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PAÍS ECONÓMICO - "Há empresas muito inovadoras em Portugal" - Entrevista Telma Paz - Diretora-Geral de F. Iniciativas Portugal
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Outubro 2014 | PAÍS €CONÓMICO › 4342 › PAÍS €CONÓMICO | Outubro 2014
› EMPRESARIADO
Telma Paz, Diretora-Geral de F. Iniciativas
«Os nossos Recursos Humanos são a nossa grande força»
Em Portugal desde 2006, altura em que arrancou o SIFIDE (Sistema de Incentivos Fiscais
à I&D Empresarial), a F. Iniciativas tem tido no nosso país um crescimento sustentável
equilibrado. Em entrevista que concedeu à PAÍS €CONÓMICO, Telma Paz, diretora-
geral desta empresa cuja principal missão é dinamizar a competitividade empresarial dos
seus parceiros de negócio através do processo de Knanciamento para os seus projetos,
sabe que o sucesso da sua estrutura depende muito da evolução da economia. «Quando
existe um retrocesso ou um desinvestimento da economia, esse clima é propício ao
desânimo das empresas, porque não havendo procura de novos investimentos não
existirá necessidade de captação de Knanciamento e o interesse nos benefícios Kscais
também será diminuto porque se as empresas têm prejuízos Kscais o benefício Kscal não
faz sentido», sublinhou Telma Paz que denomina os Recursos Humanos da F. Iniciativasa
sua grande força. «Mais do que procurar know-how (porque esse temos), a nossa grande
preocupação é continuarmos a recrutar bons Recursos Humanos que nos ajudem no
processo de crescimento da empresa».
TEXTO › VALDEMAR BONACHO | FOTOGRAFIA › RUI ROCHA REIS
Depois do sucesso considerável
assinalado em França, onde têm
filiais,a F. Iniciativas, criada na
década de 90, conseguiu igual êxito em
Espanha onde atualmente tem a sua sede.
Em 2006 decidiu-se por Portugal, precisa-
mente na altura do surgimento do SIFI-
DE (Sistema de Incentivos Fiscais à I&D
Empresarial) instaurado pela Lei 40/2005,
que veio substituir, vantajosamente, o
sistema da reserva fiscal e tornou-se uma
ferramenta bem mais atrativa, com maio-
res perspetivas económicas. A sua imple-
mentação, com a subvenção dos projetos a
posteriori, veio permitir um cálculo mais
justo.
Telma Paz, diretora-geral da F. Iniciativas
justificou as razões que levaram a sua
Casa-Mãe a optar em 2006 pelo mercado
português.
«O nosso grupo em termos de expansão
tem uma metodologia que é bastante
simples. Temos o cuidado de fazer em
todos os países, sejam europeus ou não,
um estudo sobre os sistemas de incenti-
vos, nomeadamente nas nossas áreas de
especialização: a Investigação, o Desen-
volvimento e a Inovação, aproveitando
o know-how existente na Casa-Mãe. Uma
vez que o SIFIDE era e continua a ser bas-
tante atrativo, fazia todo o sentido virmos
explorar o mercado português. Tínhamos
por um lado um sistema de incentivos
novo iniciado nessa altura, e por outro
lado havia também uma questão estraté-
gica. Tratava-se de um desafio, levando em
conta que trabalhamos desde as pequenas
empresas às grandes multinacionais e
muitas delas já cá estavam em Portugal»,
precisou Telma Paz, lembrando que «tí-
nhamos empresasque já era nossos clien-
tes em Espanha e em França, e facilmente
conseguimos conquistar esses clientes em
Portugal. Não viemos para Portugal de
qualquer maneira, viemos apoiados por
uma estrutura base».
Boa aposta na internacionalização A F. Iniciativas tem escritórios nos EUA
(São Francisco), Canadá (Montreal), Brasil
(São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Ma-
naus), Chile (Santiago de Chile), Bélgica
(Bruxelas), França (Paris, Lyon, Toulouse
e Nantes), Espanha (em Madrid, Palma
de Maiorca, Bilbao e Barcelona, sua sede
social) e Portugal (Lisboa e Porto). «A pre-
sença internacional permite-nos acompa-
nhar as pequenas e médias estruturas no
seu desenvolvimento e propor aos nossos
clientes multinacionais um serviço de
aconselhamento e de engenharia fiscal
adaptados a cada país», esclareceu Telma
Paz. Diretora-Geral da F. Iniciativas.
Segundo a nossa entrevistada a F. Inicia-
tivas tem duas áreas distintas de atuação.
Outubro 2014 | PAÍS €CONÓMICO › 4544 › PAÍS €CONÓMICO | Outubro 2014
› EMPRESARIADO
«Por um lado procuramos trazer capta-
ção definanciamento para os projetos de
investimento das empresas, e também
apoiamos a captação do apoio indireto,
ou seja, apoiando a poupança fiscal das
empresas. Portanto, quando chegámos a
Portugal estava a iniciar-se o SIFIDE que
é nada mais do que um benefício fiscal.
Nós, por um lado, trazemos dinheiro para
os projetos das empresas, e por outro ten-
tamos que paguem o mínimo de impos-
tos, ou seja, procuramos sempre a otimiza-
ção do apoio via complementariedade de
programas», clarificou Telma Paz.
A diretora-geral da F. Iniciativas considera
que a adaptação da sua empresa ao mer-
cado português tem sido progressiva. «Na
altura começámos com uma equipa de 2
a 3 pessoas e atualmente é composta por
40 pessoas. Mostra que tem sido um cres-
cimento sustentável ao longo dos anos,
embora notássemos, especialmente no
último ano uma imagem de menor cres-
cimento, isto porque os próprios apoios
comunitários tiveram um interregno de
um ano. Deste Setembro de 2013 que não
temos quaisquer apoios. Até então sentía-
mo-nos sempre a crescer enquanto estru-
tura e enquanto empresa, mas o 2013 foi
um ano de estabilidade e manutençãopa-
ra a F. Iniciativas», elucidou Telma Paz,
para lembrou de imediato que nesta fase
«pretendemos e estamos a prepararmo-
-nos para retomar o nosso crescimento».
Telma Paz sabe que o sucesso de uma es-
trutura como a F. Iniciativas está sempre
muito dependente da evolução da econo-
mia.
«Quando existe um retrocesso ou um de-
sinvestimento da economia, esse clima
desanima as empresas porque não ha-
vendo procura de novos investimentos
não existirá necessidade de captação de fi-
nanciamento, e o interesse nos benefícios
fiscais também serádiminuto porque se as
empresas têm prejuízos fiscais o benefício
fiscal também não faz sentido. Mas a pers-
petiva nesta fase é positiva porque já se
começa a sentir algum otimismo por par-
te das empresas que começam a acreditar
na recuperação da economia portuguesa,
e isso também é uma boa notícia para a F.
Iniciativas», sublinhou Telma Paz.
Há empresas muito inovadoras em Portugal A diretora-geral da F. Iniciativas apro-
veitou o ensejo para lembrar o esforço
de modernização que está sendo levado
a cabo não só pelas pequenas empresas
como também pelas empresas multina-
cionais.
«As dificuldades vividas foram desde a
mais pequena empresa às grandes mul-
tinacionais. Todas se viram obrigadas a
repensar estratégias e a se reorganizarem.
Já existem alguns programas em espe-
cial que começam a dar relevo às PME, e
nós conhecemos em Portugal empresas
bastante inovadoras o que é sinal de que
saberemos dar a volta a esta situação», sa-
lientou.
Telma Paz não tem dúvidas de que os Re-
cursos Humanos da F. Iniciativas são a
sua grande força. «Mais do que procurar
know-how (porque esse temos), a nossa
preocupação com vista a consolidarmos
o crescimento da nossa empresa é conti-
nuarmos a procurar bons Recursos Hu-
manos e depois, obviamente, dar-lhes for-
mação adequada e fazê-los crescer dentro
da própria estrutura», sublinhou Telma
Paz.
A resposta foi pronta quando perguntá-
mos a Telma Paz quais eram as suas ex-
pectativas em relação ao próximo QCA
(2014-2020).
«Para já, vamos ver se ele arranca mes-
mo este ano. Pelos vistos, mais uma vez
vamos ter atrasos. Eu ainda estou na ex-
pectativa se ele ainda arranca este ano.
Este estado de coisas desanima as empre-
sas, porque efetivamente existem muitos
projetos que estão em carteira e que estão
na eminência de arrancar e que necessi-
tam deste apoio. Sabemos da existência
de países que já têm apoios nacionais às
empresas desde o início do ano, o que não
acontece com o nosso país, significando
que já levam em relação ao nosso país um
ano de avanço. Apesar de tudo isto, espe-
ro que em relação a este QCA exista uma
maior simplicidade nos processos de can-
didatura, já que até agora temos assistido
a uma carga burocrática muito grande
nestes procedimentos, o que causa enor-
mes transtornos às empresas. Esperamos
que este seja um QCA mais simples e que,
efetivamente, tenha um impacto esperado
nas empresas», resumiu a diretora-geral
da F. Iniciativas. Quando iniciou a sua
atividade em Portugal a F. Iniciativas con-
tava nos seus quadros com duas ou três
pessoas. Hoje esse número está próximo
das 40 pessoas, o que revela o crescimento
sustentável que esta empresa tem vindo a
registar no nosso país.
Alargar o leque de serviçosCom um vasto know-how adquirido ao
longo dos seus mais de vinte anos de exis-
tência, o grupo F. Iniciativas conta com
mais de 500 peritos ao serviço dos seus
parceiros de negócio.
«Dentro da F. Iniciativas nós temos uma
divisão naquilo que são as nossas compe-
tências. Tentamos e conseguimos chegar
a todo o lado. Trabalhamos com setores
diversificados que vão desde as indústrias
químicas até às prestadoras de serviço
ou até ao setor alimentar. Portanto, nós
temos por um lado pessoas com a com-
ponente económica (temos economistas,
gestores ou contabilistas) e, por outro
lado, temos engenheiros mecânicos, en-
genheiros químicos, engenheiros eletro-
técnicos e outros. Quero com isto dizer
que temos no nosso staff especialistas em
todas as áreas de atividade, o que para nós
é uma mais-valia importante», enfatizou
a diretora-geral da F. Iniciativas, que a fe-
char esta entrevista à PAÍS €CONÓMI-CO perspetivou o futuroda sua empresa.
«Neste momento a nossa preocupação
é prestarmos um serviçocada vez mais
completo e com valor acrescentado e para
que esses objetivos se concretizem temos
procurado diversificar aquilo que é a nos-
sa prestação de serviços junto das empre-
sas. Queremos, portanto, alargar o nosso
leque de serviços e complementar a nossa
prestação dando uma resposta ainda mais
completa aos nossos clientes». ‹