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Contabilidade financeira Hamilton Cesar Moura

Hamilton Cesar Moura Contabilidade financeira ou comprando mais bens do que pode vender, o que pode forçá-la a reduzir os seus preços, resultando em menores lucros para cada item

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Contabilidade financeiraHamilton Cesar Moura

SumárioCAPÍTULO 3 – Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado ......................................05

Introdução ....................................................................................................................05

3.1 O ativo e o passivo ..................................................................................................05

3.1.1 Ativos .............................................................................................................06

3.1.2 Passivos ..........................................................................................................09

3.1.3 Passivo circulante ............................................................................................10

3.1.4 Passivos não circulantes ...................................................................................11

3.1.5 Patrimônio líquido ...........................................................................................11

3.1.6 Patrimônio líquido x Valor de mercado da empresa .............................................12

3.1.7 Contas patrimoniais e contas de resultado .........................................................12

3.1.8 Sociedades de capital aberto ............................................................................13

3.2 Demonstração do resultado .......................................................................................15

3.2.1 Receitas provenientes de atividades primárias .....................................................17

3.2.2 Receitas provenientes de atividades secundárias ..................................................18

3.2.3 Custos e despesas com atividades operacionais ..................................................19

3.2.4 Custos e despesas com atividades não operacionais ...........................................19

3.3 Outras demonstrações e notas explicativas ..................................................................20

3.3.1 Demonstração dos fluxos de caixa .....................................................................21

3.3.2 Demonstração das mutações do patrimônio líquido ............................................22

3.3.3 Demonstração do valor adicionado ...................................................................24

3.3.4 Notas explicativas ............................................................................................25

Síntese ..........................................................................................................................26

Referências Bibliográficas ................................................................................................27

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Capítulo 3

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IntroduçãoVocê já ouviu falar de balanço patrimonial? Sabe o que significa? A origem da palavra balanço vem da expressão latina bi-lancis, que significa balança de dois pratos. Hoje, as balanças são digitais, mas, há algum tempo, as balanças tinham dois pratos: em um deles colocava-se a mer-cadoria a ser pesada e, no outro, os pesos de 50 g, 100 g, 200 g (gramas), ou de 1 kg, 2 kg, 3 kg (quilos). O equilíbrio da balança é que determinava o peso da mercadoria. Portanto, nesse sentido, balanço patrimonial significa equilíbrio do patrimônio: ativo = passivo + patrimônio líquido.

O balanço patrimonial é uma das principais demonstrações contábeis utilizadas por contadores, empresários, gestores e investidores. As outras são a demonstração do resultado, demonstração de fluxo de caixa e demonstração das mutações do patrimônio líquido. O balanço também é conhecido como a demonstração da posição financeira da empresa.

O balanço patrimonial apresenta a posição financeira da empresa no final de uma data espe-cificada. Também pode ser descrito como uma fotografia da posição financeira da empresa em um determinado momento no tempo. Por exemplo, os valores apresentados no balanço datado de 31 de dezembro de 2014 refletem a fotografia do patrimônio da empresa após ter registradas todas as transações até 31 de dezembro.

Dessa forma, o balanço patrimonial permite que os usuários possam ver o que uma empresa pos-sui, bem como o que deve a outras partes a partir da data indicada no título. Esta é uma valiosa informação para um banqueiro que precisa decidir sobre a concessão de crédito ou empréstimos adicionais para a empresa. Outros usuários que podem estar interessados nas informações do balanço patrimonial são investidores atuais, investidores potenciais, gestores da empresa, forne-cedores, clientes, concorrentes, órgãos governamentais e sindicatos.

3.1 O ativo e o passivoVocê sabe o que significam as palavras ativo e passivo? Tratando apenas do significado contábil, o ativo é o conjunto de bens e direitos de uma entidade e o passivo, o seu conjunto de obriga-ções. Assim, é possível também definir o patrimônio líquido como a diferença entre o ativo e as obrigações da entidade.

Esta seção explicará os ativos e passivos do balanço patrimonial e, na seção seguinte, será apre-sentado o patrimônio líquido.

A explicação do balanço patrimonial será iniciada com dois componentes principais: ativos e passivos.

Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado

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BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO 2013 2014 Var. PASSIVO 2013 2014 Var.

Circulante Circulante

Caixa, bancos, aplic. de curto prazo

300 1.500 1.200Fornecedores, salários

5.500 5.300 -200

Contas a rece-ber

700 1.000 300

Estoque 300 500 200 Não circulante

Não circulanteFinanciamento a longo prazo

5.800 4.900 -900

Investimento permanente

500 700 200

Imobilizado Patrimônio líquido

Máquinas e equipamentos

20.000 25.000 5.000Capital subs-crito

20.000 21.300 1.300

Veículos 10.500 7.700 -2.800Reserva de lucros

1.000 1.000 0

Depreciação -500 -700 -200Resultado do exercícios (an-tes do IR)

3.800 3.800

IntangívelTotal do patri-mônio líquido

21.000 26.100 5.100

Software, pa-tentes

500 600 100

Total 32.300 36.300 4.000 Total 32.300 36.300 4.000

Tabela 1 – Exemplo de balanço patrimonial.

Fonte: Elaborada pelo autor, 2015.

3.1.1 Ativos

Ativos são bens e direitos que a empresa possui, adquiridos por meio das transações. São as apli-cações de recursos na empresa que têm valor econômico e que podem ser medidas e expressas em unidades monetárias. Os ativos também incluem os custos pagos antecipadamente que ainda não expiraram, como a publicidade, seguros e aluguel.

Exemplos das contas de ativos que são relatados no balanço patrimonial de uma empresa são: caixa (dinheiro), bancos, investimentos temporários, contas a receber, estoques, seguro pago antecipadamente, terrenos, obras de melhoria, edifícios, equipamentos, veículos, etc.

Como você já viu anteriormente, em geral, as contas de ativo terão saldos devedores.

Contas dedutivas são contas de ativo com saldos credores e estão sempre relacionadas a outra conta de ativo da qual são redutoras. Exemplos de contas de ativos dedutivas são: provisão para devedores duvidosos, depreciação acumulada-prédios, depreciação acumulada-equipamentos, exaustão acumulada, etc.

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• Classificações de ativos no balanço

Os contadores preparam balanços com as contas classificadas e apresentadas em grupos distin-tos. As classificações de ativos e sua ordem de apresentação no balanço são:

• ativos circulantes;

• ativos não circulantes;

» realizável a longo prazo;

» investimentos;

» edifícios, equipamentos, veículos;

» ativos intangíveis;

» outros ativos.

• Ativos circulantes

Os ativos são definidos como os bens e direitos que uma empresa possui, dos quais se esperam benefícios futuros. Existem dois principais tipos de ativos: ativos circulantes e não circulantes. Dentro dessas duas categorias, existem alguns grupos ou subgrupos de contas.

Ativos circulantes são bens e direitos que uma empresa possui, suscetíveis de serem utilizados ou convertidos em dinheiro dentro de um ciclo de negócios – definido como um ano. Os itens mais comuns nessa categoria são: caixa e equivalentes de caixa, investimentos de curto prazo, contas a receber, estoques e outros ativos circulantes.

• Caixa e equivalentes de caixa

Este item não se refere necessariamente ao dinheiro em uma caixa registradora, mas também ao caso de o ativo ser realizado em dinheiro imediatamente como investimentos em títulos do tesouro direto, que atualmente tem liquidez diária. Esses investimentos podem ser liquidados ra-pidamente com pouco ou nenhum risco de desvalorização. Esse dinheiro pode ser utilizado para qualquer finalidade que a empresa queira.

• Investimentos de curto prazo

Esta conta representa dinheiro investido em títulos com vencimento de até um ano e que rendem juros. Esses investimentos podem levar um pouco mais de tempo para serem realizados, mas, na maioria dos casos, os investidores podem misturá-los com o caixa para descobrir quanto dinheiro a empresa tem à disposição para atender a suas necessidades de curto prazo.

• Contas a receber

Pense nas duplicatas que uma empresa envia a seus clientes por produtos vendidos ou serviços prestados e que espera receber dentro do próximo ano. Em outras palavras, estas são as vendas registradas na demonstração do resultado que ainda não foram recebidas. As contas a receber podem ser apresentadas como um valor líquido que a empresa espera receber, havendo a pos-sibilidade de alguns de seus clientes não pagarem suas duplicatas. O valor dos recebíveis que a empresa prevê que não receberá é conhecido como provisão para devedores duvidosos. A provisão para devedores duvidosos diminui o valor das contas a receber e também aumenta as despesas da empresa – conhecidas como despesas com devedores duvidosos.

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• Estoques

Há muitos tipos diferentes de estoques, incluindo matérias-primas, produtos parcialmente acaba-dos e produtos acabados à espera de serem vendidos. É importante prestar atenção nas empre-sas fabricantes e varejistas que possuem grandes quantidades de estoques físicos.

O valor dos estoques mostrados no balanço patrimonial de uma empresa merece especial aten-ção ao leitor do balanço patrimonial. Similares às contas a receber, as variações de saldos são geralmente relacionadas com as vendas de uma empresa, ou, mais especificamente, o lucro bruto – preço de venda menos o custo do estoque vendido – que faz de cada venda. Se os ní-veis de estoque estão crescendo muito mais rápido do que as vendas de uma empresa, ela está produzindo ou comprando mais bens do que pode vender, o que pode forçá-la a reduzir os seus preços, resultando em menores lucros para cada item vendido e menor rentabilidade. Em alguns casos, existe a possibilidade de ter que reduzir os preços para níveis inferiores ao custo do pró-prio estoque, resultando em prejuízo.

• Outros ativos circulantes

Embora existam muitos itens para listar, esta categoria abriga quaisquer outros ativos que a em-presa possa transformar em dinheiro no próximo ano. No entanto, alguns ativos circulantes não se transformam em dinheiro, e os mais comuns são conhecidos como pagamentos antecipados. Por exemplo, suponha que a Cia. Universal pague por uma apólice de seguro para o próximo ano; as regras de contabilidade dizem que a empresa deve registrar todo pagamento como uma despesa antecipada, no ativo. O pagamento antecipado representa um valor futuro para a empresa – o valor de cobertura de seguro de um ano inteiro. À medida que o ano passa, o valor desse ativo diminuirá, e o montante da redução é registrado como despesa, um processo conhecido como amortização.

• Ativos não circulantes

Os ativos não circulantes são definidos como qualquer conta não classificada como um ativo circulante. Os principais itens são: investimentos de longo prazo, imóveis, instalações, equipa-mentos, fundo de comércio e outros ativos intangíveis.

• Investimentos de longo prazo

Esta conta representa investimentos em títulos com prazos superiores a um ano ou em ações de outras empresas. Esses investimentos não são tão líquidos quanto caixa e investimentos de curto prazo, além disso, os preços podem flutuar. É possível que o valor mostrado no balanço seja mui-to alto ou muito baixo, mas também é possível verificar os detalhes para se certificar dos riscos que a empresa está assumindo com o dinheiro dos acionistas.

• Imobilizado

Estes ativos representam os tijolos e a argamassa de uma empresa: terrenos, edifícios, mobiliário, equipamento, entre outros. O valor de imobilizado no balanço é geralmente o expresso líquido de depreciação acumulada, o montante total da depreciação registrada contra os ativos ao lon-go de sua vida útil. Muitas vezes, edifícios no valor de milhões de reais são demonstrados por valores irrisórios devido à depreciação acumulada. Da mesma forma, o valor real da terra de uma empresa, que é registrado no imobilizado por seu preço de aquisição, pode valer exponen-cialmente mais do que aquilo que está registrado.

• Ativos intangíveis

Ativo intangível é um ativo não monetário identificável, não pode ser tocado nem tem substância física. Exemplos de ativos intangíveis são: software, licenças, marcas, patentes, direitos autorais, direitos de exibição de filmes. Um item é reconhecido como intangível, de acordo com o CPC 04,

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quando atende às duas condições: definição de ativo intangível e critérios de reconhecimento. A definição de ativo intangível deve compreender os critérios de identificação, critérios de controle e critérios de benefícios econômicos futuros.

Os critérios de reconhecimento envolvem cumulativamente:

• a probabilidade de que os benefícios econômicos futuros esperados, atribuíveis ao ativo, sejam gerados em favor da empresa;

• que a mensuração de seu custo possa ser feita com confiabilidade.

Figura 1 – A marca Coca-Cola é exemplo de ativo intangível.

Fonte: Shutterstock, 2015.

3.1.2 Passivos

Passivos são obrigações da empresa; são contas que representam valores devidos aos credores para uma transação passada e normalmente levam a expressão a pagar no seu título. Junto com capital próprio, o passivo pode ser considerado como uma origem dos recursos dos ativos da empresa. As contas do passivo também podem significar uma reivindicação de terceiros contra o patrimônio da sociedade. Por exemplo, no balanço de uma empresa, pode haver ativos de R$ 100.000, passivos de R$ 40.000 e capital próprio de R$ 60.000. A origem dos ativos da empresa são credores/fornecedores em R$ 40.000 e o capital dos sócios em R$ 60.000. Os credores/fornecedores podem fazer uma reivindicação contra os ativos da empresa no valor de R$ 40.000, e os proprietários podem reivindicar o que restar depois de pagos os credores.

O passivo também inclui contas para valores recebidos antecipadamente por vendas ou serviços futuros. Se o valor recebido, registrado em caixa, ainda não foi realizado, a empresa adia o re-gistro das receitas e registra um passivo como adiantamento de clientes.

Exemplos de contas do passivo relatados no balanço de uma empresa são: contas a pagar, salários e encargos a pagar, empréstimos a pagar, juros a pagar, Imposto de Renda a pagar, adiantamento de clientes, processos a pagar, obrigações a pagar, etc.

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As contas do passivo normalmente terão saldos credores, enquanto as contas redutoras do pas-sivo terão saldos devedores. Um saldo devedor em uma conta de passivo é uma exceção ao seu habitual saldo credor.

Exemplos de contas redutoras do passivo são: títulos descontados, desconto sobre títulos a pagar, etc.

As contas que representam obrigações e suas contas redutoras são classificadas em grupos do balanço. As classificações dos passivos e sua ordem de apresentação no balanço são:

• passivo circulante;

• passivo não circulante.

Como funciona o método das partidas dobradas nas contas de ativo e passivo? Por convenção, o ativo fica no lado esquerdo do balanço e o passivo no lado direito, en-tão, quando você quiser aumentar uma conta do ativo, faz-se um débito nessa conta e um crédito em outra conta que deu origem ao recurso para esse aumento de ativo. Quando quiser aumentar uma conta de passivo, faz-se um crédito nessa conta e um débito em outra conta onde esse recurso foi aplicado.

NÓS QUEREMOS SABER!

3.1.3 Passivo circulante

Agora que você está mais familiarizado com o que uma empresa possui, passará para o outro lado do balanço, o que a empresa deve a terceiros.

As obrigações que empresa deve pagar no prazo de um ano são conhecidas como passivo circu-lante. Os principais itens com os quais você deve se preocupar nesta categoria são: fornecedo-res, empréstimos bancários e outras contas a pagar de curto prazo.

• Dívida de curto prazo

Refere-se ao valor que a empresa deve a terceiros por um período de menos de um ano. Muitas vezes, ocorre sob a forma de uma linha de crédito que pode ser sacado a critério da empresa, e os valores normalmente são usados para as necessidades de curto prazo. O valor das parcelas da dívida de longo prazo que deve ser paga dentro de um ano é também incluído nesse item. O valor de empréstimos de curto prazo é uma figura importante, especialmente se uma empresa está com dificuldades financeiras ou paga um alto dividendo, porque todo o montante da dívida deve ser pago de forma relativamente rápida, deixando pouco espaço de manobra. Também o valor que a empresa deve a funcionários, normalmente com prazo muito curto, no mês seguinte, ou as férias provisionadas. O valor que se deve ao governo, proveniente de impostos e encargos sociais, geralmente também tem prazo curto, de um ou dois meses.

• Fornecedores

A conta fornecedores representa o que a empresa deve por bens ou serviços que adquiriu a pra-zo e ainda não foram pagos. É o oposto de contas a receber e, de um modo geral, os analistas gostam de ver as tendências opostas para os dois itens. Por exemplo, com valores a receber, prefere-se uma empresa que cobre o que é devido o mais rápido possível. No entanto, se uma

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empresa puder adiar seus pagamentos obtendo prazos mais longos de seus fornecedores, sem ficar em apuros, terá uma vantagem para o seu fluxo de caixa.

3.1.4 Passivos não circulantes

Exigível a longo prazo, são a outra face de ativos não circulantes. Essas obrigações representam o que a empresa deve a terceiros por um prazo superior a um ano. Embora existam outros itens nesta categoria, o item mais importante é a dívida a longo prazo.

• Dívida a longo prazo

Representa dinheiro que a empresa tomou emprestado, tipicamente por emissão de títulos, que tem um prazo longo de pagamento. Dívida a longo prazo é geralmente arriscada para uma empresa, porque os juros da dívida devem ser reembolsados não importando o andamento do negócio. Determinar quanto a empresa pode tomar de dívida é muito importante e depende de quesitos, como a taxa de juros que a empresa paga sobre sua dívida e a estabilidade dos lucros da empresa e do fluxo de caixa. Uma boa maneira de determinar se uma empresa pode arcar com os pagamentos de juros sobre a sua dívida é ver quantas vezes o lucro operacional da empresa – também conhecido como o lucro antes de juros e impostos (Lajir) – cobrirá as suas despesas de juros e taxa de cobertura de juros.

Para complementar seus estudos, consulte o capítulo 3 do livro Contabilidade empre-sarial, de José Carlos Marion.

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3.1.5 Patrimônio líquido

Qual é a definição correta de patrimônio líquido e por que é uma das partes mais importantes dos relatórios contábeis?

Patrimônio do proprietário é o direito dele sobre os ativos da empresa. Se o negócio for uma sociedade unipessoal, o patrimônio líquido também é conhecido como a conta de capital do proprietário.

O que um proprietário vê nas contas que representam o patrimônio líquido? Se um pequeno empresário quer expandir o seu negócio, precisará de maior quantidade de capital próprio, mas o mais provável é que ele consiga uma instituição financeira que conceda os fundos necessários para a expansão. Se um proprietário quer vender o seu negócio, o patrimônio líquido é a base para a cotação de venda do negócio. Não é o único fator que contribui para a determinação do valor da empresa, mas é o valor de referência, pois é o que sobra dos ativos quando se subtraem as dívidas.

• Conceito

O patrimônio líquido contém as contas que representam os recursos dos sócios ou acionistas da empresa. Assim como os passivos, pode ser pensado como uma fonte de recursos da empresa. O patrimônio líquido muitas vezes é chamado de valor contábil da empresa, porque a parte dos proprietários é igual ao montante de ativos reportados subtraído do montante de obrigações da empresa.

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O capital próprio também pode ser chamado de valor residual de ativos menos passivos. Essas referências fazem sentido se você pensar na equação básica da contabilidade:

Ativos = Passivos + Patrimônio do proprietário

e apenas reorganizando os termos:

Patrimônio líquido = Ativo – Passivo

Exemplos de contas do patrimônio líquido são: capital social, capital a realizar, reservas de ca-pital, lucros acumulados, reservas de lucros.

As contas do patrimônio líquido, assim como as contas do passivo que ficam do lado direito do balanço patrimonial, normalmente terão saldos credores.

Por sua vez, as contas redutoras do patrimônio líquido são uma categoria de contas patrimoniais com saldos devedores. Um saldo devedor em conta do patrimônio líquido é contrário à natureza desse grupo. Um exemplo de conta do patrimônio líquido com saldo devedor é a conta capital a realizar, que será uma conta redutora da conta capital social. Outro exemplo é o resultado negativo da empresa, ou seja, suas operações deram prejuízo e esse resultado está subtraindo recursos dos proprietários ou acionistas.

3.1.6 Patrimônio líquido x Valor de mercado da empresa

Os ativos são demonstrados pelo valor do seu custo no momento da aquisição, não refletindo o seu valor real de mercado, por exemplo, os computadores que foram adquiridos há dois anos por um custo de R$ 100.000, agora podem ter um valor contábil líquido de R$ 60.000, descontada a depreciação. No entanto, o valor real de mercado desses computadores pode não passar de R$ 35.000, devido ao desenvolvimento tecnológico. Um prédio de escritórios comprado pela empresa há 15 anos a um custo de R$ 400.000 agora pode ter um valor patrimonial líquido de R$ 200.000 por conta da depreciação aplicada. No entanto, o valor real do edifício pode ser de R$ 900.000, devido à valorização imobiliária. Como os ativos não são registrados no balanço patrimonial pelo seu valor real de mercado, o patrimônio líquido que aparece no balanço patri-monial não é uma indicação do valor de mercado da empresa.

3.1.7 Contas patrimoniais e contas de resultado

As receitas, os ganhos, os custos, as despesas e as perdas são contas de resultado. As receitas e os ganhos, quando ocorrem, fazem o patrimônio líquido aumentar, enquanto os custos, as despesas e perdas fazem o patrimônio líquido diminuir. Se uma empresa realiza um serviço e aumenta seus ativos, o patrimônio líquido vai aumentar quando a conta receita de serviços for encerrada no final do exercício contábil.

Para saber mais sobre os assuntos tratados, consulte o livro Curso de Contabilidade Introdutória em IFRS e CPC (item 2.3.3 do capítulo 3), de Marcelo Cavalcanti Almeida.

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3.1.8 Sociedades de capital aberto

Sociedade anônima (S/A) é uma das várias formas com as quais uma empresa pode ser constituí-da. Segundo a Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, “a companhia ou Sociedade Anônima terá o capital dividido em ações e a responsabilidade dos sócios ou acionistas será limitada ao preço da emissão das ações subscritas ou adquiridas”.

Dessa forma, algumas características de uma sociedade anônima são:

• capital dividido em ações;

• a responsabilidade dos sócios é limitada ao valor ou porcentagem de ações que ele possui;

• é formada por, no mínimo, 5 sócios, chamados de acionistas;

• uso exclusivo de denominação social ou nome fantasia (não utiliza firma ou razão social);

• é sempre comercial.

Companhia ou sociedade anônima são termos que possuem o mesmo significado, querem dizer a mesma coisa, embora companhia (cia.) seja empregada no início da denominação social da empresa, e S/A no fim.

Uma sociedade anônima pode ter seu capital aberto ou fechado.

• Capital aberto

São as empresas que emitem títulos (ações) a serem negociados em bolsa de valores ou em mercado de balcão (corretoras, instituições financeiras) e que possuem registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Uma empresa com capital aberto precisa ainda contar com uma instituição financeira que realize a intermediação.

• Capital fechado

São as empresas menores, com patrimônio inferior ao exigido pela CVM e que, por isso, não emitem ações a serem negociadas.

Uma parte dos lucros de uma sociedade anônima deve, obrigatoriamente, ser dividida entre os acionistas. São os chamados dividendos. A outra parte deve ser dividida para compor a chama-da reserva legal e a reserva para contingências. A porcentagem do lucro a ser dividida entre os acionistas é a que estiver estabelecida pelo estatuto, ou deve ser decidida em assembleia, não podendo, segundo a lei, ser menor do que 25% do lucro líquido.

Os cargos administrativos em uma empresa S/A podem ser ocupados por pessoas que não são acionistas da empresa. No entanto, somente os acionistas votam nas eleições para o conselho de administração.

A propriedade de uma empresa é representada por ações. Quando um proprietário investe di-nheiro na empresa em uma oferta inicial de ações, a empresa registra o recebimento (aumento) de dinheiro e um aumento na conta capital realizado do patrimônio líquido. Essa conta repre-senta a quantidade de capital que veio dos proprietários. A outra parte do patrimônio líquido é lucros acumulados, que é o lucro obtido até a data que não foi distribuído aos proprietários por meio de pagamentos de dividendos. Dessa forma, capital realizado consiste em ações contabili-zadas e pagas em contas de capital.

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As ações de uma empresa podem ser emitidas nas seguintes classes:

• ações ordinárias: todas as empresas devem ter ações ordinárias, pois essa classe de ações tem direito de voto;

• ações preferenciais: os acionistas preferenciais têm prioridade nos pagamentos de dividendos e nos ativos de liquidação da empresa. No entanto, os acionistas preferenciais não têm direito a voto.

• Ações em tesouraria

Este item mostra o quanto uma empresa recomprou de suas próprias ações. Quando são com-pradas ações da própria empresa, são registradas pelo seu custo de recompra em uma conta chamada ações em tesouraria. A empresa que deseja comprar suas próprias ações, que tenham sido previamente emitidas, deve adquirir no mercado ao preço de mercado atual, o que geral-mente é superior ao seu preço de emissão original.

A recompra de ações é análoga ao pagamento de dividendos aos investidores e, em alguns ca-sos, pode ser ainda mais desejável. Os investidores devem tomar nota das alterações nessa conta para ver quantas ações a empresa está recomprando de um período para o outro.

As transações relacionadas a ações próprias de uma empresa não podem envolver quaisquer ga-nhos ou perdas e não podem ter qualquer efeito sobre a demonstração de resultados, que relata os resultados das operações. Isso é para evitar a manipulação dos lucros reportados por meio de transações relacionadas a ações próprias de uma empresa. O risco de abuso de informação privilegiada para obter ganhos pessoais é muito grande.

Todas as transações relacionadas a ações próprias de uma empresa serão registradas somente nas contas do balanço patrimonial e afetam os ativos (dinheiro) e contas patrimoniais. Ações em tesouraria é considerada uma conta de patrimônio líquido invertida e está listada na última seção. Por ser uma conta invertida, é subtraída para determinar patrimônio total.

Operações de tesouraria também afetam a quantidade de ações em circulação. A quantidade de ações emitidas menos a quantidade de ações em tesouraria é igual à quantidade de ações em circulação. A quantidade emitida não é afetada.

Há várias razões para uma empresa querer comprar suas próprias ações. Por exemplo, precisar de ações para satisfazer plano de obrigações com empregados quando todas as ações autoriza-das foram emitidas.

• Dividendos

Dividendos são distribuições aos acionistas da empresa e são baseados no valor do capital legal e/ou uma quantidade de ações em circulação. Podem ser distribuídos com pagamentos em di-nheiro ou com ações adicionais de estoque chamado de dividendos de ações.

Os dividendos são pagos quando a empresa tem lucros retidos suficientes e dinheiro em caixa. A quantidade pode ser expressa como um valor por ação, que é multiplicado pelo número de ações em circulação para determinar o total pago, ou como uma porcentagem, que é calculada multiplicando a taxa percentual pelo valor do capital das ações em circulação. Esse evento deve reduzir os ativos e o patrimônio da empresa.

Veja um exemplo no caso prático a seguir: a WEG é uma empresa, sediada em Santa Catarina, que vende motores, soluções de energia, tintas e vernizes para o mundo inteiro, de forma que 50% de suas receitas vêm de suas exportações.

O gráfico a seguir mostra a evolução da política de dividendos da WEG nos últimos oito anos:

15

45%

229

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

299

503575 560 549 520

587656

843

301

Proventos declarados

Em R$ milhões

Lucro Líquido Pay-out

300 306 339 375462

52% 54% 55% 59% 58% 57% 55%

Figura 2 – Gráfico de distribuição de dividendos da WEG.

Fonte: Empiricus, 2015.

Pela leitura do gráfico, fica claro que os proventos pagos por essa empresa multiplicaram-se significativamente no período, saltando de R$ 229 milhões em 2006 para R$ 462 milhões em 2013, ou seja, um aumento de mais de 100%.

Observando as colunas em azul-claro (dividendos), você percebe que nesses oito anos a empresa diminuiu a distribuição de dividendos em apenas uma ocasião: 2009, ano intimamente ligado a condições macroeconômicas excepcionais causadas pela crise financeira internacional de 2008, fora do alcance da própria empresa.

Nos outros sete anos, os acionistas de WEGE3 (código da ação da WEG na Bovespa) só viram sua rentabilidade crescer. Parece interessante ter ações de empresas que pagam tantos dividen-dos, não é verdade?

3.2 Demonstração do resultadoA demonstração do resultado é uma das principais demonstrações contábeis utilizadas por con-tadores e empresários. As outras principais demonstrações contábeis são o balanço patrimonial, demonstração dos fluxos de caixa, a demonstração do valor adicionado e a demonstração das mutações patrimoniais. A demonstração do resultado também é conhecida como a demonstra-ção de lucros e perdas (L & P), mas será utilizada a denominação demonstração do resultado ao longo deste estudo.

Antes de seguir a leitura, responda: você sabe qual é a importância da demonstração do resul-tado?

A demonstração do resultado é importante porque mostra a rentabilidade de uma empresa em um intervalo de tempo específico. O período de tempo em que os resultados são medidos pode ser escolhido pelos gestores. Por exemplo, o título da demonstração do resultado pode indicar:

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• “Para os três meses encerrados em 31 de dezembro de 2014”, período de 1º de outubro a 31 de dezembro de 2014.

• “As quatro semanas encerradas em 27 de dezembro de 2014”, período de 29 de novembro até 27 de dezembro de 2014.

• “O ano fiscal encerrado em 30 de junho de 2014”, período de 1º de julho de 2013 a 30 de junho de 2014.

Observe que a demonstração do resultado mostra as receitas, despesas, ganhos e perdas; não mostra os recebimentos nem os pagamentos em dinheiro.

Como a rentabilidade interfere nas decisões financeiras?

É necessário prestar atenção à rentabilidade de uma empresa por muitas razões, por exemplo, se uma empresa não for capaz de operar lucrativamente, a última linha da demonstração do resultado indicará um prejuízo líquido, consequentemente, os bancos ou credores podem hesitar em dar mais crédito para a empresa. Por outro lado, em uma empresa que opera lucrativamente, a última linha da demonstração do resultado indica um lucro líquido, demonstrando sua capaci-dade de utilizar os recursos emprestados e investir de forma bem-sucedida. A capacidade de uma empresa operar lucrativamente é importante para os credores atuais e potenciais investidores, credores, gestores da empresa, concorrentes, órgãos governamentais, sindicatos e outros. Veja um exemplo de demonstração do resultado.

Magazine Luiza S.A. Demonstrações do resultado

Exercícios findos em 31 de dezembro de 2014 e 2013

(Valores expressos em milhares de reais – R$) Consolidado

Nota explicativa

2014 2013

Receita líquida de vendas 22 9.779.385 8.088.439

Custo das mercadorias revendidas e das pres-tações de serviços

23 (7.086.909) (5.825.444)

Lucro bruto 2.692.476 2.262.995

Receitas (despesas) operacionais

Com vendas 24 (1.746.258) (1.513.769)

Gerais e administrativas 24 (442.550) (403.722)

Perdas com créditos de liquidação duvidosa (22.547) (21.212)

Depreciação e amortização (114.332) (101.958)

Resultado de equivalência patrimonial 13 e 14 99.620 54.464

Outras receitas operacionais, líquidas 24 e 25 24.519 98.168

(2.165.359) (1.888.029)

Lucro operacional antes do resultado finan-ceiro

490.928 374.966

Receitas financeiras 96.469 69.398

Despesas financeiras (457.211) (313.360)

17

Resultado financeiro 26 (360.742) (243.962)

Lucro operacional antes do Imposto de Renda e da contribuição social

130.186 131.004

Imposto de Renda e contribuição social cor-rentes e diferidos

12 (1.630) (17.198)

Lucro líquido do exercício 128.556 113.806

Lucro atribuível a:

Proprietários da controladora 128.556 113.806

Lucro por ação

Básico e diluído (reais por ação) 0,70 0,61

Tabela 2 – Demonstração do resultado.

Fonte: Adaptado de Magazine Luiza, 2014.

NÃO DEIXE DE VER...

Assista ao vídeo Módulo Básico – Orçamento Financeiro: o Resultado do Exercício – Programa 32, que explica os componentes da DRE de forma divertida. Disponível em: <http://globotv.globo.com/fundacao-roberto-marinho/telecurso-tec/v/modulo-basico orcamento-financeiro-o-resultado-do-exercicio-programa-32/1246762/>.

3.2.1 Receitas provenientes de atividades primárias

As receitas provenientes das atividades primárias são chamadas receitas operacionais. As prin-cipais atividades de um comércio varejista são compra e venda de mercadorias. As principais atividades de um fabricante de determinado produto são a produção e venda dos produtos. As receitas resultantes de suas atividades primárias são chamadas de receitas de vendas ou vendas para os varejistas, atacadistas, distribuidores e fabricantes. Uma empresa que presta serviços está envolvida com aquisição de conhecimentos e competências, que vende aos clientes. As receitas de seus principais serviços são chamadas de receitas de serviços.

É importante que você não confunda receitas com recebimentos. Sob o regime de competência de exercícios, as receitas de serviços e as receitas de vendas são mostradas na primeira linha da demonstração do resultado do período em que os produtos são entregues ou os serviços são executados para o cliente, e não no período em que ocorre o recebimento do dinheiro. Para simplificar o raciocínio, as receitas ocorrem quando são ganhas ou realizadas, e os recebimentos ocorrem quando o valor da receita é recebido.

Reforçando a distinção entre as receitas e os recebimentos com mais alguns exemplos, lembre-se de que todos os exemplos a seguir utilizam o regime de competência de exercícios.

• A Lavanderia Lava Bem toma emprestados R$ 10.000 de seu banco por meio da assinatura de uma nota promissória com vencimento em 90 dias. A empresa terá um recebimento de R$ 10.000 no momento em que receber o empréstimo, mas não tem receitas, porque não ganhou dinheiro pela execução de um serviço ou da venda de um produto.

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• A Lavanderia Lava Bem prestou um serviço de R$ 1.000 em 31 de janeiro e deu ao cliente até 10 de março para pagar o serviço. A demonstração do resultado da empresa de janeiro mostrará uma receita de R$ 1.000. Quando o dinheiro for efetivamente recebido em março, o resultado de março não mostrará as receitas para essa transação. Em março, a Lava Bem relatará uma entrada de caixa e uma redução do contas a receber.

• A Lavanderia Lava Bem realiza um serviço de R$ 400 em 31 de dezembro e recebe os R$ 400 no mesmo dia. Essa empresa relatará R$ 400 em receitas em 31 de dezembro, não porque a empresa teve uma entrada de caixa em 31 de dezembro, mas porque o serviço foi realizado e ganho no mesmo dia.

• Em 10 de dezembro, um novo cliente pede a uma empresa de consultoria um serviço de R$ 25.000 em janeiro. Estando incerto se esse cliente merece crédito ou não, para ficar mais segura, a empresa de consultoria pede um pagamento parcial antecipado de R$ 10.000 antes de agendar o trabalho para janeiro. Embora a empresa de consultoria tenha recebido R$ 10.000 em dezembro, ela não tem receitas em dezembro. Em dezembro, a empresa registrará um passivo de R$ 10.000. A empresa de consultoria relatará os R$ 10.000 de receitas quando executar R$ 10.000 dos serviços em janeiro.

3.2.2 Receitas provenientes de atividades secundárias

São também chamadas de receitas não operacionais e referem-se aos valores que uma empresa ganha fora de sua atividade, compra e venda de bens e serviços. Por exemplo, quando um co-mércio varejista ganha juros sobre as sobras de caixa que ficaram aplicadas ou ganha aluguel de algum espaço ocioso, essas receitas não são resultado da compra e venda de mercadoria. Essas receitas são relatadas na demonstração do resultado separadas da sua atividade principal de vendas ou prestação de serviços.

Como acontece com as receitas operacionais, as receitas não operacionais são relatadas na demonstração de resultados durante o período em que foram auferidas, e não quando recebidas.

Atenção: não confunda as receitas com recebimentos

As receitas operacionais e não operacionais ocorrem quando uma venda é feita ou quando são ganhas. As receitas são frequentemente contabilizadas antes de receber o dinheiro.

• Lucros não operacionais

Os ganhos como o ganho na venda de ativos de longo prazo ou ações judiciais resultam de uma transação que está fora das principais atividades da maioria das empresas. Um ganho é relatado na demonstração de resultados como o líquido de dois valores: valor recebido pela venda de um ativo de longo prazo menos o valor contábil registrado nos livros para esse item. Ocorre o lucro quando os recursos são maiores do que o valor contábil.

Veja este exemplo: suponha que um varejista de vestuário decidiu alienar o carro da empresa e vendeu por R$ 6.000. Os R$ 6.000 que recebeu da venda do carro não serão incluídos em re-ceitas de vendas porque a conta de vendas é usada apenas para a venda de mercadorias. Como esse varejista não está no ramo de compra e venda de carros, a venda do carro está fora de ati-vidades primárias da empresa. Ao longo dos anos, o custo do carro foi depreciado nos registros contábeis da empresa e, como resultado, o valor recebido pelo carro, R$ 6.000, foi maior do que o montante líquido que consta nos registos contábeis, que era de R$ 3.500. Isso significa que a empresa tem de demonstrar um ganho igual ao valor da diferença, que, nesse caso, é de R$ 2.500. Esse ganho não deve ser classificado como receita de vendas nem deve ser demonstrado como parte das atividades primárias da empresa. Em vez disso, o ganho será exibido em uma se-ção da demonstração do resultado chamada de lucros não operacionais ou outros rendimentos.

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3.2.3 Custos e despesas com atividades operacionais

As despesas envolvidas em atividades operacionais são os gastos que foram realizados para que a empresa pudesse ganhar as receitas operacionais normais. O custo dos produtos vendidos é combinado com as vendas relacionadas na demonstração de resultados, independentemente de quando o fornecedor da mercadoria for pago. Da mesma forma, sob o regime de competência de exercícios, despesas de comissões de vendas devem aparecer na demonstração do resultado no mesmo período em que as vendas relacionadas forem demonstradas, independentemente de quando a comissão for efetivamente paga.

Os exemplos anteriores refletem o princípio do regime de competência de exercícios, as despesas na demonstração de resultados não necessariamente envolvem saídas de caixa.

É comum que as despesas ocorram antes que a empresa pague para elas, por exemplo, os salários auferidos por funcionários, bônus aos funcionários e férias e comissões de vendas. No entanto, algumas despesas ocorrem depois que a empresa pagou por elas, como, por exemplo, uma empresa compra um edifício em 31 de dezembro de 2013 por R$ 300.000, excluindo o cus-to do terreno. A vida útil do edifício é estimada em 30 anos. A empresa pagou em dinheiro pelo edifício em 31 de dezembro de 2013, mas registrará a despesa de depreciação de R$ 10.000 em cada um dos anos de 2014 até 2043.

Os pagamentos em dinheiro nem sempre indicam a ocorrência de uma despesa, por exemplo, uma empresa pode pagar R$ 20.000 ao banco para reduzir o seu empréstimo bancário. Esse pagamento reduzirá o caixa da empresa e sua obrigação para com o banco, mas não é uma despesa.

Algumas despesas são comparadas com as vendas na demonstração de resultados, porque existe uma ligação de causa e efeito, venda da mercadoria causou o custo dos produtos vendidos e as despesas de comissão de vendas. Outras despesas não estão diretamente ligadas às vendas e, como resultado, são comparadas com o período contábil, quando são consumidas ou utilizadas, como, por exemplo, despesa de serviços públicos, despesas de salários de escritório e despesas de depreciação. Algumas despesas, tais como as despesas de publicidade e as despesas de pes-quisa e desenvolvimento, não podem nem ser relacionadas com vendas nem com um período contábil específico e, como resultado, elas são relatadas como despesas assim que ocorrem.

3.2.4 Custos e despesas com atividades não operacionais

As despesas com atividades não operacionais são chamadas de despesas não operacionais. Por exemplo, a despesa de juros é uma despesa não operacional, pois envolve as finanças do negócio, e não as principais atividades de compra, produção e venda ou prestação de serviços.

As perdas, tais como a perda com a venda de ativos de longo prazo ou a perda sobre ações judiciais, resultam de uma transação que está fora de atividades primárias de uma empresa. A perda é relatada pelo valor líquido entre o valor contábil dos livros da empresa menos a receita da venda, ocorrendo perda quando as receitas são inferiores ao valor contábil.

Suponha que um comerciante de vestuário decida alienar um carro da empresa, e as receitas provenientes da venda são de R$ 28.000. Isso é menos do que o valor de R$ 35.000 que consta nos registros contábeis da empresa. Como esse comerciante não está no negócio de compra e venda de automóveis, a venda do carro está fora das atividades operacionais de compra e venda de roupas, ou seja, a venda do carro não será incluída nas receitas de vendas, e a perda de R$ 7.000 sobre a venda do carro não será incluída nas despesas operacionais. A perda de R$ 7.000 será demonstrada em uma seção da demonstração do resultado com o nome ganhos ou perdas não operacionais ou outros lucros ou prejuízos.

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Figura 3 – Representação gráfica de lucros crescentes.

Fonte: Shutterstock, 2015.

É possível uma empresa apresentar lucro em sua DRE e não ter caixa para pagar suas contas? Sim, é possível. O resultado apresentado na DRE não é financeiro, o que sig-nifica que nem todas as receitas apresentadas foram recebidas e nem todas as despe-sas foram pagas. É possível chegar ao resultado financeiro, somando-se ao resultado econômico da DRE todas as despesas não pagas e subtraindo-se todas as receitas não recebidas. No entanto, existe outro demonstrativo que nos dá o resultado financeiro, que é a demonstração do fluxo de caixa.

NÓS QUEREMOS SABER!

3.3 Outras demonstrações e notas explicativasPor que o balanço patrimonial e a demonstração do resultado não são suficientes para informar os usuários da contabilidade?

Porque alguns usuários estão interessados em detalhes da situação financeira e econômica da empresa, e essas duas importantes demonstrações não conseguem responder, por exemplo, quanto a empresa pagou a fornecedores e empregados durante o exercício.

As demonstrações apresentadas a seguir complementam a informação contábil aos seus usuários e as notas explicativas afinam ainda mais todas as informações, esclarecendo alguns pontos que não foram suficientemente evidenciados nas demonstrações.

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3.3.1 Demonstração dos fluxos de caixa

Como já discutido em capítulos anteriores, as receitas da demonstração do resultado nem sem-pre significam recebimentos de clientes, pois as vendas podem ser realizadas a prazo. Além disso, as despesas apresentadas na demonstração do resultado podem não ser iguais ao valor pago durante o período porque as despesas podem ser efetuadas em um período e pagas em outro. Como a demonstração do resultado não fornece informações sobre os fluxos de caixa, os contadores preparam a demonstração do fluxo de caixa para relatar as entradas e saídas de di-nheiro. A equação de fluxo de caixa descreve as causas da alteração do saldo de caixa relatado no balanço do final do último período para o fim do período atual:

+/- Fluxos de caixa das atividades operacionais

+/- Fluxos de caixa das atividades de investimento

+/- Fluxos de caixa das atividades de financiamento

= Alterações em caixa

Note que cada uma das três fontes de fluxos de caixa pode ser positiva ou negativa.

A demonstração de fluxos de caixa da Cia. Universal é apresentada abaixo como um exemplo. A demonstração dos fluxos de caixa divide as entradas de caixa e saídas, recebimentos e pa-gamentos da Cia. Universal em três categorias principais de fluxo de caixa: os fluxos de caixa das atividades operacionais, de investimento e de financiamento. O título identifica o nome da entidade, o título do relatório, o período e a unidade de medida utilizada. Assim como acontece na demonstração do resultado, a demonstração de fluxos de caixa cobre um período de tempo específico, o período contábil, que, nesse caso, é de um ano.

Cia. Universal Demonstração do fluxo de caixa

2014 (em R$ 1.000)

Fluxos de caixa das atividades operacionais

Recebimentos de clientes R$ 33.563,00

Pagamentos a fornecedores -25.854,00

Pagamentos a empregados -5.000,00

Pagamentos de juros -450

Pagamentos de impostos -1.190,00

Fluxo líquido de caixa das atividades operacionais R$1.069,00

Fluxos de caixa das atividades de investimento

Pagamentos de compra de equipamentos de produção -1.625,00

Fluxo líquido de caixa das atividades de investimento -1.625,00

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Fluxos de caixa das atividades de financiamento

Recebimentos de empréstimos bancários 1.400,00

Pagamentos de dividendos -1.000,00

Fluxo líquido de caixa das atividades de financiamento 400

Redução do caixa durante o período -156

Saldo de caixa no início do período 5.051,00

Saldo de caixa no final do período 4.895

Tabela 3 – Demonstração do fluxo de caixa.

Fonte: Elaborada pelo autor, 2015.

• Fluxos de caixa das atividades operacionais

São fluxos de caixa que estão diretamente relacionadas com a geração de renda. Por exemplo, quando os clientes da Cia. Universal pagam pelos produtos que foram entregues a eles, a em-presa lista os montantes obtidos, o dinheiro recebido dos clientes. Quando a Cia. Universal paga salários a seus empregados, pesquisa e desenvolvimento, ou paga as duplicatas recebidas de seus fornecedores, inclui os montantes em dinheiro pagos aos fornecedores, colaboradores etc.

• Fluxo de caixa das atividades de investimento

Incluem os fluxos de caixa relacionados com a aquisição ou venda de ativos produtivos da empre-sa. Este ano a Cia. Universal teve apenas uma saída de caixa para atividades de investimento: com-prou equipamento de produção adicional para atender à crescente demanda por seus produtos.

• Fluxos de caixa das atividades de financiamento

Estão diretamente relacionados com o financiamento da própria empresa e envolvem o recebi-mento ou pagamento aos investidores e credores, exceto para fornecedores. A Cia. Universal tomou um empréstimo adicional de R$ 1.400.000 para comprar a maioria dos novos equipa-mentos de fabricação, também remunerou os acionistas com um pagamento de dividendos no valor de R$ 1.000.000.

3.3.2 Demonstração das mutações do patrimônio líquido

A demonstração das mutações do patrimônio líquido – DMPL contém a demonstração de lucros acumulados DLPA, detalha as alterações no patrimônio líquido durante o período contábil, apre-sentando o movimento das contas que compõem o patrimônio líquido.

As alterações no patrimônio líquido durante um período contábil incluem os seguintes elementos: o lucro líquido ou a perda durante o período contábil, aumentos ou diminuições em reservas de capital, os pagamentos de dividendos aos acionistas, os ganhos e as perdas reconhecidos dire-tamente no patrimônio líquido, efeito de alterações nas políticas contábeis, efeito da correção de eventuais erros do período anterior. Veja exemplo na Tabela 4.

23

EMPRESA DELTA S/A - DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO FINDO EM 31.12.2012 EM MILHARES DE R$

Reser-vas de capital

Reser-vas de lucros

Componentes Capital realizado

Ágio na emissão de ações

Sub-venções para investi--mentos

Reserva para contin--gência

Reserva estatu--tária

Reserva legal

Lucros acumu--lados

Total

Saldo em 31.12.2011

700.000 125.000 100.000 - 200.000 100.000 290.000 1.515.000

Ajustes de exer-cícios anteriores

- - - - - - (3.000) (3.000)

Aumento de capital:

1.300.000 250.000 - - - - - 1.550.000

Por subscrição realizada

343.00 - - - - - - 1.550.000

Com lucros e reservas

343.000 - - - (140.000) - (203.000) -

Lucro líquido do exercício

- - - - - - 800.000 800.000

Destinações propostas pela administração

- - - - -

Reserva legal - - - - 100.000 - (100.000) -

Reserva estatu-tária

- - - 350.000 - - (350.000) -

Dividendo a dis-tribuir (R$ 0,08 por ação)

- - - - - - (200.000) (200.000)

Saldo em 31.12.2012

2.343.000 375.000 100.000 350.000 160.000 150.000 184.000 3.662.000

Tabela 4 – Exemplo ilustrativo de uma demonstração das mutações do patrimônio líquido.

Fonte: Agn Contabilidade, 2015.

A demonstração das mutações do patrimônio líquido está diretamente relacionada ao balanço patrimonial e à demonstração do resultado.

A demonstração das mutações do patrimônio líquido mostra o movimento das reservas de capi-tal, reservas de lucros, reservas para contingências, reserva estatutária e reserva legal, relatadas no balanço patrimonial da entidade no início do período e ao final do período. A demonstra-ção inclui, portanto, a mudança nas reservas de capital decorrentes de problemas de capital e resgates, os pagamentos de dividendos, o lucro líquido ou prejuízo apurado na demonstração do resultado, juntamente com os ganhos ou as perdas reconhecidos diretamente no patrimônio líquido, por exemplo, reserva de reavaliação.

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3.3.3 Demonstração do valor adicionado

A demonstração do valor adicionado indica o valor acrescentado gerado por uma empresa no ano fiscal, como a sua contribuição para o produto interno bruto de seu país de origem, e como ele é apropriado.

A DVA, em sua primeira parte, deve apresentar de forma detalhada a riqueza produzida pela entidade por meio dos seguintes componentes: vendas de mercadorias, produtos e serviços, outras receitas e a constituição ou reversão da provisão para créditos de liquidação duvidosa, diminuídas dos insumos adquiridos de terceiros: custos das matérias-primas, embalagens, outros materiais, mercadorias, energia, outras utilidades, serviços e outros.

A segunda parte da DVA deve apresentar de forma detalhada como a riqueza obtida pela enti-dade foi distribuída. Os principais componentes dessa distribuição estão apresentados a seguir: remuneração dos recursos humanos, remuneração dos emprestadores de capital, governo e remuneração do capital próprio. Daí os detalhes do tipo pessoal, impostos, taxas e contribuições, juros, aluguéis, juros sobre o capital próprio (JSCP), dividendos e lucros destinados às reservas, etc.

No exemplo da Tabela 5, veja o valor adicionado gerado pelo Grupo Volkswagen no ano em análise foi de 19,2% menor do que no ano anterior.

O valor adicionado gerado pelo grupo Volkswagen

Fonte dos fundos em € milhões

2013 2012 *

Receita das vendas 197.007 192.676

Outras receitas 13.994 24.642

O custo de materiais -127.089 -122.450

Depreciação e amortização -14.686 -13.135

Outros gastos iniciais -21.027 -22.070

Valor adicionado 48.198 59.663

Apropriação de fundos em € milhões

2013 % 2012 * %

Aos acionistas (dividendos) 1.871 3,9 1.639 2,8

Aos empregados (salários e benefícios)

31.747 65,9 29.504 49,5

Para o estado (impostos e taxas) 3.865 8 4.322 7,2

Aos credores (despesa de juros) 3.442 7,1 3.957 6,6

Para a companhia (reservas) 7.274 15,1 20.242 33,9

Valor adicionado 48.198 100,0 59.663 100,0

Tabela 5 – Demonstração do valor adicionado.

Fonte: Adaptado de Volkswagen, 2013.

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3.3.4 Notas explicativas

O principal objetivo das notas explicativas das demonstrações contábeis é o de esclarecer ainda mais os procedimentos de contabilidade utilizados por uma empresa, bem como a divulgação de informações que ocorreram durante e imediatamente após o encerramento do período contábil. Essas informações são muito importantes quando se comparam as demonstrações contábeis de duas ou mais empresas, pois saber como os números foram calculados e em quais circunstâncias ajuda os usuários a entenderem melhor as diferenças entre os valores de diferentes demonstra-ções contábeis.

Uma primeira nota pode explicar o método de contabilização utilizado pela empresa ao elaborar suas demonstrações, como, por exemplo, o método utilizado para a depreciação de seus ativos.

A empresa pode destacar como avalia seus estoques pela média ponderada ou pelo Peps – pri-meiro a entrar, primeiro a sair.

Quando as demonstrações contábeis envolvem informação financeira não apenas de uma em-presa, mas também de suas subsidiárias, merecem uma nota explicativa.

A empresa pode detalhar nas notas explicativas seus empréstimos, informando o prazo de venci-mento e as demais condições para que o leitor tenha a informação completa do endividamento da empresa.

Para complementar seus estudos, consulte o artigo Importância das Notas Explicativas, de Lucas Ortiz Perin. Disponível em: <http://www.administradores.com.br/artigos/aca-demico/importancia-das-notas-explicativas/78628/>.

NÃO DEIXE DE LER...

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SínteseNeste capítulo, você:

• estudou o balanço patrimonial, reforçando a ideia da equação patrimonial, que é o equilíbrio entre ativo, passivos e patrimônio líquido;

• entendeu que o ativo é o conjunto de bens e direitos e suas contas são classificadas em: ativos circulantes e ativos não circulantes;

• viu que o passivo é o conjunto de obrigações da empresa e suas contas são classificadas em: passivos circulantes e passivos não circulantes;

• compreendeu que a demonstração do resultado oferece informações úteis para tomada de decisões de investidores, financiadores e gestores da empresa;

• aprendeu que as receitas primárias são chamadas de receitas operacionais e são aqueles ganhos provenientes da atividade principal da empresa;

• viu que os custos da venda são deduzidos da receita líquida da empresa, obtendo-se o lucro bruto, ou seja, o lucro antes das despesas operacionais;

• entendeu que o patrimônio líquido é formado pelos recursos investidos e reinvestidos pelos proprietários ou acionistas da empresa;

• estudou que as sociedades de capital aberto emitem ações que são negociadas em bolsas de valores, isto é, quando você compra uma ação, é como se estivesse comprando um pedaço da empresa ou se tornando sócio dela;

• compreendeu que a demonstração dos fluxos de caixa mostra toda a movimentação financeira da empresa, com recebimentos e pagamentos categorizados em atividades operacionais, atividades de investimento e atividades de financiamento;

• entendeu que a demonstração das mutações do patrimônio líquido detalha a movimentação de todas as contas do patrimônio líquido da empresa de um período a outro;

• soube que a demonstração do valor adicionado mostra as fontes dos fundos gerados pela empresa e sua distribuição entre os participantes do negócio: empregados, acionistas, governo, credores e a própria empresa;

• viu que as notas explicativas são essenciais para detalhar e melhorar a informação para os usuários das demonstrações contábeis, esclarecendo todos os procedimentos utilizados em sua preparação.

Síntese

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ReferênciasALMEIDA, M. C. Curso de Contabilidade Introdutória em IFRS e CPC. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2014.

BRASIL. Presidência da República. Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por Ações. Disponível em: <http://www.normaslegais.com.br/legislacao/contabil/lei6404_1976.htm>. Acesso em: 20 jun. 2015.

COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. CPC 04 (R1) – Ativo Intangível. Dis-ponível em: <http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=35>. Acesso em: 4 ago. 2015.

EQUIPE DE PROFESSORES DA FEA/USP. Contabilidade Introdutória. 11. ed. São Paulo: Edi-tora Altas, 2011.

GLOBO.TV. Módulo Básico – Orçamento Financeiro: O Resultado do Exercício – Progra-ma 32. [vídeo]. Realização de Fundação Roberto Marinho, Governo do Estado de São Paulo e Centro Paula Souza. 10 min. Disponível em: <http://globotv.globo.com/fundacao-roberto-ma-rinho/telecurso-tec/v/modulo-basico-orcamento-financeiro-o-resultado-do-exercicio-progra-ma-32/1246762/>. Acesso em: 22 jul. 2015.

MARION, J. C. Contabilidade Básica. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2009.

______. Contabilidade Empresarial. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2011.

PERIN, L. O. Importância das notas explicativas. Administradores, [s. l.], 7 jul. 2014. Dis-ponível em: <http://www.administradores.com.br/artigos/academico/importancia-das-notas--explicativas/78628/>. Acesso em: 20 jun. 2015.

Bibliográficas