8
Nº 20 | Janeiro a Março de 2015 Vivemos num Mundo em mutação constante e cada vez mais acelerada, de tal forma que ao longo da existência de cada um de nós, por mais ou menos breve que seja, assistimos a transformações abissais a todos os níveis, fazendo com que factos que há bem pouco tempo não passavam de ficção ou imaginação rapidamente se tornem reais. Na Medicina, por exemplo, tem sido tal o desenvolvimento no diagnóstico e no tratamento das diversas doenças que o que aprendemos há meia dúzia de anos está hoje em grande parte ultrapassado e muitos dos nossos conhecimentos actuais ainda há bem pouco tempo faziam apenas parte do nosso imaginário ou da ficção. Com tal evolução os desafios são constantes e os padrões da doença também se alteraram. Conseguimos erradicar algumas doenças como a varíola, controlar e tratar outras como a tuberculose, que constituiam autênticos “pesadelos” pela mortalidade que causavam. Em contrapartida novas doenças vão aparecendo como a SIDA/HIV ou o ébola, e outras vão atingindo proporções impensáveis há cerca de 20 ou 30 anos como é o caso das doenças oncológicas. Apesar de tudo, a sobrevivência, a esperança e a qualidade de vida foram aumentando nos Países ditos desenvolvidos, onde o desenvolvimento económico e científico nos levou a um nível de conforto que tomámos por adquirido. Mas a evolução não pára e o Mundo atravessa neste momento grandes desafios, à semelhança do que terá sucedido com grandes civilizações anteriores, como a Civilização Maia, a Civilização Grega ou o Império Romano, que após terem alcançado o seu apogeu, por muito desenvolvidas que tivessem sido, desapareceram para dar lugar a outras civilizações. A nossa sociedade actual resultou de décadas de desenvolvimento de um sistema económico, monetário e social que terá tido o seu auge nos finais do século passado com um desenvolvimento tecnológico que nos proporcionou pôr um homem na lua ou dispor de aviões comerciais supersónicos que permitiam viagens de Londres ou Paris a Nova Iorque demorando o mesmo tempo que uma viagem de automóvel do Porto ao Algarve, ou ter naves espaciais que iam ao espaço e voltavam fazendo antever uma evolução da “aviação aero-espacial” que não se chegou a concretizar. Mas como todas as outras civilizações que se deixaram devorar pelo próprio desenvolvimento, também hoje atingimos um desenvolvimento das tecnologias de comunicação que mais que nos facilitar a nossa existência e contribuir para o nosso conforto, permite um controle perfeitamente assustador de todos os aspectos da nossa vida, qual ditadura tecnológica que nos domina, restringe a liberdade individual e faz com que muitas vezes o erro informático seja assumido como verdade incontornável colocando-nos em situações de presunção de culpa até prova em contrário. Quem não foi já vítima de erros informáticos? Desses erros quantos são aqueles que beneficiam o cidadão? Quantas não são as dificuldades para ultrapassar o erro informático? Quantos “impérios económicos” não se desmoronam hoje pelo cruzamento de dados dos mesmos sistemas informáticos que permitiram a sua expansão para além daquilo que realmente representavam? Será que estaremos a viver uma transição civilizacional com o desmoronamento de um sistema monetário que foi o suporte do desenvolvimento sócio-económico que se seguiu à revolução industrial ou, mais recentemente, ao fim da 2ª Grande Guerra? Em breve o saberemos, esperando que todas as transformações que o Mundo tem vivido não sejam mais que reajustamentos de situações anómalas dos sistemas ou civilizações precedentes, resultantes quase sempre da ganância do Ser Humano e do afastamento dos verdadeiros valores em que deve assentar a vivência humana, com respeito pelos outros e pela preservação deste planeta azul que habitamos. Não se tratará certamente do fim do Mundo mas sim de uma readaptação conducente a uma melhoria da qualidade de vida das gerações vindouras, a começar de preferência já neste ano de 2015 em que a realidade representa em grande parte a ficção dos anos precedentes. Num futuro próximo serão os nossos netos, então já “cotas”, a comentar: “no meu tempo não se via nada disto!” Um excelente 2015 para todos! =Z Û\«h à realidade F. Mesquita

h !#$%&'(%($ - usf-familias.com · econ mico e cient Þco nos levou a um n vel de conforto que tom mos por adquirido. Mas a evolu o n o p ra e o Mundo atravessa neste momento grandes

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: h !#$%&'(%($ - usf-familias.com · econ mico e cient Þco nos levou a um n vel de conforto que tom mos por adquirido. Mas a evolu o n o p ra e o Mundo atravessa neste momento grandes

Nº 20 | Janeiro a Março de 2015

Vivemos num Mundo em mutação constante e cada vez mais acelerada, de tal forma que ao longo da existência de cada um de nós, por mais ou menos breve que seja, assistimos a transformações abissais a todos os níveis, fazendo com que factos que há bem pouco tempo não passavam de ficção ou imaginação rapidamente se tornem reais.Na Medicina, por exemplo, tem sido tal o desenvolvimento no diagnóstico e no tratamento das diversas doenças que o que aprendemos há meia dúzia de anos está hoje em grande parte ultrapassado e muitos dos nossos conhecimentos actuais ainda há bem pouco tempo faziam apenas parte do nosso imaginário ou da ficção. Com tal evolução os desafios são constantes e os padrões da doença também se alteraram. Conseguimos erradicar algumas doenças como a varíola, controlar e tratar outras como a tuberculose, que constituiam autênticos “pesadelos” pela mortalidade que causavam. Em contrapartida novas doenças vão aparecendo como a SIDA/HIV ou o ébola, e outras vão atingindo proporções impensáveis há cerca de 20 ou 30 anos como é o caso das doenças oncológicas. Apesar de tudo, a sobrevivência, a esperança e a qualidade de vida foram aumentando nos Países ditos desenvolvidos, onde o desenvolvimento económico e científico nos levou a um nível de conforto que tomámos por adquirido.Mas a evolução não pára e o Mundo atravessa neste momento grandes desafios, à semelhança do que terá sucedido com grandes civilizações anteriores, como a Civilização Maia, a Civilização Grega ou o Império Romano, que após terem alcançado o seu apogeu, por muito desenvolvidas que tivessem sido, desapareceram para dar lugar a outras civilizações.

A nossa sociedade actual resultou de décadas de desenvolvimento de um sistema económico, monetário e social que terá tido o seu auge nos finais do século passado com um desenvolvimento tecnológico que nos proporcionou pôr um homem na lua ou dispor de aviões comerciais supersónicos que permitiam viagens de Londres ou Paris a Nova Iorque demorando o mesmo tempo que uma viagem de automóvel do Porto ao Algarve, ou ter naves espaciais que iam ao espaço e voltavam fazendo antever uma evolução da “aviação aero-espacial” que não se chegou a concretizar.

Mas como todas as outras civilizações que se deixaram devorar pelo próprio desenvolvimento, também hoje atingimos um desenvolvimento das tecnologias de comunicação que mais que nos facilitar a nossa existência e contribuir para o nosso conforto, permite um controle perfeitamente assustador de todos os aspectos da nossa vida, qual ditadura tecnológica que nos domina, restringe a liberdade individual e faz com que muitas vezes o erro informático seja assumido como verdade incontornável colocando-nos em situações de presunção de culpa até prova em contrário.

Quem não foi já vítima de erros informáticos? Desses erros quantos são aqueles que beneficiam o cidadão? Quantas não são as dificuldades para ultrapassar o erro informático?Quantos “impérios económicos” não se desmoronam hoje pelo cruzamento de dados dos mesmos sistemas informáticos que permitiram a sua expansão para além daquilo que realmente representavam?Será que estaremos a viver uma transição civilizacional com o desmoronamento de um sistema monetário que foi o suporte do desenvolvimento sócio-económico que se seguiu à revolução industrial ou, mais recentemente, ao fim da 2ª Grande Guerra?Em breve o saberemos, esperando que todas as transformações que o Mundo tem vivido não sejam mais que reajustamentos de situações anómalas dos sistemas ou civilizações precedentes, resultantes quase sempre da ganância do Ser Humano e do afastamento dos verdadeiros valores em que deve assentar a vivência humana, com respeito pelos outros e pela preservação deste planeta azul que habitamos.Não se tratará certamente do fim do Mundo mas sim de uma readaptação conducente a uma melhoria da qualidade de vida das gerações vindouras, a começar de preferência já neste ano de 2015 em que a realidade representa em grande parte a ficção dos anos precedentes.Num futuro próximo serão os nossos netos, então já “cotas”, a comentar: “no meu tempo não se via nada disto!”Um excelente 2015 para todos!

���=Z�Û\­«h�à realidade

F. Mesquita

Page 2: h !#$%&'(%($ - usf-familias.com · econ mico e cient Þco nos levou a um n vel de conforto que tom mos por adquirido. Mas a evolu o n o p ra e o Mundo atravessa neste momento grandes

Todos os dias somos bombardeados com publicidade dos mais variados “produtos naturais”, referentes a medicamentos naturais e suplementos alimentares ou vitamínicos. E, muitas vezes, convencidas de que “o que é natural é bom”, as pessoas acabam por comprar indiscriminadamente tudo o que lhes propõem. Contudo, na maior parte dos casos, a eficácia não está demonstrada.

Assim, é fundamental que os consumidores estejam informados de que os produtos naturais podem interferir com os medicamentos. Estas interações poderão potenciar, minimizar ou até anular o efeito do medicamento que está a tomar. Neste sentido, o Observatório de Interacções Planta-Medicamento tem feito uma campanha para alertar para os perigos do uso de produtos naturais, especialmente da sua mistura com outros compostos.De seguida fala-se de alguns produtos naturais mais publicitados.

Pág. 2 | Número 20 | Janeiro a Março de 2015

OS PRODUTOS NATURAISE AS INTERACÇÕES COM

OS MEDICAMENTOS

Bagas de Goji

Chamadas de bagas anti-envelhec-imento e ricas em vários nutrientes, mas ainda não há informação suficiente quanto aos seus efeitos. Não devem ser consumidas por quem toma medicamentos que alteram a coagulação do sangue como a var-farina pois podem ter risco acrescido de hemorragia

Ginseng

Planta originária da Ásia, à qual se atribuem propriedades energéticas; apresenta-se sob as mais variadas for-mas como chás, bebidas energéticas, cápsulas ou gotas. Não deve ser con-sumido por quem padece de algumas doenças psiquiátricas, hemorrágicas e cardíacas.

Chá verde

Rico em anti-oxidantes, além de se beber como chá, é também adiciona-do em alguns produtos de emagreci-mento, contudo pode causar toxici-dade do fígado quando o consumo é crónico.

Erva de São João ou HIpericão

Planta medicinal amplamente conhe-cida pela sua eficácia no tratamento de depressões e perturbações do sono. Deve ser evitada por pessoas com tendências suicidas e pode interferir com vários medicamentos do foro cardíaco, psiquiátrico, antico-agulantes e contracetivos orais (a pílula).

Soja

Grão conhecido por melhorar os sintomas da menopausa, sabe-se que os seus constituintes podem estimular alguns tipos de tumores, devendo ser ingerido com ponderação e sob ac-onselhamento médico, especialmente se existirem problemas da tiróide.

Tília

Uma das mais populares plantas medicinais, com várias utilidades atribuídas (problemas gastrointesti-nais, palpitações, insónias, cefaleias, ansiedade, entre outros). O seu consumo em excesso pode provocar problemas cardíacos e não deve ser administrada juntamente com antico-agulantes, diuréticos, anti-hiperten-sores e sedativos.

Existem muitos produtos naturais que podem interferir com a sua saúde. Deve, portanto, ler sempre os rótulos dos produtos naturais e questionar, nomeadamente o seu médico, sobre a possibilidade de interferência com o seu problema de saúde ou medicamento.

Page 3: h !#$%&'(%($ - usf-familias.com · econ mico e cient Þco nos levou a um n vel de conforto que tom mos por adquirido. Mas a evolu o n o p ra e o Mundo atravessa neste momento grandes

Jornal da USF Famílias

É algo frequente as pessoas idosas ol-harem para a medicação que fazem diariamente e pensarem: “tantos medicamentos…!”

Quem nunca tomou um medicamento sem prescrição médica?E aquela vez em que pediu opinião a um amigo ou à vizinha sobre qual o medicamento que toma em determina-das ocasiões?Segundo a Organização Mundial de Saúde o uso racional de medicamen-tos é uma emergência para a saúde das populações:

“Os doentes devem tomar medicamentos apropria-dos às suas necessidades clínicas, em doses e perío-

dos adequados (…), com baixo custo para eles e para a sua comunidade”.

A polimedicação consiste na admin-istração de vários medicamentos diferentes simultaneamente, e em tratamento prolongado (mais de 3 meses). Considera-se que um doente está polimedicado, quando o número de medicamentos que toma diaria-mente é superior a 5.

A automedicação (toma de medi-camentos sem indicação médica), muitas vezes vista como uma solução para o alívio imediato de alguns sintomas, pode trazer alguns riscos (sobretudo nos doentes polimedica-dos), nomeadamente o de reações

indesejáveis entre medicamentos. O uso de medicamentos de forma incorrecta pode acarretar o agra-vamento de uma doença, uma vez que a utilização inadequada pode esconder determinados sintomas ou mesmo agravar a situação clínica do doente. É importante que se aconselhe sempre com o seu Médico de Família para a revisão periódica da sua lista de medicação prolongada.É também importante aconselhar-se sobre em que situações é seguro fazer automedicação e quais os medicamentos que pode utilizar nesta situação.Aconselhe-se com o seu Médico de Família!

Quando menos é mais…

POLIMEDICAÇÃO

Adriana Relvas - Médica Interna USF Famílias

Page 4: h !#$%&'(%($ - usf-familias.com · econ mico e cient Þco nos levou a um n vel de conforto que tom mos por adquirido. Mas a evolu o n o p ra e o Mundo atravessa neste momento grandes

Pág. 4 | Número 20 | Janeiro a Março de 2015

O tratamento da maioria das doenças requer o uso de medicamentos, os quais podem causar efeitos além dos pretendidos. Um deles é a alergia: uma reacção do nosso corpo contra constituintes do medicamento e cujas manifestações mais frequentes são enjoos, vómitos, diarreia, olhos ou lábios inchados, tosse, falta de ar, manchas e comichão na pele.

Contudo, nem toda a reacção é alergia! Estes sintomas podem fazer parte da própria doença, ser consequência de dose excessiva, ou constituir efeitos indesejados mas conhecidos e previsíveis, aceitáveis atendendo aos benefícios do medicamento.Por isso, se durante a toma de um medicamento experienciar algum destes sintomas de forma intensa e prolongada, consulte o seu médico!

O Paracetamol, amplamente conhecido, é um analgésico, pelo que deve ser utilizado para controlo da dor aguda (de início recente) ou na dor crónica (presente há mais de 3 meses). Outra indicação para a sua utilização é o controlo da febre, ou seja temperatura corporal maior ou igual a 38°C. Trata-se de um medicamento seguro, se utilizado na dose correta, pelo que nas crianças a dose administrada é calculada em função do peso e nos adultos habitualmente corresponde a 500mg ou 1g de 6 em 6 horas, se necessário.

ANALGÉSICOS E ANTI-INFLAMATÓRIOS

Não me senti bem com este medicamento…

Será ALERGIA?

Mara Silva, médica interna

Ana Margarida Pinho, Médica Interna

Por outro lado, os anti-inflamatórios, onde se inclui o Ibuprofeno, podem ser utilizados para as mesmas situações que os analgésicos e ainda para o controlo de processos inflamatórios em que há dor, inchaço e calor. Exemplos de processos inflamatórios são as inflamações dos ouvidos (otite), garganta (faringite, amigdalite) e articulações. No entanto, os anti-inflamatórios tem outros riscos quando não utilizados corretamente, como problemas a nível do estômago, rins e fígado. Assim, o seu uso deve ser limitado

a poucos dias, devem ser tomados preferencialmente às refeições e, se possível, devem ser preferidos os anti-inflamatórios com aplicação na pele (em creme ou gel) para alívio dos sintomas quando a dor se localiza a nível dos músculos e/ou articulações.

Se possível preferir o uso de analgésicos como o Paracetamol para controlo da febre e dor isolada em que não haja um processo inflamatório com inchaço e calor. Mesmo a medicação muito utilizada apresenta riscos pelo que é importante o aconselhamento com o seu Médico de Família para uma avaliação correta da situação.

diferenças e riscosOs analgésicos e os anti-inflamatórios são medicamentos muito utilizados no combate à dor, febre e inflamação. No entanto, será o seu uso indiferente ou existem diferentes razões para a sua toma?

Page 5: h !#$%&'(%($ - usf-familias.com · econ mico e cient Þco nos levou a um n vel de conforto que tom mos por adquirido. Mas a evolu o n o p ra e o Mundo atravessa neste momento grandes

Jornal da USF Famílias

As benzodiazepinas constituem um grupo de medicamentos que são utilizados no tratamento da ansiedade e da insónia; sendo vulgarmente conhecidas como “calmantes”, “tranquilizantes” ou “ansiolíticos”.Os seus efeitos terapêuticos estão associados com a redução da ansiedade, melhoria do sono, tranquilizante em estados de pânico; podendo ainda ser receitados para convulsões, espasmos musculares ou movimentos involuntários, entre outras situações.

No entanto, estes medicamentos podem causar dependência física e psicológica (“habituação”), nomeadamente se forem tomados durante um longo período de tempo. Para além disso, se forem usados em doses elevadas e inadequadas, podem provocar sonolência, tonturas, perdas de memória, lentidão do pensamento e alteração da capacidade motora, podendo interferir na condução de veículos e de máquinas. Todos estes efeitos laterais são agravados se existir consumo de álcool simultaneamente; sendo, por isso, desaconselhado o consumo de álcool durante a toma destes medicamentos.Estes fármacos apresentam diferentes interações com outros medicamentos e por isso, não devem ser tomados sem indicação do Médico de Família.Devem ser evitados durante a gravidez, uma vez que podem provocar efeitos negativos no feto.

Portanto, é importante, lembrar, que estes medicamentos devem ser usados apenas com indicação médica, na dose e durante o período de tempo recomendados. Para além disso, no final do tratamento, evite parar sem o aconselhamento médico, para que a sua paragem seja gradual e segura.

Benzodiazepinas(Calmantes e comprimidos para dormir)

Quais os riscos associados?

Sara Almeida – Médica Interna

Page 6: h !#$%&'(%($ - usf-familias.com · econ mico e cient Þco nos levou a um n vel de conforto que tom mos por adquirido. Mas a evolu o n o p ra e o Mundo atravessa neste momento grandes

Pág. 6 | Número 20 | Janeiro a Março de 2015

Um dos problemas de saúde mais frequentes que apoquentam as pessoas é sem dúvida a “má digestão”; com muita frequência nos queixamos de azia, afrontamento e até dor no estômago em consequência da ingestão de alimentos.

Na realidade este tipo de problemas era muito mais frequente na antiguidade sobretudo com o homem primitivo, que devido ao tipo de alimentos ingeridos, a maior parte das vezes crus ou deficientemente cozinhados, causavam muito mal-estar e eram causa de má digestão.

Não é de admirar pois que muitos textos antigos, alguns com mais de 5000 anos, falem no assunto e existam referências ao uso de substâncias para combater

a acidez do estômago: os antiácidos. Desde muito cedo os médicos receitaram o consumo de folhas de hortelã-pimenta ou de leite para conseguirem neutralizar aquela acidez.Foi na Suméria que os médicos começaram a usar o bicarbonato de sódio, um remédio caseiro, para tratar a má digestão; com tal sucesso que o seu uso se manteve até aos nossos dias.

Já em 1873, um químico amador norte-americano, Charles Phillips, inventou o famoso Leite de Magnésia Phillips, que ainda hoje existe nas farmácias combinando duas funções com grande eficácia: antiácido e laxante.

Este medicamento só em 1931 veio a ser destronado do seu reinado pelo famoso Alka-Seltzer, medicamento criado também nos Estados Unidos e

que era indicado para tratar a gripe, a dor de cabeça, o enjoo, a acidez do estômago a até a masculinidade decaída; a primeira versão deste medicamento, que era uma mistura de fármacos, incluía a aspirina entre outros. Hoje ainda é possível encontra-lo na farmácia, embora já sem a aspirina na sua composição, e claro, com as suas indicações revistas…

Actualmente o leque de antiácidos existentes na farmácia envolve um sem número de ingredientes como o alumínio, o bismuto, o fosfato, o magnésio, o cálcio, etc; há no entanto um, que ainda hoje é um dos mais utilizados e que vem desde a antiguidade: o leite.

Má digestão

Nunes de Sousa, Médico de Família

sabia que?

Page 7: h !#$%&'(%($ - usf-familias.com · econ mico e cient Þco nos levou a um n vel de conforto que tom mos por adquirido. Mas a evolu o n o p ra e o Mundo atravessa neste momento grandes

Jornal da USF Famílias

Ingredientes:

3 limas

4 pernas de coelho

Mistura de pimentas acabadas de moer q.b.

1 colher (café) de gengibre em pó

1 pitada de noz moscada

2c.(sopa) de azeite

4 dentes de alho

1 ramo de hortelã

Preparação:Retire a raspa a uma das limas e o sumo a duas delas. Tempere as pernas de coelho com a raspa e o sumo de lima, um pouco de pimenta, o gengibre e a noz-moscada. Misture bem, tape e deixe a marinar no frio durante 30 minutos.Ligue o forno a 180º C leve ao lume uma frigideira com o azeite, deixe aquecer, junte a carne escorrida e os alhos descascados de deixe cozinhar até ficar douradinho. Retire e deixe escorrer.Disponha sobre a bancada quatro folhas de papel vegetal. Corte a restante lima em rodelas, espalhe pelas folhas de papel, coloque por cima um pouco de hortelã, uma perna de coelho e um dente de alho, regue com ma marinada e feche o papel de modo a obter um embrulho.Coloque os papelotes no tabuleiro e leve ao forno durante 30 minutos. Retire, deixe arrefecer um pouco, abra-os e sirva com arroz branco e legumes salteados.

PAPELOTES DE COELHO COM LIMA E HORTELÃ

RECEITA

Page 8: h !#$%&'(%($ - usf-familias.com · econ mico e cient Þco nos levou a um n vel de conforto que tom mos por adquirido. Mas a evolu o n o p ra e o Mundo atravessa neste momento grandes

Pág. 8 | Número 20 | Janeiro a Março de 2015 Jornal da USF Famílias