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Hélio Klabono Jr. ● Paz Inquieta [algumas páginas]

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João Batista, um profeta em paz diante de Deus, mas indignado com as injustiças sociais. "Paz Inquieta" é uma contradição de termos, mas não uma contradição de atitude para os que amam o Reino de Deus.

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Paz Inquieta

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Hélio Klabono Jr.

Paz InquietaJoão Batista, um profeta em paz diante de Deus,

mas indignado com as injustiças sociais

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Índice para catálogo sistemático:1. Comentários : Novo Testamento : Bíblia 225.72. Novo Testamento : Bíblia : Comentários 225.7

Copyright © 2013 by Hélio Klabono Jr.

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Letícia Teófilo

Monalisa Morato

Project Nine

Fabrícia Romaniv

Novo Século

2013IMPRESSO NO BRASILPRINTED IN BRAZIL

DIREITOS CEDIDOS PARA ESTA EDIÇÃO ÀNOVO SÉCULO EDITORA LTDA.

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Klabono Junior, Hélio Paz inquieta : João Batista, um profeta em paz diante de Deus, mas indignado com as injustiças sociais / Hélio Klabono Jr.. -- São Paulo : Ágape, 2013.

1. Bíblia. N.T. - Comentários I. Título.

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Hélio Klabono Jr.“Pecador salvo pela graça.”

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À minha linda esposa, a quem amo muito.Hoje somos dois, um dia Deus nos fará três.

Ricardo, Eugênia, Elizeu e Izabel. Deus os fez como um muro de proteção ao meu redor.

Muito obrigado. Pastor Henrique Régis, Mônica, Moniquinha e Eduardo. Vocês me mostraram que existe vida além dos muros.

Deus abençoe vocês.

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Sumário

Capítulo 1A formação familiar, cultural e religiosa de João Batista (Evangelho de Lucas 1:5-80) ................. 13

Capítulo 2Voz que Clama no Deserto (Evangelho de João 1:19-23) ........................................................... 25

Capítulo 3A Mensagem do Reino de Deus (Evangelho de Mateus 3:1-9) ..................................................... 33

Capítulo 4Arrependimentos e fruto (Evangelho de Lucas 3:1-20) ........................................................... 45

Capítulo 5João Batista e Herodes (Evangelho de Marcos 6:14-17) ...................................................... 79

Capítulo 6 ................................................ 89

............................................................. 97

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“Paz se possível, a verdade a qualquer custo.”Martinho Lutero

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Capítulo 1

A formação familiar, cultural e religiosa de João Batista(Evangelho de Lucas 1:5-80)

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ZACARIAS, ISABEL E JOÃO

“No tempo de Herodes, rei da Judeia, havia um sacer-dote chamado Zacarias, que pertencia ao grupo sacerdotal de Abias; Isabel, sua mulher, também era descendente de Arão. Ambos eram justos aos olhos de Deus, obedecendo de modo irrepreensível a todos os mandamentos e preceitos do Senhor. Mas eles não tinham !lhos, porque Isabel era estéril; e ambos eram de idade avançada (...) Um anjo do Senhor apare-ceu a Zacarias, à direita do altar do incenso. Quando Zacarias o viu, perturbou-se e foi dominado pelo medo: Zacarias, sua oração foi ouvida, Isabel sua mulher, lhe dará um !lho, e você dará o nome de João. Ele será motivo de prazer e alegria para você, e muitos se alegrarão por causa do nascimento dele, pois será grande aos olhos do Senhor (...) E o menino crescia e se fortalecia em espírito; e viveu no deserto, até aparecer publicamente a Israel”: (Lc 1:5-80).

João Batista foi !lho de uma típica família judaica, cuja herança histórica e motivo de orgulho nacional era ensinar cada criança na Lei do Senhor desde a mais tenra idade. Observar os mandamentos de Jeová era obrigação moral para toda família que queria manter a reputação ilibada diante da sociedade e a consciência tranquila diante de Deus. Enquanto

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a criança crescia, era lhe transmitido os valores éticos, religio-sos e as intervenções milagrosas de Deus. Assim, por tradi-ção oral, geração após geração o Nome do Senhor seria lem-brado, como uma tocha com fogo incandescente que sem-pre é alimentada com combustível para que sua chama não se extingua. A boa e persistente educação judaica romperia triunfante os séculos alegrando o coração de cada nova gera-ção com as maravilhosas intervenções que o Senhor operara e estava pronto a fazê-lo novamente a qualquer nova necessi-dade: Nesta sociedade os pais tinham papel importante para que a Lei do Senhor se perpetuasse, era no lar que as crianças deveriam aprender de forma mais e!ciente aquilo que Deus estabeleceu como mandamento. Partes da Lei eram coloca-das em lugares estratégicos da casa, conversas didáticas com os !lhos e passagens da lei eram amarradas no braço das crianças (Dt 6:7-9). O Shema era a oração mais importante que toda criança aprendia, e dela não se apartava até a morte, assim que a criança começava a falar ensinava-se a repetir diligente e dia-riamente cada palavra desta oração com o máximo de respeito e reverência até que se aprendesse e pudesse pronunciar de cor. Os pais ensinavam seus !lhos sobre a história da criação do homem, sobre os patriarcas, a maneira covarde que José foi vendido como escravo ao Egito pelos seus próprios irmãos e como Deus o elevara a governador para depois socorrer seu pai Jacó com toda sua família da terrível fome que devastou o mundo naquela época. Ensinava-se meticulosamente como se tornaram escravos naquela mesma nação e o modo que

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Deus abriu o Mar Vermelho para fazê-los passar a pés enxutos do outro lado para assistir a seus algozes egípcios morreram afogados. Os !lhos ouviam admirados os milagres durante o êxodo e a maneira que Deus havia lhes dado a terra prometida. Aprendiam sobre as festas e o que elas representavam na histó-ria judaica. Celebravam a Deus pela liberdade, pela colheita, pelo descanso e outros eventos que marcaram a história de amor e cuidados paternais que Deus construiu com este povo.

João Batista cresceu numa família com estas característi-cas, mas com três importantes particularidades: foi concebido quando sua mãe era de idade avançada, porque ela era estéril, seus pais eram de linhagem sacerdotal e sua família possuía parentesco com a família de Jesus.

1 – A Esterilidade de Isabel, sua Mãe

Zacarias e Isabel não tinham !lhos, pois ela era estéril (Lc 1:7). Ter !lhos sempre foi um sinônimo da bênção de Deus para o povo de Israel, toda família desejava ter muitos e vê-los assentados à mesa desfrutando da comida que Deus lhes dava através do trabalho do chefe da família. Era honroso para todo homem judeu ver sua esposa e !lhos alimentados e com saúde (Sl 128). Por outro lado não ter !lho era desonroso e sinal de algum pecado, era humilhante e triste para uma mulher não gerar !lhos para continuar a história genealógica do marido, por isso Sara deu uma risadinha triste e incrédula quando ouviu a conversa entre Abraão e o Senhor sobre sua gravidez

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(Gn 18), Ana suplicava silenciosamente a Deus por sua posi-ção (1Sm 1), e Raquel, por causa da impossibilidade de gerar, tomou decisão drástica quando disse a Jacó: “Dê-me !lhos ou morrerei” (Gn 30:1). Elas são exemplos da pressão social que as mulheres suportavam por não gerarem !lhos, mas acredito que o homem também não tinha vida fácil por causa da situa-ção da esposa, pois vivia com o estigma de não ser abençoado por Deus e por não ter herdeiro para suas posses materiais e, ainda mais importante para um judeu devoto, não poderia ensinar a lei do Senhor ao seu próprio !lho. Os pais de João viviam esta pressão, todavia não temos nenhuma informação que revoltaram-se contra o Senhor, ou que reclamavam pela má sorte que possuíam, pelo contrário “eram justos aos olhos de Deus, obedecendo de modo irrepreensível a todos os man-damentos e preceitos do Senhor” (Lc 1:6).

2 – Seus pais eram de linhagem sacerdotal

Zacarias e Isabel eram da linhagem sacerdotal, tinham res-ponsabilidades quanto ao papel que representavam diante da comunidade judaica. A principal atividade de um sacerdote era oferecer sacrifícios no templo, e desta atividade recebiam uma pequena quantia para as despesas domésticas, mas a di!culdade é que havia um número muito grande de sacer-dotes e o trabalho no templo não absorvia tanta gente, por isso adotou-se um sistema de sorteio para revezamento do serviço sacerdotal (Lc 1:9). O restante do tempo os o!ciais

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deveriam exercer atividades extras sacerdotais para poderem sobreviver (Lc 1:23). Penso que não era a recompensa !nan-ceira que motivava Zacarias na atividade de interceder pelo povo, sempre existiu sacerdotes que estavam interessados naquilo que podiam lucrar com o ofício e a generosidade do povo, há vários exemplos bíblicos de sacerdotes que !zeram ou usaram do ministério como um mecanismo para projeção social e !nanceira. Acredito sinceramente que era a elevada honra que recebera de Deus e o privilégio de orar pelo povo que trazia prazer ao coração deste casal sacerdotal. Zacarias e Isabel são chamados de justos, irrepreensíveis, e num dia quando Zacarias estava exercendo sua nobre função dentro do santuário, oferecendo incenso (Lc 1:9) foi visitado pelo anjo Gabriel que proferiu as seguintes palavras: “Não tenha medo, Zacarias, sua oração foi ouvida, sua mulher, lhe dará um !lho, e você lhe dará o nome de João. Ele será motivo de prazer e alegria para você, e muitos se alegrarão por causa do nasci-mento dele, pois será grande aos olhos do Senhor. Ele nunca tomará vinho nem bebida fermentada, e será cheio do Espírito Santo desde antes de seu nascimento” (Lc 1:13-15).

Das três particularidades já estudamos duas delas, discu-timos que um casal que não podia gerar !lhos sofria pressões sociais terríveis e quase que invariavelmente procuravam o isolamento social para tentar amenizar a tristeza e a dor, mas também vimos que Zacarias e Isabel eram sacerdotes e precisa-vam estar no meio do povo, orar ao Senhor pelas di!culdades daquela gente e apresentar sacrifícios pelos seus pecados; eram

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as obrigações que o cargo exigia. Eles não se furtaram desta incrível tarefa que Deus os propusera, a vergonha social não pôde vencer o chamado ministerial, enfrentaram os comen-tários perniciosos e os julgamentos precipitados orando ao Senhor. Zacarias e Isabel eram resolutos e !rmes, exercendo o ofício sacerdotal com temor e tremor diante de Deus.

3 – João Batista e Jesus tinham relação parentesca

A família de João Batista era ligada à família de Jesus por relação de parentesco (Lc 1:36). Há um consenso entre os pes-quisadores bíblicos de que Jesus e João Batista não se conhe-ciam muito bem, encontraram-se às margens do rio Jordão para que Jesus fosse batizado e o que sabemos depois é o que lemos nos evangelhos, que um tinha notícias do outro durante o desenrolar do ministério individual, mas não somos proibi-dos de pensar que os pais de João Batista contaram ao menino a similaridade do nascimento entres eles. Explicaram como o anjo Gabriel visitara seu pai quando exercia sua função minis-terial e prometera que lhe daria um !lho mesmo sendo Isabel, sua mãe, estéril e avançada em idade. Maria, sua parente, tivera a mesma experiência, mas com a diferença que era uma jovem virgem e teria seu !lho sem a participação de um marido, seria sua criança gerada pelo Espírito Santo. Podemos admitir ainda a hipótese de terem contado para João Batista que quando as duas grávidas se encontraram e cumprimentaram-se, a simples saudação de Maria, fez a criança dentro do ventre de Isabel

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agitar-se !cando a mãe cheia do Espírito Santo a tal ponto de romper-se em adoração a Deus e elogios a Maria: “Bendita é você entre as mulheres e bendito é o !lho que você dará a luz” (Lc 1:39-42), foram as palavras ditas por Isabel.

João Batista nasceu num lar onde seus pais zelavam pela lei de Deus, cresceu ouvindo as histórias de seu povo e estudando diariamente as Leis e os Mandamentos, observava todos os ritos e participava das festas tradicionais. Sua família não era mais uma simples família judaica, eram sacerdotes e zelavam por isso, enquanto crescia ouvindo o enredo do seu nasci-mento e as situações incomuns que se passaram, pensava nas palavras do anjo sobre sua atividade ministerial e o que pode-ria ter acontecido com o !lho de Maria. Não era uma situação comum para todas as crianças em Israel, João Batista possuía particularidades extraordinárias. E a gravidez ainda mais intri-gante de Maria, a parente de sua mãe? Como um evento estaria ligada ao outro? Pensava João Batista.

Juntando todos estes elementos, o que podemos pensar sobre o caráter que estava sendo formado no menino cha-mado João, que posteriormente apareceu no deserto, já como homem formado e conhecido por João Batista? Esta não é uma pergunta inédita, no dia de seu nascimento, os vizinhos !caram cheios de temor, e por toda a região se comentava sobre seu nascimento, e todos que ouviam perguntavam: “O que vai ser este menino?” (Lc 1:66).

Não temos muitas informações sobre sua infância e pelo silêncio das escrituras obviamente ele passou sua juventude

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na obscuridade popular, mas é certo que cresceu e foi edu-cado por pais piedosos, justos e sinceros diante de Deus, ele foi como uma árvore plantada junto à corrente de águas tranqui-las, para no tempo certo dar seus frutos, então se apresentou publicamente no deserto pregando a justiça do Reino de Deus (Mt 3:1-2).

O que já estudamos são indícios do que pode ter acon-tecido, o que podemos a!rmar categoricamente é que “o menino crescia e se fortalecia em espírito; e viveu no deserto, até aparecer publicamente em Israel” (Lc 1:80).

JOÃO BATISTA, HOMEM CHEIO DO ESPÍRITO SANTO

Em primeiro lugar quero fazer alguma distinção entre estar emocionalmente in"amado e ser cheio do Espírito Santo, não quero em nenhum momento desconsiderar a questão emocio-nal do ser humano, pois mesmo que quisesse fazê-lo, seria uma tarefa inglórioa. Fomos criados com emoções e a vida ganha intensidade e riqueza quando são usadas como meio válido de relacionamento com Deus, com outras pessoas e com o mundo de uma forma geral. Reprimir as emoções é sintoma de pato-logia que vai se manifestar em forma de ansiedade, solidão, depressão, ira, culpa e frequentemente em doenças psicosoma-tizadas1: Graças a Deus por nossas emoções! Emocionalismo é

1 Psicossomatizar – Doenças que atingem o corpo e que tiveram origem nos pensamen-tos e nas emoções. Por exemplo, uma gastrite nervosa.

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o problema, e este comportamento muitas vezes tem sido con-fundido com o estar cheio do Espírito Santo, principalmente nos ambientes pentecostais.

Ser cheio do Espírito Santo não é transformar as reuni-ões do culto num verdadeiro frenesi experimentando êxtases que deixa a razão ser substituída pelo delírio. A vida condu-zida pelo Espírito Santo não se resume ao ambiente de culto onde as cantorias sem critério teológico embalam as histerias individuais e coletivas numa evidente demonstração de dese-quilíbrio emocional que dá ênfase nos trejeitos extravagan-tes como demonstração de pretensa super-espiritualidade: A bíblia a!rma que João Batista era cheio do Espírito Santo, mas não temos nenhuma pequena sugestão de que ele vivia sob a in"uência do emocionalismo, e seria uma blasfêmia atribuir a João este comportamento. Somos ensinados pelo apóstolo Paulo que devemos nos encher do Espírito Santo (Ef 5:8), e a sugestão é que, quem se enche do Espírito está sob a in"uência Dele do mesmo modo que aquele que se embriaga está sob in"uência do álcool, ‘e aqui termina a comparação e começa o contraste’ (STTOT, p: 152), seria um absurdo comparar um bêbado que perdeu suas faculdades mentais com um crente cheio do Espírito Santo, o bêbado perde o controle de suas ações e o indivíduo cheio do Espírito recebe uma espécie de freio para dominar os apetites carnais e poder para potenciali-zar o fruto do Espírito (Gl 5:19-23).

João Batista era cheio do Espírito Santo, logo estava sob a in"uência da terceira pessoa da Trindade. Acho importante

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recapitular brevemente como se deu a educação do precursor do Messias para fundamentar como sua formação familiar e a plenitude do Espírito determinaram seu ministério. Ele viveu numa família tradicional judaica que prezava pela educação moral e religiosa; aprendeu a guardar a tradição de seu povo; e seus pais eram sacerdotes, o que potencializava as responsa-bilidades de educação do menino diante de Deus e do povo. Zacarias e Isabel eram piedosos e tementes a Deus, e com toda certeza ensinaram isto ao menino, senão por palavras pelas ações. Olhando tudo isso sob o prisma da intervenção de Deus na esterilidade do casal com a gravidez milagrosa de Maria, parenta de sua mãe, “o menino crescia e se fortalecia em espírito até aparecer publicamente em Israel” (Lc 1:80).

Ao colocar lado a lado a ‘emoção in"amada’ e o ‘estar cheio do Espírito Santo’, disse de forma ligeira que o emocionalismo prioriza manifestações externas para demonstração de suposta condição espiritual privilegiada, e preciso dizer que o resul-tado inevitável disto é a produção de orgulho. João Batista não está nesta categoria, não fez de seu ministério um palco para propaganda da sua espiritualidade, seu ministério demonstrou que no seu coração o Espírito Santo produziu humildade. Ele foi um homem que experimentou a regeneração e o fruto do Espírito, por isso foi capaz de sufocar os desejos pecaminosos do vaidoso e viciado coração humano. Dito essas coisas sobre o nascimento e a humildade deste servo de Deus, acredito que este é um bom momento para estudarmos o início ministerial de João batista, homem cheio do Espírito Santo.

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