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122 propostas sobre segurança privada tramitam na Câmara e foram base para o substitutivo de Wellington Roberto www.camara.leg.br/camaranoticias Disque - Câmara 0800 619 619 BRASÍLIA-DF, QUINTA-FEIRA, 10 DE SETEMBRO DE 2015 CÂMARA DOS DEPUTADOS Ano 17 | Nº 3471 Câmara Aberta amplia informação, transparência e interação social Parlamentares da Comissão de Orçamento cobram corte nas despesas CPI do BNDES convoca Eike Batista e libera donos do grupo JBS/Friboi O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, anunciou ontem no Plenário o lançamento de cinco produtos que aproximam a sociedade do Parlamento e facilitam a participação social. Redução de gastos é citada como solução para deficit de R$ 30,5 bilhões previsto para 2016. O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, participa de debate hoje na Câmara. Discussão sobre a convocação de empresários que obtiveram empréstimos do banco resultou em polêmica entre deputados. Na CPI da Petrobras, oitiva de Ricardo Pessoa foi adiada. O deputado Wellington Roberto leu ontem seu substitutivo para o Estatuto da Segurança Privada e da Segurança das Instituições Financeiras. O texto, que será votado por comissão especial no dia 16, descarta piso salarial nacional definido em lei. Com rejeição a destaque do PT que previa a proi- bição do financiamento privado de campanha por parte de empresas, o Plenário manteve ontem o texto aprovado anteriormente pela Câmara, que permite a doação de empresas a partidos políticos. Os deputados também mantiveram no texto a con- tratação de cabos eleitorais. O projeto da minirre- forma vai, agora, à sanção presidencial. | 3 Financiamento por empresas volta à minirreforma eleitoral Foi aprovado o substitutivo do relator, Rodrigo Maia, ao texto que veio do Senado O Câmara Aberta tem serviços como o Wikilegis, que permite ao cidadão sugerir, pela internet, emendas a projetos em discussão Relator exclui piso salarial de proposta para os vigilantes | 7 | 6 | 4 e 5 | 8 Gustavo Lima Gilmar Felix

Gustavo Lima Câmara Aberta interação social - · PDF fileSocial dos Correios e Telé-grafos (Postalis) Alexej Pre - dtechensky. Local a definir, 9h30 » Crimes cibernéticos A CPI

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122propostas sobre segurança privada tramitam na Câmara e foram base para o substitutivo de Wellington Roberto

www.camara.leg.br/camaranoticiasDisque - Câmara 0800 619 619

BRASÍLIA-DF, QUINTA-FEIRA, 10 DE SETEMBRO DE 2015 CÂMARA DOS DEPUTADOS Ano 17 | Nº 3471

Câmara Aberta amplia informação, transparência e interação social

Parlamentares da Comissão de Orçamento cobram corte nas despesas

CPI do BNDES convoca Eike Batista e libera donos do grupo JBS/Friboi

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, anunciou ontem no Plenário o lançamento de cinco produtos que aproximam a sociedade do Parlamento e facilitam a participação social.

Redução de gastos é citada como solução para deficit de R$ 30,5 bilhões previsto para 2016. O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, participa de debate hoje na Câmara.

Discussão sobre a convocação de empresários que obtiveram empréstimos do banco resultou em polêmica entre deputados. Na CPI da Petrobras, oitiva de Ricardo Pessoa foi adiada.

O deputado Wellington Roberto leu ontem seu substitutivo para o Estatuto da Segurança Privada e da Segurança das Instituições Financeiras. O texto, que será votado por comissão especial no dia 16, descarta piso salarial nacional definido em lei.

Com rejeição a destaque do PT que previa a proi-bição do financiamento privado de campanha por parte de empresas, o Plenário manteve ontem o texto aprovado anteriormente pela Câmara, que

permite a doação de empresas a partidos políticos. Os deputados também mantiveram no texto a con-tratação de cabos eleitorais. O projeto da minirre-forma vai, agora, à sanção presidencial. | 3

Financiamento por empresas volta à minirreforma eleitoralFoi aprovado o substitutivo do relator, Rodrigo Maia, ao texto que veio do Senado

O Câmara Aberta tem serviços como o Wikilegis, que permite ao cidadão sugerir, pela internet, emendas a projetos em discussão

Relator exclui piso salarial de proposta para os vigilantes

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Gustavo Lima

Gilmar Felix

10 de setembro de 20152 | JORNAL DA CÂMARA

Deputados destacaram avanços do município do Ceará e melhorias que ainda precisam ser feitas para a população

Câmara homenageia os 100 anos de Itapipoca

AGENDAQUARTA-FEIRA10 de setembro

de 2015

» CPI do BNDESDepoimentos de Eleazar de Carvalho Filho e Carlos Les-sa, ex-presidentes do Ban-co Nacional de Desenvolvi-mento Econômico e Social. Local a definir, 9h

» ParalimpíadasA Comissão do Esporte e a subcomissão especial para a realização das Olimpíadas e Paralimpíadas de 2016 de-batem a preparação da dele-

gação dos atletas. Plenário 4, 9h30

» Comissão geral Com o ministro do Desen-volvimento Agrário, Patrus Ananias. Plenário Ulysses Guimarães, 9h30 » Gratuidade do ensinoA Comissão Especial Gra-tuidade do Ensino Público debate o tema com reitores e professores de universida-des. Plenário 13, 9h30

» Registro civilA Comissão Especial Regis-tro Civil faz audiência sobre o projeto com o ministro da Previdência, Carlos Gabas. Local a definir, 9h30

» Fundos de Pensão A CPI ouve o ex-presidente

do Instituto de Seguridade Social dos Correios e Telé-grafos (Postalis) Alexej Pre-dtechensky. Local a definir, 9h30

» Crimes cibernéticos A CPI debate o tema com procuradores e órgãos de defesa do consumidor. Ple-nário 3, 9h30

» Maus-Tratos de Animais A CPI discute a exploração de dromedários visando o turismo nas praias do Rio Grande do Norte. Local a definir, 9h30

» Recursos da saúdeA Comissão Especial Per-centual Mínimo para a Saú-de debate o tema com eco-nomistas e representantes da área. Plenário 12, 10h

» Setor elétricoA Comissão de Desenvolvi-mento Econômico, Indústria e Comércio faz audi~encia sobre situação do setor elé-trico. Plenário 5, 10h » Reforma tributáriaA Comissão Especial Refor-ma Tributária debate rumos do sistema, especialmente alterações constitucionais para a fusão de impostos de base de consumo e de base de renda. Plenário 14, 10h » Guerra fiscal A Comissão de Finanças e Tributação discute guerra fiscal. Com secretários de Fazenda. Local a definir, 10h

» DesarmamentoA Comissão Especial do De-sarmamento analisa o pa-

recer do relator. Plenário 9, 10h » Política econômicaPor iniciativa de líderes par-tidários, o ministro Nelson Barbosa debate Plano Plu-rianual, Orçamento e situa-ção da economia. Auditório Nereu Ramos, 10h

» Barragem de SobradinhoA Comissão de Fiscalização Financeira e Controle dis-cute o pagamento de inde-nização aos atingidos pela Barragem de Sobradinho (BA). Local a definir, 10h

Leia a agendacompleta no celular

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1º Vice-PresidenteWaldir Maranhão (PP-MA)

2º Vice-Presidente Giacobo (PR-PR)

1º SecretárioBeto Mansur (PRB-SP)

2º Secretário Felipe Bornier (PSD-RJ)

Presidente: Eduardo Cunha (PMDB-RJ)

Editora-chefeRosalva NunesEditoresSandra CrespoRalph Machado

DiagramadoresGilberto MirandaRenato PaletRoselene Guedes

Mesa Diretora da Câmara dos Deputados - 55a Legislatura SECOM - Secretaria de Comunicação Social

Jornal da Câmara

Impresso na Câmara dos Deputados (DEAPA)

Secretário: Cleber Verde (PRB-MA)

Diretor-Executivo: Claudio Lessa

Presidente do Conselho de Ética e Decoro ParlamentarJosé Carlos Araújo (PSD-BA)

Presidente do Centro de Estudos e Debates Estratégicos Lúcio Vale (PR-PA)

Corregedor ParlamentarCarlos Manato (SD-ES)

Procurador ParlamentarClaudio Cajado (DEM-BA)

3ª SecretáriaMara Gabrilli (PSDB-SP)4º SecretárioAlex Canziani (PTB-PR)

Suplentes:Mandetta (DEM-MS)Gilberto Nascimento (PSC-SP)Luiza Erundina (PSB-SP)Ricardo Izar (PSD-SP)

Ouvidor Parlamentar Nelson Marquezelli (PTB-SP)

Coordenadora dos Direitos da Mulher Dâmina Pereira (PMN-MG)

Procuradora da MulherElcione Barbalho (PMDB-PA)

Secretário de Relações InternacionaisÁtila Lins (PSD-AM)

Diretor-Geral: Rômulo de Sousa Mesquita

Secretário-Geral da Mesa: Sílvio Avelino

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Papel procedente de florestas plantadas

A Câmara realizou ses-são solene em homenagem aos 100 anos do município de Itapipoca (CE). O autor da homenagem, deputado Odorico Monteiro (PT-CE), disse ter muito orgulho de representar a “cidade dos três climas”, conhecida as-sim por ter praias, serras e sertão. “Os três climas pro-piciam a Itapipoca avanços no comércio local e também no turismo”, afirmou.

Ele informou ter apresen-tado projeto para transfor-mar a cidade em polo da Uni-versidade Federal do Ceará.

Em mensagem enviada à sessão, o presidente Eduardo Cunha destacou as belezas

Odorico Monteiro, autor do pedido de homenagem, e deputados

naturais de Itapipoca e disse que a cidade é referência que reflete e atesta a magnitude do próprio estado do Ceará.

Moses Rodrigues (PPS-CE) comemorou os avanços nas duas últimas duas déca-das, mas disse que o muni-

cípio já amargou situações criticas. “Com acesso a mais escolas, cursos técnicos e superiores, o povo pode ver um novo mundo que se des-cortina.”

Já Danilo Forte (PMDB- PE) defendeu um processo mais rápido de industriali-zação do município. “Não podemos continuar com a sina de que a esperança do nordestino é o sol quente na testa e uma enxada na mão”, observou.

O líder do governo, José Guimarães (PT-CE), afirmou não ter dúvida de que a ci-dade vai crescer ainda mais.

Heráclito Fortes (PSB-PI) lembrou “a geografia da Ira-

cema que atravessava a nos-sa serra da Ibiapaba, para secar seus cabelos nos ser-tões do Piauí”. Líder do PDT, André Figueiredo (PDT-CE) reconheceu avanços, mas co-brou a continuação de obras inacabadas. “Temos que jun-tar esforços dos que querem uma Itapipoca ainda melhor para se viver”, afirmou.

Chico Lopes (PCdoB-CE) colocou-se à disposição para ajudar no desenvolvimento da cidade. Raimundo Gomes de Matos (PSDB-CE) disse os municípios vêm passando por dificuldades, e é muito importante a parceria entre a prefeitura de Itapipoca, o estado e Congresso.

Maryanna Oliveira

Deputados mantiveram no texto as doações de empresas a partidos políticos; o texto vai à sanção presidencial

Votação da minirreforma eleitoral é concluídaJORNAL DA CÂMARA | 310 de setembro de 2015

A manutenção das do-ações empresariais para os partidos políticos finan-ciarem as campanhas foi o ponto mais polêmico da dis-cussão da minirreforma elei-toral. O Senado proibiu essa doação, mas o tema foi resta-belecido pela Câmara com os votos de 285 deputados, con-tra 180.

O financiamento empre-sarial é alvo de uma ação mo-vida pela Ordem dos Advo-gados do Brasil no Supremo Tribunal Federal. Embora os

votos contrários ao financia-mento já sejam majoritários, o julgamento não foi encer-rado.

O texto votado na Câmara tenta colocaar um fim à polê-mica judicial ao estabelecer que as empresas só poderão doar dinheiro aos partidos, não aos candidatos. Assim, mantém-se à igualdade en-tre uma pessoa jurídica do-ando para outra.

Opiniões - O relator da minirreforma, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que o fi-

nanciamento não pode ser considerado o culpado pela corrupção no setor público. “O crime não está em finan-ciar campanhas de forma líci-ta, mas na utilização de con-sultoria, caixa dois e recursos públicos lavados para finan-ciamento de campanhas.”

Outros deputados disse-ram que não há como retirar dinheiro dos cofres públicos para financiar campanhas eleitorais, especialmente em momentos de crise, arguu-mento dos líderes do PRB,

Celso Russomano (SP), e do PSD, Rogério Rosso (DF).

Henrique Fontana (PT--RS), no entanto, avaliou que o fim das doações em-presariais daria mais lisura às campanhas. “As empre-sas poderão competir entre si sem que uma tenha privi-legio porque financiou cam-panha e recebe privilégio ao fechar negócio com o poder público.”

Manifestação - Deputados oposicionistas entraram no Plenário com o boneco inflá-

vel do ex-presidente Luiz Iná-cio Lula da Silva vestido de presidiário, o chamado “Pi-xuleco”, provocando reação dos governistas, que consi-deraram quebra de decoro. O presidente da Câmara, Edu-ardo Cunha, intercedeu e conseguiu retirar os bonecos.

Financiamento de campanha marcou debate em Plenário

Luis Macedo

O Plenário retomou itens da minirreforma eleitoral aprovados em julho, derrubando algumas modificações feitas pelos senadores

Janela de desfiliação - Uma das principais mudan-ças aprovadas inclui uma janela de 30 dias para des-filiação sem perda do man-dato, válida antes do prazo de filiação antecipada exi-gida. Esse prazo de filiação também mudou, de um ano antes das eleições para seis

meses anteriores. Transparência – Os da-

dos sobre os valores de doa-ções de campanhas deverão ser divulgados por partidos, coligações e candidatos, em site criado pela Justiça elei-toral, em até 72 horas do re-cebimento, com os nomes, CPF ou CNPJ.

Contas - O projeto acaba com a suspensão de repas-ses do Fundo Partidário caso o partido tenha suas contas desaprovadas pela Justiça eleitoral. A suspensão vale-rá apenas se ele não prestar as contas.

Limite total - Além do li-mite de doação na lei atual,

de até 2% do faturamento bruto da empresa no ano an-terior à eleição, as doações totais poderão ser de até R$ 20 milhões, e aquelas feitas a um mesmo partido não po-derão ultrapassar 0,5% desse faturamento. Todos os limi-tes precisam ser seguidos ao mesmo tempo.

O Plenário aprovou com mudanças ontem o texto do Senado para o projeto de lei da minirreforma eleitoral (PL 5735/13). Os deputados retomaram a doação de em-presas a partidos políticos, que havia sido rejeitada pe-los senadores, e os limites a essas doações. A matéria segue, agora, para sanção presidencial.

A Câmara aprovou o tex-to do Senado que mudou o percentual para as campa-nhas a cargos proporcio-nais, fixando também para o cargo de deputado federal o teto de 70% do maior gasto contratado nas eleições an-teriores em cada circunscri-ção (estado ou município).

Aprovada por meio de destaque do PT, a regra já valia, no texto da Câmara, para os cargos de senador, deputado estadual, deputa-do distrital e vereador. O re-latório do deputado Rodri-go Maia (DEM-RJ) muda as leis de partidos (9.096/95) e das eleições (9.504/97) e o Código Eleitoral (4.737/65), alterando vários itens como tempo gratuito de rádio e TV, prazo de campanha, prestação de contas e quan-tidade de candidatos, por exemplo. Também volta ao texto da Câmara a permissão para a contratação de cabos eleitorais.

Campanhas - Serão le-vadas em conta as despe-sas amparadas por recursos captados pelos candidatos e os repassados pelo partido. Hoje, a lei prevê que o parti-do define o quanto gastará.

Confira algumas mudanças aprovadas pela Câmara:

285 deputados votaram a favor do financiamento privado, e 180 contra.

10 de setembro de 20154 | JORNAL DA CÂMARA

Parlamentares cobram a redução dos gastosIntegrantes da Comissão Mista de Orçamento exigem cortes nas despesas do Poder Executivo para o próximo ano

Lucio Bernardo Jr.

O relator-geral da proposta orçamentária, Ricardo Barros, que pediu análise sobre cortes

“O governo não está pagando ninguém. No meu estado, todas as obras pararam.”Senador Ivo Cassol

“Quando tiver um conjunto de alternativas, vamos discutir politicamente as que são mais viáveis, se é que a decisão vai ser cortar.”Deputado Ricardo Barros

Integrantes da Comissão Mista de Orçamento cobra-ram ontem do governo fede-ral um corte nas despesas do próximo ano para reduzir o deficit orçamentário e sinali-zar para a sociedade mudan-ças na gestão fiscal.

A proposta orçamentá-ria para 2016 enviada pelo Executivo prevê uma receita primária líquida (após trans-ferências constitucionais e legais) de R$ 1,180 trilhão, e uma despesa primária de R$ 1,210 trilhão, o que gera um deficit de R$ 30,5 bilhões.

Durante reunião dos coor-denadores das bancadas par-tidárias na comissão, diversos parlamentares, de partidos aliados e da oposição, cobra-ram medidas concretas para conter os gastos públicos.

“O governo precisa de vontade política para tentar resolver esse deficit criado por ele próprio”, disse o deputado Giuseppi Vecci (PSDB-GO), que defendeu a privatização como uma das formas de me-lhorar a arrecadação e a ges-tão pública. Ele lamentou que esse assunto não seja discuti-do no País.

Obras paradas - O sena-dor Ivo Cassol (PP-RO) tam-bém cobrou redução de gas-tos e disse que o governo não vem conseguindo pagar os investimentos que estão em andamento no País. Para ele, o Executivo deveria se con-centrar no que já está sendo executado e cortar novas des-pesas.

“O governo precisa mos-trar que vai fazer alguma coi-sa”, disse o senador Benedito de Lira (PP-AL), que propôs a aprovação de um projeto do senador Ciro Nogueira (PP--PI), em tramitação no Sena-do, que regulamenta a explo-ração de jogos de azar.

Segundo Lira, que foi rela-tor da proposta na legislatu-ra passada, a regulamentação poderia gerar, em impostos, de R$ 18 bilhões a R$ 20 bi-lhões por ano ao governo fe-deral.

Reforma - Os parlamen-

O senador Acir Gurgacz, relator da receita para 2016

O relator da receita da pro-posta orçamentária de 2016, senador Acir Gurgacz (PDT--RO), disse ontem que não descarta a possibilidade de apresentar um relatório pre-vendo uma arrecadação su-perior à que veio no projeto enviado pelo governo.

Segundo Gurgacz, alguns estudos estão sendo feitos pela consultoria de Orçamen-to do Senado para encontrar novas fontes que vão custear as despesas do próximo ano.

Das alternativas que estão sendo analisadas, ele adian-tou apenas uma: a possibili-dade de transferir parte da re-ceita apurada pelo Sistema S para o governo federal.

A ideia seria passar um terço da arrecadação para os cofres da União nos próximos três anos. Gurgacz adiantou que o assunto ainda está sen-do discutido, inclusive com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e não foi definida ain-da a viabilidade prática dessa medida.

Arrecadação - O Sistema S arrecadou cerca de R$ 10,7 bilhões até agosto, segundo a Receita Federal. Atualmente, esse valor, que inclui a arreca-dação de nove entidades (Se-

nai, Sesi, Senac, Sesc, Sebrae, Senar, Sest, Senat e Sescoop), não passa pelo Orçamento fe-deral.

Os valores arrecadados pe-las entidades vêm da contri-buição sobre a folha de salá-rio. São considerados recursos públicos, entram no cálculo da carga tributária, mas são destinados pela Constituição para o financiamento das ati-vidades das entidades, que são de direito privado. A destina-ção dessas receitas não sofre ingerência do poder público.

Sem imposto - “Hoje o que se repassa ao Sistema S é mui-to alto e entendo que é pos-sível buscarmos uma parte

desse dinheiro para integrar os cofres da União”, disse o relator. Segundo ele, a vanta-gem da medida seria angariar novas fontes de receita para o Orçamento sem elevar im-postos.

Parecer - O relator disse ainda que pretende entregar seu relatório no final de ou-tubro. O parecer da receita é o primeiro dos relatórios so-bre a proposta orçamentária a ser votado na Comissão Mista de Orçamento. Com bases na arrecadação estimada, o rela-tor-geral do projeto, deputado Ricardo Barros (PP-PR), pode-rá trabalhar na definição da despesa pública de 2016.

Sistema S poderá ajudar receita da União

tares defenderam também uma reforma administrativa que corte ministérios e car-

gos comissionados no Poder Executivo. No final de agos-to, o ministro do Planejamen-

to, Nelson Barbosa, anunciou que o governo estuda o enxu-gamento da máquina pública,

Agência Senado

com extinção de mil cargos comissionados e de 10 mi-nistérios.

O relator-geral da pro-posta orçamentária, depu-tado Ricardo Barros (PP-PR), também defendeu a medida, mas salientou que ela terá um impacto restrito na redução de gastos públicos.

A consultoria de Orça-mento da Câmara estima que o corte de mil cargos comis-sionados geraria uma econo-mia de R$ 42 milhões, valor pequeno frente ao deficit pri-mário de R$ 30,5 bilhões.

Apesar disso, para Bar-ros a medida teria um efeito simbólico relevante. “Para o deficit, não resolve absoluta-mente nada. Mas é um ges-to importante para mostrar à sociedade que o governo está fazendo a sua parte”, disse.

Também ontem, mas no Plenário, o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), criticou a “celeu-ma” em torno do deficit pri-mário do Orçamento de 2016. Segundo ele, todas as econo-mias emergentes e desenvol-vidas apresentam deficit or-çamentário.

“E nem por isso foi cria-da essa celeuma toda, essa arrogância que muitos seto-res tratam uma questão que é real como se fosse algo mal feito ou servisse de instru-mento para aqueles que são portadores do quanto pior melhor”, disse.

Cortes - Barros pediu para a consultoria de Orça-mento analisar as dotações orçamentárias do próximo ano e a viabilidade de cortes nas programações. Os con-sultores estão passando um pente fino nas despesas, in-cluindo os benefícios sociais.

O relator-geral disse que o governo já efetuou cortes durante a elaboração da pro-posta orçamentária e é preci-so avaliar se novas restrições são viáveis na prática.

CCJ aprova nova PEC dos Precatórios

VOTAÇÃO Ministro explica hoje em debateproposta orçamentária para 2016Nelson Barbosa participa de evento promovido pelos líderes de 17 partidos e do governo

JORNAL DA CÂMARA | 510 de setembro de 2015

Antonio Cruz /Agência BrasilO ministro do Planeja-

mento, Nelson Barbosa, par-ticipa hoje na Câmara do debate “Plano Plurianual, Orçamento 2016 e a Econo-mia Brasileira”. O evento está marcado para as 10 horas, no auditório Nereu Ramos, e é promovido pelos líderes de 17 partidos e pela liderança do governo.

Segundo os organizado-res, o objetivo do debate é analisar a proposta orçamen-tária para 2016 e o Plano Plu-rianual (PPA) para o período 2016-2019, encaminhados pelo Executivo no dia 31 de agosto. A proposta orçamen-tária, que apresenta deficit primário do governo federal de R$ 30,5 bilhões no próxi-mo ano, vem causando polê-mica no Congresso.

Em palestra na semana passada, para deputados de PT, PCdoB e Pros, Barbosa afirmou que que há várias maneiras de se reverter esse deficit primário, mas desta-cou que a maior parte se re-fere a despesas obrigatórias, que precisam passar pelo Congresso.

Além dos três partidos que participaram do even-to anterior, o debate de hoje é promovido por PMDB, PRB, PP, PR, PSD, PDT, PRP,

O ministro Nelson Barbosa durante encontro com deputados da base do governo na semana passada

PRTB, PSDC, PSL, PMN, PTC, PTdoB e PTN.

Realista - O líder do gover-no na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), voltou a afirmar ontem que a propos-ta orçamentária para 2016 “é uma peça real, transparente e adequada à realidade” e que a solução para o deficit primá-rio envolverá o diálogo.

“O governo está buscando alternativas para tapar a di-

ferença entre receitas e des-pesas no Orçamento de 2016. Não tem nada definido, até porque quem tem que pagar mais imposto neste País são os ricos”, disse.

Impostos - Também on-tem, o presidente da Câma-ra, Eduardo Cunha, reagiu ao noticiário sobre uma eventu-al elevação da carga tributá-ria no País. Segundo ele, o governo “está se autodes-

truindo” ao cogitar aumentar impostos ou lançar o retorno de antigos tributos, como a CPMF.

“É de uma falta de inteli-gência inominável. Só pode ser uma estratégia contra o governo”, disse. A saída, afir-mou Cunha, passa pelo corte de despesas. “O problema é que o governo está mantendo os juros altos e o deficit. Está aumentando a dívida bruta.”

O presidente da Câma-ra, Eduardo Cunha, defen-deu ontem a retomada do modelo de concessão de petróleo como forma de o governo arrecadar dinhei-ro para equilibrar as contas públicas.

A medida está prevista no Projeto de Lei 6726/13, do deputado Mendonça Fi-lho (DEM-PE), e poderá en-trar na pauta do Plenário se for aprovado requerimento de urgência pelos deputados para sua análise.

“Eu me comprometi a pôr para votar [o projeto] se houver requerimento”, disse Cunha. Segundo ele, o pe-dido de urgência pode ser votado na próxima semana.

Câmara pode rediscutir concessão no pré-sal“A concessão de campos de petróleo pode entrar no caixa da União. É uma forma de o governo, sem impor ônus à sociedade, arrecadar.”Presidente Eduardo Cunha

“É uma forma, inclusi-ve, de o governo arrecadar dinheiro. A concessão de campos de petróleo pode

entrar no caixa da União. É uma forma de o governo, sem impor ônus à sociedade, arrecadar”, avaliou.

Defesa - A medida já ha-via sido defendida anterior-mente pelo líder do PMDB na Câmara, deputado Leo-nardo Picciani (RJ). “O mo-delo da partilha se mostrou ineficaz. Isso paralisou a

indústria do petróleo e tem reflexo muito grave para al-guns estados, sobretudo o Rio de Janeiro e o Espírito Santo.”

O modelo de concessão, segundo Picciani, servirá para atrair investimentos, gerar pagamento de outor-gas e de bônus, reativando o setor.

Os defensores do modelo de partilha, porém, afirmam que o petróleo é um bem es-tratégico que deve ter sua exploração e geração de ren-da geridas pelo Estado.

Pela legislação atual (Lei 12.351/10), boa parte dos recursos obtidos com a ex-ploração do petróleo deve ir para a educação.

Plataforma P-58, da Petrobras

Agência Petrobras

A Comissão de Constitui-ção e Justiça e de Cidadania da Câmara aprovou ontem a admissibilidade da Propos-ta de Emenda à Constituição 74/15, que cria um regime especial transitório (2016-2020) para que estados e municípios possam quitar os débitos pendentes com pre-catórios, fixando limites para esses gastos.

Os precatórios são dívidas acima de 60 salários mínimos contraídas pelos governos em todas as esferas quando são condenados pela Justiça a fa-zer um pagamento. São como títulos de dívida pública, mas que têm regras para o paga-mento.

O relator da proposta, de-putado Mainha (SD-PI), fri-sou que o texto final ainda será elaborado pela comissão especial que deve analisar a PEC. “Não vemos qualquer problema quanto à constitu-cionalidade, e é isso que te-mos de analisar aqui”, disse.

O objetivo do texto é re-gulamentar decisão recen-te do Supremo Tribunal Fe-deral sobre o tema, quando julgou inconstitucionais dis-positivos da Emenda Consti-tucional 62/09, originada da PEC dos Precatórios (351/09). Com a decisão, o STF passou a obrigar que as dívidas em precatórios fossem quitadas até 2020, sendo, até lá, corri-gidas pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E).

Para o deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), o pro-blema é que a nova PEC não coloca um prazo final. “Quan-do a Constituição de 1988 criou os precatórios, já havia essa discussão, e agora vamos adiar ainda mais algumas dí-vidas que existem desde aque-la época, há 27 anos. E sem prazo; pelo menos a decisão do STF tinha um prazo”, disse.

Um levantamento do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) de 2012 apontava uma dívida acumulada de mais de R$ 90 bilhões, em valores não atualizados, a serem pa-gos por estados e municípios com precatórios.

10 de setembro de 20156 | JORNAL DA CÂMARA

Em uma sessão marcada por bate-bocas e discussões entre deputados, a Comis-são Parlamentar de Inquéri-to do BNDES aprovou ontem a convocação do empresário Eike Batista, do ex-presiden-te da construtora Camargo Correa Dalton Avancini e re-jeitou a convocação dos con-troladores do grupo JBS/Fri-boi, Wesley e Joesley Batista. Ainda não foram marcadas datas para os depoimentos.

A rejeição da convoca-ção de Wesley e Joesley Ba-tista provocou discussão. A convocação foi rejeitada por 15 votos a 9. “A não convo-cação é a negação da CPI”, disse o deputado Carlos Mel-les (DEM-MG), um dos au-tores do requerimento. Ele relacionou o resultado a fi-nanciamento de campanhas feito pelo grupo JBS/Friboi.

Manobra - O deputado Bebeto (PSB-MG) disse que foi feita uma manobra regi-mental para proteger os em-presários. “Não entendo que manobra regimental é essa que está sendo feita para im-pedir a convocação dos em-presários”, disse Bebeto.

“É vergonhoso para a CPI não convocar os donos da Friboi. Depois [os integran-tes da CPI] ficam irritados com a suspeição por conta do financiamento de campa-nha. Que isenção terá quem foi financiado pela Friboi? É preferível encerrar a CPI se empresários já investigados em várias instâncias não fo-rem convocados”, disse Ar-naldo Jordy (PPS-PA).

Já o deputado Delegado Edson Moreira (PTN-MG) disse que a convocação dos irmãos Batista é precipita-da. Em setembro, o BNDES foi obrigado pelo Supremo Tribunal Federal a disponi-bilizar as informações refe-rentes aos empréstimos fei-tos ao grupo JBS/Friboi, que totalizam mais de R$ 8 bi-lhões, para uma auditoria do Tribunal de Contas da União.

Unanimidade - Já a con-vocação de Eike Batista foi aprovada de maneira sim-bólica, por unanimidade. O empresário é processado por crimes contra o mercado fi-nanceiro, manipulação do mercado e uso de informa-ção privilegiada com possí-vel prejuízo aos investidores

Foi adiado pela Comissão Parlamentar de Inquérito da Petrobras o depoimento do empresário Ricardo Pessoa, apontado pelo Ministério Público e pela Polícia Fede-ral como o coordenador do cartel de empreiteiras que atuava na Petrobras. A oiti-va, que estava prevista para ocorrer ontem à tarde, será na próxima terça-feira (15).

A convocação de Pessoa

CPI da Petrobras adia depoimento de Pessoa

Convocação de empresários gera bate-bocaCPI do BNDES convoca Eike Batista e delator na Lava Jato, mas rejeita chamar os controladores do grupo JBS/Friboi

“Se vocês dormiram no ponto, o problema é de vocês. Matéria vencida.”Deputado Marcos Rotta

das as suas dívidas com o banco.

Os requerimentos pedin-do a convocação de Eike Ba-tista foram apresentados por Carlos Melles, Sérgio Vidigal (PDT-ES) e Arnaldo Jordy.

Angola - A CPI tam-bém aprovou a convocação de Taiguara Rodrigues dos Santos, apontado como pro-prietário da empresa Exergia Brasil, contratada pela Ode-brecht para trabalhar na am-pliação e modernização da hidrelétrica de Cambambe, em Angola. Segundo Jordy, autor do requerimento, Tai-guara seria ex-cunhado do ex-presidente Lula.

A votação foi simbólica e provocou protestos de de-putados aliados do governo. Carlos Zarattini (PT-SP) cri-ticou o resultado. “A maio-ria do plenário não decidiu isso”, afirmou.

“Se vocês dormiram no ponto, o problema é de vo-

cês. Matéria vencida”, dis-se o presidente da comis-são, deputado Marcos Rotta (PMDB-AM).

Belo Monte - Outro con-vocado também rendeu ba-te-boca. Foi o executivo Dalton Avancini, ex-presi-dente da construtora Ca-margo Correa e um dos dela-tores da Operação Lava Jato.

Zarattini foi contra a pro-posta. “Ele já prestou depoi-mento à CPI da Petrobras, à Justiça, à Polícia Federal, portanto é totalmente des-necessário convocá-lo para tratar de financiamentos do BNDES”, disse. Um dos au-tores do requerimento, Jor-dy rebateu a informação. “O BNDES foi o principal finan-ciador de obras da Camargo Correa, como a hidrelétrica de Belo Monte. É fundamen-tal que venha.”

Metrô - A CPI também aprovou pedidos de infor-mação sobre contratos para implantação de linhas do metrô de São Paulo, Brasí-lia, Rio de Janeiro, Fortaleza e de Belo Horizonte. Os de-putados vão pedir informa-ções sobre licitação e finan-ciamentos.

O pedido original, de Za-rattini, abrangia apenas as obras do metrô paulista, mas foi estendido a outras capi-tais depois de acordo com o PSDB. Em São Paulo, o BN-DES financiou em R$ 2,3 bi-lhões as obras do metrô.

Deputados acusaram integrantes do colegiado de manobra regimental para evitar convocações

Luis Macedo

na venda de ações da OGX (hoje OGPar).

Em agosto, em audiên-cia na Comissão de Assun-tos Econômicos do Senado, o presidente do BNDES, Lucia-no Coutinho, informou que os empréstimos efetivamen-te contratados pelas empre-

sas de Eike Batista somaram R$ 6 bilhões – de um total de R$ 10,4 bilhões aprovados pela instituição. À CPI, Cou-tinho afirmou que o banco não teve prejuízos.

Em junho, em entrevista a um programa de TV, Eike Batista disse que pagou to-

havia sido decidida pela CPI na sexta-feira (4), e o pedido de autorização foi formali-zado no mesmo dia. Em ra-zão dos feriados na segunda (7), Dia da Independência, e terça (8) em Curitiba – fe-riado municipal em que se comemora a padroeira da cidade –, não houve tempo hábil para a autorização do juiz Sérgio Moro, da Justiça Federal, para o depoimento.

SEGURANÇA

JORNAL DA CÂMARA | 710 de setembro de 2015

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afir-mou ontem na Câmara que o excesso de processos ju-diciais atrasa a solução dos conflitos indígenas. “O con-flito judicial acaba sendo inevitável e se projeta em várias etapas da demarca-ção”. Cardozo participou de audiência pública da Co-missão de Agricultura para discutir os conflitos no sul do Mato Grosso do Sul e as ações que o governo federal tem tomado para dar segu-rança a produtores e índios.

“Não há solução fora da mediação e do diálogo”, afir-

O deputado Wellington Roberto (PR-PB) apresen-tou ontem substitutivo a 122 propostas que tramitam na Câmara sobre segurança privada. O texto estabelece o Estatuto da Segurança Pri-vada e da Segurança das Ins-tituições Financeiras.

Wellington Roberto pro-pôs que o piso salarial dos vi-gilantes seja fixado por ne-gociação coletiva. Segundo ele, as disparidades regio-nais do País impedem que seja fixado um salário na-cional em lei.

O parecer será votado na comissão especial que ana-lisa a matéria na quarta-fei-ra (16). Segundo Wellington Roberto, um acordo com a li-derança do governo garantiu que não haverá obstrução.

A deputada Érica Kokay (PT-DF) destacou que a pro-posta resolve problemas his-tóricos. “Ainda que não con-temple o piso, que é o objeto maior de discussão, nós en-caramos como um avanço.”

Equilíbrio - O relator Wellington Roberto afirmou que seu texto busca uma so-lução que equilibre as rei-vindicações dos vigilantes e a dos empregadores. A pro-posta é dividida em 11 capí-tulos que tratam da seguran-ça privada; dos prestadores de serviço; dos profissionais e sua formação; da seguran-ça privada em instituições financeiras; das penalidades administrativas; dos crimes e das taxas do setor.

O texto cria o Conselho Nacional de Segurança Pri-vada, vinculado ao Ministé-rio da Justiça, composto por membros do governo, da classe empresarial, dos tra-balhadores e da sociedade civil, para assessorar o mi-nistro da Justiça em assun-tos de segurança privada e a elaborar políticas para o setor. A Polícia Federal será responsável por aplicar pe-nalidades administrativas por infrações à nova lei.

Tramitação - O projeto que regulamenta a seguran-ça privada no País tramita em regime de prioridade. Se aprovado na comissão espe-cial, segue para análise do Plenário.

Piso salarial de vigilante nãoé contemplado

Durante a audiência, o deputado Osmar Serraglio (PMDB-SC), relator da co-missão especial que discu-te a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 215/00, que transfere do Executivo para o Congresso a compe-tência sobre demarcação de terras indígenas, discordou da posição do ministro José Eduardo Cardozo de que a PEC é inconstitucional.

Serraglio explicou que não se pode dizer isso, pois a própria Constituição pre-vê que é prerrogativa do Congresso definir limites dos bens da União e, como as terras indígenas são bens da União, não há que se fa-lar em inconstitucionalida-

Relator e Cardozo discordam sobre PECde em transferir a competên-cia para demarcação para o Congresso. Para ele, o gover-no age de forma ideológica.

Novo marco – Cardozo disse que o governo admi-te discutir um novo marco regulatório de demarcação, mas criticou a proposta. Se-gundo ele, a PEC possui ví-cio de inconstitucionalidade e de mérito. A Constituição, disse, determina que a com-petência seja do Executivo e, caso aprovada, seja questio-nada no STF.

Cardozo também criticou a PEC 71/11, aprovada na ter-ça-feira (8) no Senado, que prevê indenização aos pro-prietários de terras homo-logadas como área indígena

desde outubro de 2013. Para ele, o texto pode permitir várias interpretações e sua aprovação poderá aumentar a judicialização dos proces-sos de demarcação. O mi-nistro ponderou, no entan-to, que a redação pode ser aperfeiçoada para que todos cheguem a um consenso.

Parcialidade - Celso Mal-daner (PMDB-SC) apontou parcialidade dos estudos da Funai das regiões em pro-cesso de demarcação, e de-fendeu a votação urgente da PEC 71/11 na Câmara para contribuir na solução dos conflitos. Luís Carlos Hein-ze (PP-RS) argumentou que as discussões sobre o proces não podem ser ideológicas.

Já Bohn Gass (PT-RS) dis-se que os que criticam a “ide-ologização” do debate são os que agem ideologicamente. “O que está em discussão é que a última palavra é do Le-gislativo, e isso está errado”, disse o deputado”. Ivan Va-lente (Psol-SP) reclamou que o governo demarcou apenas 1/3 das terras indígenas des-de a Constituição Federal, e defendeu indenização a pe-quenos produtores.

Ministro disse que o governo admite discutir um novo marco regulatório de demarcação, mas criticou a proposta

Excesso de processos judiciais atrasa a solução de conflitos, diz ministroJosé Eduardo Cardozo, da Justiça, participou de audiência sobre terras indígenas no MS

mou Cardozo, para quem a todos os atores envolvidos têm que ceder.

Conflito - Em 2005, o ex-presidente Lula homologou a demarcação das terras Ñan-de Ru Marangatu, mas o en-tão ministro do Supremo Nelson Jobim suspendeu os efeitos do decreto. O proces-so está parado há mais de 10 anos no STF. Desde a sema-na passada, a Força Nacional de Segurança está na região onde índios e fazendeiros entraram em conflito.

Para o ministro, a solução passa necessariamente pela mediação envolvendo todos

os interessados no tema. “A minha proposta é retomar o diálogo, para discutir in-denizações, o redesenho da área demarcada ou qualquer outra solução que busque a pacificação. Estamos levan-tando cinco áreas da região para resolver os problemas.”

Política nacional - A depu-tada Tereza Cristina (PSB--MS), que propôs a audi-ência, cobrou uma política nacional para solucionar os conflitos. “Precisamos dar um passo concreto e espero que dessa vez possamos sair do campo da conversa para o campo da ação”, disse. Se-

gundo ela, o Ministério Pú-blico do estado e a Funai não têm contribuído para a paz.

Violência – Cardozo ad-vertiu que não vai permi-tir violação à lei nem ações criminosas. “Caso produto-res ou lideranças indígenas estejam incitando crime, a Polícia Federal está determi-nada a agir. Nenhum esforço será poupado para garantir a lei e a ordem”, disse.

João Daniel (PT-SE) dis-se esperar da PF uma apu-ração rigorosa da morte de uma liderança indígena na região. Segundo Cardozo, o caso está sob investigação.

Durante a audiência, o ministro da Justiça disse que não há solução para os conflitos sem que cada um dos envolvidos ceda um pouco

Antonio Augusto

10 de setembro de 20158 | JORNAL DA CÂMARA

Wikilegis: permite que o cidadão, pela internet, sugi-ra emendas e modificações em projetos de lei discutidos pelos parlamentares. Assim, deputados podem publicar no Wikilegis proposições legis-lativas das quais sejam auto-res ou relatores, e a sociedade participa fazendo comentá-rios ou sugerindo uma nova redação, artigo por artigo. A plataforma foi utilizada na discussão da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com De-ficiência (Estatuto da Pessoa

com Deficiência), do Marco Civil da Internet e do Código de Processo Civil.

Painel Social: é um instru-mento que facilitará a visua-lização de informações legis-lativas e de redes sociais. Em uma única tela será possível acompanhar visualmente os assuntos mais debatidos nas redes sociais e hashtags fre-quentes em formato de grá-fico de bolhas de palavras, entre outras funcionalidades.

Retórica Parlamentar: per-mite uma visão interativa dos

principais temas dos discur-sos dos deputados por meio de um gráfico de bolhas, faci-litando o acompanhamento por área de interesse. O usu-ário pode visualizar os te-mas mais frequentes e quais deputados se destacaram no debate.

Cartilha Eletrônica de Par-ticipação Popular: a cartilha interativa explica os meca-nismos de participação da Câ-mara dos Deputados. O obje-tivo é divulgar as ferramentas e serviços disponíveis na Casa

para estimular a participação da sociedade no processo le-gislativo.

Página de Pesquisa de Pro-posições: é uma página na web com novas ferramentas para busca de informações legisla-tivas. Disponibiliza ferramen-tas de busca mais potentes e novas opções de exportação dos resultados, inclusive des-tinados à montagem de tabe-las e à leitura por máquina. O objetivo desse novo serviço é facilitar a busca e a exporta-ção dos dados.

A deputada Conceição Sampaio (PP-AM) entre-gou ontem ao secretário de Comunicação da Câma-ra, deputado Cleber Verde (PRB-MA), a solicitação de parceria de rádio da Câmara Municipal de Manaus com a Rede Legislativa de Rádio e TV, coordenada pela Câma-ra dos Deputados. A reunião aconteceu no gabinete do presidente da Câmara, Edu-ardo Cunha.

O documento traz a de-monstração de interesses em aderir à Rede e é o primeiro passo do processo para a li-beração dos canais.

Segundo Eduardo Cunha, quando a Secretaria de Co-municação foi criada, já existia o objetivo de esta-belecer parcerias e ampliar o alcance da Rádio Câmara e da TV Câmara. “A partir desse trabalho, adotamos a

Cunha e parlamentares durante a entrega dos documentos

Câmara de Manaus poderá ser parceira em rádio legislativaestratégia de difundir o es-copo de penetração com con-vênios para levar a todos os cantos do País”, disse.

Para Cunha, a gestão de Cleber Verde à frente da Se-com deve recorrer à TV, à rá-dio e a todo o sistema de co-municação da Câmara para divulgar os trabalhos do Le-gislativo federal e também de estados e municípios. “Que possamos ter os dois lados, para haver troca de conteúdo para benefício de todos”, ressaltou.

Transparência - Como a Câmara faz parte de um dos poderes da União, o processo de liberação de canais de rá-dio e TV junto ao Ministério das Comunicações é mais rá-pido e menos burocratizado.

As parcerias com câma-ras municipais ou assem-bleias legislativas buscam ampliar a transparência das

atividades dos deputados fe-derais, estaduais e dos vere-adores e facilitar a interação entre a população e os seus representantes eleitos.

Conceição Sampaio disse que a parceria pode “fazer a diferença” para a população da capital amazonense. “As pessoas se interessam sim pela política. Ter este instru-mento que é a Rádio Câmara à disposição de uma cidade como Manaus, com mais de 2 milhões de habitantes, vai fazer a diferença”, disse. Ela ressaltou que a presença da rádio facilitará o acompa-

nhamento do dia-a-dia do trabalho dos 41 vereadores.

Democratização - Cleber Verde lembrou que a presen-ça do presidente da Câmara Municipal de Manaus, ve- reador Wilker Barreto, ajuda a mostrar como é simples o procedimento para formali-zar as parcerias. “Essa ma-nifestação é para demons-trar aos deputados que esse processo simplificado de ex-

pansão da rádio e TV pode ajudar, e muito, não só a Câ-mara, mas as assembleias le-gislativas e as câmaras mu-nicipais para o exercício da democratização da informa-ção.” De acordo com ele, há 800 solicitações para novos canais de rádio e TV em par-ceria com a Câmara, o triplo de antes da criação, neste ano, da Secretaria de Comu-nicação da Casa.

Cunha: esforço faz parte do compromisso da Câmara com sociedade e Parlamento Aberto, movimento que acontece em vários países

Cunha anuncia projeto que amplia transparência Pacote, chamado de Câmara Aberta, traz cinco novos produtos para aumentar interação entre sociedade e Parlamento

O presidente da Câma-ra dos Deputados, Eduardo Cunha, anunciou ontem no Plenário que a Casa vai lan-çar cinco novos produtos para ampliar o acesso à in-formação, a transparência e a interação da sociedade com o Parlamento. O pacote foi chamado de Câmara Aber-ta. “Estamos na semana dos Parlamentos Abertos em todo o mundo e esses pro-dutos vão aprimorar o pro-cesso legislativo”, ressaltou Cunha.

São ferramentas para o cidadão participar do pro-cesso legislativo, sugerin-do emendas e comentando projetos; para acompanhar os temas relevantes no Le-gislativo por meio dos pro-nunciamentos dos parla-mentares; e para conhecer as ferramentas de interação já existentes.

“Este esforço faz parte do compromisso da Casa com a sociedade e com o Parlamen-to Aberto – movimento de um conjunto de nações que se pautam pela transparên-cia e pela criação de ferra-mentas e serviços que pro-movam a participação dos cidadãos como parte do processo de representação”, acrescentou o presidente.

Os novos serviços do programa Câmara Aberta

“Ter a Rádio Câmara à disposição de Manaus, com mais de 2 milhões de habitantes, vai fazer a diferença.”Deputada Conceição Sampaio

Gustavo Lima

J. Batista