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A garantia à moradia digna e à inclusão social é um direito universal de todo cidadão. Mas, ao contrário de como historicamente tem sido tratada no país, não deveria se constituir apenas num simples espaço edificado mínimo. Conside- rando os recorrentes conflitos e as desigualdades socioespaciais, o direito à mo- radia deve abranger também o acesso à vitalidade e às oportunidades do ambi- ente urbano, colocando em pauta, além da habitação social, a sua localização na cidade. A organização das camadas sociais no território urbano é reflexo direto de como a localização vincula-se ao valor fundiário da terra. Desta maneira, percebemos que em nossas cidades as camadas mais pobres passam a morar nas piores localizações enquanto que, os locais mais privilegiados da cidade estão dis- poníveis apenas para uma pequena parcela da população. É necessário fortalecer políticas que possam reverter esta situação, controlando o processo de produção da cidade de um modo mais equilibrado, ou seja, que contemple a distribuição mais equitativa dos serviços e infraestruturas no espaço urbano. É evidente a necessidade de diversificação de usos das áreas centrais e a garantia que este espaço possa absorver habitação para a população de baixa renda. Promover habitação social em áreas urbanizadas é uma maneira de garantir à população o acesso à infraestrutura, serviços e equipamentos públicos, qualificando sua vida, e ainda, gerando vitalidade ao espaço urbano. Assim, é possível construir uma cidade mais afável, gerando mais urbanidade e justiça social, pois, considerando o acesso à moradia vinculado ao direito à cidade, indi- camos o caminho para a construção de uma cidade mais justa e igualitária “Partimos de um pressuposto já consagrado de que é fundamental a manutenção de uso diversificado, e portanto uso residencial nas áreas urbanas centrais. Assumimos outro pressuposto que é o de não expulsão da população originalmente aí moradora, por razões que são éticas e sociais. Condenar a população de baixa renda a viver exclusivamente o exílio da periferia urbana, onde são menores as oportunidades de trabalho, de educação, de saúde, e dificuldade de mobilização de um modo geral, é penalizá-la duplamente. Defende-se aqui, para todos, o DIREITO À CIDADE, à festa que ela representa, com todos os seus estímulos e oportunidades.” (MARICATO, 1994).

habitação no bairro Santa Cecília- São Paulo

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habitação social no centro de São Paulo

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  • A garantia moradia digna e incluso social um direito universal de todo cidado. Mas, ao contrrio de como historicamente tem sido tratada no pas, no deveria se constituir apenas num simples espao edificado mnimo. Conside-rando os recorrentes conflitos e as desigualdades socioespaciais, o direito mo-radia deve abranger tambm o acesso vitalidade e s oportunidades do ambi-ente urbano, colocando em pauta, alm da habitao social, a sua localizao na cidade.

    A organizao das camadas sociais no territrio urbano reflexo direto de como a localizao vincula-se ao valor fundirio da terra. Desta maneira, percebemos que em nossas cidades as camadas mais pobres passam a morar nas piores localizaes enquanto que, os locais mais privilegiados da cidade esto dis-ponveis apenas para uma pequena parcela da populao.

    necessrio fortalecer polticas que possam reverter esta situao, controlando o processo de produo da cidade de um modo mais equilibrado, ou seja, que contemple a distribuio mais equitativa dos servios e infraestruturas no espao urbano. evidente a necessidade de diversificao de usos das reas centrais e a garantia que este espao possa absorver habitao para a populao de baixa renda.

    Promover habitao social em reas urbanizadas uma maneira de garantir populao o acesso infraestrutura, servios e equipamentos pblicos, qualificando sua vida, e ainda, gerando vitalidade ao espao urbano. Assim, possvel construir uma cidade mais afvel, gerando mais urbanidade e justia social, pois, considerando o acesso moradia vinculado ao direito cidade, indi-camos o caminho para a construo de uma cidade mais justa e igualitria

    Partimos de um pressuposto j consagrado de que fundamental a manuteno de uso diversificado, e portanto uso residencial nas reas urbanas centrais. Assumimos outro pressuposto que o de no expulso da populao originalmente a moradora, por razes que so ticas e sociais. Condenar a populao de baixa renda a viver exclusivamente o exlio da periferia urbana, onde so menores as oportunidades de trabalho, de educao, de sade, e dificuldade de mobilizao de um modo geral, penaliz-la duplamente. Defende-se aqui, para todos, o DIREITO CIDADE, festa que ela representa, com todos os seus estmulos e oportunidades. (MARICATO, 1994).

  • No permetro do centro expandido se encontram mais de 250 linhas de nibus que partem, chegam ou passam por suas ruas e avenidas mais importantes dando acesso aos mais diversos destinos dentro da metrpole. Contando com cinco grandes terminais de nibus (Amaral Gurgel (20), Princesa Isabel (26), Praa da Bandeira (26), Parque D. Pedro II (82) e Mercado (3)) por onde passam mais de 150 linhas de nibus e contando com mais treze estaes de metr e trens metropolitanos pelos quais se supe passar mais de 500 mil usurios por dia das quase 2 milhes de pessoas com destino ao centro de So Paulo diariamente (Pesquisa origem e destino do Metr). Alm deste alto grau de polarizao da rea central, ela tambm o local de moradia de mais de 400.000 habitantes com um padro de ocu-pao bastante diverso em suas partes. H, alm dos distritos mais residenciais, outros com predominncia de servios e comrcio (S e Repblica), alguns com mais atividades industriais (Brs e Bom Retiro), outros que se caracterizam pela presena de classes sociais mais altas (Consolao) e finalmente aqueles onde reside a populao de mais baixa renda (S e Pari).

    Outro dado bastante importante a concentrao de empregos. A regio apresenta pouco mais de 20% dos empregos formais do municpio, a maioria nos distritos S e Repblica sendo que, 74% do total de empregos so do setor de servios, o segundo setor que mais emprega o de comrcio com 13,2%. Desta maneira, pode-se prever que toda esta populao que trabalha no centro uma potencial demanda por mo-radia nesta regio.

    Em nmeros absolutos o centro (S, Repblica, Bom Retiro, Bela Vista, Consolao, Cambuci, Santa Ceclia e Liberdade) apresenta em mdia 2,65 empregos por morador, chegando at 9,64 empregos por habitante no distrito da S. Um total de quase 900.000 postos de em-prego para uma populao de pouco mais de 336.000 habitantes. (Pesquisa origem e destino do metr, 1997 e 2007).

    evidente a situao privilegiada onde se encontra a rea de estudo. Entre os diversos fatores que levaram a escolha deste permetro, alm de ser uma Zona de Interesse Social, o principal foi a sua localizao. Est inserida em um contexto bastante interes-sante, pois, apesar de apresentar caractersticas muito mais prximas do centro velho, est imediatamente ao lado de uma rea muito nobre da cidade, o bairro de Higienpolis. Esta regio uma rea de transio, evidenciada pela passagem do minhoco, que marca uma clara ruptura no tecido urbano entre as imediaes de Higienpolis e a Luz, aquela caracterizada por uma populao de renda media e alta e esta com uma populao prioritariamente de baixa renda.

    A rea em questo possui caractersticas muito similares regio da Luz e Santa Ifignia. Pobreza, abandono e falta de zeladoria urbana so muito comuns. Ento, fica bastante claro que esta rea se relaciona muito mais com aquela da populao mais humilde, do chamado baixo centro que com a cidade das classes mais altas do Bela Vista e Higienpolis.

    Em relao aos equipamentos e servios pblicos existentes na regio central, e mais es-pecificamente no entorno a rea de estudo, podemos observar no mapa abaixo a ampla presena de Escolas Municipais, Estaduais, Infantis, Creches e Equipamentos de Sade. Embora haja presena de Creches nas proximidades, estas se concentram naquela poro ao sul do Elevado Presidente Costa e Silva, mais prximas a regio com populao de mais alta renda, enquanto que a poro ao norte do Elevado, que vai da Barra Funda ao Vale do Anhangaba no contemplada por este equipamento pblico, justamente na poro mais popular do centro.

    A regio possui grande concentrao de equipamentos e servios pblicos, tambm apresenta uma grande diversidade de usos, comrcios, servios e inclusive, ofertas de emprego. A regio central onde se localizam importantes Praas e espaos repre-sentativos, equipamentos culturais de uso pblico como bibliotecas, museus e galerias, e onde se concentra infraestrutura qualificada e servios pblicos. Nas proximidades da rea de estudo encontra-se a futura sede da Subprefeitura da S em conjunto com a nova Escola Tcnica Estadual e a Faculdade de Tecnologia ETEC/FATEC Nova Luz e o Poupa Tempo da Luz.

    Em Pesquisa realizada pelo Centro Gaspar Garcia de Direitos Humanos (2006) com cata-dores, moradores de rua e cortios (total de 216 famlias), deu indicadores do perfil dos moradores pobres do Centro: 84% tinham renda familiar de at trs salrios mnimos; 59% eram mulheres e 62% eram afrodescendentes. As vantagens de morar no Centro foram evidenciadas: 69% iam a p ao trabalho e 81% iam a p ao posto de sade. Bairro bom/sossego e localizao central foram os aspectos positivos da moradia mais citados pelos entrevistados. (Instituto Plis, 2009).

    ...Aquilo que se chama ideologicamente de decadncia do Centro to somente sua tomada pelas camadas populares, justamente sua tomada pela maioria da populao. Nessas condies, sendo o centro realmente da maioria, ele o Centro da cidade. (VILLAA, 1998: 283).

    REA DE ESTUDO

    1000m

    500m

    0 500 1000 (m)

    14 E.E. PROFESSORA MARINA CINTRA13 E.E.1 PAULO MACHADO CARVALHO

    12 E.E. ARTHUR GUIMARES11 E.E. PROFESSOR FIDELINO FIGUEIREDO10 E.E. PRUDENTE DE MORAIS9 E.E. JOO KOPKE8 E.E. CONSELHEIRO ANTONIO PRADO7 E.E DOUTOR ALARICO SILVEIRA

    17 E.E. SO PAULO16 E.E. JOS MARIA15 E.E. DRA. MARIA AUGUSTA SARAIVA3 E.M.E.I CAETANO DE CAMPOS

    2 E.M.E.I PATRCIA GALVO

    4 E.M.E.I. PROF. ANGELO MARTINO5 E.M.E.I. CELSO LEITE RIBEIRO FILHO6 E.M.E.I DUQUE DE CAXIAS

    1 E.M. INFANTIL GABRIEL PRESTES

    17

    16

    15

    14

    13

    12

    11

    1098

    7

    6

    54

    32

    1

    25

    26

    27

    28

    29

    31

    30

    32

    25 PRONTO SOCORRO MUN. ALVARO DE ALMEIDA2627 HOSPITAL SANTA ISABEL28 SANTA CASA29 SAUDE DO TRABALHADOR - POLICLNICA

    31 INST. SAUDE SUDS

    30 HOSPITAL SO LUIZ GONZAGA

    32 HOSPITAL BANDEIRANTES

    METR LINHA VERMELHAMETR LINHA AZULTRM METROPOLITANO

    HOSPITAL SAMARITANO

    18

    19

    20

    2122

    23

    24

    18 CRECHE D. ANT. ALTENFELDER

    19 CRECHE CLARET20 CEI SANTA CECLIA21 CEI GIRASOL22 CEI HIGIENPOLIS23 CEI CORAO DE MARIA

    CRECHE BETTY LAFER24

    Os servios ligados educao e sade costumam, em maioria, ser pagos na periferia e gratuitos no centro. Desse modo, os pobres so duplamente atingidos. Devendo pagar por bens pblicos, so empobrecidos por viver onde esto. A pobreza no apenas criada por causas econmicas, mas tambm por causas geogrficas. O valor de cada um ditado pelo lugar onde se encontra.

    (Milton Santos, 1987).

    N

    S01

    03 04

    05

    06

    07

    08

    09

    10

    02Repblica

    Sta. Ceclia

    Bom Retiro Pari

    Brs

    Cambuci

    rea de estudo

    Liberdade

    Consolao

    Bela Vista

    N

    A regio central da cidade de So Paulo formada por 10 distritos: S (1), Repblica (2), Bom Retiro (3), Pari (4), Brs (5), Cambuci (6), Liberdade (7), Bela Vista (8), Consolao (9) e Santa Ceclia (10), sendo os distritos Pari e Brs administrados pela Subprefeitura da Mooca e o restante sob a adminis-trao da Subprefeitura da S.

    TRM METROPOLITANOMETR LINHA AZULMETR LINHA VERMELHA

    REA DO PROJETO

    25 EDIFCIO BANESPA26 PTEO DO COLGIO27 PARQUE DO PEDRO II28 PRAA DA S

    19 TEATRO MUNICIPAL20 VIADUTO DO CH21 VALE DO ANHANGABA22 PRAA SO BENTO23 RUA 25 DE MARO24 MERCADO MUNICIPAL

    13 MAKENZIE14 PRAA ROOSEVELT15 PUC16 TEATRO CULTURA ARTSTICA17 BIBLIOTECA MARIO DE ANDRADE18 PRAA DA BANDEIRA

    07 LARGO DO AROUCHE08 ETEC NOVA LUZ09 HOSPITAL SANTA CASA10 PRAA DA REPBLICA11 PARQUE BUENOS AIRES12 BIBLIOTECA MONTEIRO LOBATO

    01 MEMORIAL DA AMRICA LATINA02 TEATRO SO PEDRO03 PRAA PRINCESA ISABEL04 SALA SO PAULO05 PINACOTECA DO ESTADO06 LARGO DE SANTA CECLIA

    10

    27

    24

    23

    5

    8

    43

    1

    2

    6

    11

    13

    1516

    28

    18

    25

    26

    20

    22

    2119

    1714

    12

    9

    7

    MAL. DEODORO

    STA. CECLIA

    SO JOAQUIM

    TIRADENTES

    LUZ

    SO BENTO

    LIBERDADE

    BRESSER- MOOCA

    EST. LUZ

    JLIO PRESTES

    ROOSEVELT

    BRS

    D. PEDRO II

    S

    ANHANGABA

    REPBLICA

    MINHOCO

    AV. IP

    IRANG

    A

    AV. RIO BRANCO

    RADIAL LESTEAV. 9

    DE

    JULH

    O

    CONSOL

    AO

    AV. A

    NGL

    ICA

    AV. ALCNTARA MACHADO

    AV. RAN

    GEL PE

    STANA

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    REST

    ES M

    AIA

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    AV. DU

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    E CAX

    IAS

    AV. SO JOO

    N

    A formulao das ferramentas legais que pudessem viabilizar esta questo, da habitao social em reas centrais, somente veio a se concretizar, na cidade de So Paulo em 2002, com a regulamentao do Plano Diretor Estratgico (Lei n 13.430, de 13 de Setembro de 2002) e os Planos Regionais Estratgicos das Subprefeituras (Lei n13.885, de 25 de agosto de 2004).

    Dentre os instrumentos formulados para contribuir mais especificamente com a produo de habitao de interesse social no Centro da cidade de So Paulo encontram-se aqueles de incentivo produo, sob os quais se baseiam os mecanismos vigentes nas ZEIS 3 (Zonas Especiais de Interesse Social em reas providas de infraestrutura), alm dos de induo ao cumprimento da funo social da propriedade e de facilitao da aquisio de imveis pelo poder pblico.

    A proposta de funcionamento das ZEIS no Centro de So Paulo bastante inovadora, pois dentro dos permetros demarcados h critrios para a aplicao de obrigatoriedades e sanes, que incidem sobre cada imvel de acordo com sua situao no momento da aprovao da lei (26 de Abril de 2004). O prin-cipal critrio o cumprimento ou no da funo social da propriedade: o imvel regular pode per-manecer na mesma situao dentro das ZEIS. Apenas em caso de no cumprimento da funo social, o proprietrio obrigado a construir ou dar uso ao imvel. (TSUKUMO, 2007).

    O Valor do aluguel varia entre 10% e 12% da renda das famlias de at trs salrios mnimos, podendo atingir 15%, nos casos das famlias com renda superior a trs salrios mnimos, com renda per capita inferior a um salrio.Prazo do contrato inicial: 48 meses, podendo ser renovado uma nica vez por mais 48 meses.Gesto condominial: a Prefeitura a responsvel legal pela gesto que pode ser realizada diretamente por ela, terceirizada ou gerida de forma compartilhada com os moradores dos movimentos sociais.Trabalho social: realizado por assistentes sociais da Prefeitura. Tem como objetivo estimular a insero e a capacitao profis-sional dos moradores. A cada dois anos a Prefeitura deve fazer nova avaliao socioeconmica das famlias moradoras. A experincia de So Paulo tambm conta com trabalho social realizado por movimentos de moradia. (Ficha do programa de locao social. Fonte: Moradia central, Instituto Plis, 2012.).

    Outra proposta inovadora criada pela Prefeitura de So Paulo em 2002 o Programa de Locao Social, uma poltica habitacional para atender a populao de mais baixa renda. Alm de criar uma nova modalidade de atendimento s famlias que no dispe de outras ferramentas para ter acesso moradia digna, orienta a produo para o centro da cidade, buscando reverter a situao de degradao em curso.

    Como o financiamento para a compra sempre esteve vinculado ao valor do imvel, tem gerado excluso daquela populao incapaz de arcar com as parcelas do financiamento. Alm disso, muitas pessoas atualmente vivem em situao precria, alugando pequenas dependncias em imveis encortiados no centro porque trabalham na regio e no podem arcar com os custos de transporte alm do aluguel.

    Trata-se de uma poltica de estoque pblico de moradia que estar sempre disponvel para atender as famlias carentes. Entretanto, este programa no suficiente por si s, deve fazer parte de uma poltica mais ampla, associado a outras modalidades. A locao social assegura aquelas famlias sem condies de aquisio o acesso moradia digna.

    O que so ZEIS?Zonas Especiais de Interesse Social so pores do territrio do Municpio delimitadas por lei e destinadas, prioritari-amente, recuperao urbanstica, regularizao fundiria e produo de Habitaes de Interesse Social HIS e de Hab-itao de Mercado Popular - HMP, incluindo a recuperao de imveis degradados, a proviso de equipamentos sociais e culturais, espaos pblicos, servio e comrcio de carter local (Decreto Municipal 44.667/2004, Art. 1).

    Municpio de So paulo, em detalhe o centro. Fonte: Google Earth, esquema do autor.

  • 01C

    01D

    01BAPARTAMENTOS 2 QUARTOS

    4.68

    APARTAMENTOS 1 E 2 QUARTOS LOCAO

    0.00

    APARTAMENTOS 1 E 2 QUARTOS - LOCAO

    01A

    APARTAME

    NTOS 1 QU

    ARTO

    01E

    3.96

    PLANTA BAIXA DO PAVIMENTO TIPO - UNIDADES HABITACIONAIS - 2 AO 8 PVTO

    0 1 5 10 20

    ESCALA GRFICA 1:300

    N

    01

    02

    01UNIDADES HABITACIONAIS Unidades de 1 quarto - Locao Social (Aluguel) Unidades de 2 quartos - Locao Social (Aluguel) Unidades de 1 quarto - Venda/Financiamento Unidades de 2 quartos - Venda/Financiamento

    1 PAVIMENTO

    PVTO TIPO

    10 5 10 20

    ESCALA GRFICA 1:125

    APARTAMENTO 1 QUARTOrea = 52.20mQUANTIDADE = 7 UNIDADES

    APARTAMENTO 1 QUARTO rea = 38.60mQUANTIDADE = 7 UNIDADES

    APARTAMENTO 1 QUARTO rea = 37.75mQUANTIDADE = 7 UNIDADES

    APTO1 QUARTO OPO 2rea = 28.15mQUANTIDADE = 132 UNIDADES

    APTO1 QUARTO OPO 1 rea = 28.15mQUANTIDADE = 133 UNIDADES

    APARTAMENTO 2 QUARTOS CIRCLAO CENTRALrea = 46.50mQUANTIDADE = 62 UNIDADES

    APARTAMENTO 2 QUARTOS ESQUINArea = 61.80mQUANTIDADE = 7 UNIDADES

    APARTAMENTO 2 QUARTOS rea = 44.50mQUANTIDADE = 8 UNIDADES

    PLANTA DAS UNIDADES - DETALHAMENTO DAS UNIDADES TIPO

    Elaborar projeto arquitetnico de Habitao de Interesse Social (HIS) com quali-dades construtivas, estticas, formais, acsticas e ambientais, considerando sua insero no espao urbano de forma harmnica e que priorize a integrao ao contexto local.

    Garantir ento, populao de mais baixa renda, o direito habitao e cidade atravs de projeto de HIS em rea central urbanizada.

    Qualificar o espao urbano, no qual se insere o projeto, de forma a proporcionar sua integrao com a cidade, permitindo incluso socioespacial desta populao, garantindo acesso infraestrutura, servios, espaos pblicos e ao convvio social.

    Este trabalho uma proposta de Habitao de Interesse Social voltado para a populao com renda de at trs salrios mnimos e est localizada na rea cen-tral da cidade de So Paulo.

    O uso habitacional em reas centrais colabora com a promoo da vitalidade urbana, da qualidade de vida de seus habitantes e da reduo das desigualdades scio espaciais. Desta maneira o trabalho prope que os habitantes sejam tambm cidados, que possam inclusive ter direito, de forma acessvel e prxima sua moradia, educao qualificada, sade, lazer, cultura, infraestrutura, ser-vios pblicos e ofertas de emprego.

    O trabalho pretende romper com a concepo hegemnica dos nossos espaos urbanos, que prioriza a produo habitacional em reas perifricas, carentes e imprprias moradia. Prope-se ento, resgatar os espaos centrais da ociosi-dade e abandono, com novos moradores, atividades, servios e no fim, vitalidade urbana.

    Sobre a habitao no centro, confirmou-se a hiptese que h um vasto contingente de pessoas que moram no centro em condies precrias, mas que preferem essa alternativa pelas vantagens de localizao. Foram essas pessoas, organizadas em movimentos sociais, que apontaram as possibilidades de uma poltica habitacional baseada na reciclagem do grande estoque de imveis vazios e subutilizados existentes na rea central. Alguns programas implementados por diferentes agentes pblicos - embora em escala insuficiente e ainda no utilizando todas as potencialidades dos instrumentos urbansticos e tributrios disponveis - demonstram que essa poltica vivel, com custos competitivos em relao aos conjuntos perifricos. (LABHAB, 2006: 257).

  • LARGO SANTA CECLIAMINHOCONOVO TERMINAL AMARAL GURGEL

    NOVO TEATRO OPERRIO - FOLIAS PRIMEIRA ETAPA DO CONJUNTOSEGUNDA ETAPA DO CONJUNTOED. RESIDENCIAL

    A diversificao de usos no trreo do edifcio foi fundamental para a elaborao da proposta. Isto porque na regio central o valor do andar trreo chega a valer at 7 vezes mais que os demais pavimentos, alm disso, a diversidade de usos promove a vitalidade do espao pblico e potencializa a presena de pessoas gerando mais dinamismo para o espao urbano.

    Com isso, a definio do programa complementar ao uso habitacional foi sendo definido de acordo com as carncias percebidas e tambm, as futuras demandas. A implantao da a agncia da Caixa Econmica Federal no trreo, bastante inovadora. No comum um conjunto habitacional ter em seu trreo uma agncia bancria. Esta parceria possibilitaria que a Caixa entrasse com parte na compra do terreno, barateando os valores finais das unidades tor-nando o empreendimento mais vivel economicamente, alm claro, da imagem simblica que da instituio financiadora junto ao edifcio. A presena da Caixa em uma importante esquina de uma das mais emblemticas avenidas da capital paulista tem tambm a funo de controlar a manuteno do edifcio, conservando seu carter simples.

    A Creche Municipal dever funcionar em perodo integral e atende at oitenta crianas de 0 a 5 anos. A populao de baixa renda se caracteriza por famlias com filhos pequenos, logo, alm da demanda existente na regio, fica clara a necessidade de implantao deste equipamento. Assim como a Caixa, O mu-nicpio poderia entrar com uma contrapartida no valor da terra e sua ocupao no empreendimento poderia custear o valor do condomnio, abatendo os va-lores brutos ser mais fcil manter esta populao no local.

    77 Aptos de 2 quartos286 Aptos de 1 quarto363 UNIDADES

    Circulao verticalAcessos apartamentos

    PAVIMENTO TIPO:

    TOTAL APARTAMENTOS

    160.000l (50% uso dirio +reserva de incndio)

    RESERVATRIOS:

    10 Aptos 2 quartos39 Aptos 1 quarto

    PRIMEIRO PAVIMENTO:

    7 Aptos 2 quartos13 Aptos 1 quartoCreche p/ 80 crianasAgncia Banco/CaixaMesanino ComrcioSalo de Festas

    PAVIMENTO TRREO:

    Comrcio e Servios Acesso CrecheAdmin. CondomnioAcessos CondminosAgncia Caixa EconmicaCorreiosAcesso Subsolo

    1PAVIMENTO

    TRREO

    2 PVTO TIPO

    3 PVTO TIPO

    4 PVTO TIPO

    5 PVTO TIPO

    6 PVTO TIPO7 PVTO TIPO8 PVTO TIPO

    COBERTURA

  • um fato bvio que as pessoas precisam pagar para ter acesso a um pedao de cho, um lugar para morar. Este fato est originado na propriedade privada da terra que, est sujeita lgica do mercado, de oferta e procura. Esta amarrao da habitao terra, representa o grande obstculo para a produo de moradia em larga escala de maneira a suprir as reais necessi-dades de toda populao. A terra, tratada como propriedade privada, acaba por onerar violentamente o preo do que se constri sobre ela, obrigando as camadas mais pobres, incapazes de lidar com tal situao, a morar nas piores localizaes das cidades, as periferias.

    A localizao ponto fundamental, se no o mais importante, para a implanta-o da habitao na cidade, pois, os principais locais de referncia para os cidados so, sem dvida, seus locais de moradia e trabalho. Refere-se tambm a sua acessibilidade a partir dos outros pontos da cidade, principal-mente para aqueles onde existe maior nmero de deslocamentos, neste caso, o centro. Da mesma maneira, a acessibilidade e a sua disponibilidade de ser-vios pblicos esto vinculadas diretamente ao valor da terra, que por conse-quncia influenciam a distribuio espacial da populao e tambm do comr-cio, servios, etc. Logo, compreendemos o processo segregador da con-struo da cidade, onde a populao mais pobre expulsa dos espaos valori-zados, seja pelo valor da terra, de impostos ou at pela presso por remoo.

    Por outro lado, os centros urbanos das grandes cidades permanecem como regies de alta concentrao de postos de emprego, tanto formais quanto informais e para onde, milhares de pessoas se dirigem diariamente pelos mais variados motivos. Entretanto, e em decorrncia disto, estas regies apresen-tam um nmero significativo de imveis e domiclios vazios e subutiliza-dos. A consequncia deste fenmeno para nossas cidades desastrosa, e ainda mais para a populao de mais baixa renda, expulsa das melhores local-izaes para as reas mais afastadas e carentes enquanto que reas dotadas de infraestrutura ficam ociosas e desocupadas.

    Por todos estes fatores, ainda hegemnica a produo de habitao para a populao de baixa renda em reas afastadas da cidade, pela lgica do valor fundirio. Assim, esta populao forada a viver em uma constante situao de carncia, tanto de infraestrutura e servios pblicos quanto de ofertas de emprego. Isso sem levantar o tempo e distncia dos deslocamentos como tambm a intensa carga aos sistemas de transporte e virio que repre-sentam milhares de trabalhadores que se deslocam diariamente para o centro da cidade.

    Desta maneira, fica claro que a regio central apresenta inmeras vanta-gens para a localizao da habitao, e a moradia no centro da cidade re- presenta papel fundamental na reestruturao das atividades urbanas e con-sequentemente na urbanidade da cidade. Alm disso, para a populao de baixa renda as vantagens so ainda maiores. Morar no centro permite o acesso direto infraestrutura, servios pblicos, ofertas de emprego, transporte pblico, cultura, lazer e convvio social. Ou seja, estamos tratando a habitao social como ferramenta de incluso socioespacial e de qualificao da vida das pessoas alm do resgate do espao urbano das nossas cidades.

    O Minhoco figura onipresente na imagem da regio central. cone da de-gradao e das ms condies do centro, tm enorme impacto na paisagem urbana e, principalmente, na vida da populao. Pea chave na mobilidade da cidade, local de transito rpido e intenso, com isso gera muito rudo, alm do ambiente inspito e escuro que causa sobre as ruas que passa. Local de depsito de lixo, de moradores de rua, enfim, fortalecedor da viso estigma-tizada com que se v o centro hoje. Alm de tudo isso, em nosso caso, causa enorme impacto, cortando a rea e impedindo a relao direta com o Largo Santa Ceclia, configurando-se como barreira, tanto visual quanto fsica.

    O Terminal Amaral Gurgel um terminal de nibus que est localizado justo abaixo do minhoco. Embora atue de forma muito importante na mobilidade da cidade, conectado ao metr via estao Santa Ceclia (linha vermelha), sua implantao bastante catica e confusa. Gera muitos conflitos nas vias prximas e principalmente, com os pedestres e usurios do terminal, que dis-pes de pouco espao para circular, em um ambiente bastante inspito, barul-hento e confuso. Alm disso, completa a barreira entre a rea e o Largo Santa Ceclia, isolando ela ainda mais, impedindo a permeabilidade e visibilidade, e colocando em risco os pedestres que desejam deslocar-se pela regio.

    Outro aspecto relevante encontrado na anlise da rea e seu entorno a atual condio da rua Frederico Steidel. A presena massiva de imveis abandona-dos e subutilizados impacta fortemente no espao pbico pela falta de ativi-dades voltadas para a rua. Com isso, a rua encontra-se sempre vazia, com poucos transeuntes, funcionando como uma grande extenso dos estaciona-mentos, oficinas e depsitos que funcionam no local. Somado a isso, no h nenhuma permeabilidade entre a rua, o terminal e o Largo Santa Ceclia, iso-lando as partes e enfraquecendo a sua comunicao, distanciando as pes-soas das atividades que l ocorrem.

    Existe, h certo tempo, uma viso estigmatizada da regio central, difun-dida pela mdia e internalizada no inconsciente coletivo, ao menos das classes hegemnicas, de degradao, abandono e pobreza, fortemente influenciados pela desvalorizao imobiliria, presena de atividades informais e ven-dedores ambulantes nos espaos pblicos, esvaziamento populacional e insegurana.

    No deixando de reconhecer a vitalidade econmica da regio central, fato que a ela apresenta ms condies ambientais e paisagsticas, alm de problemas de infraestrutura e principalmente de zeladoria pblica.

    Somado a isso, a presena de diversos imveis em situao parcial ou total de abandono uma realidade dura para o centro da cidade, especialmente para seus habitantes. Esta situao tornou-se mais evidente a partir da segunda metade dos anos 90, quando se iniciaram as grandes ocupaes dos inmeros imveis abandonados na regio central, manifestando a enorme de-manda por habitao nesta regio e as reais condies de uma grande par-cela da populao que no tem condies mnimas de acesso moradia.

    Por outro lado, as alteraes significativas no sistema de transporte da cidade impactaram fortemente na regio central, o minhoco, por exemplo, um pesado fardo, que a regio carrega. cone da degradao do centro, o elevado marca nitidamente uma ruptura na malha urbana da cidade, isolando duas pores rea central bastante distintas.

    Ainda que haja presena relativa de comrcio e servios na regio, com toda certeza podemos afirmar que este aspecto poderia e deveria ser mais bem

    contemplado, devido ainda grande quantidade de residncias e habitantes, os quais sofrem com ruas vazias, e incansveis imveis abandonados e/ou ocio-sos na regio. Um centro mais dinmico, com usos e atividades variadas possibili-taria uma maior vitalidade urbana para as ruas, principalmente aquelas menores, onde o fluxo de pessoas atualmente muito pequeno em razo da falta de ativi-dades e pelo excesso de ociosidade.

    Encontra-se ento, uma paisagem degradada, ruas vazias e grande parte da populao vivendo em pssimas condies e em edificaes precrias. Por ex-emplo, h uma grande parcela da populao que vive encortiada na regio central, pagando um valor exorbitante por metro quadrado. Porm, para esta populao de renda baixssima, os cortios so ainda a melhor, seno nica, soluo de habitao, tendo em vista a proximidade aos empregos, reduo de custos com transporte e acesso infraestrutura e servios pblicos.

    Casas do programa Minha Casa Minha Vida 1, em SerraTalhada. Fonte: http://signocomunicacao.com.br/ Regio central da cidade de So Paulo. Fonte: do autor. Falta de zeladoria pblica. Ambiente sob minhoco. Ambiente hostil.

    Fonte: fotos do autor.Abandono na rea.

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    estacionamentos imveis subutilizados comrcio servios uso residencial por n pavimentos 2 5 10 15 +

  • A escolha da rea para desenvolvimento deste trabalho surgiu com base no estudo da regio central da cidade de So Paulo, descobrindo a existncia das j regulamentadas Zonas Especiais de Interesse Social em reas providas de infraestrutura do mu-nicpio de So Paulo (ZEIS 3). O permetro selecionado a ZEIS 3 C 014, localizada em uma importante e valorizada rea da regio central. Compreende em seu permetro uma rea aproximada de 20.000m, em uma localizao bastante interessante. Encontra-se muito prxima da estao Santa Ceclia do metr (Linha vermelha) e tem como alguns de seus limites o Terminal urbano Amaral Gurgel, o Elevado Costa e Silva (Minhoco) e tambm uma das Avenidas mais importantes da regio central, a Avenida So Joo.

    O Largo Santa Ceclia uma regio extremamente importante no centro de So Paulo, tem fundamental papel na dinmica da regio e na vida de seus habitantes que atendem ao local pelos mais variados motivos, trabalho, residncia, compras ou somente de passa-gem. O Largo serve tradicional feira livre aos domingos, assim como para muitas outras atividades que se utilizam das ruas ou da praa em frente a Igreja.

    O elevado Presidente Costa e Silva, o famoso Minhoco, o cone da degradao da regio central, com sua pista elevada de trnsito rpido gerador de rudos alm de impe-dir a iluminao e, em muitos casos, a passagem ao nvel da rua, desta maneira, marca nitidamente uma ruptura no tecido urbano da cidade.

    A Avenida So Joo uma das principais avenidas da regio central da cidade de So Paulo, referncia unnime para a populao desde o comeo do sculo XX. Possui alta densidade construtiva e local de residncia de milhares de pessoas. O alinhamento dos edifcios sobre a via, configura claramente o perfil da avenida at o centro velho, onde encontram-se dois dos edifcios mais emblemticos da capital paulista, o Ed. Martinelli e a antiga sede do Banco do Estado de So Paulo, o Banespa.

    Outros pontos fundamentais de se ressaltar so: o limite sul junto ao Largo do Arouche e a proximidade com vias extremamente importantes do centro como, Av. Duque de Caxias, Rua Dona Veridiana, Bento de Freitas, Jaguaribe entre outras.

    AV. DU

    QUE D

    E CAX

    IAS

    SALA SO PAULO

    PINACOTECA DO ESTADO

    ETEC NOVA LUZ

    PRAA DA REPBLICA

    LARGO DO AROUCHE

    LARGO DO PAYSAND

    TEATRO MUNICIPAL EDIFCIO ITLIA BIBLIOTECA MONTEIRO LOBATO

    SANTA CASA

    LARGO STA. CECLIA

    MARECHAL DEODORO

    PRAA PRINCESA ISABEL

    AV. RIO BRANCO

    AV. IP

    IRANG

    A

    RUA JAGUARIBE

    REA DE ESTUDOZEIS -3 C 014

    AV. A

    NGL

    ICA

    ELEVADO COSTA E SILVA

    AVLIS E ATSOC ODAVELE

    AV. SO JOO

    AV. P

    REST

    ES M

    AIA

    A hiptese que da mesma maneira e porque a cidade est contida no interior dos edifcios, os edifcios se dissolvam para compor o ambiente da cidade. (BUCCI, 2010).

    Pessoas atravessando a Avenida So Joo. Fonte: do autor.

  • COMRCIO E SERVIOS01 - Padaria02 - Correios03 - Lavanderia04 - Caf/Lanchonete05 - Comrcio e Servios

    HABITAO01 - Hall de acesso apartamentos 02 - Administrao condomnio03 - Acesso independente subsolo

    CRECHE MUNICIPAL01 - Entrada 02 - Banheiros

    CAIXA ECONMICA FEDERAL01 - Caixas eletrnicos02 - Entrada03 - Atendimento

    01

    02

    01 D

    01 C 03 05 05 05 05

    0505

    04LANCHONETE

    PADARIA

    CRECHE

    CORREIOS

    CAIXA ECONMICA

    LAVANDERIA

    ADM. CONDOMNIO

    01 B

    01 A01 E

    01

    02

    RUA ANA CINTRA

    LARGO STA. CECLIA/METR

    RAMPA DE SA

    DA DO MINHOC

    O

    06 06 06

    RUA FREDERICO STEIDEL

    AV. S

    O JO

    O

    05 05

    05

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    03

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    TRREO+373.50 = 0.00

    BOULEVAR

    D OESTE

    +373.50 = 0

    .00

    PLANTA BAIXA DO TRREO - PRAA DE ACESSO - NVEL - 0.0001

    02

    01COMRCIO E SERVIOS01 - Padaria02 - Correios03 - Lavanderia04 - Caf/Lanchonete05 - Comrcio e Servios

    HABITAO01 - Hall de acesso apartamentos 02 - Administrao condomnio03 - Acesso independente subsolo

    CRECHE MUNICIPAL01 - Entrada 02 - Banheiros

    CAIXA ECONMICA FEDERAL01 - Caixas eletrnicos02 - Entrada03 - Atendimento

    0 1 5 10 20

    ESCALA GRFICA 1:300

    N

    TRREO

    COMRCIO E SERVIOS01 - Sobrelojas/mesanino

    HABITAO01 - Acesso apartamentos02 - Salo de festas

    CRECHE MUNICIPAL01 - Ptio coberto02 - Ptio descoberto03 - Secretaria/Diretoria04 - Cozinha05 - Depsito

    06 - Refeitrio07 - Sala Professores08 - Salas 09 - Berario/Lactrio10 - Banheiros

    CAIXA ECONMICA FEDERAL01 - Atendimento prioritrio02 - Caixas03 - Atendimento04 - rea de uso interno

    01

    02

    0304

    0101010201C 01BAPARTAMENTOS 2 QUARTOS

    CAIXA ECONMICA FEDERAL

    APARTAMENTOS 1 E 2 QUARTOS - LOCAO

    APARTAME

    NTOS 1 QU

    ARTO

    CRECHE

    01E

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    PLANTA BAIXA DO PRIMEIRO PAVIMENTO - PISO INTERMEDIRIO01

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    ESCALA GRFICA 1:300

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    1 PAVIMENTO 4.68

    0.00

    4.68

    3.96

    1 PAVIMENTO

    INCLUSO SCIO-ESPACIAL, QUALIDADE DE VIDA E DIREITO CIDADE.Desenvolvimento de projeto de Habitao de Interesse Social na rea central possibilitando a populao de menor renda o acesso moradia e o direito cidade, garantindo condies de manuteno desta populao nestas reas valo-rizadas, promovendo a melhoria de suas condies habitacionais, incluindo equi-pamentos sociais e culturais, espaos pblicos, servios e comrcio de carter local.

    RECUPERAO URBANSTICA, INTEGRAO E CONEXO COM O CON-TEXTO URBANO.Conexo com o entorno fsico e social, adequando e qualificando a rea ao espao da cidade. Adequao com elementos da paisagem local, eixos visuais, pontos marcantes e o entorno construdo.Qualificao da acessibilidade da rea ao tecido urbano da cidade, organizao e hierarquizao de fluxos e acessos.

    PROMOO DA VITALIDADE URBANA, QUALIFICAO DA IN-FRAESTRUTURA, AMPLIAO DE EQUIPAMENTOS E ESPAOS PBLI-COS E PROMOO DE SERVIOS E COMRCIO DE CARTER LOCAL.Promoo de atividades compatveis e complementares ao uso habitacional.Complementao das infraestruturas e equipamentos pblicos tendo em vista facilitar a vida e as atividades dos novos habitantes. Implantao de servios e atividades urbanas diversificadas e cotidianas que per-mitam reduzir os custos de manuteno das habitaes, viabilizando a per-manncia destas populaes. Proposio de espaos pblicos que permitam a qualificao da rea, sua acessi-bilidade e permeabilidade possibilitando uma maior apropriao por parte da populao.

    ACESSO MORADIA DIGNA.Desenvolvimento do projeto contemplando diversas modalidades de atendimento s famlias, como aluguel social (locao social) e a prpria comercializao das unidades de acordo com o perfil de renda de at trs salrios mnimos.

    QUALIDADE ARQUITETNICA, CONDICES DE CONFORTO AMBIENTAL E VIABILIDADE ECONMICA.Qualificao do projeto de Habitao de Interesse Social, considerando condicio-nantes de conforto ambiental como insolao, ventilao e controle de rudos, acessibilidade e de manuteno possibilitando melhor qualidade de vida dos usurios.Verificao das melhores solues tcnico-construtivas, viabilidade e custos para favorecer um novo modelo de HIS que possa reverter o quadro de degradao da regio central e o preconceito quanto s solues habitacionais para a populao de mais baixa renda, valorizando a qualidade de vida de seus habitantes e tambm do espao construdo da cidade.

    diretrizes gerais

    por uma poltica de habitao de interesse social no centro.

    Primeiramente se faz necessrio sensibilizar a opinio pblica sobre a importn-cia de efetivar polticas de promoo habitacional em reas centrais, utilizando-se de imveis vazios e ociosos para a produo de habitao social. Para que estes imveis subutilizados, localizados em reas providas de infraestrutura, possam servir a programas habitacionais de baixa renda, preciso que sejam aplicados os instrumentos do Estatuto da Cidade, que devem estar contemplados nos Planos Diretores dos municpios

    A questo central esta, reverter o atual paradgma da habitao social em rea perifricas. Para isso se faz necessrio uma poltica de mo dupla, onde o poder pblico se comprometa com as melhorias do entorno para que os impactos nega-tivos sejam minimizados e se possa garantir uma melhor integrao e acessibili-dade ao conjunto. Os inquilinos, atravs de financiamento especfico estaro cus-teando o valor das unidades e a populao promovendo sua apropriao e ge-rando vitalidada ao espao pblico.

    As funes sociais da propriedade e da cidade devem ser voltadas a assegurar a distri-buio e o desfrute equitativo, universal, justo, democrtico e sustentvel dos recursos, riquezas, servios, bens e oportunidades que brindam as cidades para todos os seus habi-tantes. (Declarao dos fruns Urbano Mundial e do Social Urbano, RJ 2010).

  • PLANTA SUPERIOR DO TEATRO OPERRIOESCALA 1:500

    N

    PLANTA DO TRREO DO TEATRO OPERRIO ESCALA 1:500

    Ainda que a regio central apresente grande nmero de instituies pblicas e equipamentos culturais de uso pblico, o entorno a nossa rea de interveno apresenta grande carncia deste tipo de atividades.

    O Galpo do Folias, estava situado na Rua Ana Cintra h mais de treze anos, um dos poucos equipamentos culturais deste entorno imediato. Um grupo teat-ral que conta com mais de 60 artistas/criadores com importante papel de fomento da cultura e trabalha diretamente com alunos da rede pblica promov-endo a formao de pblico e os debates de interesse coletivo. Alis, os mora-dores do bairro de Santa Ceclia contam com benefcios para assistir as peas e so presena constante nas atividades do Folias.

    Considerando tudo isso, foi de fundamental importncia a incorporao desta instituio no projeto, pois, acreditamos que importante manter as atividades que hoje se desenvolvem no local e principalmente aquelas que qualificam a vida dos habitantes da regio.

    A relocao do antigo Galpo do Folias foi implantada no eixo focal da grande praa de acesso sul. Funciona como uma referncia que permite aos usurios e transeuntes uma melhor leitura do espao. O Galpo desenvolve um papel muito importante no bairro, e tem atuao engajada nas discusses da cidade e nas reinvindicaes da populao, servindo de espao para debates, palestras, bem como de atividades artsticas.

    O Galpo um bom exemplo de Tetro Operrio, se abre para a rua e se con-figura como reduto de atuao poltica dos cidados. O novo projeto mantm suas caractersticas mais importantes, se abre completamente para a praa quando as atividades so pblicas, e se fecha, atravs de seus painis, quando h necessidade de um ambiente mais controlado.

    O edifcio chamado de complementar est situado entre as duas empenas dos edifcios residenciais existentes que foram mantidos no projeto. Encontra-se em uma situao bastante delicada, um vazio pr existente configurado pelos edifcios residenciais de 7 pavimentos.

    Trata-se de uma rea muito interessante no aspecto de permeabilidade da rea, pois, nesta altura, a passagem por baixo do minhoco leva ao acesso direto Praa do Largo Santa Ceclia e sua conexo com o metr e Terminal Amaral Gurgel. Por isso, consideramos fundamental a permanncia do trreo livre, ainda que possa dar lugar a pequenos espaos comerciais.

    Logo, o edifcio completa o perfil da rua, alinhado com os edifcios existentes e com o trreo permevel. Possui um jardim central que permite a melhor ilumi-nao e ventilao das unidades, todas de um quarto, com fachada voltada para o leste ou oeste.

    Mesmo no sendo o foco principal deste trabalho, este edifcio serve para complementar ainda mais o uso residencial na rea. Assim, poderiam ser im-plantadas mais 36 unidades habitacionais.

    Os elementos vazados permitem ventilao constante e tambm a iluminao indireta, reduzindo considerav-elmente o custo de iluminao com energia nas reas comuns. Estes so utilizados na fachada oeste e servem tambm para controle do sol e do calor em demasia.

    Bandeiras fixas de venezianas permitem a ventilao cruzada mesmo quando o apar-tamento encontra-se fechado, permitindo maior conforto para os moradores.

    Janela permite a iluminao do ambiente social atravs do corre-dor de acesso e sua altura impede a visualizao direta para o inte-rior sem prejudicar a intimidade da unidade.

    As janelas permitem a iluminao dos quartos, so padronizadas com medidas tpicas de modulao dos componentes. So idnticas em todo o condomnio, minimizando diferenas e diminuindo o custo final. Possui peitoril fixo de alvenaria com pintura branca e duas folhas de correr que permitem a abertura para ven-tilao.

    TRREO

    1.50

    0.50

    PLANTA DO TRREO DO EDIFCIO COMPLEMENTAR

    PLANTA TIPO DO EDIFCIO COMPLEMENTAR

    N

    Vigas mais robustas no sentido transversal do edifcio sustentam as extremidades em balano, deixando livre de pilares a fachada e toda a marquise do trreo.

    Alm de os apartamentos compartilharem uma parede hidrulica , o espao para descida das tubulaes de gua fria e pluviais coordenam as prumadas.

    Vigas longitudinais menores esto localizadas sobre as paredes, com isso no h necessidade da instalao de forro e o p direito fica mais alto.

    Viga calha para o escoamento de gua nos corredores, mini-mizando a possibilidade de entrada de gua da chuva para dentro do apartamento.

    A vida de borda avana na fachada para minimizar condies de infilt-rao pela esquadria.

  • MINHOCO

    Rampa acessoMinhocoRua Frederico SteidelAcesso sob laje Salo de Festas

    Praa Sta. CecliaSada Terminal Amaral Gurgel

    Praa central

    1 Subsolo

    2 SubsoloLargo Sta. Ceclia

    0 1 5 10

    escala 1:300

    20Rampa de acesso ao MinhocoSada Terminal Amaral Gurgel

    Conexo Terminal-Metro

    0 1 5 10

    escala 1:300

    20Creche

    Largo Sta. Ceclia

    Praa central

    1Subsolo

    MINHOCO

    2Subsolo

    3.96

    7.74

    10.80

    13.86

    16.92

    19.98

    23.04

    26.10

    29.34

    01

    01

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    09

    10

    PARQUIA SANTA CECLIA

    LARGO SANTA CECLIA E ACESSO AO METR

    RUA SEBASTIO PEREIRA - FEIRA LIVRE

    REA VERDE - METR SANTA CECLIA

    ELEVADO PRESIDENTE COSTA E SILVA - MINHOCO NOVO TERMINAL AMARAL GURGEL

    PRAA DO TEATRO OPERRIO

    EDIFCIO COMPLEMENTAR RESIDENCIAL

    CONJUNTO PRINCIPAL

    10 AVENIDA SO JOO

    0 50 100 200

    AVEN

    IDA

    SO

    JOO

    RUA FREDERICO STEIDELRUA FREDERICO STEIDEL

    RUA

    FRED

    ERIC

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    RANC

    HES

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    RAMPA MIN

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    AR

    OU

    CH

    E

    N

    Todas as fotos acima pertencem ao acervo pessoal do autor.

    01

    10 03

    05

    04

    PLANTA DE IMPLANTAO

  • 01 - ACESSO SUL AO TERMINAL02 - NOVO TERMINAL URBANO DE NIBUS03 - PRAA DE ACESSO SUL 04 - PRAA DE ACESSO LATERAL05 - PRAA DO TEATRO06 - TEATRO OPERRIO07 - BARREIRA SONORA

    08 - SERVIOS TERMINAL09 - EDIFCIOS RESIDENCIAIS EXISTENTES10 - EDIFCIO RESIDENCIAL COMPLEMENTAR11 - JARDINS POSTERIORES12 - PRAA DE CONEXO COM METR/LARGO13 - PRAA DO LARGO14 - LARGO SANTA CECLIA/ FEIRA LIVRE

    15 - ACESSO AO SUBSOLO16 - ACESSO LESTE17 - CONEXO COM O BOULEVARD OSTE18 - BOULEVARD OESTE19 - ENTRADA OESTE20 - PRAA CENTRAL2122

    - ENTRADA LATERAL - ENTRADA AV. SO JOO

    AVEN

    IDA S

    O JO

    O

    RUA ANA CINTRA

    RUA FREDERICO STEIDEL

    RUA SEBA

    STIO PE

    REIRA LAR

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    LIA

    PRAA ALF

    REDO PAU

    LINO

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    REDE

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    JAGU

    ARIB

    E

    RAMPA SADA

    MINHOCORAM

    PA SADA MINH

    OCO

    PROJEO DO

    MINHOCO

    VIA DE SADA DE

    NIBUS DO TER

    MINAL

    ACESSO

    AO ME

    TR ST

    A. CEC

    LIA

    PROJEO DO MINHOCO

    NOVO TERMINAL AMARAL GURGEL

    RUA AMARAL G

    URGEL

    EDIFC

    IO DO M

    ETR

    LARGO DO AROUCHE

    03

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    07

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    11

    08

    12

    12

    1314

    PRAA CENTRAL

    ED. RESIDENCIAL

    PRAA DO TEATRO

    PRAA DE ACESSO SUL

    BOULEVAR

    D OESTE

    CRECHE

    PADARIA

    BANCO

    CORREIO

    S

    CAF

    CONEXO COM

    O METR E LAR

    GO SANTA CEC

    LIA

    PASSAGEM ABA

    IXO DO MINHO

    CO

    LANCHONETELAVAND.

    ACESSO SUBSOLO

    0 10 50 100

    ESCALA 1:500

    0.00 1.50

    2.00

    2.00

    1.50

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    3.00

    1.50

    2.50

    PLANTA GERAL DO TRREO - ACESSOS E RELAES COM O ENTORNO N

    12

    Largo do Arouche Novo terminal urbano de nibus Amaral Gurgel Novo Folias - Teatro operrioEdifcio existente

    Edifcio existente Edifcio complementar

    Entrada Praa Entrada Praa/Condomnio/Salo de FestasAgencia Caixa Econmica Federal

    Entrada condomnioComrcio e servios locaisEntrada Estacionamento

    Boulevard de entrada a partir da Rua Amaral Gurgel0 10 50 100

    ESCALA 1:500

    A modificao na implantao do j existente terminal urbano Amaral Gurgel (02) se deu, prioritariamente, para permitir uma maior permeabi-lidade para pedestres, aproximando o Largo de Santa Ceclia (14) com a rea de estudo.Com isso, foi necessrio remanejar todo o acesso, reorganizando o fluxo de veculos na confluncia das ruas Jaguaribe, Sebastio Pereira, Frederico Steidel, Amaral Gurgel e Largo do Arouche. Isso foi funda-mental para permitir maior legibilidade a um espao que hoje bas-tante catico. Assim, foi possvel reduzir os cinco tempos de semfo-ros, para somente dois, organizando o fluxo de veculos, alm de facili-tar o acesso do transporte coletivo ao terminal.Com o novo terminal implantado, foi criado um grande acesso lateral (04), uma grande praa contnua que permite o fluxo livre de pedestres

    A relocao do antigo Galpo do Folias foi implantada no eixo focal da grande praa de acesso sul (04). Funciona como uma referncia que permite aos usurios e transeuntes uma melhor leitura do espao. O Galpo desenvolve um papel muito importante no bairro, e tem atuao engajada nas discusses da cidade e nas reinvindicaes da popula-o, servindo de espao para debates, palestras, bem como de ativi-dades artsticas. O Galpo um bom exemplo de Tetro Operrio, aquele que se abre para a rua e se configura como reduto de atuao poltica dos cidados. O novo projeto mantm suas caractersticas mais importantes, se abre completamente para a praa quando as atividades so pblicas, e se fecha totalmente quando h necessidade de um ambiente mais controlado.

    O Edifcio proposto (10) entre os edifcios residenciais existentes (09) serve para completar o perfil da rua, preenchendo o espao vazio que havia entre estes. O trreo todo livre, com uma praa central que per-mite sua iluminao. Isso para que a permeabilidade entre a rua Fred-erico Steidel e o terminal/Largo de Santa Ceclia, seja mais fluida. Con-sideramos este fator muito importante pois, exatamente nesta faixa que existe uma maior abertura entre estes dois pontos, conectando rea de projeto com o metr, terminal e Largo de Santa Ceclia.

    O foco do projeto o conjunto principal que ocupa o espao mais bem favorecido da rea. Existem duas grandes entradas opostas, que marcam a ruptura dos blocos, o acesso leste (16), que permite uma melhor iluminao e ventilao da poro sul do edifcio, e o acesso oeste (19), que marca a chegada a partir do Largo e abre a perspectiva para todo o entorno, com foco na Igreja de Santa Ceclia. Ainda existe o acesso que conecta esta praa com o Boulevard oeste e com a praa de acesso ao metr (17), e tambm a entrada da esquina principal (22), pela Avenida So Joo. A grande praa interior (20) um verdadeiro espao da cidade, qualificada com usos diversos de comrcios e ser-vios, que devem atender a demanda da populao moradora e de toda a micro regio. Este o espao que permite integrar o edifcio ao seu entorno, as atividades que ali se desenvolvem e as pessoas que por ali passam, contrapondo a ideia de um conjunto fechado e isolado.

    em uma rea bastante iluminada e arborizada que flui ao longo da rea de interveno e conecta-se diretamente ao metr e ao Largo Santa Ceclia (14).O terminal mais compacto e acessvel, alm claro, de iluminado e arejado. Sua nova organizao permite acomodar o mesmo nmero de pontos simultneos (12 pontos) que existia anteriormente, mais desta vez, muito mais prximos e com reas maiores para acomodar os usurios. A via de acesso norte foi reduzida somente para sada, j que a nova organizao do fluxo de veculos no acesso sul permite as linhas de transporte urbano o funcionamento mais adequado de seus itin-errios e rotas. Assim, a grande rea abaixo do Elevado (12), que antes servia ao Terminal, pde ser ampliada para pedestres qualificando seu uso e seu entorno.

  • PLANTA BAIXA DO PRIMEIRO SUBSOLO - GARAGEM LOCAO - NVEL - 3.24

    01 - Acesso ao trreo02 - rea tcnica03 - Vestirios04 - Almoxarifado05 - Acesso privativo Caixa Econmica

    06 - Depsito permanente de lixo07 - Bicicletrio - 15 vagas

    01 02

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    GARAGEM LOCAO - 184 VAGAS-3.24

    O primeiro subsolo, com conexo independende para o terro, opera separadamente do segundo subsolo. Poder ser alugado, para custear os custos do condomnio, como tambm poder ser vendido, cedido ou negociado com a iniciativa privada, como manei-ras de equalizar os valores do empreendimento e, principalmente, do valor do terreno.

    0 1 5 10 20

    ESCALA GRFICA 1:300

    N

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    01

    O segundo subsolo ser destinado para as vagas dos condminos. Conforme o decreto n44.667, de Abril de 2004, que regulamenta as questes referentes a Habitao de Interesse Social na cidade de So Paulo, as vagas de estacionamento no so obrigatrias, sendo permito no mximo, uma vaga por unidade.

    GARAGEM CONDMINOS - 163 VAGAS-6.30

    PLANTA BAIXA DO SEGUNDO SUBSOLO - GARAGEM CONDMINOS - NVEL - 6.30

    01 - Cisternas = 180.000l 02 - Casa de mquinas03 - Abrigo gs04 - Depsito permanete de lixo05 - Bicicletrio - 84 vagas

    06 - Acessos edifcio

    01

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    0 1 5 10 20

    ESCALA GRFICA 1:300

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    3

    Rua Ana CintraCorreios

    Entrada Praa Padaria Comrcio e servios Entrada Condomnio CrecheEntrada CondomnioCaixa Econmica Federal Entrada Praa

    0 1 5 10

    escala 1:300

    20

    A construo do empreendimento foi pensada para ser realizada em duas etapas. Isso para facilitar sua viabilizao, pois, uma vez construda a primeira etapa, poderiam ir sendo incorporados valores para financiar a execuo da etapa complementar e final.

    A primeira etapa compreende dois condomnios em um bloco nico. Um deles concentra somente apartamentos de dois quartos cujas unidades devero ser vendidas para as famlias atravs de financiamento. O outro contm apartamen-tos pblicos, para locao social. Como na segunda etapa existem somente um condomnio, locamos ento somente apartamentos de compra, preferimos locar os apartamentos de aluguel na primeira etapa, mesclando as caractersticas das unidades promovendo maior diversidade, sem isolar as unidades de locao em um bloco nico.

    Nesta primeira etapa ficaro concludos, alm das unidades habitacionais, os dois nveis de subsolo e praa central, que estar aberta para a cidade, servindo de espao para manifestaes, encontros, trocas e tambm para o lazer e cio dos moradores.

    A Caixa Econmica tm seu espao na esquina da Avenida So Joo, e tambm est implantada na primeira etapa junto com a agncia dos Correios. A ideia cen-tral que a Caixa possa promover um controle maior das caractersticas fsicas do edifcio, colaborando com sua manuteno e organizao. simblica sua pre-sena como rgo financiador dos empreendimentos de Habitao Social, e mostra vontade poltica de levar adiante projetos como este.

  • AMORIN, Anlia; OTERO, Ruben (org.) Habitao e cidade: curso ps-graduao latu sensu Escola da Cidade 2009. Apresentao de Ciro Pirondi e Elisabete Frana. So Paulo: Editora da Cidade, 2010.BARDA, Marisa; FRANA, Elisabete (org.) Renova SP: concurso de prejetos de arquitetura e urbanismo. Prefeitura Municipal de So Paulo, 2011.BONDUKI, Nabil. Origens da habitao social no Brasil: arquitetura moderna, lei do inquilinato e difuso da casa prpria. 5.ed SP: Estao Liberdade, 2011. 344 p. :il.;BUCCI, Angelo. So Paulo, razes de arquitetura: da dissoluo dos edifcios e de como atravessar paredes. Ed. Romano Guerra, 2010.FERREIRA, Joo Sette Whitaker (org.). Produzir Casas ou construir cidades? Desafios para um novo Brasil urbano. Parmetros de qualidade para a implementao de projetos habitacionais e urbanos. So Paulo, LABHAB; FUPAM, 2012.JACOBS, Jane. Morte e vida de grandes cidades. So Paulo: Martins Fontes, 2000.JOS, Beatriz Kara. A popularizao do centro de So Paulo: Um estudo de transformaes ocorridas nos ltimos 20 anos. Tese apresentada Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de So Paulo como parte dos requisitos necessrios obteno do ttulo de Doutor em Arquitetura e Urbanismo. So Paulo, 2010.KOGA, Dirce; RAMOS, Frederico; NAKANO, Kazuo. A disputa territorial redesenhando relaes sociais nas cidades brasileiras. Publicado na Revista Servio Social & Sociedade, n 94, ano XXIX, So Paulo: Cortez, 2008.INSTITUTO PLIS, Moradia Central: Incluso, Acesso e Direito Cidade. So Paulo, 2009.INSTITUTO PLIS, Moradia Central: Lutas, desafios e estratgias. So Paulo, 2012.LEFBVRE, Henri. O direito cidade. So Paulo: Centauro, 2001.LEI DE ZONEAMENTO, Lei n 13.885, de 25 de Agosto de 2004. ( Projeto de Lei n 139/04, do Executivo, aprovado na forma de Substitutivo do Legislativo). MARICATO, Ermnia. Brasil, cidades: alternativas para a crise urbana. Petrpolis, RJ: Vozes, 2001.MARICATO, Ermnia. Terror imobilirio ou a expulso dos pobres do centro de So Paulo. .MARICATO, Ermnia. Renovao do centro e habitao, o direito cidade. In MEYER, R. & GRONSTEIN, M,

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    Referncias bibliogrficasAgradecimentosConsideraes finais

    or. Prof.Dra. Maria Ins SugaiTrabalho de Concluso de Curso aluno: Vinicius Libardoni 06231039

    Em primeiro lugar aos meus pais e a toda famlia, pela possibilidade de realizar este sonho, pelo carinho e apoio incondicional, pela confiana e incentivo de todos os dias.

    A Milena pela cumplicidade e pacincia, minha inspirao.

    Aos amigos pelo companheirismo, mesmo nas horas difceis. Agradeo a fora e motiva-o, principalmente a Thiago Brito, Eduardo Souza, Arthur Lins, Felipe Finger, Andr Stahnke e Paula Franchi e especialmente a Romullo Baratto, por estes quase cinco anos de uma amizade fraternal, pelo aprendizado compartilhado e sua presena slida e alegre em todos os momentos. Enfim, a professora e orientadora Maria Ins Sugai, por sua dedicao e esforo, por acreditar que seria possvel, pelo desejo incansvel de construir, atravs da arquitetura, uma cidade justa para todos, e ainda, com quem foi um prazer imensurvel compartilhar este trabalho do incio ao fim.

    Agradeo ainda aqueles que de alguma maneira contribuiram muito com este trabalho. Ao Arq. Juan Gonzales da Fbrica Urbana, pela prestatividade e pelas palavras de incentivo em minha pr banca. A Arq. Margareth Uemura do Instituto Plis por sua preciosa ateno e colaborao. Ao Arq. Prof. Lino Peres, pela companhia na monitoria de Teoria Urbana II e a quem dedico muito dos frutos colhidos neste trabalho. demais professores do curso, Sandro Raffes, do departamento de oramentos da UFSC pela assistncia. Agradeo ainda a toda equipe do escritrio Jobim Carlevaro Rotolo Arquitetos pelos ensinamentos e princpios valiosos que levarei por toda a vida como arquiteto.

    O projeto aqui apresentado consegue responder, de maneira satisfatria, a todos os ob-jetivos propostos. A qualidade habitacional foi fundamental na elaborao da proposta que atende a demanda da populao de baixa renda por acesso moradia digna. A partir disto foi possvel propor solues que contribuem consideravelmente para a vitali-dade do espao pblico, a reduo dos estigmas e principalmente, a integrao do con-junto na cidade e da populao. Alm da diversidade de usos, de atividades, de popula-o e culturas, gerando incluso socioespacial e qualidade de vida.

    A implantao do conjunto garante permeabilidade fsica e visual atravs de toda a rea. A criao de espaos pblicos e semi pblicos compartilhados entre o conjunto e a cidade, promovem a conexo necessria com a toda a regio, servindo de espao de convvio e suas atividades diversas, como comrcio e servios, promovem a presena de pessoas e a vitalidade urbana.

    A locao de equipamentos como a Caixa Econmica, a Creche e os Correios conformam-se como alternativas para viabilizar economicamente o conjunto em uma rea to valorizada. Poderiam ser constitudas parcerias entre o setor pblico e privado de modo que o custo da terra no seja mais um empecilho na construo de uma cidade mais digna e justa para seus cidados.

    Finalmente, a reorganizao de toda a rea e suas partes, anteriormente fragmentadas, conforma um conjunto coeso e contnuo com o espao urbano. Os acessos facilitam a permeabilidade e a visibilidade do conjunto e de suas atividades, as conexes foram amplificadas e promovem a relao direta entre a rea e os equipamentos existentes, como o terminal, o metr e o Largo Santa Ceclia qualificando seu uso e o ambiente urbano no qual est inserido.

    Com tudo isso, possvel sonhar com uma cidade mais justa e igualitria, onde a populao mais carente tem acesso moradia digna e mais do que isso, a Habitao de Interesse Social funciona como um instrumento de requalificao do espao urbano, pois, repovoando o centro e ocupando imveis vazios e ociosos, geramos vitali-dade urbana, diversidade e incluso socioespacial.

    PRANCHAS A1 - 01PRANCHAS A1 - 02PRANCHAS A1 - 03PRANCHAS A1 - 04PRANCHAS A1 - 05PRANCHAS A1 - 06PRANCHAS A1 - 07PRANCHAS A1 - 08PRANCHAS A1 - 09PRANCHAS A1 - 10PRANCHAS A1 - 11PRANCHAS A1 - 12