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ROSANA NOBRE MACHADO BITTENCOURT SILVA HÁBITOS DE ESTUDO: Construindo uma Taxionomia de Estilos de Aprendizagem

Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

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Page 1: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

ROSANA NOBRE MACHADO BITTENCOURT SILVA

HÁBITOS DE ESTUDO:

Construindo uma Taxionomia de Estilos de Aprendizagem

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ROSANA NOBRE MACHADO BITTENCOURT SILVA

HÁBITOS DE ESTUDO:

Construindo uma Taxionomia de Estilos de Aprendizagem

Dissertação apresentada ao Núcleo de Tecnologia

Educacional para a Saúde da Universidade Federal do Rio

de Janeiro, para a obtenção do título de Mestre em

Educação em Saúde – Tecnologia Educacional.

Orientador: Prof. Dr. Maurício Abreu Pinto Peixoto

Rio de Janeiro

1998

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ROSANA NOBRE MACHADO BITTENCOURT SILVA

HÁBITOS DE ESTUDO: Construindo uma taxionomia de

estilos de aprendizagem

COMISSÃO EXAMINADORA

DISSERTAÇÃO PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE

Presidente e orientador: Prof. Dr. Maurício Abreu Pinto Peixoto

Examinadores: Prof. Dr. Jésus de Alvarenga Bastos

Prof. Dr. William Saad Hosne

Suplente: Prof. Dr. Reinaldo Ayer de Oliveira

Rio de Janeiro, 30 de dezembro de 1998.

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Page 6: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

Para:

Ricardo, meu marido;

Paola, Carla Augusta, Pamela e Mariana, minhas filhas;

Carlos Augusto e Thelma, meus pais

Page 7: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

AGRADECIMENTOS

Quero agradecer a:

Maurício de Abreu Pinto Peixoto, pela orientação segura, criteriosa e incansável

que acompanhou toda a elaboração do meu trabalho;

Professores e funcionários do Nutes, pela presteza e solidariedade que sempre

tiveram comigo;

Lygia Therezinha Rodrigues de Lemos, pelo carinho e prontidão com que se

dispôs a rever a estrutura lingüística do meu trabalho;

Rosaline Buckley, pela grande colaboração ao preparar o resumo em inglês;

Aos Internos do Curso de Medicina da Universidade Federal Fluminense, pela

indispensável colaboração à execução deste trabalho.

Obrigada.

Page 8: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

“Aprendi muito com meus mestres,

mais com meus companheiros,

mais ainda com meus alunos”.

Talmude

Page 9: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

SILVA, Rosana Nobre Machado Bittencourt

Hábitos de estudo: construindo uma taxionomia de estilos de

aprendizagem/Rosana Nobre Machado Bittencourt Silva. Rio de Janeiro:

NUTES/UFRJ, 1998. 2774p.

Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Rio de Janeiro,

NUTES, 1998.

1.Aprendizagem. 2.Hábitos de estudo. 3.Estilos de aprendizagem.

4.Metacognição. I.Titulo.

CDD 370.152

Page 10: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

SUMÁRIO

SUMÁRIO ...................................................................................................................................... 10

RESUMO ................................................................................................................................... 14

ABSTRACT ............................................................................................................................... 15

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 16

1.1 CONSTRUÇÃO DO OBJETO ................................................................................................... 16

1.1.1 Contexto Inicial .......................................................................................................... 16

1.1.2 Projeto Paltex ............................................................................................................. 17

1.1.3 Metáfora do Teatro .................................................................................................... 19

1.2 OBJETIVOS ........................................................................................................................... 20

1.2.1 Objetivo Geral ............................................................................................................ 20

1.2.2 Objetivos Específicos ............................................................................................... 21

1.2.3 Delimitação do Objeto .............................................................................................. 21

2 REVISÃO DA LITERATURA................................................................................................. 24

2.1 HISTÓRICO - DO ENSINO À APRENDIZAGEM ......................................................................... 24

2.2 APRENDIZAGEM .................................................................................................................... 59

2.2.1 As três correntes ....................................................................................................... 64

2.2.2 Behaviorismo ............................................................................................................. 67

2.2.3 NeoBehaviorismo ...................................................................................................... 68

2.2.4 Cognitivismo ............................................................................................................... 69

2.2.5 Cognitivismo clássico ............................................................................................... 71

2.2.6 Construtivismo ........................................................................................................... 81

2.2.7 Ter e Ser ................................................................................................................... 116

2.3 ESTILOS DE APRENDIZAGEM .............................................................................................. 119

Page 11: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

2.3.1 Conceituação ........................................................................................................... 119

2.3.2 Taxionomias de estilos de aprendizagem ........................................................... 124

2.3.3 Estilos de Aprendizagem e Medicina ................................................................... 130

3 MATERIAL E MÉTODO ...................................................................................................... 133

3.1 APERFEIÇOAMENTO DO INSTRUMENTO FINAL ................................................................... 133

3.1.1 O estudo piloto:........................................................................................................ 133

3.1.2 O pré - teste: ............................................................................................................ 135

3.1.3 O instrumento final: ................................................................................................. 137

3.2 A COLETA DE DADOS .......................................................................................................... 139

3.3 A TABULAÇÃO DOS DADOS ................................................................................................. 139

3.3.1 O arquivo mestre ..................................................................................................... 139

3.3.2 As tabelas ................................................................................................................. 140

3.3.3 A taxionomia ............................................................................................................ 141

3.3.4 As questões abertas ............................................................................................... 148

4 RESULTADOS ........................................................................................................................ 149

4.1 ANÁLISE DESCRITIVA DO ESTUDAR .................................................................................... 149

4.1.1 RECURSOS INSTRUCIONAIS E SUAS CARACTERÍSTICAS ................................................. 149

4.1.2 Aspectos do cotidiano do estudo .......................................................................... 151

4.1.3 O estudar .................................................................................................................. 153

4.1.4 Metacognição e mudança de hábito de estudo .................................................. 155

4.1.5 Conhecimento e seus usos ................................................................................... 157

4.1.6 Relação entre os conceitos de estudar e conhecimento .................................. 159

4.2 TAXIONOMIA ....................................................................................................................... 159

4.2.1Construção das trilhas ............................................................................................. 159

4.2.2 Relações entre estratégias de aprendizagem e razões para utilizá-las ......... 160

4.2.3 Estilos de aprendizagem ........................................................................................ 169

4.3 COMENTÁRIOS LIVRES ....................................................................................................... 179

Page 12: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

5 DISCUSSÃO ............................................................................................................................ 180

5.1 DOS OBJETIVOS ................................................................................................................. 180

5.2 DO MÉTODO ....................................................................................................................... 186

5.3 DO RESULTADO .................................................................................................................. 191

5.3.1 O aprendiz que aflora do estudo ........................................................................... 191

5.3.2 Estilos de aprendizagem ........................................................................................ 197

5.3.3 Relação entre aprendiz e estilo de aprendizagem ............................................. 203

5.4 DAS CONSEQÜÊNCIAS ........................................................................................................ 204

5.4.1 Em relação ao aluno ............................................................................................... 204

5.4.2 Em relação ao professor ........................................................................................ 205

5.4.3 Em relação à instituição escolar ........................................................................... 207

5.4.4 Em relação à educação continuada ..................................................................... 207

6 CONCLUSÃO ......................................................................................................................... 209

6.1 RECOMENDAÇÕES ............................................................................................................. 210

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................... 211

ANEXO I RELAÇÃO DOS INTERNOS DO 11º PERÍODO DO CURSO DE MEDICINA

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ......................................................................... 229

ANEXO II QUESTÕES ORIENTADORAS ........................................................................ 230

POSTURAS, ATITUDES E AÇÕES ............................................................................................... 231

Que ações executa? ......................................................................................................... 231

Que recursos utiliza ? ....................................................................................................... 231

Quando estuda ? ............................................................................................................... 232

Onde estuda ? ................................................................................................................... 232

Quanto estuda ? ................................................................................................................ 232

CRENÇAS E PRESSUPOSTOS .................................................................................................... 233

Page 13: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

O que sabe sobre o estudar ............................................................................................ 233

Por que estuda .................................................................................................................. 233

Para que estuda ................................................................................................................ 233

RELAÇÕES ENTRE ESTUDANTE, FAMÍLIA E CONHECIMENTO .................................................... 233

CRENÇAS SOBRE ...................................................................................................................... 233

o que é ser aluno ............................................................................................................... 233

inteligência ......................................................................................................................... 234

Escola ................................................................................................................................. 234

ANEXO III QUESTIONÁRIO DO ESTUDO PILOTO ................................................... 236

ANEXO IV QUESTIONÁRIO DO PRÉ - TESTE .............................................................. 241

ANEXO V QUESTIONÁRIO DA DISSERTAÇÃO ............................................................ 249

ANEXO VI ARQUIVO MESTRE ......................................................................................... 256

ANEXO VII DIAGRAMAS E TRILHAS ............................................................................. 269

ANEXO VIII FICHÁRIO ELETRÔNICO – EXEMPLOS ................................................. 275

Page 14: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

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SILVA, R.N.M.B. Hábitos de estudo. Construindo uma taxionomia de estilos de

aprendizagem. Rio de Janeiro, 1998. 274p. Dissertação (Mestrado em Tecnologia

Educacional nas Ciências da Saúde) – NUTES / CCS; Universidade Federal do

Rio de Janeiro.

RESUMO

Oitenta e quatro internos do 11º período do Curso de Medicina da Universidade

Federal Fluminense responderam a questionário composto por questões de

múltipla escolha, na sua maioria. Observou-se que possuíam rotinas de estudo

específicas, dedicando a elas tempo razoável. Admitem que existem melhores

formas de estudar e acham possível mudar seus hábitos de estudo. Demonstram

postura reflexiva, valorizando o estudo em livro texto como também questionam

estudar só para provas. Têm bom nível de conhecimento metacognitivo, apesar de

possuírem pouca consciência deste fato. Concluiu-se que: a) A metodologia

utilizada no estudo foi suficiente e satisfatória para a realização do trabalho; b) A

população estudada apresentou divergência entre os conceitos de estudar e

aprender. Embora concordante em nível teórico, na prática explicitava-se o

contrário. Para os respondentes estudar é uma ação dirigida exclusivamente a

provas e aprender é a busca de conhecimento relevante. Sugere-se relações deste

fato com o contexto educacional; c) Propôs-se uma taxionomia de estilos de

aprendizagem que classifica os aprendizes em três categorias: incisivos,

metódicos e inseguros.

Palavras–chave: Aprendizagem; metacognição; hábitos de estudo; estilos de

aprendizagem; educação médica; internato.

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SILVA, R.N.M.B. Studying habits. Constructing a taxonomy of learning styles.

Rio de Janeiro, 1998. 274p. Dissertação (Mestrado em Tecnologia Educacional

nas Ciências da Saúde) – NUTES / CCS; Universidade Federal do Rio de Janeiro.

ABSTRACT

Eighty four interns of the 11th period of the Medicine Course of Fluminense

Federal University answered multiple choice questionnaire. It was observed that

they showed specific study routines, dedicating considerable time to these tasks.

They also admit that there are better forms of studying and that it is possible to

change their studying habits. They show reflexive attitudes valorizing textbooks

as learning tools and question the fact of studying only for tests. Although not

conscious they have a good metacognitive knowledge. It was concluded that: a)

The methodology employed in the study was adequate for the task; b) They

showed differences in concepts of studying and learning. Nevertheless they show

in their behaviour that studying is an action directed only to tests and learning is

related to the search of relevant knowledge. Relation between this fact and

educational context is suggested; c) A taxonomy of learning styles is proposed

and it classifies the students in three categories: keen, methodical and insecure.

Key-words: Learning; metacognition; studying habits; learning styles; medical

education; intership.

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1 INTRODUÇÃO

1.1 Construção do Objeto

1.1.1 Contexto Inicial

O interesse da autora pela educação médica, teve seu ponto de

partida em 1980, no Curso de Especialização em Tecnologia Educacional para a

Área da Saúde no NUTES/UFRJ. Nesta oportunidade vislumbrou-se um novo

cenário, uma nova visão de mundo que permitiu ao retornar à Universidade

Federal Fluminense, seu campo de trabalho, o início de profícuo trabalho na área

de currículo buscando um novo perfil para a formação do médico, adequado à

realidade social brasileira. Tais estudos pela sua própria natureza, sempre tiveram

uma abordagem do coletivo, visando garantir aos alunos condições operacionais

para atingir os objetivos propostos.

Após cumprir esta etapa do trabalho, já com um novo currículo

implantado na Universidade Federal Fluminense, surgiu o desejo e a necessidade

de dar continuidade à sua formação nesta área do conhecimento. Desta forma

procurou novamente o NUTES para iniciar, após processo seletivo, o Mestrado

em Tecnologia Educacional para a Área da Saúde.

Page 17: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

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O NUTES desenvolve no seu curso de mestrado várias áreas de

concentração e dentre elas, na área de maior interesse da autora, o Laboratório de

Currículo e Ensino, projeto já em andamento, intitulado O Processo de

Aprendizagem nas Ciências da Saúde, sob a orientação do Prof. Doutor Maurício

Abreu Pinto Peixoto, tendo por objetivo geral “desenvolver, pesquisar, avaliar e

difundir o conhecimento sobre o processo de aprendizagem do ser humano,

buscando priorizar as relações do tema com docentes, pesquisadores e discentes

da área da saúde”.

1.1.2 Projeto Paltex

Nesta linha de interesse, houve a oportunidade da autora

participar, em sua fase inicial, do grupo de trabalho responsável pela pesquisa

“Estudo descritivo da busca e uso da informação pelos alunos dos cursos de

graduação na área da saúde”, financiado pela Organização Pan-Americana de

Saúde - OPAS, no seu Programa Ampliado de Livros Texto - PALTEX..

Esta intenção de apoiar o desenvolvimento de estudos no sentido

de conhecer de que forma docentes e alunos decidem sobre a indicação e escolha

de recursos instrucionais são consonantes com as diretrizes de trabalho do NUTES

de tomar como objeto de investigação os processos de formação no campo da

saúde. Tal estudo pretende não só fornecer subsídios para o desenvolvimento de

alternativas que facilitem o acesso de docentes e alunos a recursos instrucionais,

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18

notadamente o livro texto, mas ,também, oferecer elementos a fim de que o

PALTEX possa se organizar para estabelecer novas linhas editoriais que atendam

às necessidades evidenciadas.

Na evolução do processo de construção do instrumento para

coleta de dados junto aos alunos, levantou-se obviamente a questão dos hábitos de

estudo, que seriam coletados através de questionários para atingir os objetivos da

pesquisa. Sabidamente o livro texto, entretanto continua sendo uma fonte

imprescindível de informações. É reconhecida, no entanto, a oferta inadequada -

principalmente pela escassez, custo e desatualização - do acervo bibliográfico para

uso dos estudantes nos cursos de graduação. Esses fatores são em grande parte

responsáveis pelo hábito prevalente de uso de cópias reprográficas de cadernos e

apostilas, prática redutora do conhecimento e cerceadora do desenvolvimento, da

independência e autonomia necessárias ao aluno universitário.

Refletindo nestas questões levantadas sobre o processo de

aprendizagem, surge o interesse de investigá-lo compreendendo a sua própria

construção, através da visão individual dos próprios aprendizes, os alunos, o que

vem complementar, ou melhor completar os estudos já desenvolvidos

anteriormente pela autora, entendendo que ao lado de garantir condições

institucionais para que o ensino de qualidade aconteça, assume a mesma

importância conhecer a outra face da moeda, ou seja a visão dos alunos a respeito

do processo de aprendizagem. Os estudos passaram, então a revelar um caráter

integrador, pois une o processo de ensino, objeto do trabalho em currículo, com a

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19

aprendizagem. Ambos em equilíbrio na balança da formação de recursos

humanos.

1.1.3 Metáfora do Teatro

Surge então a idéia de refletir sobre a denominada “metáfora do

teatro” a partir de uma comparação entre a montagem de um grande espetáculo

teatral e o monumental investimento pedagógico na formação de um profissional

de saúde. É sabido que um espetáculo teatral de sucesso depende de múltiplos

fatores: roteiro, direção, iluminação etc. No entanto, todo este esforço, se expressa

publicamente através da capacidade dos atores em representar adequadamente as

idéias e emoções desejadas pelo autor e diretor. Neste sentido, o domínio pelos

atores das habilidades inerentes à arte dramática, é ao mesmo tempo variável

chave e etapa terminal do espetáculo. É compreensível portanto, ênfase dada por

todos os membros da classe teatral, aos cursos de formação de atores. Aprender a

representar assim, é elemento fundamental na rede de variáveis necessárias a um

espetáculo de sucesso.

No que se refere ao processo educacional, é possível estabelecer

algumas analogias. Aqui, toda esta estrutura teatral é sempre profundamente

trabalhada, desde a construção do texto (modelo curricular), estruturação do palco

(campos de treinamento do alunado), presença de profissionais especializados nas

diferentes funções (investimento maciço na pós-graduação para qualificação dos

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20

docentes). No entanto, este esforço de melhoria do binômio ensino-aprendizagem,

tem sido de maneira desproporcional desviado em direção ao seu primeiro termo.

Pergunta-se: onde está a preocupação em capacitar os alunos a aprender ? Se por

um lado é importante maximizar a eficiência do ensino, seja nos aspectos

referentes ao conteúdo, seja naqueles dirigidos à sua transmissão, é igualmente

importante esforço similar em relação à aprendizagem. Em linguagem teatral,

adianta pouco um bom roteiro e direção, se o ator não sabe representar. Da mesma

maneira, esforços dirigidos à melhoria do ensino, frustrar-se-ão se ao corpo

discente faltar competência em aproveitar os recursos que lhes são oferecidos. É

necessário que alunos sejam capacitados nas habilidades necessárias à

aprendizagem ou seja, que possam aprender a aprender.

A inobservância parcial deste pressuposto pode ser arrolada como uma das

possíveis causas das deficiências do ensino, bastante comentadas, tanto na

literatura especializada, como na imprensa leiga.

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo Geral

O estudo que será apresentado nesta dissertação de mestrado

teve sua origem no processo vivenciado pela autora ao longo destes anos e visa,

fundamentalmente, estudar o processo de aprendizagem sob o ponto de vista da

metacognição, termo introduzido por Flavell (1970) para definir o conhecimento

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21

sobre os próprios processos e produtos cognitivos. Portanto objetiva descrever

posturas, crenças e pressupostos implícitos no processo de aprendizagem, sob este

ponto de vista, a partir da visão individual dos alunos.

1.2.2 Objetivos Específicos

Na população estudada, visou-se descrever:

a) Hábitos de estudo do aluno em termos de local, duração, freqüência e

possíveis interferências.

b) Processo de estudo em termos de razões, estratégias de aprendizagem,

suas formas de utilização e seus moduladores.

c) Atitudes de aprendizagem em termos de motivação e conceitos

implícitos de estudar e conhecimento.

d) Estilos de aprendizagem baseados na forma de utilização das estratégias

de aprendizagem identificadas.

1.2.3 Delimitação do Objeto

O binômio ensino - aprendizagem é conceito chave em educação.

Pressupõe concretamente que havendo ensino adequado há aprendizagem e vice-

versa. Neste sentido os achados deste trabalho podem em algum grau subsidiar

estudiosos na área de ensino. Na verdade, sempre que se estuda a aprendizagem,

em maior ou menor grau há que se referir ao ensino. No entanto, a presente

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22

dissertação não procurou questionar, descrever ou discutir nenhum aspecto ligado

ao ensino. Buscou-se exclusivamente estudar o aprendizado, e ainda assim na

perspectiva do aluno. Desta maneira, embora pertinentes não é objetivo deste

trabalho referir-se a:

a) estrutura curricular,

b) qualificação docente,

c) avaliação do ensino,

d) avaliação docente ou discente,

e) indicadores institucionais ou

f) qualquer outro aspecto diretamente ligado ao ensino.

Tendo em vista a população, alunos de internato do curso de

medicina da Universidade Federal Fluminense, é razoável supor que suas

maneiras de estudar tenham tido sucesso relativo. São todos alunos que

ultrapassaram múltiplas barreiras ao longo de suas vidas escolares. No entanto, a

forma de análise e coleta de dados não permite propor maneiras certas de estudar,

principalmente porque não foram comparadas com nenhum critério de rendimento

escolar.

A taxionomia de estilos de aprendizagem proposta usa

descritores (incisivos, inseguros e metódicos) que poderiam ser entendidos como

referindo-se a estruturas ou características de personalidade/tipos psicológicos.

Por isto poderá ser compreendida erroneamente como algum tipo de teste

psicológico. Não é intenção da autora, neste momento, propor qualquer

ferramenta psicométrica. Argumento adicional contra sua utilização como teste

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psicométrico, é a inexistência de controles adequados através de ferramentas

específicas.

Os descritores acima são propostos apenas como uma

aproximação a possíveis processos lógicos, subjacentes às ações concretas

executadas pelos alunos. Têm uma função mais de modelagem rudimentar de

processos cognitivos. A análise realizada trabalhou principalmente com uma

tentativa de compreensão da lógica da forma de utilização da estratégia de

aprendizagem.

Page 24: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

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2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Histórico - do ensino à aprendizagem

Pode-se dizer que o conceito de aprendizagem enquanto

domínio separado, embora interdependente, é relativamente recente.

Historicamente, o binômio ensino-aprendizagem inicia-se e mantem-se durante

longo tempo com marcante preponderância do seu primeiro termo. Muito embora

seja possível traçar autores e idéias mais diretamente ligados ao papel do aprendiz,

a ênfase tem sido mais dirigida à transmissão de valores e formação de indivíduos

harmônicos com um dado padrão. A preocupação primária com processos

específicos do aprendiz e com a coleta / recepção da informação não tem muito

tempo de vida. Visões educacionais onde se valorizam ações ativas do aprendiz na

coleta, seleção e crítica de conteúdos são predominantemente oriundas deste

último século.

A educação primitiva tomava como centro as atividades diárias

da aldeia. Era prática e plena de rituais de iniciação. Alem disto, era relativamente

homogênea, todos sendo potenciais professores, e o "currículo" determinado pelas

necessidades cotidianas. O aprendizado fazia-se pela real execução da tarefa a ser

aprendida. Ainda mais era animista, tradicionalista, tendo o culto aos velhos

grande importância (Gadotti, 1997, p.21-3).

Page 25: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

25

O objetivo da educação nos povos primitivos era de promover

"o ajustamento da criança ao seu ambiente físico e social por meio da aquisição da

experiência de gerações passadas"1. Os rituais de iniciação tinham valor moral,

social, político, religioso e prático (Piletti & Piletti, 1997, p.12-4).

A educação formal surgiu diferenciando-se progressivamente da

educação primitiva, na medida em que a sociedade tornava-se mais complexa.

Passou-se a ter local específico para se aprender, os conteúdos especializaram-se e

os professores e alunos tiveram papéis mais definidos, isto é mais específicos

(Gadotti, 1997, p.23).

A prática educacional precedeu a formalização de qualquer

pensamento pedagógico. Este surgiu na verdade, como uma tentativa de organizar

e sistematizar uma prática preexistente, levando em conta a cultura onde esta

prática se desenvolvia. No Oriente, caracterizava-se por ênfase na não-violência,

na tradição e na meditação. A religião com suas doutrinas pedagógicas tinha papel

de relevo como na China com o Budismo, o Taoísmo e o Confucionismo, na

Babilônia com o Magicismo, na Índia o Hinduísmo e na Palestina e Egito com o

Teocratismo, nas suas vertentes judaica e egípcia (Gadotti, 1997, p.21-2).

A educação chinesa era o padrão da educação oriental e girava

em torno do domínio da linguagem escrita e da literatura, com o ensino centrado

no professor. O aluno decorava, não importando o significado. A educação era

conservadora e tradicionalista, e considerava que o mundo é como é e assim deve

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26

continuar. O professor era o responsável pela manutenção do status quo (Piletti &

Piletti, 1997, p.18-20). Encontramos em Confúcio:

“Os filhos, a serviço dos pais, ao primeiro

canto do galo, devem lavar as mãos, enxugar a boca, pentear-

se, pôr em cima do cabelo o lenço de seda, firmá-lo com o

alfinete, amarrar o cabelo com a fita, escovar o que fica ao

ar, então colocar o barrete, deixando pendurados os extremos

da trança. Depois, colocar a jaqueta negra de forma

quadrada, as joelheiras e o cinturão; fixando nele os seus

tabletes (com inscrições ou para usos de escrita). Pendurar os

utensílios dos lados esquerdo e direito do cinturão; do

esquerdo, o pequenino espanador ou escova para remover o

pó, e o lenço, a faca e a pedra de afiar, o estilete e o espelho

de metal para obter fogo do sol; do direito, o dedal de

agulhas para o polegar e a pulseira, o tubo para os

instrumentos de escrever, a bainha para a faca, o grande

estilete e a broca para obter fogo da madeira. Deverão então

colocar suas polainas e ajustar os cordões dos sapatos”.2

No entanto, mesmo nesta época foi possível encontrar alguns

poucos traços do papel do aprendiz. A educação judaica é um exemplo. Embora

em linhas gerais, mantivesse fortes ligações com os padrões acima descritos, esta

se afastava dele em alguns pontos significativos. Primeiramente, a importância da

instrução – “O estudo da Tora é maior que o sacerdócio e a púrpura real”.

Comparativamente, as tribos judaicas apresentavam uma disseminação do

conhecimento maior que a média de seus vizinhos – “Um sábio que não ensina

aos outros é como um pé de mirra no deserto”. Particularmente pela forma de

ensino – “O estudo e o ensino da Tora só podem prosperar e desenvolver-se por

meio de uma incessante troca de idéias e pensamentos entre mestres e pessoas

1 MONROE, 1983, p.1.

2 MÜLLER, p.449.

Page 27: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

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cultas”. O processo de aprendizado pode ainda ser entrevisto assim: “Quando

virdes um aluno que carrega suas lições como se fossem barras pesadas de ferro,

sabei que isso se dá porque seu mestre não o assiste com bondade e paciência”.

“Aprendi muito com meus mestres, mais com meus companheiros, mais ainda

com meus alunos” (Keller, 1969).

A sociedade grega foi o berço da cultura, da civilização e da

educação ocidental. Os gregos tinham visão ampla e refletiam sobre o que é o

homem. Esses ideais entretanto, eram apenas para o homem livre, o cidadão da

polis, em uma comunidade com expressiva parcela de escravos. O cidadão sem as

preocupações menores do cotidiano, tarefas de homens inferiores, preocupava-se

com o governo. O ensino estimulava a competição e as virtudes guerreiras,

garantindo o domínio sobre as classes inferiores e as regiões dominadas (Gadotti,

1997, p.29).

A prática educacional na Grécia dizia que o homem educado

manda e faz-se obedecer, cabendo a uns poucos aprender a governar. A Paidéia,

maior avanço da Antigüidade, é a educação que integra e influencia

reciprocamente a cultura da sociedade e aquela desenvolvida individualmente.

Cria duas pedagogias: a da eficiência individual e liberdade, e a da convivência

social e política. Forma o corpo pela ginástica, a mente pela filosofia e ciências e a

moral e os sentimentos pela música e artes (Gadotti, 1997, p.30).

Sócrates, Platão e Aristóteles foram os filósofos que exerceram

a maior influência nos gregos. Estes eram educados pelos textos de Homero, onde

o ideal era ser melhor e superior, com o espírito livre para criar. Nos gregos

Page 28: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

28

encontramos a base de quase todas as idéias que hoje discutimos. A aprendizagem

não foge à regra.

Sócrates questionava a possibilidade do aprender, dado que a

seu ver as idéias eram inatas. Desta maneira, educar não seria transmitir

conhecimento, mas relembrá-lo, anamnesis. Aqui é ilustrativa a história que

Platão conta sobre Sócrates. A preocupação com a natureza do conhecimento fez

parte da agenda grega. Sócrates, pela pena de Platão mostra como o

conhecimento, na verdade não é aprendido, e sim rememorado. E isto ele o faz

através de perguntas dirigidas a um jovem escravo, ignorante das artes da

geometria. Demonstra que mesmo desconhecendo o cálculo da área de um

quadrado pode por si só obtê-la, baseado apenas em seu senso comum desde que

encaminhado adequadamente (Gardner, 1995).

Por outro lado ainda em Platão, a alegoria da caverna nos mostra

o caminho a seguir pela educação. Sua função seria a de combater a alienação do

aprendiz ao considerar como real a aparência das coisas, incapaz de perceber que

o verdadeiramente real e eterno, a essência das coisas encontra-se em outro nível

– o mundo das idéias. Neste contexto então é que desponta o demiurgo, o

professor capaz de estabelecer a ponte entre o eterno e o transitório; entre a

essência e a aparência.

Esta visão não é partilhada por Aristóteles, que defende a

possibilidade de uma aprendizagem por condicionamento externo. Para ele, as

idéias estão nas coisas, no concreto. Por isto elege como condições fundamentais

para o desenvolvimento da virtude a disposição inata, o hábito e o ensino.

Page 29: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

29

Preocupa-se com características individuais; na sua Arte Retórica e Arte Poética,

discute entre outros, como elas variam com a idade. Mais preocupado com a

política, descreve os jovens como arrebatados e inconstantes plenos de esperanças

no futuro. Os velhos, ao contrário, conservadores e tradicionalistas. São

desconfiados, obedecendo mais ao cálculo que à índole natural. Fiel ao princípio

grego de que a virtude está no centro, apresenta a idade adulta como aquela em

que os excessos das outras são coibidos.

Pitágoras pregava aplicar na vida a ordem do universo, a

harmonia da matemática, Isócrates centrava o ato educativo na linguagem e na

retórica e Xenofontes, influenciado por Sócrates, defendia a educação da mulher e

a idéia da dignidade humana (Gadotti, 1997, p.30).

De certa maneira, a dualidade corpo – mente, já se expressava

na Grécia. O humanismo ateniense; caracterizado pela ênfase nos valores

intelectuais - verdade, belo e bem - em contraste com Esparta que fazia a apologia

do culto ao corpo.

Platão sonhava com a democracia, tendo a educação papel

fundamental, ensino municipal e público, nos níveis primário, secundário e

superior, impedindo assim as pretensões totalitárias e trazendo o controle o mais

próximo da comunidade (Gadotti, 1997, p.31).

A filosofia da educação grega foi transmitida aos romanos

quando estes conquistaram a Grécia. A Paidéia traduziu-se nos estudos

humanistas, a humanitas - cultura geral que transcende os interesses locais e

Page 30: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

30

nacionais -, universalizada pelo cristianismo e a imposição do latim nas províncias

conquistadas, caracterizando o processo de romanização (Gadotti, 1997, p.42-3).

O homem realizado – locuples era o ideal do romano. Com o

passar do tempo, a classe aristocrata cede espaço para outras classes e o Estado

ocupa-se da educação, pela primeira vez na história, com o objetivo de formar

administradores. A educação era organizada pela disciplina e justiça, paz só com

vitórias, educação para a pátria. A escola tinha três níveis: ludi-magister –

elementar; gramático - secundário e superior - espécie de Universidade (Gadotti,

1997, p.43-4).

Alguns teóricos romanos destacam-se no cenário educacional,

como Quintiliano, que centra o ensino no conteúdo do discurso em um espaço de

alegria, a schola, oferecido pelo ludi-magister - mestre do brinquedo. Um

explícito reconhecimento da necessidade do prazer no processo de aprendizagem.

No entanto mesmo aqui, há que se considerar o conceito de

alegria no contexto romano. Aqui o ludi-magister tinha como responsabilidade

ensinar a criança a leitura e a escrita, atividades consideradas amenas, se

comparadas ao aprendizado rígido e disciplinador da família. O importante neste

caso era a moral e os ideais da sociedade. Rapidamente a criança deveria crescer e

participar da condução dos negócios paternos ou maternos, conforme o seu sexo.

É nesta linha que encontramos Sêneca ao defender a educação

para a vida e para a individualidade - non scholae, sed vitae est docendum, isto é,

não se deve ensinar para a escola e sim para a vida. Plutarco diz que a educação

Page 31: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

31

deve ser feita com exemplos vivos de virtude e caráter baseada na biografia de

grandes homens (Gadotti, 1997, p.43).

Outro aspecto importante em Quintiliano é sua preocupação

com as características do aprendiz. Em sua obra Instituto Oratória, trata entre

outros, sobre a necessidade de ensinar conforme a natureza humana. Reconhecia

nas diferentes características do aluno, fatores indicadores do tipo de ensino a

implementar e do futuro do aprendiz.

“Trazido o menino para o perito na arte

de ensinar, este logo perceberá sua inteligência e seu

caráter[...]Não me dará esperança de boa índole uma criança

que, em seu gosto pela imitação, não procurar fazer senão

rir[...]Logo que tiver feito estas considerações, o mestre

deverá perceber de que modo deverá ser tratado o espírito do

aluno”.3.

Na Idade Média, o Cristo educador propunha uma pedagogia

concreta. Parábolas criadas no calor dos fatos, a partir de um duplo domínio das

linguagens erudita e popular; tradição mantida até hoje pelo sacerdócio. A

educação medieval era dual, com as escolas catequéticas dirigidas para o povo e

as escolas monacais garantindo a preservação da cultura greco-romana.

Neste ponto da história surge um fenômeno interessante. Até

então, dentro de certos limites, as noções de aprendizagem cursavam próximas aos

conceitos de liberdade e democracia. Estando a educação cada vez mais afastada

dos desígnios divinos e mais próxima das necessidades humanas, o

reconhecimento do outro na relação surgia em um contexto mais aberto. Modelos

mais autoritários em sociedades mais autoritárias e tradicionalistas. Modelos

3 ROSA, 1997.

Page 32: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

32

tendendo a reconhecer no aprendiz e no processo de aprendizado, características a

influenciar o ensino; acompanhando estruturas mais democráticas.

Na Europa medieval esta aproximação se desmancha. É inegável

o poder da Igreja no homem medieval. As causas desta hegemonia são múltiplas;

mas um fator a ser considerado foi a eficiência com que ela transmitiu e manteve

suas idéias durante este período. Desta maneira, há que se considerar por um lado

a eficiência citada, implicando no uso de processos adequados ao contexto. Por

outro, na difusão de idéias que progressivamente retiravam do controle humano a

gerência de suas vidas e da sociedade.

Esta educação religiosa era baseada nos dogmas cristãos,

substituindo as culturas anteriores, baseadas na existência terrena, aristocratismo e

heroísmo, pelo poder de Cristo - "Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Todo o

poder me foi dado"-. O novo ideal educacional concentra-se no aspecto moral do

ser humano (Piletti & Piletti, 1997, p.52). A educação torna-se ainda mais

autoritária. O conhecimento vem de Deus; em Santo Agostinho [...]“que não se

chame a ninguém de mestre na Terra, pois o verdadeiro e único Mestre de todos

está no céu”[...]. Constantino no século IV, centraliza o ensino, tornando-o pela

primeira vez aparelho ideológico do Estado (Gadotti, 1997, p. 51-2 e 57).

Para Tomás de Aquino, a educação permite habituar o educando

a mostrar todas as suas potencialidades. Faz assim a síntese entre a educação

cristã e greco-romana - educação integral (Gadotti, 1997, p.55). No entanto,

entenda-se esta afirmativa no contexto medieval, onde a aspiração máxima era a

Page 33: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

33

imitação de Cristo. Assim é que não se está falando do desabrochar de

individualidades, mas na capacidade de tornar-se um cristão melhor.

Ainda mais, a conciliação com os conhecimentos anteriores, faz-

se a partir de uma leitura muito particular da filosofia grega, uma ênfase nas idéias

platônicas em detrimento das aristotélicas.

Por outro lado a Igreja produz conhecimento de forma muito

dinâmica no seu seio. O período medieval é efervescente em discussões

teológicas. A Igreja de Roma, em particular, desenvolve brutal esforço (intelectual

e policial), na defesa de sua visão particular das escrituras. Tal esforço

implementa-se não só no interior da cristandade, haja visto o problema das

heresias, como também em um contexto de conflitos externos entre muçulmanos e

cristãos.

No período da formação do Império Árabe, século VI e VII,

Maomé funda uma nova religião e seus seguidores são chamados de muçulmanos,

que acreditam que este foi o último mensageiro de Deus. A doutrina de Maomé

está no Alcorão, obra prima da literatura árabe e universal.

Assim é que no século XIII inicia-se uma nova vida intelectual.

É nas escolas monacais, e em algumas universidades onde prosperam os Doutores

da Igreja. Desenvolve-se aí não só o conhecimento como também o método, que

caracterizaram a Filosofia Escolástica, que concilia a razão histórica com a fé

cristã, tendo como maior expoente entre seus fundadores São Tomás de Aquino.

Este afirmava o conhecimento como supra-natural mas não anti-

racional, o que permitia a análise teológica pelas ferramentas da lógica

Page 34: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

34

Aristotélica. A Suma Teológica é o exemplo máximo desta postura. O método

tomista consistia no questionamento de uma proposição; por exemplo na Questão

XVI Artigo 1º “Se a verdade existe somente no intelecto, ou antes, nas coisas”.

4

Inicia a discussão do artigo apresentando posições de eruditos

anteriores e antagônicas à solução proposta no texto. A seguir vem a solução

propriamente dita, onde o autor apresenta a sua tese. Finalmente, apresentam-se as

respostas às objeções apresentadas pelos eruditos contrários. Este método, tornou-

se simultaneamente uma poderosa ferramenta de defesa das próprias idéias, como

também percebe-se, fortemente didático. Criava-se assim como que um “livro-

texto”, onde aprendizes encontravam, de forma bem sistematizada, os diferentes

argumentos com os quais seriam capazes de defender a fé cristã.

Ao mesmo tempo, era necessário divulgar o ideário, em uma

população de nobres e plebeus iletrados. A igreja valeu-se então de uma

multiplicidade de recursos instrucionais. A transmissão oral favorecida pelo

desenvolvimento entre seus padres da retórica e da dialética, disciplinas

onipresentes no Trivium universitário. Em que pese a distância no tempo e local,

consulte-se o padre Vieira:

“Há de tomar o pregador uma só matéria,

há de defini-la para que se conheça, há de dividi-la para que

se distinga, há de prová-la com a Escritura, há de declará-la

com a razão, há de confirmá-la com o exemplo, há de

amplificá-la com as causas, com os efeitos, com as

circunstâncias, com as conveniências que se hão de seguir,

com os inconvenientes que se devem evitar, há de responder

as dúvidas, há de satisfazer as dificuldades, há de impugnar e

refutar com toda a força da eloqüência os argumentos

contrários, e depois disto há de colher, há de apertar, há de

4 AQUINO, 1979, p. 125.

Page 35: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

35

concluir, há de persuadir, há de acabar. Isto é sermão, isto é

pregar, e o que não é isto é falar de mais alto”.5

Mas a didática não parava aí. A idade média é o tempo das

catedrais. Local centralizador da inteligência religiosa mas também de outras

habilidades. Uma delas a arquitetura, visitar uma delas é sentir a pequenez do

homem frente à magnificência de Deus. Ao mesmo tempo, as esculturas, os

ícones, em particular a via sacra, são todos meios visuais de ensinar uma doutrina

para iletrados. As missas medievais eram sempre que possível, cheias de pompa e

circunstância. O incenso e os sons, mobilizando emoções as mais diversas.

Imagine-se um homem medieval, em um catedral, escutando sermões intercalados

ora pela música sacra vibrando através das centenas de tubos de um órgão, ora

pelo coro de monges beneditinos entoando seu Kírie. Do mesmo passo é nesta

época que proliferam as xilogravuras, inicialmente sob a forma de figuras únicas e

depois encadernadas. Obras religiosas que pelo seu formato podem ser

considerados os precursores das histórias em quadrinhos atuais. Um exemplo

(cerca de 1460), a Bíblie Pauperum, obra que não era para ser lida, mas para ser

vista (Febvre & Martin, 1992; Manguel, 1997).

Perceba-se nesta breve descrição o uso combinado e

perfeitamente integrado de uma multiplicidade de recursos didáticos que faria

inveja ao educador contemporâneo. Em um mesmo cenário, envolver aspectos

afetivos e cognitivos. Uma instrução inserida na realidade do aluno. Múltipla,

Page 36: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

36

mobilizando a visão, a audição, o movimento. Simultaneamente, fornecendo, sob

o argumento da autoridade, alívio para os mais recônditos receios do homem. Não

surpreende, portanto a hegemonia obtida nestes últimos séculos.

No século XIII acontece a criação das universidades de Nápoles,

Paris, Bolonha, Salerno, Oxford, Heidelberg e Viena buscando a universalidade

do saber. A Idade Média foi fecunda em lutas pela autonomia, gratuidade do

ensino e pagamento de professores. O saber universitário foi aos poucos se

elitizando; fechado nas Academias, submetido à censura da Igreja e burocratizado

pelas Cortes, mas mesmo assim foi grande a influência da Universidade. Ela

forneceu o primeiro exemplo de organização puramente democrática (Gadotti,

1997, p.55-6).

A educação renascentista visava o homem burguês, o clero e a

nobreza. Era elitista, aristocrata e nutria o individualismo liberal, não chegando as

massas populares. Junto com a revalorização da cultura greco-romana, alguns

fatos históricos, séculos XIV e XV, influenciaram o pensamento pedagógico

favorecendo a superação do próprio homem, o pioneirismo e a aventura (Gadotti,

1997, p.61-2).

O renascimento demonstra 3 grandes áreas de interesse: vida

real do passado, mundo subjetivo das emoções e mundo da natureza física. Como

uma das principais conseqüências destes novos interesses, surge o deslocamento

do centro de gravitação das coisas divinas para o próprio homem, se opondo à

escolástica e propondo o ideal da nova vida, nos propósitos e atividades

5 VIEIRA, 1968, p.99.

Page 37: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

37

específicas das humanidades. A literatura dos gregos e romanos era apenas um

meio para compreensão destas atividades, por isso o aprendizado da língua e da

literatura torna-se o problema pedagógico mais importante (Piletti & Piletti, 1997,

p.63-5).

Muito embora ainda elitista e aristocrático, o humanismo

antropocêntrico renascentista ao dirigir-se ao indivíduo permite entrever uma

maior participação do aprendiz na aprendizagem. De certa maneira retoma uma

agenda interrompida no período medieval. Concretamente, isto não se implementa

de forma abrangente. No entanto, como veremos em seguida, começam a surgir

idéias onde características do aprendiz se tornam mais relevantes.

Feltre (séculos XIV e XV), em sua Casa Giocosa, propunha

uma educação individualizada, o autogoverno dos alunos, a emulação.

Preocupava-se, acima de tudo, com a formação integral do homem. Já aflorava a

valorização da aprendizagem, pois assim dizia uma legenda da Casa Giocosa:

“Vinde, ó meninos, aqui se instrui, não se atormenta”, ou seja aprender deveria

ser algo prazeroso e também voltado para a realidade, pois assim falava: “Quero

ensinar aos jovens a pensar, não a delirar”. Foi considerado um precursor da

Escola Nova.

Vives (séculos XIV e XV), enfatiza as vantagens do método

indutivo, o valor da observação rigorosa e da coleta de experiências. Do ponto de

vista epistemológico, isto torna o conhecimento um produto do homem, sendo,

portanto passível de crítica pelos seus semelhantes. Ainda mais, a indução não

Page 38: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

38

possui a força lógica da dedução, o que torna ainda mais fácil a implementação da

crítica. Mais um tijolo para a escola dos aprendizes ativos.

Na mesma linha, Rabelais (séculos XIV e XV), faz os franceses

rirem da educação medieval através do gigante Gargântua. Ressalta a importância

da natureza em oposição aos livros. Claramente contra-hegemônico, criticou a

escolástica, valorizando a cultura popular em resistência à cultura oficial

dominante.

Erasmo (séculos XV e XVI), pregador do humanismo, no seu

Elogio da Loucura investiu contra o obscurantismo da cultura medieval. A sua

ênfase no livre arbítrio, embora ligada a uma visão religiosa, abre ao aprendiz uma

senda que este não ousava antever.

O ideal educativo de Montaigne é o homem para o mundo. É

preciso educar o juízo do aluno. Aconselha:

[...]”As abelhas voam de flor em flor

roubando-lhes parte dos delicados sucos que contêm, que não

são o próprio mel; este as abelhas formam depois e é

inteiramente seu. Da mesma forma devem os discípulos

recolher idéias e conhecimentos dos demais, não para

reproduzi-los como os recebem, mas para transformá-los e

fundi-los em obra própria. Guarde em boa hora o que

recebeu emprestado, mas revele ao mesmo tempo o que fez

por sua parte”.

Reprova os que tratam alunos como sujeitos passivos, que

recebem o conhecimento como "idéias já feitas". “Sua preocupação com um tipo

de educação destinada a formar o juízo prático dos jovens para as coisas da vida

coincide com as preocupações educativas de nosso tempo” (Piletti & Piletti,

1997, p.66-8).

Page 39: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

39

O Renascimento valorizava as humanidades em oposição ao

teocratismo da Idade Média, a reação de protesto repercutiu na educação e na

Igreja com a Reforma Protestante, iniciada pelo monge Lutero e considerada por

Engels como a 1a revolução burguesa. Transferiu a escola para o Estado.

A Igreja Católica reagiu dentre outras coisas com a criação da

Companhia de Jesus, fundada por Inácio de Loyola. Os jesuítas visavam a

formação do homem burguês e tinham por missão converter hereges e alimentar

cristãos vacilantes. Desprezaram a educação popular, e para o povo sobrou apenas

o ensino dos princípios da religião cristã (Gadotti, 1997, p.64-5). Afora as

questões ideológicas, o ensino jesuítico tinha princípios básicos que

demonstravam preocupação com a qualidade da aprendizagem, pois pregava que

era melhor aprender pouco, mas bem aprendido do que muito e superficialmente

(Piletti & Piletti, 1997, p.76).

As grandes transformações que ocorreram na passagem da Idade

Média para a Idade Moderna - grandes navegações, desenvolvimento da burguesia

e do capitalismo etc. - fortaleceram o movimento no sentido que a autoridade da

Igreja ficasse restrita aos assuntos religiosos, deixando de controlar os outros

assuntos, dentre eles a educação. Esse movimento cresceu durante toda a Idade

Moderna, conseguindo impor-se a partir da Revolução Francesa (1789), com a

separação entre a Igreja e o Estado (Piletti & Piletti, 1997, p.77). O homem

buscou o domínio da natureza por técnicas, artes e estudos (matemática,

astronomia, medicina e biologia) considerando tudo o que foi ensinado em épocas

Page 40: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

40

anteriores suspeito. A educação moderna caracterizava-se pelo realismo (Gadotti,

1997, p.76-8).

A pedagogia realista foi contra o formalismo humanista, o

domínio do mundo exterior sobre o interior, supremacia das coisas sobre as

palavras. De humanista, a educação torna-se científica influenciada por

pensadores que contribuíram para o desenvolvimento da ciência moderna,

independente da autoridade eclesiástica e construída a partir da observação e do

estudo experimental da natureza.

Bacon opôs o método indutivo ao dedutivo de Aristóteles, em

que todos os conhecimentos são derivados dedutivamente a partir de verdades

universais e absolutas, preestabelecidas pelas autoridades. Distinção entre fé e

razão, tornou-se a mola mestra da ciência moderna.

A contribuição de Descartes em seu Discurso do método, surgiu

com as regras que estabelecem os passos para o estudo e pesquisa, considerando a

matemática modelo de ciência perfeita.

Locke em seu Ensaio sobre o entendimento humano trouxe a

idéia da experiência sensorial, onde nada existe em nossa mente sem originar-se

dos sentidos. Segundo ele a criança ao nascer era uma tabula rasa, um papel em

branco onde o mestre podia tudo escrever (Gadotti, 1997, p.76-8).

Embora mais orientados ao desenvolvimento da ciência, as

contribuições destes pensadores tiveram repercussões na educação e obviamente

foi mais uma abordagem sobre a aprendizagem , cujo método induz a que o

próprio aluno descubra o conhecimento e sistematize a sua forma de estudar e

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41

aprender cientificamente, segundo métodos bem planejados (Piletti & Piletti,

1997, p.77-8).

Comenius foi sem dúvida o mais importante pensador

educacional do século XVII. Escreveu entre mais de cem livros e tratados, a obra

Didática Magna que aborda numerosos assuntos, tendo atenção especial a

finalidade da educação, o conteúdo da educação, o método e a organização das

escolas. Foi um dos maiores reformadores sociais de sua época, o primeiro a

propor um sistema articulado de ensino. Traz o conceito de educação continuada

quando afirma que a educação deveria ser permanente, durante toda a vida, pois a

educação do homem nunca termina porque nós sempre estamos sendo homens e,

portanto, estamos sempre nos formando (Gadotti, 1997, p.78-9; Piletti & Piletti,

1997, p.79).

A Idade Moderna (1453-1789) foi o período em que predominou

o regime absolutista que concentrava o poder no clero e na nobreza. O cardeal

Richelieu, primeiro-ministro de Luís XIII, considerava que, embora necessário

numa República, o conhecimento das letras não deveria ser acessível a todos:

Assim como um corpo que tivesse olhos em

todas as suas partes seria monstruoso, da mesma forma um

Estado o seria, se todos os seus súditos fossem sábios; ver-se-

ia aí tão pouca obediência, quanto o orgulho e a presunção

seriam comuns6.

Observa-se aí o poder que o conhecimento proporciona aos

homens.

6 NUNES, 1981,.p.18.

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42

A Revolução Francesa pôs fim ao absolutismo, discurso já

presente nas idéias dos pensadores participantes do movimento chamado

Iluminismo. Foi considerada a revolução pedagógica nacional francesa do final do

século. Os grandes teóricos iluministas pregavam uma educação laica e gratuita

oferecida pelo estado para todos. A escola pública é filha dessa revolução

burguesa (Gadotti, 1997, p.87-8; Piletti & Piletti, 1997, p.89).

A Revolução Francesa baseou-se também nas exigências

populares de um sistema educacional. O projeto mais importante é o de Condorcet

que propôs o ensino universal para eliminar as desigualdades. Contudo, não era o

mesmo para todos, pois se admitia a desigualdade natural entre os homens. A

revolução da burguesia queria formar trabalhadores como cidadãos partícipes de

uma nova sociedade liberal, democrata. Os pedagogos revolucionários foram os

primeiros políticos da Educação. Apesar da filosofia o sistema manteve-se dual, à

classe dirigente a instrução para governar e à classe trabalhadora a educação para

o trabalho (Gadotti, 1997, p.89 e 93).

Entre os iluministas destaca-se Jean-Jacques Rousseau (1712-

1778). Para ele a felicidade e o bem estar são direitos naturais de todas as pessoas

e não privilégios especiais de uma classe. A organização social e a educação

existem para garantir esses direitos.

A influência dele no campo educacional deveu-se

principalmente a seu livro Emílio ou de Educação, que se constituiu no marco que

divide a velha e a nova escola. Nele descreve a educação de uma criança que é

retirada da influência dos pais e da escola, isolada da sociedade e entregue a um

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43

professor ideal que a educa segundo os padrões da natureza e em contato

permanente com esta.

“Nascemos fracos, precisamos de força;

nascemos desprovidos de tudo, temos necessidade de

assistência; nascemos estúpidos, precisamos de juízo. Tudo

que não temos ao nascer, e de que precisamos adultos, é-nos

dado pela educação.

Essa educação nos vem da natureza, ou

dos homens ou das coisas. O desenvolvimento interno de

nossas faculdades e de nossos órgãos é a educação da

natureza; o uso que nos ensinam a fazer desse

desenvolvimento é a educação dos homens; e o ganho de

nossa própria experiência sobre os objetos que nos afetam é a

educação das coisas.

Cada um de nós é portanto formado por

três espécies de mestres”[...]7

A educação não deve só instruir, mas permitir o desabrochar da

natureza. Divide-a em três momentos: infância, adolescência, maturidade.

Também por sua influência, a burguesia promove a transição do controle da

educação da Igreja para o Estado, criando-se assim, o ensino público nacional não

religioso (Gadotti, 1997, p.87-9).

Segundo Paul Monroe8, Rousseau contribuiu, influenciando a

educação em épocas posteriores, principalmente em quatro aspectos:

Educação natural que deve respeitar o desenvolvimento natural

da criança.

Aconteça o que acontecer, abandonai tudo

que torne penosa a tarefa da criança, porque só é de

importância que ela nada faça contra a sua vontade e não que

aprenda muito.

7 ROUSSEAU, 1968, p.60-2

8 MONROE, 1983, p.264-9.

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44

Educação como processo, porque se trata de um processo

contínuo que dura toda a vida.

O que devemos pensar dessa educação

bárbara que sacrifica o presente a um futuro incerto, que

sobrecarrega a criança com cadeias de todas as espécies e

começa por fazê-la infeliz visando prepará-la muito tempo

antes para uma pretensa felicidade que provavelmente

nunca chegará a gozar?.

Simplificação do processo educativo, pois a educação deve ser

tão simples quanto é simples a natureza.

Em geral, nunca substituir a coisa pela

representação, salvo quando é impossível mostrar a coisa,

porque a representação absorve a atenção da criança e a faz

esquecer a coisa representada.

A importância da criança - até Rousseau a criança era

considerada um adulto em miniatura. Foi o precursor da psicologia do

desenvolvimento, dando atenção às diversas fases do desenvolvimento da criança,

defendendo uma educação diferente para cada fase, determinada pela natureza da

criança e seu crescimento.

Muitas das suas propostas influenciaram o movimento da

educação nova e são discutidas até hoje, já que, em muitos aspectos ainda se tenta

realizar essas propostas (Piletti & Piletti, 1997, p.89-92).

Rousseau então trouxe à tona a questão fundamental de uma

aprendizagem que reconhece a presença do aprendiz como partícipe no processo.

Cabe ao mestre reconhecê-lo, respeitando as características individuais e

sugerindo a aprendizagem como de caráter relacional. No entanto, a sua

participação ocorre mais como objeto do ensino. Assim, em Locke e a “tabula

Page 45: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

45

rasa”; em Rousseau e sua opinião sobre a infância: nascemos estúpidos,

precisamos de juízo, entenda-se a percepção das características do aluno apenas

como uma necessidade de melhorar o processo de ensino. Não implicando no

reconhecimento do aprendiz como construtor da sua própria aprendizagem, idéia

já presente em Rabelais e Montaigne.

Ao final do século XVIII, nasce no interior do Iluminismo,

dentre outras, a corrente positivista que consolidou a concepção burguesa da

educação, tendo como maior expoente Augusto Comte. A libertação social e

política passava pelo desenvolvimento da ciência e da tecnologia. Trouxe avanços

para a Educação pela crítica que fez ao pensamento humanista cristão. Deu

inegável contribuição ao estudo científico da educação (Gadotti, 1997, p.107 e

110-1).

Comte (1798-1857) sofreu influência de alguns intelectuais,

como Laplace e Lagrange. Dizia que a verdadeira ciência analisa os fenômenos,

mesmo o humano, como fatos. Deve-se afastar das ciências qualquer preconceito

ideológico. A ciência precisa ser neutra. Para ele a humanidade passou por três

etapas sucessivas: estado teológico, estado metafísico e estado positivo, e a partir

da “lei dos três estados” deduziu uma proposta para o sistema educacional

(Gadotti, 1997, p.107-9).

Émile Durkheim (1858-1917) sociólogo positivista considerava

a educação como imagem e reflexo da sociedade, um fato social, a pedagogia uma

teoria da prática social. Em sua obra afirma que a regra fundamental é considerar

fatos sociais como coisas. Opunha-se a Rousseau, quando dizia que o homem

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46

nasce egoísta e só a sociedade pela educação, pode torná-lo solidário (Gadotti,

1997, p.109-10).

“A educação é a ação exercida pelas

gerações adultas sobre as gerações que ainda não se

encontram preparadas para a vida social; tem por objetivo

suscitar e desenvolver, na criança, certo número de estados

físicos”[...].9

As idéias pedagógicas de Whitehead, um dos maiores

pensadores neopositivistas contemporâneo, contidas na sua obra A ciência e o

mundo moderno, diz que “a educação é a aquisição da arte de utilizar os

conhecimentos. É uma arte difícil de transmitir.” Visualiza-se o foco do discurso

centrado na aprendizagem, trazendo à tona a importância do aprender, de adquirir

competência para construir o conhecimento, e se refere ao aprender como uma

arte difícil de ser transmitida. O investimento pedagógico, hoje, em aprendizagem

só se desenvolve em situações de fracasso escolar, como se só esses alunos

precisassem aprender a aprender (Gadotti, 1997, p.116-7).

Neste mesmo final de século XVIII, forma-se outra corrente,

antagônica ao positivismo, nascida do movimento popular e socialista no interior

da sociedade burguesa. Esta corrente chega ao século XIX sob o nome de

marxismo norteada por princípios enunciados pelo seu expoente máximo, Karl

Marx (1818-1883) em parceria com Friedrich Engels (1820-1895). Os princípios

da educação pública socialista por eles enunciados, foram desenvolvidos

9 DURKHEIM, 1955.

Page 47: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

47

principalmente por Lênin (1870-1924) que atribuiu grande importância à

educação no processo de transformação social. Esse processo foi influenciado por

intelectuais como Thomas Morus, Cabet, Saint-Simon, Owen, Considerant e

Proudhon (Gadotti, 1997, p.119-21).

Pistrak, um dos primeiros educadores da Revolução Russa,

parafraseando Lênin (não existe prática revolucionária sem teoria revolucionária),

afirmava que "sem teoria pedagógica revolucionária não poderá haver prática

pedagógica revolucionária". Ou seja, a escola passa a ser instrumento da

consciência de classe, esta como núcleo programático central do currículo da

escola socialista. O aluno tinha de se sentir participativo do progresso da

produção. Não iria a fábrica para “trabalhar”, mas para compreender a totalidade

do trabalho, é a “pedagogia da praxis.”

Gramsci (1891-1937), defensor histórico da escola socialista,

chamava a escola única de escola unitária, evocando a idéia de unidade e

centralização democrática. Já Vygotsky (1896-1934), neuropsicólogo e lingüista,

atribuiu importância fundamental ao domínio da linguagem na educação, meio

pelo qual todos sistematizam suas percepções. Dizia que a expressão oral é a mais

importante, pois é através da fala que o homem participa coletivamente da

construção de uma outra sociedade (Gadotti, 1997, p.122-9).

Suchodolski (1907-1920), em sua obra A pedagogia e as

grandes correntes filosóficas, dividiu as manifestações pedagógicas desde a

Antigüidade em duas grandes correntes: da essência e da existência, com

posicionamentos pedagógicos distintos. Sustenta também que pedagogia deve ser

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48

simultaneamente da existência e da essência, que o mais importante é que cada

homem tenha condições existenciais para construir sua própria essência. Com

base neste conflito consolidaram-se duas tendências: uma tentando ligar a

pedagogia da existência ao ideal, e a outra unindo a pedagogia da essência à vida

concreta. Entre os filósofos existencialistas que influenciaram a educação, temos:

Maurice Merleau-Ponty (1908-1961), Jean Paul Sartre (1905-1980) e Paul

Ricoeur (1913) (Gadotti, 1997, p.158-62).

No início do século XX surgiu o mais vigoroso movimento de

renovação da educação depois da escola pública burguesa, foi a Escola Nova. A

idéia já vinha se formando desde a Escola Alegre de Feltre, seguindo pela

pedagogia naturalista e romântica de Rousseau. Fundamentava o ato pedagógico

na ação, na atividade da criança. A teoria propunha que a educação fosse

instigadora da mudança social e ao mesmo tempo se transformasse porque a

sociedade estava em mudança.

O pensamento pedagógico antiautoritário, inspirado em Freud

(1856-1939), nasceu a partir da crítica à escola tradicional pela escola nova e

existencial, tanto pelos liberais quanto marxistas, que afirmavam a liberdade como

princípio e objetivo da educação. Segundo Freud a educação é processo coletivo

que visa modelar as crianças com valores dos que vão morrer. Agente transmissor

do princípio da realidade (superego - externo) frente ao princípio do prazer (ego -

interno) (Gadotti, 1997, p.173-4).

O educador espanhol Ferrer (1859-1909), cuja principal obra é

La escuela moderna afirma que a revolução seria a única via para resolver os

Page 49: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

49

problemas da sociedade, a educação para contribuir deveria formar homens livres,

futuros revolucionários. "A ação política e social seria mediatizada pela ação

pedagógica".

Adolphe Ferrière (1879-1960), pioneiro da Escola Nova dizia

que a educação nova seria integral, prática, ativa e autônoma colocando a criança

no centro das perspectivas educativas.

Criticava a escola tradicional por haver substituído a alegria de

viver pela inquietude, o regozijo pela gravidade, a espontaneidade pela

imobilidade e as risadas pelo silêncio (Gadotti, 1997, p.142-3).

O movimento da escola nova valoriza sobremaneira o aprender,

como questão fundamental do processo educacional, como afirma Dewey (1859-

1952), que o ensino deveria dar-se pela ação e não pela instrução - learning by

doing. De acordo com tal visão, a educação é essencialmente processo e não

produto, se confundiria com o próprio processo de viver.

Sendo o aluno o autor da sua própria experiência, temos o

paidocentrismo - aluno como centro - da escola nova. Esta postura gera a

necessidade de criação de métodos ativos e criativos também centrados no aluno,

sendo esses métodos de ensino, o maior avanço da escola nova. Kilpatrick (1871-

1965), criou o método dos projetos centrado numa atividade prática dos alunos, de

preferencia manual. Ele preocupava-se sobretudo com a formação do homem para

a democracia e para uma sociedade em constante mutação.

Outra contribuição foi a de Decroly (1871-1932) com o seu

método dos centros de interesses (família, universo, mundo animal etc.), que

Page 50: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

50

difere do método dos projetos, porque este não possui um fim, uma tarefa a ser

realizada, visa as necessidades fundamentais da criança: alimentar-se, proteger-se

contra perigos, etc.

Outra experiência importante foi a de Maria Montessori (1870-

1952), médica italiana, que trampôs seu método de recuperação de crianças

deficientes para crianças normais, construindo uma enorme quantidade de jogos e

materiais pedagógicos. Pela primeira vez tinha-se um ambiente escolar com

objetos pequenos para que a criança tivesse pleno domínio deles.

Outra experiência de escola livre foi a de Summerhill, levada a

frente por Neill (1883-1973), liberal, não progressista, representando a perspectiva

baseada no princípio da afirmação da liberdade sobre autoridade, só conhecendo

“como limite o direito e a liberdade do outro.”

A valorização do trabalho entrou definitivamente na prática e

teoria da educação, com Freinet (1896-1966). Ele diz que “a escola popular do

futuro seria a escola do trabalho[...]Quando o povo chegar ao poder, terá sua

escola e sua pedagogia”[...]. A igreja e a burguesia já tiveram as suas pedagogias.

O professor teria que ser formado para não obstaculizar o impulso vital da criança

(Gadotti, 1997, p.143-6).

Piaget (1896-1980) discípulo de Claparède investigou a natureza

do desenvolvimento da inteligência na criança. Afirmava que:

[...]”é preciso que o mestre-animador não

se limite ao conhecimento de sua ciência, mas também ao

conhecimento das peculiaridades do desenvolvimento

psicológico da inteligência da criança[...] Compreender é

inventar, ou reconstruir através da reinvenção, e será preciso

curvar-se ante tais necessidades se o que se pretende, para o

Page 51: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

51

futuro, é moldar indivíduos capazes de produzir ou de criar, e

não apenas de repetir”.10

A crítica de Piaget à escola tradicional é ácida. Segundo ele, os

sistemas educacionais objetivam mais acomodar a criança aos conhecimentos

tradicionais que formar inteligências inventivas e críticas. Aparece aí mais um

tijolo da aprendizagem ativa.

Rogers (1902-1987), valorizava a empatia, a autenticidade.

Afirma que o processo educativo deveria centrar-se na criança, não no professor,

nem no conteúdo pragmático. Atribui grande importância ao educador, ou

facilitador da aprendizagem (Gadotti, 1997, p.174-6). Em seu livro Liberdade

para aprender, se refere a esse professor ressaltando as características que possui

de apreço, aceitação e confiança no aprendiz

[...]”Pode aceitar sentimentos pessoais

que, a um tempo, perturbam ou promovem a aprendizagem -

rivalidade com um companheiro, aversão à autoridade,

interesse por sua própria adaptação.[...]O apreço ou

aceitação do facilitador em relação ao aprendiz é uma

expressão operacional da sua essencial confiança e crédito na

capacidade do homem como ser vivo”.

Descreve o caráter relacional da aprendizagem, e a necessidade

de se respeitar as características individuais do aprendiz no processo. E ainda

mais, no mesmo livro quando relaciona alguns princípios de aprendizagem traz

para o processo também a questão da pertinência do que se aprende dizendo: “A

aprendizagem significativa verifica-se quando o estudante percebe que a matéria

a estudar se relaciona com os seus próprios objetivos.”

10 PIAGET, 1988, p.14-7.

Page 52: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

52

Embora não haja uma relação direta entre a Escola Nova e o

tecnicismo pedagógico, o desenvolvimento das tecnologias de ensino deve muito

à preocupação escolanovista com os meios e as técnicas educacionais. Nesse

sentido, a contribuição de Skinner (1904-1990) foi considerável pelas suas

técnicas psicológicas do condicionamento humano, aplicáveis ao ensino-

aprendizagem. Felizmente, os métodos se aperfeiçoaram e as inovações

conseqüentes, levaram os educadores, em meio a tantas técnicas e métodos

propostos, a buscar a análise da sua prática e discussão do cotidiano da escola. É

constante a atenção destinada ao binômio ensino-aprendizagem, mesmo que se

busque freqüentemente investir na aprendizagem por intermédio de métodos e

técnicas de ensino.

Na segunda metade deste século uma visão crítica vem

desmistificar o otimismo dos educadores novos, em relação à questão ideológica

da classe dominante, preparando as crianças para reproduzirem a mesma

sociedade e não para transformá-la. Certamente havia algo de errado na educação

ao formar homens que se odiavam tanto. Já fizeram duas guerras mundiais[!]

Paulo Freire (1921-1997) denunciou o caráter conservador dessa

visão pedagógica, servindo tanto para a prática da dominação quanto para a

prática da liberdade. Entretanto, diz ele, ela representou na história das idéias e

práticas pedagógicas, um considerável avanço.

O movimento da Escola Nova é complexo, com contribuições

do positivismo e do marxismo e levou a desdobramentos importantes para os

movimentos que se seguiram. Os teóricos progressistas atuais apontam para uma

Page 53: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

53

perspectiva integradora das correntes quer da Escola Tradicional, quer da Escola

Nova (Gadotti, 1997, p.147-8).

A crítica à educação e à escola se acentuou radicalmente; entre

os maiores críticos estão o filósofo francês Althusser e os sociólogos Bourdieu e

Passeron, Baudelot e Estlabet. As obras desses autores demonstram que a

educação reproduz a sociedade, daí serem chamados de críticos-reprodutivistas

(Gadotti, 1997, p.187).

Althusser (1918-1990) é o autor da teoria da escola como um

dos aparelhos ideológicos do Estado (1969), sendo toda ação pedagógica uma

imposição arbitrária da cultura das classes dominantes. No livro Resposta a John

Lewis diz que filosofia é a "luta de classes na teoria". A escola - família substituiu

a dupla igreja - família como aparelho ideológico dominante, pois é a escola que

tem por anos, uma presença obrigatória dos alunos (Gadotti, 1997, p.187-8).

Sociólogos franceses, Bourdieu e Passeron desenvolveram a

teoria da reprodução baseada no conceito de violência simbólica. Toda ação

pedagógica é objetivamente uma violência simbólica enquanto imposição por um

poder arbitrário - divisão da sociedade em classes, e reproduz a cultura e a

sociedade simultaneamente. Ação pedagógica primária é da família, e a criança

recebe formação e informação de acordo com a posição desta na hierarquia social,

levando determinado capital cultural para a escola (Gadotti, 1997, p.189).

Sociólogos franceses, Baudelot e Establet formularam a teoria

da escola dualista, destruindo a ideologia da “escola única”. Na frança dizem, há

duas redes escolares, a secundária-superior (SS) para os 25% de filhos da classe

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dominante e a primária-profissional (PP) para os 75% que constituem as classes

dominadas. Os conteúdos variam de uma rede para outra, PP se submete à

ideologia dominante, a SS forma agentes desta ideologia (Gadotti, 1997, p.189-

90).

J. Palácios, educador espanhol, na obra La cuestión escolar diz

que a escola não é nem a causa, nem o instrumento da divisão social de classes, é

sua conseqüência, se contrapondo ao discurso anterior.

Verifica-se que a crítica que permeia este período afasta-se um

pouco do eixo desta investigação. O processo de aprendizagem passa a um

segundo plano, dada a ênfase no conteúdo e o seu uso na sociedade pelos egressos

do sistema educacional.

No Terceiro Mundo, houve uma construção pedagógica original,

no processo de lutas pela sua emancipação. Surge a visão otimista da construção

da democracia via educação.

A pedagogia originada aí é política, não especulativa, mas

prática, visando a ação entre os homens. É o que Paulo Freire chama de

Pedagogia do Oprimido e Enrique Dussel, outro filósofo da educação latino-

americano chama de Pedagogia da Libertação (Gadotti, 1997, p.204-6).

Dentro dessa linha no Brasil existem 2 tendências gerais: liberal

e progressista nem sempre antagônicas e excludentes. Os liberais defendem

liberdade do ensino, pensamento e pesquisa baseados na natureza da criança.

Existem uns que são defensores da escola pública e outros da privada. O consenso

Page 55: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

55

é que não reconhecem no seio da sociedade o conflito de classe e restringem o

papel da escola ao estritamente pedagógico.

Os educadores e teóricos progressistas defendem o

envolvimento da escola na formação do cidadão crítico e transformador da

sociedade, com papéis diversos para ela. Uns combatem a burocracia escolar,

outros a deterioração da educação escolar. Uns defendem maior autonomia de

cada escola, outros maior intervenção da escola. Estas correntes são fruto de

diversas posições políticas e filosóficas (Gadotti, 1997, p.238-9).

Filósofos e educadores apontam tendências atuais, ao término do

milênio com crises de paradigmas nas ciências, na cultura e na sociedade. Dentre

alguns caminhos apontados, aparece um novo discurso, superando o conteudismo

e o politicismo, é a escola oniforme (não uniforme), crítica e participativa,

autônoma, com sadio pluralismo de idéias, onde ensino não se confunde com

consumo de idéias. Busca desenvolver onilateralmente todas as potencialidades

humanas (Gadotti, 1997, p. 267-77).

Propõem uma escola oniforme, única e popular que seria o

oposto da escola burguesa, doutrinadora e padronizada. Escola significa alegria e

lazer, segundo Georges Snyders “esse é o ideal da escola: a alegria de construir

o saber elaborado.”

Essa base filosófica coloca em um novo patamar as correntes e

tendências da educação, divididas em questões políticas, metodológicas e

epistemológicas, que hoje são chamadas de perspectivas, que somam e integram,

ao contrário das tendências, que limitam. Situam o fenômeno da educação não

Page 56: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

56

mais nas questões políticas (iluminismo), não mais nas questões científicas

(positivismo), não mais nas questões metodológicas (escolanovismo). Essa nova

concepção da educação fundamenta-se na antropologia (Gadotti, 1997, p. p.277).

Dentre as teorias surgidas nos últimos anos, desperta o interesse

dos educadores os paradigmas holonômicos, incluindo aí as reflexões de Edgard

Morin, autor de O enigma do homem, que propõe uma lógica do vivente, isto é,

um princípio unificador do saber, do conhecimento em torno do homem,

valorizando o seu cotidiano, o pessoal, a singularidade, o acaso e outras categorias

como decisão, projeto, ruído, ambigüidade, escolha, síntese, vínculo e totalidade.

Essas seriam as novas categorias dos paradigmas que se chamam holonômicos

(holos - todo), que procuram não perder de vista a totalidade. Mais do que a

ideologia, a utopia teria essa força de resgatar a totalidade do real. Pretendem

restaurar a totalidade do sujeito individual, valorizando a iniciativa, a criatividade,

o micro, a singularidade, a complementaridade, a convergência.

O novo brota do velho, no seio da crise da educação moderna

surgem os elementos da educação do futuro, inserido no atual e recente

movimento histórico-social chamado pós-modernismo, hoje considerado um

movimento de indagação sobre o futuro.

A educação pós-moderna, que tem como identidade negação do

modernismo e associação ao multiculturalismo, pretende transformá-la, tendo

como concepção geral o respeito à diversidade, as minorias étnicas, etc.

ampliando conhecimento, visão de mundo. Quer resgatar a unidade entre história

e sujeito. Antes de conhecer, o homem está interessado em conhecer, isto é,

Page 57: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

57

trabalha mais com o significado do que com o conteúdo. Este não é negado e sim

modificado em significativo para o estudante. Filosofia neo-humanista com

conceito-chave de equidade-igualdade sem eliminar a diferença. Desafio de

manter o equilíbrio entre a cultura local e universal, patrimônio da humanidade.

Diz que a escola tem que ser local, como ponto de partida, e

internacional/intercultural como ponto de chegada. A autonomia é peça chave

para garantir o diálogo da escola com todas as culturas/concepções de mundo. Só

assim será multicultural e cumprirá a sua nova função social. Os professores

devem elaborar estratégias próprias para camadas populares, para compreendê-las

na totalidade da sua cultura e de sua visão de mundo e abrir a possibilidade de

abrir os horizontes para mostrar outras culturas (Gadotti, 1997, p.310-3).

Analisadas as implicações relativas ao processo ensino-

aprendizagem nos principais momentos da evolução histórica da educação, no

cenário da história da humanidade, é importante refletir sobre o que dizem alguns

autores:

“Apesar de todas as idéias e propostas que

surgiram, parece que a escola, em linhas gerais, resiste a

transformar-se e mantém-se, em muitos aspectos, parecida

com a escola tradicional: uma sala de aula com carteiras

enfileiradas, lousa, giz e um professor tentando fazer das

tripas, coração para ensinar alguma coisa. Os avanços

tecnológicos do início do século parecem que ainda não

chegaram à maioria das nossas escolas.[. . .]A escola deve

representar uma vida que seja tão real para a criança quanto

aquela que vive em sua casa, na rua, no campo de futebol, etc.

A disciplina escolar deve surgir da vida da escola entendida

como um todo e não diretamente do professor.[. . .]O aluno

não pode continuar sendo paciente do processo, mas deve

transformar-se em agente[. . .]substituir os métodos em que os

alunos apenas ouve, apenas copia, apenas repete. Em seu

lugar é preciso utilizar os métodos ativos, que levam o aluno

a questionar, a procurar respostas para problemas, a ser

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58

estimulado a oferecer soluções para situações concretas,

vividas no dia-a-dia.[. . .]Verifica-se também que não basta

ensinar para que os alunos aprendam, muito menos quando

este ensino é feito de forma a despejar conhecimentos sobre

os alunos, para que estes os devolvam nas provas.[. . .]o

ensino é mais eficiente quando leva em consideração as

diferenças entre os alunos - de interesses, de aspirações, de

hábitos de trabalho, etc. - e quando parte da realidade sócio-

econômica vivida por eles, embora não se limite a ela”.11

Na obra Sociedade sem escolas Illich faz a crítica ao mito da

escola formal, quando afirma:

[...]”percebem intuitivamente o que a

escola faz por eles. Ela os escolariza para confundir processo

com substância.[...]O aluno é, desse modo, “escolarizado” a

confundir ensino com aprendizagem, obtenção de grau com

educação, diploma com competência[...] O sistema escolar

repousa ainda sobre uma segunda grande ilusão, de que a

maioria do que se aprende é resultado do ensino. O ensino, é

verdade , pode contribuir para determinadas espécies de

aprendizagem sob certas circunstâncias. Mas a maioria das

crianças adquire a maior parte de seus conhecimentos fora da

escola[...]As crianças aprendem sua primeira língua

casualmente[...]A maioria das pessoas que aprendem bem

outra língua conseguem-no por causas de circunstâncias

especiais e não de aprendizagem seqüencial[...] As escolas

são fundamentalmente semelhantes em todos os países, sejam

fascistas, democráticas ou socialistas, pequenos ou grandes,

ricos ou pobres[...]reconhecer a profunda identidade

universal do mito, o modo de produção e o método de

controle social, apesar da grande variedade de mitologias em

que o mito é expresso”12

.

11 PILETTI & PILETTI, 1997, p.111, 113, 231, 233.

12 ILLICH, 1973, p.21, 37-8, 44, 96, 124-9.

Page 59: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

59

2.2 Aprendizagem

Desde os mais remotos tempos da história da civilização a

aprendizagem como processo vem admitindo diversas conceituações. Já na Idade

Média entendia-se "aprender" como: fixar na memória ou conhecer. Muitas outras

idéias sobre aprendizagem têm sido expressas em definições que, na maioria das

vezes mencionam apenas o comportamento observável do qual se infere, se houve

ou não alguma aprendizagem, mas dificilmente se preocupam com qualquer

processo interno de mudança.

Veja-se, por exemplo:

A aprendizagem consiste na reorganização de um campo,

determinada por uma necessidade obstruída (Adams,

1931);

A aprendizagem, como mudança de uma realização numa

certa direção, consiste em criar sistemas de traços de um

tipo particular, consolidá-los e torná-los mais e mais

disponíveis, tanto em situações repetidas como em novas

situações (Koffka, 1935);

Aprendizagem é a aquisição de uma nova resposta ou a

execução aumentada de antigas respostas (Underwood,

1949);

Ocorre aprendizagem quando as informações

provenientes do mundo externo e transmitidas pelo

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60

sistema nervoso causam uma mudança mais ou menos

permanente do comportamento futuro (Kimble, 1961);

Aprendizagem é um processo ou operação, inferida de

mudanças relativamente permanentes no comportamento,

resultantes de uma prática (Klausmeier, 1977).

Entretanto, é necessário lembrar que nem sempre aquilo que o

sujeito faz (desempenho ou comportamento), reflete na íntegra, aquilo que ele

aprendeu (o conhecimento) e menos ainda corresponde a uma medida exata do

que ele poderia fazer em condições ideais (sua capacidade).

Do ponto de vista pedagógico, entretanto, estas questões

continuam a ser confundidas e a aprendizagem acaba sendo entendida de forma

ainda mais restrita. Segundo Leif (1976), do ponto de vista pedagógico,

aprendizagem pode ser:

“aquisição de conhecimentos pela

experiência ou atividade intelectual, geralmente com o fim de

se poder realizá-los ou pô-los em prática; aquisição da

capacidade de fazer, praticar ou empreender um ato, ação ou

qualquer coisa; aquisição da capacidade técnica de exercer

uma profissão; ensino dado a alguém, especialmente a um

aluno, com a finalidade de fazê-lo atingir um objetivo”.

Não se pode esquecer, entretanto, que o conceito de

aprendizagem é um conceito psicológico e, como tal, deve ser analisado à luz das

teorias psicológicas, as quais, nos últimos anos, têm ampliado os conhecimentos

nesta área, de modo a sistematizar diversas teorias, agrupadas especialmente em

torno do associacionismo e do cognitivismo. E destas teorias de aprendizagem

estruturadas pela psicologia, surgem as teorias do ensino ou da instrução, agora

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61

mais preocupadas com o embasamento científico e a coerência com as

experiências feitas pela psicologia.(Silva, 1998). Com isso a Didática faz "uma

tentativa de esclarecimento conceitual que, ao aprofundar a busca do significado

de 'aprender', beneficiará o entendimento do processo de 'ensinar' " (Castro,

1974,:84).

Nesse cenário, pesquisar sobre aprendizagem e difundir suas

aplicações são importantes também, pelo menos por duas razões. A primeira é que

no dizer de Paulo Freire (1996) “Não há docência sem discência, as duas se

explicam e seus sujeitos, apesar das diferenças que os conotam, não se reduzem à

condição de objeto, um do outro”.A segunda se refere ao gigantesco processo de

mudanças ora em curso neste final de século. Em uma era de incertezas, a única

certeza é a mudança. É razoável portanto esperar da educação um esforço no

sentido de capacitar o aluno a sobreviver neste mundo mutável. Neste sentido,

saber aprender, pode fazer muita diferença.

O processo ensino-aprendizagem comporta dois aspectos

inseparáveis; o ensinar e o aprender. Na verdade, estes aspectos definem-se de

forma relacional. Há o ensino quando alguém aprende. Há o aprendizado quando

à alguém se ensina algo. Mesmo na ausência da figura formal e explícita do

professor, o indivíduo só aprende na medida em que é submetido, ou se submete a

um conjunto de ações e experiências que levam ao aprendizado. Neste caso então,

mesmo ausente o professor, mantém-se presente sua função.

Esta profunda interação não nos deve fazer esquecer, entretanto,

que o fenômeno é em essência binomial. Comporta dois componentes diferentes;

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62

cada um com suas características e especificidades. Da mesma maneira que

existem competências e habilidades pertinentes ao docente, também existem

aquelas adequadas ao aprendiz.

Podemos, portanto, entender o processo ensino-aprendizagem

como uma trilha de parcerias, onde docentes e alunos contribuam, cada qual com

sua parte para o sucesso da empreitada. É razoável supor então, que progressos na

compreensão e operacionalização da aprendizagem permitam melhorar a

eficiência da instituição escolar como um todo.

É claro que o docente, o aluno e a escola inserem-se em um todo

maior, relacionando-se com aspectos econômicos, ideológicos, políticos e sociais.

Em alguns casos, a educação pode mesmo confundir-se com este todo. Entretanto,

considerar como pertinente esta visão macroscópica, não implica em

desconsiderar aspectos mais ligados ao indivíduo. É nele onde confluem todos os

vetores da vida em sociedade. Neste sentido é então razoável a afirmativa de que a

competência dos aprendizes traz-lhes benefícios diretos no seu aprender. Ainda

mais, na medida em que bons professores beneficiam-se com alunos competentes,

o domínio das habilidades da aprendizagem facilita a função docente, o que

reverte em benefícios tanto para o aluno como para o professor.

O ato de ensinar implica no objetivo de que o aluno aprenda.

Conseqüência óbvia é a necessidade de conhecer o processo de aprendizagem, de

modo a fundamentar as atividades de ensino. O conhecimento da aprendizagem

não beneficia apenas o ensino, mas suas relações são tão fortes, que é difícil

encontrar qualquer pesquisa sobre aprendizagem que não tenha alguma ligação

Page 63: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

63

com o ensino. Mesmo Piaget, cuja proposta original era a de uma pesquisa pura,

tornou-se referência obrigatória até para os não piagetianos.

Apenas a guisa de exemplo; se aceitarmos o conceito piagetiano

de estágios, torna-se ilógico pretender ensinar algo antes que o aluno esteja

preparado para tal. No entanto, em algumas circunstâncias podemos fazê-lo, se

baseados em Vygotsky defendermos seu conceito de zona de desenvolvimento

proximal.

Por isto, ao bom professor, entre outros, cabe um duplo papel.

Ao planejar suas experiências de ensino, deve levar em conta as características

dos seus alunos. Deve ainda estimulá-los para que tomem medidas facilitadoras de

seu aprendizado. Em ambos os casos, isto só será possível na medida em que o

professor domine algumas áreas da aprendizagem.

Outro argumento que separa o ensino da aprendizagem origina-

se na epistemologia. Gill (1993), levanta uma questão a seu ver, de importância

central: a falta de uma filosofia da educação que discuta em profundidade qual o

lugar do conhecimento, como os conhecedores são e o que pode ser conhecido. A

mais valiosa contribuição de Gill, aproximando as visões de filósofos como,

Whitehead, Dewey, Freire e Rogers é reforçar a necessidade de ver a atividade

cognitiva como, mais do que uma mera assimilação ou uma recepção passiva.

Para ele, a principal dificuldade é que estes filósofos não levam suas percepções

longe o bastante, direcionando-as a uma compreensão reducionista e analítica da

natureza da experiência cognitiva. Michael Polanyi designa esta visão atomística

como "filosofia crítica" e suas implicações educacionais são amplas. Os sistemas

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64

educacionais americano e europeu centraram-se no esforço de aprender a isolar,

analisar e explicar os diferentes dados da experiência como partes isoladas a partir

das quais o mundo é construído. O resultado final é a compreensão do processo de

conhecer assumindo que o aluno e o conhecimento são distintos e independentes

um do outro.

Gill, refletindo sobre a fábrica de experiências de cognição, na

perspectiva do pensamento de Maurice Merleau-Ponty e Michael Polanyi, diz-se

convencido de que o processo é mais importante de que o produto na educação. A

informação pode ser buscada nos livros e afirma que, o que é de suma importância

é aprender como aprender, tornando o aluno sempre apto a aprender mais.

Vivemos uma era de profundas transformações. Elas se fazem

em todas as esferas de nossas vidas. É cada vez mais difícil prever o dia de

amanhã. Esta era de incertezas demanda por um profissional mais flexível, capaz

de sobreviver em um mundo velozmente mutável. Para isto é necessário que ele

seja hábil em inventar soluções.

2.2.1 As três correntes

Qualquer estudo de aprendizagem deve passar obrigatoriamente,

mesmo que de relance pelas três principais correntes na psicologia da

aprendizagem, a saber: o behaviorismo, o neobehaviorismo e o cognitivismo. O

primeiro, pode-se dizer que nos dias atuais já está ultrapassado. O último aparece

atualmente como a fonte da maioria dos insights na área de aprendizagem. Já o

Page 65: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

65

segundo, embora considerado como sendo mera evolução do primeiro, tem tido

boa penetração. Pelo menos em alguns estudos ligados à Ciência Cognitiva,

particularmente nas neurociências.

A preocupação com a natureza do conhecimento perpassa os

últimos cinco séculos, através dos escolásticos, do renascimento e do iluminismo.

Filósofos como Descartes, Kant e Locke deram suas contribuições.

Na psicologia da aprendizagem, entretanto, começa

rudimentarmente com os chamados mentalistas (Lefrancois, 1972). Nesta escola o

principal método de investigação sobre sentimentos e sensações era a

introspecção. Em uma reação contra a natureza global e imprecisa destas

investigações surgem duas escolas, mais ou menos ao mesmo tempo. Nos Estados

Unidos desponta o behaviorismo e na Alemanha a Gestalt. Esta por sua

preocupação primária com a percepção, prontidão e insight pode ser considerada

como a precursora da psicologia cognitiva atual.

É interessante que muito embora reagindo ao mesmo conjunto

de idéias, estas escolas produzem respostas diametralmente opostas, behavioristas

e cognitivistas basearam muitas de suas afirmativas em estudos de animais.

Em síntese, estas três correntes (behaviorismo, neobehaviorismo

e cognitivismo) preocupam-se com o aprendizado. Discriminam-se conforme sua

ênfase particular nas três etapas da aprendizagem: estímulo, mediação e resposta.

O estímulo refere-se a que circunstâncias do ambiente e/ou do indivíduo

determinam um dado comportamento. A resposta é o comportamento observado.

E a mediação é o que ocorre entre os dois.

Page 66: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

66

O quadro a seguir resume as três escolas. Ali é possível perceber

que as varáveis cognitivistas são, menos objetivas que as das duas outras escolas.

Por isto, pesquisas nestas áreas enfrentam algumas limitações consideráveis. No

entanto, a sua abrangência e relação direta com a aprendizagem humana, se

apresentam como uma alternativa poderosa.

Quadro 1 : Correntes teóricas da psicologia da aprendizagem

Escolas Representação Foco de interesse Representantes

Behaviorismo

E – R

Estímulo

Resposta

Reforço

Watson

Thorndike

Guthrie

Skinner

Neobehaviorismo

E – M – R

Estimulo

Resposta

Reforço

Mediação

Hull

Spence

Osgood

Hebb

Cognitivismo

M

Percepção

Organização

Processamento da informação

Tomada de Decisão

Resolução de Problemas

Atenção

Memória

Gestaltistas

Ausubel

Brunner

Piaget

Page 67: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

67

2.2.2 Behaviorismo

Nos seus primórdios encontramos Thorndike (1921), Guthrie

(1930). O behaviorismo preocupa-se com o início do processo. Procura

determinar da maneira mais precisa e atômicas possíveis quais são e como se

comportam as variáveis que determinam comportamentos observáveis. Aqui,

estímulo e resposta são apenas o que objetivamente podem ser observados e

mensurados.

Em alguns aspectos, as idéias dos behavioristas se parecem com

as da educação tradicional. Ambas se centram no professor, e ele é quem deve

controlar a aprendizagem e decidir o que devem aprender. É, por conseqüência

um modelo autoritário.

Defendem a aprendizagem individualizada, isto é, cada criança

deve aprender em seu próprio ritmo. Não acreditam que uma turma, com crianças

de capacidades variadas, possa ser ensinada formalmente pelo mesmo professor.

As crianças aprendem melhor por um padrão linear, cumulativo e aditivo. Os

problemas são expostos aos alunos e somente mediante resposta certa ele está

autorizado a prosseguir. Os testes de múltipla escolha, método de avaliação ainda

hoje utilizado, são fruto da influência behaviorista.

A partir dos anos 40, Skinner assume lugar de evidência no

movimento behaviorista. Introduziu o conceito de “condicionamento operante”, a

criança é recompensada pelo adulto apenas se reagir de acordo com o que o adulto

pretende e “aprendizagem programada”, programa linear de aprendizagem, que

Page 68: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

68

pode ser útil para ensinar crianças com dificuldades de aprendizagem, que não

têm o desejo intrínseco de aprender, e que necessitem de um programa altamente

estruturado passo a passo. Por isso, contribuiu para o desenvolvimento da ciência

da recompensa, ou do reforço, como é conhecida na psicologia.

É escola altamente controversa, despertou o antagonismo dos

humanistas, dos piagetianos e de muitos outros que valorizam o indivíduo, por

isso é criticada pela desumanização que impõe ao homem, como também pela

extrapolação simplista para o homem, dos resultados de experimentos com

animais (Lefrancois, 1972; Sutherland, 1996, p.85-89).

2.2.3 NeoBehaviorismo

O neobehaviorismo adiciona em sua agenda a preocupação com

a mediação. No entanto prossegue a tradição behaviorista de uma pesquisa

essencialmente analítica. Nela a aprendizagem é estudada a partir de suas menores

partes componentes. Na mesma linha, suas variáveis de interesse restringem-se às

objetivamente observáveis.

Hull e Spence, este seguidor daquele, criam sistemas hipotéticos

dedutivos altamente formalizados que enfatizam principalmente os eventos que

ocorrem entre o estímulo (E) e a resposta (R). São fundamentalmente sistemas do

tipo E-M-R, o que os caracterizam como neobehavioristas. Dadas as suas

semelhanças passaram a ser conhecidos como Modelo Hull-Spence.

Page 69: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

69

Preocupado com a mediação, Hebb tem no conjunto neuronal

(CN) seu conceito central. É definido como uma estrutura hipotética formada por

dois ou mais neurônios (podem ser milhares) que se estimulam reciprocamente

formando uma alça reverberatória.

Esta escola compartilha com o behaviorismo as críticas

anteriores. Ademais, que pensamento e sentimentos não podem ser reduzidos a

um mero processo de mediação.

No entanto, o conceito de mediação significou um claro avanço

nas posições behavioristas, sem que com isto houvesse perda da objetividade

(Lefrancois, 1972).

Tolman (1948), Festinger (1957) e Bandura (1971) são autores

que pelas suas idéias representam uma posição intermediária entre as teorias

comportamentais e as cognitivistas. O primeiro ao apontar um comportamento

teleológico em seus animais de experimento. O segundo ao tomar a dissonância

entre a atitude e o comportamento como variável de estímulo a induzir respostas.

Já Bandura, apresenta uma teoria eclética da socialização humana que considera a

aprendizagem do comportamento social como decorrente de variáveis

comportamentais, cognitivas e ambientais.

2.2.4 Cognitivismo

Entre 1955 e 1976, há o surgimento de uma grande insatisfação

dos teóricos da psicologia da Educação com o Behaviorismo, que ocorre

Page 70: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

70

juntamente com os avanços de outras áreas da ciência. Surgem a teoria dos

sistemas (por volta de 1920-40), as ciências da computação (em torno de 1944), a

cibernética (feedback, 1936), as teorias da informação (1948) e a robótica. Todos

essas novas abordagens e avanços tecnológicos, ao lado da insatisfação acima,

impulsionam o surgimento do Cognitivismo sob a abordagem do Processamento

da Informação. A inovação propiciada pelo cognitivismo tem suas bases nos

modelos E-M-R de Pavlov e Hull, tendo Neisser (1967) como o teórico principal

através de sua Teoria de Sistemas e com Von Neumann (1953) como o criador do

modelo de Processamento da Informação para computadores (Becker, 1998).

Atualmente, uma forma de entender o cognitivismo é classificá-

lo em duas grandes e abrangentes categorias. Suas fronteiras são às vezes tênues,

mas é possível compreender os teóricos conforme sua percepção sobre a questão

do conhecimento.

A maior parte dos autores do chamado cognitivismo clássico,

pode ser considerada como objetivista. Seu enfoque entende o conhecimento

como algo que possui realidade externa e independente do aprendiz. O

aprendizado ocorre através de algum tipo de representação mental deste mundo

externo.

A visão construtivista classifica-se como predominantemente

subjetivista. Entende o conhecimento como existente apenas na subjetividade do

aprendiz. Compreende aprendizagem como uma construção da representação

interna do conhecimento. Tal construção ocorre na medida em que o aprendiz é

capaz de produzir uma interpretação pessoal da experiência.

Page 71: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

71

2.2.5 Cognitivismo clássico

Uma visão abrangente é a de Gardner (1995, p.19) que define a

ciência cognitiva como:

[...] “um esforço contemporâneo, com

fundamentação empírica, para responder questões

epistemológicas de longa data, principalmente aquelas

relativas à natureza do conhecimento, seus componentes, suas

origens, seu desenvolvimento e o seu emprego”.

Na visão objetivista, já dito, o conhecimento é externo e o

aprendizado é o seu mapeamento interno. Assim a cognição consiste em um

sistema de regras de manipulação de símbolos, passível de descrição futura pela

linguagem da matemática ou da lógica.

2.2.5.1 A visão da Gestalt

Pode-se dizer, o cognitivismo clássico inicia-se em 1959 com

Max Wertheimer. Ao lado de Kohler e Koffka, este autor, foi um dos principais

proponentes da Teoria de Gestalt, enfatizando o alto nível dos processos

cognitivos em um período de hegemonia behaviorista.

Wertheimer estava especialmente preocupado com a solução de

problemas e a Teoria de Gestalt se adequava perfeitamente a esse aspecto, sendo

mesmo aplicável a todos os aspectos da aprendizagem humana.

Edward DeBono, em 1967 escreveu extensivamente sobre a

teoria do processo de pensamento lateral, que significa a geração de soluções

Page 72: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

72

modernas para os problemas, entendendo que muitos problemas exigem soluções

diferentes para alcançarem o sucesso. Embora DeBono não reconheça nenhum

antecedente teórico para o processo de pensamento lateral, suas idéias

aproximam-se bastante das de Wertheimer para a teoria de Gestalt.

A teoria de Aceleração da Informação de Gibson (1979) se

contrapõe à maioria das teorias cognitivas que defendem as experiências passadas

tendo um papel dominante na percepção. É baseada em Gestalt que enfatiza o

significado das relações e organização dos estímulos, e é considerada uma teoria

geral de percepção.

2.2.5.2 Processamento da Informação

Em 1967, Ulric Neisser publicou o texto clássico Psicologia

Cognitiva. Sua definição é que a "Psicologia Cognitiva se refere a todo processo

pelo qual o input sensório é transformado, reduzido, elaborado, armazenado,

recuperado e usado". A cognição começa como input sensório, que em seguida é

alterado ou transformado. Nosso aparato sensório está sintonizado com certos

tipos de energia presentes no mundo. Este sensório converte a energia física em

energia neural, ou como os psicólogos cognitivistas dizem, a estimulação física é

encadeada em eventos neuronais.

A noção de código é uma importante idéia na Psicologia

Cognitiva. Um código é um sistema de sinais usado para representar letras ou

números na transmissão de mensagens. Nosso sistema nervoso parece fazer o

Page 73: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

73

seguinte: a estimulação física é representada pela atividade do sistema nervoso de

uma forma que preserva algumas das características do estimulo original. A

transformação do estímulo físico produz mais que um código neural, pois que a

transformação também resulta na criação de um código cognitivo. Os códigos

cognitivos são criados pela atividade de nosso sistema nervoso, isto é, a

transformação da energia física que é potencialmente capaz de inscrever-se em

nossa consciência tornando-se um acontecimento mental (Becker, 1998).

Para Miller (1993), os psicólogos do processamento da

informação investigam tópicos tradicionalmente estudados pelos psicólogos

experimentais como a atenção, memória, processamento do texto, linguagem e

resolução de problema. Vêem as crianças de várias idades ou níveis cognitivos

como estando em diferentes estados. Consideram que qualquer atividade mental

leva algum tempo para processar, mas que existem diferenças na velocidade de

processamento entre diferentes idades, entre criança normal e atrasada, e entre

bons e maus leitores.

Cada nível de desenvolvimento mental se caracteriza por um

relacionamento input-output particular, e então conforme se muda a forma de

input e se observa como muda o output nas diferentes idades, pode-se descrever a

natureza do sistema do processamento da informação em cada estado. Usando a

analogia do computador, se tenta seguir as pegadas detalhadas, passo a passo, das

mudanças no fluxo da informação no tempo real desde o input até o output. É feita

uma análise passo a passo do que a pessoa faz com a informação. A mudança no

desenvolvimento se torna aparente em cada fase do processamento, observando-se

Page 74: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

74

desde a atenção através da codificação da informação, da recuperação da memória

de longo prazo, até a tomada de decisão, e uma ou todas estas mudanças podem

ser responsáveis pelas diferenças nas estratégias usadas pelas crianças mais jovens

e mais velhas.

Uma série de processos chamados de processos de controle

executivos dirigem as atividades em cada etapa do processamento, observando o

caminho do que está acontecendo em todas as partes do sistema e assegurando que

o sistema inteiro trabalhe em harmonia. Uma das maiores mudanças observadas

no desenvolvimento do processamento da informação ocorre nestes processos de

controle, através da auto-modificação (Ferreira, 1998b).

A primeira teoria de processamento da Informação, de Miller,

apresenta dois conceitos teóricos fundamentais: o primeiro em 1956, de blocos e

sua relação com a memória de curto prazo. Cada bloco é uma unidade significante

(dígitos, palavras, faces das pessoas etc.). Este conceito tornou-se um elemento

básico para todas as teorias subsequentes de memória. Quatro anos após,

apresenta o conceito de “TOTE” (test-operate test-exit) e sugere que esta deva

substituir a unidade básica do behaviorismo “estímulo – resposta”. A unidade

TOTE foi usada para testar se uma meta foi atingida e é repetida até que seja

alcançada ou abortada. Foi a base das teorias subsequentes de solução de

problemas, como por exemplo a GPS e de sistemas de produção.

A teoria Geral de Solução de Problemas, GPS é uma teoria

estruturada na forma de um programa de simulação (Ernest & Newell, 1969;

Newell & Simon, 1972) que exerceu um impacto significante na psicologia

Page 75: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

75

cognitiva. Também introduziu a descrição de processos de produção como método

para modelos cognitivos específicos. A GPS tem estrutura teórica de

processamento de informações e tenta explicar todo comportamento como uma

função das operações de memória, processos de controle e regras.

GOMS (Card, Moran & Newell, 1983) é uma teoria de

habilidades cognitivas, baseada em estrutura de processamento de informações

admitindo vários níveis ou tipos de memória com processamentos sensitivo,

motor e cognitivo, isolados. Segundo o modelo GOMS a estrutura cognitiva tem

quatro componentes: meta (Goal), operador (Operator), método (Methods) e

regras específicas (Selection rules) e pode ser usado para identificar os efeitos e

erros de desempenho na tarefa. Toda atividade cognitiva é interpretada como uma

procura da abrangência do problema, premissa fundamental das teorias GPS e

Alto Nível (Soar Theory).

A Teoria de Alto Nível é arranjo da cognição humana expressa

em forma de sistema de produção. Foi uma teoria construída a partir de esforços

anteriores envolvendo Newell (1987) como na GPS (Newell & Simon) e na

GOMS (Card, Moran & Newell). O elemento principal da teoria é a idéia de

abrangência do problema: todos os atos cognitivos são de alguma forma uma

busca da tarefa. Newell menciona que essa teoria sugere uma visão reconstrutiva

da memória.

Scandura (1973), desenvolveu a teoria Estrutural da

Aprendizagem onde afirmava que o que se aprende são regras “de âmbito,

Page 76: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

76

extensão e procedimento”. A solução de problemas pode ser facilitada quando

regras mais complexas são usadas gerando novas regras.

Ao contrário das teorias de processamento da informação

que freqüentemente assumem mecanismos de controles mais complexos e regras

de produção, a teoria Estrutural da Aprendizagem postula um único mecanismo de

controle ligado à meta, com suposições mínimas sobre o processador e permitindo

regras com estruturas mais complexas.

Esta teoria foi aplicada exaustivamente na matemática e também

proporcionou uma interpretação da teoria Piagetiana (Sandura & Scandura, 1980).

O ponto principal da teoria é ensino por solução de problemas (Scandura, 1977).

A estrutura da teoria dos Níveis de Processamento da

Informação, proposta por Craik & Lockhart (1972), surge como uma alternativa às

teorias de memória que as compreendem, as tratam de forma fragmentada. De

acordo com esta teoria, a informação é processada em vários níveis

simultaneamente, dependendo apenas de suas próprias características. Além disso,

é um processo inconsciente e automático, a menos que se esteja atento para o

nível específico de processamento. Isto sugere que o mecanismo de atenção é

mais uma interrupção em processamento do que um processo cognitivo puro.

D'Agostino, O'Neill & Paivio (1977) discutiram a sua relação com a teoria da

Codificação Dupla.

Schank (1975) foca sua teoria de aprendizagem na estrutura do

conhecimento, principalmente no contexto da compreensão da linguagem. Em

1986 usou a teoria como base para modelo dinâmico de memória. Foram

Page 77: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

77

desenvolvidos programas de computadores para demonstrar sua teoria. Canela &

Cleary em 1995 descrevem a aplicação dessas idéias em software educacional.

A teoria Cognitiva de Anderson (ACT), desenvolvida com

colaboradores em 1976, centrada em processos de memória foi construída a partir

do HAM, modelo de memória semântica proposto por Anderson & Bower (1973).

Sofreu crítica e esboço de aprofundamento da teoria pelo próprio Anderson,

respectivamente em 1990 e 1993.

ACT distingue estruturas de memória com níveis de

complexidade progressivos que permitem três tipos de aprendizagem: geral –

alarga o campo de conhecimento; discriminatório – reduz o conhecimento e por

último a aprendizagem centrada nos conteúdos mais usados. Diz ainda que novos

conhecimentos são formados por conjunção ou disjunção de conhecimentos já

existentes.

A teoria de Codificação Dupla proposta por Paivio (1986)

procura dar o mesmo peso para os processos verbais e não verbais. Ele diz que a

cognição humana é única e se torna especializada por lidar simultaneamente com

o idioma e com objetos não verbais (imagens); e que qualquer teoria

representativa deve contemplar essa dupla funcionalidade.

A teoria de Codificação Dupla leva em conta o significado das

habilidades espaciais nas teorias de inteligência, como p. ex. Guilford.

A teoria Matemática de Aprendizagem é uma tentativa de

descrever e explicar comportamento em termos quantitativos. Vários psicólogos

tentaram desenvolver tais teorias (Hull; Estes; Restle & Greeno, 1970). O trabalho

Page 78: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

78

de Atkinson (1972), é particularmente interessante porque ele aplica a teoria para

o planejamento curricular em cursos de artes. Discute o problema da otimização

do ensino, propondo estratégias variadas visando melhorar o desempenho da

turma e dos alunos individualmente, criando oportunidades de ensino para cada

um, em que relaciona tempo com desempenho.

A Teoria de Exibição de Componentes classifica a

aprendizagem por duas dimensões: conteúdo e desempenho. Em 1983 Merrill

explicitou as bases cognitivas da teoria, e embora reconhecendo vários tipos de

memória, diz que a memória associativa e a algorítmica estão diretamente

relacionadas com os componentes de desempenho - lembrar e usar/achar,

respectivamente. A memória associativa é uma estrutura de rede hierarquizada e a

memória algorítmica consiste em esquemas e regras.

Um aspecto significante da teoria é o controle da aprendizagem

pelos aprendizes, que podem selecionar de forma individualizada as estratégias de

aprendizagem, em termos de conteúdo e formas de apresentação para o melhor

desempenho. O ensino fundamentado nessa teoria proporciona uma acentuada

individualização, onde os aprendizes podem adaptar a aprendizagem aos seus

próprios estilos de aprendizagem.

Mais recentemente, em 1994, Merrill apresentou uma nova

versão da teoria que denominou Teoria de Projeto de Componentes, com uma

abrangência ampliada, transferindo o foco para estrutura de curso e procedimentos

instrucionais ao invés das dimensões de conteúdo e desempenho. As estratégias de

controle do aprendiz foram substituídas por estratégias para preceptores. A nova

Page 79: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

79

teoria foi relatada no desenvolvimento de trabalhos em sistemas especialistas e

ferramentas de autoria para projetos instrucionais (Li & Merrill, 1991; Merrill, Li,

& Jones, 1991).

2.2.5.3 Posições sobre a Inteligência

A teoria das Inteligências Múltiplas sugere que há várias formas

de inteligência e que cada indivíduo as possui em graus variados. Gardner (1993)

propõe sete formas primárias: lingüística, musical, lógico-matemática, espacial,

corporal-cinestésica, intrapessoal (p. ex. perspicácia, metacognição) e interpessoal

(p. ex. habilidades sociais)13

.

De acordo com Gardner, a principal característica dessa teoria é

que aprender e ensinar devem estar centrados nas inteligências particulares de

cada pessoa. Uma implicação adicional da teoria é que as medições de habilidades

pessoais deveriam contemplar todas as formas de inteligência, não só lingüística e

lógico-matemática.

Gardner cita também o contexto cultural de inteligências

múltiplas, pois cada cultura tende a enfatizar inteligências particulares. A teoria de

inteligências múltiplas compartilha algumas idéias comuns com outras teorias de

diferenças individuais como as de Cronbach & Snow, Guilford, e Sternberg.

13 Há referências à caracterização de um outro tipo de inteligência, a Naturalística. No entanto não

se teve acesso ao texto original ou a qualquer descrição minuciosa deste tipo; apenas citações

genéricas em outros autores.

Page 80: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

80

Gardner (1994) e também Marks-Tarlow investigam as implicações da estrutura

teórica em relação à criatividade.

A teoria de sistemas de símbolos de Salomon (1977) trata da

relação entre a aprendizagem e a maneira pela qual uma mensagem é apresentada.

De maneira simples, afirma que o código (visual, lingüístico, etc.) em que um

conteúdo é apresentado modula o quanto e como um dado indivíduo nele aprende.

Neste sentido, guarda relações com a teoria de Gardner das Inteligências

Múltiplas e ainda com as pesquisas de estrutura de computadores.

A teoria de Interação Aptidão – Estratégia Instrucional de

Cronbach e Snow (1977), diz que algumas estratégias instrucionais são mais

efetivas para indivíduos com determinadas habilidades. As suas pesquisas cobrem

uma gama variada de aptidões e estratégias instrucionais. São usadas para

investigar novas estratégias de ensino, mantendo um forte vínculo com teorias de

inteligência, sugerindo uma visão multidimensional de habilidades.

A Tríplice Teoria de inteligência (1977) congrega três sub-

teorias, todas interagindo para proporcionar a aprendizagem. Diferenciam-se pelo

seu enfoque particular sobre o comportamento inteligente. A sub-teoria dos

componentes delineia a sua estrutura. A experencial interpreta-o como um

contínuo do novo para o familiar. Já a contextual, leva em conta o ambiente em

interação com o indivíduo.

De acordo com Sternberg, um dos componentes mais

fundamentais de sua teoria é a metacognição ou processos executáveis, que

controlam as estratégias e táticas utilizadas em comportamentos inteligentes.

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81

Na teoria da Estrutura do Intelecto de Guilford a inteligência

contém operações, conteúdos e produtos. Há 5 tipos de operações (cognição,

memória, produção divergente e convergente e avaliação), 5 tipos de conteúdos

(visual, auditivo, simbólico, semântico e comportamental) e 6 tipos de produtos

(unidades, classes, relações, sistemas, transformações e implicações). Uma vez

que cada uma dessas dimensões é independente, existem teoricamente, 150

componentes diferentes de inteligência.

É uma teoria geral de inteligência humana, sendo que sua

principal aplicação, além da pesquisa educacional (Meeker, 1969), é na seleção e

alocação de pessoal.

2.2.6 Construtivismo

Até pouco tempo atrás, e mesmo ainda hoje, em muitos lugares

do mundo, as teorias de aprendizagem dividem-se em duas correntes: uma

empirista e uma apriorista. Para os aprioristas, a origem do conhecimento está no

próprio sujeito, ou seja, sua bagagem cultural está geneticamente armazenada

dentro dele, a função do professor é apenas estimular que estes conhecimentos

aflorem. Já para os que seguem as teorias empiristas, Aristóteles entre outros, as

bases do conhecimento estão nos objetos, em sua observação. Para estes, o aluno é

tabula rasa e o conhecimento é algo fluido, que pode ser repassado de um para

outro pelo contato entre eles, seja de forma oral, escrita, gestual, etc. É nesta teoria

que se baseiam a maioria das correntes pedagógicas que conhecemos, entre elas o

Page 82: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

82

behaviorismo. Rompendo com estes dois paradigmas, ou melhor dizendo,

fundindo-os em um único, temos as teorias de Piaget. Jean Piaget foi um dos

primeiros estudiosos a pesquisar cientificamente como o conhecimento era

formado na mente de um observador. Piaget observou como um recém-nascido

passava do estado de não reconhecimento de sua individualidade frente o mundo

que o cerca indo até a idade de adolescentes, onde já temos o início de operações

de raciocínio mais complexas. Do fruto de suas observações, posteriormente

sistematizadas com uma metodologia de análise denominada de Método Clínico,

Piaget estabeleceu as bases de sua teoria, a qual chamou de Epistemologia

Genética. Esta fundamentação está muito bem descrita em um de seus livros mais

famosos, O Nascimento da Inteligência na Criança (1982), no qual ele escreve

que:

“as relações entre o sujeito e o seu meio

consistem numa interação radical, de modo tal que a

consciência não começa pelo conhecimento dos objetos nem

pelo da atividade do sujeito, mas por um estado diferenciado;

e é desse estado que derivam dois movimentos

complementares, um de incorporação das coisas ao sujeito, o

outro de acomodação às próprias coisas”.

Por ser um processo permanente, e estar sempre em

desenvolvimento, esta corrente foi denominada de Construtivismo, dando-se a

idéia de que novos níveis de conhecimento estão sendo indefinidamente

construídos através das interações entre o sujeito e o meio. É obvio que as teorias

de Piaget possuem aplicação em inúmeros campos de pesquisa, inclusive na

pedagogia, mas é fundamental entender-se que este não era seu propósito.

Page 83: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

83

A Epistemologia Genética e o Construtivismo não são uma nova

metodologia pedagógica, podem até ser "um subsídio fundamental para o

aperfeiçoamento das técnicas pedagógicas", de acordo com as palavras de Sérgio

Franco, mas reduzir o Construtivismo a esta única dimensão é empobrecê-lo por

demais, pois seus horizontes e aplicações são muito mais amplos, como muito

bem definiu Fernando Becker:

“Construtivismo, segundo pensamos, é

esta forma de conceber o conhecimento: sua gênese e seu

desenvolvimento. É, por conseqüência, um novo modo de ver

o universo, a vida e o mundo das relações sociais”.

Como conseqüência de sua percepção subjetivista, o

construtivista encara o conhecimento como interpretação pessoal da experiência.

Esta representação está constantemente sujeita à modificação e aberta à outras

estruturas possíveis. Ela não nega o mundo externo, ao contrário, reconhece-o

como limitador do que é possível conhecer. Afirma no entanto, em um retorno a

Bacon e seus ídolos que do mundo só podemos saber aquilo que for uma

interpretação pessoal e humana da experiência.

Diversas teorias sobre aprendizagem parecem concordar com a

idéia de que a aprendizagem é um processo de construção de relações, em que o

aprendiz, como ser ativo, na interação com o mundo, é o responsável pela direção

e significado do aprendido. Nesta perspectiva, o ensino se esvazia de sentido,

dando lugar à idéia de facilitação. Rogers complementa, que mais do que repassar

conhecimentos, a função de um professor que se propõe a ser facilitador seria:

“liberar a curiosidade; permitir que os

indivíduos arremetam em novas direções ditadas pelos seus

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84

próprios interesses; tirar o freio do sentido de indagação;

abrir tudo ao questionamento e à exploração; reconhecer que

tudo se acha em processo de mudança”[...]

Desta forma, apesar de ser perfeitamente possível a utilização de

um "ambiente empirista" por um professor que não veja o aluno como "tabula

rasa" para o desenvolvimento de um conhecimento, na forma como Piaget

teorizou, existem alguns pressupostos básicos de sua teoria que devem ser levados

em conta, se desejarmos criar um "ambiente construtivista" que permita, e até

obrigue, uma interação muito grande do aprendiz com o objeto de estudo.

O quesito mais importante para a construção de um ambiente

construtivista é que o professor realmente conscientize-se da importância do

educador-educando, e que todos os processos de aprendizagem passam

necessariamente por uma interação muito forte entre o sujeito da aprendizagem e

o objeto, aqui simbolizando como objeto o todo envolvido no processo (Ferreira,

1998a).

2.2.6.1 Piaget

Em seus estudos de Biologia, Piaget comprovou que os

organismos vivos podiam adaptar-se geneticamente a um novo meio, escolhendo,

eles mesmos, de maneira ativa e auto-reguladora, utilizando seus meios de

adaptação (Pulaski, 1986, p.22).

Esse é um processo dinâmico e contínuo, pelo qual a estrutura

hereditária do organismo interage com o meio externo de modo a se reconstituir

Page 85: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

85

com vistas a uma melhor sobrevivência. Aplicando as conclusões de seus estudos

de Biologia aos estudos do conhecimento humano, Piaget conclui que existe

também uma relação evolutiva entre o sujeito e seu meio. Assim como as plantas

e os animais inferiores se reconstruíram para sobreviver em um ambiente hostil,

assim também a criança reconstroi suas ações e idéias quando se relaciona com

novas experiências ambientais. Enquanto contata continuamente com seu meio, o

sujeito elabora estruturas ou organizações de ação e pensamento que caracterizam

diferentes faixas de idade, as quais Piaget classificou como estágios.

O conhecimento humano, portanto, se constrói na interação

homem-meio, sujeito-objeto, não estando pré-determinado nem nos sujeitos nem

nas condições ou características do objeto. As formas de conhecer são, portanto,

construídas nas trocas com os objetos, tendendo a uma melhor organização em

momentos sucessivos de adaptação ao objeto.

A adaptação ocorre através da organização. O organismo

discrimina entre estímulos e sensações, selecionando aqueles que irá organizar em

alguma forma de estrutura. Esta habilidade de integrar as estruturas físicas e

psicológicas em um sistema coerente é um tendência implícita na herança

biológica humana e não se separa da adaptação.

A adaptação, por sua vez, possui dois mecanismos opostos, mas

complementares que garantem a continuidade do processo geral de

desenvolvimento: a assimilação e a acomodação. O primeiro é um processo pelo

qual as coisas, pessoas, idéias, costumes e preferências são incorporadas à

atividade do sujeito. Já a acomodação é um processo de ajuste que consiste em

Page 86: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

86

dirigir-se para o meio. Por exemplo, a criança aprende a língua muito antes de ser

capaz de falar. Assimila gradualmente tudo que ouve e transforma em coisa sua.

Ainda mais, ouve e começa a balbuciar em resposta à conversa ao seu redor e

gradualmente acomoda os sons que emite àqueles que ouve, passando a falar de

forma compreensível.

Para Piaget, a inteligência só existe na ação. Ou seja,

inteligência é uma propriedade da ação que maximiza o seu poder adaptativo.

Adaptar-se inteligentemente então é agir da forma que propicie máxima adaptação

ao meio. Visto desta maneira não há como medi-la. Entretanto, como Piaget

descreve vários estágios evolutivos, isto pode ser usado para identificar crianças

acima ou abaixo da média.

De acordo com as idéias de Piaget, as funções cognitivas da

criança se organizam em agrupamentos que funcionam como um todo e que são

ativados também como totalidade, sempre que qualquer parte do sistema é

colocado em ação a partir de dados empíricos significativos. Explica o

desenvolvimento destes sistemas organizados de operações intelectuais pelo

processo de equilibração.

Tanto a experiência quanto a maturação representam fatores de

grande importância no desenvolvimento dos sistemas de relações. As aquisições

que ocorrem a partir da interação nem sempre são organizadas pelo sujeito que

aprende, levando a uma contradição interior que se resolve a partir de esforços

para reorganizar as suposições inicias num sistema equilibrado e coerente.

Page 87: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

87

Dessa maneira, a equilibração ou auto-regulação define o

modus-operandi pelo qual as possibilidades do sujeito, definidas pela

hereditariedade e maturação, são atualizadas em sua relação com o meio. Este

conceito de equilibração, fundamental para a teoria do conhecimento de Piaget,

pode ser considerado também fundamental para o processo de aprendizagem.

Outros conceitos como interacionismo, adaptação e estrutura cognitiva não podem

também deixar de ser considerados, uma vez que é na perspectiva do

desenvolvimento dos conhecimentos que todo o grupo de estudos de Genebra põe

a questão da aprendizagem (Castro, 1974, p.97).

É possível deduzir que a teoria da aprendizagem implícita na

obra de Piaget se baseia na teoria da assimilação que pode ser considerada uma

extensão da teoria da adaptação biológica (Silva, 1998).

Considerando-se a faixa etária sobre a qual Piaget debruçou-se

poder-se-ia questionar da sua relevância em estudos com indivíduos que

extrapolam seu limites. Em primeiro lugar, sua teoria é uma descrição histórica. E

assim sendo, como diz Galeano “A história é um profeta que olha para trás;

baseado no que foi, explica o que é e vaticina o que será”. Muito se pode fazer no

presente, quando se compreende o passado.

Ainda mais, na própria teoria podemos encontrar contra

argumentos (Sutherland, 1996). Um deles é a assertiva de que a criança em seu

desenvolvimento não salta nenhuma etapa. A criança normalmente funciona no

nível mais alto que atingiu. Assim é que se submetida à uma demanda superior a

sua capacidade cognitiva ela poderá eventualmente apresentar uma resposta

Page 88: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

88

correta na aparência. Em um nível mais profundo entretanto, esta resposta

provavelmente será entendida por ela apenas no estágio que atingiu.

Outro argumento é o conceito de abrandamento, termo usado

para expressar por um lado que nem todos atingem os estágios ao mesmo tempo,

há variações significativas. Mais que isto, dentro de cada estágio, é possível que

dois alunos estejam em etapas diferentes. Por outro lado, um mesmo aluno poderá

apresentar-se em diferentes estágios conforme a disciplina onde se considere a

avaliação. Finalmente, um aluno que havia atingido um determinado nível, poderá

recuar para estágio inferior, dependendo das condições do ambiente.

2.2.6.2 Vygotsky

Durante a década de 1924–34, Vygotsky desenvolveu o que

alguns consideram como a alternativa mais poderosa às idéias de Piaget

(Sutherland, 1996). Apesar de sua breve carreira, permanece vivo em seus

discípulos e na influência que exerce sobre algumas correntes importantes da

atualidade.

Ressurge por exemplo, na perspectiva sócio interativa, que

defende que o desenvolvimento intelectual da criança não pode ser entendido em

um vácuo social. A teoria de Bruner tem com ele importantes interfaces.

Consideremos por exemplo o trecho a seguir retirado de seu livro Pensamento e

Linguagem (1973):

Page 89: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

89

“Os conceitos novos e mais elevados, por

sua vez, transformam o significado dos conceitos inferiores. O

adolescente que dominou os conceitos algébricos, atingiu um

ponto favorável, a partir do qual vê os conceitos aritméticos

sob uma perspectiva mais ampla”

Aí o autor desenvolve um raciocínio bastante próximo ao que

Bruner posteriormente denominaria de Sistemas de Codificação.

Além disto, tanto o movimento do processamento de informação

como o da metacognição, podem considerar Vygotsky como seu fundador. Este

pela sua preocupação com controle consciente pela criança de sua aprendizagem,

que Vygotsky considerava uma meta desejável. Aquele pela comunhão de

interesse nos fatores envolvidos na aprendizagem, e em como ela pode ser

maximizada.

Conceito útil em Vygotsky é o da zona de desenvolvimento

proximal. Considera que cada criança tem um potencial de aprendizagem

inaparente. Este potencial não se concretiza, a menos que estimulada. Mesmo

estando em níveis semelhantes, cada aluno diferencia-se do outro pelas dimensões

de sua zona de desenvolvimento proximal. A seu ver, cabe ao professor desafiar o

aluno a atingir níveis que de outra maneira não o faria. A relação entre aluno e

professor é da máxima importância. Neste ponto, Vygotsky exerceu considerável

influência sobre Bruner.

O aprendizado colaborativo pode buscar em Vygotsky sua

fundamentação. Para ele, o relacionamento de uma criança com os seus colegas de

turma é também significativo. Defendeu a utilização de uma criança mais

desenvolvida para ajudar uma outra menos desenvolvida. Argumentou que isto

Page 90: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

90

não é necessariamente um sacrifício para o aluno mais avançado. Isto porque ao

explicar e ajudar a outra criança, pode conquistar uma maior compreensão

explícita de sua própria aprendizagem, em termos metacognitivos. Além disto, ao

ensinar um tema consolida a sua própria aprendizagem.

Discriminou ainda entre a gênese dos conceitos espontâneos e os

científicos. Os primeiros resultantes da observação da própria criança. Os outros,

oriundos da educação formal. Da sua gênese, afirmou que tomam direções

contrárias. Os espontâneos iniciam-se pela experiência. Primeiro a criança

convive com seu irmão. Só depois desenvolve a capacidade de conceituar o termo

irmão. Já os científicos, começam geralmente com uma definição verbal e sua

aplicação em situações não espontâneas. Em seguida, vão sendo progressivamente

ampliados no decorrer da escolarização posterior. Pode-se dizer então que o

desenvolvimento dos conceitos espontâneos da criança é ascendente, enquanto

dos científicos é descendente.

A conseqüência disto para aprendizagem é clara. Uns e outros

têm significados diferentes para o indivíduo. Os espontâneos são sólidos e

carregados de significado existencial. Para apreendê-los e desenvolvê-los nada se

exige além de viver. Já os científicos, pela sua própria definição, são menos

densos e impregnados de vida. Ainda mais, para desenvolvê-los é necessário um

trabalho formal e específico. Não surpreende que o ensino competente seja tão

difícil e o estudo autônomo eficaz tão raro.

Discutir o problema das relações entre a linguagem e o

pensamento é fundamental para a aprendizagem. Se considerarmos que o processo

Page 91: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

91

de aprendizagem ocorre quando o novo é integrado dinamicamente ao antigo, e

que a palavra tem importante papel mediador, é fácil compreender porque

Vygotsky não pode ficar à margem do debate educacional.

O estudo do problema destas relações, tem caminhado desde a

antigüidade entre dois pólos. Um, identificando fala com pensamento, fundindo-

os. O outro, afirmando o oposto, disjunção e segregação absolutas. Independente

da proximidade maior ou menor de cada um dos pólos, consideram todos,

pensamento e linguagem como dois processos distintos. Consequentemente, o

estudo destas relações dirige-se sempre para algo mecânico e externo, nunca

sendo capaz de estudar qualquer ligação intrínseca entre linguagem e pensamento.

O erro então, estaria, segundo Vygotsky, nos métodos de análise

adotados pelos pesquisadores. Tais métodos analisam todos psicológicos

complexos em seus elementos constituintes. O problema aqui, é que no decorrer

da análise as propriedades originais do pensamento verbal desapareceram, porque

foram dissecados em suas partes componentes. Ao pesquisador resta apenas

descobrir as relações mecânicas entre dois componentes, na esperança de

reconstruir, através da especulação, as propriedades desaparecidas.

Na sua opinião, o método mais adequado é usar outro tipo de

análise que denominou de análise em unidades (Vygotsky, 1993). Unidade é

entendida como um produto de análise, que ao contrário dos elementos, contém

todas as propriedades do todo, não podendo ser dividida sem que as perca.

Exemplifica a molécula para a compreensão das propriedades da água e a célula

para o ser vivo.

Page 92: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

92

Em seu caso particular define como unidade básica de análise o

significado da palavra. Em suas palavras:

“A natureza do significado como tal não é

clara. No entanto, é no significado da palavra que o

pensamento e a palavra se unem em pensamento verbal. É no

significado, então, que podemos encontrar as respostas às

nossas questões sobre as relações entre o pensamento e a fala”.

Baseado neste método Vygotsky estabelece então, que a relação

entre pensamento e fala não é uma coisa, mas um processo. Nele, o que existe é

um movimento contínuo da palavra para o pensamento e vice-versa. O

pensamento não meramente expresso em palavras, é por meio delas que passa a

existir. O pensamento associa, se move, amadurece e se desenvolve.

Quando a criança começa a falar, ela o faz primeiro usando uma

palavra, depois duas, prosseguindo desenvolvendo não só o vocabulário, como

também, evoluindo de frases simples para outras mais complexas. No entanto, no

que tange ao significado, a primeira palavra já é uma frase completa. Por

exemplo; ao dizer mã pode estar significando “Eu te reconheço como minha mãe,

uma pessoa diferente de todas as outras que conheço e com quem tenho uma

relação muito especial”.

Assim, a semântica e a fonética caminham em sentidos opostos.

A primeira, de um pensamento globalizante para posterior domínio de suas

unidades semânticas mais elementares. Com o tempo, o pensamento torna-se mais

complexo e multifacetado. Já a última, vai do simples para o complexo; de uma

tosca palavra a um elaborado discurso.

Page 93: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

93

Outro aspecto de conseqüências óbvias para a aprendizagem é a

predominância do sentido sobre o significado. Uma dada comunicação muda de

significado conforme o contexto onde ela se dá. Depende basicamente da maior

ou menor comunhão entre as mentes dos interlocutores. Assim é que havendo

grande identidade de pensamento as palavras tornam-se quase dispensáveis.

Inexistindo, a comunicação torna-se muito difícil, por mais palavras que se usem.

O problema é que a comunicação direta ente duas mentes é impossível, tanto do

ponto de vista físico, como do psicológico. Ela só se faz de maneira indireta, o

pensamento precisa passar primeiro pelos significados e depois pelas palavras.

Finalmente compreender o pensamento verbal demanda ainda

compreender o complexo afetivo - volitivo que enfeixa a última resposta. O

pensamento é gerado pela motivação. Assim é que o trajeto delineado por

Vygotsky em seus estudos começa pela motivação geradora do pensamento,

prossegue pela sua configuração primeiro na fala interior e depois nos significados

das palavras para finalmente, desaguar nas palavras.

Compreender e aceitar Vygotsky pode ter profundas

conseqüências, tanto para aprendizes como principalmente para professores.

Aceitar Vygotsky significa afastar o foco de atenção da palavra, arena habitual do

mestre, para a motivação e significado. Isto não a desvaloriza, apenas a amplia.

Na verdade ele a considera “um microcosmo da consciência humana”.

Entretanto, ela perde sua existência autônoma para se tornar ícone de um

processo. Nas suas palavras:

“À frase bíblica ‘No princípio era o Verbo”,

Goethe faz Fausto responder: “No princípio era a Ação’. O

Page 94: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

94

objetivo desta frase é diminuir o valor das palavras, mas

podemos aceitar essa versão se a enfatizarmos de outra forma:

No princípio era a Ação. A palavra não foi o princípio – a ação

já existia antes dela; a palavra é o final do desenvolvimento, o

coroamento da ação”.

Finalmente pode-se dizer que o tema principal da teoria de

Vygotsky é que a interação social tem um papel fundamental no desenvolvimento

da cognição. Ele diz que:

“Qualquer função do desenvolvimento

cultural da criança aparece duas vezes: primeiro, no nível

social e depois no individual; primeiro, entre pessoas

(interpsicológico) e em seguida no interior da criança

(intrapsicológico). Destina-se igualmente para atenção

voluntária, memória lógica e formação de conceitos. Todas as

funções superiores se originam como um relacionamento atual

entre indivíduos”. (p.57)

Vygotsky complementa o trabalho de Bandura, teoria eclética

da socialização humana que considera a aprendizagem do comportamento social

como decorrente de variáveis comportamentais, cognitivas e ambientais. Por

outro lado, é componente chave da teoria de Aprendizagem Situacional de Lave,

que desenvolve sua teoria baseado em situações reais de aprendizagem. Por

enfocar seu trabalho no desenvolvimento cognitivo é interessante comparar seus

pontos de vista com Piaget e Bruner.

2.2.6.3 Outros autores relevantes

A literatura compulsada revelou grande número de autores

de teorias que lidam diretamente com a aprendizagem. Visando melhor

Page 95: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

95

compreensão, sua apresentação far-se-á classificando-as em categorias mais

abrangentes. Utilizou-se como critério a identificação do aspecto mais pregnante

na teoria. Assim foi possível incluí-los em quatro categorias: a) Pessoal; b)

Raciocínio; c) Técnica e d) Contexto. No primeiro caso foram incluídas as teorias

que enfatizavam os aspectos mais pessoais do aprendiz. No segundo, a

preocupação era com as formas de raciocínio. Já na terceira o ponto de maior

relevo era a técnica de ensino. Finalmente a última, incluindo teorias preocupadas

primariamente com a influência na aprendizagem, do contexto onde ela ocorre.

No aspecto pessoal: Metacognição

Por requerer que o indivíduo reflita sobre os seus processos

mentais, o interesse pelo estudo do papel das estratégias no aprendizado ganhou

um importante reforço com uma nova área de investigação psicológica

denominada metacognição. Este termo foi introduzida por Flavell, em 1970, para

definir o conhecimento sobre os próprios processos e produtos cognitivos.

Abrange ainda qualquer forma de monitorização do sistema cognitivo e

emocional. O autor distingue dois domínios: um, o do conhecimento

metacognitivo - todo o conhecimento que o indivíduo adquiriu sobre si mesmo e

sobre variáveis (das pessoas, da tarefa e da estratégia), que podem influenciar os

caminhos e resultados de suas ações, fruto das interações que consiga articular.

Nas variáveis pessoais agrupam-se todos os conhecimentos ou crença sobre os

seres humanos enquanto organismos cognitivos. Nas variáveis de tarefa situam-se

Page 96: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

96

as informações disponíveis para realização e objetivos da tarefa. Finalmente as de

estratégia, referem-se aos dados serem meios, processos e ações que permitirão ao

indivíduo realizar uma dada tarefa cognitiva com maior eficácia, como p. ex.: um

estudante, por ter conhecimento prévio dos objetivos de um texto e por conhecer e

usar ações mais eficazes, terá melhor desempenho que os demais em determinado

assunto.

O outro é o domínio das experiências metacognitivas - que são

experiências conscientes, quer cognitivas ou afetivas relacionadas com qualquer

um dos aspectos da tarefa, e podem ocorrer em qualquer momento da atividade e

estar relacionada com qualquer das variáveis citadas acima. Temos como exemplo

o caso de um estudante que não compreende o que foi lido; ele relê parte do texto,

para facilitar sua compreensão.

Conhecimento de nossas cognições, é uma das primeiras

definições de metacognição, mas atualmente se está enfatizando a função auto-

reguladora (e não só a cognitiva) da metacognição. Diz-se então que é

conhecimento e auto-regulação (Flavell,1993).

Cognição significa qualquer operação mental: percepção,

atenção, memorização, leitura, escrita, compreensão, comunicação etc., e

portanto, metacognição é o conhecimento de todas estas operações mentais: o que

são, como se realizam, quando se usa uma ou outra, que fatores ajudam ou

interferem na sua operatividade. Para referir especificamente cada um destes

aspectos se fala de metamemoria, meta-atenção, metaleitura,

Page 97: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

97

metaescrita etc., todo o conjunto de metas é

metacognição.

O conhecimento metacognitivo, o monitoramento e a auto-

regulação interagem entre si e influenciam nossas atividades cognitivas. Na

literatura metacognitiva requer saber "o que" (knowing what) se quer conseguir

(objetivos) e "saber como" (knowing how) se consegue (auto-regulação ou

estratégias). Esta distinção (o que e como) ressaltam duas dimensões da

metacognição: a metacognição como conhecimento das operações mentais e a

metacognição como auto-regulação. Por esta razão uma função deriva da outra

(Ferreira, 1998b).

A metacognição como proposta educacional (Sutherland,

1996),

é um movimento relativamente novo e incide sob um aspecto ainda pouco

trabalhado em termos do ensino – aprendizagem: a consciência. Para os

metacognitivistas quando alunos tornam-se mais conscientes de sua própria

aprendizagem, esta se torna melhor. Esta consciência deve incluir conhecimento

do como e porque estão aprendendo. Metacognição é então um discurso de

segundo nível sobre o processo de aprendizagem, assim como também uma

proposta educacional.

Novak (1994), refere-se a dois termos; meta-conhecimento e

meta-aprendizagem. O meta-conhecimento refere-se à preocupação

epistemológica sobre conhecimento que se dirige à natureza do conhecimento e do

processo de conhecer. Já a meta-aprendizagem refere-se ao aprendizado dos

processos de aprendizagem, ou seja, refere-se ao aprender a aprender.

Page 98: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

98

Na sua opinião, as melhores estratégias de meta-aprendizagem

devem ser acompanhadas de estratégias que aumentem o meta-conhecimento.

Meta-aprendizagem e meta-conhecimento são duas áreas diferentes, porém

interconectadas de conhecimento que caracterizam a compreensão humana.

Aprender sobre a estrutura e natureza do conhecimento ajuda os alunos a

entenderem como eles aprendem. E o conhecimento sobre a aprendizagem, ajuda-

os a saber como seres humanos constróem novo conhecimento.

As capacidades básicas da metacognição (Sutherland, 1996),

incluem:

Prever os resultados de uma ação (o que acontecerá se...?)

Conferir seus resultados (funcionaram ?)

Controlar sua própria ação simultaneamente ao agir (como estou me saindo ?)

Testar a realidade (faz sentido ?)

Autores desta linha afirmam que seus princípios podem ser

aplicados a qualquer faixa etária, o que não é universalmente aceito. Embora seja

em geral aceite seus benefícios em crianças mais velhas e em adultos, isto não

acontece para crianças menores. Sutherland (1996) no entanto, cita Brown &

DeLoache que afirmam que mesmo bebês possuem capacidade metacognitiva.

Aceitam o fato de que não é fácil para crianças usarem suas capacidades em

situações novas. No entanto, argumentam que o problema é mais de inexperiência

do que de juventude.

A abordagem metacognitiva difere fundamentalmente da

piagetiana, na medida em que entende a aprendizagem ocorrendo de forma mais

Page 99: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

99

quantitativa do que qualitativa. Nega a existência de estados que diferenciam a

criança do adulto. Por outro lado, aproxima-se de Vygotsky em função da

preocupação comum com o controle consciente da própria aprendizagem. Pela

mesma razão aproxima-se também do construtivismo. Processadores da

informação e metacognitivistas mantém ligações muito próximas. Interessam-se

ambos pelos fatores fundamentais para a aprendizagem, estando freqüentemente

de acordo. Filosoficamente, responde a tradições fenomenológicas e

hermenêuticas. A primeira, referindo-se à capacidade de reagir pessoalmente aos

acontecimentos. Já a outra, dirigida à extração de significados a partir de textos.

Os significados desenvolvidos por Flavell são comuns à maior

parte dos autores e orientam diversas pesquisas sobre aprendizagem eficaz.

Segundo Paris e colaboradores (1990, p.25), a construção da aprendizagem com

orientação metacognitiva apresenta inúmeras virtudes, dentre elas o estudo das

diferenças individuais no rendimento escolar, onde estudantes com idênticas

capacidades intelectuais podem ter diferentes níveis de rendimento, de acordo

com suas formas de atuar sobre seus próprios processos de aprendizagem.

Bjorklund (1995) concorda que a metacognição, um fenômeno

que tem sido enfatizado como significante para as diferenças individuais na

inteligência. Os indivíduos mais brilhantes de qualquer idade são os que possuem

a função executiva para monitorar seu desempenho na tarefa e a aplicar as

técnicas que possuem para resolver um problema. Cita seus próprios estudos e de

seus colegas sugerindo que as diferenças na metacognição são a maior causa de

diferenças nas estratégias usadas e no treinamento efetivo entre crianças com

Page 100: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

100

retardo e sem retardo (Borkowski, Reid, & Kurtz, 1984, citado em Bjorklund), e

entre superdotados e não superdotados (Borkowski & Peck,1986, citado em

Bjorklund) e entre crianças com inteligência média (Carr, Borkowski, & Maxwell,

1991 e Borkowski & Turner, 1988 citados em Bjorklund) (Ferreira, 1998b).

A metacognição tem um interesse prioritário em saber como se

aprende e como fazer para auxiliar alunos a aprender melhor. Com esta agenda

muitos e diferentes estudos foram levados a cabo. Uns comparavam os bons e os

maus alunos visando descobrir suas diferenças. Outros com o mesmo objetivo,

comparam novatos com veteranos ao realizar tarefas semelhantes. Outros

finalmente, elaboram e testam programas de intervenção para o desenvolvimento

de métodos de estudo.

Os dois primeiros tipos permitiram identificar algumas variáveis

mediadoras cognitivas (estratégias de aprendizagem) e afetivas (orientações

motivacionais) que têm ação de relevo no desempenho escolar. Assim, o bom

aluno possui duas características: a) sabe como gerenciar seu processo de

aprendizado b) valoriza o conhecimento e reconhece sua responsabilidade sobre a

aprendizagem.

Já os programas de intervenção privilegiam o auto-

questionamento e o diálogo, seja entre professor e aluno seja dos alunos entre si.

De uma forma ou de outra o que se deseja é que alunos possam aprender a

selecionar os procedimentos mais adequados para cada situação, em função de

suas características pessoais e dos resultados obtidos.

Page 101: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

101

Destes programas, não se pode, pelo menos em nível de detalhe

obter resultados muito concludentes, No entanto, do seu conjunto pode-se

concluir: a) há processos e estratégias que facilitam a aprendizagem b) eles

podem ser ensinados.

Estratégias de aprendizagem podem ser definidas a um nível

mais complexo, como planos formulados por estudantes para atingirem objetivos

de aprendizagem. De maneira mais específica como qualquer procedimento

adotado para a realização de uma determinada tarefa. Sublinhar, resumir e

esquematizar, são exemplos de estratégias de aprendizagem

A aplicação adequada das estratégias de aprendizagem implica

em personalização, flexibilidade e avaliação de custos. É o próprio aluno que vai

utilizá-las. Por isto, deverá desenvolver a sua forma particular de usar uma dada

estratégia. Por outro lado, a flexibilidade consiste em saber que diferentes

estratégias de aprendizagem funcionam melhor em diferentes situações. Assim, a

escolha da estratégia deve respeitar o contexto em que ela será aplicada.

Finalmente, a aplicação de uma estratégia demanda tempo e

esforço, e claro, é feita visando a consecução de um determinado objetivo. Aplicá-

la então implica em comparar os custos envolvidos com a confiança do aluno em

obter os objetivos almejados.

As estratégias de aprendizagem podem, ser classificadas em três

grupos; as específicas à tarefa, as relacionadas com metas e as de regulação.

Estratégias específicas à tarefa são restritas; por exemplo a prova dos nove para

Page 102: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

102

verificar o resultado de uma conta. As relacionadas com metas são as que

transcendem as tarefas, por exemplo, esquematizar.

Finalmente, as de regulação controlam as anteriores. Destinam-

se a monitorar o uso e eficiência das estratégias de aprendizagem, identificando

momentos e causas de mau desempenho e indicando soluções possíveis.

Para sua aplicação, as primeiras exigem apenas conhecimentos

restritos à tarefa. Já as segundas, exigem um pouco mais de abstração; a

capacidade de relacionar as características da tarefa às metas a serem atingidas.

Finalmente, as terceiras têm maior demanda. Exigem que o aluno conheça suas

próprias competências, as exigências da tarefa, os objetivos que pretende alcançar

e os procedimentos necessários para alcançá-los (Silva & Sá, 1993). Em resumo:

“bons estudantes usam tudo o que sabem

sobre si próprios enquanto aprendizes, sobre o que é exigido

pela tarefa e sobre a utilização de estratégias, numa integração

harmoniosa da experiência passada e desempenhos presentes”.

Aprender pode ser dificultado por fatores intrínsecos ao

processo da aprendizagem e relativamente autônomos do contexto de ensino.

Segundo relato de Carr, Borkowski & Maxwell (1991, p. 25), várias pesquisas têm

demonstrado que os alunos com insucesso são menos persistentes na busca de seus

objetivos, não conseguem utilizar estratégias adequadas, subestimam a exigência

da tarefa, especialmente nos trabalhos mais difíceis. Alguns autores acreditam que

a ineficácia no uso das estratégias de aprendizagem se baseia, em parte, no fato de

que os alunos com insucesso, não desenvolvem estados afetivos apropriados e

Page 103: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

103

crenças motivacionais adequadas, reconhecidos como fatores importantíssimos

para o desempenho escolar.

Nas abordagens metacognitivas sobre a aprendizagem, muitos

autores têm identificado certas crenças como as principais mediadoras cognitivas

que intervêm na motivação, estabelecendo uma estreita interdependência entre

metacognição e motivação (Paris & Winograd, 1990, p.27).

Um conceito importante é o de crenças metacognitivas. No

senso comum, todos entendem por motivação, o impulso que leva a agir em

direção a um determinado objetivo. Quando ela existe em relação a uma atividade

qualquer, há um aumento da persistência, do tempo, da energia e da determinação,

mesmo quando se encontram dificuldades ou obstáculos. Os estudantes

desenvolvem crenças sobre si próprios (bons ou maus alunos), sobre suas

capacidades cognitivas (se são inteligentes ou se têm jeito especial para certa

matéria), como também têm expectativas acerca dos resultados do seu

desempenho e do valor atribuído ao sucesso escolar.

Estas crenças são denominadas crenças metacognitivas e as que

merecem mais atenção dos pesquisadores são as que incidem sobre os próprios

alunos, ou seja, as pessoais. A primeira delas é atribuída ao sucesso e insucesso

escolares, onde as causas apontadas por eles, para ambos os resultados, estão

sempre alocadas em quatro categorias: capacidade, esforço, dificuldade da tarefa e

sorte. A percepção que têm sobre estas causas, vai influenciar diferencialmente as

respostas emocionais, os desempenhos e a motivação.

Page 104: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

104

Outra crença é sobre a inteligência e o papel que ela tem sobre a

motivação para a aprendizagem. Segundo Dweck (1986, p.31), a análise deste

aspecto permite estabelecer dois padrões motivacionais: o padrão adaptado, que é

caracterizado pela busca de desafios e elevada persistência e eficácia frente a

obstáculos, e o padrão inadequado, caracterizado por evitar desafios e apresentar

baixa persistência aos obstáculos. Esses estudos mostram que concepções

inadequadas de inteligência conduzem a interpretações erradas do esforço

depreendido, levando os alunos a adotarem padrões de comportamento que

dificultam a aprendizagem. A última delas é sobre o autoconceito, na dimensão da

auto-estima que se tem revelado importante no estudo dos processos

motivacionais, como demonstram os estudos de Carr, Borkowski & Maxwell

(1991, p.32) os alunos com sucesso escolar têm auto-estima mais elevada e

atribuições internas mais consistentes frente ao sucesso.

Em seguida serão vistas posições particulares de vários autores

metacognitivistas.

Saber como e porque se erra ajuda a gerenciar estes erros no

futuro. A teoria desenvolvida por VanLehn (1980) em crianças e em tarefas de

subtração, diz que o indivíduo aplica várias estratégias (meta-ação) para superar o

impasse.

A teoria Fenomenográfica de Marton & Entwistle tem por

objetivo descrever como a aprendizagem ocorre no ensino superior e mostrar,

também que o ensino e a avaliação afetam a qualidade da aprendizagem. O

elemento mais importante dessa pesquisa é que os dados foram coletados pelos

Page 105: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

105

próprios alunos em relatórios pessoais e entrevistas. Além disso, em ambiente e

com conteúdo realmente ligado à aprendizagem.

Os estudos iniciais foram centrados em experiências de

aprendizagem de alunos lendo artigos, assistindo conferências, resolvendo

problemas e estudando, já os estudos mais recentes examinam aspectos do

intercâmbio cultural das experiências de aprendizagem. Ramsden em 1992 propôs

diretrizes práticas para ensinar baseadas nos achados dessa pesquisa.

A Fenomenografia está relacionada com o trabalho de Pask em

estilos de aprendizagem e o de Craik & Lockhart na teoria de Níveis de

Processamento.

Alan Schoenfeld diz que para se compreender e ensinar

matemática deve-se abordar o assunto no campo da solução de problemas. Em

1985, na teoria de Solução de Problemas Matemáticos, ele descreveu quatro

categorias de conhecimentos ou habilidades que são necessários para se obter

sucesso em matemática: a) recursos – propostas e planos de conhecimento

matemático, b) heurísticos – estratégias e técnicas para solução de problemas, c)

controle – decisão sobre quando e qual recurso ou estratégia se deve usar e d)

convicção – visão global matemática que determina como alguém aborda o

problema.

A estrutura teórica é baseada em outros trabalhos de psicologia

cognitiva, particularmente no de Newell & Simon. Schoenfeld (1987) atribuiu

maior ênfase na importância da metacognição e dos componentes culturais da

aprendizagem da matemática do que em sua formulação original.

Page 106: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

106

A teoria da Conversação de Pask (1995) defende a idéia que a

aprendizagem ocorre por conversação sobre um assunto tornando o conhecimento

explícito. Os assuntos são representados em estrutura de vínculos, que

estabelecem as pontes para a compreensão do conteúdo. Esses vínculos possuem

níveis de estruturação diferentes, como p. ex. vínculos subordinados ou análogos.

Definem dois tipos de estratégias de aprendizagem: serial – que progride de forma

seqüencial e holística – que busca relações mais elevadas.

No aspecto pessoal: Rogers

Para Rogers, aprendizagem experimental corresponde a

mudança e crescimento pessoal. Acha que todos os seres humanos têm uma

propensão natural para aprender, o papel do professor é facilitar tal aprendizagem.

Para isto é necessário: criar um clima positivo para a aprendizagem; esclarecer os

objetivos dos aprendizes; organizar e disponibilizar os recursos de aprendizagem;

equilibrar os componentes intelectuais e emocionais da aprendizagem e

compartilhar sentimentos e pensamentos com os aprendizes sem contudo dominá-

los.

No aspecto pessoal: Ausubel

A preocupação principal de Ausubel é com o Aprendizado

Verbal (Lefrancois, 1972), mais freqüente em situações normais de ensino. Nestes

Page 107: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

107

casos, o assunto é apresentado ao aluno de forma mais ou menos completa e

organizada

A teoria de Ausubel (1963) pode ser considerada como uma

Teoria da Subsunção, ou da Subordinação. Em lógica a subsunção consiste em

subordinar um conceito a outro. Para este autor, o conhecimento toma uma

estrutura hierárquica de conceitos. A esta estrutura denomina Trama Cognitiva.

Semelhante às raízes de uma árvore, os conceitos mais gerais e abrangentes

situam-se nos níveis superiores. A cada nível mais baixo, mais específicos

tornam-se os conceitos. Entre um conceito e outro, existe uma relação lógica de

subsunção, o conceito mais geral subordinando o mais específico.

Neste sentido então, aprender é então incorporar o novo material

a uma estrutura cognitiva preexistente. Aprender é portanto um ato de subordinar

conceitos. Ausubel então define dois tipos de aprendizado, o mecânico e o

significativo. Só há aprendizado significativo se houver uma trama cognitiva

relativamente estável à qual o novo conhecimento possa ser relacionado. Caso

contrário, o aprendizado é mecânico.

Corolário desta teoria, é que o aprendizado atual depende muito

daquele feito previamente. Ou seja, só se aprende algo, quando já se sabe alguma

coisa a seu respeito. Isto porque maior e mais organizada a trama cognitiva, com

mais facilidade um novo conceito pode ser incorporado.

Outro corolário é o fato de que dois alunos podem apresentar o

mesmo comportamento mesmo com aprendizados de tipos diferentes.

Dependendo do tipo de avaliação, o desempenho de um aluno que aprendeu

Page 108: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

108

mecanicamente pode ser igual aquele que o fez significativamente. A diferença

estará no significado que cada aluno atribui a cada um dos conceitos aprendidos.

Para um, nada além do que um agrupamento solto e ilógico de conceitos. Para

outro um todo racional e coerente de conhecimento. O que se espera é que as

instituições escolares valorizem este e desestimulem aquele.

Aprender é incorporar o novo à trama conceitual. Lembrar-se é

dela retirá-lo. Assim, o material que se lembra com facilidade tem alta

dissociabilidade. O termo refere-se à maior ou menor facilidade que um dado

material pode ser retirado da trama cognitiva que o acolhe. Por isto, esquecer é

perder a dissociabilidade. Maior a similaridade do conceito novo com a trama

preexistente, maior sua facilidade de incorporação e portanto, menor sua

dissociabilidade.

A teoria da Elaboração de Reigeluth (1983) é uma extensão do

trabalho de Ausubel e de Bruner. Segundo ele a instrução deveria ser organizada

em ordem crescente de complexidade, para que houvesse uma boa aprendizagem.

A idéia chave é que o aprendiz precisa desenvolver um contexto significante no

qual podem ser assimiladas idéias subsequentes e habilidades.

Em Novak há dois aspectos que merecem comentário, sua noção

de negociação de significados (1992) e os mapas conceituais (1994). Sua teoria é

em muito influenciada pela de Ausubel, o que reconhece explicitamente.

O mapa conceitual é na verdade a concretização do conceito

teórico desenvolvido por Ausubel. Para este autor o aprendizado se faz em termos

de construção de uma trama cognitiva. Em Novak esta trama se expressa como

Page 109: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

109

Mapa Conceitual. O Mapa conceitual é assim, uma representação gráfica da trama

cognitiva ausubeliana.

Consiste em uma estrutura hierárquica em árvore, de sentido

descendente onde no nível máximo se localiza o conceito mais geral e nos níveis

progressivamente inferiores situam-se conceitos cada vez mais específicos.

Outro desenvolvimento da teoria de Ausubel, é o conceito de

negociação de significados. De acordo com Ausubel, o significado que um dado

conceito possui depende da sua posição na trama cognitiva. Depende das relações

que estabelece com outros conceitos. Ainda mais, este autor defende que a trama

cognitiva é idiossincrásica. Cada indivíduo constrói a sua, às custas de seus

estudos, experiências e vivências, tanto cognitivas como afetivas.

Assim sendo, em uma dada situação de ensino, os significados

que professor e aluno atribuem a um mesmo conceito, serão muito provavelmente

diferentes. E ainda mais, nesta situação de ensino não ocorre uma mera

substituição do antigo significado atribuído pelo aluno por aquele do professor.

Cabe lembrar que aprender significativamente é integrar um novo conceito à

trama cognitiva preexistente, modificando-a. Desta maneira o aluno aprende

apenas à luz do que já sabe.

É portanto assim que Novak entende a situação de ensino. Em

primeiro lugar a relação entre professor e aluno como ocorrendo em um espaço

imerso em um contexto simultaneamente afetivo, social e político. Aí influindo, a

instituição escolar e a sociedade como um todo. Isto tudo mediado pelas

respectivas tramas cognitivas. E assim sendo, um espaço onde professor e aluno

Page 110: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

110

negociam os seus significados, e que ao final, ambos professor e aluno emergem

modificados.

No aspecto pessoal: Bruner

A estrutura principal da teoria Construtivista de Bruner (1966) é

que a aprendizagem é um processo ativo no qual aprendizes constróem novas

idéias ou conceitos baseados em conhecimentos anteriores. O aprendiz seleciona e

transforma a informação, constrói hipóteses e toma decisões, contando com uma

estrutura cognitiva para assim o fazer. Estruturas cognitivas (esquema, modelos

mentais) dão significado e organização às experiências e permitem ao indivíduo

“ultrapassar o significado da informação”.

A Teoria de Bruner pode ser denominada como uma teoria da

categorização (Lefrancois, 1972). Ele descreve toda a atividade cognitiva humana

em termos de processos envolvendo categorias. Perceber, conceitualizar e tomar

decisões é categorizar. Aprender é formar categorias. Uma categoria é um

conceito, pois engloba um conjunto de objetos relacionados. É também uma

percepção, pois inclui as coisas percebidas pelos sentidos.

Perceber é incluir um objeto em uma categoria preexistente. Por

isto, uma experiência totalmente nova para Bruner ou não pode ser percebida na

sua totalidade ou se puder, o indivíduo não pode comunicá-la. Perceber é traduzir

estímulos físicos em prontidão, conhecimento ou emoção. Perceber é portanto,

identificar coisas.

Page 111: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

111

Mais do que categorizar, o pensamento se faz através de

codificações. Portanto, o sistema de codificação é um conjunto de categorias

correlatas que se organizam em uma estrutura hierárquica. O sistema se organiza

de forma análoga à trama cognitiva de Ausubel.

A conseqüência mais importante para o aprendizado é que este

se faz pela organização de tais sistemas. Assim, para que um aluno se lembre de

um conceito, basta que ele se lembre do sistema de codificação ao qual o conceito

pertence.

Mais diretamente ligado ao aprendizado é o seu conceito de

aceleração (Sutherland, 1996). Opondo-se a Piaget, afirmou que era possível e

necessário que o professor procurasse fazer a criança passar por todas as etapas de

aprendizado o mais rapidamente possível. Aqui, a linguagem é uma das armas

mais importantes para esta aceleração e deve ser suficientemente simples para a

criança poder compreender, mas deverá ao mesmo tempo constituir um desafio

intelectual.

Bruner acrescentou a dimensão do ensino. Se o professor

intervém no ambiente de modo a que a criança viva todas as experiências

adequadas, aumenta a probabilidade da realização de seu pleno potencial.

O currículo em espiral é outro conceito relevante para a

aprendizagem e ensino. Bruner argumenta que para trabalhar um dado conceito, o

professor não deve aguardar uma fase específica de desenvolvimento. Ao

contrário, deve fazê-lo o mais precocemente possível.

Page 112: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

112

Bruner (1986, 1990), em seu mais recente trabalho ampliou seus

estudos com as dimensões sociais e culturais da aprendizagem.

No aspecto pessoal: Argyris

A teoria de Dupla Ação (Double Loop), proposta por Argyris

(1976), é uma teoria de mudança pessoal orientada para a educação profissional,

cuja aprendizagem está voltada para a mudança de valores subjacentes, onde os

pressupostos se clarificam e se inserem no processo progressivo de solução de

problemas complexos e mal estruturados. Desta forma enfatiza a relação entre a

visão de mundo do indivíduo e suas ações subsequentes. Ocorrem mudanças nos

valores e comportamentos, na liderança e no companheirismo. Um aspecto

importante da teoria é integrar os princípios defendidos pelo indivíduo e o que

realmente ele de fato executa. Esta interação com os outros é necessária para

identificar o conflito nas relações interpessoais.

No aspecto pessoal: Knowles

A teoria de Knowles (Andragogy, 1984) é uma tentativa de

desenvolver uma teoria específica para aprendizagem de adultos. Enfatiza que

adultos são auto-direcionáveis e responsáveis por suas decisões, desta forma os

programas de aprendizagem de adultos devem contemplar estes aspectos

Page 113: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

113

fundamentais. Em termos práticos, essa teoria significa que o ensino de adultos

necessita enfocar mais o processo e menos o conteúdo a ser ensinado.

É relacionada com a teoria Minimalista de aprendizagem de

adultos e com Rogers, na importância que atribui ao aprendiz.

No raciocínio:

A teoria de Landa (1974) preocupa-se em identificar processos

mentais (conscientes e especialmente os inconscientes) subjacentes ao

desempenho, raciocínio e aprendizagem do especialista. Sugere que todas as

atividades cognitivas podem ser analisadas como operações de natureza

algorítmica, semi - algorítmica, heurística ou semi – heurística, servindo de base

para métodos e estratégias instrucionais por ele proposto. Por exemplo, o método

da bola de neve, onde o ensino de uma série de operações cognitivas se faz pelo

ensino e pratica da primeira, seguida pela segunda que inclui a anterior, e assim

por diante até o aprendizado de todo o sistema. É muito usada no ensino da

matemática e de língua estrangeira.

Em 1978, Rumelhart e Norman propuseram a teoria de Modos

de Aprendizagem que ocorre de três formas: por acréscimo, quando é adicionado

um novo conhecimento ao já existente na memória; por estruturação, formação de

novas estruturas conceituais e por sintonização, que é o ajuste do conhecimento de

uma determinada tarefa, geralmente pela prática. O primeiro é o modo de

aprendizagem mais comum, o segundo é mais raro e requer um esforço

Page 114: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

114

considerável e por sintonização é a forma mais lenta de aprendizagem e voltado

para um desempenho específico.

A teoria da Flexibilidade Cognitiva ( Spiro et al., 1988) estuda a

natureza da aprendizagem em áreas complexas e mal estruturadas. Spiro & Jehng

(1990) diziam: “Por flexibilidade cognitiva, entendemos como a habilidade

espontânea de reestruturação do próprio conhecimento, de várias formas, como

resposta adaptativa às exigências de mudanças de situações radicais”.

A teoria da Flexibilidade Cognitiva foi baseada em outras

teorias construtivistas, como por exemplo Bruner, Ausubel e Piaget, e é

relacionada com o trabalho de Salomon em termos de mídia e aprendizagem

interativa.

Na técnica:

Bransford em 1990, liderando o grupo de Tecnologia e

Cognição de Vanderbilt (CTGV) cria a Teoria da Ancoragem, que foi o paradigma

da aprendizagem baseada em tecnologia. O enfoque do trabalho estava no

desenvolvimento de videodiscos interativos, como ferramentas para encorajar

alunos e professores a resolverem problemas reais complexos. Tal proposta

também se verifica na Teoria da Flexibilidade Cognitiva.

Page 115: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

115

No contexto:

A teoria Minimalista (Carroll, 1990) enfatiza a redução, a um

mínimo, da distância entre o indivíduo, a tarefa real e o sistema instrucional. Diz

que os aprendizes adultos não são um quadro em branco pois possuem

experiências prévias e não gostam de serem tratados como se não soubessem

nada. O sistema instrucional deve ser baseado na experiência dos aprendizes.

Carroll também identifica as raízes do Minimalismo no construtivismo de Bruner

e Piaget.

Na teoria da Aprendizagem Situacional, Lave discute que a

aprendizagem normalmente ocorre como uma função da atividade, contexto e

cultura onde ela acontece. Contrasta com a maioria das situações em que as

atividades envolvem conhecimento abstrato e fora de contexto.

Outros pesquisadores desenvolveram a teoria da Aprendizagem

Situacional. Brown, Collins & Duguid (1989) enfatizaram a idéia da

aprendizagem cognitiva. Também reforçaram a necessidade de uma nova

epistemologia para aprendizagem, onde se enfatiza a percepção ativa sobre

conceitos de representação. Já Suchman (1988), pesquisou a teoria aplicada à

inteligência artificial. A Aprendizagem Situacional é uma teoria geral de aquisição

do conhecimento que foi aplicada , por exemplo pelo Grupo de Tecnologia e

Cognição de Vanderbilt (1993).

A Aprendizagem Situacional tem antecedentes nos trabalhos de

Gibson (teorias de capacidade) e Vygotsky (aprendizagem social). Em adição, a

Page 116: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

116

teoria de Schoenfeld de Solução de Problemas Matemáticos incorpora alguns

elementos críticos dessa estrutura teórica.

A teoria do Contexto Funcional de Sticht guarda muita

semelhança com a teoria da Aprendizagem Situacional pois enfatiza também a

importância do contexto na aprendizagem. Essa teoria justifica o esforço da

aprendizagem pela importância de tornar a aprendizagem relevante para a

experiência dos aprendizes e dos seus contextos de trabalho. Quando se usa

materiais instrucionais que o aprendiz usará depois do treinamento, se transfere a

aprendizagem para fora da sala de aula, para o mundo real que enfrentará.

2.2.7 Ter e Ser

Compreender as idéias expostas até o momento, nos leva a

valorizar a atitude do aluno em relação ao conhecimento e ao aprender. Estudar

aquisitivamente ou interativamente, faz muita diferença. Barnes (1995),

desenvolveu estes dois conceitos baseado em Fromm. Na sua obra Ter ou Ser,

ainda representativa e de considerável influência, promove discussão muito mais

ampla do que esta sobre formas de estudar.

De interesse para o tema em tela, Fromm sugere que a idéia de

adquirir conhecimento é um dos principais obstáculos para um estudo eficiente.

Isto é, afirma que conhecimento ou aprendizagem, não são coisas a adquirir.

Neste sentido, ter conhecimento é tomar e conservar a posse do conhecimento

Page 117: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

117

disponível (informação). Já conhecer, é funcional e serve apenas como meio no

processo de pensamento produtivo, o que permite uma aprendizagem melhor.

Barnes, relacionando estas idéias às formas de estudar,

estabeleceu então dois modos de aprender: o aquisitivo e o interativo. O modo

aquisitivo de estudar concebe o conhecimento como algo a ser adquirido, e tudo o

que se precisa é descobrir como possuí-lo. Transforma o estudo em um

aglomerado fixo de idéias e teorias que deve ser armazenado. Aluno e aula são

estranhos um ao outro, pois o primeiro se tornou apenas o proprietário de um

conjunto de informações feitas por uma outra pessoa. Já no modo interativo de

estudar, o estudo tem proposta bem diferente: tenta-se aprofundar nas afirmações

e informações a fim de levantar questões, analisar e testar modelos para si próprio.

Assim, o que se ouve estimula os processos mentais, originando novas idéias e

mudanças. Ocorre participação ativa na aprendizagem, pois tenta-se entender

conceitos e questões, ao invés de possuir conhecimento. Ocorre um

processamento das informações e o cérebro não permanece neutro, como se

aglomerasse blocos fixos de idéias.

Fromm argumenta que a memória não é algo que alguém possa

ter, pois não há nada para se ter. Lembrar é algo que fazemos pela recuperação de

imagens e acontecimentos que deixaram impressão prévia. Ter boa memória é na

verdade a capacidade de se lembrar. Recordar é uma função do modo interativo, é

um processo ativo. Agora pode-se entender que ao sublinhar palavras em um

texto, dependendo do modo de aprender utilizado, ou o aluno adquire uma coleção

de informações ou processa uma coleção de idéias.

Page 118: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

118

É certo que, no fundo todos querem se agarrar ao conhecimento

como afirmações ou informações. O problema é que novas idéias podem ser

particularmente ameaçadoras. A última coisa que se quer é que apareça alguém

para modificar o que já está definido. Mas por outro lado, o modo interativo de ser

permite o estímulo aos processos mentais, originando novas idéias e mudanças de

forma ativa.

Quando apenas se armazena informações, é pouco provável que

os processos mentais estejam trabalhando na construção de um melhor

entendimento do material que se tem em mãos, como dito por Fromm: “Adquirir

é tomar posse de um conhecimento disponível (informação); conhecer é funcional

e faz parte do processo de pensamento produtivo” (1979).

Um problema adicional com adquirir informação é que, muitas

vezes a que pode ser adquirida é a de menor valor. No processo de comunicação

autores freqüentemente usam informações apenas como veículo para transmissão

de suas idéias. Desta maneira, quando o aluno procura adquirir informação, ele

ignora as idéias. Centra sua atenção no acessório em detrimento do essencial.

Page 119: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

119

2.3 Estilos de Aprendizagem

2.3.1 Conceituação

Todas as pessoas têm um estilo de aprendizagem. Quando o

estilo que se usa está bem adaptado às características individuais, o resultado é

uma melhor postura para a aprendizagem e conseqüente incremento na

produtividade, no sucesso escolar e na criatividade (Griggs, 1991). Estilo de

aprendizagem pode ser entendido como uma combinação entre características

cognitivas, afetivas e fatores fisiológicos que se tornam indicadores relativamente

estáveis da maneira com que um aprendiz compreende e interage com, ou

responde ao ambiente de aprendizagem (Keefe, 1979). Já Butler (1988)

identificou quatro grandes dimensões do estilo de aprendizagem: cognitiva,

afetiva, fisiológica e psicológica.

Cognitiva – diz respeito aos diferentes modos pelos quais os alunos percebem e

ordenam mentalmente as informações e idéias;

Afetiva – diz respeito a como fatores sociais e emocionais afetam situações de

aprendizagem;

Fisiológica – diz respeito a que sentidos são utilizados na aprendizagem: audição,

visão e movimento (sentido cinestésico);

Psicológico – diz respeito a como a força interior e a individualidade afetam a

aprendizagem do indivíduo.

Page 120: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

120

Estão incluídos nesta ampla definição os estilos cognitivos;

padrões intrínsecos de processamento de informação que representam o modo

típico de uma pessoas perceber, pensar, lembrar e resolver problemas.(Griggs,

1991)

Tem-se dado muita importância ao “constructo” do estilo de

aprendizagem em educação. Butler (1988) apresentou as quatro maiores

vantagens advindas da avaliação do estilo de aprendizagem. 1º . facilita o exame

pelos instrutores , de como eles mesmos aprendem; 2º . força os instrutores a

examinarem se desenvolvem ou mascaram seus próprios estilos de aprendizagem;

3º . força os professores a examinarem se estão prejudicando ou frustando seus

alunos sobre o modo como eles próprios ensinam; 4º . este conhecimento

proporciona base para planejar estratégias de ajuda aos alunos que têm diferentes

estilos de aprendizagem, inclusive estilos diferentes daqueles dos professores.

Professores podem variar os tipos de estilos de ensino

necessários ao aprendizado e oferecer opções aos estudantes. Derry (1988/89)

concluiu que aumentando as opções no repertório de táticas de aprendizagem dos

alunos, os professores podem prepará-los para desenvolverem suas próprias

estratégias para resolver problemas em sala de aula, através da ênfase nas

estratégias de ensino.

Page 121: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

121

2.3.1.1 Estratégias de Aprendizagem

Estratégias de aprendizagem14

são métodos que os alunos usam

para aprender. Isto varia desde técnicas para otimizar a memória no estudo, como

por exemplo o método do locus, que faz associações entre fatos a serem

lembrados e locais particulares até técnicas para esquematizar que enfatizam as

relações lógicas entre idéias. Vez que o ato de estudar expressa-se no uso das

diferentes estratégias de aprendizagem, podemos entendê-las como a expressão

visível dos estilos de aprendizagem.

Algumas estratégias de aprendizagem acarretam mudanças em

planejamentos de ensino. Por exemplo, a utilização de perguntas antes, durante e

depois da atividade demonstra que há um incremento na aprendizagem (Ausubel).

Métodos que tentam incrementar o grau de aprendizagem foram chamados de

“matemagênicos”, no sentido de que geram a compreensão (Ropthkopf, 1970).

Várias teorias de aprendizagem enfatizam a importância das estratégias de

aprendizagem, por exemplo: Teoria da Dupla Ação (Argyris), Teoria da

conversação (Pask) e Teoria do Pensamento lateral (DeBono). Weinstein (1991)

discute estratégias de aprendizagem no contexto de interação pessoal, um aspecto

importante da teoria situacional de aprendizagem.

14 Apresentadas como maior detalhe às paginas 95-7.

Page 122: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

122

2.3.1.2 Delimitação

Os estilos de aprendizagem representam um conjunto de

características individuais que descrevem como um determinado indivíduo

aprende. Não devem ser confundidos com habilidades individuais diversas, tais

como as descritas por Gardner, Guilford ou Sternberg. Tais autores propuseram

características presentes na forma de manipular a informação. São neste sentido,

visões muito mais específicas sobre a cognição do que os estilos de aprendizagem.

Na verdade, a forma de processamento da informação é apenas um dos fatores a

ser levado em conta quando da definição de um dado estilo de aprendizagem.

Além disso, estilos de aprendizagem são usualmente

considerados bipolares, enquanto as habilidades individuais são unipolares

(variando de zero a um valor máximo). Ter mais de uma habilidade individual é

considerado benéfico, enquanto ter um estilo de aprendizagem particular significa

simplesmente uma tendência de comportar-se de uma certa maneira

(Kearsley,1998b).

A importância:

De forma crescente os educadores estão reconhecendo que o

processo de aprendizagem é extremamente importante e que compreender o modo

de aprender dos indivíduos é a chave da melhoria educacional. Segundo Griggs

(1991) são abundantes as evidências de que o sistema educacional americano está

Page 123: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

123

comparativamente atrás do da Europa Ocidental e nações asiáticas para ensinar

aos jovens os conhecimentos básicos e habilidades necessárias para competir na

era de alta tecnologia. Diz ainda que o grande desafio para as escolas hoje é

avaliar os estilos de aprendizagem característicos de cada estudante e prover

meios para ensinar e aconselhar de acordo com estas características. Surge então o

papel do conselheiro que é duplamente importante: como consultor de professores

e como provedor de serviços de aconselhamento.

Importância na Medicina:

Segundo Kearsley (1998c), no caso particular do ensino médico,

extensivo às profissões ligadas a área da saúde, estes aspectos assumem

importância pelo fato dos altos custos praticados e fraco desempenho alcançado

pelos estudantes (McGuire et al. 1983; Tosteson, 1979). Uma das características

do conhecimento médico é a sua grande amplitude e constante e veloz mudança.

Os profissionais médicos têm que adquirir e lembrar de um

grande número de detalhes, tornando críticas as técnicas de memorização. Teorias

de aprendizagem centradas na memória (por exemplo, ACT, Dupla Codificação e

Níveis de Processamento) são extremamente pertinentes. A teoria da Flexibilidade

Cognitiva que enfatiza o estudo de caso com dependência contextual em situações

de realidade é diretamente aplicada em educação médica. Além disso, o uso de

estratégias de aprendizagem que incrementam a postura no estudo são também

muito importantes.

Page 124: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

124

Determinados processos cognitivos e habilidades são críticos na

prática médica, como a tomada de decisão, argumentação e solução de problemas.

Este último, particularmente, foi a base pedagógica de muitos currículos médicos

(p.ex. Elstein, Shukman & Sprafka, 1978; Norman & Schmidt, 1992). O ambiente

médico é muito estressante, tornando a ansiedade e o estímulo assuntos

importantes. Algumas áreas da medicina (cirurgia, radiologia) requerem altos

níveis de habilidade psicomotora. Os profissionais da saúde são freqüentemente

levados a fazerem juízo de valor, o que torna as pesquisas sobre atitudes também

relevantes.

A educação médica perdura durante a existência do indivíduo,

por isso os profissionais médicos devem ser auto – didatas na sua aprendizagem e

capazes de relacionar novas informações com suas necessidades e experiências.

Por estas razões, teorias de aprendizagem de adultos (como a de Cross, Knowles e

Rogers) que enfatizam a auto – instrução e a aprendizagem experencial são

altamente pertinentes. Além disso, teorias de ensino que são baseadas em auto -

estudo e uso da mídia (Mager e Salomon) são significantes na educação médica.

2.3.2 Taxionomias de estilos de aprendizagem

Diversos estilos cognitivos foram identificados ao longo dos

anos. Um dos mais conhecidos é o que classifica aprendizes em dependentes /

independentes do campo. Este estilo refere-se à capacidade do aprendiz em

analisar um todo em suas partes componentes. Esta análise se faz de maneira ativa

Page 125: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

125

e lógica. Aqueles capazes de realizar com facilidade esta tarefa, são classificados

como independentes de campo. Já os dependentes, tendem a perceber a realidade

de forma mais passiva e globalizante, sendo pouco eficientes em identificar

diferenças. Característica conseqüente e que nomina mais claramente o estilo, é o

fato de que é relativamente incapaz de autonomamente analisar a realidade.

Assim, este aprendiz depende mais fortemente do ambiente e de figuras de

autoridade para formar suas opiniões. Ao contrário dos independentes, possuem

menor capacidade de planejar e gerenciar o seu processo de estudo.

Em suma, Kearsley, diz que os estudos revelam conexões entre

este estilo e a aprendizagem (Messick, 1978). Os indivíduos independentes do

campo aprendem mais efetivamente em condições de motivação intrínseca

(automotivação) e sofrem menos influências das relações sociais. Luk (1998)

ressalta que esta característica é particularmente importante no ensino à distância,

onde os estudantes aprendem sem o suporte habitualmente oferecido no ensino

tradicional. Os independentes do ambiente são mais analíticos, lógicos e melhor

preparados para abstrair e reestruturar aspectos sutis do problema. Ressalte-se

entretanto, que ser independente de campo não é vantajoso apenas para situações

de ensino à distância. O processo de estudo como um todo beneficia-se quando o

aprendiz situa-se nesta categoria.

A grosso modo, pode-se estabelecer uma analogia entre estes

estilos de aprendizagem e os modos de estudar criados por Barnes. São fortes as

semelhanças entre o modo interativo de estudar e os aprendizes independentes do

Page 126: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

126

campo. Da mesma maneira, os aquisitivos assemelham-se muito aos dependentes

de campo.

Muitos outros estilos foram descritos, classificando alunos sob

diferentes perspectivas. Pask por exemplo, descreveu um estilo de aprendizagem

chamado seriado / holístico. O primeiro prefere aprender de forma seqüencial e o

último de maneira hierárquica, isto é, de cima para baixo. Teoricamente estilos

cognitivos e de aprendizagem são úteis para definir o tipo de estratégias de ensino

ou métodos que seriam mais eficazes para tarefas individuais de aprendizagem.

No entanto, Cronbach & Snow em suas pesquisas empíricas, colocam em dúvida

esta hipótese.( Kearsley, 1998a)

Há muitos estilos propostos. Compreendê-los em uma visão

abrangente é difícil porque possuem muitas interfaces, e muitas das diferenças

presentes o são mais de perspectiva do que de conteúdo. Neste sentido, a revisão

de Curry em 1987 (Griggs, 1991) é muito útil. Em tentativa de organizar o

crescente número de teorias de estilo de aprendizagem que foram surgindo, criou

o “modelo da cebola” que consiste em quatro camadas de modelos com ênfase:

a)na personalidade b) no processamento da informação c) na interação social d)

nas preferências instrucionais e multidimensionais.

Os modelos com ênfase na personalidade incluem Witkin (1954)

com a construção dependente / independente do campo e Indicador de Tipo de

Myers-Briggs (Myers, 1978) com uma escala dicotômica medindo introversão /

extroversão; razão / intuição; pensamento / sentimento e julgamento / percepção.

Page 127: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

127

O Indicador de Tipo de Myers-Briggs tem sido usado

extensivamente como instrumento de avaliação da personalidade no ensino e

instrução (Lawrence, 1984). Ehrman & Oxford (1990) descobriram que os

introvertidos, os sensitivos e os perceptivos alcançaram notas mais altas na

aprendizagem de línguas, quando colocados em situação de treinamento intensivo,

do que os outros tipos de Myers-Briggs. Este instrumento se baseia nos quatro

tipos de preferências básicas de Jung e nas maneiras palas quais essas quatro

preferências são expressas através da percepção, julgamentos, interesses, valores e

motivações. Estas preferências básicas são:

extroversão / introversão – diz onde o indivíduo localiza preferencialmente a

gênese de seu processo psíquico e para onde o direciona;

razão / intuição – diz o caminho seguido pelo indivíduo na sua tomada de

decisão;

pensamento / sentimento – dá a percepção de como o indivíduo toma suas

decisões;

julgamento / percepção – proporciona informações do estilo de vida

adotado pelo indivíduo (Drummond & Stoddard, 1992).

Os modelos que enfatizam o processamento da informação

preocupam-se com abordagem intelectual individual preferida para assimilação da

informação. Incluem aí o constructo de complexidade cognitiva de Schemck’s

(1983), o modelo de processamento da informação de Kolb (1971) e o Inventário

Revisado de Abordagem para Estudar (RASI – Revised Approaches to Studying

Inventory) criado por Entwistle & Tait em 1994.

Page 128: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

128

Kolb em Plovnick (1975) propõe uma teoria experiencial que

envolve quatro fases organizadas em duas dimensões polares opostas. A primeira

envolvendo aspectos relativos a percepção de conceitos, que apresenta dois pólos;

a experiência concreta (CE) e a conceituação abstrata (AC). A segunda dimensão

envolvida com a crítica destes conceitos. Neste caso polarizada entre a

experimentação ativa (AE) e a observação reflexiva (RO). Postula assim quatro

tipos de aprendizes dependendo do seu posicionamento nestas duas dimensões. O

convergente é definido como tendo método de aprendizagem dominante na

conceitualização abstrata e experimentação ativa. Tendem para a aplicação prática

das idéias. O divergente tendo o estilo de aprendizagem oposto ao convergente,

prefere a experiência concreta e a observação reflexiva. Gostam de ver as

situações concretas por várias perspectivas. Esteia-se no pensamento divergente

para suas tarefas de aprendizagem. O assimilador tem como método dominante de

aprendizagem a conceitualização abstrata e a observação reflexiva; como os

convergentes é interessado em conceitos abstratos , mas é menos preocupado com

a aplicação prática de conceitos ou teorias. O conciliador tem o estilo de

aprendizagem oposto ao assimilador, sua preferência é por experiência concreta e

experimentação ativa. Gosta de fazer coisas, levando adiante planos e

experimentos, se envolvendo em novas experiências.

Por exemplo, uma criança no estágio de operações concretas

(Piaget) é basicamente assimiladora no seu estilo de aprendizagem. Ela

desenvolve conceitos e teorias que selecionam e conformam sua experiência

(Kolb, 1971).

Page 129: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

129

Por último, tem-se o Inventário Revisado de Abordagem para

Estudar (RASI) criado por Entwistle & Tait (1994), compreendendo 38 itens de

auto – relatório destinado a medir abordagens de aprendizagem no contexto do

ensino superior. Os itens foram conceituados e projetados para cinco orientações

de aprendizagem, correspondendo a cinco sub – escalas do inventário: abordagem

profunda, abordagem superficial, abordagem estratégica, sem rumo (lack of

direction) e auto – confiança acadêmica. As propriedades psicométricas das três

primeiras sub - escalas foram moderadamente satisfatórias e no item

separabilidade, as outras duas foram insatisfatórias, segundo conclusões de

Waugh e Addison (1998), usando um moderno modelo de medida de Rasch

(1980) e investigando o projeto conceitual do inventário. Sugerem que o

inventário pode melhorar conceitualmente se acrescentar mais itens relativos a

atitudes, intenções e comportamentos.

A abordagem para estudar, foi testada pelo Inventário Revisado

de Abordagens para Estudar (RASI), por Sadler-Smith e Tsang (1998) em alunos

de contexto culturais diferentes. Verificou-se que essas abordagens não podem ser

vistas isoladas dos fatores contextuais e as conceituações de memorização

requerem além da teórica, uma elaboração empírica.

Modelos de ênfase na interação social ressaltam a forma dos

estudantes interagirem em sala de aula. Por exemplo, os tipos de aprendizes de

Reichmann’s e Grasha’s (1974): independente, dependente, colaborativo,

competitivo, participante e isolado.

Page 130: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

130

Quando a ênfase dirige-se para as preferências instrucionais e

multidimensionais, a preocupação é com a escolha individual de ambientes

educacionais. Por exemplo o modelo de processamento da informação humana

(Keefe, 1989) ou o modelo de estilos de aprendizagem de Dunn e Dunn (1978).

Segundo Griggs, este modelo foi selecionado por ser considerado relevante para

utilização no projeto de aconselhamento, já citado anteriormente.

2.3.3 Estilos de Aprendizagem e Medicina

Plovnick (1975) investigou a respeito do caminho pelo qual

estudantes de medicina fazem suas escolhas por especialidades médicas. Este

estudo mostra que esta decisão está associada com a interação entre as variáveis

individuais de personalidade e a influência do meio ambiente no indivíduo.

Usando o inventário de estilos de aprendizagem de Kolb, que mede estilos de

aprendizagem, o autor descobriu que estudantes com diferentes estilos de

aprendizagem são inicialmente inclinados para seguir diferentes especialidades,

mas que influenciados por diferentes fatores na escola de medicina, ao fazerem

suas escolhas de carreira, freqüentemente revertem estas inclinações iniciais. Em

outras pesquisas, estilos de aprendizagem foram associados com escolha de

carreira em outras profissões não médicas.

Os resultados do trabalho de Plovnick indicaram que tipos

diferentes de carreiras médicas são associados a estilos de aprendizagem

previsíveis: medicina familiar e de cuidados básicos são escolhidas mais por

acomodadores, já nos divergentes recaem as especialidades cirúrgicas.

Page 131: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

131

Especialidades e sub - especialidades clínicas são escolhidas mais freqüentemente

por convergentes, a medicina acadêmica e patologia são selecionadas mais por

estudantes assimiladores.

Os resultados podem talvez, ser melhor compreendidos ao notar-

se que estudantes abstratos (convergentes e assimiladores) encontraram carreiras

mais orientadas intelectualmente, freqüentemente tendo um componente

substancial de pesquisa. Correspondentemente, os estudantes concretos

(acomodadores e divergentes) escolhem especialidades mais freqüentemente em

campo caracterizado por menor ênfase na orientação intelectual, mais intuitiva, do

tipo “aqui e agora”.

Dentre muitas conclusões já conhecidas da educação médica ,

singular é esta que aborda a interação entre estilos de aprendizagem e ambiente da

escola médica. É a interação entre o estilo do estudante e o processo educacional

médico que parece ter alguma das mais importante implicações em encorajar e

desencorajar a seleção de carreiras particulares por estudantes.

Estilos de aprendizagem e abordagens selecionadas para

aprendizagem influenciam o processo de aprendizagem estudantil. Paul,

Bojanczyk & Lanphear (1994) investigaram as preferências de aprendizagem em

alunos de anos diversos do curso de medicina, aplicando o Inventário de

Preferências de Aprendizagem (LPI - Learning Preferences Inventory) de Rezler,

e considerando a média de pontos feitos nas categorias abstrato / concreto;

centrado no professor / centrado no aluno e individual / interpessoal. As categorias

preferidas foram concreta e centrado no professor. O resultado deste estudo

Page 132: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

132

mostrou que os estudantes preferiram experiências de aprendizagem centradas no

professor, lidando com tarefas concretas e aplicadas e não com tarefas abstratas.

Existe uma grande variedade de inventários de estilos de

aprendizagem e tipos de personalidade disponível para uso em ambiente médico.

Thompson & Bing-You, (1998) questionam que valor relativo teriam esses

inventários para as perspectivas médicas, na visão dos médicos e educadores

médicos. Concluem pela necessidade de solicitar maiores informações e

treinamento em como usar os resultados destes inventários, Kolb Learning Style

Inventory (LSI), Myers-Briggs Type Indicator (MBTI) e Hemispheric Mode

Indicator (HMI) para futuras programações da educação médica continuada.

Page 133: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

133

3 MATERIAL E MÉTODO

A população estudada nesta pesquisa constituiu-se de 84

internos do 11º período da Faculdade de Medicina da Universidade Federal

Fluminense, representando a totalidade de alunos nesta etapa do curso (Anexo I).

Utilizou-se como instrumento para coleta de dados sobre os

hábitos de estudo e aprendizagem dos alunos, um questionário que foi submetido

a processo escalonado de aperfeiçoamento. Este consistiu em um estudo piloto

seguido de um pré-teste. O piloto permitiu a construção da primeira versão do

instrumento com questões de múltipla escolha. O pré-teste aperfeiçoou-o até a sua

versão final.

3.1 Aperfeiçoamento do Instrumento Final

3.1.1 O estudo piloto:

Nesta etapa, o questionário construiu-se a partir de listagem

de questões orientadoras (Anexo II), dirigida a todos os possíveis dados a serem

coletados sobre hábitos de estudo e aprendizagem. Constituiu-se de 10 questões

abertas, de perguntas bem amplas e subjetivas, com espaço de resposta sem

marcação de linhas, após cada pergunta (Anexo III). Com isto buscou-se permitir

ao respondente livre expressão de suas idéias.

Page 134: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

134

O instrumento foi apresentado aos alunos através de uma carta,

cujo texto, além de esclarecer a que se propunha a investigação pretendida,

reforçava a importância da participação sincera e honesta de todos.

A coleta de dados foi feita durante um dia, de maneira

informal, em 9 internos do 11º período da Faculdade de Medicina da

Universidade Federal Fluminense, nos seus locais de trabalho, um a um, com

tempo de resposta médio de 30 minutos. Os dados obtidos foram tabulados,

resumidos e analisados. Nesta análise buscou-se identificar como percebiam

determinada questão à luz do referencial teórico escolhido.

Concluiu-se primeiramente serem pertinentes as questões

propostas. Tornou-se possível assim, criar posteriormente instrumento mais

elaborado. Concluiu-se também:

Há diferença marcante entre o estudo no internato e nos períodos que o

antecedem. Estes mais restritos e dirigidos à realização de provas e aquele

mais ligado a um aprendizado sério e profissionalizante.

Neste período o estudo está centrado no texto escrito.

O conhecimento é visto como tendo valor positivo.

Há dicotomia entre o estudar e o aprender, este mais ligado à maturidade e

desempenho profissional e aquele ao treinamento para as provas.

Page 135: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

135

3.1.2 O pré - teste:

Nesta segunda etapa o questionário foi testado em uma

amostra15

de 78 alunos, oriundos de faculdades diversas, sendo 60 deles da área

médica (31 residentes, 18 internos e 11 alunos de graduação), e os demais, alunos

de graduação de outros cursos da Área da Saúde (9 de Fisioterapia, 5 de Farmácia

e 4 de Biologia).

O questionário utilizado foi o decorrente das modificações

introduzidas após a fase anterior. Este constituiu-se de 23 questões, sendo 20

delas fechadas (Anexo IV). Das três questões abertas, uma identificava o período

e o curso de origem do respondente. Outra solicitava reflexão sobre a

possibilidade de mudança de hábitos de estudo. Finalmente a terceira, repetiu o

questionário piloto, sendo um espaço livre para críticas e sugestões.

As questões fechadas foram construídas pela análise detalhada,

tanto da estrutura de cada uma das questões do estudo piloto como também das

respostas pertinentes. É importante ressaltar que em várias destas perguntas havia

uma alternativa que permitia livre expressão, caso as apresentadas não

contemplassem o pensamento do respondente. Houve ainda a inclusão de uma

pergunta sobre prévio aprendizado de estratégias de aprendizagem.

15 O teste do instrumento foi realizado por alunos de Bioestatística, em mestrado.

Os 78 questionários foram cedidos, para que se pudesse tabular e analisar os

dados coletados, dando prosseguimento à investigação.

Page 136: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

136

A carta de apresentação do instrumento possuía o mesmo

teor da carta do estudo piloto, valorizando a participação do respondente como

sujeito de transformação da realidade, modificada apenas nas referências

específicas à formação do médico, transformadas em referências a formação

profissional em geral.

A coleta de dados foi feita com tempo médio de resposta ao

questionário de 30 minutos. Não houve nenhum registro de rejeição ao trabalho ou

a não devolução do questionário. Foi procedida a tabulação e análise dos dados

coletados, dando prosseguimento à investigação pretendida. Pelo fato da amostra

ter sido bastante diversificada, como anteriormente explicitado, os dados foram

tabulados e analisados de forma global e por suas categorias componentes, com a

intenção de facilitar a interpretação dos resultados e assim, tornar possível a

visualização de diferenças relevantes, entre as categorias.

Da análise, depreendeu-se que:

Os resultados referendaram as tendências identificadas no estudo piloto

anterior, validando a maior parte das questões ali propostas.

O livro é considerado pelos respondentes como recurso ideal para aperfeiçoar

o conhecimento e melhorar o desempenho profissional.

O conhecimento é usado com altruísmo, em detrimento da vaidade pessoal

O estudar para fazer provas é tarefa diferente do aprender, este dirigido à

obtenção do conhecimento.

O desconhecimento de estratégias de aprendizagem gera insegurança quanto à

propriedade de suas ações cognitivas.

Page 137: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

137

Entre os internos do curso de Medicina, verifica-se que o internato é

vivenciado como um marco cognitivo gerador de profunda crise conceitual.

3.1.3 O instrumento final:

Como dito anteriormente, a maior parte das questões

propostas no instrumento de pré-teste foram validadas para a construção do

instrumento final. Por motivos óbvios foi retirada a primeira questão, que se

referia à identificação e período do curso do respondente, já que a amostra desta

pesquisa consistiu na população de internos do 11º período da Faculdade de

Medicina da Universidade Federal Fluminense. Foi também retirada a questão

sobre o local de estudo, quando ele se dava em sua casa, por julgá-la irrelevante.

Em decorrência do relatado acima, o instrumento final

ficou constituído por 21 questões, 19 delas fechadas e 2 abertas (Anexo V). As

duas perguntas abertas foram as duas últimas do questionário, e repetiam as

mesmas do instrumento do pré-teste. Da mesma maneira, exceto as comentadas

abaixo, as demais questões foram mantidas como no instrumento do pré–teste.

As 3 perguntas sobre as estratégias de aprendizagem, ou

seja o relato da maneira de estudar dos alunos e suas razões, foram modificadas

para 3 novas questões. A primeira delas, lista as estratégias de aprendizagem,

isoladamente. Por exemplo: a) Sublinhar; b) Ler silenciosamente; etc. O aluno

então, assinala apenas as estratégias que utiliza. A segunda questão solicitou que

se listasse a ordem de utilização. Era ainda possível, se necessário, citar o uso

Page 138: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

138

simultâneo de duas ou mais estratégias. Na última das três novas questões, pediu-

se que o aluno citasse as razões de escolha das estratégias utilizadas. Para tal,

deveria escolhê-las dentre uma série de alternativas listadas, sendo a última aberta

para tornar possível a citação de razões não consideradas pela autora.

Foi também modificada a questão sobre os objetivos do

estudo, visando clarificá-la. Na redação original perguntava-se: Que objetivos

você tem em mente quando estuda? Quais são os resultados que você acredita

serão conseqüentes do seu estudo?. Aqui havia a opção de marcar mais de uma

alternativa. Já na redação final questionou-se: Quando você estuda, certamente

tem objetivos em mente e acredita que terá resultados conseqüentes a ele.

Selecione aquele que você julga ser o mais marcante. Obviamente, nesta questão

apenas uma resposta era permitida.

Outra modificação feita foi na seqüência das questões.

Anteriormente a questão sobre o conceito de estudar, era seguida pela pergunta

sobre as razões que o levava a estudar. Neste caso, acreditou-se que tendo

refletido sobre o conceito de estudar, a indicação posterior das razões para isto

seria enviesada, tendendo para o politicamente correto. Por isto inverteu-se a

ordem. Colocou-se a última (razões para estudar) em posição bastante anterior a

primeira (conceito de estudar). Além disto, foi feita uma pequena modificação na

redação do texto da questão sobre as razões para estudar. Anteriormente

perguntava: Que razões levam você a estudar?, passando no instrumento final

para: O que leva você a estudar?, ambas dando a opção de marcar mais de uma

alternativa.

Page 139: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

139

3.2 A coleta de dados

Realizada durante aproximadamente 30 dias,

individualmente, nos locais de atividades dos internos, com tempo de resposta

médio de 40 minutos. A receptividade dos alunos foi muito boa, não havendo

nenhuma negação ou insatisfação por parte deles. O acesso aos alunos fez-se

através da listagem oficial dos internos do 11º período do curso, que continha a

alocação de cada um deles, no seu campo de estágio durante aquele período. O

fato da autora desta pesquisa ser do quadro docente da Faculdade de Medicina da

Universidade Federal Fluminense facilitou sobremaneira as relações desta com os

alunos e a Coordenação do Curso de Medicina.

3.3 A tabulação dos dados

3.3.1 O arquivo mestre

Iniciou-se com a construção de arquivo mestre (Anexo VI),

em planilha eletrônica, justificado pelo tamanho da amostra e pela possibilidade

de visualização espacial dos dados isoladamente e no seu conjunto. Além disto a

planilha eletrônica possibilita a utilização de várias fórmulas, que além de

confiabilidade nos seus resultados, permitem análises diversificadas dos dados.

Page 140: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

140

O arquivo mestre foi construído de forma a permitir a

tabulação dos vários tipos de questões. Cada caso foi grafado em uma linha, sendo

as questões colocadas nas colunas. Para as questões de múltipla escolha, reservou-

se uma coluna para cada resposta possível. As alternativas marcadas foram

preenchidas com o número 1 e as demais deixadas em branco.

Na questão relativa à seqüência de estratégias de aprendizagem,

foram reservadas oito colunas, sendo a primeira destinada à estratégia de

aprendizagem utilizada em primeiro lugar, a segunda para a estratégia seguinte e

assim por diante até a oitava e última estratégia utilizada. Em uma dada linha

(correspondente a um caso) cada célula (cruzamento linha / coluna) foi preenchida

com a letra que identificava a estratégia citada, utilizando-se as colunas para

identificar a ordem de uso.

Para as questões abertas, em cada linha (correspondente a um

caso) foi reservada uma coluna. Assim, em cada célula correspondente, grafou-se

integralmente a resposta fornecida por um dado aluno. Em alguns casos, sendo a

resposta de tamanho excessivo, esta foi resumida com a óbvia preocupação de

manter-se fiel ao pensamento do respondente.

3.3.2 As tabelas

Em seguida criaram-se tabelas isoladas por cada questão de

múltipla escolha, que apenas resumiam os dados do arquivo mestre. Estas tabelas

foram analisadas, gerando outras mais refinadas, expressando / favorecendo o

Page 141: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

141

raciocínio da autora. Assim é que algumas tabelas foram desprezadas, outras

reordenadas e outras finalmente criadas, aglutinando dados oriundos de duas ou

mais questões.

É importante ressaltar que os percentuais foram sempre

calculados em relação ao total de respondentes16

, visando expressar o peso

relativo de cada alternativa em relação à população estudada.

Tratamento especial foi dado à questão 14 (razões de utilização

de cada estratégia de aprendizagem citada) que foi desdobrada em várias tabelas,

visando responder diferentes perguntas. Um primeiro grupo de tabelas buscou

caracterizar as propriedades metacognitivas (memorização, concentração etc.)

associadas a uma dada estratégia. Um segundo grupo procurava identificar dentre

estas propriedades quais funcionavam como critério decisório para a escolha de

uma dada estratégia. Finalmente buscou-se identificar qual a propriedade

metacognitiva mais valiosa, na visão dos respondentes.

3.3.3 A taxionomia

Já dito, havia perguntas que buscavam saber sobre o uso das

estratégias de aprendizagem pelos respondentes. De suas respostas foi possível

16 Variável conforme a questão, em decorrência do expurgo de algumas respostas

devido a preenchimento incorreto ou por terem sido deixadas em branco

Page 142: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

142

construir uma taxionomia de estilos de aprendizagem. O seu processo de

construção exigiu análise diferenciada, como descrito a seguir:

O processo iniciou-se pela análise da seqüência de estudo,

que no arquivo mestre foi tabulada por ordem de citação das estratégias de

aprendizagem, conforme descrito anteriormente. Denominou-se trilha à uma dada

seqüência de estudo. Por exemplo; um dado aluno ao estudar, primeiro lê

silenciosamente, em seguida resume para finalmente reler o resumo. Esta é a trilha

deste aluno.

No conjunto de 84 respondentes foram identificadas 63

trilhas, com até sete etapas, que foram agrupadas em 7 diagramas, construídos de

acordo com a estratégia inicial da trilha (Anexo VII), e quadro-resumo abaixo:

Quadro 2: Resumo das trilhas nos diagramas

DIAGRAMA ESTRATÉGIA INICIAL Nº TRILHAS Nº ALUNOS

Diagrama A Ler silenciosamente 31 trilhas 43 alunos

Diagrama B Sublinhar 22 trilhas 31 alunos

Diagrama C Resumir 05 trilhas 05 alunos

Diagrama D Ler oralmente 02 trilhas 02 alunos

Diagrama E Esquematizar 01 trilha 01 aluno

Diagrama F Sublinhar ou Resumir 01 trilha 01 aluno

Diagrama G Esquematizar e Resumir 01 trilha 01 aluno

TOTAL 63 trilhas 84 alunos

Page 143: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

143

O uso das trilhas permitiu uma síntese das seqüências de estudo

individuais. Restava agora compreendê-las no seu conjunto. Esta busca de

compreensão fez-se em três etapas. A primeira consistiu em fichamento analítico

das trilhas. A segunda buscou auxílio na estatística. Finalmente atingiu-se o

objetivo desejado por uma análise mais globalizante e predominantemente

qualitativa onde as trilhas foram estudadas no contexto dos outros dados

coletados.

Na primeira etapa utilizou-se fichário eletrônico. Para cada trilha

construiu-se ficha contendo além de dados descritivos (estratégia inicial, no de

etapas etc.) outros decorrentes de interpretação da autora (significado cognitivo da

trilha etc.). Alguns exemplos de fichas podem ser vistos no anexo VIII. Na

construção de cada ficha identificavam-se significados associados a cada trilha.

Ainda mais, foi possível identificar características que afloraram do seu conjunto.

Estas características denominadas variáveis de análise, estão descritas a seguir.

Quadro 3 : Variáveis de Análise

VARIÁVEIS DE ANÁLISE

DESCRIÇÃO

ESTRATÉGIAS DE

APRENDIZAGEM

CARACTERÍSTICAS

Movimento inicial

Aluno utiliza inicialmente

estratégias de aprendizagem

com movimentação corporal

Sublinhar, resumir,

esquematizar

Page 144: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

144

Memória visual

Aluno utiliza estratégias de

aprendizagem com forte

dependência do uso de imagens

Sublinhar, esquematizar

Memória verbal

Aluno utiliza estratégias de

aprendizagem que privilegiam

textos originais ou produzidos

por ele

Ler silenciosamente, ler

oralmente, resumir

Concentração

Aluno utiliza estratégias de

aprendizagem que reforçam esta

variável de análise

Ler silenciosamente, ler

oralmente

Compreensão

Aluno utiliza estratégias de

aprendizagem que reforçam esta

variável de análise

Ler silenciosamente, reler

texto

Retenção

Aluno utiliza estratégias de

aprendizagem que reforçam esta

variável de análise

Reler esquemas e resumos,

reler texto, ler oralmente,

repetir de memória

Tratamento do material:

bruto (B)

pouco elaborado (PE)

muito elaborado (ME)

Aluno utiliza estratégias de

aprendizagem que trabalham o

material de formas variadas

B - ler e reler o texto

PE - sublinhar

ME – resumir, esquematizar

Etapas da trilha

Aluno utiliza número de etapas

definida em até 3 ou mais de 3

Não pertinente

Processamento do material

Aluno utiliza estratégias de

aprendizagem que sugerem

sintético - sublinhar, ler

silenciosamente, resumir ler

Page 145: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

145

tendência à síntese ou análise oralmente

analítico - esquematizar

Seqüência da trilha:

sem retrocessos (SR)

com retrocessos (CR)

Aluno utiliza estratégias de

aprendizagem que sugerem

coerência (SR) ou não (CR) na

tendência à síntese ou análise

Não

pertinente

Finalmente, no conjunto das trilhas foi também possível

diferenciar componentes nos hábitos de estudo, conforme quadro que se segue.

Neste momento foi possível entrever, de forma ainda difusa, o afloramento de seis

diferentes estilos de aprendizagem.(vide capítulo de resultados)

Quadro 4 : Componentes dos hábitos de estudo

COMPONENTES DESCRIÇÃO VARIÁVEIS DE ANÁLISE

ASSOCIADAS

Fatores determinantes

Critérios determinantes da

escolha das estratégias

Movimento inicial, memória

visual, memória verbal,

concentração, compreensão,

retenção

Seqüência de estudo

Modo de execução da tarefa

Tratamento do material,

etapas da trilha,

processamento do material,

seqüência da trilha

Page 146: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

146

Tendo em vista o volume de dados produzidos, acreditou-se

que ferramentas estatísticas permitiriam análise mais adequada deste material.

Assim sendo, foi feito uso de ferramentas estatísticas variadas. No entanto,

após seguidas tentativas, os resultados obtidos eram parciais e pouco

consistentes. Concluiu-se então, que esta maneira de análise não permitia

atingir o objetivo proposto. Por isto foi abandonada.

Abandonado o enfoque estatístico mais complexo, optou-

se por refinar os estilos através de análise integradora. Buscou-se então aglutinar,

de maneira seletiva todo material produzido pelas análises anteriores. Assim

procurou-se relacionar as variáveis de análise, os componentes dos hábitos de

estudo e características associadas a estes hábitos. O resultado deste processo

explicita-se no quadro seguinte:

Quadro 5 : Características associadas aos hábitos de estudo

CARACTERÍSTICAS DESCRIÇÃO CRITÉRIOS

DIAGNÓSTICOS

Rapidez Trilha curta, com poucas

estratégias

A trilha tem até 3 etapas

Seqüência lógica

Trilha com processamento

coerente do material

O aluno usa estratégias com

processamento sintético ou

analítico do material. Pode

iniciar de uma forma e depois

passar para a outra. Não

Page 147: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

147

mistura as formas

Detalhamento Material é bastante

trabalhado, esgota as

possibilidades de tratamento.

Trilhas longas

O aluno usa estratégias

variadas e muito elaboradas,

sublinha, resume,

esquematiza, relê os esquemas

e resumos

Capacidade analítica Retira com facilidade a idéia

principal do texto

O aluno principalmente

sublinha e esquematiza

Visão global

A compreensão do material se

dá pela idéia geral do texto.

Material é pouco trabalhado

O aluno não usa estratégias

sugestivas de elaboração

(resumo, esquema).

Predomínio de estratégias

simples (Leit. silenc./oral)

Confusão

A trilha é caracterizada por

insegurança no uso das

estratégias

O aluno usa estratégias sem

aparente seqüência lógica

Desta maneira, inicialmente relacionaram-se os estilos definidos

anteriormente com as características associadas aos hábitos de estudo. Isto

permitiu reduzi-los a três, pela aglutinação de estilos semelhantes.

Em seguida os estilos resultantes foram relacionados às

variáveis de análise e aos componentes dos hábitos de estudo. Este

relacionamento fez-se visando permitir a posterior classificação das trilhas

segundo os estilos de aprendizagem definidos. Desta maneira seria possível aferir

Page 148: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

148

a pertinência dos estilos definidos com o material realmente coletado. Para tal,

enquadrou-se as trilhas originais, caso a caso, em planilha eletrônica, respeitando-

se as etapas e variáveis de análise, e assim utilizando-se o recurso de filtragem, foi

possível estabelecer agrupamentos de trilhas.

3.3.4 As questões abertas

As duas questões abertas tiveram suas respostas analisadas e

agrupadas por categorias estabelecidas pelo conteúdo que expressavam. A

pergunta que tratava de mudanças de hábitos de estudo foi dividida,

primeiramente, em respostas positivas e negativas, conforme aceitavam ou não a

possibilidade de mudar os hábitos. Em cada um destes grupos foram criados

subgrupos, com objetivo de aglutinar respostas semelhantes, para melhor análise.

Em relação à questão que destinava espaço livre para

críticas e sugestões foram separadas, inicialmente, respostas relacionadas aos

temas referentes ao questionário e as não relacionadas a ele. Da mesma forma,

cada grupo, foi separado em categorias que refletissem idéias semelhantes,

possibilitando assim a sua análise.

Os dados obtidos foram tabulados e analisados, com a intenção

de facilitar a interpretação dos resultados. Buscou-se depreender das respostas, as

tendências observadas na visão dos alunos, ou seja como percebiam as questões

levantadas à luz do referencial teórico escolhido.

Page 149: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

149

4 RESULTADOS

4.1 Análise descritiva do estudar

4.1.1 Recursos instrucionais e suas características

O objeto desta pesquisa refere-se ao estudo dos hábitos de

estudo dos internos do 11º período da Faculdade de Medicina da Universidade

Federal Fluminense. Interessava a autora conhecer que recursos instrucionais são

utilizados pelos alunos. Mais que isto, se esta utilização variou ao longo da sua

graduação. Tais informações apresentam-se na tabela 1. Dentre os recursos

utilizados, percebe-se a preferência pela apostila e assemelhados durante a

graduação, com modificação do padrão durante o internato. Neste, observa-se

nítido desvio para o uso do livro texto e além disso, o uso de artigos científicos

passa a assumir um papel de relevo.

Page 150: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

150

Tabela 1 - Recurso instrucional preferido

Recurso instrucional Antes* Hoje

n %** n %**

Apostila, caderno ou xerox de caderno 77 92% 9 11%

Livro texto 51 61% 83 99%

Artigos científicos 2 2% 30 36%

Total de respondentes*** 84 100% 84 100%

* Antes refere-se ao período anterior ao internato

** Porcentagens calculadas sobre o total de respondentes

*** Permitiu-se ao respondente optar por mais de um recurso instrucional

Procurou-se, então, conhecer que características os respondentes

associavam ao estudo em apostilas e livros textos. A tabela 2 demonstra estas

características separadas em dois grupos, preferencialmente associadas a um ou a

outro recurso instrucional de acordo com o posicionamento dos respondentes.

Verifica-se que há um predomínio das características do dito grupo A, rapidez,

superficialidade, melhor para provas, associadas ao estudo em apostilas etc. Por

outro lado, o estudo em livro texto está associado às características listadas no

grupo B, que são: lentidão, profundidade, mais completo, melhor para

aprendizado sério etc. Ainda é importante ressaltar que 100% dos respondentes

citou pelo menos uma das características do grupo A para o estudo em apostilas e

uma do grupo B para o estudo em livro texto.

Page 151: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

151

Tabela 2 - Características do estudo em apostila* e livro texto

Características Apostila* Livro texto

n %** n %**

Grupo A

Rapidez 71 85% 0 0%

Superficialidade 49 58% 0 0%

Mais resumido 64 76% 0 0%

Melhor para provas 70 83% 11 13%

Melhor para aprovação nas disciplinas 35 42% 4 5%

Estudo mais fácil 45 54% 8 10%

Qualquer item do grupo acima 84 100% 17 20%

Grupo B

Lentidão 0 0% 36 43%

Profundidade 0 0% 77 92%

Mais completo 0 0% 80 95%

Melhor para aprendizado sério 1 1% 76 90%

Melhor para a prática profissional 2 2% 64 76%

Estudo mais complexo 5 6% 25 30%

Qualquer item do grupo acima 7 8% 84 100%

Total de respondentes*** 84 100% 84 100%

*Apostila, caderno ou xerox de caderno

** Porcentagens calculadas sobre o total de respondentes

*** Permitiu-se ao respondente optar por mais de uma alternativa

4.1.2 Aspectos do cotidiano do estudo

As características apontadas pelos respondentes para traçar o

perfil dos seus hábitos cotidianos de estudo, estão demonstrados nas 4 tabelas

seguintes (tab. 3 a 6). Verifica-se que parte significativa deles, estuda em sua

própria casa, em condições adequadas e que dedicam ao estudo alguns dias da

semana, com carga horária variável.

Page 152: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

152

Tabela 3 - Local de estudo mais freqüente

Local n %

Em casa 77 94%

Na faculdade 3 4%

Em plantões, hospitais, etc. 2 2%

Em meios de transporte 0 0%

TOTAL* 82 100%

* Duas respostas anuladas por preenchimento incorreto

Tabela 4 - Condições adequadas de estudo em casa

n %

Sim 67 87%

Não 10 13%

TOTAL* 77 100%

* Refere-se ao total de respondentes que estuda em casa

Condições adequadas

Tabela 5 - Freqüência de estudo atual

Freqüência n %

Alguns dias durante a semana 36 43%

Diariamente, incluindo fins de semana 22 26%

Diariamente, excluindo fins de semana 21 25%

Alguns dias durante o mês 5 6%

TOTAL 84 100%

Tabela 6 - Carga horária de estudo*

Carga horária n %

Variável 34 40%

De 3 a 4 horas 25 30%

De 1 a 2 horas 17 20%

Acima de 4 horas 8 10%

Abaixo de 1 hora 0 0%

TOTAL 84 100%

* Nos dias em que estuda

Page 153: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

153

4.1.3 O estudar

Para analisar os conceitos sobre o estudar, expressos pelos

respondentes, estes foram categorizados segundo classificação de Barnes (1995),

que relaciona os conceitos de Fromm na obra Ter ou Ser (1979), às formas de

estudar, denominando-as de estudo aquisitivo e estudo interativo. Na tabela 7

verificou-se um predomínio dos conceitos do modo interativo de estudo (71%)

sobre os do modo aquisitivo (29%).

Tabela 7 - Conceito sobre o ato de estudar e modo* de estudo associado

Conceitos n %

Modo Interativo

Dedicar-se à apreciação de um assunto 23 31%

Usar o raciocínio para conhecer um assunto 20 27%

Meditar, pensar, assuntar sobre um tema 10 13%

Sub-total 53 71%

Modo aquisitivo

Esforçar-se para fixar conhecimentos na memória 12 16%

Procedimentos executados visando um fim determinado 6 8%

Exercitar-se, adestrar-se em um tema ou técnica 4 5%

Sub-total 22 29%

TOTAL** 75 100%

* Classificação de Barnes, R.(1995)

** Oito respostas anuladas por preenchimento incorreto

Foi solicitado aos respondentes que explicitassem, ainda em

relação ao estudar, o seu objetivo mais marcante, as sua razões e os eventos que os

fazem estudar mais do que o habitual. Dentre os objetivos, aquele considerado

mais marcante, foi o de tornar-se um profissional melhor, conforme demonstrado,

em seguida, na tabela 8.

Page 154: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

154

Tabela 8 - Objetivo mais marcante do estudo

Objetivos n %

Tornar-se um profissional melhor 57 78%

Obter satisfação pessoal 7 10%

Tornar-se um profissional de sucesso 6 8%

Apto a discutir com colegas/professores 2 3%

Outro objetivo* 1 1%

TOTAL** 73 100%

* Manter-se atualizado

** Onze respostas anuladas por preenchimento incorreto

Em relação às razões para estudar, aparece como mais

importante o aperfeiçoamento dos conhecimentos (tab. 9).

Tabela 9 - Razões para estudar

Razões n %*

Aperfeiçoar os conhecimentos 82 98%

Gosto de estudar 41 49%

Hábito familiar, formação 14 17%

Outros** 12 14%

Destacar-se entre os colegas 2 2%

Total de respondentes*** 84 100%

* Porcentagens calculadas sobre o total de respondentes

** Razões variadas ligadas à prática profissional

*** Permitiu-se ao respondente optar por mais de uma alternativa

Page 155: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

155

Os eventos que aumentam a atividade de estudo, apresentam-se

na tabela 10.

Tabela 10 - Eventos que aumentam a atividade de estudo

Eventos n %*

Apresentação de casos clínicos ou similar 47 57%

Concursos diversos 44 53%

Provas da faculdade 13 16%

Outros** 7 8%

Total de respondentes*** 83 100%

* Porcentagens calculadas sobre o total de respondentes

** Eventos relacionados às atividades rotineiras

** Permitiu-se ao respondente optar por mais de uma alternativa e um não respondeu

4.1.4 Metacognição e mudança de hábito de estudo

Interessava ainda saber que circunstâncias alteram a

maneira de estudar e se estas são dependentes direta ou indiretamente do

conhecimento metacognitivo, ou se são de outra natureza. Verificou-se que as

causas indiretamente dependentes deste conhecimento prévio foram as mais

marcantes (95%), representada como mais importante, o tempo disponível para

estudo, em 68% dos casos (tab. 11).

Page 156: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

156

Tabela 11 - Circunstâncias que alteram a maneira de estudar

Circunstâncias n %*

Diretamente dependentes do conhecimento metacognitivo

Adequação do tema à maneira de estudar 31 42%

Eficiência da maneira de estudar 3 4%

Sub-total 32 44%

Indiretamente dependentes do conhecimento metacognitivo

Tempo disponível para estudo 50 68%

Motivação para o estudo do tema 44 60%

Objetivo do estudo (superficial ou profundo) 36 49%

Sub-total 69 95%

Outras

Presença ou não de provas 24 33%

De pouca coisa,estuda da mesma maneira 7 10%

Sub-total 31 42%

Total de respondentes** 73 100%

* Porcentagens calculadas sobre o total de respondentes

** Permitiu-se ao respondente optar por até três alternativas, sendo que onze foram anuladas por

preenchimento incorreto

A não valorização das circunstâncias diretamente dependentes

do conhecimento metacognitivo, vai de encontro ao verificado na tabela 12 que

demonstra que 69% dos respondentes nunca tiveram nenhum aprendizado

explícito, formal ou informal, sobre estratégias de aprendizagem.

Tabela 12 - Conhecimento do respondente sobre estratégias de aprendizagem

Maneira de obtenção do conhecimento n %*

Curso formal, extra-curricular escolhido por familiar/professor 3 4%

Curso formal, realizado como parte do currículo 2 2%

Curso formal, extra-curricular escolhido pelo respondente 1 1%

Qualquer tipo de curso formal 6 7%

Aprendizado informal explícito, através de familiar 13 15%

Aprendizado informal explícito, através de professor 5 6%

Aprendizado informal explícito, através de colegas 4 5%

Aprendizado informal explícito, através de recursos instrucionais 3 4%

Qualquer tipo de aprendizagem informal 20 24%

Qualquer aprendizado explícito (formal ou informal) 26 31%

Nenhum aprendizado explícito** 58 69%

Total de respondentes*** 84 100%

* Porcentagens calculadas sobre o total de respondentes

**Estratégias de estudo desenvolvidas através do trabalho diário como estudante

***Permitiu-se ao respondente optar por mais de uma alternativa, exceto no último ítem

Page 157: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

157

Cabe ressaltar que quando inquiridos sobre a possibilidade de

mudança de hábito de estudo, os respondentes mostram significativa receptividade

em modificá-los (84%). Os motivos mais relevantes são aqueles ligados à

metacognição, conforme demonstrado na tabela 13, a seguir:

Tabela 13 - Possibilidade de mudança dos hábitos de estudo

Posição n %

Não, porque até hoje deu resultado 7 9%

Não, porque esta é a realidade 3 4%

Não 3 4%

Sub-total 13 16%

Sim, pois faltou interesse, motivação e dedicação 20 25%

Sim, pois acredita haver melhores formas de estudo 13 16%

Sim, porque é melhor estudar em livro texto 12 15%

Sim, pois não é bom estudar só para provas 10 13%

Sim, pois sente necessidade de conteúdo mais prático 6 8%

Sim, pois sente falta do conteúdo do ciclo básico 4 5%

Sim, pois não teve tempo para vida e outros temas 2 3%

Sub-total 67 84%

TOTAL* 80 100%

* Quatro questões não foram respondidas

4.1.5 Conhecimento e seus usos

O conceito dos respondentes sobre o conhecimento também foi

questionado, e da mesma forma que para o estudar, foram apresentadas

alternativas compatíveis com os modos de estudo interativo e aquisitivo, segundo

a mesma classificação de Barnes (1995), utilizada para o estudar. O resultado

obtido, conforme vê-se na tabela 14, mostra que 90% deles, o conceitua associado

ao modo interativo de estudo.

Page 158: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

158

Tabela 14 - Conceito sobre o conhecimento e modo* de estudo associado

Conceitos n %

Modo Interativo

Idéia, compreensão ou conceito que se tem sobre algo 32 40%

Discernimento, critério ou apreciação usados pelo 28 35%

homem para definir suas condutas e/ou ações

A prática de vida ou a experiência resultante da 13 16%

relação do homem com o seu meio

Sub-total 73 90%

Modo aquisitivo

Apropriação de um tema pelo pensamento. Ter em mente o tema 4 5%

Informação dado ou notícia que se tem sobre algo 4 5%

Sub-total 8 10%

TOTAL** 81 100%

* Classificação de Barnes, R.(1995)

** Tres respostas anuladas por preenchimento incorreto

Quanto aos possíveis usos do conhecimento, verifica-se que as

alternativas de maior significado foram aquelas relacionadas a posturas mais

altruístas, como demonstrado na tabela 15, a seguir.

Tabela 15 - Usos possíveis do conhecimento

Usos n %*

Aumenta a compreensão da vida 67 84%

Ser um bom profissional 51 64%

Moto contínuo de benefíciários do conhecimento** 41 51%

Obtenção de sucesso 30 38%

Tornar-se pessoa melhor 15 19%

Conhecimento é poder 5 6%

Torna a vida mais fácil 5 6%

Total de respondentes*** 80 100%

* Porcentagens calculadas sobre o total de respondentes

** Se eu sei algo, posso ensinar a outros que por sua vez repassarão este conhecimento a terceiros

e assim por diante criando um moto contínuo de beneficiários do conhecimento

*** Três respostas anuladas por preenchimento incorreto e um não respondeu

Page 159: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

159

4.1.6 Relação entre os conceitos de estudar e conhecimento

Interessava ainda saber se havia coerência entre os conceitos de

estudar e conhecimento, de acordo com o modo interativo de estudo. Verificou-se

que, após expurgar as respostas anuladas em uma ou outra questão ou em ambas,

houve coerência em 62% das respostas (tab. 16).

Tabela 16 - Coerência entre os conceitos de estudar

e conhecimento, para o modo interativo de estudo*

n %

Sim 46 62%

Não 28 38%

TOTAL** 74 100%

* Classificação de Barnes, R.(1995)

* Dez respondentes foram expurgados por preenchimento

incorreto ou na questão 16, ou na questão 18, ou em ambas

4.2 Taxionomia

4.2.1Construção das trilhas

O processo de construção da taxionomia de estilos de

aprendizagem foi iniciado com a definição das trilhas e diagramas. Denominou-se

trilha à uma dada seqüência de estudo. Por exemplo; um dado aluno ao estudar,

primeiro lê silenciosamente, em seguida resume para finalmente reler o resumo.

Esta é a trilha deste aluno.

Page 160: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

160

No conjunto de 84 respondentes foram identificadas 63 trilhas,

com até sete etapas, que foram agrupadas em 7 diagramas, construídos de acordo

com a estratégia inicial da trilha (Anexo VII), já explicitado no capítulo anterior.

4.2.2 Relações entre estratégias de aprendizagem e razões para utilizá-

las

Apresenta-se a seguir duas séries de tabelas originadas de uma

única questão, a de número 14. Nela o respondente associou uma dada estratégia

de aprendizagem às razões de seu uso. A análise fez-se de duas maneiras.

Primeiramente associando cada estratégia de aprendizagem às razões citadas para

seu uso (tab. 17 a 24). Em seguida inverteu-se a análise, associando então para

cada razão citada as estratégias mais importantes.(tab. 25 a 32). Analisar os dados

desta maneira (das estratégias para as razões e vice-versa) visou testar a coerência

lógica entre o conhecimento metacognitivo sobre as características de uma dada

estratégia e a capacidade do aluno em fazer escolhas pertinentes a este

conhecimento. A tabela 33 então, apresenta uma síntese desta análise.

Verifica-se assim, que cada estratégia tem uma característica

própria, que justifica sua utilização. A tabela 17 demonstra que para a estratégia

sublinhar, a razão principal de escolha é ressaltar o mais importante.

Page 161: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

161

Tabela 17 - Razões para a estratégia sublinhar silenciosa

Razões n %

Ressalta o mais importante 42 35%

Aumenta a concentração 20 17%

Facilita a revisão 20 17%

Rapidez 12 10%

Organização 11 9%

Memorização 9 8%

Facilita a compreensão 5 4%

TOTAL* 119 100%

* Refere-se ao número total de vezes que foram citadas razões para esta estratégia

Para a estratégia de aprendizagem ler silenciosamente, facilitar a

compreensão foi a razão mais significativa (tab. 18).

Tabela 18 - Razões para a estratégia ler silenciosamente

Razões n %

Facilita a compreensão 25 40%

Rapidez 16 25%

Aumenta a concentração 15 24%

Memorização 5 8%

Facilita a revisão 1 2%

Ressalta o mais importante 1 2%

TOTAL* 63 100%

* Refere-se ao número total de vezes que foram citadas razões para esta estratégia

As estratégias de aprendizagem esquematizar e resumir

apresentam, ambas, como razão mais importante a organização, demonstrado

respectivamente nas tabelas 19 e 20.

Page 162: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

162

Tabela 19 - Razões para a estratégia esquematizar

Razões n %

Organização 21 27%

Facilita a revisão 18 23%

Memorização 16 21%

Ressalta o mais importante 11 14%

Facilita a compreensão 8 10%

Rapidez 4 5%

TOTAL* 78 100%

* Refere-se ao número total de vezes que foram citadas razões para esta estratégia

Tabela 20 - Razões para a estratégia resumir

Razões n %

28 23%

Memorização 27 22%

23 19%

Ressalta o mais importante 20 16%

9 7%

8 7%

Rapidez 8 7%

TOTAL* 123 100%

* Refere-se ao número total de vezes que foram citadas razões para esta estratégia

Organização

Aumenta a concentração

Facilita a compreensão

Facilita a revisão

Reler ou repetir esquemas e resumos, reler os textos lidos, ler

oralmente e repetir de memória são estratégias de aprendizagem que têm como

razão mais significativa a memorização, conforme verifica-se nas 4 tabelas a

seguir (tab.21 a 24).

Page 163: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

163

Razões n %

Memorização 34 52%

Facilita a revisão 9 14%

Rapidez 9 14%

Facilita a compreensão 6 9%

Ressalta o mais importante 4 6%

Organização 3 5%

Aprofundar-se no assunto 1 2%

TOTAL* 66 100%

* Refere-se ao número total de vezes que foram citadas razões para esta estratégia

Tabela 21 - Razões para a estratégia reler/repetir esquemas e resumos

Tabela 22 - Razões para a estratégia reler texto

Razões n %

Memorização 42 49%

Facilita a compreensão 28 33%

Ressalta o mais importante 10 12%

Aumenta a concentração 3 3%

Facilita a revisão 2 2%

Rapidez 1 1%

TOTAL* 86 100%

* Refere-se ao número total de vezes que foram citadas razões para esta estratégia

Tabela 23 - Razões para a estratégia ler oralmente

Razões n %

Memorização 12 48%

Aumenta a concentração 9 36%

Facilita a compreensão 3 12%

Ressalta o mais importante 1 4%

TOTAL* 25 100%

* Refere-se ao número total de vezes que foram citadas razões para esta estratégia

Page 164: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

164

Razões n %

Memorização 14 42%

Facilita a compreensão 8 24%

Ressalta o mais importante 4 12%

Organização 3 9%

Aumenta a concentração 2 6%

Facilita a revisão 1 3%

Rapidez 1 3%

TOTAL* 33 100%

* Refere-se ao número total de vezes que foram citadas razões para esta estratégia

Tabela 24 - Razões para a estratégia repetir de memória os textos lido s

Tomando-se a perspectiva inversa de análise, pode-se

observar no conjunto de tabelas abaixo, qual a estratégia a escolher quando se

quer alcançar um determinado objetivo. É diferente do conjunto de tabelas

anterior, porque lá verifica-se a mais importante característica de cada estratégia.

Já, as tabelas seguintes (tab. 25 a 32) demonstram qual estratégia deve ser

utilizada quando se busca um determinado objetivo.

As tabelas seguintes mostram que ler silenciosamente é a

estratégia ideal para se obter rapidez no estudo (tab. 25) e para facilitar a

compreensão (tab. 26)

Page 165: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

165

Tabela 25 - Importância das estratégias para rapidez

Estratégias de aprendizagem Total* n** %***

Ler silenciosamente 63 16 25%

Reler esquemas / resumos 66 9 14%

Sublinhar 119 12 10%

Resumir 123 8 7%

Esquematizar 78 4 5%

Repetir de memória 33 1 3%

Reler o texto 86 1 1%

Ler oralmente 25 0 0%

Total geral de citações 593 51 9%

* Refere-se ao nº de vezes que foram citadas razões para cada estratégia

**Refere-se ao nº de vezes que esta razão foi citada para cada estratégia

*** Porcentagens em relação ao total de citações para cada estratégia

Tabela 26 - Importância das estratégias para facilitar a compreensão

Estratégias de aprendizagem Total* n** %***

Ler silenciosamente 63 25 40%

Reler o texto 86 28 33%

Repetir de memória 33 8 24%

Ler oralmente 25 3 12%

Esquematizar 78 8 10%

Reler esquemas / resumos 66 6 9%

Resumir 123 9 7%

Sublinhar 119 5 4%

Total geral de citações 593 92 16%

* Refere-se ao nº de vezes que foram citadas razões para cada estratégia

**Refere-se ao nº de vezes que esta razão foi citada para cada estratégia

*** Porcentagens em relação ao total de citações para cada estratégia

As estratégias mais indicadas para buscar a memorização são:

reler esquemas e resumos, reler texto, leitura oral e repetir de memória (tab. 27).

Page 166: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

166

Tabela 27 - Importância das estratégias para memorização

Estratégias de aprendizagem Total* n** %***

Reler esquemas / resumos 66 34 52%

Reler o texto 86 42 49%

Ler oralmente 25 12 48%

Repetir de memória 33 14 42%

Resumir 123 27 22%

Esquematizar 78 16 21%

Ler silenciosamente 63 5 8%

Sublinhar 119 9 8%

Total geral de citações 593 159 27%

* Refere-se ao nº de vezes que foram citadas razões para cada estratégia

**Refere-se ao nº de vezes que esta razão foi citada para cada estratégia

*** Porcentagens em relação ao total de citações para cada estratégia

Para ressaltar o mais importante no estudo, a estratégia de

escolha é preferencialmente sublinhar o texto, conforme demonstrado na tabela

28.

Tabela 28 - Importância das estratégias para ressaltar o mais importante

Estratégias de aprendizagem Total* n** %***

Sublinhar 119 42 35%

Resumir 123 20 16%

Esquematizar 78 11 14%

Repetir de memória 33 4 12%

Reler o texto 86 10 12%

Reler esquemas / resumos 66 4 6%

Ler oralmente 25 1 4%

Ler silenciosamente 63 1 2%

Total de citações 593 93 16%

* Refere-se ao nº de vezes que foram citadas razões para cada estratégia

**Refere-se ao nº de vezes que esta razão foi citada para cada estratégia

*** Porcentagens em relação ao total de citações para cada estratégia

Page 167: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

167

Ler oralmente é a estratégia ideal para aumentar a concentração

(tab. 29).

Tabela 29 - Importância das estratégias para aumentar a concentração

Estratégias de aprendizagem Total* n** %***

Ler oralmente 25 9 36%

Ler silenciosamente 63 15 24%

Sublinhar 119 20 17%

Resumir 123 8 7%

Repetir de memória 33 2 6%

Reler o texto 86 3 3%

Esquematizar 78 0 0%

Reler esquemas / resumos 66 0 0%

Total geral de citações 593 57 10%

* Refere-se ao nº de vezes que foram citadas razões para cada estratégia

**Refere-se ao nº de vezes que esta razão foi citada para cada estratégia

*** Porcentagens em relação ao total de citações para cada estratégia

Quando se busca a organização, as estratégias escolhidas,

preferencialmente pelos respondentes, são esquematizar e resumir (tab. 30).

Tabela 30 - Importância das estratégias para organização

Estratégias de aprendizagem Total* n** %***

Esquematizar 78 21 27%

Resumir 123 28 23%

Sublinhar 119 11 9%

Repetir de memória 33 3 9%

Reler esquemas / resumos 66 3 5%

Ler oralmente 25 0 0%

Ler silenciosamente 63 0 0%

Reler o texto 86 0 0%

Total geral de citações 593 66 11%

* Refere-se ao nº de vezes que foram citadas razões para cada estratégia

**Refere-se ao nº de vezes que esta razão foi citada para cada estratégia

*** Porcentagens em relação ao total de citações para cada estratégia

Page 168: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

168

Para facilitar a revisão, as estratégias escolhidas são

esquematizar, resumir, sublinhar e reler esquemas e resumos (tab. 31).

Estratégias de aprendizagem Total* n** %***

Esquematizar 78 18 23%

Resumir 123 23 19%

Sublinhar 119 20 17%

Reler esquemas / resumos 66 9 14%

Repetir de memória 33 1 3%

Reler o texto 86 2 2%

Ler silenciosamente 63 1 2%

Ler oralmente 25 0 0%

Total geral de citações 593 74 12%

* Refere-se ao nº de vezes que foram citadas razões para cada estratégia

**Refere-se ao nº de vezes que esta razão foi citada para cada estratégia

*** Porcentagens em relação ao total de citações para cada estratégia

Tabela 31 - Importância das estratégias para facilitar a revisão

Reler esquemas e resumos foi a estratégia citada por um dos

respondentes como ideal para aprofundar-se no assunto estudado (tab. 32).

Tabela 32 - Importância das estratégias para aprofundar o assunto

Estratégias de aprendizagem Total* n** %***

Reler esquemas / resumos 66 1 2%

Esquematizar 78 0 0%

Ler oralmente 25 0 0%

Ler silenciosamente 63 0 0%

Reler o texto 86 0 0%

Repetir de memória 33 0 0%

Resumir 123 0 0%

Sublinhar 119 0 0%

Total geral de citações 593 1 0%

* Refere-se ao nº de vezes que foram citadas razões para cada estratégia

**Refere-se ao nº de vezes que esta razão foi citada para cada estratégia

*** Porcentagens em relação ao total de citações para cada estratégia

Page 169: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

169

A seguir, na tabela 33 apresenta-se a síntese das duas

perspectivas de análise anteriores. Nela é possível observar o alto nível de

pertinência da escolha pelo aluno da estratégia de aprendizagem, ao considerar

simultaneamente características e objetivo colimado.

Tabela 33 - Nível de Coerência entre a característica mais importante e o objetivo principal

Estratégias de Característica Objetivo Coerência

aprendizagem mais importante principal

Ler silenciosamente Facilita compreensão Facilita compreensão Sim

Sublinhar Ressalta importante Ressalta importante Sim

Ler oralmente Memorização Memorização Sim

Reler o texto Memorização Memorização Sim

Repetir de memória Memorização Memorização Sim

Reler esquema/resumo Memorização Memorização Sim

Resumir Organização Organização Sim

Esquematizar Organização Organização Sim

Nível de coerência 100%

de cada estratégia de aprendizagem

4.2.3 Estilos de aprendizagem

4.2.3.1 Processo de construção

Variáveis de análise (ver quadro 3, p.138)

Durante a análise das trilhas, foi possível identificar algumas

características não mutuamente exclusivas, a elas associadas. Tais características

foram denominadas variáveis de análise, abaixo descritas.

Page 170: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

170

Movimento inicial - refere-se à percepção de que algumas estratégias de

aprendizagem demandam maior envolvimento corporal do que outras. Esta

variável pode apresentar-se nas seguintes categorias:

a) sem atividade corporal - ler silenciosamente, ler oralmente.

b) com atividade corporal - sublinhar, resumir, esquematizar.

Memória visual – refere-se à percepção de que algumas estratégias de

aprendizagem fazem maior uso da visão que outras. Aqueles que possuem está

variável de análise de forma significativa, ou seja boa memória visual, têm grande

facilidade em manipular idéias na forma de imagens, como se fossem fotografias.

Neste caso usam sublinhar e esquematizar como estratégias de aprendizagem de

escolha.

Memória verbal – refere-se à percepção de que algumas estratégias de

aprendizagem fazem maior uso da palavra escrita ou falada que outras. Alunos

com memória verbal importante, atuam, como se houvesse um gravador acionado

nas suas mentes. Tais alunos possuem facilidade em reter textos lidos, trabalhados

ou não. Usam como estratégias de aprendizagem de escolha a leitura silenciosa ou

oral, resumos. releitura de textos e de resumos.

Concentração – refere-se à percepção de que algumas estratégias de

aprendizagem favorecem maior manutenção da atenção que outras, conforme

assertiva dos respondentes (tab. 29). Alunos com baixa capacidade de

concentração foram identificados pela escolha de estratégias de aprendizagem que

demonstrem suprir este problema. São elas, principalmente, ler silenciosamente e

leitura oralmente.

Page 171: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

171

Compreensão – refere-se à percepção de que algumas estratégias de aprendizagem

favorecem maior compreensão do que outras, conforme assertiva dos

respondentes (tab. 26). Alunos com baixa capacidade de compreensão foram

identificados pela escolha de estratégias de aprendizagem que demonstrem suprir

este problema. São elas, principalmente, a leitura silenciosa e a releitura de texto.

Retenção – refere-se à percepção de que algumas estratégias de aprendizagem

favorecem maior memorização do material estudado que outras, conforme

assertiva dos respondentes (tab. 27). Alunos com baixa capacidade de retenção

foram identificados pela escolha de estratégias de aprendizagem que demonstrem

suprir este problema. São elas, principalmente, a leitura oral, releitura de

esquemas e resumos, releitura de textos e repetição de memória.

Tratamento do material - refere-se à percepção de que alguns alunos necessitam

para o seu estudo, trabalhar mais o material que outros. Assim esta variável foi

dividida em três categorias:

a) Material bruto - aluno estuda usando apenas o texto virgem. Faz apenas leitura

do material.

b) Material pouco elaborado – Faz uso do sublinhado no o seu estudo.

c) Material muito elaborado – Em adição às estratégias citadas acima faz também

uso de resumos e/ou esquemas.

Etapas – refere-se ao número de estratégias usadas em seqüência linear. Por

exemplo; se o aluno lê e em seguida sublinha, sua trilha compõe-se de duas

etapas.

a) n.º de etapas = ou < 3

Page 172: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

172

b) n.º de etapas >3

Processamento do material – refere-se à percepção de que a trilha de um dado

aluno favorece a síntese ou análise do material. Ainda mais, que esta trilha

demonstra ou não confiança nestas formas de raciocínio.

a) Sintético puro: O aluno usa na trilha uma seqüência que favorece a síntese

apenas. Usam apenas a leitura silenciosa ou oral, o sublinhado e/ou o

resumo.

b) Analítico puro: Apenas esquematiza o texto.

c) Misto seguro: A trilha sugere um processo seqüencial seguido de análise

ou vice-versa.

d) Misto inseguro: A trilha apresenta estratégias inicialmente que visam a

síntese, seguindo-se a análise para então retornar à síntese, de forma a

sugerir falta de confiança no processo. Tais alunos tendem a suprir a

insegurança nas estratégias pelo aumento no número delas.(ver variável

seguinte)

Seqüência – refere-se ao fato de que determinadas trilhas sugerem uma seqüência

de raciocínio linear e outras não. Neste caso o aluno em algumas etapas retrocede

no raciocínio, fazendo uso de estratégias dispensáveis vez que as anteriores já

teriam permitido a obtenção dos objetivos. Por exemplo; ao sublinhar e

esquematizar, o aluno já teria obtido os objetivos de ressaltar o importante e

organizar o conteúdo. Entretanto, o aluno prossegue relendo o texto original

(trilha 20B). Fora uma seqüência linear, o esperável seria a releitura do esquema

ou do texto sublinhado.

Page 173: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

173

As trilhas são classificadas quanto ao tipo de seqüência em:

a) Com retrocessos

b) Sem retrocessos (linear)

Após alguns exercícios de agrupamento destas trilhas, um

deles apontava na direção do estabelecimento de estilos de aprendizagem,

caracterizados pelas variáveis de análise.

Nesta etapa, afloraram 6 estilos de aprendizagem, assim

denominados: incisivos, impacientes, metódicos, insatisfeitos, confusos e

inseguros. No entanto, esta primeira classificação não parecia satisfatória, pois

cada estilo não parecia ser mutuamente exclusivo de outro. Por isto, cada estilo

original foi descrito segundo seis características, assim denominadas: rapidez,

seqüência lógica, detalhamento, capacidade analítica, visão global e confusão

(quadro 5).

Assim, cada estilo de aprendizagem originalmente definido foi

associado às características citadas acima, atribuindo-se a elas valores de 0 a 4

dentro do seguinte critério:

a) fortemente características - 3 a 4,

b) medianamente características - 1,5 a 2,5,

c) fracamente características - 0 a 1.

A variação numérica dentro de cada classe permitia ao

examinador maior flexibilidade na sua classificação. A tabela 34 mostra o

resultado deste processo.

Page 174: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

174

Tabela 34 - Classificação dos estilos de aprendizagem segundo suas características

Estilo de aprendizagem Características

Rapidez Seqüência Detalham. Capacidade Visão global Confusão

lógica Analítica

Incisivo 4 3 0 2 4 0

Impaciente 4 2 0 0 3 0

Metódico 2 4 3 4 3 0

Insatisfeito 0 3 2 3 2 0

Inseguro 0 0 4 0 1 2

Confuso 0 0 4 0 0 4

Nesta tabela é possível perceber como determinados estilos

pareciam ser muito próximos. Os alunos classificados como incisivos e aqueles

impacientes estão muito próximos, por isto optou-se por eliminar o estilo

impaciente. Assim os alunos nela classificados foram incluídos no estilo incisivos.

Por outro lado, nos outros 4 estilos, as semelhanças embora

presentes, eram menos marcantes. Por isto procurou-se discriminá-los pelas suas

diferenças numéricas. Para tal, obteve-se a diferença numérica entre os valores de

cada característica associado a um dado estilo, quando estes eram pareados. Isto

se faz segundo a seguinte equação:

Diferença = Maior valor de uma dada característica de um estilo

- Menor valor da mesma característica associada a outro estilo

A tabela 35 mostra este resultado.

Page 175: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

175

Tabela 35 - Diferenças entre os valores das características associadas aos estilos

Estilo de aprendizagem Características

Rapidez Seqüência Detalham. Capacidade Visão global Confusão Somatório

lógica Analítica diferenças

Estilos a serem comparados

Metódico (M) 2 4 3 4 3 0 xxx

Confuso (C) 0 0 4 0 0 4 xxx

Inseguro (Ig) 0 0 4 0 1 2 xxx

Insatisfeito (Is) 0 3 2 3 2 0 xxx

Pares de estilos possíveis

C- Ig 0 0 0 0 1 2 3

M - Is 2 1 1 1 1 0 6

Ig- Is 0 3 1 3 1 2 10

C- Is 0 3 2 3 2 4 14

M- Ig 2 4 1 4 2 2 15

M - C 2 4 1 4 3 4 18

Na tabela 35 é possível perceber que os pares de estilos

metódico/insatisfeito e confuso/inseguro são os que possuem as menores

diferenças totais. Assim sendo, o estilo metódico passou a incluir também o estilo

insatisfeito. Da mesma maneira o estilo inseguro incluiu o confuso. Desta maneira

concluiu-se pela manutenção de 3 estilos:

Incisivo

Metódico

Inseguro

Finalmente restava caracterizar estes estilos. Isto foi feito

através do cálculo da média aritmética entre os valores de cada característica em

cada estilo original. Por exemplo, na tabela 34 a seqüência lógica obteve valor 3

para o estilo incisivo e 2 para o estilo impaciente (que foi aglutinado ao primeiro).

Assim o estilo incisivo passou a ter um valor de 2,5 para a característica seqüência

lógica. Os resultados podem ser vistos na tabela 36.

Page 176: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

176

Estilo de aprendizagem Características

Rapidez Seqüência Detalham. Capacidade Visão global Confusão

lógica Analítica

Incisivo 4 2,5 0 1 3,5 0

Metódico 1 3,5 2,5 3,5 2,5 0

Inseguro 0 0 4 0 0,5 3

Tabela 36 - Resultado final da classificação dos estilos de aprendizagem segundo suas características

Caracterizados os estilos, buscou-se então associá-los aos

componentes dos hábitos de estudo (quadro 4, p.139). Isto se fez primeiro,

identificando-se em cada trilha quais eram as variáveis de análise associadas aos

componentes de hábito de estudo, aí presentes. Em seguida, determinou-se no

conjunto das trilhas que variáveis de análise tinham presença significativa. Nesta

etapa foi possível eliminar as variáveis movimento inicial, memória visual e

verbal. Isto porque tais variáveis não se mostraram discriminatórias entre os

estilos. Foram mantidas as variáveis concentração, compreensão e retenção.

4.2.3.2 Taxionomia

O resultado deste processo permitiu agora descrever com maior

propriedade os estilos de aprendizagem. Estas descrições apresentam-se de forma

sintética nos quadros 6, 7 e 8. Percebe-se como os componentes dos hábitos de

estudo se apresentam como conseqüência lógica das características do grupo.

Page 177: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

177

Quadro 6 : Descrição do Estilo Incisivo

Características do grupo Componentes dos hábitos de estudo (*)

Muito

Regular

Pouco

Fatores

Determinantes

Seqüência de

Estudo

Tratamento

Predominante- bruto do

mente material

dispensam Poucas etapas

Rapidez Seqüência Detalhista estratégias de estudo

Visão global lógica Analítico que favoreçam Processamento

Confuso compreensão, sintético do

retenção ou material

concentração Seqüência de

estudo coerente

(*)Ver quadro 4

Quadro 7 : Descrição do Estilo Metódico

Características do grupo Componentes dos hábitos de estudo (*)

Muito

Regular

Pouco

Fatores

Determinantes

Seqüência de

Estudo

Predominante- Tratamento

mente muito elaborado

dispensam do material

estratégias Muitas etapas

Seqüência Detalhista Rapidez que favoreçam de estudo

lógica Visão global Confuso compreensão Processamento

Analítico e retenção, sintético ou analí-

mas, precisam tico do material

de estratégias Seqüência de

de concentração estudo coerente

(*)Ver quadro4

Page 178: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

178

Quadro 8 : Descrição do Estilo Inseguro

Características do grupo Componentes dos hábitos de estudo (*)

Muito

Regular

Pouco

Fatores

Determinantes

Seqüência de

Estudo

Tratamento pou-

co ou muito ela-

Necessitam de borado do

material

Visão global estratégias que Muitas etapas

Detalhista Rapidez favoreçam a de estudo

Confuso Analítico compreensão Processamento

Seqüência retenção ou misto do

lógica concentração material

Seqüência de

estudo incoerente

(*)Ver quadro 4

Finalmente restava apenas classificar todos os alunos segundo

os estilos (tabela 37). Ressalte-se que tais estilos, além de mutuamente exclusivos,

permitiram classificar todos os alunos.

Tabela 37 - Distribuição da amostra segundo os estilos de aprendizagem

Estilo de aprendizagem n %

Incisivo 21 25%

Metódico 48 57%

Inseguro 15 18%

TOTAL 84 100%

Nota:Os alunos são classificados em cada um dos estilos de acordo com suas trilhas, que são:

incisivos - 08A, 13A, 15A, 22A, 31A, 01B, 06B, 16B, 01D e 02D.

metódicos - 01A, 02A, 04A, 05A, 06A, 07A, 09A, 10A, 11A, 12A, 16A, 17A, 18A, 19A, 20A, 21A, 23A, 24A, 25A, 26A,

27A, 28A, 29A, 30A, 02B, 04B, 05B, 07B, 08B, 09B, 12B, 15B, 17B, 18B, 19B, 01C, 04C, 01E, 01Fe 01G.

inseguros - 03A, 14A, 03B, 10B, 11B, 13B, 14B, 20B, 21B, 22B, 02C, 03C E 05C.

Page 179: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

179

4.3 Comentários livres

Em relação aos comentários livres dos respondentes, verifica-se

que 50 alunos responderam a esta questão, sendo que 64% deles fazem críticas a

falhas na formação acadêmica, e os outros 36% reportam-se à questão do estudar,

conforme explicitado na tabela 38.

Tabela 38 - Comentários livres

Comentários n %

Temas referentes ao questionário

Necessidade de aprender a estudar 9 18%

Considerações sobre o questionário* 6 12%

Citações de prazer e dedicação ao estudo 3 6%

sub-total 18 36%

Temas não referentes ao questionário

Críticas à organização curricular 18 36%

Treinamento prático para o mercado 10 20%

Críticas ao desempenho dos professores 4 8%

sub-total 32 64%

TOTAL** 50 100%

* Só uma citação foi negativa (muito repetitivo)

** Trinta e quatro perguntas não foram respondidas

Page 180: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

180

5 DISCUSSÃO

5.1 Dos objetivos

A primeira questão que se apresenta ao leitor é por que

pesquisar o processo de aprendizagem isoladamente, não se importando com suas

relações com o ensino, organizações curriculares, professores etc. habitualmente,

considerados aspectos indissociáveis. Na metáfora do teatro, descrita pela autora

no capítulo de introdução, a importância de estudar o processo de aprendizagem

se mostra com clareza, quando diz: “Em linguagem teatral, adianta pouco um

bom roteiro e direção, se o ator não sabe representar. Da mesma maneira,

esforços dirigidos à melhoria do ensino, frustrar-se-ão se ao corpo discente faltar

competência em aproveitar os recursos que lhes são oferecidos. É necessário que

alunos sejam capacitados nas habilidades necessárias à aprendizagem. Ou seja,

que possam aprender a aprender”.

Na verdade este estudo vem complementar sua linha de trabalho

anterior, voltada para garantir condições institucionais para um ensino de melhor

qualidade. A decisão por tal recorte não invalidou a sua intenção de encontrar

respostas que poderão subsidiar ações que tornem mais eficazes a interação

professor / aluno.

Neste sentido, entender o binômio ensino / aprendizagem na

perspectiva do seu segundo pólo é etapa relevante para que o processo se dê a

contento. Sabe-se que este binômio comporta dois aspectos inseparáveis; o ensinar

Page 181: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

181

e o aprender. Há ensino quando alguém aprende. Há aprendizagem quando a

alguém se ensina

Page 182: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

182

algo. Mesmo na ausência da figura formal e explícita do

professor, o indivíduo só aprende na medida em que é submetido, ou se submete à

um conjunto de ações e experiências que levam ao aprendizado. Neste caso então,

mesmo ausente o professor, mantém-se presente sua função.

Da mesma maneira que existem competências e habilidades

pertinentes ao docente, também existes aquelas adequadas ao aprendiz. É razoável

portanto, esperar da educação um esforço no sentido de capacitar o aluno a

sobreviver neste mundo mutável. Neste sentido, saber aprender, pode fazer muita

diferença.

É razoável supor então, que progressos na compreensão e

operacionalização da aprendizagem permitem melhorar a eficiência da instituição

escolar como um todo. Cada qual, docentes e alunos, contribuem com sua parte

para o sucesso da empreitada.

Ainda mais, na medida em que bons professores beneficiam-se

com alunos competentes, o domínio das habilidades da aprendizagem facilita a

função docente, o que reverte em benefícios tanto para o aluno, como para o

professor. Neste sentido é então razoável a afirmativa de que a competência dos

aprendizes traz-lhes benefícios diretos no seu aprender. Esta era de incertezas

demanda por um profissional mais flexível, e para isto é necessário que ele seja

hábil em inventar soluções.

Neste contexto cabem as palavras de Earl Weaver “It’s what

you learn after you know it all that really counts” (Quilligan & Stone, 1985).

Falamos particularmente na habilidade que o profissional de hoje precisa possuir,

Page 183: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

183

que é a do aprendizado autônomo. Ou seja, ele deve assumir o papel de gerente da

sua própria aprendizagem. O profissional que sabe aprender, é autônomo. Sabe

como obter a informação que precisa e as obtém de forma crítica. Sabe por que e

para que vai usar a informação obtida. Pode assim decidir inteligentemente.

A abordagem metacognitiva, segundo Burìn (1993), enfatiza o

conhecimento de todas as operações mentais (memorização, leitura etc.) o que

são, como se realizam, quando se usa uma ou outra, que fatores ajudam ou

interferem na sua operatividade. Por isso se fala metamemoria, metaleitura etc.

Todos possuem capacidade metacognitiva, até mesmo os bebês,

como Sutherland diz ao citar Brown & DeLoache. Conhecer e atuar sobre estas

capacidades é que garante uma melhor aprendizagem.

A investigação proposta descreveu os hábitos de estudo do aluno

em termos de local, duração, freqüência e possíveis interferências; as atitudes de

aprendizagem em termos de motivação e conceitos implícitos de estudar e

conhecimento; o processo de estudo em termos de razões, estratégias de

aprendizagem, suas formas de utilização e seus moduladores; e por fim, os estilos

de aprendizagem surgidos a partir das formas de utilização destas estratégias

identificadas.

Outro argumento para conhecer as várias nuances do ato de

estudar é apresentado por Freire (1978): “Que o ato de estudar, no fundo, é uma

atitude frente ao mundo[...};[...] não se reduz à relação leitor – livro ou leitor -

texto. [...] e também é sobretudo pensar a prática e pensar a prática é a melhor

maneira de pensar certo”. Assim, estudar é um trabalho difícil, que exige

Page 184: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

184

simultaneamente postura crítica e sistemática, além de disciplina intelectual que

só se ganha praticando. Desta forma, conhecer esta prática fornece subsídios para

torná-la melhor.

Assim sendo, é fácil aceitar que a construção de uma visão

crítica do processo de aprendizagem passa pela compreensão dos hábitos

individuais de estudo e estilos de aprendizagem.

A valorização da individualidade como característica importante

é a base de pesquisas diversas, pois entendê-la assim é que permite o

reconhecimento de aprendizes diferentes e estilos de aprendizagem diversos. Tais

pesquisas partem da premissa de que se as pessoas têm diferentes características

de personalidade terão consequentemente estilos de aprendizagem diferenciados.

A investigação das individualidades no processo encontra eco

nas palavras de Barnes (1995): “Sua forma de aprender não é igual a minha ou a

de qualquer outra pessoa e é por isso que só você é capaz de controlá-la”.

Ademais a metacognição atualmente é considerada como a capacidade de auto -

conhecimento e de auto - controle do processo de aprendizagem. Muitos autores

enveredaram por esta linha de pesquisa. Hattie e cols. (1996), pesquisaram o

efeito das intervenções nas habilidades de aprendizagem sobre a aprendizagem

estudantil. A relação entre estilos cognitivos e desempenho acadêmico foi

estabelecida por Luk em 1998.

Kolb (1971) investiga estilos individuais de aprendizagem e o

processo de aprendizagem, criando a partir deles um inventário de estilos de

aprendizagem. A relação de estilos de aprendizagem com tipos de personalidades

Page 185: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

185

foi usada por Drummond & Stoddard (1992) para validar o Delineador de estilos

de Gregorc em relação ao Indicador de tipos de Myers Briggs. A variedade de

artigos científicos que valoriza as características individuais, referenda a

pertinência deste aspecto em relação aos hábitos de estudo e estilos de

aprendizagem.

Muito embora os estilos de aprendizagem variem conforme as

características individuais, não parecem serem estas as únicas responsáveis. Há

que se considerar ainda o contexto onde elas se expressam.

Sadler-Smith & Tsang (1998) fizeram estudo comparativo de

abordagens para estudar com grupos de alunos de duas culturas diferentes,

mostrando como o contexto educacional influencia as respostas obtidas. Usando

um instrumento de medição apropriado, verificou que alunos de cultura oriental

(Hong Kong) e ocidental (Reino Unido) divergiam nas suas abordagens para

estudar, como por exemplo, grau de ansiedade nas tarefas, nível de memorização e

qualidade das estratégias. Sugerem que as abordagens para estudar não podem ser

vistas isoladas dos contextos educacional, institucional e cultural onde o estudo

acontece e das formas de avaliação.

O artigo citado acima, referenda trabalho anterior de Eklund-

Myrskog (1997) com alunos de enfermagem em momentos diferentes do curso.

Comparando dois grupos de estudantes do início e fim do curso, verificou-se uma

tendência no segundo grupo a usar concepções e abordagens mais desenvolvidas.

As diferenças encontradas entre os dois grupos podem ser explicadas em termos

do treinamento em enfermagem que tiveram os alunos mais antigos.

Page 186: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

186

Estes contextos diferenciados influenciaram a compreensão que

externam sobre a aprendizagem, como também sobre as estratégias de

aprendizagem utilizadas.

5.2 Do método

Aspecto importante é a identidade entre a pesquisadora e os

participantes da amostra estudada. Possuindo raízes semelhantes e cultura similar,

tornou-se mais fácil compreender e concluir sobre os dados. Claro está, o sempre

presente risco da “ilusão da transparência”. Descrito por Bourdieu (Minayo,

1994, p.197) como o perigo da compreensão espontânea, como se o real se

mostrasse nitidamente ao observador. Prevenir-se contra ela foi preocupação

constante da autora. Primeiramente, pela própria consciência do risco colocando

assim, a priori, todas as análises sob suspeita. Desta maneira, cada interpretação

só era aceita se afastada com razoável certeza o suposto viés. Em segundo lugar,

pelo uso do questionário que, dentro de certos limites, ao quantificar assertivas,

permite reduzir em parte o subjetivismo. A autora está, no entanto, dolorosamente

ciente que não existe proteção total contra este risco. Na verdade, faz parte da

própria noção construtivista, o caráter subjetivo do conhecimento.

Vez que representa um censo da população de internos do 11º

período, representatividade é um conceito não pertinente para a população. No

entanto se considerarmos a população de alunos de medicina como um todo, tal

conceito ganha significado. Mesmo neste caso é razoável aceitar a

Page 187: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

187

representatividade do grupo estudado. Primeiramente em relação à própria

Universidade Federal Fluminense. Por um lado o fato de que todos partilham de

raízes comuns. Grosso modo o mesmo tipo de aluno17

vem sendo selecionado ao

longo do tempo. Por outro, as mudanças curriculares ocorridas nestes últimos

anos também não ocorreram de modo a tornar alunos do 11º período

significativamente diferentes dos de outros períodos.

É também razoável supor semelhanças entre os alunos estudados

e os de outras faculdades públicas. Embora possam ser levantadas diferenças de

conteúdo, competência e estilo entre os docentes das instituições de ensino

superior diversas, estas não parecem estar ligadas às variáveis estudadas. Tais

diferenças são relativamente pequenas. Tal não ocorre no caso das particulares.

São maiores as diferenças no que tange à qualificação docente, estrutura

administrativa e política de pessoal.

Da mesma maneira, são sabidas também as diferenças existentes

no corpo discente. Desta forma, fica difícil quantificar a validade externa neste

caso. No entanto, ao se falar de hábitos de estudo, ênfase maior foi dada aos

aspectos que esclarecessem como, porque e para que estudavam os respondentes.

A autora é de opinião, passível de revisão posterior, que nos aspectos específicos

questionados, não existem diferenças significativas. Provas, testes, estudo de

véspera, esquecimento rápido, falta de integração entre as disciplinas, são entre

17 No que se refere a variáveis de interesse nesta pesquisa.

Page 188: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

188

outras, características universalmente presentes18

. É possível que em outros

aspectos haja mais diferenças. No entanto tal não foi o enfoque do presente

estudo. Assim sendo, mesmo com os limites impostos pela prudência, é razoável

supor que as conclusões apresentadas sejam passíveis de transferência para

contextos similares ao aqui discutido.

Outro ponto positivo da população estudada foi o nível em que

se encontram no curso. Internos de medicina no 11º período se encontram

exatamente na metade do programa de internato, e neste momento livres do

compromisso formal de fazer provas, imersos no treinamento da prática

profissional. Estão ainda, um pouco distantes do término do curso, onde o

concurso de Residência Médica os coloca novamente frente a novo período de

provas. Por isto é um momento de trégua, o que garantiria respostas mais isentas

destas influências.

O questionário foi escolhido como instrumento de pesquisa. Tal

escolha fundamentou-se no fato de que esta ferramenta permite a observação

direta dos eventos estudados. E isto é mais verdadeiro na medida que buscou-se

uma análise do processo que levava em conta a visão do aluno sobre si mesmo.

Ainda mais, o questionário permitiu atingir rápida e eficientemente toda a

população estudada. Tal fato foi crucial, dadas as limitações inerentes à condição

da autora, submetida a prazos definidos.

18 Pelo menos é a experiência pessoal da autora, corroborada pelas de diferentes docentes com os

quais privou ao longo destas duas últimas décadas.

Page 189: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

189

O questionário também permitiu investigar grande número de

variáveis de forma eficiente. Ainda mais sua construção fez-se de modo a facilitar

a tabulação e análise posteriores.

Outros instrumentos tais como entrevistas, história de vida, etc.

foram descartados. Muito embora se usados, teriam permitido maior

aprofundamento, demandariam um tempo não disponível à autora. Ademais

seriam inconvenientes, dado o objetivo de descrever de forma ampla uma

população relativamente numerosa.

A elaboração do questionário passou por todas as etapas

necessárias, a fim de aumentar sua eficácia e validade. Iniciando com a elaboração

da listagem dos pontos relevantes, passando pelo questionário piloto, pelo pré -

teste e finalmente o instrumento final19

Importa salientar que neste processo de

aperfeiçoamento foram corrigidas as questões tendenciosas, as com problemas de

linguagem e também a ordenação das mesmas, para evitar indução nas respostas.

Optou-se por perguntas de múltipla escolha, na sua maioria, ao

lado de perguntas abertas; estas para permitir respostas livres em linguagem

própria e aquelas para proporcionar uma exploração em profundidade quase tão

boa quanto a de perguntas abertas, além de facilitar a tabulação. A combinação de

respostas de múltipla escolha com as abertas possibilitou mais

informações sobre o assunto.

19 Vide páginas 127 a 132.

Page 190: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

190

A coleta de dados foi realizada exclusivamente pela autora,

individualmente, anulando com isso, possíveis desvantagens do questionário ao

acompanhar o preenchimento do questionário e aguardar a devolução do mesmo.

A tabulação dos dados gerou a construção de tabelas,

inicialmente por questão respondida e a análise delas propiciou um segundo

momento, onde se montou tabelas mais complexas. Estas, já contendo uma

interpretação desses dados ao agrupar itens afins de uma questão ou aglutinar

questões para expressar melhor os resultados obtidos.

O processo que gerou a taxionomia de estilos de aprendizagem é

fruto de raciocínios encadeados que pretenderam criar descritores (incisivos,

metódicos e inseguros) subjacentes às ações concretas executadas pelos alunos.

Isto se obteve por análise lógica, a partir das estratégias de aprendizagem e suas

propriedades metacognitivas. Dado que tal análise fez-se sem parâmetros

apriorísticos, é possível que tenha conduzido a uma taxionomia inadequada.

No entanto, a autora tomou algumas precauções. Uma delas,

descrita linhas atrás foi precaver-se contra a ilusão de transparência. Do mesmo

passo, suas conclusões foram exaustivamente debatidas com o orientador, que

funcionou como observador externo do processo. Ainda mais, submeteu suas

interpretações a outros docentes, pesquisadores como avaliadores externos. O uso

de instrumento quantitativo, neste sentido, funcionou como um sistema de

contrapeso ao subjetivismo da análise.

Page 191: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

191

Finalmente é possível notar as semelhanças existentes entre a

atual taxionomia e outras classificações já existentes20

. Desta forma, o uso de

observadores externos e a comparação com outros estudos, aproximam-se do

processo de triangulação, descrito por Denzin em 1973 (Minayo, 1994 – p.241-2),

proposto como vigilância interna pelos autores que trabalham a metodologia

qualitativa. Consiste na combinação e cruzamento de múltiplos pontos de vista de

vários pesquisadores, permitindo maior segurança sobre as conclusões exaradas.

5.3 Do resultado

5.3.1 O aprendiz que aflora do estudo

Os respondentes mostraram boa capacidade de descrição de seus

hábitos de estudo, permitindo portanto a inferência de um bom nível de

conhecimento metacognitivo. Ressalte-se, no entanto que embora presente, havia

na população estudada pouca consciência do fato. Tal observação é demonstrada

simultaneamente pelo baixo número de respostas em branco e pelas afirmativas,

nas perguntas abertas de que antes, nunca haviam pensado no assunto.

Tais alunos possuem rotinas de estudo, dedicando considerável

tempo de suas vidas a estas tarefas (tabs. 3 a 6). Relatam também, quando

estimulados pelas perguntas do questionário, a possibilidade de mudanças em seus

20 Ver página 188 (“Estilos de aprendizagem”)

Page 192: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

192

hábitos de estudo, pois demonstram que haveria formas melhores de estudar,

valorizam o estudo em livros textos e refletem sobre a questão de estudar só para

provas (tab. 13).

É importante trazer esta postura dos alunos em relação às suas

atitudes cognitivas e motivacionais, pois conforme citado por Silva e Sá na obra

Saber estudar e Estudar para Saber, tais questões têm uma atuação importante no

desempenho escolar, permitindo ao aluno organizar e reter as informações

necessárias à construção do conhecimento. Surgem como determinantes do

sucesso escolar; já que a motivação é descrita, no senso comum, como impulso

para agir em direção a um determinado objetivo.

Percebe-se ainda que os alunos buscam eficiência no seu estudo.

Para isso, usam suas estratégias cognitivas e orientações motivacionais, de modo a

decidir em primeiro lugar o que fazer para atingir os objetivos pretendidos e em

segundo lugar como fazer para melhorar o nível da realização, nas diferentes

tarefas (tabela 11).

Apesar do esforço para tornar o estudo mais eficaz, sabe-se que

é difícil decidir o que fazer para aprender melhor, pois para a maioria deles, o

aprendizado ocorre de forma automática, tornando difícil perceber os

componentes que intervêm nele. Nesta população, 69% jamais obteve qualquer

aprendizagem explícita de técnicas de estudo. Por outro lado, a aprendizagem

implícita, através de exemplos, imitação etc. também não foi importante. O

percentual de respondentes que negou esta forma de aprendizagem atingiu 66%

(tab. 12).

Page 193: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

193

Relevante para este estudo foi a noção que aflorou em relação

aos conceitos de estudar e aprender. Aparentemente os alunos não concordam

com as definições usadas pelo senso comum. Ao se consultar o Dicionário

Prático da Língua Portuguesa Aurélio (Ferreira, 1993), encontrou-se: “estudar -

aplicar a inteligência para aprender” e “aprender - tomar conhecimento de algo,

graças ao estudo”. Daqui é possível entendê-las como muito próximos e

complementares.

Não é isto, entretanto, o que foi possível perceber entre os

alunos da população estudada. Suas respostas, em nível teórico, concordam com

os conceitos acima. No entanto, ao analisar-se de forma mais críticas suas ações

cotidianas é possível perceber clara divergência entre o estudar e o aprender.

Aparentemente estes alunos estudam apenas quando provas estão em questão.

Entretanto, usam o termo aprender referindo-se aos casos em que o conhecimento

é importante para sua opção profissional. Nestes casos, o termo estudar

desaparece.

Na prática, ao estudar, o fazem para dar conta das provas e

serem aprovados, usando material de baixa qualidade e priorizando a

memorização como objetivo do estudo (27% do total das razões citadas para o

conjunto das estratégias). Interessante notar que ao estudar, o recurso instrucional

preferido antes do internato foi a apostila e similares, por apresentarem como

características marcantes a rapidez, a superficialidade e o estudo mais fácil para

sucesso nas provas e conseqüente aprovação. Reforça esta situação as informações

de que estudam mais quando são testados, para apresentação de casos clínicos e

Page 194: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

194

para concursos diversos e que além disso alteram a maneira de estudar quando

pressionados por provas (tabelas 10 e 11).

No internato, já livre da pressão das provas, começam a aparecer

mudanças significativas. Quando questionados sobre recursos instrucionais, o

livro texto passa a ser o preferido. Perceba-se que o livro texto apresenta

características opostas. É mais complexo e difícil, razões pelas quais foi preterido

em etapas anteriores . No entanto, agora superficialidade e rapidez tornaram-se

defeitos, sendo mais valorizados a profundidade e abrangência (tab. 2). Mudou o

livro ou mudou o estudante? Na verdade, parece mais adequado pensar em

alterações na postura do aluno em relação ao estudo. Agora, em outro contexto

educacional, livre de provas, preocupa-se com uma aprendizagem melhor. Seus

objetivos dirigem-se mais para busca da seriedade na prática profissional,

pretendendo tornar-se melhor profissional, aperfeiçoar seus conhecimentos e por

gostar de estudar (tabs. 8 e 9). Assim é que como perceberam os respondentes, o

livro texto torna-se mais adequado.

Esta mudança permite dizer que a postura existente antes do

internato reproduz o senso comum da prática escolar cotidiana: a prova aparece

como a questão principal, o que permite concluir que estudar é ação diretamente

relacionada à realização de provas.

É importante relatar que não houve nenhuma indução para se

obter estes resultados, já que as informações coletadas foram obtidas de forma

indireta, através de perguntas sobre circunstâncias que modificam a maneira de

estudar e sobre eventos que os fazem estudar mais intensamente que o habitual.

Page 195: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

195

Barnes (1995) fala de 2 modos de estudar, o aquisitivo e o

interativo. Este último caracterizado como mais adequado para o estudo. Para ele

“o conhecimento resulta de um processo de interação entre o conhecimento e

aquele que procura conhecer ou compreender as idéias; a absorção de

informações passa por um processamento, onde o cérebro não está neutro”.

Os respondentes caracterizaram-se basicamente como

interativos, tanto ao conceituar o ato de estudar (71% - tab. 7) como em relação ao

conhecimento (90% - tab. 14). Ainda mais foi razoável a concordância entre os

seus conceitos, atingindo 62% (tab. 16). Tal percentual mostra uma certa

coerência nos respondentes, já que interativos ou aquisitivos situam-se nas

mesmas categorias tanto nos conceitos de estudar quanto nos de conhecimento.

No entanto, tal fato se choca quando se analisa as tabelas 10 e 27. Nelas pode-se

perceber que estudam mais quando testados (tab. 10) e priorizam a memorização

(tab. 27).

Estas são características típicas do estudante aquisitivo. Porém,

no internato referem aprendizado mais sério (tab. 1 e 2) e ligado à prática

profissional. É muito interessante a questão que aflora da interpretação dos dados.

Aqui a teoria na prática é outra. Se por um lado, entendeu o estudar e o

conhecimento como ligados e sob modelo interativo, na prática o estudar toma 2

formas conforme o período observado. Antes do internato mais dirigido a provas,

durante, objetivando o conhecimento. Sintomático é o relato de alguns alunos que

dizem não terem tempo para estudar, agora que estão no internato. Mesmo assim

reconhecem o quanto estão aprendendo, lendo sobre os casos vistos na enfermaria.

Page 196: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

196

É fascinante a noção que aflora destas observações. O grupo

estudado separa claramente o estudar do aprender. Estudar é uma ação que

objetiva bons resultados em provas. Já aprender é o que acontece no internato

onde obtém os conhecimentos necessários para sua prática profissional. Tal

separação está presente mesmo no internato. Aprendem na enfermaria, mas

preocupam-se em estudar para as provas de residência.

Este comportamento dual está de acordo com as idéias de Spiro

e colaboradores. Na teoria de Flexibilidade Cognitiva postulam que esta é uma

habilidade espontânea de reestruturação do próprio conhecimento, de formas

variadas, como resposta adaptativa a exigências de mudanças por situações

diversas.

Visto sob outro prisma, parece que as regras impostas pelo

sistema educacional forçam a ocorrência desta dualidade, o que é referendado por

Piletti & Piletti (1997): [...]“Verifica-se também que não basta ensinar para que

os alunos aprendam, muito menos quando este ensino é feito de forma a despejar

conhecimentos sobre os alunos, para que estes os devolvam nas provas”. (p.231).

Mas suas opiniões já trazem reflexões sobre a pertinência,

propriedade e adequação destes conteúdos, quando em críticas ao sistema

educacional, questionam a organização curricular sob vários aspectos, além de

relatarem que precisam de mais tempo para outros assuntos pessoais (tabs. 13 e

38). Na obra de Illich (1973) encontra-se a crítica ao mito da escola formal: “Ela

os escolariza para confundir processo com substância.[...] O aluno é, desse

Page 197: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

197

modo, “escolarizado” a confundir ensino com aprendizagem, obtenção de grau

com educação, diploma com competência”[...] (Gadotti, p.297).

Para finalizar, vale dizer que as observações feitas possibilitam

supor que há uma dissonância entre o que é oferecido pelo sistema educacional e

o que realmente é necessário para a vida profissional, gerando um descompasso,

que pode ser reforçado pelas citações que fazem nas suas respostas de “sensação

de tempo perdido”, “desilusão com o que aprendeu” e conseqüente “despreparo

para a vida”.

De qualquer forma, estas constatações por mais reais que

pareçam ser, não podem ser vistas isoladamente, fora do contexto emocional

vivenciado por alunos ao final do processo de formação escolar, o que certamente

pode mascarar a realidade ou potencializar as informações prestadas.

5.3.2 Estilos de aprendizagem

Estilos de aprendizagem, já dito, podem ser entendidos como

uma combinação entre características cognitivas, afetivas e fatores fisiológicos

que se tornam indicadores relativamente estáveis da maneira com que um

aprendiz compreende e interage com, ou responde ao ambiente de aprendizagem

(Keefe, 1979).

Page 198: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

198

Na processo de análise dos dados emergiu a possibilidade de se

propor uma taxionomia de estilos de aprendizagem a partir das trilhas21

informadas pelos alunos, o que se mostrou interessante pela relação ou de

proximidade ou de afastamento que se pode estabelecer com outras taxionomias

encontradas na revisão de literatura.

Uma diversidade de estilos foi criada ao longo dos anos,

tornando o seu estudo complexo. Curry (1987) propôs uma síntese, o “modelo da

cebola”. Baseado na sua estrutura em camadas, classificou os diferentes estilos de

acordo com a sua ênfase particular na personalidade, no processamento da

informação, na interação social e nas preferências instrucionais e

multidimensionais.

Dentre estes, os que enfatizam o processamento da informação

preocupam-se com a abordagem intelectual individual preferida para assimilação

da informação, e é neste campo que se encontram semelhanças com a taxionomia

desenvolvida nesta pesquisa.

É percebido claramente que foi uma classificação também

baseada em processamento da informação, seguindo um modelo progressivo de

análise. Partindo do conjunto de estratégias de aprendizagem que compõem as

maneiras individuais de estudar (trilhas), foram se estabelecendo relações

encadeadas, inicialmente com as características metacognitivas, passando pelas

21 Denominou-se trilha a uma dada seqüência de estudo. Por exemplo; um dado aluno ao estudar,

primeiro lê silenciosamente, em seguida resume para finalmente, reler o resumo. Esta é a trilha

deste aluno.

Page 199: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

199

variáveis de análise, pelas categorias que compõem o hábito de estudo e

finalmente pelas características associadas a estes hábitos.

Da análise dos dados obtidos propôs-se uma taxionomia que

descreveu três estilos de aprendizagem: dos aprendizes metódicos, incisivos e

inseguros. Em que pese as diferenças existentes, tais estilos são comparáveis aos

propostos pelo Inventário de Estilos de Aprendizagem de Kolb (1971).

Kolb postula quatro tipos de aprendizes posicionados em duas

dimensões bipolares: uma delas envolvendo a percepção de conceitos e a outra

voltada para a crítica destes conceitos. A primeira dimensão classifica o aprendiz

em abstrato e concreto, conforme preocupam-se primariamente com as idéias ou

sua implementação. A segunda o faz entre a experimentação ativa e a observação

reflexiva. A combinação destas dimensões permite situar o aprendiz em um dos

quatro quadrantes possíveis, pela associação dois a dois das dimensões

apresentadas.

Os aprendizes abstratos, são os tipos “convergentes” e

“assimiladores”, sendo que estes, menos preocupados com a aplicação prática

dos conceitos ou teorias e aqueles, tendem para aplicação prática das idéias. Já

aprendizes concretos são os tipos “divergentes” e “conciliadores”, sendo que os

últimos levam adiante planos e experimentos, e os primeiros gostam de ver as

situações concretas por várias perspectivas.

Obviamente, guardando as devidas diferenças, há uma tendência

de aproximação entre o tipo “incisivo”, definido nesta investigação, e os tipos

Page 200: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

200

concretos de Kolb (divergentes e conciliadores) como também entre o

“metódico” e os tipos abstratos de Kolb (convergentes e assimiladores).

As características associadas aos hábitos de estudo descritas

aqui, permitem fazer tal comparação pois atribuem aos incisivos, serem rápidos –

trilhas curtas – e possuírem visão global – compreensão do material pela idéia

geral, sem necessidade de detalhamento de sua estrutura, o que pode ser

comparado aos aprendizes concretos de Kolb que dão menor ênfase à orientação

intelectual, são mais intuitivos, do tipo “aqui e agora” (Plovnick, 1975).

As características atribuídas aos metódicos são as de possuírem

uma seqüência lógica de processamento do material, ao lado de capacidade

analítica de abstrair com facilidade a idéia principal do texto, podendo ser

equiparados aos aprendizes abstratos de Kolb que tendem a uma maior orientação

intelectual, frequentemente tendo um componente substancial de pesquisa

(Plovnick, 1975).

Não foi possível enquadrar ao inventário de Kolb, o tipo

“inseguro” descrito nesta taxionomia. Aqui interessa ressaltar, o significado desta

impossibilidade de superposição. Por um lado, poder-se-ia afirmar uma

insuficiência ou erro de categorização. Embora possível, a autora defende outra

interpretação para o fato. O inventario de Kolb toma por base tipos ideais, que é

razoável supor inexistam na prática diária. No seu uso real, um dado indivíduo

será classificado como mais próximo deste ou daquele tipo. Assim, esta

classificação por proximidade, anula a priori e existência de tipos inseguros,

contemplados pela atual taxionomia. Ressalte-se ainda que enquanto Kolb baseia

Page 201: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

201

sua classificação em modelos teóricos prévios, a atual taxionomia surge da análise

direta das trilhas descritas pelos aprendizes estudados. Claro está, que análise

direta não implica na inexistência dos condicionantes que modulam a atividade

concreta de qualquer pesquisador. Não é intenção da autora afirmar que os fatos

falam por si mesmo. No entanto, comparados com os tipos de Kolb, os atuais, é

razoável supor, carregam menor nível de abstração. Este fato é simultaneamente

sua força e fragilidade. No primeiro caso, na medida em que são mais puros,

refletem mais precisamente a natureza dos dados.

No entanto, ao não levar em conta conhecimento anterior, pode

vir a mostrar-se insuficiente em vários aspectos. Por isto, tornam-se necessários

outros trabalhos, que no futuro venham a esclarecer estes pontos.

As outras taxionomias de estilos agrupadas em outras camadas

no modelo de Curry, se afastam desta por enfatizarem outros campos que diferem

do processo desenvolvido na presente investigação22

.

Importa trazer à discussão, a observação de que o inventário de

Kolb é amplamente utilizado em pesquisas na área da educação médica (Plovnick,

1975; Thompson & Bing-You, 1998), ao lado de outros inventários (Paul,

Bojanczyk & Lanphear, 1994) visando a associação dos estilos de aprendizagem

com escolhas de especialidades médicas, abordagens selecionadas para

aprendizagem, como também sua utilização como indicador de futuras

programações de educação médica continuada.

22 Tais estilos são apresentados em maior detalhe às paginas 120-126.

Page 202: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

202

No entanto, Bonham (1988) afirmou que “a visão geral dos

estilos de aprendizagem é baseada em teoria superficialmente desenvolvida e

instrumentos fracos, apoiados em pesquisas fragmentadas, freqüentemente em

situações atípicas”. Sem proposta alternativa, afirma que ênfase demasiada tem

sido colocada na procura dos pontos fortes dos estudantes e na melhor forma de

ensino para atingir as suas reais necessidades.

As estratégias de aprendizagem indicadas pelos alunos nas suas

seqüências de estudo individuais, respeitam as características metacognitivas

atribuídas por eles a cada uma delas (tabelas 17 a 33), como por exemplo,

sublinhar para ressaltar o mais importante e ler silenciosamente para facilitar a

compreensão.

Cada aluno relatou a seqüência de utilização das estratégias que

escolheu para seu estudo, as denominadas trilhas, 63 para um total de 84 alunos

(anexo VII e quadro 1), quase que uma impressão digital.

Segundo Keefe (1979), estilo de aprendizagem pode ser

entendido como uma combinação entre características cognitivas, afetivas e

fisiológicas, que indicam a forma do aprendiz compreender e interagir com o

ambiente de aprendizagem. Em 1988, Butler acrescenta a estas dimensões a

psicológica, que diz respeito à força interior e a individualidade agindo na

aprendizagem do indivíduo.

Desta forma, é importante ressaltar que a taxionomia proposta

nesta investigação trabalhou apenas com a interpretação de possíveis processos

lógicos, subjacentes às ações concretas executadas pelos alunos, melhor dizendo,

Page 203: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

203

analisou as maneiras de estudar (conjunto de estratégias em seqüência pré -

definida), a partir de uma cadeia de associações que teve início nas estratégias de

aprendizagem (p.ex. sublinhar), seguindo pelas características metacognitivas

(p.ex. ressaltar o mais importante), pelas variáveis de análise (p.ex. memória

visual), pelos componentes do hábito de estudo (p.ex. fatores determinantes) e

terminando nas características dos hábitos de estudo (p.ex. rapidez).

A investigação proposta analisou estes e somente estes

componentes, numa tentativa de compreensão da lógica da forma de utilização das

estratégias de aprendizagem. Não houve nenhuma interação com as outras

dimensões descritas pelos autores acima citados (afetiva, fisiológica e

psicológica).

Considera-se assim que a taxionomia proposta neste trabalho,

apesar da coerência desenvolvida na análise dos componentes envolvidos, pode

apresentar limitações no processo de validação e acreditação do “constructo”.

5.3.3 Relação entre aprendiz e estilo de aprendizagem

Os estilos propostos: incisivo, metódico e inseguro, propõem-se

a indicar as maneiras de ser dos alunos. Não são no entanto descritores de tipos de

personalidade / perfis psicológicos. Na verdade, não houve esta intenção. Buscou-

se apenas escolher palavras que descrevessem com maior ou menor adequação

uma maneira preferencial de estudar. A criação de tais categorias não passou pela

consideração prévia de qualquer tipo formal de modelo. A denominação surgiu

Page 204: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

204

pelo caminho inverso, ou seja, finalizada a análise já amplamente explicitada

anteriormente, emerge para cada um dos três grupos definidos um conjunto de

características, mais fortemente associadas a eles. Estabelece-se assim a

modelagem de cada tipo de aluno na mente da pesquisadora, trazendo muitas

vezes à memória, o perfil de um determinado aluno que já passou por suas mãos,

em sala de aula. Foi este exercício mental que permitiu nomear os estilos de

aprendizagem que afloraram nesta pesquisa, conforme o descrito nos quadros 5, 6

e 7.

5.4 Das conseqüências

5.4.1 Em relação ao aluno

Atualmente, muita atenção tem sido dada à importância do

“constructo” dos estilos de aprendizagem em educação (Drummond & Stoddard,

1992). Compreender o modo de aprender dos indivíduos é chave para a melhoria

educacional, como também, a utilização de estratégias de aprendizagem que

incrementem a postura no estudo são também muito importantes (Griggs, 1991).

A posição metacognitivista afirma que quando os alunos se

tornam mais conscientes de sua própria aprendizagem, esta se torna melhor. Esta

consciência deve incluir conhecimento de como e porque estão aprendendo.

Assim, é de extrema importância este auto–conhecimento, para

que os alunos possam usar tudo o que sabem de si, da tarefa e da utilização de

Page 205: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

205

estratégias, integrando de forma harmoniosa experiências passadas e desempenhos

presentes (Silva e Sá, 1993). Em suma, para aumentar a eficiência e eficácia da

aprendizagem é fundamental dar a mesma importância ao conteúdo específico a

ser aprendido e ao aprender a aprender. Neste sentido, inquéritos deste tipo têm

um efeito colateral de fazer o entrevistado pensar sobre temas não habituais. Ao

mesmo tempo, na medida em que possam ser utilizados em situações normais de

aulas, o mesmo efeito poderia ser amplificado.

5.4.2 Em relação ao professor

Tal conhecimento ( do próprio professor e do aluno) é também

útil para o docente. Compreendendo melhor o aluno e a si mesmo, sua maneira de

ensinar se modifica.

Obviamente, ao haver empenho na expansão do repertório de

atividades de aprendizagem, certamente haverá aumento da satisfação dos

professores e da aprendizagem dos alunos. Com isso, não se quer dizer que

necessariamente devam ser projetadas múltiplas técnicas de ensino para uma

única turma, fornecendo um ensino individualizado. O que se sugere é uma

compreensão global de como os estudantes aprendem e como estão situados no

processo para então, ajudar a satisfazer suas necessidades. Talvez a grande

contribuição que se pode dar à aprendizagem é reconhecer e afirmar que os

caminhos trilhados pelos alunos podem ser outros, diferentes dos seguidos pelos

próprios professores (Schroeder, 1998).

Page 206: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

206

Butler (1988) apresentou vantagens que advêm da avaliação do

estilo de aprendizagem e reflete sobre a questão dos professores conhecerem a

forma como eles mesmos aprendem e se a mascaram. Também possibilita

examinar se o modo que utilizam para ensinar pode estar frustrando ou

prejudicando seus alunos e pode proporcionar bases para planejar estratégias de

ajuda aos alunos de diferentes estilos de aprendizagem.

Derry (1988/89) afirma que se aumentarem as opções de táticas

de aprendizagem dos alunos, os professores podem prepará-los para

desenvolverem suas próprias estratégias.

É importante levantar a questão de que muitas teorias de

aprendizagem enfatizam os estilos de aprendizagem na sua estruturação, como por

exemplo a Teoria da Conversação de Pask (1995). Segundo este autor a

aprendizagem se faz pela conversação entre o sujeito e o conteúdo a ser

aprendido, de modo a tornar o conhecimento explícito.

Neste sentido, o professor toma papel fundamental ao

intermediar este processo. É feito de duas formas: primeiro pela linguagem natural

ao apresentar o conteúdo. No entanto, deve ser feito baseado na perspectiva

individual. Isto é, o professor não apresenta meramente o conteúdo. Ele apresenta

o conteúdo que ele, o mestre, aprendeu. Claro está que esta apresentação deve

respeitar os limites do aprendiz. A segunda forma de ensino é através do uso da

metalinguagem, onde as formas de obtenção do conhecimento são explicitadas.

Page 207: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

207

Por isto, na medida em que o docente compreende a forma pela

qual se formam os vínculos entre as informações, torna-se mais fácil conduzir o

diálogo nas situações de ensino e aprendizagem.

5.4.3 Em relação à instituição escolar

Griggs (1991) diz que o grande desafio para as escolas hoje é

avaliar os estilos de aprendizagem característicos de cada estudante e garantir

meios de ensino e aconselhamento de acordo com estas características. Diz ainda

que atualmente é preciso ensinar aos jovens os conhecimentos básicos e

habilidades necessários para competir na era de alta tecnologia.

O sistema educacional não pode ficar alheio à velocidade e

facilidade que hoje existe em relação ao conhecimento disponível e por isso deve

prover formas de garantir aos aprendizes de estarem prontos a progredirem

indefinidamente.

5.4.4 Em relação à educação continuada

É óbvia a postura que deve ter o sistema educacional em prover

meios, ao aluno, para dar continuidade ao seu particular processo de

aprendizagem.

Relação interessante se estabelece entre inventários de estilos de

aprendizagem e seu uso em ambiente médico, citada por Thompson e Bing-You

Page 208: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

208

(1998). Concluem pela necessidade de aprofundar a compreensão destes

instrumentos para utilização dos seus resultados como indicadores de futuras

programações de educação médica continuada.

Constitui-se hoje um grande desafio à estruturação da educação

continuada na medicina. Tal problema se apresenta de forma aguda nesta área por

razões mais do que relevantes. É sabido que a ciência médica possui

características marcantes. A primeira delas é a grande quantidade de

conhecimentos e a segunda é relativa à velocidade com que esses conhecimentos

avançam, modificando-se. São motivos mais do que suficientes para gerar a

grande necessidade de que os médicos sejam capazes de dar continuidade ao seu

processo de aprendizagem, a chamada educação continuada.

Mas é impar, acoplar a esta já presente preocupação a

valorização da interação entre estilos do estudante e o processo educacional

médico, já que conhecendo as características metacognitivas destes profissionais

se torna mais viável a obtenção de resultados eficazes e eficientes. Esta nova

postura, sem margem de dúvida levará a um incremento no desenvolvimento da

educação médica continuada.

Page 209: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

209

6 CONCLUSÃO

Procurou-se apresentar neste trabalho uma contribuição às

pesquisas a respeito do processo de aprendizagem. Assim é que pode-se neste

momento concluir que:

A metodologia utilizada no estudo foi suficiente e satisfatória para a

realização do trabalho;

Os alunos da população estudada têm bom nível de conhecimento

metacognitivo, apesar de possuírem pouca consciência deste fato. Possuem

rotinas de estudo, dedicando tempo razoável de suas vidas a estas tarefas.

Admitem que existem melhores formas de estudar e acham possível mudar

seus hábitos de estudo. Postura reflexiva valoriza o estudo em livro texto,

como também questiona estudar só para provas;

A população estudada apresentou divergência entre os conceitos de estudar

e aprender. Embora em sua conceituação teórica estejam aproximados, seu

comportamento mostrou o contrário. Para os respondentes estudar é uma

ação dirigida exclusivamente a provas e aprender à busca de conhecimento

relevante. Sugere-se relações deste fato com o contexto educacional;

Propôs-se uma taxionomia de estilos de aprendizagem que classifica os

aprendizes em três categorias: incisivos, metódicos e inseguros;

Page 210: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

210

Serão necessários outros trabalhos para esclarecer pontos pouco

trabalhados, ainda, na taxionomia criada.

6.1 Recomendações

Sugere-se como pontos importantes a serem levados em

consideração no futuro:

Alunos – conceito de aprender a aprender, já que a consciência do

processo o torna melhor;

Professores – conhecer os estilos de aprendizagem permite uma melhor

compreensão do aluno e de si mesmo, modificando a maneira de ensinar e

contribuindo para uma aprendizagem de sucesso;

Instituição escolar – ao avaliar os estilos de aprendizagem é desafiada a

prover meios de garantir aos alunos os conhecimentos básicos e

habilidades necessárias para progredirem indefinidamente;

Educação continuada - reconhecer estilos individuais de aprendizagem é

fundamental para estruturação de programas adequados que permitam ao

profissional dar prosseguimento a sua aprendizagem, facilitada pelo

respeito às características do indivíduo.

Page 211: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

211

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Bibliotecas, Editora Unesp. Normas para publicação da UNESP. São Paulo:

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Page 228: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

228

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Page 229: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

229

ANEXO I

Relação dos internos do 11º período do Curso de

Medicina Universidade Federal Fluminense

RELAÇÃO RETIRADA PARA PRESERVAR

O ANONIMATO DOS PARTICIPANTES

Page 230: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

230

ANEXO II

Questões orientadoras

Page 231: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

231

Posturas, atitudes e ações

Que ações executa?

Estratégias de aprendizagem utilizadas

SQ3R ou similar

Esquematizar

sublinhar

resumir

ler

decorar / memorizar

desenhar

gravar fitas

aulas simuladas

estudo em grupo

estudo individual

fichar

cronograma

outros

Como são utilizadas

Seqüência

Automática ou raciocinada ?

Como são monitoradas

Critérios para aferição de sua eficácia

Relação custo-benefício

Como utiliza estes critérios

Resultados da aferição

Como são selecionadas

natureza da tarefa

grau de importância o curto prazo

o longo prazo

objetivo

custo operacional

nível de exigência

características pessoais (forças e fraquezas)

Que recursos utiliza ?

Livro

Apostila

Biblioteca

Computador

Fitas gravadas

Page 232: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

232

Vídeo

Assistir aula

Prática o laboratório

o anatômico

o hospital

o acompanha alguém

o Campo

Notas de aula o Próprias

o Xerocadas

Quando estuda ?

Sempre

Antes das provas

antes ou depois das aulas

cronograma

como constrói

estático ou dinâmico

nas férias

fora da obrigação acadêmica

Onde estuda ?

em casa

lugar reservado

características

na faculdade

corredores, salas de aula vazias etc.

biblioteca

hospitais / plantões

no ônibus, trem etc.

Quanto estuda ?

Irregular

horas nos períodos de pique

horas habituais

Regular

Dia de semana

o horas / dia

Final de semana

o horas / dia

Page 233: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

233

Crenças e pressupostos

O que sabe sobre o estudar

Estudo independente - Como fazer

Relações entre o aprendizado formal e informal

Conhecimento sobre como executar as estratégias de aprendizagem

Por que estuda

Motivação intrínseca (quais)

Motivação extrínseca (quais)

Para que estuda

Status social

Objetivos do estudo

Usos que fará do conhecimento aprendido

Relações entre a prova, o estudo e a realidade

Relações entre estudante, família e conhecimento

Família apoia / opõe-se ao estudo

Família valoriza conhecimento

Família valoriza título

Família espera retorno (financeiro ou não) do investimento do estudo

Personagem familiar marcante ? Intelectual (bem ou mal sucedido) ? Não

intelectual (bem ou mal sucedido) ?

Tradição familiar

Pressões familiares quanto a escolha profissional ?

Crenças sobre

o que é ser aluno

o Modelos do bom / mau aluno

o Responsabilidades do aluno

o Relação com a escola

o Relação com o professor

o Relação com as aulas

o Relação com o aprendizado informal

Page 234: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

234

inteligência

o que é

pode ser desenvolvida

como

vem do berço

da família

relação com o aprendizado

saber muito é ser inteligente ?

relação com a profissão (médicos são mais inteligentes ?)

competências pessoais

Capacidade

o em quê ?

Auto-estima

Escola

função

o dar diploma

o ensinar a ser médico

o conteúdos

o atitudes profissionais

o habilidades profissionais

o ensinar a aprender

Professor

o função

transmitir conteúdos

o dar exemplo

o orientador do aprendizado

o ensinar a aprender

o orientador profissional

o características do bom professor

uso de recursos instrucionais

formação didática

prestígio profissional

prestígio acadêmico

pesquisador

Aula

o qualidade

o conteúdo

quantidade

relevância acadêmica

relevância profissional

o didática

conteúdo bem / mal organizado

Page 235: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

235

conteúdo compreensível

participação do aluno na aula (ativa / passiva)

motivação para o tema

pertinência com a profissão

importância científica

o relação da prova com o conteúdo das aulas

o tipo de boa aula

preleção

seminário

demonstrativa

participativa

prática

laboratório

hospital

cirurgia

enfermaria

Conhecimento

o o que é

conjunto de informações

conjunto de procedimentos

regras de operação

estático / dinâmico

o quem o detém

o para que serve

o prática profissional

o cultura

o prestígio

o poder

o onde está

livros e etc.

na cabeça das pessoas

na vida

o pode ser obtido / transmitido

o pode ser produzido

Page 236: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

236

ANEXO III

Questionário do estudo piloto

Page 237: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

237

Por favor responda de maneira honesta e ponderada às questões abaixo. Não deixe

de escrever nada que considere importante, mas na medida do possível seja

sucinto. O espaço entre as questões, é uma sugestão do quanto achamos que você

deveria escrever. É claro que você é livre para escrever mais se achar necessário.

1- Qual é o local onde mais frequentemente você estuda ? (Pode ser um ou mais)

2- Quanto você estuda ? (em termos de horas por dia ou semana e se todos os dias

ou dias / períodos específicos)

3- Onde você preferencialmente estuda ? (no livro, na apostila, em notas de aula,

na xerox do caderno de colega, etc.). Por quê ?

4- Como é que você estuda ? Por exemplo, para estudar, as pessoas executam

diferentes ações. Umas lêem seguidas vezes o assunto, outras sublinham, outras

fazem esquemas e resumos, outras gravam fitas e as escutam, outras ainda fazem

tudo isto e/ou alguma outra coisa. Faça uma pequena lista das ações que você

normalmente executa.

Page 238: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

238

5- Comente suas opções (da questão 4) em termos do porque da escolha de cada

uma delas.

6- As ações listadas (na questão 4) são escolhidas sempre da mesma maneira ou

variam conforme as circunstâncias? Se variam, como você as escolhe ? Por

exemplo; em um determinado momento alguns preferem ler a resumir. Em outro

só assistem as aulas, e assim por diante.

7- Para você, o que é estudar ?

Page 239: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

239

8- Por que e para que você estuda ?

9- "Saber não ocupa lugar" - "O conhecimento é o único tesouro que os ladrões

não levam". Estes são dois ditados populares que fazem afirmativas sobre o

conhecimento. Na sua opinião, o que é o conhecimento ? Para que serve ?

10 - Abaixo reservamos um espaço para que você faça qualquer comentário que

ache pertinente; seja de um tema não abordado, seja de como você se sentiu ao

responder a este questionário. Esta última questão é importante. Por favor, se tiver

algo a dizer, não deixe de fazê-lo.

Page 240: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

240

Page 241: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

241

ANEXO IV

Questionário do pré - teste

Page 242: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

242

Caro aluno;

Interessados em aperfeiçoar os métodos de ensino e aprendizagem, viemos

aqui pedir o seu auxílio; responder um questionário que não tomará muito do seu

tempo.

É bom para você ser reconhecido como um profissional graduado por uma

faculdade de prestígio, seja pela excelência acadêmica, seja pela qualidade dos

seus egressos. Melhorar os métodos de ensino e aprendizagem, é uma forma de

garantir isto.

.

Você tem, possivelmente, algumas críticas ao ensino que tem recebido.

Provavelmente também, tem se questionado quanto as suas facilidades e

dificuldades em estudar e aprender os temas importantes para a sua formação. E

você pode nos ajudar a melhorar isto.

As pesquisas nesta área (educação), tem evoluído e podemos hoje propor

várias alternativas que acreditamos, podem melhorar o ensino. No entanto, o

aprender; comparativamente falando, tem sido menos trabalhado. E no fim das

contas "mais vale o que você aprende do que o que lhe ensinam". Estamos

trabalhando justamente para criar e testar formas de estudo que permitam que

você e/ou outros alunos possam aprender de forma mais eficiente e significativa.

Por isto, pedimos hoje a sua ajuda. Basta que você responda de maneira honesta e

ponderada, as questões em anexo. O questionário é anônimo, e seus dados serão

usados única e exclusivamente para os objetivos já explicitados aqui.

Obrigado

1- Qual o seu curso ? Em que período você está ?

2- Antes, onde você preferencialmente estudava ? (Se desejar marque mais de

uma alternativa)

a. Apostila, caderno ou xerox de caderno

Page 243: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

243

b. Livro texto

c. Artigos Científicos

3- Hoje, onde você preferencialmente estuda ? (Se desejar marque mais de uma

alternativa)

a. Apostila, caderno ou xerox de caderno

b. Livro texto

c. Artigos Científicos

4- Em algum momento de sua vida de estudante (desde o primário), você já teve

algum tipo de instrução (formal e/ou informal) que o ensinasse formas de estudo ?

Não. O que eu sei e faço, aprendi sozinho. (Antes de optar por esta

alternativa, verifique se a opção b7 é mais adequada)

Sim. Neste caso especifique entre as opções abaixo. Se for o caso pode

marcar mais de uma

b1- Curso formal de técnicas de estudo, realizado como parte do seu

currículo

b2- Curso formal de técnicas de estudo, realizado de forma extra -

curricular, escolhido e decidido por você

b3- Curso formal de técnicas de estudo, realizado de forma extra -

curricular, escolhido e decidido por outra pessoa (pai, mãe, familiar,

professor etc.)

b4- Aprendizado informal através de um ou mais familiares (pai, mãe, tio,

tia etc.) que explicitamente mostraram como estudar

b5- Aprendizado informal através de um ou mais professores que

explicitamente mostraram como estudar

b6- Aprendizado informal através de um ou mais colegas, que

explicitamente mostraram como estudar

b7- Aprendizado informal através de livros, apostilas sobre técnicas de

estudo, com os quais você ao longo da vida teve algum tipo de contato

5- Onde você estuda mais frequentemente ? (marque apenas uma opção)

a. Em casa

b. Na faculdade

c. Em plantões, hospitais, etc.

d. Em meios de transporte (ônibus, trem, carona, et.)

e. Outros. Especifique: _______________________________________

6- Se estuda em casa, há um lugar onde você tenha condições adequadas de estudo

? (privacidade, tranqüilidade etc.)

a. Sim

b. Não

7- Se estuda em casa, onde o faz ?

a. No seu quarto

b. Na sala

Page 244: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

244

c. Na cozinha

d. Num quarto que não é o seu

e. No escritório

f. Outros.

Especifique:___________________________________________

8- Com que freqüência estuda hoje em dia ?

a. Diariamente incluindo fins de semana

b. Diariamente excluindo fins de semana

c. Alguns dias durante a semana

d. Alguns dias durante o mês

9- Nos dias em que você estuda, quanto tempo habitualmente você dedica ao

estudo ? (aproximadamente)

a. 1 a 2 horas

b. 3 a 4 horas

c. Dedico uma carga horária acima de 3 a 4 horas

d. Dedico uma carga horária abaixo de 1 a 2 horas

e. Dedico uma carga horária variável, dependendo do dia e da situação

10- Há algum evento, hoje em dia, que o faz estudar mais intensamente que o

habitual ?

a. Provas da faculdade

b. Concursos diversos

c. Apresentação de casos clínicos ou eventos similares

d. Outros. Especifique:________________________________________

11- Que características você associa ao estudo em apostila, caderno ou xerox de

caderno ? (Se desejar marque mais de uma alternativa)

a. Rapidez g. Bom para fazer prova

b. Lentidão h. Bom para aprender seriamente o conteúdo

c. Mais profundo i. Melhor para a prática profissional

d. Mais superficial j. Melhor para passar de ano

e. Mais completo k. Mais fácil de estudar

f. Mais resumido l. Mais complicado de estudar

12- Que características você associa ao estudo em livros ? (Se desejar marque

mais de uma alternativa)

a. Rapidez g. Bom para fazer prova

b. Lentidão h. Bom para aprender seriamente o conteúdo

c. Mais profundo i. Melhor para a prática profissional

d. Mais superficial j. Melhor para passar de ano

e. Mais completo k. Mais fácil de estudar

f. Mais resumido l. Mais complicado de estudar

Page 245: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

245

13- Abaixo listamos algumas maneiras de estudar mais usadas. Com que

freqüência você as utiliza ? Use os seguintes valores: "N"- Nunca uso; "R"-

Raramente uso, "A"- Às vezes uso, "F"- Frequentemente uso, "S"- Sempre uso

a. ( ) Sublinho durante a

primeira leitura do texto

f. ( ) Leio o texto em voz alta

b. ( ) Sublinho apenas após a

primeira leitura do texto

g. ( ) Faço esquemas dos textos

que leio

c. ( ) Releio o texto uma ou

mais vezes

h. ( ) Sublinho durante a leitura em

voz alta do texto

d. ( ) Faço resumos dos textos

que leio

i. ( ) Após resumir e/ou

esquematizar faço releituras dos

esquemas e/ou resumos

e. ( ) Leio o texto de maneira

silenciosa

j. ( ) Após uma o mais leituras do

texto (em voz alta ou não) repito- o

de memória (em voz alta ou não)

14- Agora apresente a ordem em que você utiliza as maneiras de estudar

apresentadas na questão anterior. Numere apenas as que mais usa ( "F" e "S").

Use o número 1 para a primeira, 2 para a segunda e assim por diante. Por

exemplo: Se você primeiro lê , depois sublinha e finalmente esquematiza, marque

1 para a opção "e", 2 para a opção "b" e 3 para a opção "g". Deixe as outras

opções em branco.

a. ( ) Sublinho durante a primeira

leitura do texto

f. ( ) Leio o texto em voz alta

b. ( ) Sublinho apenas após a primeira

leitura do texto

g. ( ) Faço esquemas dos textos

que leio

c. ( ) Releio o texto uma ou mais

vezes

h. ( ) Sublinho durante a leitura em

voz alta do texto

d. ( ) Faço resumos dos textos que

leio

i. ( ) Após resumir e/ou

esquematizar faço releituras dos

esqemas e/ou resumos

e. ( ) Leio o texto de maneira

silenciosa

j. ( ) Após uma o mais leituras do

texto (em voz alta ou não) repito- o

de memória (em voz alta ou não)

15- Em relação as maneiras de estudar abaixo, apresente os números das razões

você teve para escolhê-las. As razões, numeradas, estão logo abaixo desta tabela.

Marque apenas as que você utiliza, e se desejar use mais de um número para cada

maneira de estudar.

Estratégias Razões

Sublinho durante a primeira leitura do

texto

Page 246: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

246

Sublinho apenas após a primeira leitura

do texto

Releio o texto uma ou mais vezes

Faço resumos dos textos que leio

Leio o texto de maneira silenciosa

Leio o texto em voz alta

Faço esquemas dos textos que leio

Sublinho durante a leitura em voz alta

do texto

Após resumir e/ou esquematizar faço

releituras dos esquemas e/ou resumos

Após uma ou mais leituras do texto (em

voz alta ou não) repito-o de memória

(em voz alta ou não)

Razões de escolha para as maneiras de estudar listadas acima:

1. Rapidez 5. Aumenta a concentração

2. Memorização 6. Facilita a revisão

3. Ressaltar o mais importante 7. Organização

4. Compreensão 8. Outra. Especifique: ______________

________________________________

Obs.: Reservamos a opção "8" para o caso de você ter alguma razão que justifique

a sua maneira de estudar, além das que foram citadas

16- Na questão anterior desejávamos saber que critérios técnicos (rapidez,

memorização, etc.) você utiliza para a escolha de uma maneira de estudar. Nesta

questão o que interessa saber é se sua maneira de estudar se modifica conforme as

circunstâncias. Por exemplo: Dependendo do fato de ter ou não provas marcadas,

você talvez estude de uma maneira ou de outra.

Dentre as opções abaixo, marque até três circunstâncias que você considera como

as mais importantes para modificar a sua maneira de estudar (se houver alguma, é

claro).

Assim, a minha maneira de estudar depende:

a. de quanto tempo eu disponho para o

estudo

f. da minha motivação para o estudo

do tema. (se ele é importante ou não)

b. de haver ou não provas . g. do tema a ser estudado. Acho que

alguns temas são melhor estudados

Page 247: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

247

de uma maneira que de outra

c. do objetivo do meu estudo h. de muito pouca coisa. Em geral

estudo sempre da mesma maneira,

independente de qualquer coisa

d. da eficiência da maneira de estudar

(escolho as mais eficientes)

i. de: __________________________

e. do custo da maneira de estudar

(escolho as que dão menos trabalho)

________________________________

17 - Abaixo listamos algumas definições de estudar (levemente modificadas)

apresentadas no "Novo Dicionário Aurélio" do Mestre Aurélio Buarque de

Holanda. São todas definições aceitas e pertinentes. Provavelmente são, todas

elas, também aplicáveis em maior ou menor grau, ao que você acha que é estudar.

No entanto, talvez haja dentre elas, uma que se aplica mais fortemente ao seu

conceito de estudar. Assim sendo, marque a opção que é a mais parecida com a

definição que você mesmo daria para estudar.

a. dedicar- se à apreciação de

um assunto

d. usar o raciocínio para conhecer um

assunto

b. ações prévias para obter um

desempenho determinado

e. exercitar-se, adestrar-se em um

tema ou técnica

c. procurar fixar conhecimento

na memória

f. meditar, pensar, assuntar sobre um

tema

18- Que razões levam você a estudar ? (Se desejar marque mais de uma

alternativa)

a. Aperfeiçoar, melhorar os meus conhecimentos

b. Hábito familiar, formação. Meus familiares estudam e/ou valorizam o

estudo

c. Gosto de estudar

d. Gosto de destacar-me entre os colegas

e. Outra. Especifique: _______________________________________

19- Que objetivos você tem em mente quando estuda ? Quais são os resultados

que você acredita serão conseqüentes do seu estudo ? (Se desejar marque mais de

uma alternativa)

a. Tornar-se um profissional melhor

b. Ser mais capaz de discutir os assuntos com colegas e professores

c. Obter satisfação pessoal

d. Tornar-se um profissional de sucesso

e. Outro. Especifique: _____________________________________

20 - Abaixo listamos algumas definições de conhecimento (levemente

modificadas) apresentadas no "Novo Dicionário Aurélio" do Mestre Aurélio

Buarque de Holanda. São todas definições aceitas e pertinentes. Provavelmente

Page 248: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

248

são, todas elas, também aplicáveis em maior ou menor grau, ao que você acha

que é o conhecimento. No entanto, tavez haja dentre elas, uma que se aplica mais

fortemente ao seu conceito de conhecimento. Marque aquela que mais se

aproxima da sua opinião.

a. Idéia, noção, compreensão ou conceito que se tem sobre algo

b. Informação, dado ou notícia que se tem sobre algo

c. A prática da vida ou a experiência resultante da relação do homem

com o seu meio

d. Discernimento, critério ou apreciação usados pelo homem para definir

suas condutas e/ou ações

e. Apropriação de um tema pelo pensamento. Ter na mente o tema

21- Abaixo listamos alguns dos usos possíveis do conhecimento. Marque no

máximo três opções, como aquelas que mais se aproximam da sua própria

opinião.

a. Se eu sei algo, posso ensinar a outros que por sua vez repassarão este

conhecimento a terceiros e assim por diante, criando um moto

contínuo de beneficiários do conhecimento

b. Serve para que eu me torne uma pessoa melhor, aproximando-me do

que é bom e afastando-me do que é mau

c. Torna minha vida mais fácil

d. Serve para que eu seja um bom profissional

e. Conhecimento é poder. Quanto mais eu sei, mais eu posso

f. conhecimento aumenta as minhas chances de obter o sucesso, pessoal,

emocional, financeiro ou social

g. conhecimento aumenta a minha compreensão dos fatos e eventos da

vida, permitindo-me situar-me melhor na vida, na família, na

sociedade e na profissão

h. Outro. Especifique: ________________________________________

Nas duas questões abaixo, utilize o verso folha para sua resposta

22 - Hoje em dia, quase ao final do seu curso de graduação, você faria algo

diferente do que fez, em relação à sua maneira de estudar ? Por quê ?

23- Apresente quaisquer comentários e críticas que considere pertinentes.

Page 249: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

249

ANEXO V

Questionário da dissertação

Page 250: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

250

1- Antes do internato, onde você estudava preferencialmente? (Se desejar marque

mais de uma alternativa)

a. Apostila, caderno ou xerox de caderno

b. Livro texto

c. Artigos Científicos

2- Hoje, onde você estuda preferencialmente? (Se desejar marque mais de uma

alternativa)

a. Apostila, caderno ou xerox de caderno

b. Livro texto

c. Artigos Científicos

3- Durante a sua vida de estudante (desde o primário), você teve algum tipo de

instrução (formal e/ou informal) que o ensinasse formas de estudar ?

a. Não. O que eu sei e faço, aprendi sozinho.

b. Sim. Curso formal de técnicas de estudo, realizado como parte do seu

currículo

c. Sim. Curso formal de técnicas de estudo, realizado de forma extra-

curricular, escolhido e decidido por você

d. Sim. Curso formal de técnicas de estudo, realizado de forma extra-

curricular, escolhido e decidido por outra pessoa (pai, mãe, familiar,

professor, etc)

e. Sim. Aprendizado informal através de um ou mais familiares (pai,

mãe, tio, tia, etc) que explicitamente mostraram como estudar

f. Sim. Aprendizado informal através de um ou mais professores que

explicitamente mostraram como estudar

g. Sim. Aprendizado informal através de um ou mais colegas, que

explicitamente mostraram como estudar

h. Sim. Aprendizado informal através de livros, apostilas sobre técnicas

de estudo, com os quais você ao longo da vida teve algum tipo de

contato

4- Onde você estuda mais frequentemente ? (marque apenas uma opção)

a. Em casa

b. Na faculdade

c. Em plantões, hospitais, etc.

d. Em meios de transporte (ônibus, trem, carona, et.)

e. Outros. Especifique: _______________________________________

5- Se estuda em casa, há um lugar onde você tenha condições adequadas de

estudo? (privacidade, tranqüilidade, etc.)

a. Sim

Page 251: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

251

b. Não

6- Com que freqüência estuda hoje em dia ?

a. Diariamente, incluindo fins de semana

b. Diariamente, excluindo fins de semana

c. Alguns dias durante a semana

d. Alguns dias durante o mês

7- Nos dias em que você estuda, quanto tempo habitualmente você dedica ao

estudo ? (aproximadamente)

a. 1 a 2 horas

b. 3 a 4 horas

c. Dedico uma carga horária acima de 4 horas

d. Dedico uma carga horária abaixo de 1 hora

e. Dedico uma carga horária variável, dependendo do dia e da situação

8- Há algum evento, hoje em dia, que o faz estudar mais intensamente que o

habitual ?(Se desejar marque mais de uma alternativa)

a. Provas da faculdade

b. Concursos diversos

c. Apresentação de casos clínicos ou eventos similares

d. Outros. Especifique:_______________________________________

9- Que características você associa ao estudo em apostila, caderno ou xerox de

caderno ? (Se desejar marque mais de uma alternativa)

a. Rapidez g. Bom para fazer prova

b. Lentidão h. Bom para aprender seriamente o conteúdo

c. Mais profundo i. Melhor para a prática profissional

d. Mais superficial j. Melhor para passar de ano

e. Mais completo k. Mais fácil de estudar

f. Mais resumido l. Mais complicado de estudar

10- Que características você associa ao estudo em livros ? (Se desejar marque

mais de uma alternativa)

a. Rapidez g. Bom para fazer prova

b. Lentidão h. Bom para aprender seriamente o conteúdo

c. Mais profundo i. Melhor para a prática profissional

d. Mais superficial j. Melhor para passar de ano

e. Mais completo k. Mais fácil de estudar

f. Mais resumido l. Mais complicado de estudar

11- Que técnicas de estudo você utiliza normalmente ? Dentre as opções abaixo,

marque com "S" (sim) as que você utiliza, deixando as outras em branco.

a. ( ) Sublinhar

b. ( ) Leitura silenciosa

c. ( ) Leitura voz alta

Page 252: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

252

d. ( ) Resumir

e. ( ) Esquematizar

f. ( ) Reler o texto uma ou mais vezes

g. ( ) Repetir de memória os textos lidos

h. ( ) Reler ou repetir os esquemas e/ou resumos feitos

12- Agora que você já disse quais técnicas usa (marcando-as com "S" na questão

anterior), apresente a SEQUÊNCIA com que você as utiliza. Se porventura usar

duas ou mais técnicas simultaneamente, aponte o fato, colocando-as na mesma

linha.

Em 1o lugar uso: _______________________

Em 2o lugar uso: _______________________

Em 3o lugar uso: _______________________

Em 4o lugar uso: _______________________

Em 5o lugar uso: _______________________

Em 6o lugar uso: _______________________

Em 7o lugar uso: _______________________

Em 8o lugar uso: _______________________

13- O que leva você a estudar ? (Se desejar marque mais de uma alternativa)

a. Aperfeiçoar, melhorar os meus conhecimentos

b. Hábito familiar, formação. Meus familiares estudam e/ou valorizam o

estudo

c. Gosto de estudar

d. Gosto de destacar-me entre os colegas

e. Outra. Especifique: _______________________________________

14- Em relação as técnicas de estudo listadas no quadro abaixo, apresente as

razões que você teve para escolhê-las. Marque apenas as técnicas que você utiliza,

e se desejar apresente mais de uma razão para cada técnica de estudo.

Associamos cada razão de escolha a um número, conforme listado abaixo.

Reservamos a opção "8" para o caso de você ter alguma razão que justifique a sua

técnica de estudo, além das que foram citadas

Page 253: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

253

1. Rapidez 4 Compreensão 7. Organização

2. Memorização 5. Aumenta a concentração 8. Outra. Especifique:

3. Ressaltar o mais importante 6. Facilita a revisão _________________

_________________

Associe cada técnica de estudo ao número que identifica cada razão de escolha

Técnicas de Estudo Razões

a - Sublinhar

b - Leitura silenciosa

c - Leitura voz alta

d - Resumir

e - Esquematizar

f - Reler o texto uma ou mais vezes

g - Repetir de memória os textos lidos

h - Reler ou repetir os esquemas e/ou resumos feitos

15- Você estuda de maneira diferente, conforme as circunstâncias ? Do que

depende sua maneira de estudar ? Dentre as opções abaixo, marque até três

circunstâncias que você considera como as mais importantes para modificar a sua

maneira de estudar (se houver alguma, é claro).

Assim, a minha maneira de estudar depende:

a. de quanto tempo eu disponho para o

estudo

f. da minha motivação para o estudo

do tema. (se ele é importante ou não)

b. de haver ou não provas . g. do tema a ser estudado. Acho que

alguns temas são melhor estudados

de uma maneira que de outra

c. do objetivo do meu estudo h. de muito pouca coisa. Em geral

estudo sempre da mesma maneira,

independente de qualquer coisa

d. da eficiência da maneira de estudar

(escolho as mais eficientes)

i. de: __________________________

e. do custo da maneira de estudar

(escolho as que dão menos trabalho)

________________________________

16 - Abaixo listamos algumas definições de estudar (levemente modificadas)

apresentadas no "Novo Dicionário Aurélio" do Mestre Aurélio Buarque de

Holanda. São todas definições aceitas e pertinentes. Provavelmente são, todas

elas, também aplicáveis, em maior ou menor grau, ao que você acha que é

estudar. No entanto, talvez haja dentre elas, uma que se aplica mais fortemente ao

Page 254: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

254

seu conceito de estudar. Assim sendo, marque a opção que é a mais parecida com

a definição que você mesmo daria para estudar.

a. dedicar- se à apreciação de

um assunto

d. usar o raciocínio para conhecer um

assunto

b. ações prévias para obter um

desempenho determinado

e. exercitar-se, adestrar-se em um

tema ou técnica

c. procurar fixar conhecimento

na memória

f. meditar, pensar, assuntar sobre um

tema

17- Quando você estuda, certamente tem objetivos em mente e acredita que terá

resultados conseqüentes a ele. Selecione aquele que você julga ser o mais

marcante.

a. Tornar-se um profissional melhor

b. Ser mais capaz de discutir os assuntos com colegas e professores

c. Obter satisfação pessoal

d. Tornar-se um profissional de sucesso

e. Outro. Especifique: _______________________________________

18 - Abaixo listamos algumas definições de conhecimento (levemente

modificadas) apresentadas no "Novo Dicionário Aurélio" do Mestre Aurélio

Buarque de Holanda. São todas definições aceitas e pertinentes. Provavelmente

são, todas elas, também aplicáveis, em maior ou menor grau, ao que você acha

que é o conhecimento. No entanto, talvez haja dentre elas, uma que se aplica mais

fortemente ao seu conceito de conhecimento. Marque aquela que mais se

aproxima da sua opinião.

a. Idéia, noção, compreensão ou conceito que se tem sobre algo

b. Informação, dado ou notícia que se tem sobre algo

c. A prática da vida ou a experiência resultante da relação do homem

com o seu meio

d. Discernimento, critério ou apreciação usados pelo homem para definir

suas condutas e/ou ações

e. Apropriação de um tema pelo pensamento. Ter na mente o tema

19- Abaixo listamos alguns dos usos possíveis do conhecimento. Marque no

máximo três opções, como aquelas que mais se aproximam da sua própria

opinião.

Page 255: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

255

a. Se eu sei algo, posso ensinar a outros que, por sua vez, repassarão este

conhecimento a terceiros e assim por diante, criando um moto

contínuo de beneficiários do conhecimento

b. Serve para que eu me torne uma pessoa melhor, aproximando-me do

que é bom e afastando-me do que é mau

c. Torna minha vida mais fácil

d. Serve para que eu seja um bom profissional

e. Conhecimento é poder. Quanto mais eu sei, mais eu posso

f. conhecimento aumenta as minhas chances de obter o sucesso pessoal,

emocional, financeiro ou social

g. conhecimento aumenta a minha compreensão dos fatos e eventos da

vida, permitindo-me situar-me melhor na vida, na família, na

sociedade e na profissão

h. Outro. Especifique: _______________________________________

20 - Hoje em dia, quase ao final do seu curso de graduação, você faria algo

diferente do que fez em relação à sua maneira de estudar ? Por quê ?

21- Apresente quaisquer comentários e críticas que considere pertinentes

Page 256: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

256

ANEXO VI

Arquivo mestre

Page 257: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

257

Número 1 2 3 4 5 6 7 8

Question. a b c a b c CF AI CF ou AIa b c d e f g h a b c d e a b a b c d a b c d e a b c d

1 1 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1 1

2 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1

3 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1 1

4 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1

5 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1

6 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1

7 1 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1 1*

8 1 1 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1 1

9 1 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1 1

10 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

11 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1

12 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1*

13 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

14 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1

15 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1 1

16 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1

17 1 1 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1 1

18 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1

19 1 1 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1 1

20 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1 1

21 1 1 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1 1

22 1 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1 1

23 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1

24 1 1 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1 1

25 1 1 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1 1

26 1 1 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1 1

27 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1 1

28 1 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1 1

29 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1

30 1 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1 1

31 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

32 1 1 1 0 0 0 1 anulada 1 1 1

33 1 1 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1

34 1 1 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1 1

35 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 anulada 1 1 1

36 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1

37 1 1 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1 1

38 1 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1 não respondeu

39 1 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1 1

40 1 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1 1

41 1 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1

42 1 1 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1

43 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1 1

44 1 1 1 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1

45 1 1 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1

46 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1 1*

47 1 1 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1 1*

48 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1 1

49 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1

50 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1 1

51 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1

52 1 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1 1*

53 1 1 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1 1

54 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1 1

55 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1

56 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1*

57 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1

58 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1

59 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1

60 1 1 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1

61 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1 1

62 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1

63 1 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1

64 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1

65 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1

66 1 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1 1

67 1 1 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1 1

68 1 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1 1

69 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1 1

70 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1

71 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1

72 1 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1 1

73 1 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1

74 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1 1

75 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1 1

76 1 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1 1

77 1 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1

78 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1 1

79 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1 1

80 1 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1 1

81 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1

82 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1

83 1 1 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1 1

84 1 1 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1

TOTAL 77 51 2 9 83 30 6 20 26 58 2 1 3 13 5 4 3 77 3 2 0 0 67 10 22 21 36 5 17 25 8 0 34 13 44 47 7

CF = Qualquer tipo de curso formal

AI = Qualquer tipo de aprendizado informal

CF ou AI = Qualquer tipo de aprendizado (formal ou não)

Page 258: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

258

Número 9 10 11

Question. C(AP) C(LT) a b c d e f g h i j k l C(AP) C(LT) a b c d e f g h i j k l a b c d e f g h

1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

2 1 0 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1

3 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1

4 1 0 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1

5 1 0 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1

6 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

7 1 0 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

8 1 0 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

9 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

10 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

11 1 0 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

12 1 0 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1

13 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

14 1 0 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

15 1 0 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1

16 1 0 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

17 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

18 1 0 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1

19 1 0 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

20 1 0 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1

21 1 0 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1

22 1 0 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

23 1 0 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

24 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

25 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

26 1 0 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

27 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

28 1 0 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

29 1 0 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1

30 1 0 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

31 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

32 1 0 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1

33 1 0 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1

34 1 0 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1

35 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

36 1 0 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1

37 1 0 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

38 1 0 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1

39 1 0 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1

40 1 0 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

41 1 0 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1

42 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

43 1 0 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

44 1 0 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

45 1 0 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1

46 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

47 1 0 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

48 1 0 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1

49 1 0 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1

50 1 0 1 0 1 1 1 1 1 1 1

51 1 0 1 0 1 1 1 1 1 1 1

52 1 0 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

53 1 0 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1

54 1 0 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

55 1 0 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1

56 1 0 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1

57 1 0 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1

58 1 0 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

59 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

60 1 0 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1

61 1 0 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1

62 1 0 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

63 1 0 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

64 1 0 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1

65 1 0 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1

66 1 0 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

67 1 0 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

68 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

69 1 0 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1

70 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1

71 1 0 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

72 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

73 1 0 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1

74 1 0 1 0 1 1 1 1 1 1 1

75 1 0 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

76 1 0 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

77 1 0 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

78 1 0 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

79 1 0 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1

80 1 0 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

81 1 0 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1

82 1 0 1 0 1 1 1 1

83 1 0 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1

84 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

TOTAL 84 7 71 0 0 49 0 64 70 1 2 35 45 5 17 84 0 36 77 0 80 0 11 76 64 4 8 25 59 43 14 55 34 62 21 37

C(AP) = Pelo menos uma característica do tipo rapidez, etc C(AP) = Pelo menos uma característica do tipo rapidez, etc

C(LT) = Pelo menos uma característica do tipo lentidão, etc C(LT) = Pelo menos uma característica do tipo lentidão, etc

Page 259: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

259

Número 12 13 14a 14b 14c 14d

Question. 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º a b c d e 1 2 3 4 5 6 7 8 1 2 3 4 5 6 7 8 1 2 3 4 5 6 7 8

1 a f d e 1 1 1 1 1 1

2 a f d f 1 1 1 1

3 a d e h 1 1

4 a d 1 1 1 1

5 b a d h 1 1 1

6 a d c h 1 1 1 1 1 1

7 c f g 1 1 1 1

8 b f g 1 1 1 1

9 a f d e 1 1

10 a/d c g 1 1 1 1 1 1 1

11 a d f e f g h 1 1

12 a g d e h 1 1 1

13 b a d f g 1 1 1 1 1 1 1

14 a c de h 1 1 1 1 1 1 1

15 b f g 1 1 1 1 1

16 b a d f 1 1 1 1 1 1 1

17 a f 1 1 1 1 1 1 1

18 b f d h 1 1 1

19 b a d h 1 1 1 1 1

20 b a d f h g 1 1 1

21 b f e g 1 1 1 1

22 a f c 1 1 1 1 1

23 b de g h 1 1 1 1

24 b a f d 1 1 1 1 1

25 a f 1 1 1 1 1 1

26 a de fh 1 1 1 1 1 1 1 1

27 b a d e h f 1 1 1 1 1 1 1

28 b a g d h c 1 1 1 1

29 a g d 1 1 1

30 b f d e h 1 1 1

31 d a f h 1 1

32 a d e f 1 1 1

33 b a g 1 1 1 1 1

34 b a f d e 1 1 1 1

35 a cd e f h g 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

36 d f h 1

37 b d e g h 1 1 1 1

38 b f 1 1

39 b g 1 1 1 1 1

40 b c a d f 1 1 1 1

41 b f d 1 1 1

42 b f e h 1 1 1 1

43 d e h f a 1 1

44 b a d e h f 1 1 1 1 1 1 1 1 1

45 a f 1 1 1

46 b f 1 1 1 1 1 1

47 a e f h 1 1 1 1

48 a f 1 1 1 1 1

49 b f 1 1

50 c f 1 1

51 b d f e h 1 1

52 b a f d 1 1 1

53 a f 1 1 1 1 1

54 b d e h 1 1 1 1 1

55 a f d h 1 1 1 1 1

56 a f 1 1 1

57 a c f 1 1 1 1 1

58 b c f d h 1 1 1 1 1 1

59 a f 1 1 1

60 b f d 1 1 1 1

61 b a d 1 1 1

62 b a f d e h g 1 1 1 1

63 b c a d h 1 1 1 1 1 1

64 a d e f 1 1

65 b a f 1 1 1 1 1

66 a f d e h g 1 1 1 1

67 a d e f h 1 1 1

68 b a d e h 1 1 1 1 1

69 b a d e h 1 1 1 1 1

70 b a d h 1 1 1 1

71 a d f h 1 1

72 a f e 1 1 1 1 1 1 1

73 e g f a 1 1 1

74 b f e 1 1 1 1

75 b a f e 1 1 1 1 1 1 1 1

76 de h a f 1 1

77 a f de h 1 1 1 1

78 d a c g 1 1 1 1 1 1 1 1

79 b f g a 1 1 1

80 a f d h 1 1

81 b f 1 1 1 1

82 b f 1 1 1

83 b f d 1 1 1

84 d e c 1 1 1

TOTAL 82 14 41 2 12 12 9 42 5 20 20 11 0 16 5 1 25 15 1 0 0 0 12 1 3 9 0 0 0

Page 260: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

260

Número 16 17 18 19

Question. a b c d e f g h i a b c d e f inter.? a b c d e a b c d e inter.? coerênc. a b c d e f g h

1 1 1 1 1 VERDADEIRO 1 1 VERDADEIRO VERDADEIRO 1 1 1

2 1 1 1 anulada 1 1 VERDADEIRO 1

3 1 1 1 1 FALSO 1 1 VERDADEIRO FALSO 1

4 1 1 1 1 1 VERDADEIRO 1 1 VERDADEIRO VERDADEIRO 1 1 1

5 1 1 1 1 1 VERDADEIRO 1 1 VERDADEIRO VERDADEIRO 1 1 1

6 1 1 1 1 1 FALSO 1 1 VERDADEIRO FALSO 1 1 1

7 1 1 1 1 FALSO 1 1 VERDADEIRO FALSO 1 1

8 ### anulada 1 VERDADEIRO 1 1 VERDADEIRO VERDADEIRO 1 1 1

9 1 1 1 1 1 VERDADEIRO 1 1 VERDADEIRO VERDADEIRO 1 1 1

10 1 1 1 1 1 FALSO 1 1 VERDADEIRO FALSO 1 1 1

11 1 1 1 1 1 FALSO 1 1 VERDADEIRO FALSO 1 1 1

12 1 1 1 1 1 FALSO 1 1 VERDADEIRO FALSO 1 1

13 1 1 1 1 1 FALSO 1 1 VERDADEIRO FALSO 1 1 1

14 1 1 1 1 1 VERDADEIRO 1 1 VERDADEIRO VERDADEIRO 1 1 1

15 1 1 1 FALSO anulada 1 VERDADEIRO FALSO 1 1

16 1 1 1 1 1 VERDADEIRO 1 1 FALSO FALSO 1 1 1

17 ### anulada 1 VERDADEIRO 1 1 VERDADEIRO VERDADEIRO 1 1 1

18 1 1 1 1 1 VERDADEIRO 1 1 VERDADEIRO VERDADEIRO 1 1 1

19 1 1 1 1 1 FALSO 1 1 VERDADEIRO FALSO 1 1 1

20 1 1 1 1 1 VERDADEIRO 1 1 VERDADEIRO VERDADEIRO 1

21 1 1 1 1 1 VERDADEIRO anulada 1 VERDADEIRO VERDADEIRO 1 1 1

22 1 1 1 1 FALSO 1 1 VERDADEIRO FALSO 1 1 1

23 1 1 1 1 1 VERDADEIRO 1 1 VERDADEIRO VERDADEIRO 1 1 1

24 1 1 1 1 1 FALSO 1 1 VERDADEIRO FALSO 1 1 1

25 1 1 1 1 anulada anulada anulada anulada

26 ### anulada anulada 1 1 VERDADEIRO 1 1 1

27 ### anulada 1 VERDADEIRO 1 1 VERDADEIRO VERDADEIRO 1 1

28 1 1 1 1 1 FALSO 1 1 VERDADEIRO FALSO 1 1 1

29 1 1 1 1 1 VERDADEIRO 1 1 VERDADEIRO VERDADEIRO 1 1 1

30 1 1 1 1 1 VERDADEIRO 1 1 VERDADEIRO VERDADEIRO 1

31 1 1 1 anulada anulada 1 VERDADEIRO 1 1 1

32 0 1 1 1 VERDADEIRO anulada anulada 1 1

33 1 1 1 1 FALSO 1 1 VERDADEIRO FALSO 1 1 1

34 1 1 1 1 1 VERDADEIRO 1 1 FALSO FALSO 1 1 1

35 ### anulada anulada anulada 1 VERDADEIRO 1 1 1

36 1 1 1 1 FALSO 1 1 VERDADEIRO FALSO 1 1 1

37 1 1 1 1 VERDADEIRO 1 1 VERDADEIRO VERDADEIRO 1 1 1

38 1 1 1 1 1 VERDADEIRO 1 1 FALSO FALSO 1 1

39 0 1 1 VERDADEIRO anulada 1 VERDADEIRO VERDADEIRO 1 1 1

40 1 1 1 1 1 VERDADEIRO 1 1 VERDADEIRO VERDADEIRO 1 1 1

41 1 1 1 anulada anulada 1 VERDADEIRO 1 1 1

42 1 1 1 1 1 VERDADEIRO 1 1 VERDADEIRO VERDADEIRO 1

43 ### anulada 1 FALSO 1 1 VERDADEIRO FALSO 1 1 1

44 1 1 1 1 1 VERDADEIRO 1 1 VERDADEIRO VERDADEIRO 1 1 1

45 1 1 1 VERDADEIRO 1 1 VERDADEIRO VERDADEIRO 1 1 1

46 1 1 1 1 1 VERDADEIRO 1 1 VERDADEIRO VERDADEIRO 1 1 1

47 1 1 1 1 1 VERDADEIRO 1 1 VERDADEIRO VERDADEIRO 1 1 1

48 1 1 1 1 1 VERDADEIRO 1 1 VERDADEIRO VERDADEIRO 1 1 1

49 1 1 1 1 1 VERDADEIRO 1 1 VERDADEIRO VERDADEIRO 1 1 1

50 1 1 1 1 anulada 1 1 VERDADEIRO 1 1 1

51 1 1 1 1 FALSO 1 1 FALSO FALSO 1 1

52 0 1 1 VERDADEIRO 1 1 VERDADEIRO VERDADEIRO 1 1 1

53 1 1 1 1 1 VERDADEIRO anulada 1 VERDADEIRO VERDADEIRO 1 1 1

54 1 1 1 1 1 VERDADEIRO 1 1 VERDADEIRO VERDADEIRO não respondeu

55 1 1 1 1 1 VERDADEIRO 1 1 VERDADEIRO VERDADEIRO 1

56 1 1 1 1 VERDADEIRO 1 1 VERDADEIRO VERDADEIRO 1 1 1

57 1 1 1 1 1 VERDADEIRO 1 1 VERDADEIRO VERDADEIRO 1 1 1

58 1 1 1 1 1 VERDADEIRO 1 1 VERDADEIRO VERDADEIRO 1 1 1

59 ### anulada 1 VERDADEIRO 1 1 VERDADEIRO VERDADEIRO 1 1 1

60 1 1 1 1 1 VERDADEIRO 1 1 FALSO FALSO 1 1

61 1 1 1 1 1 VERDADEIRO 1 1 VERDADEIRO VERDADEIRO 1 1

62 1 1 1 1 1 VERDADEIRO 1 1 VERDADEIRO VERDADEIRO 1 1 1

63 1 1 1 1 1 FALSO 1 1 VERDADEIRO FALSO 1 1 1

64 1 1 1 1 1 1 VERDADEIRO 1 1 FALSO FALSO 1 1 1

65 1 1 1 1 1 VERDADEIRO 1 1 VERDADEIRO VERDADEIRO 1 1

66 1 1 1 1 1 VERDADEIRO anulada 1 VERDADEIRO VERDADEIRO 1 1 1

67 ### anulada 1 VERDADEIRO 1 1 VERDADEIRO VERDADEIRO anulada

68 1 1 1 1 VERDADEIRO 1 1 VERDADEIRO VERDADEIRO 1 1 1

69 0 1 1 VERDADEIRO 1 1 VERDADEIRO VERDADEIRO 1 1

70 ### anulada 1 VERDADEIRO 1 1 VERDADEIRO VERDADEIRO 1 1 1

71 1 1 1 1 1 FALSO 1 1 FALSO FALSO 1 1 1

72 ### anulada anulada anulada anulada anulada

73 1 1 1 1 1 VERDADEIRO 1 1 VERDADEIRO VERDADEIRO 1 1 1

74 1 1 1 1 1 FALSO 1 1 VERDADEIRO FALSO 1 1 1

75 1 1 1 1 1 VERDADEIRO 1 1 VERDADEIRO VERDADEIRO 1 1 1

76 1 1 1 1 1 VERDADEIRO 1 1 FALSO FALSO 1 1

77 ### anulada 1 VERDADEIRO 1 1 VERDADEIRO VERDADEIRO 1 1

78 1 1 1 1 1 VERDADEIRO 1 1 VERDADEIRO VERDADEIRO 1 1 1

79 1 1 1 1 FALSO 1 1 VERDADEIRO FALSO 1 1 1

80 1 1 1 1 1 FALSO 1 1 VERDADEIRO FALSO 1 1

81 1 1 1 1 1 FALSO 1 1 VERDADEIRO FALSO 1 1 1

82 1 1 1 1 não respondeu 1 1 VERDADEIRO 1 1 1

83 1 1 1 1 1 VERDADEIRO 1 1 VERDADEIRO VERDADEIRO 1 1 1

84 1 1 1 1 1 VERDADEIRO 1 1 VERDADEIRO VERDADEIRO 1 1 1

TOTAL ### 50 24 36 3 0 44 31 7 0 23 6 12 20 4 10 53 57 2 7 6 1 32 4 13 28 4 73 46 41 15 5 51 5 30 67 0

28

* Foram expurgadas todas as respostas anuladas

nas questões 16 e 18, o que implica que o núme-

ro total de respondentes não é mais 84 mas

46 (TRUE) + 28 (FALSE) = 74

15

Page 261: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

261

Número 20

Question.

1 Sim, mais tempo ao livro texto e menos à apostila. Mais fácil se programa mais extenso.

2 Sim, se tivesse tempo para só estudar sem ter que me sustentar, desenvolveria hábito de estudar em livro texto

3 Sim, daria mais tempo ao estudo desde início faculdade, mais ao livro e menos ao caderno

4

Sim, leria mais livros textos básicos (clin. med.) e não específicos. Na faculdade somos motivados a estudar em

cadernos

5

Sim, estou fazendo. Antes,só em cadernos e para provas, hoje estudo é diário e motivado por necessidade de obter

conhecimento, para melhor exercer a profissão

6

Sim, estudar mais e ter mais interesse. Termino o curso com sensação que aprendi pouco, logo estudei pouco e

ensinaram pouco

7 xxxxxx

8 Sim, me dedicaria mais aos cursos básicos para embasar concretamente o profissional

9 Não.

10

Sim, praticamente tudo.Me empenharia não só no que era dado em sala, mais também reservaria tempo para temas

que fazem falta no dia a dia

11 Sim, teria aprofundado meu estudo, mais no livro texto e menos no caderno

12

Sim, teria me preocupado com o real aprendizado e não com notas. Não sei se seria bom, sse seria aprovada, pois é

preciso nota para aprovação. As questões são clássicas e nos fixamos só nelas.

13 Sim, aprofundaria meus estudos, estudaria temas mais gerais e não sòmente para realizar provas.

14 Sim, dedicaria mais tempo ao estudo. Os conhecimentos a serem aprendidos são infinitos.

15 Não.

16 Sim, cheguei ao final do curso muito aquem do que desejo, em termos de conhecimento teórico e prático.

17 Sim, me organizaria melhor para estudar.

18

Sim, hoje daria mais atenção aos temas de atualização (artigos e revistas) e programaria melhor meu horário de estudo

desde início da faculdade.

19

Sim, estudaria em livros textos, hoje com menos tempo para estudar sinto dificuldades em assuntos mais extensos.

Levaria o básico mais a sério e teria praticado mais no profissional.

20 Não, dentro do possível fiz tudo para tentar estudar e compreender as matérias obrigatórias do currículo.

21

Sim, estudo associado a prática é prazeiroso e com sentido.Antes não via associação e a aplicação era a prova. Hoje

meu objetivo é gerar conhecimento necessário para aplicá-lo.

22 Não, é a maneira que estudei na minha vida toda e que sempre me rendeu bons frutos.

23 xxxxx

24 Sim, sinto que apesar de ter estudado nas disciplinas, acho que poderia ter dado mais de mim.

25 Não.

26 Sim, estudaria mais, acho que nãi estudei o suficiente.

27

Não, pois só com os conhecimentos que tenho hoje, vejo que desprezei assuntos importantes, que naquela época e

contexto nào teria como perceber.

28

Sim, teria sido mais organizada, dividindo melhor o meu tempo e priorizando os assuntos mais úteis e importantes à

prática profissional.

29 Sim, teria estudado mais no ciclo básico, o que me daria hoje uma base maior.

30

Sim, me adaptei ao currículo da faculdade, que acho péssimo, onde conteúdos importantes são dados em pouco tempo.

Não é suficiente para formar um profissional da área e sim um "profissional de fazer provas".

31 Sim, iria diversificar mais a parte prática do meu estudo.

32 Sim, reservaria mais horas para meu estudo.

33 Sim, estudaria nas férias pois perde-se muito o costume de estudar diariamente.

34 Sim, trabalharia menos para sobrar mais tempo para dedicar-me aos estudos.

35

Sim, pois levei muito tempo para aprender a selecionar o que mais importante para estudar e hoje poder me dedicar um

pouco a minha vida pessoal.

36

Sim, pois agora no internato estou tendo que estudar e até mesmo aprender alguns assuntos vistos durante o curso, os

quais apenas "estudei" para tirar boa nota.

37 Sim, aumentaria meu tempo de estudo e as matérias dadas, estudaria quando foram dadas e não só para as provas.

38 Não, porque o curso não dá tempo para aprofundar determinados assuntos.

39

Sim, talvez com a visão geral que tenho hoje, selecionasse melhor os textos de leitura sem modificar as técnicas de

estudo.

40 Sim, não me dediquei da forma que deveria, principalmente em relação a monitoria e/ou bolsa.

41

Sim, estudaria mais pois é muito conteúdo em pouco tempo. Quando precisamos lembrar vemos que não ficou quase

nada.

42

Sim, teria estudado todo dia (3 a 4 h), ao invés de estudar 1 ou 2 vezes por semana (6 a 8 h). Ainda estou tentando

mudar de hábito, pois aprenderia mais e me cansaria menos.

Page 262: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

262

Número 20

Question.

43 Sim, teria perdido menos tempo e estudado mais.

44 Sim, teria dado uma melhor ênfaes as matérias do básico, apesar de serem mal aplicadas.

45 Não, pois tudo que planejei deu certo em seu devido tempo.

46

Sim, com toda certeza. Gostaria de ter me dedicado o tempo todo como nos 2 últimos anos, pois talvez não estivesse

tão sobrecarregado. O problema é ter esta consciência desde o início.

47 Sim, estudar mais. Algumas vezes apenas passei, sem de fato ter assimilado e vivido o assunto.

48

Sim, estudaria de forma mais constante e organizada desde o início do curso. Faltou-me uma visão a longo prazo, da

importância de obter aquele conhecimento naquele momento, para não ter que correr atrás do tempo perdido.

49

Sim, tentaria fugir da pressão imposta pelo curso e perderia mais tempo estudando por livros do que me preocupando

com as notas dadas pelos professores.

50 Sim, sinto que estou no final e que poderia ter estudado muito mais em livros e artigos científicos.

51 Sim, procuraria estudar mais ainda para que o estudo fosse algo mais rotineiro na minha vida.

52 Sim, poeque preciso dedicar mais tempo ao estudo.

53

Não, pois estou satisfeita com minha maneira de estudar. Gosto do que faço, me sinto realizada e pretendo conseguir

muito mais.

54 xxxxx

55 Sim, passaria todo o meu curso de graduação estudando somente em livros textos.

56

Sim, teria estudado algumas matérias do básico por livros, não valorizando apenas 1 ou 2 matérias e esquecendo das

demais.

57

Sim, se não fosse o internato que me consome com suas tarefas de leva e traz, definiria metas e horários para meu

estudo em casa. Esta situação não está acrescentado nada ao meu conhecimento.

58 Não, pois me trouxe muitos benefícios.

59

Sim. atualmente estudaria em livros. Acho que estudamos no xerox por acomodação, pois estudando para as provas

achamos que resolvemos nossos problemas.

60 Sim, tentaria estudar mais por livros.

61 Sim, organizar horários de estudo.

62

Não, porque me adaptei a esta maneira de estudar e com ela adquiri conhecimento e obtive sucesso nos obstáculos por

mim enfrentados.

63 Sim, acho importante ter técnica de estudo para facilitá-lo e não ser algo cansativo e pouco estimulante.

64

Sim, o amadurecimento vem tarde! Seria importante ter a determinação e seriedade de hoje há 4 anos atrás. A

residência é o objetivo de todos nós e para isso é preciso ter em mente que o estudo não e só para provas, mas também

para o conhecimento médico.

65 Sim, porque sinto que estudei muito, mas pouco sei.

66

Sim, estudaria mais por livros textos para facilitar futuras revisões. Ainda deveria estudar outros assuntos além dos

ensinados no curso.

67 Sim, teria mais método e aumentaria o tempo dedicado ao estudo, para ter maior proveito e auxiliar a memorização.

68 Sim, pois acho que deveria ter me dedicado ainda mais.

69

Sim, teria dado mais atenção a assuntos que hoje sinto falta e preciso revê-los, mas hoje com mais pressa pelo grande

número de temas.

70

Sim, teria estudado tendo como base os pacientes e nào apenas em cadernos e livros. O aluno tem muito medo do

doente pois o homem tem medo do novo. Gostaria de ficar perto dos pacientes, como hoje estou com os meus, pois

com certeza teria aprendido mais.

71 Sim teria estudado com afinco e dedicação há mais tempo e não deixado para "correr atrás do prejuízo" agora no final.

72 Sim, estudaria mais por livros e menos por cadernos e visando mais os pacientes em suas patologias.

73 Não, porque a prática consolidará os conceitos teóricos estudados durante o curso.

74 Sim, porque tentaria aprender a estudar de forma mais eficiente, otimizando o tempo e fixando melhor as informações.

75

Sim , pois estudaria para ter o conhecimento pleno do assunto e não para fazer provas e concursos, embora o sistema

nos leve a esta prática.

76

Sim, por falta de orientação e imaturidade não percebemos ao longo do tempo o que é mais importante. Quando nos

damos conta, vemos que deixamos de lado coisas que no futuro farão falta e que dediquei tempo de estudo de forma

errada. Pagamos um preço alto.

77

Sim, criaria mais cedo o hábito de estudar diariamente, poucas horas, e não na véspera de prova, tudo acumulado, pois

assim fixaria melhor o que estudei.

78

Sim, acho que se durante o curso não tivesse me preocupado só em "passar", teria chegado ao internato com mais

conhecimento e menos aflito com as provas de residência.

79

Sim, teria estudado mais em livros e não tanto em cadernos e xerox de colegas, para não ter que agora, tão

apressadamente, recuperar este tempo até certo ponto perdido.

80

Sim, talvez me dedicaria com mais afinco ao estudo em livros textos para as provas, deixando de lado a busca do

conhecimento "superficial"em apostilas e xerox.

81 xxxxx

82 Sim, eu teria me organizado no início do curso estudando de forma mais sistemática.

83

Não, pode não ter sido o melhor, mas foi a única forma que conhecia.Foram 6 anos de evolução necessários e

carregados de experiências. Não mudaria.

84 Sim, dedicaria mais tempo a estudar temas gerais , ao invés de temas mais especializados.

TOTAL

Page 263: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

263

Número 21

Question.

1

Formação melhor se o curso fosse mais geral, contato com paciente ambulatorial. Internato com visão básica das 4

áreas, mas acadêmica e menos mão de obra

2 Estudar é antes de tudo um prazer para mim

3 Ciclo básico menor e internato maior

4

Maior contato com a prática médica, com as dificuldades e limitações profissionais. não sobra tempo para pensar na

vida (provas!). Formação muito técnica e pouco humana, criando o hábito de não pensar em outros assuntos. Frusta os

que se apercebem disto

5

O curso não ensina e não motiva à estudar, a aprender realmente. Só decorar para prova. Professores não despertam

interesse, são mecânicos. Solução é integrar teoria e prática. Seminários e discussões melhores que provas

6 Curso com ensino solto,sem envolvimento real da maioria professores, levando desânimo dos alunos

7 Minhas críticas não caberiam neste questionário

8

Os temas enfocados no curso deveriam colocar o aluno mais próximo da realidade do mercado de trabalho….(não

entendi)

9 xxxxx

10 Espero que esta pesquisa traga algum retorno para as escolas

11 xxxxx

12

Curso com exaustiva carga horária por 6 anos e papel passivo na parte prática, com volume de informações e raras

oportunidades de formação. Complementa-se com atividades extras com profissionais nem sempre preparados.

Enfermagem-professores mais presentes

13 xxxxx

14 Faltou a mim uma orientação curricular formal, de como estudar.

15 xxxxx

16 xxxxx

17 Existem materias com carga horária demasiada emdetrimento de outras mais importantes para a formação médica.

18

Falhas no internato: mão de obra, pouco tempo na clinica médica e falta de orientação para a prova de residência

médica.

19

Não temos orientação na difícil transição quando entramos na faculdade, ensinando o que é estudo universitário e sua

importância para a profissão, principalmente no básico, quando somos inseguros.

20

Carga horária e muita matéria nos fazem sentir como "máquina de estudar", gerando ansiedade, pois não dá tempo para

refletir e só decorar para prova. Se fosse melhor equacionado o tempo seria melhor. Internato mais produtivo, mas

plantões fora atrapalham

21

Acho falho a prática no ensino, tanto por sermos imaturos no início, quanto pela forma de apresentação do conteúdo

aliado a certos professores que enfatizam seus interesses próprios.

22 xxxxx

23 xxxxx

24 Espero que minhas respostas lhe ajudem na pesquisa.

25 xxxxx

26 xxxxx

27

Achei bastante interessante este questionário. É legal saber que pessoas se preocupam com o que não estamos

aprendendo.

28

Faço críticas a forma de seleção e priorização dos conteúdos que são ensinados. A falta de organização impede que

haja tempo suficiente para fixar os fatos mais relevantes.

29 xxxxx

30

O curso deveria ser mais prático e com menos provas, para que forme médicos com habilidades para tratar doenças de

simples resolução na carente população do Brasil, aliado a crise da saúde pública que se reflete na agonia dos carentes

hospitais escolas.

31 xxxxx

32 xxxxx

33 xxxxx

34

Estudar é fácil quando temos condições financeiras para locomoção, comer, morar e adquirir bons livros e aliados a

estes problemas ainda ter que suatentar família e trabalhar em instituição pública que não libera para um curso em

horário integral.

35 Questionário bem estruturado, conciso e abrangente. Ajuda-nos, inclusive a refletirmos sobre nossa postura acadêmica.

36 xxxxx

37 xxxxx

38 Deveria haver seminário para aprofundar os assuntos.

39

Considero prejudicial o pouco tempo dedicado as disciplinas no ciclo profissional, onde o conhecimento é apenas fixado,

mas não consolidado.

40 Melhor elaboração dos programas curriculares e sua verdadeira aplicação.

41

Orientação sobre o que deveria estudar e o que interessa para sua formação e não ficar fosforilando sobre assuntos de

pós-graduação que não verei nunca mais.

42 xxxxx

Page 264: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

264

Número 21

Question.

43

Na graduação o bombardeio de provas não nos permite estudar um tema profundamente. Estuda-se superficialmente por

xerox para esquecer tudo 2 dias depois da prova.

44 Melhorar os cursos de farmacologia e fisiologia.

45 Espero que este questionário traga dividendos.

46 xxxxx

47

Alguma coisa precisa acontecer para se formar bons profissionais, bem formados. A mudança tem que partir da

Universidade a príncipio.

48 xxxxx

49

O estudante de medicina deveria se questionar mais sobre os seus métodos de estudo, mas a Universidade

,principalmente, deveria assumir esta função e não só nós mesmos.

50 xxxxx

51 xxxxx

52 xxxxx

53 Algumas questões são um pouco repetitivas.

54 xxxxx

55

Os alunos da graduação deveriam ser incentivados pelos professores a estudar mais em livros textos e a pesquisar mais

em artigos científicos.

56

Infelizmente o aluno da UFF é adestrado para fazer muitas provas. Induzem-nos ao estudo rápido ( cadernos, etc.) em

prejuízo do conhecimento mais profundo e da prática.O internato é para mim uma das formas de encorajar a busca do

conhecimento.

57 Estabelecer horários mais flexíveis para os internos da pediatria, possibilitando um melhor aprendizado.

58 Acho que o ensino deveria ser direcionado à prática e a pesquisa.

59 xxxxx

60 Falta de orientação dos professores em relação ao estudo de assuntos pertinentes desde o colégio até a faculdade.

61 xxxxx

62

O conhecimento seria maior para nós, internos da pediatria, se tivessemos mais tempo disponível para livros textos e

artigos de tão bom padrão.

63 xxxxx

64 xxxxx

65 Acredito que com a melhora do ensino, poderão ser formados melhores médicos.

66

Acho importante informar aos alunos iniciantes que estudar em cadernos etc. são imediatistas (provas), não fornecendo

um aprendizado mais amplo e duradouro como o obtido no estudo em livros textos.

67 xxxxx

68

O curso é muito longo e não supre a formação prática do aluno, apesar do internato, além de ter conteúdos

dispensáveis. Medicina e corpo humano são mais extensos que qualquer tratado, por isso aulas teóricas copiadas de

livros não tem grande valor.

69

O curso de medicina nos prepara mal para o exercício diário da profissão, não sabemos lidar com as situações

inesperadas do dia-a-dia e uqe muitas vezes não estão nos livros.

70

O aluno merece mais atenção para que não entrem no mercado cada vez mais inseguros e despreparados.Os

professores, na sua maioria, só se preocupam com os residentes e o exercício profissional próprio, com a desculpa de

ganhar pouco. Medicina é só salário?

71

Deveria haver no ingresso ao curso uma conscientização da futura profissão e da responsabilidade que deveremos ter

como profissionais, e não se portar como um estudante que só precisa ser aprovado nas matérias. FALO DE

EXPERIÊNCIA PRÓPRIA!

72

90% das aulas teóricas são dispensáveis e que o curso deva ser um grande internato. Discussão com professores após

ler os assuntos no livro, sempre baseado nos pacientes, forçando ao raciocínio, sem os temer. É difícil passar do livro

para o paciente.

73 xxxxx

74 xxxxx

75 xxxxx

76

O currículo não ajuda quanto a forma de estudar e a sua organização privilegia assuntos em detrimentos de outros

muitos especializados. A curiosidade é grande e o tempo de estudo pouco. O mercado cobra um conhecimento que não

temos.Isso me desespera!!

77

Deveria haver na universidade atividades e oportunidades dos alunos receberem instrução de como estudar melhor e

como aproveitar melhor o seu tempo, bastante divulgadas.

78

Acho que deveria haver mais aulas práticas utilizando o paciente como instrumento do ensino, pois são importantes.

Além disso passar a ter mais provas práticas.

79

Acho que faltou na minha formação um pouco mais de cobrança e exigência da universidade, pois aumentando as

dificuldades, faria mais esforço com consequente amadurecimento profissional maior.

80

Aprimorar o ensino prático e deixar para cada um o desejo de autoaprimorar-se na teoria. O ensino médico devia ter um

básico comum e o profissional com temas de diagnose diferencial dando poder de percepção e discernimento aos

alunos na prática médica.

81 xxxxx

82 xxxxx

83 xxxxx

84 xxxxx

TOTAL

Page 265: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

265

CATEGORIZAÇÃO DAS MUDANÇAS DE HÁBITO

SIM = 67 NÃO = 13 NÃO RESPONDERAM = 04

LIVRO TEXTO X APOSTILA (12)

Sim, se tivesse tempo para só estudar sem ter que me sustentar, desenvolveria hábito de estudar em livro texto

Sim, daria mais tempo ao estudo desde início faculdade, mais ao livro e menos ao caderno

Sim, leria mais livros textos básicos (clin. med.) e não específicos. Na faculdade somos motivados a estudar em

cadernos

Sim, teria aprofundado meu estudo, mais no livro texto e menos no caderno

Sim, estudaria em livros textos, hoje com menos tempo para estudar sinto dificuldades em assuntos mais extensos.

Levaria o básico mais a sério e teria praticado mais no profissional.

Sim, sinto que estou no final e que poderia ter estudado muito mais em livros e artigos científicos.

Sim, passaria todo o meu curso de graduação estudando somente em livros textos.

Sim. atualmente estudaria em livros. Acho que estudamos no xerox por acomodação, pois estudando para as provas

achamos que resolvemos nossos problemas.

Sim, tentaria estudar mais por livros.

Sim, estudaria mais por livros textos para facilitar futuras revisões. Ainda deveria estudar outros assuntos além dos

ensinados no curso.

Sim, teria estudado mais em livros e não tanto em cadernos e xerox de colegas, para não ter que agora, tão

apressadamente, recuperar este tempo até certo ponto perdido.

OUTRAS ÁREAS DE ESTUDO E VIDA PESSOAL (02)Sim, praticamente tudo.Me empenharia não só no que era dado em sala, mais também reservaria tempo para temas

que fazem falta no dia a dia

Sim, pois levei muito tempo para aprender a selecionar o que mais importante para estudar e hoje poder me dedicar um

pouco a minha vida pessoal.

MAIOR EMPENHO NO CICLO BÁSICO (04)Sim, me dedicaria mais aos cursos básicos para embasar concretamente o profissional

Sim, teria estudado mais no ciclo básico, o que me daria hoje uma base maior.

Sim, teria dado uma melhor ênfaes as matérias do básico, apesar de serem mal aplicadas.

Sim, teria estudado algumas matérias do básico por livros, não valorizando apenas 1 ou 2 matérias e esquecendo das demais.

ESTUDAR SÓ PARA PROVAS (10)Sim, teria me preocupado com o real aprendizado e não com notas. Não sei se seria bom, sse seria aprovada, pois é

preciso nota para aprovação. As questões são clássicas e nos fixamos só nelas.

Sim, aprofundaria meus estudos, estudaria temas mais gerais e não sòmente para realizar provas.

Sim, pois agora no internato estou tendo que estudar e até mesmo aprender alguns assuntos vistos durante o curso, os

quais apenas "estudei" para tirar boa nota.

Sim, estudar mais. Algumas vezes apenas passei, sem de fato ter assimilado e vivido o assunto.

Sim , pois estudaria para ter o conhecimento pleno do assunto e não para fazer provas e concursos, embora o sistema

nos leve a esta prática.

Sim, acho que se durante o curso não tivesse me preocupado só em "passar", teria chegado ao internato com mais

conhecimento e menos aflito com as provas de residência.

Sim, talvez me dedicaria com mais afinco ao estudo em livros textos para as provas, deixando de lado a busca do

conhecimento "superficial"em apostilas e xerox.

Sim, tentaria fugir da pressão imposta pelo curso e perderia mais tempo estudando por livros do que me preocupando

com as notas dadas pelos professores.

Sim, me adaptei ao currículo da faculdade, que acho péssimo, onde conteúdos importantes são dados em pouco tempo.

Não é suficiente para formar um profissional da área e sim um "profissional de fazer provas".

Sim, aumentaria meu tempo de estudo e as matérias dadas, estudaria quando foram dadas e não só para as provas.

TEORIA X PRÁTICA (06)Sim, cheguei ao final do curso muito aquem do que desejo, em termos de conhecimento teórico e prático.

Sim, estudo associado a prática é prazeiroso e com sentido.Antes não via associação e a aplicação era a prova. Hoje

meu objetivo é gerar conhecimento necessário para aplicá-lo.

Sim, teria sido mais organizada, dividindo melhor o meu tempo e priorizando os assuntos mais úteis e importantes à

prática profissional.

Sim, iria diversificar mais a parte prática do meu estudo.

Sim, teria estudado tendo como base os pacientes e nào apenas em cadernos e livros. O aluno tem muito medo do

doente pois o homem tem medo do novo. Gostaria de ficar perto dos pacientes, como hoje estou com os meus, pois

com certeza teria aprendido mais.

Sim, estudaria mais por livros e menos por cadernos e visando mais os pacientes em suas patologias.

Page 266: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

266

MOTIVAÇÃO - INTERESSE - DEDICAÇÃO (20)Sim, estudar mais e ter mais interesse. Termino o curso com sensação que aprendi pouco, logo estudei pouco e

ensinaram pouco

Sim, dedicaria mais tempo ao estudo. Os conhecimentos a serem aprendidos são infinitos.

Sim, sinto que apesar de ter estudado nas disciplinas, acho que poderia ter dado mais de mim.

Sim, estudaria mais, acho que nãi estudei o suficiente.

Sim, reservaria mais horas para meu estudo.

Sim, trabalharia menos para sobrar mais tempo para dedicar-me aos estudos.

Sim, talvez com a visão geral que tenho hoje, selecionasse melhor os textos de leitura sem modificar as técnicas de

estudo.

Sim, não me dediquei da forma que deveria, principalmente em relação a monitoria e/ou bolsa.

Sim, estudaria mais pois é muito conteúdo em pouco tempo. Quando precisamos lembrar vemos que não ficou quase

nada.

Sim, teria perdido menos tempo e estudado mais.

Sim, com toda certeza. Gostaria de ter me dedicado o tempo todo como nos 2 últimos anos, pois talvez não estivesse

tão sobrecarregado. O problema é ter esta consciência desde o início.

Sim, procuraria estudar mais ainda para que o estudo fosse algo mais rotineiro na minha vida.

Sim, poeque preciso dedicar mais tempo ao estudo.

Sim, o amadurecimento vem tarde! Seria importante ter a determinação e seriedade de hoje há 4 anos atrás. A

residência é o objetivo de todos nós e para isso é preciso ter em mente que o estudo não e só para provas, mas também

para o conhecimento médico.

Sim, porque sinto que estudei muito, mas pouco sei.

Sim, pois acho que deveria ter me dedicado ainda mais.

Sim, teria dado mais atenção a assuntos que hoje sinto falta e preciso revê-los, mas hoje com mais pressa pelo grande

número de temas.

Sim teria estudado com afinco e dedicação há mais tempo e não deixado para "correr atrás do prejuízo" agora no final.

Sim, por falta de orientação e imaturidade não percebemos ao longo do tempo o que é mais importante. Quando nos

damos conta, vemos que deixamos de lado coisas que no futuro farão falta e que dediquei tempo de estudo de forma

errada. Pagamos um preço alto.

Sim, dedicaria mais tempo a estudar temas gerais , ao invés de temas mais especializados.

FORMAS MELHORES DE ESTUDO (13)

Sim, me organizaria melhor para estudar.

Sim, estudaria nas férias pois perde-se muito o costume de estudar diariamente.

Sim, teria estudado todo dia (3 a 4 h), ao invés de estudar 1 ou 2 vezes por semana (6 a 8 h). Ainda estou tentando

mudar de hábito, pois aprenderia mais e me cansaria menos.

Sim, estudaria de forma mais constante e organizada desde o início do curso. Faltou-me uma visão a longo prazo, da

importância de obter aquele conhecimento naquele momento, para não ter que correr atrás do tempo perdido.

Sim, se não fosse o internato que me consome com suas tarefas de leva e traz, definiria metas e horários para meu

estudo em casa. Esta situação não está acrescentado nada ao meu conhecimento.

Sim, organizar horários de estudo.

Sim, acho importante ter técnica de estudo para facilitá-lo e não ser algo cansativo e pouco estimulante.

Sim, teria mais método e aumentaria o tempo dedicado ao estudo, para ter maior proveito e auxiliar a memorização.

Sim, porque tentaria aprender a estudar de forma mais eficiente, otimizando o tempo e fixando melhor as informações.

Sim, criaria mais cedo o hábito de estudar diariamente, poucas horas, e não na véspera de prova, tudo acumulado, pois

assim fixaria melhor o que estudei.

Sim, eu teria me organizado no início do curso estudando de forma mais sistemática.

Sim, estou fazendo. Antes,só em cadernos e para provas, hoje estudo é diário e motivado por necessidade de obter

conhecimento, para melhor exercer a profissão

Sim, hoje daria mais atenção aos temas de atualização (artigos e revistas) e programaria melhor meu horário de estudo

desde início da faculdade.

SIMPLESMENTE NÃO (03)

Não.

SUCESSO E REALIZAÇÃO (07)

Não, é a maneira que estudei na minha vida toda e que sempre me rendeu bons frutos.

Não, pois tudo que planejei deu certo em seu devido tempo.

Não, pois estou satisfeita com minha maneira de estudar. Gosto do que faço, me sinto realizada e pretendo conseguir

muito mais.

Não, pois me trouxe muitos benefícios.

Não, porque me adaptei a esta maneira de estudar e com ela adquiri conhecimento e obtive sucesso nos obstáculos por

mim enfrentados.

Não, porque a prática consolidará os conceitos teóricos estudados durante o curso.

Não, pode não ter sido o melhor, mas foi a única forma que conhecia.Foram 6 anos de evolução necessários e

carregados de experiências. Não mudaria.

CONFORMADO (03)

Não, dentro do possível fiz tudo para tentar estudar e compreender as matérias obrigatórias do currículo.

Não, pois só com os conhecimentos que tenho hoje, vejo que desprezei assuntos importantes, que naquela época e

contexto não teria como perceber.

Não, porque o curso não dá tempo para aprofundar determinados assuntos.

NÀO RESPONDERAM (04)xxxxx

Page 267: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

267

CATEGORIZAÇÃO DAS OBSERVAÇÕES

REF. QUEST. = 15 NÃO REF. QUEST. = 35 NÃO RESPONDEU = 34

TEMAS REFERENTES AO QUESTIONÁRIO

APRENDER A ESTUDAR (09)

O curso não ensina e não motiva à estudar, a aprender realmente. Só decorar para prova. Professores não despertam

interesse, são mecânicos. Solução é integrar teoria e prática. Seminários e discussões melhores que provas

Faltou a mim uma orientação curricular formal, de como estudar.

Não temos orientação na difícil transição quando entramos na faculdade, ensinando o que é estudo universitário e sua

importância para a profissão, principalmente no básico, quando somos inseguros.

Orientação sobre o que deveria estudar e o que interessa para sua formação e não ficar fosforilando sobre assuntos de

pós-graduação que não verei nunca mais.

O estudante de medicina deveria se questionar mais sobre os seus métodos de estudo, mas a Universidade

,principalmente, deveria assumir esta função e não só nós mesmos.

Deveria haver na universidade atividades e oportunidades dos alunos receberem instrução de como estudar melhor e

como aproveitar melhor o seu tempo, bastante divulgadas.

Minhas críticas não caberiam neste questionário

Os alunos da graduação deveriam ser incentivados pelos professores a estudar mais em livros textos e a pesquisar mais

em artigos científicos.

Acho importante informar aos alunos iniciantes que estudar em cadernos etc. são imediatistas (provas), não fornecendo

um aprendizado mais amplo e duradouro como o obtido no estudo em livros textos.

,

CITAÇÕES AO QUESTIONÁRIO (06)

Espero que esta pesquisa traga algum retorno para as escolas

Espero que minhas respostas lhe ajudem na pesquisa.

Achei bastante interessante este questionário. É legal saber que pessoas se preocupam com o que não estamos

aprendendo.

Questionário bem estruturado, conciso e abrangente. Ajuda-nos, inclusive a refletirmos sobre nossa postura acadêmica.

Espero que este questionário traga dividendos.

Algumas questões são um pouco repetitivas.

.

DEDICAÇÃO E PRAZER NO ESTUDO (03)

Estudar é antes de tudo um prazer para mim

Estudar é fácil quando temos condições financeiras para locomoção, comer, morar e adquirir bons livros e aliados a

estes problemas ainda ter que suatentar família e trabalhar em instituição pública que não libera para um curso em

horário integral.

O conhecimento seria maior para nós, internos da pediatria, se tivessemos mais tempo disponível para livros textos e

artigos de tão bom padrão.

Page 268: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

268

CRÍTICAS À ORGANIZAÇÃO CURRICULAR (18)

Formação melhor se o curso fosse mais geral, contato com paciente ambulatorial. Internato com visão básica das 4

áreas, mas acadêmica e menos mão de obra

Ciclo básico menor e internato maior

Existem materias com carga horária demasiada emdetrimento de outras mais importantes para a formação médica.

Falhas no internato: mão de obra, pouco tempo na clinica médica e falta de orientação para a prova de residência

médica.

Faço críticas a forma de seleção e priorização dos conteúdos que são ensinados. A falta de organização impede que

haja tempo suficiente para fixar os fatos mais relevantes.

Deveria haver seminário para aprofundar os assuntos.

Considero prejudicial o pouco tempo dedicado as disciplinas no ciclo profissional, onde o conhecimento é apenas fixado,

mas não consolidado.

Melhor elaboração dos programas curriculares e sua verdadeira aplicação.

Melhorar os cursos de farmacologia e fisiologia.

Alguma coisa precisa acontecer para se formar bons profissionais, bem formados. A mudança tem que partir da

Universidade a príncipio.

Estabelecer horários mais flexíveis para os internos da pediatria, possibilitando um melhor aprendizado.

Acredito que com a melhora do ensino, poderão ser formados melhores médicos.

90% das aulas teóricas são dispensáveis e que o curso deva ser um grande internato. Discussão com professores após

ler os assuntos no livro, sempre baseado nos pacientes, forçando ao raciocínio, sem os temer. É difícil passar do livro

para o paciente.

O currículo não ajuda quanto a forma de estudar e a sua organização privilegia assuntos em detrimentos de outros

muitos especializados. A curiosidade é grande e o tempo de estudo pouco. O mercado cobra um conhecimento que não

temos.Isso me desespera!!

Acho que faltou na minha formação um pouco mais de cobrança e exigência da universidade, pois aumentando as

dificuldades, faria mais esforço com consequente amadurecimento profissional maior.

Carga horária e muita matéria nos fazem sentir como "máquina de estudar", gerando ansiedade, pois não dá tempo para

refletir e só decorar para prova. Se fosse melhor equacionado o tempo seria melhor. Internato mais produtivo, mas

plantões fora atrapalham

Na graduação o bombardeio de provas não nos permite estudar um tema profundamente. Estuda-se superficialmente por

xerox para esquecer tudo 2 dias depois da prova.

Infelizmente o aluno da UFF é adestrado para fazer muitas provas. Induzem-nos ao estudo rápido ( cadernos, etc.) em

prejuízo do conhecimento mais profundo e da prática.O internato é para mim uma das formas de encorajar a busca do

conhecimento.

PREPARO PRÁTICO PARA O MERCADO DE TRABALHO (10)

Maior contato com a prática médica, com as dificuldades e limitações profissionais. não sobra tempo para pensar na

vida (provas!). Formação muito técnica e pouco humana, criando o hábito de não pensar em outros assuntos. Frusta os

que se apercebem disto

Os temas enfocados no curso deveriam colocar o aluno mais próximo da realidade do mercado de trabalho….(não

entendi)

Curso com exaustiva carga horária por 6 anos e papel passivo na parte prática, com volume de informações e raras

oportunidades de formação. Complementa-se com atividades extras com profissionais nem sempre preparados.

Enfermagem-professores mais presentes

O curso deveria ser mais prático e com menos provas, para que forme médicos com habilidades para tratar doenças de

simples resolução na carente população do Brasil, aliado a crise da saúde pública que se reflete na agonia dos carentes

hospitais escolas.

Acho que o ensino deveria ser direcionado à prática e a pesquisa.

O curso é muito longo e não supre a formação prática do aluno, apesar do internato, além de ter conteúdos

dispensáveis. Medicina e corpo humano são mais extensos que qualquer tratado, por isso aulas teóricas copiadas de

livros não tem grande valor.

O curso de medicina nos prepara mal para o exercício diário da profissão, não sabemos lidar com as situações

inesperadas do dia-a-dia e uqe muitas vezes não estão nos livros.

O aluno merece mais atenção para que não entrem no mercado cada vez mais inseguros e despreparados.Os

professores, na sua maioria, só se preocupam com os residentes e o exercício profissional próprio, com a desculpa de

ganhar pouco. Medicina é só salário?

Acho que deveria haver mais aulas práticas utilizando o paciente como instrumento do ensino, pois são importantes.

Além disso passar a ter mais provas práticas.

Aprimorar o ensino prático e deixar para cada um o desejo de autoaprimorar-se na teoria. O ensino médico devia ter um

básico comum e o profissional com temas de diagnose diferencial dando poder de percepção e discernimento aos

alunos na prática médica.

.

CRÍTICAS AO PAPEL DO PROFESSOR (04)

Curso com ensino solto,sem envolvimento real da maioria professores, levando desânimo dos alunos

Acho falho a prática no ensino, tanto por sermos imaturos no início, quanto pela forma de apresentação do conteúdo

aliado a certos professores que enfatizam seus interesses próprios.

Orientação sobre o que deveria estudar e o que interessa para sua formação e não ficar fosforilando sobre assuntos de

pós-graduação que não verei nunca mais.

Falta de orientação dos professores em relação ao estudo de assuntos pertinentes desde o colégio até a faculdade.

,

NÃO RESPONDERAM (34)

xxxxx

Page 269: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

269

ANEXO VII

Diagramas e trilhas

Page 270: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

270

ESTRATÉGIAS DE APRENDIZADO - DIAGRAMA

DIAGRAMA A 25. facilita compreesão - 16. rapidez - 15. aumenta concentração TOTAL: 43

LEIT.SILEN. 43

SUBLINHAR 19

1

RESUMIR 11

ESQUEMAT 4

2

REL.ESQ/RE 4

2

RELER TXT. 2

1

RELER TXT. 3

1

REP. MEMO 1

REL.ESQ/RE 1

1

REP. MEMO 1

3

REL.ESQ/RE 3

1

RELER TXT. 6

4

RESUMIR 4

1

ESQUEMAT 2

REL.ESQ/RE 1

1

REP. MEMO 1

1

ESQUEMAT 1

1

REP. MEMO 2

RESUMIR 1

RELER TXT. 1

1

LEIT. ORAL 1

5

RELER TXT. 16

3

RESUMIR 5

ESQUEMAT 1

1

REL.ESQ/RE 1

1

REL.ESQ/RE 1

1

ESQUEMAT 3

1

REP. MEMO 1

1

REL.ESQ/RE 1

2

REP. MEMO 3

1

SUBLINHAR 1

segue ...

Page 271: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

271

continuação...

RESUMIR 3

ESQUEMAT 2

REP. MEMO 1

1

REL.ESQ/RE 1

1

REL.ESQ/RE 1

RELER TXT. 1

ESQUEMAT 1

1

REL.ESQ/RE 1

LEIT. ORAL 3

SUBLINHAR 2

RESUMIR 2

1

RELER TXT. 1

1

REP. MEMO 1

RELER TXT. 1

RESUMIR 1

1

REL.ESQ/RE 1

ESQ. / RES. 1

REP. MEMO 1

1

REL.ESQ/RE 1

1

REP. MEMO 1

Page 272: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

272

ESTRATÉGIAS DE APRENDIZADO - DIAGRAMA

DIAGRAMA B 23. ressalta importante - 14. facilita revisão - 11. aumenta concentração TOTAL: 59

SUBLINHAR 31

7

RELER TXT. 16

RESUMIR 6

2

ESQUEMAT 3

RELER TXT. 1

1

1 REP. MEMO 1

RELER TXT. 1

2

REL.ESQ/RE 2

1

LEIT. ORAL 1

ESQ. / RES. 1

1

RELER TXT. 1

1

ESQUEMAT 1

1

RESUMIR 8

ESQUEMAT 4

2

RELER TXT. 3

1

REL.ESQ/RE 1

1

REL.ESQ/RE 1

RELER TXT. 2

ESQUEMAT 1

RELER TXT. 1

REP. MEMO 1

1

REL.ESQ/RE 1

1

REL.ESQ/RE 1

1

LEIT. ORAL 1

LEIT. ORAL 2

1

RELER TXT. 1

ESQ. / RES. 1

1

REL.ESQ/RE 1

segue

Page 273: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

273

continuação...

REP. MEMO 2

1

RESUMIR 2

ESQUEMAT 1

1

REL.ESQ/RE 1

ESQUEMAT 1

RELER TXT. 1

1

REL.ESQ/RE 1

RES.L.ORAL 1

ESQUEMAT 1

RELER TXT. 1

REL.ESQ/RE 1

1

REP. MEMO 1

ESQ. / RES. 1

1

RL.TXT+ E/R 1

Page 274: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

274

ESTRATÉGIAS DE APRENDIZADO - DIAGRAMA

DIAGRAMA C 3. organização - 3. memorização - 2. facilita revisão - 1.ressalta importante TOTAL: 55

RESUMIR 5

SUBLINHAR 2

LEIT. ORAL 1

1

REP. MEMO 1

RELER TXT. 1

1

REL.ESQ/RE 1

ESQUEMAT 2

REL.ESQ/RE 1

RELER TXT. 1

1

1 SUBLINHAR 1

LEIT. ORAL 1

RELER TXT. 1

1

REL.ESQ/RE 1

DIAGRAMA D 2. memorização - 1. facilita compreensão - TOTAL: 14

LEIT. ORAL 2

1

RELER TXT. 2

1

REP. MEMO 1

DIAGRAMA E 1. organização - 1. facilita revisão - 2. memorização TOTAL:34

ESQUEMAT 1

REP. MEMO 1

RELER TXT. 1

1

SUBLINHAR 1

DIAGRAMA F 23. ressalta importante - 14. facilita revisão - 11. aumenta concentração TOTAL: 59

3. organização - 3. memorização - 2. facilita revisão - 1.ressalta importante TOTAL: 55

SUB ou RES 1

LEIT. ORAL 1

1

REP. MEMO 1

DIAGRAMA G 1. organização - 1. facilita revisão - 2. memorização TOTAL:34

3. organização - 3. memorização - 2. facilita revisão - 1.ressalta importante TOTAL: 55

ESQ. / RES. 1

REL.ESQ/RE 1

SUBLINHAR 1

1

RELER TXT. 1

Page 275: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

275

ANEXO VIII

Fichário eletrônico – exemplos

Page 276: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

276

DIAGRAMA A: GERAL- LER SILENCIOSAMENTE

ALUNOS: 43

TRILHAS: 31

RAZÕES: Facilita compreensão, Rapidez, Aumenta concentração

DESCRIÇÃO:- Visão geral para compreensão - Visão de tempo - Dificuldade de concentração

OBS: Com exceção de T2,3,7,9,15,16 e 22 as demais (24) são solitárias, ou

seja esses 24 alunos são particulares nos seus caminhos

DIAGRAMA A: T01 - ASPECTOS GERAIS

TRILHA:

Leitura silenciosa-> Sublinhar-> Resumir

ETAPAS: 3

ALUNOS: 1

DIAGRAMA A: T01 - COMENTÁRIOS

Busca inicialmente uma visão rápida do todo, em seguida ressalta os pontos

mais importantes para então organizar o material com vistas a facilitar a

revisão e memorização do mesmo.

Page 277: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

277

DIAGRAMA A: T01 - RESUMO

Processo construído a partir do global com caminho linear em direção ao

particular. Sugerindo maior preocupação com a compreensão das partes do

que propriamente com a sua memorização.

DIAGRAMA A: T02 - ASPECTOS GERAIS

TRILHA:

Leitura silenciosa-> Sublinhar-> Resumir

-> Esquematizar-> Reler esquemas/resumos

ETAPAS: 5

ALUNOS: 2

DIAGRAMA A: T02 - COMENTÁRIOS

Busca inicialmente uma visão rápida do todo, em seguida ressalta os pontos

mais importantes para então organizar o material com vistas a facilitar a

revisão e memorização, usando para isso duas etapas de elaboração e

finaliza com reforço ágil do material elaborado.

.....

Page 278: Hábitos de estudo construindo uma taxionomia de estilos de aprendizagem

278

Autorizo a reprodução deste trabalho

Rio de Janeiro, 30 de dezembro de 1998

ROSANA NOBRE MACHADO BITTENCOURT SILVA