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Estão descritos nos slides os seguintes helmintos: Schistosoma mansoni, Trichuris trichiura, Enterobius vermicularis, Ascaris lumbricoides, Strongyloides stercoralis, Taenia sp. ,Ancylostoma duodenale, Necator americanus, Ancylostoma braziliense, Ancylostoma caninum, Wucheria bancrofti e Onchocerca volvulus.
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Vanessa Cunha
Helmintoses
1 – Esquistossomose
Diagnóstico: método da sedimentação espontânea (exame de fezes a procura de ovos).
Manifestação clínica importante: hipertrofia portal ¹
¹ Os machos ficam retidos no Sistema porta intra-hepático, já que não passam pelas vênulas do intestino (ao contrário das fêmeas, que penetram pelas vênulas do intestino e depositam seus ovos – que caem na luz intestinal pela pressão dos próprios ovos, como se um empurrasse o outro). Assim, quando ocorre o hiperparasitismo, os machos adultos entopem a parede do vaso, causando a hipertrofia portal.
Schistosoma mansoni - ovo
Característica: espícula lateral. São eliminados nas fezes e, em
contato com a água doce, eclodem originando os miracídios.
Espícula lateral
Schistosoma mansoni – larva
Características: corpo formado por epitélio ciliado e presença de terebratório (abertura que libera enzimas que “destroem” o epitélio do hospedeiro intermediário, facilitando sua penetração).
Terebratório Cílios
Miracídio
Schistosoma mansoni – larva
Após sofrer alterações, o parasita sai do hospedeiro intermediário na forma de cercária, que nada e penetra no epitélio do hospedeiro definitivo.
Característica: cauda bifurcada (furcocercária).
Cauda bifurcada ¹
Obs¹: quando a cercária entra no hospedeiro definitivo, perde sua cauda, transformando-se em esquistossômulo.
Schistosoma mansoni - adulto
A cercária entra na corrente sanguínea, passa pelo coração, pulmões e chega no sistema porta intra-hepático, onde se desenvolverá e chegará a fase adulta.
Característica: canal ginecóforo (local onde o macho “armazena” a fêmea e a transporta até o intestino¹).Canal
ginecóforo¹ Os machos carregam a fêmea em contra fluxo sanguíneo, levando-as até as vênulas do intestino, onde elas depositam seus ovos.
2 - Tricuríase
Diagnóstico: técnica da sedimentação espontânea (exame de fezes a procura de ovos).
Manifestação clínica importante: prolapso retal ¹ em casos mais graves.
¹ Ocorre um peristaltismo muito acentuado, uma vez que os vermes, ao se inserirem na mucosa intestinal, destroem as vilosidades do órgãos. Essa peristalse violenta provoca o prolapso retal.
Trichuris trichiura - ovo
Características: em forma de barril, presença de dois opérculos (tampão mucóide) e dupla membrana.
São ingeridos pelo hospedeiro. Depois da copula dos vermes
adultos, os ovos são eliminados nas fezes.
Opérculo
Trichuris trichiura - adulto
Característica: verme em forma de chicote. Os machos possuem a cauda curvada ventralmente.
Os ovos eclodem no intestino delgado e os vermes adultos se desenvolve no intestino grosso (cecco).
Possuem glândulas bacilares que permitem a aderência no tecido epitelial do intestino.Macho – cauda
curvada ventralmente
Fêmea
3 - Enterobíase
Diagnóstico: fita adesiva colada na região do ânus, a procura dos ovos.
Manifestação clínica importante: prurido anal¹ e, no caso das meninas, vulvovaginite.
¹ Durante a noite, o baixo metabolismo do hospedeiro favorece a migração larvária. Assim, as fêmeas alcançam a região anal, onde morrem liberando os ovos. Essa movimentação causa prurido.
Enterobius vermicularis - ovo
Características: levemente achatados de um lado (em forma de D), dupla membrana e com grande capacidade de aderência.
São ingeridos pelo hospedeiro e, no intestino delgado, eclodem liberando a L1.
Forma de D
Enterobius vermicularis - adulto
Características: presença de aletas cefálicas¹ e esôfago claviforme. Os machos possuem a cauda curvada ventralmente.
A L1, no intestino grosso (cecco), se desenvolvem em adultos. Copulam e produzem os ovos, que ficam aderidos nas pregas perianais durante a noite.Cauda
curvada ventralmente
Aletas encefálicas
4 - Ascaridíase
Diagnóstico: técnica da sedimentação espontânea (exame de fezes a procura de ovos).
Manifestação clínica importante: Síndrome de Loeffler (tosse, febre e eosinofilia) e obstrução intestinal (casos de hiperparasitismo).
Ascaris lumbricoides - ovo
Característica: membrana maminolada.
Os ovos são ingeridos e eclodem no intestino liberando a L1. Essas larvas vão migrar para o sistema porta intra-hepático e realizar o ciclo de Loss (coração- pulmão).
Membrana maminolada
Ascaris lumbricoides – adulto
Nos pulmões, as larvas realizam a muda. A presença da larva no organismo do hospedeiro, faz com que o pulmão se encha de muco, provocando a tosse. As larvas sobem pela traquéia e faringe, mas acabam sendo deglutidas novamente.
No intestino se tornam adultas, onde copulam e eliminam seus ovos.
5 – Estrongiloidíase
Diagnóstico: esfregaço de fezes em papel de filtro, acima de um tubo de ensaio com água morna, de forma que as larvar migram para a água morna por termotropismo (procura da L1).
Manifestação clínica importante: síndrome de Loeffler.
Strongyloides stercoralis – ciclo indireto
Ovo eclone no intestino do hospedeiro liberando a L1, que é eliminada nas fezes.
No solo, se transforma em L2 e L3 que, se derem origem a larvas macho e fêmea de vida livre, copulam e dão origem a ovos depositados no solo.
Strongyloides stercoralis – ciclo direto
A forma L3 infectante penetra ativamente na pele do hospedeiro. Entra na corrente sanguínea, realiza o ciclo de Loss para se desenvolverem e, depois, ficam no intestino.
As fêmeas partenogenéticas colocam os ovos que eclodem no intestino do hospedeiro.
L1 é eliminada nas fezes.
(HETEROINFECÇÃO)
Obs: as fêmeas partenogenéticas são parasitas obrigatórios, ao passo que os machos e fêmeas de vida livre (em forma de L3) podem penetrar no organismo do hospedeiro, mas não serão férteis.
Autoinfecção interna e externa
A forma L1 não é liberada nas fezes, elas atravessam a mucosa intestinal e realizam o ciclo de Loss.
L1 sai nas fezes, porém, pelo uso de fraldas, por exemplo, ela penetra novamente na pele mais próxima da região perianal.
INTERNA
EXTERNA
6 - Teníase
Diagnóstico: sedimentação espontânea (procura por ovos e, ocasionalmente, proglotes grávidas).
Manifestação clínica importante: apetite aumentado¹.
¹ O hospedeiro compete com o verme por nutrientes, visto que eles não possuem tubo digestivo.
Taenia sp. - ovo
Característica: casca grossa radiada. Os ovos são eliminados nas fezes do
hospedeiro definitivos e são ingeridos pelo hospedeiro intermediário, onde vão eclodir e liberar o cisticerco (larva).
Casca grossa radiada
Taenia sp. - larva (cisticerco)
O cisticerco fica na musculatura do hospedeiro intermediário. O hospedeiro definitivo ingere o cisticerco ao ingerir carne contaminada crua ou mal passada.
Prática: pode estar invaginado ou desenvaginado.
Cisticerco invaginado Cisticerco desvaginado
Taenia saginata - adulto
Característica: corpo dividido em escólex, colo e estróbilo. Seu escólex possui quatro ventosas para fixação na parede intestinal do hospedeiro. Hospedeiro intermediário é o boi.
Ventosas
Taenia solium – adulto
Característica: corpo dividido em colo, escólex e estróbilo. O escólex é constituído por quatro ventosas e acúleos. Hospedeiro intermediário é o porco. Ventosa
s
Acúleos
Autoinfecção interna e externa
Ingestão dos ovos que estavam nas fezes (causa cisticercose¹)
Eclosão dos ovos no interior do hospedeiro (causa cisticercose¹)
EXTERNA
INTERNA
1 Cisticercose: só é causada pela Taenia solium. O hospedeiro definitivo ingere diretamente os ovos ou proglotes grávidas e ocorre a transformação e desenvolvimento do cisticerco, sem que este se desenvolva na fase adulta.
Manifestação clínica importante : neurocisticercose, cisticercose ocular ou muscular.
Diagnóstico: tomografia.
7 – Ancilostomíase
Diagnóstico: técnica da sedimentação espontânea (exame de fezes a procura de ovos).
Manifestação clínica importante: anemia ferropriva¹ e ciclo de Loeffler.
¹ Os ancilostomídeos possuem alimentação hematófaga, originando a anemia no hospedeiro. É chamada também de anemia ancilostomótica.
Ancylostoma duodenale e Necator americanus
Os ovos são eliminados pelas fezes do hospedeiro e alcançam o ambiente. Por serem geohelmintos, seu estado larvar se desenvolve na terra.
A eclosão dos ovos depende da temperatura, umidade e concentração de oxigênio. Ao eclodirem, a L1 é liberada e, posteriormente, se transforma em L2. Depois, a L2 se transforma em L3 (forma infectante) que penetra ativamente na pele do hospedeiro.
A L3 alcança a circulação, passa pelo sistema porta, faz o ciclo de Loss, onde se transforma em L4. Sobe pela traqueia e é deglutida novamente. Se desenvolve no intestino delgado para a forma adulta.
O macho possui uma bolsa copuladora, que serve para “agarrar’’ a fêmea.
O A. duodenale possui 2 pares de dentes.
O N. americanous possui placa cortante.
Ancylostoma duodenale e Necator americanus
Larva migrans cutânea – bicho geográfico
Transmitida por cães e gatos. Ancylostoma braziliense e
Ancylostoma caninum conseguem penetrar na pele humana, mas não fecham seu ciclo biológico e, assim, permanecem migrando na derme.
O A. braziliense possui 1 par de dentes.
O A. caninum possui 3 pares de dentes.
9 – Filariose linfática
Diagnóstico: método da gota espessa. Amostra de sangue a procura pelas microfilárias. É dado para o paciente dietilcarbanazina para mudar o ritmo circadiano da microfilária¹.
Manifestação clínica importante: elefantíase.
¹ As microfilárias migram de meia-noite até 4 horas para os capilares e, por isso, é necessário dar a droga para mudar o ritmo circadiano.
Wucheria bancrofti
Durante sua alimentação, o mosquito infectado introduz a L3 na pele do hospedeiro. As larvas se desenvolvem até o estágio adulto. Os adultos vivem nos linfonodos e se reproduzem, originando microfilárias.
Durante a noite, as microfilárias migram para os capilares superficiais e o mosquito, durante sua “refeição”, ingere a microfilária – que, em seu corpo, se desenvolverá em L1, L2 e L3.
10 - Oncocercose
Diagnóstico: raspagem da pele a procura de microfilárias.
Manifestação clínica importante: ressecamento da pele ¹, envelhecimento precoce e lesões ² que podem progredir para cegueira.
Restrita da Região Norte.
¹ Devido a larva migrar pelo tecido subcutâneo² Lesões causadas por causa do acúmulo de anticorpos na área infectada.
Onchocerca volvulus
Durante sua alimentação, o mosquito infectado introduz a L3 na pele do hospedeiro. As larvas se desenvolvem no tecido subcutâneo e os adultos vivem nos nódulos do tecido conjuntivo subcutâneo.
Nesses nódulos, os adultos copulam e originam as microfilárias.
As microfilárias são tipicamente encontradas na pele e linfonodos. Assim como na Filariose linfática, as microfilárias são ingeridas pelo mosquito.