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HABILIDADE SOCIAL E A TEORIA DOS CAMPOS Neil Fligstein Fligstein, N. “Habilidade social e a teoria dos campos”. In: Martes, Ana Cristina Braga (org.) Redes e Sociologia Econômica. São Carlos: Ed. UFSCar, 2009 (p.69-103) Um debate sobre a estrutura e os atores.

Habilidade Social e a Teoria dos Campos por Fligstein

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Esta é uma apresentação da obra de Fligstein, cuja referência a ser utilizada é: Fligstein, N. “Habilidade social e a teoria dos campos”. In: Martes, Ana Cristina Braga (org.) Redes e Sociologia Econômica. São Carlos: Ed. UFSCar, 2009 (p.69-103)

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HABILIDADE SOCIAL E A TEORIA DOS CAMPOS Neil Fligstein

Fligstein, N. “Habilidade social e a teoria dos campos”. In: Martes, Ana Cristina Braga (org.) Redes e Sociologia Econômica. São Carlos: Ed. UFSCar, 2009 (p.69-103)

Um debate sobre a estrutura e os atores.

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Neil Fligstein

• Professor da Univ. da California e diretor do Centro de Cultura, Organizaçao e Política no Instituto de Relações Industriais.

• Seus principais interesses estão nas áreas de Sociologia Econômica, Teoria Organizacional, Sociologia Política e Sociologia do Trabalho.

• Busca desenvolver e utilizar uma visão sociológica de como as novas instituições surgem, permanecem estáveis e são transformadas. Com esse olhar, é possível criar uma visão mais geral de como os mercados e os estados são mutuamente constitutivos.

• Fonte:http://sociology.berkeley.edu/profiles/fligstein/

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Principais idéias do autor

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Principais idéias do autor

“Na teoria sociológica clássica, a reprodução e a mudança social são explicadas pela estrutura social”. A partir de 1980, há uma “tentativa teórica de estabelecer um papel independente para os atores sociais na mudança e reprodução sociais. O debate gira em torno de questões que relacionam estrutura e atores” (p.71).

“Parece haver pouco consenso quanto à maneira de pensar essas questões e, certamente, não existe um programa positivo para a pesquisa social” (p.71)

O autor afirma que se pode encontrar nas várias teorias “neo-institucionalistas” das C.Sociais um importante conjunto de ferramentas conceituais úteis para repensar estruturas e ação.

Flingstein desenvolve uma visão sociológica da ação, a partir da literatura empírica e teórica.

O conceito de ação proposto pelo autor: tem raízes no interacionismo simbólico e pode ser denominado HABILIDADE SOCIAL, cuja idéia consiste nos atores que precisam induzir a cooperação dos outros.

Interacionismo Simbólico: Segundo a filosofia, o mundo simbólico se constrói por meio da interaçãoentre duas ou mais pessoas, que agem em relação

às coisas baseando-se no significado que estas coisas tenham para elas. Os significados são

resultantes da sua interação social e modificados por sua interpretação.

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Principais idéias do autor

Flingstein adota a visão sociológica da ação como habilidade social porque quer compreender a contribuição distinta dos atores.

X

Principal contribuição do artigo: sintetizar esclarecimentos conceituais já existentes na literatura para estimular uma visão mais coerente do quanto podem progredir as abordagens sociológicas institucionalistas (p.72)

O artigo tem duas dimensões:a) Integra a literatura sobre ação estratégica na sociologia para descrever as

táticas que os atores sociais usam para conseguir a cooperação dos outros.b) Afirma que todas essas táticas tem em comum uma percepção de atores que

assumem o ponto de vista de outros para persuadi-los a cooperar.

Habilidade social como Microfundamento

sociológico

Individualismo Metodológico

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Principais idéias do autor

Os atores sociais hábeis são empreendedores institucionais que criam sistemas completamente novos de significado ou reproduzindo campos, fazendo com que grupos diferentes cooperem. “Esses momentos são o objeto de muitos estudos empíricos da política, movimentos sociais, empresas e mercados” (p.73).

Se a teoria sociológica clássica explicam a reprodução e a mudança social pela estrutura social, Fligstein defende que todas as teorias neo-institucionalistas tem pontos em comum, concentrando-se na construção de ordens sociais locais, que poderiam ser chamadas de “campos”, “arenas” ou “jogos”.

Instituições capacitam e coagem os atores sociais que podem ser:a)Privilegiados: utilizam as instituições para reproduzir sua posição e usar as instituições existentes para fundar novas arenas de ação.b)Sem recursos: são, na maioria das vezes, coagidos por instituições, mas podem usar as regras existentes de forma não planejada para criar novas instituições.

Todos os seres humanos tem alguma habilidade social, mas alguns são mais habilidosos do que outros. Os líderes devem estabilizar relações com os membros do seu próprio grupo para a ação coletiva e desenvolver movimentos estratégicos para outras organizações.

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A contribuição do autor para as teorias neo-institucionalistas (p.74)

As T.N.I. enfatizam que as regras e os recursos existentes são os elementos constitutivos da vida social. Fligstein acrescenta que a capacidade dos atores de utilizar habilmente as regras e os recursos também faz parte do cenário.

Assim, na presença de mais incertezas ou de turbulência social, a habilidade social pode ter uma função crucial para manter as ordens locais unidas. Não é por acaso que falamos de empreendedores na vida econômica, social e política, como atores, são pessoas de visão que criam novas coisas.

Ao referenciar Giddens (“os desempenhos hábeis dos atores sociais estão no ãmago da produção e reprodução da vida social”), o autor defende que em algumas condições sociais, os desempenhos hábeis de certos atores podem ser mais cruciais do que em outras condições.

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Sobre o que vamos falar?

O texto é assim dividido:- Pontos em comum no “neo-institucionalismo” (p.75)- Crítica (p.78)- Habilidade Social como Microfundamento (p.82)- Habilidade Social e a Análise dos Campos (p.86)- Surgimento dos Campos e a Habilidade Social (p.87)- Habilidade e Reprodução Social (p.89)- Habilidade Social e a Transformação dos Campos- Escopo das Teorias Institucionais (p.92)- Implicações da Teoria para a Pesquisa Empírica

(p.98)- Conclusão (p.99)

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Pontos em comum no “Neo-Institucionalismo” (p.75)

- Ele recupera o conceito de “campos” ou ordens sociais locais, situações nos quais grupos organizados de atores se reúnem e desenvolvem ações recíprocas face-a-face, já que a teoria dos campos pode ser facilmente relacionada ao problema estrutura-agente,contribuindo para que acadêmicos analisem a dimensão meso da ação. Assim, a sociedade se constitui em um número ilimitado de campos, criados e destruídos.

- O campo é o objeto das TNI que tentam compreender como surgem, permanecem estáveis e se transformam, bem como o processo de produção de regras à institucionalização.

- Fligstein defende que o processo de construção de instituições ocorre no contexto de atores poderosos tentando produzir regras de interação para estabilizar sua situação em relação aos outros atores poderosos e menos poderosos. Os campos atuam para ajudar a reproduzir o poder e o privilégio dos grupos responsáveis e definir as posições dos desafiantes.

- Os momentos de construção das instituições decorrem de crises e confrontos, momentos de contestação, políticos, das lutas por recursos escassos por parte de grupos detentores de diferentes níveis de poder.

- Para ele, o grande lance dasTNI é perceber que grande parte da dinâmica da sociedade moderna vem das difíceis relações entre grupos desafiantes e responsáveis, dentro e através dos campos. Lutas compreendidas como “jogos” ou interações sociais orientadas para resultados.

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Crítica (p.78)- As TNI discordam dos papéis dos atores, cultura e poder.

i) Para Fligstein, nenhuma das correntes polarizadas acima considera o problema da ação, ou concede aos indivíduos a possibilidade de criar seus mundos sociais. O ator racional busca seus interesses, mas precisa “socializar” os atores para coletivizá-los. Na outra ponta, os atores são percebidos como “incompetentes” culturais e receptores passivos das instituições.ii) A maioria as TNI não é acompanhada de uma teoria do poder, que se relaciona com o problema a ação. As questões “por que os campos devem existir” e “no interesse de quem eles existem” nunca são focalizadas pelas TI. Assim, com exceção de Bourdieu que se preocupa com quem se beneficia ou não, não há uma teoria real de interaçao e poder. iii) As TNI não abordam o fato de os atores terem muitos constituintes para equilibrar e devem continuamente estar conscientes de que precisam produzir equilíbrio para induzir a cooperação de aliados e oponentes.iv) A corrente da escolha racional não considera a relevância do processo social histórico onde os arranjos são feitos.

Por conta destas críticas que o autor defende a habilidade social que permite que grupos funcionem.

Escolha racional: instituições como resultado das interações de atores racionais individuaisem situações semelhantes a jogos de regras e

recursos fixos (Axelrod, 1984)

Institucionalistas Sociológicos: mundos sociais são obscuros e requerem interpretações,

e de que as ações podem ou não ter conseqüências (Meyer e Rowan, 1977)

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Habilidade Social como microfundamento (p.82)

- Neste tópico, ele caracteriza uma visão mais sociológica do que as pessoas fazem em organizações e grupos. Defende o conceito de habilidade social, onde as concepções dos atores de si mesmos são altamente moldadas por suas interações com os outros. Ao interagir, os atores tentam criar um senso positivo de si mesmos ao se envolverem em produzir significado para si e para os outros.

- Para ele, identidades se referem a conjuntos de significados que os atores possuem e que definem quem eles são e o que querem em uma determinada situação. Assim, como Giddens observou, todos os membros da sociedade são capazes de desempenhos sociais hábeis.

- Isso leva à indagação: de onde vem o senso de eficácia em que uns são melhores que outros? Não vem de alguma concepção estreita de interesse próprio, mas do ato de induzirem a cooperação e ajudarem os outros a obter seus fins. Isso significa que atores sociais hábeis não se limitam a seus interesses próprios e não tem metas fixas.

- Todos os seres humanos precisam de habilidade social para sobreviver. E a sua afirmação é apenas que algumas pessoas tem maior capacidade de induzir a cooperação do que outras. Não responde por que alguns tem essa capacidade, por ser uma idéia abstrata que precisa especificar que tipos de táticas os atores utilizam para a cooperação, e precisa relacionar o uso dessas táticas à posição dos atores nos campos.

- Além da posição formal (Weber), deve haver um repertório de táticas para estruturar as interaçoes (agenda).

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Habilidade Social e a análise dos campos (p.86)

- O que funciona para produzir campos, estabilizá-los periodicamente e produzir transformação? É a combinação de recursos, de regras preexistentes e das habilidades sociais dos atores.

- O processo social tem relevância porque, mesmo em campos estáveis, os atores sociais hábeis precisam manipular regras e recursos para auxiliar a reprodução das ordens locais.

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Surgimento dos Campos e Habilidade Social (p.87)

- Fornece algumas proposições para descrever a relação conceitual entre os atores sociais hábeis, seus recursos no campo e a organização do campo (o que esperar dos ASH em diferentes condições estruturais de regras estáveis e diferentes posições no sistema de poder de um campo).

No. Proposição

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ASH são fundamentais para o surgimento de novos campos. Eles devem encontrar uma nova forma de aplicar os recursos e regras existentes na produção de ordens locais convencendo seus partidários a cooperar e encontrando meios de acomodação com outros grupos.

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ASH podem ajudar a produzir quadros culturais completamente novos para seus campos. Isso é feito construindo-se identidades de comprometimento que unem muitos grupos. Nesse processo, podem ser transformadas todas as identidades e os interesses de um grupo.

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Habilidade e Reprodução Social (p.89)

- A HS proporciona esclarecimento útil para o problema da reprodução social, já que os atores hábeis tentam reproduzir sua dominância ou estão tentando encontrar oportunidades para contestar a dominância dos outros.

No. Proposição

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ASH de grupos responsáveis em campos estáveis utilizarão os recursos e as regras existentes para reproduzir seu poder. (ele faz esta proposição porque considera a distribuição desigual de regras e recursos como fato).

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ASH em grupos desafiantes tentarão criar nichos e explorar o que o sistema lhes dá para evitar grupos dominantes em campos estáveis, visando manter seu grupo unido e suas esperanças de desafios vivas. (ele considera que os grupos dominados enfrentam problemas difíceis em tempos de estabilidade, face às instigadas de grupos dominantes).

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Em campos em que há pouca turbulência interna ou ameaça externa, é possível que a habilidade social seja menos importante para a reprodução de grupos.

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Habilidade Social e Transformação dos Campos (p.90)

- Há campos que entram em crise como resultado de mudanças ocorridas fora deles, especialmente campos dependentes de um determinado campo

No. Proposição

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ASH de grupos dominantes geralmente defendem o status quo mesmo em uma crise. (Por duas razões: é difícil distinguir uma crise que ameaça a legitimidade do campo como um todo de uma subversão “normal” das regras do “jogo”, e ASH manipularão os mesmos símbolos, identidades e táticas que sempre tiveram sucesso no passado).

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Novos quadros surgirão de ASH tanto do grupo invasor quanto do desafiante. Eles tentarão criar novas regras e uma nova ordem, e assim desenvolverão uma nova coalizão política com base no interesse ou criarão um novo quadro cultural que reorganizará os interesses e identidades. (fluidez que indica a possibilidade de novas negociações)

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Escopo das Teorias Institucionais (p.92)Neste tópico, o autor sai da abstração e considera o escopo empírico das idéias propostas no artigo, com 4 cases que ilustram algumas idéias, com o intuito de facilitar a geração de uma teoria institucional geral. Os cases demonstram como empreendedores institucionais são fundamentais para a formação de um campo ou para a transformação de um campo existente.

Case Explicação

Estímulos fiscais Keynesianos durante o New Deal (Weir, 1992)

Roosevelt era um empreendedor político e, para sair da Depressão, oxigenou a equipe para pensar novas soluções e mudanças, que encontrariam resistências entre republicanos e democratas conservadores. Como consequencia do trabalho de Eccles, que fhefiou o Federal Reserve Borad, foi possível trazer o keynesianismo das margens para o centro da política federal, usando a intervenção governamental para sair da Depressão.

Relações inter-raciais nos EUA de 1950

Uma das questões centrais do Movimento de Direitos Civis era descobrir como mobilizar as pessoas. A que se destacou foi a filosofia do protesto não violento. Foram os líderes específicos de redes preexistentes de grupos religiosos e a abordagem das identidades que desenvolveram essa idéia e a divugaram aos outros.

Alfred Chandler´s Case - os mercados economicos como campos

Em 1920, as grandes corporações viviam a crise da dificuldade de controle (massa + diversificação de produtos). A partir da análise de Sloan no comando da GM, que tinha dificuldade de gerar cooperação dos diretores, Sloan adotou o MDF, que dividia as unidades em divisões de produto, no qual o controle poderia ser descentralizado, permitindo monitoramento das divisões. (Era uma forma de integrar o PE com as políticas das unidades de negócio, através do redesenho organizacional para alinhar estratégia e estrutura. Advém dessa noção, as mudanças de liderança regional, fusões, aquisições, alianças, etc).

Case de um setor sem fins lucrativos no séc. XIX

A fundação em Boston n final do séc. XIX da Orquestra Sinfônica e do Museu de Arte ilustra a qustão da alta cultura vs baixa cultura. As classes altas buscavam distinçao, mas a visão dominante foi a dos estetas, acadêmicos que acreditavam que o museu deveria adquirir e exibir apenas arte original da mais alta qualidade. A identidade conferia aos que estavam pagando pelo museu, o status de ser de "alta cultura", refoçando a visão de si mesmas como especiais e privilegiadas.

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Implicações da teoria para a pesquisa empírica (p.98)

- Defende que é importante estudar estes atores para compreender os projetos neo-institucionais e seu potencial de sucesso ou fracasso.

- Quando se observa o surgimento ou a transformação de um campo existente, a teoria dos campos implica que é necessário identificar quem são os principais atores, recursos e regras que orientam a ação.

- Acredita que recursos e regras pré-existentes devem ser suficientes para explicar qual quadro ganha. Por outro lado, os quadros podem ser bloqueados e nenhum quadro emergir como forma de organização de campo. Nesse caso, os atores hábeis não foram capazes de superar os pontos potenciais de rejeição ao processo.

- Observa que há múltiplos empreendedores em qualquer campo. Um projeto pode ter vários defensores. As pessoas que tem sucesso em unir o campo podem não ser aquelas que iniciaram o processo.

- ARGUMENTO DO AUTOR: os acadêmicos devem entender quem são os participantes em um campo, como ele funciona e quais são as ferramentas disponíveis para que os atores estratégicos reforcem o status quo.

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CONCLUSÃO (p.99)

- A idéia de HS oferece uma forma de começar a estudar como os atores podem transformar estruturas sociais, mas na maioria das vezes fracassam em fazê-lo.

- A reprodução do poder dos grupos nem sempre é garantida. Sempre há desafiantes para o poder social de qualquer grupo.

- Em condições sociais mais turbulentas, críticas ou na emergência de um campo, os ASH exercem funções ainda mais visíveis.

- Acredita que grande parte dos melhores trabalhos acadêmicos sobre os processos sociais perceberam explícita ou implicitamente como os atores e as estruturas estão envolvidas nos momentos de construção das instituições. Mas ainda há muito trabalho teórico a ser feito.

- E sugere a cooperação entre acadêmicos empiricamente e teoricamente orientados para preencher a lacuna entre teoria e pesquisa.