior a 16 anos e que com ele vivam emcomunho de mesa e habitao.Estas faltas implicam perda de retribuio, mas no consideradas como tempo de servioefectivo.

    A violao destes direitos constitui contra-ordenao grave. (ver no final do documento Contra-ordenaes)

    Informaes Obrigatrias (art. 97 a 99 - CT)

    Dever mtuo

    O empregador e o trabalhador tm o dever mtuo de informao, respectivamente, sobre osaspectos relevantes do contrato de trabalho e da prestao da actividade laboral.O empregador deve prestar ao trabalhador, por escrito, em um ou vrios documentos por siassinados, informaes relativas aos direitos e deveres que decorram do contrato de trabalho,nomeadamente as seguintes:

    - A respectiva identificao e, sendo sociedade, a existncia de uma relao de coligao;- O local de trabalho, bem como a sede ou o domiclio do empregador;- A categoria do trabalhador e a descrio sumria das funes;

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    - A data de celebrao do contrato e a do incio dos seus efeitos;- A durao previsvel do contrato, se este tiver termo;- A durao das frias ou, se no for possvel conhecer essa durao, os critrios para a suadeterminao;- Os prazos de aviso prvio a observar pelo empregador e pelo trabalhador para a cessao docontrato ou, se no for possvel conhecer essa durao, os critrios para a sua determinao;

    - O valor e a periodicidade da retribuio;- O perodo normal de trabalho dirio e semanal;- O instrumento de regulamentao colectiva de trabalho (IRCT) aplicvel, quando seja o caso.

    Se o contrato de trabalho for reduzido a escrito, aquelas informaes podem constar destedocumento.Alm disso, a informao sobre frias, aviso prvio, retribuio e perodo normal de trabalhopode ser substituda pela referncia s respectivas disposies legais, de IRCT ou regulamentode empresa.Os documentos com as informaes devem ser entregues ao trabalhador nos 60 diasseguintes ao inicio da execuo do contrato, mesmo que este no chegue a Ter aqueladurao.

    A violao de qualquer das regras, acima discriminadas, constitui contra-ordenao leve. (verno final do documento Contra-ordenaes)

    Forma do contrato de trabalho (art.102, 103 - CT)

    Verbal e escritaO contrato de trabalho no depende de forma especial, podendo ser verbal.No entanto, esto sujeitos a forma escrita, nomeadamente, os seguintes casos:- Contrato-promessa de trabalho;- Contrato para prestao subordinada de teletrabalho;- Contrato de trabalho a termo;- Contrato de trabalho com trabalhador estrangeiro, salvo disposio legal em contrrio;- Contrato de trabalho em comisso de servio;- Contrato de trabalho com pluralidade de empregadores;- Contrato de trabalho a tempo parcial;- Contrato de pr-reforma;- Contrato de cedncia ocasional de trabalhadores.Dos contratos escritos deve sempre constar a identificao e a assinatura das partes.

    Perodo experimental (art. 104, 105, 106, 107, 108, 109, 110, prembulo art. 9 a) CT)

    NooO perodo experimental, que conta para a antiguidade do trabalhador, corresponde ao tempoinicial de execuo do contrato e destina-se a permitir a avaliao do interesse na suamanuteno.

    Denncia do contratoDurante o perodo experimental, qualquer das partes pode fazer cessar o contrato sem avisoprvio nem necessidade de invocao de justa causa, no havendo direito a indemnizao,salvo acordo escrito em contrrio.Tendo o perodo experimental durado mais de 60 dias, o empregador tem de dar um avisoprvio de 7 dias para fazer cessar o contrato.

    Contagem do perodo experimentalO perodo experimental comea a contar-se a partir do incio da prestao do trabalhador,incluindo as aces de formao profissional ministradas pelo empregador ou frequentadas porsua determinao, desde que no excedam metade do perodo experimental.No contam para o perodo experimental os dias de falta, mesmo justificadas, de licena, dedispensa e de suspenso do contrato.

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    Contratos por tempo indeterminadoNos contratos de trabalho por tempo indeterminado (sem prazo), o perodo experimental tem aseguinte durao:- 90 dias para a generalidade dos trabalhadores;- 180 dias para os trabalhadores que exeram cargos de complexidade tcnica, elevado grau

    de responsabilidade ou que pressuponham uma especial qualificao, bem como para os quedesempenhem funes de confiana;- 240 dias para pessoal de direco e quadros superiores.

    Contratos a termo Nos contratos de trabalho a termo (a prazo), o perodo experimental tem a seguinte durao:- 30 dias para contratos de durao igual ou superior a seis meses;- 15 dias nos contratos a termo certo de durao inferior a seis meses e nos contratos a termoincerto cuja durao se preveja no vir a ser superior quele perodo.

    Contratos em comisso de servio

    Nos contratos em comisso de servio, s h perodo experimental, que no pode ser superior

    a 180 dias, se estiver expressamente previsto no respectivo acordo.Reduo e excluso

    A durao do perodo experimental pode ser reduzida por instrumento de regulamentaocolectiva de trabalho (IRCT) ou por acordo escrito das partes.O perodo experimental pode ser excludo por acordo escrito das partes.

    Aplicao do regime

    O regime do perodo experimental, acima descrito, s se aplica aos contratos celebrados ouiniciados aps a sua entrada em vigor, ou seja a partir de 1 de Dezembro de 2003.

    Objecto do contrato (art.111, 112, 113 - CT)

    Definio do objectoCabe s partes definir a actividade para que o trabalhador contratado, podendo faz-lo porremisso para a categoria profissional constante do instrumento de regulamentao colectivade trabalho (IRCT) aplicvel ou de regulamento interno de empresa.

    Ttulo profissionalNas actividades cujo exerccio est legalmente condicionado posse de carteira profissional outtulo com valor legal equivalente, a sua falta determina a nulidade do contrato.Se a carteira profissional ou ttulo vierem a ser retirados ao trabalhador, por deciso que j noadmita recurso, o contrato caduca logo que as partes disso sejam disso notificadas.

    Direitos, Deveres e Garantias das Partes (art. 119, 120, 121, 122, 123, 124, 125 - CT)

    Princpio geralO empregador e o trabalhador, no cumprimento das respectivas obrigaes, assim como noexerccio dos correspondentes direitos, devem proceder de boa f, colaborando na obtenoda maior produtividade, bem como na promoo humana, profissional e social do trabalhador.

    Deveres do empregadorSem prejuzo de outras obrigaes, o empregador deve:- Respeitar e tratar com urbanidade e probidade o trabalhador;- Pagar pontualmente a retribuio, que deve ser justa e adequada ao trabalho;- Proporcionar boas condies de trabalho, tanto do ponto de vista fsico como moral;- Contribuir para a elevao do nvel de produtividade do trabalhador, nomeadamente

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    proporcionando-lhe formao profissional;- Respeitar a autonomia tcnica do trabalhador que exera actividades cuja regulamentaoprofissional a exija;- Possibilitar o exerccio de cargos em organizaes representativas dos trabalhadores;- Prevenir riscos e doenas profissionais, tendo em conta a proteco da segurana e sade dotrabalhador, devendo indemniz-lo dos prejuzos resultantes de acidentes de trabalho;

    - Adoptar, no que se refere higiene, segurana e sade no trabalho, as medidas quedecorram, para a empresa, estabelecimento ou actividade, da aplicao das prescries legaise convencionais vigentes;- Fornecer ao trabalhador a informao e a formao adequadas preveno de riscos deacidente e doena;- Manter permanentemente actualizado o registo do pessoal em cada um dos seusestabelecimentos, com indicao dos nomes, datas de nascimento e admisso, modalidadesdos contratos, categorias, promoes, retribuies, datas de incio e termo das frias e faltasque impliquem perda da retribuio ou diminuio dos dias de frias.

    A violao deste ltimo dever considerada contra-ordenao leve. (ver no final do documento Contra-ordenaes)

    Deveres do trabalhadorSem prejuzo de outras obrigaes, o trabalhador deve:- Respeitar e tratar com urbanidade e probidade o empregador, os superiores hierrquicos, oscompanheiros de trabalho e as demais pessoas que estejam ou entrem em relao com aempresa;- Comparecer ao servio com assiduidade e pontualidade;- Realizar o trabalho com zelo e diligncia;- Cumprir as ordens e instrues do empregador em tudo o que respeite execuo edisciplina do trabalho, salvo na medida em que se mostrem contrrias aos seus direitos egarantias (este dever de obedincia respeita tambm s ordens e instrues dadas pelossuperiores hierrquicos do trabalhador, dentro dos poderes que lhes forem atribudos peloempregador);- Guardar lealdade ao empregador, nomeadamente no negociando por conta prpria ou alheiaem concorrncia com ele, nem divulgando informaes referentes sua organizao, mtodosde produo ou negcios;- Velar pela conservao e boa utilizao dos bens relacionados com o seu trabalho que lheforem confiados pelo empregador;- Promover ou executar todos os actos tendentes melhoria da produtividade da empresa;- Cooperar, na empresa, estabelecimento ou servio, para a melhoria do sistema desegurana, higiene e sade no trabalho, nomeadamente por intermdio dos representantes dostrabalhadores eleitos para esse fim;- Cumprir as prescries de segurana, higiene e sade no trabalho estabelecidas nasdisposies legais ou convencionais aplicveis, bem como as ordens dadas pelo empregador.

    Garantias do trabalhador proibido ao empregador:- Opor-se, por qualquer forma, a que o trabalhador exera os seus direitos, bem como despedi-lo, aplicar-lhe outras sanes, ou trat-lo desfavoravelmente por causa desse exerccio;- Obstar, injustificadamente, prestao efectiva do trabalho;- Exercer presso sobre o trabalhador para que actue no sentido de influir desfavoravelmentenas condies de trabalho dele ou dos companheiros;- Diminuir a retribuio, salvo nos casos previstos neste Cdigo e nos IRCT;- Baixar a categoria do trabalhador, salvo nos casos previstos no Cdigo do trabalho;- Transferir o trabalhador para outro local de trabalho, salvo nos casos previstos no Cdigo dotrabalho e nos IRCT, ou quando haja acordo;- Ceder trabalhadores do quadro de pessoal prprio para utilizao de terceiros que sobreesses trabalhadores exeram os poderes de autoridade e direco prprios do empregador oupor pessoa por ele indicada, salvo nos casos especialmente previstos;- Obrigar o trabalhador a adquirir bens ou a utilizar servios fornecidos pelo empregador ou porpessoa por ele indicada;- Explorar, com fins lucrativos, quaisquer cantinas, refeitrios, economatos ou outros

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    estabelecimentos directamente relacionados com o trabalho, para fornecimento de bens ouprestao de servios aos trabalhadores;- Fazer cessar o contrato e readmitir o trabalhador, mesmo com o seu acordo, havendo opropsito de o prejudicar em direitos ou garantias decorrentes da antiguidade.

    A actuao contrria s garantias do trabalhador, que se acabam de referir, constitui contra-

    ordenao muito grave.

    Formao profissionalO empregador deve proporcionar ao trabalhador aces de formao profissional e estedeve participar de modo diligente nessas aces.O Estado deve garantir o acesso dos cidados formao profissional, permitindo a todos aaquisio e a permanente actualizao dos conhecimentos e competncias e proporcionar osapoios pblicos ao funcionamento do sistema de formao profissional, tendo em vista:- Garantir uma qualificao inicial a todos os jovens;- Promover a formao contnua dos trabalhadores empregados;- Garantir o direito individual formao;- Promover a qualificao ou a reconverso profissional de trabalhadores desempregados;

    - Promover a reabilitao profissional de pessoas com deficincia;- Promover a integrao scio-profissional de grupos com particulares dificuldades de insero.

    Formao contnuaNo mbito do sistema de formao profissional, compete ao empregador:- Promover o desenvolvimento das qualificaes dos seus trabalhadores;- Organizar a formao na empresa;- Assegurar o direito informao e consulta dos trabalhadores e dos seus representantes,relativamente aos planos de formao da empresa;- Garantir um nmero mnimo de horas de formao anuais a cada trabalhador, seja em acesa desenvolver na empresa, seja atravs da concesso de tempo para o desenvolvimento daformao por iniciativa do trabalhador;- Reconhecer e valorizar as qualificaes adquiridas pelos trabalhadores.

    A formao contnua de trabalhadores no activo deve abranger, em cada ano, pelo menos 10%dos trabalhadores com contrato sem termo de cada empresa.

    A cada trabalhador deve ser assegurado, no mbito da formao contnua, um nmero mnimode 20 horas anuais de formao certificada, que passaro para 35 horas a partir de 2006(estas horas de formao, caso no sejam realizadas, podem converter-se em crditosacumulveis ao longo de 3 anos). Esta matria ser objecto de legislao especial.

    O no cumprimento dos deveres de formao contnua contra-ordenao grave. (ver no finaldo documento Contra-ordenaes)

    Clusulas Acessrias do Contrato de Trabalho (art. 127, 128, 129 a 148 - CT) Condio e termoO contrato de trabalho pode ser sujeito a termo resolutivo, certo ou incerto ( o queanteriormente se chamava prazo certo ou incerto), desde que feito por escrito. Os requisitos,abaixo referidos, para a celebrao de contratos com termo resolutivo (a prazo) podem serafastados ou modificados por IRCT, excepto no que se refere contratao de trabalhadores procura do primeiro emprego ou desempregados de longa durao.

    Termo resolutivo

    Admissibilidade do contratoO contrato de trabalho a termo s pode ser celebrado para a satisfao de necessidadestemporrias da empresa e pelo perodo estritamente necessrio satisfao dessas

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    necessidades.

    Consideram-se, nomeadamente, necessidades temporrias da empresa as seguintes:

    - Substituio directa ou indirecta de trabalhador ausente ou que, por qualquer razo, seencontre temporariamente impedido de prestar servio;

    - Substituio directa ou indirecta de trabalhador em relao ao qual esteja pendente em juzoaco de apreciao da licitude do despedimento;- Substituio directa ou indirecta de trabalhador em situao de licena sem retribuio;- Substituio de trabalhador a tempo completo que passe a prestar trabalho a tempo parcialpor perodo determinado;- Actividades sazonais ou outras actividades cujo ciclo anual de produo apresenteirregularidades decorrentes da natureza estrutural do respectivo mercado, incluindo oabastecimento de matrias-primas;- Acrscimo excepcional de actividade da empresa;- Execuo de tarefa ocasional ou servio determinado precisamente definido e no duradouro;- Execuo de uma obra, projecto ou outra actividade definida e temporria, incluindo aexecuo, direco e fiscalizao de trabalhos de construo civil, obras pblicas, montagense reparaes industriais, em regime de empreitada ou em administrao directa, incluindo os

    respectivos projectos e outras actividades complementares de controlo e acompanhamento.Outros casos de admissibilidadeAlm destas situaes, pode ser celebrado um contrato a termo nos seguintes casos:- Lanamento de uma nova actividade de durao incerta, bem como incio de laborao deuma empresa ou estabelecimento;- Contratao de trabalhadores procura de primeiro emprego ou de desempregados de longadurao ou noutras situaes previstas em legislao especial de poltica de emprego.

    A violao do regime que se acaba de caracterizar integra a prtica de contra-ordenao muitograve. (ver no final do documento Contra-ordenaes)

    Justificao do termoOs contratos celebrados fora daqueles casos consideram-se celebrados sem termo, o mesmoacontecendo se a clusula do termo (prazo) tiver por fim iludir a aplicao das disposies doscontratos sem termo. A prova dos factos que justificam a celebrao de contrato a termo cabeao empregador.Mas esses factos tm que ser discriminados no contrato, sob pena de este ser consideradocelebrado sem termo (prazo). E no basta reproduzir os conceitos legais (exemplo: execuode tarefa ocasional ou acrscimo excepcional da actividade da empresa), necessrio referiros factos que, no exemplo que referimos permitem concluir que a tarefa ocasional e que oacrscimo da actividade excepcional. Alm disso, importa ainda referir que esses factos tmligao concreta com a empresa e com o trabalhador a contratar.

    Formalidades do contratoO contrato de trabalho a termo tem que ser celebrado por escrito e dele devem constar asseguintes indicaes:- Nome ou denominao e domiclio ou sede dos contraentes;- Actividade contratada e retribuio do trabalhador;- Local e perodo normal de trabalho;- Data de incio do trabalho (se esta data no for indicada, entende-se que o contrato tem inciona data da sua celebrao);- Indicao do termo (prazo) estipulado e do respectivo motivo justificativo (a indicao domotivo justificativo deve ser feita pela meno expressa dos factos que o integram, devendoestabelecer-se a relao entre a justificao invocada e o termo estipulado);- Data da celebrao do contrato e, sendo a termo certo, da respectiva cessao.

    A no indicao do termo e do motivo justificativo, constitui contra-ordenao grave. (ver nofinal do documento Contra-ordenaes)

    Converso em contrato sem termo

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    Considera-se sem termo o contrato que no seja reduzido a escrito ou a que faltem aassinatura das partes, o nome ou denominao, ou, simultaneamente, as datas da celebraodo contrato e de incio do trabalho, bem como aquele em que no se faa ou seja insuficiente aindicao e explicao do motivo justificativo.

    Contratos sucessivos

    A cessao do contrato de trabalho a termo, por motivo no imputvel ao trabalhador, impedenova admisso a termo para o mesmo posto de trabalho, antes de decorrido um perodo detempo equivalente a um tero da durao do contrato, incluindo as suas renovaes.

    A violao desta proibio tem como consequncia que o contrato seja considerado semtermo, contando para a antiguidade do trabalhador todo o trabalho prestado para o empregadorem cumprimento dos sucessivos contratos. Alm disso, tal violao considerada contra-ordenao grave. (ver no final do documento Contra-ordenaes)

    Esta proibio no existe nos seguintes casos:- Nova ausncia do trabalhador substitudo, quando o contrato de trabalho a termo tenha sidocelebrado para a sua substituio;- Acrscimos excepcionais da actividade da empresa, aps a cessao do contrato;

    - Actividades sazonais;- Trabalhador anteriormente contratado ao abrigo do regime aplicvel contratao detrabalhadores procura de primeiro emprego.

    InformaesO empregador deve comunicar, no prazo mximo de 5 dias teis, comisso de trabalhadorese, tratando-se de trabalhador filiado em associao sindical, respectiva estruturarepresentativa a celebrao, com indicao do respectivo fundamento legal, e a cessao docontrato a termo.Deve comunicar, trimestralmente, Inspeco-Geral do Trabalho a celebrao ou cessao decontratos de trabalho a termo.Tambm no prazo mximo de cinco dias teis, o empregador deve comunicar entidade quetenha competncia na rea da igualdade de oportunidades entre homens e mulheres(Comisso para a Igualdade no Trabalho e no Emprego) o motivo da no renovao decontrato de trabalho a termo sempre que estiver em causa uma trabalhadora grvida, purperaou lactante.Por fim, deve afixar informao relativa existncia de postos de trabalho permanentes que seencontrem disponveis na empresa ou estabelecimento.

    O no cumprimento destes deveres constitui contra-ordenao leve. (ver no final do documento Contra-ordenaes)

    Preferncia na admissoAt 30 dias aps a cessao do contrato, o trabalhador tem preferncia, em igualdade decondies, na celebrao de contrato sem termo, sempre que o empregador proceda arecrutamento externo para o exerccio de funes idnticas quelas para que foi contratado.

    A violao desta preferncia obriga o empregador a indemnizar o trabalhador com 3 meses deordenado base e considerada contra-ordenao grave. (ver no final do documento Contra-ordenaes)

    Formao profissionalSempre que a durao do contrato, inicial ou com renovaes, exceda 6 meses, o trabalhadortem direito a formao profissional, de acordo com a durao do contrato, com os seguinteslimites:- Se o contrato durar menos de um ano, a formao corresponde a um nmero de horas igual a1% do perodo normal de trabalho;- Se o contrato durar entre um e trs anos, a formao corresponde a um nmero de horasigual a 2% do perodo normal de trabalho;- Se o contrato durar mais de trs anos, a formao corresponde a um nmero de horas igual a

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    3% do perodo normal de trabalho.

    A rea em que ministrada a formao profissional pode ser fixada por acordo e, na falta deacordo, determinada pelo empregador, devendo neste caso coincidir ou estar relacionadocom a actividade desenvolvida pelo trabalhador.A no concesso de formao d ao trabalhador um crdito correspondente ao valor da

    formao que devia ter sido realizada.A violao destes deveres sobre formao profissional constitui contra-ordenao muito grave.(ver no final do documento Contra-ordenaes)

    Taxa social nicaA taxa social nica pode ser aumentada relativamente ao empregador em funo do nmerode trabalhadores contratados a termo na empresa e da respectiva durao dos seus contratosde trabalho (excepto se se tratar de jovens procura do primeiro emprego ou dedesempregados de longa durao), nos termos a definir em legislao especial.

    Contrato a termo certo

    O contrato a termo certo dura pelo perodo acordado, no podendo exceder trs anos,incluindo renovaes, nem ser renovado mais de duas vezes. No entanto decorrido o perodode trs anos, o contrato pode ser objecto de mais uma renovao desde que a respectivadurao no seja inferior a um nem superior a trs anos (esta possibilidade de prolongamentodo contrato para alm dos trs anos s possvel aps a entrada em vigor da legislao sobreo aumento da taxa social nica.

    Os contratos a termo, celebrados com base no lanamento de uma nova actividade de duraoincerta ou no inicio de laborao de uma empresa ou estabelecimento no podem exceder doisanos (incluindo as renovaes), o mesmo acontecendo com a contratao de desempregadosde longa durao. No caso de jovens procura do primeiro emprego a sua contratao(incluindo renovaes) no pode exceder 18 meses.

    Renovao do contratoO contrato a termo certo renova-se, por perodo igual, no final do prazo estipulado, a no serque as partes declarem no contrato inicial que o mesmo no renovvel. Se as partesdeclararem que o contrato no renovvel, este caduca no termo do prazo. Mas se as partesnada escreverem sobre este aspecto, entende-se que h renovao, devendo a empresa, paraobter a cessao do contrato, comunicar a sua deciso, por escrito, ao trabalhador at 15 diasantes do termo do prazo fixado.A renovao do contrato pode estar sujeita forma escrita se forem alteradas as condiesiniciais ou se se pretender um prazo de renovao diferente da durao inicial. O contrato, cujarenovao tenha sido feita com violao do que antecede, considera-se sem termo. Por outrolado, considera-se como um nico contrato aquele que seja objecto de uma ou maisrenovaes.

    Converso em contrato sem termoo contrato considera-se sem termo se forem excedidas a durao mxima e as renovaes,atrs referidas.

    Prazo inferior a seis mesesO contrato s pode ser celebrado por prazo inferior a seis meses em todos os casos desubstituio directa ou indirecta de outros trabalhadores, em actividades sazonais, noacrscimo excepcional de actividade da empresa e na execuo de tarefa ocasional ou serviodeterminado, bem definido e no duradouro. Em qualquer caso, a durao destes contratosno pode ser inferior durao prevista para a tarefa ou servio. A violao deste regimeimporta que o contrato se considere celebrado pelo prazo de seis meses.

    Contrato a termo incerto

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    Admissibilidade do contratoA celebrao de contratos de trabalho a termo incerto s possvel nas seguintes situaes:- Substituio directa ou indirecta de trabalhador ausente ou que, por qualquer razo, seencontre temporariamente impedido de prestar servio;- Substituio directa ou indirecta de trabalhador em relao ao qual esteja pendente em juzo

    aco de apreciao da licitude do despedimento;- Substituio directa ou indirecta de trabalhador em situao de licena sem retribuio;- Actividades sazonais ou outras actividades cujo ciclo anual de produo apresenteirregularidades decorrentes da natureza estrutural do respectivo mercado;- Execuo de tarefa ocasional ou servio determinado precisamente definido e no duradouro;- Acrscimo excepcional de actividade da empresa;- Execuo de uma obra, projecto ou outra actividade definida e temporria, incluindo aexecuo, direco e fiscalizao de trabalhos de construo civil, obras pblicas, montagense reparaes industriais, em regime de empreitada ou em administrao directa, incluindo osrespectivos projectos e outras actividades complementares de controlo e acompanhamento.

    A celebrao de contratos a termo incerto, fora destes casos considerada contra-ordenaomuito grave. (ver no final do documento Contra-ordenaes)

    DuraoO contrato de trabalho a termo incerto dura por todo o tempo necessrio para a substituio dotrabalhador ausente ou para a concluso da actividade, tarefa, obra ou projecto, cuja execuo justifica a contratao.

    Converso em contrato sem termoConsidera-se contratado sem termo, o trabalhador que permanea ao servio aps a data deproduo de efeitos da denncia do contrato ou, na falta desta, decorridos 15 dias aps aconcluso da actividade, servio, obra ou projecto para que haja sido contratado ou o regressodo trabalhador substitudo ou a cessao do contrato deste. Neste caso, a antiguidade dotrabalhador conta-se desde o incio da prestao do trabalho.

    Prestao do Trabalho (art. 149 a 248 - CT)

    RegistoO empregador deve manter um registo que permita apurar o nmero de horas de trabalhoprestadas pelo trabalhador, por dia e por semana, com indicao da hora de incio e termo dotrabalho.

    A falta de registo considerada contra-ordenao grave. (ver no final do documento Contra-ordenaes)

    Limites mximos dos perodos normais de trabalhoO perodo normal de trabalho no pode exceder oito horas por dia, nem quarenta horas porsemana.Tolerncias H tolerncia de quinze minutos para as transaces, operaes e servioscomeados e no acabados na hora estabelecida para o termo do perodo normal de trabalhodirio, no sendo, porm, de admitir que tal tolerncia deixe de revestir carcter excepcional,devendo o acrscimo de trabalho ser pago quando perfizer quatro horas ou no termo de cadaano civil.

    A violao destes limites integra a prtica de contra-ordenao grave. (ver no final dodocumento Contra-ordenaes)

    AdaptabilidadePor instrumento de regulamentao colectiva de trabalho (IRCT), o perodo normal de trabalhopode ser definido em termos mdios, caso em que o limite dirio de oito horas pode seraumentado at ao mximo de quatro horas, sem que a durao do trabalho semanal excedasessenta horas, s no contando para este limite o trabalho suplementar prestado por motivo

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    de fora maior.O perodo normal de trabalho, neste caso, no pode exceder cinquenta horas (semanais) emmdia num perodo de dois meses.

    A violao deste regime constitui contra-ordenao grave. (ver no final do documento Contra-ordenaes)

    Regime especial de adaptabilidadeO empregador e os trabalhadores podem definir, por acordo, o perodo normal de trabalho emtermos mdios.Este acordo pode ser obtido por proposta, dirigida pelo empregador aos trabalhadores,considerando-se haver aceitao pelos trabalhadores que no se oponham por escrito, noprazo de 21 dias a contar do respectivo conhecimento.O perodo normal de trabalho dirio pode ser aumentado at ao mximo de duas horas, semque a durao do trabalho semanal exceda cinquenta horas, s no contando para este limite otrabalho suplementar prestado por motivo de fora maior.Nas semanas em que a durao do trabalho seja inferior a quarenta horas, a reduo diriano pode ser superior a duas horas, mas as partes podem tambm acordar na reduo dasemana de trabalho em dias ou meios dias, sem prejuzo do direito ao subsdio de refeio.

    Este regime mantm-se at ao termo do perodo de referncia, em execuo data da entradaem vigor de IRCT que incida sobre a matria.

    A violao deste regime contra-ordenao grave. (ver no final do documento Contra-ordenaes)

    Horrio de Trabalho

    Definio do horrio de trabalhoCompete ao empregador definir os horrios de trabalho dos trabalhadores ao seu servio,dentro dos condicionalismos legais.

    Intervalo de descansoA jornada de trabalho diria deve ser interrompida por um intervalo de descanso, de duraono inferior a uma hora, nem superior a duas, de modo que os trabalhadores no prestem maisde cinco horas de trabalho consecutivo.

    A no concesso de intervalo de descanso nestes termos constitui Contra-ordenao grave.(ver no final do documento Contra-ordenaes)

    Descanso dirio garantido ao trabalhador um perodo mnimo de descanso de onze horas seguidas entre doisperodos dirios de trabalho consecutivos, excepto no caso de trabalhadores que ocupemcargos de administrao e de direco ou com poder de deciso autnomo que estejamisentos de horrio de trabalho.

    Condies de iseno de horrio de trabalho

    Por acordo escrito, a enviar Inspeco-Geral do Trabalho, pode ser isento de horrio detrabalho o trabalhador que se encontre numa das seguintes situaes:- Exerccio de cargos de administrao, de direco, de confiana, de fiscalizao ou de apoioaos titulares desses cargos;- Execuo de trabalhos preparatrios ou complementares que, pela sua natureza, s possamser efectuados fora dos limites dos horrios normais de trabalho;- Exerccio regular da actividade fora do estabelecimento, sem controlo imediato da hierarquia.

    Os IRCT podem prever outras situaes de admissibilidade de iseno de horrio de trabalho,para alm das indicadas.

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    O no envio do acordo referido Inspeco-Geral do Trabalho constitui Contra-ordenaograve. (ver no final do documento Contra-ordenaes)

    Efeitos da iseno de horrio de trabalhoA iseno de horrio pode compreender as seguintes modalidades:- No sujeio aos limites mximos dos perodos normais de trabalho;

    - Possibilidade de alargamento da prestao de trabalho a um determinado nmero de horas,por dia ou por semana;- Observncia dos perodos normais de trabalho acordados.

    Na falta de acordo das partes, o regime de iseno de horrio implica a no sujeio aoslimites mximos dos perodos normais de trabalho.

    Mapas de horrio de trabalhoEm todos os locais de trabalho deve ser afixado, em lugar bem visvel, um mapa de horrio detrabalho, elaborado pelo empregador de harmonia com as disposies legais e com os IRCTaplicveis.

    A no afixao do mapa constitui contra-ordenao leve. (ver no final do documento Contra-

    ordenaes)O empregador deve enviar cpia do mapa de horrio de trabalho Inspeco-Geral doTrabalho com a antecedncia mnima de quarenta e oito horas relativamente sua entrada emvigor.

    Trabalho Nocturno

    NooConsidera-se perodo de trabalho nocturno o que tenha a durao mnima de sete horas emxima de onze horas, compreendendo o intervalo entre as 0 e as 5 horas.Os IRCT podem estabelecer o perodo de trabalho nocturno, de acordo com estes limites.Na ausncia de fixao por IRCT, considera-se perodo de trabalho nocturno o compreendidoentre as 22 horas de um dia e as 7 horas do dia seguinte.

    Trabalho Suplementar

    NooConsidera-se trabalho suplementar todo aquele que prestado fora do horrio de trabalho.

    No se considera trabalho suplementar:- O trabalho prestado por trabalhador isento de horrio de trabalho em dia normal de trabalho,sem prejuzo do que antecede;- O trabalho prestado para compensar suspenses de actividade, independentemente dacausa, de durao no superior a quarenta e oito horas seguidas ou interpoladas por um dia dedescanso ou feriado, quando haja acordo entre o empregador e o trabalhador;- A tolerncia de quinze minutos prevista nos limites mximos dos perodos normais detrabalho para concluir transaces, operaes e servios comeados e no acabados;- A formao profissional, ainda que realizada fora do horrio de trabalho, desde que noexceda duas horas dirias.

    ObrigatoriedadeO trabalhador obrigado a realizar a prestao de trabalho suplementar, salvo quando,havendo motivos atendveis, expressamente solicite a sua dispensa.

    Condies da prestao e limites da duraoO trabalho suplementar s pode ser prestado quando a empresa tenha de fazer face aacrscimos eventuais e transitrios de trabalho e no se justifique a admisso de novo

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    trabalhador.

    Este trabalho suplementar est sujeito, aos seguintes limites, por trabalhador- No caso de microempresa e pequena empresa, 165 horas de trabalho por ano;- No caso de mdias e grandes empresas, 150 horas de trabalho por ano (este limite pode serelevado para 200 horas por ano, atravs de IRCT);

    - Duas horas por dia normal de trabalho;- Um nmero de horas igual ao perodo normal de trabalho dirio nos dias de descansosemanal, obrigatrio ou complementar, e nos feriados;- Um nmero de horas igual a meio perodo normal de trabalho dirio em meio dia de descansocomplementar.

    O trabalho suplementar pode ainda ser prestado, havendo motivo de fora maior ou quando setorne indispensvel para prevenir ou reparar prejuzos graves para a empresa ou para a suaviabilidade, ficando neste caso, somente sujeito aos limites referidos atrs em durao mdiado trabalho.

    O trabalho suplementar realizado fora das condies e limites, acima previstos, constituicontra-ordenao muito grave, excepto no caso de no cumprimento do limite de 200 horas,

    previsto em IRCT, que Contra-ordenao grave. (ver no final do documento Contra-ordenaes)

    Descanso compensatrio

    A prestao de trabalho suplementar em dia til, em dia de descanso semanal complementar eem dia feriado confere ao trabalhador o direito a um descanso compensatrio remunerado,correspondente a 25% das horas de trabalho suplementar realizado.

    A no concesso deste descanso compensatrio considerada contra-ordenao muito grave.(ver no final do documento Contra-ordenaes)

    Este descanso compensatrio vence-se quando o trabalhador perfizer um nmero de horasigual ao perodo normal de trabalho dirio e deve ser gozado nos 90 dias seguintes.

    Nos casos de prestao de trabalho em dia de descanso semanal obrigatrio, o trabalhadortem direito a um dia de descanso compensatrio remunerado, a gozar num dos trs dias teisseguintes. Na falta de acordo, o dia do descanso compensatrio fixado pelo empregador.

    A no concesso do descanso compensatrio contra-ordenao grave. (ver no final dodocumento Contra-ordenaes)

    Nas microempresas e nas pequenas empresas, havendo motivos atendveis relacionados coma organizao do trabalho, o descanso compensatrio por trabalho suplementar em dia til, emdia de descanso semanal complementar e em dia feriado pode ser substitudo por prestao detrabalho remunerado com um acrscimo no inferior a 100% ou, por um dia de descanso agozar nos 90 dias seguintes.

    RegistoO empregador deve possuir um registo de trabalho suplementar onde, antes do incio daprestao e logo aps o seu termo, so anotadas as horas de incio e termo do trabalhosuplementar. Este registo deve ser visado pelo trabalhador imediatamente a seguir prestaodo trabalho.

    Deste registo deve constar sempre a indicao expressa do fundamento da prestao detrabalho suplementar, alm de outros elementos fixados em legislao especial e bem assim anotao dos perodos de descanso compensatrio gozados pelo trabalhador.

    Obrigao de manter os registos o empregador deve, ainda, possuir e manter durante cincoanos a relao nominal dos trabalhadores que efectuaram trabalho suplementar, com

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    discriminao do nmero de horas prestadas e indicao do dia em que gozaram o respectivodescanso compensatrio, para fiscalizao da Inspeco-Geral do Trabalho.

    Envio dos registos Inspeco-Geral do Trabalho nos meses de Janeiro e Julho de cada anoo empregador deve enviar Inspeco-Geral do Trabalho relao nominal dos trabalhadoresque prestaram trabalho suplementar durante o semestre anterior, com discriminao do

    nmero de horas prestadas, visada pela comisso de trabalhadores ou, na sua falta, em casode trabalhador filiado, pelo respectivo sindicato.

    Sanes a no existncia do registo ou a sua elaborao de acordo com as regras referidas,d ao trabalhador o direito retribuio correspondente ao valor de duas horas de trabalhosuplementar, por cada dia em que tenha desempenhado a sua actividade fora do horrio detrabalho.

    A violao destes deveres integra a prtica de contra-ordenao grave, excepto a manutenodos registos por 5 anos que contra-ordenao leve.

    Descanso semanal obrigatrioO trabalhador tem direito a, pelo menos, um dia de descanso por semana.

    A violao deste direito considerada uma contra-ordenao grave. (ver no final do documento Contra-ordenaes)

    O dia de descanso semanal s pode deixar de ser o domingo quando o trabalhador presteservio a empregador que esteja dispensado de encerrar ou suspender a laborao um diacompleto por semana ou que seja obrigado a encerrar ou a suspender a laborao num diaque no seja o domingo.

    Pode tambm deixar de coincidir com o domingo o dia de descanso semanal:- De trabalhador necessrio para assegurar a continuidade de servios que no possam serinterrompidos ou que devam ser desempenhados em dia de descanso de outros trabalhadores;- Do pessoal dos servios de limpeza ou encarregado de outros trabalhos preparatrios ecomplementares que devam necessariamente ser efectuados no dia de descanso dosrestantes trabalhadores;- De pessoal operacional de vigilncia, transporte e tratamento de sistemas electrnicos desegurana;- De trabalhador que exera actividade em exposies e feiras;- Nos demais casos previstos em legislao especial.

    Sempre que seja possvel, o empregador deve proporcionar aos trabalhadores que pertenamao mesmo agregado familiar o descanso semanal no mesmo dia.

    Frias

    Direito a friasO trabalhador tem direito a um perodo de frias retribudas em cada ano civil. A fim depossibilitar a sua recuperao fsica e psquica e de lhe assegurar condies mnimas dedisponibilidade pessoal, de integrao na vida familiar e de participao social e cultural.O direito a frias irrenuncivel e, fora dos casos previstos no Cdigo do Trabalho, o seu gozoefectivo no pode ser substitudo, ainda que com o acordo do trabalhador, por qualquercompensao econmica ou outra.O direito a frias reporta-se, em regra, ao trabalho prestado no ano civil anterior e no estcondicionado assiduidade ou efectividade de servio.

    O incumprimento deste regime, excepo da substituio do gozo efectivo das frias, contra-ordenao grave, mas se o arguido tiver cumprido as disposies sobre as frias emcaso de cessao do contrato e proceder ao pagamento voluntrio da coima, esta liquidadapelo valor correspondente contra-ordenao leve. (ver no final do documento Contra-ordenaes)

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    Aquisio do direito a friasO direito a frias adquire-se com a celebrao do contrato de trabalho e vence-se no dia 1 deJaneiro de cada ano civil, salvo no ano de incio do contrato.Com efeito, no ano da contratao, o trabalhador tem direito, aps seis meses completos deexecuo do contrato, a gozar 2 dias teis de frias por cada ms de durao do contrato, at

    ao mximo de 20 dias teis. No caso do ano civil terminar, antes de decorrido aquele prazo deseis meses ou antes de gozadas as frias, pode o trabalhador goz-las at 30 de Junho do anocivil subsequente.Daqui, no pode resultar para o trabalhador o direito ao gozo de um perodo de frias, nomesmo ano civil, superior a 30 dias teis, sem prejuzo do disposto em IRCT.

    A violao deste direito frias contra-ordenao grave, mas se o arguido tiver cumprido asdisposies sobre as frias em caso de cessao do contrato e proceder ao pagamentovoluntrio da coima, esta liquidada pelo valor correspondente contra-ordenao leve. (verno final do documento Contra-ordenaes)

    Durao do perodo de friasO perodo anual de frias tem a durao mnima de 22 dias teis, que, para este efeito, so

    considerados os dias da semana de segunda-feira a sexta-feira, com excepo dos feriados,no podendo as frias ter incio em dia de descanso semanal do trabalhador.

    Aumento do perodo de frias a durao do perodo de frias aumentada no caso de otrabalhador no ter faltado ou na eventualidade de ter apenas faltas justificadas, no ano a queas frias se reportam, nos seguintes termos:- Trs dias de frias at ao mximo de uma falta ou dois meios dias;- Dois dias de frias at ao mximo de duas faltas ou quatro meios dias;- Um dia de frias at ao mximo de trs faltas ou seis meios dias.

    Direito a frias nos contratos de durao inferior a seis mesesO trabalhador admitido com contrato cuja durao total no atinja seis meses tem direito agozar dois dias teis de frias por cada ms completo de durao do contrato, devendo contar-se todos os dias, seguidos ou interpolados, em que foi prestado trabalho.Neste caso, o gozo das frias deve verificar-se no momento imediatamente anterior ao dacessao do contrato, salvo acordo das partes em contrrio.

    A violao destes direitos contra-ordenao grave. (ver no final do documento Contra-ordenaes)

    Cumulao de friasAs frias devem ser gozadas no decurso do ano civil em que se vencem, no sendo permitidoacumular no mesmo ano frias de dois ou mais anos.As frias podem, porm, ser gozadas no primeiro trimestre do ano civil seguinte, emacumulao ou no com as frias vencidas no incio deste, por acordo entre empregador etrabalhador ou sempre que este pretenda gozar as frias com familiares residentes noestrangeiro.O empregador e trabalhador podem ainda acordar na acumulao, no mesmo ano, de metadedo perodo de frias vencido no ano anterior com o vencido no incio desse ano.

    A violao destes direitos contra-ordenao grave. (ver no final do documento Contra-ordenaes)

    Encerramento da empresa ou estabelecimentoO empregador pode encerrar, total ou parcialmente, a empresa ou o estabelecimento, nosseguintes termos:- Encerramento at 15 dias consecutivos entre 1 de Maio e 31 de Outubro;- Encerramento por perodo superior a 15 dias consecutivos ou fora do perodo entre 1 de Maioe 31 de Outubro, quando assim estiver fixado em IRCT ou mediante parecer favorvel dacomisso de trabalhadores;

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    - Encerramento por perodo superior a 15 dias consecutivos entre 1 de Maio e 31 de Outubro,quando a natureza da actividade assim o exigir;- Encerramento durante as frias escolares do Natal, no podendo, todavia, exceder cinco diasteis consecutivos.

    Marcao do perodo de frias

    O perodo de frias marcado por acordo entre empregador e trabalhador.Na falta de acordo, cabe ao empregador marcar as frias e elaborar o respectivo mapa,ouvindo para o efeito a comisso de trabalhadores.Exceptuando os casos de encerramento da empresa ou estabelecimento e dasmicroempresas, o empregador s pode marcar o perodo de frias entre 1 de Maio e 31 deOutubro, salvo parecer favorvel em contrrio da comisso de trabalhadores ou disposiodiversa de instrumento de regulamentao colectiva de trabalho (IRCT).O gozo do perodo de frias pode ser interpolado, por acordo entre empregador e trabalhador edesde que sejam gozados, no mnimo, 10 dias teis consecutivos.

    Mapa de frias O mapa de frias, com indicao do incio e termo dos perodos de frias decada trabalhador, deve ser elaborado at 15 de Abril de cada ano e afixado nos locais detrabalho entre esta data e 31 de Outubro.

    O incumprimento deste regime de marcao das frias constitui contra-ordenao leve. (ver nofinal do documento Contra-ordenaes)

    Doena no perodo de friasSe o trabalhador adoecer durante o perodo de frias, so as mesmas suspensas desde que oempregador seja do facto informado, fazendo-se a prova da doena por estabelecimentohospitalar, por declarao do centro de sade ou por atestado mdico.

    Fiscalizao o empregador pode requerer a fiscalizao por mdico designado pelasegurana social. Se esta instituio no indicar o mdico, no prazo de vinte e quatro horas, oempregador designa o mdico para efectuar a fiscalizao, no podendo este ter qualquervnculo contratual anterior ao empregador.Em caso de desacordo entre os pareceres mdicos pode ser requerida por qualquer das partesa interveno de junta mdica.

    Prosseguimento das frias aps a alta, prossegue o gozo dos dias de frias compreendidosainda naquele perodo, cabendo ao empregador, na falta de acordo, a marcao dos dias defrias no gozados, sem sujeio ao perodo de 1 de Maio a 31 de Outubro.Cabe ao empregador, na falta de acordo, a marcao dos dias de frias no gozados, quepode ser feita at 30 de Abril do ano seguinte.

    A violao da suspenso das frias em caso de doena constitui contra-ordenao grave. (verno final do documento Contra-ordenaes)

    Efeitos da cessao do contrato de trabalhoCessando o contrato de trabalho, o trabalhador tem direito a receber a retribuiocorrespondente a um perodo de frias, proporcional ao tempo de servio prestado at datada cessao, bem como ao respectivo subsdio.Se o contrato cessar antes de gozado o perodo de frias vencido no incio do ano dacessao, o trabalhador tem ainda direito a receber a retribuio e o subsdio correspondentesa esse perodo, o qual sempre considerado para efeitos de antiguidade.

    Faltas

    NooFalta a ausncia do trabalhador no local de trabalho e durante o perodo em que deviadesempenhar a actividade a que est obrigado.Nos casos de ausncia do trabalhador por perodos inferiores ao perodo de trabalho a queest obrigado, os respectivos tempos so adicionados para determinao dos perodos

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    normais de trabalho dirio em falta. Se os perodos de trabalho dirio no forem uniformes,considera-se sempre o de menor durao relativo a um dia completo de trabalho.

    Tipos de faltasAs faltas podem ser justificadas ou injustificadas.

    So consideradas faltas justificadas:- 15 dias seguidos, por altura do casamento;- cinco dias consecutivos por falecimento do cnjuge, no separado de pessoas e bens, defilho, de um dos pais ou sogros ou ainda de pessoa que viva em unio de facto ou economiacomum com o trabalhador;- dois dias seguidos por falecimento de bisavs, avs, netos, bisnetos e irmos ou cunhados;- as motivadas pela prestao de provas em estabelecimento de ensino, nos termos doestatuto do trabalhador-estudante;- as motivadas por impossibilidade de prestar trabalho devido a facto que no seja imputvel aotrabalhador, nomeadamente doena, acidente ou cumprimento de obrigaes legais;- as motivadas pela necessidade de prestao de assistncia inadivel e imprescindvel amembros do seu agregado familiar, nos termos previstos no Cdigo do trabalho e emlegislao especial;

    - as ausncias no superiores a quatro horas e s pelo tempo estritamente necessrio, justificadas pelo responsvel pela educao de menor, uma vez por trimestre, para deslocao escola tendo em vista inteirar-se da situao educativa do filho menor;- as dadas pelos trabalhadores eleitos para as estruturas de representao colectiva;- as dadas por candidatos a eleies para cargos pblicos, durante o perodo legal darespectiva campanha eleitoral;- as autorizadas ou aprovadas pelo empregador;- as que por lei forem como tal qualificadas.

    So consideradas injustificadas as faltas no previstas na enumerao antecedente.

    A violao do direito a faltas pelo falecimento de parentes ou afins considerada contra-ordenao grave. (ver no final do documento Contra-ordenaes)

    Faltas para assistncia famlia alm das faltas, j referidas, em relao maternidade,paternidade e apoio a filhos e netos, os trabalhadores podem faltar at 15 dias por ano, paraassistncia inadivel e imprescindvel em caso de doena ou acidente, ao cnjugue ou pessoaem unio de facto, ascendente, descendente com mais de 10 anos de idade, ou afim na linharecta. Tm tambm os mesmos direitos os trabalhadores a quem tenha sido deferida a tutelaou confiada, por deciso judicial, a guarda da criana. Estas faltas so consideradas justificadas.

    Comunicao da falta justificadaAs faltas justificadas, quando previsveis, so obrigatoriamente comunicadas ao empregadorcom a antecedncia mnima de cinco dias. Quando imprevisveis, so obrigatoriamentecomunicadas logo que possvel.

    Prova da falta justificadaO empregador pode, nos 15 dias seguintes s comunicao referidas, exigir ao trabalhadorprova dos factos invocados para a justificao.

    Faltas por doena a prova da situao de doena feita por estabelecimento hospitalar, pordeclarao do centro de sade ou por atestado mdico.O empregador pode requerer a fiscalizao da doena por mdico indicado pela seguranasocial. Se esta no indicar o mdico, no prazo de vinte e quatro horas, o empregador designaum mdico para efectuar a fiscalizao, no podendo este ter qualquer vnculo contratualanterior.Em caso de desacordo entre os pareceres mdicos pode ser requerida a interveno de juntamdica.

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    Sanes se o trabalhador no comunicar ou no provar a situao de doena ou se seopuser, sem motivo atendvel, fiscalizao mdica, as faltas so consideradas injustificadas.A apresentao ao empregador de declarao mdica com intuito fraudulento constitui falsadeclarao para efeitos de justa causa de despedimento.

    Efeitos das faltas justificadas

    As faltas justificadas no determinam a perda ou prejuzo de quaisquer direitos do trabalhador,salvo a perda de retribuio nas seguintes faltas (ainda que justificadas):

    - Por motivo de doena, desde que o trabalhador beneficie de um regime de segurana socialde proteco na doena;- Por motivo de acidente no trabalho, desde que o trabalhador tenha direito a qualquer subsdioou seguro;- As que por lei forem consideradas justificadas, quando superiores a 30 dias por ano;- As autorizadas ou aprovadas pelo empregador.

    Efeitos das faltas injustificadasAs faltas injustificadas constituem violao do dever de assiduidade e determinam perda daretribuio correspondente ao perodo de ausncia, o qual ser descontado na antiguidade do

    trabalhador.Tratando-se de faltas injustificadas a um ou meio perodo normal de trabalho dirio,imediatamente anteriores ou posteriores aos dias ou meios dias de descanso ou feriados,considera-se que o trabalhador praticou uma infraco grave.

    Atrasos injustificados a apresentao do trabalhador, para incio ou reincio da prestao detrabalho, com atraso injustificado superior a 30 minutos, permite ao empregador recusar aprestao do trabalho durante parte do perodo normal de trabalho. Se o atraso for superior a60 minutos o empregador pode recusar a prestao durante todo o perodo normal de trabalho.

    Efeitos das faltas no direito a friasEm princpio, as faltas no tm efeito sobre o direito a frias do trabalhador. Porm nos casosem que as faltas determinem perda de retribuio, as ausncias podem ser substitudas, se otrabalhador expressamente assim o preferir, por dias de frias, na proporo de 1 dia de friaspor cada dia de falta, desde que seja salvaguardado o gozo efectivo de 20 dias teis de friasou da correspondente proporo, se se tratar de frias no ano de admisso.

    A violao do princpio acima estabelecido considerada contra-ordenao grave. (ver no finaldo documento Contra-ordenaes)

    Retribuio (art. 249 a 271 - CT)

    O trabalhador no pode, em cada ms de trabalho, receber montante inferior ao da retribuiomnima garantida aplicvel, sob pena de contra-ordenao muito grave. (ver no final dodocumento Contra-ordenaes)

    Subsdio de NatalO trabalhador tem direito a subsdio de Natal de valor igual a um ms de retribuio, a pagarat 15 de Dezembro de cada ano.O valor do subsdio de Natal proporcional ao tempo de servio prestado no ano civil, nasseguintes situaes:- No ano de admisso do trabalhador;- No ano da cessao do contrato de trabalho;- Em caso de suspenso do contrato de trabalho, salvo se por facto respeitante aoempregador.

    A violao deste direito constitui contra-ordenao muito grave. (ver no final do documento Contra-ordenaes)

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    Retribuio do perodo de friasA retribuio do perodo de frias corresponde que o trabalhador receberia se estivesse emservio efectivo.

    O trabalhador tem direito a um subsdio de frias cujo montante compreende a retribuio basee as demais prestaes retributivas que sejam contrapartida do modo especfico da execuo

    do trabalho.No havendo acordo escrito em contrrio, o subsdio de frias deve ser pago antes do incio doperodo de frias e proporcionalmente no incio de cada perodo de frias, se estas foremgozadas interpoladamente.

    A violao do regime, acima descrito, constitui contra-ordenao muito grave. (ver no final dodocumento Contra-ordenaes)

    Trabalho nocturnoO trabalho nocturno deve ser retribudo com um acrscimo de 25%, relativamente retribuiodo trabalho equivalente prestado durante o dia, sob pena de se verificar contra-ordenaomuito grave. (ver no final do documento Contra-ordenaes)

    Excepes ao acrscimo retributivo o acrscimo retributivo do perodo nocturno no seaplica, salvo se previsto em IRCT:- Ao servio de actividades que sejam exercidas exclusiva ou predominantemente durante esseperodo, designadamente as de espectculos e diverses pblicas;- Ao servio de actividades que, pela sua natureza ou por fora da lei, devam necessariamentefuncionar disposio do pblico durante o mesmo perodo, designadamente emempreendimentos tursticos, estabelecimentos de restaurao e de bebidas e em farmcias,nos perodos de servio ao pblico;- Quando a retribuio tenha sido estabelecida atendendo circunstncia de o trabalho deverser prestado em perodo nocturno.

    Trabalho suplementarO trabalho suplementar, em dia normal de trabalho, pago com o acrscimo 50% daretribuio na primeira hora e 75% da retribuio, nas horas ou fraces seguintes.

    O trabalho suplementar prestado em dia de descanso semanal, obrigatrio ou complementar, eem dia feriado confere ao trabalhador o direito a um acrscimo de 100% da retribuio, porcada hora de trabalho efectuado.

    Clculo do valor hora a compensao horria que serve de base ao clculo do trabalhosuplementar apurada segundo a frmula:

    (Rm x 12) : (52 x n)

    em que:Rm o valor da retribuio mensaln o perodo normal de trabalho semanal

    FeriadosA retribuio correspondente aos feriados tem que ser paga, no podendo o empregador obtercompensao com trabalho suplementar pelo gozo do feriado.

    O trabalhado prestado em feriados, para empresa legalmente dispensada de suspender otrabalho nesses dias, d direito a um descanso compensatrio de igual durao ou aoacrscimo de 100% da retribuio pelo trabalho prestado nesse dia, cabendo a escolha aoempregador.

    A violao destes direitos considerada contra-ordenao grave. (ver no final do documento Contra-ordenaes)

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    Ajudas de custo e outros abonosNo se consideram retribuio as importncias recebidas a ttulo de ajudas de custo, abonosde viagem, despesas de transporte, abonos de instalao e outras equivalentes, devidas aotrabalhador por deslocaes, novas instalaes ou despesas feitas em servio do empregador,salvo quando, sendo tais deslocaes ou despesas frequentes, essas importncias, na parteque exceda os respectivos montantes normais, tenham sido previstas no contrato ou se devam

    considerar pelos usos como elemento integrante da retribuio do trabalhador.GratificaesAs gratificaes ou prestaes extraordinrias concedidas pelo empregador como recompensaou prmio dos bons resultados obtidos pela empresa no so consideradas retribuio.Tambm no constituem retribuio as prestaes decorrentes de factos relacionados com odesempenho ou mrito profissionais, bem como a assiduidade do trabalhador, cujo pagamento,nos perodos de referncia respectivos, no esteja antecipadamente garantido.

    Constituem, igualmente, retribuio as prestaes relacionadas com os resultados obtidos pelaempresa quando, quer no respectivo ttulo atributivo, quer pela sua atribuio regular epermanente, revistam carcter estvel, independentemente da variabilidade do seu montante.

    Participao nos lucros no se considera retribuio a participao nos lucros da empresa,desde que ao trabalhador esteja assegurada pelo contrato uma retribuio certa, varivel oumista, adequada ao seu trabalho.

    Determinao do valor da retribuioNa determinao do valor da retribuio deve ter-se em conta a quantidade, natureza equalidade do trabalho, observando-se o princpio de que para trabalho igual, salrio igual.

    Clculo do valor da retribuio horria o valor da retribuio horria calculado segundo aseguinte frmula:

    Rm x 1252 x nem que

    Rm - o valor da retribuio mensalN - o perodo normal de trabalho semanal

    Pagamento da retribuioPagamento por cheque, vale ou depsito o pagamento pode ser feito por meio de chequebancrio, vale postal ou depsito ordem do trabalhador, desde que o montante da retribuioesteja disposio do trabalhador na data do vencimento ou no dia til imediatamente anteriore as despesas comprovadamente feitas com a converso dos ttulos de crdito em dinheiro oucom o levantamento, por uma s vez, da retribuio, sejam suportadas pelo empregador, sobpena de verificao de contra-ordenao grave.Recibo de vencimento no acto do pagamento da retribuio, o empregador deve entregar aotrabalhador documento do qual constem a identificao daquele e o nome completo deste, onmero de inscrio na segurana social respectiva, a categoria profissional, o perodo a querespeita a retribuio, discriminando a retribuio base e as demais prestaes, os descontos ededues efectuados e o montante lquido a receber.

    Mudanas Contratuais (art. 313 a 329 - CT)

    MobilidadeMudana de categoriaO trabalhador s pode ser colocado em categoria inferior quela para que foi contratado ou aque foi promovido quando tal mudana, imposta por necessidades prementes da empresa ou

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    por estrita necessidade do trabalhador, seja por este aceite e autorizada pela Inspeco-Geraldo Trabalho.

    Mobilidade funcionalO empregador pode, quando o interesse da empresa o exija, encarregar temporariamente otrabalhador de funes no compreendidas na actividade contratada, desde que tal no

    implique modificao substancial da posio do trabalhador. A mudana de funes no podeimplicar diminuio da retribuio, tendo o trabalhador direito a auferir das vantagensrespeitantes actividade temporariamente desempenhada.A ordem de alterao deve ser justificada, com indicao do tempo previsvel e as partespodem, por acordo, alargar ou restringir aquela faculdade.

    O no cumprimento do acima referido constitui contra-ordenao grave. (ver no final dodocumento Contra-ordenaes)

    Mobilidade geogrficaO empregador pode, quando o interesse da empresa o exija, transferir o trabalhador para outrolocal de trabalho se essa transferncia no implicar prejuzo srio para o trabalhador.O empregador pode transferir o trabalhador para outro local de trabalho se a alterao resultar

    da mudana, total ou parcial, do estabelecimento onde este presta servio.Por estipulao contratual as partes podem alargar ou restringir aqueles poderes doempregador.O empregador deve custear as despesas do trabalhador impostas pela transferncia quedecorrem do acrscimo dos custos de deslocao e resultam da mudana de residncia.

    O incumprimento do acima estabelecido considerado contra-ordenao grave. (ver no final dodocumento Contra-ordenaes)

    Reduo da Actividade e Suspenso do Contrato (art. 330 a 362 - CT)

    Possibilidade de reduo ou suspensoA reduo do perodo normal de trabalho ou a suspenso do contrato de trabalho podefundamentar-se na impossibilidade temporria, respectivamente, parcial ou total, da prestaodo trabalho, por facto respeitante ao trabalhador, ou por facto respeitante ao empregador, e noacordo das partes.

    Permitem tambm a reduo do perodo normal de trabalho ou a suspenso do contrato detrabalho, nomeadamente:- A necessidade de assegurar a viabilidade da empresa e a manuteno de postos de trabalhoem situao de crise empresarial;- A celebrao, entre trabalhador e empregador, de um acordo de pr-reforma.

    Determina ainda reduo do perodo normal de trabalho a situao de reforma parcial nostermos da legislao especial.

    Reduo do trabalho e suspenso do contrato de trabalho por facto respeitante aoempregador

    Situaes de crise empresarialO empregador pode reduzir temporariamente os perodos normais de trabalho ou suspender oscontratos de trabalho, desde que, por motivos de mercado, estruturais ou tecnolgicos,catstrofes ou outras ocorrncias que tenham afectado gravemente a actividade normal daempresa, tais medidas se mostrem indispensveis para assegurar a viabilidade da empresa e amanuteno dos postos de trabalho.

    A reduo pode traduzir-se na interrupo da actividade por um ou mais perodos normais detrabalho, dirios ou semanais, podendo abranger, rotativamente, diferentes grupos detrabalhadores ou na diminuio do nmero de horas correspondente ao perodo normal detrabalho, dirio ou semanal.

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    Comunicao aos trabalhadoresSe no houver na empresa organismos representativos dos trabalhadores, o empregador devecomunicar, por escrito, a cada um dos trabalhadores que possam vir a ser abrangidos, ainteno de reduzir ou suspender a prestao de trabalho, podendo estes designar, de entreeles, no prazo de cinco dias contados da data de recepo daquela comunicao, uma

    comisso representativa com o mximo de trs ou cinco elementos, consoante as medidasabranjam at 20 ou mais trabalhadores.Neste caso, o empregador deve enviar comisso designada aqueles documentos.

    A falta destas comunicaes constitui contra-ordenao grave. (ver no final do documento Contra-ordenaes)

    DuraoA reduo ou suspenso determinada por motivos de mercado, estruturais ou tecnolgicosdeve ter uma durao previamente definida, no podendo, porm, ser superior a seis meses.Em caso de catstrofe ou outra ocorrncia que tenha afectado gravemente a actividade normalda empresa, aquele prazo pode ter a durao mxima de um ano.

    A violao destes prazos constitui contra-ordenao leve. (ver no final do documento Contra-ordenaes)

    Direitos do trabalhadorDurante o perodo de reduo ou suspenso, constituem direitos do trabalhador:- Auferir retribuio mensal no inferior retribuio mnima mensal legalmente garantida, seem regime de prestao normal de trabalho recebia retribuio inferior;- Manter todas as regalias sociais e as prestaes da segurana social, calculadas na base dasua retribuio normal;- Exercer actividade remunerada fora da empresa.

    Em caso de doena, o trabalhador cujo contrato esteja suspenso mantm o direito compensao retributiva((*) ver abaixo no documento), no lhe sendo atribuvel o respectivosubsdio pecunirio da segurana social e cessando o que, porventura, lhe esteja a serconcedido.Considera-se retribuio normal a que constituda pela retribuio base, pelas diuturnidadese por todas as prestaes regulares e peridicas inerentes prestao do trabalho.

    A violao destes direitos pode ser contra-ordenao grave. (ver no final do documento Contra-ordenaes)

    Deveres do empregadorDurante o perodo de reduo ou suspenso o empregador fica obrigado a:- Pagar pontualmente a compensao retributiva;- Pagar pontualmente as contribuies para a segurana social referentes retribuioefectivamente auferida pelo trabalhador;- No distribuir lucros, sob qualquer forma, nomeadamente a ttulo de levantamento por conta;- No aumentar as remuneraes dos membros dos corpos sociais, enquanto se verificar acomparticipao financeira da segurana social na compensao retributiva concedida aostrabalhadores.- No admitir novos trabalhadores ou renovar contratos para o preenchimento de postos detrabalho susceptveis de serem ocupados por trabalhadores em regime de reduo oususpenso.

    A violao destes deveres constitui contra-ordenao grave. (ver no final do documento Contra-ordenaes)

    Compensao retributiva (*)Durante a reduo ou suspenso, o trabalhador tem direito a receber uma compensaoretributiva, quando e na medida em que tal se torne necessrio para lhe assegurar umaretribuio mensal equivalente a dois teros da sua retribuio normal ilquida ou retribuio

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    mnima mensal garantida

    A violao deste direito considerada contra-ordenao grave. (ver no final do documento Contra-ordenaes)

    Comparticipao na compensao retributiva

    A compensao retributiva devida a cada trabalhador suportada em 30% do seu montantepelo empregador e em 70% pela segurana social.

    Compensao em caso de formao profissional - Quando, durante o perodo de reduo oususpenso, os trabalhadores frequentem cursos de formao profissional adequados finalidade de viabilizao da empresa, de manuteno dos postos de trabalho ou dedesenvolvimento da qualificao profissional, que aumente as possibilidades de emprego, emconformidade com um plano de formao aprovado pelo servio pblico competente, acompensao retributiva suportada por estes servios e, at ao mximo de 15%, peloempregador, enquanto decorrer a formao profissional.

    Deveres do trabalhadorDurante o perodo de reduo ou suspenso, constituem deveres do trabalhador:

    - Pagar, mediante desconto, contribuies para a segurana social com base na retribuioefectivamente auferida, seja a ttulo de contrapartida do trabalho prestado, seja a ttulo decompensao retributiva;- Comunicar ao empregador, no prazo mximo de cinco dias, que exerce uma actividaderemunerada fora da empresa, para efeitos de eventual reduo na compensao retributiva;- Frequentar cursos adequados de formao profissional, desde que tal faculdade lhe sejaoferecida pelo empregador ou pelo servio competente na rea da formao profissional.

    FriasO tempo de reduo ou suspenso conta-se como servio efectivo para efeito do direito afrias.A reduo ou suspenso no prejudica a marcao e o gozo de frias, nos termos gerais,tendo o trabalhador direito ao subsdio de frias que lhe seria devido em condies normais detrabalho.A violao destes direitos contra-ordenao grave. (ver no final do documento Contra-ordenaes)

    Subsdio de NatalO trabalhador tem direito ao subsdio de Natal por inteiro.

    O no pagamento deste subsdio, por perodo superior a 30 dias (ou seja at 14 de Janeiro),constitui contra-ordenao grave. (ver no final do documento Contra-ordenaes)

    Encerramento temporrio do estabelecimento ou diminuio temporria da actividadeCaso fortuito ou motivo de fora maiorO encerramento temporrio do estabelecimento ou a diminuio temporria da actividadeforem devidos a caso fortuito ou motivo de fora maior, o empregador passa a pagar 75% daretribuio aos trabalhadores.

    A violao deste direito constitui contra-ordenao grave. (ver no final do documento Contra-ordenaes)

    Cessao do Contrato ( art. 382 a 395 e 440 - CT)

    Proibio de despedimento sem justa causaSo proibidos os despedimentos sem justa causa ou por motivos polticos ou ideolgicos.

    Regime imperativo

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    Tratando-se de contratos para actividades sazonais ou irregulares ou para execuo de umaobra, projecto ou outra actividade definida e temporria, que englobem vrios trabalhadores, acomunicao de cessao deve ser feita, sucessivamente, a partir da verificao da diminuiogradual da respectiva ocupao, em consequncia da normal reduo da actividade, tarefa ouobra.

    A falta da comunicao implica para o empregador o pagamento da retribuio correspondenteao perodo de aviso prvio em falta.

    A cessao do contrato confere ao trabalhador o direito a uma compensao calculada nostermos indicados para o contrato a termo certo.

    A violao deste direito integra a prtica de contra-ordenao grave. (ver no final do documento Contra-ordenaes)

    Ilicitude da cessao do contrato a termo certo ou incertoAo contrato de trabalho a termo aplicam-se as regras gerais de cessao do contrato.

    Porm sendo o despedimento declarado ilcito, o empregador condenado:

    - No pagamento da indemnizao pelos prejuzos causados, no devendo o trabalhadorreceber uma compensao inferior importncia correspondente ao valor das retribuies quedeixou de auferir desde a data do despedimento at ao termo certo ou incerto do contrato, ouat ao trnsito em julgado da deciso do tribunal se aquele termo ocorrer posteriormente sentena;- Na reintegrao do trabalhador, sem prejuzo da sua categoria, caso o termo do contratoocorra depois do trnsito em julgado da deciso do tribunal.

    O incumprimento do que acontece contra-ordenao grave. (ver no final do documento Contra-ordenaes)

    Impugnao do despedimento a ilicitude do despedimento s pode ser declarada por tribunaldo trabalho, em aco proposta pelo trabalhador, no prazo de um ano a contar da data dodespedimento.Na aco de impugnao do despedimento, o empregador apenas pode invocar factos efundamentos constantes da deciso de despedimento comunicada ao trabalhador.

    Morte do empregador e extino ou encerramento da empresaA morte do empregador em nome individual faz caducar o contrato de trabalho na data doencerramento da empresa, salvo se os sucessores do falecido continuarem a actividade paraque o trabalhador foi contratado ou se se verificar a transmisso da empresa ouestabelecimento.

    Extino da pessoa colectiva - a extino da pessoa colectiva empregadora, quando se noverifique a transmisso da empresa ou estabelecimento, determina a caducidade do contratode trabalho.

    Encerramento do estabelecimento - o encerramento total e definitivo da empresa acarreta acaducidade do contrato de trabalho, devendo, em tal caso, seguir-se o procedimento para odespedimento colectivo (ver abaixo no documento), com as necessrias adaptaes.O regime do despedimento colectivo no se aplica s microempresas, mas os respectivostrabalhadores devem ser informados do encerramento com 60 dias de antecedncia,caducando os respectivos contratos na data do encerramento.

    Compensaes verificando-se a caducidade do contrato, nos casos acima referidos, otrabalhador tem direito a uma compensao, correspondente a um ms de retribuio base ediuturnidades por cada ano completo de antiguidade, acrescido, em caso de haver fraco deano de antiguidade, do valor correspondente. O valor mnimo da compensao no pode serinferior a trs meses de retribuio base e diuturnidadesVejamos dois exemplos: um trabalhador, com dois anos e meio de antiguidade, tem direito areceber a compensao mnima de trs meses (e no dois meses e meio, de acordo com a

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    regra geral); um trabalhador, com seis anos e meio de antiguidade, tem direito a seis meses emeio de retribuio (um ms por cada ano completo de antiguidade e meio ms pelos seismeses, que so uma fraco de ano.

    Revogao

    Cessao por acordoO empregador e o trabalhador podem fazer cessar o contrato de trabalho por acordo, nostermos e condies que, de seguida, se discriminam.

    Exigncia da forma escritaO acordo de cessao deve constar de documento assinado por ambas as partes, ficandocada uma com um exemplar.

    O documento deve mencionar expressamente a data da celebrao do acordo e a de incio daproduo dos respectivos efeitos.

    No mesmo documento podem as partes acordar na produo de outros efeitos, desde que nocontrariem o disposto no Cdigo do trabalho.

    Se, no acordo de cessao, ou conjuntamente com este, as partes estabelecerem umacompensao pecuniria de natureza global para o trabalhador, presume-se que naquelaforam pelas partes includos e liquidados os crditos j vencidos data da cessa