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Há muitos poetas em Pessoa

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Page 1: Há muitos poetas em Pessoa

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Pessoa ortónimoTemas

O fingimento artístico1. O poeta sente (sozinho, internamente).Dor

sentida.2. O poeta comunica por palavras a sua dor, quando

não a sente . Dor fingida.3. Cada leitor , no ato de leitura, recria uma dor

própria (fingida/intelectualizada) a partir da fingida pelo poeta. A leitura é ação/interpretação.

Poemas: Autopsicografia e Isto

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Dor de pensar

• Quem pensa é consciente da:• Brevidade da vida• Irreversibilidade do tempoPensar é a única causa do sofrimento, por isso se inveja quem não pensa. (gato e ceifeira)Contudo, quem não pensa não é humano (“Não sei ser triste a valer”), logo o pensamento/sofrimento é inevitável.

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Nostalgia da infância• Fuga à dor de pensar.• A infância é revisitada pela memória, como tempo em

que pensar não era inevitável, logo, não havia sofrimento.• “O melhor do mundo são as crianças”• Na infância mítica do sujeito poético este era:• Simples• Natural• Espontâneo• Livre (sem deveres)

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poemas

• Há quase um ano que não escrevo• No entardecer da terra• Ó sino da minha aldeia• Não sei, ama, onde era• A criança que fui chora na estrada

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Pessoa ortónimoEstilo

• Verso curto e tradicional (redondilhas).• Estrofes breves e tradicionais (quadra,

quintilha).• Rima (frequentemente cruzada, a mais

tradicional).• Linguagem simples.• Predomínio da metáfora.• Encavalgamentos. (não tradicional)

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Alberto Caeiroa poesia das sensações

Sobreposição das sensações ao pensamento.Ausência de tempo (nem passado nem futuro).Recusa o pensamento (logo não sofre).Privilégio da visão e audição.POEMAS:“O meu olhar é nítido como um girassol”“Sou um guardador de rebanhos” (IX)

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Alberto Caeiroo poeta da natureza

• Único espaço da sua poesia.• A Natureza não morre, renova-se, renasce.

(fim da angústia inerente à morte, passa a ser renovação, transformação)

• A natureza tem as características da criança: espontaneidade, simplicidade, naturalidade e liberdade (ausência de deveres).

• O sujeito poético identifica-se com a Natureza.

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POEMAS

• “Eu nunca guardei rebanhos”• “Não me importo com as rimas”

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Alberto CaeiroEstilo

• Predominância de nomes concretos.• Ausência de adjetivos que implicam valoração.• Tom coloquial .• Predomínio do Presente do Indicativo.• Predomínio da coordenação (simples).• Verso livre e branco.• Predomínio da comparação (a mais simples

das figuras de estilo)

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Ricardo ReisTemáticas

• Epicurismo e estoicismo• Tal como Caeiro, o Mestre, pretende não pensar e apenas usufruir da vida

na natureza, mas, para tal, baseia-se em filósofos gregos, particularmente Epicuro, cuja doutrina aceita a brevidade da vida e a irreversibilidade do tempo com um estoicismo resultante da racionalidade e disciplina que lhe permitem uma felicidade relativa (jogadores de xadrez).

• Pretende que sejamos “crianças adultas”, encarando tudo como um jogo, o que conduz à ataraxia. (sem amores, nem ódios, nem paixões que levantem a voz).

• Se a passagem do tempo e a morte são inelutáveis é porque somos escravos do destino e só podemos aceitá-lo.

• Devemos viver como a natureza, de forma natural, mas não espontânea.

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Neopaganismo

• A Grécia antiga era um modelo de perfeição.• “Só esta liberdade nos concedem/ os deuses”• Pretende viver “imitando os deuses”.• Sabe que é um escravo do fatum, do destino,

por isso, aceita-o como única forma de ser relativamente livre.

• Aceita a ordem natural das coisas sem revolta.

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Ricardo ReisEstilo

• Tom didático e sentencioso (uso do imperativo e presente do conjuntivo com valor exortativo).

• Alternância entre decassílabo e hexassílabo.• Verso branco.• Anástrofes e hipérbatos.• Vocabulário erudito.

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Álvaro de CamposFuturismo e Sensacionismo

• Elogio à beleza do moderno, da máquina, ao poder e à sensação. (sentir tudo de todas as maneiras).

• Fascínio pelo excesso (anticlássico).• Vontade de ser máquina. (“Exprimir-me como

um motor se exprime”)• Identificação com os males morais, escândalos e

corrupções. (“Ah, como eu desejaria ser o souteneur disto tudo!”)

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Abulia e Tédio

• Angústia. “A única conclusão é morrer!”• Dor de pensar. • Nostalgia da infância.• Temas do ortónimo com outro tratamento estilístico.• http://

bi.gave.min-edu.pt/exames/download/EX_Port639_EE_2013.pdf?id=5477

• http://bi.gave.min-edu.pt/exames/download/EX_Port639_EE_2013_CC.pdf?id=5478

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Estilo

• Irregularidade estrófica.• Verso branco e longo.• Exclamações, interjeições, onomatopeias,

repetições, anáforas, aliterações, apóstrofes.• Metáforas, comparações e imagens.

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Mensagem

Texto épico porque:• Celebração dos descobrimentos e do espírito

português.• Discurso narrativo (fragmentado)• Referências históricas.• Referências mitológicas.

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• Texto lírico porque:• Brevidade dos poemas.• Valor individual de cada um.• Expressão das emoções, reflexões e

sentimentos sobre o que narra.

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Primeira parteBrasão

• Origem de Portugal (localização na Europa e no mundo)

• Origem do povo português (“o mito é o nada que é tudo”)

• Predestinados, responsáveis pela construção do país.

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Segunda parteMar Português

• Grandeza do sonho convertido em ação• Unidade entre o ato humano e o fatum

/destino (traçado por Deus).• “Deus Quer, o homem sonha, a obra nasce.”• Glória.

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Terceira parteO Encoberto

• Descrição do estado atual (“Tudo é incerto e derradeiro./Tudo é disperso, nada é inteiro.”

• Afirmação da necessidade de despertarmos para a nossa missão, que é:

• Construir o V império.• “Valete Fratres” (exortação e apelo para que

todos lutemos por um Portugal digno do seu destino: a glória).